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Conheça um pouco do conteúdo da ABNT NBR 16835

Este ano, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a norma ABNT NBR 16835:2025 — Ferragens para vidro temperado – Requisitos, classificação e métodos de ensaio, documento que estabelece os requisitos para fabricação, dimensionamento, segurança, funcionamento e acabamento superficial das ferragens para vidro temperado. A edição passada de O Vidroplano abordou o processo de publicação da ABNT NBR 16835 e a importância dela para o nosso setor. Agora, é hora de conhecer um pouco mais sobre o conteúdo e as determinações presentes nessa norma.

Escopo
As ferragens tratadas pela ABNT NBR 16835 são aquelas utilizadas para a fixação de vidros temperados monolíticos, de 8 ou 10 mm, móveis ou fixos, utilizados para o fechamento ou separação de áreas e ambientes internos ou externos. Fazem parte desse grupo de ferragens:

  • Dobradiças
  • Fechaduras e contrafechaduras
  • Trincos e contratrincos
  • Pivôs
  • Suportes
  • Puxadores
  • Roldanas

Vale observar que a norma já prevê que as ferragens que não estejam citadas em seu texto, ou novas ferragens que vierem a ser desenvolvidas para a mesma aplicação, também devem estar de acordo com a norma, pois ela trata dos requisitos mínimos de desempenho que qualquer ferragem para vidro temperado deve atender.

Por outro lado, a ABNT NBR 16835 não se aplica às ferragens para:

  • Envidraçamento de sacadas;
  • Fachadas tipo cortina;
  • Guarda‑corpos ou sistemas diferenciados;
  • Ferragens fabricadas para utilizações especiais e aplicações específicas – como, por exemplo, blindagens e sistemas de proteção ao fogo

Composição
De acordo com a norma, os materiais empregados na fabricação das ferragens para vidro devem ser resistentes à corrosão e às solicitações dos esforços mecânicos a que os componentes estão sujeitos durante sua instalação, utilização e manutenção. Além disso, também não podem facilitar o desenvolvimento de atividade biológica.

Na fabricação dos componentes das ferragens para vidro, os materiais metálicos e não metálicos devem atender tanto as normas correspondentes para cada tipo de material como os requisitos dessa nova norma.

Identificação do fabricante
O nome ou a marca de identificação do fabricante das ferragens para vidro devem estar marcados no produto de forma permanente e legível. A norma recomenda que seja possível identificar o fabricante após a instalação da ferragem.

Apresentação e acabamento

  • As peças devem possibilitar a montagem entre elas, resultando em um conjunto esteticamente harmonioso;
  • As peças aparentes do conjunto ferragem para vidro não podem apresentar defeitos visuais perceptíveis, como, por exemplo, rebarbas, riscos e batidas, desde que não sejam inerentes ao processo de fabricação ou ao tipo de acabamento, e que não causem danos ao usuário

Responsabilidades
O fabricante deve se responsabilizar por disponibilizar, fabricar e fornecer todos os componentes necessários para a instalação e o funcionamento adequado das ferragens para vidro.

Códigos e classificações
A ABNT NBR 16835 apresenta tabelas que indicam os códigos das ferragens para vidro temperado, assim como sua descrição e sua aplicação. Também são apresentadas figuras (meramente ilustrativas) das ferragens para vidro temperado.

 

Exemplo da apresentação de códigos e classificações das ferragens
Exemplo da apresentação de códigos e classificações das ferragens

 

Recortes – Dimensões e geometrias
Para possibilitar a instalação no vidro temperado, cada ferragem exige que sejam feitos recortes e/ou furos na peça de vidro antes de ela passar pelo tratamento térmico. Esses recortes e furos são padronizados em função do tipo e do código de cada uma das ferragens para vidro temperado. A ABNT NBR 16835 apresenta uma tabela informando quais as medidas referentes a esses recortes – como exemplo, veja o recorte da fechadura 1520 apresentado no documento:

 

Recorte para ferragens 1520, 1504 e 1531 (dimensões em milímetros; nota: desenho fora de escala)
Recorte para ferragens 1520, 1504 e 1531 (dimensões em milímetros; nota: desenho fora de escala)

 

Informações técnicas
De acordo com a norma, o fabricante das ferragens para vidro temperado deve disponibilizar, em mídias físicas ou digitais, de forma clara e visível:

  • O nome ou a marca de identificação do fabricante;
  • O código do produto;
  • As especificações técnicas, como, por exemplo, dimensões, carga máxima suportada e recortes;
  • Instruções de instalação e manutenção;
  • Orientações para utilização e conservação do produto;
  • Os materiais utilizados na fabricação dos componentes;
  • As regras ou os prazos de garantias, conforme a norma ABNT NBR 17170 — Edificações – Garantias – Prazos recomendados e diretrizes

Acesso gratuito à norma de ferragens
Os associados da Abravidro já podem acessar, gratuitamente, a ABNT NBR 16835 pelo ABNT Coleção: basta entrar no sistema, preencher os campos “empresa”, “usuário” e “senha” (caso já tenha usado o ABNT Coleção antes), e clicar em “Entrar”. Depois, dentro do sistema, é só procurar pela ABNT NBR 16835.

O cadastro dos usuários é feito pela própria Abravidro junto à ABNT. Caso o associado nunca tenha acessado o ABNT Coleção, ele deve entrar em contato com a entidade pelo telefone (11) 3873-9908 para solicitar o cadastro. Assim que for feito, a Abravidro enviará na sequência o login e a senha para sua empresa.

Este texto foi originalmente publicado na edição 628 (abril de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Cris Martins

ABC Temper conquista certificação para vidros temperados

Mais uma processadora brasileira se interessou por expandir seus negócios e demonstrar a segurança de seus produtos: a ABC Temper, de São Bernardo do Campo, município da Região Metropolitana de São Paulo, conquistou a certificação Inmetro para vidros temperados das espessuras de 6, 8 e 10 mm. O processo se deu por meio do Instituto Beltrame da Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq).

O Vidroplano conversou com Rafael Mateus, sócio-diretor da empresa, para entender a importância da chancela para os negócios. A seguir, ele comenta o assunto em detalhes.

 

Funcionários da ABC Temper: acima, equipe de administração da empresa; no topo da reportagem, a equipe do setor de produção
Funcionários da ABC Temper: acima, equipe de administração da empresa; no topo da reportagem, a equipe do setor de produção

 

Motivos para a certificação
“Com a certificação, acreditamos na geração de maior confiança na marca e nos nossos produtos, além da possibilidade de atender novos mercados. Mais credibilidade à ABC Temper perante os nossos clientes e consumidores é algo muito relevante no mercado, principalmente pelo compromisso de manter os processos industriais de acordo com as normas técnicas vigentes.”

Como foi o processo
“Devido à empresa já ter os processos muito bem-definidos, realizar as mudanças indicadas para a certificação foi muito rápido, durou cerca de 120 dias – com início em outubro do ano passado e término em janeiro deste ano. Por isso mesmo, não tivemos dificuldades para as adequações, pois já estávamos adequados para atender as normas. Após a fabricação das amostras, os ensaios ficaram agendados para quinze dias depois, sendo realizados no Instituto Falcão Bauer.”

Aprendizado
“O principal fator foi nossa equipe ter entendido a importância da rastreabilidade dos produtos. Somos gratos a todos os colaboradores, pois sempre foram prestativos, demonstrando interesse em aprender. Quero citar também a Abravidro, que, com o consultor Edweiss Silva, foi fundamental em toda a implementação. O alto conhecimento do Ed e a facilidade para se comunicar com todos da equipe possibilitaram o fácil acesso e aprendizado no decorrer do processo.

Investimento x retorno
“Nesse curto período recebemos inúmeros elogios de nossos clientes, o que, por si só, já é um fator muito importante. O investimento inicial é alto, porém necessário: acreditamos fortemente que ele se pague em um curto período de tempo.”

 

abctemper3-abr2025

 

Conheça a ABC Temper
Fundada em 2010, a empresa atua como processadora de vidro há quinze anos. No início de suas atividades, prestava serviços de mão de obra de têmpera, atendendo vidraceiros. Atualmente, tem como clientes distribuidoras de vidro, vidraçarias e serralherias, tendo se consolidado ao longo do tempo como uma referência em vidros temperados na região do ABC paulista.

Este texto foi originalmente publicado na edição 628 (abril de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Divulgação ABC Temper

ABNT publica norma de ferragens para vidro temperado

No dia 12 de março, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a norma ABNT NBR 16835 — Ferragens para vidro temperado – Requisitos, classificação e métodos de ensaio. O documento passou por consulta nacional de dezembro a janeiro, recebendo contribuições de ajustes que foram avaliadas e aprovadas pelos membros participantes da comissão de estudo responsável pela sua elaboração.

Requisitos bem-definidos
Segundo Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, a nova norma foi elaborada visando à segurança das aplicações para o temperado. Nesse sentido, o documento apresenta os requisitos de qualidade, durabilidade e resistência mecânica que as ferragens para temperados devem apresentar, bem como a sua rastreabilidade, exigindo que contenham a identificação do fabricante. “Ela apresenta também os limites máximos de peso e dimensão do vidro de acordo com o modelo da ferragem, fornecendo ao vidraceiro a referência adequada à instalação a fim de garantir mais segurança na aplicação.”

Clélia destaca que, embora a ABNT NBR 16835 não aborde todas as ferragens existentes, o documento serve de igual modo como referência para aquelas que não são apresentadas no texto. “Como a própria norma cita, as ferragens não incluídas, ou que vierem a ser desenvolvidas para a mesma aplicação, devem atender os requisitos especificados na ABNT NBR 16835, pois seu conteúdo apresenta requisitos mínimos de desempenho para qualquer ferragem para vidro”, explica.

Colocando os produtos em conformidade
Os engenheiros Robson Campos de Souza e Roney Honda Margutti – respectivamente, coordenador da Comissão de Estudo de Ferragens para Vidro (ABNT/CE-248:004.001) e gestor do Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248) – informam que a elaboração da ABNT NBR 16835 contou com a colaboração de várias partes interessadas no assunto, com a presença assídua e colaborativa das principais empresas fabricantes de ferragens para vidro, dos consumidores e usuários do produto. “Destacamos ainda a participação massiva de todo o setor vidreiro nos dez anos de desenvolvimento do projeto de norma, refletindo exatamente as expectativas, demandas e anseios do setor”, comenta Souza.

Uma das contribuições mais importantes da norma é a padronização e responsabilização de todos os elos da cadeia produtiva: será possível identificar se a ferragem ideal foi especificada para uma determinada aplicação e peso de vidro; se o vidro correto foi utilizado para essa aplicação; e se os recortes nas chapas foram feitos corretamente para a referida ferragem, garantindo a segurança e o desempenho do produto e permitindo identificar onde pode ter ocorrido um eventual erro.

De acordo com Souza e Margutti, agora, com a divulgação do texto, as fabricantes de ferragens poderão buscar os organismos de avaliação da conformidade para demonstrar aos consumidores e usuários que seus produtos funcionam conforme as diretrizes do documento. “Entendemos que a publicação da ABNT NBR 16835 vai proporcionar inúmeros benefícios ao setor vidreiro nacional, estabelecendo uma nova era”, avalia Souza.

Vale destacar que, pelo sistema ABNT Coleção, a ABNT NBR 16835 já pode ser acessada gratuitamente, em formato online, pelos associados da Abravidro, assim como todas as normas técnicas do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) e outras normas selecionadas relacionadas a nosso material.

Este texto foi originalmente publicado na edição 627 (março de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Termômetro Abravidro – Janeiro 2025

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Janeiro 2025

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento importante nas vendas faturadas em m² em janeiro de 2025 em relação a dezembro.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 12,7% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com dezembro, considerando ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (68 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Ed Silva explica o processo de certificação do vidro temperado

Estima-se que o mercado brasileiro tenha hoje quase seiscentas processadoras. Mesmo assim, apenas oitenta delas têm seus vidros temperados certificados. Buscando conscientizar o setor sobre a importância de obter a chancela concedida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o VidroCast recebeu Edweiss Silva – mais conhecido como Ed –, consultor de certificação da Abravidro, para um bate-papo informativo com Iara Bentes, superintendente da associação e editora de O Vidroplano. Leia a seguir alguns pontos abordados na conversa e assista ao episódio na íntegra no canal da Abravidro no YouTube.

Ed, o que é a certificação do vidro temperado?
Ed Silva – É bem simples: é a autorização do Inmetro para que as empresas possam ostentar seu selo de qualidade, o reconhecimento máximo do organismo no Brasil para atestar a qualidade dos produtos.

Esse direito de ostentar a marca do Inmetro é resultado de um processo por parte da empresa que busca essa certificação. Como é esse processo?
ES – Em resumo, a empresa precisa, primeiro, instalar um sistema de gestão da qualidade para que o processo produtivo e administrativo siga alguns requisitos mínimos. Na sequência, o produto fabricado – no caso, o vidro temperado – deve ser testado por laboratórios acreditados pelo Inmetro. Se tanto a gestão da empresa como o resultado dos ensaios do produto forem aprovados, ela recebe a concessão para utilização do selo.

No caso do temperado, quais são as vantagens que a certificação traz para a processadora certificada?
ES – São várias vantagens. Uma delas é poder mostrar para o seu consumidor que aquele vidro foi testado e tem qualidade reconhecida, o que já traz uma visibilidade diferente. Outro ponto importante é que, com esse sistema de gestão da qualidade, a empresa passa a ter melhor controle sobre os seus processos e consegue, com isso, obter melhores resultados no dia a dia. Vale destacar também a segurança jurídica lá na frente: caso aconteça algum problema, a empresa terá mais facilidade para comprovar que atende as normas técnicas.

 

“A empresa que passa pela certificação tem melhor controle sobre os seus processos e consegue melhores resultados no dia a dia” Ed Silva
“A empresa que passa pela certificação tem melhor controle sobre os seus processos e consegue melhores resultados no dia a dia”
Ed Silva

 

E para o consumidor final, que vai comprar um boxe de vidro certificado, por exemplo, qual é a vantagem para ele?
ES – Para o consumidor, a vantagem é a confiabilidade de que está colocando um produto na casa dele para a segurança dos seus familiares, um produto com mais credibilidade que os demais, pelo fato de ter sido testado, aprovado e monitorado. A gente até brinca que certificar é fácil, o difícil é a empresa manter a certificação, porque ela precisa passar periodicamente por auditorias para que o processo e a gestão de qualidade do produto sejam mantidos.

Qual a diferença entre a certificação do vidro temperado e a certificação ISO?
ES – A ISO 9001 é uma certificação de sistema de gestão; é um processo mais abrangente na empresa e acompanha todos os processos principais e secundários. O Inmetro estabeleceu que, para certificar o temperado, a processadora precisa ter um sistema de gestão, mas não precisa atender todos os requisitos da ISO. São apenas onze os critérios da ISO obrigatórios para a certificação do temperado.

Quais etapas uma processadora que ainda não é certificada precisa cumprir para buscar a certificação?
ES – Primeiro, precisa se preparar e instalar um sistema de gestão da qualidade, cujos requisitos partem da ISO 9001. Depois da implementação, ela contrata um organismo – isto é, uma empresa acreditada pelo Inmetro para executar esse trabalho de certificação – e faz, então, o agendamento de auditoria, para que o representante desse organismo vá até a empresa para verificar se todo aquele sistema de gestão foi implementado corretamente.

Depois da aprovação dessa etapa, o próximo passo é acompanhar o processo de têmpera das amostras que serão enviadas para um laboratório – esse também precisa ser acreditado pelo Inmetro. As amostras no laboratório passam, então, por todos os ensaios determinados na norma. Se forem aprovadas, o organismo reúne o relatório do auditor com a recomendação de certificação, e também o relatório do laboratório com os resultados, e emite o certificado.

Para facilitar todo esse processo, a Abravidro tem um programa de consultoria disponível para seus associados por um preço diferenciado. Não é necessário se associar para buscar a certificação, mas o acesso à nossa consultoria é um facilitador: pelo conhecimento que nós temos ao longo de vários anos, sabemos bem o que o auditor quer ver e também como atender cada requisito.

 

“A Abravidro tem um programa de consultoria disponível para seus associados, o que é um facilitador: sabemos bem o que o auditor quer ver e também como atender cada requisito” Ed Silva
“A Abravidro tem um programa de consultoria disponível para seus associados, o que é um facilitador: sabemos bem o que o auditor quer ver e também como atender cada requisito”
Ed Silva

 

Como é feito o acompanhamento das processadoras na consultoria da Abravidro para essa jornada da certificação?
ES – Nosso trabalho começa antes da contratação do organismo acreditado para a certificação. Primeiro, a gente faz um diagnóstico da empresa e verifica que pontos no processo produtivo já atendem os requisitos do Inmetro; em seguida, montamos um plano de trabalho para a empresa fazer os ajustes necessários, de maneira que os demais requisitos também sejam atendidos. De acordo com esse diagnóstico, agendamos uma, duas ou três visitas – que podem ser in loco ou até remotamente – para acompanhar e ajudar a processadora a se preparar para a próxima etapa, a contratação do organismo certificador; a gente inclusive auxilia as empresas a escolher qual organismo buscar para essa etapa, avaliando a condição de pagamento de cada um e definindo qual delas melhor se encaixa no orçamento da processadora.

O processo de certificação do temperado leva quanto tempo?
ES – Leva de dois a quatro meses. Esse é o tempo médio em que a gente consegue preparar a empresa, planejar a auditoria, realizar a auditoria, realizar os ensaios de laboratório e ter o certificado emitido. Claro que esse processo pode ser mais rápido ou demorar mais: tudo depende da prioridade dada pela empresa e dos acontecimentos que podem surgir no meio do caminho. E a certificação precisa ser renovada a cada doze meses, a fim de mostrar que você passou esse período trabalhando de acordo com seus procedimentos e com as exigências da norma.

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Ivan Pagliarani

Smart Glass conquista certificação para temperados

Localizada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, a Smart Glass atua como beneficiadora e distribuidora de vidros planos há mais de seis anos. No período, a processadora aumentou substancialmente o número de colaboradores, renovou maquinários e aprimorou processos – e, este ano, fez a escolha correta para atestar o bom trabalho realizado: optou pela certificação Inmetro do vidro temperado, chancelando as chapas produzidas nas espessuras de 6, 8 e 10 mm.

Por que investir na certificação
“O selo vai ao encontro do que sempre priorizamos: a entrega de produtos com segurança”, explica a supervisora-administrativa Alana Oliveira. De acordo com a diretoria da empresa, a certificação garante aos clientes, de forma inquestionável, que estão realmente recebendo um produto com qualidade. “O selo atesta de forma indelével que nosso temperado é seguro e funcional, garantindo a confiança do consumidor. Com isso, sem dúvida, conquistamos também uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes, pois, durante o processo de certificação, nossos vidros passaram por rigorosos testes e análises em laboratório”, comenta.

Como é o processo
Muitas processadoras podem pensar que as diversas etapas para garantir a chancela do Inmetro levam muito tempo, mas o exemplo da Smart mostra algo bem diferente. A empresa iniciou o processo em 19 de julho, com a auditoria sendo realizada menos de três meses depois, nos dias 3 e 4 de outubro. Em 11 de novembro, o resultado era divulgado: certificação aprovada!

 

certificacao2-dez2024

 

O que as empresas aprendem
Sempre há espaço para processos serem melhorados, por mais que as processadoras se atentem a itens importantes da ABNT NBR 14.698 – Vidro temperado, a norma técnica que especifica os requisitos para a produção do material. “Não obstante ser da cultura de nossa empresa a busca pela qualidade, a certificação trouxe importantes pontos que até então passavam despercebidos por nós”, destaca Alana, apontando melhorias em quesitos como a avaliação de notas fiscais e o armazenamento dos produtos acabados. “Acredito que o maior desafio será manter o controle dos processos no decorrer do tempo. Não podemos relaxar; a busca pela qualidade deve ser contínua e esse é nosso objetivo.”

O auxílio da consultoria da Abravidro
Edweiss Silva é o consultor de Certificação Inmetro da Abravidro, responsável por auxiliar as empresas que contratam o serviço em todas as etapas do processo. “Já somos associados da Abravidro há alguns anos. Nosso diretor teve o primeiro encontro com o Ed durante a feira Glass South America – e ficou bem-impressionado com o conhecimento dele sobre o tema”, conta Alana. “Desde a elaboração da proposta, levantamento dos documentos e necessidades físicas da empresa, tudo foi organizado pelo Ed, fazendo com que o processo se desse de maneira clara e simples.” Além disso, a supervisora-administrativa da Smart Glass destaca o engajamento dos colaboradores de todos os setores da empresa: “Eles entenderam plenamente a importância da certificação e não mediram esforços para que atingíssemos o objetivo”.

Planos para o futuro
A processadora já prepara ações comerciais para o fim deste ano, com o intuito de mostrar aos clientes as vantagens de se comprar vidro temperado certificado pelo Inmetro. E, claro, o foco será em continuar no caminho do desenvolvimento. “Nosso objetivo é nos consolidarmos ainda mais como uma empresa que contribui para a melhoria do mercado vidreiro”, confirma Alana. “Nosso intuito é entregar qualidade e demonstrar aos profissionais do ramo de vidro a importância do atendimento às normas ABNT e da segurança em suas obras.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Divulgação Smart Glass

Conheça mais sobre a marcação dos vidros temperados e termoendurecidos

Além do corte, lapidação, furação, lavagem e até mesmo a têmpera, existe uma etapa muito importante no beneficiamento de vidros que não pode ser esquecida: a marcação das peças que passam por processos térmicos (dando origem aos temperados e termoendurecidos). Colocar informações sobre o fabricante nas peças produzidas garante maior segurança do processo como um todo, permite a rastreabilidade do produto e oferece confiança ao consumidor final – pois ele conhece a procedência do material.

Nas próximas páginas, conheça tudo o que as normas técnicas vidreiras dizem a respeito desse tema, quais as técnicas disponíveis para a marcação e as questões estéticas inerentes à tarefa.

Requisitos
Os vidros que precisam de marcação, segundo as normas técnicas, são os temperados e os termoendurecidos. Mas, afinal, quais são os requisitos para realizar essa tarefa da forma correta?

  • Temperados: a ABNT NBR 14698 — Vidro temperado diz que a marcação consiste na identificação de forma indestrutível (indelével) do fabricante e do tipo de vidro. Além disso, pode trazer informações adicionais, em comum acordo entre fabricante e consumidor. O documento não indica um local específico para a marcação ser feita – por isso, pode ser colocada na borda da peça (junto à espessura), caso o cliente ache necessário.
  • Termoendurecidos: a ABNT NBR 16918 — Vidro termoendurecido determina que a marcação deve conter a identificação do fabricante (logomarca, nome ou ambos) e a identificação do tipo de vidro com o texto “Vidro Termoendurecido” ou a sua abreviação “VTE”. Também é permitido utilizar “HS”, abreviação do nome do produto em inglês (heat strengthened glass). Outras informações também podem ser acrescentadas, caso seja necessário. E, ao contrário da norma dos temperados, o documento orienta que a marcação deve ser aplicada próximo a um dos cantos da peça, de forma que fique visível quando instalada. No entanto, a depender de acordo entre cliente e processador, a ABNT NBR 16918 permite que seja em outro local do vidro, sendo visível ou não.

Qual a hora de marcar?
Segundo Edweiss Silva, consultor da Abravidro para certificação do vidro temperado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), é convencional que a marcação aconteça na fase de pré-forno – ou seja, no momento em que as peças são inspecionadas para serem temperadas ou termoendurecidas. “Isso se dá porque a aplicação da marcação, na maioria dos casos, é feita utilizando esmalte vitrificado, que adere à superfície das peças após passar pelo forno, evitando assim possíveis retrabalhos se feita em etapas anteriores”, explica.

 

Um exemplo de como a marcação manual por serigrafia é feita: processo é um dos mais utilizados para a tarefa (foto: Divulgação Agabê)
Um exemplo de como a marcação manual por serigrafia é feita: processo é um dos mais utilizados para a tarefa (foto: Divulgação Agabê)

 

As técnicas existentes
A forma de marcação mais usual entre as processadoras é a serigrafia, também chamada de silkscreen ou impressão com tela, que consiste em imprimir, por meio de uma tela vazada, a informação desejada no vidro. “A aplicação serigráfica deve ser realizada com a tela ‘fora de contato’ – ou seja, sem estar colada ao vidro –, de modo a impedir que haja borrão na aplicação no momento de levantá-la”, revela Silvio Luiz Arruda, gerente geral da fornecedora de esmaltes cerâmicos Triarte.

Outra técnica à qual diversos fabricantes estão aderindo nos últimos tempos é a marcação com adesivos feitos de esmalte vitrificado, os quais são aplicados no local desejado da peça antes da entrada no forno. “Esse tipo de esmalte, também usado na serigrafia, se funde ao vidro durante a passagem pelo forno, aumentando a resistência da marcação contra intempéries”, esclarece Silvio Arruda.

De acordo com Edweiss Silva, a escolha pelo método ideal é da empresa. “E vai variar dependendo da habilidade de cada colaborador. Alguns têm mais facilidade com a tela, outros com o adesivo”, comenta.

Considerações estéticas
O que fazer quando um arquiteto especifica um belo projeto com nosso material, mas, considerando que a marcação possa interferir esteticamente na construção, pede para que ela não seja feita? “Essa situação caracteriza uma ilegalidade perante a Lei nº 8.078 do Código de Defesa do Consumidor, que determina que todo fabricante deve comercializar somente produtos que atendam as normas técnicas vigentes”, afirma Edweiss Silva. “O bom é que as próprias normas se antecipam a esses casos, permitindo a marcação nas bordas da peça, de forma que, se necessário, a identificação do fabricante pode ser confirmada ao desmontar o produto.”

Outra estratégia adotada é a realização da marcação com tintas de cor clara e tonalidades suaves, para que fique bem discreta. “Recomendamos utilizar nossos esmaltes com a coloração jato de areia, para formar uma logomarca nuvem, quase imperceptível”, indica Silvio Arruda, da Triarte.

 

Foto: AvokadoStudio/stock.adobe.com
Foto: AvokadoStudio/stock.adobe.com

 

E os vidros automotivos?
Nos vidros instalados em automóveis, existem outras informações a serem colocadas na marcação. “A ABNT NBR 9491 – Vidros de segurança para veículos rodoviários — Requisitos estabelece que devem entrar o nome do fabricante e as informações para rastreabilidade”, explica Edweiss Silva. “Complementando o assunto, a Portaria Nº 034 do Inmetro estabelece requisitos de avaliação da conformidade para vidros de segurança automotivos. Nesse documento, é indicado que a marcação acrescente a logomarca do Inmetro e o método de rastreabilidade junto ao ano de fabricação.”

As técnicas de marcação para os vidros automotivos podem ser as mesmas dos destinados à construção civil, com a adição de outras, como as pastas fosqueantes. “Elas agem pelo processo subtrativo, ou seja, ‘atacam’ a superfície do vidro. Por isso, não possuem cores: a tonalidade do fosqueamento está associado à cor do vidro”, revela Tarsis Bianchini, CEO da Agabê, especializada em soluções para a decoração serigráfica. A empresa fornece uma solução desse tipo, a Glass Marker, para montadoras e também para o mercado de reposição. Como não precisa ir ao forno, pode ser aplicada em peças já montadas. “Fazemos a aplicação utilizando uma máscara de proteção. O tempo de atuação é de um a três minutos, dependendo do grau de fosqueamento desejado. Em seguida, o produto pode ser removido com um pano umedecido, esponja molhada ou até um banho de água – após isso, a máscara pode ser retirada. E pronto: o vidro está marcado”, comenta Bianchini.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Rochu_2008/stock.adobe.com

Norma revisada abordará diferença na quebra de temperados em laminados

Guarda-corpos de laminados de temperados em trecho do Terminal de Passageiros 3 do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos Governador André Franco Montoro (foto: Cris Martins)
Guarda-corpos de laminados de
temperados em trecho do Terminal de
Passageiros 3 do Aeroporto Internacional
de São Paulo/Guarulhos Governador
André Franco Montoro (foto: Cris Martins)

 

É de conhecimento de todo o mercado que o comportamento de quebra do vidro temperado, quando usado na composição de um laminado, é diferente do que deve ser encontrado em um corpo de prova. Essa informação já consta em normas internacional e europeia do temperado – e também passará a constar na norma brasileira para esse produto, a ABNT NBR 14698 — Vidro temperado.

Do exterior para o Brasil
A norma internacional de vidro temperado ISO 12540:2017 — Glass in building – Tempered soda lime silicate safety glass e a norma europeia do mesmo produto, a BS EN 12150: 2019 — Glass in building – Thermally toughened soda lime silicate safety glass, explicam que o comportamento de quebra ou fragmentação desse vidro, quando aplicado ou instalado, pode não corresponder exatamente àquele descrito na metodologia do ensaio de fragmentação, que avalia o desempenho do tratamento térmico do material devido à forma de fixação, a ações externas, à causa da quebra ou se a peça fizer parte da composição de um laminado.

No Brasil, a comissão de estudos que trabalha na revisão da ABNT NBR 14698 já aprovou a inclusão de um parágrafo com essas informações. O texto atualizado, ainda em fase de elaboração, apontará que, em caso de quebra, o temperado de segurança se fragmenta em pequenos pedaços – contudo, a fragmentação do temperado, quando utilizado na composição de um laminado, aplicado ou instalado, pode não corresponder exatamente àquela descrita no item sobre o ensaio de fragmentação, como explicado.

 

Diferença no comportamento de quebra não significa que laminação do temperado o torne menos seguro: retenção dos fragmentos pelo interlayer impede sua queda sobre pedestres e mantém o vão fechado (foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte)
Diferença no
comportamento de
quebra não significa
que laminação do
temperado o torne
menos seguro:
retenção dos
fragmentos pelo
interlayer impede
sua queda sobre
pedestres e mantém
o vão fechado (foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte)

 

Por que a laminação muda esse comportamento?
“De maneira teórica, infere-se que a camada intermediária ajuda a dissipar parte da energia do vidro quebrado e a retardar a propagação da rachadura”, comenta Marcos Aceti, coordenador comercial e de Vendas Técnicas da Kuraray no Brasil. Julia Schimmelpenningh, gerente de Aplicações da Eastman para as Américas, aponta que a dissipação dessa energia pode fazer com que o padrão de quebra varie na comparação com peças não laminadas – ela ressalta, contudo que essa mudança não significa que a laminação do temperado torne o produto menos seguro: “A capacidade do laminado de reter os fragmentos e impedir que eles caiam ou voem é um dos atributos que torna esse produto desejável para qualquer envidraçamento que possa quebrar”, afirma.

Voltando à diferença no comportamento de quebra do temperado quando laminado, Eloi Bottura, cofundador da Latamglass, lista algumas das principais razões que podem explicar esse fenômeno:

  • Distribuição de tensões: “No temperado, a têmpera cria uma distribuição de tensões internas com compressão na superfície e tensão de tração no interior; quando o vidro é laminado, a presença do interlayer – geralmente PVB ou EVA – pode redistribuir essas tensões de maneira diferente em comparação com um vidro temperado monolítico”, observa;
  • Interação com a camada intermediária (interlayer): segundo Bottura, o interlayer do laminado atua como um amortecedor durante a quebra – assim, no caso de impacto, ele pode absorver parte da energia e alterar a maneira como as tensões se propagam através do vidro temperado, resultando em um padrão de quebra distinto;
  • Condições de fratura: a presença da camada intermediária também influencia essas condições, pois em um temperado monolítico, a fratura ocorre de maneira mais livre, enquanto em um laminado, a camada intermediária pode restringir ou modificar a propagação das trincas, afetando o padrão de fragmentação;
  • Resistência adicional: a estrutura composta do laminado (duas ou mais lâminas de vidro unidas por interlayer) pode conferir uma resistência adicional ao conjunto, modificando a resposta do temperado em relação a um impacto ou carga;
  • Espessura e dimensões: essas medidas também podem influenciar o comportamento de quebra. “Em uma composição laminada, as diferentes espessuras de cada camada de vidro podem resultar em uma resposta mecânica diferente em comparação à de um monolítico de espessura uniforme”, aponta Bottura.

Este texto foi originalmente publicado na edição 621 (setembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro participa de reportagens na TV e na Internet

A Abravidro participou de duas reportagens veiculadas no final de maio. No dia 26, o programa Domingo Espetacular, da TV Record, exibiu uma matéria sobre o uso de vidros em boxes de banheiro (foto) que contou com a presença de Vera Andrade coordenadora técnica da associação, processadora Divinal Vidros (associada à entidade e responsável por proporcionar a estrutura para a realização de testes dos diferentes tipos de vidro) e laboratório Falcão Bauer. Já no dia 29, o portal de notícias Metrópoles publicou um texto sobre a situação da construção civil no Brasil, fazendo uma projeção a respeito do segundo semestre para esse segmento. A reportagem conta com um depoimento de Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro, o qual apontou que nosso setor deve ter em 2024 o mesmo nível de atividade do ano passado.

Este texto foi originalmente publicado na edição 618 (junho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Reprodução

O Vidroplano traz guia completo sobre temperados

Boxes de banheiro, portas, fechamento de sacadas, vitrines: alguns dos itens com vidro mais populares em nosso país contam com um elemento em comum – o temperado. Popular em todas as regiões brasileiras, esse tipo de vidro oferece diversas possibilidades para quem trabalha no setor, do processador ao vidraceiro. Pensando nisso, O Vidroplano preparou um guia completo sobre o produto. Aproveite!

O que é
O temperado é um vidro que recebe tratamento térmico, passando por um processo de aquecimento e rápido resfriamento. Essa mudança brusca de temperatura aumenta a tensão interna do material, fazendo-o ganhar mais resistência mecânica e a choques térmicos. Na comparação com o vidro float comum, o temperado pode ser até cinco vezes mais resistente. Por isso, assim como o laminado, é considerado um vidro de segurança. Em caso de quebra, fragmenta-se em pequenos pedaços sem lascas cortantes (ao contrário do que se vê em um vidro comum), diminuindo o risco de ferimentos.

Histórico
A primeira tentativa de patente de um processo para deixar o vidro mais resistente data de 1874, pelo francês Francois Royer de la Bastie: envolvia banhar vidro semiderretido com óleo ou graxa aquecida. Em 1877, o alemão Friedrich Siemens desenvolveu uma ideia diferente, pressionando o vidro em moldes frios. Mas é com o processo do químico austríaco Rudolph A. Seiden que o temperado como o conhecemos começa a nascer. A partir dos anos 1930, inicia-se a produção em massa desse material nos Estados Unidos, França e Japão, sendo popularizado pelo mundo na década de 1970.

Produção
A fabricação desse tipo de vidro ocorre no forno de têmpera (horizontal ou vertical). Depois de temperado, ele não pode ser beneficiado, ou seja, cortado, lapidado ou furado, porque irá provocar a sua quebra. Por isso, qualquer processo de transformação tem de ser feito antes da têmpera.

Aplicações

  • Boxes de banheiro;
  • Envidraçamento de sacadas;
  • Portas, divisórias, vitrines e muros;
  • Fachadas verticais e janelas deslizantes (permitido no pavimento térreo; nos demais pavimentos, pode ser aplicado desde que esteja acima da cota de 1,10 m em relação ao piso);
  • Janelas projetantes (quando estiverem acima do 1º pavimento, precisam ser totalmente encaixilhadas e com a projeção máxima de 250 mm da face da fachada ou da aba de proteção).

 

Foto: noprati/stock.adobe.com
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Mercado
De longe, o temperado é o vidro processado mais consumido no Brasil. Como bem mostra o Panorama Abravidro 2024 – cujos dados completos você encontra na matéria da página 34 –, no ano passado, o temperado representou 59,3% da produção de vidros transformados em nosso país. Existe alguma resposta para isso?

Para Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro, as características históricas e vicissitudes do mercado vidreiro nacional levam a esse cenário. Para ele, o nível de acesso e o entendimento da tecnologia de têmpera são maiores que nos de outros tipos de vidro, fazendo com que esse produto esteja no topo da lista para atender as necessidades do mercado de construção civil/arquitetura. No entanto, segundo Cláudio, outros vidros de valor agregado, principalmente o laminado, deveriam ser mais usados, já que podem oferecer vários benefícios.

Na visão de Raphael Gallegos, diretor de Produção da Reflex Tempervidros, as processadoras enfrentam atualmente desafios significativos para equilibrar qualidade, prazo e variedade de vidros a serem temperados. “A qualidade das chapas fornecidas pelas usinas tem diminuído ao longo dos anos, exigindo inspeções mais rigorosas em várias etapas do processo para evitar que cheguem ao cliente problemas como manchas, fissuras internas e outras imperfeições que possam comprometer a qualidade final do produto”, afirma.

Apostar no maior uso de vidros de valor agregado pode ajudar a processadora a se diferenciar da concorrência, elevando o nível de qualidade de sua produção, explica o gerente-geral da Sulglass, Gillie Follador: “Esses materiais auxiliam na diversificação da gama de produtos oferecida e servem como vantagem competitiva, permitindo-nos alcançar um nicho específico de clientes”.

Por isso mesmo, é fundamental orientar arquitetos e consumidores finais sobre as possibilidades em termos de execução, proporcionando uma compreensão clara dos produtos mais adequados para cada ambiente, alerta Gallegos. “Dessa forma, será evitado o uso inadequado de produtos que, embora tecnicamente corretos, não oferecem benefícios reais.”

A importância dos fornos
O forno de têmpera é o equipamento mais robusto e tecnológico encontrado no processamento desse tipo de vidro. A vida útil de uma máquina como essa pode passar de duas décadas caso seja bem-cuidada. No entanto, a questão está diretamente relacionada à eficácia da instalação e também da aplicação de um plano de manutenção. Vale frisar ainda que a gestão de boas práticas operacionais, incluindo a atualização de componentes digitais e físicos, tem impacto direto nos custos, na capacidade de obtenção de receita e no lucro líquido da empresa.

Nos últimos tempos, o sistema de convecção foi uma das principais inovações para aumentar a qualidade do processo, sendo usado por processadoras pelo mundo todo. Com ele, o vidro é aquecido por meio de rajadas de ar, o que deixa a temperatura em toda sua massa mais uniforme – essa tecnologia, inclusive, é indicada para o processamento de chapas com revestimento, como o low-e.

Os fornos mais modernos atualmente contam ainda com outras tecnologias, como:

  • Sistema de colchão de ar, fazendo com que a superfície do vidro não tenha contato com os rolos;
  • Conjunto de duplo aquecimento e resfriamento;
  • Sistema de correção automatizada dos parâmetros técnicos de processo;
  • Alta eficiência energética, o que garante maior economia de eletricidade.

Instalações autoportantes
Uma das principais características técnicas do temperado é a possibilidade de se suportar de forma independente, dispensando o auxílio de outras estruturas. Isso permite que o material seja instalado de forma autoportante – em divisórias, por exemplo –, devido à sua resistência mecânica superior.

Mas, atenção: a especificação deve ter cuidados redobrados em relação ao dimensionamento das peças, posicionamento de furos e recortes e à própria instalação da estrutura. Além disso, deve-se levar em conta o ambiente, o tipo característico do público que vai acessar o espaço e ainda a frequência de trânsito das pessoas.

 

Foto: noprati/stock.adobe.com
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Mão de obra especializada
Para administrar toda essa potência tecnológica, a qualificação da mão de obra é essencial para uma processadora. “Sem treinamento e conhecimento técnico adequados, o resultado são lacunas no processo, gerando diversas dificuldades, como maiores custos e riscos para a reputação da empresa”, explica Cláudio Lúcio. “Tem-se ainda um comprometimento da imagem da indústria vidreira como um todo frente a administradoras, investidores, construtoras e cliente final. A cada erro provocado pela falta de qualificação, haverá mais ocorrências de problemas relacionados à especificação, beneficiamento e aplicação, gerando impeditivos para o aumento de consumo per capita de nosso produto.”

Pensando na questão, a Abravidro criou, em 2011, a Especialização Técnica Abravidro. O programa conta com um módulo sobre têmpera e aborda temas como a física envolvida nesse processo, a condução do forno, a qualidade e a relação entre o número de fragmentos x tensão. O módulo inclui ainda ensinamentos sobre como avaliar a condição do equipamento, a rotina para resolução de problemas e muito mais.

Certificação
Outra forma de garantir a segurança da fabricação é obter a certificação voluntária para vidros temperados, concedida por Organismos de Certificação de Produto (OCP) que são acreditados pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro.

Para ser aprovada, a empresa precisa passar por três avaliações:

  • Processo de fabricação: deve estar adequado para produzir itens de qualidade, seguindo os requisitos da portaria do Inmetro que regulamenta a certificação;
  • Sistema de gestão da qualidade: é obrigado a atender determinados requisitos da norma mundial ISO 9001;
  • Ensaios: os vidros precisam ser aprovados nos ensaios estabelecidos pela norma técnica ABNT NBR 14698 — Vidro temperado.

Todo o processo é mais simples do que parece – e a Abravidro oferece uma consultoria para auxiliar as processadoras interessadas na chancela. “Os empresários ficam surpreendidos logo na visita inicial, pois conseguimos verificar o quanto a empresa já está adequada para atender boa parte dos requisitos necessários”, explica Edweiss Silva, consultor da entidade para Certificação Inmetro. Após a elaboração de um cronograma de atividades, é possível determinar quando a empresa estará pronta para receber a visita do auditor (um representante do OCP) – o prazo costuma ser de dois a quatro meses.

Entre as vantagens para a empresa certificada estão:

  • Implementação de melhorias no processo produtivo, resultando em maior controle dos procedimentos e menor desperdício e retrabalho;
  • Permissão para colocar o selo com as logomarcas do Inmetro e do OCP nos produtos certificados;
  • Proteção jurídica contra reclamações, já que a certificação é um atestado de que a empresa atende os requisitos normativos e regulamentações legais;
  • Possibilidade de atender mercados que exigem padrão de segurança atestado, como o de grandes construtoras.

Para saber mais detalhes sobre a consultoria, entre em contato com Edweiss Silva pelo e-mail esilva@abravidro.org.br ou telefone (11) 3873-9908. É associado Abravidro? Então, aproveite valores e condições exclusivas para a contratação.

Normas
A ABNT NBR 14698 — Vidro temperado, norma técnica focada no produto, está passando por um processo de revisão e atualização. O trabalho, coordenado pelo Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), com sede na Abravidro, inclui mudanças na estrutura da norma, com o objetivo de organizar melhor as informações, além da atualização de pontos como os requisitos de tolerâncias dimensional, de esquadro e de empenamento, e o aprofundamento de temas como distorção óptica, furos e recortes. Está sendo discutida também a inclusão de um texto adicional sobre a esmaltação do vidro (aplicação de esmalte sobre sua superfície) durante a têmpera, uma vez que o consumo de temperados esmaltados vem aumentando ano após ano no Brasil. É possível participar das reuniões remotas online: basta confirmar presença enviando e-mail para cb37@abnt.org.br.

Temperado é a mesma coisa que termoendurecido?
Não, são produtos diferentes. Ambos são produzidos no forno de têmpera, mas a diferença está na curva de resfriamento durante o tratamento térmico. E, vale reforçar, temperado é um vidro de segurança; já o termoendurecido, não. Mesmo tendo resistência mecânica superior à do float (dependendo da espessura, pode ser até duas vezes e meia mais forte), ele se fragmenta em pedaços um pouco maiores quando partido. É normalmente utilizado na composição de laminados ou insulados.

Este texto foi originalmente publicado na edição 617 (maio de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Amorim Leite

Norma para temperados deve ganhar anexo sobre esmaltação dos vidros

O Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) está discutindo a elaboração de um anexo para a ABNT NBR 14698 — Vidro temperado. Em processo de revisão e atualização, o texto adicional deve abordar a esmaltação do vidro (aplicação de esmalte sobre sua superfície) no processo de têmpera.

Acompanhando as tendências
Luiz Barbosa, coordenador das Comissões de Estudo do ABNT/CB-37 e gerente técnico de Vendas da Vivix, observa que o consumo de temperados esmaltados vem aumentando ano após ano no Brasil. “Esse fato fez com que a comissão responsável pela revisão começasse a trabalhar no desenvolvimento de um anexo que tratasse das principais questões técnicas e de qualidade relacionadas a esse produto”, explica.

Esse anexo ajudará os processadores a fabricar o temperado esmaltado dentro de padrões normalizados, além de alinhar as expectativas a respeito da qualidade do produto final entre produtores e clientes. Isso permitirá compreender e identificar o que são defeitos e o que são características inerentes à fabricação.

Conteúdo
Segundo Barbosa, o primeiro ponto diz respeito à padronização do nome do produto, o qual é popularmente conhecido como vidro serigrafado. “Ele passará a ser chamado de vidro esmaltado, uma vez que o termo ‘serigrafia’ refere-se a apenas uma forma de aplicação do esmalte cerâmico ao vidro que posteriormente será temperado”, informa. “Com a evolução tecnológica do setor, já existem hoje outros métodos de aplicação, como o uso das impressoras digitais, que permitem até mesmo a impressão de fotografias.”

Outros aspectos serão contemplados, como recomendações sobre a escolha correta da matéria-prima base (classificação do vidro, tempo de fabricação e tempo em estoque) e avaliação da qualidade da água. O anexo também deverá trazer os métodos de avaliação do produto e os critérios de definição de defeitos e suas tolerâncias.

Com essas orientações, espera-se que a nova versão da ABNT NBR 14698 contribua para a melhora do processo de produção do temperado esmaltado, indicando pontos como a forma adequada da limpeza das peças antes da esmaltação e como a aplicação do esmalte deve ser feita no processo de têmpera.

Este texto foi originalmente publicado na edição 615 (março de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Rochu_2008/stock.adobe.com

Brasil ganha primeira joint-venture da cadeia de processamento

A expressão em inglês joint-venture faz referência a uma associação econômica entre duas ou mais empresas. O maior exemplo desse modelo no setor vidreiro nacional é a mais antiga usina do País, a Cebrace, resultado de uma joint-venture entre dois gigantes globais: NSG/Pilkington e Saint-Gobain. Agora, esse termo será ainda mais comum para nosso mercado, pois surge mais uma empresa nesse padrão: a Visatta, criada a partir da parceria entre a paranaense Cristal Sete e a mineira Pestana Vidros. A seguir, descubra mais sobre a nova player do segmento.

Novos caminhos a seguir
Em 2023, a estrutura do sistema de franquias da Blindex passou por alterações – confira mais no quadro abaixo. A partir disso, movimentações de mercado fizeram a Cristal Sete e a Pestana Vidros se aproximarem, de olho na possibilidade de atender a Região Metropolitana de São Paulo, composta por quase 50 municípios e mais de 20 milhões de habitantes. A solução para isso foi a criação da Visatta.

“Essa parceria traz robustez operacional, eficiência logística e atendimento personalizado, características marcantes das duas empresas”, explicam Marcus e Felipe Pezotti, diretores da Cristal Sete. “A união formou uma sólida operação composta por unidades em São Paulo, Paraná e Minas Gerais que produziram no ano passado mais de 1 milhão de m² de vidros de segurança”, informam Albert e Alexandre Pestana, diretores da Pestana Vidros.

Objetivos
A sede da Visatta está localizada em Santo André, no ABC Paulista. De acordo com os quatro sócios-operadores da nova processadora, o espaço conta com estrutura operacional e logística capaz de atender, independentemente do volume, todo o mercado da capital e arredores. “Nossa meta é construir uma substancial rede de revendedores dos produtos Blindex, baseada na experiência de oferecer os melhores produtos e serviços”, afirmam os dirigentes. “A empresa não irá produzir localmente. Os vidros serão processados nas unidades fabris do Paraná e Minas Gerais. Foco no serviço e logística é a essência da Visatta.”

A Cristal Sete mantém seu atendimento ao Paraná e interior do Estado de São Paulo; já a Pestana Vidros segue atuando em Minas Gerais e no Vale do Paraíba e em Campinas (SP).

Futuro do modelo
Ano passado, algumas empresas saíram do sistema de franquias da Blindex, enquanto outras entraram – como é o caso da própria Visatta e da Planalto Vidros, focada em vidros especiais e de segurança que agora atende a região de Brasília e Goiás. Para Glória Cardoso, gerente-geral da Blindex, o modelo precisava de renovação. “Há vinte anos, o formato de franquia industrial era uma hipótese arrojada, mas, ao mesmo tempo, eficiente para manter o fornecimento do vidro Blindex por todo o País”, explica. “Após duas décadas de construção desse sistema, a marca se renova com uma estratégia mais ampla para fortalecer nossa presença em diferentes regiões do País, alinhando-se às demandas específicas de cada localidade.”

Segundo Glória, existem planos ambiciosos para a expansão contínua do modelo. “Esse sistema está em constante movimento. A criação da Visatta como joint-venture reflete o compromisso em ir além ao explorar oportunidades de crescimento, novos mercados e formatos de trabalho.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 613 (janeiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Divulgação Blindex

Consultoria da Abravidro agora tem versão online

Uma das grandes bandeiras da Abravidro é a certificação do vidro temperado – há mais de duas décadas a entidade mantém convênios com Organismos de Certificação de Produto (OCP) para fomentar esse processo. Agora, uma novidade pode ajudar ainda mais as processadoras de todo o Brasil a obter a chancela do Inmetro: a consultoria oferecida pela Abravidro sobre o tema passa a contar com uma versão online.

O que é
A Consultoria Certificação Abravidro é uma assessoria na preparação da empresa para a auditoria do Inmetro. O consultor Edweiss Silva visita a processadora para avaliar os processos produtivos e indicar quais melhorias e adequações devem ser implementadas, incluindo etapas como: análise do negócio; diagnóstico e orientações; gestão estratégica; mapeamento dos processos; plano de ações; gestão da informação; controle de produtos; identificação e rastreabilidade; e atividades pós-entrega, entre outros tópicos.

“A consultoria é uma etapa opcional. No entanto, a agilidade que ela gera na conquista da certificação faz toda a diferença”, afirma Ed. Assim, a partir deste mês, as beneficiadoras interessadas nesse serviço têm à disposição uma versão online.

Como funciona
A consultoria remota se dá pela plataforma da Tecno Quali, empresa de tecnologia especializada em sistemas para certificação. Por meio do site, é possível acessar as informações necessárias para a implantação de todo o sistema de gestão para certificação, com suporte via abertura de chamados.

  • Após a contratação, a processadora receberá um link para cadastro de usuário e senha;
  • A plataforma produzirá um cronograma com o passo a passo de como a certificação será conduzida;
  • Para cada etapa, o usuário terá as informações detalhadas e um painel de tarefas a serem realizadas;
  • Todas as informações disponíveis na consultoria presencial estarão presentes nessa plataforma, com a vantagem de serem acessadas a qualquer momento do dia.

“Uma grande vantagem da versão remota é que a empresa obterá todo o conhecimento e ainda terá redução nos custos, uma vez que não terá despesas de transporte e hospedagem”, avalia o consultor. “Além disso, tem a maior agilidade para o início e conclusão do projeto, pois não depende de agenda disponível dos envolvidos.”

Importante: as empresas associadas à Abravidro têm desconto exclusivo na consultoria, seja presencial ou remota.

Quais as vantagens da certificação?

  • Implementação de melhorias no processo, resultando em maior controle dos procedimentos e menos desperdícios e retrabalhos;
  • Permissão para colocar o selo com as logomarcas do Inmetro e do OCP nos produtos certificados;
  • Proteção jurídica contra reclamações;
  • Possibilidade de atender mercados que exigem padrão de segurança atestado.

Atenção às mudanças na certificação
Como visto na edição passada de O Vidroplano, a Portaria nº 491, do Inmetro, publicada em 1º de dezembro de 2023, substituiu a Portaria nº 327, de 2007, estabelecendo novos critérios e procedimentos para a certificação do temperado. Na edição de dezembro de 2023 de O Vidroplano, nossa equipe preparou uma matéria mostrando boa parte das alterações e como isso impactará as processadoras. Agora, voltamos ao assunto para apresentar mais algumas mudanças relevantes.

Como a portaria faz referência aos Requisitos Gerais de Certificação de Produtos (RGCP), do Inmetro, o modo de as empresas tratarem reclamações de clientes passa a incluir:

  • A disponibilização de um meio de contato para que o cliente possa comunicar uma reclamação;
  • Deve ser informado ao cliente o código ou número de protocolo da reclamação, para posterior acompanhamento;
  • Deve haver indicação formal de pessoa ou equipe capacitada e com liberdade para fazer o atendimento;
  • A empresa tem prazo de quinze dias para responder ao Inmetro, no caso de reclamações por intermédio da instituição.

“Todas as empresas certificadas devem atualizar seus procedimentos, de acordo com as mudanças na portaria, para sua próxima auditoria de manutenção. Isso pode ser feito usando a consultoria online“, conta Ed.

Este texto foi originalmente publicado na edição 613 (janeiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: romul014/stock.adobe.com

Portaria muda critérios na certificação de temperados

No dia 1º de dezembro, foi publicada no Diário Oficial da União a Portaria nº 491, do Inmetro, que estabelece critérios e procedimentos para a certificação do vidro temperado. O documento substitui a Portaria nº 327, de 2007. Com isso, diversos fatores importantes para o processo foram alterados – e O Vidroplano mostra para você os pontos que sofreram mudanças e como isso impactará as processadoras vidreiras.

O que mudou

  • Prazo: a validade da certificação aumentou de três para quatro anos;
  • Selo: o selo de identificação da conformidade ganhou novo layout, estando disponível no formato colorido ou em preto e branco. O prazo para as empresas atualizarem seus produtos é até 30 de julho de 2024;
  • Auditoria inicial: o regulamento anterior já previa a possibilidade de a processadora apresentar um certificado de Sistema de Gestão da Qualidade, emitido por um Organismo de Certificação de Sistema da Qualidade (OCS) acreditado pelo Inmetro. A empresa, sob análise do Organismo de Certificação de Produtos (OCP), não precisará passar pela auditoria inicial presencial para avaliação desses requisitos. Nesses casos, o OCP deverá verificar os relatórios emitidos pelo OCS, além de os registros de controle de processo, de reclamação de clientes, de ensaios e inspeções do produto. Isso foi mantido para incentivar quem já tem a certificação ISO a aproveitar a facilidade para certificar o temperado, estimulando novas empresas na conquista da chancela;
  • Padrão: alguns requisitos (incluindo, entre outros, o tratamento de reclamações) foram substituídos pela referência à Portaria nº 200, de 2021, que trata dos Requisitos Gerais de Certificação de Produtos (RGCP), documento do Inmetro sobre as exigências comuns a qualquer produto certificado;
  • Tabelas: a tabela que faz referência aos itens da norma ISO 9001 ganhou uma atualização, enquanto a de repasse para o Inmetro foi removida;
  • Escopo: além dos temperados utilizados na construção civil, indústria moveleira e linha branca, os instalados em módulos solares fotovoltaicos também podem passar pelo processo de certificação.

Repercussão
Edweiss Silva, consultor da Abravidro para certificação Inmetro, comenta o resultado da nova portaria: “Tecnicamente, foram poucas mudanças, apesar de a lista parecer grande. A atualização ocorreu principalmente para fazer referência ao RGCP”. Outro ponto importante diz respeito à tabela de repasse ao Inmetro. “Ela mostrava o valor de repasse que deveria ser feito de acordo com o volume de produção da empresa. Foi retirada para deixar claro que não existe a possibilidade de cobranças adicionais no processo”, afirma.

Para Lenice Silva Rocha, gerente técnica de Certificação do Instituto Falcão Bauer da Qualidade (IFBQ), as adequações almejam garantir a segurança na utilização do produto, o principal do processo de certificação. “Dessa forma, o regulamento específico passa a avaliar os controles de todas as etapas de fabricação e armazenamento do produto, bem como o monitoramento da satisfação dos clientes.”

Bárbara Marques, executiva de Vendas da SGS, concorda: “Esse alinhamento junto ao RGCP é de suma importância, pois assim temos uma padronização de regulamentos. A extensão da validade do certificado também representa um acerto”. “O fabricante que tem o certificado em seus produtos continuará a demonstrar a qualidade desses materiais, dentro de exigentes critérios de qualidade, deixando o usuário cada vez mais seguro”, afirma Fabiola Rago Beltrame, diretora do Instituto Beltrame da Qualidade (Ibelq). O Inmetro também foi contatado por nossa reportagem, mas não respondeu a tempo.

Este texto foi originalmente publicado na edição 612 (dezembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Certificação para temperados traz benefícios ao setor

Transmitir a mensagem de que o vidro oferece segurança é parte relevante do trabalho de nossas empresas – ainda mais quando a errônea ideia de ele ser um material “frágil” segue presente entre muitas pessoas. A boa notícia é que existe uma ferramenta muito eficaz para combater essa fake news: a certificação do temperado, o vidro processado mais consumido no Brasil. Da processadora ao consumidor, todos se beneficiam com a chancela do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para o produto. Confira os motivos para isso nas páginas a seguir.

Garantias
A certificação voluntária para vidros temperados é concedida pelos chamados Organismos de Certificação de Produto (OCP), acreditados pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro.

Para ser aprovada, a empresa precisa passar por três avaliações:

  • Processo de fabricação: deve estar adequado para produzir itens de qualidade, seguindo os requisitos da portaria do Inmetro que regulamenta a certificação;
  • Sistema de gestão da qualidade: é obrigado a atender determinados requisitos da norma mundial ISO 9001;
  • Ensaios: os vidros precisam ser aprovados nos ensaios estabelecidos pela norma técnica ABNT NBR 14698 — Vidro temperado.

Complicado? Muito pelo contrário!
É importante desmitificar a suposta “complexidade” do processo de certificação. Várias empresas acreditam ser algo extremamente burocrático, que demanda muito tempo, atenção e dinheiro. Não poderiam estar mais enganadas!

“Muitos empresários, quando decidem pela certificação, ficam surpreendidos logo na visita inicial de nossa consultoria, pois conseguimos verificar o quanto a empresa já está adequada para atender boa parte dos requisitos necessários”, explica Edweiss Silva, consultor da Abravidro para certificação Inmetro. Após a elaboração do cronograma de atividades, é possível determinar quando a empresa estará pronta para receber a visita do auditor (um representante do OCP) – o prazo costuma ser de dois a quatro meses.

Dois pontos comuns na preparação demandam maior atenção para o atendimento total dos requisitos. Um deles é a rastreabilidade – a habilidade de rastrear um produto, de forma que seja possível saber sua localização e identificar o seu histórico, desde o recebimento da matéria-prima até a entrega ao cliente. “Na maioria dos casos, as empresas já possuem um sistema informatizado com a rastreabilidade completa, mas como isso nunca foi solicitado a elas por ninguém, o método não é implementado”, alerta Ed.

O segundo ponto é o correto armazenamento dos produtos durante toda a produção. Em relação a esse quesito, a própria processadora pode providenciar a confecção de cavaletes para guardá-los da maneira certa, normalmente em locais estratégicos para agilizar as tarefas, protegendo-os de intempéries como umidade, por exemplo.

Outro paradigma que precisa ser quebrado é o de que a empresa só pode contratar o OCP quando estiver com tudo “perfeito”. “Sempre tento mudar esse pensamento dizendo que a norma de referência (ISO 9001) orienta que se busque a melhoria contínua dos processos/produtos. Com esse olhar, podemos usufruir dos benefícios da certificação de forma simples, para que as mudanças planejadas sejam vistas nas próximas visitas de manutenção como uma forma de evolução da empresa”, afirma Ed. “Afinal, nunca teremos esses processos em total perfeição, pois sempre haverá possibilidade ou necessidade de mudança e melhoria.”

Quais as vantagens para a empresa?

  • A implementação de melhorias no processo produtivo resulta em maior controle dos procedimentos, eliminando desperdícios e retrabalhos, além de reduzir consideravelmente os custos de produção;
  • Permissão para colocar o selo com as logomarcas do Inmetro e do OCP nos produtos certificados;
  • Proteção jurídica contra reclamações. “Já presenciamos casos de ações de clientes voltadas à qualidade do produto comercializado, e o fato de a empresa ter a certificação foi corroborativo para uma decisão favorável a ela. Afinal, a certificação é um atestado de que produtos e processos de fabricação atendem os requisitos normativos e regulamentações legais”, relata Ed;
  • Possibilidade de atender mercados que exigem padrão de segurança atestado, como as grandes construtoras.

Facilitando o caminho
A Abravidro fomenta a certificação do vidro temperado desde a década de 2000, auxiliando mais de cem empresas a conquistarem a chancela. A associação oferece consultoria para as empresas que buscam a certificação, trabalho realizado por Edweiss Silva durante a preparação para a auditoria. E para quem é associado da Abravidro há facilidades imperdíveis, incluindo valores exclusivos e melhores condições para:

  • Consultoria;
  • Contratação dos OCPs: são quatro com parceria com a Abravidro – ABNT, Instituto Beltrame da Qualidade (Ibelq), Instituto Falcão Bauer da Qualidade (IFBQ) e SGS;
  • Contratação do laboratório de desempenho homologado pelo Inmetro para a realização dos ensaios de desempenho: são dois com parceria com a Abravidro – IFBQ e SGS.

É associado Abravidro? Então, não perca tempo e usufrua de seus benefícios. Ainda não faz parte da maior entidade vidreira do Brasil? Entre em contato com nossa área de atendimento pelo e-mail abravidro@abravidro.org.br ou telefone (11) 3873-9908 e associe-se já!

Mais segurança para o consumidor
É comum encontrar na imprensa notícias envolvendo celebridades e quebra de vidros, principalmente boxes de banheiro. O real motivo para esses acidentes quase nunca é abordado (instalação malfeita, falta de manutenção periódica nas estruturas, uso de vidro comum onde era para ser vidro de segurança etc.), o que só ajuda a perpetuar a falsa ideia de fragilidade de nosso material.

Como dissemos na abertura da matéria, a certificação ajuda a combater essa situação, pois um produto em conformidade com as normas técnicas trará segurança ao consumidor final. Para conhecer os benefícios da chancela a quem consome vidro, conversamos com os quatro OCPs parceiros da Abravidro.

“A certificação do vidro temperado é a garantia de que o consumidor está adquirindo um produto que atende critérios de segurança e desempenho, conforme legislação em vigor. Além disso, o consumidor tem a confiança de que a certificação é a garantia de que o material mantém um padrão de qualidade.”
Sergio Pacheco, gerente de Certificação de Produtos da ABNT

“A experiência geral do usuário é melhor com produtos certificados, pois estão aptos a ter o desempenho esperado, incluindo segurança e durabilidade. Isso aumenta a satisfação do cliente, a tranquilidade em relação à compra e a probabilidade de recomendar o material a outras pessoas. Sem a certificação, o consumidor não tem certeza se pode confiar no produto antes de instalá-lo. Ela se torna, assim, uma ferramenta de comprovação.”
Karina Rago, diretora técnica do Ibelq

“O Programa de Avaliação da Conformidade estabelecido para o vidro temperado foi criado tendo como base a avaliação dos riscos associados e com o objetivo de garantia da segurança do produto durante sua utilização. Dessa forma, considerando que o material possui características diferentes para aplicações que demandam maior garantia, o nível de segurança do produto poderá ser avaliado pelo consumidor por meio do selo de identificação da conformidade, que demonstra o pleno atendimento aos critérios exigidos para essa avaliação.”
Lenice Silva Rocha, do IFBQ

“A certificação de temperados é importante para os consumidores finais devido à segurança aprimorada, proveniente dos testes rigorosos de controle de qualidade. Esses produtos, adequados às normas, reduzem os riscos associados a acidentes, além de elevar o valor agregado ao produto e proporcionar garantias do fabricante, o que reforça a confiança dos clientes na sua decisão de compra.”
Ricardo Josefik, executivo de Vendas do SGS

Este texto foi originalmente publicado na edição 608 (agosto de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: noprati/stock.adobe.com

Principal norma vidreira passa por atualização

Em 25 de julho, o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) promoveu a primeira reunião para a atualização parcial da ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil — Projeto, execução e aplicações. A revisão do texto técnico mais importante do setor vidreiro vai abranger temas pontuais, de forma a deixá-lo mais atual.

Novidade com agilidade
O processo se dará por meio da Atualização Parcial, nova ferramenta da ABNT que possibilita que a revisão de uma norma seja mais ágil que o método completo, pois apenas pontos específicos dos textos são revisitados e discutidos. Assim, o trabalho das comissões envolvidas pode ser realizado de forma mais objetiva. E nada melhor que estrear esse modelo com um documento fundamental para o dia a dia do segmento.

“Ao longo dos últimos anos, o ABNT/CB-37 mapeou as necessidades dos pontos específicos a serem atualizados nessa norma, buscando referências técnicas que validassem e guiassem tecnicamente as discussões sobre os temas pautados nesse processo”, explica Luiz Barbosa, coordenador da comissão de estudos e gerente técnico de Vendas da Vivix. “Tudo isso com o objetivo de manter essa que é considerada a norma ‘mãe’ do vidro no segmento da construção civil atualizada e didática, a fim de que o vidro destinado a esse setor seja sempre utilizado de forma segura.”

Principais pontos a serem atualizados

  • Alguns termos e definições serão mudados: o vidro impresso, por exemplo, passará a ser chamado texturizado;
  • O aramado deixará de ser considerado vidro de segurança, já que não atende os requisitos de avaliação para a classificação como tal;
  • Haverá a inclusão de referências a outras normas técnicas, como à do vidro termoendurecido (publicada em 2020) e às de colagem estrutural. Em relação ao termoendurecido, serão incluídas também suas características e aplicações;
  • A tabela que estabelece o vidro adequado para cada uso passará por mudanças, tanto no formato como no conteúdo. Serão inseridas figuras para ilustrar determinadas aplicações, deixando as regras mais claras;
  • Por conta da revisão da ABNT NBR 14698 – Vidro temperado, as informações sobre furação, recortes e laboração dos temperados serão retiradas da ABNT NBR 7199, pois constarão na nova versão daquela norma quando publicada;
  • Atualização das disposições sobre vidro laminado presentes na norma desse produto, cuja versão revisada foi publicada no começo deste ano.

Como participar?
As reuniões são mensais e continuam de forma exclusivamente remota, pela Internet. Para participar basta enviar um e-mail para cb37@abnt.org.br, informando que tem interesse em receber os convites para as reuniões sobre a atualização da ABNT NBR 7199. A agenda pode ser conferida no site da Abravidro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 608 (agosto de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Vladitto/stock.adobe.com

Governo federal inclui segmento fotovoltaico no Padis

No dia 29 de março, o governo federal publicou um decreto que inclui o segmento de painéis fotovoltaicos no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria (Padis). Com a ação, os painéis solares e os materiais que os compõem, incluindo vidros temperados, passarão a contar com alíquota zero do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto de Importação e PIS/Cofins. A medida é mais um estímulo à importação de vidros pelo setor de energia solar, o que faz com que o setor de vidros planos brasileiro não se beneficie do ciclo virtuoso da energia solar no Brasil.

Este texto foi originalmente publicado na edição 604 (abril de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

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Divinal Vidros anuncia expansão no mercado de temperados

A processadora Divinal anunciou a expansão de seu negócio de vidros temperados: a empresa deixa de ser franqueada Blindex e, com isso, seus temperados passam a sair de suas fábricas com a marca Tempered. Assim, a Divinal volta a atuar no mercado nacional, sem restrição de região.

Este texto foi originalmente publicado na edição 603 (março de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Termari Vidros conquista certificação Inmetro

Fundada em 1996, a Termari Vidros começou sua jornada no setor fazendo importação e distribuição de vidro. Em 2012, entrou de vez no segmento de processamento com a construção de uma unidade no município de Viana, Região Metropolitana de Vitória. Atualmente, conta com parque fabril de 5 mil m² de área construída, empregando cerca de sessenta colaboradores. E nem mesmo todo o crescimento ao longo das décadas impediu a empresa de dar mais um passo rumo à qualificação: no fim de setembro, recebeu a certificação Inmetro para temperados nas espessuras de 5, 8 e 12 mm.

Por que certificar?
Para o diretor Gilney Calzavara Júnior, buscar a chancela traz segurança e organização aos processos produtivos, além de engajar o time de colaboradores em prol de uma melhora coletiva e também pessoal nas tarefas da empresa. “Sabíamos que ganharíamos produtividade e que poderíamos atender clientes qualificados que exigem a certificação Inmetro”, explica. “Termos a absoluta convicção, comprovada por uma entidade isenta, de que nosso temperado oferece realmente segurança aos clientes e usuários finais foi outro dos principais motivos.”

Como funciona?
O processo completo levou cerca de seis meses até a emissão do Certificado de Conformidade, ocorrida em 20 de setembro. Os ensaios duraram 25 dias. “Encontramos pouca dificuldade, pois a empresa já era bem organizada”, analisa Júnior. Ainda assim, houve ganhos no controle e documentação dos processos, em especial na rastreabilidade da matéria-prima. “A consultoria da Abravidro foi fundamental para que tudo fosse realizado da forma correta, nos ajudando em relação à documentação pertinente, bem como à adequação de alguns métodos para a auditoria. A nosso ver, tendo em vista a especificidade técnica da certificação, não seria possível alcança-la sem a consultoria.”

Vale a pena?
De acordo com Júnior, os retornos comerciais serão colhidos em breve, pois a conquista se deu há pouco tempo. No entanto, o posicionamento da processadora no setor já é outro – e isso influenciará positivamente nos negócios. “Entendemos que o investimento vale a pena e é importante, considerando a diferenciação necessária aos nossos produtos num mercado altamente concorrido”, comenta.

Este texto foi originalmente publicado na edição 598 (outubro de 2022) de O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Jansen Dias Lube

Santa Rita conquista certificação do Inmetro para temperados

Presente melhor para a Santa Rita não poderia existir: completando 25 anos de atuação no mercado de têmpera em 2022, a processadora conquistou, em agosto, a certificação Inmetro para vidros temperados – nas espessuras de 6, 8 e 10 mm. A empresa atende o setor de construção civil na região de São Paulo e Minas Gerais e, com a chancela, e pretende ampliar ainda mais seu leque de clientes.

Resposta ao mercado
Quais são os motivos que levam uma empresa a buscar uma certificação desse tipo? Segundo o diretor Marcel Scanapieco, passar credibilidade ao setor ajuda a construir parcerias e fazer negócios. “Além de obter conhecimento, nos igualamos às demais empresas com o selo em relação à necessidade dos clientes por vidros certificados”, revela. Oferecer um produto final com diferenciais, como segurança comprovada,  pode significar aumento de receita em meio a um segmento com tanta concorrência.

Entre os ensinamentos adquiridos estão o controle sobre a origem e procedência dos materiais, assim como a rastreabilidade dos produtos fabricados. “Melhoramos também a armazenagem das peças e, principalmente, aumentamos a conscientização de toda a equipe sobre a importância de se ter produtos com qualidade”, comenta Scanapieco. Hoje, a Santa Rita conta também com menos desperdício de matéria-prima e retrabalho por quebras.

Velocidade no processo
Ao todo, o processo de adequação da empresa, incluindo os ensaios dos vidros, levou apenas dois meses. Para Scanapieco, a consultoria da Abravidro foi fundamental para o sucesso em tão pouco tempo. “O consultor Edweiss Silva soube instruir a equipe de forma profissional, ensinando o modo correto de atuar desde a chegada do produto até o envio ao cliente, sem estresse. Sua experiência nos facilitou muito na conquista do selo.”

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Divulgação Santa Rita

Sanvidro investe na certificação dos temperados

Com quase 30 anos de atuação no setor vidreiro, a Sanvidro, de Olinda (PE), optou por certificar seus temperados (6, 8 e 10 mm) pelo Inmetro. A empresa conta com parque industrial de 20 mil m², além de filiais na Região Metropolitana do Recife e Agreste do Estado – e nem mesmo o posto de referência local no segmento a impediu de buscar mais qualificação para seu processo produtivo. Ao invés de se acomodar com as conquistas do passado, a processadora decidiu olhar para o futuro.

Legitimidade
Única beneficiadora pernambucana a carregar a chancela do Inmetro para temperados atualmente, a Sanvidro levou quatro meses para concluir o processo (setembro a dezembro do ano passado). No dia 16 de dezembro, a certificação foi aprovada. “Estamos sempre buscando o diferencial. Como prezamos pela excelência dos nossos produtos, o investimento em segurança é primordial para nos mantermos competitivos no mercado”, destaca Moisés Santos, diretor-executivo da empresa. “Com o selo, atestamos o correto desempenho do vidro temperado produzido por nós”. O trabalho de estudo e aprovação das amostras foi feito pelo Instituto Beltrame da Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq).

 

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Imagem: Divulgação

 

 

Nova mentalidade
Segundo Santos, a implementação de um novo sistema de gestão ajudou a corrigir antigos vícios na produção, enquanto a conscientização dos colaboradores foi fundamental para alcançar o objetivo. “O trabalho em equipe é o segredo do sucesso. Percebemos o quanto é importante a gestão da qualidade para a empresa. A padronização e o controle dos processos já nos permitem apresentar resultados melhores”, afirma o dirigente. “A realização dos ensaios de desempenho, de forma diária, nos permite acompanhar a têmpera e adequá-la às orientações da norma.”

O consultor da Abravidro para certificação, Edweiss Silva, também auxiliou a Sanvidro ao longo dessa adequação. “Por meio da consultoria, fizemos melhorias nos procedimentos internos de gestão, o que nos deixou confiantes para a auditoria”, revela Santos.

Resultados imediatos
Apesar de ter recebido a chancela há apenas um mês, a processadora já notou retornos significativos. Segundo Santos, houve redução de desperdício com o controle de retalhos e, consequentemente, redução de custos. “Agora descortinamos um crescimento comercial com produtos de alta qualidade e expansão de mercado.” Por isso mesmo, mais certificações estão na mira, como a ISO 9001, processo que a Sanvidro se prepara para iniciar ainda em 2022.

 

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Imagem: Divulgação

 

 Crédito da imagem: Divulgação

Este texto foi originalmente publicado na edição 589 (janeiro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Dicevi conquista certificação do Inmetro para temperados

Atestar a segurança dos vidros temperados por meio da chancela do Inmetro para esse produto é uma forma de as processadoras se posicionarem como referência no segmento vidreiro. Apostando nessa premissa, a Dicevi, empresa que atua no mercado cearense há 20 anos, buscou a certificação para seus temperados de 6, 8 e 10 mm de espessura com o intuito de que o selo seja um diferencial competitivo frente aos concorrentes, além de demonstrar a confiabilidade de seu sistema produtivo para os clientes.

Agilidade
Todo o processo durou apenas quatro meses, de janeiro a abril deste ano, sendo que os testes dos vidros levaram cerca de um mês. A certificação chegou para a empresa no início de junho – ou seja, mesmo em meio aos problemas causados pela pandemia, foi possível concluir as etapas ao longo de um semestre. Segundo o gestor empresarial da Dicevi, Marcos Janúsio, não foram encontradas grandes dificuldades para a adequação do sistema produtivo, pois a companhia já seguia as boas práticas do setor. “Aprimoramos questões relacionadas às especificações e aos métodos rotineiros que precisam acompanhar toda a produção”, analisa.

A Abravidro também esteve envolvida nesse processo, já que a processadora, por ser associada à entidade, aprovou a consultoria oferecida por Edweiss Silva, o Ed, consultor para certificação do vidro temperado pelo Inmetro. “Ed foi fundamental nesse processo, orientando os colaboradores sobre os ensaios e rotinas administrativas e também a respeito da documentação necessária para atender as normas”, testemunha Vanessa Ribeiro, diretora-financeira, que também destaca o total engajamento dos funcionários para se alcançar o objetivo final.

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Futuro certificado
Para divulgar a conquista, a Dicevi investe em ações de marketing pelos meios de comunicação e redes sociais. E, se depender da empresa, novas certificações serão buscadas no futuro. “Tradição e profissionalismo são sinônimos de nosso trabalho. Temos planos de continuar produzindo com responsabilidade, além de investir continuamente na segurança, pensando sempre no cliente”, declara a gerente Camila Lima.

Por isso mesmo, Janúsio deixa uma mensagem a todo o mercado sobre como uma chancela desse porte reflete positivamente nos negócios: “A certificação tem uma grande importância relacionada à gestão da qualidade, tornando a organização que a adota mais eficiente e fazendo com que os seus procedimentos operacionais sejam otimizados. Assim, aumenta-se a produtividade e diminui-se o desperdício”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ABNT/CB-37 avança nos trabalhos de revisão da NBR 14698

A revisão, pelo Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), da NBR 14698 — Vidro temperado, segue em andamento mesmo em meio à pandemia: as reuniões estão sendo feitas de modo online. A nova versão do documento técnico terá uma série de atualizações e mudanças em seu conteúdo. Veja a seguir os principais pontos discutidos pelo comitê e entenda como contribuir para tornar a norma ainda mais clara e completa.

Nova organização e alinhamento com normas internacionais
De acordo com Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, todo o conteúdo da NBR 14698 está sendo revisado – o que inclui a própria ordem em que ele será apresentado. “Estamos alterando a estrutura da norma, com o objetivo de organizar melhor as informações”, explica. Outra novidade é a atualização dos requisitos de tolerâncias dimensional, de esquadro e de empenamento. Sobre este último, Clélia comenta: “A versão vigente abrange apenas dois aspectos do empenamento, o total e o localizado. Na revisão, estão sendo ampliados os tipos considerados de empenamento, como a elevação de borda e as chamadas ondas de rolete, por exemplo, cujos parâmetros são discutidos pela comissão”.

Assuntos como anisotropia, distorção óptica e resistências térmica e mecânica também vêm sendo aprofundados nos trabalhos do ABNT/CB-37. Esses quesitos serão considerados características do processo de têmpera e do temperado, buscando-se um alinhamento do conteúdo da nova versão da NBR 14698 com as normas internacionais desse produto.

Com relação à resistência térmica, a comissão considerou ser necessário realizar alguns ensaios nos vidros a fim de auxiliar na avaliação do comportamento do temperado. O Grupo Falcão Bauer é o responsável por esses testes.

Sua participação é importante!
Desde que a revisão da NBR 14698 teve início, o processo evoluiu bem, mas os trabalhos ainda não estão perto do final. “Existem ainda alguns pontos a serem revistos e discutidos, como o aspecto visual – isto é, a avaliação de defeitos pontuais e lineares –, a questão da fragmentação e os ensaios de avaliação do produto, como medição do empenamento e classificação de segurança”, aponta Clélia. O comitê conta com as referências normativas internacionais como parâmetros para esses quesitos.

São esperadas mais reuniões virtuais para discutir as mudanças a serem implementadas no texto. Por isso, a analista de Normalização da Abravidro faz um convite: “Temos notado um aumento no número de participantes nas reuniões remotas, e isso é muito positivo. Reforçamos que todos os interessados são sempre bem-vindos para participar desses encontros e, assim, nos ajudar a elaborar uma norma ainda mais completa e abrangente”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Saiba como é feito o ensaio de choque térmico para temperados

Não é segredo que o vidro temperado possui resistência mecânica de até cinco vezes mais do que um vidro comum – mas ele precisa também resistir a choques térmicos. A norma NBR 14698 — Vidro temperado apresenta um ensaio para assegurar que o produto terá o desempenho esperado nesse quesito.

As etapas do teste – demonstrado para os visitantes do espaço Vidro em Ação, durante a edição 2018 da Glass South America – e os requisitos necessários para aprovação do temperado são apresentados a seguir.

 

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Aparelhos necessários
– Estufa capaz de atingir, de forma controlada, a temperatura de 250 ºC. Deve ter capacidade para acondicionar peças de temperado com dimensões de 350 x 350 mm;

– Termômetro graduado e calibrado com precisão mínima de ± 0,5 ºC;

– Sistema com regulagem de altura conjugado a um dispositivo que retenha o esguicho da água;

– Esguicho com controle do fluxo de água com vazão de 10 a 15 ml/s, com um diâmetro de jato de água de 5 a 7 mm;

– Suporte da peça de vidro (corpo de prova) constituído por dois cilindros de madeira maciça, cada um com diâmetro de 25 mm e comprimento suficiente para apoiar toda a extensão do corpo de prova. Os dois cilindros devem ser posicionados paralelamente entre si – a distância entre seus eixos deve ser de 200 mm.

Importante: antes do ensaio, é necessário medir a temperatura da água que será utilizada – ela deverá estar na faixa de 23 (±2) ºC.

Passo a passo do ensaio
As etapas abaixo são as mesmas para qualquer espessura de vidro a ser ensaiado:

1. O corpo de prova (uma peça de temperado com dimensões de 350 x 350 mm) é colocado na estufa, cuja temperatura deve ser regulada para atingir 250 ºC. O vidro deve ficar dentro da estufa por, no mínimo, 30 minutos.

2. Após esse período, a peça é posta sobre o suporte, de maneira que fique simétrica em relação aos apoios.

3. Acima do suporte, está o esguicho – a altura dele deve ser regulada para 150 mm em relação ao plano do corpo de prova.

4. O jato de água é liberado durante 90 segundos, sendo direcionado perpendicularmente e atingindo exatamente o centro da peça de vidro.

Requisito para aprovação
O temperado, independentemente da espessura, precisa suportar esse choque térmico durante os 90 segundos sem apresentar qualquer trinca ou quebra.

Este texto foi originalmente publicado na edição 581 (maio de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Saiba como trabalhar com os vidros temperado e laminado

As reportagens de O Vidroplano constantemente chamam atenção para a importância do cumprimento das normas técnicas para o uso do vidro na construção civil. Nesse sentido, a NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, principal norma para nosso setor, aponta que apenas os chamados vidros de segurança podem ser usados em determinadas situações.

Dois desses vidros, o temperado e o laminado, são amplamente conhecidos pelos vidraceiros. Ainda assim, é sempre válido repassar suas principais características, as diferenças entre os dois e os cuidados específicos para cada um deles, desde sua encomenda junto à processadora até a instalação na obra.

 

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Características e benefícios
O temperado é resultado de um tratamento térmico (têmpera) que modifica suas características, aumentando sua dureza e resistência mecânica. “Ele é mais rígido e, quando danificado, se estilhaça em pequenos fragmentos, trazendo menor risco ao usuário”, observa José Augusto de Oliveira, gerente-comercial da Vitral Vidros Planos.

O laminado, por sua vez, é composto por duas ou mais chapas de vidro unidas por um interlayer (camada intermediária), que pode ser um filme de polivinil butiral (PVB), etil vinil acetato (EVA) ou até uma resina específica para isso. “Dessa forma, caso o vidro venha a se quebrar, a peça ficará ali parada com os fragmentos presos nesse interlayer, mantendo o vão fechado e evitando risco de ferimentos”, comenta Andrea Oliveira, sócia-proprietária da vidraçaria Silvestre Vidros.

Em ambos os casos, a proteção do usuário final é apenas um dos diferenciais oferecidos pelos produtos. “O temperado permite maior interação com os ambientes porque pode ser instalado de maneira autoportante, isto é, sem o uso de caixilhos, além de ter resistência mecânica que pode ser até cinco vezes maior do que a de uma peça float”, afirma Jefferson Martins, engenheiro de Vendas da PKO do Brasil. Sobre o laminado, André Alves, sócio-diretor da vidraçaria Alto da Lapa Vidros, aponta: “Um benefício que essas peças trazem é a filtragem dos raios ultravioleta, responsáveis por danificar móveis e objetos expostos ao Sol por muito tempo. A redução de ruído também é um atributo buscado por aqueles que optam pelos laminados”.

Renato Santana, coordenador de Qualidade e Lean Manufacturing da GlassecViracon, alerta: “É preciso deixar claro que esses dois vidros só podem ser considerados de segurança se forem devidamente ensaiados de acordo com as respectivas normas técnicas”. Para os dois casos, é o teste de impacto que vai estabelecer a classificação de segurança do vidro. Esse ensaio, descrito para cada produto em sua respectiva norma técnica (NBR 14697 — Vidro laminado e NBR 14698 — Vidro temperado), verifica se eles conseguem suportar golpes sem quebrar e se quebram de maneira considerada segura, além de determinar qual a classificação de segurança para a peça testada.

Encomendando o produto
A primeira etapa do trabalho com temperados e laminados nas vidraçarias é o contato com uma processadora para a compra das peças. Parece um processo simples, e é, mas é preciso atenção para evitar certos problemas que terão consequências indesejáveis mais adiante. “A maior importância deve ser dada à fase de projeto, visando a oferecer um bom aproveitamento das chapas dos vidros que serão transformados em temperados ou laminados”, orienta Luiz Cláudio Rezende, consultor técnico da Viminas Vidros Especiais.

“Para que você consiga especificar de maneira correta o vidro na construção civil, não há outro jeito, a NBR 7199 torna-se indispensável. Para cada tipo de aplicação, é necessário consultar a norma para saber quais vidros são permitidos”, comenta André Alves, da Alto da Lapa. Nesse sentido, ele ressalta que há algumas restrições importantes para o temperado, as quais podem passar despercebidas — ele não pode ser usado em guarda-corpos e coberturas, por exemplo. Os casos em que cada um pode, ou não pode, ser utilizado estão na tabela Que vidro usar?, elaborada pela Abravidro para a campanha #TamoJuntoVidraceiro.

 

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Outro ponto a ser levado em conta na hora da encomenda são as particularidades no fornecimento de cada produto. “O temperado é vendido em peças que demandam um projeto feito pelo vidraceiro, ou pelo processador com anuência do vidraceiro. O laminado é vendido em chapas, com serviço de corte e lapidação. Nesse caso, o cliente, em posse das medidas das peças desejadas, precisa avaliar junto ao processador o melhor tamanho de chapa disponível e que tenha o melhor aproveitamento”, orienta Oliveira, da Vitral.

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Sobre o aproveitamento dos laminados, Rezende, da Viminas, complementa: “A primeira observação deve estar relacionada à melhor indicação do interlayer utilizado, seguida da capacidade do fornecedor com relação às dimensões máximas e mínimas de peças e chapas, o que está diretamente relacionado ao custo-benefício”.

É fundamental ter em mente que as peças de vidro temperado não podem passar por furação e recorte depois do processo de têmpera. Por isso, sempre é preciso verificar se a peça exige furos ou recortes – e, em caso positivo, a localização em que devem estar e as medidas exatas que devem ter, para que sejam feitos antes de as peças serem temperadas. “Quanto maior for a quantidade de informações na formulação do pedido, melhor”, considera Jefferson Martins, da PKO.

 

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Já em relação aos laminados e ao aproveitamento das chapas desse produto, Rezende, da Viminas, aconselha: “A primeira observação deve estar relacionada à melhor indicação do interlayer utilizado, seguida da capacidade do fornecedor com relação às dimensões máximas e mínimas de peças e chapas, o que está diretamente relacionado ao custo-benefício”.

Medição e folgas
Para que o orçamento e a encomenda dos produtos corram como o esperado, a medição do vão a ser preenchido na obra é importante. “É a partir desse ponto que o projeto sai do papel e se torna realidade, sendo o primeiro passo para garantir que a instalação será bem-sucedida”, afirma Andrea Oliveira, da Silvestre Vidros.

Com relação ao dimensionamento das peças, Santana, da GlassecViracon, recomenda que o responsável pelo projeto escolha um processador que tenha equipe técnica que possa analisar tais medidas. Esses profissionais poderão verificar se é preciso fazer mudanças simples e sem impactos nos projetos, resultando em economia financeira significativa.

André, da Alto da Lapa, acrescenta que a medição total do vão acabado – incluindo nível, prumo e suas subdivisões – também é fundamental para o cálculo e aplicação das folgas, considerando os esforços solicitantes e os materiais utilizados para fixação.

“Qualquer falha ou esquecimento com relação a folgas, furos, recortes, definição de qual é o lado externo e interno, entre outras especificações, pode levar a prejuízo”, alerta Luiz Rezende. Felizmente, já existem softwares que facilitam a vida dos vidraceiros na confecção dos projetos, como o disponibilizado no portal da Viminas: basta colocar as dimensões do vão e o tipo de desenho desejado para que sejam informados folgas, furos e ferragens necessárias, entre outros detalhes.

Diferenças no transporte
Engana-se quem pensa que o carregamento e fixação das peças nos veículos de transporte podem ser feitos da mesma forma para os dois tipos de vidro. Andrea, da Silvestre Vidros, explica: “O laminado sempre requer mais cuidado se feito com peças de float, mais frágeis e que podem quebrar se sofrerem muito esforço, o que não acontece com o temperado, material que suporta amarração mais firme”.

 

Transporte dos vidros: sempre coloque todas as peças do mesmo tipo juntas e faça a fixação de cada grupo de acordo com os cuidados que ele exige
Transporte dos vidros: sempre coloque todas as peças do mesmo tipo juntas e faça a fixação de cada grupo de acordo com os cuidados que ele exige

 

A NBR 7199 recomenda que a espessura máxima da pilha com chapas de vidro para armazenamento seja de 600 mm para laminados e 800 mm para temperados. Já a inclinação das peças deve ser de 4 a 6 graus em relação à vertical. No caso dos laminados, a base do cavalete deve ser inclinada em relação à horizontal de modo a formar um ângulo de 90 graus com a superfície de apoio ao longo da altura do vidro.

Dessa forma, o ideal é não misturar os vidros, mas sim colocar todas as peças do mesmo tipo juntas e fazer a fixação delas de acordo.

Hora de instalar o vidro!
Quando o temperado for instalado de forma autoportante, nunca aperte as ferragens além do necessário — isso pode levar à quebra do painel. O respeito às folgas mínimas entre as bordas e a colocação de um material intercalário (como borracha, silicone ou cortiça) que impeça o contato direto entre o vidro e as ferragens também são cuidados essenciais.

No caso do laminado, é preciso lembrar que ele não pode ter contato direto e permanente com água ou umidade – como, por exemplo, infiltrações em caixilhos ou piscinas com borda infinita –, pois isso pode causar a delaminação da peça. “Os cuidados na instalação de um laminado também passam pela atenção no uso de calços e selantes na hora de encaixilhá-los – esses produtos devem ser neutros em relação ao interlayer para não agredi-lo e levar a problemas no vidro”, orienta André, da Alto da Lapa.

Por fim, Oliveira, da Vitral, aconselha: “É sempre importante que os profissionais estejam atentos às normas NBR 14697 — Vidro laminado e NBR 14698 — Vidro temperado, ambas atualmente em processo de revisão, além de buscar o aperfeiçoamento contínuo em cursos oferecidos pelas associações regionais, para que apresentem a solução mais bonita, moderna e segura a seus clientes”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 580 (abril de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.