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Novos tempos

Como você pode ver em nossa capa, é tempo de mudanças na Abravidro. Clicando aqui, você encontra todos os detalhes sobre a cerimônia de posse da nova diretoria-executiva da entidade para o triênio 2023-2026, cujo mandato começa oficialmente em 1º de junho. Confira também a entrevista de despedida com o presidente José Domingos Seixas clicando aqui.

Maio também é o mês do Dia do Vidraceiro, profissional fundamental para o desenvolvimento do segmento, pois é o responsável por levar nosso material aos consumidores finais. A equipe de O Vidroplano conversou com diversos profissionais para entender como a atuação deles mudou ao longo dos tempos e quais são os atuais desafios do mercado.

Leia também a parte final do especial sobre softwares vidreiros para processadoras. Desta vez, abordamos o sistema ERP, destrinchando seu funcionamento e sua contribuição para uma gestão eficiente. Tem ainda espaço para a análise dos números do Panorama Abravidro 2023, uma prévia da programação do Glass Performance Days Finlândia e muito mais.

E eu não poderia terminar esta carta sem deixar duas mensagens. A primeira é para o presidente que está se despedindo, José Domingos Seixas: foi um prazer e um grande aprendizado trabalhar ao seu lado nos últimos seis anos! O setor vidreiro agradece pelo seu enorme esforço em prol de nossa cadeia. A outra é para o novo presidente, Rafael Ribeiro: boa sorte em sua gestão e conte comigo para o que precisar! A tarefa é árdua, mas recompensadora.

Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 605 (maio de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fim de um ciclo

domingos-mai2023Neste mês, ocupo este espaço pela última vez! Depois de seis anos à frente da Abravidro, é com muita alegria e com a sensação de dever cumprido que transmito o cargo de presidente da Abravidro, e toda a responsabilidade que advém dele, ao novo presidente eleito da entidade, Rafael Ribeiro.

Foi uma jornada intensa de muito trabalho, muito aprendizado e bons resultados colhidos pela entidade e pelo mercado vidreiro. Sinto-me realizado por ter contribuído com o desenvolvimento de nosso setor!

Ao fim deste ciclo, gostaria de registrar alguns agradecimentos.

Primeiro, aos membros da diretoria-executiva, escolhidos para estarem comigo nessa empreitada, e aos membros do Conselho Deliberativo da Abravidro, formado pelos presidentes das treze entidades regionais afiliadas: obrigado pelo apoio.

Agradeço também aos nossos parceiros institucionais, associações que, assim como nós, atuam em prol de um ambiente de negócios mais saudável e mais justo para as nossas empresas. O mesmo vale para os integrantes da cadeia vidreira e do ecossistema da construção civil: usinas de base, fabricantes de insumos e equipamentos, ferramentas etc.

Quero ainda fazer um agradecimento especial à equipe da Abravidro. Um time dedicado, experiente e comprometido com a excelência na prestação de serviços aos nossos mais de duzentos associados e também com o desenvolvimento do mercado vidreiro brasileiro.

Ao Rafael Ribeiro, eleito para comandar a Abravidro pelos próximos três anos, deixo minha gratidão por ter aceitado meu convite para esse desafio e votos de sucesso e bons ventos para navegar. Com longa e sólida trajetória no vidro, Rafael tem no sangue a paixão pelo nosso material e pela importância do associativismo. Tenho certeza de que fará uma gestão vitoriosa. Conte comigo para o que precisar!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 605 (maio de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Cris Martins

O Vidroplano entrevista José Domingos Seixas

Após seis anos à frente da Abravidro, José Domingos Seixas deixa este mês o posto de presidente da associação. Esse período foi marcado por uma série de conquistas – como o lançamento do Termômetro Abravidro e o público recorde recebido na edição 2022 da Glass South America –, mas também de desafios – como a pandemia da Covid-19 e seus impactos no nosso setor.

Alguns dias antes de deixar oficialmente a liderança da maior entidade vidreira brasileira, José Domingos Seixas concedeu uma entrevista para Iara Bentes, editora de O Vidroplano, na qual reforçou a importância do associativismo para o desenvolvimento da cadeia vidreira nacional, destacou a relevância estratégica de levantamentos como o Termômetro e o Panorama Abravidro para o planejamento das empresas, além de expressar seu orgulho pela equipe da Abravidro. “Esses seis anos me mostraram o que é comprometimento e o que é profissionalismo. Trabalhei lado a lado com os melhores profissionais para desenvolver projetos e resolver os problemas que surgem no nosso segmento”.

Quais foram as principais conquistas da Abravidro para o setor vidreiro nesses seis anos?
José Domingos Seixas – Nós conquistamos muita coisa nesses dois mandatos. Em particular, eu diria que o Código de Conduta Ética da Abravidro foi um avanço importante para a atuação da entidade e que pode gerar impactos positivos para todo o setor. Outra conquista relevante foi a equalização das alíquotas do IPI, medida cujo objetivo foi diminuir a evasão fiscal. Cito ainda a criação do Termômetro Abravidro, outro grande feito que trouxemos para o mercado vidreiro. E não posso deixar de destacar também a realização de duas edições da Glass South America, em 2018 e 2022, a segunda realizada em um período bastante complicado e difícil, mas com sucesso total – isso sem falar nas três edições do Simpovidro.

Você fala sempre sobre a importância do associativismo para o mercado. Como você acha que o associativismo se desenvolveu ao longo desse tempo?
JDS – Eu gostaria que o número de associados tivesse crescido mais – e muito. Hoje nós estamos com número recorde, com 207 associados, mas temos mais de quinhentos processadores. Então poderíamos ter crescido muito mais. Considero que o associativismo ainda é a ferramenta para conquistarmos muita coisa no mercado vidreiro.

Quais foram os momentos mais desafiadores da sua gestão?
JDS – Acho que foi durante a pandemia: os primeiros meses foram de muita incerteza, os fornos das usinas entraram em recirculação, não sabíamos como ia ficar o abastecimento de matérias-primas. Além disso, a pandemia interrompeu o planejamento que tínhamos feito de viajar pelo Brasil, visitando as sedes das entidades regionais afiliadas à Abravidro.

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Uma grande bandeira da Abravidro é fazer com que a cadeia tenha dados e informações para compreender os movimentos do mercado. No seu mandato, foi criado o Termômetro Abravidro, nosso segundo estudo econômico, com periodicidade mensal, que acaba indicando – como o próprio nome diz – a temperatura do mercado. É difícil convencer as empresas da relevância estratégica desses monitoramentos de dados?
JDS – Sim, infelizmente ainda é muito complicado mobilizar as empresas para participar das pesquisas. A gente tem visto um número cada vez maior de pessoas utilizando os dados dos nossos estudos, mas o número de empresas que contribui ainda é pequeno.

Qual você acha que é a importância dos estudos econômicos da Abravidro para o mercado vidreiro nacional?
JDS – A importância é enorme. O Termômetro, por exemplo, apresenta as informações mais recentes, do mês anterior, permitindo que os processadores possam prever algumas dificuldades que suas empresas possam vir a ter imediatamente. Precisamos difundir a cultura de dados no nosso setor, para que as empresas contem com mais essa ferramenta no dia a dia e no momento da tomada de decisão.

Como você enxerga o futuro do mercado vidreiro no Brasil?
JDS – Na atual conjuntura, considero bastante incerto. Não temos nada muito sólido quanto aos volumes de produção e de consumo, à abertura de importações… Por isso, creio em mudanças no mercado.

E que futuro você enxerga para a Abravidro?
JDS – Eu considero que o futuro do mercado vidreiro depende da Abravidro. Esses seis anos me mostraram o que é comprometimento, o que é profissionalismo, trabalhando lado a lado com os melhores profissionais, com pessoas com capacidade não só para desenvolver projetos, mas também para resolver os problemas que surgem no nosso segmento. É por meio da Abravidro que nós temos o desenvolvimento do mercado e as informações precisas para que isso seja possível.

Você tem algum recado para os outros elos da cadeia vidreira nacional?
JDS – Não tenho um recado, apenas uma opinião de que cada elo precisa desempenhar seu papel. Ninguém tem de atropelar ninguém.

Para terminar, deixe uma mensagem final para o segmento vidreiro.
JDS – Associem-se, pois só o associativismo é capaz de conquistar. Digo isso como um representante da terceira geração da minha empresa, sendo que as gerações anteriores não acreditavam no associativismo. Eu acho que nunca vi tanta força numa associação como na Abravidro. Por meio do trabalho dela, nós já conquistamos muitas coisas, incluindo algumas que muita gente não acreditava de que seríamos capazes.

Com relação à minha gestão na Abravidro, considero que me dediquei e mostrei de fato quem era o Domingos e o que ele poderia oferecer para a associação. Saio com a sensação de dever cumprido, de que me dediquei da melhor forma possível e lutei pela melhoria de nosso mercado vidreiro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 605 (maio de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Créditos das fotos: Amorim Leite

Abravidro empossa diretoria para 2023-2026

A nova diretoria-executiva da Abravidro, eleita no dia 27 de abril, foi empossada em cerimônia realizada na noite de 19 de maio, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. Diversos profissionais prestigiariam o evento — associados da entidade, executivos das usinas de base e de empresas de diversos elos da cadeia vidreira, presidentes das associações vidreiras regionais afiliadas à Abravidro e representantes de outras entidades, como a Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), Associação Brasileira das Indústrias de Portas e Janelas Padronizadas (Abraesp), Associação Brasileira de Indústrias de Esquadrias (Abie), Associação Brasileira dos Fabricantes de Sistemas, Perfis, Componentes e Esquadrias de PVC (Aspec-PVC) e Sindicato da Indústria de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo (Siamfesp), entre outras.

Após seis anos e dois mandatos consecutivos sob a liderança de José Domingos Seixas (confira a entrevista com ele clicando aqui), Rafael Ribeiro, diretor da processadora gaúcha Vidrobox e presidente do Sindividros-RS, foi eleito novo presidente da entidade. O mandato da nova gestão da Abravidro começará oficialmente em 1º de junho de 2023 e terminará no dia 31 de maio de 2026. Durante a cerimônia de posse, Domingos refletiu sobre a intensidade de ter estado à frente da Abravidro durante os últimos seis anos, enquanto Ribeiro abordou seus planos para a associação ao longo do próximo triênio.

Jornada intensa

Em seu discurso de despedida como presidente da Abravidro – ele permanece na diretoria-executiva da associação como conselheiro fiscal –, José Domingos Seixas comentou que assumir a presidência da entidade foi um grande desafio na sua vida pessoal e profissional. “Foi uma jornada intensa de muito trabalho, muito aprendizado e muitos bons resultados colhidos pela Abravidro e pelo mercado vidreiro; eu me sinto realizado por ter contribuído com o desenvolvimento do nosso setor”, afirmou.

Domingos agradeceu à sua família, membros da diretoria-executiva da Abravidro, entidades vidreiras regionais e empresas de todos os elos da cadeia vidreira, entre outras figuras do setor, pelo apoio recebido. “Quero fazer também um agradecimento especial à equipe da Abravidro, um time dedicado, experiente e comprometido com a excelência na prestação de serviços aos nossos mais de 200 associados e também no desenvolvimento do mercado vidreiro brasileiro”, ressaltou.

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Esses foram seis anos intensos para a Abravidro, declarou Domingos. “O associativismo é a ferramenta que está ao nosso alcance para melhorar essa realidade: é quando nos juntamos para pensar no bem e na evolução do nosso mercado, e não apenas das nossas empresas, que conseguimos evoluir”, alertou Domingos. “Por isso, deixo aqui meu recado: valorizem o associativismo, as entidades que trabalham arduamente para fazer o melhor pelo nosso mercado; participem, se engajem; se envolvam”, concluiu, agradecendo a Rafael Ribeiro por ter aceitado seu convite para concorrer à presidência da Abravidro e oferecendo seu apoio a Ribeiro e à Abravidro sempre que precisarem.

Após seu discurso, Domingos recebeu o livro Vencendo desafios, produzido em sua homenagem, reunindo os editoriais escritos por ele para O Vidroplano nos últimos seis anos e uma retrospectiva dos principais acontecimentos no setor durante esse período. A publicação foi entregue por Iara Bentes, editora da revista e superintendente da Abravidro.

Equilíbrio, respeito e comprometimento

Rafael Ribeiro iniciou seu discurso agradecendo pela presença de todos, o que considerou demonstrar a importância que a Abravidro tem em nosso setor. “Nossa entidade, fundada em 29 de maio de 1990, teve uma trajetória de crescente atuação e representatividade, sempre posicionando-se em temas delicados de regulação do mercado e trabalhando fortemente no crescimento do consumo do vidro no Brasil”, enfatizou, citando os presidentes que a Abravidro teve desde seu início – incluindo seu pai, Gilberto Ribeiro – e a contribuição de todos eles para a evolução da associação.

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“Assumo hoje o desafio de dar prosseguimento a essa evolução obtida por meus antecessores, e inicio essa tarefa prometendo, desde já, três coisas: equilíbrio, para ponderar todos os argumentos e agentes envolvidos em qualquer decisão; respeito à Abravidro, aos associados, às demais entidades do setor e a todos os elos da cadeia vidreira; e comprometimento com essa responsabilidade assumida até o final do mandato”, afirmou Ribeiro, que, além da presidência da Abravidro, também permanecerá simultaneamente como presidente do Sindividros-RS.

O novo gestor da Abravidro pontuou que dependem dos agentes do nosso setor – usinas, distribuidores e processadores – a harmonia de atuação de cada um na sua faixa de mercado, o respeito às normas e a ética na comercialização. Ele agradeceu pelo apoio de sua família, frisando a importância e a trajetória de Gilberto Ribeiro no mercado vidreiro – “Obrigado pela minha formação, pelos conselhos, pela ajuda, pela cobrança em não errar; espero te orgulhar”, disse –, e concluiu incentivando os sucessores de empresas do setor a participar do associativismo: “Não adianta ficar de fora só reclamando; é no âmbito associativo que devemos expor nossas opiniões e debater os assuntos, para buscar soluções. Sem a sua parcela de dedicação a uma renovação, a uma causa maior, isso não vai acontecer”.

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Os membros da atual diretoria, cujo mandato termina no dia 31 de maio, receberam das mãos de Domingos uma peça de cristal personalizada como homenagem – ele, por sua vez, a recebeu das mãos de Rafael Ribeiro. Após a assinatura do termo de posse pela diretoria eleita, foi feito o descerramento virtual das fotos dos presidentes Alexandre Pestana e José Domingos Seixas para a Galeria de Presidentes da Abravidro, cuja versão física está instalada na sede da associação, em São Paulo.

Diretoria-executiva para o triênio 2023-2026

Presidente

Rafael Gustavo A. Ribeiro

Primeiro-vice-presidente

Emerson Arcênio

Segundo-vice-presidente

Maurício Silva Ribeiro

Terceiro-vice-presidente

Victor Villas Casaca

Conselheiros fiscais

Arisson Rodrigues Ferreira

José Domingos Seixas

Sandro Henrique Rensi

Conselheiros fiscais suplentes

Luiz Carlos Mossin

Rodolfo Garcia

Samir Cardoso

Diretores-tesoureiros

Alfredo dos Anjos Martins

Marcus Aurelius de A. Pezotti

Diretores

Adiney Jaime de Oliveira

Alexandre Pestana da Silva

Antônio Skardanas

Edgar Nunes Pereira Junior

Leonir Nicaretta

Rafael Nandi da Motta

Ricardo de Oliveira

Rogério Eduardo Ferreira de Oliveira

Vinícius Moreira Silveira

Walter Luiz Araújo Guarino

Gestor do ABNT/CB-37

Alexandre Pestana da Silva

Este texto foi originalmente publicado na edição 605 (maio de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Créditos das fotos: Marcos Santos

Demanda fraca preocupa

domingos-mar2023O mercado está bastante apreensivo neste primeiro trimestre. O Carnaval passou, o ano “começou” pela segunda vez e ainda assim o ritmo do mercado está bem devagar. Os dados de fevereiro do Termômetro, divulgados este mês, mostram que chegamos ao pior nível do indicador desde o início da série histórica. Em termos percentuais, o resultado de fevereiro de 2023 é melhor do que o do mesmo mês do ano passado, mas o resultado no acumulado da série histórica é pior e preocupante.

Com a demanda fraca, as quatro usinas estão operando com produção reduzida em seus fornos. Além disso, a Cebrace resolveu antecipar para abril a parada para manutenção a frio do forno de Barra Velha, originalmente prevista para maio, e a Guardian anunciou manutenção a quente do forno de Tatuí, que passou por procedimento similar em fevereiro de 2021.

Se a produção de float está reduzida, o mesmo não se pode dizer da importação. Os últimos dados disponíveis mostram que o volume de vidro importado em fevereiro dobrou em relação ao mês anterior, tendo como principal origem a Malásia. A preocupação com o vidro importado se dá por ser mais suscetível aos descaminhos, já tão comuns – e danosos – à cadeia do vidro plano. Já as exportações estão em queda desde a partida do segundo forno da Vasa na Argentina, que reduziu a demanda por vidro brasileiro no mercado sul-americano.

A atividade vidreira pode estar fraca neste começo de ano, mas o ritmo na Abravidro está bem acelerado, trabalhando em muitas frentes, como de hábito. Exemplo disso é que o ABNT/CB-37, comitê de normas técnicas do nosso setor sediado na entidade, acaba de publicar a versão revisada da ABNT NBR 14697 — Vidro laminado. O novo texto é resultado de muito trabalho da equipe técnica da Abravidro e também de outros membros da comunidade vidreira que se dedicaram a discutir melhorias no documento, cuja versão original era de 2001. As empresas associadas à Abravidro já podem consultar a edição revisada da norma online, em plataforma digital de acesso restrito aos associados. Outra norma que está em processo de revisão é a ABNT NBR 14698 – Vidro temperado, essencial para a nossa atividade como temperadores. A agenda das reuniões está disponível no site da Abravidro. Participe!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 603 (março de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Cris Martins

Que venha o pós-Carnaval

domingos-fev2023Há quem ame e quem odeie o Carnaval, mas uma característica dessa festa é reconhecida de forma unânime: seu impacto nas vendas de vidro, já que os festejos de Momo diminuem o ritmo de trabalho e os dias úteis. Num período como o que estamos vivendo, em que a demanda por nosso produto não está das mais fortes, o potencial de fazer estrago é grande. Vamos ver o que o Termômetro Abravidro nos mostrará sobre a performance de vendas de fevereiro no mês que vem. Também vale torcer para que o ano ganhe novo ritmo no pós-Carnaval, quando o ano de fato começa.

E já que falei do Termômetro, nosso indicador mensal, o resultado divulgado na última edição trouxe novidades, como eu havia antecipado aqui. Agora além dos dados do mês em relação ao anterior, há também o comparativo com o mesmo mês do ano passado e um comparativo com a média de 2022. Ou seja, mais informações para avaliarmos o desempenho do mercado e das nossas empresas. Se sua empresa ainda não participa da pesquisa ou não acompanha os dados, recomendo fortemente que passe a fazer isso.

Outro tema que vem sendo acompanhado de perto pelo mercado é a entrada de vidros importados no Brasil. Os números referentes a janeiro já dão conta de um pequeno aumento no volume de vidro que chegou ao País em relação à média do ano passado, mas a preocupação que se instalou entre os processadores é de que volumes consideravelmente maiores vão desembarcar por aqui, com potencial para trazer grandes transtornos. Estamos de olho!

O ambiente é de preocupação, mas trago também uma ótima notícia. A partir deste mês, a Abravidro oferece aos seus associados uma melhoria importante em um dos seus benefícios mais valorizados: as normas técnicas. O acesso a elas agora se dará por meio de plataforma digital, com uma coleção de mais de cinquenta documentos técnicos entre normas vidreiras e outras relacionadas. Cada empresa associada poderá cadastrar três usuários diferentes, para que a informação circule por diferentes áreas e departamentos. As empresas associadas também poderão imprimir dois exemplares de cada norma por meio do mesmo sistema.

A conformidade técnica é uma das bandeiras da Abravidro, e facilitar e ampliar o acesso às normas é mais uma contribuição nesse sentido! Aproveite!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 602 (fevereiro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Cris Martins

Mercado apreensivo

domingos-jan2023O ano começou em clima de incerteza. Apesar da recriação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, sob a liderança do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, vista com bons olhos por representantes do segmento, as declarações polêmicas do presidente Lula nas primeiras semanas do ano azedaram o clima com industriais e empresários.

Já no mercado vidreiro, a chegada de 2023 foi em ritmo lento e com preços em queda. A isso somam-se os rumores de que grandes volumes de vidro importado devem chegar ao Brasil no primeiro trimestre do ano, resultado da queda dos custos do frete internacional e da insatisfação causada pelos aumentos sucessivos do preço do float em 2022. O clima geral é de preocupação.

Enquanto monitoramos a situação e aguardamos os próximos movimentos do nosso mercado, é chegada a hora de contar com a colaboração dos processadores em mais uma edição do Panorama Abravidro. O documento traz uma fotografia da performance do ano anterior para a cadeia de processamento de vidros planos, com números de volume, faturamento, mão de obra empregada e produtividade, além das expectativas do setor para o ano que se inicia. Os dados são recebidos e consolidados pela GPM Consultoria Econômica, que anualmente assina um termo de confidencialidade garantindo o sigilo das informações individuais de cada empresa participante do levantamento. Não deixe de participar!

E se o Panorama chega à sua 12ª edição, o Termômetro Abravidro, lançado no último mês de fevereiro, acaba de completar o ciclo dos primeiros 12 meses de apuração. O último resultado disponível mostra queda relevante no volume de vendas faturadas em dezembro. A partir de fevereiro, os números serão comparados não apenas com o mês imediatamente anterior, mas também com o mesmo período do ano anterior, permitindo verificar sazonalidade e outras características do mercado. As respostas individuais do Termômetro também são protegidas por termo de confidencialidade. Se você ainda não participa de nossa pesquisa mensal, fica aqui o convite! O questionário fica sempre disponível no site da Abravidro nos cinco primeiros dias úteis de cada mês.

Conto com vocês!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 601 (janeiro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Cris Martins

15º Simpovidro reúne setor vidreiro brasileiro

Quem esteve no Club Med Rio das Pedras, em Mangaratiba (RJ), de 17 a 20 de novembro, não teve dúvidas: o Simpovidro é o melhor ponto de encontro do setor vidreiro brasileiro. A 15ª edição do simpósio organizado pela Abravidro é a primeira após a pandemia da Covid-19. E ficou claro que o segmento estava sentindo falta dele: o evento recebeu 655 participantes, mesmo em um ano tão cheio de atividades como foi 2022 (confira a retrospectiva clicando aqui).

Perseverança, sustentabilidade, inovação e associativismo foram algumas das palavras-chave que marcaram esse Simpovidro e indicaram os pontos para os quais a cadeia deve se preparar para 2023.

“Tempos estranhos e de aprendizado para todos”
A solenidade de abertura teve início com o discurso de José Domingos Seixas, presidente da Abravidro. “São três anos desde a última edição do Simpovidro. Naquela ocasião, não tínhamos a mais vaga ideia do que o País e o mundo viveriam dali pra frente.” Com essas palavras, Seixas iniciou sua reflexão sobre os impactos sofridos pelo setor vidreiro nacional nos anos recentes – e a forma como nosso segmento reagiu a eles.

O dirigente da Abravidro observou que, num primeiro momento, após a chegada da pandemia, houve retração no mercado, tanto no fornecimento de float como nas atividades de processadoras. Contudo, meses depois, a demanda pelo nosso material passou a crescer, como mostrado no Panorama Abravidro 2021: “Foram tempos estranhos e de muito aprendizado para todos, inclusive para a própria Abravidro”, avaliou.

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Para reforçar esse ponto, Seixas listou algumas das ações desenvolvidas pela associação. Destacou o lançamento do Termômetro Abravidro, agradecendo a todas as processadoras que têm participado das pesquisas e convidando as demais a se juntar à iniciativa. Enfatizou também a realização da Glass South America 2022 e o recorde de público obtido pela feira e exibiu um vídeo de apresentação do programa Vidro Certo, desenvolvido pela Abravidro e pela Abividro, no qual foi anunciada a iniciativa EducaVidro, a qual trará uma série de aulas especiais visando à educação a distância.

Ao final do discurso, José Domingos Seixas deixou a todos um recado: “2022 não foi um ano fácil, foi bastante desafiador, e 2023 não será diferente. Mas a Abravidro continuará lutando pelo nosso mercado. Conte com a gente”.

Novos rostos e sustentabilidade marcam mensagens das usinas
A cerimônia de abertura do Simpovidro é o momento em que as usinas vidreiras brasileiras falam sobre a situação vivida pelo mercado e apresentam seus planos para o setor. Este ano, todos os executivos que discursaram estrearam no evento como líderes de suas fábricas.

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AGC: soluções para a sustentabilidade
Isidoro Lopes afirmou que o vidro continuará tendo uma importante contribuição no combate à emissão de carbono. “Sustentabilidade é uma questão de sobrevivência, não é uma moda que vai passar, e a AGC busca liderar esse caminho da inovação para continuar a oferecer soluções que ajudam o planeta e a humanidade”, enfatizou.

Para comprovar a ideia, o presidente da AGC mostrou um vídeo com as tecnologias e processos sustentáveis contra o aquecimento global utilizados pela empresa, incluindo a adoção de conceitos ESG e a fabricação de vidros de controle solar, como o Sunlux Shadow, que garante conforto térmico e economia aos usuários.

Segundo Lopes, a visão da usina para 2023 é de muita incerteza econômica. “Mas somos também um pouco otimistas: planejamos um crescimento moderado para o próximo ano, com expectativa de recuperação do comércio, melhor desempenho da indústria e a continuidade do crescimento do setor da construção civil.”

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Cebrace: em busca do futuro
Lucas Malfetano reforçou em seu discurso o compromisso de continuidade de tudo que a Cebrace tem feito nos últimos anos: “A companhia vai continuar inovando e liderando o mercado, preocupada não só com o próximo trimestre, mas com as próximas décadas”, disse, destacando a importância dos conceitos de segurança, sustentabilidade e inovação para a empresa. O diretor-executivo comentou ainda sobre a atenção da empresa com a segurança dos processos nos reparos recentes em fornos da usina no Brasil e no acendimento da 2ª planta da Vasa, na Argentina.

Por sua vez, o diretor-executivo Manuel Corrêa afirmou que a cadeia vidreira nacional tem uma nobre missão: “É o momento de as lideranças do nosso setor começarem a escrever qual o futuro que a gente quer”. Nesse sentido, Corrêa comentou a importância de se criar valor para os clientes finais e de se apoiar o trabalho das entidades vidreiras, buscando o desenvolvimento e a qualificação dos profissionais. No final, Corrêa e Malfetano apresentaram um vídeo institucional com iniciativas da Cebrace.

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Guardian: mercado em constante mudança
Rafael Rodrigues, gerente-regional de Vendas da Guardian para a América do Sul, esteve na solenidade para representar Renato Poty, diretor-executivo da empresa para a América do Sul, que não pôde comparecer ao evento. Mesmo assim, Poty gravou um vídeo para saudar os participantes do 15º Simpovidro.

No vídeo, ele abordou a importância do desenvolvimento do mercado de forma sustentável, comentando iniciativas da Guardian nesse segmento para a construção civil e no investimento em inovação e serviços. “O mercado vidreiro está em constante mudança, e as empresas precisam estar preparadas para elas, pois ainda há muito espaço para o crescimento do vidro no Brasil em relação a outros países”, destacou, ressaltando o comprometimento da empresa em atender a demanda do mercado nacional por conforto e bem-estar com seus vidros de alto desempenho.

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Vivix: capacidade de adaptação à prova
Henrique Lisboa observou que os últimos anos foram diferentes e provocaram reflexões nos negócios: “Tivemos de exercitar a nossa capacidade de nos adaptar a diversas situações; todos fomos desafiados a sermos diferentes, criativos e, sobretudo, protagonistas das mudanças das nossas empresas”, avaliou.

Para o presidente da Vivix, há hoje uma atenção maior dos consumidores em relação a como as empresas tratam seus colaboradores, a comunidade em que estão inseridas e o meio ambiente. Nesse sentido, Lisboa alinhou algumas das ações da Vivix para os próximos anos, como a futura instalação de um parque solar, construído pela Atiaia Renováveis, que será responsável por abastecer 100% das duas unidades da usina com energia limpa e renovável.

Com relação ao mercado vidreiro nacional, Lisboa considera que houve uma acomodação do mercado em 2022. “Acreditamos que, no ano que vem, começaremos a retomada de crescimento, ainda leve. Nosso segmento tem volatilidades pelo caminho, sempre foi assim, mas somos otimistas a médio e longo prazos.”

Conhecimento e networking
Nos dias 18 e 19, a Plenária Simpovidro trouxe palestras enriquecedoras para o planejamento das empresas, ministradas por Gustavo Arns, Manoel Fernandes, Mario Sergio Cortella, Maria Augusta Orofino, Fabricio Soler e Leonardo Barretto – veja mais clicando aqui.

Do lado de fora da plenária, a Feira de Oportunidades reuniu os participantes com as empresas apoiadoras do simpósio (leia mais clicando aqui).

Túnel do tempo
Todos que iam para a Plenária Simpovidro ou voltavam dela passavam por uma ponte com painéis relembrando cada uma das 14 edições anteriores do evento. Fotos, números, informações e até a logomarca de cada Simpovidro estavam presentes, celebrando a história daquele que veio a se tornar o principal encontro vidreiro da América Latina.

 

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Prontos para 2023?
“Só tenho a agradecer. Este Simpovidro só pôde ser realizado graças a todos vocês”, afirmou José Domingos Seixas em sua mensagem após o final das palestras no sábado. O dirigente destacou a importância do associativismo para o desenvolvimento do setor: “A Abravidro tem mais de 200 associados, mas esse número representa só um pedaço de todo o nosso mercado”, avaliou, convidando as empresas presentes no simpósio a se juntarem ao trabalho sério da entidade. A cerimônia de encerramento – que não representou o fim do evento – contou com falas de Mauro Gallo (AGC), Flávio Vanderlei (Cebrace), Rafael Rodrigues (Guardian) e José Ribeiro (Vivix).

Ao longo dos quatro dias de Simpovidro, ficou claro que 2023 será um ano de desafios – porém, a julgar pela pela empolgação mostrada pelos participantes na hora de posar para a capa desta edição que você está lendo, parece que o setor está preparado para encarar as dificuldades com sustentabilidade e união.

 

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Negócios, negócios… diversão à parte!
Como de costume, as atividades de lazer também foram fundamentais no 15º Simpovidro. Este ano, tivemos torneio de tênis, partidas de futebol, tênis de praia, arco e flecha, esqui aquático, caiaque…

Não podemos esquecer ainda do coquetel de abertura, do luau no segundo dia e do jantar de encerramento – que foi seguido por sorteio de prêmios e um show da banda carioca Eletra, que, com repertório eclético de covers, colocou todos para dançar durante mais de duas horas. Após o show, um DJ deu continuidade às festividades seguindo pela madrugada.

Este texto foi originalmente publicado na edição 600 (dezembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Créditos das fotos: Marcos Santos e Andreia Naomi

Prosperidade a todos!

domingos-dez2022Mais um ano chega ao fim, o sexto desde que comecei a escrever neste espaço para meus colegas do mercado vidreiro. 2022 foi intenso, 12 meses de muito trabalho, muitos desafios para o nosso setor, muita instabilidade política e econômica no País.

A agenda da Abravidro esteve movimentada. Revisão de normas de dois dos nossos principais produtos, os vidros temperado e laminado, alta demanda por cursos de especialização técnica pelas processadoras, acompanhamento de temas de interesse como a equalização do IPI, lançamento do nosso Código de Conduta Ética, além do desenvolvimento de novos projetos, como o Termômetro Abravidro, novo indicador de performance da cadeia de processamento.

Unimo-nos a outras entidades do ecossistema da construção civil para organizar nossas demandas junto ao governo federal e estamos desenvolvendo outros produtos que devem sair do forno no ano que vem. Nossa equipe trabalhou arduamente e, como resultado, o mercado vidreiro colheu bons frutos.

Foi também um período de reencontros, com a retomada das reuniões presenciais, eventos e feiras. Ano de Glass South America com recorde de público. E o que dizer do Simpovidro? Depois de um intervalo de três anos, nosso simpósio mais uma vez se mostrou indispensável, nos proporcionando a oportunidade de estar com amigos e fornecedores num clima descontraído e leve, além de permitir acesso a palestras de alto nível e muita interação de todos os elos da cadeia — deixou um gostinho de quero mais.

Mas nem só de coisa boa vivemos neste ano. Teve muita especulação, aumento da informalidade, pesados e sucessivos reajustes no preço da nossa principal matéria-prima, o float, e de outros insumos e serviços. A demanda pelo nosso material arrefeceu e, embora novos canteiros de obras estejam pipocando por aí, a sensação é mesmo de retração. A preocupação com o que 2023 nos reserva é grande. Mas uma coisa é certa: venha o que vier, a Abravidro estará aqui trabalhando incansavelmente pelo desenvolvimento do nosso mercado.

Boas festas e que 2023 seja um ano de prosperidade para todos nós!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 600 (dezembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Cris Martins

Construção É + participa de eventos em Brasília

O Grupo Construção É + (formado por diversas associações do setor da construção civil e do qual a Abravidro faz parte) participou de dois eventos em Brasília com o objetivo de discutir demandas desse setor e apresentá-las a parlamentares e membros do governo de transição. Nos dias 22 e 23 de novembro, o grupo se reuniu com os deputados federais Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e Zé Neto (PT-BA) – a superintendente da Abravidro, Iara Bentes, representou a entidade. Entre os tópicos, foi tratado o papel da construção civil no desenvolvimento do País.

No dia 7 de dezembro, foi a vez do 95º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), organizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O evento, que contou com a presença do presidente da Abravidro, José Domingos Seixas, e de Iara Bentes, reuniu diversas personalidades políticas e debateu diversas oportunidades e soluções para o ecossistema da construção. Uma das propostas nesse sentido partiu do presidente da CBIC, José Carlos Martins: a criação de um Ministério da Construção Civil, de forma a concentrar a interlocução entre esse segmento e o setor público. “É necessário ter um canal dentro do governo, alguém que entenda nossas dores e que saiba que podemos devolver muito para a economia nacional, desde que sejamos estimulados”, explica. O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, recebeu do Grupo Construção É + um resumo das demandas mais imediatas do setor, incluindo a necessidade de dobrar a participação do PIB da construção no PIB nacional.

Este texto foi originalmente publicado na edição 600 (dezembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: John Oliveira/CBIC

Responsabilidade e senso de oportunidade

domingos-nov2022O mercado vidreiro brasileiro vive um ano desfavorável. Como tem registrado o Termômetro Abravidro, a performance de vendas faturadas em metros quadrados em 2022 acumula uma queda de mais de 30% em relação a dezembro de 2021, mês base para o estudo. O último trimestre do ano, que costuma ser aquecido para o setor, já começou e, aparentemente, não impactou de forma positiva a demanda por nosso material. Resultado disso é que os vidros processados têm registrado baixos preços de venda, o que preocupa a cadeia de processamento.

Mas se há algo que segue em alta – inexplicavelmente, do nosso ponto de vista – é o preço do float. Desde o início da pandemia, em março de 2020, nossa principal matéria-prima acumula reajustes da ordem de 170%.

A alta de preços de insumos da indústria nesse período não foi exclusividade do segmento vidreiro, tendo sido pauta de discussão em diversas entidades setoriais. No entanto, esses mesmos materiais têm, em sua maioria, registrado queda significativa nos custos: aço, plástico, cobre, chapas de aço inox. Nenhum deles acumula variação de preços tão alta como o vidro e, ainda assim, já tiveram os preços reduzidos. O mesmo, infelizmente, não tem ocorrido em nossa cadeia.

Só este ano foram quatro anúncios de subida nos preços do float, a mais recente no final de outubro. O argumento varia, e cada vez temos um vilão diferente: a barrilha, o gás, o diesel, o câmbio, a conjuntura internacional. Fato é que, independentemente do vilão da ocasião, não há espaço para mais reajuste num mercado que, como vimos, registra forte queda nos preços e na demanda.

Num ambiente de desmonte inflacionário, chama a atenção o apetite por recomposição de margens da indústria de float. Com o mercado pouco comprador, não é a canetada que vai resolver o problema. Muito pelo contrário: afugenta os clientes e gera insatisfação em todo o setor. Especialmente em momentos de fraca demanda, como o que estamos atravessando, é fundamental que ajamos com responsabilidade, para evitar medidas desesperadas de todos os lados.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Cris Martins

Fim de ano diferente

domingos-out2022Entramos na reta final de 2022 e a sensação é que este fim de ano está diferente. O último trimestre, geralmente mais aquecido, caminha a passos lentos e a demanda continua aquém do que nos acostumamos a ver no mesmo período em outros anos. O processo eleitoral inacabado contribui para o clima de incerteza. Dados do nosso Termômetro Abravidro referentes ao mês de setembro mostram que o resultado acumulado de 2022 é negativo, com as vendas em queda. Aliás, reforço aqui o convite para os processadores participarem mensalmente da nossa pesquisa, que já ultrapassou a marca dos cem respondentes nas duas últimas edições.

Ao consumo em baixa, soma-se o excedente de vidro, antes destinado à Argentina, mas que precisa de outro rumo, visto que o país vizinho agora conta com um segundo forno, inaugurado recentemente. Em momentos assim, é preciso redobrar a atenção aos movimentos do mercado, pois sobra de vidro tende a gerar problemas para toda a cadeia.

Porém, há uma certeza no momento – e essa eu posso afirmar: a 15ª edição do Simpovidro será um sucesso! Estamos a pouco menos de um mês do evento e a contagem regressiva já começou. Passamos dos 600 inscritos, e mais de 130 empresas estarão conosco no maior encontro do mercado vidreiro nacional. Se você ainda não garantiu o seu lugar, corra, pois as vagas estão acabando!

E por falar em sucesso, a Abravidro encerrou neste mês a agenda de 2022 para o PPCPE, nosso módulo de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques. Ao todo, foram mais de 70 alunos e 41 empresas treinados este ano apenas nesse curso, parte do portfólio da Especialização Técnica Abravidro. Qualificar a mão de obra de nossas empresas faz parte de nosso DNA, e a crescente demanda por esse serviço mostra que o segmento tem investido em seus funcionários e buscado mais produtividade, o que é sempre um ótimo sinal! O calendário de 2023 para o PPCPE, aliás, está aberto. Já pensou em como podemos ajudar a sua empresa a melhorar seus resultados?

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 598 (outubro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Cris Martins

Em busca dos números

domingos-set2022Nós da Abravidro somos entusiastas da geração e do uso de dados para uma melhor compreensão do nosso setor e, consequentemente, uma melhor gestão de nossas empresas. Prova inequívoca disso é o Panorama, publicação que há mais de dez anos traça um retrato da performance da cadeia de processamento de vidros, com indicadores diversos.

Este ano, lançamos o Termômetro para apurar a temperatura do mercado mês a mês – e agora em setembro passamos a marca das cem empresas participando da pesquisa. É muito bom ver a receptividade a esse novo indicador. Agradeço a cada uma das processadoras que tem respondido mensalmente ao nosso questionário – e convido quem ainda não o fez a se engajar nessa iniciativa, que beneficia a todos nós.

O resultado apurado este mês em relação a agosto mostra uma pequena queda nas vendas em comparação a julho, e o acumulado de 2022 ainda é negativo. Vamos ver o que nos reservam os últimos meses do ano.

E se, sob a ótica das vendas, o ano parece morno, o segundo semestre tem sido agitado em outros aspectos. Com a retomada da agenda de eventos, tivemos num curto intervalo de tempo a realização da Glass South America, Fesqua e Glasstec, e agora nos aproximamos do Simpovidro, que chega à sua 15ª edição. Nas próximas páginas, você pode conferir a lista completa de palestrantes do nosso encontro.

Além disso, estamos acompanhando temas como a decisão mais recente do STF sobre os decretos de redução do IPI (o que parece colocar um ponto final na novela que foi esse assunto), a pesquisa para apuração dos novos MVAs para a Substituição Tributária no estado de São Paulo, as discussões sobre nova redução tarifária para a importação de vidros temperados para painéis solares, e outros tantos assuntos. Mãos à obra!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Cris Martins

Injeção de ânimo. Ou não.

domingos-jul2022Entramos no segundo semestre do ano ainda no clima positivo da 14ª edição da Glass South America. A feira reuniu 16 mil pessoas, recorde de público do evento, e foi palco de reencontro dos vários elos do setor vidreiro, lançamentos de produtos e serviços e também de muitos negócios, uma verdadeira injeção de ânimo.

Mas nem bem passou a feira e as usinas anunciaram nova rodada de reajustes no preço do float, o segundo em um intervalo de 45 dias. A pressão de custos segue forte para a indústria, com aumentos frequentes nos custos de diversos insumos da cadeia. Isso num momento em que a demanda por nosso material segue retraída, como mostra o Termômetro Abravidro publicado este mês com dados referentes à performance de junho. A queda acumulada no ano até agora é de 30% em relação ao volume de vendas faturadas em m2 em dezembro de 2021. Enquanto isso, a Cebrace segue com o C2 sem produzir, em fase final dos reparos iniciados em março. E o novo forno da Vasa, 2ª planta da fabricante Argentina, cuja inauguração estava prevista para abril, deve começar seu processo de aquecimento apenas em setembro.

Em meio a esse cenário de retração da atividade do setor, a Vivix anunciou, na última semana de junho, a construção de um novo forno, instalação que vai mais do que dobrar sua capacidade produtiva, colocando a empresa na 2ª posição no ranking de fabricantes em atividade no Brasil. As obras estão previstas para começar em dezembro deste ano, com início das operações em 2025. Apesar das projeções negativas para 2022, a empresa estima um crescimento de 5% a 6% para o setor nos próximos anos. A conferir.

Fato é que, cumprindo-se a previsão do início das operações do novo forno pernambucano em 2025, o Brasil vai somar quatro novas plantas num intervalo de onze anos, a partir de 2014 – uma média que impressiona. É a velha história do copo meio vazio ou meio cheio: um novo forno pode ser sinônimo de mercado pujante, mas, em um cenário de pouca demanda, também pode levar a medidas desesperadas, por parte de alguns, que afetam o mercado como um todo.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 595 (julho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: Cris Martins

Mercado retraído preocupa

O primeiro trimestre do ano está chegando ao fim e o mercado vidreiro acompanha com preocupação o enfraquecimento da demanda por nosso material em 2022. A expectativa de que depois do carnaval a situação poderia melhorar não se verificou. A segunda rodada do novo indicador da Abravidro, o Termômetro, mostrou queda de 15,9% nas vendas (em m²) em fevereiro na comparação com o mês anterior. Pelo andar da carruagem, março não será diferente.

Os números são fundamentais para que possamos entender o momento pelo qual atravessamos, além de servirem de base para a tomada de decisão no dia a dia de nossas empresas. Por isso volto a falar da importância da participação dos processadores na pesquisa para o Panorama Abravidro. O estudo, em sua 11ª edição, é o único panorama econômico do setor vidreiro nacional. Nele estão disponíveis informações como o volume de vidros processados comercializado durante o ano (em m²); a mão de obra empregada na cadeia de processamento; a produtividade média do setor; e uma série de outros dados que, juntos, formam uma fotografia da cadeia. Por isso, participe, respondendo à pesquisa. Quanto mais empresas responderem, melhor a qualidade dos números obtidos. É bom para você, para a sua empresa e para o mercado em que todos nós atuamos.

E já que estamos falando sobre espírito coletivo e o que é bom para o segmento, são preocupantes os estragos que o excedente de matéria-prima está causando. Isso deixa um alerta em relação ao que esperar neste ano que promete muita instabilidade, com economia patinando e eleições no segundo semestre.

Vale lembrar ainda que em abril passa a valer a equiparação das alíquotas de IPI dos vidros planos, medida importante para minimizar os descaminhos do material. As dúvidas sobre a redução de 25% desse mesmo imposto, anunciada pelo governo federal no final de fevereiro, devem ser sanadas até lá, mas o tema gerou bastante debate nos últimos dias. Seguiremos acompanhando o assunto.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Crédito da imagem: Cris Martins

Este texto foi originalmente publicado na edição 591 (março de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Para uma gestão mais eficiente

domingos-fev2022Fevereiro começou com grandes expectativas por aqui. Disparamos um breve questionário para dar origem ao nosso novo indicador (ainda em fase piloto), o Termômetro Abravidro. Consulta feita, temos o primeiro resultado. Em janeiro de 2022, as vendas, em metros quadrados, registraram queda de pouco mais de 6% em comparação com o mês anterior. Sabemos que dezembro e janeiro são meses com dinâmicas diferentes e volume de demanda também diferente, mas é assim que se começa uma série histórica: dando o primeiro passo.

Nosso objetivo é divulgar mensalmente para o mercado uma referência da performance de vendas das processadoras em metros quadrados. O Termômetro se soma ao Panorama Abravidro, estudo econômico que, no ano passado, completou uma década e registra dados anuais do segmento de vidros planos processados não automotivos.

As duas iniciativas são contribuições valiosas da Abravidro ao setor vidreiro. Para as processadoras, são uma referência da média do mercado para comparação com os resultados individuais de suas empresas. A outros atores sinalizam o momento do setor e podem dar bons indícios da intenção de compras de insumos, investimentos e outros.

E se acreditamos verdadeiramente no impacto dessas referências para a gestão eficiente das empresas do setor, temos outra certeza: para que possamos seguir produzindo esses dados, é fundamental que os representantes dessas mesmas empresas que se beneficiam dos resultados participem, com as suas informações, dos nossos levantamentos. Nunca é demais dizer: os dados individuais estão protegidos por termo de confidencialidade assinado entre a Abravidro e a GPM Consultoria e são acessados apenas pela equipe econômica, responsável por agrupá-los e consolidá-los para divulgação pela Abravidro.

Por isso, este mês aproveito para convidar você, profissional da cadeia de processamento, a responder ao questionário do Panorama Abravidro que vai trazer os principais dados do setor no ano de 2021. Se sua empresa não recebeu o link para a pesquisa, basta entrar em contato com a nossa equipe. Toda participação é bem-vinda! Vai ser especialmente interessante comparar esses resultados com os de 2020, início da pandemia, e também com o já distante 2019, quando não fazíamos ideia do que nos aguardava. Esses exercícios de análise nos permitem reflexões e insights diferenciados, além de aprendizados sobre a realidade das nossas empresas e a média do mercado. Nosso setor conta com você!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 590 (fevereiro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Trabalho e prosperidade

domingos-dez2021No apagar das luzes de 2021, o setor vidreiro recebeu uma boa notícia: um pleito que tramitava desde 2017 no âmbito do governo federal materializou-se no Decreto 10.910/2021, publicado em 23 de dezembro com validade a partir de abril deste ano. Foram dezenas de reuniões ao longo de quatro anos, mas agora está valendo: o float e o vidro impresso passam a ter alíquota de IPI de 10%, a mesma dos vidros processados. O objetivo da medida, fruto de esforço conjunto da Abravidro, com apoio das entidades regionais afiliadas, e Abividro, é impor mais uma barreira às empresas que operam à margem da lei. Saiba mais sobre a medida e seus impactos clicando aqui.

Por outro lado, janeiro veio em ritmo lento, após o último trimestre do ano de demanda mais retraída. As vendas seguem devagar e em algumas praças já se observa redução acentuada nos preços dos vidros processados, o que preocupa o mercado. 2022 promete desafios, mas a expectativa é de que seja um ano positivo.

Enquanto o ano novo vai mostrando a que veio, a Abravidro inicia mais um ciclo de coleta de dados para o Panorama Abravidro. De janeiro até março, as processadoras de todo o Brasil podem colaborar com o setor respondendo ao questionário para que tenhamos o já tradicional desenho do mercado vidreiro: números de faturamento e metros quadrados vendidos, produtividade, mão de obra empregada, ociosidade das empresas, além das expectativas para 2022. Os dados individuais das empresas são confidenciais, e apenas a equipe da GPM Consultoria, responsável pela pesquisa, tem acesso, conforme termo de confidencialidade assinado. A Abravidro divulga apenas os dados consolidados. Conto com a participação de processadoras de todas as regiões do País!

Também já estão abertas as inscrições para mais uma turma do PPCPE, nosso módulo de especialização técnica voltado para o planejamento da produção. Nossos cursos vêm registrando demanda crescente nos últimos anos, o que é um ótimo indicativo de que as empresas estão investindo em qualificação.

E neste Ano Internacional do Vidro, deixo aqui meus votos de que tenhamos todos 12 meses de muito trabalho, reencontros e prosperidade!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 589 (janeiro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Reflexão e retrospectiva

domingos-dez2021“Então é Natal e o que você fez?”, pergunta uma tradicional canção desta época do ano. Enquanto nos despedimos de 2021, é inevitável traçar um retrospecto. O setor vidreiro teve um ano dinâmico, pautado principalmente pelos bons resultados da construção civil. Depois de um primeiro semestre positivo, sentimos uma retração importante no consumo do nosso material a partir da segunda quinzena de outubro. A pressão de custos continua alta, com reajustes nos principais insumos da nossa cadeia, bem como em serviços. Tudo isso levanta dúvidas sobre o que esperar de 2022.

E se o ano foi agitado nas processadoras, o mesmo podemos dizer da Abravidro. Em 2021, a entidade trabalhou ativamente na defesa dos interesses do setor. Tivemos renovação do antidumping do float, atuação junto ao Ministério da Economia para reduzir a cota de importação de vidros processados para uso em painéis solares com redução tarifária, resultados positivos na pesquisa da Substituição Tributária em São Paulo, com índices de MVA entre os cinco mais baixos da construção civil depois de muitos debates, acompanhamentos das discussões de modernização do modelo regulatório do Inmetro, entre outros temas.

No campo das normas técnicas, o ABNT/CB-37 está revisando as normas dos vidros temperados e laminados e avaliando a adoção da ISO 9050:2003, que trata de transmitância solar do vidro, como norma brasileira. A comissão também trabalhou intensamente para a publicação da ABNT PR 1010 – Aplicação e manutenção de vidros na construção civil, primeira prática recomendada do setor da construção civil. Além disso, acompanhamos diversas discussões relacionadas ao nosso material e outros temas de interesse em outros comitês e outras esferas.

Já na qualificação de mão de obra da cadeia de processamento, ampliamos a oferta de cursos online disponíveis para os funcionários das associadas da Abravidro para mais de 350 opções. Além disso, os módulos de Especialização Técnica – corte, lapidação, serigrafia e têmpera e o já consagrado PPCPE – tiveram a segunda maior demanda desde o seu lançamento, em 2011, com mais de 700 alunos treinados no ano. E o mercado pode aguardar novidades nesta área em 2022!

E se no final deste ano tivemos a retomada de eventos presenciais, a expectativa para os próximos 12 meses é alta, com a volta de GPD, Glass South America, Glasstec e, claro, a aguardada 15ª edição do Simpovidro.

Aproveitando o clima positivo, desejo aos nossos associados e amigos do setor vidreiro boas festas e um Ano-Novo de muito trabalho e prosperidade para todos nós!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 588 (dezembro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Incertezas no caminho

domingos-nov2021A essa altura do ano passado, o setor vidreiro trabalhava freneticamente para atender a forte demanda pelo nosso material. Em 2021 não dá para reclamar, mas a performance já está diferente. A construção civil segue com ótimo ritmo de lançamentos, especialmente em São Paulo, mas a demanda já vem recuando, por conta da deterioração do cenário econômico, com inflação em alta e redução do poder de compra do consumidor.

Principal demandante de vidro, o setor da construção civil revisou para cima sua previsão de crescimento do PIB 2021. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a previsão é crescer 5%. Se confirmada, será o melhor resultado do setor em 10 anos, embora as atividades estejam de volta aos patamares de 2008. Numa sinalização para o futuro, o índice de confiança do empresário da construção para os próximos seis meses é positiva. Ainda segundo a entidade, a falta ou o alto custo da matéria-prima são os principais pontos de inquietação do setor. No que diz respeito às preocupações, podemos dizer que o mesmo vale para nós, considerando os expressivos aumentos no custo do float registrados este ano.

Enquanto o Papai Noel não vem, seguimos atuando atentos aos movimentos de mercado e aos temas que podem nos causar problemas, como a crise hídrica e seu impacto no custo e disponibilidade de energia elétrica, além de questões relacionadas a outros importantes insumos do nosso mercado. O que esperar de 2022 tem sido a grande pergunta que ouvimos por aí e é uma pergunta difícil de responder.

Outra pergunta que tem sido recorrente é sobre o 15º Simpovidro. Como anunciado em março, o evento será realizado no último trimestre de 2022. Nossa equipe já está trabalhando para que possamos, em breve, anunciar os detalhes ao mercado. O Encontro Sul-Brasileiro de Vidreiros, realizado no mês passado em Foz do Iguaçu, deu uma boa amostra da expectativa da cadeia vidreira por reuniões presenciais. Outro importante ponto de encontro dos vidreiros será a Glass South America, marcada para o final de junho. O ano que vem promete mesmo agenda cheia!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 587 (novembro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Covid-19 em queda, mas…

vp_domingos-out2021E eis que chegamos ao último trimestre do ano. A expectativa é encerrar 2021 com bons resultados e alta demanda pelo nosso material, mas ainda tem muita coisa para acontecer até que possamos de fato confirmar se a expectativa se transformará em realidade.

Enquanto isso, vamos monitorando questões que influenciam nossos negócios, como a intensa variação cambial, a alta dos combustíveis, a disparada da inflação, a potencial crise energética, a disponibilidade de matéria-prima e tantas outras. Embora a pandemia da Covid-19 venha registrando queda significativa em seus números, ainda são muitas as fontes de preocupação para o setor vidreiro nacional.

Em mais um indicativo de que, aparentemente, os piores momentos da pandemia já tenham ficado para trás, cerca de 200 profissionais de nosso segmento se reunirão no final deste mês em Foz do Iguaçu (PR) para a participação no Encontro Sul-Brasileiro de Vidreiros. Será o primeiro evento do setor no Brasil desde março de 2020. Vai ser muito bom rever os colegas de outros Estados e retomar as reuniões setoriais, num preparativo para 2022, ano que promete, com tantos eventos na agenda, incluindo a Glass South America e a 15ª edição do Simpovidro!

A Abravidro realizou, no início deste mês, a última edição do PPCPE, módulo de treinamento em PCP voltado para o nosso mercado, mas a reta final do ano ainda tem muito trabalho pela frente. Também na agenda estão as reuniões do Comitê Brasileiro de Normas Técnicas Vidreiras (ABNT CB-37), o qual, neste momento, está revisando as normas ABNT NBR 14698 – Vidro temperado e ABNT NBR 14697 – Vidro laminado, além focar nos estudos para adoção da ISO 9050:2003 — que trata da transmitância solar do vidro — como norma brasileira.

Deixo aqui mais uma vez o convite a todos para que participem das discussões das normas técnicas, cujo conteúdo estabelece parâmetros e requisitos para dois dos principais produtos da indústria de processamento de vidros.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 586 (outubro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Sempre alerta

editorial-set2021À medida que o segundo semestre do ano avança, o mercado vidreiro continua movimentado, impulsionado principalmente pela construção civil. Na capital paulista, por exemplo, a quantidade de lançamentos chama a atenção de quem circula pelos diversos bairros da cidade. Há obras de diversos portes.

Embora o cenário seja positivo neste momento, a preocupação com a deterioração do ambiente político e econômico é grande. Escassez hídrica e impactos no fornecimento e nos custos de energia elétrica e discussões sobre a política de gás natural em São Paulo, Estado que concentra a maior parte das usinas vidreiras, são alguns dos temas que têm deixado o empresariado alerta.

Há ainda preocupação com os problemas eventuais nos fornos de float, os quais podem causar restrições no fornecimento de nossa matéria-prima, especialmente num cenário de aumento das exportações, as quais, em agosto, registraram o maior volume deste ano.

Também requer a atenção do setor a revisão da norma ABNT NBR 14.698 — Vidros temperados. As reuniões têm contado com a participação de profissionais dos diversos elos da cadeia vidreira na busca por atualizar parâmetros e requisitos na produção de temperados, vidros que representam mais da metade do consumo de processados não automotivos no Brasil. A participação de todos os interessados é bem-vinda para ajudar na construção de um texto que reflita a realidade do mercado brasileiro. Sua empresa está atuando ativamente nesse estudo?

E para quem quer melhorar o próprio processo produtivo, no mês de outubro a Abravidro realiza mais uma edição do PPCPE. Módulo de treinamento em PCP voltado especificamente para o mercado vidreiro, ele já treinou e qualificou profissionais de mais de 150 empresas de todo o Brasil. Não perca essa oportunidade de estar presente na última turma do ano!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 585 (setembro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Copo meio vazio e meio cheio

domingos-ago2021O segundo semestre de 2021 começou mais devagar do que o de 2020, mas há algo em comum entre ambos: a oferta de float segue restrita, e as usinas têm comercializado até mesmo vidros com bolhas e zebrados, enquanto seguimos sem perspectiva de melhora no fornecimento de nossa principal matéria-prima. Há também uma semelhança com o primeiro semestre deste ano: a queda no preço de venda dos processados em várias beneficiadoras, mesmo com a inflação crescente nos preços de insumos e na indústria em geral, o que gera grande preocupação na cadeia vidreira.

Apesar disso tudo, nem só de problemas vive o setor. A ABNT publicou este mês a ABNT PR 1010 — Aplicação e manutenção de vidros na construção civil. Esse novo tipo de documento normativo, chamado de prática recomendada, busca trazer informações técnicas de forma mais acessível e didática, de forma a alcançar públicos menos familiarizados com as normas técnicas. A ABNT PR 1010 é resultado do trabalho conjunto da Abravidro e Abividro. Contando também com a contribuição de diversas entidades ligadas ao setor, ele é pioneiro na área da construção civil. A publicação, disponível para compra no site da ABNT, será distribuída aos associados da Abravidro nos próximos dias.

Outra notícia positiva é a publicação das novas MVAs da substituição tributária para o Estado de São Paulo, depois de meses de trabalho para se chegar às novas alíquotas. Os índices vigentes para os produtos vidreiros, embora um pouco mais altos do que os da edição anterior, estão entre os mais baixos apurados na nova rodada da pesquisa realizada para cerca de 20 setores ligados à construção civil.

Ainda entre os trabalhos realizados pela Abravidro para apoiar o mercado, a entidade realizou este mês a 2ª edição do ano do PPCPE, treinamento de PCP para o segmento de vidros – e, mais uma vez, tivemos turma cheia. Se você se interessa pelo tema, aproveite: em outubro teremos nova rodada do curso. A demanda por esse tipo de conteúdo é um bom sinal de que as empresas vidreiras estão buscando qualificar cada vez mais seus profissionais e processos produtivos, com o objetivo de garantir melhores desempenhos e resultados. Isso é sempre uma boa notícia!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 584 (agosto de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Expectativas em alta

Passamos ao segundo semestre de 2021 e algumas incertezas permanecem. Enquanto a vacinação contra a Covid-19 vem acelerando o ritmo, com maior disponibilidade de unidades e mais faixas etárias imunizadas, a economia segue instável e o mercado vidreiro vive uma retração na demanda pelo nosso material. A isso, soma-se a preocupação com eventuais impactos da crise hídrica. Esta vem encarecendo a conta de luz e pode reduzir a disponibilidade ou encarecer a energia consumida pela indústria num momento em que precisamos manter o ritmo e não retroceder.

Ainda assim, o início do segundo semestre gera expectativas. O período costuma ser de maior demanda. No ano passado registrou-se um excelente resultado para o setor vidreiro e para as atividades ligadas à construção civil, de modo geral. As condições naquele momento eram outras, com muito desse resultado sendo atribuído ao auxílio emergencial e consumo para pequenas obras. Mas agora o cenário de normalização das atividades econômicas parece uma realidade possível no que tange à imunização total da população adulta. No entanto, as novas cepas, bem como a instabilidade política permanente em que estamos inseridos, deixam a preocupação no ar.

O preço de comercialização dos vidros processados tem registrado queda em diversos Estados, o que preocupa, visto que nossos custos não têm diminuído — muito pelo contrário — e a demanda segue retraída. Esse é mais um daqueles momentos em que precisamos estar atentos e firmes e não adotar estratégias que possam colocar em risco a sustentabilidade dos nossos negócios.

Expectativas em alta também nas discussões técnicas de revisão das normas dos vidros temperado e laminado, as quais devem seguir durante todo o semestre. O objetivo dos trabalhos é atualizar os documentos, tendo como base as normas internacionais para esses produtos. As reuniões são virtuais e a participação de todos os elos da cadeia vidreira é muito bem-vinda. Ainda no que que diz respeito ao processamento de vidros, a Abravidro retomou, no final de junho, de forma presencial, o PPCPE, único curso de PCP desenvolvido exclusivamente para o nosso mercado. A demanda foi tanta que já temos outra turma marcada para agosto. A qualificação técnica é sempre um excelente caminho para a diferenciação no mercado.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Em busca de estabilidade

domingos-jun2021O mercado vidreiro segue experimentando as incertezas do momento que atravessamos. Enquanto a vacinação dá indícios de que vai avançar com maior rapidez no segundo semestre, a economia segue instável. A demanda aquecida do final de 2020 e começo de 2021, com mercado comprador forte, já não é a realidade da maioria dos processadores, os quais têm experimentado queda no volume de pedidos e cotações e a sensação de que a ponta final já deixou de consumir nos mesmos níveis.

O resultado disso é que vemos os preços do nosso material despencando, bem como a atuação forte de distribuidoras, inclusive com a entrada de novas empresas nesse segmento. Em paralelo, as construtoras, responsáveis por grande parte do consumo dos produtos, tentam fechar contratos que garantam preço do vidro por longos períodos, em meio a tanta volatilidade, deixando para nós os riscos da alta de preços da matéria-prima. Os desafios não têm sido poucos, mas para quem trabalha com seriedade e compromisso com o setor, a expectativa é de que a situação se estabilize em breve.

E por falar em compromisso com o setor, a Abravidro realiza este mês mais uma edição do PPCPE, único curso de PCP do mercado criado exclusivamente para o setor vidreiro. Com vagas esgotadas, é mais um sinal da busca constante por melhoria nos processos de nossas empresas que, como mostra a última edição do Panorama Abravidro, viram uma melhora nos índices de produtividade do setor em 2020.

Melhoria nos produtos e processos e trabalho sério: esse, sim, é o caminho que pode trazer melhores resultados para todos nós.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Volátil ou vulnerável?

domingos-maio2021Estamos prestes a encerrar o primeiro semestre de 2021 e o mercado continua extremamente volátil, como tem sido desde o início da pandemia no Brasil. Se no ano passado a indisponibilidade de vidro afetava alguns, agora a situação se inverteu. Com o recrudescimento da pandemia e a desaceleração do ritmo da construção civil, já estamos assistindo à derrubada dos preços do material, mesmo após o reajuste anunciado pelas usinas no início de maio.

Não é novidade ver esse tipo de reação – guerra de preços – quando experimentamos uma retração na demanda pelo nosso produto. Também não é novidade o dano que essa prática causa ao mercado, deixando todos nós vulneráveis. Não à toa, o preço médio dos principais vidros voltados para a construção civil, o temperado e o laminado, registraram queda mais uma vez em 2020, como mostra o Panorama Abravidro, que vem encartado nesta edição da revista O Vidroplano.

Apesar dessa queda, o faturamento da indústria de processamento teve resultado positivo no ano passado, assim como o volume produzido, a mão de obra empregada e a produtividade. Sim, 2020, apesar de tudo, colocou o setor vidreiro novamente na rota do crescimento. O mercado pediu e a indústria de transformação mostrou sua capacidade de entregar.

Há dez anos, a Abravidro mensura e divulga os principais indicadores do setor vidreiro. Os números nos ajudam a entender a performance do setor e também a comparar os resultados das nossas empresas com a média do segmento, dando-nos elementos para planejar rotas para nossos objetivos e também, se necessário, corrigir rumos. Não deixe de conferir os resultados e buscar entender de que forma esses dados podem contribuir para o dia a dia dos seus negócios. Aproveito para registrar meu agradecimento a todas as empresas que atendem nosso chamado e respondem ao nosso questionário, ano a ano, colaborando com esse importante projeto.

Este texto foi originalmente publicado na edição 581 (maio de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.