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Segurança em primeiro lugar

Equipamentos de proteção individual, popularmente conhecidos pela sigla EPIs, são indispensáveis para diversos tipos de trabalho manual que envolvem esforço físico — e as atividades do vidraceiro não são exceções. Os EPIs são responsáveis por minimizar os riscos de ferimentos em caso de acidente, bem como a gravidade das lesões.

O Vidroplano conversou com especialistas e representantes de empresas do setor para apresentar quais são os EPIs necessários para as ações realizadas pelos vidraceiros, trazer mais informação sobre as características de cada um deles e alertar os profissionais do nosso segmento sobre a importância da segurança no trabalho.

Por que usar?
usar

Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que esses equipamentos são obrigatórios — veja mais no item “Uso obrigatório!“. Além disso, Thalles Dias Guarezi, especialista em segurança do trabalho e instrutor de formação profissional em diferentes cursos no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), cita dois riscos práticos a que os vidraceiros estão sujeitos em seu serviço: “Os mais destacados são o de cortes, em caso de quebra de chapas de vidro, e o de lesões nos olhos, causadas por partículas que eventualmente possam ser projetadas contra o trabalhador.”

Segundo Sérgio Reino Júnior, professor do Curso de Vidraceiro do Senai, a autoconfiança é um grande fator para que profissionais deixem de usar EPIs no trabalho. “Muitos também julgam que eles atrapalham na hora da instalação”, acrescenta. Isso não pode acontecer. “Frente ao risco de cortes, quedas e acidentes, o uso de óculos de proteção, luvas, mangotes, botas e capacetes pode salvar vidas”, observa o consultor técnico Ricardo Ventricci.

QUAIS SÃO E ONDE COLOCAR

Para todas as atividades
vp_luvas cópiaLuvas anticorte: Feitas com materiais resistentes, como fibra de carbono, fio de aço, Grafatex ou Kevlar. Devem ser usadas no corte, lapidação, manuseio e instalação das peças.

 

vp_mangotes cópiaMangotes anticorte: São colocados sobre os antebraços para protegê-los de cortes e do contato com a água de reúso (nos trabalhos de lapidação). Assim como as luvas, devem ser usados em toda atividade que envolva o manuseio do vidro. Atenção: nunca deixe vão entre a luva e o mangote, para que o punho não fique desprotegido.

vp_óculosÓculos de proteção: Garantem a proteção dos olhos do trabalhador contra lascas e outros fragmentos. “Além dos modelos tradicionais, há os com proteção UV, utilizados no manuseio de colas, quando o funcionário fica exposto à lâmpada ultravioleta usada na cura”, informa Ricardo Costa, diretor-comercial da Glassparts.

 

bota Botas: Precisam ser fechadas, sem cadarços e com biqueira de aço. Elas dão mais firmeza aos pés e tornozelos do trabalhador e os protegem contra quedas de objetos e lascas.

 

vp_capaceteCapacete: Deve ser usado sempre que a peça de vidro for levantada acima da altura do trabalhador. O equipamento protege sua cabeça contra impactos e objetos projetados no ar. Ao colocá-lo, ajuste-o para que não fique folgado e possa cair durante as atividades.

 

Para instalações em altura
harnessCinto de segurança: Fundamental para qualquer atividade realizada acima de 2 m do chão, onde haja risco de queda, ele deve ser conectado a dispositivos de ancoragem, que prendam o sistema de segurança do trabalhador à estrutura da obra (como vigas ou andaimes) e permitam interromper a queda caso aconteça.

Para trabalhos de corte e lapidação
vp_auricularProtetor auricular: Colocado sobre o ouvido, abafa a entrada do barulho vindo das máquinas. Sem esse equipamento, o ruído do local de trabalho pode prejudicar a audição até mesmo permanentemente.

 

vp_aventalAvental: Protege toda a parte frontal do corpo, principalmente em trabalhos que envolvem corte.

 

Cuidando dos EPIs
O consultor técnico Ricardo Ventricci explica que é muito importante verificar rotineiramente o estado geral de cada EPI, conferir validade de uso e trocá-los sempre que necessário. “Se uma ferramenta cai sobre um profissional com capacete, por exemplo, o equipamento deve ser inspecionado por uma empresa que verifique se ele ainda tem capacidade de absorver impactos”, comenta.

Ao adquirir esses itens, a vidraçaria deve sempre verificar o Certificado de Aprovação (CA) dos produtos, emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). “Como há muitos equipamentos comercializados no mercado hoje, os clientes precisam estar atentos se as opções escolhidas passaram por testes de segurança e têm garantia de qualidade”, indica Yveraldo Gusmão, diretor da GR Gusmão. O código do CA deve estar gravado de maneira inapagável no próprio equipamento, permitindo ao comprador conferir no site do ministério se o registro existe e se ainda está dentro da validade.

Por fim, a empresa precisa ter uma pessoa que cheque os EPIs de tempos em tempos para avaliar se algum precisa ser trocado. Gisele Muniz, sócia-proprietária da vidraçaria paulistana Everart, conta que a própria gerência da empresa tem verificado de forma periódica os materiais e acompanhado o relatório de registro de entrega desses equipamentos e dos prazos.

EPCs: proteção também nos arredores

vp_EPC
Além da segurança de quem manuseia os vidros, é importante pensar também nas pessoas que estejam por perto. Dentro da própria vidraçaria, por exemplo, uma atividade de lapidação pode resultar em piso molhado que propicie escorregões. Em uma instalação, as pessoas ao redor não podem correr qualquer risco de serem atingidas. Para esses casos, existem os equipamentos de proteção coletiva (EPCs): “Eles são usados para garantir a integridade não só do profissional, mas de todos os demais que circulam pelo local”, explica Gisele Muniz. Sérgio Reino Júnior, do Senai, lista alguns:

Nas vidraçarias
– Proteção das partes móveis de máquinas e equipamentos;
– Piso antiderrapante;
– Extintores de incêndio;
– Corrimãos e guarda-corpos.

Nas obras
– Telas guarda-corpos.

Em ambos os espaços
– Sinalizadores de segurança (como placas e cartazes de advertência, ou fitas zebradas e cones);
Kit de primeiros socorros.

Uso obrigatório!
Segundo Thalles Guarezi, do Senai, a norma regulamentadora NR 6 — Equipamento de proteção individual – EPI determina que a utilização dos equipamentos de proteção individual é obrigatória sempre que as medidas de ordem geral não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho. Ela também estabelece obrigações tanto para os responsáveis pela empresa como para os trabalhadores:

Para a empresa (empregador)
– Adquirir e fornecer aos trabalhadores os EPIs adequados ao risco de cada atividade;
– Exigir seu uso;
– Fornecer ao trabalhador somente equipamentos aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
– Orientar e treinar o funcionário sobre o uso adequado, guarda e conservação deles.

Para os empregados
– Usar os EPIs apenas para a finalidade a que se destina, sempre que realizá-la;
– Responsabilizar-se por guardá-los e conservá-los;
– Comunicar ao empregador qualquer alteração que torne o equipamento impróprio para uso;
– Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

A NR 6 prevê punições para quem não cumprir os cuidados com os EPIs. Os empregadores podem sofrer autuações dos auditores fiscais do Trabalho, responder a processos trabalhistas e ter de arcar com custos de eventuais indenizações obtidas por ações pleiteadas pelos trabalhadores. Já os empregados que não cumprirem suas obrigações, como aqueles que se recusam de maneira injustificada a utilizar os EPIs necessários, estão sujeitos à rescisão do contrato de trabalho por justa causa, conforme previsto nos artigos 158 e 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Este texto foi originalmente publicado na edição 552 (dezembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Canal do Serralheiro lança ‘software’ gratuito para cálculo de esquadrias

No final de 2016, o portal Canal do Serralheiro lançou a Web Serralheiro, ferramenta gratuita e online para cálculo de esquadrias de alumínio. O objetivo do software é ajudar os profissionais iniciantes nessa área com o orçamento e levantamento de materiais, otimizando o tempo de trabalho e aumentando a produtividade. O Web Serralheiro permite calcular medidas, quantidades e aproveitamentos de perfis e componentes de diversos modelos de esquadrias cadastrados, além de gerar relatórios dos croquis, cortes, compras e aproveitamentos de barras por obra. “Como o sistema é 100% móvel, o usuário pode acessar os dados de suas obras em qualquer dispositivo e continuar o seu trabalho normalmente, igual se faz com os e-mails”, explica Alexandre Araujo, sócio-fundador do Canal do Serralheiro. Mais informações: www.canaldoserralheiro.com.br e www.webserralheiro.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 529 (janeiro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

Segurança (e experiência) certificada

A certificação nos projetará no mercado com mais credibilidade, confirmando nosso esforço contínuo em atingir objetivos.” É assim, certo de que tomou a atitude correta, que Muller de Castro, diretor-geral da Vidrometro, fala sobre a conquista do selo concedido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e Instituto Falcão Bauer da Qualidade (IFBQ) aos temperados de 6, 8 e 10 mm.

Essa atitude vai ao encontro da ideia de que, independente do tempo que uma empresa tem no mercado, é sempre importante estar atento às novas tendências e demandas. A Vidrometro, de Belo Horizonte, tem mais de quarenta anos de atuação e, de acordo com Castro, sempre se orgulhou de oferecer vidros especiais que superem as expectativas em termos de segurança, sofisticação e design.

Mesmo com toda essa experiência, a processadora não abriu mão da certificação. “Garantimos a segurança de nossos produtos e
melhoramos nossa organização interna e imagem perante a sociedade”, ressalta.

Detalhes da conquista
O processo de certificação da empresa mineira começou em julho e teve fim em outubro deste ano. “Não encontramos nenhuma dificuldade, pois os bons procedimentos de produção já eram uma prática”, orgulha-se. Como associada da Abravidro, a Vidrometro teve direito à consultoria gratuita da entidade. “A associação nos direcionou e incentivou em todos os aspectos, principalmente nos
processos internos e no preparo das amostras”, conta o diretor-geral.

Depois de ressaltar a importante participação dos colaboradores na conquista do selo, Castro mira o futuro já pensando na ampliação das certificações da empresa. “Acreditamos que o diferencial nos manterá na preferência dos clientes e ampliará nossas conquistas no setor de construção civil.”

Síndrome de planejamento

*Por Tom Coelho

Possivelmente você acompanhou pela mídia o que aconteceu com alguns estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ocorrido em outubro deste ano. Refiro-me especialmente aos atrasados, impedidos de fazer a prova por encontrar os portões
fechados. Houve de tudo: uns sem documento com foto para identificação, outros esqueceram de levar caneta preta transparente e alguns erraram o endereço do local de prova, entre outras situações.

Isso ilustra um mal que aflige a todos nós. Sofremos de uma síndrome de falta de planejamento — típica de nossa cultura. Assim, temos o péssimo hábito de protelar e fazer tudo na última hora simplesmente porque não programamos nossas atividades. No mundo corporativo não é diferente. Poucas são as empresas que fazem planejamento estratégico anual. Como consequência, surgem desequilíbrios financeiros, interrupção da produção por falta de matéria-prima, atrasos em entregas, problemas de qualidade, elevação dos índices de acidentes no trabalho, indisponibilidade de capital humano qualificado e perda de produtividade, dentre outros.

Para a falta de planejamento, não há justificativas
Voltando ao Enem: os retardatários alegaram que o ônibus atrasou, que o trânsito estava intenso, que não havia vaga para estacionar. Tudo isso explica, mas não justifica. O mesmo princípio aplica-se ao mundo dos negócios. O dia a dia de uma empresa é repleto de imprevistos e questões que exigem rápida resolução. No entanto, um planejamento bem-executado, com margens para minimizar imprevistos, certamente ajuda a evitar mais consequências.

Os malefícios decorrentes da falta de planejamento podem ser traduzidos em uma palavra: frustração. Para os atrasados do Enem, minutos ou segundos significam um ano perdido. Para uma empresa, não gerir bem o tempo e os planos para o futuro pode resultar na perda de clientes, comprometer a imagem da companhia ou até levá-la à falência.

Por isso tudo, que tal começar a desenvolver, agora, o hábito do planejamento?

Tom Coelho é educador, palestrante sobre gestão de pessoas e negócios, escritor e autor de oito livros. www.tomcoelho.com.br