Casa dos Espelhos aposta na educação do mercado

Com quase cinquenta anos de história no segmento, a amazonense Casa dos Espelhos (CDE) é uma das mais tradicionais processadoras de vidro da Região Norte do Brasil. Fabricante exclusiva da Blindex no Amazonas, nasceu como negócio familiar e hoje tem à sua frente a diretora-executiva Kilze Krauss Araújo, uma das muitas mulheres líderes do nosso setor. Nos últimos anos, a atuação da empresa tem focado na educação de clientes e potenciais consumidores de vidro em relação aos benefícios de nosso material. Afinal, se mais gente usa vidro, melhor para a CDE – e para o mercado como um todo.

Junto dos arquitetos…
Recentemente, a empresa firmou uma parceria com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) de Manaus para a criação de uma série de cursos direcionados a arquitetos da região. “Vamos falar tudo sobre vidro. Porque vemos vários projetos com especificação errada – guarda-corpos, por exemplo, com vidro temperado. Então, é necessário mostrar para esses profissionais, de forma didática, como podem trabalhar”, explica Kilze.

Existe ainda uma parceria com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM) para o mesmo objetivo: espalhar conhecimento técnico. “Estamos pensando em outras formas de passar esse material para os clientes – e até mesmo para o vidraceiro, um profissional importante, mas que muitas vezes não sabe especificar a obra.” Para os vidraceiros autorizados Blindex que representam a CDE são oferecidos cursos de atualização, produtos, vendas, marketing e normas.

…e do consumidor
Por meio desses vidraceiros autorizados, a CDE busca falar a língua de quem utiliza vidro no dia a dia. “Como eu não atendo o consumidor final, temos toda uma mídia direcionada para os nossos autorizados. Então, a gente procura mostrar para esse cliente os diferenciais, sejam sobre kits, boxes ou como usar o vidro”, revela Kilze.

 

Casa de Vidro: estrutura planejada e montada pela CDE no Manauara Shopping, em Manaus, em parceria com a gexperience, exposição imersiva da TV Globo com cenários que remetem aos programas da emissora (foto: Divulgação Casa dos Espelhos)
Casa de Vidro: estrutura planejada e montada pela CDE no Manauara Shopping, em Manaus, em parceria com a gexperience, exposição imersiva da TV Globo com cenários que remetem aos programas da emissora (foto: Divulgação Casa dos Espelhos)

 

A processadora investe em ações de marketing disruptivas para atingir o público comum. Em janeiro, os visitantes do Manauara Shopping, em Manaus, puderam conferir a Casa de Vidro, estrutura construída pela CDE em parceria com a gexperience, exposição imersiva da TV Globo com cenários que remetem aos programas da emissora – no caso, fazendo referência ao reality show Big Brother. O espaço instagramável ganhou peças do vidro de controle solar da linha Habitat (Cebrace). Todo o planejamento e a execução da obra foram realizados pela empresa.

“O espaço foi bastante visitado pelo público, com divulgação em televisão, rádio e revista. O principal ali era mostrar o vidro de controle solar. Sempre tínhamos uma pessoa que ficava no local para falar a respeito dos atributos do produto. Isso foi bem-importante para aumentar a visibilidade da solução na região”, comenta Kilze, relembrando a força do calor manauara, que, no verão, ultrapassa os 40 ºC com frequência.

Em fevereiro, foi a vez de a CDE colocar no ar um publieditorial, no portal de notícias G1, do Grupo Globo, sobre o compromisso ambiental da empresa para reciclar 100% dos resíduos vítreos gerados em sua produção. Há quase dois anos, a processadora firmou uma parceria com a Sustentabilidade da Amazônia (Suam) para a destinação, de forma ecologicamente correta, dos resíduos vítreos gerados nas atividades de beneficiamento.

Conheça a CDE

  • Instalada em Manaus
  • Quase 50 anos de história no setor
  • Mais de 60 funcionários
  • Capacidade de produção diária acima dos 500 m²
  • Seu portfólio de produtos inclui temperados (com o selo Blindex), vidros de controle solar, laminados e espelhos
  • Em breve, laminados temperados e insulados também entrarão no mix de produtos

 

Foto: Ivan Pagliarani
Foto: Ivan Pagliarani

 

“Nosso mercado tem de parar de vender só pelo preço”

Kilze Krauss Araújo, diretora da Casa dos Espelhos (CDE), comenta a importância de entender o material com o qual se trabalha e a questão da sustentabilidade nas empresas

Por que a CDE enxergou no marketing uma ferramenta com potencial para ser um diferencial na comunicação com o especificador e o cliente?
Kilze Krauss Araújo – Acho que o nosso mercado precisa se atualizar, tem de parar de vender só pelo preço. Todos os materiais de construção aumentaram seu valor, menos o vidro, que caiu. Se estivesse pelo menos estabilizado estava bom, só que não acontece isso. Todo mundo precisa parar e olhar os atributos dos seus produtos para ver o que está errado. Não adianta você apresentar um orçamento e nem saber o que está vendendo. Uma das coisas que a gente fala muito para o nosso autorizado é que, na hora de fechar a venda, o diferencial é conhecer o produto para resolver o problema do cliente.

No Panorama Abravidro 2025, vimos laminados e insulados com um bom desempenho no faturamento e na quantidade vendida. O que fazer para aumentar ainda mais o consumo de vidro de valor agregado?
KKA – Nós ainda não produzimos insulado, mas esse é um projeto para ainda este ano. E vamos começar a trabalhar com o produto justamente por isso, para mostrar que ele tem um diferencial – não só térmico, como acústico também. Hoje você procura o que na sua casa? Tranquilidade. Você quer estar em um ambiente em que fique relaxado, se sinta bem, sem calor. Aqui em Manaus, eu já vi muita casa com um paredão de vidro comum. Se você for medir a temperatura, às vezes está mais quente lá dentro do que fora. Então, a gente começa a falar muito sobre isso, as diferentes soluções. A CDE não vende só preço, vende diferencial.

 

Foto: Divulgação Casa dos Espelhos
Foto: Divulgação Casa dos Espelhos

 

Vocês são fabricantes exclusivos da Blindex no Estado. Por que decidiram fazer uma parceria tão próxima com a marca?
KKA – Essa parceria já tem dez anos. Eu busquei a Blindex pela força da marca, pelo tempo em que ela está no mercado. A gente sempre primou pelo controle de qualidade, em produzir o melhor para o nosso cliente. Por isso, fomos atrás da Blindex. Estou muito satisfeita. Tudo que a gente faz relacionado a marketing, a Blindex tem de estar presente.

Como a CDE enxerga a relevância da sustentabilidade na indústria, considerando que o mundo sofre cada vez mais por conta de questões ambientais e climáticas?
KKA – Na Amazônia, é óbvio que temos de levar em conta. É um dever. A gente está no pulmão do mundo e precisa, sim, preservá-lo. E isso era uma dor de cabeça nossa. A primeira coisa que fizemos para melhorar essa questão internamente, para reaproveitar o vidro, foi criar uma linha de produtos chamada Erika Glass, em homenagem à minha mãe, com prateleiras e pequenos espelhos. Hoje, com a parceria com a Suam, todo o resíduo que produzimos é reciclado e transformado em outros produtos para a construção civil. Um dos principais é um tipo de argamassa, que eu até usei em uma casa que estava construindo.

A verdade é que o mundo está caminhando para a sustentabilidade. A gente vê várias indústrias do mundo inteiro buscando o conceito, tentando melhorar. E, se você está em Manaus, precisa fazer o trabalho de casa. Em breve, vamos ter um encontro em Belém, a COP 30, sobre mudança climática, que vai ser visualizado pelo mundo inteiro. Estive na Europa, no ano passado, e prestei atenção em uma coisa: eles têm poucas garrafas de plástico. Em restaurantes, por exemplo, é tudo de vidro. Então, lá, voltou a se usar garrafas de vidro, como antigamente, pois o vidro é reciclado e a gente consegue reutilizá-lo de várias formas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 630 (junho de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Divulgação Casa dos Espelhos

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