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E que venha o ano-novo!

Dezembro é sempre um mês de muito trabalho para os profissionais do setor vidreiro e este ano não tem sido diferente. Todo mundo em ritmo acelerado para dar conta das entregas antes das férias coletivas, algumas empresas fazendo turno extra, inclusive. Esse é um ótimo sinal, em especial depois de um ano tão turbulento, com problemas no abastecimento de vidro, paralisação dos transportes, incertezas por conta das eleições e sucessivos aumentos no preço da matéria-prima.

O fim do ano é o período mais aquecido do nosso mercado, não há dúvidas. Mas as apostas são de que o ritmo deve continuar intenso em 2019. A expectativa é de retomada da construção civil, gerando maior demanda pelo nosso material. As condições para isso — do ponto de vista econômico — estão dadas e, se o novo governo dedicar-se a cumprir a agenda proposta durante a campanha eleitoral, são boas as chances de o nosso país entrar novamente nos trilhos e voltar a crescer.

E se a perspectiva é deixar para trás esse período sombrio, não podemos perder de vista os aprendizados que ele nos trouxe. O clichê de a crise ser também uma oportunidade mostrou-se verdadeiro para quem esteve atento e buscou melhorias em seus processos reduzindo custos e perdas; em sua produtividade, qualificando suas equipes e conseguindo melhores resultados; e em seu posicionamento no mercado, buscando novos nichos ou novas formas de atuar. Enfim, tivemos quem soube fazer do limão uma limonada: aprender com as adversidades torna-nos aptos a obter melhores resultados.

Em janeiro, iniciaremos a coleta de dados para o nosso Panorama Abravidro, pesquisa que vai nos dar uma visão mais real de como foi o ano para o setor. Na edição de 2018 da pesquisa, chamavam atenção o elevado grau de endividamento dos processadores ao mesmo tempo que cresciam discretamente a intenção de investimentos e a expectativa de manutenção ou aumento do faturamento das empresas. Agora é a hora de verificar se essas impressões confirmaram-se no resultado do ano e também de conhecer o que o empresário vidreiro espera para o futuro.

Despeço-me com votos de boas-festas e um 2019 com muitos prédios no horizonte!

DomingosJosé Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 552 (dezembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Ciclo completo

Quando cheguei à Abravidro, em maio do ano passado, fui logo apresentada ao calendário com os principais eventos do setor vidreiro: Simpovidro, Glass South America e Glasstec. E foi assim, nessa ordem, que participei de cada um deles, conhecendo suas características e particularidades.

Estar na Glasstec foi uma excelente oportunidade de ver equipamentos que são o estado da arte para o processamento do nosso material, além de soluções e tecnologias que vão ganhar cada vez mais espaço no mundo do vidro. Também pude ampliar meus horizontes, ter contato com novas marcas e pessoas que movimentam nosso setor por meio de seu trabalho. Ver um número expressivo de brasileiros nos corredores e pavilhões da feira, o que surpreendeu os expositores, foi um ótimo sinal da força e determinação do empresariado nacional! A cobertura completa da 25ª edição da Glasstec você confere clicando aqui.

Outros destaques deste mês são o uso do vidro em obras de arte e design, a certificação de mais uma processadora e a revisão de duas normas técnicas de colagem estrutural de vidros, as NBRs 15.737 e 15.919. Ainda no assunto de normas, a NBR 14.925, que trata de elementos construtivos envidraçados resistentes ao fogo para compartimentação está em consulta nacional no site da ABNT.

Nossa revista está recheada de informações úteis para você, aproveite!

Iara_okBoa leitura!
Abraço,

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Novidades na colagem estrutural de vidros

Duas normas técnicas passarão por revisão coordenada pela Comissão de Estudos Especial de Esquadrias (CEE-191), com participação da Abravidro: NBR 15.737 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial – Colagem de vidros com selante estrutural e NBR 15.919 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial – Colagem de vidros com fita dupla face estrutural de espuma acrílica para construção civil. Os dois textos estão sendo trabalhados simultaneamente. O objetivo, além de atualizar os conteúdos, é trazer uniformidade ao conteúdo em relação aos ensaios e requisitos para ambas as formas de colagem.

Mudanças à vista
Muitas alterações serão realizadas nessas normas, incluindo os nomes delas, os quais devem ser escolhidos mais para o final do processo de revisão. “Uma das principais novidades está na ampliação de seu escopo: elas não apenas tratarão da colagem de vidros, mas também da colagem de outros elementos de fechamento utilizados em fachadas, como painéis metálicos e revestimentos cerâmicos, entre outros”, revela a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto.

O texto ficará mais completo, pois vai passar a incluir detalhes do processo de colagem e também dos ensaios, como, por exemplo, o de compatibilidade do selante com o perfil e o substrato — o objetivo é enfatizar a importância dos processos para a segurança da aplicação. “Outro ponto discutido atualmente é o requisito para painéis pintados ou anodizados, a fim de garantir a adesão tanto do silicone como da fita dupla face aos perfis”, comenta Clélia. Também foi ampliada a abordagem da limpeza dos perfis e demais cuidados para a selagem ser feita corretamente.

Ainda sobre nosso material, serão incluídos requisitos específicos para vidros de controle solar e insulados, principalmente em relação ao cálculo do “bite” do selante secundário em aplicações de sistemas pele de vidro.

Norma em consulta nacional
A NBR 14925 — Elementos construtivos envidraçados resistentes ao fogo para compartimentação, sobre vidros resistentes ao fogo, passou por revisão e agora entra em consulta nacional no site da ABNT até o dia 7 de janeiro de 2019. Para ter acesso ao texto e enviar considerações, é necessário um cadastro simples pelo link www.abntonline.com.br/consultanacional. Para quem já possui cadastro, basta acessar a página e entrar com login e senha.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Experiência recompensada

Em um mercado que busca sair de uma crise econômica, cujos efeitos ainda são sentidos, o ideal é fazer com que a empresa tenha o melhor controle industrial, garantindo a segurança e satisfazendo os clientes com um alto padrão de qualidade. Esse é o motivo que levou a Italajes a buscar a certificação Inmetro para temperados. Suas peças com espessuras de 6, 8 e 10 mm agora contam com a chancela que será essencial para os negócios da empresa.

Selo a jato
“Com o mercado cada vez mais competitivo e técnico, resolvemos ir atrás da certificação para agregar mais valor ao nosso produto, padronizar processos e proporcionar mais segurança aos consumidores”, explica o diretor da processadora, Sandro Osmar da Veiga.

Tudo correu de forma tranquila, sem dificuldades para adequar a empresa às recomendações do Inmetro. “Foi assim desde os primeiros contatos com o organismo certificador até o dia da auditoria na fábrica”, revela Veiga.

Ao todo, o processo durou apenas três meses, de agosto a outubro. “Toda nossa equipe colaborou para isso. De forma geral, os funcionários assimilaram as mudanças e se adaptaram bem às qualificações exigidas”, completa o dirigente da empresa.

Apoio fundamental
A Italajes também contou com a consultoria oferecida pela Abravidro durante a adequação de processos, fato essencial para a obtenção da chancela, conforme afirma Veiga: “O consultor Edweiss Silva nos auxiliou de forma muito profissional, dando-nos todo o suporte tanto na parte documental como no processo fabril. Temos muito a agradecer”.

A processadora pretende agora seguir investindo em tecnologias para a transformação de vidros e promete: vai buscar a ISO 9001 em breve.

História de tradição
Fundada em 1978, a Italajes começou suas operações trabalhando com lajes pré-fabricadas. Foi somente alguns anos depois que ampliou seu mercado de atuação, fornecendo outros materiais para a construção civil. A mudança veio em peso em 1998, quando adquiriu um forno vertical para têmpera de vidro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Sacadas, revestimentos e mais um pouco

Outubro foi mais um daqueles meses cheios de oportunidades de capacitação promovidas pelas entidades regionais do nosso setor. Eventos no Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo contaram com temas variados, do envidraçamento de sacadas ao uso de vidros coloridos e espelhos para revestimento de superfícies, incluindo aplicações do nosso material na construção civil dentro das normas técnicas. Leia sobre cada um deles e anote na sua agenda as próximas atividades deste ano e do começo de 2019!

 

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Adevibase-BA/SE, em Aracaju
Instalação de sacadas sem dúvidas
Nos dias 19 e 20 de outubro, a Adevibase organizou o treinamento “Envidraçamento de Sacadas”. Jotanael de Souza, gerente de Projetos e instrutor técnico dos cursos da escola Projeto Certo, foi o responsável pelas aulas, abordando tópicos como a instalação em ângulo, recortes, tipos de perfis disponíveis no mercado e a dificuldade na comercialização desse produto devido à carência de mão de obra específica na região. O curso foi muito bem recebido pelos alunos, os quais esclareceram todas suas dúvidas sobre o tema com o docente. A associação já está planejando uma nova turma do treinamento.

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Sincomavi-SP, em São Paulo
Desenvolvendo o marketing e os trabalhos da equipe
O Sincomavi realizou dois eventos no auditório de sua sede. O primeiro, no dia 24, foi o workshop “Marketing de Atração” (foto). Acompanhada por mais de quarenta pessoas, a programação incluiu duas palestras: Criando uma máquina invisível de vendas apenas com Instagram + WhatsApp e Como vender para quem quer comprar na Internet?. Ambas trataram dos novos hábitos de consumo, aconselhando os participantes a investir em diversos canais de comunicação e dando dicas de como usar o poder das redes sociais, produzir o conteúdo perfeito para os potenciais clientes e identificar o momento certo de fazer a venda. No dia 26, foi a vez de se aprender “Como Formar uma Equipe de Alta Performance”. Nesse curso, foram apresentadas as competências necessárias para criar uma equipe de alto desempenho e potencializar as diferenças individuais, entre outros tópicos.

 

vp_sindividrosrsSindividros-RS, em Porto Alegre
Para os vidraceiros de hoje e os especificadores de amanhã
O curso “Revestimento de Parede (Vidros Coloridos e Espelhos)” foi realizado pelo Sindividros-RS nos dias 26 e 27. Tendo os vidraceiros como público-alvo, Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro, mostrou as possibilidades para o uso dos materiais no revestimento de paredes (internas e externas), móveis, piso e teto, com atenção para o uso de fixadores, molduras e suportes, além dos cuidados na definição de folgas e transpasses e na vedação de juntas. O treinamento foi patrocinado pelas usinas vidreiras AGC, Cebrace, Guardian, Saint-Gobain Glass e Vivix.

No último dia do mês, o sindicato gaúcho também passou pelo campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde realizou a 2ª edição do Circuito do Vidro na Universidade (foto). Voltado para estudantes de arquitetura e urbanismo e engenharia civil, a iniciativa contou com a palestra de Vera Andrade, coordenadora técnica da Abravidro. Tendo como base o tema O vidro na engenharia civil e na arquitetura, ela falou aos alunos sobre os tipos de vidros, suas aplicações na construção civil de acordo com as normas técnicas vigentes e os benefícios de usar o material.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro em instituições de ensino

vp_abravidro1No dia 18 de outubro, a coordenadora técnica da Abravidro, Vera Andrade, participou de uma mesa-redonda com o tema Tecnologia para um mundo sustentável (foto 1), no 20º Congresso de Tecnologia da Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec). Além da Abravidro, o evento contou com representantes da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Associação Brasileira da Construção Metálica (Abcem) e Instituto Brasileiro do PVC: juntas, as cinco entidades integrarão o curso “Introdução aos Sistemas Construtivos: Materiais, Produtos e Aplicações”, com início previsto na faculdade para julho de 2019.

Em sua apresentação, Vera destacou os principais benefícios do vidro e sua aplicação na construção civil, bem como a importância de seu emprego conforme as normas técnicas, além de apresentar as campanhas que a Abravidro promove para disseminar o uso seguro do material.

vp_abravidro2Também em outubro, no dia 31, a analista de Normalização da entidade, Clélia Bassetto, palestrou em dois cursos da Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo: no “Curso do Vidraceiro” (foto 2), apresentou as principais normas de aplicação do vidro. Para a turma de “Envidraçamento de Sacadas”, do Programa Super MEI, parceria entre o Sebrae e o Senai-SP, ela falou sobre a norma NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas – Requisitos e métodos de ensaio. Em ambas as palestras, Clélia enfatizou a importância da normalização e entregou aos alunos cópias da tabela Que vidro usar?, da campanha #TamoJuntoVidraceiro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

De olho no futuro

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) publicaram o primeiro artigo no mundo a abordar o uso de redes neurais artificiais para prever as propriedades dos vidros por meio de sua composição química. O trabalho, assinado por André de Carvalho, Edgar Zanotto e Daniel Cassar, marca o início do desenvolvimento de um software que, se bem sucedido, permitirá definir a composição química desejada para a fabricação de nosso material com as características que o fabricante desejar (como coeficiente térmico de expansão e viscosidade), sem a necessidade de testar inúmeras possibilidades em laboratório antes de encontrar a correta. O artigo foi publicado na última edição de uma das principais revistas da área de Engenharia de Materiais, a Acta Materialia.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Medição inteligente

A Alliare Consultoria e Tecnologia anunciou estar na fase final de desenvolvimento da Trena Inteligente, em parceria com a Bosch. Trata-se de um aparelho digital que, além de medir as dimensões em obra, conecta-se com o software Builtek (foto), da consultoria, que analisa as informações recebidas e as envia diretamente para o celular do projetista da obra ou ao fabricante do produto que está sendo aplicado. Isso, além de permitir a redução de problemas desde a fabricação das peças que serão aplicadas no vão até a instalação delas, coloca os instrumentos de medição para a integração digital da Indústria 4.0.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Requinte com transparência e reflexos

A Casa Cor continua realizando suas mostras de arquitetura e design pelo Brasil. E, como sempre, nosso material destaca-se em vários ambientes. Isso pôde ser visto mais uma vez nos eventos recentemente concluídos na Bahia, em Brasília, no Ceará e na Paraíba. Confira!

 

CASA COR BRASÍLIA

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Protegida contra o calor
O Stúdio Denise Zuba teve a Cinex como sua grande parceira e patrocinadora na elaboração do Refúgio Veredas Cinex. A empresa levou uma série de soluções com vidro, começando com uma imponente porta pivotante de entrada feita com vidro Metallizzatto Prada (foto), que utiliza uma fina camada de pó que confere a ele um aspecto metálico. Painéis pivotantes de Metalizzatto Ardesia também foram usados para separar o quarto do banheiro, estendendo-se do piso ao teto.

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Transparente e confortável
A Casa de Vidro, projeto do Estúdio Orla, hospedou o café oficial da Casa Cor Brasília. Nosso material, é claro, foi o elemento dominante da obra (foto): os painéis, fornecidos pela Vitral Vidros, foram aplicados em todo seu fechamento e teto, integrando o ambiente harmoniosamente aos jardins externos e a elementos ao seu redor. Muitas plantas também se encontravam do lado de dentro, mas engana-se quem pensa que a sensação ali seria a de estar numa estufa: a montagem do espaço foi feita de forma a aproveitar a ventilação natural, contribuindo para um local confortável para os visitantes apreciarem suas bebidas.

 

CASA COR CEARÁ

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Reflexos por todos os lados
Não houve como fugir dos espelhos no ambiente Vestíbulo com Escada, assinado pelo arquiteto Roberto Pamplona Jr. Peças com formatos aleatórios, fornecidas pela Vidro Aço, encontravam-se em toda parte: no teto, no fundo das prateleiras e até revestindo a frente dos degraus, conferindo ao recinto um aspecto moderno e orgânico.

 

CASA COR PARAÍBA

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Lâmpadas durante o dia? Não precisa!
Uma grande e elegante caixa de vidro. Era essa a impressão que ficava ao olhar de longe o Loft 750, do arquiteto Leo Maia: grandes laminados 4+4 mm encaixilhados em esquadrias de PVC, fornecidos e instalados pela Armony Esquadrias, compunham toda sua fachada (foto), incluindo grandes portas de correr. Com isso, o ambiente recebia luz natural por todos os ângulos. Além disso, ele integrava-se totalmente ao espelho d’água com jardim aquático presente do lado de fora.

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Porta e divisória em uma só peça
Quem visitou o Estúdio do Rapaz, da arquiteta Sarah Cavalcanti, não teve como não reparar na grande porta de correr separando o quarto do banheiro (foto): com 1,65 m de largura e mais de 2 m de altura, ela acabou funcionando também como divisória — cortesia do vidro impresso fornecido e instalado pela Officina Móveis.

 

CASA COR BAHIA

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Para noiva nenhuma botar defeito!
As irmãs Ana Claudia e Ana Paula Nonato, do escritório Dois A Arquitetura e Interiores, projetaram a Suíte da Noiva como uma homenagem à cantora Claudia Leitte. Uma lateral inteira do espaço era completamente envidraçada com painéis de controle solar Vivix Performa, fornecidos diretamente pela Vivix, proporcionando uma vista panorâmica dos arredores (foto). Outro destaque com nosso material: uma grande tela de vidro no meio do ambiente, fornecida pela Automatizus, permitia que a imagem projetada fosse vista em ambas as faces do vidro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

O amanhã é promissor

A mostra Glass Technology Live é um dos espaços mais tradicionais e visitados da Glasstec. Este ano, mais uma vez, reuniu estudos e protótipos com foco em tecnologias que podem se tornar padrão da indústria num futuro próximo — algumas até mesmo já estão em uso. As soluções apresentadas sempre buscam o limite da aplicação de nosso material, sem medo de apostar em algo que pareça impossível. Nas próximas páginas, conheça com detalhes as mais interessantes aplicações expostas durante a feira, cuja organização fica a cargo de quatro universidades técnicas: de Darmstadt, de Dortmund e de Dresden, da Alemanha, e Delft, da Holanda.

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Árvore de papel
A instalação Branching Out, desenvolvida pela Universidade Técnica de Darmstadt, demonstrava como é possível criar estruturas leves para decoração com materiais inusitados, como perfis tubulares de papel especial. As “folhas” da árvore eram de vidro ultrafino (curvado, quimicamente endurecido e laminado com PVB na cor verde) de apenas 1 mm de espessura

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Rede de vidro
Outro protótipo da Universidade de Darmstadt: uma rede feita de vidros ultrafinos e cordas, que pode ser utilizada como se fosse uma lona no transporte de cargas, por exemplo. A escolha se explica, pois nosso material possui enorme resistência e flexibilidade, além de proteger contra água e chuva

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Alta resolução em larga escala
A Dip-Tech e a Ferro Corporation montaram um modelo em escala de prédio comercial conceitual, formado por fachada com tecnologia de impressão digital e serigrafia. A maquete representava duas torres de treze andares cada. As tintas especiais usadas, que filtram a luz, aliadas ao padrão de impressão, garantem sombreamento no interior dos edifícios — e o desenho escolhido também previne a colisão de pássaros

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Sobe e desce
Uma gangorra com 10 m de comprimento, formada por onze placas laminadas de low-iron (vidro com baixo teor de ferro), fez muito visitante reviver memórias da infância ao visitar a Glass Technology Live. Construída pelo escritório de arquitetura Eckersley O’Callaghan (o mesmo das lojas da Apple espalhadas pelo mundo) em parceria com a processadora alemã sedak, pesava mais de 1 t e era exemplo de como é possível fazer qualquer objeto com vidro estrutural

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Design elevado à última potência
A sala de concertos Elbphilharmonie, em Hamburgo, Alemanha, tornou-se um marco da arquitetura graças à fachada envidraçada dupla, instalada pela empresa Josef Gartner GmbH. Cada unidade desse sistema mede cerca de 5 m de largura e 3 de altura. Algumas delas ganharam vidros curvos em formato esférico, encaixados em “garfos” feitos de fibra de vidro e plástico (como pode ser visto na foto ao lado), com o objetivo de permitir ventilação natural no interior. Cada vez mais, fachadas vão ganhar elementos tridimensionais e geométricos como esses

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Forte como vidro
Imagine um carro pesando cerca de 1,3 toneladas de cabeça para baixo, suspenso apenas por duas placas de nosso material? A instalação Gravity provou de uma vez por todas a resistência do vidro. Duas peças laminadas, cada uma composta por termoendurecidos 2+2 mm com SentryGlas (PVB estrutural da Kuraray), seguravam o automóvel sem qualquer fixação mecânica — ou seja, sem furos —, somente com o selante estrutural TSSA, da Dow. Algo tão impressionante virou a capa de O Vidroplano deste mês! As placas foram fornecidas pela Glaston e processadas pela sedak

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Sem limites para laminar
Um laminado gigante foi mostrado para o público: contava com dezoito camadas de extra clear, ligadas umas às outras por PVB estrutural, e espessura total de, aproximadamente, 30 cm. A fabricação da peça não teve apenas a função de maravilhar o público: revelou a possibilidade de se construir elementos estruturais com enorme resistência à pressão de cargas e também máxima transparência

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Ângulos perfeitos
A Glassbel Baltic, empresa especialista em processamento e instalação de vidros da Lituânia, desenvolveu uma solução chamada “laminação 3D”, que permite a criação de instalações com laminados e insulados em 90º sem interferências visuais, sendo ideal para fachadas, divisórias e colunas, por exemplo

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Um novo tipo de controle solar
A Universidade de Bayreuth, da Alemanha, expôs uma solução inovadora para moderar a temperatura sem necessidade de ar condicionado. O Water Flow Glazing é um sistema semelhante a um insulado, mas possui um fluido em constante circulação entre as placas de vidro com o objetivo de absorver a radiação solar. O produto também tem a capacidade de armazenar e reutilizar a energia absorvida — com isso, o painel interno de vidro se transformaria numa espécie de aquecedor de ambientes. O Water Flow Glazing ainda não é fabricado industrialmente, mas já existe um consórcio de empresas disposto a torná-lo realidade

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Genialidade verde e amarela
Um dos últimos projetos do falecido arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer ainda está em construção na cidade alemã de Leipzig — e um modelo em tamanho real marcou presença na mostra. A obra é uma esfera de 12 m de diâmetro. De vidro e aço, ela ficará suspensa próxima ao telhado de uma fábrica de guindastes ferroviários como atributo estético do edifício e será revestida por vidros privativos, que são transparentes e passam a ser translúcidos ou vice-versa por controle remoto. No momento, a esfera está em construção e a expectativa é que fique pronta em 2019

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Gigante e curvo
A Saint-Gobain Glassolutions expôs peças curvas de 8 m de comprimento. Elas podem ser temperadas, laminadas ou insuladas. Na mostra, foi montado um túnel com o material, demonstrando sua versatilidade e as diversas opções de aplicação

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Transparência colorida
Na edição 2016 da Glass Technology Live, foi mostrado um tijolo inteiramente de vidro. Este ano, uma evolução daquele produto esteve presente, exposto pela Universidade Técnica de Delft, da Holanda. O Re³ Glass é de vidro reciclado, pode ser montado facilmente (basta encaixá-los) e conta com interior de cores variadas

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Como se preparar para crescer?

Escrito por Denis Luna

O desenvolvimento de uma empresa é sempre positivo aos olhos dos proprietários — embora seja comum aparecerem as chamadas “dores do crescimento”. Afinal, deve-se mudar muito para que se acompanhe a nova demanda. O que era para ser um momento feliz acaba se tornando mais um problema nas costas do empreendedor.

Mas isso não precisa ser sempre assim: é imprescindível que as empresas se planejem e se preparem para atuar em outro patamar. Será que o crescimento da demanda é apenas uma questão sazonal do mercado ou a empresa está efetivamente vislumbrando um aumento nos negócios em médio e longo prazos? Ter essa resposta é crucial para não tomar decisões equivocadas. Se o crescimento for resultado de algo que não tende a ser permanente, não cabe fazer investimentos a fim de ampliar a capacidade produtiva. Caso contrário, o que seria um lucro extra pode se tornar prejuízo.

Descartada essa hipótese, é hora de repensar a empresa a partir de um novo panorama:

– Analisar sua saúde financeira e planejar os investimentos estruturais necessários — compra de maquinários, ampliação do espaço físico, contratações;

– Fazer com que a equipe esteja ciente do momento enfrentado. Se em uma empresa com dez funcionários as informações são rapidamente disseminadas, o mesmo não acontece em uma com cinquenta, por exemplo. É preciso estruturar novos processos e capacitar as pessoas. Com isso, o setor de recursos humanos assume um papel fundamental e estratégico;

– Investir na inteligência do negócio. Não se pode deixar de lado a parte mais “mental” da companhia, ou seja, os softwares. Muitas soluções tecnológicas são capazes de automatizar processos burocráticos, de baixo valor agregado, que tomam tempo dos colaboradores e ainda ampliam os riscos de erros banais;

– Buscar ajuda. Esse desafio vai demandar mais preparo do líder. Cabe destacar a necessidade de se manter atualizado, fazendo cursos e até participando de eventos do setor a fim de descobrir novas oportunidades e possibilidades de mercado.

Planejamento será sempre a melhor opção para quem deseja se livrar, ou pelo menos reduzir, as tão temidas “dores do crescimento”.

Denis Luna
é empresário, treinador de empresários e sócio da ActionCOACH São Paulo

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro também é arte

Nas páginas de O Vidroplano, é comum ver o papel do vidro na construção civil, na arquitetura e até na tecnologia. Porém, ele também apresenta diversas características que o tornam interessante para artistas nacionais e internacionais. A Glasstec, evento vidreiro mais importante do mundo (e que estampa a capa desta edição), que o diga: uma de suas atividades simultâneas é a mostra Glass Art, em que peças de várias partes do mundo feitas com o nosso material encantam os visitantes da feira.

Por meio de diferentes técnicas, o vidro pode gerar obras impressionantes. A seguir, veja o que alguns artistas vidreiros têm a dizer sobre as qualidades, métodos de trabalho e aplicações.

Dando forma à expressão
Uma das definições de arte apresentadas pelo dicionário Michaelis descreve-a como sendo a “atividade que supõe a criação de obras de caráter estético, centradas na produção de um ideal de beleza e harmonia ou na expressão da subjetividade humana”. Em outras palavras, é um ofício que envolve criatividade — e, com isso, precisa de substratos que traduzam essa capacidade da mente do artista para o plano físico.

Nesse sentido, o vidro mostra-se um material bastante valioso. “São muitas as qualidades que ele pode oferecer para um projeto, da transparência e resistência física à grande versatilidade de cores, texturas e espessuras que pode ter”, explica Matheus Primo, diretor-criativo da Glass11, produtora de peças de mobiliário a partir de vidros e espelhos.

Gustavo Benini, fundador do Ateliê Benini, comenta que a variedade de tipos de vidro disponíveis no mercado abre espaço para inúmeras formas de manifestação artística. “A arte com vidro é uma arte de persistência e de dedicação na qual se tem o domínio completo das operações”, avalia. Cida Kitze, criadora do ateliê Artes & Ideias, concorda: “Trabalhar com vidros artísticos é um constante aprendizado de tentativa e erro. Há sempre algo a mais para descobrir”. Ambos os espaços instalados em São Paulo não só produzem peças de arte, mas também oferecem cursos de capacitação para artesãos interessados em suas técnicas.

vp_seibert1Vale ainda citar a possibilidade de reaproveitamento de materiais. Um dos trabalhos realizados pela artista gaúcha Carmem Seibert, por exemplo, envolve a fusão de garrafas de vidro descartadas. “Gostaria que mais pessoas tivessem o prazer de realizar esse tipo de arte, pois uma garrafa leva mil anos para se decompor na natureza”, aponta a artesã.

Ao longo dessa reportagem, algumas técnicas para obras de arte com vidro são apresentadas — e, como as fotos bem mostram, nosso material permite uma grande diversidade de aparências e efeitos, com muita beleza e criatividade.

Cores agregadas à arte
Embora a transparência seja um dos aspectos atrativos do vidro, ele também pode ser combinado a tintas e pastas para ganhar coloração. Há diferentes maneiras de como esse processo pode ser feito: aplicando tintas para secagem a altas temperaturas com pincel, dissolvendo-as na cola usada nas peças e com pulverização de pós coloridos, entre outras.

Mas existe um ponto em comum entre todas essas possibilidades destacadas pelos artistas ouvidos por O Vidroplano: “A aplicação dessas tintas praticamente sempre é efetuada de maneira artesanal e manual”, ressalta Thomas Kitze, filho de Cida e integrante do Artes & Ideias.

Criatividade em exposição
A mostra Glass Art, braço da Glasstec, tem como objetivo mostrar o lado criativo da indústria vidreira. Para isso, reúne expositores de galerias com renome internacional com trabalhos variando de vasos a esculturas e pinturas em vidro.

EFEITOS DE PERSPECTIVA
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Entre as peças apresentadas na Glass Art este ano, a do alemão Wilfried Grootens chamou atenção. À primeira vista, parecem vidros moldados em formatos ovais, esféricos ou cúbicos, mas seu processo de criação é muito mais complexo que isso: ele corta o vidro em um grande número de camadas, cada uma recebendo pinturas ou desenhos individualmente. Elas são então, cuidadosamente, agrupadas e coladas. O resultado salta aos olhos. Por fora, parece que a obra sempre foi um objeto inteiro; por dentro, as cores aplicadas em cada camada juntam-se para formar corpos tridimensionais, que parecem flutuar dentro do vidro, com aspecto diferente dependendo da posição do observador.

CORPOS DE VIDRO
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Outro destaque da Glass Art foi o trabalho do artista espanhol Carmelo López, elaborado com o tema Changing human figures through time and movement (Mudando as figuras humanas por meio do tempo e do movimento). Para López, o material escolhido para suas esculturas reflete perfeitamente o tema, pois, quando derretido, o vidro encontra-se em movimento fluido, solidificando-se em um momento concreto capturado nas peças apresentadas.

MAIS OBRAS DA GLASS ART 2018
Muitos outros artistas expuseram trabalhos na Glass Art, com as mais variadas técnicas e resultados. Veja algumas delas:

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Aproveitando a maleabilidade do vidro
Uma das técnicas para o trabalho com nosso material é o fusing. Como o próprio nome diz, ela envolve a fusão ou derretimento do vidro. “As chapas são colocadas em moldes e a pintura é aplicada a elas imediatamente antes de levá-las ao forno, onde são aquecidas a 810 ºC”, explica Carmem Seibert (nas fotos, algumas obras da artesã feitas com essa técnica). Ela tomou conhecimento do fusing quando procurou uma alternativa para a argila na produção de peças japonesas. Hoje, trabalha com peças float descartadas por vidraçarias e com garrafas usadas.

 

Tradição secular
vp_benini2Os vitrais já existem há mais de quinhentos anos. “São trabalhos artísticos com vidro trabalhado, geralmente coloridos e usados em peças planas para uso em janelas e vãos em que exista passagem de luz. Isso revela a beleza desse tipo de obra, cujo modo de produção pouco mudou de lá para cá”, conta Gustavo Benini (nas fotos, alguns vitrais feitos pelo Ateliê Benini). O método tradicional de produção dos vitrais consiste na soldagem de peças de vidro cercadas por chumbo e estanho, até atingir o formato desejado.

 

Do chumbo para o cobre
vp_arteseideias2No início do século 20, o artista norte-americano Louis Comfort Tiffany desenvolveu uma nova forma de criar vitrais. Em vez de usar o chumbo, ele criou uma fita de cobre adesiva, muito mais maleável, que é aplicada nas bordas dos vidros cortados. Esse método permitiu o uso de vitrais em abajures e cúpulas arredondadas, além da composição de desenhos rebuscados e sinuosos no estilo art nouveau, mais geométrico (nas fotos, obras de vitral Tiffany feitas pelo Ateliê Artes & Ideias).

Sem limites para a criatividade
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Criada em 2016, a Glass11 reúne designers e arquitetos para elaborar mobiliário e objetos de vidro que aliam arte e praticidade. Colagem ultravioleta, incisões, curvatura e laminação são algumas das práticas adotadas para alcançar o produto desejado, dependendo de suas características (abaixo, algumas das peças da Glass11).

“Não temos limites físicos para uma execução, há somente a preocupação de que as peças tenham apelo estético e valor comercial. Se for um projeto exclusivo para um determinado cliente, o céu se torna o limite!”, afirma Matheus Primo. Para ele, é importante que as grandes fabricantes de vidro fomentem o uso do material de forma artística, permitindo que os especificadores possam dar asas à criatividade.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Ventos cada vez melhores

A 25ª edição da maior feira vidreira do mundo, nos dias 23 a 26 de outubro, foi marcada por superlativos. Os vários pavilhões dedicados à mostra, realizada a cada dois anos na cidade alemã de Düsseldorf, reuniram o maior número de empresas expositoras de sua história: 1.280 marcas, de 50 países diferentes, segundo a organizadora Messe Düsseldorf. O número de visitantes também foi expressivo (mais de 42 mil pessoas). Mas uma marca em especial merece ser destacada: ao todo, 233 brasileiros participaram este ano, assinalando assim crescimento de quase 50% em relação a 2016.

Feira global
Mais de 70% dos visitantes eram de fora da Alemanha, confirmando o poder mundial da Glasstec. “A feira permanece como a principal plataforma internacional para a indústria vidreira”, justifica Wolfram Diener, diretor de Operações da Messe Düsseldorf. “O mercado trabalha em sintonia com esse ciclo de dois anos. Nenhuma outra mostra apresenta uma gama tão grande de soluções inovadoras, produtos e aplicações.”

A Associação Italiana de Fornecedores de Máquinas, Acessórios e Produtos Especiais para o Processamento de Vidro (Gimav), que contou com 54 empresas associadas no evento, também opinou sobre sua importância. “Estamos bastante orgulhosos do sucesso obtido, pois a reação por parte dos visitantes foi extremamente positiva”, relata Laura Biason, sua diretora. “Os pavilhões 13 e 16, quase totalmente tomados por nossa representação, registraram grande movimentação nos quatro dias.” Durante a Glasstec, foi realizada ainda uma apresentação sobre a edição 2019 da feira italiana Vitrum, representada na Alemanha por seu presidente Dino Zandonella Necca.

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Um dos espaços mais importantes da feira, a Glass Technology Live apresentou produtos, protótipos e estudos que podem se tornar o padrão da indústria vidreira em um futuro breve. Confira detalhes sobre algumas das mais impressionantes soluções tecnológicas clicando aqui

 

Presença verde-amarela
Iara Bentes, superintendente da Abravidro, editora de O Vidroplano e nossa correspondente em solo alemão, teve a chance de conferir essa movimentação ao vivo. “É importante a presença de profissionais brasileiros, pois todas as novas tecnologias vidreiras passam primeiro por lá. Não se pode perder a chance também de estar em contato com as grandes marcas internacionais e, eventualmente, fazer bons negócios”, analisa Iara. E, por falar em negócios, apesar do clima frio durante a semana de realização da feira, os estandes estavam quentes — inclusive, duas companhias brasileiras expuseram seus produtos para um público qualificado de todo o planeta: Sglass e Systemglass.

A Glass South America, maior feira vidreira da América Latina, realizada em São Paulo, também foi representada na Glasstec. “Tivemos a oportunidade de conversar com expositores, estreitar relacionamentos com clientes e acompanhar ideias inovadoras para replicá-las em nosso evento, como espaços para startups e demonstração de equipamentos”, comenta Alexandre Brown, responsável pelo núcleo de Construção Civil da NürnbergMesse Brasil, a organizadora da mostra brasileira.

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A mostra Glass Art reúne peças feitas com nosso material por artistas renomados mundialmente. As técnicas utilizadas são diversas, incluindo fusing e sopro. Alguns dos destaques expostos por lá você pode conferir na matéria especial sobre arte com vidro, clicando aqui

 

Networking
Mesmo à noite, o vidro era o assunto em Düsseldorf. Na quinta-feira, dia 25, dois encontros tradicionais foram realizados: os jantares oferecidos pela Cebrace e Guardian a convidados do mundo todo, incluindo profissionais brasileiros. Outras empresas também organizaram encontros após o horário da mostra, como a Lisec, que reuniu clientes em um happy hour.

Não foi à Alemanha este ano? Então, anote na agenda: a próxima edição da Glasstec será em 2020, de 20 a 23 de outubro.

Como foi participar da Glasstec 2018?
Depoimentos de brasileiros que estiveram em Düsseldorf.

“Gosto de visitar a feira, pois vemos realmente todas as novidades importantes do setor, além, claro, do contato com os fabricantes e profissionais envolvidos no mundo do vidro. E mesmo se não comprarmos máquinas toda vez que vamos para lá, ainda assim temos a chance de ver processos e melhorias que podem ser implementados em nossas fábricas.”
Lino Rohden, diretor da Rohden Vidros (SC)

“Grandes fabricantes apresentaram produtos mostrando que automação e controle são o norte do mercado e que conexão, hoje, é tudo. Outros destaques vistos são as linhas de vidros especiais com benefícios de conforto térmico e luminosidade, um mercado crescente no mundo e principalmente no Brasil. Cito também máquinas mais independentes e precisas para laminados, garantindo redução de quebras e desperdícios, assim como PVBs de alto desempenho.”
Lucas Bremm, diretor-comercial da MaryArt (PR)

“Participar de feiras é de suma importância para ficarmos atualizados com tudo que se refere ao nosso segmento, principalmente pesquisas e processos. E é ainda mais importante se temos a oportunidade de viajar para outros países e trocar ideias com profissionais do mundo todo.”
Maurício Ribeiro, diretor da Viminas (ES)

“Visitar a feira deveria ser obrigação para os empresários brasileiros. Além da integração com fabricantes de máquinas e insumos, é lá que vemos o horizonte à frente, as tendências e soluções para nosso mercado. Exemplo disso é a Indústria 4.0: muito se viu sobre o assunto e não tenho dúvidas de que será o futuro da indústria de transformação vidreira.”
Sandro Henrique Rensi, diretor da Steinglass (PR)

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

De Düsseldorf para o Brasil

É tradição da Glasstec adiantar as tendências mundiais na fabricação, processamento e instalação de vidros em todo o mundo. Não seria diferente em relação ao nosso país: as tecnologias e soluções mostradas pelas marcas em breve chegarão por aqui (algumas já estão entre nós). Importante ressaltar ainda que nossas empresas não são apenas consumidoras, mas também fornecedoras. Companhias nacionais estiveram com estande no pavilhão de exposição levando seus produtos para o mercado estrangeiro.

Confira a seguir uma seleção das principais novidades mostradas por empresas com atuação no Brasil, classificadas em ordem alfabética.

adeliolattuadaComemorando quarenta anos de fundação em 2018, a Adelio Lattuada celebrou a data na Glasstec expondo ao público maquinários com conceitos da Indústria 4.0, como automação. Para isso, mostrou o sistema de movimentação de vidro Lattuada Robotic Solution, que faz o giro das placas em 90 ou 180 graus. No estande, o sistema formava uma linha junto de duas lapidadoras retilíneas de onze rebolos cada, demonstrando a fluidez no processo de trabalho gerada pela automação.

halio_agcO lançamento da AGC foi o vidro eletrocrômico Halio. O produto possui um revestimento especial de óxidos de metais que, quando acionado por corrente elétrica, altera a aparência da chapa: em três minutos, ela passa de transparente para uma cor escura translúcida. É possível controlar ainda o nível de transparência conforme o gosto do usuário. Segundo a usina, planeja-se lançar o Halio no Brasil entre o final de 2019 e o começo de 2020.

bavelloniA Bavelloni montou uma ilha de produção para mostrar o funcionamento de uma linha automática de lapidação, formada pela lapidadora retilínea VE500 V10 e robôs para movimentação. Pelo fato de os funcionários não precisarem manusear as chapas, já que os robôs fazem a rotação delas para garantir a lapidação de seus quatro lados, a linha permite maior produtividade em menos tempo.

bentelerA Benteler apresentou seus maquinários para processamento, incluindo uma linha de corte, furação e recorte, assim como a nova versão da lavadora tecWasher, indicada para vidros finos em chapas de tamanho pequeno e médio. Outros destaques: lavadoras para chapas curvas e máquinas para serigrafia — essas últimas podem ser usadas juntamente com impressoras digitais para criar linhas flexíveis e versáteis.

benteler-NOVAA principal novidade da Bohle foi o anúncio de que começará, em breve, a produzir rodízios de corte com a marcação do grau de corte, indicando em qual espessura aquele item deve trabalhar. A iniciativa ajudará a acabar com possíveis confusões, como quando o operador da mesa mistura os rodízios e não sabe para qual chapa ele é indicado.

BotteroA tecnologia 4.0 está na nova geração de lapidadoras retilíneas da italiana Bottero: são conectadas à nuvem para criar uma base de dados que permite a análise de seu funcionamento, incluindo detalhes sobre a vida útil do equipamento e a necessidade de manutenção preventiva. Além disso, permite que o operador salve receitas para que a máquina possa trabalhar automaticamente.

bovoneCompostos por robôs, o sistema de movimentação de vidro Bovone Robotic System para linhas de lapidação, da Bovone, funcionava sem parar no estande da empresa italiana. O mecanismo pode ser vendido separadamente ou em ilhas de trabalho contendo duas lapidadoras e dois robôs, atendendo assim todo tipo de cliente.

bystronicA B’Champ WS, da Bystronic Glass, linha para pré-processamento de vidros automotivos, corta, destaca e lapida peças usadas em para-brisas. Por empregar até duas ferramentas na mesma chapa, a máquina garante um ciclo de trabalho curto. Possui ainda um grande grau de automação, aumentando a eficiência da produção. Outro diferencial é a possibilidade de trabalhar em vidros finos, com o mínimo de 0,4 mm de espessura.

Dip-techDois lançamentos de impressoras digitais no estande da Dip-Tech. A Nera-V Plus, dedicada para vidros automobilísticos, possui de seis a doze canais de tinta trabalhando em resolução altíssima (de até 1.410 dpi). O modelo Vera é indicado para vidros da linha branca (eletrodomésticos em geral), tendo um ciclo de produção de apenas doze segundos. Segundo a empresa, ambas estão disponíveis no Brasil e contam com manutenção e peças de reposição locais.

dowO silicone adesivo transparente estrutural TSSA, da linha Dowsil, que pertence à Dow, garante máxima transparência em aplicações estruturais, como sistemas pele de vidro e fachadas duplas. O produto possui um indicador de segurança: quando o nível de estresse das chapas excede o aceitável, ele adquire coloração branca.

eastmanUm dos maiores laminados processados do mundo foi exposto pela Eastman. A peça (foto), de 3,22 m de largura e 18 de comprimento, demonstrava a capacidade dos interlayers da empresa. Além do Vanceva Illusion White, PVB que possui cor branca em degradé, mostrou-se o Saflex HUD, filme para vidros automotivos que permite projetar informações no para-brisa do carro sem distorção da imagem.

EverlamProgramado para lançamento oficial no mercado vidreiro no primeiro trimestre de 2019, o Everlam Cool, PVB de alta performance da Everlam, foi mostrado em primeira mão na Glasstec. O produto possui tecnologia de nanopartículas e oferece controle solar, neutralidade de cor e baixa reflexão aos laminados em que é instalado.

fenzi_NOVAA Fenzi contou com sua linha de insumos para insulados, incluindo o perfil Multitech G e espaçadores warm edge (que reduzem a transferência de calor). A tinta para espelhos Duralux 2020 também esteve presente. Mas o principal destaque eram as soluções para impressão digital (foto) da Tecglass, empresa espanhola incorporada ao Grupo Fenzi no ano passado: a tecnologia Single Pass evolution pode imprimir 9 m em apenas sessenta segundos.

forelA linha vertical para corte de laminados que estava no espaço da Forel é compacta. Garantindo economia de espaço, ela faz toda a movimentação do vidro de forma automática, reduzindo os riscos de quebra de nosso material durante o beneficiamento.

forvetDois equipamentos da Forvet ganharam os holofotes na feira. O CNC Francesca FC1250 é uma máquina de entrada, com tamanho compacto e curso útil de 1.250 mm, própria para furação e recorte. O Forbot é um sistema de robôs que otimiza a entrada do vidro no forno, sem necessidade de um operador manusear as chapas.

GlastonO novo forno de têmpera para vidros jumbo da Glaston também processa peças de tamanho menor. A novidade é a presença de um modo de “segunda célula”, que permite a regulagem para o trabalho com diferentes tipos de vidro, tamanhos e espessuras. A fabricante também informou que disponibilizará em breve a nova versão do software iControL aos clientes brasileiros que possuem fornos das linhas FC e RC.

guardian_NOVAO Dinamic Shade (foto), lançamento da Guardian, é um insulado com persiana embutida. O produto será disponibilizado ao mercado no ano que vem. Outro lançamento, o Guardian Clarit é um vidro antirreflexo indicado para aplicação em vitrines, concessionárias ou museus por oferecer visibilidade total. No estande da usina, o produto foi aplicado em cima de um televisor, tendo recebido um revestimento especial para barrar o calor emitido pelo aparelho sem obstruir a imagem.

heglaA alemã Hegla oferece soluções para o corte do vidro, criando maquinários que se integram em linha juntamente com os de sua parceira Bystronic Glass. A Rapidline possui armazém inteligente, trabalha com linha linear magnética e conta ainda com integração a softwares de tecnologia 4.0.

ImmmesOs italianos da Immmes divulgaram seus sistemas de tratamento de água, indicados para processadoras — afinal, a atividade demanda grande quantidade desse insumo. Segundo a empresa, esse tipo de sistema gera economia não só de água (que é reutilizada por meio de circuito fechado), mas também de energia elétrica, pois uma única bomba pressurizada abastece toda a produção.

IntermacO Master One é a nova geração de CNCs da Intermac. Com três ou quatro eixos, está integrado aos conceitos da Indústria 4.0, possuindo setup menor e controle de manutenção preventiva em seu próprio painel. Os equipamentos são versáteis: podem atender desde grandes indústrias, que necessitam de alta produtividade, a também pequenos vidraceiros.

KeraglassOs principais destaques da Keraglass foram o fornos de têmpera Vision 800, com sistema de convecção, e o de laminação Combi, que pode trabalhar com EVA e PVB. A empresa lançou ainda um software que calcula o custo por m² do vidro temperado. Com isso, o processador tem em mãos dados concretos para avaliar a situação financeira de sua empresa, incluindo lucros e prejuízos.

landglassO forno de curvatura ConeBend, da Landglass, pode ter comprimento de até 18 m, sendo indicado para placas jumbo ou ainda maiores. O sistema de curvatura fica localizado na parte frontal do equipamento, garantindo um processo gradual de moldagem do vidro, o que impede a aparição de rachaduras nas extremidades das peças.

LisecA Lisec lançou o SplitFin, uma linha automática de jato d’água para lapidação, polimento, furação, fresa, recorte e lavagem. O equipamento é modular, o que ajuda a aumentar a produtividade, e pode ainda ser adquirido na versão com ferramentas, caso o cliente não precise da velocidade do jato d’água.

MacotecJá instalada em processadoras da Europa, a nova ponte-rolante da Macotec tem duas funções: abastecer os classificadores de vidro, pegando o material dos caminhões inloaders, e prover as mesas de corte, fazendo com que o processo de trabalho seja rápido e eficaz, sem necessidade de intervenção humana no carregamento das chapas.

pilkingtonDuas grandes novidades na Pilkington. O Super Spacia é um insulado com perfil ultrafino que, ao invés de gás, possui vácuo no espaço entre as placas, proporcionando o mesmo desempenho térmico com menor espessura e peso que unidades convencionais. Já o Suncool Dynamic é um vidro termocrômico. Disponível em versão laminada de segurança, ele adapta sua transparência de acordo com o nível de luz solar.

ProdimO Proliner, da holandesa Prodim, é um aparelho para medição que permite digitalização de moldes para o trabalho com vidro. Uma vez digitalizado, o arquivo pode ser levado para centros de usinagem ou mesas de corte. O aparelho é indicado também para vidraceiros, pois permite a medição nas obras.

pujolA espanhola Pujol, empresa especialista em laminação, levou para seu estande na feira uma linha que trabalha com interlayers do tipo PVB e EVA sem necessidade de autoclave ou sala limpa climatizada. Segundo a fabricante de maquinários, esse processo é mais barato que as tradicionais linhas com autoclave. Vale citar ainda como destaque o forno de duas gavetas para EVA.

SGG_NOVA_2O espaço da Saint-Gobain Glass tinha vidros de todos os tipos. O Eclaz (foto) é uma nova geração de vidros de baixa emissividade (low-e), mais transparentes para deixar luz natural entrar, porém barrando o calor — controle solar que também era a característica do Cool-Lite Xtreme Silver II. Outro destaque: o vidro resistente ao fogo Contraflam ER1 Blast.

Schiatti AngeloA Schiatti Angelo mostrou máquinas de grande porte. Utilizadas em grandes espessuras, incluem opcionais para linhas retilíneas como lavadoras e quebra-cantos. A empresa italiana destacou também a linha de furadeira-fresadora vertical. Ainda não disponível no Brasil, o equipamento tem como diferencial uma correia para transporte possibilitando o trabalho de pequenas dimensões.

schott“Fascinação” era o tema da Schott na feira, fazendo referência aos diversos tipos de vidro que a fabricante produz e expunha em seu estande. Vale citar o Ceran, indicado para uso em cooktops; o Pyran, resistente ao fogo; e o Borofloat, vidro de borossilicato usado em aplicações tecnológicas como chips.

screenlineA modernidade chegou às persianas para insulados fabricadas pela Screenline, marca da Pellini. Agora, além de funcionar por sistemas touch, certos modelos também possuem comandos de voz (foto). Outra novidade está no tamanho da área envidraçada em janelas e portas: a partir de 2019, será possível instalar as persianas da fabricante em soluções de até 9 m² de área.

STGroupFoi a primeira vez que a italiana Marval apresentou-se com seu novo nome, ST Group. A empresa fabrica lavadoras horizontais de aço inox, com sistema de depuração e desmineralização de água, que podem ser acopladas a diversos tipos de máquinas.

 

sglassA tradição dos maquinários brasileiros da Sglass também marcou presença na Glasstec. Foram mostrados três equipamentos ali: a Alpha Jet 2500, máquina de corte a jato d’água para float de 4 a 19 mm, que pode ser instalada em uma linha automática ou usada de forma individual; o forno de têmpera horizontal Standard; e o forno de laminação FL2333, com sistema de abertura e fechamento automático.

systemglassOs brasileiros da Systemglass foram à Alemanha com o objetivo de se apresentar para o mercado europeu. Durante a feira, divulgaram seus softwares multi-idioma, os quais “conversam” com maquinários de fabricantes diferentes. A empresa planeja voltar para a edição 2020 da Glasstec para oferecer soluções que atendam gargalos existentes na região, como o retrabalho.

teknokilnsA linha Foehn de fornos de laminação da Teknokilns é marcada pela versatilidade, pois pode laminar com diferentes tipos de interlayers, incluindo EVA e PVB. Os equipamentos contam com sistema de pré-aquecimento, que garante uma temperatura uniforme em toda a superfície do vidro, sistema de resfriamento forçado e carrinho extraíveis, o que torna todo o trabalho mais ágil e produtivo, segundo a empresa.

tkInterlayers de EVA para laminados foram a aposta da TK. Por isso, mostrou o Strato, primeira película do tipo produzida na Itália pela Satinal, em uma fábrica localizada na cidade de Erba. O forno de laminação Lamijet (foto), por exemplo, trabalha com esse material, além de PVB — seu outro diferencial é um sistema de convecção.

TriulziA Triulzi apresentou uma lavadora horizontal, própria para linhas de produção com serigrafia digital. O aparelho possui esponjas para trabalhar o vidro e conta com a possibilidade de ter um reservatório para produtos de limpeza.

turomasAlém das mesas de corte para monolíticos e laminados, a espanhola Turomas produz carregadores automáticos para alimentar o setor de corte das processadoras. Os modelos aéreos incluem um sistema de “armazém inteligente” — ele procura automaticamente a chapa de vidro a ser beneficiada de acordo com a sequência de trabalho definida. Já os modelos terrestres, como o SR, contam com robôs para fazer a transição dos colares.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Reconhecimento para o nosso setor

Em setembro, foi realizada a cerimônia do 19º Prêmio Marca Brasil, idealizado para destacar as marcas de empresas e entidades mais bem-avaliadas em suas áreas de atuação. Diversas categorias foram dedicadas ao segmento vidreiro, cujos vencedores foram escolhidos pelos leitores da revista Contramarco & Companhia. Pelo 7º ano consecutivo, a Abravidro foi eleita a Melhor Marca de Entidade do Setor de Vidros. Confira abaixo os demais premiados de nosso setor.

Abrasivos e rebolos para vidro: Arbax
Acessórios para vidro: Pacre
Distribuidor de vidro: Divinal Vidros
Empresa de treinamento para vidraceiro: Setor Vidreiro
Empresa sustentável: ECG Sistemas
Entidade do setor: Abravidro
Envidraçamento de sacada: Tec-Vidro
Espelhos: Guardian
Fábrica de ferragens para o vidro: AL Indústria
Kit para boxe de vidro: Tec-Vidro
Máquinas e equipamentos para vidro: Glass Parts
Molas para portas: dormakaba
Molduras: Moldurarte
Películas para vidros: 3M
Perfis de alumínio e kits de instalação para vidro: Tec-Vidro
Portas automáticas: dormakaba
Selantes, silicones e adesivos: Adespec
Softwares direcionados ao setor: ECG Sistemas
Têmpera de vidro: Personal Glass
Vidraçaria: Casa Com Vidro
Vidro laminado: Real Vidros
Vidros especiais: Unividros

Este texto foi originalmente publicado na edição 550 (outubro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Acústica em debate

O 11º Seminário de Soluções Acústicas em Vidro (VidroSom) foi realizado no dia 14 de setembro, durante a Fesqua 2018 (veja mais sobre a feira clicando aqui), em São Paulo. Organizado pela Universidade do Som, ele contou com 190 participantes e destacou o papel do vidro, da esquadria e os cuidados que devem ser tomados no desenvolvimento de um sistema acústico. Remy Dufrayer, gerente de Desenvolvimento de Mercado da Cebrace (patrocinadora do seminário), explicou como o vidro isola o ruído e enfatizou as vantagens dos laminados para o conforto termoacústico nos ambientes. Outro assunto foi a acústica veicular, comentada por Edison Claro de Moraes, idealizador do VidroSom.

Este texto foi originalmente publicado na edição 550 (outubro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Superando expectativas

De 12 a 14 de setembro, Las Vegas tornou-se a casa do mercado do vidro norte-americano com a realização da GlassBuild America 2018, principal feira vidreira da região. Essa edição teve resultado acima do esperado, segundo as entidades National Glass Association e Glass Association of North America, suas organizadoras. Quase 9 mil visitantes passaram pelos corredores do pavilhão de exposições, espaço de 175 mil m² em que estavam empresas de 71 países.

A seguir, listamos o que algumas companhias internacionais com atuação no Brasil mostraram ao público.

 

baveloniO CNC vertical VDM 1636 CN, apresentado pela Bavelloni, faz furação e recorte. O equipamento possui cabeçote duplo, cada um com sistema rotativo de ferramentas de oito posições.

 

botteroA Bottero levou para Las Vegas o que mostrou na Glass South America, feira realizada em São Paulo, em maio. Destaque para o CNC Pratica Plus, com controle numérico.

 

bovoneO Bovone Robotic System (BRS), da Bovone, é formado por robôs que movimentam o vidro em lapidadoras. Sua vantagem é não necessitar de operadores para funcionar.

 

bystronicVidros insulados foram o foco da alemã Bystronic Glass, que mostrou o TPS, ou Thermo Plastic Spacer, espaçador warm edge (que reduz a transferência de calor).

 

dip-techA Dip-Tech mostrou a impressora digital NeraD. Com doze canais individuais de tinta, tem sistema de impressão que regula o tamanho das gotas.

 

glastonIndústria 4.0 no estande da Glaston: a plataforma digital Glaston Insight reúne dados de processamento globais para melhorar a automação das máquinas.

 

guardianA Guardian divulgou o início da comercialização de vidros revestidos (como o low-e) em tamanho jumbo, produzidos no novo coater no Estado de Michigan, EUA.

 

landglassO forno de curvatura e têmpera LD-C+ConeBend, da LandGlass, pode ter comprimento de até 18 m e é indicado para o trabalho com placas jumbo ou maiores.

 

macotecA estrela do estande da Macotec foi a mesa de corte Star Cut. Própria para vidro float, pode fazer corte retilíneo ou em formas com alta produtividade.

 

q-railingO lançamento da Q-Railing era a linha de ferragens para guarda-corpos Q-lights Linear Light, que contém um sistema de iluminação de LED em suas peças.

 

schiattiA Schiatti Angelo apresentou ao público a lapidadora retilínea SME10. Indicada para empresas de médio e grande portes, possui dez eixos e monitor PLC touch screen.

 

tkO foco da TK foi a linha completa de fornos de laminação, têmpera e têmpera química. Outro destaque: a produção de interlayers em EVA pela Satinal, empresa do grupo.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 550 (outubro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro na sala de aula

A coordenadora técnica da Abravidro, Vera Andrade, apresentou as iniciativas que a associação desenvolve em prol do setor vidreiro nacional na abertura do módulo de vidros no curso de extensão universitária “Arquitetura e Construção: Materiais, Produtos e Aplicações”, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. As aulas sobre o nosso material, realizadas de 11 a 13 de setembro, ficaram a cargo de Danila Ferrari, consultora técnica da Cebrace. O curso é fruto da parceria da Mackenzie com a Abravidro, Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Associação Brasileira da Construção Metálica (Abcem) e Instituto do PVC.

Este texto foi originalmente publicado na edição 550 (outubro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Criatividade na hospedagem

A Equipotel, considerada a maior feira de hospitalidade e hotelaria da América Latina, chegou este ano à sua 56ª edição. Na mostra, realizada no centro de eventos São Paulo Expo, chamou atenção, entre outros, o espaço Hotel Design. Ali viam-se ambientes projetados com soluções criativas para a experiência da hospedagem — destaque-se o Apartamento Praia, das arquitetas Fernanda Hoffmann e Cristiane Vassoler, com divisória de vidro e imagens jateadas (foto, à esq.) e um magic mirror (espelho com tela embutida, foto, à dir.) no centro da parede verde. Empresas atuantes no nosso setor também tiveram estandes na mostra, como a dormakaba, Hansgrohe e Weiku do Brasil.

Este texto foi originalmente publicado na edição 550 (outubro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Verão de aprendizado e lazer

Summer Glass: esse é o nome da 9ª edição do Encontro Sul-Brasileiro de Vidreiros. Organizado a cada dois anos em um dos Estados da Região Sul, o evento será realizado de 22 a 25 de novembro pela Ascevi e pelo Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Vidro, Espelhos e Cristais do Estado de Santa Catarina (Sindicavidros), em parceria com a Adivipar e o Sindividros-RS. O local escolhido é o Resort Águas de Palmas, na cidade catarinense de Governador Celso Ramos, a cerca de 50 km de Florianópolis.

O encontro tem como objetivo reunir profissionais do setor vidreiro do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e suas famílias, levando a eles conhecimentos relacionados ao nosso mercado por meio de palestras e debates, além de abrir oportunidades de networking e permitir que eles desfrutem dos espaços e atividades de lazer no resort.

Sobrevivendo à tempestade
vp_encontrosulbrasileiro2A programação do Summer Glass conta com seis palestras (ver quadro abaixo), divididas entre os dias 23 e 24. Alexandre Pestana, terceiro-vice-presidente da Abravidro, fará uma das palestras do evento — Tempestade vidreira: quem são os sobreviventes?.

Em sua apresentação, Pestana apontará o que se pode esperar do futuro do mercado vidreiro. Apesar de não prometer a fórmula mágica para o sucesso, o líder vidreiro pretende indicar os melhores caminhos para os empresários do setor e alertá-los de que a forma como eles atuavam antes da crise já não atende as exigências do mercado de hoje — com isso, o investimento em conhecimento e tecnologia é fundamental.

Novidades em um só espaço
Outra atração do Summer Glass é a Feira de Negócios. Trata-se de um espaço em que os visitantes poderão conferir as novidades das patrocinadoras do encontro. Ali estarão a Agmaq, Arbax, Bottero, Diamanfer, ECG Sistemas, GDS, Glasspeças, Gusmão Representações, Intermac do Brasil, Junkes Ferragens, Lopes Equipamentos, Ludufix, Muniz Representações, Tec-Vidro, Vetro Máquinas e Vidramaq. Essa mostra poderá ser visitada nos dias 23 e 24. Além de conferir os estandes das empresas, os visitantes também poderão conversar e fechar negócios com os representantes delas, bem como com outros profissionais.

As palestras do Summer Glass
– Vanderlei Petri: A importância do pacto de franqueza para a saúde dos negócios
– Luiz Baggatini: Construindo uma empresa lucrativa
– Marcio Schultz: Felicidade pessoal e profissional
– Glauco Côrte: Panorama da economia brasileira e catarinense e perspectivas
– Vanessa Tobias: A natureza é perfeita. Encontre a sua
– Alexandre Pestana: Tempestade vidreira: quem são os sobreviventes?

Este texto foi originalmente publicado na edição 550 (outubro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

A ABNT quer sua opinião!

A revisão da NBR 14718 — Guarda-corpos para edificação – Requisitos, procedimentos e métodos de ensaio entrou em consulta nacional no mês passado. E os profissionais vidreiros podem acessar o projeto (e opinar sobre ele) até 19 de novembro, mediante cadastro no site da ABNT.

Mais conteúdo
A norma especifica os requisitos e métodos de ensaio de guarda-corpos externos ou internos. Por isso, a principal tarefa do grupo de trabalho, que pertence à Comissão de Estudos Especial de Esquadrias (CEE-191) e que contou com participação da Abravidro, era torná-la mais abrangente. A partir de agora, estão presentes no texto as estruturas instaladas em aeroportos, estádios e shopping-centers, inclusive as com diferentes cargas aplicadas.

Destaques
laminado3“A revisão baseou-se em documentos técnicos e normalização estrangeiros, nos quais a carga de 300 kg/m já é solicitada para locais de grande aglomeração”, explica Fabíola Rago, coordenadora da comissão. A pressão de vento também passou a ser considerada — dessa forma, além do tipo de uso, a altura da edificação e a região do País em que a obra será instalada influenciarão no dimensionamento. O texto está mais exigente quanto à altura mínima dos guarda-corpos em relação ao piso, que agora é de 1,10 m. Outra novidade são os itens sobre limpeza e manutenção, visando à durabilidade das estruturas.

Daniel Domingos, da Eastman, participante da comissão, reforça que, o intuito é alinhar a norma brasileira às estrangeiras, principalmente França, Bélgica e Reino Unido, países em que esse tipo de aplicação é bem mais difundido.

Participe!
Após o prazo de consulta, a ABNT envia as informações obtidas para a CEE-191 analisar e responder. “Caso sejam apenas sugestões de forma, a norma pode ser publicada ainda este ano. Se forem alterações nos requisitos, faremos avaliações a respeito e provavelmente a publicação fique para 2019”, comenta Fabíola.

Métodos de ensaio e classificações: o que mudou
Os ensaios permanecem os mesmos: esforço estático horizontal (com algumas alterações de metodologia), esforço estático vertical e resistência a impactos. Com a revisão, os guarda-corpos são classificados de acordo com o tipo de aplicação:
– Residencial ou comercial de uso privativo e áreas técnicas;
– Residencial de uso coletivo, comercial ou institucional de médio tráfego (até 2.500 pessoas);
– Comercial ou institucional de alto tráfego (acima de 2.500 pessoas).

Este texto foi originalmente publicado na edição 550 (outubro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

A luz que faltava para o crescimento

Em abril do ano passado, O Vidroplano publicou uma reportagem, que estampou a capa daquela edição, apontando o segmento fotovoltaico como uma grande oportunidade de negócios para o setor vidreiro nacional. Afinal, o vidro é essencial para os módulos que captam a luz solar e geram energia.

Hoje, esse mercado está ainda mais propício para investimentos: o número de fabricantes de módulos no País cresceu, foram criados canais de financiamento para fomentar esse ramo e a produção de energia é cada vez maior. Por isso, decidimos voltar ao tema.

Como é a presença de nossas companhias nesse setor? Será que estamos prestando atenção a esse mercado? O que fazer para atuar nele? Essas e outras respostas, você confere a seguir.

Os motivos do crescimento
DCIM100MEDIADJI_0311.JPGUma explicação bastante óbvia é a quantidade de Sol que o Brasil recebe: a região menos ensolarada por aqui possui radiação maior que a região mais ensolarada da Alemanha — uma das nações que mais usam esse tipo de energia. Temos um potencial gigante que já começou a ser aproveitado.

A Resolução Normativa nº 687/2015, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que atualizou a nº 482/2012, foi o marco regulatório do segmento, consolidando o interesse das empresas em investir. Marcas líderes do mercado mundial, como a alemã Calyxo e a chinesa Trina Solar, possuem representações no País e companhias brasileiras que atuam no desenvolvimento de projetos ganham espaço — a Blue Sol Energia Solar já conta com dez unidades franqueadas no interior de São Paulo.

Incentivos de redução tributária, como o Convênio ICMS nº 16/2015, que autoriza governos estaduais a isentar o Imposto sobre mercadorias e serviços (ICMS) de energias renováveis, são mais comuns, embora ainda não seja o ideal (como se verá mais para frente nesta matéria). E vale citar ainda a maior presença de grandes usinas, como a presente em João Pinheiro (MG), considerada a primeira fazenda solar do Brasil.

Para o alto e avante
Todo esse cenário contribuiu para que o Brasil garantisse um lugar entre os trinta maiores produtores desse tipo de energia no mundo. Falta bastante para atingir os líderes do setor, como a China, que conta com cerca de 130 GW instalados. Mas o cenário é promissor: dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) revelam que a produção cresce 100% ao ano desde 2012 — e nos últimos tempos deu-se um salto ainda maior:

– Em 2016, o Brasil gerou 90 MW;
– Um ano depois, passou a gerar 1.150 MWaumento de mais de doze vezes.

Para 2018, a projeção da entidade é que tenhamos 2.400 MW operacionais (mais uma vez, crescimento superior a 100%).

Desse total:
85% virão da geração centralizada, voltada para a produção em grande escala (como em usinas fotovoltaicas);
15% da geração distribuída, direcionada ao consumo próprio (residências, empresas e condomínios).

Isso, no entanto, equivale a menos de 1% da potência instalada na matriz elétrica brasileira. Por outro lado, o viés de alta se manterá: números da Empresa de Pesquisa Energética, do Ministério de Minas e Energia, indicam que a energia solar chegará a 10% da potência instalada em 2030.

Esses atuais 1.150 MW representam, grosso modo, segundo as contas da Absolar, cerca de 3 milhões de módulos — ou 5 milhões de m² de vidro aplicados. Isso sem levar em consideração o aumento deste ano e dos próximos. O número também não inclui o maior uso do módulo vidro-vidro (nosso material está em ambas as faces, de forma a encapsular as células fotovoltaicas dentro de uma peça laminada), que tem tudo para se tornar um padrão de aplicação arquitetônica dos fotovoltaicos. Ou seja, a demanda só vai se multiplicar.

É hora do vidro nacional

Algumas companhias vidreiras já se beneficiam desse crescimento e atuam de maneira sólida nesse negócio. A DVM é um exemplo: criou, em 2016, uma divisão especializada, a DVM Solar. “A empresa atua na elaboração de projetos, instalação dos sistemas fotovoltaicos, monitoramento e suporte pós-venda”, explica o diretor Luís Augusto Knorst. Para isso, compram os módulos de fornecedores nacionais ou estrangeiros e os revendem aos clientes, já que a tecnologia empregada para sua montagem é bem específica.

DCIM100MEDIADJI_0290.JPGO negócio deu tão certo que a processadora montou uma usina de geração (foto ao lado) para alimentar sua planta: com 648 módulos instalados, produz mais de 25 mil kWh por mês, sendo a maior usina em atividade no Maranhão (e essa pode ser uma solução interessante para nosso setor).

A Penha Vidros, de São Paulo, também trabalha com fotovoltaicos. Ela oferece vidros em parceria com empresas fabricantes desses equipamentos com o foco em projetos especiais e customizados. Vale citar ainda uma empresa brasileira que não é de nosso setor, mas tem tudo a ver com vidro. A Sunew é uma das líderes mundiais na pesquisa dos fotovoltaicos orgânicos (OPV) — filmes plásticos impressos com tinta semicondutora usados nos modelos vidro-vidro. Sua fábrica, em Belo Horizonte, pode produzir até 400 mil m² de OPV por ano, que já foram aplicados em obras grandiosas.

Mercado: um problema a solucionar…
Existe um entrave, no entanto: o vidro processado em nosso país é mais caro que o importado. Nossa reportagem de maio de 2017 já mostrava isso — a Dya Energia Solar, produtora de módulos, relatou na época que chegaram a usar temperados brasileiros, mas o valor era “muito superior”.

Quando a equipe de O Vidroplano visitou a feira Intersolar South America 2018, no fim de agosto deste ano, algumas empresas relataram não existir perspectiva, em curto prazo, de usarem o material fabricado por aqui. As justificativas para isso eram o preço maior e também a necessidade de homologar novamente os sistemas em caso de troca de qualquer componente, processo muito custoso às companhias.

“O principal papel do governo seria o de incentivar a instalação de novas fábricas e diminuir os impostos incidentes sobre as matérias-primas”, analisa Luís Knorst, da DVM. Segundo ele, os módulos nacionais são em torno de 20% mais caros se comparados aos produzidos no exterior.

Para Thiago Mattar, responsável pelo setor de Business Inteligence da Sunew, a concorrência com os produtos chineses é desleal. “A política estatal de subsídios e os custos reduzidos com mão de obra e energia fizeram com que a China dominasse e concentrasse o mercado mundial de módulos. Existe hoje praticamente um monopólio chinês.” Isso explica o fato de a maioria dos equipamentos instalados aqui ser chinesa ou possuir tecnologia desse país.

…e suas possíveis soluções
A Absolar trabalha em uma proposta que pode ajudar a atual situação: a inclusão dos insumos produtivos do setor fotovoltaico, abrangendo o vidro, no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis), do governo federal. Isso permitiria diminuir a tributação e assim reduzir o preço do módulo produzido no Brasil, aumentando a competitividade nos mercados interno e externo.

“O setor vidreiro, como potencial fornecedor, pode ajudar a avançar esse tema, para que tenhamos uma presença maior da fabricação nacional no mercado, fazendo frente aos importados”, reflete o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia. A proposta ainda não tem data para ser publicada na forma de decreto ou portaria. Por isso, segundo Sauaia, a entidade está de portas abertas para empresas vidreiras interessadas em conhecer melhor esse mercado. “O networking e a troca de experiência entre os dois setores são essenciais.”

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Incentivos para investir…

Este ano, algumas linhas de financiamento públicas e privadas foram criadas para o fortalecimento desse segmento, o que pode ajudar nossas companhias a entrar de vez no segmento. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) possui o Finame Energia Renovável, com verba de R$ 2 bilhões, voltado para pessoas físicas e jurídicas. O objetivo é fomentar a aquisição e comercialização de sistemas de geração, incluindo serviço de instalação e capital de giro associado.

Já o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) disponibilizou um produto que une linhas de créditos de US$ 25 milhões a uma cobertura securitária para riscos de desempenho, indicado para pequenas e médias empresas interessadas no assunto.

…e para usar a energia solar
O mercado vidreiro, portanto, tem incentivos para atuar nesse negócio — e não só como fornecedor de matéria-prima, mas também como usuário. Da década de 1970 para cá, o preço de 1 watt de energia fotovoltaica caiu de US$ 76 para menos de US$ 0,30, segundo dados da Absolar. Enquanto isso, outros tipos de energia só aumentaram.

Com a solar, é possível controlar custos, já que os sistemas geradores têm vida útil longa, acima dos dez ou quinze anos. “Permite ainda o planejamento orçamentário de custos de insumos. E isso com sistemas instalados nas fábricas ou contratando no mercado livre”, afirma Sauaia. Um exemplo concreto: a já citada usina da DVM, que alimenta a própria planta, garante a incrível economia de 40% nos custos de energia da empresa.

 

avec

A fachada do Centro Empresarial Sêneca, em São Paulo, cujo projeto foi desenvolvido pela Avec Design, possui laminados de controle solar com células OPV (da Sunew) em determinadas áreas da estrutura — os vidros foram fornecidos pela Cebrace e processados pela Unividros. Segundo o diretor da Avec, José Guilherme Aceto, “essa solução é versátil e representa o futuro da aplicação dos fotovoltaicos no Brasil”, não mais como algo adicionado aos edifícios, mas sim como elemento arquitetônico

 

O tipo de vidro ideal
A função básica do vidro é proteger as células fotovoltaicas contra chuva, granizo, sujeira etc. e garantir que a luz solar entre em contato com elas.

Dessa forma, por ser mais transparente que outros tipos, o temperado de baixo teor de ferro é o indicado para uso nos módulos. Esse vidro, mais conhecido como extra clear, atualmente é fabricado no Brasil pela Cebrace (Diamant) e importado pela AGC (Planibel Clearvision) e Guardian (UltraClear).

Existem no mercado equipamentos especiais para o processamento dos vidros destinados à energia solar. A Lisec, por exemplo, tem o forno de têmpera Aeroflat, com sistema de flutuação de ar, e o de laminação VPL, que trabalha em módulos vidro-vidro. A Glaston também oferece fornos de laminação para trabalhar com esse tipo de módulo (o ProL), assim como os de têmpera da linha RC e FC.

Este texto foi originalmente publicado na edição 550 (outubro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Equipe reforçada

A Associação Italiana de Fornecedores de Máquinas, Acessórios e Produtos Especiais para o Processamento de Vidro (Gimav) elegeu em setembro os dois vice-presidentes que acompanharão o presidente Michele Gusti ao longo de sua gestão, que vai até 2020. Os escolhidos foram Nicola Lattuada, da Adelio Lattuada, e Nancy Mammaro, da Mappi.

Este texto foi originalmente publicado na edição 550 (outubro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Qualidade comprovada

A Everlam, fabricante de películas de PVB para laminados, recebeu recentemente a certificação ISO 9001, norma que avalia a qualidade dos princípios de gestão aplicados em toda a empresa. Harald Hammer, CEO da companhia, reconhece que o certificado é a comprovação de que ela oferece aos seus clientes uma parceria séria visando ao fornecimento de soluções confiáveis para seus negócios de vidros laminados de segurança.

Este texto foi originalmente publicado na edição 550 (outubro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Atenção: vidro em movimento!

A quebra de um vidro ou espelho antes de sua instalação representa uma bela dor de cabeça para o vidraceiro: é necessário repor a peça perdida, esperar sua entrega e levá-la novamente ao local da obra. O cliente pode se aborrecer com o contratempo, o que o levará a procurar outra vidraçaria para futuras demandas. Por fim, pessoas podem ferir-se em consequência dos erros no transporte do nosso material. Por isso, é fundamental ter todo cuidado na hora dessa tarefa.

Nas próximas páginas, O Vidroplano apresenta os procedimentos necessários para garantir a proteção e a integridade da carga.

Do estoque ao veículo
Muitos problemas podem ser evitados já na saída da vidraçaria. “O vidraceiro, frequentemente, precisa transportar produtos diferentes, como temperados, espelhos e perfis, sendo que cada um deles exige acomodações, amarrações e proteções apropriadas”, explica Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro. “Tomar os cuidados específicos para cada peça contribui muito para que elas não sofram danos no percurso até o local da obra.”

A capacitação dos profissionais para executar esse trabalho também é importante para garantir sua integridade. A vidraçaria paulistana Everart empenha-se a fundo nesse objetivo. “Nossos funcionários envolvidos nas atividades de manuseio e transporte de carga recebem treinamentos e orientações para trabalhar sempre dentro da legislação trabalhista e segurança do trabalho, como capacitações na NR-35 [Trabalho em altura] e em primeiros socorros”, comenta Gisele Muniz, sócia-proprietária da empresa.

Marco Souza, gerente-comercial da processadora Personal Glass, observa que os cuidados necessários para essa tarefa em uma vidraçaria são os mesmos presentes nas beneficiadoras. “A diferença é que, por manusear uma quantidade muito maior de vidros por dia, as processadoras possuem mais recursos para facilitar o transporte, como pontes móveis para transportes de chapas e peças grandes”, conta.

Dicas para a acomodação

nova– Antes de manusear as peças, é fundamental que os funcionários estejam usando equipamentos de segurança individual (EPIs):
* Luvas e mangotes anticorte;
* Botas;
* Óculos de segurança;
* Capacete (caso os vidros sejam erguidos acima da altura da cabeça dos carregadores);
– Verifique o estado de conservação do cavalete, especialmente em relação aos seus calços de borracha;
– Veja se a carroceria está limpa, sem materiais pontiagudos (como pregos) ou furos que possam permitir a entrada de detritos;
– Os vidros devem ser transportados na vertical (nunca deitados);
– Atenção com a inclinação das chapas: a norma NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações indica que elas devem ser apoiadas no cavalete com inclinação de 4º a 6º (graus) em relação à vertical;
– Não “misture” os vidros: coloque as peças de um mesmo tipo juntas e faça a fixação delas de acordo com o que o material permite (temperados, por exemplo, suportam amarrações mais firmes, enquanto peças apenas lapidadas podem quebrar se sofrerem muito esforço);
– Ao transportar produtos com dimensões diferentes, coloque sempre os maiores atrás e os menores na frente;
– Utilize intercalários (materiais de proteção, como plástico-bolha ou espuma) entre uma peça e outra, bem como em suas pontas;
– Em caso de chuva ou outras condições desfavoráveis, cubra as peças com uma lona (mesmo em dias claros, vale a pena usá-la sempre que possível).

Corda ou cinta?
A Resolução Nº 552 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que entrou em vigor este ano, tem, entre suas determinações, a proibição do uso de cordas para amarrar cargas à carroceria do veículo. Dessa forma, a fixação do cavalete deve ser feita com cintas têxteis, presas a pontos de amarração na parte metálica da carroceria ou no próprio chassi. Além disso, se a carroceria do veículo for aberta e houver espaço entre a carga e as guardas laterais, as cintas só podem ser presas a pontos de fixação que estejam do lado interno.

Já na hora de amarrar os vidros nos cavaletes, ou prender lonas de proteção sobre a carga, o uso das cordas está liberado! Só não deixe de verificar se elas estão bem-conservadas.

Para conhecer mais sobre o assunto, não deixe de ler a reportagem Mudança no transporte de vidros, publicada na edição de março de 2018 de O Vidroplano.

Prevendo dificuldades
Para Gabriel, do Setor Vidreiro, o vidraceiro também precisa conhecer bem o local da obra antes mesmo de começar o processo de transporte. Por vezes, o que parece fácil se torna muito difícil quando há falta de atenção no momento da medição da obra. “É necessário analisar, entre outros fatores, se os vidros e perfis passam pelos acessos, se o prédio tem estacionamento para carga e descarga e se o pé-direito é alto o bastante para a passagem do vidro.” Também há condomínios em que só é permitido descarregar os materiais com documentação como a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

Antecipar todas as condições e dificuldades é muito importante para evitar que os trabalhadores tenham de caminhar por muitos metros com peso excessivo, o que pode causar problemas como demora, esgotamento físico, danos aos materiais e até acidentes.

Outro ponto a se considerar é se será necessário fazer o içamento de vidros ou outros componentes do sistema. Em caso positivo, Gabriel reforça que esse trabalho só pode ser feito por profissional capacitado conforme as normas regulamentadoras NR-11 — Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais e NR-35 — Trabalho em altura.

Fora do veículo
GlassaugerO transporte de vidros e espelhos não compreende apenas a locomoção deles dentro do veículo, mas também seu manuseio pelos vidraceiros na vidraçaria e na obra. Rafael Takai, engenheiro de Processos da Guardian, ressalta que a principal atenção nessa etapa é com os equipamentos usados, desde as luvas (que devem estar sempre limpas e ter emborrachamento nas palmas das mãos, para evitar marcas na superfície das peças) até as ventosas (foto ao lado). No caso destas, ele recomenda que o profissional esteja atento ao peso máximo suportado.

“Todo equipamento segue regras e normas de uso próprias”, explica Yveraldo Gusmão, diretor da GR Gusmão. Assim, sempre que adquirir um produto novo, deve-se consultar o vendedor para saber como utilizá-lo e não deixar de verificar se conta com garantia de assistência técnica. Viviane Moscoso, gerente de Produto da Vivix, acrescenta que os vidraceiros precisam estar sempre atentos à manutenção, limpeza e conservação dos seus equipamentos, aumentando assim sua durabilidade e mantendo seu bom funcionamento.

vp_espelhoCuidados especiais para produtos especiais
Além dos procedimentos já listados aqui, para as usinas vidreiras alguns tipos de peça precisam de atenção extra:

– Espelhos — Jonas Sales, coordenador de Engenharia de Aplicação da Cebrace, aponta que a norma NBR 15198 — Espelhos de prata – Beneficiamento e instalação recomenda o uso de intercalários que não absorvam umidade, sejam macios e não agridam sua superfície.
– Vidros serigrafados ou de controle solar — Em ambos os casos, Bruno Bordão, analista técnico de Atendimento ao Cliente da AGC, ressalta que o produto deve ser colocado com a face tratada (seja com pintura ou camada metalizada) voltada para fora do cavalete. Ou seja, sem contato com as borrachas. Além disso, seu manuseio deve ser feito com luvas limpas para evitar marcas.
– Vidros finos — Quanto menor a espessura do vidro, maior deve ser a cautela para seu manuseio e acomodação: evite movimentos bruscos.

vp_gibiPasso a passo… quadrinho a quadrinho
Em 2010, a Abravidro lançou a Campanha de Conscientização para Prevenção de Acidentes de Trabalho nas Empresas Vidreiras. Entre seus materiais, há o gibi Cuidado! Vidro em movimento. A campanha foi desenvolvida com o objetivo de conscientizar o setor sobre todos os procedimentos necessários para manusear e transportar vidros com segurança, mostrando cada passo necessário para colocar nosso material em movimento.

Todos os associados da Abravidro recebem os materiais da campanha (além do gibi, ela inclui cartaz, manual e vídeo de treinamento).

Este texto foi originalmente publicado na edição 550 (outubro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.