Pesquisa para o Panorama Abravidro 2025 já está aberta

Embora seja difícil prever exatamente os movimentos do mercado neste ano que começa (tentamos fazer isso na reportagem de capa, que você pode ler clicando aqui), uma boa forma de se preparar para 2025 é analisar o que aconteceu em 2024 em relação ao desempenho do segmento vidreiro. Publicado anualmente, o Panorama Abravidro tem esse papel: é um estudo essencial para todos os elos da nossa cadeia – e sua participação, processador, é de extrema importância! A seguir, entenda como a publicação beneficia todo o setor vidreiro nacional e saiba como – e por que – participar.

Mais de dez anos de credibilidade
A 1ª edição do Panorama Abravidro foi publicada em 2012, e até hoje o documento se mantém como o principal estudo econômico do mercado de vidros no Brasil. O levantamento traz dados atualizados sobre diversos aspectos do setor, incluindo faturamento da cadeia de processamento, volume produzido, itens processados mais fabricados e produtividade média das empresas, entre outros.

Para as empresas processadoras, o Panorama permite comparar os resultados individuais com os da média do setor, avaliando assim oportunidades e eventuais pontos de melhoria – e ainda correções de rota necessárias. Já no caso de fornecedores de equipamentos, insumos e acessórios, o documento ajuda a entender o cenário dos negócios, indicando as expectativas das empresas para o ano vigente na parte qualitativa da pesquisa.

Panorama também tem grande importância para as atividades da Abravidro: por meio dele, a associação consegue dimensionar o mercado e, assim, planejar ações para a defesa dos interesses do setor vidreiro, por meio da identificação dos principais pontos de atenção para a cadeia em âmbito nacional e da fundamentação de pleitos junto às diferentes esferas governamentais. Além disso, permite que a entidade elabore outras iniciativas, como aquelas voltadas para treinamento e qualificação de profissionais no País.

E por que as processadoras devem participar desse levantamento? “Quanto maior o número de respondentes, mais representativo é o resultado da pesquisa. Dessa forma, o mercado ganha como um todo”, explica Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro.

Segurança e confiabilidade garantidas
Acredite se quiser, ainda há processadoras que não participam da elaboração do Panorama Abravidro por medo de que as informações que enviarem possam “vazar” – mesmo que isso nunca tenha acontecido ao longo desses treze anos. Por isso, vale a pena repetir: apenas os economistas da GPM Consultoria têm acesso às informações fornecidas pelas empresas – nem mesmo a equipe da Abravidro tem contato com esses dados.

É importante ressaltar também que os economistas responsáveis assinaram um termo de confidencialidade, registrado em cartório, assumindo que apenas os números consolidados e agregados são tornados públicos, sem distinguir uma processadora da outra.

Como participar?
É bem fácil e rápido! Para responder à pesquisa, basta clicar aqui.

A Abravidro disponibiliza todas as questões abordadas no estudo em um rascunho que pode ser baixado pelas empresas – assim, é possível saber de antemão quais informações serão necessárias.

Dúvidas sobre o Panorama Abravidro?
Se tiver quaisquer dúvidas, envie-as por e-mail para panoramaabravidro@gmail.com

 

Quem conhece, recomenda!
A seguir, confira a opinião de algumas empresas que participam da pesquisa para a elaboração do Panorama Abravidro e também de players do setor que utilizam o estudo para definir ações ao longo do ano:

“Este documento é um importante indicativo de como vai o nosso mercado do ponto de vista de quem processa e fabrica vidro, o que o torna único e extremamente valioso para uma empresa fornecedora do mercado vidreiro como a Eastman. O documento se tornou uma boa referência para nossas análises, complementando nossos estudos internos de mercados. A maneira como os dados são compartilhados pelo Panorama não tem similar no exterior, o que ressalta sua singularidade.”
Daniel Domingos, gerente-comercial da Eastman para a América Latina

“O Panorama Abravidro é um marco essencial para o setor, pois fornece dados cruciais que permitem uma visão clara e detalhada das tendências e demandas futuras. Esses dados são fundamentais para que as empresas de maquinários possam alinhar suas expectativas e estratégias. Ao entender as projeções de crescimento e os desafios enfrentados pelas processadoras, as empresas conseguem planejar melhor seus investimentos, minimizar riscos e maximizar oportunidades. Além disso, o estudo serve como um guia para inovações tecnológicas e adequações de produtos, contribuindo para um desenvolvimento mais sustentável e eficiente da indústria.”
Moreno Magon, cofundador da Latamglass

“A Viminas faz questão de participar do Panorama Abravidro porque entende que é uma importante contribuição para o segmento vidreiro. Se as empresas fornecerem as informações corretas, todos seremos beneficiados, porque conseguiremos, com esses dados, ter consciência de como está se desenvolvendo o setor.”
Rafael Ribeiro, diretor-presidente da Viminas

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: ImageFlow/stock.adobe.com

Norma indica quais vidros podem ser usados em guarda-roupas

Publicada no ano passado, a norma ABNT NBR 17.192 — Móveis para dormitório – Guarda-roupas – Requisitos e métodos de ensaio inclui em seu conteúdo orientações a respeito da aplicação de vidros e espelhos na fabricação desse tipo de móvel. Os requisitos são apresentados no Anexo C do documento como normativos – ou seja, não são apenas recomendações, mas sim itens a serem cumpridos.

O texto do Anexo C já inicia com informações importantes sobre o uso e a segurança do nosso material, indicando, por exemplo, o fato de que vidros ou espelhos aplicados no sentido vertical e com dimensões típicas de guarda-roupas estão suscetíveis ao impacto humano ou de objetos.

Nas portas
Apenas vidros de segurança – temperados ou laminados – podem ser usados como portas. Essa regra se aplica a toda a altura da porta, independentemente da localização do vidro em relação ao piso ou se a forma de instalação for autoportante ou encaixilhada.

No caso dos espelhos, podem ser usados em portas na forma de revestimento – ou seja, totalmente colados em um substrato. Nesse caso, devem ser fixados em superfícies planas, com várias linhas de filetes adesivos na vertical, para evitar que os fragmentos maiores do espelho se desprendam em caso de quebra. Com isso, assegura-se que o peso da peça não seja suportado somente pelas bordas, evitando assim o empenamento e, consequentemente, a distorção óptica dela. Além disso, as arestas dos espelhos não necessitam ser totalmente encaixilhadas em molduras, desde que as peças sejam coladas conforme a orientação dos fabricantes dos adesivos usados, estabelecendo-se a quantidade, a largura e a distância dos filetes.

Caso não seja usado como revestimento, o espelho só é permitido como porta do guarda-roupas se for laminado de segurança.

Nas divisórias fixas
Nas partes do guarda-roupa que não se caracterizam como portas, o tipo de vidro permitido varia conforme a altura em que estiver em relação ao piso e quanto à forma de instalação:

  • Abaixo de 1.100 mm em relação ao piso: é permitido apenas o uso de vidros de segurança temperados ou laminados;
  • Acima de 1.100 mm em relação ao piso: são permitidos vidros do tipo comum (que não são de segurança), desde que sejam totalmente encaixilhados ou colados em todo o seu perímetro. Porém, a norma também sugere o uso de vidros de segurança temperados ou laminados como preferenciais nesse caso.

Cuidados adicionais
O Anexo C da ABNT NBR 17.192 traz outras orientações. Entre elas, recomenda que os fabricantes que utilizam espelhos em guarda-roupas informem ao consumidor os cuidados básicos para prolongar a vida útil do material: de acordo com o texto, o procedimento mais indicado para a limpeza é com pano macio, limpo e umedecido em água morna, nunca usando produtos de limpeza ácidos ou alcalinos ou materiais abrasivos.

Outra informação importante é que os vidros de segurança devem atender os requisitos presentes em suas respectivas normas técnicas (ABNT NBR 14.697 — Vidro laminado e ABNT NBR 14.698 — Vidro temperado); além disso, as prateleiras de vidro nos guarda-roupas precisam atender a ABNT NBR 14.564 — Vidros para sistemas de prateleiras – Requisitos e métodos de ensaio.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Fernando Saker

Prontos para mais um ano de conteúdo

A primeira edição de O Vidroplano em 2025 chega com aquilo que você espera todo mês de nossa revista: informação que agrega conhecimento ao seu dia a dia de trabalho.

E nada melhor que começar o ano refletindo sobre as expectativas para os próximos meses. Como já virou tradição em janeiro, trazemos uma reportagem completa a respeito do que as empresas de diversos elos do segmento esperam para 2025. Além de depoimentos das companhias vidreiras, analisamos os números dos diferentes mercados consumidores de vidro em relação a 2024. Confira clicando aqui.

Estreamos também uma nova seção, chamada “Negócios”. Nela, teremos histórias relevantes do empreendedorismo em nosso segmento. Para começar, falamos com a processadora gaúcha Modelo Vidros, que investiu R$ 80 milhões para a construção de uma nova sede na cidade de Garibaldi.

Tem ainda a agenda de eventos vidreiros para este ano; uma análise sobre os números do Termômetro Abravidro em 2024; uma matéria sobre o novo prédio do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o Masp, que ganhou fachada envidraçada com brises; e muito mais.

Espero que você esteja com O Vidroplano ao longo de 2025. Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Empresas vidreiras são premiadas no Top of Mind Casa e Mercado

Duas empresas vidreiras foram laureadas com o prêmio Top of Mind Casa e Mercado 2024: a Blindex (foto, à dir.) venceu na categoria “Boxe”, enquanto a Guardian (foto, à esq.) foi a campeã em “Espelhos” – além disso, ambas as companhias empataram em primeiro lugar na categoria “Vidro em geral”. A cerimônia de entrega foi realizada no final do ano passado, em São Paulo. Idealizado pela plataforma de conteúdo sobre arquitetura Casa e Mercado, a premiação tem como objetivo identificar as marcas do setor mais lembradas por arquitetos e designers de interiores.

Em comunicado à imprensa, Rafael Rodrigues, da Guardian, afirmou: “É um orgulho manter a marca como referência de mercado. Esse reconhecimento contínuo reforça nosso compromisso com a excelência e nos encoraja ainda mais a seguir investindo em inovação e novas tecnologias”. Já a Blindex, em postagem nas redes sociais, destacou que o reconhecimento recebido é reflexo da confiança de seus clientes, parceiros e colaboradores que caminham com a empresa na jornada de inovação, segurança e qualidade.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Divulgação Casa e Mercado

Caleidoscópio – janeiro 2025

DADOS & FATOS

Setor de materiais
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), dezembro apresentou alta de 0,4% no desempenho desse segmento frente a novembro – é o que aponta o Índice Abramat, elaborado pela Fundação Getulio Vargas com dados do IBGE.

2024 fecha em alta…
O crescimento do último trimestre aumenta a projeção da entidade em relação ao desempenho do ano: 2024 deve fechar com crescimento de 5,8%, número a ser consolidado na próxima pesquisa do indicador.

… e 2025, provavelmente, também
Para este ano, também são esperados números positivos, apesar de certa desaceleração: o faturamento das indústrias de materiais deve ter alta entre 2% e 3,5%, segundo as projeções de cenários da FGV.

Crescimento contínuo
“O cenário para 2025 indica a continuidade de crescimento, ainda que em patamares percentuais menores. Seguimos confiantes de que, com a continuidade dos trabalhos conjuntos de todos os participantes de nosso ecossistema, conseguiremos mais um ano positivo, fazendo frente a inúmeros desafios e ajustes”, analisa Rodrigo Navarro, presidente da Abramat.

 

Foto: Divulgação Samsung Newsroom’s Media Library
Foto: Divulgação Samsung Newsroom’s Media Library

 

 

FIQUE POR DENTRO

Resistência total
A fabricante Corning Incorporated, conhecida por fazer vidros resistentes voltados ao mercado de eletrônicos, anunciou uma parceria com a Samsung. O celular Galaxy S25 Ultra contará com o Gorilla Armor 2, o primeiro vidro antirreflexo e resistente a arranhões para o setor de dispositivos móveis. O material é a segunda geração do Gorilla Armor e oferece durabilidade aprimorada: em testes, chegou a sobreviver a uma queda de 2,2 m de altura – produtos concorrentes, de acordo com a Corning, quebram caindo de apenas 1 m.

 

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

 

 

RETROVISOR

Homenagem a um mestre
Há 12 anos, falecia o maior nome da arquitetura brasileira, verdadeiro ícone da arquitetura moderna, Oscar Niemeyer. Para homenagear esse mestre no uso de nosso material, a reportagem de capa de O Vidroplano de janeiro de 2013 trouxe vários projetos com vidro feitos pelo carioca, incluindo o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional (em Brasília), a sede da Organização das Nações Unidas (Nova York) e o Museu Oscar Niemeyer (Curitiba).

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Setor vidreiro andou de lado em 2024

Único indicador vidreiro a medir as vendas faturadas mensais de vidros processados (em m²), o Termômetro Abravidro teve um 2024 importante: além de ganhar novas formas de medição e de apresentação do conteúdo, o estudo firmou-se como elemento presente no dia a dia das processadoras, com média de mais de noventa empresas respondentes por mês. E, apesar de todas essas novidades, os números medidos pelo indicador foram apenas medianos – o desempenho do setor no ano “andou de lado” na comparação com 2023.

Com a queda de 14% vista em dezembro (veja mais sobre os dados do mês clicando aqui), a variação acumulada do ano fechou no negativo, em -4,6%. “O resultado de dezembro foi ruim, como já era esperado, por conta do recesso de fim de ano e o consequente número menor de dias trabalhados. Mas, infelizmente, essa queda ‘zerou’ o ganho que tivemos ao longo de 2024. Olhando a evolução dos dois últimos anos, o resultado ficou praticamente estável”, analisa Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro. Apesar disso, a variação acumulada dos últimos doze meses vem tendo resultados melhores, ainda que negativos – o que significa que o setor “parou de piorar”.

Presença do setor
“A resposta ao Termômetro tem sido muito boa, o que mostra que nosso setor se preocupa com seus números”, comenta Ribeiro. É importante, porém, uma maior participação das empresas também no Panorama Abravidro, o estudo anual da associação que tem um escopo mais abrangente (confira detalhes sobre a pesquisa para a edição 2025 clicando aqui). “Com mais processadoras participando do Panorama, a radiografia do mercado será ainda mais precisa. Dessa forma, teremos um mapa bem definido para ajudar no planejamento estratégico de nossos negócios”, afirma o dirigente da Abravidro.

O que mudou
O Termômetro ganhou uma metodologia de dessazonalização, a qual consiste na utilização de um modelo sobre a série de produção mensal de produtos minerais não metálicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – que abrange as atividades industriais do setor de vidros processados. Assim, foi feito o ajuste de dias úteis, considerando o calendário utilizado pelo mercado financeiro, somado à inclusão de meia-jornadas aos sábados e em feriados extraordinários (como dias de jogos de Copa do Mundo, por exemplo). Além disso, a base de dados do estudo (chamada de base 100) foi ajustada de dezembro de 2021 para abril de 2022, momento no qual o Termômetro passou a considerar a participação de uma base expandida de respondentes – antes, no período piloto, apenas empresas ligadas à diretoria da Abravidro podiam participar.

“O indicador está amadurecido. Em 2022, as variações eram muito elásticas; porém, agora não mais. Para ajustar isso, tivemos a ajuda das próprias empresas do setor, as quais sugeriram incluir a análise dos dias úteis”, comenta Sergio Goldbaum, economista da GPM Consultoria, empresa responsável pelo estudo (e também pelo Panorama Abravidro). “Este é um tópico relevante: se um mês tem cerca de 22 dias úteis, um feriado prolongado representa quase 10% do total de dias trabalhados, o que altera significativamente o resultado do indicador.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Aleksei/stock.adobe.com

Guardian anuncia nova liderança

A Guardian anunciou que Rafael Rodrigues assumirá o posto de diretor-executivo da empresa na América do Sul a partir de 1º de fevereiro. Renato Poty, que ocupou o cargo durante cinco anos, assumirá a posição de líder global do portfólio de produtos especiais da usina. Com mais de quinze anos de experiência na área comercial e na Guardian desde 2018, Rodrigues, informa a usina em comunicado, desempenhou papel relevante nas transformações da empresa, liderando a formação de equipes de alta performance. “É uma honra assumir essa nova função e dar continuidade ao trabalho que fortaleceu a presença da Guardian na América do Sul. Estou entusiasmado com as oportunidades de colaborar ainda mais com os nossos clientes e parceiros, sempre focado em inovação e excelência”, comenta. Ele, agora, se reportará a Guus Boekhoudt, vice-presidente-executivo e responsável pela área comercial global da fabricante.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Fabiano Ventura Fotografia

Novo prédio do Masp também aposta no vidro

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, mais conhecido como Masp, é um marco da capital paulistana: o prédio em que está instalado, em plena Avenida Paulista, tem um icônico design da arquiteta Lina Bo Bardi, marcado pelo uso de vidros na fachada – e até mesmo os cavaletes para os quadros expostos usam nosso material. Agora, o museu ganhou um novo edifício, localizado ao lado do original. Mais uma vez, o vidro foi escolhido, dessa vez junto de uma estrutura de brises.

 

vidroemobra5-jan2025

 

Harmonia entre as obras
Com projeto arquitetônico da Metro Arquitetos Associados, dos sócios Martin Corullon e Gustavo Cedroni, o prédio recém-finalizado conta com catorze andares e 7.821 m² de área – somado à recente concessão do vão livre do museu, a instituição dobrou sua área de atuação, chegando a 21.863 m².

Agora, o Masp aumenta em mais de 60% seus espaços expositivos: são cinco novas galerias para exposições, duas áreas multiuso, salas de aula, laboratório de conservação, área de acolhimento, restaurante e café, incluindo ainda depósitos e docas para carga e descarga de obras de arte. Outro destaque será um túnel de 40 m de comprimento, com conclusão prevista para o segundo semestre, responsável por interligar as áreas de acolhimento dos dois edifícios, facilitando a circulação dos visitantes.

De acordo com os arquitetos, o novo projeto (nomeado Pietro Maria Bardi, em homenagem ao primeiro diretor artístico do museu) deveria evitar grandes composições na fachada, de forma a estabelecer uma relação harmoniosa com o edifício histórico (agora chamado Lina Bo Bardi para honrar sua arquiteta). “Apostamos em um visual limpo, uma fachada homogênea, para não criar ruídos nessa relação. Ao mesmo tempo, o design monolítico, inspirado nas tipologias dos museus verticais, como os de Nova York, se destaca no entorno, conferindo-lhe um caráter próprio”, comenta Corullon.

 

Vidro e brise: estrutura metálica aplicada sobre a fachada envidraçada atua para evitar a ação dos raios solares nas obras de arte que serão expostas dentro do prédio
Vidro e brise: estrutura metálica aplicada sobre a fachada envidraçada atua para evitar a ação dos raios solares nas obras de arte que serão expostas dentro do prédio

 

Sobriedade
Isso explica a estética marcada por uma estrutura de brises, feita de chapas metálicas perfuradas e plissadas. Essa foi a solução encontrada para controlar a incidência de luz natural, evitando possíveis danos causados pela radiação às obras e materiais expostos internamente.

Mesmo assim, a transparência está lá, logo atrás dos brises, até para reforçar a conexão entre as duas construções que formam o museu. Segundo a Metro, enquanto a fachada envidraçada do edifício original cria uma continuidade visual entre o interior do museu e a Avenida Paulista, o novo projeto propõe um jogo de luz e sombra, permitindo que o visitante observe a cidade por meio de aberturas que se revelam apenas a quem está dentro do prédio durante o dia. À noite, a equação se inverte: as mesmas janelas revelam fragmentos da parte interna dos andares para o lado externo da construção.

Os vidros aplicados na fachada são laminados incolores 14 mm (6 + 8), enquanto os do térreo são multilaminados 24 mm (8 + 8 + 8), processados pela Cyberglass. A estrutura teve consultoria da QMD Consultoria, com a Prismatech produzindo as esquadrias.

 

vidroemobra4-jan2025

 

Novo prédio é financiado por meio de doações
A construção do novo edifício começou em 2019 – e a obra foi totalmente financiada por doações de pessoas físicas, sem uso de leis de incentivo. “Foram doados R$ 250 milhões para a construção. O sucesso da captação também é resultado de um modelo de gestão criado no Masp há dez anos, que trouxe para a instituição sustentabilidade financeira, transparência e profissionalismo”, explica Alfredo Egydio Setubal, presidente do conselho deliberativo do museu.

 

vidroemobra3-jan2025

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Leonardo Finotti

Claudio Mansur comenta o atendimento das vidraçarias a arquitetos

A Casa Mansur, antiga Mansur Vidros, destaca-se no mercado por ter se especializado em atender o mercado de alto padrão. Essa mudança, é claro, não veio de uma hora para outra – exigiu planejamento e qualificação: Claudio Mansur, diretor da empresa e membro da segunda geração da família que administra o negócio, explicou no VidroCast, o podcast da Abravidro, as nuances desse segmento e comentou a experiência adquirida trabalhando com seu pai, falecido em 2021. Leia alguns destaques da entrevista.

Conte um pouco da trajetória da Mansur no segmento do vidro.
Claudio Mansur – A Mansur está no mercado há mais de 65 anos. Sempre tivemos foco na construção civil. Participamos das obras de prédios icônicos em São Paulo, como o Banco Safra, na Avenida Paulista, e, há cerca de 22 anos, entramos também no setor do consumidor final.

Esse mercado de B2C [venda direta para o consumidor final] é praticamente outro mundo em comparação ao mercado B2B [empresa para empresa]: mexe muito com a emoção, com você ter um posicionamento, um produto, mas principalmente ter uma forma de lidar completamente diferente que a do B2B. Estamos entrando no lar do consumidor final. Houve uma remodelação muito grande da empresa para isso.

Muita gente, inclusive, pergunta sobre a diferença entre a Casa Mansur e a Mansur Vidros. Na verdade elas são a mesma coisa, com uma roupagem diferente – como nós nos comunicamos com os arquitetos e com os consumidores finais, identificamos que o nome “Casa Mansur” seria mais aceitável, já que estamos falando justamente da casa da pessoa. Sempre levamos um diferencial para o mercado, um algo a mais de que o cliente precisa.

Como funciona o trabalho com esse público?
CM – Nós criamos uma referência em atendimento que nos destacou no mercado de arquitetura, com um showroom bem posicionado na principal avenida de arquitetura em São Paulo, nos Jardins, onde estão as marcas mais importantes voltadas para esse segmento, e com uma forma diferente de atender. Estamos há bastante tempo desenvolvendo uma expertise ligada a esse atendimento tanto do arquiteto como do consumidor final – são duas linhas diferentes.

Eu sou arquiteto de formação, e nossa equipe é formada basicamente por arquitetos e engenheiros. A Casa Mansur se especializou muito em colocar profissionais para atender, de igual para igual, os especificadores que a gente recebe. É difícil falar a mesma linguagem se você não tem uma expertise daquele mercado. Nossa equipe é formada por profissionais altamente competentes, voltados para esse que é um público exigente.

Isso começa na especialização dos gestores. Eu me formei muito depois, quando já estava no mercado, justamente para atender essa necessidade que é iminente. Na área comercial, tive o melhor mestre possível, que foi meu pai. Então, não tinha como eu não ser um bom vendedor, e essa veia me trouxe para outras áreas.

 

“A Casa Mansur se especializou muito em colocar profissionais altamente competentes para atender, de igual para igual, os especificadores.” Claudio Mansur
“A Casa Mansur se especializou muito em colocar profissionais altamente competentes para atender, de igual para igual, os especificadores.”
Claudio Mansur

 

Como arquiteto, o que pode dizer sobre os ganhos do vidro em um projeto?
CM – Temos sempre de mensurar um detalhe: quão importante é aquele projeto, não só para o cliente, mas para a vida dele. Quando especificamos uma obra ou ajudamos o arquiteto nesse trabalho – afinal, teoricamente, a especificação é do arquiteto –, cabe uma responsabilidade de oferecer aquilo que serve para ele; pelo menos essa é minha conduta.

Por exemplo, tem gente que pede um vidro extra clear numa situação em que essa solução não é necessária. Assim, buscamos direcionar a venda para o lado certo, não para vender mais caro ou o que não precisa. Quando você vende o que não precisa, não é uma venda saudável. A gente pode até ganhar mais, mas será que isso é saudável para o cliente e para a sua empresa? Considerando a relação que você pode gerar com esse consumidor ao fornecer o produto adequado a ele, isso não seria mais valioso a longo prazo?

Levamos muito isso em consideração. Vemos muitos pedidos por guarda-corpos com vidros temperados, por exemplo, e explicamos que, por mais que o sistema esteja especificado daquela forma, não podemos fornecer essa solução fora das normas. São esses auxílios que ganham a confiança do mercado e fazem a empresa ir adiante.

Fale um pouco mais sobre o legado que seu pai deixou.
CM – Meu pai é muito conhecido no ramo do vidro, e já comecei herdando o próprio nome dele, Claudio – por isso, muita gente ainda me conhece como “Claudinho” na Mansur. E ele sempre foi uma pessoa muito querida: deixou muitos amigos, muitos aprendizados e um legado do qual meus irmãos e eu nos orgulhamos de levar adiante. Tive a honra de trabalhar lado a lado com meu pai por 23 anos, e me orgulho em dizer que foi a melhor relação que eu poderia ter com qualquer parceiro de trabalho; nunca tive uma discussão com ele.

 

“A liderança saudável não é a imposta, mas, sim, aquela pela qual você convence os seus colaboradores a olhar para o mesmo lugar.” Claudio Mansur
“A liderança saudável não é a imposta, mas, sim, aquela pela qual você convence os seus colaboradores a olhar para o mesmo lugar.”
Claudio Mansur

 

Ele é uma pessoa que sempre escutou muito antes de falar; ele nunca teve de impor uma opinião, e isso é um grande aprendizado para nós: quando você precisa impor a sua condição de chefe, isso significa que sua liderança está falha. A liderança saudável não é a imposta, mas, sim, aquela pela qual você convence os seus colaboradores a olhar para o mesmo lugar.

Esse foi um aprendizado muito importante que tive com ele, entre vários outros. Meu pai foi o melhor amigo, o melhor sócio e o melhor chefe que eu tive em toda a vida.

Há doze anos a Mansur tem a maior empresa de envidraçamento de sacada no Chile, a Vista Libre. Quais diferenças você observa no mercado chileno em relação ao mercado brasileiro?
CM – Eu sempre meço a arquitetura do Chile e a do Brasil: o Chile é um país sísmico, que sofre constantemente com terremotos e que tem uma preocupação muito grande com a parte estrutural, porque os edifícios precisam ter pilares, sustentações, amortecedores para aguentar os tremores – e vejo que eles não abrem mão da estética. Sinto falta disso um pouco no Brasil: nós nos preocupamos muito com a parte da segurança, mas abrimos mão da parte estética; nós não vamos tão além, não somos tão arrojados como poderíamos ser, porque aqui temos condições climáticas muito boas, não temos abalos sísmicos, então poderíamos ousar mais.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Termômetro Abravidro – Dezembro 2024

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Dezembro 2024

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de queda importante nas vendas faturadas em m² em dezembro de 2024 em relação a novembro.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou queda de 14% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com novembro, considerando ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (84 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abividro reelege presidente

Lucas Malfetano, diretor-executivo da Cebrace, foi reeleito presidente da Abividro. A eleição, realizada no começo de dezembro, também definiu os demais membros da diretoria da entidade, formada por fabricantes de vidro plano e oco: Denis Peres (representando a Nadir), Isidoro Lopes (AGC), Rildo Lima (Owen-Illinois) e Quintin Testa (Verallia). O mandato começou no início de janeiro e vai até o fim de 2026.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Divulgação Cebrace

NürnbergMesse Brasil lança portal Núcleo Construção

No final de 2024, a NürnbergMesse Brasil, organizadora da Glass South America, lançou o portal Núcleo Construção, espaço criado para ser uma fonte de informação, inovação e conexão para profissionais, empresas e entusiastas desse mercado. O site apresenta notícias, tendências de mercado e todas as novidades sobre os grandes eventos na área da construção, bem como colunas exclusivas sobre diversos assuntos que englobam por completo o setor – Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro, está entre os colunistas, responsável por artigos relacionados ao vidro. O Núcleo Construção trará ainda cobertura completa e insights exclusivos das feiras mais importantes do segmento.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Reprodução

GPD 2025 terá palestrante brasileiro

Este ano, o congresso vidreiro mais importante do mundo terá em sua programação uma palestra do engenheiro Luiz Barbosa, gerente de Desenvolvimento de Mercado da Vivix. O tema da apresentação de Barbosa será Os desafios da implementação de vidros termicamente eficientes em edifícios sustentáveis em países em desenvolvimento. Essa será a primeira palestra feita por um brasileiro desde 2001, quando Gilberto Ribeiro, então presidente da Abravidro, abordou no evento a potencialidade e as perspectivas do mercado do vidro no Brasil e o que esse segmento tinha para oferecer. O GPD 2025 será realizado de 10 a 12 de junho na Nokia Arena na cidade de Tampere, Finlândia.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Divulgação

 

XYG inaugura nova planta de float na Ásia

No dia 18 de dezembro, a fabricante vidreira Xinyi Glass (XYG) realizou a cerimônia de ignição do primeiro forno do projeto Xinyi Glass Indonesia na Zona Econômica Especial JIIPE, na Indonésia. Segundo a multinacional chinesa, a nova linha de produção utiliza equipamentos e tecnologia de ponta e tem capacidade diária de fusão de 1.100 t, voltada para a fabricação de chapas de vidro float de alta qualidade para diversos setores, incluindo construção, automotivo e de novas energias, a fim de atender as diversas necessidades dos mercados da Indonésia e do Sudeste Asiático. Segundo a XYG, suas atividades deverão proporcionar um novo impulso ao desenvolvimento da economia e indústria locais da Indonésia.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: www.xinyiglass.com

Exposição traz Casa de Vidro em shopping em Manaus

Desde o dia 10 deste mês, os visitantes do Manauara Shopping podem conferir a Casa de Vidro: trata-se de uma estrutura construída pela Casa dos Espelhos (CDE-Blindex), fabricante exclusiva da Blindex no Amazonas, em parceria com a gexperience, exposição imersiva da TV Globo que visa a mostrar de perto cenários que remetem aos programas da emissora. Para o projeto, foi utilizado vidro temperado incolor de 10 mm, sem metalização, garantindo máxima transparência e segurança. Todo o planejamento e a execução foram realizados pela Casa dos Espelhos. A Casa de Vidro pode ser vista no Piso Castanheira do Manauara Shopping até o dia 2 de março, de terça a sexta-feira, das 14 às 22 horas (última sessão às 21h30); aos sábados, das 12 às 22 horas (última sessão às 21h30); e aos domingos, das 12 às 21 horas (última sessão às 20h30).

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Divulgação CDE-Blindex

Modelo Vidros completa trinta anos com nova planta

Imagine celebrar um aniversário importante de sua empresa com uma sede novinha em folha? Foi isso que aconteceu com a Modelo Vidros em 2024: a beneficiadora gaúcha completou três décadas de atividades e inaugurou, em dezembro, sua planta renovada na região da Serra Gaúcha, após quatro anos de obras e investimento de R$ 80 milhões.

Tecnologia de ponta
A nova sede da Modelo Vidros conta com área total construída de 35 mil m² – espaço três vezes maior que o antigo. Com isso, a empresa triplica sua capacidade produtiva de processamento de nosso material, chegando a 1.500 t por mês. O financiamento da unidade teve apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão público voltado ao fomento à inovação nas indústrias.

 

Foto: Verso/Divulgação
Foto: Verso/Divulgação

 

A sustentabilidade é um dos focos do projeto. A fábrica ganhou um sistema de reaproveitamento de água que garante 0% de desperdício desse insumo utilizado em diversas áreas, como lapidação e lavagem. “Investimos em processos e soluções que minimizem nosso impacto ambiental. Nossa fábrica foi projetada para ser mais eficiente com o uso de energias renováveis, sistemas de reuso de água e materiais que respeitam os padrões atualizados de sustentabilidade”, afirma Neiva Nicaretta, fundadora e diretora da empresa.

“A ideia é que a nova fábrica da Modelo Vidros seja um ponto de referência. Aqui temos máquinas altamente tecnológicas, equipamentos de última geração e processos reconhecidos no mundo todo operados por profissionais de altíssima capacidade”, explica o diretor Leonir Nicaretta, também fundador da companhia.

Cerimônia
A inauguração oficial da planta ocorreu no dia 6 de dezembro, com a presença de autoridades, parceiros e imprensa, incluindo o prefeito de Garibaldi, Sérgio Chesini, e o presidente da Abravidro, Rafael Ribeiro, que discursou durante a cerimônia: “O Rio Grande do Sul tem um dos melhores parques industriais do mundo e essa nova sede é um exemplo disso. Estamos vendo hoje uma das fábricas mais modernas do País”.

 

Conheça mais sobre a Modelo Vidros

  • Fundada em 1994
  • Tem equipe com mais de 200 colaboradores
  • Foco na produção de vidros para a construção civil, mas também fornecendo para a indústria de móveis de alto padrão (outra empresa do grupo produz ainda tampas de vidro para panelas)
  • Atende mais de mil clientes ativos, entre construtoras, indústrias de esquadrias e vidraçarias, do Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina
  • Com o aumento da capacidade produtiva, a ideia é ampliar o mercado, chegando a outras regiões do Brasil

 

Foto: Vagão Filmes/Divulgação
Foto: Vagão Filmes/Divulgação

 

“Estamos prontos para enfrentar os desafios do setor”
O Vidroplano conversou com Leonir Nicaretta, diretor e fundador da Modelo Vidros, sobre o futuro da empresa após o investimento na nova sede

A Modelo Vidros completou trinta anos de trabalho atuando em um segmento marcado pela competitividade. Qual o segredo para a longevidade da empresa dentro do setor vidreiro?
Leonir Nicaretta – Sempre investimos em inovação e tecnologia, garantindo que nossos produtos se mantenham atualizados com as tendências do setor. Além da diversificação que o mercado sempre exigiu, buscamos trabalhar com práticas sustentáveis e com grandes parceiros para manter a reputação da marca.

Houve um alto investimento na construção da nova sede e também na divulgação dessa conquista. É um recado para o mercado de que os objetivos da Modelo Vidros são grandes?
LN – A nova fábrica não é apenas um recado ao mercado, mas, sim, um forte indicativo de que estamos prontos para enfrentar os desafios do setor. Com a modernização das nossas instalações, estamos implementando automação e mantendo um alto padrão de qualidade, características que se tornam essenciais no mercado atual. Além disso, a nova sede nos permite operar com a agilidade que os clientes buscam, garantindo que possamos atender suas necessidades de forma rápida e eficiente. Essa combinação de inovação, qualidade e rapidez posiciona a Modelo Vidros como uma empresa preparada para um mercado competitivo.

Além de aumentar a capacidade produtiva, o que a nova fábrica agrega em termos de portfólio de produtos?
LN – Com a chegada de novos equipamentos, como a linha de laminados, hoje conseguimos processar vidros com desbaste de borda (como os low-e) e principalmente vidros insulados de grandes dimensões. Além da linha de laminado com autoclave, todo o nosso estoque é automatizado e integrado ao ERP – desde o corte até o processo final do produto. Estamos implementando ainda junto ao nosso ERP o endereçamento das peças de todo o processo fabril. Com isso, vamos ganhar agilidade e qualidade.

O setor vidreiro tem enfrentado dificuldades nos últimos anos, especialmente com relação à demanda por vidros. Por que, mesmo com essas notícias não tão boas, vocês seguem investindo no segmento?
LN – Porque acreditamos no potencial de crescimento a longo prazo. O mercado de vidros está em constante evolução, com novas aplicações e tecnologias emergindo constantemente. E nosso compromisso com o cliente é atender suas necessidades, mantendo o foco na diversificação e nos diferentes nichos, mesmo em tempos desafiadores. A adaptação e a visão futurista são essenciais para garantir nossa posição no mercado e contribuir para o desenvolvimento do setor como um todo.

 

Leonir apresenta a nova sede da Modelo Vidros aos convidados presentes na inauguração da planta (Foto: Vagão Filmes/Divulgação)
Leonir apresenta a nova sede da Modelo Vidros aos convidados presentes na inauguração da planta (Foto: Vagão Filmes/Divulgação)

 

No vídeo sobre a sede postado nas redes sociais da empresa, há depoimentos de diversos profissionais com muito tempo de casa. Ao mesmo tempo, nota-se que a mão de obra qualificada é um gargalo na indústria brasileira como um todo – e também em nossa cadeia. Como vocês têm feito para enfrentar essa situação?
LN – Para enfrentar o desafio da escassez de mão de obra qualificada, temos investido fortemente em programas de capacitação e treinamento contínuo para nossos colaboradores. Reconhecemos que o conhecimento e a experiência de nossa equipe são fundamentais para garantir a qualidade e a inovação nos produtos. Criamos um ambiente de trabalho que valoriza o desenvolvimento pessoal e profissional, promovendo a troca de experiências entre colaboradores mais experientes e os novos integrantes da equipe. Essa sinergia é essencial para continuar a oferecer soluções de alta qualidade aos clientes. Acreditamos que investir em capital humano é um passo crucial para o sucesso sustentável da empresa e do segmento. E temos de aproveitar o que está disponível para agregar conhecimento à área em que atuamos. Um exemplo disso está no incentivo ao uso da plataforma Educavidro, que é completa e educativa, além de ser a única disponível no segmento. [Nota da redação: a Modelo Vidros foi uma das dez empresas cujos funcionários mais utilizaram o Educavidro no primeiro ano da plataforma.]

Qual o recado da Modelo para o mercado?
LN – É um recado de otimismo e compromisso. Em tempos de desafios, reforçamos nossa determinação em continuar inovando e oferecendo produtos de qualidade que atendam as demandas do setor. Acreditamos no potencial do mercado vidreiro e estamos empenhados em contribuir para um futuro mais sustentável e eficiente. Estamos aqui para apoiar nossos parceiros e clientes, ouvindo suas necessidades e oferecendo soluções personalizadas que agreguem valor. Juntos, podemos superar obstáculos e construir um segmento mais forte e resiliente.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Verso/Divulgação

Anote os eventos vidreiros de 2025 na sua agenda

O novo ano mal começou e a lista de atividades voltadas para o nosso setor já é enorme, tanto dentro como fora do Brasil. Entre elas, vale reforçar, teremos a Glass South America, a maior feira vidreira da América Latina, que foi antecipada e passará a ser realizada nos anos ímpares, juntamente com a E-squadria Show.

 

Foto: EXPOCENTRE AO
Foto: EXPOCENTRE AO

 

 

WORLD OF GLASS

Quando: 11 a 14 de março
Onde: Expocentre Fairgrounds – Moscou, Rússia
Mais informações: www.mirstekla-expo.ru/en/

Antes conhecida como Mir Stekla, esta feira vidreira russa reúne expositores da área de produção e processamento de vidro, apresentando novas tecnologias e lançamentos de maquinário.

 

 

Foto: Divulgação GlassParts
Foto: Divulgação GlassParts

 

CHINA GLASS

Quando: 26 a 29 de maio
Onde: China International Exhibition Centre – Pequim, China
Mais informações: www.chinaglass-expo.com

Realizada anualmente, é a maior mostra vidreira do planeta em tamanho. Em 2025, a China Glass chega à sua 34ª edição, recebendo visitantes de todo o mundo, de olho nas últimas novidades em tecnologia.

 

 

Foto: Duda Dalzoto
Foto: Duda Dalzoto

 

2º ENCONTRO DE MULHERES VIDREIRAS

Quando: 6 a 8 de junho
Onde: Hotel Carimã – Foz do Iguaçu (PR)
Mais informações: (42) 98858-0966

Organizado pela Adivipar, o evento busca dar visibilidade às mulheres que trabalham no setor vidreiro e trazer palestras focadas no aprimoramento profissional dessas profissionais. Apesar do nome, os homens também podem participar.

 

Foto: Divulgação GPD
Foto: Divulgação GPD

 

 

GLASS PERFORMANCE DAYS (GPD) FINLÂNDIA

Quando: 10 a 12 de junho
Onde: Nokia Arena – Tampere, Finlândia
Mais informações: gpd.fi/events/gpd-2025-finland/

Congresso vidreiro mais importante do mundo, o GPD reúne profissionais de todos os elos da indústria vidreira mundial e da cadeia de valor do vidro – como pesquisadores, arquitetos, designers, fabricantes, processadores, fornecedores de equipamentos e usuários finais –, a fim de proporcionar a troca de conhecimentos por meio de palestras e workshops.

 

Foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte
Foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte

 

 

GLASS SOUTH AMERICA + E-SQUADRIA SHOW

Quando: 3 a 6 de setembro
Onde: Distrito Anhembi – São Paulo
Mais informações: www.glassexpo.com.br

A principal feira vidreira da América Latina, organizada pela NürnbergMesse Brasil com apoio exclusivo da Abravidro, terá sua 16ª edição já em 2025, a fim de permitir uma dinâmica mais fluida para as empresas que atuam no setor vidreiro e de esquadrias, ampliando as oportunidades de negócios com grandes eventos todos os anos. Juntamente com a E-squadria Show, que é voltada para o segmento de portas, janelas e fachadas, a Glass estreará este ano sua nova casa, o tradicional centro de eventos Distrito Anhembi, na capital paulista.

 

Foto: Divulgação Messe Düsseldorf
Foto: Divulgação Messe Düsseldorf

 

 

GLASSPEX ÍNDIA + GLASSPRO ÍNDIA

Quando: 10 a 12 de setembro
Onde: Bombay Exhibition Center – Mumbai, Índia
Mais informações: www.glasspex.com

A Glasspex Índia é um evento exclusivo business-to-business, reunindo expositores indianos e estrangeiros para apresentar uma ampla gama de aplicações inovadoras. Já a Glasspro Índia trará as mais recentes soluções, ferramentas e serviços para o processamento de vidro plano.

 

Foto: Revista Contramarco
Foto: Revista Contramarco

 

 

SAIE VETRO

Quando: 10 a 12 de setembro
Onde: Centro Sul – Florianópolis
Mais informações: www.saievetro.com

Organizado pelo Grupo Contramarco, o Saie Vetro | Salão da Indústria de Esquadrias e Vidro é realizado no Sul do País e reúne empresas de ambos esses segmentos. Bienal, a feira chega à sua 14ª edição este ano, agendada para a cidade de Florianópolis – desde 2022, o evento conta com o Estado de Santa Catarina como sede.

 

Foto: Vitrum Life
Foto: Vitrum Life

 

 

VITRUM

Quando: 16 a 19 de setembro
Onde: Fiera Milano Rho – Milão, Itália
Mais informações: vitrumlife.it/en/vitrum/

É uma das mais tradicionais feiras vidreiras europeias. Realizada a cada dois anos na comuna de Rho, nos arredores de Milão, Itália, a Vitrum oferece ao setor a oportunidade de conhecer inovações em máquinas, equipamentos e sistemas relacionados a nosso material, bem como para fechar negócios.

 

Foto: Rafael Cavalli
Foto: Rafael Cavalli

 

 

ENCONTRO SUL-BRASILEIRO DE VIDREIROS

Quando: 6 a 9 de novembro
Onde: Hotel Internacional Gravatal – Gravatal (SC)
Mais informações: www.ascevi.com.br/site/agenda/

O 12º Encontro Sul-Brasileiro de Vidreiros será realizado pela Ascevi e pelo Sindicavidros-SC, com apoio e parceria da Adivipar-PR e do Sindividros-RS. Realizado a cada dois anos, tem como objetivo reunir os membros das três entidades vidreiras do Sul do País, juntamente com suas famílias, para participar de uma série de palestras ministradas por especialistas e representantes do setor, além de proporcionar momentos de lazer e confraternização.

 

Mais eventos para conferir
Embora as atividades abaixo não sejam exclusivas do setor vidreiro, novidades de empresas e soluções ligadas ao nosso material costumam aparecer nelas – então, fique de olho!

EXPO REVESTIR + HAUS DECOR SHOW
Quando: 10 a 14 de março
Onde: São Paulo Expo – São Paulo
Mais informações: www.exporevestir.com.br
A Expo Revestir é a maior feira de revestimentos e acabamentos da América Latina. Desde 2023, ela tem a companhia da Haus Decor Show, voltada para os segmentos de tintas e vernizes, iluminação e automação residencial.

CONSTRUSUL BC
Quando: 25 a 28 de março
Onde: Expocentro BC – Balneário Camboriú, SC
Mais informações: feiraconstrusulbc.com.br
Após o sucesso da primeira edição, a Construsul BC vai contar com aumento de 50% em sua área de exposição, com a expectativa de reunir mais de 230 expositores.

FEICON
Quando: 8 a 11 de abril
Onde: São Paulo Expo – São Paulo
Mais informações: www.feicon.com.br
Trata-se da maior feira do setor da construção civil da América Latina, frequentemente contando com a presença de empresas vidreiras como expositoras.

CASA COR SÃO PAULO
Quando: 20 de maio a 27 de julho
Onde: Parque da Água Branca – São Paulo
Mais informações: casacor.abril.com.br/mostras
Principal edição da mais completa mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo das Américas, seus ambientes trazem tendências de uso e aplicações diferenciados de vidros e espelhos.

CONSTRUSUL
Quando: 22 a 25 de julho
Onde: Centro de Eventos Fiergs – Porto Alegre
Mais informações: feiraconstrusul.com.br
A Construsul – Feira Internacional da Construção chega em 2025 a sua 26ª edição, como uma grande feira deste segmento na região Sul e uma das maiores no Brasil e América Latina.

CONSTRUNORDESTE
Quando: 16 a 18 de outubro
Onde: Centro de Convenções Salvador – Salvador
Mais informações: www.construnordeste.com.br
Em sua terceira edição, o evento reunirá líderes da indústria, especialistas, expositores de diversas áreas e profissionais de toda a cadeia da construção, proporcionando um ambiente dinâmico para conexões estratégicas e aprendizado.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça ferramentas de gestão para sua processadora

O nível de competitividade do setor vidreiro impede que as beneficiadoras de nosso material trabalhem sem o suporte de sistemas, técnicas e metodologias que auxiliem na gestão da produção – quem insiste em não organizar as atividades, provavelmente já ficou para trás na corrida em busca do crescimento.

Por isso, O Vidroplano conversou com um dos maiores especialistas em transformação de vidros no Brasil, o instrutor técnico Cláudio Lúcio da Silva, responsável pelas aulas da Especialização Técnica Abravidro, para entender melhor uma metodologia de referência mundial que pode ajudar sua empresa: a World Class Manufacturing, também conhecida pela sigla WCM. Nesta reportagem – e também na próxima edição da revista, de fevereiro –, você irá conhecer todos os detalhes desse conceito.

O que é
De acordo com o artigo WCM (World Class Manufacturing): o que é e como funciona?, publicado no site da Abecom, empresa nacional de soluções para manutenção industrial, essa metodologia é “uma abordagem estruturada para melhorar a eficiência e a qualidade dos processos de fabricação, baseando-se em melhoria contínua, eliminação de desperdícios e envolvimento dos colaboradores”. Outra finalidade é a integração de todos os níveis da organização, difundindo e padronizando os resultados alcançados. Para Cláudio Lúcio, “a WCM permite que as empresas conquistem a otimização na produção, logística, qualidade, produtividade, custos, segurança e entrega de valor ao cliente”.

Origens
Na década de 1980, foram criadas práticas de gestão baseadas em companhias japonesas, como a Toyota, as quais se destacavam pela excelência operacional. Essas ideias acabaram consolidadas como metodologias por autores especializados no funcionamento da indústria, como o consultor Richard J. Schonberger. O resultado foi a sistematização de técnicas que, cada vez mais, passaram a ser implementadas em fábricas pelo mundo.

“Desde então, a WCM tem sido adotada como um conjunto de princípios e técnicas de gestão e produção que visa a alcançar altos padrões de desempenho e eficiência em um ambiente industrial”, afirma o artigo da Abecom.

Como funciona
A WCM engloba o uso de diversas ferramentas populares no mundo corporativo, algumas já conhecidas pelas beneficiadoras. A lista é extensa – abaixo, confira as principais:

  • Análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats – ou, em português, pontos fortes, pontos fracos, oportunidades, ameaças): usada para analisar cenários e validar tomada de decisões;
  • Filosofia Lean Manufacturing: tem a finalidade de aumentar a eficiência e eliminar o desperdício dos processos;
  • Total Productive Maintenance (TPM): também chamada de Manutenção Produtiva Total, foca no crescimento da produtividade;
  • Metodologia 5S (Senso de Organização, Senso de Ordenação, Senso de Limpeza, Senso de Padronização, Senso de Disciplina): conjunto de práticas para manter o ambiente da empresa organizado;
  • OCAP (Out of Control Action Plan – plano de ação fora de controle): identifica as anomalias dos processos;
  • Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act – ou, em português, planejar, executar, verificar, agir): método de gerenciamento com foco no gerenciamento e direcionamento das ações;
  • Kaizen: focado na melhoria contínua envolvendo todos os colaboradores de todos os níveis da empresa.

Detalhes que fazem a diferença
Como bem alerta Cláudio Lúcio, o mundo do trabalho com vidro é feito de detalhes. “Quando não se tem o conhecimento adequado sobre cada um deles, as perdas e problemas aumentam, tornando-se crônicas. Com isso, passa-se a acreditar que tudo é inerente ao processo ou ao produto, fazendo com que abracemos mitos e lendas.”

Com conhecimento verdadeiro e adequado, aplicado integralmente e de forma assertiva, mitos e lendas ficam para trás. “Com foco na eficiência, os resultados se estabelecem por meio da excelência. Isso significa um nível de perdas perto de 0, sendo mais adequado a sua medição não mais em porcentagem (%), mas, sim, em parte por milhão (ppm)”, frisa o instrutor técnico.

A segunda parte desta matéria, que entrará na edição de fevereiro de O Vidroplano, vai explicar em detalhes as ferramentas do WCM, incluindo depoimentos de empresas que as utilizam. Além disso, Cláudio Lúcio explicará a sequência de ações para a estruturação e adequação de uma empresa vidreira. Não perca!

 

WCM na prática
Apesar de as ferramentas da WCM não serem novidades, é possível ter dúvidas a respeito de suas aplicações práticas. Uma porta de entrada para o assunto é a Especialização Técnica Abravidro, pois todas as técnicas, métodos e filosofias do conceito são aplicados nos cinco módulos da iniciativa: Corte; Lapidação; Serigrafia; Têmpera; e Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE). Além desses, a iniciativa conta com módulos para outras áreas das empresas: Acompanhamento de Processos (exclusivo para as processadoras receberam um dos cinco módulos acima); Modelagem de Processos Administrativos e Industriais; Manutenção Total Produtiva; e Acompanhamento de Layout.

“Os módulos estão focados para auxiliar as empresas na obtenção de sua estruturação e adequação das atividades com excelência, propiciando um novo caminho, um novo modo do fazer”, explica Cláudio Lúcio.

É altamente recomendável a participação de todos os níveis hierárquicos das processadoras nos treinamentos – da direção até os operadores, passando pelos mais diversos setores. “Em cada módulo são apresentadas diversas técnicas, soluções e tecnologias que possuem uma forte proporção de ineditismo a todos os agentes de atuação da cadeia vidreira, mesmo para quem já atua há décadas no setor.”

Quer revolucionar sua produção em 2025? Consulte a gerente de Atendimento da Abravidro, Rosana Silva, e relate suas necessidades: serão indicados os módulos ideais para atender suas demandas! Aproveite ainda para se inscrever na primeira turma de 2025 do PPCPE, com aulas nos dias 13 e 14 de fevereiro, em São Paulo. Entre em contato pelo e-mail rsilva@abravidro.org.br ou pelo telefone (11) 3873-9908.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Iryna/stock.adobe.com

Como será 2025 para o setor vidreiro?

Após um 2024 complexo, de altos e baixos no setor vidreiro, 2025 começa com boas esperanças – se elas se concretizarão, só saberemos daqui a um tempo. Como já virou tradição em todo mês de janeiro, O Vidroplano analisou indicadores econômicos, incluindo os dos mercados consumidores de vidro, e conversou com players de diversos elos da cadeia vidreira para saber o que esperar de 2025. A seguir, confira uma longa análise a respeito das perspectivas para os nossos negócios.

Panorama geral da indústria
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria de transformação em 2024 é de crescimento de 3,5%, valor que representaria a maior alta do indicador em três anos. O PIB nacional como um todo, para a entidade, também deve marcar alta de 3,5%.

O estudo Indicadores Industriais, produzido pela CNI, referente a novembro, que é a edição mais recente da pesquisa, mostra que o faturamento real da indústria nacional subiu 0,1% no mês, apresentando estabilidade sobre outubro, que tinha marcado alta de 3,1%, revertendo a queda de 2,1% registrada no mês anterior (setembro). Na comparação com novembro de 2023, esse indicador cresceu 9,1%. As horas trabalhadas na produção tiveram estabilidade, com variação de -0,1% frente a outubro, assim como a utilização da capacidade instalada, que está em 79,6% (0,7 ponto superior à de novembro de 2023).

Por outro lado, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) revela pessimismo: em queda pelo quarto mês seguido (com 4,2 pontos de recuo desde setembro), o indicador caiu de 50,1 pontos para 49,1 este mês. Com isso, ficou abaixo da linha divisória que delimita um estado de confiança pela primeira vez desde maio de 2023. “O pessimismo faz com que os empresários tendam a adiar decisões com relação a investimentos, aumento de produção e contratações, na expectativa de um cenário mais favorável”, comenta o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

Os dois componentes do Icei caíram em janeiro. O Índice de Condições Atuais obteve baixa de 2,3 pontos, o que significa que a avaliação dos empresários sobre as condições atuais da economia e das próprias empresas se tornaram mais negativas em relação aos seis meses anteriores. O Índice de Expectativas, por sua vez, teve diminuição de 0,4 ponto.

Construção civil
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) estima que o setor da construção civil deve consolidar 2024 com crescimento de 4,1% em suas atividades. Para 2025, a expectativa é de crescimento, mas menor em relação ao ano passado: a projeção inicial é de expansão de 2,3%.

De acordo com os dados apresentados pela CBIC em dezembro, a construção de edifícios registrou crescimento de 8% em 2024, enquanto as obras de infraestrutura apresentaram queda de quase 39%. A construção civil também gerou 920 mil empregos de janeiro de 2020 a outubro de 2024, desempenhando um papel fundamental na recuperação da economia pós-pandemia – de 2021 a 2024, foram mais de 200 mil postos de trabalho anuais.

Quem também cresceu foi o mercado imobiliário: de janeiro a setembro, as vendas de apartamentos novos aumentaram 20%, com 292.557 unidades comercializadas; já os lançamentos de projetos subiram 17,3%.

Setor automotivo
O segmento de automóveis teve um ótimo 2024. Segundo levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção total no ano foi de 2,550 milhões de autoveículos – alta de 9,7% na comparação com 2023, fazendo com que o Brasil assumisse o posto de 8º maior produtor de veículos no mundo.

 

Foto: Sodel Vladyslav/stock.adobe.com
Foto: Sodel Vladyslav/stock.adobe.com

 

O volume de emplacamentos também cresceu (14,1%), em quantidade bem superior à média global de 2%. É o maior aumento no ritmo de vendas internas desde 2007. A soma de vendas de novos e usados chegou ao maior resultado na história do País, com 14,2 milhões de veículos leves vendidos. “Claramente, há uma demanda reprimida por transporte individual que vem sendo atendida de forma crescente, graças às melhores condições de crédito”, explica o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite. “Se essas condições melhorarem e se houver uma política de renovação de frota, mais pessoas poderão optar por veículos 0 km.” E, de acordo com reportagem da Folha de S.Paulo de 6 de janeiro, a capacidade de produção da indústria automotiva nacional deverá aumentar a partir deste ano, graças ao início das operações fabris das montadoras chinesas BYD e GWM. As empresas terão, somadas, potencial para fabricar 500 mil unidades por ano.

Linha branca
Dados da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) indicam que, de janeiro a setembro, as vendas dessa indústria como um todo para o varejo apresentaram salto de 29% em comparação com o mesmo período de 2023. Por isso mesmo, a entidade prevê o melhor resultado para o setor eletroeletrônico dos últimos dez anos: o crescimento em 2024 deve ficar entre 15% e 20%.

Olhando apenas para os produtos do segmento de linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar, entre outros), houve avanço de 19% de janeiro a setembro, com a comercialização de 11,3 milhões de unidades. “O setor vem registrando uma retomada importante em relação às perdas verificadas nos últimos anos, em especial em 2022, um dos piores da história para a indústria nacional eletroeletrônica. Chegar a mais de 80 milhões de unidades antes mesmo da nossa principal sazonalidade, que acontece no quarto trimestre, com as datas de Black Friday e Natal, mostra que o consumo está mais aquecido”, destaca o presidente-executivo da Eletros, Jorge Nascimento.

 

 

De olho na construção civil
Para saber mais detalhes a respeito das expectativas do segmento que mais consome vidro no Brasil, a construção, O Vidroplano conversou com Ieda Vasconcelos, economista da CBIC.

O desempenho da construção em 2024 foi abaixo ou acima do esperado?
Ieda Vasconcelos: O setor fechou com resultado positivo e acima do projetado inicialmente. A estimativa de crescimento de 4,1% foi melhor que o observado em 2023, quando apresentou relativa estabilidade (-0,3%). O incremento de atividades do setor está refletido diretamente nos resultados do seu mercado de trabalho. Conforme os dados do Ministério do Trabalho, a construção, em todo o País, gerou de janeiro a novembro (últimos dados divulgados) 200.613 novos empregos com carteira assinada. Assim, o seu número de trabalhadores formais passou a ser de 2,948 milhões, o que correspondeu a um incremento de 7,3% em relação ao registrado no final de 2023.
Além disso, outros fatores ajudam a explicar o desempenho positivo: o melhor dinamismo da economia nacional, que cresceu acima do que era aguardado no início do ano; a volta das atividades do mercado de padrão econômico, com a retomada do Minha Casa, Minha Vida e o ano eleitoral são alguns deles. Também é preciso considerar o desempenho do mercado de trabalho no País, com taxa de desemprego alcançando o menor patamar histórico.

Quais foram as principais dificuldades enfrentadas por esse segmento em 2024? Essas condições podem melhorar em 2025?
IV: O aumento da taxa de juros foi um dos desafios e merece destaque. Os juros elevados prejudicam o segmento produtivo da economia, pois direcionam um maior volume de investimento para o mercado financeiro. Além disso, com juros maiores, a Caderneta de Poupança, uma das principais fontes de financiamento imobiliário no País, perde recursos para outras aplicações financeiras que proporcionam rendimentos mais atrativos. Conforme dados divulgados pelo Banco Central, a sua captação líquida (depósitos menos as retiradas) foi negativa em R$ 21,718 bilhões. Há quatro anos consecutivos a Poupança vem perdendo recursos. Outra fonte de preocupação é o aumento de custos do setor. Em 2024, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), calculado e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, aumentou 6,54%; o custo com a mão de obra cresceu 8,56%; e o custo com materiais e equipamentos, 5,34%. Já o IPCA/IBGE registrou elevação de 4,83%. Portanto, altas superiores à inflação oficial. Os custos da construção, que já estão em patamar elevado em função dos fortes aumentos registrados no período da pandemia, voltaram a preocupar o setor. Também é necessário destacar a falta ou o alto custo do trabalhador qualificado. Inclusive esse é um desafio para vários segmentos da economia.
Para 2025, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) já sinalizou mais aumentos na taxa de juros Selic. Portanto, os juros altos continuarão preocupando. A alta do dólar deve pressionar o preço de commodities, influenciando os preços de alguns insumos. Nesse sentido, o aumento de custos também preocupa o setor este ano. Em relação à mão de obra, a construção tem trabalhado para amenizar o problema, inclusive fazendo parcerias com o Sesi/Senai para aumentar a capacitação da mão de obra.

O que esperar da construção ao longo de 2025?
IV: Deverá continuar crescendo em 2025. O processo produtivo do setor é longo. Assim, obras iniciadas nos últimos dois anos continuarão gerando emprego e renda para a economia nacional.Ainda é preciso ressaltar que os lançamentos imobiliários registraram alta expressiva em 2024, o que também sinaliza mais atividade em 2025. O mercado imobiliário deverá continuar registrando resultados positivos, mas é importante destacar a preocupação com o crédito para a média renda. A taxa de juros em patamar elevado pode inibir pequenas obras, reformas, infraestrutura e o mercado imobiliário de média e alta renda. Já o segmento de infraestrutura poderá ser impulsionado por investimentos privados contratados. Isso tudo significa que o setor continuará registrando expansão. A expectativa da CBIC é de crescimento de 2,3%. Mas esse número poderia ser maior caso a taxa de juros estivesse em patamar razoável.

De modo geral as empresas vidreiras estão otimistas em relação ao aumento do uso do material nos próximos anos. Elas devem manter o otimismo ou seria melhor ter cautela nas previsões?
IV: Falando do segmento imobiliário: o Brasil possui um déficit habitacional de mais de 6 milhões de moradias, e esse número sozinho indica a importância das atividades da construção e também de todas as indústrias e fornecedores de sua cadeia produtiva. Além do déficit existente, também é preciso considerar as novas famílias que se formam anualmente e o crescimento da população. Por isso, é necessário, é urgente, que o setor solidifique o seu processo de crescimento e continue apresentando expansão. A demanda existe e, por isso, as expectativas são de incremento de atividades.

 

Foto: Rmcarvalhobsb/stock.adobe.com
Foto: Rmcarvalhobsb/stock.adobe.com

 

À espera da reforma tributária
Um assunto que o setor aguarda ansiosamente este ano é a regulamentação da reforma tributária. A mais importante mudança é a reorganização dos impostos sobre o consumo:

  • PIS, Cofins e IPI se transformarão na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), representando a parcela arrecadada pela União;
  • ICMS, de competência estadual, e ISS, de competência municipal, se tornarão o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

“A parte positiva do assunto é a simplificação e o fato de termos uma legislação única para todos os tributos, além de trazer segurança jurídica”, explica Halim José Abud Neto, advogado e assessor-jurídico da Abravidro. “O novo sistema é mais racional. Porém, tem muito questionamento sobre as alíquotas relativas aos Estados e municípios. Por isso, a simplificação prometida ainda será testada.”

Uma das discussões mais relevantes para nossas empresas diz respeito às alíquotas que incidirão sobre a indústria. “Existe uma trava no projeto aprovado, da qual está pendente a sanção presidencial, de que a alíquota não pode passar de 26,5%”, alerta Halim. “Todos devem ter consciência de que a aplicação disso se inicia em 2026, mas a transição será um processo de longo prazo. Nosso setor tem a tarefa de acompanhar isso – e a Abravidro estará atenta às movimentações sobre o assunto.”

 

 

Balança comercial: o impacto dos importados
De acordo com o Comex Stat, portal do governo federal para acesso gratuito às estatísticas de comércio exterior do Brasil, em 2024 tivemos a maior marca de importação de vidro desde 2014. Foram 268 mil toneladas que entraram em nosso país – número ainda maior que o de 2023, quando já tinha sido visto um aumento de mais de três vezes na importação do material em relação a 2022.

Principais volumes:

  • Float: 140.764 t
  • Temperado: 19.394 t
  • Laminado: 27.158 t

Além do aumento da importação do float, o maior consumo de vidro processado estrangeiro é algo cada vez mais recorrente – atingindo diretamente a cadeia de processamento nacional. A importação de laminados, por exemplo, teve alta de 34% no ano passado na comparação com 2023 (é o número mais alto da última década).

 

 

A opinião das empresas vidreiras
Confira o que as companhias de nosso setor pensam sobre o desempenho de 2024 e o que esperar para 2025. O Vidroplano conversou com fabricantes de maquinários, ferragens e insumos – também falamos com as usinas de base, cuja opinião você lê a partir das próximas páginas.

  • BLINDEX/PILKINGTON
    “2024 foi marcado por grandes conquistas e expansões significativas, tanto no portfólio de produtos como em novas parcerias e estratégias. Apresentamos lançamentos de soluções em envidraçamento, como os boxes Blindex Slim, o relançamento do Box Blindex Classic e o sistema de fechamento de fachadas Blindex Vista, além de destacar a versatilidade do vidro no segmento pet durante a feira Pet SA. Reforçando a importância de parcerias estratégicas para nossa marca, fortalecemos nossa rede de franquias e licenciados, promovendo maior engajamento entre os parceiros e ampliando nossa presença no mercado nacional. Para 2025, nossas expectativas são bastante positivas. Continuaremos investindo no fortalecimento da marca no mercado arquitetônico. Também estamos comprometidos em fortalecer ainda mais as parcerias estratégicas que são a base do nosso negócio. Além disso, reafirmamos nosso esforço constante para manter a Blindex como sinônimo de qualidade e inovação, enquanto expandimos nosso impacto em diferentes mercados e exploramos novas possibilidades para atender as demandas de um público cada vez mais exigente e diversificado.”
    Glória Cardoso

 

  • EASTMAN
    “O ano de 2024 foi bastante intenso e dinâmico, com projetos interessantes não só aqui no Brasil, mas também em outros países da América Latina. Para 2025, seguimos otimistas, mas com cautela, visto que a situação macroeconômica do País inspira atenção. De nossa parte, seguiremos investindo no tema da sustentabilidade, buscando cada vez mais ampliar a circularidade dos nossos produtos e, em paralelo, apoiar nossos clientes para poder seguir fazendo o mercado do vidro laminado crescer este ano.”
    Daniel Domingos

 

  • LISEC
    “2024 foi outro ano muito bom, assim como o de 2023. Na região da América Latina, na qual estamos inseridos, podemos comentar que, além dos projetos fechados, tivemos um aumento significativo de solicitações de novas ofertas de máquinas, softwares e mesmo plantas completas para o processamento de vidro plano. Um fato a ser considerado no ano passado foi o número de visitantes realmente significativo da América Latina, e em especial do Brasil, que recebemos em nosso estande na feira Glasstec. Sem dúvida, a expectativa para 2025 é positiva por conta do número grande de clientes nos procurando, solicitando novas ofertas, e também pelo fator automação das plantas de processamento – o qual julgamos como um caminho sem volta, que irá crescer ano a ano, com empresas procurando aumentar a produtividade e capacidade produtiva e ter garantia assegurada na produção, sem variação de lotes fabricados em diferentes momentos.”
    Luiz Garcia

 

  • MANUSA
    “Em 2024, a Manusa apresentou um bom resultado, dando continuidade ao processo de desenvolvimento da marca no Brasil. A empresa expandiu seu portfólio, incluindo lançamentos como a porta de segurança com certificado RC2 e os novos módulos com tecnologia IoT (Internet of Things), produtos que aumentam a segurança e facilitam a gestão dos acessos, por meio de celular e de forma virtual. Também conquistamos o Certificado de Declaração Ambiental de Produto (DAP) para as nossas linhas de portas automáticas Visio+, uma certificação internacional que reconhece e avalia a transparência dos processos e produtos em relação ao impacto ambiental. O ano foi promissor tanto para a empresa quanto para o segmento de portas, que continua a se expandir. A previsão para os negócios em 2025 é de crescimento sustentado. O mercado de portas automáticas continuará em alta, impulsionado pela crescente demanda por soluções mais eficientes e sustentáveis, especialmente nas áreas de comércio e infraestrutura. E, embora as perspectivas sejam positivas, devemos estar atentos aos desafios impostos pela inflação e pela volatilidade cambial, que exigirão flexibilidade e adaptação constante para garantir o sucesso a longo prazo.”
    Flávio Margaritelli

 

 

AGC
Isidoro Lopes Junior, presidente e diretor geral de Vidros Arquitetônicos para a América do Sul

  • Saldo dos negócios em 2024
    “O saldo dos negócios feitos em 2024 foi um pouco acima de 2023, com um crescimento esperado em torno de 3%. Esse saldo foi superior à expectativa inicial da empresa para o ano: esperávamos um cenário mais nebuloso e cinzento, mas o desempenho acabou sendo melhor que o planejado.”

 

  • Dificuldades encontradas em 2024
    “As principais dificuldades em 2024 incluíram um começo de ano difícil, com os três primeiros meses piores que 2023. Além disso, houve desafios macroeconômicos, como inflação e questões políticas, que impactaram o mercado. Algumas dessas dificuldades poderão ser solucionadas em 2025, especialmente se houver um alinhamento político e fiscal que motive investidores e melhore a macroeconomia. No entanto, desafios estruturais do País, como custos de energia e logística, ainda precisam ser abordados.”

 

  • Expectativas para 2025
    “A expectativa para o mercado de vidro em 2025 é de crescimento. A empresa está otimista e espera um pequeno crescimento, com um cenário mais alinhado politicamente e fiscalmente, o que pode motivar investidores estrangeiros.”

 

  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “Para o setor automotivo, a expectativa é positiva, com recuperação e crescimento. O setor moveleiro também mostra sinais de recuperação, com alguns clientes já com capacidade totalmente tomada. A construção civil tem projeções de crescimento revisadas para cima, enquanto a linha branca ainda enfrenta desafios maiores.”

 

  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “Os pontos de atenção incluem a necessidade de investir em tecnologia e treinamento, manter um compromisso com a qualidade e atendimento, e estar atento às mudanças no mercado e às oportunidades de parcerias. Além disso, é importante acompanhar as questões de sustentabilidade e eficiência operacional.”

 

  • Recado para o setor
    “O recado para o setor é de otimismo e compromisso. A AGC está comprometida em crescer e desenvolver o mercado junto de seus clientes, investindo em tecnologia, inovação e parcerias duradouras. É importante persistir na busca pela aplicação correta do vidro e manter a união e o respeito entre todos os elos da cadeia vidreira.”

 

 

CEBRACE
Lucas Malfetano e Wiltson Varnier, diretores-executivos

  • Saldo dos negócios em 2024
    “2024 apresentou dois períodos bem distintos: o primeiro semestre mais desafiador, seguido por uma retomada no segundo semestre. Por outro lado, registramos um volume de importações ainda maior que em 2023, o que nos traz grande preocupação. Esse movimento de importações impactou negativamente o desempenho dos nossos negócios, e esperamos reverter a situação em 2025. O que ficou confirmado em nossas expectativas foi o crescimento dos mercados no Brasil. Por outro lado, o crescimento não se refletiu em nossas vendas na mesma magnitude, devido ao expressivo aumento das importações, que impactaram não somente o float, mas praticamente todos os produtos processados.”

 

  • Dificuldades encontradas em 2024
    “No primeiro semestre, houve uma demanda de mercado reprimida, acompanhada por um forte crescimento das importações. Além disso, os descaminhos fiscais na cadeia do vidro continuaram a desafiar nosso setor. Em 2024, o principal problema foi o patamar das importações, o que gerou grande preocupação. As tensões geopolíticas, as relações entre as grandes potências e um nível de atividade mais fraco, especialmente na China, desencadearam uma guerra comercial que afeta as cadeias produtivas globais e incentiva a concorrência desleal. Nesse sentido, compreendemos que é essencial ao Brasil garantir que todos os atores do mercado participem em condições de igualdade. Ao final de 2024, houve a publicação da Resolução Gecex nº 675, que alterou a alíquota do imposto de importação do vidro incolor para 25%, e que deverá trazer algum alívio em relação às importações desse produto, ajudando a reestabelecer o equilíbrio comercial em nosso mercado, fortemente impactado nos últimos dois anos. No entanto, é importante ressaltar que é uma medida temporária. Portanto, precisamos continuar trabalhando em medidas que assegurem condições equânimes de competitividade e que garantam maior previsibilidade e sustentabilidade ao setor. Por isso, destacamos o processo de investigação antidumping para importações de float incolor, das origens Malásia, Turquia e Paquistão, iniciado em julho de 2024 e ainda em andamento. Estamos atentos também à situação dos produtos processados, como laminados e temperados, que apresentaram crescimentos importantes nos volumes de importação em 2024. O Brasil recebeu investimentos significativos nos últimos 12 anos, que praticamente dobraram a capacidade de produção. Assegurar um ambiente de negócios justo, sem distorções competitivas, é fator chave para assegurar novos investimentos nos próximos anos.”

 

  • Expectativas para 2025
    “Mantemos nosso otimismo em relação ao crescimento para 2025, embora estejamos atentos aos impactos do aumento das taxas de juros na demanda, que deverão se intensificar a partir do segundo semestre deste ano. As recentes elevações indicam a necessidade de cautela, apesar de todos os segmentos em que o vidro atua apresentarem indicadores que sinalizam um cenário mais positivo. Essa perspectiva otimista é sustentada por uma recuperação mais consistente da construção civil, impulsionada por novos projetos habitacionais. Continuamos a acreditar no mercado brasileiro e no desenvolvimento do mercado de construção sustentável, o que nos leva a manter os investimentos nas operações, na produção de vidros de valor agregado e na descarbonização.”

 

  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “Todos os setores de consumo do vidro apresentam perspectivas de crescimento em 2025. Na construção civil, os fundamentos permanecem sólidos: altos índices de novos lançamentos, baixos níveis de estoque, aumento na renda da população e redução do desemprego são fatores que devem sustentar o segmento, mesmo diante das altas taxas de juros.”

 

  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “Acreditamos que o mercado de vidros no Brasil tem oportunidades para um aumento significativo na penetração de soluções inovadoras que ofereçam diferenciação, como mais eficiência energética, segurança, maior conforto térmico e acústico. Portanto, a capacitação do setor continuará sendo crucial, aproveitando iniciativas como o Educavidro para disseminar conhecimento e aumentar a competitividade e sofisticação do segmento. Além disso, é indispensável a união do setor para que possamos avançar nos desafios e garantir uma concorrência justa, enfrentando em conjunto as práticas desleais de mercado.”

 

  • Recado para o setor
    “Reiteramos nosso compromisso com o setor. A Cebrace possui plena capacidade para atender o mercado com seus cinco fornos – e isso se aplica tanto ao float como às linhas de produtos processados, como espelhos, laminados, vidros de controle solar e texturizados. Ainda sobre o aumento das taxas de importação do float incolor no final de 2024, entendemos que essa é uma medida provisória e pontual. Nosso esforço está direcionado a atuar em conjunto com todo o setor na busca por uma concorrência mais justa. Aproveitamos para agradecer a todos pela parceria e reforçar, como mencionado no 16º Simpovidro, que contamos com cada um de vocês para nos desafiar constantemente a sermos a melhor Cebrace possível.”

 

 

GUARDIAN
Rafael Rodrigues, diretor-comercial e de Marketing da Guardian na América do Sul

  • Saldo dos negócios em 2024
    “O ano foi marcado por momentos de altos e baixos, mas deixou no final um saldo positivo, com recuperação, em relação a 2023. Tivemos um primeiro semestre com mais desafios, por conta do desequilíbrio da relação de oferta e demanda, causado principalmente pelo excesso de produto importado, e um segundo semestre mais positivo, apoiado também pelo aumento da demanda típica dessa época. Foi muito importante avançarmos com ações estratégicas para apoiar nossos clientes com novos produtos, como o FumêMax, o SunGuard Solar Plus G31 e o SuperClear. Também avançamos com nossas plataformas digitais, em especial o portal de e-commerce, que permitiu dar maior agilidade, segurança e consistência na entrada de pedidos. Também publicamos importantes documentos para o mercado: as Declarações Ambientais de Produto (EPDs) e as Declarações de Saúde de Produto (HPDs) para o portfólio de produtos feitos no Brasil. Esses documentos reforçam o compromisso da empresa em medir e reduzir o impacto ambiental dos produtos e serviços. Por isso tudo, o saldo dos negócios em 2024 ficou dentro das expectativas da empresa.”

 

  • Dificuldades encontradas em 2024
    “A principal dificuldade foi balancear a oferta a essa demanda menor, bem aquém dos últimos anos. O cenário de retração foi um fenômeno global, impactando o mercado brasileiro com uma maior entrada de vidro importado. Nesse contexto, itens importantes que compõem o custo de produção tiveram inflação significativa, exigindo uma gestão interna mais eficiente para nos mantermos competitivos considerando a oferta disponível e custo de produção. Vamos continuar trabalhando em produtos inovadores e de maior valor agregado para levar soluções mais adequadas e diferenciadas. Dessa forma, respondemos aos desafios criados pela entrada mais expressiva dos importados. Também seguiremos enfatizando a qualidade, transparência e segurança de nossa operação. O plano para 2024 inclui ainda melhorar o atendimento, ganhar ainda mais agilidade e flexibilidade para atender nossos clientes.”

 

  • Expectativas para 2025
    “Esperamos um crescimento moderado para o mercado de vidros. O aumento da demanda no final de 2024 nos trouxe um pouco mais de otimismo. Porém, mantemos a cautela devido a fatores macroeconômicos que podem limitar esse avanço. A crescente pressão inflacionária e a previsão de manutenção de taxas de juros em níveis elevados representam desafios significativos. A construção civil, por exemplo, depende fortemente do crédito para sustentar o consumo e o ciclo econômico do setor. Em certa medida, espera-se um reequilíbrio da relação entre oferta e demanda em nossa indústria, o que deverá trazer mais estabilidade e previsibilidade. Os ajustes na alíquota de importação, aliados à possibilidade de aplicação de sanções às práticas não concorrenciais de alguns países, devem reduzir os riscos nesse sentido, especialmente quando comparamos ao cenário de 2024.”

 

  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “A construção deve apresentar um cenário positivo em 2025. Os lançamentos imobiliários devem se manter em expansão, impulsionados por programas de crédito habitacional, como o Minha Casa, Minha Vida, e pelo crescimento das vendas de imóveis em volumes acima dos lançamentos. Esse movimento pode estimular o consumo de vidro no setor, especialmente devido à relevância de projetos residenciais e comerciais que demandam soluções inovadoras e de alta qualidade, nos quais os vidros são elementos fundamentais. No entanto, fatores econômicos com perspectivas desfavoráveis continuam sendo desafios para todos esses setores (construção, automotivo, moveleiro e linha branca). A manutenção de altas taxas de juros, que dificultam o acesso ao crédito, especialmente para a classe média, podem limitar o avanço esperado, considerando a alta dependência de financiamentos para viabilizar o consumo e novos investimentos.”

 

  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “Nosso mercado tem muito potencial para continuar crescendo. Continuamos com um nível de consumo do vidro per capita muito abaixo de regiões mais desenvolvidas e isso deve ser visto como oportunidade. O ponto chave, no entanto, é que esse crescimento siga de forma sustentável e que permita trazer cada vez mais inovação, tecnologia e benefícios para os usuários finais do vidro. A tendência é que haja cada vez mais competidores e a diferenciação, seja por produtos ou pela qualidade do nível de serviços, será determinante para o sucesso das empresas a longo prazo. Paralelamente, o aprimoramento da eficiência operacional e da qualidade dos produtos será essencial para garantir competitividade e fortalecer a confiança dos clientes.”

 

  • Recado para o setor
    “Nosso recado é de otimismo e confiança no potencial do Brasil e da América do Sul. Essa é uma região resiliente, cheia de oportunidades e que continuará crescendo à medida que avançar nas transformações necessárias para fortalecer a indústria.
    A Guardian segue firme em seu compromisso com foco em parcerias de longo prazo que tragam benefícios mútuos e que contribuam para o desenvolvimento do mercado.”

 

 

VIVIX
Henrique Lisboa, presidente

  • Saldo dos negócios em 2024
    “Tivemos um ano marcado pelo elevado volume de vidros importados no mercado interno, prejudicando toda a cadeia vidreira. Apesar disso, foi um ano de moderado crescimento do volume de vendas – porém, com preços abaixo do esperado. Tivemos ainda uma evolução nas vendas de um mix de produto com maior valor agregado – e temos percebido isso como tendência positiva para o perfil desse produto em nosso país.”

 

  • Dificuldades encontradas em 2024
    “As principais dificuldades foram causadas pelo impacto das importações, algo negativo para a cadeia como um todo.”

 

  • Expectativas para 2025
    “Nossa visão é otimista. Contratamos em 2024 três diferentes consultorias, as maiores de projeção setorial de mercado no Brasil, e todas apresentaram resultados muito similares, indicando um crescimento médio do mercado na ordem de 4% ao ano para os próximos cinco anos. Acreditamos em uma aceleração do consumo de produtos de maior valor agregado – e já percebemos esse movimento, com a valorização no mercado interno de vidros que oferecem benefícios para o consumidor, a exemplo dos vidros de proteção solar.”

 

  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “Temos acompanhado os indicadores dos setores da construção civil e automotivo, e o cenário se mostra positivo. No caso da construção, há uma expectativa de crescimento da ordem de 4%, e o setor automotivo, que apresentou uma importante evolução no seu desempenho em 2024, tem boas perspectivas para 2025, com projeções que superam os 5% de alta. Já o setor moveleiro seguirá crescendo um pouco acima da construção. Acreditamos em um ano em que haverá uma menor entrada de produtos importados, o que corrigirá as distorções ocorridas no ano passado. Além disso, como destacado anteriormente, acreditamos na evolução das vendas em 2025 e que este será um bom ano para toda a cadeia.”

 

  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “Em especial, a cadeia vidreira está bem consciente e atenta às projeções de produtos de valor agregado e cada vez mais compreendendo a importância de uma melhor gestão dos seus custos e processos, buscando assim uma melhor eficiência interna. Como consequência, certamente isso trará o retorno esperado para o empresário vidreiro.”

 

  • Recado para o setor
    “O mercado de vidro plano é feito de ciclos e temos de adaptar as nossas empresas para esses períodos. Acreditamos que 2025 será um ótimo ano para todos.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: David Johnson/stock.adobe.com

CES 2025 traz inovações com vidro

A edição 2025 da CES, maior feira de tecnologia do mundo – realizada de 7 a 11 de janeiro em Las Vegas, EUA –, reuniu centenas de empresas aproveitando o evento para mostrar seus novos equipamentos e dispositivos. E, como não poderia deixar de ser, nosso material se fez presente em algumas dessas novidades apresentadas.

Assim como em 2024, vários expositores apostaram na tendência dos smart glasses (óculos inteligentes). A XReal, por exemplo, permitiu que o público experimentasse o XReal One Pro, primeiros óculos de realidade aumentada do mundo equipados com um chip de computação espacial desenvolvido por eles mesmos: os acessórios podem ser usados para jogar, assistir a filmes e até conectá-los ao computador ou celular para ver a tela de seus dispositivos. Por sua vez, os smart glasses da Rokid (foto) trazem um assistente de inteligência artificial (IA) integrado, uma câmera para reconhecimento de objetos e funções de navegação e tradução.

Saindo do campo dos óculos inteligentes, a Audfly apresentou uma película transparente capaz de emitir som direcional: de acordo com a empresa, essa tecnologia – que pode ser aplicada em vitrines interativas e outras superfícies – permite que o áudio seja transmitido para uma área específica, sem dispersão sonora. Já a francesa Withings apresentou o conceito de um espelho inteligente, o Omnia, capaz de examinar o corpo do usuário e alertar sobre possíveis problemas. O dispositivo, alimentado por inteligência artificial, fornece informações sobre composição corporal e metabolismo – aliado a outros aparelhos, como um smartwatch, pode reunir e apresentar mais dados sobre a saúde da pessoa.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Divulgação Rokid

Iniciando o novo ciclo

rafaelribeiro-jan2025Enfim, 2025 começou! Após o período em que a maioria das empresas está em férias coletivas, já estamos experimentando os primeiros movimentos do mercado.

E como no nosso segmento não tem brincadeira, inauguramos o ano com reajuste médio de 11% na matéria-prima. Os aumentos no gás e a instabilidade da moeda (dólar) ao final de 2024 indicavam essa possibilidade. O mercado já estava “esperando” por esse movimento – e a redução nas importações de matéria-prima prevista para 2025 deve trazer um pouco mais de equilíbrio no valor de nosso insumo base.

Resta-nos agora tentar projetar o que vai ser este ano… Tarefa difícil! Os indicadores e projeções da economia e da construção civil não são animadores: espera-se um ano de PIB um pouco menor em relação à 2024, com semelhante desaceleração no crescimento da construção civil.

Mas o empresário brasileiro e, principalmente, o vidreiro, é otimista, e temos observado alguns investimentos de porte nas indústrias. Demonstramos um exemplo disso na revista deste mês.

Assim, como sempre, ficamos na expectativa de como será o comportamento da concorrência em um mercado com um consumo que não conseguimos projetar com segurança. Se olharmos para o passado, um mercado de alto consumo sempre se reflete em melhor rentabilidade nos preços de venda – o contrário é sempre um desastre, em razão da alta capacidade de processamento instalada.

Mesmo assim, deixo aqui a minha mensagem de otimismo. Nosso segmento conta com inúmeras oportunidades, e o empresário que conseguir atingir o equilíbrio entre volume e rentabilidade alcançará o sucesso.

Feliz 2025!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos