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Conheça os principais momentos da história da Abravidro

1990

Maio
Nasce a Andiv (que passaria a se chamar Abravidro em 2008), a primeira entidade do segmento vidreiro com alcance nacional. A sede ficava em São Paulo, na Rua Cardoso de Almeida, no bairro de Perdizes. José Carlos Bulgari é o presidente escolhido para liderar a associação em seus primeiros passos.

 

1991

 

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Setembro
A entidade passa a editar sua principal porta-voz: a revista O Vidroplano, publicação cedida pelo Sincavidro-RJ.

 

1992

Maio
José Carlos Bulgari é reeleito presidente.

 

1994

Maio
Bulgari eleito mais uma vez para seguir na presidência – é o único com três mandatos à frente da associação.

Agosto
A entidade promove o Salão da Indústria do Vidro (SIV), realizado dentro da Feira Internacional da Indústria da Construção.

 

1995

 

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Novembro
Estreia aquele que se tornaria o maior encontro do setor vidreiro na América Latina. O 1º Simpovidro ocorreu no Hotel Intercontinental, no Rio de Janeiro, com a participação de 128 empresas. O espaço foi totalmente tomado pelos profissionais vidreiros participantes – chegou, inclusive, a faltar quartos.

 

1996

Maio
Léo Carlos Moran é eleito presidente.

 

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Novembro
Nasce a Glass South America, maior do setor na América Latina. Em três dias de evento, quase 4 mil profissionais percorreram os corredores do Expo Center Norte, em São Paulo. O evento passaria a contar com apoio exclusivo da Abravidro a partir da 2ª edição, em 1997.

Dezembro
2º Simpovidro é organizado em Gramado (RS).

 

1997

Junho
A associação se muda para uma nova sede – na mesma rua em que ficava a antiga, em Perdizes, capital paulista.

 

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Julho
Pela primeira vez, a entidade reúne uma comissão de estudos para elaboração de normas técnicas vidreiras.

Novembro
Fortaleza é a sede do 3º Simpovidro – seria a última vez da periodicidade anual do encontro.

 

1998

Abril
Fundação da Associação de Câmaras de Vidro do Mercosul (Acavime), em Buenos Aires, Argentina, com Léo Moran como primeiro presidente.

Maio
Entra no ar o site da entidade. A seção “Ache Fácil”, também existente na revista O Vidroplano, surge como importante ferramenta para ajudar profissionais a encontrar fornecedores de produtos e serviços relacionados ao segmento.

Junho
Parceria internacional: a associação recebe material de treinamento da entidade americana National Glass Association (NGA).

 

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Outubro
Fundação do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), sediado na Abravidro. O órgão se torna o responsável pelo desenvolvimento e atualização das normas técnicas vidreiras.

 

1999

Março
Léo Carlos Moran sofre um grave acidente e fica impossibilitado de seguir na presidência. José Ricardo D’Araújo Martins assume o cargo interinamente.

Maio
Gilberto Ribeiro é eleito o novo presidente.

Dezembro
4ª edição do Simpovidro, agora um evento bienal, ocorre em Salvador.

 

2000

Março
Registro da entidade na Confederação Nacional da Indústria (CNI) e integração na Comissão da Indústria da Construção (CIC) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Abril
Morre Léo Carlos Moran, um dos idealizadores e fundadores da Abravidro.
Criação do Comitê Setorial Mercosul de Vidros Planos (CSM 21). A associação é escolhida como secretaria técnica do órgão.

Junho
Inauguração da Biblioteca Fausto Monteiro Simões, na sede da entidade.

Julho
Início da parceria com Instituto Falcão Bauer da Qualidade (IFBQ) para o processo de certificação dos vidros temperados.

Outubro
Presença global: Abravidro monta estande na Glasstec, a principal feira vidreira do mundo, na Alemanha. Durante o evento, é disponibilizada ao público uma edição especial de O Vidroplano totalmente em inglês.

 

2001

Fevereiro
Entidade passa a fazer parte do Conselho Deliberativo da ABNT.

Abril
Mais uma feira internacional com estande da associação. Dessa vez, em Miami, nos Estados Unidos, na mostra NGA Show.

Junho

  • Inauguração da galeria de retratos de ex-presidentes montada na sede.

 

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  • Gilberto Ribeiro ministra palestra, representando a Abravidro, no Glass Performance Days (GPD), o principal congresso de nosso mercado no mundo, realizado na Finlândia.

Dezembro
Costão do Santinho (SC) é a sede do 5º Simpovidro.

 

2002

Maio
José Ricardo D’Araújo Martins assume a presidência da associação.

Agosto
Além de entidades de classe, empresas também passam a fazer parte do quadro associativo.

 

2003

Março
Assinatura de convênio com o Senai para formação de mão de obra qualificada.

Outubro
Mudança de sede para a Rua Monte Alegre, ainda no bairro de Perdizes.

Dezembro
6º Simpovidro é organizado em Angra dos Reis (RJ).

 

2004

Fevereiro
Anunciada a consultoria gratuita para o processo de certificação dos temperados pelo Inmetro.

Abril
Oficina do Vidraceiro Cícero Leite, na Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo (Tatuapé), começa a funcionar com participação da entidade.

 

2005

Maio
Wilson Farhat Júnior é eleito presidente.

Dezembro
Costa do Sauípe (BA) se torna a casa do 7º Simpovidro.

 

2007

Maio
Em parceria com a Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD), é organizado um ciclo de palestras sobre o vidro em cinco capitais brasileiras.

Setembro
Início do trabalho com o Corpo de Bombeiros de vários Estados visando à inclusão das normas vidreiras nas instruções técnicas da corporação.

 

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Outubro
Jubileu de ouro: cinquenta anos de O Vidroplano conta com festa em São Paulo e homenageia idealizadores da publicação.

Dezembro
8ª edição do Simpovidro ocorre em Foz do Iguaçu (PR).

 

2008

Maio

  • Novo nome: Andiv passa a se chamar Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (Abravidro). O objetivo da mudança era demonstrar claramente a abrangência nacional do trabalho da associação.
  • Wilson Farhat Júnior é reeleito presidente.
  • Com pleito da Abravidro junto ao governo federal, é aprovada a redução do Imposto sobre produtos industrializados (IPI) para vidros processados.

 

2009

Junho
Lançamento do programa de qualificação online para associados, contendo quase quarenta cursos na área de gestão.

Novembro
Club Med Trancoso, na Bahia, recebe 9º Simpovidro.

 

2010

Janeiro
É criado curso de extensão universitária abordando a utilização de vidro, em parceria com Centro Universitário Belas Artes, de São Paulo.

Maio

  • Abravidro comemora vinte anos.

 

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  • 1ª edição do Glass Performance Days South America (versão sul-americana do GPD), organizado pela Abravidro em parceria com a NürnbergMesse Brasil durante a Glass South America desse ano.
  • Lançado o programa Vidro em Movimento! Manual do Empregador, sobre prevenção de acidentes de trabalho.

Agosto
É criada a cartilha A substituição tributária aplicada ao vidro plano, documento que informa o setor a respeito das alíquotas de IVA-ST ajustadas de cada Estado.

 

2011

Novembro
10ª edição do Simpovidro é realizada no Hotel Transamerica Ilha de Comandatuba, em Una (BA).

 

2012

Maio

  • Lançamento do Panorama Abravidro. Único estudo econômico e produtivo sobre a produção vidreira nacional, é produzido anualmente pela entidade com base em informações fornecidas por processadores de todo o País.
  • O Vidroplano agora pode ser lida em tablets e smartphones por meio de aplicativo.

Setembro
Após pleito da associação, governo federal anuncia aumento do Imposto de importação dos temperados e laminados.

Outubro
Em outro pleito liderado pela Abravidro, governo concede desoneração da folha de pagamentos às indústrias de processamento.

 

2013

 

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Outubro
Recorde histórico: 908 pessoas, incluindo profissionais do setor e familiares, participam do 11º Simpovidro, realizado no Hotel Iberostar Praia do Forte, em Mata de São João (BA).

 

2014

Janeiro
Parceria com a Universidade São Judas é assinada para a criação de curso de extensão universitária.

Fevereiro
Entidade participa do processo para publicação pela ABNT da norma de sistemas de envidraçamentos de sacadas (ABNT NBR 16.259).

Abril
Mais uma parceria para criação de curso de extensão universitária, dessa vez com a Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Maio
Alexandre Pestana é reeleito presidente.

 

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Agosto
É publicada a Edição nº 500 da revista O Vidroplano.

Setembro
Governo aprova redução temporária do Imposto de importação para PVB, após pleito da Abravidro.

 

2015

Março

  • Lançamento do programa De Olho no Boxe, que orienta vidraceiros e consumidores sobre a importância da manutenção preventiva em boxes de banheiro, com dicas de instalação e cuidados no dia a dia.
  • Suplemento Caixa Acústica, publicado ao longo de três meses em O Vidroplano, traz soluções acústicas com nosso material.

Maio
Festa de comemoração dos 25 anos da Abravidro na Fiesp.

 

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Outubro
É inaugurada a atual sede da entidade, no edifício Comercial Casa das Caldeiras, no bairro da Água Branca.

Novembro
Hotel Vila Galé Marés, em Camaçari (BA), é a sede do 12º Simpovidro.

 

2016

 

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Junho
Estreia o espaço Vidro em Ação dentro da Glass South America. Iniciativa apresenta ao vivo testes de segurança para o vidro temperado e laminado.

Julho
Publicação da revisão da principal norma vidreira, a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações.

Agosto
Especialização Técnica Abravidro ganha mais um módulo, o de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE) – único treinamento de PCP voltado às necessidades do mercado vidreiro.

Setembro
Morre José Carlos Bulgari, primeiro presidente e um dos idealizadores e fundadores da entidade.

Dezembro
Abravidro participa do É de Casa, da TV Globo, mostrando como se faz a manutenção preventiva dos boxes de banheiro.

 

2017

Maio
Novo presidente: José Domingos Seixas é eleito para o comando da entidade

Julho
Reuniões para a elaboração de normas do ABNT/CB-37 passam a ter participação remota, via Internet.

Outubro
O Vidroplano completa sessenta anos de vida.

Novembro
Costão do Santinho (SC) recebe mais uma vez o Simpovidro – dessa vez sua 13ª edição.

 

2018

Março
Lançamento da campanha #TamoJuntoVidraceiro, com orientações sobre as boas práticas a serem adotadas pelos processadores na relação com os vidraceiros em relação a temas como o cumprimento de normas técnicas, atendimento e política comercial.

 

2019

Maio
Panorama passa a ser publicado também em inglês e espanhol.

Julho
Parceria com a Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec) para criação de curso de extensão universitária.

Agosto
Entidade participa da confecção da revisão da ABNT NBR 14.718 — Esquadrias – Guarda-corpos para edificação – Requisitos, procedimentos e métodos de ensaio.

Novembro
Enotel Porto de Galinhas, em Ipojuca (PE), se torna a casa do 14º Simpovidro.
Representando o setor: Abravidro participa de discussões sobre o novo modelo regulatório em desenvolvimento pelo Inmetro.

 

2020

 

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Janeiro
Abravidro retorna ao É de Casa, da TV Globo, para falar sobre a instalação, uso e manutenção do vidro em boxes de banheiro.

Fevereiro
Juntamente com o Comitê Brasileiro de Qualificação e Certificação de Pessoas (ABNT/CB-99), Abravidro promove trabalho para a produção da ABNT NBR 16.823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional, conhecida como “norma do vidraceiro”.

Março
1º episódio do VidroCast, o podcast da Abravidro, vai ao ar.

Maio
Trinta anos da fundação da entidade.

Junho
José Domingos Seixas inicia segundo mandato como presidente.

 

2021

Agosto
Por meio do ABNT/CB-37, Abravidro participa da publicação da ABNT PR 1010, prática recomendada sobre vidros voltada para a construção.

 

2022

Fevereiro
Lançamento do Termômetro Abravidro, novo indicador da entidade que passa a medir mensalmente o desempenho das vendas de vidros processados.

Agosto
Ocorre a primeira reunião do grupo Construção É +, formado por entidades setoriais do Brasil, incluindo a Abravidro. O objetivo é debater o desenvolvimento da construção civil nacional.

Dezembro

  • O Vidroplano alcança a marca de 600 edições.

 

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  • Após hiato de três anos causado pela pandemia, Simpovidro volta a ser realizado. 15ª edição é organizada no Club Med Rio das Pedras, em Mangaratiba (RJ).

 

2023

Fevereiro
Associados da Abravidro ganham acesso ao ABNT Coleção, biblioteca digital contendo normas técnicas vidreiras e outras relacionadas ao trabalho com vidro.

Junho
Início do mandato de Rafael Ribeiro como presidente.

Agosto
Em parceria com a Abividro, é lançado o Educavidro, plataforma online gratuita de ensino a distância com conteúdo técnico especial sobre o trabalho com vidro.

 

2024

Janeiro
Consultoria oferecida pela Abravidro para a certificação Inmetro dos vidros temperados ganha versão online.

 

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Junho
Para celebrar o setor: Abravidro e NürnbergMesse Brasil criam o Prêmio Abravidro Glass South America, voltado para laurear os diversos elos da cadeia vidreira. A cerimônia de entrega da 1ª edição ocorre durante a feira vidreira.

Novembro
16º Simpovidro é realizado no Vila Galé Alagoas, em Barra de Santo Antônio.

 

2025

 

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Abril
Curso inédito: Abravidro e Sinbevidros-SP lançam treinamento sobre gestão financeira estratégica para empresas vidreiras.

Maio
Associação completa 35 anos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro fala sobre normas em reunião da CIC

A convite do Simvidro-MG, a Abravidro participou, no dia 24 de abril, de uma reunião da Câmara da Indústria da Construção (CIC) organizada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). A entidade vidreira foi representada remotamente por sua coordenadora técnica, Vera Andrade, que ministrou uma palestra sobre vidros para guarda-corpos e sacadas em conformidade com as normas. Além de enfatizar a importância de seguir as normas técnicas para garantir a segurança e o desempenho desses sistemas, Vera também ressaltou as novas exigências das instruções técnicas do Corpo de Bombeiros relacionadas à compartimentação vertical, que devem ser atendidas desde a fase de projeto da edificação.

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Divulgação Abravidro

Trabalho do ABNT/CB-37 é fundamental para o setor

Não há como rememorar os 35 anos da Abravidro sem falar do Comitê Brasileiro de Vidros Planos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/CB-37), que tem na entidade sua sede. Criado oficialmente em outubro de 1998, em cerimônia realizada na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o ABNT/CB-37 é responsável pelo desenvolvimento e atualização de normas técnicas envolvendo produtos e aplicações em que nosso material está presente, tanto no Brasil como no Mercado Comum do Sul (Mercosul) – em abril de 2000, criou-se o Comitê Setorial Mercosul (CSM21), com a escolha da Abravidro para atuar como secretaria técnica. Atualmente, existem 37 normas vigentes, além de uma prática recomendada sobre vidros, voltada para a construção.

Histórico extenso na normalização
Entre os principais trabalhos realizados pelo comitê, podemos destacar os seguintes:

  • Publicação da ABNT NBR NM 294 — Vidro float;
  • Publicação e revisão da ABNT NBR 14697 — Vidro laminado;
  • Publicação e revisão da ABNT NBR 14698 — Vidro temperado;
  • Publicação da ABNT NBR 16023 — Vidros revestidos para controle solar – Requisitos, classificação e métodos de ensaio;
  • Revisão da norma mais importante do setor vidreiro, a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações;
  • Publicação da ABNT NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas – Requisitos e métodos de ensaio;
  • Revisão da ABNT NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidros de segurança;
  • Revisão das doze normas de vidros automotivos que têm ligação direta com a certificação compulsória do produto junto ao Instituto
  • Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro);
  • Publicação da ABNT NBR 16823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional, desenvolvida em conjunto com o Comitê Brasileiro de Qualificação e Certificação de Pessoas (ABNT/CB-99)

Vale observar que a participação nas discussões de normas é aberta a todos os interessados.

 

Foto (esq.): divulgação Abravid-DF
Foto (esq.): divulgação Abravid-DF

 

Levando o conhecimento adiante
Além da elaboração e atualização de normas, o ABNT/CB-37 também desenvolve, com a Abravidro, ações para disseminar o conteúdo das normas técnicas relacionadas ao vidro para a sociedade.

Entre essas iniciativas, está o programa De Olho no Boxe, que busca conscientizar vidraceiros e consumidores finais sobre a importância da manutenção periódica de boxes de banheiro e outras orientações presentes na ABNT NBR 14207. Outro destaque é a campanha #TamoJuntoVidraceiro: lançada em 2018, ela visa a orientar os processadores sobre as boas práticas que devem ser adotadas com os vidraceiros quanto ao cumprimento das normas técnicas, atendimento, política comercial, além de trazer dicas técnicas – entre seus materiais de divulgação, está a tabela Que vidro usar?, pensada para facilitar a vida dos vidraceiros na identificação dos tipos de vidro indicados para cada aplicação, em conformidade com a ABNT NBR 7199.

O comitê também tem atuação ativa na área de educação, seja participando da elaboração do conteúdo para os cursos do Educavidro, seja ministrando palestras por todo o Brasil em eventos organizados por universidades ou pelas entidades vidreiras regionais. Há ainda o trabalho junto ao Corpo de Bombeiros para a inclusão da ABNT NBR 7199 nas instruções técnicas da corporação, incluindo palestras para as equipes de avaliação de projetos e vistorias das edificações: como resultado dessa ação, a principal norma do setor vidreiro nacional está presente nas avaliações feitas pelo Corpo de Bombeiros nas edificações em 23 Estados e no Distrito Federal.

Por fim, mas não menos importante, o ABNT/CB-37 tem atuação efetiva nas atividades de comitês e comissões de estudo especiais da ABNT que têm correlação com o vidro – inclusive atuando em alguns trabalhos como secretaria técnica –, como nos segmentos automotivo, de mobiliário, da construção civil, de segurança contra incêndio, de acústica, de sistemas de blindagem, de portas automáticas e de esquadrias, componentes e ferragens em geral.

“A conformidade técnica sempre foi uma bandeira defendida pela Abravidro. Nesse sentido, o Comitê Brasileiro de Vidros Planos desenvolve um trabalho essencial para o nosso setor, com o compromisso de criar e atualizar as normas para o vidro a fim de garantir a qualidade do produto, a segurança das aplicações e a disseminação desse conhecimento pelo País, levando à evolução do mercado”, destaca Alexandre Pestana, atual gestor do ABNT/CB-37, que conclui: “Agradeço a todas as empresas e profissionais que contribuíram e seguem contribuindo para o avanço da normalização do nosso material, participando das reuniões do comitê”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Divulgação Abravidro

Conheça as ações da Abravidro para o setor vidreiro nacional

Uma constante da Abravidro em sua história é a busca incessante pelo desenvolvimento do setor vidreiro brasileiro e pela defesa de seus interesses. Isso se reflete nas inúmeras ações, iniciativas e programas criados em prol dos diferentes elos da cadeia ao longo dos anos. Trabalha com vidro? Pois saiba que a Abravidro tem algo para ajudar em seu dia a dia!

 

Foto: Pugun & Photo Studio/stock.adobe.com
Foto: Pugun & Photo Studio/stock.adobe.com

 

RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E GOVERNAMENTAIS
A Abravidro é a representante da indústria de processamento junto ao poder público nas diferentes esferas governamentais, relacionando-se ainda com outras entidades do Brasil e do exterior a respeito de temas relevantes para o segmento.

Esse é um trabalho silencioso, mas que traz importantes vitórias à cadeia, incluindo a redução do Imposto sobre produtos industrializados (IPI) sobre vidros processados, desoneração da folha de pagamentos às indústrias de processamento, aumento da alíquota do Imposto de importação para temperados e laminados e redução dos índices da Substituição Tributária em São Paulo, entre outros.

 

COMUNICAÇÃO
Além de informar toda a cadeia em primeira mão sobre as notícias mais relevantes para os negócios das empresas, os meios de comunicação da Abravidro são a maior referência em conteúdo vidreiro qualificado. Seja no formato impresso ou online, seja nas redes sociais, em vídeos ou boletins, nosso compromisso é com a informação.

  • Revista O Vidroplano
  • Site, newsletter e redes sociais
  • VidroCast, o podcast da Abravidro
  • Boletins de notícias no WhatsApp

 

MONITORAMENTO DO MERCADO
A Abravidro criou as duas mais importantes pesquisas sobre o desempenho do segmento. A primeira, lançada em 2012, é o Panorama Abravidro, o único estudo que analisa os dados anuais do setor de vidros planos no Brasil (disponível também em inglês e espanhol), a partir de pesquisa anual realizada com indústrias de transformação de todas as regiões do País. Serve como uma fotografia do mercado vidreiro nacional e como documento estratégico para o planejamento das empresas.

A segunda, surgida em 2022, é o Termômetro Abravidro, indicador mensal que acompanha mês a mês o desempenho de vendas faturadas (em m²) da cadeia de processamento.

 

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NORMAS TÉCNICAS
Está na Abravidro a sede do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), órgão que coordena as comissões de estudo responsáveis por elaborar e revisar as normas técnicas vidreiras. Esse trabalho é fundamental para o desenvolvimento do mercado, já que regulamenta produtos, ensaios, aplicações e até mesmo atividades profissionais envolvendo nosso material (veja mais sobre a trajetória do órgão na seção “Falando em normas”, clicando aqui). Atualmente, existem 38 normas vigentes voltadas para o segmento.

 

CONSULTORIAS

Certificação
Consultoria para a preparação da empresa interessada na certificação dos vidros temperados outorgada pelo Inmetro – disponível na versão in loco e online – e também para os laminados.

Assessoria jurídica e também sobre substituição tributária e suporte técnico em relação às normas técnicas

 

QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA
Uma das principais bandeiras da entidade é levar conhecimento técnico de referência sobre o trabalho com vidro para dentro e fora do nosso setor. Para isso, conta com diversas ações:

Educavidro
Plataforma de educação a distância (EAD) gratuita criada para levar conteúdo técnico atualizado e relevante a qualquer pessoa interessada em ampliar conhecimentos sobre vidros planos. Desenvolvida em parceria com a Abividro, é composta por aulas em vídeo, elaboradas pelos maiores especialistas em vidros planos do Brasil, com emissão de certificado. São mais de cinquenta horas de conteúdo agrupado de duas maneiras: cursos temáticos e trilhas profissionais.

Especialização Técnica Abravidro
Lançado em 2012, o programa tem como objetivo a formação e o aperfeiçoamento da mão de obra nas indústrias processadoras, com foco no aumento da eficiência e produtividade da empresa, reduzindo perdas. Ministrado in company, conta com cinco módulos principais:

  • Corte;
  • Lapidação;
  • Serigrafia;
  • Têmpera;
  • Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE).

Há ainda quatro módulos posteriores:

  • Acompanhamento de Processos (exclusivo para as processadoras que tiverem recebido um dos módulos principais);
  • Modelagem de Processos Administrativos e Industriais;
  • Manutenção Total Produtiva;
  • Acompanhamento de Layout.

Curso de Gestão Financeira Estratégica para Empresários Vidreiros
Organizado em parceria com o Sinbevidros-SP, a primeira turma do treinamento foi formada este ano. As aulas buscam qualificar os gestores do nosso setor na administração das finanças das empresas, abordando desde a formação de preço e definição da margem de lucro até o planejamento de investimentos e projetos de longo prazo.

Cursos de extensão universitária
Programas de qualificação realizados em parceria com renomadas instituições de ensino, como a Universidade Presbiteriana Mackenzie, para estudantes e profissionais das áreas de Arquitetura e Engenharia.

Palestras
Em parceria com as entidades regionais afiliadas, a Abravidro promove palestras de capacitação e atualização para vidraceiros, arquitetos e engenheiros.

 

CAMPANHAS E PROGRAMAS

De Olho no Boxe
Programa com o objetivo de estimular a aplicação da norma técnica dos boxes de banheiro, a ABNT NBR 14.207, além de incentivar a manutenção preventiva anual desse produto (prevista na norma técnica); contém o Manual de utilização, limpeza e manutenção dos boxes de banheiro, disponível, gratuitamente, para consumidores e vidraceiros.

#TamoJuntoVidraceiro
Campanha pensada para as boas práticas na relação entre processadores e vidraceiros, com material exclusivo que contribui para a geração de negócios às vidraçarias, além de ser fonte de consulta para consumidores e especificadores, como arquitetos, engenheiros e designers de interiores. Esses materiais, disponíveis gratuitamente, incluem:

  • Cartilha Aplicação do vidro na construção civil: apresenta informações sobre os principais tipos de vidro e suas aplicações, conforme determinações da norma ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações;
  • Que vidro usar?: tabela para consulta rápida e didática, indica os vidros com uso permitido por norma nos diferentes tipos de instalação;
  • Boas práticas para processadores de vidros: indica como deve ser o relacionamento saudável das empresas com vidraceiros.

 

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EVENTOS

Simpovidro
Criado em 1995, é o maior encontro vidreiro da América Latina. A edição mais recente (a 16ª) ocorreu no ano passado, no resort Vila Galé Alagoas, em Barra de Santo Antônio. O evento reúne toda a cadeia vidreira em um ambiente descontraído cheio de oportunidades de negócio, conteúdo para o dia a dia do empresariado, lazer e networking.

Glass South America
A Abravidro é parceira exclusiva na realização da maior feira do setor em nosso continente, a Glass South America, organizada pela NürnbergMesse Brasil. A edição 2025 está agendada para 3 a 6 de setembro, no Distrito Anhembi, em São Paulo.

Prêmio Abravidro Glass South America
Criado em 2024, em parceria com a NürnbergMesse Brasil, tem por objetivo celebrar os diversos elos da cadeia vidreira nacional.

 

Estande da Abravidro na Glass South America 2024: em feiras como essa, assim como em outros eventos do setor, entidade apresenta os diversos benefícios para associados
Estande da Abravidro na Glass South America 2024: em feiras como essa, assim como em outros eventos do setor, entidade apresenta os diversos benefícios para associados

 

ATUAÇÃO COM OS ASSOCIADOS

Como se não bastasse isso tudo, a Abravidro conta ainda com uma enorme rede de serviços exclusivos para seus associados:

Cursos online
Acesso gratuito a mais de 350 treinamentos online com certificado de diversas áreas do conhecimento. Os conteúdos estão disponíveis no formato de videoaulas que podem ser acessadas por computador ou celulares e tablets. A duração dos cursos varia de duas a dez horas (introdutórios) e sessenta a oitenta horas (longa duração).

Biblioteca de normas
Acesso online ao acervo de normas técnicas do ABNT/CB-37, assim como a outras normas relacionadas a nosso material. São mais de cinquenta documentos técnicos disponíveis para consulta das empresas vidreiras por meio do sistema digital ABNT Coleção.

Comunicação de maior alcance
Página exclusiva no portal da entidade, os visitantes podem ver todas as informações a respeito da empresa, fazendo parte ainda da lista de associados publicada mensalmente na revista O Vidroplano.

Condições especiais
Preços diferenciados para:

  • Consultoria para certificação do temperado e laminado;
  • Módulos da Especialização Técnica Abravidro;
  • Inscrição no Simpovidro

Assessorias
Apoio sobre aspectos relevantes de atividades empresariais nas áreas cível, trabalhista e tributária e substituição tributária, além de suporte técnico em relação às normas técnicas.

Segurança no trabalho
Envio dos materiais da Campanha de Conscientização para Prevenção de Acidentes de Trabalho nas Empresas Vidreiras, incluindo vídeo de treinamento, manual, cartilha (no formato de história em quadrinhos) e cartaz.

 

Quer aproveitar todos esses benefícios? Associe-se já!
Entre em contato com a entidade pelo e-mail rsilva@abravidro.org.br ou telefone (11) 3873-9908.

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conhecer as normas é fundamental para as vidraçarias

Neste mês, em 18 de maio, comemora-se o Dia do Vidraceiro. Esses profissionais merecem ter uma data deles: exercem papel fundamental para todo o nosso setor, sendo responsáveis por levar o nosso material aos consumidores finais.

O conhecimento das normas técnicas é essencial para garantir que os vidraceiros saibam indicar a seus clientes o tipo certo de vidro para a aplicação pretendida, bem como instalá-lo da forma correta. Para ajudá-los, esta edição de O Vidroplano aponta os principais documentos técnicos e algumas dicas para facilitar o acesso ao conhecimento presente neles.

Quais normas conhecer
A relação de normas vidreiras é extensa. Apenas o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), sediado na Abravidro, tem mais de trinta documentos publicados (clique aqui para conhecer mais sobre o trabalho dele).

É importante que o vidraceiro conheça pelo menos as normas técnicas relacionadas aos sistemas e produtos que comercializa. Entre elas, podemos destacar as seguintes:

  • ABNT NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas – Requisitos e métodos de ensaio;
  • ABNT NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidros de segurança;
  • ABNT NBR 14718 — Guarda-corpos para edificação;
  • ABNT NBR 15198 — Espelhos de prata – Beneficiamento e instalação;
  • ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações;
  • ABNT NBR 16823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional

As duas últimas merecem atenção especial – afinal, a ABNT NBR 7199 é a norma mais importante para todos os elos da cadeia vidreira nacional, indicando onde cada tipo de vidro pode ou não pode ser aplicado, enquanto a ABNT NBR 16823 apresenta os parâmetros e requisitos para a qualificação profissional dos vidraceiros (leia mais sobre essa norma no final da reportagem).

A ABNT PR 1010 — Aplicação e manutenção de vidros na construção civil também é uma boa indicação para o vidraceiro. Esse documento da ABNT, chamado de prática recomendada (PR), possui uma linguagem simples e acessível, além de trazer fotos e ilustrações que facilitam a compreensão do seu conteúdo. Dessa forma, a ABNT PR 1010 é um importante material de apoio que o vidraceiro pode usar para trabalhar em conformidade com as normas técnicas e explicar ao cliente a especificação dos vidros corretos na hora de fechar a venda. Atualmente, seu custo é patrocinado pelo Portal Vidro Certo; por isso, ela pode ser baixada gratuitamente no site da ABNT pelo link https://www.abntcatalogo.com.br/3c6f8gw.aspx.

 

ABNT Coleção: associados Abravidro têm acesso online imediato a normas do setor na plataforma
ABNT Coleção: associados Abravidro têm acesso online imediato a normas do setor na plataforma

 

Onde adquirir
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela elaboração e publicação das normas no País, bem como pela venda delas.

Embora a aquisição das normas pela ABNT envolva custos, ela traz uma série de benefícios:

  • Confiabilidade: a ABNT é a única responsável pela criação e atualização das normas, garantindo que as informações sejam precisas e atuais – cópias não oficiais podem conter erros ou versões desatualizadas;
  • Sustentabilidade: a compra de normas contribui para o financiamento e a continuidade do trabalho da ABNT, fundamental para a padronização em diversas áreas.

É importante ressaltar que os associados da Abravidro – mesmo aqueles que tenham acabado de se filiar à entidade – têm acesso online imediato a todas as normas técnicas do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), além de outras selecionadas relacionadas a nosso material, pelo ABNT Coleção.

Para informações sobre o acesso, o associado deve entrar em contato com a entidade pelo telefone (11) 3873-9908.

 

Tabela Que vidro usar?, da campanha #TamoJuntoVidraceiro: material facilita identificação das aplicações permitidas para cada tipo de vidro
Tabela Que vidro usar?, da campanha #TamoJuntoVidraceiro: material facilita identificação das aplicações permitidas para cada tipo de vidro

 

Entendendo o conteúdo das normas
Quem acompanha mensalmente as reportagens de O Vidroplano sabe que a Abravidro trabalha ativamente pela disseminação do conteúdo das normas técnicas entre todos os elos da cadeia – incluindo iniciativas e materiais de apoio desenvolvidos especialmente para os vidraceiros. Dessa forma, para compreender mais sobre as informações e determinações presentes nesses documentos, você pode:

  • Assistir às aulas dos cursos do Educavidro que tratam sobre as normas do vidro e suas respectivas aplicações;
  • Ler as reportagens da seção “Por dentro das normas” em O Vidroplano;
  • Baixar e usar os materiais de apoio da campanha #TamoJuntoVidraceiro, como a tabela Que vidro usar? e a cartilha Aplicação de vidro na construção civil;
  • Acessar o site do programa De Olho no Boxe, que tem uma área exclusiva para o vidraceiro com uma página explicando o conteúdo da norma do boxe de banheiro, a ABNT NBR 14207, além de materiais de apoio disponíveis para download gratuito;
  • Assistir aos vídeos disponíveis no canal da Abravidro no YouTube que abordam as aplicações corretas do vidro;
  • Participar de palestras ministradas pela Abravidro nos eventos organizados pelas entidades regionais.

Vale destacar também que a sede do ABNT/CB-37 está na Abravidro, permitindo e fomentando a elaboração e revisão das normas técnicas do setor. Assim, caso os vidraceiros – ou qualquer outra pessoa – tenham dúvidas em relação ao conteúdo das normas vidreiras, basta entrar em contato com a equipe técnica da associação para esclarecê-las pelo telefone (11) 3873-9908, pelo e-mail abravidro@abravidro.org.br, ou pelo WhatsApp no número (11) 94388-3084.

Profissão normalizada
Em 2020, foi publicada a norma ABNT NBR 16823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional, desenvolvida pelo ABNT/CB-37 em conjunto com o Comitê Brasileiro de Qualificação e Certificação de Pessoas (ABNT/CB-99). O documento define os parâmetros e requisitos para a qualificação dos vidraceiros, de maneira que esses profissionais exerçam seus trabalhos com qualidade e segurança.

Entre os pontos abordados pela ABNT NBR 16823 estão:

  • Apresentação das quatro unidades de competência (referentes às diferentes atividades realizadas em uma vidraçaria) e os conhecimentos necessários para o padrão de desempenho esperado para cada uma delas;
  • Meios ou ferramentas e materiais necessários ao desempenho profissional do vidraceiro;
  • Técnicas, métodos e procedimentos inerentes ao desempenho da função de vidraceiro;
  • Algumas das condições de trabalho às quais esse profissional é submetido durante a execução das suas atividades.

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Cris Martins

Conheça um pouco do conteúdo da ABNT NBR 16835

Este ano, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a norma ABNT NBR 16835:2025 — Ferragens para vidro temperado – Requisitos, classificação e métodos de ensaio, documento que estabelece os requisitos para fabricação, dimensionamento, segurança, funcionamento e acabamento superficial das ferragens para vidro temperado. A edição passada de O Vidroplano abordou o processo de publicação da ABNT NBR 16835 e a importância dela para o nosso setor. Agora, é hora de conhecer um pouco mais sobre o conteúdo e as determinações presentes nessa norma.

Escopo
As ferragens tratadas pela ABNT NBR 16835 são aquelas utilizadas para a fixação de vidros temperados monolíticos, de 8 ou 10 mm, móveis ou fixos, utilizados para o fechamento ou separação de áreas e ambientes internos ou externos. Fazem parte desse grupo de ferragens:

  • Dobradiças
  • Fechaduras e contrafechaduras
  • Trincos e contratrincos
  • Pivôs
  • Suportes
  • Puxadores
  • Roldanas

Vale observar que a norma já prevê que as ferragens que não estejam citadas em seu texto, ou novas ferragens que vierem a ser desenvolvidas para a mesma aplicação, também devem estar de acordo com a norma, pois ela trata dos requisitos mínimos de desempenho que qualquer ferragem para vidro temperado deve atender.

Por outro lado, a ABNT NBR 16835 não se aplica às ferragens para:

  • Envidraçamento de sacadas;
  • Fachadas tipo cortina;
  • Guarda‑corpos ou sistemas diferenciados;
  • Ferragens fabricadas para utilizações especiais e aplicações específicas – como, por exemplo, blindagens e sistemas de proteção ao fogo

Composição
De acordo com a norma, os materiais empregados na fabricação das ferragens para vidro devem ser resistentes à corrosão e às solicitações dos esforços mecânicos a que os componentes estão sujeitos durante sua instalação, utilização e manutenção. Além disso, também não podem facilitar o desenvolvimento de atividade biológica.

Na fabricação dos componentes das ferragens para vidro, os materiais metálicos e não metálicos devem atender tanto as normas correspondentes para cada tipo de material como os requisitos dessa nova norma.

Identificação do fabricante
O nome ou a marca de identificação do fabricante das ferragens para vidro devem estar marcados no produto de forma permanente e legível. A norma recomenda que seja possível identificar o fabricante após a instalação da ferragem.

Apresentação e acabamento

  • As peças devem possibilitar a montagem entre elas, resultando em um conjunto esteticamente harmonioso;
  • As peças aparentes do conjunto ferragem para vidro não podem apresentar defeitos visuais perceptíveis, como, por exemplo, rebarbas, riscos e batidas, desde que não sejam inerentes ao processo de fabricação ou ao tipo de acabamento, e que não causem danos ao usuário

Responsabilidades
O fabricante deve se responsabilizar por disponibilizar, fabricar e fornecer todos os componentes necessários para a instalação e o funcionamento adequado das ferragens para vidro.

Códigos e classificações
A ABNT NBR 16835 apresenta tabelas que indicam os códigos das ferragens para vidro temperado, assim como sua descrição e sua aplicação. Também são apresentadas figuras (meramente ilustrativas) das ferragens para vidro temperado.

 

Exemplo da apresentação de códigos e classificações das ferragens
Exemplo da apresentação de códigos e classificações das ferragens

 

Recortes – Dimensões e geometrias
Para possibilitar a instalação no vidro temperado, cada ferragem exige que sejam feitos recortes e/ou furos na peça de vidro antes de ela passar pelo tratamento térmico. Esses recortes e furos são padronizados em função do tipo e do código de cada uma das ferragens para vidro temperado. A ABNT NBR 16835 apresenta uma tabela informando quais as medidas referentes a esses recortes – como exemplo, veja o recorte da fechadura 1520 apresentado no documento:

 

Recorte para ferragens 1520, 1504 e 1531 (dimensões em milímetros; nota: desenho fora de escala)
Recorte para ferragens 1520, 1504 e 1531 (dimensões em milímetros; nota: desenho fora de escala)

 

Informações técnicas
De acordo com a norma, o fabricante das ferragens para vidro temperado deve disponibilizar, em mídias físicas ou digitais, de forma clara e visível:

  • O nome ou a marca de identificação do fabricante;
  • O código do produto;
  • As especificações técnicas, como, por exemplo, dimensões, carga máxima suportada e recortes;
  • Instruções de instalação e manutenção;
  • Orientações para utilização e conservação do produto;
  • Os materiais utilizados na fabricação dos componentes;
  • As regras ou os prazos de garantias, conforme a norma ABNT NBR 17170 — Edificações – Garantias – Prazos recomendados e diretrizes

Acesso gratuito à norma de ferragens
Os associados da Abravidro já podem acessar, gratuitamente, a ABNT NBR 16835 pelo ABNT Coleção: basta entrar no sistema, preencher os campos “empresa”, “usuário” e “senha” (caso já tenha usado o ABNT Coleção antes), e clicar em “Entrar”. Depois, dentro do sistema, é só procurar pela ABNT NBR 16835.

O cadastro dos usuários é feito pela própria Abravidro junto à ABNT. Caso o associado nunca tenha acessado o ABNT Coleção, ele deve entrar em contato com a entidade pelo telefone (11) 3873-9908 para solicitar o cadastro. Assim que for feito, a Abravidro enviará na sequência o login e a senha para sua empresa.

Este texto foi originalmente publicado na edição 628 (abril de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Cris Martins

ABNT publica norma de ferragens para vidro temperado

No dia 12 de março, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a norma ABNT NBR 16835 — Ferragens para vidro temperado – Requisitos, classificação e métodos de ensaio. O documento passou por consulta nacional de dezembro a janeiro, recebendo contribuições de ajustes que foram avaliadas e aprovadas pelos membros participantes da comissão de estudo responsável pela sua elaboração.

Requisitos bem-definidos
Segundo Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, a nova norma foi elaborada visando à segurança das aplicações para o temperado. Nesse sentido, o documento apresenta os requisitos de qualidade, durabilidade e resistência mecânica que as ferragens para temperados devem apresentar, bem como a sua rastreabilidade, exigindo que contenham a identificação do fabricante. “Ela apresenta também os limites máximos de peso e dimensão do vidro de acordo com o modelo da ferragem, fornecendo ao vidraceiro a referência adequada à instalação a fim de garantir mais segurança na aplicação.”

Clélia destaca que, embora a ABNT NBR 16835 não aborde todas as ferragens existentes, o documento serve de igual modo como referência para aquelas que não são apresentadas no texto. “Como a própria norma cita, as ferragens não incluídas, ou que vierem a ser desenvolvidas para a mesma aplicação, devem atender os requisitos especificados na ABNT NBR 16835, pois seu conteúdo apresenta requisitos mínimos de desempenho para qualquer ferragem para vidro”, explica.

Colocando os produtos em conformidade
Os engenheiros Robson Campos de Souza e Roney Honda Margutti – respectivamente, coordenador da Comissão de Estudo de Ferragens para Vidro (ABNT/CE-248:004.001) e gestor do Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248) – informam que a elaboração da ABNT NBR 16835 contou com a colaboração de várias partes interessadas no assunto, com a presença assídua e colaborativa das principais empresas fabricantes de ferragens para vidro, dos consumidores e usuários do produto. “Destacamos ainda a participação massiva de todo o setor vidreiro nos dez anos de desenvolvimento do projeto de norma, refletindo exatamente as expectativas, demandas e anseios do setor”, comenta Souza.

Uma das contribuições mais importantes da norma é a padronização e responsabilização de todos os elos da cadeia produtiva: será possível identificar se a ferragem ideal foi especificada para uma determinada aplicação e peso de vidro; se o vidro correto foi utilizado para essa aplicação; e se os recortes nas chapas foram feitos corretamente para a referida ferragem, garantindo a segurança e o desempenho do produto e permitindo identificar onde pode ter ocorrido um eventual erro.

De acordo com Souza e Margutti, agora, com a divulgação do texto, as fabricantes de ferragens poderão buscar os organismos de avaliação da conformidade para demonstrar aos consumidores e usuários que seus produtos funcionam conforme as diretrizes do documento. “Entendemos que a publicação da ABNT NBR 16835 vai proporcionar inúmeros benefícios ao setor vidreiro nacional, estabelecendo uma nova era”, avalia Souza.

Vale destacar que, pelo sistema ABNT Coleção, a ABNT NBR 16835 já pode ser acessada gratuitamente, em formato online, pelos associados da Abravidro, assim como todas as normas técnicas do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) e outras normas selecionadas relacionadas a nosso material.

Este texto foi originalmente publicado na edição 627 (março de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Marcos Santos e Meryellen Duarte

ABNT/CB-37 conclui atualização de normas vidreiras essenciais

O Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) concluiu os trabalhos em duas das principais normas para o setor vidreiro nacional: a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações recebeu uma emenda em seu conteúdo, enquanto a ABNT NBR 14698 — Vidro temperado foi totalmente reformulada. Os documentos estão atualmente em processo de avaliação pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e devem ser colocados em breve em consulta nacional.

Acompanhando os avanços do setor
As novas versões dos dois documentos vêm ao encontro da atuação do comitê no avanço da normalização do nosso segmento. “Um dos nossos principais objetivos, no que diz respeito ao ABNT/CB-37, é contribuir cada vez mais para o fortalecimento na conformidade técnica, seja com a realização de palestras por todo o Brasil para levar adiante o conteúdo das normas vidreiras, seja participando ativamente das discussões junto a players da nossa e de outras indústrias para o aprimoramento no texto de normas essenciais para o setor”, afirma Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro.

A atualização da ABNT NBR 7199 foi feita por meio de uma Emenda que possibilita que a revisão de uma norma seja mais ágil que o método completo, pois apenas pontos específicos dos textos são discutidos – dessa forma, o trabalho das comissões envolvidas pode ser realizado de forma mais objetiva. “Como profissional atuante no setor, vejo a revisão da ABNT NBR 7199 como um avanço essencial para a modernização das práticas construtivas e para a consolidação do vidro como um material estratégico na arquitetura contemporânea”, avalia Luiz Barbosa, gerente de Desenvolvimento de Mercado da Vivix Vidros Planos e coordenador da Comissão de Estudos do ABNT/CB-37.

A principal alteração abordada nesta emenda da ABNT NBR 7199 é a atualização dos requisitos da Tabela 8 sobre as regras para aplicação dos vidros na construção civil, que agora estão apresentados de forma mais direta e objetiva.

A nova versão da norma também deve abordar novas tecnologias, levando-se em consideração a reclassificação e expansão dos tipos de vidro: segundo Barbosa, a inclusão de produtos como os vidros termoendurecidos traz mais opções para aplicações arquitetônicas e industriais, permitindo que os projetistas escolham materiais com propriedades específicas para cada necessidade.

Aumentando a qualificação dos temperados
A ABNT NBR 14698 também terá diversas mudanças em seu texto. As alterações levaram em conta a evolução do setor desde o início dos trabalhos de revisão. “A atualização dessa norma representa um avanço significativo para toda a cadeia produtiva do setor vidreiro; mais de duas décadas depois da sua publicação original, em 2001, sua revisão chega para alinhar as exigências técnicas com as melhores práticas internacionais e os avanços tecnológicos do setor”, conta Luiz Barbosa. Destaca-se também entre as alterações feitas na ABNT NBR 14698, uma alteração no escopo da norma que gerou a necessidade de revisão da ABNT NBR 13866 — Vidro temperado para aparelhos domésticos da linha branca, que também deve passar em breve por uma revisão e atualização de conteúdo.

O coordenador da Comissão de Estudos do ABNT/CB-37 explica que, com a evolução dos processos produtivos e a crescente demanda por soluções inovadoras, a atualização da ABNT NBR 14698 se torna essencial para garantir maior confiabilidade e desempenho dos produtos no mercado: “Essa modernização contribui para a melhoria dos parâmetros técnicos, aperfeiçoando requisitos de fabricação, ensaios de resistência, controle de qualidade e identificação dos vidros; além disso, reforça a importância da segurança nas aplicações”.

Barbosa aponta que outro aspecto relevante dessa atualização será a oportunidade que trará aos fabricantes e processadores de vidro que seguirem a norma para aprimorar processos, reduzir desperdícios e assegurar conformidade com requisitos normativos cada vez mais rigorosos.

Assim que as normas estiverem em consulta nacional, isso será informado nos canais da Abravidro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: iStock.com/suprun

Norma indica quais vidros podem ser usados em guarda-roupas

Publicada no ano passado, a norma ABNT NBR 17.192 — Móveis para dormitório – Guarda-roupas – Requisitos e métodos de ensaio inclui em seu conteúdo orientações a respeito da aplicação de vidros e espelhos na fabricação desse tipo de móvel. Os requisitos são apresentados no Anexo C do documento como normativos – ou seja, não são apenas recomendações, mas sim itens a serem cumpridos.

O texto do Anexo C já inicia com informações importantes sobre o uso e a segurança do nosso material, indicando, por exemplo, o fato de que vidros ou espelhos aplicados no sentido vertical e com dimensões típicas de guarda-roupas estão suscetíveis ao impacto humano ou de objetos.

Nas portas
Apenas vidros de segurança – temperados ou laminados – podem ser usados como portas. Essa regra se aplica a toda a altura da porta, independentemente da localização do vidro em relação ao piso ou se a forma de instalação for autoportante ou encaixilhada.

No caso dos espelhos, podem ser usados em portas na forma de revestimento – ou seja, totalmente colados em um substrato. Nesse caso, devem ser fixados em superfícies planas, com várias linhas de filetes adesivos na vertical, para evitar que os fragmentos maiores do espelho se desprendam em caso de quebra. Com isso, assegura-se que o peso da peça não seja suportado somente pelas bordas, evitando assim o empenamento e, consequentemente, a distorção óptica dela. Além disso, as arestas dos espelhos não necessitam ser totalmente encaixilhadas em molduras, desde que as peças sejam coladas conforme a orientação dos fabricantes dos adesivos usados, estabelecendo-se a quantidade, a largura e a distância dos filetes.

Caso não seja usado como revestimento, o espelho só é permitido como porta do guarda-roupas se for laminado de segurança.

Nas divisórias fixas
Nas partes do guarda-roupa que não se caracterizam como portas, o tipo de vidro permitido varia conforme a altura em que estiver em relação ao piso e quanto à forma de instalação:

  • Abaixo de 1.100 mm em relação ao piso: é permitido apenas o uso de vidros de segurança temperados ou laminados;
  • Acima de 1.100 mm em relação ao piso: são permitidos vidros do tipo comum (que não são de segurança), desde que sejam totalmente encaixilhados ou colados em todo o seu perímetro. Porém, a norma também sugere o uso de vidros de segurança temperados ou laminados como preferenciais nesse caso.

Cuidados adicionais
O Anexo C da ABNT NBR 17.192 traz outras orientações. Entre elas, recomenda que os fabricantes que utilizam espelhos em guarda-roupas informem ao consumidor os cuidados básicos para prolongar a vida útil do material: de acordo com o texto, o procedimento mais indicado para a limpeza é com pano macio, limpo e umedecido em água morna, nunca usando produtos de limpeza ácidos ou alcalinos ou materiais abrasivos.

Outra informação importante é que os vidros de segurança devem atender os requisitos presentes em suas respectivas normas técnicas (ABNT NBR 14.697 — Vidro laminado e ABNT NBR 14.698 — Vidro temperado); além disso, as prateleiras de vidro nos guarda-roupas precisam atender a ABNT NBR 14.564 — Vidros para sistemas de prateleiras – Requisitos e métodos de ensaio.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Fernando Saker

2024 foi repleto de atividades para o ABNT/CB-37

Olhando para 2024, é possível constatar que foi um período repleto de atividades para o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37). Além dos trabalhos envolvendo as normas para o nosso material, o ABNT/CB-37 também participou de projetos de outros comitês da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e ainda marcou presença em eventos para levar conhecimento sobre a correta aplicação de vidros. A seguir, veja as principais realizações do grupo.

Atividades internas
Este ano, o ABNT/CB-37 iniciou a elaboração do projeto de um documento técnico para envidraçamento amigável às aves – no momento, a comissão de estudos avalia a proposta de texto elaborada. A iniciativa, que tem contado com a participação de representantes de diversas entidades, busca definir um “ponto de equilíbrio” entre o bem que o vidro oferece aos seres humanos e a proteção da avifauna brasileira, indo ao encontro da tendência mundial de preocupação com esse tema. Atualmente, diversas empresas desenvolvem soluções para evitar a colisão das aves contra superfícies envidraçadas nas edificações.

O comitê também deu continuidade à atualização parcial da principal norma para o nosso setor, a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. Diversas sugestões foram enviadas para a atualização parcial, cuja avaliação está sendo finalizada pela comissão de estudos responsável. Outra norma em processo de revisão é a ABNT NBR 14698 — Vidro temperado, cujo texto está no final da etapa de avaliação geral. Ambos os textos devem ser enviados para consulta nacional em breve. Houve ainda o desenvolvimento de uma pesquisa sobre acidentes com vidro comum.

 

Molas para portas: projeto de norma apresentará requisitos para avaliação da ferragem para portas de vidro (foto: Александр Беспалый/stock.adobe.com)
Molas para portas: projeto de norma apresentará requisitos para avaliação da ferragem para portas de vidro (foto: Александр Беспалый/stock.adobe.com)

 

O vidro em outros segmentos
Engana-se quem pensa que o ABNT/CB-37 só se envolve com normas para o vidro. Em 2024, seus representantes participaram das atividades de vários outros CBs. Esse é o caso de dois projetos de norma em desenvolvimento pelo Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248): a elaboração da ABNT NBR 16835 — Ferragens para vidro temperado – Requisitos, classificação e métodos de ensaio, atualmente em fase de avaliação interna da ABNT pelos seus analistas técnicos; e o desenvolvimento do texto-base do projeto de norma para molas e dispositivos de fechamento automático – embora esse último não se restrinja apenas a equipamentos para portas de vidro, o documento deve apresentar requisitos para avaliação da ferragem para o nosso material. Houve ainda a participação nas Comissões de Estudos de Esquadrias, que está desenvolvendo a Parte 8 da ABNT NBR 10821 — Esquadrias externas para edificações (que tratará sobre fachadas-cortina) e revisando a norma ABNT NBR 14718 — Guarda-corpos para edificação – Requisitos, procedimentos e métodos de ensaio.

Quem leu esta seção nas duas edições anteriores de O Vidroplano também notou a colaboração do ABNT/CB-37 com o Comitê Brasileiro do Mobiliário (ABNT/CB-15) em dois trabalhos: a elaboração da norma ABNT NBR 17192 — Móveis para dormitório – Guarda-roupas – Requisitos e métodos de ensaio, publicada no dia 27 de setembro; e a revisão da ABNT NBR 14033 — Móveis para cozinha, ainda em andamento. Esses documentos ganharam anexos referentes à utilização de vidros e espelhos em guarda-roupas e em tampos, prateleiras e portas de armários para cozinha, respectivamente.

Vale destacar ainda as colaborações junto ao Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002): o ABNT/CB-37 esteve presente na Comissão de Estudos de Iluminação Natural (que resultou na atualização da ABNT NBR 15215 — Iluminação natural). Já na Comissão de Estudos de Eficiência Energética, o CB-37 participou dos grupos de trabalho de esquadrias e vidros e de desempenho térmico para edifícios não residenciais, além da participação no GT de Classificação Acústica para Edifícios Residenciais do Comitê Brasileiro de Acústica (ABNT/CB-196), nas reuniões de conselho técnico e chefes de secretaria da ABNT, no Webinar de Eficiência Energética e no Plano de Ação Climática (ABNT/PAC).

 

Vidro em Ação, na Glass South America: espaço permitiu conferir em primeira mão ensaios de laboratório para vidros de segurança (foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte)
Vidro em Ação, na Glass South America: espaço permitiu conferir em primeira mão ensaios de laboratório para vidros de segurança (foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte)

 

Divulgando as normas pelo Brasil
Em março, Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, realizou nada menos que cinco palestras em dois Estados. A primeira delas, na manhã do dia 14, foi ministrada na sede do Comando Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul (CBMMS), seguida na tarde do mesmo dia por uma apresentação para os associados da Associação dos Vidreiros do Mato Grosso do Sul (Avims), ambas com foco na ABNT NBR 7199. Ela também palestrou para três turmas do “Curso de Qualificação Profissional Vidraceiro”, na Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, em São Paulo – duas delas foram realizadas no dia 20; e a terceira, no dia 23.

Em abril, Clélia participou do Conexão Vidro, evento da Adivipar organizado para vidraceiros e serralheiros, em Maringá (PR), e do 2º Seminário de Serviço de Segurança Contra Incêndio e Pânico, realizado em Montes Claros (MG), a convite da Dec Temper, empresa associada à Abravidro. No mês seguinte, a coordenadora-técnica da Abravidro, Vera Andrade, participou de uma reportagem sobre o uso de vidros em boxe de banheiro, veiculada no dia 26 de maio no programa Domingo Espetacular, da Record TV.

A Glass South America, principal feira vidreira da América Latina, também levou conhecimento por meio do espaço Vidro em Ação: de 12 a 15 de junho, os visitantes puderam ver, em primeira mão, a realização de ensaios ao vivo, assistir a palestras e esclarecer dúvidas sobre as normas. Também em junho, no dia 27, Vera esteve em Brasília para ministrar a palestra Normas para o uso correto do vidro: você pode ganhar ou perder!, a convite da Abravid.

Em agosto, mais duas apresentações foram feitas por Clélia Bassetto em dois Estados diferentes: uma dentro da programação do 2º Congresso Brasileiro de Guarda-corpo, em São Paulo; e outra, a convite da Adivipar, em Cascavel (PR), em mais uma edição do Conexão Vidro. No mesmo mês, Vera Andrade participou da gravação de uma videoaula sobre a ABNT NBR 7199 para a plataforma de ensino a distância Academia Afeal, e de um novo curso do Educavidro sobre a nova versão da ABNT NBR 14697 — Vidro laminado.

 

Palestra de Clélia Bassetto, da Abravidro, no 2º Congresso Brasileiro de Guarda-corpo: apresentação destacou orientações da ABNT NBR 7199 sobre o uso do vidro nessas estruturas (foto: Fernando Saker)
Palestra de Clélia Bassetto, da Abravidro, no 2º Congresso Brasileiro de Guarda-corpo: apresentação destacou orientações da ABNT NBR 7199 sobre o uso do vidro nessas estruturas (foto: Fernando Saker)

 

Falando em Educavidro, representantes da Abravidro marcaram presença no estande do programa Vidro Certo na Fesqua, realizada em São Paulo de 11 a 14 de setembro; lá, apresentaram novidades sobre a plataforma, divulgaram as normas técnicas relacionadas ao vidro e os visitantes puderam tirar dúvidas com eles. Também em setembro, no dia 2, Clélia Bassetto palestrou na Semana de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, e houve o módulo do módulo sobre vidros da 11ª edição do “Curso de Extensão Arquitetura e Construção: Materiais, Produtos e Aplicações”, também da Mackenzie – as aulas sobre nosso material ficaram a cargo de Vera Andrade e de Débora Constantino, consultora técnica da Cebrace (parceira da Abravidro nessa iniciativa).

Tanto Clélia como Vera estiveram na Região Sul em outubro: a primeira, convidada pela Ascevi, participou de dois eventos em Chapecó (SC) – o Núcleo D com Informação – Fachadas, Cases e Normas Aplicadas; e o 3º Encontro Oeste. Por sua vez, Vera, a pedido do Sindividros-RS, ministrou, no 26° Encontro Gaúcho de Condomínios, realizado em Porto Alegre, a palestra Aplicações de vidros em condomínios: o que você precisa saber para ficar seguro.

Houve ainda tempo, em novembro, para a participação de representantes da Abravidro no lançamento de um convênio entre a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin) e a Escola Senai Conde José Vicente de Azevedo, em São Paulo, que resultará em um curso sobre blindagem automotiva (envolvendo tanto a lataria como os vidros dos carros) com expectativa para iniciar a primeira turma em fevereiro de 2025.

Foi um ano bem cheio – e isso é ótimo, pois a disseminação da importância da normalização e da conformidade técnica é uma das principais bandeiras da Abravidro. Esperamos que 2025 tenha ainda mais trabalho a ser feito!

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Jeffrey Ji Photos/stock.adobe.com

Vidro ganha normalização na indústria moveleira

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) deu início este ano à revisão da norma ABNT NBR 14033 — Móveis para cozinha. O trabalho, coordenado pela Comissão de Estudos de Móveis para Cozinha (ABNT/CE-015:002.003), conta com a participação do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) – afinal, como nosso material também é utilizado nesse segmento, em tampos ou portas de armários, por exemplo, a norma atualizada trará informações mais completas para sua especificação e aplicação.

Referências normativas para os vidros
A reunião de reativação da Comissão de Estudos de Móveis para Cozinha foi realizada em 16 de maio. “Durante os trabalhos de elaboração de outra norma, para guarda-roupas, recorremos ao texto referente a móveis para cozinha, levando em consideração as similaridades entre esses dois produtos, tais como as matérias-primas, acessórios e processo de fabricação, entre outras”, conta Jorge Massato Kawasaki, coordenador do Projeto de Normalização da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimovel) e da ABNT/CE-015:002.003. “Foi quando se percebeu que a ABNT NBR 14033 já não atendia mais as diretivas normativas atuais da ABNT e nem representava mais o estado da arte do mobiliário de cozinha fabricado no Brasil.”

Kawasaki explica que, no texto em revisão, os materiais como vidros e os componentes metálicos fazem parte dos requisitos, assim como acabamento superficial ou as especificações dimensionais do móvel. “Decidiu-se, devido à sua importância em relação à segurança, dar mais ênfase quanto à aplicação do vidro, agora na forma de Anexo, incluindo as demais normas ABNT referentes ao uso de vidros no contexto do mobiliário”, afirma. Entre os textos citados estão os das ABNT NBR 14488 — Tampos de vidro para móveis e ABNT NBR 14564 — Vidros para sistemas de prateleiras – Requisitos e método de ensaio, em referência aos tampos e prateleiras em vidros, respectivamente, ambas já citadas na versão disponível da ABNT NBR 14033, além da inclusão da ABNT NBR 14698 — Vidro temperado, ABNT NBR 14697 — Vidro laminado e ABNT NBR NM 293.

Ênfase na segurança
A versão atualmente disponível da ABNT NBR 14033 contém especificações quanto ao uso de diferentes tipos de vidro, incluindo o temperado, tendo como base a altura em relação ao piso (950 mm), assim como as condições para a aplicação de vidros encaixilhados ou temperados — porém, sem nenhuma referência normativa específica.

Isso será mudado no novo texto da norma. “Nele, foi introduzido o uso do termo ‘vidros de segurança temperados ou laminados’, em vez de somente ‘vidro temperado’, com as respectivas referências normativas”, avisa Kawasaki. Além disso, haverá ajustes em relação à especificação de segurança quanto à altura do vidro em relação ao piso (para 1.100 mm), com referência à ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações.

No momento, a revisão encontra-se na etapa de elaboração do texto final. Em paralelo, serão realizados os ensaios de validação dos procedimentos (com mobiliários cedidos pelas empresas Nicioli – Móveis para Cozinha e Luciane Indústria Moveleira, associadas à Abimovel). Segundo Kawasaki, acredita-se que o texto base deve ser colocado em consulta nacional até o final do ano.

 

Foto: Vadim Andrushchenko/stock.adobe.com
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Nova norma publicada
No dia 27 de setembro, foi publicada a norma ABNT NBR 17192 — Móveis para dormitório – Guarda-roupas – Requisitos e métodos de ensaio. O documento técnico, que inclui orientações a respeito do uso de vidros e espelhos em guarda-roupas, teve a participação do ABNT/CB-37 em sua elaboração. Mais informações estarão presentes na edição de novembro de O Vidroplano.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: bmak/stock.adobe.com

Manutenção de sistemas envidraçados é essencial

Sempre que boxes de banheiro são abordados nas páginas de O Vidroplano, a importância da manutenção periódica é ressaltada, conforme orientado na própria norma desses produtos, a ABNT NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidros de segurança. Mas eles não são os únicos sistemas para os quais esse serviço é indicado. Envidraçamentos de sacada, guarda-corpos, portas e até fachadas de vidro precisam ser frequentemente avaliados para identificar e corrigir eventuais falhas antes que elas levem a problemas mais sérios.

Fazer a manutenção de instalações envidraçadas é uma ótima forma de garantir a segurança dessas estruturas, expandir as atividades da sua vidraçaria, fidelizar seus clientes e fechar novos negócios com eles. Sua equipe já oferece esse serviço aos usuários finais desses produtos? Nas páginas a seguir, saiba o que deve ser observado nos principais tipos de sistema, a forma correta para a limpeza dos vidros e em que casos a troca do nosso material se faz necessária.

 

Casa imágenes/stock.adobe.com
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Envidraçamento de sacada
A norma ABNT NBR 16259 – Sistemas de envidraçamento de sacada – Requisitos e métodos de ensaio recomenda que a limpeza e conservação do sistema, que é uma forma de manutenção preventiva, seja feita a cada doze meses em regiões urbanas e a cada seis meses em regiões litorâneas e industriais. Segundo Claudio Mansur, cofundador e diretor-comercial da Casa Mansur (no Brasil) e da Vista Libre (no Chile), essa checagem periódica do sistema é essencial para avaliação de aspectos como fixações, vedações e integridade das roldanas. “A integridade das vedações, por exemplo, só pode ser analisada quando chove. Por esse motivo, fazer uma inspeção visual é uma boa alternativa para observar se ela está bloqueando a entrada de água”, comenta o especialista em soluções envidraçadas.

Outras orientações de Mansur para a manutenção de envidraçamento de sacada são reforçar a fixação das roldanas nos leitos e nas folhas, já que toda a roldana é presa por pressão; e verificar a pressão do parafuso que segura as roldanas, para garantir o melhor desempenho e segurança de uso do sistema. E, seja logo após a instalação do envidraçamento, seja nas visitas periódicas, o vidraceiro deve testar a integridade dos perfis e dos trilhos, para averiguar se o deslizamento e o funcionamento estão ocorrendo dentro do esperado.

No que diz respeito ao nosso material, uma boa notícia: Paulo Correia, analista de Novos Negócios da AL Indústria, e Ladislau Pereira, responsável pelo Departamento Técnico da mesma empresa, apontam que a troca do vidro no envidraçamento de sacada somente é necessária quando ele apresentar lascas, pois isso pode levar à quebra da instalação. Mansur chama a atenção para a importância de seguir as orientações dos fornecedores do sistema instalado. “Como empresa, somos responsáveis por comunicar aos clientes a necessidade e a importância das manutenções. É algo essencial para o cliente e benéfico para a empresa.”

 

Foto: Cris Martins
Foto: Cris Martins

 

Guarda-corpos
Bruno Cardoso e Guilherme Moraes – responsáveis, respectivamente, pelo Departamento de Arquitetura e pelo Departamento Técnico da WR Glass – salientam que a manutenção de guarda-corpos costuma ser basicamente preventiva, mantendo uma limpeza periódica dos vidros e demais peças e atentando-se a possíveis diferenças na resistência do sistema, como afrouxamento de fixação e sinais indicativos de corrosão, entre outras.

Segundo os representantes da WR Glass, a higienização periódica realizada durante a manutenção do guarda-corpos é de grande importância, principalmente em regiões urbanas. Isso porque as chuvas e a poluição podem levar ao acúmulo de camadas de detritos sobre as peças, o que pode provocar o desgaste delas. Da mesma forma, guarda-corpos instalados em regiões litorâneas demandam maior atenção e frequência desse processo, de forma a evitar risco de corrosão de componentes. Para todas as situações, é recomendável o uso apenas de água, pano úmido macio e detergente neutro (veja mais orientações para a limpeza de sistemas envidraçados no final desta reportagem).

Embora trate-se de um trabalho simples, Cardoso e Moraes ressaltam que, dependendo do local em que o guarda-corpos está instalado – como varandas de edifícios ou coberturas –, é recomendável que um profissional especializado avalie e valide de tempos em tempos a integridade do sistema. Há ainda casos em que os perfis podem precisar de manutenção: para isso, pode ser necessário soltar os vidros e retirá-los dos perfis, para que seja possível verificar o estado de seu perímetro interno e dos fixadores.

 

Foto: alexandre zveiger/stock.adobe.com
Foto: alexandre zveiger/stock.adobe.com

 

Boxe de banheiro
Conforme mencionado no início desta reportagem, a norma para boxes de banheiro, a ABNT NBR 14207, especifica que a revisão desse sistema deve ser realizada a cada doze meses por um profissional qualificado, a fim de verificar se ele apresenta algum problema ocorrido pelo desgaste ao longo do uso.

Para conscientizar tanto os vidraceiros como os usuários finais sobre a importância da manutenção preventiva dos boxes de banheiro, a Abravidro lançou, em 2016, o programa De Olho no Boxe. O conteúdo dessa iniciativa, elaborado junto com grandes especialistas nesse sistema, conta com uma página na Internet voltada especificamente para vidraçarias – ela inclui, entre outras informações, os pontos aos quais o profissional deve estar atento na hora da manutenção e como resolvê-los. Alguns deles são:

  • Presença de lascas em alguma das bordas do vidro;
  • Os vidros estão encostando um no outro, batendo em perfis, parafusos ou qualquer outro material rígido;
  • Porta movendo-se sozinha, raspando ou pesando na abertura ou no fechamento (no caso de boxes com porta de correr);
  • Contato direto do puxador da porta com a folha fixa de vidro (no caso de boxes com porta de correr);
  • Porta está raspando ou encostando no piso ou na parede (no caso de boxes com porta pivotante)

Vale destacar que a manutenção desse sistema não se resume a identificar e corrigir eventuais falhas. De acordo com a ABNT NBR 14207, sempre que o vidraceiro instalar um boxe para o cliente, deve também entregar a ele um manual de uso com orientações sobre o uso correto do produto e indicações de como agir em caso de problemas.

 

Foto: terex/stock.adobe.com
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Portas de vidro
Para Marcos Antonio Ramos, diretor-comercial da Roll Door, é fundamental realizar manutenções preventivas regulares em portas para garantir a segurança dos usuários e a durabilidade dos sistemas de caixilhos e vidros, pois cada tipo de porta de vidro tem características e necessidades específicas, as quais influenciam a frequência e a manutenção necessária:

  • Portas deslizantes manuais: na sua manutenção, deve-se verificar regularmente os trilhos e as rodas para garantir que estejam limpos e lubrificados, evitando sobrecarregar as portas e deixando o trilho livre de obstruções – o ajuste das portas para um deslizamento suave também é importante;
  • Portas deslizantes automáticas: requerem inspeção mais frequente dos componentes eletrônicos e mecânicos; é crucial lubrificar os trilhos e verificar o sistema de sensores – esses últimos também devem ser mantidos sempre limpos –, permitindo que o sistema de energia esteja em boas condições;
  • Portas pivotantes com molas de piso: as molas e os mecanismos de fechamento precisam ser ajustados e lubrificados periodicamente; além disso, deve-se atentar ao alinhamento das portas, evitar forçá-las e garantir que as molas não estejam danificadas;
  • Portas pivotantes sem molas: o foco deve ser colocado na lubrificação das dobradiças (que devem ser mantidas sempre limpas) e no alinhamento das portas; o controle da estabilidade da estrutura também é essencial.

Paulo Correia e Ladislau Pereira, da AL Indústria, alertam que é primordial inspecionar o vidro instalado como porta, independentemente do tipo dela, para observar se há presença de lascas, trincas e avarias. Marcos Ramos, da Roll Door, acrescenta: “O profissional deve também conferir se há fissuras, descolamentos ou outros sinais de danos que possam comprometer a integridade do vidro; caso sejam encontradas quaisquer imperfeições significativas, a substituição dos vidros pode ser recomendada para evitar possíveis quebras no futuro e garantir a segurança – se você estiver enfrentando problemas com os vidros, é sempre indicado consultar um especialista para uma avaliação detalhada”.

 

Foto: Jack Tamrong/stock.adobe.com
Foto: Jack Tamrong/stock.adobe.com

 

Fachadas de vidro
Angelo Arruda, diretor da Vidrosistemas – especializada em trabalhos com vidros estruturais –, indica que o ideal no trabalho com fachadas é que o projeto já seja entregue para o proprietário da obra com um manual em que constem as orientações para as eventuais manutenções, as quais devem ser feitas por empresa especializada ou pela que entregou o empreendimento, já indicando os pontos de manutenção.

“Em geral, nas fachadas de vidro estrutural, as manutenções que podem e devem ser feitas são relacionadas à vedação dos vidros, pois elas podem ser danificadas ao longo do tempo em função de movimentação inadequada ou alguma carga excessiva ou não mensurada no projeto”, orienta Arruda. “Devem ser incluídos também aperto, reaperto ou realinhamento de ferragens de fixação dos vidros estruturais, as chamadas ‘spiders’ – em algumas obras, são utilizados cabos de aço, e eles também devem ser avaliados, verificando se continuam tensionados e trabalhando conforme o projeto especificado pelo fornecedor.”

Arruda acrescenta que a periodicidade para esse trabalho varia de acordo com as particularidades de cada projeto. Ele ainda frisa que o vidro em geral é o item mais duradouro nas fachadas estruturais: “Só é feita a troca dele em caso de quebra ou alguma situação de delaminação causada por falha de fabricação ou de instalação do material, mas essa troca não é um item de manutenção, e sim algo a ser feito apenas em caso de necessidade pontual.”

 

Foto: xartproduction/stock.adobe.com
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Limpeza também faz parte da manutenção!
A beleza e a transparência são dois atributos marcantes do vidro – por isso, mantê-lo limpo é importante tanto para realçar a estética dos sistemas em que ele está aplicado, como para evitar o surgimento de danos permanentes como manchas ou riscos.

“A limpeza dos vidros deve ser realizada por um profissional especializado no final da obra ou da manutenção, depois que todos os prestadores de serviço finalizarem seus trabalhos, pois qualquer poeira de obra deixará o vidro embaçado”, orienta a empresária e palestrante Célia Miranda, especialista em limpeza pós-obra e criadora do Método Obra + Limpa, com mais de quatrocentos alunos.

Segundo Célia, o mais recomendado para esse trabalho é o uso de um kit de limpeza profissional, com lavadores de vidro (popularmente chamados de “carneirinhos”) e limpadores (“rodinhos”) próprios para o nosso material. Caso a vidraçaria não tenha esses itens, ela recomenda usar uma fibra branca e detergente neutro, passando em seguida um pano de microfibra bem torcido para remover os resíduos do detergente.

“O vidro deve ser limpo até as 10 horas da manhã, ou após às 16 horas, quando não há a incidência direta dos raios solares, pois o material aquecido pode se manchar com facilidade”, recomenda Célia. No caso de vidros com excesso de silicone, tinta, verniz, cola, etiqueta ou outros resíduos de obra, a limpeza deve ser realizada por um profissional especializado: “Não é recomendado utilizar espátulas ou raspadores diretamente na peça, nem mistura de produtos ou fibra verde, pois isso danifica o vidro”, alerta a especialista.

Este texto foi originalmente publicado na edição 621 (setembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Петр Смагин/stock.adobe.com

2º Congresso Brasileiro de Guarda-Corpo é realizado em SP

O 2º Congresso Brasileiro de Guarda-Corpo, realizado no dia 26 de agosto no mirante Sampa Sky, no Centro Histórico de São Paulo, reuniu especialistas do setor para debater temas relacionados a guarda-corpos, como design criativo do produto, segurança e normas nas edificações. A programação foi dividida em cinco painéis, acompanhados por 218 participantes.

A Abravidro e algumas de suas entidades associadas, como a Ascevi-SC, o Sinbevidros-SP e o Sincavidro-RJ, estiveram entre os apoiadores institucionais do congresso. A associação também foi responsável pela palestra Segurança levada a sério, realizada pela analista de Normalização Clélia Bassetto, dentro do primeiro painel da programação: Clélia alertou que, segundo a norma ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, somente vidros laminados Classe 1 (ou sistemas insulados que sejam compostos por esses laminados) podem ser usados em guarda-corpos. Além disso, caso os sistemas de fixação exijam a furação dos vidros, eles devem ser laminados compostos de temperados. Clélia ressaltou ainda que não basta usar o vidro correto no guarda-corpos: todo o sistema precisa ter um protótipo ensaiado e aprovado, e deve-se ter atenção especial com sua fixação e ancoragem.

Este texto foi originalmente publicado na edição 621 (setembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Divulgação

Norma revisada abordará diferença na quebra de temperados em laminados

Guarda-corpos de laminados de temperados em trecho do Terminal de Passageiros 3 do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos Governador André Franco Montoro (foto: Cris Martins)
Guarda-corpos de laminados de
temperados em trecho do Terminal de
Passageiros 3 do Aeroporto Internacional
de São Paulo/Guarulhos Governador
André Franco Montoro (foto: Cris Martins)

 

É de conhecimento de todo o mercado que o comportamento de quebra do vidro temperado, quando usado na composição de um laminado, é diferente do que deve ser encontrado em um corpo de prova. Essa informação já consta em normas internacional e europeia do temperado – e também passará a constar na norma brasileira para esse produto, a ABNT NBR 14698 — Vidro temperado.

Do exterior para o Brasil
A norma internacional de vidro temperado ISO 12540:2017 — Glass in building – Tempered soda lime silicate safety glass e a norma europeia do mesmo produto, a BS EN 12150: 2019 — Glass in building – Thermally toughened soda lime silicate safety glass, explicam que o comportamento de quebra ou fragmentação desse vidro, quando aplicado ou instalado, pode não corresponder exatamente àquele descrito na metodologia do ensaio de fragmentação, que avalia o desempenho do tratamento térmico do material devido à forma de fixação, a ações externas, à causa da quebra ou se a peça fizer parte da composição de um laminado.

No Brasil, a comissão de estudos que trabalha na revisão da ABNT NBR 14698 já aprovou a inclusão de um parágrafo com essas informações. O texto atualizado, ainda em fase de elaboração, apontará que, em caso de quebra, o temperado de segurança se fragmenta em pequenos pedaços – contudo, a fragmentação do temperado, quando utilizado na composição de um laminado, aplicado ou instalado, pode não corresponder exatamente àquela descrita no item sobre o ensaio de fragmentação, como explicado.

 

Diferença no comportamento de quebra não significa que laminação do temperado o torne menos seguro: retenção dos fragmentos pelo interlayer impede sua queda sobre pedestres e mantém o vão fechado (foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte)
Diferença no
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menos seguro:
retenção dos
fragmentos pelo
interlayer impede
sua queda sobre
pedestres e mantém
o vão fechado (foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte)

 

Por que a laminação muda esse comportamento?
“De maneira teórica, infere-se que a camada intermediária ajuda a dissipar parte da energia do vidro quebrado e a retardar a propagação da rachadura”, comenta Marcos Aceti, coordenador comercial e de Vendas Técnicas da Kuraray no Brasil. Julia Schimmelpenningh, gerente de Aplicações da Eastman para as Américas, aponta que a dissipação dessa energia pode fazer com que o padrão de quebra varie na comparação com peças não laminadas – ela ressalta, contudo que essa mudança não significa que a laminação do temperado torne o produto menos seguro: “A capacidade do laminado de reter os fragmentos e impedir que eles caiam ou voem é um dos atributos que torna esse produto desejável para qualquer envidraçamento que possa quebrar”, afirma.

Voltando à diferença no comportamento de quebra do temperado quando laminado, Eloi Bottura, cofundador da Latamglass, lista algumas das principais razões que podem explicar esse fenômeno:

  • Distribuição de tensões: “No temperado, a têmpera cria uma distribuição de tensões internas com compressão na superfície e tensão de tração no interior; quando o vidro é laminado, a presença do interlayer – geralmente PVB ou EVA – pode redistribuir essas tensões de maneira diferente em comparação com um vidro temperado monolítico”, observa;
  • Interação com a camada intermediária (interlayer): segundo Bottura, o interlayer do laminado atua como um amortecedor durante a quebra – assim, no caso de impacto, ele pode absorver parte da energia e alterar a maneira como as tensões se propagam através do vidro temperado, resultando em um padrão de quebra distinto;
  • Condições de fratura: a presença da camada intermediária também influencia essas condições, pois em um temperado monolítico, a fratura ocorre de maneira mais livre, enquanto em um laminado, a camada intermediária pode restringir ou modificar a propagação das trincas, afetando o padrão de fragmentação;
  • Resistência adicional: a estrutura composta do laminado (duas ou mais lâminas de vidro unidas por interlayer) pode conferir uma resistência adicional ao conjunto, modificando a resposta do temperado em relação a um impacto ou carga;
  • Espessura e dimensões: essas medidas também podem influenciar o comportamento de quebra. “Em uma composição laminada, as diferentes espessuras de cada camada de vidro podem resultar em uma resposta mecânica diferente em comparação à de um monolítico de espessura uniforme”, aponta Bottura.

Este texto foi originalmente publicado na edição 621 (setembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Laminados com bordas expostas requerem cuidados especiais

Entre as atualizações feitas no conteúdo presente na nova versão da norma ABNT NBR 14697 — Vidro laminado, publicada em fevereiro de 2023, está a apresentação de requisitos para a aplicação do vidro laminado em posição vertical com borda exposta: embora ela seja permitida, cuidados devem ser tomados se houver risco de exposição prolongada dessas peças à água, a solventes, a produtos químicos ou a outra forma de vapor. Veja a seguir quais são eles.

De olho na adesão
Os laminados fabricados a partir de vidros temperados ou termoendurecidos podem apresentar tensionamentos naturais, agindo contra a adesão do interlayer. Portanto, o tipo e a espessura do interlayer devem ser selecionados adequadamente. Para isso, os fabricantes desse insumo devem ser consultados para mais informações e orientações.

Influência do esforço mecânico
A soma do empenamento das bordas dos vidros que compõem o laminado pode gerar uma tensão mecânica agindo contrariamente à adesão do interlayer – caso essa adesão seja comprometida nas bordas do vidro, isso pode iniciar o processo de delaminação.

Em vidros autoportantes, a delaminação pode ser provocada pela aplicação de torque excessivo nos dispositivos de fixação ou pelo uso inadequado de calços, temporários ou não: em ambos os casos, pode haver a deformação dos vidros e, como resultado, a geração de tensão mecânica com ação contrária à adesão do interlayer. Para evitar que isso aconteça, o projetista deve estabelecer o torque correto para cada aplicação; além disso, o uso de calços, quando necessário, deve atender os requisitos especificados na ABNT NBR 7199 – Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações.

 

Foto: Acervo Abravidro
Foto: Acervo Abravidro

 

A tensão mecânica contrária à adesão do interlayer também é verificada nos vidros laminados compostos por vidros tratados termicamente – sejam eles temperados ou termoendurecidos – e pode, ao longo do tempo, iniciar o processo de delaminação de borda, inicialmente na forma de delaminação transparente, podendo evoluir para um aspecto turvo ou totalmente opaco (causado pela absorção de vapores de umidade ou líquidos, bem como de outros contaminantes que penetram pelas bordas do vidro).

Esse mesmo fenômeno pode ocorrer na borda inferior de vidros laminados instalados e encaixilhados, em que haja o acúmulo de água pela falta e/ou pelo comprometimento da vedação das bordas dos vidros ou a ausência de drenos no caixilho.

Interação química
Caso produtos químicos utilizados durante o processo de limpeza dos vidros laminados instalados com bordas expostas entrem em contato com elas – e, consequentemente, com seu interlayer –, eles podem interagir quimicamente e iniciar o processo de delaminação.

Já a aplicação de selantes em contato com o interlayer pode resultar em uma reação química, observada das bordas para o centro, conhecida como efeito de borda, que não é considerado um defeito. Apesar disso, a exposição constante à umidade e a existência de tensionamentos em ação contrária à adesão do laminado podem levar ao surgimento de defeitos.

Para evitar esses problemas, a norma recomenda que se consulte os fabricantes do laminado, do interlayer e dos materiais utilizados para a instalação da peça com borda exposta, sobre a compatibilidade entre os materiais e os possíveis efeitos. Ela também orienta que não se usem álcool ou outros produtos químicos no processo de limpeza das bordas expostas do vidro: o procedimento de limpeza deve seguir as orientações presentes na ABNT NBR 7199.

Caso haja necessidade de utilização de produtos químicos para a limpeza do vidro no processo de colagem com silicone estrutural ou com fita dupla face, o contato dos produtos químicos com as bordas deve ser evitado, limitando-se a limpeza à superfície do vidro, na área de colagem.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Magnetu/stock.adobe.com

Vidro em Ação leva novos ensaios à Glass 2024

Toda vez que a Glass South America monta o Vidro em Ação, é sempre um sucesso de público – e a 4ª edição desse espaço não foi exceção: a cada horário em que os ensaios de segurança e resistência dos vidros temperado e laminado começavam, os visitantes paravam para ver as demonstrações realizadas pelos técnicos do Laboratório Falcão Bauer da Qualidade, parceiro da Abravidro e da NürnbergMesse Brasil na iniciativa.

A atividade foi apresentada por Vera Andrade, coordenadora técnica da Abravidro e uma das instrutoras do Educavidro. “Fazer os ensaios ao vivo é importante porque as pessoas que vão à Glass conseguem esclarecer dúvidas e entender por que esses testes são realizados, como são feitos e qual o comportamento que o vidro de segurança precisa apresentar”, explica.

Estreias na Glass 2024
O Vidro em Ação deste ano atualizou o ensaio de impacto de pêndulo para classifictação de segurança de laminados de acordo com a revisão da ABNT NBR 14697 — Vidro laminado, publicada no ano passado. A versão atual dessa norma também incluiu um teste complementar (Método B), que consiste no impacto por queda de esfera – e é claro que os visitantes da Glass 2024 também puderam vê-lo sendo realizado.

Outra novidade foi a quebra de vidros aplicados em guarda-corpos. “Com ela, buscamos demonstrar definitivamente por que não se pode usar vidro temperado monolítico nesses sistemas – ao quebrar, ele deixa o vão do guarda-corpos aberto e deixa de oferecer a segurança que o sistema precisa trazer”, enfatiza Vera. “Por isso, o vidro correto para guarda-corpos é sempre o laminado, que pode ser feito com peças comuns ou temperadas”.

Parcerias em prol da segurança
Ao longo dos quatro dias de evento, Vera foi acompanhada nas demonstrações por alguns convidados especiais, como Gi Matos, a primeira influencer digital do setor vidreiro, a engenheira Iza Valadão, professora de Materiais de Construção e Sustentabilidade, e o arquiteto Matheus Gervasio Costa. “Vidro não é tudo igual – e também não quebra da mesma forma”, apontou Gi Matos, convidando os espectadores para martelar amostras de vidro temperado e laminado para ver de perto a resistência e o comportamento de quebra de cada um.

Iza, por sua vez, destacou a importância da iniciativa de levar conhecimento ao segmento da construção civil. “É muito bacana deixar claro que estar em consonância com as normas é fundamental também para resguardar os engenheiros e profissionais dessa área.” Matheus também considerou a ação fundamental para especificadores do nosso material. “Entendo que as demonstrações são fundamentais para elevar nosso conhecimento técnico. Além disso, a realização de testes práticos nos dá a oportunidade de vivenciar e ver na prática os danos que eles podem causar caso sejam usados de forma incorreta.”

Além dos ensaios, a programação do Vidro em Ação levou aos visitantes dicas valiosas sobre normas técnicas, ensaios, venda e instalação de sistemas de guarda-corpos e de envidraçamento de sacada por meio de palestras apresentadas por Vera Andrade em conjunto com um time de peso composto por Jesse Latzak, supervisor-operacional do Laboratório Falcão Bauer; Vinícius Braga, diretor-comercial da TecVidro; e Clélia Basseto, analista de Normalização da Abravidro. Houve ainda tempo para sortear exemplares das normas técnicas da ABNT, contribuindo para o objetivo de todas as partes envolvidas na disseminação de conhecimento para o setor – o que beneficia todos os elos da nossa cadeia, do fabricante ao usuário final.

falandoemnormas2-jun2024

Este texto foi originalmente publicado na edição 618 (junho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Abravidro palestra sobre normas técnicas em MG e no PR

A analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto, passou por dois Estados diferentes no mês de abril para apresentar o conteúdo das normas técnicas relacionadas ao vidro. No dia 20, ela esteve em Maringá (PR) para palestrar no Conexão Vidro, evento organizado pela Adivipar e voltado para vidraceiros e serralheiros.

A apresentação abordou as principais regras da ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. Outras normas técnicas abordadas foram a ABNT NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidros de segurança, a ABNT NBR 14718 — Guarda-corpos para edificação, e a ABNT NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacada – Requisitos e métodos de ensaio — as três dizem respeito a instalações frequentemente realizadas por esses profissionais.

Além de explicar as regras presentes nos documentos, Clélia também apresentou algumas iniciativas realizadas pela Abravidro para levar conhecimento para todo o setor, como a tabela Que vidro usar? (cujo conteúdo se baseia na ABNT NBR 7199), que mostra quais tipos de vidro podem (ou não podem) ser usados em determinadas instalações, e ainda a pesquisa para identificar acidentes envolvendo a aplicação de vidro comum.

 

Foto: Divulgação Corpo de Bombeiros de Montes Claros
Foto: Divulgação Corpo de Bombeiros de Montes Claros

 

Instalações sempre dentro das normas
Já no dia 25, Clélia participou do 2º Seminário de Serviço de Segurança Contra Incêndio e Pânico, realizado em Montes Claros (MG), a convite da Dec Temper, empresa associada à Abravidro e organizadora do seminário em parceria com o Serviço de Segurança Contra Incêndio e Pânico (SSCIP), do 4º Comando Operacional de Bombeiros (4º COB). Além de contar com espectadores presenciais, o evento também foi transmitido para pontos remotos com grupamentos de bombeiros no Norte de Minas Gerais.

O conteúdo da palestra foi semelhante ao da apresentação no Conexão Vidro, contemplando os diferentes participantes – embora o público do seminário fosse formado majoritariamente por bombeiros, também teve a presença de diversos vidraceiros e especificadores da região. A analista da Abravidro ressaltou a necessidade de que os profissionais da corporação conheçam o conteúdo das normas, especialmente em relação aos vidros de segurança (temperado e laminado) e suas aplicações na construção civil de acordo com a ABNT NBR 7199, para que possam avaliar adequadamente o uso do nosso material nas áreas comuns das edificações antes da emissão de Habite-se (documento atestando as condições adequadas de habitação e concordando que o local está realmente pronto para receber moradores).

Assim como no evento de Maringá, a palestra em Montes Claros também abordou a tabela Que vidro usar?, a pesquisa sobre acidentes com vidro comum, além do Educavidro. “É muito importante aproveitar essas oportunidades para levar a normalização e as iniciativas de outras frentes de trabalho da Abravidro para toda a cadeia vidreira, de forma que o conhecimento sobre o vidro e sua aplicação correta chegue a cada vez mais pessoas”, destaca Clélia.

Este texto foi originalmente publicado na edição 617 (maio de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Divulgação

O Vidroplano traz guia completo sobre temperados

Boxes de banheiro, portas, fechamento de sacadas, vitrines: alguns dos itens com vidro mais populares em nosso país contam com um elemento em comum – o temperado. Popular em todas as regiões brasileiras, esse tipo de vidro oferece diversas possibilidades para quem trabalha no setor, do processador ao vidraceiro. Pensando nisso, O Vidroplano preparou um guia completo sobre o produto. Aproveite!

O que é
O temperado é um vidro que recebe tratamento térmico, passando por um processo de aquecimento e rápido resfriamento. Essa mudança brusca de temperatura aumenta a tensão interna do material, fazendo-o ganhar mais resistência mecânica e a choques térmicos. Na comparação com o vidro float comum, o temperado pode ser até cinco vezes mais resistente. Por isso, assim como o laminado, é considerado um vidro de segurança. Em caso de quebra, fragmenta-se em pequenos pedaços sem lascas cortantes (ao contrário do que se vê em um vidro comum), diminuindo o risco de ferimentos.

Histórico
A primeira tentativa de patente de um processo para deixar o vidro mais resistente data de 1874, pelo francês Francois Royer de la Bastie: envolvia banhar vidro semiderretido com óleo ou graxa aquecida. Em 1877, o alemão Friedrich Siemens desenvolveu uma ideia diferente, pressionando o vidro em moldes frios. Mas é com o processo do químico austríaco Rudolph A. Seiden que o temperado como o conhecemos começa a nascer. A partir dos anos 1930, inicia-se a produção em massa desse material nos Estados Unidos, França e Japão, sendo popularizado pelo mundo na década de 1970.

Produção
A fabricação desse tipo de vidro ocorre no forno de têmpera (horizontal ou vertical). Depois de temperado, ele não pode ser beneficiado, ou seja, cortado, lapidado ou furado, porque irá provocar a sua quebra. Por isso, qualquer processo de transformação tem de ser feito antes da têmpera.

Aplicações

  • Boxes de banheiro;
  • Envidraçamento de sacadas;
  • Portas, divisórias, vitrines e muros;
  • Fachadas verticais e janelas deslizantes (permitido no pavimento térreo; nos demais pavimentos, pode ser aplicado desde que esteja acima da cota de 1,10 m em relação ao piso);
  • Janelas projetantes (quando estiverem acima do 1º pavimento, precisam ser totalmente encaixilhadas e com a projeção máxima de 250 mm da face da fachada ou da aba de proteção).

 

Foto: noprati/stock.adobe.com
Foto: noprati/stock.adobe.com

 

Mercado
De longe, o temperado é o vidro processado mais consumido no Brasil. Como bem mostra o Panorama Abravidro 2024 – cujos dados completos você encontra na matéria da página 34 –, no ano passado, o temperado representou 59,3% da produção de vidros transformados em nosso país. Existe alguma resposta para isso?

Para Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro, as características históricas e vicissitudes do mercado vidreiro nacional levam a esse cenário. Para ele, o nível de acesso e o entendimento da tecnologia de têmpera são maiores que nos de outros tipos de vidro, fazendo com que esse produto esteja no topo da lista para atender as necessidades do mercado de construção civil/arquitetura. No entanto, segundo Cláudio, outros vidros de valor agregado, principalmente o laminado, deveriam ser mais usados, já que podem oferecer vários benefícios.

Na visão de Raphael Gallegos, diretor de Produção da Reflex Tempervidros, as processadoras enfrentam atualmente desafios significativos para equilibrar qualidade, prazo e variedade de vidros a serem temperados. “A qualidade das chapas fornecidas pelas usinas tem diminuído ao longo dos anos, exigindo inspeções mais rigorosas em várias etapas do processo para evitar que cheguem ao cliente problemas como manchas, fissuras internas e outras imperfeições que possam comprometer a qualidade final do produto”, afirma.

Apostar no maior uso de vidros de valor agregado pode ajudar a processadora a se diferenciar da concorrência, elevando o nível de qualidade de sua produção, explica o gerente-geral da Sulglass, Gillie Follador: “Esses materiais auxiliam na diversificação da gama de produtos oferecida e servem como vantagem competitiva, permitindo-nos alcançar um nicho específico de clientes”.

Por isso mesmo, é fundamental orientar arquitetos e consumidores finais sobre as possibilidades em termos de execução, proporcionando uma compreensão clara dos produtos mais adequados para cada ambiente, alerta Gallegos. “Dessa forma, será evitado o uso inadequado de produtos que, embora tecnicamente corretos, não oferecem benefícios reais.”

A importância dos fornos
O forno de têmpera é o equipamento mais robusto e tecnológico encontrado no processamento desse tipo de vidro. A vida útil de uma máquina como essa pode passar de duas décadas caso seja bem-cuidada. No entanto, a questão está diretamente relacionada à eficácia da instalação e também da aplicação de um plano de manutenção. Vale frisar ainda que a gestão de boas práticas operacionais, incluindo a atualização de componentes digitais e físicos, tem impacto direto nos custos, na capacidade de obtenção de receita e no lucro líquido da empresa.

Nos últimos tempos, o sistema de convecção foi uma das principais inovações para aumentar a qualidade do processo, sendo usado por processadoras pelo mundo todo. Com ele, o vidro é aquecido por meio de rajadas de ar, o que deixa a temperatura em toda sua massa mais uniforme – essa tecnologia, inclusive, é indicada para o processamento de chapas com revestimento, como o low-e.

Os fornos mais modernos atualmente contam ainda com outras tecnologias, como:

  • Sistema de colchão de ar, fazendo com que a superfície do vidro não tenha contato com os rolos;
  • Conjunto de duplo aquecimento e resfriamento;
  • Sistema de correção automatizada dos parâmetros técnicos de processo;
  • Alta eficiência energética, o que garante maior economia de eletricidade.

Instalações autoportantes
Uma das principais características técnicas do temperado é a possibilidade de se suportar de forma independente, dispensando o auxílio de outras estruturas. Isso permite que o material seja instalado de forma autoportante – em divisórias, por exemplo –, devido à sua resistência mecânica superior.

Mas, atenção: a especificação deve ter cuidados redobrados em relação ao dimensionamento das peças, posicionamento de furos e recortes e à própria instalação da estrutura. Além disso, deve-se levar em conta o ambiente, o tipo característico do público que vai acessar o espaço e ainda a frequência de trânsito das pessoas.

 

Foto: noprati/stock.adobe.com
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Mão de obra especializada
Para administrar toda essa potência tecnológica, a qualificação da mão de obra é essencial para uma processadora. “Sem treinamento e conhecimento técnico adequados, o resultado são lacunas no processo, gerando diversas dificuldades, como maiores custos e riscos para a reputação da empresa”, explica Cláudio Lúcio. “Tem-se ainda um comprometimento da imagem da indústria vidreira como um todo frente a administradoras, investidores, construtoras e cliente final. A cada erro provocado pela falta de qualificação, haverá mais ocorrências de problemas relacionados à especificação, beneficiamento e aplicação, gerando impeditivos para o aumento de consumo per capita de nosso produto.”

Pensando na questão, a Abravidro criou, em 2011, a Especialização Técnica Abravidro. O programa conta com um módulo sobre têmpera e aborda temas como a física envolvida nesse processo, a condução do forno, a qualidade e a relação entre o número de fragmentos x tensão. O módulo inclui ainda ensinamentos sobre como avaliar a condição do equipamento, a rotina para resolução de problemas e muito mais.

Certificação
Outra forma de garantir a segurança da fabricação é obter a certificação voluntária para vidros temperados, concedida por Organismos de Certificação de Produto (OCP) que são acreditados pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro.

Para ser aprovada, a empresa precisa passar por três avaliações:

  • Processo de fabricação: deve estar adequado para produzir itens de qualidade, seguindo os requisitos da portaria do Inmetro que regulamenta a certificação;
  • Sistema de gestão da qualidade: é obrigado a atender determinados requisitos da norma mundial ISO 9001;
  • Ensaios: os vidros precisam ser aprovados nos ensaios estabelecidos pela norma técnica ABNT NBR 14698 — Vidro temperado.

Todo o processo é mais simples do que parece – e a Abravidro oferece uma consultoria para auxiliar as processadoras interessadas na chancela. “Os empresários ficam surpreendidos logo na visita inicial, pois conseguimos verificar o quanto a empresa já está adequada para atender boa parte dos requisitos necessários”, explica Edweiss Silva, consultor da entidade para Certificação Inmetro. Após a elaboração de um cronograma de atividades, é possível determinar quando a empresa estará pronta para receber a visita do auditor (um representante do OCP) – o prazo costuma ser de dois a quatro meses.

Entre as vantagens para a empresa certificada estão:

  • Implementação de melhorias no processo produtivo, resultando em maior controle dos procedimentos e menor desperdício e retrabalho;
  • Permissão para colocar o selo com as logomarcas do Inmetro e do OCP nos produtos certificados;
  • Proteção jurídica contra reclamações, já que a certificação é um atestado de que a empresa atende os requisitos normativos e regulamentações legais;
  • Possibilidade de atender mercados que exigem padrão de segurança atestado, como o de grandes construtoras.

Para saber mais detalhes sobre a consultoria, entre em contato com Edweiss Silva pelo e-mail esilva@abravidro.org.br ou telefone (11) 3873-9908. É associado Abravidro? Então, aproveite valores e condições exclusivas para a contratação.

Normas
A ABNT NBR 14698 — Vidro temperado, norma técnica focada no produto, está passando por um processo de revisão e atualização. O trabalho, coordenado pelo Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), com sede na Abravidro, inclui mudanças na estrutura da norma, com o objetivo de organizar melhor as informações, além da atualização de pontos como os requisitos de tolerâncias dimensional, de esquadro e de empenamento, e o aprofundamento de temas como distorção óptica, furos e recortes. Está sendo discutida também a inclusão de um texto adicional sobre a esmaltação do vidro (aplicação de esmalte sobre sua superfície) durante a têmpera, uma vez que o consumo de temperados esmaltados vem aumentando ano após ano no Brasil. É possível participar das reuniões remotas online: basta confirmar presença enviando e-mail para cb37@abnt.org.br.

Temperado é a mesma coisa que termoendurecido?
Não, são produtos diferentes. Ambos são produzidos no forno de têmpera, mas a diferença está na curva de resfriamento durante o tratamento térmico. E, vale reforçar, temperado é um vidro de segurança; já o termoendurecido, não. Mesmo tendo resistência mecânica superior à do float (dependendo da espessura, pode ser até duas vezes e meia mais forte), ele se fragmenta em pedaços um pouco maiores quando partido. É normalmente utilizado na composição de laminados ou insulados.

Este texto foi originalmente publicado na edição 617 (maio de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Amorim Leite

Abravidro realiza palestras no MS e em SP

Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, realizou uma série de palestras em março. Duas delas no dia 14, no Mato Grosso do Sul: a primeira, para o comandante de Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul (CBMMS), incluindo os técnicos da corporação responsáveis por fazer vistorias e avaliar projetos para o fornecimento do Habite-se (documento atestando as condições adequadas de habitação e concordando que o local está realmente pronto para receber moradores).

A segunda palestra foi direcionada a associados da Avims-MS (foto acima). Em ambas as apresentações, Clélia abordou as principais regras da ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, com ênfase nas aplicações do nosso material em áreas comuns, como portas, divisórias e guarda-corpos, além de falar sobre vidros resistentes ao fogo.

 

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Clélia também ministrou palestras em São Paulo para três turmas do “Curso de Qualificação Profissional Vidraceiro” na Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo (foto acima) – duas delas foram realizadas no dia 20; e a terceira, no dia 23. Além da turma de vidraceiros, alunos dos cursos para mestre de obras e de serralheiros também acompanharam as apresentações, focadas nas normas de produtos e de aplicação do vidro, com destaque para os de segurança (temperado e laminado). Explicou-se ainda sobre o que permite classificá-los como tais. Clélia aproveitou sua presença na instituição para divulgar o Educavidro, plataforma que já vem sendo acessada por vários participantes do curso.

Este texto foi originalmente publicado na edição 616 (abril de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Divulgação Abravidro

Saiba como medir ondas de rolete em laminados

A última reportagem da seção “Por dentro das normas”, publicada na edição de fevereiro de O Vidroplano, apresentou os métodos de avaliação presentes na norma ABNT NBR 14697 — Vidro laminado para diferentes tipos de empenamento desse produto.

No caso das ondas de rolete (roller waves), que podem surgir em laminados termicamente tratados, a descrição da metodologia para medi-las é mais extensa (e complexa) que nos outros tipos – por isso, foi guardada para este mês. Confira como ela é feita.

Orientações gerais
Assim como no caso dos demais tipos de empenamento, a medição das ondas de rolete deve ser realizada na peça acabada de vidro laminado.

Para essa atividade, utiliza-se um perfil de alumínio com 350 mm de comprimento, com um relógio comparador posicionado em seu ponto médio.

 

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Passo a passo

1. O equipamento é posicionado sobre o vidro perpendicularmente à onda de rolete, de forma que ele descanse sobre os cumes da onda;

 

Posicionamento do equipamento transversalmente sobre a onda de rolete
Posicionamento do equipamento transversalmente sobre a onda de rolete

 

2. Em seguida, deve-se deslocar o equipamento ao longo do seu eixo, até encontrar o ponto em que o relógio comparador estabeleça o valor mais alto;

3. Nesse ponto, o relógio comparador está posicionado no ponto superior (pico) da onda de rolete – nele, o mostrador deve ser colocado na marcação zero;

 

Posicionamento do mostrador na marcação zero, no cume (pico) da onda de rolete
Posicionamento do mostrador na marcação zero, no cume (pico) da onda de rolete

 

4. A seguir, o equipamento é deslocado novamente ao longo do seu eixo até que o relógio leia o menor valor (isso indica que ele está posicionado no ponto inferior da onda), que deve ser registrado;

 

Deslocamento do relógio até o ponto inferior da onda de rolete
Deslocamento do relógio até o ponto inferior da onda de rolete

 

5. Finalmente, registra-se a altura da onda de rolete, calculada pela diferença entre o ponto zero e a leitura no ponto inferior. Para a peça ser aprovada, a altura da onda não pode ser maior que 0,3 mm.

 

Atenção!

  • Esse processo de medição pode ser realizado várias vezes sobre a mesma peça e trazer diferentes resultados, pois é pouco provável que as ondas de rolete sejam consistentes. O valor adotado deve ser o pior valor registrado nas medições;
  • A escala do relógio comparador normalmente se ajusta de forma que seja obtido um valor positivo quando o seu sensor é erguido – por isso, recomenda-se ter cuidado para não errar a leitura da altura da onda de rolete.

 

Limitações do uso do equipamento

  • O perfil com relógio comparador só pode ser usado em painéis de vidro com uma dimensão maior que 600 mm em sentido perpendicular à onda de rolete;
  • A medição não pode ser feita em uma distância menor que 150 mm da borda da peça, onde o equipamento não pode ser usado;
  • A deformação da região das bordas (compreendendo até 150 mm em relação a uma das bordas da peça) pode ser diferente da deformação dos roletes em relação ao restante da superfície do vidro;
  • Uma medição exata de onda de rolete só pode ser conseguida sobre uma peça plana de vidro – ou seja, se a peça tiver um empenamento total, o valor real da medição da onda de rolete pode ser afetado; portanto, esse fato deve ser considerado. Uma medição mais próxima do real pode ser obtida colocando a peça apoiada sobre uma superfície plana, como uma mesa, reduzindo o empenamento total devido ao seu próprio peso, especialmente no caso de peças grandes.

 

Uso alternativo do equipamento
Se o relógio comparador for montado no final do perfil de alumínio, ao invés de no centro, ele também pode ser usado para medir a elevação de borda.

Nesse caso, o corpo de prova deve ser colocado sobre a borda de uma mesa, com a borda da peça com a elevação sobressaindo entre 50 e 100 mm da borda de apoio, de forma que a elevação da borda fique como mostrado na figura abaixo:

 

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O equipamento deve ser deslocado até a borda do corpo de prova. A deformação máxima deve ser medida quando o relógio estiver apoiado no pico da elevação e tocar a borda do corpo de prova.

Associe-se e acesse o ABNT Coleção!
As empresas associadas à Abravidro têm acesso online à versão atualizada da ABNT NBR 14697 e a todas as outras normas técnicas do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), além de outras normas selecionadas relacionadas a nosso material, por meio do sistema ABNT Coleção.

Este texto foi originalmente publicado na edição 616 (abril de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Cris Martins

Norma para temperados deve ganhar anexo sobre esmaltação dos vidros

O Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) está discutindo a elaboração de um anexo para a ABNT NBR 14698 — Vidro temperado. Em processo de revisão e atualização, o texto adicional deve abordar a esmaltação do vidro (aplicação de esmalte sobre sua superfície) no processo de têmpera.

Acompanhando as tendências
Luiz Barbosa, coordenador das Comissões de Estudo do ABNT/CB-37 e gerente técnico de Vendas da Vivix, observa que o consumo de temperados esmaltados vem aumentando ano após ano no Brasil. “Esse fato fez com que a comissão responsável pela revisão começasse a trabalhar no desenvolvimento de um anexo que tratasse das principais questões técnicas e de qualidade relacionadas a esse produto”, explica.

Esse anexo ajudará os processadores a fabricar o temperado esmaltado dentro de padrões normalizados, além de alinhar as expectativas a respeito da qualidade do produto final entre produtores e clientes. Isso permitirá compreender e identificar o que são defeitos e o que são características inerentes à fabricação.

Conteúdo
Segundo Barbosa, o primeiro ponto diz respeito à padronização do nome do produto, o qual é popularmente conhecido como vidro serigrafado. “Ele passará a ser chamado de vidro esmaltado, uma vez que o termo ‘serigrafia’ refere-se a apenas uma forma de aplicação do esmalte cerâmico ao vidro que posteriormente será temperado”, informa. “Com a evolução tecnológica do setor, já existem hoje outros métodos de aplicação, como o uso das impressoras digitais, que permitem até mesmo a impressão de fotografias.”

Outros aspectos serão contemplados, como recomendações sobre a escolha correta da matéria-prima base (classificação do vidro, tempo de fabricação e tempo em estoque) e avaliação da qualidade da água. O anexo também deverá trazer os métodos de avaliação do produto e os critérios de definição de defeitos e suas tolerâncias.

Com essas orientações, espera-se que a nova versão da ABNT NBR 14698 contribua para a melhora do processo de produção do temperado esmaltado, indicando pontos como a forma adequada da limpeza das peças antes da esmaltação e como a aplicação do esmalte deve ser feita no processo de têmpera.

Este texto foi originalmente publicado na edição 615 (março de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Rochu_2008/stock.adobe.com

NR-35 é fundamental para trabalhos em altura

Várias operações realizadas pelas vidraçarias são feitas acima do nível do solo, como a instalação de envidraçamento de sacada ou de coberturas de vidro. Para garantir a segurança nesse tipo de atividade, os vidraceiros precisam conhecer e seguir a Norma Regulamentadora Nº 35 — Trabalho em altura (NR-35). Revisado em julho de 2023, o documento define os requisitos e as medidas de proteção durante o planejamento, organização e execução de trabalhos com diferenças de níveis.

Nas páginas a seguir, O Vidroplano apresenta as principais mudanças trazidas com a revisão, além de apontar os equipamentos indispensáveis para o trabalho e soluções que podem facilitá-lo, bem como a importância de manter sua equipe sempre capacitada e atualizada.

 

Definição
Paulo Rogério Amorim de Matos, engenheiro de Segurança do Trabalho e instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP), explica que trabalho em altura é qualquer atividade realizada acima de 2 m do nível inferior – seja em relação ao solo ou a outra superfície de referência, como uma varanda localizada abaixo do local em que o serviço é feito – e onde haja risco de queda.

Jefferson Candeo, CEO da Guindaste Aranha, observa que a NR-35 não faz distinção entre os tipos de trabalho em altura, incluindo instalação ou manutenção de fachadas, marquises, beirais, claraboias, rooftops, coberturas ou pergolados. Jackson Santos, conhecido no mercado como professor Jack, acrescenta que o documento técnico também indica que os cuidados necessários independem da altura, considerando que os mesmos riscos estão presentes a 2 ou a 20 m, por exemplo.

Jack considera que, infelizmente, o mercado vidreiro ainda carece de profissionais devidamente habilitados em trabalho em altura – enquanto o mercado de trabalho nessa área, por sua vez, não dispõe de profissionais com expertise em instalação, manutenção e inspeção de vidro, com algumas ressalvas para as empresas de limpeza de fachada.

 

Cuidados necessários independem da altura: os mesmo riscos estão presentes seja a 2 m ou a 20 m do chão (Foto: FedotovAnatoly/stock.adobe.com)
Cuidados necessários independem da altura: os mesmo riscos estão presentes seja a 2 m ou a 20 m do chão (Foto: FedotovAnatoly/stock.adobe.com)

 

O que mudou com a revisão
As principais mudanças feitas na norma regulamentadora dizem respeito às responsabilidades dos instaladores e ao processo de capacitação e emissão de certificação para a mão de obra, aponta Candeo, destacando que, de acordo com a NR-35, a organização – no caso, a vidraçaria – deve sempre avaliar o estado de saúde dos empregados que exercem atividades de trabalho em altura, de acordo com o estabelecido no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e no Programa de Gerenciamento de Risco (PGR).

As exigências determinadas na NR-35 para os empregadores — as duas últimas foram acrescentadas no novo texto de 2023 — são:

  • Garantir a implementação das medidas de prevenção estabelecidas na NR;
  • Assegurar a realização da Análise de Risco (AR) do trabalho a ser realizado e, quando aplicável, a emissão da Permissão de Trabalho (PT);
  • Elaborar procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho em altura;
  • Assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do trabalho em altura pelo estudo, planejamento e implementação das ações e das medidas complementares de segurança aplicáveis;
  • Adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das medidas de prevenção estabelecidas na NR pelas organizações prestadoras de serviços;
  • Garantir que qualquer trabalho em altura só se inicie depois de adotadas as medidas de prevenção definidas na NR;
  • Assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja possível;
  • Estabelecer uma sistemática de autorização dos trabalhadores para trabalho em altura;
  • Disponibilizar, de forma facilmente acessível, as instruções de segurança contempladas na AR e PT, além de procedimentos operacionais, a todos os integrantes da equipe de trabalho;
  • Assegurar a organização e o arquivamento da documentação prevista na NR por um período mínimo de cinco anos.

 

Foto: Kadmy/stock.adobe.com
Foto: Kadmy/stock.adobe.com

 

A importância da qualificação
A revisão da NR-35 também coloca em destaque os requisitos para a formação dos profissionais que realizam a atividade. De acordo com o documento, todo trabalho em altura só pode ser realizado por profissional que tenha sido submetido e aprovado no processo de capacitação, envolvendo treinamento, teórico e prático, inicial, periódico e eventual.

Paulo Matos, do Senai, observa que esse curso deve ser realizado a cada dois anos, com carga horária mínima de oito horas. Ao final do programa, o funcionário precisa ser aprovado na avaliação teórica e prática, além de apresentar aptidão clínica para desempenhar as atividades por meio de um exame de saúde ocupacional. O treinamento contempla:

  • Normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;
  • AR e condições impeditivas;
  • Riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de prevenção e controle;
  • Sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;
  • EPIs para trabalho em altura: seleção, inspeção, conservação e limitação de uso;
  • Acidentes típicos em trabalhos em altura;
  • Condutas em situações de emergência, incluindo noções básicas de técnicas de resgate e de primeiros socorros.

 

Vale destacar que, mesmo para as vidraçarias cujas equipes passaram por capacitação para trabalho em altura há menos de dois anos, é importante buscar refazê-la o quanto antes, a fim de atualizar os conhecimentos. “O curso ministrado pelo Senai já aborda as mudanças presentes na nova versão da NR-35”, informa Matos.

 

Apostando na diferenciação
O treinamento definido pela NR-35 é obrigatório para quem pretende realizar trabalhos em altura – mas os vidraceiros empenhados em se destacar nesse segmento podem complementar essa capacitação com outros cursos disponíveis.

Para um conhecimento mais completo e efetivo, é recomendável procurar por cursos que fomentam o trabalho em altura de uma forma mais profissional, capacitando os alunos ao acesso por corda, recomenda Jack. “Um órgão importante nessa chancela é a Industrial Rope Access Trade Association (Irata) [Associação Comercial de Acesso por Corda Industrial], que coloca no mercado internacional mão de obra qualificada para as indústrias que precisam atender requisitos internacionais de segurança, como Braskem, Klabin e Petrobras”, informa. “Esses profissionais são especialistas em trabalho em altura, exercendo qualquer função nessas condições que são especializados a trabalhar — pendurados em uma cadeirinha, fazendo instalações, reparos, inspeções, enfim, trabalhos que oferecem risco e poucas pessoas habilitadas para fazê-lo.”

Jack conta que, desde 2018, ministra um curso prático cujo conteúdo faz a junção das orientações da NR-35 com as das técnicas verticais da Irata, incluindo formas de içamento por meio de polias e cordas, sem uso de andaime. No treinamento, os alunos também são orientados a adquirir seus equipamentos técnicos junto a empresas especializadas, além de aprender sobre os cuidados especiais para atividades como envidraçamento de sacadas, instalação de coberturas e de fachadas spider.

 

EPIs: aliados indispensáveis no trabalho em altura
A seção “Para sua vidraçaria” sempre reforça a importância de os vidraceiros usarem equipamentos de proteção individual em suas atividades para evitar qualquer tipo de ferimento. No caso de operações em altura, que trazem risco de queda, o uso de EPIs se faz ainda mais necessário. Paulo Matos aponta quais são eles:

  • Cinturão de segurança tipo paraquedista;
  • Talabarte contra queda (dispositivo de conexão para sustentar ou limitar a posição do trabalhador);
  • Trava-quedas (equipamento conectado ao cinto de segurança para interromper uma eventual queda);
  • Capacete com jugular;
  • Óculos de segurança;
  • Luvas de segurança;
  • Calçados de segurança.

 

Não basta ter (e usar) esses EPIs: é necessário que todos eles tenham Certificado de Aprovação (CA) emitido por órgão competente (clique aqui para consultar o CA dos seus EPIs).

 

Guindastes tipo aranha: uso da solução para içar painéis a grandes alturas contribui para trabalho dos instaladores (Foto: Divulgação Guindaste Aranha)
Guindastes tipo aranha: uso da solução para içar painéis a grandes alturas contribui para trabalho dos instaladores (Foto: Divulgação Guindaste Aranha)

 

Tecnologias para trabalhos em altura
O uso de maquinários também é imprescindível em diversas atividades em altura realizadas por vidraçarias – afinal, nenhum instalador vai carregar um painel jumbo nas costas, certo?

“Hoje, é possível notar no mercado a tendência do uso de vidros com dimensões e espessura cada vez maiores, com o desenvolvimento cada vez mais presente de fachadas unitizadas nas obras de grande porte. Com isso, não é mais possível mover os painéis manualmente, com vários homens carregando-os no canteiro de obras ou nas expedições das empresas de montagem de fachadas especiais”, afirma Jefferson Candeo.

A Norma Regulamentadora Nº 12 — Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos (NR-12), voltada para esses dispositivos, também passou por revisão para aprimorar as informações sobre os documentos regulatórios exigidos para a liberação do uso dos maquinários no canteiro de obras. “Ela agora exige alguns dispositivos de segurança, sensores e sistemas de controle de excesso de carga e orienta como deve ser feita a operação em desníveis, pisos irregulares ou sobre alturas e locais de difícil acesso, além de limitar as operações humanas em relação ao içamento via cabo de aço, cinta de nylon, cambão ou balancim para deslocamentos e projeções de carga sobre lanças hidráulicas”, explica o CEO da Guindaste Aranha.

Gruas, guindastes, elevadores elétricos e caminhões munck são algumas das soluções que podem ser encontradas no mercado, sejam para compra ou para locação. No caso da Guindaste Aranha, por exemplo, Candeo destaca a linha de guindastes tipo aranha elétricos ou movidos a gasolina, além das novas minigruas móveis que transportam o vidro em ventosas de forma autônoma por controle remoto – uma nova linha de máquinas, especialmente para uso em pequenas e médias vidraçarias, será apresentada no estande da empresa na Glass South America 2024.

Este texto foi originalmente publicado na edição 614 (fevereiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: IndigoElf/stock.adobe.com

ABNT/CB-37 teve ano de trabalho intenso em 2023

Não é novidade para os leitores de O Vidroplano que o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), com sede na Abravidro, trabalha continuamente para a normalização do nosso material. Em 2023 isso não foi exceção, com o início da elaboração de novos documentos técnicos, bem como a revisão e atualização de normas importantes para o setor – e também para outros segmentos. Confira a seguir as principais atividades realizadas ao longo do ano passado.

Documentos técnicos publicados…
Um dos principais destaques do ABNT/CB-37 em 2023 foi a publicação da revisão da norma ABNT NBR 14697 — Vidro laminado. O novo texto está mais atual e aderente ao mercado brasileiro, tanto no que diz respeito à fabricação do produto como em relação à sua aplicação.

Entre as mudanças no conteúdo, houve o aprimoramento dos testes que avaliam o desempenho do laminado como vidro de segurança, incluindo um novo ensaio para avaliação do comportamento de quebra. A norma também passou a abordar o uso do laminado composto com vidros termicamente tratados (temperados ou termoendurecidos), a fim de orientar sobre a fabricação e aplicação dessa solução de forma didática, esclarecendo as dúvidas existentes sobre as características desse tipo de solução.

 

Foto: Cris Martins e Vinicius Buarque
Foto: Cris Martins e Vinicius Buarque

 

…e em andamento
Em 2023, o comitê iniciou a atualização parcial da principal norma do setor vidreiro nacional, a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. Entre as novidades, estão a inclusão de referências a outras normas técnicas, como à do termoendurecido (publicada em 2020); a mudança de alguns termos e definições (por exemplo, o vidro impresso passará a ser chamado de texturizado); e o fato de que o aramado não será mais considerado vidro de segurança, pois não atende os requisitos de avaliação para tal classificação.

Outra alteração será a retirada das informações sobre furação, recorte e laboração de peças temperadas. Esses dados passarão para o texto da nova versão da ABNT NBR 14698 — Vidro temperado, que também está sendo elaborado pelo ABNT/CB-37.

Outro projeto iniciado em 2023 é a elaboração de um documento técnico com diretrizes para envidraçamentos amigáveis aos pássaros. O texto terá como objetivo encontrar um ponto de equilíbrio entre o bem-estar que nosso material oferece aos seres humanos e a proteção da avifauna, além de ser compatível com a realidade brasileira. A primeira reunião, realizada em 5 de dezembro, contou com um quórum qualificado, bastante heterogêneo e participativo.

É importante destacar ainda a conclusão do Projeto de Convergência Regulatória Brasil X Argentina sobre vidros automotivos.

Colaboração na normalização
2023 foi o ano também em que o ABNT/CB-37 participou de vários projetos desenvolvidos por outros comitês da ABNT. Uma dessas atividades foi a revisão da ABNT NBR 14718 — Guarda-corpos para edificação – Requisitos, procedimentos e métodos de ensaio, coordenada pelo Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248). O novo texto apresentará seu conteúdo de forma mais precisa, evitando ambiguidades na interpretação, e trará atualizações como a diferenciação na aplicação das cargas entre guarda-corpos expostos ou não expostos ao vento, dependendo do local em que serão instalados.

 

Foto: Cris Martins e Vinicius Buarque
Foto: Cris Martins e Vinicius Buarque

 

Outros trabalhos de comissões de estudos do ABNT/CB-248 que contaram com a colaboração do Comitê Brasileiro de Vidros Planos foram a retomada da elaboração do texto da futura norma ABNT NBR 16835 — Ferragens para vidro – Requisitos, classificação e métodos de ensaio, voltada à especificação dos requisitos de fabricação, dimensionamento, segurança, funcionamento e acabamento superficial das ferragens para aplicação em vidros; e a elaboração da Parte 8 da ABNT NBR 10821 — Esquadrias para edificações, que tratará de fachadas-cortina.

O ABNT/CB-37 também participou de diversas atividades coordenadas pelo Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002), entre elas a Comissão de Estudos de Eficiência Energética e Iluminação Natural. Ainda no ABNT/CB-002, outro projeto importante é a revisão da ABNT NBR 6123 — Forças devidas ao vento em edificações, publicada no dia 20 de dezembro – esse documento é diretamente referenciado na ABNT NBR 7199, sendo fundamental para os cálculos da espessura dos vidros e para a especificação e dimensionamento de sistemas para as obras.

Pode-se destacar, ainda, as reuniões do Grupo de Trabalho em Esquadrias e Vidros, do qual a Abravidro participa assiduamente desde a sua formação, para revisar e atualizar a normalização nacional na área de eficiência energética.

Facilidade no acesso às normas
As empresas associadas à Abravidro têm acesso online a todas as normas técnicas do Comitê Brasileiro de Vidros Plano (ABNT/CB-37), além de outros documentos relacionados ao nosso material. São mais de 50 documentos técnicos disponíveis para consulta das empresas vidreiras por meio do sistema digital ABNT Coleção. Associe-se agora mesmo e aproveite esse e outros benefícios oferecidos pela Abravidro!

Este texto foi originalmente publicado na edição 613 (janeiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Benjamin Salazar/stock.adobe.com

Live da Afeal discute segurança das fachadas

No dia 7 deste mês, a Afeal realizou uma live em seu canal do YouTube com a proposta de discutir com especialistas do setor a segurança nas fachadas. Mediado por Fernando Rosa, gerente-geral da entidade, o evento também teve como pauta a colagem estrutural, evolução do mercado, qualificação da mão de obra e revisão de normas técnicas. Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, representou o setor vidreiro em nome da associação.

Este texto foi originalmente publicado na edição 612 (dezembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Reprodução

ABNT/CB-37 inicia documento técnico para envidraçamentos amigáveis a aves

No dia 5 deste mês, o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) iniciou os trabalhos para a elaboração de um novo documento técnico com o objetivo de criar diretrizes para envidraçamentos amigáveis aos pássaros.

“Nosso objetivo é encontrar um ponto de equilíbrio entre o bem-estar que o vidro oferece aos seres humanos e a proteção da avifauna e entregar à sociedade um documento compatível com a realidade brasileira”, afirma Iara Bentes, superintendente da Abravidro.

Conhecendo os nossos pássaros
A iniciativa do ABNT/CB-37 vem ao encontro da tendência mundial de preocupação com esse tema. Diversas empresas – várias delas com atuação no Brasil – vêm desenvolvendo e apresentando soluções para evitar que os pássaros se choquem contra painéis de vidro.

Nesse sentido, Luiz Barbosa, coordenador da Comissão de Estudos do ABNT/CB-37, observa que os conhecimentos levantados mundialmente sobre o assunto são baseados em pesquisas desenvolvidas em países nos quais o clima e a fauna são muito diferentes dos nossos. “Com isso, acreditamos que seria melhor envolver especialistas, acadêmicos, biólogos, ornitólogos, indústrias de vidro e órgãos da construção civil, entre outros profissionais e entidades, para discutir sobre o tema com base nas características climáticas e construtivas brasileiras e nos pássaros que compõem nossa fauna”, explica.

A experiência de outros países sobre o assunto será levada em consideração para o desenvolvimento do documento. Contudo, as soluções serão adaptadas quando necessárias e possíveis, e outras novas poderão ser desenvolvidas conforme as necessidades próprias do Brasil – haja vista a vasta extensão territorial do País e as características dos animais de cada região.

Grupo multidisciplinar e participativo
A reunião do dia 5 teve um quórum qualificado e bastante heterogêneo, contando com integrantes da cadeia vidreira e representantes da Ecologia e Observação de Aves (Ecoavis); Ministério Público de Minas Gerais; Secretaria do Meio Ambiente e Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre (COA-POA); unidades de Guaratinguetá (SP) e Araraquara (SP) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp); Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG); e Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), entre outras entidades.

Na reunião, foram definidos os primeiros passos para a atuação da comissão de estudos: “Após várias explanações de diferentes especialistas, decidimos criar um grupo de trabalho que desenvolverá um projeto para testar as diversas soluções com vidro para as diferentes regiões do País”, aponta Barbosa. O ABNT/CB-37 considera que o encontro foi bastante produtivo, com uma postura contributiva de todas as partes interessadas, com informações e sugestões relevantes sobre o tema. Em 2024, as reuniões serão mensais e, a partir dos estudos e levantamentos do grupo de trabalho, a comissão de estudos irá elaborar um conjunto de diretrizes para compor o documento técnico.

Este texto foi originalmente publicado na edição 612 (dezembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Jeffrey Ji Photos/stock.adobe.com