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Saiba como especificar vidros para pisos

Foi-se o tempo em que as pessoas tinham medo de andar sobre pisos envidraçados. A solução está cada vez mais presente em obras de grande escala, sejam elas mirantes, centros comerciais ou instalações artísticas, comprovando a segurança e a resistência do material.

E já que essa estrutura se tornou mais popular, O Vidroplano traz informações preciosas para sua especificação. Como calcular a espessura das chapas? Qual a importância dos apoios das peças? Quais os cuidados na hora da instalação? Confira tudo isso nesta reportagem especial.

Qual vidro usar?
A ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações classifica os pisos de vidro como instalações especiais e define que o único vidro que pode ser utilizado nesse tipo de aplicação é o laminado de segurança.

Somente laminados de segurança podem ser instalados em pisos, sendo compostos por peças de vidros comuns ou temperados. Dessa forma, em caso de quebra, os fragmentos ficarão presos nos interlayers, evitando possíveis acidentes.

Cálculo, o momento da verdade
O cálculo estrutural desempenha um papel fundamental na especificação de um piso de vidro: é a etapa responsável por determinar com precisão os esforços e cargas que a estrutura deve suportar. “Portanto, é o alicerce sobre o qual se constrói a confiança na integridade e no desempenho do piso ao longo do tempo”, define Leandro Gonçalves, gerente de Projetos da processadora Divinal Vidros.

Como lembra o consultor técnico da Viminas, Luiz Cláudio Rezende (conhecido no setor como Juca), essa tarefa não assegura apenas a durabilidade da instalação. “Nos projetos arquitetônicos, seja de residência, local de trabalho ou espaços comuns, como edifícios, shoppings e aeroportos, o mais importante é garantir a segurança dos usuários”, reforça.

Quem faz o cálculo
Os profissionais que transmitem maior confiança para a realização da tarefa são os engenheiros. Porém, profissionais de nosso setor também podem contar com o suporte das usinas de vidro. A Cebrace, por exemplo, conta com uma ferramenta online para cálculos estruturais de pisos e outros tipos de instalação, como visor de piscina, boxe de banheiro, tampo de mesa, prateleiras, espelhos e revestimentos.

O que levar em conta
Para realizar o cálculo estrutural de um piso de vidro, é necessário considerar diferentes informações. Escolher como será o projeto é o momento mais importante, pois dele dependem a composição das camadas do laminado e a forma de sustentação. Por isso, atenção aos seguintes tópicos:

  • Dimensões das chapas;
  • Cargas estáticas e distribuídas que atuarão sobre o piso;
  • Tipo de ambiente em que a estrutura será instalada.

 

Atenção às cargas: a possibilidade de aglomeração de pessoas e a colocação de móveis em cima de pisos devem ser levadas em consideração na hora do cálculo estrutural. Crédito: Wizdata/stock.adobe.com
Atenção às cargas: a possibilidade de aglomeração de pessoas e a colocação de móveis em cima de pisos devem ser levadas em consideração na hora do cálculo estrutural. Crédito: Wizdata/stock.adobe.com

 

De olho nas cargas
Para determinar a espessura das chapas, é preciso levar em consideração não apenas o vidro, mas todo o sistema, incluindo apoios e calços, e também o tipo de interlayer.

  • Devem ser previstas todas as cargas que incidirão sobre o piso, como a possibilidade de aglomeração de pessoas e a colocação de móveis pesados, o que vai gerar um peso muito além do imaginado por um longo período;
  • Além de aplicativos e softwares especializados para os cálculos, existem programas de engenharia que utilizam um sistema de cálculo chamado Método dos Elementos Finitos, ideal para projetos mais complexos ou que exijam precisão nos resultados;
  • Outro parâmetro relevante é a deflexão: o balanço e a curvatura causados por um projeto incompleto podem gerar problemas à estrutura e desconforto aos usuários.

Tipos de instalação
Dividem-se pela forma com que o vidro é “encaixado” nos vãos:

  • Apoiado pelas bordas, com a ajuda de bases metálicas e calços de borracha. Dessa maneira, o material não encosta em superfícies duras propensas a provocar quebra. Os apoios não podem ser de materiais higroscópicos (que absorvem umidade) ou que apodreçam;
  • Engastado (preso por apenas um lado por encaixe ou furos);
  • Parafusado ou com fixações pontuais, em dois ou mais lados da peça.

 

O Mirante das Galhetas, no Guarujá (SP), tem piso de laminado temperado 30 mm, especificado pela Avec Design. Crédito: Divulgação Avec Design
O Mirante das Galhetas, no Guarujá (SP), tem piso de laminado temperado 30 mm, especificado pela Avec Design. Crédito: Divulgação Avec Design

 

A importância dos apoios
“O suporte do piso desempenha um papel fundamental na integridade da solução”, explica Leandro Gonçalves, da Divinal. “Além de sustentar o peso do vidro, ele precisa ser projetado para resistir às cargas aplicadas e incorporar folgas de dilatação, de forma a evitar quaisquer danos ao vidro.” Por isso, torna-se um elemento que assegura o funcionamento seguro e duradouro da construção.

Os tipos de apoio mais comuns são de materiais como aço inoxidável, alumínio, ferro pintado e até mesmo madeira, dependendo da aplicação. “É fundamental garantir que os materiais de diferentes densidades que entram em contato com o vidro sejam intercalados com borrachas – ou outros materiais que minimizem o atrito”, alerta Gonçalves.

Jose Guilherme Aceto, diretor da Avec Design, empresa projetista de obras envidraçadas de grande porte, indica suportes de borracha: “Utilizamos exclusivamente silicone HTV, devido à sua durabilidade inigualável. É importante lembrar que o apoio deve ter a largura mínima de uma vez e meia a espessura dos vidros”.

 

Nas alturas: mirante Sampa Sky, em São Paulo, tem multilaminados para suportar o peso dos visitantes com segurança. Crédito: Cris Martins
Nas alturas: mirante Sampa Sky, em São Paulo, tem multilaminados para suportar o peso dos visitantes com segurança. Crédito: Cris Martins

 

Instalando com perfeição
Não basta especificar corretamente: o processo de instalação dos pisos precisa de muita atenção. Como de praxe, seguir as normas é obrigação. “Deve-se garantir que os calços de apoio atendam a ABNT NBR 7199 e possuam a dureza correta para não causar a quebra das peças”, comenta Renato Santana, coordenador de Qualidade e lean da processadora GlassecViracon. “Outro ponto é nunca instalar peças que tenham algum tipo de dano nas bordas, pois, mesmo que isso pareça superficial, pode levar à quebra futura.”

A compatibilidade dos selantes com os interlayers dos laminados é mais um tópico que não pode ser deixado de lado, com o intuito de evitar reações químicas que possam danificar as camadas intermediárias – o que levará à delaminação da peça. E durante o manuseio das chapas, é preciso extremo cuidado com impactos nas bordas: isso pode causar microtrincas.

Manutenção e cuidados pós-instalação
Como afirma Aceto, da Avec, deve-se sempre analisar o fluxo de pessoas que andará sobre um piso envidraçado também pelo lado estético. Isso rapidamente gera maior abrasão e riscos na superfície das chapas. “Assim, para proteger esses sofisticados e caros multilaminados, pode-se usar uma peça de temperado de “sacrifício”, com 6 mm de espessura, que pode ser substituída com baixo custo”, recomenda.

Outra avaliação importante: no caso de pisos sujeitos a serem molhados, a recomendação é aplicar serigrafia ou fitas antiderrapantes para evitar que se tornem escorregadios.

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Rafael Cavalli/Divulgação

Revisão de norma sobre forças causadas pelo vento entra na reta final

A revisão da ABNT NBR 6123 — Forças devidas ao vento em edificações se encaminha para os passos finais: o texto passou este ano por uma consulta nacional e, atualmente, encontra-se em fase de edição para correção de texto e figuras para publicação. O documento é diretamente referenciado na principal norma do nosso setor, a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, sendo fundamental para os cálculos da espessura dos vidros e especificação e dimensionamento de sistemas para as obras.

Trabalho a várias mãos
A revisão da ABNT NBR 6123 foi coordenada pela Comissão de Estudo de Forças Devidas ao Vento em Edificações (ABNT/CE-002:122.016), do Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002). Esse trabalho vem sendo desenvolvido ao longo de anos por profissionais e grupos de pesquisa de todo o País, tais como os da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de Brasília (UnB) e Universidade de Passo Fundo (UPF).

“A razão básica para a atualização é justamente a necessidade de adequação de seu conteúdo a novos dados disponíveis – por exemplo, velocidades do vento e coeficientes aerodinâmicos –, bem como a procedimentos analíticos desenvolvidos e/ou atualizados pelos grupos de pesquisa mencionados acima, tanto com base em seus próprios desenvolvimentos como por grupos de pesquisa internacionais.”, explica o professor Acir Mércio Loredo-Souza, Ph.D., diretor do Laboratório de Aerodinâmica das Construções da UFRGS e coordenador da ABNT/CE-002:122.016. Ele destaca a atuação da Profa. Michèle Pfeil, da UFRJ, e do Prof. Jorge Riera, da UFRGS, nesse processo.

Avanços na atenção à vedação
Entre as mudanças presentes no novo texto, Loredo-Souza destaca os novos capítulos referentes à ação de vento em pontes e vibração induzida por desprendimento de vórtices em estruturas alteadas de seção circular. “Houve a atualização do capítulo referente à determinação dos efeitos dinâmicos causados pela turbulência atmosférica, e a adoção de um novo critério para avaliação de conforto humano em edifícios”, acrescenta.

Outro avanço importante na revisão da ABNT NBR 6123 é a atualização da tabela correspondente ao fator estatístico S3, que considera o grau de segurança e a vida útil da obra. “Além de um maior detalhamento e uma descrição mais clara dos tipos de edificação conforme seu uso e sua importância, os elementos de vedação passaram a incorporar cada grupo específico, acompanhando a importância e o uso da edificação a que pertence”, aponta Loredo-Souza.

Segundo ele, esta é uma grande evolução em relação à versão atual, em que esses elementos são tratados separadamente. Uma das razões dessa alteração é que os registros recentes de falhas de vedação demonstram que essa ocorrência é muito frequente tanto em fachadas como em coberturas: “O avanço que tivemos em relação ao fator S3 certamente ajudará na diminuição do número de acidentes causados pelo vento, com impactos positivos bem mais amplos para a sociedade brasileira”, avalia o coordenador da ABNT/CE-002:122.016.

Atualização do Mapa de Isopletas: objetivo da próxima revisão
Uma das atualizações pretendidas para essa nova versão da ABNT NBR 6123, referente ao mapa de isopletas (linhas de contorno que representam valores constantes da velocidade do vento), não foi possível; após várias apresentações e discussões em torno da metodologia científica a ser adotada no traçado do mapa, infelizmente não se chegou a um consenso. Entre as dificuldades, observou-se a necessidade de providências para aumentar a confiabilidade no cálculo da V0 (velocidade básica do vento) em relação aos valores utilizados nas propostas, bem como para incorporar uma lógica climatológica aos valores normativos.

Dessa forma, a ABNT decidiu manter a versão atual do mapa na revisão da norma. Mas Loredo-Souza afirma que a comissão de estudos continua buscando esse objetivo: “A atualização do mapa das isopletas da velocidade básica do vento é de extrema importância. A retomada das discussões em relação a ele está planejada para começar logo após a publicação da nova versão da ABNT NBR 6123 e, uma vez atingido o consenso, o mapa simplesmente será substituído, sem necessidade de uma nova consulta nacional”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: evannovostro/stock.adobe.com

Conheça os tipos e tolerâncias de empenamento em laminados

Entre as atualizações presentes na norma ABNT NBR 14697 — Vidro laminado, publicada em fevereiro deste ano, estão os requisitos e métodos de avaliação do empenamento nesse tipo de vidro. A versão anterior do documento não continha informações referentes a esse tópico.

Nesta edição de O Vidroplano, o “Por dentro das normas” apresenta as variedades de empenamentos, bem como suas respectivas tolerâncias. Na próxima edição desta seção, serão abordados os métodos de avaliação para cada um deles.

Tipos
De acordo com a ABNT NBR 14697, as peças do vidro laminado estão sujeitas a:

1. Empenamento total: trata-se de uma flecha que a peça ou a chapa de vidro pode apresentar em função do seu processo de fabricação, tratamento térmico (no caso de peças temperadas ou termoendurecidas) e/ou processo de laminação, conforme ilustrado na figura a seguir:

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2. Empenamento localizado: há duas formas para o surgimento dessa deformação:

a) Ondas de rolete (roller wave): podem ocorrer em distâncias relativamente curtas, no plano do vidro, causadas tanto no processo de fabricação do vidro como no tratamento térmico horizontal – nesse caso, a ondulação formada é caracterizada pela formação de picos e vales (ver figura a seguir);

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b) Empenamento local: é causado por marcas de pinças e constituído por uma deformação pontual e localizada, oriunda do processo de tratamento térmico vertical. A figura abaixo representa esse tipo de empenamento.

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3. Elevação de borda (dianteira e traseira): pode ser gerada no processo de tratamento térmico horizontal; portanto, só pode ser observada e medida em vidros laminados termicamente tratados (ver figura abaixo).

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Tolerâncias para empenamento de peças acabadas de vidros laminados

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Importante: a norma do laminado determina que o processador deve ser consultado nos casos de vidros termicamente tratados em formato quadrado, com ângulos menores que 90 graus ou serigrafados, uma vez que as tolerâncias apresentadas acima podem ser diferenciadas.

Atenção!

  • Os empenamentos total e localizado, bem como a elevação de borda (edge kink) do vidro termicamente tratado a ser usado na composição do laminado, têm maior relevância e maior necessidade de controle quando comparados com o vidro termicamente tratado monolítico. Isso ocorre porque, em geral, para o monolítico, essas características estão relacionadas apenas às distorções ópticas e aos efeitos estéticos do vidro; já no termicamente tratado a ser laminado, além de essas características poderem gerar distorções ópticas mais acentuadas (devido à sobreposição de duas ou mais lâminas do material), elas podem também contribuir para o surgimento de outros defeitos, como bolhas de ar e delaminações pós-instalação do sistema de envidraçamento;
  • Os vidros termicamente tratados que irão compor o laminado devem atender os requisitos das suas normas técnicas: ABNT NBR 14698 — Vidro temperado e ABNT NBR 16918 — Vidro termoendurecido;
  • A ABNT NBR 14697 recomenda, com o objetivo de evitar futura delaminação, que o processador tenha um cuidado maior quanto à disposição das chapas na montagem do laminado, de forma a assegurar o maior paralelismo possível entre os vidros.

 

Associe-se e acesse o ABNT Coleção!
As empresas associadas à Abravidro têm acesso online à ABNT NBR 14697 e a todas as normas técnicas do Comitê Brasileiro de Vidros Plano (ABNT/CB-37), além de outras normas selecionadas relacionadas a nosso material, por meio do sistema ABNT Coleção.

Este texto foi originalmente publicado na edição 610 (outubro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Cris Martins

Abravidro palestra em curso do Senai-SP para vidraceiros

Nos dias 4 e 5 de agosto, Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, ministrou na Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, no bairro paulistano do Tatuapé, três palestras a alunos do “Curso de Qualificação Profissional para Vidraceiro”. O encontro é fruto da parceria entre a Abravidro e o Senai-SP, que visa a levar conhecimentos sobre as normas técnicas envolvendo nosso material, tendo como objetivo a aplicação do vidro na construção civil. Clélia destacou o conteúdo da norma ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, bem como os projetos que o Comitê Brasileiro de Vidros Planos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/CB-37) vem desenvolvendo.

Este texto foi originalmente publicado na edição 608 (agosto de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Divulgação

Fernando Westphal lança livro sobre vidro em edificações

Figurinha carimbada em diversas reportagens de O Vidroplano, Fernando Simon Westphal, consultor, engenheiro, professor e pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina, acaba de lançar o livro Vidro plano para edificações. A publicação pretende levar informações técnicas sobre nosso material em um formato de fácil acesso a profissionais do setor vidreiro e da construção civil e também a estudantes de engenharia e arquitetura.

Para conhecer o conteúdo do livro e saber como surgiu a ideia pra escrevê-lo, a equipe de O Vidroplano entrevistou Westphal. A conversa você confere a seguir.

Professor, este é seu primeiro livro?
Fernando Westphal — Como pesquisador e professor já escrevi muito artigos técnicos voltados a eventos científicos, revistas, periódicos. Mas tentar agrupar toda a informação desenvolvida ao longo de anos de carreira, em uma produção no formato de livro, é a primeira vez. E acho que é o sonho de muitos pesquisadores.

Espero que seja de fato um material de referência para um ponto inicial de estudo sobre o uso do vidro nas edificações e na arquitetura. Ele é voltado para o contexto brasileiro, citando produtos nacionais e as configurações de beneficiamento que a gente costuma utilizar no Brasil. A ideia é “tropicalizar” esses assuntos e assim ganhar notoriedade para os produtos com mais informação técnica para o mercado.

De onde surgiu seu interesse pelo vidro?
FW — Foi de uma necessidade. Terminei meu doutorado em 2007, no programa de engenharia civil, com especialidade em eficiência energética de edificações. Com isso, migrei para o mercado da construção. Saí de Florianópolis e fui morar em São Paulo, trabalhando com consultoria para certificação Leed [Leadership in Energy and Environmental Design] de grandes empreendimentos – e esses prédios comerciais são todos com fachadas envidraçadas.

Então, foi um grande choque participar de projetos com pele de vidro para climas quentes como o nosso. Pra mim, era uma novidade e eu até era crítico. Quando comecei as análises para os prédios que buscavam a certificação, nossa equipe concluía, por meio de números, que não havia um aumento expressivo no consumo de energia por conta do vidro. E comecei a estudar o porquê.

Esses empreendimentos buscam uma melhor qualidade de vida interna, e com maior área envidraçada você tem mais contato com o exterior, o que gera, inclusive, benefícios de saúde. O empreendedor, os futuros locatários e ocupantes estão dispostos a pagar por uma tecnologia a mais na fachada – no caso, um vidro de controle solar.

E depois disso, começaram a me chamar para palestras, pois passei a ser um defensor do produto. Fiquei impressionado com sua eficiência – e defendê-lo é simplesmente uma constatação.

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E como apareceu a chance de preparar um livro sobre o tema?

FW — Em 2009, fui contratado para fazer um estudo sobre o impacto do vidro no consumo de energia das edificações para a Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro). E, a partir daí, passei a prestar assessoria técnica para a entidade. Quando já atuava mais fortemente no mercado vidreiro, eu comentava que a gente não tinha uma referência de literatura nacional, até porque a informação vinha apenas das fabricantes. Em 2016 me prontifiquei a escrever um material e ele foi lançado como ebook com o nome Manual técnico do vidro plano. Algum tempo depois surgiu o interesse de publicar no formato de livro, o que acho que dá muito mais credibilidade para o material. Então, fizemos contato com a editora Oficina de Textos, e a Abividro patrocinou a produção.

Qual o conteúdo do livro?
FW — Os primeiros capítulos fazem uma introdução ao contexto histórico, o processo de fabricação do vidro, e depois entramos na questão de engenharia e arquitetura. O foco principal eu puxei mais para a minha área de atuação, chamando a atenção para os desempenhos térmico, lumínico e acústico. E não tem como a gente falar do produto sem comentar segurança. Então, há menção a uma série de normas técnicas relacionadas ao setor.

Eu tentei utilizar uma linguagem mais técnica, trazer equações, gráficos comparativos, algo que sentia falta no mercado, pois não se encontram tais referências na literatura. Essa é a principal diferença entre o livro e o ebook, cujo material era mais lúdico, com linguagem voltada ao público leigo.

Montei também um capítulo sobre como especificar, buscando ajudar do estudante de arquitetura ao profissional que deseja estudar o assunto. Resumi por conta própria algumas diretrizes: como você escolheria o vidro em termos de aspecto estético, coloração, nível de escurecimento e de espelhamento, trazendo as propriedades ópticas do material – uma coisa que eu sempre bato na tecla durante as palestras. Alguns colegas da área até me criticam por isso, por ser técnico demais. Porém, insisto que a gente tem de treinar o mercado em relação a esse tipo de conhecimento.

Em relação às normas técnicas, elas estão em constante renovação para atender as mudanças de nosso mercado. Como o senhor informou ao leitor de seu livro que é necessário ficar atento às novas versões desses documentos?
FW — Tem esse destaque no livro. Achei importante fazer a listagem das principais normas, as mais comuns e necessárias para o dia a dia, com a ideia de alertar o leitor justamente para essa quantidade de documentos, para que ele busque em cada aplicação a norma relacionada àquele assunto.

O vidraceiro tem no seu livro uma boa fonte?
FW — Com certeza! Espero também atingir esse mercado, para que o vidraceiro possa se inteirar um pouco mais sobre os diferentes níveis de desempenho. É claro que entender alguns pontos vai exigir um certo conhecimento a mais de engenharia. Porém, como todo material técnico, a gente pode pular algumas partes e ir direto ao que interessa. É um livro que se pode ler num final de semana? Sim! Mas espero que seja um material de consulta para a busca de informações específicas. O vidraceiro pode estudar um capítulo e entender o que significa fator solar, ganho de calor, ver estudos comparativos, e depois indicar um vidro especial ao cliente.

Sobrou conteúdo para uma continuação?
FW — Bastante coisa. Claro, temos de manter os pés no chão, verificar se será bem aceito pelo mercado e se de fato vai se transformar em uma referência técnica. A partir do lançamento, a gente começa a fazer um trabalho junto às universidades, para os meus colegas mostrarem aos professores que existe esse material. Mas, sim, fiquei com muitas ideias armazenadas.

Professor, para finalizar nossa entrevista, onde é possível adquirir o livro?
FW — O site oficial da editora Oficina de Textos faz a venda direta, mas também já o encontrei em grandes varejistas como a Amazon. Em outros pontos de venda, você o encontra fazendo a busca pelo título ou pelo nome do autor.

Este texto foi originalmente publicado na edição 607 (julho de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito das fotos: Reprodução

ABNT avança na revisão da norma para guarda-corpos

A Comissão de Estudos de Guarda-corpos (ABNT/CB-248/CE-248:001.002) vem se reunindo mensalmente com o objetivo de finalizar a revisão da ABNT NBR 14718:2019 — Guarda-corpos para edificação – Requisitos, procedimentos e métodos de ensaio. A nova versão do texto pretende tornar o conteúdo da norma ainda mais preciso, de forma a ressaltar a importância do cumprimento de suas orientações e evitar interpretações diferentes pelos laboratórios, garantindo a uniformidade na realização dos ensaios.

Participação de múltiplos setores
“A comissão de estudos recebeu mais de quarenta sugestões dos laboratórios de ensaio, projetistas, consultores e fabricantes para a revisão da norma. Elas foram discutidas e em grande parte adotadas. Atualmente, o texto-base da revisão encontra-se bastante maduro e em fase final”, avalia a engenheira Fabiola Rago Beltrame, coordenadora das comissões de estudo de Esquadrias e Guarda-corpos do Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248). Segundo Fabiola, que também é diretora do Instituto Beltrame da Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq), todos esses segmentos participaram ativamente das reuniões para a revisão, reunindo sempre de vinte a trinta participantes.

A comissão trabalhou para garantir que o novo texto seja mais preciso, para evitar ambiguidades na sua interpretação. “Consideramos que a nova redação deixará ainda mais clara a importância da qualidade dos guarda-corpos em relação à segurança do usuário”, observa Fabiola. “Além disso, mostrará o quanto é essencial que se tenham um projeto, um protótipo e ensaios dos sistemas sempre seguindo as determinações dessa norma, e antes que o guarda-corpos seja fabricado em sua totalidade e instalado.”

Atualizações e novidades
Para se ter uma ideia do quanto a revisão é detalhada, a versão de 2019 tinha 27 páginas, enquanto a atual terá mais de 30. Uma das grandes novidades que a atualização da norma técnica trará em seu conteúdo diz respeito à diferenciação na aplicação das cargas entre guarda-corpos expostos ao vento e não expostos ao vento, dependendo do local em que serão instalados.

Próximos passos
A comissão de estudos deve finalizar o texto em agosto ou setembro e o enviará para a ABNT, onde passará por um processo de revisão ortográfica e editoração. Na sequência, a comissão acredita que a nova versão da norma deve entrar em consulta nacional em outubro. Estima-se que até o final de 2023 o texto seja publicado.

“Gostaria de agradecer por todo o apoio da Abravidro, na pessoa da Clélia Bassetto [analista de Normalização]. Ela atua como secretária da comissão e nos ajuda em todas as reuniões a ouvir as contribuições e encontrar o bom senso em cada item. Agradeço ainda pelo apoio constante aos gestores do ABNT/CB-248 pelo Siamfesp [Sindicato da Indústria de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo], Roney Honda e Robson Campos”, ressalta Fabiola.

Este texto foi originalmente publicado na edição 607 (julho de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Cris Martins

Acesso gratuito à ABNT PR 1010 pelo Vidro Certo termina em agosto

Quem ainda não adquiriu a ABNT PR 1010 – Aplicação e manutenção de vidros na construção civil, primeira prática recomendada da ABNT para a construção civil, atenção: agosto será o último mês para baixar essa importante ferramenta sem pagar nada (a gratuidade é um oferecimento do portal Vidro Certo). Publicado em agosto de 2021, o documento foi produzido para facilitar o entendimento das normas vidreiras, contendo informações didáticas e relevantes sobre o nosso setor para o público não especialista. E lembre-se: associado Abravidro tem acesso gratuito a esse e diversos outros documentos técnicos de nosso setor pelo sistema ABNT Coleção.

Este texto foi originalmente publicado na edição 607 (julho de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: viperagp/stock.adobe.com

Abravidro palestra em congresso sobre guarda-corpos

No dia 26 de maio, foi realizado o 1º Congresso Brasileiro de Guarda-Corpo, no Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Rio de Janeiro (IAB-RJ). Dividido em cinco painéis, o encontro propôs uma discussão aprofundada sobre a função dos guarda-corpos. Entre os especialistas estava Clélia Basseto, analista de Normalização da Abravidro, como representante do setor vidreiro no painel destinado ao tema segurança.

Em sua apresentação, Clélia destacou a revisão da norma de laminados, a ABNT NBR 14697, publicada no início deste ano, e deu detalhes sobre a classificação de segurança desse vidro, além de tratar sobre a importância da ancoragem e da fixação correta para que o material cumpra eficientemente a sua função. Participaram do congresso fornecedores de perfil de alumínio e profissionais da indústria, além de arquitetos renomados, entre eles Paulo Niemeyer, bisneto de Oscar Niemeyer.

Este texto foi originalmente publicado na edição 606 (junho de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Maurício Horta

Trabalho em altura tem mudanças na regulação

Atenção, profissionais vidreiros que trabalham com instalação de vidros: em julho, entrará em vigor a revisão da Norma Regulamentadora (NR) nº 35, documento que estabelece requisitos e medidas de segurança para trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com atividades em altura. O novo texto será publicado em três etapas, sendo a 1ª programada para o dia 3 do mês que vem; a 2ª para o dia 2 de janeiro de 2024; e a 3ª para o dia 2 de janeiro de 2025. Entre as mudanças, destacam-se a inclusão da exigência de inspeções iniciais, rotineiras e periódicas do Sistema de Proteção Individual contra Queda (SPIQ) e a permissão para que pontos de fixação temporários do sistema de ancoragem possam ser selecionados por um trabalhador capacitado, desde que de acordo com os procedimentos elaborados por um profissional habilitado.

Este texto foi originalmente publicado na edição 606 (junho de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Tricky Shark/stock.adobe.com

ABNT avança no preparo de normas de eficiência energética

Desde setembro de 2021, o Grupo de Trabalho em Esquadrias e Vidros, formado no âmbito das atividades da Comissão de Estudo de Eficiência Energética e Desempenho Térmico nas Edificações (CE-002:135.007), vem realizando reuniões quinzenais ou mensais para revisar e atualizar a normalização na área de eficiência energética. Os trabalhos desenvolvidos por esse GT, do qual a Abravidro participa assiduamente desde a sua formação, têm resultado em uma série de avanços nesse segmento. Confira o que já foi feito e o que está a caminho.

Do exterior para o Brasil
Parte desses trabalhos envolve a avaliação, tradução e adaptação de normas ISO do setor de vidros e esquadrias para o Brasil. “Concluímos a tradução da Parte 2 da ISO 10077:2017 — especificamente sobre o cálculo de transmitância térmica dos perfis — e da ISO 15099:2003, que trata do cálculo detalhado de propriedades de desempenho térmico de esquadrias completas, incluindo seus dispositivos de sombreamento. Esses dois documentos devem ser levados à consulta nacional em breve”, relata Fernando Westphal, coordenador do Grupo de Trabalho em Esquadrias e Vidros e professor e pesquisador do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). As duas novas normas, a princípio, deverão ser adotadas mantendo a numeração ISO.

Antes de elaborar esses textos, o GT já havia traduzido as normas ABNT NBR ISO 9050:2022 — Vidro na construção civil – Determinação da transmissão de luz, transmissão solar direta, transmissão total da energia solar, transmissão ultravioleta e propriedades do vidro relacionados, publicada em maio de 2022 pelo ABNT/CB-37, sediado na Abravidro, e ABNT NBR ISO 10077-1:2002 — Desempenho térmico de janelas, portas e persianas – Cálculo da transmitância técnica – Parte 1: Geral, publicada em novembro de 2022.

Revisitando o zoneamento bioclimático nacional
A Comissão de Estudos de Eficiência Energética, da qual o GT de Esquadrias e Vidros faz parte, está desenvolvendo uma proposta que diz respeito à proposição de uma substituição do atual zoneamento bioclimático brasileiro, estabelecido na ABNT NBR 15220 — Desempenho térmico de edificações – Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social. “O que está sendo proposto é um ajuste a partir de mais dados climáticos disponíveis para nosso país, mudando a divisão atual de oito para doze zonas climáticas”, explica Westphal. A proposta de zoneamento levou em conta o desempenho térmico de edificações frente ao clima.

O coordenador do GT ressalta ainda que a Parte 3 da ABNT NBR 15220 é de extrema importância para a construção civil nacional, pois seu conteúdo serve de base para outras normas de avaliação de desempenho, como a ABNT NBR 15575 — Edificações habitacionais – Desempenho, e a etiquetagem do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), adotada também no processo Alta Qualidade Ambiental (Aqua) de certificação de projetos sustentáveis.

Próximos passos
A próxima etapa dos trabalhos do Grupo de Trabalho em Esquadrias e Vidros consiste no levantamento de dados de desempenho de sistemas de esquadrias nacionais, com o intuito de elaborar um Technical Report (TR – Relatório Técnico) que sirva como referência sobre o desempenho térmico de esquadrias completas. Esse relatório deverá ser usado como suporte para a evolução das atividades de adaptação da norma de desempenho energético de edificações (ISO 52016) ao Brasil – segundo Westphal, essa norma deverá substituir a atual metodologia adotada pelo Procel/Inmetro na etiquetagem de edificações.

Este texto foi originalmente publicado na edição 605 (maio de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: joeycheung/stock.adobe.com

Norma muda metodologia de classificação de laminados

Conforme noticiado na edição passada de O Vidroplano, o texto revisado da norma ABNT NBR 14697 — Vidro laminado foi publicado no final de fevereiro. A nova versão traz uma série de atualizações. Dentre elas estão alterações importantes na metodologia de classificação de segurança do produto. A seguir, confira os novos critérios e detalhes do teste.

Princípio
A finalidade do ensaio é determinar a classificação de segurança do laminado por meio de dispositivos de impacto, avaliando se as características de quebra são seguras, de forma a reduzir as lesões por corte ou perfuração por impacto acidental em pessoas.

Vale observar que a norma ABNT NBR 14697 não especifica o uso pretendido dos produtos, mas fornece um método de classificação para o desempenho deles. Cabe ao especificador do projeto determinar a classe de segurança desejada e aplicar o produto conforme essa classe, a fim de garantir a segurança dos usuários.

Avaliações em duas etapas
Para determinação da classe, devem ser empregados dois métodos complementares de avaliação:

  • O primeiro é o impacto de pêndulo, um método destrutivo utilizado para comprovar que o vidro laminado atende a classificação de segurança necessária ao projeto;
  • O segundo é o impacto por queda de esfera, um método destrutivo adicional utilizado em situações em que nenhuma das lâminas da composição do laminado tenha sofrido qualquer dano (quebra, trinca ou fissura) durante o ensaio de impacto por pêndulo, para avaliar o seu comportamento de quebra.

O segundo teste é uma novidade incorporada à nova versão da norma e daremos mais detalhes sobre ele na próxima edição do “Por dentro das normas”.

Nesta edição trataremos da 1ª etapa de classificação de segurança do vidro laminado que é o teste de impacto de pêndulo. Trata-se de um ensaio que já existia na versão anterior da norma de laminado, mas que sofreu algumas atualizações que você verá a seguir.

Equipamentos necessários

  • Corpo de prova: uma peça do vidro a ser ensaiado com 876 mm de comprimento e 1.938 mm de altura;
  • Sistema de fixação (estrutura que manterá a peça fixa e com sua face voltada para o impacto) com tiras de borracha nos pontos de contato com o vidro;
  • Pêndulo de 45 kg, formado por uma bolsa de couro sintético preenchida com granalhas de chumbo de diâmetro de 2,5 mm;
  • Sistema de sustentação, formado por um cabo de aço de 5 mm de diâmetro.

 

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Passo a passo
1. O dispositivo de impacto deve ser suspenso até a altura prevista para a classificação solicitada pelo contratante do ensaio:

  • Para a classe 2 de segurança: diferencial de altura de 450 a 470 mm acima do centro do vidro;
  • Para a classe 1 de segurança: diferencial de altura de 1.200 a 1.235 mm acima do centro do vidro.

2. O impacto deve ocorrer no centro do corpo de prova, apenas uma vez; se houver mais de um impacto, o ensaio deve ser invalidado.

Atenção: se o laminado for assimétrico (isto é, composto por peças monolíticas com espessuras diferentes), orientações adicionais devem ser observadas:

  • Vidros laminados assimétricos utilizados em aplicações em que o risco de impacto exista para os dois lados devem ter seus dois lados submetidos ao ensaio – nesse caso, são utilizados dois corpos de prova com a mesma composição, com cada um tendo um lado ensaiado;
  • Ainda sobre esse tipo de vidro, caso o risco de impacto exista para apenas um lado, ele deve ter apenas o lado designado submetido ao ensaio – e esse fato deve ser mencionado no relatório de ensaio.

Critérios para a aprovação da classe
Após o impacto na classe de segurança pretendida, o corpo de prova deve ser inspecionado:

  • Caso o vidro não quebre, deve ser submetido em seguida ao ensaio de impacto por queda de esfera e atender os seus requisitos;
  • Se houver quebra, o vidro deve atender todos os critérios abaixo:

1. Os cortes e orifícios do laminado não podem permitir passagem livre de uma esfera de aço de 76 mm de diâmetro ou quando uma força de 25 N for aplicada progressivamente por meio dessa esfera (posicionada sobre o ponto mais fragilizado);

2. Caso ocorra o desprendimento de partículas do corpo de prova após três minutos, elas devem ser pesadas e não podem exceder a massa equivalente de uma área de 10 mil mm² do corpo de prova. Além disso, o maior fragmento desprendido do corpo de prova deve ter massa inferior à massa equivalente de uma área de 4.400 mm² do corpo de prova.

O texto da versão revisada da norma apresenta exemplos de cálculo para a avaliação do peso dos fragmentos desprendidos, para auxiliar o entendimento dos requisitos.

Saiba mais
Para outras informações relacionadas a esse ensaio, como especificação do equipamento para a realização do impacto, preparação dos corpos de prova e procedimento, consulte a ABNT NBR 14697:2023.

As empresas associadas à Abravidro têm acesso online a todas as normas técnicas do Comitê Brasileiro de Vidros Plano (ABNT/CB-37), além de outros documentos técnicos relacionados a nosso material.

Este texto foi originalmente publicado na edição 604 (abril de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Marcos Santos e Meryellen Duarte

ABNT publica revisão da norma para vidros laminados

No dia 28 de fevereiro, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a versão atualizada da norma ABNT NBR 14697 — Vidro laminado. A revisão do documento técnico foi feita pelo Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) com o objetivo de atualizar seu conteúdo.

Vale citar que a norma revisada já pode ser acessada pelos associados da Abravidro: conforme noticiado na edição de fevereiro de O Vidroplano, todas as empresas afiliadas à entidade agora têm acesso online imediato às normas vidreiras do ABNT/CB-37, além de outros documentos relacionados a nosso material.

Acompanhando a evolução do mercado
Luiz Barbosa, gerente técnico de Vendas da Vivix e coordenador da Comissão de Estudos do ABNT/CB-37, observa que esta é a primeira revisão da ABNT NBR 14697. “A nova versão está mais atual e aderente com o mercado brasileiro. A comissão trabalhou para deixá-la mais didática, com textos explicativos e até mesmo com exemplos de cálculos, a fim de reduzir as possíveis dúvidas ou interpretações divergentes”, afirma Barbosa.

A adequação da norma ao mercado pode ser vista, por exemplo, na abordagem da utilização do laminado composto com vidros termicamente tratados (temperados ou termoendurecidos), considerando que o uso dessa composição vem crescendo no Brasil nos últimos anos. Dessa forma, o texto passa a orientar o mercado sobre a fabricação e aplicação dessa solução, além de esclarecer dúvidas existentes sobre as características desse tipo de composição.

Outra novidade na versão revisada da ABNT NBR 14697 é a atualização dos ensaios que avaliam o desempenho do laminado enquanto vidro de segurança: além do teste de classificação de segurança, a norma agora conta também com um novo ensaio para avaliação do comportamento de quebra do vidro laminado. Foi incluído ainda um requisito para determinar os limites de empenamento para o produto em questão.

Contribuição da sociedade
A revisão da ABNT NBR 14697 passou por duas consultas nacionais. Assim, a sociedade pôde contribuir para o aprimoramento do texto. Também é importante ressaltar o profissionalismo dos membros da comissão de estudos, os quais colaboraram com informações valiosas para tornar a nova versão da norma mais abrangente, completa e clara possível.

Este texto foi originalmente publicado na edição 603 (março de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Cris Martins

Associados Abravidro têm acesso a todas as normas vidreiras

As empresas associadas à Abravidro contam com muitos benefícios. Uma dessas vantagens, até o ano passado, era o recebimento mensal de uma norma técnica relacionada ao mercado vidreiro em formato impresso. Este ano, o que era bom ficou ainda melhor. Entenda o que muda.

Acesso às normas
A partir de fevereiro, qualquer associado da Abravidro – mesmo que tenha acabado de se filiar à entidade – passa a ter acesso online imediato a todas as normas técnicas do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), além de outras normas selecionadas relacionadas a nosso material.

Vantagens do novo modelo de acesso às normas

  • Acesso imediato a um acervo de mais de 50 normas e documentos técnicos;
  • Cada empresa associada poderá acessar o sistema digital ABNT Coleção com três usuários diferentes;
  • A empresa também poderá imprimir dois exemplares de cada norma por meio do mesmo sistema.

A intenção é que o conhecimento técnico não fique restrito aos gestores das empresas. Agora ele poderá ser consultado por toda a equipe, garantindo que o trabalho sempre seja feito dentro das normas, com maior segurança e satisfação dos colaboradores e clientes.

Onde acessar?
1. No site da Abravidro, coloque o cursor na aba “Normas técnicas”, selecione o item “Normas para Associados” e, dentro dele, clique no campo “ABNT Coleção”.

2. Você será direcionado para a página inicial do sistema; nele, basta preencher os campos “empresa”, “usuário”, “senha” e “validação” e clicar em “Entrar”.

3. Dentro do sistema, procure pela norma técnica desejada.

Vale destacar que o cadastro dos usuários de cada empresa é feito pela própria Abravidro junto à ABNT, enviando na sequência o login e a senha para cada associado. É importante que as empresas mantenham seus cadastros atualizados.

Associe-se você também!
O acesso às normas técnicas vidreiras já é um incentivo e tanto para se filiar à Abravidro, mas há muitos outros benefícios oferecidos aos associados. Confira alguns deles:

  • Desconto para contratar os módulos da Especialização Técnica Abravidro, como Corte, Lapidação, Serigrafia, Têmpera e PPCPE;
  • Acesso a cursos online gratuitos nas áreas Financeira, de Recursos Humanos, de Operações, de Desenvolvimento Gerencial, Marketing e Vendas etc. para todos os funcionários da empresa associada;
  • Consultoria com preços diferenciados para auxiliar na preparação do processo de certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para vidros temperados;
  • Assinatura gratuita de O Vidroplano e desconto especial para anunciar na revista;
  • Assessoria com profissional especializado para esclarecer dúvidas relacionadas às áreas jurídica, cível, tributária e trabalhista;
  • Consultoria especializada no regime de Substituição Tributária (ST);
  • Descontos em palestras e eventos patrocinados pela associação.

Para se associar, basta entrar em contato com Rosana Silva, gerente de Atendimento da Abravidro, pelo telefone (11) 3873-9908 ou e-mail rsilva@abravidro.org.br.

Este texto foi originalmente publicado na edição 602 (fevereiro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: viperagp/stock.adobe.com

Desempenho térmico tem avanço na normalização

No final de 2022, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a ABNT NBR ISO 10077-1:2022 — Desempenho térmico de janelas, portas e persianas – Cálculo da transmitância térmica – Parte 1: Geral. Trata-se da tradução para o português da primeira parte da norma internacional ISO 10077:2017, cujo conteúdo contribuirá para a atualização de conhecimentos e padronização no segmento de eficiência energética no Brasil.

Marco para o mercado vidreiro
A tradução da ISO 10077 e sua adaptação como norma ABNT estão entre as atividades da Comissão de Estudo de Eficiência Energética e Desempenho Térmico nas Edificações (CE-002:135.007). Como o objetivo é desenvolver uma norma nacional de eficiência energética em edificações, o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) participou desse trabalho.

Para Fernando Westphal, consultor técnico da Abividro e professor e pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a publicação da Parte 1 da ABNT NBR ISO 10077 representa um marco importante para o mercado vidreiro e de esquadrias no Brasil. Diz ele: “Com ela [a norma], padronizamos a apresentação de propriedades térmicas das nossas esquadrias e vidros, o que permite a comparação de produtos por desempenho e coloca o setor na situação de importância que deve ter quando se fala em eficiência energética de edificações, pois são os componentes de maior relevância nas trocas de calor e consumo de energia”.

Conteúdo
A seção publicada traz as condições de contorno e equações para o cálculo de transmitância térmica de esquadrias em geral, podendo ser portas ou janelas. “O vidro entra nessa parte da norma, pois representa a maior área de uma esquadria completa”, destaca Westphal, que também é o coordenador do Grupo de Trabalho em Esquadrias e Vidros da CE-002:135.007.

A transmitância térmica é a propriedade que expressa o quanto de calor atravessa a composição de vidro por condução devido à diferença de temperatura entre o ambiente externo e interno. Nesse sentido, Westphal aponta que vidros insulados têm transmitância mais baixa, pois a câmara de ar atua como um isolamento térmico. “O fato de termos uma norma nacional para a determinação dessa propriedade uniformiza as informações no mercado, pois existem outras normas europeias e norte-americanas que tratam do mesmo tema, mas com condições de contorno diferentes, levando a variações nos resultados e dificuldade de comparação entre produtos.”

Vale observar que os dados de transmitância térmica do vidro são determinados de acordo com a ISO 10292, que é semelhante à europeia EN 673, norma já adotada pelos fabricantes de vidro plano no Brasil.

Próximos passos
A Parte 2 da norma – já traduzida e que deverá entrar em consulta nacional em breve – trata especificamente da determinação da transmitância térmica dos perfis das esquadrias. Outras normas ISO também estão sendo traduzidas, como a 15099 (que aborda o processo detalhado de cálculo numérico da transmitância térmica das esquadrias).

“Acredito que a adoção dessas normas acende as discussões sobre estratégias de eficiência ainda incipientes no Brasil, mas que têm grande potencial para melhorar o conforto térmico nas edificações, tais como o uso de vidros insulados e vidro de baixa emissividade [low-e], além das esquadrias com thermal break e elementos de proteção solar inovadores”, avalia Westphal. O professor ressalta ainda que isso pode contribuir para evitar o uso excessivo de climatização artificial em edificações e para aproveitar o vidro como elemento de contato visual com o exterior, sem comprometer a qualidade do ambiente interno.

Este texto foi originalmente publicado na edição 601 (janeiro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: leungchopan/stock.adobe.com

ABNT/CB-37 trabalhou a todo vapor em 2022

O ano passado foi um período bastante movimentado no que diz respeito aos trabalhos que envolveram o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), sediado na Abravidro. Confira a seguir quais projetos de normas vidreiras andaram durante 2022.

Concluídos
Em maio, a ABNT publicou a norma ABNT NBR ISO 9050 — Vidros na Construção Civil – Determinação de luz, transmissão direta solar, transmissão total de energia solar e propriedades relacionadas ao vidro, que trata sobre os requisitos de transmissão luminosa do vidro. O documento especifica os métodos para determinar a transmissão de luz e energia da radiação solar para aberturas envidraçadas na construção civil.

O comitê participou da Comissão de Estudo de Eficiência Energética e Desempenho Térmico nas Edificações do ABNT/CB-002 com a missão de avaliar a tradução da ISO 10077 — Desempenho térmico de janelas, portas e persianas – Cálculo da transmitância térmica. Enquanto a Parte 1 da norma foi publicada em novembro, a análise da segunda parte também já foi concluída e está sendo preparada para envio à consulta nacional (veja mais sobre esse projeto clicando aqui).

Em andamento
A revisão da ABNT NBR 14698 — Vidro temperado segue a todo o vapor. Está sendo discutida a questão dos requisitos de furação e fragmentação.

Em outubro, os trabalhos da comissão na revisão da norma ABNT NBR 14697 — Vidro laminado foram finalizados. O novo texto estava em consulta nacional e deve ser publicado em breve.

Foto: romaset/stock.adobe.com
Foto: romaset/stock.adobe.com

 

Participação ativa
No intuito de favorecer o comércio de componentes para automóveis entre o Brasil e a Argentina, o ABNT/CB-37 foi convidado a integrar o grupo que atuou na avaliação da normalização e regulamentação desses itens, uma vez que o vidro figurou entre os elementos contemplados.

Outro ponto que vale o destaque é a participação do comitê em comissões de estudos do Comitê Brasileiro da Construção Civil. Entre outros projetos, houve a colaboração para trabalhos como os referentes à eficiência energética, assim como a atuação em outras comissões:

  • Comissão de Estudos de Garantia nas Edificações, cuja norma foi publicada em dezembro;
  • Comissão de Estudos de Iluminação Natural, que está revendo a ABNT NBR 15215 — Iluminação natural e aprovou os textos das Partes 3 e 4 para envio à consulta nacional;
  • Revisão da ABNT NBR 9077 — Saídas de Emergência, cujo texto estava em consulta nacional, será feita a reunião de análise dos votos em fevereiro/23;
  • Revisão da ABNT NBR 6123 — Forças devidas ao vento, cujo texto está sendo preparado para consulta nacional.

Além dos projetos citados, coube ainda ao ABNT/CB-37 a missão de atuar nos trabalhos do Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248), que publicou a Parte 7 da ABNT NBR 10821 — Ensaios de fachadas in loco, bem como participações dentro do comitê de revisão da ABNT NBR 14718 — Guarda-corpos para edificações e da Comissão de Estudos Especial – CEE 249 – Inspeção predial.

Este texto foi originalmente publicado na edição 601 (janeiro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Magnetu/stock.adobe.com

Norma para laminados entra em nova consulta nacional

A segunda consulta nacional para a norma ABNT NBR 14697 — Vidro laminado teve início no dia 14. O novo texto pode ser acessado no site da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) até o dia 12 de janeiro de 2023 – para opinar sobre ele, basta criar um cadastro e fazer login.  A revisão da norma foi realizada pelo Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) e tem como objetivo atualizar seu conteúdo.

Este texto foi originalmente publicado na edição 600 (dezembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Magnetu/stock.adobe.com

 

Conheça os ensaios de esforço estático em guarda-corpos

Para assegurar a proteção que os guarda-corpos oferecem às pessoas contra o risco de queda acidental, esses sistemas precisam passar por uma série de ensaios previstos na norma ABNT NBR 14718 — Guarda-corpos para edificação. Dois desses testes são os de esforço estático horizontal e de esforço estático vertical. A seguir, saiba como são realizados e quais aspectos do desempenho são avaliados em cada um deles.

Para que servem?
Os dois ensaios referem-se à aplicação de cargas sobre o sistema e à medição de deslocamentos ou deformações decorrentes. Segundo a engenheira Michele Gleice da Silva, diretora-técnica do Instituto Tecnológico da Construção Civil (Itec), o esforço horizontal tem o intuito de simular pessoas se encostando nos guarda-corpos ou puxando-os “para dentro” – inclusive considerando que possa ocorrer aglomeração de pessoas, levando em conta cada aplicação específica (como guarda-corpos de unidades privativas, área institucionais de médio e alto tráfego, entre outras). Já o teste de esforço vertical simula as pessoas apoiando os braços sobre a estrutura.

Equipamentos
Para a realização dos ensaios, além do protótipo do guarda-corpos a ser testado, são utilizados relógios comparadores para verificar os deslocamentos e massas (anilhas) para a aplicação das cargas – podendo também usar células de carga para os esforços. O Laboratório de Componentes do Falcão Bauer utiliza massas que simulam a aplicação de pressão de vento, um conjunto de roldanas para uma melhor aplicação dos esforços, deflectômetros para realização das leituras de deformações e trena graduada para o dimensionamento da aplicação das forças e distribuição dos deflectômetros.

Michele ressalta que a ABNT NBR 14718 estipula que ambos os ensaios – bem como um terceiro, o de resistência a impacto – devem ser realizados em um mesmo protótipo. “É importante destacar ainda que a norma especifica que os ensaios são destrutivos e, por isso mesmo, devem ser sempre realizados em protótipos, nunca nos guarda-corpos instalados para uso definitivo na obra”, alerta.

Esforço estático horizontal
1. Os relógios comparadores são instalados nos pontos indicados na norma para a medição das deformações;

2. Uma pré-carga de 20 kgf/m é aplicada de fora para dentro em pontos também pré-estabelecidos pela norma. Decorrido o tempo previsto, as deformações indicadas nos relógios são registradas;

3. Aplica-se então a carga de uso, conforme o tipo de utilização dos guarda-corpos (descrito na Tabela 1 da ABNT NBR 14718). Após o tempo determinado, registra-se novamente a deformação, retira-se a carga e, três minutos depois, mede-se a deformação residual;

4. Os mesmos processos são repetidos, desta vez com os esforços sendo direcionados de dentro para fora;

5. Ainda de dentro para fora, após a aplicação da pré-carga e da carga de uso, é aplicada a carga de segurança, determinada na norma.

De acordo com o Laboratório de Componentes do Falcão Bauer, os valores da carga de uso e da carga de segurança são estabelecidos na ABNT NBR 14718 em função do tipo de aplicação, pressão de vento para quantidades de pavimentos, altura máxima da edificação e região do País onde o guarda-corpos será instalado.

Esforço estático vertical
Para esse ensaio, é utilizado somente o trecho de um elemento de fechamento para a aplicação dos esforços – geralmente definido entre os montantes estruturais ou, no caso de guarda-corpos autoportantes, a folha de vidro. Quando esse ensaio é realizado em sistema composto somente de vidro, e com altura superior a 1,10 m, Michele Gleice orienta que os perfis metálicos sejam revestidos com borracha, de forma a fazer um “sanduíche” no elemento de fechamento e não causar esforços pontuais no vidro.

Há somente duas etapas:

  • A carga de segurança apresentada na Tabela 1 da norma é aplicada no centro do elemento superior do guarda-corpos, utilizando dispositivo apropriado que garantirá a distribuição da carga. Quando a estrutura tiver corrimão ou perfil superior, deve-se medir a deformação deles também;
  • Decorrido o tempo de aplicação da carga, aguardam-se três minutos e é feita então a verificação da deformação residual.

Requisitos para aprovação
Para o ensaio de esforço estático horizontal, o guarda-corpos não pode apresentar deformação superior a:

  • 25 mm na aplicação da carga de uso (tanto de fora para dentro como de dentro para fora);
  • 3 mm na leitura de deformação residual (tanto de fora para dentro como de dentro para fora);
  • 150 mm na aplicação da carga de segurança (de dentro para fora);

– além disso, a carga de uso não pode provocar ruptura de qualquer componente do guarda-corpos (incluindo os vidros), e não pode ocorrer afrouxamento ou destacamento de componentes ou dos elementos de fixação.

Para o ensaio de esforço estático vertical:

  • A deformação sob carga não pode ser superior a 20 mm;
  • A deformação residual deve ser de, no máximo, 8 mm;
  • O protótipo não pode apresentar ruptura e não pode ocorrer afrouxamento ou destacamento de componentes e dos elementos de fixação.

No caso de guarda-corpos estruturais de vidro, o Laboratório de Componentes do Falcão Bauer ressalta que não é feita leitura de deformação, apenas uma avaliação visual do sistema, já que neste caso o corpo de prova é basicamente composto pela folha de vidro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Olesia Bilkei/stock.adobe.com

Abravidro faz palestra para bombeiros em São Paulo

No dia 4 de outubro, a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto, palestrou na sede do Corpo de Bombeiros de São Paulo. A apresentação, com foco na aplicação correta do vidro na construção civil, teve como público oficiais da corporação responsáveis por vistorias nos edifícios da Grande São Paulo.

Clélia explicou a diferença entre vidros de segurança e o vidro comum, e apontou as regras de uso para o nosso material de acordo com a norma ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, destacando a obrigatoriedade do uso do vidro laminado em guarda-corpos e da aplicação de vidros de segurança em portas e envidraçamentos em áreas comuns.

Vidros especiais para retardar a ação do fogo
Foram abordados também os tipos de vidro resistentes ao fogo: para-chamas, para chamas redutor de radiação térmica e corta-fogo. A analista de Normalização da Abravidro mostrou como são feitos alguns dos ensaios para essas peças e explicou o desempenho esperado delas para retardar a ação do fogo – impedindo, por exemplo, a progressão das chamas, fumaça e gases tóxicos – e, assim, oferecer maior tempo de ação para os bombeiros.

Conscientização para a aplicação correta do vidro
A palestra é parte do trabalho de longa data realizado pela Abravidro junto aos oficiais do Corpo de Bombeiros por todo o Brasil, responsáveis por analisar os projetos e fazer as vistorias nas edificações. O objetivo dessas atividades é conscientizar as corporações sobre a importância da aplicação correta dos vidros de segurança. Como resultado desse trabalho, o conteúdo dessa norma já foi incorporado às Instruções Técnicas dos Bombeiros em 21 Estados do País. Ao final do evento, Clélia esclareceu dúvidas, principalmente sobre a quebra de vidros.

Este texto foi originalmente publicado na edição 598 (outubro de 2022) de O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Divulgação Abravidro

Norma para laminados entra em consulta nacional

Os trabalhos do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) na revisão da norma ABNT NBR 14697 — Vidro laminado foram finalizados. O novo texto foi colocado em consulta nacional no dia 13 de setembro pela ABNT. O documento poderá ser acessado no site da associação até o dia 13 de outubro.

Atualização de conteúdo
A revisão da ABNT NBR 14697 teve início em meados de 2017. “A decisão para revisá-la foi tomada com base na sua data de publicação. Trata-se de uma norma de 2001 que não havia passado por atualizações ao longo desse período”, comenta Luiz Barbosa, gerente técnico de Vendas da Vivix e coordenador da comissão de estudos do ABNT/CB-37, responsável pelo desenvolvimento e revisão das normas técnicas de vidro para a construção civil.

Segundo Barbosa, a comissão adequou os parâmetros de tolerância de qualidade do laminado ao momento atual do mercado. “De 2001 até hoje, houve muitos avanços nas tecnologias em relação ao processamento, inclusive para o processo de laminação. O consumidor também está mais exigente quanto à qualidade do produto”, explica.

Um importante ponto abordado na revisão foi a performance do laminado como vidro de segurança. A comissão trabalhou para aprimorar os ensaios que avaliam o desempenho do produto para as suas diferentes aplicações. Além do ensaio de classificação de segurança, foi incluído outro teste para avaliação do comportamento de quebra do vidro laminado.

A atualização da norma aborda também a utilização do laminado composto com vidros termicamente tratados (temperados ou termoendurecidos). O uso desse produto cresceu muito no Brasil nos últimos anos. Por isso, o tópico foi abordado de maneira bastante didática, a fim de orientar o mercado sobre a fabricação e aplicação dessa solução, além de esclarecer dúvidas existentes sobre as características desse tipo de composição.

Como participar
Até 13 de outubro, será possível acessar o novo texto da ABNT NBR 14697 e enviar sugestões em relação ao conteúdo. “Caso haja observações técnicas, será marcada uma nova reunião com a comissão de estudos para discutir a pertinência dessas indicações”, destaca Luiz Barbosa. Finalizado esse processo, a norma será encaminhada para publicação.

Para participar da consulta nacional, é necessário ter cadastro no site da ABNT e fazer login. Vale destacar que as considerações enviadas são muito importantes para que a comissão de estudos possa avaliar se o texto precisa de adequações antes de sua publicação. Isso irá garantir que a norma seja a mais clara e completa possível.

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: Cris Martins

Norma determina entrega de manual na venda de boxes de banheiro

Boxes de banheiro são um assunto recorrente nas reportagens de O Vidroplano. E com razão: a venda desses sistemas está entre as atividades mais procuradas nas vidraçarias. Há uma norma técnica dedicada especialmente a esses produtos, a ABNT NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidros de segurança. A publicação traz uma série de orientações para o seu projeto, instalação, uso e manutenção a fim de assegurar que eles possam ser utilizados com segurança pelos consumidores.

E uma importante determinação presente na norma diz respeito à obrigatoriedade da entrega dos manuais de utilização, limpeza e manutenção dos boxes, para que os usuários finais saibam como cuidar corretamente do produto e preservar sua integridade.

Informações indispensáveis
De acordo com a ABNT NBR 14207, os fabricantes de boxe de banheiro devem fornecer um manual ou folheto de instruções ao comprador, os quais precisam conter:

1. Identificação do modelo ou tipo de boxe;

2. Orientações de uso e conservação, incluindo os seguintes avisos:

  • Se o vidro for lascado, deve ser substituído para evitar risco de quebra;
  • Deve ser feita a manutenção periódica, no mínimo anual, em todos os itens do boxe, para verificar se eles estão em perfeitas condições de funcionamento;
  • Não bater no vidro com objetos duros ou pontiagudos;
  • Para limpeza do boxe, utilizar somente pano úmido com detergente neutro ou sabão neutro, secando-o a seguir;
  • Em caso de mau funcionamento do boxe ou quebra de algum componente, deve-se interromper o seu uso (do contrário, o vidro pode quebrar) e solicitar imediatamente a manutenção do sistema;
  • Em caso de o vidro da porta encostar no chão durante sua abertura ou fechamento, é preciso isolar imediatamente o boxe e chamar um técnico responsável pela manutenção do produto;
  • Toda manutenção deve ser solicitada pelo cliente final e executada por pessoa qualificada.

De Olho no Boxe
A entrega obrigatória dos manuais aos clientes é um dos principais pontos abordados pelo programa De Olho no Boxe, desenvolvido pela Abravidro com o objetivo de levar, de maneira fácil de entender, conhecimento técnico sobre a ABNT NBR 14207 para vidraceiros e consumidores.

O site do De Olho no Boxe disponibiliza, gratuitamente, o Manual de utilização, limpeza e manutenção dos boxes de banheiro, bastando fazer o download do documento e imprimi-lo. Vale destacar que esse manual está disponível em duas versões:

  • Arquivo em PDF: preserva o texto original e é recomendado para qualquer modelo de boxe (seja frontal ou de canto, com abertura de correr ou pivotante, com ou sem transpasse);
  • Arquivo em Word: o vidraceiro pode acrescentar ao texto recomendações específicas para aquele tipo de produto que está sendo vendido e instalado antes de imprimir.

Este texto foi originalmente publicado na edição 596 (agosto de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: Reprodução

Vidro em Ação leva ensaios para vidros na Glass 2022

Pela 3ª vez, a Glass South America contou com o espaço Vidro em Ação, iniciativa da Abravidro e NürnbergMesse Brasil para apresentar aos visitantes da feira ensaios e testes de segurança e resistência dos vidros temperado e laminado. Nesta edição, as apresentações foram comandadas por Ricardo Câmara, diretor e instrutor da Central do Vidraceiro e Serralheiro. Mais de 2 mil pessoas acompanharam as sessões dos ensaios realizados pela equipe do Laboratório Falcão Bauer.

“Uma das maiores e mais desafiantes experiências da minha carreira, essa vai ficar na minha memória”, comemora Ricardo. “O melhor de tudo foi poder mostrar para nossos amigos vidraceiros o quanto a profissão requer muito mais do que ser um bom instalador: devemos ser especialistas no que fazemos. Foi ótimo também ver o brilho nos olhos dos profissionais nessa grande troca de conhecimento.”

Vera Andrade, coordenadora técnica da Abravidro, acompanhou Ricardo ao longo das apresentações. Para ela, essa edição do Vidro em Ação também foi muito especial por diversos motivos. “Tivemos a participação intensa do público. Todos estavam muito motivados tanto para assistir ao que estava sendo apresentado ao vivo no estande como para gravar e divulgar as informações aos seus clientes e seguidores das redes sociais”, avalia Vera. “Ter explorado um tema específico em cada sessão também foi bem-interessante porque pudemos acrescentar informações sobre a aplicação adequada dos vidros e requisitos importantes das normas técnicas.”

Visitas ilustres e envidraçamento de sacada
O público pôde assistir a ensaios como os de fragmentação e choque térmico (temperado), classificação de segurança (temperado e laminado) e impacto para guarda-corpos. Houve também a experiência de quebra dos vidros de segurança laminado e temperado – o Vidro em Ação recebeu até a participação do pentacampeão Edmilson, da Seleção Brasileira de futebol na Copa do Mundo de 2002: ele testou ao vivo a resistência e a segurança que os dois tipos de vidro oferecem.

A novidade este ano foi a sessão dedicada ao envidraçamento de sacada. “Abordamos as principais dúvidas técnicas, dicas e orientações da norma sobre o sistema, a ABNT NBR 16259, além das responsabilidades que o profissional precisa ter para fazer a venda, entrega e instalação com total segurança”, explica Ricardo.

Ao final de cada apresentação, Ricardo e Vera sortearam para os visitantes normas técnicas como a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil — Projeto, execução e aplicações, além das referentes a guarda-corpos e envidraçamento de sacadas.

Brinde, mais informação e oportunidade
Quem passou pelo Vidro em Ação recebeu o Tempertest, dispositivo visual que permite verificar se o vidro é ou não temperado. A cada apresentação, a forma de utilizá-lo era demonstrada e todos podiam comprovar o quanto ele auxilia no trabalho com o vidro temperado. Os interessados também puderam baixar gratuitamente a prática recomendada ABNT PR 1010 — Aplicação e manutenção do vidro na construção civil, por meio da leitura de QR-Code presente em um dos totens do espaço.

O documento continua disponível para download gratuito, com o patrocínio do portal Vidro Certo, apoiador dessa edição do Vidro em Ação.

Realização
– Abravidro
– NürnbergMesse Brasil

Parceria
– Central do Vidraceiro e Serralheiro
– Laboratório Falcão Bauer

Apoio
– ABNT
– AGC
– Agmaq
– AL Indústria
– Cebrace
– Divinal Vidros
– Eastman
– GlassecViracon
– Guardian
– Tec-Vidro
– Tempermax
Vidro Certo

Este texto foi originalmente publicado na edição 595 (julho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Conheça um dos ensaios para envidraçamento de sacada

Antes da instalação de qualquer envidraçamento de sacada, a norma sobre o produto (ABNT NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas) determina que um protótipo do sistema completo, incluindo os vidros, precisa ser aprovado em diferentes ensaios. Um deles é o de resistência às cargas uniformemente distribuídas (pressão de vento). A classificação que o item atinge, informada no laudo emitido pelo laboratório, indica se a solução é adequada para a instalação em determinada região do País. Conheça mais sobre o ensaio a seguir.

Aparelhos necessários
Câmara de ensaio com abertura em uma de suas faces que permita a fixação do corpo de prova a ensaiar, de forma a garantir a reprodução da interface do sistema e do vão de instalação, conforme recomendação do projeto ou manual de instalação do fabricante;

Sistema de aplicação de pressão que garanta a estabilização da pressão estática especificada durante o período de ensaio;

Aparelhos de medida de pressão que permitam medir as diferenças de pressão estática com exatidão de medição de ± 20 Pa.

Passo a passo
1. O corpo de prova (o protótipo do sistema a ser testado), medindo 2.300 mm de largura e 2.300 mm de altura e dividido em quatro folhas de, aproximadamente, 575 mm de largura cada uma, é fixado na câmara de ensaio, de acordo com a recomendação do projeto ou o manual de instalação do fabricante;

2. Todas as partes móveis do corpo de prova são submetidas a cinco ciclos completos de abertura, fechamento e travamento. Os componentes são ajustados para que fiquem em condições de operação, conforme as recomendações do fabricante;

3. Caso não seja atingida a pressão de ensaio necessária (cujo valor é determinado de acordo com a Tabela 1 presente na ABNT NBR 16259), toda a área do protótipo deve ser coberta com um filme plástico para que, quando a pressão for aplicada, ela atinja todo o corpo de prova e não interfira no resultado do ensaio;

4. O sistema é submetido a 30% da pressão de ensaio especificada – em seguida, a diferença de pressão é anulada e é feita a avaliação visual para identificar e registrar possíveis colapsos, como quebra de vidro, ruptura dos perfis ou componentes, verificando a abertura, fechamento e travamento das folhas móveis do corpo de prova;

5. Após essa análise, o corpo de prova é submetido a 60% e 100% da pressão especificada, e a análise citada é repetida;

6. Os mesmos procedimentos são repetidos para avaliar o desempenho em relação à pressão de sucção (negativa).

Vale observar que a pressão de segurança (cujos valores também são informados na Tabela 1 da ABNT NBR 16259 de acordo com a região em que se pretende instalar o envidraçamento ensaiado) é aplicada por duas vezes na pressão positiva e, em seguida, por duas vezes na pressão negativa (sucção). O tempo para atingir a pressão de segurança deve ser superior a cinco segundos e inferior a vinte segundos, e ela deve ser mantida por sete segundos (com tolerância de 3 segundos para mais ou para menos).

Requisitos para aprovação
a. Não apresentar ruptura, colapso total ou parcial de qualquer um de seus componentes, incluindo o vidro;

b. Não ter o seu desempenho deteriorado quanto às condições de abertura e fechamento;

c. Não apresentar destacamento parcial ou total de componentes e de elementos de fixação.

Demonstração ao vivo na Glass 2022
O envidraçamento de sacada será um dos sistemas a ser apresentados na 3ª edição do Vidro em Ação, iniciativa da Abravidro e NürnbergMesse Brasil para a feira Glass South America. A atração será comandada por Ricardo Câmara, diretor e instrutor da Central do Vidraceiro e Serralheiro, em quatro sessões temáticas diárias.

Não perca a oportunidade de visitar o Vidro em Ação para tirar dúvidas e aprender mais sobre o desempenho necessário para a aprovação desse sistema!

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: evannovostro/stock.adobe.com

Vidro tem importância na revisão de norma de iluminação natural

O texto da norma ABNT NBR 15215 — Iluminação natural está em processo de revisão, coordenado pelo Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002). Como nosso material está sendo contemplado nas mudanças feitas no texto desse documento, conheça as novidades que devem ser incorporadas à norma.

Atualização de conhecimentos
Roberta Vieira Gonçalves de Souza, coordenadora da Comissão de Estudo de Iluminação Natural de Edificações (CE-002:135.002), relata que, desde a publicação original da ABNT NBR 15215, vários avanços foram realizados nesse segmento: novos arquivos climáticos disponíveis para diversas cidades brasileiras permitiram avaliar melhor o clima luminoso do País, assim como processos de simulação computacional garantiram que se avaliasse a iluminação de espaços internos ao longo de todo o ano. “O processo de revisão pretende incorporar novos conhecimentos e procedimentos metodológicos às normas brasileiras”, reforça Roberta.

Normas de diferentes associações internacionais vêm sendo consultadas para a revisão, como as da International Energy Agency (IEA – Agência Internacional de Energia). No Brasil, o processo acompanha ainda a revisão da análise de iluminação natural da ABNT NBR 15575 — Desempenho de edificações habitacionais, iniciada em 2020.

Avaliando o desempenho
O uso correto das superfícies envidraçadas é fundamental no processo de iluminação natural dos ambientes, pois são responsáveis pela admissão e pelo controle da iluminação externa. Com isso, parte do novo conteúdo da ABNT NBR 15215 diz respeito ao nosso material.

A transmitância de vidros será incorporada em procedimentos de avaliação da disponibilidade de luz interna, na avaliação da qualidade das vistas e na avaliação do ofuscamento advindo das aberturas. “Ambientes de maior qualidade serão aqueles que trouxerem maior número de horas em uso sem necessidade de acendimento da iluminação elétrica, pelo menos nas áreas mais próximas à abertura”, relata a coordenadora da comissão de estudo.

As partes 3 e 4 da norma trarão indicativos para a obtenção e recomendação de níveis mínimos, médios e superiores de desempenho. A correta especificação e seleção dos vidros poderá possibilitar a obtenção de maiores autonomias de iluminação natural com adequado controle de ofuscamento.

Texto de norma ISO em consulta nacional
Já está em consulta nacional o Projeto ABNT NBR ISO 9050 — Vidros na construção civil – Determinação da transmissão de luz, transmissão direta solar, transmissão total de energia solar, transmissão ultravioleta e propriedades relacionadas ao vidro. O texto pode ser acessado, votado e receber sugestões de mudanças no site da ABNT até o dia 9 de maio. Para participar, é necessário ter cadastro e fazer login na página.

Este texto foi originalmente publicado na edição 592 (abril de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Projeto de norma entra em consulta nacional

O Projeto ABNT NBR ISO 9050 — Vidros na construção civil – Determinação da transmissão de luz, transmissão direta solar, transmissão total de energia solar, transmissão ultravioleta e propriedades relacionadas ao vidro pode ser acessado, votado e receber sugestões de mudanças até o dia 9 de maio no site da ABNT. Essa futura norma tem como objetivo especificar a transmissão de luz e de energia da radiação solar em vidros usados em fachadas. Para participar da consulta nacional, é necessário ter cadastro e fazer login na página da ABNT.

Este texto foi originalmente publicado na edição 592 (abril de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ABNT/CB-37 inicia análise para convergência regulatória

Com o objetivo de facilitar o comércio de componentes para automóveis entre o Brasil e a Argentina, está sendo desenvolvido um trabalho de convergência regulatória envolvendo os dois países. Como o vidro é um dos elementos contemplados por esse trabalho, o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT CB-37), responsável pela elaboração e revisão das normas do nosso setor, foi convidado a integrar o grupo que trabalha na avaliação da normalização e regulamentação desses componentes.

Consulta ampla às normas…
Dentro das atividades de convergência regulatória, o ABNT/CB-37 fará uma análise das normas para vidros automotivos do Brasil e da Argentina, buscando as diferenças entre elas em relação aos requisitos e métodos de ensaio. A partir disso, será iniciada a avaliação conjunta dos países em busca da possível harmonização dessas normas. A primeira reunião da comissão de estudos, no início de março, contou com a participação dos fabricantes de vidros automotivos e de organismos de certificação.

Diversos documentos técnicos estão sendo utilizados como base para os trabalhos. Além da norma ABNT NBR 9491 — Vidros Automotivos – Requisitos, também estão sendo considerados os ensaios das seguintes:

ABNT NBR 9504 — Vidros de segurança – Determinação da distorção óptica;

ABNT NBR 9503 — Vidros de segurança – Determinação da transmissão luminosa;

ABNT NBR 9502 — Vidros de segurança – Determinação da resistência à umidade;

ABNT NBR 9501 — Vidros de segurança – Ensaio de radiação;

ABNT NBR 9499 — Vidros de segurança – Ensaio de resistência à alta temperatura;

ABNT NBR 9498 — Vidros de segurança – Método de ensaio de abrasão;

ABNT NBR 9497 — Vidros de segurança – Determinação da separação da imagem secundária;

ABNT NBR 7334 — Vidros de segurança – Determinação dos afastamentos quando submetidos à verificação dimensional e suas tolerâncias – Método de ensaio;

ABNT NBR 9494 — Vidros de segurança – Determinação da resistência ao impacto com esfera;

ABNT NBR 9492 — Vidros de segurança – Ensaio de ruptura – Segurança contra estilhaços;

ABNT NBR 9493 — Vidros de segurança – Determinação da resistência ao impacto com phanton

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Imagem: Vershinin89 – Freepik.com

 

…e a regulamentos e leis nacionais e internacionais
“Além dessas normas, temos também a Resolução Nº 254/07 do Contran [Conselho Nacional de Trânsito], que estabelece requisitos para os vidros de segurança e critérios para aplicação de inscrições, pictogramas e películas nas áreas envidraçadas dos veículos automotores; e ainda o Regulamento n° 34 do Inmetro, de 2021, que estabelece a certificação compulsória para os vidros e o seu processo”, explica Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro.

Clélia reforça que, como se trata de uma convergência regulatória com outro país, os documentos análogos da Argentina, como seus regulamentos e leis, também serão consultados para avaliação das diferenças existentes entre eles, bem como se essas diferenças podem ser harmonizadas. Vale destacar que, assim como outros trabalhos desenvolvidos pelo ABNT/CB-37, as reuniões para essa iniciativa também são abertas e, portanto, todos os interessados podem participar.

Crédito da imagem de abertura: Navintar – Freepik.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 591 (março de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.