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Prêmio Saint-Gobain Asbea abre inscrições

Os interessados em participar do 9º Prêmio Saint-Gobain Asbea de Arquitetura devem se inscrever até 13 de maio e enviar seus projetos até o dia 31 desse mesmo mês. A iniciativa do Grupo Saint-Gobain e Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), que recebe mais uma vez o apoio da Abravidro, tem como objetivo premiar os melhores projetos com foco em conforto, inovação e sustentabilidade.

Este ano, os prêmios vão de R$ 5 mil a R$ 25 mil em certificados de ouro, além de troféus, diplomas e viagem internacional. São duas categorias existentes: a Profissional contempla as modalidades Projeto e Edificação e é disputada por escritórios, coletivos e profissionais de arquitetura; já a Acadêmica inclui arquitetos recém-formados (graduados no primeiro semestre de 2021 ou formados em 2020) e estudantes do último semestre de arquitetura.

Na edição passada do evento, o Aeroporto de Florianópolis foi eleito como o Melhor Projeto da Edição. A obra, do Biselli Katchborian Arquitetos Associados, conta com um grande plano de vidro compondo o meio-fio de embarque e desembarque e leva peças de controle solar Neutral 70 da Guardian (e interlayer de PVB Smoke Grey da Eastman) e ainda laminados Neutral Plus 50 Clear, também da Guardian, nas faces da edificação voltadas para o pátio de aeronaves.

Outro vencedor de 2021 é a Loja Conceito da Dengo, assinada por Matheus Farah Manoel Maia Arquitetura. A edificação traz uma fachada toda envidraçada, com laminados 6+6 mm compostos de peças Cebrace Extra Clear em ambos os lados, além do uso de vidros de controle solar Sunlight Neutro incolor (12 mm), da Guardian, na cobertura do terraço.

Crédito da imagem: Nelson Kon

Este texto foi originalmente publicado na edição 590 (fevereiro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Inscrições estão abertas para premiação da Eastman

As inscrições para a premiação Vanceva World of Color Awards 2022 estão abertas até 31 de março. O concurso mundial é organizado a cada dois anos pela Eastman para premiar o uso artístico e inovador de vidros laminados com os interlayers coloridos da linha Vanceva. E os membros do júri para este ano já foram anunciados pela multinacional: incluem profissionais de empresas de engenharia, arquitetos e designers de produtos com ampla experiência de mercado.

A última edição do evento foi realizada em 2020. Na ocasião, o Museum of Fine Arts de Houston, EUA, ganhou na categoria Exterior: a fachada do projeto, desenvolvido pelo escritório Steven Holl Architects, é formada por vidros curvos acidatos com interlayers na cor Arctic Snow (“neve do ártico”), conferindo um aspecto visual leitoso e opaco ao nosso material. Já a vencedora na categoria Interior foi a escola de jardim de infância Kaleidoscope, de Tianshui, China: a edificação, projetada por Sako Architects, traz aplicações de laminados com dez cores diferentes nas janelas, arcos acima das portas, corredores e corrimão de escadas.

Crédito da imagem: Olaf Schmidt

Este texto foi originalmente publicado na edição 590 (fevereiro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Casa de hóspedes em São Paulo tem paredes envidraçadas

Já pensou acordar numa manhã ensolarada, em plenas férias, e nem precisar sair do quarto para enxergar a natureza? Pois é isso que os hóspedes do Altar Prainha — erguido em Joanópolis, cidade localizada a pouco mais de 100 km da capital paulista — encontram no espaço inaugurado no fim de 2020. A aposta em vidros de controle solar garante uma experiência única aos visitantes, oferecendo conforto térmico e belas vistas dos arredores.

 

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Celebração do belo
Idealizado pelo empresário Facundo Guerra, o projeto foi criado como uma tentativa de reconectar as pessoas à natureza. “Ele é uma membrana entre o dentro e o fora, entre nós mortais e o imortal, ou aquilo que chamam de ‘divino’”, explica Guerra em entrevista para a revista Habitare. “Um lugar que permita às pessoas o contato com algo maior.” Segundo o empresário, o Altar funciona como um retiro de toda a vida intensa encontrada na cidade grande, de forma a fazer com que os hóspedes possam ter contato com si mesmos.

Com 92 m² de área total, incluindo espaços externos, a casa está localizada na represa do Jaguari, a menos de duas horas de São Paulo. O acesso se dá pela Fazenda Pedra Alta, responsável por vigiar e monitorar o ambiente, evitando assim a presença de estranhos – afinal, privacidade é algo importante quando se têm paredes transparentes.

 

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Comodidades
Quem se hospedar no Altar Prainha (a casa acomoda até três pessoas) terá à disposição diversas atividades de lazer (todas pagas à parte), como trekking, aluguel de cavalos, barcos e bicicletas. O espaço oferece:

– Quarto com cama queen size

– Cama de solteiro embutida na parede

– Churrasqueira

– Vídeo projetor 4K com tela de 150 polegadas

– Estacionamento privado

Minimalismo
A decoração com conceito minimalista, incluindo cores sóbrias em todo o interior, combina com os panos de vidro – já que trazem elegância e aspecto clean, de limpeza, à construção. Foram aplicadas em todas as fachadas peças laminadas (4 + 4 mm) do vidro de controle solar ClimaGuard SunLight, da Guardian, garantindo assim o conforto térmico interno mesmo em dias de Sol. Além disso, nosso material ajuda na economia de energia ao diminuir o uso de ar-condicionado.

“Projetos como esse, desenvolvidos com foco na autossuficiência e que trazem o menor impacto possível ao meio ambiente, não poderiam ter suas vedações externas com outra solução”, analisa Betânia Danelon, gerente-comercial do segmento de Arquitetura da Guardian. “Esse tipo de vidro atende a demanda crescente do mercado residencial por ambientes claros, iluminados, amplos ou que deem essa sensação de amplitude aliada ao conforto térmico.” Por falar em sustentabilidade, a obra foi construída com madeira de reflorestamento e tem sistema fotovoltaico para produzir energia solar e tratamento próprio de resíduos.

Ficha técnica
Obra: Altar Prainha

Autor do projeto: Cubicset Construções Modulares

Local: Joanópolis (SP)

Conclusão da obra: segundo semestre de 2020

Vidros usados nas paredes da casa: peças laminadas 4 + 4 mm de vidro de controle solar ClimaGuard SunLight

Fabricante: Guardian

Processador: Cubicset

Fabricante das esquadrias: Dialc

Instalação dos vidros: Dialc e Cubicset

Créditos das imagens: Studio Connecta

Este texto foi originalmente publicado na edição 589 (janeiro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Mostra Nexus traz aplicações criativas de produtos da Cebrace

A Mostra Nexus – Edição Atmosferas foi realizada de 6 de novembro a 5 de dezembro em Jacareí (SP), cidade da sede da Cebrace. A empresa foi a patrocinadora master do evento, o que levou à criação do inusitado Desafio Cebrace: os arquitetos participantes foram convidados a pensar seus projetos pautados na ousadia e na criatividade do uso dos vidros.

Dois ambientes foram os vencedores. A Suíte Alpha (1), projetada pelas arquitetas Luiza Rodrigues e Ivone Ramos, trouxe aplicações diferenciadas, como uma torre de espelhos Cebrace prata embaixo da pia do banheiro, com referência ao estilo industrial do quarto, e o uso de vidros Reflecta Cebrace cinza nas divisórias, os quais trazem a sensação de um vaso sanitário flutuante.

A Suíte Origami (2) contou com uma peça do Espelho Cebrace prata externo cujo recorte foi desenhado de forma personalizada pelo próprio estúdio Macuco Arquitetura (responsável pelo ambiente). Outro destaque: as divisórias com Cebrace Extraclear serigrafado na cor branca, responsáveis por dar a privacidade necessária ao local graças à estética leitosa, em referência às portas de papel japonesas.

Créditos da imagens: Divulgação Cebrace

Este texto foi originalmente publicado na edição 589 (janeiro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Arquitetos comentam os benefícios dos vidros de controle solar

Em outubro, O Vidroplano publicou uma matéria especial sobre o mercado de vidros de controle solar para residências. Este mês, voltamos ao tema para apresentar projetos de casas e edifícios residenciais com esses materiais espalhados pelo Brasil. Os arquitetos envolvidos explicam os motivos que levaram à escolha do produto e quais benefícios eles oferecem para as obras.

 

CASA JJ
Local: Eusébio, CE
Vidros usados: laminados 4+4 mm de Performa Duo Bronze (Vivix, processados por Amazon Temper), no fechamento frontal

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No condomínio Alphaville Eusébio, em Eusébio (CE), a arquiteta Lara Ximenes é a responsável pelo design da Casa JJ. “A fachada principal fica na direção do Sol poente, por isso a importância da utilização desse tipo de vidro, para permitir a entrada de iluminação natural ao mesmo tempo que garante o conforto térmico dos moradores”, explica a arquiteta. De acordo com Lara, a cidade se localiza próximo ao litoral cearense, tendo incidência solar elevada. Isso explica a preocupação dos clientes com esse assunto, afinal eles também participaram do processo de escolha do material a ser aplicado. Como não poderia deixar de ser, o vidro auxilia na eficiência energética do local, exigindo menor uso do sistema de refrigeração.

 

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Local: Barueri, SP
Vidros usados: SunGuard Light Blue 52 (Guardian, processados por Tempermax), nos fechamentos dos apartamentos voltados para as sacadas

Inspirado nos arranha-céus de metrópoles internacionais como Dubai, Nova York e Miami, o Wave Alphaville aposta em formas curvas para trazer movimento e suavidade ao projeto. Criado pelo Studio Era Arquitetura, o prédio, empreendimento da Módena Cipel Incorporadora e Construtora, teve suas obras concluídas em dezembro do ano passado. Os apartamentos, de alto padrão e disponíveis em versões de até três quartos, apostam na tecnologia. Os vidros não ficam de fora dessa escolha: os de controle solar na fachada envidraçada não só barram o calor, mas também contribuem para a transparência que oferece total visão dos arredores.

 

arquitetura3CASA ONDA
Local: Castro, PR
Vidros usados: laminados 4+4 mm de Habitat (Cebrace, processados por Linde Vidros), nos fechamentos frontais e em janelas

Assinada pela arquiteta Monica Menarim Requião, do escritório Menarim Arquitetura, a residência ganhou esse nome por conta do telhado curvo que remete ao movimento da água. O projeto se inspira na arquitetura orgânica. Ao imitar formas encontradas na natureza, busca maior interação com o meio ambiente. Aqui, essa ligação é ainda mais forte, já que todas as fases da construção seguiram conceitos de sustentabilidade, fato que concedeu à obra a certificação GBC Brasil Casa, conquistada em 2018. O uso de vidros de controle solar parte desse princípio, pois ajudam a diminuir o uso de energia, graças ao menor uso de ar-condicionado, em torno de 30%. “Nós, arquitetos e urbanistas, estamos atentos ao que o mercado oferece de melhor. Conheci esses vidros em um curso de MBA em construção sustentável e eles me chamaram muito a atenção”, comenta Monica.

 

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CASA AZUL
Local: Sinop, MT
Vidros usados: Habitat Refletivo Champanhe (Cebrace, processados por Guaporé Vidros), nos fechamentos frontais e em janelas

Outra residência a ganhar certificação de sustentabilidade é a Casa Azul, com design de Carol Barreto. Construída em um condomínio fechado de alto padrão, recebeu o Selo Procel Edificações, outorgado pela Eletrobras e Inmetro para edificações com excelente eficiência energética. Mais uma vez, nosso material contribuiu diretamente para o feito. A versão do Habitat instalada nos vãos, juntamente com esquadrias de alumínio de acabamento amadeirado, barra 40% da entrada de calor. A versão refletiva do produto garante também maior privacidade aos moradores, limitando a visão dos interiores durante o dia. “A qualidade do conforto térmico era uma das prioridades para a busca da certificação. Como a região de Sinop é muito quente, nesse projeto foi priorizada a escolha assertiva dos materiais construtivos”, explica a arquiteta.

 

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Local: Campinas, SP
Vidros usados: ClimaGuard SunLight (Guardian, processado por Cyberglass), na fachada frontal

Projeto da Uffizi Arquitetura, a JR&M House tem um total de 450 m², construídos em 2019, num extenso terreno de 900 m², no condomínio Montblanc, em Campinas (SP). A casa recebeu fechamento envidraçado do chão ao teto, ao longo de toda a extensão de sua fachada frontal. Pelo fato de vários cômodos estarem expostos à luz natural (como cozinha e salas de estar e jantar), o vidro de controle solar foi a melhor escolha para preservar o mobiliário, já que consegue reduzir a entrada dos raios ultravioleta, responsáveis por desbotar e estragar objetos e estofados. O material também evita o efeito de ofuscamento no ambiente interno e, claro, garante conforto térmico aos interiores.

 

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Local: Fortaleza
Vidros usados: laminados 4+4 mm de Performa Duo Cinza (Vivix, processados por Amazon Temper), na fachada frontal

O projeto, do escritório Marcus Novais Arquitetura, buscou aliar a estética contemporânea ao alto desempenho em conforto térmico, juntamente com transparência extra para os interiores. Localizado no condomínio residencial Alphaville Fortaleza, na capital cearense, a Casa JD conta com um pano de vidro em sua parte frontal. “A escolha desses vidros foi guiada também pela necessidade estética de termos um material mais reflexivo na fachada, gerando contraste com a opacidade do restante da estrutura”, conta o arquiteto Lucas Novais. Segundo ele, os clientes se envolveram com as especificações dos diferentes elementos da casa, incluindo o vidro: “Eles entendiam ser o ponto de maior destaque da obra voltado para a rua. Em suma, a solução foi perfeita”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 587 (novembro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

8º Prêmio Saint-Gobain Asbea anuncia vencedores

A cerimônia de anúncio dos trabalhos vencedores do 8º Prêmio Saint-Gobain Asbea de Arquitetura foi transmitida em 25 de agosto. Assim como no ano passado, a premiação – que teve a Abravidro entre seus apoiadores – foi realizada em formato online, devido à pandemia da Covid-19.

Essa foi a 1ª edição do evento promovida em conjunto pelo Grupo Saint-Gobain e Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea). Em discurso na abertura da cerimônia, Renato Holzheim, diretor-geral da Saint-Gobain Produtos para Construção, destacou que a parceria com a entidade é um indicativo do fortalecimento da premiação junto ao segmento de arquitetura, com cada vez mais trabalhos sendo enviados por profissionais e estudantes da área.

A seguir, O Vidroplano apresenta alguns dos trabalhos premiados em que o vidro se destaca.

 

AEROPORTO DE FLORIANÓPOLIS – TERMINAL INTERNACIONAL DE PASSAGEIROS
Escritório: Biselli Katchborian Arquitetos Associados
Cidade: Florianópolis
Prêmios recebidos: Melhor Projeto da Edição; 1º lugar na modalidade Edificação Institucional (Categoria Profissional)

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O vencedor do 8º Prêmio Saint-Gobain Asbea de Arquitetura é ao mesmo tempo moderno e integrado à natureza ao seu redor. Nosso material desempenha papel importante para esse objetivo, aliando transparência ao conforto térmico: no meio-fio de embarque e desembarque, um grande plano de vidro — com laminados de peças de controle solar Neutral 70 da Guardian e interlayer de PVB Smoke Grey da Eastman — cruza a vegetação à sua frente e integra a paisagem catarinense ao terminal. Já os planos envidraçados voltados para o pátio de aeronaves, compostos de laminados de controle solar Neutral Plus 50 Clear, também da Guardian, possibilitam aos passageiros e visitantes assistir aos pousos e decolagens com um beiral aumentando a proteção em relação à claridade natural.

 

LOJA CONCEITO DA DENGO
Escritório: Matheus Farah Manoel Maia Arquitetura
Cidade: São Paulo
Prêmios recebidos: Destaque – Inovação; 1º lugar na modalidade Edificação Comercial – Categoria Profissional

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Embora o júri da premiação tenha destacado o uso da madeira nessa loja da Dengo Chocolates, o vidro também chama atenção. A obra conta com uma fachada toda envidraçada, com laminados 6+6 mm compostos de peças Cebrace Extra Clear em ambos os lados, com interlayer de PVB incolor, proporcionando a integração visual completa da loja com a paisagem arborizada do lado de fora. Já no terraço, vidros de controle solar Sunlight Neutro incolor (12 mm), da Guardian, permitem o aproveitamento da iluminação zenital (isto é, a passagem de luz natural por aberturas na cobertura) ao mesmo tempo que protegem o interior do espaço da entrada de calor e de raios ultravioleta.

 

ÁGORA MOB
Escritório: Estúdio Módulo de Arquitetura
Cidade: Joinville (SC)
Prêmio recebido: 1º lugar na modalidade Projeto Comercial – Categoria Profissional

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O projeto do edifício Ágora MOB é parte do planejamento do maior parque empresarial multissetorial da América Latina, vindo na sequência da construção do primeiro edifício e sede da iniciativa. A construção é fechada por vidro e pele de telha perfurada nas faces Leste e Oeste, com rasgos estratégicos na fachada que demarcam acessos, áreas comuns e salas especiais. Na face Norte, a telha perfurada é montada como brise horizontal. Na face Sul, a pele de vidro tem modulação variada, criando dinâmica na fachada.

 

AEAS – SEDE DA ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS E ARQUITETOS DE SOROCABA
Escritório: Estúdio Módulo de Arquitetura
Cidade: Sorocaba (SP)
Prêmio recebido: Destaque Asbea de 2 mil até 10 mil m²

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A ideia para o projeto da nova sede da AEAS é traduzir a missão da instituição — desenvolver e difundir conhecimento científico — como um local para experiências técnicas e de materialidades, de modo a ser ela mesma a exposição permanente das soluções estudadas e aplicadas. A estrutura em formato de barra horizontal em que se encontram os ambientes de trabalho é revestida de painéis de vidro e tem para proteção solar uma tela tensionada composta por poliéster e PVC, material que remete à história de Sorocaba como polo da indústria têxtil. A aplicação do nosso material também é prevista em diversas outras partes da obra, como o uso de temperados no lugar de divisórias das salas e no fechamento da recepção e o de laminados nas portas deslizantes na entrada da edificação.

 

PUERI DOMUS PERDIZES
Escritório: Perkins&Will
Cidade: São Paulo
Prêmio recebido: 3º lugar na modalidade Edificação Institucional – Categoria Profissional

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A nova unidade da Escola Bilíngue Pueri Domus em São Paulo já foi mostrada na edição de maio deste ano em O Vidroplano. A parte superior da fachada da edificação combina vidros e brises de madeira, permitindo luz e sombreamento em seus interiores ao mesmo tempo. Nosso material, também utilizado como divisórias nas salas de aula, tem o objetivo de incentivar os alunos a treinar a concentração, visto que o artifício permite a visualização do movimento nos corredores.

Este texto foi originalmente publicado na edição 585 (setembro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro marca presença em obras de Paulo Mendes da Rocha

Um dos nomes fundamentais da arquitetura brasileira em todos os tempos, Paulo Mendes da Rocha faleceu em 23 de maio, aos 92 anos, em decorrência de um câncer de pulmão. Em atividade por mais de seis décadas a partir dos anos 1950, ele era renomado internacionalmente: recebeu o Pritzker, maior prêmio da atividade no mundo, em 2006, além de ter desenvolvido obras em diversos países.

 

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Mendes da Rocha foi um membro-chave da chamada Escola Paulista, movimento da arquitetura moderna nacional marcado pelo uso do concreto armado aparente, em estruturas horizontalizadas, com grandes vãos. Apesar de a aplicação do vidro não ser uma das principais características de suas obras, o arquiteto utilizou nosso material em diversos projetos marcantes. Para celebrar a memória desse gênio brasileiro, O Vidroplano relembra nas próximas páginas algumas dessas construções icônicas.

 

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Pinacoteca do Estado de São Paulo
Em 1994, Mendes da Rocha foi o responsável pela reforma do museu, ampliando e restaurando diversas salas de exposições. Um dos mais marcantes feitos foi a criação de uma cobertura para o pátio interno: vidros fecham o vão, permitindo a entrada de luz natural nos interiores. Finalizada quatro anos depois, em 1998, a reforma da Pinacoteca esteve inserida em um amplo programa de revitalização do Centro de São Paulo.

 

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Sesc 24 de Maio
Inaugurado em 2017 na Zona Central da cidade de São Paulo, o prédio do Sesc 24 de Maio reúne diversos espaços para uso recreativo, incluindo teatro, biblioteca, áreas de leitura, oficinas e exposições, salas para ginástica e piscinas. Tudo isso é envolto por uma surpreendente fachada feita de laminados de vidros de controle solar Cool Lite SKN 154, da Cebrace, com 12 mm de espessura, processados pela Pilkington. Temperados laminados incolores 20 mm, fornecidos pela Space Glass e Interbox, também fazem parte do edifício, sendo peças-chave para dividir as diferentes salas de atividades em cada piso. O projeto da fachada é da Rissi Esquadrias: uma estrutura tubular oferece a sustentação necessária para as chapas de nosso material.

 

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Museu da Língua Portuguesa
Previsto para ser reaberto em julho, após passar por longa reforma devido a um incêndio que destruiu boa parte do espaço em 2015, o Museu da Língua Portuguesa foi desenvolvido por Mendes da Rocha em parceria com seu filho, Pedro Mendes da Rocha. O projeto original foi respeitado durante a renovação – inclusive, parte das novidades estava entre os conceitos iniciais, apenas não tinha sido aplicada. Estão mantidos, por exemplo, os tradicionais telhados de vidro, formados por uma estrutura metálica que cobre os pátios, de forma a continuar o diálogo com a estética da Pinacoteca, localizada exatamente em frente, do outro lado da rua.

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidros trazem modernidade para o Edifício Borges 3647

Se as tendências da arquitetura pós-pandemia, como O Vidroplano já mostrou em reportagens recentes, incluem a interação entre ambientes internos e externos, a maior presença de luz natural e o fim da sensação de confinamento, então o Borges 3647 pode ser considerado um prédio residencial do futuro. Os painéis de vidro laminado usados nos fechamentos dos apartamentos se aliam às grandes sacadas abertas para trazer as belezas do Rio de Janeiro para dentro de casa.

 

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Ficha técnica
Autor do projeto: Cité Arquitetura
Local: Rio de Janeiro
Conclusão: 2020

Bossa carioca
Erguido em um terreno de 420 m² à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas (Zona Sul), o edifício de sete andares tem o próprio endereço no nome: está localizado na Avenida Borges de Medeiros, nº 3.647. Uma das premissas da obra é a valorização da paisagem da capital fluminense. Afinal, de sua posição privilegiada, é possível ver toda a lagoa e o Corcovado, onde está o Cristo Redentor.

 

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O design da construção é marcado pelas linhas horizontais e verticais que percorrem as duas fachadas – elas estão presentes nas sacadas, nas ferragens dos guarda-corpos e até na iluminação de cada andar. Segundo a Cité Arquitetura, o conceito se inspira nas ideias do artista plástico e escultor Waltércio Caldas, para quem um objeto nasce a partir do primeiro desenho de suas formas no papel.

Cidade Maravilhosa em casa
Para garantir que a beleza natural do Rio de Janeiro faça parte do dia a dia dos moradores, todos os apartamentos ganharam fechamentos envidraçados – a B&G Arquitetura Consultiva é a responsável por especificar os caixilhos. Esquadrias de alumínio, com pintura eletrostática, da Olgacolor, sustentam laminados incolores 14 mm, processados pelo Grupo Paris. As janelas também receberam laminados, mas nas espessuras de 8 e 10 mm.

 

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Nosso material também está nas sacadas, garantindo a segurança das pessoas: os guarda-corpos são de laminados de temperados autoportantes, com película estrutural SentryGlas, instalados em perfis de alumínio com fixação invisível e pintura em padrão amadeirado.

Com a tecnologia vidreira disponível no Brasil, edifícios como o Borges 3647 serão cada vez mais vistos em nosso país, muito em parte pela possibilidade de se usar nosso material, um elemento que pode deixar a vida dos usuários muito melhor.

 

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Especificação técnica
Vidro da porta de correr dos dormitórios e sala de estar: laminados incolores 14 mm
Vidro das janelas: laminados incolores 8 e 10 mm
Vidro dos guarda-corpos das sacadas: laminados de temperados autoportantes, com película estrutural SentryGlas, da Kuraray
Processadora: Grupo Paris

 

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Este texto foi originalmente publicado na edição 580 (abril de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fachada da Casa Granada permite farta entrada de luz natural

Assim como o projeto do edifício Borges 3647 (para ler a reportagem, clique aqui), a Casa Granada — localizada em Nova Granada, no Extremo Norte do Estado de São Paulo, a cerca de 500 km da capital — tem no vidro um elemento fundamental para o seu funcionamento. Desenvolvida pelo arquiteto Homã Alvico, do Estúdio HAA!, a residência mistura os conceitos do escritório paulistano com as preferências do cliente. E, para ambos, nosso material mostrou-se imprescindível.

 

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Ficha técnica
Autor do projeto: Estúdio HAA!
Local: Nova Granada, SP
Conclusão: 2017
Área da obra: 285 m²

Diálogo entre espaços
O terreno em que a obra foi erguida não era totalmente plano, fruto do loteamento daquele espaço tempos atrás. Para trazer movimento à construção, o desnível original do solo acabou transferido para a cobertura – a estrutura tem um leve formato de “V”.

Indicada para a edição 2019 do prêmio Building Of The Year, promovido pelo Archdaily, o maior portal de arquitetura do mundo, na categoria residências, a Casa Granada foi pensada para oferecer comunicação franca e generosa com a área externa, além de garantir iluminação e ventilação naturais abundantes – o que faz a construção ser sustentável, pois ajuda a diminuir o uso de ar-condicionado, por exemplo.

 

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Ao mesmo tempo, os futuros moradores pediram um pé-direito duplo na área social e uma grande varanda com vista para a zona rural da cidade. A escolha para transformar tudo isso em realidade só poderia ser uma: vidro. Temperados translúcidos 8 mm foram aplicados em diversos fechamentos dos três blocos que formam o projeto.

Dentro é fora
Com estrutura de concreto armado, o primeiro deles contém cozinha, sala de televisão e lavabo no térreo. Acima estão dormitórios, área de banho social, escritório e varanda. A fachada frontal de vidro desse bloco recebeu brises de alumínio pintados na cor preta, com o objetivo de filtrar a entrada da luz nesses locais.

O bloco seguinte, abrigando as salas de estar e jantar, liga-se ao jardim lateral graças a uma fachada lateral envidraçada, com estrutura metálica, sem qualquer obstrução. Assim, a iluminação natural ali é a máxima possível. Segundo o Estúdio HAA!, a ideia era tornar mais sutil o limite entre o interno e o externo. Com isso, os usuários poderiam “jantar no jardim”, mesmo estando dentro de casa.

O último bloco é a suíte principal, no térreo, que também conta com integração à área exterior. Por fim, existe ainda uma edícula, na frente da piscina, que comporta área de serviço, banheiro e churrasqueira. Mais um exemplo da modernidade trazida pelo vidro à construção civil, a Casa Granada revela as tendências que residências de alto padrão já seguem: ter nosso material como elemento funcional.

 

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Este texto foi originalmente publicado na edição 580 (abril de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça algumas das maiores obras envidraçadas do Brasil

A capa de O Vidroplano de fevereiro trouxe um marco da arquitetura com nosso material no País: o Skyglass Canela, instalado no Rio Grande do Sul, complexo inaugurado em dezembro que abriga a maior plataforma envidraçada sobre cânion do mundo. O projeto é mais uma confirmação da capacidade do setor vidreiro brasileiro de estar presente em obras de nível internacional.

Por isso mesmo, vale uma pergunta: além do Skyglass, quais seriam as grandes construções brasileiras com vidro dos últimos anos? Para saber quais poderiam se encaixar nesse quesito, nossa reportagem consultou usinas, processadoras e instaladoras. As empresas indicaram projetos de grande porte, com milhares de m² do material instalados, mas também outros menores, porém não menos icônicos. Aprecie!

 

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VITRA
Local: São Paulo
Projeto: Daniel Libeskind
Conclusão da obra: 2015
Fornecedor do vidro: Guardian
Processador: GlassecViracon

Um dos arquitetos mais reconhecidos mundialmente pelo uso de nosso material, o polonês naturalizado americano Daniel Libeskind criou um ícone residencial contemporâneo: o Vitra, construído no bairro paulistano do Itaim Bibi. Antes mesmo de ficar pronta, a obra já tinha sido considerada, pela revista Worth, um dos dez melhores edifícios residenciais do mundo. São 14 apartamentos, um por andar, com cada um tendo uma planta exclusiva. A fachada, de 10 mil m² de laminados de controle solar SunGuard RB40 on clear, possui certa transparência para permitir a interação dos interiores com a cidade.

 

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SOBRALNET – ICETEL
Local: Sobral (CE)
Projeto: Liliane Cristina
Conclusão da obra: 2019
Fornecedor do vidro: Vivix
Processador: Amazon Temper

A sede da Sobralnet e do Instituto Cearense de Tecnologia, Empreendedorismo e Liderança Vidro recebeu peças laminadas (4 + 4 mm) do Vivix Performa Duo, material de controle solar recomendado para as características climáticas brasileiras. Seu aspecto refletivo na cor cinza faz com que, durante o dia, não seja possível enxergar a parte interna da construção. No entanto, à noite, os interiores interagem com o exterior.

 

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ÓRION BUSINESS & HEALTH COMPLEX
Local: Goiânia
Projeto: MKZ Arquitetura
Conclusão da obra: 2018
Fornecedor do vidro: Cebrace
Processador: Vitral

O maior complexo de negócios e saúde do Centro-Oeste brasileiro reúne um misto comercial diverso: salas para consultórios e escritórios, hospital, hotel e shopping center. Sua grandiosidade se reflete também no heliponto exclusivo e nas 1.400 vagas de estacionamento disponíveis aos usuários. A fachada da torre principal tem 25 mil m² de vidros de controle solar Cool Lite STB 120 na cor azul – uma forma de diminuir a incidência do calor da região nos interiores.

 

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SÃO PAULO CORPORATE TOWERS
Local: São Paulo
Projeto: Pelli Clarke Pelli Architects e Aflalo/Gasperini Arquitetos
Conclusão da obra: 2016
Fornecedor do vidro: Guardian
Processador: GlassecViracon

Cerca de 60 mil m² de SunGuard AG43 on clear formam as fachadas desse paradigma dos novos prédios comerciais da capital paulista. Localizado na região da Vila Olímpia, aposta nesses vidros de controle solar, instalados em unidades insuladas com espessura total de 26 mm, para garantir o conforto térmico de seus ocupantes. Foi o primeiro edifício brasileiro a obter a certificação Leed Platinum 3.0, por conta da gestão eficiente de energia e água e do bem-estar dos usuários.

 

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ESTAÇÃO MORUMBI DO MONOTRILHO – LINHA 17 OURO
Local: São Paulo
Projeto: Borelli & Merigo Arquitetura
Conclusão da obra: 2021
Fornecedor do vidro: Cebrace
Processador: GlassecViracon

A mais nova estação do monotrilho paulistano recebeu vidros em diversos espaços, tudo supervisionado pela Avec Design, processadora que utilizou seu sistema patenteado Ecoglazing para encapsular as placas. As fachadas ganharam laminados do vidro de controle solar Cool Lite KNT 155 (8 mm) com PVB estrutural. Essas peças foram aplicadas sobre uma estrutura de alumínio com perfis tubulares, de forma a garantir um design diferenciado. A especificação da cobertura é mais robusta: insulados de 30 mm, formados por laminado de Cool Lite KNT 155 (10 mm) + espaçador de 12 mm + laminado incolor (8 mm).

 

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CANAL OFFICE TOWER
Local: Vila Velha (ES)
Projeto: Pretti Arquitetos Associados
Conclusão da obra: 2019
Fornecedor do vidro: Cebrace
Processador: Viminas

Marco da região que se tornou o novo centro econômico de Vila Velha, o Canal Office Tower tem inspirações no design dos grandes empreendimentos imobiliários de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O prédio possui 280 salas comerciais, todas com vista panorâmica da cidade, e 14 lojas. Ao todo, mais de 6 mil m² de laminados refletivos 4 + 4 mm (nas cores verde e verde-escuro) foram aplicados à fachada.

 

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HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN – UNIDADE MORUMBI
Local: São Paulo
Projeto: Zanettini Arquitetura e Kahn do Brasil
Conclusão da obra: 2020
Processador: GlassecViracon

A unidade Morumbi do renomado hospital da capital paulista passou recentemente por uma enorme reforma em suas instalações. O retrofit das fachadas, coordenado pela equipe da GlassecViracon, ocorreu em dois momentos. A mais recente, finalizada no final do ano passado, renovou três blocos do complexo hospitalar, além do átrio e cobertura do espaço. A fachada recebeu quase 10 mil m² de laminados de vidros de controle solar, nas cores neutra e cinza. Aberturas do tipo maxim-ar ao longo da estrutura garantem ventilação natural, ajudando ainda mais no controle do conforto térmico interno. O outro retrofit trocou os vidros das fachadas do prédio ao lado (laminados de controle solar 10 mm, nas cores prata e branca).

Este texto foi originalmente publicado na edição 579 (março de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro traz vantagens para piscinas com borda infinita

Sinônimo de sofisticação, piscinas com borda infinita ganham cada vez mais atenção por parte de arquitetos, engenheiros e designers de interiores. Se essa estrutura geralmente era encontrada em hotéis de alto padrão, spas e resorts de luxo, hoje em dia pode ser vista também em empreendimentos de menor porte e residências, muito por sua estética única que conquista as pessoas. Imagine, então, uma instalação dessas com vidro! Para entender o trabalho de especificação nesses casos, O Vidroplano explica o que precisa ser levado em conta na hora de fazer os cálculos, assim como a importância dos interlayers e da vedação bem feita.

Como funcionam
Essas piscinas aplicam uma ilusão de ótica: uma de suas bordas é mais baixa que as demais. Com isso, a água transborda por ali, dando a impressão de que a superfície não tem fim. Essa água transbordada cai em uma calha, vai para um reservatório, passa por filtragem e é bombeada de volta à piscina, num ciclo contínuo.

 

Apelo visual: piscinas com borda infinita também permitem estéticas diferenciadas, como o jogo com a luz de LEDs instalados na estrutura
Apelo visual: piscinas com borda infinita também permitem estéticas diferenciadas,
como o jogo com a luz de LEDs instalados na estrutura

 

Em depoimento ao site Tua Casa, a arquiteta Sandra Pompermayer explica que, mesmo podendo ficar de 10% a 20% mais caro do que o de uma piscina comum, um projeto como esse valoriza o imóvel, agregando valor a ele – tanto que muitos condomínios modernos são pensados com estrutura semelhante. Segundo Sandra, terrenos em declive são os mais indicados para a construção: “Assim, cria-se uma ligação visual entre a paisagem e a piscina. Outra vantagem é na hora da construção, já que não há a necessidade de retirar muita terra”. Um terreno plano até pode receber a estrutura, mas os gastos com mão de obra serão maiores.

 

Como funcionam as piscinas de borda infinita: uma de suas bordas é mais baixa que as demais, permitindo que a água transborde por ali
Como funcionam as piscinas de borda infinita: uma de suas bordas é mais baixa que
as demais, permitindo que a água transborde por ali

 

Como escolher o vidro
O cálculo para a especificação não é nada simples. Variantes diversas influenciam na espessura do vidro, incluindo:

– Dimensões da peça (largura e altura);

– Quantidade de apoios;

– Duração da carga exercida no vidro (no caso de visores de piscina, será permanente);

– Temperatura da carga (na maioria dos casos, são considerados 40 °C);

– Pressão hidrostática, representado pelo indicador “metros de coluna d’água” (mca).

Vale reforçar que todo esse cuidado se dá devido à enorme pressão causada pela água. “Não parece, mas ela é muito pesada. E essa pressão é maior conforme a profundidade aumenta”, explica Vaughn Schauss, gerente e consultor técnico para as Américas da Kuraray.

Por isso, como a resistência das chapas deverá ser a máxima possível, o indicado é usar vidros de segurança – no caso, multilaminados de temperados, com interlayers estruturais, pois, “além de permitir a redução da espessura final do conjunto, garantem alta resistência aos choques mecânicos e, em caso de quebra, impedem o rompimento do vão, dando tempo de esvaziar a piscina”, reforça Vagner Martins Júnior, especificador técnico da PKO do Brasil. Nesse sentido, é importante considerar sempre o uso de uma lâmina mina extra, para oferecer ainda mais segurança no caso de troca das peças.

 

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“Dada toda essa complexidade, recomendamos que especialistas que trabalham com sistemas construtivos sejam contatados para garantir a segurança do cálculo”, indica Douglas Alves, representante técnico para a América Latina da Eastman. Dessa forma, será possível minimizar possíveis erros e gastos extras com reposição de materiais em caso de especificação errada. Vale lembrar que a Cebrace possui uma ferramenta gratuita em seu site (www.cebrace.com.br/CalculoEspessura) para o cálculo da espessura de vidros a serem aplicados em visores de piscina e aquários, entre outras instalações.

 

Como funcionam as piscinas de borda infinita: uma de suas bordas é mais baixa que as demais, permitindo que a água transborde por ali

 

Interlayers e vedação
Como mencionado, os interlayers devem ser estruturais. “Eles contribuem com a resistência mecânica necessária para a aplicação”, esclarece Douglas Alves, da Eastman, fabricante do Saflex Structural DG41.

Vaughn Schauss, da Kuraray, fabricante do SentryGlas, reforça que esses materiais precisam de rigidez o bastante para resistirem à deflexão das placas e ainda oferecer o desempenho pós-quebra adequado – segurar os cacos dos vidros no lugar. “Os interlayers também nunca podem entrar em contato com a água por longos períodos, embora precisem resistir a esse contato por uma curta duração de tempo”, comenta.

Daí vem a importância da vedação. “O tipo de selante escolhido influencia na estabilidade do conjunto. Um produto mal-especificado ou mal-aplicado pode causar interação química com o interlayer, gerando delaminação”, afirma Vagner Martins Júnior, da PKO. O selante, portanto, tem função dupla numa obra assim: previne o contato das bordas dos vidros com a umidade, aumentando a durabilidade da estrutura, e evita o vazamento de água, o que gera problemas de ordens diversas no local ao redor da piscina.

Cuidados na hora de instalar
A fixação correta é outro ponto essencial do trabalho com piscinas envidraçadas. Dois tópicos ganham atenção:

– “Engastamento”: os apoios estruturais que impedem os movimentos das peças;

– Diagrama de forças: também chamado “diagrama de corpo livre”, mostra as diversas forças exercidas sobre um objeto.

Para que a solução seja efetiva do ponto de vista estrutural, recomenda-se a contratação de um profissional técnico, responsável por gerar um memorial de cálculo, que apontará a forma correta para esse “engastamento”. Não há receitas prontas a serem seguidas: para cada projeto, é preciso estudar qual será o tipo de fixação adequado.

Não se deve esquecer também da logística para o transporte e o descarregamento dos vidros: dada a sua especificação robusta, as peças podem chegar a centenas de quilos. Por isso mesmo, o manuseio deve ser feito com equipamentos próprios, incluindo ventosas, evitando qualquer possibilidade de acidentes nos canteiros de obra.

Este texto foi originalmente publicado na edição 578 (fevereiro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Novo edifício na Faria Lima tem fachadas de controle solar

Ao custo de R$ 1,2 bilhão, o recém-finalizado Birmann 32 se torna um novo marco da arquitetura corporativa na região da Faria Lima, um dos principais centros financeiros de São Paulo e um dos mais importantes do Brasil. Fugindo da estética com fachadas de vidros refletivos, tão característica nesse tipo de empreendimento, o prédio aposta em insulados de controle solar para oferecer, ao mesmo tempo, conforto térmico e transparência aos seus usuários.

Ficha técnica
Autor do projeto: Pei Partnership Architects
Local: São Paulo
Conclusão: 2020

 

Formas angulares
Com 125 m de altura e 25 andares, o edifício está rodeado por uma grande praça, aberta ao público, de 8 mil m². Vários espaços de interação estão presentes ali, incluindo uma escultura de baleia em tamanho natural e um teatro com capacidade para 500 a 800 pessoas – pode ser reconfigurado de acordo com o evento da vez. Isso reflete a vontade do arquiteto Chien Chung Pei, do escritório Pei Partnership Architects, de integrar a obra à cidade, além de qualificar seu entorno. “A maioria dos prédios em São Paulo é fechada, com cercas ou muros. Nossa proposta não é só abrir, mas também tornar todos bem-vindos”, explica Rafael Birmann, diretor da incorporadora Faria Lima Prime Properties. “Nossa praça vai ter cadeiras soltas, programação, ativação, lugar para se sentar ao Sol e comer um sanduíche e será um lugar agradável para as pessoas.”

 

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A inspiração veio da Grã-Bretanha, mais precisamente da região da Canary Wharf, na cidade de Londres, que compreende edifícios comerciais em um ambiente propício à circulação da população. “Mexer com o conceito de tudo, transcender ferro e concreto e buscar o significado de um espaço para as pessoas e para a cidade: esse foi o grande desafio e o mais satisfatório”, comenta Birmann.

 

Um novo paradigma
Até para estar alinhado com a questão da integração dos ambientes, um dos objetivos da obra era deixar de lado os vidros espelhados, optando por uma fachada com maior transparência. Por isso, optou-se por insulados com peças de controle solar Neutral Plus 50, da linha SunGuard High Performance, da Guardian, processadas pela GlassecViracon, que proporcionam transmissão de luminosidade de 50% e redução de 60% da entrada de calor.

 

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Fachadas desse tipo são tendência cada vez maior em edifícios de escritórios, pois elas se tornam elementos essenciais para que os prédios sejam mais eficientes energeticamente, gastando menos eletricidade. A prova disso está na pré-certificação Leed Platinum, outorgada a projetos sustentáveis, recebida pelo Birmann 32 antes mesmo do término da construção. O prédio conta ainda, entre outros sistemas, com tratamento de água e esgoto com reúso, assim como reciclagem de 100% dos resíduos sólidos. A preocupação com a sustentabilidade foi tamanha que Rafael Birmann afirma que o design sempre esteve sujeito às condições técnicas de transmissão de calor e de transparência: “Ao usar insulados, conseguimos atender com margem todos os requisitos”.

 

Metamorfose: ao longo do dia e dependendo da quantidade de luz solar, o prédio fica mais ou menos transparente
Metamorfose: ao longo do dia e dependendo da quantidade de luz solar, o prédio fica mais ou menos transparente

 

Especificação técnica
Vidros da fachada: peças de controle solar Neutral Plus 50, da linha SunGuard High Performance (Guardian)
Processadora: GlassecViracon
Desenvolvedora da estrutura da fachada: Itefal
Perfis de alumínio: Aura System (desenvolvimento) e Tera Metais (fabricação)

Este texto foi originalmente publicado na edição 577 (janeiro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Obra icônica ganha janelas de vidros com baixo teor de ferro

Em 1937, quando a construção da Fallingwater (Casa da Cascata) terminou, Frank Lloyd Wright não só entregava uma icônica obra da arquitetura moderna: também iniciava um movimento que tomou o mundo, o da arquitetura orgânica. Esse conceito visa a integrar as construções à natureza, fazendo delas um organismo vivo, muitas vezes até imitando formas encontradas no meio ambiente – O Vidroplano já publicou uma reportagem de capa sobre o tema, na edição de setembro de 2014 (acesse-a no link bit.ly/VPset14). E nada poderia representar mais essa ideia que uma casa em cima de uma cachoeira, no meio das florestas de Mill Run, na Pensilvânia, Estados Unidos. Este ano, a residência passou por retrofit em suas janelas, ganhando novos laminados com baixo teor de ferro, mais conhecidos como extra clear.

 

Restauração contínua
O envidraçamento foi planejado por Wright como elemento fundamental para se morar numa casa assim: ele queria apagar as barreiras entre os interiores e a natureza, oferecendo uma experiência visual e também acústica, já que o suave barulho das águas em movimento entra no espaço quando as portas estão abertas. À época, instalou-se um dos primeiros extra clear existentes para grandes projetos, desenvolvido pela Vitro Architectural Glass (então chamada PPG Glass).

No entanto, pela proximidade das janelas à cachoeira e pelos produtos de menos tecnologia de antigamente, essas estruturas ficaram suscetíveis à corrosão e a outros problemas causados pela alta umidade do local. Em 1988, por exemplo, os vidros laminados receberam PVBs especiais, mas cerca de 20 anos depois começaram a delaminar, ganhando certa opacidade, o que ia de encontro à vontade de Wright em relação à interação com o exterior. “A partir daí, os sistemas passaram a ser substituídos em uma rotina regular, geralmente em conjunto com os perfis de aço, para evitar qualquer problema que possa surgir”, explica Scott Perkins, diretor de Preservação da obra.

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Especificação
Vidros: laminados de extra clear da linha Starphire Ultra-Clear
Fabricante: Vitro Architectural Glass
Processadora: Dlubak Speciality Glass

Contra os raios UV
A mais recente restauração começou em setembro do ano passado, terminando agora em 2020. Ao todo, 69 janelas e portas foram reparadas; 16 janelas tiveram as chapas de nosso material totalmente trocadas – elas variam de 0,2 x 0,2 a 0,7 x 1,9 m. O vidro escolhido, mais uma vez, veio da Vitro Architectural Glass: a fabricante doou uma carga de Starphire Ultra-Clear, material que garante transmitância de luz de até 91%. Ou seja, a transparência é quase total.

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A maior parte dos móveis da Fallingwater é original da época de sua inauguração. E pelo fato de as janelas não terem cortinas ou brises para gerar sombras, esses objetos podem se desgastar pelo contato direto com a luz do Sol. Mas isso também foi pensado: os novos laminados contam com interlayers SentryGlas, da Kuraray, os quais filtram a radiação ultravioleta, impedindo assim que madeiras e demais materiais aplicados internamente sofram desgaste.

Outros retrofits já estão marcados para os próximos anos – e a lendária casa pode contar com os vidros para se manter como imaginada por seu criador.

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Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vanceva World of Color Awards 2020 anuncia vencedores

Organizado a cada dois anos pela Eastman, o Vanceva World of Color Awards premia projetos arquitetônicos com vidros laminados que utilizam os interlayers coloridos da linha Vanceva. Obras de todo o mundo podem se inscrever em duas categorias (uso exterior e interior). Os dois vencedores são escolhidos por um júri de profissionais que inclui arquitetos, engenheiros e consultores. Saiba a seguir quem são os ganhadores da edição 2020 da competição.

 

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CATEGORIA EXTERIOR

Vencedor: Museum of Fine Arts
Local: Houston, Estados Unidos
Responsável pelo projeto: Steven Holl Architects
Processadora do vidro: ShenZhen ShenNanYi Glass

A expansão do Museu de Belas Artes de Houston, no Estado americano do Texas, foi uma obra grandiosa. Com custo de US$ 450 milhões, renovou completamente o espaço que, agora, tem uma fachada dupla, daquelas de duas peles de vidro separadas por uma área para ventilação, cujo objetivo é aumentar o conforto térmico interno. A parte exterior dessa fachada é formada por vidros curvos, quase como tubos, presos a uma estrutura de aço invisível por trás das chapas. Essas chapas são acidatas, ou seja, passaram por um tratamento com ácido para ficarem com aparência opaca, mas ainda assim permitem passagem da luz. Para realçar o efeito leitoso, foram usados interlayers na cor Arctic Snow (“neve do ártico”).

Até pode parecer estranho uma competição baseada em cores premiar um edifício branco, mas o jurado Benjamin Wright, diretor-artístico da Pilchuck Glass School, centro internacional para educação artística em vidro, explica: “Os arquitetos usaram as formas e a natureza do vidro para otimizar o efeito monocromático do prédio. E o desafio de permitir a entrada de luz natural de forma criativa não pode ser esquecido”.

 

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CATEGORIA INTERIOR

Vencedor: Kaleidoscope
Local: Tianshui, China
Responsável pelo projeto: Sako Architects
Processadora do vidro: Shanxi Jingfeng Glass

Interlayers de 10 cores diferentes transformam o prédio todo branco da escola de jardim de infância Kaleidoscope, localizada na cidade chinesa de Tianshui, em um arco-íris de luzes. O escritório japonês Sako Architects inspirou-se na estética alegre de brinquedos de criança para desenvolver o projeto. As aplicações dos laminados coloridos estão nas janelas, arcos acima das portas, corredores e corrimão de escadas. Graças à cobertura envidraçada no átrio central, luz natural entra no ambiente e atinge essas aplicações. O resultado são sombras coloridas em variadas formas espalhando-se pelo chão e paredes e deixando o espaço ainda mais vivo – e com a movimentação do Sol ao longo do dia, as sombras parecem “dançar” pela escola.

Menções honrosas da premiação
Já que apenas duas obras saem vencedoras do Vanceva World of Color Awards, o júri também indica alguns projetos como menções honrosas.

 

arquitetura5Eada Business School
A renovação de um prédio em Barcelona, Espanha, feita pelo CDB Arquitectura, transformou a cara da escola de negócios ali localizada: ao invés da antiga fachada neutra, painéis verticais de laminados em duas cores (um tom de bege e outro de azul) dão vida ao espaço.

 

 

arquitetura6Taipei Performing Arts Centre
Em Taiwan, esse centro de espetáculos consiste em três teatros ligados a um cubo central. Criada pelo escritório OMA, a obra faz referência a uma imaginária estação para naves espaciais em um planeta distante. Os vidros curvos aplicados externamente, fabricados pela espanhola Cricursa, têm o formato da letra “S” e contam com interlayers cinzas.

 

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Oszo 44
Simples, mas eficiente: em Küsnacht, Suíça, um telhado colorido encantou os jurados do prêmio. Instalada na entrada de uma estação de energia local, e desenvolvida pelo artista Ritchie Riediger, a estrutura ganhou 100 m² de vidros em diferentes tons. A beleza vem do jogo de cores e sombras refletidas nas paredes do prédio.

 

arquitetura8Galerie Artem
A topografia de montanhas foi a inspiração para os arquitetos do Nicolas Michelin & Associates criarem um boulevard de 300 m de extensão, na cidade de Nancy, França. Ligando três universidades da cidade, a obra recebeu interlayers de cinco cores diferentes.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Domo 2020 apresenta tendências no Brasil e no mundo

A Cebrace realizou no dia 24 de novembro, em parceria com as empresas Schüco e Eastman, a 2ª edição do Domo, evento voltado para a discussão de inovações e tendências no design e na função das fachadas de projetos arquitetônicos.

A 1ª edição do Domo, em 2019, reuniu 240 convidados no Hotel Unique, em São Paulo, entre arquitetos, consultores e engenheiros. Já este ano, devido à pandemia do novo coronavírus, o formato do evento foi totalmente online. A curadoria ficou por conta da Architecture Hunter, uma das startups de mídia digital para arquitetura mais influentes do mundo.


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Fundamentos para o design
Iniciando as apresentações, Douglas Tolaine, diretor de Design do estúdio Perkins&Will em São Paulo, mostrou cases de fachadas elaboradas de modo a

valorizar o entorno e a conexão com a diversidade. Ressaltando o uso das formas orgânicas, sensações e vegetação como fatores de destaque, Tolaine exibiu projetos que priorizam a integração entre espaços por meio dos vidros e ainda abordou a importância de as fachadas serem pensadas em 360 graus — e não apenas por um de seus ângulos.

Um desses trabalhos é o edifício Vista Tower 1, cuja construção já teve início na capital paulista. Para explorar ao máximo a visibilidade da natureza ao seu redor, o prédio terá fachada de insulados feitos com peças extra clear – segundo ele, esses produtos vêm se tornando mais acessíveis e são muito interessantes para a integração da obra com os espaços externos.


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Arquitetura vernacular
Vinicius Andrade, sócio-fundador do escritório Andrade Morettin Arquitetos Associados, afirmou que a arquitetura é um conhecimento acumulado culturalmente e parte da necessidade de se pensar o meio em que vivemos antes mesmo de apresentar as soluções. Nesse sentido, ele falou sobre uma pesquisa realizada acerca de sistemas construtivos de diferentes regiões no mundo localizadas na chamada faixa da Zona Tropical Úmida, os quais compartilham uma identidade muito clara de arquitetura vernacular – aquela que usa materiais locais e tipologias regionais, adequadas ao ambiente, como as palafitas. Andrade explicou que se trata de estruturas leves, com materiais orgânicos e baixa carga térmica, as quais permitem melhor ventilação e sombreamento.

Um exemplo apresentado foi o Instituto Moreira Salles, no qual o escritório buscou levar esse conceito para o espaço urbano. Nessa obra, as diferentes áreas são fluidas e abertas, com ventilação e sem necessidade de ar-condicionado. Além disso, sua pele de vidro com desempenho termoacústico também integra o edifício aos arredores.

 

domo3A nova China
Patrik Schumacher, diretor do Zaha Hadid Architects (ZHA), na última apresentação do evento, mostrou os principais projetos de seu escritório desenvolvidos na China, país que, segundo ele, dá mais liberdade para certos tipos de arquitetura. O ZHA foi o responsável, por exemplo, pelo novo Aeroporto Internacional de Pequim Daxing (PKX), famoso pela sua grandiosidade e formato de Fênix, ou Estrela-do-Mar, além da grande valorização da transparência em sua fachada e cobertura – a estrutura foi projetada pela própria Zaha Hadid ainda em vida e concluída três anos após seu falecimento.

Para Schumacher, o país asiático vem valorizando inovações e permitindo que sua empresa desenvolva grandes projetos. Ele considera que essa ousadia é reflexo do impressionante aumento no poder econômico local e da sua crescente urbanização.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Lousas de vidro trazem oportunidades de mercado

Esta seção de O Vidroplano frequentemente aponta a necessidade de que o vidraceiro não se restrinja aos trabalhos básicos e busque sempre diversificar seu portfólio. Nesse sentido, uma opção bastante inovadora é a venda e instalação de lousas de vidro. Produto bastante útil para diferentes finalidades, ele pode ser aplicado em vários espaços. Conheça mais a seguir sobre e prepare-se para suas anotações.

Solução multiuso
Na live realizada pela Abravidro no dia 18 de maio, em comemoração ao Dia do Vidraceiro, Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro, foi enfático ao apontar que a exploração de outros nichos de mercado pode ajudar a ampliar as vendas de uma vidraçaria. O exemplo dado foi justamente a aplicação de um vidro como revestimento de parede, no qual os filhos dos clientes poderiam desenhar: “A gente já vendeu muito revestimento desse tipo só focado em criança, como se fosse uma lousa”, contou para Vera Andrade, coordenadora técnica da entidade, durante a transmissão. As mesmas canetas e apagadores usados para quadros brancos podem ser usados nos vidros.

A mesma sugestão foi repetida por Gabriel durante o primeiro webinar da série Conexão Glass, programação da feira Glass South America, em outubro (saiba mais sobre o evento clicando aqui). Na ocasião, ele comentou que esse uso poderia manter as crianças distraídas nesse período em que os pais não podem levá-las para brincar fora de casa.

Mas engana-se quem pensa que os pequenos são o principal público-alvo desse produto. “Antes, vendíamos apenas para o mundo corporativo”, conta Rayssa Navarro, CEO da Multpainel Lousas de Vidro. “Apenas de 2013 para cá abrimos as vendas para pessoas físicas e esse mercado foi sendo construído.” A lousa, por si só, é um produto que pode ser instalado em todos os ambientes e lugares, não apenas para substituir os antigos quadros-negros ainda escritos a giz ou os brancos de madeira.

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Comunicação com praticidade
O que torna a lousa interessante para empresas? Rayssa explica: “O produto estimula a criatividade e favorece a boa comunicação, além de ser um ponto focal de atenção para a construção de raciocínios, debate de ideias e exposição de pensamentos. Nos espaços corporativos, tudo isso é essencial para bons resultados”.

As características do vidro facilitam essa troca de informações. “Por ser um material de fácil limpeza e manutenção, devido à sua superfície plana e lisa — sem porosidade —, ele permite escrever e apagar com praticidade, além de ser mais higiênico em relação a outras opções”, avalia Viviane Moscoso, gerente de Produto da Vivix.

O aspecto estético também conta em uma aplicação como essa. “As lousas envidraçadas permitem trazer modernidade a uma aplicação considerada tão antiquada, dando leveza ao ambiente e possibilitando a diversificação nas cores, layout e forma em que o produto pode ser usado”, destaca Camila Batista, engenheira de Desenvolvimento de Produto da Cebrace. Essa opinião é compartilhada por Matheus Oliveira, gerente de Vidros Decorativos da AGC, que acrescenta: “Muito além de uma aparência diferenciada no revestimento da parede, há uma funcionalidade importante e a possibilidade de manter a aparência original da parede, diferentemente de lousas tradicionais ou paredes com tintas comuns”.

Vale salientar que empresas e residências não são os únicos espaços em que as lousas de vidro têm potencial – por isso mesmo, é uma opção de venda que pode agregar aos negócios dos vidraceiros. “Além de ser uma alternativa criativa de uso do vidro, o material possui amplo campo de aplicação, como em academias e instituições de ensino, entre outros”, sugere Renato Sivieri, diretor de Marketing da Guardian.

O vidro ideal
Entre as usinas de base no Brasil, o vidro pintado parece ser um consenso como a melhor escolha para essa finalidade. “Sempre sugerimos os pintados como os mais indicados para lousas, pois, além de oferecer estética diferenciada, também agregam muito estilo e modernidade aos ambientes”, informa Renato Sivieri, da Guardian.

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Porém, a pintura da peça não é o único tratamento pelo qual ela deve passar. “No que se refere ao processamento do vidro, não existem referências técnicas específicas para isso, mas recomenda-se utilizá-lo na versão temperada e/ou laminada, pois são classificados como vidros de segurança pela forma como os fragmentos se quebram em uma situação de acidente, diminuindo o risco para o usuário”, alerta Camila Batista, da Cebrace.

Rayssa, da Multpainel, concorda: “Damos preferência a vidros temperados e defendemos muito a utilização desse tipo de beneficiamento. Apesar de muitas lousas de vidro comum ou de laminado simples serem vendidas no mercado, não abrimos mão do temperado em nossos modelos. Mesmo se a aplicação, por norma, demandar uma peça laminada, preferimos recorrer ao laminado temperado”.

Da mais comum à mais sofisticada
Uma lousa de vidro básica é bem simples de ser instalada. A forma mais comum é a fixação mecânica, parafusando-a com prolongadores. Porém, também é possível colá-la com fitas dupla face, em processo semelhante ao usado na aplicação de espelhos.

Essa é a solução mais simples de oferecer ao cliente, mas o vidraceiro pode, e deve, explorar também outras possibilidades. A seguir, alguns exemplos:

– Uma delas é a magnética. Nela, além de escrever, também é possível fixar objetos com a ajuda de ímãs. “Nada mais é que uma lousa de vidro básica com uma manta de alto magnetismo aplicada na parte de trás. Dessa forma, o magnetismo ultrapassa a massa do vidro”, explica Rayssa;

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– Menos comuns no mercado, porém bastante promissoras para os próximos anos, são as digitais interativas. Como o nome diz, permitem a projeção de imagens, como se fossem uma tela de toque. A única diferença na instalação é que uma película de projeção deve ser aplicada na face do painel, para evitar que os reflexos atrapalhem a nitidez da tela. Viviane, da Vivix, ressalta que nesse tipo específico de aplicação é necessário avaliar a escolha correta do vidro e o uso de sistema operacional que permita a interatividade digital;

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– E, quando falamos em lousas, pode vir à mente uma placa envidraçada colocada no meio de uma parede – mas, em vez disso, por que não sugerir ao consumidor que toda a parede seja revestida? “Costumamos indicar a aplicação do produto para revestimentos de paredes de escritórios, salas de aulas e espaços residenciais em que possa haver quadro de anotações”, conta Oliveira, da AGC. “Até mesmo para o quarto da criança há lugar — estimula a criatividade sem impactar diretamente no acabamento.”

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Potencial para todos os elos da cadeia
Embora esta seção seja dedicada aos vidraceiros, os demais profissionais do nosso setor também têm muito a ganhar com as oportunidades desse produto. “O vidro pintado no Brasil ainda não tem tanta representatividade como em outros países, a exemplo dos Estados Unidos, que já atuam nesse mercado de lousas há anos, e seu consumo aumenta significativamente a cada ano”, considera Viviane, da Vivix. “Essa grande oportunidade para o mercado vidreiro do Brasil precisa ser explorada pela cadeia como um todo.” Para Rayssa, a maré dessa solução foi surfada praticamente sozinha pela Multpainel de 2006 a 2015. “Hoje, há diversas empresas focadas em lousas de vidro. E isso é ótimo para todos, pois em termos macroeconômicos a concorrência gera melhoria bruta para o consumidor e para todo o ecossistema de consumo.”

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Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro tem potencial na arquitetura pós-pandemia

O mundo aguarda ansiosamente o momento em que a vida poderá voltar ao normal. Mas a verdade é que nem tudo será como antes da pandemia do novo coronavírus. A arquitetura e o design, por exemplo, terão de se adaptar a uma nova realidade na qual a interação direta entre as pessoas diminuirá, residências se tornarão centros de trabalho e escritórios deixarão de lado o confinamento em favor de espaços abertos — e quem afirma isso tudo são os próprios profissionais dessas áreas. Nas próximas páginas, O Vidroplano busca entender as mudanças que já estão acontecendo e saber qual o papel de nosso material nesse cenário.

Casa multitarefa
Uma das principais tendências será a transformação das residências, sejam casas ou apartamentos, em espaços multiuso, voltados não só para o sistema de home office (no caso de profissões que permitam essa prática), mas também para exercícios físicos e com área verde. Segundo reportagem do site da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), escritórios de arquitetura nacionais já têm recebido pedidos para a alteração de projetos, de médio e alto padrão, previamente aprovados. Como as pessoas deverão passar mais tempo dentro em casa, a relação delas com a moradia se tornará mais próxima.

A preocupação com a contaminação de superfícies também estará na pauta. E aí o vidro se destaca em relação a outros materiais, pois:

– É mais durável e resistente a riscos;

– É limpo com facilidade, bastando usar água e sabão neutro.

“Ele [o vidro] não envelhece, não apodrece”, destaca Caio Bacci Marin, sócio-fundador do Bacci Marin Arquitetos Associados. “E nada disso que se discute hoje é modismo, tudo é macrotendência. O foco em qualidade ambiental e em saúde já existia, a pandemia apenas reforçou isso.” Uma prova é a atenção das mostras de decoração a esses assuntos. A Morar Mais por Menos, cuja edição carioca está prevista para os dias 1º de outubro a 15 de novembro, terá ambientes pensados para os novos tempos. O designer Thiago Herrera, por exemplo, será o responsável pela recepção: seu espaço, vazado, para garantir a circulação de ar, ganhará tinta especial e revestimento de vidros antibacterianos.

Divisórias da Hub Móveis: fabricante aluga essas estruturas para empresas que buscam se adequar ao distanciamento entre funcionários
Divisórias da Hub Móveis: fabricante aluga essas estruturas para empresas que buscam se adequar ao distanciamento entre funcionários

 

Aliás, a procura por esse tipo de vidro deve aumentar. Apesar de não ser eficaz contra vírus, como o Sars-CoV-2, causador da Covid-19, elimina até 99% das bactérias, deixando o local em que é instalado muito mais asséptico. A AGC, proprietária da patente do produto, está desenvolvendo uma nova geração do material — porém, ainda sem previsão de lançamento.

Escritório integrado
Mas o que fazer com o trabalho cuja presença dos funcionários é essencial? “Um grande desafio das empresas será vencer uma possível ausência de colaboradores, algo que pode ocorrer caso as companhias não divulguem formas de adaptação do ambiente em um momento tão delicado como o que estamos vivendo”, comenta a arquiteta Laís Zarantonelli, responsável pela gestão de Novos Projetos da Hub Móveis. “Sobre as mudanças físicas, acredito que seja algo muito particular à realidade de cada companhia.” Laís aponta algumas formas de como esses locais podem ser remodelados:

– Mais espaço para áreas colaborativas e de encontro entre as equipes que trabalham remotamente;

– Posições de trabalho rotativas e em menor quantidade;

– Avaliação da real necessidade de se ter as metragens existentes até então.

É preciso ficar atento ainda às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), como reforça Pierina Piemonte de Bermejo, sócia do Leonetti Piemonte Arquitetura: “As empresas que não conseguirem garantir o distanciamento entre funcionários, por volta de 2 m, terão de providenciar barreiras”. Por esse motivo — e para não voltarmos à estética pouco saudável dos escritórios dos anos 1980 e 1990, com cubículos praticamente fechados —, o uso de divisórias transparentes deverá popularizar-se.

“O vidro é um material supernobre, um dos mais altos nesse conceito na construção civil”, afirma Caio Bacci Marin. “Além disso, já tem um lugar fundamental nas situações em que a gente precisa de visão, de permeabilidade da luz.” Fabio José Riccó, fundador e diretor da Hub Móveis, revelou durante o webinar Impactos da pandemia na arquitetura residencial e comercial, organizado pela Galeria da Arquitetura e Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea-SP), que vários clientes contrataram a instalação de divisórias recentemente. “A gente tem usado vidro, não acrílico, pois ele oferece esse caráter de ser algo permanente, sem ser provisório”, explica. Segundo Riccó, sua empresa tem alugado essas estruturas — o período varia de dois a três meses ou mais. “A gente tem um viés sustentável e, mesmo na pandemia, vamos mantê-lo. Se eu comprar um monte de placa de acrílico, onde vou dispor isso depois? Assim, optamos por um produto reciclável”, pondera. Mais um ponto positivo para o uso de nosso materialna atual situação.

Vidros com serigrafia tradicional e digital se tornam soluções eficientes para separar ambientes e ainda alterar a estética do escritório
Vidros com serigrafia tradicional e digital se tornam soluções eficientes para separar ambientes e ainda alterar a estética do escritório

 

Mais soluções envidraçadas

– Vidro privativo
O vidro privativo surge como opção ainda mais interessante para escritórios, pois oferece privacidade e interação ao mesmo tempo. Ele é um laminado com filme de cristal líquido: quando se aplica uma corrente elétrica à peça, os polímeros presentes no filme se organizam, permitindo a passagem de luz; ao ser desligada, ficam estáticos, voltando à cor branca translúcida. Salas de reunião ou mesmo divisórias simples, entre baias, poderão levar a solução.

– Revestimentos
Balcões, mesas ou paredes podem ser revestidos, o que irá facilitar a limpeza. Além disso, podem alterar a estética do ambiente, graças à aplicação de chapas coloridas ou com serigrafia (tradicional ou digital).

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– Lousas
Servem tanto para o regime de home office, ajudando a organizar projetos e reuniões no espaço destinado ao trabalho dentro de casa, como também nas aulas a distância. Vale lembrar que até mesmo paredes de vidro podem servir como quadros para anotações.

Este texto foi originalmente publicado na edição 571 (julho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Nova sede do COI traz fachada envidraçada dupla

A 32ª edição dos Jogos Olímpicos, em Tóquio, teve que ser adiada por conta da pandemia do coronavírus. Mesmo sem o evento em 2020, O Vidroplano faz menção a ele ao trazer uma obra icônica: a Olympic House, nova sede do COI inaugurada no ano passado. O prédio pode ser considerado um dos mais sustentáveis do mundo, já que recebeu três certificações do tipo (Leed Platinum e duas concedidas por entidades suíças).

Ficha técnica
Autor do projeto: 3XN
Local: Lausanne, Suíça
Conclusão: junho de 2019

Unidos pelo esporte
A inauguração da Olympic House ocorreu em 2019 durante as comemorações dos 125 anos da fundação do COI, em pleno Dia Olímpico (23 de junho), data na qual celebram-se os valores dos Jogos, como ética, responsabilidade e espírito esportivo. Criado pelos arquitetos dinamarqueses da 3XN, em parceria com o escritório suíço IttenBrechbühl, o prédio traduz esses princípios para uma construção sustentável, cheia de transparência, espaços colaborativos e formas com movimentos que remetem à fluidez dos corpos dos atletas. Esse projeto foi o vencedor de um concurso mundial realizado pelo comitê, com 114 participantes, cujo objetivo era justamente escolher o design de sua nova sede.

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Localizada no Louis Bourget Park, às margens do lago Genebra, a obra inclui centro de conferência, salas de reunião, restaurante, academias, três andares de escritórios, terraço no telhado e um estacionamento subterrâneo — são mais de 22 mil m² de área construída. O tamanho tem explicação: antes espalhados por quatro locais diferentes na cidade de Lausanne, os quinhentos funcionários do COI agora estão reunidos sob o mesmo teto. “Nós priorizamos a transparência para facilitar e encorajar a interação e o compartilhamento de conhecimento, criando um espaço de trabalho altamente eficiente”, revela Kim Herforth Nielsen, cofundador da 3XN.

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Pódio verde
Segundo os arquitetos, a eficiência energética do espaço está muito presente na fachada dupla envidraçada — a consultoria Frener & Reifer foi a responsável por seu desenvolvimento e instalação. Esse tipo de estrutura consiste em duas peles de vidro separadas por um espaço, o qual ajuda na ventilação, além de diminuir a incidência do calor gerado pela luz solar, garantindo menor uso de energia elétrica, por exemplo.

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Com exceção dos parafusos e porcas, todos os elementos da fachada (incluindo cada peça de nosso material e as colunas de sustentação) têm formato único. No total, foram utilizados 194 painéis de vidro por andar. Entre as peles, existe ainda uma estrutura de brises de alumínio, semelhante a uma veneziana, garantindo maior sombreamento às áreas internas. Com a Olympic House, o esporte também se torna exemplo de uma arquitetura ecologicamente consciente.

 

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Este texto foi originalmente publicado na edição 571 (julho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Brises podem ser aliados do vidro

Muito se discute sobre a interferência dos brises nas fachadas de vidro. Bastante utilizada pelos profissionais da chamada Arquitetura Moderna — aqui nos referimos a Le Corbusier, Oscar Niemeyer, dentre outros —, em uma época de vidros sem tanto valor agregado, essa estrutura tem sua utilidade questionada em tempos em que versões de controle solar do nosso material podem ser encontradas no mercado. O Vidroplano conversou com especialistas para conhecer um pouco mais sobre os quebra-sóis e como eles podem contribuir — ou não — para fachadas de vidro, dependendo de como o projeto é conduzido pelo arquiteto.

O que são brises?
Os brises são elementos arquitetônicos cuja função primordial é bloquear a incidência da insolação direta nas aberturas das obras. “Dessa forma, servem para diminuir o ganho de calor e o excesso de luz proveniente do Sol e do céu. Eles podem ser usados principalmente para uma dessas funções ou para as duas em conjunto”, explica o engenheiro civil Fernando Simon Westphal, professor, pesquisador e coordenador do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O formato mais comum dessas estruturas é o de aletas, lâminas colocadas do lado de fora de janelas ou edificações. Eles podem ser de vários materiais diferentes, como aço, alumínio, madeira, PVC e até mesmo o vidro (veja uma obra com sua aplicação no final da reportagem).

“A manutenção dos brises deve ser sempre observada, uma vez que se trata de elementos externos na obra, sujeitos às intempéries”, aponta o engenheiro civil Raimundo Calixto de Melo Neto, diretor da RCM Engenharia de Estruturas. Por isso, a escolha do produto deve considerar não só sua estética e valor inicial, mas também sua durabilidade, custo de manutenção e resistência mecânica.

Papel frente à evolução do vidro
Hoje, com a existência tanto de vidros de controle solar como de esquadrias de alto desempenho, tornou-se mais fácil garantir o conforto térmico e luminoso dentro dos ambientes. Com isso, cabe perguntar: os brises não se tornaram desnecessários para as obras?

Westphal, que também é consultor técnico da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), responde: “Isso não deveria ocorrer. A solução para uma boa fachada deveria considerar de forma conjunta a especificação do vidro e outros elementos de sombreamento, como os brises. Um elemento não pode excluir o outro”.

Calixto concorda: “Pelo que observo, o vidro de controle solar traz obviamente grandes benefícios no envelope de uma edificação, mas ele, de forma isolada, nem sempre atende de forma plena os requisitos exigidos pela edificação, principalmente em regiões com condições climáticas mais severas”. Para o diretor da RCM, uma boa composição de peças de controle solar com outros elementos arquitetônicos permite um ganho muito maior, especialmente no que diz respeito à entrada de luz no ambiente.

Sobre a combinação de elementos, Westphal ressalta que mesmo o uso de brises e vidros de controle solar não elimina a necessidade de cortinas ou persianas internas em algumas horas do dia e do ano.

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Terminal Marítimo de Fortaleza, projeto arquitetônico do escritório Architectus S/S, projeto estrutural da RCM Engenharia de Estruturas

 

Conciliando elementos sem desvalorizar o vidro
Embora os brises possam ser aliados das fachadas de vidro, o mercado ainda tende a enxergá-los como concorrentes. Muito disso tem a ver com a forma como cada elemento é incorporado no projeto. “Essa é uma questão que envolve um olhar mais arquitetônico: às vezes, pode parecer que o brise seja um excesso e o vidro fica escondido por ele, escondendo assim sua beleza”, argumenta Calixto.

Segundo Westphal, a melhor forma de conciliar ambos é pensar os brises ainda no momento da concepção da fachada de maneira que eles façam parte da solução arquitetônica, em vez de adicioná-los a ela posteriormente. “Alguns projetos trazem brises de vidro à sua composição, mantendo ainda a leveza na fachada. Essa é uma solução interessante, que pode garantir um bom nível de contato visual com o exterior”, acrescenta o professor.

Como se vê, cabe ao arquiteto e ao engenheiro avaliar cada projeto e considerar as estruturas e componentes arquitetônicos que trarão o melhor resultado para a edificação como um todo. “Vejo em congressos de que participo pelo mundo casos apresentados com grande foco na questão de sustentabilidade e arquitetura bioclimática. Então, é essencial fazer um estudo de eficiência energética num determinado projeto com e sem brise”, sugere Calixto.

Divulgação RCM Engenharia de Estruturas
Divulgação RCM Engenharia de Estruturas

 

Nas fachadas… e nos brises também!
Uma opção bastante interessante para quem considera necessário o uso de brises em seu projeto mas não quer perder o aspecto estético do vidro é o uso de aletas feitas de vidro. Obras com esse tipo de estrutura existem dentro e fora do Brasil. Um exemplo é a sede da empresa de cosméticos Natura, na cidade de São Paulo: suas fachadas têm brises de temperados laminados de 20 mm, com serigrafia quadriculada. As peças foram beneficiadas pela GlassecViracon e instaladas pela ArqGlass.

Vale destacar que, na edição 2017 do Glass Performance Days (GPD), principal fórum vidreiro do mundo, uma das palestras abordou o assunto. Marcin Brzezicki, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Wroclaw, da Polônia, abordou as tendências atuais no design de fachadas transparentes — incluindo a adoção de quebra-sóis de vidro.

Divulgação ArqGlass
Divulgação ArqGlass

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 571 (julho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro permite a divisão de ambientes com integração visual

A transparência é o primeiro atributo que vem à mente quando pensamos no vidro. Com nosso material, é possível separar ambientes e ainda assim mantê-los conectados, com a sensação de que eles formam um único espaço aberto.

Seja por meio de portas — comuns ou automáticas —, divisórias, visores ou outras aplicações, o vidro se apresenta como uma opção extremamente interessante para a separação de ambientes. Assim, o vidraceiro que consegue explorar os benefícios oferecidos pelo produto pode encontrar muitas oportunidades de negócios, especialmente em tempos como o atual, em que a proteção contra contaminações se faz necessária. Confira as vantagens desse tipo de instalação nas próximas páginas.

Sem confinamento
Para os arquitetos recifenses João Vasconcelos e Luiz Dubeux, sócios-proprietários do escritório Dubeux Vasconcelos Arquitetura, os espaços residenciais estão cada vez menores. “Como os apartamentos são mais compactos, a gente precisa de um aproveitamento maior do espaço”, reforça Dubeux.

Na área comercial, por sua vez, a tendência atual é o conceito de open space (espaço aberto). Vasconcelos explica: “Ele consiste na formação de ‘ilhas’ de espaços mais privativos, sem que isso traga bloqueio visual. Desse modo, você não só tem a sensação de um único espaço amplo, mas também aproveita melhor a luminosidade em todos os ambientes”.

Em ambos os casos, os arquitetos apontam que o vidro tira a sensação de confinamento, tanto entre o ambiente interno e seu exterior como entre as divisões de dentro da obra.

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Além da transparência
Engana-se quem pensa que a integração visual é tudo que o vidro tem a oferecer na separação de ambientes. “Um dos principais benefícios é a agilidade na instalação: as divisórias chegam praticamente prontas, faltando apenas a montagem em obra, o que é feito rapidamente”, avalia a arquiteta Regina Padilha, do escritório Pura Arquitetura, de Belo Horizonte. Sistemas como cortinas de vidro ou divisórias com portas de correr, segundo ela, também garantem que os vãos sejam mais bem aproveitados.

 

Aline Dametto, arquiteta e gestora da StartGlass, de Porto Alegre, lista uma série de outras vantagens: “Pode ajudar ainda no aproveitamento da iluminação e na economia com eletricidade, além de contribuir para a atenuação acústica e não ocupar tanto espaço como uma parede ou divisão feita com outros materiais”.

Nosso material também proporciona privacidade: “No meu escritório, por exemplo, aplicamos adesivos como faixas horizontais nos vidros para esse objetivo”, conta a arquiteta Cristiane Schiavoni, de São Paulo. Cristiane aponta que essa solução também permite a decoração do ambiente, como no caso de uma divisória elaborada por ela para um apartamento, na qual foi utilizada uma película com a reprodução de uma foto.

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Contra a contaminação
Em tempos de pandemias como a vivida este ano, nosso material é um aliado não só da arquitetura, mas também da saúde. Robson Batista e Ana Apelt — respectivamente, sócio e gestora da Imbex Vidros, de Porto Alegre — ressaltam que, ao mesmo tempo em que o vidro permite contato visual com nitidez, ele traz segurança às pessoas, evitando a passagem de vírus e outros contaminantes.

Dessa forma, sua aplicação em espaços como hospitais e clínicas médicas torna-se bastante vantajoso — especialmente, segundo Batista e Ana, pela sua assepsia: vidro é mais fácil de higienizar e sofre menos desgaste do que plásticos, acrílicos e outros materiais mais porosos, mantendo sua transparência por muito mais tempo.

Mesmo em ambientes não ligados à área da saúde, o vidro é uma opção bastante atrativa, seja em novas obras ou na reforma de restaurantes, escritórios e outros espaços. “Até que se encontre a vacina para o vírus, muitos espaços precisarão de adaptação. Nesse sentido, sem dúvida o vidro incolor é o maior aliado, pois isola as pessoas fisicamente, mas não visualmente”, aponta Regina Padilha, do Pura Arquitetura. “Aliás, eu acredito que a pandemia ajudou a reforçar ainda mais esse conceito, com o novo jeito de se relacionar que foi criado”, emenda. “Surgiu agora certa informalidade nas relações, principalmente no trabalho. Isso significa que essa integração, que já vinha crescendo, se reforça mesmo nos ambientes mais tradicionais.”

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Mais vidros, mais negócios
Essa tendência pode ser uma oportunidade para o vidraceiro atento ao mercado aumentar suas vendas. A Brasil Vidros, de Vila Velha (ES) confirma esse conceito: “Conforme as pessoas foram ficando em casa, começaram a ver necessidades que não percebiam em dias normais”, afirma Régis Fabiano Teixeira de Godoy, sócio-proprietário da empresa. Ele destaca como exemplo o uso do material para a integração da parte coberta de uma residência à área de descanso ou jardim, trazendo a tranquilidade de fora para o lado de dentro.

A Imbex Vidros conta que teve um aumento significativo na procura por instalações em moradias para adequar espaços de home office, como a adaptação de um sótão em escritório, além da colocação de visores de vidro em um hospital da capital gaúcha e de divisórias individuais em espaços de trabalho.

Embora locais como supermercados tenham adotado o acrílico em pequenas soluções, os arquitetos do Dubeux Vasconcelos Arquitetura consideram que o vidro se mostra mais vantajoso para aplicações de maior porte. “Trata-se de um material mais seguro, mais barato para uso em grandes dimensões e mais resistente mesmo com menor espessura. Uma peça de acrílico de grandes dimensões precisa ser muito espessa”, explica Luiz Dubeux.

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Criatividade e conhecimento
De acordo com Sandro Henrique Rensi, diretor-executivo da Steinglass Vidros e Esquadrias, de São José (SC), saber interpretar a solicitação e o desejo do cliente é fundamental. Mas ele alerta: “Também é importante não criar expectativas quando o próprio ambiente não permite algumas soluções”.

Rensi aponta que os principais cuidados devem ser tomados ainda na hora do projeto, sempre seguindo as determinações das normas técnicas e verificando se a estrutura em que o sistema será instalado é capaz de comportá-lo, bem como as regras do local em relação a horários de trabalho e ruídos. O tamanho dos vidros também deve ser levado em conta. “Não basta fazer a medição do ambiente em que as peças serão aplicadas, também se deve verificar o tamanho do elevador ou da escadaria, para ter certeza de que se poderá levá-las até a obra e entrar nela com os produtos”, aconselha.

Régis Godoy, da Brasil Vidros, sugere que os vidraceiros busquem informações sobre novos sistemas e produtos no mercado. Cristiane Schavoni vai além: “Quando faço o projeto, ele ainda é uma ideia, então preciso que o vidraceiro tenha o conhecimento técnico para saber as condições que viabilizam o projeto, e que também saiba vários acabamentos de vidro em termos visuais que existem no mercado para indicar soluções.

Vale destacar que essa troca é vantajosa para ambas as partes. “Como a obra é uma construção junto com o cliente e o arquiteto, é um ótimo caminho procurar entender melhor os projetos e ter uma boa relação com arquitetos, designers e engenheiros e, assim, estar sempre atualizando os conhecimentos”, avalia Aline Dametto, da StartGlass.

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Prédio na Alemanha usa fachada dupla envidraçada

O Cube Berlin, concluído recentemente na capital alemã, é a prova de que complexidade estética e técnica podem andar juntas na arquitetura, principalmente quando nosso material é usado. Localizado na Washington Platz, no distrito de Europacity, o edifício mistura as qualidades de prédio inteligente no quesito energético com um design arrojado e moderno, tornando-o um marco da construção contemporâneo.

Ficha técnica
Autor do projeto: 3XN Architects
Local: Berlim, Alemanha
Conclusão: fevereiro de 2020

Formas refletivas
Com 11 andares e 19 mil m² de área total, o Cube Berlin foi desenvolvido para dialogar com o espaço urbano em volta, quase como se fosse uma escultura. “Para alcançar isso, procuramos vidros que enfatizassem a superfície da fachada ao mesmo tempo que refletissem os arredores”, comenta o arquiteto Torben Østergaard, membro do escritório dinamarquês 3XN, responsável pelo projeto. “A obra também permite uma leitura mais subjetiva do contexto da vida ao redor na praça. Nossa esperança é de que suas formas levem as pessoas a questionar: ‘O que realmente está acontecendo aqui?’”

Duas vezes vidro
O elemento estrutural mais importante desse conjunto é a fachada dupla envidraçada e ventilada. Vale recordar: esse tipo de estrutura consiste numa pele de vidro tradicional com a segunda pele de vidro na frente. As duas são separadas por um espaço, de centímetros ou até metros, que ajuda a ventilar o interior e também a barrar ainda mais a entrada de radiação solar.

A do Cube Berlin é marcada por padrões triangulares e algumas aberturas nos quatro lados da obra — isso, juntamente com as janelas que vão do chão ao teto, garante ainda mais integração dos usuários com o ambiente externo, assim como farta entrada de luz natural.

Os vidros refletivos escolhidos também têm função relevante. Eles oferecem uma mudança dinâmica na aparência do edifício. Dependendo do ângulo de visão, clima e período do dia, é possível ver cores e texturas diferentes espelhadas na fachada.

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Eficiência energética
Outro destaque do projeto: o baixo consumo de eletricidade em comparação a outras construções semelhantes. Para isso, a fachada dupla foi um fator importante: a distância entre as peles de vidro externa e interna permite proteção mais efetiva contra a radiação solar, além de oferecer ventilação natural às instalações (graças àquelas aberturas na fachada citadas anteriormente). Para evitar o superaquecimento desse espaço entre as peles de vidro, foram usados coatings (revestimentos) especiais e também PVBs de controle solar nos vidros externos.

Especificação da fachada
Fabricante dos vidros: Guardian
Parte externa
Laminado de SunGuard HD Diamond 66 Ultra, com PVB solar e estrutural Saflex (da Eastman)
Parte interna
Insulado triplo de ClimaGuard Permium 2 (6 mm) + float incolor (6 mm) + SunGuard SN 62/34

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Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fachada de loja faz referência à cultura da Coreia do Sul

A história da Louis Vuitton na Coreia do Sul é antiga. A primeira loja local da fabricante francesa de bolsas, acessórios e vestuário foi inaugurada em 1991 na capital Seul. Em 2000, o país ganhou uma Global Store, a rede especial presente apenas nas principais cidades do mundo. E esse espaço acabou de ser reformado, com design de um dos mais renomados arquitetos do planeta, ganhando até mesmo um nome novo: Maison Louis Vuitton Seoul.

Ficha técnica
Autor do projeto: Frank Gehry
Local: Seul, Coreia do Sul
Conclusão: outubro de 2019

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Inspirações históricas
O prédio foi totalmente redesenhado pelo canadense Frank Gehry, autor de obras icônicas como o Museu Guggenheim Bilbao (na Espanha), Walt Disney Concert Hall (Estados Unidos), Dancing House (República Tcheca) e a sede da própria Louis Vuitton Foundation (França). Para esse novo trabalho com a marca, Gehry misturou referências à cultura coreana, como a arquitetura histórica da Fortaleza de Hwasong, construída no século 18, e os movimentos da milenar “dança da garça” (Dangae Hakchum), que pode ser vista nas formas livres da fachada. “O que me impressionou quando visitei a cidade pela primeira vez, 25 anos atrás, foi a relação entre sua arquitetura e as belezas naturais”, comenta o arquiteto. Alcançar essa ligação era seu principal objetivo com o projeto.

Poesia envidraçada
O vidro curvo, marca registrada de várias obras assinadas por Gehry pelo mundo, também é destaque aqui. Todos os painéis aplicados à fachada foram especialmente moldados, seguindo um rigoroso controle industrial, para se encaixar de forma perfeita – eles estão anexados a estruturas metálicas feitas sob medida.

Por estar na fachada inteira, nosso material tem diversas funções, incluindo o fechamento de vestíbulos (na parte mais alta do prédio) e de terraços. Mais abaixo, são usadas persianas. Isso tudo somado dá a sensação, olhando de fora, que o edifício está alçando voo – ou até mesmo que seu topo está evaporando.

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Interiores remodelados
O interior da obra ficou a cargo do designer Peter Marino. Concebidos para dialogar com o exterior, os interiores são marcados por vastos espaços vazios ao mesmo tempo que concentra produtos em nichos intimistas. “Projetamos essas áreas para enfatizar fortemente a qualidade escultural energética do exterior criado por Gehry”, explica Marino. “As pedras usadas dentro da loja parecem fluir vindas de fora. O dinamismo desses volumes retangulares contrasta claramente com a estética envidraçada barroca do prédio.” Mais uma vez, o vidro contribui para uma obra-prima da arquitetura moderna.

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Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Cebrace realiza primeiro DOMO Summit em São Paulo

A Cebrace promoveu, no dia 8 de outubro, a primeira edição do DOMO Summit – Encontro de Inovação em Fachadas, evento voltado para a discussão de tendências no design e na função dessas estruturas.

Patrocinado pela Eastman e Schüco, o evento reuniu 240 convidados — arquitetos, consultores e engenheiros — no Hotel Unique, em São Paulo, e também foi transmitido pela Internet. Sua programação trouxe palestras de profissionais consagrados no País e nomes importantes da arquitetura mundial.

Rui Ohtake mostrou um apanhado geral de suas obras no Brasil e no exterior, incluindo o próprio Unique, enquanto Timothy Archambault, diretor de Operações para América do Norte do escritório Oppenheim Architecture, encantou a plateia com obras inspiradas em conceitos sustentáveis, como o Hotel Emiliano, no Rio de Janeiro.

Gijs Rikken, arquiteto associado e diretor de Design do MVRDV, dedicou seu tempo a falar sobre aplicações inovadoras, como a da loja Crystal Houses, da marca francesa Hermés, cuja fachada é feita de tijolos de vidro. Houve ainda palestras de José Luiz Lemos da Silva Neto (sócio-diretor do aflalo/gasperini), Gustavo Penna (arquiteto, escritor e fundador do GPA&A), Piergiorgio Pesarin (engenheiro sênior da Heintges Consulting Architects & Engineers), Rodrigo Marcondes Ferraz (sócio-fundador da FGMF) e Fermín Vázquez (fundador e diretor do Studio b720).

Este texto foi originalmente publicado na edição 562 (outubro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura abre inscrições

O Grupo Saint-Gobain lançou este mês a 7ª edição do Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura — Habitat Sustentável. O objetivo da premiação, que conta com apoio institucional da Abravidro, é reconhecer projetos de arquitetura que se destacaram na proposição de soluções para o conforto do ambiente, bem como a inovação e sustentabilidade da obra. As inscrições já estão abertas e serão aceitas até o dia 11 de novembro. Os participantes poderão inscrever seus projetos em categorias voltadas para profissionais e para estudantes de arquitetura.

Este texto foi originalmente publicado na edição 560 (agosto de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Edificação em Nova York aposta na segurança do vidro

No gigantesco e recém-inaugurado empreendimento comercial Hudson Yards, em Nova York, uma embarcação (ou seria uma colmeia?; quem sabe, uma nave espacial?) feita de vidro e aço se ergue em meio aos arranha-céus: chamada The Vessel, a obra permite visões privilegiadas de Manhattan, rio Hudson e Nova Jersey (cidade que fica na outra margem do rio). Sem nosso material, no entanto, ela não poderia existir — saiba por que nas páginas a seguir!

Colmeia de pessoas

Apesar da grandiosidade do projeto em que está inserido, o destaque fica com a The Vessel, um tipo diferente de monumento público: ao invés de apenas apreciar a beleza de longe, o visitante pode andar por ele, subindo e descendo seus 45 m de altura pelos 154 lances de escadas interconectadas ao longo de 16 pavimentos. No total, são quase 2.500 degraus para passear.

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Desenvolvida pelo Heatherwick Studio, a estrutura é o coração do projeto. Além de estar exatamente no centro do espaço, chama a atenção de longe, mesmo com os prédios enormes em volta dela — traz formas e cores inusitadas para a tradicional visão de uma cidade grande. Entre as inspirações para esse conceito, estão as escadarias da Piazza di Spagna, de Roma (Itália), e também os tradicionais poços indianos.

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Segurança aliada à beleza

Os arquitetos responsáveis tinham a intenção de criar uma obra única, não uma série delas espalhadas pela área. O objetivo era permitir encontros entre as pessoas, encorajando a interação e, principalmente, que gerasse diversão aos visitantes. No entanto, diversão sem segurança não vale nada.

Por isso, todas as escadas possuem guarda-corpos envidraçados, montados com ferragens de aço. Nosso material está ali para evitar acidentes. Muitos turistas, ao tentar tirar as melhores fotos possíveis, podem se apoiar nessas estruturas — o vidro garante a resistência necessária. Além disso, também não interfere no aspecto visual da construção, tanto para quem está nela, aproveitando a vista, como para quem está de fora. Portanto, é possível afirmar: sem vidro, a Vessel não seria tão impressionante.

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Novo West Side

A renovação de uma área do bairro West Side, formada por docas e antigas fábricas, ganhou forte apelo em 2009 com a inauguração do High Line, parque arborizado em cima de um trilho de trem suspenso que estava desativado. Dez anos depois, o Hudson Yards chega para mudar de vez a cara da região.

O complexo se assemelha bastante ao estilo multiuso do Rockfeller Center, localizado mais ao centro de Manhattan. Em mais de 110 mil m² de área, conta com apartamentos residenciais luxuosos, shopping center com mais de cem lojas, restaurantes, centro cultural (The Shed, que também leva vidro na fachada), praças, jardins e hotel cinco estrelas. Pra construir esse monte de coisas, teve muito dinheiro envolvido: cerca de US$ 25 bilhões, o que o transforma num dos mais caros (se não o mais caro) empreendimentos comerciais da história dos Estados Unidos.

Vídeo: CBS Sunday Morning

 Ficha técnica

Autor do projeto: escritório de arquitetura Heatherwick Studio
Local: Nova York, Estados Unidos
Conclusão: março de 2019

Este texto foi originalmente publicado na edição 559 (julho de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.