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Conheça os principais momentos da história da Abravidro

1990

Maio
Nasce a Andiv (que passaria a se chamar Abravidro em 2008), a primeira entidade do segmento vidreiro com alcance nacional. A sede ficava em São Paulo, na Rua Cardoso de Almeida, no bairro de Perdizes. José Carlos Bulgari é o presidente escolhido para liderar a associação em seus primeiros passos.

 

1991

 

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Setembro
A entidade passa a editar sua principal porta-voz: a revista O Vidroplano, publicação cedida pelo Sincavidro-RJ.

 

1992

Maio
José Carlos Bulgari é reeleito presidente.

 

1994

Maio
Bulgari eleito mais uma vez para seguir na presidência – é o único com três mandatos à frente da associação.

Agosto
A entidade promove o Salão da Indústria do Vidro (SIV), realizado dentro da Feira Internacional da Indústria da Construção.

 

1995

 

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Novembro
Estreia aquele que se tornaria o maior encontro do setor vidreiro na América Latina. O 1º Simpovidro ocorreu no Hotel Intercontinental, no Rio de Janeiro, com a participação de 128 empresas. O espaço foi totalmente tomado pelos profissionais vidreiros participantes – chegou, inclusive, a faltar quartos.

 

1996

Maio
Léo Carlos Moran é eleito presidente.

 

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Novembro
Nasce a Glass South America, maior do setor na América Latina. Em três dias de evento, quase 4 mil profissionais percorreram os corredores do Expo Center Norte, em São Paulo. O evento passaria a contar com apoio exclusivo da Abravidro a partir da 2ª edição, em 1997.

Dezembro
2º Simpovidro é organizado em Gramado (RS).

 

1997

Junho
A associação se muda para uma nova sede – na mesma rua em que ficava a antiga, em Perdizes, capital paulista.

 

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Julho
Pela primeira vez, a entidade reúne uma comissão de estudos para elaboração de normas técnicas vidreiras.

Novembro
Fortaleza é a sede do 3º Simpovidro – seria a última vez da periodicidade anual do encontro.

 

1998

Abril
Fundação da Associação de Câmaras de Vidro do Mercosul (Acavime), em Buenos Aires, Argentina, com Léo Moran como primeiro presidente.

Maio
Entra no ar o site da entidade. A seção “Ache Fácil”, também existente na revista O Vidroplano, surge como importante ferramenta para ajudar profissionais a encontrar fornecedores de produtos e serviços relacionados ao segmento.

Junho
Parceria internacional: a associação recebe material de treinamento da entidade americana National Glass Association (NGA).

 

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Outubro
Fundação do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), sediado na Abravidro. O órgão se torna o responsável pelo desenvolvimento e atualização das normas técnicas vidreiras.

 

1999

Março
Léo Carlos Moran sofre um grave acidente e fica impossibilitado de seguir na presidência. José Ricardo D’Araújo Martins assume o cargo interinamente.

Maio
Gilberto Ribeiro é eleito o novo presidente.

Dezembro
4ª edição do Simpovidro, agora um evento bienal, ocorre em Salvador.

 

2000

Março
Registro da entidade na Confederação Nacional da Indústria (CNI) e integração na Comissão da Indústria da Construção (CIC) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Abril
Morre Léo Carlos Moran, um dos idealizadores e fundadores da Abravidro.
Criação do Comitê Setorial Mercosul de Vidros Planos (CSM 21). A associação é escolhida como secretaria técnica do órgão.

Junho
Inauguração da Biblioteca Fausto Monteiro Simões, na sede da entidade.

Julho
Início da parceria com Instituto Falcão Bauer da Qualidade (IFBQ) para o processo de certificação dos vidros temperados.

Outubro
Presença global: Abravidro monta estande na Glasstec, a principal feira vidreira do mundo, na Alemanha. Durante o evento, é disponibilizada ao público uma edição especial de O Vidroplano totalmente em inglês.

 

2001

Fevereiro
Entidade passa a fazer parte do Conselho Deliberativo da ABNT.

Abril
Mais uma feira internacional com estande da associação. Dessa vez, em Miami, nos Estados Unidos, na mostra NGA Show.

Junho

  • Inauguração da galeria de retratos de ex-presidentes montada na sede.

 

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  • Gilberto Ribeiro ministra palestra, representando a Abravidro, no Glass Performance Days (GPD), o principal congresso de nosso mercado no mundo, realizado na Finlândia.

Dezembro
Costão do Santinho (SC) é a sede do 5º Simpovidro.

 

2002

Maio
José Ricardo D’Araújo Martins assume a presidência da associação.

Agosto
Além de entidades de classe, empresas também passam a fazer parte do quadro associativo.

 

2003

Março
Assinatura de convênio com o Senai para formação de mão de obra qualificada.

Outubro
Mudança de sede para a Rua Monte Alegre, ainda no bairro de Perdizes.

Dezembro
6º Simpovidro é organizado em Angra dos Reis (RJ).

 

2004

Fevereiro
Anunciada a consultoria gratuita para o processo de certificação dos temperados pelo Inmetro.

Abril
Oficina do Vidraceiro Cícero Leite, na Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo (Tatuapé), começa a funcionar com participação da entidade.

 

2005

Maio
Wilson Farhat Júnior é eleito presidente.

Dezembro
Costa do Sauípe (BA) se torna a casa do 7º Simpovidro.

 

2007

Maio
Em parceria com a Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD), é organizado um ciclo de palestras sobre o vidro em cinco capitais brasileiras.

Setembro
Início do trabalho com o Corpo de Bombeiros de vários Estados visando à inclusão das normas vidreiras nas instruções técnicas da corporação.

 

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Outubro
Jubileu de ouro: cinquenta anos de O Vidroplano conta com festa em São Paulo e homenageia idealizadores da publicação.

Dezembro
8ª edição do Simpovidro ocorre em Foz do Iguaçu (PR).

 

2008

Maio

  • Novo nome: Andiv passa a se chamar Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (Abravidro). O objetivo da mudança era demonstrar claramente a abrangência nacional do trabalho da associação.
  • Wilson Farhat Júnior é reeleito presidente.
  • Com pleito da Abravidro junto ao governo federal, é aprovada a redução do Imposto sobre produtos industrializados (IPI) para vidros processados.

 

2009

Junho
Lançamento do programa de qualificação online para associados, contendo quase quarenta cursos na área de gestão.

Novembro
Club Med Trancoso, na Bahia, recebe 9º Simpovidro.

 

2010

Janeiro
É criado curso de extensão universitária abordando a utilização de vidro, em parceria com Centro Universitário Belas Artes, de São Paulo.

Maio

  • Abravidro comemora vinte anos.

 

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  • 1ª edição do Glass Performance Days South America (versão sul-americana do GPD), organizado pela Abravidro em parceria com a NürnbergMesse Brasil durante a Glass South America desse ano.
  • Lançado o programa Vidro em Movimento! Manual do Empregador, sobre prevenção de acidentes de trabalho.

Agosto
É criada a cartilha A substituição tributária aplicada ao vidro plano, documento que informa o setor a respeito das alíquotas de IVA-ST ajustadas de cada Estado.

 

2011

Novembro
10ª edição do Simpovidro é realizada no Hotel Transamerica Ilha de Comandatuba, em Una (BA).

 

2012

Maio

  • Lançamento do Panorama Abravidro. Único estudo econômico e produtivo sobre a produção vidreira nacional, é produzido anualmente pela entidade com base em informações fornecidas por processadores de todo o País.
  • O Vidroplano agora pode ser lida em tablets e smartphones por meio de aplicativo.

Setembro
Após pleito da associação, governo federal anuncia aumento do Imposto de importação dos temperados e laminados.

Outubro
Em outro pleito liderado pela Abravidro, governo concede desoneração da folha de pagamentos às indústrias de processamento.

 

2013

 

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Outubro
Recorde histórico: 908 pessoas, incluindo profissionais do setor e familiares, participam do 11º Simpovidro, realizado no Hotel Iberostar Praia do Forte, em Mata de São João (BA).

 

2014

Janeiro
Parceria com a Universidade São Judas é assinada para a criação de curso de extensão universitária.

Fevereiro
Entidade participa do processo para publicação pela ABNT da norma de sistemas de envidraçamentos de sacadas (ABNT NBR 16.259).

Abril
Mais uma parceria para criação de curso de extensão universitária, dessa vez com a Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Maio
Alexandre Pestana é reeleito presidente.

 

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Agosto
É publicada a Edição nº 500 da revista O Vidroplano.

Setembro
Governo aprova redução temporária do Imposto de importação para PVB, após pleito da Abravidro.

 

2015

Março

  • Lançamento do programa De Olho no Boxe, que orienta vidraceiros e consumidores sobre a importância da manutenção preventiva em boxes de banheiro, com dicas de instalação e cuidados no dia a dia.
  • Suplemento Caixa Acústica, publicado ao longo de três meses em O Vidroplano, traz soluções acústicas com nosso material.

Maio
Festa de comemoração dos 25 anos da Abravidro na Fiesp.

 

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Outubro
É inaugurada a atual sede da entidade, no edifício Comercial Casa das Caldeiras, no bairro da Água Branca.

Novembro
Hotel Vila Galé Marés, em Camaçari (BA), é a sede do 12º Simpovidro.

 

2016

 

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Junho
Estreia o espaço Vidro em Ação dentro da Glass South America. Iniciativa apresenta ao vivo testes de segurança para o vidro temperado e laminado.

Julho
Publicação da revisão da principal norma vidreira, a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações.

Agosto
Especialização Técnica Abravidro ganha mais um módulo, o de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE) – único treinamento de PCP voltado às necessidades do mercado vidreiro.

Setembro
Morre José Carlos Bulgari, primeiro presidente e um dos idealizadores e fundadores da entidade.

Dezembro
Abravidro participa do É de Casa, da TV Globo, mostrando como se faz a manutenção preventiva dos boxes de banheiro.

 

2017

Maio
Novo presidente: José Domingos Seixas é eleito para o comando da entidade

Julho
Reuniões para a elaboração de normas do ABNT/CB-37 passam a ter participação remota, via Internet.

Outubro
O Vidroplano completa sessenta anos de vida.

Novembro
Costão do Santinho (SC) recebe mais uma vez o Simpovidro – dessa vez sua 13ª edição.

 

2018

Março
Lançamento da campanha #TamoJuntoVidraceiro, com orientações sobre as boas práticas a serem adotadas pelos processadores na relação com os vidraceiros em relação a temas como o cumprimento de normas técnicas, atendimento e política comercial.

 

2019

Maio
Panorama passa a ser publicado também em inglês e espanhol.

Julho
Parceria com a Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec) para criação de curso de extensão universitária.

Agosto
Entidade participa da confecção da revisão da ABNT NBR 14.718 — Esquadrias – Guarda-corpos para edificação – Requisitos, procedimentos e métodos de ensaio.

Novembro
Enotel Porto de Galinhas, em Ipojuca (PE), se torna a casa do 14º Simpovidro.
Representando o setor: Abravidro participa de discussões sobre o novo modelo regulatório em desenvolvimento pelo Inmetro.

 

2020

 

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Janeiro
Abravidro retorna ao É de Casa, da TV Globo, para falar sobre a instalação, uso e manutenção do vidro em boxes de banheiro.

Fevereiro
Juntamente com o Comitê Brasileiro de Qualificação e Certificação de Pessoas (ABNT/CB-99), Abravidro promove trabalho para a produção da ABNT NBR 16.823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional, conhecida como “norma do vidraceiro”.

Março
1º episódio do VidroCast, o podcast da Abravidro, vai ao ar.

Maio
Trinta anos da fundação da entidade.

Junho
José Domingos Seixas inicia segundo mandato como presidente.

 

2021

Agosto
Por meio do ABNT/CB-37, Abravidro participa da publicação da ABNT PR 1010, prática recomendada sobre vidros voltada para a construção.

 

2022

Fevereiro
Lançamento do Termômetro Abravidro, novo indicador da entidade que passa a medir mensalmente o desempenho das vendas de vidros processados.

Agosto
Ocorre a primeira reunião do grupo Construção É +, formado por entidades setoriais do Brasil, incluindo a Abravidro. O objetivo é debater o desenvolvimento da construção civil nacional.

Dezembro

  • O Vidroplano alcança a marca de 600 edições.

 

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  • Após hiato de três anos causado pela pandemia, Simpovidro volta a ser realizado. 15ª edição é organizada no Club Med Rio das Pedras, em Mangaratiba (RJ).

 

2023

Fevereiro
Associados da Abravidro ganham acesso ao ABNT Coleção, biblioteca digital contendo normas técnicas vidreiras e outras relacionadas ao trabalho com vidro.

Junho
Início do mandato de Rafael Ribeiro como presidente.

Agosto
Em parceria com a Abividro, é lançado o Educavidro, plataforma online gratuita de ensino a distância com conteúdo técnico especial sobre o trabalho com vidro.

 

2024

Janeiro
Consultoria oferecida pela Abravidro para a certificação Inmetro dos vidros temperados ganha versão online.

 

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Junho
Para celebrar o setor: Abravidro e NürnbergMesse Brasil criam o Prêmio Abravidro Glass South America, voltado para laurear os diversos elos da cadeia vidreira. A cerimônia de entrega da 1ª edição ocorre durante a feira vidreira.

Novembro
16º Simpovidro é realizado no Vila Galé Alagoas, em Barra de Santo Antônio.

 

2025

 

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Abril
Curso inédito: Abravidro e Sinbevidros-SP lançam treinamento sobre gestão financeira estratégica para empresas vidreiras.

Maio
Associação completa 35 anos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça as ações da Abravidro para o setor vidreiro nacional

Uma constante da Abravidro em sua história é a busca incessante pelo desenvolvimento do setor vidreiro brasileiro e pela defesa de seus interesses. Isso se reflete nas inúmeras ações, iniciativas e programas criados em prol dos diferentes elos da cadeia ao longo dos anos. Trabalha com vidro? Pois saiba que a Abravidro tem algo para ajudar em seu dia a dia!

 

Foto: Pugun & Photo Studio/stock.adobe.com
Foto: Pugun & Photo Studio/stock.adobe.com

 

RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E GOVERNAMENTAIS
A Abravidro é a representante da indústria de processamento junto ao poder público nas diferentes esferas governamentais, relacionando-se ainda com outras entidades do Brasil e do exterior a respeito de temas relevantes para o segmento.

Esse é um trabalho silencioso, mas que traz importantes vitórias à cadeia, incluindo a redução do Imposto sobre produtos industrializados (IPI) sobre vidros processados, desoneração da folha de pagamentos às indústrias de processamento, aumento da alíquota do Imposto de importação para temperados e laminados e redução dos índices da Substituição Tributária em São Paulo, entre outros.

 

COMUNICAÇÃO
Além de informar toda a cadeia em primeira mão sobre as notícias mais relevantes para os negócios das empresas, os meios de comunicação da Abravidro são a maior referência em conteúdo vidreiro qualificado. Seja no formato impresso ou online, seja nas redes sociais, em vídeos ou boletins, nosso compromisso é com a informação.

  • Revista O Vidroplano
  • Site, newsletter e redes sociais
  • VidroCast, o podcast da Abravidro
  • Boletins de notícias no WhatsApp

 

MONITORAMENTO DO MERCADO
A Abravidro criou as duas mais importantes pesquisas sobre o desempenho do segmento. A primeira, lançada em 2012, é o Panorama Abravidro, o único estudo que analisa os dados anuais do setor de vidros planos no Brasil (disponível também em inglês e espanhol), a partir de pesquisa anual realizada com indústrias de transformação de todas as regiões do País. Serve como uma fotografia do mercado vidreiro nacional e como documento estratégico para o planejamento das empresas.

A segunda, surgida em 2022, é o Termômetro Abravidro, indicador mensal que acompanha mês a mês o desempenho de vendas faturadas (em m²) da cadeia de processamento.

 

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NORMAS TÉCNICAS
Está na Abravidro a sede do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), órgão que coordena as comissões de estudo responsáveis por elaborar e revisar as normas técnicas vidreiras. Esse trabalho é fundamental para o desenvolvimento do mercado, já que regulamenta produtos, ensaios, aplicações e até mesmo atividades profissionais envolvendo nosso material (veja mais sobre a trajetória do órgão na seção “Falando em normas”, clicando aqui). Atualmente, existem 38 normas vigentes voltadas para o segmento.

 

CONSULTORIAS

Certificação
Consultoria para a preparação da empresa interessada na certificação dos vidros temperados outorgada pelo Inmetro – disponível na versão in loco e online – e também para os laminados.

Assessoria jurídica e também sobre substituição tributária e suporte técnico em relação às normas técnicas

 

QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA
Uma das principais bandeiras da entidade é levar conhecimento técnico de referência sobre o trabalho com vidro para dentro e fora do nosso setor. Para isso, conta com diversas ações:

Educavidro
Plataforma de educação a distância (EAD) gratuita criada para levar conteúdo técnico atualizado e relevante a qualquer pessoa interessada em ampliar conhecimentos sobre vidros planos. Desenvolvida em parceria com a Abividro, é composta por aulas em vídeo, elaboradas pelos maiores especialistas em vidros planos do Brasil, com emissão de certificado. São mais de cinquenta horas de conteúdo agrupado de duas maneiras: cursos temáticos e trilhas profissionais.

Especialização Técnica Abravidro
Lançado em 2012, o programa tem como objetivo a formação e o aperfeiçoamento da mão de obra nas indústrias processadoras, com foco no aumento da eficiência e produtividade da empresa, reduzindo perdas. Ministrado in company, conta com cinco módulos principais:

  • Corte;
  • Lapidação;
  • Serigrafia;
  • Têmpera;
  • Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE).

Há ainda quatro módulos posteriores:

  • Acompanhamento de Processos (exclusivo para as processadoras que tiverem recebido um dos módulos principais);
  • Modelagem de Processos Administrativos e Industriais;
  • Manutenção Total Produtiva;
  • Acompanhamento de Layout.

Curso de Gestão Financeira Estratégica para Empresários Vidreiros
Organizado em parceria com o Sinbevidros-SP, a primeira turma do treinamento foi formada este ano. As aulas buscam qualificar os gestores do nosso setor na administração das finanças das empresas, abordando desde a formação de preço e definição da margem de lucro até o planejamento de investimentos e projetos de longo prazo.

Cursos de extensão universitária
Programas de qualificação realizados em parceria com renomadas instituições de ensino, como a Universidade Presbiteriana Mackenzie, para estudantes e profissionais das áreas de Arquitetura e Engenharia.

Palestras
Em parceria com as entidades regionais afiliadas, a Abravidro promove palestras de capacitação e atualização para vidraceiros, arquitetos e engenheiros.

 

CAMPANHAS E PROGRAMAS

De Olho no Boxe
Programa com o objetivo de estimular a aplicação da norma técnica dos boxes de banheiro, a ABNT NBR 14.207, além de incentivar a manutenção preventiva anual desse produto (prevista na norma técnica); contém o Manual de utilização, limpeza e manutenção dos boxes de banheiro, disponível, gratuitamente, para consumidores e vidraceiros.

#TamoJuntoVidraceiro
Campanha pensada para as boas práticas na relação entre processadores e vidraceiros, com material exclusivo que contribui para a geração de negócios às vidraçarias, além de ser fonte de consulta para consumidores e especificadores, como arquitetos, engenheiros e designers de interiores. Esses materiais, disponíveis gratuitamente, incluem:

  • Cartilha Aplicação do vidro na construção civil: apresenta informações sobre os principais tipos de vidro e suas aplicações, conforme determinações da norma ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações;
  • Que vidro usar?: tabela para consulta rápida e didática, indica os vidros com uso permitido por norma nos diferentes tipos de instalação;
  • Boas práticas para processadores de vidros: indica como deve ser o relacionamento saudável das empresas com vidraceiros.

 

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EVENTOS

Simpovidro
Criado em 1995, é o maior encontro vidreiro da América Latina. A edição mais recente (a 16ª) ocorreu no ano passado, no resort Vila Galé Alagoas, em Barra de Santo Antônio. O evento reúne toda a cadeia vidreira em um ambiente descontraído cheio de oportunidades de negócio, conteúdo para o dia a dia do empresariado, lazer e networking.

Glass South America
A Abravidro é parceira exclusiva na realização da maior feira do setor em nosso continente, a Glass South America, organizada pela NürnbergMesse Brasil. A edição 2025 está agendada para 3 a 6 de setembro, no Distrito Anhembi, em São Paulo.

Prêmio Abravidro Glass South America
Criado em 2024, em parceria com a NürnbergMesse Brasil, tem por objetivo celebrar os diversos elos da cadeia vidreira nacional.

 

Estande da Abravidro na Glass South America 2024: em feiras como essa, assim como em outros eventos do setor, entidade apresenta os diversos benefícios para associados
Estande da Abravidro na Glass South America 2024: em feiras como essa, assim como em outros eventos do setor, entidade apresenta os diversos benefícios para associados

 

ATUAÇÃO COM OS ASSOCIADOS

Como se não bastasse isso tudo, a Abravidro conta ainda com uma enorme rede de serviços exclusivos para seus associados:

Cursos online
Acesso gratuito a mais de 350 treinamentos online com certificado de diversas áreas do conhecimento. Os conteúdos estão disponíveis no formato de videoaulas que podem ser acessadas por computador ou celulares e tablets. A duração dos cursos varia de duas a dez horas (introdutórios) e sessenta a oitenta horas (longa duração).

Biblioteca de normas
Acesso online ao acervo de normas técnicas do ABNT/CB-37, assim como a outras normas relacionadas a nosso material. São mais de cinquenta documentos técnicos disponíveis para consulta das empresas vidreiras por meio do sistema digital ABNT Coleção.

Comunicação de maior alcance
Página exclusiva no portal da entidade, os visitantes podem ver todas as informações a respeito da empresa, fazendo parte ainda da lista de associados publicada mensalmente na revista O Vidroplano.

Condições especiais
Preços diferenciados para:

  • Consultoria para certificação do temperado e laminado;
  • Módulos da Especialização Técnica Abravidro;
  • Inscrição no Simpovidro

Assessorias
Apoio sobre aspectos relevantes de atividades empresariais nas áreas cível, trabalhista e tributária e substituição tributária, além de suporte técnico em relação às normas técnicas.

Segurança no trabalho
Envio dos materiais da Campanha de Conscientização para Prevenção de Acidentes de Trabalho nas Empresas Vidreiras, incluindo vídeo de treinamento, manual, cartilha (no formato de história em quadrinhos) e cartaz.

 

Quer aproveitar todos esses benefícios? Associe-se já!
Entre em contato com a entidade pelo e-mail rsilva@abravidro.org.br ou telefone (11) 3873-9908.

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Audrey Dias, da Aluparts, participa do VidroCast

O VidroCast recebeu a arquiteta Audrey Dias, diretora e sócia-proprietária da Aluparts, empresa especializada na recuperação e manutenção de sistemas de esquadrias – ela também é professora de pós-graduação de Patologia das Construções (Esquadrias e Vidros) e tem MBA em gestão de negócios. Na conversa com Iara Bentes, superintendente da Abravidro e editora de O Vidroplano, Audrey falou sobre sua formação e experiência profissional, importância da manutenção preventiva de fachadas e qualificação de mão de obra. Leia a seguir alguns destaques do bate-papo – e confira a entrevista completa no canal da Abravidro no YouTube.

Você tem o trabalho com esquadrias e vidros no seu DNA: seu pai, o engenheiro Nelson Firmino, foi uma grande referência para esse segmento e dá nome, inclusive, a um prêmio organizado pela Afeal. Quando foi que você percebeu que queria seguir na mesma área?
Audrey Dias – Basicamente, eu nasci na indústria de esquadrias, não tive muita oportunidade de escolha: lembro que, quando fiz quinze anos, no dia seguinte meu pai avisou que a próxima segunda-feira seria meu primeiro dia de trabalho na empresa. Foi assim que começou minha jornada. Eu estudava de manhã, ia à tarde para o escritório, e ele foi meu grande mentor, passou a vida inteira falando sobre esquadrias e vidros. Lembro-me de que ele abria os desenhos dos projetos e mostrava neles o que era um perfil, uma roldana, como a gente representa a esquadria na fachada.

Quando me dei conta, eu estava buscando uma faculdade de arquitetura, o que deu muito certo. O engraçado é que meu pai teve oito filhos, e só eu fui para a parte técnica na área de esquadrias para poder de fato aprender com ele, dando continuidade às atividades da Aluparts.

Quais foram os principais desafios e as principais vitórias em sua jornada no mundo das esquadrias?
AD – Ser treinada pelo Nelson Firmino, para mim, foi um grande presente, porque eu tive como tutor o cara que mais entendia sobre esquadrias, um dos precursores do uso do alumínio como esquadrias no Brasil – uma verdadeira “enciclopédia” ao meu lado. Isso me abriu muitas portas, trouxe muita bagagem e conhecimento, sendo muito positivo para minha carreira, o que eu sigo até hoje com muito amor por essa área. O desafio, pelo menos para mim, foi que eu comecei a trabalhar muito cedo numa empresa familiar, e com isso eu não tive a oportunidade de trabalhar para outras empresas ou ter um patrão de fato, um chefe que não fosse meu pai. As relações pessoais e familiares sempre estiveram envolvidas no meu dia a dia.

 

“Ser treinada pelo Nelson Firmino, para mim, foi um grande presente, porque eu tive como tutor um dos precursores do uso do alumínio como esquadrias no Brasil.” Audrey Dias
“Ser treinada pelo Nelson Firmino, para mim, foi um grande presente, porque eu tive como tutor um dos precursores do uso do alumínio como esquadrias no Brasil.”
Audrey Dias

 

Como você acha que sua formação influenciou na sua trajetória profissional e carreira?
AD – Eu sempre fui muito estudiosa, sempre me cobrei muito para estudar. Lembro que, quando comecei a faculdade de arquitetura, o curso não abordava nada sobre esquadrias – inclusive, esse é um ponto que precisa ser olhado com mais atenção, porque tanto no curso de engenharia como no de arquitetura, não se fala sobre caixilhos, esquadrias, vidros, nada disso.

Na época, tentei uma iniciação científica, falei para o reitor que eu queria fazer um trabalho sobre as esquadrias de alumínio na arquitetura. Fiquei um tempo aguardando o resultado e, quando saiu, apareceu como “tema irrelevante”. Isso me gerou revolta: como esse tema seria irrelevante se não existe edificação sem caixilho, sem esquadria? As esquadrias são os “olhos” de qualquer edificação. A partir disso, decidi que iria realmente estudar o tema e, ao me formar, busquei um MBA nessa parte de gestão de negócios, para incorporar isso aos negócios da família. E deu certo.

Depois, voltei minha carreira para essa parte dos cuidados com as fachadas, porque existem excelentes empresas que pensam em como conceber fachadas, mas quem cuida delas? E eu venho desde então estudando, nessa parte da engenharia diagnóstica, as “doenças” das edificações, para poder levar esse conhecimento e a importância dele para o mercado.

E como funciona esse trabalho de manutenção ou recuperação das fachadas? Em que momento do ciclo de vida de uma fachada vocês costumam ser chamados?
AD – O grande problema é que as fachadas já estão nascendo doentes. Então a manutenção pode ocorrer tanto em um prédio em operação, cuja fachada tem quarenta ou cinquenta anos, como também em um prédio recém-inaugurado, com uma estrutura de seis meses de vida. A gente iniciou recentemente um trabalho em um edifício enorme em Brasília, um prédio recente, e estamos atuando de forma corretiva em problemas de origem endógena, ou seja, que são relacionados à fase de construção, fabricação e instalação.

 

“A falta de mão de obra qualificada está sendo o grande gargalo da construção civil como um todo, não só na indústria de esquadrias e dos vidros.” Audrey Dias
“A falta de mão de obra qualificada está sendo o grande gargalo da construção civil como um todo, não só na indústria de esquadrias e dos vidros.”
Audrey Dias

 

Dos casos em que vocês têm atuado ao longo da trajetória da Aluparts, quais são os erros mais comuns cometidos tanto na hora de projetar como na de instalar uma fachada?
AD – Quando a gente fala de manifestação patológica, o que mais chama atenção basicamente são os erros relacionados à estanqueidade: execução incorreta de vedações, ausência de vedação, especificação errada de componentes de vedação como escovas e gaxetas… O simples fato de você utilizar uma escova com dimensão diferente da necessária pode causar a reprovação da sua esquadria em um teste de desempenho, por exemplo; imagine, então, isso em operação numa fachada. Um fator importante é a questão da infiltração, porque ela incomoda: se está chovendo, a água entra pela sala molhando a marcenaria, molhando o tapete.

Mas hoje a gente tem encontrado também muitos problemas de subdimensionamento de perfis, falhas estruturais, subdimensionamento de componentes. Recentemente, algumas janelas de um grande edifício em São Paulo saíram voando e, quando a gente foi ver, os braços de articulação delas não tinham o tamanho e a resistência necessários, não eram os braços que tinham sido especificados para o projeto.

A Abravidro tem o Educavidro e o De Olho no Boxe. A Afeal tem a Academia Afeal, na qual você é instrutora. Isso tudo envolve esforço para levar informação para a mão de obra – e isso tem também um papel de formação. Como você enxerga esta questão: tem sido fácil ou difícil encontrar mão de obra qualificada para prestação de serviços?
AD – Acho que hoje esse está sendo o grande gargalo da construção civil como um todo, não só na indústria de esquadrias e dos vidros. A construção civil está sofrendo com a falta de mão de obra qualificada, justamente por falta de preparo. Precisamos realmente que as empresas capacitem seus funcionários, tanto os fabricantes de vidros como os de perfis, e que também os grandes players do nosso mercado colaborem com a formação desses profissionais, não tentem buscar gente pronta no mercado. As empresas têm de focar na qualificação, montar uma escolinha no chão de fábrica.

Este texto foi originalmente publicado na edição 628 (abril de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Ivan Pagliarani

Lajeadense ergue nova sede e reconstrói sua história

Há cerca de um ano, o setor vidreiro nacional foi impactado pelas imagens da unidade fabril da processadora Lajeadense, na cidade de Lajeado, totalmente destruída, tomada pelas águas das enchentes históricas que ocorreram no Rio Grande do Sul em abril e maio do ano passado. Apesar das dificuldades, a empresa apostou na resiliência e conseguiu se reerguer – hoje, a obra para sua nova sede, em outra região da cidade, está a todo vapor, com previsão para as primeiras máquinas operarem até o meio do ano.

Rotina de perdas
Na tragédia do ano passado, o Rio Taquari, que passa pela cidade de Lajeado, subiu dos seus habituais 13 m para impressionantes 32 m – em dois dias, choveu a quantidade prevista para seis meses na região. Em imagens aéreas, era possível ver apenas o telhado da Lajeadense cercado pela água revolta e enlameada que descia desgovernada o Vale do Taquari.

Mas essa enchente não foi a primeira enfrentada pela empresa de mais de 65 anos de história. “Eu me lembro desde a minha infância de ter enchente. Era algo comum na nossa cidade, na nossa região”, conta Roberta Lopes Arenhart, sócia-administrativa e filha de Renato Arenhart, dirigente do negócio. No entanto, tais fenômenos se tornaram mais violentos nos últimos anos. Em 2020, após chuvas torrenciais, cerca de 20 cm de água entraram na empresa, estragando móveis e cabos de máquinas – mas isso não foi nada perto do que viria a acontecer a partir de 2023.

 

Da destruição ao recomeço: sede da empresa praticamente submersa no ano passado e nova fábrica que em breve começará a operar
Da destruição ao recomeço: sede da empresa praticamente submersa no ano passado e nova fábrica que em breve começará a operar

 

Em setembro daquele ano, o Taquari subiu 29 m. Com isso, o 1º andar inteiro da empresa foi destruído. “Como a gente tinha uma noção de onde a água podia chegar, na noite anterior nós fomos com o pessoal para a empresa para levantar algumas coisas, botar equipamentos em cima das mesas – o que sempre fazíamos quando chovia bastante. Lembro que até mandei mensagem no grupo dos colaboradores dizendo para todos irem com uma roupa mais simples no dia seguinte para ajudar na limpeza, caso sujasse algo”, recorda Roberta. “Só que aí, quando voltamos de manhã, não tinha mais nada.” Naqueles dias, seu pai, Renato, estava na Itália visitando a Vitrum, tradicional feira de nosso setor. O irmão de Roberta, Regis, e um primo, Tomás, tentaram salvar mais coisas, mas a enchente subiu tão rapidamente que tiveram de abortar a missão e se refugiar no 2º andar da empresa – lugar no qual ficaram por dois dias, até a água baixar.

Dois meses depois, em novembro, ainda se recuperando do baque, a Lajeadense teve de encarar outra cheia. “Essa não foi tão ruim na questão do volume de água, mas a gente estava há pouco tempo trabalhando na recuperação de maquinário, com equipamentos operando de novo, as coisas fluindo. E estragou tudo de novo. Tudo que a gente tinha investido financeiramente para recuperar foi pro lixo”, comenta a sócia-administrativa.

 

Família Arenhart: Regis, Renato e Roberta, responsáveis por comandar o negócio da processadora
Família Arenhart: Regis, Renato e Roberta, responsáveis por comandar o negócio da processadora

 

Negócio destruído
Estima-se que o prejuízo da enchente de 2024 gire em torno dos R$ 70 milhões. “É até difícil de precisar um número, porque foram tantas enchentes, e ainda tem a questão de não só o que a gente perdeu, mas o que deixou de faturar nesses meses”, explica Roberta. Só de matéria-prima, foram mais de 200 t de vidro inutilizadas. E o impacto poderia ser ainda maior: após a enchente de novembro, a empresa alugou um espaço na cidade vizinha Estrela, instalando ali parte da produção e o PCP – em Lajeado, ficaram três máquinas e todo o administrativo-comercial.

“A gente fez a manutenção dos maquinários estragados nas enchentes anteriores e eles voltaram a operar. O que foi bem-danificado foi o vidro temperado, pois ficamos sem o forno. Mas fomos até outras empresas ali da região da Serra para temperar. Esses parceiros nos ajudaram muito, abriram as portas para nós”, recorda Roberta.

 

Em outubro do ano passado, primeira viga da nova fábrica foi erguida, representando o renascimento da empresa após as enchentes
Em outubro do ano passado, primeira viga da nova fábrica foi erguida, representando o renascimento da empresa após as enchentes

 

Reconstrução
Em outubro, começou a reconstrução da empresa, agora não mais junto ao Taquari. “Hoje nós estamos com mais da metade do piso colocada na nova sede. Nos próximos dois meses, a gente vai estar com máquina ali. Depois, ainda tem a finalização do refeitório, a parte administrativa, comercial, escritórios. Mas a partir de junho ou julho já estaremos com a operação funcionando”, afirma Roberta. Para levantar os investimentos necessários, a Lajeadense recorreu a bancos parceiros de longa data. “Tivemos de fazer vários financiamentos para comprar o terreno, investir no prédio. Não temos uma conta fechada de tudo, e ainda vamos precisar de mais recursos para finalizar, mas está dando certo.”

A fábrica em construção será uma evolução da antiga: de 7 mil, passará a ter 12 mil m² em linha – o que significa maior otimização e eficiência, tanto no layout como nos processos, sem cantos mortos. Segundo a diretoria da processadora, o projeto foi pensado para o bem-estar do colaborador, com telhas térmicas para suportar o verão quente do Rio Grande do Sul, espaço para crianças e até quadra de esportes. “É um sentimento curioso, pois, se a gente não tivesse passado pelo que passou, não teria a oportunidade de recomeçar a empresa. Provavelmente, teríamos continuado ali sempre no mesmo lugar, fazendo puxadinhos para ampliar. E, agora, temos a chance de fazer uma empresa do zero, planejada para mais sessenta anos.

Conheça a Lajeadense

  • Fundada em 1958, como vidraçaria
  • Em 2002, passa a atuar como processadora
  • Conta com 100 funcionários atualmente
  • Nova sede terá 12 mil m² de área
  • Produção tem foco em vidros para projetos especiais – um dos carros-chefes são os insulados, comercializados com a marca Duoglass

 

Foto: Pedro Amorim
Foto: Pedro Amorim

 

“Foi a equipe que fez a gente não desistir da Lajeadense”

Roberta Lopes Arenhart comenta a importância de criar uma rede de apoio aos colaboradores afetados na vida pessoal pela tragédia de 2024

Em que momento vocês tiveram a dimensão da gravidade do que estava acontecendo no ano passado?
Roberta Lopes Arenhart – Foi um dia muito louco, parecia fim de mundo. Era o centro da cidade trancado, cada um correndo para um lado. A gente ficou em um lugar mais alto, em que conseguia acompanhar como estava a empresa. No meio da tarde, um amigo nosso de Lajeado, que tem jet ski, nos deu ajuda e levou meu irmão para pegar alguns documentos que ele achava importantes, do comercial, do administrativo. Fizeram duas viagens de jet ski e foi o que deu, por conta da correnteza. A gente salvou o que deu até certo momento; chega uma hora que não tem como botar nossa vida em risco.

O que chamou a atenção do setor foi a resiliência de vocês. Passado o momento mais crítico, a gente viu o engajamento de vocês para a recuperação do espaço físico, a ajuda aos colaboradores afetados. Como isso se deu?
RLA – Tudo na vida é experiência, né? Como a gente tinha sofrido com enchentes antes, isso fez com que tivesse mais força para lidar com a situação, mesmo com uma proporção muito maior. Quando baixou a água, vimos que a situação era catastrófica. E o que mais estava nos assustando era em relação aos colaboradores. A gente não tinha mais contato com todo mundo, pois ficamos sem sinal de celular em Lajeado.

Como a tragédia tomou essa proporção de nível nacional, empresas vidreiras de todo o Brasil começaram a nos chamar pelo Instagram e WhatsApp para ajudar de alguma forma. A gente falava para mandar mantimentos, roupas, cobertores, mas todo mundo queria enviar dinheiro. Então, pensamos em focar nos colaboradores que perderam a casa, perderam tudo. Por isso, abri um PIX, fizemos vídeo divulgando nas redes sociais e conseguimos arrecadar um valor muito legal, que foi dividido entre os funcionários. E como foi inacreditável a quantidade de valor doado, dividimos também entre os pais, sogros e irmãos de cada funcionário. No total, a gente conseguiu ajudar 35 famílias afetadas.

Você comentou sobre rede social, e a Lajeadense realmente tem um trabalho muito forte de comunicação pela Internet. Qual é a importância de ter esse contato mais próximo com o mercado?
RLA – Nós iniciamos esse trabalho mais forte a partir de 2021. Depois das enchentes, ganhamos bastantes seguidores e visibilidade nas redes sociais. E é muito legal ver o respaldo dos clientes e dos fornecedores acompanhando o que fazemos. A gente sabe que o nosso cliente final não está ali todo dia no Instagram, mas eu entendo muito essa questão de plantar para colher no futuro. Lá na frente, nosso cliente vai ser quem está hoje acompanhando as redes sociais. Por isso eu incentivo muito a questão da mão de obra, divulgar os projetos, o produto final.

Vocês estão otimistas com o ano de 2025 para o mercado vidreiro?
RLA – Eu tenho um pouco de dúvidas. Até agora não foi um ano tão positivo assim, mas acho que tem bastante coisa para acontecer, e talvez a gente consiga sair com algo positivo.

E como você imagina o futuro da Lajeadense, após a reconstrução pela qual estão passando?
RLA – Desde que eu entrei na empresa, sempre me imaginava indo para o mesmo local de trabalho, com as mesmas pessoas, tendo uma rotina padrão. E depois de tudo que aconteceu, a gente vê que a vida nos dá vários sustos, mas no final as coisas dão certo. Tenho certeza que a Lajeadense ainda tem muito a prosperar, principalmente com a equipe que a gente tem – pois é isso que faz a diferença no nosso dia a dia. Foi a equipe que não fez a gente desistir da Lajeadense. Olhar todo mundo ali engajado, querendo fazer acontecer, é isso que faz a diferença na nossa vida. Tenho certeza que vai dar certo.

Qual seria o seu conselho para empresas que estão passando por dificuldades?
RLA – Acho que o segredo foi ser uma empresa familiar com todo mundo um ao lado do outro. Às vezes era bem difícil, porque todo mundo ficava mal junto. Mas eu acho que isso faz a diferença, especialmente com uma equipe muito diferenciada como a nossa. A gente tem uma cultura muito forte, pois, além da nossa família lá dentro, nós temos uma relação de família com todo mundo. Então, talvez o segredo para conseguir passar por qualquer dificuldade seja ter uma equipe engajada que acredita no teu negócio e em quem tu confias.

Este texto foi originalmente publicado na edição 628 (abril de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Divulgação Lajeadense

VidroCast entrevista Glória Cardoso, da Blindex

Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, ao longo de março, o VidroCast recebeu e conversou com mulheres que fazem a diferença no nosso mercado. A primeira delas foi Glória Cardoso, gerente-geral da Divisão de Vidros para Arquitetura do Grupo NSG, detentor da marca Blindex. A conversa com Iara Bentes, superintendente da Abravidro e editora de O Vidroplano, abordou diversos assuntos, incluindo a trajetória na empresa, a busca por equidade de gênero no segmento vidreiro e como surgiu o Fórum Transparência com Elas. Leia alguns destaques a seguir – e confira a entrevista completa no canal da Abravidro no YouTube.

Você entrou como estagiária na Pilkington e desenvolveu sua carreira na empresa. Quais foram os grandes desafios e vitórias nessa jornada?
Glória Cardoso – Eu sempre falo que o grande desafio é a gente se manter diariamente motivado, querendo entregar o melhor trabalho possível independentemente do nível de carreira em que a gente se encontra. As coisas, quando são consistentes e sólidas, não acontecem com grandes saltos. Comecei na Pilkington, na Blindex, há catorze anos, como estagiária de Marketing e, até chegar à função em que estou hoje, passei pelos cargos de assistente de Marketing, analista de Marketing, coordenadora, gerente de Vendas, gerente de Marketing e, finalmente, gerente-geral. Então, se entregarmos sempre o melhor resultado que temos para entregar no dia a dia, é possível construir algo realmente sustentável.

O marketing é uma área com muitas mulheres, mas quando a gente olha para o mercado do vidro, ainda é um setor muito masculino. Você entende que o segmento tem caminhado em que ritmo em relação à equidade de gênero?
GC – Eu entendo que está todo mundo preocupado com isso, muito pelas questões de ESG, pelas certificações e pela imagem corporativa que se quer transmitir – mas, para trazer isso como um benefício para o ambiente de trabalho, e para que a equidade realmente aconteça, é muito nossa responsabilidade também. Antes de trabalhar a equidade de fora para dentro, eu acredito muito que a gente tenha de trabalhar a equidade de dentro para fora, se ver como uma profissional à altura de todos os outros que estão lá. Nós temos de nos colocar primeiro como equânimes do ponto de vista de competência, de possibilidades, anseios de carreira. Então, acho importante trabalhar isso em nós mesmas primeiro, para depois estimular as outras pessoas a fazer igual.

 

“Eu acredito muito que a gente tenha de trabalhar a equidade de dentro para fora, tenha que se ver como uma profissional à altura de todos os outros que estão lá.” Glória Cardoso
“Eu acredito muito que a gente tenha de trabalhar a equidade de dentro para fora, tenha que se ver como uma profissional à altura de todos os outros que estão lá.”
Glória Cardoso

 

Você é a primeira gerente-geral da Blindex nos mais de setenta anos de história da marca. Passado algum tempo após assumir essa posição, qual o balanço do que você viveu até agora na nova função?
GC – Meu balanço é muito positivo. Em 2023, quando eu assumi, a Blindex estava passando por um momento de reconfiguração do modelo de negócio da marca. O sistema de franquia se consolidou de 2003 a 2023, mas qual era o próximo passo, como fazer esse sistema continuar sendo relevante? Foi aí que a gente percebeu que unir duas têmperas, para ganhar eficiência logística, velocidade na produção e uma padronização no atendimento, faria muito mais diferença do que montar uma fábrica em São Paulo. Então, abrimos a primeira joint-venture entre dois temperadores com a Visatta, em São Paulo, olhando para os desafios do mercado, especialmente nesse Estado que é o grande polo econômico do Brasil, para o que exatamente as vidraçarias e o consumidor final precisam.

Essa é a principal característica da nossa marca: não “sentamos em cima” do sucesso da Blindex, não nos acomodamos e continuamos trabalhando do mesmo jeito de sempre. O meu papel hoje é trabalhar para o fortalecimento, a perenidade e a sustentabilidade da marca.

A Blindex tem realizado o Fórum Transparência com Elas. O evento chegou à sua 4ª edição no ano passado, reunindo mulheres para debater a presença feminina no empreendedorismo. Como surgiu essa ideia e qual o balanço que você faz das edições passadas?
GC – A ideia surgiu muito pequena: eu ainda estava no departamento de marketing e começamos a perceber que, dentro do nosso sistema Blindex de franquias, com os temperadores que levam a nossa marca para o mercado nacional, as lideranças femininas estavam aparecendo de forma muito proeminente. Hoje, a gente já tem grandes têmperas que são lideradas por mulheres. Além das têmperas, a gente tem também as vidraçarias, que são a linha de frente do mercado. E deu pra perceber que muitas vidraçarias também eram lideradas por mulheres. Só que, muitas vezes, dentro do nosso próprio setor, as pessoas nem sabem que as mulheres têm essa representatividade toda. E aí começamos a pensar em como mostrar essas histórias.

 

“Se a gente não ensinar o consumidor a identificar um produto original Blindex, é muito fácil ele ‘levar gato por lebre’.” Glória Cardoso
“Se a gente não ensinar o consumidor a identificar um produto original Blindex, é muito fácil ele ‘levar gato por lebre’.”
Glória Cardoso

 

O Transparências com Elas surgiu no momento em que eu estava voltando da licença-maternidade e essa questão feminina estava à flor da pele. Como nesse momento a gente fica com incertezas, comecei a refletir muito sobre isso, sobre por que eu estava tão insegura. E as outras mulheres, que estão voltando de licença também? E quais são os outros desafios que deixam as mulheres inseguras? Então, a gente começou a coletar as histórias de profissionais, sendo proprietária da empresa ou uma funcionária, e vimos que aquilo teve uma repercussão muito grande: as mulheres começaram a trocar experiências entre si e a se apoiarem muito mais. Quando se conhece a história da outra pessoa, existem alguns pontos de similaridade com a nossa história que acabam nos confortando. Os desafios são semelhantes e as coisas que nos assustam também.

Vimos que isso ajudou muitas pessoas: começamos a receber feedbacks muito positivos, de mulheres falando que o fórum mudou seu ano e as perspectivas do que elas podem fazer dentro das suas carreiras e possibilidades. Em 2024 houve muitos eventos e o fórum não coube na agenda, mas em 2025 será retomado com certeza.

A Blindex é uma marca forte, com mais de setenta anos de mercado, e se transformou em sinônimo de vidro temperado para o consumidor final – ao invés de falar que um vidro é temperado, ele diz que é um “Blindex”. Qual a responsabilidade de gerar uma marca que carrega esse simbolismo?
GC – É muito grande. É claro que é um orgulho, não é qualquer marca que consegue consolidar esse reconhecimento, mas é uma responsabilidade no sentido de que a gente precisa educar o consumidor a identificar o que é um vidro temperado da marca Blindex, para conscientizar as pessoas e para resguardar a marca. Quando as pessoas chamam um produto pelo nosso nome, se acontece algum problema, o nosso nome também acaba vinculado a esse problema: no nosso SAC, recebemos frequentemente reclamações de quebra de vidro e, quando perguntamos se o vidro está com a gravação na superfície, a pessoa responde que não tem marca nenhuma, mas diz que o vidraceiro garantiu que era Blindex – então, se a gente não ensinar o consumidor a identificar um produto original Blindex, é muito fácil ele “levar gato por lebre”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 627 (março de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Ivan Pagliarani

Edison Claro de Moraes participa do VidroCast

A temporada 2025 do VidroCast começou: na retomada das atividades do podcast da Abravidro, Iara Bentes, superintendente da entidade e editora de O Vidroplano, conversou com Edison Claro de Moraes, diretor da Atenua Som e idealizador do VidroSom, evento que há anos discute o potencial de conforto acústico de janelas e portas.

Além de falar sobre o vidro e a esquadria como soluções para o conforto acústico, Moraes comentou a experiência da sucessão familiar na Atenua Som com sua filha Nicole Fischer, diretora operacional da empresa e vice-presidente de Economia e Estatística da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), e ainda a chegada ao Brasil do evento Inter-Noise, um dos principais desse segmento no mundo. Leia a seguir alguns destaques da conversa – a íntegra do podcast pode ser conferida no canal da Abravidro no YouTube e nas plataformas Spotify, Deezer e SoundCloud.

O insulado é um vidro que atende muito bem tanto o conforto acústico como o térmico, mas é pouquíssimo utilizado no Brasil. Qual a importância de os arquitetos e engenheiros conhecerem mais sobre essa solução e se preocuparem mais com ela ao tratar com o cliente?
Edison Claro de Moraes – O consumo nacional de insulado é uma vergonha para nosso segmento, e nós estamos perdendo um tempo enorme em relação a outros mercados. O Brasil vai ferver, a temperatura está aumentando em todo o País, o aumento do ar-condicionado já é uma realidade, e o uso do insulado na construção civil nesse sentido é fundamental. O Fernando Westphal tem um estudo maravilhoso que mostra que, se você colocar insulado nas obras do Minha Casa, Minha Vida numa região quente, por exemplo, a economia com ar-condicionado paga esse investimento em quatro a cinco anos.

Infelizmente, nosso setor foi por um caminho que coloca um tipo de vidro brigando com o outro, quando na realidade eles se complementam: se você usar um laminado dentro do conjunto do insulado, você tem ganhos ainda maiores de desempenho, e não faz nem cosquinha no custo total de uma obra.

Quando falamos de acústica, o vidro insulado é sempre a melhor solução?
EM – Olha, já quase arrumei cada briga… Eu digo que sim, e não tenho medo de errar; pode chamar o pessoal do vidro, os consultores, quem for. As vantagens do insulado são tantas: na comparação, o laminado tem ganho na baixa frequência, mas na alta frequência o insulado acaba tendo uma certa vantagem. Se você pensar que o sistema insulado preenche melhor o perfil do que uma chapa de vidro só, pela sua espessura maior, você tem um ganho na hora em que faz as vedações no próprio perfil – e depois tem ainda a questão térmica e de combinação de vidros, trazendo uma série de vantagens. Então, eu não pensaria duas vezes se tivesse que escolher.

 

“Infelizmente, nosso setor foi por um caminho que coloca um tipo de vidro brigando com o outro, quando na realidade eles se complementam.” Edison Claro de Moraes
“Infelizmente, nosso setor foi por um caminho que coloca um tipo de vidro brigando com o outro, quando na realidade eles se complementam.”
Edison Claro de Moraes

 

Em agosto do ano passado, você estava de malas prontas para participar de um evento no exterior sobre acústica e disse que voltaria com novidades. Que evento foi esse e quais as novidades que você trouxe?
EM – Entre os eventos que participei no ano passado, o mais importante foi em Nantes [na França], o InterNoise. Trata-se do maior evento de acústica arquitetônica do mundo: em 2024, participaram pessoas de 62 países (mais que uma Copa do Mundo), com um total de 1.800 participantes. Nos quatro dias de InterNoise, discutiu-se tudo sobre desempenho – para se ter uma ideia, um dos dias da programação foi só para o vidro –, e foi possível ver tecnologias, pesquisas.

Este ano, o InterNoise será realizado aqui no Brasil, em agosto: depois de 21 anos, conseguimos trazer o evento.

Por favor, fale um pouco sobre a programação desse evento.
EM – Ele vai reunir as maiores expertises sobre acústica. O Brasil forma muitos excelentes profissionais e PhDs nesse tema, mas infelizmente costumamos perdê-los. Em Nantes ano passado, devo ter visto no mínimo uns cinquenta brasileiros que estão trabalhando no exterior, alguns deles com soluções e tecnologias incríveis, e esse povo todo vai vir para cá. Será uma boa oportunidade para trocar informações, aprender e expor sua marca, tanto para o Brasil como para o exterior.

 

“Ter um negócio nesse segmento não é fácil, então a pessoa que tiver o privilégio de ter um sucessor não deve atrapalhá-lo.” Edison Claro de Moraes
“Ter um negócio nesse segmento não é fácil, então a pessoa que tiver o privilégio de ter um sucessor não deve atrapalhá-lo.”
Edison Claro de Moraes

 

Em relação à sucessão familiar, que é um assunto recorrente tanto no setor de vidro como no de esquadria, sua filha Nicole tem uma atuação muito forte no segmento. Foi você o responsável por colocá-la para atuar nesse mercado?
EM – Há alguns anos, ela tinha acabado de voltar de um intercâmbio na Suécia. Sentei com ela e perguntei: “Você está aqui na empresa por mim ou por você?”. Ela respondeu: “50% por mim e 50% por você”. Isso doeu em mim. Depois de uma semana, falei que ela podia ir embora, que estava tudo bem, eu contrataria outra pessoa, mas pedi para dar uma pensada antes, porque eu não queria atrapalhar sua vida. Passou um tempo, e ela ficou.

Acho que hoje estou no negócio por causa dela, e não o contrário – não é minha filha que trabalha para mim; sou eu que trabalho para ela [risos]. E digo mais: ter um negócio nesse segmento não é fácil, então a pessoa que tiver o privilégio de ter um sucessor não deve atrapalhá-lo. É complicado falar dos próprios filhos, mas eu tenho muito orgulho dela, ela trabalha pra caramba, então espero que toque esse negócio e faça a diferença na vida das pessoas.

Você quer deixar algum recado para quem acompanhou nosso papo?
EM – Eu tenho uma paixão grande pelo segmento, e gostaria que ele fosse melhor, que saísse da mesmice. Acho que está faltando um pouco mais de coragem e de amor, de não ficar pensando só em números e cifrões. O vidro é um dos materiais mais nobres da construção civil. Por que a gente vai pendurar qualquer coisa em volta dele?

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: reprodução

AGC participa de entrevista no VidroCast

No começo de outubro, o VidroCastpodcast da Abravidro – recebeu Isidoro Lopes, presidente da AGC no Brasil, e Marcelo Botrel, anunciado em agosto como novo gerente-executivo Comercial e de Marketing da divisão de Vidros Arquitetônicos para a América do Sul. Os dois executivos conversaram com Iara Bentes, superintendente da Abravidro e editora de O Vidroplano: o bate-papo abordou do retorno de Botrel ao setor vidreiro e os objetivos da empresa no Brasil, até um balanço dos resultados em 2024 e as perspectivas para o Simpovidro. A seguir, confira alguns destaques da entrevista.

Botrel, antes de tudo, bem-vindo de volta! Você já atuou no setor em outra usina de base e deixou o mercado em 2014. O que você tem observado de diferente nesse primeiro mês de atividades, após dez anos?
Marcelo Botrel – Ainda é muito cedo para falar, mas para mim foi muito bom, pois estou revendo muitos amigos de longa data, com várias empresas que evoluíram muito. Isso é ótimo porque significa que elas se organizaram e cresceram.

Na nota em que a AGC anunciou a vinda do Botrel, vocês informaram que dois dos principais objetivos da empresa são contribuir para o fortalecimento da marca e colaborar com o planejamento estratégico da AGC aqui na região. Como esperam obter sucesso nesse desafio?
Isidoro Lopes – Obviamente, ao trazer um executivo do nível do Marcelo, com a experiência que ele tem, nós queremos não só vender vidro: queremos parcerias duradouras com os nossos clientes, buscar modelos de negócios e parceiros para outras atividades e ajudar os clientes no desenvolvimento dos seus negócios, para que seja uma relação de ganhos para todos os parceiros que estão com a AGC.

Vocês dois conhecem bastante o nosso setor e a cadeia de processamento. Estreitar o relacionamento com esse público é um desafio para a AGC?
MB – Sim, é um desafio. Se você me uma pequena observação que eu faço desses últimos tempos em que fiquei fora do setor, essa relação era mais cultivada no passado. Então, acho que é uma oportunidade; o relacionamento com a cadeia de processamento sempre é um componente importante nessa indústria. Não significa que esse distanciamento tenha acontecido por parte de todas as indústrias: vejo que na AGC, por exemplo, há um cuidado muito grande na relação com esses clientes, tanto na confecção de produtos como na atenção com o atendimento.

 

“Na área de vidros arquitetônicos do nosso país, ainda há muitas oportunidades de crescimento dentro da construção civil” (Isidoro Lopes)
“Na área de vidros arquitetônicos do nosso país, ainda há muitas oportunidades de crescimento dentro da construção civil”
(Isidoro Lopes)

 

Isidoro, numa conversa recente, você comentou um movimento que foi feito pela AGC na Europa, o “from volume to value” (do volume para o valor). O Brasil tem condições de fazer esse movimento também, considerando as adversidades que o nosso mercado vem enfrentando com a entrada de grandes volumes de vidro importado no País?
IL – Acho que toda a cadeia do vidro no Brasil busca isso. Obviamente, o Brasil ainda busca volume; todos ainda têm uma necessidade de volume para manter o negócio competitivo. Mas você pode observar que produtos de valor agregado estão sendo lançados a todo momento, como vidros refletivos, laminados de temperados, serigrafados… É uma tendência natural do segmento buscar mais valor agregado. Na área de vidros arquitetônicos do nosso país, ainda dá para trabalhar muito em termos de volume; há muitas oportunidades de crescimento dentro da construção civil, e a gente também pode agregar valor a esse volume – dá para fazer os dois: “volume and value”.

Vocês lançaram recentemente o vidro de controle solar Sunlux Champanhe. Como o mercado recebeu essa novidade?
MB – O mercado recebeu muito bem: já temos vários clientes interessados e recebemos vários pedidos. Esse é um produto com foco tanto para a construção civil como para a indústria moveleira; é muito versátil, muito bonito e tem um bom nível de controle térmico – só traz vantagens.

Já estamos fechando o terceiro trimestre e entrando na reta final do ano. Qual o balanço que a AGC faz da performance do setor em 2024?
IL – De forma resumida, devemos fechar este ano um pouco acima de 2023 – algo em torno de 3%. Nós esperávamos um cenário um pouco pior, mais nebuloso; estamos vendo uma inflação mais controlada, o PIB já chegando perto dos 3%, o índice de confiança da construção civil vem subindo… estamos mais otimistas. E, para 2025, esperamos mais um pequeno crescimento.

 

“Vejo que, na AGC, há um cuidado muito grande na relação com os clientes, tanto na confecção de produtos como na atenção com o atendimento” (Marcelo Botrel)
“Vejo que, na AGC, há um cuidado muito grande na relação com os clientes, tanto na confecção de produtos como na atenção com o atendimento”
(Marcelo Botrel)

 

Quais são as grandes diferenças em termos de demanda por produto no Brasil, na comparação com outros países?
IL – O mix de vidro incolor na Europa, por exemplo, é muito baixo, acho que menor que 5%; há um grande uso lá de vidros insulados e refletivos, entre outros – ou seja, esses produtos que, no Brasil, são chamados de especiais, para eles já são uma demanda normal.

Quais vocês acham que seriam os caminhos para a gente conseguir desenvolver o mercado brasileiro nos níveis da Europa e dos Estados Unidos?
MB – Acho que esse desenvolvimento passa pelo investimento em tecnologia – mas, para investir mais do que já está sendo feito, é preciso tornar sua empresa rentável. Todo mundo tem que estar ganhando: o cliente também, o processador também; se a indústria caminhar nesse sentido, pode-se buscar mais tecnologia, mais equipamentos, mais profissionais. As parcerias com as associações são fundamentais para transmitir o conhecimento para esse desenvolvimento. E é preciso que o País dê as condições para que a população tenha mais acesso à informação e a recursos financeiros, para que ela possa então buscar e consumir produtos de qualidade mais alta.

Por último, quais são as suas expectativas para o Simpovidro?
MB – Eu estou ansioso para reencontrar muita gente; a AGC estará em peso lá com a nossa equipe comercial. É um encontro que promove a integração. Quando você conecta o fabricante, o cliente final e até o vidraceiro, isso é muito bom para a cadeia do vidro: todos devem estar na mesma página, e o Simpovidro é um ambiente propício para isso.

IL – A AGC enxerga o Simpovidro como uma união do segmento; é uma ocasião extremamente importante para manter essa ligação entre os vários elos da nossa cadeia e para discutir temas importantes para o setor vidreiro como um todo, com o adicional de ser um ambiente mais descontraído, com todos se conhecendo também como pessoas, não só como profissionais.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Ivan Pagliarani

VidroCast traz episódio sobre gestão e finanças

Cuidar da gestão e das finanças de uma empresa não é uma tarefa simples: é preciso acompanhar atentamente tanto os indicadores internos como o cenário externo para a tomada de decisões – e todo esse cuidado se torna ainda mais importante em um mercado tão concorrido como o vidreiro. Para ajudar os gestores do nosso setor nesse trabalho, o VidroCast recebeu dois convidados especiais: Flávio Málaga, mestre e PhD em finanças, confirmado como um dos palestrantes do 16º Simpovidro (veja mais clicando aqui); e Victor Villas Casaca, presidente do Sinbevidros-SP e vice-presidente da Abravidro.

Málaga e Casaca conversaram com Iara Bentes, superintendente da Abravidro e editora de O Vidroplano, abordando tópicos como fluxo de caixa, o perigo de entrar em “guerra de preços” e as particularidades de empresas de gestão familiar. A seguir, confira alguns destaques do episódio – e assista à entrevista completa no YouTube.

Antes de entrar na parte complexa da nossa conversa, gostaria de começar com uma provocação: qual o objetivo de uma empresa?
Flávio Málaga – Essa é uma pergunta cuja resposta varia de acordo com quem responde. De forma geral, independentemente do perfil da empresa, o objetivo deveria ser sempre o mesmo: os gestores-executivos entenderem o que se passa financeiramente, se é algo sustentável e, a partir daí, tomar decisões sobre o que fazer com ela, se mexe ou não na política de preços, avaliando a produtividade e a eficiência e tomando decisões com base nesses dados para manter o negócio sustentável.

Victor Casaca – Olhando para o nosso mercado, quando um investidor aporta capital, ele quer remunerar esse capital da forma mais eficiente possível – e, se estiver assumindo algum risco, ele vai querer um retorno acima do que o mercado daria para ele. Acho que o vidro, uns quarenta anos atrás, passou por uma “época de ouro”, com poucos players e margens mais atrativas, em que o controle não era tão necessário. Como todo mercado, o setor cresceu, as margens foram ficando mais apertadas e, por isso, o desenvolvimento do controle do negócio se faz essencial.

 

“Quando você tem a família se sustentando pelo negócio, com pessoas não preparadas para a função, isso tende a levar a conflitos societários” (Flávio Málaga)
“Quando você tem a família se sustentando pelo negócio, com pessoas não preparadas para a função, isso tende a levar a conflitos societários”
(Flávio Málaga)

 

Qual a importância do fluxo de caixa em uma empresa, em especial no caso do perfil geral das empresas vidreiras, em que o investidor é o próprio dono?
FM – Como o fluxo de caixa é uma dinâmica consolidada de três atividades, é importante saber pegar essa métrica e abri-la nestas três vertentes: operacional, de investimento e de financiamento – lembrando que o fluxo de caixa da operação é o grande lastro da empresa, então é muito importante conhecer não só o fluxo consolidado, mas também as métricas separadas.

VC – As pessoas muitas vezes não entendem a variação de caixa, ou seja, por que o lucro não vira caixa, e esse é um problema muito sério em diversas empresas: “Por que o meu caixa diminuiu se o meu lucro aumentou?”. Os gestores acham que o simples aumento de vendas vai gerar caixa de alguma forma, e não é bem por aí.

Então, qual a relação entre lucratividade e política de preço?
FM – A política de preço é direcionadora das receitas e da capacidade de agregar valor ao custo que você tem para fornecer um produto ou serviço. Nem todos os clientes são iguais: alguns toleram precificações maiores – alguns serviços permitem diferenciar um cliente do outro. O importante é poder calibrar a estratégia de precificação de acordo com o perfil do seu cliente, mas você também precisa conhecer seus custos. O grande problema é quando a empresa trabalha com capacidades ociosas, e isso leva a uma briga de preços no mercado: gera o vício do cliente e compromete a sustentabilidade do negócio.

VC – Essa política comercial tem reflexos péssimos para o setor como um todo. Algo que seria pontual acaba se tornando recorrente e a gente entra numa espiral negativa sem fim. E acredito que muito dessa espiral aconteça por falta de conhecimento financeiro, por querer acompanhar o concorrente até o último gole, sem entender que aquilo já virou um prejuízo. É o ego, a emoção, falando acima da razão.

O preço não deveria ser um diferencial no mercado vidreiro, considerando que as condições para as empresas são muito parecidas, mas na prática é ele que define quem ganha a venda. Como a gente faz para reverter esse cenário?
FM – Não há uma resposta simples; em todo caso, você tem que olhar para dentro: onde trabalhar o seu ciclo operacional e financeiro, saber lidar com estratégias de preços pontuais para clientes específicos e extrair o máximo da eficiência da sua gestão. E, nessas horas, se tomar suas decisões às cegas, sem algo que dê algum embasamento, a chance do seu negócio ter um colapso é grande.

 

“Os gestores acham que o simples aumento de vendas vai gerar caixa de alguma forma, e não é bem por aí” (Victor Casaca)
“Os gestores acham que o simples aumento de vendas vai gerar caixa de alguma forma, e não é bem por aí”
(Victor Casaca)

 

A Abravidro tem uma contribuição importante nesse sentido de criar uma cultura de dados para o nosso setor no Brasil com os nossos dois levantamentos, o Panorama Abravidro e o Termômetro Abravidro, ambas fornecendo informações a se somar para a tomada de decisão do gestor. Mas vemos que nem todas as empresas contribuem para essas pesquisas ou consomem esses dados.
VC – Sim, e isso é uma pena, porque são materiais muito ricos. O próprio Termômetro nos dá uma visão de curtíssimo prazo do que está acontecendo e permite ao gestor da empresa compará-la aos seus pares para identificar se ela está sendo eficiente ou não. A base para qualquer planejamento é entender o cenário em que seu negócio está inserido.

Quais são as principais diferenças entre as empresas com gestão familiar e as com gestão executiva?
FM – Eu prefiro não rotular que a gestão executiva seja melhor que a familiar. Conheço muitas famílias que conseguiram tornar suas empresas uma potência. Minha recomendação para as empresas familiares é que elas tenham uma gestão cada vez mais profissionalizada, mesmo que seja feita pela própria família. Se você tem familiares que são absolutamente competentes, por que não? A questão é quando você tem a família se sustentando pelo negócio sem entender o que a operação pode gerar, com pessoas que recebem mais do que o mercado pagaria e que não estão preparadas para a função. Isso tende a levar a conflitos societários entre pais, filhos e irmãos que não se falam, e a empresa vira uma gestão pessoal de conflitos. É preciso ter em mente que o que importa é a sustentabilidade do negócio, porque é ele que sustenta a família. O segredo não é binário – entre uma gestão totalmente profissionalizada e outra totalmente familiar, há vários cenários intermediários.

Este texto foi originalmente publicado na edição 621 (setembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: reprodução