Vidro é destaque na nova sede da Cebrace

Ao conceber sua nova sede, a Cebrace mirou naquilo que mais conhece: vidro. A obra, concluída no ano passado, recebeu recentemente a certificação Leed Silver para construções sustentáveis muito por conta do uso de nosso material. O espaço serve como enorme showroom dos produtos da empresa, revelando as diversas possibilidades de uso dos mais variados tipos de vidro.

Aposta no verde
Com área total de 1.300 m², o novo prédio erguido em Jacareí (SP) tem design assinado pela Atrium Construtora (que também executou a obra) e BCMF Arquitetura e Engenharia. Seu formato em “U” permite a entrada abundante de luz pelas fachadas totalmente envidraçadas: 75% da iluminação interna vem da luz natural. “Acreditamos ser uma obra de arte: aspectos e ferramentas aplicados durante a elaboração e construção são referências na construção civil hoje”, explica o diretor-comercial da Atrium, Frederico Pimenta.

A especificação correta dos vidros foi chave para se alcançar o desempenho térmico necessário, permitindo maior conforto por parte dos ocupantes – ainda mais por se tratar de uma região quente (a do Vale do Paraíba) do Estado de São Paulo. A fachada ganhou 357 chapas insuladas do vidro baixo-emissivo (low-e) Cool Lite SKN 154, boa parte delas curvas.

O material tem como função reduzir consideravelmente o aquecimento interno, diminuindo o uso de ar-condicionado, além de barrar os raios UV em quase 100%. Por ser insulado, ainda oferece maior performance acústica. Como consequência de todas essas características, têm-se menos gastos com energia elétrica (a estimativa para a redução do consumo anual é de mais de 20%) e menos emissão de dióxido de carbono.

Transparência sem fim
Uma grande claraboia está localizada bem no centro do edifício, fazendo com que a iluminação natural chegue a todo o espaço interno, não apenas às salas junto às fachadas. A integração com a natureza eleva o bem-estar das pessoas, principalmente em um ambiente de trabalho como esse. Na parte interna há ainda guarda-corpos e uma escada feitos de Extra Clear laminado, com outros vidros utilizados em revestimentos e móveis.

“O objetivo era que o prédio representasse fisicamente aquilo em que acreditamos: trabalhar diariamente para levar inovação, conforto, design e sustentabilidade à arquitetura brasileira”, afirma Lucas Malfetano, diretor-executivo da usina. “O resultado do projeto cumpriu todas as nossas expectativas, e a certificação Leed veio para consolidar nossos valores na prática”, comenta Manuel Corrêa, também diretor-executivo da Cebrace.

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A busca pela certificação
A sede da Cebrace conquistou o selo Leed Silver na categoria BD+C (Building Design + Construction), voltada para novas construções e grandes reformas. E não é só o vidro o único material a atuar como elemento sustentável: diversos sistemas e soluções “verdes” fazem parte do projeto.

– Eficiência hídrica: o consumo de água potável local foi reduzido em 30%, graças a um sistema de aproveitamento da água da chuva para irrigação e uso em vasos sanitários e limitadores de vazão em equipamentos hidráulicos;

– Energia e atmosfera: além de precisar de pouca iluminação artificial, todas as lâmpadas instaladas são de LED, muito mais econômicas que as incandescentes ou fluorescentes. Há também geração de energia fotovoltaica, persianas que bloqueiam a radiação solar e até incentivo ao uso de carros elétricos, incluindo ponto de abastecimento para esse tipo de veículo;

– Outras soluções: destinação de resíduos da obra para a reciclagem, disponibilização de bicicletário e plano de educação ambiental.

Ficha técnica
– Obra: sede da Cebrace
– Autor do projeto: Atrium Construtora e BCMF Arquitetura e Engenharia
– Execução da obra: Atrium Construtora
– Local: Jacareí (SP)
– Processadoras dos vidros: Brazilglass (peças planas) e Unividros (peças curvas)

Este texto foi originalmente publicado na edição 596 (agosto de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Créditos das fotos: Fran Parente/Cebrace

Sisecam prepara construção de nova planta

A Sisecam anunciou o investimento de 185 milhões de euros para a construção de uma nova planta na cidade de Mersin, na Turquia. A unidade contará com linhas de processamento de vidros para energia solar com capacidade de 20 milhões de m² por ano, além de um forno para fabricação de vidros texturizados, de olho no mercado arquitetônico, com capacidade de 600 t por dia. O objetivo do investimento é consolidar a empresa como um dos principais fornecedores globais de peças para o setor de energias renováveis. Segundo Ahmet Kırman, presidente da Sisecam, a demanda por vidros para o setor energético na Turquia está prevista para atingir 23 milhões de m² em 2022, crescimento de quase três vezes em relação aos 8 milhões de m² de 2018.

Este texto foi originalmente publicado na edição 596 (agosto de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: Cristi/stock.adobe.com

Entidades regionais realizam eventos pelo Brasil

Em Minas Gerais
Nos dias 21, 23 e 27 de junho, a Amvid-MG e o Sinvidro-MG organizaram o curso virtual “Instagram para Vidraçarias”. As aulas, ministradas pelo especialista Cleiton Vogel, da Vogel Consultoria, abrangeram todo o planejamento de redes sociais, desde os passos iniciais para a criação de um perfil até a definição do público-alvo e dicas de como fazer postagens. Vogel falou sobre como monitorar o crescimento da empresa nessa rede e destacou que, para saber a capacidade de integração com os seguidores, é muito importante que o gestor de redes sociais acompanhe, periodicamente, as métricas das publicações. Além das empresas AGC, BendGlass, Cebrace, GR Gusmão, Guardian, Reflex e Vivix, também apoiou a iniciativa das entidades mineiras o programa Fiemg Competitiva, da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O programa Vidro Certo patrocinou o evento.

 

Foto Rawpixel.com – Freepik.com/Divulgação Amvid-MG
Foto Rawpixel.com – Freepik.com/Divulgação Amvid-MG

 

No Distrito Federal
A Abravid-DF realizou, no dia 23 de julho, o workshop “Vidro como Revestimento Interno e Externo”. Ministrado por Gabriel Batista, sócio-fundador do portal Setor Vidreiro, o treinamento incluiu novas possibilidades para aplicação de vidros e espelhos nesse segmento, como revestimento de móveis, teto, piso, paredes internas ou paredes externas. Batista falou ainda sobre as normas técnicas para o trabalho, além de aconselhar os vidraceiros a utilizar a manutenção preventiva e se manter atualizados com as tendências em arquitetura e design de interiores. O workshop foi realizado no prédio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em Brasília, com apoio da Abividro e patrocínio das usinas vidreiras AGC, Cebrace, Guardian e Vivix.

Foto: Divulgação/Abravid-DF
Foto: Divulgação/Abravid-DF

 

Em Santa Catarina
Também em 23 de julho, a 1ª edição do Qualifique, Pratique e Sirva-se de 2022 foi realizada pela Ascevi-SC e pelo Sindicavidros-SC na unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em Joinville. O encontro contou com palestra ministrada pela auditora da qualidade Franciny Marques, que apresentou todas as aplicações com vidro dentro das normas da ABNT. Franciny também exibiu vídeos de instalações incorretas, alertou como acidentes podem ser evitados e listou todos os cuidados que devem ser tomados ao se avaliar as condições do local em que o serviço será realizado. A iniciativa tem a parceria da Abividro, por meio do programa Vidro Certo, e contou com apoio das empresas Blindex Sacadas, ECG Sistemas, Lopes Máquinas, Mauriglass e Real Vidros.

Foto: Divulgação Ascevi-SC
Foto: Divulgação Ascevi-SC

 

No Rio Grande do Sul
O Sindividros-RS marcou presença na 23ª Feira Internacional da Construção (Construsul), montada de 2 a 5 de agosto no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre. Além de contar com estande próprio, o sindicato gaúcho também realizou durante o evento a eleição e posse da sua diretoria para o período de 2022 a 2025 (foto): Rafael Ribeiro foi reeleito presidente. A entidade também ministrou uma das atividades paralelas da mostra, a palestra “Ambientes Instagramáveis”, vinculada ao programa Qualividros e direcionada para arquitetos e profissionais da área de design. O arquiteto André Menin, sócio-fundador da empresa Refresher, apresentou um passo a passo para a criação de um ambiente “instagramável”: o espaço deve criar conexões com os clientes do profissional de arquitetura e design para, assim, gerar divulgação espontânea de seu trabalho.

Foto: Dudu Leal
Foto: Dudu Leal

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 596 (agosto de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Norma determina entrega de manual na venda de boxes de banheiro

Boxes de banheiro são um assunto recorrente nas reportagens de O Vidroplano. E com razão: a venda desses sistemas está entre as atividades mais procuradas nas vidraçarias. Há uma norma técnica dedicada especialmente a esses produtos, a ABNT NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidros de segurança. A publicação traz uma série de orientações para o seu projeto, instalação, uso e manutenção a fim de assegurar que eles possam ser utilizados com segurança pelos consumidores.

E uma importante determinação presente na norma diz respeito à obrigatoriedade da entrega dos manuais de utilização, limpeza e manutenção dos boxes, para que os usuários finais saibam como cuidar corretamente do produto e preservar sua integridade.

Informações indispensáveis
De acordo com a ABNT NBR 14207, os fabricantes de boxe de banheiro devem fornecer um manual ou folheto de instruções ao comprador, os quais precisam conter:

1. Identificação do modelo ou tipo de boxe;

2. Orientações de uso e conservação, incluindo os seguintes avisos:

  • Se o vidro for lascado, deve ser substituído para evitar risco de quebra;
  • Deve ser feita a manutenção periódica, no mínimo anual, em todos os itens do boxe, para verificar se eles estão em perfeitas condições de funcionamento;
  • Não bater no vidro com objetos duros ou pontiagudos;
  • Para limpeza do boxe, utilizar somente pano úmido com detergente neutro ou sabão neutro, secando-o a seguir;
  • Em caso de mau funcionamento do boxe ou quebra de algum componente, deve-se interromper o seu uso (do contrário, o vidro pode quebrar) e solicitar imediatamente a manutenção do sistema;
  • Em caso de o vidro da porta encostar no chão durante sua abertura ou fechamento, é preciso isolar imediatamente o boxe e chamar um técnico responsável pela manutenção do produto;
  • Toda manutenção deve ser solicitada pelo cliente final e executada por pessoa qualificada.

De Olho no Boxe
A entrega obrigatória dos manuais aos clientes é um dos principais pontos abordados pelo programa De Olho no Boxe, desenvolvido pela Abravidro com o objetivo de levar, de maneira fácil de entender, conhecimento técnico sobre a ABNT NBR 14207 para vidraceiros e consumidores.

O site do De Olho no Boxe disponibiliza, gratuitamente, o Manual de utilização, limpeza e manutenção dos boxes de banheiro, bastando fazer o download do documento e imprimi-lo. Vale destacar que esse manual está disponível em duas versões:

  • Arquivo em PDF: preserva o texto original e é recomendado para qualquer modelo de boxe (seja frontal ou de canto, com abertura de correr ou pivotante, com ou sem transpasse);
  • Arquivo em Word: o vidraceiro pode acrescentar ao texto recomendações específicas para aquele tipo de produto que está sendo vendido e instalado antes de imprimir.

Este texto foi originalmente publicado na edição 596 (agosto de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: Reprodução

Inscreva-se em agosto para o Simpovidro!

Faltam menos de três meses para o início do 15º Simpovidro: este ano, o maior encontro vidreiro da América Latina será realizado de 17 a 20 novembro no resort Club Med Rio das Pedras, em Mangaratiba (RJ). Você já fez sua inscrição? Não deixe para a última hora!

Peso menor no bolso
Inscrevendo-se ainda em agosto, é possível dividir o pagamento em 4 parcelas – dessa forma, o valor pago a cada mês será menor do que se deixar para se credenciar de setembro em diante. Para saber os valores das parcelas, clique aqui.

Escolha do quarto ideal
Outra vantagem de se inscrever com antecedência é a possibilidade de escolher a acomodação de sua preferência: Superior (quartos de 27 ou 37 m², ocupação máxima de 3 a 5 pessoas), Deluxe (quartos de 27, 37 ou 41 m², ocupação máxima de 3 a 5 pessoas) ou La Réserve (nas opções Suíte, de 70 m², ou Penthouse, com 120 m²). Não corra o risco de perder a acomodação que deseja.

INSCREVA-SE, JÁ!
Acesse www.simpovidro.com.br e se cadastre. As vagas são limitadas!
Informações? Dúvidas?
Fale com a Central de Atendimento Simpovidro: (11) 3873-9908.

Patrocinadores do 15º Simpovidro

  • AGC
  • Cebrace
  • Guardian
  • Vivix

Apoiadores do 15º Simpovidro

  • Bottero
  • Diamanfer
  • Eastman
  • Finoglas
  • GlassControl
  • GlassParts
  • Glass South America
  • GR Gusmão
  • Italotec
  • Keraglass
  • Kuraray
  • Lisec
  • Mainz Máquinas
  • Massfix
  • Sglass
  • SystemGlass
  • Vetro Máquinas

Conheça melhor os apoiadores!
A Abravidro publica, toda semana, uma entrevista com uma empresa apoiadora do Simpovidro. Confira em nosso canal no YouTube e em nosso podcast, o VidroCast, a história dessas companhias e os produtos comercializados por elas.

Seja apoiador do encontro!
Entre em contato com Rosana Silva pelo e-mail rsilva@abravidro.org.br ou tel. (11) 3873-9902 e veja as condições.

Este texto foi originalmente publicado na edição 596 (agosto de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: Club Med Rio das Pedras

IPI para vidros sofre idas e vindas

O governo federal publicou, no dia 27 de julho, o Decreto Presidencial 11.158/2022, que alterou novamente a nova Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi), oficializando a redução de 35% do IPI cobrado sobre uma série de produtos. A redução entrou em vigor a partir de 1º de agosto. Porém, no dia 8, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu os efeitos do decreto referentes às alíquotas do IPI sobre itens produzidos na Zona Franca de Manaus (ZFM) e que possuem Processo Produtivo Básico (PPB), caso dos vidros temperados e insulados. Dessa forma, o consultor jurídico da Abravidro, Halim José Abud Neto, orienta que nosso setor volte a comercializar esses produtos com suas alíquotas originais, de 10%, até que haja uma decisão definitiva sobre o tema. Os vidros float, impresso e laminado, em geral, se mantêm com a alíquota de 6,5%; já para espelhos (emoldurados e não emoldurados), em geral, a alíquota vigente é de 9,75%.

Este texto foi originalmente publicado na edição 596 (agosto de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: pch.vector/Freepik.com

Termômetro Abravidro – Julho 2022

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Julho 2022

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento moderado em julho de 2022.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou aumento de 8,5% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com junho, sem ajustes sazonais. No acumulado do ano, o estudo mostra queda de 25,6% na comparação com dezembro de 2021, mês base para o indicador.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada na primeira semana de agosto, por meio de formulário online. Ainda em fase piloto, o estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (90 delas participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 596 (agosto de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Entidades preparam pautas para os presidenciáveis

A Abravidro faz parte de um grupo de entidades setoriais que levará aos candidatos à presidência da República os temas fundamentais para o desenvolvimento do setor da construção no Brasil – como energia, industrialização, déficit habitacional, certificação e qualidade, financiamento, inovação e sustentabilidade. “Neste momento, o foco é definir com as equipes de planejamento e com os candidatos uma agenda de encontros de agosto a setembro”, explica Waldir Abreu, consultor para projetos especiais da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). “Em dezembro, o grupo buscará consolidar encontros com o presidente eleito.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 596 (agosto de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: Divulgação Anfacer

A Glasstec está de volta!

De 20 a 23 de setembro, o segmento vidreiro de todo o planeta tem um ponto de encontro: Düsseldorf, na Alemanha. A cidade será mais uma vez a casa da Glasstec, a principal feira de nosso setor no mundo. O evento sempre reserva surpresas para seus participantes e, desta vez, não será diferente. Prepare-se para novidades em produtos e maquinários, conhecimento técnico, obras de arte envidraçadas e tecnologias inovadoras que ainda nem foram lançadas oficialmente. É tanta coisa relevante que O Vidroplano preparou um guia para quem pretende visitar o evento no fim do mês que vem. Aproveite!

Quando?
20 a 23 de setembro, das 9 às 18 h (horário local)
Onde?
Düsseldorf Exhibition Centre, em Düsseldorf, Alemanha
Quem organiza?
A Glasstec é organizada pela Messe Düsseldorf. A Emme, braço brasileiro da empresa alemã, representa a feira em nosso país.
Última edição
Em 2018, participaram 1.280 marcas (o maior número de empresas expositoras da história) e mais de 42 mil visitantes, incluindo 233 brasileiros (crescimento de quase 50% em relação a 2016)

Inscrições
A participação na Glasstec é paga e feita pelo site oficial do evento (bit.ly/feiraglasstec). Existem diversos pacotes para os interessados nas versões online ou presencial:

  • Um dia de feira: 42 euros (versão online) ou 59 euros (versão presencial)
  • Dois dias de feira: 64 euros (versão online) ou 84 euros (versão presencial)
  • Quatro dias de feira: 99 euros (versão online) ou 120 euros (versão presencial)

Observações:
– Os ingressos permitem participação na Glasstec Conference e visitação às mostras simultâneas (veja mais a seguir);

– A inscrição não inclui transporte de ônibus ou trem até o pavilhão de exposições.

De olho nos expositores
Centenas de companhias e marcas internacionais estarão presentes nos pavilhões da feira. Vai dar pra conferir até duas brasileiras: a Arbax e a Adezan. Aliás, já virou tradição alguma empresa nacional participar do evento. A lista completa de expositores da Glasstec 2022 você encontra no link bit.ly/Glasstecexpositores.

Atenção, brasileiros!
A NMB Travel, agência da NürnbergMesse Brasil (empresa organizadora da Glass South America), oferece serviços para ajudar os brasileiros interessados em visitar a feira a encontrar hospedagem, passagens aéreas e até se inscrever no evento. Mais informações com Fernando Dias.
Tel.: (11) 99981-4302
E-mail: fernando.dias@nmbtravel.com.br

Passagens aéreas
Para aqueles que preferem gerenciar a viagem por conta própria, em pesquisa feita no início deste mês no Google Flights, considerando a saída do Brasil pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, no dia 19, e retorno no dia 24 de setembro, as passagens aéreas custam de R$ 8.000 a R$ 9.400, dependendo da companhia escolhida.

Programação cheia
Como de praxe, a Glasstec traz uma série de eventos em sua programação.

  • Glass Technology Live: Um dos espaços mais tradicionais e visitados da feira, a Glass Technology Live reúne protótipos com foco em tecnologias que podem se tornar padrão da indústria vidreira num futuro próximo. Muitas novidades são mostradas por empresas em primeira mão nesse espaço – e há até parcerias com as universidades de Darmstadt, Delft, Dresden e Dortmund para a apresentação de estudos em diversos campos envolvendo nosso material. Nos quatro dias da Glasstec, os interessados poderão fazer visitas guiadas pela mostra.
  • Glasstec Conference: Debates técnicos (em inglês) sobre cinco temas relacionados à sustentabilidade: Clima, Urbanização, Valor, Recursos e Bem-estar. Profissionais da indústria vão palestrar a respeito de economia de recursos na produção de insulados, otimização no corte, busca pela neutralidade de carbono e eficiência de painéis fotovoltaicos, entre outros assuntos.
  • International Architecture Congress: Congresso direcionado a arquitetos e engenheiros, a ser realizado no dia 22, com o objetivo de discutir soluções com nosso material na construção civil, incluindo eficiência energética em fachadas, revestimentos envidraçados e cases de sucesso pelo mundo. Importante: a participação no International Architecture Congress é paga (59 euros), e o ingresso garante a visita à feira por dois dias.
  • Glassart: Como o nome indica, a Glassart é uma exposição de obras artísticas feitas de vidro. Alguns dos principais artistas internacionais estarão por lá, mostrando itens criados a partir das mais diversas técnicas – sopro, fusing, pintura etc.
  • Crafts Centre: Espaço dedicado às novas tecnologias, produtos e aplicações envolvendo o processamento do vidro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 596 (agosto de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Créditos das fotos: Messe Düsseldorf/ctillmann

Setores comercial e de marketing são importantes nas vidraçarias

Quem tem uma vidraçaria sabe que a gestão dela não é trabalho fácil: cada um de seus setores tem um papel importante para assegurar que os negócios no presente e planos para o futuro corram de acordo com o esperado. É essencial, portanto, entender para que serve cada área.

Por isso, O Vidroplano inicia um especial sobre gestão de vidraçarias. De agosto até outubro, vamos mostrar na teoria como organizar a empresa de acordo com as etapas de administração. Este mês, falaremos sobre os departamentos comercial e de marketing. A seguir, conheça mais sobre as atribuições de cada um, a importância deles para seus negócios e como estruturá-los para alcançar seus objetivos.

Os temas da série especial
Agosto: comercial e marketing
Setembro: controle financeiro e pessoas (RH)
Outubro: qualidade e produção (logística e montagem)

Essenciais para os negócios
Luiz Raimundi Júnior (diretor-geral), Cristian Brusamarello (gerente de Produção) e Simone Deparis (gerente administrativa), todos da Raiol Vidros, apontam algo que toda empresa deve ter em mente: ninguém sobrevive no mercado se não souber vender. Não adianta ter o produto mais interessante, mais diferente e com a melhor qualidade se ele não for comprado. Eles observam que, nos dias atuais, o trabalho de venda mudou: não adianta somente ter um vendedor bom de papo, é necessário estar atento ao perfil do cliente que se busca alcançar.

Esse cenário vale para os mais variados tipos de comércio. “As vidraçarias são um negócio como outro qualquer. Requerem uma estrutura profissionalizada e um planejamento estratégico por parte dos gestores para orientar o posicionamento comercial e de marketing da empresa”, afirma André Alves, sócio-diretor da Alto da Lapa Vidros.

Está aí a importância dos setores comercial e de marketing dentro de uma vidraçaria. De acordo com Alexandre Araujo, idealizador, professor e sócio-proprietário do Canal do Serralheiro, trata-se de duas áreas que têm rotinas diferentes, mas funcionam em conjunto:

  • O setor comercial é operacional. Uma equipe comercial bem preparada e com metas alcançáveis consegue alavancar as vendas e conquistar mais clientes;
  • Já o de marketing é estratégico, sendo responsável por identificar mudanças de mercado, entender o comportamento dos consumidores e identificar oportunidades de crescimento para o negócio.

Diferentes, mas integrados
Um ponto importante a se levar em conta é que, embora estejam ligadas à estratégia de vendas, essas duas áreas não desempenham as mesmas funções. Araujo lista as atribuições de cada um:

Comercial

  • Relacionar-se com os clientes, desde a prospecção até o pós-venda;
  • Definir um plano de ação para as vendas;
  • Entregar uma experiência incrível ao consumidor;
  • Estabelecer indicadores de desempenho do setor;
  • Definir e gerenciar as métricas de vendas.

Marketing

  • Elaborar o planejamento estratégico de marketing;
  • Analisar o público-alvo, o mercado e a concorrência;
  • Planejar e gerenciar a comunicação da empresa;
  • Desenvolver e gerenciar campanhas promocionais;
  • Gerenciar o site e as redes sociais da vidraçaria;
  • Definir canais e formas de atrair novos clientes;
  • Analisar e mensurar resultados de campanhas;
  • Gerenciar gráficas e agências de publicidade.

Segundo Henrique de Lorenzi, diretor administrativo-financeiro da Promos (empresa que atua nos segmentos de trade marketing, recrutamento e seleção), ter esse conhecimento ajuda a identificar como fazer os setores funcionarem em conjunto: “A área comercial é a responsável pela definição de metas da empresa, enquanto a de marketing cuida das ferramentas necessárias para que a empresa as atinja. Por isso, o gestor deve mostrar à equipe que não deve existir ego, mas sim uma simbiose entre essas áreas, pois o objetivo final é o sucesso da empresa como um todo”.

Como estruturar esses setores?
Ricardo Câmara, diretor e instrutor da Central do Vidraceiro e Serralheiro, indica que o primeiro passo é definir qual o nicho de mercado que a vidraçaria pretende alcançar e, então, focar seus esforços para se destacar junto a esse nicho. “Também é essencial adquirir o máximo de conhecimento técnico sobre os vidros e sistemas vendidos pela sua vidraçaria, para que a equipe comercial possa ter uma excelente argumentação junto aos clientes. Com isso, será possível ainda definir a estratégia de marketing para os produtos”, observa.

André Alves, da Alto da Lapa, acrescenta que o planejamento comercial do empresário precisa levar em conta quatro questões: “Há um conceito básico e acessível que ajuda a organizar essas ideias conhecido como ‘mix de marketing’ ou ‘os 4Ps do marketing’”. Esse conceito resume os pilares de qualquer estratégia de marketing:

  • Produto (o que vender?)
  • Preço (quanto cobrar?)
  • Ponto (onde vender?)
  • Promoção (como vender?)

Segundo Alves, a ideia por trás dessa teoria é que, ao estudar cada um desses aspectos, a vidraçaria ficará mais próxima de seus objetivos e terá seu mercado-alvo no centro da estratégia de vendas.

Uma vez que esses pontos estiverem definidos, Luiz, Cristian e Simone, da Raiol, sugerem um passo a passo para a organização dessas áreas:

1. Organizar as funções e tarefas dos dois setores e colocar metas separadas para cada uma das equipes – pode-se, inclusive, contratar consultoria especializada para ajudar a setorizar processos nas funções, caso seja viável;

2. Estabelecer um plano de ação pra cada uma das áreas, ordenando tarefas claras aos colaboradores de cada uma delas;

3. Ter uma reunião semanal com os dois setores para controlar as execuções de cada tarefa e entender as variações de cada processo;

4. Desafiar sua equipe a buscar conhecimento constante sobre a função e sobre os clientes.

Renovando conhecimentos
A formação dos profissionais que trabalharão nos setores – bem como os de todas as outras áreas – é essencial para o bom funcionamento das atividades na vidraçaria.

Para Araujo, do Canal do Serralheiro, capacitar e aperfeiçoar os colaboradores é uma prática que toda empresa deve adotar, independentemente de seu porte, de forma a aumentar o desempenho da equipe e potencializar os resultados da empresa. “O treinamento mantém os colaboradores mais eficientes na busca por resultados e deixa-os mais dispostos e satisfeitos”, avalia. “Quando uma empresa investe nos colaboradores, ela aposta em si mesma: o resultado disso é a criação de uma equipe mais preparada para superar obstáculos e alcançar os objetivos.”

Essa visão é compartilhada pelo trio da Raiol. Atualmente, não há mais como uma empresa sobreviver em um mercado tão volátil e instável como o nosso sem se capacitar – e também sem valorizar os profissionais que buscam aprender e se dedicar a cada dia estar mais perto dos clientes. “Nesse sentido, o próprio gestor precisa participar dos treinamentos – afinal, é o líder quem carrega a cultura da empresa, a inspiração, os vícios, os estímulos, os aprendizados e o exemplo. Se ele não compra a ideia de transformação e profissionalização, é muito difícil que a equipe o faça”, ensinam Luiz, Cristian e Simone.

Trabalho nas redes
“No mundo atual, quando as pessoas se conectam cada vez mais por ferramentas online, passa a ser praticamente obrigatório para qualquer empresa, de qualquer segmento, utilizá-las”, afirma Henrique de Lorenzi, da Promos. Câmara, da Central do Vidraceiro e Serralheiro, concorda: “As redes sociais são os principais veículos para uma boa divulgação. Esse é mais um motivo para as vidraçarias ficarem sempre ligadas nas tendências, tendo muito cuidado para que suas postagens e divulgações não percam o foco em seu público-alvo”.

As redes sociais não só permitem a divulgação de publicidade das vidraçarias, mas também facilitam a comunicação e o fechamento de negócios. Nesse sentido, as equipes comercial e de marketing devem personalizar a comunicação nas redes, para que o cliente sinta nelas a mesma atenção e amparo que receberia no contato pessoal ou por telefone.

Acompanhando de perto
Mesmo que o gestor não seja a pessoa que exercerá diretamente as funções comerciais e de marketing na vidraçaria, o envolvimento direto dele no processo de estruturação é fundamental.

André Alves, da Alto da Lapa Vidros, observa que esse envolvimento pode ser difícil devido às várias outras questões do dia a dia, como visitas, medições, projetos, acompanhamento de obras. Apesar disso, ele ressalta: “Reservar algum tempo para o planejamento desses setores é uma questão de sobrevivência para o longo prazo da empresa. Esse é um processo evolutivo, requer estudo ou ajuda externa e, muitas vezes, é demorado para ser estruturado, mas não pode ser negligenciado”.

Há a opção de avaliar a contratação de uma consultoria para a orientação dessas atividades – contudo, é importante lembrar que normalmente isso representa um custo agregado, que pode pesar bastante no orçamento das pequenas empresas. “Acredito que procurar cursos de capacitação por meio de entidades como o Sebrae, que dão apoio aos pequenos e médios negócios, acaba sendo uma opção mais viável. Seja como for, o gestor precisa se preparar antes de preparar a empresa – correr com as duas coisas ao mesmo tempo é mais complicado”, avalia Alves.

Araujo, do Canal do Serralheiro, cita algumas práticas para manter tudo em sintonia:

  • Fazer reuniões periódicas com ambos os setores (e também com a agência de marketing, caso possua uma);
  • Integrar processos, como planejamento de produtos, aprovação de materiais publicitários e análise de oportunidades;
  • Compartilhar dados entre os setores.

Toda essa organização será trabalhosa – mas Henrique de Lorenzi, da Promos, afirma que é imprescindível investir nas áreas comercial e de marketing, seja qual for o tamanho da sua vidraçaria. Isso não se trata de uma despesa, mas sim de um investimento: “Uma vez que a estruturação tenha sido bem planejada, o retorno desse investimento vem de forma real”, avalia.

Este texto foi originalmente publicado na edição 596 (agosto de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: Peoplecreations – Freepik.com

Vidros e espelhos marcam presença na Casa Cor SP 2022

Quer saber o que está na moda na arquitetura e decoração de interiores? Basta visitar a Casa Cor São Paulo, principal edição da maior mostra desses setores na América Latina. Em 2022, o evento comemora 35 anos de existência. Para celebrar a data, foi montado em um ícone da cidade, o Conjunto Nacional, localizado em plena Avenida Paulista. Até 11 de setembro, você poderá visitar a mostra e conferir o que os arquitetos e designers prepararam: vidros e espelhos, mais uma vez, revelam-se materiais-chave para ambientes residenciais e comerciais, oferecendo beleza estética e funcionalidade aos espaços.

Nas próximas páginas, confira alguns dos principais destaques da exposição. Na edição de setembro de O Vidroplano, veja mais soluções encontradas por lá.

Tendências transparentes
Nossa equipe de reportagem notou alguns usos de vidro e espelhos que se repetem em ambientes da Casa Cor SP. Confira três deles:

– Espelhos em formatos inusitados
Assim como no ano passado, a mostra trouxe um padrão que foge do tradicional na aplicação de espelhos. Esqueça o formato retangular clássico: agora, o material ganha formas orgânicas, geométricas e molduras em diferentes estéticas. Karol Suguikawa instalou um grande espelho (montado pela Vidrotec) em seu Lounge I’mpress Impress (foto 1), dando a ele um caráter tridimensional. O Estúdio Ostuni (foto 2), de Gregory Copello, apostou em um pórtico espelhado logo na entrada, montado pela Ladeira Martins Espelhos. A arquiteta Beatriz Quinelato também colocou uma peça orgânica no Espelho da Alma (foto 3): o Espelho Poá tem desenho de seu próprio escritório, tendo sido montado pela loja de móveis Odara. Por fim, vale citar a solução criativa de Daiane Antinolfi para a Galeria dos Restaurantes (foto 4): na parte destinada às pias do banheiro, o Espelho Âmbar (da Guardian) foi aplicado na frente de um vidro refletivo, ajudando a brincar com os reflexos e cores do espaço.

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– Vidros texturizados
Peças com relevo puderam ser vistas em diversos espaços, agregando transparência, privacidade e tridimensionalidade. Um dos destaques é a divisória em modelo industrial presente na Ilha de Conforto Golden Hour, assinada pela designer de interiores Elaine Vilela de Sousa, com peças de aramado, canelado, martelado, pontilhado e miniboreal aplicadas sobre uma estrutura de alumínio anodizado preto fosco (foto 1), fabricada sob medida pela Silvestre Vidros. Na Casa Eté Duratex, do escritório Todos Arquitetura, o vidro canelado aplicado no fundo do guarda-roupas no quarto da suíte (foto 2) desempenha também a função de janela no banheiro, fazendo a integração visual dos dois espaços.

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– Portas e fechamentos

Em alguns ambientes, os visitantes já davam de cara com nosso material logo na entrada. As portas do Estúdio Amorphous, de Wesley Lemos, têm peças refletivas aplicadas dos dois lados (foto 1) – tendência adotada também na estante do quarto. Na Livraria, do escritório João Daniel Arquitetura, os painéis de vidro presentes no fechamento do ambiente e nas folhas pivotantes voltadas para o exterior do Conjunto Nacional têm um padrão visual semelhante ao de tecidos (foto 2).

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Casa LG Magenta, de Otto Felix
As paredes do espaço de Otto Felix são totalmente feitas de tijolos de vidros, fato que ajuda na entrada de luz natural – o ambiente fica de frente para uma das fachadas do Conjunto Nacional. Vidro também está presente em vários mobiliários, como na mesa de centro da sala de estar e no armário da cozinha. E até mesmo os eletrodomésticos da LG possuem o material como revestimento, incluindo a evaporadora Artcool Gallery, que funciona como um quadro personalizável, e o closet inteligente LG Styler. O Espelho Corcovado, da Bonni Design, é o toque final de elegância para o quarto.

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Living Art, de Murilo Lomas
O ambiente do arquiteto pode servir como showroom para as diversas possibilidades que o vidro oferece a uma casa. Na sala de jantar, tem uma grande mesa preta com tampo envidraçado (acervo do próprio Lomas); na sala de estar, mesas de centro coloridas, feitas de forma artesanal, enfeitam o local – são do designer Lucas Recchia, comercializadas pela Firmacasa; no quarto, um armário da Todeschini conta com portas de vidro refletivo na cor champanhe; por fim, o banheiro ganhou incolores no boxe e espelhos pratas na área da pia (inclusive no teto dessa instalação), fornecidos pela Conceito Vidros.

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Através do Olhar, de Brunete Fraccaroli
Ao entrar no espaço da arquiteta, chama a atenção uma grande divisória de vidros extra clear com 2,85 m de altura (foto 1), curvados e temperados pela Unividros e instalados pela Penha Vidros e Wady Vidros – a estrutura permite a separação entre ambientes ao mesmo tempo que os mantém completamente integrados visualmente. Nosso material também se faz presente em uma estante desenhada pela própria arquiteta e fabricada pela Romanzza (foto 2), com peças de temperados instaladas pela Wady Vidros, e nas mesas de centro Dune, fabricada pela Dunelli e Lattoog, cujas pernas são feitas de peças temperadas. Todos os vidros do ambiente foram fabricados pela Cebrace.

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Estúdio 11, de Francisco Cálio
Para onde se olha no Estúdio 11, é possível encontrar vidros. A fachada tem laminados 4+4 mm de ClimaGuard SunLight (produto de controle solar, da Guardian) e permite a integração com a parte interna do Conjunto Nacional. No quarto, duas grandes peças de Espelho Guardian Evolution 4 mm, penduradas no teto, embelezam o local. Já no banheiro, uma chapa de laminado incolor 4+4 mm forma o boxe – é outra estrutura a trazer transparência ao espaço.

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Espaço Verso, de Carolina Scarpelli
Fazendo jus ao tema “Infinito Particular” desta edição da mostra, o banheiro traz já na entrada uma série de espelhos Cebrace prata, fornecidos pela Direct Glass, colocados em ângulos distintos (foto 1) de forma que os visitantes possam enxergar todos os seus ângulos, faces e versos. Pequenos espelhos, também da Cebrace, foram aplicados pela Direct Glass em formatos orgânicos com frases sensoriais nas laterais das cabines sanitárias. Vale destacar ainda os painéis Vitrium, da Dominus Tecnologia e Automação, atrás das pias (foto 2): os sistemas são compostos de vidros refletivos (as peças usadas nesse espaço foram importadas) aplicados 1 mm à frente de telas de LED, sem que um encoste no outro. A solução traz tecnologia e transmite informações ao mesmo tempo que reflete as imagens dos visitantes e do ambiente.

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Templo de Memórias, de Consuelo Jorge
Projetado para ser um ambiente acolhedor e intimista, tem como peça central o armário Síntese (foto 1), da Cinex Arch, todo feito de vidro em uma estrutura de alumínio que descansa sobre dois volumes de pedras: o móvel, que parece flutuar com a iluminação cenográfica, também desempenha a função de dividir as áreas do ambiente. Outras soluções da Cinex Arch se fazem presentes nesse espaço, como o biombo Opus (foto 2), com painéis de tramas tecidas com palha natural colada aos vidros e sistema pivotante de abertura, proporcionando privacidade e um visual elegante e leve quando fechados.

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Sol:.ar, do estúdio Plantar Ideias
Peças artísticas feitas com nosso material são a alma do espaço. A obra de mesmo nome do ambiente é a protagonista (foto 1): foi feita pelo Mercado da Imagem laminando vidros (na frente) com espelhos (atrás), da AGC, com interlayer alaranjado, formando um grande círculo remetendo a um sol espelhado e trazendo a tropicalidade, leveza e harmonia de um pôr do sol. Na areia, laminados – também produzidos pelo Mercado da Imagem, com peças da AGC – com interlayer translúcido azulado, formam estruturas semelhantes a cristais (foto 2), montados sobre lâmpadas que os fazem brilhar e atrair o olhar do visitante, remetendo a boas energias e a uma sensação de acolhimento.

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Este texto foi originalmente publicado na edição 596 (agosto de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Créditos das fotos: Marcos Santos

Recuperação à vista?

domingos-ago2022O cenário ainda é de incertezas, principalmente por conta da corrida eleitoral, mas o segundo semestre chegou trazendo boas notícias para o setor vidreiro. As vendas do mês de julho foram melhores, segundo o Termômetro Abravidro publicado neste mês. E agosto parece seguir o mesmo rumo, com recuperação no volume de vendas em relação aos primeiros seis meses do ano. Isso tudo apesar do reajuste nos preços do float, anunciados em junho e julho.

E não é só nas vendas que o segundo semestre promete ser mais agitado. Depois do sucesso da Glass South America (GSA), o mercado aguarda a realização da Glasstec no mês de setembro, voltando ao calendário depois de um intervalo de quatro anos. Logo em seguida, em novembro, é a vez do Simpovidro. As inscrições para o nosso simpósio seguem de vento em popa, na expectativa de manter o clima positivo registrado no encontro da cadeia na GSA. Vai ser muito bom rever os colegas novamente, num clima leve e descontraído depois de tanto tempo de reclusão.

Enquanto isso, aguardamos o desenrolar de mais um capítulo da novela da redução do IPI. No final de julho foi publicado novo decreto e, dias depois, seus efeitos para os produtos com Processo Produtivo Básico na Zona Franca de Manaus (ZFM), como o temperado e o insulado, foram novamente suspensos por decisão do STF. O governo federal prometeu publicar novo texto resolvendo o impasse com os produtos da ZFM — mas isso ainda não ocorreu.

E, por falar em temperado, as reuniões de revisão da norma que regulamenta o produto seguem mensalmente. Por isso, aproveito para reforçar o convite para que todos os interessados participem das discussões sobre o produto líder do mercado brasileiro de vidros processados. Ainda no assunto norma técnica, em breve entra em consulta nacional a norma do vidro laminado. Como você pode ver, o ABNT/CB-37 e a Abravidro não param!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 596 (agosto de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto: Cris Martins

Era do Vidro

A história humana se divide em várias épocas e, em algumas delas, materiais específicos moldaram nossa civilização: Era da Pedra, Era do Bronze e Era do Ferro são alguns dos termos usados por historiadores para definir esses períodos. Dada a onipresença do vidro na vida moderna, seria exagero chamar a atual era de Era do Vidro? Não, segundo especialistas no estudo da tecnologia de materiais.

Para celebrar o Ano Internacional do Vidro, a PhD argentina em ciências físicas Alicia Durán e o professor inglês da Universidade de Sheffield John M. Parker editaram o livro Welcome To The Glass Age (Bem-vindos à Era do Vidro). Em 13 capítulos, a obra reúne textos de diversos autores, abordando aspectos variados da aplicação de nosso material hoje em dia, incluindo seu uso na medicina (como na versão bioativa usada em reconstruções ósseas); nas comunicações (cabos de fibra de vidro nos quais trafegam dados da Internet); na energia elétrica (painéis fotovoltaicos) etc. Além disso, mostra em detalhes o que faz dele um elemento sustentável ideal para o mundo contemporâneo.

A arquiteta mexicana Sol Camacho, palestrante do Simpovidro 2019, participa da publicação, escrevendo sobre a presença do vidro na arquitetura. E tem até brasileira no livro! A engenheira Ana Cândida Martins Rodrigues, coordenadora do Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros (Certev), comenta a importância de se ensinar, e estudar, as propriedades do material.

 

A presente seção, “Ano Internacional do Vidro”, celebrando a trajetória de nosso material e sua importância para a história humana, é uma contribuição de O Vidroplano ao Ano Internacional do Vidro, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) para 2022.

Este texto foi originalmente publicado na edição 596 (agosto de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: Reprodução

Vidro pode contribuir para um planeta sustentável

Ao longo de julho, em pleno inverno, o frio passou longe de São Paulo, cidade que encarou uma onda de calor fora de época, com quase 30 ºC em alguns dias. Na Europa, o verão maltrata a população: a Inglaterra alcançou a maior temperatura já medida de sua história no mês passado (40,2 ºC), enquanto Portugal chegou a inacreditáveis 47 ºC.

As mudanças climáticas são uma realidade no planeta: basta ver os noticiários mostrando incêndios incontroláveis, furacões cada vez mais destrutivos, secas de longa duração. Um clima de extremos ameaça a humanidade. Por isso, passou da hora de levarmos a questão a sério – e o setor vidreiro pode dar uma tremenda contribuição para isso.

Este mês e em setembro, O Vidroplano apresenta um especial sobre o tema, mostrando em detalhes o papel de nosso material na questão. A sustentabilidade não é apenas preocupação das empresas, mas uma demanda da sociedade. Por isso, é importante entender o que está acontecendo com o mundo.

Planeta em descompasso
Mudança climática não é algo novo: a Terra já passou por diversas alterações ao longo dos milênios. Só que isso ocorre naturalmente, por conta de forças diversas como erupções vulcânicas, impactos de meteoritos ou variações na órbita do planeta e na radiação solar, por exemplo. O que vivemos hoje é algo resultante das ações humanas – e, o pior, ocorre em uma velocidade nunca vista, maior do que a dos fenômenos naturais.

A culpa é nossa
Estudos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) mostram que, a partir da Revolução Industrial no século 18, a emissão de poluentes passou a deixar a temperatura média do planeta cada vez maior. Após a última era glacial (milênios atrás), a temperatura terrestre subiu 5 ºC ao longo de 10 mil anos; se o ritmo do atual aquecimento global continuar o mesmo, poderemos ver um aumento de quase 5 ºC – mas em apenas 200 anos.

Uma mudança desse porte em tão pouco tempo cobra seu preço: as décadas de 1990 e de 2000 foram as mais quentes do último milênio, fato causado principalmente pela queima de combustíveis fósseis e pela destruição da natureza.

As consequências
O aumento das temperaturas não mudará apenas o clima. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o aquecimento global causará impactos diversos, como:

  • Maior frequência de fenômenos meteorológicos extremos: vários eventos com potencial de perdas econômicas e humanas podem virar padrão, como ondas de calor ou de frio severas, fortes chuvas e inundações ou secas prolongadas;
  • Comprometimento da produção agrícola;
  • Extinção de espécies animais e vegetais;
  • Derretimento de geleiras: isso gera elevação do nível do mar. Até o fim deste século, de acordo com o IPCC, os oceanos podem aumentar até 59 cm, o que causará a inundação de cidades e regiões costeiras. Imagine praias inteiras deixando de existir? Áreas de metrópoles como Rio de Janeiro e Nova York ou países-ilhas submersos?

E no Brasil?
Relatórios do IPCC indicam que a temperatura média deverá aumentar no País todo, causando:

  • Redução de geadas no Sul, Sudeste e Centro-Oeste;
  • Maior frequência de chuvas intensas no Sul e Sudeste, aumentando a possibilidade de enchentes em áreas urbanas;
  • Diminuição das estações chuvosas e da intensidade das chuvas no Norte e Nordeste, causando maior evaporação das águas dos reservatórios, lagos e rios. Assim, os problemas locais relacionados à seca serão ainda mais graves;
  • O colapso de ecossistemas, inclusive o da Amazônia, reduzindo e modificando vegetações, por conta da diminuição das chuvas.

Como reverter a situação?
O atual aquecimento da Terra vai levar décadas ou séculos para ser minimamente “consertado”. Porém, ainda dá tempo de evitar os piores cenários das consequências citadas anteriormente: cientistas afirmam que a temperatura não pode aumentar mais que 1,5 °C até 2100. Para isso, dependemos da vontade de governos para colocar em prática ações que reduzam as emissões de gases poluentes em nível global.

Fábricas ao redor do mundo já se antecipam a esse assunto, definindo metas “verdes” para as próximas décadas. Uma coisa é certa: a sustentabilidade é um caminho sem volta na produção industrial – e nosso setor tem capacidade para ser líder no quesito.

Amigo da ecologia
Sustentabilidade faz parte da história do segmento vidreiro – a busca por soluções que entreguem maior eficiência na fabricação fez com que a atividade poluísse menos. Exemplo disso é que o aperfeiçoamento dos processos permitiu que a cadeia francesa como um todo diminuísse 69% de suas emissões de poluentes, ao longo dos últimos 50 anos, segundo o centro de pesquisa científica francês Institut du Verre.

Além disso, o vidro é um dos únicos materiais 100% recicláveis – e seu impacto é menor que o de outros materiais. Quem mostra isso é o Centro de Arquitetura Industrializada da universidade Royal Danish Academy, da Dinamarca. A instituição preparou uma tabela chamada Pirâmide dos Materiais de Construção: ela se assemelha a uma pirâmide alimentar, mas, ao invés de mostrar os grupos de alimentos e seus nutrientes, revela o impacto ambiental dos materiais. Quanto mais no topo, mais poluidor o produto é – e nos dois principais indicadores, o vidro se posiciona muito bem:

  • GWP (potencial de aquecimento global): mede a “pegada de carbono”, ou seja, a quantidade de dióxido de carbono (o CO2, um dos gases que mais contribuem para o aquecimento global) emitida durante a fabricação. A tabela coloca o vidro insulado, produto largamente usado na Europa, em posição intermediária, sendo muito menos poluidor que o alumínio, aço galvanizado e cerâmica, localizados no topo;
  • ODP (potencial de destruição da camada de ozônio): mede os danos que uma substância pode causar à camada de ozônio. Nesse quesito, o insulado está na base da pirâmide, como um dos menos agressivos ao planeta, ao contrário de madeira compensada, concreto e tintas em geral.

“O setor vidreiro tem uma real preocupação com o papel de nossa indústria no mundo. Essa posição é ambiental e também em relação à sociedade. É chavão falar isso, mas temos uma indústria com posição moderna”, explica o superintendente da Abividro, Lucien Belmonte. Segundo ele, é preciso olhar o processo como um todo para saber onde melhorar na questão de emissões: desde a retirada de matéria-prima ao transporte nos diversos elos da cadeia, e ainda durante o ciclo de vida do produto instalado.

Futuro de transparência
Uma reportagem publicada na renomada revista científica britânica Nature, no final do ano passado, analisa o papel da indústria vidreira para a “revolução verde” nos processos fabris. Do total de CO2 gerado durante a fabricação de vidro em todo o mundo, cerca de 80% vêm do uso de gás natural para fazer os fornos funcionarem. O número impressiona, mas pode ser diminuído por meio da reciclagem do produto como parte da fabricação.

A boa notícia é que as usinas de float e oco já incorporam a prática aos seus processos: elas usam restos do material, os chamados “cacos”, para compor a mistura de matérias-primas. Ao serem derretidos nos fornos, não há emissão de CO2, diferentemente das matérias-primas puras. Além disso, os cacos aumentam a produtividade dos fornos: 1 t deles gera 1 t de vidro, enquanto 1 t de matéria-prima gera pouco mais de 800 kg de vidro. De acordo com a European Container Glass Federation (Feve), associação europeia de fabricantes de frascos e recipientes, o uso de 10% de cacos em uma fornada de vidro faz diminuir em 5% a emissão de CO2. Outro dado a favor dos cacos vem da Guardian: por derreterem a uma temperatura muito mais baixa do que a areia, eles reduzem o consumo de energia. Segundo a usina, em média, para cada 10% de cacos usados, suas demandas energéticas são reduzidas em até 3%.

Existem, inclusive, experiências bem-sucedidas de produtos sendo fabricados com cada vez mais cacos. A Saint-Gobain Glass anunciou em julho uma inovação técnica para a produção de um vidro com a menor pegada de carbono do mercado: alto teor de cacos (cerca de 70% da receita) e fornos alimentados por energias renováveis. Esse processo de fabricação emitiu cerca de 40% a menos de CO2 na comparação com outros produtos da empresa e já tem um resultado concreto, a linha de controle solar Cool-lite Xtreme, que passa a fazer parte do portfólio da empresa.

Vale lembrar que o processo de reciclagem do vidro é complexo, graças a seu peso. A coleta e o armazenamento do plástico, por exemplo, envolvem menos trabalho e recursos. Isso explica o fato de boa parte do mundo (com exceção dos europeus) não tratar nosso material da forma devida: nos Estados Unidos, em 2018, quase 7 milhões de t de vidro foram despejadas em aterros. Por isso, ainda há um longo caminho a ser percorrido nesse sentido. A reportagem da Nature indica que somente vontade política, incluindo legislações específicas e alocação de recursos por parte do poder público, pode fazer a reciclagem de vidro virar uma prática rotineira.

Novos combustíveis
Outro campo que ajudará na redução das emissões é a busca por novas fontes de energia para substituir o gás natural. No final de 2021, uma fábrica inglesa da Pilkington, pertencente ao Grupo NSG, realizou o primeiro teste mundial de fabricação de vidros arquitetônicos com fornos ligados a hidrogênio. Em março deste ano, a mesma unidade da companhia se tornou a primeira planta de float do planeta a acionar um forno usando apenas biocombustível – desenvolvido a partir de resíduos orgânicos, ele emite cerca de 80% menos CO2 do que o gás natural. O experimento durou quatro dias, com os equipamentos em produção total, fabricando pouco mais de 15 mil m² de vidros.

No entanto, não existe solução mágica: a simples troca da fonte de energia não resolverá todos os problemas de emissão. A chama gerada pelo uso de hidrogênio não é controlável (em tamanho e temperatura) como a do gás natural, o que significa maior instabilidade na produção — e impactando a produtividade. A forma de se fabricar o hidrogênio a ser consumido também precisa ser levada em conta: de nada adianta ele ser menos poluente se sua produção for danosa ao meio ambiente. Em geral, o modo de produção de vidro é o mesmo há muito tempo – por isso, a necessidade de pesquisa e desenvolvimento de soluções para aperfeiçoá-lo segue como constante no setor.

A Europa está bastante avançada nesse quesito. Em 2019, por exemplo, a Comissão Europeia publicou o European Green Deal (Acordo Verde Europeu), documento com o objetivo de criar políticas em prol do meio ambiente, incluindo o segmento da construção. Outro projeto local, dessa vez focado no segmento vidreiro, é o LIFE Eco-HeatOx, criado para o desenvolvimento de tecnologias que ajudem no pré-aquecimento dos fornos usando oxigênio puro – isso aumenta a eficiência do derretimento das matérias-primas, consumindo menos energia para tal. Testes feitos numa fábrica na Bulgária revelam que a técnica diminui as emissões de CO2 em até 23% na comparação com outros métodos de combustão.

A Glass Aliance Europe (associação europeia de indústrias vidreiras) acredita que as inovações devam surgir nos mais diversos setores industriais, com soluções para outros mercados podendo ser adaptadas às realidades de nossa cadeia. A entidade afirma ainda que as empresas poderão utilizar formas de compensação para eliminar as emissões, incluindo:

  • Captura e armazenamento de carbono (CCS)
    Consiste em separar o CO2 produzido para convertê-lo em líquido. Na sequência, ele será transportado por tubulações e armazenado nos chamados “reservatórios geológicos”, nos quais não poluirá o ambiente.
  • Captura e utilização de carbono (CCU)
    Processo de captura do CO2 para reciclagem e uso posterior. Ele pode ser transformado, por exemplo, em etanol.

A movimentação das usinas
No Brasil e no mundo, fabricantes de vidro se adequam a um futuro sustentável. A AGC anunciou este ano um compromisso de reduzir em 30% as emissões diretas e indiretas até 2030. O próximo passo dessa meta é atingir a neutralidade de carbono até 2050 – quando uma empresa não adiciona CO2 à atmosfera, seja eliminando suas emissões ou as compensando com técnicas de CCS ou CCU.

Para alcançar os objetivos, um conjunto de ações está sendo implementado, do setor de pesquisa e desenvolvimento à cadeia de suprimentos e transporte, passando pelo abastecimento e produção. O próximo passo é o lançamento de uma nova linha de vidros com pegada de carbono significativamente reduzida – esses produtos serão mostrados em primeira mão pela AGC Europa durante a feira Glasstec, em setembro, na Alemanha. Após testes bem-sucedidos, a expectativa da empresa é entregar os primeiros pedidos desses itens até o final de 2022. “Alcançar a neutralidade requer uma transformação holística de nossa produção, que vai do fornecimento e uso de matérias-primas sustentáveis, até a forma como o vidro é derretido, sem negligenciar o design e o uso de nossos produtos para otimizar os benefícios climáticos”, explica Davide Cappellino, presidente da divisão de Vidros Arquitetônicos da AGC Europa e Américas.

Em maio, foi a vez de o Grupo NSG revelar suas metas de redução: 30% nas emissões diretas/indiretas, incluindo a cadeia de suprimentos, e neutralidade até 2050. Um dos trabalhos a serem realizados será a introdução de fornos elétricos para o derretimento das matérias-primas, em conjunto com a aposta no uso de 100% de energias renováveis.

Aqui no Brasil, a Cebrace (joint-venture do Grupo NSG com a Saint-Gobain) começou a renovação gradual de sua frota de caminhões: a partir de agora, serão utilizados veículos in loader a gás. A princípio, a iniciativa terá dez carretas fazendo rotas de entrega no Estado de São Paulo. Os veículos conseguem rodar cerca de 500 km ao serem abastecidos com o volume máximo de gás, podendo receber ainda biometano. Outra iniciativa é a construção da nova sede da companhia em Jacareí (SP), obra que recebeu a certificação Leed Silver para construções sustentáveis – veja os detalhes do prédio clicando aqui. Mas a principal ação de sustentabilidade da empresa foi a recente aquisição da Massfix, a maior recicladora de vidros (planos, laminados e ocos) do Brasil.

Um dos focos da Guardian está na divulgação dos efeitos de seus vidros na natureza. A empresa desenvolveu as Declarações Ambientais de Produtos (EPDs), documentos que apresentam informações sobre o impacto ambiental do ciclo de vida dos produtos. Disponível para América do Norte, Europa, África, Oriente Médio e Índia, o documento em breve contemplará o Brasil: a renovação das EPDs para a América do Norte vai incluir no processo a fábrica da Guardian em Porto Real (RJ). A previsão é de que essa EPD seja publicada no final de 2023. A usina também investe em parcerias com clientes em programas de devolução de vidro plano, aumentando a disponibilidade do material para uso na fabricação, entre outras ações.

A Vivix também planeja adotar energias limpas conforme a possibilidade de aplicação delas avançar. O novo forno recém-anunciado pela usina, a ser construído no município de Goiana (PE) ao lado de sua atual planta, está sendo preparado para uso parcial de biogás e hidrogênio. “Acho que todas as empresas, não apenas a nossa, devem evoluir para essas fontes nos próximos anos”, avalia o presidente da empresa, Henrique Lisboa.

Este texto foi originalmente publicado na edição 596 (agosto de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: Miha Creative/stock.adobe.com

O vidro em nossa rotina

Uma das marcas de O Vidroplano é buscar entender assuntos atuais, que influenciam nosso cotidiano, sob a óptica do setor vidreiro. E não existe nada mais contemporâneo que as mudanças climáticas pelas quais o mundo passa.

Os conceitos de sustentabilidade não são apenas preocupação das empresas, mas uma demanda da sociedade: ao diminuir a poluição e a emissão de gases, será possível evitar um clima cada vez mais extremo.

Pensando nisso, preparamos um especial sobre o papel do vidro e da nossa indústria na busca por um mundo mais verde. Este mês, explicamos o que está acontecendo com o planeta, a importância da reciclagem de vidro, as tecnologias que podem revolucionar a fabricação do material e o que as usinas estão fazendo para fazer com que seus processos sejam mais eficientes e menos danosos ao meio ambiente. Não para por aí: em setembro, teremos mais conteúdo a respeito desse tema.

Esta edição abriga, ainda, outra série especial que começa agora em agosto: pelos próximos meses, a seção “Para sua vidraçaria” abordará os segredos da gestão, focando em algumas áreas cujo bom funcionamento é essencial para a vidraçaria. A primeira parte explica a importância dos setores comercial e de marketing.

Veja ainda o que a edição 2022 da Glasstec – a principal feira vidreira do planeta – reserva aos seus participantes, as tendências em vidros e espelhos encontradas na Casa Cor São Paulo e mais!

Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 596 (agosto de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.