Há um mês estamos administrando e avaliando os impactos das medidas dos governos federal, estaduais e municipais em nossas vidas e negócios. Não tem sido fácil. A alteração nas rotinas de trabalho para garantir a segurança dos profissionais que continuam em operação, a diminuição das equipes, a queda na demanda e o aumento da inadimplência são as consequências mais comuns.
O setor produtivo tem buscado, junto às diversas esferas de poder, medidas de socorro nesse momento tão delicado. A indústria vidreira apresentou ao Ministério da Economia, no final de março, uma série de demandas, nos mais variados campos, as quais podem trazer algum alívio em meio a tanta incerteza diante da drástica queda de receitas. Mas o que temos visto é que as ações anunciadas ainda são insuficientes.
Enquanto aguardamos essas decisões políticas e técnicas que talvez nos deem um respiro, vivemos o desafio de liderar nossas empresas à medida que atravessamos um mar de águas desconhecidas – sem cartas de navegação ou mesmo um manual de sobrevivência. Os embates entre governos e atores políticos não ajudam. Mais uma vez, é preciso recorrer a princípios e nos pautar naquilo que pensamos ser o mais adequado. Eu, particularmente, acredito que apenas com ciência e consciência coletiva vamos superar o novo coronavírus.
Ao travarmos uma batalha pela sobrevivência dos negócios, se faz necessário também manter o compromisso e a responsabilidade com o mercado em que atuamos, sem medidas extremas ou desleais que desvalorizem nosso produto. É preciso suportar o presente para que tenhamos um futuro sustentável. E essa responsabilidade deve ser o mantra de todos os elos da cadeia vidreira: usinas de base, processadores, distribuidores e vidraceiros. Só assim nossa indústria permanecerá saudável.
José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br