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Em busca de equilíbrio

vp_domingos-fev2021Há quem diga que o ano no Brasil só começa depois do carnaval. Faltou combinar com o coronavírus, responsável por uma pandemia global com impactos tão diversos como o inédito cancelamento de uma das mais tradicionais festas do Brasil. Mas a verdade é que, para o nosso setor, o ano já havia começado com o mês de janeiro no ritmo acelerado que o segundo semestre de 2020 trouxe, especialmente para o segmento da construção civil.

E se o cancelamento das festas de Momo foi positivo porque nos permitiu seguir trabalhando, o ponto negativo é que com a atividade contínua nas processadoras de vidro, as usinas prosseguem sem conseguir recompor seus estoques para atender o mercado na totalidade de seus portfólios.

Em tempos de pandemia, a indisponibilidade de matéria-prima não é uma exclusividade do setor vidreiro, mas tem incomodado e preocupado, em especial com a expectativa de parada de fornos para manutenção. Os dados de exportação de float têm sido acompanhados no detalhe, já que muitos atribuem aos embarques para o exterior a dificuldade em se conseguir vidro para trabalhar. Os números caíram em janeiro, após meses em alto patamar.

A produção para consumo das próprias usinas, seja para atender seus contratos com a indústria automotiva ou para a fabricação de produtos de valor agregado como espelhos, laminados e vidros de controle solar, também tem contribuído para diminuir o volume de float disponível para processadores.

Enquanto essa matemática não se acerta, o mercado segue ansioso pela publicação da decisão do governo brasileiro sobre o processo de revisão do antidumping da nossa principal matéria-prima, que também impacta a oferta de vidros ao mercado doméstico. A demanda, outro fator essencial, tem se mantido alta, e a construção civil permanece como a principal responsável pelos resultados positivos.

Passado o carnaval, com ou sem folia, esperamos que o ciclo positivo permaneça e que o mercado não perca o ritmo.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 578 (fevereiro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Um ano de muita expectativa

domingos-jan20212021 começou e a lista de expectativas para os seus 365 dias é extensa. A primeira delas, acho que uma unanimidade, é em relação à vacina da Covid-19, tema que tem dominado o noticiário e vai continuar sendo uma preocupação até que tenhamos doses suficientes para todos, o que ainda deve demorar.

Mas no que diz respeito ao setor vidreiro, também são muitos os assuntos que vão atrair a atenção. O processo de revisão do antidumping do float é um deles. Aberto em dezembro de 2019, deve ser concluído no primeiro trimestre. A Abravidro vem acompanhando o andamento dos trabalhos desde o início da revisão e se manifestou favorável à manutenção da medida protetiva, conforme decisão tomada por seus diretores e representantes das entidades regionais afiliadas em assembleia realizada em junho passado.

Espera-se também para os primeiros meses deste ano o anúncio de novo forno de float no Brasil. Enquanto as informações oficiais não circulam, o mercado já especula onde será, qual a sua capacidade produtiva e quando começará a obra. Trata-se de uma aposta importante e demonstra que, apesar das dificuldades, o potencial de crescimento do mercado vidreiro brasileiro continua atraindo investimentos das empresas aqui instaladas.

E se o primeiro semestre promete decisões importantes, é aguardada para o segundo uma parada para reforma a frio em um dos fornos da Cebrace. Depois do trauma de 2017, quando uma reforma em forno da Guardian deixou o mercado desabastecido, a Abravidro já deixou bem claro às usinas que é responsabilidade de todas garantir o abastecimento do mercado doméstico e que devem estar preparadas para a empreitada.

A tudo isso, soma-se um cenário de expectativas positivas para o setor da construção civil e um certo grau de incerteza trazido pelo ambiente político e pelos desdobramentos da pandemia.

Um bom ano a todos e que 2021 nos traga muito trabalho e bons resultados para o setor vidreiro!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 577 (janeiro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Relembre as principais notícias vidreiras de 2020

O que começou com expectativa, logo se tornou incerteza. O ano de 2020 era para ser um período de retomada para o mercado do vidro brasileiro, mas a pandemia chegou para acabar com a esperança de retomada do crescimento em curto prazo. Um ano para ser esquecido? Não, pois saímos dele com valiosas lições em muitos aspectos: humanitário, econômico, social etc. Isso sem falar no aquecimento da construção civil nos últimos meses, trazendo otimismo ao setor. Nas próximas páginas, confira o resumo das principais notícias vidreiras deste ano.

 

JANEIRO

janeiro2Mudança na AGC
Isidoro Lopes tornou-se o novo diretor-geral da Divisão de Vidros para Construção Civil e Indústria para a América do Sul da AGC, cargo anteriormente ocupado por Francesco Landi. Paulista, Isidoro soma 25 anos de experiência no setor vidreiro, tendo trabalhado também pela AGC na Bélgica.

 

 

 

janeiroAbravidro na telinha
Vera Andrade, coordenadora técnica da associação, explicou no programa É de Casa, da TV Globo, os detalhes sobre a instalação e o uso do vidro em boxes de banheiro, conforme determina a norma NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidro de segurança. Ela também ressaltou durante sua participação que a principal causa de acidentes é a falta de manutenção preventiva, daí a importância de ter o produto examinado por um vidraceiro a cada doze meses.

 

FEVEREIRO

 

fevereiroVidraceiros ganham norma
No dia 11, a ABNT publicou a aguardada NBR 16823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional. A norma define os parâmetros e requisitos para a qualificação dos vidraceiros, de forma a ajudar esses profissionais a exercer seus trabalhos com mais qualidade e segurança. A elaboração teve início em 2016, tendo sido promovida pela Abravidro por meio do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) juntamente com o Comitê Brasileiro de Qualificação e Certificação de Pessoas (ABNT/CB-99).

 

MARÇO

março

 

Comando renovado na Vivix
Henrique Lisboa, ex-diretor-comercial e de Marketing da usina, assumiu a presidência da Vivix após o anúncio de que Paulo Drummond, à frente da companhia desde sua fundação, em 2010, deixaria a empresa para se dedicar a projetos pessoais.

 

março2

 

Mais uma unidade no Brasil
A AGC inaugurou uma planta de agregação de valor em Piracicaba, a cerca de 150 km de São Paulo. A unidade é dedicada ao atendimento a clientes regionais do segmento automotivo – ali são feitas a montagem final de componentes dos vidros para esse setor e sua distribuição.

 

 

março3

 

Última feira antes da quarentena
A 18ª Expo Revestir, feira internacional para a área de revestimentos e arquitetura, recebeu cerca de 55 mil visitantes e mais de 200 expositores no Transamerica Expo Center, em São Paulo. Totens com álcool em gel foram distribuídos pelos pavilhões para uso de todos.

 

março4

 

Coronavírus
No dia 11, a Organização Mundial da Saúde decretou que o mundo vivia uma pandemia causada pelo novo coronavírus, causador da Covid-19. Os meses seguintes foram de paralisação da produção em praticamente todos os setores da indústria, adiamento de eventos e muita incerteza sobre o futuro.

 

 

março5VidroCast no ar!
A Abravidro lançou mais um canal de comunicação, dessa vez um que está na moda. O VidroCast é o podcast da entidade: parece um programa de rádio, com a diferença de que você pode ouvi-lo a qualquer momento no computador, tablet ou celular. Todo mês, sai uma edição nova dele comentando as reportagens de O Vidroplano.

 

 

março6Glass South America é adiada
Devido ao agravamento da pandemia, a NürnbergMesse Brasil, organizadora da Glass South America, optou pelo adiamento da feira. Antes marcada para junho, ela seria realizada nos dias 5 a 8 de novembro, no mesmo local, o São Paulo Expo, principal centro de eventos da capital paulista.

 

 

ABRIL

abrilNova direção na Guardian
Renato Poty assumiu a posição de country manager (gerente do país), tornando-se responsável pela gestão administrativa do Brasil. A liderança das áreas de interface com clientes, incluindo marketing e vendas, permanece sob a direção de Renato Sivieri. O executivo Ricardo Knecht deixou a empresa.

 

 

MAIO

maioTrês décadas de vida!
A celebração do aniversário de 30 anos da Abravidro se deu na revista O Vidroplano, no site e nas redes sociais da entidade. Diversos momentos históricos foram lembrados, desde a fundação, em 29 de maio de 1990 (ainda com o nome de Associação Nacional de Distribuidores de Vidros e Cristais Planos – Andiv), a criação do Simpovidro e participação em feiras internacionais, até o trabalho incessante em desenvolver o setor vidreiro brasileiro e defender seus interesses.

Números do setor
Foi publicado nesse mesmo mês o Panorama Abravidro 2020, estudo produzido pela associação que analisa os dados produtivos do mercado de vidros planos referentes a 2019.

maio2Estreia o Abravidro Entrevista
A associação deu início a uma série de lives transmitidas pelo Instagram com o objetivo de interpretar os impactos da crise causada pela Covid-19 em nosso mercado. Em edições de maio a julho, foram entrevistados os executivos das usinas Cebrace, AGC, Vivix e Guardian. Houve também uma edição especial sobre o Dia do Vidraceiro, em 15 de maio.

 

 

maio-3Glasstec só ano que vem…
A principal feira vidreira do mundo deixou sua edição física para 2021. Organizado pela Messe Düsseldorf e previsto para os dias 20 a 23 de outubro, o evento tem realização prevista para o período de 15 a 18 de junho do ano que vem.

 

 

maio5

 

…assim como a Glass South America
O segundo adiamento da mostra justificou-se necessário, devido às restrições para viagens e determinações de quarentena. Por isso, a 14ª edição da feira foi remarcada para 24 a 27 de março de 2021.

 

JUNHO

junho

 

Reeleito
José Domingos Seixas assume seu segundo mandato como presidente da Abravidro. Ele e a diretoria eleita ficam à frente da entidade até 2023.

 

 

 

Normas na Internet
No dia 1º, Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, participou de uma live organizada pela Cebrace a respeito da importância das normas técnicas para as diferentes aplicações do vidro na construção civil. No dia 3, Clélia palestrou num evento online da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal) e também comentou o tema, dessa vez com foco no uso correto de vidros de segurança em esquadrias.

 

junho2Antidumping renovado
A Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério da Economia, decidiu prorrogar o direito antidumping aplicado às importações de vidros originários da China para uso em eletrodomésticos da linha fria (NCM 7007.19.00). A medida, com validade por até cinco anos, foi publicada no dia 25.

 

 

JULHO

julhoCrise na Argentina
A Saint-Gobain Sekurit, divisão do Grupo Saint-Gobain, suspendeu, temporariamente, a produção de vidros automotivos na Argentina. Por conta disso, parte de suas operações de produção foi transferida para o Brasil. Essa medida foi necessária para garantir a sustentabilidade da operação, mas a empresa seguiu atendendo o mercado de reposição.

 

SETEMBRO

setembro

 

Sem burocracia
Em vigor a partir do dia 1º, a Portaria nº 282 retirou a exigência de registro de objeto e anuência para licença de importação de vidros automotivos, deixando o processo mais simples e menos burocrático.

 

 

setembro2Obras verdes
No dia 23, o Grupo Saint-Gobain anunciou os vencedores da 7ª edição do Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura – Habitat Sustentável. Neste ano, devido à pandemia, a cerimônia foi transmitida pela Internet pela primeira vez, sendo acompanhada pelo público em geral ao vivo. Várias obras vencedoras têm o vidro como elemento de destaque.

 

 

 

setembro3Produtos e palestras digitais
O GlassBuild Connect, organizado pela National Glass Association (NGA) no lugar da edição 2020 da GlassBuild America e realizado ao longo de todo o mês, contou com mais de 70 webinars, além de cerca de 300 empresas expondo produtos e serviços, tudo também pela Internet.

 

 

OUTUBRO

outubroComitê para esquadrias
O Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248), criado pela ABNT, começou suas atividades no dia 1º tendo o Sindicato das Indústrias de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo (Siamfesp) como sede. Roney Margutti, engenheiro e gerente técnico do sindicato, é o gestor do novo comitê que atuará na normalização do segmento de esquadrias, componentes e ferragens em geral em relação à terminologia, procedimentos, requisitos e métodos de ensaio desses produtos.

 

outubro2Novo boletim online
A Abravidro lançou o Fique por dentro. Boletim de notícias em formato de vídeo, contém as últimas informações do setor e está disponível a cada 15 dias no canal da entidade no YouTube e também nas redes sociais.

 

 

Conexão Glass no ar
A Glass South America também entrou na onda de eventos digitais. No dia 29, o 1º webinar da série Conexão Glass teve como tema de estreia Casas inteligentes e conectadas: oportunidade de negócios para o setor. Mensais, as lives irão ao ar até a realização presencial da mostra em 2021.

Vidro na faculdade
A Abravidro realizou as aulas do módulo sobre vidros para a 7ª turma do curso de extensão “Arquitetura e Construção: Materiais, Produtos e Aplicações”, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Este ano, devido à pandemia, as aulas foram ministradas online.

Glasstec Virtual
A versão digital da Glasstec foi realizada de 20 a 22 no site da feira. Mais de 10 mil participantes acessaram o conteúdo gratuito, incluindo palestras técnicas, exposição de produtos e rodadas de negócios.

 

NOVEMBRO

novembro

 

Termoendurecidos dentro da norma
A ABNT publicou, no dia 12, a NBR 16918 — Vidro termoendurecido. O texto apresenta os requisitos para o processo de fabricação desse tipo de vidro.

 

 

 

Revisão dos temperados
Começou nesse mês o processo de revisão da NBR 14698 — Vidro Temperado, com o objetivo de atualizar os requisitos desse produto.

Levando conhecimento
A coordenadora técnica da Abravidro, Vera Andrade, ministrou a palestra online Normas técnicas do vidro. A apresentação foi organizada pelo Sindividros-RS e transmitida pela plataforma Construsul Online.

 

DEZEMBRO

glass-feira

 

Data remanejada
Cenário de incertezas por conta da pandemia leva organizadores da Glass South America a remanejar a data da feira mais uma vez. A mostra será realizada de 1º a 4 de setembro de 2021.

 

 

 

Mais mudanças em feiras
A Feicon Batimat anunciou o adiamento da mostra para 14 a 17 de setembro de 2021, no São Paulo Expo. A Expo Revestir também mudou: a edição do ano que vem, programada para março, será 100% digital.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Balanço positivo

domingos-dez2020Depois de meses conturbados, é hora de nos despedirmos de 2020, certamente o ano mais atípico de nossas vidas. Foi necessário nos adaptarmos a novas realidades no ambiente profissional e pessoal, mas acredito que podemos dizer que o balanço geral é positivo. Passado o susto inicial com a chegada da pandemia, o mercado se reorganizou e logo foi surpreendido por uma forte demanda por nosso material, o que nos mantém trabalhando em ritmo forte até agora.

Assim como o restante do setor industrial brasileiro e mundial, temos sofrido com uma certa indisponibilidade não apenas de vidros, mas também de outros insumos que fazem parte da nossa produção diária, mas a expectativa é que esse desequilíbrio momentâneo se resolva e a oferta se estabilize em 2021.

E falando em expectativas para o novo ano, alguns elementos prometem que o ano pode ser positivo para o mercado vidreiro. Com o grande volume de obras anunciadas nos últimos meses e mantida a tendência de as pessoas passarem a investir mais no conforto de seus lares, a demanda por vidro deve continuar em bons níveis. Por outro lado, o novo agravamento dos casos da doença e a perspectiva de fim do auxílio emergencial são fatores que complicam o cenário. Se há um aprendizado que levamos conosco de 2020 é que enquanto a pandemia ainda for uma realidade, as condições podem mudar rapidamente, o que requer de nós muita resiliência.

Esperamos que em 2021 tenhamos um período mais sereno. Deixo aqui meus votos de boas-festas e um feliz ano-novo aos colegas do nosso setor! Que sigamos na trilha de aprendizados, superando desafios de forma ética e responsável e que possamos ver nosso mercado continuar crescendo.

Feliz 2021!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Nem só de pandemia vive a indústria

domingos-nov2020As eleições municipais deste mês de novembro são um bom lembrete de que nem só de pandemia e seus impactos na saúde, na indústria e na economia vivemos. Neste ano atípico, a agenda política também foi bastante impactada e muitas das demandas da sociedade – mas especialmente do empresariado – ao governo, como a reforma tributária, não conseguiram avançar e vão ficar para o terceiro ano da gestão Bolsonaro.

E se há agendas paradas por conta da pandemia, aqui na Abravidro, ao contrário, os projetos continuam firmes e em andamento. Prova disso foi a publicação, no último dia 12, da norma NBR 16918 — Vidro termoendurecido, após três anos de muito trabalho com a contribuição de representantes de diversos elos da cadeia vidreira. E também neste mês teve início a revisão da NBR 14698 – Vidro temperado.

O temperado é o processado mais utilizado no Brasil, como mostra o Panorama Abravidro, e a norma que trata desse produto é de 2001. Fica aqui o convite aos nossos leitores para que participem desse processo de forma ativa, contribuindo para o desenvolvimento de uma norma mais abrangente e completa. As reuniões, que neste momento estão sendo realizadas exclusivamente de forma remota, são abertas à participação de todos e o calendário está disponível em nosso site.

A agenda de treinamentos oferecidos pela Abravidro também tem estado agitada, com muitos acionamentos nos quatro cantos do País, o que demonstra que os processadores estão aproveitando o período de demanda aquecida para qualificar suas equipes e melhorar seus resultados. Como empresários, é nosso papel buscar melhorias constantes em nossas empresas, sempre tentando alcançar a excelência operacional. O que você tem feito para melhorar a produtividade da sua empresa?

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Otimismo moderado

domingos-out2020Depois de um primeiro semestre repleto de tensões decorrentes da pandemia, a segunda metade do ano vem garantindo, mês a mês, resultados positivos puxados pela construção civil e também pela recuperação de outros setores consumidores de nossos produtos, como as indústrias automotiva e de linha branca.

Entramos no último trimestre do ano, tradicionalmente o mais aquecido no nosso setor, e uma preocupação ronda o mercado vidreiro: teremos vidro para trabalhar? A dificuldade de se obter matéria-prima não é exclusividade nossa. Materiais como PVC, papelão, cimento, tijolo, algodão e tantos outros insumos industriais estão menos disponíveis, alguns até globalmente, por conta das medidas de suspensão da produção no período mais agudo da crise.

No nosso caso, o mix de produtos segue comprometido, com as usinas de base priorizando o incolor em suas campanhas mais recentes — o que não tem garantido plena disponibilidade nem mesmo a esse material. A retomada da indústria automotiva, ainda que em ritmo lento, também tem impactado a oferta de float.

Os números do comércio exterior mostram aumento do volume exportado em setembro em relação ao mês anterior, apesar de duas usinas terem reduzido seus embarques. A exportação em setembro foi a maior do ano, acima, portanto, da pré-pandemia, quando sobrava vidro no País. As importações seguem em alta também, mas não por esforço das fabricantes de float. O discurso é de que importar vidro está caro e difícil, por uma combinação de fatores como pouca disponibilidade do material no mundo, câmbio desfavorável, dificuldades com o frete internacional…

A Abravidro mantem-se vigilante, pressionando os fabricantes nacionais para que a situação seja normalizada com a maior brevidade possível e possamos trabalhar em plenas condições e aproveitar o bom momento que o setor da construção civil atravessa.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Em franca recuperação

vp_domingos-set2020Mês a mês temos visto a trajetória de recuperação da atividade econômica e o bom desempenho da construção civil nesse movimento, o que tem garantido ao setor vidreiro  forte demanda por nossos produtos e serviços. Em São Paulo, por exemplo, a cidade está cheia de terrenos sendo preparados para receber novas obras, as incorporadoras de imóveis se movimentam e os resultados do setor imobiliário são animadores. Outros segmentos que consomem vidro, como as indústrias automotiva e de linha branca, também têm registrado números melhores, embora em ritmo mais lento.

Com o movimento aquecido, as fábricas não têm conseguido garantir a oferta do volume necessário ao mercado interno. Em conversas recentes com os representantes das usinas de base sobre os impactos do coronavírus até aqui e o que esperar dos próximos meses, a sensação geral é de que o pior já passou e a demanda deve se estabilizar em breve. Os fabricantes de float estão trabalhando para normalizar a oferta do mix de produtos, mas ainda não apresentaram uma solução efetiva. Em meio à restrição em algumas cores, dimensões e espessuras do material, as exportações voltaram a crescer e as importações seguem em baixo patamar, o que demonstra pouco empenho na priorização do mercado doméstico.

Outra má notícia é o novo anúncio de reajuste de preços do vidro plano, o terceiro deste ano, e com vigência imediata. O padrão, aliás, foi adotado por todas as usinas, bem como o índice de dois dígitos na correção dos valores. Alto custo do gás, desvalorização cambial — cada hora uma justificativa —, e assim nossa matéria-prima vai ficando cada dia mais cara. Depois de anos de destruição de valor na cadeia vidreira, a recuperação de valores que os fabricantes de float impõem ao mercado pesa no bolso de processadores, de vidraceiros e de toda a cadeia. Uma política comercial consistente e coerente seria mais assertiva e mais benéfica ao setor.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 573 (setembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Dias melhores

domingos-ago2020No quinto mês de pandemia no Brasil, vimos que a construção civil segue num ritmo diferente e mais positivo do que diversos outros setores da economia. Isso se reflete na demanda por nossos produtos, nas contratações do setor e até mesmo no horizonte de nossas cidades, que veem obras subindo dia a dia.

Pesquisas de diferentes órgãos e entidades mostram que o índice de confiança dos empresários industriais sobe mês a mês. Essa onda de otimismo em meio ao caos é importante para nos manter firmes e fortes em meio às incertezas do momento.

Enquanto a construção civil se destaca no cenário adverso em que vivemos, a recuperação ainda não chegou forte a outros setores que também consomem vidro. Falta confiança ao consumidor, pois ele sente o baque dos impactos na economia, especialmente na renda e no emprego.

Em tempos conturbados, a responsabilidade das empresas no exercício de suas atividades é fundamental. Cada elo da cadeia precisa entender o seu papel e agir de forma ética e responsável para que possamos enfrentar os desafios sem colocar em risco os negócios.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 572 (agosto de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Retomada gradual

domingos-jul2020Já são quatro meses de pandemia no Brasil. Nesse período, vivemos diversas fases, alternando da incerteza total – marcada pela suspensão de atividades em diversas empresas processadoras por todo o Brasil, recirculação de fornos nas usinas e fechamento de vidraçarias – ao momento que vivemos agora. Apesar dos sustos e dos impactos ainda visíveis na rotina e em nossas empresas, vemos a retomada gradual do consumo.

O tempo passado em casa parece ter despertado nas pessoas a vontade de fazer pequenos reparos e melhorias em suas residências, o que, associado à diminuição de despesas com lazer e viagens e à autorização para atividades de construção civil em todo o país, tem dado uma injeção de ânimo ao setor e garantido vendas, o que é um ótimo sinal.

Os fornos de float deixaram o modo de reciclagem e retomaram sua produção, ainda que alguns problemas pontuais de disponibilidade de algumas variedades do nosso material tenham sido registrados, bem como um prazo mais elástico para o embarque de cargas. A expectativa do mercado é que essas questões sejam normalizadas agora em julho. As processadoras vêm trabalhando com bom volume de pedidos e a demanda vai se estabilizando aos poucos.

Em meio a esses bons sinais, é fundamental que todos os elos de nossa cadeia produtiva cooperem para o bom funcionamento do mercado, cada um atuando em sua área de competência, mantendo assim condutas, transparência e eficiência de modo a garantir os melhores resultados para todo o setor.

Esperamos que os números e resultados observados em especial no mês de julho sigam nessa trajetória positiva, para que possamos atravessar esse período da melhor forma possível, dadas as circunstâncias especialmente complicadas. E que sigamos cuidando de nossas equipes e nossos negócios com todos os cuidados que o momento exige.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 571 (julho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Panorama Abravidro 2019

A Abravidro criou, em 2012, o Panorama Abravidro. O documento é publicado anualmente e traz dados atualizados do mercado brasileiro, incluindo informações sobre as indústrias de base e de transformação, assim como os números da produção de vidro no País, faturamento, balança comercial internacional, entre outras. Para se chegar aos dados divulgados no documento, a Abravidro convida empresas a participarem de uma pesquisa. Os resultados são consolidados pela GPM Consultoria Econômica, contratada para apurar as informações do setor e relacioná-las com a Pesquisa Industrial Anual do IBGE, números oficiais de importação e exportação do governo, além de declarações da indústria de base à revista O Vidroplano.

Novo ciclo

domingosNeste mês de junho assumo meu segundo mandato à frente da Abravidro. Os três primeiros anos foram de muito aprendizado e desafios e os seguintes certamente não serão diferentes, como já sinaliza a pandemia global que vem impactando o mundo desde o último mês de janeiro. Agradeço aos meus colegas da diretoria por mais esse voto de confiança e pela parceria na condução desta que é certamente a mais relevante entidade vidreira nacional.

E o novo ciclo começa com um assunto recorrente: reajuste de preços. Junho começou com as tabelas das usinas atualizadas, e dessa vez sem tempo para fazer estoque com os preços antigos. O aumento foi atribuído à alta do câmbio — que em seguida caiu. É mais uma variável ruim num cenário de retração e crise de confiança.

Enquanto o mundo, a economia e nosso mercado não voltam ao ritmo pré-Covid e vamos readequando as expectativas para 2020, o Panorama Abravidro nos convida à reflexão para analisar os resultados de 2019. O documento completo acompanha esta edição, mas já adianto: não foi um bom ano. O resultado que tivemos em 2018 — com crescimento em consumo e faturamento —, e que parecia sinalizar um início de retomada, não se manteve e mais uma vez nosso mercado encolheu nesses dois indicadores. O consumo de vidro voltou ao patamar de 2011. Indicadores que dizem muito respeito às nossas empresas, como produtividade e ociosidade, também foram destaques negativos.

Recomendo a leitura atenta do Panorama 2020 e aquele dever de casa básico de avaliar os dados do mercado e os da sua empresa. Comparabilidade é um importante instrumento para a construção de cenários e estratégias. Como a sua empresa se sai nesse exercício?

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Presidente da Abravidro conta os desafios para novo mandato

Quando José Domingos Seixas assumiu a presidência da Abravidro, em 2017, o Brasil e o mundo eram bastante diferentes. De lá para cá, nosso setor foi influenciado por diversos momentos de tensão, incluindo uma das piores crises econômicas e políticas da história nacional, desabastecimento de vidro, greve de caminhoneiros, eleições, fechamento de usina vidreira (a União Brasileira de Vidros – UBV) e até uma pandemia global.

Em conversa com O Vidroplano, o presidente reeleito para mais três anos comenta que não é incomum o mercado vidreiro enfrentar complicações vindas de fora. “Nosso segmento é maduro e resiliente, já atravessamos muitas situações conturbadas, muitos planos econômicos e vários períodos de recessão”, explica. Uma receita para superar esses momentos, segundo ele, está justamente no associativismo. Na entrevista conduzida por Iara Bentes, editora da revista e superintendente da Abravidro, Domingos analisa, entre outros assuntos, a importância da união dos elos da cadeia e os desafios para o mandato que se inicia.

Qual é o balanço de seu primeiro mandato, marcado por situações bem singulares?
Jose Domingos Seixas — Realmente, esses últimos três anos foram bastante intensos, um período de muito aprendizado e desafios. A Abravidro manteve seu papel de liderança forte e atuante no mercado, sempre focada em seu principal objetivo, o desenvolvimento do setor vidreiro nacional.

O desabastecimento foi uma questão pontual, de desorganização do mercado. A Abravidro atuou de forma firme junto às usinas para que o problema fosse resolvido e, principalmente, para que não venha a se repetir. A greve dos caminhoneiros também causou dificuldades ao mercado e as eleições deixaram o ambiente político instável, mas ainda assim 2018 foi um ano de bons resultados para a indústria de processamento de vidros. Porém, o fechamento da UBV mostrou que as usinas de base também têm suas fragilidades.

Mas o nosso segmento é maduro e resiliente, já atravessamos muitas situações conturbadas, muitos planos econômicos e vários períodos de recessão. As empresas reagem de diferentes maneiras, cada uma dentro de suas possibilidades, mas há, inclusive, quem se torne mais forte. É um clichê, mas toda crise é também uma oportunidade.

Com frequência o ouvimos reforçar a importância do associativismo e união de todos os elos da cadeia. Em momentos de turbulência, manter a unidade é sempre um desafio. Durante esses três anos, o segmento conseguiu evoluir nesse aspecto?
JDS — O associativismo é a arma mais forte para o desenvolvimento setorial. É quando as empresas deixam de olhar apenas para suas necessidades e realidades e passam a olhar para o coletivo, para o que é comum. Precisamos de todos, de empresários dinâmicos, ativos e que participem e colaborem com suas ideias e objetivos. E não há dúvidas: um setor organizado, forte, produtivo e profissionalizado é melhor para todos.

A união dos elos da cadeia também é muito importante, em especial no que diz respeito aos interesses comuns. Mas também é fundamental para que haja respeito nos momentos de interesses conflitantes, como quando cobramos das usinas de base.

Uma das mudanças anunciadas no começo de sua gestão era que ela seria colaborativa e compartilhada, com ainda mais participação dos membros da diretoria. Como tem sido essa experiência?
JDS — Tenho o privilégio de contar com uma diretoria e conselho deliberativo, composto pelos presidentes das entidades regionais afiliadas, de grande representatividade e com muita disposição para os assuntos da associação. Temos bons debates em nossas assembleias, sempre na busca dos melhores caminhos para contribuir com o nosso setor.

Além disso, os vice-presidentes acompanham e participam ativamente de nosso dia a dia, trazendo olhares e experiências complementares que agregam muito à nossa gestão.

A hora é propícia para falar não apenas do seu primeiro mandato, mas de toda a história da Abravidro. Sua família tem mais de noventa anos no segmento e, por isso, conhece muito bem o setor. Qual é a sua avaliação da trajetória da entidade até aqui?
JDS — A Abravidro completou 30 anos de uma bela trajetória de representação e defesa da indústria de processamento no Brasil. Tem uma história importante de contribuições para o setor, com desenvolvimento de normas que regulamentam nossa atuação e nossos produtos, qualificação de mão de obra, popularização da certificação do vidro temperado, defesa dos nossos interesses e realização de eventos que são referências para o mercado vidreiro.

Curiosamente, a Cyberglass foi uma das primeiras associadas da Abravidro, pois acreditávamos na importância de uma associação atuando pelo setor. Na empresa, nós fizemos uso de muitos dos benefícios e serviços oferecidos aos associados, como a especialização técnica para qualificar a nossa equipe. Mas a proximidade com o dia a dia da entidade é mais recente, ocorreu na última década, depois da minha atuação no Sincavesp-SP, entidade regional afiliada à Abravidro.

Quais os principais desafios para a Abravidro e o setor vidreiro nos próximos anos?
JDS — Nós vamos continuar atuando em diversas frentes para fortalecer ainda mais o nosso segmento. Temos o desafio de retomar o crescimento de nossa indústria, que teve retração em 2019, como mostra o novo Panorama Abravidro [encartado nesta edição de O Vidroplano]. Teremos ainda um 2020 desafiador por conta dos impactos da pandemia na economia global.

Além disso, temos uma pauta permanente que é qualificar o consumo do vidro no Brasil, aumentando a participação dos produtos de valor agregado no volume total do produto consumido no mercado brasileiro.

Qual é a sua mensagem ao setor e também aos diretores que dividirão o trabalho em sua gestão até 2023?
JDS — Minha mensagem é um convite a todos os colegas processadores e associados para que se aproximem da entidade. A Abravidro está aqui para atuar incansavelmente em prol do mercado vidreiro nacional. Participem ativamente, tragam suas necessidades, sugestões, ideias e nos ajudem a ser cada vez mais atuantes. Estamos abertos a ouvir e a atender a todos os nossos afiliados e associados em qualquer esfera.

Aos meus colegas de diretoria, agradeço pela confiança e pela disposição de estarem conosco para mais um período de trabalho árduo e intenso. Espero que tenhamos a clareza e sabedoria necessárias para seguirmos sempre com o melhor para o setor.

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Há 30 anos

domingos2020Em maio de 1990 nascia a Andiv, Associação Nacional de Distribuidores de Vidros e Cristais Planos, que, em 2008, passaria a se chamar Abravidro. Nesses 30 anos de história, muita coisa mudou no mercado brasileiro de vidro. Na cadeia de fornecimento de float, o número de players aumentou consideravelmente e hoje temos 10 fornos ativos no Brasil. Em relação ao elo de processamento e distribuição, nosso negócio cresceu e, embora ainda seja dominado por empresas familiares, temos hoje quase 600 fornos de têmpera distribuídos por todo o País. O crescimento do mercado nesses 30 anos não se deu apenas em número de players, mas também em sua complexidade, maturidade e profissionalização. A gama de produtos ofertados às indústrias da construção civil, automotiva, de linha branca e moveleira também cresceu de forma significativa.

E a Abravidro tem contribuído muito nesse desenvolvimento — que é a razão de ser da entidade — por meio de uma atuação ampla em diversas ações: produção de conteúdo sobre o setor, levando informações para apoiar a tomada de decisão dos empresários; desenvolvimento de normas técnicas — são 36 as vigentes que passaram de nosso setor pelo ABNT/CB-37, sediado na entidade; qualificação de milhares de profissionais em todo o Brasil para trabalhar com excelência em processos essenciais de uma processadora; promoção da certificação do vidro temperado, com oferta de consultoria para apoiar as empresas no processo; defesa dos interesses da indústria, buscando soluções junto às diferentes esferas de governo e promovendo o diálogo com atores da cadeia para atuar sempre de forma responsável e eficiente; e tantas outras ações.

A Abravidro trabalhou, trabalha e trabalhará sempre com foco em desenvolver o setor vidreiro nacional. Passado este difícil período em que estamos vivendo, teremos novos desafios no movimento de retomada da economia. Os nossos associados e todos os profissionais do setor vidreiro podem contar conosco. E se temos uma história de tantos serviços prestados ao mercado, é porque sempre pudemos contar com líderes dispostos a dedicar parte do seu tempo para atuar pelos interesses coletivos e não individuais. Também tiveram papel fundamental as empresas associadas e parceiros que sempre confiaram em nosso trabalho e apoiam nossas iniciativas. E, claro, a nossa equipe, sem a qual não conseguiríamos realizar tanto. Fica aqui um agradecimento a todos.

Que venham os próximos 30 anos!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 569 (maio de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Sobrevivendo em meio a incertezas

domingos-abr2020Há um mês estamos administrando e avaliando os impactos das medidas dos governos federal, estaduais e municipais em nossas vidas e negócios. Não tem sido fácil. A alteração nas rotinas de trabalho para garantir a segurança dos profissionais que continuam em operação, a diminuição das equipes, a queda na demanda e o aumento da inadimplência são as consequências mais comuns.

O setor produtivo tem buscado, junto às diversas esferas de poder, medidas de socorro nesse momento tão delicado. A indústria vidreira apresentou ao Ministério da Economia, no final de março, uma série de demandas, nos mais variados campos, as quais podem trazer algum alívio em meio a tanta incerteza diante da drástica queda de receitas. Mas o que temos visto é que as ações anunciadas ainda são insuficientes.

Enquanto aguardamos essas decisões políticas e técnicas que talvez nos deem um respiro, vivemos o desafio de liderar nossas empresas à medida que atravessamos um mar de águas desconhecidas – sem cartas de navegação ou mesmo um manual de sobrevivência. Os embates entre governos e atores políticos não ajudam. Mais uma vez, é preciso recorrer a princípios e nos pautar naquilo que pensamos ser o mais adequado. Eu, particularmente, acredito que apenas com ciência e consciência coletiva vamos superar o novo coronavírus.

Ao travarmos uma batalha pela sobrevivência dos negócios, se faz necessário também manter o compromisso e a responsabilidade com o mercado em que atuamos, sem medidas extremas ou desleais que desvalorizem nosso produto. É preciso suportar o presente para que tenhamos um futuro sustentável. E essa responsabilidade deve ser o mantra de todos os elos da cadeia vidreira: usinas de base, processadores, distribuidores e vidraceiros. Só assim nossa indústria permanecerá saudável.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Atentos e vigilantes

domingos2020-2A Abravidro tem como principal eixo a defesa dos interesses dos processadores de vidros. Nesse sentido, temos atuado sempre de modo a fazer chegar às usinas de base, de maneira clara e objetiva, as preocupações e críticas do nosso elo da cadeia vidreira.

Cumprindo o compromisso assumido na edição de novembro de 2019 de O Vidroplano, eu e membros da diretoria da entidade recebemos, este mês, em nosso escritório em São Paulo, uma das fabricantes de float, representada pelo time do Brasil e também pelo vice-presidente responsável pelas operações do País na matriz da companhia.

Tivemos uma conversa franca, aberta e transparente em que comunicamos demandas do mercado em relação à empresa. Como resultado, ouvimos promessas de melhoria no relacionamento da usina com o mercado, num esforço de olhar para dentro da organização para identificar como atuar de forma mais alinhada às expectativas do setor.

Outro ponto discutido na reunião — que vale para todas as fabricantes de float no Brasil — foi a preocupação que a Abravidro tem manifestado sobre as políticas comerciais das empresas. Representante de mais de duzentos transformadores de vidros, a associação espera e demanda das usinas que suas políticas comerciais sejam aplicadas de forma clara, transparente, previsível e não discriminatória, garantindo às nossas associadas e a toda a cadeia vidreira previsibilidade e a possibilidade de competir em condições de igualdade.

Essa reunião insere-se no âmbito de uma atuação atenta, de parte da Abravidro, a todos os fatores que impactam o dia a dia e a competitividade do nosso segmento. Estamos — e estaremos sempre — atentos e vigilantes.

Outro fato relevante deste mês foi a publicação da norma NBR 16823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional. Resultado de um trabalho iniciado em 2016 no Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) e que contou com a participação de vidraceiros de todo o País, o documento define os requisitos para a qualificação dos vidraceiros. A norma é um passo importante para estimular a evolução desses profissionais de fundamental relevância para a cadeia. É também um meio de reconhecer aqueles que trabalham de forma correta e responsável pelo desenvolvimento do mercado.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 566 (fevereiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

De olho no futuro!

domingos2019Vi esses dias na Internet que o termo “dificuldades” foi escolhido como a palavra do ano no Brasil. Assim mesmo, no plural. Acho que isso já dá o tom a respeito do que ocorreu em 2019. Para o setor vidreiro, não foi diferente: um período de grandes desafios, com a construção civil patinando — o que se reflete diretamente nos resultados das nossas empresas.

Mas, ainda assim, acredito que o balanço seja positivo, em especial nesta reta final do ano, tradicional época aquecida para os transformadores. As projeções e perspectivas econômicas para 2020 começam a ficar mais favoráveis e a esperança característica das festas de dezembro vai tomando conta de todos nós, ainda que com certa moderação.

Aliás, otimismo moderado foi o tom de alguns discursos durante o 14º Simpovidro, realizado em novembro em Porto de Galinhas, reunindo 684 pessoas, número maior que nossa expectativa de público para o evento. Foi muito bom rever tantos amigos de todo o Brasil, trocar ideias e, claro, falar um pouco mais do trabalho da Abravidro.

2019 foi mais um ano de muita atividade na associação. Normas técnicas em discussão (duas delas entraram em consulta pública este mês); diminuição dos IVAs setoriais para a Substituição Tributária no estado de São Paulo; mais uma edição do Panorama Abravidro, para que possamos visualizar e entender melhor o desempenho do setor; e cursos de especialização técnica oferecidos aos processadores — qualificam mão de obra e contribuem para o aumento da produtividade das empresas. Vale citar ainda as ações de defesa de interesse do mercado junto ao poder público, nas esferas federal e estadual, e também frente às usinas de base. Tudo isso pensado não apenas para os nossos duzentos associados, mas com o objetivo de apoiar o desenvolvimento de toda a cadeia vidreira nacional.

E não tenha dúvida: em 2020 continuaremos a atuar em todas as frentes nas quais enxergarmos potenciais interesses para o setor!

Boas festas, e que o otimismo de agora se transforme em um ano de excelentes resultados para todos nós!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 564 (dezembro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

14º Simpovidro reúne setor vidreiro brasileiro em meio a otimismo

O Simpovidro, organizado a cada dois anos pela Abravidro, sempre representa um momento para os profissionais do nosso setor analisarem o que ocorreu nos últimos tempos e se prepararem para o futuro. E expectativa para esse futuro foi o que pôde ser visto na 14ª edição do maior encontro vidreiro da América Latina: afinal, após anos sofrendo com a crise econômica e a baixa atividade da construção civil, 2019 marcou a volta do crescimento, ainda que pequeno, de nosso mercado. Com palestras que ajudaram a entender o que precisa ser feito e networking para aproximar clientes e parceiros, os 684 participantes presentes de 7 a 10 de novembro no Enotel Porto de Galinhas, em Ipojuca (PE), saíram energizados para os desafios a serem encontrados em 2020.

Palavra do presidente
A cerimônia de abertura ocorreu na noite de quinta-feira, 7, e teve início com o discurso do presidente da Abravidro, José Domingos Seixas, seguido pelas falas dos executivos das usinas de base, patrocinadoras do simpósio: AGC, Cebrace, Guardian, Saint-Gobain Glass e Vivix (veja mais no quadro “Otimismo moderado: os discursos das usinas”, mais abaixo).

Domingos relembrou os diversos fatos que marcaram o setor desde a última edição do evento, em 2017, incluindo o desabastecimento do mercado, o fechamento da maior fabricante de vidro impresso nacional — a União Brasileira de Vidros (UBV) —, a greve dos caminhoneiros e a instabilidade das eleições. “Este ano, tivemos a inauguração de um novo forno. Neste momento, com a maior capacidade instalada da história de nossa cadeia no País, o mercado segue desaquecido”, lamentou.

presidente-abravidro-no-simpovidroO dirigente observou que o otimismo de todos com o início do novo governo não se tornou realidade. No entanto, medidas e números divulgados recentemente recuperam, aos poucos, a confiança do empresariado. Prova disso foi o anúncio do retorno do Glass Performance Days South America (GPD Same) em 2020. A edição sul-americana do mais relevante congresso vidreiro do mundo volta a ser organizada após seis anos de hiato. Será, mais uma vez, parte da programação da Glass South America, principal feira vidreira da América Latina (a Abravidro é parceira exclusiva da mostra).

Por fim, reforçou a ampla ação da Abravidro na defesa e fortalecimento do setor, com trabalhos para a criação de normas técnicas, formação de mão de obra e aperfeiçoamento de processos nas empresas, entre outros.

Números do 14º Simpovidro
684 participantes
– Público 33% maior que na edição 2017
160 profissionais envolvidos na organização, montagem e realização
– Cerca de 30 t de material usadas na estrutura do evento

Satisfação
No sábado, 9, após as palestras pela manhã (veja o conteúdo delas clicando aqui), José Domingos Seixas voltou ao palco para suas palavras de encerramento do evento. “Quando assumi a presidência da Abravidro, em 2017, ciente da importância do associativismo, estabeleci como meta unir a cadeia”, afirmou. “Apesar de sempre defender os interesses de processadores e distribuidores, a Abravidro sempre trabalha em parceria com as usinas e vidraceiros em busca do desenvolvimento de todos os elos da cadeia.”

Executivos das usinas de base também falaram: Franco Faldini (AGC); Flávio Vanderlei (Cebrace); Renato Sivieri (Guardian); Pedro Matta (Saint-Gobain Glass); e Henrique Lisboa (Vivix).

A mensagem que ficou de mais uma edição do simpósio é: um setor unido consegue crescer junto. O Simpovidro acabou, mas seus ensinamentos seguirão com todos que participaram dele.

 

Otimismo moderado: os discursos das usinas

A abertura do Simpovidro também é a aguardada ocasião em que as usinas vidreiras brasileiras expõem suas ideias e propostas para o setor. Confira abaixo os destaques de cada discurso.

AGC: coerência no trabalho
Francesco Landi afirmou que as expectativas econômicas eram altas para 2019, mas reforçou que “milagres” não ocorrem de uma hora para a outra. Segundo ele, a AGC tem foco na criação de parcerias comerciais, levando em conta o compromisso com o Brasil e a coerência nos negócios. Este ano, a empresa antecipou em quatro meses a entrega de seu segundo forno nacional. “Cumprimos nossa palavra”, afirmou. Após um vídeo com o histórico do grupo, Landi anunciou que, em breve, o vidro anticorrosão Luxclear e um novo refletivo serão comercializados. “Queremos crescer com vocês, respeitando todas as regras do mercado e de compliance. Não queremos o lucro fácil, pois apostamos em resultado de longo prazo.”

Cebrace: transformação da cadeia
A Cebrace mostrou um vídeo com sua trajetória de 45 anos, completados agora em 2019. Reinaldo Valu lembrou a retração de mercado ocorrida este ano, cravando: “Temos otimismo cauteloso para 2020”. Foram citadas as soluções de vidros criadas para o mercado brasileiro, como a linha Habitat de vidros de controle solar, e também o Domo, evento para arquitetos sobre inovação em fachadas. Leopoldo Castiella afirmou que “pensar no amanhã exige estruturar o hoje”, apontando ações para a transformação da cadeia, como a renovação do direito antidumping para vidros float. A importância da tecnologia 4.0 foi tema relevante: em 2020, espera-se que 100% das cargas da empresa sejam rastreáveis. A reforma e ampliação do forno de Caçapava (SP) e a construção do C6, em momento oportuno, estiveram na pauta. Outro vídeo mostrou o estágio das obras da nova planta da Vasa, na Argentina, empresa subsidiária da NSG/Pilkington.

Guardian: desafios constantes
Para Ricardo Knecht, “transformação faz parte de nossa cultura”. Para explicar o conceito, traçou uma analogia da indústria vidreira com a do cinema. A Sétima Arte passou por mudanças: salas VIP, pipocas especiais e cadeiras mais confortáveis levaram à geração de grandes receitas em comparação às salas comuns. Assim, segundo Knecht, nosso setor deve apostar no valor agregado de produtos e serviços. “Nosso compromisso é continuar buscando inovação.” O representante da Guardian anunciou ainda seu novo produto para uma das aplicações mais populares com vidro, o boxe de banheiro. O Showerguard é resistente à corrosão — mais informações foram mostradas no Cine Guardian, atividade que a empresa realizou ao longo do simpósio.

Saint-Gobain Glass: novas estratégias
Marcelo Machado explicou as estratégias da fabricante de vidro impresso (ou texturizado, como prefere a empresa) em 2019, entre as quais aproximar-se ainda mais dos clientes e fazer parcerias com empresas internacionais do Grupo Saint-Gobain: “Ampliamos nossa equipe, assim como nosso escopo de atuação, passando a atender o setor moveleiro de alto padrão”. A ideia é entender melhor as necessidades do mercado e desenvolver novas soluções. Machado citou também o uso desse produto em grandes obras recentes, como na unidade do Instituto Moreira Salles, na Avenida Paulista, em São Paulo, edifício que conta com fachadas de vidro impresso.

Vivix: futuro de tecnologia
Paulo Drummond foi enfático: o Brasil vive um novo momento econômico e político, graças à aprovação de reformas que sinalizam oportunidade para países desenvolvidos investirem aqui. “Estamos também próximos de uma reforma tributária; a simplificação de tributos será um grande passo”, analisou. Com a Europa estagnada economicamente, outros centros se mostram em alta para investimentos. O Brasil é um dos principais, já que a China segue sendo uma nação fechada e outros emergentes não contam com nosso potencial. Drummond lembrou que a Vivix ainda é uma empresa jovem, com cinco anos, mas que aposta no desenvolvimento, aplicando tecnologias 4.0 em seu processo produtivo.

 

Mais que apenas negócios
Além de conteúdo e networking, incluindo a organização da Feira de Oportunidades (saiba mais clicando aqui), o Simpovidro ofereceu lazer para os profissionais vidreiros e suas famílias. Ocorreram os tradicionais torneios de tênis, futebol e vôlei de praia, nos quais os participantes puderam se divertir e ganhar medalhas e brindes.

Este texto foi originalmente publicado na edição 564 (dezembro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abusos não serão tolerados

domingosO mercado vidreiro se viu perplexo com a nova carta de aumento de preços de uma das principais fabricantes de vidro float no Brasil, disparada em 18 de novembro. Mais uma vez, essa empresa inicia uma rodada de reajustes – sendo esse o segundo em um intervalo de pouco mais de dois meses. Os dois últimos aumentos somam 30%, em um ano no qual a inflação é estimada em 3,3%. Um verdadeiro disparate!

A Abravidro vê com enorme preocupação posturas como essa, que visam, aparentemente, a buscar um resultado melhor no ano de maneira artificial, por meio do recurso ao caminho “fácil” da revisão de tabela. Não é a primeira vez que essa empresa afeta negativamente a sustentabilidade do mercado: em 2017, ao parar um de seus fornos sem planejamento adequado, causou enorme desequilíbrio no abastecimento de float, o que teve consequências até o primeiro trimestre de 2018.

Com a maior capacidade instalada da história das usinas em nosso país e um mercado pouco comprador, o que vemos é uma tentativa de inverter a lei da oferta e da demanda, aumentando os preços para obter resultado a qualquer custo.

A Abravidro, suas entidades regionais afiliadas e seus associados fizeram seu papel: nos mobilizamos rapidamente para mostrar às usinas de base que não há espaço para outro aumento, ainda mais nas atuais condições do mercado, e que esperamos delas uma postura responsável e condizente com o atual momento. Mostramos nossa força e disposição em defender nossos interesses. Ao que parece, a mensagem foi entendida.

Posturas irresponsáveis com o mercado não serão relativizadas. A Abravidro está alerta e preparada para reagir à altura no caso de quaisquer manobras e movimentos que possam prejudicar associados e o mercado vidreiro. A associação tem como função essencial atuar em defesa dos interesses da indústria de processamento. E, não importa o adversário, iremos sempre nos colocar em favor dos processadores.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 563 (novembro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Expectativas em alta para o último trimestre

Estamos nos aproximando do final do ano e nada mais natural do que fazer um balanço dos meses já transcorridos. Dados da edição mais recente de nosso Panorama Abravidro mostram que após quatro anos em queda, 2018 registrou uma recuperação tanto na produção quanto no faturamento de vidros processados.

Com o novo governo assumindo, as expectativas para 2019 eram de retomada da economia e do crescimento. No entanto, não foi isso que encontramos. No último quadrimestre, a construção civil começa a mostrar uma retomada, ainda que lenta e concentrada em alguns mercados. Além disso, sabemos que, entre o início dessa reação e o real aumento na demanda por vidro, há um intervalo significativo.

Com a demanda fraca e um forno a mais de float entrando em operação nesse cenário, este ano tem sido marcado pela queda do valor da matéria-prima — fruto também da guerra de preços entre as usinas e queda no preço do vidro processado. O reajuste do float anunciado no mês passado tem tido aplicação seletiva, o que não contribui para o ambiente de negócios, já bastante deteriorado em razão de problemas diversos como a informalidade e tantos outros.

Mas se o ano tem sido difícil, o último trimestre promete ser melhor. Neste mês de outubro, chegamos à marca de 200 associados à Abravidro. Mais que um número redondo, é um sinal de nossa responsabilidade e da confiança do mercado em nosso trabalho incansável pelo desenvolvimento do setor vidreiro nacional. Em novembro, teremos a 14º edição do Simpovidro, encontro que já superou a meta de 650 inscritos. Será mais uma oportunidade de conversarmos, trocarmos impressões sobre o mercado e traçarmos cenários, ouvir colegas de outros Estados e também de outros segmentos que não apenas do de processamento. Além disso, é também nessa reta final do ano que costumamos ter picos de demanda em nossas empresas.

A expectativa é boa. Espero que não nos frustremos mais uma vez.

editorialJosé Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 562 (outubro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

De olho no mercado

Setembro chegou surpreendendo a todos com as cartas de reajuste das usinas de base. Na segunda rodada de aumentos do ano, nossa matéria-prima foi reajustada de 10% a 15%, em média. Depois de meses com o preço em queda livre, veremos se isso fará com que os valores do vidro se estabilizem.

Em outra frente, a ABNT publicou no final de agosto a revisão da NBR 14718, a norma de guarda-corpos, em um trabalho que contou com intensa participação da Abravidro ao longo dos mais de quatro anos de reuniões. Nossos associados receberão a atual versão do texto nos próximos dias, para que possam trabalhar de acordo com as novas diretrizes e orientar seus clientes a seguirem o mesmo caminho.

E quando o assunto é Brasil, para nós, empresários, há uma importante pauta a ser discutida: a reforma tributária. São diversos os projetos em tramitação, com diferentes abordagens e propostas de solução para o sistema, que é um dos grandes impeditivos do crescimento de nosso país. O assunto será tratado em nossa assembleia marcada para a última semana deste mês. É fundamental entender o que está em jogo e formar uma opinião a respeito para podermos mobilizar os influenciadores do debate. Fato: hoje a indústria, que contribui com 21,6% do PIB brasileiro, paga 34,2% dos tributos federais, em um cenário mundial no qual a indústria vem perdendo participação, muito por conta da transformação digital e do aumento da fatia dos serviços no PIB.

Transformação digital e perspectivas futuras para a economia e política estarão em discussão no Simpovidro, que em novembro chega à sua 14ª edição. Esses e outros temas fazem parte da programação, que já está fechada, e estamos certos de que mais uma vez vamos trazer discussões importantes para movimentar uma plateia que já conta com mais de 550 inscritos.

O momento exige atenção e monitoramento constantes dos temas de interesse, e nós estamos fazendo a nossa parte.

José Domingodomingoss Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 561 (setembro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Seguindo em frente

O terceiro trimestre do ano já passou da metade e ainda estamos em busca dos resultados que a expectativa positiva do começo do ano prometia. A construção civil caminha lentamente e as reformas ainda são bem mais numerosas que as novas obras, também mais frequentes no segmento residencial que no comercial.

Enquanto isso, o mercado segue tentando se manter viável, enfrentando adversidades como a sobreoferta de matéria-prima, a baixa demanda, a informalidade crescente e políticas comerciais irresponsáveis por parte de alguns players.

Mas não estamos parados vendo a vida passar e esperando tempos melhores. Seguimos trabalhando, atuando nas frentes em que podemos. Uma delas é o CB-37 e sua intensa agenda de reuniões. Resultado disso é que a ABNT está avaliando textos que irão a consulta pública: a emenda da norma de vidros de controle solar e a aguardada norma de vidraceiros, que vai trazer algumas diretrizes importantes para a atividade que é fundamental para o nosso setor.

Temos acompanhado também as discussões em torno do novo modelo regulatório do Inmetro, tema que muito nos interessa. O órgão vem anunciando mudanças que estima implementar até dezembro de 2021. Entre as novidades estão menos burocracia e maior responsabilidade para a indústria, que deve ganhar em competitividade. O setor produtivo tem acompanhado com atenção as movimentações nesse sentido e a Abravidro também está engajada nisso. A conferir!

editorialJosé Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 560 (agosto de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Em busca de equilíbrio

O mercado vidreiro segue apreensivo sobre os rumos da economia brasileira e seus impactos na construção civil e em nossa cadeia. O ano já está na metade e os resultados seguem aquém da expectativa de recuperação que se tinha logo após as eleições e mesmo nos primeiros meses de 2019.

Num cenário em que a demanda por vidro segue baixa e a capacidade instalada para produção de vidros planos é a maior de nossa história, a preocupação óbvia é com a sobreoferta e o efeito devastador que ela pode ter nos preços. Em todos os elos da cadeia, o que vemos são preços em queda livre preocupando a todos. Isso sem falar no fantasma da informalidade, que não deixa de assombrar quem trabalha dentro da lei. Não podemos nos esquecer de 2016, quando enfrentamos situação semelhante. É nesses cenários de crise que nosso mercado vive seus piores momentos.

A Abravidro realizou uma assembleia extraordinária no começo deste mês, da qual participaram os representantes das usinas de base. Na pauta, o principal assunto foi o compromisso de encontrar o equilíbrio na oferta de vidro no mercado doméstico para estancar o problema. Falamos da importância de buscar o aumento das exportações como alternativa para escoar excedentes e até mesmo de ajustes na produção das usinas, de modo a minimizar os estragos do excesso de vidro. É assustador ver como em pouco mais de um ano saímos da falta de matéria-prima para o atual volume avassalador, aí incluídas as importações em altos níveis.

Em tempos como esse, é fundamental que tenhamos todos, usinas e processadores, uma postura responsável frente aos desafios, para que nosso mercado possa se manter saudável apesar das adversidades enfrentadas nesse que é, sem dúvida, um dos piores momentos vividos pelo mercado vidreiro nacional. É assim que devemos agir e é isso que devemos cobrar de nossos parceiros se quisermos seguir na trajetória de recuperação que começava a se desenhar para o setor, como mostram os dados do Panorama Abravidro. Sigamos firmes e fortes para atravessar a tempestade e reencontrar os bons ventos.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 558 (junho de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

A ameaça dos importados

domingosNo mês em que completo dois anos na presidência da Abravidro, me pego pensando nas diversas frentes em que nos engajamos nesse período em defesa do setor vidreiro e da indústria de transformação. Você encontrará encartado nesta edição de O Vidroplano o Panorama Abravidro 2019, que nos mostra a fotografia produtiva e econômica de 2018 para o mercado vidreiro. Parece o começo da retomada. Se 2017 ficou marcado como um ano de estabilidade, 2018 registrou efetivo crescimento, tanto na produção de vidros processados como no faturamento. Recomendo a leitura do documento, um importante instrumento para a tomada de decisão do empresário vidreiro.

Mas o momento exige, muito mais que a reflexão sobre o que passou, atenção plena no presente e também no futuro que se desenha. A Abravidro vê com enorme preocupação os grandes volumes de vidros importados que estão entrando no País, numa média de 20 mil toneladas ao mês. O número preocupa, porque se a média se mantiver neste mês de maio, teremos recebido em cinco meses o volume importado em todo o ano de 2018. Se somarmos a isso o desaquecimento da economia — em especial da construção civil —, e adicionarmos a produção de um novo forno de float com capacidade para 850 toneladas/dia, está traçado o cenário para um possível desastre. Isso sem falar na informalidade e guerra de preços, problemas que nos afligem há bastante tempo.

O que nos preocupa agora é saber se continuaremos nessa trajetória, pois o primeiro quadrimestre do ano foi bem aquém do esperado. Volto a olhar para trás e pensar no que podemos fazer, de forma individual ou coletiva, para tentar garantir que continuemos trilhando o caminho do crescimento.

Um deles, sem dúvida, é a qualificação da mão de obra vidreira. Este mês a Abravidro celebra a superação da marca de mais de mil módulos de especialização técnica realizados em 190 empresas brasileiras. É muito bom ver a receptividade a esse trabalho, que gera resultados como aumento da produtividade das empresas, assunto que abordo também no editorial do Panorama.

Não tenha dúvida: estamos atuando em diversas frentes para buscar as melhores condições para o nosso mercado prosperar, apesar das adversidades.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 557 (maio de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Em compasso de espera

Março já está chegando ao fim e os números da economia brasileira seguem aquém do esperado. Dados divulgados na segunda quinzena do mês mostram que a atividade econômica começou o ano em queda, reforçando outros resultados que mostravam que não só a construção civil caminha com resultados ruins neste começo de ano.

As expectativas positivas para o ano vão aos poucos se dissipando e as incertezas ganham espaço no horizonte. Quando direcionamos o olhar especificamente para o nosso setor, a situação não é muito diferente. A oferta de matéria-prima parece estabilizada e a demanda ainda é insuficiente para movimentar o mercado. Para completar o cenário, temos tido aumento no volume de vidros importados e estamos a poucos dias do início da operação do segundo forno da AGC, que irá somar ao menos 20 mil toneladas de vidro ao mês à capacidade instalada do mercado brasileiro.

Esses foram alguns dos assuntos tratados pela diretoria da Abravidro com os executivos das usinas de base em assembleia realizada na entidade no mês de março. As impressões gerais, de parte dos dois elos da cadeia, são de que o governo federal precisa avançar em sua agenda de reformas para dar ao mercado a segurança necessária para a retomada dos investimentos. A preocupação com as empresas que atuam na informalidade e os prejuízos que trazem ao segmento vidreiro também estiveram na pauta da reunião e são um assunto permanente na agenda de trabalho da associação.

E enquanto aguardamos o desenrolar de 2019, já iniciamos a coleta de dados para o Panorama Abravidro, único estudo econômico de nosso setor. Iniciado em 2012, o levantamento, retrato do mercado vidreiro nacional, permite-nos acompanhar os principais números da indústria de transformação de vidros planos no Brasil: faturamento, consumo, preço médio, mão de obra empregada e produtividade, além da balança comercial. A pesquisa traz ainda um termômetro em relação ao ano vigente, para mensurar expectativa de faturamento, geração de empregos, intenção de investimento e grau de endividamento. Os dados são tratados de forma confidencial pela consultoria contratada e são fundamentais para quem atua em nosso setor. Conto com a sua participação!

domingosJosé Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 555 (março de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Boas e más notícias

Se 2019 teve início trazendo boas expectativas e perspectivas, o mesmo não podemos dizer do mês de fevereiro para o mercado vidreiro. A primeira má notícia foram os anúncios de aumentos de preço, por parte das usinas de base, com vigência já neste mês.

Ainda nos recuperávamos do susto quando veio o segundo baque: atraso na conclusão de pesquisa de novos valores levou ao aumento do MVA do nosso material (e de produtos do setor da construção civil como um todo) no Estado de São Paulo para 75%. O Sinbevidros-SP, entidade afiliada à Abravidro, responsável pelo tema junto à Fiesp e Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), vem atuando de maneira firme, com o nosso apoio, sempre atendendo as demandas da Sefaz-SP, mas a pesquisa reúne dezenove setores e não depende apenas dos esforços do setor vidreiro. O assunto se arrasta há meses, mas espera-se ainda para este mês de fevereiro (escrevo este texto no dia 18) um desfecho mais favorável. Acompanhe nossos canais para saber mais.

Mas o segundo mês do ano também trouxe uma boa novidade, como destaca a capa desta edição: o 14º Simpovidro. O mais esperado evento do setor vidreiro já tem data e local para acontecer: será de 7 a 10 de novembro, em Porto de Galinhas. Mais uma vez estaremos juntos para discutir os rumos do nosso setor e também para confraternizar com nossos colegas de todo o País, além da possibilidade de fazer negócios no encontro que reúne temperadores, representantes das usinas de base e fornecedores de produtos, serviços e equipamentos. Em 2017 fomos 516 participantes e tenho certeza que este ano estaremos em ainda mais pessoas! Espero você lá!

E para fechar a lista de destaques deste mês, a AGC anunciou oficialmente que seu novo forno começará a operar no próximo mês de abril, com sua produção já disponível ao mercado a partir do mês de maio. Estive na sede da empresa e tive a oportunidade de ver que obra se encontra na reta final. Anunciado em 2016, quando nosso setor já se encontrava em crise, o Guará 2 vai adicionar 850 t diárias à produção nacional de float. Depois de um início de ano morno, esperamos que até lá o mercado esteja pronto para absorver essa oferta.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.