Termômetro Abravidro – Maio 2022

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Maio 2022

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento importante em maio de 2022.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou aumento de 10,03% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com abril, sem ajustes sazonais. No acumulado do ano, o estudo mostra queda de 30,1% na comparação com dezembro de 2021, mês base para o indicador.

Apresentação do PowerPoint

 

Apresentação do PowerPoint

 

Metodologia
A coleta de dados foi realizada na primeira semana de maio, por meio de formulário online. Ainda em fase piloto, o estudo foi aberto para processadoras de todo o Brasil interessadas em responder à pesquisa (65 delas participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Caleidoscópio – junho 2022

DADOS & FATOS

Economia cresce no primeiro trimestre
A economia brasileira avançou 1% no primeiro trimestre de 2022 em comparação com o último trimestre do ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a alta foi de 1,7% e, no acumulado dos quatro trimestres, de 4,7%. A indústria ficou estável, com alta de 0,1%.

Maior confiança desde outubro de 2021
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), avançou 1,3 ponto em junho — de 56,5 pontos para 57,8. O resultado demonstra avanço em relação ao mês anterior e coloca a confiança do setor industrial no maior patamar desde outubro de 2021.

Alta dos juros
Industriais se manifestaram contra o avanço da Selic a 13,25% ao ano, medida anunciada em 15 de junho. Para a CNI, a elevação, além de “desnecessária”, trará custos adicionais para a economia. Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), diz que a alta “representa uma estratégia monetária irresponsável perante a população brasileira, cuja prioridade é a criação de empregos, o aumento dos investimentos e a retomada do crescimento econômico”.

Projeto para desburocratizar a construção
A Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec/ME) lançou o Projeto Construa Brasil. A iniciativa tem o objetivo de desburocratizar e industrializar o setor da construção, promovendo a melhoria do ambiente de negócios e gerando empregos.

 

FIQUE POR DENTRO

Brasil perde posição em ranking de competitividade
O País caiu duas posições no Anuário Mundial de Competitividade 2022, produzido pelo Instituto Internacional de Desenvolvimento Gerencial, da Suíça. No ranking divulgado em 14 de junho, o Brasil aparece na 59ª posição entre as 63 economias analisadas, à frente apenas da África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela. Nas primeiras colocações estão Dinamarca, Suíça, Cingapura e Suécia. A pesquisa considera quatro pilares críticos na análise da competitividade: desempenho da economia, eficiência do governo, ambiente de negócios e infraestrutura.

Um dos destaques positivos do Brasil é a energia renovável, frente em que o País ficou em 3º no mundo. Outro destaque brasileiro no relatório foi a presença de mulheres em cargos de liderança: ocupamos a 12ª posição, com 39% do total. Um dos principais desafios é o baixo investimento, com pouco mais de 1% do PIB revertido em pesquisa e desenvolvimento, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) usados no relatório.

 

RETROVISOR

Há quatro anos, contamos tudo sobre a última Glass
Esta edição circulará na Glass South America 2022. Por conta da pausa ocasionada pela pandemia, a última vez que reportamos a feira tem tanto tempo que já cabe nesta seção: foi em junho de 2018, com todos os detalhes, lançamentos e curiosidades do evento daquele ano — O Vidroplano faz, por tradição, a melhor e mais completa cobertura da mostra. Este ano não será diferente! Fique atento ao nosso site, redes sociais e à edição de julho da revista.

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: thodonal/stock.adobe.com

Conheça um dos ensaios para envidraçamento de sacada

Antes da instalação de qualquer envidraçamento de sacada, a norma sobre o produto (ABNT NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas) determina que um protótipo do sistema completo, incluindo os vidros, precisa ser aprovado em diferentes ensaios. Um deles é o de resistência às cargas uniformemente distribuídas (pressão de vento). A classificação que o item atinge, informada no laudo emitido pelo laboratório, indica se a solução é adequada para a instalação em determinada região do País. Conheça mais sobre o ensaio a seguir.

Aparelhos necessários
Câmara de ensaio com abertura em uma de suas faces que permita a fixação do corpo de prova a ensaiar, de forma a garantir a reprodução da interface do sistema e do vão de instalação, conforme recomendação do projeto ou manual de instalação do fabricante;

Sistema de aplicação de pressão que garanta a estabilização da pressão estática especificada durante o período de ensaio;

Aparelhos de medida de pressão que permitam medir as diferenças de pressão estática com exatidão de medição de ± 20 Pa.

Passo a passo
1. O corpo de prova (o protótipo do sistema a ser testado), medindo 2.300 mm de largura e 2.300 mm de altura e dividido em quatro folhas de, aproximadamente, 575 mm de largura cada uma, é fixado na câmara de ensaio, de acordo com a recomendação do projeto ou o manual de instalação do fabricante;

2. Todas as partes móveis do corpo de prova são submetidas a cinco ciclos completos de abertura, fechamento e travamento. Os componentes são ajustados para que fiquem em condições de operação, conforme as recomendações do fabricante;

3. Caso não seja atingida a pressão de ensaio necessária (cujo valor é determinado de acordo com a Tabela 1 presente na ABNT NBR 16259), toda a área do protótipo deve ser coberta com um filme plástico para que, quando a pressão for aplicada, ela atinja todo o corpo de prova e não interfira no resultado do ensaio;

4. O sistema é submetido a 30% da pressão de ensaio especificada – em seguida, a diferença de pressão é anulada e é feita a avaliação visual para identificar e registrar possíveis colapsos, como quebra de vidro, ruptura dos perfis ou componentes, verificando a abertura, fechamento e travamento das folhas móveis do corpo de prova;

5. Após essa análise, o corpo de prova é submetido a 60% e 100% da pressão especificada, e a análise citada é repetida;

6. Os mesmos procedimentos são repetidos para avaliar o desempenho em relação à pressão de sucção (negativa).

Vale observar que a pressão de segurança (cujos valores também são informados na Tabela 1 da ABNT NBR 16259 de acordo com a região em que se pretende instalar o envidraçamento ensaiado) é aplicada por duas vezes na pressão positiva e, em seguida, por duas vezes na pressão negativa (sucção). O tempo para atingir a pressão de segurança deve ser superior a cinco segundos e inferior a vinte segundos, e ela deve ser mantida por sete segundos (com tolerância de 3 segundos para mais ou para menos).

Requisitos para aprovação
a. Não apresentar ruptura, colapso total ou parcial de qualquer um de seus componentes, incluindo o vidro;

b. Não ter o seu desempenho deteriorado quanto às condições de abertura e fechamento;

c. Não apresentar destacamento parcial ou total de componentes e de elementos de fixação.

Demonstração ao vivo na Glass 2022
O envidraçamento de sacada será um dos sistemas a ser apresentados na 3ª edição do Vidro em Ação, iniciativa da Abravidro e NürnbergMesse Brasil para a feira Glass South America. A atração será comandada por Ricardo Câmara, diretor e instrutor da Central do Vidraceiro e Serralheiro, em quatro sessões temáticas diárias.

Não perca a oportunidade de visitar o Vidro em Ação para tirar dúvidas e aprender mais sobre o desempenho necessário para a aprovação desse sistema!

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: evannovostro/stock.adobe.com

Entidades regionais realizam eventos em seis estados

Em Minas Gerais
De 16 a 20 de maio, a Amvid-MG e o Sinvidro-MG realizaram a Semana do Vidraceiro: vários eventos presenciais, virtuais e híbridos foram organizados com foco em vidraceiros. A cerimônia de abertura reuniu associados das entidades mineiras e representantes das indústrias de base.

Uma das atividades, o 3º Seminário de Vidros e Esquadrias, no dia 17, contou com plateia presencial e transmissão online. Vera Andrade, coordenadora técnica da Abravidro, ministrou a palestra Boas práticas para a aplicação do vidro na construção civil (foto), na qual destacou a importância da prática recomendada ABNT PR 1010 — Aplicação e manutenção de vidros na construção civil. O documento é uma ferramenta de apoio elaborada para os profissionais do setor. Especificadores devem não apenas conhecer mas também divulgar a PR.

Vera falou ainda sobre a certificação do vidro temperado. Além de ser exigida pelo mercado, essa boa prática atesta a segurança do produto para o cliente.

 

Imagem: Divulgação Sinvidro-MG/Amvid-MG
Imagem: Divulgação Sinvidro-MG/Amvid-MG

 

No Espírito Santo
O Sindividros-ES organizou a 1ª edição de 2022 da Oficina do Vidro – Encontro de Capacitação do Vidro (foto) no dia 28 de maio, em Vila Velha. Gratuito, o evento reuniu 110 participantes.

A programação trouxe a palestra Inovação – 5 formas reais e práticas de aumentar a lucratividade da sua vidraçaria, ministrada por Gabriel Batista, sócio-fundador do portal Setor Vidreiro. Batista, entre suas orientações, destacou a importância de sempre informar e recomendar a manutenção dos sistemas instalados, de forma que o vidraceiro se mostre como um parceiro útil para o cliente.

Também em maio, o sindicato capixaba deu início às aulas da “Trilha de Formação”, curso organizado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Espírito Santo (Senai-ES). Segundo o presidente do Sindividros-ES, Gilney Calzavara Júnior, esse é o primeiro passo da entidade em direção a um setor mais qualificado, organizado e formalizado.

Fotos: Divulgação Sindividros-ES
Fotos: Divulgação Sindividros-ES

 

 

Na Bahia
A Adevibase-BA/SE e o Sindividros-BA levaram o engenheiro civil Fernando Westphal para realizar, no dia 2 de junho, em Salvador, a palestra Eficiência energética com uso de vidros de controle solar e a norma de desempenho ABNT NBR 15575.

Professor-doutor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Westphal discorreu sobre a eficiência energética dos vidros de controle solar e a economia que eles trazem para os ambientes a longo prazo. O docente também abordou a possibilidade de usar essas peças na composição dos laminados – além do desempenho térmico, a solução agrega segurança e privacidade aos espaços. Dicas de como os especificadores podem vender esse vidro aos clientes e agregar valor aos projetos também estavam no conteúdo ministrado por Westphal.

Foto: Fábio Souto
Foto: Fábio Souto

 

 

Em Santa Catarina
A programação da Ascevi-SC e do Sindicavidros-SC trouxe dois eventos no mês de junho. No dia 2, a cidade de Balneário Camboriú recebeu o Archiglass (foto), cujo objetivo foi apresentar o potencial do vidro na arquitetura. Já no dia 11 foi a vez do “Vidro de Cinema”, organizado no Cineshow do BeiraMar Shopping, em Florianópolis.

Ambos trouxeram palestras da auditora de qualidade Franciny Marques. No Archiglass Balneário Camboriú, ela falou sobre as aplicações do vidro na arquitetura, decoração e engenharia; já no Vidro de Cinema, seu foco foram as principais aplicações do nosso material em conformidade com as normas da ABNT. Houve também apresentações de representantes da AGC, Cebrace e Guardian nos dois eventos, e das empresas ECG Sistemas e Personal Glass no Vidro de Cinema.

Fotos: Jornal do Vidro
Fotos: Jornal do Vidro

 

 

Em São Paulo
No dia 8 de junho, o Sincomavi-SP deu início ao “Curso de Gestão de Lojas”: gratuito e em formato online, ele tem à frente o economista e administrador de empresas Sérgio Domingues. O treinamento foi desenvolvido para apresentar assuntos como posicionamento estratégico, gerenciamento por categoria e formação de preço de venda, além de orientar como aumentar as vendas e gerar mais caixa.

Alguns dos pontos apresentados na aula inaugural foram os gatilhos para as vendas (aumento de fluxo, de conversão, de concorrência etc.), para o lucro (precificação correta, aumento de margem e redução de custos) e para o caixa (redução do estoque, aumento do prazo médio de pagamento, redução do prazo médio de recebimento e do fluxo de caixa etc.).

Foto: Reprodução/Divulgação Sincomavi
Foto: Reprodução/Divulgação Sincomavi

 

 

No Paraná
A cidade de Guarapuava recebeu pela primeira vez o Work Glass, da Adivipar-PR, encontro que reuniu mais de 100 arquitetos e engenheiros de várias cidades do Paraná e de outros Estados. O encontro contou com palestra de Fernando Westphal, da UFSC, que abordou temas relacionados às aplicações do vidro na arquitetura, engenharia e decoração. Para Westphal, eventos como esse são necessários para quem atua na área, destacando a importância de que a indústria vidreira sempre leve informação técnica e de qualidade para os especificadores e apresente o desempenho dos seus produtos.

A programação contou também com um bate-papo com as usinas vidreiras AGC, Cebrace, Guardian e Vivix. Representantes das quatro empresas compartilharam conhecimentos da área com os participantes.

Foto: Elton Horman
Foto: Elton Horman

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Schott anuncia investimento no Brasil

A Schott Flat Glass do Brasil anunciou em maio um investimento de R$ 10,5 milhões na ampliação da capacidade produtiva e na automação de seus processos da fábrica localizada na cidade de Indaiatuba (SP). A decisão foi tomada com base nos dados do Índice de Confiança do Comércio (Icom) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), que avalia as projeções de varejo no País: ele mostrou que, em médias móveis trimestrais, o indicador subiu 0,5 ponto em março deste ano, sendo a primeira alta depois de seis meses de quedas consecutivas. “Esse cenário refletiu no aumento da confecção de produtos como gabinetes refrigerados e a produção de portas de vidro para gabinetes, atendendo a demanda por economizar energia elétrica que muitos varejistas têm demandado”, destaca Maria Cristina Cardoso, diretora de Vendas e Marketing para a América do Sul na Schott Flat Glass.

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: Divulgação Schott Flat Glass do Brasil

São Mateus Vidros apresenta nova logomarca

A processadora e distribuidora paulistana São Mateus Vidros apresentou este mês sua nova marca, desenhada em comemoração aos seus 25 anos de existência. Em postagem no Instagram, a empresa destaca que a marca simboliza a transformação vivida pela São Mateus Vidros, fruto de investimento em tecnologia, processos e pessoas para tornar suas atividades mais ágeis e assertivas e melhor atender seus clientes. A empresa informa ainda que o compromisso com a essência de realizar negócios de forma honesta e sustentável segue como principal meta.

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: Reprodução

Imposto de Importação tem nova redução

O governo federal decidiu, por meio da Resolução Gecex nº 353/2022, reduzir em mais 10% as alíquotas do Imposto de Importação sobre mais de 6 mil códigos tarifários da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Vidros e espelhos estão entre os itens contemplados pela medida, a qual se somou à redução de 10% publicada em novembro do ano passado. Assim, mais de 87% dos códigos tarifários da NCM tiveram a alíquota reduzida em um total de 20%. Vale destacar que a nova redução foi aprovada em caráter temporário, com prazo de vigência de 1º de junho de 2022 até 31 de dezembro de 2023.

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: bbnb/Freepik

Pará inclui vidros na ST

O Estado do Pará divulgou o Decreto 2401/2022, no qual inclui o setor de materiais de construção no grupo de Substituição Tributária (ST). Dessa forma, os vidros planos passam a ser contemplados pela ST no Estado a partir de 1º de julho. A atualização já consta na cartilha A substituição tributária aplicada ao vidro plano, disponibilizada gratuitamente no site da Abravidro a todo o setor vidreiro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: Katemangostar/Freepik

Vivix lança nova cor para vidro pintado

A Vivix lançou em maio o vidro pintado Vivix Decora Efeito Bronze: segundo a fabricante, a nova solução se destaca pela versatilidade, pois sua tonalidade varia dependendo da paleta de cores do ambiente e da iluminação de onde está sendo aplicada. A gerente de Produto da Vivix, Viviane Moscoso, complementa que o vidro também transmite mais modernidade ao ambiente, não oxida, é de fácil limpeza e manutenção, pode ser utilizado como mural para anotações e rabiscos e, além de tudo, possui aspecto espelhado, o que proporciona um efeito de maior profundidade e requinte aos espaços. As chapas do produto são comercializadas no tamanho 3,3 x 2,4 m.

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: Walter Dias

Biesse abre filiais no Brasil e em outros países

O Grupo Biesse está abrindo novas filiais no Brasil, Israel e Japão. No que diz respeito ao nosso país, a multinacional – que já estava aqui com a comercialização de equipamentos para processamento de vidro e pedra – irá agora ampliar essa presença com a entrada no mercado moveleiro. De acordo com a Biesse, a atuação no Brasil também permitirá que oportunidades em outros países da América do Sul sejam avaliadas mais de perto. “A globalização é um dos fatores-chave que sempre impulsionou o desenvolvimento do nosso grupo e hoje, com cerca de 85% do nosso volume de negócios consolidado gerado no exterior, simplesmente não poderia ser de outra forma”, explica Roberto Selci, CEO do grupo.

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: Divulgação Grupo Biesse

Cebrace lança vidro low-e no Brasil

Este mês, a Cebrace colocou no mercado o Thermo Vision – a empresa informa que se trata do primeiro vidro baixo-emissivo fabricado no Brasil voltado para aplicação nos mercados de refrigeração e de linha branca. O produto pode ser utilizado na versão monolítica (para fornos e fogões) e insulada (para equipamentos de refrigeração), com o diferencial de não precisar de desbaste de borda. De acordo com a empresa, quando aplicado em fornos, ele reduz a temperatura da face externa, trazendo segurança aos usuários finais. Jonas Sales, coordenador do mercado de refrigeração e linha branca da Cebrace, destaca que o Thermo Vision também pode ser adquirido na versão jumbo (3,21 x 6 m).

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: Divulgação Cebrace

 

Fachada de mansão paulista tem vidros de controle solar

A Residência Gênesis parece uma daquelas casas estrangeiras que já mostramos algumas vezes nesta seção “Vidro em obra”. A estética moderna, o uso de vidros tecnológicos, a intensa interação entre interior e exterior permitida por nosso material… Tudo faz parecer crer que seja um projeto internacional de alto padrão. Mas a realidade é que ela está aqui, em nosso país – o que só reforça como nossa arquitetura e design de interiores não devem em nada aos feitos em outros lugares do mundo.

Localizada em Alphaville, bairro nobre de Barueri (SP), a 40 minutos da capital, a casa recebeu cerca de 500 m² de vidro de controle solar, responsáveis não apenas por regular o clima dentro da construção, mas também por proteger móveis da ação dos raios ultravioleta.

Na tendência verde
Projetada pela Alca Engenharia, a obra tem 1.880 m² construídos. Como a sustentabilidade é um de seus principais conceitos, a casa ganhou tecnologias que diminuem o impacto do empreendimento ao meio ambiente – ao mesmo tempo que trazem bem-estar aos ocupantes.

Um dos destaques são os fechamentos em steel frame, um sistema construtivo formado por perfis de aço galvanizado que gera uma quantidade mínima de resíduos. Além deles, a obra conta com painéis fotovoltaicos para a geração de eletricidade limpa e ainda com um sistema de reaproveitamento da água da chuva.

Janelas para a natureza
Aproveitar ao máximo a vista da paisagem é outra prioridade. E, para garantir isso, foram criados vãos enormes, de 5 m de altura por 15 de largura, os quais receberam peças do ClimaGuard SunLight, da Guardian. “O material possibilitou toda a integração necessária, sem nenhuma interferência”, conta a arquiteta Christiana Arantes, autora do projeto.

A iluminação natural no interior dos cômodos é total – o que contribuiu bastante para a redução no consumo de eletricidade com ar-condicionado e luzes artificiais, por exemplo. “Em quase todos os ambientes projetamos uma claraboia de vidro para possibilitar ainda mais entrada de luz natural, já que há grande incidência de sol na casa”, relata Christiana.

Nosso material não marca presença somente nas fachadas. Todas as paredes da suíte master são de vidro, incluindo as do banheiro no espaço. Por isso, não se esqueça: se estiver com dúvidas sobre qual material pode proporcionar ar moderno a uma construção, escolha o vidro.

A grandiosidade da Residência Gênesis
– 6 suítes
– Piscina aquecida
– Academia
– Quadra de squash
– Elevador panorâmico
– Garagem com vaga para 20 automóveis
– Adega climatizada

Ficha técnica
– Obra: Residência Gênesis
– Autor do projeto: Alca Arquitetura
– Local: Alphaville (Barueri, SP)
– Fabricante dos vidros: Guardian
– Fabricante das esquadrias: TecLine
– Instalação dos guardas-corpos, adega, boxe e espelhos: Vidros Quitaúna

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Edson Ferreira

Abravidro forma nova turma do módulo de PPCPE

A Abravidro formou, nos dias 2 e 3 de junho, mais uma turma no módulo de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE), parte da Especialização Técnica Abravidro. As aulas foram ministradas em formato presencial, em São Paulo, por Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro e um dos maiores especialistas brasileiros no beneficiamento do vidro.

Frutos da qualificação
Como de costume, o conteúdo do módulo foi atualizado levando-se em conta a atual situação do mercado vidreiro nacional. Entre as novidades trazidas para essa turma, Cláudio abordou a percepção dos clientes diretos e indiretos em relação à eficácia e eficiência da processadora, o que compõe o valor percebido por eles. Também apresentou sugestões para aumentar a flexibilidade do sistema de entrega de valor ao cliente, além de destacar a importância da manutenção prescritiva para reduzir os riscos de paralisações das operações da empresa por quebra de maquinários.

“Essa turma, uma das mais ativas e participativas, trouxe diversas perguntas extremamente relevantes, tanto em relação à tecnologia como na gestão de sistema de entrega de valor ao cliente”, destaca Cláudio Lúcio aproveitando para recomendar que os dirigentes das processadoras também participem dos treinamentos da Especialização Técnica Abravidro. Dessa maneira terão um melhor aproveitamento na identificação de oportunidades de melhoria e correção dos paradigmas dos processos de suas empresas para dessa forma obter melhores resultados.

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Quem fez, recomenda!
“Faço parte do setor de PCP da minha empresa e recomendo muito esse treinamento, não só para os colaboradores, mas também para os gerentes e diretores. Alguns pontos abordados nas aulas não fazem parte do meu dia a dia, mas fazem parte do dia a dia deles.”
Alcides da Rosa Neto, Divimax (Sumaré, SP)

“Esse curso traz uma visão muito ampla sobre planejamento de produção e de corte. E isso ajuda na parte de otimização de processos. O conteúdo aprendido vai me ajudar no desenvolvimento dentro da fábrica: já estou saindo daqui com ideias para mudanças nos nossos processos.”
Ana Beatriz do Rosário Silva, Speed Temper (São Roque, SP)

“Nossa empresa atua na área de ferramentaria e usinagem. A minha inscrição nesse treinamento teve o objetivo de aprender um pouco mais sobre o setor de vidros. Para isso, o conteúdo foi excelente: pude entender de cabo a rabo todo o processo do material, com um ótimo professor.”
André Felipe dos Santos, Evolufer (Mauá, SP)

“É a primeira vez que participo desse curso. Vim buscar conteúdo técnico e estou levando para minha empresa novos conhecimentos sobre como calcular o que ela realmente consegue produzir em um dia, o que permitirá que aproveitemos ao máximo nossa capacidade produtiva para atingirmos nossos objetivos.”
Carla Karoline Vieira dos Anjos, Tempermat (Cuiabá, MT)

“Levarei daqui muitas ideias para a implementação de tudo que foi passado para a gente nessas aulas. O professor mostrou novamente que tem um conhecimento bastante amplo – essa é a segunda vez que participo de um módulo ministrado por ele.”
Daniel Martins dos Santos, VTC Tecnologia de Vidros (Itupeva, SP)

“Como nossa empresa está em processo de transição de gerações, é um momento bastante oportuno para a realização desse módulo, para juntar a experiência da geração anterior e as técnicas e inovações aprendidas aqui. Com isso, vamos trazer uma sinergia mais interessante para o mercado, com mais qualificação e melhores resultados.”
Pedro Lucas Ribeiro Fornel, Casa do Vidraceiro (Ribeirão Preto, SP)

Próxima turma já tem data definida!
Se você não conseguiu se inscrever a tempo para as aulas de junho, anote na sua agenda: a próxima turma do módulo de PPCPE será realizada na sede da Abravidro, em São Paulo, nos dias 25 e 26 de agosto.

As inscrições já estão abertas; para mais informações, entre em contato com Rosana Silva pelo telefone (11) 3873-9908 ou rsilva@abravidro.org.br.

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: Amorim Leite

A maravilha que é o vidro

Fazia um tempo que não tínhamos um assunto fora de questões técnicas ou de mercado na capa de O Vidroplano. Por isso mesmo, quando nossa redação definiu o tema da reportagem especial deste mês, todo mundo ficou com os olhos brilhando para trabalhar.

Clicando aqui, você entenderá como o vidro teve papel decisivo para a evolução da ciência, das artes e de diversos campos do saber. Dois especialistas britânicos na história de nosso material criaram uma teoria que completa 20 anos agora em 2022: a partir do século 13, o vidro permitiu o desenvolvimento de ramos como a biologia, medicina, engenharia, eletricidade. Sem ele, não existiriam o período do Renascimento e as obras-primas feitas por gente como Leonardo Da Vinci, os automóveis usados hoje em dia para nos locomover ou nem mesmo o hábito de beber vinhos. Leia a matéria e viaje pela história desse produto que está ligado à trajetória humana como poucos.

Com a chegada da Glass South America, preparamos um guia especial para os vidraceiros que participarem da feira. Listamos algumas dicas e orientações para ajudar a visita a ser bastante produtiva. A revista tem espaço ainda para outro evento fundamental do setor, o 15º Simpovidro. Clicando aqui, a Abravidro revela o tema da apresentação do primeiro palestrante confirmado: o filósofo e escritor Mario Sergio Cortella.

Isso e muito mais você confere a seguir. Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

O nascimento do float

Como se vê na seção “Aqui tem vidro” deste mês, nosso material ajudou a mudar o mundo para melhor ao longo da história humana. Mas um fato razoavelmente recente foi essencial para tornar nosso material um produto ainda mais consumido: o surgimento do processo de fabricação do float.

Além de ser o Ano Internacional do Vidro, 2022 marca os 70 anos do início das pesquisas para a criação desse modelo de produção. Em 1952, o engenheiro e empresário britânico Sir Alastair Pilkington começou a estudar, experimentar e aperfeiçoar uma forma de fabricar vidro baseada na flutuação: a massa de nosso material flutuaria em cima de líquidos, deixando-o com aspecto plano. Veja, passo a passo, o que resultaria, sete anos depois, no processo padrão para a fabricação de vidros no mundo.

– Existe um mito de que Sir Alastair tivera a inspiração quando lavava louça e viu óleo flutuando na superfície da pia cheia d’água. Apesar de curiosa, a história foi negada por ele mesmo. A ideia surgiu de forma bem mais simples, enquanto trabalhava;

– O primeiro experimento, de dezembro de 1952, gerou uma peça plana de vidro, apesar de imperfeita;

– Em 1955, o processo deixava de ser meramente experimental após a construção de maquinários próprios para a tarefa;

– Em julho de 1958, após cerca de 28 milhões de libras de investimento (o equivalente a 150 milhões de libras atualmente), ficava pronta a primeira peça feita inteiramente pelo processo de flutuação;

– O anúncio da técnica para o setor vidreiro mundial foi feito em 20 de janeiro de 1959. Sir Alastair não quis fazer um monopólio da tecnologia, licenciando-a para qualquer empresa interessada. A partir dessa data, a produção de nosso material nunca mais seria a mesma.

– Atualmente, existem quase 500 plantas de float espalhadas pelo mundo.

A presente seção, “Ano Internacional do Vidro”, celebrando a trajetória de nosso material e sua importância para a história humana, é uma contribuição de O Vidroplano ao Ano Internacional do Vidro, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) para 2022.

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: thodonal/stock.adobe.com

Chegou a hora!

domingos-jun-2022Depois de quatro anos de muita espera e muitos adiamentos por conta da pandemia, está chegando a hora de o mercado se encontrar na Glass South America. A feira vai ser uma excelente oportunidade para reencontrarmos fornecedores, clientes e amigos, além de nos atualizarmos sobre novos produtos e serviços do setor. As expectativas são altas e expositores e visitantes aguardam entusiasmados por este momento!

Por falar em novidades da indústria, neste mês de junho a Abravidro ampliou a participação no Termômetro a todo o mercado vidreiro. Nesta edição do estudo, com dados referentes ao desempenho de maio, 65 empresas responderam ao questionário, ampliando a representatividade e precisão dos dados apresentados. Deixo aqui o convite para que mais processadoras participem desse processo, contribuindo para mais essa importante ferramenta de apoio ao setor.

Segundo o Termômetro, maio trouxe um respiro e uma expectativa de recuperação após um mês de abril bem ruim. Ainda assim, o volume de vendas faturadas em metros quadrados nos primeiros cinco meses deste ano continua em queda em relação ao mês de dezembro de 2021, referência do estudo. A situação do mercado preocupa, com retração na demanda por nossos produtos, aumentos sucessivos no custo dos insumos, além das incertezas típicas de anos eleitorais.

Também preocupam os relatos de aumento da informalidade, cujos impactos negativos para a cadeia se acentuam a cada temporada de economia desfavorável. Somado à atuação desleal de alguns atravessadores, isso faz com que nosso setor se fragilize, comprometendo o desenvolvimento de todos. É preciso que as empresas assumam sua responsabilidade com um mercado justo e ético caso queiram o mesmo de seus concorrentes e parceiros. É isso que a Abravidro espera de cada um dos elos do mercado vidreiro.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Mario Sergio Cortella palestrará no 15º Simpovidro

Seja por meio de colunas de jornais, programas de rádio e TV ou livros best-sellers, a população brasileira passou a se familiarizar com conceitos da filosofia nos últimos anos. Isso foi possível graças a uma geração de filósofos nacionais capazes de explicar, com simplicidade, questões complexas como moralidade, ética e política. Mario Sergio Cortella é uma das principais figuras a popularizar esses assuntos em nosso país – por isso mesmo, a Abravidro tem a honra de anunciá-lo como o primeiro palestrante do 15º Simpovidro!

15º Simpovidro
Quando?
17 a 20 de novembro
Onde?
Club Med Rio das Pedras, em Mangaratiba (RJ)

Nascido em Londrina (PR), em 1954, Cortella tem um currículo invejável: é mestre e doutor em educação; é professor-titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), com docência e pesquisa na pós-graduação em educação e no Departamento de Teologia e Ciências da Religião, sendo ainda professor-convidado da Fundação Dom Cabral; já lecionou no GVpec – Programa de Educação Continuada, da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP); e foi secretário de Educação da cidade de São Paulo nos anos de 1991 e 1992.

Além de educador, Cortella construiu longa carreira de escritor. Escreveu dezenas de livros não só sobre filosofia, mas também sobre motivação, gestão e liderança. Entre suas obras mais conhecidas estão Política para não ser idiota; Verdades e mentiras – Ética e democracia no Brasil; Por que fazemos o que fazemos?; e Ética e vergonha na cara!. Atualmente, apresenta um podcast na rádio CBN e viaja palestrando pelo Brasil.

No Simpovidro, a apresentação de Cortella terá o tema Cenários turbulentos, mudanças velozes, com o objetivo de refletir sobre o mundo veloz da informação no qual vivemos atualmente.

INSCREVA-SE, JÁ!
Acesse www.simpovidro.com.br e se cadastre. As vagas são limitadas!
Informações? Dúvidas?
Fale com a Central de Atendimento Simpovidro: (11) 3873-9908.

Conheça as acomodações do Club Med
Os participantes poderão escolher entre três modalidades de acomodações (mais informações no site www.simpovidro.com.br):

– Superior: área de 27 ou 37 m², com ocupação máxima de 3 a 5 pessoas;

– Deluxe: área de 27, 37 ou 41 m², com ocupação máxima de 3 a 5 pessoas;

– La Réserve: acomodações mais luxuosas do Club Med Rio das Pedras, tem a Suíte, de 70 m², e conta com sala de estar separada, closet, banheira e varanda com vista para o mar e para a Mata Atlântica. Já a Penthouse, localizada no último andar, tem 120 m², tudo que a Suíte oferece e ainda um ofurô conectado à toalete. Para até 2 ocupantes, ambas são configuradas exclusivamente com uma cama de casal.

Diferenciais do La Réserve:
– Piscina exclusiva com borda infinita
– Café da manhã continental servido no quarto
– Champanhe servido na taça às 18 horas no salão particular
– Serviço de bar e snacking privativo na conciergerie
– Minibar (bebidas não alcoólicas) reabastecido diariamente
Wi-Fi Premium
– Roupão de banho
– Chinelos
– Toalha de praia disponível no apartamento

Patrocinadores do 15º Simpovidro
– AGC
– Cebrace
– Guardian
– Vivix

Apoiadores do 15º Simpovidro
– Bottero
– Diamanfer
– Eastman
– GlassControl
– GlassParts
– Glass South America
– GR Gusmão
– Italotec
– Keraglass
– Kuraray
– Lisec
– Mainz Máquinas
– Sglass
– Vetro Máquinas

Seja apoiador do encontro!
Tenha visibilidade nacional e internacional ao atrelar sua marca ao maior encontro vidreiro da América Latina. Entre em contato com Rosana Silva pelo e-mail rsilva@abravidro.org.br ou tel. (11) 3873-9902 e veja as condições.

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: Chico Max

Glass 2022 traz oportunidades para vidraceiros

Que a Glass South America é a maior feira vidreira da América Latina não é novidade para o leitor de O Vidroplano. O evento, que será realizado de 29 de junho a 2 de julho no centro de eventos São Paulo Expo, promete reunir profissionais e empresas nacionais e estrangeiras de todos os elos da cadeia vidreira. E isso inclui os vidraceiros!

Visitar a feira pode trazer várias vantagens – diretas e indiretas – para o seu negócio. Por isso, é essencial que você se planeje para aproveitar todas essas oportunidades. Nas páginas a seguir, trazemos algumas dicas e orientações para ajudar sua visita a ser bastante produtiva. Boa leitura – e… nos vemos na Glass 2022!

Otimizando seu tempo
O primeiro passo para poder aproveitar a feira é se credenciar. O processo de inscrição é gratuito e bem rápido de fazer: basta entrar no link www.glassexpo.com.br/credenciamento e preencher o formulário com as informações solicitadas.

Já se inscreveu? Então, agora vale a pena se planejar para aproveitar ao máximo tudo que o evento tem a oferecer. Afinal, o São Paulo Expo receberá mais de 100 empresas nacionais e internacionais expondo seus produtos e serviços, além de várias atividades especiais – isso sem falar nos milhares de visitantes que podem se tornar parceiros ou clientes da sua vidraçaria. “A Glass é um evento em que não podemos perder tempo, pois são muitas novidades para ver e cada minuto é precioso”, alerta Ricardo Câmara, diretor e instrutor da Central do Vidraceiro e Serralheiro.

Como otimizar sua visita? Câmara lista algumas dicas:

– Faça seu credenciamento online antes da data do evento;

– Acesse a relação de todos os expositores no site oficial da Glass South America e anote as empresas que considera as mais importantes para o seu negócio, incluindo o número do estande delas;

– Lembre-se de sair cedo de casa ou do hotel em que estará hospedado: São Paulo é uma cidade em que sempre há risco de trânsito pesado, e é ideal evitar chegar atrasado para aproveitar o dia do começo ao fim;

– Falando em aproveitar o dia, procure chegar ao São Paulo Expo antes do horário para evitar a fila na entrada – afinal, a quantidade de visitantes do evento é muito grande.

Assim, já nos primeiros dias você deve conseguir visitar as principais empresas do seu planejamento e conversar com os representantes delas. Depois de fazer tudo isso, já pode deixar a correria do lado; vale a pena, inclusive, reservar pelo menos dois dias para andar pelos corredores da Glass e conferir o restante da feira com calma e tranquilidade.

Por que participar?
“A Glass South América tem como objetivo trazer o máximo em termos de conhecimento, atualizações e, principalmente, as tendências de mercado. Portanto, para qualquer vidraceiro, participar desse evento significa estar um passo à frente e preparado para ofertar produtos de maior valor percebido”, explica Câmara. A Glass só acontece a cada dois anos – e, devido à pandemia da Covid-19, foram quatro anos sem a realização da feira. Então, não permita que essa oportunidade passe.

O que você vai encontrar na feira?
Basicamente, tudo de que sua vidraçaria precisa. A começar, é claro, pelos vidros: fabricantes apresentarão novidades em seus estandes, cada uma trazendo uma série de benefícios em aspectos como desempenho, tecnologia, conforto e segurança.

Mas nosso material é apenas um dos muitos produtos que você verá pelos estandes das empresas expositoras. Também será possível encontrar lançamentos de ferramentas manuais e automatizadas, soluções para o manuseio, instalação e manutenção dos vidros, além de kits de ferragens e acessórios que podem trazer mais segurança e facilidade na realização das atividades pela sua equipe.

E não pense que a administração da sua vidraçaria não está contemplada na feira: alguns dos expositores atuam no desenvolvimento de softwares para gestão do trabalho, fluxo de caixa, acompanhamento do andamento dos processos e outras necessidades, proporcionando assim ganho de tempo, agilidade, organização e excelência no atendimento.

Foto: Cris Martins e Vinicius Buarque
Foto: Cris Martins e Vinicius Buarque

 

Fechando novos negócios
Como dito no começo da reportagem, a Glass South America reúne todos os elos da cadeia vidreira. Isso significa que ela funciona também como um grande espaço de networking: lá você encontrará vários potenciais fornecedores, clientes e parceiros comerciais, sejam entre os expositores, sejam entre os outros visitantes da feira. Dessa forma, será possível fechar novos negócios durante o evento – e também depois dele.

Por isso, é essencial estar preparado para essas oportunidades. Vale a pena preparar e levar cartões da sua vidraçaria que informem o endereço, telefone de contato e também o site e as redes sociais dela. Não se esqueça também de pegar os contatos das empresas, é claro.

Boa parte dos seus negócios na Glass pode envolver os lançamentos apresentados nos estandes. “Muitas vezes, o cliente pode precisar de um produto novo e diferenciado, e é nesse momento que o vidraceiro precisa estar preparado para ofertar o que há de mais moderno e inovador e, dessa maneira, se diferenciar em relação à concorrência”, alerta Câmara.

Assim, o bate-papo com os expositores pode ser bastante produtivo para aprender mais sobre as novas soluções, avaliar aquelas que melhor se encaixam nas atividades que sua equipe já realiza ou que tem planos de realizar e negociar o fornecimento delas para a sua empresa. Para poder conhecer todas elas, o diretor e instrutor da Central do Vidraceiro e Serralheiro recomenda evitar conversar mais do que o necessário: afinal, cada minuto pode ser uma oportunidade para novos e grandes negócios.

Celular: aliado indispensável
Outra dica valiosa é que os vidraceiros levem o celular e carregador – portátil, se possível, pois pode demorar muito tempo para se encontrar uma tomada e mais tempo até a recarga estar completa.

Essa recomendação é muito importante: na Glass, o seu celular tem várias utilidades. Afinal, é nele que você salvará novos contatos e usará para ligar para algum conhecido caso esteja procurando-o no evento. Mas o seu aparelho tem outra finalidade essencial: a de registrar tudo que a feira mostra. “Não vão faltar oportunidades para tirar boas fotos e gravar vídeos de momentos importantes para fazer postagens nas suas redes sociais e divulgar as novidades para seus clientes e seguidores – além de gerar engajamento, isso mostra a eles que sua empresa está atualizada com o que o mercado oferece”, aponta Ricardo Câmara.

Por isso, é preciso estar atento à bateria para não perder os conteúdos registrados. E não se esqueça de deixar bastante espaço livre na memória do celular: quando voltar para sua casa ou hotel ao final de cada dia da Glass, passe todo o conteúdo para um notebook, pen drive ou outro dispositivo.

Atenção às regras gerais:
– A Glass South America é restrita a profissionais do setor – por isso, não será permitida a entrada de crianças. Para jovens de 16 a 18 anos, a entrada será permitida mediante assinatura do formulário de consentimento por pais ou responsáveis na entrada do evento;

– Por se tratar de um evento de negócios, não é permitida a entrada de pessoas trajando bermudas, camiseta regata e/ou chinelos;

– Ao participar da Glass, visitantes e expositores estão cientes e concordam que fotografias e filmagens, feitas durante o evento, poderão ser utilizadas pelos organizadores para promoção e divulgação da feira;

– As determinações atualizadas pela organização do evento em relação aos protocolos de saúde, incluindo informações sobre o uso de máscaras e obrigatoriedade de vacinação contra a Covid-19, podem ser conferidas no campo “FAQ” do site oficial.

Veja o desempenho do vidro na prática!
Além dos estandes das empresas expositoras, um espaço que vale muito a pena visitar é o Vidro em Ação. Ele é uma iniciativa da Abravidro e NürnbergMesse Brasil, em parceria com o Laboratório Falcão Bauer da Qualidade e a Central do Vidraceiro e Serralheiro.

Ricardo Câmara, que estará à frente da atração na Glass 2022, convida todos os vidraceiros a visitar o espaço: “O Vidro em Ação tem como principal objetivo levar o máximo de informações sobre as normas técnicas para os visitantes da Glass. Todo esse conhecimento que será apresentado no Vidro em Ação permite que sua equipe eleve o padrão de trabalho, reduza erros e necessidades de retrabalhos, além de lhe ajudar a especificar os vidros para as obras com mais confiança, aumentar seu potencial de negociação e – o mais importante – tudo isso torna o seu trabalho mais seguro e valorizado”.

Este ano, o Vidro em Ação terá quatro sessões temáticas diárias e um de seus destaques será a apresentação com dicas sobre envidraçamento de sacada (veja parte desse conteúdo clicando aqui). Também serão reproduzidos alguns ensaios aplicáveis ao vidro temperado (como o de classificação de segurança, fragmentação e choque térmico) e ao vidro laminado, além do de resistência a impacto em guarda-corpos.

A iniciativa tem apoio da ABNT, AGC, Agmaq, AL Indústria, Cebrace, Divinal Vidros, Eastman, GlassecViracon, Guardian, Tec-Vidro, Tempermax e Vidro Certo.

foto: Cris Martins e Vinicius Buarque
Foto: Cris Martins e Vinicius Buarque

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: Cris Martins e Vinicius Buarque

Conheça os tipos de lapidação do vidro

Ao encomendar um vidro para uma processadora, há várias informações que precisam ser comunicadas, como as dimensões, a espessura da peça desejada e sua composição (monolítica, laminada etc.). Além desses, tem outra especificação importante: o tipo de lapidação. Afinal, essa etapa do beneficiamento pode conferir diferentes aparências às bordas e cantos.

Que tal conhecer um pouco mais sobre os tipos de lapidação do vidro? Saiba mais sobre eles a seguir.

Para que serve?
A lapidação é uma espécie de lixamento ou modelagem feita com uma ferramenta abrasiva e uso de água. Segundo Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro, são dois os principais objetivos dessa operação no material: o primeiro deles é a estética do vidro, conferindo acabamento visual às bordas e cantos da peça no estilo desejado.

O segundo objetivo diz respeito à segurança do nosso material. “Além de proporcionar manuseio mais seguro, o vidro lapidado está menos sujeito a sofrer quebras espontâneas devido à eliminação de microfissuras provenientes do corte”, explica Franklin Marques, engenheiro da Brazilglass.

Cláudio Lúcio acrescenta outro benefício nesse sentido: “A lapidação da borda contribui para aumentar a resistência mecânica do vidro plano, principalmente quando a peça é temperada”.

Vale observar que, para as processadoras interessadas em ampliar seus conhecimentos sobre essa atividade, a Especialização Técnica Abravidro conta com o módulo de lapidação, ministrado pelo instrutor técnico da associação na própria empresa contratante.

Várias possibilidades
Segundo Léo Ramalho, gerente do Grupo Bend Glass, as lapidações mais conhecidas para bordas são:

 

Imagem: Divulgação/Cláudio Lúcio da Silva
Imagem: Divulgação/Cláudio Lúcio da Silva

– Reta (com filete);
– Meia-cana (abaulada);
– Bisotê (lapidação com borda chanfrada);
– Lapidação 45º;
– Lapidação OG;
– Lapidação 2G;
– Lapidação 3G

 

 

 

 

 

Cláudio Lúcio observa que, em geral, a lapidação reta e a meia-cana são as mais utilizadas no mercado. A lapidação biseauté (termo francês traduzido como “chanfrado”), conhecida popularmente como bisotê, é bastante conhecida no Brasil.

Também há diferentes tipos de lapidação para os cantos do vidro.

Franklin Marques destaca ainda a possibilidade ou não de polimento na lapidação, o que pode fazer diferença na escolha do produto: “A lapidação reta sem o polimento é aplicada em vidros para fachadas comerciais em que as bordas ficam aparentes; já aqueles com polimento são utilizados em tampos de mesa, boxes de banheiro, bancadas, guarda-corpos e vitrines comerciais”.

Imagem: Divulgação/Cláudio Lúcio da Silva
Imagem: Divulgação/Cláudio Lúcio da Silva

 

Diferenças no processo

“Cada necessidade de remoção e acabamento determina o tipo de máquina e quantidade de etapas de processamento”, explica Cláudio Lúcio. Franklin Marques exemplifica: “Para efetuar o filete, podem ser utilizadas lixas abrasivas ou rebolos; no caso da lapidação reta, usam-se rebolos do tipo copo; e, para lapidação arredondada, rebolos periféricos”.

É importante observar que a lapidação convencional não é definida pelo cliente, mas sim pelos equipamentos com os quais cada processadora trabalha: por isso, algumas empresas podem ter como padrão vidros com bordas retas (filetadas), enquanto outras podem fornecer principalmente peças com bordas abauladas (meia-cana).

Já com relação aos tipos especiais, feitos a pedido do comprador, Léo Ramalho observa que as lapidações 45º podem ser feitas no mesmo tipo de maquinário, enquanto as bisotadas são realizadas em outros. Por sua vez, Anderson Groppo Barres, diretor da A2 Vidros, aponta que as lapidações OG, 2G e 3G, que proporcionam acabamentos mais voltados ao estilo clássico, são feitas com máquinas de usinagem com comando numérico computadorizado (CNC).

Atrativos
Certos tipos de lapidação do vidro tendem a ser mais procurados de acordo com a finalidade da peça. “O acabamento abaulado, por exemplo, é muito indicado para aplicações que não exigem junção entre peças, como boxes de banheiro e portas pivotantes ou de correr”, explica Anderson Barres, da A2 Vidros. “Já os vidros com bordas retas com filetes são normalmente procurados para tampos, mas também podem ser usados em instalações com junção entre as peças e na engenharia civil.”

Apesar disso, em linhas gerais, não há uma regra definindo onde cada tipo pode ou não ser usado. Um exemplo nesse sentido contado por Ramalho, do Grupo Bend Glass, é que, embora as lapidações OG, 2G e 3G proporcionem resultados muito bonitos para tampos de mesa, a maioria das demandas que a empresa recebe para esse tipo de aplicação é de peças com lapidação reta com cantos arredondados. Já no caso de espelhos, ele menciona que há quem peça o produto com bordas retas, enquanto outros optam pelo acabamento bisotado.

Para Ramalho, no que tange à praticidade na limpeza e outros aspectos práticos, todas as formas de lapidação são igualmente atrativas. “O que mais atrai o cliente na compra desses vidros realmente são a qualidade estética e o perfeito acabamento.” Por sua vez, Marques, da Brazilglass, destaca: “Basicamente, para o cliente, são mais atrativos esteticamente os acabamentos com polimento em que as bordas do vidro ficam expostas e ele se torna um objeto decorativo. No mais, são questões técnicas de aplicação que irão definir o acabamento mais adequado”.

Dicas para o consumidor:
– Franklin Marques, da Brazilglass, orienta que é importante inspecionar as bordas lapidadas ao receber o vidro para se certificar de que não há microfissuras residuais nelas – como dito anteriormente, esse problema pode gerar futuras quebras espontâneas nas peças;

– Atenção também à espessura das bordas, dependendo do uso pretendido para o vidro lapidado: Léo Ramalho, do Grupo Bend Glass, explica que, quanto mais finas, mais frágil o vidro fica.

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: Divulgação Brazilglass

Entenda como o vidro ajudou a evolução humana

A presença do vidro em nossa rotina é tão grande que mal nos damos conta de como ele está diretamente ligado à nossa vida: pode ser encontrado nas televisões e em computadores, usados tanto para diversão como para trabalho; nos carros e automóveis que nos transportam; em utensílios empregados para preparar nosso alimento (fogões, panelas, micro-ondas)… A lista vai longe.

No entanto, houve um momento na história humana em que o material era quase um desconhecido – e foi exatamente o aumento de sua presença no dia a dia que fez a humanidade chegar ao nível de tecnologia e conhecimento vistos atualmente. Quem afirma isso são dois especialistas no assunto: Alan MacFarlane, professor de Ciências Antropológicas na Universidade de Cambridge (Inglaterra) e Gerry Martin, historiador e empresário.

Um livro lançado por eles há 20 anos alterou a forma como se enxergava nossa relação com o vidro. Segundo seus estudos, publicados em 2002 na obra The Glass Bathyscape: How Glass Changed The World (“O batiscafo de vidro: como o vidro mudou o mundo”, ainda sem tradução para o português), a evolução em vários campos do saber, atingida nos séculos 13 a 19, só foi possível graças ao material.

E já que o aniversário de duas décadas do livro caiu em pleno Ano Internacional do Vidro, O Vidroplano explica com detalhe essa teoria.

Breve passeio pela história do vidro
Como mostrado na seção “Ano Internacional do Vidro” de O Vidroplano em janeiro, o vidro não foi inventado. Provavelmente o material foi descoberto sem querer por fenícios há cerca de 4 mil anos, na região da Mesopotâmia (que hoje compreende parte do Iraque e Síria), ao cozinhar usando blocos de sódio e panelas em cima da areia de uma praia.

A trajetória transparente seguiu: após 500 anos, os egípcios desenvolveram um método para a produção de recipientes envidraçados — e o primeiro “manual” de como fazer vidro, escrito em pedras pelos assírios, levou mais mil anos para surgir.

Algum tempo depois (cerca de 2 mil anos atrás), os sírios inventam a técnica de sopro para a fabricação de vasos, o que seria adotado pelos romanos e levado para a Europa. Isso permitiu que a cidade italiana de Veneza se tornasse o centro da produção de vidro no Ocidente por volta do século 13.

De lá pra cá, a produção em massa do vidro só aumentou — e na seção “Ano Internacional do Vidro” deste mês, na página 66, você confere a última revolução no processo: a criação do processo de flutuação para a fabricação do vidro float.

Foto: SvetlanaSF/stock.adobe.com
Foto: SvetlanaSF/stock.adobe.com

 

Salto para o conhecimento
Nesse período de 600 anos, a humanidade saiu da Idade Média para passar por diversas revoluções: o Renascimento mudou a arte e a ciência, a Revolução Francesa mudou a política e a Revolução Industrial mudou o trabalho. Todas essas rupturas com a sociedade de antes têm uma coisa em comum: aconteceram na Europa Ocidental. Por que esse lugar especifico foi o berço de tantas revoluções? As grandes civilizações islâmicas e chinesas daqueles tempos não poderiam ter liderado essas mudanças pelas quais o mundo passou?

Para MacFarlane e Martin, a resposta está no tipo de uso de nosso material. Por toda a Europa Oriental e Ásia, o vidro era feito para ser aplicado em joias, contas e brinquedos, como uma espécie de substituto das pedras preciosas. Recipientes, vasos e potes envidraçados eram especialidades dos italianos, especialmente da cidade de Veneza. Por isso, pouco se via desses objetos em locais como Índia, China e Japão. Na Rússia e nos territórios islâmicos, a aplicação do vidro caiu drasticamente por volta do século 14, muito por conta das invasões do Império Mongol.

Como na Europa Ocidental se fabricava mais do produto, novas soluções foram sendo desenvolvidas e espalhadas pelo continente. Uma delas, que parece banal hoje em dia, são as janelas — até o século 20, elas mal apareciam em construções asiáticas. Outra aplicação tornada popular pelos venezianos durante o século 16 foi o espelho: considerado item de nobreza, à época usava-se mercúrio para criar a superfície refletiva. Só em 1835 o processo usando camada de prata virou padrão, criado pelo alemão Justus Von Liebig.

E vale citar ainda a produção de lentes. Apesar de as propriedades de ampliação do vidro e cristal terem sido descobertas pelos chineses por volta do século 12, é na Europa que nascem os óculos.

Para MacFarlane e Martin, a maior presença do vidro no continente europeu não tem um único motivo. Dá para dizer que foi algo quase acidental, refletindo variações no clima, eventos políticos, hábitos alimentares etc. Por isso mesmo, não se pode afirmar que a sociedade europeia seria mais desenvolvida do que as de outras regiões do mundo naquela época. O vidro apenas estava no lugar certo, na hora certa: “Melhorias na fabricação de vidro renderam instrumentos mais sofisticados, os quais traziam informações mais precisas sobre o mundo ao redor”, explica MacFarlane em artigo de 2004 para a revista Science.

Reflexos do futuro
Na prática, como esses objetos de vidro influenciaram a vida de então? A prova está numa pesquisa simples feita por MacFarlane e Martin: eles escolheram aleatoriamente 20 experimentos que mudaram o mundo, incluindo a descoberta dos elétrons, por Joseph Thomson; o estudo sobre eletricidade, de Michael Faraday; e o trabalho de Isaac Newton para separar a luz branca em feixes de cores com a ajuda de prismas. Do total, nada menos do que 15 não poderiam ser realizados sem instrumentos envidraçados — sejam microscópios, telescópios, barômetros, termômetros, frascos etc. “O vidro, literalmente, abriu os olhos e as mentes das pessoas para novas possibilidades, fazendo com que a sociedade passasse para um modo visual de interpretar a existência”, analisa MacFarlane.

Vejamos os campos influenciados pelo poder da transparência ao longo dos séculos:

– Ciências em geral
Bacteriologia, biologia molecular e patologia simplesmente não existiriam. Astronomia, biologia geral, engenharia, paleontologia e geologia, entre outras, teriam se desenvolvido de forma muito mais lenta. Sem vidro, como Nicolau Copérnico e Galileu Galilei poderiam demonstrar seus estudos sobre o sistema solar? Jamais entenderíamos como funciona a divisão celular (ou nem saberíamos da existência de células), não seria possível estudar genética nem descobrir o DNA. Até mesmo remédios, como o antibiótico, dependeram de microscópios e outros objetos para serem desenvolvidos.

– Química e física
Pessoas mais velhas, ou mesmo jovens com problemas de visão, não conseguiriam ler sem óculos. A teoria dos gases, primeiro passo para a invenção da máquina a vapor, jamais seria conhecida sem nosso material — isso significa que não teríamos motores de combustão interna, eletricidade, lâmpadas, câmaras ou televisão. Graças também ao estudo do hidrogênio, criou-se o fertilizante artificial, insumo que ajudou a revolucionar a agricultura.

– Arte
A revolução causada pelos artistas do Renascimento (Leonardo da Vinci, Michelangelo, Caravaggio e Rafael Sanzio, entre vários outros) só foi possível com o desenvolvimento de estudos sobre perspectiva, óptica, anatomia, matemática — tudo envolvendo vidro. Isso sem falar nos vitrais de catedrais e igrejas que até hoje encantam o mundo.

– Dia a dia
A rotina das pessoas também mudou. O costume de construir janelas envidraçadas melhorou as condições de higiene dentro das casas, pois agora dava para enxergar a sujeira graças à entrada de luz natural. Até a atividade comercial ganhou força, já que vendedores podiam expor seus produtos em vitrines e armários envidraçados. A maior produção de garrafas de vidro garantiu a distribuição mais eficiente de bebidas e remédios — inclusive, o hábito de beber cerveja e vinho cresceu a partir daí. Relógios de bolso, iluminação pública, estufas, carruagens com cabines… A quantidade de inovações que se tornariam ainda mais evoluídas no futuro (hoje temos celulares em nossos bolsos e somos transportados por carros e aviões, ao invés de cavalos, por exemplo) é enorme.

Conexão total
Como podemos ver, não é exagero afirmar que chegamos ao atual nível de tecnologia e conforto por meio do vidro. “Suas diferentes aplicações são todas conectadas”, comenta Alan MacFarlane. “O rico conjunto de interconexões tornou o material algo fascinante e poderoso, um líquido fundido que moldou nosso mundo”. Por enquanto, nos resta aguardar pelas próximas revoluções transparentes.

Foto: Africa Studio/ stock.adobe.com
Foto: Africa Studio/ stock.adobe.com

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: Stephen/stock.adobe.com