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Conheça a logística das usinas de base

Quem trabalha com o processamento de vidros sabe como é importante para os seus negócios que a matéria-prima encomendada chegue com a qualidade intacta e dentro do prazo. Para garantir que essas necessidades sejam atendidas, as fabricantes de nosso material no Brasil contam com setores de logística responsáveis pela organização e planejamento da entrega dos produtos – e também pelo transporte propriamente dito deles, é claro.

Quer saber mais sobre como funciona esse processo nas fabricantes de vidro e os avanços que essas empresas vêm implementando em sua logística? O Vidroplano apresenta essas e outras informações a seguir.

Como é feita?
Cada fabricante conta com particularidades no seu processo de logística, mas a atividade como um todo traz semelhanças.

Francisco Conte, diretor de Operações da Vivix, afirma que a empresa olha com muita atenção a jornada de cada encomenda. Segundo ele, o pedido é acompanhado por meio de um sistema interno e várias áreas têm visibilidade dessa jornada. “Assim que o pedido é emitido, nós começamos os preparativos para atender, para que, quando o produto efetivamente chegar à nossa expedição, já estejamos prontos para faturá-lo da forma mais rápida e providenciar seu transporte até o nosso cliente no menor tempo possível”, comenta.

Na Guardian, tudo começa quando o cliente entra em contato com o setor de atendimento. Ali a necessidade e o prazo de entrega são verificados. “Após a inclusão do pedido em nosso sistema, a Guardian organiza as datas de carregamento. Na data agendada, o caminhão é apresentado e a carga é carregada para o início do transporte”, detalha o analista-sênior de Logística, Adriano Santos.

No caso da AGC, Fernando Pereira (engenheiro de Assistência Técnica) e Antônio Carlos (gerente de Logística) explicam que, após a confirmação do pedido junto ao time de Customer Service (serviço ao consumidor), é feito o agendamento na grade de carregamento com até 10 horas de antecedência, de forma que a fabricante tenha tempo hábil para montar o pedido e atender o cliente no horário programado. Após a montagem dos pedidos e a finalização do carregamento, o veículo segue para pesagem e conferência na balança e é então liberado para viagem.

Evolução constante
Santos, da Guardian, destaca que, com as transformações frequentes pelas quais o trabalho de logística passa, as empresas precisam ter cada vez mais flexibilidade e agilidade para buscar as melhores soluções. “Os tipos de embalagem, veículos e até mesmo o processo de gerenciamento da informação avançaram nos últimos anos, e nós trabalhamos continuamente para trazer isso para nosso atendimento”, aponta.

Pereira e Antônio Carlos, da AGC, observam que a modernização dos processos de logística tem tido grande efeito na redução de acidentes durante o transporte do vidro, além de permitir o monitoramento das cargas. Novas medidas de segurança foram sendo implementadas na empresa com a evolução das tecnologias, como a utilização de grampos para o travamento do cavalete no barrote do caminhão e freios para evitar o movimento da carga. Melhorias realizadas nas embalagens e nos veículos também contribuíram para manter a integridade dos produtos até o seu destino final.

A Vivix tem avaliado constantemente seu serviço de entrega, expedição e monitoramento de encomendas por meio de pesquisas realizadas mensalmente com os consumidores, com o objetivo de fazer evoluir seus processos ao longo do tempo. “As cargas são agendadas para retirada de acordo com a conveniência dos clientes e dos nossos parceiros transportadores”, ressalta Francisco Conte.

Empilhando a carga
Parte do processo de logística envolve o acondicionamento e a embalagem das chapas em uma estrutura para protegê-las de riscos e avarias durante o transporte. Mas qual seria a melhor opção nesse sentido?

A resposta varia de empresa para empresa. Por muito tempo, o colar era a embalagem mais usada. Contudo, em 2013 a AGC trouxe para o Brasil os cavaletes: a usina considera esse um importante recurso que revolucionou o modo como os blocos de vidros são preparados e carregados, diminuindo o tempo de preparação de carga em quase 50% do tempo em relação aos colares – para Fernando Pereira e Antônio Carlos, essas estruturas também oferecem menor risco de incidentes durante a preparação.

Os cavaletes de fato se popularizaram no Brasil, mas isso não significa que outros equipamentos foram abandonados. De acordo com Santos, a Guardian trabalha hoje com uma série de opções, as quais incluem tanto cavaletes padrão (formato “A”) ou para vidros jumbo (formato “L”) como colares (formato “LI”), todos no modelo retornável. “Temos ainda a opção de utilização de caixas tipo moldura, para envios sem a necessidade do retorno da embalagem”, acrescenta o analista-sênior de Logística da empresa.

No caso da Vivix, os cavaletes são a estrutura utilizada quando o transporte dos vidros é feito pelo modal rodoviário. “O objetivo, além do olhar para o cliente e sua satisfação, é permitir que a carga chegue sem avarias e com a segurança necessária para a operação”, afirma Francisco Conte. Ele destaca haver cuidado e atenção da fabricante com a logística reversa desses materiais, a fim de que possam ser reaproveitados.

Valdimir Silva, gerente-corporativo de Logística da Cebrace, relata que a empresa utiliza dois tipos de cavaletes metálicos, sendo um desmontável para o transporte convencional e outro para o transporte em inloaders. “O cavalete desmontável permite maior aproveitamento na logística reversa, quando retorna vazio dos clientes”, ele explica.

Acompanhamento em tempo real
Entre as evoluções na logística das usinas, uma das mais importantes é a possibilidade de monitoramento da situação da carga, seja pela empresa, seja pelo próprio cliente.

A AGC, por exemplo, conta com um sistema rastreador online para controlar os pedidos. A empresa também faz uso de ferramentas tecnológicas para eleger a melhor definição de rota e realizar o monitoramento da carga dentro da fábrica ou já na estrada, permitindo a entrega dentro do prazo e com total segurança.

O monitoramento das cargas também é um ponto em que a Vivix busca sempre inovar. “Hoje temos o nosso portal Vivix Facilita. Cerca de 70% dos pedidos já são feitos dentro da plataforma, permitindo aos clientes esse acompanhamento de perto da situação da encomenda”, detalha Conte. O diretor de Operações da Vivix acrescenta que essa evolução no controle, com acompanhamentos mais digitais e automatizados, permite cada vez mais visibilidade sobre a jornada do pedido, não só para o cliente, mas também para todos os colaboradores da empresa envolvidos no processo.

A Cebrace também permite acompanhar os processos digitalmente, em tempo real. “Os clientes hoje conseguem visualizar as informações sobre seu pedido por intermédio de aplicativos de e-commerce. Isso se dá, por exemplo, no rastreamento dos veículos para entrega das cargas”, afirma Valdimir.

Na Guardian, a organização da logística é compartilhada com o cliente por meio de e-mails comunicando os status de cada fase da encomenda, desde o pedido até a entrega. Esse controle também está presente durante o transporte propriamente dito. “O monitoramento é realizado por meio do controle de rastreamento nos veículos. Com ele, podemos acompanhar por georreferenciamento a localização do transporte em execução”, explica Adriano Santos.

Pela terra…
Falamos até aqui da organização das encomendas e da embalagem delas – mas como as usinas fazem para levá-las aos clientes?

No Brasil, a malha rodoviária ainda é a principal opção para o transporte de cargas. Com isso, caminhões são os veículos mais utilizados para esse trabalho. Mas há vários tipos de veículo, cada um com capacidade para transportar um determinado limite de peso ou volume – e alguns deles também têm características diferenciadas no acondicionamento das chapas. As usinas costumam contar com vários modelos de veículos, afinal, um caminhão que transporte uma carga acima da sua capacidade irá quebrar, enquanto usar um veículo grande para transportar uma encomenda pequena representa desperdício de recursos.

Os tipos mais utilizados para o transporte das chapas são:

  • Truck — caminhão pesado, com eixo duplo na carroceria, e capacidade média de carga de 12 t;
  • Carreta — composta por cavalo mecânico (com dois eixos) e semirreboque (com três eixos), com capacidade média de 24 t;
  • Carreta “vanderleia” — semelhante à carreta, mas com três eixos no cavalo mecânico e maior espaçamento entre os três eixos do semirreboque, com capacidade média de 36 t;
  • Bitrem — combinação de dois semirreboques, com sete eixos e capacidade média de 38 t;
  • Rodotrem — combinação de dois ou mais semirreboques, com nove eixos e capacidade média de 50 t (para dois semirreboques);
  • Inloader — caminhão com baixo centro de gravidade e ausência de eixos entre as rodas do semirreboque. Sua capacidade média é de 24 t, mas pode ter variações menores (mini-inloader) ou maiores (bi-inloader).

“Trabalhamos com vários tipos de caminhão, mas buscamos sempre atuar com parceiros transportadores que nos ofereçam tecnologia e controle, com veículos pneumáticos e com rastreamento”, informa Santos, da Guardian.

…ou pelo mar
No caso da Vivix, além do transporte rodoviário, a usina também oferece a opção do modal marítimo. Francisco Conte explica que as cargas transportadas pelo mar passam pelo mesmo sistema de monitoramento: após o faturamento, a transportadora contratada envia atualizações diárias de localização, as quais são consolidadas e repassadas aos clientes. “Está sendo implementado o monitoramento de cargas automático, tanto no modal marítimo como no rodoviário, e em breve essa informação estará disponível na webservice para consulta dos nossos clientes.”

A Cebrace também trabalha com essa opção, ressaltando que há destinos em que o transporte rodoviário fica inviável, como em algumas cidades e Estados da Região Norte do País, onde a cabotagem predomina. “Também utilizamos o transporte marítimo para abastecimento de nossos centros de distribuição, que estão estrategicamente localizados em pontos que permitem o melhor atendimento a nossos clientes”, explica Valdimir Silva.

Qual o limite de percurso?
Todas as usinas deram a mesma resposta para essa questão: não há distância máxima para as entregas. A AGC, por exemplo, informa que atende todo o Brasil e alguns países da América do Sul, avaliando o percurso, o tipo de veículo e a tarifa de frete para realizar o transporte de vidro da fábrica até o cliente.

Portanto, quando for fazer seu pedido de vidros, lembre-se da verdadeira viagem que ele faz para chegar com qualidade e segurança à sua processadora.

Investimento na área pelo mundo
Segundo um relatório publicado este ano no portal Research and Markets, o mercado de logística na China é hoje o maior em termos de tamanho no mundo, e provavelmente crescerá ainda mais. Para incentivar essa tendência de crescimento, o governo da China estabeleceu metas claras para o futuro, com investimentos maciços na implementação da Belt and Road Initiative (BRI), plano de governo que consiste em aprimorar a infraestrutura de rotas terrestres e marítimas ligando o país a outros continentes. O relatório cita que, em 2018, as exportações chinesas aumentaram 25%.

No caso da Europa, de acordo com a Mordor Intelligence (empresa especializada em inteligência de mercado), os investimentos em logística no continente subiram para 38,64 bilhões de euros em 2020. Isso é impulsionado pelo enorme crescimento do comércio eletrônico na Europa. No entanto, a consultoria aponta que a falta de compromisso dos governos com o desenvolvimento de portos marítimos ou redes rodoviárias, somada à reconfiguração das cadeias de abastecimento, vêm dificultando o crescimento desse mercado.

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: DZMITRY PALUBIATKA/stock.adobe.com

AGC anuncia novo vidro de baixo carbono

A AGC Glass Europe, divisão europeia da multinacional japonesa, anunciou que, até o final de 2022, lançará sua nova linha de float com uma pegada de carbono significativamente reduzida, com menos de 7 kg de CO2 por m² do material. Segundo a empresa, o movimento permitirá a redução das emissões de carbono geradas durante a produção em mais de 40% (em comparação com o parâmetro da AGC Glass Europe), por meio de ações como o fornecimento sustentável de matérias-primas, uso de fornos de fusão altamente eficientes, aumento do uso de cacos de vidro no processo de fabricação, adoção de fontes de energia verde e otimização do transporte entre os espaços do grupo. A planta de produção em Moustier, Bélgica, será a primeira unidade da multinacional a produzir o material, já tendo sido convertida com sucesso para atender às condições exigidas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 598 (outubro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Reprodução

Glass 2022 – Expositores (parte 1)

 

Comemorando 60 anos em 2022, a Abrasipa lançou uma liga de rebolos periférico e copo chamada Longa Vida — como o nome diz, foi desenvolvida para ter maior vida útil que outras opções do mercado. Outra novidade foi o óxido de cério Oxer Prime: disponível nas versões com 98% e 99% de pureza, é o cério mais puro do País, segundo a empresa. Vale citar a nova linha de rebolos de resina e o Gforce Max, máquina para remoção de riscos em vidros.

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A Adelio Lattuada teve um estande institucional para apresentar o CyberAL, seu sistema para automação de maquinários. A empresa também mostrou materiais sobre suas soluções para lapidação, furação e lavagem de vidros.

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A AGC preparou não um, mas dois estandes para sua participação nesta edição da Glass. Em ambos os espaços foram mostrados itens do seu portfólio de produtos, com atenção especial para dois deles: o lançamento LuxClear, vidro anticorrosivo para aplicação em áreas nas quais o material entra em contato com água, como banheiros, e a linha Sunlux Shadow de vidros de controle solar, incluindo o modelo de aparência neutra.

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O enorme estande da Agmaq teve vários maquinários para processamento produzidos pela empresa. O principal lançamento era a nova geração de furadeiras, as quais trabalham de modo automatizado, sem necessidade de interferência de operador. Estavam por lá também, trabalhando ao vivo ao longo de toda a feira, equipamentos como lavadoras e mesa de corte.

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Toda a linha de ferragens Max System da AL Indústria marcou presença em seu estande na Glass. Os produtos podem ser encontrados em três configurações diferentes: janela de correr (lançamento exclusivo para a feira), porta de correr e porta pivotante – essas duas últimas opções são indicadas para grandes vãos, tendência no mercado de arquitetura, segundo a fabricante.

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Para demonstrar o adesivo vedante neutro Obra-Pro FIX+1001, a Alpatechno usou o produto para colar pequenas peças de vidro colorido (fornecidas pela Color Vidros) em uma peça maior e incolor, mostrando no outro lado que ele não deixa manchas ou marcas por trás. A empresa também exibiu o selante neutro MSP135, que permite vedação em diversos tipos de junta, incluindo coberturas de vidro, sem precisar esperar a superfície secar para sua aplicação.

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A fabricante de sistema sem roldanas Sacada Certa mudou de nome e marca: agora é Alumínio Express. Na Glass, a companhia apresentou o lançamento guarda-corpos 2 em 1: trata-se de um guarda-corpos que, na parte de cima, se transforma em envidraçamento de sacada. O produto conta com sensor de estanqueidade, para evitar a entrada de água em caso de chuva.

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O lançamento da Arbax foi o GPT, equipamento para remoção de riscos desenvolvido pela própria empresa com sistema de injeção de água para manter a refrigeração no vidro – o produto é acompanhado por pasta de polimento, lixa, feltro, suporte de feltro, EPIs e outros itens. Outros destaques: molas de piso Action, rebolos para polimento de vidro e óxido de cério para biseladoras.

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Dois lançamentos chamaram a atenção no estande da Arouca Fechaduras. A fechadura digital Digi Glass foi desenvolvida especialmente para portas de vidro, permitindo acesso por meio de biometria e cadastro de até 20 usuários. A outra novidade é a fechadura com trinco rolete para perfis estreitos, disponível em acabamentos branco, preto e cromado.

Arouca Fechaduras

 

A estreia da Assa Abloy/Udinese na Glass apresentou ao público o lançamento da Udiglass, sua divisão de ferragens para vidro temperado. A Ghost Door é uma porta sem trilhos aparentes, própria para fechamento de espaços como closets, banheiros e salas. O diferencial do item é oferecer estética clean ao mesmo tempo que integra ambientes. Vale citar ainda a presença de toda a linha de molas para portas da empresa.

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A Athena Puxadores levou ao evento seus carros-chefes, como o +Mais Kit Athos (para boxe de banheiro com roldanas aparentes) e o +Mais Kit Pia, com puxador exclusivo desenvolvido pela empresa. A ACM, que faz parte do mesmo grupo, também apresentou no estande diversos kits para boxe de banheiro do seu catálogo.

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A Atom Robótica é uma empresa especializada em automação – e sua presença na feira tinha como objetivo apresentar soluções nesse campo para o setor vidreiro. No estande, um robô servia chope aos visitantes. A brincadeira servia para demonstrar a capacidade de movimento e sutileza desses maquinários.

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A Avant Glass/Singip montou uma linha de lapidação automatizada, com robôs para movimentar as peças, de forma a demonstrar a agilidade de uma instalação desse tipo. Os robôs são produzidos na China e no Brasil. Presentes no estande estavam ainda um sistema de corte a jato d’água, furadeiras com duplo e triplo cabeçotes, e um sistema para tratamento de água individual, que atua na separação de partículas.

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Distribuidora de insumos para cortinas e persianas motorizadas que podem ser instaladas em vidros insulados, a Ayshu divulgou uma tecnologia exclusiva em nosso país: segundo a empresa, são os únicos a disponibilizar motores de persianas automáticas com wi-fi integrado.

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A nova filial brasileira da Bavelloni, instalada no ano passado em São Bernardo do Campo (SP), permitiu à empresa italiana oferecer suporte técnico e manutenção a seus maquinários para processamento instalados no País, garantindo ainda estoque de peças de reposição a pronta entrega. O estande da empresa na Glass destacou esse fato e também revelou uma grande notícia: o início da produção nacional de rebolos da marca.

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O grupo Biesse engloba as marcas Intermac (maquinários para processamento) e Diamut (ferramentas). Seu estande institucional teve como objetivo divulgar a nova sede da companhia no País, em Curitiba, que será a central de assistência técnica e comercial para os clientes da América Latina. O espaço contará ainda com um showroom para demonstrações de maquinários voltados para vidro, madeira e outros materiais.

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O principal lançamento da Blindex este ano, divulgado no começo de 2022, pôde ser visto ao vivo: a linha Power Box de boxes de banheiro é formada por vidros e roldanas com estampas dos personagens da Warner Bros (como Batman, Mulher Maravilha e Harry Potter). O processo de personalização é feito por serigrafia ou impressão digital. Outro destaque: o boxe Dual Door, sem vidro fixo – suas duas peças correm de modo que a abertura pode ser feita em ambos os lados.

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Com um estande institucional, a italiana Bottero celebrou a retomada dos eventos presenciais após anos de reclusão. Segundo a empresa, a participação na Glass rendeu vendas de seus maquinários para processamento. Foram divulgadas as linhas de mesas de corte para monolítico (EVO) e laminados (LAM), lapidadoras, CNCs e armazenadores.

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Os rebolos da linha BDT foram exibidos no balcão do estande da Bovone. A empresa italiana não levou sua lapidadora ELB 17/45 ao evento, mas mostrou aos visitantes peças de vidro trabalhadas no maquinário para ilustrar as possibilidades e a qualidade do trabalho que a solução oferece.

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Com tecnologia italiana, a Bsolution apresentou uma lapidadora vertical, duplo cabeçote, para monolíticos e laminados. O diferencial dela é não trabalhar com códigos de barras, nem ter a necessidade de ser alimentada com o tamanho das peças: sensores “leem” as dimensões do vidro automaticamente.

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A Cairo Glass expôs amostras de vidros coloridos e texturizados fabricados pela empresa no Egito e importados para o Brasil. As peças podiam ser vistas em um catálogo no balcão e também aplicadas em partes do estande.

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A Casa Castro levou à Glass 2022 o lançamento exclusivo da máquina de corte MCBR-600-AL, com serra dupla, para perfis de alumínio e PVC. Fabricada pela Bramold (parceira da Casa Castro), ela permite cortes em ângulo de 45 graus, sem rebarbas, e sua estrutura enclausurada garante a segurança do operador e atende a NR 12 – Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos.

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A Cebrace demonstrou o aspecto estético de seus vidros, incluindo o da peça de controle solar Habitat na versão neutra e incolor. A usina apresentou ainda em primeira mão o Thermo Vision, primeiro vidro baixo-emissivo (low-e) fabricado no Brasil voltado para os mercados de refrigeração comercial e de linha branca (fornos e fogões). O GlassTruck, caminhão que visita clientes por todo o País levando amostras de produtos para simular a aplicação em fachadas, também esteve na feira.

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Lançamento da Chinaglass, o robô para movimentação de vidros em linhas de lapidadoras pode trabalhar tanto com peças pequenas como grandes – é a 7ª geração do equipamento fabricado pela empresa. Outra novidade era a lapidadora retilínea SW9, de nove rebolos.

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Este texto foi originalmente publicado na edição 595 (julho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Créditos das fotos: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Fabio Oliveira concede entrevista exclusiva a O Vidroplano

Fabio Oliveira, diretor-presidente e diretor-geral de Finanças e de Suporte ao Negócio para América do Sul da AGC, aposentou-se em abril, após 11 anos na empresa (leia mais clicando aqui). O Vidroplano conversou com Oliveira sobre sua trajetória nesse período, sua visão do mercado e planos para o futuro. Confira!

Como você avalia sua passagem pela AGC ao longo desses 11 anos?
Fabio Oliveira — Foram anos de desafios, todos apaixonantes. Tenho a honra e orgulho de ter carregado o crachá de número 5 por esse longo período, cujo início se deu em um pequeno escritório que tínhamos em São Paulo. Em poucos meses, montamos nossa base para início das obras em Guaratinguetá (SP). Com muita luta, empenho e paixão, transformamos um terreno de 756 mil m² que um dia havia sido pasto de uma grande fazenda em um complexo industrial de alta tecnologia que hoje hospeda dois fornos de float, um coater, uma linha de espelhos, duas linhas de laminado e uma de temperados para a indústria automotiva.

Consegue apontar os momentos mais marcantes de sua trajetória dentro da AGC?
FO — Foram muitos! Um deles é a parceria firmada com o Instituto Ayrton Senna, visando à melhoria das condições de ensino na rede pública de Guaratinguetá, a qual perdurou por diversos anos. Posso destacar também a convivência com colegas de trabalho de 13 nacionalidades diferentes, o início do processo de aquecimento do forno 1 e a representação do time brasileiro em diversas solenidades internas, como no CEO Awards em 2019 (prêmio máximo oferecido pela corporação). Por último, após dois anos de pandemia, um momento de surpresa absoluta foi a homenagem que recebi de meus colegas e da nossa família, a Família AGC. Não tenho palavras para expressar esse momento!

2022 é o Ano Internacional do Vidro. Como a data pode marcar uma nova relação entre o consumidor e nosso material?
FO — É a grande oportunidade que temos para reforçar o quanto o vidro é precioso e está presente em nossas vidas mais do que possamos perceber, de forma sustentável e com muita tecnologia.

Como enxerga o futuro do mercado a longo prazo, especialmente no Brasil?
FO — Vamos continuar crescendo, sem qualquer dúvida. Não podemos nos esquecer de que o consumo de vidro em nosso país ainda está abaixo do dos mercados mais desenvolvidos, além de questões ligadas à sustentabilidade que certamente irão trazer novas oportunidades para o nosso setor.

Quais são os planos para a nova etapa de sua vida?
FO — Continuarei por mais algum tempo ajudando a AGC de forma mais branda, dedicando, agora, muito mais tempo à minha esposa, filhos, nora, genro e à frota de netos (quatro, indo para o quinto). Poder curtir a família com mais intensidade é o melhor payback pelos 42 anos, 5 meses e 28 dias de trabalho duro e com paixão.

Que mensagem gostaria de deixar para o setor vidreiro nacional?
FO — Somos um setor forte, resiliente, de grande potencial e, acima de tudo, de grande respeito com a sociedade. Não desanimem, pois brilhamos em todas as situações.

Crédito das imagens: Divulgação AGC do Brasil

Este texto foi originalmente publicado na edição 593 (maio de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

AGC anuncia mudanças na gestão para América do Sul

Fabio Oliveira (foto), diretor-presidente e diretor-geral de Finanças e de Suporte ao Negócio da empresa para América do Sul, aposentou-se no mês de abril, após 11 anos na empresa (saiba mais sobre o assunto clicando aqui). Com isso, Isidoro Lopes agora acumula o cargo de Oliveira com sua função de diretor-geral da Divisão de Vidros Arquitetônicos para América do Sul. Lopes compartilha a gestão da empresa com João Siqueira, também diretor-geral da Divisão de Vidros Automotivos para a América do Sul. A AGC comunicou que Mauro Gallo, ex-gerente de Operações de Reposição Automotivo para a América do Sul, passa agora ao cargo de gerente-comercial e de Marketing de Vidros Arquitetônicos.

Crédito da imagem de abertura: Divulgação AGC do Brasil

Este texto foi originalmente publicado na edição 593 (maio de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

O Simpovidro está de volta!

Se os eventos presenciais ganharam força total em 2022, um dos mais importantes de nosso setor não poderia ficar de fora: o Simpovidro está de volta! A 15ª edição do maior encontro vidreiro da América Latina será realizada de 17 a 20 de novembro no Club Med Rio das Pedras, localizado na cidade fluminense de Mangaratiba, a cerca de 100 km da capital. Prepare-se para dias de conteúdo profissional de primeira qualidade, networking e lazer em meio a um resort all inclusive fincado em um dos litorais mais belos do Brasil.

Reencontro
O simpósio recebe não só participantes brasileiros mas de diversas partes do mundo, todos interessados em trocar conhecimentos e fechar negócios. E a edição deste ano é especial por diversos motivos:

– É o primeiro Simpovidro depois da pandemia, marcando de vez o retorno dos eventos do setor;

– É a oportunidade perfeita para rever antigos clientes depois de muito tempo de isolamento – e também conhecer futuros parceiros;

– Após quase 20 anos, o Simpovidro volta a ser realizado no Sudeste, em um dos mais belos e luxuosos resorts da região;

– O Club Med Rio das Pedras será exclusivo para os participantes do Simpovidro. Isso significa que apenas os profissionais vidreiros e suas famílias estarão no hotel durante o encontro.

“Retomar o Simpovidro é tarefa que deixa a Abravidro muito honrada. Por isso, reencontrar todos no final do ano servirá como mais uma prova de união do setor, algo fundamental para nos preparar para mais um ciclo de crescimento”, reflete José Domingos Seixas, presidente da Abravidro.

Conheça o Club Med Rio das Pedras

Crédito: Club Med Rio das Pedras
Crédito: Club Med Rio das Pedras

 

Em estilo neocolonial e à beira de uma praia de areia dourada, esse resort está localizado em meio à Costa Verde fluminense, em plena Mata Atlântica, uma das florestas tropicais com maior biodiversidade do planeta. O Club Med possui o certificado Travellers’ Choice 2021, do site de avaliação de hotéis Trip Advisor, prêmio voltado a estabelecimentos que oferecem serviços de excelência e são bem avaliados pelos hóspedes. Além de toda a beleza natural, o local possui estrutura de primeira qualidade para seus hóspedes, contendo:

– Sistema all inclusive, com refeição e bebidas (incluindo alcoólicas) à vontade;

– 2 restaurantes, sendo um de especialidades brasileiras;

– 4 bares (além de 1 premium pago à parte e 1 exclusivo para a categoria La Réserve de acomodações);

– 4 piscinas (incluindo 1 mais afastada e exclusiva para maiores de 16 anos, chamada “piscina calma”, 1 do Mini Club e 1 exclusiva para a categoria La Réserve de acomodações);

– Modalidades esportivas como tênis, tênis de praia, futebol, handebol e vôlei, escola de tiro com arco, esqui aquático, wakeboard e caiaque;

– Recreação infantil com monitores (para crianças a partir de 4 anos).

Outro diferencial do Club Med Rio das Pedras é a localização: está a pouco mais de 100 km do Aeroporto Internacional do Galeão e do Aeroporto Santos Dumont, ambos no Rio de Janeiro. Para quem parte de São Paulo, a distância é de cerca de 400 km e o acesso de carro é fácil para quem mora nos Estados da Região Sudeste.

Acomodações

Crédito: Club Med Rio das Pedras
Crédito: Club Med Rio das Pedras

 

 

Os participantes poderão escolher entre três modalidades de acomodações (mais informações no site www.simpovidro.com.br):

Superior: área de 27 ou 37 m², com ocupação máxima de 3 a 5 pessoas;

Deluxe: área de 27, 37 ou 41 m², com ocupação máxima de 3 a 5 pessoas;

La Réserve: são as acomodações mais luxuosas do Club Med Rio das Pedras. A Suíte tem 70 m² e conta com sala de estar separada, closet, banheira e varanda com vista para o mar e para a Mata Atlântica. Já a Penthouse, localizada no último andar, tem 120 m², tudo o que a Suíte reserva e ainda um ofurô conectado ao toalete. Ambas são configuradas exclusivamente com uma cama de casal, para até dois ocupantes.

Diferenciais do La Réserve:
– Piscina exclusiva com borda infinita
– Café da manhã continental servido no quarto
– Champanhe servido na taça às 18h no salão particular
– Serviço de bar e snacking privativo na conciergerie
– Minibar (bebidas não alcoólicas) reabastecido diariamente
Wi-Fi Premium
– Roupão de banho
– Chinelos
– Toalha de praia disponível no apartamento

INSCREVA-SE, JÁ!
Basta acessar o site www.simpovidro.com.br e se cadastrar. As vagas são limitadas!
Informações? Dúvidas?
Entre em contato com a Central de Atendimento Simpovidro pelo telefone (11) 3873-9908.

Patrocinadores do 15º Simpovidro
– AGC
– Cebrace
– Guardian
– Vivix

Seja apoiador do encontro!
Tenha visibilidade nacional e internacional ao atrelar sua marca ao maior encontro vidreiro da América Latina. Entre em contato com Rosana Silva pelo e-mail rsilva@abravidro.org.br ou tel. (11) 3873-9902 e veja as condições.

Crédito da imagem de abertura: Club Med Rio das Pedras

Este texto foi originalmente publicado na edição 592 (abril de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Divisão europeia da AGC desenvolve para-brisas tecnológicos

A divisão automotiva da AGC Europa e a EyeLights (startup francesa na área de displays de realidade aumentada para automóveis e capacetes de motociclistas) anunciaram parceria para trazer recursos de realidade aumentada (tecnologia que permite sobrepor elementos virtuais à visão do mundo real) para veículos de série. Essa inovação transformará o para-brisa em uma tela virtual, alimentada pelo sistema operacional da EyeLights, tornando as informações visíveis mesmo com óculos escuros. A novidade foi apresentada no começo do mês na feira de tecnologia CES 2022, nos Estados Unidos. Segundo Patrick Ayoub, chefe de Sensores Automotivos e Visão da divisão de P&D da AGC, a multinacional já está pronta para produzi-la em massa e aprimorar a experiência de direção.

Crédito da imagem: AGC Automotive Europe

Este texto foi originalmente publicado na edição 589 (janeiro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

O que nosso setor pode esperar para 2022?

Apesar da variante Ômicron, parece que enfim dá para enxergar o fim da pandemia – ou algo próximo à vida antes dela – graças à vacinação contra a Covid-19, cada vez mais abrangente no País. E a grande pergunta que paira no ar é: quando o mercado de vidro conseguirá retomar o crescimento?

A resposta depende de vários fatores, e é isso que esta reportagem especial de O Vidroplano mostra. Como já é tradição há vários anos, conversamos com as usinas nacionais e empresas fornecedoras para a indústria de transformação (maquinários, acessórios e insumos) para saber como foi o 2021 de cada uma e suas perspectivas para 2022. Além disso, mostramos o desempenho do ano passado de alguns dos principais segmentos consumidores de vidro.

Gargalos atrapalham indústria
Segundo o estudo Economia brasileira 2021-2022, publicado em dezembro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a produção industrial brasileira no ano passado deve fechar com desempenho negativo, causado principalmente pelos gargalos nos processos produtivos em diversos setores. O reflexo disso está na escassez ou no aumento acentuado do preço de insumos essenciais. O alto custo da energia elétrica e dos derivados do petróleo também é um dos fatores relevantes para esse resultado – o barril de petróleo, por exemplo, está 30% mais caro do que antes da pandemia. E tudo leva a crer que tais gargalos também ocorrerão em 2022.

Olhando de forma específica para a indústria de transformação, onde se encaixam as processadoras vidreiras, a entidade espera um crescimento de 5,2% para o ano passado, o que representa uma revisão para baixo da previsão de crescimento de 7,9% divulgada anteriormente. A queda se deveu exatamente pela falta de resolução desses gargalos produtivos. Para 2022, a expectativa é de um ritmo fraco, com crescimento de apenas 0,5%. Vale ressaltar que, enquanto a atividade econômica como um todo teve pico de atividade no primeiro trimestre de 2021, o da indústria de transformação se deu mais pra trás, no final de 2020.

Outros dados importantes
Na edição mais recente do estudo Indicadores Industriais, publicada em outubro pela CNI, revela-se que o faturamento da indústria de transformação está numa tendência de baixa desde o começo do segundo semestre do ano passado: caiu 2% em relação a setembro, terceira queda mensal consecutiva.

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Deflator: IPA/OG-FGV

 

Apesar de menor que nos meses de maio a agosto, a produção industrial se manteve estável de setembro a novembro, chegando a 50,4 pontos na última medição da Sondagem Industrial (edição de novembro).

De olho no futuro, a indústria inicia 2022 com confiança menor do que em anos anteriores. O Índice de Confiança do Empresário Industrial, mais um estudo da CNI, recuou 0,7 ponto em janeiro, chegando a 56 pontos. Acima dos 50 significa confiança positiva – mas na comparação com dezembro, os empresários parecem confiar menos nos negócios a serem feitos.

 

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Como o vidro pode encarar 2022
O que nosso setor pode extrair desses números? Para Sérgio Goldbaum, economista da GPM Consultoria Econômica, empresa responsável pelo Panorama Abravidro, existem dois fatores a serem levados em conta. “De um lado, as expectativas para a indústria e para a demanda de insumos nos próximos seis meses continuam positivas. Mas, de outro, o forte aumento da Selic, a taxa básica de juros da economia, promovido pelo Banco Central ao longo do segundo semestre de 2021, sugere que o ciclo de obras da construção civil esteja se aproximando do fim.” Como uma Selic alta afeta diretamente também a indústria automotiva, outra importante consumidora de vidro processado, vale acender um sinal de alerta: “Acho que há motivos para o mercado iniciar 2022 com alguma cautela”, justifica Goldbaum.

 

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Imagem: Aleksei/stock.adobe.com

 

Por isso, a retomada de um crescimento no nível do começo da década passada talvez não esteja tão perto – mas é impossível cravar qualquer prognóstico, até pelas incertezas que a pandemia ainda gera. “Não sei se podemos falar em ‘retomada’, pois, retrospectivamente, o desempenho do setor não foi tão negativo nos últimos dois anos, ainda que tenha sido heterogêneo do ponto de vista regional”, analisa o economista. “Além disso, os dados da CNI mostram que ainda há tração na atividade, apesar de o aumento da taxa de juros sugerir um desaquecimento da economia no médio prazo. No curtíssimo prazo, imagino que a variante Ômicron deva afetar a mão de obra em vários segmentos, desfalcando equipes, mas se tudo der certo será um efeito passageiro e transitório.”

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O presidente da Abravidro, José Domingos Seixas, também enxerga com cautela as possibilidades para este ano. “O bom desempenho do setor no final de 2020 não se repetiu da forma que esperávamos em 2021. Esperamos que, com a vacinação bem adiantada, a vida possa voltar ao normal em 2022, retomando assim o ciclo normal de consumo de nosso produto”, afirma.

Números da construção
O constante aumento no valor dos materiais de construção foi a principal marca desse segmento em 2021, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) subiu 13,46% de janeiro a novembro do ano passado – é o maior patamar desde 2003. Apesar de o vidro não estar presente na lista dos insumos mais caros, as esquadrias de alumínio estão, apresentando aumento de mais de 44%. “Essa situação gera um descasamento da renda da população com o preço dos imóveis, o que é preocupante”, comenta o presidente da entidade, José Carlos Martins.

Mesmo assim, o bom momento desse setor no final de 2020 continuou em 2021: os cálculos devem indicar que a construção cresceu 7,6%, melhor desempenho dos últimos dez anos. No entanto, esse resultado positivo esconde que esse ramo está 27,44% inferior ao do pico de atividades alcançado em 2014. “Podemos dizer que 2021 foi o ano do mercado imobiliário como reflexo do que aconteceu em 2020. O crescimento foi sustentado pelo que já estava contratado e não será possível manter o atual nível de desempenho se não forem tomadas medidas urgentes para repor a capacidade de compra das famílias de baixa renda”, enfatiza Martins.

Para 2022, a CBIC projeta crescimento de 2%, inferior ao do ano passado. Isso se deve justamente pela alta das taxas de juros, comentada por Sérgio Goldbaum, e também pela queda do poder de compra da população.

 

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Imagem: phonlamaiphoto/stock.adobe.com

 

Números do automotivo
Na medição da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o desempenho desse segmento em 2021 teve ligeira melhora na comparação com 2020. Ainda assim, ficou abaixo do potencial de demanda interna e externa por automóveis. “A crise global de semicondutores provocou paralisações de fábricas ao longo do ano por falta de componentes eletrônicos, levando a uma perda estimada em 300 mil veículos”, explica o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes.

Em relação à produção, dezembro fechou como o melhor mês do ano, com 210.900 veículos. O total anual foi de 2,24 milhões de unidades, o que representa alta de 11,6% sobre 2020. Isso fez o Brasil retomar a 8ª colocação no ranking mundial de fabricação. Dezembro também teve o maior volume de vendas do ano passado (207.100 unidades licenciadas). Apesar disso, o número coloca esse mês como o pior dezembro dos últimos cinco anos.

Para 2022, o prognóstico é de 2,3 milhões de veículos vendidos (alta de 8,5% sobre 2021) e 2,46 milhões de unidades produzidas. “Apesar das turbulências econômicas e do ano eleitoral, apostamos numa recuperação de todos os indicadores da indústria, os quais poderiam ser ainda melhores se houvesse um ambiente de negócios mais favorável e uma reestruturação tributária sobre os produtos industrializados”, reflete Moraes.

Visão vidreira
A seguir, veja o que disseram as empresas de maquinários, ferramentas e insumos que retornaram o contato de O Vidroplano a respeito do mercado e seus prognósticos para 2022. Na sequência temos a opinião das usinas nacionais sobre esses tópicos.

 

Bottero
Registramos um saldo positivo relativo às vendas entre agosto de 2020 e agosto 2021, o que superou nossas expectativas. O cenário do ano passado em relação ao retrasado foi favorável devido à reposição da força de trabalho e ao avanço da vacinação, combinados com a retomada mais forte da atividade econômica, graças à expansão da construção civil em 2021. Este ano ainda será complexo, com a manutenção do vírus voltando a ameaçar a economia e trazer incertezas. No entanto, devemos sempre aceitar obstáculos como necessários e abraçar o novo, além de não deixar de investir para que se alcancem resultados diferentes.
Mauro Faccio, gerente de Vendas Regional

 

Diamanfer
O ano de 2021 foi um de altos e baixos, com muita dificuldade na administração em relação à elevação de custos. No entanto, seguindo a evolução positiva do setor, foi um período de crescimento e bons resultados. Temos boas perspectivas de negócios para 2022. Acreditamos na continuidade dos negócios, principalmente na área da construção civil, arquitetura e decoração de interiores. Porém, sugerimos atenção e cautela quanto à evolução da pandemia, situação política do País e até área esportiva, pois teremos Copa do Mundo – associada a tudo, ela também pode influenciar a economia.
José Pedro Ruiz, diretor comercial

 

Eastman
O ano passado foi positivo para a Eastman, principalmente se levarmos em conta que os desafios nas mais diversas áreas ainda permanecem ativos e seguem impondo o ritmo da economia global. A questão logística, o grande tema de 2021, seguirá apresentando papel importante à medida que os novos desafios se apresentam. Do lado positivo, destaco a dedicação e resiliência de nossa equipe em fazer as coisas acontecerem dentro de um ambiente de incertezas e desafios nunca antes enfrentados. Estamos otimistas com as oportunidades que se apresentam para 2022.
Daniel Domingos, gerente-comercial para América Latina

 

GlassParts
Tivemos resultados satisfatórios em 2021 e notamos que, apesar da falta de muitos insumos e os constantes aumentos de matérias-primas, o mercado se manteve comprador com um saldo muito positivo. A demanda aumentou como um todo, o que contribuiu para que as empresas fizessem investimentos e aumentassem seu consumo de insumos. Isso acabou gerando um prazo maior para atender as demandas, fora questões como o dólar muito instável e o preço dos fretes internacionais disparando. Vários fatores contribuem para que o ano de 2022 seja de incertezas. Apesar desses fatores, o mercado tem de se descolar desse cenário, pois temos diversos eventos este ano que contribuirão para fomentar o setor.
Ricardo Costa, diretor-comercial

 

AGC
2021 confirmou o fato de que as famílias passaram a valorizar mais o ambiente em que vivem. Apesar das dificuldades, agravadas pela instabilidade política e econômica, o saldo foi muito positivo, principalmente para a construção civil, mas também em menor nível para a movelaria e linha branca. Nossas linhas ficaram com percentual acima dos 100% de utilização no período.

Podemos acrescentar que o saldo do balanço entre oferta e demanda foi de significativa falta no primeiro semestre, para uma pequena sobra na parte final, reflexo da inflação e subida de juros, além da redução da confiança do consumidor e indústria. O setor conseguiu recuperar os estoques mais para o fim, e isso nos dá um certo conforto para entregar melhores serviços aos clientes. Mas, ao mesmo tempo, acende um alerta, pois as incertezas podem levar o mercado a atitudes precipitadas. A rentabilidade de todos poderá ser impactada por ações de poucos. Então, coerência e cautela são necessárias.

O aprendizado da companhia em uma situação tão extrema e inédita contribuiu para passarmos por uma otimização brutal de recursos. Essa foi a forma de superar a inflação dos insumos básicos essenciais ao nosso setor, a qual afetou e continua afetando severamente os custos de produção e logística. Antes da crise, um planejamento do forno float era feito para seis meses, com pequenas alterações de uns dias a mais ou menos daquela cor ou espessura. Agora, descobrimos que é possível melhorar o atendimento, reduzir tempos de troca e desafiar todo o time.

Em 2022, podemos esperar um crescimento moderado ou estagnação de alguns setores, como o moveleiro e de linha branca. Esperamos um crescimento significativo do automotivo, pois esse setor está ávido disso: tem capacidade instalada, pedidos e filas de espera, sendo uma fórmula perfeita para crescer. Em relação à construção, esperamos uma guinada do segmento de reformas e melhorias para a conclusão e avanço dos lançamentos, além dos investimentos em infraestrutura de que o País sempre carece.

E neste Ano do Vidro, precisamos evoluir na comunicação e na normalização para podermos gerar mais valor percebido. O consumidor ainda não compreende todos os benefícios do vidro e todo o potencial que ainda podemos ofertar, e essa tarefa é nossa!
Isidoro Lopes, diretor-geral da Divisão de Vidros Arquitetônicos América do Sul

 

Cebrace
Os segmentos industriais, além de sofrer com a escassez de alguns insumos, como acompanhamos no segmento automotivo, ainda sentiram oscilações negativas em seus mercados, principalmente aqueles ligados ao varejo, moveleiro e de linha branca. Por outro lado, a construção civil alcançou, na maior parte do ano, bons números de vendas e lançamentos, ainda que também impactada no último trimestre. Independentemente das oscilações desses segmentos, conseguimos atender nossos parceiros de forma plena, procurando otimizar as produções para suprir as necessidades do mercado e contando com um ótimo desempenho de nosso parque industrial. Em 2021, o comportamento foi mais linear em boa parte do tempo, permitindo sermos mais assertivos com relação ao planejado.

O impacto negativo está alinhado com os grandes aumentos de insumos para todos os setores. Tivemos também efeitos negativos relacionados a alguns dos principais indicadores que influenciam a economia, como alta taxa de desemprego, principalmente nas classes mais baixas, além de alta da inflação, reduzindo o poder de compra. Tivemos o maior choque de juros dos últimos 20 anos. Esperamos que para 2022 haja melhor equilíbrio desses indicadores, para que assim o mercado se desenvolva.

Para o mercado da construção civil, que representa 80% do mercado do vidro, tivemos ainda a divulgação recente da Fundação Getúlio Vargas de que o PIB para esse ramo recuou para a previsão de 2% de crescimento. Podemos dizer que, nesse segmento, ainda teremos reflexos do boom nas vendas e lançamentos dos últimos dois anos, sabendo que a entrada do vidro acontece no final da obra. Por isso, ainda será necessário entender o quanto de impacto será sofrido com a acomodação do mercado da reforma, coadjuvante do crescimento do vidro recentemente.

Entendemos que, para enfrentar os desafios que estão por vir, devemos continuar investindo em inovação e agregar valor aos nossos produtos e serviços, assim como estar atentos às oportunidades da evolução digital. Também é preciso cautela com a pandemia. No último ano, perdemos amigos no setor e será essencial continuarmos atentos aos protocolos de prevenção.

Com isso, nossa mensagem para o mercado vidreiro é a de que, com desenvolvimento e sustentabilidade, a categoria deverá se fortalecer na economia nacional.
Leopoldo Castiella e Manuel Corrêa, diretores-executivos

 

Guardian
Acredito que foi um ano positivo e de restabelecimento de negócios, após um 2020 tão adverso e afetado pela pandemia. Mantivemos um bom equilíbrio entre suprimento e demanda por vidros até o terceiro trimestre, mesmo com os desafios impostos na cadeia de suprimento, os quais não nos permitiram restabelecer os níveis ideais de estoque ao longo desse período. Já no quarto trimestre, houve retração da demanda, o que possibilitou melhorar a recomposição do estoque.

Sobre o mercado de vidros planos, sem dúvida ele passou por uma transformação muito grande. Foram fundamentais para o progresso do setor os modelos de gestão aplicados na melhoria de processos para atender as necessidades dos clientes. Por outro lado, a situação econômica do Brasil deteriorou-se ao longo do ano passado e reduziu o poder de compra dos consumidores. O preço dos vidros considerados commodities estava pressionado em 2019 por uma oferta maior do que a demanda, o que reduziu o valor do produto. Com o início da pandemia, existe uma preocupação maior em trabalhar com estoques mais equilibrados.

Com certeza, a queda no poder de compra teve papel significativo nos resultados de 2021, especialmente no segundo semestre. Isso, somado a outros fatores, como os desafios políticos e econômicos e a inflação pressionando os custos das principais matérias-primas para a produção de vidro, nos coloca em posição de alerta no início deste ano. Contudo, o potencial de melhora do mercado de vidros planos é muito grande.

Com base no atual cenário macroeconômico e de incertezas políticas, esperamos um ano com menor crescimento em comparação ao anterior, mas ainda positivo para todos os mercados consumidores. A construção civil, por exemplo, deverá sofrer redução no ritmo de atividade, em função da queda do poder de compra e da elevação dos juros. Por outro lado, a demanda deve continuar positiva graças aos lançamentos imobiliários realizados nos últimos anos.

Por isso, o setor precisa continuar se transformando e investindo em novas tecnologias para produtos e soluções de alto valor agregado. Somado a isso, o avanço da profissionalização da cadeia vidreira é fundamental para trazer soluções inovadoras para os consumidores e, consequentemente, valorizar os negócios.
Renato Poty, diretor-executivo

 

Vivix
No primeiro semestre de 2021, nós tivemos uma demanda de mercado bastante expressiva, com excelentes resultados. No segundo semestre, o saldo também foi positivo, porém menor em comparação ao período inicial do ano.

Em 2020, todos nós fomos pegos de surpresa com a rápida necessidade de isolamento social e os novos formatos de comunicação e de trabalho. Hoje, operamos nesse cenário de pandemia de forma planejada e estruturada. Isso nos permitiu voltar a pensar nas estratégias de longo prazo e nas suas adaptações ao mundo atual, que, com continuidade ou não da pandemia, mudará de forma mais acelerada e intensa.

O fator mais importante para o setor não crescer mais foi a forte alta da inflação de insumos e serviços. Isso afetou não apenas o nosso setor, mas todo o segmento industrial no Brasil e no mundo. Para reverter esse cenário, investimos continuamente em produtividade, eficiência e soluções alternativas para esses insumos. Em 2022, esperamos um crescimento do mercado de vidro plano moderado, na ordem de 3% no total da demanda. Os setores da construção civil, moveleiro e de linha branca devem continuar basicamente em linha com o que aconteceu em 2021. E acreditamos também que haverá um crescimento na indústria automotiva.

Em relação às empresas vidreiras, a busca por eficiência e produtividade, o foco em produtos de maior valor agregado e a capacitação dos agentes da cadeia em contato com consumidor final são, sem dúvida, importantes medidas a serem implementadas. Para que o vidro seja reconhecido como um material nobre, alcançando níveis mais altos de crescimento, é preciso expandir o acesso aos seus mais variados tipos de aplicação, além de divulgar mais amplamente o diversificado portfólio de produtos oferecidos ao consumidor.

É de extrema importância nos adaptarmos às tendências que vieram junto com a pandemia, provocadas por novos estilos de vida, novos olhares para dentro das residências e também para os espaços corporativos que estão sendo adaptados aos novos formatos de trabalho. São muitas as oportunidades para o momento. O vidro pode ser um elemento que proporciona integração com ambientes externos e internos, conforto, iluminação natural, versatilidade, amplitude e fácil limpeza.
Henrique Lisboa, presidente

Crédito da imagem: william87/stock.adobe.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 589 (janeiro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

AGC e Saint-Gobain realizam negócios na Europa

A matriz do Grupo Saint-Gobain anunciou em agosto a venda de duas empresas: a francesa Aurys, do segmento de modelagem e processamento de vidros planos, e a alemã GVG Deggendorf, especializada em vidro temperado. Segundo a multinacional, as transações são parte da estratégia de otimização de portfólio para aprimorar o crescimento e lucratividade do grupo. No mesmo mês, a divisão europeia da AGC realizou a cerimônia de inauguração de sua renovada linha de float na planta de Bor, na Rússia (foto). A reforma, a frio, incluiu tecnologias atualizadas para melhorar seu desempenho em relação à segurança, questões ambientais, consumo de energia e produtividade.

Este texto foi originalmente publicado na edição 586 (outubro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro traz possibilidades na comunicação visual

Você certamente já leu a frase presente no título desta reportagem em outras ocasiões. Há um bom motivo para isso: as imagens são partes indispensáveis da comunicação visual – isto é, toda forma de comunicação expressa por meio exclusivo da visão. Enquanto textos precisam ser lidos e interpretados, elementos visuais como logomarcas, desenhos e outros recursos trazem agilidade na transmissão e recepção da mensagem.

E o que o vidro tem a ver com isso? Muito. Nosso material pode proporcionar diferentes soluções nesse sentido, das mais simples às mais sofisticadas. Na seção “Para sua vidraçaria” deste mês, pegamos o gancho da matéria especial sobre serigrafia (para lê-la, clique aqui) para mostrar algumas possibilidades visuais com vidro e por que pode ser bastante interessante incorporá-las ao seu negócio.

Versatilidade
Segundo a arquiteta Fernanda Quintas, supervisora de Marketing e Especificação Técnica da PKO do Brasil, o uso de vidros e espelhos como elementos para a comunicação visual é uma ótima opção para propagar a identidade de marcas e produtos de forma moderna. “Materiais extremamente versáteis, eles vêm ganhando ao longo do tempo novos usos e aplicações”, comenta.

Viviane Moscoso, gerente de Produto da Vivix, destaca que essa versatilidade e praticidade possibilitam um universo de transformações criativas. “É possível desenvolver toda a comunicação de um projeto utilizando o vidro como base”, diz. “Hoje, a impressão digital permite reproduzir logos, imagens e efeitos no vidro, inclusive com a sensação de efeito 3D.”

Outras vantagens oferecidas pelo nosso material nesse segmento são destacadas por Ana De Lion, gerente de Desenvolvimento de Mercado de Vidros para Construção Civil da AGC. A profissional explica que, por serem produtos de superfícies regulares e acabamentos diferenciados, oferecer possibilidades de cores e trazer características visuais distintas, que vão da reflexão à transparência e até mesmo a opacidade, “os diferentes tipos de vidro e espelho podem ajudar a promover qualquer modelo de sinalização ou comunicação”.

Como usar?
“Vidros podem ser utilizados em revestimentos, fachadas, construção de totens, placas, displays etc.”, aponta Viviane Sequetin, gerente de Marketing da Guardian para a América do Sul. Para essas aplicações, opina, os produtos mais indicados são as peças pintadas, refletivas e os espelhos.

Conforme mencionado anteriormente, a impressão digital é uma das soluções mais modernas presentes no mercado para o uso de textos e imagens na superfície das chapas. Já no caso de vidros pintados, os revestimentos feitos com esses produtos também podem desempenhar a função de lousa, permitindo que sejam feitas anotações e desenhos na superfície.

Em vitrines, a transparência acaba sendo a qualidade mais desejada para que haja comunicação visual. “Para isso, a opção mais interessante são os vidros antirreflexo, que possibilita ver através do material sem interferências – numa vitrine, o papel do vidro quase sempre é valorizar a visibilidade do interior do espaço”, comenta Mônica Caparroz, gerente de Marketing da Cebrace. Outras opções interessantes para esse tipo de utilização são peças extra clear e o uso de fitas de LED para a iluminação dos displays.

No caso de laminados, elementos visuais como fotografias podem ser aplicados junto ao interlayer. Outra possibilidade são os interlayers de LCD, os quais permitem mudar o estado do laminado de transparente para opaco e até transformá-lo numa tela para projeção de imagens.

São muitas as formas de uso de vidros e espelhos como elementos de comunicação visual, como pode ser visto nas fotos presentes ao longo desta reportagem. A criatividade do especificador é o limite.

Trazendo a comunicação ao seu negócio
Trabalhar com peças de valor agregado, como vidros refletivos e pintados, é essencial se sua empresa pretende atuar na área de projetos de comunicação visual. “A vidraçaria que busca diferenciação deve ter esses produtos em catálogo para poder ofertar um mix mais rico, levando inovação para seu cliente e, consequentemente, aumentando seu lucro”, avalia Viviane Sequetin, da Guardian.

Ana De Lion, da AGC, destaca que o universo da construção e reforma está sempre promovendo novas opções e muda constantemente. “Estar conectados a essas mudanças é uma maneira de termos condições para acompanhar as necessidades de um consumidor cada vez mais antenado com as tendências e possibilidades”, alerta. “Se ele não encontrar as soluções que busca em seu fornecedor, com certeza buscará uma opção no concorrente.”

Um ponto importante que o vidraceiro deve ter em mente é que produtos especiais precisam de cuidados especiais. Esse é o caso, por exemplo, do vidro polarizado Privacy Glass, da PKO do Brasil. “É fundamental atentar-se ao dimensionamento do caixilho considerando folgas, calços e o barramento de cobre presente no vidro polarizado, de modo a ‘esconder’ este último e evitar a pressão em excesso sobre a peça”, orienta Fernanda Quintas. “Além visuaisdisso, a vedação deve ser feita sempre com silicone neutro, pois o silicone acético provocará delaminação.” Em geral, as fabricantes recomendam que as vidraçarias sempre consultem os manuais que elas disponibilizam com os cuidados necessários para cada produto, a fim de garantir que eles proporcionem a aparência e o desempenho esperados.

A atenção com essas soluções especiais para comunicação visual e a dedicação em levá-las aos seus clientes certamente valerão a pena. “Sempre haverá uma maneira de utilizar o vidro a favor da inovação, do requinte, do novo, de fazer diferente e melhor”, frisa Viviane Moscoso, da Vivix. “Consequentemente, essa criatividade repercutirá em excelentes resultados financeiros para a sua vidraçaria.” Mônica Caparroz, da Cebrace, completa: “A vidraçaria é a referência do consumidor final e o braço direito do arquiteto. Quando o cliente enxerga o produto aplicado e entende sobre a sua variedade e os tipos de aplicação, novas possibilidades que mexem com o desejo desse comprador ou especificador se abrirão”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 585 (setembro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

AGC tem novo gerente-comercial

Desde julho deste ano, Rafael Klein Nunes ocupa o posto de gerente-comercial da Divisão de Construção Civil e Indústria para América do Sul da AGC. O profissional, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com especialização em Marketing pelo Instituto Superior de Administração e Economia da Universidade Federal do Paraná (ISAE/UFPR) e MBA Executivo pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA/USP), junta-se à multinacional nipônica com o desafio de consolidar a sua atuação comercial colaborando para o desenvolvimento de novos serviços e produtos que sigam no caminho da diferenciação e transformação do mercado de vidro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 584 (agosto de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Novos vidros estão disponíveis no mercado

Dois lançamentos entraram para o catálogo da AGC. Um deles é o Sunlux Shadow Azul, vidro de controle solar com aparência refletiva azulada, indicado para projetos corporativos. Segundo a empresa, ele protege, em média, 70% contra o calor e permite entrada da luz natural em diferentes variações de acordo com as espessuras e composições.

A outra novidade é o relançamento do Planibel Easy com o nome Planibel Easy Covid. Sua superfície tem um revestimento metálico que, de acordo com estudo publicado no Coatings Journal (publicação científica voltada para a área de revestimentos), acelera em 37,5% a destruição de 90% de partículas Sars-CoV-2 (o vírus responsável pela Covid-19) quando a luz solar ativa suas propriedades, na comparação com vidros comuns ou acrílico.

Por falar em saúde, o Grupo NSG anunciou o NSG Purity, vidro com revestimento antibacteriano e antiviral certificado em junho no Japão pela Society of International Sustaining Growth for Antimicrobial Articles (SIAA – Sociedade de Crescimento Sustentável Internacional para Artigos Antimicrobianos). O grupo planeja começar a operação de uma linha de produção comercial para o Purity em agosto, além de fornecer seu revestimento para empresas vidreiras terceirizadas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro traz vantagens para a área de decoração

Falar dos benefícios do vidro é rotina nas páginas de O Vidroplano: boa parte de nossas reportagens explora as oportunidades que o material oferece para a construção. E com os novos hábitos gerados por conta da pandemia, principalmente o fato de passarmos mais tempo em casa, demandando mais conforto e higiene desses espaços, o uso de nosso produto na decoração de interiores promete ser ainda mais forte. Assim, para ajudar processadores e vidraceiros a convencer clientes a investir ainda mais em soluções envidraçadas, conversamos com especialistas para saber: na comparação com outros materiais, como o vidro se sai?

A seguir, apresentamos as vantagens da utilização do material em relação à madeira, acrílico, porcelanato e pedras – e também como ele pode ser combinado com esses itens.

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Novos espaços para novas rotinas
Exatamente um ano atrás, na edição de julho de O Vidroplano, uma matéria especial comentou sobre as tendências da arquitetura para o momento pós-pandemia. A relação com a moradia será mais próxima: casas e apartamentos se transformarão em espaço multiuso, incluindo áreas verdes e locais voltados para o home office e até exercícios físicos. Ao mesmo tempo, escritórios deixarão de lado o confinamento em favor de espaços abertos.

“O trabalho em casa provavelmente veio para ficar, mesmo que não de forma integral, pois muitas empresas já falam em rotinas híbridas com dias da semana sendo cumpridos em casa e outros no escritório”, analisa a arquiteta Fernanda Quintas, supervisora de Marketing e Especificação Técnica da processadora PKO do Brasil. “Com isso, pedem-se ambientes mais iluminados, integrados e aconchegantes”.

Ana De Lion, gerente de Desenvolvimento de Mercado da divisão de Vidros para Construção Civil e Indústria da AGC, aponta como o vidro se diferencia de outros materiais para essas funções: “Suas propriedades de transparência e de fácil manutenção são fundamentais para esse cenário. Além disso, produtos com tecnologias que visam à saúde e à segurança das pessoas podem ser um diferencial”. A própria usina lançou recentemente um vidro tecnológico que permite a eliminação do vírus da Covid-19 (veja clicando aqui). E o papel do vidro para a saúde humana vai além do combate ao coronavírus. É importante para o conforto acústico, diminuindo a entrada de barulho que, em grande proporção, provoca estresse e doenças vasculares.

Para aproveitar essa oportunidade, que pode levar ao aumento do consumo de nosso material no País, é preciso que todo o mercado esteja preparado, como sugere Viviane Moscoso, gerente de Produto da Vivix. “Um dos fatores que ajudarão a fortalecer esse movimento é o amadurecimento do setor e dos profissionais que trabalham nele, com a utilização cada vez maior das normas técnicas vigentes e o investimento em treinamentos oferecidos pelas fábricas, buscando aprimoramento técnico e melhoria nos serviços oferecidos.”

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Escolha certeira
O vidro oferece dois benefícios que o destacam das demais matérias-primas – vantagens que dialogam com os tempos atuais de busca pela sustentabilidade e menor desperdício de recursos.

– Material reciclável — Não existe perda no seu processo de reciclagem. “O vidro é um material 100% reciclável. Na Vivix, nós reutilizamos cacos de vidros descartados durante o processo produtivo para a confecção de novas chapas, reduzindo assim o consumo de energia e também de matéria-prima”, explica Viviane. Além de ser um processo limpo, evita a poluição do meio ambiente;

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– Aproveitamento de espaço — O vidro consegue integrar ambientes ao mesmo tempo que os separa com segurança. Também garante maior amplitude a locais pequenos, principalmente na forma de espelho.

A designer de interiores Patrícia Kolanian Pasquini comenta a importância de os especificadores apresentarem essas e outras qualidades do produto aos potenciais consumidores. “Sempre que inicio um novo projeto, costumo me reunir com o cliente para saber de todas as suas necessidades e tentar passar para o papel o máximo do que ele deseja”, relata a profissional. “A maioria deles sempre me pede materiais que sejam práticos no dia a dia para manutenção e limpeza. E o vidro é uma escolha óbvia.”

Vale lembrar ainda que, por meio da impressão digital, o vidro pode imitar a textura de qualquer outro material – incluindo madeira, pedras, folhas etc. Mais um benefício único não encontrado em seus concorrentes. Portanto, vejamos quais as vantagens desse produto em relação aos demais.

Para que o maior uso de nosso material se confirme, é sempre importante reforçar: as informações sobre todas essas vantagens oferecidas por ele precisam chegar aos potenciais clientes. Assim, a escolha pelo vidro será um movimento natural.

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VIDRO X MADEIRA

VANTAGENS DE NOSSO MATERIAL
– Pouca manutenção — A limpeza do vidro é feita de forma simples, geralmente com água e sabão neutro. Já a madeira necessita de manutenção periódica para evitar a absorção de sujeiras e o aparecimento de manchas. Ela pode ainda ser atacada por cupins, o que obrigaria a troca de todo o material danificado, além de gastos com serviço de dedetização;

– Vida útil — Enquanto a madeira pode se deteriorar com o tempo, justamente por precisar dessa manutenção, o vidro não altera suas propriedades ao longo dos anos, sendo um produto de ótimo custo-benefício aos clientes;

– Estéticas diferenciadas — O aspecto estético do vidro pode mudar de acordo com o ambiente no qual é instalado, como afirma Viviane Sequetin, gerente de Marketing da Guardian para a América Latina: “Ele oferece transparência com ou sem reflexão, o que traz um toque especial a um móvel, por exemplo, pois a iluminação pode ser refletiva ou transmitida através dele”;

– Maior disponibilidade no mercado — Não existe madeira ilimitada à venda. “Ela sofre com a escassez, por conta das limitações de sua extração”, comenta César Cini, diretor-presidente da Cinex, empresa pioneira no uso de vidro em mobiliários no Brasil. Embora o vidro não seja fabricado infinitamente, sua produção não está submissa a legislações que restrinjam ou limitem sua produção e ao controle de organizações governamentais;

USO EM CONJUNTO
Além de substituí-la, o vidro também pode ser combinado à madeira para trazer diferentes texturas a um espaço. “Recomendo o uso de vidro incolor ou pintado sobre o tampo de madeira de uma mesa de jantar, ou de centro, para protegê-la. Isso traz brilho para o objeto, mudando totalmente o visual final da peça e deixando-a mais sofisticada”, sugere Patrícia Pasquini.

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EXEMPLOS DE APLICAÇÕES EM QUE O VIDRO PODE SUBSTITUIR A MADEIRA
– Revestimentos de superfície;

– Tampos de mesa e bancadas;

– Prateleiras;

– Portas externas e internas de armários e guarda-roupas (foto 3);

– Painéis de TV

especial-vidro-acrilicoVIDRO X ACRÍLICO

VANTAGENS DE NOSSO MATERIAL
– Custo-benefício — Algumas das fontes consultadas para esta reportagem consideram o acrílico um dos principais concorrentes do vidro na decoração de interiores. Isso porque sua transparência parece indicar que ele possui os mesmos atributos de uma peça envidraçada, mas custando mais barato. Na verdade, não é bem assim. O baixo custo do acrílico se dá apenas em chapas de espessuras finas – o que já o inviabiliza para o uso em divisórias, por exemplo. “Além disso, ele não é mais uma matéria-prima tão barata, pois é oriundo do petróleo e sofre pela alta do dólar. Em tempo de respeito ao planeta e sustentabilidade, usar um derivado de recursos fósseis é um contrassenso”, afirma César Cini, da Cinex;

– Segurança — O vidro é imbatível nesse quesito, já que aplicações de acrílico podem romper facilmente. “Os destaques, claro, são os laminados — que, quando quebram, ficam com os fragmentos presos a uma película — e os temperados, que se fragmentam em pedaços pequenos”, reforça Viviane Sequetin, da Guardian;

– Aspecto visual — “O acrílico é mais maleável e muito sensível a arranhões, os quais, se por ventura acontecerem, vão deixá-lo com aspecto fosco e sujo”, explica Viviane Sestari, diretora-comercial da processadora Marcetex. Somente o vidro consegue manter suas características ao longo do uso, como indica Ana De Lion, da AGC: “É um material que não amarela com o tempo, não envelhece e nem perde seu aspecto transparente. Também não retém sujeiras por não ser um material poroso”;

– Tecnologias — Os diferentes tipos de vidro (como os de controle solar, os com revestimento antibacteriano e antiviral etc.), assim como as diferentes especificações, garantem de isolamento térmico e acústico a maior transmissão de luz, empregando características de conforto e sustentabilidade que não são encontradas em materiais plásticos. “É possível ainda aliar o uso do vidro à privacidade, com a opção dos insulados com persianas e do vidro privativo, que conta com uma tecnologia que transforma a chapa de cor branca translúcida em incolor em segundos”, indica Fernanda Quintas, da PKO do Brasil, fabricante de uma solução como essa, o Privacy Glass.

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EXEMPLOS DE APLICAÇÕES EM QUE O VIDRO PODE SUBSTITUIR O ACRÍLICO
– Divisórias e fechamentos;

– Mostruários e vitrines;

– Prateleiras;

– Tampos de mesas de centro;

– Objetos e utensílios em menor escala.

 

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VIDRO X PORCELANATO e PEDRAS

VANTAGENS DE NOSSO MATERIAL
– Facilidade na instalação — Pedras como mármore, granito ou quartzo são mais pesadas do que o vidro, além de racharem com maior facilidade. Por isso, o processo de instalação de nosso produto é muito mais prático e rápido. “O acabamento de borda dos vidros também é superior ao do porcelanato. E, ainda por cima, para ter bordas homogêneas, atinge preços maiores”, esclarece César Cini;

– Variedade de cores — O vidro tem aspecto uniforme, o que é um grande benefício ao considerar possíveis reposições de peças. E um de seus grandes benefícios está justamente em sua variedade de cores, o que pode levar designers e arquitetos a explorar diversas estéticas de acordo com a finalidade do espaço. As peças estão disponíveis em diferentes tons, de acordo com a fabricante;

– Menor chance de manchas — “Pedras e porcelanatos mancham facilmente com solventes e em contato com líquidos”, alerta Viviane Sestari, da Marcetex, relembrando que com o vidro a chance de ocorrer esse problema é menor. Em cozinhas, onde o manuseio de alimentos e produtos de limpeza é uma constante, nosso material pode ser uma boa solução.

USO EM CONJUNTO
As características complementares do vidro podem casar muito bem com pedras em banheiros, por exemplo: espelhos e acidatos dariam um toque de elegância e sutileza em locais em que estão instaladas.

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EXEMPLOS DE APLICAÇÕES EM QUE O VIDRO PODE SUBSTITUIR O PORCELANATO E AS PEDRAS
– Revestimentos de superfície;

– Tampos de mesa e pias;

Backsplashes de pia (aquela área localizada entre a parede e os armários suspensos) e de bancadas de cozinha;

– Acabamento em banheiros e lavabos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Fabricantes de float anunciam novidades na América do Norte

A AGC anunciou, em junho, a venda de suas instalações na América do Norte voltadas para a área de vidro na arquitetura para a Cardinal Glass Industries. As unidades da multinacional japonesa contempladas no acordo incluem a fábrica de float em Greenland, Tennessee, com dois fornos e um coater; outra, em Spring Hill, Kansas, com um forno; e a planta de revestimento em Abingdon, Virginia. Segundo representantes da AGC, a empresa concluiu que o negócio de US$ 450 milhões (sujeito à aprovação das autoridades relacionadas) criará mais oportunidades de crescimento, uma vez que a Cardinal Glass tem experiência comercial no setor e deverá aproveitar as equipes que trabalham nesses locais da forma mais efetiva.

Outro anúncio também no final do mês passado veio da Vitro: o conselho administrativo da fabricante aprovou a implementação do 3º forno de float em sua planta em García, próximo a Monterrey, México. A construção terá início ainda este ano — investimento de US$ 120 milhões. A empresa acredita que o empreendimento permitirá atender a crescente demanda do mercado vidreiro na América Latina, proporcionando maior disponibilidade de produtos e logística aprimorada.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Caleidoscópio – maio 2021

DADOS & FATOS

Queda do emprego na indústria é menor
O emprego industrial foi menos afetado pela crise da Covid-19. Dados da Pnad/IBGE analisados pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) mostram que o número total de ocupados na indústria de transformação caiu 8,9% no quarto trimestre de 2020 (contra o mesmo período de 2019). No restante do setor privado, a redução foi maior, de 11%.Conforme o Panorama Abravidro 2021, encartado nesta edição de O Vidroplano, a geração de empregos da indústria de transformação vidreira durante 2020 foi positiva: 5,2%, o melhor desempenho em contratações desde 2013.

Recuperação emperrada
Depois de crescer de forma quase vertiginosa — ou em “V”, no jargão dos economistas — na segunda parte de 2020, a produção industrial acumula duas quedas consecutivas: 0,7% em fevereiro e 2,4% em março. Somadas, as reduções anulam os ganhos anteriores e levam o setor de volta ao nível equivalente a fevereiro de 2020, anterior à Covid-19. A ver os dados de abril e maio, quando o número de casos da doença diminuiu e as medidas de restrições foram atenuadas.

Confiança
Ao menos a confiança dos empresários melhorou em abril. O Índice de Confiança Empresarial (ICE) do FGV IBRE subiu 4,3 no mês, atingindo 89,8 pontos após seis quedas consecutivas. Em médias móveis trimestrais, o indicador manteve a tendência de queda, recuando 1 ponto. Na construção civil, no entanto, há desconfiança: de janeiro a março de 2021, o índice que mede a situação financeira das empresas do setor recuou 5,3 pontos em relação ao último trimestre de 2020, somando 41,9 pontos (abaixo da média histórica, de 44 pontos).

Mercados consumidores
Segundo a CBIC e CNI, o nível de atividade da construção encerrou o primeiro trimestre de 2021 em queda: acumulou 44,9 pontos em março, 6,5 a menos do que o observado em agosto de 2020, quando o setor começou a fortalecer o seu ritmo. Diante das adversidades, a previsão do PIB do setor neste ano foi revista, de 4% para 2,5%. Já a Anfavea, associação das montadoras automotivas, apresentou números positivos de produção no primeiro quadrimestre de 2021: foram produzidas 788.700 unidades, superando em 34,2% o resultado do primeiro quadrimestre de 2020.

 

FIQUE POR DENTRO

Prédio é montado como se fosse o brinquedo Lego
No município catarinense de Tubarão, em 20 dias a população viu um empreendimento de 8 andares tomar forma. O Edifício Level, como foi batizado, é considerado um dos primeiros feitos no estilo “off-site” no País, quando módulos são produzidos fora do local em que o prédio será erguido, recebendo instalações hidráulica, elétrica e de cerâmica, além dos vidros da fachada — o processo leva cerca de 80 dias. Depois, são enviados ao terreno da obra, onde são acoplados e recebem os acabamentos. Confira no QR code o vídeo da montagem da construção.

 

RETROVISOR

10 anos da AGC no Brasil
A edição de maio de 2011 de O Vidroplano trazia em sua capa a chamada Líder mundial no fornecimento de vidro anuncia construção de fábrica em São Paulo. Tratava-se da AGC, que hoje possui duas plantas em Guaratinguetá (SP) capazes de produzir, juntas, 1.450 t/dia de vidros. O evento teve a presença de altos executivos mundiais da empresa e do então governador paulista, Geraldo Alckmin. A empresa tem feito uma série de ações em suas redes sociais para celebrar o marco. Sob o slogan “Compromisso com o Brasil, otimismo com o futuro”, promete expandir investimentos em tecnologia e sustentabilidade em solo brasileiro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 581 (maio de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

AGC e Grupo NSG estudam soluções contra Covid-19

Fabricantes mundiais de vidros planos têm estudado e desenvolvido novos produtos para enfrentar o coronavírus. Uma iniciativa promissora nessa área vem da divisão europeia da AGC. De acordo com estudo divulgado no Coatings Journal (publicação científica voltada para a área de revestimentos e engenharia de superfícies), as partículas virais do Sars-CoV-2, que representam um risco de transmissão indireta da Covid-19, ficam ativas por tempo mais curto no vidro revestido Planibel Easy quando o material é previamente exposto à luz solar. O mesmo estudo aponta que o tempo necessário para tornar inativas 90% dessas partículas é 37,5% mais curto com esse produto do que com floats comuns ou acrílico, proporcionando grande redução no risco de transmissão do vírus pelo toque em superfícies contaminadas.

Já o Grupo NSG desenvolveu um novo revestimento antibacteriano e antiviral para vidros, com base em sua tecnologia exclusiva de sol-gel. O cobre contido no revestimento reage com água, oxigênio e outras substâncias no ar — e essa reação acaba por inativar bactérias e vírus, destruindo seus invólucros e decompondo seus lipídios, proteínas e materiais genéticos. As propriedades do produto funcionam mesmo em locais mais escuros, sem luz visível ou raios ultravioleta. Além disso, tem alta durabilidade e é quase tão transparente como um vidro não revestido. Espera-se que a solução seja colocada no mercado em 2022.

Foto: ©️AGC Glass Europe

Este texto foi originalmente publicado na edição 580 (abril de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Identificar as duas faces do float é essencial

Quando você olha para os dois lados de um float, eles são a mesma coisa, certo? As aparências enganam. As duas faces têm diferenças importantes — e saber identificar cada uma é fundamental para garantir o processamento correto da chapa.

A origem das diferenças
Durante o processo de fabricação, depois que a matéria-prima é fundida, a massa vítrea resultante é despejada em uma piscina de estanho líquido em uma atmosfera controlada conhecida como “banho” de estanho. “Nesse processo, o vidro flutua por diferença de densidade no estanho líquido, onde ganha forma, espessura e largura. O processo garante as propriedades ópticas desejáveis com baixíssimos níveis de distorção”, detalha Fábio Reis, gerente técnico-comercial da Guardian.

É nessa etapa que as faces do float se diferenciam. “Isso acontece porque uma das suas superfícies está diretamente em contato com o estanho fundido, enquanto a outra fica em contato apenas com o ar inerte do ambiente do forno”, complementa Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro. As duas superfícies podem ser chamadas, respectivamente, de “lado do estanho” e “lado do ar”.

A olho nu, não se nota qualquer diferença entre elas. Mas, vistas com as ferramentas certas, a história muda. Luiz Barbosa, gerente técnico de Vendas da Vivix, explica: “Ao olhar o vidro com um microscópio, verifica-se que ele é poroso, tal como uma esponja. Na fabricação, o lado do ar ainda apresenta microporosidade, enquanto na outra face a superfície está selada, pois o estanho forma uma fina camada por cima dela”.

“Durante a etapa de resfriamento e recozimento do vidro, a face do estanho fica em contato com os rolos transportadores”, detalha Ramon Peres, supervisor de Qualidade da AGC. Isso contribui para a absorção dos resíduos do banho de estanho pela superfície da chapa.

Como saber qual é qual?
A identificação do lado do estanho ou do lado do ar é muito importante, pois diferentes trabalhos feitos na processadora podem exigir um lado específico para que se obtenha melhor desempenho, alerta Cláudio Lúcio, frisando que a escolha da face certa para cada finalidade desejada proporciona vários benefícios. Veja alguns:

– Melhor adesão;

– Melhor resistência;

– Menor frequência de problemas e defeitos resultantes no processo (como riscos e manchas);

– Melhoria nos atributos estéticos e nos requisitos técnicos do produto;

– Adequação da efetividade do vidro.

 

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Mas como se faz isso? Wender Cotrim, gerente-industrial da Vitral Vidros Planos, responde: “Existem diversos métodos artesanais para identificação do lado, como os testes do tato e da gota de água. Porém, nenhum é tão eficaz como o uso de um detector de estanho”. Constituído basicamente por uma lâmpada ultravioleta de ondas curtas, sua iluminação, ao banhar a superfície do vidro pelo lado do banho de estanho, faz com que a peça apresente aspecto esbranquiçado e ‘nublado’. Caso a face em contato direto com a luz seja a do ar, os raios ultravioleta passam por ela normalmente.

 

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Outra possibilidade é a localização da linha de Hertz: “O lado do ar é facilmente identificado observando a borda da chapa de vidro; ele é o lado da aresta que apresentar a linha de Hertz [microtrincas resultantes do rodízio de corte feito ainda na usina de base]”, explica Cláudio Lúcio.

Após essa verificação, o instrutor técnico da Abravidro recomenda a colocação de etiqueta no float a fim de permitir que os profissionais no chão de fábrica saibam qual é cada face, do início ao fim do processo.

O lado certo para cada etapa

Corte
A face ideal para essa etapa é a do ar. De acordo com Cláudio Lúcio, “ela resulta em um destaque de forma mais limpa, tanto nas arestas das peças como nas do revestimento da forração da mesa onde essa tarefa é feita, o que resulta em menor índice de chapas riscadas”.

 

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Serigrafia
Em geral, recomenda-se a aplicação dos esmaltes na face do ar. “O uso no outro lado pode levar a distorções de cores após a queima, devido às reações dos metais contidos no esmalte com o resíduo de estanho do float”, orienta Adalberto Ferrari, gerente de Vendas na área de Esmaltes para Vidro e Porcelana da Ferro. Contudo, há exceções: “No caso dos vidros traseiros automotivos, onde são aplicadas as pastas de prata com função de desembaçador, utiliza-se a face do estanho, devido à reação que essas pastas têm com o estanho, formando uma cor bronze nos filetes dos desembaçadores”.

 

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Camila Batista, engenheira de Desenvolvimento de Produto da Cebrace, faz outra observação sobre o lado do estanho: se a opção for pintá-lo, é importante levar em conta que tintas especiais devem ser usadas para este fim. “Nesse caso, também é necessária a realização prévia de testes para homologação da estética da tinta nesta superfície.”

Laminação
O lado certo para esse processo depende do tipo de interlayer usado:

– Para laminações com PVB, EVA ou resina, Cláudio Lúcio indica que o lado em contato com o interlayer seja o do ar: por sua superfície ter maior rugosidade e, consequentemente, maior área de contato e estabilidade química, ele propicia maior ancoragem química e mecânica.

– Renato Santana, coordenador de Qualidade e Lean Manufacturing da GlassecViracon, aponta que a face do estanho deve ser usada se o interlayer for estrutural, como o SentryGlas. “Isso acontece porque a reação entre o produto e o lado do estanho proporciona a adesão ideal para o laminado. No caso do SentryGlas, o uso em contato com a face do ar resulta em baixa adesão e pode levar à delaminação.”

Têmpera
De acordo com Santana, da GlassecViracon, não há nenhuma restrição em relação aos lados do vidro na têmpera. Já Cláudio Lúcio recomenda que o lado do estanho seja colocado em contato com os rolos do forno de têmpera, “pois isso resulta em tempo de aquecimento relativamente menor para a obtenção da mesma temperatura final absorvida pela massa das peças de vidro”.

Renato lembra que no caso dos vidros revestidos, “a face na qual o coating foi aplicado deve estar sempre voltada para cima, tanto na etapa de corte como na de têmpera”.

 

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Reação à umidade
– Cotrim, da Vitral, ensina que, ao manusear os vidros com ventosas a vácuo, o contato delas deve ser sempre com o lado do ar. “A área de contato das ventosas poderá deixar marcas na superfície da face do estanho, especialmente em ambientes com alta umidade.”

– Contudo, o lado do ar é mais suscetível ao surgimento de manchas esbranquiçadas (fase 1 de irisação) quando o vidro permanece molhado e empilhado secando ao ambiente. Cláudio Lúcio explica que isso se dá devido à solubilização do sódio livre (mais presente nessa face do vidro) em reação com o pH alcalino da água usada na lapidação, furação e outras máquinas, quando ela não é tratada antes do seu reaproveitamento.

 

Instalador também precisa de atenção
Embora esta reportagem seja direcionada para o processamento do vidro, as diferenças entre as duas faces também influenciam no desempenho de sua aplicação, dependendo da face utilizada. A seguir, algumas dicas:

– A superfície mais rugosa do lado do ar torna-o mais adequado para a colagem do vidro, seja com fitas dupla-face ou selantes de silicone ou poliuretano;

– Já na instalação de janelas, peles de vidro, vitrines e boxes de banheiro, recomenda-se que o lado do estanho seja aquele submetido ao contato com a água e intempéries, minimizando os efeitos de manchas causadas por maresia, chuvas, poluição ou produtos alcalinos (como sabonetes).

Este texto foi originalmente publicado na edição 580 (abril de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Saiba como apresentar vidros de valor agregado ao consumidor

“Valor agregado” é uma expressão usada há um bom tempo nos negócios. Significa aquele item que vai além de sua função básica. O vidro, por exemplo, serve primeiro para fechar vãos. Porém, pode fazer muito mais que isso: oferecer segurança, conforto térmico e acústico e beleza estética, entre outros benefícios.

Para o setor sonhar com um crescimento igual ao do começo da década passada, vale voltar a atenção para esse tipo de produto. Por isso mesmo, O Vidroplano conversou com as usinas brasileiras, e também com uma arquiteta, para entender os diferenciais desses materiais e como o trabalho com eles deve ser realizado.

 

O significado
Um “vidro de valor agregado” deixa de ter a característica simples de commodity para se tornar algo diferenciado. Maria Luiza Ciorlia, a Malu, gerente de Marketing da divisão de Vidros para Construção Civil da AGC, explica esse conceito: “A maior parte desses vidros passa por algum processamento complementar após a produção”. Nesse sentido, o de controle solar recebe revestimento (coating); o espelho passa pelo processo químico de aplicação de prata, tinta protetora e outros componentes; o vidro pintado recebe a tinta em uma das superfícies etc. “Mas eles também podem ser provenientes da fabricação do float, como os extra clear, com baixo teor de ferro, os espessos e os com tonalidades diferentes”, complementa Malu. Portanto, o que vai caracterizar um produto desse tipo é o potencial que ele tem de gerar mais valor para quem o consome – e também para quem o comercializa.

Levando em conta que temperados e laminados também se encaixam nessa categoria, o foco desta reportagem está nos materiais “especiais”, aqueles com qualidades únicas que servem como interessante apelo de venda junto ao cliente. Afinal, como reforça Mônica Caparroz, gerente de Marketing da Cebrace, “para cada demanda, existe um vidro de valor agregado mais indicado, seja para ser aplicado em interiores ou em fachadas”.

 

O impacto nos negócios
Na indústria nacional como um todo, o produto básico (a commodity) tem grande participação no faturamento das empresas. Porém, os itens de valor agregado vão ganhando mais relevância à medida que os consumidores percebem os ganhos. Essa é a razão de as usinas apostarem neles. “Temos investido de forma permanente na ampliação e fortalecimento do portfólio, a exemplo dos recentes lançamentos nas linhas Vivix Performa e Vivix Decora, além de outros projetos já em andamento”, comenta Viviane Moscoso, gerente de Produto da Vivix.

Mônica, da Cebrace, reforça que essas soluções têm um custo mais alto, mas, ao mesmo tempo, contam com maior valor percebido pelo consumidor. “Como é um mercado em expansão, cada vez mais exigente com os produtos escolhidos, a tendência é que esse impacto no faturamento se transforme gradualmente em um dos carros-chefes de todas as empresas da cadeia vidreira.”

 

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Esse valor percebido faz com que vários tipos de vidro passem a concorrer diretamente com outros materiais. “Os utilizados em revestimentos, por exemplo, podem substituir as cerâmicas em muitas aplicações”, indica Malu, da AGC. “Os vidros de controle solar, por sua vez, podem contribuir com a sustentabilidade das obras, com características como a redução de uso de energia elétrica e o conforto térmico gerado a uma residência.”

 

A necessidade de conscientizar
Apesar do uso mais disseminado hoje em dia, ainda existe muito espaço para o crescimento na aplicação desses produtos. E isso passa pela conscientização não só do público, mas também de quem especifica, como arquitetos, engenheiros e designers de interiores. “Oferecendo informação de qualidade por meio de treinamentos e palestras, podemos contribuir para ampliar a demanda”, opina Renato Sivieri, diretor de Marketing da Guardian.

 

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O Circuito de Palestras Guardian reuniu profissionais em diversas cidades do País para palestras sobre tendências modernas no uso do material, incluindo dicas para vidraceiros sobre as melhores formas de agregar valor a seus negócios. Ano passado, em meio à pandemia, a empresa promoveu lives pela Internet a respeito de temas técnicos envolvendo a aplicação desses itens. “Também temos um canal de comunicação, via WhatsApp, no qual profissionais do setor podem se cadastrar para receber informações sobre vidros e espelhos”, afirma Sivieri. Somado a isso, existe ainda um serviço de consultoria técnica, prestado presencialmente e de forma remota.

A AGC fez parcerias com centros de formação profissionais para a realização de cursos, buscando maior proximidade com os especificadores. “A nossa estratégia é a comunicação com toda a cadeia de valor da indústria. Para isso, utilizamos todos os nossos canais de contato direto com o consumidor, mostrando que a utilização do vidro pode ir muito além de um boxe de banheiro ou de uma janela”, explica Malu.

Participar de ações de apoio junto a entidades vidreiras para a organização de treinamentos em diferentes Estados é uma boa solução para a questão, segundo a Cebrace. Esses eventos são organizados com regularidade, sendo noticiados no site da Abravidro e na seção “Agenda”, onde aparece a data de cada um deles (abravidro.org.br/fique-por-dentro/agenda). “Quanto mais falarmos sobre os benefícios e ensinarmos a especificação correta, melhor. Por isso, disponibilizamos uma consultoria técnica em todo o Brasil a fim de auxiliar nessa tomada de decisão”, revela Mônica Caparroz. “É importante manter projetos e parcerias com os setores de arquitetura e construção para gerarmos resultados a médio e longo prazos.”

Com a informação e oportunidades de formação cada vez mais disponíveis, esses arquitetos, engenheiros e designers se tornam a ponte entre o mercado vidreiro e os clientes finais, levando o conhecimento até eles. Mas, para que isso gere frutos reais, relembra Malu, da AGC, é muito importante que as usinas tenham esses produtos em estoque. “As fábricas precisam manter o abastecimento dos materiais, oferecendo cada vez mais produtos diferenciados e com uma qualidade que justifique e estimule a decisão de compra.”

 

Pelo olhar de quem especifica
“Eu adoro sugerir novidades para meus clientes e divulgá-las em mostras de decoração”, admite a designer de interiores Patrícia Kolanian Pasquini. Seu trabalho é a prova de que esse canal de comunicação com quem efetivamente consome vidro faz a diferença. “Normalmente, eu primeiro apresento o produto, mas sei que ele sempre vai gerar dúvidas caso seja algo diferenciado. Em seguida, mostro projetos que já fiz utilizando tal produto ou referências. Com isso, o cliente entende e o resultado final sempre o agrada.”

 

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Segundo Patrícia, várias pessoas que a contratam chegam com ideias fixas de soluções e materiais, o que pode ser atribuído à falta de conhecimento do que está disponível no mercado. “Vejo que o novo agrada, pois realmente não sabiam sequer da existência. Mas sempre perguntam do custo. Talvez esse seja o principal motivo de termos um consumo menor de itens de valor agregado no Brasil”, comenta a designer de interiores.

O “fantasma” do preço só será vencido quando os benefícios trazidos ficarem claros na mente do público. Patrícia cita um exemplo disso: “Adoro espelho bronze, sempre uso em áreas sociais. Tem um custo mais alto que o espelho cristal? Sim. Porém, vale o investimento, pois irá agregar uma estética única à obra. Hoje, alguns clientes me procuram já pedindo ‘quero aquele espelho’”. (Veja mais aplicações de valor agregado feitas por Patrícia na seção “Para sua vidraçaria”, clicando aqui)

 

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Cuidados especiais
De nada vai valer o consumidor saber de todos esses benefícios se as empresas não levarem em conta as particularidades do manuseio de vidros de valor agregado. Os de controle solar ou outros com revestimento, por exemplo, demandam cuidados especiais, principalmente em relação à superfície que recebeu o coating – da mesma forma que espelhos e acidatos. Mesmo assim, vale comentar que as características de processamento e manutenção são mínimas quando comparadas aos diferenciais comerciais entregues por esses materiais.

Sivieri, da Guardian, também tem recomendações: “Indicamos as melhores práticas independentemente do tipo de vidro, como o uso de luvas limpas, separadores entre chapas e materiais para limpeza compatíveis”.

 

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Catálogo de qualidade
É hora de conhecer alguns dos principais vidros de valor agregado disponíveis no Brasil. Veja a seguir, divididos por tipo e fornecedor.

DE CONTROLE SOLAR — Filtram a entrada de calor e de raios ultravioleta (UV) no ambiente. Aplicados em fachadas, fechamentos de saguões e entradas de prédios, envidraçamento de sacadas etc.

AGC
Sunlux Shadow — Linha produzida especialmente para climas tropicais, como o do Brasil. Com variadas opções de cores e disponível em quatro níveis de transmissão de luz;
Stopsol — Com aparência âmbar, pode ser utilizado em instalações externas e internas;
Sunergy — Low-e (com baixa emissividade) de aparência neutra.

Cebrace
Cool Lite — Família de produtos que engloba quatro linhas:
– BR: linha produzida especialmente para o clima brasileiro;
– K: low-e de aspecto neutro;
– S: garante redução de até 80% da entrada de calor e 99% dos raios UV;
– SK: low-e com baixa reflexão;
Habitat — Linha para uso residencial, bloqueia quase 100% dos raios UV, ajudando a proteger móveis, cortinas e tapetes do desbotamento precoce;
Emerald — Na cor verde, oferece grande passagem de luz e baixa reflexão.

Guardian
SunGuard — Família de produtos que engloba três linhas:
– Solar: vidros de aspecto espelhado, voltados para aplicação comercial;
– High Performance: permite maior entrada de luz no ambiente;
– SuperNeutral: peças de aparência neutra que garantem altos níveis de transmissão de luz e menor ganho de calor solar;
ClimaGuard — Linha para uso residencial, bloqueia duas vezes mais calor do que um vidro comum e protege contra os raios UV, além de ter baixos índices de reflexão.

Vivix
Vivix Performa — Bloqueia o calor até quatro vezes mais do que um incolor e evita a entrada de raios UV. Disponível em duas versões: monolítica (cores bronze, verde e cinza) e laminada (a Vivix Performa Duo, em seis cores). Podem ser utilizados ainda em móveis e interiores.

Existem também vidros de controle solar com uma aparência mais espelhada, que refletem os seus arredores com maior intensidade. São os preferidos para a aplicação na decoração e em móveis, embora alguns dos citados ao lado também sirvam para essas soluções.

Cebrace
Reflex — Peças de tonalidade dourada;
Reflecta — Com aspecto brilhante, está disponível na tonalidade incolor.

Guardian
Vidro Refletivo Guardian — Disponível nas cores prata e champanhe.

 

PINTADOS — Como o nome indica, a parte de trás das peças é pintada em diferentes cores. Usado principalmente para a decoração de ambientes, revestimento de paredes e em móveis.

 

Vidro de controle solar na cor âmbar Divulgação AGC
Vidro de controle solar na cor âmbar
Divulgação AGC

 

AGC
Lacobel — Nove opções de tonalidade, sendo que as versões branca, extrabranca e preta são produzidas no Brasil;
Lacobel T — Vidro pintado que passa pelo processo de têmpera, graças ao uso de uma tinta patenteada, desenvolvida por um fornecedor parceiro. Cinco cores disponíveis.

Cebrace
Laqueado — De aspecto envernizado e com alto brilho. Disponível nas cores branca, extrabranca e preta.

Guardian
DecoCristal — De aspecto envernizado e com alto brilho. Produzido nacionalmente nas cores preta, branca e off white.

Vivix
Vivix Decora — Disponível nas cores preta, branca e nude, garante facilidade de limpeza e durabilidade.

 

EXTRA CLEAR Peças com baixo teor de ferro, mais claras que os vidros incolores. Podem ser usadas em fachadas, fechamentos de vãos, divisórias e móveis.

AGC
Clearvision — Segundo a empresa, é o extra clear com a tonalidade mais clara encontrada no País.

Cebrace
Extra Clear — Permite reprodução natural e verdadeira das cores branca e pastel quando esmaltado, envernizado ou serigrafado. Pode ser usado monolítico ou laminado.

Guardian
UltraClear — Com excelente clareza e alta transparência, pode ser laminado, temperado e curvo.

 

EXTRAGROSSO — Como o nome indica, suas espessuras são maiores que as de vidros comuns. Usados principalmente em móveis.

AGC
Linea Azzurra — Vidro italiano com tonalidade ligeiramente azulada, está disponível com até 25 mm de espessura.

Cebrace
Extra Grosso — Com cor uniforme, é encontrado nas espessuras de 12, 15 e 19 mm.

Guardian
Vidro Grosso — Encontrado nas espessuras de 12, 15 e 19 mm.

 

ESPELHOS PARA DECORAÇÃO — Espelhos especiais, voltados para o uso estético em aplicações decorativas, revestimento de paredes e móveis.

AGC
Mirox Premium — Com dupla camada de proteção, altos níveis de reflexão e resistência, é encontrado nas cores tradicional (prata), bronze e fumê.

Cebrace
Espelho Cebrace — Oferece reflexo sem distorção, além de maior resistência à umidade, oxidação, formação de manchas e corrosão nas bordas.

Guardian
Espelho Guardian Evolution — Conta com uma camada protetora especial aplicada no verso que eleva a durabilidade em relação a manchas e oxidação, protegendo ainda contra riscos nesse lado da peça. Encontrado nas cores prata, bronze e fumê.

Vivix
Vivix Spelia — Disponível nas opções incolor, cinza e bronze, oferece maior brilho e durabilidade. A linha possui um processo de produção sustentável, com reciclagem da água e da prata aplicadas no processo.

 

ACIDATOS — Peças que ganham acabamento com ácido, tornando-as levemente opacas, mas permitindo a passagem de luz. Aplicadas na decoração de ambientes, divisórias e móveis.

AGC
Matelux — Com toque acetinado e resistente a manchas, tem aspecto fosco e translúcido;
Matelac — Linha que conta com o Matelac Silver (versão do espelho Mirox Premium, nas cores tradicional, bronze e fumê) e Matelac Branco e Preto (versões do vidro pintado Lacobel).

Guardian
SatinDeco — Proporciona privacidade com alta transmissão de luz dispersa.

Este texto foi originalmente publicado na edição 578 (fevereiro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Empresas vidreiras contam suas expectativas para 2021

De quedas históricas na produção e faturamento ao aquecimento das atividades no segundo semestre, passando ainda pela apreensão de alguma dificuldade na oferta de vidros planos e outros insumos usados pela cadeia. 2020 foi um teste duro para a economia global e para o nosso mercado não foi diferente. O próximo passo é planejar 2021 com base nas lições aprendidas. Para saber qual a expectativa das empresas vidreiras para este ano, O Vidroplano conversou com diversos segmentos do setor, incluindo usinas, fabricantes de maquinários e de acessórios. Veja também alguns dos principais indicadores da indústria e construção civil e o que eles podem revelar para o futuro próximo.

 

Confiança em alta…
Medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial vem em alta há alguns meses, mostrando que esse setor superou as principais dificuldades encontradas no início da pandemia: houve forte queda em abril, chegando a 34,5 pontos, o menor patamar da série histórica. De junho a setembro, no entanto, apresentou significativa recuperação, ficando estável em outubro. Já em dezembro, marcou 63,1 pontos, crescimento de 0,2 ponto em relação a novembro – valores acima de 50 indicam confiança do empresariado.

 

…produção também
Segundo a CNI, a indústria, de forma geral, já ultrapassou os níveis de produção pré-pandemia e deve retomar a trajetória anterior de crescimento, com aumentos graduais da produção, investimento e emprego. Outro indicador medido pela entidade, a Utilização da Capacidade Instalada permaneceu elevada, chegando a 73% em novembro, reforçando esse aquecimento.

Na comparação com outubro, o número representa baixa de 1%, mas essa foi a primeira queda após seis meses seguidos de alta – e, apesar disso, é superior a todos os novembros desde 2014. Vale levar em conta ainda que esse mês costuma ter atividade industrial reduzida. Por isso mesmo, o número alcançado pode ser comemorado.

gráfico-capacidade-instalada

 

Construção civil
Mais uma vez de acordo com a CNI, a Utilização da Capacidade Operacional desse setor cresceu em novembro: de 61% para 63%, comparando-se com os dados de outubro. O valor é o maior desde dezembro de 2014 e indica que as construtoras estão trabalhando acima do normal para concluir obras paradas desde o início da pandemia – e esse é um bom sinal também para o mercado vidreiro, já que o nosso material entra apenas na fase final das construções.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial da Indústria da Construção também segue em alta, tendo saltado 1,2 ponto em dezembro, alcançado o total de 60,1 pontos (novamente, um número acima de 50 significa que as empresas estão confiantes para fazer negócios).

O economista Fernando Garcia, fundador da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, foi entrevistado para a edição especial do VidroCast, o podcast da Abravidro. Em sua análise, a construção civil foi um dos poucos segmentos, ao lado da agropecuária e da extração mineral, a ter reação positiva, principalmente por ser incluída entre as atividades essenciais que não precisaram parar durante o período de quarentena. “O setor já vinha numa recuperação importante da crise de 2015 e estava sendo beneficiado pela redução das taxas de juro, o que favoreceu o investimento imobiliário”, comenta.

E o que ocorrerá em 2021? “Acredito que será marcado por um crescimento muito focado na área residencial”, analisa Garcia. Sua justificativa: “Como as pessoas não estão viajando e não estão comprando automóveis, isso as faz terem mais recursos para investir em imóveis”. Por outro lado, edificações comerciais tendem a ficar paradas, “principalmente pelo fato de o comércio varejista ter sofrido perdas gigantescas de faturamento”. Para o economista, os shopping centers se esvaziaram levando à falência de lojas e, por isso, esse setor vai demorar uns dois ou três anos para voltar ao patamar bom de 2019. A construção de prédios de escritórios também deverá diminuir, já que a tendência é as empresas investirem em um modelo híbrido, com espaços menores e envolvendo o home office.

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Setor automotivo
O ano passado reservou pouca coisa boa para o mercado de veículos. O destaque está em dezembro, pico de vendas dos últimos 12 meses, atingindo volume maior que o previsto pelas montadoras, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em relação a novembro, até então o melhor mês do ano, teve alta de 8,4%.

No entanto, 2020 representou a maior queda do setor nos últimos cinco anos. Foram 2,06 milhões de unidades vendidas de carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, uma baixa de 26,2% ao se levar em conta os números de 2019. A produção também caiu bastante: 31,6% na comparação anual.

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No início de janeiro, a Anfavea apresentou as expectativas para 2021: aumento de 25% na produção e de 15% no licenciamento de veículos. Apesar de números bons, não serão suficientes para se igualar aos patamares de antes de pandemia – estes devem ser atingidos somente em 2023. E o cenário fica mais incerto com o fechamento de fábricas brasileiras de empresas multinacionais, como a Ford e a Mercedes-Benz. “Nunca foi tão difícil projetar os resultados de um ano”, explica o presidente da associação, Luiz Carlos Moraes. “Está chegando a segunda onda da Covid-19 e sabemos que a imunização pela vacina será um processo demorado. Somem-se a isso a pressão de custos, a necessidade de reformas e as surpresas desagradáveis como o aumento do ICMS paulista. Temos diante de nós um quadro que ainda inspira cautela nas previsões.”

 

Setor moveleiro
A produção de móveis em outubro (último dado disponível até o fechamento desta edição) foi 6,1% superior à de setembro. No total, foram fabricados 45,8 milhões de peças naquele mês. A indústria de transformação desse setor também pôde comemorar: aumento de 2,6% na produção em outubro.

Outro número positivo é o consumo aparente de móveis prontos: cresceu 5,8% sobre o de setembro. Claro, nem tudo é notícia boa: os acumulados do ano seguem negativos (6,5% na produção e 9,9% no consumo aparente), causados principalmente no período de início da pandemia. No entanto, o segmento demonstrou clara recuperação na reta final de 2020.

 

E o vidro?
A seguir, veja a opinião das usinas vidreiras que atuam no País. Na sequência, tem-se a análise de fabricantes de maquinários, acessórios e insumos.

 

agcO maior impacto foi no setor automotivo, com queda de 30% no volume. Construção e indústria (ramo moveleiro e de linha branca) tiveram retomadas acima do esperado, fechando o ano em volume dentro do planejado. O saldo é negativo e, por isso, lamentamos todas as dificuldades e perdas provocadas pelo cenário pandêmico. De positivo, tivemos a velocidade de reação e adaptação e o comprometimento de nossos colaboradores.
A expectativa é um 2021 aquecido no primeiro semestre, com tendência ao equilíbrio entre demanda e oferta no segundo. Para isso, serão necessários uma taxa Selic baixa, investimentos em imóveis maiores, reformas com o uso da poupança que a classe média acumulou e a manutenção da taxa de câmbio, dificultando importações.
A oferta de vidros planos aumentou significativamente no segundo semestre, devido a todos os fornos estarem em plena produção. Infelizmente, não acompanhou a alta demanda impulsionada por dois fatores: a recuperação dos volumes represados por conta da quarentena e a recomposição dos estoques de toda a cadeia, reduzidos para preservação de caixa. Esperamos melhor equilíbrio no segundo semestre, após a recuperação desses estoques, e uma demanda mais regular.
O nosso crescimento virá junto com a manutenção do crescimento da construção e da retomada da indústria automotiva. O setor vidreiro pode contribuir para o desenvolvimento do País, seja por meio do apoio ao novo marco regulatório do gás natural, melhorando a competitividade, ou com o combate à sonegação e investimentos em tecnologia, inovação e eficiência.”
Isidoro Lopes, diretor-geral da divisão de Vidros para Construção Civil e Indústria para América do Sul da AGC

cebrace

 

“O primeiro semestre foi sem precedentes na história, enquanto o segundo apontou uma retomada alinhada com o crescimento do segmento residencial. Fomos obrigados a mudar o jeito de trabalhar e de produzir, e o resultado foi a aceleração da transformação digital na Cebrace e no nosso segmento. Foi preciso resiliência e união para encontrar caminhos e soluções junto a associações, clientes e parceiros.
Com as mudanças que geraram realocação da demanda e o benefício do auxílio emergencial, os setores com maior desempenho foram realmente os ligados à construção residencial, principalmente os de reforma e decoração. Nossa expectativa é de que o mercado este ano coloque o setor em um patamar similar ao de 2019 e que haja a regularização natural do fornecimento de vidro ao longo deste ano. Foi uma situação atípica, devido ao baixo nível de estoque em consequência dos impactos da Covid-19.
Com as perspectivas de alta do PIB da construção civil, esperamos um crescimento de 5% para 2021. Mas um ano de sucesso depende de fatores que precisam ser acompanhados, como a ocupação da força de trabalho e o equilíbrio do déficit das contas públicas. Para que tenhamos níveis de crescimento semelhantes aos da década passada, os fatores macroeconômicos fazem a diferença. Alinhado a isso, é de suma importância o trabalho das normalizações e também a existência de uma reforma tributária focada na construção civil.
Confirmamos ainda a manutenção do C2 para o segundo semestre deste ano. Trata-se de uma reforma a frio, com previsão de parada de três meses. Temos acompanhado as tendências do mercado para tomar decisões de forma a antecipar as necessidades dos clientes e não impactar a produção e o fornecimento ao mercado interno. Quanto à construção do forno C6 e à continuidade da nova planta da Vasa, na Argentina, o avanço dos projetos depende do crescimento do mercado e do controle da pandemia.”
Leopoldo Castiella e Reinaldo Valu, diretores-executivos da Cebrace

 

guardian“2020 foi um ano de aprendizado. Toda a nossa equipe se reinventou para continuar atendendo os clientes, mesmo que a distância, sendo que a tecnologia e os canais digitais foram muito importantes nesse processo. E justamente esse isolamento domiciliar, somado à rápida retomada das atividades no segundo semestre, trouxe um desequilíbrio no fornecimento de insumos. Nossa expectativa é de que o reabastecimento seja normalizado ao longo de 2021.
Um dos setores com bom desempenho foi o de vidros para decoração de interiores. Com o home office, muitas pessoas passam mais tempo em suas residências e querem deixar a casa mais aconchegante. Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostram que a construção civil deverá ter, este ano, o maior crescimento em oito anos. O PIB desse segmento deve avançar 4%, depois de recuar 2,8% em 2020. Caso a estimativa se confirme, será a maior expansão desde 2013, o que impactará positivamente o setor vidreiro.
Um dos grandes desafios à frente é o trabalho para aumentar o consumo per capita de vidro no Brasil – gira em torno de 8 kg por ano. Esse volume é pequeno quando comparado com Europa (18 kg) e Estados Unidos (15 kg). Entendemos que isso passará pelo maior uso dos vidros de valor agregado, como os de controle solar, que correspondem a uma pequena fração do consumo total do material por aqui, mas tem grande potencial de expansão.
Em relação a novidades para 2021, anunciamos o DecoCristal Off White, novo vidro pintado na cor off white. Em fevereiro, lançaremos um novo vidro de controle solar, com desempenho e estética diferenciados.”
Renato Sivieri, diretor de Marketing da Guardian

 

saint-gobain“A pandemia nos levou a cenários nunca vivenciados e fomos obrigados a nos reinventar algumas vezes ao longo do ano, tanto no lado pessoal como no profissional. Acho que o saldo, do ponto de vista dos negócios, é positivo: nos momentos críticos, realizamos as ações necessárias para proteger nossas equipes e preservar a operação.
Na retomada vivenciada, ainda que sob o efeito da pandemia, maximizamos a produção para abastecer da melhor forma possível o mercado interno. O destaque do ano, sobretudo por conta do home office e do auxílio governamental, está nos segmentos ligados ao residencial, notadamente o de esquadrias, moveleiro e de decoração.
A expectativa para 2021 é boa, pois acreditamos na manutenção do ritmo do segundo semestre. Porém, olhamos com cautela os impactos do atual crescimento dos números da Covid-19 no solo nacional. A estabilidade do cenário macroeconômico, a redução na taxa de desemprego e, obviamente, o controle da pandemia são os fatores que irão determinar o ritmo de nosso segmento neste ano.
Dentre os grandes desafios a serem enfrentados para o crescimento contínuo, podemos indicar o aumento do consumo per capita de vidro, aliado à maior participação de produtos de valor agregado e à maior presença em aplicações nas quais o vidro ainda não é considerado, sendo substituído por outros materiais.
Por isso, o objetivo deve ser aumentar a utilização do nosso produto pelo consumidor final. Todo o setor vidreiro precisa trabalhar nesse sentido, propondo novas aplicações para os clientes e não somente competindo com o que já conhecemos.”
Pedro Matta, gerente-comercial e de Marketing da Saint-Gobain Glass

 

vivix“A sociedade foi estimulada a se reinventar e adaptar o ambiente de trabalho. Esses pontos alteraram os hábitos do consumidor final, inclusive na cadeia do vidro plano, o que trouxe uma mudança positiva. Terminamos o ano com resultados melhores do que imaginávamos para uma época de pandemia.
Com essa alteração no estilo de vida, houve uma intensa busca por melhoria dos ambientes residenciais — e isso deverá permanecer pós-pandemia. Em algumas cidades do País, também registrou-se aumento de demanda para vidros para fachadas. Além disso, a baixa taxa de juros foi um dos fatores que ajudaram a movimentar o setor imobiliário no segundo semestre.
Estamos otimistas em relação a 2021. Esperamos um início de ano ainda de forte demanda, seguido de uma acomodação natural do mercado no decorrer dos meses, porém com bom desempenho anual. Em relação ao fornecimento, acreditamos que ficará mais estável ao longo do ano, visto que, no ano passado, todas as empresas do segmento passaram por períodos longos de paradas de produção.
O grande desafio continua sendo a valorização de nosso produto e suas aplicações. Um material nobre como o vidro não deve ser tratado como commodity. De forma geral, o mercado vidreiro precisa evoluir na qualificação da cadeia como um todo, especialmente daqueles que têm o contato direto com o consumidor final.
A Vivix está finalizando os projetos e orçamentos para a construção de sua segunda planta, decisão tomada no ano passado. Em muito breve, teremos orgulho em anunciar a todo o mercado os detalhes sobre local e a data de início da obra.”
Henrique Lisboa, presidente da Vivix

 

abrasipa“Sem contar o início da pandemia, o ano foi excelente. O segundo semestre mostrou-se muito aquecido, e não só na construção civil, mas no consumo de ferramentas abrasivas em geral. Notamos urgência nas solicitações e estávamos a postos para atender de forma rápida. A expectativa para 2021 é de grande crescimento: o avanço das obras aliado à baixa taxa de juros compõe o principal cenário desse entusiasmo.”
Gabriel Leicand, diretor da Abrasipa

 

 

gusmão“Em meio àquele cenário de ‘final dos tempos’, a partir do fim de abril o mercado reagiu e começamos a trabalhar. Estávamos com o estoque abastecido para as vendas pós-carnaval e tivemos uma boa retomada. Acredito no crescimento e na continuidade da construção civil, mas temos de estar muito atentos aos movimentos que podem acontecer, apesar da positividade.”
Yveraldo Gusmão, diretor-presidente da Gusmão-GR

 

 

diamanfer“2020 foi um ano de evolução. Apesar de todos os obstáculos (pandemia, desaceleração, câmbio, falta de matéria-prima etc.), tivemos resultados satisfatórios. Normalmente já temos um aquecimento no segundo semestre, mas fomos surpreendidos a ponto de termos de contratar mão de obra e iniciar outros turnos de trabalho. Estamos com projetos de melhoria produtiva, os quais devemos concluir no primeiro semestre.”
José Pedro Ruiz, diretor-comercial da Diamanfer

 

 

kuraray“Depois do primeiro semestre desafiador, a Kuraray obteve notável recuperação, empurrada pelo crescimento do mercado de construção civil. Um dos marcos nesse período foi o envidraçamento estrutural da plataforma de vidro Skywalk, em Canela (RS). A expectativa para 2021 é aumentar nossa presença com esse tipo de instalação. Esperamos que as vacinas contra a Covid-19 contribuam para retornar à normalidade até o final deste ano.”
Otávio Akinaga, coordenador de Vendas Técnicas da Kuraray

 

 

eastman“Em 2020, a Eastman completou 100 anos de existência. A construção civil apresentou uma retomada muito forte, mas, mesmo assim, conseguimos operar nossas plantas em âmbito global, minimizando os impactos para nossos clientes. Ainda há incerteza global sobre o avanço das economias, porém, estimamos que o Brasil, pelo menos nos próximos meses, tende a manter o forte ritmo apresentado ultimamente.”
Daniel Domingos, gerente-comercial para a América Latina da Eastman

 

 

lisec“Agimos com rapidez no início da pandemia e minimizamos os impactos. Aprendemos a trabalhar de forma diferente e terminamos o ano acima da expectativa prevista no primeiro semestre. Os negócios foram bons em máquinas novas e revisadas, e também sentimos grande demanda em peças de reposição e projetos de atualização de sistemas operacionais. As perspectivas para 2021 são boas e a concretização delas dependerá da velocidade imprimida pelo governo ao plano nacional de imunização.”
Luiz Garcia, diretor da Lisec

 

 

sglass“Apesar do susto de seu primeiro impacto, com o início das paralisações por conta da pandemia, o ano de 2020 foi muito bom comparado ao anterior. Realmente, o segundo semestre nos surpreendeu e nossas vendas foram alavancadas de forma extraordinária. As expectativas para este ano são muito positivas: esperamos que haja aumento em torno de 10% a 15% em relação aos negócios do ano passado.”
Marcelo Peri Lamezon, gerente-comercial da Sglass

Este texto foi originalmente publicado na edição 577 (janeiro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Relembre as principais notícias vidreiras de 2020

O que começou com expectativa, logo se tornou incerteza. O ano de 2020 era para ser um período de retomada para o mercado do vidro brasileiro, mas a pandemia chegou para acabar com a esperança de retomada do crescimento em curto prazo. Um ano para ser esquecido? Não, pois saímos dele com valiosas lições em muitos aspectos: humanitário, econômico, social etc. Isso sem falar no aquecimento da construção civil nos últimos meses, trazendo otimismo ao setor. Nas próximas páginas, confira o resumo das principais notícias vidreiras deste ano.

 

JANEIRO

janeiro2Mudança na AGC
Isidoro Lopes tornou-se o novo diretor-geral da Divisão de Vidros para Construção Civil e Indústria para a América do Sul da AGC, cargo anteriormente ocupado por Francesco Landi. Paulista, Isidoro soma 25 anos de experiência no setor vidreiro, tendo trabalhado também pela AGC na Bélgica.

 

 

 

janeiroAbravidro na telinha
Vera Andrade, coordenadora técnica da associação, explicou no programa É de Casa, da TV Globo, os detalhes sobre a instalação e o uso do vidro em boxes de banheiro, conforme determina a norma NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidro de segurança. Ela também ressaltou durante sua participação que a principal causa de acidentes é a falta de manutenção preventiva, daí a importância de ter o produto examinado por um vidraceiro a cada doze meses.

 

FEVEREIRO

 

fevereiroVidraceiros ganham norma
No dia 11, a ABNT publicou a aguardada NBR 16823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional. A norma define os parâmetros e requisitos para a qualificação dos vidraceiros, de forma a ajudar esses profissionais a exercer seus trabalhos com mais qualidade e segurança. A elaboração teve início em 2016, tendo sido promovida pela Abravidro por meio do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) juntamente com o Comitê Brasileiro de Qualificação e Certificação de Pessoas (ABNT/CB-99).

 

MARÇO

março

 

Comando renovado na Vivix
Henrique Lisboa, ex-diretor-comercial e de Marketing da usina, assumiu a presidência da Vivix após o anúncio de que Paulo Drummond, à frente da companhia desde sua fundação, em 2010, deixaria a empresa para se dedicar a projetos pessoais.

 

março2

 

Mais uma unidade no Brasil
A AGC inaugurou uma planta de agregação de valor em Piracicaba, a cerca de 150 km de São Paulo. A unidade é dedicada ao atendimento a clientes regionais do segmento automotivo – ali são feitas a montagem final de componentes dos vidros para esse setor e sua distribuição.

 

 

março3

 

Última feira antes da quarentena
A 18ª Expo Revestir, feira internacional para a área de revestimentos e arquitetura, recebeu cerca de 55 mil visitantes e mais de 200 expositores no Transamerica Expo Center, em São Paulo. Totens com álcool em gel foram distribuídos pelos pavilhões para uso de todos.

 

março4

 

Coronavírus
No dia 11, a Organização Mundial da Saúde decretou que o mundo vivia uma pandemia causada pelo novo coronavírus, causador da Covid-19. Os meses seguintes foram de paralisação da produção em praticamente todos os setores da indústria, adiamento de eventos e muita incerteza sobre o futuro.

 

 

março5VidroCast no ar!
A Abravidro lançou mais um canal de comunicação, dessa vez um que está na moda. O VidroCast é o podcast da entidade: parece um programa de rádio, com a diferença de que você pode ouvi-lo a qualquer momento no computador, tablet ou celular. Todo mês, sai uma edição nova dele comentando as reportagens de O Vidroplano.

 

 

março6Glass South America é adiada
Devido ao agravamento da pandemia, a NürnbergMesse Brasil, organizadora da Glass South America, optou pelo adiamento da feira. Antes marcada para junho, ela seria realizada nos dias 5 a 8 de novembro, no mesmo local, o São Paulo Expo, principal centro de eventos da capital paulista.

 

 

ABRIL

abrilNova direção na Guardian
Renato Poty assumiu a posição de country manager (gerente do país), tornando-se responsável pela gestão administrativa do Brasil. A liderança das áreas de interface com clientes, incluindo marketing e vendas, permanece sob a direção de Renato Sivieri. O executivo Ricardo Knecht deixou a empresa.

 

 

MAIO

maioTrês décadas de vida!
A celebração do aniversário de 30 anos da Abravidro se deu na revista O Vidroplano, no site e nas redes sociais da entidade. Diversos momentos históricos foram lembrados, desde a fundação, em 29 de maio de 1990 (ainda com o nome de Associação Nacional de Distribuidores de Vidros e Cristais Planos – Andiv), a criação do Simpovidro e participação em feiras internacionais, até o trabalho incessante em desenvolver o setor vidreiro brasileiro e defender seus interesses.

Números do setor
Foi publicado nesse mesmo mês o Panorama Abravidro 2020, estudo produzido pela associação que analisa os dados produtivos do mercado de vidros planos referentes a 2019.

maio2Estreia o Abravidro Entrevista
A associação deu início a uma série de lives transmitidas pelo Instagram com o objetivo de interpretar os impactos da crise causada pela Covid-19 em nosso mercado. Em edições de maio a julho, foram entrevistados os executivos das usinas Cebrace, AGC, Vivix e Guardian. Houve também uma edição especial sobre o Dia do Vidraceiro, em 15 de maio.

 

 

maio-3Glasstec só ano que vem…
A principal feira vidreira do mundo deixou sua edição física para 2021. Organizado pela Messe Düsseldorf e previsto para os dias 20 a 23 de outubro, o evento tem realização prevista para o período de 15 a 18 de junho do ano que vem.

 

 

maio5

 

…assim como a Glass South America
O segundo adiamento da mostra justificou-se necessário, devido às restrições para viagens e determinações de quarentena. Por isso, a 14ª edição da feira foi remarcada para 24 a 27 de março de 2021.

 

JUNHO

junho

 

Reeleito
José Domingos Seixas assume seu segundo mandato como presidente da Abravidro. Ele e a diretoria eleita ficam à frente da entidade até 2023.

 

 

 

Normas na Internet
No dia 1º, Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, participou de uma live organizada pela Cebrace a respeito da importância das normas técnicas para as diferentes aplicações do vidro na construção civil. No dia 3, Clélia palestrou num evento online da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal) e também comentou o tema, dessa vez com foco no uso correto de vidros de segurança em esquadrias.

 

junho2Antidumping renovado
A Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério da Economia, decidiu prorrogar o direito antidumping aplicado às importações de vidros originários da China para uso em eletrodomésticos da linha fria (NCM 7007.19.00). A medida, com validade por até cinco anos, foi publicada no dia 25.

 

 

JULHO

julhoCrise na Argentina
A Saint-Gobain Sekurit, divisão do Grupo Saint-Gobain, suspendeu, temporariamente, a produção de vidros automotivos na Argentina. Por conta disso, parte de suas operações de produção foi transferida para o Brasil. Essa medida foi necessária para garantir a sustentabilidade da operação, mas a empresa seguiu atendendo o mercado de reposição.

 

SETEMBRO

setembro

 

Sem burocracia
Em vigor a partir do dia 1º, a Portaria nº 282 retirou a exigência de registro de objeto e anuência para licença de importação de vidros automotivos, deixando o processo mais simples e menos burocrático.

 

 

setembro2Obras verdes
No dia 23, o Grupo Saint-Gobain anunciou os vencedores da 7ª edição do Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura – Habitat Sustentável. Neste ano, devido à pandemia, a cerimônia foi transmitida pela Internet pela primeira vez, sendo acompanhada pelo público em geral ao vivo. Várias obras vencedoras têm o vidro como elemento de destaque.

 

 

 

setembro3Produtos e palestras digitais
O GlassBuild Connect, organizado pela National Glass Association (NGA) no lugar da edição 2020 da GlassBuild America e realizado ao longo de todo o mês, contou com mais de 70 webinars, além de cerca de 300 empresas expondo produtos e serviços, tudo também pela Internet.

 

 

OUTUBRO

outubroComitê para esquadrias
O Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248), criado pela ABNT, começou suas atividades no dia 1º tendo o Sindicato das Indústrias de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo (Siamfesp) como sede. Roney Margutti, engenheiro e gerente técnico do sindicato, é o gestor do novo comitê que atuará na normalização do segmento de esquadrias, componentes e ferragens em geral em relação à terminologia, procedimentos, requisitos e métodos de ensaio desses produtos.

 

outubro2Novo boletim online
A Abravidro lançou o Fique por dentro. Boletim de notícias em formato de vídeo, contém as últimas informações do setor e está disponível a cada 15 dias no canal da entidade no YouTube e também nas redes sociais.

 

 

Conexão Glass no ar
A Glass South America também entrou na onda de eventos digitais. No dia 29, o 1º webinar da série Conexão Glass teve como tema de estreia Casas inteligentes e conectadas: oportunidade de negócios para o setor. Mensais, as lives irão ao ar até a realização presencial da mostra em 2021.

Vidro na faculdade
A Abravidro realizou as aulas do módulo sobre vidros para a 7ª turma do curso de extensão “Arquitetura e Construção: Materiais, Produtos e Aplicações”, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Este ano, devido à pandemia, as aulas foram ministradas online.

Glasstec Virtual
A versão digital da Glasstec foi realizada de 20 a 22 no site da feira. Mais de 10 mil participantes acessaram o conteúdo gratuito, incluindo palestras técnicas, exposição de produtos e rodadas de negócios.

 

NOVEMBRO

novembro

 

Termoendurecidos dentro da norma
A ABNT publicou, no dia 12, a NBR 16918 — Vidro termoendurecido. O texto apresenta os requisitos para o processo de fabricação desse tipo de vidro.

 

 

 

Revisão dos temperados
Começou nesse mês o processo de revisão da NBR 14698 — Vidro Temperado, com o objetivo de atualizar os requisitos desse produto.

Levando conhecimento
A coordenadora técnica da Abravidro, Vera Andrade, ministrou a palestra online Normas técnicas do vidro. A apresentação foi organizada pelo Sindividros-RS e transmitida pela plataforma Construsul Online.

 

DEZEMBRO

glass-feira

 

Data remanejada
Cenário de incertezas por conta da pandemia leva organizadores da Glass South America a remanejar a data da feira mais uma vez. A mostra será realizada de 1º a 4 de setembro de 2021.

 

 

 

Mais mudanças em feiras
A Feicon Batimat anunciou o adiamento da mostra para 14 a 17 de setembro de 2021, no São Paulo Expo. A Expo Revestir também mudou: a edição do ano que vem, programada para março, será 100% digital.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Lousas de vidro trazem oportunidades de mercado

Esta seção de O Vidroplano frequentemente aponta a necessidade de que o vidraceiro não se restrinja aos trabalhos básicos e busque sempre diversificar seu portfólio. Nesse sentido, uma opção bastante inovadora é a venda e instalação de lousas de vidro. Produto bastante útil para diferentes finalidades, ele pode ser aplicado em vários espaços. Conheça mais a seguir sobre e prepare-se para suas anotações.

Solução multiuso
Na live realizada pela Abravidro no dia 18 de maio, em comemoração ao Dia do Vidraceiro, Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro, foi enfático ao apontar que a exploração de outros nichos de mercado pode ajudar a ampliar as vendas de uma vidraçaria. O exemplo dado foi justamente a aplicação de um vidro como revestimento de parede, no qual os filhos dos clientes poderiam desenhar: “A gente já vendeu muito revestimento desse tipo só focado em criança, como se fosse uma lousa”, contou para Vera Andrade, coordenadora técnica da entidade, durante a transmissão. As mesmas canetas e apagadores usados para quadros brancos podem ser usados nos vidros.

A mesma sugestão foi repetida por Gabriel durante o primeiro webinar da série Conexão Glass, programação da feira Glass South America, em outubro (saiba mais sobre o evento clicando aqui). Na ocasião, ele comentou que esse uso poderia manter as crianças distraídas nesse período em que os pais não podem levá-las para brincar fora de casa.

Mas engana-se quem pensa que os pequenos são o principal público-alvo desse produto. “Antes, vendíamos apenas para o mundo corporativo”, conta Rayssa Navarro, CEO da Multpainel Lousas de Vidro. “Apenas de 2013 para cá abrimos as vendas para pessoas físicas e esse mercado foi sendo construído.” A lousa, por si só, é um produto que pode ser instalado em todos os ambientes e lugares, não apenas para substituir os antigos quadros-negros ainda escritos a giz ou os brancos de madeira.

para-sua-vidraçaria2

 

Comunicação com praticidade
O que torna a lousa interessante para empresas? Rayssa explica: “O produto estimula a criatividade e favorece a boa comunicação, além de ser um ponto focal de atenção para a construção de raciocínios, debate de ideias e exposição de pensamentos. Nos espaços corporativos, tudo isso é essencial para bons resultados”.

As características do vidro facilitam essa troca de informações. “Por ser um material de fácil limpeza e manutenção, devido à sua superfície plana e lisa — sem porosidade —, ele permite escrever e apagar com praticidade, além de ser mais higiênico em relação a outras opções”, avalia Viviane Moscoso, gerente de Produto da Vivix.

O aspecto estético também conta em uma aplicação como essa. “As lousas envidraçadas permitem trazer modernidade a uma aplicação considerada tão antiquada, dando leveza ao ambiente e possibilitando a diversificação nas cores, layout e forma em que o produto pode ser usado”, destaca Camila Batista, engenheira de Desenvolvimento de Produto da Cebrace. Essa opinião é compartilhada por Matheus Oliveira, gerente de Vidros Decorativos da AGC, que acrescenta: “Muito além de uma aparência diferenciada no revestimento da parede, há uma funcionalidade importante e a possibilidade de manter a aparência original da parede, diferentemente de lousas tradicionais ou paredes com tintas comuns”.

Vale salientar que empresas e residências não são os únicos espaços em que as lousas de vidro têm potencial – por isso mesmo, é uma opção de venda que pode agregar aos negócios dos vidraceiros. “Além de ser uma alternativa criativa de uso do vidro, o material possui amplo campo de aplicação, como em academias e instituições de ensino, entre outros”, sugere Renato Sivieri, diretor de Marketing da Guardian.

O vidro ideal
Entre as usinas de base no Brasil, o vidro pintado parece ser um consenso como a melhor escolha para essa finalidade. “Sempre sugerimos os pintados como os mais indicados para lousas, pois, além de oferecer estética diferenciada, também agregam muito estilo e modernidade aos ambientes”, informa Renato Sivieri, da Guardian.

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Porém, a pintura da peça não é o único tratamento pelo qual ela deve passar. “No que se refere ao processamento do vidro, não existem referências técnicas específicas para isso, mas recomenda-se utilizá-lo na versão temperada e/ou laminada, pois são classificados como vidros de segurança pela forma como os fragmentos se quebram em uma situação de acidente, diminuindo o risco para o usuário”, alerta Camila Batista, da Cebrace.

Rayssa, da Multpainel, concorda: “Damos preferência a vidros temperados e defendemos muito a utilização desse tipo de beneficiamento. Apesar de muitas lousas de vidro comum ou de laminado simples serem vendidas no mercado, não abrimos mão do temperado em nossos modelos. Mesmo se a aplicação, por norma, demandar uma peça laminada, preferimos recorrer ao laminado temperado”.

Da mais comum à mais sofisticada
Uma lousa de vidro básica é bem simples de ser instalada. A forma mais comum é a fixação mecânica, parafusando-a com prolongadores. Porém, também é possível colá-la com fitas dupla face, em processo semelhante ao usado na aplicação de espelhos.

Essa é a solução mais simples de oferecer ao cliente, mas o vidraceiro pode, e deve, explorar também outras possibilidades. A seguir, alguns exemplos:

– Uma delas é a magnética. Nela, além de escrever, também é possível fixar objetos com a ajuda de ímãs. “Nada mais é que uma lousa de vidro básica com uma manta de alto magnetismo aplicada na parte de trás. Dessa forma, o magnetismo ultrapassa a massa do vidro”, explica Rayssa;

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– Menos comuns no mercado, porém bastante promissoras para os próximos anos, são as digitais interativas. Como o nome diz, permitem a projeção de imagens, como se fossem uma tela de toque. A única diferença na instalação é que uma película de projeção deve ser aplicada na face do painel, para evitar que os reflexos atrapalhem a nitidez da tela. Viviane, da Vivix, ressalta que nesse tipo específico de aplicação é necessário avaliar a escolha correta do vidro e o uso de sistema operacional que permita a interatividade digital;

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– E, quando falamos em lousas, pode vir à mente uma placa envidraçada colocada no meio de uma parede – mas, em vez disso, por que não sugerir ao consumidor que toda a parede seja revestida? “Costumamos indicar a aplicação do produto para revestimentos de paredes de escritórios, salas de aulas e espaços residenciais em que possa haver quadro de anotações”, conta Oliveira, da AGC. “Até mesmo para o quarto da criança há lugar — estimula a criatividade sem impactar diretamente no acabamento.”

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Potencial para todos os elos da cadeia
Embora esta seção seja dedicada aos vidraceiros, os demais profissionais do nosso setor também têm muito a ganhar com as oportunidades desse produto. “O vidro pintado no Brasil ainda não tem tanta representatividade como em outros países, a exemplo dos Estados Unidos, que já atuam nesse mercado de lousas há anos, e seu consumo aumenta significativamente a cada ano”, considera Viviane, da Vivix. “Essa grande oportunidade para o mercado vidreiro do Brasil precisa ser explorada pela cadeia como um todo.” Para Rayssa, a maré dessa solução foi surfada praticamente sozinha pela Multpainel de 2006 a 2015. “Hoje, há diversas empresas focadas em lousas de vidro. E isso é ótimo para todos, pois em termos macroeconômicos a concorrência gera melhoria bruta para o consumidor e para todo o ecossistema de consumo.”

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Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça mais sobre o uso do vidro no setor moveleiro

Importante consumidor de vidro, o setor moveleiro também sofreu com as consequências da pandemia. No entanto, parece recuperar-se em bom ritmo, o que representa uma boa notícia para as empresas fornecedoras do material usado em mesas, armários, divisórias etc.

Em mais uma reportagem que analisa a situação dos principais clientes de nosso mercado em meio a um ano completamente atípico, O Vidroplano conversou com usinas, processadoras e fabricantes de móveis. Confira nas páginas a seguir como a produção foi afetada nos últimos meses, as diferenças entre o vidro destinado a esses equipamentos e à construção civil e as tendências em decoração observadas pelos especialistas.

Números
Segundo o Panorama Abravidro 2020, estudo produtivo do setor referente ao ano de 2019, feito pela Abravidro, os vidros usados em tampos e em alguns outros tipos de móveis representam 6,3% da indústria de transformação (excluindo os automotivos). Curioso notar que esse segmento teve queda tanto no faturamento (13% em comparação a 2018) e produção (4,5%).

De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), a fabricação de móveis em agosto de 2020 foi de 42,6 milhões de peças, aumento de 5% sobre julho. O acumulado no ano, porém, continua negativo: queda de 11,1% sobre 2019. O consumo aparente (o resultado da conta: produção + importações – exportações) desses produtos em agosto também aumentou 4,1% em relação a julho.

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Percepções do mercado
O mercado moveleiro se aqueceu rápido. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o crescimento das vendas em agosto é o maior da série histórica iniciada em 2012 (aumento de 39,9% em comparação com o verificado no mesmo mês do ano passado). As vendas somadas de junho, julho e agosto de 2020 representam um aumento de incríveis 119,2% na comparação com esses meses de 2019.

E o que dizem as empresas? Para a processadora Cinex, houve uma considerável retração econômica, pois todos estavam lidando com um cenário desconhecido de pandemia. “Quando os olhares das pessoas se voltaram para a casa e o home office se intensificou, isso despertou novos comportamentos de consumo e os negócios voltaram a crescer”, aponta Elaine Montipó, coordenadora-comercial da empresa. “Percebemos uma retomada rápida, graças ao consumo reprimido.”

Fabricio Flach, gerente-comercial da também processadora Tecnovidro, concorda. “O momento antes da quarentena era bom, e 2020 iniciou seguindo a tendência otimista e de retomada. Mas, depois disso, a produção e as vendas caíram cerca de 40%.” No entanto, Flach revela que, desde o final de julho, a demanda está maior que a do período pré-pandemia. “Mesmo com a parada, alguns de nossos clientes que atuam com móveis deverão superar os números de 2019.”

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O caso da Laca108, fabricante de divisórias, portas e painéis para decoração, é semelhante. “Começamos o ano bastante confiantes, com obras sendo realizadas. E aconteceu de, bem no início dessa crise, estarmos com projetos em andamento, o que nos fez sentir a queda um pouco mais para frente”, explica o proprietário Evandro Castro. A marca Glass11, de mobiliários feitos com vidro, já enxerga a situação por outro viés: “Esse setor aqueceu, mas menos do que a construção civil. Ainda não considero um bom momento, porque tem muito trabalho a ser feito”, analisa Matheus Moreira Silveira, seu diretor criativo e proprietário. Mesmo assim, com a realidade vivida atualmente, a empresa viu um aumento expressivo de 50% nas vendas.

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Tendências
Em reportagem da edição de julho, O Vidroplano mostrou possíveis tendências da arquitetura e decoração por conta da pandemia – e o papel relevante do vidro nesse contexto. Segundo o que já pode ser visto, as previsões estavam corretas. “Levando em consideração os nossos produtos, vimos uma crescente em todos os itens e complementos voltados para a área gourmet, uma vez que o convívio com a família foi estimulado. Além disso, portas deslizantes, que ao mesmo tempo conectam e dividem espaços, ganharam destaque”, alerta Fernanda Fialho, coordenadora de Relacionamento e Marketing da Cinex.

“Com mais tempo em casa, foi necessário repensar a funcionalidade de cada ambiente. Por exemplo, muitas pessoas precisaram transformar aquele quarto de visitas em um ambiente adequado de trabalho”, comenta Viviane Moscoso, gerente de Produto da Vivix. “Como resultado dessas adaptações, tivemos não só o aumento nas vendas do setor moveleiro, como também o crescimento da prestação de serviços de marcenaria e o consumo de matéria-prima, como é o caso do vidro.”

Conforme aponta Pedro Matta, gerente-comercial e Marketing da Saint-Gobain Glass, existem duas tendências em voga nos formatos dos móveis: “Dentro do mercado da arquitetura e design de forma geral, os principais estilos são o industrial e as formas geométricas”. O primeiro é marcado pelo minimalismo, remetendo a construções industriais, como grandes galpões. Já o segundo, como o nome indica, está ligado a formatos como hexágonos, triângulos, círculos etc.

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E as características de nosso material combinam com essas vertentes, sendo a principal delas sua baixa necessidade de manutenção, já que é fácil de limpar. Além disso, espelhos ou peças refletivas ajudam a amplificar os ambientes, tornando-os mais aconchegantes. “Temos observado maior utilização de vidros coloridos, aplicados como tampo de mesa sobre madeira, agregando o ar moderno em contraste ao rústico”, afirma Renato Sivieri, diretor de Marketing da Guardian. “Pode ser utilizado ainda em portas de armários e aplicado naquele espaço vazio entre a parede da pia e armários suspensos, ajudando a revigorar espaços.”

Espelhos também são bastante usados. “Podemos destacar um crescimento na aplicação de espelhos acidatos”, comenta Matheus Oliveira, gerente de Produtos|Vidros Decorativos da AGC. “Uma grande tendência é a de incorporar funcionalidade ao espelho, como iluminação em LED, aquecimento para evitar embaçamento e até som.”

Outros destaques das aplicações atuais do material em móveis:

– Espelhos em roupeiros;

– Vidros pintados em portas de armários;

– Vidros em apartamentos planejados, substituindo a madeira.

Acabamento impecável
Estética é a palavra-chave para o nosso material empregado em móveis. “É um conceito diferente do da construção, na qual o desempenho do vidro é um dos atributos mais importantes”, explica Sivieri, da Guardian. Como exemplifica Flach, da Tecnovidro, as peças devem ser quase perfeitas, sem qualquer tipo de defeito visual aparente. “Para isso, o processo de produção deve ser mais controlado e refinado, de forma a garantir perfeição nos detalhes, principalmente durante a lapidação e pintura.”

Vale lembrar que existem normas técnicas próprias para esse tipo de aplicação. “Deve-se respeitar as exigências da NBR 14488 — Tampo de vidro para móveis – Requisitos e métodos de ensaio, por exemplo”, aponta Rafael Matoshima, coordenador de Mercado da Cebrace, usina que disponibiliza em seu site um simulador para especificações que também auxilia no trabalho com o setor moveleiro.

Outra característica está nas espessuras, que tendem a ser padrão para aplicações mais usuais: “Nesse mercado, as estruturas comuns pedem vidro de 4 mm”, reforça Evandro Castro, da Laca108.

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Futuro das aplicações
Os móveis não são mais objetos com funções específicas. Faz tempo que se integram a conceitos de decoração e design, sendo parte fundamental da arquitetura de obras recentes. Por isso mesmo, as características do vidro fazem com que o material seja uma solução para qualquer tipo de mobiliário. “Muitos dizem que o vidro é um material frio, mas acreditamos que tenha propriedades e versatilidade para trazer o aconchego necessário para um ambiente”, destaca o analista de Marketing da Cinex, Mateus da Cruz. “Tendências que chegarão com força estão no uso de vidro colorido com estética retrô, assim como formas orgânicas que imitam a natureza. Também incluo os vidros mais grossos, com espessura de até 50 mm”, completa Silveira, da Glass11.

Mais futuras tendências:

– Aplicação de tecidos nos vidros, fazendo um jogo entre luz e sombra proporcionado pelos dois elementos;

– Maior uso de chapas com serigrafia;

– Personalização da impressão digital para padrões e imagens que o cliente escolher.

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Inaugurações e fechamentos de plantas vidreiras pelo mundo

vp_guardianAs últimas semanas foram cheias de notícias para as fabricantes de vidro em diferentes países – algumas boas, outras nem tanto. A Guardian inaugurou oficialmente sua segunda planta em Częstochowa, na Polônia, a fim de atender a crescente demanda por seus produtos no país e na Europa Oriental. A nova unidade, composta de duas linhas de produção de float, duas de coaters (para vidros com revestimento especial) e uma de laminação, produzirá peças de vários tipos, como extra clear, low-e, de controle solar e laminados para aplicações residenciais e comerciais.

 

vp_sisecamA Sisecam é outra que continua com investimentos: o mais recente deles foi feito por meio da adição do 2º forno de float em sua planta de Ancara, na Turquia. A empresa informou que o novo equipamento tem capacidade produtiva de 240 mil t por ano e é equipado com tecnologias da Indústria 4.0.

 

Na outra ponta, o Grupo Saint-Gobain propôs o fechamento de sua usina instalada em L´Arboç, na Espanha – a fábrica é responsável pelo abastecimento da divisão Sekurit (vidros automotivos). Em comunicado oficial, a empresa informou que a linha chegou ao fim de sua vida útil, após vários reparos.

 

vp_agcE a AGC também pretende desligar uma de suas duas unidades em Boussois, na França, devido à queda da procura pelo material. A gestão da multinacional na região avisou que vai avaliar as soluções mais aceitáveis, do ponto de vista social, para colocar esse plano em prática.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça os cuidados para a troca de vidros em fachadas

A troca de vidros em fachadas ainda é um trabalho pouco explorado por vidraçarias. Trata-se de uma atividade delicada, exigindo profissionais capacitados em sua realização, planejamento prévio adequado e equipamentos que permitam a remoção da peça a ser substituída e a colocação de uma nova.

Nas páginas a seguir, O Vidroplano apresenta para os vidraceiros que desejam se especializar nesse serviço quais os cuidados e procedimentos a serem tomados, a forma como a colagem dos vidros deve ser feita e as orientações específicas para determinadas peças.

Sempre capacitada
Embora a tarefa seja complexa, nada impede que uma vidraçaria possa realizá-lo, seja ela grande ou pequena. “A substituição pode ser feita por qualquer empresa, desde que tenha conhecimento e muita técnica”, afirma a arquiteta Audrey Dias, consultora de Esquadrias e Vidros do Grupo Aluparts. Segundo ela, muitas empresas não estão capacitadas por não terem engenharia adequada para tais serviços.

Assim, é imprescindível que a vidraçaria disponha de uma equipe de projetos para entendimento e planejamento da execução, bem como equipamentos necessários, como balancins, ventosas, cordas e cintos de segurança, e operadores experientes nesses procedimentos. Para isso, Audrey afirma que os instaladores devem passar por cursos para realização de trabalho em altura, conforme determina a Norma Regulamentadora Nº 35 — Trabalho em altura (NR-35), manuseio de equipamentos e aplicação de fixações químicas. “Recomenda-se também o treinamento periódico para procedimentos de aplicação e colagem com silicone estrutural e fita dupla face estrutural junto aos próprios fornecedores dos produtos”, acrescenta.

A importância do planejamento
Os cuidados na troca dos vidros começam ainda no planejamento — todo cuidado nessa etapa é crucial para garantir a qualidade do serviço e a segurança dos instaladores.

“Normalmente, as substituições das peças são feitas em edifícios mais antigos que estão passando por algum tipo de reforma”, observa Luiz Barbosa, gerente técnico de Vendas da Vivix. Nesse caso, ele enfatiza que é importante avaliar se as chapas existentes atendem as normas técnicas, principalmente a NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, em relação à tipologia dos vidros, à segurança por eles oferecida e às áreas nas quais devem ser aplicados, a fim de reduzir os riscos de acidentes. Barbosa ressalta que, ainda que os vidros antigos estejam instalados em desacordo com essas publicações da ABNT, é responsabilidade da empresa contratada que a nova especificação atenda os requisitos delas.

Por falar em normas, Fábio Reis, gerente técnico da Guardian, lembra que há outras além da NBR 7199 cujas determinações precisam ser seguidas nesse trabalho: trata-se da NBR 15575 — Edificações habitacionais – Desempenho, e das específicas para colagem estrutural com o produto a ser utilizado:

Em caso de silicone estrutural, deve-se consultar a NBR 15737 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial – Colagem de vidros com selante estrutural;

Em caso de fixação com fita dupla face estrutural, a NBR 15919 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial – Colagem de vidros com fita dupla face estrutural de espuma acrílica para construção civil, atualmente em processo de revisão.

Além de um bom conhecimento dos textos técnicos, o vidraceiro deve ter em mãos a especificação técnica de todos os componentes do sistema: vidro, perfis, vedações, parafusos etc. “É a partir dessa informação que o profissional terá condições de orçar e entregar um produto final de acordo com as premissas que foram consideradas no projeto”, explica Nilson Viana, coordenador da Consultoria Técnica da Cebrace. Infelizmente, segundo ele, é muito comum perder essas informações com o passar dos anos. Por isso, quando precisam realizar alguma troca, os responsáveis pelo serviço encontram bastante dificuldade em identificar o produto correto.

Também há casos em que a troca das peças faz parte de um projeto de retrofit, ou seja, uma atualização na edificação. “Além de objetivar a renovação estética da edificação, deve priorizar os critérios de segurança, como a utilização de laminados”, afirma Ana De Lion, gerente de Desenvolvimento de Mercado da AGC. Outra recomendação importante: sempre que possível, o retrofit pode ser aproveitado para a aplicação de peças com mais tecnologia, como as de controle solar, que auxiliam na melhoria do conforto térmico da edificação e redução de custos de energia.

Passo a passo da troca dos vidros
Audrey Dias, do Grupo Aluparts, lista as etapas desse trabalho:

1- Identificar a especificação correta tanto do vidro como do sistema construtivo das esquadrias (stick ou unitizado)

2- Conferir as dimensões da peça a ser trocada

3- Remover o vidro existente

4- Preparar a superfície que receberá o novo vidro com boa limpeza técnica

5- Aplicar o novo vidro

“Em fachadas com sistema de fixação mecânica, por meio de ferragens, revisamos as vedações e o serviço se encerra. Já nas com fixação química, por meio de silicone estrutural ou fita dupla face, temos de aplicar presilhas de pressão para garantir a cura ou adesão corretas”, explica Audrey. Após o tempo indicado pelos fornecedores dos produtos, as presilhas são removidas e a vedação do sistema é então revisada.

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Fixação
Conforme já comentado, o sistema construtivo da fachada faz toda a diferença na hora de planejar a troca dos vidros:

– O modelo stick permite a retirada do quadro de alumínio da fachada. “Nesse tipo, a reposição é simples, com a substituição do vidro podendo ser feita numa bancada com o procedimento normal de colagem. Antes da remoção do quadro, deve-se analisar se será possível reaproveitá-lo. Caso não seja, é necessário produzir outro, com o mesmo tipo de perfil já utilizado”, orienta Roberto Almeida, supervisor-comercial da Adere;

– Já no sistema unitizado, a remoção do quadro não é possível. “Sempre recomendamos que fixações mecânicas sejam colocadas temporariamente, como presilhas, até que o produto usado para a fixação atinja as resistências mecânicas necessárias para suportar o peso da peça e os esforços do projeto”, recomenda André Cunha, gerente técnico da Sika. Almeida, da Adere, alerta que, nesse tipo de sistema, a solução deve ser tratada caso a caso com todos os envolvidos no projeto.

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Independentemente do sistema da obra e do produto usado para fixar os vidros, é preciso dar atenção à limpeza. “Como estamos falando de uma aplicação que envolve adesão, é primordial limpar os substratos”, alerta Emir Debastiani, especialista técnico da Dow. Além disso, quando se usa selante de silicone estrutural, Debastiani explica que é importante ter cuidado com a temperatura das superfícies no momento da aplicação, seguindo as recomendações do fabricante do selante. Assim, a temperatura de aplicação estará dentro dos limites estabelecidos — níveis de calor muito elevados podem ocasionar problemas no silicone, como a formação de bolhas.

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A temperatura também é um quesito a ser avaliado caso a fixação das peças seja feita por meio de fita dupla face estrutural. De acordo com Victor Hugo Busato, engenheiro especialista de Aplicação da 3M do Brasil, ela não pode ser aplicada quando a temperatura ambiente e da superfície dos substratos forem menores que 10 °C. “A recolagem do vidro diretamente na esquadria também exige o uso de equipamentos adequados que consigam gerar uma pressão mínima”, recomenda Busato. “E todos os vidros substituídos nesse processo devem ser verificados e registrados para garantir que o processo de troca tenha sido efetivo, garantindo total segurança.”

Vale destacar que as fabricantes de produtos para fixação disponibilizam manuais e oferecem suporte técnico e, em alguns casos, até mesmo treinamento.

Uniformidade e desempenho
A uniformidade estética da fachada é um dos maiores desafios na troca de vidros. A sugestão é que sejam usados os mesmos produtos aplicados no projeto original. Se não for possível, o ideal é consultar a equipe técnica da fabricante do material para realizar a especificação mais adequada à necessidade da obra, indica Fábio Reis, da Guardian. Ao se aplicar um produto diferente, recomenda-se ainda fazer avaliações estéticas por meio de protótipos em tamanho real.

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Luiz Barbosa, da Vivix, comenta a respeito de outro elemento importante a ser considerado: “A substituição de qualquer elemento das fachadas deve ser de forma que os novos elementos não alterem as características arquitetônicas originais”. Segundo Nilson Viana, da Cebrace, vidros de controle solar merecem atenção especial nesse tipo de serviço. “Qualquer alteração na sua composição pode ocasionar mudança na coloração e, consequentemente, causar um efeito de heterogeneidade na estética do edifício”, analisa. Além da cor, possíveis mudanças na composição podem resultar na perda de desempenho térmico, gerando desconforto para os habitantes da edificação. É importante seguir criteriosamente as informações técnicas contidas nos projetos de arquitetura, assim como nos de consultoria de fachadas.

Por fim, para saber as dificuldades que encontrará, é recomendável que o vidraceiro avalie a arquitetura das fachadas antes de aceitar o trabalho. “Nós nos deparamos muitas vezes com fachadas inclinadas, recortadas e de difícil acesso e edificações sem pontos de ancoragem para fixação adequada do equipamento”, revela Audrey Dias, do Grupo Aluparts. “Obras com vidros em tamanhos especiais e torres com geometria diferenciada também podem tornar o trabalho mais complexo.” Para superar esses desafios é preciso contar com uma equipe técnica especializada em projetos, operadores treinados e atualizados com os novos sistemas de fachada, além, é claro, de equipamentos de qualidade.

Este texto foi originalmente publicado na edição 571 (julho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro promove lives pelo Instagram com usinas de base

Em tempos de pandemia, as lives se tornaram ferramentas eficazes para artistas, músicos e empresas falarem com o público. Aproveitando a onda, a Abravidro também iniciou as transmissões ao vivo. Seu objetivo: levar informação ao setor. Em 5 de maio, estreou em seu perfil no Instagram a série Abravidro Entrevista, reunindo conversas com players do mercado para refletir sobre os impactos causados pelo novo coronavírus. A primeira convidada foi a Cebrace e, na semana seguinte, dia 12, foi a vez da AGC – vale citar também que, durante o fechamento desta edição da revista, houve uma live especial para comemorar o Dia do Vidraceiro (18), cujo conteúdo será comentado em O Vidroplano de junho.

 

Consequências da crise
O 1º episódio da iniciativa, com a Cebrace, teve o presidente da entidade, José Domingos Seixas, e a superintendente, Iara Bentes, entrevistando os diretores-executivos Leopoldo Castiella e Reinaldo Valu, e o gerente-comercial, Flávio Vanderlei. Além das perguntas feitas por Iara, mediadora do bate-papo, os profissionais também responderam a questões dos espectadores.

A Cebrace foi a única fabricante nacional de vidro a paralisar sua expedição, de 30 de março a 13 de abril, aproveitando o momento para antecipar manutenções nos fornos e rebalancear estoques. “Fevereiro foi um mês forte; por isso, nossos clientes estavam bem abastecidos”, explicou Valu.

“Abril já foi um mês para ser esquecido, um ponto de inflexão histórico em nossa empresa”, complementou Castiella. Por isso mesmo, a usina está trabalhando sob as regras da MP 936/2020, publicada pelo governo federal em 1º de abril: houve redução de jornada e de salários de funcionários com o intuito de preservar a sustentabilidade financeira da empresa.

A retomada das operações seguiu protocolos de saúde, com o uso de máscaras e álcool-gel por parte dos colaboradores. As atividades no sistema de home office ainda seguem para certas funções e devem continuar com algum tipo de rodízio no futuro.

 

Faturamento e investimentos
Segundo Flávio Vanderlei, março mostrou grande queda nas vendas e abril serviu apenas para atender urgências de clientes, mesmo com o retorno completo da expedição. Em números absolutos, os dois meses representam cerca de 300 caminhões carregados deixando de sair da fábrica. “Em maio e junho, teremos metade da movimentação para o período. No ano, a expectativa de queda do faturamento é de 20% a 25%”, analisou.

Os impactos da crise foram agravados, segundo a usina, por três fatores: o valor do gás natural, que segue caro; a alta do dólar, que dificulta a compra de matéria-prima, como a barrilha, e componentes de maquinários; e o aumento da competitividade predatória.

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Em relação a investimentos — a reforma do forno C2, em Caçapava (SP), e a construção do C6, na mesma cidade —, não há mais tempo para ocorrerem. “O prazo para a sequência do novo forno depende da recuperação do mercado em 2021 e 2022”, comentou Castiella.

 

Pesquisa com o setor
Na live com a AGC, participaram Isidoro Lopes, diretor-geral de Vidros para Construção Civil e Indústria para a América Latina; Fabio Oliveira, presidente e diretor-geral de Finanças e Negócios na América do Sul; e Franco Faldini, diretor de Vendas e Marketing na América do Sul.

Um dos destaques da conversa foi uma pesquisa que a usina fez com clientes a respeito da pandemia. Entre os dados revelados por Faldini, vale citar que mais de 70% relataram estar trabalhando com 30% ou mais de ociosidade. Além disso, 27% afirmaram que terão redução de mais de 25% em seus quadros de funcionários (os setores de linha branca e de vidro blindado para automóveis são os que mais vão sofrer com corte de empregos). Em relação à retomada da economia, 70% acreditam que a retomada pode se dar em menos de seis meses; 20%, que será de seis meses a um ano; 10% já são mais pessimistas: creem que vai demorar mais de um ano.

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Quanto a se preparar para o retorno dos negócios, não existe receita pronta, comenta Lopes: “Temos um plano de retomada, baseado nas plantas do grupo em outros países que estão numa fase mais avançada da pandemia. Mas o combate ao vírus leva tempo. Não vamos deixar de usar máscara e cumprir protocolos de saúde em curto prazo”. A usina aposta na necessidade de reduzir custos e melhorar a produtividade para atender demandas com rapidez.

 

Como a empresa está atuando
Segundo Oliveira, foram adotados protocolos rigorosos na AGC. “Isolamos as pessoas dos grupos de risco, tiramos da fábrica os jovens aprendizes e estagiários e colocamos o maior número de pessoas possível em trabalho remoto”, explicou. “Vejo com bons olhos a possibilidade de seguir com o home office em certas tarefas, já que isso também trouxe produtividade.”

Como a expedição de vidros não parou na companhia, foram colocados aparatos de higiene e adotados procedimentos de distanciamento social nas instalações de sua fábrica em Guaratinguetá (SP), onde se localizam seus dois fornos. A empresa afirmou também que está trabalhando sob as regras da MP 936/2020. Com isso, alguns funcionários puderam entrar em férias coletivas e houve ainda redução de jornada e suspensão de contratos.

Isidoro Lopes explicou a estratégia para manter os fornos operando com pouca demanda. “Temos um forno com um ano de vida, e precisamos tomar todo o cuidado para garantir sua longevidade, principalmente por conta de sua tecnologia avançada.” No momento, uma das plantas opera em capacidade máxima; a outra produz quando necessário. “Enquanto os clientes estiverem em operação, vamos servi-los. Afinal, segundo o governo, não podemos parar de produzir, pois essa é uma atividade essencial.”

 

Defesa do setor
Nas duas transmissões ao vivo, o presidente da Abravidro comentou assuntos importantes, como as ações da entidade para a defesa do mercado durante esta crise. “Adotar o home office tão logo a situação se agravou não impediu a Abravidro de atender todas as solicitações que tivemos”, revelou José Domingos Seixas. O dirigente falou também sobre os pleitos que a associação leva aos governos de diversas esferas: “Esse é um trabalho silencioso, do qual muitas vezes as pessoas nem ficam sabendo”. Para finalizar, deixou um recado ao mercado: “Com a diretoria e os associados, temos o ideal para continuar no caminho certo e sair deste momento da melhor forma possível”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 569 (maio de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.