Arquivo da tag: Normas Técnicas

Norma indica quais vidros podem ser usados em fachadas

Fachadas envidraçadas são cada vez mais presentes nas edificações em grandes centros urbanos, seja na forma de peles de vidro mais convencionais, seja em aplicações ousadas e chamativas. Nosso material permite diversas possibilidades nessa área — desde que seu uso esteja dentro das normas.

Quais tipos podem ser utilizados? A resposta está na NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. Confira a seguir o que ela determina.

Vidros instalados ABAIXO da cota de 1,10 m em relação ao piso

Acima do pavimento térreo
– Laminados;
– Aramados;
– Insulados (composto com os listados acima).

No térreo, dividindo ambientes com desnível superior a 1,5 m
– Laminados;
– Aramados;
– Insulados (composto com os listados acima);

No pavimento térreo, com desnível menor que 1,5 m ou totalmente plano
– Laminados;
– Aramados;
– Temperados;
– Insulados (composto com os listados acima).

Vidros instalados ACIMA da cota de 1,10 m em relação ao piso
Além dos já citados nas situações anteriores (todos considerados de segurança), também podem ser aplicados vidros comuns float ou impresso, desde que estejam encaixilhados ou colados em todo o seu perímetro.

 

Como saber mais sobre as normas para vidros?
O Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB37), com sede na Abravidro, está à disposição para esclarecer dúvidas e fornecer as informações corretas sobre as determinações das normas técnicas para o uso do material.

Telefone: (11) 3873-9908
E-mail: cb37@abnt.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 559 (julho de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Comissão avança na revisão de norma de blindagem

No começo deste mês, dia 4, a sede da ABNT em São Paulo recebeu a Comissão de Estudos Especial de Sistemas de Blindagem — com participação da Abravidro — para analisar os resultados do processo de consulta nacional pelo qual passaram as duas primeiras divisões da NBR 15000 — Sistemas de blindagem (Parte 1: Terminologia e Parte 2: Classificação, requisitos e métodos de ensaio para materiais). Na reunião, foram discutidas questões importantes a respeito dos textos e questionadas durante a consulta nacional — veja a seguir as principais conclusões.

Novos termos
A análise da Parte 1 foi concluída nessa reunião. Ficou definido serem incluídos diversos outros termos, os quais complementarão as definições dos produtos blindados. Esse conteúdo é de extrema importância para a sequência dos trabalhos, como explica a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto: “Todas as expressões utilizadas servirão de apoio para outras normas a serem elaboradas muito em breve”. Por isso mesmo, esse texto voltará para consulta nacional após reorganização das informações.

Testes de qualidade
A forma de fazer o ensaio de resistência balística esteve entre os principais assuntos debatidos. O ensaio de gradiente de temperatura para amostras de vidro, incluindo a preparação dos corpos de prova, também constou na pauta: ainda será decidido se vai considerar a variação de temperaturas (tanto para mais frio como para mais quente) nas peças ensaiadas. A conclusão dessas discussões se dará no próximo dia 1º de agosto.

Participe das discussões!
A reunião que dará continuidade aos debates iniciados em 4 de julho conta com profissionais vidreiros para definir questões relevantes ao nosso material em aplicações blindadas. Por isso, não fique de fora!

Data: 1º de agosto
Local: sede da ABNT — Rua Conselheiro Nébias, 1.131, Campos Elíseos, São Paulo, SP

Este texto foi originalmente publicado na edição 559 (julho de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro realiza palestras em cursos de qualificação

Conscientizar a sociedade sobre a importância do cumprimento das normas técnicas vidreiras é uma das principais bandeiras da Abravidro. São várias as iniciativas nesse sentido, como a parceria com o Corpo de Bombeiros em diferentes Estados brasileiros para a inclusão dos conteúdos desses documentos nas instruções técnicas da corporação. Os programas De Olho no Boxe e #TamoJuntoVidraceiro, que divulgam de forma acessível essas informações, também possuem esse propósito. Outro trabalho relevante é a participação da entidade em treinamentos de qualificação e cursos de Ensino Superior, como os ocorridos nos últimos meses.

Elo com o cliente final
No dia 29 de abril, a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto, palestrou para a turma do “Curso do Vidraceiro”, realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP). Na ocasião, foram abordadas a principal norma de nosso setor, a NBR 7199 —Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, e a NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidros de segurança. “A qualificação dos vidraceiros é essencial para o mercado, pois são eles que fazem a ponte entre nosso setor e o consumidor”, explica Clélia. “De posse do conhecimento técnico, eles passam a trabalhar com respaldo, garantindo a segurança dos usuários de produtos com vidro e fazendo com que os clientes confiem em nosso material.”

Educando o futuro da construção

vp_clélia2
Em 29 de maio, a analista ministrou palestras para algumas turmas do “Curso de Construção de Edifícios”, organizado pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec-SP). O convite partiu de uma aluna que já havia presenciado uma apresentação da entidade. Clélia falou sobre os diversos tipos de vidro e suas características, com foco nas aplicações dos de segurança (laminado, temperado e aramado) de acordo com a NBR 7199. Também foram comentadas as tecnologias modernas do material, as quais permitem controle de luminosidade, conforto térmico, conforto acústico e economia de energia, entre outros benefícios.

Próximas reuniões!
A Abravidro é sede do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), órgão responsável pela produção e revisão das normas vidreiras. Confira quais serão os temas dos próximos encontros, a serem realizados na própria Abravidro, em São Paulo (Avenida Francisco Matarazzo, 1.752, conjunto 615, bairro da Água Branca). Lembre-se: qualquer profissional vidreiro pode participar, inclusive via Internet! Para isso:

– Envie um e-mail para cb37@abnt.org.br dizendo que tem interesse em participar de forma remota das reuniões;
– Você receberá um convite com um link para acesso à ferramenta;
– Faça o download da ferramenta e pronto! Certifique-se de que seu computador tenha câmera, microfone, caixas de som e Internet de qualidade.

Revisão da NBR 14697 — Vidro laminado
– 3/7 (9 às 11 horas)
– 7/8 (9 às 11 horas)

Projeto de norma para vidro termoendurecido
– 3/7 (11 às 13 horas)
– 7/8 (11 às 13 horas)

NBR 16023 — Vidros revestidos de controle solar
– 3/7 (14 às 17 horas)
– 7/8 (14 às 17 horas)

Este texto foi originalmente publicado na edição 558 (junho de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

A peça certa para cada mesa

Embora o uso do vidro na construção civil seja bastante abordado em O Vidroplano, ele também é um recurso valioso no setor moveleiro, agregando beleza e transparência em armários, mesas, cadeiras e outros produtos.

Nesse mercado, o uso mais comum talvez seja como tampo de mesa. Para assegurar que sua aplicação confira a resistência necessária, nosso material precisa ser especificado adequadamente. A seguir, veja algumas das principais determinações da norma NBR 14488 — Tampo de vidro para móveis – Requisitos e métodos de ensaio.

Tipos de vidro permitidos pela NBR 14488:
– Temperado
– Laminado
– Comum

Mais grosso ou mais fino?
Um ponto que requer atenção especial é a espessura. Para isso, é necessário verificar:

– Qual a altura em que o tampo será colocado
– Se a superfície estará completamente apoiada
– Qual a área pretendida para a peça
– Qual o tipo de vidro

A NBR 14488 apresenta três tabelas com recomendações de espessuras mínimas, seguindo estes quesitos:

tabelastampo

Outras informações importantes da norma:
– As bordas não podem oferecer riscos de ferimentos
– Os cantos expostos devem ser arredondados, com um raio mínimo de 5 mm
– As tolerâncias de aceitação de medidas para itens prontos são:
a) Peças para encaixe: 0 a -2 mm;
b) Peças sobrepostas: ±5 mm
– Tolerância para defeitos e condições de observação:
a) A norma possui duas tabelas com os critérios para aceitação de tampos de mesa com relação a defeitos, uma para tampos sem pintura e outra para os pintados;
b) A observação dos defeitos deve ser feita com luz natural, o vidro deve estar em posição horizontal e o observador a 1 m de distância, num ângulo de 90 graus.

Este texto foi originalmente publicado na edição 557 (maio de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Opine sobre normas de blindagem

O trabalho de revisão da NBR 15.000 — Sistemas de blindagem, desenvolvido pela comissão de estudo CEE-161, com a ajuda do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), começa a se concluir. Entraram em consulta nacional as duas primeiras divisões do texto: Parte 1: Terminologia e Parte 2: Classificação, requisitos e métodos de ensaio para materiais. É possível opinar acerca de ambos até 31 de maio.

Família de documentos
A principal alteração da NBR 15.000 foi seu desmembramento em diferentes seções. Dessa forma, será possível tratar dos diversos produtos que oferecem proteção balística, seus ensaios e parâmetros mais detalhadamente. Ao todo, serão cinco textos compondo essa família de normas. Os outros três ainda estão sendo produzidos e não têm prazo para ficarem prontos.

Padronização
A Parte 1 tem o objetivo de definir os termos técnicos a serem citados em toda a norma. Entre os temas abordados estão os coletes à prova de balas e metodologia para a determinação do limite balístico (V50).

Tabelas e ensaios
A Parte 2 define os requisitos e métodos de ensaio para os materiais que compõem os sistemas de blindagem transparentes e opacos. Foram duas mudanças fundamentais aqui:

– Atualização das tabelas 1 (sobre o nível de proteção dos sistemas de blindagem) e 2 (que aborda os níveis de proteção alternativa desses sistemas). As alterações ocorrem em função das terminologias de novos tipos de projétil e arma;
– Ajustes da preparação dos corpos de prova nos ensaios e maior detalhamento de cada um deles.

 

Como participar da consulta nacional
– Para ter acesso ao material, é necessário fazer um cadastro simples no site da ABNT pelo link www.abntonline.com.br/consultanacional
– Para quem já tem esse cadastro, basta acessar a página e entrar com login e senha.

Este texto foi originalmente publicado na edição 557 (maio de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Segurança levada a sério

Em guarda-corpos, use apenas os vidros permitidos pela norma

Guarda-corpos são sistemas bastante populares na construção. Têm como principal função garantir a proteção das pessoas ao seu redor contra o risco de queda acidental. Seu uso é obrigatório em locais com desnível maior que 1 m entre o piso em que se encontram as pessoas e o patamar abaixo.

Para garantir que o sistema proporcione segurança, é indispensável conhecer e seguir as determinações das normas técnicas aplicáveis ao sistema: além de especificar as condições mínimas de resistência e segurança, elas também dão respaldo em caso de qualquer problema.

A seguir, veja o que as normas dizem sobre a aplicação de vidros em guarda-corpos e saiba como obter mais informações em caso de dúvidas.

Que vidro usar?

vp_oqueanormadiz-lamtemp
A NBR 14718 — Guarda-corpos para edificação chama em seu texto a NBR 7199 —Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, que estabelece os tipos de vidro a serem aplicados em guarda-corpos para edificação (a regra é a mesma independente se ele é residencial ou comercial, interno ou externo):
– Laminado (também pode ser laminado temperado);
– Aramado

A aplicação do vidro insulado (duplo) em guarda-corpos é permitida desde que composto pelos vidros laminado ou aramado.

ATENÇÃO! Embora o vidro temperado seja considerado de segurança, ele não pode ser usado em guarda-corpos. Em caso de quebra, é fundamental que o vidro aplicado mantenha o espaço seguro e que o vão permaneça fechado até que o painel seja substituído — e isso só é possível devido às camadas intermediárias (interlayers) dos laminados ou à rede metálica de malha quadriculada incorporada à massa dos aramados.

Em sistemas de guarda-corpos em que o vidro é fixado por ferragens, como botões, torres ou spiders, o laminado não pode ser composto por peças float (vidro comum): elas não têm resistência mecânica suficiente para suportar apertos de ferragens. Nesses casos, use sempre o laminado temperado, laminado composto de vidros temperados.

Qual a espessura correta?
A determinação da espessura adequada do vidro a ser aplicado em guarda-corpos depende de vários fatores, como o tipo de sistema (forma de fixação do vidro), dimensão da peça e, principalmente, pela aprovação nos ensaios previstos na norma NBR 14718.

Não basta escolher o vidro certo
Segundo a NBR 14718, é obrigatório que o protótipo do sistema a ser instalado (incluindo o vidro) seja testado e aprovado nos seguintes ensaios:
– Esforço estático horizontal
– Esforço estático vertical
– Resistência a impactos

 

Como saber mais sobre as normas para vidros?
A Abravidro, que sedia o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB37) desde 1998, está à disposição para esclarecer dúvidas e fornecer as informações corretas sobre as determinações das normas para o uso do nosso material:
Telefone: (11) 3873-9908 | cb37@abnt.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 556 (abril de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Norma de vidros resistentes ao fogo é revisada

Nova versão da NBR 14.925, publicada no final de março pela ABNT, pretende aumentar uso desse material no Brasil

A revisão da NBR 14.925 — Elementos construtivos envidraçados resistentes ao fogo para compartimentação já está disponível. Publicado pela ABNT no final de março, o novo texto utilizou como base o documento europeu de classificação de resistência ao fogo (EN 13501-2) e traz diversas novidades, incluindo a inserção de um vidro intermediário, tendo a possibilidade, com isso, de garantir o aumento do uso desse tipo de material em nosso país.

Escopo maior
O conceito “redução de radiação” pode ser considerado como o ponto mais importante da nova versão, explica Paulo Penna de Moraes, gerente técnico comercial da Vetrotech Saint-Gobain para a América Latina e secretário da comissão de estudo que revisou a norma. “Antes, existiam somente as classificações para-chamas (conhecida pela sigla E) e corta-fogo (EI), elementos que se posicionam nos extremos em uma escala de transmissão de calor.”

Os vidros E resistem ao fogo, mas não funcionam como barreira ao calor. Os EI garantem integridade e também isolamento térmico — no entanto, são pesados e caros, inviabilizando sua utilização em muitos projetos.

Solução ampla
Para resolver a questão, o documento se iguala à situação europeia e passa a considerar um vidro intermediário, o EW, conhecido como “redutor de radiação”. Com ele, itens compostos de materiais combustíveis a mais de 1 m de distância do envidraçamento não entrarão em ignição espontânea.

“Essa característica garante o melhor custo-benefício entre as classificações e permitirá uma grande versatilidade no uso em compartimentações. Basta aplicar pequenas e simples adaptações no projeto arquitetônico”, destaca Moraes.

 

OUTRAS MUDANÇAS
Vale citar mais novidades da norma revisada:

– Utilização das mesmas siglas utilizadas no texto europeu para definir os critérios de classificação, facilitando assim o intercâmbio de informações de produtos importados e evitando erros gerados por questões de linguagem;

– Inclusão da exigência de ensaio em sistema único e indissociável. Ou seja, o relatório de ensaio homologa o conjunto como um todo (vidros + esquadrias + vedações + fitas intumescentes etc.) e não suas partes independentes;

– Inclusão das dimensões dos corpos de prova e o campo de aplicação real de um ensaio;

– Inclusão da curva “tempo x temperatura de fogo externo”, utilizada para ensaios de elementos, que serão atacados por incêndios localizados, no lado externo da edificação.

Este texto foi originalmente publicado na edição 556 (abril de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Portas, vitrines e divisórias dentro da norma

Divulgar o que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) diz sobre o vidro sempre foi prioridade para a Abravidro — desde 1998, a associação sedia o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), responsável pelas normas técnicas para o nosso material. O cumprimento delas pelos profissionais é fundamental para que todo o trabalho seja executado de forma correta. Por isso, para facilitar o entendimento sobre as normas, esta nova seção de O Vidroplano trará explicações simples e diretas para os leitores. Para começar, abordamos um dos usos mais comuns envolvendo o material, que é sua aplicação em portas, divisórias e vitrines. Você sabe que tipos de vidro podem ser instalados nesses casos? Confira!

O que a norma diz?

De acordo com a NBR 7199 —Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, os tipos de vidro permitidos para uso em portas, vitrines e divisórias dependem da altura em que serão instalados:

MG_5575

Abaixo de 1,10 m em relação ao piso

Apenas vidros de segurança são permitidos, independente do pavimento em que estejam instalados. Nesse caso, você pode usar o vidro

– Temperado;

– Laminado;

– Aramado;

– Insulado (composto com os vidros listados acima).

MG_9099

Acima de 1,10 m em relação ao piso

São permitidos os seguintes tipos

– Temperado;

– Laminado;

– Aramado;

Float;

– Impresso;

– Insulado (composto com os vidros listados acima).

Mas, cuidado: os vidros float e impresso só podem ser aplicados nesse caso se a peça for encaixilhada ou colada em todo o perímetro.

ATENÇÃO: caso não haja divisão na altura das portas, vitrines ou divisórias, a regra a ser seguida é a que for mais restritiva, ou seja, a instalação deverá ser toda composta com os vidros de segurança.

Como saber mais sobre as normas para vidros?

É só procurar a Abravidro:

Telefone: (11) 3873-9908 | cb37@abnt.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 555 (março de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vem aí a norma sobre termoendurecidos

O termoendurecido, assim como o temperado, é um vidro tratado termicamente para adquirir resistência mecânica superior à do float comum — por volta de duas a duas vezes e meia maior, número variável de acordo com a espessura. Além disso, os dois tipos também precisam passar pelos processos de pré-processamento (corte, lapidação, furação, lavagem etc.) antes de irem ao forno.

No entanto, a semelhança acaba por aí. Diferente do temperado, o termoendurecido não pode ser considerado vidro de segurança, sendo normalmente utilizado na composição de laminados ou insulados. Por isso, o Comitê Brasileiros de Vidros Planos (ABNT/CB-37), órgão sediado na Abravidro e responsável pela confecção das normas vidreiras, trabalha na produção de um texto para criar parâmetros para esse produto, ainda pouco aplicado em nosso país.

Reuniões a todo vapor

Baseada no documento europeu EN 1863, publicado em 2011, a versão brasileira abordará as tolerâncias aceitáveis em relação às características físicas das peças, incluindo:

– Tolerâncias dimensionais;

– Empenamento local e total;

Edge kink (elevação de bordas), efeito típico de vidros termicamente tratados em fornos horizontais.

Outro assunto relevante que constará na norma é o ensaio de fragmentação. O temperado, quando quebrado, divide-se em pequenos pedaços arredondados e pouco cortantes, garantindo maior segurança para o usuário. O termoendurecido, por sua vez, tende a se fragmentar em pedaços maiores, mais parecidos com os do float, embora existam algumas características que determinam a qualidade do processo.

A comissão de estudos que cuida desse projeto estuda ainda incluir a questão dos defeitos visuais que podem surgir após o tratamento térmico, requisito não abordado pela norma EN.

Participe da próxima reunião!

No dia 10 de abril, das 16h às 18h, a sede da Abravidro, em São Paulo, receberá o próximo encontro da comissão. Se você não estiver na cidade, não tem problema: a participação remota pela Internet estará disponível.

– Envie um e-mail para cb37@abnt.org.br dizendo que tem interesse em fazer parte das reuniões;

– Você receberá um convite com um link para acesso à ferramenta para participação remota;

– Faça o download da ferramenta e certifique-se de que seu computador tenha câmera, microfone, caixas de som e Internet de banda larga de qualidade.

Este texto foi originalmente publicado na edição 555 (março de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Para aproveitar a vista

Envidraçamento de sacadas é um tema que gera muitas dúvidas em seus usuários. A prova está na enorme quantidade de consultas feitas à Abravidro em relação ao assunto. Por isso, vale a pena apontar as principais questões sobre esses sistemas.

Qual a norma?
Produzida pelo Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), órgão sediado na Abravidro e responsável pela elaboração e atualização das normas do setor, a NBR 16.259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas – Requisitos e métodos de ensaio oferece ferramentas para avaliar a segurança desses produtos, um dos mais populares com vidro na construção civil. Esse documento tornou-se “livro de cabeceira” de síndicos, construtoras e engenheiros.

Qual o tipo de vidro?
São permitidos dois tipos:
– Temperado;
– Laminado.

O envidraçamento de sacadas não tem a função de um guarda-corpos, pois é instalado pelo lado de dentro ou por cima dele. Isso explica a norma permitir os dois vidros citados.

O que é ART e o que a norma diz sobre isso?
ART significa Anotação de Responsabilidade Técnica. Esse documento é fornecido pelo engenheiro responsável pelo projeto e/ou instalação do sistema de envidraçamento de sacadas.

A NBR 16.259 recomenda a exigência da ART pelo usuário desses tipos de instalação.

A estrutura precisa vedar a passagem de água?
O objetivo principal dessa estrutura não é isolar ou vedar os espaços, mas sim garantir a interação com o ambiente externo, aumentando a área de visibilidade e convivência dos apartamentos ou escritórios, por exemplo. Portanto, as tipologias de envidraçamento de sacadas abordadas na norma não são estanques, nem necessitam atender esse requisito.

A região do País influencia no sistema?
A pressão de vento muda conforme a altura do prédio e a região do Brasil — e esse é um fator decisivo para o produto. É necessário que o projeto tenha a resistência necessária à força do vento e às exigências de sua utilização, conforme o local em que será instalado.

Quais os requisitos citados na norma?
– Tipo de vidro;
– Fixação no perfil;
– Instalação do sistema;
– Instalação sobre guarda-corpos;
– Carga estrutural ou vertical;
– Resistência a cargas uniformemente distribuídas;
– Resistência a operações de manuseio;
– Resistência à corrosão

Além desses, existe um requisito específico, voltado para sistemas feitos com perfis de alumínio.

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Norma de esquadrias ganha mais uma parte

A NBR 10821 — Esquadrias para edificações foi totalmente revisada em 2017, mas os trabalhos no documento não param. A Comissão de Estudos Especiais de Esquadrias (CEE-191), com participação do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), está produzindo a parte 7 da norma, chamada Esquadrias externas — Métodos de ensaio para fachadas em obra (in loco).

Conformidade de ensaios
Atualmente, a metodologia de ensaios cobre apenas as esquadrias externas fixas instaladas em edificações. Quando publicada, a nova parte especificará os requisitos para avaliação também nos sistemas móveis, como os maxim-ar. Segundo Fabiola Rago, coordenadora da comissão, engenheira e diretora do Instituto Beltrame da Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq), o trabalho é baseado nas normas estrangeiras da American Architectural Manufactures Association (AAMA). “Os membros participantes ainda estão analisando algumas propostas, entre elas a questão de quais metodologias adotar para as folhas móveis e fixas”, explica. No entanto, já se sabe que a norma criará um procedimento de ensaio diferente para cada aplicação:

– Ensaio de permeabilidade ao ar e à água com câmara instalada em obra, para avaliação de portas e janelas, com base na AAMA 502.
– Ensaio de permeabilidade ao ar e à água com câmara instalada em obra, para avaliação de sistemas de fachadas, com base na AAMA 503.
– Verificação de infiltração de água na fachada, nas partes fixas, com base na AAMA 501-2.

Tipologia nos ensaios
A parte 7 do documento vai atender as exigências das construtoras em relação à avaliação desses sistemas. “Após a aprovação e instalação das esquadrias da fachada, podem ser realizados os ensaios para entrega do empreendimento. Com isso, o consumidor não precisará mais ser quem ‘testa’ a fachada na prática, em situações desfavoráveis de chuva e vento”, destaca Fabiola.

A coordenadora ressalta ainda que os ensaios realizados em obra não excluem a necessidade dos ensaios de cada tipologia e sistema de esquadria, conforme a Parte 2: Esquadrias externas — Requisitos e classificação da NBR 10821. “Todos os ensaios realizados em obra têm a função de avaliar se a esquadria foi instalada corretamente, conforme indicado pelo projeto. Para escolha do método de ensaio, deve-se avaliar a tipologia da esquadria instalada.”

As discussões sobre as metodologias se estenderão pelo primeiro semestre deste ano. A previsão para a publicação, após passar pela consulta nacional da ABNT, é o primeiro semestre de 2020.

Este texto foi originalmente publicado na edição 553 (janeiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro promove o vidro em diversas frentes

Vera Andrade, coordenadora técnica da associação, participou, no dia 13 de novembro, da cerimônia de entrega de certificados de conclusão aos alunos do curso de extensão “Arquitetura e Construção: Materiais, Produtos e Aplicações” (foto de abertura). O evento, em sua 5ª edição, é fruto da parceria da Universidade Presbiteriana Mackenzie com a Abravidro, Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Associação Brasileira da Construção Metálica (Abcem) e Instituto do PVC. A Cebrace é parceira da Abravidro nessa iniciativa.

abravidro2No dia 26 do mesmo mês, Clélia Bassetto, consultora de Normalização da entidade, esteve presente no Seminário para Estudo de Incorporação de Novas Tecnologias na Segurança contra Incêndio (foto 2), promovido pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo e pela Fundação de Apoio ao Corpo de Bombeiros (Fundabom). Ela também representou a Abravidro, no dia 29, no lançamento do livro Éramos vinte: a história do Corpo de Bombeiros de São Paulo, na sede da Assembleia Legislativa de São Paulo. A obra conta como a corporação de São Paulo foi fundada há quase 140 anos.

Em dezembro, no dia 6, Clélia assistiu ao workshop técnico “Soluções em Eficiência Energética e Hídrica dos Edifícios” na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). Além de trazer painéis de discussão sobre o tema, o evento também contou com o lançamento do portal Guia interativo de esquadrias – eficiência energética em edificações, da publicação Esquadria com foco em eficiência energética: guia orientativo para projetos de edificações eficientes e de um vídeo focado na divulgação do papel das esquadrias para o conforto dos usuários — estas duas últimas iniciativas contaram com a participação da Abravidro em sua elaboração.

Este texto foi originalmente publicado na edição 552 (dezembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Novos requisitos para vidros resistentes ao fogo

18O projeto de revisão da norma NBR 14.925 — Elementos construtivos envidraçados resistentes ao fogo para compartimentação já está em consulta nacional e pode ser acessado no site da ABNT (veja como na próxima página). O trabalho foi coordenado pelo Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio (ABNT/CB-024) com participação da Abravidro.

Nova versão
A revisão da norma foi abrangente: além de receber um novo nome, o texto ganhou diversos complementos, tendo seu escopo aumentado em relação à classificação dos sistemas, levando em consideração os locais de instalação e a sua resistência, que agora estão dispostos em tabelas. No projeto de revisão, os conceitos de tempo de resistência, estabilidade e estanqueidade foram revistos. Além disso, foi incluído um novo requisito, a resistência à radiação. A analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto, explica cada um:

Resistência: o vidro precisa ser portante, ou seja, deve manter sua integridade e capacidade estrutural;
Integralidade: as peças não podem ter fissuras ou rachaduras que permitam a passagem de fumaça ou fogo;
Isolação térmica: deve isolar o ambiente termicamente;
Radiação térmica: deve restringir a irradiação do calor a um nível especificado.

Fique atento!
É fundamental ressaltar que o novo texto indica a avaliação do sistema resistente ao fogo como um todo, ou seja: o caixilho, a fixação e a vedação são tão importantes quanto o vidro e, quando ensaiados, devem apresentar, sempre que possível, dimensões compatíveis com as que serão instaladas.

Outra novidade relevante: a presença de informações sobre a composição química dos tipos de vidro com característica de resistência ao fogo.

Como participar da consulta nacional
O prazo é 7 de janeiro. Ao acessar o texto, é possível lê-lo na íntegra e enviar considerações sobre seu conteúdo.

– Para ter acesso ao material, é necessário fazer um cadastro simples no site da ABNT pelo link www.abntonline.com.br/consultanacional;
– Para quem já é cadastrado, basta acessar essa página e entrar com login e senha.

Este texto foi originalmente publicado na edição 552 (dezembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Segurança em primeiro lugar

Equipamentos de proteção individual, popularmente conhecidos pela sigla EPIs, são indispensáveis para diversos tipos de trabalho manual que envolvem esforço físico — e as atividades do vidraceiro não são exceções. Os EPIs são responsáveis por minimizar os riscos de ferimentos em caso de acidente, bem como a gravidade das lesões.

O Vidroplano conversou com especialistas e representantes de empresas do setor para apresentar quais são os EPIs necessários para as ações realizadas pelos vidraceiros, trazer mais informação sobre as características de cada um deles e alertar os profissionais do nosso segmento sobre a importância da segurança no trabalho.

Por que usar?
usar

Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que esses equipamentos são obrigatórios — veja mais no item “Uso obrigatório!“. Além disso, Thalles Dias Guarezi, especialista em segurança do trabalho e instrutor de formação profissional em diferentes cursos no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), cita dois riscos práticos a que os vidraceiros estão sujeitos em seu serviço: “Os mais destacados são o de cortes, em caso de quebra de chapas de vidro, e o de lesões nos olhos, causadas por partículas que eventualmente possam ser projetadas contra o trabalhador.”

Segundo Sérgio Reino Júnior, professor do Curso de Vidraceiro do Senai, a autoconfiança é um grande fator para que profissionais deixem de usar EPIs no trabalho. “Muitos também julgam que eles atrapalham na hora da instalação”, acrescenta. Isso não pode acontecer. “Frente ao risco de cortes, quedas e acidentes, o uso de óculos de proteção, luvas, mangotes, botas e capacetes pode salvar vidas”, observa o consultor técnico Ricardo Ventricci.

QUAIS SÃO E ONDE COLOCAR

Para todas as atividades
vp_luvas cópiaLuvas anticorte: Feitas com materiais resistentes, como fibra de carbono, fio de aço, Grafatex ou Kevlar. Devem ser usadas no corte, lapidação, manuseio e instalação das peças.

 

vp_mangotes cópiaMangotes anticorte: São colocados sobre os antebraços para protegê-los de cortes e do contato com a água de reúso (nos trabalhos de lapidação). Assim como as luvas, devem ser usados em toda atividade que envolva o manuseio do vidro. Atenção: nunca deixe vão entre a luva e o mangote, para que o punho não fique desprotegido.

vp_óculosÓculos de proteção: Garantem a proteção dos olhos do trabalhador contra lascas e outros fragmentos. “Além dos modelos tradicionais, há os com proteção UV, utilizados no manuseio de colas, quando o funcionário fica exposto à lâmpada ultravioleta usada na cura”, informa Ricardo Costa, diretor-comercial da Glassparts.

 

bota Botas: Precisam ser fechadas, sem cadarços e com biqueira de aço. Elas dão mais firmeza aos pés e tornozelos do trabalhador e os protegem contra quedas de objetos e lascas.

 

vp_capaceteCapacete: Deve ser usado sempre que a peça de vidro for levantada acima da altura do trabalhador. O equipamento protege sua cabeça contra impactos e objetos projetados no ar. Ao colocá-lo, ajuste-o para que não fique folgado e possa cair durante as atividades.

 

Para instalações em altura
harnessCinto de segurança: Fundamental para qualquer atividade realizada acima de 2 m do chão, onde haja risco de queda, ele deve ser conectado a dispositivos de ancoragem, que prendam o sistema de segurança do trabalhador à estrutura da obra (como vigas ou andaimes) e permitam interromper a queda caso aconteça.

Para trabalhos de corte e lapidação
vp_auricularProtetor auricular: Colocado sobre o ouvido, abafa a entrada do barulho vindo das máquinas. Sem esse equipamento, o ruído do local de trabalho pode prejudicar a audição até mesmo permanentemente.

 

vp_aventalAvental: Protege toda a parte frontal do corpo, principalmente em trabalhos que envolvem corte.

 

Cuidando dos EPIs
O consultor técnico Ricardo Ventricci explica que é muito importante verificar rotineiramente o estado geral de cada EPI, conferir validade de uso e trocá-los sempre que necessário. “Se uma ferramenta cai sobre um profissional com capacete, por exemplo, o equipamento deve ser inspecionado por uma empresa que verifique se ele ainda tem capacidade de absorver impactos”, comenta.

Ao adquirir esses itens, a vidraçaria deve sempre verificar o Certificado de Aprovação (CA) dos produtos, emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). “Como há muitos equipamentos comercializados no mercado hoje, os clientes precisam estar atentos se as opções escolhidas passaram por testes de segurança e têm garantia de qualidade”, indica Yveraldo Gusmão, diretor da GR Gusmão. O código do CA deve estar gravado de maneira inapagável no próprio equipamento, permitindo ao comprador conferir no site do ministério se o registro existe e se ainda está dentro da validade.

Por fim, a empresa precisa ter uma pessoa que cheque os EPIs de tempos em tempos para avaliar se algum precisa ser trocado. Gisele Muniz, sócia-proprietária da vidraçaria paulistana Everart, conta que a própria gerência da empresa tem verificado de forma periódica os materiais e acompanhado o relatório de registro de entrega desses equipamentos e dos prazos.

EPCs: proteção também nos arredores

vp_EPC
Além da segurança de quem manuseia os vidros, é importante pensar também nas pessoas que estejam por perto. Dentro da própria vidraçaria, por exemplo, uma atividade de lapidação pode resultar em piso molhado que propicie escorregões. Em uma instalação, as pessoas ao redor não podem correr qualquer risco de serem atingidas. Para esses casos, existem os equipamentos de proteção coletiva (EPCs): “Eles são usados para garantir a integridade não só do profissional, mas de todos os demais que circulam pelo local”, explica Gisele Muniz. Sérgio Reino Júnior, do Senai, lista alguns:

Nas vidraçarias
– Proteção das partes móveis de máquinas e equipamentos;
– Piso antiderrapante;
– Extintores de incêndio;
– Corrimãos e guarda-corpos.

Nas obras
– Telas guarda-corpos.

Em ambos os espaços
– Sinalizadores de segurança (como placas e cartazes de advertência, ou fitas zebradas e cones);
Kit de primeiros socorros.

Uso obrigatório!
Segundo Thalles Guarezi, do Senai, a norma regulamentadora NR 6 — Equipamento de proteção individual – EPI determina que a utilização dos equipamentos de proteção individual é obrigatória sempre que as medidas de ordem geral não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho. Ela também estabelece obrigações tanto para os responsáveis pela empresa como para os trabalhadores:

Para a empresa (empregador)
– Adquirir e fornecer aos trabalhadores os EPIs adequados ao risco de cada atividade;
– Exigir seu uso;
– Fornecer ao trabalhador somente equipamentos aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
– Orientar e treinar o funcionário sobre o uso adequado, guarda e conservação deles.

Para os empregados
– Usar os EPIs apenas para a finalidade a que se destina, sempre que realizá-la;
– Responsabilizar-se por guardá-los e conservá-los;
– Comunicar ao empregador qualquer alteração que torne o equipamento impróprio para uso;
– Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

A NR 6 prevê punições para quem não cumprir os cuidados com os EPIs. Os empregadores podem sofrer autuações dos auditores fiscais do Trabalho, responder a processos trabalhistas e ter de arcar com custos de eventuais indenizações obtidas por ações pleiteadas pelos trabalhadores. Já os empregados que não cumprirem suas obrigações, como aqueles que se recusam de maneira injustificada a utilizar os EPIs necessários, estão sujeitos à rescisão do contrato de trabalho por justa causa, conforme previsto nos artigos 158 e 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Este texto foi originalmente publicado na edição 552 (dezembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Novidades na colagem estrutural de vidros

Duas normas técnicas passarão por revisão coordenada pela Comissão de Estudos Especial de Esquadrias (CEE-191), com participação da Abravidro: NBR 15.737 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial – Colagem de vidros com selante estrutural e NBR 15.919 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial – Colagem de vidros com fita dupla face estrutural de espuma acrílica para construção civil. Os dois textos estão sendo trabalhados simultaneamente. O objetivo, além de atualizar os conteúdos, é trazer uniformidade ao conteúdo em relação aos ensaios e requisitos para ambas as formas de colagem.

Mudanças à vista
Muitas alterações serão realizadas nessas normas, incluindo os nomes delas, os quais devem ser escolhidos mais para o final do processo de revisão. “Uma das principais novidades está na ampliação de seu escopo: elas não apenas tratarão da colagem de vidros, mas também da colagem de outros elementos de fechamento utilizados em fachadas, como painéis metálicos e revestimentos cerâmicos, entre outros”, revela a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto.

O texto ficará mais completo, pois vai passar a incluir detalhes do processo de colagem e também dos ensaios, como, por exemplo, o de compatibilidade do selante com o perfil e o substrato — o objetivo é enfatizar a importância dos processos para a segurança da aplicação. “Outro ponto discutido atualmente é o requisito para painéis pintados ou anodizados, a fim de garantir a adesão tanto do silicone como da fita dupla face aos perfis”, comenta Clélia. Também foi ampliada a abordagem da limpeza dos perfis e demais cuidados para a selagem ser feita corretamente.

Ainda sobre nosso material, serão incluídos requisitos específicos para vidros de controle solar e insulados, principalmente em relação ao cálculo do “bite” do selante secundário em aplicações de sistemas pele de vidro.

Norma em consulta nacional
A NBR 14925 — Elementos construtivos envidraçados resistentes ao fogo para compartimentação, sobre vidros resistentes ao fogo, passou por revisão e agora entra em consulta nacional no site da ABNT até o dia 7 de janeiro de 2019. Para ter acesso ao texto e enviar considerações, é necessário um cadastro simples pelo link www.abntonline.com.br/consultanacional. Para quem já possui cadastro, basta acessar a página e entrar com login e senha.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

A ABNT quer sua opinião!

A revisão da NBR 14718 — Guarda-corpos para edificação – Requisitos, procedimentos e métodos de ensaio entrou em consulta nacional no mês passado. E os profissionais vidreiros podem acessar o projeto (e opinar sobre ele) até 19 de novembro, mediante cadastro no site da ABNT.

Mais conteúdo
A norma especifica os requisitos e métodos de ensaio de guarda-corpos externos ou internos. Por isso, a principal tarefa do grupo de trabalho, que pertence à Comissão de Estudos Especial de Esquadrias (CEE-191) e que contou com participação da Abravidro, era torná-la mais abrangente. A partir de agora, estão presentes no texto as estruturas instaladas em aeroportos, estádios e shopping-centers, inclusive as com diferentes cargas aplicadas.

Destaques
laminado3“A revisão baseou-se em documentos técnicos e normalização estrangeiros, nos quais a carga de 300 kg/m já é solicitada para locais de grande aglomeração”, explica Fabíola Rago, coordenadora da comissão. A pressão de vento também passou a ser considerada — dessa forma, além do tipo de uso, a altura da edificação e a região do País em que a obra será instalada influenciarão no dimensionamento. O texto está mais exigente quanto à altura mínima dos guarda-corpos em relação ao piso, que agora é de 1,10 m. Outra novidade são os itens sobre limpeza e manutenção, visando à durabilidade das estruturas.

Daniel Domingos, da Eastman, participante da comissão, reforça que, o intuito é alinhar a norma brasileira às estrangeiras, principalmente França, Bélgica e Reino Unido, países em que esse tipo de aplicação é bem mais difundido.

Participe!
Após o prazo de consulta, a ABNT envia as informações obtidas para a CEE-191 analisar e responder. “Caso sejam apenas sugestões de forma, a norma pode ser publicada ainda este ano. Se forem alterações nos requisitos, faremos avaliações a respeito e provavelmente a publicação fique para 2019”, comenta Fabíola.

Métodos de ensaio e classificações: o que mudou
Os ensaios permanecem os mesmos: esforço estático horizontal (com algumas alterações de metodologia), esforço estático vertical e resistência a impactos. Com a revisão, os guarda-corpos são classificados de acordo com o tipo de aplicação:
– Residencial ou comercial de uso privativo e áreas técnicas;
– Residencial de uso coletivo, comercial ou institucional de médio tráfego (até 2.500 pessoas);
– Comercial ou institucional de alto tráfego (acima de 2.500 pessoas).

Este texto foi originalmente publicado na edição 550 (outubro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Norma de laminados mais completa

O Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) está promovendo as reuniões da comissão de estudos que trabalha na revisão da NBR 14697 — Vidro laminado. O objetivo desses encontros é atualizar a norma e incluir conteúdo inédito. Um dos focos do novo texto é em relação aos requisitos técnicos das peças feitas com temperados, tema não abordado na atual versão do documento.

Segurança e resistência mecânica
Os laminados temperados são indicados para sistemas fixados por ferragens ou que tenham o vidro com função estrutural. “Vem crescendo a aplicação dessa composição na construção civil”, explica Luiz Barbosa, coordenador da comissão de estudos e gerente técnico de Vendas da Vivix. “Faz-se necessário nos debruçarmos sobre o tema, no sentido de orientar os processadores sobre critérios para os quais os produtos devem atender, sendo ofertados no mercado dentro das condições ideais de segurança e qualidade.”

Houve consenso de que as tolerâncias dimensionais serão as mesmas dos laminados comuns, mas será inserido um novo requisito para deslocamentos de furos no uso autoportante (em fachadas ou guarda-corpos, por exemplo). Estuda-se ainda acrescentar informações sobre empenamento: esse efeito acontece nos temperados — inclusive, é citado na norma própria desse vidro — e também pode aparecer em laminados, por conta do próprio processo de laminação na autoclave ou até durante o armazenamento do produto.

Sequência do trabalho
Finalizada a discussão que define todos os requisitos dimensionais, serão debatidos os ensaios de qualidade, tema sempre complexo que envolve diversas variáveis. “Por isso, a participação dos processadores é fundamental. Só assim será possível criar uma norma abrangente, refletindo a realidade do mercado vidreiro”, explica Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro. O convite estende-se a laminadores com experiência nos vários tipos de interlayers.

Participe das reuniões!
Os encontros acontecem na sede da Abravidro, em São Paulo. Para participar, basta enviar e-mail para cb37@abnt.org.br confirmando a presença. Não está na cidade? Não tem problema! Profissionais de qualquer lugar do Brasil podem participar em tempo real pela Internet. Para isso, siga estes passos:

1- Envie e-mail para cb37@abnt.org.br dizendo que tem interesse em fazer parte das reuniões;
2- Aguarde o envio a você do link para acesso à ferramenta;
3- Tendo o link, faça o download da ferramenta e pronto!

Importante
Certifique-se de que seu computador tenha:

– Câmera
– Microfone
– Caixas de som
– Acesso à Internet de alta velocidade

Este texto foi originalmente publicado na edição 549 (setembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Como especificar pisos de vidro?

Pisos envidraçados ganharam maior espaço na arquitetura nos últimos tempos, levando beleza estética e segurança para onde são instalados. Porém, como podem gerar certa dúvida na hora da especificação e instalação, a seção “Falando em Normas” deste mês conversou com especialistas para entender o que as normas técnicas vidreiras indicam para essa aplicação.

Em qual documento pesquisar?
Não existe uma norma específica sobre pisos, como reforça a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto: “No entanto, eles são citados na NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, a principal norma de nosso setor, que faz referência à NBR 14697 — Vidro laminado”.

Qual vidro usar?
Devem ser usados laminados de segurança, podendo ser compostos por peças comuns ou temperadas. “Com isso, no caso de quebra, os fragmentos ficarão presos na camada intermediária, reduzindo o risco de lesões e impedindo que se criem aberturas nas peças de vidro provocadas pela ruptura”, explica José Carlos Alcon, consultor técnico da Kuraray South America.

vp_pisovidro

Definições essenciais
Escolher como será o projeto é a etapa mais importante, já que dela dependem a estrutura do nosso material (qual será a composição das camadas do laminado) e a forma de sustentação. Existem algumas formas de se instalar o vidro:

– Apoiado pelas bordas, com a ajuda de bases metálicas e calços de borracha. Dessa maneira, o material não encosta em superfícies duras propensas a provocar quebra. Os apoios não podem ser de materiais higroscópicos (que liberam umidade) ou que apodreçam;
– Engastado (preso por apenas um lado por encaixe ou furos);
– Parafusado ou com fixações pontuais, em dois ou mais lados da peça.

Atenção às cargas
Para determinar a espessura, é necessário levar em consideração todo o sistema (vidro, apoios e calços, tipo de interlayer) e não apenas nosso material.

Devem ser previstas todas as cargas que incidirão sobre o piso. É comum os envolvidos em um projeto ignorarem o fato de que poderá ser colocado, durante um tempo maior que o previsto, um peso muito além do imaginado sobre a aplicação.
Essa tarefa pode ser feita por meio de aplicativos ou softwares especializados, explica Alcon. “No caso de projetos mais complexos ou que exijam mais precisão nos resultados, como os sujeitos a grandes cargas, a ferramenta correta são programas de engenharia que utilizam o sistema de cálculo chamado Método dos Elementos Finitos.”
A deflexão do piso também é um parâmetro importante. O balanço e a curvatura causados por um projeto incompleto podem gerar problemas à estrutura e desconforto aos usuários.

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidros blindados em revisão

Atualmente, existe apenas uma norma para blindagem: a NBR 15000 — Blindagens para impactos balísticos – Classificação e critérios de avaliação, que também define os requisitos para os vidros blindados. No entanto, essa situação mudará em breve, pois o documento está passando por um processo de revisão, além de ser desmembrado em diferentes seções. A comissão de estudos responsável pelo projeto trabalha para elaborar uma família de normas, tratando assim dos diversos produtos que oferecem proteção. Inclusive, a parte 2 desse documento — Classificação, requisitos e métodos de ensaio para materiais — já está finalizada para ser enviada para consulta nacional.

Mudanças
A revisão da NBR 15000 pretende torná-la mais adequada ao momento atual do mercado, conforme explica o coordenador da Comissão de Estudo Especial de Sistemas de Blindagem (ABNT/CEE-161), general Paulo Benedito Pacheco: “Apesar de ter sido elaborada com muita atenção e seriedade em 2005, a norma vinha apresentando algumas deficiências que, mesmo não prejudicando o desempenho final dos produtos, criavam uma série de dificuldades e contratempos aos fabricantes e órgãos fiscalizadores”.

Um dos focos das mudanças estava nos ensaios. Dessa forma, estabeleceram-se procedimentos executáveis sem fazer com que esses produtos perdessem características de proteção ao consumidor final. Foram introduzidos também tópicos para auxiliar na elaboração desses ensaios. Com isso, a repetição dos testes em qualquer laboratório será mais simples.

Sequência do trabalho
A parte 1 da norma — Terminologia — está sendo produzida com o objetivo de tratar de todos os termos técnicos que serão citados nessa família de normas. Entre os temas a serem abordados, estão os coletes à prova de balas, escudos e capacetes balísticos, blindagem de imóveis e proteções transportáveis, sistemas de proteção blindados, produtos acabados e partes de produtos blindados. Assim que ficar pronta, será enviada para consulta nacional juntamente com a parte 2.

Os demais documentos, que visam especificamente a cada produto, oferecerão aos órgãos de fiscalização e controle condições mais favoráveis para o cumprimento de suas missões. “Com essas condições, é plausível esperar que os produtos garantirão mais segurança aos usuários, o que é, sem dúvidas, algo que todos os participantes desse mercado desejam”, comenta o general Pacheco.

Este texto foi originalmente publicado na edição 547 (julho de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Proteção garantida

Não é segredo para os leitores de O Vidroplano que existem vários tipos de vidro plano, cada um com suas características e finalidades. Alguns deles são classificados como vidros de segurança, e esse nome não é dado à toa: são peças especiais, cujo uso é obrigatório em estruturas que precisam garantir a proteção de quem se encontra perto deles. Nas próximas páginas, conheça um pouco mais sobre esses materiais e saiba onde aplicá-los.

O que é um vidro de segurança?
vp_casetempNOVASegundo Vera Andrade, coordenadora técnica da Abravidro, a norma NM 293 — Terminologia de vidros planos e dos componentes acessórios à sua aplicação define esse produto como um “vidro plano cujo processo de fabricação reduz o risco de ferimentos em caso de quebra”. A associação, vale lembrar, sedia o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37).

São três os modelos de vidro que se encaixam nessa definição: o temperado, o laminado, e o aramado. Conforme comenta Samuel Toffoli, professor do Departamento de Engenharia Metalúrgica e Materiais da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), “são obrigatórios em diversas aplicações na construção civil, como fechamento de sacadas ou guarda-corpos”. Outro segmento em que os produtos são fundamentais, ele acrescenta, é no automotivo, que requer o uso de laminados em todos os para-brisas de veículos, e de temperados em todas as outras janelas.

Se não é de segurança, não entra!
Embora as informações sobre o vidro correto estejam cada vez mais presentes no dia a dia do nosso setor, ainda há quem use produtos inadequados em instalações. “Quando se instala um float em um guarda-corpos, por exemplo, o vidro pode quebrar-se em pedaços cortantes que podem cair sobre quem estiver abaixo dele”, alerta Raphael Gallegos, gerente-comercial da processadora Reflex Tempervidros, de Contagem (MG).

Para Leandro Gonçalves, gerente de Projetos da beneficiadora paulistana Divinal Vidros, quem não usa o tipo certo na instalação não pode ser chamado de profissional. “Essa prática seria de uma imensa irresponsabilidade e a empresa ou profissional autônomo podem até ser responsabilizados criminalmente em caso de acidente envolvendo lesão corporal”, observa. Ele tem razão: o artigo 39 do Código Brasileiro de Defesa do Consumidor informa que os fornecedores são proibidos de colocar no mercado qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas.

A opção correta

Uso de vidro aramado na cobertura do ambiente Varanda Kashmir, de Valéria Leão e Marina Pimentel, na Casa Cor Brasília 2016
Uso de vidro aramado na cobertura do ambiente Varanda Kashmir, de Valéria Leão e Marina Pimentel, na Casa Cor Brasília 2016

Para a instalação de um guarda-corpos, então, devemos usar nele um dos três tipos de vidro de segurança, certo? Errado: a NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações veta o uso de temperados nesses sistemas. O motivo para isso é que, se ele quebrar, o vão que deveria proteger quem está próximo ficará aberto, oferecendo risco de queda.

Onde, então, posso usar cada tipo de vidro de segurança? Em caso de dúvida, vale a pena consultar sua processadora de confiança. A paulistana Conlumi, por exemplo, criou o Departamento de Respaldo Técnico: “A iniciativa visa a evitar que os projetos tenham vidros aplicados de forma inadequada, protegendo tanto o cliente final como quem está prestando o serviço”, comenta Cláudio Passi, diretor-geral da empresa. Você também pode saber quais vidros podem ser aplicados em cada caso consultando os materiais do #TamoJuntoVidraceiro (veja mais no final desta reportagem).

Temperado: resistência trazida pela temperatura
vp_temperadoCOMO É FEITO — O processo de produção consiste no aquecimento da chapa a até cerca de 700 °C. Quando a temperatura se torna homogênea em todos os pontos da chapa, o produto é retirado do forno e passa por um rápido resfriamento, por meio de jatos de ar de alta pressão. “O interior do vidro se resfria mais lentamente que sua superfície, o que cria tensões térmicas residuais que permanecem no produto à temperatura ambiente, aumentando sua resistência mecânica”, aponta Toffoli, da Poli-USP.
SEGURANÇA — O temperado tem resistência até cinco vezes maior que a do comum. “Além disso, em caso de quebra, a peça se estilhaça em fragmentos pequenos, diminuindo a chance de ferimentos das pessoas ao redor”, ressalta Vera, da Abravidro.

Você sabia?
A primeira patente conhecida para o processo de têmpera foi concedida em 1874 ao parisiense François Barthélémy Alfred Royer de la Bastie. Na época, ele mergulhava as chapas quase derretidas em óleo quente.
Fonte: Jonathan Barr, The Glass Tempering Handbook

Laminado: proteção na camada intermediária
vp_laminadoCOMO É FEITO — Duas peças de vidro são intercaladas por uma camada intermediária, que pode ser uma película de polivinil butiral (PVB) ou de etil vinil acetato (EVA), ou uma resina. Em seguida, o conjunto é submetido a uma ação de pressão (no caso de laminação com PVB) e temperatura elevadas, dando-se como resultado a adesão entre as chapas e a transformação em uma única peça.
SEGURANÇA — “Em caso de quebra do laminado, seus cacos ficam presos à camada intermediária”, explica Vera, da Abravidro. Com isso, o risco de ferimentos por cortes é bastante reduzido. Mas essa não é a única proteção conferida pelo produto. Mesmo após quebrado, o conjunto ainda impede a passagem de objetos grandes, evitando a abertura do vão e mantendo a área fechada por tempo suficiente para que seja substituído.

Você sabia?
A primeira patente para vidro laminado foi concedida em 1909 ao químico francês Édouard Bénédictus, inspirado em um acidente de laboratório: ao derrubar um frasco envidraçado revestido com nitrato de celulose, constatou que o objeto se manteve inteiro mesmo com a quebra.
Fonte: Enciclopédia Britânica

Aramado: segurança na malha de aço
vp_aramadoCOMO É FEITO — Ao contrário do temperado e do laminado, o aramado ganha suas propriedades ainda no processo de fabricação. Antes de a chapa ficar sólida, logo após sair do forno de fusão, ela recebe uma malha de aço no interior de sua massa. Por ser um tipo de vidro impresso, apresenta-se como uma solução interessante na área de arquitetura e design de interiores.
SEGURANÇA — Vera explica que, se o vidro quebrar, a maior parte dos fragmentos permanece presa à tela metálica. Isso impede que objetos ou pessoas o atravessem, mantendo o vão fechado.

Você sabia?
A primeira menção ao aramado foi feita no ano de 1892 em Dresden, Alemanha. O produto surgiu como uma forma de superar as quebras em construções e evitar problemas de segurança e manutenção.
Fonte: Konstandena Keffallinus, Wire glass: History of technology & development

Unindo qualidades
vp_foto-conlumiExistem também os vidros temperados laminados — ou seja, feitos com a laminação de duas chapas temperadas. Essas peças trazem tanto a resistência mecânica dos primeiros como a aderência dos fragmentos à camada intermediária dos segundos em caso de quebra.

Outra vantagem é que, ao contrário dos laminados comuns, eles podem ser furados (antes de passar pelos processos de têmpera e laminação) para a instalação de ferragens, sem necessidade de caixilhos.

Tire suas dúvidas sobre os vidros para cada aplicação!
Os materiais da campanha #TamoJuntoVidraceiro, lançada este ano pela Abravidro, apresentam todos os tipos de vidro — de segurança ou não — e os locais e formas como cada um pode ou não pode ser instalado.

Por isso, não deixe de consultá-los sempre que possível: eles estão disponíveis para download gratuito em www.abravidro.org.br/tamojuntovidraceiro-materiais

Este texto foi originalmente publicado na edição 545 (maio de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Reuniões a todo vapor!

Os trabalhos do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) na administração do Projeto 099:004.004-001 — Qualificação profissional do vidraceiro já alcançaram diversos resultados positivos. Nas últimas reuniões, foram definidas questões essenciais para a futura norma: elas determinarão os requisitos básicos necessários para a profissão.

Presença de todo o País
Segundo Cirilo Paes, coordenador da comissão de estudos dessa norma, a participação dos vidraceiros tem superado a expectativa dos envolvidos. “Isso nos enche de orgulho, pois vemos que estão realmente querendo uma mudança para melhor no setor”, comenta, reforçando a importância da transmissão dos encontros pela Internet para quem não está em São Paulo, já que as reuniões são realizadas na sede da Abravidro.

As competências do vidraceiro
Foram definidos quatro perfis de atuação do profissional:

Vidraceiro consultor de vendas
Responsável pelo primeiro contato com o cliente final, sua função é levantar as necessidades do consumidor.

Vidraceiro especificador
Responsável por especificar o vidro correto a ser utilizado conforme as normas vigentes, ele deve elaborar desenhos simples de projetos (incluindo os tipos de recorte, espessura e cor do vidro, por exemplo), fazer a medição final da obra e formalizar os pedidos para as fábricas.

Vidraceiro transportador
Responsável pelo cuidado no transporte dos vidros e demais materiais para a obra, tem a função de acomodar as cargas nos veículos, segundo as normas e resoluções vigentes, além de dirigi-los.

Vidraceiro instalador
Responsável por cumprir todos os requisitos das normas técnicas dos produtos durante a instalação.

Mais trabalho
Após a definição dessas competências, agora serão debatidos os conhecimentos necessários para cada uma delas. “Esse é um momento de bastante trabalho, pois o profissional vidraceiro é muito diversificado, já que ele precisa saber os detalhes de toda a cadeia produtiva para aplicar corretamente cada produto”, afirma Paes.

Participe das reuniões!
Para participar in loco, basta enviar um e-mail para cb37@abnt.org.br confirmando a presença. Não está em São Paulo? Não tem problema! Profissionais de qualquer lugar do Brasil podem tomar parte em tempo real pela Internet. Para isso, siga estes passos:

– Envie e-mail para cb37@abnt.org.br dizendo que tem interesse em participar das reuniões;
– Aguarde o envio a você do link para acesso à ferramenta;
– Tendo o link, faça o download da ferramenta e pronto!

IMPORTANTE
Certifique-se de que seu computador tenha:
– Câmara
– Microfone
– Caixas de som
– Internet de banda larga de qualidade

DATAS DAS PRÓXIMAS REUNIÕES
– 23 de maio
– 20 de junho
– 15 de agosto
– 26 de setembro
– 17 de outubro
– 21 de novembro

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Mudança no transporte de vidros

Você está por dentro da Resolução Nº 552 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de 17 de setembro de 2015? Se não está, deveria: o texto, que entrou em vigor no dia 1º de janeiro deste ano, estabelece novas regras para o transporte de carregamentos em veículos rodoviários de carga, como caminhões, caminhonetes e picapes.

Segundo o Contran, as mudanças são válidas para o transporte de vidro. Por isso, saiba a seguir o que deve ser feito para atender a resolução na hora de carregar seu veículo.

Cintas: não saia sem elas
Embora muitos profissionais utilizem cordas para amarrar as cargas, seu uso é proibido pela resolução. Em vez delas, são permitidas somente cintas têxteis, correntes ou cabos de aço. Mas, atenção: no caso específico do nosso material, Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro, ressalta que apenas as cintas podem ser utilizadas, pois o vidro não pode ser colocado em contato direto com materiais metálicos.

Na hora de comprar as cintas, é necessário ter em mente que elas precisam apresentar resistência total à ruptura por tração de, no mínimo, duas vezes o peso da carga. Além disso, seu mecanismo de tensão (que mantém a cinta presa e esticada) precisa ser verificado periodicamente durante o trajeto — e reapertado quando necessário.

Apesar de tudo, não precisa jogar fora as suas cordas: Cláudio Lúcio aponta que seu uso ainda é permitido para amarrar a lona de cobertura, quando isso for necessário. Ele também dá outra dica para o transporte do vidro: “A resolução não cita nem impede o uso de materiais de proteção, como espuma ou película de EVA entre a cinta e as chapas. Então, se considerar mais adequado usá-los para garantir a segurança das peças, não precisa pensar duas vezes”.

Carga presa na madeira? Também não pode!
O texto do Contran proíbe de igual modo a fixação das cintas nas partes de madeira da carroceria ou em ganchos metálicos presos a ela. Onde prender a cinta, então? Segundo o documento, os pontos de amarração devem estar fixados na parte metálica da carroceria ou no próprio chassi. Da mesma forma, os cavaletes em que os vidros são acondicionados não podem ser fixados exclusivamente no piso de madeira da carroceria, e sim em sua estrutura metálica.

Veículos fabricados a partir de 1º de janeiro de 2017 já saem de fábrica com esses dispositivos em concordância com a nova resolução. Os mais antigos precisam passar por essa adequação. Não se esqueça de pedir que seja colocada uma placa ou adesivo de identificação em local visível, contendo:

– Nome e CNPJ do fabricante dos dispositivos;
– A frase: “Veículo com dispositivos de ancoragem para amarração de carga de acordo com a Resolução Contran 552/2015

Devo amarrar por dentro ou por fora?
Outra prática que deve ser abandonada imediatamente é a amarração dos vidros pelo lado externo da carroceria: agora, isso só pode ser feito quando a carga ocupar totalmente o espaço interno entre suas laterais. Se a carroceria do veículo for aberta e houver espaço entre a carga e as guardas laterais, as cintas só podem ser presas a pontos de fixação que estejam do lado interno.

Quer uma ajuda? Veja nas ilustrações o que pode e o que não pode ser feito:

Transporte2

ATENÇÃO!
Fabrício Luquetti, consultor jurídico da Abravidro, alerta que veículos flagrados desrespeitando essas determinações podem sofrer uma série de punições:

Para o motorista: perda de pontos na Carteira nacional de habilitação (CNH), variando de acordo com o número de infrações cometidas;
Para o proprietário do veículo: multas com valores de até R$ 195,23;
Para ambos: retenção do veículo (caso não seja possível regularizar a situação no local), e responsabilização civil e criminal por qualquer acidente causado pela irregularidade(como a queda de peças de vidro na via).

Segundo Luquetti, caso o comprador seja o responsável pelo carregamento feito de modo incorreto, a processadora ou vidraçaria está isenta de penalidades, mesmo que tenha permitido a retirada dos seus produtos dessa forma. Mesmo assim, ele orienta que, nesse caso, a empresa coloque na nota fiscal que o cliente está ciente dos termos da resolução e que ela não tem qualquer responsabilidade quanto ao transporte — acrescente-se ainda um campo para que o comprador preencha com sua assinatura e data.

Este texto foi originalmente publicado na edição 543 (março de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro em fevereiro: normas, esquadrias e vidro resistente a fogo

A entidade participou de diversos eventos técnicos no mês passado. Clélia Bassetto, analista de Normalização da associação, realizou duas palestras no curso do vidraceiro da Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, no Tatuapé, em São Paulo (foto  de abertura), sobre normas técnicas.

Os benefícios da esquadria correta
vp_abravidro-foto2No dia 21, Clélia e Silvio Carvalho, gerente técnico da associação, participaram de uma reunião na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). No encontro, foi criado um grupo de trabalho (foto 2) para elaborar uma publicação visando a orientar construtores na escolha de esquadrias que contribuam para a eficiência energética nas edificações e conforto térmico dos seus usuários. O material, inclusive, deve trazer cases bem-sucedidos de aplicações de esquadrias para ajudar os construtores a entender os benefícios de se usar produtos de maior valor agregado.

Pelo vidro o fogo não passa!
vp_abravidro-foto3A Fundação de Apoio ao Corpo de Bombeiros (Fundabom) promoveu, em São Paulo, no dia 22, a palestra Elementos envidraçados resistentes ao fogo. O evento contou com a Abravidro entre seus apoiadores, além da Abividro e da Associação Brasileira de Proteção Passiva (ABPP). A apresentação realizada por Paulo Penna de Moraes (foto 3), da Vetrotech Saint-Gobain, chamou atenção para as normas relacionadas ao tema. Moraes explicou o tempo de resistência ao fogo, os tipos de esquadrias utilizados no suporte dos vidros e a importância de um sistema bem-dimensionado.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 543 (março de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Mudanças nos vidros automotivos

A Portaria nº 41, de 19 de janeiro, publicada pelo Inmetro, traz alterações relativas à certificação compulsória para vidros automotivos no Brasil. O novo documento, que revoga todas as portarias anteriores sobre o assunto (nºs 156, 157, 246 e 247), foi baseado na revisão das normas desse produto realizada em 2015 pelo Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37). Confira a seguir o que muda.

Novo modelo de marcação
A principal alteração trazida pelo texto é a inclusão do “registro de objeto”. Ou seja, o número do certificado emitido pelo Inmetro deve estar marcado nos vidros — algo que não é feito atualmente. As empresas, portanto, deverão mudar o modelo atual de marcação. Para isso ser feito da forma correta, a Abravidro negociou diretamente com o instituto, garantindo a concessão de prazos e condições suficientes para que as fábricas se adaptem ao processo.

Prazos para adequações
As datas abaixo (agendadas a partir da data de publicação da portaria) consideram as peças já produzidas e em estoque.

– As fabricantes terão até o dia 25 de janeiro de 2023 (60 meses) para se adaptar aos processos;
– Após esse período, terão até 25 de janeiro de 2025 (24 meses) para o escoamento da produção com a marcação antiga;
– Paralelamente a isso, o mercado terá até 25 de janeiro de 2033 (180 meses) para comercializar esses vidros.

Quando esses prazos se encerrarem, as empresas deverão fabricar e vender somente produtos em conformidade com o documento.

Introdução do RTQ
A portaria ainda incluiu, como anexo, o Regulamento técnico da qualidade para vidros de segurança automotivos (RTQ). Trata-se de um documento de acesso público, também baseado na revisão das normas desses itens feitas em 2015, que resume todos os requisitos obrigatórios de qualidade referentes à segurança. O RTQ está disponível em www.inmetro.gov.br/legislacao.

Este texto foi originalmente publicado na edição 542 (fevereiro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Nova era para os vidros de controle solar

A NBR 16673 — Vidros revestidos para controle solar – Requisitos de processamento e manuseio, publicada no fim de janeiro pela ABNT, foi produzida por comissão de estudo do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) e traz importantes adequações para as empresas que trabalham com o produto.

Qual a necessidade da norma?
Segundo Wagner Domingues, coordenador da Comissão de Estudos, que também é engenheiro de aplicação da Cebrace, esse produto exige um processo mais controlado por conta de seu revestimento metálico, responsável por barrar o calor. “O processamento desse vidro não requer mudança tão significativa, mas são necessárias adaptações [veja algumas no final da reportagem].” Ainda de acordo com Domingues, cerca de 40% do mercado está preparado para os novos requisitos: “A adequação para quem deseja se capacitar está acessível e é de domínio público”.

Cuidados com o forno
Além de padronizar a produção e melhorar a capacitação da mão de obra, o texto aborda questões relevantes sobre os diversos processos que podem utilizar vidros revestidos. Com relação à têmpera, os fornos devem ser adequados à emissividade de cada vidro. Leandro Gonçalves, gerente de Projetos da Divinal Vidros, que também participou da comissão de estudos, indica outros cuidados:

– O forno sempre deve estar totalmente limpo, principalmente os roletes, para evitar defeitos como a inclusão (conhecida pelo termo picagem);
– A face revestida não pode estar em contato com os roletes;
– Bom controle do processo de aquecimento, principalmente em relação à temperatura, ajuda a minimizar a distorção óptica inerente ao processo;
– Nunca colocar na mesma fornada vidros de características e composições diferentes, pois os ajustes do forno dependem da massa do vidro, tipo de revestimento, cor e espessura, não sendo possível garantir o resultado correto com tipos diferentes.

Principais requisitos da NBR 16673
– Estocagem: o vidro deve ficar em armazéns ventilados e cobertos a, pelo menos, 15 m das portas de entrada;
– O tempo máximo de estocagem para vidros com prata é de até seis meses;
– Corte: usar óleo de corte evaporativo e sempre fazer com a metalização do vidro virada para cima;
– Lapidação: a água usada no processo deve ter pH controlado entre 6,5 e 7,5. Por sua vez, a lavagem precisa de água desmineralizada.
– Durante o manuseio, devem-se usar luvas que não manchem as peças;
– Lavadoras devem ter cerdas macias e limpas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 541 (janeiro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.