A maior Glass South America da história vem aí!

Na noite de 7 de novembro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo recebeu diversas personalidades do setor para o evento oficial de lançamento da Glass South America 2024. A feira, organizada pela NürnbergMesse Brasil (NMB), conta com parceria exclusiva da Abravidro e terá uma grande novidade para sua 15ª edição, a ser realizada de 12 a 15 de junho do ano que vem: a estreia da E-squadria Show, mostra voltada para o segmento de esquadrias, com foco nos profissionais especificadores do vidro.

O CEO da NMB, João Paulo Picolo, deu as boas-vindas aos convidados de diversas regiões do Brasil, explicando a atuação da empresa e seu vasto portfólio de feiras pelo mundo. O Business Unit Director da companhia, Alexandre Brown, também subiu ao palco do auditório para comentar a trajetória da Glass desde 1996, ano de estreia da mostra. Depois, foi a vez de o presidente da Abravidro, Rafael Ribeiro, discursar: “Temos muita satisfação em ajudar a fazer da Glass essa grande ferramenta para nosso mercado”.

 

O CEO da NMB, João Paulo Picolo; o Business Unit Director da companhia, Alexandre Brown; e o presidente da Abravidro, Rafael Ribeiro: durante o evento, eles apresentaram as novidades da Glass 2024, além de comentarem sobre a cadeia de processamento vidreira
O CEO da NMB, João Paulo Picolo; o Business Unit Director da companhia, Alexandre Brown; e o presidente da Abravidro, Rafael Ribeiro: durante o evento, eles apresentaram as novidades da Glass 2024, além de comentarem sobre a cadeia de processamento vidreira

 

Programação cheia
O já tradicional Vidro em Ação, espaço comandado pela Abravidro, voltará no ano que vem, assim como a Arena de Conteúdo, que pretende reunir profissionais renomados da arquitetura mundial para palestras – cuja curadoria ficará a cargo da plataforma especializada Architecture Hunter.

Em relação às novidades, a edição 2024 da Glass não se limitará à E-squadria Show. Com o intuito de diversificar ainda mais o público-alvo da feira, duas novas mostras farão parte da programação – a Expo Construção Offsite e a Office 2024 by Office Connection. E vale citar também o Projeto Comprador América Latina, no qual a NMB mapeia os principais clientes do segmento vidreiro da região para subsidiar sua vinda à feira.

Troca de ideias
O evento de lançamento incluiu um painel de apresentações mediado pela superintendente da Abravidro, Iara Bentes. A primeira a falar foi a economista Ana Maria Castelo, responsável por traçar um panorama a respeito do momento vivido pelo setor da construção civil. Segundo a coordenadora de projetos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), o PIB nacional deverá ter alta acima do esperado em 2023, chegando a 2,9%, com queda da inflação e da taxa de juros (Selic).

Para Ana, um dos grandes destaques deste ano é a resiliência do ciclo imobiliário, que terá mais vendas do que em 2022, apesar de menos lançamentos. Programas governamentais como o novo Minha Casa, Minha Vida, aliado ao Programa de Aceleração de Crescimento voltado para a construção, podem fazer com que essa cadeia volte a ter bom desempenho, mesmo com a incerteza da geopolítica mundial e com a indecisão relacionada à reforma tributária. “Não tem como o País crescer sem passar pelo crescimento da construção civil”, finalizou.

Rafael Ribeiro voltou ao palco para analisar números do segmento vidreiro de acordo com o Panorama Abravidro. Por meio dos dados de desempenho do mercado, ele mostrou que a cadeia de processamento tem plenas condições de atender a um maior volume de produção. Ele apresentou também como, do ponto de vista normativo, o setor está bem amparado pelas normas técnicas.

Para fechar o painel, a arquiteta Larissa Abreu analisou a importância da especificação correta no uso de vidros em projetos residenciais de alto padrão. A noite foi encerrada com um coquetel servido aos presentes.

Anote na sua agenda: em junho de 2024, a Glass South America será mais uma vez a casa do setor vidreiro brasileiro!

 

Evento teve painel de apresentações que discutiu economia, arquitetura e o setor vidreiro
Evento teve painel de apresentações que discutiu economia, arquitetura e o setor vidreiro

 

A opinião de quem estará na Glass 2024
Confira o que expositores acharam das novidades da feira.

“Tudo o que vier para colocar mais valor agregado em nossos produtos é enriquecedor – tanto do ponto de vista cultural como do processo e até em prol do consumidor final. A Glass se destaca não só pela quantidade, mas pela qualidade. Quantidade já existe muito no Brasil. Precisamos agora encontrar nichos e defender a competitividade da produção e transformação nacional, contra uma frente chinesa que chega muito forte. A Itália, por exemplo, sobreviveu a isso graças à inovação e ao design.”
Moreno Magon – MM4Glass

“Fiquei muito feliz em ver todo o empenho da NMB em fazer com que arquitetos e engenheiros participem mais de nosso evento, trazendo caixilheiros, profissionais do alumínio e do PVC. Tudo isso trará mais participantes para a Glass, o que será muito bom para todos.”
Yveraldo Gusmão – GR Gusmão

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Créditos das fotos: Divulgação NMB

Conheça o PotencializEE e saiba como se inscrever

A sustentabilidade já se tornou um assunto inescapável para nosso setor – e, no que diz respeito às atividades industriais, é impossível falar do tema sem citar eficiência energética. Uma iniciativa que vem ao encontro dessa busca é o Programa de Investimentos Transformadores de Eficiência Energética na Indústria (PotencializEE), cujo objetivo é impulsionar a competitividade de pequenas e médias indústrias no Estado de São Paulo por meio da redução de custos e de emissões de dióxido de carbono (CO₂).

A seguir, conheça um pouco mais sobre o PotencializEE, a parceria firmada com a Abravidro e como ela pode contribuir para as beneficiadoras de vidros planos paulistas.

Importância para a indústria
De acordo com o Balanço Energético Nacional 2022, publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a indústria brasileira responde por 32% do consumo de energia, 41% da eletricidade consumida e 18,13% das emissões de gases do efeito estufa (GEE) da matriz energética do País. Por sua vez, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que a idade média das máquinas industriais no Brasil é de catorze anos, representando um custo anual energético de R$ 95 bilhões, valor que inclui gastos com eletricidade e outros combustíveis.

Estudos realizados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) apontam que as medidas de eficiência energética podem gerar uma economia de 34% (em média) para pequenas e médias empresas (PMEs) no custo com energia.

Potencializando a eficiência
O PotencializEE é o primeiro programa de eficiência energética do Brasil voltado para PMEs industriais do Estado de São Paulo. A iniciativa é liderada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), coordenada em parceria com a GIZ Brasil e executada em colaboração com o Senai-SP.

Desde seu início, em 2021, o programa já registrou mais de 1.100 inscrições. “O número reflete o alcance e a demanda por melhoria energética no setor industrial”, aponta Marco Schiewe, diretor do PotencializEE. “Até o momento, o programa realizou 123 diagnósticos energéticos, fornecendo às empresas estudos de viabilidade para a economia de energia, redução de emissões de GEE, eficiência operacional e ganho de competitividade, entre outros benefícios esperados por meio de tecnologias de alto desempenho energético.”

Schiewe informa que 25 indústrias do segmento de cerâmica, vidro e produtos não metálicos estão em fase de pré-diagnóstico e diagnóstico no PotencializEE. Segundo ele, a meta é ampliar a adesão de empresas desses setores, pois possuem grande potencial para a eficiência energética.

 

Site do programa: empresas interessadas devem se cadastrar por ali (crédito: Reprodução)
Site do programa: empresas interessadas devem se cadastrar por ali (crédito: Reprodução)

 

Por um setor vidreiro eficiente
“A indústria de vidros planos tem grande potencial de redução de consumo de energia. Por isso, é um dos setores prioritários do PotencializEE”, afirma Schiewe. Para o profissional, com mais eficiência energética, as empresas vidreiras economizarão na conta de energia, tornando-se mais competitivas não só no mercado nacional, mas também no exterior. Além disso, PMEs industriais mais sustentáveis, com operações mais limpas, ganham preferência para fazer parte da cadeia de suprimentos de grandes indústrias, as quais precisam reduzir a pegada de carbono dos seus produtos e das operações dos seus fornecedores.

Nesse sentido, o diretor do programa destaca que a parceria com a Abravidro abre um leque de oportunidades para os associados da entidade – por enquanto, apenas as empresas no Estado de São Paulo terão acesso a esses benefícios –, incluindo apoio técnico e financeiro para a implementação de projetos de eficiência energética. Ele explica as etapas para as empresas interessadas participarem:

1. O primeiro passo para a pequena e média indústria do setor de vidros planos é a inscrição – ela é gratuita e pode ser feita pelo site do PotencializEE;

2. A visita de um profissional do Senai-SP especializado em eficiência energética é agendada. Ele realiza, então, um pré-diagnóstico, que também é gratuito, o qual indicará oportunidades básicas de eficiência energética e ganhos de economia para a empresa;

3. Uma vez entendido o potencial de ganho, é apresentada uma proposta para contratar um diagnóstico completo e detalhado, que também será realizado por um especialista do Senai-SP por um período aproximado de quatro meses. Esse diagnóstico tem um custo, mas a empresa participante do programa conta com subsídio que cobre 60% do valor, podendo parcelar o pagamento em doze vezes de R$ 924,13. Esse estudo será a base do projeto de eficiência energética a ser implementado posteriormente também com o apoio do PotencializEE;

4. Para viabilizar financeiramente os projetos, o PotencializEE dá suporte e facilita o acesso a linhas de créditos com exigências e juros reduzidos. Por meio do Desenvolve SP, por exemplo, é possível financiar 80% do projeto. O payback desses projetos gira em torno de três a quatro anos.

De SP para outras partes do Brasil
Durante o fechamento desta edição de O Vidroplano, o Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou, no dia último dia 21, a expansão do PotencializEE: a proposta de ampliação consiste na inclusão de Estados adicionais a partir de 2024, selecionados com o apoio das federações industriais de cada Estado. Para isso, a iniciativa receberá recursos do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), gerenciados pelo MME.

“Com estas ações conjuntas e o apoio do governo federal, o PotencializEE contribuirá significativamente com a reindustrialização verde e com as metas de descarbonização do País”, afirmou no comunicado o secretário Executivo Adjunto do MME, Fernando Colli.

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: NicoElNino/stock.adobe.com

Calcule o preço de venda ideal para sua vidraçaria

A definição dos preços cobrados pelos produtos e serviços é um fator de grande importância para o sucesso dos seus negócios: se estiver muito alto, pode afastar os clientes; se estiver muito baixo, o vidraceiro pode acabar gastando mais do que ganhará com a venda, comprometendo a saúde financeira da empresa.

Então, qual o segredo para que o preço de venda seja atrativo para o consumidor e também proporcione a margem de lucro desejada para a vidraçaria? Nas próximas páginas, entenda os fatores que precisam ser considerados para o cálculo e confira algumas dicas para se diferenciar da concorrência mantendo a competitividade.

Separando gastos
Todos os recursos relacionados diretamente à produção da empresa, à execução de serviços e à gestão do negócio são considerados gastos. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) distingue-os em dois tipos:

  • Gastos fixos: aqueles que se repetem todos os meses e dizem respeito ao empreendimento – isto é, que existem mesmo que nenhum bem tenha sido produzido e nenhum serviço tenha sido realizado no período;
  • Gastos variáveis: os que existem somente caso ocorram a produção e/ou a comercialização de um produto ou serviço (por exemplo, o custo de reposição de estoque).

Jaqueline Fazolim, gerente de Projetos e Relacionamento da Fazolim Vidros, aponta os custos variáveis mais frequentes: “Para precificar um produto, temos de levar em consideração o uso de itens como o alumínio e vidros a serem aplicados, os insumos e acessórios necessários para a instalação do sistema, a visita técnica de medição, a visita de instalação, impostos fiscais e a margem interna de lucratividade”. Itens como equipamentos de proteção individual (EPIs), veículos e ferramentas fazem parte dos gastos fixos, não sendo, portanto, considerados na planilha de orçamento.

O uso de uma tabela de gastos, com a separação deles entre fixos e variáveis, pode ser de grande ajuda para mantê-los sob controle e identificar quais deles são mais altos e/ou mais frequentes.

Atenção: os gastos fixos da sua vidraçaria não podem ficar tão altos a ponto de inviabilizar o seu negócio!

 

Crédito: Kadmy/stock.adobe.com
Crédito: Kadmy/stock.adobe.com

 

Concorrência e qualificação
O preço cobrado pode variar bastante em relação a outras vidraçarias. Isso pode acontecer devido a vários fatores, como um valor maior ou menor pago aos seus fornecedores, ou o fato de algum dos seus concorrentes ter fechado uma venda em grande quantidade, o que pode mudar o preço praticado nesse caso (confira no final desta reportagem algumas dicas para uma precificação vantajosa para sua empresa e para os seus clientes).

Entre essas possibilidades, o Sebrae destaca que a percepção que o consumidor tem do valor dos bens adquiridos também faz diferença – em outras palavras, o peso da sua marca importa. Assim, em vez de tentar se apresentar como a vidraçaria com os preços mais baixos do mercado (e colocar sua margem em risco), vale a pena buscar ressaltar a qualidade dos produtos e serviços que ela oferece.

Para Jaqueline, a qualificação dos colaboradores da Fazolim é um ponto importante para se levar em conta – por isso, eles são registrados e passam constantemente por treinamentos de segurança e instalação, o que aumenta os custos fixos da empresa. “Sempre demonstramos para nossos clientes a importância disso para a reputação e a segurança operacional que nossa equipe tem. Assim, o público que compra conosco entende que o nosso preço é formado pela qualidade geral tanto do produto como da equipe – afinal, não adianta você ter o melhor produto do mercado se a instalação não for boa”, destaca a gerente.

Essa qualificação também permite que a empresa ofereça serviços que outras vidraçarias podem não ter como executar, como trabalhos em altura – o que também se reflete no preço a ser cobrado. “Muitas vezes, o prazo de realização dessas atividades é maior e, consequentemente, o nosso custo de mão de obra também será; além disso, pode ser necessário o aluguel de equipamentos específicos para determinadas obras, o que também gera gastos que precisam ser considerados”, ressalta Jaqueline. “Acredito muito que a escolha de qualquer fornecedor pelo cliente não é feita apenas considerando um simples pedaço de papel com um valor escrito, mas também leva em conta o que há por trás desse preço, todo o know-how e estrutura que ele percebe que a empresa é capaz de oferecer.”

 

Crédito: Drazen Zigic – Freepik.com
Crédito: Drazen Zigic – Freepik.com

 

Calculando o preço de venda
Existem diversas formas para se chegar ao preço de venda – um que possa oferecer margem de lucro suficiente para que o negócio prospere, permitindo a remuneração dos sócios e o investimento em equipamentos, infraestrutura e pessoal. Por isso, é importante a vidraçaria verificar qual seria o cálculo mais adequado às suas necessidades.

Uma das formas mais conhecidas, indicadas pelo Sebrae, é a que consiste em sete etapas:

1 – Some todos os custos fixos: aluguel, conta de luz e água, salários, materiais para escritório e todos aqueles que não são afetados pela produção;

2 – Divida o custo fixo total pela quantidade de produtos;

3 – Separe os custos variáveis (exemplo: matéria-prima e embalagens);

4 – Obtenha o preço pago pelos produtos (considerando que a produção é terceirizada) e acresça-o aos custos fixos;

5 – Precifique a margem de lucro desejada, calcule os impostos e as comissões (os três itens devem aparecer em forma de porcentagem) – estes são definidos como custo total de vendas (CTV);

6 – Após calcular todos esses itens, você poderá encontrar o mark up divisor (MKD), que mostra a quantia cobrada por um produto para saber o seu lucro real. A fórmula é representada da seguinte maneira:

MKD = (100 – CTV) ÷ 100

7 – Com o resultado do MKD em mãos, utilize-o como nesta fórmula para chegar ao valor do produto ou serviço a ser cobrado:

Preço de venda = Custo do produto ÷ MKD

 

Crédito: Freepik.com
Crédito: Freepik.com

 

Para ficar de olho
O cálculo é apenas um passo para buscar a lucratividade. É muito importante que a vidraçaria se atente a outros tópicos relacionados:

  • Equilíbrio é tudo: o ponto de equilíbrio de uma empresa é o chamado “marco zero”, no qual todas as contas foram pagas, mas ainda não se obteve lucro – geralmente coincidem em um dia aproximado do mês. Isso significa que, naquele instante, serão quitados quaisquer valores em aberto. A partir dali, todo centavo que entrar será lucro;
  • Análise do que está ao redor: estudar o mercado no qual se está inserido, traçar metas, prazos e objetivos, são tarefas que sempre precisam estar no horizonte de um negócio;
  • Propaganda faz a diferença: contratar profissionais de marketing ou apostar em propaganda não são gastos: devem ser encarados como investimentos. Feitos da maneira certa, conseguem melhorar o engajamento dos consumidores e aumentar vendas, além de reter clientes e conquistar novos;
  • Clientes em prol da empresa: estudos indicam que 80% dos lucros são obtidos por apenas 20% dos clientes. Por isso, fazer com que seus consumidores retornem para gastar mais com você é fundamental em um mercado tão competitivo. Gerenciando corretamente os dados dos compradores, é possível descobrir os mais assíduos para oferecer pacotes exclusivos, descontos, programa de fidelidade ou outras estratégias;
  • Modernização e expansão: o crescimento de uma empresa também passa por tarefas consideradas básicas, mas que não podem ser deixadas de lado, como a presença nas redes sociais e a criação de um e-commerce (caso seja viável financeiramente). Se os lucros estiverem acima do planejado, permita-se crescer no ramo empresarial, criando mais pontos de venda, inaugurando lojas físicas e usando plataformas e sites próprios para vender.

Dicas do Sebrae para uma boa precificação

  • Fique atento ao giro do seu produto: quanto maior for o tempo que ele demora para sair do estoque, menor tende a ser sua margem de lucro – o giro do produto precisa ser suficiente para cobrir os gastos fixos da sua empresa;
  • Procure se diferenciar dos concorrentes, seja na apresentação do produto, processo de venda, ponto comercial ou na venda de kits (que podem até reduzir sua margem de lucro, mas aumentam o valor médio de vendas por cliente);
  • Saiba identificar seu público-alvo: dependendo do perfil desse consumidor, o preço de venda praticado pela sua vidraçaria pode ser ajustado – por exemplo, se o comprador busca maior agilidade na entrega, mais conforto ou acesso a produtos ou serviços de baixa disponibilidade no mercado, ele é menos sensível ao preço e você pode melhorar sua margem com um valor de venda mais alto;
  • Faça boas compras: não deixe de negociar com seus fornecedores e planejar a aquisição dos produtos e insumos utilizados pela sua vidraçaria com antecedência, para reduzir os preços de compra e, assim, melhorar sua margem de contribuição;
  • Evite fazer promoções a todo momento, pois isso pode fazer o cliente se acostumar com elas e deixar de buscar seus produtos e serviços pelo valor regular. Programe datas especiais para oferecer promoções e incentive compras em valores maiores nesse período com descontos progressivos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: kstudio – Freepik.com

Saiba como especificar vidros para pisos

Foi-se o tempo em que as pessoas tinham medo de andar sobre pisos envidraçados. A solução está cada vez mais presente em obras de grande escala, sejam elas mirantes, centros comerciais ou instalações artísticas, comprovando a segurança e a resistência do material.

E já que essa estrutura se tornou mais popular, O Vidroplano traz informações preciosas para sua especificação. Como calcular a espessura das chapas? Qual a importância dos apoios das peças? Quais os cuidados na hora da instalação? Confira tudo isso nesta reportagem especial.

Qual vidro usar?
A ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações classifica os pisos de vidro como instalações especiais e define que o único vidro que pode ser utilizado nesse tipo de aplicação é o laminado de segurança.

Somente laminados de segurança podem ser instalados em pisos, sendo compostos por peças de vidros comuns ou temperados. Dessa forma, em caso de quebra, os fragmentos ficarão presos nos interlayers, evitando possíveis acidentes.

Cálculo, o momento da verdade
O cálculo estrutural desempenha um papel fundamental na especificação de um piso de vidro: é a etapa responsável por determinar com precisão os esforços e cargas que a estrutura deve suportar. “Portanto, é o alicerce sobre o qual se constrói a confiança na integridade e no desempenho do piso ao longo do tempo”, define Leandro Gonçalves, gerente de Projetos da processadora Divinal Vidros.

Como lembra o consultor técnico da Viminas, Luiz Cláudio Rezende (conhecido no setor como Juca), essa tarefa não assegura apenas a durabilidade da instalação. “Nos projetos arquitetônicos, seja de residência, local de trabalho ou espaços comuns, como edifícios, shoppings e aeroportos, o mais importante é garantir a segurança dos usuários”, reforça.

Quem faz o cálculo
Os profissionais que transmitem maior confiança para a realização da tarefa são os engenheiros. Porém, profissionais de nosso setor também podem contar com o suporte das usinas de vidro. A Cebrace, por exemplo, conta com uma ferramenta online para cálculos estruturais de pisos e outros tipos de instalação, como visor de piscina, boxe de banheiro, tampo de mesa, prateleiras, espelhos e revestimentos.

O que levar em conta
Para realizar o cálculo estrutural de um piso de vidro, é necessário considerar diferentes informações. Escolher como será o projeto é o momento mais importante, pois dele dependem a composição das camadas do laminado e a forma de sustentação. Por isso, atenção aos seguintes tópicos:

  • Dimensões das chapas;
  • Cargas estáticas e distribuídas que atuarão sobre o piso;
  • Tipo de ambiente em que a estrutura será instalada.

 

Atenção às cargas: a possibilidade de aglomeração de pessoas e a colocação de móveis em cima de pisos devem ser levadas em consideração na hora do cálculo estrutural. Crédito: Wizdata/stock.adobe.com
Atenção às cargas: a possibilidade de aglomeração de pessoas e a colocação de móveis em cima de pisos devem ser levadas em consideração na hora do cálculo estrutural. Crédito: Wizdata/stock.adobe.com

 

De olho nas cargas
Para determinar a espessura das chapas, é preciso levar em consideração não apenas o vidro, mas todo o sistema, incluindo apoios e calços, e também o tipo de interlayer.

  • Devem ser previstas todas as cargas que incidirão sobre o piso, como a possibilidade de aglomeração de pessoas e a colocação de móveis pesados, o que vai gerar um peso muito além do imaginado por um longo período;
  • Além de aplicativos e softwares especializados para os cálculos, existem programas de engenharia que utilizam um sistema de cálculo chamado Método dos Elementos Finitos, ideal para projetos mais complexos ou que exijam precisão nos resultados;
  • Outro parâmetro relevante é a deflexão: o balanço e a curvatura causados por um projeto incompleto podem gerar problemas à estrutura e desconforto aos usuários.

Tipos de instalação
Dividem-se pela forma com que o vidro é “encaixado” nos vãos:

  • Apoiado pelas bordas, com a ajuda de bases metálicas e calços de borracha. Dessa maneira, o material não encosta em superfícies duras propensas a provocar quebra. Os apoios não podem ser de materiais higroscópicos (que absorvem umidade) ou que apodreçam;
  • Engastado (preso por apenas um lado por encaixe ou furos);
  • Parafusado ou com fixações pontuais, em dois ou mais lados da peça.

 

O Mirante das Galhetas, no Guarujá (SP), tem piso de laminado temperado 30 mm, especificado pela Avec Design. Crédito: Divulgação Avec Design
O Mirante das Galhetas, no Guarujá (SP), tem piso de laminado temperado 30 mm, especificado pela Avec Design. Crédito: Divulgação Avec Design

 

A importância dos apoios
“O suporte do piso desempenha um papel fundamental na integridade da solução”, explica Leandro Gonçalves, da Divinal. “Além de sustentar o peso do vidro, ele precisa ser projetado para resistir às cargas aplicadas e incorporar folgas de dilatação, de forma a evitar quaisquer danos ao vidro.” Por isso, torna-se um elemento que assegura o funcionamento seguro e duradouro da construção.

Os tipos de apoio mais comuns são de materiais como aço inoxidável, alumínio, ferro pintado e até mesmo madeira, dependendo da aplicação. “É fundamental garantir que os materiais de diferentes densidades que entram em contato com o vidro sejam intercalados com borrachas – ou outros materiais que minimizem o atrito”, alerta Gonçalves.

Jose Guilherme Aceto, diretor da Avec Design, empresa projetista de obras envidraçadas de grande porte, indica suportes de borracha: “Utilizamos exclusivamente silicone HTV, devido à sua durabilidade inigualável. É importante lembrar que o apoio deve ter a largura mínima de uma vez e meia a espessura dos vidros”.

 

Nas alturas: mirante Sampa Sky, em São Paulo, tem multilaminados para suportar o peso dos visitantes com segurança. Crédito: Cris Martins
Nas alturas: mirante Sampa Sky, em São Paulo, tem multilaminados para suportar o peso dos visitantes com segurança. Crédito: Cris Martins

 

Instalando com perfeição
Não basta especificar corretamente: o processo de instalação dos pisos precisa de muita atenção. Como de praxe, seguir as normas é obrigação. “Deve-se garantir que os calços de apoio atendam a ABNT NBR 7199 e possuam a dureza correta para não causar a quebra das peças”, comenta Renato Santana, coordenador de Qualidade e lean da processadora GlassecViracon. “Outro ponto é nunca instalar peças que tenham algum tipo de dano nas bordas, pois, mesmo que isso pareça superficial, pode levar à quebra futura.”

A compatibilidade dos selantes com os interlayers dos laminados é mais um tópico que não pode ser deixado de lado, com o intuito de evitar reações químicas que possam danificar as camadas intermediárias – o que levará à delaminação da peça. E durante o manuseio das chapas, é preciso extremo cuidado com impactos nas bordas: isso pode causar microtrincas.

Manutenção e cuidados pós-instalação
Como afirma Aceto, da Avec, deve-se sempre analisar o fluxo de pessoas que andará sobre um piso envidraçado também pelo lado estético. Isso rapidamente gera maior abrasão e riscos na superfície das chapas. “Assim, para proteger esses sofisticados e caros multilaminados, pode-se usar uma peça de temperado de “sacrifício”, com 6 mm de espessura, que pode ser substituída com baixo custo”, recomenda.

Outra avaliação importante: no caso de pisos sujeitos a serem molhados, a recomendação é aplicar serigrafia ou fitas antiderrapantes para evitar que se tornem escorregadios.

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Rafael Cavalli/Divulgação

O novo normal

rafaelribeiro-nov2023

O mercado vidreiro atravessa um novo momento, cada vez mais desafiador. A sobreoferta de matéria-prima, o alto índice de informalidade e a demanda aquém da média têm exigido das nossas empresas muita resiliência e um esforço maior no sentido de aumentarmos nossa produtividade, melhorarmos nossos processos e sermos mais competitivos num cenário adverso.

As importações continuam registrando altos volumes, o que, somado à plena atividade dos fornos de float domésticos, tem levado a uma queda nos preços não tanto da matéria-prima, mas especialmente dos processados, impactando a lucratividade das empresas. Ao que parece, esse pode ser o nosso novo normal.

A perspectiva para a construção civil em 2024, bem como para a economia brasileira, ainda que positiva, segue numa intensidade menor que a necessária para uma recuperação significativa. Cabe a nós trabalhar ativamente para melhorar os resultados do nosso setor nesse cenário.

A qualificação da mão de obra de nossas empresas e dos especificadores do nosso material é um importante esforço nessa busca. A Abravidro oferece, há mais de uma década, seus módulos de especialização técnica e o PPCPE, ferramentas para treinamento e qualificação das equipes das processadoras. No último mês de agosto, lançamos o Educavidro, plataforma de educação a distância que oferece conteúdo sobre vidro voltado para toda a cadeia, incluindo vidraceiros, arquitetos, engenheiros e até bombeiros. A receptividade à ferramenta tem sido ótima e muitas empresas já a incorporaram às suas ações de treinamento e desenvolvimento de pessoas. A certificação dos vidros temperados também é um diferencial que pode trazer melhores resultados para as empresas.

Como a sua empresa está se preparando para esse momento do nosso mercado?

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Marcos Santos

Visão do futuro

Óculos também podem ser inteligentes? Sim, quando estamos falando da nova linha de smart glasses da Ray-Ban, a Ray-Ban Meta. A marca mundialmente conhecida de óculos de sol e de grau anunciou a pré-venda do produto, desenvolvido em parceria com a EssilorLuxottica. Feito de cristal – ou seja, vidro –, traz ainda mais atrativos em relação à primeira geração, que já permitia fazer foto ou vídeo diretamente a partir da câmera embutida na armação.

Para criadores de conteúdo, um dos principais atrativos é a possibilidade de fazer transmissões ao vivo – e sem precisar usar as mãos! – para o Facebook ou Instagram. A linha traz integrado o Meta AI, assistente de conversação avançado da marca: basta dizer “Ei, Meta” para conversar com a Inteligência Artificial, obter informações e controlar recursos, tudo apenas usando a voz (vale destacar que, segundo a empresa, esse recurso estará disponível apenas nos Estados Unidos em versão beta no lançamento.

Quando dizemos que o vidro é o material do futuro, casos como esse mostram que a afirmação não é um exagero.

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Divulgação Ray-Ban

Termômetro Abravidro – Outubro 2023

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Outubro 2023

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de queda moderada nas vendas faturadas em m² em outubro de 2023 em relação a setembro.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou queda de 6,8% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com setembro, sem ajustes sazonais. O acumulado de 2023 chega a uma baixa de 18,9% em relação a 2022.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos seis primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (103 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Setor vidreiro paulista fica de luto

No dia 24 de outubro, faleceu João Nazario Júnior, diretor da vidraçaria Nazario Vidros. O corpo foi sepultado no Cemitério Santana Chora Menino, em São Paulo. No dia 10 de novembro, outra personalidade vidreira morreu: Eduardo Chiappa, diretor da WR Glass (fabricante de ferragens sediada em Diadema, SP), aos 58 anos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito das fotos de abertura: Divulgação

Vipel recebe Prêmio Nereu Correa em Tubarão (SC)

No dia 25 de outubro, a processadora Vipel foi homenageada pela Academia Tubaronense de Letras com a entrega do Prêmio Nereu Correa. A ação visa a condecorar projetos que se destacam pelo apoio à cultura e à educação na região. Com a construção de uma biblioteca comunitária no bairro de São Martinho na cidade de Tubarão (SC), a processadora colocou à disposição da comunidade um acervo com cerca de 2 mil livros, além de prestar uma série de serviços gratuitos, beneficiando mais de 6 mil pessoas – de trabalhadores da própria empresa a alunos da rede estadual e municipal.

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Divulgação Vipel

Casa Mansur anuncia parceria com a Ducasse

A Casa Mansur, empresa de São Paulo especializada em envidraçamentos de sacadas, oficializou, em outubro, a sua nova parceria com a empresa chilena Ducasse, fabricante de ferragens especializada em soluções de alto padrão para divisórias e portas de vidro. Com a nova aliança, já em vigor, a Casa Mansur pretende criar novos pontos de revenda em todo o Brasil, além de reforçar a estratégia de alcançar com seus produtos os consumidores finais do Estado de São Paulo.

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Divulgação Casa Mansur

Blindex realiza Fórum Nacional de Revendas

A Blindex realizou, em setembro, o Fórum Nacional de Revendas, evento online exclusivo para os revendedores da marca, com foco em aproximar líderes e gerar novas oportunidades de negócio. Sob o comando de Glória Cardoso (gerente-geral), Ingrid Szebeny (coordenadora de Marketing) e Jairo Martins (coordenador de Franquias), o encontro teve como palestrante Alexandre Araújo, professor e CEO do Canal do Serralheiro. Oportunidade de negócio, gerenciamento de vidraçarias e eficiência energética foram alguns dos temas abordados.

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Divulgação Alma Gestão

Fiesp realiza 15º ConstruBusiness em São Paulo

No dia 30 de outubro, a Fiesp realizou em sua sede, em São Paulo, o 15º Congresso Brasileiro da Construção (ConstruBusiness), encontro que reuniu, lideranças setoriais, autoridades e especialistas para o debate de temas considerados vitais para o setor da construção civil. A Abravidro esteve presente, sendo representada por Iara Bentes, sua superintendente. O evento, tido como um dos principais do Brasil para esse segmento, apresentou os temores e os pontos tidos como essenciais para o desenvolvimento da cadeia nos âmbitos da reforma tributária, déficit habitacional e investimentos públicos. Foram apresentados, entre muitos assuntos, dados que revelam que o Brasil precisaria investir R$ 350 bilhões por ano durante a próxima década para elevar o estoque de capital de infraestrutura aos patamares do passado. Outro item tido como entrave para o progresso no setor é a burocracia: segundo conclusão da pesquisa realizada pela empresa de auditoria Deloitte, as disfunções burocráticas no Brasil tendem a encarecer em R$ 59,1 bilhões os investimentos programados para o período de 2023 a 2025.

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Ayrton Vignola/Fiesp

Caleidoscópio – novembro 2023

DADOS & FATOS

Mau momento
A indústria da transformação perdeu dinamismo em setembro – isso é o que indicam os Indicadores Industriais, estudo mensal da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O faturamento das empresas caiu 0,5% na comparação com agosto. As horas trabalhadas também tiveram queda (de 1%), assim como a utilização da capacidade instalada (redução de 0,3 ponto percentual).

Trajetória de baixa
O faturamento se destacou de forma negativa no terceiro trimestre: na comparação com setembro de 2022, o indicador teve queda de 1,4%. De boa notícia, somente a estabilidade dos empregos em setembro, que teve variação negativa de 0,1%.

Esperança na retomada em risco
A promessa de aquecimento da construção nos próximos anos pode contar com um grande empecilho, de acordo com dados do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de São Paulo (Sintracon): faltam 30 mil postos para atender o mercado imobiliário. As construtoras também sofrem com a falta de mão de obra qualificada: enquete da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revela que sete em cada dez empresas têm dificuldade para contratar.

Trabalho pela qualificação
Segundo informações do Sinduscon-SP, o volume de obras este ano foi 10% menor do que em 2022. Mesmo assim, a dificuldade para encontrar profissionais experientes segue como problema – tanto que, em outubro, a CBIC fez uma reunião com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, com o intuito de criar projetos de parceria entre o poder público e a iniciativa privada para melhorar a qualificação desse segmento.

 

Thinapob/stock.adobe.com
Thinapob/stock.adobe.com

 

FIQUE POR DENTRO

Sustentabilidade que gera lucro
O Grupo AGC teve sucesso, pela primeira vez no Japão, em um teste de demonstração para reciclar cerca de 24 t de vidros aplicados em painéis solares descartados – o material foi convertido em cacos usados como matéria-prima na produção de novas chapas de vidro. O teste foi realizado de 19 a 22 de outubro no forno de vidro texturizado do centro técnico da usina, na cidade de Yokohama. A importância da reciclagem desse vidro é enorme: a vida útil dos painéis solares é estimada entre vinte e trinta anos – e a perspectiva é de que centenas de milhares de toneladas desses equipamentos sejam descartadas anualmente a partir do final da década de 2030, o que pode gerar um grave impacto ambiental.

 

RETROVISOR

Histórico
Em O Vidroplano de outubro de 1994, nossos leitores puderam ler a cobertura da Feira Internacional da Indústria da Construção, mostra voltada para o setor da construção civil realizada em agosto daquele ano. Um dos destaques do evento foi o Salão da Indústria do Vidro (SIV), promovido pela Abravidro, uma espécie de embrião do que viria a ser a Glass South America.

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Informação para o seu dia a dia? Aqui tem!

Você reconheceu a obra presente na capa desta edição de O Vidroplano? É o mirante Skyglass Canela, construído no Rio Grande do Sul, que se tornou um marco da arquitetura brasileira com vidro.

E como estruturas assim estão cada vez mais populares por aqui, decidimos falar sobre um assunto fundamental para esse tipo de projeto: pisos envidraçados. Foi-se o tempo no qual as pessoas tinham medo de andar sobre pisos feitos com nosso material. Confira informações preciosas para a especificação, incluindo como calcular a espessura das chapas, a importância dos apoios das peças e os cuidados na hora da instalação.

Descubra também quais são as novidades da Glass South America 2024, divulgadas no evento oficial de lançamento da feira, e como processadoras podem entrar de vez na busca pela eficiência energética com o programa PotencializEE.

Não deixa de ler ainda a seção “Para sua vidraçaria”. Qual o segredo para que o preço de venda seja atrativo para o consumidor e também proporcione a margem de lucro desejada? Veja por que a definição dos valores cobrados por produtos e serviços é um fator de grande importância para o sucesso dos negócios.

Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro abre inscrições para próxima turma de PPCPE

Ter a equipe qualificada para um novo ciclo de oportunidades e desafios, além de aumentar os lucros com inteligência, estratégia e sustentabilidade. Caso também sejam essas as metas de sua processadora para o próximo ano, aqui vai uma excelente notícia: estão abertas as inscrições para a primeira turma de 2024 do módulo de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE), braço da Especialização Técnica Abravidro.

O treinamento presencial desenvolvido pela Abravidro está marcado para os dias 1º e 2 de fevereiro. Quem antecipar a matrícula terá melhores condições para pagar o investimento bem como garantir o preparo para os desafios espinhosos e característicos do início de cada ano.

Afinal, com o apoio do curso, as processadoras poderão antever os rumos do mercado, tornando a tomada de decisão e a adaptação das estratégias muito mais simples e precisas. “Um dos objetivos principais do PPCPE é disponibilizar aos participantes um conhecimento adequado, de alto nível, efetivo e sempre atualizado”, afirma Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro,.

Na visão de Cláudio, um dos maiores especialistas do Brasil na área de transformação de vidro, quando apta a promover uma gestão adequada dos riscos associados às suas atividades, a empresa, independentemente do porte, estará pronta para um crescimento saudável, sólido e duradouro. “Trabalhamos diversos conteúdos, os quais vão de conceitos a métodos, técnicas, ferramentas, cálculos, aplicações e boas práticas, fatores que considero essenciais para uma boa reputação e imagem de qualquer processadora”, destaca o instrutor.

Ficou interessado em participar do treinamento? Pois, fique atento, as vagas são limitadas.

O que é?
O PPCPE, um dos módulos da Especialização Técnica Abravidro, é o único curso de PCP focado especificamente nas demandas do setor vidreiro. As aulas são ministradas por Cláudio Lúcio da Silva, reconhecido como um dos maiores especialistas do Brasil na área de transformação de nosso material.

Por que fazer?
O módulo de PPCPE ajuda empresas a preparar o planejamento estratégico completo e repensar sua estrutura interna — esquematização do atendimento, produção, estoque e logística.

Para quem é indicado?
O treinamento é direcionado a operadores do setor de planejamento e controle de produção (plano de corte); gestores do sistema de atendimento a pedidos dos clientes; profissionais ligados às áreas de vendas, logística e produção; e programadores, analistas e técnicos especializados.

Inscrições
Fale com a área de Atendimento da Abravidro pelo telefone (11) 3873-9908 ou envie e-mail para rsilva@abravidro.org.br.

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Amorim Leite

Revisão de norma sobre forças causadas pelo vento entra na reta final

A revisão da ABNT NBR 6123 — Forças devidas ao vento em edificações se encaminha para os passos finais: o texto passou este ano por uma consulta nacional e, atualmente, encontra-se em fase de edição para correção de texto e figuras para publicação. O documento é diretamente referenciado na principal norma do nosso setor, a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, sendo fundamental para os cálculos da espessura dos vidros e especificação e dimensionamento de sistemas para as obras.

Trabalho a várias mãos
A revisão da ABNT NBR 6123 foi coordenada pela Comissão de Estudo de Forças Devidas ao Vento em Edificações (ABNT/CE-002:122.016), do Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002). Esse trabalho vem sendo desenvolvido ao longo de anos por profissionais e grupos de pesquisa de todo o País, tais como os da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de Brasília (UnB) e Universidade de Passo Fundo (UPF).

“A razão básica para a atualização é justamente a necessidade de adequação de seu conteúdo a novos dados disponíveis – por exemplo, velocidades do vento e coeficientes aerodinâmicos –, bem como a procedimentos analíticos desenvolvidos e/ou atualizados pelos grupos de pesquisa mencionados acima, tanto com base em seus próprios desenvolvimentos como por grupos de pesquisa internacionais.”, explica o professor Acir Mércio Loredo-Souza, Ph.D., diretor do Laboratório de Aerodinâmica das Construções da UFRGS e coordenador da ABNT/CE-002:122.016. Ele destaca a atuação da Profa. Michèle Pfeil, da UFRJ, e do Prof. Jorge Riera, da UFRGS, nesse processo.

Avanços na atenção à vedação
Entre as mudanças presentes no novo texto, Loredo-Souza destaca os novos capítulos referentes à ação de vento em pontes e vibração induzida por desprendimento de vórtices em estruturas alteadas de seção circular. “Houve a atualização do capítulo referente à determinação dos efeitos dinâmicos causados pela turbulência atmosférica, e a adoção de um novo critério para avaliação de conforto humano em edifícios”, acrescenta.

Outro avanço importante na revisão da ABNT NBR 6123 é a atualização da tabela correspondente ao fator estatístico S3, que considera o grau de segurança e a vida útil da obra. “Além de um maior detalhamento e uma descrição mais clara dos tipos de edificação conforme seu uso e sua importância, os elementos de vedação passaram a incorporar cada grupo específico, acompanhando a importância e o uso da edificação a que pertence”, aponta Loredo-Souza.

Segundo ele, esta é uma grande evolução em relação à versão atual, em que esses elementos são tratados separadamente. Uma das razões dessa alteração é que os registros recentes de falhas de vedação demonstram que essa ocorrência é muito frequente tanto em fachadas como em coberturas: “O avanço que tivemos em relação ao fator S3 certamente ajudará na diminuição do número de acidentes causados pelo vento, com impactos positivos bem mais amplos para a sociedade brasileira”, avalia o coordenador da ABNT/CE-002:122.016.

Atualização do Mapa de Isopletas: objetivo da próxima revisão
Uma das atualizações pretendidas para essa nova versão da ABNT NBR 6123, referente ao mapa de isopletas (linhas de contorno que representam valores constantes da velocidade do vento), não foi possível; após várias apresentações e discussões em torno da metodologia científica a ser adotada no traçado do mapa, infelizmente não se chegou a um consenso. Entre as dificuldades, observou-se a necessidade de providências para aumentar a confiabilidade no cálculo da V0 (velocidade básica do vento) em relação aos valores utilizados nas propostas, bem como para incorporar uma lógica climatológica aos valores normativos.

Dessa forma, a ABNT decidiu manter a versão atual do mapa na revisão da norma. Mas Loredo-Souza afirma que a comissão de estudos continua buscando esse objetivo: “A atualização do mapa das isopletas da velocidade básica do vento é de extrema importância. A retomada das discussões em relação a ele está planejada para começar logo após a publicação da nova versão da ABNT NBR 6123 e, uma vez atingido o consenso, o mapa simplesmente será substituído, sem necessidade de uma nova consulta nacional”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: evannovostro/stock.adobe.com