A 23ª Expo Revestir, maior feira de revestimentos e acabamentos da América Latina, e a 3ª Haus Decor Show, feira simultânea voltada para os setores de tintas e vernizes, iluminação, refrigeração e automação residencial, foram realizadas de 10 a 14 de março no São Paulo Expo, na capital paulista. Este ano, os eventos inauguraram uma nova era, com dias e horários ampliados, buscando maximizar as oportunidades de negócios e conexões em resposta à crescente demanda por participação do público especializado.
A Expo Revestir teve mais de trezentas marcas expositoras ao longo de seis pavilhões, preenchendo uma área total de 65 mil m²; já a Haus Decor ocupou outros dois pavilhões, com mais de oitenta marcas – juntas, as feiras receberam cerca de 82 mil visitantes.
A equipe da Abravidro esteve no evento para cumprir agendas institucionais e visitar os estandes das empresas associadas e parceiras. Este ano, as duas mostras tiveram diversas novidades interessantes envolvendo o vidro. Confira nas próximas páginas os destaques para o nosso setor.
EXPO REVESTIR
A Bazze PVC exibiu em seu estande algumas de suas esquadrias para janelas e portas de correr – entre elas, chamou atenção uma com pintura reproduzindo aspecto amadeirado (foto), com vidro insulado, aliando estética e conforto térmico e acústico no mesmo produto. Também vale destacar a porta de correr de vidro na entrada do espaço, com cerca de 4 m de altura.
A Casa D’Vino desenvolve projetos de adegas climatizadas sob medida: as estruturas são de MDF e vidro insulado (foto), com condensador e evaporador, com atenção tanto aos detalhes estéticos como à funcionalidade interna, a fim de assegurar que a adega seja bela e também prática.
Foto: Divulgação Cebrace
O estande do Grupo Saint-Gobain contou com um espaço para a Cebrace, onde foi mostrada a linha Habitat de vidros de controle solar para residências. Além de destacar os benefícios do produto, que pode reduzir a entrada de calor nos ambientes em até 70%, a empresa também demonstrou a possibilidade de agregar ainda mais valor e vantagens a ele, com uma composição laminada acústica.
Embora a Biancogres não seja uma empresa do nosso segmento (ela trabalha com porcelanatos e revestimentos), seu estande, que ocupava um “quarteirão inteiro” na mostra, tinha várias colunas feitas com laminados de vidro ReflectGuardian Champagne (foto), da Guardian: as peças foram fornecidas e aplicadas pela Cyberglass, como uma parceria entre as duas empresas – e uma forma também de a processadora mostrar a designers e arquitetos a tecnologia e estética que nosso material pode agregar aos projetos.
O destaque da Elettromec para o nosso segmento foi a linha Vetro de eletrodomésticos com face de vidro pintado na cor preta: os produtos, de fornos a um refrigerador do tipo de embutir e revestir (foto), trazem um aspecto sofisticado à cozinha e podem ser embutidos – como podia ser visto no estande da empresa – para tornar o ambiente ainda mais clean e espaçoso.
O principal lançamento da Esaf na Expo Revestir foi o sistema de correr 45 Euro Minimal (foto): com design minimalista e montante central reduzido, ele apresenta um número reduzido de perfis, possibilidade de uso de vidros insulados e trilho inferior com instalação embutida. A empresa também exibiu suas linhas de esquadrias voltadas para construtoras, como a Idealle e a Moscatto, desenvolvidas para atender as necessidades específicas de diferentes regiões de vento do Brasil.
O estande da Garantia Solar BIPV mostrou diferentes formas de integrar soluções de energia solar à arquitetura. Algumas possibilidades apresentadas foram um guarda-corpos fotovoltaico, um pergolado com módulos semitransparentes e uma fachada unitizada (foto) – essa última mostrou que, em uma pele de vidro, os módulos podem ser colocados para cobrir os espaços não ocupados por janelas ou sacadas, gerando energia e ainda contribuindo para a estética da obra.
A Pado apresentou a fechadura digital FDV-201 (foto), para aplicação por sobreposição em vidro. Além de agregar todos os benefícios de sua antecessora, a FDV-200 – como a dispensa de recorte ou furação no vidro, possibilidade de uso tanto em sistemas pivotantes como de correr e o cadastramento de centenas de digitais e senhas de acesso –, o novo upgrade pode ainda ser acionado de forma remota por aplicativo.
Foto: Divulgação/Tramontina
A novidade da Tramontina foi o Guru ThermoGuide (foto), cooktop de embutir com controle de temperatura e duas áreas guiadas, painel touch intuitivo para ajustes, integração com aplicativo para acompanhar cada detalhe da receita e um design moderno e minimalista, com acabamento preto fosco, com maior resistência a riscos. Os visitantes puderam, inclusive, vê-lo em funcionamento, com expositores cozinhando dentro do estande.
O estande da Weiku foi montado como um cenário residencial, a fim de demonstrar aos visitantes as possibilidades de aplicação de seus produtos, como a linha Corstone de revestimentos (feitos com a aplicação de uma variedade de filmes e polímeros em vidros laminados) e a luminária Octa 40 (foto), feita com peças dessa mesma linha. Também chamou atenção uma janela oscilobatente que parecia flutuar no ar – na verdade, estava aplicada em uma estrutura de vidro.
HAUS DECOR SHOW
A Atenua Som dividiu o estande com suas parceiras Uniflex e Somfy. Juntas, as três empresas apresentaram soluções para o conforto acústico, com destaque para uma câmara com resultado extremamente elevado (foto) – dentro dela, não era possível perceber todo o barulho do lado de fora –, montada para demonstrar o potencial do isolamento acústico, além de esquadrias aliando estética e atenuação de ruídos.
Este ano, a Blindex foi responsável por patrocinar e montar o Lounge dos Influenciadores dentro da Haus Decor Show. A empresa aproveitou para levar ao espaço móveis feitos com Blindex Impress (vidro temperado com impressão digital de alta qualidade), como mesa, estante e banco (foto), além de outras estruturas com diferentes tipos de vidro.
A Ideia Glass levou vários produtos de seu portfólio, incluindo: o Perfil Retro (foto), que pode ser colado no vidro com fita dupla-face para agregar estilo e sofisticação aos ambientes; o kit Nobre, que conta com amortecedor para a abertura e fechamento; e o boxe Flex, com abertura de 90 graus do vão – este último foi montado no estande com vidros refletivos, dando uma estética diferenciada ao sistema.
A principal novidade da Infinite foi a linha Infinite .S45 TB (foto): a solução para folhas de correr tem design minimalista, trilhos embutidos e perfis com sistema de corte térmico (thermal break), possibilitando ainda o uso de duas cores diferentes no mesmo caixilho, uma voltada para dentro do ambiente e a outra voltada para o lado de fora. A empresa também apresentou uma tipologia com portas de canto de correr.
O estande da Roll Door teve vários lançamentos da empresa. Entre eles, a Porta Camarão (foto) apresenta vedação superior a produtos semelhantes no mercado, dispensa a necessidade de trilhos inferiores e requer pouca manutenção. Outro destaque foi a versão automatizada do sistema Robust, para grandes vãos – ele pode ser usado com folhas de vidro de até 6 m de altura.
Foto: Henry Lopes
Em sua estreia na Haus Decor Show, a Vivix contou com um estande especial (foto) projetado pelo arquiteto pernambucano Jaime Portugal, embaixador da marca, para destacar a versatilidade dos vidros e espelhos da usina, oferecendo uma experiência imersiva aos visitantes. No centro do espaço, um balcão pensado para ser usado como bar e café foi revestido com o vidro pintado Vivix Decora Nude. O estande contou ainda com dois lounges revestidos com o Vivix Decora Preto e uma cabine de espelhos composta por peças de Vivix Spelia Cinza e Vivix Spelia Incolor.
Este mês, a Vivix emitiu um comunicado informando que fará uma manutenção preventiva em seu forno, localizado na planta da cidade pernambucana de Goiana (foto). A intervenção, a ser realizada ao longo de quinze dias durante o mês de maio, já era prevista desde o início da operação da empresa, em 2014, e tem como objetivo assegurar o pleno funcionamento do equipamento pela próxima década. De acordo com o presidente da usina, Henrique Lisboa, a reforma foi cuidadosamente planejada por mais de um ano, de forma a garantir estoque suficiente para atender a demanda do mercado durante o período de parada.
Também em março, a Vivix anunciou Romulo Avellar como seu novo diretor-comercial e de Marketing – ele iniciou na função no começo do mês. Administrador, com pós-graduação em gestão empresarial, Avellar faz parte do Grupo Cornélio Brennand desde 2017, ocupando anteriormente a presidência da Cimento Bravo – Cimar. Ao longo da carreira, acumulou experiência em cargos de liderança em indústrias nacionais e multinacionais, com atuação destacada nas áreas comercial, de trade marketing e de operações. A posição agora ocupada por ele estava sem titular desde dezembro de 2023, com a saída de José Henrique Ribeiro da usina.
O empresário Cornélio Coimbra de Almeida Brennand faleceu no último dia 5 aos 96 anos. Ele fora fundamental para a construção da história do Grupo Cornélio Brennand, proprietário da Vivix: depois de, por décadas, comandar a Companhia Industrial de Vidros (CIV), que produzia vidros ocos, o Grupo vendeu a empresa em 2010 para investir na criação da Vivix Vidros Planos, inicialmente chamada de Companhia Brasileira de Vidros Planos (CBVP). A tradição de empreender foi um valor que pautou toda sua trajetória empresarial para atuar em diversos setores, como o cerâmico, sucroalcooleiro, de porcelana, cimento, energia, desenvolvimento imobiliário e vidro. Em comunicado, o Grupo afirma que seguirá honrando sua memória, mantendo vivos os princípios que inspiram a seguir construindo um futuro condizente com seu legado.
Este ano, o congresso vidreiro mais importante do mundo terá em sua programação uma palestra do engenheiro Luiz Barbosa, gerente de Desenvolvimento de Mercado da Vivix. O tema da apresentação de Barbosa será Os desafios da implementação de vidros termicamente eficientes em edifícios sustentáveis em países em desenvolvimento. Essa será a primeira palestra feita por um brasileiro desde 2001, quando Gilberto Ribeiro, então presidente da Abravidro, abordou no evento a potencialidade e as perspectivas do mercado do vidro no Brasil e o que esse segmento tinha para oferecer. O GPD 2025 será realizado de 10 a 12 de junho na Nokia Arena na cidade de Tampere, Finlândia.
Após um 2024 complexo, de altos e baixos no setor vidreiro, 2025 começa com boas esperanças – se elas se concretizarão, só saberemos daqui a um tempo. Como já virou tradição em todo mês de janeiro, O Vidroplano analisou indicadores econômicos, incluindo os dos mercados consumidores de vidro, e conversou com players de diversos elos da cadeia vidreira para saber o que esperar de 2025. A seguir, confira uma longa análise a respeito das perspectivas para os nossos negócios.
Panorama geral da indústria
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria de transformação em 2024 é de crescimento de 3,5%, valor que representaria a maior alta do indicador em três anos. O PIB nacional como um todo, para a entidade, também deve marcar alta de 3,5%.
O estudo Indicadores Industriais, produzido pela CNI, referente a novembro, que é a edição mais recente da pesquisa, mostra que o faturamento real da indústria nacional subiu 0,1% no mês, apresentando estabilidade sobre outubro, que tinha marcado alta de 3,1%, revertendo a queda de 2,1% registrada no mês anterior (setembro). Na comparação com novembro de 2023, esse indicador cresceu 9,1%. As horas trabalhadas na produção tiveram estabilidade, com variação de -0,1% frente a outubro, assim como a utilização da capacidade instalada, que está em 79,6% (0,7 ponto superior à de novembro de 2023).
Por outro lado, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) revela pessimismo: em queda pelo quarto mês seguido (com 4,2 pontos de recuo desde setembro), o indicador caiu de 50,1 pontos para 49,1 este mês. Com isso, ficou abaixo da linha divisória que delimita um estado de confiança pela primeira vez desde maio de 2023. “O pessimismo faz com que os empresários tendam a adiar decisões com relação a investimentos, aumento de produção e contratações, na expectativa de um cenário mais favorável”, comenta o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Os dois componentes do Icei caíram em janeiro. O Índice de Condições Atuais obteve baixa de 2,3 pontos, o que significa que a avaliação dos empresários sobre as condições atuais da economia e das próprias empresas se tornaram mais negativas em relação aos seis meses anteriores. O Índice de Expectativas, por sua vez, teve diminuição de 0,4 ponto.
Construção civil
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) estima que o setor da construção civil deve consolidar 2024 com crescimento de 4,1% em suas atividades. Para 2025, a expectativa é de crescimento, mas menor em relação ao ano passado: a projeção inicial é de expansão de 2,3%.
De acordo com os dados apresentados pela CBIC em dezembro, a construção de edifícios registrou crescimento de 8% em 2024, enquanto as obras de infraestrutura apresentaram queda de quase 39%. A construção civil também gerou 920 mil empregos de janeiro de 2020 a outubro de 2024, desempenhando um papel fundamental na recuperação da economia pós-pandemia – de 2021 a 2024, foram mais de 200 mil postos de trabalho anuais.
Quem também cresceu foi o mercado imobiliário: de janeiro a setembro, as vendas de apartamentos novos aumentaram 20%, com 292.557 unidades comercializadas; já os lançamentos de projetos subiram 17,3%.
Setor automotivo
O segmento de automóveis teve um ótimo 2024. Segundo levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção total no ano foi de 2,550 milhões de autoveículos – alta de 9,7% na comparação com 2023, fazendo com que o Brasil assumisse o posto de 8º maior produtor de veículos no mundo.
Foto: Sodel Vladyslav/stock.adobe.com
O volume de emplacamentos também cresceu (14,1%), em quantidade bem superior à média global de 2%. É o maior aumento no ritmo de vendas internas desde 2007. A soma de vendas de novos e usados chegou ao maior resultado na história do País, com 14,2 milhões de veículos leves vendidos. “Claramente, há uma demanda reprimida por transporte individual que vem sendo atendida de forma crescente, graças às melhores condições de crédito”, explica o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite. “Se essas condições melhorarem e se houver uma política de renovação de frota, mais pessoas poderão optar por veículos 0 km.” E, de acordo com reportagem da Folha de S.Paulo de 6 de janeiro, a capacidade de produção da indústria automotiva nacional deverá aumentar a partir deste ano, graças ao início das operações fabris das montadoras chinesas BYD e GWM. As empresas terão, somadas, potencial para fabricar 500 mil unidades por ano.
Linha branca
Dados da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) indicam que, de janeiro a setembro, as vendas dessa indústria como um todo para o varejo apresentaram salto de 29% em comparação com o mesmo período de 2023. Por isso mesmo, a entidade prevê o melhor resultado para o setor eletroeletrônico dos últimos dez anos: o crescimento em 2024 deve ficar entre 15% e 20%.
Olhando apenas para os produtos do segmento de linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar, entre outros), houve avanço de 19% de janeiro a setembro, com a comercialização de 11,3 milhões de unidades. “O setor vem registrando uma retomada importante em relação às perdas verificadas nos últimos anos, em especial em 2022, um dos piores da história para a indústria nacional eletroeletrônica. Chegar a mais de 80 milhões de unidades antes mesmo da nossa principal sazonalidade, que acontece no quarto trimestre, com as datas de Black Friday e Natal, mostra que o consumo está mais aquecido”, destaca o presidente-executivo da Eletros, Jorge Nascimento.
De olho na construção civil
Para saber mais detalhes a respeito das expectativas do segmento que mais consome vidro no Brasil, a construção, O Vidroplano conversou com Ieda Vasconcelos, economista da CBIC.
O desempenho da construção em 2024 foi abaixo ou acima do esperado? Ieda Vasconcelos: O setor fechou com resultado positivo e acima do projetado inicialmente. A estimativa de crescimento de 4,1% foi melhor que o observado em 2023, quando apresentou relativa estabilidade (-0,3%). O incremento de atividades do setor está refletido diretamente nos resultados do seu mercado de trabalho. Conforme os dados do Ministério do Trabalho, a construção, em todo o País, gerou de janeiro a novembro (últimos dados divulgados) 200.613 novos empregos com carteira assinada. Assim, o seu número de trabalhadores formais passou a ser de 2,948 milhões, o que correspondeu a um incremento de 7,3% em relação ao registrado no final de 2023.
Além disso, outros fatores ajudam a explicar o desempenho positivo: o melhor dinamismo da economia nacional, que cresceu acima do que era aguardado no início do ano; a volta das atividades do mercado de padrão econômico, com a retomada do Minha Casa, Minha Vida e o ano eleitoral são alguns deles. Também é preciso considerar o desempenho do mercado de trabalho no País, com taxa de desemprego alcançando o menor patamar histórico.
Quais foram as principais dificuldades enfrentadas por esse segmento em 2024? Essas condições podem melhorar em 2025? IV: O aumento da taxa de juros foi um dos desafios e merece destaque. Os juros elevados prejudicam o segmento produtivo da economia, pois direcionam um maior volume de investimento para o mercado financeiro. Além disso, com juros maiores, a Caderneta de Poupança, uma das principais fontes de financiamento imobiliário no País, perde recursos para outras aplicações financeiras que proporcionam rendimentos mais atrativos. Conforme dados divulgados pelo Banco Central, a sua captação líquida (depósitos menos as retiradas) foi negativa em R$ 21,718 bilhões. Há quatro anos consecutivos a Poupança vem perdendo recursos. Outra fonte de preocupação é o aumento de custos do setor. Em 2024, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), calculado e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, aumentou 6,54%; o custo com a mão de obra cresceu 8,56%; e o custo com materiais e equipamentos, 5,34%. Já o IPCA/IBGE registrou elevação de 4,83%. Portanto, altas superiores à inflação oficial. Os custos da construção, que já estão em patamar elevado em função dos fortes aumentos registrados no período da pandemia, voltaram a preocupar o setor. Também é necessário destacar a falta ou o alto custo do trabalhador qualificado. Inclusive esse é um desafio para vários segmentos da economia.
Para 2025, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) já sinalizou mais aumentos na taxa de juros Selic. Portanto, os juros altos continuarão preocupando. A alta do dólar deve pressionar o preço de commodities, influenciando os preços de alguns insumos. Nesse sentido, o aumento de custos também preocupa o setor este ano. Em relação à mão de obra, a construção tem trabalhado para amenizar o problema, inclusive fazendo parcerias com o Sesi/Senai para aumentar a capacitação da mão de obra.
O que esperar da construção ao longo de 2025? IV: Deverá continuar crescendo em 2025. O processo produtivo do setor é longo. Assim, obras iniciadas nos últimos dois anos continuarão gerando emprego e renda para a economia nacional.Ainda é preciso ressaltar que os lançamentos imobiliários registraram alta expressiva em 2024, o que também sinaliza mais atividade em 2025. O mercado imobiliário deverá continuar registrando resultados positivos, mas é importante destacar a preocupação com o crédito para a média renda. A taxa de juros em patamar elevado pode inibir pequenas obras, reformas, infraestrutura e o mercado imobiliário de média e alta renda. Já o segmento de infraestrutura poderá ser impulsionado por investimentos privados contratados. Isso tudo significa que o setor continuará registrando expansão. A expectativa da CBIC é de crescimento de 2,3%. Mas esse número poderia ser maior caso a taxa de juros estivesse em patamar razoável.
De modo geral as empresas vidreiras estão otimistas em relação ao aumento do uso do material nos próximos anos. Elas devem manter o otimismo ou seria melhor ter cautela nas previsões? IV: Falando do segmento imobiliário: o Brasil possui um déficit habitacional de mais de 6 milhões de moradias, e esse número sozinho indica a importância das atividades da construção e também de todas as indústrias e fornecedores de sua cadeia produtiva. Além do déficit existente, também é preciso considerar as novas famílias que se formam anualmente e o crescimento da população. Por isso, é necessário, é urgente, que o setor solidifique o seu processo de crescimento e continue apresentando expansão. A demanda existe e, por isso, as expectativas são de incremento de atividades.
Foto: Rmcarvalhobsb/stock.adobe.com
À espera da reforma tributária
Um assunto que o setor aguarda ansiosamente este ano é a regulamentação da reforma tributária. A mais importante mudança é a reorganização dos impostos sobre o consumo:
PIS, Cofins e IPI se transformarão na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), representando a parcela arrecadada pela União;
ICMS, de competência estadual, e ISS, de competência municipal, se tornarão o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).
“A parte positiva do assunto é a simplificação e o fato de termos uma legislação única para todos os tributos, além de trazer segurança jurídica”, explica Halim José Abud Neto, advogado e assessor-jurídico da Abravidro. “O novo sistema é mais racional. Porém, tem muito questionamento sobre as alíquotas relativas aos Estados e municípios. Por isso, a simplificação prometida ainda será testada.”
Uma das discussões mais relevantes para nossas empresas diz respeito às alíquotas que incidirão sobre a indústria. “Existe uma trava no projeto aprovado, da qual está pendente a sanção presidencial, de que a alíquota não pode passar de 26,5%”, alerta Halim. “Todos devem ter consciência de que a aplicação disso se inicia em 2026, mas a transição será um processo de longo prazo. Nosso setor tem a tarefa de acompanhar isso – e a Abravidro estará atenta às movimentações sobre o assunto.”
Balança comercial: o impacto dos importados
De acordo com o Comex Stat, portal do governo federal para acesso gratuito às estatísticas de comércio exterior do Brasil, em 2024 tivemos a maior marca de importação de vidro desde 2014. Foram 268 mil toneladas que entraram em nosso país – número ainda maior que o de 2023, quando já tinha sido visto um aumento de mais de três vezes na importação do material em relação a 2022.
Principais volumes:
Float: 140.764 t
Temperado: 19.394 t
Laminado: 27.158 t
Além do aumento da importação do float, o maior consumo de vidro processado estrangeiro é algo cada vez mais recorrente – atingindo diretamente a cadeia de processamento nacional. A importação de laminados, por exemplo, teve alta de 34% no ano passado na comparação com 2023 (é o número mais alto da última década).
A opinião das empresas vidreiras
Confira o que as companhias de nosso setor pensam sobre o desempenho de 2024 e o que esperar para 2025. O Vidroplano conversou com fabricantes de maquinários, ferragens e insumos – também falamos com as usinas de base, cuja opinião você lê a partir das próximas páginas.
BLINDEX/PILKINGTON
“2024 foi marcado por grandes conquistas e expansões significativas, tanto no portfólio de produtos como em novas parcerias e estratégias. Apresentamos lançamentos de soluções em envidraçamento, como os boxes Blindex Slim, o relançamento do Box Blindex Classic e o sistema de fechamento de fachadas Blindex Vista, além de destacar a versatilidade do vidro no segmento pet durante a feira Pet SA. Reforçando a importância de parcerias estratégicas para nossa marca, fortalecemos nossa rede de franquias e licenciados, promovendo maior engajamento entre os parceiros e ampliando nossa presença no mercado nacional. Para 2025, nossas expectativas são bastante positivas. Continuaremos investindo no fortalecimento da marca no mercado arquitetônico. Também estamos comprometidos em fortalecer ainda mais as parcerias estratégicas que são a base do nosso negócio. Além disso, reafirmamos nosso esforço constante para manter a Blindex como sinônimo de qualidade e inovação, enquanto expandimos nosso impacto em diferentes mercados e exploramos novas possibilidades para atender as demandas de um público cada vez mais exigente e diversificado.” Glória Cardoso
EASTMAN
“O ano de 2024 foi bastante intenso e dinâmico, com projetos interessantes não só aqui no Brasil, mas também em outros países da América Latina. Para 2025, seguimos otimistas, mas com cautela, visto que a situação macroeconômica do País inspira atenção. De nossa parte, seguiremos investindo no tema da sustentabilidade, buscando cada vez mais ampliar a circularidade dos nossos produtos e, em paralelo, apoiar nossos clientes para poder seguir fazendo o mercado do vidro laminado crescer este ano.” Daniel Domingos
LISEC
“2024 foi outro ano muito bom, assim como o de 2023. Na região da América Latina, na qual estamos inseridos, podemos comentar que, além dos projetos fechados, tivemos um aumento significativo de solicitações de novas ofertas de máquinas, softwares e mesmo plantas completas para o processamento de vidro plano. Um fato a ser considerado no ano passado foi o número de visitantes realmente significativo da América Latina, e em especial do Brasil, que recebemos em nosso estande na feira Glasstec. Sem dúvida, a expectativa para 2025 é positiva por conta do número grande de clientes nos procurando, solicitando novas ofertas, e também pelo fator automação das plantas de processamento – o qual julgamos como um caminho sem volta, que irá crescer ano a ano, com empresas procurando aumentar a produtividade e capacidade produtiva e ter garantia assegurada na produção, sem variação de lotes fabricados em diferentes momentos.” Luiz Garcia
MANUSA
“Em 2024, a Manusa apresentou um bom resultado, dando continuidade ao processo de desenvolvimento da marca no Brasil. A empresa expandiu seu portfólio, incluindo lançamentos como a porta de segurança com certificado RC2 e os novos módulos com tecnologia IoT (Internet of Things), produtos que aumentam a segurança e facilitam a gestão dos acessos, por meio de celular e de forma virtual. Também conquistamos o Certificado de Declaração Ambiental de Produto (DAP) para as nossas linhas de portas automáticas Visio+, uma certificação internacional que reconhece e avalia a transparência dos processos e produtos em relação ao impacto ambiental. O ano foi promissor tanto para a empresa quanto para o segmento de portas, que continua a se expandir. A previsão para os negócios em 2025 é de crescimento sustentado. O mercado de portas automáticas continuará em alta, impulsionado pela crescente demanda por soluções mais eficientes e sustentáveis, especialmente nas áreas de comércio e infraestrutura. E, embora as perspectivas sejam positivas, devemos estar atentos aos desafios impostos pela inflação e pela volatilidade cambial, que exigirão flexibilidade e adaptação constante para garantir o sucesso a longo prazo.” Flávio Margaritelli
AGC Isidoro Lopes Junior, presidente e diretor geral de Vidros Arquitetônicos para a América do Sul
Saldo dos negócios em 2024
“O saldo dos negócios feitos em 2024 foi um pouco acima de 2023, com um crescimento esperado em torno de 3%. Esse saldo foi superior à expectativa inicial da empresa para o ano: esperávamos um cenário mais nebuloso e cinzento, mas o desempenho acabou sendo melhor que o planejado.”
Dificuldades encontradas em 2024
“As principais dificuldades em 2024 incluíram um começo de ano difícil, com os três primeiros meses piores que 2023. Além disso, houve desafios macroeconômicos, como inflação e questões políticas, que impactaram o mercado. Algumas dessas dificuldades poderão ser solucionadas em 2025, especialmente se houver um alinhamento político e fiscal que motive investidores e melhore a macroeconomia. No entanto, desafios estruturais do País, como custos de energia e logística, ainda precisam ser abordados.”
Expectativas para 2025
“A expectativa para o mercado de vidro em 2025 é de crescimento. A empresa está otimista e espera um pequeno crescimento, com um cenário mais alinhado politicamente e fiscalmente, o que pode motivar investidores estrangeiros.”
O que esperar dos mercados consumidores de vidro
“Para o setor automotivo, a expectativa é positiva, com recuperação e crescimento. O setor moveleiro também mostra sinais de recuperação, com alguns clientes já com capacidade totalmente tomada. A construção civil tem projeções de crescimento revisadas para cima, enquanto a linha branca ainda enfrenta desafios maiores.”
Pontos de atenção para as empresas vidreiras
“Os pontos de atenção incluem a necessidade de investir em tecnologia e treinamento, manter um compromisso com a qualidade e atendimento, e estar atento às mudanças no mercado e às oportunidades de parcerias. Além disso, é importante acompanhar as questões de sustentabilidade e eficiência operacional.”
Recado para o setor
“O recado para o setor é de otimismo e compromisso. A AGC está comprometida em crescer e desenvolver o mercado junto de seus clientes, investindo em tecnologia, inovação e parcerias duradouras. É importante persistir na busca pela aplicação correta do vidro e manter a união e o respeito entre todos os elos da cadeia vidreira.”
CEBRACE Lucas Malfetano e Wiltson Varnier, diretores-executivos
Saldo dos negócios em 2024
“2024 apresentou dois períodos bem distintos: o primeiro semestre mais desafiador, seguido por uma retomada no segundo semestre. Por outro lado, registramos um volume de importações ainda maior que em 2023, o que nos traz grande preocupação. Esse movimento de importações impactou negativamente o desempenho dos nossos negócios, e esperamos reverter a situação em 2025. O que ficou confirmado em nossas expectativas foi o crescimento dos mercados no Brasil. Por outro lado, o crescimento não se refletiu em nossas vendas na mesma magnitude, devido ao expressivo aumento das importações, que impactaram não somente o float, mas praticamente todos os produtos processados.”
Dificuldades encontradas em 2024
“No primeiro semestre, houve uma demanda de mercado reprimida, acompanhada por um forte crescimento das importações. Além disso, os descaminhos fiscais na cadeia do vidro continuaram a desafiar nosso setor. Em 2024, o principal problema foi o patamar das importações, o que gerou grande preocupação. As tensões geopolíticas, as relações entre as grandes potências e um nível de atividade mais fraco, especialmente na China, desencadearam uma guerra comercial que afeta as cadeias produtivas globais e incentiva a concorrência desleal. Nesse sentido, compreendemos que é essencial ao Brasil garantir que todos os atores do mercado participem em condições de igualdade. Ao final de 2024, houve a publicação da Resolução Gecex nº 675, que alterou a alíquota do imposto de importação do vidro incolor para 25%, e que deverá trazer algum alívio em relação às importações desse produto, ajudando a reestabelecer o equilíbrio comercial em nosso mercado, fortemente impactado nos últimos dois anos. No entanto, é importante ressaltar que é uma medida temporária. Portanto, precisamos continuar trabalhando em medidas que assegurem condições equânimes de competitividade e que garantam maior previsibilidade e sustentabilidade ao setor. Por isso, destacamos o processo de investigação antidumping para importações de float incolor, das origens Malásia, Turquia e Paquistão, iniciado em julho de 2024 e ainda em andamento. Estamos atentos também à situação dos produtos processados, como laminados e temperados, que apresentaram crescimentos importantes nos volumes de importação em 2024. O Brasil recebeu investimentos significativos nos últimos 12 anos, que praticamente dobraram a capacidade de produção. Assegurar um ambiente de negócios justo, sem distorções competitivas, é fator chave para assegurar novos investimentos nos próximos anos.”
Expectativas para 2025
“Mantemos nosso otimismo em relação ao crescimento para 2025, embora estejamos atentos aos impactos do aumento das taxas de juros na demanda, que deverão se intensificar a partir do segundo semestre deste ano. As recentes elevações indicam a necessidade de cautela, apesar de todos os segmentos em que o vidro atua apresentarem indicadores que sinalizam um cenário mais positivo. Essa perspectiva otimista é sustentada por uma recuperação mais consistente da construção civil, impulsionada por novos projetos habitacionais. Continuamos a acreditar no mercado brasileiro e no desenvolvimento do mercado de construção sustentável, o que nos leva a manter os investimentos nas operações, na produção de vidros de valor agregado e na descarbonização.”
O que esperar dos mercados consumidores de vidro
“Todos os setores de consumo do vidro apresentam perspectivas de crescimento em 2025. Na construção civil, os fundamentos permanecem sólidos: altos índices de novos lançamentos, baixos níveis de estoque, aumento na renda da população e redução do desemprego são fatores que devem sustentar o segmento, mesmo diante das altas taxas de juros.”
Pontos de atenção para as empresas vidreiras
“Acreditamos que o mercado de vidros no Brasil tem oportunidades para um aumento significativo na penetração de soluções inovadoras que ofereçam diferenciação, como mais eficiência energética, segurança, maior conforto térmico e acústico. Portanto, a capacitação do setor continuará sendo crucial, aproveitando iniciativas como o Educavidro para disseminar conhecimento e aumentar a competitividade e sofisticação do segmento. Além disso, é indispensável a união do setor para que possamos avançar nos desafios e garantir uma concorrência justa, enfrentando em conjunto as práticas desleais de mercado.”
Recado para o setor
“Reiteramos nosso compromisso com o setor. A Cebrace possui plena capacidade para atender o mercado com seus cinco fornos – e isso se aplica tanto ao float como às linhas de produtos processados, como espelhos, laminados, vidros de controle solar e texturizados. Ainda sobre o aumento das taxas de importação do float incolor no final de 2024, entendemos que essa é uma medida provisória e pontual. Nosso esforço está direcionado a atuar em conjunto com todo o setor na busca por uma concorrência mais justa. Aproveitamos para agradecer a todos pela parceria e reforçar, como mencionado no 16º Simpovidro, que contamos com cada um de vocês para nos desafiar constantemente a sermos a melhor Cebrace possível.”
GUARDIAN Rafael Rodrigues, diretor-comercial e de Marketing da Guardian na América do Sul
Saldo dos negócios em 2024
“O ano foi marcado por momentos de altos e baixos, mas deixou no final um saldo positivo, com recuperação, em relação a 2023. Tivemos um primeiro semestre com mais desafios, por conta do desequilíbrio da relação de oferta e demanda, causado principalmente pelo excesso de produto importado, e um segundo semestre mais positivo, apoiado também pelo aumento da demanda típica dessa época. Foi muito importante avançarmos com ações estratégicas para apoiar nossos clientes com novos produtos, como o FumêMax, o SunGuard Solar Plus G31 e o SuperClear. Também avançamos com nossas plataformas digitais, em especial o portal de e-commerce, que permitiu dar maior agilidade, segurança e consistência na entrada de pedidos. Também publicamos importantes documentos para o mercado: as Declarações Ambientais de Produto (EPDs) e as Declarações de Saúde de Produto (HPDs) para o portfólio de produtos feitos no Brasil. Esses documentos reforçam o compromisso da empresa em medir e reduzir o impacto ambiental dos produtos e serviços. Por isso tudo, o saldo dos negócios em 2024 ficou dentro das expectativas da empresa.”
Dificuldades encontradas em 2024
“A principal dificuldade foi balancear a oferta a essa demanda menor, bem aquém dos últimos anos. O cenário de retração foi um fenômeno global, impactando o mercado brasileiro com uma maior entrada de vidro importado. Nesse contexto, itens importantes que compõem o custo de produção tiveram inflação significativa, exigindo uma gestão interna mais eficiente para nos mantermos competitivos considerando a oferta disponível e custo de produção. Vamos continuar trabalhando em produtos inovadores e de maior valor agregado para levar soluções mais adequadas e diferenciadas. Dessa forma, respondemos aos desafios criados pela entrada mais expressiva dos importados. Também seguiremos enfatizando a qualidade, transparência e segurança de nossa operação. O plano para 2024 inclui ainda melhorar o atendimento, ganhar ainda mais agilidade e flexibilidade para atender nossos clientes.”
Expectativas para 2025
“Esperamos um crescimento moderado para o mercado de vidros. O aumento da demanda no final de 2024 nos trouxe um pouco mais de otimismo. Porém, mantemos a cautela devido a fatores macroeconômicos que podem limitar esse avanço. A crescente pressão inflacionária e a previsão de manutenção de taxas de juros em níveis elevados representam desafios significativos. A construção civil, por exemplo, depende fortemente do crédito para sustentar o consumo e o ciclo econômico do setor. Em certa medida, espera-se um reequilíbrio da relação entre oferta e demanda em nossa indústria, o que deverá trazer mais estabilidade e previsibilidade. Os ajustes na alíquota de importação, aliados à possibilidade de aplicação de sanções às práticas não concorrenciais de alguns países, devem reduzir os riscos nesse sentido, especialmente quando comparamos ao cenário de 2024.”
O que esperar dos mercados consumidores de vidro
“A construção deve apresentar um cenário positivo em 2025. Os lançamentos imobiliários devem se manter em expansão, impulsionados por programas de crédito habitacional, como o Minha Casa, Minha Vida, e pelo crescimento das vendas de imóveis em volumes acima dos lançamentos. Esse movimento pode estimular o consumo de vidro no setor, especialmente devido à relevância de projetos residenciais e comerciais que demandam soluções inovadoras e de alta qualidade, nos quais os vidros são elementos fundamentais. No entanto, fatores econômicos com perspectivas desfavoráveis continuam sendo desafios para todos esses setores (construção, automotivo, moveleiro e linha branca). A manutenção de altas taxas de juros, que dificultam o acesso ao crédito, especialmente para a classe média, podem limitar o avanço esperado, considerando a alta dependência de financiamentos para viabilizar o consumo e novos investimentos.”
Pontos de atenção para as empresas vidreiras
“Nosso mercado tem muito potencial para continuar crescendo. Continuamos com um nível de consumo do vidro per capita muito abaixo de regiões mais desenvolvidas e isso deve ser visto como oportunidade. O ponto chave, no entanto, é que esse crescimento siga de forma sustentável e que permita trazer cada vez mais inovação, tecnologia e benefícios para os usuários finais do vidro. A tendência é que haja cada vez mais competidores e a diferenciação, seja por produtos ou pela qualidade do nível de serviços, será determinante para o sucesso das empresas a longo prazo. Paralelamente, o aprimoramento da eficiência operacional e da qualidade dos produtos será essencial para garantir competitividade e fortalecer a confiança dos clientes.”
Recado para o setor
“Nosso recado é de otimismo e confiança no potencial do Brasil e da América do Sul. Essa é uma região resiliente, cheia de oportunidades e que continuará crescendo à medida que avançar nas transformações necessárias para fortalecer a indústria.
A Guardian segue firme em seu compromisso com foco em parcerias de longo prazo que tragam benefícios mútuos e que contribuam para o desenvolvimento do mercado.”
VIVIX Henrique Lisboa, presidente
Saldo dos negócios em 2024
“Tivemos um ano marcado pelo elevado volume de vidros importados no mercado interno, prejudicando toda a cadeia vidreira. Apesar disso, foi um ano de moderado crescimento do volume de vendas – porém, com preços abaixo do esperado. Tivemos ainda uma evolução nas vendas de um mix de produto com maior valor agregado – e temos percebido isso como tendência positiva para o perfil desse produto em nosso país.”
Dificuldades encontradas em 2024
“As principais dificuldades foram causadas pelo impacto das importações, algo negativo para a cadeia como um todo.”
Expectativas para 2025
“Nossa visão é otimista. Contratamos em 2024 três diferentes consultorias, as maiores de projeção setorial de mercado no Brasil, e todas apresentaram resultados muito similares, indicando um crescimento médio do mercado na ordem de 4% ao ano para os próximos cinco anos. Acreditamos em uma aceleração do consumo de produtos de maior valor agregado – e já percebemos esse movimento, com a valorização no mercado interno de vidros que oferecem benefícios para o consumidor, a exemplo dos vidros de proteção solar.”
O que esperar dos mercados consumidores de vidro
“Temos acompanhado os indicadores dos setores da construção civil e automotivo, e o cenário se mostra positivo. No caso da construção, há uma expectativa de crescimento da ordem de 4%, e o setor automotivo, que apresentou uma importante evolução no seu desempenho em 2024, tem boas perspectivas para 2025, com projeções que superam os 5% de alta. Já o setor moveleiro seguirá crescendo um pouco acima da construção. Acreditamos em um ano em que haverá uma menor entrada de produtos importados, o que corrigirá as distorções ocorridas no ano passado. Além disso, como destacado anteriormente, acreditamos na evolução das vendas em 2025 e que este será um bom ano para toda a cadeia.”
Pontos de atenção para as empresas vidreiras
“Em especial, a cadeia vidreira está bem consciente e atenta às projeções de produtos de valor agregado e cada vez mais compreendendo a importância de uma melhor gestão dos seus custos e processos, buscando assim uma melhor eficiência interna. Como consequência, certamente isso trará o retorno esperado para o empresário vidreiro.”
Recado para o setor
“O mercado de vidro plano é feito de ciclos e temos de adaptar as nossas empresas para esses períodos. Acreditamos que 2025 será um ótimo ano para todos.”
A lista a seguir inclui os acontecimentos mais importantes ao longo do ano para o nosso segmento.
Foto: Divulgação Atiaia Renováveis
JANEIRO
Energia que vem do céu Começou a funcionar a Unidade Geradora Fotovoltaica Maravilhas I, parque solar com 27,5 MW de potência instalada, construído pela Atiaia Renováveis (do Grupo Cornélio Brennand) para atender exclusivamente a fábrica da Vivix, em Goiana (PE).
Novas alíquotas As alíquotas reduzidas do Imposto de importação estabelecidas pela Resolução Gecex nº 353/2022 para diversos bens, incluindo vidros planos, deixaram de valer na virada do ano.
Com um clique A Consultoria Certificação Abravidro – assessoria na preparação da empresa para a auditoria do Inmetro para certificação de temperados – ganhou versão online. A consultoria remota se dá pela plataforma da empresa de tecnologia Tecno Quali.
Mudanças nos cálculos Onze Estados brasileiros ganharam novas alíquotas gerais do Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS): algumas entraram em vigor desde o primeiro dia de 2024, enquanto outras teriam início entre fevereiro e abril.
Foto: Solaxess
FEVEREIRO
Fotovoltaicos na construção A Guardian, em parceria com a Garantia Solar, criou a primeira solução nacional de integração fotovoltaica em edificações: em vez de adicionar módulos solares após a obra, a solução permite integrar elementos de geração de energia solar ao próprio design do projeto.
Antidumping contra chineses O Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior decidiu pela extensão do direito antidumping definitivo, aplicado às importações brasileiras de vidros da China, classificados na NCM 7006.0000, para produção de laminados automotivos.
Soprando velas No dia 28, o Instituto Beltrame da Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq) completou dez anos de existência. A ocasião foi comemorada em um evento em São Paulo com representantes da Abravidro, parceira do Ibelq na certificação dos temperados.
MARÇO
Prêmio para o setor A Abravidro e a NürnbergMesse Brasil (NMB) anunciaram a criação do Prêmio Abravidro Glass South America, iniciativa com o objetivo de reconhecer as marcas que atuam nos diversos elos da cadeia. A entrega seria realizada durante a Glass South America, em junho.
Hora de celebrar A processadora capixaba Viminas organizou, no dia 3, uma festa de aniversário para comemorar seus quarenta anos de trajetória, completados em fevereiro. O encontro reuniu colaboradores e familiares.
Em Brasília No dia 13, a Abravidro se reuniu em Brasília com Renato Ferreira, secretário-executivo do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. O encontro tratou de assuntos tributários de interesse do setor vidreiro nacional.
Normas para todos Várias palestras de Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, sobre normas: no dia 14, ela falou aos técnicos do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul e aos associados da Avims-MS; nos dias 20 e 23, foi a vez de três turmas do curso de vidraceiro, do Senai-SP, receberem as apresentações.
Encontro de clientes Nos dias 15 e 16, a Unividros reuniu, em sua unidade de Tubarão (SC), fornecedores para o 2º Encontro do Grupo Unividros Fornecedores. O evento contou com diversas atrações musicais da região, comida e bebidas da serra catarinense.
Vinte anos de qualificação Em março, completaram-se duas décadas do “Curso de Qualificação Profissional Vidraceiro”, ministrado na Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, no bairro paulistano do Tatuapé. O treinamento, criado a partir da parceria entre Abravidro e a instituição de ensino, já formou mais de 1.200 alunos no período.
Novidades em revestimentos De 19 a 22 de março, o São Paulo Expo recebeu a Expo Revestir, a maior feira de revestimentos e acabamentos da América Latina. O evento ocupou uma área de 65 mil m² na qual mais de trezentas marcas expositoras apresentaram soluções para o setor.
Aniversário de olho no futuro A Modelo Vidros, beneficiadora de Garibaldi (RS), celebrou trinta anos de fundação revelando a expansão de sua sede, obra iniciada em 2020. A nova fábrica, inaugurada este mês (veja mais clicando aqui), tem área três vezes maior que o espaço anterior.
Foto: industrieblick/stock.adobe.com
ABRIL
Investimento A AGC anunciou a expansão da capacidade produtiva de sua divisão de vidros automotivos, na usina de Guaratinguetá (SP). A decisão vai ao encontro das expectativas de crescimento desse mercado nos próximos anos.
Simpovidro vem aí! A notícia mais aguardada pelo setor vidreiro este ano foi revelada na edição de abril deO Vidroplano: data e local do 16º Simpovidro. Organizado pela Abravidro, o encontro foi agendado para 31 de outubro a 3 de novembro no resort Vila Galé Alagoas, município de Barra de Santo Antônio.
VidroCast em nova versão O podcast da Abravidro foi totalmente reformulado, ganhando versão videocast, com vídeo e áudio. O novo modelo – disponível em nosso canal no YouTube – leva convidados a nossos estúdios de gravação, em São Paulo, para bate-papos sobre o mercado, tendências no uso do vidro e muito mais.
Para aprender sobre vidro A Abividro e Fernando Simon Westphal, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), disponibilizaram materiais para auxiliar docentes na montagem de disciplinas sobre vidro em universidades e cursos técnicos. O conteúdo é baseado no livro Vidro Plano para Edificações, de Westphal.
Uma década de operações No dia 2, a Vivix comemorou dez anos da inauguração de sua planta em Goiana (PE), momento que marcou o início de suas operações. Entre as ações para celebrar a ocasião, registrou-se seu retorno como expositora da Glass South America 2024.
Ensinando as normas Clélia Bassetto, da Abravidro, participou do 2º Seminário de Serviço de Segurança Contra Incêndio e Pânico, em Montes Claros (MG): palestrou sobre vidros de segurança e suas aplicações na construção.
Feira da construção A 28ª edição da Feicon, principal mostra da construção civil da América Latina, foi realizada nos dias 2 a 5 no São Paulo Expo. Segundo a RX, organizadora do evento, a edição foi a maior dos últimos dez anos, tendo recebido mais de 100 mil visitantes.
Pausa para reforma A Guardian fez uma parada programada no forno de Tatuí (SP) no dia 28. Segundo a empresa, o procedimento é realizado periodicamente e não prejudicou os níveis de produção. A produção foi retomada em maio.
Luto no setor Faleceu aos noventa anos, no dia 19, Hermes Bortolotti, fundador da Vidraçaria Estrela, em Vila Velha (ES). A empresa deu origem à Estrela Vidros, processadora associada à Abravidro.
Nova diretoria A cerimônia de posse da nova gestão da Adivipar-PR foi realizada no dia 19, em Maringá. Samuel Baer Yamashita assumiu o cargo de presidente. No dia seguinte, a entidade organizou o Conexão Vidro, evento para vidraceiros e serralheiros, com palestra de Clélia Bassetto.
A maior do mundo Vários empresários brasileiros estiveram na China Glass, a maior feira vidreira do mundo. Realizada de 26 a 28 de abril em Xangai, a 33ª edição da mostra recebeu mais de 126 mil visitantes.
Sucessão Lino Rohden, CEO do Grupo Rohden (que inclui as empresas Rohden Vidros e Rohden Portas), foi sucedido no cargo por Jorge Rohden, seu filho. Lino agora ocupa a presidência do conselho da companhia.
MAIO
Desempenho gelado A publicação do Panorama Abravidro 2024 revelou que o desempenho do mercado de vidros processados em 2023 foi fraco, marcando queda nos dois principais indicadores: de 9,7%, no faturamento, e 1,8%, na produção.
Meio século de vidro Em maio, a Cebrace completou cinquenta anos de trajetória no segmento. A usina comemorou na noite do dia 12 de junho, quando reuniu clientes e parceiros num jantar no espaço de eventos Casa Itaim, em São Paulo.
Premiada A Vivix recebeu o prêmio Siemens Techcellence, na categoria Líder de Inovação, por conta da construção de uma ferramenta que digitaliza processos, em parceria com as empresas Mekatronik e TrueChange. A entrega aconteceu no evento Siemens Realize 2024, em Las Vegas, Estados Unidos.
Para os vidraceiros A Semana do Vidraceiro 2024 foi realizada pelo Simvidro-MG nos dias 13 a 17, em Belo Horizonte. A iniciativa preparou uma série de atividades pensadas para os vidraceiros e serralheiros do Estado.
Um ano no Brasil A Biesse organizou o Inside Biesse, nos dias 6 a 10, em Curitiba. O evento celebrou o primeiro ano da empresa no País e recebeu cerca de duzentos visitantes para verem o funcionamento dos maquinários da empresa ao vivo.
Na TV e na Internet A Abravidro participou de duas reportagens: no dia 26, o programa Domingo Espetacular, da Record TV, exibiu matéria sobre vidro em boxes de banheiro, com a presença da coordenadora técnica Vera Andrade; no dia 29, o portal de notícias Metrópoles publicou um texto sobre a construção civil no Brasil, com depoimento do presidente Rafael Ribeiro.
Nova norma O Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248) começou o texto-base do projeto de norma para molas e dispositivos de fechamento automático.
Reconstrução Empresas vidreiras gaúchas foram atingidas pelas enchentes que destruíram o Rio Grande do Sul. A Lajeadense Vidros, de Lajeado, foi uma delas – e contou seus esforços para se reconstruir em reportagem do portal da revista Exame, veiculada em julho.
Nos céus do Balneário Camboriú Mais um belo mirante envidraçado foi inaugurado no Brasil: o Summit BC, com vidros da AGC, processados pela Linde Vidros, conta com dois cubos suspensos a 128 m do chão, no alto do Edifício Imperatriz.
As belezas do vidro Realizada de 21 de maio a 28 de julho no Conjunto Nacional, em São Paulo, a tradicional mostra de arquitetura e decoração Casa Cor SP não teve um uso tão volumoso de vidros e espelhos nos ambientes, mas houve aplicações interessantes e diferenciadas.
Foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte
JUNHO
Negócios por todos os lados A 15ª Glass South America foi sucesso: organizada pela NürnbergMesse Brasil, com parceria da Abravidro, a principal feira vidreira da América Latina reuniu 16.500 visitantes e mais de 130 empresas expositoras numa área de 16 mil m². Além da estreia da mostra simultânea E-squadria Show, a Glass contou com as palestras da Arena de Conteúdo e o Vidro em Ação, onde ensaios em vidros de segurança eram feitos ao vivo.
Troféu para os vencedores No primeiro dia da Glass, realizou-se a cerimônia de entrega do 1º Prêmio Abravidro Glass South America. Os números da edição de estreia foram grandiosos: dez categorias contempladas, 105 empresas e 94 obras com vidro inscritas, 31 escritórios de arquitetura mencionados e 6 mil votos na fase de votação popular.
Divulgando conhecimento Vera Andrade palestrou em Brasília sobre o uso correto do vidro em evento organizado pela Abravid-DF em uma unidade do Sebrae.
Foto: Aleksei/stock.adobe.com
JULHO
Investigação iniciada O Departamento de Defesa Comercial, órgão da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços, aprovou o início de investigação para averiguar a existência de dumping nas importações de float incolor (espessuras de 1,8 a 20 mm), oriundas da Malásia, Paquistão e Turquia.
Incentivando a reciclagem No dia 9, teve início a distribuição de caçambas para a coleta de vidro plano de vidraçarias associadas à Ascevi-SC e ao Sindicavidros-SC. A ação faz parte do projeto Vidro Solidário, que une sustentabilidade e responsabilidade social.
Foto: Divulgação Cebrace
AGOSTO
Novo executivo Manuel Corrêa deixou a diretoria-executiva da Cebrace, após três anos à frente da usina. O cargo foi assumido por Wiltson Varnier (foto), que se tornou o representante do grupo acionista Saint-Gobain na gestão da empresa. O também diretor-executivo Lucas Malfetano segue em sua função, representando a NSG/Pilkington.
Um ano de ensinamentos Nesse mês, o Educavidro comemorou um ano de vida. A plataforma online de educação a distância sobre o trabalho com vidro, criada pela Abravidro e Abividro, já formou mais de mil alunos por todo o Brasil e ganhou novos cursos e um aplicativo para facilitar ainda mais o aprendizado.
Busca pela sustentabilidade O Grupo Cornélio Brennand lançou a 4ª edição do seu Relatório de Sustentabilidade. Seu conteúdo detalha todas as ações da companhia na área de ESG (meio ambiente, social e governança), com informações referentes às empresas que fazem parte do grupo, incluindo a Vivix.
Aplicando IA ao setor A matriz japonesa da AGC lançou o ChatAGC, um ambiente generativo de inteligência artificial para uso interno em sua sede em Tóquio. A ferramenta oferece informações sobre processos para auxílio dos funcionários.
Conhecendo a nova casa A NürnbergMesse Brasil organizou uma visita técnica ao Distrito Anhembi, nova casa da Glass South America. O objetivo foi mostrar a representantes de empresas do setor como ficou o tradicional espaço de exposições paulistano após grande reforma.
Representatividade No dia 15, a Abravidro participou de uma reunião com o senador Izalci Lucas (PL-DF) para tratar de temas de interesse da cadeia de processamento de vidros – o encontro foi realizado no Senado Federal, em Brasília.
De olho nos guarda-corpos O 2º Congresso Brasileiro de Guarda-Corpo, realizado no dia 26 no mirante Sampa Sky, em São Paulo, reuniu especialistas do setor para debater temas relacionados a guarda-corpos, como design, segurança e normas. Clélia Bassetto foi uma das palestrantes.
Retorno ao mercado A AGC anunciou a chegada de Marcelo Botrel à companhia: ele assumiu o cargo de gerente-executivo Comercial e de Marketing da Divisão de Vidros Arquitetônicos para a América do Sul. Botrel, que já atuou na Guardian, estava fora do setor há alguns anos.
Foto: Vadim Andrushchenko/stock.adobe.com
SETEMBRO
Trabalho nas normas Com participação do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), a ABNT deu início à revisão da norma ABNT NBR 14033 — Móveis para cozinha. Além disso, foi publicada a norma ABNT NBR 17192 — Móveis para dormitório – Guarda-roupas – Requisitos e métodos de ensaio.
Vidro na universidade Duas atividades realizadas pela Abravidro junto à Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo: primeiro, uma palestra de Clélia Bassetto na programação da 36ª Semana de Engenharia; na mesma semana, ocorreu o módulo sobre vidros da 11ª edição do “Curso de Extensão Arquitetura e Construção: Materiais, Produtos e Aplicações”, ministrado online por Vera Andrade e Débora Constantino, consultora técnica da Cebrace.
Pauta verde A Cebrace realizou a segunda edição do Fórum de Sustentabilidade, com transmissão ao vivo online, abordando conceitos de desenvolvimento sustentável.
Nos EUA A edição 2024 da GlassBuild America, principal feira vidreira da América do Norte, ocorrida em Dallas, recebeu mais de 9.400 visitantes, incluindo pessoas vindas do Canadá, México e 57 outros países.
Mostra de esquadrias A 15ª edição da Feira Internacional da Indústria de Esquadrias (Fesqua) foi realizada nos dias 11 a 14, no São Paulo Expo, reunindo empresas nas áreas de vidros, portas, janelas, fachadas, forros, portões, grades, acessórios e componentes.
Foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte
OUTUBRO
Unindo os elos da cadeia De 31 de outubro a 3 de novembro, o Vila Galé Alagoas recebeu o 16º Simpovidro. Mais uma vez, o principal encontro vidreiro da América Latina se mostrou como o local – em meio a palestras, oportunidades de negócios e momentos de lazer com as famílias – onde nosso setor consegue refletir sobre seus movimentos e analisar o caminho a seguir.
Mais um prêmio A Vivix conquistou o 1º lugar na categoria Empresas Consolidadas do Prêmio Abinc de IoT 2024, organizado pela Associação Brasileira de Internet das Coisas (Abinc). A usina foi premiada pelo trabalho DNA do Vidro Integrado com o Engenheiro Virtual.
É campeã! A final do 12º Campeonato de Futebol Society Abravid-DF foi realizada no dia 19. Este ano, a equipe da Atacadão Vidros levou a taça de campeã, vencendo o time da Estrutural Vidros na final.
Debatendo as esquadrias Organizado pelo Canal do Serralheiro, o 7º Simpósio Brasileiro da Indústria de Esquadrias (Simbrie) foi transmitido ao vivo pela plataforma Zoom e contou com a Abravidro entre os apoiadores. O presidente da entidade, Rafael Ribeiro, participou do painel “O papel das associações na economia das indústrias”.
Tecnologia é aqui A edição 2024 da Glasstec, organizada nos dias 22 a 25 em Düsseldorf, na Alemanha, fez jus ao título de principal feira vidreira do mundo: este ano, recebeu mais de 32 mil visitantes de 121 países, os quais puderam conferir em primeira mão as novidades de 1.250 marcas, em uma área de mais de 60 mil m², que prometem mudar o setor vidreiro num futuro próximo.
Apostando no gás A Cebrace assinou contrato com a Edge, braço do Grupo Compass, para o fornecimento de biometano e gás natural para suas atividades industriais. Segundo a usina, ela se torna a primeira fabricante de vidro nacional a entrar no mercado livre de gás.
Gigante A Bazze PVC inaugurou sua nova fábrica no dia 11, na cidade de Portão (RS). O espaço de 22 mil m², segundo a empresa, abriga a maior fábrica de esquadrias de PVC na América Latina.
Para condomínios A convite do Sindividros-RS, Vera Andrade, da Abravidro, ministrou palestra sobre a aplicação de vidros de segurança durante o 26° Encontro Gaúcho de Condomínios.
Atividade em SC A Ascevi-SC e o Sindicavidros-SC organizaram o 3º Encontro Oeste, em Chapecó. O evento foi um dia de imersão no trabalho com vidro, contando com palestra de Clélia Bassetto.
Foto: Divulgação
NOVEMBRO
15 anos no Brasil No dia 6, a NürnbergMesse Brasil realizou em São Paulo uma coletiva de imprensa, seguida de almoço, para celebrar os quinze anos de atuação em nosso país. À noite, houve uma celebração na Casa Bisutti, no bairro do Itaim, que contou com a presença de representantes da Abravidro e de empresas vidreiras.
Homenagem ao vidro O governo federal sancionou o Dia Nacional do Artista Vidreiro, a ser comemorado a partir do ano que vem, no dia 21 de junho. O objetivo é reconhecer o trabalho dos artistas que fabricam e moldam o nosso material.
Parabéns pra você A processadora Casa dos Espelhos (CDE-AM), franqueada exclusiva da Blindex no Amazonas e associada à Abravidro, completou 46 anos de existência.
Importações na mira A Câmara de Comércio Exterior decidiu elevar de 9% para 25% a tarifa do Imposto de importação para o território brasileiro do vidro float incolor – a medida deve entrar em vigor em dezembro, valerá para produtos de qualquer origem, inclusive de países membros do Mercosul, e terá validade de doze meses (veja mais clicando aqui).
Luto no setor Faleceu no dia 25, aos 63 anos de idade, Carlos Alberto Ribeiro de Souza, diretor da Imax Vidros, processadora de Palhoça (SC).
Foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte
DEZEMBRO
Glass em 2025 Foi anunciada a nova data da próxima Glass South America. Ela foi antecipada para o ano que vem, de 3 a 6 de setembro, juntamente com a E-squadria Show, no Distrito Anhembi (veja mais clicando aqui).
Exposição e livro Teve início a exposição Pavilhões de Vidro. Aberta para visita até março, na sede da Escola da Cidade, em São Paulo, conta com curadoria de Sol Camacho, arquiteta mexicana radicada no Brasil, que também organizou o livro Pavilhões de Vidro: uma Tipologia de Vanguarda.
A Vivix contratou a consultoria global Bain & Company para auxiliar na criação de um planejamento estratégico para os próximos dez anos. A definição de um plano de negócios vai ao encontro do otimismo da empresa com o futuro do segmento vidreiro e da construção: a expectativa de crescimento anual médio do mercado é da ordem de 4% nos próximos anos.
A Vivix conquistou o 1º lugar na categoria Empresas Consolidadas do Prêmio Abinc de IoT 2024, organizado pela Associação Brasileira de Internet das Coisas (Abinc). A cerimônia de premiação foi realizada no dia 10 de outubro no São Paulo Expo, dentro da Futurecom 2024, um dos maiores eventos de tecnologia, telecomunicações e transformação digital na América Latina. A usina vidreira foi premiada pelo projeto DNA do Vidro Integrado com o Engenheiro Virtual. “As soluções foram idealizadas pela equipe de tecnologia e melhoria contínua da empresa. O sistema funciona centralizando os dados de produção, qualidade e processo em uma plataforma digital”, explica Sérgio Cavalcante, líder de Tecnologia & Inovação do Grupo Cornélio Brennand (GCB).
De 31 de outubro a 3 de novembro, o Vila Galé Alagoas, no município de Barra de Santo Antônio, recebeu a 16ª edição do Simpovidro, evento bienal organizado pela Abravidro. E quem participou desse que é o principal encontro vidreiro da América Latina pôde conferir ao vivo a relevância do simpósio: é ali, em meio às palestras, em meio aos momentos de lazer com as famílias e de networking com outros profissionais, onde nosso setor consegue olhar ao redor, refletir sobre seus movimentos e analisar o caminho a seguir.
Panorama do ano
A tradicional cerimônia de abertura contou com discurso do presidente da associação, Rafael Ribeiro, e também dos executivos das quatro usinas que atuam em solo brasileiro (e patrocinadoras do evento): AGC, Cebrace, Guardian e Vivix. O simpósio teve ainda como apoiadoras as empresas Biesse, Bottero, Diamanfer, Glass South America, Glass Control, GlassParts, Gusmão Representações, Italotec, Keraglass, Kuraray, Latamglass, Lisec, Screenline, Sglass e Vetro Máquinas.
Ribeiro fez uma breve análise do mercado vidreiro ao longo de 2024, um período cheio de dificuldades para os negócios das empresas. “Iniciamos o ano com números fracos no Termômetro Abravidro, sem reação de consumo nos dois primeiros trimestres. Como se não bastasse, no final de abril, o Rio Grande do Sul sofreu com o desastre das enchentes, trazendo redução drástica no consumo do vidro na região, e resultando em danos estruturais sérios em três processadoras de vidro”, comentou. Em nome dos gaúchos, ele agradeceu aos diversos profissionais que ajudaram as empresas a se reconstruírem.
Os altos volumes de importação de float e também de vidros processados, além da abertura de um novo processo antidumping do float incolor, para três novas origens, foram outras preocupações mencionadas. “A Abravidro, como sempre, tem acompanhado de perto os movimentos de mercado, e promovido iniciativas de proteção da cadeia vidreira inclusive junto ao Governo Federal. Prezaremos sempre pela proteção da indústria nacional, mas, acima de tudo, o interesse dos processadores de vidro, que são os nossos associados”, assegurou.
Por fim, apesar de todas as dificuldades vividas, Ribeiro deixou uma mensagem de esperança — afinal, é também disso que o Simpovidro se trata: “Nossos familiares estão aqui para diversão, mas é nossa obrigação, como empresários, aproveitar esse momento para interagir com fornecedores, trocar informações com colegas e refletir sobre os temas apresentados pelos nossos palestrantes. Eu serei otimista!”.
A palavra das usinas Um dos momentos mais aguardados pelos participantes do Simpovidro são os discursos das usinas de vidro com atuação no Brasil na abertura do evento. Este ano, AGC, Cebrace, Guardian e Vivix revelaram ao mercado suas visões a respeito do presente e futuro do segmento.
AGC: foco em agregar valor
O presidente da AGC e diretor-geral de Vidros Arquitetônicos da fabricante para a América do Sul, Isidoro Lopes, comentou que, ao longo de sua história de mais de 117 anos, a multinacional japonesa ajudou a impulsionar a indústria mundial por meio do nosso material. “O vidro é um dos principais negócios da AGC mundialmente. Estamos focados na agregação de valor e nos vidros refletivos para a nossa região”, afirmou. Para Lopes, o futuro do segmento é de otimismo — e isso vem do fato de que o vidro é cada vez mais protagonista em um mundo que procura soluções inovadoras e sustentáveis: “O material tem papel no combate às mudanças climáticas, trazendo economia e eficiência energética aos edifícios. É nossa responsabilidade como indústria buscar a redução de emissões em toda a produção”. A prova disso está no Projeto Volta, uma parceria tecnológica com a francesa Saint-Gobain para a construção de uma fábrica de fusão híbrida nas instalações da AGC em Barevka, na República Tcheca. A iniciativa prevê a redução de até 75% na emissão de CO2 durante os processos fabris. Lopes comentou ainda alguns dados de segmentos consumidores de vidro, como a construção civil (que tem expectativa de crescimento na ordem de 3,5% este ano), automotivo (projeção de 10% de crescimento) e o moveleiro (que deve aumentar em 8% o uso de vidro nos móveis), citando ações para expandir a produção de vidros para automóveis. “O mix de produtos em nosso mercado ainda é simples, mas está evoluindo. Se tivermos um pouco de estabilidade, a demanda subirá”, comentou.
Cebrace: perspectivas de mercado
Os dois diretores-executivos da Cebrace, joint-venture entre NSG e Saint-Gobain, falaram durante a cerimônia. Lucas Malfetano, representante da NSG, disse que o Simpovidro sempre é um encontro especial para a empresa, ainda mais este ano, quando a usina completou cinco décadas de existência: “É um privilégio estar aqui com parte do nosso time, representando toda nossa equipe que trabalha para oferecer o melhor produto e serviço possíveis. O reconhecimento é para todos os colaboradores”. A Cebrace também vê com esperança uma melhora no desempenho do mercado. “Acreditamos em crescimento neste ano e também no próximo. Estou para fazer trinta anos no mercado do vidro e nunca estive tão otimista sobre o potencial do vidro como estou agora. Há muito espaço para aumentar o consumo do material no País, tanto de insulados e vidros de valor agregado para eficiência termoacústica”, apontou. A sustentabilidade teve destaque: segundo Malfetano, a Cebrace reduziu 20% da emissão de CO2 nas operações. E uma novidade foi revelada: o vidro texturizado 8 mm será relançado para atender a demanda do mercado.
Wiltson Varnier, que representa a Saint-Gobain, estreou no Simpovidro este ano com uma fala cheia de confiança: “Chego em um momento de otimismo. Posso assegurar que na Europa e China o cenário não é esse. Teremos crescimento no mercado brasileiro em 2024 e 2025”. Para ele, a descarbonização dos processos industriais será uma constante cada vez mais intensa. “Temos a possibilidade de provocar impactos positivos nas indústrias consumidoras: podemos impactar no sentido da descarbonização. O setor automotivo e de construção emitem mais da metade do CO2 do planeta. Estamos engajados em nossas ações e na mobilização de nossos parceiros para o assunto”, comentou.
Guardian: busca por processos automatizados
“O Simpovidro destaca o impacto que geramos para a indústria e para a construção civil”, apontou o diretor-executivo para a América do Sul da Guardian, Renato Poty. Ele fez uma breve análise dos sinais positivos vistos na economia nacional atualmente, como a baixa histórica da taxa de desemprego e a inflação controlada, o que fortalece o poder aquisitivo. Por outro lado, a taxa de juros segue elevada, o que pode comprometer investimentos no Brasil. “Setores de médio e alto padrão sofrem mais com juros elevados”, revelou. Segundo ele, a oferta e a demanda por nossos produtos estão desbalanceadas, com a entrada de importados afetando o valor do vidro no mercado brasileiro. “Nossa aposta é no aumento de 3% na demanda por vidros este ano. Esse número deve se manter entre 2% e 3% em 2025”, indicou. Segundo Poty, o segmento vidreiro tem um desafio crescente com a falta de mão de obra qualificada — o que pode gerar desequilíbrio nas empresas caso não se invista em tecnologia e na automatização dos processos: “Precisamos avançar na digitalização de nossos negócios. O futuro depende da capacidade de inovar. Espero que este evento inspire nossas ideias e caminhos nesse sentido”. Poty também comentou a importância do vidro na arquitetura moderna, por valorizar a integração entre ambientes e a entrada de luz natural, conceitos essenciais para tornar as construções mais sustentáveis. Em relação ao tema da sustentabilidade, a Guardian lançou as declarações ambientais de produto, um compromisso em medir e reduzir o impacto de seus vidros no meio ambiente.
Vivix: investimentos no setor
A Vivix completou dez anos de atividades em 2024, como bem lembrou o presidente da usina, Henrique Lisboa: “Nascemos com o propósito de contribuir com a evolução do mercado e acreditamos que faremos isso em conjunto com a evolução dos clientes”. Entre as iniciativas recentes da empresa para atingir esse objetivo, está o Vivix Facilita, plataforma para trabalho integrado com clientes com diversas funcionalidades. Segundo Lisboa, as duas áreas prioritárias da Vivix são transformação digital e a agenda ESG. “Recebemos um prêmio da Siemens em inovação. Além disso, nossa agenda é guiada pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Investimos 200 milhões de reais em uma usina de geração solar e toda nossa energia consumida será gerada a partir de fontes sustentáveis”, informou. Em relação ao mercado, confiança é a palavra-chave daqui pra frente. “Nos próximos sete anos devemos crescer 4% ao ano. No mundo o consumo de vidro deve crescer 5%, muito por conta dos vidros para painéis solares”, revelou Lisboa. O projeto do segundo forno da usina, anunciado em junho de 2022, seguirá assim que as projeções positivas de aumento de consumo de vidro no Brasil começarem a se concretizar. “Seremos responsáveis, não queremos causar nenhum dano com a implementação de uma planta no momento errado. Mas a construção é uma decisão já tomada.”
Lazer e interação Outro importante pilar do Simpovidro são os momentos de lazer e de interação. Para isso, a Abravidro preparou uma programação diversa, incluindo esportes, como vôlei de praia, tênis e beach tênis. Na noite de sexta-feira, os participantes aproveitaram o luau para trocar ideias e ouvir música. E não podemos deixar de mencionar a festa de encerramento, no sábado à noite, realizada logo após o jantar, animada pelo show do grupo Soraya e Banda Platinum.
Reflexões finais
Como é tradição no evento, após as palestras do sábado, o presidente da Abravidro e executivos das usinas voltaram ao palco para analisar o evento. Rafael Ribeiro demonstrou satisfação com o que viu ao longo dos dias: “O Simpovidro é um espaço de reflexão e de debate da cadeia. Este ano, mais uma vez, atendemos esse anseio. Agradeço a cada um de vocês pela participação.”
O gerente-executivo Comercial e de Marketing da Divisão de Vidros Arquitetônicos para a América Latina da AGC, Marcelo Botrel, lembrou que está de volta ao setor depois de bastante tempo e agradeceu pelo acolhimento recebido. “Temos muitos desafios enquanto mercado, mas os desafios vêm acompanhados de oportunidades. Nós, da AGC, estamos prontos para enfrentar esses desafios juntos”, afirmou.
Flavio Vanderlei, gerente Comercial da Cebrace, é mais um profissional com experiência no setor, presente no Simpovidro desde 2003. “Este vai ser o 4º ano consecutivo de crescimento da economia brasileira. A reforma tributária ainda trará benefícios e a construção civil está aquecida”, lembrou, otimista.
O gerente-comercial Sênior da Guardian, Rafael Rodrigues, também abordou o abastecimento do mercado, reforçando o compromisso da empresa com as demandas. Ele ainda incentivou a participação no Guardian Top Projects 2025, premiação que reconhece trabalhos com vidro nas áreas de construção civil, arquitetura e design.
O último a falar foi o gerente Comercial da Vivix, Daniel Gifford. “Contratamos três consultorias e todas estimam crescimento de 4% do nosso mercado em 2025”, revelou. O executivo lembrou que há muito potencial de crescimento para o vidro no Brasil, e que esse incremento deve estar ancorado em vidros de maior valor agregado: “Para isso, precisamos que a cadeia trabalhe em conjunto”.
A 37ª Casa Cor Pernambuco abriu as portas para o público no dia 14 de setembro e pode ser visitada até o dia 3 de novembro; este ano, a mostra está sendo realizada no edifício Palazzo Itália, no Recife Antigo, e tem o tema “De presente, o agora”, um convite para a reflexão sobre presença, desacelerar e viver o instante.
A exposição tem 34 ambientes, e alguns deles trazem aplicações de vidros e espelhos de valor agregado. Um destaque nesse campo é o espaço Vestígio Vivix – Uma Herança Afetiva (foto acima), parceria da usina vidreira com as arquitetas Ana Moura e Ana Higino, responsáveis pelo projeto. Trata-se de um living com estúdio de podcast/videocast, onde o artista José Patrício usou peças de espelhos Vivix para criar uma obra especial; já o recém-lançado Vivix Lamina Acústico foi usado na porta de entrada e na do estúdio, tornando tanto o living como a área de gravação de podcasts (esta última tem uma parede revestida com vidros pintados Decora Preto) ambientes à prova de ruídos externos.
A Loja Gustavo Eyewear (foto acima), assinada pela arquiteta Cynthia Costa, faz uso tanto de espelhos Spelia Incolor como de vidros coloridos Colora Verde, ambos da Vivix: enquanto os primeiros trazem sensação de amplitude e ajudam os compradores a escolher os óculos, os demais delimitam o jardim interno e contribuem para a estética do ambiente, deixando-o funcional e estiloso.
A usina também forneceu vidros para o espaço Tesori di Lucia (foto acima), projetado pelo escritório Etla Arquitetura e Interiores para homenagear a designer de joias Lúcia Lima: peças dos produtos Vivix Decora Nude, Colora Verde e Spelia Bronze são usadas para destacar a sofisticação das joias.
A 15ª edição da Feira Internacional da Indústria de Esquadrias (Fesqua) foi realizada de 11 a 14 de setembro, no São Paulo Expo. O evento bienal reuniu empresas apresentando soluções nas áreas de portas, janelas, fachadas, forros, portões, grades, acessórios e componentes, além de máquinas e equipamentos para a indústria de esquadrias e vidro.
Confira a seguir algumas das novidades para o nosso segmento apresentadas por lá.
A novidade da AGC foi o Sunlux Champanhe, vidro de controle solar com a tonalidade de mesmo nome. O produto permite a entrada de luz de aproximadamente 30% e bloqueia 56% do calor.
O estande da Blindex deu espaço a empresas licenciadas, como Cristal Sete, Pestana Vidros e Alumitec – esta última exibiu o Box Blindex Slim, composto por uma única folha móvel que desliza em 90º, abrindo totalmente o vão.
A Casa Mansur montou dois sistemas deslizantes da parceira chilena Ducasse Industrial: o Tauro tem aspecto sanfonado e suporta até 550 kg; o Sigma, de folhas empilháveis, permite fechamentos de mais de 20 m.
A ECG Sistemas apresentou os módulos integrados de seu software vidreiro, contemplando desde o orçamento até a área de RH. No estande estava ainda a Ascevi-SC, que divulgou seus próximos eventos e a plataforma Educavidro.
Entre os produtos da Guardian, vale destacar o recém-lançado Solar Plus G31, vidro de controle solar de alta performance, baixa reflexão e fácil processamento, ideal para obras residenciais e comerciais verticais.
O lançamento da Olgacolor foi o Levitare: segundo a empresa, é o primeiro e único caixilho flutuante do Brasil, com deslizamento por meio de levitação magnética, sem uso de roldanas, possibilitada por ímãs abaixo do trilho.
O Vidro Certo teve um estande próprio, no qual representantes da Abravidro e Abividro destacaram o Educavidro, que completou um ano de existência. A plataforma de EAD celebrou a ocasião com o lançamento de novos cursos e de um aplicativo para tornar seu acesso ainda mais fácil.
A Vivix destacou a linha Vivix Acústico de laminados com isolamento acústico superior: peças de 8 mm (4+4 mm) do produto oferecem a mesma redução de som que um monolítico de 19 mm. O laminado Performa Duo Acústico agrega também controle solar.
A WR Glass fez o pré-lançamento do Stark, novo sistema para guarda-corpos: a solução consiste em torres em formato de pinças que permitem a fixação de vidros de 12 a 20 mm de espessura, sem necessidade de furação das peças, contendo capa para o acabamento da estrutura.
Foto: Divulgação VidroSom
O 17º Seminário de Soluções Acústicas em Vidro (VidroSom) foi organizado pela Universidade do Som dentro da Fesqua, no dia 13 de setembro. Esta edição do evento, cujo tema foi Como trabalhar energeticamente os envoltórios de uma edificação: tipos de vidro, sustentabilidade e conservação de energia em fachadas, teve mais de duzentos inscritos.
O Grupo Cornélio Brennand (GCB) lançou este mês a 4ª edição do seu Relatório de Sustentabilidade – os dados da publicação são referentes ao período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2023. Além de detalhar todas as ações da companhia na área de ESG (meio ambiente, social e governança), a publicação traz informações referentes às empresas que fazem parte do grupo, incluindo a Vivix. Entre as iniciativas realizadas pela usina vidreira, o documento inclui o contrato com a Atiaia Renováveis para a construção do parque solar Unidade Geradora Fotovoltaica Maravilhas I, permitindo que toda a operação fabril da Vivix funcione a partir do consumo de energia limpa. Outra ação apresentada é a reciclagem de cacos de vidro na produção de float, reduzindo a extração de matéria-prima da natureza. Em 2023, a Vivix evitou as emissões de, aproximadamente, 28.500 t de CO2 para a atmosfera.
O documento destaca ainda que a Vivix conquistou o selo Great Place to Work (GPTW) pelo quinto ano consecutivo. A chancela é concedida pela consultoria global de mesmo nome, que apoia organizações a obter melhores resultados por meio de uma cultura de confiança, alto desempenho e inovação, além de certificar e reconhecer os melhores ambientes de trabalho em 97 países ao redor do mundo.
Em maio, a Vivix completou dez anos de existência. Entre as ações da usina para celebrar essa ocasião, registrou-se seu retorno como expositora da Glass South America 2024. Na Glass, Henrique Lisboa, presidente da Vivix, passou pelo estúdio do VidroCast, o podcast da Abravidro, para um bate-papo com Iara Bentes, superintendente da Abravidro e editora de O Vidroplano. Entre os assuntos, Henrique avaliou como o surgimento da Vivix impactou o setor vidreiro nacional, comentou o aumento das importações de vidros planos no Brasil e falou sobre os passos que a empresa pretende tomar para a próxima década. Leia os melhores momentos da entrevista a seguir – e confira o conteúdo na íntegra no canal da Abravidro no YouTube (na versão em vídeo) ou ouça nos tocadores de podcast (em áudio).
Quais as principais conquistas da Vivix nessa primeira década de vida? Henrique Lisboa – A Vivix marca esse período sendo a primeira empresa nacional dentro do mercado brasileiro de vidros planos – todas as outras fabricantes instaladas aqui são multinacionais. Acredito que isso faz com que a gente compreenda melhor a cultura do País e a forma como o empreendedor nacional atua e pensa. Então, temos a possibilidade de atuar de uma forma mais, digamos, brasileira.
Em 2014, o mercado brasileiro de vidro plano era diferente, não só porque não tinha a Vivix, mas porque a configuração era outra. O que mudou nesses dez anos e qual a contribuição da Vivix para essa mudança? HL – Acho que a entrada da Vivix foi muito boa para o mercado, não só pelo fato de que a gente começou a ofertar uma produção que não existia e que era necessária – durante quase três anos seguidos antes da nossa entrada, a produção de vidro plano não atendia a demanda no Brasil –, mas também porque isso permitiu que os clientes tivessem mais opções de escolha para efetuar suas compras.
Há cerca de dois anos, na edição de 2022 da Glass South America, a Vivix anunciou a construção do segundo forno. A construção desse forno vem sendo adiada desde então. O que você pode comentar sobre isso? HL – Veja, quando anunciamos essa obra, ainda era necessário fazer os projetos, buscar as tecnologias, tirar as licenças, e essas etapas levam entre um ano a um ano e meio. Mas, de fato, a Vivix acabou adiando o início dessa construção porque nesse período a demanda por vidro plano caiu, o mercado ficou mais difícil e nós consideramos que não seria responsável iniciar essa construção nesse momento. Hoje, já estamos com tudo pronto para iniciar a obra, mas estamos aguardando o tempo adequado para isso. Ela terá início assim que sentirmos que o mercado está tendo uma retomada sólida da demanda.
“A obra do segundo forno terá início assim que sentirmos que o mercado está tendo uma retomada sólida da demanda” (Henrique Lisboa)
Uma mudança bastante importante que houve no mercado desde o anúncio do segundo forno foi o grande aumento no volume de importações de vidro plano, especialmente no ano de 2023. Como você vê esse movimento e qual o impacto disso para o mercado doméstico? HL – Antes de a Vivix entrar no mercado, em 2014, as importações aconteceram continuamente por uns dois ou três anos. De lá para cá, nós tivemos mais dois ciclos de aumento na importação: um por volta do final de 2018 e início de 2019, e esse de agora. Considero que esses ciclos são finitos, não contínuos; esse aumento foi muito prejudicial, sim, mas não creio que ele continuará por muito tempo, quando as fabricantes brasileiras têm capacidade de produção interna suficiente para atender o nosso mercado. Em algum momento, as importações vão cair, porque essas circunstâncias que eu comentei vão cessar e o mercado vai retomar o seu curso normal.
Ainda assim, há medidas por parte da Abividro no sentido de tentar coibir ou minimizar o impacto dessas importações: há um pedido recente de antidumping para três origens, e também um de aumento de alíquota de importação para esses vidros planos. Você acredita que essas medidas serão aprovadas e que elas irão ajudar a segurar um pouco esse impacto das importações? HL – Eu acredito que elas serão aprovadas, sim, e acho que elas são até certo ponto normais. Se você observar outros países do mundo, elas existem lá; por aqui, isso deve minimizar esse impacto da importação, mesmo considerando essa questão da sazonalidade.
Isso é também uma questão relacionada à competitividade. Como podemos tornar o Brasil um país mais competitivo para a indústria? HL – Bem, aí tem um grande trabalho a ser feito. Temos a questão tributária, que é muito importante e que impacta nos custos de todas as empresas. Há também a questão da geração de energia, do fornecimento de gás natural, que é muito relevante para todo o setor vidreiro. O custo desse insumo no Brasil é um dos mais caros do mundo, o que tira a competitividade do nosso negócio frente às empresas internacionais.
“O nosso desafio será a busca por um crescimento sólido, responsável, que faça a demanda do mercado crescer junto conosco” (Henrique Lisboa)
A Vivix recentemente fez um grande investimento em energias renováveis. Você pode falar um pouco a respeito? HL – A Vivix, juntamente com a Atiaia – outra empresa do Grupo Cornélio Brennand, que trabalha na área de geração de energia, tendo hidrelétricas e trabalhando também com geração de energia solar –, decidiu construir uma usina de geração solar próxima à nossa planta. Esse investimento foi perto de R$ 200 milhões, mas hoje atende 100% da nossa demanda de energia elétrica, o que é importante não só do ponto de vista de custo, mas também de ESG.
No pacote de comemoração de dez anos da Vivix, tivemos a volta da empresa como expositora na Glass South America 2024. O que você está achando dessa nova edição da feira? HL – Nós estamos felizes de estar aqui; nunca pensamos em ficar definitivamente fora da Glass, e acho que esse foi o momento certo para voltarmos, celebrando um marco importante. Fizemos um estande diferente dos anteriores, mais voltado para a arquitetura, parecendo um ambiente de Casa Cor, para tentar mostrar algo diferente e chamar especialmente a atenção dos arquitetos, e estamos tendo uma excelente receptividade dessa ideia.
Quais são os grandes desafios para os próximos dez anos da Vivix? HL – O objetivo da Vivix é continuar crescendo; não falar somente em duas plantas, mas talvez ter mais unidades ao longo desta próxima década, e se consolidar cada vez mais aqui como um player importante no mercado, que tenha uma marca diferente, um pensamento de cultura e de empreendedorismo brasileiros, de estar próxima do cliente, cada vez mais tentando entendê-lo. O nosso desafio, enfim, será a busca por um crescimento sólido, responsável, contribuindo com a cadeia, sem que ele cause perturbações excessivas na cadeia, mas sim que faça a demanda do mercado crescer junto conosco.
Em Minas Gerais
A Semana do Vidraceiro 2024 foi realizada pelo Simvidro-MG de 13 a 17 de maio, em Belo Horizonte. Assim como nas edições anteriores, a iniciativa foi composta de uma série de atividades pensadas para os vidraceiros e serralheiros do Estado. Este ano, o evento, cujo tema foi Inteligência Artificial Aplicada à Gestão dos Negócios, reuniu mais de 190 participantes.
O primeiro dia teve o Encontro de Líderes do Setor Vidreiro e da Construção Civil de Minas Gerais. Nele, representantes da AGC, Cebrace, Guardian e Vivix abordaram temas relacionados à economia e ao mercado (foto 1); em seguida, o presidente do Simvidro, Geraldo Vergilino de Freitas Junior, apresentou um painel sobre inteligência artificial ou IA (foto 2), com a participação de Márcia Machado (gerente de Indústria, Comércio e Serviços do Sebrae-MG) e Antônio Minier (professor de MBA da PUC-MG e diretor de Transformação de Negócios na Pif Paf Alimentos).
Foto: @Pauloti_
A semana também teve uma série de oficinas ligadas a esse tema. No dia 14, a consultora e psicóloga Christiane Leolina Silva trabalhou com os participantes as principais estratégias de poder e influência e como elas podem ser mais assertivas se feitas com conhecimento e técnica. Ricardo Nogueira, consultor e CEO da Ricardo Nogueira Comunicação, abordou no dia seguinte a importância da humanização no atendimento e de ouvir atentamente os clientes, discutindo como a IA pode ajudar ou atrapalhar nessa atividade. Christiane retornou para a oficina final, no dia 16, falando sobre os principais estilos comportamentais das pessoas, os impactos da IA e das redes sociais no comportamento dos colaboradores e como eles podem trazer resultados às equipes de trabalho quando alocados devidamente.
Foto: Reprodução/Divulgação Sincomavi-SP
Em São Paulo
Dando continuidade aos tópicos abordados no 18º Simpósio Sincomavi, em abril, o Sincomavi realizou, no dia 22 de maio, o Debate Pós-Simpósio, em formato online. Caio Camargo, especialista em inovação no varejo, reforçou em sua apresentação que os comerciantes precisam investir em tecnologia, além de apresentar casos práticos de aplicação no varejo norte-americano. Adriano Kogachi Sá, estrategista de marcas e marketing, destacou a necessidade de que os empresários cuidem das suas marcas, principalmente se valendo de dados, o que ajuda não só a vender mais, mas também a realizar um pós-venda adequado e outras ações para divulgação da empresa. Por fim, Michelle Dapper, diretora de Recursos Humanos da Leroy Merlin, apresentou a experiência de sua empresa na área de RH, dando grande ênfase ao colaborador interno, com a oferta de recursos para seu aprimoramento pessoal e profissional, ressaltando também que o trabalhador deve ser visto como potencial consumidor dos produtos da empresa.
A seguir, confira um resumo do que as empresas expositoras da Glass South America 2024 e da E-squadria Show apresentaram ao público. De vidros a maquinários, passando por insumos, ferragens, acessórios, ferramentas, softwares e tecnologias, tudo o que nossa cadeia precisa para trabalhar esteve no São Paulo Expo. Aproveite!
Comemorando 64 anos de trajetória este mês, a Abrasipa mostrou sua linha de rebolos, incluindo o Resipa (feito de resina) e o copo (para polimento) – inclusive, quem passou pelo estande pôde pegar como brinde um chaveiro no formato de minirrebolo. Outros destaques foram o kit tira-risco Gforce Max, que restaura a superfície dos vidros e o EnduroShield, revestimento de nanotecnologia para nosso material que é resistente à sujeira, água e manchas.
Com maquinários para diversos elos da cadeia vidreira (de usinas a vidraceiros), a Agmaq reservou um estande de grandes dimensões para expor diversas soluções. O lançamento deste ano foi a mesa de corte para laminados LAM-F, mas também estavam por lá equipamentos para estocagem, como classificadores automáticos, pontes rolantes e ventosas.
Pela primeira vez na feira, a Algiba, que oferece soluções em acabamento e limpeza de superfícies, apresentou suas tufadas modulares para limpeza de vidros. Versáteis e eficientes, os módulos montáveis criam uma ferramenta de limpeza completa, e são ideais para remover resíduos de lapidação e corte de vidros, garantindo um acabamento impecável e livre de poeira.
A Allkaz exibiu a U Dois, máquina da linha Moi Vidros, desenvolvida para triturar os pedaços residuais de vidro do processo de beneficiamento e processamento. O vidro é moído em fragmentos pequenos e não cortantes, facilitando seu processo de entrega a empresas de reciclagem para a fabricação de novas chapas.
A Aluminorte apresentou seu mais recente lançamento: o perfil de alumínio Muxarabi Duble Side. Este produto possui um design tridimensional que permite a visualização do muxarabi em ambos os lados, proporcionando um efeito estético único. Além disso, o Muxarabi Duble Side é produzido em barras de seis metros, o que garante maior agilidade e eficiência na produção.
Um dos destaques da Alumirios, fabricante de acessórios para esquadrias, foram as roldanas com perfil extrusado, que possuem alta capacidade de carga e encaixe perfeito no perfil, dispensando usinagem. Essas roldanas suportam até 240 kg. A empresa também mostrou sua gama completa de produtos, desde guias e vedações de plástico até, fechos, maxim-ar e sistemas para portas de giro e correr.
A empresa de soluções ecológicas para limpeza Akora levou ao evento seus dois produtos de destaque: o Pano Mágico, que revoluciona a limpeza de vidros com perfeição usando apenas água, sem deixar pelos ou fiapos, sendo ideal para todos os tipos de vidro, incluindo temperado e laminado; e os cabos extensores, que facilitam a limpeza de vidros em alturas elevadas, de até 5,5 metros.
A novidade da Arbax para esta edição da Glass foi o Resolvidro, composto especial desenvolvido para a remoção de riscos – o uso desse produto foi demonstrado em peças de vidro para os visitantes interessados em entender como ele funciona. A empresa também expôs toda a sua linha de rebolos de polimento, bem como a de óxido de cério e suas molas hidráulicas.
A Trena Auto Trava Pro foi a aposta da Argacon durante a Glass. Com design robusto, revestimento emborrachado e carcaça em ABS resistente, a trena oferece marcação dos dois lados, ponteira magnética e revestimento em nylon. Além dessa novidade, a empresa apresentou sua linha completa de produtos, incluindo selantes, silicones, discos de corte, aplicadores e ventosas.
A Arouca chegou na Glass com o lançamento da sua linha de fechaduras 1520 com maçaneta para portas de vidro com recorte. Com modelos de sistema bate-fecha e opções para portas de correr, a linha 1520 é 100% nacional e conta com quatro modelos de maçanetas e acabamentos em cromado e nas cores branca e preta.
A Atom Robótica, especializada em projetos de automação industrial para a indústria vidreira, usou seu estande para mostrar um robô programado pela empresa para manusear chapas de vidro. A Atom também oferece cursos nesse segmento e comercializa ventosas a vácuo.
A Avant Glass apresentou diversas máquinas da Singip em seu estande. Um dos destaques foi o braço giratório em U para manuseio dos vidros, que não se limita ao movimento em linha reta para levar a peça de um lugar para outro. A biseladora e a lapidadora exibidas no espaço, por sua vez, contam com sistema de rebolo e de regulagem automatizados.
O estande da Bavelloni teve um de seus lados ocupado pela lapidadora VE500, que até então não tinha sido lançada no Brasil. A grande máquina é capaz de trabalhar com peças de até 350 kg/m² – ela inicia a lapidação com uma linha diamantada (a única a precisar de regulagem), seguida pela seção de polimento (com rebolos de borracha e óxido de cério).
A Beltex levou à Glass sua linha de correias para máquinas usadas no beneficiamento de vidro. Também foi possível conferir no estante da empresa elementos de fixação para esses maquinários, como polias, acoplamentos e buchas de fixação.
O grupo italiano Biesse trouxe como principal destaque a máquina Francesca 1250, da marca Forvet: um centro de furação de vidro, com controle numérico, contendo um super spinder de 12 mil RPM – algo inédito no mercado nacional, segundo a empresa. A mesa de corte para monolítico Genius RS-A, da marca Intermac, também deu as caras, sendo capaz de trabalhar em peças de até 12 mm de espessura.
Várias opções de produtos no estande da Blindex, incluindo o boxe de banheiro Blindex Classic (releitura minimalista de um sucesso de vendas de anos atrás) e o sistema de envidraçamento para portas deslizantes Blindex Door. No entanto, foi uma casinha para pets, toda de temperado e com um design moderno, o que mais chamou a atenção do público. Vale citar ainda a réplica de um ambiente da exposição Mar de Espelhos, ponto turístico no Rio de Janeiro que é uma experiência imersiva no contato com vidros e espelhos.
Este ano, a italiana Bottero completa duas décadas de presença no Brasil. Para comemorar, montou um espaço institucional na Glass para a divulgação de suas soluções de maquinários para processamento, como a mesa de corte para laminados 548LAM, o CNC Pratica Plus (para corte, furação, lapidação e outros trabalhos) e as mesas de corte da série BCS.
Foto: Panoptica/Divulgação
A Casa Mansur mostrou em seu estande os sistemas deslizantes da chilena Ducasse Industrial para portas de vidro e divisões de ambiente (foto) – no ano passado, as duas empresas oficializaram a parceria para a distribuição dessas ferragens no Brasil. Também foi possível ver no estande o sistema de envidraçamento da Casa Mansur para fechamento de varandas e sacadas: entre seus diferenciais, ele tem trava de segurança, resistência mais alta a pressões de vento e maresia e deslizamento mais suave.
A Cebrace celebrou os cinquenta anos de trajetória completados em maio com um estande que mais parecia um showroom, contendo todo o portfólio de produtos. O lançamento para a Glass 2024 era o Cebrace Laqueado na cor Off-White, tom claro e quente considerado um dos pilares do design. Mais destaques: os vidros de controle solar da linha Habitat by Cebrace (para projetos residenciais) e Cool Lite BR; o vidro de refrigeração comercial Thermo Vision; e as linhas para decoração, como Texturizados, Espelhos Cebrace e Cebrace Extra Clear.
O lançamento trazido pela China Glass para o Brasil é uma mesa de transferência e virador (turnover): ela dispensa a necessidade de manuseio dos vidros após o corte até a lapidadora, reduzindo o esforço físico dos colaboradores e o risco de acidentes. Também chamou atenção no estande uma linha de lapidação vertical automática, capaz de trabalhar quatro peças por minuto, além de lapidar sozinha todos os quatro lados do vidro.
A Contemp exibiu em seu estande suas câmeras térmicas desenvolvidas para monitoramento do vidro durante o processo de têmpera. A empresa também mostrou outros dispositivos, como o controlador de potência da alimentação do forno e uma linha de controle e sensor de temperatura para processos industriais, como a já citada têmpera e até a fabricação do float nas usinas de base.
A Cortesa apresentou na feira suas soluções para a fabricação de esquadrias de alumínio e PVC, voltadas tanto para vidraceiros iniciantes quanto para aqueles que desejam expandir seus negócios. A empresa apresentou um centro de usinagem de pequeno porte, ideal para aumentar a produtividade e a qualidade das esquadrias, e a instaladora de perfis, que agiliza a montagem das esquadrias e garante um acabamento impecável.
A Cristal Bela brilhou na feira com sua Moldura Flexível de Alumínio. Essa inovação permite aos clientes soltar a criatividade e criar designs únicos e personalizados para espelhos, bandejas e muito mais. A versatilidade da moldura se adapta a diferentes formatos e tamanhos sem emendas.
Especializada em soluções para pintura de chapas de vidro, a Cristal Quality apresentou a linha Cristal Cold de peças pintadas a frio, indicadas para o ramo de decoração (móveis e revestimento de paredes) e móveis (tampos de mesa, aparadores), e a Cristal Hot de chapas temperáveis, para usos externos (portas, janelas, piscinas). Vale citar também os vidros com impressão, em estampas de diversos padrões.
Estreante na Glass South America, a processadora Cyberglass contou com seu portfólio de vidros beneficiados em um belo estande que mostrava as funcionalidades das peças. Lá, era possível ver temperados, insulados, laminados com PVBs coloridos, vidros de controle solar e serigrafados. E uma peça específica ganhou os holofotes: o multilaminado mais longo produzido no Brasil, segundo a empresa, de 6 m de comprimento, que fechava todo o lado frontal do espaço.
O destaque da Diamanfer na Glass 2024 foi a nova linha Turbo de rebolos de resina, que apresenta maior durabilidade e contribui para a melhor qualidade da lapidação do vidro. A empresa também apresentou o kit da Polivetro para remoção de riscos, reforçando a parceria entre as duas – seus produtos se complementam e permitem que o consumidor tenha soluções nacionais compreendendo todos os trabalhos no processo de lapidação.
A Dormetal, fabricante de barras antipânico, lançou na feira sua nova linha Pró, composta por duas barras totalmente de inox: uma com pintura eletrostática e verniz especial, e outra inteiramente cromada. Ambas as barras podem ser instaladas em esquadrias de alumínio ou diretamente no vidro, com ou sem furação. E esse é o destaque do produto, pois graças ao adesivo incluso, proporciona praticidade e economia aos clientes na hora da instalação.
A DXMAX destacou o DX 900, seu selante estrutural de silicone de alta performance. Com durabilidade de vinte anos contra raios UV e intempéries, ele não amarela e pode ser usado em guarda-corpos, envidraçamento de sacadas e telhados de vidro. Disponível em várias cores, como cinza, branco, preto, bronze e grafite.
As películas de PVB para laminados da marca Saflex, da Eastman, marcaram presença em mais uma feira. Pra divulgar as capacidades de seu PVB estrutural, foi instalado um banner com imagens do Sampa Sky, icônico mirante da capital paulista. Quem passou pelo espaço viu ainda as opções do Vanceva, PVB colorido que oferece mais de 17 mil combinações de cores, e o FlySafe, desenvolvido para diminuir os impactos de pássaros em edifícios envidraçados.
A Exfak também marcou presença com sua linha completa de EPIs para a indústria do vidro, incluindo luvas, uniformes e mangotes resistentes a cortes, perfurações e altas temperaturas. Além disso, apresentou sua linha de capacetes leves e confortáveis de fabricação própria e óculos de policarbonato com opções de sobrepor.
A FDS Glass celebrou na feira seus 20 anos completados em 2024. A distribuidora representa na América do Sul mais de 20 fabricantes chineses e europeus de maquinários e equipamentos para o nosso setor; este ano, ela expôs um centro de usinagem CNC da italiana Zafferani Glas, voltado para empresas de menor porte; ao fundo do estande, também era possível ver um painel com fotos de fornos de têmpera da chinesa NorthGlass, principal parceira da empresa.
O Grupo Fenzi destacou suas soluções para a fabricação de vidros insulados: a novidade são os espaçadores plásticos da Alu-Pro (empresa que faz parte do grupo), que apresentam melhor coeficiente de transmitância térmica. Também houve demonstrações de desempenho de espaçadores e da qualidade do selante usado em insulados, para ajudar os visitantes a entenderem a importância de que esses sistemas sejam montados com componentes de qualidade comprovada.
A italiana Forel usou seu estande como um espaço para contato direto com seus clientes. Embora não tenha exibido produtos, a empresa levou materiais para divulgar suas soluções para fabricação de vidros insulados.
No estande da FVT – Ferragens e Acessórios para Vidros Temperados, a empresa apostou forte na sua linha de puxadores de polímero para vidro, fabricados com foco em design clean e minimalista. Leves, fáceis de instalar e disponíveis em diversos formatos, tamanhos e acabamentos, esses puxadores seguem as últimas tendências do mercado.
A GDS marcou presença com sua linha completa de produtos, mas o destaque foi a Mola de Piso Hidráulica GDS, com mais de vinte anos de mercado. Os modelos GDS 8200, 8100 e 8300 são projetados para portas de vidro de diferentes pesos, garantem um movimento suave e seguro, com ajustes personalizáveis de velocidade e ângulo de parada, sendo fabricadas com materiais duráveis como aço carbono e inox.
Sucesso na Glass South America de 2022, a Sprayglass foi levada novamente à feira este ano pela Gemata. Trata-se de uma máquina de pintura (braço da empresa) para a aplicação de tinta na superfície das placas de vidros, com sistema de pulverização automático.
As correias sem emenda para transporte de vidro em máquinas lapidadoras bilaterais foram a novidade apresentada pela General Belt. Fabricadas com poliuretano, oferecem resistência à abrasão e ao desgaste, o que garante longa vida útil. Além disso, a menor necessidade de manutenção e o aumento da produtividade são benefícios adicionais que tornam o produto um diferencial no mercado.
A General Glasses exibiu peças de vidro laminadas com os diferentes interlayers de PVB e EVA de sua linha para permitir que os visitantes pudessem visualizar sua aplicação: películas coloridas, translúcidas e acústicas estiveram entre as opções mostradas no estande.
O Grupo Giardina levou ao evento uma de suas máquinas para pintura de vidro: as tintas são aplicadas por pistolas especiais após o vidro passar por uma leitura por scanner (o equipamento foi mostrado em operação no estande). Ela também mostrou uma lavadora vertical de vidros da Marval, braço do grupo.
O principal propósito da Gimav na feira foi organizar a participação das empresas italianas (as quais você está conferindo nessa cobertura) interessadas em expor suas soluções não só na Glass, mas também em outras feiras vidreiras do mundo. Além disso, divulgou a próxima edição da Vitrum, tradicional feira organizada pela entidade na Itália, a ser realizada em 2025.
Com a mensagem de que a gestão eficiente é fundamental para o sucesso, mesmo dispondo das melhores máquinas e produtos, a Glass One oferece serviços em gestão financeira e contabilidade para o setor, auxiliando empresas de todos os portes a entenderem seus custos, lucros e a complexa carga tributária brasileira. Atualmente presente em 12 estados, a empresa oferece seus serviços para micro, pequenas, médias e grandes empresas do ramo.
Embora não tenha levado sua máquina a laser para a feira, a Glasscompany expôs peças trabalhadas com ela, como espelhos cuja camada de prata foi removida em algumas partes de sua superfície, formando letras ou desenhos, bem como vidros cortados ou com furos feitos por ela. A empresa também trabalha com equipamentos para a produção de vidros resistentes ao fogo.
O Box Fit da Glassinox, antes fabricado com latão, agora é feito de aço inox: de acordo com a empresa, essa mudança traz um aumento na qualidade e durabilidade do produto, voltado para aplicação em pequenos vãos e proporcionando a abertura de até 90% do vão. Outro boxe atrativo é o Lumine, desenvolvido para aplicação em vidros com furação padrão (o que permite reutilizar as folhas caso ele seja instalado para substituir outro kit no mesmo espaço).
Para se juntar à linha completa de ferragens para vidro produzida em zamac, latão e alumínio (contendo itens como fechaduras, dobradiças, puxadores e prolongadores, entre vários outros), a Glasspeças apresentou sua inédita linha em polímero, disponível nas cores branca, preta, bronze e fosca.
Um estande cheio de maquinários de marcas internacionais: a GlassParts levou à feira a mesa de corte multifuncional Anthony, da chinesa Yinrui; uma biseladora da também chinesa Enkong; uma lapidadora copo de dez rebolos; e máquinas de corte a laser e a jato d’água. A empresa também mostrou ferramentas diversas e peças de reposição para equipamentos.
A Globral Internacional, representante de fabricantes importantes de maquinários da China no Brasil, levou ao evento a lapidadora ZX272E da ZXM: ela é rolamentada e automatizada, capaz de trabalhar com vidros de dimensões e espessuras maiores que o padrão, com custo benefício atrativo em relação a outras soluções no mercado. A empresa também mostrou outra lapidadora da ZXM, a ZX9325P (mais simples, indicada para vidraçarias), e cartazes com fotos e informações de máquinas de outra parceira da distribuidora, a Junya.
A Gorilla levou para a Glass os miniguindastes Aranha da linha MC405C, amplamente utilizados na construção civil e na montagem de fachadas. Com modelos de 1,8 e 2 toneladas, essas máquinas japonesas, com mais de 60 anos de tradição, são uma novidade no Brasil e se destacam pela confiabilidade e qualidade. Ideais para a indústria do vidro, os miniguindastes podem ser equipados com ventosas para içar vidros e esquadrias a até 12 metros de altura, facilitando e agilizando o trabalho em obras.
Entre as diferentes soluções apresentadas pela GR Gusmão (incluindo perfis para insulados, equipamentos para içamento e movimentação de vidro, e ventosas manuais), o grande destaque foi a impressora digital Vitro-Jet, da espanhola Tecglass (marca do grupo italiano Fenzi), que trabalhou ao vivo durante a feira. O maquinário tem sistema patenteado de recirculação de tinta, evitando assim a necessidade de lavagem diária dos cabeçotes.
Diversos novos vidros no espaço da Guardian. A usina lançou o FumêMax, novo fumê com fórmula exclusiva, que bloqueia 60% do calor nos ambientes onde é instalado. Outros lançamentos foram o SuperClear (com maior transmissão de luz) e o Solar Plus G31 (laminado de controle solar), além da primeira solução nacional de Integração Fotovoltaica em Edificações – a Guardian fornece o vidro ao sistema de módulos solares da Garantia Solar. O estande tinha ainda a parceria do C3 – Clube da Construção Civil.
O GRM 250, carrinho da Guindaste Aranha para manuseio de vidro com ventosa elétrica, é capaz de carregar painéis com até 350 kg, elevando as peças a uma altura de até 3,4 m. Outro carrinho da empresa, o Transpovidro, é voltado para vidraçarias, com facilidade de movimentação no canteiro de obras e sistema de guincho patenteado.
A grande novidade da Hela foi o lançamento da sua linha de puxadores de inox. Os produtos complementam seu já diversificado portfólio de acessórios e fechaduras para vidro, feitos de zamac e polímero. Além disso, a empresa oferece uma linha completa de acessórios para alumínio, incluindo fechaduras e acabamentos.
A Helios Quartz mostrou em seu estande uma das suas lâmpadas infravermelhas, que podem ser usadas para diversas atividades envolvendo o vidro, como na secagem de esmaltes na serigrafia ou da camada de prata em espelhos, ou ainda para ajudar na adesão dos interlayers no processo de laminação. A empresa também tem em seu portfólio leitores de estanho com luz ultravioleta, usados para identificar a face certa do nosso material para processos de laminação, serigrafia e têmpera.
Entre as novidades da Ideia Glass, estavam os perfis Segury, que pode ser encaixado na borda do vidro laminado para a montagem de guarda-corpos, e o Retrô, ideal para montagens criativas imitando esquadrias. Vale chamar atenção também para o kit Nobre, que agora pode ser usado com vidros com 10 mm de espessura, atendendo a pedidos do mercado, bem como a opção de cor dourada fosca para combinar com as principais fabricantes de torneiras e metais sanitários.
A Indoor Glass se destacou com sua linha de interlayers de EVA e PVB para a fabricação de vidros laminados e blindados, tanto para arquitetura como para o setor automotivo. A empresa destacou o EVA como seu carro-chefe, um material que permite a criação de peças decorativas e arquitetônicas únicas ao combiná-lo com outros elementos, como papel, folhas e tecidos.
O perfil de alumínio ripado amadeirado foi o grande destaque do estande da Infinite. A empresa possui o produto em mais de vinte cores disponíveis. Segundo a empresa, a versatilidade do item permite a criação de painéis fixos ou em formato camarão, proporcionando integração entre ambientes. A possibilidade de adicionar uma tela discreta entre a porta e a janela ripadas oferece ainda mais opções de personalização.
O Evidence Door, da Interglass, é o novo sistema de portas de correr da empresa. Indicado para grandes vãos, contém sistema mão-amiga e perfil com dupla vedação. Outros lançamentos: linha Evidence Slim de boxes de banheiro (também com portas de correr) e as cores especiais Summer Gold e Corten para kits de ferragem.
O estande da italiana Italcarrelli teve cartazes e folhetos para a apresentação das diferentes máquinas da empresa para a movimentação de vidro no chão de fábrica, incluindo soluções específicas para carregar cavaletes ou colares.
Além de expor as ventosas, classificadores e carregadoras automáticas de fabricação própria, a Italotec revelou as novidades de empresas estrangeiras representadas no Brasil: o centro de usinagem vertical Advance Elite, da Denver, própria para lapidação, furação e fresamento; e as lapidadoras da Schiatti Angelo, de quem a Italotec também cuida da assistência técnica.
A italiana Keraglass fez o lançamento da Vivida, impressora digital que usa tinta cerâmica para reproduzir imagens em alta resolução na superfície do vidro – várias peças de vidro impressas revelavam a qualidade das texturas alcançada pela máquina, que pode ser utilizada para o trabalho em qualquer setor, especialmente no mobiliário, construção e automotivo. Destaque também para o forno de têmpera Vision 900, com sistema de pré-aquecimento.
A espanhola Kerajet adquiriu os negócios de impressoras digitais da empresa israelense Dip-Tech, especialista e pioneira nessa tecnologia. Participando da Glass pela primeira vez após a fusão, as empresas buscam um novo posicionamento de mercado, apostando no portfólio de máquinas voltadas para vários setores, como o de arquitetura e o automotivo.
A Kit Sacada Certa levou seu produto de mesmo nome à E-squadria Show: ele se destaca por ser um sistema de envidraçamento sem roldanas, com os painéis deslizando sobre guias de polímero antiaderentes de forma segura e estável. Já o lançamento da empresa foi o kit CristalDoor para portas de correr, que permite mover as folhas sem precisar esperar o tempo de secagem da colagem dos vidros: presilhas de pressão mantêm nosso material no lugar enquanto a cura não é concluída.
O Rotor de Fibra de Carbono foi a novidade que a Koja expôs no seu estande. O produto é muito mais resistente à fadiga causada pelas constantes alterações de velocidade nos processos de têmpera, lavagem e outras funções dos maquinários para processamento.
Comemorando 25 anos da criação do interlayer estrutural SentryGlass, a Kuraray estava com sua linha desses produtos, da marca Trosifol, voltados para o mercado de arquitetura, blindagem e automotivo, como o acústico, UltraClear (com mais transparência) e os coloridos. Para a blindagem de veículos, o destaque é o Spallshield CPET, material antiestilhaço.
A empresa especializada em acessórios para esquadrias Landy Kits fez o lançamento da sua linha de acessórios para esquadrias em cores amadeiradas, seguindo nova tendência do mercado. No seu estande, trouxe exemplos de fecho-concha e roldanas nessa nova opção de acabamento, além de expor itens já conhecidos no catálogo, como kit de envidraçamento de sacadas e boxe de banheiro, fechaduras e puxadores.
Várias soluções para beneficiamento de vidros no espaço da Latamglass: fornos de têmpera da série Power Control; filmes EVA para laminação de peças voltadas à arquitetura e automotivos; rebolos e peças de reposição; e ainda o Latamglass LTG Service, serviço especializado de manutenção preventiva e consultoria para equipamentos.
A Lattuada colocou em seu estande folhetos e telas com vídeos de seus produtos, como lapidadoras, lavadoras verticais e linhas robóticas. O espaço também foi usado para interagir com seus visitantes; segundo a empresa, há uma grande procura por suas máquinas no mercado.
No estande da Lopes Máquinas, era possível ver uma lapidadora de nove rebolos e uma furadeira, ambas da Deway, representada pela empresa no Brasil. Mas ela também fabrica máquinas próprias, como a grande mesa de corte automatizada mantida em funcionamento ao longo da feira.
Duas mesas de corte chamaram atenção dos visitantes no espaço da Macotec, uma sendo voltada para corte de vidros laminados e a outra para peças monolíticas. Os novos modelos contam com programação e controle feitos de forma totalmente digital.
Quem também esteve presente na feira foi a MAP, com produtos como PVBs para laminados, fitas adesivas para fixação e vedação, e silicones para selagem (que aguentam temperaturas acima de 200º C). Todos os produtos já faziam parte do seu catálogo de aplicações para a indústria vidreira.
Com cinquenta anos de experiência, a Marte Alumínio participou da feira para apresentar suas linhas de esquadrias de alumínio para vidraceiros e serralheiros, como a Suprema, Gold, Integrada e Pele de Vidro, disponíveis em diversas cores, como branco, preto, cinza, bege, anodizado, dourado e cromado.
A Massfix apresentou na feira seu processo de reciclagem de vidro, abrangendo desde embalagens até vidros planos, laminados e automotivos. A empresa oferece uma solução completa para o descarte correto do vidro, reinserindo-o na cadeia produtiva. Com certificação para destinação correta, a empresa mostrou que garante a seus clientes segurança e conformidade legal no processo.
Mostrando um pouco de como funciona a reciclagem de materiais refratários e grafite, a Mathias Refratários estava presente na feira. A empresa recicla materiais refratários utilizados em fornos de vidro de grandes empresas como Cebrace e Guardian, transformando-os em novos produtos. Além disso, trabalha com grafite reciclado, fornecendo soluções para fundição, extrusoras e injetoras.
A Metal Vidros, empresa com 25 anos de experiência em acessórios para o ramo vidreiro, especialmente em vidro temperado, mostrou um lançamento: sua nova linha de acessórios para esquadrias, a 2530, composta por roldanas, fecho-concha, braço maxim-ar, fixadores, dobradiças e outros componentes.
A Metaltec levou à feira toda sua gama de carrinhos e fechaduras para instalação de vidro, com acabamento em cromo – este é aplicado às peças por meio de pintura em vez de banho químico, o que confere melhor qualidade aos produtos a preços competitivos.
Um dos carros-chefes da Metalúrgica Amaral esteve no espaço da fabricante de maquinários: a furadeira de quatro cabeçotes giratória, indicado para vidraçarias. Compacta, é econômica e de manutenção rápida. Mas a grande novidade era a linha de furação para têmperas, com quatro furadeiras, que garante alta produtividade: uma porta pode ser finalizada em dois minutos e meio.
Na Glass, a Mettalfleck apresentou destaques de sua linha de componentes para esquadrias, que já conta com mais de quatrocentos itens. As linhas em evidência foram: Suprema, de roldanas de alta performance e fechos de segurança; Gold, com rolamentos blindados; 2530, com acessórios para portas de correr, janelas maxim-ar e sistemas basculantes; e Inova, com roldanas com sistema antirruído e fechos com acionamento magnético.
Representante da Glaston na América Latina, a MM4Glass divulgou soluções do grupo finlandês para processamento: a linha automática Comfort para produção de insulados garante produtividade de até 800 painéis por dia; já o Matrix Evo é um maquinário para a produção de para-brisas automotivos, seja de carros de passeio, ônibus ou até tratores. A MM4Glass representa ainda a SystemDigital, empresa italiana especializada em impressão digital, e a EVguard, fabricante de interlayers de EVA para laminados.
A Multimetais inovou na Glass ao apresentar sua primeira linha de fechaduras para esquadrias de alumínio, a MM2601 e MM2602. A empresa, que não atuava nesse segmento, aproveita o crescimento desse mercado para expandir seu portfólio.
Especialista em tratamento de água para a indústria vidreira, a Muniz destacou o sistema de circuito fechado da IMMMES, que trata a água utilizada nas máquinas da indústria vidreira, reduzindo o consumo e o descarte de efluentes. Além disso, a empresa apresentou o Proliner, da Prodim, um equipamento de medição digital que dispensa o uso de trenas.
Outra estreante na Glass South America, a NEX – Soluções Inteligentes Para Sistemas Vítreos representa diversas marcas estrangeiras, como Mac Glastech (sistemas de estoque automatizado e movimentação de chapas), Hanjiang (linhas para insulados) e Quanex (espaçadores para insulados), entre outras. No espaço, o maior destaque era uma máquina de furação a laser sendo operada ao vivo.
A NewGlass apresentou o NG14, vidro laminado refletivo prata desenvolvido exclusivamente para o mercado brasileiro. O produto oferece proteção solar e propriedades termoacústicas. Além dele, a empresa trouxe como novidade perfis de alumínio nas cores preta e branca, que em breve estarão disponíveis para venda.
A Olga Color apresentou em seu estande perfis com efeito madeira, que utilizam as técnicas de pintura pó sobre pó e sublimação. Outro ponto alto foi o seu sistema de envidraçamento de sacada híbrido, que pode ser instalado tanto suspenso, com o peso na parte superior, como apoiado, com o peso na parte inferior.
A Parâmetro Equipamentos levou ao seu estande a lapidadora copo Lapiglass-9iP, com nove rebolos, proporciona alta qualidade no trabalho final, com acabamento brilhante, sem precisar do uso de óxido de cério – tanto a máquina como seus rebolos são importados. A segunda lapidadora no estande, periférica, é fabricada pela própria empresa.
A Polividros expôs uma ampla variedade de vidros texturizados, graças a uma nova parceria com fornecedores chineses, que possibilitou a oferta de modelos exclusivos no Brasil. A empresa ressaltou que esses vidros podem ser utilizados em projetos de móveis, como portas de armários e cozinhas planejadas, além das tradicionais aplicações em boxes e divisórias.
No estande da Potencia, estavam rebolos diamantados, de alta performance e durabilidade. A empresa oferece uma ampla gama de modelos, com diferentes formatos, grãos e ligações, para atender às diversas etapas do beneficiamento, como lapidação, biselamento e polimento. garantindo acabamento impecável.
Em sua estreia na Glass, a PPA apresentou um portfólio de soluções para automação e controle de acesso, com destaque para os automatizadores de cortina e motores tubulares para persianas. A empresa também mostrou sua linha de sensores de controle de acesso e fechaduras inteligentes, que aliam segurança e tecnologia.
Em sua primeira participação na Glass South America, a Reitech destacou entre seus produtos o Mover Glass, carrinho inteligente para manuseio de vidro: ele facilita a rápida localização e acesso às peças desejadas por meio de avisos sonoros e luminosos, com uma interface de fácil uso para monitorar as funções do carrinho por tablet.
Uma das soluções mais chamativas da Glass 2024 foi a LED Glass, da Rhino. Trata-se de uma película transparente contendo uma malha de LEDs: ao produzir um vidro laminado usando esse produto como interlayer, nosso material se torna praticamente uma tela multimídia, cuja projeção de imagens e vídeos pode ser vista dos dois lados, além de manter a transparência e a passagem de iluminação natural de um lado para o outro. Vale citar também o filme ionoplástico estrutural Rhino Ion.
A Roll Door Robust, da Roll Door, chamava a atenção de longe: a porta gigante pode chegar a 6 m de altura, sem limite de largura. A empresa teve outros lançamentos relevantes, como a linha Janela Integrada e a Porta de Giro, ambas para vidros temperados, e a janela maxim-ar Maxim Fácil.
A Sagertec levou peças de reposição para máquinas e espaçadores para vidro duplo, importados da China. O espaçador, produto carro-chefe da empresa, é utilizado em esquadrias termoacústicas. Além disso, a empresa importa toda a linha de máquinas para o beneficiamento do vidro.
O estande da Salamander foi usado para a apresentação de seu portfólio de esquadrias. Entre elas, vale destacar a linha Creta, feita de PVC 100% reciclável, e a linha de entrada de PVC, com perfis de aspecto mais esbelto e a possibilidade de folhas com até 3 m de altura.
A empresa italiana Satinal destacou ano sua linha de EVA estrutural em diversas cores, entre eles branco, creme, preto, azul, bronze, cinza e verde, além de apresentar suas películas para vidros com diversas funcionalidades, como controle solar, segurança e decoração, e seus fornos de têmpera.
Durante a E-squadria Show, a Scala, empresa especializada em acústica, apresentou suas soluções em serviços desde a concepção arquitetônica até a obra finalizada. Dentre eles, ela destacou o Mapa de Ruídos, que coleta e analisa dados sonoros de uma região; o Diagnóstico Acústico, que é avaliação completa do empreendimento do ponto de vista acústico; e as Consultorias que são serviços pontuais de consultoria para auxiliar na resolução de problemas e otimização do desempenho acústico.
Em um estande duplo, a Sglass montou uma processadora dentro do São Paulo Expo, com maquinários funcionando ao vivo. Ali, era possível ver de perto o forno de têmpera Evolution, disponível com acessórios para atender as necessidades específicas dos clientes; o forno de laminação EVA FL, com câmaras de aquecimento individual e baixo consumo de energia; e a Alpha Jet Eternity, equipamento para furação e recorte a jato d’água.
A Slide Door lançou três produtos: a Janela Vidra Limpa Mosqueteiro, agora com design em vidro e engenharia avançada, disponível para vidros de 6mm e 8mm; a Porta de Giro, com vedação total, incluindo escovinhas na parte inferior para impedir a entrada de insetos e poeira; e a Slide Door Gold, linha premium de portas de correr.
A Softsystem dedicou seu estande para a apresentação de dois de seus softwares voltados para o setor vidreiro: o Pegasus é um ERP desenvolvido para a automação e controle de todos os processos de processadores e distribuidores, desde o pedido até a entrega; por sua vez, o e-Vidraceiro 2.0 é uma ferramenta de e-commerce desenvolvida para facilitar a encomenda de pedidos dos vidraceiros junto às processadoras.
A linha completa de puxadores da Start-Tec foi apresentada no estande da empresa: eles são feitos de alumínio e, além dos modelos básicos, também há opções especiais com designs diferenciados. A empresa também mostrou seu novo sistema de torres para instalação de guarda-corpos, que já vêm com cortiça, parabolts e pintura eletrostática.
Representante de marcas de insumo para a indústria, a Support Glass expôs o Silicone Estrutural Finotech, resultado de uma nova parceria com a empresa chinesa Finotech. O silicone atua como um adesivo de alta resistência, colando e vedando vidros em estruturas como fachadas. Com essa nova linha de produtos, a empresa expande seu portfólio e oferece aos clientes uma solução de alta qualidade para o mercado.
A solução da Sym para o setor vidreiro nacional é o software Sym Glass, desenvolvido para processadores e distribuidores. A ferramenta controla todos os processos dentro da empresa, como compras, vendas, faturamento, manutenções, logística e até e-commerce.
A desenvolvedora de softwares de gestão para empresas vidreiras SystemGlass apostou na interatividade. Seu espaço na feira teve totens nos quais era possível entender o funcionamento de várias soluções, disponíveis tanto na versão desktop como mobile. Vale citar os otimizadores de corte (plano e linear), o Grics (para gerenciamento de indústrias), o Toolglass (para vidraçarias) e o Webglass (para relacionamento entre fornecedor e cliente).
O estande da Tec-Vidro estava repleto de kits, muitos deles novos: esse é o caso, por exemplo, do Versatik Evolution, baseado no Versatik Truck com vedação aprimorada com borracha e escova (sem o transpasse dos vidros). Outra novidade é o Fort Corp, sistema de guarda-corpos desenvolvido pela empresa com montagem simples e segura, já incluindo borrachas de ajuste, acabamento e vedação.
A Technos Prime levou e demonstrou em seu estande a Waterjet Prime Pró, máquina de corte a jato d’água. Segundo a empresa, o vidro é mantido completamente imóvel durante o processo, o que evita o surgimento de riscos em sua superfície. Um sistema de movimentação pneumática também foi demonstrado pela empresa.
A Tecnobelt expôs correias industriais desenvolvidas para máquinas usadas no beneficiamento do vidro, como mesas de corte, lapidadoras e biseladoras, bem como para linhas de fabricação de float. Os produtos são personalizados para cada aplicação, oferecendo eficácia, qualidade e boa relação custo benefício.
A processadora Tempermax contou com seu portfólio de vidros, focando nas diversas possibilidades do uso de nosso material na decoração e arquitetura. Espelhos em formato orgânico enfeitavam a área do bar, enquanto um piso feito de uma peça no tamanho jumbo (temperada laminada 10+10 mm) permitia enxergar um enorme telão instalado logo abaixo.
O foco da Torrecid foi sua linha de tintas para impressão digital sobre o vidro, voltadas para os segmentos de decoração, refrigeração, linha branca e automotivo – seu estande trazia vidros impressos com as tintas em questão para demonstrar sua qualidade. A empresa trabalha com o mercado aberto – isto é, seus produtos podem ser usados em qualquer impressora cujo funcionamento não seja restrito às tintas da própria fabricante da máquina. A Torrecid também oferece esmaltes para o processo de serigrafia tradicional.
A italiana Triulzi levou para a Glass materiais informativos sobre sua linha de lavadoras para o processo de beneficiamento do vidro. O espaço foi compartilhado com a empresa parceira Tecbi, fabricante de lapidadoras – embora estrangeiras, ambas as empresas destacaram que contam com representação no Brasil para os visitantes interessados em adquirir suas máquinas.
A distribuidora TSJ apresentou ao público uma linha completa de soluções, incluindo vidros (comuns, espelhos, laminados, texturizados), ferragens e kits para boxes de banheiro. A empresa destacou sua capacidade de atender a diversas demandas do mercado, oferecendo produtos para diversas necessidades.
O carro-chefe no estande da espanhola Turomas este ano foi a RUBI 303VA, mesa de corte para vidros monolíticos com braços de carga automáticos para a colocação das chapas. Parte do espaço também foi dedicada à linha Distecglass, voltada para a distribuição e consultoria técnica de produtos para vidros e fachadas.
As fechaduras 3530, que se destacam por não necessitarem de recorte para instalação, simplificando o processo, foi o lançamento da União Alumínio. Fabricadas em polímero, um material composto por nylon e fibra de vidro, são mais resistentes, sendo ideais para regiões litorâneas, pois não enferrujam, oxidam ou estufam. Parte do estande da empresa foi compartilhada com a Stam, que exibiu sua linha de cilindros para fechaduras para folhas de vidro.
Os acabamentos Veka Spectral foram o carro-chefe no estande da Veka: as lâminas revestindo os perfis têm aspecto aveludado ao toque, além de não ficarem com marcas das mãos e serem resistentes a sujeiras. Outra novidade foi a Vision XXL, solução para vãos maiores que permite maior superfície de envidraçamento sem comprometer o conforto acústico do ambiente ou a estanquidade à água e ao ar.
As soluções da Vertrauen incluem suporte completo para quem deseja entrar no mercado de esquadrias de PVC. A empresa realiza uma análise de mercado na região do cliente, indica parceiros, fornece os perfis de PVC e oferece consultoria técnica e comercial para que o empresário esteja preparado para fabricar e comercializar esquadrias de PVC com sucesso.
A Vetro Marques levou à feira suas molduras flexíveis para espelhos, solução versátil que se adapta a qualquer formato e está disponível em diversas cores. Além disso, a empresa lançou uma linha de puxadores de inox com novos acabamentos, nas cores rosê e dourado, oferecendo opções de medidas de até dois metros para atender às mais variadas necessidades dos clientes.
Diversos produtos foram divulgados pela Vetro Máquinas: os cortadores de vidro da marca japonesa Toyo, de quem a empresa é representante oficial; a cola adesiva para vidro da italiana Loxeal; os fornos de laminação da espanhola Pujol; e os interlayers em EVA da Evalam, marca pertencente ao grupo Pujol.
A Vibrantz, especialista em tintas orgânicas para diversos tipos de acabamento, apresentou na feira sua linha de tintas para impressão digital, com aplicações que vão desde o setor automotivo até a decoração. A empresa mostrou a possibilidade de imprimir qualquer tipo de imagem em vidro, com tintas especialmente desenvolvidas para garantir qualidade e durabilidade aos projetos.
Especializada em vidros especiais importados da Alemanha, a Vidrak trouxe para a Glass o vitrocerâmico, resistente a altas temperaturas e ideal para lareiras, fogões a lenha e cooktops; o tubo de borossilicato, para aplicações arquitetônicas versáteis; o vidro antirreflexo, utilizado em projetos arquitetônicos, industriais e museológicos; e vidros coloridos e revestidos, que agregam valor estético a vários tipos de projetos.
A mesa de corte automática da Vidramaq chamou atenção na feira. Sua ponte de corte é feita de alumínio aeroespacial, conferindo à estrutura uma resistência mecânica alta e, ao mesmo, leveza, o que contribui para cortes mais rápidos e com mais precisão, tanto em movimentos retos como circulares. Vale destacar que, além do corte, essa mesa permite ainda fazer inscrições na superfície do vidro com laser ultravioleta, facilitando para as processadoras a inserção da logomarca da empresa nas peças a serem temperadas.
A Vidrolimpo levou para a Glass 2024 os seus carros-chefes, como o removedor de manchas Super-Activ e o impermeabilizante de vidros Cristalvision – este último é bastante indicado para a conservação da limpeza nas fachadas feitas com nosso material. Outra solução apresentada foi o kit Tira Risco, capaz de remover até mesmo riscos profundos: ele inclui lixas especiais para vidro, boinas de polimento e óxido de cério.
A cenografia do estande da Vivix foi assinada pelo arquiteto Jaime Portugal, embaixador da empresa. Comemorando os dez anos de sua fundação, a usina lançou a linha de laminados acústicos, dividida entre Vivix Lamina Acústico (nos tons incolor, verde e cinza) e Vivix Performa Duo Acústico (bronze, bronze intenso, cinza, verde, verde intenso e azul). Segundo a empresa, um vidro da linha com 8 mm de espessura (4+4 mm) oferece a mesma redução de som (37 dB) que um monolítico de 19 mm. Peças do vidro de controle solar Vivix Performa e do pintado Vivix Decora, em várias cores, enfeitavam o local.
O grande destaque da W.Vetro na feira foi mostrar a sua solução completa de sistemas de gestão para vidraceiros e serralheiros, que atende desde pequenos até grandes negócios. Com três versões disponíveis (Smart, Evolution e Premium), o software abrange desde o orçamento até a gestão do chão de fábrica, solucionando questões de cálculo e organização.
A Weiku do Brasil surpreendeu ao levar uma van cheia das soluções em esquadrias da empresa. O showroom estava na área da E-squadria Show e continha vários perfis para monolíticos, laminados e insulados, disponíveis em variadas cores e tipologias, baseadas na tecnologia alemã da fabricante.
Quem passou pelo estande da Wood’s Powr-Grip pôde conferir os levantadores P1 e P2, projetados para facilitar o manuseio e a instalação de vidros planos de grande porte. Outro destaque: ventosas para para-brisa, que auxiliam na remoção e instalação dos vidros em veículos automotivos.
Todos os tipos de ferragens estavam no espaço da WR Glass: de puxadores e acessórios (como botões e mãos-francesas) a fechaduras, spiders e molas para portas. Os principais destaques para a Glass 2024 eram os perfis para guarda-corpos e para marquises contendo LEDs, o que oferece uma estética diferenciada a essas estruturas.
No dia 15 de maio, a Vivix recebeu o prêmio Siemens Techcellence, na categoria Líder de Inovação. A entrega foi realizada durante o evento Siemens Realize 2024, em Las Vegas, nos Estados Unidos – e a empresa foi representada na cerimônia por Aristóteles Terceiro Neto, gerente de Transformação Industrial (foto, à esq.). Em parceria com a Mekatronik e TrueChange, a Vivix construiu uma ferramenta específica que digitaliza processos de produção, logística e engenharia, além de permitir implementar rapidamente tecnologias emergentes. Um exemplo é o projeto DNA do vidro, solução que permite maior velocidade e precisão nas informações sobre a fabricação do produto, desde a extração das matérias-primas em minas próprias da fabricante vidreira até o processamento na indústria do cliente.
De 19 a 22 de março, o centro de eventos São Paulo Expo foi a casa da 22ª Expo Revestir, a maior feira de revestimentos e acabamentos da América Latina. O evento ocupou uma área de 65 mil m², na qual mais de trezentas marcas expositoras apresentaram suas soluções para visitantes de oitenta países.
Vidros e espelhos costumam marcar presença na Expo Revestir, e não foram poucos os estandes com novidades envolvendo o nosso material este ano – alguns deles, inclusive, envolveram parcerias interessantes entre diferentes empresas.
Foto: Fernando Saker
A Astra exibiu um espelho inclinável (foto), que pode ser ajustado em até dez graus para cima ou para baixo, oferecendo mais acessibilidade para diferentes usuários, como pessoas muito altas, muito baixas ou em cadeiras de rodas. A empresa também reapresentou o SPA Dubai, com lateral de vidro duplo, feito com duas peças laminadas de temperados.
Foto: Fernando Saker
O Clube da Construção Civil (C3) montou, em parceria com a Expo Revestir, o Lounge C3 by Space Plan, espaço exclusivo de networking e descompressão para seus convidados. A Guardian foi uma das parceiras do C3 nessa iniciativa, o que se refletiu – literalmente – no uso de peças do espelho Âmbar como revestimento ao longo do lounge (foto): a tonalidade mais discreta do produto o posiciona como uma opção para aplicações decorativas.
Foto: Fernando Saker
A Esaf levou ao evento a linha Ideale de esquadrias híbridas (foto) – elas levam tanto alumínio como PVC na sua composição –, para habitações da Faixa I do programa Minha Casa, Minha Vida. Outro destaque foi a linha Vitra Stick, usada no estande para montar uma fachada ventilada, acoplada a um painel fotovoltaico, para demonstrar suas possibilidades de aplicação na engenharia.
Foto: Fernando Saker
Uma esquadria de janela no estande da Promaflex foi revestida com os filmes Providro e Procaixilho (foto) para demonstrar a forma correta de aplicá-los e a proteção que oferecem: o primeiro é autoadesivo com excelente resistência e aderência em superfícies envidraçadas, enquanto o outro protege as esquadrias contra riscos.
Foto: Gleysson Soares Costa
Uma janela com esquadria de alumínio, vidro insulado e persiana integrada pôde ser vista no estande da Rohden Portas – a empresa fabrica o produto de acordo com a necessidade do cliente, podendo aplicar outros tipos de vidro no sistema. Um painel de vidro com impressão digital (foto) foi empregado como revestimento: essa solução também pode ser fornecida com esquadrias e usada para portas, divisórias ou outras possibilidades.
Foto: Fernando Saker
O estande da Santa Luzia, fabricante de rodapés, reforçou a parceria com a Vivix: mais de 50 m² de vidros e espelhos da fabricante vidreira foram usados no espaço, incluindo paredes revestidas do espelho Vivix Spelia Cinza – para proteger as peças com aplicação até o piso, utilizaram-se os rodapés da linha Neo da Santa Luzia, que garantem a durabilidade e conservação dos espelhos e criam um efeito de ilusão de óptica, trazendo uma aparência de que o espelho está suspenso.
Foto: Fernando Saker
Dois cooktops de temperado chamaram a atenção no estande da Tramontina. O Duo (foto) tem uma coifa embutida, juntando assim duas soluções em um único produto. Já o Penta Glass Black conta com opção de acabamento preto brilhante ou fosco – essa última deixa a peça com um aspecto visual muito semelhante ao do aço inox.
Foto: Fernando Saker
A linha Corstone de revestimentos (feitos com a aplicação de uma variedade de filmes e polímeros em vidros laminados), da Weiku, deu origem ao Studio Corstone. A empresa agora também produz e comercializa cubas (foto), luminárias e móveis, permitindo que o cliente escolha, entre as várias opções disponíveis no catálogo, aquela que mais combina com o ambiente.
Foto: Fernando Saker
Vidro in da Haus
Assim como em 2023, a NürnbergMesse Brasil organizou, simultaneamente à Expo Revestir, a Haus Decor Show, voltada para os segmentos de tintas e vernizes, iluminação e automação residencial. Em sua segunda edição, a nova feira teve um aumento expressivo de estandes com soluções para o mercado de vidros e espelhos. Confira!
Foto: Gleysson Soares Costa
O estande da Atenua Som foi todo montado com produtos da empresa, permitindo que os visitantes percebessem o desempenho acústico das soluções. Entre elas, estiveram a porta de correr Infinity, com três folhas e conceito minimalista; janelas maxim-ar com abertura e fechamento automatizados (foto, para aplicação em grandes alturas); e a Excellence, porta patenteada pela Atenua Som com excelente relação custo-benefício no mercado nacional.
Foto: Gleysson Soares Costa
Você já se inscreveu para a Glass South America 2024? Um espaço dentro da Haus Decor Show foi dedicado para apresentar a maior feira vidreira da América Latina aos visitantes. Era possível se cadastrar para a mostra e para a E-squadria Show – evento voltado para a indústria de esquadrias que será realizado paralelamente em junho – e também assistir a palestras relacionadas a esse segmento.
Foto: Gleysson Soares Costa
Ao passar pelo estande da Farben, era impossível não notar o grande painel feito com vidros coloridos (foto): as peças foram pintadas com produtos da linha Vitral, sistema de pintura poliuretano bicomponente que mantém a transparência do vidro, permitindo a passagem de luz de forma difusa.
Foto: Gleysson Soares Costa
A Ideia Glass montou em seu estande uma porta do kit Nobre para boxes de banheiro, demonstrando como ele permite a instalação de folhas com altura do piso ao teto do ambiente. O produto oferece a possibilidade de uso de laminados: nesse caso, um perfil com furações para encaixe das roldanas é colado sobre a peça (foto) e “escondido” pela capa do sistema. A empresa também expôs o kit Flex com vidros de controle solar. Parte do espaço da Ideia Glass foi cedida para a parceira Casa Mansur, que demonstrou seu kit Premium de envidraçamento de sacada, mais robusto e duradouro, com roldanas blindadas e reforçadas.
Foto: Gleysson Soares Costa
A Infinite, linha de perfis e sistemas de alumínio para esquadrias de alto padrão desenvolvida, fabricada e distribuída pela Viametal, levou à Expo Revestir o SuperClear (foto), novo vidro da Guardian: trata-se de uma peça incolor com alta transmissão luminosa e estética mais neutra e transparente, desenvolvida para ambientes residenciais. Ainda considerado um pré-lançamento, ele foi aplicado em versão laminada na porta de alçar e correr Infinite Fini.S55, com aspecto minimalista – segundo informado pela Viametal, essa e outras linhas da Infinite já são fornecidas com o SuperClear.
Foto: Gleysson Soares Costa
A Roll Door exibiu seu sistema para portas pivotantes de vidro (foto), que pode ser usado para retrofits: ele inclui uma capa click para esconder as ferragens da porta, bem como escovas de vedação nos cantos superior e inferior da folha, que contribuem para a proteção do vidro e para a estanquidade do sistema.
Confiança aumentando
De acordo com o Índice de Confiança dos Micro e Pequenos Empresários (IC-MPE), sondagem realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em conjunto com a Fundação Getulio Vargas (FGV), os proprietários de pequenos negócios terminaram o primeiro trimestre do ano 1,1 ponto mais otimistas em relação ao trimestre anterior.
Cálculo
O IC-MPE é medido desde 2019, período considerado pré-pandêmico. Os empresários são ouvidos com relação aos aspectos de demanda, produção, empregos, tendências de negócios, crédito, vendas, entre outros. A sondagem aponta que apenas a confiança do comércio ainda não conseguiu retornar ao nível anterior ao da pandemia.
Desempenho por segmento
De acordo com a pesquisa, os três principais segmentos da economia fecharam em alta nesse período: comércio subiu 1,5 ponto; serviços, 1,7; e indústria, 1,4. A indústria nacional também deve retomar o otimismo com as medidas recentemente anunciadas pelo governo federal, como a nova plataforma do programa Brasil Mais Produtivo, que vai engajar até 200 mil empresas na jornada de aumento da produtividade.
PIB de 2024
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê alta de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Na indústria, a expectativa é de alta de 2,1%, segundo o Informe Conjuntural do primeiro trimestre. A expectativa é de que o crescimento seja mais equilibrado entre os setores, com aumento de 2% da indústria da construção e 1,7% da de transformação – o oposto do visto em 2023, quando ambos caíram.
Foto: MAXSHOT_PL/stock.adobe.com
FIQUE POR DENTRO
Painel fotovoltaico ecológico
No Japão, a AGC finalizou com sucesso o primeiro teste para adicionar cacos de vidros reciclados de painéis fotovoltaicos na fabricação de float. A experiência ocorreu em 18 de março, na planta localizada em Kashima – cerca de 5 toneladas de vidro oriundos desses equipamentos foram utilizados na demonstração. Segundo a empresa, esse é outro passo importante na direção de uma indústria vidreira menos poluente, já que a popularização de soluções fotovoltaicas poderá resultar em um número enorme de painéis sendo descartados incorretamente em lixões ou mesmo na natureza.
RETROVISOR
10 anos de história
Há exatamente uma década, a Vivix inaugurava de forma oficial sua planta na cidade de Goiana (PE). A primeira indústria de vidros planos no Brasil com capital 100% nacional organizou um evento reunindo personalidades políticas e do setor vidreiro para comemorar o fato histórico.
Já está funcionando o projeto Unidade Geradora Fotovoltaica Maravilhas I, parque solar construído pela Atiaia Renováveis (empresa do Grupo Cornélio Brennand) para atender de forma exclusiva a fábrica da Vivix, em Goiana (PE). A obra se localiza a 1,6 km da usina, em um terreno com área útil de 85 ha. Os equipamentos para a construção da unidade foram importados da China e Espanha, contando ainda com peças produzidas no Brasil. Com 27,5 MW de potência instalada, o parque solar está apto a atender todo o consumo da Vivix com energia 100% limpa, reforçando o alinhamento da empresa com a agenda ESG (Environmental, Social and Governance).
Como já virou tradição em O Vidroplano, janeiro é tempo de analisar o ano que passou e medir as expectativas para o que começa. Para definir 2023, talvez o termo correto seja “morno”. A esperança de vários setores consumidores de vidro é de que 2024 possa colher algum aquecimento, resultado no corte de juros e investimentos em programas de habitação anunciados pelo governo federal – o que significa maior demanda para nossos produtos.
Nas próximas páginas, confira alguns indicadores econômicos relevantes para a cadeia vidreira e a opinião de nossas empresas sobre as expectativas para os próximos doze meses.
Economia e indústria
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), assim que os indicadores relativos a 2023 fecharem, a economia nacional mostrará um ano melhor do que o esperado. A entidade revisou para cima o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), projetando aumento de 3,3%. Essa foi a segunda reavaliação positiva do ano.
Apesar disso, a alta não atingirá todos os segmentos produtivos. A indústria de transformação, por exemplo, deve marcar queda de 0,5%. Essa retração ocorre pela diminuição da demanda e da produção, sendo mais forte em setores mais sensíveis ao crédito.
Para 2024, a CNI prevê expansão do PIB em 1,7%. “O crescimento sustentado da economia está diretamente ligado ao aumento do investimento. E a agenda da economia verde, da sustentabilidade, da pesquisa e inovação e da transformação digital indicam o caminho para que o Brasil atraia indústrias e desenvolva infraestrutura para fazer a transição para uma economia de baixo carbono”, afirma Ricardo Alban, presidente da confederação. “O País está muito bem posicionado para ser protagonista dessa neoindustrialização, o que pode ser alcançado pela definição de uma política industrial bem estruturada e com foco em superar os desafios de nossa sociedade.”
O otimismo do setor industrial é revelado pelo Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) deste mês: avanço de 2,2 pontos, alcançando 53,2 pontos. É o segundo mês consecutivo de avanço da confiança do segmento.
Construção
Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a indústria da construção deve marcar queda de 0,5% em 2023 – esse desempenho ficaria abaixo das expectativas projetadas em janeiro passado, que apontavam crescimento de 2,5%. “Quando a economia de um país apresenta taxas de juros elevadas, é inevitável que isso tenha um custo, manifestando-se na desaceleração de diversos setores produtivos. A conta dos juros altos na economia chegou para a construção civil”, analisou Ieda Vasconcelos, economista da entidade, na encontro com a imprensa para a apresentação dos dados, realizado no dia 8.
Para 2024, a CBIC prevê crescimento de 1,3% para o setor. Os fatores que podem contribuir para isso incluem a continuidade do processo da queda de juros e o avanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), além do novo ciclo do programa Minha Casa, Minha Vida. Uma prova de que as coisas devem melhorar é o nível de atividade da construção no terceiro trimestre, que atingiu 14,04%, número acima do período pré-pandemia – mas ainda 20% inferior ao pico do segmento, em 2014.
Automotivo
Para a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 2023 teve aumento relevante no mercado interno, estabilidade na produção e queda nas exportações. O ano deverá fechar com 2,29 milhões de emplacamentos, o que representa alta de 8,8% sobre 2022. A produção mostrou recuo de 0,5%, muito em função da queda nas exportações e do aumento relevante das importações.
Para 2024, a estimativa é que essa cadeia siga crescendo. A Anfavea projeta vendas de 2,450 milhões de autoveículos (aumento de 7%) e produção de 2,470 milhões de unidades (aumento de 4,7%). “Precisamos de todo o esforço conjunto das empresas e da sociedade para aumentar nossa produtividade, mas acredito que só em 2026 recuperaremos os níveis registrados antes da pandemia”, comenta Márcio de Lima Leite, presidente da entidade.
Foto: Sodel Vladyslav/stock.adobe.com
Como isso influencia o setor vidreiro?
Não basta só saber o desempenho das principais cadeias consumidoras de vidro: é preciso analisar o que esses números podem representar para nosso segmento.
De acordo com a economista Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), a divulgação do PIB do terceiro trimestre trouxe uma boa surpresa – afinal, várias projeções apontavam queda, mas o resultado foi de ligeiro crescimento, suficiente para um respiro das atividades econômicas. No entanto, houve uma surpresa negativa: queda de 3,8% no PIB da construção, praticamente enterrando as possibilidades de um ano positivo nesse setor em 2023.
“A gente precisa olhar esse número com atenção. Quando se fala em PIB da construção, são duas partes com dinâmicas diferentes: a produção formalizada (construtoras, incorporadas) e a autoconstrução, somada com os pequenos empreiteiros, o chamado mercado ‘formiguinha’”, explica Ana Maria Castelo. “Para a parte ‘formal’, não foi um ano de crescimento robusto, mas houve crescimento, apesar dos desafios. Para um setor que depende de financiamentos, as taxas de juros elevadas ajudaram na redução das vendas do mercado imobiliário. É possível dizer que foi um ano de resiliência.” Investimentos públicos em infraestrutura, principalmente no âmbito municipal em um ano pré-eleitoral, contribuíram para isso.
Qual foi, então, o problema refletido pelo PIB da construção? “O problema veio do lado ‘formiguinha’, pois o consumo das famílias foi direcionado prioritariamente para serviços”, conta Ana. “O setor de materiais de construção sofreu em 2023. O preço até registrou deflação, mas, na comparação com antes da pandemia, segue alto. Houve uma antecipação da demanda por pequenas reformas em 2020 e 2021 – e agora estamos vivendo uma espécie de ressaca passada essa onda.”
Com a queda da taxa de juros, forma-se uma perspectiva para a diminuição dos preços dos materiais e uma melhora no quadro de endividamento das famílias, o que pode contribuir para uma pequena melhora da construção em 2024. “Pelo quadro desafiador encontrado, não dá pra esperar nenhum resultado excepcional, mas estamos com projeção de crescimento de 2,9% para o PIB da construção, novamente puxado pelo setor formal, mas com o consumo ‘formiga’ também crescendo; 1,5% para o varejo de materiais; e 2% para a indústria de materiais”, revela Ana.
A economista deixa ainda mais uma mensagem ao setor vidreiro: “Vale olhar para um segmento imobiliário que tem tido mais dificuldade para avançar, o comercial. O home office gerou um impacto grande nesse mercado. Não vejo uma perspectiva de recuperação para este ano: talvez para 2025 tenhamos um crescimento nos investimentos”.
Expectativas em banho-maria
Conversamos com Sérgio Goldbaum, economista da GPM Consultoria Econômica, empresa responsável pelo Panorama Abravidro e pelo Termômetro, para entender o que nos espera em 2024.
Estudando os dados do Termômetro Abravidro em 2023, o que podemos entender sobre o setor vidreiro ao longo do ano passado?
O estudo indica que 2023 foi um ano morno para o setor. A atividade econômica vinha caindo após dois ou três anos de relativo aquecimento e parece ter se estabilizado a partir de abril.
Essa relativa estabilidade está em consonância com os indicadores de atividade econômica disponíveis. Por exemplo, o índice da produção industrial mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a fabricação de vidros e produtos de vidro também mostrou relativa estabilidade. Mas observa-se esse mesmo movimento nos indicadores de produção física de automóveis, móveis, eletrodomésticos e, especialmente, no de vendas de material de construção – setores consumidores de vidros processados.
Além disso, observamos ao longo do ano variações mensais compatíveis com os efeitos sazonais: quedas relevantes em fevereiro, abril e dezembro devido a feriados e aumentos em março, maio e novembro. A partir de 2024, começaremos a aplicar a metodologia de dessazonalização nos dados mensais do Termômetro, o que gradualmente permitirá ter uma ideia da atividade econômica já descontados tais efeitos sazonais.
O que as empresas vidreiras podem aguardar para o novo ano?
A princípio, o panorama geral para 2024 sugere desaquecimento ou manutenção da relativa estabilidade. O Índice de Confiança da Construção da Sondagem da Construção do FGV Ibre em dezembro se manteve estável, variando apenas -0,2 ponto percentual em relação a novembro, cujo resultado também havia sido de estabilidade. Entre os fatores limitativos à melhoria dos negócios foram citados a competição no próprio setor, demanda insuficiente, acesso ao crédito bancário e o custo da mão de obra e de matérias-primas.
A Sondagem da Indústria da Construção, outro indicador da CNI, relativo a novembro, aponta trajetória de queda gradual do setor desde março. O número de empregados cai de maneira gradual desde julho. E esse mesmo estudo cravou em neutralidade as expectativas referentes ao nível de atividade, aos novos empreendimentos e serviços, às compras de matéria-prima e ao número de empregados.
Destacamos que a queda da taxa de juros no Brasil tem sido gradual, e que seus efeitos são defasados no tempo. Sendo assim, a expectativa é de manutenção de um ano pouco aquecido, com viés de baixa.
A visão vidreira
Agora é hora de saber a opinião das companhias de nosso setor. Nesta página, confira o que disseram empresas de diversos elos da cadeia (incluindo fabricantes de ferramentas, fabricantes de maquinários e distribuidoras de equipamentos); nas próximas, veja os comentários das usinas de base.
Diamanfer
“2023 foi um ano de muito trabalho, muita atenção à gestão, à procura de soluções para os custos. O setor perdeu velocidade, os negócios diminuíram, mas o resultado acabou sendo satisfatório, pois cobriu todas as contas e investimentos. Continuamos com a empresa muito saudável e esperamos para 2024, no mínimo, a mesma situação. É difícil ter perspectivas, já que muita coisa depende de decisões de governo, do rumo da economia. Mas nós sempre fomos otimistas, estamos nos preparando para uma retomada. Vamos com responsabilidade, tomando decisões corretas, para não nos precipitarmos. Eu percebo algum movimento, alguns setores um pouco melhores. É torcer para que isso aumente.” José Pedro Ruiz, diretor-comercial
Glassparts
“No setor de equipamentos, 2023 foi relativamente bom, apesar das incertezas geradas pela política. Tivemos vendas moderadas no início do ano e mais acentuadas a partir do segundo semestre, as quais ficaram aquecidas até o final de dezembro. No balanço geral, esse foi um período muito favorável, que equilibrou o ano, superando até 2022. Para 2024, estamos otimistas, pois notamos que o mercado já se acomodou e digeriu as mudanças políticas. Outra razão para isso é que 2024 contará com as principais feiras de nosso segmento, o que gerará muitas oportunidades de negócios.” Ricardo Costa, diretor
GR Gusmão
“De forma geral, 2023 foi um ano difícil para o nosso país. Realmente não foram tomadas as devidas providências pelos governantes, e o mercado ficou muito restrito. Aqueles que atingiram suas metas conseguiram isso no limite – como nós. Então, esperamos que atitudes possam tirar o freio de mão do comércio e da indústria. Para 2024, as expectativas são grandes, principalmente as relativas à queda nos juros, facilitando financiamentos, para que a construção aqueça e a indústria vidreira possa retomar seus trabalhos. Desejo um ano de muito otimismo para todos os colegas do ramo vidreiro.” Yveraldo Gusmão, diretor
Sglass
“Surpreendentemente, tivemos bons resultados em 2023, apesar do cenário político e econômico. Em relação a 2022, ocorreu uma queda de faturamento na casa dos 10%, mas mesmo assim consideramos esse resultado satisfatório. Para 2024, esperamos que haja uma retomada, visto que teremos a feira Glass South America, para alavancar os negócios, inclusive no exterior, em locais como Américas do Sul e Central e até mesmo do Norte e Europa.” Sandro Eduardo Henriques, diretor
AGC Isidoro Lopes, Elton Lemos e Mauro Gallo, executivos
Saldo dos negócios em 2023 “Foi um período de demanda conservadora, com muita dificuldade para alavancar volumes e bastante disputa de preços. Diante desse cenário, fechamos 2023 com volume de vendas menor que em 2022. O primeiro semestre foi marcado por empresários e sociedade observando as medidas do novo governo e a economia passando por um processo de ‘esfriamento’ para combater a inflação.”
Dificuldades encontradas em 2023 “O maior desafio foi a gestão comercial na busca pelo melhor equilíbrio entre volume, mix e preço – sempre com o objetivo de manter níveis salutares de negociação junto aos clientes. Ano passado tivemos a elevação dos custos do gás natural e combustível: o diesel aumentou em torno de 23% na média nacional, o que dificultou bastante manter esse equilíbrio. O Brasil vem passando por um processo de ajuste fiscal pelas receitas, com aumento de impostos em setores da economia, o que faz reduzir a demanda, especialmente de bens duráveis.”
Como encarar o aumento no volume de vidros importados
“Isso é algo histórico e até natural no mercado, principalmente quando temos uma combinação de performance econômica asiática com baixo consumo, aumentando a oferta para fora da região + custo de frete baixo e câmbio estável.”
Expectativas para 2024
“Entendemos que o mercado estará conservador, com pequeno crescimento, principalmente no início do ano. Vislumbramos um segundo semestre mais aquecido e estamos nos preparando para isso. A expectativa é de um crescimento moderado em 2024 em relação a 2023.”
O que esperar dos mercados consumidores de vidro
“A construção deverá continuar crescendo, mesmo que em uma velocidade menor que a de 2021, sendo um dos motores propulsores da economia. Devemos ter aumento na confiança da indústria e dos consumidores, pelo melhor entendimento da política fiscal e macroeconômica, vendo uma retomada de lançamentos de projetos na construção e infraestrutura. No automotivo, assim como foi em 2023, temos excelentes expectativas de crescimento, tanto da produção como do mercado de reposição. Os segmentos moveleiro e de linha branca possuem fatores para também acreditarmos no crescimento, porém ainda a depender bastante das políticas sociais.”
Pontos de atenção para as empresas vidreiras
“Foco na competitividade com comportamento ético, parcerias sólidas e reforço das boas práticas de governança ESG.”
Recado para o setor
“Como sempre, devemos buscar eliminar desperdícios nos processos, focando na qualidade e valorização do nosso produto e na correta aplicação das normas. A maioria dos setores passa por ciclos e ajustes, e com o setor vidreiro não é diferente.”
CEBRACE Lucas Malfetano e Manuel Corrêa, executivos
Saldo dos negócios em 2023
“Reconhecemos que foi um ano difícil, comercialmente falando. Mas podemos ver com otimismo o saldo de 2023. Consideramos bem-sucedidos o reparo da linha de produção de Barra Velha (SC) e o projeto inovador de integrar a produção de texturizados à linha float, agora fabricando produtos em maior dimensão e de forma mais sustentável.
2023 marca a história da Cebrace em relação à inovação e à aceleração dos projetos de sustentabilidade. Foram muitas ações que se iniciaram e avançaram no ano passado rumo ao cumprimento das nossas metas: obtivemos a Declaração Ambiental de Produto (EDP), sendo a primeira indústria do Brasil a conquistar essa documentação que apresenta a análise de ciclo de vida de nosso produto; fomos, ainda, a primeira indústria de vidro plano das Américas a usar biometano como fonte de energia para os fornos de produção. Também iniciamos a renovação gradual da nossa frota, a partir da utilização de veículos inloader a gás, acelerando a nossa redução de CO₂.
Além disso, a Rede Habitat completou onze anos, consolidando-se como uma rede de soluções com vidros de proteção solar para residências cada vez mais avançada em todo o território nacional. E não podemos nos esquecer de que o GlassTruck circulou por todo o Brasil, levando um showroom móvel ao local de obras. Em relação a produtos, vimos a evolução do Cebrace ThermoVision na participação de projetos na indústria de refrigeração e linha branca. Portanto, a Cebrace manteve seus investimentos e projetos independentemente das oscilações
de mercado.”
Dificuldades encontradas em 2023
“O mercado esteve estagnado, ainda sentindo os juros altos e as incertezas do cenário macroeconômico dos anos anteriores. Houve um aumento significativo de vidros importados e também de uma concorrência desleal. Mantivemos o nosso esforço no combate aos descaminhos fiscais e na busca pela simplificação tributária. Mesmo com essas dificuldades, apoiamos a atuação da Abravidro com o Grupo de Trabalho Tributário (GTT) e Grupo de Trabalho Concorrencial (GTC) para encontrar soluções para essas questões.”
Como encarar o aumento no volume de vidros importados
“Vários setores da economia – como aço, alumínio – estão sofrendo o impacto das importações, assim como da concorrência desleal. O governo precisa revisitar a questão tributária das importações em relação à da produção e do emprego nacional.”
Expectativas para 2024
“Esperamos crescimento. Após dois anos difíceis para o setor, acreditamos que a queda da taxa de juros vai impulsionar um pouco mais o mercado.”
O que esperar dos mercados consumidores de vidro
“Esperamos um crescimento de forma geral, com pouca diferença entre os setores.”
Pontos de atenção para as empresas vidreiras
“As empresas vidreiras que mantiverem os esforços em capacitação dos profissionais e na qualidade dos serviços prestados, enxergando o espaço que os vidros de valor agregado têm para crescer, estarão alinhadas com o crescimento do mercado.”
Como está a produção de texturizados em Barra Velha e qual a expectativa para esse mercado
“A produção começou em outubro, então ainda estamos em progresso. No momento, elaboramos novidades para acompanhar as tendências em design nesse segmento e em breve vamos compartilhar com o mercado.”
Recado para o setor
“É sabida a importância de sermos cooperativos, de nos unirmos em prol do crescimento do mercado. Por isso, reforçamos nosso compromisso com a plataforma Educavidro e convidamos todos do setor a colaborar com as associações, seja participando de forma ativa dos programas de capacitação ou dos Grupos de Trabalho que buscam combater a sonegação fiscal, por exemplo. O trabalho das associações se mostra extremamente relevante também junto ao consumidor final, para inspirar novos usos dos vidros e espelhos, como é o caso da incrível experiência imersiva Mar de Espelhos, realizada pelo Instituto do Vidro com vidros Cebrace no AquaRio, no Rio de Janeiro. Em 2024, quando a Cebrace celebra cinquenta anos, esse recado é ainda mais especial. É hora de acelerar os projetos que vão tirar do papel o nosso futuro, e isso só é possível quando caminhamos lado a lado.”
GUARDIAN Renato Poty, diretor-executivo na América do Sul
Saldo dos negócios em 2023
“Observamos que o ano foi desafiador para todo o mercado da construção, com os indicadores econômicos apontando uma retração em relação a 2022. Dentro desse contexto, o desempenho da Guardian não foi diferente. Buscamos equalizar as fábricas para atender essa demanda menor. Também foi importante aumentar os esforços na estratégia de oferecer ao mercado produtos de maior valor agregado, como vidros de controle solar, pintados, laminados e espelhos, e apoiar nossos clientes a buscar diferenciação e resultados superiores.”
Dificuldades encontradas em 2023
“A principal dificuldade foi balancear a oferta a essa demanda menor, bem aquém dos últimos anos. O cenário de retração foi um fenômeno global, impactando o mercado brasileiro com uma maior entrada de vidro importado. Nesse contexto, itens importantes que compõem o custo de produção tiveram inflação significativa, exigindo uma gestão interna mais eficiente para nos mantermos competitivos considerando a oferta disponível e custo de produção. Vamos continuar trabalhando em produtos inovadores e de maior valor agregado para levar soluções mais adequadas e diferenciadas. Dessa forma, respondemos aos desafios criados pela entrada mais expressiva dos importados. Também seguiremos enfatizando a qualidade, transparência e segurança de nossa operação. O plano para 2024 inclui ainda melhorar o atendimento, ganhar ainda mais agilidade e flexibilidade para atender
nossos clientes.”
Como encarar o aumento no volume de vidros importados
“A entrada de volumes elevados de vidro importado ocorre devido à retração da demanda global, que levou outros países produtores a buscar escoar mais fortemente seu produto para outros mercados, como o Brasil, especialmente. Desde 2020, nosso país vinha com uma balança comercial mais favorável ao nosso setor, com as exportações superando as importações. Em 2023, o cenário se inverteu. Mas é importante que o setor vidreiro busque outros mercados. Somos um país com um nível de produto diferenciado, de alto valor agregado e com tecnologia, e que se beneficia de uma matriz energética mais limpa. Para a Guardian, a ampliação das exportações é uma oportunidade em 2024.”
Expectativas para 2024
“O ano começa com uma perspectiva positiva, seguindo a tendência que observamos no final de 2023. Ainda que de forma moderada, temos visto um aquecimento do mercado e prevemos um 2024 melhor, tanto por conta dos indicadores macroeconômicos como pela sinalização das reformas propostas pelo governo. São fatores que trazem mais confiança e contribuem para a retomada dos investimentos. Já sob o aspecto interno da empresa, a Guardian inicia 2024 com um fortalecimento dos negócios com os clientes, estoques equilibrados e investimentos em soluções inovadoras. No cenário externo, temos um contraponto, que é o risco de alta nas taxas de juros das economias desenvolvidas e uma escalada em conflitos, o que pode afetar a oferta e o preço das commodities.”
O que esperar dos mercados consumidores de vidro
“Todos os mercados deverão ter uma dinâmica parecida, de acompanhar o crescimento da economia, impactados positivamente pela maior oferta de crédito e queda dos juros. Todos esses setores são de bens duráveis ou de capital, e que, na economia brasileira, dependem muito do acesso ao crédito para crescerem significativamente.”
Pontos de atenção para as empresas vidreiras
“A importação deve continuar firme em 2024. Outra questão é a estrutura de custos de produção do vidro, diante da tendência de aumento no valor de insumos importantes no processo produtivo. É importante lembrar que, em 2024, ainda teremos esses insumos com valores muito superiores ao de anos anteriores, como barrilha, energia e serviços ainda impactados pelo desbalanço gerado desde a pandemia. Também estarão no centro da nossa atenção buscar melhorias em inovações para a produção. Caminhamos para a digitalização, a fim de melhorar processos, inclusive instalando uma plataforma online para pedidos.”
Recado para o setor
“O vidro ainda tem muito espaço de crescimento e amadurecimento na indústria, quando comparamos com outros mercados globais. O consumo per capita no Brasil gira em torno de 8 kg por ano, enquanto na Europa é de 18 kg. A Guardian continuará focando em iniciativas para o desenvolvimento do setor, assim como na busca por competitividade de custos, eficiência energética, inovação e soluções de conforto aos consumidores de vidro plano.”
VIVIX Henrique Lisboa, presidente
Saldo dos negócios em 2023
“Tivemos um primeiro semestre de forte retração, com clientes relatando muitas dificuldades para girar estoques. Já no segundo semestre, o mercado começou a apresentar um melhor desempenho. Entretanto, os aspectos de aumento de custos e redução dos preços de vendas fizeram de 2023 um ano desafiador para o nosso setor.”
Dificuldades encontradas em 2023
“A retração sem dúvida foi a maior dificuldade ao longo de 2023. A evolução do mercado trará soluções para parte das dificuldades, mas as empresas como um todo precisarão continuar evoluindo na gestão. Também deverá estar em foco o desenvolvimento dos colaboradores e da cadeia, assim como a promoção de novas iniciativas que contribuam para o aumento do consumo de vidros planos no País.”
Como encarar o aumento no volume de vidros importados
“As importações fazem parte do ciclo e da vida dos nossos negócios. Porém, deveriam ser observados e seguidos os preços praticados no país produtor exportador. Caso contrário, são prejudiciais para todo o mercado.”
Expectativas para 2024
“Esperamos um crescimento moderado do segmento de vidros planos e um cenário econômico um pouco mais favorável do que em 2023. Acreditamos que será o início de uma retomada de evolução do setor e trabalharemos juntos com nossos clientes para potencializarmos as oportunidades que estão por vir.”
O que esperar dos mercados consumidores de vidro
“Temos acompanhado os indicadores da construção civil para este ano, indicando uma leve melhora decorrente, principalmente, de um cenário econômico mais favorável aos financiamentos. Entendemos que os setores moveleiro e de linha branca também serão beneficiados pelo mesmo motivo. Para o setor automotivo, que apresentou crescimento nas vendas em 2023, porém com estabilidade na produção devido aos altos estoques e redução das exportações, esperam-se números positivos, apontando para uma importante retomada na produção.”
Pontos de atenção para as empresas vidreiras
“Entendemos que as empresas vidreiras deverão ficar atentas para a evolução na sua gestão e capacidade de adaptação aos novos cenários.”
Início da construção da 2ª planta
“A decisão pela expansão da Vivix já foi tomada e divulgada. Em função da evolução da demanda do mercado vidreiro, a empresa adiou o início da construção da nossa 2ª planta. Investimos fortemente em todos os projetos para a construção dessa linha, os quais estão concluídos, assim como estão liberadas todas as licenças exigidas por lei para o início das obras. Estamos aguardando, com muita responsabilidade, o momento certo para as iniciarmos.”
Recado para o setor
“A Vivix continuará procurando estar próxima dos clientes, evoluindo no mercado conjuntamente e nos mais diversos cenários. Este é um ano importante para a Vivix, quando a empresa completa dez anos de atividades. Acreditamos que a colaboração amplia oportunidades e é esse caminho que continuaremos seguindo neste e nos próximos anos.”
Após quatro anos de atuação, José Henrique Ribeiro comunicou o seu desligamento do cargo de diretor-comercial e de Marketing da Vivix para se dedicar a projetos pessoais. Essa diretoria, avisou a empresa, está temporariamente desmembrada em três áreas – Planejamento Comercial/Serviço ao Cliente (comandada por Bruno José Brasil), Marketing/Consultoria Técnica (Izabela Zisman) e Vendas (Bruno Regis de Moura). As novas posições se reportarão ao presidente da usina, Henrique Lisboa.
Em comunicado oficial, a Vivix divulgou novo adiamento da construção da sua segunda planta, no município pernambucano de Goiana, desta vez para o primeiro semestre de 2024. De acordo com a usina, a evolução das demandas do mercado vidreiro nacional motivou a decisão. Com investimento de R$ 1,3 bilhão, o forno, a ser erguido ao lado da planta atual da Vivix, terá a maior capacidade de produção do País (1.000 t por dia). Segundo a empresa, todos os projetos para a obra já estão concluídos, bem como as licenças exigidas por lei para o empreendimento.
O ano de 2023 anda tão instável para o setor vidreiro que O Vidroplano resolveu voltar ao tema da tradicional reportagem sobre as expectativas do segmento para os negócios, publicada no início de cada ano. Com o primeiro semestre quase fechado, está na hora de fazer balanços, avaliações e se preparar para a sequência dos meses.
Conversamos com economistas e diretores de companhias vidreiras para entender quais foram os movimentos do mercado até aqui e como a atual situação pode afetar os próximos passos de nossa cadeia.
Construção em baixa…
A construção civil, principal consumidora de vidros do País, não vive um bom momento. Como se vê na seção “Caleidoscópio” (clique aqui), o PIB desse segmento caiu 0,8% no primeiro trimestre quando comparado com os três últimos meses do ano passado. Segundo o estudo Indicadores Imobiliários Nacionais, organizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em parceria com o Senai, houve queda de 44,4% no lançamento de unidades residenciais em janeiro, fevereiro e março em relação ao último trimestre de 2022. Na comparação com o início do ano passado, a baixa ficou em 30,2%.
Esses dados se refletem na indústria da construção: a edição mais recente dos Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), revela que a parte dessa cadeia voltada para a transformação está perdendo dinamismo. Após seis meses sem registrar variação negativa, o faturamento real recuou 1,3% em abril, na comparação com março. E, embora o emprego e a utilização da capacidade instalada tenham permanecido estáveis, houve baixa nas horas trabalhadas na produção.
…mas com perspectivas de alta
Apesar do cenário, não há pessimismo. O Índice de Confiança do Empresário Industrial, outro estudo da CNI, avançou 1,2 ponto este mês, subindo de 49,2 para 50,4. Esse resultado demonstra otimismo por parte do setor, quebrando uma sequência de três meses abaixo dos 50 pontos (o que representa falta de confiança). O Índice de Expectativas, medindo o otimismo para o segundo semestre, também aumentou, chegando a 53,5 pontos.
A sensação de que as coisas podem melhorar vem de algumas movimentações do governo federal, como o reestabelecimento do programa Minha Casa, Minha Vida. “É mais um passo para elevarmos os investimentos na construção civil e a consequente geração de emprego e renda”, comenta o presidente da CBIC, José Carlos Martins. Além disso, o corte da taxa básica de juros da economia nacional, a taxa Selic, pelo Banco Central é muito aguardado: isso deve aumentar o poder de compra da população, ajudando na realização de pequenas reformas, e incentivar investimentos.
Automotivo com grandes esperanças
Dos segmentos consumidores de vidro, esse é um que não pode reclamar de 2023 até agora. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), maio teve produção 27% maior que em abril, alcançando 228 mil novos automóveis – e as vendas também aumentaram 13%. No consolidado dos cinco primeiros meses do ano, ambos os indicadores estão maiores na comparação com 2022. É importante citar também o programa federal para reduzir impostos e baratear o valor de automóveis no Brasil, o qual deve entrar em vigor em breve. Com ele, a expectativa de crescimento para o restante do ano deve aumentar consideravelmente – tanto que nove montadoras de carros, dez de caminhões e nove de ônibus aderiram ao projeto, colocando à disposição 233 versões de 31 modelos, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Materiais de construção no aguardo
A pesquisa mais recente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) indica queda de 3,7% em abril no faturamento do segmento. No total, os quatro primeiros meses do ano tiveram queda de 6,9%.
Mesmo assim, a entidade prevê crescimento de 2% para 2023. “Continuamos acreditando no crescimento sustentável do setor, com o devido foco dado pelo poder público, como a retomada de obras paradas e de infraestrutura”, explica o presidente da Abramat, Rodrigo Navarro.
Se virá mesmo uma melhora para esses setores, só o tempo dirá. Pelo menos, todos enxergam uma luz no fim do túnel.
E o que o vidro pode esperar?
Agora que vimos um panorama geral sobre outros segmentos, chegou a hora de entender o nosso setor. O Vidroplano pediu a opinião do economista Sergio Goldbaum, da GPM Consultoria, responsável pela apuração e sistematização dos dados do Panorama e pelo Termômetro Abravidro, a respeito dos resultados do primeiro semestre e das possibilidades para o segundo.
O Termômetro mostra um 2023 bastante instável, com recordes negativos e positivos na série histórica, e abaixo da média de 2022 no volume de vendas faturadas de vidros processados. O que é possível analisar desses números?
O primeiro semestre parece confirmar o ciclo de desaquecimento que já se anunciava no final de 2022. Tivemos abril com o pior resultado da série, certamente influenciado pela sequência de feriados naquele mês. Ainda que maio apresentasse o melhor resultado da série, não foi capaz de compensar os resultados negativos de novembro de 2022 e de fevereiro e abril deste ano.
Em relação aos segmentos que consomem vidro, qual a análise a ser feita?
Eles ainda se ressentem do longo ciclo de alta da taxa de juros. Os indicadores de produção do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] para materiais de construção, automóveis, móveis e eletrodomésticos até abril (o dado mais recente) estão todos andando de lado ou caindo.
Quais as expectativas para o segundo semestre, tanto na questão macroeconômica como para o segmento vidreiro especificamente?
O ciclo de alta da taxa de juros certamente começará a ser revertido em breve. A inflação oficial está convergindo para dentro da meta e a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) apresenta forte queda, influenciada pela valorização cambial das últimas semanas. Com isso, a atividade econômica começará a se recuperar, talvez lentamente no princípio. À medida que alguns programas de incentivo começam a sair do papel, a recuperação deve se acelerar.
A opinião de nossas empresas
Consultamos novamente as empresas ouvidas para a reportagem de janeiro sobre as expectativas para o ano. As perspectivas delas mudaram seis meses depois? A seguir, confira a opinião de quatro companhias de diversos elos da cadeia e, na sequência, a das usinas.
Daniel Domingos Eastman
“O primeiro semestre está em linha com o que prevíamos, já que, ao final de 2022, certos desafios em relação ao consumo começavam a surgir, demandando cuidado com o planejamento para o ano que se iniciava. Dessa forma, nosso planejamento foi cauteloso em relação ao cenário macro que se apresentava, o que, de certa forma, acabou se confirmando. Historicamente para nós, o segundo semestre sempre se apresenta com maior demanda, e é com essa perspectiva que estamos trabalhando, principalmente com os produtos de maior valor agregado, como o PVB acústico e o PVB estrutural.”
Ricardo Costa GlassParts
“Tivemos um primeiro semestre de bons negócios, apesar de menores em relação ao mesmo período de 2022. Mas não criamos muitas expectativas por sabermos que iria ser um período de muitas mudanças políticas, o que ocasionaria instabilidade. Já para o segundo semestre estamos otimistas, pois já se sinaliza uma melhora no mercado. Estamos sentindo uma retomada gradual dos investimentos, com maior número de consultas, inclusive por equipamentos de maior porte e também por equipamentos periféricos que agregam uma maior oferta de produtos aos clientes dos beneficiadores.”
Yveraldo Gusmão GR Gusmão
“O primeiro semestre ocorreu sem grandes expectativas, com governo novo, muitas mudanças, insegurança, clientes apreensivos, administrando com cautela. Diria que nosso mercado está sofrendo com estas variações e indefinições. Para o segundo semestre, diante do quadro atual, tenho uma esperança de que possamos reagir. O mercado da construção tem negócios que caminharam no ano passado, antes das eleições, e deve dar continuidade a eles, pois os investidores não podem continuar segurando os projetos, isso é muito prejudicial. O mercado mundial como um todo está muito incerto, mas acredito que o governo vai se mexer para liberar investimentos, baixar juros. A máquina pública depende de faturamento para gerar arrecadação; se o comércio continua sem faturar, não há arrecadação.”
Sandro Eduardo Henriques Sglass
“Obtivemos 40% a mais de vendas que o esperado nesse primeiro semestre, superando e muito nossas expectativas. Apesar da queda da venda de vidro, muitos empresários vêm acreditando e investindo em novos equipamentos com tecnologias mais avançadas. Acreditamos que nossas vendas deverão manter ou mesmo superar o primeiro semestre ao longo do restante do ano, tendo em vista a melhoria de nossos processos internos, com diminuição de custos e consequentemente melhores preços para os clientes. Além disso, historicamente o segundo semestre é sempre mais aquecido economicamente no ramo vidreiro.”
Isidoro Lopes AGC
“Podemos definir o primeiro semestre como bastante desafiador. Com isso, aumenta a necessidade de sempre termos a melhor leitura a respeito das necessidades dos nossos clientes. Devido ao atual cenário um pouco mais conservador do que esperávamos, temos alguns resultados que não estão exatamente em linha com as expectativas projetadas, mas seguimos trabalhando para mitigar esses desalinhamentos e transformar os desafios em oportunidades.
Por enquanto, a performance no Brasil é um reflexo do que está ocorrendo nas outras regiões do mundo, assim como na América do Sul, com preços sendo pressionados e volumes com retração. Acreditamos que as maiores dificuldades para o setor hoje estejam relacionadas à insegurança político-econômica de um novo governo e à polarização que dificulta o diálogo, atrasando as mudanças necessárias para o desenvolvimento. Os desafios econômicos ao redor do mundo, assim como os juros altos, estão prejudicando a demanda na ponta. Além disso, o aumento da entrada de vidros importados na região deixa a situação ainda mais complexa. Os países asiáticos tentam encontrar mercado para sua enorme capacidade produtiva, e isso impacta todo o mercado vidreiro mundial.
Em linhas gerais, todos os setores consumidores de vidro apresentaram queda no consumo de nosso material, com exceção do mercado automotivo, que aumentou o consumo em relação a 2022 devido ao nosso posicionamento nesse segmento.
Acreditamos que o mercado vai reagir positivamente com a diminuição da insegurança e uma acomodação natural do novo governo, que deve conseguir articular as questões político-econômicas, o que vai gerar confiança, motivando o consumo de vidro e a retomada dos investimentos pelos empresários e investidores estrangeiros.”
Lucas Malfetano e Manuel Corrêa Cebrace
“Chegamos ao fim do semestre com muita preocupação, porque havia uma expectativa de o mercado andar ‘de lado’, mas percebemos piora, com volumes abaixo do previsto e o preço em um patamar ainda mais baixo. A preocupação maior neste momento é com o volume de importados no País, pois contam com uma vantagem tributária advinda da histórica guerra fiscal, impactando de forma significativa nosso mercado.
Em geral, o semestre trouxe uma situação bem preocupante para a construção civil. Não só no vidro, mas também em outros materiais, observamos esse movimento que afeta o varejo e traz consequências para toda a cadeia vidreira. A América do Sul, como um todo, enfrenta os mesmos problemas, como vemos na Colômbia e em outros países (com exceção da Argentina, onde a construção civil parece ser um porto seguro contra a inflação).
Ao acompanhar o Termômetro Abravidro, fica evidente a queda na tendência dos volumes e uma consequente degradação das margens dos transformadores, o que, infelizmente, pode estimular descaminhos fiscais. Ainda assim, acreditamos que o pior já passou. A expectativa é de um segundo semestre melhor, conforme acompanhamos a sazonalidade do segmento. Lembrando que os vidros de valor agregado encontram oportunidades para conquistar mais espaço no mercado – e isso depende de nosso empenho e compromisso em disseminar informações e capacitar o setor a respeito do vidro certo.
Nosso planejamento, inclusive, antecipando essas oscilações, calhou de ser realizado no momento ideal em relação às paradas para reforma, a exemplo do que está sendo realizado no forno C4, em Barra Velha. Essa unidade terá no segundo semestre um novo forno totalmente preparado para produzir com redução das emissões de CO2. Isso servirá tanto para a capacidade produtiva do incolor, como para a produção da nova linha de texturizados. Por isso, é preciso manter os investimentos e pensar a longo prazo, enxergando que não podemos abandonar o que precisa e vem sendo feito para manter nosso compromisso com a excelência do nível de serviço e disponibilidade, independentemente das intempéries de mercado.”
Renato Poty Guardian
“No começo do ano, o mercado enfrentou diversas incertezas tanto no âmbito macroeconômico como no político, com impacto significativo na decisão dos clientes de aumentar seus volumes. Como já esperávamos, a construção civil sofreu uma desaceleração nas atividades, devido à redução do poder de compra dos consumidores e ao aumento das taxas de juros, condições que resultaram ainda no adiamento dos lançamentos imobiliários.
Tivemos de continuar trabalhando estrategicamente o equilíbrio da produção e dos estoques para atender de forma responsável as demandas de mercado, sem destruição de valor para nossos clientes e parceiros de negócio. Nós imaginávamos um ano desafiador. Porém, por outro lado, tínhamos a expectativa de que a economia apresentasse algum crescimento, o que não se confirmou. De toda forma, sabemos que, tradicionalmente, o segundo semestre reserva números mais positivos para o setor.
Não temos visto grandes diferenças no desempenho no Brasil em relação ao restante da América do Sul, pois o mercado da região também está impactado por demanda retraída e juros altos. Esse é um contexto global. O que temos visto de maneira mais acentuada em nosso país é um impacto maior na entrada de vidros importados, o que gera desequilíbrio na oferta para uma demanda baixa. É fundamental que sigamos focados na criação de valor no longo prazo para atender a cadeia e manter a busca por competitividade de custos e soluções, de forma responsável e sustentável.
A Guardian tem uma expectativa positiva para o segundo semestre. Felizmente, vemos uma recente retomada de alguns indicadores econômicos que, somada a uma possível queda dos juros, deverão ajudar a alavancar importantes setores da economia que impactam nosso segmento.”
Henrique Lisboa Vivix
“As decisões de longo prazo, como a compra de um imóvel ou até mesmo o início de uma reforma, necessitam de um ambiente em que o consumidor se sinta seguro, o que não vimos acontecer dentro da primeira metade do ano. Juros ainda em patamares elevados e a desaceleração da indústria já no último trimestre do ano passado, bem como incertezas no campo econômico, têm adiado a retomada da construção.
Em relação ao vidro, o primeiro semestre se comportou diferentemente de nossas projeções. Janeiro foi um mês no qual a retomada foi mais lenta que em anos anteriores, e o que vimos de fevereiro em diante foi um mercado em compasso de espera. O baixo nível de atividade da construção impacta todos os segmentos do mercado, não se restringindo apenas ao vidro plano: tintas, cerâmicos e vendas do varejo apresentaram resultados aquém do esperado. Como comparação, a indústria brasileira como um todo apresentou retração de 0,1% no primeiro trimestre, após uma retração de 0,3% no último trimestre de 2022. O mercado de vidro plano também se retraiu nesse período.
Por outro lado, o avanço no Congresso das votações sobre o novo teto de gastos deve estimular os agentes econômicos na retomada de investimentos, além de abrir espaço para uma gradual redução nos juros. Com uma nova perspectiva sobre investimentos, emprego e renda, acreditamos que o mercado da construção e o setor vidreiro possam experimentar um novo ciclo de recuperação.
Os desafios para o segundo semestre continuam relacionados a questões de confiança do consumidor, juros e grau de endividamento das famílias. Não obstante, acreditamos que, com as sinalizações do governo, teremos o ambiente necessário para a retomada. No segundo semestre, inclusive, iniciaremos a terraplenagem para nossa segunda planta.”
Após anunciar em junho de 2022 a construção do forno com maior capacidade de produção do Brasil, a ser erguido em Goiana (PE), a Vivix acaba de comunicar o adiamento do início das obras de sua segunda planta, prevista para estar em plena operação em 2025. O motivo para isso foi a exigência de uma nova licença, que precisará ser atendida pela empresa nos próximos sessenta dias. Além disso, o período de chuvas na região, esperado para acontecer logo após o prazo estimado para a liberação da licença, impôs à diretoria a decisão de adiar o início das obras de terraplanagem: elas só poderão começar no segundo semestre de 2023 — a proposta original da companhia era ter iniciado as obras no último mês de dezembro.
Talvez nem mesmo com uma bola de cristal seja possível enxergar o futuro da economia nacional com precisão – ainda mais em um ano que marca o início de um novo governo e com o País continuamente mergulhado num processo de instabilidade política. Mesmo assim, refletir sobre o que pode acontecer no setor é fundamental para o mercado se organizar. De olho nisso, O Vidroplano começa 2023 com a tradicional reportagem a respeito das expectativas de nossas empresas em relação ao novo ano.
Conversamos com economistas e diretores de companhias vidreiras para entender os movimentos do mercado em 2022 e como isso deve afetar os próximos meses. Além disso, analisamos diversos indicadores econômicos para descobrir o que eles revelam para o futuro.
Visão geral
A estimativa de crescimento da construção civil, o maior mercado consumidor de vidro no Brasil, é de 6% em 2022, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Contudo, esse dado isolado não justifica o atual cenário no segmento, explica Ana Maria Castelo, mestre em economia pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora de Projetos da Construção da Fundação Getúlio Vargas/Instituto Brasileiro de Economia (FGV/Ibre). “A construção é um todo heterogêneo. A grande questão é saber como esse crescimento repercutiu na indústria, afinal, estima-se queda de 7% na produção da indústria de materiais. Então, houve um descompasso entre os dois setores.”
Essa diferença pode ser explicada por diversos fatores. Ao contrário do período inicial da pandemia, no qual as reformas feitas pelas famílias lideraram as atividades da construção, o ano passado contou com as grandes construtoras como o foco do crescimento. Diversos prédios vendidos em 2020 e 2021 estão sendo erguidos – portanto, vários materiais aplicados na fase final das obras, incluindo o vidro, ainda nem foram fabricados ou comercializados. “Isso traz perspectivas melhores para 2023 no quesito consumo de vidro”, aponta Ana.
Em relação a questões macroeconômicas, há dois grandes problemas. “As taxas de juros subiram e endividaram as famílias, fazendo com que gastassem bem menos com materiais de construção. O final do ano passado revela bem esse resultado, com o PIB tendo desacelerado no último trimestre”, comenta a economista. Há ainda a chance de uma recessão mundial eclodir. Ou seja, 2023 pode reservar bons resultados, mas muita coisa dependerá de fatores externos ao nosso setor.
De olho na construção
De acordo com o Índice de Confiança do Empresário Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a indústria está menos confiante em relação às condições atuais e expectativas. O medidor caiu 2,2 pontos este mês na comparação com dezembro, ficando abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que indica desconfiança por parte desse segmento.
Segundo a Sondagem Industrial, também da CNI, a produção industrial teve baixa de 5,9 pontos na passagem de novembro para dezembro. Embora tal queda seja expressiva, a entidade afirma que dezembro é marcado pela desaceleração da produção. Com 42,8 pontos, o resultado ficou acima da média para dezembro.
Outro indicador que caiu na comparação com novembro foi o de utilização da capacidade instalada: -4 pontos, chegando a 67%. Mais uma vez, a queda não significa nada de anormal para o período.
Apesar desse resultado negativo, há fatores para se comemorar: a falta ou alto custo de matérias-primas deixaram de ocupar a 1ª posição no ranking dos principais problemas da indústria. O tópico atingiu o menor patamar de assinalação das empresas participantes da pesquisa desde o terceiro trimestre de 2020. Quem passou a liderar a lista de problemas foi a elevada carga tributária – demonstrando mais uma vez a importância de uma reforma nesse sentido. Em 3º lugar ficou a demanda interna insuficiente.
De olho nos materiais
Este mês, a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) divulgou uma pesquisa com os números para esse segmento em 2022. O resultado foi de baixa de 7% no faturamento, um grande contraste com o crescimento de 8,1% visto em 2021.
“São inúmeros os fatores que levaram nosso setor a sofrer com quedas constantes e significativas”, explica o presidente da entidade, Rodrigo Navarro. “Podemos citar o elevado endividamento das famílias em um contexto de orçamento doméstico mais disputado com gastos com alimentação, o que tem deprimido a demanda por materiais. Outros fatores são a taxa de juros em patamar ainda elevado e a inflação de 2022, que fechou em 5,79%.”
De olho nos automóveis
O mercado automotivo mostrou bons resultados em 2022. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção cresceu 5,4% sobre 2021, número acima da projeção da entidade. Ao todo, foram 2,37 milhões de unidades fabricadas. Em relação às vendas, viu-se estabilidade: 2,1 milhões, representando pequena queda de 0,7%, número dentro do previsto desde a metade do ano.
Para 2023, espera-se aumento de 2,2% na produção de veículos e de 3% nas vendas. “A questão do crédito é o tema mais urgente a ser atacado. Precisamos de juros mais baixos para atrair mais compradores para os veículos novos, sobretudo os modelos de entrada”, analisa o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. “Além disso, temas como a reindustrialização e a descarbonização nos impõem desafios e oportunidades.”
Foto: Anton Gepolov/stock.adobe.com
Otimismo com boa dose de precaução
O Vidroplano ouviu a opinião do economista Sergio Goldbaum, da GPM Consultoria, responsável pelo Panorama Abravidro, a respeito das possibilidades do setor para 2023.
Com os dados já divulgados por entidades e associações no final do ano e agora nas primeiras semanas de janeiro, como foi o 2022 da construção civil, o principal cliente do mercado de vidro? Sergio Goldbaum — Nas sondagens da indústria da CNI, capta-se o humor do mercado, a sensação dos operadores do mercado, mês a mês, e não a atividade propriamente dita. A análise dos números mostra que 2022 ainda foi um ano aquecido para o setor, especialmente entre os meses de junho a outubro, mas também sugere que o desaquecimento sazonal de final de ano pode ter sido um pouco mais intenso do que nos últimos anos – talvez refletindo os eventos extraordinários de novembro e dezembro, como as eleições e a Copa do Mundo, ou eventualmente antecipando um 2023 de maior cautela do setor. Outra série que acompanha o nível de atividades da indústria da construção civil é a série de volume de vendas de materiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa série foi revisada em fevereiro de 2022, o que destacou com muito mais intensidade o aquecimento das vendas de materiais de construção no período da pandemia após maio de 2020. Na nova série revisada, o volume de vendas no ano passado permaneceu, em média, no nível relativamente aquecido que já tinha sido observado em 2021.
O que as empresas vidreiras podem esperar de 2023 em relação à economia do País? SG — O ano de 2023 será muito desafiador por muitos motivos. No âmbito doméstico, espera-se que os lamentáveis acontecimentos de 8 de janeiro em Brasília possam ser superados. No âmbito internacional, ainda há muita incerteza em relação à política econômica, incluindo a política industrial, nos EUA, e aos desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia. Mas a série de expectativas de vendas de insumos da construção civil oferece uma resposta objetiva: novamente se observa relativo otimismo dos empresários da construção civil ao longo de todo o ano de 2022, com súbita reversão das expectativas no final do ano.
E o que se pode analisar em relação a outros mercados consumidores, como o automotivo e o de linha branca, para este ano? SG — Em relação à indústria automotiva, 2022 marcou a recuperação após dois anos muito ruins, mas ainda está muito abaixo dos picos de produção observados em 2012 e 2013. Automóveis são bens de consumo duráveis, e o forte choque negativo da pandemia vai continuar a ser compensado nos próximos anos. Numa perspectiva de longo prazo, a indústria automotiva no mundo passa por transição e a nacional está tentando encontrar seu lugar nesse novo ambiente. A indústria de eletrodomésticos, ao contrário, viveu um momento de muito aquecimento durante a pandemia. Eletrodomésticos também são bens de consumo duráveis, mas, ao contrário da indústria automotiva, o choque positivo da pandemia vai ser compensado negativamente por um tempo.
É possível para o setor vidreiro sonhar com crescimento este ano? SG — No início do ano passado sugerimos precaução ao segmento, especialmente por conta do aumento importante da taxa de juros e de seu impacto na indústria da construção civil. Entretanto, ao longo do ano, as expectativas na sondagem da CNI quanto ao lançamento de novos empreendimentos permaneceram otimistas, com súbita reversão no final do ano. O insumo vidro processado entra nas últimas etapas do processo construtivo. Assim, mesmo que o pessimismo do final do ano passado se revele justificado, o setor ainda teria alguns meses antes de ser afetado. E, por isso, a sugestão de algum otimismo com uma boa dose de precaução permanece para este ano.
A opinião vidreira
A seguir, confira o que nosso segmento tem a dizer sobre suas perspectivas e expectativas para 2023. Primeiro, confira as empresas de diversos elos da cadeia; na sequência, as usinas.
Daniel Domingos Eastman “Apesar de desafiador, 2022 se revelou um ano em que conseguimos crescer em vários segmentos, principalmente com os interlayers estruturais e cores, o que foi muito positivo e revela um amadurecimento do nosso setor, no sentido de oferecer produtos de maior valor agregado. Nós acreditamos que 2023 será bem similar a 2022, com algumas oportunidades em segmentos específicos com chance de crescimento e consolidação de nossa parte, o que apoiará o crescimento do consumo do vidro laminado, algo que vem se consolidando nos últimos três anos.”
Ricardo Costa GlassParts “Em relação ao ano passado, posso afirmar que tivemos um período de negócios muito bom, com crescimento. Para 2023, a GlassParts está bastante otimista, pois esperamos que, passadas as incertezas políticas e econômicas, retornaremos a ter um mercado ativo.”
Yveraldo Gusmão GR Gusmão “Eu diria que, apesar de um ano com tantos acontecimentos (feiras, eventos, Copa do Mundo), analiso 2022 como um período bom. Com as expectativas de negócios, os investidores estarão mais seguros quando o novo governo se organizar. O nosso setor terá muito trabalho, pois a construção está na fase final de várias obras. Passamos um ano de 2022 com grandes expectativas, mas nem todas se tornaram realidade. Para 2023, apesar das mudanças políticas, no final tudo se reverte; trabalharemos bastante para isso.”
Sandro Eduardo Henriques Sglass “Podemos afirmar com satisfação que superamos nossas expectativas: 2022 foi o segundo melhor em termos de vendas desde 2014. E também alcançamos uma marca significativa, ao chegar ao número de 250 fornos de têmpera produzidos. Esperamos que 2023 seja um ano promissor. No entanto, é importante lembrar que a indústria vidreira é altamente dependente das condições políticas e econômicas e pode ser afetada por fatores imprevisíveis. Os governantes eleitos fizeram grandes promessas de avanços sociais e econômicos, o que pode impulsionar a demanda por vidro em diversos setores, como os de construção, linha branca e de geração de energia. Vamos acompanhar a evolução dos acontecimentos e estaremos preparados para adaptar nossas estratégias de negócios. Para isso, é fundamental investir em novas tecnologias, como a automatização de processos, para tornar a produção mais eficiente e reduzir custos.”
Isidoro Lopes AGC “2022 foi um ano conservador quando comparado a 2021. Tivemos um primeiro trimestre forte, porém a sequência foi instável, já sendo impactada pela turbulência política no País. As adaptações da forma de trabalho e a recuperação do setor de serviços fizeram com que o nível de desemprego diminuísse, mas a renda da população brasileira não melhorou. A inflação subindo, juros altos e câmbio oscilante levaram os índices de confiança do consumidor e da indústria a cair. Com isso, caiu o consumo, o que prejudicou a demanda. Sendo assim, fechamos o ano com um saldo negativo em relação a 2021.
O controle dos custos dos materiais importados e o custo do frete internacional impactaram no valor das matérias-primas e dos sobressalentes para manutenção de equipamentos. O menor fornecimento de alguns componentes importantes para nossa indústria – causado por ações que estão fora do nosso controle, como as restrições e lockdowns chineses, interrupção de produção de algumas matérias-primas ao redor do mundo devido às limitações de emissões de carbono (era melhor parar de produzir do que pagar as taxas de carbono) – acabou criando um desequilíbrio na oferta, o que atinge os custos até hoje.
Para 2023, prevemos uma estagnação no primeiro semestre e uma recuperação moderada da demanda para o segundo. Estimamos um leve crescimento de 2,5% a 3% para nosso setor. A construção civil continua crescendo, mas perdeu um pouco da intensidade quando comparada a 2021. Já sobre o setor automotivo, temos excelentes expectativas, com crescimento tanto da produção como do mercado de reposição. O moveleiro e a linha branca possuem fatores para acreditarmos no crescimento, pois estão diretamente ligados às políticas sociais e ao maior foco do novo governo para o fomento do consumo e distribuição de renda. Se isso for efetivado, pode ser uma grata surpresa.
Para o mercado local, tivemos a oportunidade de aprender com a pandemia de que ter fontes nacionalizadas de produtos e serviços com qualidade e agilidade é vital – principalmente para as usinas, que dependem da longevidade de seus equipamentos e estabilidade dos processos. Nossas empresas, portanto, precisam estar preparadas para o caso de outra retomada repentina, assim como foi em 2020 e 2021, pois quando a demanda sobe de forma inesperada é crucial termos parcerias sólidas que gerem a oportunidade do cumprimento dos compromissos assumidos.”
Lucas Malfetano e Manuel Corrêa Cebrace “Em 2022, é importante destacar a retomada dos encontros presenciais, nos quais tivemos a oportunidade de estar em meio a excelentes momentos de confraternização. Contudo, observamos um comportamento de mercado diferente, com a não prioridade dos investimentos em reforma. Experimentamos um ano atípico, com uma redução do volume de vendas maior do que o esperado, resultando em uma queda superior a 20%, como tem apontado o Termômetro Abravidro. Isso nos motivou a manter ainda mais os esforços voltados para o que é a essência da Cebrace: aprimorar de forma contínua e robusta a qualidade dos produtos e serviços, priorizando a inovação e a sustentabilidade. Realizamos a reforma dos fornos C1 e C2, garantindo o fornecimento contínuo para os clientes – e podemos dizer que mantivemos o fornecimento sem rupturas durante o período de reforma. Encerramos o ano com esses fornos preparados para produzir cada vez melhor e com o C2 com uma estrutura adequada para reduzir as emissões de CO2.
Nossa expectativa para 2023 é de crescimento modesto quando comparado a 2022. Compreendemos que se faz necessário mais tempo para que as mudanças de governo e cenário econômico se estabeleçam. No geral, os números mostram que os mercados consumidores apresentarão crescimentos tímidos, mas ainda será necessário entender com clareza como será o ano em cada segmento. A expectativa é de que os custos de produção sejam estabilizados, sem aumentos de insumos expressivos. E outra das prioridades da Cebrace este ano é apoiar no trabalho das associações, visando a combater os descaminhos fiscais e reforçar a busca pela simplificação tributária.
Estamos vivenciando um importante período de transformação. Falamos nos últimos eventos sobre a aceleração da transformação digital, que exige de todos nós um olhar para a frente, adequando processos a essa mudança. É possível perceber uma nova geração entrando para o mercado do vidro, trazendo novas ideias e oxigenando os negócios. Isso exige que os líderes estejam preparados para planejar, educar e facilitar a transição sem perder o foco da sustentabilidade: como podemos inovar mais, melhor, com menor impacto e mais eficiência? Mais que um ponto de atenção, são reflexões que todas as empresas vidreiras devem experimentar.
Os vidros de valor agregado têm margem para conquistar mais espaço no mercado e isso depende da disseminação de informações. Que todo o setor possa abraçar essas oportunidades, investindo em profissionalização, divulgação e na melhor estratégia para cada um.”
Renato Poty Guardian “Com o cenário macroeconômico mais complexo em 2022 em comparação com 2021, ano passado foi um período de aprendizados para a Guardian. Tivemos de trabalhar estrategicamente o equilíbrio da produção e estoques para atender de forma responsável as demandas de mercado, sem destruição de valor para nossos clientes e parceiros de negócio, contribuindo para criação de valor em toda a cadeia de vidros planos através de iniciativas focadas no setor consumidor de tais produtos. Os principais desafios foram relacionados à demanda mais retraída de alguns segmentos e à inflação dos principais insumos do processo produtivo de vidros planos. A crescente escalada dos custos da barrilha, gás natural e logística ao longo do ano aumentou de forma significativa o custo de produção.
Acreditamos que 2023 será um ano de crescimento do mercado, mas ainda com uma pressão de custos importante no valor final do vidro plano. Os mercados de float fora do Brasil estão com previsão de desbalanço entre oferta e procura em algumas partes do ano, segundo nossas estimativas, o que poderia atrair mais importações. De maneira geral, a Guardian tem uma visão positiva para este ano com base nas obras já lançadas e novos investimentos da iniciativa pública e privada, representando um cenário favorável para a construção civil, principalmente no segundo semestre. Já a previsão para os demais segmentos é menos otimista.
Acreditamos que temos melhores perspectivas para 2023 devido à menor pressão inflacionária, porém a economia global está demonstrando tendência de desaceleração, o que pode afetar o equilíbrio de oferta e demanda de vidros no Brasil. Por isso, as indústrias vidreiras têm de continuar focadas em iniciativas para o desenvolvimento do setor, trabalhando para a educação de toda a cadeia e criação de valor com foco no longo prazo. Equilíbrio de inventário é fundamental para atender as crescentes demandas dos nossos clientes.
A Guardian está comprometida com o crescimento do setor de forma sustentável, por isso investimos constantemente em inovação de produtos e serviços, visando a melhorar a experiência dos nossos clientes e parceiros, com foco no benefício mútuo.”
Henrique Lisboa Vivix “Mesmo com todas as dificuldades, navegando em um cenário bastante diferente do que havíamos projetado e incluindo todo o impacto externo que ocorreu dentro dos negócios em geral, consideramos que tivemos um saldo positivo em 2022. Acreditamos que cada vez mais essa imprevisibilidade fará parte dos negócios, e precisaremos estruturar as nossas empresas para operarmos de forma cada vez mais ágil, inovadora e responsiva a novas situações. Certamente a principal dificuldade enfrentada no ano passado foi a forte inflação dos insumos, gerada por acontecimentos geopolíticos externos que nos forçaram a implementar aumentos de preços ao longo do ano, e que também provocaram impactos no mercado em 2022.
Após uma retração em 2022, estamos projetando para 2023 um leve crescimento de nosso setor, recuperando parte do que foi perdido no ano passado. Com relação à construção civil, linha branca e movelaria, esperamos também um leve crescimento. Já para o setor automotivo, acreditamos em uma recuperação significativa, o que ajudará no equilíbrio do segmento de vidros planos.
Embora haja um carregamento muito forte dos custos que incorreram sobre as empresas no ano passado, não estamos esperando aumentos significativos em relação aos insumos ao longo deste ano. Portanto, sob o ponto de vista de inflação do setor de vidros planos, acreditamos que teremos um ano estável, apesar de que com um impacto relevante nos custos, decorrente de 2022.
Eu diria que as empresas vidreiras deverão cada vez mais buscar caminhos para agregar valor aos seus negócios, entender e atuar de forma integrada na sua cadeia e dedicar esforços para que o consumidor final valorize o produto e o serviço que recebe dos agentes que fazem parte do nosso segmento. Além disso, é preciso gerenciar os custos e preços de vendas com bastante equilíbrio e cuidado. Nosso mercado é dinâmico, sendo impactado externamente de muitas formas. Precisamos estar atentos às necessidades da cadeia e às mudanças que o mercado está nos sinalizando, para ajustarmos as nossas empresas e, assim, podermos evoluir juntamente com todo o mercado.”