15º Simpovidro revela o time completo de palestrantes

Uma parte importante do Simpovidro é o conteúdo da programação de palestras, pensadas para trazerem conhecimento útil ao dia a dia das empresas vidreiras. Por isso, após confirmar a presença do filósofo Mario Sergio Cortella, a Abravidro revela o time completo de palestrantes para a 15ª edição do evento, a ser realizado de 17 a 20 de novembro, no Club Med Rio das Pedras, em Mangaratiba (RJ).

 

Foto: Divulgação
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Fabricio Soler
Consultor jurídico da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido) no Brasil e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para estudos em resíduos, Fabrício Soler é professor universitário e membro de comitês de ESG. Seu tema no Simpovidro será justamente Desmitificando o ESG, com o qual mostrará como as empresas do setor podem se engajar na questão – saiba mais sobre o assunto clicando aqui.

 

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Gustavo Arns
Idealizador do Congresso Internacional de Felicidade, Gustavo Arns é cofundador do Centro de Estudos de Felicidade, com sede no Brasil, Canadá e Argentina, e presidente da Escola Brasileira de Ciências Holísticas. Professor de Pós-Graduação em Psicologia Positiva da PUC-RS e PUC-PR, ele falará no Simpovidro sobre A ciência da felicidade.

 

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Maria Augusta Orofino
Mestre em Gestão do Conhecimento e autora de diversos livros sobre gestão, incluindo Liderança para Inovação, Maria Augusta Orofino é palestrante, pesquisadora e professora de ESPM, HSM Academy, Fundação Dom Cabral e Sustentare. Reconhecida e premiada pela ABTD-PR como Personalidade do Ano em RH em 2021, ela vai falar no Simpovidro sobre Cultura organizacional.

 

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Leonardo Barreto
Doutor em Ciência Política pela Universidade de Brasília, com especialização em comportamento eleitoral e relações institucionais, Leonardo Barreto é sócio da Vector Research, empresa de risco político localizada em Brasília, e já coordenou mais de 40 estudos junto a autoridades governamentais, jornalistas e formadores de opinião. No Simpovidro, falará a respeito das Perspectivas políticas para o novo governo.

 

Foto: Divulgação
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Manoel Fernandes
Jornalista com trinta anos de experiência, atuou em vários veículos de imprensa. É fundador da BITES (empresa especializada em inteligência de dados a partir da análise de informações e comportamentos identificados no universo digital) e especialista em Relações Governamentais (pelo Instituto de Ensino e Pesquisa – Insper) e em Gestão de Crises. O tema de sua palestra será Olhar digital para o seu negócio, explicando como as empresas podem otimizar seus resultados no ambiente online.

 

Patrocinadores do 15º Simpovidro

  • AGC
  • Cebrace
  • Guardian
  • Vivix

 

Apoiadores do 15º Simpovidro

  • Biesse
  • Bottero
  • Diamanfer
  • Eastman
  • Finoglas
  • GlassControl
  • GlassParts
  • Glass South America
  • GR Gusmão
  • Italotec
  • Keraglass
  • Kuraray
  • Latamglass
  • Lisec
  • Mainz Máquinas
  • Massfix
  • Sglass
  • SystemGlass
  • Vetro Máquinas

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: Lumos Estudio

Vidro contribui para arquitetura sustentável

Mês passado, vimos aqui em O Vidroplano o que pode ser feito pelas indústrias vidreiras ao redor do planeta para diminuir a emissão de poluentes durante a fabricação do produto. Agora, é a vez de conhecer o passo seguinte na busca pela sustentabilidade: após sair da fábrica, como nosso material pode contribuir para edificações mais “verdes”?

A seguir, confira um estudo sobre o impacto ambiental do uso de vidros em fachadas, a importância do retrofit para construções antigas conseguirem atingir um melhor desempenho energético e como a arquitetura está se preparando para um futuro marcado por um clima mais extremo, com frentes frias e de calor fora de época.

Prontos para o futuro?
Como apontado na matéria de agosto, as mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global já são uma realidade mundial. Outro exemplo brutal disso pôde ser visto no final do mês passado no Paquistão: chuvas intensas deixaram um terço do território do país asiático inundado, afetando diretamente cerca de 33 milhões de pessoas e matando mais de mil. Existem ainda os prejuízos financeiros aos cofres públicos: somente em 2017, fenômenos como incêndios florestais, enchentes e furacões custaram mais de US$ 300 bilhões aos EUA. Para evitar que catástrofes como essas virem rotina, o aumento da temperatura média do planeta não pode ultrapassar 1,5 ºC até o fim deste século – e isso só será possível com uma grande diminuição da emissão de poluentes em todo o mundo.

Atualmente, as estações climáticas estão menos definidas. Frentes frias no verão ou calor intenso no inverno, por exemplo, eram raridade, hoje são comuns – alterando o conforto térmico nas residências e locais de trabalho. Nossa vida, portanto, é afetada pela questão mesmo quando estamos longe de desastres. Por isso mesmo, surge a pergunta: a arquitetura está preparada para os desafios presentes e também futuros?

De acordo com Emmanuelle Gouillart, diretora-científica dos laboratórios da Saint-Gobain Research em Paris (França), a construção civil mundial é responsável por incríveis 40% de todas as emissões de dióxido de carbono (CO2) do planeta – considerando a fabricação dos materiais, a construção propriamente dita e o consumo de energia elétrica pelos usuários. Isso explica a necessidade de o setor como um todo se voltar para a sustentabilidade.

“O foco atual é no desenvolvimento de ‘edificações resilientes’, as quais podem ser adaptadas em pouco tempo e com pouco custo diante de prováveis alterações climáticas e desastres. O mercado da construção civil está atento a isso”, comenta o engenheiro Fernando Simon Westphal, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “No final de 2020, o Instituto Americano de Arquitetos publicou uma declaração da indústria em prol do desenvolvimento desse tipo de construção, focando na promoção do uso de energias renováveis, com estratégias passivas de aquecimento e resfriamento”, destaca o engenheiro. “O vidro ocupa papel importante nesses requisitos, pois está diretamente relacionado à segurança, conforto ambiental e eficiência energética.”

Para Westphal, que também atua como consultor técnico da Abividro, o setor vidreiro deu um grande passo na consolidação do vidro, frente a outros segmentos, como elemento fundamental para a construção moderna com a criação da prática recomendada ABNT PR 1010 — Aplicação e manutenção de vidros na construção civil. O documento, cujo texto base foi produzido em conjunto pelas equipes da Abravidro e Abividro e contou com a colaboração de diversas entidades vinculadas ao setor da construção, traz um resumo das normas técnicas vidreiras para a aplicação segura e eficiente do produto. “A indústria da construção civil também passou a reconhecer a importância dos vidros de controle solar e insulados como atenuadores de condições extremas em todo o território nacional”, analisa.

Foto: 3000ad/stock.adobe.com
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Sustentabilidade em pauta
As últimas décadas viram a construção civil incorporar conceitos mais amigáveis ao meio ambiente:

  • Nos anos 1980, começou-se a dar mais ênfase à conservação de energia, após as crises do petróleo na década anterior;
  • Nos anos 1990, passou-se a se discutir o aquecimento global e aumentaram as preocupações com o uso de energia nas edificações. Por conta disso, diversos países desenvolveram e começaram a adotar normas de eficiência energética;
  • A partir dos anos 2000, o debate foi ampliado para questões ambientais e sociais, com o termo “desenvolvimento sustentável” sendo usado de forma rotineira. É quando começam a se expandir as certificações ambientais de edifícios, como Leed e Aqua, entre outras.

O papel do vidro
Como vimos na reportagem do mês passado, o processo de fabricação do vidro é menos agressivo ao meio ambiente do que o de outros elementos da construção, incluindo alumínio, cerâmica e concreto. Um estudo da Saint-Gobain feito em parceria com a multinacional do setor de engenharia Arup mostra o impacto dos vidros nas fachadas: o material representa de 26% a 60% do total de emissões de carbono para a confecção dessas estruturas – a variação vai depender, obviamente, da tipologia da fachada e da quantidade de vidro usada.

Hoje, esse tipo de informação influencia diretamente na escolha do que será usado em uma obra: sistemas com baixa pegada de carbono (ou seja, menos poluentes) são cada vez mais o objetivo de construtoras. É por isso que ações das usinas vidreiras para a produção de um vidro mais sustentável, incluindo o maior uso de cacos reciclados entre as matérias-primas e testes com novas fontes de energia, ajudam a colocar o material em uma posição de destaque. Afinal, outras indústrias também estão “descarbonizando” seus produtos e não podemos perder a vantagem que temos no atual cenário.

Durante a especificação dos produtos, deve-se levar em conta todo o ciclo de vida do edifício: como será a instalação desses sistemas? O material precisará ser trocado com frequência? Quais outros benefícios ele pode agregar ao projeto? Nesse sentido, o vidro também sai na frente. “As fachadas envidraçadas ganharam notoriedade não apenas por questões estéticas, mas por questões práticas, de agilidade na construção, facilidade na manutenção e durabilidade”, explica Fernando Westphal. “Tais conceitos estão intimamente ligados ao desenvolvimento sustentável. Vale lembrar que o vidro não é um agente individual, faz parte de um conjunto construtivo. Mas sua durabilidade é alta e proporciona resultados ao longo de toda a vida útil da edificação.”

Foto: Danila Shtantsov/stock.adobe.com
Foto: Danila Shtantsov/stock.adobe.com

 

Valor agregado
Aí entra a importância dos vidros mais modernos. O estudo da Saint-Gobain com a Arup indica que os vidros com revestimento (no caso, os de controle solar) são eficientes na redução da pegada de carbono em um prédio. Além de garantir um “retorno de investimento” na comparação com brises e outras formas de sombreamento, eles têm impacto positivo para a queda de emissões durante o uso do edifício, já que diminuem a necessidade de iluminação artificial, ar-condicionado e sistemas de aquecimento.

A entidade vidreira europeia Glass for Europe iniciou uma campanha para divulgar o potencial de economia energética gerado por esses produtos. Alinhada ao Acordo Verde Europeu (um conjunto de políticas para o combate ao aquecimento global em todo o continente), a associação sugere um grande plano local para retrofits, com o objetivo de trocar os vidros antigos e sem tecnologia das edificações por novas peças de valor agregado. A ideia é ousada e de larga escala, mas ajudará a União Europeia a atingir sua meta de neutralidade de carbono.

  • Se todos os prédios da Europa ganharem vidros de alta performance energética até 2030, seria possível reduzir o consumo de energia elétrica em 29%;
  • Isso representaria uma economia anual de cerca de 875 bilhões de kWh. Para efeito de comparação, o Brasil consome por volta de 467 bilhões de kWh de energia por ano (dados de 2016 da Eletrobrás);
  • Com as trocas, as emissões de CO2 durante o uso dos edifícios cairiam 37,4% em 2050;
  • Cerca de metade dessa economia poderia ser atingida apenas dobrando a taxa anual de retrofits do continente, que hoje representa 2% das obras.

E no Brasil?
Em nosso país, são poucos os registros de retrofits visando ao aumento da eficiência energética de uma edificação. Por outro lado, as novas obras envidraçadas estão ganhando versões tecnológicas de nosso material: prédios comerciais suntuosos como o São Paulo Corporate Towers, o Concordia Corporate Tower (em Nova Lima, MG) e o Vitraux (em Salvador), todos construídos nos últimos anos, contam com fachadas de vidros de controle solar.

Fernando Westphal vê a indústria vidreira mais avançada do que o próprio mercado da construção. Diz ele: “Dispomos de produtos com alto nível de eficiência, mas ainda pouco explorados pela construção civil. O setor residencial, por exemplo, faz pouco uso dessas soluções – não só em relação aos vidros, mas também a outros itens da envoltória, como revestimentos e isolantes”.

A boa notícia é que prédios residenciais parecem começar a olhar para materiais diferenciados. Com conclusão prevista para o fim deste ano, o Seventy Upper Mansion, erguido pela construtora Andrade Ribeiro em Curitiba, terá insulados com a função de garantir conforto térmico e acústico nas suítes dos apartamentos. Será um exemplo interessante para outros projetos se inspirarem e passarem a utilizar soluções robustas.

A receita para mais vidro – e, por consequência, mais obras sustentáveis – é educar arquitetos, engenheiros e demais profissionais da construção em relação aos produtos do setor vidreiro. Assim, poderemos sonhar com um futuro com menos poluição, mais verde e cheio de transparência.

Foto: Roman Babakin/stock.adobe.com
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Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: Quality Stock Arts/stock.adobe.com

Conheça mais sobre os setores de RH e finanças

Em agosto, O Vidroplano deu início a uma série especial sobre gestão de vidraçarias, buscando apresentar dicas de como organizá-las de acordo com as etapas de administração. Este mês, o foco é em dois setores voltados para o interior da empresa, o de pessoas (ou recursos humanos) e o de controle financeiro.

A seguir, entenda as atribuições e a importância de cada uma dessas áreas para o funcionamento de sua vidraçaria.

Os temas da série especial

Agosto: comercial e marketing

Setembro: controle financeiro e pessoas (RH)

Outubro: qualidade e produção (logística e montagem)

RH: muito além das contratações

Segundo Henrique De Lorenzi, sócio-proprietário da empresa Promos e professor de RH e Gestão da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), o setor de recursos humanos não se limita somente a contratar, demitir e estar atento aos horários de trabalho de cada colaborador: “Ele cuida de todas as funções trabalhistas, burocráticas e processos para que exista maior integração entre os funcionários e a empresa, bem como entre um funcionário e outro, de maneira que o clima coorporativo seja o melhor possível.”

Entre as atribuições desse setor, Lorenzi cita:

  • Recrutamento e Seleção (R&S);
  • Definição de cargos e salários;
  • Pagamentos;
  • Desenvolvimento pessoal e empresarial;
  • Benefícios;
  • Estratégias;
  • Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO);
  • Treinamentos;
  • Férias;
  • Demissões

Enio Pinto, gerente de Relacionamento com o Cliente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), aponta que o setor lida diariamente com questões que devem ser encaradas com seriedade dentro da organização, principalmente por determinar e verificar a boa efetividade dos colaboradores. “Trata-se, assim, de uma área com grande importância para o desenvolvimento de uma empresa. Afinal, para alcançar os melhores resultados, é estratégico cuidar da motivação e qualificação das equipes de funcionários, buscando também manter talentos”, avalia o executivo.

Quem toma conta?

Muitas empresas pequenas – e isso inclui vidraçarias – não dispõem de um setor próprio de RH, com o próprio dono cuidando diretamente desses processos. Isso pode ser um problema para o vidraceiro?

Henrique de Lorenzi, da Promos, orienta que, se o próprio gestor da vidraçaria for cuidar dessa área, é fundamental que passe por uma capacitação. Embora alguns proprietários possam considerar que um curso de RH represente um custo desnecessário, o incômodo causado por essa “economia financeira momentânea” será muito maior. “A má gestão pode gerar uma série de problemas, como a contratação de alguém por relacionamento e não por qualificação, riscos financeiros causados por um processo malfeito de dispensa de colaboradores, além do desgaste com os clientes.”

Gisele Muniz, CEO da Everart, de São Paulo, conta que a vidraçaria ainda não possui alguém exclusivo para cuidar dos recursos humanos devido aos custos, mas considera que isso faz muita falta especialmente para garantir boas contratações. “Estamos passando por muitas mudanças no momento, e uma delas é a busca por um profissional de RH para captação de pessoal para preenchimento de vagas. Outra ação a ser tomada é a confecção de um regulamento interno para adequação de questões importantes”, destaca a dirigente.

A Decorvid, de Campinas (SP), já estruturou seu setor de RH e o considera ser de grande importância para a agilidade nos processos. “Nós nos preocupamos em contratar pessoas que tenham disposição de aprender e queiram crescer pessoal e profissionalmente, além de priorizarmos a harmonia em nossa convivência, investindo em treinamentos para acompanhar as novas tecnologias e tendências do mercado”, relata Lourdes Caon Sakamoto, sua proprietária.

Dicas para organizar o RH

“Encontrar mão de obra qualificada é um grande desafio”, afirma Enio Pinto, do Sebrae. Por isso mesmo, ele lista algumas dicas que podem ajudar na hora da contratação:

  • Defina o perfil do profissional que deseja contratar, detalhando as funções e responsabilidades do cargo, bem como as habilidades exigidas para cumpri-las;
  • Priorize profissionais que se encaixem no “fit cultural” da empresa, ou seja, que apresentem visão e valores compatíveis com seu negócio;
  • Entenda onde estão esses profissionais – pedir indicações de professores e profissionais que atuam na área pode facilitar a busca;
  • Ofereça uma remuneração compatível com o cargo: a política salarial e o plano de carreira da empresa são considerados fatores determinantes na atração e retenção da mão de obra qualificada.

Além dos funcionários fixos, sabe-se que muitas vidraçarias frequentemente precisam contratar mão de obra autônoma para serviços pontuais – seja por imprevistos com sua equipe ou para agregar força de trabalho em uma obra e evitar atrasos na entrega. Para esses casos, Henrique de Lorenzi recomenda atenção especial: “O ideal é que no mínimo sejam microempreendedores individuais (MEI), pois a legislação trabalhista no Brasil é muito rígida com as empresas e qualquer tipo de irregularidade pode levar a uma autuação pelo Ministério do Trabalho e Emprego”.

Mantendo as finanças em dia

As principais atribuições do setor financeiro são:

  • Tesouraria;
  • Controle das contas a pagar e a receber;
  • Contabilidade;
  • Planejamento;
  • Gestão dos impostos;
  • Controle de riscos

“O controle de gastos é essencial para fornecer as informações necessárias sobre a rentabilidade e desempenho das atividades do negócio. Além disso, a gestão auxilia o planejamento, controle e desenvolvimento das diversas operações da empresa”, orienta Enio Pinto, do Sebrae. Ele explica que, com os dados obtidos durante esse levantamento rotineiro, é possível conseguir informações valiosas que influenciarão diretamente na tomada de decisões – por isso, não importa o valor, vale registrar tudo que entra e sai da empresa.

Considerando as responsabilidades do setor financeiro, é fundamental contar com pessoas qualificadas para cuidar dessa área. “Na nossa empresa, as ferramentas usadas são o fluxo de caixa e a consultoria: temos um contador, um economista que acompanha nossa evolução financeira por meio de estudos dos gastos”, explica Lourdes Sakamoto, da Decorvid. A Everart utiliza um software voltado para o segmento vidreiro: “Para usá-lo, temos aqui um funcionário capacitado para executar as funções do nosso departamento financeiro e administrativo”, conta Gisele Muniz.

Facilitando o controle financeiro

Atualmente, existem no mercado várias ferramentas que podem ajudar na gestão financeira de pequenas empresas como vidraçarias. Alguns desses softwares são voltados para negócios em geral, enquanto outros foram desenvolvidos especificamente para o setor vidreiro.

Entre as soluções disponíveis, Enio destaca o App Sebrae, aplicativo 100% gratuito e disponível para baixar no Google Play e na App Store. “Ele nasceu para ser uma ferramenta indispensável na vida de qualquer empreendedor, facilitando a gestão de um negócio com serviços como controle de fluxo de caixa, controle de pagamento dos boletos do MEI, emissão de boletos, assistente digital para tirar dúvidas e muito mais.”

Comunicação e capacitação

O setor financeiro lida com finanças, enquanto o de recursos humanos lida com pessoas. Apesar disso, o bom funcionamento de cada um deles é fundamental para que o outro também possa ter sucesso. Todas as áreas de uma empresa devem trabalhar em sinergia, com o mesmo propósito. Os objetivos estratégicos de uma empresa incluem o crescimento e otimização de recursos. Nesse sentido, o setor financeiro tem o importante papel de garantir o melhor uso do dinheiro, sem desperdícios – e, para ajudar nesse processo, o RH trabalha para reter talentos e melhorar a produtividade no trabalho.

Algumas ações podem ajudar nesse processo de sinergia:

  • Introduzir melhorias na comunicação interna;
  • Encontrar pontos em comum entre os dois setores;
  • Criar projetos em conjunto;
  • Usar a tecnologia para a integração dos setores;
  • Associar a integração à ideia de ganhos positivos.

Para Gisele, da Everart, o uso de softwares que permitem o gerenciamento das informações de forma unificada pode ajudar bastante nessa tarefa de integrar setores. Ela também reforça que a capacitação da equipe é essencial para o bom funcionamento não só dessas, mas de todas as áreas na vidraçaria. “Há várias particularidades, principalmente de cunho trabalhista e fiscal, sobre as quais os funcionários responsáveis precisam estar sempre atualizados para não ocorrer nenhum prejuízo. Por isso, eles precisam ter conhecimento, competência técnica e comportamental alinhados com a cultura da empresa”, afirma.

A qualificação também é importante para a Decorvid: “Nossos contratados sempre estão atualizando seus conhecimentos, em busca das melhores ferramentas para nosso crescimento”, relata Lourdes. O bom funcionamento dos dois setores é fundamental para a organização, contas em dia e a credibilidade da empresa junto aos fornecedores e à própria equipe.

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Image by Drazen Zigic on Freepik

Interlayers podem trazer benefícios extras às obras

Um elemento dos laminados é essencial para a segurança desse tipo de produto: os interlayers. Também conhecidos como “camadas intermediárias”, eles são os responsáveis por fazerem com que a peça laminada fique íntegra mesmo após a quebra, mantendo o vão fechado e evitando risco de ferimentos.

Essa é a principal finalidade do interlayer – mas não necessariamente a única. O mercado conta com diversas soluções especiais para a laminação de vidros, agregando benefícios que vão da estética da obra ao conforto que ela proporciona em seu interior, entre outros. A seguir, conheça mais sobre esses produtos.

Resistência aprimorada

Divulgação: RIU HOTELS
Divulgação: RIU HOTELS

Passarela de vidro no Hotel Riu Plaza España, em Madrid: a estrutura, colocada a 117 m de altura, é composta de peças laminadas com o EVA estrutural AB-AR da Evalam, marca do Grupo Pujol – segundo a empresa, um teste realizado pelo Instituto de Engenharia Estrutural da Universidade Bundeswehr, em Munique, Alemanha, demonstrou que um vidro laminado com AB-AR conseguiu suportar sem problemas, mesmo depois de quebrado, um peso de 400 quilos

 

Há casos em que o vidro laminado é usado não apenas para fechar um vão, mas sim como parte da própria estrutura da obra. Para isso, ele precisa apresentar um desempenho muito superior em termos de resistência, sendo indispensável o uso dos interlayers estruturais.

“É importantíssimo utilizar o interlayer adequado para aplicações estruturais, devido
ao comportamento pós-quebra”, orienta Otávio Yukio Akinaga, gerente de Contas-chave da Kuraray para as Américas. Sergio Permanyer Bueno, gerente de Marketing e Comunicação do Grupo Pujol, representado no Brasil pela Vetro Máquinas, aponta que o uso dessa solução é indispensável em aplicações nas quais o vidro desempenha função estrutural, como pisos, escadas, quebra-ventos e guarda-corpos em locais de circulação intensa de pessoas.

Segundo Daniel Domingos, gerente de Vendas de Advanced Interlayers – Arquitetura da Eastman para a América Latina, o interlayer estrutural confere maior resistência mecânica ao laminado. “Além disso, em caso de quebra das lâminas de vidro, ele pode oferecer um desempenho de rigidez ao sistema que outros tipos de interlayer não são capazes, aumentando a segurança”, acrescenta, observando ainda que o uso dessa solução pode contribuir em alguns casos para a redução na espessura total do sistema, mantendo a resistência mecânica necessária.

Em todo caso, para o bom uso desses produtos, Daniel recomenda que um consultor sempre esteja envolvido no projeto para entender as demandas especiais e, dessa forma, fazer o melhor uso da solução, além de aumentar seu desempenho.

 

Foto: © VIDRIAL
Foto: © VIDRIAL

Guarda-corpos de laminados com SentryGlas, no Estádio Único Madre de Ciudades, em Santiago del Estero, Argentina: segundo a Kuraray, trata-se de um interlayer 5 vezes mais forte e 100 vezes mais rígido que um PVB convencional, indicado para estruturas como tetos, coberturas, pisos, colunas estruturais, escadas, pontes e piscinas com borda infinita

 

Trazendo cores ao vidro

 

Foto: Divulgação Eastman
Foto: Divulgação Eastman

Laminados com PVBs coloridos da linha Vanceva, da Eastman, em aplicação externa no The Mist Hot Spring Hotel em Xuchang, China. “Temos 16 tons diferentes nessa linha, entre transparentes e opacos, que podem ser combinados entre si em até quatro camadas. Isso permite gerar mais de 68 mil cores, algo que não se consegue com PVBs convencionais”, destaca Daniel Domingos

 

Para as áreas de arquitetura, decoração e design de interiores, o uso de laminados com interlayers coloridos traz oportunidades interessantes. “Esses produtos oferecem a possibilidade de integração de ambientes decorativos, principalmente internos – mas, caso a película utilizada seja resistente ao uso em espaços externos, a aplicação também pode ser feita ao ar livre”, comenta Sergio Bueno, do Grupo Pujol.

O mercado conta hoje com uma grande diversidade de cores disponíveis nesse segmento. Além da estética agregada por essa solução, Otávio Akinaga, da Kuraray, aponta que esses interlayers também podem proporcionar privacidade aos ambientes, no caso do uso de películas translúcidas ou opacas na laminação do vidro. Vale destacar que a Eastman organiza, a cada dois anos, a premiação World of Color Awards, que celebra o uso inovador dos PVBs coloridos Vanceva em obras com vidros laminados ao redor do mundo (confira os vencedores da edição deste ano clicando aqui).

 

Foto: Divulgação Eastman
Foto: Divulgação Eastman

Escadas de vidros laminados com EVA colorido da linha Evalam Color: segundo o Grupo Pujol, produto foi desenvolvido priorizando a durabilidade e segurança do material: “Nossa linha pode ser trabalhada em temperaturas de laminação de 120 ºC sem que isso implique perda de tom nas bordas”, comenta Sergio Permanyer Bueno

 

A tranquilidade do silêncio
Os interlayers acústicos contribuem para a atenuação da passagem de som para dentro do ambiente. “Quando consideramos a comparação entre laminados com interlayer comum e com interlayer acústico na frequência crítica, aquela em que a espessura do vidro auxilia muito pouco na diminuição do ruído, o valor de redução pode chegar a até 10 dB. Isso representa reduzir o ruído percebido em quase 50%”, relata Daniel Domingos, da Eastman.

Vale ressaltar, contudo, que o laminado é apenas um dos componentes da janela ou outro tipo de fechamento de um vão – por isso, para proporcionar a redução desejada na passagem de ruído, é necessário especificar bem todos os componentes da esquadria e ter atenção especial na instalação e, principalmente, na vedação do conjunto.

 

Foto: © One Works
Foto: © One Works

Fachada do Aeroporto Internacional Marco Polo em Veneza, Itália, com laminados com o PVB Trosifol Sound Control, da Kuraray. “Esse interlayer traz uma redução significativa de ruído em comparação com as soluções de envidraçamento padrão, além de apresentar excelentes propriedades em termos de segurança, aparência e estabilidade a longo prazo”, detalha Otávio Akinaga

 

Proteção para os pássaros
Este ano, tanto a Eastman como a Kuraray lançaram interlayers para evitar a colisão de aves contra superfícies envidraçadas, como coberturas, fachadas ou guarda-corpos. No caso da Eastman, o Saflex FlySafe 3D conta com insertos tridimensionais e reflexivos que produzem um brilho sutil capaz de evitar que pássaros atinjam o vidro – e isso sem comprometer a vista ou a beleza das fachadas, pois os insertos cobrem menos de 1% da área do laminado. “Além disso, o FlySafe 3D gera um ponto Leed quando especificado, auxiliando nos processos de certificação Green Building”, cita Daniel Domingos.

A solução da Kuraray nessa área é o BirdSecure: o produto, testado pela ONG American Bird Conservancy, conta com um padrão pontilhado que permite que as aves percebam o vidro como um obstáculo, conseguindo desviar-se do material. “Para humanos, a uma distância superior a 2 m, o padrão de pontos desaparece. Esse produto proporciona ainda um bom desempenho em termos de controle solar”, destaca Otávio Akinaga.

 

Foto: Divulgação Eastman
Foto: Divulgação Eastman

 

Virginia Beach Convention Center, em Virginia Beach, EUA: a edificação leva laminados com o PVB de controle solar Saflex SG41, da Eastman. Essa solução trabalha com a absorção de raios infravermelhos e permite a entrada de muita luz ao mesmo tempo que proporciona conforto térmico ao ambiente, podendo ser usada com o tipo de vidro que o arquiteto ou designer desejar

 

Funções diversas
Há ainda outros interlayers para as mais diversas finalidades. A Eastman, por exemplo, conta com PVBs de controle solar e com produtos de proteção contra furacões, bastante comuns nos Estados Unidos e Caribe: eles permitem que vidros de grandes dimensões sejam capazes de resistir a impactos e altas pressões a que os edifícios são submetidos durante tempestades.

A Kuraray tem em seu portfólio o Natural UV, que, ao invés de barrar os raios ultravioleta, permite a passagem de 100% deles, sendo ideal para aplicações nos setores de energia fotovoltaica e agricultura.

O Grupo Pujol, por sua vez, tem, entre outras soluções, o Evalam N-Fluent, cuja fórmula inovadora diminui a fluidez do produto e o risco de o EVA fluir pelas bordas do laminado, proporcionando tempos de limpeza mais curtos. Segundo Sergio Bueno, o N-Fluent e o Evalam Visual também oferecem grande resistência à umidade, evitando as delaminações geradas quando o vidro é instalado com as bordas descobertas e em condições climáticas extremas.

Tudo isso mostra que o papel do laminado pode ir muito além do papel de vidro de segurança: dependendo do interlayer escolhido, ele pode agregar diversas funcionalidades aos projetos arquitetônicos, como beleza, conforto e aplicações estruturais do nosso material. São inúmeras as possibilidades de mercado a serem exploradas pelas processadoras; por isso, vale a pena manter contato com o suporte comercial e técnico local das fabricantes desses produtos, ou de seus representantes no Brasil, para conhecer mais sobre cada solução, tirar dúvidas e ficar por dentro das novidades desse segmento. Boa laminação!

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Benjamin Salazar

Como se recicla vidro?

Já que desde a edição de agosto a reciclagem é tema constante em O Vidroplano, está na hora de mostrar, passo a passo, essa tarefa que faz do vidro um exemplo sustentável na construção civil. Nosso material é 100% reciclável – e pode ser transformado em mais vidro infinitamente, sem perder suas propriedades.

Ao todo, são três etapas pelas quais ele passa para isso ser possível:

  • Separação
    A triagem pode ser um processo manual, semiautomático ou automatizado com o objetivo de separar o vidro de outros materiais e impurezas. É nesse momento que se garantem a integridade do produto e sua correta destinação. Ele pode ser dividido por tipo (oco ou plano), cores (verde, azul, incolor) ou texturas (ondulado, liso, texturizado).
  • Lavagem
    As peças são lavadas para que se retirem sujeiras e demais impurezas ainda presentes em sua superfície.
  • Trituração
    Por fim, chegamos ao momento de triturar as peças, fazendo-as serem reduzidas a pequenos pedaços – o que ajudará o processo posterior de derretimento do vidro.

Após o processo, o destino do material são as usinas vidreiras (tanto de float como de vidro oco), que o utilizam em seu processo fabril. Apesar de parecer simples, toda essa atividade exige muito controle, principalmente na área de logística. Mas o resultado compensa, pois faz do vidro um grande amigo do meio ambiente.

 

A presente seção, “Ano Internacional do Vidro”, celebrando a trajetória de nosso material e sua importância para a história humana, é uma contribuição de O Vidroplano ao Ano Internacional do Vidro, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) para 2022.

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: MoiraM/stock.adobe.com

Em busca dos números

domingos-set2022Nós da Abravidro somos entusiastas da geração e do uso de dados para uma melhor compreensão do nosso setor e, consequentemente, uma melhor gestão de nossas empresas. Prova inequívoca disso é o Panorama, publicação que há mais de dez anos traça um retrato da performance da cadeia de processamento de vidros, com indicadores diversos.

Este ano, lançamos o Termômetro para apurar a temperatura do mercado mês a mês – e agora em setembro passamos a marca das cem empresas participando da pesquisa. É muito bom ver a receptividade a esse novo indicador. Agradeço a cada uma das processadoras que tem respondido mensalmente ao nosso questionário – e convido quem ainda não o fez a se engajar nessa iniciativa, que beneficia a todos nós.

O resultado apurado este mês em relação a agosto mostra uma pequena queda nas vendas em comparação a julho, e o acumulado de 2022 ainda é negativo. Vamos ver o que nos reservam os últimos meses do ano.

E se, sob a ótica das vendas, o ano parece morno, o segundo semestre tem sido agitado em outros aspectos. Com a retomada da agenda de eventos, tivemos num curto intervalo de tempo a realização da Glass South America, Fesqua e Glasstec, e agora nos aproximamos do Simpovidro, que chega à sua 15ª edição. Nas próximas páginas, você pode conferir a lista completa de palestrantes do nosso encontro.

Além disso, estamos acompanhando temas como a decisão mais recente do STF sobre os decretos de redução do IPI (o que parece colocar um ponto final na novela que foi esse assunto), a pesquisa para apuração dos novos MVAs para a Substituição Tributária no estado de São Paulo, as discussões sobre nova redução tarifária para a importação de vidros temperados para painéis solares, e outros tantos assuntos. Mãos à obra!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Cris Martins

Do outro lado do Atlântico

Escrevo esta carta em meio a hotéis, aviões e eventos pela Europa. O fechamento de O Vidroplano de setembro coincidiu com uma reunião da Community of Glass Associations – CGA (Comunidade de Associações Vidreiras) na Itália e com a feira Glasstec, realizada na Alemanha. Como é tradição, a Abravidro fez a cobertura da mais importante mostra de nosso setor no mundo – e você poderá conferir os destaques na edição de outubro da revista.

Mas a O Vidroplano que você tem em mãos também está cheia de conteúdos especiais. A matéria de capa fala a respeito da variedade de interlayers especiais para laminados e como esses produtos podem oferecer mais versatilidade à solução. Revelamos ainda, em primeira mão, o time completo de palestrantes para o 15º Simpovidro – que já contava com o filósofo Mario Sergio Cortella entre os conferencistas.

Trazemos a segunda parte do especial sobre sustentabilidade, mostrando agora qual o papel do vidro para a adaptação da arquitetura a um futuro marcado por um clima mais extremo. Ainda no tema meio ambiente, você sabe o que é ESG? Esse conceito já é algo importante no mundo corporativo – e as empresas vidreiras precisam ficar atentas a ele.

Na seção “Para sua vidraçaria”, damos sequência ao especial sobre gestão, explicando as funções dos setores de controle financeiro e recursos humanos.

Enquanto corro para dar conta de visitar mais estandes na Glasstec, desejo a você uma ótima leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Glass South America muda de data

A próxima edição da maior feira do setor vidreiro da América do Sul será realizada de 12 a 15 de junho de 2024, voltando assim a acontecer nos anos pares. A decisão foi tomada pela organizadora do evento, a NürnbergMesse Brasil, em conjunto com os expositores e a Abravidro, parceira exclusiva na organização. “A indústria terá mais um ano para se preparar para apresentar as principais inovações. Já estamos bem avançados no processo de renovação de contratos com os expositores e acreditamos que, com o apoio de sempre do setor e da Abravidro, vamos entregar um evento maior e ainda melhor”, explica o diretor da Unidade de Negócios da NürnbergMesse Brasil, Alexandre Brown. “Não temos assuntodúvidas de que, em 2024, a Glass South America também terá muito sucesso”, avalia José Domingos Seixas, presidente da Abravidro. A edição 2022 bateu recorde de público e levou 16 mil pessoas ao São Paulo Expo.

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: Marcos Santos e Meryellen Duarte

STF restabelece redução do IPI

No dia 16 de setembro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou a liminar publicada no dia 8, que suspendia a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para diversos produtos industriais. A decisão, a princípio, acaba com a insegurança jurídica em relação à redução da alíquota do IPI em 35%, restabelecida pelo Decreto nº 11.182/2022 no dia 24 de agosto, pelo Ministério da Economia. Segundo Halim José Abud Neto, consultor jurídico da Abravidro, voltam a valer as alíquotas previstas na nova Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi): vidros float, impresso, temperado e laminado, em geral, passam a ter alíquota de 6,5%; para espelhos (emoldurados e não emoldurados), em geral, a alíquota é de 9,75%.

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: Pormezz – stock.adobe.com

Hydro traz novidade para o mercado

A Hydro Extrusão lançou o Skyline, novo sistema de gradil de alumínio para uso com vidros de 16 ou 20 mm. Segundo a empresa, a novidade representa uma solução versátil que valoriza a vista nos espaços, além de se destacar na sustentabilidade: não exige corte de material durante a obra, pois já vem pronto para instalação, evitando desperdício.

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: Divulgação Hydro

Ascevi-SC e Sincomavi-SP realizam eventos

No dia 17 de agosto, a Ascevi-SC e o Sindicavidros-SC foram responsáveis pelo Talk Construção Eficiente (foto 1), uma das atividades da programação do Arq Design Week, realizado em Chapecó (SC). O evento, preparado para arquitetos e construtores, contou com palestra de Fernando Westphal. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ele abordou tópicos como eficiência energética, sustentabilidade, certificações da construção e conforto térmico e acústico. As entidades vidreiras catarinenses também distribuíram aos participantes a tabela Que vidro usar?, item da campanha #TamoJuntoVidraceiro, da Abravidro, e divulgaram o Portal Vidro Certo, da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro).

Já o Sincomavi-SP realizou uma série de webinars. No primeiro deles, no dia 20 de julho (“Venda mais na loja!”), Maximiliano Freire, especialista em expansão empresarial, falou sobre como usar os canais digitais no varejo, indicou as diferenças entre e-commerce e marketplace e explicou como influencers podem ajudar nas vendas. Nos dias 17 e 24 de agosto, a advogada tributarista Karen Semeone, ao apresentar seu tema — “Impactos tributários no varejo: compra e venda” (foto 2) —, abordou os tributos e encargos incidentes nas compras e nas vendas, as alterações tributárias que impactaram o segmento de e-commerce e como fazer a aplicação correta da Substituição Tributária (ST), entre outros tópicos.

 

Divulgação Sincomavi-SP
Divulgação Sincomavi-SP

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: Divulgação Ascevi-SC

Guardian vende operações na Rússia

De acordo com comunicado emitido em julho por Dave Robertson, presidente e chief Operating Officer (COO) da Koch Industries (grupo proprietário da Guardian), os negócios da fabricante vidreira na Rússia foram vendidos para uma empresa privada do setor de construção. O acordo incluiu duas plantas locais que empregam cerca de 600 funcionários.

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: Reprodução

Santa Rita conquista certificação do Inmetro para temperados

Presente melhor para a Santa Rita não poderia existir: completando 25 anos de atuação no mercado de têmpera em 2022, a processadora conquistou, em agosto, a certificação Inmetro para vidros temperados – nas espessuras de 6, 8 e 10 mm. A empresa atende o setor de construção civil na região de São Paulo e Minas Gerais e, com a chancela, e pretende ampliar ainda mais seu leque de clientes.

Resposta ao mercado
Quais são os motivos que levam uma empresa a buscar uma certificação desse tipo? Segundo o diretor Marcel Scanapieco, passar credibilidade ao setor ajuda a construir parcerias e fazer negócios. “Além de obter conhecimento, nos igualamos às demais empresas com o selo em relação à necessidade dos clientes por vidros certificados”, revela. Oferecer um produto final com diferenciais, como segurança comprovada,  pode significar aumento de receita em meio a um segmento com tanta concorrência.

Entre os ensinamentos adquiridos estão o controle sobre a origem e procedência dos materiais, assim como a rastreabilidade dos produtos fabricados. “Melhoramos também a armazenagem das peças e, principalmente, aumentamos a conscientização de toda a equipe sobre a importância de se ter produtos com qualidade”, comenta Scanapieco. Hoje, a Santa Rita conta também com menos desperdício de matéria-prima e retrabalho por quebras.

Velocidade no processo
Ao todo, o processo de adequação da empresa, incluindo os ensaios dos vidros, levou apenas dois meses. Para Scanapieco, a consultoria da Abravidro foi fundamental para o sucesso em tão pouco tempo. “O consultor Edweiss Silva soube instruir a equipe de forma profissional, ensinando o modo correto de atuar desde a chegada do produto até o envio ao cliente, sem estresse. Sua experiência nos facilitou muito na conquista do selo.”

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Divulgação Santa Rita

Termômetro Abravidro – Agosto 2022

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Agosto 2022

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de queda pequena em agosto de 2022.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou oscilação de -1,5% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com julho, sem ajustes sazonais. No acumulado do ano, o estudo mostra queda de 26,7% na comparação com dezembro de 2021, mês base para o indicador.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada de 1º a 8 de setembro, por meio de formulário online. Ainda em fase piloto, o estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (104 delas participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça os vencedores do Prêmio World of Color Awards 2022!

A tradicional premiação World of Color Awards revelou os vencedores da edição 2022. Organizado pela Eastman, o concurso celebra o uso dos PVBs coloridos Vanceva, fabricados pela empresa, em obras com vidros laminados ao redor do mundo. São duas categorias: uso em interiores e exteriores — e mais algumas menções honrosas. Os vencedores foram escolhidos por um júri internacional de cinco profissionais renomados do setor de arquitetura, responsáveis por avaliar a criatividade, estética e o grau de atenção dado aos benefícios oferecidos pelos laminados aos projetos. Conheça a seguir os ganhadores!

 

VENCEDOR DA CATEGORIA EXTERIOR
Pavilhão Audrey Irmas
Local: Los Angeles, EUA
Arquitetos: Office of Metropolitan Architecture (OMA) e Gruen Associate
Processador do vidro: Goldray Glass

Com mais de 5 mil m² de área espalhados por três andares, o pavilhão é dividido em vários espaços de reunião, voltados para atividades culturais e religiosas. O projeto do arquiteto holandês Rem Koolhaas, em parceria com Shohei Shigematsu, tem vidro verde com oito camadas de Vanceva (nos tons Aquamarine e Golden Lite), combinadas com uma película de malha metálica, permitindo a entrada de luz natural ao mesmo tempo que oferece vistas incríveis de Los Angeles. Segundo o arquiteto Firas Hnoosh, um dos jurados do prêmio, o laminado colorido não foi aplicado apenas para adicionar cor: “Foi usado como uma pintura e meio volumétrico para colorir os diferentes recessos do edifício e complementar a composição”.

 

 

Divulgação Eastman
Divulgação Eastman
Divulgação Eastman
Divulgação Eastman

 

VENCEDOR DA CATEGORIA INTERIOR
A Long Time is Not Forever
Local: Copenhague, Dinamarca
Arquiteto: Årstiderne
Artista visual: Malene Nors Tardrup
Processador do vidro: ThieleGlas

O local funciona como uma instalação de arte dentro do estacionamento do hospital Bispebjerg, na capital dinamarquesa. Os diferentes níveis do espaço, com sete andares no total, apresentam a história centenária do empreendimento, com fotografias em meio a janelas coloridas que fluem do verde para tons quentes e frios. A arquiteta e jurada Monika Kumor define bem a importância das cores no projeto: “A instalação fornece um elemento de orientação espacial reconhecível, intenso e edificante, em um ambiente que pode ser estressante para pacientes e seus familiares”.

 

Foto: Jason O'Rear
Foto: Jason O’Rear
Foto: Jason O'Rear
Foto: Jason O’Rear

 

MENÇÕES HONROSAS

Cooke School
Local: East Harlem, Nova York, EUA
Arquiteto: PBDW Architects
Processador do vidro: JE Berkowitz Architectural Glass

A escola, especializada em alunos com necessidades especiais, ficou ainda mais acolhedora com as novas janelas salientes, marcadas por cores vibrantes que trazem um aspecto lúdico ao espaço, ajudando inclusive a aprimorar o ambiente de aprendizado.

 

Foto: Divulgação Eastman
Foto: Divulgação Eastman

 

The Kaleidoscopic Station
Local: León, Espanha
Processador do vidro: Tvitec

O destaque de uma estação ferroviária subterrânea de alta velocidade, na cidade espanhola de León, está acima do solo: o espaço conta com 11 claraboias envidraçadas, cada uma em um tom diferente. Internamente, a luz do Sol se mistura com os reflexos dos vidros, dando um aspecto de caleidoscópio ao ambiente.

 

Foto: Ruben Farinas
Foto: Ruben Farinas

 

Igreja da Bem-Aventurada Maria Restituta
Local: Brno, República Tcheca
Arquiteto: Atelier Štěpán
Processador do vidro: Saint-Gobain (divisão Glassolutions Brno)

No topo dessa igreja circular de concreto, vidros trazem um arco-íris de cores tanto ao lado externo como interno da construção. As formas abstratas do prédio, em tonalidades neutras, valorizam a presença de nosso material.

 

Foto: Divulgação Eastman
Foto: Divulgação Eastman

 

The Mist Hot Spring Hotel
Local: Xuchang, China
Arquiteto: departamento de arquitetura local
Processador do vidro: Thaitechnoglass

Formado por vários prédios retangulares à beira de um lago artificial, o hotel mescla paredes de granito cinza com fachadas duplas coloridas, o que cria uma experiência sensorial aos hóspedes — valorizada também pela névoa presente nos arredores e pelo reflexo das cores dos vidros nas águas.

 

Foto: Divulgação Eastman
Foto: Divulgação Eastman

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Jason O’Rear

 

PPCPE recebe gestores e diretores em agosto

Nos dias 25 e 26 de agosto, a Abravidro formou nova turma do módulo de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE). Devido à alta procura pelo treinamento, uma data extra foi marcada, para os dias 6 e 7 de outubro, na sede da associação, em São Paulo. As inscrições já estão abertas!

Participação dos tomadores de decisão
Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro, considerado um dos maiores especialistas brasileiros no beneficiamento do vidro, destaca que, além dos operadores da área de PCP, a turma de agosto teve grande participação de diretores, gerentes e gestores de indústrias vidreiras, o que considerou bastante positivo. “Eles puderam aprender, com base no conteúdo apresentado, como ter custo operacional mais adequado e produtividade maior, além de conhecer técnicas para avaliação desses quesitos e dicas para a aquisição de equipamentos e transformação de seu parque industrial.”

Os alunos se mostraram bastante interessados e participativos ao longo do módulo. “Creio que o pessoal saiu daqui bem orientado para conseguir com facilidade fazer a implementação de tudo que foi ensinado, de forma a alcançar resultados mesmo em curto prazo”, considera o instrutor técnico.

Inscreva-se já para a próxima turma!
As vagas para o módulo dos dias 6 e 7 de outubro são limitadas: para mais informações, entre em contato com Rosana Silva pelo e-mail rsilva@abravidro.org.br ou telefone (11) 3873-9908.

Relatos de integrantes da turma
“Participamos do treinamento para identificar como aperfeiçoar os processos produtivos da nossa empresa. Para nossa surpresa, vimos que são muitos os pontos a serem melhorados, com o aprendizado de diversas ferramentas técnicas para alcançar esse objetivo.”
Daniel Gudde, Vittro (Porto Alegre)

“Todo o investimento financeiro e de tempo para participar do curso é compensado pelo que aprendemos aqui. São pontos que parecem simples, mas que não conseguíamos identificar até então. Só temos a agradecer pelos vastos ensinamentos dados pelo professor e pelo suporte da Abravidro.”
Gustavo Gonçalves de Carvalho, Vitral Vidros Planos (Uberlândia, MG)

“Vamos conversar com a diretoria o mais rápido possível, pois queremos repassar todo o valor e conhecimento aprendidos para todos os colaboradores que trabalham com a gente na área estratégica e de planejamento.”
Jhonathan da Costa Santos, Euroquadros (Roseira, SP)

“Essa é nossa primeira vez no módulo de PPCPE. Os processos que aprendemos aqui são bastante inovadores. O Cláudio [Lúcio da Silva, instrutor técnico] tem muito conhecimento, não só em relação a PCP, mas também na gestão de vendas e de processos. Por isso, tem muito a agregar para a produção das empresas vidreiras.”
Leonardo de Oliveira Zanardo, HLX (Três Arroios, RS)

“Muitas vezes, os gestores não participam desses treinamentos, por não entenderem a necessidade de agregar esses conhecimentos à sua própria maturidade profissional. Creio que se nós buscarmos pessoalmente esse conhecimento e então levarmos o conteúdo para nossos funcionários, o aprendizado nunca mais é esquecido.”
Luana Ferrari, Scala Têmpera de Vidros (Salvador)

“Estamos muito satisfeitos por estarmos aqui. Foram dois dias muito intensos que nos agregaram bastante conhecimento, abrindo muito as ideias da nossa equipe e proporcionando discussões para pensarmos juntos no que fazer para melhorar. Espero poder voltar outras vezes.”
Murilo Rocha, Colpany Temper (Sobradinho, MG)

“Viemos para o curso motivadas em adquirir novos conhecimentos sobre como direcionar nossos esforços e recursos de modo eficiente, para termos uma melhora na produtividade e na qualidade dos produtos e processos. O conteúdo adquirido vai nos ajudar na reestruturação pela qual nossa empresa está passando para se adequar ao mercado pós-pandemia.”
Thamires de Sousa e Fabiana Geraldes, Diamante Vidros (São Caetano do Sul, SP)

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Créditos das fotos: Amorim Leite

Norma para laminados entra em consulta nacional

Os trabalhos do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) na revisão da norma ABNT NBR 14697 — Vidro laminado foram finalizados. O novo texto foi colocado em consulta nacional no dia 13 de setembro pela ABNT. O documento poderá ser acessado no site da associação até o dia 13 de outubro.

Atualização de conteúdo
A revisão da ABNT NBR 14697 teve início em meados de 2017. “A decisão para revisá-la foi tomada com base na sua data de publicação. Trata-se de uma norma de 2001 que não havia passado por atualizações ao longo desse período”, comenta Luiz Barbosa, gerente técnico de Vendas da Vivix e coordenador da comissão de estudos do ABNT/CB-37, responsável pelo desenvolvimento e revisão das normas técnicas de vidro para a construção civil.

Segundo Barbosa, a comissão adequou os parâmetros de tolerância de qualidade do laminado ao momento atual do mercado. “De 2001 até hoje, houve muitos avanços nas tecnologias em relação ao processamento, inclusive para o processo de laminação. O consumidor também está mais exigente quanto à qualidade do produto”, explica.

Um importante ponto abordado na revisão foi a performance do laminado como vidro de segurança. A comissão trabalhou para aprimorar os ensaios que avaliam o desempenho do produto para as suas diferentes aplicações. Além do ensaio de classificação de segurança, foi incluído outro teste para avaliação do comportamento de quebra do vidro laminado.

A atualização da norma aborda também a utilização do laminado composto com vidros termicamente tratados (temperados ou termoendurecidos). O uso desse produto cresceu muito no Brasil nos últimos anos. Por isso, o tópico foi abordado de maneira bastante didática, a fim de orientar o mercado sobre a fabricação e aplicação dessa solução, além de esclarecer dúvidas existentes sobre as características desse tipo de composição.

Como participar
Até 13 de outubro, será possível acessar o novo texto da ABNT NBR 14697 e enviar sugestões em relação ao conteúdo. “Caso haja observações técnicas, será marcada uma nova reunião com a comissão de estudos para discutir a pertinência dessas indicações”, destaca Luiz Barbosa. Finalizado esse processo, a norma será encaminhada para publicação.

Para participar da consulta nacional, é necessário ter cadastro no site da ABNT e fazer login. Vale destacar que as considerações enviadas são muito importantes para que a comissão de estudos possa avaliar se o texto precisa de adequações antes de sua publicação. Isso irá garantir que a norma seja a mais clara e completa possível.

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: Cris Martins

Conheça mais sobre o ESG na gestão administrativa

Como pode ser visto no especial sobre sustentabilidade presente clicando aqui, o vidro tem papel relevante para que a construção seja menos agressiva ao meio ambiente. E a busca por um mundo com menos poluição recai também sobre as empresas do setor, independentemente do porte delas. Mas de que forma nosso segmento deve encarar a situação? A resposta está em um conceito cada vez mais relevante e popular na gestão moderna, o ESG.

O tema estará presente no 15º Simpovidro, com uma palestra feita por Fabricio Soler, advogado especialista em Direito do Ambiente (veja mais na matéria sobre o evento, clicando aqui). Para chamar a atenção a esse assunto, O Vidroplano explica o que a sigla representa e sua importância para a indústria, incluindo a vidreira.

O que é?
ESG vem da expressão em inglês Environmental, Social and Governance – em português, “Meio ambiente, Social e Governança”. O termo, criado em 2004 pelo economista James Gifford, então líder de um grupo de trabalho ligado à ONU, serve para medir o impacto das ações sustentáveis nos resultados financeiros das empresas.

De acordo com Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global, não se deve achar que o ESG substitui as ideias de sustentabilidade debatidas anteriormente. “No Brasil, devido ao aquecimento do tema, muitos falam numa transição de um termo para o outro, como se fossem coisas distintas. Não são! É o mesmo objeto, visto e trabalhado por diferentes atores”, escreve Pereira em um artigo sobre o assunto. “Para os gestores nada mudou em termos de responsabilidade. ESG é o olhar do setor financeiro sobre essas questões.”

A relação meio ambiente e sociedade
Segundo estudo da agência de pesquisa norte-americana Union + Webster, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), 87% dos brasileiros preferem comprar produtos e contratar serviços de empresas sustentáveis. Das pessoas entrevistadas, 70% afirmaram ainda que não se importariam em pagar a mais por isso.

Os números revelam a mentalidade atual de grande parte da sociedade: o meio ambiente se tornou algo ligado ao cotidiano e às relações pessoais, incluindo o modo de se relacionar com marcas e empresas. Dessa forma, as empresas devem fortalecer laços com todos os que, de alguma forma, são impactados por suas atividades – de funcionários e acionistas a fornecedores, clientes e consumidores. Aí entra o ESG.

O que o conceito compreende
A SafeSpace, empresa brasileira especialista em soluções de compliance e recursos humanos, mapeou o que representa cada uma das letras da sigla:

  • E de environmental (meio ambiente)
    Resolução de questões como:
    – Emissão de carbono;
    – Poluição do ar e da água;
    – Biodiversidade;
    – Desmatamento;
    – Eficiência energética;
    – Gestão de resíduos;
    – Escassez de água.
  • S de social (social)
    Ligado ao cotidiano da empresa, incluindo:
    – Satisfação dos clientes;
    – Proteção de dados e privacidade;
    – Diversidade e inclusão da equipe;
    – Engajamento dos funcionários;
    – Relacionamento com a comunidade;
    – Respeito aos direitos humanos e a leis trabalhistas.
  • G de governance (governança)
    Faz referência à administração da empresa, incluindo:
    – Conduta corporativa;
    – Relação com entidades do governo e políticos;
    – Existência de um canal de denúncias.

Como funciona na prática
Em apresentação recente no Seminário de Compras da Autodata (veículo de mídia voltado para o setor automotivo), o palestrante do 15º Simpovidro Fabricio Soler comentou que o principal benefício de se implementar as pautas de ESG é fortalecer as relações da empresa com a cadeia de valores ao seu redor. O ESG, portanto, não se limita a olhar para a ecologia: contribui também para a empresa gerar efeitos positivos na comunidade. “De maneira muito simplista, o que uma empresa precisa fazer é entender, com as partes interessadas, quais são seus impactos negativos e positivos e agir sobre eles”, comenta Carlo Pereira, da Rede Brasil do Pacto Global.

É por isso que se deve entender o propósito da empresa dentro da sociedade. Uma reportagem da revista Exame sobre o tema sugere uma reflexão aos empresários, com uma pergunta para fazerem a si mesmos: “Se meu negócio deixar de existir, que falta faria a quem está envolvido com ele?”. Daí vem a importância das letras S e G na sigla: investir no relacionamento com clientes, fornecedores e comunidade, abrindo canais de diálogo com todos, é investir no próprio empreendimento.

Mas voltemos à letra E, ao meio ambiente. Em reportagem no site da Associação Comercial de São Paulo, Thiago Othero, coordenador de Projetos do Instituto Ekos Brasil (organização voltada à promoção da sustentabilidade), indica quatro pilares para que as empresas tenham controle das emissões em sua cadeia produtiva:

  • Mensurar e divulgar as emissões;
  • Ter um objetivo de redução e adotar um plano transitório para uma economia de baixo carbono. Para isso, deve-se levar em conta todos os tipos de emissão:
    1. Diretas: aquelas liberadas para a atmosfera como resultado da atividade da empresa (por exemplo, a queima de combustíveis de veículos);
    2. Indiretas: surgidas a partir do consumo de energia elétrica;
    3. Indiretas na cadeia de valor: ligadas à aquisição de matérias-primas, viagens de negócios, deslocamento dos funcionários, descartes de resíduos etc.
  • Realizar investimentos financeiros para reduzir, mitigar e, eventualmente, zerar emissões;
  • Influenciar e educar o mercado a seguir os mesmos passos.

Para Fabricio Soler, é preciso atenção em como encarar os desafios propostos pelo ESG: como revelado por ele no Seminário de Compras da Autodata, não adianta uma empresa divulgar a adoção de práticas ambientais sem demonstrar de que forma isso faz a diferença na vida real. Soler mencionou uma reportagem do The Wall Street Journal, na qual se revela que uma empresa alemã teve queda de 12% no valor de suas ações após uma auditoria mostrar que parte das propagandas voltadas para as pautas ESG não poderiam ser comprovadas. Portanto, ao invés de fingir ser o que não é, vale mais abraçar a ideia com comprometimento.

E as empresas de pequeno porte?
Companhias menores dificilmente conseguirão fazer grandes investimentos para transformar seus sistemas produtivos. Mesmo assim, elas têm papel importante no assunto. A Associação Comercial de São Paulo mostra alguns passos simples a serem tomados, mas que farão a diferença na construção de um negócio sustentável.

  • Priorize fornecedores que tenham responsabilidade ambiental nos processos. Dessa forma, o impacto social desses parceiros é ampliado;
  • Organize campanhas de redução de itens descartáveis no ambiente de trabalho. Funcionários podem utilizar copos ou canecas próprias, por exemplo;
  • Crie medidas para reduzir o gasto de insumos e recursos como água e eletricidade.

Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: thodonal/stock.adobe.com

Confira mais ambientes da Casa Cor SP 2022

Estúdio Boreal, de Ana Weege
Tijolos de vidro chamam a atenção tanto na fachada do ambiente como na composição de uma divisória atrás da pia. Ao fundo, o fechamento do espaço foi feito com um grande painel metálico fixo com pintura preta formando diversos quadriculados desiguais, alguns preenchidos com vidros temperados incolores com películas coloridas aplicadas em suas duas faces; outros com peças texturizadas de diferentes tipos, como canelados – a estrutura (incluindo os vidros) foi fornecida e instalada pela Serralheria Baltieri, de Piracicaba (SP). Vale destacar ainda a mesa Reverb, da Breton, com uma peça retangular de vidro preenchendo o vão central do tampo de madeira, e o espelho Anatomy (com formas humanas e moldura de madeira), elaborado pelo artista Tomas Graeff e colocado no lavabo.

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Casa Vértice Dunelli, de Patrícia Hagobian
Ao lado da entrada, o Espelho Nox, assinado pelo designer Luciano Santelli e fornecido pela Dunelli, dá o tom da aposta da arquiteta em nosso material: a peça é formada por diversos espelhos juntos, distorcendo a reflexão do ambiente. No quarto, prateleiras de vidro fumê (também da Dunelli) suportam livros e objetos de decoração. Uma bela divisória de correr, com vidro canelado incolor, separa o espaço do banheiro: com desenho do próprio escritório de Patrícia, essa estrutura foi executada pela serralheria Baltieri. No banheiro, tem ainda um espelho cristal, da Everart.

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Senses Hall Deca, de Roberto Migotto
Logo ao subir a rampa para a entrada do ambiente de 530 m² desenvolvido pelo escritório do arquiteto para a Deca, era possível notar à direita uma grande parede toda revestida com peças do espelho Guardian Evolution. O produto também se fez presente com peças grandes atrás das pias, proporcionando uma sensação de amplitude e contribuindo para a sensação de calma no espaço. Outras aplicações interessantes foram uma lareira de vidro posicionada abaixo de um grande espelho côncavo, e uma divisória de vidro no espaço dos chuveiros estilizada com a mesma trama presente em outras partes do ambiente.

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Sertão Portinari, de Nildo José Arquitetos | NJ+
Ocupando 250 m², o espaço de Nildo José homenageia o sertão brasileiro e a figura do cangaceiro, temas presentes na obra do artista Cândido Portinari. O uso de vidro trouxe elegância a diversos cômodos: na cozinha, uma divisória incolor separava a pia do balcão da cozinha; já o banheiro recebeu uma peça redonda de Espelho Guardian Evolution, e uma divisória fornecida pela Blindex, que funcionava como boxe.

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Este texto foi originalmente publicado na edição 597 (setembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Créditos das fotos: Marcos Santos 

Crédito da foto de abertura: Denilson Machado/CASACOR