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Que venham mais 35!

Foto: Marcos Santos
Foto: Marcos Santos

Neste mês de maio, a Abravidro comemora 35 anos de atuação no mercado vidreiro. São mais de três décadas em que a entidade vem trabalhando ativamente, em diversas frentes, pelo desenvolvimento do setor de vidros planos no Brasil. Ao longo dessa jornada, muito vem sendo feito e é uma grande satisfação fazer parte dessa história, tendo atuado como diretor por muitos anos e, nos últimos dois, como seu presidente.

É na prestação de serviços e desenvolvimento de produtos e soluções para as empresas vidreiras que a entidade vem fazendo a diferença e dando sua contribuição para o setor. As frentes de atuação são muitas, sempre buscando levar informação e conhecimento sobre o vidro aos diversos elos da cadeia; valorizar nossos produtos; definir parâmetros, por meio das normas técnicas, para produção e aplicações de soluções com vidro para toda a sociedade; treinar e qualificar mão de obra; promover a competitividade das processadoras brasileiras; e muito, muito mais. O trabalho não para, e é assim que deve ser.

Exemplo disso e da qualidade das nossas entregas é a edição de 2025 do Panorama Abravidro, encartada nesta revista. O estudo, publicado desde 2012, mobiliza diversas empresas de todo o Brasil para que todos os elos da cadeia possam entender melhor a performance e os desafios da cadeia de processamento, que reúne cerca de 600 empresas e emprega mais de 30 mil pessoas em todo o País.

Os dados, referentes a 2024, preocupam, pela queda contínua no faturamento das empresas e nas quantidades vendidas, embora em menor ritmo que no ano anterior. Mas nesse ambiente de incertezas, o que posso garantir aos colegas processadores e a toda a cadeia é que a Abravidro seguirá trabalhando na defesa de nossos interesses e no desenvolvimento do nosso mercado.

Para isso, contamos com nossos associados; com uma diretoria composta por empresários de todo o País, dispostos a dividir o tempo de suas empresas com a Abravidro, apontando caminhos e necessidades; parceiros que abraçam nossas ações e iniciativas; e, claro, nossa equipe, sempre focada em trazer os melhores resultados e soluções para o mercado vidreiro nacional e sem a qual não seria possível entregar tanto ao mercado! Obrigado a todos e vamos juntos construir os próximos 35 anos de história!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Globalização?

Foto: Marcos Santos
Foto: Marcos Santos

Lembro que, no início dos anos 2000, a palavra “globalização” era a expressão da moda, utilizada para explicar as mudanças nas relações econômicas mundiais e seus efeitos.

Pois atualmente estamos experimentando os resultados da mais pura aplicação dessa palavra. Em razão das barreiras comerciais impostas inicialmente pelos Estados Unidos e, posteriormente, acompanhadas por outros países, observamos atentos aos eventuais efeitos causados ao mercado brasileiro: oportunidades e ameaças.

Muitas oportunidades estão surgindo, por exemplo, para o setor do agro, com a possibilidade de aumento de exportação de produtos para as nações em disputa comercial. Isso se torna muito positivo para nosso país, principalmente se as colheitas anuais obtiverem bom desempenho. Vamos torcer para que isso aconteça.

Da mesma maneira, muitas ameaças surgem para setores como o do vidro plano. Sabemos que os países asiáticos, entre outros, possuem enorme capacidade de produção de vidro float e vidros beneficiados, contando ainda com um custo interno minimizado, além de eventuais subsídios de fabricação à exportação. Se países consumidores de produtos dessa procedência “fecharem as portas” à importação, o Brasil se tornará um destino foco desses fabricantes devido às suas dimensões continentais e grande população.

As condições acima, somadas ao baixo consumo que estamos enfrentando nesse momento e às medidas de defesa comercial focadas apenas em nossa matéria-prima (antidumping e aumento na tarifa de importação do float), podem formar o pior cenário para o mercado vidreiro, e em especial para os vidros processados: concorrência desleal dos importados, excedente de produtos e ociosidade em nossas empresas.

Mais uma vez, torna-se indispensável o olhar para dentro do negócio, identificando custos dispensáveis, aumento de produtividade e cautela. Ninguém consegue atender o mercado sozinho. Então, somente baixar preços não vai trazer negócios para dentro de sua empresa, pois os concorrentes sempre reagem.

Aqui na Abravidro estamos monitorando diariamente os indicadores do segmento e debatendo eventuais medidas de proteção ao mercado brasileiro com nossos pares associativos. Se a entrada excessiva de vidro float já era ruim, a importação de vidros processados é catastrófica.

Estamos agindo!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 628 (abril de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Mesmo cenário

Foto: Marcos Santos
Foto: Marcos Santos

Estamos terminando o primeiro trimestre do ano e 2025 segue muito parecido com 2024: demanda estagnada e importações em alta, o que resulta em um excesso de oferta de vidros no mercado e a consequente guerra de preços que já conhecemos tão bem. De acordo com o Termômetro Abravidro, fevereiro registrou queda de 9,5% na comparação com janeiro, anulando o bom resultado do primeiro mês. Em breve saberemos como foi março, mas, pelas conversas com meus pares, o cenário não é muito otimista.

A Abravidro segue monitorando os dados e movimentos do mercado com atenção e grande preocupação, em especial aqueles relacionados aos produtos processados: os vidros temperados e laminados têm registrado aumento nos volumes importados, tendo fechado em alta em 2024 em relação a 2023. Este ano não tem sido diferente e os números seguem altos. O índice de ociosidade entre temperadores e laminadores, que já é grande, fica ainda maior com a entrada dos importados na equação.

E, por falar em dados, reforço aqui a importância de mensurarmos os resultados da cadeia de processamento, para que possamos entender o real impacto das importações no mercado interno e para embasarmos eventuais ações de defesa de interesse do setor. A Abravidro estimula a cultura de dados e contribui com ela desde 2012, quando iniciou a publicação do Panorama Abravidro, único estudo econômico do segmento. Em 2023 a família cresceu, com o lançamento do Termômetro, pesquisa que retrata a evolução mensal das vendas faturadas de processados.

Para alimentar os dois estudos e as estatísticas do segmento, a participação das empresas processadoras é fundamental. Estamos na reta final da coleta de dados para a edição 2025 do Panorama, publicação que trará um retrato do desempenho do ano passado. Não deixe de contribuir com a pesquisa e com o mercado. O prazo para respostas vai até 7 de abril. Não deixe para a última hora!

Outra ação que prevê engajamento do setor também já está no ar: o 2º Prêmio Abravidro Glass South America. Depois da bem-sucedida primeira edição, que contou com a participação de mais de cem empresas e obteve seis mil votos na etapa de votação popular, a premiação está de volta com novas categorias e prazos mais elásticos para a participação das empresas de todos os elos da cadeia. Participe!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 627 (março de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

O Panorama Abravidro é essencial!

rafaelribeiro-fev2025Os dados de comércio exterior do mês de janeiro mantiveram ligados os alertas da cadeia de processamento. Os vidros temperados e laminados, nossos principais produtos, seguem registrando aumentos no volume de importação. Em um mercado com alto nível de ociosidade como o nosso, isso é um fator de grande preocupação para quem tem capital investido em equipamentos para a produção desses materiais.

E, por falar em números, está em andamento a temporada de coleta de dados sobre a performance das empresas vidreiras no ano de 2024 para a elaboração do Panorama Abravidro, único estudo econômico e produtivo do mercado de vidros planos e peça fundamental, junto do Termômetro Abravidro, dos nossos esforços enquanto entidade para estimular uma cultura de dados no setor.

O Panorama é publicado pela Abravidro desde 2012 e é reconhecido por todo o mercado como um documento essencial para quem quer entender os movimentos do segmento.

Para nós, processadores, é uma importante ferramenta para avaliar o desempenho de nossas empresas em relação à média do mercado, para entender o comportamento e evolução dos diferentes produtos ao longo do tempo e também para planejar investimentos ou correções de rota, por exemplo.

Aos demais elos da cadeia, o Panorama traz informações que são fundamentais para a compreensão do mercado, em especial para empresas globais, que precisam ter a sensibilidade para as especificidades brasileiras.

Para a Abravidro, os números do documento também são relevantes para o planejamento de benefícios aos associados e de nossa atuação institucional, principalmente no que diz respeito às ações de defesa de interesse.

Mesmo assim, o número de empresas que não participam da pesquisa ainda é expressivo, apesar de o estudo ser produzido com sucesso e reconhecimento há treze anos.

É válido reforçar que os dados nunca são divulgados de maneira individual, expondo as empresas. Além disso, ninguém da Abravidro tem acesso às informações. Elas ficam disponíveis apenas para os economistas – e eles assinaram um termo de confidencialidade, registrado em cartório, garantindo que não compartilharão, de forma alguma, as informações individuais.

Na Abravidro, nós construímos, junto de vocês, um mercado melhor e mais próspero. Por isso, fica o meu pedido: processador, responda à pesquisa para o Panorama!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

Setor vidreiro andou de lado em 2024

Único indicador vidreiro a medir as vendas faturadas mensais de vidros processados (em m²), o Termômetro Abravidro teve um 2024 importante: além de ganhar novas formas de medição e de apresentação do conteúdo, o estudo firmou-se como elemento presente no dia a dia das processadoras, com média de mais de noventa empresas respondentes por mês. E, apesar de todas essas novidades, os números medidos pelo indicador foram apenas medianos – o desempenho do setor no ano “andou de lado” na comparação com 2023.

Com a queda de 14% vista em dezembro (veja mais sobre os dados do mês clicando aqui), a variação acumulada do ano fechou no negativo, em -4,6%. “O resultado de dezembro foi ruim, como já era esperado, por conta do recesso de fim de ano e o consequente número menor de dias trabalhados. Mas, infelizmente, essa queda ‘zerou’ o ganho que tivemos ao longo de 2024. Olhando a evolução dos dois últimos anos, o resultado ficou praticamente estável”, analisa Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro. Apesar disso, a variação acumulada dos últimos doze meses vem tendo resultados melhores, ainda que negativos – o que significa que o setor “parou de piorar”.

Presença do setor
“A resposta ao Termômetro tem sido muito boa, o que mostra que nosso setor se preocupa com seus números”, comenta Ribeiro. É importante, porém, uma maior participação das empresas também no Panorama Abravidro, o estudo anual da associação que tem um escopo mais abrangente (confira detalhes sobre a pesquisa para a edição 2025 clicando aqui). “Com mais processadoras participando do Panorama, a radiografia do mercado será ainda mais precisa. Dessa forma, teremos um mapa bem definido para ajudar no planejamento estratégico de nossos negócios”, afirma o dirigente da Abravidro.

O que mudou
O Termômetro ganhou uma metodologia de dessazonalização, a qual consiste na utilização de um modelo sobre a série de produção mensal de produtos minerais não metálicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – que abrange as atividades industriais do setor de vidros processados. Assim, foi feito o ajuste de dias úteis, considerando o calendário utilizado pelo mercado financeiro, somado à inclusão de meia-jornadas aos sábados e em feriados extraordinários (como dias de jogos de Copa do Mundo, por exemplo). Além disso, a base de dados do estudo (chamada de base 100) foi ajustada de dezembro de 2021 para abril de 2022, momento no qual o Termômetro passou a considerar a participação de uma base expandida de respondentes – antes, no período piloto, apenas empresas ligadas à diretoria da Abravidro podiam participar.

“O indicador está amadurecido. Em 2022, as variações eram muito elásticas; porém, agora não mais. Para ajustar isso, tivemos a ajuda das próprias empresas do setor, as quais sugeriram incluir a análise dos dias úteis”, comenta Sergio Goldbaum, economista da GPM Consultoria, empresa responsável pelo estudo (e também pelo Panorama Abravidro). “Este é um tópico relevante: se um mês tem cerca de 22 dias úteis, um feriado prolongado representa quase 10% do total de dias trabalhados, o que altera significativamente o resultado do indicador.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Aleksei/stock.adobe.com

Iniciando o novo ciclo

rafaelribeiro-jan2025Enfim, 2025 começou! Após o período em que a maioria das empresas está em férias coletivas, já estamos experimentando os primeiros movimentos do mercado.

E como no nosso segmento não tem brincadeira, inauguramos o ano com reajuste médio de 11% na matéria-prima. Os aumentos no gás e a instabilidade da moeda (dólar) ao final de 2024 indicavam essa possibilidade. O mercado já estava “esperando” por esse movimento – e a redução nas importações de matéria-prima prevista para 2025 deve trazer um pouco mais de equilíbrio no valor de nosso insumo base.

Resta-nos agora tentar projetar o que vai ser este ano… Tarefa difícil! Os indicadores e projeções da economia e da construção civil não são animadores: espera-se um ano de PIB um pouco menor em relação à 2024, com semelhante desaceleração no crescimento da construção civil.

Mas o empresário brasileiro e, principalmente, o vidreiro, é otimista, e temos observado alguns investimentos de porte nas indústrias. Demonstramos um exemplo disso na revista deste mês.

Assim, como sempre, ficamos na expectativa de como será o comportamento da concorrência em um mercado com um consumo que não conseguimos projetar com segurança. Se olharmos para o passado, um mercado de alto consumo sempre se reflete em melhor rentabilidade nos preços de venda – o contrário é sempre um desastre, em razão da alta capacidade de processamento instalada.

Mesmo assim, deixo aqui a minha mensagem de otimismo. Nosso segmento conta com inúmeras oportunidades, e o empresário que conseguir atingir o equilíbrio entre volume e rentabilidade alcançará o sucesso.

Feliz 2025!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

 

Finalizando o ano

rafaelribeiro-dez2024Depois de doze meses intensos, eis que 2024 chega ao fim. Foi um ano marcado pelo ritmo forte de importações de vidros float e com incremento importante também nas compras internacionais de vidros processados, enchentes no Rio Grande do Sul, disparo do dólar e outros desafios.

Tivemos um período de dificuldades a vencer, mas também de encontros, reuniões e bons negócios, com a realização da Glass South America no primeiro semestre e do Simpovidro no segundo, proporcionando momentos de interação com nossos colegas e parceiros do mercado.

Mas 2024 também se apresentou como um ano de muito trabalho em diversas frentes da nossa entidade: além dos eventos, defesa de interesses de olho nas questões tributárias e de comércio exterior; educação e treinamento da cadeia, com nossa especialização técnica, turmas de PPCPE e o Educavidro, que completou um ano; e desenvolvimento do mercado, com consultoria de certificação do temperado e da nova certificação do vidro laminado. Teve também o Prêmio Abravidro Glass South America, reconhecendo a excelência das empresas que atuam em nosso setor, e presença forte na conformidade técnica, com palestras por todo o Brasil para disseminar o conteúdo das normas vidreiras, e discussões de aprimoramento no texto de normas essenciais para o setor e também sobre novos temas no âmbito do Comitê Brasileiro de Vidros Planos da ABNT, o CB-37, sediado na Abravidro.

Reconhecendo tudo que foi feito e com a dimensão de tudo que ainda há por fazer, deixo aqui meus votos de boas festas e um feliz 2025! Que seja um ano melhor, com mais prosperidade, e que saibamos, todos os elos da cadeia, atuar de forma consciente e responsável pelo aumento do consumo do nosso material e pela rentabilidade de nossas empresas.

Boas festas!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

7º Simbrie discute mercado de esquadrias

De 14 a 17 de outubro, foi realizado o 7º Simpósio Brasileiro da Indústria de Esquadrias (Simbrie). Organizado pelo Canal do Serralheiro, o evento, transmitido ao vivo pela plataforma Zoom, contou com a Abravidro entre os apoiadores. A iniciativa tem o propósito de integrar a cadeia de esquadrias e fachadas por meio de palestras sobre tecnologias e inovações desse segmento.

O último dia do simpósio foi encerrado com um painel com a presença de Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro. O debate, mediado por Alexandre Araújo, CEO e fundador do Canal do Serralheiro, abordou o tema O papel das associações na economia das indústrias. Participaram da conversa também Filipe Gattera, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), e Eduardo Rosa, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Sistemas, Perfis, Componentes e Esquadrias de PVC (Aspec PVC).

Uma das principais questões discutidas foi como aumentar a competitividade das empresas. “Temos sempre a preocupação com o produto, em levar o conhecimento sobre o material ao consumidor do vidro”, comentou Ribeiro. “Não deixamos de lado também a formação de  nossos associados e ainda a dos clientes das empresas, os especificadores – basta ver o Educavidro, que entrou em seu 2º ano com novos conteúdos para o mercado. Isso tudo serve para fortalecer o segmento, pois não podemos nivelar o mercado pelo produto mais simples e barato.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: reprodução

16º Simpovidro une elos e gerações do setor vidreiro

De 31 de outubro a 3 de novembro, o Vila Galé Alagoas, no município de Barra de Santo Antônio, recebeu a 16ª edição do Simpovidro, evento bienal organizado pela Abravidro. E quem participou desse que é o principal encontro vidreiro da América Latina pôde conferir ao vivo a relevância do simpósio: é ali, em meio às palestras, em meio aos momentos de lazer com as famílias e de networking com outros profissionais, onde nosso setor consegue olhar ao redor, refletir sobre seus movimentos e analisar o caminho a seguir.

 

rafaelribeirosimpovidro-nov2024

 

Panorama do ano
A tradicional cerimônia de abertura contou com discurso do presidente da associação, Rafael Ribeiro, e também dos executivos das quatro usinas que atuam em solo brasileiro (e patrocinadoras do evento): AGC, Cebrace, Guardian e Vivix. O simpósio teve ainda como apoiadoras as empresas Biesse, Bottero, Diamanfer, Glass South America, Glass Control, GlassParts, Gusmão Representações, Italotec, Keraglass, Kuraray, Latamglass, Lisec, Screenline, Sglass e Vetro Máquinas.

Ribeiro fez uma breve análise do mercado vidreiro ao longo de 2024, um período cheio de dificuldades para os negócios das empresas. “Iniciamos o ano com números fracos no Termômetro Abravidro, sem reação de consumo nos dois primeiros trimestres. Como se não bastasse, no final de abril, o Rio Grande do Sul sofreu com o desastre das enchentes, trazendo redução drástica no consumo do vidro na região, e resultando em danos estruturais sérios em três processadoras de vidro”, comentou. Em nome dos gaúchos, ele agradeceu aos diversos profissionais que ajudaram as empresas a se reconstruírem.

Os altos volumes de importação de float e também de vidros processados, além da abertura de um novo processo antidumping do float incolor, para três novas origens, foram outras preocupações mencionadas. “A Abravidro, como sempre, tem acompanhado de perto os movimentos de mercado, e promovido iniciativas de proteção da cadeia vidreira inclusive junto ao Governo Federal. Prezaremos sempre pela proteção da indústria nacional, mas, acima de tudo, o interesse dos processadores de vidro, que são os nossos associados”, assegurou.

Por fim, apesar de todas as dificuldades vividas, Ribeiro deixou uma mensagem de esperança — afinal, é também disso que o Simpovidro se trata: “Nossos familiares estão aqui para diversão, mas é nossa obrigação, como empresários, aproveitar esse momento para interagir com fornecedores, trocar informações com colegas e refletir sobre os temas apresentados pelos nossos palestrantes. Eu serei otimista!”.

 

A palavra das usinas
Um dos momentos mais aguardados pelos participantes do Simpovidro são os discursos das usinas de vidro com atuação no Brasil na abertura do evento. Este ano, AGC, Cebrace, Guardian e Vivix revelaram ao mercado suas visões a respeito do presente e futuro do segmento.

 

agcsimpovidro-nov2024

 

AGC: foco em agregar valor
O presidente da AGC e diretor-geral de Vidros Arquitetônicos da fabricante para a América do Sul, Isidoro Lopes, comentou que, ao longo de sua história de mais de 117 anos, a multinacional japonesa ajudou a impulsionar a indústria mundial por meio do nosso material. “O vidro é um dos principais negócios da AGC mundialmente. Estamos focados na agregação de valor e nos vidros refletivos para a nossa região”, afirmou. Para Lopes, o futuro do segmento é de otimismo — e isso vem do fato de que o vidro é cada vez mais protagonista em um mundo que procura soluções inovadoras e sustentáveis: “O material tem papel no combate às mudanças climáticas, trazendo economia e eficiência energética aos edifícios. É nossa responsabilidade como indústria buscar a redução de emissões em toda a produção”. A prova disso está no Projeto Volta, uma parceria tecnológica com a francesa Saint-Gobain para a construção de uma fábrica de fusão híbrida nas instalações da AGC em Barevka, na República Tcheca. A iniciativa prevê a redução de até 75% na emissão de CO2 durante os processos fabris. Lopes comentou ainda alguns dados de segmentos consumidores de vidro, como a construção civil (que tem expectativa de crescimento na ordem de 3,5% este ano), automotivo (projeção de 10% de crescimento) e o moveleiro (que deve aumentar em 8% o uso de vidro nos móveis), citando ações para expandir a produção de vidros para automóveis. “O mix de produtos em nosso mercado ainda é simples, mas está evoluindo. Se tivermos um pouco de estabilidade, a demanda subirá”, comentou.

 

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Cebrace: perspectivas de mercado
Os dois diretores-executivos da Cebrace, joint-venture entre NSG e Saint-Gobain, falaram durante a cerimônia. Lucas Malfetano, representante da NSG, disse que o Simpovidro sempre é um encontro especial para a empresa, ainda mais este ano, quando a usina completou cinco décadas de existência: “É um privilégio estar aqui com parte do nosso time, representando toda nossa equipe que trabalha para oferecer o melhor produto e serviço possíveis. O reconhecimento é para todos os colaboradores”. A Cebrace também vê com esperança uma melhora no desempenho do mercado. “Acreditamos em crescimento neste ano e também no próximo. Estou para fazer trinta anos no mercado do vidro e nunca estive tão otimista sobre o potencial do vidro como estou agora. Há muito espaço para aumentar o consumo do material no País, tanto de insulados e vidros de valor agregado para eficiência termoacústica”, apontou. A sustentabilidade teve destaque: segundo Malfetano, a Cebrace reduziu 20% da emissão de CO2 nas operações. E uma novidade foi revelada: o vidro texturizado 8 mm será relançado para atender a demanda do mercado.
Wiltson Varnier, que representa a Saint-Gobain, estreou no Simpovidro este ano com uma fala cheia de confiança: “Chego em um momento de otimismo. Posso assegurar que na Europa e China o cenário não é esse. Teremos crescimento no mercado brasileiro em 2024 e 2025”. Para ele, a descarbonização dos processos industriais será uma constante cada vez mais intensa. “Temos a possibilidade de provocar impactos positivos nas indústrias consumidoras: podemos impactar no sentido da descarbonização. O setor automotivo e de construção emitem mais da metade do CO2 do planeta. Estamos engajados em nossas ações e na mobilização de nossos parceiros para o assunto”, comentou.

 

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Guardian: busca por processos automatizados
“O Simpovidro destaca o impacto que geramos para a indústria e para a construção civil”, apontou o diretor-executivo para a América do Sul da Guardian, Renato Poty. Ele fez uma breve análise dos sinais positivos vistos na economia nacional atualmente, como a baixa histórica da taxa de desemprego e a inflação controlada, o que fortalece o poder aquisitivo. Por outro lado, a taxa de juros segue elevada, o que pode comprometer investimentos no Brasil. “Setores de médio e alto padrão sofrem mais com juros elevados”, revelou. Segundo ele, a oferta e a demanda por nossos produtos estão desbalanceadas, com a entrada de importados afetando o valor do vidro no mercado brasileiro. “Nossa aposta é no aumento de 3% na demanda por vidros este ano. Esse número deve se manter entre 2% e 3% em 2025”, indicou. Segundo Poty, o segmento vidreiro tem um desafio crescente com a falta de mão de obra qualificada — o que pode gerar desequilíbrio nas empresas caso não se invista em tecnologia e na automatização dos processos: “Precisamos avançar na digitalização de nossos negócios. O futuro depende da capacidade de inovar. Espero que este evento inspire nossas ideias e caminhos nesse sentido”. Poty também comentou a importância do vidro na arquitetura moderna, por valorizar a integração entre ambientes e a entrada de luz natural, conceitos essenciais para tornar as construções mais sustentáveis. Em relação ao tema da sustentabilidade, a Guardian lançou as declarações ambientais de produto, um compromisso em medir e reduzir o impacto de seus vidros no meio ambiente.

 

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Vivix: investimentos no setor
A Vivix completou dez anos de atividades em 2024, como bem lembrou o presidente da usina, Henrique Lisboa: “Nascemos com o propósito de contribuir com a evolução do mercado e acreditamos que faremos isso em conjunto com a evolução dos clientes”. Entre as iniciativas recentes da empresa para atingir esse objetivo, está o Vivix Facilita, plataforma para trabalho integrado com clientes com diversas funcionalidades. Segundo Lisboa, as duas áreas prioritárias da Vivix são transformação digital e a agenda ESG. “Recebemos um prêmio da Siemens em inovação. Além disso, nossa agenda é guiada pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Investimos 200 milhões de reais em uma usina de geração solar e toda nossa energia consumida será gerada a partir de fontes sustentáveis”, informou. Em relação ao mercado, confiança é a palavra-chave daqui pra frente. “Nos próximos sete anos devemos crescer 4% ao ano. No mundo o consumo de vidro deve crescer 5%, muito por conta dos vidros para painéis solares”, revelou Lisboa. O projeto do segundo forno da usina, anunciado em junho de 2022, seguirá assim que as projeções positivas de aumento de consumo de vidro no  Brasil começarem a se concretizar. “Seremos responsáveis, não queremos causar nenhum dano com a implementação de uma planta no momento errado. Mas a construção é uma decisão já tomada.”

 

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Lazer e interação
Outro importante pilar do Simpovidro são os momentos de lazer e de interação. Para isso, a Abravidro preparou uma programação diversa, incluindo esportes, como vôlei de praia, tênis e beach tênis. Na noite de sexta-feira, os participantes aproveitaram o luau para trocar ideias e ouvir música. E não podemos deixar de mencionar a festa de encerramento, no sábado à noite, realizada logo após o jantar, animada pelo show do grupo Soraya e Banda Platinum.

 

encerramentosimpovidro-nov2024

 

Reflexões finais
Como é tradição no evento, após as palestras do sábado, o presidente da Abravidro e executivos das usinas voltaram ao palco para analisar o evento. Rafael Ribeiro demonstrou satisfação com o que viu ao longo dos dias: “O Simpovidro é um espaço de reflexão e de debate da cadeia. Este ano, mais uma vez, atendemos esse anseio. Agradeço a cada um de vocês pela participação.”

O gerente-executivo Comercial e de Marketing da Divisão de Vidros Arquitetônicos para a América Latina da AGC, Marcelo Botrel, lembrou que está de volta ao setor depois de bastante tempo e agradeceu pelo acolhimento recebido. “Temos muitos desafios enquanto mercado, mas os desafios vêm acompanhados de oportunidades. Nós, da AGC, estamos prontos para enfrentar esses desafios juntos”, afirmou.

Flavio Vanderlei, gerente Comercial da Cebrace, é mais um profissional com experiência no setor, presente no Simpovidro desde 2003. “Este vai ser o 4º ano consecutivo de crescimento da economia brasileira. A reforma tributária ainda trará benefícios e a construção civil está aquecida”, lembrou, otimista.

O gerente-comercial Sênior da Guardian, Rafael Rodrigues, também abordou o abastecimento do mercado, reforçando o compromisso da empresa com as demandas. Ele ainda incentivou a participação no Guardian Top Projects 2025, premiação que reconhece trabalhos com vidro nas áreas de construção civil, arquitetura e design.

O último a falar foi o gerente Comercial da Vivix, Daniel Gifford. “Contratamos três consultorias e todas estimam crescimento de 4% do nosso mercado em 2025”, revelou. O executivo lembrou que há muito potencial de crescimento para o vidro no Brasil, e que esse incremento deve estar ancorado em vidros de maior valor agregado: “Para isso, precisamos que a cadeia trabalhe em conjunto”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Marcos Santos e Andreia Naomi

Perto do fim

rafaelribeiro-nov2024O ano de 2024 vai se aproximando do seu final e, como de hábito nesta época, os dias têm sido intensos e cheios de afazeres. A sensação é de que a demanda pelo nosso material tem se mostrado mais aquecida, embora as margens ainda estejam longe do ideal. O mês de novembro concentrou dois feriados que devem impactar o faturamento das empresas, já que diminuiu o número de dias úteis.

Não posso deixar de falar aqui da 16ª edição do Simpovidro, realizada do fim de outubro ao começo de novembro, uma ótima oportunidade de encontrar amigos, parceiros e fornecedores e trocar ideias e impressões sobre o mercado e os desafios que temos vivido. As palestras trouxeram provocações e reflexões interessantes, as quais proporcionaram ótimas conversas à beira da piscina e do belo mar da região! As perspectivas trazidas pelos executivos das usinas de base também injetaram uma boa dose de entusiasmo, com previsão de crescimento do nosso mercado não apenas este ano como nos que estão por vir.

E uma notícia importante deste mês que merece registro porque deve impactar o mercado a partir de dezembro foi a aprovação, pelo governo federal, do pleito da Abividro de aumento da tarifa de importação do float incolor, que sai de 9% para 25%. Diferentemente do direito antidumping, que impacta apenas algumas origens, essa medida é válida para todo o vidro float incolor que entrar no País a partir do início da vigência, por um período de doze meses. O volume de vidro float incolor importado disparou em 2023, chegando a 123 mil toneladas, maior nível desde o início do direito antidumping, em 2014. Este ano, o acumulado até outubro já beira as 122 mil toneladas – ou seja, vai superar 2023. Porém, nos últimos meses temos percebido redução nos números, resultado do aumento do frete e da moeda (dólar), além do andamento do processo de antidumping. É uma oportunidade para a indústria nacional recuperar o terreno perdido.

Espero que essa oportunidade seja aproveitada com inteligência.

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

Momento de reflexão

rafaelribeiro-out2024Enfim chegou outubro, o tão aguardado mês do Simpovidro. Por aqui estamos ansiosos para rever associados, amigos, parceiros, fornecedores e clientes. Nosso simpósio chega à sua 16ª edição mantendo a essência de ser um evento de relacionamento, negócios e, claro, um momento para refletir a partir dos temas das palestras. Este ano não será diferente e nossa proposta é pensar em temas fundamentais para os negócios, como governança financeira, gestão de riscos e provocações para sairmos da operação e conseguirmos atuar de forma mais estratégica em nossas empresas. Vamos falar também sobre o que esperar da política e da economia e sobre como a Inteligência Artificial vai impactar a sociedade, nossas empresas e a vida de cada um de nós. Nossos familiares estarão conosco no simpósio para diversão, mas o empresário deve aproveitar essa oportunidade para refletir.

E a pausa para reflexão vale para muitos outros temas do nosso dia a dia como empresários do setor vidreiro, como venho propondo aqui mensalmente. O ano de 2024 tem sido repleto de desafios, com a demanda fraca, o aumento da informalidade, a dificuldade em repassar os aumentos nos custos e os grandes volumes de vidros importados chegando ao Brasil, agora incluindo os processados.

Pensar nesses desafios — e soluções — de forma conjunta, com cada um refletindo sobre suas responsabilidades como ator da cadeia é um dos melhores caminhos para melhorarmos o ambiente de negócios no setor vidreiro.

Aproveite o Simpovidro para rever os amigos e parceiros e para fazer negócios, mas também para fazer essa pausa e pensar de que maneira podemos atuar, juntos, para o desenvolvimento do mercado, proporcionando melhores resultados para nossas empresas e para toda a cadeia! Nos encontramos em Maceió!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

Abravidro organiza assembleia com diretoria e associados

No dia 12 de setembro, a Abravidro, em assembleia com a participação da diretoria e associados em São Paulo, e presidida por Rafael Ribeiro, colocou em debate diferentes temas e desafios relevantes para a cadeia vidreira. O novo processo de investigação antidumping de importações de float esteve entre os assuntos da pauta, assim como o 16º Simpovidro. “A Abravidro atua com o compromisso de trabalhar para o desenvolvimento do mercado; por isso, é preciso analisar os temas delicados para criarmos um ecossistema de trabalho saudável e sustentável”, afirmou Ribeiro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 621 (setembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Divulgação Abravidro

Em busca de soluções

rafaelribeiro-ago2024O mercado vidreiro não é para amadores e o ano de 2024 tem deixado isso bem claro. Enquanto a demanda se mantém abaixo da expectativa, os preços dos vidros processados seguem em queda e agora o foco de preocupação está no volume crescente de importações de laminado e temperado. O laminado importado, que, em 2023, registrou um aumento expressivo em relação a 2022, segue crescendo em volume e já passou das 16 mil t este ano. O temperado ainda registra números baixos, mas, como principal produto da cadeia de processamento, deixa todos em alerta.

O cenário de câmbio desfavorável e frete caro fez cair o volume total de vidros importados no mês de julho ao menor nível do ano, mas já são quase 180 mil t nos sete primeiros meses de 2024. No fim de julho o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços publicou a circular que oficializa a abertura de investigação para um novo direito antidumping para a importação de float, dessa vez das origens Malásia, Paquistão e Turquia, medida solicitada pelas indústrias que atuam no Brasil. A Abravidro, já habilitada como parte interessada no processo, acompanha de perto o processo e está atenta aos movimentos e impactos que um novo direito antidumping pode trazer para toda a cadeia.

E por falar na atuação da Abravidro e sua preocupação com o ambiente de negócios, estivemos em Brasília este mês para uma reunião com o senador Izalci Lucas, em que tratamos dos desafios do nosso setor. A interlocução com o poder público é fundamental na busca por soluções eficientes.

Os desafios também estão em mente na hora de definir os temas e nomes dos palestrantes do 16º Simpovidro! Como sempre, a Abravidro tem feito uma seleção de profissionais que podem contribuir com seu conhecimento para o desenvolvimento de nossas empresas e, consequentemente, do nosso setor. Os nomes serão anunciados em breve! E você, já garantiu sua participação no principal evento de relacionamento e conteúdo da cadeia vidreira? Espero você lá!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 620 (agosto de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

Custo ou investimento?

rafaelribeiro-jul2024Na gestão de nossas empresas, muitas vezes discutimos se determinada despesa é um custo ou um investimento. Quando o resultado é intangível, essa discussão é ainda mais rica. Num ano cheio de eventos, como este de 2024, me peguei fazendo também essa reflexão sobre a participação nesses eventos. Para mim, não há dúvidas: é um grande investimento!

Passado um mês da 15ª edição da Glass South America, revejo um filme na cabeça com tantos momentos importantes vividos por lá, tantos encontros, reencontros e oportunidades geradas, não só como expositor e presidente da Abravidro, mas também como visitante e industrial.

Durante a pandemia, que impactou severamente o mercado de eventos, adiando edições e mudando calendários, muito se questionou sobre o futuro das feiras e mostras, com o avanço do virtual. A volta à normalidade rapidamente respondeu a quem tinha dúvidas: os eventos seguem com força total, resultado da valorização dos encontros presenciais, olho no olho, em meio à overdose de telas que nos cercam.

Feiras e eventos, como a Glass South America e o Simpovidro, são oportunidades valiosas no mundo corporativo. Neles é possível encontrar fornecedores, clientes, parceiros e até mesmo concorrentes, num só lugar, favorecendo o networking e o relacionamento, otimizando esforços, encurtando distâncias, proporcionado novos contatos e a retomada de contatos (e contratos), além daquele aspecto essencial, o qual toda empresa busca e valoriza: a geração de novos negócios. São também excelentes para garantir reconhecimento e visibilidade às marcas junto ao seu público de interesse. E no setor vidreiro não é diferente: quem não é visto, não é lembrado.

Como parceira exclusiva da Glass South America e organizadora do Simpovidro, a Abravidro é uma entusiasta do papel dos grandes eventos também no desenvolvimento do mercado, com a discussão de temas relevantes para o setor. Na edição deste ano da Glass, a Arena de Conteúdo trouxe grandes nomes para falar do vidro e seu papel nas edificações, atraindo público de vidreiros e também de especificadores. Da mesma maneira, no Simpovidro, escolhemos a dedo temas e palestrantes que possam provocar reflexões, debates e adoção de práticas que contribuam para o desenvolvimento do mercado. E assim seguimos, investindo em busca de um melhor ambiente de negócios para todos nós! E a sua empresa, tem investido ou não?

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

A música que toca

rafaelribeiro-jun2024Apesar de não ser músico, quando sentei para escrever este texto, várias canções passaram pela minha cabeça, de imediato. Fiquei até em dúvida sobre qual utilizar.

Depois de nove meses sem reajuste nos preços do float pelas usinas nacionais (o que pode demonstrar que lá em setembro de 2023 os preços no mercado doméstico estavam, supostamente, muito altos), veio o resultado: fomos surpreendidos por um aumento de dois dígitos.

Penso que o momento foi inoportuno, pois a demanda na construção não reagiu e temos ainda a queda do consumo na Região Sul, provocada pelo evento climático de maio. Como apontam o Panorama Abravidro e o Termômetro Abravidro, 2023 foi um ano de redução de consumo – e 2024 não mostra nada diferente.

Então, quando recebemos as cartas de aumento das usinas, sempre me vem aquele questionamento: é bom ou é ruim? Aí me lembro de diversos argumentos, a favor ou contra, mas no final chego à conclusão de que, na prática, são as mazelas do setor que nos trazem dificuldades.

Percebo que todos os insumos que o processador utiliza, mais mão de, obra, alimentação, transporte e benefícios do pessoal, energia elétrica, óleo diesel etc., têm seus preços reajustados periodicamente. O processador, no entanto, só consegue realizar reajustes quando ocorre aumento do valor da matéria-prima.

Percebo, também, que, no momento do reajuste, quando o processador tem estoque, ele mantém os mesmos preços para tentar vender mais (ou vender igual por mais tempo), ao invés de reajustar de imediato, obtendo melhor margem sobre o valor do estoque, o que significa dinheiro parado sem receber juros.

Percebo que o cliente do processador, há anos, já identificou essa fragilidade, e muitas vezes “blefa” entre seus fornecedores, afirmando que o concorrente não subiu, ou que está praticando valor menor. O processador acaba, muitas vezes, abrindo mão do resultado para não perder o cliente e o volume de produção. Percebo que o processador troca de fornecedor de matéria-prima ou até efetua importações somente para reduzir o preço de venda e manter volumes de produção, nunca para obter melhor margem.

Percebo ainda que o processador compra matéria-prima com pagamento à vista e, depois, processa, vende e entrega para pagamento em até cinco vezes, além de entregar suas mercadorias com frota própria, mesmo em grandes distâncias, arcando com os custos do frete. Percebo que, apesar das baixas margens de venda, surgiu entre o processador e o cliente mais um elo na cadeia: o do atacadista de vidros temperados.

A Abravidro está aqui para defender os interesses de seus associados e sempre vai lutar pelo desenvolvimento do nosso setor. Mas o que percebo, “caros coleguinhas” (expressão corrente em nosso segmento), é que sempre estamos descontentes com os outros, mas aceitamos e convivemos com as mazelas do nosso elo na cadeia — estas, aliás, são muitas.

Até quando vamos sobreviver? Quem vai sobreviver? Realmente, não sei. O fato é que até agora não paramos de nadar, e são grandes os riscos de morrermos na beira da praia. Voltando a falar de música, ainda não sei se vou de Banda Brasil ou de É o Tchan.

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 618 (junho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

Seguindo em frente

rafaelribeiro-mai2024Em maio, a revista O Vidroplano tradicionalmente é acompanhada do encarte do Panorama Abravidro, estudo econômico já consolidado como instrumento de análise do mercado vidreiro brasileiro. E este ano não é diferente: você tem em mãos a 13ª edição do documento, com os dados de 2023. Deixo aqui um agradecimento especial aos representantes das empresas que atenderam o nosso chamado e responderam ao questionário que alimenta o nosso Panorama. Os números preocupam: todos os principais indicadores estão em queda. Recomendo a você, meu colega industrial, que leia o documento, aproprie-se dos números e compare-os com os resultados da sua empresa. É um exercício importante para que possamos entender o difícil momento que atravessamos e passar a buscar soluções com responsabilidade.

E por falar em momento difícil, não posso deixar de mencionar o desastre que atravessamos aqui no Rio Grande do Sul, muito pior do que o amplamente divulgado na televisão ou nas redes sociais. Além da tragédia humana, com a perda de centenas de vidas, e o enorme saldo de desabrigados, o impacto na economia do Estado será desastroso. Empresas do nosso setor foram também afetadas. Vamos precisar de bastante resiliência para avançar nos próximos meses. A quem quiser ajudar financeiramente a população do nosso Estado, a Abravidro e o Sindividros-RS recomendam doações para a Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais, ação realizada pelo Sistema Fiergs e sindicatos industriais da região.

Feitos esses registros, é hora de falar de coisas boas: o Prêmio Abravidro Glass South America, iniciativa criada em parceria com a NürnbergMesse Brasil foi um sucesso! Mais de 100 empresas se inscreveram para participar da premiação. A fase de júri popular somou quase 6 mil votos e mostrou a força e o engajamento da cadeia vidreira para celebrar as empresas que fazem o mercado vidreiro acontecer. Os vencedores serão conhecidos no dia 12 de junho, durante a Glass South America.

Me despeço fazendo um convite a você, leitor: venha participar da feira; este ano ela estará em sua 15ª edição! É uma excelente oportunidade para conhecer as novidades, rever colegas, clientes e fornecedores e se atualizar. A mostra terá inúmeras novidades, como a Arena de Conteúdo, E-squadria Show e outros eventos paralelos. E não deixe de passar no estande da Abravidro para conversar com nossa equipe, saber das novidades do Educavidro e garantir sua vaga no Simpovidro. Estarei lá esperando você!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 617 (maio de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

Boas e más notícias

rafaelribeiro-abr2024A importação de vidros planos há tempos voltou a ser ponto de atenção para a cadeia vidreira. Recentemente, a Abividro protocolou pedido de um novo antidumping para o float, agora para novas origens que têm se destacado no comércio internacional com o Brasil.

Estamos muito atentos a esse processo, em razão do aumento do risco de importação de vidros processados como rota de fuga desse instrumento de defesa comercial. Como eu já disse aqui em outro momento, a Abravidro monitora com preocupação o expressivo aumento no volume de laminados importados. Nos três primeiros meses deste ano, foram quase 8 mil toneladas. Não vamos medir esforços para proteger nossa cadeia.

E o olhar, agora, se volta ao temperado, que em 2022 foi responsável por 57,9% do volume total de processados não-automotivos produzidos naquele ano, segundo o Panorama Abravidro. Os números de importação até o momento são baixos e estáveis, mas circulam boatos no mercado de que os grandes operadores de importação começarão a ofertar também esse produto, o que pode ter efeitos desastrosos para a toda a indústria, que já opera com altos índices de ociosidade.

Por falar em Panorama, encerramos em abril a coleta de dados para a edição 2024 do documento, cujo conteúdo trará o retrato do mercado em 2023. A expectativa pelos dados é grande, visto que o estudo é uma importante ferramenta tanto para a gestão das empresas como para a defesa de interesses do setor.

E ainda no assunto números, também em abril, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revisou para cima a projeção do PIB desse segmento para 2024, marcando, agora, 2,3%. A construção é a maior demandante de nosso material, o que pode ser uma boa notícia para o segmento.

Mas a melhor notícia do momento você viu na capa desta edição: vem aí o 16° Simpovidro. O maior evento de relacionamento da cadeia vidreira será realizado em Alagoas, Estado que sediará o encontro pela primeira vez. É mais uma oportunidade imperdível de estarmos juntos para tratar de temas estratégicos para o setor de vidros planos. Espero vocês lá!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 616 (abril de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

Sinal amarelo

rafaelribeiro-mar2024O Termômetro Abravidro, indicador criado em 2022 para medir mensalmente o volume de vendas faturadas da cadeia de processamento, completou dois anos neste mês de fevereiro e já se consolidou como um importante instrumento para apoiar os empresários do setor na elaboração de cenários e na leitura do mercado vidreiro. Os dados recém-publicados, referentes às vendas de janeiro, mostram que estamos andando de lado nos últimos meses, sempre levando em conta o fato de que a variação tem acompanhado o número de dias úteis de cada mês, o que levou à queda drástica em dezembro e melhora agora em janeiro.

A ociosidade segue alta, não só na cadeia de processamento, mas também no primeiro elo da cadeia. As informações que circulam são de que as quatro usinas de base continuam trabalhando com volumes reduzidos, produzindo aquém de sua capacidade.

Em alta mesmo apenas os volumes de vidros importados. Em 2023, mais de 120 mil t de float incolor entraram em nosso país, com recordes históricos registrados para esse período de dez anos nos meses de novembro e dezembro. Voltamos ao patamar de 2014, ano em que teve início a vigência do direito antidumping definitivo para a importação de float incolor de algumas origens.

E não são apenas os números de importação do float que impressionam. Mais que quadruplicou o volume de vidros laminados importados: de 4 mil t, em 2022, para mais de 20 mil, em 2023, recorde histórico. A produção desse vidro no Brasil vem crescendo de maneira consistente desde 2019, e o produto vem aos poucos aumentando sua participação no mercado, como resultado do trabalho de todos os elos da cadeia para promover seus benefícios. O volume importado assusta, assim como o preço baixo, pelo seu potencial de inviabilizar a produção nacional.

Os números de janeiro, embora menores, seguem altos. A Abravidro vem monitorando os dados com atenção. A qualidade dos importados também é tema de preocupação, diante de alguns relatos de produtos com defeitos entrando no País. Somo favoráveis à livre concorrência, mas contrários à concorrência desleal! Nosso mercado interno já possui desafios suficientes.

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 614 (fevereiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

Esperança em alta

rafaelribeiro-jan2024Um ano com expectativas novas e problemas já conhecidos. 2024 começou num ritmo que parece um pouco melhor que aquele visto em outros janeiros, mas ainda longe de uma demanda aquecida como a que esperamos para nos levar a trilhar novamente o caminho do crescimento.

Os setores consumidores do nosso material preveem resultados positivos para este ano, com diferentes níveis de otimismo. As projeções das entidades setoriais para a indústria em 2024 são conservadoras, apesar de o ano passado ter surpreendido positivamente, com resultados melhores que os esperados para o PIB e outros indicadores econômicos.

As usinas domésticas estão trabalhando com produção reduzida, como no ano passado. Os dados de comércio exterior mostram que 2023 registrou um aumento relevante na importação de vidros planos para o nosso país, ao passo que a exportação da produção nacional caiu no mesmo período. Está sobrando vidro no mundo, devido ao desaquecimento global da economia, o que, em parte, justifica a entrada de mais vidros importados no Brasil. A redução das exportações deve-se em grande parte à inauguração, em outubro de 2022, da segunda planta de float da Vasa, na Argentina, país que era o destino de volume significativo da produção brasileira.

E se a equação entre oferta e demanda segue sendo ajustada, a informalidade continua liderando a lista de problemas do setor vidreiro nacional, sacrificando a competitividade das empresas e trazendo grandes preocupações a quem atua com seriedade em nosso mercado.

Como de hábito, neste mês de janeiro, a Abravidro inicia a coleta de respostas para o Panorama Abravidro, o mais completo estudo econômico do nosso setor. Publicado há treze anos, o documento é um importante instrumento de avaliação do mercado, reunindo os principais indicadores de performance do setor vidreiro nacional. Deixo aqui o meu convite aos colegas processadores que tomem parte da pesquisa respondendo ao questionário. Os dados individuais da empresa são confidenciais e o resultado publicado é de grande valia para toda a nossa cadeia. Participe!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 613 (janeiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

À espera de um ano melhor

rafaelribeiro-dez2023Dezembro chegou e, com ele, a hora de fazer uma reflexão sobre 2023. Foi certamente um ano repleto de desafios, sob diversos aspectos. Em nível pessoal, assumi, em junho, a presidência da Abravidro após alguns anos compondo a diretoria da entidade, a mais representativa de nosso setor. Como empresário, me mantive resiliente, assim como muitos dos meus colegas processadores, num período de demanda retraída e consequente aumento das práticas de descaminhos.

Após meses de resultados ruins, o Termômetro Abravidro referente ao mês de novembro mostra um aumento de 10% nas vendas faturadas do período. O resultado é bom, mas apenas um reflexo dos pedidos de final de ano. Esperamos que as projeções de crescimento, ainda que tímidas, se concretizem em 2024 e que representem a retomada de bons ventos para o segmento de vidros planos.

Outro dado que temos acompanhado de perto é o volume de vidros importados entrando no País. Novembro registrou um pico relevante, com 35 mil t de vidros planos – entre float incolor e colorido, texturizado, espelhos, laminados e temperados etc. Chamam a atenção o volume de float incolor (21 mil t) e o de laminados, concorrendo com a produção doméstica desse que foi o único processado a registrar crescimento no volume de produção em 2022, segundo o Panorama Abravidro.

Foi um ano intenso. A Abravidro segue desenvolvendo suas ações diárias em prol do desenvolvimento do segmento: especialização técnica para qualificação de mão de obra para as processadoras; revisão e atualização das principais normas técnicas do setor; defesa de interesses da cadeia de processamento em iniciativas locais e nacionais; lançamento do Educavidro, a plataforma de educação a distância para levar conhecimento sobre o nosso material para diversos públicos em todo o País. Isso é apenas uma pequena amostra do que fizemos em 2023.

Além disso, a Abravidro tem dois grupos de trabalho em atividade. O Grupo de Trabalho Concorrencial (GTC) atua há mais de um ano para identificar e combater descaminhos e contribuir para o equilíbrio do mercado. Já o Grupo de Trabalho Tributário (GTT) é mais recente e vem avançando nos estudos em busca de uma solução tributária que permita a equalização de condições entre as empresas vidreiras, visando a um ambiente de negócios mais justo. O modelo dos GTs vem se mostrando muito produtivo e deve gerar bons resultados para a cadeia.

Em 2024, tenha certeza: estaremos aqui, trabalhando ativamente pelo crescimento do mercado vidreiro nacional. Conte conosco! Além desse compromisso, deixo aqui meus votos de boas festas e um ano novo de muitos negócios e prosperidade para todos nós!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 612 (dezembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Marcos Santos

O novo normal

rafaelribeiro-nov2023

O mercado vidreiro atravessa um novo momento, cada vez mais desafiador. A sobreoferta de matéria-prima, o alto índice de informalidade e a demanda aquém da média têm exigido das nossas empresas muita resiliência e um esforço maior no sentido de aumentarmos nossa produtividade, melhorarmos nossos processos e sermos mais competitivos num cenário adverso.

As importações continuam registrando altos volumes, o que, somado à plena atividade dos fornos de float domésticos, tem levado a uma queda nos preços não tanto da matéria-prima, mas especialmente dos processados, impactando a lucratividade das empresas. Ao que parece, esse pode ser o nosso novo normal.

A perspectiva para a construção civil em 2024, bem como para a economia brasileira, ainda que positiva, segue numa intensidade menor que a necessária para uma recuperação significativa. Cabe a nós trabalhar ativamente para melhorar os resultados do nosso setor nesse cenário.

A qualificação da mão de obra de nossas empresas e dos especificadores do nosso material é um importante esforço nessa busca. A Abravidro oferece, há mais de uma década, seus módulos de especialização técnica e o PPCPE, ferramentas para treinamento e qualificação das equipes das processadoras. No último mês de agosto, lançamos o Educavidro, plataforma de educação a distância que oferece conteúdo sobre vidro voltado para toda a cadeia, incluindo vidraceiros, arquitetos, engenheiros e até bombeiros. A receptividade à ferramenta tem sido ótima e muitas empresas já a incorporaram às suas ações de treinamento e desenvolvimento de pessoas. A certificação dos vidros temperados também é um diferencial que pode trazer melhores resultados para as empresas.

Como a sua empresa está se preparando para esse momento do nosso mercado?

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Marcos Santos

A falta de resposta é também uma resposta

rafaelribeiro-out2023Dezembro se aproxima e já não há dúvidas: 2023 não deixará saudades. Um ano difícil para a cadeia vidreira, com resultados abaixo do esperado nas análises de começo de ano — as quais já eram conservadoras devido ao momento político de troca de governo. A última edição do Termômetro Abravidro aponta para estabilidade nas vendas faturadas em setembro em relação a agosto. Com isso, a expectativa de que o segundo semestre trouxesse novo fôlego vai ficando para trás. Ainda falando em números, setembro registrou também uma pequena baixa no volume de importações, embora a média do ano continue alta.

Em períodos assim, além de lidar com os resultados ruins, queda de rentabilidade das nossas empresas e outros problemas, temos de conviver diariamente com os desafios da informalidade e seus impactos para quem trabalha de forma séria.

Há meses venho falando neste espaço sobre esse tema. O Grupo de Trabalho Concorrencial (GTC) da Abravidro, em atuação há mais de um ano, identificou o modus operandi dos descaminhos na busca por acabar com as janelas de oportunidade para quem atua de maneira desleal.

A Abravidro já formalizou denúncias a duas usinas de base sobre casos bem fundamentados, mas as respostas e ações não têm ocorrido na velocidade necessária para combater as práticas que tanto prejudicam o nosso setor. A falta de resposta e a inação trazem grande preocupação. Em um mercado concentrado como o nosso, a capacidade de solução dos problemas muitas vezes está nas mãos das empresas, de quando em quando até de forma mais eficaz que no contato com autoridades públicas, que costuma ter resultados lentos. Porém, é preciso haver interesse em resolver — e não é isso que temos visto da parte dos nossos interlocutores. Se não caminharmos juntos, vai ser cada vez mais difícil vencer essa batalha.

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 610 (outubro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Marcos Santos

Na hora certa ou na hora errada?

rafaelribeiro-set2023Setembro começou com o anúncio de reajustes nos preços do float pelas usinas domésticas. Após meses de redução no consumo de vidro e consequente queda de rentabilidade para os diferentes elos da cadeia, talvez o aumento nos preços seja um alento para recompor margens e rentabilidade. Se o momento foi adequado, só o tempo dirá.

Paralelamente, o volume de importações de nossa matéria-prima continua alto, equivalente à produção de um forno de float, o que levanta a preocupação se os novos preços vão se sustentar nessas condições, em especial com a retomada das atividades do forno que estava parado para manutenção a frio desde abril.

Temos observado com grande preocupação a deterioração do ambiente de negócios em nosso setor. A informalidade vem atingindo níveis altíssimos, prejudicando o desenvolvimento da cadeia e a sustentabilidade dos negócios. A Abravidro defende um mercado ético, com atuação justa e correta por todos os elos. A entidade vem trabalhando para identificar e mapear o modus operandi dos principais descaminhos que acometem nosso segmento, com o objetivo de buscar ações efetivas que possam combatê-los. Para isso, no entanto, precisamos contar também com a atuação combativa por parte das usinas de base. Temos tido um alinhamento em temas como Educavidro, tributários e outros, mas falta compromisso por parte delas nesse tema que é tão sensível para todo o mercado vidreiro. Se as usinas não se consideram responsáveis pela causa, com certeza devem fazer parte da solução!

Nesse cenário de tanta preocupação, é uma alegria ver a notícia que está na capa desta edição da revista. A principal feira do setor vidreiro nacional, a Glass South America, ganha uma nova aliada a partir de 2024: a E-squadria Show, mostra voltada para o setor de esquadrias, portas, janelas e fachadas, que será realizada simultaneamente com o padrão de qualidade dos parceiros da NürnbergMesse Brasil, em conjunto com a Fiera Milano e a Anfacer, realizadora da prestigiada Expo Revestir. A 15ª edição da Glass vem cheia de novidades, não fique de fora!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 609 (setembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Marcos Santos

Aonde vamos chegar?

rafael-ago2023O longo mas veloz mês de agosto se aproxima do fim e a preocupação com os rumos do mercado vidreiro segue em alta. As vendas de vidros processados, como aponta o Termômetro Abravidro, mostraram-se estáveis em junho e julho, mas vêm registrando movimentos de alta e baixa no ano, variando basicamente de acordo com o número de dias úteis de cada mês. De forma geral, o consumo de vidro no Brasil reduziu-se em 2023.

As usinas de base seguem produzindo com alguma redução da capacidade de seus fornos, devido à baixa demanda e aos grandes volumes de vidros importados, os quais continuam chegando ao País vindos principalmente da Malásia. Assim, a oferta de matéria-prima é a mesma.

Os preços do float praticados por elas e pelos distribuidores se estabilizaram, mas os preços dos processados seguem em queda, e com eles as nossas margens. As estratégias de planejamento tributário criativo (e desleal) de uns e a irresponsabilidade na formação de preços de outros têm prejudicado o mercado de maneira coletiva e sistêmica, o que nos faz questionar aonde vamos chegar com tanta destruição de valor dos nossos produtos. Se o bolo (consumo) está reduzido para a mesma oferta, cada empresário tem de se conscientizar que a sua fatia será menor neste momento. Ou ofertar vidro mais barato vai aumentar o consumo?

Nesse cenário adverso, no entanto, ainda há o que comemorar: este mês entrou no ar o Educavidro, a plataforma de educação a distância do setor vidreiro, iniciativa da Abravidro em parceria com a Abividro. O lançamento é resultado de quase dois anos de muito trabalho das equipes envolvidas na criação e desenvolvimento do projeto, uma grande contribuição à formação e qualificação de profissionais que atuam com o nosso material: funcionários de nossas empresas, vidraceiros, arquitetos, engenheiros, designers, bombeiros e até mesmo síndicos podem encontrar conteúdo técnico de altíssima qualidade em nosso portal! Não deixe de conferir e fazer uso desse material que conta com a participação dos maiores especialistas em vidros planos do Brasil!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 608 (agosto de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Marcos Santos

Espiral negativa

rafael_jul2023Queda na demanda, excesso de oferta, aumento da informalidade e dos descaminhos. Assim podemos resumir o mercado vidreiro em 2023 até o momento. Os dados do Termômetro Abravidro referentes a junho não deixam dúvidas de que estamos num momento desfavorável — e que já dura meses.

Essa espiral negativa tem atingido não só os processadores que atendem a construção civil, mas também aqueles que trabalham com linha branca e refrigeração industrial e as indústrias automotiva e moveleira.

O programa de estímulo ao consumo lançado pelo governo federal recentemente não foi suficiente para aquecer as vendas e diversas montadoras de veículos em atuação no País anunciaram paralisação nas atividades de algumas plantas. O governo agora está desenhando um programa de incentivo à compra de itens da linha branca que, esperamos, tenha resultado mais positivo para o setor vidreiro.

A sensível melhora nos números gerais da economia parece estar criando um ambiente de negócios mais positivo, o que, juntamente com os baixos números de inflação, auxilia na pressão pela queda dos juros. Porém, depois de um semestre tão negativo, tem sido difícil fazer previsões otimistas para o restante do ano.

Mas para além do desempenho financeiro do nosso setor, que tem preocupado a todos, o aumento da informalidade e dos descaminhos tem sido fator de grande inquietação. Muitos são os relatos de casos que acentuam ainda mais os desequilíbrios na competição do mercado.

A Abravidro, por meio de seu Grupo de Trabalho Concorrencial (GTC) — em atividade desde setembro passado —, tem se dedicado a mapear essas práticas e alertar os atores envolvidos, buscando um mercado mais ético e saudável para todos nós. O grupo já se reuniu com as usinas de base e vem trabalhando para tentar coibir — ou pelo menos dificultar — operações de descaminho que tanto prejudicam o nosso segmento.

E o mês segue repleto de atividades na Abravidro, com abertura dos trabalhos de atualização parcial da ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, reunião da diretoria-executiva e outros projetos que em breve serão colocados no ar. No que depender de nós, o trabalho segue sendo realizado para que pelo menos o restante do ano seja melhor!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 607 (julho de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Marcos Santos