Arquivo da tag: Termômetro

Conheça as ações da Abravidro para o setor vidreiro nacional

Uma constante da Abravidro em sua história é a busca incessante pelo desenvolvimento do setor vidreiro brasileiro e pela defesa de seus interesses. Isso se reflete nas inúmeras ações, iniciativas e programas criados em prol dos diferentes elos da cadeia ao longo dos anos. Trabalha com vidro? Pois saiba que a Abravidro tem algo para ajudar em seu dia a dia!

 

Foto: Pugun & Photo Studio/stock.adobe.com
Foto: Pugun & Photo Studio/stock.adobe.com

 

RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E GOVERNAMENTAIS
A Abravidro é a representante da indústria de processamento junto ao poder público nas diferentes esferas governamentais, relacionando-se ainda com outras entidades do Brasil e do exterior a respeito de temas relevantes para o segmento.

Esse é um trabalho silencioso, mas que traz importantes vitórias à cadeia, incluindo a redução do Imposto sobre produtos industrializados (IPI) sobre vidros processados, desoneração da folha de pagamentos às indústrias de processamento, aumento da alíquota do Imposto de importação para temperados e laminados e redução dos índices da Substituição Tributária em São Paulo, entre outros.

 

COMUNICAÇÃO
Além de informar toda a cadeia em primeira mão sobre as notícias mais relevantes para os negócios das empresas, os meios de comunicação da Abravidro são a maior referência em conteúdo vidreiro qualificado. Seja no formato impresso ou online, seja nas redes sociais, em vídeos ou boletins, nosso compromisso é com a informação.

  • Revista O Vidroplano
  • Site, newsletter e redes sociais
  • VidroCast, o podcast da Abravidro
  • Boletins de notícias no WhatsApp

 

MONITORAMENTO DO MERCADO
A Abravidro criou as duas mais importantes pesquisas sobre o desempenho do segmento. A primeira, lançada em 2012, é o Panorama Abravidro, o único estudo que analisa os dados anuais do setor de vidros planos no Brasil (disponível também em inglês e espanhol), a partir de pesquisa anual realizada com indústrias de transformação de todas as regiões do País. Serve como uma fotografia do mercado vidreiro nacional e como documento estratégico para o planejamento das empresas.

A segunda, surgida em 2022, é o Termômetro Abravidro, indicador mensal que acompanha mês a mês o desempenho de vendas faturadas (em m²) da cadeia de processamento.

 

acoes-normas

 

NORMAS TÉCNICAS
Está na Abravidro a sede do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), órgão que coordena as comissões de estudo responsáveis por elaborar e revisar as normas técnicas vidreiras. Esse trabalho é fundamental para o desenvolvimento do mercado, já que regulamenta produtos, ensaios, aplicações e até mesmo atividades profissionais envolvendo nosso material (veja mais sobre a trajetória do órgão na seção “Falando em normas”, clicando aqui). Atualmente, existem 38 normas vigentes voltadas para o segmento.

 

CONSULTORIAS

Certificação
Consultoria para a preparação da empresa interessada na certificação dos vidros temperados outorgada pelo Inmetro – disponível na versão in loco e online – e também para os laminados.

Assessoria jurídica e também sobre substituição tributária e suporte técnico em relação às normas técnicas

 

QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA
Uma das principais bandeiras da entidade é levar conhecimento técnico de referência sobre o trabalho com vidro para dentro e fora do nosso setor. Para isso, conta com diversas ações:

Educavidro
Plataforma de educação a distância (EAD) gratuita criada para levar conteúdo técnico atualizado e relevante a qualquer pessoa interessada em ampliar conhecimentos sobre vidros planos. Desenvolvida em parceria com a Abividro, é composta por aulas em vídeo, elaboradas pelos maiores especialistas em vidros planos do Brasil, com emissão de certificado. São mais de cinquenta horas de conteúdo agrupado de duas maneiras: cursos temáticos e trilhas profissionais.

Especialização Técnica Abravidro
Lançado em 2012, o programa tem como objetivo a formação e o aperfeiçoamento da mão de obra nas indústrias processadoras, com foco no aumento da eficiência e produtividade da empresa, reduzindo perdas. Ministrado in company, conta com cinco módulos principais:

  • Corte;
  • Lapidação;
  • Serigrafia;
  • Têmpera;
  • Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE).

Há ainda quatro módulos posteriores:

  • Acompanhamento de Processos (exclusivo para as processadoras que tiverem recebido um dos módulos principais);
  • Modelagem de Processos Administrativos e Industriais;
  • Manutenção Total Produtiva;
  • Acompanhamento de Layout.

Curso de Gestão Financeira Estratégica para Empresários Vidreiros
Organizado em parceria com o Sinbevidros-SP, a primeira turma do treinamento foi formada este ano. As aulas buscam qualificar os gestores do nosso setor na administração das finanças das empresas, abordando desde a formação de preço e definição da margem de lucro até o planejamento de investimentos e projetos de longo prazo.

Cursos de extensão universitária
Programas de qualificação realizados em parceria com renomadas instituições de ensino, como a Universidade Presbiteriana Mackenzie, para estudantes e profissionais das áreas de Arquitetura e Engenharia.

Palestras
Em parceria com as entidades regionais afiliadas, a Abravidro promove palestras de capacitação e atualização para vidraceiros, arquitetos e engenheiros.

 

CAMPANHAS E PROGRAMAS

De Olho no Boxe
Programa com o objetivo de estimular a aplicação da norma técnica dos boxes de banheiro, a ABNT NBR 14.207, além de incentivar a manutenção preventiva anual desse produto (prevista na norma técnica); contém o Manual de utilização, limpeza e manutenção dos boxes de banheiro, disponível, gratuitamente, para consumidores e vidraceiros.

#TamoJuntoVidraceiro
Campanha pensada para as boas práticas na relação entre processadores e vidraceiros, com material exclusivo que contribui para a geração de negócios às vidraçarias, além de ser fonte de consulta para consumidores e especificadores, como arquitetos, engenheiros e designers de interiores. Esses materiais, disponíveis gratuitamente, incluem:

  • Cartilha Aplicação do vidro na construção civil: apresenta informações sobre os principais tipos de vidro e suas aplicações, conforme determinações da norma ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações;
  • Que vidro usar?: tabela para consulta rápida e didática, indica os vidros com uso permitido por norma nos diferentes tipos de instalação;
  • Boas práticas para processadores de vidros: indica como deve ser o relacionamento saudável das empresas com vidraceiros.

 

acoes-eventos

 

EVENTOS

Simpovidro
Criado em 1995, é o maior encontro vidreiro da América Latina. A edição mais recente (a 16ª) ocorreu no ano passado, no resort Vila Galé Alagoas, em Barra de Santo Antônio. O evento reúne toda a cadeia vidreira em um ambiente descontraído cheio de oportunidades de negócio, conteúdo para o dia a dia do empresariado, lazer e networking.

Glass South America
A Abravidro é parceira exclusiva na realização da maior feira do setor em nosso continente, a Glass South America, organizada pela NürnbergMesse Brasil. A edição 2025 está agendada para 3 a 6 de setembro, no Distrito Anhembi, em São Paulo.

Prêmio Abravidro Glass South America
Criado em 2024, em parceria com a NürnbergMesse Brasil, tem por objetivo celebrar os diversos elos da cadeia vidreira nacional.

 

Estande da Abravidro na Glass South America 2024: em feiras como essa, assim como em outros eventos do setor, entidade apresenta os diversos benefícios para associados
Estande da Abravidro na Glass South America 2024: em feiras como essa, assim como em outros eventos do setor, entidade apresenta os diversos benefícios para associados

 

ATUAÇÃO COM OS ASSOCIADOS

Como se não bastasse isso tudo, a Abravidro conta ainda com uma enorme rede de serviços exclusivos para seus associados:

Cursos online
Acesso gratuito a mais de 350 treinamentos online com certificado de diversas áreas do conhecimento. Os conteúdos estão disponíveis no formato de videoaulas que podem ser acessadas por computador ou celulares e tablets. A duração dos cursos varia de duas a dez horas (introdutórios) e sessenta a oitenta horas (longa duração).

Biblioteca de normas
Acesso online ao acervo de normas técnicas do ABNT/CB-37, assim como a outras normas relacionadas a nosso material. São mais de cinquenta documentos técnicos disponíveis para consulta das empresas vidreiras por meio do sistema digital ABNT Coleção.

Comunicação de maior alcance
Página exclusiva no portal da entidade, os visitantes podem ver todas as informações a respeito da empresa, fazendo parte ainda da lista de associados publicada mensalmente na revista O Vidroplano.

Condições especiais
Preços diferenciados para:

  • Consultoria para certificação do temperado e laminado;
  • Módulos da Especialização Técnica Abravidro;
  • Inscrição no Simpovidro

Assessorias
Apoio sobre aspectos relevantes de atividades empresariais nas áreas cível, trabalhista e tributária e substituição tributária, além de suporte técnico em relação às normas técnicas.

Segurança no trabalho
Envio dos materiais da Campanha de Conscientização para Prevenção de Acidentes de Trabalho nas Empresas Vidreiras, incluindo vídeo de treinamento, manual, cartilha (no formato de história em quadrinhos) e cartaz.

 

Quer aproveitar todos esses benefícios? Associe-se já!
Entre em contato com a entidade pelo e-mail rsilva@abravidro.org.br ou telefone (11) 3873-9908.

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Termômetro Abravidro – Abril 2025

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Abril 2025

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento pequeno nas vendas faturadas em m² em abril de 2025 em relação a março.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 1% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com março, considerando ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (91 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Termômetro Abravidro – Março 2025

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Março 2025

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de queda importante nas vendas faturadas em m² em março de 2025 em relação a fevereiro.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou baixa de 14,5% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com fevereiro, considerando ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (79 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 628 (abril de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Termômetro Abravidro – Fevereiro 2025

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Fevereiro 2025

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de queda moderada nas vendas faturadas em m² em fevereiro de 2025 em relação a janeiro.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou baixa de 9,5% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com janeiro, considerando ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (87 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 627 (março de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Termômetro Abravidro – Janeiro 2025

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Janeiro 2025

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento importante nas vendas faturadas em m² em janeiro de 2025 em relação a dezembro.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 12,7% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com dezembro, considerando ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (68 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro e Sinbevidros-SP lançam curso de gestão

A gestão eficiente é fundamental para a rentabilidade dos negócios em um mercado desafiador. E ter à disposição um curso que ajude os gestores nesse propósito, totalmente focado nas especificidades do setor vidreiro, pode ser fundamental. Pensando nisso, a Abravidro e o Sinbevidros realizarão em São Paulo, de 9 a 11 de abril, o curso Gestão Financeira Estratégica para Empresas do Setor Vidreiro. Conheça mais sobre ele a seguir.

Pronto para os desafios do mercado
O objetivo do treinamento é qualificar os gestores do nosso setor na administração das finanças de suas empresas, abordando desde a formação de preço e definição da margem de lucro até o planejamento de investimentos e projetos de longo prazo.

“Nosso segmento conta com inúmeras oportunidades, e o empresário que conseguir atingir o equilíbrio entre volume e rentabilidade alcançará o sucesso”, avalia Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro. Nesse sentido, Victor Villas Casaca, presidente do Sinbevidros e 3º vice-presidente da Abravidro, aponta: “A profissionalização da gestão financeira é fundamental para que o setor evolua de forma sustentável. Com isso, sem dúvida, este curso é uma oportunidade valiosa para executivos do setor aprimorarem sua gestão e tomarem decisões mais assertivas, compreendendo o impacto real de suas decisões diárias na lucratividade, no caixa e na rentabilidade das empresas”.

O curso tem um site próprio, onde é possível conferir o investimento para participar e como se inscrever, entre outras informações.

 

 

Gestão Financeira Estratégica para Empresas do Setor Vidreiro

Quando: 9 a 11 de abril

Onde: sala Uplab-Senai na Fiesp – Avenida Paulista, 1313, 4º andar – São Paulo

Valores:

  • Associados Abravidro: R$ 4.315
  • Associados Sinbevidros: R$ 4.315
  • Associados a entidade regional afiliada da Abravidro: R$ 4.963
  • Não associados: R$ 5.610

 

Fotos: divulgação
Fotos: divulgação

 

Os professores

Flávio Málaga
PhD. e Mestre em Finanças pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), com MBA pela Boston University (microeconomics), graduado em Ciências Contábeis (CRC-SP). Sócio do escritório de assessoria financeira Málaga & Associados, Flávio atua na avaliação econômico-financeira de empresas e projetos de investimentos, em projetos de otimização de performance, de reestruturação financeira e em processos de fusões e aquisições. Também participa como expert contábil e financeiro em procedimentos arbitrais envolvendo danos patrimoniais. Em 2024, foi um dos palestrantes do 16º Simpovidro, onde abordou o tema Governança financeira nas empresas vidreiras. Ele também foi entrevistado pelo VidroCast, o podcast da Abravidro. Além das atividades de assessoria, é professor de Finanças Corporativas e de Contabilidade do MBA Finanças do Insper desde 2006. Em 2005, publicou o livro Retorno de Ações, e em 2024, a quarta edição do livro Análise de Demonstrativos Financeiros e da Performance Empresarial, ambos pela editora Saint Paul.

Cristiane Kussaba
Mestre em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP) e Bacharel em Ciências Contábeis. Tem quinze anos de experiência profissional, tendo atuado na área de Políticas Contábeis em instituições financeiras como Banco BV, HSBC, Safra e Inter, além de ter trabalhado como consultora em Financial Risk Management na KPMG. Atualmente, Cristiane atua como consultora especializada em temas contábeis e financeiros no escritório de assessoria financeira Málaga & Associados e leciona em instituições de destaque como Insper, Fundação Instituto de Administração (FIA), Saint Paul Escola de Negócios e Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. Também possui experiência na coordenação acadêmica de escolas de negócios na Saint Paul Escola de Negócios e na FBM Educação. É coautora das obras IFRS no Brasil: temas avançados abordados a partir de casos reais e Manual de Contabilidade Bancária: aplicável a todas as entidades autorizadas pelo Banco Central do Brasil, semifinalista do Prêmio Jabuti Acadêmico.

 

Foto: DilokaStudio/Freepik.com
Foto: DilokaStudio/Freepik.com

 

Conteúdo do curso

Módulo 1 – Fundamentos Financeiros Aplicados ao Setor Vidreiro

  • Como interpretar o Balanço Patrimonial (BP) e as decisões de investimento e financiamento de uma empresa
  • Como interpretar a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) e suas margens
  • Rentabilidade no setor vidreiro: Indicadores essenciais para avaliação do desempenho financeiro
  • Exercícios práticos para aplicação do conteúdo

Módulo 2 – Precificação Estratégica e Formação de Preço

  • Formação de preço e impacto nas margens de lucro
  • Tipos de custos: Fixos, variáveis e semivariáveis e sua influência na precificação
  • Margem de contribuição: Como calcular, interpretar e utilizar na tomada de decisão
  • Margem de contribuição unitária e total: Impacto nas estratégias de precificação e volume de vendas
  • Ponto de equilíbrio: Econômico, financeiro e contábil – como calcular e utilizar na tomada de decisão
  • Exercícios práticos para aplicação do conteúdo

Módulo 3 – Gestão de Capital de Giro e Prazos Médios

  • O que é o capital de giro e como ele afeta sua empresa?
  • Ciclo Operacional vs. Ciclo Financeiro: Entenda as diferenças e a importância para a liquidez da empresa
  • Prazo Médio de Pagamento (PMP): Como negociar com fornecedores sem comprometer o caixa
  • Prazo Médio de Estocagem (PME): O equilíbrio ideal entre estoque, demanda e fluxo de caixa
  • Prazo Médio de Recebimento (PMR): Como acelerar recebimentos e evitar inadimplência
  • Estratégias para otimizar os três prazos e reduzir a necessidade de capital de giro
  • Exercícios práticos para aplicação do conteúdo

Módulo 4 – Investimentos de Longo Prazo e Novos Projetos

  • Planejamento Estratégico de Investimentos: Como alinhar novos projetos à visão da empresa
  • Análise de Viabilidade Econômico-Financeira: Como avaliar o retorno de investimentos em novas máquinas, tecnologia e expansão
  • Payback, Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR): Principais métricas para decisão de investimento
  • Exercícios práticos para aplicação do conteúdo

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Conceptcafe/stock.adobe.com

Setor vidreiro andou de lado em 2024

Único indicador vidreiro a medir as vendas faturadas mensais de vidros processados (em m²), o Termômetro Abravidro teve um 2024 importante: além de ganhar novas formas de medição e de apresentação do conteúdo, o estudo firmou-se como elemento presente no dia a dia das processadoras, com média de mais de noventa empresas respondentes por mês. E, apesar de todas essas novidades, os números medidos pelo indicador foram apenas medianos – o desempenho do setor no ano “andou de lado” na comparação com 2023.

Com a queda de 14% vista em dezembro (veja mais sobre os dados do mês clicando aqui), a variação acumulada do ano fechou no negativo, em -4,6%. “O resultado de dezembro foi ruim, como já era esperado, por conta do recesso de fim de ano e o consequente número menor de dias trabalhados. Mas, infelizmente, essa queda ‘zerou’ o ganho que tivemos ao longo de 2024. Olhando a evolução dos dois últimos anos, o resultado ficou praticamente estável”, analisa Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro. Apesar disso, a variação acumulada dos últimos doze meses vem tendo resultados melhores, ainda que negativos – o que significa que o setor “parou de piorar”.

Presença do setor
“A resposta ao Termômetro tem sido muito boa, o que mostra que nosso setor se preocupa com seus números”, comenta Ribeiro. É importante, porém, uma maior participação das empresas também no Panorama Abravidro, o estudo anual da associação que tem um escopo mais abrangente (confira detalhes sobre a pesquisa para a edição 2025 clicando aqui). “Com mais processadoras participando do Panorama, a radiografia do mercado será ainda mais precisa. Dessa forma, teremos um mapa bem definido para ajudar no planejamento estratégico de nossos negócios”, afirma o dirigente da Abravidro.

O que mudou
O Termômetro ganhou uma metodologia de dessazonalização, a qual consiste na utilização de um modelo sobre a série de produção mensal de produtos minerais não metálicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – que abrange as atividades industriais do setor de vidros processados. Assim, foi feito o ajuste de dias úteis, considerando o calendário utilizado pelo mercado financeiro, somado à inclusão de meia-jornadas aos sábados e em feriados extraordinários (como dias de jogos de Copa do Mundo, por exemplo). Além disso, a base de dados do estudo (chamada de base 100) foi ajustada de dezembro de 2021 para abril de 2022, momento no qual o Termômetro passou a considerar a participação de uma base expandida de respondentes – antes, no período piloto, apenas empresas ligadas à diretoria da Abravidro podiam participar.

“O indicador está amadurecido. Em 2022, as variações eram muito elásticas; porém, agora não mais. Para ajustar isso, tivemos a ajuda das próprias empresas do setor, as quais sugeriram incluir a análise dos dias úteis”, comenta Sergio Goldbaum, economista da GPM Consultoria, empresa responsável pelo estudo (e também pelo Panorama Abravidro). “Este é um tópico relevante: se um mês tem cerca de 22 dias úteis, um feriado prolongado representa quase 10% do total de dias trabalhados, o que altera significativamente o resultado do indicador.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Aleksei/stock.adobe.com

Termômetro Abravidro – Novembro 2024

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Novembro 2024

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento pequeno nas vendas faturadas em m² em novembro de 2024 em relação a outubro.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 2,7% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com outubro, sem ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (99 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Termômetro Abravidro – Outubro 2024

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Outubro 2024

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento pequeno nas vendas faturadas em m² em outubro de 2024 em relação a setembro.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 1,1% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com setembro, sem ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (92 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Termômetro Abravidro – Setembro 2024

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Setembro 2024

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento moderado nas vendas faturadas em m² em setembro de 2024 em relação a agosto.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 7,6% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com agosto, sem ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (92 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Termômetro Abravidro – Agosto 2024

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Agosto 2024

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de queda pequena nas vendas faturadas em m² em agosto de 2024 em relação a julho.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou baixa de 4,9% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com julho, sem ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (86 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 621 (setembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Termômetro Abravidro – Junho 2024

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Junho 2024

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 4,3% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com maio, sem ajustes sazonais.

Mudanças
A partir da edição de maio, o Termômetro passou a contar com novidades: a variação mensal agora é apresentada livre de efeitos sazonais e com ajuste de dias úteis. Além disso, a base de dados do estudo (base 100) foi ajustada de dezembro de 2021 para abril de 2022, quando o estudo passou a considerar a participação de uma base expandida de respondentes – antes, no período piloto, apenas empresas ligadas à diretoria da Abravidro podiam participar.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (93 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Números do Panorama Abravidro são assunto no VidroCast

No último mês de maio, a Abravidro publicou a edição de 2024 do Panorama Abravidro, o principal estudo econômico e produtivo do setor vidreiro nacional. E durante a Glass South America, os dados revelados pelo Panorama 2024 foram tema de um bate-papo entre Alexandre Pestana, ex-presidente e diretor da Abravidro, e Sergio Goldbaum, economista da GPM Consultoria (empresa responsável pelo estudo). A conversa, um dos episódios do VidroCast, o podcast da entidade, rendeu ótimas reflexões sobre o desempenho do mercado em 2023. Por isso, retomamos o assunto para complementar a análise da atual situação de nosso segmento. Confira a seguir os principais pontos dessa entrevista.

Boom desperdiçado?
Com a queda de 1,8% da produção em 2023, o acumulado dos últimos três anos nesse indicador soma 12% de redução – o que leva nosso mercado de volta ao patamar da crise de 2016, momento que encerrou o ciclo de crescimento local do segmento de vidros planos. O faturamento das empresas também teve baixa (-9,7%), somando 20% de queda em dois anos, resultado do processo de deflação e acomodação do setor no pós-pandemia.

É importante recordar que, em 2020, primeiro ano de pandemia, o setor marcou alta de dois dígitos em ambos os quesitos: 14,4% na produção e 12% no faturamento. O que aconteceu para não aproveitarmos o bom momento vivido pouco tempo atrás? Para Pestana, a explicação é simples. “O vidro tem dois momentos muito específicos na construção civil: as obras novas, que vão bem desde o período da pandemia, e as reformas. E aí está a diferença, pois esse consumo ‘formiguinha’ não seguiu com a mesma tração.”

Goldbaum concorda: “É possível que, na pandemia, os consumidores de forma geral tenham antecipado as decisões de reforma. E, após um período de alta, é normal ocorrer uma ressaca. Mas em pouco tempo isso deve se recuperar”.

 

Alta nas importações de vidro float – e também do processado – dificulta ainda mais o balanço da cadeia vidreira nacional (foto: Kalyakan/stock.adobe.com)
Alta nas importações de vidro float – e
também do processado – dificulta ainda
mais o balanço da cadeia vidreira nacional (foto: Kalyakan/stock.adobe.com)

 

Aumento nas importações
Outro assunto delicado é o aumento das importações de vidro – cresceram mais de três vezes em relação a 2022. No caso do float, a matéria-prima básica do setor de transformação, voltou-se ao volume encontrado em 2014, ano que marcou o início da vigência do direito antidumping no Brasil. E o problema se dá também nos vidros processados: o volume de laminado importado, por exemplo, foi o maior desde o ano 2000.

Este ano, os números referentes à importação seguem altos – no entanto, a alta recente nos custos do frete internacional e do dólar pode mudar o cenário. “Para um setor com capacidade doméstica plena, como o nosso, a importação é algo indesejável, uma vez que temos capacidade produtiva, tecnologia e produtos de qualidade sendo feitos pela indústria de base e de transformação”, alerta Pestana. “A importação vem para dificultar mais ainda o balanço da cadeia.”

Mercado internacional
Existe ainda uma preocupação extra: o excedente da produção da Ásia, em especial o da China. Mais de 50% do vidro fabricado no mundo vem desse país, e esse montante tem como consumidor o próprio mercado doméstico da construção civil, que apresenta sinais de forte desaceleração. Isso pode trazer ainda mais instabilidade na questão da balança comercial do vidro brasileira – e de várias outras nações.

“Muitos países estão adotando saídas protecionistas em vários segmentos. À medida que grandes consumidores desses produtos aprovam tais ações, sobram produtos no mercado internacional, fazendo com que o preço deles caia. Então, o setor deve olhar com muita atenção para esse ambiente externo”, comenta Goldbaum.

Números como ferramenta de gestão
Uma dúvida comum que pode surgir nos empresários vidreiros é como aproveitar os dados tanto do Panorama como do Termômetro Abravidro no dia a dia das empresas. De acordo com Pestana, a primeira dica é comparar o seu resultado com o do mercado: “Faça isso mensalmente, pois assim você consegue avaliar o desempenho de sua empresa. Depois vem o segundo passo, talvez o mais importante: toda indústria precisa pensar a médio e longo prazos. Você ter disponíveis para análise indicadores de tanta qualidade, com uma série histórica tão longa, contribui de forma decisiva para a tomada de decisões, de investimentos e de rumos que você pode dar ao seu negócio”. Vale lembrar que não apenas as processadoras usam essas informações para se planejar: outros players do setor, como fabricantes de insumos e maquinários, também procuram os estudos da Abravidro de olho em como anda o mercado.

Para Goldbaum, um setor industrial como o vidreiro sempre fica à mercê das questões macroeconômicas nacionais. “Por isso, o que podemos fazer é analisar as informações e se preparar não só para os momentos ruins, mas também para os bons.”

 

mercado3-jul2024

 

Combatendo a baixa produtividade
De acordo com o Panorama 2024, a produtividade das processadoras foi de 149,3 m² de vidro processados por funcionário ao mês. O número é o pior desempenho da série histórica: desde 2021, o indicador apresenta viés de queda. Nos últimos dez anos, só houve crescimento nesse quesito em 2015 e 2020.

Esse dado vai na contramão do visto na indústria nacional como um todo, que está em processo de avanço na digitalização das operações, deixando seus processos mais produtivos. De acordo com o Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) da Manufatura, estudo realizado pela empresa de tecnologia TOTVS em parceria com a companhia de pesquisa h2r insights e trends, as empresas de manufatura brasileiras evoluíram no ganho de produtividade tecnológica nos últimos cinco anos: subindo da média de 0,52 ponto, registrada em 2019, para 0,71 ponto.

O IPT tem como objetivo avaliar o uso, internalização e ganho de performance a partir da adoção de sistemas de gestão e tecnologias complementares. O comparativo de cinco anos mostra que, embora a indústria seja tradicionalmente vista como menos suscetível à disrupção digital rápida, a transformação digital está em curso e impactando várias áreas desse setor, da produção à logística e interação com o cliente.

Mas há esperança de melhora nos números vidreiros: 19% das empresas respondentes do Panorama afirmam que desejam realizar grandes investimentos em 2024, contra 15,5% no ano passado, o que pode contribuir para a modernização e ganho de produtividade das indústrias de transformação vidreiras.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Saiba como tratar a água da maneira correta

É possível afirmar que, sem água, não existe vidro processado. Apesar de não ser uma matéria-prima de nosso material, ela é fundamental em diversas etapas no beneficiamento. No entanto, não é qualquer água que pode ser utilizada; do contrário, os processos podem ser seriamente comprometidos.

Por isso mesmo, O Vidroplano traz uma análise sobre o tratamento correto desse insumo tão importante. Com o intuito de detalhar os passos a serem seguidos, conversamos com empresas que produzem e representam fabricantes de equipamentos para a tarefa.

Insumo essencial
No processamento, a água se transforma em elemento durante a:

  • Lapidação, servindo para refrigerar o processo;
  • Furação e recorte, com esse mesmo objetivo;
  • Lavagem, para retirar as impurezas presentes na superfície das peças oriundas das etapas anteriores

“A qualidade da água pode impactar diretamente a eficiência desses processos e a qualidade do produto final. A presença de minerais, impurezas e outros contaminantes pode causar defeitos no vidro e até aumentar o desperdício de materiais”, explica Jaqueline Batista, gerente-geral da Support Glass, empresa que representa no Brasil a italiana Idrotecnica, especialista em sistemas de tratamento. “Além do risco relacionado ao produto final, a má qualidade da água no sistema pode ocasionar corrosão e entupimentos dos maquinários, resultando em tempo de inatividade e custos elevados de manutenção.”

Como reforça Genilson Muniz do Nascimento, diretor da Muniz Representações, distribuidora exclusiva dos produtos da também italiana IMMMES em nosso país, a cultura de sustentabilidade ambiental e as regulamentações legais sobre o assunto exigem cada vez mais que as empresas consumidoras de água adotem sistemas adequados para garantir a reutilização de águas residuais. “Isso passa necessariamente por um sistema de filtragem que garanta, ao mesmo tempo, a extração do pó de vidro presente e o retorno de uma água de boa qualidade para as máquinas – ainda mais se forem de alta tecnologia, como os CNC, que, pela delicadeza de seus circuitos de refrigeração, exigem água extremamente limpa”, afirma.

Uma processadora que tenha um bom sistema de filtragem irá gerar redução de custos por vários outros motivos, incluindo trabalhar em circuito fechado, não utilizando água nova a todo momento, e economizar nas ferramentas diamantadas, as quais podem ter a vida útil aumentada em até 20% quando em contato com água limpa.

 

A qualidade da água impacta diretamente os processos e a qualidade do vidro: a presença de minerais, impurezas e contaminantes pode causar defeitos nos maquinários e nas peças do material (foto: Thiago Borges)
A qualidade da água impacta diretamente os processos e a qualidade do vidro: a presença de minerais, impurezas e contaminantes pode causar defeitos nos maquinários e nas peças do material (foto: Thiago Borges)

 

Qualidade líquida
Quais seriam os critérios para se medir a qualidade da água? Como aponta Uember Arantes, sócio-administrador da Metalúrgica Amaral, o pH da água é elemento-chave: “O vidro tem em sua composição o hidróxido de sódio, também chamado simplesmente de soda. Por esse motivo, os efluentes da indústria vidreira ficam alcalinos, com pH alto. Então, sempre será necessário fazer a correção desse pH, deixando a água neutralizada”.

Como os sistemas funcionam
Cada fabricante de sistemas de tratamento conta com padrões próprios de tecnologia. O processo consiste em várias etapas destinadas a garantir a pureza e a qualidade da água, e pode incluir diversos estágios, conforme indica Jaqueline Batista, da Support Glass.

  • Pré-filtração com Filtro de Carvão Ativado (FCA): tem a função de remover cloro, matéria orgânica e outros contaminantes;
  • Tratamento químico: inclusão de produtos químicos para ajustar o pH da água e prevenir corrosão e incrustações. Nesse momento, é usado um fluido refrigerante, que serve para diminuir o atrito das ferramentas de perfuração ou desbastes com o vidro;
  • Osmose reversa: tecnologia para desmineralizar a água, removendo sais e outras impurezas dissolvidas nela;
  • Desinfecção UV: esteriliza a água tratada usando luz ultravioleta, eliminando bactérias e vírus residuais;
  • Desmineralização por troca iônica: por meio de resinas de troca iônica, remove íons de cálcio e magnésio, além de impurezas não removidas pela osmose reversa.

Além disso, outros equipamentos podem fazer parte do sistema: bombas, tanques de armazenamento, filtros e descalcificadores, entre outros.

Mantendo tudo em perfeito estado
Nascimento, da Muniz Representações, explica que esses sistemas são verdadeiras joias tecnológicas, concebidos para realizar as fases de trabalho da forma mais autônoma possível. “No entanto, para manter tais equipamentos eficientes, é necessário seguir um programa de manutenções e verificações. Todas as operações são simples, ao alcance dos responsáveis pela manutenção da fábrica, e bem suportadas por serviços de controle remoto.”

O processo de manutenção inclui:

  • Monitoramento: inspeções regulares dos componentes do sistema para identificar desgastes, vazamentos ou outros problemas;
  • Substituição de filtros: troca periódica dos filtros de areia, carvão ativado e outros elementos filtrantes, conforme a necessidade e o nível de contaminação da água (de acordo com o manual dos equipamentos);
  • Limpeza de membranas: procedimentos de limpeza para as membranas de osmose reversa para remover incrustações e biofilmes, garantindo sua eficiência;
  • Controle químico: verificação e ajuste dos níveis de produtos químicos adicionados à água para manter o pH adequado, prevenindo corrosão e incrustações;
  • Calibração de equipamentos: regulagem frequente dos sensores e instrumentos de medição para garantir a precisão dos dados de operação.

 

Além de sistemas de tratamento para a água usada no beneficiamento, é importante cuidar de todo o consumo desse insumo na fábrica (foto: Thiago Borges)
Além de sistemas de tratamento para a água usada no beneficiamento, é importante cuidar de todo o consumo desse insumo na fábrica (foto: Thiago Borges)

 

Poupando o insumo (e dinheiro também)
Uma processadora não gasta água apenas durante o beneficiamento: existe a limpeza e manutenção da fábrica, sanitários e outros usos que podem, e devem, ser olhados com atenção.

1 – Identifique vazamentos
Um pequeno furo de apenas 2 mm de diâmetro num encanamento desperdiça até 3.200 litros de água em um dia. Para observar a existência de vazamentos, siga estes passos:

  • Feche bem todas as torneiras, desligue os aparelhos que usam água e não use os sanitários;
  • Anote o número que aparece no hidrômetro ou marque a posição do ponteiro do equipamento;
  • Após uma hora, verifique se o número mudou ou o ponteiro se movimentou;
  • Em caso positivo, existe vazamento na sua empresa. Nesse caso, procure uma empresa especializada para consertá-lo.

2 – Adote equipamentos econômicos
Na hora de comprar maquinários, verifique o consumo de água necessário para o funcionamento de cada um. Hoje, a maioria das fabricantes conta com soluções econômicas. Não se esqueça ainda de mudanças em pequena escala, como a instalação de torneiras automáticas – elas permitem uma redução de até 20% no consumo de água em relação à torneira convencional.

3 – Reaproveite a água sempre que possível
Embora seja imprópria para consumo, a água de reúso pode ser utilizada em diversas aplicações, como lavagem de pátios.

4 – Não se esqueça das medidas básicas
Desligue todos os dispositivos como mangueiras e torneiras quando não estão sendo usados. Já no caso de limpeza, analise se é realmente necessário usar água ou se o trabalho pode ser feito com vassoura ou balde e pano.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Termômetro Abravidro – Maio 2024

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Maio 2024

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou queda de 7,9% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com abril, sem ajustes sazonais.

Mudanças
A partir da edição de maio, o Termômetro passa a contar com novidades: a variação mensal agora é apresentada livre de efeitos sazonais e com ajuste de dias úteis. Além disso, a base de dados do estudo (base 100) foi ajustada de dezembro de 2021 para abril de 2022, quando o estudo passou a considerar a participação de uma base expandida de respondentes – antes, no período piloto, apenas empresas ligadas à diretoria da Abravidro podiam participar.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (106 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 618 (junho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Termômetro Abravidro – Março 2024

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Março 2024

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento pequeno nas vendas faturadas em m² em março de 2024 em relação a fevereiro.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 1,7% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com fevereiro, sem ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (cem participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 616 (abril de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Termômetro Abravidro – Fevereiro 2024

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Fevereiro 2024

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de queda moderada nas vendas faturadas em m² em fevereiro de 2024 em relação a janeiro.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou queda de 7,9% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com janeiro, sem ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (86 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 615 (março de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

PIB da indústria de transformação teve queda em 2023

Em meio ao bom resultado do Produto Interno Bruto (PIB) nacional de 2023 (crescimento de 2,9%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, no começo deste mês), um número chamou a atenção: a indústria de transformação marcou queda de 1,3%, mesmo com a alta de 1,6% da indústria geral. Esse é justamente o segmento em que as processadoras vidreiras atuam – o que acende um sinal de preocupação em relação ao desempenho do ano passado, que será medido na edição deste ano do Panorama Abravidro, a ser publicada em maio.

Nas páginas a seguir, O Vidroplano tenta entender o que esse dado significa para nossas empresas, analisando os gargalos encontrados na indústria vidreira, e qual a forma de superá-los.

O que o PIB mostra
Segundo o IBGE, entre os destaques positivos da indústria estão o segmento extrativo, com crescimento de 8,7%, causado pela alta na extração de petróleo, gás natural e minério de ferro, graças à alta nos preços internacionais dessas commodities. Também foram relevantes para o desempenho as operações de eletricidade, gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos (+6,5%), influenciadas pela melhora nas condições hídricas na comparação com 2022 e pelo aumento da temperatura associado ao fenômeno natural El Niño.

Já o desempenho da indústria de transformação sofreu com a baixa na fabricação de produtos químicos, máquinas e equipamentos, metalurgia e indústria automotiva (este último é um mercado importante no consumo de vidro). O PIB da construção civil também caiu (0,5%), resultado influenciado pelo recuo na produção de insumos típicos e na ocupação.

Para ficar de olho
De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a situação da indústria de transformação é delicada e precisa ser observada de perto: nos últimos dez anos, esse segmento fechou em queda sete vezes. “É uma economia puxada pelo agro e pela indústria extrativa, que são setores primários. Ambos são muito importantes, mas uma cadeira não fica em pé só com uma perna”, analisou o economista-chefe da federação, Igor Rocha, em entrevista ao jornal Valor Econômico. “Quando pensamos em crescimento sustentável, de longo prazo, para sair da média e virar país de renda alta, a composição do PIB é muito preocupante.”

Para a entidade, a carga tributária sobre o ramo é maior que na comparação com outros setores, o que pode dificultar a definição de novas alíquotas dentro da reforma tributária. “É uma pena, sobretudo no momento em que a indústria de transformação está no holofote global. Poderíamos estar aproveitando o ritmo da transformação ecológica e energética, mas vemos um enfraquecimento relevante quando deveria ser fortalecida”, comentou Rocha durante a mesma entrevista.

Para este ano, a Fiesp aposta em crescimento de 1% na indústria de transformação – o que poderia até representar um alívio, não fossem os problemas enfrentados atualmente.

E o nosso setor?
Como explica Sérgio Goldbaum, economista da GPM Consultoria (empresa responsável pela análise do Panorama Abravidro e Termômetro), 2023 foi um período relativamente difícil para o segmento, com desaquecimento da demanda e aumento da competição com grande volume de vidros importados entrando no País: “Mesmo assim, o desempenho do setor ao longo do ano indicou relativa estabilidade, ainda que em nível inferior a 2022. Para o setor voltar a crescer, a demanda precisa ser reativada”.

O atual ciclo de redução da taxa de juros e o anúncio de medidas de uma política industrial mais ativa, realizada no começo deste ano, podem sinalizar alguma esperança. “Novos investimentos privados em alguns setores consumidores da indústria vidreira, como o automotivo, parecem reforçar essa possibilidade”, afirma Goldbaum.

Por falar em esperança, vale olhar para os dados do Termômetro deste início de ano. “Na comparação com os últimos dois anos, 2024 inicia com uma redução de consumo sazonal não tão expressiva. Em janeiro, tivemos um resultado positivo maior que em 2022 e 2023”, analisa Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro. “Já em fevereiro, apesar do número negativo, a queda foi menor do que os números do mesmo período nos anos de 2022 e 2023”.

Será um vislumbre do início de tração do setor para 2024? “É um pouco cedo para sinalizar uma retomada”, reflete Goldbaum. “A Sondagem Indústria da Construção, divulgada pela CNI em janeiro, aponta que as expectativas para os próximos meses recuaram, mas seguem positivas. Ao mesmo tempo, a principal manchete da publicação informa que a atividade e emprego apresentaram comportamento acima do esperado. Então, o estudo sinaliza ceticismo em relação ao futuro e surpresa com o resultado presente.”

Panorama Abravidro: processador, participe do estudo!
Existe uma forma de medir o desempenho da indústria de transformação vidreira: o Panorama Abravidro. Criado em 2012, o principal estudo econômico do mercado de vidros no Brasil é uma publicação anual que contém dados atualizados sobre diversos aspectos do setor, incluindo faturamento da cadeia de processamento, volume produzido, itens processados mais fabricados e produtividade média das empresas, entre outros.

Diversos elos da cadeia se beneficiam com o Panorama. Para as processadoras, por exemplo, o estudo oferece a possibilidade de comparar resultados individuais com a média do setor, avaliando eventuais pontos de melhoria e correções de rota necessárias. Para fornecedores de equipamentos, insumos e acessórios, os dados ajudam a entender o atual cenário de negócios, além de trazer qual o humor para o ano vigente na parte qualitativa da pesquisa.

Este texto foi originalmente publicado na edição 615 (março de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: romul014/stock.adobe.com

Sinal amarelo

rafaelribeiro-mar2024O Termômetro Abravidro, indicador criado em 2022 para medir mensalmente o volume de vendas faturadas da cadeia de processamento, completou dois anos neste mês de fevereiro e já se consolidou como um importante instrumento para apoiar os empresários do setor na elaboração de cenários e na leitura do mercado vidreiro. Os dados recém-publicados, referentes às vendas de janeiro, mostram que estamos andando de lado nos últimos meses, sempre levando em conta o fato de que a variação tem acompanhado o número de dias úteis de cada mês, o que levou à queda drástica em dezembro e melhora agora em janeiro.

A ociosidade segue alta, não só na cadeia de processamento, mas também no primeiro elo da cadeia. As informações que circulam são de que as quatro usinas de base continuam trabalhando com volumes reduzidos, produzindo aquém de sua capacidade.

Em alta mesmo apenas os volumes de vidros importados. Em 2023, mais de 120 mil t de float incolor entraram em nosso país, com recordes históricos registrados para esse período de dez anos nos meses de novembro e dezembro. Voltamos ao patamar de 2014, ano em que teve início a vigência do direito antidumping definitivo para a importação de float incolor de algumas origens.

E não são apenas os números de importação do float que impressionam. Mais que quadruplicou o volume de vidros laminados importados: de 4 mil t, em 2022, para mais de 20 mil, em 2023, recorde histórico. A produção desse vidro no Brasil vem crescendo de maneira consistente desde 2019, e o produto vem aos poucos aumentando sua participação no mercado, como resultado do trabalho de todos os elos da cadeia para promover seus benefícios. O volume importado assusta, assim como o preço baixo, pelo seu potencial de inviabilizar a produção nacional.

Os números de janeiro, embora menores, seguem altos. A Abravidro vem monitorando os dados com atenção. A qualidade dos importados também é tema de preocupação, diante de alguns relatos de produtos com defeitos entrando no País. Somo favoráveis à livre concorrência, mas contrários à concorrência desleal! Nosso mercado interno já possui desafios suficientes.

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 614 (fevereiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

Termômetro Abravidro – Janeiro 2024

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Janeiro 2024

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento moderado nas vendas faturadas em m² em janeiro de 2024 em relação a dezembro de 2023.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 8,6% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com dezembro, sem ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (87 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 614 (fevereiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Setor vidreiro aponta perspectivas para 2024

Como já virou tradição em O Vidroplano, janeiro é tempo de analisar o ano que passou e medir as expectativas para o que começa. Para definir 2023, talvez o termo correto seja “morno”. A esperança de vários setores consumidores de vidro é de que 2024 possa colher algum aquecimento, resultado no corte de juros e investimentos em programas de habitação anunciados pelo governo federal – o que significa maior demanda para nossos produtos.

Nas próximas páginas, confira alguns indicadores econômicos relevantes para a cadeia vidreira e a opinião de nossas empresas sobre as expectativas para os próximos doze meses.

Economia e indústria
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), assim que os indicadores relativos a 2023 fecharem, a economia nacional mostrará um ano melhor do que o esperado. A entidade revisou para cima o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), projetando aumento de 3,3%. Essa foi a segunda reavaliação positiva do ano.

Apesar disso, a alta não atingirá todos os segmentos produtivos. A indústria de transformação, por exemplo, deve marcar queda de 0,5%. Essa retração ocorre pela diminuição da demanda e da produção, sendo mais forte em setores mais sensíveis ao crédito.

Para 2024, a CNI prevê expansão do PIB em 1,7%. “O crescimento sustentado da economia está diretamente ligado ao aumento do investimento. E a agenda da economia verde, da sustentabilidade, da pesquisa e inovação e da transformação digital indicam o caminho para que o Brasil atraia indústrias e desenvolva infraestrutura para fazer a transição para uma economia de baixo carbono”, afirma Ricardo Alban, presidente da confederação. “O País está muito bem posicionado para ser protagonista dessa neoindustrialização, o que pode ser alcançado pela definição de uma política industrial bem estruturada e com foco em superar os desafios de nossa sociedade.”

O otimismo do setor industrial é revelado pelo Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) deste mês: avanço de 2,2 pontos, alcançando 53,2 pontos. É o segundo mês consecutivo de avanço da confiança do segmento.

Construção
Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a indústria da construção deve marcar queda de 0,5% em 2023 – esse desempenho ficaria abaixo das expectativas projetadas em janeiro passado, que apontavam crescimento de 2,5%. “Quando a economia de um país apresenta taxas de juros elevadas, é inevitável que isso tenha um custo, manifestando-se na desaceleração de diversos setores produtivos. A conta dos juros altos na economia chegou para a construção civil”, analisou Ieda Vasconcelos, economista da entidade, na encontro com a imprensa para a apresentação dos dados, realizado no dia 8.

Para 2024, a CBIC prevê crescimento de 1,3% para o setor. Os fatores que podem contribuir para isso incluem a continuidade do processo da queda de juros e o avanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), além do novo ciclo do programa Minha Casa, Minha Vida. Uma prova de que as coisas devem melhorar é o nível de atividade da construção no terceiro trimestre, que atingiu 14,04%, número acima do período pré-pandemia – mas ainda 20% inferior ao pico do segmento, em 2014.

Automotivo
Para a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 2023 teve aumento relevante no mercado interno, estabilidade na produção e queda nas exportações. O ano deverá fechar com 2,29 milhões de emplacamentos, o que representa alta de 8,8% sobre 2022. A produção mostrou recuo de 0,5%, muito em função da queda nas exportações e do aumento relevante das importações.

Para 2024, a estimativa é que essa cadeia siga crescendo. A Anfavea projeta vendas de 2,450 milhões de autoveículos (aumento de 7%) e produção de 2,470 milhões de unidades (aumento de 4,7%). “Precisamos de todo o esforço conjunto das empresas e da sociedade para aumentar nossa produtividade, mas acredito que só em 2026 recuperaremos os níveis registrados antes da pandemia”, comenta Márcio de Lima Leite, presidente da entidade.

 

Foto: Sodel Vladyslav/stock.adobe.com
Foto: Sodel Vladyslav/stock.adobe.com

 

Como isso influencia o setor vidreiro?
Não basta só saber o desempenho das principais cadeias consumidoras de vidro: é preciso analisar o que esses números podem representar para nosso segmento.

De acordo com a economista Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), a divulgação do PIB do terceiro trimestre trouxe uma boa surpresa – afinal, várias projeções apontavam queda, mas o resultado foi de ligeiro crescimento, suficiente para um respiro das atividades econômicas. No entanto, houve uma surpresa negativa: queda de 3,8% no PIB da construção, praticamente enterrando as possibilidades de um ano positivo nesse setor em 2023.

“A gente precisa olhar esse número com atenção. Quando se fala em PIB da construção, são duas partes com dinâmicas diferentes: a produção formalizada (construtoras, incorporadas) e a autoconstrução, somada com os pequenos empreiteiros, o chamado mercado ‘formiguinha’”, explica Ana Maria Castelo. “Para a parte ‘formal’, não foi um ano de crescimento robusto, mas houve crescimento, apesar dos desafios. Para um setor que depende de financiamentos, as taxas de juros elevadas ajudaram na redução das vendas do mercado imobiliário. É possível dizer que foi um ano de resiliência.” Investimentos públicos em infraestrutura, principalmente no âmbito municipal em um ano pré-eleitoral, contribuíram para isso.

Qual foi, então, o problema refletido pelo PIB da construção? “O problema veio do lado ‘formiguinha’, pois o consumo das famílias foi direcionado prioritariamente para serviços”, conta Ana. “O setor de materiais de construção sofreu em 2023. O preço até registrou deflação, mas, na comparação com antes da pandemia, segue alto. Houve uma antecipação da demanda por pequenas reformas em 2020 e 2021 – e agora estamos vivendo uma espécie de ressaca passada essa onda.”

Com a queda da taxa de juros, forma-se uma perspectiva para a diminuição dos preços dos materiais e uma melhora no quadro de endividamento das famílias, o que pode contribuir para uma pequena melhora da construção em 2024. “Pelo quadro desafiador encontrado, não dá pra esperar nenhum resultado excepcional, mas estamos com projeção de crescimento de 2,9% para o PIB da construção, novamente puxado pelo setor formal, mas com o consumo ‘formiga’ também crescendo; 1,5% para o varejo de materiais; e 2% para a indústria de materiais”, revela Ana.

A economista deixa ainda mais uma mensagem ao setor vidreiro: “Vale olhar para um segmento imobiliário que tem tido mais dificuldade para avançar, o comercial. O home office gerou um impacto grande nesse mercado. Não vejo uma perspectiva de recuperação para este ano: talvez para 2025 tenhamos um crescimento nos investimentos”.

 

Expectativas em banho-maria
Conversamos com Sérgio Goldbaum, economista da GPM Consultoria Econômica, empresa responsável pelo Panorama Abravidro e pelo Termômetro, para entender o que nos espera em 2024.

  • Estudando os dados do Termômetro Abravidro em 2023, o que podemos entender sobre o setor vidreiro ao longo do ano passado?

O estudo indica que 2023 foi um ano morno para o setor. A atividade econômica vinha caindo após dois ou três anos de relativo aquecimento e parece ter se estabilizado a partir de abril.

Essa relativa estabilidade está em consonância com os indicadores de atividade econômica disponíveis. Por exemplo, o índice da produção industrial mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a fabricação de vidros e produtos de vidro também mostrou relativa estabilidade. Mas observa-se esse mesmo movimento nos indicadores de produção física de automóveis, móveis, eletrodomésticos e, especialmente, no de vendas de material de construção – setores consumidores de vidros processados.

Além disso, observamos ao longo do ano variações mensais compatíveis com os efeitos sazonais: quedas relevantes em fevereiro, abril e dezembro devido a feriados e aumentos em março, maio e novembro. A partir de 2024, começaremos a aplicar a metodologia de dessazonalização nos dados mensais do Termômetro, o que gradualmente permitirá ter uma ideia da atividade econômica já descontados tais efeitos sazonais.

  • O que as empresas vidreiras podem aguardar para o novo ano?

A princípio, o panorama geral para 2024 sugere desaquecimento ou manutenção da relativa estabilidade. O Índice de Confiança da Construção da Sondagem da Construção do FGV Ibre em dezembro se manteve estável, variando apenas -0,2 ponto percentual em relação a novembro, cujo resultado também havia sido de estabilidade. Entre os fatores limitativos à melhoria dos negócios foram citados a competição no próprio setor, demanda insuficiente, acesso ao crédito bancário e o custo da mão de obra e de matérias-primas.

A Sondagem da Indústria da Construção, outro indicador da CNI, relativo a novembro, aponta trajetória de queda gradual do setor desde março. O número de empregados cai de maneira gradual desde julho. E esse mesmo estudo cravou em neutralidade as expectativas referentes ao nível de atividade, aos novos empreendimentos e serviços, às compras de matéria-prima e ao número de empregados.

Destacamos que a queda da taxa de juros no Brasil tem sido gradual, e que seus efeitos são defasados no tempo. Sendo assim, a expectativa é de manutenção de um ano pouco aquecido, com viés de baixa.

 

A visão vidreira
Agora é hora de saber a opinião das companhias de nosso setor. Nesta página, confira o que disseram empresas de diversos elos da cadeia (incluindo fabricantes de ferramentas, fabricantes de maquinários e distribuidoras de equipamentos); nas próximas, veja os comentários das usinas de base.

  • Diamanfer
    “2023 foi um ano de muito trabalho, muita atenção à gestão, à procura de soluções para os custos. O setor perdeu velocidade, os negócios diminuíram, mas o resultado acabou sendo satisfatório, pois cobriu todas as contas e investimentos. Continuamos com a empresa muito saudável e esperamos para 2024, no mínimo, a mesma situação. É difícil ter perspectivas, já que muita coisa depende de decisões de governo, do rumo da economia. Mas nós sempre fomos otimistas, estamos nos preparando para uma retomada. Vamos com responsabilidade, tomando decisões corretas, para não nos precipitarmos. Eu percebo algum movimento, alguns setores um pouco melhores. É torcer para que isso aumente.”
    José Pedro Ruiz, diretor-comercial
  • Glassparts
    “No setor de equipamentos, 2023 foi relativamente bom, apesar das incertezas geradas pela política. Tivemos vendas moderadas no início do ano e mais acentuadas a partir do segundo semestre, as quais ficaram aquecidas até o final de dezembro. No balanço geral, esse foi um período muito favorável, que equilibrou o ano, superando até 2022. Para 2024, estamos otimistas, pois notamos que o mercado já se acomodou e digeriu as mudanças políticas. Outra razão para isso é que 2024 contará com as principais feiras de nosso segmento, o que gerará muitas oportunidades de negócios.”
    Ricardo Costa, diretor
  • GR Gusmão
    “De forma geral, 2023 foi um ano difícil para o nosso país. Realmente não foram tomadas as devidas providências pelos governantes, e o mercado ficou muito restrito. Aqueles que atingiram suas metas conseguiram isso no limite – como nós. Então, esperamos que atitudes possam tirar o freio de mão do comércio e da indústria. Para 2024, as expectativas são grandes, principalmente as relativas à queda nos juros, facilitando financiamentos, para que a construção aqueça e a indústria vidreira possa retomar seus trabalhos. Desejo um ano de muito otimismo para todos os colegas do ramo vidreiro.”
    Yveraldo Gusmão, diretor
  • Sglass
    “Surpreendentemente, tivemos bons resultados em 2023, apesar do cenário político e econômico. Em relação a 2022, ocorreu uma queda de faturamento na casa dos 10%, mas mesmo assim consideramos esse resultado satisfatório. Para 2024, esperamos que haja uma retomada, visto que teremos a feira Glass South America, para alavancar os negócios, inclusive no exterior, em locais como Américas do Sul e Central e até mesmo do Norte e Europa.”
    Sandro Eduardo Henriques, diretor

 

AGC
Isidoro Lopes, Elton Lemos e Mauro Gallo, executivos

  • Saldo dos negócios em 2023
    “Foi um período de demanda conservadora, com muita dificuldade para alavancar volumes e bastante disputa de preços. Diante desse cenário, fechamos 2023 com volume de vendas menor que em 2022. O primeiro semestre foi marcado por empresários e sociedade observando as medidas do novo governo e a economia passando por um processo de ‘esfriamento’ para combater a inflação.”
  • Dificuldades encontradas em 2023
    “O maior desafio foi a gestão comercial na busca pelo melhor equilíbrio entre volume, mix e preço – sempre com o objetivo de manter níveis salutares de negociação junto aos clientes. Ano passado tivemos a elevação dos custos do gás natural e combustível: o diesel aumentou em torno de 23% na média nacional, o que dificultou bastante manter esse equilíbrio. O Brasil vem passando por um processo de ajuste fiscal pelas receitas, com aumento de impostos em setores da economia, o que faz reduzir a demanda, especialmente de bens duráveis.”
  • Como encarar o aumento no volume de vidros importados
    “Isso é algo histórico e até natural no mercado, principalmente quando temos uma combinação de performance econômica asiática com baixo consumo, aumentando a oferta para fora da região + custo de frete baixo e câmbio estável.”
  • Expectativas para 2024
    “Entendemos que o mercado estará conservador, com pequeno crescimento, principalmente no início do ano. Vislumbramos um segundo semestre mais aquecido e estamos nos preparando para isso. A expectativa é de um crescimento moderado em 2024 em relação a 2023.”
  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “A construção deverá continuar crescendo, mesmo que em uma velocidade menor que a de 2021, sendo um dos motores propulsores da economia. Devemos ter aumento na confiança da indústria e dos consumidores, pelo melhor entendimento da política fiscal e macroeconômica, vendo uma retomada de lançamentos de projetos na construção e infraestrutura. No automotivo, assim como foi em 2023, temos excelentes expectativas de crescimento, tanto da produção como do mercado de reposição. Os segmentos moveleiro e de linha branca possuem fatores para também acreditarmos no crescimento, porém ainda a depender bastante das políticas sociais.”
  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “Foco na competitividade com comportamento ético, parcerias sólidas e reforço das boas práticas de governança ESG.”
  • Recado para o setor
    “Como sempre, devemos buscar eliminar desperdícios nos processos, focando na qualidade e valorização do nosso produto e na correta aplicação das normas. A maioria dos setores passa por ciclos e ajustes, e com o setor vidreiro não é diferente.”

 

CEBRACE
Lucas Malfetano e Manuel Corrêa, executivos

  • Saldo dos negócios em 2023
    “Reconhecemos que foi um ano difícil, comercialmente falando. Mas podemos ver com otimismo o saldo de 2023. Consideramos bem-sucedidos o reparo da linha de produção de Barra Velha (SC) e o projeto inovador de integrar a produção de texturizados à linha float, agora fabricando produtos em maior dimensão e de forma mais sustentável.
    2023 marca a história da Cebrace em relação à inovação e à aceleração dos projetos de sustentabilidade. Foram muitas ações que se iniciaram e avançaram no ano passado rumo ao cumprimento das nossas metas: obtivemos a Declaração Ambiental de Produto (EDP), sendo a primeira indústria do Brasil a conquistar essa documentação que apresenta a análise de ciclo de vida de nosso produto; fomos, ainda, a primeira indústria de vidro plano das Américas a usar biometano como fonte de energia para os fornos de produção. Também iniciamos a renovação gradual da nossa frota, a partir da utilização de veículos inloader a gás, acelerando a nossa redução de CO₂.
    Além disso, a Rede Habitat completou onze anos, consolidando-se como uma rede de soluções com vidros de proteção solar para residências cada vez mais avançada em todo o território nacional. E não podemos nos esquecer de que o GlassTruck circulou por todo o Brasil, levando um showroom móvel ao local de obras. Em relação a produtos, vimos a evolução do Cebrace ThermoVision na participação de projetos na indústria de refrigeração e linha branca. Portanto, a Cebrace manteve seus investimentos e projetos independentemente das oscilações
    de mercado.”
  • Dificuldades encontradas em 2023
    “O mercado esteve estagnado, ainda sentindo os juros altos e as incertezas do cenário macroeconômico dos anos anteriores. Houve um aumento significativo de vidros importados e também de uma concorrência desleal. Mantivemos o nosso esforço no combate aos descaminhos fiscais e na busca pela simplificação tributária. Mesmo com essas dificuldades, apoiamos a atuação da Abravidro com o Grupo de Trabalho Tributário (GTT) e Grupo de Trabalho Concorrencial (GTC) para encontrar soluções para essas questões.”
  • Como encarar o aumento no volume de vidros importados
    “Vários setores da economia – como aço, alumínio – estão sofrendo o impacto das importações, assim como da concorrência desleal. O governo precisa revisitar a questão tributária das importações em relação à da produção e do emprego nacional.”
  • Expectativas para 2024
    “Esperamos crescimento. Após dois anos difíceis para o setor, acreditamos que a queda da taxa de juros vai impulsionar um pouco mais o mercado.”
  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “Esperamos um crescimento de forma geral, com pouca diferença entre os setores.”
  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “As empresas vidreiras que mantiverem os esforços em capacitação dos profissionais e na qualidade dos serviços prestados, enxergando o espaço que os vidros de valor agregado têm para crescer, estarão alinhadas com o crescimento do mercado.”
  • Como está a produção de texturizados em Barra Velha e qual a expectativa para esse mercado
    “A produção começou em outubro, então ainda estamos em progresso. No momento, elaboramos novidades para acompanhar as tendências em design nesse segmento e em breve vamos compartilhar com o mercado.”
  • Recado para o setor
    “É sabida a importância de sermos cooperativos, de nos unirmos em prol do crescimento do mercado. Por isso, reforçamos nosso compromisso com a plataforma Educavidro e convidamos todos do setor a colaborar com as associações, seja participando de forma ativa dos programas de capacitação ou dos Grupos de Trabalho que buscam combater a sonegação fiscal, por exemplo. O trabalho das associações se mostra extremamente relevante também junto ao consumidor final, para inspirar novos usos dos vidros e espelhos, como é o caso da incrível experiência imersiva Mar de Espelhos, realizada pelo Instituto do Vidro com vidros Cebrace no AquaRio, no Rio de Janeiro. Em 2024, quando a Cebrace celebra cinquenta anos, esse recado é ainda mais especial. É hora de acelerar os projetos que vão tirar do papel o nosso futuro, e isso só é possível quando caminhamos lado a lado.”

 

GUARDIAN
Renato Poty, diretor-executivo na América do Sul

  • Saldo dos negócios em 2023
    “Observamos que o ano foi desafiador para todo o mercado da construção, com os indicadores econômicos apontando uma retração em relação a 2022. Dentro desse contexto, o desempenho da Guardian não foi diferente. Buscamos equalizar as fábricas para atender essa demanda menor. Também foi importante aumentar os esforços na estratégia de oferecer ao mercado produtos de maior valor agregado, como vidros de controle solar, pintados, laminados e espelhos, e apoiar nossos clientes a buscar diferenciação e resultados superiores.”
  • Dificuldades encontradas em 2023
    “A principal dificuldade foi balancear a oferta a essa demanda menor, bem aquém dos últimos anos. O cenário de retração foi um fenômeno global, impactando o mercado brasileiro com uma maior entrada de vidro importado. Nesse contexto, itens importantes que compõem o custo de produção tiveram inflação significativa, exigindo uma gestão interna mais eficiente para nos mantermos competitivos considerando a oferta disponível e custo de produção. Vamos continuar trabalhando em produtos inovadores e de maior valor agregado para levar soluções mais adequadas e diferenciadas. Dessa forma, respondemos aos desafios criados pela entrada mais expressiva dos importados. Também seguiremos enfatizando a qualidade, transparência e segurança de nossa operação. O plano para 2024 inclui ainda melhorar o atendimento, ganhar ainda mais agilidade e flexibilidade para atender
    nossos clientes.”
  • Como encarar o aumento no volume de vidros importados
    “A entrada de volumes elevados de vidro importado ocorre devido à retração da demanda global, que levou outros países produtores a buscar escoar mais fortemente seu produto para outros mercados, como o Brasil, especialmente. Desde 2020, nosso país vinha com uma balança comercial mais favorável ao nosso setor, com as exportações superando as importações. Em 2023, o cenário se inverteu. Mas é importante que o setor vidreiro busque outros mercados. Somos um país com um nível de produto diferenciado, de alto valor agregado e com tecnologia, e que se beneficia de uma matriz energética mais limpa. Para a Guardian, a ampliação das exportações é uma oportunidade em 2024.”
  • Expectativas para 2024
    “O ano começa com uma perspectiva positiva, seguindo a tendência que observamos no final de 2023. Ainda que de forma moderada, temos visto um aquecimento do mercado e prevemos um 2024 melhor, tanto por conta dos indicadores macroeconômicos como pela sinalização das reformas propostas pelo governo. São fatores que trazem mais confiança e contribuem para a retomada dos investimentos. Já sob o aspecto interno da empresa, a Guardian inicia 2024 com um fortalecimento dos negócios com os clientes, estoques equilibrados e investimentos em soluções inovadoras. No cenário externo, temos um contraponto, que é o risco de alta nas taxas de juros das economias desenvolvidas e uma escalada em conflitos, o que pode afetar a oferta e o preço das commodities.”
  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “Todos os mercados deverão ter uma dinâmica parecida, de acompanhar o crescimento da economia, impactados positivamente pela maior oferta de crédito e queda dos juros. Todos esses setores são de bens duráveis ou de capital, e que, na economia brasileira, dependem muito do acesso ao crédito para crescerem significativamente.”
  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “A importação deve continuar firme em 2024. Outra questão é a estrutura de custos de produção do vidro, diante da tendência de aumento no valor de insumos importantes no processo produtivo. É importante lembrar que, em 2024, ainda teremos esses insumos com valores muito superiores ao de anos anteriores, como barrilha, energia e serviços ainda impactados pelo desbalanço gerado desde a pandemia. Também estarão no centro da nossa atenção buscar melhorias em inovações para a produção. Caminhamos para a digitalização, a fim de melhorar processos, inclusive instalando uma plataforma online para pedidos.”
  • Recado para o setor
    “O vidro ainda tem muito espaço de crescimento e amadurecimento na indústria, quando comparamos com outros mercados globais. O consumo per capita no Brasil gira em torno de 8 kg por ano, enquanto na Europa é de 18 kg. A Guardian continuará focando em iniciativas para o desenvolvimento do setor, assim como na busca por competitividade de custos, eficiência energética, inovação e soluções de conforto aos consumidores de vidro plano.”

 

VIVIX
Henrique Lisboa, presidente

  • Saldo dos negócios em 2023
    “Tivemos um primeiro semestre de forte retração, com clientes relatando muitas dificuldades para girar estoques. Já no segundo semestre, o mercado começou a apresentar um melhor desempenho. Entretanto, os aspectos de aumento de custos e redução dos preços de vendas fizeram de 2023 um ano desafiador para o nosso setor.”
  • Dificuldades encontradas em 2023
    “A retração sem dúvida foi a maior dificuldade ao longo de 2023. A evolução do mercado trará soluções para parte das dificuldades, mas as empresas como um todo precisarão continuar evoluindo na gestão. Também deverá estar em foco o desenvolvimento dos colaboradores e da cadeia, assim como a promoção de novas iniciativas que contribuam para o aumento do consumo de vidros planos no País.”
  • Como encarar o aumento no volume de vidros importados
    “As importações fazem parte do ciclo e da vida dos nossos negócios. Porém, deveriam ser observados e seguidos os preços praticados no país produtor exportador. Caso contrário, são prejudiciais para todo o mercado.”
  • Expectativas para 2024
    “Esperamos um crescimento moderado do segmento de vidros planos e um cenário econômico um pouco mais favorável do que em 2023. Acreditamos que será o início de uma retomada de evolução do setor e trabalharemos juntos com nossos clientes para potencializarmos as oportunidades que estão por vir.”
  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “Temos acompanhado os indicadores da construção civil para este ano, indicando uma leve melhora decorrente, principalmente, de um cenário econômico mais favorável aos financiamentos. Entendemos que os setores moveleiro e de linha branca também serão beneficiados pelo mesmo motivo. Para o setor automotivo, que apresentou crescimento nas vendas em 2023, porém com estabilidade na produção devido aos altos estoques e redução das exportações, esperam-se números positivos, apontando para uma importante retomada na produção.”
  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “Entendemos que as empresas vidreiras deverão ficar atentas para a evolução na sua gestão e capacidade de adaptação aos novos cenários.”
  • Início da construção da 2ª planta
    “A decisão pela expansão da Vivix já foi tomada e divulgada. Em função da evolução da demanda do mercado vidreiro, a empresa adiou o início da construção da nossa 2ª planta. Investimos fortemente em todos os projetos para a construção dessa linha, os quais estão concluídos, assim como estão liberadas todas as licenças exigidas por lei para o início das obras. Estamos aguardando, com muita responsabilidade, o momento certo para as iniciarmos.”
  • Recado para o setor
    “A Vivix continuará procurando estar próxima dos clientes, evoluindo no mercado conjuntamente e nos mais diversos cenários. Este é um ano importante para a Vivix, quando a empresa completa dez anos de atividades. Acreditamos que a colaboração amplia oportunidades e é esse caminho que continuaremos seguindo neste e nos próximos anos.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 613 (janeiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: reevannovostro/stock.adobe.com

Termômetro Abravidro – Dezembro 2023

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Dezembro 2023

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de queda grande nas vendas faturadas em m² em dezembro de 2023 em relação a novembro.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou queda de 24,5% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com novembro, sem ajustes sazonais. A baixa se deve ao menor número de dias trabalhados por conta das férias coletivas e do recesso de fim de ano.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (83 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 613 (janeiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

À espera de um ano melhor

rafaelribeiro-dez2023Dezembro chegou e, com ele, a hora de fazer uma reflexão sobre 2023. Foi certamente um ano repleto de desafios, sob diversos aspectos. Em nível pessoal, assumi, em junho, a presidência da Abravidro após alguns anos compondo a diretoria da entidade, a mais representativa de nosso setor. Como empresário, me mantive resiliente, assim como muitos dos meus colegas processadores, num período de demanda retraída e consequente aumento das práticas de descaminhos.

Após meses de resultados ruins, o Termômetro Abravidro referente ao mês de novembro mostra um aumento de 10% nas vendas faturadas do período. O resultado é bom, mas apenas um reflexo dos pedidos de final de ano. Esperamos que as projeções de crescimento, ainda que tímidas, se concretizem em 2024 e que representem a retomada de bons ventos para o segmento de vidros planos.

Outro dado que temos acompanhado de perto é o volume de vidros importados entrando no País. Novembro registrou um pico relevante, com 35 mil t de vidros planos – entre float incolor e colorido, texturizado, espelhos, laminados e temperados etc. Chamam a atenção o volume de float incolor (21 mil t) e o de laminados, concorrendo com a produção doméstica desse que foi o único processado a registrar crescimento no volume de produção em 2022, segundo o Panorama Abravidro.

Foi um ano intenso. A Abravidro segue desenvolvendo suas ações diárias em prol do desenvolvimento do segmento: especialização técnica para qualificação de mão de obra para as processadoras; revisão e atualização das principais normas técnicas do setor; defesa de interesses da cadeia de processamento em iniciativas locais e nacionais; lançamento do Educavidro, a plataforma de educação a distância para levar conhecimento sobre o nosso material para diversos públicos em todo o País. Isso é apenas uma pequena amostra do que fizemos em 2023.

Além disso, a Abravidro tem dois grupos de trabalho em atividade. O Grupo de Trabalho Concorrencial (GTC) atua há mais de um ano para identificar e combater descaminhos e contribuir para o equilíbrio do mercado. Já o Grupo de Trabalho Tributário (GTT) é mais recente e vem avançando nos estudos em busca de uma solução tributária que permita a equalização de condições entre as empresas vidreiras, visando a um ambiente de negócios mais justo. O modelo dos GTs vem se mostrando muito produtivo e deve gerar bons resultados para a cadeia.

Em 2024, tenha certeza: estaremos aqui, trabalhando ativamente pelo crescimento do mercado vidreiro nacional. Conte conosco! Além desse compromisso, deixo aqui meus votos de boas festas e um ano novo de muitos negócios e prosperidade para todos nós!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 612 (dezembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Marcos Santos

Termômetro Abravidro – Novembro 2023

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Novembro 2023

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento importante nas vendas faturadas em m² em novembro de 2023 em relação a outubro.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 10% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com outubro, sem ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos cinco primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (109 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 612 (dezembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Termômetro Abravidro – Outubro 2023

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Outubro 2023

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de queda moderada nas vendas faturadas em m² em outubro de 2023 em relação a setembro.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou queda de 6,8% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com setembro, sem ajustes sazonais. O acumulado de 2023 chega a uma baixa de 18,9% em relação a 2022.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos seis primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (103 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.