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Esquadrias minimalistas potencializam transparência

A arquitetura moderna busca, principalmente nos últimos anos, a integração entre o ambiente interno e o espaço externo das obras — basta ver várias reportagens de O Vidroplano ao longo dos últimos anos mostrando edificações ao redor do mundo que seguem essa tendência (nesta edição, por exemplo, confira um spa nos alpes austríacos com esse conceito clicando aqui). Boa parte dessas construções tem algo em comum: o uso de esquadrias minimalistas, cuja função é aumentar a área de transparência, fazendo com que os benefícios oferecidos pelo vidro sejam maximizados.

Confira nas próximas páginas os detalhes sobre o desenvolvimento desses produtos, o que deve ser levado em conta para sua especificação e os cuidados no manuseio e instalação.

Quanto pesa?
Projetadas para chapas de vidro jumbo (ou de tamanhos maiores que o usual), as esquadrias têm como prioridade suportar o peso de nosso material. “O desafio é que queremos perfis mais finos que atendam grandes vãos”, afirma Marcos César Prediger, diretor-comercial da Unibox. “Os componentes precisam ser reinventados para se adaptar a espaços menores e suportar grandes pesos.” Mesmo porque o termo “minimalista” vem do fato de os perfis ficarem escondidos: “O caixilho pode ser até 100% embutido na parede ou no chão, garantindo, frontalmente, maior exposição dos vidros”, explica Michael Lochner, gerente de Marketing da Weiku do Brasil.

Esses sistemas são de alumínio, embora os de PVC já comecem a ser comercializados, conforme veremos mais à frente nesta reportagem. Segundo a multinacional alemã Schüco, o tempo de desenvolvimento dos produtos é, em média, de três anos. “Após análises de tendências e de mercado, um gerente de Produto em conjunto com uma equipe de engenheiros estuda os perfis a serem fabricados, assim como todos os seus acessórios, garantindo encaixe e funcionamento de ponta”, revela Tiago Costa, diretor-comercial e de Marketing América do Sul da empresa. Ou seja, itens como roldanas e dobradiças também são preparados para receber uma grande sobrecarga.

Com o produto pronto, são realizados diversos testes, como os de resistência e acústica, utilizando diferentes configurações de espessuras das chapas. Os componentes passam pelas provas de durabilidade e exposição a raios UV e a ambientes salinos, entre outras. Já os sistemas como um todo são submetidos a ensaios de resistência ao vento, permeabilidade a água e ar, assim como aos de longevidade — nos quais robôs abrem e fecham as esquadrias para garantir ciclos de vida útil acima das 10 mil aberturas das folhas (podendo chegar, dependendo do item, até a 1 milhão de aberturas).

Procedência global
Algumas das fabricantes de esquadrias consultadas por O Vidroplano importam os produtos de suas matrizes internacionais. No entanto, todas as fontes desta reportagem utilizam vidros nacionais. Isso abre possibilidades interessantes para as processadoras brasileiras que precisam ser exploradas, até pelo fato de os perfis suportarem chapas de 20 a 52 mm, dependendo do modelo, incluindo peças de valor agregado como laminados e insulados. A escolha do vidro, geralmente, é de responsabilidade do cliente, arquiteto ou serralheiro. Cabe à fornecedora das esquadrias validar os pesos aplicados por folha e as espessuras.

Os perfis de alumínio da Schüco vêm de fora do País, assim como os acessórios usados neles. No entanto, alguns já são extrudados localmente, incluindo os produtos mais comercializados no Brasil. A versão de PVC, feita pela divisão Schüco Polymer, é a primeira minimalista do mundo fabricada com essa matéria-prima, segundo a companhia. Foi lançada este ano em março num evento online (a feira na qual o item seria mostrado em primeira mão foi cancelada por conta da pandemia). No momento, é produzida apenas na Alemanha, na fábrica da cidade de Weissenfels.

A Unibox e a Weiku, por sua vez, são companhias totalmente nacionais. Além de empregar vidros brasileiros, suas linhas minimalistas também são totalmente produzidas por aqui.

Escondidos: os trilhos por onde correm as esquadrias ficam embutidos no assoalho.
Escondidos: os trilhos por onde correm as esquadrias ficam embutidos no assoalho.

 

Como projetar
A especificação precisa levar em conta diversos fatores específicos para esse tipo de estrutura. Priscila Andrade, agente comercial da Schüco Polymer para Brasil, Argentina e Uruguai, explica alguns pontos:

– Esse é um “projeto de prancheta”. Ou seja, deve ser pensado ainda nas primeiras fases do desenvolvimento da obra em que será instalado;

– Isso se deve à necessidade de a instalação dos drenos e marcos embutidos (e até de elementos de automação, caso existam) estar prevista;

– A captação de água, nesse sentido, é fundamental: como a esquadria não forma um degrau para bloquear a entrada de água, o sistema precisa estar pronto para captá-la e enviá-la por meio de drenos para o sistema de captação pluvial.

Para aguentar o peso das grandes chapas de vidro, esses produtos são feitos de alumínio – no entanto, já existem versões de perfis de PVC no mercado.
Para aguentar o peso das grandes chapas de vidro, esses produtos são feitos de alumínio – no entanto, já existem versões de perfis de PVC no mercado.

 

Vale prestar atenção aos tamanhos máximos dos perfis e do peso total que cada modelo suporta, pois isso vai interferir no tipo de vidro a ser aplicado. Além disso, importante reforçar: esquadrias comuns jamais podem ser adaptadas para receber chapas de grandes dimensões.

Manuseio e instalação
Não é simples instalar chapas de vidro que podem pesar mais de 300 kg. Como afirma Prediger, da Unibox, toda esquadria já exige cuidados especiais. E essas têm um grau de complexidade e cuidado bem maiores. Vidros corretamente calçados e fixados garantem vida útil maior ao sistema, podendo chegar a décadas de uso — desde que o manuseio das peças seja feito de maneira correta.

“A maior dificuldade é o acesso à obra, pois essas esquadrias só devem ser transportadas por caminhões munck”, analisa Michael Lochner, da Weiku. Na hora da instalação, os profissionais nunca devem carregar as chapas sem ajuda de meios de elevação mecânica (até porque nem conseguiriam levantá-las). Pequenos guinchos com ventosas são usualmente utilizados no auxílio da carga e descarga dos materiais. “Equipes altamente qualificadas e treinadas para efetuar o processo de maneira precisa também fazem a diferença”, destaca Lochner.

Vidros corretamente calçados e fixados garantem vida útil maior ao sistema, podendo chegar a décadas de uso.
Vidros corretamente calçados e fixados garantem vida útil maior ao sistema, podendo chegar a décadas de uso.

 

Tendência transparente
Como O Vidroplano mostrou em reportagem da edição de julho, o vidro será um elemento chave da arquitetura e design no período pós-pandemia, já que permite a integração de espaços ao mesmo tempo que os separa, além de ser limpo com facilidade. Esquadrias minimalistas encaixam-se perfeitamente nessa tendência. “Com o aumento da demanda, mais empresas têm oferecido esse tipo de produto, aumentando a concorrência”, comenta Marcos César Prediger, da Unibox.

Segundo Priscila Andrade, da Schüco Polymer, a evolução das esquadrias vem de muito tempo. “Acredito que, desde que se abandonou a massa de vidro e começou a se pensar em sistemas integrados, essa evolução não parou”, pondera. “Já faz tempo que se pede mais vidro em obras residenciais. Porém, nos últimos três anos, arquitetos querem sistemas que ofereçam não só grandes áreas transparentes, mas também conforto de abertura, segurança e estanqueidade térmica e acústica.”

O arquiteto de interiores Roberto Migotto é um exemplo dessa tendência. Já em 2018, na edição daquele ano da Casa Cor São Paulo, o profissional apostou em grandes áreas envidraçadas. Um sistema de correr (com laminados neutros incolores 10 mm) funcionava como parede da cozinha de seu espaço, chamado Le Riad Bontempo, permitindo a interação entre interior e exterior. “Dessa forma, os panos de vidros passam a integrar o ambiente, deixando-o bem moderno”, explica Migotto. “Gosto de usar esquadrias do piso ao teto. Isso deixa o local mais iluminado.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 572 (agosto de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Dicas para uma boa execução de retrofits

Este mês, a seção “Retrofit” estreia nas páginas de O Vidroplano. O objetivo das reportagens publicadas aqui é apresentar obras que passaram por um trabalho de retrofit, seja em suas fachadas ou nos seus interiores. Nesta primeira reportagem, confira algumas dicas para uma boa execução desse serviço e conheça dois projetos de sucesso já realizados no Brasil.

O que é
O processo de retrofit consiste na modernização e revitalização de edificações antigas que estejam ultrapassadas ou fora de norma. Com ele, é possível aumentar a vida útil delas, utilizando materiais com qualidade mais avançada — como vidros de valor agregado, por exemplo —, para conferir benefícios que vão da estética externa ao conforto térmico e acústico no interior do ambiente.

Há quatro tipos mais comuns desse trabalho:

Recuperação: indicada para prédios de valor histórico ou quando a fachada apresenta elementos com defeito. Nesse caso, alguns ajustes simples são suficientes para manter o que foi originalmente utilizado;
Rearranjo: vai além da recuperação. Nele é preciso substituir alguns materiais por outros diferentes, alterando parcialmente o visual;
Reforma: trata-se de uma intervenção maior, com a troca de elementos originais, como vidros antigos por novos de maior valor agregado;
Renovação: muda completamente o layout da obra, elevando bastante os benefícios dela aos usuários e ao meio ambiente.

Hotel Nacional 
Cidade:
Rio de Janeiro
Ano de construção: 1972
Ano do retrofit: 2016
Empresa responsável: QMD Consultoria

ANTES-RETROFIT

 

O que mudou:
• Os vidros antigos da fachada foram trocados por laminados de peças de controle solar, proporcionando a redução do calor em 63% e transmissão luminosa de 25%;
• Embora modernizado, o edifício manteve visualmente as características originais do projeto de Oscar Niemeyer;
• Um dos bares do hotel, o Roof Top Bar, é cercado por vidros que desempenham a função de isolamento acústico;
• Nosso material também foi aplicado na academia, no spa e em guarda-corpos.

palacio-depois

 

Sem receita básica
Cada caso é um caso quando uma obra passa por retrofit. A revitalização é feita sob medida e de acordo com as características de cada empreendimento. Por isso, é essencial que um especialista avalie as condições da fachada da obra antes de elaborar esse projeto.
Apesar disso, há alguns pontos que podem ser levados em consideração:
• Uso de vidros de valor agregado: esses produtos contribuem para a modernização do edifício, especialmente aqueles que permitem eficiência energética, como os de controle solar, ou conforto acústico e os insulados;
• Atenção com as esquadrias: como os perfis se desgastam com o passar dos anos, pode aparecer infiltração de ar e água. Checá-los é essencial para garantir o bom desempenho da modernização aplicada.

Palácio Iguaçu
Cidade: Curitiba
Ano de construção: 1954
Ano do retrofit: 2010
Empresa responsável: Hedron Engenharia
O que mudou:
• A nova fachada tem a tonalidade verde — originalmente pretendida para o prédio quando foi construído — com a instalação de laminados verdes-claros de 10 mm;
• Apesar do novo tom da edificação, a reforma manteve a estética original da obra, conforme pretendido;
• O envidraçamento aplicado no retrofit teve ainda um aumento no seu desempenho, com atenuação sonora de até 35 dB e transmissão luminosa de 70%;
• Também foram utilizados vidros em guarda-corpos e pisos no interior do edifício.

 

Sua empresa tem algum trabalho de retrofit?
Envie fotos e informações de obras interessantes para o e-mail ovidroplano@abravidro.org.br – nossa equipe de reportagem irá avaliar o material.

Este texto foi originalmente publicado na edição 572 (agosto de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Vidro tem potencial na arquitetura pós-pandemia

O mundo aguarda ansiosamente o momento em que a vida poderá voltar ao normal. Mas a verdade é que nem tudo será como antes da pandemia do novo coronavírus. A arquitetura e o design, por exemplo, terão de se adaptar a uma nova realidade na qual a interação direta entre as pessoas diminuirá, residências se tornarão centros de trabalho e escritórios deixarão de lado o confinamento em favor de espaços abertos — e quem afirma isso tudo são os próprios profissionais dessas áreas. Nas próximas páginas, O Vidroplano busca entender as mudanças que já estão acontecendo e saber qual o papel de nosso material nesse cenário.

Casa multitarefa
Uma das principais tendências será a transformação das residências, sejam casas ou apartamentos, em espaços multiuso, voltados não só para o sistema de home office (no caso de profissões que permitam essa prática), mas também para exercícios físicos e com área verde. Segundo reportagem do site da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), escritórios de arquitetura nacionais já têm recebido pedidos para a alteração de projetos, de médio e alto padrão, previamente aprovados. Como as pessoas deverão passar mais tempo dentro em casa, a relação delas com a moradia se tornará mais próxima.

A preocupação com a contaminação de superfícies também estará na pauta. E aí o vidro se destaca em relação a outros materiais, pois:

– É mais durável e resistente a riscos;

– É limpo com facilidade, bastando usar água e sabão neutro.

“Ele [o vidro] não envelhece, não apodrece”, destaca Caio Bacci Marin, sócio-fundador do Bacci Marin Arquitetos Associados. “E nada disso que se discute hoje é modismo, tudo é macrotendência. O foco em qualidade ambiental e em saúde já existia, a pandemia apenas reforçou isso.” Uma prova é a atenção das mostras de decoração a esses assuntos. A Morar Mais por Menos, cuja edição carioca está prevista para os dias 1º de outubro a 15 de novembro, terá ambientes pensados para os novos tempos. O designer Thiago Herrera, por exemplo, será o responsável pela recepção: seu espaço, vazado, para garantir a circulação de ar, ganhará tinta especial e revestimento de vidros antibacterianos.

Divisórias da Hub Móveis: fabricante aluga essas estruturas para empresas que buscam se adequar ao distanciamento entre funcionários
Divisórias da Hub Móveis: fabricante aluga essas estruturas para empresas que buscam se adequar ao distanciamento entre funcionários

 

Aliás, a procura por esse tipo de vidro deve aumentar. Apesar de não ser eficaz contra vírus, como o Sars-CoV-2, causador da Covid-19, elimina até 99% das bactérias, deixando o local em que é instalado muito mais asséptico. A AGC, proprietária da patente do produto, está desenvolvendo uma nova geração do material — porém, ainda sem previsão de lançamento.

Escritório integrado
Mas o que fazer com o trabalho cuja presença dos funcionários é essencial? “Um grande desafio das empresas será vencer uma possível ausência de colaboradores, algo que pode ocorrer caso as companhias não divulguem formas de adaptação do ambiente em um momento tão delicado como o que estamos vivendo”, comenta a arquiteta Laís Zarantonelli, responsável pela gestão de Novos Projetos da Hub Móveis. “Sobre as mudanças físicas, acredito que seja algo muito particular à realidade de cada companhia.” Laís aponta algumas formas de como esses locais podem ser remodelados:

– Mais espaço para áreas colaborativas e de encontro entre as equipes que trabalham remotamente;

– Posições de trabalho rotativas e em menor quantidade;

– Avaliação da real necessidade de se ter as metragens existentes até então.

É preciso ficar atento ainda às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), como reforça Pierina Piemonte de Bermejo, sócia do Leonetti Piemonte Arquitetura: “As empresas que não conseguirem garantir o distanciamento entre funcionários, por volta de 2 m, terão de providenciar barreiras”. Por esse motivo — e para não voltarmos à estética pouco saudável dos escritórios dos anos 1980 e 1990, com cubículos praticamente fechados —, o uso de divisórias transparentes deverá popularizar-se.

“O vidro é um material supernobre, um dos mais altos nesse conceito na construção civil”, afirma Caio Bacci Marin. “Além disso, já tem um lugar fundamental nas situações em que a gente precisa de visão, de permeabilidade da luz.” Fabio José Riccó, fundador e diretor da Hub Móveis, revelou durante o webinar Impactos da pandemia na arquitetura residencial e comercial, organizado pela Galeria da Arquitetura e Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea-SP), que vários clientes contrataram a instalação de divisórias recentemente. “A gente tem usado vidro, não acrílico, pois ele oferece esse caráter de ser algo permanente, sem ser provisório”, explica. Segundo Riccó, sua empresa tem alugado essas estruturas — o período varia de dois a três meses ou mais. “A gente tem um viés sustentável e, mesmo na pandemia, vamos mantê-lo. Se eu comprar um monte de placa de acrílico, onde vou dispor isso depois? Assim, optamos por um produto reciclável”, pondera. Mais um ponto positivo para o uso de nosso materialna atual situação.

Vidros com serigrafia tradicional e digital se tornam soluções eficientes para separar ambientes e ainda alterar a estética do escritório
Vidros com serigrafia tradicional e digital se tornam soluções eficientes para separar ambientes e ainda alterar a estética do escritório

 

Mais soluções envidraçadas

– Vidro privativo
O vidro privativo surge como opção ainda mais interessante para escritórios, pois oferece privacidade e interação ao mesmo tempo. Ele é um laminado com filme de cristal líquido: quando se aplica uma corrente elétrica à peça, os polímeros presentes no filme se organizam, permitindo a passagem de luz; ao ser desligada, ficam estáticos, voltando à cor branca translúcida. Salas de reunião ou mesmo divisórias simples, entre baias, poderão levar a solução.

– Revestimentos
Balcões, mesas ou paredes podem ser revestidos, o que irá facilitar a limpeza. Além disso, podem alterar a estética do ambiente, graças à aplicação de chapas coloridas ou com serigrafia (tradicional ou digital).

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– Lousas
Servem tanto para o regime de home office, ajudando a organizar projetos e reuniões no espaço destinado ao trabalho dentro de casa, como também nas aulas a distância. Vale lembrar que até mesmo paredes de vidro podem servir como quadros para anotações.

Este texto foi originalmente publicado na edição 571 (julho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Nova sede do COI traz fachada envidraçada dupla

A 32ª edição dos Jogos Olímpicos, em Tóquio, teve que ser adiada por conta da pandemia do coronavírus. Mesmo sem o evento em 2020, O Vidroplano faz menção a ele ao trazer uma obra icônica: a Olympic House, nova sede do COI inaugurada no ano passado. O prédio pode ser considerado um dos mais sustentáveis do mundo, já que recebeu três certificações do tipo (Leed Platinum e duas concedidas por entidades suíças).

Ficha técnica
Autor do projeto: 3XN
Local: Lausanne, Suíça
Conclusão: junho de 2019

Unidos pelo esporte
A inauguração da Olympic House ocorreu em 2019 durante as comemorações dos 125 anos da fundação do COI, em pleno Dia Olímpico (23 de junho), data na qual celebram-se os valores dos Jogos, como ética, responsabilidade e espírito esportivo. Criado pelos arquitetos dinamarqueses da 3XN, em parceria com o escritório suíço IttenBrechbühl, o prédio traduz esses princípios para uma construção sustentável, cheia de transparência, espaços colaborativos e formas com movimentos que remetem à fluidez dos corpos dos atletas. Esse projeto foi o vencedor de um concurso mundial realizado pelo comitê, com 114 participantes, cujo objetivo era justamente escolher o design de sua nova sede.

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Localizada no Louis Bourget Park, às margens do lago Genebra, a obra inclui centro de conferência, salas de reunião, restaurante, academias, três andares de escritórios, terraço no telhado e um estacionamento subterrâneo — são mais de 22 mil m² de área construída. O tamanho tem explicação: antes espalhados por quatro locais diferentes na cidade de Lausanne, os quinhentos funcionários do COI agora estão reunidos sob o mesmo teto. “Nós priorizamos a transparência para facilitar e encorajar a interação e o compartilhamento de conhecimento, criando um espaço de trabalho altamente eficiente”, revela Kim Herforth Nielsen, cofundador da 3XN.

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Pódio verde
Segundo os arquitetos, a eficiência energética do espaço está muito presente na fachada dupla envidraçada — a consultoria Frener & Reifer foi a responsável por seu desenvolvimento e instalação. Esse tipo de estrutura consiste em duas peles de vidro separadas por um espaço, o qual ajuda na ventilação, além de diminuir a incidência do calor gerado pela luz solar, garantindo menor uso de energia elétrica, por exemplo.

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Com exceção dos parafusos e porcas, todos os elementos da fachada (incluindo cada peça de nosso material e as colunas de sustentação) têm formato único. No total, foram utilizados 194 painéis de vidro por andar. Entre as peles, existe ainda uma estrutura de brises de alumínio, semelhante a uma veneziana, garantindo maior sombreamento às áreas internas. Com a Olympic House, o esporte também se torna exemplo de uma arquitetura ecologicamente consciente.

 

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Este texto foi originalmente publicado na edição 571 (julho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Brises podem ser aliados do vidro

Muito se discute sobre a interferência dos brises nas fachadas de vidro. Bastante utilizada pelos profissionais da chamada Arquitetura Moderna — aqui nos referimos a Le Corbusier, Oscar Niemeyer, dentre outros —, em uma época de vidros sem tanto valor agregado, essa estrutura tem sua utilidade questionada em tempos em que versões de controle solar do nosso material podem ser encontradas no mercado. O Vidroplano conversou com especialistas para conhecer um pouco mais sobre os quebra-sóis e como eles podem contribuir — ou não — para fachadas de vidro, dependendo de como o projeto é conduzido pelo arquiteto.

O que são brises?
Os brises são elementos arquitetônicos cuja função primordial é bloquear a incidência da insolação direta nas aberturas das obras. “Dessa forma, servem para diminuir o ganho de calor e o excesso de luz proveniente do Sol e do céu. Eles podem ser usados principalmente para uma dessas funções ou para as duas em conjunto”, explica o engenheiro civil Fernando Simon Westphal, professor, pesquisador e coordenador do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O formato mais comum dessas estruturas é o de aletas, lâminas colocadas do lado de fora de janelas ou edificações. Eles podem ser de vários materiais diferentes, como aço, alumínio, madeira, PVC e até mesmo o vidro (veja uma obra com sua aplicação no final da reportagem).

“A manutenção dos brises deve ser sempre observada, uma vez que se trata de elementos externos na obra, sujeitos às intempéries”, aponta o engenheiro civil Raimundo Calixto de Melo Neto, diretor da RCM Engenharia de Estruturas. Por isso, a escolha do produto deve considerar não só sua estética e valor inicial, mas também sua durabilidade, custo de manutenção e resistência mecânica.

Papel frente à evolução do vidro
Hoje, com a existência tanto de vidros de controle solar como de esquadrias de alto desempenho, tornou-se mais fácil garantir o conforto térmico e luminoso dentro dos ambientes. Com isso, cabe perguntar: os brises não se tornaram desnecessários para as obras?

Westphal, que também é consultor técnico da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), responde: “Isso não deveria ocorrer. A solução para uma boa fachada deveria considerar de forma conjunta a especificação do vidro e outros elementos de sombreamento, como os brises. Um elemento não pode excluir o outro”.

Calixto concorda: “Pelo que observo, o vidro de controle solar traz obviamente grandes benefícios no envelope de uma edificação, mas ele, de forma isolada, nem sempre atende de forma plena os requisitos exigidos pela edificação, principalmente em regiões com condições climáticas mais severas”. Para o diretor da RCM, uma boa composição de peças de controle solar com outros elementos arquitetônicos permite um ganho muito maior, especialmente no que diz respeito à entrada de luz no ambiente.

Sobre a combinação de elementos, Westphal ressalta que mesmo o uso de brises e vidros de controle solar não elimina a necessidade de cortinas ou persianas internas em algumas horas do dia e do ano.

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Terminal Marítimo de Fortaleza, projeto arquitetônico do escritório Architectus S/S, projeto estrutural da RCM Engenharia de Estruturas

 

Conciliando elementos sem desvalorizar o vidro
Embora os brises possam ser aliados das fachadas de vidro, o mercado ainda tende a enxergá-los como concorrentes. Muito disso tem a ver com a forma como cada elemento é incorporado no projeto. “Essa é uma questão que envolve um olhar mais arquitetônico: às vezes, pode parecer que o brise seja um excesso e o vidro fica escondido por ele, escondendo assim sua beleza”, argumenta Calixto.

Segundo Westphal, a melhor forma de conciliar ambos é pensar os brises ainda no momento da concepção da fachada de maneira que eles façam parte da solução arquitetônica, em vez de adicioná-los a ela posteriormente. “Alguns projetos trazem brises de vidro à sua composição, mantendo ainda a leveza na fachada. Essa é uma solução interessante, que pode garantir um bom nível de contato visual com o exterior”, acrescenta o professor.

Como se vê, cabe ao arquiteto e ao engenheiro avaliar cada projeto e considerar as estruturas e componentes arquitetônicos que trarão o melhor resultado para a edificação como um todo. “Vejo em congressos de que participo pelo mundo casos apresentados com grande foco na questão de sustentabilidade e arquitetura bioclimática. Então, é essencial fazer um estudo de eficiência energética num determinado projeto com e sem brise”, sugere Calixto.

Divulgação RCM Engenharia de Estruturas
Divulgação RCM Engenharia de Estruturas

 

Nas fachadas… e nos brises também!
Uma opção bastante interessante para quem considera necessário o uso de brises em seu projeto mas não quer perder o aspecto estético do vidro é o uso de aletas feitas de vidro. Obras com esse tipo de estrutura existem dentro e fora do Brasil. Um exemplo é a sede da empresa de cosméticos Natura, na cidade de São Paulo: suas fachadas têm brises de temperados laminados de 20 mm, com serigrafia quadriculada. As peças foram beneficiadas pela GlassecViracon e instaladas pela ArqGlass.

Vale destacar que, na edição 2017 do Glass Performance Days (GPD), principal fórum vidreiro do mundo, uma das palestras abordou o assunto. Marcin Brzezicki, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Wroclaw, da Polônia, abordou as tendências atuais no design de fachadas transparentes — incluindo a adoção de quebra-sóis de vidro.

Divulgação ArqGlass
Divulgação ArqGlass

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 571 (julho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Observatório com chão envidraçado é destaque em Bangkok

Com 78 andares e 314 m de altura, o King Power MahaNakhon já seria um dos edifícios mais impressionantes do mundo por conta do design único: parece que seus construtores empilharam blocos de montar gigantes em algumas partes de sua estrutura. No entanto, os arquitetos do escritório alemão Büro Ole Scheeren decidiram deixar a obra ainda mais diferenciada e instalaram no topo dela um observatório com chão envidraçado — vistas da capital tailandesa são de tirar o fôlego do observador.

Ficha técnica
Autor do projeto: Büro Ole Scheeren
Local: Bangkok, Tailândia
Tamanho: 314 m de altura (78 andares)

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Fachada com pixels
Localizado no centro financeiro da cidade, o King Power MahaNakhon é um espaço multiuso — inclui apartamentos de luxo, lojas, bares e restaurantes. A estética de blocos empilhados, mais parecendo uma imagem digital “pixelada” (nas palavras dos próprios arquitetos), foi pensada como um reflexo de todo o dinamismo cultural de Bangkok, além de fazer referência à irregularidade da topografia local, formada por montanhas. Serve também como um marco do design contemporâneo no país.

A fachada, desenvolvida em parceria com as consultorias Front Inc. e Buro Happold, oferece grande desempenho energético ao prédio: é formada por insulados e laminados que ajudam no conforto térmico do interior, diminuindo o uso de itens que consomem eletricidade, como ar-condicionado.

 

Com o mundo sob os pés
O chão envidraçado do observatório tem 14 x 4 m de área. E não é exagero afirmar que as peças de nosso material instaladas ali, beneficiadas pela processadora alemã Sedak, são verdadeiras pilhas de vidro: seis painéis de multilaminados (cada um medindo 4,14 x 2,69 m) com incríveis sete chapas de temperados de baixo teor de ferro. A escolha por esse tipo de vidro é sábia, pois garante maior transparência à estrutura. No total, esses painéis têm mais de 93 mm de espessura.

Para dar conta da força exercida pelos ventos, que acaba sendo maior do que o peso dos vidros em si, usaram-se fixações mecânicas igualmente robustas, com 80 mm de espessura. Ao todo, são quatro em cada um dos multilaminados. Segurança é o que não faltará a quem visitar o topo do King Power MahaNakhon.

 

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Especificação dos vidros no piso do observatório
Multilaminados com sete peças de temperados de baixo teor de ferro (cada um com 12 mm) e seis interlayers SentryGlas (1,52 mm cada)

Processador: Sedak
Fornecedor dos interlayers: Trosifol

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Sesc Guarulhos ganha fachada e cobertura de vidros laminados

As mais novas unidades do Serviço Social do Comércio (Sesc), em São Paulo, destacam-se pelo arrojo de seus projetos: arquitetura ampla e marcada por espaços integrados (tanto com o interior como com o exterior). E o recém-inaugurado prédio da instituição em Guarulhos, município da Região Metropolitana de São Paulo, também segue esse conceito. Com uma praça central revestida de vidro, tornou-se um marco de edifícios públicos que usam nosso material.

FICHA TÉCNICA
Autor do projeto: Dal Pian Arquitetos
Local: Guarulhos, SP
Conclusão: maio de 2019

Transparência vencedora
O projeto da Dal Pian Arquitetos venceu o primeiro concurso público de arquitetura promovido pelo Sesc, em 2009, cujo intuito era escolher o design do edifício que seria erguido nesse município. As obras começaram em 2014. Ao todo, são mais de 34 mil m² de área construída, espaço que engloba atividades culturais, esportivas e de ensino, saúde, recreação e lazer.

Localizada próximo ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, a unidade garante um cenário urbano coeso e unitário à região. Segundo a Dal Pian, o acesso ao edifício foi pensado para ser generoso, não intimidador, procurando gentilmente convidar o visitante ao conhecimento e uso de seus interiores.

As atrações estão distribuídas em três pavimentos. No térreo estão a central de atendimento, salas de exposições e ginásio de esportes. No piso intermediário ficam o teatro, o complexo aquático (coberto e descoberto) e a comedoria. Por fim, no andar superior encontram-se o centro de música, salas multiuso e a área para atividades físicas.

 

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Com o céu acima
Apesar de toda essa grandiosidade, é uma estrutura fechada com vidro que surge como o principal espaço do complexo. Todos os andares se organizam ao redor da chamada Praça de Convivência, uma espécie de grande átrio com cobertura composta por grelhas metálicas, vidros laminados, extratores de ar e brises horizontais de alumínio perfurado. Funcionando como o maior centro de circulação de visitantes do edifício, seu objetivo é trazer luz natural aos corredores, passarelas e rampas dos pavimentos. É tão relevante que até mesmo o teatro e a comedoria têm partes voltadas para essa praça, provando seu papel de ligação entre os ambientes.

 

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A Arqmate prestou consultoria para a especificação dos vidros e esquadrias ali presentes. Laminados (processados pela Blue Glass) são aplicados na cobertura, na fachada e em outros locais, de várias espessuras diferentes (6, 10 e 12 mm). A alemã Schüco forneceu perfis minimalistas para portas de correr, assim como a dormakaba, que está presente na obra com portas pivotantes e barras antipânico. A colagem das peças de nosso material nos caixilhos de alumínio (fornecidos pela Rissi) foi feita com silicones da Dow Corning.

Este texto foi originalmente publicado na edição 563 (novembro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Escritório Baggio Schiavon Arquitetura fala sobre vidro

Quem acompanha o setor de arquitetura deve se lembrar: nos primeiros anos desta década, profissionais do ramo alertavam para o fato de que prédios com conceitos sustentáveis seriam o futuro da construção civil. Fachadas envidraçadas que filtram o calor do Sol, sistemas de reaproveitamento de água, uso de placas fotovoltaicas para geração de eletricidade: isso tudo em breve faria parte das construções a serem erguidas no País.

Pois o futuro já chegou. E o escritório Baggio Schiavon Arquitetura, com sede em Curitiba, é um dos principais incentivadores desse tipo de estrutura, não só em edifícios comerciais, mas também residenciais. Nossa reportagem conversou com a equipe da empresa para entender os motivos de apostar em nosso material, além de analisar dois belos exemplos de edificações: o Mai Home e o Llum Batel, ambos também localizados na capital do Paraná.

Tecnologia que faz a diferença
Segundo a coordenadora de Projetos do escritório, Márcia Lissa Azuma, o avanço do setor vidreiro permite que as aplicações do material possam ir além do valor estético e formal. “Com o aumento da demanda por edifícios sustentáveis, os vidros de alto desempenho passaram a ser uma solução inteligente para as fachadas. A escolha certa proporciona conforto térmico, acústico e economia energética”, afirma. Também segundo sua percepção, ambientes com vidro trazem a sensação de amplitude do espaço, algo que vai ao encontro das ideias contemporâneas de design de interiores.

Então a tecnologia vidreira existente no Brasil atende as necessidades mais ousadas de arquitetos e engenheiros? “Cada vez mais os produtos avançam, fazendo com que os profissionais criem com maior liberdade. Aliado ao desenvolvimento da indústria de caixilhos, isso garante maior qualidade na vedação dos fechamentos e maiores possibilidades estéticas”, diz Márcia.

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Ficha técnica
Projeto: MAI Home
Local: Barigui, Curitiba
Conclusão: maio de 2017

Projetado para explorar as vistas panorâmicas do Parque Barigui e de um bosque com mais de 1.000 m², o MAI Home tem como conceito básico a interação com a natureza ao redor. Para isso, usa nas fachadas vidros de controle solar Silver 32 on clear em versões laminadas e insuladas (fornecidos pela Guardian e processados por GlassecViracon e Brazilglass), instalados em esquadrias de design minimalista da Alubauen. A combinação vidros+perfis garante mínima interferência estética e visual e ajuda a trazer maior eficiência energética e conforto térmico para a estrutura.

A obra, dividida em 28 pavimentos e apenas 32 apartamentos (todos já comercializados), inclui sistemas modernos como tratamento termoacústico nos pisos e paredes e piso aquecido por calefação. Ao todo, são mais de 16 mil m² de área construída.

 

Futuro envidraçado
Empreendimentos comerciais com fachadas totalmente de vidro são comuns em nossas cidades — vide as EZ Towers e o Rocheverá Corporate Towers, em São Paulo, ou o Hotel Nacional, no Rio de Janeiro. O que a Baggio Schiavon faz é aplicar esses conceitos em edifícios residenciais, algo pouco visto por aqui, mas já comum em países da Europa e no Japão. “A ideia de residências suspensas requer a sensação de conexão com o externo. O vidro, claro, cumpre bem essa função, com transparência e leveza”, comenta a coordenadora de Projetos.

É possível prever, então, que esse tipo de construção se tornará padrão em alguns anos? “A arquitetura busca criar espaços em que seus usuários possam vivenciar boas experiências”, responde Márcia. “As novas tecnologias e inovações dos materiais da construção civil são uma das formas de buscar a renovação. O vidro, por suas inúmeras qualidades, continuará sendo um dos principais elementos da arquitetura.”

Llum2

Ficha técnica
Projeto: Llum Batel
Local: Batel, Curitiba
Conclusão: julho de 2019

A palavra llum vem do catalão e significa “luz”. E o edifício faz jus a seu nome: suas fachadas, feitas com laminados de float incolor e do vidro de controle solar Light Blue 52 on clear (fornecidos pela Guardian e processados pela Blue Glass), remetem a um diamante lapidado e permitem farta entrada de iluminação natural nos apartamentos. O Llum Batel, segundo a Baggio Schiavon, tornou-se o primeiro edifício residencial do Brasil a conquistar a pré-certificação Leed Gold: é até 9% mais eficiente do que outras construções com padrão Leed, justamente pelo uso de vidros de alta performance. Para se chegar a esse resultado, o escritório trabalhou em conjunto com diversas consultorias (para fachadas, térmica e acústica, entre outras), utilizando softwares de simulação.

O edifício conta ainda com iluminação LED em todas as áreas comuns, painéis fotovoltaicos (que geram quase 10% da energia do condomínio) e sistema de tratamento de águas pluviais, além de chuveiros, torneiras e vasos sanitários com controle de vazão (reduzindo em até 30% o consumo de água).

Este texto foi originalmente publicado na edição 562 (outubro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

De olho no futuro

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) publicaram o primeiro artigo no mundo a abordar o uso de redes neurais artificiais para prever as propriedades dos vidros por meio de sua composição química. O trabalho, assinado por André de Carvalho, Edgar Zanotto e Daniel Cassar, marca o início do desenvolvimento de um software que, se bem sucedido, permitirá definir a composição química desejada para a fabricação de nosso material com as características que o fabricante desejar (como coeficiente térmico de expansão e viscosidade), sem a necessidade de testar inúmeras possibilidades em laboratório antes de encontrar a correta. O artigo foi publicado na última edição de uma das principais revistas da área de Engenharia de Materiais, a Acta Materialia.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

A nova menina dos olhos japonesa

Poucos prédios podem representar uma mudança de conceito na arquitetura de determinado tipo de empreendimento. O Hulic & New Shibuya é um deles: com formas angulosas, revoluciona o aspecto padrão dos edifícios comerciais. Como se não bastasse, ainda possui fachadas envidraçadas que fornecem um nível alto de transparência, permitindo total integração com o ambiente externo. E isso tudo só acontece graças ao vidro. Saiba por que a seguir:

2FICHA TÉCNICA
Autor do projeto: Tatehito Sakurai, do escritório Ethnos
Local: bairro de Shibuya, Tóquio
Área construída: 2121 m²
Tamanho: dez andares
Conclusão: final de 2017

 

Caixas empilhadas
1Prédios comerciais não são muito diferentes uns dos outros, não importa se estão no Japão ou no Brasil — basta passear por grandes cidades para se perceber um padrão muito semelhante: torres bem altas, cilíndricas ou retangulares. Por isso mesmo, o formato do Hulic & New Shibuya traz um sentimento de novidade para a arquitetura desse tipo de empreendimento. Seus andares parecem empilhados um em cima do outro, como se fossem blocos de montar encaixados em ângulos diferentes, aleatoriamente. “Nossa proposta era visualizar cada andar como um volume único. Dessa forma, as pessoas vão reconhecer o prédio não pelo visual, mas por suas formas”, comenta o arquiteto Tatehito Sakurai.

Interior é o exterior

A escolha por uma fachada totalmente envidraçada veio muito da vida vibrante presente na vizinhança, cheia de restaurantes, casas noturnas, luzes e painéis com propagandas. Transferir esse sentimento para dentro, assim como permitir a entrada de luz natural em abundância, era garantir qualidade de vida aos trabalhadores das empresas que ali se instalam. Quem está de fora, em outros prédios ou simplesmente passeando pelas ruas, também tem contato com o que ocorre nos escritórios. É um conceito de integração bastante extremo — e que pode sugerir uma tendência para os próximos anos da arquitetura em relação ao uso de nosso material.

6ESPECIFICAÇÃO DA FACHADA
Vidros usados: insulados de low-e. Algumas partes da fachada possuem placas de 8 mm + câmara de 16 mm + 6,8 mm, enquanto outras são mais robustas, com 10 mm + câmara de 16 mm + 10 mm.
Fornecedor da matéria-prima: Nippon Sheet Glass
Processador: Sanshiba Co. Ltda.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 542 (fevereiro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Esferas de transparência verde

As maiores empresas do mundo se renderam ao vidro faz tempo. A Apple, por exemplo, tem lojas envidraçadas e, recentemente, construiu uma sede com o material — como mostramos em O Vidroplano do mês passado. Agora, é a vez de a líder do e-commerce mundial levar transparência a suas dependências. A Amazon montou estufas gigantes, chamadas The Spheres, usando vidros de controle solar em sua sede americana. Lá dentro, os funcionários encontram um imenso jardim botânico.

FICHA TÉCNICA
Autor do projeto: escritório NBBJ
Local: Seattle, EUA
Conclusão: janeiro de 2018

The Spheres Opening Day

Novo conceito de trabalho
Imagine fazer pausas no trabalho para visitar casas nas árvores ou áreas próximas a quedas d’água em pleno horário de expediente. Esse é o The Spheres, projeto da Amazon que consiste em um ambiente envolto em natureza cujo objetivo é levar os funcionários da companhia para fora dos escritórios, que estão localizados em um prédio ao lado dessa estrutura.

Formado por três grandes esferas envidraçadas semelhantes a estufas gigantes, conta com mais de 40 mil plantas de 400 espécies, vindas de cinquenta países diferentes ao redor do mundo. As esferas compartilham um único espaço interno, o qual possui sistema de aquecimento e circulação de ar para balancear a temperatura, deixando o ambiente agradável tanto para as plantas como para as pessoas.

Aberto ao público
Escolas e universidades poderão fazer parcerias com o The Spheres para pesquisa. O centro de visitantes, chamado The Understory, ficará aberto ao público ao longo de todo o ano.

“Nosso objetivo com a obra era criar um local de encontro em que os funcionários possam colaborar e inovar juntos, além de oferecer à comunidade de Seattle uma experiência de biodiversidade no centro da cidade”, conta John Schoettler, vice-presidente global de Instalações e Imóveis da companhia.

Amazon's Seattle Campus 2017

ESPECIFICAÇÃO DAS FACHADAS DO THE SPHERES
Vidros usados: insulados compostos de: laminado com duas lâminas de extra clear (Starphire Ultra-Clear) 5 mm, com interlayer estrutural de 1,52 mm (SentryGlas, da Kuraray) + câmara de ar + laminado com low-e de controle solar 5 mm e extra clear (Starphire Ultra-Clear) 5 mm intercalados com SentryGlas de 1,52 mm
O vidro Solarban 60 é responsável por barrar 62% da radiação solar, ao mesmo tempo que permite a entrada de 70% da luz visível

Fornecedor da matéria-prima: Vitro Architectural Glass

Formas únicas: os números do The Spheres
– As fachadas têm estrutura de aço em formato geodésico (de globo);
– No total, foram instalados 2.643 paineis de vidro triangulares nas três fachadas;
– Por meio de uma estrutura especial, a carga de ventos que incide sobre essa estrutura é transferida para colunas no estacionamento subterrâneo. Isso garante resistência até mesmo a terremotos;
– A maior esfera possui 27,4 m de altura e 39,6 m de diâmetro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 542 (fevereiro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

O sucesso dos prédios envidraçados só depende de nós

Edifícios envidraçados são cada vez mais comuns na paisagem urbana nacional — o que não impede que sempre apareça uma nova obra que surpreenda pela originalidade do uso do nosso material. Pensando nisso, a empresa de consultoria de vidro Ci & Lab realizou o Glass Façades Day. Realizado na CasaE Basf (construída como um espaço sustentável e ecoeficiente), em São Paulo, no dia 31 de outubro, o evento reuniu profissionais especializados em projetos e construções de fachadas de vidro para promover um debate sobre sua especificação correta e eficiente, além de apresentar tendências e soluções inovadoras nesse mercado.

O Glass Façades Day teve como co-realizadora a revista Projeto e patrocínio das empresas Eastman e Guardian, além da Abravidro entre seus apoiadores. O encontro teve, literalmente, a “casa lotada”, preenchendo as 42 vagas disponibilizadas.

Normas: as principais aliadas para uma boa fachada
O primeiro passo para garantir o bom uso do vidro nessas estruturas é seguir atentamente as determinações presentes nas normas técnicas. Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, mostrou o quanto isso é importante: no caso de guarda-corpos, por exemplo, os participantes ficaram impressionados com osvídeos mostrados por ela em que a fixação do vidro e a ancoragem do sistema não foram feitas adequadamente.

A principal norma para esse trabalho, indicou Clélia, é a NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. Para projetar a esquadria correta para cada edificação, a engenheira Fabíola Rago Beltrame, diretora do Instituto Beltrame de Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq), enfatizou que é indispensável conhecer a NBR 10821 — Esquadrias para edificações.

Betania Danelon, gerente técnico-industrial da Guardian, explicou que a especificação dos vidros para um projeto também precisa considerar o clima da região, os efeitos da obra sobre seus arredores e deles sobre ela (como um prédio em uma área urbana com ruído intenso), entre outros fatores, lembrando que cada trabalho requer uma solução específica.

Beleza e conforto em um só produto!
Outras palestras do evento apresentaram diferentes casos para mostrar que o Brasil não fica atrás do resto do mundo quando falamos de fachadas de vidro impressionantes. Dois destaques, os edifícios Vitra e Jatobá, estão na capital paulista: o primeiro é todo revestido com laminados cuja face externa leva o vidro low-e SunGuard Royal Blue 40, da Guardian, ganhando um visual azulado uniforme e ganhos no bloqueio de calor e eficiência acústica, enquanto as aberturas mais projetadas nas fachadas do segundo levam peças laminadas com uma combinação de películas coloridas de PVB da Eastman conferindo uma cor final próxima do mogno, a ponto de fazer quem as vê pensar que a estrutura é de madeira.

Falando de fachadas de vidro marcantes, uma justa homenagem foi feita no Glass Façades Day ao arquiteto Carlos Bratke, falecido no começo do ano: ele é responsável por diversos edifícios envidraçados que conferem identidade visual à Zona Sul paulistana.

Ao final do evento, a mensagem que ficou para todos é que uma boa fachada não pode ser apenas bonita, é preciso que siga todos os procedimentos corretos na sua especificação e instalação e traga bom desempenho energético, térmico e acústico. Afinal, como apontou Júlio Lanza, responsável pelo desenvolvimento de mercado de arquitetura de Películas de Alta Performance da Eastman na América do Sul, “um edifício ineficiente logo se torna desinteressante para seus potenciais ocupantes”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 539 (novembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Elas também precisam de atenção

Com a busca por uma arquitetura mais clean e sem interferências visuais, aumenta o número de projetos com vãos formados por grandes peças de vidro. Vidros maiores, por sua vez, significam esquadrias maiores. E estas necessitam de cuidados especiais durante a especificação e instalação, pois são as responsáveis pela adequada fixação dos painéis, suportando todo o peso do sistema. Mas, afinal, como é o trabalho com esse tipo de produto?

Peso: fator fundamental para a escolha
Para definir quais esquadrias usar, é preciso analisar o comportamento estrutural do conjunto como um todo. Os materiais não devem ser pensados individualmente. “O erro mais grave encontrado é a utilização de produtos malprojetados, fracos estruturalmente e que não suportam as cargas das chapas”, relata Ronaldo Valadares Castro, gerente de Mercado da Perfil, fabricante de esquadrias. “É indispensável que se sigam as especificações de limites de área e peso suportado de cada linha do produto e, principalmente, realizar o cálculo estrutural do vidro”, afirma o professor, consultor e instrutor do Sebrae, Alexandre Araújo, que também é diretor do Canal do Serralheiro.

Características
A NBR 10821 — Esquadrias para edificações não define uma matéria-prima específica para a produção de esquadrias de grandes dimensões, explica a engenheira Fabíola Rago, coordenadora da comissão de estudos que revisou o documento recentemente. Ou seja, pode ser de alumínio, madeira ou PVC, desde que atendam os requisitos dessa norma. As empresas consultadas para esta reportagem comentaram que os de alumínio, no entanto, contam com mais robustez. “De forma geral, precisam de estrutura mais forte, incluindo principalmente roldanas”, comenta Gustavo Farias, da Alusupra, que possui extrusora de perfis em Londrina (PR) e Palhoça (SC).

E mesmo assim ainda precisam de componentes especiais, como:
– Soldagem dos cantos;
– Guias superiores reforçadas;
– Sistemas de rolamento de aço inoxidável.

 

portaAtenção às normas!
A recente revisão da NBR 10821 mudou metodologias de ensaios nos produtos e acrescentou a obrigatoriedade do uso de etiquetas que informem o desempenho acústico (para o desempenho térmico, a etiqueta é opcional). Pequenas ou grandes, todas as esquadrias devem ser aprovadas em requisitos como cargas de esforços, estanquidade à água e ao ar, resistência aos esforços dos ventos e operações de manuseio.

 

 

Como fixar o vidro?
Christian Silva, técnico-projetista da processadora Brazilglass, e Luiz Cláudio Rezende, consultor técnico da Viminas, têm dicas essenciais:

– Escolhido o tipo de esquadria, o primeiro cuidado em relação ao vidro é não deixá-lo em contato com os caixilhos;
– Folgas nas bordas e laterais são fundamentais para absorver as tolerâncias de fabricação e a dilatação térmica dos elementos envolvidos;
– Calços e borrachas precisam ser de materiais que não apodreçam ou absorvam umidade do ar, como polietileno, etileno-propileno-dieno (EPDM) ou silicone;
– Cantos das borrachas devem ser vulcanizados, ou seja, receber tratamento especial para evitar infiltração de água;
– O sistema de baguete (suporte que ajuda o vidro a ficar travado) facilita a troca da peça no caso de uma possível quebra;
– O vidro pode ser colado à esquadria de todos os lados — tudo depende do tipo de aplicação;
– Adesivos e selantes não podem atacar o vidro, especialmente quando este for laminado ou de controle solar.

Diogo Dias, da BY Silva Esquadrias, reforça ainda a importância do nivelamento do conjunto: “Isso evita que se tenham folhas desniveladas ou que se tire o caixilho do esquadro pela falta dos calços”.

E como ficam os vidraceiros?
Christian Silva, da Brazilglass, mostra o caminho: “Todo vidraceiro que deseja trabalhar com esse tipo de esquadrias necessita de mão de obra especializada e equipamentos, pois qualquer avaria na instalação trará prejuízo enorme”. Lochner, da Weiku, compartilha a mesma opinião: “É essencial que ele tenha expertise com vidros grandes, conte com espaço físico adequado para a produção e faça a logística correta”.

O professor Alexandre Araújo, por sua vez, aponta que esse profissional deve:
– Saber ler um projeto corretamente;
– Ter capacidade de fazer os cálculos de segurança;
– Ter no currículo algum treinamento, com boa didática, sobre esquadrias.

 

guindasteInstalação: o que muda em relação a esquadrias menores?
Segundo Michael Lochner, gerente de Marketing da Weiku, vários fatores devem ser levados em consideração antes mesmo do início do trabalho:
Espaço físico na empresa: quem irá fazer a usinagem e montagem dos perfis precisa de uma área sem limitações por conta das dimensões dos produtos;
Logística no transporte: use veículos apropriados para levar as peças até o canteiro de obras com segurança;
Acesso fácil: a livre movimentação do vidro durante a instalação previne acidentes e quebras. Tenha certeza de preparar o local, retirando obstáculos.

Graças ao peso, os painéis precisam ser manuseados com equipamentos especiais para içá-los. Isso irá garantir a segurança dos instaladores, além de evitar prejuízos. São permitidos:
– Caminhão munck;
– Ventosas automáticas;
– Miniguindastes.

Este texto foi originalmente publicado na edição 538 (outubro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Pensadas para olhar e admirar

As primeiras vitrinas como são hoje conhecidas surgiram na Europa durante o período da rainha Vitória (1832-1895), do Reino Unido, elaboradas como janelas que mostravam as mercadorias ao público passante. Desde então, elas sofreram uma série de evoluções, tornaram-se um elemento constante na arquitetura urbana, mas ainda é nelas que as pessoas veem o que há de novo ou as opções mais atrativas e, se gostarem do que viram, entram na loja para conhecer mais e possivelmente fazer uma compra.

Quando bem-escolhido, o vidro de uma vitrina consegue valorizar ainda mais os produtos expostos e, assim, aumentar as oportunidades de vendas do estabelecimento. Assim, quando um cliente procurar sua vidraçaria para instalar uma vitrina, que tal mostrar para ele as vantagens que um produto de valor agregado oferece? Acredite: com isso, ele sairá ganhando. E você também!

Fundamental para as vendas
“Em média, 70% das decisões de compras ocorrem na vitrina, pois ela é o primeiro impacto e contato com o consumidor”, observa Heloisa Omine, professora de Comunicação no Ponto de Venda da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). “E, mesmo quando a loja está fechada, a vitrina continua a expor e atrair o consumidor.” A arquiteta Marina Debasa, sócia do escritório Arquitetude, acrescenta que a transparência dessas estruturas permite que as pessoas vejam as peças em diferentes ângulos e se interessem por seus detalhes sem que seja preciso tocar nelas.

E onde o vidro entra? Viviane Moscoso, gerente de Produtos da Vivix, responde: “Uma boa vitrina tem como papel atrair os clientes, e a função do vidro é utilizar a transparência para gerar proximidade entre o consumidor e o produto”. Outros benefícios trazidos pelo material são a segurança contra furtos e a estanqueidade do ambiente.

Mas é só isso que um vidro traz? Tudo depende do tipo escolhido.

vp_vidraçaria-extraclear cópia‘Extra clear’: cores sem nenhuma distorção
Uma opção bastante recomendada para esse tipo de aplicação é o vidro extra clear. Leandro Gonçalves, gerente de Projetos da processadora Divinal Vidros, explica: “Por se tratar de um produto com baixo teor de ferro em sua composição, o extra clear tem um aspecto menos esverdeado que o incolor comum, trazendo uma excelente oportunidade de valorizar as cores e aparência real do produto exposto”.

 

Antirreflexo: visibilidade garantida a qualquer hora
vp_vidraçaria-antirreflexo cópia“Um vidro incolor apresenta, em média, 8% de reflexão de luz — ainda que baixa, ela pode comprometer a visualização dos produtos, dependendo da orientação da vitrina e da incidência de luz sobre ela”, afirma Luiz Barbosa, diretor da Ci & Lab, empresa de projetos e consultoria para vidros, esquadrias e fachadas e parceira da processadora Brazilglass, de Ribeirão Pires (SP).

Para evitar esse problema, o mercado já dispõe de vidros com baixa reflexão, ou antirreflexo: mesmo laminado, ele pode ter reflexão luminosa menor que 2%, maximizando a visualização dos produtos expostos nas vitrinas.

Loja de vidroLaminados: proteção reforçada
De acordo com a norma ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil — Projeto, execução e aplicações, apenas vidros temperados, aramados ou laminados podem ser aplicados em vitrinas. Dentre eles, os temperados podem parecer a melhor opção pelo preço, mas deixam o vão aberto em caso de quebra.

Por isso, Viviane Moscoso, da Vivix, aconselha o uso de laminados ou multilaminados, compostos de duas ou mais lâminas de vidro intercaladas por películas ou resinas para a adesão entre as camadas. “Em caso de quebra”, diz ela, “como a camada intermediária mantém os fragmentos no lugar até que sua troca possa ser feita, os produtos da vitrina ficam protegidos”.

 

vp_vidrac¦ºaria-instalac¦ºa¦âoVidro sem interferência
Um dos desafios ao planejar uma vitrina é permitir que o máximo do seu vão seja transparente, o que pode ser comprometido pelas emendas entre as peças de vidro.

Para evitar esse problema, Ana Granado, coordenadora de Mercado da Cebrace, aconselha: “O vidraceiro pode, junto com um arquiteto, desenvolver um projeto para a vitrina e dimensionar o tamanho das peças maiores, usar acessórios que suportem esta aplicação com pouca interferência no acabamento final, e fazer o acabamento das emendas com perfeição.”

Renato Sivieri, diretor de Marketing da Guardian, lembra que o uso de chapas de grandes dimensões já é comum para vidraceiros. Mas alerta: “As especificações de cada vitrina devem ser analisadas individualmente.”

 

vp_vidrac¦ºaria-iluminac¦ºa¦âoLuz para o vidro
Vidros especiais garantem maior visibilidade, mas a iluminação para o lado de dentro da vitrina também é importante para
destacar os produtos expostos. A professora Heloisa Omine, da ESPM, indica como pontos fundamentais:

– Que ela permita flexibilidade;
– Que seja pensada de acordo com o tema da vitrina (se ele precisa de iluminação geral, focal em pontos específicos ou mesmo teatral);
– Que permita a boa visualização dos produtos que o lojista pretende enfatizar.

Uma solução indicada pela professora é a iluminação por meio de LED, mais sustentável e duradoura. “As fitas de LED podem ser usadas para iluminar prateleiras, displays ou mesmo para que o espaço da vitrina seja percebido como um grande cubo mágico, capturando o olhar de quem passa pela sua frente”, acrescenta.

O que encontrar no mercado?
Não faltam produtos no Brasil para elaborar e instalar vitrinas especiais. Conheça alguns deles a seguir.

Nome: Planibel Clearvision
Produto: vidro extra clear
Empresa: AGC
Diferenciais:
– Permite 92% de transmissão de luz e a visibilidade das cores sem nenhuma distorção;
– Transparência e visibilidade se mantêm mesmo quando o vidro é usado com espessuras de até 19 mm.

Nome: Temperado Blindex
Produto: vidro temperado
Empresa: Blindex
Diferenciais:
– Fácil de limpar;
– Conta com padrões modernos e exclusivos;
– Melhora a acústica do ambiente;
– Disponível em versão lisa, impressa ou serigrafada.

Nome: Diamant
Produto: vidro extra clear
Empresa: Cebrace
Diferenciais:
– Não interfere na cor das roupas e objetos da vitrina, proporcionando uma visão muito mais clara e neutra.

Nome: Optiview
Produto: vidro antirreflexo
Empresa: Cebrace
Diferenciais:
– Camada de produtos químicos em uma das faces do vidro o torna capaz de reduzir a reflexão em quase 80%;
– Bloqueia raios ultravioleta, que podem desbotar e ressecar os tecidos e produtos expostos na vitrina.

Nome: Saflex e Vanceva
Produto: películas de PVB
Empresa: Eastman
Diferenciais:
– A linha Saflex oferece proteção extra contra danos e passagem de ruídos, enquanto a Vanceva conta com opções variadas de cores para ressaltar a aparência da vitrina;
– Ambas filtram 99% dos raios ultravioleta.

Nome: UltraClear
Produto: vidro extra clear
Empresa: Guardian
Diferenciais:
– Alta transparência e transmissão de luz.

Nome: TG System
Produto: sistema de envidraçamento estrutural
Empresa: Pilkington
Diferenciais:
– Diminui a necessidade de alvenaria para a instalação da vitrina.

Nome: Vidro Antivandalismo
Produto: vidro multilaminado
Empresa: PKO do Brasil
Diferenciais:
– Laminado com película estrutural;
– Suporta até setenta machadadas e marteladas sem se quebrar totalmente.

Nome: Vivix Lamina
Produto: vidro laminado
Empresa: Vivix
Diferenciais:
– Saído já laminado diretamente da fábrica;
– Disponível em espessuras de 10 e 12 mm.

A chave para uma boa vitrina é VOCÊ!
Com vidros especiais para o projeto de vitrina do seu cliente, a qualidade da obra está garantida, certo?

Errado! “A forma de instalação interfere diretamente na qualidade e segurança do produto”, aponta Glória Cardoso, coordenadora de Marketing da Pilkington. Ana Granado, da Cebrace, destaca que os acessórios utilizados, o tipo de instalação, o dimensionamento das peças de vidro e o acabamento nas junções são alguns itens essenciais para um resultado final satisfatório.

É aí que você entra, vidraceiro: cabe ao profissional analisar o projeto, indicar a melhor solução de envidraçamento e estar atento ao que deve ser feito para uma instalação não só benfeita, mas que ajude a destacar a vitrina.

Algumas dicas para isso são:

analiseANALISE TODOS OS RISCOS PARA O PROJETO: Leandro Gonçalves, da Divinal Vidros, observa que, para instalar uma vitrina exposta diretamente para a rua, por exemplo, a possibilidade de quebra que poderá causar acidentes às pessoas próximas a ela precisa ser considerada. É fundamental também checar se todos os componentes do sistema são compatíveis com o vidro, qual a melhor forma de ancoragem para sua fixação na obra e se será preciso fazer alguma intervenção na alvenaria;

atualizadoESTEJA SEMPRE ATUALIZADO: conheça as características de cada produto para poder indicar ao comprador seus benefícios e como ele contribui para o projeto da vitrina. “A boa informação é sempre a melhor estratégia de convencimento”, afirma Renato Sivieri, da Guardian;

melhorPARA SER O MELHOR, TRABALHE COM O MELHOR: Glória Cardoso, da Pilkington, alerta que o vidraceiro deve evitar composições de produtos não testados, que podem causar desconforto para o cliente após a instalação;

protejaPROTEJA OS VIDROS: segundo Luiz Barbosa, da Ci & Lab, a Brazilglass alerta que, caso os vidros sejam encaixilhados, o uso de calços de borracha e a vedação nas bordas e laterais são fundamentais para evitar o contato direto entre o vidro e os perfis. Já em casos em que uma peça de vidro está ao lado da outra, a processadora indica que deve haver um espaço entre suas bordas, preenchido com silicone incolor neutro;

incrementeINCREMENTE O PROJETO: quem disse que a área de exposição da loja só pode levar vidros na vitrina? Marina Debasa, do escritório Arquitetude, sugere o uso de prateleiras de vidro para destacar ainda mais os produtos;

posvendaDEDIQUE-SE AO PÓS-VENDA: suas oportunidades de negócios não acabam com o fim da instalação da vitrina. Lembre ao seu cliente que ela precisa passar periodicamente por manutenção e limpeza para garantir sua durabilidade.

 

Fale com eles!
AGC — www.agcbrasil.com
Arquitetude — arquitetude.com.br
Blindex — www.blindex.com.br
Brazilglass — www.brazilglass.com.br
Cebrace — www.cebrace.com.br
Ci & Lab — www.cielab.com.br
Divinal Vidros — www.divinalvidros.com.br
Eastman — www.br.eastman.com
ESPM — www.espm.br
Guardian — www.guardianbrasil.com.br
Pilkington — www.pilkington.com/pt-br/br
PKO do Brasil — www.pkodobrasil.com.br
Vivix — vivixvidrosplanos.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

O vidro é progresso

Não são apenas as metrópoles São Paulo e Rio de Janeiro que possuem arquitetura marcada pelo vidro. Nosso material faz a cabeça dos arquitetos e engenheiros de todas as regiões brasileiras, levando conforto térmico, segurança e beleza estética aos projetos. Não acredita? Levantamos exemplos de edifícios comerciais, residências e obras públicas nos cinco cantos do País.

No Norte, confira um shopping center em Manaus e a sede de um órgão estadual em Palmas. O Nordeste tem como destaque um terminal de passageiros em Salvador, além de uma bela casa em Maceió. A capital federal Brasília não poderia deixar de entrar na lista, assim como Estados do Centro-Oeste, incluindo Goiás, com um prédio de escritórios, e Mato Grosso do Sul, com uma fachada residencial diferenciada. No Sudeste, encontramos um charmoso edifício de negócios em Vila Velha (ES). No Sul, um prédio residencial em Porto Alegre chama a atenção dos pedestres.

Conheça a seguir mais detalhes sobre o vidro espalhado pelo Brasil.

 

NORDESTE
Deixa o Sol entrar
Casa H09 (1)

Casa H09
Local: Maceió
Projeto: Fagá Arquitetura
Conclusão: 2015

A obra
Localizada em um condomínio residencial, o projeto de Rodrigo Fagá tem linhas retas com design contemporâneo. São quatro pavimentos, incluindo subsolo, com um pé-direito de 9 m de altura.

Os vidros
O fechamento da fachada (foto) é o destaque visual da casa. Feito de laminados 10 mm transparentes e encaixilhados, permite total interação com o exterior, brincando com a questão da privacidade, além de garantir a segurança. O sistema de pele de vidro com coluna estrutural é da Alcoa. Mais informações: www.alcoa.com/brasil e rodrigofaga.com.br

Vista para as águas
Porto SalvadorTerminal de Passageiros do Porto de Salvador
Local: Salvador
Projeto: Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF)
Conclusão: 2016

A obra
Um dos mais importantes terminais portuários de cruzeiros do País, passou por revitalização nos últimos anos. Possui mais de 7.600 m² de área, divididos em três pavimentos.

Os vidros
As fachadas inclinadas (foto), criadas pela Avec Design e executadas pela Iguatemi Vidros, têm placas de low-e verde 12 mm (6+6 mm). A instalação contou com 5 mil m² de estrutura metálica revestida pela tecnologia Ecoglazing, que consiste na aplicação do vidro encapsulado em silicone — as peças ganham um perfil de borracha, de silicone extrudado de alta consistência, ao redor de todas as bordas. Isso garante estanqueidade e robustez à estrutura. Mais informações: www.avec.com.br, www.fmlf.salvador.ba.gov.br e www.vidrosiguatemi.com.br

 

CENTRO-OESTE

Negócios ensolarados
Prime TamandaréThe Prime Tamandaré Office
Local: Goiânia
Projeto: Königsberger Vannucchi
Conclusão: 2013

A obra
Localizado em um centro comercial da capital goiana, o The Prime se destaca visualmente por suas formas “recortadas”: a volumetria do edifício muda conforme as dimensões dos pavimentos — os andares mais altos são menos largos do que os mais baixos. Ao todo, é formado por 23 andares e 305 salas comerciais.

Os vidros
Foram aplicados na fachada (foto) insulados feitos de laminados (com placas de controle solar prata), de 8 mm de espessura, processados pela GlassecViracon. A escolha pelo material foi essencial para garantir o equilíbrio da entrada de luz, oferecendo proteção aos usuários em relação ao forte calor da região Centro-Oeste. Mais informações: www.glassecviracon.com.br e www.kvarch.com

Vidros na capital
Residencia D e P (1)Residência D&P
Local: Brasília
Projeto: Atelier Paralelo
Conclusão: 2013

A obra
Pensada a partir da inclinação do terreno, é uma obra sem muros, mas com usos distintos e escalas diferentes para os ambientes — incluindo a variação no pé-direito e as aberturas que permitem iluminação.

Os vidros
Principal elemento da fachada (foto) principal, os temperados 8 mm da Blindex, instalados pela Vidraçaria São Geraldo, foram escolhidos por terem menos interferência no aspecto estético das esquadrias, formadas por perfis com pouca espessura. Os vidros estão ainda nos quartos, onde não há insolação direta, e atrás dos cobogós (parede vazada existente no local). Mais informações: www.atelierparalelo.com, www.blindex.com.br e (27) 3268-1212 (Vidraçaria São Geraldo)

 

Casa moderna do Cerrado
Casa MaCa (1)Casa MaCa
Local: Dourados (MS)
Projeto: Studio Jordano Valota
Conclusão: 2015

A obra
O ponto de partida do projeto era valorizar a convivência familiar por meio da integração entre espaços. O destaque é o hall de entrada com pé-direito duplo, que é inundado pela luz natural que entra a partir da escada e da fachada envidraçada.

Os vidros
Para garantir a segurança da residência, aplicaram-se na fachada (foto) laminados de temperados com 10 mm de espessura com PVB na cor branca leitosa, fornecidos pela Vidraçaria Glassbox. Os perfis, na cor preta, são da linha Infinite, fabricados pela Vicom. Mais informações: www.glassbox.com.br, www.linhainfinite.com e www.studiojordanovalota.com.br

 

SUDESTE
Azul da cor do mar
MubadallaMubadalla Office
Local: Vila Velha (ES)
Projeto: Arkteto
Conclusão: 2016

A obra
Localizado na renomada Praia da Costa, o projeto de Kennedy Viana, do escritório Arkteto, compreende um moderno complexo de escritórios — são 175 salas comerciais. Seu formato diferenciado, com fachadas arredondadas e alongadas, permite ao prédio ter quatro coberturas com terraço.

Os vidros
Os quatro lados das fachadas (foto) do edifício ganharam revestimento de Cool Lite KBT, da Cebrace, processado pela Viminas. Ao todo, são mais de 3 mil m² do material. Com propriedades de controle solar, o vidro foi escolhido por causa da grande incidência solar anual da região. Além disso, sua tonalidade azul oferece o aspecto estético desejado pelo arquiteto. Mais informações: (27) 3205-8484 (Arkteto), www.cebrace.com.br e www.viminas.com.br

 

NORTE
Cultura amazônica
Manauara Shopping Manaus - AM BrasilManauara Shopping
Local: Manaus
Projeto: Sonae Sierra Brasil
Conclusão: 2009

A obra
O arquiteto José Quintela da Fonseca criou um tributo à cultura amazônica, levando como temas a fauna, flora e demais símbolos do Estado. O encontro das águas dos rios Negro e Solimões, por exemplo, inspirou a logomarca do espaço. O artesanato de tribos indígenas está representado nos grafismos da fachada e dos pisos.

Os vidros
A tranparência das fachadas frontais (foto) e traseiras do shopping fazem com que as cores da decoração interna se misturem ao ambiente externo. Os laminados refletivos 12 mm foram instalados com a técnica pele de vidro, com caixilhos de alumínio. As placas do material possuem 1,97 m de largura por 1,48 m de altura. Mais informações: www.sonaesierra.com.br

 

Ensino transparente
Cetec (2)Centro de Educação e Tecnologia de Palmas (Cetec)
Local: Palmas
Projeto de engenharia: Hidrosolver e engenheiro civil Clerson Dalvani Reis
Conclusão: 2016

A obra
Conta com cinco pavimentos e capacidade de atendimento de 1.500 alunos por dia. Abriga espaços como laboratórios, oficinas e outros ambientes didáticos.

Os vidros
As placas laminadas refletivas 4+4 mm das fachadas (foto) foram fixadas pelo método structural glazing (são mais de 2 mil m² de área). O material garante segurança aos alunos e também conforto térmico, além de estar esteticamente integrado ao revestimento com chapas cinza de alumínio composto presente nas fachadas. Mais informações: (63) 3225-3972 (Hidrosolver)

 

SUL
A rua dentro de casa
Kiev 104 (2)Kiev 104
Local: Porto Alegre
Projeto: Arquitetura Nacional
Conclusão: 2016

A obra
O nome do projeto faz referência a seu endereço: Rua Kiev, número 104. Esse edifício de cinco andares, com um apartamento por pavimento, usa esquadrias gigantes na fachada, conceito que vem da ideia de criar uma conexão entre o interior e o ambiente externo, marcado por árvores e jardins.

Os vidros
As fachadas de cada apartamento (foto) possuem esquadrias com três folhas de correr sequenciais. Os perfis (modelo S.55, da linha Infinite, fabricado pela Vicom) têm no total 9,2 m de comprimento por 2,4 m de altura. Laminados de Cool Lite, vidro de controle solar da Cebrace, oferecem conforto térmico e acústico — a especificação é a seguinte: placa de Cool Lite KNT 155 4 mm + PVB + float incolor 6 mm. A execução do projeto ficou a cargo da Vetrus Esquadrias de Alumínio. Mais informações: www.arquiteturanacional.com.br, www.cebrace.com.br, www.linhainfinite.com e www.vetrus.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 533 (maio de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Negócios feitos sob a transparência do vidro

Nosso material tem presença (quase) obrigatória nos grandes centros comerciais brasileiros. Entenda o porquê disso e veja ‘cases’ espalhados pelo País

Não importa se você está nas populosas São Paulo ou Rio de Janeiro, nas modernas capitais do Sul ou nas ensolaradas metrópoles do Centro-Oeste, Norte ou Nordeste. Ao visitar as principais capitais do País, um elemento estará presente nos prédios comerciais: o vidro. Diante disso, tivemos um grande desafio: entender o porquê dos arquitetos lançarem mão do nosso material e apresentar cases que ilustram bem a sua aplicação. Para alcançarmos esse objetivo, elencamos os Estados com as doze maiores economias do País e entramos em contato com arquitetos dessas regiões. O resultado, você confere a seguir. Nossa amostragem revela como os empreendimentos utilizam diferentes especificações de acordo com os objetivos do projeto arquitetônico. Além disso, as condições climáticas de cada cidade são outro fator relevante. De quebra, você ainda confere uma lista com alguns dos bairros e avenidas de capitais onde mais têm arranha-céus envidraçados.

ez
EZ Towers SÃO PAULO – Os bairros da Chácara Santo Antônio, Santo Amaro e Brooklin, na Zona Sul, formam o novo cinturão de prédios comerciais da cidade. Ali está um dos mais belos projetos envidraçados na capital paulista dos últimos anos, composto por duas grandes torres. As fachadas ganharam vidros de controle solar laminados bronze, prata e cinza fornecidos pela Pilkington. Essas cores foram escolha dos designers responsáveis pelo projeto, enquanto a especificação ficou a cargo da construtora Eztec, com a participação de consultores especializados na obtenção da certificação Leed Gold para construções sustentáveis. Os vidros, portanto, são fator fundamental para a obtenção da chancela. O material permite mais entrada de luz no ambiente interno, diminuindo o uso de luz artificial, e ainda reduz a entrada de calor no ambiente. (Crédito foto: Marcelo Paoli)

 

Evolução da tecnologia
A partir do fim da década de 1970, empreendimentos comerciais ao redor do mundo começaram a ganhar fachadas inteiramente envidraçadas. No Brasil, essa “febre” transparente se alastrou por nossas capitais nos anos 1980, mas as fachadas ainda contavam com grande quantidade de brises (quebra-sol) ou amplas marquises para proteger o ambiente interno da incidência direta do Sol. Na virada do século, tudo mudou. “Conseguimos ter acesso aos vidros especiais com características de melhor isolamento térmico, isolamento acústico e reflexão de calor”, explica o arquiteto Alberto Fedosow Cabral, conselheiro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU-RS). “Isso permitiu aplicações limpas, nas quais os brises já não são mais necessários.”

O desenvolvimento dos caixilhos de alumínio também foi um fator a ajudar a disseminação do uso do vidro em fachadas. “Outro responsável foi o silicone selante, elemento que permitiu a completa vedação dos vidros, suportando altas diferenças térmicas”, lembra a professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Judas Tadeu (USJT), Luciana Brasil.

“O bom uso do vidro traz uma série de vantagens”, relata o arquiteto e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fernando Pedro Vannucchi Guerra de Souza. “A primeira é a questão da beleza, da plasticidade dos edifícios. Além disso, temos a rapidez de aplicação na obra, questão imprescindível no cronograma de um projeto, e ainda a funcionalidade, item de profunda importância para uma empresa.”

A arquiteta Iara Luiza Galvão recorda ainda que o vidro não é importante apenas na parte externa das edificações, mas também dentro dos escritórios. “Com sistemas de gestão cada vez mais integrados entre as equipes e hierarquias horizontais nas empresas, a permeabilidade visual do vidro traz a vantagem de dividir ambientes, garantindo a integração e a amplitude dos espaços”, revela.

Porto
Porto Brasilis RIO DE JANEIRO – A região do Porto Maravilha, no Centro, foi totalmente revitalizada para os Jogos Olímpicos deste ano. Uma obra em especial se destaca. Projeto da Pontual Arquitetura, mais parece uma joia lapidada, graças aos ângulos retos da fachada frontal. O prédio é todo envolto por laminados de controle solar low-e (10 mm), nas cores azul e azul-opaco, processados pela GlassecViracon. Aqui, a questão estética é essencial — e nosso material ainda oferece desempenho térmico, acústico e de segurança, além de alta transmissão de luz natural para dentro do ambiente. (Crédito foto: Pedro Vannucchi)

 

Eficiência energética
A principal preocupação da administração de um prédio comercial está na conta de luz. Atualmente, um edifício de grande porte tem a obrigação de trabalhar com elementos de eficiência energética — ou os gastos com eletricidade serão inviáveis para a manutenção do espaço. Nesse sentido, o vidro se mostra um dos melhores aliados das obras, já que permite:

• Iluminação natural: a necessidade de luz artificial cai consideravelmente. Podem ser usadas lâmpadas menos potentes, que consomem menos energia. Luz solar também significa qualidade de vida, pois afeta positivamente o humor, o metabolismo e a qualidade do sono de quem é exposto a ela durante o dia. Com isso, a produtividade no trabalho será maior;

• Conforto térmico: os vidros de controle solar conseguem barrar a entrada dos raios UV e do calor, combinando transparência com desempenho. Assim, o uso de sistemas de ar condicionado diminui;

• Outros benefícios financeiros: o vidro garante ainda a redução do peso estrutural do prédio e dos custos de manutenção, além de maior velocidade de construção e valorização financeira do empreendimento.

Levando informação ao mercado
“Muitos profissionais prezam pelos custos e soluções fáceis dentro de sua zona de conforto”, comenta o responsável pelo Marketing da AGC, Matheus Oliveira. “O desafio é adequar a especificação correta ao orçamento e à demanda do cliente.” Ao optar por produtos comuns,compromete-se a qualidade de todo o edifício. Por isso, é importante que especificadores e os profissionais do setor conheçam o nosso material e suas características. “O trabalho de qualificação técnica, realizado pela Abravidro e demais entidades setoriais, contribui para que isso aconteça”, analisa a coordenadora técnica da Abravidro, Vera Andrade. “Cursos e palestras sobre a tecnologia vidreira, normas técnicas, diferentes tipos de vidro e suas formas de aplicação eleva o patamar de toda a cadeia produtiva e agrega valor às vendas.”

Centro Médico Empresarial Vitraux SALVADOR - Nos bairros nobres de Ondina e Rio Vermelho, situados na costa de Salvador, está a Avenida Anita Garibaldi, que concentra diversos centros médicos e consultórios. Próximo dali fica o Vitraux, projeto do baiano Sidney Quintela com inspiração na arquitetura moderna e em obras do arquiteto franco-suíço Le Corbusier. Com 156 m de altura, foi projetado para atender empresas de médio porte do setor de saúde. Um dos destaques da obra é o Belvedere, de ampla área envidraçada, em forma de tulipa, na base da torre. Ali instalou-se Cool Lite laminado e serigrafado (14 mm), da Cebrace, com propriedades de controle solar. Além de viabilizar a iluminação natural, permitiu amenizar o forte calor de Salvador no interior do espaço. (Crédito foto: Xico Diniz)
Centro Médico Empresarial Vitraux SALVADOR – Nos bairros nobres de Ondina e Rio Vermelho, situados na costa de Salvador, está a Avenida Anita Garibaldi, que concentra diversos centros médicos e consultórios. Próximo dali fica o Vitraux, projeto do baiano Sidney Quintela com inspiração na arquitetura moderna e em obras do arquiteto franco-suíço Le Corbusier. Com 156 m de altura, foi projetado para atender empresas de médio porte do setor de saúde. Um dos destaques da obra é o Belvedere, de ampla área envidraçada, em forma de tulipa, na base da torre. Ali instalou-se Cool Lite laminado e serigrafado (14 mm), da Cebrace, com propriedades de controle solar. Além de viabilizar a iluminação natural, permitiu amenizar o forte calor de Salvador no interior do espaço. (Crédito foto: Xico Diniz)

 

Especificação correta
A questão climática é fundamental no processo de especificação do vidro. Pelo fato da variação de temperaturas ocasionada pela grande extensão territorial, é preciso levar em conta uma análise criteriosa. Remy Dufrayer, gerente de Desenvolvimento de Mercado da Cebrace, explica: “Temos maior necessidade de proteção solar de acordo com a latitude e longitude avaliadas”. Quanto mais distante da linha do Equador, menos intensa é a radiação. “Nas regiões mais próximas a ela, no entanto, são necessários vidros com maior desempenho, menos permeáveis à radiação solar direta”, analisa.

Com base em um estudo climático benfeito, é possível derrubar mitos do mercado — como o que afirma que insulados são indicados para países frios. “O Brasil é um dos locais mais adequados para a utilização de vidros insulados, pois possibilitam uma série de especificações que atendem as nossas dimensões continentais”, afirma Viviane Moscoso, gerente de Produtos da Vivix. “Afinal, é muito mais caro resfriar um ambiente do que aquecê-lo”, reforça, fazendo referência aos gastos com sistemas de ar condicionado.

Um passeio pelos centros comerciais do País
Quer ver prédios envidraçados? Selecionamos as capitais dos estados com os maiores índices de Produto Interno Bruto (PIB) das cinco regiões do Brasil. Nessas capitais, verificamos onde está a maioria dos prédios comerciais envidraçados. A relação está a seguir. Quando passar por essas metrópoles, aproveite para visitar.

AR3000 Cabral Corporate & Offices CURITIBA - Localizado próximo ao Centro Cívico, região na qual estão os principais prédios governamentais, o bairro residencial do Cabral começa a mudar de perfil, ganhando grandes projetos comerciais. Um deles é o AR3000, dono do selo Leed Platinum, maior classificação para um edifício “verde” disponível na construção civil. Erguido em área de mais de 30 mil m², suas fachadas, de insulados de controle solar Cool Lite KNT, da Cebrace, contribuíram de forma direta para o menor uso de energia elétrica. A redução no consumo de ar condicionado chegou a 26% — quem tiver sala comercial no edifício irá instalar metade da capacidade de um prédio convencional. Falando em valores: tem-se economia total de R$ 671.000 por ano na conta de energia elétrica do empreendimento. Instalados por meio da técnica structural glazing, os vidros deixam a estrutura oculta na face interna. (Crédito foto: Marcelo Ariello)
AR3000 Cabral Corporate & Offices CURITIBA – Localizado próximo ao Centro Cívico, região na qual estão os principais prédios governamentais, o bairro residencial do Cabral começa a mudar de perfil, ganhando grandes projetos comerciais. Um deles é o AR3000, dono do selo Leed Platinum, maior classificação para um edifício “verde” disponível na construção civil. Erguido em área de mais de 30 mil m², suas fachadas, de insulados de controle solar Cool Lite KNT, da Cebrace, contribuíram de forma direta para o menor uso de energia elétrica. A redução no consumo de ar condicionado chegou a 26% — quem tiver sala comercial no edifício irá instalar metade da capacidade de um prédio convencional. Falando em valores: tem-se economia total de R$ 671.000 por ano na conta de energia elétrica do empreendimento. Instalados por meio da técnica structural glazing, os vidros deixam a estrutura oculta na face interna. (Crédito foto: Marcelo Ariello)

 

NORTE
BELÉM: Umarizal
MANAUS: Zona Centro-Sul

NORDESTE
FORTALEZA: Aldeota e Meireles
RECIFE: Ilha do Leite e arredores do Derby e Boa Viagem
SALVADOR: Avenida Governador Luís Viana, Avenida Anita Garibaldi e bairro Caminho das Árvores

SUDESTE
BELO HORIZONTE: Funcionários, Santo Agostinho e Savassi
RIO DE JANEIRO: Barra da Tijuca e Centro SÃO PAULO: Avenida Faria Lima, Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, Avenida Paulista e demais bairros da Zona Sul, próximos à Marginal do Rio Pinheiros

CENTRO-OESTE
BRASÍLIA: Asa Norte e Setor Bancário
GOIÂNIA: Avenida 136 e Avenida T-63

SUL
CURITIBA: Batel, Centro e Ecoville
PORTO ALEGRE: Bairros Moinhos de Vento, Rio Branco e Cristal

lc
LC Corporate Green Tower FORTALEZA – Meireles é um dos cartões-postais da capital cearense, além de ser um dos bairros com melhor qualidade de vida da cidade. Desenvolvido pelo escritório Nasser Hissa Arquitetos Associados, o LC Corporate é uma das obras pioneiras do Nordeste no uso de fachada curva tipo glazing, além de ter sido a primeira da região a receber o selo Leed (categoria Silver). O vidro instalado, da GlassecViracon, possui especificação robusta: insulado de laminado de controle solar verde (6 mm+9 mm de câmara+6 mm). As esquadrias usadas são da Metalúrgica LCR. (Crédito foto: divulgação Nasser Hissa)

Acontece

Este texto foi originalmente publicado na edição 519 (março de 2016) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

Para sair da crise, o setor percebeu que o que não pode faltar é atitude! Para isso, nada melhor do que colocar novos produtos no mercado. A Glass Vetro não perdeu tempo e mandou para a praça o Spider IV, que acabou de sair do forno. Indicado para a construção civil e arquitetura, ele é a aposta da empresa para instalação de vidros em fachadas, vitrinas e estandes, entre outras aplicações.

Quem também possui novidades é a Casavitra, do Grupo Tecnovidro. Uma nova linha de cooktops, chamada Excellence, vai animar quem se interessa por arte na cozinha. Os produtos ganharam quatro estampas serigrafadas e oito opções de cores e design. É isso aí, pessoal, o que não podemos é ficar parados!

Vidro em edificações: você tem teto de vidro?

Este texto foi originalmente publicado na edição 519 (março de 2016) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

O leitor de O Vidroplano que acompanha nossas reportagens sobre arquitetura e construção civil já notou a forte tendência, que não é recente, de uso do vidro em edificações. Nosso material está nas fachadas, nos pisos e em elementos estruturais. Agora, devemos começar também a olhar pra cima para procurá-lo: coberturas envidraçadas oferecem segurança e diferencial estético único, ganhando espaço em projetos ao redor do País.

A equipe da revista conversou com profissionais do setor sobre os segredos dessas estruturas e os repassa nesta edição: qual é o vidro certo a ser usado e como especificá-lo, além de dicas para instalação e manutenção e de cases espalhados pelo País.

As vantagens
SEGURANÇA — Por serem feitas com vidros de segurança (saiba mais no quadro da pág. 46), as coberturas garantem totalmente a integridade física das pessoas que estão embaixo da estrutura;

VIDA ÚTIL DO VIDRO — O produto instalado corretamente mantém suas características mesmo após anos de uso e de exposição às mais variadas condições climáticas;

LEVEZA — Comparados com os materiais usados em uma laje convencional, os vidros podem significar uma estrutura mais leve;

TRANSPARÊNCIA — Estudos psicológicos comprovam que as pessoas se sentem (e trabalham) melhor em ambientes iluminados naturalmente ou integrados com o meio externo. “As coberturas de vidro são em geral utilizadas quando o ambiente requer iluminação natural zenital, ou seja, uma iluminação bem-distribuída e vinda da parte superior do ambiente”, analisa Tito Lívio, professor de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie;

ECONOMIA DE ENERGIA ELÉTRICA — Com a luz natural, a eletricidade se faz menos necessária;

INTEGRAÇÃO COM O AMBIENTE EXTERNO — Oferecem a sensação de maior amplitude ao espaço;

CONFORTO TÉRMICO E ACÚSTICO — Dependendo da especificação do vidro, o material pode trazer proteção contra raios ultravioleta (UV) e barrar barulhos vindos de fora do ambiente.

Hora de especificar: como fazer?
A estrutura não deve ser pensada como algo independente do restante da construção. “A cobertura de vidro deverá estar integrada à obra desde o início da concepção do projeto”, afirma a gerente de Produtos da Vivix, Viviane Moscoso.

Se a cobertura for um retrofit, ou seja, uma atualização ou reforma da obra, o projeto original deverá ser alterado e os ajustes, aprovados pelos engenheiros responsáveis. Na hora de pensar a estrutura, deve-se atentar aos seguintes pontos:

Escolhendo o vidro
Lamartiny Gomes, gerente de Produtos da Guardian, relembra a questão mais básica da especificação: “Primeiro, deve-se ter em mente qual o uso do local abaixo da cobertura”. Com os diferentes tipos de vidro existentes, a escolha pode ser baseada nos níveis de transmissão luminosa desejados e nas cores das peças — lembrando sempre que deverá ser laminado ou aramado.

Determinando a dimensão das peças
O dimensionamento da chapa, no que tange às suas dimensões de largura e comprimento, tem influência direta no aproveitamento do produto no processo de corte. Uma possível área não aproveitada é normalmente incluída no preço final do metro quadrado a ser vendido. “Por meio de um trabalho forte junto a projetistas, é possível reduzir drasticamente o preço final”, comenta Remy Dufrayer, gerente de Desenvolvimento de Mercado da Cebrace.

Cálculo da espessura do vidro
Essencial para a segurança do conjunto, o cálculo é determinado por uma combinação de fatores, como dimensão das peças, número de apoios e esforços a que essas peças serão submetidas (pressão do vento, por exemplo). Isso vai depender, claro, de projeto para projeto. Porém, existem ferramentas para facilitar a vida dos profissionais do setor. A Cebrace, por exemplo, possui um software em seu site Que faz o cálculo. Ele está disponível no seguinte endereço: www.cebrace.com.br/#!/simulador/calculo-de-espessura.

Inclinação
“A falta de inclinação pode comprometer o desempenho e a durabilidade do vidro por questões relacionadas ao acúmulo de sujeira e umidade”, explica o gerentede Projetos da Divinal Vidros, Leandro Gonçalves Pedroso. Projetos com vidros autolimpantes também precisam de inclinação. “Consideramos um mínimo de 3% para evitar problemas”, revela José Guilherme Aceto, diretor da Avec Design.

Qual vidro deve ser usado?
Direto e reto: segundo a NBR 7199 — Projeto, execução e aplicações de vidros na construção civil, sempre que o produto for aplicado
em coberturas, ele deve ser laminado ou aramado. No caso dos laminados, em uma possível quebra ou trinca (durante uma chuva de granizo extremamente intensa, por exemplo), os cacos ficam retidos em sua estrutura e não se espalham pelo ambiente. Normas estrangeiras, que não são obrigatórias no Brasil, vão ainda mais longe: a americana ASTM determina o uso de vidros com espessura mínima de 10 mm e PVB duplo (0,76 mm de espessura).

Mãos na massa: os cuidados com a instalação
– Sempre faça a medição in loco — nunca tire um pedido de vidro sem ir até o local verificar se as medidas estão realmente corretas e se há como instalar o vidro através dos vãos existentes. Também veja qual maquinário e quantas pessoas serão necessários para instalar, por onde o vidro entra e por onde ele sobe etc.;
– Os esforços da estrutura não devem ser transmitidos ao vidro. “O contato entre o produto e as partes fixas deve ser intermediado por um corpo mais mole”, comenta Remy Dufrayer, da Cebrace. Materiais como EPDM (borracha de etileno-propileno) são indicados: devem ser instalados em espaços apropriados nos perfis, fazendo com que o vidro não encoste em elementos duros do conjunto;
– Folgas para dilatação do vidro e dos perfis são necessárias. No entanto, o tamanho delas vai depender do sistema construtivo utilizado. O coeficiente de dilatação linear do vidro é pequeno. Aço e alumínio dilatam muito mais e são, em grande parte dos casos, os culpados pela quebra espontânea do nosso material, ao “esmagar” o vidro.
– Testar e se certificar se todas as ancoragens mecânicas estão corretas e se não existem fraturas em pilares ou pontos de fixação.

Vedação: sua garantia é fundamental!
Um dos principais problemas em coberturas de vidro é a falta de estanquidade à água causada pela aplicação malfeita dos selantes. Por isso, alguns cuidados básicos devem ser tomados para evitar que o problema aconteça. Preencha todo o perímetro da peça, de forma a evitar acúmulo de sujeira e umidade quando o conjunto estiver pronto. Sistemas structural glazing, formados por vidros pré-colados em quadros com silicone estrutural, são uma solução recomendada para esse tipo de estrutura.

Limpeza: fundamental para as propriedades do vidro
O projeto de cobertura precisa prever pontos para serem fixados cintos de segurança e cabos usados pelos profissionais responsáveis pela limpeza. Água e sabão neutro bastam para remover impurezas. A periodicidade da tarefa vai depender da condição dos vidros. “Mas não deve ser um período muito longo. Após um ou dois anos sem limpeza, o vidro pode oxidar, perdendo o brilho”, revela José Guilherme Aceto, da Avec Design.

A estrutura que suporta o vidro não pode ser esquecida. “Se for de aço inox, é aconselhável usar apenas água”, explica João Rett, membro do Departamento Técnico da Glass Vetro.

Uma solução para aumentar a vida útil do material é a aplicação de revestimentos para proteção. A Abrasipa, por exemplo, possui o Enduro Shield, com nanotecnologia que cria uma película na superfície envidraçada, diminuindo a necessidade de limpeza sem fazê-la perder sua textura natural.

Outra possibilidade é o uso de vidros autolimpantes. Um exemplar no mercado nacional é o Bioclean, da Cebrace.

Mais algumas dicas de manutenção:
• Verificar a integridade dos apoios do vidro;
• Se a cobertura estiver localizada em regiões costeiras, buscar peças estruturais
com tratamento superficial contra oxidação;
• Dar atenção especial às borrachas de vedação, trocando aquelas que ficarem
ressequidas com o tempo para evitar vazamentos.

Conheça cases de coberturas de vidros

Shopping Flamboyant (Goiânia, GO)
Um dos mais importantes centros comerciais da capital de Goiás passou por expansão em 2014, tendo ganhado uma solução engenhosa para suas coberturas. O projeto desenvolvido pela Avec Design conta com vidros Habitat, da Cebrace, com função de proteção solar. Sobre as placas do produto, aplicaram-se telas de tecido pré-tensionado microperfuradas e motorizadas. Nos momentos de alta incidência do Sol, as telas são fechadas. Ao todo, são 2.900 m² de vidros instalados com sistema uniglazing de quadros pré-fabricados.

Shopping Metropolitano Barra (Rio de Janeiro)
Localizada na Barra da Tijuca, Zona Oeste carioca, a obra possui uma cobertura envidraçada que se destaca de longe: impossível não notar a enorme estrutura — parece uma nave espacial prestes a decolar. Um dos desafios do projeto era evitar que se criasse um efeito estufa no interior do shopping. Por isso, utilizou-se o vidro de controle solar SunGuard SNL 37, da Guardian.

Boulevard Shopping (Vila Velha, ES)
A aplicação de vidro no Boulevard Shopping prima pela beleza visual. Algumas placas dos laminados de Cool Lite com float incolor, fornecidos pela Cebrace e processados pela Viminas, ganharam PVBs opacos. Outras, PVBs comuns. Na hora da instalação, foram posicionadas de forma parecida a um tabuleiro de xadrez. Por ter vidros de controle solar, a estrutura barra o forte calor da região.

Shopping JK Iguatemi (São Paulo)
O luxuoso centro comercial na Zona Sul da cidade conta com especificação robusta: insulados de laminados 36 mm (com vidro de controle solar). No total, 3 mil m² do material fazem parte da estrutura. Na foto abaixo, é possível ver todo o trabalho para se instalar as peças, com 130 kg cada: um pórtico rolante, com ventosa basculante, as levantava. O projeto é da Avec Design.

Fábrica da Cebrace — unidade Barra Velha (Barra Velha, SC)
Por que não usar vidro em uma fábrica de vidro? A guarita da unidade fabril da Cebrace em Santa Catarina, localizada logo na entrada do empreendimento, possui cobertura com float incolor laminado (4 + 4 mm), instalado pela Vidrosistemas e elaborado pela Pilkington Brasil. “O objetivo foi criar um projeto limpo e sem caixilhos, com fixações de aço inox de uma forma atípica, somente com tirantes e cabos de aço”, explica Angelo Arruda, engenheiro e sócio-proprietário da Vidrosistemas.

Fale com eles!
Abrasipa — www.abrasipa.com.br
Avec Design — www.avec.com.br
Cebrace — www.cebrace.com.br
Divinal Vidros — www.divinalvidros.com.br
Glass Vetro — www.glassvetro.com.br
Guardian — www.guardianbrasil.com.br
Mackenzie — portal.mackenzie.br
Pilkington — www.pilkington.com/en/br
Vidrosistemas — www.vidrosistemas.com.br
Viminas — viminas.com.br
Vivix — vivixvidrosplanos.com.br

Velozes e envidraçados

Automóveis ganham áreas maiores de vidro. Material confere ‘glamour’ e modernidade

Fachadas imponentes, portas, coberturas, divisórias e tantas outras aplicações do nosso material estão cada vez mais disseminadas pelo Brasil e exterior — o que não significa que muitas dessas obras não continuem impressionando por sua estética e outros benefícios.

Mas não é só em estruturas fixas que o vidro brilha. Basta dar uma espiada nas ruas, nas lojas ou mesmo nos concorridos salões de automóveis realizados pelo mundo afora para notar que o vidro tem sido mais explorado pelos projetistas de automóveis. Carros, ônibus e outros veículos apresentam áreas envidraçadas cada vez maiores — e a tendência é que esse crescimento não pare tão cedo

Nas páginas a seguir, O Vidroplano apresenta um pouco mais sobre o aumento do vidro em veículos, os benefícios e desafios desse processo e traz alguns cases que ilustram o uso amplo e diferenciado do nosso material nesse setor.

Expansão para todos os lados
Segundo levantamento feito pelo Instituto Autoglass, organização especializada em vidros automotivos, de 1970 a 2008 houve um
crescimento de 14% da área total envidraçada e de 49% da área dos para-brisas, considerando apenas o mercado nacional.

No exterior, que dita tendências ao mercado brasileiro, a situação não é diferente. “Estão adotando para-brisas mais amplos e complexos e tetos solares maiores”, informa Matthew Beecham, editor-associado do portal online britânico just-auto.com, focado em novidades e análises do setor automotivo.

Ele explica que o envidraçamento da superfície de certos carros da montadora francesa Peugeot, por exemplo, cresceu ao longo dos anos: o Peugeot 304 tinha uma área envidraçada de cerca de 2,24 m², aumentando para 2,82 m² no Peugeot 305; 2,96 m² para
o 306; 3,57 m² para o 307; e 5,34 m² para o Peugeot 307 SW.

E esse crescimento ainda não chegou ao seu limite. “Observando os veículos lançados nos últimos cinco anos, constatamos que
a tendência é aumentar ainda mais essa área envidraçada em função do design, da área de visão do motorista e da maior sensação de espaço e conforto interno que o vidro proporciona”, observam Fabricio Kameyama e Danilo Bandeira. Eles, que concederam entrevista juntos à nossa reportagem, são, respectivamente, diretor-comercial para a América do Sul e gerente de Desenvolvimento
de Novos Produtos e Processos da Pilkington, empresa que também atua no segmento de vidros automotivos. “Isso tem levado
ao aumento crescente de novas soluções de montagem, em função das formas complexas que esses vidros têm”, acrescenta Carlos Henrique Mattar, gerente de Marketing da Cebrace.

Integração de espaços
Uma das principais vantagens do aumento na área envidraçada de veículos é o maior campo de visão obtido, permitindo ao motorista enxergar partes do ambiente externo que antes não conseguiria ver. Para atingir esse objetivo, alguns modelos de automóveis vêm ampliando duas áreas especificamente:

Para-brisas
Localizado na parte frontal dos veículos. Há dois padrões que vêm se destacando entre as montadoras. Para entendê-los, veja o quadro
abaixo:
– Cielo: o para-brisa estende-se em direção ao teto, terminando acima da área da cabeça do motorista;
– Panorâmico: o para-brisa estende-se para as laterais, dobrando-se próximo às portas dianteiras e aumentando a visibilidade.

Teto
Ao invés dos antigos tetos solares, de aberturas menores, as montadoras estão lançando mão de tetos panorâmicos. Nosso material pode ocupar toda a área do teto, garantindo o pleno aproveitamento da iluminação natural no interior do ambiente.

Janelas
Se em automóveis o vidro cresce nos para-brisas e tetos, em veículos de transporte coletivo isso ocorre principalmente nas janelas laterais. “Além de ser uma tendência de design, esse crescimento proporciona aos passageiros visibilidade maior do ambiente externo, permitindo que eles possam apreciar muito mais a viagem”, considera Vinícius Pitombo, gerente-geral do Grupo Tecnovidro,
processadora de vidros automotivos. E o potencial para nosso setor é ainda maior nessa área. Segundo Kameyama e Bandeira, da Pilkington, um ônibus possui área envidraçada de cinco a seis vezes maior do que a de um veículo de médio porte.

Além das aparências
O aumento da área envidraçada em veículos também apresenta desafios para o conforto do motorista. Felizmente, o mercado já dispõe
de tecnologias que tornam o vidro mais do que um elemento de design, como películas e revestimentos de controle solar.

Uma opção, inclusive, é velha conhecida do setor, o vidro laminado. Embora seja obrigatório apenas nos para-brisas (veja mais na página 30), seu uso em outras partes do veículo pode ser vantajoso: “Hoje processamos os laminados usados no teto solar duplo do jipe T4, da Troller [marca que pertence à Ford]”, explica Laerte Gouveia, supervisor-comercial de Vidros de Reposição Automotiva da Fanavid, “e, além de contribuir para o design, ele gera mais isolamento acústico no interior do veículo”. A acústica também é valorizada nos automóveis fora do Brasil: “Na Europa, temos visto uma demanda crescente por para-brisas e vidros laterais acústicos na última década”, comenta Matthew Beecham, do portal just-auto.com. Segundo ele, o uso de vidros laterais laminados ainda é concentrado
em carros de grande porte, mas há oportunidades para sua disseminação — especialmente considerando que já existem laminados com
películas especiais, que conferem benefícios como maior segurança, isolamento acústico e conforto térmico. Para Mattar, da Cebrace, o uso de PVB acústico em vidros de para-brisas e tetos solares ou panorâmicos já é uma realdade, inclusive no mercado brasileiro.

Antecipando o futuro
Apenas a criatividade humana pode estabelecer os limites para a aplicação do vidro sobre rodas.
Ideias originais e inusitadas são constantemente vistas em protótipos apresentados em salões de automóveis e outros eventos — mesmo que muitas vezes eles não cheguem a ser lançados, como os mostrados nesta reportagem, os conceitos neles apresentados podem ser incorporados a futuros projetos. “O vidro é um material interessante para o setor automotivo
porque oferece versatilidade e segurança, além de permitir inovações de design”, opina Silvio de Carvalho, gerente-técnico da Abravidro.

Novas funções devem ser esperadas para o vidro nos próximos anos. “Existem hoje imenso interesse e demanda pela tecnologia de head-up display, que consiste na projeção de informações no para-brisa como se ele fosse uma tela, e também pela tecnologia eletrocrômica, de vidros capazes de mudar de cor”, apontam Kameyama e Bandeira.

Para atender essas e outras demandas, é imprescindível que o setor vidreiro se mantenha sempre em evolução. Pitombo, do Grupo Tecnovidro, chama a atenção para a importância de investir em processos e equipamentos de produção e na qualificação
de funcionários.

O desenvolvimento do nosso material, claro, é recompensador. “Muitas vezes, o mercado exige mudanças. E quanto mais opções fornecermos para atender essas mudanças, mais vidros poderão ser colocados nesse setor”, considera Gouveia, da Fanavid.

Um pouco de história
Engana-se quem pensa que o aumento da área envidraçada sobre rodas no mundo começou a acontecer há pouco tempo. Sua primeira aplicação em carros começou por volta de 1904, com o surgimento do vidro temperado — então usado no para-brisa dos veículos.

Desde então, outras aplicações foram surgindo. Ratna Chatterjee, consultorachefe da Automotive R&D Management Consulting (ARDMC, rede mundial de consultoria para serviços de pesquisa e desenvolvimento para a indústria automotiva), aponta que, em 1929, a maioria dos veículos já era equipada com painéis de vidro plano por todos os lados. Além da visibilidade, o material também protegia motorista e passageiros do vento, chuva, poeira e detritos.

No começo da década de 1960, ela acrescenta, surgiram as janelas laterais de vidro curvo, que proporcionavam maior flexibilidade no design dos veículos.

LANÇADOS NO BRASIL
VISÃO PRIVILEGIADA
Automóvel: C3 (versões Tendance e Exclusive)
Montadora: Citroën
Lançamento: 2014
Diferencial: adoção do para-brisa Zenith (processado pela Pilkington), que tem 1.350 mm de comprimento (o tamanho dos para-brisas dos modelos anteriores era de 990 mm), erguendo-se até acima da cabeça do motorista.
Benefícios: aumento de 80% no ângulo de visão, grande luminosidade natural proporcionada ao interior do veículo e maior sensação de espaço.

DEIXA A LUZ ENTRAR!
Automóvel: Novo 308
Montadora: Peugeot
Lançamento: 2015
Diferencial: teto panorâmico de vidro laminado, com quase 1 m² de área (resultando em uma área envidraçada total de
4,86 m² no veículo).
Benefícios: maior sensação de espaço e ótimo aproveitamento da luminosidade interna (a entrada de luz pode ser regulada por meio de acionamento elétrico da cortina do teto).

VENDO TUDO DO JANELÃO
Veículos: frota de ônibus superarticulados na cidade de São Paulo
Encarroçadora: Caio Induscar
Lançamento: 2015
Diferencial: grandes janelas de vidros inteiriços nas laterais dos veículos.
Benefícios: as janelas dos novos ônibus permitem grande aumento do campo de visão dos passageiros — segundo a assessoria da São Paulo Transporte S.A. (SPTrans), responsável pela gestão do sistema de transporte público por ônibus na cidade, a escolha vem ao encontro de um projeto de ônibus urbano mais moderno.

INTERIOR SEGURO E SILENCIOSO
Automóvel: Equus
Montadora: Hyundai
Lançamento: 2012 (o modelo deixou de ser comercializado em 2014)
Diferencial: todos os vidros são laminados com filme à prova de som.
Benefícios: maior isolamento acústico no interior do veículo, permitindo uma experiência de condução mais tranquila, além de maior segurança para o motorista e os passageiros.

LANÇADOS NO EXTERIOR
VIAJANDO NO ‘EXPRESSO VIDRO’
Veículo: Glacier Express (trem)
Percurso: Alpes suíços (de Zermatt a St. Moritz)
Diferencial: enormes janelas laterais de insulados laminados (com revestimento externo para proteger o
interior dos raios ultravioleta), que se erguem quase até o teto dos vagões, e claraboias envidraçadas.
Benefícios: a ampla área envidraçada proporciona aos passageiros uma vista panorâmica dos arredores, além de assegurar conforto térmico e acústico.

CARROS-CONCEITO
VIDRO INTELIGENTE
Protótipo: Hidra
Estúdio de design: Fioravanti
Apresentação: 2008
Diferencial: grande teto solar de vidro e para-brisa com revestimento nanotecnológico hidrofóbico (capaz de repelir água).
Benefícios: capacidade do para-brisa de repelir água e poeira para os cantos, dispensando a necessidade de limpadores e proporcionando visão clara mesmo sob chuva forte, além de proteger o interior de raios ultravioleta danosos.

PEQUENO NO TAMANHO, GRANDE NA TRANSPARÊNCIA
Protótipo: POP
Montadora: Kia
Apresentação: 2010
Diferencial: apesar do tamanho pequeno (cerca de 3 m de comprimento), o protótipo apresenta grande uso de vidro, com seu para-brisa se projetando até as colunas traseiras, cumprindo também a função de teto e quase se mesclando ao vidro traseiro, além de janelas laterais oblongas (em formato de pílulas).

À ESCOLHA DO FREGUÊS
Protótipo: Vision D
Montadora: Škoda
Apresentação: 2011
Diferencial: ampla área envidraçada, ligando parabrisa, teto panorâmico e vidro traseiro como se fossem uma única peça.
Observação: embora o Vision D seja um protótipo, o uso amplo do vidro pode ser adotado nos veículos da empresa checa. “Nossos clientes têm a oportunidade de customizar as áreas envidraçadas em todos os nossos modelos”, informa David Haidinger, responsável pela Comunicação de Produtos da Škoda.

Fale com eles!
ABNT — www.abnt.org.br
Abravidro — www.abravidro.org.br
ARDMC — www.ardmc.com
Caio Induscar — www.caio.com.br
Cebrace — www.cebrace.com.br
Citroën — www.citroen.com.br
Fanavid — www.fanavid.com
Fioravanti — www.fioravanti.it
Glacier Express — www.glacierexpress.ch
Hyundai — www.hyundai-motor.com.br
Instituto Autoglass — www.institutoautoglass.org.br
just-auto.com — www.just-auto.com
Kia — www.kia.com.br
Peugeot — carros.peugeot.com.br
Pilkington — www.pilkington.com/en/br
Škoda — skoda-auto.cm
SPTrans — www.sptrans.com.br
Tecnovidro — www.tecnovidro.com.br
Troller — www.troller.com.br

Pode entrar, a casa é sua!

Além de atender as necessidades operacionais da associação, nova sede da Abravidro é um ‘showroom’ vidreiro

Depois de doze anos instalada em um conjunto comercial, a Abravidro está em uma nova sede — a quarta de sua história. O local, dentro  do Edifício Comercial Casa das Caldeiras, no bairro da Água Branca, em São Paulo, acompanha o crescimento da entidade nos últimos anos.

Agora, a diretoria, a equipe de funcionários da associação e os integrantes das comissões do estudo do ABNT/CB-37 terão mais conforto e condições para executar seus afazeres. Além do maior número de estações de trabalho, a nova sala de reuniões tem mais capacidade e pode transformar-se num auditório.

No entanto, a nova sede não seria plena se o vidro não fosse explorado ao máximo, em todas as suas funcionalidades. “Nossa intenção”, explica Celina Araújo, superintendente da Abravidro, “é mostrar aos mais diversos públicos algumas aplicações do vidro que não são tão conhecidas por quem é de fora do segmento.”

E não é por menos. Nosso material, como você poderá conferir a seguir, foi largamente utilizado em diferentes soluções. No projeto, assinado pela arquiteta Selma Paioletti, foram aplicados vidros temperados, laminados, de controle solar, temperado-laminado, insulado-laminado com persiana embutida,com impressão digital de alta definição, pintura a frio em cores especiais e colagem UV. Há ainda acessos com portas automatizadas e vidros encapsulados com mecanismo embutido.

Ficou curioso para conhecer? Então aproveite as páginas a seguir e faça um tour pela sede. Não deixe também de nos fazer uma visita pessoalmente. Será sempre um prazer recebê-lo!

Números da nova sede
– 280 m²
– 6 vagas de garagem
– 17 posições de trabalho
– Sala modular para reuniões com até 33 pessoas ou um auditório com 50 lugares

Localização estratégica
– Fácil acesso às marginais dos rios Pinheiros e Tietê: fica na entrada da Ponte Pompeia
– Comércio de qualidade no entorno (está em frente ao Bourbon Shopping São
Paulo e a alguns metros do Shopping West Plaza)
– Está a 1 km do Terminal Rodoviário e Metrô da Barra Funda

Por dentro do Comercial Casa das Caldeiras
O empreendimento conta com:
– Terreno de mais de 9 mil m²
– 26 andares
– 535 salas
– As mais modernas tecnologias de segurança, mobilidade e comunicação

Um dos grandes diferenciais desse conjunto é a vista privilegiada das varandas (veja foto abaixo), com um amplo jardim de frente para a Casa das Caldeiras — construção das antigas Indústrias Matarazzo tombada pelo patrimônio histórico da cidade de São Paulo.

Na fachada: vidro de controle solar
Os vidros instalados na fachada do edifício são os de controle solar SunGuard Royal Blue 40 clear, da Guardian. Processados pela Cyberglass, são laminados de 8 mm (4 mm + polivinil butiral incolor + 4 mm). Eles proporcionam maior entrada da luz solar ao mesmo tempo que bloqueiam o calor, gerando assim mais conforto e economia de energia elétrica — usam-se menos a luz artificial e aparelhos de ar condicionado. A instalação dos vidros ficou a cargo da J Gianini Esquadrias de Alumínio.

RECEPÇÃO
Como a primeira impressão é a que fica, esse ambiente usou e abusou do vidro. Ele aparece na porta automática da entrada, destacado pela iluminação com LED no móvel principal, revestindo paredes em cores diferentes (inclusive com uma porta “invisível”) e em prateleiras. Confira algumas soluções:

Porta inteligente
Logo na chegada, tem-se a porta automática deslizante ES 200 Easy, da dorma+kaba, com uma folha fixa e outra móvel. Por ter o lado externo voltado para um corredor de passagem de usuários do condomínio, o sensor de presença está apenas no interior da Abravidro — abrindo a porta automaticamente para os que saem. Na entrada, a porta é acionada pela
recepcionista por uma botoeira instalada no balcão. Os vidros são temperados laminados fabricados pela Terra de Santa
Cruz. Assim, em caso de quebras, o vão permanece fechado até a reposição. Já o modelo de porta ES 200 Easy é modular e pode receber ainda controle de acesso biométrico, por cartão ou alfanumérico, de acordo com o projeto.

Revestimento colorido na porta invisível
As paredes receberam dois tipos de vidros: temperado (da Guardian, processado pela Cyberglass) pintado a frio pela Color Vidros, e o Coverglass, da Cebrace — todos com espessura de 6 mm (foto). No caso desse último, foram usados vidros brancos e pretos, processados pela GlassecViracon. Já em uma das paredes, onde estão os vidros amarelos (pintados), havia um grande desafio: tornar a porta de um banheiro invisível, sem recuo e puxador aparente. A solução foi aplicar do lado interno da porta a mola hidráulica MA 200-2 (foto em detalhe), da dorma+kaba, de velocidade regulável. Com ela e um simples empurrão, a porta é acionada pelo lado externo (o que elimina puxadores). Vale ressaltar ainda a tecnologia de pintura a frio da Color Vidros. São mais de 5 mil cores de tintas à base de água — por não levar solventes, não agride o meio ambiente. Todos os vidros foram fixados na parede pela IV Centenário com o selante adesivo
Pesilox FixTudo branco, da Adespec.

Prateleiras de vidro
Outro destaque da recepção são as prateleiras de vidro (10 mm) da Guardian, temperadas pela Cyberglass, colocadas sobre parede revestida pelo Coverglass branco. Tudo instalado pela IV Centenário com suportes do tipo “tucano” fornecidos pela Glass Vetro. As prateleiras expõem premiações recebidas pela associação.

Revisteiro que é a cara da Abravidro
Para exibir os exemplares de O Vidroplano, a arquiteta Selma Paioletti projetou um amplo revisteiro todo de vidro 10 mm pintado a frio
pela Color Vidros. São cinco prateleiras fixadas em uma peça maior de vidro por colagem ultravioleta (UV), da Loxeal, fornecida pela Glass Vetro. Esse vidro maior foi fixado à parede com Pesilox FixTudo branco, da Adespec. A execução ficou a cargo da IV Centenário Vidros.

A variedade dos vidros impressos
Um móbile exclusivo decora um dos cantos da recepção. No teto, foram aplicados suportes e cabos de aço fornecidos pela Glass Vetro. Na ponta desses cabos, há vários modelos de vidros impressos da Saint-Gobain Glass e União Brasileira de Vidros (UBV), além de vidros
coloridos da Vivix e AGC. A execução também foi da IV Centenário.

SALA DE REUNIÕES E EVENTOS
Uma das maiores demandas da Abravidro era um local maior para as suas reuniões, palestras e treinamentos. Por isso, a nova sala tem capacidade para reuniões de até 33 pessoas ao redor da mesa ou 50 lugares em formato auditório. O espaço abriga ainda a Biblioteca Fausto Simões, que conta com a coleção de O Vidroplano desde 1970, além de livros, revistas, estudos, catálogos, anuários e demais materiais relacionados ao setor vidreiro e ao segmento da construção civil no Brasil e no mundo.

Obra de arte que barra o som
Uma divisória que isolasse o ambiente nos aspectos visual e acústico de forma não convencional era outra necessidade da Abravidro. Assim, num trabalho conjunto entre a Avec Design e a AtenuaSom, foi instalada uma divisória com quatro folhas — duas fixas, nas extremidades, e duas móveis, no centro. As peças de vidro Diamant (extra clear) da Cebrace (de 1,20 de altura por 2,60 m de largura) foram temperadas (10 mm de espessura) e receberam impressão digital da Speed Temper, por meio de tecnologia da israelense Dip-Tech. Para garantir o perfeito desempenho acústico da instalação, a Avec encapsulou as peças de vidro: elas receberam perfis de silicone em suas bordas, o que permitiu o acoplamento perfeito. Entre as folhas fixas e móveis, existe um perfil “mão de amigo” garantindo a vedação do sistema. Além disso, os trilhos e guias foram embutidos no piso e teto. Para não interferir no conjunto, os  puxadores são de vidro extra clear (19 mm) cortados com jato d’água, lapidados e polidos artesanalmente — a fixação no sistema se deu por cola UV.

Biblioteca com estantes modulares
Foram produzidas estantes modulares de vidros lapidados de 19 mm de espessura, da Guardian, processados pela Cyberglass e unidos
pela IV Centenário por meio de cola ultravioleta (UV), fornecida pela Glass Vetro. Cada módulo é formado por três peças independentes, sobrepostas e que podem ser removidas sem nenhuma dificuldade. O interessante é que o próprio peso dos vidros garante estabilidade à estrutura.

Galeria envidraçada
A Galeria de Ex-presidentes da Abravidro é feita com duas peças de vidro (6 mm) intercaladas pelas fotos, formando uma espécie de sanduíche. Espaçadores da Glasspeças, além de fixar a estrutura na parede, unem as peças de nosso material. Quem processou os vidros foi a Cyberglass e a execução foi da IV Centenário.

Mosaico
A ampla parede da sala de reuniões foi revestida por um mosaico de peças de tamanhos irregulares composto por Coverglass branco, da Cebrace, processados pela GlassecViracon, e vidros beges (Guardian), processados pela Cyberglass e pintados a frio pela Color Vidros. No entanto, quadros de luz fixados na parede apresentavam um desafio. Para cobri-los, foram usados botões prolongadores da Glasspeças. Os vidros, de 6 mm, foram colados com adesivo Pesilox FixTudo branco, da Adespec. A IV Centenário executou o
trabalho.

ÁREA DE TRABALHO
Dentro da tendência atual de espaços abertos e integrados nos escritórios, a equipe da Abravidro conta com seus diversos departamentos alocados num espaço único, favorecendo a comunicação e a gestão de informações. O vidro também está lá…

Privativa e, ao mesmo tempo, integrada
A única intervenção na ampla área de trabalho da equipe está em uma divisória que separa a sala da superintendência. Mesmo assim, a ideia é que o elemento forneça privacidade — com isolamento acústico — e, ao mesmo tempo, mantenha a integração. Para isso, a AtenuaSom propôs uma divisória composta por seis módulos fixos e uma porta pivotante com persianas embutidas. A peça leva vidros insulados — laminado de 6 mm (3+3), câmara de 20 mm (com persiana) e um laminado de 8 mm (4+4) — instalados sobre caixilhos
de padrão europeu, mais pesados. Tal conjunto reforça o isolamento acústico e térmico da sala e conta ainda com persianas SL20C, da ScreenLine, representada pela Eurocentro. Seu acionamento é por um sistema magnético, o que garante o total isolamento e durabilidade. As persianas podem ser totalmente recolhidas, integrando visualmente os espaços, ou abertas, bloqueando a visão. Os vidros do conjunto foram fabricados pela Cebrace e processados pela Multivetro.

Lousa de vidro colorido
A área de eventos da Abravidro precisava de um painel para expor cronogramas, controles e anotações. Portanto, uma grande peça de vidro incolor 8 mm, da Guardian, foi temperada pela Cyberglass e recebeu em seu verso uma película amarela, da Placart. Para fixá-la na parede, a IV Centenário utilizou prolongadores da Glasspeças.

Abafadores impressos
Os abafadores (divisórias entre as estações de trabalho) são de vidro temperado e impresso (6 mm) pela Speed Temper, com tecnologia digital da Dip-Tech. Para fixação, vale ressaltar a solução da Mackey, fabricante de todo o mobiliário da nova sede: os abafadores são presos às mesas com garras de zamac.

NOS BANHEIROS, COR É O QUE NÃO FALTA
A nova sede da Abravidro conta com seis banheiros. Cada um tem decoração com paredes revestidas de vidros 6 mm (da Guardian, lapidados pela Cyberglass) de cores diferentes (pintura a frio, da Color Vidros). Há também os espelhos de 4 mm, fabricados pela Guardian e processados pela Cyberglass. Espelhos e vidros foram fixados pela IV Centenário com Pesilox FixTudo branco, da Adespec.

Fornecedores
Fabricantes de vidro
AGC — www.agcbrasil.com
Cebrace — www.cebrace.com.br
Guardian — www.guardianbrasil.com.br
Saint-Gobain Glass — br.saint-gobain-glass.com
UBV — www.vidrosubv.com.br
Vivix — www.vivixvidrosplanos.com.br

Processadores
Cyberglass — www.cyberglass.com.br
GlassecViracon — www.glassec.com.br
Multivetro — www.multivetro.com.br
Speed Temper — www.speedtemper.com.br
Terra de Santa Cruz — www.terradesantacruzvidros.com.br

Instalação e soluções especiais
AtenuaSom — www.atenuasom.com.br
Avec Design — www.avec.com.br
IV Centenário Vidros — www.vidrosivcentenario.com.br

Impressão digital
Dip-Tech — www.dip-tech.com/pt
Speed Temper — www.speedtemper.com.br

Pintura a frio

Color Vidros — www.colorvidros.com.br
Porta automática e mola
dorma+kaba — www.dormakaba.com

Persianas
Eurocentro — www.eurocentro.com.br
Screenline — www.screenline.com.br

Ferragens
Glasspeças — www.glasspecas.com.br
Glass Vetro — www.glassvetro.com.br

Adesivos e selantes
Adespec — www.adespec.com.br

Um grande alento ao meu coração

Escrevo este texto bastante feliz. Afinal, nossa reportagem de capa descreve um sonho que se tornou realidade. Resultado do seu apoio de sempre, da união de todos do setor e de muito trabalho, a Abravidro conta agora com uma estrutura maior, que vai contribuir para
que possamos fazer muito mais pelo segmento.

Como bônus, ainda trabalhamos em frente a uma paisagem linda, que você confere na foto da página 17. E, mais uma vez, o vidro está fazendo toda a diferença. Além das potencialidades do produto que apresentamos na matéria, nossa nova sede conta com seis janelas enormes, proporcionando-nos intenso contato com o ambiente externo. Veja que interessante: mesmo com as persianas
instaladas, a equipe é unânime em dizer que sente-se mais confortável com elas recolhidas, deixando o vidro desempenhar seu papel de integrar ambientes e melhorar a temperatura interna.

Outro ponto que me encheu de alegria foi a prontidão das empresas vidreiras em fazer parte do projeto. Todos os convidados a ceder produtos e serviços a esse sonho nos atenderam imediatamente, demonstrando bastante satisfação em poder participar. Nessa semana em que as tragédias de Mariana (MG) e Paris nos levam a questionamentos sobre o mundo em que vivemos, exemplos vivos de trabalho colaborativo estão sendo um grande alento ao meu coração.

Grande abraço,
Celina Araujo
Editora