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Norma determina marcação de termoendurecidos

A norma ABNT NBR 16918 — Vidro termoendurecido, publicada em novembro de 2020, apresenta os requisitos para o processo de fabricação desse tipo de vidro. Um deles, bastante relevante, diz respeito à marcação do produto. Saiba a seguir como ela deve ser feita e entenda sua importância para garantir a segurança do material.

Características
A ABNT NBR 16918 estabelece que toda peça de termoendurecido deve ser marcada com a identificação do fabricante de forma indelével – isto é, ela não pode se soltar do vidro – e permanente.

A marcação deve conter:

– A identificação do fabricante, podendo ser a logomarca, o nome ou ambos;

– A identificação do tipo de vidro com o texto “Vidro Termoendurecido” ou a sua abreviação “VTE”. Também é permitido utilizar “HS”, abreviação do nome do produto em inglês (heat strengthened glass).

Outras informações podem ser acrescentadas, caso haja um acordo entre o fornecedor e o cliente. A norma orienta que a marcação de identificação permanente deve ser aplicada próximo a um dos cantos da peça, de forma que fique visível quando for instalada. Apesar disso, a ABNT NBR 16918 permite que seja em outro local do vidro, sendo visível ou não, desde que isso seja acordado entre as partes (caso o cliente solicite ao processador que a aplicação seja em local não visível, por exemplo).

Vale destacar que é essa marcação que permite identificar o vidro como termoendurecido, ajudando a diferenciá-lo de uma peça comum ou temperada. Assim, ela indica se o material correto foi utilizado na aplicação pretendida.

A marcação em outros tipos de vidro
O termoendurecido não é o único material cuja marcação é obrigatória. A ABNT NBR 14698 — Vidro temperado determina que toda peça de temperado deve ser marcada com a identificação do fabricante de forma indelével. O objetivo, de igual modo, é ajudar a identificar o produto.

Em relação aos automotivos, eles não podem sair da fábrica sem a identificação regulamentada pelo Inmetro. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), por meio da Resolução Nº 254/07, estabelece os critérios para a aplicação de pictogramas nas peças contendo informações como índice de transmitância luminosa, marca do fabricante e o símbolo de conformidade do Inmetro. Além disso, a norma ABNT NBR 9491 — Vidros de segurança para veículos rodoviários – Requisitos determina que essa identificação deve ser colocada em local de fácil visualização no produto.

Por que marcar?
Além de ajudar na identificação de seu tipo, a marcação permite sua rastreabilidade – ou seja, identificar qual processadora o produziu.

Vale observar que isso contribui para a divulgação da empresa junto aos consumidores, mostrando que o processador confia na qualidade do seu material. Por isso, nunca deixe de aplicá-las em suas peças.

Crédito da imagem de abertura: Aleksei/stock.adobe.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 591 (março de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Texto de norma ISO é enviado para consulta nacional

A adoção da ISO 9050:2003 como norma brasileira relativa à transmitância solar do vidro está próxima de acontecer. O Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) já enviou o texto da futura ABNT NBR ISO 9050 — Vidros na construção civil – Determinação de luz, transmissão direta solar, transmissão total de energia solar e propriedades relacionadas ao vidro para entrar em consulta nacional. Assim que o documento for disponibilizado no site da ABNT, os interessados poderão avaliar seu conteúdo por um período de 30 dias.

Normalizando a transmitância do vidro
Segundo Luiz Barbosa, coordenador da comissão de estudos responsável pela elaboração da ABNT NBR ISO 9050, a futura norma especifica os métodos de determinação da transmissão de luz e energia da radiação solar para vidros aplicados como elemento de fechamento nas fachadas das edificações. “Ela é aplicável tanto às unidades convencionais de vidros como à absorção ou reflexão de vidros de controle solar, utilizados como elemento de fechamento nas fachadas”, destaca Barbosa.

No documento técnico serão apresentadas fórmulas para as diferentes composições de vidros – ou seja, monolíticos, laminados e insulados. Além disso, os procedimentos gerais de cálculo são estabelecidos para as unidades constituídas por mais de um componente. “Esses dados característicos podem servir de base para cálculos de iluminação, aquecimento e ventilação de ambientes e devem permitir a comparação entre os diferentes tipos de vidro”, aponta Barbosa.

A nova norma, portanto, de acordo com o coordenador da comissão de estudos, irá colaborar para ratificar o que os especialistas de vidro vêm promovendo há muito tempo: o vidro, quando bem especificado, pode contribuir para a eficiência energética de edificações, mesmo em grandes percentuais de abertura de fachada (PAF).

Avaliando as propriedades do vidro
Um dos principais itens dentro da futura ABNT NBR ISO 9050 diz respeito à determinação dos parâmetros de caracterização do vidro, tais como:

– Desempenho das medições ópticas;

– Transmissão luminosa;

– Reflexão luminosa;

– Transmissão total de energia solar (fator solar do vidro);

– Transmissão UV (porcentagem de luz ultravioleta filtrada pelo vidro);

– Fator de dano à pele;

– Renderização de cores.

A norma também contém um anexo com exemplos dos procedimentos de cálculos.

Crédito da imagem: joyecheung/stock.adobe.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 590 (fevereiro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ABNT PR 1010 é ferramenta indispensável

Um assunto bastante abordado nas páginas de O Vidroplano em 2021 foi a publicação da ABNT PR 1010 — Aplicação e manutenção de vidros na construção civil, primeira prática recomendada (PR) da ABNT voltada para o nosso material e para o setor da construção civil. O documento traz uma grande contribuição para os mais diversos elos da cadeia vidreira nacional – e as vidraçarias podem se beneficiar muito com o uso dele. A seguir, veja como isso é possível, conheça mais sobre seu conteúdo e saiba como adquiri-la gratuitamente.

Porta de entrada para a normalização
Documento técnico, a PR permite abordagem mais didática. Em reportagem de O Vidroplano publicada em agosto de 2021, Nelson Al Assal Filho, diretor de Normalização da ABNT, explicou que a linguagem utilizada nesse tipo de documento é menos técnica, mais simples e acessível para o público não especialista. As PRs também trazem mais flexibilidade na forma de apresentar esse conteúdo, com uso de fotos e ilustrações que facilitam sua compreensão, bem como elementos norteadores para ajudar o usuário a buscar todas as indicações sobre um tema, incluindo regulamentos.

Todas essas características fizeram com que a Abravidro e a Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro) considerassem muito importante o setor vidreiro também poder contar com uma PR voltada para nosso material. Assim, a ABNT PR 1010 foi elaborada para facilitar o entendimento das normas vidreiras existentes, como a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. Ao mesmo tempo, reúne, em um só documento, as informações essenciais para a aplicação adequada do vidro, além de destacar seus benefícios, como os desempenhos térmico e acústico. “O uso de vidro tem aumentado nas construções em função dos benefícios oferecidos. Esperamos que a PR leve à redução de erros de projetos e de acidentes por uso de vidros fora de normas e ao uso de vidros com maior geração de valor ao consumidor”, observa o presidente do Conselho Deliberativo da ABNT, Mario William Esper.

Vale destacar que, embora faça referência às normas técnicas vidreiras, a ABNT PR 1010 não substitui essas normas, pois não contém todos os requisitos presentes nelas. “Essa PR serve como uma introdução à normalização, dando orientações básicas para quem ainda não conhece as normas”, aponta Mauricio Fernandes de Jesus, coordenador de Vidro Plano da Abividro.

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Imagem: Cris Martins

 

Conteúdo da ABNT PR 1010
O novo documento apresenta, de maneira resumida e em linguagem simplificada, os principais aspectos abordados na normalização do vidro. Confira:

– Tipos de vidro mais utilizados e suas aplicações de forma a garantir a segurança do usuário em portas, fachadas, piso, boxes etc.;

– Conceitos para uso de vidros de controle solar, eficiência energética e desempenho acústico;

– Dicas de manutenção e manuseio das peças.

A ABNT PR 1010 também incorporou em seu conteúdo a tabela Que vidro usar?, elaborada pela Abravidro em 2018 para a campanha #TamoJuntoVidraceiro, já conhecida e amplamente utilizada pelo mercado.

Fonte de consulta para o trabalho
Se você pensa que a ABNT PR 1010 não tem nada a ver com seus negócios, saiba que ela foi elaborada também com as vidraçarias em mente. “A experiência que tivemos com a campanha #TamoJuntoVidraceiro e o programa De Olho no Boxe nos mostrou o quanto materiais que contenham informações de fácil entendimento facilitam o trabalho dos vidraceiros, deixando-os mais preparados para as argumentações de vendas de vidros mais seguros e que agregam mais benefícios”, observa Vera Andrade, coordenadora técnica da Abravidro.

Assim, a publicação é mais um material de apoio que o vidraceiro poderá utilizar para trabalhar em conformidade com as normas técnicas. Essa PR destaca também os cuidados essenciais quanto ao armazenamento, transporte, manuseio e instalação do nosso material para que a integridade dele seja mantida. Traz ainda indicações de onde se deverão buscar informações mais aprofundadas sobre temas específicos como guarda-corpos, envidraçamento de sacadas e esquadrias.

Aliada nas vendas
Outra grande vantagem que a ABNT PR 1010 apresenta para sua vidraçaria diz respeito às negociações com os clientes. “Essa prática recomendada pode ser uma ótima ferramenta para explicar ao consumidor a especificação dos vidros, não deixando dúvida sobre o produto correto a ser oferecido”, afirma Mauricio, da Abividro. “É a oportunidade de mostrar que os orçamentos devem estar dentro das normas e quais as vantagens de usar um produto com alto valor agregado, como os vidros de controle solar ou acústicos.”

A ABNT PR 1010 ajudará a vidraçaria a vender o melhor produto para a edificação, tanto no quesito segurança como no desempenho: ao permitir o fácil entendimento das características de cada tipo de vidro, o vidraceiro terá confiança para indicar o mais adequado para a obra do seu cliente. “Quando os benefícios que o vidro pode oferecer são explorados ao máximo, as edificações se tornam mais seguras, confortáveis e eficientes, o que é positivo para todo o setor”, destaca Vera, da Abravidro.

Um exemplo nesse sentido é que essa PR inclui as etiquetas de desempenhos térmico e acústico da ABNT NBR 10821-4 — Esquadrias para edificações – Requisitos adicionais de desempenho, norma que classifica as esquadrias em níveis, de A (melhor desempenho) a D (pior desempenho) na etiqueta de desempenho acústico e até E (pior desempenho) na etiqueta de desempenho térmico – níveis esses relacionados também com o tipo de vidro utilizado nas esquadrias.

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Imagem: BortN66/stock.adobe.com

 

Ainda na área das esquadrias, o documento informa que devem ser seguidas as normas ABNT NBR 10821-4 e ABNT NBR 15575 — Edificações habitacionais – Desempenho e observados, quando aplicáveis, os requisitos do Programa Brasileiro de Etiquetagem de Edificações.

Em relação ao desempenho térmico, a ABNT PR 1010:

– Destaca que existem no mercado diversos vidros que conseguem “filtrar” o calor externo e a entrada de luz solar, proporcionando um ambiente interno mais agradável e energeticamente eficiente;

– Explica o que é o fator solar, destacando que, para projetos arquitetônicos com grandes áreas envidraçadas, é possível alcançar maior eficiência energética com o uso de vidros de fator solar adequado.

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Imagem: Reprodução

 

Quanto ao desempenho acústico, a ABNT PR 1010:

– Mostra que o vidro pode contribuir para incrementar o isolamento acústico de diversas formas, como quando aplicado com maiores espessuras, ou quando é aplicado laminado, com a possibilidade de uso de interlayers de melhor desempenho, ou quando é aplicado o sistema insulado com grandes câmaras de ar e chapas de vidro de diferentes espessuras;

– Alerta que, para garantir a qualidade do isolamento acústico, é essencial que também haja boa vedação entre o vidro e a esquadria e uma instalação adequada para não deixar frestas.

Como adquirir?
Assim como as normas técnicas, a PR pode ser adquirida no site da ABNT: www.abntcatalogo.com.br. Mas há outras formas de obtê-la – e de graça!

Após a publicação dessa prática recomendada, em agosto de 2021, a Abravidro a enviou gratuitamente para todos os seus associados. A remessa de normas técnicas e da ABNT PR 1010 é um dos benefícios oferecidos aos associados da entidade.

Outra iniciativa para facilitar o acesso de vidraceiros e outros elos do setor é o patrocínio oferecido pela Abividro, o qual possibilitou tornar o documento gratuito para todos os interessados. “Como nossa intenção é dar acesso ao conhecimento, consideramos que a cobrança de R$ 106,50 poderia desmotivar algumas pessoas a buscar o material”, conta Mauricio. “Assim, negociamos com a ABNT uma maneira de remunerar o serviço, deixando a ABNT PR 1010 gratuita para quem a busca”.

Veja como fazer o download do documento:

1- Acesse o QR presente na página do portal Vidro Certo sobre a ABNT PR 1010 ou o link www.abntcatalogo.com.br/3c6f8gw.aspx

2- Entre no catálogo da PR no site da ABNT. Certifique-se de que o código seja PR 1010:2021

3- Com o código verificado, basta clicar no ícone do cadeado – NORMA PATROCINADA

Se você ainda não tiver cadastro no site da ABNT, a página vai solicitar algumas informações básicas e retornará para a ABNT PR 1010. Em seguida, basta clicar novamente no cadeado para ter acesso ao documento.

Levando o conhecimento adiante
Além de facilitar o acesso à PR, a Abravidro e a Abividro também têm divulgado a existência e a importância desse documento técnico para o setor vidreiro nacional. No dia 24 de novembro, Vera, da Abravidro, e Mauricio, da Abividro, participaram do 12º Tecnovidro, realizado em versão online pela Amvid e pelo Sinvidro-MG. O evento foi organizado como uma grande mesa de debate com o objetivo de conversar de forma leve, mas direcionada, sobre a nova prática recomendada.

“A Abravidro é compromissada com a divulgação das normas técnicas da ABNT voltadas para o vidro, bem como da ABNT PR 1010, e utiliza todos os seus canais de comunicação para isso, como a revista O Vidroplano, o seu site e redes sociais”, aponta Vera. A associação também realiza palestras e participa de cursos, sempre com o objetivo de orientar o mercado para a aplicação adequada do vidro promovendo a segurança e bem-estar dos usuários.

Vale destacar também que a sede do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) está na Abravidro, permitindo e fomentando a elaboração e revisão das normas técnicas do setor. Assim, caso os vidraceiros – ou qualquer outra pessoa – tenham dúvidas em relação ao conteúdo da ABNT PR 1010 ou ao de outras normas de aplicação do vidro, não precisam pensar duas vezes: basta entrar em contato com a equipe técnica da associação para esclarecê-las pelo telefone (11) 3873-9908, pelo e-mail abravidro@abravidro.org.br, ou pelo WhatsApp no número (11) 94388-3084.

Crédito da imagem: Freedomz/stock.adobe.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 590 (fevereiro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ABNT NBR 7199 traz orientações para pisos de vidro

Pisos de vidro são estruturas que chamam muito a atenção – apenas em 2021, duas capas de O Vidroplano foram dedicadas a obras com esse tipo de aplicação: o Skyglass Canela (no RS), em fevereiro, e o Sampa Sky (em SP), em agosto. Ainda há quem tenha medo de andar sobre eles, mas são bastante seguros – desde que estejam dentro das normas. A seguir, saiba o que se determina para a especificação e instalação dessas estruturas.

Que vidro usar?
A ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações classifica os pisos de vidro como instalações especiais e define que o único vidro que pode ser utilizado nesse tipo de aplicação é o laminado de segurança, composto de duas ou mais placas de vidro fortemente interligadas por uma ou mais camadas intermediárias (interlayers) de PVB, EVA ou resina. Dessa forma, em caso de quebra de uma das lâminas, os fragmentos ficam presos nessa camada, impedindo o surgimento de aberturas no vão, reduzindo o risco de acidentes e ferimentos e mantendo a área fechada até que a substituição do vidro seja realizada.

Importante: para ser considerado vidro de segurança, o laminado deve ser submetido aos ensaios de impacto para a classificação de segurança previstos na ABNT NBR 14697 — Vidro laminado, além de atender os requisitos estabelecidos nessa mesma norma.

Atenção ao apoio
O vidro não pode tocar diretamente na estrutura em que está apoiado. Por isso, é necessária a utilização de calços de fundo e laterais, tomando-se os seguintes cuidados:

– Os calços não podem ser de materiais hidroscópicos (que liberam umidade) ou que apodreçam;

– Os apoios das bordas dos pisos devem ter, no mínimo, uma vez e meia a espessura total da placa de vidro, para sua sustentação.

Atenção: caso seja necessária a furação da peça para sua fixação, o vidro deverá ser laminado de temperado – ou seja, laminado composto por placas de temperado.

Atenção à resistência
O cálculo da capacidade de carga e da espessura necessárias para o vidro deve ser feito por projetistas considerando diversos fatores, entre eles o tipo de carga que a estrutura deverá suportar.

De acordo com a ABNT NBR 7199, também é necessário considerar que, em caso de quebra de uma das placas de vidro, as demais peças da composição devem suportar a carga pelo tempo necessário para desocupação e isolamento do local e posterior substituição do vidro.

Manutenção
Para evitar o risco de quebras, é necessário realizar anualmente vistorias nas interligações do sistema e em suas vedações. A limpeza deve ser feita apenas com água e sabão neutro – produtos químicos devem ser evitados, pois podem agredir a camada intermediária e levar à delaminação da peça.

Vale destacar ainda que a borda do vidro laminado não pode ter contato direto e permanente com água ou umidade.

Crédito da imagem: Cris Martins

Este texto foi originalmente publicado na edição 589 (janeiro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ABNT/CB-37 mantém normalização em alta em 2021

O ano passado foi bastante produtivo para a normalização dos vidros planos. Embora as atividades nessa área tenham sido feitas exclusivamente a distância devido à pandemia, o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) esteve constantemente envolvido no desenvolvimento de novos documentos técnicos e na disseminação de conhecimento em eventos online – 2021 foi, inclusive, o ano em que se registrou o maior número de participantes nessas reuniões! A seguir, confira os principais trabalhos realizados.

Nova ferramenta
Uma das maiores conquistas para o nosso setor em 2021 foi a publicação, em agosto, da ABNT PR 1010 — Aplicação e manutenção de vidros na construção civil. Primeira prática recomendada da ABNT voltada para a construção civil, esse novo formato de documento técnico traz uma abordagem mais didática e maior flexibilidade na forma de apresentação do conteúdo, usando linguagem mais simples e acessível para o público que não é especialista. Entram também fotos e ilustrações coloridas e menos técnicas.

A elaboração do texto-base da ABNT PR 1010 foi feita em conjunto pelas equipes da Abravidro e Abividro. O processo de elaboração contou ainda com a contribuição de diversas entidades vinculadas à área da construção civil.

Um dos canais utilizados para a divulgação da ABNT PR 1010 foi a 12ª edição do Tecnovidro, evento em que participaram as duas entidades. Realizada online pela Amvid-MG e Sinvidro-MG no dia 24 de novembro, a edição contou com uma grande mesa de debate com o objetivo de conversar de forma leve, mas direcionada, sobre a ABNT PR 1010. O destaque do conteúdo foi a sua aplicabilidade no dia a dia de especificadores e também do próprio setor vidreiro.

Em andamento
A norma ABNT NBR 14698 — Vidro temperado está sendo revisada pelo ABNT/CB-37. Esse trabalho evoluiu bem em 2021. Entre as mudanças estão a própria ordem em que o conteúdo da norma é apresentado, visando a organizar melhor as informações; a atualização dos requisitos de tolerâncias dimensionais, de esquadro e de empenamento; e o aprofundamento de quesitos como anisotropia, distorção óptica e as resistências térmica e mecânica.

Outra norma em processo de revisão é a ABNT NBR 14697 — Vidro laminado. A comissão já finalizou a avaliação sobre a classificação do vidro laminado de segurança e deu início à análise geral do texto, para que este possa então ser enviado à consulta nacional.

Também em 2021, o ABNT/CB-37 realizou a primeira reunião do grupo de estudos para avaliar a ISO 9050:2003 (referente à transmitância solar do vidro) para adoção como norma brasileira. A ISO 9050 especifica os métodos de determinação dos valores de luz e calor para vidros aplicados em áreas transparentes em fachadas de edificações. No momento, o grupo de estudos vem trabalhando na tradução da norma.

Todos os interessados nessas e outras atividades desenvolvidas pelo ABNT/CB-37 podem – e devem – participar das reuniões. Para ter acesso a elas, basta enviar um e-mail para cb37@abnt.org.br manifestando interesse em participar das reuniões e fazer seu cadastro junto à Abravidro. Na sequência serão enviados convites com as informações de cada reunião, como data, pauta da discussão e o link para a participação remota. Fique de olho no calendário do comitê, sempre atualizado no site da Abravidro.

Levando o conhecimento adiante
Vera Andrade, coordenadora técnica da Abravidro, abordou a normalização do nosso material em vários eventos ao longo do ano. Além de representar a associação no já citado 12º Tecnovidro, Vera apresentou, no dia 25 de agosto, o workshop O Que Preciso Saber Sobre os Vidros Aplicados no Condomínio para Evitar Acidentes a convite do Sindividros-RS. Na ocasião, mostrou quais vidros são considerados de segurança, as suas características e onde a norma técnica ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações determina que devem ser aplicados. Também foram indicados os cuidados necessários após uma eventual quebra das peças.

A coordenadora técnica da Abravidro foi responsável pelas duas primeiras aulas do módulo sobre vidros para a turma do “8º Curso de Extensão Arquitetura e Construção: Materiais, Produtos e Aplicações”, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Ali, as principais normas técnicas vidreiras foram detalhadas aos futuros especificadores.

Ainda na Mackenzie, a turma do curso de engenharia assistiu, no dia 4 de abril, à palestra Aplicação de vidros na construção civil, ministrada por Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro.

Crédito da imagem: Reprodução

Este texto foi originalmente publicado na edição 589 (janeiro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ABNT prepara normalização de fachadas-cortina

Em sua última reunião, realizada em 21 de outubro, a Comissão de Estudos de Esquadrias da ABNT inseriu em seu plano de normalização setorial a elaboração do texto base para a ABNT NBR 10821-8 — Esquadrias para edificações – Parte 8 – Esquadrias externas – Condições específicas para fachadas-cortina. Os trabalhos serão realizados ao longo de 2022, com a inclusão nessa norma de requisitos adicionais em relação aos já previstos na Parte 2 (Esquadrias externas – Requisitos e classificação) e na Parte 4 (Requisitos adicionais de desempenho).

Referências de fora
De acordo com Fabíola Rago Beltrame, diretora do Instituto Beltrame da Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq), o texto dessa nova parte da ABNT NBR 10821 terá como base a norma europeia EN 13830 (sobre o padrão de fachadas-cortina). “Acreditamos que será uma grande evolução para o setor das esquadrias no Brasil”, avalia Fabíola, também responsável por coordenar as comissões de estudo de esquadrias e guarda-corpos do Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248).

A diretora do Ibelq explica ainda que a EN 13830 cita uma família de outras normas que também serão adotadas na elaboração da Parte 8 da ABNT NBR 10821, como as partes 1 e 2 da EN 14351 (sobre padrão e características de performance de janelas e portas) e a EN 16759 (sobre o desempenho mecânico da colagem em superfícies de alumínio e aço de envidraçamento colado para portas, janelas e fachadas-cortina).

Conteúdo
Tomando a EN 13830 como base, a comissão estudará a avaliação dos seguintes requisitos nas fachadas-cortina:

– Reação;

– Resistência ao fogo e propagação do fogo;

– Estanquidade à água;

– Resistência
a) ao peso próprio da esquadria;
b) às pressões de vento;
c) à carga de neve (apenas quando necessário);
d) ao impacto;
e) às cargas horizontais;
f) aos abalos sísmicos;
g) ao choque térmico;

– Desempenho acústico e térmico;

– Penetração de ar;

– Permeabilidade ao vapor de água;

– Resistência à radiação;

– Proteção contra choque elétrico;

– Durabilidade.

“Podemos ver por essa lista que algumas avaliações não são realizadas atualmente nas esquadrias e, portanto, precisam ser estudadas com bastante atenção”, destaca a coordenadora. Dessa forma, os requisitos e métodos de ensaio específicos para fachadas-cortina serão descritos na Parte 8 — contudo, aqueles que forem os mesmos para fachadas-cortina e portas e janelas poderão referenciar a Parte 3 da norma (Esquadrias externas e internas – Métodos de ensaio). Esse trecho poderá sofrer alguma revisão a fim de se inserir maiores detalhes para os ensaios nos produtos.

O meio técnico também considera que a Parte 2 (Esquadrias externas – Requisitos e classificação) pode ser completada quando se trata da avaliação das fachadas-cortinas: “Após a publicação da ABNT NBR 10821-8, a comissão de estudos pretende revisar a ABNT NBR 10821-2 e torná-la específica para esquadrias entre vãos”, informa Fabíola.

Este texto foi originalmente publicado na edição 587 (novembro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Norma indica requisitos para instalação de espelhos

A venda e a instalação de espelhos estão entre as atividades básicas de qualquer vidraçaria. Talvez por isso, os profissionais já acostumados a realizar esse trabalho algumas vezes deixam de atentar em orientações importantes presentes na norma ABNT NBR 15198 — Espelhos de prata – Beneficiamento e instalação, o que pode levar a danos ao produto e prejuízos para a empresa.

Para evitar que isso aconteça, reveja a seguir alguns dos principais requisitos dessa norma.

De quem é a responsabilidade?
De acordo com a ABNT NBR 15198, toda e qualquer instalação de espelho devem garantir condições mínimas de resistência mecânica e segurança, sendo de responsabilidade do projetista assegurar essas condições.

Onde instalar?
A parede ou superfície em que o espelho é instalado ganha o nome de substrato: pode ser de concreto, madeira ou outros materiais.

Para que a instalação possa ser feita, o substrato deve apresentar as seguintes características:

Ter resistência suficiente para suportar o espelho;

– Ser plano, a fim de não apresentar distorção óptica;

– Possuir isolamento quanto à umidade.

Além disso, a ABNT NBR 15198 traz orientações sobre o que levar em consideração em relação ao substrato:

– Não instalar o espelho sobre paredes de concreto e reboco frescos – recomenda-se que haja, no mínimo, duas semanas de cura da superfície;

– Não instalar diretamente em paredes que contenham coluna de água quente.

Caso seja necessário utilizar madeira como substrato, a norma recomenda a utilização do tipo MDF ou similar.

Tipos de instalação
A instalação química é feita por meio de adesivos. O material precisa conter elastoméricos neutros, como silicones de cura neutra de base alcoxi sem solventes tóxicos, ou fitas dupla face isentas de solvente – nunca use colas com solventes orgânicos (como as de “sapateiro”) para esse trabalho.

Importante: os adesivos devem ser aplicados na superfície em que será feita a colagem em filetes sempre na vertical, para permitir a passagem de ar e o escoamento da umidade. Para uma perfeita adesão, é fundamental efetuar a limpeza eficiente da superfície pintada e do substrato, removendo a poeira e a oleosidade com água ou álcool isopropílico.

Outra possibilidade é a instalação mecânica do espelho, por meio do uso de ferragens como molduras, botões franceses ou presilhas. Nesse caso, um cuidado obrigatório é o uso de espaçadores (calços ou arruelas, dependendo do tipo de ferragem) feitos de borracha ou plástico, de maneira que evitem o contato direto entre o espelho e o metal e que não absorvam umidade.

Na hora da instalação
Uma etapa fundamental antes da fixação do espelho é a verificação tanto das medidas dele como das do espaço em que ele será colocado. A superfície em que a peça será fixada também precisa estar limpa e seca. E, entre dois espelhos, deve existir uma folga de, no mínimo, 1 mm.

Outro ponto importante: entre o costado do espelho e a superfície do substrato deve haver um espaçamento de 3 mm. Isso permitirá a circulação de ar atrás dele e, assim, impedirá o acúmulo de umidade e a corrosão que esta pode causar no produto.

Após a instalação
O instalador deve informar ao consumidor os cuidados básicos a serem tomados para prolongar a vida dos espelhos, indicando, por exemplo, que a limpeza de espelhos é diferente da de outros tipos de vidro:

– Ela deve ser iniciada com um espanador, para retirar a poeira depositada em sua superfície;

– Nunca utilizar produtos abrasivos, ácidos ou alcalinos;

– Não borrifar produtos de limpeza líquidos diretamente no espelho – o produto deve ser sempre aplicado no pano que será passado na peça;

– Usar pano macio e limpo, umedecido com álcool ou água morna;

– Em banheiros, em caso de lavagem de paredes, nunca jogar água ou produtos químicos de limpeza que possam escorrer por trás do espelho ou mesmo em suas bordas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 587 (novembro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ABNT/CB-37 trabalha para adoção da ISO 9050 no Brasil

No dia 23 de setembro, o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) realizou a primeira reunião do grupo de estudos para avaliar a ISO 9050:2003 para adoção como norma brasileira. A seguir, entenda como o novo documento deve contribuir para o nosso setor no Brasil.

Contribuindo para o desempenho
A demanda para uma versão nacional da ISO 9050 veio com a atualização das normas nacionais relacionadas à eficiência energética das obras – nosso material é um elemento determinante para o desempenho delas nessa área. “A ISO 9050 especifica os métodos de determinação dos valores de luz e calor para vidros aplicados em fachadas de edificações. Esses dados são fundamentais para cálculos de iluminação, aquecimento e ventilação de ambientes, e vão permitir uma melhor comparação entre os diferentes tipos de vidros, ajudando na escolha pelo melhor material para cada projeto”, avalia Luiz Barbosa, coordenador da comissão de estudos da norma a ser desenvolvida.

Etapas para a adaptação
Os trabalhos para o desenvolvimento da norma ainda estão no começo: “Nesse momento, estamos ajustando a tradução do conteúdo. Como próximo passo, iniciaremos as discussões a respeito das questões técnicas”, informa Barbosa.

Ele observa que, a princípio, se houver algum tipo de adaptação, essas serão mínimas: isso acontece porque a norma em questão não trata de valores considerando se são aceitáveis ou não, mas, sim, da metodologia para calculá-los. “Quanto aos limites do que seja considerado aceitável, esses são definidos pelo projetista, a partir das características do projeto. Nesse sentido, a ABNT NBR ISO 9050 dará ainda mais subsídios para ajudar na tomada de decisão”, acrescenta.

Vale destacar que, assim como em outros trabalhos do ABNT/CB-37, todos os interessados podem – e devem – participar das reuniões para a elaboração da nova norma: fique de olho no calendário do comitê, sempre atualizado no site da Abravidro. “Esse é mais um grande passo no que tange à normalização de vidros no Brasil, então todos são muito bem-vindos para fazer parte desse processo”, convida Barbosa.

Este texto foi originalmente publicado na edição 586 (outubro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça o ensaio de fragmentação para termoendurecidos

Desde novembro de 2020, o processo de fabricação de termoendurecidos conta com uma norma própria — a ABNT NBR 16918 — Vidro termoendurecido —, a qual estabelece, entre outras coisas, os ensaios para avaliação do desempenho do produto. E um desses testes é o de fragmentação. Saiba como ele é feito e quais os requisitos necessários para sua aprovação.

Procedimento
A norma determina que o ensaio deve ser realizado em cinco corpos de prova (amostras do vidro a serem testadas), todos com dimensões de 360 x 1.100 mm e sem entalhes, furos ou cortes.

O corpo de prova é colocado deitado sobre uma superfície plana, sem nenhuma retenção mecânica. Para prevenir a dispersão dos fragmentos, a peça deve ser contida – apenas em seus lados – por um pequeno marco ou com fita adesiva, por exemplo, de modo que os fragmentos permaneçam unidos depois da quebra, mas sem impedir a sua dispersão.

A peça é então submetida a um impacto, utilizando uma ferramenta pontiaguda de aço, cujo raio de curvatura da ponta seja de, aproximadamente, 0,2 mm. O impacto precisa ser feito em uma posição a 13 mm da maior borda do corpo de prova, no ponto médio da borda.

Importante: caso o produto seja fabricado mediante o processo de termoendurecimento vertical, o ponto de impacto não pode ser na borda com marcas de pinças.

Conferindo a fragmentação
A análise deve excluir uma área de 100 mm de raio a partir do ponto de impacto e uma área de 25 mm ao redor de toda a borda do corpo de prova.

Cada fragmento produzido durante o ensaio tem de ser avaliado conforme as seguintes etapas:

1. Ao menos uma ponta do fragmento deve chegar até a área excluída. A recontagem das partículas e a medição das dimensões da maior partícula precisam ser realizadas entre 3 e 5 minutos depois da quebra;

2. Quando nenhuma das pontas do fragmento atingir a área excluída, produz-se uma “ilha” ou uma “partícula” para ser pesada e se obter a massa. As “partículas” são fragmentos com área inferior a 100 mm², enquanto as “ilhas” são fragmentos com área igual ou superior a 100 mm².

Para calcular a área do fragmento em mm², utiliza-se a seguinte fórmula: A (em mm²) = [Peso do fragmento / (espessura x 2,5)] x 1.000. Como exemplo, um fragmento de vidro de 6 mm de espessura e pesando 1,5 g tem uma área equivalente de 100 mm²;

3. O número de fragmentos “ilha” deve ser contado, e cada um deles precisa ser pesado;

4. Em seguida, as “partículas” são recolhidas e pesadas.

Requisitos para a aprovação
– Pelo menos quatro dos cinco corpos de prova ensaiados têm de atender os seguintes requisitos para que o produto seja classificado como vidro termoendurecido:
a. Não pode haver mais de dois fragmentos tipo “ilha”;
b. Não pode haver nenhum fragmento “ilha” com área/massa equivalente a mais de 1.000 mm²;
c. Não pode haver uma área/massa equivalente de todas as “partículas” que exceda 5.000 mm².

– Além disso, se um dos cinco corpos de provas não cumprir os requisitos acima, para que o produto seja classificado como vidro termoendurecido, este deve atender as seguintes condições:
a. Não pode ter mais de três fragmentos “ilha”;
b. A área/massa equivalente de todas as “ilhas” e “partículas” não pode exceder 50.000 mm².

Este texto foi originalmente publicado na edição 585 (setembro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro palestra sobre vidro em condomínios

No dia 25 de agosto, a coordenadora técnica da Abravidro, Vera Andrade, apresentou o workshop O Que Preciso Saber Sobre os Vidros Aplicados no Condomínio para Evitar Acidentes. Promovido pelo Sindividros-RS como parte das ações do programa Qualividros, o evento foi transmitido via YouTube pelo canal do Sindicato Intermunicipal das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais no Rio Grande do Sul (Secovi/RS) – parceiro do sindicato vidreiro gaúcho na realização.

Patrocinado pela AGC, Cebrace, Guardian e Vivix, o workshop mostrou como evitar acidentes com vidros aplicados em condomínios. Nesse sentido, antes de a apresentação começar, Simone Camargo, vice-presidente de Condomínios do Secovi/RS, observou que a discussão sobre nosso material nesses ambientes é fundamental.

Vidro adequado protege vidas
Vera iniciou enfatizando que a aplicação incorreta do material em espaços como a área de circulação, salão de festas e portaria traz riscos que vão muito além de prejuízos financeiros. Para ilustrar a seriedade do assunto, a representante da Abravidro mostrou notícias de acidentes que ocorreram pelo uso de vidros fora da determinação das normas técnicas.

A fim de evitar que isso aconteça, Vera mostrou quais vidros são considerados de segurança, as suas características e os locais em que a norma ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações determina seu uso.

Benefícios
A palestrante apontou orientações da ABNT NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas – Requisitos e métodos de ensaio sobre os cuidados que devem ser tomados para evitar problemas tanto para o condomínio como para a unidade nesse tipo de instalação. Outra norma abordada foi a ABNT NBR 16280 — Reforma em edificações – Sistema de gestão de reformas.

A palestra mostrou ainda outros benefícios que o material pode oferecer além da segurança, como o conforto térmico e acústico aos ambientes. Também foram apresentados a prática recomendada ABNT PR 1010 — Aplicação e manutenção de vidros na construção civil, e alguns dos materiais desenvolvidos pela Abravidro para auxiliar na aplicação correta de nosso produto, incluindo a tabela Que vidro usar?, a cartilha Vidros na construção civil e o programa De Olho no Boxe.

“Para nós, do setor vidreiro, a aproximação com o amplo público representado pelo Secovi/RS representa uma oportunidade de troca de conhecimento, na qual acreditamos ser o início de outras parcerias futuras; agradecemos a Abravidro por ter aceito o desafio de estar à frente de uma palestra tão importante para os envolvidos na administração de condomínios”, avalia Rafael Ribeiro, presidente do Sindividros-RS.

Simone Camargo afirma ter se impressionado com o conteúdo do workshop: “Creio que os síndicos precisam ter muita atenção ao tema. Quando se fala na aquisição de vidros, embora o custo-benefício seja importante, essa apresentação mostrou que é fundamental levar sempre em conta a segurança que esse material precisa oferecer e escolher sempre o tipo certo de vidro indicado nas normas técnicas para toda e qualquer aplicação”.

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Este texto foi originalmente publicado na edição 585 (setembro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ABNT publica primeira prática recomendada para vidros

A ABNT PR 1010 — Aplicação e manutenção de vidros na construção civil, primeira prática recomendada da ABNT voltada para a construção civil, foi publicada no dia 17 de agosto. O novo documento apresenta orientações para o uso do nosso material nesse segmento de forma mais didática e acessível. A seguir, O Vidroplano explica os objetivos da ABNT PR 1010 e como se deu seu processo de elaboração. Confira!

Completa e fácil de entender
O principal objetivo da ABNT PR 1010 é consolidar e promover a orientação sobre as regras de aplicação do vidro na construção civil, buscando facilitar o entendimento das normas vidreiras existentes, tais como a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. O documento enfatiza a necessidade do uso de vidros de segurança nas aplicações, como indicado pela própria ABNT NBR 7199, além de abordar o desempenho térmico e acústico que nosso material pode proporcionar às obras. Vale destacar ainda que seu texto faz referências também a normas de áreas relacionadas ao nosso material, como a ABNT NBR 10821 — Esquadrias para edificações e a ABNT NBR 15575 — Desempenho de edificações habitacionais.

Um dos diferenciais da prática recomendada em relação às tradicionais normas técnicas está na sua linguagem. Segundo Nelson Al Assal Filho, diretor de Normalização da ABNT, o texto dela é menos técnico — portanto, simplifica a compreensão do leitor leigo. Isso foi determinante para a decisão pela elaboração da ABNT PR 1010. “Vimos na PR a possibilidade de levar conteúdo sobre a aplicação e a manutenção do vidro a um público mais amplo, de forma mais acessível”, comenta Iara Bentes, superintendente da Abravidro. Para a associação, o novo formato contribui para levar informações sobre o nosso material a todos os públicos, destacando o benefício que ele agrega às edificações.

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Trabalho pioneiro
Como dito no começo desta reportagem, a ABNT PR 1010 não só é a primeira prática recomendada para o setor vidreiro nacional. Ela é também para a área da construção civil como um todo. A elaboração do texto base foi feita em conjunto pelas equipes da Abravidro e da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), colocando nele aquilo que acreditam ser essencial sobre a aplicação de vidros planos, seus atributos e suas regras. O processo de elaboração contou ainda com a contribuição de diversas entidades vinculadas à construção civil.

Lucien Belmonte, superintendente da Abividro, considera que a PR será uma referência para o consumidor e profissionais utilizarem quando estiverem especificando vidros para uma obra. Mas ele reforça: “Essa prática recomendada não substitui as normas — estas tratam cada um dos temas com mais profundidade e são a referência para a defesa do consumidor”. Assim como acontece com as normas técnicas, os associados da Abravidro também receberão a ABNT PR 1010.

Este texto foi originalmente publicado na edição 584 (agosto de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Entenda como é feito o ensaio de impacto em guarda-corpos

A realização dos ensaios e aprovação dos guarda-corpos conforme previsto na norma NBR 14718 — Guarda-corpos para edificação são fundamentais para assegurar que esses sistemas sejam capazes de cumprir sua principal função: garantir a proteção das pessoas contra o risco de queda acidental. A seguir, especialistas explicam as etapas de um desses ensaios, o de resistência a impacto, quais os requisitos para aprovação do guarda-corpos e onde os testes podem ser realizados.

Aparelhos necessários
Impactor (saco de material resistente em forma de gota, com diâmetro aproximado de 300 mm), contendo em seu interior esferas de vidro (bolinhas de gude) com massa total de 40 kg;

Sistema de fixação composto por cabos de aço e roldanas, de forma que permita que o saco, ao cair, descreva um movimento pendular;

Gabarito prismático para verificar se eventuais deformações nos guarda-corpos ou rupturas dos elementos de fechamento, fixações etc., permitem ou não a passagem desse equipamento.

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Passo a passo
A engenheira Michele Gleice da Silva, diretora técnica do Instituto Tecnológico da Construção Civil (Itec), lista as etapas do ensaio:

1) Posicionar o impactor no lado de dentro do guarda-corpos (sentido de dentro para fora), no centro geométrico do elemento de fechamento, distante de 5 a 15 mm desse fechamento;

2) Levantar o impactor, como um pêndulo, até que a distância entre seu centro geométrico e o centro geométrico do fechamento chegue a 1,5 m;

3) Soltar o impactor, ocasionando a colisão dele no guarda-corpos, com força de 600 J.

 

Requisitos para aprovação
por-dentro-das-normas3De acordo com o Laboratório de Componentes do Falcão Bauer, após o ensaio de resistência a impacto, é feita uma avaliação visual a fim de verificar se houve possíveis destacamentos de fixações ou ruptura de componentes – em caso de quebra do vidro, o sistema só será aprovado se não permitir a livre passagem de um gabarito prismático de 0,255 × 0,115 × 0,115 m no vão.

Michele, do Itec, acrescenta que não pode ocorrer a queda do elemento do fechamento ou de partes desse elemento – ou seja, o vidro não pode se desprender completamente. “Todas essas verificações visam a garantir que eventuais deformações não criem espaço suficiente para que uma criança, por exemplo, passe pelo vão.”

Onde o ensaio pode ser feito?
Segundo a NBR 14718, os testes podem ser realizados tanto em laboratório como em local estabelecido pelo contratante, incluindo a própria obra, desde que o local permita o acesso no piso para os lados interno e externo do protótipo e a instalação de todos os equipamentos necessários para a realização dos ensaios.

O Laboratório de Componentes do Falcão Bauer informa que os requisitos e métodos de ensaios da norma são os mesmos para os ensaios em laboratório e na obra. Contudo, ressalta que, em laboratório, há um ambiente controlado livre de possíveis interferências externas nos resultados, gerando maior confiança a estes.

Um ponto crucial apontado por Michele é que a NBR 14718 especifica que os ensaios devem ser feitos em protótipo – ou seja, num trecho do guarda-corpos instalado especificamente para o teste e não no sistema instalado no local de uso definitivo. “É comum vermos vídeos em que os ensaios são desenvolvidos em guarda-corpos que já estão no imóvel. Além de essa questão não atender requisito normativo, podem ocorrer danos não visíveis no momento, como na fixação, e que, após o uso, a ação da chuva, vento e sol possam ocasionar o desprendimento do sistema ou causar patologias na viga ou laje em que ele está instalado”, alerta a diretora técnica do Itec.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ABNT/CB-37 avança nos trabalhos de revisão da NBR 14698

A revisão, pelo Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), da NBR 14698 — Vidro temperado, segue em andamento mesmo em meio à pandemia: as reuniões estão sendo feitas de modo online. A nova versão do documento técnico terá uma série de atualizações e mudanças em seu conteúdo. Veja a seguir os principais pontos discutidos pelo comitê e entenda como contribuir para tornar a norma ainda mais clara e completa.

Nova organização e alinhamento com normas internacionais
De acordo com Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, todo o conteúdo da NBR 14698 está sendo revisado – o que inclui a própria ordem em que ele será apresentado. “Estamos alterando a estrutura da norma, com o objetivo de organizar melhor as informações”, explica. Outra novidade é a atualização dos requisitos de tolerâncias dimensional, de esquadro e de empenamento. Sobre este último, Clélia comenta: “A versão vigente abrange apenas dois aspectos do empenamento, o total e o localizado. Na revisão, estão sendo ampliados os tipos considerados de empenamento, como a elevação de borda e as chamadas ondas de rolete, por exemplo, cujos parâmetros são discutidos pela comissão”.

Assuntos como anisotropia, distorção óptica e resistências térmica e mecânica também vêm sendo aprofundados nos trabalhos do ABNT/CB-37. Esses quesitos serão considerados características do processo de têmpera e do temperado, buscando-se um alinhamento do conteúdo da nova versão da NBR 14698 com as normas internacionais desse produto.

Com relação à resistência térmica, a comissão considerou ser necessário realizar alguns ensaios nos vidros a fim de auxiliar na avaliação do comportamento do temperado. O Grupo Falcão Bauer é o responsável por esses testes.

Sua participação é importante!
Desde que a revisão da NBR 14698 teve início, o processo evoluiu bem, mas os trabalhos ainda não estão perto do final. “Existem ainda alguns pontos a serem revistos e discutidos, como o aspecto visual – isto é, a avaliação de defeitos pontuais e lineares –, a questão da fragmentação e os ensaios de avaliação do produto, como medição do empenamento e classificação de segurança”, aponta Clélia. O comitê conta com as referências normativas internacionais como parâmetros para esses quesitos.

São esperadas mais reuniões virtuais para discutir as mudanças a serem implementadas no texto. Por isso, a analista de Normalização da Abravidro faz um convite: “Temos notado um aumento no número de participantes nas reuniões remotas, e isso é muito positivo. Reforçamos que todos os interessados são sempre bem-vindos para participar desses encontros e, assim, nos ajudar a elaborar uma norma ainda mais completa e abrangente”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Prática Recomendada entra em nova consulta nacional

O texto do projeto para a Prática Recomendada ABNT PR 1010 — Aplicação e manutenção de vidros na construção civil foi colocado pela ABNT para 2ª consulta nacional: os interessados devem conferir o documento e enviar sugestões de alterações até o dia 5 de julho. As práticas recomendadas contam com processo de elaboração simplificado em relação ao das normas técnicas, bem como uso de linguagem mais simples e didática. Essas características vão ao encontro do objetivo da PR 1010: consolidar as regras de aplicação do vidro na construção civil.

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

São Paulo tem mudanças para fechamentos envidraçados

A Instrução Técnica nº 09 – Compartimentação horizontal e compartimentação vertical, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, foi revisada com a publicação da Portaria n° CCB 021/800/20 no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 4 de julho do ano passado. A IT nº 09 é responsável por estabelecer os parâmetros de emprego e dimensionamento da compartimentação horizontal e vertical nas edificações e áreas de risco, de modo a impedir a propagação de incêndios para outros ambientes situados no mesmo pavimento ou entre pavimentos. Entenda o que muda com a nova versão desse documento, especialmente no que diz respeito ao uso de nosso material.

 

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Alinhado às tendências modernas
Paulo Penna de Moraes, gerente técnico comercial da Vetrotech Saint-Gobain para a América Latina, aponta que a alteração está relacionada ao aproveitamento das sacadas como parte do ambiente dos apartamentos. “Uma projeção da edificação para fora da linha de fachada era considerada equivalente a uma aba de compartimentação vertical, pois eram ambientes frios, isto é, sem carga de incêndio”, explica Moraes. “Hoje, com o crescimento da tendência de fechamento de sacada e a criação da varanda gourmet, o uso desses espaços se modificou: passaram a ser uma extensão da sala de estar, com mobílias que vão até a borda da laje. Dessa forma, agora temos áreas ‘internas’ sem a compartimentação vertical de 1,2 m exigida normalmente”.

Atenção aos anteparos
Segundo Moraes, a mudança na IT nº 09 define que a linha, em planta, onde o fechamento envidraçado de sacada for instalado será a limitadora do que é considerado interno e externo e não mais a porta balcão (ou porta de varanda).

Tendo isso em vista, o texto determina que, como forma de dificultar a propagação vertical do incêndio pelo exterior dos edifícios, é necessário que as aberturas de pavimentos consecutivos sejam separadas por elementos construtivos, os quais podem ser constituídos de anteparos verticais (vigas ou parapeitos) ou anteparos horizontais (prolongamento dos entrepisos além do alinhamento da fachada). Essas estruturas precisam ter tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF) determinado pela Instrução Técnica nº 08 – Segurança estrutural contra incêndio.

Dessa forma, toda sacada, varanda ou terraço com fechamento envidraçado terá de garantir uma compartimentação vertical exposta na parte externa com tempo de resistência ao fogo igual ao TRRF da edificação, o que pode ser feito das seguintes formas:

– Separação por meio de anteparos verticais, com altura mínima de 1,2 m;

– Separação por meio de anteparos horizontais, projetada a no mínimo 0,9 m além do alinhamento da fachada;

– Separação por meio de anteparos verticais e horizontais, com a soma da altura dos verticais e da projeção dos horizontais devendo ser igual ou maior que 1,2 m.

Os tipos de vidro utilizados nos guarda-corpos continuam os mesmos, desde que os anteparos presentes para a compartimentação atendam as especificações estabelecidas na IT nº 09. Porém, quando os guarda-corpos tiverem a função de anteparo vertical para a compartimentação, deverão ser compostos com vidros resistentes ao fogo, que atendam a exigência em relação ao TRRF determinado pela IT nº 08.

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Saiba como é feito o ensaio de choque térmico para temperados

Não é segredo que o vidro temperado possui resistência mecânica de até cinco vezes mais do que um vidro comum – mas ele precisa também resistir a choques térmicos. A norma NBR 14698 — Vidro temperado apresenta um ensaio para assegurar que o produto terá o desempenho esperado nesse quesito.

As etapas do teste – demonstrado para os visitantes do espaço Vidro em Ação, durante a edição 2018 da Glass South America – e os requisitos necessários para aprovação do temperado são apresentados a seguir.

 

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Aparelhos necessários
– Estufa capaz de atingir, de forma controlada, a temperatura de 250 ºC. Deve ter capacidade para acondicionar peças de temperado com dimensões de 350 x 350 mm;

– Termômetro graduado e calibrado com precisão mínima de ± 0,5 ºC;

– Sistema com regulagem de altura conjugado a um dispositivo que retenha o esguicho da água;

– Esguicho com controle do fluxo de água com vazão de 10 a 15 ml/s, com um diâmetro de jato de água de 5 a 7 mm;

– Suporte da peça de vidro (corpo de prova) constituído por dois cilindros de madeira maciça, cada um com diâmetro de 25 mm e comprimento suficiente para apoiar toda a extensão do corpo de prova. Os dois cilindros devem ser posicionados paralelamente entre si – a distância entre seus eixos deve ser de 200 mm.

Importante: antes do ensaio, é necessário medir a temperatura da água que será utilizada – ela deverá estar na faixa de 23 (±2) ºC.

Passo a passo do ensaio
As etapas abaixo são as mesmas para qualquer espessura de vidro a ser ensaiado:

1. O corpo de prova (uma peça de temperado com dimensões de 350 x 350 mm) é colocado na estufa, cuja temperatura deve ser regulada para atingir 250 ºC. O vidro deve ficar dentro da estufa por, no mínimo, 30 minutos.

2. Após esse período, a peça é posta sobre o suporte, de maneira que fique simétrica em relação aos apoios.

3. Acima do suporte, está o esguicho – a altura dele deve ser regulada para 150 mm em relação ao plano do corpo de prova.

4. O jato de água é liberado durante 90 segundos, sendo direcionado perpendicularmente e atingindo exatamente o centro da peça de vidro.

Requisito para aprovação
O temperado, independentemente da espessura, precisa suportar esse choque térmico durante os 90 segundos sem apresentar qualquer trinca ou quebra.

Este texto foi originalmente publicado na edição 581 (maio de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Norma para guarda-corpos passa por nova revisão

A norma NBR 14718 — Guarda-corpos para edificação – Requisitos, procedimentos e métodos de ensaio está passando por nova revisão, conduzida pelo Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248). Desde 2020, o comitê vem aprimorando diferentes pontos do texto a fim de garantir que fique ainda melhor e mais completo. A seguir, veja quais são os principais focos do trabalho.

Mais definição e clareza nas avaliações
A descrição dos ensaios contemplados pela NBR 14718 é um dos principais pontos. “A revisão dessa norma publicada em 2019 já contava com a experiência dos laboratórios em relação à realização dos testes, mas a cada dia eles recebem novas demandas de ensaio em suas dependências e em guarda-corpos instalados em obra, frequentemente com modelos diferentes dos previstos nos métodos de ensaios descritos na norma”, explica a engenheira Fabíola Rago Beltrame, coordenadora das comissões de estudo de esquadrias e guarda-corpos do ABNT/CB-248 e diretora do Instituto Beltrame da Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq). “Os laboratórios precisam se debruçar sobre o texto para avaliar de quais adaptações esses novos modelos precisam para serem ensaiados. Todos esses detalhes são explicados por eles à comissão de estudos, a qual se dedica a encontrar em conjunto as melhores soluções para as metodologias e deixar cada vez mais claros esses detalhes no texto”, observa.

A engenheira Michele Gleice da Silva, diretora técnica do Instituto Tecnológico da Construção Civil (Itec), foi a relatora de um grupo de trabalho na extinta Comissão de Estudo Especial de Esquadrias (ABNT/CEE-191), no qual organizou algumas reuniões com os laboratórios interessados para levantar todos os pontos em relação aos métodos de ensaios que precisavam ser mais bem definidos e descritos na revisão da norma. “O Grupo Técnico de Laboratórios apontou alguns itens que necessitam de revisão, como a definição de quando precisa ser adotada a ABNT NBR 6123 – Forças devido ao vento nas edificações. A versão de 2019 da NBR 14718 apresenta o requisito quanto à necessidade de se calcular a carga oriunda da ação do vento, porém não informa como esta deve ser aplicada na realização dos ensaios de esforços horizontais. Também identificamos a necessidade de discutir a modelagem dos protótipos, considerando a variedade de possibilidades de projeto, tais como guarda-corpos em formato de ‘L’, com comprimento total inferior a 3 m ou que possuam quatro montantes estruturais, entre outros casos”, explica Michele.

Informações claras e completas
Com base na organização dessas demandas, a nova versão da NBR 14718 descreverá, com mais detalhes, pontos como as posições dos dispositivos que avaliam as deformações, os locais de aplicação das cargas e o ângulo do objeto que irá impactar o vidro, entre outros.

Além do foco nos ensaios, o comitê também está discutindo, com grande abrangência, as cargas de uso e as pressões de vento que podem incidir sobre os guarda-corpos, bem como os vãos permitidos e todas as questões dimensionais que devem ser levadas em consideração nos projetos de guarda-corpos. “O princípio dessa revisão é deixar o produto guarda-corpos que atende a norma cada vez mais seguro para o usuário. Portanto, todos os pontos nela que abrangem questões de segurança estão sendo aprimorados”, esclarece Fabíola.

De acordo com a coordenadora das comissões de estudo de esquadrias e guarda-corpos do ABNT/CB-248, os trabalhos na revisão dessa norma estão avançados: no ano passado e no começo deste ano, o comitê recebeu mais de 40 contribuições sobre pontos a serem discutidos na norma de guarda-corpos, das quais mais da metade já foi avaliada. Espera-se que o texto seja finalizado no segundo semestre.

Este texto foi originalmente publicado na edição 581 (maio de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Normas técnicas são abordadas no fórum Fachada Glazing

O Fachada Glazing – Fórum de Tecnologias e Produção de Fachadas, realizado em formato online de 22 a 26 de março, levou conteúdo técnico de qualidade aos espectadores, como se vê na reportagem com a cobertura do evento (para conferi-la, clique aqui). No fórum, organizado pelo Canal do Serralheiro e tendo a Abravidro como apoiadora, as normas vidreiras foram parte importante das palestras feitas por especialistas do setor, demonstrando que uma obra com nosso material só será bem feita se seguir as recomendações técnicas da ABNT.

Uso correto
Luiz Rezende, o Juca, da processadora Viminas, apontou algumas das principais determinações presentes na NBR 7199 — Vidros na construção civil, incluindo a obrigatoriedade de uso de vidro de segurança (temperado, laminado, aramado ou insulado, desde que feito com os anteriores) em ambientes térreos abaixo de 1,10 m em relação ao piso, onde a norma exige. Juca destacou também o papel da Abravidro na condução do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37). A associação é sede do órgão e coordena as reuniões de trabalho – atualmente, duas normas estão sendo revisadas pelo comitê, a de laminados e também a de temperados.

 

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Engenheiro civil, professor e pesquisador do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Fernando Westphal abordou como atender os requisitos da NBR 15575 — Desempenho de edificações habitacionais. O documento, em revisão no momento, ajudou a incorporar novas tendências em conforto térmico e acústico à construção civil nacional. Uma das mudanças a serem introduzidas na nova versão do texto, ainda sem prazo para publicação, é a presença de uma simulação do desempenho do vidro em fachadas ao longo de um ano completo.

Sistemas e materiais
Com o tema Compatibilização de projetos de sistemas de fachadas: vantagens e desafios de garantir a linha tênue entre desejos, custos e normas, Igor Alvim, da QMD Consultoria, reforçou a necessidade de definir o objetivo de uma obra, a realidade de custos e sua vida útil, conciliando o desejo do arquiteto e as expectativas e o orçamento do cliente juntamente com as determinações das normas. Entre as mencionadas, estavam a NBR 7199, a NBR 14718 — Esquadrias – Guarda-corpos para edificação, a NBR 10821 — Esquadrias para edificações e a NBR 6123 — Forças devidas ao vento em edificações.

Hélio Donizeti, gerente técnico da Perfil Alumínio, falou sobre as possibilidades oferecidas para a ampliação da área social de prédios ao se usar aberturas de correr em fachadas contínuas de alumínio e vidro. Embora o foco da palestra não fossem normas, Donizeti destacou a importância de se observar as determinações das voltadas a essas instalações, incluindo a NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas – Requisitos e métodos de ensaio.

A NBR 15737 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial – Colagem de vidros com selante estrutural foi citada na apresentação de Emir Debastiani, engenheiro de Aplicações da Dow. O profissional explicou a importância do controle de qualidade de selantes em relação à adesão a diferentes substratos e à resistência contra raios ultravioleta e intempéries.

Espalhando conhecimento
Após cinco dias de conteúdo, é válido dizer que o Fachada Glazing desempenhou um importante papel na disseminação do conteúdo das normas técnicas, como aponta a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto. “Quase todos os palestrantes mencionaram ou pautaram as apresentações nos documentos, destacando a sua importância e aplicabilidade”, afirma. “Esse é um ótimo indicativo de que as normas são cada vez mais lembradas, citadas e efetivamente aplicadas.”

 

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Este texto foi originalmente publicado na edição 580 (abril de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ABNT prepara nova ferramenta técnica

A Abravidro e a Abividro elaboraram em conjunto o texto base para a Prática Recomendada ABNT PR 1010 — Aplicação e manutenção de vidros na construção civil. Esse novo tipo de documento técnico da ABNT é desenvolvido com mais agilidade que as normas e busca apresentar o conteúdo de forma didática, com linguagem menos técnica e mais acessível. A PR 1010, que estava em consulta nacional até o fechamento desta edição de O Vidroplano, contou com a participação de representantes da Associação Brasileira das Indústrias de Portas e Janelas Padronizadas (ABRAEsP), do Sindicato da Indústria de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo (Siamfesp), do Instituto Beltrame da Qualidade, Pesquisa e Certificação (IBELQ) e dos comitês da ABNT responsáveis pelas áreas de esquadrias (CB-248) e da construção civil (CB-02) em seu desenvolvimento.

Este texto foi originalmente publicado na edição 579 (março de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Entenda como é feito o ensaio de resistência ao impacto em boxes de banheiro

Boxes de banheiro devem receber apenas vidros de segurança (temperados com ou sem película de proteção e laminados). Por isso mesmo, o bem-estar do usuário é um fator essencial desse produto. Mas não basta especificar as peças corretas: antes de qualquer empresa poder comercializá-lo, é preciso que o produto seja aprovado nos ensaios estabelecidos na norma NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidro de segurança. Um desses é o de resistência ao impacto – a seguir, saiba como ele é feito.

 

Aparelhos necessários
Saco cilíndrico de couro, com diâmetro de aproximadamente 250 mm e altura de 600 mm contendo no seu interior areia seca, pesando 40 kg;

– Sistema para sustentação do saco de couro, constituído por um suporte (com dimensão superior à altura do boxe) e um cabo de aço;

– Haste para verificação de diferença de cota, com, no mínimo, 1,5 m.

 

Preparação do ensaio
O primeiro passo é a instalação do boxe de banheiro em uma estrutura rígida, seguindo as instruções fornecidas pelo fabricante do sistema. Atenção: o ensaio só deve ser realizado após passadas mais de 24 horas da instalação.

O saco cilíndrico de couro deve ser posicionado para colidir com o centro da folha de vidro, estando em sua posição de repouso, a uma distância de 5 a 15 cm dela. O ensaio é realizado na porta do boxe (fechada) e no painel fixo de maior dimensão – no caso de boxes de canto com porta pivotante, a folha adjacente à folha móvel também deve ser ensaiada.

 

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Ensaiando o sistema
O saco cilíndrico de couro é suspenso do centro geométrico da folha de vidro do boxe até a altura prevista para a produção da energia necessária (veja quais a seguir). Depois, ele é solto para fazer um movimento pendular, de forma a atingir o boxe com as energias predeterminadas.

Os impactos devem ser aplicados no centro geométrico das folhas de vidro, sem repique, na seguinte ordem:

– Um impacto de 40 J (diferença de altura de 100 mm em relação ao centro geométrico da folha de vidro) no sentido de dentro para fora do boxe;

– Um impacto de 80 J (diferença de altura de 200 mm em relação ao centro geométrico da folha de vidro) no sentido de dentro para fora do boxe;

– Um impacto de 40 J (diferença de altura de 100 mm em relação ao centro geométrico da folha de vidro) no sentido de fora para dentro do boxe;

– Um impacto de 80 J (diferença de altura de 200 mm em relação ao centro geométrico da folha de vidro) no sentido de fora para dentro do boxe.

 

Requisitos para aprovação do boxe
Após cada impacto de 40 ou 80 J, o boxe precisa ser inspecionado visualmente. Devem ser verificados os esforços necessários para abertura e fechamento da porta. Utilizando-se um dinamômetro, aplicam-se três esforços de abertura e três de fechamento no puxador ou na posição equivalente. A média dos valores das três medições é o esforço necessário para movimentar a porta do boxe — isso não pode exceder a 50 N.

Após cada impacto:

– É proibido
1. Quebrar, soltar ou cair uma ou mais peças de vidro;
2. Quebrar ou soltar qualquer perfil estrutural;
3. Desprender um ou ambos os lados dos perfis superiores;
4. Quebrar ou soltar a roldana dos trilhos superiores, no caso de portas deslizantes;
5. Quebrar ou soltar a dobradiça da porta, no caso de portas pivotantes.

– É permitido
1. Quebrar ou soltar a guia inferior;
2. Soltar o perfil mata-junta.

Vale destacar que, mesmo sendo aprovado no ensaio, o boxe ainda está sujeito a desgastes e avarias que surgem com o tempo – por isso, é fundamental que o vidraceiro sempre entregue o manual ao consumidor no ato da instalação, para que ele tenha as informações sobre os cuidados que deve tomar com o produto e, principalmente, para conscientizá-lo sobre a importância da manutenção preventiva do sistema a cada 12 meses.

Este texto foi originalmente publicado na edição 579 (março de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Parte 7 da NBR 10821 está próxima da conclusão

Há exatamente um ano, O Vidroplano apresentou nesta seção o desenvolvimento da Parte 7 da norma NBR 10821 — Esquadrias para edificações, que tem como foco os métodos de ensaio para esses produtos. Ao longo dos 12 meses entre aquela reportagem e esta, os trabalhos de elaboração do texto continuaram mesmo com as dificuldades vividas no mundo inteiro em 2020. Veja a seguir os aprimoramentos feitos no documento e saiba quando ele deve entrar em consulta nacional.

 

Sob nova direção
Segundo a engenheira Fabíola Rago Beltrame, coordenadora da antiga Comissão de Estudos Especiais de Esquadrias (ABNT/CEE-191) e diretora do Instituto Beltrame da Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq), uma das maiores mudanças nos trabalhos para a elaboração da Parte 7 da NBR 10821 é que ela agora está sob os cuidados da Comissão de Estudo de Esquadrias e Fachadas-cortina (ABNT/CE248:001.001), instalada em novembro de 2020 no novo Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248).

Sediado no Sindicato das Indústrias de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo (Siamfesp), o ABNT/CB-248 foi formado a partir da fusão entre a ABNT/CEE-191 e a Comissão de Estudo Especial de Ferragens (ABNT/CEE-188). Para Fabíola, a mudança foi positiva no desenvolvimento dos trabalhos: “A pandemia do novo coronavírus trouxe dificuldades no início para que todos se organizassem, mas, após a instalação da comissão de estudos no novo comitê, temos agora a oportunidade de contar com participantes de todo o País com maior frequência”. As reuniões vêm sendo realizadas de forma remota, por meio da plataforma Zoom, e, segundo a diretora do Ibelq, esse método está sendo bastante produtivo.

 

Direto ao ponto
Outra mudança significativa está no próprio título do projeto – ele agora é Parte 7: Métodos de ensaio para avaliação de esquadrias externas instaladas. “O nome está mais direto, deixando claro o objetivo do documento que é especificar métodos de ensaio diferentes para cada aplicação e tipologia de esquadria instalada”, explica Fabiola.

A Parte 7 da NBR 10821 incluirá:

– Método de ensaio de estanqueidade à água por diferença de pressão estática, com câmara instalada em obra, para avaliação de janelas, portas, fachadas cortina e claraboias;

– Método de verificação de infiltração de água, para avaliação de esquadrias (ou fachadas-cortinas) considerando apenas folhas fixas.

 

Modelo de câmara de ensaio, presente na Parte 7 da NBR 10821
Modelo de câmara de ensaio, presente na Parte 7 da NBR 10821

 

Perto do fim
Segundo a dirigente do Ibelq, o texto encontra-se em fase final de ajustes. “Na última reunião da ABNT/CE-248:001.001, realizada em 25 de fevereiro, lemos o texto e concluímos que ele está bem desenvolvido. Os laboratórios estão em busca da especificação de alguns equipamentos, para que a metodologia de ensaio fique bem precisa e todos possam realizar os testes dentro dos mesmos padrões”, comenta Fabíola, acrescentando que os avanços realizados nos últimos 12 meses também tornaram claro o escopo do documento. O texto especifica métodos de ensaio de estanqueidade à água para avaliar o desempenho no caso específico das esquadrias externas instaladas em local definitivo na edificação, também denominado de desempenho em campo, não se aplicando às avaliações estrutural de manuseio e de fixação delas.

A comissão de estudo prevê a realização de ajustes no texto-base nas próximas duas reuniões. A intenção é que ele seja enviado para consulta nacional ainda no primeiro semestre de 2021.

Este texto foi originalmente publicado na edição 579 (março de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ABNT publica revisão de Partes 1 e 2 da NBR 15000

A ABNT publicou, em outubro de 2020, a revisão das duas primeiras partes da NBR 15000 — Sistemas de blindagem – Proteção balística. A elaboração dos novos textos para a Parte 1: Terminologia e Parte 2: Classificação, requisitos e métodos de ensaio foi coordenada pela Comissão de Estudo Especial de Sistemas de Blindagem (ABNT/CEE-161).

A NBR 15000 fala sobre os diferentes sistemas de blindagem, incluindo vidros blindados. Por isso, o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) não poderia ficar de fora: ele foi escolhido pelo general Paulo Benedito Pacheco, coordenador da ABNT/CEE-161, para secretariar os trabalhos de revisão, além de participar ativamente do desenvolvimento dos novos textos.

 

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Mais completa e atualizada
Segundo o general Pacheco, o trabalho de revisão se deu ao longo de três anos. “A participação dos segmentos interessados, como fabricantes, blindadores e usuários finais, foi bastante intensa, principalmente no início do processo, período no qual foram determinadas as principais adequações da norma de ensaios de materiais”, conta.

O coordenador da comissão observa que as principais mudanças nas partes 1 e 2 ocorreram nas exigências e parâmetros de ensaios, como o de temperatura, a fim de torná-los mais adequados aos mercados nacional e internacional. “No entanto, no meu entender, a principal mudança se refere à decisão de se estabelecer uma família de textos técnicos referentes à blindagem balística”, acrescenta o general. Além das partes 1 e 2, o texto também terá os seguintes itens:

 

Parte 3: Determinação de limite balístico V50;

Parte 4: Classificação, requisitos e métodos de ensaio para coletes;

Parte 5: Classificação, requisitos e métodos de ensaio para capacetes;

Parte 6: Classificação, requisitos e métodos de ensaio para componentes veiculares

 

O Vidroplano frequentemente destaca a importância da participação de nosso setor nas reuniões para elaboração ou revisão de normas técnicas. O desenvolvimento das próximas partes da NBR 15000 não é exceção: “Nessa próxima etapa, durante a elaboração de normas ainda não existentes, tais como as partes para coletes, capacetes e componentes dos veículos, é essencial que haja maior envolvimento dos interessados nesse segmento”, enfatiza o coordenador da ABNT/CEE-161.

Este texto foi originalmente publicado na edição 578 (fevereiro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça os ensaios de ciclos dos boxes de banheiro

Um dos ensaios para boxes previstos na norma NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidro de segurança é o de ciclos. Ele é bastante importante, pois avalia até três aspectos diferentes: os esforços de abertura e fechamento do sistema, o comportamento dele em relação à repetição desse ciclo, e, em alguns casos, a resistência ao deslocamento.

Veja a seguir as etapas desse ensaio e qual o desempenho esperado para a aprovação do produto. Vale destacar que o modelo de boxe submetido à avaliação pela norma só é aprovado quando todos os corpos de prova ensaiados atenderem as especificações de cada ensaio.

 

Preparação do corpo de prova
O boxe deve ser instalado seguindo as orientações do fabricante, utilizando roldanas ou dobradiças previamente submetidas ao ensaio de corrosão por névoa salina e que não tenham apresentado qualquer característica que altere a sua finalidade de uso (por exemplo, oxidação vermelha).

Os aparelhos necessários para a realização da análise são:

– Um dinamômetro com resolução de 1 N para aplicar os esforços de abertura e fechamento no puxador da porta;

– Um sistema que promova repetidamente ações de abertura e fechamento da folha a ser ensaiada e que possua um contador de ciclos;

– Um relógio comparador (deflectômetro), com resolução de 0,1 mm.

 

Primeira etapa: esforços de abertura e fechamento
Após a montagem do boxe, o dinamômetro é utilizado para aplicar três esforços de abertura e três de fechamento no puxador da porta ou na posição equivalente.

A média dos valores das três medições é o esforço necessário para movimentar a porta do boxe, que não pode exceder 50 N.

 

Segunda etapa: repetição dos ciclos
Um sistema é instalado no puxador da porta para promover repetidamente ações de abertura e fechamento da folha a ser ensaiada. Esse aparelho precisa ter um contador de ciclos, o qual deve ser regulado para uma frequência de, aproximadamente, 600 ciclos completos por hora.

– Se o modelo de boxe de banheiro for de duas portas, o ensaio é realizado na que apresenta o maior comprimento.

– Portas com folhas de abrir (pivotantes) são ensaiadas até um ângulo de abertura de 90 graus.

A medição do esforço necessário para abertura e fechamento é realizada no início do ciclo e nos intervalos de 3 mil, 6 mil e ao final dos 15 mil ciclos determinados pela norma.

Para aprovação nessa etapa, as partes móveis (isto é, o conjunto da porta compreendido pelo vidro, dobradiça e/ou roldanas) devem atender as seguintes condições:

a) os esforços aceitáveis para abertura e fechamento do boxe devem ser de, no máximo, 50 N;

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b) o vidro não pode se soltar ou quebrar durante o ensaio de ciclo.

 

Terceira etapa: resistência ao deslocamento
Para modelos de boxe de canto é aplicado outro teste após o ensaio de ciclo, para avaliar sua resistência ao deslocamento. Ele é realizado medindo a altura central do boxe com as portas fechadas e depois com elas abertas (no eixo do encontro dos dois perfis perpendiculares), utilizando um deflectômetro.

No total, são efetuadas seis leituras com um intervalo de três minutos entre elas. Ao final, encontra-se o deslocamento calculando a diferença entre as leituras iniciais (com as portas abertas) e finais (fechadas).

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Para que seja aprovado, o deslocamento vertical do boxe de canto (movimentação do perfil superior) não pode exceder 8,8 mm. Além disso, o vidro não pode encostar no chão, mesmo que o deslocamento seja inferior a essa medida.

Este texto foi originalmente publicado na edição 577 (janeiro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Relembre os principais trabalhos do ABNT/CB-37 em 2020

Nem a pandemia foi capaz de frear as atividades do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) em 2020. O balanço do ano tem publicação de novas normas relacionadas ao nosso setor, revisão e aprimoramento de textos técnicos por meio de reuniões online e a disseminação de conhecimento junto à sociedade em lives. Reveja os principais trabalhos desenvolvidos no período.

 

Normas publicadas
No dia 11 de fevereiro, a ABNT publicou a NBR 16823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional. Bastante esperada pelo setor – foi até capa de O Vidroplano daquele mês –, ela define os parâmetros e requisitos para a qualificação dos vidraceiros, permitindo que esses profissionais exerçam seus trabalhos com qualidade e segurança.

Mais para o final do ano, no dia 12 de novembro, foi a vez da NBR 16918 — Vidro termoendurecido, documento que reúne as características desse tipo de vidro, como tensão máxima admissível, tolerâncias permitidas para os aspectos dimensionais, defeitos visuais, empenamento e comportamento de quebra, entre outros. Os ensaios para avaliação do produto também são estabelecidos nessa publicação, incluindo os de fragmentação, avaliação de defeitos e medição de empenamento.

É preciso citar também a nova Emenda 1 para a NBR 16023 — Vidros revestidos para controle solar – Requisitos, classificação e métodos de ensaio, que esclarece pontos a respeito da homogeneidade de cor dos vidros e explica como devem ser avaliados.

 

Nova revisão…
Uma das principais normas para o nosso setor entrou em processo de revisão em 2020. Em novembro, o ABNT/CB-37 promoveu a primeira reunião online para atualização da NBR 14698 — Vidro temperado. Entre os principais pontos que vêm sendo debatidos estão as tolerâncias de fabricação e de qualidade mínimas aceitáveis para os produtos, bem como o aprofundamento em assuntos como anisotropia, qualidade óptica e tolerância de esquadro.

 

…e continuidade de trabalhos
Avançou bastante no ano passado a revisão da NBR 14697 — Vidro laminado. O ABNT/CB-37 está finalizando a avaliação do texto referente aos ensaios de radiação para os laminados, além de analisar as mudanças definidas para os testes de classificação de segurança para essas peças.

 

Levando o conhecimento adiante
Uma das primeiras atividades de divulgação das normas no ano passado se deu com a participação da Abravidro no programa É de Casa, da TV Globo. Vera Andrade, coordenadora técnica da associação, falou ali sobre as determinações da NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidro de segurança para a instalação, uso e manutenção do vidro nesses compartimentos. Em 5 de março, quando a quarentena ainda não tinha sido anunciada no Brasil, Clélia Bassetto, analista de Normalização ministrou palestra para 50 alunos do “Curso Técnico em Produção de Vidro”, na Escola Técnica Estadual Presidente Vargas, em Mogi das Cruzes (SP), sobre as aplicações do material na construção civil.

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Com a pandemia, os eventos presenciais deram lugar a ações online. Clélia realizou em setembro outra palestra para o mesmo curso e também participou de lives organizadas pela Cebrace e pela Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal). Em outubro, Vera abordou as normas relacionadas ao vidro durante o módulo sobre o material no curso de extensão “Arquitetura e Construção: Materiais, Produtos e Aplicações”, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

 

Participe você também!
As reuniões do ABNT/CB-37 continuam sendo realizadas – devido à pandemia, elas agora são em formato 100% remoto. O comitê convida a todos os interessados que participem: isso permite que as discussões contem com opiniões e experiências diferentes, fazendo com que as normas se tornem cada vez mais abrangentes, além de possibilitar a todos um aprendizado maior sobre as realidades diferentes dos processadores e vidraceiros pelo Brasil.

Para ter acesso às reuniões, basta enviar um e-mail para cb37@abnt.org.br dizendo que você tem interesse em participar das reuniões e fazer seu cadastro junto à Abravidro para receber os convites com as informações de cada reunião, como local, data, pauta da discussão e o link para a participação remota.

Este texto foi originalmente publicado na edição 577 (janeiro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Relembre as principais notícias vidreiras de 2020

O que começou com expectativa, logo se tornou incerteza. O ano de 2020 era para ser um período de retomada para o mercado do vidro brasileiro, mas a pandemia chegou para acabar com a esperança de retomada do crescimento em curto prazo. Um ano para ser esquecido? Não, pois saímos dele com valiosas lições em muitos aspectos: humanitário, econômico, social etc. Isso sem falar no aquecimento da construção civil nos últimos meses, trazendo otimismo ao setor. Nas próximas páginas, confira o resumo das principais notícias vidreiras deste ano.

 

JANEIRO

janeiro2Mudança na AGC
Isidoro Lopes tornou-se o novo diretor-geral da Divisão de Vidros para Construção Civil e Indústria para a América do Sul da AGC, cargo anteriormente ocupado por Francesco Landi. Paulista, Isidoro soma 25 anos de experiência no setor vidreiro, tendo trabalhado também pela AGC na Bélgica.

 

 

 

janeiroAbravidro na telinha
Vera Andrade, coordenadora técnica da associação, explicou no programa É de Casa, da TV Globo, os detalhes sobre a instalação e o uso do vidro em boxes de banheiro, conforme determina a norma NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidro de segurança. Ela também ressaltou durante sua participação que a principal causa de acidentes é a falta de manutenção preventiva, daí a importância de ter o produto examinado por um vidraceiro a cada doze meses.

 

FEVEREIRO

 

fevereiroVidraceiros ganham norma
No dia 11, a ABNT publicou a aguardada NBR 16823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional. A norma define os parâmetros e requisitos para a qualificação dos vidraceiros, de forma a ajudar esses profissionais a exercer seus trabalhos com mais qualidade e segurança. A elaboração teve início em 2016, tendo sido promovida pela Abravidro por meio do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) juntamente com o Comitê Brasileiro de Qualificação e Certificação de Pessoas (ABNT/CB-99).

 

MARÇO

março

 

Comando renovado na Vivix
Henrique Lisboa, ex-diretor-comercial e de Marketing da usina, assumiu a presidência da Vivix após o anúncio de que Paulo Drummond, à frente da companhia desde sua fundação, em 2010, deixaria a empresa para se dedicar a projetos pessoais.

 

março2

 

Mais uma unidade no Brasil
A AGC inaugurou uma planta de agregação de valor em Piracicaba, a cerca de 150 km de São Paulo. A unidade é dedicada ao atendimento a clientes regionais do segmento automotivo – ali são feitas a montagem final de componentes dos vidros para esse setor e sua distribuição.

 

 

março3

 

Última feira antes da quarentena
A 18ª Expo Revestir, feira internacional para a área de revestimentos e arquitetura, recebeu cerca de 55 mil visitantes e mais de 200 expositores no Transamerica Expo Center, em São Paulo. Totens com álcool em gel foram distribuídos pelos pavilhões para uso de todos.

 

março4

 

Coronavírus
No dia 11, a Organização Mundial da Saúde decretou que o mundo vivia uma pandemia causada pelo novo coronavírus, causador da Covid-19. Os meses seguintes foram de paralisação da produção em praticamente todos os setores da indústria, adiamento de eventos e muita incerteza sobre o futuro.

 

 

março5VidroCast no ar!
A Abravidro lançou mais um canal de comunicação, dessa vez um que está na moda. O VidroCast é o podcast da entidade: parece um programa de rádio, com a diferença de que você pode ouvi-lo a qualquer momento no computador, tablet ou celular. Todo mês, sai uma edição nova dele comentando as reportagens de O Vidroplano.

 

 

março6Glass South America é adiada
Devido ao agravamento da pandemia, a NürnbergMesse Brasil, organizadora da Glass South America, optou pelo adiamento da feira. Antes marcada para junho, ela seria realizada nos dias 5 a 8 de novembro, no mesmo local, o São Paulo Expo, principal centro de eventos da capital paulista.

 

 

ABRIL

abrilNova direção na Guardian
Renato Poty assumiu a posição de country manager (gerente do país), tornando-se responsável pela gestão administrativa do Brasil. A liderança das áreas de interface com clientes, incluindo marketing e vendas, permanece sob a direção de Renato Sivieri. O executivo Ricardo Knecht deixou a empresa.

 

 

MAIO

maioTrês décadas de vida!
A celebração do aniversário de 30 anos da Abravidro se deu na revista O Vidroplano, no site e nas redes sociais da entidade. Diversos momentos históricos foram lembrados, desde a fundação, em 29 de maio de 1990 (ainda com o nome de Associação Nacional de Distribuidores de Vidros e Cristais Planos – Andiv), a criação do Simpovidro e participação em feiras internacionais, até o trabalho incessante em desenvolver o setor vidreiro brasileiro e defender seus interesses.

Números do setor
Foi publicado nesse mesmo mês o Panorama Abravidro 2020, estudo produzido pela associação que analisa os dados produtivos do mercado de vidros planos referentes a 2019.

maio2Estreia o Abravidro Entrevista
A associação deu início a uma série de lives transmitidas pelo Instagram com o objetivo de interpretar os impactos da crise causada pela Covid-19 em nosso mercado. Em edições de maio a julho, foram entrevistados os executivos das usinas Cebrace, AGC, Vivix e Guardian. Houve também uma edição especial sobre o Dia do Vidraceiro, em 15 de maio.

 

 

maio-3Glasstec só ano que vem…
A principal feira vidreira do mundo deixou sua edição física para 2021. Organizado pela Messe Düsseldorf e previsto para os dias 20 a 23 de outubro, o evento tem realização prevista para o período de 15 a 18 de junho do ano que vem.

 

 

maio5

 

…assim como a Glass South America
O segundo adiamento da mostra justificou-se necessário, devido às restrições para viagens e determinações de quarentena. Por isso, a 14ª edição da feira foi remarcada para 24 a 27 de março de 2021.

 

JUNHO

junho

 

Reeleito
José Domingos Seixas assume seu segundo mandato como presidente da Abravidro. Ele e a diretoria eleita ficam à frente da entidade até 2023.

 

 

 

Normas na Internet
No dia 1º, Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, participou de uma live organizada pela Cebrace a respeito da importância das normas técnicas para as diferentes aplicações do vidro na construção civil. No dia 3, Clélia palestrou num evento online da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal) e também comentou o tema, dessa vez com foco no uso correto de vidros de segurança em esquadrias.

 

junho2Antidumping renovado
A Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério da Economia, decidiu prorrogar o direito antidumping aplicado às importações de vidros originários da China para uso em eletrodomésticos da linha fria (NCM 7007.19.00). A medida, com validade por até cinco anos, foi publicada no dia 25.

 

 

JULHO

julhoCrise na Argentina
A Saint-Gobain Sekurit, divisão do Grupo Saint-Gobain, suspendeu, temporariamente, a produção de vidros automotivos na Argentina. Por conta disso, parte de suas operações de produção foi transferida para o Brasil. Essa medida foi necessária para garantir a sustentabilidade da operação, mas a empresa seguiu atendendo o mercado de reposição.

 

SETEMBRO

setembro

 

Sem burocracia
Em vigor a partir do dia 1º, a Portaria nº 282 retirou a exigência de registro de objeto e anuência para licença de importação de vidros automotivos, deixando o processo mais simples e menos burocrático.

 

 

setembro2Obras verdes
No dia 23, o Grupo Saint-Gobain anunciou os vencedores da 7ª edição do Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura – Habitat Sustentável. Neste ano, devido à pandemia, a cerimônia foi transmitida pela Internet pela primeira vez, sendo acompanhada pelo público em geral ao vivo. Várias obras vencedoras têm o vidro como elemento de destaque.

 

 

 

setembro3Produtos e palestras digitais
O GlassBuild Connect, organizado pela National Glass Association (NGA) no lugar da edição 2020 da GlassBuild America e realizado ao longo de todo o mês, contou com mais de 70 webinars, além de cerca de 300 empresas expondo produtos e serviços, tudo também pela Internet.

 

 

OUTUBRO

outubroComitê para esquadrias
O Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248), criado pela ABNT, começou suas atividades no dia 1º tendo o Sindicato das Indústrias de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo (Siamfesp) como sede. Roney Margutti, engenheiro e gerente técnico do sindicato, é o gestor do novo comitê que atuará na normalização do segmento de esquadrias, componentes e ferragens em geral em relação à terminologia, procedimentos, requisitos e métodos de ensaio desses produtos.

 

outubro2Novo boletim online
A Abravidro lançou o Fique por dentro. Boletim de notícias em formato de vídeo, contém as últimas informações do setor e está disponível a cada 15 dias no canal da entidade no YouTube e também nas redes sociais.

 

 

Conexão Glass no ar
A Glass South America também entrou na onda de eventos digitais. No dia 29, o 1º webinar da série Conexão Glass teve como tema de estreia Casas inteligentes e conectadas: oportunidade de negócios para o setor. Mensais, as lives irão ao ar até a realização presencial da mostra em 2021.

Vidro na faculdade
A Abravidro realizou as aulas do módulo sobre vidros para a 7ª turma do curso de extensão “Arquitetura e Construção: Materiais, Produtos e Aplicações”, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Este ano, devido à pandemia, as aulas foram ministradas online.

Glasstec Virtual
A versão digital da Glasstec foi realizada de 20 a 22 no site da feira. Mais de 10 mil participantes acessaram o conteúdo gratuito, incluindo palestras técnicas, exposição de produtos e rodadas de negócios.

 

NOVEMBRO

novembro

 

Termoendurecidos dentro da norma
A ABNT publicou, no dia 12, a NBR 16918 — Vidro termoendurecido. O texto apresenta os requisitos para o processo de fabricação desse tipo de vidro.

 

 

 

Revisão dos temperados
Começou nesse mês o processo de revisão da NBR 14698 — Vidro Temperado, com o objetivo de atualizar os requisitos desse produto.

Levando conhecimento
A coordenadora técnica da Abravidro, Vera Andrade, ministrou a palestra online Normas técnicas do vidro. A apresentação foi organizada pelo Sindividros-RS e transmitida pela plataforma Construsul Online.

 

DEZEMBRO

glass-feira

 

Data remanejada
Cenário de incertezas por conta da pandemia leva organizadores da Glass South America a remanejar a data da feira mais uma vez. A mostra será realizada de 1º a 4 de setembro de 2021.

 

 

 

Mais mudanças em feiras
A Feicon Batimat anunciou o adiamento da mostra para 14 a 17 de setembro de 2021, no São Paulo Expo. A Expo Revestir também mudou: a edição do ano que vem, programada para março, será 100% digital.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.