Quem esteve no Club Med Rio das Pedras, em Mangaratiba (RJ), de 17 a 20 de novembro, não teve dúvidas: o Simpovidro é o melhor ponto de encontro do setor vidreiro brasileiro. A 15ª edição do simpósio organizado pela Abravidro é a primeira após a pandemia da Covid-19. E ficou claro que o segmento estava sentindo falta dele: o evento recebeu 655 participantes, mesmo em um ano tão cheio de atividades como foi 2022 (confira a retrospectiva clicando aqui).
Perseverança, sustentabilidade, inovação e associativismo foram algumas das palavras-chave que marcaram esse Simpovidro e indicaram os pontos para os quais a cadeia deve se preparar para 2023.
“Tempos estranhos e de aprendizado para todos”
A solenidade de abertura teve início com o discurso de José Domingos Seixas, presidente da Abravidro. “São três anos desde a última edição do Simpovidro. Naquela ocasião, não tínhamos a mais vaga ideia do que o País e o mundo viveriam dali pra frente.” Com essas palavras, Seixas iniciou sua reflexão sobre os impactos sofridos pelo setor vidreiro nacional nos anos recentes – e a forma como nosso segmento reagiu a eles.
O dirigente da Abravidro observou que, num primeiro momento, após a chegada da pandemia, houve retração no mercado, tanto no fornecimento de float como nas atividades de processadoras. Contudo, meses depois, a demanda pelo nosso material passou a crescer, como mostrado no Panorama Abravidro 2021: “Foram tempos estranhos e de muito aprendizado para todos, inclusive para a própria Abravidro”, avaliou.
Para reforçar esse ponto, Seixas listou algumas das ações desenvolvidas pela associação. Destacou o lançamento do Termômetro Abravidro, agradecendo a todas as processadoras que têm participado das pesquisas e convidando as demais a se juntar à iniciativa. Enfatizou também a realização da Glass South America 2022 e o recorde de público obtido pela feira e exibiu um vídeo de apresentação do programa Vidro Certo, desenvolvido pela Abravidro e pela Abividro, no qual foi anunciada a iniciativa EducaVidro, a qual trará uma série de aulas especiais visando à educação a distância.
Ao final do discurso, José Domingos Seixas deixou a todos um recado: “2022 não foi um ano fácil, foi bastante desafiador, e 2023 não será diferente. Mas a Abravidro continuará lutando pelo nosso mercado. Conte com a gente”.
Novos rostos e sustentabilidade marcam mensagens das usinas
A cerimônia de abertura do Simpovidro é o momento em que as usinas vidreiras brasileiras falam sobre a situação vivida pelo mercado e apresentam seus planos para o setor. Este ano, todos os executivos que discursaram estrearam no evento como líderes de suas fábricas.
AGC: soluções para a sustentabilidade
Isidoro Lopes afirmou que o vidro continuará tendo uma importante contribuição no combate à emissão de carbono. “Sustentabilidade é uma questão de sobrevivência, não é uma moda que vai passar, e a AGC busca liderar esse caminho da inovação para continuar a oferecer soluções que ajudam o planeta e a humanidade”, enfatizou.
Para comprovar a ideia, o presidente da AGC mostrou um vídeo com as tecnologias e processos sustentáveis contra o aquecimento global utilizados pela empresa, incluindo a adoção de conceitos ESG e a fabricação de vidros de controle solar, como o Sunlux Shadow, que garante conforto térmico e economia aos usuários.
Segundo Lopes, a visão da usina para 2023 é de muita incerteza econômica. “Mas somos também um pouco otimistas: planejamos um crescimento moderado para o próximo ano, com expectativa de recuperação do comércio, melhor desempenho da indústria e a continuidade do crescimento do setor da construção civil.”
Cebrace: em busca do futuro
Lucas Malfetano reforçou em seu discurso o compromisso de continuidade de tudo que a Cebrace tem feito nos últimos anos: “A companhia vai continuar inovando e liderando o mercado, preocupada não só com o próximo trimestre, mas com as próximas décadas”, disse, destacando a importância dos conceitos de segurança, sustentabilidade e inovação para a empresa. O diretor-executivo comentou ainda sobre a atenção da empresa com a segurança dos processos nos reparos recentes em fornos da usina no Brasil e no acendimento da 2ª planta da Vasa, na Argentina.
Por sua vez, o diretor-executivo Manuel Corrêa afirmou que a cadeia vidreira nacional tem uma nobre missão: “É o momento de as lideranças do nosso setor começarem a escrever qual o futuro que a gente quer”. Nesse sentido, Corrêa comentou a importância de se criar valor para os clientes finais e de se apoiar o trabalho das entidades vidreiras, buscando o desenvolvimento e a qualificação dos profissionais. No final, Corrêa e Malfetano apresentaram um vídeo institucional com iniciativas da Cebrace.
Guardian: mercado em constante mudança
Rafael Rodrigues, gerente-regional de Vendas da Guardian para a América do Sul, esteve na solenidade para representar Renato Poty, diretor-executivo da empresa para a América do Sul, que não pôde comparecer ao evento. Mesmo assim, Poty gravou um vídeo para saudar os participantes do 15º Simpovidro.
No vídeo, ele abordou a importância do desenvolvimento do mercado de forma sustentável, comentando iniciativas da Guardian nesse segmento para a construção civil e no investimento em inovação e serviços. “O mercado vidreiro está em constante mudança, e as empresas precisam estar preparadas para elas, pois ainda há muito espaço para o crescimento do vidro no Brasil em relação a outros países”, destacou, ressaltando o comprometimento da empresa em atender a demanda do mercado nacional por conforto e bem-estar com seus vidros de alto desempenho.
Vivix: capacidade de adaptação à prova
Henrique Lisboa observou que os últimos anos foram diferentes e provocaram reflexões nos negócios: “Tivemos de exercitar a nossa capacidade de nos adaptar a diversas situações; todos fomos desafiados a sermos diferentes, criativos e, sobretudo, protagonistas das mudanças das nossas empresas”, avaliou.
Para o presidente da Vivix, há hoje uma atenção maior dos consumidores em relação a como as empresas tratam seus colaboradores, a comunidade em que estão inseridas e o meio ambiente. Nesse sentido, Lisboa alinhou algumas das ações da Vivix para os próximos anos, como a futura instalação de um parque solar, construído pela Atiaia Renováveis, que será responsável por abastecer 100% das duas unidades da usina com energia limpa e renovável.
Com relação ao mercado vidreiro nacional, Lisboa considera que houve uma acomodação do mercado em 2022. “Acreditamos que, no ano que vem, começaremos a retomada de crescimento, ainda leve. Nosso segmento tem volatilidades pelo caminho, sempre foi assim, mas somos otimistas a médio e longo prazos.”
Conhecimento e networking
Nos dias 18 e 19, a Plenária Simpovidro trouxe palestras enriquecedoras para o planejamento das empresas, ministradas por Gustavo Arns, Manoel Fernandes, Mario Sergio Cortella, Maria Augusta Orofino, Fabricio Soler e Leonardo Barretto – veja mais clicando aqui.
Do lado de fora da plenária, a Feira de Oportunidades reuniu os participantes com as empresas apoiadoras do simpósio (leia mais clicando aqui).
Túnel do tempo
Todos que iam para a Plenária Simpovidro ou voltavam dela passavam por uma ponte com painéis relembrando cada uma das 14 edições anteriores do evento. Fotos, números, informações e até a logomarca de cada Simpovidro estavam presentes, celebrando a história daquele que veio a se tornar o principal encontro vidreiro da América Latina.
Prontos para 2023?
“Só tenho a agradecer. Este Simpovidro só pôde ser realizado graças a todos vocês”, afirmou José Domingos Seixas em sua mensagem após o final das palestras no sábado. O dirigente destacou a importância do associativismo para o desenvolvimento do setor: “A Abravidro tem mais de 200 associados, mas esse número representa só um pedaço de todo o nosso mercado”, avaliou, convidando as empresas presentes no simpósio a se juntarem ao trabalho sério da entidade. A cerimônia de encerramento – que não representou o fim do evento – contou com falas de Mauro Gallo (AGC), Flávio Vanderlei (Cebrace), Rafael Rodrigues (Guardian) e José Ribeiro (Vivix).
Ao longo dos quatro dias de Simpovidro, ficou claro que 2023 será um ano de desafios – porém, a julgar pela pela empolgação mostrada pelos participantes na hora de posar para a capa desta edição que você está lendo, parece que o setor está preparado para encarar as dificuldades com sustentabilidade e união.
Negócios, negócios… diversão à parte!
Como de costume, as atividades de lazer também foram fundamentais no 15º Simpovidro. Este ano, tivemos torneio de tênis, partidas de futebol, tênis de praia, arco e flecha, esqui aquático, caiaque…
Não podemos esquecer ainda do coquetel de abertura, do luau no segundo dia e do jantar de encerramento – que foi seguido por sorteio de prêmios e um show da banda carioca Eletra, que, com repertório eclético de covers, colocou todos para dançar durante mais de duas horas. Após o show, um DJ deu continuidade às festividades seguindo pela madrugada.
A Vivix instalará um parque solar para abastecer 100% do consumo de energia elétrica em sua usina em Goiana (PE). Nomeada de Unidade Geradora Fotovoltaica Maravilhas I, a usina estará situada a 1,6 km da planta e terá 27,5 MW de potência instalada. A meta é garantir que o parque solar, a ser construído pela Atiaia Renováveis (empresa do mesmo grupo da Vivix, o Cornélio Brennand), esteja apto para operar em janeiro de 2024.
Vidros pelo Brasil Diversas edições da mostra de arquitetura e design de interiores Casa Cor brilharam com a aplicação de vidros e espelhos da Vivix, que forneceu os materiais para alguns ambientes em diversos Estados.
Entre os destaques, na Bahia, a arquiteta Celeste Leão assinou a Casa de Saúde Solange Fraga, onde utilizou espelhos Spelia Incolor e Decora Nude. Em Pernambuco, no Living Oculum Deca, os arquitetos Luiz Dubeux e João Vasconcelos escolheram peças de Vivix Lamina Translúcido, Decora Efeito Bronze e espelhos Spelia Incolor.
Quem trabalha com o processamento de vidros sabe como é importante para os seus negócios que a matéria-prima encomendada chegue com a qualidade intacta e dentro do prazo. Para garantir que essas necessidades sejam atendidas, as fabricantes de nosso material no Brasil contam com setores de logística responsáveis pela organização e planejamento da entrega dos produtos – e também pelo transporte propriamente dito deles, é claro.
Quer saber mais sobre como funciona esse processo nas fabricantes de vidro e os avanços que essas empresas vêm implementando em sua logística? O Vidroplano apresenta essas e outras informações a seguir.
Como é feita?
Cada fabricante conta com particularidades no seu processo de logística, mas a atividade como um todo traz semelhanças.
Francisco Conte, diretor de Operações da Vivix, afirma que a empresa olha com muita atenção a jornada de cada encomenda. Segundo ele, o pedido é acompanhado por meio de um sistema interno e várias áreas têm visibilidade dessa jornada. “Assim que o pedido é emitido, nós começamos os preparativos para atender, para que, quando o produto efetivamente chegar à nossa expedição, já estejamos prontos para faturá-lo da forma mais rápida e providenciar seu transporte até o nosso cliente no menor tempo possível”, comenta.
Na Guardian, tudo começa quando o cliente entra em contato com o setor de atendimento. Ali a necessidade e o prazo de entrega são verificados. “Após a inclusão do pedido em nosso sistema, a Guardian organiza as datas de carregamento. Na data agendada, o caminhão é apresentado e a carga é carregada para o início do transporte”, detalha o analista-sênior de Logística, Adriano Santos.
No caso da AGC, Fernando Pereira (engenheiro de Assistência Técnica) e Antônio Carlos (gerente de Logística) explicam que, após a confirmação do pedido junto ao time de Customer Service (serviço ao consumidor), é feito o agendamento na grade de carregamento com até 10 horas de antecedência, de forma que a fabricante tenha tempo hábil para montar o pedido e atender o cliente no horário programado. Após a montagem dos pedidos e a finalização do carregamento, o veículo segue para pesagem e conferência na balança e é então liberado para viagem.
Evolução constante
Santos, da Guardian, destaca que, com as transformações frequentes pelas quais o trabalho de logística passa, as empresas precisam ter cada vez mais flexibilidade e agilidade para buscar as melhores soluções. “Os tipos de embalagem, veículos e até mesmo o processo de gerenciamento da informação avançaram nos últimos anos, e nós trabalhamos continuamente para trazer isso para nosso atendimento”, aponta.
Pereira e Antônio Carlos, da AGC, observam que a modernização dos processos de logística tem tido grande efeito na redução de acidentes durante o transporte do vidro, além de permitir o monitoramento das cargas. Novas medidas de segurança foram sendo implementadas na empresa com a evolução das tecnologias, como a utilização de grampos para o travamento do cavalete no barrote do caminhão e freios para evitar o movimento da carga. Melhorias realizadas nas embalagens e nos veículos também contribuíram para manter a integridade dos produtos até o seu destino final.
A Vivix tem avaliado constantemente seu serviço de entrega, expedição e monitoramento de encomendas por meio de pesquisas realizadas mensalmente com os consumidores, com o objetivo de fazer evoluir seus processos ao longo do tempo. “As cargas são agendadas para retirada de acordo com a conveniência dos clientes e dos nossos parceiros transportadores”, ressalta Francisco Conte.
Empilhando a carga
Parte do processo de logística envolve o acondicionamento e a embalagem das chapas em uma estrutura para protegê-las de riscos e avarias durante o transporte. Mas qual seria a melhor opção nesse sentido?
A resposta varia de empresa para empresa. Por muito tempo, o colar era a embalagem mais usada. Contudo, em 2013 a AGC trouxe para o Brasil os cavaletes: a usina considera esse um importante recurso que revolucionou o modo como os blocos de vidros são preparados e carregados, diminuindo o tempo de preparação de carga em quase 50% do tempo em relação aos colares – para Fernando Pereira e Antônio Carlos, essas estruturas também oferecem menor risco de incidentes durante a preparação.
Os cavaletes de fato se popularizaram no Brasil, mas isso não significa que outros equipamentos foram abandonados. De acordo com Santos, a Guardian trabalha hoje com uma série de opções, as quais incluem tanto cavaletes padrão (formato “A”) ou para vidros jumbo (formato “L”) como colares (formato “LI”), todos no modelo retornável. “Temos ainda a opção de utilização de caixas tipo moldura, para envios sem a necessidade do retorno da embalagem”, acrescenta o analista-sênior de Logística da empresa.
No caso da Vivix, os cavaletes são a estrutura utilizada quando o transporte dos vidros é feito pelo modal rodoviário. “O objetivo, além do olhar para o cliente e sua satisfação, é permitir que a carga chegue sem avarias e com a segurança necessária para a operação”, afirma Francisco Conte. Ele destaca haver cuidado e atenção da fabricante com a logística reversa desses materiais, a fim de que possam ser reaproveitados.
Valdimir Silva, gerente-corporativo de Logística da Cebrace, relata que a empresa utiliza dois tipos de cavaletes metálicos, sendo um desmontável para o transporte convencional e outro para o transporte em inloaders. “O cavalete desmontável permite maior aproveitamento na logística reversa, quando retorna vazio dos clientes”, ele explica.
Acompanhamento em tempo real
Entre as evoluções na logística das usinas, uma das mais importantes é a possibilidade de monitoramento da situação da carga, seja pela empresa, seja pelo próprio cliente.
A AGC, por exemplo, conta com um sistema rastreador online para controlar os pedidos. A empresa também faz uso de ferramentas tecnológicas para eleger a melhor definição de rota e realizar o monitoramento da carga dentro da fábrica ou já na estrada, permitindo a entrega dentro do prazo e com total segurança.
O monitoramento das cargas também é um ponto em que a Vivix busca sempre inovar. “Hoje temos o nosso portal Vivix Facilita. Cerca de 70% dos pedidos já são feitos dentro da plataforma, permitindo aos clientes esse acompanhamento de perto da situação da encomenda”, detalha Conte. O diretor de Operações da Vivix acrescenta que essa evolução no controle, com acompanhamentos mais digitais e automatizados, permite cada vez mais visibilidade sobre a jornada do pedido, não só para o cliente, mas também para todos os colaboradores da empresa envolvidos no processo.
A Cebrace também permite acompanhar os processos digitalmente, em tempo real. “Os clientes hoje conseguem visualizar as informações sobre seu pedido por intermédio de aplicativos de e-commerce. Isso se dá, por exemplo, no rastreamento dos veículos para entrega das cargas”, afirma Valdimir.
Na Guardian, a organização da logística é compartilhada com o cliente por meio de e-mails comunicando os status de cada fase da encomenda, desde o pedido até a entrega. Esse controle também está presente durante o transporte propriamente dito. “O monitoramento é realizado por meio do controle de rastreamento nos veículos. Com ele, podemos acompanhar por georreferenciamento a localização do transporte em execução”, explica Adriano Santos.
Pela terra…
Falamos até aqui da organização das encomendas e da embalagem delas – mas como as usinas fazem para levá-las aos clientes?
No Brasil, a malha rodoviária ainda é a principal opção para o transporte de cargas. Com isso, caminhões são os veículos mais utilizados para esse trabalho. Mas há vários tipos de veículo, cada um com capacidade para transportar um determinado limite de peso ou volume – e alguns deles também têm características diferenciadas no acondicionamento das chapas. As usinas costumam contar com vários modelos de veículos, afinal, um caminhão que transporte uma carga acima da sua capacidade irá quebrar, enquanto usar um veículo grande para transportar uma encomenda pequena representa desperdício de recursos.
Os tipos mais utilizados para o transporte das chapas são:
Truck — caminhão pesado, com eixo duplo na carroceria, e capacidade média de carga de 12 t;
Carreta — composta por cavalo mecânico (com dois eixos) e semirreboque (com três eixos), com capacidade média de 24 t;
Carreta “vanderleia” — semelhante à carreta, mas com três eixos no cavalo mecânico e maior espaçamento entre os três eixos do semirreboque, com capacidade média de 36 t;
Bitrem — combinação de dois semirreboques, com sete eixos e capacidade média de 38 t;
Rodotrem — combinação de dois ou mais semirreboques, com nove eixos e capacidade média de 50 t (para dois semirreboques);
Inloader — caminhão com baixo centro de gravidade e ausência de eixos entre as rodas do semirreboque. Sua capacidade média é de 24 t, mas pode ter variações menores (mini-inloader) ou maiores (bi-inloader).
“Trabalhamos com vários tipos de caminhão, mas buscamos sempre atuar com parceiros transportadores que nos ofereçam tecnologia e controle, com veículos pneumáticos e com rastreamento”, informa Santos, da Guardian.
…ou pelo mar
No caso da Vivix, além do transporte rodoviário, a usina também oferece a opção do modal marítimo. Francisco Conte explica que as cargas transportadas pelo mar passam pelo mesmo sistema de monitoramento: após o faturamento, a transportadora contratada envia atualizações diárias de localização, as quais são consolidadas e repassadas aos clientes. “Está sendo implementado o monitoramento de cargas automático, tanto no modal marítimo como no rodoviário, e em breve essa informação estará disponível na webservice para consulta dos nossos clientes.”
A Cebrace também trabalha com essa opção, ressaltando que há destinos em que o transporte rodoviário fica inviável, como em algumas cidades e Estados da Região Norte do País, onde a cabotagem predomina. “Também utilizamos o transporte marítimo para abastecimento de nossos centros de distribuição, que estão estrategicamente localizados em pontos que permitem o melhor atendimento a nossos clientes”, explica Valdimir Silva.
Qual o limite de percurso?
Todas as usinas deram a mesma resposta para essa questão: não há distância máxima para as entregas. A AGC, por exemplo, informa que atende todo o Brasil e alguns países da América do Sul, avaliando o percurso, o tipo de veículo e a tarifa de frete para realizar o transporte de vidro da fábrica até o cliente.
Portanto, quando for fazer seu pedido de vidros, lembre-se da verdadeira viagem que ele faz para chegar com qualidade e segurança à sua processadora.
Investimento na área pelo mundo
Segundo um relatório publicado este ano no portal Research and Markets, o mercado de logística na China é hoje o maior em termos de tamanho no mundo, e provavelmente crescerá ainda mais. Para incentivar essa tendência de crescimento, o governo da China estabeleceu metas claras para o futuro, com investimentos maciços na implementação da Belt and Road Initiative (BRI), plano de governo que consiste em aprimorar a infraestrutura de rotas terrestres e marítimas ligando o país a outros continentes. O relatório cita que, em 2018, as exportações chinesas aumentaram 25%.
No caso da Europa, de acordo com a Mordor Intelligence (empresa especializada em inteligência de mercado), os investimentos em logística no continente subiram para 38,64 bilhões de euros em 2020. Isso é impulsionado pelo enorme crescimento do comércio eletrônico na Europa. No entanto, a consultoria aponta que a falta de compromisso dos governos com o desenvolvimento de portos marítimos ou redes rodoviárias, somada à reconfiguração das cadeias de abastecimento, vêm dificultando o crescimento desse mercado.
Em evento realizado no dia 27 de junho, no Palácio do Governo do Estado de Pernambuco, a Vivix anunciou a construção de sua 2ª linha de produção, a ser construída no município de Goiana (PE) ao lado de sua atual planta. Com investimento de R$ 1,3 bilhão, o novo forno da usina terá capacidade de produção de mil t por dia – isso fará dele o maior em operação no Brasil.
São estimados cerca de 4 mil empregos criados durante as obras. Juntas, as duas plantas da Vivix devem gerar cerca de 600 vagas diretas e 2.400 indiretas. A expectativa é de que a nova unidade esteja em plena operação no segundo semestre de 2025.
Momento certo…
Henrique Lisboa, presidente da Vivix, conta que a empresa já planejava o 2º forno desde a inauguração do 1º – por isso mesmo, a área em que a usina está instalada em Goiana já tinha um espaço reservado para a futura construção. O projeto deveria ter começado em 2015/2017. Porém, foi adiado devido a fatores como a crise vivenciada pelo setor da construção civil no País naquele período, o anúncio da construção do forno da AGC e, mais recentemente, a pandemia da Covid-19.
“Essa planta sempre foi o plano da Vivix, mas era preciso esperar o momento certo. Todo esse processo foi muito bem planejado”, destacou Lisboa em entrevista para Iara Bentes, editora de O Vidroplano. O executivo relembra que a empresa faz parte do Grupo Cornélio Brennand, uma companhia que pensa a longo prazo, e isso se reflete na responsabilidade e segurança do planejamento para a nova fábrica.
…no lugar certo
Embora a Vivix já contasse com um espaço reservado em Goiana para a construção de seu segundo forno, havia a expectativa de que a nova unidade da empresa pudesse ser instalada na Região Sudeste – afinal, segundo Lisboa, cerca de metade das vendas da usina vai para fora das regiões Norte e Nordeste.
A escolha por Goiana, de acordo com o dirigente da Vivix, se deu por um conjunto de fatores. “A sinergia entre as duas plantas é muito poderosa, em termos de estrutura, conhecimentos técnicos e reduções que se podem ter em relação a despesas e gastos – não é à toa que na maior parte do mundo se faz esse tipo de investimento conjuntamente”, explica. “O apoio do governo do Estado de Pernambuco também é importante, e há ainda a proximidade de uma mina a cerca de 8 km que fornece parte dos principais minérios para produzir vidro plano, o que acaba sendo uma das vantagens competitivas da Vivix em relação aos nossos concorrentes.”
Assim, considerou-se que a combinação de todos esses fatores torna a presença do novo forno em Pernambuco mais atrativa do que seria no Sudeste. Apesar disso, como espera-se que a maior parte da produção dessa futura unidade será vendida para fora do Nordeste, a Vivix adotará um centro de distribuição permanente, possivelmente em São Paulo, para atender outras regiões do Brasil.
Foto: Felipe Feca
Crescimento no mercado brasileiro
Com o novo forno, a Vivix eventualmente ampliará sua capacidade para 1.900 t/dia – embora estime-se que a produção do novo forno será de 850 a 900 t num primeiro momento – e se transformará na 2ª maior fabricante de float do mercado nacional. Para Lisboa, isso consolida o caminho da empresa para ser um player cada vez mais relevante para toda a cadeia vidreira do Brasil. “Nós trabalhamos e nos preparamos para esse crescimento. A estratégia é trabalhar cada vez mais conjuntamente integrados com os demais elos. Para a Vivix ter sucesso, é preciso que processadores e vidraceiros também tenham.”
De olho no fotovoltaico…
Além do float incolor, o novo forno produzirá também chapas extra clear, pois, segundo a usina, a demanda por esse produto deve crescer nos próximos anos. Ainda sobre o extra clear, Lisboa destaca que o novo forno foi projetado para que a qualidade desse vidro atenda os padrões necessários para uso em módulos fotovoltaicos. “Acreditamos que esse é um mercado em desenvolvimento no Brasil pelos próximos anos. As indústrias de energia solar e eólica estão em crescimento na Região Nordeste, e já há empresas pensando em se instalar aqui para a produção de painéis solares. Então, esse é um mercado que vai entrar na mira dos produtores de vidros planos.”
…na sustentabilidade…
Com relação à tendência mundial de redução da emissão de gases de efeito estufa pelas indústrias na atmosfera, rumo ao “carbono zero”, Lisboa afirma que a Vivix planeja adotar energias mais limpas ou renováveis conforme a possibilidade de aplicação delas for avançando. Nesse sentido, o novo forno já está sendo preparado para uso parcial de biogás e hidrogênio. “Acho que todas as empresas, não apenas a nossa, devem evoluir para essas fontes nos próximos anos”, avalia Lisboa.
…e no futuro
O Panorama Abravidro 2022 mostrou que houve pequena queda na produção de float em 2021, embora o faturamento das empresas tenha aumentado. Este ano, as edições mensais do Termômetro Abravidro indicam que o volume de vendas faturadas em m² de vidros processados em 2022 ficou abaixo do nível de dezembro de 2021.
Os números poderiam indicar um momento ruim para o anúncio de uma nova planta – contudo, a Vivix estima um crescimento de 5% a 6% para o setor nos próximos anos. “De fato, este ano de 2022 está menos aquecido do que todos nós esperávamos, mas precisamos olhar para o médio e longo prazos, visando a equilibrar a oferta e a demanda”, justifica Lisboa.
A Vivix lançou em maio o vidro pintado Vivix Decora Efeito Bronze: segundo a fabricante, a nova solução se destaca pela versatilidade, pois sua tonalidade varia dependendo da paleta de cores do ambiente e da iluminação de onde está sendo aplicada. A gerente de Produto da Vivix, Viviane Moscoso, complementa que o vidro também transmite mais modernidade ao ambiente, não oxida, é de fácil limpeza e manutenção, pode ser utilizado como mural para anotações e rabiscos e, além de tudo, possui aspecto espelhado, o que proporciona um efeito de maior profundidade e requinte aos espaços. As chapas do produto são comercializadas no tamanho 3,3 x 2,4 m.
Vidros e espelhos da usina marcam presença em 12 ambientes da mostra de arquitetura, decoração e paisagismo que pode ser visitada gratuitamente até 4 de junho no RioMar Shopping, no Recife.
O espaço Cozinha do Chef, projetado pela arquiteta Jessica Monteiro, traz paredes revestidas com vidros pintados Vivix Decora Efeito Bronze (foto 1): “Modernidade e durabilidade foram as premissas para a escolha dos vidros nesse ambiente. A ideia de ousar com a iluminação e mexer com o resultado da proposta é superdivertida”, afirma a profissional que também usou o vidro de controle solar Vivix Performa Bronze na frente da televisão do ambiente.
Kathellen Carvalho, do escritório Kathellen Carvalho Arquitetura, utilizou os vidros pintados Vivix Decora Efeito Bronze atrás das prateleiras da bancada e da estante do bar do ambiente Café Flortarte (foto 2). “Os produtos proporcionam sensação de profundidade e elegância”, justifica Kathellen.
Já o Empório Steel Artefacto, assinado pelo arquiteto Jaime Portugal, usa o pintado Vivix Decora Branco para revestir paredes e também o espaço instagramável do ambiente (foto 3): “Como a ideia do empório é ser um ponto minimalista branco na mostra, escolhi texturas dessa cor e o Decora Branco, que, além de ser muito bonito, complementa a paleta”, explica Portugal.
Se os eventos presenciais ganharam força total em 2022, um dos mais importantes de nosso setor não poderia ficar de fora: o Simpovidro está de volta! A 15ª edição do maior encontro vidreiro da América Latina será realizada de 17 a 20 de novembro no Club Med Rio das Pedras, localizado na cidade fluminense de Mangaratiba, a cerca de 100 km da capital. Prepare-se para dias de conteúdo profissional de primeira qualidade, networking e lazer em meio a um resort all inclusive fincado em um dos litorais mais belos do Brasil.
Reencontro
O simpósio recebe não só participantes brasileiros mas de diversas partes do mundo, todos interessados em trocar conhecimentos e fechar negócios. E a edição deste ano é especial por diversos motivos:
– É o primeiro Simpovidro depois da pandemia, marcando de vez o retorno dos eventos do setor;
– É a oportunidade perfeita para rever antigos clientes depois de muito tempo de isolamento – e também conhecer futuros parceiros;
– Após quase 20 anos, o Simpovidro volta a ser realizado no Sudeste, em um dos mais belos e luxuosos resorts da região;
– O Club Med Rio das Pedras será exclusivo para os participantes do Simpovidro. Isso significa que apenas os profissionais vidreiros e suas famílias estarão no hotel durante o encontro.
“Retomar o Simpovidro é tarefa que deixa a Abravidro muito honrada. Por isso, reencontrar todos no final do ano servirá como mais uma prova de união do setor, algo fundamental para nos preparar para mais um ciclo de crescimento”, reflete José Domingos Seixas, presidente da Abravidro.
Conheça o Club Med Rio das Pedras
Crédito: Club Med Rio das Pedras
Em estilo neocolonial e à beira de uma praia de areia dourada, esse resort está localizado em meio à Costa Verde fluminense, em plena Mata Atlântica, uma das florestas tropicais com maior biodiversidade do planeta. O Club Med possui o certificado Travellers’ Choice 2021, do site de avaliação de hotéis Trip Advisor, prêmio voltado a estabelecimentos que oferecem serviços de excelência e são bem avaliados pelos hóspedes. Além de toda a beleza natural, o local possui estrutura de primeira qualidade para seus hóspedes, contendo:
– Sistema all inclusive, com refeição e bebidas (incluindo alcoólicas) à vontade;
– 2 restaurantes, sendo um de especialidades brasileiras;
– 4 bares (além de 1 premium pago à parte e 1 exclusivo para a categoria La Réserve de acomodações);
– 4 piscinas (incluindo 1 mais afastada e exclusiva para maiores de 16 anos, chamada “piscina calma”, 1 do Mini Club e 1 exclusiva para a categoria La Réserve de acomodações);
– Modalidades esportivas como tênis, tênis de praia, futebol, handebol e vôlei, escola de tiro com arco, esqui aquático, wakeboard e caiaque;
– Recreação infantil com monitores (para crianças a partir de 4 anos).
Outro diferencial do Club Med Rio das Pedras é a localização: está a pouco mais de 100 km do Aeroporto Internacional do Galeão e do Aeroporto Santos Dumont, ambos no Rio de Janeiro. Para quem parte de São Paulo, a distância é de cerca de 400 km e o acesso de carro é fácil para quem mora nos Estados da Região Sudeste.
Acomodações
Crédito: Club Med Rio das Pedras
Os participantes poderão escolher entre três modalidades de acomodações (mais informações no sitewww.simpovidro.com.br):
– Superior: área de 27 ou 37 m², com ocupação máxima de 3 a 5 pessoas;
– Deluxe: área de 27, 37 ou 41 m², com ocupação máxima de 3 a 5 pessoas;
– La Réserve: são as acomodações mais luxuosas do Club Med Rio das Pedras. A Suíte tem 70 m² e conta com sala de estar separada, closet, banheira e varanda com vista para o mar e para a Mata Atlântica. Já a Penthouse, localizada no último andar, tem 120 m², tudo o que a Suíte reserva e ainda um ofurô conectado ao toalete. Ambas são configuradas exclusivamente com uma cama de casal, para até dois ocupantes.
Diferenciais do La Réserve:
– Piscina exclusiva com borda infinita
– Café da manhã continental servido no quarto
– Champanhe servido na taça às 18h no salão particular
– Serviço de bar e snacking privativo na conciergerie
– Minibar (bebidas não alcoólicas) reabastecido diariamente
– Wi-Fi Premium
– Roupão de banho
– Chinelos
– Toalha de praia disponível no apartamento
INSCREVA-SE, JÁ!
Basta acessar o sitewww.simpovidro.com.br e se cadastrar. As vagas são limitadas! Informações? Dúvidas?
Entre em contato com a Central de Atendimento Simpovidro pelo telefone (11) 3873-9908.
Seja apoiador do encontro!
Tenha visibilidade nacional e internacional ao atrelar sua marca ao maior encontro vidreiro da América Latina. Entre em contato com Rosana Silva pelo e-mailrsilva@abravidro.org.br ou tel. (11) 3873-9902 e veja as condições.
Crédito da imagem de abertura: Club Med Rio das Pedras
A Vivix e a Becker, fabricante de produtos de limpeza para vidros, anunciaram parceria na área de limpa-vidros. Após a realização de diversos testes, o produto da Becker foi aprovado pela Vivix para a utilização em todas as suas linhas de vidros e espelhos, passando a ser fabricado com o selo da usina de base. Segundo as duas empresas, o limpa-vidros tem alto poder de limpeza, preservando o brilho de nosso material sem deixar manchas e garantindo a proteção das superfícies por mais tempo. Outro diferencial divulgado é o seu rendimento: a garrafa de 500 ml é bastante duradoura e permite maior economia aos consumidores. A Becker atua nacionalmente e o produto já está disponível nos principais pontos de venda e e-commerces do País.
Apesar da variante Ômicron, parece que enfim dá para enxergar o fim da pandemia – ou algo próximo à vida antes dela – graças à vacinação contra a Covid-19, cada vez mais abrangente no País. E a grande pergunta que paira no ar é: quando o mercado de vidro conseguirá retomar o crescimento?
A resposta depende de vários fatores, e é isso que esta reportagem especial de O Vidroplano mostra. Como já é tradição há vários anos, conversamos com as usinas nacionais e empresas fornecedoras para a indústria de transformação (maquinários, acessórios e insumos) para saber como foi o 2021 de cada uma e suas perspectivas para 2022. Além disso, mostramos o desempenho do ano passado de alguns dos principais segmentos consumidores de vidro.
Gargalos atrapalham indústria
Segundo o estudo Economia brasileira 2021-2022, publicado em dezembro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a produção industrial brasileira no ano passado deve fechar com desempenho negativo, causado principalmente pelos gargalos nos processos produtivos em diversos setores. O reflexo disso está na escassez ou no aumento acentuado do preço de insumos essenciais. O alto custo da energia elétrica e dos derivados do petróleo também é um dos fatores relevantes para esse resultado – o barril de petróleo, por exemplo, está 30% mais caro do que antes da pandemia. E tudo leva a crer que tais gargalos também ocorrerão em 2022.
Olhando de forma específica para a indústria de transformação, onde se encaixam as processadoras vidreiras, a entidade espera um crescimento de 5,2% para o ano passado, o que representa uma revisão para baixo da previsão de crescimento de 7,9% divulgada anteriormente. A queda se deveu exatamente pela falta de resolução desses gargalos produtivos. Para 2022, a expectativa é de um ritmo fraco, com crescimento de apenas 0,5%. Vale ressaltar que, enquanto a atividade econômica como um todo teve pico de atividade no primeiro trimestre de 2021, o da indústria de transformação se deu mais pra trás, no final de 2020.
Outros dados importantes
Na edição mais recente do estudo Indicadores Industriais, publicada em outubro pela CNI, revela-se que o faturamento da indústria de transformação está numa tendência de baixa desde o começo do segundo semestre do ano passado: caiu 2% em relação a setembro, terceira queda mensal consecutiva.
Deflator: IPA/OG-FGV
Apesar de menor que nos meses de maio a agosto, a produção industrial se manteve estável de setembro a novembro, chegando a 50,4 pontos na última medição da Sondagem Industrial (edição de novembro).
De olho no futuro, a indústria inicia 2022 com confiança menor do que em anos anteriores. O Índice de Confiança do Empresário Industrial, mais um estudo da CNI, recuou 0,7 ponto em janeiro, chegando a 56 pontos. Acima dos 50 significa confiança positiva – mas na comparação com dezembro, os empresários parecem confiar menos nos negócios a serem feitos.
Como o vidro pode encarar 2022
O que nosso setor pode extrair desses números? Para Sérgio Goldbaum, economista da GPM Consultoria Econômica, empresa responsável pelo Panorama Abravidro, existem dois fatores a serem levados em conta. “De um lado, as expectativas para a indústria e para a demanda de insumos nos próximos seis meses continuam positivas. Mas, de outro, o forte aumento da Selic, a taxa básica de juros da economia, promovido pelo Banco Central ao longo do segundo semestre de 2021, sugere que o ciclo de obras da construção civil esteja se aproximando do fim.” Como uma Selic alta afeta diretamente também a indústria automotiva, outra importante consumidora de vidro processado, vale acender um sinal de alerta: “Acho que há motivos para o mercado iniciar 2022 com alguma cautela”, justifica Goldbaum.
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Por isso, a retomada de um crescimento no nível do começo da década passada talvez não esteja tão perto – mas é impossível cravar qualquer prognóstico, até pelas incertezas que a pandemia ainda gera. “Não sei se podemos falar em ‘retomada’, pois, retrospectivamente, o desempenho do setor não foi tão negativo nos últimos dois anos, ainda que tenha sido heterogêneo do ponto de vista regional”, analisa o economista. “Além disso, os dados da CNI mostram que ainda há tração na atividade, apesar de o aumento da taxa de juros sugerir um desaquecimento da economia no médio prazo. No curtíssimo prazo, imagino que a variante Ômicron deva afetar a mão de obra em vários segmentos, desfalcando equipes, mas se tudo der certo será um efeito passageiro e transitório.”
O presidente da Abravidro, José Domingos Seixas, também enxerga com cautela as possibilidades para este ano. “O bom desempenho do setor no final de 2020 não se repetiu da forma que esperávamos em 2021. Esperamos que, com a vacinação bem adiantada, a vida possa voltar ao normal em 2022, retomando assim o ciclo normal de consumo de nosso produto”, afirma.
Números da construção
O constante aumento no valor dos materiais de construção foi a principal marca desse segmento em 2021, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) subiu 13,46% de janeiro a novembro do ano passado – é o maior patamar desde 2003. Apesar de o vidro não estar presente na lista dos insumos mais caros, as esquadrias de alumínio estão, apresentando aumento de mais de 44%. “Essa situação gera um descasamento da renda da população com o preço dos imóveis, o que é preocupante”, comenta o presidente da entidade, José Carlos Martins.
Mesmo assim, o bom momento desse setor no final de 2020 continuou em 2021: os cálculos devem indicar que a construção cresceu 7,6%, melhor desempenho dos últimos dez anos. No entanto, esse resultado positivo esconde que esse ramo está 27,44% inferior ao do pico de atividades alcançado em 2014. “Podemos dizer que 2021 foi o ano do mercado imobiliário como reflexo do que aconteceu em 2020. O crescimento foi sustentado pelo que já estava contratado e não será possível manter o atual nível de desempenho se não forem tomadas medidas urgentes para repor a capacidade de compra das famílias de baixa renda”, enfatiza Martins.
Para 2022, a CBIC projeta crescimento de 2%, inferior ao do ano passado. Isso se deve justamente pela alta das taxas de juros, comentada por Sérgio Goldbaum, e também pela queda do poder de compra da população.
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Números do automotivo
Na medição da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o desempenho desse segmento em 2021 teve ligeira melhora na comparação com 2020. Ainda assim, ficou abaixo do potencial de demanda interna e externa por automóveis. “A crise global de semicondutores provocou paralisações de fábricas ao longo do ano por falta de componentes eletrônicos, levando a uma perda estimada em 300 mil veículos”, explica o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes.
Em relação à produção, dezembro fechou como o melhor mês do ano, com 210.900 veículos. O total anual foi de 2,24 milhões de unidades, o que representa alta de 11,6% sobre 2020. Isso fez o Brasil retomar a 8ª colocação no ranking mundial de fabricação. Dezembro também teve o maior volume de vendas do ano passado (207.100 unidades licenciadas). Apesar disso, o número coloca esse mês como o pior dezembro dos últimos cinco anos.
Para 2022, o prognóstico é de 2,3 milhões de veículos vendidos (alta de 8,5% sobre 2021) e 2,46 milhões de unidades produzidas. “Apesar das turbulências econômicas e do ano eleitoral, apostamos numa recuperação de todos os indicadores da indústria, os quais poderiam ser ainda melhores se houvesse um ambiente de negócios mais favorável e uma reestruturação tributária sobre os produtos industrializados”, reflete Moraes.
Visão vidreira
A seguir, veja o que disseram as empresas de maquinários, ferramentas e insumos que retornaram o contato de O Vidroplano a respeito do mercado e seus prognósticos para 2022. Na sequência temos a opinião das usinas nacionais sobre esses tópicos.
Bottero
“Registramos um saldo positivo relativo às vendas entre agosto de 2020 e agosto 2021, o que superou nossas expectativas. O cenário do ano passado em relação ao retrasado foi favorável devido à reposição da força de trabalho e ao avanço da vacinação, combinados com a retomada mais forte da atividade econômica, graças à expansão da construção civil em 2021. Este ano ainda será complexo, com a manutenção do vírus voltando a ameaçar a economia e trazer incertezas. No entanto, devemos sempre aceitar obstáculos como necessários e abraçar o novo, além de não deixar de investir para que se alcancem resultados diferentes.” Mauro Faccio, gerente de Vendas Regional
Diamanfer
“O ano de 2021 foi um de altos e baixos, com muita dificuldade na administração em relação à elevação de custos. No entanto, seguindo a evolução positiva do setor, foi um período de crescimento e bons resultados. Temos boas perspectivas de negócios para 2022. Acreditamos na continuidade dos negócios, principalmente na área da construção civil, arquitetura e decoração de interiores. Porém, sugerimos atenção e cautela quanto à evolução da pandemia, situação política do País e até área esportiva, pois teremos Copa do Mundo – associada a tudo, ela também pode influenciar a economia.” José Pedro Ruiz, diretor comercial
Eastman
“O ano passado foi positivo para a Eastman, principalmente se levarmos em conta que os desafios nas mais diversas áreas ainda permanecem ativos e seguem impondo o ritmo da economia global. A questão logística, o grande tema de 2021, seguirá apresentando papel importante à medida que os novos desafios se apresentam. Do lado positivo, destaco a dedicação e resiliência de nossa equipe em fazer as coisas acontecerem dentro de um ambiente de incertezas e desafios nunca antes enfrentados. Estamos otimistas com as oportunidades que se apresentam para 2022.” Daniel Domingos, gerente-comercial para América Latina
GlassParts
“Tivemos resultados satisfatórios em 2021 e notamos que, apesar da falta de muitos insumos e os constantes aumentos de matérias-primas, o mercado se manteve comprador com um saldo muito positivo. A demanda aumentou como um todo, o que contribuiu para que as empresas fizessem investimentos e aumentassem seu consumo de insumos. Isso acabou gerando um prazo maior para atender as demandas, fora questões como o dólar muito instável e o preço dos fretes internacionais disparando. Vários fatores contribuem para que o ano de 2022 seja de incertezas. Apesar desses fatores, o mercado tem de se descolar desse cenário, pois temos diversos eventos este ano que contribuirão para fomentar o setor.” Ricardo Costa, diretor-comercial
AGC
“2021 confirmou o fato de que as famílias passaram a valorizar mais o ambiente em que vivem. Apesar das dificuldades, agravadas pela instabilidade política e econômica, o saldo foi muito positivo, principalmente para a construção civil, mas também em menor nível para a movelaria e linha branca. Nossas linhas ficaram com percentual acima dos 100% de utilização no período.
Podemos acrescentar que o saldo do balanço entre oferta e demanda foi de significativa falta no primeiro semestre, para uma pequena sobra na parte final, reflexo da inflação e subida de juros, além da redução da confiança do consumidor e indústria. O setor conseguiu recuperar os estoques mais para o fim, e isso nos dá um certo conforto para entregar melhores serviços aos clientes. Mas, ao mesmo tempo, acende um alerta, pois as incertezas podem levar o mercado a atitudes precipitadas. A rentabilidade de todos poderá ser impactada por ações de poucos. Então, coerência e cautela são necessárias.
O aprendizado da companhia em uma situação tão extrema e inédita contribuiu para passarmos por uma otimização brutal de recursos. Essa foi a forma de superar a inflação dos insumos básicos essenciais ao nosso setor, a qual afetou e continua afetando severamente os custos de produção e logística. Antes da crise, um planejamento do forno float era feito para seis meses, com pequenas alterações de uns dias a mais ou menos daquela cor ou espessura. Agora, descobrimos que é possível melhorar o atendimento, reduzir tempos de troca e desafiar todo o time.
Em 2022, podemos esperar um crescimento moderado ou estagnação de alguns setores, como o moveleiro e de linha branca. Esperamos um crescimento significativo do automotivo, pois esse setor está ávido disso: tem capacidade instalada, pedidos e filas de espera, sendo uma fórmula perfeita para crescer. Em relação à construção, esperamos uma guinada do segmento de reformas e melhorias para a conclusão e avanço dos lançamentos, além dos investimentos em infraestrutura de que o País sempre carece.
E neste Ano do Vidro, precisamos evoluir na comunicação e na normalização para podermos gerar mais valor percebido. O consumidor ainda não compreende todos os benefícios do vidro e todo o potencial que ainda podemos ofertar, e essa tarefa é nossa!” Isidoro Lopes, diretor-geral da Divisão de Vidros Arquitetônicos América do Sul
Cebrace
“Os segmentos industriais, além de sofrer com a escassez de alguns insumos, como acompanhamos no segmento automotivo, ainda sentiram oscilações negativas em seus mercados, principalmente aqueles ligados ao varejo, moveleiro e de linha branca. Por outro lado, a construção civil alcançou, na maior parte do ano, bons números de vendas e lançamentos, ainda que também impactada no último trimestre. Independentemente das oscilações desses segmentos, conseguimos atender nossos parceiros de forma plena, procurando otimizar as produções para suprir as necessidades do mercado e contando com um ótimo desempenho de nosso parque industrial. Em 2021, o comportamento foi mais linear em boa parte do tempo, permitindo sermos mais assertivos com relação ao planejado.
O impacto negativo está alinhado com os grandes aumentos de insumos para todos os setores. Tivemos também efeitos negativos relacionados a alguns dos principais indicadores que influenciam a economia, como alta taxa de desemprego, principalmente nas classes mais baixas, além de alta da inflação, reduzindo o poder de compra. Tivemos o maior choque de juros dos últimos 20 anos. Esperamos que para 2022 haja melhor equilíbrio desses indicadores, para que assim o mercado se desenvolva.
Para o mercado da construção civil, que representa 80% do mercado do vidro, tivemos ainda a divulgação recente da Fundação Getúlio Vargas de que o PIB para esse ramo recuou para a previsão de 2% de crescimento. Podemos dizer que, nesse segmento, ainda teremos reflexos do boom nas vendas e lançamentos dos últimos dois anos, sabendo que a entrada do vidro acontece no final da obra. Por isso, ainda será necessário entender o quanto de impacto será sofrido com a acomodação do mercado da reforma, coadjuvante do crescimento do vidro recentemente.
Entendemos que, para enfrentar os desafios que estão por vir, devemos continuar investindo em inovação e agregar valor aos nossos produtos e serviços, assim como estar atentos às oportunidades da evolução digital. Também é preciso cautela com a pandemia. No último ano, perdemos amigos no setor e será essencial continuarmos atentos aos protocolos de prevenção.
Com isso, nossa mensagem para o mercado vidreiro é a de que, com desenvolvimento e sustentabilidade, a categoria deverá se fortalecer na economia nacional.” Leopoldo Castiella e Manuel Corrêa, diretores-executivos
Guardian
“Acredito que foi um ano positivo e de restabelecimento de negócios, após um 2020 tão adverso e afetado pela pandemia. Mantivemos um bom equilíbrio entre suprimento e demanda por vidros até o terceiro trimestre, mesmo com os desafios impostos na cadeia de suprimento, os quais não nos permitiram restabelecer os níveis ideais de estoque ao longo desse período. Já no quarto trimestre, houve retração da demanda, o que possibilitou melhorar a recomposição do estoque.
Sobre o mercado de vidros planos, sem dúvida ele passou por uma transformação muito grande. Foram fundamentais para o progresso do setor os modelos de gestão aplicados na melhoria de processos para atender as necessidades dos clientes. Por outro lado, a situação econômica do Brasil deteriorou-se ao longo do ano passado e reduziu o poder de compra dos consumidores. O preço dos vidros considerados commodities estava pressionado em 2019 por uma oferta maior do que a demanda, o que reduziu o valor do produto. Com o início da pandemia, existe uma preocupação maior em trabalhar com estoques mais equilibrados.
Com certeza, a queda no poder de compra teve papel significativo nos resultados de 2021, especialmente no segundo semestre. Isso, somado a outros fatores, como os desafios políticos e econômicos e a inflação pressionando os custos das principais matérias-primas para a produção de vidro, nos coloca em posição de alerta no início deste ano. Contudo, o potencial de melhora do mercado de vidros planos é muito grande.
Com base no atual cenário macroeconômico e de incertezas políticas, esperamos um ano com menor crescimento em comparação ao anterior, mas ainda positivo para todos os mercados consumidores. A construção civil, por exemplo, deverá sofrer redução no ritmo de atividade, em função da queda do poder de compra e da elevação dos juros. Por outro lado, a demanda deve continuar positiva graças aos lançamentos imobiliários realizados nos últimos anos.
Por isso, o setor precisa continuar se transformando e investindo em novas tecnologias para produtos e soluções de alto valor agregado. Somado a isso, o avanço da profissionalização da cadeia vidreira é fundamental para trazer soluções inovadoras para os consumidores e, consequentemente, valorizar os negócios.” Renato Poty, diretor-executivo
Vivix
“No primeiro semestre de 2021, nós tivemos uma demanda de mercado bastante expressiva, com excelentes resultados. No segundo semestre, o saldo também foi positivo, porém menor em comparação ao período inicial do ano.
Em 2020, todos nós fomos pegos de surpresa com a rápida necessidade de isolamento social e os novos formatos de comunicação e de trabalho. Hoje, operamos nesse cenário de pandemia de forma planejada e estruturada. Isso nos permitiu voltar a pensar nas estratégias de longo prazo e nas suas adaptações ao mundo atual, que, com continuidade ou não da pandemia, mudará de forma mais acelerada e intensa.
O fator mais importante para o setor não crescer mais foi a forte alta da inflação de insumos e serviços. Isso afetou não apenas o nosso setor, mas todo o segmento industrial no Brasil e no mundo. Para reverter esse cenário, investimos continuamente em produtividade, eficiência e soluções alternativas para esses insumos. Em 2022, esperamos um crescimento do mercado de vidro plano moderado, na ordem de 3% no total da demanda. Os setores da construção civil, moveleiro e de linha branca devem continuar basicamente em linha com o que aconteceu em 2021. E acreditamos também que haverá um crescimento na indústria automotiva.
Em relação às empresas vidreiras, a busca por eficiência e produtividade, o foco em produtos de maior valor agregado e a capacitação dos agentes da cadeia em contato com consumidor final são, sem dúvida, importantes medidas a serem implementadas. Para que o vidro seja reconhecido como um material nobre, alcançando níveis mais altos de crescimento, é preciso expandir o acesso aos seus mais variados tipos de aplicação, além de divulgar mais amplamente o diversificado portfólio de produtos oferecidos ao consumidor.
É de extrema importância nos adaptarmos às tendências que vieram junto com a pandemia, provocadas por novos estilos de vida, novos olhares para dentro das residências e também para os espaços corporativos que estão sendo adaptados aos novos formatos de trabalho. São muitas as oportunidades para o momento. O vidro pode ser um elemento que proporciona integração com ambientes externos e internos, conforto, iluminação natural, versatilidade, amplitude e fácil limpeza.” Henrique Lisboa, presidente
Em outubro, O Vidroplano publicou uma matéria especial sobre o mercado de vidros de controle solar para residências. Este mês, voltamos ao tema para apresentar projetos de casas e edifícios residenciais com esses materiais espalhados pelo Brasil. Os arquitetos envolvidos explicam os motivos que levaram à escolha do produto e quais benefícios eles oferecem para as obras.
CASA JJ Local: Eusébio, CE Vidros usados: laminados 4+4 mm de Performa Duo Bronze (Vivix, processados por Amazon Temper), no fechamento frontal
No condomínio Alphaville Eusébio, em Eusébio (CE), a arquiteta Lara Ximenes é a responsável pelo design da Casa JJ. “A fachada principal fica na direção do Sol poente, por isso a importância da utilização desse tipo de vidro, para permitir a entrada de iluminação natural ao mesmo tempo que garante o conforto térmico dos moradores”, explica a arquiteta. De acordo com Lara, a cidade se localiza próximo ao litoral cearense, tendo incidência solar elevada. Isso explica a preocupação dos clientes com esse assunto, afinal eles também participaram do processo de escolha do material a ser aplicado. Como não poderia deixar de ser, o vidro auxilia na eficiência energética do local, exigindo menor uso do sistema de refrigeração.
WAVE ALPHAVILLE Local: Barueri, SP Vidros usados: SunGuard Light Blue 52 (Guardian, processados por Tempermax), nos fechamentos dos apartamentos voltados para as sacadas
Inspirado nos arranha-céus de metrópoles internacionais como Dubai, Nova York e Miami, o Wave Alphaville aposta em formas curvas para trazer movimento e suavidade ao projeto. Criado pelo Studio Era Arquitetura, o prédio, empreendimento da Módena Cipel Incorporadora e Construtora, teve suas obras concluídas em dezembro do ano passado. Os apartamentos, de alto padrão e disponíveis em versões de até três quartos, apostam na tecnologia. Os vidros não ficam de fora dessa escolha: os de controle solar na fachada envidraçada não só barram o calor, mas também contribuem para a transparência que oferece total visão dos arredores.
CASA ONDA Local: Castro, PR Vidros usados: laminados 4+4 mm de Habitat (Cebrace, processados por Linde Vidros), nos fechamentos frontais e em janelas
Assinada pela arquiteta Monica Menarim Requião, do escritório Menarim Arquitetura, a residência ganhou esse nome por conta do telhado curvo que remete ao movimento da água. O projeto se inspira na arquitetura orgânica. Ao imitar formas encontradas na natureza, busca maior interação com o meio ambiente. Aqui, essa ligação é ainda mais forte, já que todas as fases da construção seguiram conceitos de sustentabilidade, fato que concedeu à obra a certificação GBC Brasil Casa, conquistada em 2018. O uso de vidros de controle solar parte desse princípio, pois ajudam a diminuir o uso de energia, graças ao menor uso de ar-condicionado, em torno de 30%. “Nós, arquitetos e urbanistas, estamos atentos ao que o mercado oferece de melhor. Conheci esses vidros em um curso de MBA em construção sustentável e eles me chamaram muito a atenção”, comenta Monica.
CASA AZUL Local: Sinop, MT Vidros usados: Habitat Refletivo Champanhe (Cebrace, processados por Guaporé Vidros), nos fechamentos frontais e em janelas
Outra residência a ganhar certificação de sustentabilidade é a Casa Azul, com design de Carol Barreto. Construída em um condomínio fechado de alto padrão, recebeu o Selo Procel Edificações, outorgado pela Eletrobras e Inmetro para edificações com excelente eficiência energética. Mais uma vez, nosso material contribuiu diretamente para o feito. A versão do Habitat instalada nos vãos, juntamente com esquadrias de alumínio de acabamento amadeirado, barra 40% da entrada de calor. A versão refletiva do produto garante também maior privacidade aos moradores, limitando a visão dos interiores durante o dia. “A qualidade do conforto térmico era uma das prioridades para a busca da certificação. Como a região de Sinop é muito quente, nesse projeto foi priorizada a escolha assertiva dos materiais construtivos”, explica a arquiteta.
JR&M HOUSE Local: Campinas, SP Vidros usados: ClimaGuard SunLight (Guardian, processado por Cyberglass), na fachada frontal
Projeto da Uffizi Arquitetura, a JR&M House tem um total de 450 m², construídos em 2019, num extenso terreno de 900 m², no condomínio Montblanc, em Campinas (SP). A casa recebeu fechamento envidraçado do chão ao teto, ao longo de toda a extensão de sua fachada frontal. Pelo fato de vários cômodos estarem expostos à luz natural (como cozinha e salas de estar e jantar), o vidro de controle solar foi a melhor escolha para preservar o mobiliário, já que consegue reduzir a entrada dos raios ultravioleta, responsáveis por desbotar e estragar objetos e estofados. O material também evita o efeito de ofuscamento no ambiente interno e, claro, garante conforto térmico aos interiores.
CASA JD Local: Fortaleza Vidros usados: laminados 4+4 mm de Performa Duo Cinza (Vivix, processados por Amazon Temper), na fachada frontal
O projeto, do escritório Marcus Novais Arquitetura, buscou aliar a estética contemporânea ao alto desempenho em conforto térmico, juntamente com transparência extra para os interiores. Localizado no condomínio residencial Alphaville Fortaleza, na capital cearense, a Casa JD conta com um pano de vidro em sua parte frontal. “A escolha desses vidros foi guiada também pela necessidade estética de termos um material mais reflexivo na fachada, gerando contraste com a opacidade do restante da estrutura”, conta o arquiteto Lucas Novais. Segundo ele, os clientes se envolveram com as especificações dos diferentes elementos da casa, incluindo o vidro: “Eles entendiam ser o ponto de maior destaque da obra voltado para a rua. Em suma, a solução foi perfeita”.
TRANSPARÊNCIA, PRIVACIDADE E BELEZA
Essas três características estiveram presentes na grande divisória de vidro impresso que separa o quarto do banheiro do closet no espaço Casa A Leve, elaborado pelo escritório Gustavo Martins Arquitetura. A estrutura, fornecida pela Dimare, trouxe peças de Martelado, da Cebrace, aplicadas em esquadrias de alumínio pintadas na cor preta. O fechamento do ambiente utilizou portas de correr feitas com esquadrias da Esqualyvale e vidros temperados incolores 6 mm, também da Cebrace.
LUZ NOS INTERIORES
A presença de iluminação natural marcou a Casa Olaria NJ+, do arquiteto Nildo José. Grandes portas pivotantes, com vidro de controle solar ClimaGuard Sunlight (da Guardian) temperado 10 mm incolor, permitem a entrada em todo o espaço interno da luz que banha o jardim. O Espelho Guardian 5 mm do banheiro, com formato orgânico, foi desenhado pelo próprio Nildo. Por fim, um vão em uma das paredes ganhou revestimento de temperado 10 mm com película branca fosca, de forma a deixá-lo translúcido. Os vidros foram fornecidos e instalados por Silvestre Vidros e Vidros Quitaúna.
PORTAS GRANDES E BOXE AUTORAL
Os arquitetos Alexandre Gedeon e Hugo Schwarz, da InTown Arquitetura e Construção, foram os responsáveis pelo Loft do Colecionador. Ao fundo do ambiente, as portas de correr chamaram a atenção pelo tamanho: cada uma das quatro folhas tinha 3 m de altura e, juntas, somavam 7,5 m de comprimento. A estrutura, instalada pela Sá Martins, levou laminados incolores 10 mm feitos pela Viminas com vidros da Cebrace, aplicados no Sistema Chroma minimalista com pintura eletrostática na cor preto fosco, da Perfil Alumínio. No banheiro, o boxe, desenhado pela própria InTown, era feito de aço carbono e tinha vidros incolores 6 mm da Cebrace (temperados pela STA Vidros) com película de segurança. A estrutura foi fornecida pela Método Esquadrias.
BELEZA ESPELHADA
Reflexos eram o principal conceito da Casa Alva, do escritório BC Arquitetos. Ao longo de toda a área de entrada, a parede revestida de espelhos 5 mm, fornecidos pela AGC e instalados pela Casa Mansur, dava a impressão de que o ambiente tinha o dobro do tamanho, graças à reflexão gerada pelo material. No fundo do local, uma área externa continha o banheiro, formado por uma grande peça de laminado 10 mm com borda antidelaminação, cuja função era isolar a parte destinada ao banho.
CASA COR PE
Instalada no pavilhão externo do Shopping Center Recife até 5 de dezembro, a edição 2021 da Casa Cor PE tem como tema a necessidade de uma pausa em um mundo de excessos, cujo foco é a criação de espaços mais aconchegantes. E, claro, não poderiam faltar nossos materiais por lá. A Vivix, patrocinadora oficial do evento, forneceu vidros e espelhos para diversos ambientes. A seguir, alguns com soluções diferenciadas.
BAR VIVIX, DE JAIME PORTUGAL
O espaço visualmente mais encantador da mostra usa o material em um jogo de cores. A parte externa tem cobertura do vidro de controle solar Performa Duo Azul – com o Sol do dia, as peças ficam num tom azulado, enquanto à noite se tornam transparentes. No interior, o bar se divide exatamente em duas metades: uma totalmente preta e outra totalmente branca. Para gerar o efeito desejado, o revestimento de balcões, paredes e mesas utilizou o vidro pintado Decora nessas respectivas cores. Além disso, enfeitam o local espelhos Spelia incolores e cinzas.
LIVING SECO, DE VITRU ARQUITETOS
Os arquitetos Magno Costa e Thaíssa Tenório se inspiraram nas moradias rudimentares em rocha, ainda encontradas em algumas partes do mundo. Marcado por tons terrosos, o ambiente conta com espelhos Spelia incolores, os quais ajudam a refletir tais cores. Os vidros de controle solar Performa cinzas são aplicados no fechamento do jardim de inverno. Ali estão plantas do Semiárido Brasileiro – outra referência ao tema geral do ambiente.
CAFÉ SANTA CLARA, DE JULIANA DJICK
Reconectar as pessoas em um momento pós-pandemia é a ideia da arquiteta Julian Djick ao construir a estrutura com uma grande varanda, toda fechada com os vidros de controle solar Performa Duo na cor cinza. Com isso, é possível tomar um café sem se sufocar com o calor da capital pernambucana. O expositor de alimentos no interior da loja tem float incolor, permitindo que os visitantes vejam o que está à venda com a transparência necessária.
A Vivix uniu-se a empresas do setor da construção civil para promover um programa de recompensas para vidraceiros, que será realizado por meio da startup Juntos Somos +. Para participar, o profissional precisa se cadastrar gratuitamente no programa e sempre que comprar produtos da Vivix (em qualquer estabelecimento), deve enviar a foto do comprovante pelo WhatsApp (a identificação do produto vem discriminada no documento) e, após juntar determinada quantidade de pontos, basta acessar o catálogo de prêmios para trocá-los por produtos e serviços. Entre as recompensas oferecidas estão mobiliários para loja, ferramentas, acessórios de informática, eletrônicos e recarga de celular. Também é possível acumular pontos indicando amigos e realizando treinamentos pela TV Juntos Somos +.
Com a crise de abastecimento energético em curso e o verão, época de maior consumo de eletricidade, chegando em breve, a preocupação com a conta da luz aumenta. Indústrias geralmente apostam em sistemas modernos para gastar menos esse insumo, mas residências também têm soluções para a situação. Além das fontes de energia alternativas como a solar, cujos painéis são produtofeitos com nosso material –, uma opção essencial para a época atual são os vidros de controle solar, especialmente os voltados para o segmento residencial. Disponíveis no mercado há alguns anos, são uma ótima possibilidade de negócios para ser explorada pelas empresas do setor.
O Vidroplano conversou com fabricantes do produto, especialistas e arquitetos para conhecer suas aplicações na arquitetura e também o que fazer para aumentar ainda mais o alcance do material aos consumidores.
Casa com Vivix Performa Duo Cinza: dependendo da tipologia, esses vidros podem garantir não só o bloqueio do calor, mas também maior entrada de luz graças à transparência das chapas, superior à encontrada em alguns produtos direcionados à arquitetura comercial
Aceitação do público
Já se vão quase dez anos do lançamento da primeira linha de vidros de controle solar para residências – a Habitat, da Cebrace, apresentada ao segmento em 2012. De lá para cá, o conforto térmico e a eficiência energética se tornaram temas básicos em qualquer grande projeto arquitetônico. Mas e nas casas e prédios projetados para moradia, isso também ocorreu?
“Vejo que há uma boa aceitação no mercado. Finalmente, os projetistas começam a enxergar o vidro de controle solar como uma solução mais sensata em obras novas, no lugar da tradicional aplicação de películas após a construção”, aponta o engenheiro Fernando Simon Westphal, consultor técnico da Abividro e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “É importante salientar que muitos empreendimentos residenciais exigem vidros menos refletivos do que os comerciais, pois dispõem de áreas menores de janela. Em muitos casos, os vidros mais transparentes, com menos reflexão, são mais adequados, permitindo maior aproveitamento da luz natural.”
Patrícia Spinosa, gerente da Rede Habitat da Cebrace, comenta que seus produtos estão instalados em milhões de m² de obras pelo País, comprovando a maior exigência dos consumidores apontada pelo professor Westphal. “Claro, há muito a ser explorado em termos de conhecimento e disseminação de informações sobre esse vidro com tecnologia diferenciada, mas a Cebrace trabalha nesse sentido por meio de treinamentos com especificadores, pontos de venda e comunicação digital”, explica Patrícia.
Segundo a arquiteta Cláudia Guimarães, do escritório mineiro Dávila Arquitetura, o crescente uso dos vidros de controle solar teve como principal marco a publicação, em 2013, da norma técnica ABNT NBR 15575 — Edificações habitacionais – Desempenho. “Esse vidro tornou-se uma das maneiras de garantir o atendimento dos níveis de conforto térmico e lumínico exigidos pelo documento. Em sua maioria, nossos clientes são construtoras e entre as quais existe a conscientização da necessidade da aplicação desse material”, comenta.
Na mostra de decoração Campinas Decor deste ano, a designer de interiores Vani Mazoni usou SunLight, da Guardian, em seu Espaço Conexão. O material foi empregado em uma janela com incidência do Sol, de forma a oferecer conforto térmico aos visitantes que passavam pelo ambiente
O que muda?
Além das estratégias comerciais para alcançar o consumidor residencial, existem diferenças entre essas linhas e as de controle solar “tradicionais”? Viviane Sequetin, gerente de Marketing da Guardian, explica: “Para o desenvolvimento dos produtos, são definidos os principais atributos necessários especificamente para atender as necessidades e tendências do setor residencial, incluindo o bem-estar dos usuários, com foco no conforto e buscando a combinação ideal entre entrada de luz e bloqueio de calor”. De forma geral, ela aponta, as linhas contam com vidros neutros, os quais oferecem alta transmissão luminosa e baixa reflexão interna e externa – a combinação ideal para residências.
Portanto, a diferença está nas especificações técnicas. O processo de produção é o mesmo de outros vidros com revestimento, sendo dividido em dois tipos: online ou offline. No online, os materiais metálicos que compõem a camada de proteção solar são depositados em uma das faces da chapa na própria linha de produção do float, como explica Luiz Barbosa, gerente técnico de Vendas da Vivix: “Pelo fato de a peça ainda estar quente, esses materiais se fundem a ela, fazendo com que a camada adquira a mesma resistência mecânica do vidro”. Já no offline, essa etapa se dá em uma linha independente, própria para isso, utilizando um equipamento à vácuo chamado coater.
“O maior desafio está no entendimento das demandas desse mercado”, afirma Patrícia Spinosa, da Cebrace. “Como vivemos em um país tropical, com alta incidência solar, para termos integração de espaços dentro de casa sem abrir mão do conforto, esse vidro é o melhor aliado.”
E o apelo pelo item não vem apenas de sua característica principal, como argumenta Westphal: “Muitos guarda-corpos são executados com vidros de controle solar laminados por questões estéticas. Com o tempo, o uso naturalmente vai se expandindo para as janelas de dormitórios e salas, à medida que se aumenta a demanda e há redução no preço dos produtos”. A tendência da aplicação de laminados para melhorar o desempenho acústico das esquadrias pode facilitar a utilização de um vidro de controle solar nessa composição. “No caso, o incremento no custo fica muito menor do que comparado a uma situação original com vidro monolítico”, exemplifica o professor.
Em vãos que recebem diretamente luz natural ao longo do dia, o vidro de controle solar ajuda na preservação dos móveis e demais objetos no interior da residência, principalmente itens estofados, com maior tendência para desbotar e perder a cor original
Dinheiro no bolso
A economia trazida pelos vidros de controle solar se dá em várias frentes. “A primeira, e mais óbvia, por permitir a entrada de luz natural ao longo do dia, o que reduzirá a necessidade de luz artificial. A segunda, por reduzir a utilização de equipamentos para climatizar o ambiente interno, como ar-condicionado, climatizadores e ventiladores”, reforça Luiz Barbosa, da Vivix. “Diante dos aumentos sucessivos da tarifa de energia, é imprescindível que o consumidor adote medidas para garantir o consumo racional”, reforça Viviane, da Guardian. De acordo com ela, os vidros de controle solar podem reduzir em até 75% a entrada de calor em uma casa – dependendo da tipologia do produto.
Na prática, isso pode ser confirmado? Segundo Westphal, em estudo recente do qual participou, feito por simulação computacional para um apartamento de três dormitórios em São Paulo, o uso desse material conseguiria reduzir o consumo de energia em climatização em cerca de 25%. Isso demonstra a eficácia da solução além da teoria.
E os benefícios não ficam restritos à economia na conta no fim do mês. “À parte do conforto ambiental, devemos pensar também em benefícios para a saúde, uma vez que os raios UV são prejudiciais ao corpo humano — e esses produtos são capazes de barrar boa parte deles para fora das edificações”, alerta a arquiteta Cláudia Guimarães.
Portanto, da próxima vez que pensar em uma casa confortável, lembre-se de que os vidros de controle solar podem exercer papel fundamental para o aconchego do lar.
Em Brasília, o residencial Via Ômega, projetado pelo escritório Dávila Arquitetura, ganhou design modernista, com marquises no térreo e painéis de azulejos nas áreas comuns. Na fachada, panos de vidros de controle solar com o objetivo de amenizar o forte calor da capital brasileira
As soluções disponíveis
Confira alguns dos materiais indicados para aplicação em residências:
– Habitat
Pensada exclusivamente para o clima brasileiro, a linha da Cebrace foi a pioneira no País a ser desenvolvida a partir da necessidade de conforto térmico e estético para esse tipo de construção. Bloqueia quase 100% dos raios ultravioleta (UV), protegendo móveis do desbotamento precoce.
– ClimaGuard SunLight
Com capacidade de bloquear duas vezes mais calor do que um vidro comum, o vidro da Guardian permite a entrada adequada de luz solar, evitando o efeito de ofuscamento no ambiente interno.
– Vivix Performa
Lançada há pouco mais de três anos, também é um produto exclusivo para o clima nacional, embora não seja direcionado apenas para o segmento residencial. Barra a entrada de até 65% da radiação solar direta incidente.
Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, eventos presenciais estão aos poucos sendo retomados pelo Brasil. Este mês, três exposições de arquitetura e design podem ser visitadas em Goiás, Pernambuco e São Paulo – e, como de costume, é possível encontrar vidros e espelhos em seus ambientes. Confira alguns destaques!
RIOMAR CASA (26 de agosto a 26 de setembro — RioMar Shopping, Recife)
Valorizando o verde A cor verde está bastante presente no Bangalô da Praia, elaborado pelo arquiteto Paulo Veloso – e ela não se restringe à pintura nas paredes: peças laminadas de controle solar Vivix Performa Duo Verde Intenso (foto), da Vivix, foram aplicadas no ambiente não só para a otimização do seu conforto térmico interno, mas porque sua tonalidade harmoniza com as cores previstas no projeto. O banheiro do bangalô também conta com o espelho Vivix Spelia incolor.
Beleza com utilidade Vidros pintados Vivix Decora Nude foram utilizados pelos arquitetos Thyago Amaral e Igor Santos, sócios do escritório Morais Amaral Arquitetura, para revestir uma das paredes do Quintal Corporativo (foto). As peças não estão lá apenas pela sua beleza. A ideia foi conferir ao ambiente uma parede multifuncional, com coloração que conversasse com o espaço e que pudesse trazer outro uso, possibilitando anotações e desenhos em sua superfície (detalhe).
Casa de Vidro Esse é literalmente o nome dado pela processadora Sanvidro ao espaço projetado por ela para a mostra (foto). Como o objetivo é destacar a versatilidade do vidro, nosso material é visto aplicado das mais diversas formas — há temperados e laminados com tecido utilizados como piso e mobília, além de peças nas cores branca e nude da linha Vivix Decora revestindo as paredes.
CASA COR GOIÁS (28 de agosto a 12 de outubro — Flamboyant Shopping Center, Goiânia)
Privacidade com elegância O Lounge Vitrine Flamboyant, assinado pela arquiteta Milena Niemeyer, foi concebido para ser um marco de boas-vindas aos visitantes da Casa Cor Goiás 2021. O ambiente é composto por um centro circular de bate-papos, descanso e apoio para conexão – nesse sentido, as várias divisórias douradas de vidro canelado (foto), fornecido pela Cinex, contribuem para garantir a privacidade visual e o distanciamento entre as pessoas, sem comprometer a sensação de amplitude do espaço e agregando elegância a ele.
Reflexos por todos os lados Grandes espelhos Cebrace na cor prata (foto), fornecidos pela MS Vidros e Esquadrias, revestem parte das paredes da Sala de Banho Aldeia, idealizada pelo arquiteto Leo Romano. O que não falta no ambiente, aliás, são espelhos. Peças emolduradas decorativas, executadas pela Movelaria Brasileira, distribuem-se em pontos de destaque visual na sala de banho.
CAMPINAS DECOR (3 de setembro a 2 de novembro — Colégio Técnico de Campinas (Cotuca), Campinas, SP)
Diversas possibilidades para o vidro Como o próprio nome indica, o Espaço Viver Guardian (foto), criado pela designer de interiores Fabrícia Pellizzon e pelo arquiteto Fernando Pellizzon, do estúdio Pellizzon Arquitetura e Interiores, não poderia deixar de trazer vários produtos da fabricante. O ambiente conta com portas e boxe de vidro ReflectGuardian (refletivo voltado para interiores), paredes revestidas com peças pintadas da linha DecoCristal nas cores branco e off white, janelas com vidro de conforto térmico ClimaGuard SunLight e espelhos Guardian Evolution, além de um vidro pintado na cor azul, criado especialmente para a Campinas Decor em parceria com a Color Vidros. Os produtos foram processados pela Cyberglass e fornecidos pela Vidraçaria Decorvid.
Retrofit que veio para ficar A Campinas Decor 2021 está sendo realizada no antigo prédio do Colégio Técnico de Campinas (Cotuca). Fechado desde 2014 por falta de condições de uso, graças ao convênio firmado entre a organização da mostra e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o imóvel, construído em 1918, foi reformado e modernizado, reforçando a política da Campinas Decor de recuperar espaços do patrimônio público. Uma dessas mudanças é o uso do vidro de controle solar ClimaGuard SunLight, da Guardian, na fachada do Cotuca (foto), o que deve contribuir para aumentar o conforto térmico dos ambientes e o bem-estar de alunos e professores após o término da exposição.
Casa nova e aberta para visitas
Outro evento que voltará ao formato presencial em 2021 é a Casa Cor São Paulo, considerada a maior e mais reconhecida mostra do segmento de arquitetura, decoração, design e paisagismo das Américas. Este ano ela será realizada no novo espaço de eventos multiuso da capital paulista, o Parque Mirante, anexo ao estádio Allianz Parque. Segundo a organização, o local estará preparado para obedecer aos protocolos sanitários e garantir a integridade física de todos nesse período de pandemia. A Casa Cor SP 2021 começa em 21 de setembro e segue até 15 de novembro.
Você certamente já leu a frase presente no título desta reportagem em outras ocasiões. Há um bom motivo para isso: as imagens são partes indispensáveis da comunicação visual – isto é, toda forma de comunicação expressa por meio exclusivo da visão. Enquanto textos precisam ser lidos e interpretados, elementos visuais como logomarcas, desenhos e outros recursos trazem agilidade na transmissão e recepção da mensagem.
E o que o vidro tem a ver com isso? Muito. Nosso material pode proporcionar diferentes soluções nesse sentido, das mais simples às mais sofisticadas. Na seção “Para sua vidraçaria” deste mês, pegamos o gancho da matéria especial sobre serigrafia (para lê-la, clique aqui) para mostrar algumas possibilidades visuais com vidro e por que pode ser bastante interessante incorporá-las ao seu negócio.
Versatilidade
Segundo a arquiteta Fernanda Quintas, supervisora de Marketing e Especificação Técnica da PKO do Brasil, o uso de vidros e espelhos como elementos para a comunicação visual é uma ótima opção para propagar a identidade de marcas e produtos de forma moderna. “Materiais extremamente versáteis, eles vêm ganhando ao longo do tempo novos usos e aplicações”, comenta.
Viviane Moscoso, gerente de Produto da Vivix, destaca que essa versatilidade e praticidade possibilitam um universo de transformações criativas. “É possível desenvolver toda a comunicação de um projeto utilizando o vidro como base”, diz. “Hoje, a impressão digital permite reproduzir logos, imagens e efeitos no vidro, inclusive com a sensação de efeito 3D.”
Outras vantagens oferecidas pelo nosso material nesse segmento são destacadas por Ana De Lion, gerente de Desenvolvimento de Mercado de Vidros para Construção Civil da AGC. A profissional explica que, por serem produtos de superfícies regulares e acabamentos diferenciados, oferecer possibilidades de cores e trazer características visuais distintas, que vão da reflexão à transparência e até mesmo a opacidade, “os diferentes tipos de vidro e espelho podem ajudar a promover qualquer modelo de sinalização ou comunicação”.
Como usar?
“Vidros podem ser utilizados em revestimentos, fachadas, construção de totens, placas, displays etc.”, aponta Viviane Sequetin, gerente de Marketing da Guardian para a América do Sul. Para essas aplicações, opina, os produtos mais indicados são as peças pintadas, refletivas e os espelhos.
Conforme mencionado anteriormente, a impressão digital é uma das soluções mais modernas presentes no mercado para o uso de textos e imagens na superfície das chapas. Já no caso de vidros pintados, os revestimentos feitos com esses produtos também podem desempenhar a função de lousa, permitindo que sejam feitas anotações e desenhos na superfície.
Em vitrines, a transparência acaba sendo a qualidade mais desejada para que haja comunicação visual. “Para isso, a opção mais interessante são os vidros antirreflexo, que possibilita ver através do material sem interferências – numa vitrine, o papel do vidro quase sempre é valorizar a visibilidade do interior do espaço”, comenta Mônica Caparroz, gerente de Marketing da Cebrace. Outras opções interessantes para esse tipo de utilização são peças extra clear e o uso de fitas de LED para a iluminação dos displays.
No caso de laminados, elementos visuais como fotografias podem ser aplicados junto ao interlayer. Outra possibilidade são os interlayers de LCD, os quais permitem mudar o estado do laminado de transparente para opaco e até transformá-lo numa tela para projeção de imagens.
São muitas as formas de uso de vidros e espelhos como elementos de comunicação visual, como pode ser visto nas fotos presentes ao longo desta reportagem. A criatividade do especificador é o limite.
Trazendo a comunicação ao seu negócio
Trabalhar com peças de valor agregado, como vidros refletivos e pintados, é essencial se sua empresa pretende atuar na área de projetos de comunicação visual. “A vidraçaria que busca diferenciação deve ter esses produtos em catálogo para poder ofertar um mix mais rico, levando inovação para seu cliente e, consequentemente, aumentando seu lucro”, avalia Viviane Sequetin, da Guardian.
Ana De Lion, da AGC, destaca que o universo da construção e reforma está sempre promovendo novas opções e muda constantemente. “Estar conectados a essas mudanças é uma maneira de termos condições para acompanhar as necessidades de um consumidor cada vez mais antenado com as tendências e possibilidades”, alerta. “Se ele não encontrar as soluções que busca em seu fornecedor, com certeza buscará uma opção no concorrente.”
Um ponto importante que o vidraceiro deve ter em mente é que produtos especiais precisam de cuidados especiais. Esse é o caso, por exemplo, do vidro polarizado Privacy Glass, da PKO do Brasil. “É fundamental atentar-se ao dimensionamento do caixilho considerando folgas, calços e o barramento de cobre presente no vidro polarizado, de modo a ‘esconder’ este último e evitar a pressão em excesso sobre a peça”, orienta Fernanda Quintas. “Além visuaisdisso, a vedação deve ser feita sempre com silicone neutro, pois o silicone acético provocará delaminação.” Em geral, as fabricantes recomendam que as vidraçarias sempre consultem os manuais que elas disponibilizam com os cuidados necessários para cada produto, a fim de garantir que eles proporcionem a aparência e o desempenho esperados.
A atenção com essas soluções especiais para comunicação visual e a dedicação em levá-las aos seus clientes certamente valerão a pena. “Sempre haverá uma maneira de utilizar o vidro a favor da inovação, do requinte, do novo, de fazer diferente e melhor”, frisa Viviane Moscoso, da Vivix. “Consequentemente, essa criatividade repercutirá em excelentes resultados financeiros para a sua vidraçaria.” Mônica Caparroz, da Cebrace, completa: “A vidraçaria é a referência do consumidor final e o braço direito do arquiteto. Quando o cliente enxerga o produto aplicado e entende sobre a sua variedade e os tipos de aplicação, novas possibilidades que mexem com o desejo desse comprador ou especificador se abrirão”.
Diversos produtos da Vivix estão aplicados com destaque em ambientes da edição 2021 da Casa Cor Santa Catarina. Instalada em Florianópolis, a mostra, iniciada em 18 de julho, tem seu término agendado para 29 de agosto. O vidro pintado Vivix Decora Nude, por exemplo, foi utilizado em diversas partes do Hall de Entrada (foto 1), das arquitetas Iara Rosas e Ana Konrad, como no balcão de bilheteria, nas lousas, nas lixeiras do lavabo e no painel de pedra do elevador do ambiente. A loja de fragrâncias Mels Brushes (foto 2), assinada pelo arquiteto Leandro Ribeiro Sumar, da Sumar Arquitetura, teve seu balcão revestido com o espelho Vivix Spelia, bem como peças do vidro de controle solar Vivix Performa Cinza utilizadas na vitrine e no balcão luminoso que acomoda os produtos. O Vivix Spelia também foi aplicado em diferentes locais da Casa Pomarde (foto 3), idealizada pelos escritórios Fábio Vitorino Arquitetura e Vitorino Kokowise Arquitetos, como no aparador e na adega. O ambiente traz ainda vidros incolores na parede divisória, no tampo do aparador e nas prateleiras da adega.
Fora da Casa Cor SC, peças da linha Vivix Spelia também foram utilizadas como base para itens especiais de decoração. Um deles é o Espelho Eclipse (foto 4), do designer cearense Valter Costa Lima, membro do escritório Tetu Design, o qual recebeu o prêmio na categoria mobiliário da edição 2020 do Novos Talentos do Design Brasileiro. Com 80 cm de diâmetro, de madeira maciça cedro, confere ao ambiente uma atmosfera aconchegante, graças à sua iluminação indireta que remete a uma coroa. Já o Espelho Clara (foto 5), do Estúdio ITA, escritório do arquiteto pernambucano Itamar J L Siqueira, destaca-se por sua forma orgânica e livre, com o molde artesanal dos arcos fazendo com que cada peça seja exclusiva.
Apoio na vacinação
Outra iniciativa da Vivix tem sido a contribuição da empresa com a doação de materiais para o hospital de campanha de Goiana (PE), município onde a fábrica está inserida, através do apoio ao Movimento Unidos pela Vacina (foto 6). A empresa vem doando materiais solicitados pela Secretaria Municipal de Saúde, como aparelhos de pressão, aspiradores cirúrgicos, autoclave, balanças digitais e eletrocardiógrafos, entre outros, além de câmara fria, caixas coletoras de material perfurocortante, caixas térmicas para acondicionamento das vacinas, termômetros para geladeira, máscaras ambulatoriais para os profissionais da saúde e álcool 70% para desinfecção das mãos.
Falar dos benefícios do vidro é rotina nas páginas de O Vidroplano: boa parte de nossas reportagens explora as oportunidades que o material oferece para a construção. E com os novos hábitos gerados por conta da pandemia, principalmente o fato de passarmos mais tempo em casa, demandando mais conforto e higiene desses espaços, o uso de nosso produto na decoração de interiores promete ser ainda mais forte. Assim, para ajudar processadores e vidraceiros a convencer clientes a investir ainda mais em soluções envidraçadas, conversamos com especialistas para saber: na comparação com outros materiais, como o vidro se sai?
A seguir, apresentamos as vantagens da utilização do material em relação à madeira, acrílico, porcelanato e pedras – e também como ele pode ser combinado com esses itens.
Novos espaços para novas rotinas
Exatamente um ano atrás, na edição de julho de O Vidroplano, uma matéria especial comentou sobre as tendências da arquitetura para o momento pós-pandemia. A relação com a moradia será mais próxima: casas e apartamentos se transformarão em espaço multiuso, incluindo áreas verdes e locais voltados para o home office e até exercícios físicos. Ao mesmo tempo, escritórios deixarão de lado o confinamento em favor de espaços abertos.
“O trabalho em casa provavelmente veio para ficar, mesmo que não de forma integral, pois muitas empresas já falam em rotinas híbridas com dias da semana sendo cumpridos em casa e outros no escritório”, analisa a arquiteta Fernanda Quintas, supervisora de Marketing e Especificação Técnica da processadora PKO do Brasil. “Com isso, pedem-se ambientes mais iluminados, integrados e aconchegantes”.
Ana De Lion, gerente de Desenvolvimento de Mercado da divisão de Vidros para Construção Civil e Indústria da AGC, aponta como o vidro se diferencia de outros materiais para essas funções: “Suas propriedades de transparência e de fácil manutenção são fundamentais para esse cenário. Além disso, produtos com tecnologias que visam à saúde e à segurança das pessoas podem ser um diferencial”. A própria usina lançou recentemente um vidro tecnológico que permite a eliminação do vírus da Covid-19 (veja clicando aqui). E o papel do vidro para a saúde humana vai além do combate ao coronavírus. É importante para o conforto acústico, diminuindo a entrada de barulho que, em grande proporção, provoca estresse e doenças vasculares.
Para aproveitar essa oportunidade, que pode levar ao aumento do consumo de nosso material no País, é preciso que todo o mercado esteja preparado, como sugere Viviane Moscoso, gerente de Produto da Vivix. “Um dos fatores que ajudarão a fortalecer esse movimento é o amadurecimento do setor e dos profissionais que trabalham nele, com a utilização cada vez maior das normas técnicas vigentes e o investimento em treinamentos oferecidos pelas fábricas, buscando aprimoramento técnico e melhoria nos serviços oferecidos.”
Escolha certeira
O vidro oferece dois benefícios que o destacam das demais matérias-primas – vantagens que dialogam com os tempos atuais de busca pela sustentabilidade e menor desperdício de recursos.
– Material reciclável —Não existe perda no seu processo de reciclagem. “O vidro é um material 100% reciclável. Na Vivix, nós reutilizamos cacos de vidros descartados durante o processo produtivo para a confecção de novas chapas, reduzindo assim o consumo de energia e também de matéria-prima”, explica Viviane. Além de ser um processo limpo, evita a poluição do meio ambiente;
– Aproveitamento de espaço — O vidro consegue integrar ambientes ao mesmo tempo que os separa com segurança. Também garante maior amplitude a locais pequenos, principalmente na forma de espelho.
A designer de interiores Patrícia Kolanian Pasquini comenta a importância de os especificadores apresentarem essas e outras qualidades do produto aos potenciais consumidores. “Sempre que inicio um novo projeto, costumo me reunir com o cliente para saber de todas as suas necessidades e tentar passar para o papel o máximo do que ele deseja”, relata a profissional. “A maioria deles sempre me pede materiais que sejam práticos no dia a dia para manutenção e limpeza. E o vidro é uma escolha óbvia.”
Vale lembrar ainda que, por meio da impressão digital, o vidro pode imitar a textura de qualquer outro material – incluindo madeira, pedras, folhas etc. Mais um benefício único não encontrado em seus concorrentes. Portanto, vejamos quais as vantagens desse produto em relação aos demais.
Para que o maior uso de nosso material se confirme, é sempre importante reforçar: as informações sobre todas essas vantagens oferecidas por ele precisam chegar aos potenciais clientes. Assim, a escolha pelo vidro será um movimento natural.
VIDRO X MADEIRA
VANTAGENS DE NOSSO MATERIAL – Pouca manutenção — A limpeza do vidro é feita de forma simples, geralmente com água e sabão neutro. Já a madeira necessita de manutenção periódica para evitar a absorção de sujeiras e o aparecimento de manchas. Ela pode ainda ser atacada por cupins, o que obrigaria a troca de todo o material danificado, além de gastos com serviço de dedetização;
– Vida útil — Enquanto a madeira pode se deteriorar com o tempo, justamente por precisar dessa manutenção, o vidro não altera suas propriedades ao longo dos anos, sendo um produto de ótimo custo-benefício aos clientes;
– Estéticas diferenciadas — O aspecto estético do vidro pode mudar de acordo com o ambiente no qual é instalado, como afirma Viviane Sequetin, gerente de Marketing da Guardian para a América Latina: “Ele oferece transparência com ou sem reflexão, o que traz um toque especial a um móvel, por exemplo, pois a iluminação pode ser refletiva ou transmitida através dele”;
– Maior disponibilidade no mercado — Não existe madeira ilimitada à venda. “Ela sofre com a escassez, por conta das limitações de sua extração”, comenta César Cini, diretor-presidente da Cinex, empresa pioneira no uso de vidro em mobiliários no Brasil. Embora o vidro não seja fabricado infinitamente, sua produção não está submissa a legislações que restrinjam ou limitem sua produção e ao controle de organizações governamentais;
USO EM CONJUNTO
Além de substituí-la, o vidro também pode ser combinado à madeira para trazer diferentes texturas a um espaço. “Recomendo o uso de vidro incolor ou pintado sobre o tampo de madeira de uma mesa de jantar, ou de centro, para protegê-la. Isso traz brilho para o objeto, mudando totalmente o visual final da peça e deixando-a mais sofisticada”, sugere Patrícia Pasquini.
EXEMPLOS DE APLICAÇÕES EM QUE O VIDRO PODE SUBSTITUIR A MADEIRA
– Revestimentos de superfície;
– Tampos de mesa e bancadas;
– Prateleiras;
– Portas externas e internas de armários e guarda-roupas (foto 3);
– Painéis de TV
VIDRO X ACRÍLICO
VANTAGENS DE NOSSO MATERIAL – Custo-benefício — Algumas das fontes consultadas para esta reportagem consideram o acrílico um dos principais concorrentes do vidro na decoração de interiores. Isso porque sua transparência parece indicar que ele possui os mesmos atributos de uma peça envidraçada, mas custando mais barato. Na verdade, não é bem assim. O baixo custo do acrílico se dá apenas em chapas de espessuras finas – o que já o inviabiliza para o uso em divisórias, por exemplo. “Além disso, ele não é mais uma matéria-prima tão barata, pois é oriundo do petróleo e sofre pela alta do dólar. Em tempo de respeito ao planeta e sustentabilidade, usar um derivado de recursos fósseis é um contrassenso”, afirma César Cini, da Cinex;
– Segurança — O vidro é imbatível nesse quesito, já que aplicações de acrílico podem romper facilmente. “Os destaques, claro, são os laminados — que, quando quebram, ficam com os fragmentos presos a uma película — e os temperados, que se fragmentam em pedaços pequenos”, reforça Viviane Sequetin, da Guardian;
– Aspecto visual — “O acrílico é mais maleável e muito sensível a arranhões, os quais, se por ventura acontecerem, vão deixá-lo com aspecto fosco e sujo”, explica Viviane Sestari, diretora-comercial da processadora Marcetex. Somente o vidro consegue manter suas características ao longo do uso, como indica Ana De Lion, da AGC: “É um material que não amarela com o tempo, não envelhece e nem perde seu aspecto transparente. Também não retém sujeiras por não ser um material poroso”;
– Tecnologias — Os diferentes tipos de vidro (como os de controle solar, os com revestimento antibacteriano e antiviral etc.), assim como as diferentes especificações, garantem de isolamento térmico e acústico a maior transmissão de luz, empregando características de conforto e sustentabilidade que não são encontradas em materiais plásticos. “É possível ainda aliar o uso do vidro à privacidade, com a opção dos insulados com persianas e do vidro privativo, que conta com uma tecnologia que transforma a chapa de cor branca translúcida em incolor em segundos”, indica Fernanda Quintas, da PKO do Brasil, fabricante de uma solução como essa, o Privacy Glass.
EXEMPLOS DE APLICAÇÕES EM QUE O VIDRO PODE SUBSTITUIR O ACRÍLICO
– Divisórias e fechamentos;
– Mostruários e vitrines;
– Prateleiras;
– Tampos de mesas de centro;
– Objetos e utensílios em menor escala.
VIDRO X PORCELANATO e PEDRAS
VANTAGENS DE NOSSO MATERIAL – Facilidade na instalação — Pedras como mármore, granito ou quartzo são mais pesadas do que o vidro, além de racharem com maior facilidade. Por isso, o processo de instalação de nosso produto é muito mais prático e rápido. “O acabamento de borda dos vidros também é superior ao do porcelanato. E, ainda por cima, para ter bordas homogêneas, atinge preços maiores”, esclarece César Cini;
– Variedade de cores — O vidro tem aspecto uniforme, o que é um grande benefício ao considerar possíveis reposições de peças. E um de seus grandes benefícios está justamente em sua variedade de cores, o que pode levar designers e arquitetos a explorar diversas estéticas de acordo com a finalidade do espaço. As peças estão disponíveis em diferentes tons, de acordo com a fabricante;
– Menor chance de manchas — “Pedras e porcelanatos mancham facilmente com solventes e em contato com líquidos”, alerta Viviane Sestari, da Marcetex, relembrando que com o vidro a chance de ocorrer esse problema é menor. Em cozinhas, onde o manuseio de alimentos e produtos de limpeza é uma constante, nosso material pode ser uma boa solução.
USO EM CONJUNTO
As características complementares do vidro podem casar muito bem com pedras em banheiros, por exemplo: espelhos e acidatos dariam um toque de elegância e sutileza em locais em que estão instaladas.
EXEMPLOS DE APLICAÇÕES EM QUE O VIDRO PODE SUBSTITUIR O PORCELANATO E AS PEDRAS
– Revestimentos de superfície;
– Tampos de mesa e pias;
– Backsplashes de pia (aquela área localizada entre a parede e os armários suspensos) e de bancadas de cozinha;
Quando você olha para os dois lados de um float, eles são a mesma coisa, certo? As aparências enganam. As duas faces têm diferenças importantes — e saber identificar cada uma é fundamental para garantir o processamento correto da chapa.
A origem das diferenças
Durante o processo de fabricação, depois que a matéria-prima é fundida, a massa vítrea resultante é despejada em uma piscina de estanho líquido em uma atmosfera controlada conhecida como “banho” de estanho. “Nesse processo, o vidro flutua por diferença de densidade no estanho líquido, onde ganha forma, espessura e largura. O processo garante as propriedades ópticas desejáveis com baixíssimos níveis de distorção”, detalha Fábio Reis, gerente técnico-comercial da Guardian.
É nessa etapa que as faces do float se diferenciam. “Isso acontece porque uma das suas superfícies está diretamente em contato com o estanho fundido, enquanto a outra fica em contato apenas com o ar inerte do ambiente do forno”, complementa Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro. As duas superfícies podem ser chamadas, respectivamente, de “lado do estanho” e “lado do ar”.
A olho nu, não se nota qualquer diferença entre elas. Mas, vistas com as ferramentas certas, a história muda. Luiz Barbosa, gerente técnico de Vendas da Vivix, explica: “Ao olhar o vidro com um microscópio, verifica-se que ele é poroso, tal como uma esponja. Na fabricação, o lado do ar ainda apresenta microporosidade, enquanto na outra face a superfície está selada, pois o estanho forma uma fina camada por cima dela”.
“Durante a etapa de resfriamento e recozimento do vidro, a face do estanho fica em contato com os rolos transportadores”, detalha Ramon Peres, supervisor de Qualidade da AGC. Isso contribui para a absorção dos resíduos do banho de estanho pela superfície da chapa.
Como saber qual é qual?
A identificação do lado do estanho ou do lado do ar é muito importante, pois diferentes trabalhos feitos na processadora podem exigir um lado específico para que se obtenha melhor desempenho, alerta Cláudio Lúcio, frisando que a escolha da face certa para cada finalidade desejada proporciona vários benefícios. Veja alguns:
– Melhor adesão;
– Melhor resistência;
– Menor frequência de problemas e defeitos resultantes no processo (como riscos e manchas);
– Melhoria nos atributos estéticos e nos requisitos técnicos do produto;
– Adequação da efetividade do vidro.
Mas como se faz isso? Wender Cotrim, gerente-industrial da Vitral Vidros Planos, responde: “Existem diversos métodos artesanais para identificação do lado, como os testes do tato e da gota de água. Porém, nenhum é tão eficaz como o uso de um detector de estanho”. Constituído basicamente por uma lâmpada ultravioleta de ondas curtas, sua iluminação, ao banhar a superfície do vidro pelo lado do banho de estanho, faz com que a peça apresente aspecto esbranquiçado e ‘nublado’. Caso a face em contato direto com a luz seja a do ar, os raios ultravioleta passam por ela normalmente.
Outra possibilidade é a localização da linha de Hertz: “O lado do ar é facilmente identificado observando a borda da chapa de vidro; ele é o lado da aresta que apresentar a linha de Hertz [microtrincas resultantes do rodízio de corte feito ainda na usina de base]”, explica Cláudio Lúcio.
Após essa verificação, o instrutor técnico da Abravidro recomenda a colocação de etiqueta no float a fim de permitir que os profissionais no chão de fábrica saibam qual é cada face, do início ao fim do processo.
O lado certo para cada etapa
Corte
A face ideal para essa etapa é a do ar. De acordo com Cláudio Lúcio, “ela resulta em um destaque de forma mais limpa, tanto nas arestas das peças como nas do revestimento da forração da mesa onde essa tarefa é feita, o que resulta em menor índice de chapas riscadas”.
Serigrafia
Em geral, recomenda-se a aplicação dos esmaltes na face do ar. “O uso no outro lado pode levar a distorções de cores após a queima, devido às reações dos metais contidos no esmalte com o resíduo de estanho do float”, orienta Adalberto Ferrari, gerente de Vendas na área de Esmaltes para Vidro e Porcelana da Ferro. Contudo, há exceções: “No caso dos vidros traseiros automotivos, onde são aplicadas as pastas de prata com função de desembaçador, utiliza-se a face do estanho, devido à reação que essas pastas têm com o estanho, formando uma cor bronze nos filetes dos desembaçadores”.
Camila Batista, engenheira de Desenvolvimento de Produto da Cebrace, faz outra observação sobre o lado do estanho: se a opção for pintá-lo, é importante levar em conta que tintas especiais devem ser usadas para este fim. “Nesse caso, também é necessária a realização prévia de testes para homologação da estética da tinta nesta superfície.”
Laminação
O lado certo para esse processo depende do tipo de interlayer usado:
– Para laminações com PVB, EVA ou resina, Cláudio Lúcio indica que o lado em contato com o interlayer seja o do ar: por sua superfície ter maior rugosidade e, consequentemente, maior área de contato e estabilidade química, ele propicia maior ancoragem química e mecânica.
– Renato Santana, coordenador de Qualidade e Lean Manufacturing da GlassecViracon, aponta que a face do estanho deve ser usada se o interlayer for estrutural, como o SentryGlas. “Isso acontece porque a reação entre o produto e o lado do estanho proporciona a adesão ideal para o laminado. No caso do SentryGlas, o uso em contato com a face do ar resulta em baixa adesão e pode levar à delaminação.”
Têmpera
De acordo com Santana, da GlassecViracon, não há nenhuma restrição em relação aos lados do vidro na têmpera. Já Cláudio Lúcio recomenda que o lado do estanho seja colocado em contato com os rolos do forno de têmpera, “pois isso resulta em tempo de aquecimento relativamente menor para a obtenção da mesma temperatura final absorvida pela massa das peças de vidro”.
Renato lembra que no caso dos vidros revestidos, “a face na qual o coating foi aplicado deve estar sempre voltada para cima, tanto na etapa de corte como na de têmpera”.
Reação à umidade
– Cotrim, da Vitral, ensina que, ao manusear os vidros com ventosas a vácuo, o contato delas deve ser sempre com o lado do ar. “A área de contato das ventosas poderá deixar marcas na superfície da face do estanho, especialmente em ambientes com alta umidade.”
– Contudo, o lado do ar é mais suscetível ao surgimento de manchas esbranquiçadas (fase 1 de irisação) quando o vidro permanece molhado e empilhado secando ao ambiente. Cláudio Lúcio explica que isso se dá devido à solubilização do sódio livre (mais presente nessa face do vidro) em reação com o pH alcalino da água usada na lapidação, furação e outras máquinas, quando ela não é tratada antes do seu reaproveitamento.
Instalador também precisa de atenção
Embora esta reportagem seja direcionada para o processamento do vidro, as diferenças entre as duas faces também influenciam no desempenho de sua aplicação, dependendo da face utilizada. A seguir, algumas dicas:
– A superfície mais rugosa do lado do ar torna-o mais adequado para a colagem do vidro, seja com fitas dupla-face ou selantes de silicone ou poliuretano;
– Já na instalação de janelas, peles de vidro, vitrines e boxes de banheiro, recomenda-se que o lado do estanho seja aquele submetido ao contato com a água e intempéries, minimizando os efeitos de manchas causadas por maresia, chuvas, poluição ou produtos alcalinos (como sabonetes).
A capa de O Vidroplano de fevereiro trouxe um marco da arquitetura com nosso material no País: o Skyglass Canela, instalado no Rio Grande do Sul, complexo inaugurado em dezembro que abriga a maior plataforma envidraçada sobre cânion do mundo. O projeto é mais uma confirmação da capacidade do setor vidreiro brasileiro de estar presente em obras de nível internacional.
Por isso mesmo, vale uma pergunta: além do Skyglass, quais seriam as grandes construções brasileiras com vidro dos últimos anos? Para saber quais poderiam se encaixar nesse quesito, nossa reportagem consultou usinas, processadoras e instaladoras. As empresas indicaram projetos de grande porte, com milhares de m² do material instalados, mas também outros menores, porém não menos icônicos. Aprecie!
VITRA Local: São Paulo Projeto: Daniel Libeskind Conclusão da obra: 2015 Fornecedor do vidro: Guardian Processador: GlassecViracon
Um dos arquitetos mais reconhecidos mundialmente pelo uso de nosso material, o polonês naturalizado americano Daniel Libeskind criou um ícone residencial contemporâneo: o Vitra, construído no bairro paulistano do Itaim Bibi. Antes mesmo de ficar pronta, a obra já tinha sido considerada, pela revista Worth, um dos dez melhores edifícios residenciais do mundo. São 14 apartamentos, um por andar, com cada um tendo uma planta exclusiva. A fachada, de 10 mil m² de laminados de controle solar SunGuard RB40 on clear, possui certa transparência para permitir a interação dos interiores com a cidade.
SOBRALNET – ICETEL Local: Sobral (CE) Projeto: Liliane Cristina Conclusão da obra: 2019 Fornecedor do vidro: Vivix Processador: Amazon Temper
A sede da Sobralnet e do Instituto Cearense de Tecnologia, Empreendedorismo e Liderança Vidro recebeu peças laminadas (4 + 4 mm) do Vivix Performa Duo, material de controle solar recomendado para as características climáticas brasileiras. Seu aspecto refletivo na cor cinza faz com que, durante o dia, não seja possível enxergar a parte interna da construção. No entanto, à noite, os interiores interagem com o exterior.
ÓRION BUSINESS & HEALTH COMPLEX Local: Goiânia Projeto: MKZ Arquitetura Conclusão da obra: 2018 Fornecedor do vidro: Cebrace Processador: Vitral
O maior complexo de negócios e saúde do Centro-Oeste brasileiro reúne um misto comercial diverso: salas para consultórios e escritórios, hospital, hotel e shopping center. Sua grandiosidade se reflete também no heliponto exclusivo e nas 1.400 vagas de estacionamento disponíveis aos usuários. A fachada da torre principal tem 25 mil m² de vidros de controle solar Cool Lite STB 120 na cor azul – uma forma de diminuir a incidência do calor da região nos interiores.
SÃO PAULO CORPORATE TOWERS Local: São Paulo Projeto: Pelli Clarke Pelli Architects e Aflalo/Gasperini Arquitetos Conclusão da obra: 2016 Fornecedor do vidro: Guardian Processador: GlassecViracon
Cerca de 60 mil m² de SunGuard AG43 on clear formam as fachadas desse paradigma dos novos prédios comerciais da capital paulista. Localizado na região da Vila Olímpia, aposta nesses vidros de controle solar, instalados em unidades insuladas com espessura total de 26 mm, para garantir o conforto térmico de seus ocupantes. Foi o primeiro edifício brasileiro a obter a certificação Leed Platinum 3.0, por conta da gestão eficiente de energia e água e do bem-estar dos usuários.
ESTAÇÃO MORUMBI DO MONOTRILHO – LINHA 17 OURO Local: São Paulo Projeto: Borelli & Merigo Arquitetura Conclusão da obra: 2021 Fornecedor do vidro: Cebrace Processador: GlassecViracon
A mais nova estação do monotrilho paulistano recebeu vidros em diversos espaços, tudo supervisionado pela Avec Design, processadora que utilizou seu sistema patenteado Ecoglazing para encapsular as placas. As fachadas ganharam laminados do vidro de controle solar Cool Lite KNT 155 (8 mm) com PVB estrutural. Essas peças foram aplicadas sobre uma estrutura de alumínio com perfis tubulares, de forma a garantir um design diferenciado. A especificação da cobertura é mais robusta: insulados de 30 mm, formados por laminado de Cool Lite KNT 155 (10 mm) + espaçador de 12 mm + laminado incolor (8 mm).
CANAL OFFICE TOWER Local: Vila Velha (ES) Projeto: Pretti Arquitetos Associados Conclusão da obra: 2019 Fornecedor do vidro: Cebrace Processador: Viminas
Marco da região que se tornou o novo centro econômico de Vila Velha, o Canal Office Tower tem inspirações no design dos grandes empreendimentos imobiliários de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O prédio possui 280 salas comerciais, todas com vista panorâmica da cidade, e 14 lojas. Ao todo, mais de 6 mil m² de laminados refletivos 4 + 4 mm (nas cores verde e verde-escuro) foram aplicados à fachada.
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN – UNIDADE MORUMBI Local: São Paulo Projeto: Zanettini Arquitetura e Kahn do Brasil Conclusão da obra: 2020 Processador: GlassecViracon
A unidade Morumbi do renomado hospital da capital paulista passou recentemente por uma enorme reforma em suas instalações. O retrofit das fachadas, coordenado pela equipe da GlassecViracon, ocorreu em dois momentos. A mais recente, finalizada no final do ano passado, renovou três blocos do complexo hospitalar, além do átrio e cobertura do espaço. A fachada recebeu quase 10 mil m² de laminados de vidros de controle solar, nas cores neutra e cinza. Aberturas do tipo maxim-ar ao longo da estrutura garantem ventilação natural, ajudando ainda mais no controle do conforto térmico interno. O outro retrofit trocou os vidros das fachadas do prédio ao lado (laminados de controle solar 10 mm, nas cores prata e branca).
“Valor agregado” é uma expressão usada há um bom tempo nos negócios. Significa aquele item que vai além de sua função básica. O vidro, por exemplo, serve primeiro para fechar vãos. Porém, pode fazer muito mais que isso: oferecer segurança, conforto térmico e acústico e beleza estética, entre outros benefícios.
Para o setor sonhar com um crescimento igual ao do começo da década passada, vale voltar a atenção para esse tipo de produto. Por isso mesmo, O Vidroplanoconversou com as usinas brasileiras, e também com uma arquiteta, para entender os diferenciais desses materiais e como o trabalho com eles deve ser realizado.
O significado
Um “vidro de valor agregado” deixa de ter a característica simples de commodity para se tornar algo diferenciado. Maria Luiza Ciorlia, a Malu, gerente de Marketing da divisão de Vidros para Construção Civil da AGC, explica esse conceito: “A maior parte desses vidros passa por algum processamento complementar após a produção”. Nesse sentido, o de controle solar recebe revestimento (coating); o espelho passa pelo processo químico de aplicação de prata, tinta protetora e outros componentes; o vidro pintado recebe a tinta em uma das superfícies etc. “Mas eles também podem ser provenientes da fabricação do float, como os extra clear, com baixo teor de ferro, os espessos e os com tonalidades diferentes”, complementa Malu. Portanto, o que vai caracterizar um produto desse tipo é o potencial que ele tem de gerar mais valor para quem o consome – e também para quem o comercializa.
Levando em conta que temperados e laminados também se encaixam nessa categoria, o foco desta reportagem está nos materiais “especiais”, aqueles com qualidades únicas que servem como interessante apelo de venda junto ao cliente. Afinal, como reforça Mônica Caparroz, gerente de Marketing da Cebrace, “para cada demanda, existe um vidro de valor agregado mais indicado, seja para ser aplicado em interiores ou em fachadas”.
O impacto nos negócios
Na indústria nacional como um todo, o produto básico (a commodity) tem grande participação no faturamento das empresas. Porém, os itens de valor agregado vão ganhando mais relevância à medida que os consumidores percebem os ganhos. Essa é a razão de as usinas apostarem neles. “Temos investido de forma permanente na ampliação e fortalecimento do portfólio, a exemplo dos recentes lançamentos nas linhas Vivix Performa e Vivix Decora, além de outros projetos já em andamento”, comenta Viviane Moscoso, gerente de Produto da Vivix.
Mônica, da Cebrace, reforça que essas soluções têm um custo mais alto, mas, ao mesmo tempo, contam com maior valor percebido pelo consumidor. “Como é um mercado em expansão, cada vez mais exigente com os produtos escolhidos, a tendência é que esse impacto no faturamento se transforme gradualmente em um dos carros-chefes de todas as empresas da cadeia vidreira.”
Esse valor percebido faz com que vários tipos de vidro passem a concorrer diretamente com outros materiais. “Os utilizados em revestimentos, por exemplo, podem substituir as cerâmicas em muitas aplicações”, indica Malu, da AGC. “Os vidros de controle solar, por sua vez, podem contribuir com a sustentabilidade das obras, com características como a redução de uso de energia elétrica e o conforto térmico gerado a uma residência.”
A necessidade de conscientizar
Apesar do uso mais disseminado hoje em dia, ainda existe muito espaço para o crescimento na aplicação desses produtos. E isso passa pela conscientização não só do público, mas também de quem especifica, como arquitetos, engenheiros e designers de interiores. “Oferecendo informação de qualidade por meio de treinamentos e palestras, podemos contribuir para ampliar a demanda”, opina Renato Sivieri, diretor de Marketing da Guardian.
O Circuito de Palestras Guardian reuniu profissionais em diversas cidades do País para palestras sobre tendências modernas no uso do material, incluindo dicas para vidraceiros sobre as melhores formas de agregar valor a seus negócios. Ano passado, em meio à pandemia, a empresa promoveu lives pela Internet a respeito de temas técnicos envolvendo a aplicação desses itens. “Também temos um canal de comunicação, via WhatsApp, no qual profissionais do setor podem se cadastrar para receber informações sobre vidros e espelhos”, afirma Sivieri. Somado a isso, existe ainda um serviço de consultoria técnica, prestado presencialmente e de forma remota.
A AGC fez parcerias com centros de formação profissionais para a realização de cursos, buscando maior proximidade com os especificadores. “A nossa estratégia é a comunicação com toda a cadeia de valor da indústria. Para isso, utilizamos todos os nossos canais de contato direto com o consumidor, mostrando que a utilização do vidro pode ir muito além de um boxe de banheiro ou de uma janela”, explica Malu.
Participar de ações de apoio junto a entidades vidreiras para a organização de treinamentos em diferentes Estados é uma boa solução para a questão, segundo a Cebrace. Esses eventos são organizados com regularidade, sendo noticiados no site da Abravidro e na seção “Agenda”, onde aparece a data de cada um deles (abravidro.org.br/fique-por-dentro/agenda). “Quanto mais falarmos sobre os benefícios e ensinarmos a especificação correta, melhor. Por isso, disponibilizamos uma consultoria técnica em todo o Brasil a fim de auxiliar nessa tomada de decisão”, revela Mônica Caparroz. “É importante manter projetos e parcerias com os setores de arquitetura e construção para gerarmos resultados a médio e longo prazos.”
Com a informação e oportunidades de formação cada vez mais disponíveis, esses arquitetos, engenheiros e designers se tornam a ponte entre o mercado vidreiro e os clientes finais, levando o conhecimento até eles. Mas, para que isso gere frutos reais, relembra Malu, da AGC, é muito importante que as usinas tenham esses produtos em estoque. “As fábricas precisam manter o abastecimento dos materiais, oferecendo cada vez mais produtos diferenciados e com uma qualidade que justifique e estimule a decisão de compra.”
Pelo olhar de quem especifica
“Eu adoro sugerir novidades para meus clientes e divulgá-las em mostras de decoração”, admite a designer de interiores Patrícia Kolanian Pasquini. Seu trabalho é a prova de que esse canal de comunicação com quem efetivamente consome vidro faz a diferença. “Normalmente, eu primeiro apresento o produto, mas sei que ele sempre vai gerar dúvidas caso seja algo diferenciado. Em seguida, mostro projetos que já fiz utilizando tal produto ou referências. Com isso, o cliente entende e o resultado final sempre o agrada.”
Segundo Patrícia, várias pessoas que a contratam chegam com ideias fixas de soluções e materiais, o que pode ser atribuído à falta de conhecimento do que está disponível no mercado. “Vejo que o novo agrada, pois realmente não sabiam sequer da existência. Mas sempre perguntam do custo. Talvez esse seja o principal motivo de termos um consumo menor de itens de valor agregado no Brasil”, comenta a designer de interiores.
O “fantasma” do preço só será vencido quando os benefícios trazidos ficarem claros na mente do público. Patrícia cita um exemplo disso: “Adoro espelho bronze, sempre uso em áreas sociais. Tem um custo mais alto que o espelho cristal? Sim. Porém, vale o investimento, pois irá agregar uma estética única à obra. Hoje, alguns clientes me procuram já pedindo ‘quero aquele espelho’”. (Veja mais aplicações de valor agregado feitas por Patrícia na seção “Para sua vidraçaria”, clicando aqui)
Cuidados especiais
De nada vai valer o consumidor saber de todos esses benefícios se as empresas não levarem em conta as particularidades do manuseio de vidros de valor agregado. Os de controle solar ou outros com revestimento, por exemplo, demandam cuidados especiais, principalmente em relação à superfície que recebeu o coating – da mesma forma que espelhos e acidatos. Mesmo assim, vale comentar que as características de processamento e manutenção são mínimas quando comparadas aos diferenciais comerciais entregues por esses materiais.
Sivieri, da Guardian, também tem recomendações: “Indicamos as melhores práticas independentemente do tipo de vidro, como o uso de luvas limpas, separadores entre chapas e materiais para limpeza compatíveis”.
Catálogo de qualidade
É hora de conhecer alguns dos principais vidros de valor agregado disponíveis no Brasil. Veja a seguir, divididos por tipo e fornecedor.
DE CONTROLE SOLAR — Filtram a entrada de calor e de raios ultravioleta (UV) no ambiente. Aplicados em fachadas, fechamentos de saguões e entradas de prédios, envidraçamento de sacadas etc.
AGC Sunlux Shadow — Linha produzida especialmente para climas tropicais, como o do Brasil. Com variadas opções de cores e disponível em quatro níveis de transmissão de luz; Stopsol — Com aparência âmbar, pode ser utilizado em instalações externas e internas; Sunergy —Low-e (com baixa emissividade) de aparência neutra.
Cebrace Cool Lite — Família de produtos que engloba quatro linhas: – BR: linha produzida especialmente para o clima brasileiro; – K:low-e de aspecto neutro; – S: garante redução de até 80% da entrada de calor e 99% dos raios UV; – SK:low-e com baixa reflexão; Habitat — Linha para uso residencial, bloqueia quase 100% dos raios UV, ajudando a proteger móveis, cortinas e tapetes do desbotamento precoce; Emerald — Na cor verde, oferece grande passagem de luz e baixa reflexão.
Guardian SunGuard — Família de produtos que engloba três linhas: – Solar: vidros de aspecto espelhado, voltados para aplicação comercial; – High Performance: permite maior entrada de luz no ambiente; – SuperNeutral: peças de aparência neutra que garantem altos níveis de transmissão de luz e menor ganho de calor solar; ClimaGuard — Linha para uso residencial, bloqueia duas vezes mais calor do que um vidro comum e protege contra os raios UV, além de ter baixos índices de reflexão.
Vivix Vivix Performa — Bloqueia o calor até quatro vezes mais do que um incolor e evita a entrada de raios UV. Disponível em duas versões: monolítica (cores bronze, verde e cinza) e laminada (a Vivix Performa Duo, em seis cores). Podem ser utilizados ainda em móveis e interiores.
Existem também vidros de controle solar com uma aparência mais espelhada, que refletem os seus arredores com maior intensidade. São os preferidos para a aplicação na decoração e em móveis, embora alguns dos citados ao lado também sirvam para essas soluções.
Cebrace Reflex — Peças de tonalidade dourada; Reflecta — Com aspecto brilhante, está disponível na tonalidade incolor.
Guardian Vidro Refletivo Guardian — Disponível nas cores prata e champanhe.
PINTADOS — Como o nome indica, a parte de trás das peças é pintada em diferentes cores. Usado principalmente para a decoração de ambientes, revestimento de paredes e em móveis.
Vidro de controle solar na cor âmbar Divulgação AGC
AGC Lacobel — Nove opções de tonalidade, sendo que as versões branca, extrabranca e preta são produzidas no Brasil; Lacobel T — Vidro pintado que passa pelo processo de têmpera, graças ao uso de uma tinta patenteada, desenvolvida por um fornecedor parceiro. Cinco cores disponíveis.
Cebrace Laqueado — De aspecto envernizado e com alto brilho. Disponível nas cores branca, extrabranca e preta.
Guardian DecoCristal — De aspecto envernizado e com alto brilho. Produzido nacionalmente nas cores preta, branca e off white.
Vivix Vivix Decora — Disponível nas cores preta, branca e nude, garante facilidade de limpeza e durabilidade.
EXTRA CLEAR — Peças com baixo teor de ferro, mais claras que os vidros incolores. Podem ser usadas em fachadas, fechamentos de vãos, divisórias e móveis.
AGC Clearvision — Segundo a empresa, é o extra clear com a tonalidade mais clara encontrada no País.
Cebrace Extra Clear — Permite reprodução natural e verdadeira das cores branca e pastel quando esmaltado, envernizado ou serigrafado. Pode ser usado monolítico ou laminado.
Guardian UltraClear — Com excelente clareza e alta transparência, pode ser laminado, temperado e curvo.
EXTRAGROSSO — Como o nome indica, suas espessuras são maiores que as de vidros comuns. Usados principalmente em móveis.
AGC Linea Azzurra — Vidro italiano com tonalidade ligeiramente azulada, está disponível com até 25 mm de espessura.
Cebrace Extra Grosso — Com cor uniforme, é encontrado nas espessuras de 12, 15 e 19 mm.
Guardian Vidro Grosso — Encontrado nas espessuras de 12, 15 e 19 mm.
ESPELHOS PARA DECORAÇÃO — Espelhos especiais, voltados para o uso estético em aplicações decorativas, revestimento de paredes e móveis.
AGC Mirox Premium — Com dupla camada de proteção, altos níveis de reflexão e resistência, é encontrado nas cores tradicional (prata), bronze e fumê.
Cebrace Espelho Cebrace — Oferece reflexo sem distorção, além de maior resistência à umidade, oxidação, formação de manchas e corrosão nas bordas.
Guardian Espelho Guardian Evolution — Conta com uma camada protetora especial aplicada no verso que eleva a durabilidade em relação a manchas e oxidação, protegendo ainda contra riscos nesse lado da peça. Encontrado nas cores prata, bronze e fumê.
Vivix Vivix Spelia — Disponível nas opções incolor, cinza e bronze, oferece maior brilho e durabilidade. A linha possui um processo de produção sustentável, com reciclagem da água e da prata aplicadas no processo.
ACIDATOS — Peças que ganham acabamento com ácido, tornando-as levemente opacas, mas permitindo a passagem de luz. Aplicadas na decoração de ambientes, divisórias e móveis.
AGC Matelux — Com toque acetinado e resistente a manchas, tem aspecto fosco e translúcido; Matelac — Linha que conta com o Matelac Silver (versão do espelho Mirox Premium, nas cores tradicional, bronze e fumê) e Matelac Branco e Preto (versões do vidro pintado Lacobel).
Guardian SatinDeco — Proporciona privacidade com alta transmissão de luz dispersa.
Alex Martins assumiu, no início deste mês, a função de gerente-comercial da usina para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Carioca e graduado em administração de empresas, Martins já passou por empresas como Ambev e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e está na Vivix desde o início das operações da fabricante. Danilo Gatto, que ocupava o cargo de gerente-comercial da Vivix, deixou a empresa este mês.
De quedas históricas na produção e faturamento ao aquecimento das atividades no segundo semestre, passando ainda pela apreensão de alguma dificuldade na oferta de vidros planos e outros insumos usados pela cadeia. 2020 foi um teste duro para a economia global e para o nosso mercado não foi diferente. O próximo passo é planejar 2021 com base nas lições aprendidas. Para saber qual a expectativa das empresas vidreiras para este ano, O Vidroplano conversou com diversos segmentos do setor, incluindo usinas, fabricantes de maquinários e de acessórios. Veja também alguns dos principais indicadores da indústria e construção civil e o que eles podem revelar para o futuro próximo.
Confiança em alta…
Medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial vem em alta há alguns meses, mostrando que esse setor superou as principais dificuldades encontradas no início da pandemia: houve forte queda em abril, chegando a 34,5 pontos, o menor patamar da série histórica. De junho a setembro, no entanto, apresentou significativa recuperação, ficando estável em outubro. Já em dezembro, marcou 63,1 pontos, crescimento de 0,2 ponto em relação a novembro – valores acima de 50 indicam confiança do empresariado.
…produção também
Segundo a CNI, a indústria, de forma geral, já ultrapassou os níveis de produção pré-pandemia e deve retomar a trajetória anterior de crescimento, com aumentos graduais da produção, investimento e emprego. Outro indicador medido pela entidade, a Utilização da Capacidade Instalada permaneceu elevada, chegando a 73% em novembro, reforçando esse aquecimento.
Na comparação com outubro, o número representa baixa de 1%, mas essa foi a primeira queda após seis meses seguidos de alta – e, apesar disso, é superior a todos os novembros desde 2014. Vale levar em conta ainda que esse mês costuma ter atividade industrial reduzida. Por isso mesmo, o número alcançado pode ser comemorado.
Construção civil
Mais uma vez de acordo com a CNI, a Utilização da Capacidade Operacional desse setor cresceu em novembro: de 61% para 63%, comparando-se com os dados de outubro. O valor é o maior desde dezembro de 2014 e indica que as construtoras estão trabalhando acima do normal para concluir obras paradas desde o início da pandemia – e esse é um bom sinal também para o mercado vidreiro, já que o nosso material entra apenas na fase final das construções.
O Índice de Confiança do Empresário Industrial da Indústria da Construção também segue em alta, tendo saltado 1,2 ponto em dezembro, alcançado o total de 60,1 pontos (novamente, um número acima de 50 significa que as empresas estão confiantes para fazer negócios).
O economista Fernando Garcia, fundador da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, foi entrevistado para a edição especial do VidroCast, o podcast da Abravidro. Em sua análise, a construção civil foi um dos poucos segmentos, ao lado da agropecuária e da extração mineral, a ter reação positiva, principalmente por ser incluída entre as atividades essenciais que não precisaram parar durante o período de quarentena. “O setor já vinha numa recuperação importante da crise de 2015 e estava sendo beneficiado pela redução das taxas de juro, o que favoreceu o investimento imobiliário”, comenta.
E o que ocorrerá em 2021? “Acredito que será marcado por um crescimento muito focado na área residencial”, analisa Garcia. Sua justificativa: “Como as pessoas não estão viajando e não estão comprando automóveis, isso as faz terem mais recursos para investir em imóveis”. Por outro lado, edificações comerciais tendem a ficar paradas, “principalmente pelo fato de o comércio varejista ter sofrido perdas gigantescas de faturamento”. Para o economista, os shopping centers se esvaziaram levando à falência de lojas e, por isso, esse setor vai demorar uns dois ou três anos para voltar ao patamar bom de 2019. A construção de prédios de escritórios também deverá diminuir, já que a tendência é as empresas investirem em um modelo híbrido, com espaços menores e envolvendo o home office.
Setor automotivo
O ano passado reservou pouca coisa boa para o mercado de veículos. O destaque está em dezembro, pico de vendas dos últimos 12 meses, atingindo volume maior que o previsto pelas montadoras, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em relação a novembro, até então o melhor mês do ano, teve alta de 8,4%.
No entanto, 2020 representou a maior queda do setor nos últimos cinco anos. Foram 2,06 milhões de unidades vendidas de carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, uma baixa de 26,2% ao se levar em conta os números de 2019. A produção também caiu bastante: 31,6% na comparação anual.
No início de janeiro, a Anfavea apresentou as expectativas para 2021: aumento de 25% na produção e de 15% no licenciamento de veículos. Apesar de números bons, não serão suficientes para se igualar aos patamares de antes de pandemia – estes devem ser atingidos somente em 2023. E o cenário fica mais incerto com o fechamento de fábricas brasileiras de empresas multinacionais, como a Ford e a Mercedes-Benz. “Nunca foi tão difícil projetar os resultados de um ano”, explica o presidente da associação, Luiz Carlos Moraes. “Está chegando a segunda onda da Covid-19 e sabemos que a imunização pela vacina será um processo demorado. Somem-se a isso a pressão de custos, a necessidade de reformas e as surpresas desagradáveis como o aumento do ICMS paulista. Temos diante de nós um quadro que ainda inspira cautela nas previsões.”
Setor moveleiro
A produção de móveis em outubro (último dado disponível até o fechamento desta edição) foi 6,1% superior à de setembro. No total, foram fabricados 45,8 milhões de peças naquele mês. A indústria de transformação desse setor também pôde comemorar: aumento de 2,6% na produção em outubro.
Outro número positivo é o consumo aparente de móveis prontos: cresceu 5,8% sobre o de setembro. Claro, nem tudo é notícia boa: os acumulados do ano seguem negativos (6,5% na produção e 9,9% no consumo aparente), causados principalmente no período de início da pandemia. No entanto, o segmento demonstrou clara recuperação na reta final de 2020.
E o vidro?
A seguir, veja a opinião das usinas vidreiras que atuam no País. Na sequência, tem-se a análise de fabricantes de maquinários, acessórios e insumos.
“O maior impacto foi no setor automotivo, com queda de 30% no volume. Construção e indústria (ramo moveleiro e de linha branca) tiveram retomadas acima do esperado, fechando o ano em volume dentro do planejado. O saldo é negativo e, por isso, lamentamos todas as dificuldades e perdas provocadas pelo cenário pandêmico. De positivo, tivemos a velocidade de reação e adaptação e o comprometimento de nossos colaboradores. A expectativa é um 2021 aquecido no primeiro semestre, com tendência ao equilíbrio entre demanda e oferta no segundo. Para isso, serão necessários uma taxa Selic baixa, investimentos em imóveis maiores, reformas com o uso da poupança que a classe média acumulou e a manutenção da taxa de câmbio, dificultando importações. A oferta de vidros planos aumentou significativamente no segundo semestre, devido a todos os fornos estarem em plena produção. Infelizmente, não acompanhou a alta demanda impulsionada por dois fatores: a recuperação dos volumes represados por conta da quarentena e a recomposição dos estoques de toda a cadeia, reduzidos para preservação de caixa. Esperamos melhor equilíbrio no segundo semestre, após a recuperação desses estoques, e uma demanda mais regular. O nosso crescimento virá junto com a manutenção do crescimento da construção e da retomada da indústria automotiva. O setor vidreiro pode contribuir para o desenvolvimento do País, seja por meio do apoio ao novo marco regulatório do gás natural, melhorando a competitividade, ou com o combate à sonegação e investimentos em tecnologia, inovação e eficiência.” Isidoro Lopes, diretor-geral da divisão de Vidros para Construção Civil e Indústria para América do Sul da AGC
“O primeiro semestre foi sem precedentes na história, enquanto o segundo apontou uma retomada alinhada com o crescimento do segmento residencial. Fomos obrigados a mudar o jeito de trabalhar e de produzir, e o resultado foi a aceleração da transformação digital na Cebrace e no nosso segmento. Foi preciso resiliência e união para encontrar caminhos e soluções junto a associações, clientes e parceiros. Com as mudanças que geraram realocação da demanda e o benefício do auxílio emergencial, os setores com maior desempenho foram realmente os ligados à construção residencial, principalmente os de reforma e decoração. Nossa expectativa é de que o mercado este ano coloque o setor em um patamar similar ao de 2019 e que haja a regularização natural do fornecimento de vidro ao longo deste ano. Foi uma situação atípica, devido ao baixo nível de estoque em consequência dos impactos da Covid-19.
Com as perspectivas de alta do PIB da construção civil, esperamos um crescimento de 5% para 2021. Mas um ano de sucesso depende de fatores que precisam ser acompanhados, como a ocupação da força de trabalho e o equilíbrio do déficit das contas públicas. Para que tenhamos níveis de crescimento semelhantes aos da década passada, os fatores macroeconômicos fazem a diferença. Alinhado a isso, é de suma importância o trabalho das normalizações e também a existência de uma reforma tributária focada na construção civil. Confirmamos ainda a manutenção do C2 para o segundo semestre deste ano. Trata-se de uma reforma a frio, com previsão de parada de três meses. Temos acompanhado as tendências do mercado para tomar decisões de forma a antecipar as necessidades dos clientes e não impactar a produção e o fornecimento ao mercado interno. Quanto à construção do forno C6 e à continuidade da nova planta da Vasa, na Argentina, o avanço dos projetos depende do crescimento do mercado e do controle da pandemia.” Leopoldo Castiella e Reinaldo Valu, diretores-executivos da Cebrace
“2020 foi um ano de aprendizado. Toda a nossa equipe se reinventou para continuar atendendo os clientes, mesmo que a distância, sendo que a tecnologia e os canais digitais foram muito importantes nesse processo. E justamente esse isolamento domiciliar, somado à rápida retomada das atividades no segundo semestre, trouxe um desequilíbrio no fornecimento de insumos. Nossa expectativa é de que o reabastecimento seja normalizado ao longo de 2021. Um dos setores com bom desempenho foi o de vidros para decoração de interiores. Com o home office, muitas pessoas passam mais tempo em suas residências e querem deixar a casa mais aconchegante. Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostram que a construção civil deverá ter, este ano, o maior crescimento em oito anos. O PIB desse segmento deve avançar 4%, depois de recuar 2,8% em 2020. Caso a estimativa se confirme, será a maior expansão desde 2013, o que impactará positivamente o setor vidreiro. Um dos grandes desafios à frente é o trabalho para aumentar o consumo per capita de vidro no Brasil – gira em torno de 8 kg por ano. Esse volume é pequeno quando comparado com Europa (18 kg) e Estados Unidos (15 kg). Entendemos que isso passará pelo maior uso dos vidros de valor agregado, como os de controle solar, que correspondem a uma pequena fração do consumo total do material por aqui, mas tem grande potencial de expansão. Em relação a novidades para 2021, anunciamos o DecoCristal Off White, novo vidro pintado na cor off white. Em fevereiro, lançaremos um novo vidro de controle solar, com desempenho e estética diferenciados.” Renato Sivieri, diretor de Marketing da Guardian
“A pandemia nos levou a cenários nunca vivenciados e fomos obrigados a nos reinventar algumas vezes ao longo do ano, tanto no lado pessoal como no profissional. Acho que o saldo, do ponto de vista dos negócios, é positivo: nos momentos críticos, realizamos as ações necessárias para proteger nossas equipes e preservar a operação. Na retomada vivenciada, ainda que sob o efeito da pandemia, maximizamos a produção para abastecer da melhor forma possível o mercado interno. O destaque do ano, sobretudo por conta do home office e do auxílio governamental, está nos segmentos ligados ao residencial, notadamente o de esquadrias, moveleiro e de decoração. A expectativa para 2021 é boa, pois acreditamos na manutenção do ritmo do segundo semestre. Porém, olhamos com cautela os impactos do atual crescimento dos números da Covid-19 no solo nacional. A estabilidade do cenário macroeconômico, a redução na taxa de desemprego e, obviamente, o controle da pandemia são os fatores que irão determinar o ritmo de nosso segmento neste ano.
Dentre os grandes desafios a serem enfrentados para o crescimento contínuo, podemos indicar o aumento do consumo per capita de vidro, aliado à maior participação de produtos de valor agregado e à maior presença em aplicações nas quais o vidro ainda não é considerado, sendo substituído por outros materiais.
Por isso, o objetivo deve ser aumentar a utilização do nosso produto pelo consumidor final. Todo o setor vidreiro precisa trabalhar nesse sentido, propondo novas aplicações para os clientes e não somente competindo com o que já conhecemos.” Pedro Matta, gerente-comercial e de Marketing da Saint-Gobain Glass
“A sociedade foi estimulada a se reinventar e adaptar o ambiente de trabalho. Esses pontos alteraram os hábitos do consumidor final, inclusive na cadeia do vidro plano, o que trouxe uma mudança positiva. Terminamos o ano com resultados melhores do que imaginávamos para uma época de pandemia. Com essa alteração no estilo de vida, houve uma intensa busca por melhoria dos ambientes residenciais — e isso deverá permanecer pós-pandemia. Em algumas cidades do País, também registrou-se aumento de demanda para vidros para fachadas. Além disso, a baixa taxa de juros foi um dos fatores que ajudaram a movimentar o setor imobiliário no segundo semestre.
Estamos otimistas em relação a 2021. Esperamos um início de ano ainda de forte demanda, seguido de uma acomodação natural do mercado no decorrer dos meses, porém com bom desempenho anual. Em relação ao fornecimento, acreditamos que ficará mais estável ao longo do ano, visto que, no ano passado, todas as empresas do segmento passaram por períodos longos de paradas de produção.
O grande desafio continua sendo a valorização de nosso produto e suas aplicações. Um material nobre como o vidro não deve ser tratado como commodity. De forma geral, o mercado vidreiro precisa evoluir na qualificação da cadeia como um todo, especialmente daqueles que têm o contato direto com o consumidor final. A Vivix está finalizando os projetos e orçamentos para a construção de sua segunda planta, decisão tomada no ano passado. Em muito breve, teremos orgulho em anunciar a todo o mercado os detalhes sobre local e a data de início da obra.” Henrique Lisboa, presidente da Vivix
“Sem contar o início da pandemia, o ano foi excelente. O segundo semestre mostrou-se muito aquecido, e não só na construção civil, mas no consumo de ferramentas abrasivas em geral. Notamos urgência nas solicitações e estávamos a postos para atender de forma rápida. A expectativa para 2021 é de grande crescimento: o avanço das obras aliado à baixa taxa de juros compõe o principal cenário desse entusiasmo.” Gabriel Leicand, diretor da Abrasipa
“Em meio àquele cenário de ‘final dos tempos’, a partir do fim de abril o mercado reagiu e começamos a trabalhar. Estávamos com o estoque abastecido para as vendas pós-carnaval e tivemos uma boa retomada. Acredito no crescimento e na continuidade da construção civil, mas temos de estar muito atentos aos movimentos que podem acontecer, apesar da positividade.” Yveraldo Gusmão, diretor-presidente da Gusmão-GR
“2020 foi um ano de evolução. Apesar de todos os obstáculos (pandemia, desaceleração, câmbio, falta de matéria-prima etc.), tivemos resultados satisfatórios. Normalmente já temos um aquecimento no segundo semestre, mas fomos surpreendidos a ponto de termos de contratar mão de obra e iniciar outros turnos de trabalho. Estamos com projetos de melhoria produtiva, os quais devemos concluir no primeiro semestre.” José Pedro Ruiz, diretor-comercial da Diamanfer
“Depois do primeiro semestre desafiador, a Kuraray obteve notável recuperação, empurrada pelo crescimento do mercado de construção civil. Um dos marcos nesse período foi o envidraçamento estrutural da plataforma de vidro Skywalk, em Canela (RS). A expectativa para 2021 é aumentar nossa presença com esse tipo de instalação. Esperamos que as vacinas contra a Covid-19 contribuam para retornar à normalidade até o final deste ano.” Otávio Akinaga, coordenador de Vendas Técnicas da Kuraray
“Em 2020, a Eastman completou 100 anos de existência. A construção civil apresentou uma retomada muito forte, mas, mesmo assim, conseguimos operar nossas plantas em âmbito global, minimizando os impactos para nossos clientes. Ainda há incerteza global sobre o avanço das economias, porém, estimamos que o Brasil, pelo menos nos próximos meses, tende a manter o forte ritmo apresentado ultimamente.” Daniel Domingos, gerente-comercial para a América Latina da Eastman
“Agimos com rapidez no início da pandemia e minimizamos os impactos. Aprendemos a trabalhar de forma diferente e terminamos o ano acima da expectativa prevista no primeiro semestre. Os negócios foram bons em máquinas novas e revisadas, e também sentimos grande demanda em peças de reposição e projetos de atualização de sistemas operacionais. As perspectivas para 2021 são boas e a concretização delas dependerá da velocidade imprimida pelo governo ao plano nacional de imunização.” Luiz Garcia, diretor da Lisec
“Apesar do susto de seu primeiro impacto, com o início das paralisações por conta da pandemia, o ano de 2020 foi muito bom comparado ao anterior. Realmente, o segundo semestre nos surpreendeu e nossas vendas foram alavancadas de forma extraordinária. As expectativas para este ano são muito positivas: esperamos que haja aumento em torno de 10% a 15% em relação aos negócios do ano passado.” Marcelo Peri Lamezon, gerente-comercial da Sglass
O que começou com expectativa, logo se tornou incerteza. O ano de 2020 era para ser um período de retomada para o mercado do vidro brasileiro, mas a pandemia chegou para acabar com a esperança de retomada do crescimento em curto prazo. Um ano para ser esquecido? Não, pois saímos dele com valiosas lições em muitos aspectos: humanitário, econômico, social etc. Isso sem falar no aquecimento da construção civil nos últimos meses, trazendo otimismo ao setor. Nas próximas páginas, confira o resumo das principais notícias vidreiras deste ano.
JANEIRO
Mudança na AGC Isidoro Lopes tornou-se o novo diretor-geral da Divisão de Vidros para Construção Civil e Indústria para a América do Sul da AGC, cargo anteriormente ocupado por Francesco Landi. Paulista, Isidoro soma 25 anos de experiência no setor vidreiro, tendo trabalhado também pela AGC na Bélgica.
Abravidro na telinha Vera Andrade, coordenadora técnica da associação, explicou no programa É de Casa, da TV Globo, os detalhes sobre a instalação e o uso do vidro em boxes de banheiro, conforme determina a norma NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidro de segurança. Ela também ressaltou durante sua participação que a principal causa de acidentes é a falta de manutenção preventiva, daí a importância de ter o produto examinado por um vidraceiro a cada doze meses.
FEVEREIRO
Vidraceiros ganham norma No dia 11, a ABNT publicou a aguardada NBR 16823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional. A norma define os parâmetros e requisitos para a qualificação dos vidraceiros, de forma a ajudar esses profissionais a exercer seus trabalhos com mais qualidade e segurança. A elaboração teve início em 2016, tendo sido promovida pela Abravidro por meio do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) juntamente com o Comitê Brasileiro de Qualificação e Certificação de Pessoas (ABNT/CB-99).
MARÇO
Comando renovado na Vivix Henrique Lisboa, ex-diretor-comercial e de Marketing da usina, assumiu a presidência da Vivix após o anúncio de que Paulo Drummond, à frente da companhia desde sua fundação, em 2010, deixaria a empresa para se dedicar a projetos pessoais.
Mais uma unidade no Brasil A AGC inaugurou uma planta de agregação de valor em Piracicaba, a cerca de 150 km de São Paulo. A unidade é dedicada ao atendimento a clientes regionais do segmento automotivo – ali são feitas a montagem final de componentes dos vidros para esse setor e sua distribuição.
Última feira antes da quarentena A 18ª Expo Revestir, feira internacional para a área de revestimentos e arquitetura, recebeu cerca de 55 mil visitantes e mais de 200 expositores no Transamerica Expo Center, em São Paulo. Totens com álcool em gel foram distribuídos pelos pavilhões para uso de todos.
Coronavírus No dia 11, a Organização Mundial da Saúde decretou que o mundo vivia uma pandemia causada pelo novo coronavírus, causador da Covid-19. Os meses seguintes foram de paralisação da produção em praticamente todos os setores da indústria, adiamento de eventos e muita incerteza sobre o futuro.
VidroCast no ar! A Abravidro lançou mais um canal de comunicação, dessa vez um que está na moda. O VidroCast é o podcast da entidade: parece um programa de rádio, com a diferença de que você pode ouvi-lo a qualquer momento no computador, tablet ou celular. Todo mês, sai uma edição nova dele comentando as reportagens de O Vidroplano.
Glass South America é adiada Devido ao agravamento da pandemia, a NürnbergMesse Brasil, organizadora da Glass South America, optou pelo adiamento da feira. Antes marcada para junho, ela seria realizada nos dias 5 a 8 de novembro, no mesmo local, o São Paulo Expo, principal centro de eventos da capital paulista.
ABRIL
Nova direção na Guardian Renato Poty assumiu a posição de country manager (gerente do país), tornando-se responsável pela gestão administrativa do Brasil. A liderança das áreas de interface com clientes, incluindo marketing e vendas, permanece sob a direção de Renato Sivieri. O executivo Ricardo Knecht deixou a empresa.
MAIO
Três décadas de vida! A celebração do aniversário de 30 anos da Abravidro se deu na revista O Vidroplano, no site e nas redes sociais da entidade. Diversos momentos históricos foram lembrados, desde a fundação, em 29 de maio de 1990 (ainda com o nome de Associação Nacional de Distribuidores de Vidros e Cristais Planos – Andiv), a criação do Simpovidro e participação em feiras internacionais, até o trabalho incessante em desenvolver o setor vidreiro brasileiro e defender seus interesses.
Números do setor Foi publicado nesse mesmo mês o Panorama Abravidro 2020, estudo produzido pela associação que analisa os dados produtivos do mercado de vidros planos referentes a 2019.
Estreia o Abravidro Entrevista A associação deu início a uma série de lives transmitidas pelo Instagram com o objetivo de interpretar os impactos da crise causada pela Covid-19 em nosso mercado. Em edições de maio a julho, foram entrevistados os executivos das usinas Cebrace, AGC, Vivix e Guardian. Houve também uma edição especial sobre o Dia do Vidraceiro, em 15 de maio.
Glasstec só ano que vem… A principal feira vidreira do mundo deixou sua edição física para 2021. Organizado pela Messe Düsseldorf e previsto para os dias 20 a 23 de outubro, o evento tem realização prevista para o período de 15 a 18 de junho do ano que vem.
…assim como a Glass South America O segundo adiamento da mostra justificou-se necessário, devido às restrições para viagens e determinações de quarentena. Por isso, a 14ª edição da feira foi remarcada para 24 a 27 de março de 2021.
JUNHO
Reeleito José Domingos Seixas assume seu segundo mandato como presidente da Abravidro. Ele e a diretoria eleita ficam à frente da entidade até 2023.
Normas na Internet No dia 1º, Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, participou de uma live organizada pela Cebrace a respeito da importância das normas técnicas para as diferentes aplicações do vidro na construção civil. No dia 3, Clélia palestrou num evento online da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal) e também comentou o tema, dessa vez com foco no uso correto de vidros de segurança em esquadrias.
Antidumping renovado A Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério da Economia, decidiu prorrogar o direito antidumping aplicado às importações de vidros originários da China para uso em eletrodomésticos da linha fria (NCM 7007.19.00). A medida, com validade por até cinco anos, foi publicada no dia 25.
JULHO
Crise na Argentina A Saint-Gobain Sekurit, divisão do Grupo Saint-Gobain, suspendeu, temporariamente, a produção de vidros automotivos na Argentina. Por conta disso, parte de suas operações de produção foi transferida para o Brasil. Essa medida foi necessária para garantir a sustentabilidade da operação, mas a empresa seguiu atendendo o mercado de reposição.
SETEMBRO
Sem burocracia Em vigor a partir do dia 1º, a Portaria nº 282 retirou a exigência de registro de objeto e anuência para licença de importação de vidros automotivos, deixando o processo mais simples e menos burocrático.
Obras verdes No dia 23, o Grupo Saint-Gobain anunciou os vencedores da 7ª edição do Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura – Habitat Sustentável. Neste ano, devido à pandemia, a cerimônia foi transmitida pela Internet pela primeira vez, sendo acompanhada pelo público em geral ao vivo. Várias obras vencedoras têm o vidro como elemento de destaque.
Produtos e palestras digitais O GlassBuild Connect, organizado pela National Glass Association (NGA) no lugar da edição 2020 da GlassBuild America e realizado ao longo de todo o mês, contou com mais de 70 webinars, além de cerca de 300 empresas expondo produtos e serviços, tudo também pela Internet.
OUTUBRO
Comitê para esquadrias O Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248), criado pela ABNT, começou suas atividades no dia 1º tendo o Sindicato das Indústrias de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo (Siamfesp) como sede. Roney Margutti, engenheiro e gerente técnico do sindicato, é o gestor do novo comitê que atuará na normalização do segmento de esquadrias, componentes e ferragens em geral em relação à terminologia, procedimentos, requisitos e métodos de ensaio desses produtos.
Novo boletim online A Abravidro lançou o Fique por dentro. Boletim de notícias em formato de vídeo, contém as últimas informações do setor e está disponível a cada 15 dias no canal da entidade no YouTube e também nas redes sociais.
Conexão Glass no ar A Glass South America também entrou na onda de eventos digitais. No dia 29, o 1º webinar da série Conexão Glass teve como tema de estreia Casas inteligentes e conectadas: oportunidade de negócios para o setor. Mensais, as lives irão ao ar até a realização presencial da mostra em 2021.
Vidro na faculdade A Abravidro realizou as aulas do módulo sobre vidros para a 7ª turma do curso de extensão “Arquitetura e Construção: Materiais, Produtos e Aplicações”, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Este ano, devido à pandemia, as aulas foram ministradas online.
Glasstec Virtual A versão digital da Glasstec foi realizada de 20 a 22 no site da feira. Mais de 10 mil participantes acessaram o conteúdo gratuito, incluindo palestras técnicas, exposição de produtos e rodadas de negócios.
NOVEMBRO
Termoendurecidos dentro da norma A ABNT publicou, no dia 12, a NBR 16918 — Vidro termoendurecido. O texto apresenta os requisitos para o processo de fabricação desse tipo de vidro.
Revisão dos temperados Começou nesse mês o processo de revisão da NBR 14698 — Vidro Temperado, com o objetivo de atualizar os requisitos desse produto.
Levando conhecimento A coordenadora técnica da Abravidro, Vera Andrade, ministrou a palestra online Normas técnicas do vidro. A apresentação foi organizada pelo Sindividros-RS e transmitida pela plataforma Construsul Online.
DEZEMBRO
Data remanejada Cenário de incertezas por conta da pandemia leva organizadores da Glass South America a remanejar a data da feira mais uma vez. A mostra será realizada de 1º a 4 de setembro de 2021.
Mais mudanças em feiras A Feicon Batimat anunciou o adiamento da mostra para 14 a 17 de setembro de 2021, no São Paulo Expo. A Expo Revestir também mudou: a edição do ano que vem, programada para março, será 100% digital.
A Vivix ampliou seu portfólio da linha de vidros pintados Vivix Decora. Segundo a empresa, a cor Nude é a nova opção que chega para conferir equilíbrio, suavidade e harmonia a diversas possibilidades de composição de ambientes. O motivo: traz um tom mais neutro, que pode ser usado ao lado de cores mais fortes ou mais discretas. Os vidros pintados da Vivix são produzidos a partir do incolor monolítico da usina, em chapas de até 3,3 x 2,4 m e espessura de 4 mm. A linha também conta com produtos nas cores branca e preta.
Esta seção de O Vidroplano frequentemente aponta a necessidade de que o vidraceiro não se restrinja aos trabalhos básicos e busque sempre diversificar seu portfólio. Nesse sentido, uma opção bastante inovadora é a venda e instalação de lousas de vidro. Produto bastante útil para diferentes finalidades, ele pode ser aplicado em vários espaços. Conheça mais a seguir sobre e prepare-se para suas anotações.
Solução multiuso
Na live realizada pela Abravidro no dia 18 de maio, em comemoração ao Dia do Vidraceiro, Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro, foi enfático ao apontar que a exploração de outros nichos de mercado pode ajudar a ampliar as vendas de uma vidraçaria. O exemplo dado foi justamente a aplicação de um vidro como revestimento de parede, no qual os filhos dos clientes poderiam desenhar: “A gente já vendeu muito revestimento desse tipo só focado em criança, como se fosse uma lousa”, contou para Vera Andrade, coordenadora técnica da entidade, durante a transmissão. As mesmas canetas e apagadores usados para quadros brancos podem ser usados nos vidros.
A mesma sugestão foi repetida por Gabriel durante o primeiro webinar da série Conexão Glass, programação da feira Glass South America, em outubro (saiba mais sobre o evento clicando aqui). Na ocasião, ele comentou que esse uso poderia manter as crianças distraídas nesse período em que os pais não podem levá-las para brincar fora de casa.
Mas engana-se quem pensa que os pequenos são o principal público-alvo desse produto. “Antes, vendíamos apenas para o mundo corporativo”, conta Rayssa Navarro, CEO da Multpainel Lousas de Vidro. “Apenas de 2013 para cá abrimos as vendas para pessoas físicas e esse mercado foi sendo construído.” A lousa, por si só, é um produto que pode ser instalado em todos os ambientes e lugares, não apenas para substituir os antigos quadros-negros ainda escritos a giz ou os brancos de madeira.
Comunicação com praticidade
O que torna a lousa interessante para empresas? Rayssa explica: “O produto estimula a criatividade e favorece a boa comunicação, além de ser um ponto focal de atenção para a construção de raciocínios, debate de ideias e exposição de pensamentos. Nos espaços corporativos, tudo isso é essencial para bons resultados”.
As características do vidro facilitam essa troca de informações. “Por ser um material de fácil limpeza e manutenção, devido à sua superfície plana e lisa — sem porosidade —, ele permite escrever e apagar com praticidade, além de ser mais higiênico em relação a outras opções”, avalia Viviane Moscoso, gerente de Produto da Vivix.
O aspecto estético também conta em uma aplicação como essa. “As lousas envidraçadas permitem trazer modernidade a uma aplicação considerada tão antiquada, dando leveza ao ambiente e possibilitando a diversificação nas cores, layout e forma em que o produto pode ser usado”, destaca Camila Batista, engenheira de Desenvolvimento de Produto da Cebrace. Essa opinião é compartilhada por Matheus Oliveira, gerente de Vidros Decorativos da AGC, que acrescenta: “Muito além de uma aparência diferenciada no revestimento da parede, há uma funcionalidade importante e a possibilidade de manter a aparência original da parede, diferentemente de lousas tradicionais ou paredes com tintas comuns”.
Vale salientar que empresas e residências não são os únicos espaços em que as lousas de vidro têm potencial – por isso mesmo, é uma opção de venda que pode agregar aos negócios dos vidraceiros. “Além de ser uma alternativa criativa de uso do vidro, o material possui amplo campo de aplicação, como em academias e instituições de ensino, entre outros”, sugere Renato Sivieri, diretor de Marketing da Guardian.
O vidro ideal
Entre as usinas de base no Brasil, o vidro pintado parece ser um consenso como a melhor escolha para essa finalidade. “Sempre sugerimos os pintados como os mais indicados para lousas, pois, além de oferecer estética diferenciada, também agregam muito estilo e modernidade aos ambientes”, informa Renato Sivieri, da Guardian.
Porém, a pintura da peça não é o único tratamento pelo qual ela deve passar. “No que se refere ao processamento do vidro, não existem referências técnicas específicas para isso, mas recomenda-se utilizá-lo na versão temperada e/ou laminada, pois são classificados como vidros de segurança pela forma como os fragmentos se quebram em uma situação de acidente, diminuindo o risco para o usuário”, alerta Camila Batista, da Cebrace.
Rayssa, da Multpainel, concorda: “Damos preferência a vidros temperados e defendemos muito a utilização desse tipo de beneficiamento. Apesar de muitas lousas de vidro comum ou de laminado simples serem vendidas no mercado, não abrimos mão do temperado em nossos modelos. Mesmo se a aplicação, por norma, demandar uma peça laminada, preferimos recorrer ao laminado temperado”.
Da mais comum à mais sofisticada
Uma lousa de vidro básica é bem simples de ser instalada. A forma mais comum é a fixação mecânica, parafusando-a com prolongadores. Porém, também é possível colá-la com fitas dupla face, em processo semelhante ao usado na aplicação de espelhos.
Essa é a solução mais simples de oferecer ao cliente, mas o vidraceiro pode, e deve, explorar também outras possibilidades. A seguir, alguns exemplos:
– Uma delas é a magnética. Nela, além de escrever, também é possível fixar objetos com a ajuda de ímãs. “Nada mais é que uma lousa de vidro básica com uma manta de alto magnetismo aplicada na parte de trás. Dessa forma, o magnetismo ultrapassa a massa do vidro”, explica Rayssa;
– Menos comuns no mercado, porém bastante promissoras para os próximos anos, são as digitais interativas. Como o nome diz, permitem a projeção de imagens, como se fossem uma tela de toque. A única diferença na instalação é que uma película de projeção deve ser aplicada na face do painel, para evitar que os reflexos atrapalhem a nitidez da tela. Viviane, da Vivix, ressalta que nesse tipo específico de aplicação é necessário avaliar a escolha correta do vidro e o uso de sistema operacional que permita a interatividade digital;
– E, quando falamos em lousas, pode vir à mente uma placa envidraçada colocada no meio de uma parede – mas, em vez disso, por que não sugerir ao consumidor que toda a parede seja revestida? “Costumamos indicar a aplicação do produto para revestimentos de paredes de escritórios, salas de aulas e espaços residenciais em que possa haver quadro de anotações”, conta Oliveira, da AGC. “Até mesmo para o quarto da criança há lugar — estimula a criatividade sem impactar diretamente no acabamento.”
Potencial para todos os elos da cadeia Embora esta seção seja dedicada aos vidraceiros, os demais profissionais do nosso setor também têm muito a ganhar com as oportunidades desse produto. “O vidro pintado no Brasil ainda não tem tanta representatividade como em outros países, a exemplo dos Estados Unidos, que já atuam nesse mercado de lousas há anos, e seu consumo aumenta significativamente a cada ano”, considera Viviane, da Vivix. “Essa grande oportunidade para o mercado vidreiro do Brasil precisa ser explorada pela cadeia como um todo.” Para Rayssa, a maré dessa solução foi surfada praticamente sozinha pela Multpainel de 2006 a 2015. “Hoje, há diversas empresas focadas em lousas de vidro. E isso é ótimo para todos, pois em termos macroeconômicos a concorrência gera melhoria bruta para o consumidor e para todo o ecossistema de consumo.”