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Manutenção de sistemas envidraçados é essencial

Sempre que boxes de banheiro são abordados nas páginas de O Vidroplano, a importância da manutenção periódica é ressaltada, conforme orientado na própria norma desses produtos, a ABNT NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidros de segurança. Mas eles não são os únicos sistemas para os quais esse serviço é indicado. Envidraçamentos de sacada, guarda-corpos, portas e até fachadas de vidro precisam ser frequentemente avaliados para identificar e corrigir eventuais falhas antes que elas levem a problemas mais sérios.

Fazer a manutenção de instalações envidraçadas é uma ótima forma de garantir a segurança dessas estruturas, expandir as atividades da sua vidraçaria, fidelizar seus clientes e fechar novos negócios com eles. Sua equipe já oferece esse serviço aos usuários finais desses produtos? Nas páginas a seguir, saiba o que deve ser observado nos principais tipos de sistema, a forma correta para a limpeza dos vidros e em que casos a troca do nosso material se faz necessária.

 

Casa imágenes/stock.adobe.com
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Envidraçamento de sacada
A norma ABNT NBR 16259 – Sistemas de envidraçamento de sacada – Requisitos e métodos de ensaio recomenda que a limpeza e conservação do sistema, que é uma forma de manutenção preventiva, seja feita a cada doze meses em regiões urbanas e a cada seis meses em regiões litorâneas e industriais. Segundo Claudio Mansur, cofundador e diretor-comercial da Casa Mansur (no Brasil) e da Vista Libre (no Chile), essa checagem periódica do sistema é essencial para avaliação de aspectos como fixações, vedações e integridade das roldanas. “A integridade das vedações, por exemplo, só pode ser analisada quando chove. Por esse motivo, fazer uma inspeção visual é uma boa alternativa para observar se ela está bloqueando a entrada de água”, comenta o especialista em soluções envidraçadas.

Outras orientações de Mansur para a manutenção de envidraçamento de sacada são reforçar a fixação das roldanas nos leitos e nas folhas, já que toda a roldana é presa por pressão; e verificar a pressão do parafuso que segura as roldanas, para garantir o melhor desempenho e segurança de uso do sistema. E, seja logo após a instalação do envidraçamento, seja nas visitas periódicas, o vidraceiro deve testar a integridade dos perfis e dos trilhos, para averiguar se o deslizamento e o funcionamento estão ocorrendo dentro do esperado.

No que diz respeito ao nosso material, uma boa notícia: Paulo Correia, analista de Novos Negócios da AL Indústria, e Ladislau Pereira, responsável pelo Departamento Técnico da mesma empresa, apontam que a troca do vidro no envidraçamento de sacada somente é necessária quando ele apresentar lascas, pois isso pode levar à quebra da instalação. Mansur chama a atenção para a importância de seguir as orientações dos fornecedores do sistema instalado. “Como empresa, somos responsáveis por comunicar aos clientes a necessidade e a importância das manutenções. É algo essencial para o cliente e benéfico para a empresa.”

 

Foto: Cris Martins
Foto: Cris Martins

 

Guarda-corpos
Bruno Cardoso e Guilherme Moraes – responsáveis, respectivamente, pelo Departamento de Arquitetura e pelo Departamento Técnico da WR Glass – salientam que a manutenção de guarda-corpos costuma ser basicamente preventiva, mantendo uma limpeza periódica dos vidros e demais peças e atentando-se a possíveis diferenças na resistência do sistema, como afrouxamento de fixação e sinais indicativos de corrosão, entre outras.

Segundo os representantes da WR Glass, a higienização periódica realizada durante a manutenção do guarda-corpos é de grande importância, principalmente em regiões urbanas. Isso porque as chuvas e a poluição podem levar ao acúmulo de camadas de detritos sobre as peças, o que pode provocar o desgaste delas. Da mesma forma, guarda-corpos instalados em regiões litorâneas demandam maior atenção e frequência desse processo, de forma a evitar risco de corrosão de componentes. Para todas as situações, é recomendável o uso apenas de água, pano úmido macio e detergente neutro (veja mais orientações para a limpeza de sistemas envidraçados no final desta reportagem).

Embora trate-se de um trabalho simples, Cardoso e Moraes ressaltam que, dependendo do local em que o guarda-corpos está instalado – como varandas de edifícios ou coberturas –, é recomendável que um profissional especializado avalie e valide de tempos em tempos a integridade do sistema. Há ainda casos em que os perfis podem precisar de manutenção: para isso, pode ser necessário soltar os vidros e retirá-los dos perfis, para que seja possível verificar o estado de seu perímetro interno e dos fixadores.

 

Foto: alexandre zveiger/stock.adobe.com
Foto: alexandre zveiger/stock.adobe.com

 

Boxe de banheiro
Conforme mencionado no início desta reportagem, a norma para boxes de banheiro, a ABNT NBR 14207, especifica que a revisão desse sistema deve ser realizada a cada doze meses por um profissional qualificado, a fim de verificar se ele apresenta algum problema ocorrido pelo desgaste ao longo do uso.

Para conscientizar tanto os vidraceiros como os usuários finais sobre a importância da manutenção preventiva dos boxes de banheiro, a Abravidro lançou, em 2016, o programa De Olho no Boxe. O conteúdo dessa iniciativa, elaborado junto com grandes especialistas nesse sistema, conta com uma página na Internet voltada especificamente para vidraçarias – ela inclui, entre outras informações, os pontos aos quais o profissional deve estar atento na hora da manutenção e como resolvê-los. Alguns deles são:

  • Presença de lascas em alguma das bordas do vidro;
  • Os vidros estão encostando um no outro, batendo em perfis, parafusos ou qualquer outro material rígido;
  • Porta movendo-se sozinha, raspando ou pesando na abertura ou no fechamento (no caso de boxes com porta de correr);
  • Contato direto do puxador da porta com a folha fixa de vidro (no caso de boxes com porta de correr);
  • Porta está raspando ou encostando no piso ou na parede (no caso de boxes com porta pivotante)

Vale destacar que a manutenção desse sistema não se resume a identificar e corrigir eventuais falhas. De acordo com a ABNT NBR 14207, sempre que o vidraceiro instalar um boxe para o cliente, deve também entregar a ele um manual de uso com orientações sobre o uso correto do produto e indicações de como agir em caso de problemas.

 

Foto: terex/stock.adobe.com
Foto: terex/stock.adobe.com

 

Portas de vidro
Para Marcos Antonio Ramos, diretor-comercial da Roll Door, é fundamental realizar manutenções preventivas regulares em portas para garantir a segurança dos usuários e a durabilidade dos sistemas de caixilhos e vidros, pois cada tipo de porta de vidro tem características e necessidades específicas, as quais influenciam a frequência e a manutenção necessária:

  • Portas deslizantes manuais: na sua manutenção, deve-se verificar regularmente os trilhos e as rodas para garantir que estejam limpos e lubrificados, evitando sobrecarregar as portas e deixando o trilho livre de obstruções – o ajuste das portas para um deslizamento suave também é importante;
  • Portas deslizantes automáticas: requerem inspeção mais frequente dos componentes eletrônicos e mecânicos; é crucial lubrificar os trilhos e verificar o sistema de sensores – esses últimos também devem ser mantidos sempre limpos –, permitindo que o sistema de energia esteja em boas condições;
  • Portas pivotantes com molas de piso: as molas e os mecanismos de fechamento precisam ser ajustados e lubrificados periodicamente; além disso, deve-se atentar ao alinhamento das portas, evitar forçá-las e garantir que as molas não estejam danificadas;
  • Portas pivotantes sem molas: o foco deve ser colocado na lubrificação das dobradiças (que devem ser mantidas sempre limpas) e no alinhamento das portas; o controle da estabilidade da estrutura também é essencial.

Paulo Correia e Ladislau Pereira, da AL Indústria, alertam que é primordial inspecionar o vidro instalado como porta, independentemente do tipo dela, para observar se há presença de lascas, trincas e avarias. Marcos Ramos, da Roll Door, acrescenta: “O profissional deve também conferir se há fissuras, descolamentos ou outros sinais de danos que possam comprometer a integridade do vidro; caso sejam encontradas quaisquer imperfeições significativas, a substituição dos vidros pode ser recomendada para evitar possíveis quebras no futuro e garantir a segurança – se você estiver enfrentando problemas com os vidros, é sempre indicado consultar um especialista para uma avaliação detalhada”.

 

Foto: Jack Tamrong/stock.adobe.com
Foto: Jack Tamrong/stock.adobe.com

 

Fachadas de vidro
Angelo Arruda, diretor da Vidrosistemas – especializada em trabalhos com vidros estruturais –, indica que o ideal no trabalho com fachadas é que o projeto já seja entregue para o proprietário da obra com um manual em que constem as orientações para as eventuais manutenções, as quais devem ser feitas por empresa especializada ou pela que entregou o empreendimento, já indicando os pontos de manutenção.

“Em geral, nas fachadas de vidro estrutural, as manutenções que podem e devem ser feitas são relacionadas à vedação dos vidros, pois elas podem ser danificadas ao longo do tempo em função de movimentação inadequada ou alguma carga excessiva ou não mensurada no projeto”, orienta Arruda. “Devem ser incluídos também aperto, reaperto ou realinhamento de ferragens de fixação dos vidros estruturais, as chamadas ‘spiders’ – em algumas obras, são utilizados cabos de aço, e eles também devem ser avaliados, verificando se continuam tensionados e trabalhando conforme o projeto especificado pelo fornecedor.”

Arruda acrescenta que a periodicidade para esse trabalho varia de acordo com as particularidades de cada projeto. Ele ainda frisa que o vidro em geral é o item mais duradouro nas fachadas estruturais: “Só é feita a troca dele em caso de quebra ou alguma situação de delaminação causada por falha de fabricação ou de instalação do material, mas essa troca não é um item de manutenção, e sim algo a ser feito apenas em caso de necessidade pontual.”

 

Foto: xartproduction/stock.adobe.com
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Limpeza também faz parte da manutenção!
A beleza e a transparência são dois atributos marcantes do vidro – por isso, mantê-lo limpo é importante tanto para realçar a estética dos sistemas em que ele está aplicado, como para evitar o surgimento de danos permanentes como manchas ou riscos.

“A limpeza dos vidros deve ser realizada por um profissional especializado no final da obra ou da manutenção, depois que todos os prestadores de serviço finalizarem seus trabalhos, pois qualquer poeira de obra deixará o vidro embaçado”, orienta a empresária e palestrante Célia Miranda, especialista em limpeza pós-obra e criadora do Método Obra + Limpa, com mais de quatrocentos alunos.

Segundo Célia, o mais recomendado para esse trabalho é o uso de um kit de limpeza profissional, com lavadores de vidro (popularmente chamados de “carneirinhos”) e limpadores (“rodinhos”) próprios para o nosso material. Caso a vidraçaria não tenha esses itens, ela recomenda usar uma fibra branca e detergente neutro, passando em seguida um pano de microfibra bem torcido para remover os resíduos do detergente.

“O vidro deve ser limpo até as 10 horas da manhã, ou após às 16 horas, quando não há a incidência direta dos raios solares, pois o material aquecido pode se manchar com facilidade”, recomenda Célia. No caso de vidros com excesso de silicone, tinta, verniz, cola, etiqueta ou outros resíduos de obra, a limpeza deve ser realizada por um profissional especializado: “Não é recomendado utilizar espátulas ou raspadores diretamente na peça, nem mistura de produtos ou fibra verde, pois isso danifica o vidro”, alerta a especialista.

Este texto foi originalmente publicado na edição 621 (setembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Петр Смагин/stock.adobe.com

Vidro da Guardian resistente a riscos ganha novas espessuras

Começando o ano com novidades no Brasil, a Guardian anunciou que seu vidro DiamondGuard agora está disponível também com opções de espessura de 4, 6 e 10 mm — antes, ele era produzido apenas em 12, 15 ou 19 mm. Segundo a fabricante, o produto é dez vezes mais resistente a riscos do que os vidros comuns devido a seu processo produtivo, em que átomos de carbono são implantados na superfície do vidro float e passam a fazer parte de sua estrutura molecular, criando resistência similar à do diamante e proteção permanente.

Este texto foi originalmente publicado na edição 542 (fevereiro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Balcony Brasil lança sistema para controle da abertura de vidraças

Desenvolvedora de soluções para envidraçamentos, a empresa acaba de colocar na praça o sistema Anti-Travamento para vidraças. O produto inclui dispositivos capazes de impedir que os painéis de vidro sejam abertos nos pontos errados, evitando o desgaste prematuro do sistema de envidraçamento de sacada. Suas travas permitem também controlar a abertura dos painéis, podendo a vidraça ser parcial ou totalmente aberta.

Este texto foi originalmente publicado na edição 542 (fevereiro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.