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Conheça os principais momentos da história da Abravidro

1990

Maio
Nasce a Andiv (que passaria a se chamar Abravidro em 2008), a primeira entidade do segmento vidreiro com alcance nacional. A sede ficava em São Paulo, na Rua Cardoso de Almeida, no bairro de Perdizes. José Carlos Bulgari é o presidente escolhido para liderar a associação em seus primeiros passos.

 

1991

 

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Setembro
A entidade passa a editar sua principal porta-voz: a revista O Vidroplano, publicação cedida pelo Sincavidro-RJ.

 

1992

Maio
José Carlos Bulgari é reeleito presidente.

 

1994

Maio
Bulgari eleito mais uma vez para seguir na presidência – é o único com três mandatos à frente da associação.

Agosto
A entidade promove o Salão da Indústria do Vidro (SIV), realizado dentro da Feira Internacional da Indústria da Construção.

 

1995

 

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Novembro
Estreia aquele que se tornaria o maior encontro do setor vidreiro na América Latina. O 1º Simpovidro ocorreu no Hotel Intercontinental, no Rio de Janeiro, com a participação de 128 empresas. O espaço foi totalmente tomado pelos profissionais vidreiros participantes – chegou, inclusive, a faltar quartos.

 

1996

Maio
Léo Carlos Moran é eleito presidente.

 

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Novembro
Nasce a Glass South America, maior do setor na América Latina. Em três dias de evento, quase 4 mil profissionais percorreram os corredores do Expo Center Norte, em São Paulo. O evento passaria a contar com apoio exclusivo da Abravidro a partir da 2ª edição, em 1997.

Dezembro
2º Simpovidro é organizado em Gramado (RS).

 

1997

Junho
A associação se muda para uma nova sede – na mesma rua em que ficava a antiga, em Perdizes, capital paulista.

 

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Julho
Pela primeira vez, a entidade reúne uma comissão de estudos para elaboração de normas técnicas vidreiras.

Novembro
Fortaleza é a sede do 3º Simpovidro – seria a última vez da periodicidade anual do encontro.

 

1998

Abril
Fundação da Associação de Câmaras de Vidro do Mercosul (Acavime), em Buenos Aires, Argentina, com Léo Moran como primeiro presidente.

Maio
Entra no ar o site da entidade. A seção “Ache Fácil”, também existente na revista O Vidroplano, surge como importante ferramenta para ajudar profissionais a encontrar fornecedores de produtos e serviços relacionados ao segmento.

Junho
Parceria internacional: a associação recebe material de treinamento da entidade americana National Glass Association (NGA).

 

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Outubro
Fundação do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), sediado na Abravidro. O órgão se torna o responsável pelo desenvolvimento e atualização das normas técnicas vidreiras.

 

1999

Março
Léo Carlos Moran sofre um grave acidente e fica impossibilitado de seguir na presidência. José Ricardo D’Araújo Martins assume o cargo interinamente.

Maio
Gilberto Ribeiro é eleito o novo presidente.

Dezembro
4ª edição do Simpovidro, agora um evento bienal, ocorre em Salvador.

 

2000

Março
Registro da entidade na Confederação Nacional da Indústria (CNI) e integração na Comissão da Indústria da Construção (CIC) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Abril
Morre Léo Carlos Moran, um dos idealizadores e fundadores da Abravidro.
Criação do Comitê Setorial Mercosul de Vidros Planos (CSM 21). A associação é escolhida como secretaria técnica do órgão.

Junho
Inauguração da Biblioteca Fausto Monteiro Simões, na sede da entidade.

Julho
Início da parceria com Instituto Falcão Bauer da Qualidade (IFBQ) para o processo de certificação dos vidros temperados.

Outubro
Presença global: Abravidro monta estande na Glasstec, a principal feira vidreira do mundo, na Alemanha. Durante o evento, é disponibilizada ao público uma edição especial de O Vidroplano totalmente em inglês.

 

2001

Fevereiro
Entidade passa a fazer parte do Conselho Deliberativo da ABNT.

Abril
Mais uma feira internacional com estande da associação. Dessa vez, em Miami, nos Estados Unidos, na mostra NGA Show.

Junho

  • Inauguração da galeria de retratos de ex-presidentes montada na sede.

 

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  • Gilberto Ribeiro ministra palestra, representando a Abravidro, no Glass Performance Days (GPD), o principal congresso de nosso mercado no mundo, realizado na Finlândia.

Dezembro
Costão do Santinho (SC) é a sede do 5º Simpovidro.

 

2002

Maio
José Ricardo D’Araújo Martins assume a presidência da associação.

Agosto
Além de entidades de classe, empresas também passam a fazer parte do quadro associativo.

 

2003

Março
Assinatura de convênio com o Senai para formação de mão de obra qualificada.

Outubro
Mudança de sede para a Rua Monte Alegre, ainda no bairro de Perdizes.

Dezembro
6º Simpovidro é organizado em Angra dos Reis (RJ).

 

2004

Fevereiro
Anunciada a consultoria gratuita para o processo de certificação dos temperados pelo Inmetro.

Abril
Oficina do Vidraceiro Cícero Leite, na Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo (Tatuapé), começa a funcionar com participação da entidade.

 

2005

Maio
Wilson Farhat Júnior é eleito presidente.

Dezembro
Costa do Sauípe (BA) se torna a casa do 7º Simpovidro.

 

2007

Maio
Em parceria com a Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD), é organizado um ciclo de palestras sobre o vidro em cinco capitais brasileiras.

Setembro
Início do trabalho com o Corpo de Bombeiros de vários Estados visando à inclusão das normas vidreiras nas instruções técnicas da corporação.

 

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Outubro
Jubileu de ouro: cinquenta anos de O Vidroplano conta com festa em São Paulo e homenageia idealizadores da publicação.

Dezembro
8ª edição do Simpovidro ocorre em Foz do Iguaçu (PR).

 

2008

Maio

  • Novo nome: Andiv passa a se chamar Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (Abravidro). O objetivo da mudança era demonstrar claramente a abrangência nacional do trabalho da associação.
  • Wilson Farhat Júnior é reeleito presidente.
  • Com pleito da Abravidro junto ao governo federal, é aprovada a redução do Imposto sobre produtos industrializados (IPI) para vidros processados.

 

2009

Junho
Lançamento do programa de qualificação online para associados, contendo quase quarenta cursos na área de gestão.

Novembro
Club Med Trancoso, na Bahia, recebe 9º Simpovidro.

 

2010

Janeiro
É criado curso de extensão universitária abordando a utilização de vidro, em parceria com Centro Universitário Belas Artes, de São Paulo.

Maio

  • Abravidro comemora vinte anos.

 

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  • 1ª edição do Glass Performance Days South America (versão sul-americana do GPD), organizado pela Abravidro em parceria com a NürnbergMesse Brasil durante a Glass South America desse ano.
  • Lançado o programa Vidro em Movimento! Manual do Empregador, sobre prevenção de acidentes de trabalho.

Agosto
É criada a cartilha A substituição tributária aplicada ao vidro plano, documento que informa o setor a respeito das alíquotas de IVA-ST ajustadas de cada Estado.

 

2011

Novembro
10ª edição do Simpovidro é realizada no Hotel Transamerica Ilha de Comandatuba, em Una (BA).

 

2012

Maio

  • Lançamento do Panorama Abravidro. Único estudo econômico e produtivo sobre a produção vidreira nacional, é produzido anualmente pela entidade com base em informações fornecidas por processadores de todo o País.
  • O Vidroplano agora pode ser lida em tablets e smartphones por meio de aplicativo.

Setembro
Após pleito da associação, governo federal anuncia aumento do Imposto de importação dos temperados e laminados.

Outubro
Em outro pleito liderado pela Abravidro, governo concede desoneração da folha de pagamentos às indústrias de processamento.

 

2013

 

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Outubro
Recorde histórico: 908 pessoas, incluindo profissionais do setor e familiares, participam do 11º Simpovidro, realizado no Hotel Iberostar Praia do Forte, em Mata de São João (BA).

 

2014

Janeiro
Parceria com a Universidade São Judas é assinada para a criação de curso de extensão universitária.

Fevereiro
Entidade participa do processo para publicação pela ABNT da norma de sistemas de envidraçamentos de sacadas (ABNT NBR 16.259).

Abril
Mais uma parceria para criação de curso de extensão universitária, dessa vez com a Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Maio
Alexandre Pestana é reeleito presidente.

 

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Agosto
É publicada a Edição nº 500 da revista O Vidroplano.

Setembro
Governo aprova redução temporária do Imposto de importação para PVB, após pleito da Abravidro.

 

2015

Março

  • Lançamento do programa De Olho no Boxe, que orienta vidraceiros e consumidores sobre a importância da manutenção preventiva em boxes de banheiro, com dicas de instalação e cuidados no dia a dia.
  • Suplemento Caixa Acústica, publicado ao longo de três meses em O Vidroplano, traz soluções acústicas com nosso material.

Maio
Festa de comemoração dos 25 anos da Abravidro na Fiesp.

 

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Outubro
É inaugurada a atual sede da entidade, no edifício Comercial Casa das Caldeiras, no bairro da Água Branca.

Novembro
Hotel Vila Galé Marés, em Camaçari (BA), é a sede do 12º Simpovidro.

 

2016

 

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Junho
Estreia o espaço Vidro em Ação dentro da Glass South America. Iniciativa apresenta ao vivo testes de segurança para o vidro temperado e laminado.

Julho
Publicação da revisão da principal norma vidreira, a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações.

Agosto
Especialização Técnica Abravidro ganha mais um módulo, o de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE) – único treinamento de PCP voltado às necessidades do mercado vidreiro.

Setembro
Morre José Carlos Bulgari, primeiro presidente e um dos idealizadores e fundadores da entidade.

Dezembro
Abravidro participa do É de Casa, da TV Globo, mostrando como se faz a manutenção preventiva dos boxes de banheiro.

 

2017

Maio
Novo presidente: José Domingos Seixas é eleito para o comando da entidade

Julho
Reuniões para a elaboração de normas do ABNT/CB-37 passam a ter participação remota, via Internet.

Outubro
O Vidroplano completa sessenta anos de vida.

Novembro
Costão do Santinho (SC) recebe mais uma vez o Simpovidro – dessa vez sua 13ª edição.

 

2018

Março
Lançamento da campanha #TamoJuntoVidraceiro, com orientações sobre as boas práticas a serem adotadas pelos processadores na relação com os vidraceiros em relação a temas como o cumprimento de normas técnicas, atendimento e política comercial.

 

2019

Maio
Panorama passa a ser publicado também em inglês e espanhol.

Julho
Parceria com a Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec) para criação de curso de extensão universitária.

Agosto
Entidade participa da confecção da revisão da ABNT NBR 14.718 — Esquadrias – Guarda-corpos para edificação – Requisitos, procedimentos e métodos de ensaio.

Novembro
Enotel Porto de Galinhas, em Ipojuca (PE), se torna a casa do 14º Simpovidro.
Representando o setor: Abravidro participa de discussões sobre o novo modelo regulatório em desenvolvimento pelo Inmetro.

 

2020

 

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Janeiro
Abravidro retorna ao É de Casa, da TV Globo, para falar sobre a instalação, uso e manutenção do vidro em boxes de banheiro.

Fevereiro
Juntamente com o Comitê Brasileiro de Qualificação e Certificação de Pessoas (ABNT/CB-99), Abravidro promove trabalho para a produção da ABNT NBR 16.823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional, conhecida como “norma do vidraceiro”.

Março
1º episódio do VidroCast, o podcast da Abravidro, vai ao ar.

Maio
Trinta anos da fundação da entidade.

Junho
José Domingos Seixas inicia segundo mandato como presidente.

 

2021

Agosto
Por meio do ABNT/CB-37, Abravidro participa da publicação da ABNT PR 1010, prática recomendada sobre vidros voltada para a construção.

 

2022

Fevereiro
Lançamento do Termômetro Abravidro, novo indicador da entidade que passa a medir mensalmente o desempenho das vendas de vidros processados.

Agosto
Ocorre a primeira reunião do grupo Construção É +, formado por entidades setoriais do Brasil, incluindo a Abravidro. O objetivo é debater o desenvolvimento da construção civil nacional.

Dezembro

  • O Vidroplano alcança a marca de 600 edições.

 

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  • Após hiato de três anos causado pela pandemia, Simpovidro volta a ser realizado. 15ª edição é organizada no Club Med Rio das Pedras, em Mangaratiba (RJ).

 

2023

Fevereiro
Associados da Abravidro ganham acesso ao ABNT Coleção, biblioteca digital contendo normas técnicas vidreiras e outras relacionadas ao trabalho com vidro.

Junho
Início do mandato de Rafael Ribeiro como presidente.

Agosto
Em parceria com a Abividro, é lançado o Educavidro, plataforma online gratuita de ensino a distância com conteúdo técnico especial sobre o trabalho com vidro.

 

2024

Janeiro
Consultoria oferecida pela Abravidro para a certificação Inmetro dos vidros temperados ganha versão online.

 

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Junho
Para celebrar o setor: Abravidro e NürnbergMesse Brasil criam o Prêmio Abravidro Glass South America, voltado para laurear os diversos elos da cadeia vidreira. A cerimônia de entrega da 1ª edição ocorre durante a feira vidreira.

Novembro
16º Simpovidro é realizado no Vila Galé Alagoas, em Barra de Santo Antônio.

 

2025

 

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Abril
Curso inédito: Abravidro e Sinbevidros-SP lançam treinamento sobre gestão financeira estratégica para empresas vidreiras.

Maio
Associação completa 35 anos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça as ações da Abravidro para o setor vidreiro nacional

Uma constante da Abravidro em sua história é a busca incessante pelo desenvolvimento do setor vidreiro brasileiro e pela defesa de seus interesses. Isso se reflete nas inúmeras ações, iniciativas e programas criados em prol dos diferentes elos da cadeia ao longo dos anos. Trabalha com vidro? Pois saiba que a Abravidro tem algo para ajudar em seu dia a dia!

 

Foto: Pugun & Photo Studio/stock.adobe.com
Foto: Pugun & Photo Studio/stock.adobe.com

 

RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E GOVERNAMENTAIS
A Abravidro é a representante da indústria de processamento junto ao poder público nas diferentes esferas governamentais, relacionando-se ainda com outras entidades do Brasil e do exterior a respeito de temas relevantes para o segmento.

Esse é um trabalho silencioso, mas que traz importantes vitórias à cadeia, incluindo a redução do Imposto sobre produtos industrializados (IPI) sobre vidros processados, desoneração da folha de pagamentos às indústrias de processamento, aumento da alíquota do Imposto de importação para temperados e laminados e redução dos índices da Substituição Tributária em São Paulo, entre outros.

 

COMUNICAÇÃO
Além de informar toda a cadeia em primeira mão sobre as notícias mais relevantes para os negócios das empresas, os meios de comunicação da Abravidro são a maior referência em conteúdo vidreiro qualificado. Seja no formato impresso ou online, seja nas redes sociais, em vídeos ou boletins, nosso compromisso é com a informação.

  • Revista O Vidroplano
  • Site, newsletter e redes sociais
  • VidroCast, o podcast da Abravidro
  • Boletins de notícias no WhatsApp

 

MONITORAMENTO DO MERCADO
A Abravidro criou as duas mais importantes pesquisas sobre o desempenho do segmento. A primeira, lançada em 2012, é o Panorama Abravidro, o único estudo que analisa os dados anuais do setor de vidros planos no Brasil (disponível também em inglês e espanhol), a partir de pesquisa anual realizada com indústrias de transformação de todas as regiões do País. Serve como uma fotografia do mercado vidreiro nacional e como documento estratégico para o planejamento das empresas.

A segunda, surgida em 2022, é o Termômetro Abravidro, indicador mensal que acompanha mês a mês o desempenho de vendas faturadas (em m²) da cadeia de processamento.

 

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NORMAS TÉCNICAS
Está na Abravidro a sede do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), órgão que coordena as comissões de estudo responsáveis por elaborar e revisar as normas técnicas vidreiras. Esse trabalho é fundamental para o desenvolvimento do mercado, já que regulamenta produtos, ensaios, aplicações e até mesmo atividades profissionais envolvendo nosso material (veja mais sobre a trajetória do órgão na seção “Falando em normas”, clicando aqui). Atualmente, existem 38 normas vigentes voltadas para o segmento.

 

CONSULTORIAS

Certificação
Consultoria para a preparação da empresa interessada na certificação dos vidros temperados outorgada pelo Inmetro – disponível na versão in loco e online – e também para os laminados.

Assessoria jurídica e também sobre substituição tributária e suporte técnico em relação às normas técnicas

 

QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA
Uma das principais bandeiras da entidade é levar conhecimento técnico de referência sobre o trabalho com vidro para dentro e fora do nosso setor. Para isso, conta com diversas ações:

Educavidro
Plataforma de educação a distância (EAD) gratuita criada para levar conteúdo técnico atualizado e relevante a qualquer pessoa interessada em ampliar conhecimentos sobre vidros planos. Desenvolvida em parceria com a Abividro, é composta por aulas em vídeo, elaboradas pelos maiores especialistas em vidros planos do Brasil, com emissão de certificado. São mais de cinquenta horas de conteúdo agrupado de duas maneiras: cursos temáticos e trilhas profissionais.

Especialização Técnica Abravidro
Lançado em 2012, o programa tem como objetivo a formação e o aperfeiçoamento da mão de obra nas indústrias processadoras, com foco no aumento da eficiência e produtividade da empresa, reduzindo perdas. Ministrado in company, conta com cinco módulos principais:

  • Corte;
  • Lapidação;
  • Serigrafia;
  • Têmpera;
  • Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE).

Há ainda quatro módulos posteriores:

  • Acompanhamento de Processos (exclusivo para as processadoras que tiverem recebido um dos módulos principais);
  • Modelagem de Processos Administrativos e Industriais;
  • Manutenção Total Produtiva;
  • Acompanhamento de Layout.

Curso de Gestão Financeira Estratégica para Empresários Vidreiros
Organizado em parceria com o Sinbevidros-SP, a primeira turma do treinamento foi formada este ano. As aulas buscam qualificar os gestores do nosso setor na administração das finanças das empresas, abordando desde a formação de preço e definição da margem de lucro até o planejamento de investimentos e projetos de longo prazo.

Cursos de extensão universitária
Programas de qualificação realizados em parceria com renomadas instituições de ensino, como a Universidade Presbiteriana Mackenzie, para estudantes e profissionais das áreas de Arquitetura e Engenharia.

Palestras
Em parceria com as entidades regionais afiliadas, a Abravidro promove palestras de capacitação e atualização para vidraceiros, arquitetos e engenheiros.

 

CAMPANHAS E PROGRAMAS

De Olho no Boxe
Programa com o objetivo de estimular a aplicação da norma técnica dos boxes de banheiro, a ABNT NBR 14.207, além de incentivar a manutenção preventiva anual desse produto (prevista na norma técnica); contém o Manual de utilização, limpeza e manutenção dos boxes de banheiro, disponível, gratuitamente, para consumidores e vidraceiros.

#TamoJuntoVidraceiro
Campanha pensada para as boas práticas na relação entre processadores e vidraceiros, com material exclusivo que contribui para a geração de negócios às vidraçarias, além de ser fonte de consulta para consumidores e especificadores, como arquitetos, engenheiros e designers de interiores. Esses materiais, disponíveis gratuitamente, incluem:

  • Cartilha Aplicação do vidro na construção civil: apresenta informações sobre os principais tipos de vidro e suas aplicações, conforme determinações da norma ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações;
  • Que vidro usar?: tabela para consulta rápida e didática, indica os vidros com uso permitido por norma nos diferentes tipos de instalação;
  • Boas práticas para processadores de vidros: indica como deve ser o relacionamento saudável das empresas com vidraceiros.

 

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EVENTOS

Simpovidro
Criado em 1995, é o maior encontro vidreiro da América Latina. A edição mais recente (a 16ª) ocorreu no ano passado, no resort Vila Galé Alagoas, em Barra de Santo Antônio. O evento reúne toda a cadeia vidreira em um ambiente descontraído cheio de oportunidades de negócio, conteúdo para o dia a dia do empresariado, lazer e networking.

Glass South America
A Abravidro é parceira exclusiva na realização da maior feira do setor em nosso continente, a Glass South America, organizada pela NürnbergMesse Brasil. A edição 2025 está agendada para 3 a 6 de setembro, no Distrito Anhembi, em São Paulo.

Prêmio Abravidro Glass South America
Criado em 2024, em parceria com a NürnbergMesse Brasil, tem por objetivo celebrar os diversos elos da cadeia vidreira nacional.

 

Estande da Abravidro na Glass South America 2024: em feiras como essa, assim como em outros eventos do setor, entidade apresenta os diversos benefícios para associados
Estande da Abravidro na Glass South America 2024: em feiras como essa, assim como em outros eventos do setor, entidade apresenta os diversos benefícios para associados

 

ATUAÇÃO COM OS ASSOCIADOS

Como se não bastasse isso tudo, a Abravidro conta ainda com uma enorme rede de serviços exclusivos para seus associados:

Cursos online
Acesso gratuito a mais de 350 treinamentos online com certificado de diversas áreas do conhecimento. Os conteúdos estão disponíveis no formato de videoaulas que podem ser acessadas por computador ou celulares e tablets. A duração dos cursos varia de duas a dez horas (introdutórios) e sessenta a oitenta horas (longa duração).

Biblioteca de normas
Acesso online ao acervo de normas técnicas do ABNT/CB-37, assim como a outras normas relacionadas a nosso material. São mais de cinquenta documentos técnicos disponíveis para consulta das empresas vidreiras por meio do sistema digital ABNT Coleção.

Comunicação de maior alcance
Página exclusiva no portal da entidade, os visitantes podem ver todas as informações a respeito da empresa, fazendo parte ainda da lista de associados publicada mensalmente na revista O Vidroplano.

Condições especiais
Preços diferenciados para:

  • Consultoria para certificação do temperado e laminado;
  • Módulos da Especialização Técnica Abravidro;
  • Inscrição no Simpovidro

Assessorias
Apoio sobre aspectos relevantes de atividades empresariais nas áreas cível, trabalhista e tributária e substituição tributária, além de suporte técnico em relação às normas técnicas.

Segurança no trabalho
Envio dos materiais da Campanha de Conscientização para Prevenção de Acidentes de Trabalho nas Empresas Vidreiras, incluindo vídeo de treinamento, manual, cartilha (no formato de história em quadrinhos) e cartaz.

 

Quer aproveitar todos esses benefícios? Associe-se já!
Entre em contato com a entidade pelo e-mail rsilva@abravidro.org.br ou telefone (11) 3873-9908.

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Panorama Abravidro aponta 2024 como ano de contradições

A edição 2025 do Panorama Abravidro acabou de sair do forno com os dados do setor sobre 2024. E as coisas não são tão positivas: foi mais um ano de queda no faturamento, com a produção se mantendo estável e a produtividade das empresas em nível baixo – e o perigo da importação em excesso ronda o segmento com força inédita, atingindo até mesmo a cadeia de processamento. Por outro lado, existem boas notícias a serem comemoradas: os vidros de maior valor agregado (laminados e insulados) contam com níveis históricos na produção e a quantidade de mão de obra se recupera após recente baixa. Em resumo, 2024 foi um ano de contradições.

A importância da cultura de dados
Publicado desde 2012 pela Abravidro, o Panorama é o único estudo econômico e produtivo do setor vidreiro brasileiro. O documento oferece informações relevantes para as empresas da cadeia definirem suas ações ao longo do ano, permitindo que as companhias comparem o próprio desempenho com o do restante do mercado – assim, será possível traçar planos estratégicos de atuação, incluindo investimentos.

E o estudo tem outro papel fundamental: garantir que a Abravidro identifique os principais gargalos do segmento em busca de soluções para superá-los, com o objetivo de fortalecer a competitividade da indústria de vidros planos.

“Este ano, tivemos aumento no número das empresas participantes do Panorama – e isso é muito importante para que os números da pesquisa sejam cada vez mais próximos da realidade de nossos negócios”, comenta o presidente da Abravidro, Rafael Ribeiro. “A queda no faturamento e a estabilidade na produção revelam que existem vários desafios a serem superados, mas, ao mesmo tempo, o bom momento dos laminados e insulados revela que o trabalho em divulgar os benefícios do vidro para a sociedade tem surtido efeitos positivos.”

 

Sobre o Panorama Abravidro 2025

  • Dados referentes ao exercício de 2024
  • Pesquisa realizada pela GPM Consultoria Econômica
  • Perfil da amostra: 55 empresas, representando 22% do mercado brasileiro de vidro processado não automotivo
  • Período da coleta de dados: janeiro a abril de 2025

 

Indicadores da indústria de transformação de vidros (REF. 2024)

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 Indústria de transformação de vidros processados não automotivos

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  • Segue na liderança isolada o temperado, apesar de ter atingido a menor quantidade desde 2019, com 31,9 milhões de m²;
  • O crescimento do laminado é a melhor notícia do indicador: sua participação no mercado de processados (15%) nunca foi tão alta – e a quantidade vendida é a segunda maior da série histórica, atrás apenas de 2014;
  • O aumento do insulado também precisa ser comemorado: pela primeira vez esse vidro chega à marca de 1%. Além disso, 2024 foi o ano em que mais se produziram insulados (556.382 m²) desde o início da série histórica, que vem desde 2009.

 

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  • Mais um ano de queda no faturamento, o terceiro seguido, ainda que em menor intensidade;
  • Laminado e insulado foram os únicos produtos com faturamento positivo em relação ao ano anterior, mas o percentual não acompanhou o crescimento em volume.

 

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  • As vendas de vidros laminados e insulados cresceram em 2024, sinalizando uma melhora na especificação de vidros no Brasil;
  • Os laminados aumentaram quase 10%. É o segundo maior volume desse produto na série histórica, atrás apenas de 2014;
  • A fabricação de insulados subiu quase 50%, mostrando um maior entendimento do mercado da construção em relação aos benefícios térmicos e acústicos dessa solução.

 

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  • A queda no preço médio dos temperados e laminados mostra a destruição de valor desses produtos nos últimos anos, em especial o temperado;
  • No caso dos laminados, os grandes volumes importados a preços baixos ajudaram a derrubar o preço médio do produto.

 

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  • Maior número total de empregados desde 2014 – é a terceira maior marca da série histórica;
  • O indicador teve o segundo ano seguido de crescimento, recuperando-se totalmente da baixa vista em 2022.

 

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  • Desde 2020, a produtividade do setor vem em queda, marcando agora 146,6 m²/funcionário/ano;
  • A marca já era a terceira pior da série histórica e segue nessa posição;
  • Isso pode ser explicado por outro dado do estudo: na parte de perspectivas para este ano, metade das empresas declara ociosidade superior a 20% de sua capacidade.

 

panorama9-mai2025

  • Apesar das medidas de defesa comercial vigentes, o ano de 2024 marca recorde negativo na balança comercial de vidros planos desde 2014, ano do início do primeiro antidumping do float;
  • Pelo segundo ano seguido as importações de vidros laminados registraram volume inédito, correspondendo a 17% das vendas do produto;
  • O temperado também registrou aumento em relação a 2023 e preocupa com a mudança de perfil dos importados, avançando sobre a construção civil;
  • Diante do aumento das importações de vidros processados, o Panorama Abravidro passa a publicar a balança comercial do temperado e laminado individualizada em relação aos demais processados.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Alexandre Pestana e Sérgio Goldbaum analisam Panorama 2025

Se os números de 2024 em geral não foram bons, ao menos foram melhores do que em 2023: ano passado, tivemos redução de 5,6% no faturamento e de 0,5% na quantidade vendida; já no ano anterior, a baixa foi de 9,7% e de 3%, respectivamente. É possível dizer que estamos estancando a queda dos últimos períodos?
Alexandre Pestana – Acho que essa é a conclusão. Vamos lembrar que essa base comparativa inclui a pandemia, quando tivemos uma intensidade muito grande de reformas, com a construção civil numa dinâmica acelerada. Com a base comparativa de 2019, ano anterior ao período pandêmico, o setor está trabalhando com uma taxa um pouco superior em volume, principalmente no temperado e laminado. A preocupação é que, de 2019 a agora, a gente adicionou muita capacidade. Várias empresas fizeram investimentos, acrescentando disponibilidade de vidro, e isso não acompanhou o volume total vendido, não é? Então, um problema do setor é essa sobreoferta expressiva.

Sérgio Goldbaum – É importante comparar isso, para qualificar essa sensação de frustração relativa, com a evolução dos demais setores que consomem vidro plano processado, porque quase todos apresentaram um resultado bastante razoável em 2024 – não de crescimento expressivo, mas de boa recuperação. Então, segmentos como o automotivo e o de construção civil tiveram performance razoavelmente boa – e nossa expectativa era de que acompanhássemos isso.

AP – Tem um produto muito típico de obras novas que é o laminado. E esse teve um crescimento expressivo. O dado de 2024 é superior, inclusive, ao do período da pandemia. O temperado segue como o maior produto da nossa cadeia produtiva não automotiva, apesar de com um desempenho pior do que o laminado. Esse é um ponto de preocupação, mas acho que o laminado exemplifica essa questão comentada: o crescimento do PIB da construção civil foi na faixa de 4% e esse produto reflete isso. O laminado é um produto típico de envoltória. E o aumento no seu uso mostra uma maior sofisticação das especificações de vidro no Brasil, com vidros de maior valor agregado substituindo vidros de baixo desempenho.

 

“O laminado é um produto típico de envoltória. E o aumento no seu uso mostra uma maior sofisticação das especificações de vidro no Brasil.” Alexandre Pestana
“O laminado é um produto típico de envoltória. E o aumento no seu uso mostra uma maior sofisticação das especificações de vidro no Brasil.”
Alexandre Pestana

 

Já que citaram o laminado, não podemos deixar de comentar as importações. Em 2024, tivemos 27 mil t importadas desse material entrando no Brasil, um crescimento de 35% em relação a 2023. Como analisar o impacto das importações de vidros processados?
AP – Há uma única certeza em relação ao comércio internacional atualmente: nenhuma. A dúvida impera. A gente vê uma reconfiguração do comércio internacional. Todas as regras e parâmetros que, nas últimas décadas, nortearam os negócios, foram quebradas. E há uma preocupação real no nosso setor, pois o Brasil sempre foi importador de matérias-primas, sejam float ou impresso. O crescimento desse indicador para processados é algo novo. Ano passado nós fechamos com 27 mil t de importação do laminado – em 2025, com quatro meses fechados, estamos com quase 15 mil t. Então, se a gente projetar esse volume para o ano todo, serão 45 mil t, quase o dobro do que tivemos no ano passado, que já foi recorde histórico. Isso é um sintoma dessa reconfiguração global, em que os produtores asiáticos estão canalizando seus excedentes por conta do novo protecionismo que se estabelece mundo afora.

SG – Vejo pelo menos três movimentos dessa nova realidade. Um deles é a destruição do comércio entre China e Estados Unidos. Talvez até seja retomado, mas o estrago está feito. O segundo é a deflexão de comércio: os produtos que chineses vendiam para os americanos serão defletidos para outros destinos. Então, se estamos preocupados com a balança comercial de 2024 para os laminados, receio dizer: aguardemos a de 2025… Se o governo não tomar medidas de acerto, pode vir uma enxurrada de produtos chineses em vários setores. E, por fim, tem ainda o desvio do comércio. Ou seja, os Estados Unidos vão desviar as importações da China para outras origens, incluindo o Brasil. Acho que a indústria de vidro deve estar muito preocupada com a evolução do comércio mundial.

AP – Sim, a indústria inteira de transformação no Brasil está preocupada. Mais da metade do vidro produzido no mundo é da China. Mesmo que os Estados Unidos voltem atrás, a reconfiguração é inevitável. E o Brasil, certamente, está na lista prioritária – disso eu não tenho dúvidas.

 

“Houve um aumento importante da participação das empresas no Panorama 2025, o que a gente recebe com imensa alegria.” Sérgio Goldbaum
“Houve um aumento importante da participação das empresas no Panorama 2025, o que a gente recebe com imensa alegria.”
Sérgio Goldbaum

 

 

Outro vidro de destaque no Panorama foi o insulado, que teve um acréscimo em volume de 49,3%. Em valores absolutos, ainda é pouco, pois atingiu pela 1ª vez a marca de 1% do total. Mas se a gente considerar que é um material com potencial imenso, essa é uma ótima notícia em meio a preocupações. Concordam?
SG – Os insulados vêm crescendo há alguns anos. Em relação à expectativa da construção civil para este ano, o Sinduscon-SP [Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo] aponta que o indicador continua positivo. Então, eu entendo que esses vidros vão continuar tendo demanda. É possível ter um otimismo moderado para 2025.

AP – Talvez essa tenha sido a melhor notícia que o Panorama trouxe. Para falar a verdade, é uma frustração da nossa cadeia produtiva o ainda baixo desempenho dos insulados. Existe consumo expressivo dessa solução não só em mercados maduros em consumo de vidro, como na Europa, mas aqui também na América do Sul, como no Chile, Argentina. É uma solução que, tecnicamente, reúne o que há de melhor que a gente tem a oferecer para o usuário, para um sistema de envidraçamento. Acho que estamos iniciando uma nova era do insulado no Brasil, em especial na construção.

Uma questão sobre a qual não podemos deixar de conversar aqui é a ociosidade. Na pesquisa qualitativa do Panorama, 25% das empresas declaram ter ociosidade superior a 40%, enquanto 40% das processadoras afirmam estar entre 20% e 40%. Como podemos analisar esse dado?
AP – A indústria do Brasil, por tradição, tem uma capacidade muito maior do que a demanda efetiva. Existem dois pontos que, passa ano, muda década, são questões de atenção dentro da Abravidro. Um é esse excesso de capacidade de toda a cadeia produtiva do vidro, que começa na usina de base e vai até a indústria de transformação. Claro que isso gera efeitos perversos, um nível de competitividade insano que nós temos aqui. Porém, ao mesmo tempo também coloca as empresas para entregar excelência, pois nada melhor para desenvolver uma empresa do que uma concorrência acirrada. Então, hoje, temos um padrão de serviço mais elevado dentro da cadeia, o que leva a gente a desenvolver outras coisas – e claro que com um custo: a baixa rentabilidade, que se associa sempre a um ambiente com sobreoferta. A Europa, com 400 milhões de habitantes, tem um consumo per capita de vidro mais do que o dobro do que o Brasil, só que com menos indústrias do que o Brasil. Isso reflete muito bem nossa ociosidade.

Se hoje o setor consegue debater números e entender os movimentos do setor, é porque estamos criando uma cultura de dados no mercado, com processadores participando das nossas coletas de informações para os estudos. No mês em que a Abravidro completa 35 anos, podemos considerar essa como uma das grandes conquistas da entidade?
AP – Não há dúvidas. Qualquer segmento que não tenha o mínimo de clareza sobre o que ele representa tende a ser pior do que outros com esse entendimento. Eu não consigo sentar para fazer um planejamento sem ter em mãos os dados que a Abravidro produz. Acho que envolve uma maturidade do empresariado.

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: reprodução

Que venham mais 35!

Foto: Marcos Santos
Foto: Marcos Santos

Neste mês de maio, a Abravidro comemora 35 anos de atuação no mercado vidreiro. São mais de três décadas em que a entidade vem trabalhando ativamente, em diversas frentes, pelo desenvolvimento do setor de vidros planos no Brasil. Ao longo dessa jornada, muito vem sendo feito e é uma grande satisfação fazer parte dessa história, tendo atuado como diretor por muitos anos e, nos últimos dois, como seu presidente.

É na prestação de serviços e desenvolvimento de produtos e soluções para as empresas vidreiras que a entidade vem fazendo a diferença e dando sua contribuição para o setor. As frentes de atuação são muitas, sempre buscando levar informação e conhecimento sobre o vidro aos diversos elos da cadeia; valorizar nossos produtos; definir parâmetros, por meio das normas técnicas, para produção e aplicações de soluções com vidro para toda a sociedade; treinar e qualificar mão de obra; promover a competitividade das processadoras brasileiras; e muito, muito mais. O trabalho não para, e é assim que deve ser.

Exemplo disso e da qualidade das nossas entregas é a edição de 2025 do Panorama Abravidro, encartada nesta revista. O estudo, publicado desde 2012, mobiliza diversas empresas de todo o Brasil para que todos os elos da cadeia possam entender melhor a performance e os desafios da cadeia de processamento, que reúne cerca de 600 empresas e emprega mais de 30 mil pessoas em todo o País.

Os dados, referentes a 2024, preocupam, pela queda contínua no faturamento das empresas e nas quantidades vendidas, embora em menor ritmo que no ano anterior. Mas nesse ambiente de incertezas, o que posso garantir aos colegas processadores e a toda a cadeia é que a Abravidro seguirá trabalhando na defesa de nossos interesses e no desenvolvimento do nosso mercado.

Para isso, contamos com nossos associados; com uma diretoria composta por empresários de todo o País, dispostos a dividir o tempo de suas empresas com a Abravidro, apontando caminhos e necessidades; parceiros que abraçam nossas ações e iniciativas; e, claro, nossa equipe, sempre focada em trazer os melhores resultados e soluções para o mercado vidreiro nacional e sem a qual não seria possível entregar tanto ao mercado! Obrigado a todos e vamos juntos construir os próximos 35 anos de história!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Panorama Abravidro 2025

A Abravidro criou, em 2012, o Panorama Abravidro. O documento é publicado anualmente e traz dados atualizados do mercado brasileiro, incluindo informações sobre as indústrias de base e de transformação, assim como os números da produção de vidro no País, faturamento, balança comercial internacional, entre outras. Para se chegar aos dados divulgados no documento, a Abravidro convida empresas a participarem de uma pesquisa. Os resultados são consolidados pela GPM Consultoria Econômica, contratada para apurar as informações do setor e relacioná-las com a Pesquisa Industrial Anual do IBGE, números oficiais de importação e exportação do governo, além de declarações da indústria de base à revista O Vidroplano.

Mesmo cenário

Foto: Marcos Santos
Foto: Marcos Santos

Estamos terminando o primeiro trimestre do ano e 2025 segue muito parecido com 2024: demanda estagnada e importações em alta, o que resulta em um excesso de oferta de vidros no mercado e a consequente guerra de preços que já conhecemos tão bem. De acordo com o Termômetro Abravidro, fevereiro registrou queda de 9,5% na comparação com janeiro, anulando o bom resultado do primeiro mês. Em breve saberemos como foi março, mas, pelas conversas com meus pares, o cenário não é muito otimista.

A Abravidro segue monitorando os dados e movimentos do mercado com atenção e grande preocupação, em especial aqueles relacionados aos produtos processados: os vidros temperados e laminados têm registrado aumento nos volumes importados, tendo fechado em alta em 2024 em relação a 2023. Este ano não tem sido diferente e os números seguem altos. O índice de ociosidade entre temperadores e laminadores, que já é grande, fica ainda maior com a entrada dos importados na equação.

E, por falar em dados, reforço aqui a importância de mensurarmos os resultados da cadeia de processamento, para que possamos entender o real impacto das importações no mercado interno e para embasarmos eventuais ações de defesa de interesse do setor. A Abravidro estimula a cultura de dados e contribui com ela desde 2012, quando iniciou a publicação do Panorama Abravidro, único estudo econômico do segmento. Em 2023 a família cresceu, com o lançamento do Termômetro, pesquisa que retrata a evolução mensal das vendas faturadas de processados.

Para alimentar os dois estudos e as estatísticas do segmento, a participação das empresas processadoras é fundamental. Estamos na reta final da coleta de dados para a edição 2025 do Panorama, publicação que trará um retrato do desempenho do ano passado. Não deixe de contribuir com a pesquisa e com o mercado. O prazo para respostas vai até 7 de abril. Não deixe para a última hora!

Outra ação que prevê engajamento do setor também já está no ar: o 2º Prêmio Abravidro Glass South America. Depois da bem-sucedida primeira edição, que contou com a participação de mais de cem empresas e obteve seis mil votos na etapa de votação popular, a premiação está de volta com novas categorias e prazos mais elásticos para a participação das empresas de todos os elos da cadeia. Participe!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 627 (março de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

O Panorama Abravidro é essencial!

rafaelribeiro-fev2025Os dados de comércio exterior do mês de janeiro mantiveram ligados os alertas da cadeia de processamento. Os vidros temperados e laminados, nossos principais produtos, seguem registrando aumentos no volume de importação. Em um mercado com alto nível de ociosidade como o nosso, isso é um fator de grande preocupação para quem tem capital investido em equipamentos para a produção desses materiais.

E, por falar em números, está em andamento a temporada de coleta de dados sobre a performance das empresas vidreiras no ano de 2024 para a elaboração do Panorama Abravidro, único estudo econômico e produtivo do mercado de vidros planos e peça fundamental, junto do Termômetro Abravidro, dos nossos esforços enquanto entidade para estimular uma cultura de dados no setor.

O Panorama é publicado pela Abravidro desde 2012 e é reconhecido por todo o mercado como um documento essencial para quem quer entender os movimentos do segmento.

Para nós, processadores, é uma importante ferramenta para avaliar o desempenho de nossas empresas em relação à média do mercado, para entender o comportamento e evolução dos diferentes produtos ao longo do tempo e também para planejar investimentos ou correções de rota, por exemplo.

Aos demais elos da cadeia, o Panorama traz informações que são fundamentais para a compreensão do mercado, em especial para empresas globais, que precisam ter a sensibilidade para as especificidades brasileiras.

Para a Abravidro, os números do documento também são relevantes para o planejamento de benefícios aos associados e de nossa atuação institucional, principalmente no que diz respeito às ações de defesa de interesse.

Mesmo assim, o número de empresas que não participam da pesquisa ainda é expressivo, apesar de o estudo ser produzido com sucesso e reconhecimento há treze anos.

É válido reforçar que os dados nunca são divulgados de maneira individual, expondo as empresas. Além disso, ninguém da Abravidro tem acesso às informações. Elas ficam disponíveis apenas para os economistas – e eles assinaram um termo de confidencialidade, registrado em cartório, garantindo que não compartilharão, de forma alguma, as informações individuais.

Na Abravidro, nós construímos, junto de vocês, um mercado melhor e mais próspero. Por isso, fica o meu pedido: processador, responda à pesquisa para o Panorama!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

Pesquisa para o Panorama Abravidro 2025 já está aberta

Embora seja difícil prever exatamente os movimentos do mercado neste ano que começa (tentamos fazer isso na reportagem de capa, que você pode ler clicando aqui), uma boa forma de se preparar para 2025 é analisar o que aconteceu em 2024 em relação ao desempenho do segmento vidreiro. Publicado anualmente, o Panorama Abravidro tem esse papel: é um estudo essencial para todos os elos da nossa cadeia – e sua participação, processador, é de extrema importância! A seguir, entenda como a publicação beneficia todo o setor vidreiro nacional e saiba como – e por que – participar.

Mais de dez anos de credibilidade
A 1ª edição do Panorama Abravidro foi publicada em 2012, e até hoje o documento se mantém como o principal estudo econômico do mercado de vidros no Brasil. O levantamento traz dados atualizados sobre diversos aspectos do setor, incluindo faturamento da cadeia de processamento, volume produzido, itens processados mais fabricados e produtividade média das empresas, entre outros.

Para as empresas processadoras, o Panorama permite comparar os resultados individuais com os da média do setor, avaliando assim oportunidades e eventuais pontos de melhoria – e ainda correções de rota necessárias. Já no caso de fornecedores de equipamentos, insumos e acessórios, o documento ajuda a entender o cenário dos negócios, indicando as expectativas das empresas para o ano vigente na parte qualitativa da pesquisa.

Panorama também tem grande importância para as atividades da Abravidro: por meio dele, a associação consegue dimensionar o mercado e, assim, planejar ações para a defesa dos interesses do setor vidreiro, por meio da identificação dos principais pontos de atenção para a cadeia em âmbito nacional e da fundamentação de pleitos junto às diferentes esferas governamentais. Além disso, permite que a entidade elabore outras iniciativas, como aquelas voltadas para treinamento e qualificação de profissionais no País.

E por que as processadoras devem participar desse levantamento? “Quanto maior o número de respondentes, mais representativo é o resultado da pesquisa. Dessa forma, o mercado ganha como um todo”, explica Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro.

Segurança e confiabilidade garantidas
Acredite se quiser, ainda há processadoras que não participam da elaboração do Panorama Abravidro por medo de que as informações que enviarem possam “vazar” – mesmo que isso nunca tenha acontecido ao longo desses treze anos. Por isso, vale a pena repetir: apenas os economistas da GPM Consultoria têm acesso às informações fornecidas pelas empresas – nem mesmo a equipe da Abravidro tem contato com esses dados.

É importante ressaltar também que os economistas responsáveis assinaram um termo de confidencialidade, registrado em cartório, assumindo que apenas os números consolidados e agregados são tornados públicos, sem distinguir uma processadora da outra.

Como participar?
É bem fácil e rápido! Para responder à pesquisa, basta clicar aqui.

A Abravidro disponibiliza todas as questões abordadas no estudo em um rascunho que pode ser baixado pelas empresas – assim, é possível saber de antemão quais informações serão necessárias.

Dúvidas sobre o Panorama Abravidro?
Se tiver quaisquer dúvidas, envie-as por e-mail para panoramaabravidro@gmail.com

 

Quem conhece, recomenda!
A seguir, confira a opinião de algumas empresas que participam da pesquisa para a elaboração do Panorama Abravidro e também de players do setor que utilizam o estudo para definir ações ao longo do ano:

“Este documento é um importante indicativo de como vai o nosso mercado do ponto de vista de quem processa e fabrica vidro, o que o torna único e extremamente valioso para uma empresa fornecedora do mercado vidreiro como a Eastman. O documento se tornou uma boa referência para nossas análises, complementando nossos estudos internos de mercados. A maneira como os dados são compartilhados pelo Panorama não tem similar no exterior, o que ressalta sua singularidade.”
Daniel Domingos, gerente-comercial da Eastman para a América Latina

“O Panorama Abravidro é um marco essencial para o setor, pois fornece dados cruciais que permitem uma visão clara e detalhada das tendências e demandas futuras. Esses dados são fundamentais para que as empresas de maquinários possam alinhar suas expectativas e estratégias. Ao entender as projeções de crescimento e os desafios enfrentados pelas processadoras, as empresas conseguem planejar melhor seus investimentos, minimizar riscos e maximizar oportunidades. Além disso, o estudo serve como um guia para inovações tecnológicas e adequações de produtos, contribuindo para um desenvolvimento mais sustentável e eficiente da indústria.”
Moreno Magon, cofundador da Latamglass

“A Viminas faz questão de participar do Panorama Abravidro porque entende que é uma importante contribuição para o segmento vidreiro. Se as empresas fornecerem as informações corretas, todos seremos beneficiados, porque conseguiremos, com esses dados, ter consciência de como está se desenvolvendo o setor.”
Rafael Ribeiro, diretor-presidente da Viminas

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: ImageFlow/stock.adobe.com

Confira a retrospectiva de 2024 para o setor vidreiro

A lista a seguir inclui os acontecimentos mais importantes ao longo do ano para o nosso segmento.

 

Foto: Divulgação Atiaia Renováveis
Foto: Divulgação Atiaia Renováveis

 

JANEIRO

Energia que vem do céu
Começou a funcionar a Unidade Geradora Fotovoltaica Maravilhas I, parque solar com 27,5 MW de potência instalada, construído pela Atiaia Renováveis (do Grupo Cornélio Brennand) para atender exclusivamente a fábrica da Vivix, em Goiana (PE).

Novas alíquotas
As alíquotas reduzidas do Imposto de importação estabelecidas pela Resolução Gecex nº 353/2022 para diversos bens, incluindo vidros planos, deixaram de valer na virada do ano.

Com um clique
A Consultoria Certificação Abravidro – assessoria na preparação da empresa para a auditoria do Inmetro para certificação de temperados – ganhou versão online. A consultoria remota se dá pela plataforma da empresa de tecnologia Tecno Quali.

Mudanças nos cálculos
Onze Estados brasileiros ganharam novas alíquotas gerais do Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS): algumas entraram em vigor desde o primeiro dia de 2024, enquanto outras teriam início entre fevereiro e abril.

 

Foto: Solaxess
Foto: Solaxess

 

FEVEREIRO

Fotovoltaicos na construção
A Guardian, em parceria com a Garantia Solar, criou a primeira solução nacional de integração fotovoltaica em edificações: em vez de adicionar módulos solares após a obra, a solução permite integrar elementos de geração de energia solar ao próprio design do projeto.

Antidumping contra chineses
O Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior decidiu pela extensão do direito antidumping definitivo, aplicado às importações brasileiras de vidros da China, classificados na NCM 7006.0000, para produção de laminados automotivos.

Soprando velas
No dia 28, o Instituto Beltrame da Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq) completou dez anos de existência. A ocasião foi comemorada em um evento em São Paulo com representantes da Abravidro, parceira do Ibelq na certificação dos temperados.

 

retrospectiva03-dez2024

 

MARÇO

Prêmio para o setor
A Abravidro e a NürnbergMesse Brasil (NMB) anunciaram a criação do Prêmio Abravidro Glass South America, iniciativa com o objetivo de reconhecer as marcas que atuam nos diversos elos da cadeia. A entrega seria realizada durante a Glass South America, em junho.

Hora de celebrar
A processadora capixaba Viminas organizou, no dia 3, uma festa de aniversário para comemorar seus quarenta anos de trajetória, completados em fevereiro. O encontro reuniu colaboradores e familiares.

Em Brasília
No dia 13, a Abravidro se reuniu em Brasília com Renato Ferreira, secretário-executivo do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. O encontro tratou de assuntos tributários de interesse do setor vidreiro nacional.

Normas para todos
Várias palestras de Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, sobre normas: no dia 14, ela falou aos técnicos do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul e aos associados da Avims-MS; nos dias 20 e 23, foi a vez de três turmas do curso de vidraceiro, do Senai-SP, receberem as apresentações.

Encontro de clientes
Nos dias 15 e 16, a Unividros reuniu, em sua unidade de Tubarão (SC), fornecedores para o 2º Encontro do Grupo Unividros Fornecedores. O evento contou com diversas atrações musicais da região, comida e bebidas da serra catarinense.

Vinte anos de qualificação
Em março, completaram-se duas décadas do “Curso de Qualificação Profissional Vidraceiro”, ministrado na Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, no bairro paulistano do Tatuapé. O treinamento, criado a partir da parceria entre Abravidro e a instituição de ensino, já formou mais de 1.200 alunos no período.

Novidades em revestimentos
De 19 a 22 de março, o São Paulo Expo recebeu a Expo Revestir, a maior feira de revestimentos e acabamentos da América Latina. O evento ocupou uma área de 65 mil m² na qual mais de trezentas marcas expositoras apresentaram soluções para o setor.

Aniversário de olho no futuro
A Modelo Vidros, beneficiadora de Garibaldi (RS), celebrou trinta anos de fundação revelando a expansão de sua sede, obra iniciada em 2020. A nova fábrica, inaugurada este mês (veja mais clicando aqui), tem área três vezes maior que o espaço anterior.

 

Foto: industrieblick/stock.adobe.com
Foto: industrieblick/stock.adobe.com

 

ABRIL

Investimento
A AGC anunciou a expansão da capacidade produtiva de sua divisão de vidros automotivos, na usina de Guaratinguetá (SP). A decisão vai ao encontro das expectativas de crescimento desse mercado nos próximos anos.

Simpovidro vem aí!
A notícia mais aguardada pelo setor vidreiro este ano foi revelada na edição de abril de O Vidroplano: data e local do 16º Simpovidro. Organizado pela Abravidro, o encontro foi agendado para 31 de outubro a 3 de novembro no resort Vila Galé Alagoas, município de Barra de Santo Antônio.

VidroCast em nova versão
O podcast da Abravidro foi totalmente reformulado, ganhando versão videocast, com vídeo e áudio. O novo modelo – disponível em nosso canal no YouTube – leva convidados a nossos estúdios de gravação, em São Paulo, para bate-papos sobre o mercado, tendências no uso do vidro e muito mais.

Para aprender sobre vidro
A Abividro e Fernando Simon Westphal, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), disponibilizaram materiais para auxiliar docentes na montagem de disciplinas sobre vidro em universidades e cursos técnicos. O conteúdo é baseado no livro Vidro Plano para Edificações, de Westphal.

Uma década de operações
No dia 2, a Vivix comemorou dez anos da inauguração de sua planta em Goiana (PE), momento que marcou o início de suas operações. Entre as ações para celebrar a ocasião, registrou-se seu retorno como expositora da Glass South America 2024.

Ensinando as normas
Clélia Bassetto, da Abravidro, participou do 2º Seminário de Serviço de Segurança Contra Incêndio e Pânico, em Montes Claros (MG): palestrou sobre vidros de segurança e suas aplicações na construção.

Feira da construção
A 28ª edição da Feicon, principal mostra da construção civil da América Latina, foi realizada nos dias 2 a 5 no São Paulo Expo. Segundo a RX, organizadora do evento, a edição foi a maior dos últimos dez anos, tendo recebido mais de 100 mil visitantes.

Pausa para reforma
A Guardian fez uma parada programada no forno de Tatuí (SP) no dia 28. Segundo a empresa, o procedimento é realizado periodicamente e não prejudicou os níveis de produção. A produção foi retomada em maio.

Luto no setor
Faleceu aos noventa anos, no dia 19, Hermes Bortolotti, fundador da Vidraçaria Estrela, em Vila Velha (ES). A empresa deu origem à Estrela Vidros, processadora associada à Abravidro.

Nova diretoria
A cerimônia de posse da nova gestão da Adivipar-PR foi realizada no dia 19, em Maringá. Samuel Baer Yamashita assumiu o cargo de presidente. No dia seguinte, a entidade organizou o Conexão Vidro, evento para vidraceiros e serralheiros, com palestra de Clélia Bassetto.

A maior do mundo
Vários empresários brasileiros estiveram na China Glass, a maior feira vidreira do mundo. Realizada de 26 a 28 de abril em Xangai, a 33ª edição da mostra recebeu mais de 126 mil visitantes.

Sucessão
Lino Rohden, CEO do Grupo Rohden (que inclui as empresas Rohden Vidros e Rohden Portas), foi sucedido no cargo por Jorge Rohden, seu filho. Lino agora ocupa a presidência do conselho da companhia.

 

retrospectiva05-dez2024

 

MAIO

Desempenho gelado
A publicação do Panorama Abravidro 2024 revelou que o desempenho do mercado de vidros processados em 2023 foi fraco, marcando queda nos dois principais indicadores: de 9,7%, no faturamento, e 1,8%, na produção.

Meio século de vidro
Em maio, a Cebrace completou cinquenta anos de trajetória no segmento. A usina comemorou na noite do dia 12 de junho, quando reuniu clientes e parceiros num jantar no espaço de eventos Casa Itaim, em São Paulo.

Premiada
A Vivix recebeu o prêmio Siemens Techcellence, na categoria Líder de Inovação, por conta da construção de uma ferramenta que digitaliza processos, em parceria com as empresas Mekatronik e TrueChange. A entrega aconteceu no evento Siemens Realize 2024, em Las Vegas, Estados Unidos.

Para os vidraceiros
A Semana do Vidraceiro 2024 foi realizada pelo Simvidro-MG nos dias 13 a 17, em Belo Horizonte. A iniciativa preparou uma série de atividades pensadas para os vidraceiros e serralheiros do Estado.

Um ano no Brasil
A Biesse organizou o Inside Biesse, nos dias 6 a 10, em Curitiba. O evento celebrou o primeiro ano da empresa no País e recebeu cerca de duzentos visitantes para verem o funcionamento dos maquinários da empresa ao vivo.

Na TV e na Internet
A Abravidro participou de duas reportagens: no dia 26, o programa Domingo Espetacular, da Record TV, exibiu matéria sobre vidro em boxes de banheiro, com a presença da coordenadora técnica Vera Andrade; no dia 29, o portal de notícias Metrópoles publicou um texto sobre a construção civil no Brasil, com depoimento do presidente Rafael Ribeiro.

Nova norma
O Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248) começou o texto-base do projeto de norma para molas e dispositivos de fechamento automático.

Reconstrução
Empresas vidreiras gaúchas foram atingidas pelas enchentes que destruíram o Rio Grande do Sul. A Lajeadense Vidros, de Lajeado, foi uma delas – e contou seus esforços para se reconstruir em reportagem do portal da revista Exame, veiculada em julho.

Nos céus do Balneário Camboriú
Mais um belo mirante envidraçado foi inaugurado no Brasil: o Summit BC, com vidros da AGC, processados pela Linde Vidros, conta com dois cubos suspensos a 128 m do chão, no alto do Edifício Imperatriz.

As belezas do vidro
Realizada de 21 de maio a 28 de julho no Conjunto Nacional, em São Paulo, a tradicional mostra de arquitetura e decoração Casa Cor SP não teve um uso tão volumoso de vidros e espelhos nos ambientes, mas houve aplicações interessantes e diferenciadas.

 

Foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte
Foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte

 

JUNHO

Negócios por todos os lados
A 15ª Glass South America foi sucesso: organizada pela NürnbergMesse Brasil, com parceria da Abravidro, a principal feira vidreira da América Latina reuniu 16.500 visitantes e mais de 130 empresas expositoras numa área de 16 mil m². Além da estreia da mostra simultânea E-squadria Show, a Glass contou com as palestras da Arena de Conteúdo e o Vidro em Ação, onde ensaios em vidros de segurança eram feitos ao vivo.

Troféu para os vencedores
No primeiro dia da Glass, realizou-se a cerimônia de entrega do 1º Prêmio Abravidro Glass South America. Os números da edição de estreia foram grandiosos: dez categorias contempladas, 105 empresas e 94 obras com vidro inscritas, 31 escritórios de arquitetura mencionados e 6 mil votos na fase de votação popular.

Divulgando conhecimento
Vera Andrade palestrou em Brasília sobre o uso correto do vidro em evento organizado pela Abravid-DF em uma unidade do Sebrae.

 

Foto: Aleksei/stock.adobe.com
Foto: Aleksei/stock.adobe.com

 

JULHO

Investigação iniciada
O Departamento de Defesa Comercial, órgão da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços, aprovou o início de investigação para averiguar a existência de dumping nas importações de float incolor (espessuras de 1,8 a 20 mm), oriundas da Malásia, Paquistão e Turquia.

Incentivando a reciclagem
No dia 9, teve início a distribuição de caçambas para a coleta de vidro plano de vidraçarias associadas à Ascevi-SC e ao Sindicavidros-SC. A ação faz parte do projeto Vidro Solidário, que une sustentabilidade e responsabilidade social.

 

Foto: Divulgação Cebrace
Foto: Divulgação Cebrace

 

AGOSTO

Novo executivo
Manuel Corrêa deixou a diretoria-executiva da Cebrace, após três anos à frente da usina. O cargo foi assumido por Wiltson Varnier (foto), que se tornou o representante do grupo acionista Saint-Gobain na gestão da empresa. O também diretor-executivo Lucas Malfetano segue em sua função, representando a NSG/Pilkington.

Um ano de ensinamentos
Nesse mês, o Educavidro comemorou um ano de vida. A plataforma online de educação a distância sobre o trabalho com vidro, criada pela Abravidro e Abividro, já formou mais de mil alunos por todo o Brasil e ganhou novos cursos e um aplicativo para facilitar ainda mais o aprendizado.

Busca pela sustentabilidade
O Grupo Cornélio Brennand lançou a 4ª edição do seu Relatório de Sustentabilidade. Seu conteúdo detalha todas as ações da companhia na área de ESG (meio ambiente, social e governança), com informações referentes às empresas que fazem parte do grupo, incluindo a Vivix.

Aplicando IA ao setor
A matriz japonesa da AGC lançou o ChatAGC, um ambiente generativo de inteligência artificial para uso interno em sua sede em Tóquio. A ferramenta oferece informações sobre processos para auxílio dos funcionários.

Conhecendo a nova casa
A NürnbergMesse Brasil organizou uma visita técnica ao Distrito Anhembi, nova casa da Glass South America. O objetivo foi mostrar a representantes de empresas do setor como ficou o tradicional espaço de exposições paulistano após grande reforma.

Representatividade
No dia 15, a Abravidro participou de uma reunião com o senador Izalci Lucas (PL-DF) para tratar de temas de interesse da cadeia de processamento de vidros – o encontro foi realizado no Senado Federal, em Brasília.

De olho nos guarda-corpos
O 2º Congresso Brasileiro de Guarda-Corpo, realizado no dia 26 no mirante Sampa Sky, em São Paulo, reuniu especialistas do setor para debater temas relacionados a guarda-corpos, como design, segurança e normas. Clélia Bassetto foi uma das palestrantes.

Retorno ao mercado
A AGC anunciou a chegada de Marcelo Botrel à companhia: ele assumiu o cargo de gerente-executivo Comercial e de Marketing da Divisão de Vidros Arquitetônicos para a América do Sul. Botrel, que já atuou na Guardian, estava fora do setor há alguns anos.

 

Foto: Vadim Andrushchenko/stock.adobe.com
Foto: Vadim Andrushchenko/stock.adobe.com

 

SETEMBRO

Trabalho nas normas
Com participação do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), a ABNT deu início à revisão da norma ABNT NBR 14033 — Móveis para cozinha. Além disso, foi publicada a norma ABNT NBR 17192 — Móveis para dormitório – Guarda-roupas – Requisitos e métodos de ensaio.

Vidro na universidade
Duas atividades realizadas pela Abravidro junto à Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo: primeiro, uma palestra de Clélia Bassetto na programação da 36ª Semana de Engenharia; na mesma semana, ocorreu o módulo sobre vidros da 11ª edição do “Curso de Extensão Arquitetura e Construção: Materiais, Produtos e Aplicações”, ministrado online por Vera Andrade e Débora Constantino, consultora técnica da Cebrace.

Pauta verde
A Cebrace realizou a segunda edição do Fórum de Sustentabilidade, com transmissão ao vivo online, abordando conceitos de desenvolvimento sustentável.

Nos EUA
A edição 2024 da GlassBuild America, principal feira vidreira da América do Norte, ocorrida em Dallas, recebeu mais de 9.400 visitantes, incluindo pessoas vindas do Canadá, México e 57 outros países.

Mostra de esquadrias
A 15ª edição da Feira Internacional da Indústria de Esquadrias (Fesqua) foi realizada nos dias 11 a 14, no São Paulo Expo, reunindo empresas nas áreas de vidros, portas, janelas, fachadas, forros, portões, grades, acessórios e componentes.

 

Foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte
Foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte

 

OUTUBRO

Unindo os elos da cadeia
De 31 de outubro a 3 de novembro, o Vila Galé Alagoas recebeu o 16º Simpovidro. Mais uma vez, o principal encontro vidreiro da América Latina se mostrou como o local – em meio a palestras, oportunidades de negócios e momentos de lazer com as famílias – onde nosso setor consegue refletir sobre seus movimentos e analisar o caminho a seguir.

Mais um prêmio
A Vivix conquistou o 1º lugar na categoria Empresas Consolidadas do Prêmio Abinc de IoT 2024, organizado pela Associação Brasileira de Internet das Coisas (Abinc). A usina foi premiada pelo trabalho DNA do Vidro Integrado com o Engenheiro Virtual.

É campeã!
A final do 12º Campeonato de Futebol Society Abravid-DF foi realizada no dia 19. Este ano, a equipe da Atacadão Vidros levou a taça de campeã, vencendo o time da Estrutural Vidros na final.

Debatendo as esquadrias
Organizado pelo Canal do Serralheiro, o 7º Simpósio Brasileiro da Indústria de Esquadrias (Simbrie) foi transmitido ao vivo pela plataforma Zoom e contou com a Abravidro entre os apoiadores. O presidente da entidade, Rafael Ribeiro, participou do painel “O papel das associações na economia das indústrias”.

Tecnologia é aqui
A edição 2024 da Glasstec, organizada nos dias 22 a 25 em Düsseldorf, na Alemanha, fez jus ao título de principal feira vidreira do mundo: este ano, recebeu mais de 32 mil visitantes de 121 países, os quais puderam conferir em primeira mão as novidades de 1.250 marcas, em uma área de mais de 60 mil m², que prometem mudar o setor vidreiro num futuro próximo.

Apostando no gás
A Cebrace assinou contrato com a Edge, braço do Grupo Compass, para o fornecimento de biometano e gás natural para suas atividades industriais. Segundo a usina, ela se torna a primeira fabricante de vidro nacional a entrar no mercado livre de gás.

Gigante
A Bazze PVC inaugurou sua nova fábrica no dia 11, na cidade de Portão (RS). O espaço de 22 mil m², segundo a empresa, abriga a maior fábrica de esquadrias de PVC na América Latina.

Para condomínios
A convite do Sindividros-RS, Vera Andrade, da Abravidro, ministrou palestra sobre a aplicação de vidros de segurança durante o 26° Encontro Gaúcho de Condomínios.

Atividade em SC
A Ascevi-SC e o Sindicavidros-SC organizaram o 3º Encontro Oeste, em Chapecó. O evento foi um dia de imersão no trabalho com vidro, contando com palestra de Clélia Bassetto.

 

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

 

NOVEMBRO

15 anos no Brasil
No dia 6, a NürnbergMesse Brasil realizou em São Paulo uma coletiva de imprensa, seguida de almoço, para celebrar os quinze anos de atuação em nosso país. À noite, houve uma celebração na Casa Bisutti, no bairro do Itaim, que contou com a presença de representantes da Abravidro e de empresas vidreiras.

Homenagem ao vidro
O governo federal sancionou o Dia Nacional do Artista Vidreiro, a ser comemorado a partir do ano que vem, no dia 21 de junho. O objetivo é reconhecer o trabalho dos artistas que fabricam e moldam o nosso material.

Parabéns pra você
A processadora Casa dos Espelhos (CDE-AM), franqueada exclusiva da Blindex no Amazonas e associada à Abravidro, completou 46 anos de existência.

Importações na mira
A Câmara de Comércio Exterior decidiu elevar de 9% para 25% a tarifa do Imposto de importação para o território brasileiro do vidro float incolor – a medida deve entrar em vigor em dezembro, valerá para produtos de qualquer origem, inclusive de países membros do Mercosul, e terá validade de doze meses (veja mais clicando aqui).

Luto no setor
Faleceu no dia 25, aos 63 anos de idade, Carlos Alberto Ribeiro de Souza, diretor da Imax Vidros, processadora de Palhoça (SC).

 

Foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte
Foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte

 

DEZEMBRO

Glass em 2025
Foi anunciada a nova data da próxima Glass South America. Ela foi antecipada para o ano que vem, de 3 a 6 de setembro, juntamente com a E-squadria Show, no Distrito Anhembi (veja mais clicando aqui).

Exposição e livro
Teve início a exposição Pavilhões de Vidro. Aberta para visita até março, na sede da Escola da Cidade, em São Paulo, conta com curadoria de Sol Camacho, arquiteta mexicana radicada no Brasil, que também organizou o livro Pavilhões de Vidro: uma Tipologia de Vanguarda.

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Marcos Santos e Andreia Naomi

Mais do mesmo

rafaelribeiro-set2024O setor vidreiro tinha expectativas de que o segundo semestre do ano trouxesse maior dinamismo às vendas do nosso material e um resultado melhor para a cadeia, mas o que estamos vendo até agora não passa de mais do mesmo: recuperação no preço da matéria-prima, corrida de processadores e distribuidores para reforçar seus estoques antes da virada das tabelas (para a manutenção do preço antigo pelo maior prazo possível) e a consequente dificuldade no repasse dos reajustes, por parte da cadeia de processamento, aos clientes.

Isso sem falar que o repasse, quando acontece, leva em conta apenas os percentuais de aumento da matéria-prima, não incluindo outras despesas relevantes na formação do preço de nossos produtos, como já pontuado aqui anteriormente. Não à toa temos visto queda no faturamento da indústria de transformação de vidros processados não automotivos, como mostrou o Panorama Abravidro para os anos de 2022 e 2023.

Também na categoria repeteco está o grande volume de importados. Embora nos últimos meses tenha diminuído o ritmo de entrada do float, os processados seguem crescendo e deixando todos nós preocupados. A ociosidade já registra índices alarmantes na cadeia de processamento, que conta com cerca de 570 fornos de têmpera em um mercado que, em seu melhor momento, chegou a 66 milhões de m² – e, em 2023, não alcançou 55 milhões de m². O cenário com grandes importações de processados só vai deteriorar ainda mais o mercado.

A saúde da cadeia de processamento, já abalada por anos de resultados fracos, concorrência acirrada e informalidade crescente, vai ficando cada dia mais fragilizada. A importância da governança financeira estará em pauta no Simpovidro, assim como outros assuntos importantes para o dia a dia de nossas empresas. Nosso evento, ponto de encontro de toda a cadeia vidreira, está chegando e, mais uma vez, vamos trazer temas relevantes para a reflexão dos tomadores de decisão das empresas. Assim seguimos contribuindo para o desenvolvimento do setor de vidros planos no Brasil, uma das principais missões da Abravidro.

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 621 (setembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

Panorama 2024 ganha versões traduzidas

O Panorama Abravidro 2024, lançado em maio deste ano, já está disponível em inglês e em espanhol. Dessa forma, o principal estudo econômico e produtivo do setor vidreiro nacional, produzido anualmente pela entidade, pode ser conferido também pelos players mundiais com atuação dentro do Brasil ou com interesse em nosso mercado. Assim como a versão em português, as traduções podem ser acessadas e baixadas gratuitamente no site da Abravidro: os dados da pesquisa são referentes ao ano de 2023 e foram coletados de janeiro a abril de 2024. O estudo revelou que houve queda na produção de vidros processados não automotivos e no faturamento das empresas no ano passado.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Divulgação Abravidro

Números do Panorama Abravidro são assunto no VidroCast

No último mês de maio, a Abravidro publicou a edição de 2024 do Panorama Abravidro, o principal estudo econômico e produtivo do setor vidreiro nacional. E durante a Glass South America, os dados revelados pelo Panorama 2024 foram tema de um bate-papo entre Alexandre Pestana, ex-presidente e diretor da Abravidro, e Sergio Goldbaum, economista da GPM Consultoria (empresa responsável pelo estudo). A conversa, um dos episódios do VidroCast, o podcast da entidade, rendeu ótimas reflexões sobre o desempenho do mercado em 2023. Por isso, retomamos o assunto para complementar a análise da atual situação de nosso segmento. Confira a seguir os principais pontos dessa entrevista.

Boom desperdiçado?
Com a queda de 1,8% da produção em 2023, o acumulado dos últimos três anos nesse indicador soma 12% de redução – o que leva nosso mercado de volta ao patamar da crise de 2016, momento que encerrou o ciclo de crescimento local do segmento de vidros planos. O faturamento das empresas também teve baixa (-9,7%), somando 20% de queda em dois anos, resultado do processo de deflação e acomodação do setor no pós-pandemia.

É importante recordar que, em 2020, primeiro ano de pandemia, o setor marcou alta de dois dígitos em ambos os quesitos: 14,4% na produção e 12% no faturamento. O que aconteceu para não aproveitarmos o bom momento vivido pouco tempo atrás? Para Pestana, a explicação é simples. “O vidro tem dois momentos muito específicos na construção civil: as obras novas, que vão bem desde o período da pandemia, e as reformas. E aí está a diferença, pois esse consumo ‘formiguinha’ não seguiu com a mesma tração.”

Goldbaum concorda: “É possível que, na pandemia, os consumidores de forma geral tenham antecipado as decisões de reforma. E, após um período de alta, é normal ocorrer uma ressaca. Mas em pouco tempo isso deve se recuperar”.

 

Alta nas importações de vidro float – e também do processado – dificulta ainda mais o balanço da cadeia vidreira nacional (foto: Kalyakan/stock.adobe.com)
Alta nas importações de vidro float – e
também do processado – dificulta ainda
mais o balanço da cadeia vidreira nacional (foto: Kalyakan/stock.adobe.com)

 

Aumento nas importações
Outro assunto delicado é o aumento das importações de vidro – cresceram mais de três vezes em relação a 2022. No caso do float, a matéria-prima básica do setor de transformação, voltou-se ao volume encontrado em 2014, ano que marcou o início da vigência do direito antidumping no Brasil. E o problema se dá também nos vidros processados: o volume de laminado importado, por exemplo, foi o maior desde o ano 2000.

Este ano, os números referentes à importação seguem altos – no entanto, a alta recente nos custos do frete internacional e do dólar pode mudar o cenário. “Para um setor com capacidade doméstica plena, como o nosso, a importação é algo indesejável, uma vez que temos capacidade produtiva, tecnologia e produtos de qualidade sendo feitos pela indústria de base e de transformação”, alerta Pestana. “A importação vem para dificultar mais ainda o balanço da cadeia.”

Mercado internacional
Existe ainda uma preocupação extra: o excedente da produção da Ásia, em especial o da China. Mais de 50% do vidro fabricado no mundo vem desse país, e esse montante tem como consumidor o próprio mercado doméstico da construção civil, que apresenta sinais de forte desaceleração. Isso pode trazer ainda mais instabilidade na questão da balança comercial do vidro brasileira – e de várias outras nações.

“Muitos países estão adotando saídas protecionistas em vários segmentos. À medida que grandes consumidores desses produtos aprovam tais ações, sobram produtos no mercado internacional, fazendo com que o preço deles caia. Então, o setor deve olhar com muita atenção para esse ambiente externo”, comenta Goldbaum.

Números como ferramenta de gestão
Uma dúvida comum que pode surgir nos empresários vidreiros é como aproveitar os dados tanto do Panorama como do Termômetro Abravidro no dia a dia das empresas. De acordo com Pestana, a primeira dica é comparar o seu resultado com o do mercado: “Faça isso mensalmente, pois assim você consegue avaliar o desempenho de sua empresa. Depois vem o segundo passo, talvez o mais importante: toda indústria precisa pensar a médio e longo prazos. Você ter disponíveis para análise indicadores de tanta qualidade, com uma série histórica tão longa, contribui de forma decisiva para a tomada de decisões, de investimentos e de rumos que você pode dar ao seu negócio”. Vale lembrar que não apenas as processadoras usam essas informações para se planejar: outros players do setor, como fabricantes de insumos e maquinários, também procuram os estudos da Abravidro de olho em como anda o mercado.

Para Goldbaum, um setor industrial como o vidreiro sempre fica à mercê das questões macroeconômicas nacionais. “Por isso, o que podemos fazer é analisar as informações e se preparar não só para os momentos ruins, mas também para os bons.”

 

mercado3-jul2024

 

Combatendo a baixa produtividade
De acordo com o Panorama 2024, a produtividade das processadoras foi de 149,3 m² de vidro processados por funcionário ao mês. O número é o pior desempenho da série histórica: desde 2021, o indicador apresenta viés de queda. Nos últimos dez anos, só houve crescimento nesse quesito em 2015 e 2020.

Esse dado vai na contramão do visto na indústria nacional como um todo, que está em processo de avanço na digitalização das operações, deixando seus processos mais produtivos. De acordo com o Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) da Manufatura, estudo realizado pela empresa de tecnologia TOTVS em parceria com a companhia de pesquisa h2r insights e trends, as empresas de manufatura brasileiras evoluíram no ganho de produtividade tecnológica nos últimos cinco anos: subindo da média de 0,52 ponto, registrada em 2019, para 0,71 ponto.

O IPT tem como objetivo avaliar o uso, internalização e ganho de performance a partir da adoção de sistemas de gestão e tecnologias complementares. O comparativo de cinco anos mostra que, embora a indústria seja tradicionalmente vista como menos suscetível à disrupção digital rápida, a transformação digital está em curso e impactando várias áreas desse setor, da produção à logística e interação com o cliente.

Mas há esperança de melhora nos números vidreiros: 19% das empresas respondentes do Panorama afirmam que desejam realizar grandes investimentos em 2024, contra 15,5% no ano passado, o que pode contribuir para a modernização e ganho de produtividade das indústrias de transformação vidreiras.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Saiba como tratar a água da maneira correta

É possível afirmar que, sem água, não existe vidro processado. Apesar de não ser uma matéria-prima de nosso material, ela é fundamental em diversas etapas no beneficiamento. No entanto, não é qualquer água que pode ser utilizada; do contrário, os processos podem ser seriamente comprometidos.

Por isso mesmo, O Vidroplano traz uma análise sobre o tratamento correto desse insumo tão importante. Com o intuito de detalhar os passos a serem seguidos, conversamos com empresas que produzem e representam fabricantes de equipamentos para a tarefa.

Insumo essencial
No processamento, a água se transforma em elemento durante a:

  • Lapidação, servindo para refrigerar o processo;
  • Furação e recorte, com esse mesmo objetivo;
  • Lavagem, para retirar as impurezas presentes na superfície das peças oriundas das etapas anteriores

“A qualidade da água pode impactar diretamente a eficiência desses processos e a qualidade do produto final. A presença de minerais, impurezas e outros contaminantes pode causar defeitos no vidro e até aumentar o desperdício de materiais”, explica Jaqueline Batista, gerente-geral da Support Glass, empresa que representa no Brasil a italiana Idrotecnica, especialista em sistemas de tratamento. “Além do risco relacionado ao produto final, a má qualidade da água no sistema pode ocasionar corrosão e entupimentos dos maquinários, resultando em tempo de inatividade e custos elevados de manutenção.”

Como reforça Genilson Muniz do Nascimento, diretor da Muniz Representações, distribuidora exclusiva dos produtos da também italiana IMMMES em nosso país, a cultura de sustentabilidade ambiental e as regulamentações legais sobre o assunto exigem cada vez mais que as empresas consumidoras de água adotem sistemas adequados para garantir a reutilização de águas residuais. “Isso passa necessariamente por um sistema de filtragem que garanta, ao mesmo tempo, a extração do pó de vidro presente e o retorno de uma água de boa qualidade para as máquinas – ainda mais se forem de alta tecnologia, como os CNC, que, pela delicadeza de seus circuitos de refrigeração, exigem água extremamente limpa”, afirma.

Uma processadora que tenha um bom sistema de filtragem irá gerar redução de custos por vários outros motivos, incluindo trabalhar em circuito fechado, não utilizando água nova a todo momento, e economizar nas ferramentas diamantadas, as quais podem ter a vida útil aumentada em até 20% quando em contato com água limpa.

 

A qualidade da água impacta diretamente os processos e a qualidade do vidro: a presença de minerais, impurezas e contaminantes pode causar defeitos nos maquinários e nas peças do material (foto: Thiago Borges)
A qualidade da água impacta diretamente os processos e a qualidade do vidro: a presença de minerais, impurezas e contaminantes pode causar defeitos nos maquinários e nas peças do material (foto: Thiago Borges)

 

Qualidade líquida
Quais seriam os critérios para se medir a qualidade da água? Como aponta Uember Arantes, sócio-administrador da Metalúrgica Amaral, o pH da água é elemento-chave: “O vidro tem em sua composição o hidróxido de sódio, também chamado simplesmente de soda. Por esse motivo, os efluentes da indústria vidreira ficam alcalinos, com pH alto. Então, sempre será necessário fazer a correção desse pH, deixando a água neutralizada”.

Como os sistemas funcionam
Cada fabricante de sistemas de tratamento conta com padrões próprios de tecnologia. O processo consiste em várias etapas destinadas a garantir a pureza e a qualidade da água, e pode incluir diversos estágios, conforme indica Jaqueline Batista, da Support Glass.

  • Pré-filtração com Filtro de Carvão Ativado (FCA): tem a função de remover cloro, matéria orgânica e outros contaminantes;
  • Tratamento químico: inclusão de produtos químicos para ajustar o pH da água e prevenir corrosão e incrustações. Nesse momento, é usado um fluido refrigerante, que serve para diminuir o atrito das ferramentas de perfuração ou desbastes com o vidro;
  • Osmose reversa: tecnologia para desmineralizar a água, removendo sais e outras impurezas dissolvidas nela;
  • Desinfecção UV: esteriliza a água tratada usando luz ultravioleta, eliminando bactérias e vírus residuais;
  • Desmineralização por troca iônica: por meio de resinas de troca iônica, remove íons de cálcio e magnésio, além de impurezas não removidas pela osmose reversa.

Além disso, outros equipamentos podem fazer parte do sistema: bombas, tanques de armazenamento, filtros e descalcificadores, entre outros.

Mantendo tudo em perfeito estado
Nascimento, da Muniz Representações, explica que esses sistemas são verdadeiras joias tecnológicas, concebidos para realizar as fases de trabalho da forma mais autônoma possível. “No entanto, para manter tais equipamentos eficientes, é necessário seguir um programa de manutenções e verificações. Todas as operações são simples, ao alcance dos responsáveis pela manutenção da fábrica, e bem suportadas por serviços de controle remoto.”

O processo de manutenção inclui:

  • Monitoramento: inspeções regulares dos componentes do sistema para identificar desgastes, vazamentos ou outros problemas;
  • Substituição de filtros: troca periódica dos filtros de areia, carvão ativado e outros elementos filtrantes, conforme a necessidade e o nível de contaminação da água (de acordo com o manual dos equipamentos);
  • Limpeza de membranas: procedimentos de limpeza para as membranas de osmose reversa para remover incrustações e biofilmes, garantindo sua eficiência;
  • Controle químico: verificação e ajuste dos níveis de produtos químicos adicionados à água para manter o pH adequado, prevenindo corrosão e incrustações;
  • Calibração de equipamentos: regulagem frequente dos sensores e instrumentos de medição para garantir a precisão dos dados de operação.

 

Além de sistemas de tratamento para a água usada no beneficiamento, é importante cuidar de todo o consumo desse insumo na fábrica (foto: Thiago Borges)
Além de sistemas de tratamento para a água usada no beneficiamento, é importante cuidar de todo o consumo desse insumo na fábrica (foto: Thiago Borges)

 

Poupando o insumo (e dinheiro também)
Uma processadora não gasta água apenas durante o beneficiamento: existe a limpeza e manutenção da fábrica, sanitários e outros usos que podem, e devem, ser olhados com atenção.

1 – Identifique vazamentos
Um pequeno furo de apenas 2 mm de diâmetro num encanamento desperdiça até 3.200 litros de água em um dia. Para observar a existência de vazamentos, siga estes passos:

  • Feche bem todas as torneiras, desligue os aparelhos que usam água e não use os sanitários;
  • Anote o número que aparece no hidrômetro ou marque a posição do ponteiro do equipamento;
  • Após uma hora, verifique se o número mudou ou o ponteiro se movimentou;
  • Em caso positivo, existe vazamento na sua empresa. Nesse caso, procure uma empresa especializada para consertá-lo.

2 – Adote equipamentos econômicos
Na hora de comprar maquinários, verifique o consumo de água necessário para o funcionamento de cada um. Hoje, a maioria das fabricantes conta com soluções econômicas. Não se esqueça ainda de mudanças em pequena escala, como a instalação de torneiras automáticas – elas permitem uma redução de até 20% no consumo de água em relação à torneira convencional.

3 – Reaproveite a água sempre que possível
Embora seja imprópria para consumo, a água de reúso pode ser utilizada em diversas aplicações, como lavagem de pátios.

4 – Não se esqueça das medidas básicas
Desligue todos os dispositivos como mangueiras e torneiras quando não estão sendo usados. Já no caso de limpeza, analise se é realmente necessário usar água ou se o trabalho pode ser feito com vassoura ou balde e pano.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Panorama Abravidro 2024

A Abravidro criou, em 2012, o Panorama Abravidro. O documento é publicado anualmente e traz dados atualizados do mercado brasileiro, incluindo informações sobre as indústrias de base e de transformação, assim como os números da produção de vidro no País, faturamento, balança comercial internacional, entre outras. Para se chegar aos dados divulgados no documento, a Abravidro convida empresas a participarem de uma pesquisa. Os resultados são consolidados pela GPM Consultoria Econômica, contratada para apurar as informações do setor e relacioná-las com a Pesquisa Industrial Anual do IBGE, números oficiais de importação e exportação do governo, além de declarações da indústria de base à revista O Vidroplano.

Confira os números do Panorama Abravidro 2024

O Vidroplano já havia comentado na matéria especial de janeiro, sobre as expectativas das empresas vidreiras para 2024, que o ano passado tinha sido “morno”. Pois agora, com os dados da edição do Panorama Abravidro que acaba de sair do forno, dá para atualizar a análise: 2023 foi um ano gelado para nosso mercado, só um pouquinho melhor que 2022, marcando queda (considerável) no faturamento e queda (pequena) na produção.

Cultura de dados
Desenvolvido pela Abravidro e publicado desde 2012, o Panorama é o único estudo econômico e produtivo do setor vidreiro. Ele fornece informações valiosas para as empresas definirem suas ações ao longo do ano, permitindo ainda a comparação de desempenho com o do restante do mercado – com isso, é possível identificar oportunidades e desafios para tomar decisões estratégicas. Além disso, a pesquisa gera dados que permitem que a Abravidro siga identificando os principais gargalos do segmento e busque soluções para superá-los, fortalecendo a competitividade da indústria de vidros planos.

Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro, agradece às empresas respondentes neste ano: “Com o apoio de vocês, a Abravidro segue na construção de uma cultura de dados vidreira, de forma que consigamos monitorar a dinâmica do mercado e usar essas informações para construir um ambiente de negócios melhor para nossas empresas”. A seguir, veja a análise dos principais indicadores do estudo.

Sobre o Panorama Abravidro 2024

  • Dados referentes ao exercício de 2023
  • Pesquisa realizada pela GPM Consultoria Econômica
  • Perfil da amostra: 46 empresas, representando 20% do mercado brasileiro de vidro processado não automotivo
  • Período da coleta de dados: janeiro a abril de 2024

PARTICIPAÇÃO POR PRODUTO

  • Líder isolado: é a maior participação do temperado na série histórica do Panorama, crescendo quase 1,5% em relação a 2022;
  • O produto firma-se, mais do que nunca, como a principal âncora da cadeia de processamento;
  • Por outro lado, a participação dos espelhos cai pelo terceiro ano seguido – embora a 2ª posição no ranking não seja ameaçada pelos laminados, os quais também marcaram queda na comparação com 2022.

FATURAMENTO (R$ milhões/ano)

  • Segundo ano seguido em que o faturamento do setor cai, o que denota um processo de deflação e acomodação no pós-pandemia;
  • O resultado do temperado é um dos mais curiosos: o faturamento teve queda considerável (10,1%), enquanto a produção teve pequena alta (0,5%);
  • Com baixa de 15,3%, os espelhos registraram a maior queda de faturamento entre os processados.

PRODUÇÃO (m²)

  • A produção caiu pelo segundo ano seguido, mas em ritmo menor em relação a 2022;
  • No entanto, voltamos ao patamar da crise de 2016. Desde aquele ano temos andado de lado, com exceção do período da pandemia;
  • A queda na produção dos laminados encerrou uma sequência de alta de 30% em quatro anos no consumo desses produtos;
  • Vale notar ainda o crescimento dos tampos e dos insulados, embora esses últimos ainda representem bem pouco no consumo geral de vidros.

MÃO DE OBRA EMPREGADA

  • O número de empregados voltou a crescer após cair em 2022;
  • Apesar da boa notícia, o ritmo do aumento é mais lento do que em anos anteriores.

PRODUTIVIDADE

  • A produtividade é calculada por meio da divisão da produção total em m² pelo número de funcionários por mês;
  • 2023 teve 149,3 m² processados por funcionário ao mês;
  • O indicador está em viés de queda desde 2021. Ano passado, atingiu a pior marca da série histórica;
  • Nos últimos dez anos, só houve crescimento na produtividade das empresas em 2015 e 2020.

Este texto foi originalmente publicado na edição 617 (maio de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Reprodução

Seguindo em frente

rafaelribeiro-mai2024Em maio, a revista O Vidroplano tradicionalmente é acompanhada do encarte do Panorama Abravidro, estudo econômico já consolidado como instrumento de análise do mercado vidreiro brasileiro. E este ano não é diferente: você tem em mãos a 13ª edição do documento, com os dados de 2023. Deixo aqui um agradecimento especial aos representantes das empresas que atenderam o nosso chamado e responderam ao questionário que alimenta o nosso Panorama. Os números preocupam: todos os principais indicadores estão em queda. Recomendo a você, meu colega industrial, que leia o documento, aproprie-se dos números e compare-os com os resultados da sua empresa. É um exercício importante para que possamos entender o difícil momento que atravessamos e passar a buscar soluções com responsabilidade.

E por falar em momento difícil, não posso deixar de mencionar o desastre que atravessamos aqui no Rio Grande do Sul, muito pior do que o amplamente divulgado na televisão ou nas redes sociais. Além da tragédia humana, com a perda de centenas de vidas, e o enorme saldo de desabrigados, o impacto na economia do Estado será desastroso. Empresas do nosso setor foram também afetadas. Vamos precisar de bastante resiliência para avançar nos próximos meses. A quem quiser ajudar financeiramente a população do nosso Estado, a Abravidro e o Sindividros-RS recomendam doações para a Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais, ação realizada pelo Sistema Fiergs e sindicatos industriais da região.

Feitos esses registros, é hora de falar de coisas boas: o Prêmio Abravidro Glass South America, iniciativa criada em parceria com a NürnbergMesse Brasil foi um sucesso! Mais de 100 empresas se inscreveram para participar da premiação. A fase de júri popular somou quase 6 mil votos e mostrou a força e o engajamento da cadeia vidreira para celebrar as empresas que fazem o mercado vidreiro acontecer. Os vencedores serão conhecidos no dia 12 de junho, durante a Glass South America.

Me despeço fazendo um convite a você, leitor: venha participar da feira; este ano ela estará em sua 15ª edição! É uma excelente oportunidade para conhecer as novidades, rever colegas, clientes e fornecedores e se atualizar. A mostra terá inúmeras novidades, como a Arena de Conteúdo, E-squadria Show e outros eventos paralelos. E não deixe de passar no estande da Abravidro para conversar com nossa equipe, saber das novidades do Educavidro e garantir sua vaga no Simpovidro. Estarei lá esperando você!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 617 (maio de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

PIB da indústria de transformação teve queda em 2023

Em meio ao bom resultado do Produto Interno Bruto (PIB) nacional de 2023 (crescimento de 2,9%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, no começo deste mês), um número chamou a atenção: a indústria de transformação marcou queda de 1,3%, mesmo com a alta de 1,6% da indústria geral. Esse é justamente o segmento em que as processadoras vidreiras atuam – o que acende um sinal de preocupação em relação ao desempenho do ano passado, que será medido na edição deste ano do Panorama Abravidro, a ser publicada em maio.

Nas páginas a seguir, O Vidroplano tenta entender o que esse dado significa para nossas empresas, analisando os gargalos encontrados na indústria vidreira, e qual a forma de superá-los.

O que o PIB mostra
Segundo o IBGE, entre os destaques positivos da indústria estão o segmento extrativo, com crescimento de 8,7%, causado pela alta na extração de petróleo, gás natural e minério de ferro, graças à alta nos preços internacionais dessas commodities. Também foram relevantes para o desempenho as operações de eletricidade, gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos (+6,5%), influenciadas pela melhora nas condições hídricas na comparação com 2022 e pelo aumento da temperatura associado ao fenômeno natural El Niño.

Já o desempenho da indústria de transformação sofreu com a baixa na fabricação de produtos químicos, máquinas e equipamentos, metalurgia e indústria automotiva (este último é um mercado importante no consumo de vidro). O PIB da construção civil também caiu (0,5%), resultado influenciado pelo recuo na produção de insumos típicos e na ocupação.

Para ficar de olho
De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a situação da indústria de transformação é delicada e precisa ser observada de perto: nos últimos dez anos, esse segmento fechou em queda sete vezes. “É uma economia puxada pelo agro e pela indústria extrativa, que são setores primários. Ambos são muito importantes, mas uma cadeira não fica em pé só com uma perna”, analisou o economista-chefe da federação, Igor Rocha, em entrevista ao jornal Valor Econômico. “Quando pensamos em crescimento sustentável, de longo prazo, para sair da média e virar país de renda alta, a composição do PIB é muito preocupante.”

Para a entidade, a carga tributária sobre o ramo é maior que na comparação com outros setores, o que pode dificultar a definição de novas alíquotas dentro da reforma tributária. “É uma pena, sobretudo no momento em que a indústria de transformação está no holofote global. Poderíamos estar aproveitando o ritmo da transformação ecológica e energética, mas vemos um enfraquecimento relevante quando deveria ser fortalecida”, comentou Rocha durante a mesma entrevista.

Para este ano, a Fiesp aposta em crescimento de 1% na indústria de transformação – o que poderia até representar um alívio, não fossem os problemas enfrentados atualmente.

E o nosso setor?
Como explica Sérgio Goldbaum, economista da GPM Consultoria (empresa responsável pela análise do Panorama Abravidro e Termômetro), 2023 foi um período relativamente difícil para o segmento, com desaquecimento da demanda e aumento da competição com grande volume de vidros importados entrando no País: “Mesmo assim, o desempenho do setor ao longo do ano indicou relativa estabilidade, ainda que em nível inferior a 2022. Para o setor voltar a crescer, a demanda precisa ser reativada”.

O atual ciclo de redução da taxa de juros e o anúncio de medidas de uma política industrial mais ativa, realizada no começo deste ano, podem sinalizar alguma esperança. “Novos investimentos privados em alguns setores consumidores da indústria vidreira, como o automotivo, parecem reforçar essa possibilidade”, afirma Goldbaum.

Por falar em esperança, vale olhar para os dados do Termômetro deste início de ano. “Na comparação com os últimos dois anos, 2024 inicia com uma redução de consumo sazonal não tão expressiva. Em janeiro, tivemos um resultado positivo maior que em 2022 e 2023”, analisa Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro. “Já em fevereiro, apesar do número negativo, a queda foi menor do que os números do mesmo período nos anos de 2022 e 2023”.

Será um vislumbre do início de tração do setor para 2024? “É um pouco cedo para sinalizar uma retomada”, reflete Goldbaum. “A Sondagem Indústria da Construção, divulgada pela CNI em janeiro, aponta que as expectativas para os próximos meses recuaram, mas seguem positivas. Ao mesmo tempo, a principal manchete da publicação informa que a atividade e emprego apresentaram comportamento acima do esperado. Então, o estudo sinaliza ceticismo em relação ao futuro e surpresa com o resultado presente.”

Panorama Abravidro: processador, participe do estudo!
Existe uma forma de medir o desempenho da indústria de transformação vidreira: o Panorama Abravidro. Criado em 2012, o principal estudo econômico do mercado de vidros no Brasil é uma publicação anual que contém dados atualizados sobre diversos aspectos do setor, incluindo faturamento da cadeia de processamento, volume produzido, itens processados mais fabricados e produtividade média das empresas, entre outros.

Diversos elos da cadeia se beneficiam com o Panorama. Para as processadoras, por exemplo, o estudo oferece a possibilidade de comparar resultados individuais com a média do setor, avaliando eventuais pontos de melhoria e correções de rota necessárias. Para fornecedores de equipamentos, insumos e acessórios, os dados ajudam a entender o atual cenário de negócios, além de trazer qual o humor para o ano vigente na parte qualitativa da pesquisa.

Este texto foi originalmente publicado na edição 615 (março de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: romul014/stock.adobe.com

Setor vidreiro aponta perspectivas para 2024

Como já virou tradição em O Vidroplano, janeiro é tempo de analisar o ano que passou e medir as expectativas para o que começa. Para definir 2023, talvez o termo correto seja “morno”. A esperança de vários setores consumidores de vidro é de que 2024 possa colher algum aquecimento, resultado no corte de juros e investimentos em programas de habitação anunciados pelo governo federal – o que significa maior demanda para nossos produtos.

Nas próximas páginas, confira alguns indicadores econômicos relevantes para a cadeia vidreira e a opinião de nossas empresas sobre as expectativas para os próximos doze meses.

Economia e indústria
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), assim que os indicadores relativos a 2023 fecharem, a economia nacional mostrará um ano melhor do que o esperado. A entidade revisou para cima o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), projetando aumento de 3,3%. Essa foi a segunda reavaliação positiva do ano.

Apesar disso, a alta não atingirá todos os segmentos produtivos. A indústria de transformação, por exemplo, deve marcar queda de 0,5%. Essa retração ocorre pela diminuição da demanda e da produção, sendo mais forte em setores mais sensíveis ao crédito.

Para 2024, a CNI prevê expansão do PIB em 1,7%. “O crescimento sustentado da economia está diretamente ligado ao aumento do investimento. E a agenda da economia verde, da sustentabilidade, da pesquisa e inovação e da transformação digital indicam o caminho para que o Brasil atraia indústrias e desenvolva infraestrutura para fazer a transição para uma economia de baixo carbono”, afirma Ricardo Alban, presidente da confederação. “O País está muito bem posicionado para ser protagonista dessa neoindustrialização, o que pode ser alcançado pela definição de uma política industrial bem estruturada e com foco em superar os desafios de nossa sociedade.”

O otimismo do setor industrial é revelado pelo Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) deste mês: avanço de 2,2 pontos, alcançando 53,2 pontos. É o segundo mês consecutivo de avanço da confiança do segmento.

Construção
Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a indústria da construção deve marcar queda de 0,5% em 2023 – esse desempenho ficaria abaixo das expectativas projetadas em janeiro passado, que apontavam crescimento de 2,5%. “Quando a economia de um país apresenta taxas de juros elevadas, é inevitável que isso tenha um custo, manifestando-se na desaceleração de diversos setores produtivos. A conta dos juros altos na economia chegou para a construção civil”, analisou Ieda Vasconcelos, economista da entidade, na encontro com a imprensa para a apresentação dos dados, realizado no dia 8.

Para 2024, a CBIC prevê crescimento de 1,3% para o setor. Os fatores que podem contribuir para isso incluem a continuidade do processo da queda de juros e o avanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), além do novo ciclo do programa Minha Casa, Minha Vida. Uma prova de que as coisas devem melhorar é o nível de atividade da construção no terceiro trimestre, que atingiu 14,04%, número acima do período pré-pandemia – mas ainda 20% inferior ao pico do segmento, em 2014.

Automotivo
Para a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 2023 teve aumento relevante no mercado interno, estabilidade na produção e queda nas exportações. O ano deverá fechar com 2,29 milhões de emplacamentos, o que representa alta de 8,8% sobre 2022. A produção mostrou recuo de 0,5%, muito em função da queda nas exportações e do aumento relevante das importações.

Para 2024, a estimativa é que essa cadeia siga crescendo. A Anfavea projeta vendas de 2,450 milhões de autoveículos (aumento de 7%) e produção de 2,470 milhões de unidades (aumento de 4,7%). “Precisamos de todo o esforço conjunto das empresas e da sociedade para aumentar nossa produtividade, mas acredito que só em 2026 recuperaremos os níveis registrados antes da pandemia”, comenta Márcio de Lima Leite, presidente da entidade.

 

Foto: Sodel Vladyslav/stock.adobe.com
Foto: Sodel Vladyslav/stock.adobe.com

 

Como isso influencia o setor vidreiro?
Não basta só saber o desempenho das principais cadeias consumidoras de vidro: é preciso analisar o que esses números podem representar para nosso segmento.

De acordo com a economista Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), a divulgação do PIB do terceiro trimestre trouxe uma boa surpresa – afinal, várias projeções apontavam queda, mas o resultado foi de ligeiro crescimento, suficiente para um respiro das atividades econômicas. No entanto, houve uma surpresa negativa: queda de 3,8% no PIB da construção, praticamente enterrando as possibilidades de um ano positivo nesse setor em 2023.

“A gente precisa olhar esse número com atenção. Quando se fala em PIB da construção, são duas partes com dinâmicas diferentes: a produção formalizada (construtoras, incorporadas) e a autoconstrução, somada com os pequenos empreiteiros, o chamado mercado ‘formiguinha’”, explica Ana Maria Castelo. “Para a parte ‘formal’, não foi um ano de crescimento robusto, mas houve crescimento, apesar dos desafios. Para um setor que depende de financiamentos, as taxas de juros elevadas ajudaram na redução das vendas do mercado imobiliário. É possível dizer que foi um ano de resiliência.” Investimentos públicos em infraestrutura, principalmente no âmbito municipal em um ano pré-eleitoral, contribuíram para isso.

Qual foi, então, o problema refletido pelo PIB da construção? “O problema veio do lado ‘formiguinha’, pois o consumo das famílias foi direcionado prioritariamente para serviços”, conta Ana. “O setor de materiais de construção sofreu em 2023. O preço até registrou deflação, mas, na comparação com antes da pandemia, segue alto. Houve uma antecipação da demanda por pequenas reformas em 2020 e 2021 – e agora estamos vivendo uma espécie de ressaca passada essa onda.”

Com a queda da taxa de juros, forma-se uma perspectiva para a diminuição dos preços dos materiais e uma melhora no quadro de endividamento das famílias, o que pode contribuir para uma pequena melhora da construção em 2024. “Pelo quadro desafiador encontrado, não dá pra esperar nenhum resultado excepcional, mas estamos com projeção de crescimento de 2,9% para o PIB da construção, novamente puxado pelo setor formal, mas com o consumo ‘formiga’ também crescendo; 1,5% para o varejo de materiais; e 2% para a indústria de materiais”, revela Ana.

A economista deixa ainda mais uma mensagem ao setor vidreiro: “Vale olhar para um segmento imobiliário que tem tido mais dificuldade para avançar, o comercial. O home office gerou um impacto grande nesse mercado. Não vejo uma perspectiva de recuperação para este ano: talvez para 2025 tenhamos um crescimento nos investimentos”.

 

Expectativas em banho-maria
Conversamos com Sérgio Goldbaum, economista da GPM Consultoria Econômica, empresa responsável pelo Panorama Abravidro e pelo Termômetro, para entender o que nos espera em 2024.

  • Estudando os dados do Termômetro Abravidro em 2023, o que podemos entender sobre o setor vidreiro ao longo do ano passado?

O estudo indica que 2023 foi um ano morno para o setor. A atividade econômica vinha caindo após dois ou três anos de relativo aquecimento e parece ter se estabilizado a partir de abril.

Essa relativa estabilidade está em consonância com os indicadores de atividade econômica disponíveis. Por exemplo, o índice da produção industrial mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a fabricação de vidros e produtos de vidro também mostrou relativa estabilidade. Mas observa-se esse mesmo movimento nos indicadores de produção física de automóveis, móveis, eletrodomésticos e, especialmente, no de vendas de material de construção – setores consumidores de vidros processados.

Além disso, observamos ao longo do ano variações mensais compatíveis com os efeitos sazonais: quedas relevantes em fevereiro, abril e dezembro devido a feriados e aumentos em março, maio e novembro. A partir de 2024, começaremos a aplicar a metodologia de dessazonalização nos dados mensais do Termômetro, o que gradualmente permitirá ter uma ideia da atividade econômica já descontados tais efeitos sazonais.

  • O que as empresas vidreiras podem aguardar para o novo ano?

A princípio, o panorama geral para 2024 sugere desaquecimento ou manutenção da relativa estabilidade. O Índice de Confiança da Construção da Sondagem da Construção do FGV Ibre em dezembro se manteve estável, variando apenas -0,2 ponto percentual em relação a novembro, cujo resultado também havia sido de estabilidade. Entre os fatores limitativos à melhoria dos negócios foram citados a competição no próprio setor, demanda insuficiente, acesso ao crédito bancário e o custo da mão de obra e de matérias-primas.

A Sondagem da Indústria da Construção, outro indicador da CNI, relativo a novembro, aponta trajetória de queda gradual do setor desde março. O número de empregados cai de maneira gradual desde julho. E esse mesmo estudo cravou em neutralidade as expectativas referentes ao nível de atividade, aos novos empreendimentos e serviços, às compras de matéria-prima e ao número de empregados.

Destacamos que a queda da taxa de juros no Brasil tem sido gradual, e que seus efeitos são defasados no tempo. Sendo assim, a expectativa é de manutenção de um ano pouco aquecido, com viés de baixa.

 

A visão vidreira
Agora é hora de saber a opinião das companhias de nosso setor. Nesta página, confira o que disseram empresas de diversos elos da cadeia (incluindo fabricantes de ferramentas, fabricantes de maquinários e distribuidoras de equipamentos); nas próximas, veja os comentários das usinas de base.

  • Diamanfer
    “2023 foi um ano de muito trabalho, muita atenção à gestão, à procura de soluções para os custos. O setor perdeu velocidade, os negócios diminuíram, mas o resultado acabou sendo satisfatório, pois cobriu todas as contas e investimentos. Continuamos com a empresa muito saudável e esperamos para 2024, no mínimo, a mesma situação. É difícil ter perspectivas, já que muita coisa depende de decisões de governo, do rumo da economia. Mas nós sempre fomos otimistas, estamos nos preparando para uma retomada. Vamos com responsabilidade, tomando decisões corretas, para não nos precipitarmos. Eu percebo algum movimento, alguns setores um pouco melhores. É torcer para que isso aumente.”
    José Pedro Ruiz, diretor-comercial
  • Glassparts
    “No setor de equipamentos, 2023 foi relativamente bom, apesar das incertezas geradas pela política. Tivemos vendas moderadas no início do ano e mais acentuadas a partir do segundo semestre, as quais ficaram aquecidas até o final de dezembro. No balanço geral, esse foi um período muito favorável, que equilibrou o ano, superando até 2022. Para 2024, estamos otimistas, pois notamos que o mercado já se acomodou e digeriu as mudanças políticas. Outra razão para isso é que 2024 contará com as principais feiras de nosso segmento, o que gerará muitas oportunidades de negócios.”
    Ricardo Costa, diretor
  • GR Gusmão
    “De forma geral, 2023 foi um ano difícil para o nosso país. Realmente não foram tomadas as devidas providências pelos governantes, e o mercado ficou muito restrito. Aqueles que atingiram suas metas conseguiram isso no limite – como nós. Então, esperamos que atitudes possam tirar o freio de mão do comércio e da indústria. Para 2024, as expectativas são grandes, principalmente as relativas à queda nos juros, facilitando financiamentos, para que a construção aqueça e a indústria vidreira possa retomar seus trabalhos. Desejo um ano de muito otimismo para todos os colegas do ramo vidreiro.”
    Yveraldo Gusmão, diretor
  • Sglass
    “Surpreendentemente, tivemos bons resultados em 2023, apesar do cenário político e econômico. Em relação a 2022, ocorreu uma queda de faturamento na casa dos 10%, mas mesmo assim consideramos esse resultado satisfatório. Para 2024, esperamos que haja uma retomada, visto que teremos a feira Glass South America, para alavancar os negócios, inclusive no exterior, em locais como Américas do Sul e Central e até mesmo do Norte e Europa.”
    Sandro Eduardo Henriques, diretor

 

AGC
Isidoro Lopes, Elton Lemos e Mauro Gallo, executivos

  • Saldo dos negócios em 2023
    “Foi um período de demanda conservadora, com muita dificuldade para alavancar volumes e bastante disputa de preços. Diante desse cenário, fechamos 2023 com volume de vendas menor que em 2022. O primeiro semestre foi marcado por empresários e sociedade observando as medidas do novo governo e a economia passando por um processo de ‘esfriamento’ para combater a inflação.”
  • Dificuldades encontradas em 2023
    “O maior desafio foi a gestão comercial na busca pelo melhor equilíbrio entre volume, mix e preço – sempre com o objetivo de manter níveis salutares de negociação junto aos clientes. Ano passado tivemos a elevação dos custos do gás natural e combustível: o diesel aumentou em torno de 23% na média nacional, o que dificultou bastante manter esse equilíbrio. O Brasil vem passando por um processo de ajuste fiscal pelas receitas, com aumento de impostos em setores da economia, o que faz reduzir a demanda, especialmente de bens duráveis.”
  • Como encarar o aumento no volume de vidros importados
    “Isso é algo histórico e até natural no mercado, principalmente quando temos uma combinação de performance econômica asiática com baixo consumo, aumentando a oferta para fora da região + custo de frete baixo e câmbio estável.”
  • Expectativas para 2024
    “Entendemos que o mercado estará conservador, com pequeno crescimento, principalmente no início do ano. Vislumbramos um segundo semestre mais aquecido e estamos nos preparando para isso. A expectativa é de um crescimento moderado em 2024 em relação a 2023.”
  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “A construção deverá continuar crescendo, mesmo que em uma velocidade menor que a de 2021, sendo um dos motores propulsores da economia. Devemos ter aumento na confiança da indústria e dos consumidores, pelo melhor entendimento da política fiscal e macroeconômica, vendo uma retomada de lançamentos de projetos na construção e infraestrutura. No automotivo, assim como foi em 2023, temos excelentes expectativas de crescimento, tanto da produção como do mercado de reposição. Os segmentos moveleiro e de linha branca possuem fatores para também acreditarmos no crescimento, porém ainda a depender bastante das políticas sociais.”
  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “Foco na competitividade com comportamento ético, parcerias sólidas e reforço das boas práticas de governança ESG.”
  • Recado para o setor
    “Como sempre, devemos buscar eliminar desperdícios nos processos, focando na qualidade e valorização do nosso produto e na correta aplicação das normas. A maioria dos setores passa por ciclos e ajustes, e com o setor vidreiro não é diferente.”

 

CEBRACE
Lucas Malfetano e Manuel Corrêa, executivos

  • Saldo dos negócios em 2023
    “Reconhecemos que foi um ano difícil, comercialmente falando. Mas podemos ver com otimismo o saldo de 2023. Consideramos bem-sucedidos o reparo da linha de produção de Barra Velha (SC) e o projeto inovador de integrar a produção de texturizados à linha float, agora fabricando produtos em maior dimensão e de forma mais sustentável.
    2023 marca a história da Cebrace em relação à inovação e à aceleração dos projetos de sustentabilidade. Foram muitas ações que se iniciaram e avançaram no ano passado rumo ao cumprimento das nossas metas: obtivemos a Declaração Ambiental de Produto (EDP), sendo a primeira indústria do Brasil a conquistar essa documentação que apresenta a análise de ciclo de vida de nosso produto; fomos, ainda, a primeira indústria de vidro plano das Américas a usar biometano como fonte de energia para os fornos de produção. Também iniciamos a renovação gradual da nossa frota, a partir da utilização de veículos inloader a gás, acelerando a nossa redução de CO₂.
    Além disso, a Rede Habitat completou onze anos, consolidando-se como uma rede de soluções com vidros de proteção solar para residências cada vez mais avançada em todo o território nacional. E não podemos nos esquecer de que o GlassTruck circulou por todo o Brasil, levando um showroom móvel ao local de obras. Em relação a produtos, vimos a evolução do Cebrace ThermoVision na participação de projetos na indústria de refrigeração e linha branca. Portanto, a Cebrace manteve seus investimentos e projetos independentemente das oscilações
    de mercado.”
  • Dificuldades encontradas em 2023
    “O mercado esteve estagnado, ainda sentindo os juros altos e as incertezas do cenário macroeconômico dos anos anteriores. Houve um aumento significativo de vidros importados e também de uma concorrência desleal. Mantivemos o nosso esforço no combate aos descaminhos fiscais e na busca pela simplificação tributária. Mesmo com essas dificuldades, apoiamos a atuação da Abravidro com o Grupo de Trabalho Tributário (GTT) e Grupo de Trabalho Concorrencial (GTC) para encontrar soluções para essas questões.”
  • Como encarar o aumento no volume de vidros importados
    “Vários setores da economia – como aço, alumínio – estão sofrendo o impacto das importações, assim como da concorrência desleal. O governo precisa revisitar a questão tributária das importações em relação à da produção e do emprego nacional.”
  • Expectativas para 2024
    “Esperamos crescimento. Após dois anos difíceis para o setor, acreditamos que a queda da taxa de juros vai impulsionar um pouco mais o mercado.”
  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “Esperamos um crescimento de forma geral, com pouca diferença entre os setores.”
  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “As empresas vidreiras que mantiverem os esforços em capacitação dos profissionais e na qualidade dos serviços prestados, enxergando o espaço que os vidros de valor agregado têm para crescer, estarão alinhadas com o crescimento do mercado.”
  • Como está a produção de texturizados em Barra Velha e qual a expectativa para esse mercado
    “A produção começou em outubro, então ainda estamos em progresso. No momento, elaboramos novidades para acompanhar as tendências em design nesse segmento e em breve vamos compartilhar com o mercado.”
  • Recado para o setor
    “É sabida a importância de sermos cooperativos, de nos unirmos em prol do crescimento do mercado. Por isso, reforçamos nosso compromisso com a plataforma Educavidro e convidamos todos do setor a colaborar com as associações, seja participando de forma ativa dos programas de capacitação ou dos Grupos de Trabalho que buscam combater a sonegação fiscal, por exemplo. O trabalho das associações se mostra extremamente relevante também junto ao consumidor final, para inspirar novos usos dos vidros e espelhos, como é o caso da incrível experiência imersiva Mar de Espelhos, realizada pelo Instituto do Vidro com vidros Cebrace no AquaRio, no Rio de Janeiro. Em 2024, quando a Cebrace celebra cinquenta anos, esse recado é ainda mais especial. É hora de acelerar os projetos que vão tirar do papel o nosso futuro, e isso só é possível quando caminhamos lado a lado.”

 

GUARDIAN
Renato Poty, diretor-executivo na América do Sul

  • Saldo dos negócios em 2023
    “Observamos que o ano foi desafiador para todo o mercado da construção, com os indicadores econômicos apontando uma retração em relação a 2022. Dentro desse contexto, o desempenho da Guardian não foi diferente. Buscamos equalizar as fábricas para atender essa demanda menor. Também foi importante aumentar os esforços na estratégia de oferecer ao mercado produtos de maior valor agregado, como vidros de controle solar, pintados, laminados e espelhos, e apoiar nossos clientes a buscar diferenciação e resultados superiores.”
  • Dificuldades encontradas em 2023
    “A principal dificuldade foi balancear a oferta a essa demanda menor, bem aquém dos últimos anos. O cenário de retração foi um fenômeno global, impactando o mercado brasileiro com uma maior entrada de vidro importado. Nesse contexto, itens importantes que compõem o custo de produção tiveram inflação significativa, exigindo uma gestão interna mais eficiente para nos mantermos competitivos considerando a oferta disponível e custo de produção. Vamos continuar trabalhando em produtos inovadores e de maior valor agregado para levar soluções mais adequadas e diferenciadas. Dessa forma, respondemos aos desafios criados pela entrada mais expressiva dos importados. Também seguiremos enfatizando a qualidade, transparência e segurança de nossa operação. O plano para 2024 inclui ainda melhorar o atendimento, ganhar ainda mais agilidade e flexibilidade para atender
    nossos clientes.”
  • Como encarar o aumento no volume de vidros importados
    “A entrada de volumes elevados de vidro importado ocorre devido à retração da demanda global, que levou outros países produtores a buscar escoar mais fortemente seu produto para outros mercados, como o Brasil, especialmente. Desde 2020, nosso país vinha com uma balança comercial mais favorável ao nosso setor, com as exportações superando as importações. Em 2023, o cenário se inverteu. Mas é importante que o setor vidreiro busque outros mercados. Somos um país com um nível de produto diferenciado, de alto valor agregado e com tecnologia, e que se beneficia de uma matriz energética mais limpa. Para a Guardian, a ampliação das exportações é uma oportunidade em 2024.”
  • Expectativas para 2024
    “O ano começa com uma perspectiva positiva, seguindo a tendência que observamos no final de 2023. Ainda que de forma moderada, temos visto um aquecimento do mercado e prevemos um 2024 melhor, tanto por conta dos indicadores macroeconômicos como pela sinalização das reformas propostas pelo governo. São fatores que trazem mais confiança e contribuem para a retomada dos investimentos. Já sob o aspecto interno da empresa, a Guardian inicia 2024 com um fortalecimento dos negócios com os clientes, estoques equilibrados e investimentos em soluções inovadoras. No cenário externo, temos um contraponto, que é o risco de alta nas taxas de juros das economias desenvolvidas e uma escalada em conflitos, o que pode afetar a oferta e o preço das commodities.”
  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “Todos os mercados deverão ter uma dinâmica parecida, de acompanhar o crescimento da economia, impactados positivamente pela maior oferta de crédito e queda dos juros. Todos esses setores são de bens duráveis ou de capital, e que, na economia brasileira, dependem muito do acesso ao crédito para crescerem significativamente.”
  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “A importação deve continuar firme em 2024. Outra questão é a estrutura de custos de produção do vidro, diante da tendência de aumento no valor de insumos importantes no processo produtivo. É importante lembrar que, em 2024, ainda teremos esses insumos com valores muito superiores ao de anos anteriores, como barrilha, energia e serviços ainda impactados pelo desbalanço gerado desde a pandemia. Também estarão no centro da nossa atenção buscar melhorias em inovações para a produção. Caminhamos para a digitalização, a fim de melhorar processos, inclusive instalando uma plataforma online para pedidos.”
  • Recado para o setor
    “O vidro ainda tem muito espaço de crescimento e amadurecimento na indústria, quando comparamos com outros mercados globais. O consumo per capita no Brasil gira em torno de 8 kg por ano, enquanto na Europa é de 18 kg. A Guardian continuará focando em iniciativas para o desenvolvimento do setor, assim como na busca por competitividade de custos, eficiência energética, inovação e soluções de conforto aos consumidores de vidro plano.”

 

VIVIX
Henrique Lisboa, presidente

  • Saldo dos negócios em 2023
    “Tivemos um primeiro semestre de forte retração, com clientes relatando muitas dificuldades para girar estoques. Já no segundo semestre, o mercado começou a apresentar um melhor desempenho. Entretanto, os aspectos de aumento de custos e redução dos preços de vendas fizeram de 2023 um ano desafiador para o nosso setor.”
  • Dificuldades encontradas em 2023
    “A retração sem dúvida foi a maior dificuldade ao longo de 2023. A evolução do mercado trará soluções para parte das dificuldades, mas as empresas como um todo precisarão continuar evoluindo na gestão. Também deverá estar em foco o desenvolvimento dos colaboradores e da cadeia, assim como a promoção de novas iniciativas que contribuam para o aumento do consumo de vidros planos no País.”
  • Como encarar o aumento no volume de vidros importados
    “As importações fazem parte do ciclo e da vida dos nossos negócios. Porém, deveriam ser observados e seguidos os preços praticados no país produtor exportador. Caso contrário, são prejudiciais para todo o mercado.”
  • Expectativas para 2024
    “Esperamos um crescimento moderado do segmento de vidros planos e um cenário econômico um pouco mais favorável do que em 2023. Acreditamos que será o início de uma retomada de evolução do setor e trabalharemos juntos com nossos clientes para potencializarmos as oportunidades que estão por vir.”
  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “Temos acompanhado os indicadores da construção civil para este ano, indicando uma leve melhora decorrente, principalmente, de um cenário econômico mais favorável aos financiamentos. Entendemos que os setores moveleiro e de linha branca também serão beneficiados pelo mesmo motivo. Para o setor automotivo, que apresentou crescimento nas vendas em 2023, porém com estabilidade na produção devido aos altos estoques e redução das exportações, esperam-se números positivos, apontando para uma importante retomada na produção.”
  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “Entendemos que as empresas vidreiras deverão ficar atentas para a evolução na sua gestão e capacidade de adaptação aos novos cenários.”
  • Início da construção da 2ª planta
    “A decisão pela expansão da Vivix já foi tomada e divulgada. Em função da evolução da demanda do mercado vidreiro, a empresa adiou o início da construção da nossa 2ª planta. Investimos fortemente em todos os projetos para a construção dessa linha, os quais estão concluídos, assim como estão liberadas todas as licenças exigidas por lei para o início das obras. Estamos aguardando, com muita responsabilidade, o momento certo para as iniciarmos.”
  • Recado para o setor
    “A Vivix continuará procurando estar próxima dos clientes, evoluindo no mercado conjuntamente e nos mais diversos cenários. Este é um ano importante para a Vivix, quando a empresa completa dez anos de atividades. Acreditamos que a colaboração amplia oportunidades e é esse caminho que continuaremos seguindo neste e nos próximos anos.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 613 (janeiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: reevannovostro/stock.adobe.com

Pesquisa para Panorama Abravidro 2024 está aberta

O ano de 2024 chegou e, por mais que nossos desejos sejam de que a virada do calendário traga junto boas mudanças, é fato que a realidade nem sempre vai ao encontro desses anseios. Já 2023 foi um ano difícil, de grandes desafios. Por isso mesmo, é muito importante entender qual o desempenho do segmento vidreiro no período para nos prepararmos para o novo ano. Como ter elementos capazes de ajudar a manter sua empresa no caminho correto? A resposta está no Panorama Abravidro 2024!

Importância
Criado em 2012, o principal estudo econômico do mercado de vidros no Brasil é uma publicação anual. Nele há dados atualizados sobre diversos aspectos do setor, incluindo faturamento da cadeia de processamento, volume produzido, itens processados mais fabricados e produtividade média das empresas, entre outros.

O Panorama tem diferentes usos para o segmento: para as empresas processadoras, o estudo oferece a possibilidade de comparar seus resultados individuais com a média do setor, avaliando assim oportunidades e eventuais pontos de melhoria e correções de rota necessárias. Para fornecedores de equipamentos, insumos e acessórios, ajuda a entender qual o cenário de negócios, além de trazer um pouco do humor para o ano vigente na parte qualitativa da pesquisa.

O estudo também é essencial para a Abravidro, pois serve para dimensionar o mercado, permitindo que a entidade planeje ações para a defesa de nossos interesses, assim como outras iniciativas diversas, voltadas para treinamento e qualificação, por exemplo. Com o Panorama, a Abravidro consegue ainda identificar os principais pontos de atenção para a cadeia em âmbito nacional e também fundamentar pleitos junto às diferentes esferas governamentais.

Cultura de dados
“A Abravidro criou seus dois principais estudos – o Panorama e o Termômetro – para que estejamos envolvidos por uma ‘cultura de dados’, algo fundamental para nosso desenvolvimento”, explica Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro. O Termômetro, por exemplo, conta com mais de cem respondentes na maioria dos meses: isso reflete a confiança das processadoras em relação à metodologia da Abravidro e também a vontade de ter acesso a dados com credibilidade.

Por isso, que tal nos engajarmos também com o Panorama? Estudo mais completo e aprofundado do que o Termômetro, ele permite uma radiografia macro da situação da cadeia. “Quanto maior o número de respondentes, mais representativo e realista é o resultado da pesquisa. O mercado como um todo só tem a ganhar”, ressalta Ribeiro.

100% confidencial
A cada edição do Panorama vale reforçar uma informação essencial: apenas os economistas da GPM Consultoria têm acesso às informações fornecidas pelas empresas – nem mesmo a equipe da Abravidro tem contato com esses dados. Os economistas responsáveis assinaram um termo de confidencialidade, registrado em cartório, assumindo que apenas os números consolidados e agregados são tornados públicos, sem distinguir uma empresa da outra.

Acesse a pesquisa!
Para respondê-la, basta entrar no link https://pt.surveymonkey.com/r/Panorama_Abravidro_2024

Importante: a Abravidro disponibiliza todas as questões abordadas no estudo em um rascunho que pode ser baixado pelas empresas. Assim, é possível saber de antemão quais informações serão necessárias.

Dúvidas sobre o estudo?
Para esclarecer quaisquer dúvidas sobre o Panorama Abravidro 2024, envie e-mail para panoramaabravidro@gmail.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 613 (janeiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Gorodenkoff/stock.adobe.com

Esperança em alta

rafaelribeiro-jan2024Um ano com expectativas novas e problemas já conhecidos. 2024 começou num ritmo que parece um pouco melhor que aquele visto em outros janeiros, mas ainda longe de uma demanda aquecida como a que esperamos para nos levar a trilhar novamente o caminho do crescimento.

Os setores consumidores do nosso material preveem resultados positivos para este ano, com diferentes níveis de otimismo. As projeções das entidades setoriais para a indústria em 2024 são conservadoras, apesar de o ano passado ter surpreendido positivamente, com resultados melhores que os esperados para o PIB e outros indicadores econômicos.

As usinas domésticas estão trabalhando com produção reduzida, como no ano passado. Os dados de comércio exterior mostram que 2023 registrou um aumento relevante na importação de vidros planos para o nosso país, ao passo que a exportação da produção nacional caiu no mesmo período. Está sobrando vidro no mundo, devido ao desaquecimento global da economia, o que, em parte, justifica a entrada de mais vidros importados no Brasil. A redução das exportações deve-se em grande parte à inauguração, em outubro de 2022, da segunda planta de float da Vasa, na Argentina, país que era o destino de volume significativo da produção brasileira.

E se a equação entre oferta e demanda segue sendo ajustada, a informalidade continua liderando a lista de problemas do setor vidreiro nacional, sacrificando a competitividade das empresas e trazendo grandes preocupações a quem atua com seriedade em nosso mercado.

Como de hábito, neste mês de janeiro, a Abravidro inicia a coleta de respostas para o Panorama Abravidro, o mais completo estudo econômico do nosso setor. Publicado há treze anos, o documento é um importante instrumento de avaliação do mercado, reunindo os principais indicadores de performance do setor vidreiro nacional. Deixo aqui o meu convite aos colegas processadores que tomem parte da pesquisa respondendo ao questionário. Os dados individuais da empresa são confidenciais e o resultado publicado é de grande valia para toda a nossa cadeia. Participe!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 613 (janeiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

À espera de um ano melhor

rafaelribeiro-dez2023Dezembro chegou e, com ele, a hora de fazer uma reflexão sobre 2023. Foi certamente um ano repleto de desafios, sob diversos aspectos. Em nível pessoal, assumi, em junho, a presidência da Abravidro após alguns anos compondo a diretoria da entidade, a mais representativa de nosso setor. Como empresário, me mantive resiliente, assim como muitos dos meus colegas processadores, num período de demanda retraída e consequente aumento das práticas de descaminhos.

Após meses de resultados ruins, o Termômetro Abravidro referente ao mês de novembro mostra um aumento de 10% nas vendas faturadas do período. O resultado é bom, mas apenas um reflexo dos pedidos de final de ano. Esperamos que as projeções de crescimento, ainda que tímidas, se concretizem em 2024 e que representem a retomada de bons ventos para o segmento de vidros planos.

Outro dado que temos acompanhado de perto é o volume de vidros importados entrando no País. Novembro registrou um pico relevante, com 35 mil t de vidros planos – entre float incolor e colorido, texturizado, espelhos, laminados e temperados etc. Chamam a atenção o volume de float incolor (21 mil t) e o de laminados, concorrendo com a produção doméstica desse que foi o único processado a registrar crescimento no volume de produção em 2022, segundo o Panorama Abravidro.

Foi um ano intenso. A Abravidro segue desenvolvendo suas ações diárias em prol do desenvolvimento do segmento: especialização técnica para qualificação de mão de obra para as processadoras; revisão e atualização das principais normas técnicas do setor; defesa de interesses da cadeia de processamento em iniciativas locais e nacionais; lançamento do Educavidro, a plataforma de educação a distância para levar conhecimento sobre o nosso material para diversos públicos em todo o País. Isso é apenas uma pequena amostra do que fizemos em 2023.

Além disso, a Abravidro tem dois grupos de trabalho em atividade. O Grupo de Trabalho Concorrencial (GTC) atua há mais de um ano para identificar e combater descaminhos e contribuir para o equilíbrio do mercado. Já o Grupo de Trabalho Tributário (GTT) é mais recente e vem avançando nos estudos em busca de uma solução tributária que permita a equalização de condições entre as empresas vidreiras, visando a um ambiente de negócios mais justo. O modelo dos GTs vem se mostrando muito produtivo e deve gerar bons resultados para a cadeia.

Em 2024, tenha certeza: estaremos aqui, trabalhando ativamente pelo crescimento do mercado vidreiro nacional. Conte conosco! Além desse compromisso, deixo aqui meus votos de boas festas e um ano novo de muitos negócios e prosperidade para todos nós!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 612 (dezembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Marcos Santos

Empresas vidreiras avaliam primeiro semestre do ano

O ano de 2023 anda tão instável para o setor vidreiro que O Vidroplano resolveu voltar ao tema da tradicional reportagem sobre as expectativas do segmento para os negócios, publicada no início de cada ano. Com o primeiro semestre quase fechado, está na hora de fazer balanços, avaliações e se preparar para a sequência dos meses.

Conversamos com economistas e diretores de companhias vidreiras para entender quais foram os movimentos do mercado até aqui e como a atual situação pode afetar os próximos passos de nossa cadeia.

Construção em baixa…
A construção civil, principal consumidora de vidros do País, não vive um bom momento. Como se vê na seção “Caleidoscópio” (clique aqui), o PIB desse segmento caiu 0,8% no primeiro trimestre quando comparado com os três últimos meses do ano passado. Segundo o estudo Indicadores Imobiliários Nacionais, organizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em parceria com o Senai, houve queda de 44,4% no lançamento de unidades residenciais em janeiro, fevereiro e março em relação ao último trimestre de 2022. Na comparação com o início do ano passado, a baixa ficou em 30,2%.

Esses dados se refletem na indústria da construção: a edição mais recente dos Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), revela que a parte dessa cadeia voltada para a transformação está perdendo dinamismo. Após seis meses sem registrar variação negativa, o faturamento real recuou 1,3% em abril, na comparação com março. E, embora o emprego e a utilização da capacidade instalada tenham permanecido estáveis, houve baixa nas horas trabalhadas na produção.

…mas com perspectivas de alta
Apesar do cenário, não há pessimismo. O Índice de Confiança do Empresário Industrial, outro estudo da CNI, avançou 1,2 ponto este mês, subindo de 49,2 para 50,4. Esse resultado demonstra otimismo por parte do setor, quebrando uma sequência de três meses abaixo dos 50 pontos (o que representa falta de confiança). O Índice de Expectativas, medindo o otimismo para o segundo semestre, também aumentou, chegando a 53,5 pontos.

A sensação de que as coisas podem melhorar vem de algumas movimentações do governo federal, como o reestabelecimento do programa Minha Casa, Minha Vida. “É mais um passo para elevarmos os investimentos na construção civil e a consequente geração de emprego e renda”, comenta o presidente da CBIC, José Carlos Martins. Além disso, o corte da taxa básica de juros da economia nacional, a taxa Selic, pelo Banco Central é muito aguardado: isso deve aumentar o poder de compra da população, ajudando na realização de pequenas reformas, e incentivar investimentos.

Automotivo com grandes esperanças
Dos segmentos consumidores de vidro, esse é um que não pode reclamar de 2023 até agora. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), maio teve produção 27% maior que em abril, alcançando 228 mil novos automóveis – e as vendas também aumentaram 13%. No consolidado dos cinco primeiros meses do ano, ambos os indicadores estão maiores na comparação com 2022. É importante citar também o programa federal para reduzir impostos e baratear o valor de automóveis no Brasil, o qual deve entrar em vigor em breve. Com ele, a expectativa de crescimento para o restante do ano deve aumentar consideravelmente – tanto que nove montadoras de carros, dez de caminhões e nove de ônibus aderiram ao projeto, colocando à disposição 233 versões de 31 modelos, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Materiais de construção no aguardo
A pesquisa mais recente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) indica queda de 3,7% em abril no faturamento do segmento. No total, os quatro primeiros meses do ano tiveram queda de 6,9%.

Mesmo assim, a entidade prevê crescimento de 2% para 2023. “Continuamos acreditando no crescimento sustentável do setor, com o devido foco dado pelo poder público, como a retomada de obras paradas e de infraestrutura”, explica o presidente da Abramat, Rodrigo Navarro.

Se virá mesmo uma melhora para esses setores, só o tempo dirá. Pelo menos, todos enxergam uma luz no fim do túnel.

E o que o vidro pode esperar?
Agora que vimos um panorama geral sobre outros segmentos, chegou a hora de entender o nosso setor. O Vidroplano pediu a opinião do economista Sergio Goldbaum, da GPM Consultoria, responsável pela apuração e sistematização dos dados do Panorama e pelo Termômetro Abravidro, a respeito dos resultados do primeiro semestre e das possibilidades para o segundo.

O Termômetro mostra um 2023 bastante instável, com recordes negativos e positivos na série histórica, e abaixo da média de 2022 no volume de vendas faturadas de vidros processados. O que é possível analisar desses números?
O primeiro semestre parece confirmar o ciclo de desaquecimento que já se anunciava no final de 2022. Tivemos abril com o pior resultado da série, certamente influenciado pela sequência de feriados naquele mês. Ainda que maio apresentasse o melhor resultado da série, não foi capaz de compensar os resultados negativos de novembro de 2022 e de fevereiro e abril deste ano.

Em relação aos segmentos que consomem vidro, qual a análise a ser feita?
Eles ainda se ressentem do longo ciclo de alta da taxa de juros. Os indicadores de produção do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] para materiais de construção, automóveis, móveis e eletrodomésticos até abril (o dado mais recente) estão todos andando de lado ou caindo.

Quais as expectativas para o segundo semestre, tanto na questão macroeconômica como para o segmento vidreiro especificamente?
O ciclo de alta da taxa de juros certamente começará a ser revertido em breve. A inflação oficial está convergindo para dentro da meta e a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) apresenta forte queda, influenciada pela valorização cambial das últimas semanas. Com isso, a atividade econômica começará a se recuperar, talvez lentamente no princípio. À medida que alguns programas de incentivo começam a sair do papel, a recuperação deve se acelerar.

 

A opinião de nossas empresas
Consultamos novamente as empresas ouvidas para a reportagem de janeiro sobre as expectativas para o ano. As perspectivas delas mudaram seis meses depois? A seguir, confira a opinião de quatro companhias de diversos elos da cadeia e, na sequência, a das usinas.

Daniel Domingos
Eastman
“O primeiro semestre está em linha com o que prevíamos, já que, ao final de 2022, certos desafios em relação ao consumo começavam a surgir, demandando cuidado com o planejamento para o ano que se iniciava. Dessa forma, nosso planejamento foi cauteloso em relação ao cenário macro que se apresentava, o que, de certa forma, acabou se confirmando. Historicamente para nós, o segundo semestre sempre se apresenta com maior demanda, e é com essa perspectiva que estamos trabalhando, principalmente com os produtos de maior valor agregado, como o PVB acústico e o PVB estrutural.”

 

Ricardo Costa
GlassParts
“Tivemos um primeiro semestre de bons negócios, apesar de menores em relação ao mesmo período de 2022. Mas não criamos muitas expectativas por sabermos que iria ser um período de muitas mudanças políticas, o que ocasionaria instabilidade. Já para o segundo semestre estamos otimistas, pois já se sinaliza uma melhora no mercado. Estamos sentindo uma retomada gradual dos investimentos, com maior número de consultas, inclusive por equipamentos de maior porte e também por equipamentos periféricos que agregam uma maior oferta de produtos aos clientes dos beneficiadores.”

 

Yveraldo Gusmão
GR Gusmão
“O primeiro semestre ocorreu sem grandes expectativas, com governo novo, muitas mudanças, insegurança, clientes apreensivos, administrando com cautela. Diria que nosso mercado está sofrendo com estas variações e indefinições. Para o segundo semestre, diante do quadro atual, tenho uma esperança de que possamos reagir. O mercado da construção tem negócios que caminharam no ano passado, antes das eleições, e deve dar continuidade a eles, pois os investidores não podem continuar segurando os projetos, isso é muito prejudicial. O mercado mundial como um todo está muito incerto, mas acredito que o governo vai se mexer para liberar investimentos, baixar juros. A máquina pública depende de faturamento para gerar arrecadação; se o comércio continua sem faturar, não há arrecadação.”

 

Sandro Eduardo Henriques
Sglass
“Obtivemos 40% a mais de vendas que o esperado nesse primeiro semestre, superando e muito nossas expectativas. Apesar da queda da venda de vidro, muitos empresários vêm acreditando e investindo em novos equipamentos com tecnologias mais avançadas. Acreditamos que nossas vendas deverão manter ou mesmo superar o primeiro semestre ao longo do restante do ano, tendo em vista a melhoria de nossos processos internos, com diminuição de custos e consequentemente melhores preços para os clientes. Além disso, historicamente o segundo semestre é sempre mais aquecido economicamente no ramo vidreiro.”

 

Isidoro Lopes
AGC
“Podemos definir o primeiro semestre como bastante desafiador. Com isso, aumenta a necessidade de sempre termos a melhor leitura a respeito das necessidades dos nossos clientes. Devido ao atual cenário um pouco mais conservador do que esperávamos, temos alguns resultados que não estão exatamente em linha com as expectativas projetadas, mas seguimos trabalhando para mitigar esses desalinhamentos e transformar os desafios em oportunidades.

Por enquanto, a performance no Brasil é um reflexo do que está ocorrendo nas outras regiões do mundo, assim como na América do Sul, com preços sendo pressionados e volumes com retração. Acreditamos que as maiores dificuldades para o setor hoje estejam relacionadas à insegurança político-econômica de um novo governo e à polarização que dificulta o diálogo, atrasando as mudanças necessárias para o desenvolvimento. Os desafios econômicos ao redor do mundo, assim como os juros altos, estão prejudicando a demanda na ponta. Além disso, o aumento da entrada de vidros importados na região deixa a situação ainda mais complexa. Os países asiáticos tentam encontrar mercado para sua enorme capacidade produtiva, e isso impacta todo o mercado vidreiro mundial.

Em linhas gerais, todos os setores consumidores de vidro apresentaram queda no consumo de nosso material, com exceção do mercado automotivo, que aumentou o consumo em relação a 2022 devido ao nosso posicionamento nesse segmento.

Acreditamos que o mercado vai reagir positivamente com a diminuição da insegurança e uma acomodação natural do novo governo, que deve conseguir articular as questões político-econômicas, o que vai gerar confiança, motivando o consumo de vidro e a retomada dos investimentos pelos empresários e investidores estrangeiros.”

 

Lucas Malfetano e Manuel Corrêa
Cebrace
“Chegamos ao fim do semestre com muita preocupação, porque havia uma expectativa de o mercado andar ‘de lado’, mas percebemos piora, com volumes abaixo do previsto e o preço em um patamar ainda mais baixo. A preocupação maior neste momento é com o volume de importados no País, pois contam com uma vantagem tributária advinda da histórica guerra fiscal, impactando de forma significativa nosso mercado.

Em geral, o semestre trouxe uma situação bem preocupante para a construção civil. Não só no vidro, mas também em outros materiais, observamos esse movimento que afeta o varejo e traz consequências para toda a cadeia vidreira. A América do Sul, como um todo, enfrenta os mesmos problemas, como vemos na Colômbia e em outros países (com exceção da Argentina, onde a construção civil parece ser um porto seguro contra a inflação).

Ao acompanhar o Termômetro Abravidro, fica evidente a queda na tendência dos volumes e uma consequente degradação das margens dos transformadores, o que, infelizmente, pode estimular descaminhos fiscais. Ainda assim, acreditamos que o pior já passou. A expectativa é de um segundo semestre melhor, conforme acompanhamos a sazonalidade do segmento. Lembrando que os vidros de valor agregado encontram oportunidades para conquistar mais espaço no mercado – e isso depende de nosso empenho e compromisso em disseminar informações e capacitar o setor a respeito do vidro certo.

Nosso planejamento, inclusive, antecipando essas oscilações, calhou de ser realizado no momento ideal em relação às paradas para reforma, a exemplo do que está sendo realizado no forno C4, em Barra Velha. Essa unidade terá no segundo semestre um novo forno totalmente preparado para produzir com redução das emissões de CO2. Isso servirá tanto para a capacidade produtiva do incolor, como para a produção da nova linha de texturizados. Por isso, é preciso manter os investimentos e pensar a longo prazo, enxergando que não podemos abandonar o que precisa e vem sendo feito para manter nosso compromisso com a excelência do nível de serviço e disponibilidade, independentemente das intempéries de mercado.”

 

Renato Poty
Guardian
“No começo do ano, o mercado enfrentou diversas incertezas tanto no âmbito macroeconômico como no político, com impacto significativo na decisão dos clientes de aumentar seus volumes. Como já esperávamos, a construção civil sofreu uma desaceleração nas atividades, devido à redução do poder de compra dos consumidores e ao aumento das taxas de juros, condições que resultaram ainda no adiamento dos lançamentos imobiliários.

Tivemos de continuar trabalhando estrategicamente o equilíbrio da produção e dos estoques para atender de forma responsável as demandas de mercado, sem destruição de valor para nossos clientes e parceiros de negócio. Nós imaginávamos um ano desafiador. Porém, por outro lado, tínhamos a expectativa de que a economia apresentasse algum crescimento, o que não se confirmou. De toda forma, sabemos que, tradicionalmente, o segundo semestre reserva números mais positivos para o setor.

Não temos visto grandes diferenças no desempenho no Brasil em relação ao restante da América do Sul, pois o mercado da região também está impactado por demanda retraída e juros altos. Esse é um contexto global. O que temos visto de maneira mais acentuada em nosso país é um impacto maior na entrada de vidros importados, o que gera desequilíbrio na oferta para uma demanda baixa. É fundamental que sigamos focados na criação de valor no longo prazo para atender a cadeia e manter a busca por competitividade de custos e soluções, de forma responsável e sustentável.

A Guardian tem uma expectativa positiva para o segundo semestre. Felizmente, vemos uma recente retomada de alguns indicadores econômicos que, somada a uma possível queda dos juros, deverão ajudar a alavancar importantes setores da economia que impactam nosso segmento.”

 

Henrique Lisboa
Vivix
“As decisões de longo prazo, como a compra de um imóvel ou até mesmo o início de uma reforma, necessitam de um ambiente em que o consumidor se sinta seguro, o que não vimos acontecer dentro da primeira metade do ano. Juros ainda em patamares elevados e a desaceleração da indústria já no último trimestre do ano passado, bem como incertezas no campo econômico, têm adiado a retomada da construção.

Em relação ao vidro, o primeiro semestre se comportou diferentemente de nossas projeções. Janeiro foi um mês no qual a retomada foi mais lenta que em anos anteriores, e o que vimos de fevereiro em diante foi um mercado em compasso de espera. O baixo nível de atividade da construção impacta todos os segmentos do mercado, não se restringindo apenas ao vidro plano: tintas, cerâmicos e vendas do varejo apresentaram resultados aquém do esperado. Como comparação, a indústria brasileira como um todo apresentou retração de 0,1% no primeiro trimestre, após uma retração de 0,3% no último trimestre de 2022. O mercado de vidro plano também se retraiu nesse período.

Por outro lado, o avanço no Congresso das votações sobre o novo teto de gastos deve estimular os agentes econômicos na retomada de investimentos, além de abrir espaço para uma gradual redução nos juros. Com uma nova perspectiva sobre investimentos, emprego e renda, acreditamos que o mercado da construção e o setor vidreiro possam experimentar um novo ciclo de recuperação.

Os desafios para o segundo semestre continuam relacionados a questões de confiança do consumidor, juros e grau de endividamento das famílias. Não obstante, acreditamos que, com as sinalizações do governo, teremos o ambiente necessário para a retomada. No segundo semestre, inclusive, iniciaremos a terraplenagem para nossa segunda planta.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 606 (junho de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: william87/stock.adobe.com

Panorama Abravidro 2023 indica dura realidade

A edição 2023 do Panorama Abravidro já está disponível. Como de costume, o principal estudo econômico sobre a produção vidreira nacional pode ser lido encartado na edição impressa de O Vidroplano ou em seu formato online e está também disponível em inglês e espanhol.

Os números presentes no levantamento deste ano indicam uma dura realidade para o nosso setor. Confira abaixo a análise a respeito dos principais indicadores do estudo e o que eles apontam.

A importância do levantamento
No Panorama Abravidro, as empresas da cadeia de vidros planos podem encontrar os números essenciais do setor e usá-los para definir suas ações ao longo do ano – e até mesmo comparar os resultados individuais da sua processadora com o desempenho do mercado como um todo. A publicação também proporciona uma visão de quais são os principais problemas do mercado brasileiro e quais as medidas necessárias para resolvê-los. “Em ambientes de economia vacilante e consumo em queda, poder contar com monitoramentos como o Panorama e Termômetro Abravidro é fator decisivo para que as empresas possam se adaptar e acompanhar a dinâmica do mercado”, avalia José Domingos Seixas, presidente da Abravidro que deixa seu posto este mês.

 

Sobre o Panorama Abravidro 2023

  • Dados referentes ao exercício de 2022;
  • Perfil da amostra: 46 empresas, as quais representam 24% do mercado brasileiro de vidro processado não automotivo;
  • Período da coleta de dados: janeiro a abril de 2023.

 

Faturamento de vidros processados (R$ milhões/ano)

  • No total, houve uma queda de 10,4% no faturamento das processadoras de 2021 para 2022;
  • O laminado teve a menor queda observada no faturamento (2%), enquanto a maior foi a dos espelhos (13,8%).

 

Produção de vidros processados (m²)

  • Assim como no ano passado, o laminado se manteve como o grande destaque, com um crescimento de 4,7%, ultrapassando a marca de 8 milhões de m²;
  • A produção de temperado teve uma queda de 7,5%; apesar disso, ele permanece como o vidro processado mais produzido, com mais de 32 milhões de m²;
  • Espelhos caíram 8,2%, o maior índice observado entre os diferentes produtos.

 

Participação por produto em 2022 (m²)

  • O laminado cresceu pelo terceiro ano seguido e apresentou seu melhor índice de participação da série histórica, com 14,4%;
  • O temperado permanece na liderança isolada; apesar disso, sua participação teve um pequeno recuo, caindo de 59% em 2021 para 57,9% em 2022;
  • O insulado teve um pequeno crescimento em relação ao ano passado: 0,6%.

 

Preço médio do vidro processado (base 100 = 2012) *

  • Tanto o temperado como o laminado tiveram uma perda de valor em relação a 2021, acompanhando a queda de faturamento e de produção;
  • Esse resultado é outro sintoma da desaceleração do mercado vidreiro nacional.

* Os valores de referência de 2012 a 2021 foram atualizados monetariamente

 

Mão de obra empregada na indústria de transformação

  • Houve uma queda de 1,3% no número de empregados no setor em 2022, após cinco anos em alta;
  • Apesar disso, o nível de mão de obra empregada é o segundo mais alto desde 2014.

 

Produtividade na indústria de transformação (m²/funcionário/mês)

  • A produtividade é calculada por meio da divisão da produção total em m² pelo número de funcionários;
  • 2022 teve 153,9 m² processados por funcionário ao mês;
  • Observou-se uma queda de 4,5% de produtividade na comparação com 2021, resultando no pior número em dez anos.

 

Eles participam do Panorama Abravidro. E você?
“Participamos sempre dos levantamentos para a elaboração do Panorama Abravidro porque cremos no associativismo e no compartilhamento de informações e conteúdos. Quanto mais empresas enviarem informações para esse estudo, mais fidedignos serão os resultados.”
Antônio Carlos da Cunha, sócio-diretor da Bend Glass (Contagem, MG)

“A PKO entende que essa participação contribui para o objetivo maior, que é a obtenção de dados mais precisos do setor, bem como a possibilidade de acompanhar sua evolução e oportunidades. Consideramos que a adesão das processadoras a esse levantamento deve ganhar uma escala sempre maior; são indicadores importantes que podem auxiliar na definição de estratégias mais direcionadas e, especialmente, nortear com mais segurança na tomada de decisões.”
Alexandre Toledo, gerente-comercial da PKO do Brasil (Mogi das Cruzes, SP)

“A Viminas é uma empresa com, aproximadamente, quarenta anos de mercado, atuando com transparência e profissionalismo. Desta forma, fazemos questão de participar do Panorama Abravidro, o que temos feito desde a primeira edição; temos a convicção de que, quanto maior for o número de empresas participantes, mais precisas serão as informações relevantes que teremos, além de estarmos contribuindo de maneira gigantesca para toda cadeia vidreira, seja para nossos fornecedores, clientes e para nós processadores, nas nossas tomadas de decisões.”
Maurício Silva Ribeiro, diretor da Viminas Vidros Especiais (Serra, ES)

Comparação entre estudos
Este ano, além do Panorama, o setor conta também com o Termômetro Abravidro, publicado mensalmente. Sergio Goldbaum, economista da GPM Consultoria Econômica, empresa responsável por apurar e consolidar os dados de ambos os estudos, comenta que a equipe estava ansiosa para ver de que maneira os números do Panorama e do Termômetro conversariam entre si. “A atividade econômica caiu em ambas as pesquisas, mas a queda do Termômetro foi mais acentuada. Estamos ainda estudando a discrepância, mas cada um deles tem características próprias e amostras diferentes”, avalia.

Com relação à queda nos números de diferentes indicadores do Panorama Abravidro 2023, Goldbaum considera que eles provavelmente indicam o final de um ciclo. “Em particular, a alta da taxa de juros já dura mais de dois anos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informam que a atividade de todos os setores consumidores de vidros processados – construção civil, automóveis, eletrodomésticos e móveis – estiveram estáveis ou desaquecendo ao longo de 2022”, informa o economista da GPM, acrescentando que a atividade econômica em todos esses setores continua estável ou desaquecendo, o que indica a possibilidade de que essa tendência de queda se mantenha em 2023.

Ao contrário de outros indicadores, a balança comercial teve seu melhor desempenho em cinco anos – mas Goldbaum explica que a razão para isso não é exatamente boa: “O superávit da balança comercial é consistente com o desaquecimento do setor. A demanda reduzida do produto diminuiu as importações e o excedente da produção doméstica procurou mercados externos, ampliando as exportações”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 605 (maio de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: ikonoklast_hh/stock.adobe.com

Panorama Abravidro 2023

A Abravidro criou, em 2012, o Panorama Abravidro. O documento é publicado anualmente e traz dados atualizados do mercado brasileiro, incluindo informações sobre as indústrias de base e de transformação, assim como os números da produção de vidro no País, faturamento, balança comercial internacional, entre outras. Para se chegar aos dados divulgados no documento, a Abravidro convida empresas a participarem de uma pesquisa. Os resultados são consolidados pela GPM Consultoria Econômica, contratada para apurar as informações do setor e relacioná-las com a Pesquisa Industrial Anual do IBGE, números oficiais de importação e exportação do governo, além de declarações da indústria de base à revista O Vidroplano.