Expectativas em alta

Passamos ao segundo semestre de 2021 e algumas incertezas permanecem. Enquanto a vacinação contra a Covid-19 vem acelerando o ritmo, com maior disponibilidade de unidades e mais faixas etárias imunizadas, a economia segue instável e o mercado vidreiro vive uma retração na demanda pelo nosso material. A isso, soma-se a preocupação com eventuais impactos da crise hídrica. Esta vem encarecendo a conta de luz e pode reduzir a disponibilidade ou encarecer a energia consumida pela indústria num momento em que precisamos manter o ritmo e não retroceder.

Ainda assim, o início do segundo semestre gera expectativas. O período costuma ser de maior demanda. No ano passado registrou-se um excelente resultado para o setor vidreiro e para as atividades ligadas à construção civil, de modo geral. As condições naquele momento eram outras, com muito desse resultado sendo atribuído ao auxílio emergencial e consumo para pequenas obras. Mas agora o cenário de normalização das atividades econômicas parece uma realidade possível no que tange à imunização total da população adulta. No entanto, as novas cepas, bem como a instabilidade política permanente em que estamos inseridos, deixam a preocupação no ar.

O preço de comercialização dos vidros processados tem registrado queda em diversos Estados, o que preocupa, visto que nossos custos não têm diminuído — muito pelo contrário — e a demanda segue retraída. Esse é mais um daqueles momentos em que precisamos estar atentos e firmes e não adotar estratégias que possam colocar em risco a sustentabilidade dos nossos negócios.

Expectativas em alta também nas discussões técnicas de revisão das normas dos vidros temperado e laminado, as quais devem seguir durante todo o semestre. O objetivo dos trabalhos é atualizar os documentos, tendo como base as normas internacionais para esses produtos. As reuniões são virtuais e a participação de todos os elos da cadeia vidreira é muito bem-vinda. Ainda no que que diz respeito ao processamento de vidros, a Abravidro retomou, no final de junho, de forma presencial, o PPCPE, único curso de PCP desenvolvido exclusivamente para o nosso mercado. A demanda foi tanta que já temos outra turma marcada para agosto. A qualificação técnica é sempre um excelente caminho para a diferenciação no mercado.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Caleidoscópio – julho 2021

DADOS & FATOS

Detalhes do crescimento da indústria em maio
De acordo com o IBGE, 73% do setor industrial brasileiro fechou no azul em maio, mês em que a produção teve elevação de 1,4%. Análise do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) mostra que a liderança coube aos Estados da Região Sudeste, sobretudo à indústria paulista (3,9%), que vinha enfrentando resultados desfavoráveis em série. “É possível que a locomotiva industrial do País esteja pegando tração. Em outras áreas, porém, o quadro não é muito promissor, como no Nordeste, onde a indústria permanece no negativo, e no Sul, ainda sem vitalidade”, pondera o Iedi.

Compra de materiais de construção
Levantamento da bandeira de cartões Visa indica que houve aumento de 38% na compra de materiais de construção com cartões da empresa no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Além disso, foi registrado incremento de quase 50% nos valores das transações em lojas do segmento, o que representa um aumento de 7% no tíquete médio gasto pelos consumidores.

Reforma tributária
Após forte reclamação da indústria, foi apresentado, no dia 13 de julho, um novo texto para a reforma tributária. “Tivemos conversas para buscar o entendimento e a sensibilidade para que o setor produtivo não fosse penalizado”, disse José Carlos Martins, presidente da CBIC. Para a CNI, a proposta anterior, original do governo, tinha diversos equívocos e tirava incentivos dos investimentos produtivos. “A realização de uma reforma tributária ampla no Brasil é mais do que urgente. Na verdade, já estamos muito atrasados”, defende a entidade.

Desempenho dos fornecedores italianos
A Gimav, entidade que reúne empresas italianas de equipamentos e insumos para o segmento de vidros (muitas delas com atuação no Brasil), divulgou seu balanço sobre 2020 e projeções para 2021. No ano passado, sob efeito da pandemia, a produção local diminuiu 16,6%, impactada pela queda nas exportações (14,9%) e nas vendas internas (20,7%). Para 2021, a associação registra recuperação das atividades no primeiro trimestre e estima aumento de 4,5% nas receitas até o fim do ano, ressaltando que o cenário ainda é instável e que pode haver mudanças.

 

FIQUE POR DENTRO

Gorilla Glass nos carros da Jeep
A Jeep passa a oferecer nos Estados Unidos a opção de utilização do Gorilla Glass, mesmo material aplicado em telas de Iphones e outros smartphones premium, em para-brisas do SUV Wrangler e da picape Gladiator. A aplicação se dá pela maior resistência do material a quebras e arranhões, além de ele ser mais fino e leve — o que impacta na emissão de menos poluentes. O material, produzido pela Corning, também é usado no Ford GT, primeiro modelo a adotar esse vidro.

 

RETROVISOR

Vidro temperado sempre com a marca
Em julho de 2012, a seção “Falando em normas” explicou a determinação da ABNT NBR 14698 – Vidro Temperado de que toda peça de vidro temperado deve ser marcada com a identificação do fabricante de forma indelével — ou seja, sem a possibilidade de se soltar do vidro. Por ser um requisito da norma, isso não é uma opção, mas sim um dever da indústria.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Benefícios

A matéria de capa desta edição de O Vidroplano é um típico exemplo do “por que não pensamos nisso antes?”. Já é praxe da revista comentar os diversos benefícios oferecidos por vidros e espelhos para a decoração de interiores. Então, que tal mostrar essas vantagens de outra forma, comparando diretamente nossos materiais com outros usados nesse segmento, como madeira, acrílico e porcelanato? O resultado é uma espécie de guia para mostrar a clientes indecisos o quão versátil é o vidro – afinal, na prática, ele é o campeão da segurança, estética e facilidade de manutenção.

A seção “Para sua vidraçaria” vai mais a fundo na questão da interação com o cliente. Você sabe como destacar seu negócio nas redes sociais, transformando visualizações e curtidas em oportunidades de negócios? Conversamos com especialistas e vidraçarias que têm se saído bem no mundo digital para revelar os segredos da atuação no Instagram, Facebook, LinkedIn, YouTube e demais ferramentas.

Outro destaque é a matéria da seção “Mercado”: com o aumento na conta de energia elétrica, a indústria vidreira precisa estar atenta ao consumo desse insumo. Mostramos algumas dicas que podem ajudar as processadoras a economizar eletricidade em sua rotina produtiva. Por fim, mas não menos importante, vale conferir também o “Vidro em obra”, sobre um prédio comercial em Santa Catarina construído em apenas 100 dias usando um sistema modular com vidro.

Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro forma primeira turma de PPCPE desde o início da pandemia

Nos dias 24 e 25 de junho, a Abravidro formou uma nova turma do módulo de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoque (PPCPE). Essa foi a primeira vez que o treinamento, parte da Especialização Técnica Abravidro, foi ministrado desde março de 2020, por conta da pandemia.

A retomada das aulas de PPCPE veio como resposta às demandas do mercado nacional, com diversas processadoras demonstrando interesse em atualizar seus conhecimentos nessa área. As vagas esgotaram-se rapidamente e a Abravidro abriu inscrições para uma nova turma, que será realizada em agosto (mais informações adiante).

Para que a volta da realização do treinamento fosse possível, a Abravidro adotou uma série de medidas de distanciamento e segurança, seguindo os protocolos exigidos pelas autoridades sanitárias, entre elas o uso obrigatório de máscaras por todos os participantes e a colocação de divisórias transparentes na frente das mesas.

ppcpe-2021

 

Atualizado e aprovado
“Uma das principais características de todos os módulos da Especialização Técnica Abravidro é que o conteúdo deles é sempre atualizado para conseguir tratar das questões, dificuldades e particularidades mais frequentes no período específico em que as aulas são realizadas”, explica Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro.

Com o Brasil e o mundo ainda enfrentando uma pandemia grave, não havia como não abordá-la nessa turma. O treinamento trouxe orientações para a adequação da empresa em tempos de crise, bem como para a melhoria do entendimento e da gestão em excelência de entrega de valor ao cliente. Também foram apresentados itens para a redução das perdas em plano de corte e explicações sobre como aprimorar o controle dos interesses e conflitos internos.

Os alunos consideraram o conteúdo do módulo extremamente positivo para aplicação em suas processadoras. “Logo depois do curso, já estávamos conversando sobre qual seria a primeira medida que colocaríamos em ação no primeiro dia de volta à empresa para conseguirmos de imediato implementar todas as ações necessárias”, declara Nádia Segantini Ianelli, responsável pelo setor financeiro da World Glass (Arapongas, PR).

Outra processadora, a Vitrino Vidros, de Araquari (SC), levou cinco funcionários para a especialização. “Trouxemos pessoas das áreas financeira, de produção e comercial. Um representante de cada uma para que, assim, possamos todos crescer juntos”, comenta Bruno Hernandes Affonso Lara, sócio-administrativo da empresa. “O treinamento é espetacular e as informações apresentadas são essenciais para que possamos ter grandes desenvolvimentos na nossa empresa e melhorar 100% dos processos dela.”

Para Cláudio Lúcio, o mercado vem descobrindo e entendendo as possibilidades de entrega de valor ao cliente ensinadas no curso de PPCPE. “A participação de pessoas como proprietários, diretores e gerentes das diversas áreas contempladas nas aulas é essencial para que essas possibilidades possam ser implementadas de forma sustentável e próspera”, avalia.

Em agosto tem mais!
Caso não tenha conseguido participar do PPCPE em junho, anote na sua agenda e inscreva-se para a próxima turma!

Data: 12 e 13 de agosto

Local: Avenida Francisco Matarazzo, 1.752, bairro Água Branca, São Paulo (SP)

Inscrições: área de Atendimento da Abravidro, pelo telefone (11) 3873-9908 ou rsilva@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

O que são soft skills?

Escrito por Mário Fernando Mello

As habilidades pessoais baseadas na personalidade têm ganhado mais importância, não só no mundo corporativo, como também na vida cotidiana. São as chamadas soft skills (habilidades suaves, em tradução livre): a capacidade de escutar os outros, de falar sem ser monopolizador, assim como a disposição para aprender são exemplos. Embora não seja fácil medi-las, é possível, sim, desenvolvê-las. Veja uma lista de seis soft skills fundamentais para encarar os desafios da vida.

1- Atitude positiva: ser positivo não significa ser sempre otimista, mas, sim, que entende a realidade e pode enxergar oportunidades de melhoria. E não esqueça: seja genuíno e não force atitudes fora de suas características.

2- Disposição para aprender: nunca ache que já aprendeu tudo que devia ou podia. Os ambientes de trabalho estão em constante mudança e evolução e as empresas valorizam muito quem tem disposição para isso.

3- Trabalhar com escassez: as empresas nem sempre têm recursos para novos investimentos, sejam em máquinas, equipamentos ou funcionários. Então, adaptar-se à realidade é uma habilidade muito útil. Isso não significa abdicar de uma visão de futuro ou de planejamento para crescimento.

4- Ter boa comunicação verbal: saber se comunicar é vital dentro das organizações. Isso inclui o trabalho em equipe e a interação com colegas de trabalho. O grande desafio: achar o equilíbrio e a pertinência das palavras.

5- Ter boa “escutatória”: o escritor Rubem Alves escreveu: “Sempre vejo cursos de oratória e nunca vi cursos de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar, mas ninguém quer aprender a escutar”. No ambiente corporativo, quem não escuta se torna egoísta, com visão limitada.

6- Ser uma pessoa honesta e confiável: todos deveriam ser assim, mas, infelizmente, a realidade é outra. Então, seja coerente, mostre às pessoas que podem confiar em você em relação ao cumprimento de prazos, a não dar ouvidos às fofocas, a ser ético. Seu maior ativo é sua honestidade.

Mário Fernando Mello é professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e membro do Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas da instituição

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Saiba como a indústria vidreira pode economizar eletricidade

Em meio a uma das maiores crises hídricas das últimas décadas, causada pela escassez de chuvas que ajudou a reduzir o nível dos reservatórios das hidrelétricas, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aumentou em 52% o valor da bandeira vermelha patamar 2. Isso significa que, a partir deste mês, a conta de luz virá acrescida do valor de R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos. As bandeiras tarifárias são “ativadas” de acordo com as condições de geração de energia: quando não há problemas no abastecimento, não existe cobrança a mais (isso é considerado bandeira verde); em caso de abastecimento prejudicado, entram em ação as bandeiras amarela, vermelha ou vermelha patamar 2.

Parte de nosso setor não será atingida por esse aumento, já que atua no chamado “mercado livre”, no qual as empresas compram quantidades de energia diretamente com as concessionárias – nesse modelo, mudanças de tarifa não influenciam os valores negociados. Por outro lado, quem faz parte do “mercado cativo”, o modelo tradicional de cobrança, sentirá a mudança no bolso. Por isso, a saída é se adaptar para economizar esse insumo e gastar menos.

Em busca da eficiência
A indústria brasileira é responsável por cerca de 35% do consumo energético anual no País. Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), esse insumo representa mais de 40% dos custos na produção industrial brasileira. Isso significa que a busca pela eficiência energética (ou seja, produzir mais com menos energia) pode render grande diminuição nos gastos. Uma solução a longo prazo é o investimento em novas matrizes de energia: a maranhense DVM Vidros, por exemplo, que também atua no mercado fotovoltaico, montou uma usina de geração para alimentar sua planta. São 648 módulos instalados, responsáveis pela produção de mais de 25 mil kWh por mês.

Mas é possível tomar ações imediatas para gerar economia. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) compilou em uma cartilha recomendações simples e de fácil aplicação para o assunto. Veja algumas dicas:

– Instalações elétricas
– Uma causa muito comum de perda de energia, e o consequente aumento na conta, é a fuga de corrente. Em geral, há necessidade de auxílio de profissional habilitado para a detecção do problema em instalações de médio e grande porte. Suas principais causas — que incluem emendas malfeitas ou mal-isoladas, fios desencapados ou com isolamento desgastado e conexões inadequadas ou malfeitas — devem ser sanadas assim que percebidas.

– Iluminação
– Utilize iluminação artificial somente onde não existir iluminação natural suficiente para o desenvolvimento das atividades;

– Percorra os diversos setores da indústria, a fim de verificar se há luminárias desnecessárias ou excesso de iluminação em algum ambiente;

– Estabeleça um programa periódico de limpeza das lâmpadas e luminárias existentes.

– Ar-condicionado
– Mantenha os níveis de temperatura utilizados nos ambientes com ar-condicionado dentro da faixa de conforto térmico (de 22 a 24 ºC), observando as épocas do ano;

– Verifique se o tratamento de água gelada e de condensação está adequado;

– Coloque avisos junto às janelas e portas instruindo os funcionários a mantê-las fechadas quando esse sistema estiver ligado.

Conscientização
Para garantir que essas boas práticas sejam seguidas, é importante a conscientização dos colaboradores. Modificar hábitos leva tempo, mas todos precisam saber seu papel na hora de economizar eletricidade. Campanhas educativas promovendo o uso racional dos recursos, tanto na rotina de trabalho como na vida pessoal, podem ajudar nesse sentido.

Por fim, mais duas dicas relevantes, presentes em artigo sobre eficiência energética no site do Grupo MB, especializado em soluções inteligentes para projetos industriais de iluminação e ventilação natural: flexibilize a agenda de trabalho para aproveitar os momentos de maior incidência da luz natural e não sobrecarregue a linha de produção nos horários de pico, geralmente das 17 às 22 horas. Dessa forma, diminui-se o consumo em horários nos quais o auxílio de iluminação artificial é imprescindível.

E vale reforçar: as empresas vidreiras devem acompanhar o assunto com atenção, já que a falta de energia, aumento ainda maior no seu custo ou eventual racionamento seriam desastrosos durante o segundo semestre, período em que a demanda por vidro se torna mais aquecida.

indústria

 

Menor consumo nos processos vidreiros
O instrutor técnico da Abravidro, Cláudio Lúcio da Silva, indica cuidados a serem tomados durante a operação dos maquinários, de forma a ajudar na economia de energia:

– Tenha atenção especial com a fase da programação do forno de têmpera: após a fase de aquecimento, evite iniciar as operações com vidros grossos (por exemplo, de 10 mm de espessura), o que aumentará significativamente a demanda;

– Não ligue todas as máquinas do sistema produtivo ao mesmo tempo; faça de forma progressiva, somente acionando as que serão utilizadas para aquele momento;

– Monitore a velocidade média das peças ao longo da produção, atuando para que esteja no patamar planejado pela empresa;

– Faça intervenções necessárias para reduzir as perdas: o retrabalho ou a quebra de peças impacta diretamente no consumo de vidro e de todos os demais insumos diretos, incluindo energia elétrica;

– Mantenha os maquinários em condições normais de operação: manutenções ineficazes tendem a gerar consumo maior de eletricidade.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Saiba como destacar sua vidraçaria nas redes sociais

Não há como fugir do alcance das redes sociais na sociedade atual. Há uma grande variedade delas ao alcance de um clique, com as mais diversas propostas, formatos e finalidades: transmitir conhecimentos, estreitar laços, divertir e, claro, vender produtos, serviços e imagens.

Empresa que não está presente nelas, ou não as usa da forma correta, está perdendo muitas oportunidades de trabalho. Você tem alguma estratégia para impulsionar os perfis de sua vidraçaria? Sabe quais são as melhores redes para alcançar seu público-alvo? A seguir, O Vidroplano apresenta conselhos de especialistas no segmento e compartilha um pouco da experiência de vidraçarias que conseguiram se destacar nesse quesito – e o que o resultado disso trouxe para elas.

Quais escolher?
Como dito anteriormente, há inúmeras redes disponíveis: Instagram, Facebook, LinkedIn, YouTube, TikTok, Twitter, Kwai… Isso nos leva à esta pergunta: seu negócio precisa de todas? Monise Carvalho, arquiteta especializada em vídeos e mídias sociais para vidraçarias, responsável pelo site All About That Glass, responde: “Não é necessário estar em todas as plataformas – porém, quem não é visto não é lembrado. Quanto mais presente sua empresa estiver nesses espaços, mais fácil será atrair novos clientes e criar laços com aqueles já conquistados”.

Para Gi Matos, influenciadora digital do setor vidreiro, cada rede tem seu próprio perfil de comunicação. “Se a empresa quer levar entretenimento ao seu cliente, por exemplo, escolha o TikTok. Se quer passar algo mais técnico e detalhado, temos o YouTube, em cujos vídeos a comunicação deve ser clara e objetiva”. Por isso, ela considera ser muito importante ter em mente o perfil do público-alvo que seu negócio quer alcançar. “Faça uma pesquisa com os clientes e fique ativo onde eles estão mais conectados. Hoje, todas as vidraçarias, pequenas e grandes, precisam estar no mundo digital”, recomenda.

O Instagram é hoje a plataforma mais completa, aponta Gi Matos, abrindo a oportunidade para variar a forma de comunicação com sua audiência. Monise concorda e comenta quais redes considera as mais interessantes:

– Instagram — Além das características já mencionadas, Monise define essa como a rede que mais aproxima a empresa de pessoas que querem comprar e interagir com as marcas, tendência que cresceu ainda mais com a pandemia. Dessa forma, é uma ferramenta necessária para qualquer vidraçaria em sua comunicação digital;

– WhatsApp — Não é necessariamente uma rede social, mas um aplicativo cuja principal função é a comunicação ágil e direta com o consumidor, o que permite ter maior controle dos contatos, além de um catálogo online;

– Facebook — É frequentada por um público ativo mais velho em relação ao das demais. Mas não se engane: ainda é um espaço muito eficaz para a divulgação de seu trabalho;

– YouTube — Ótimo espaço para quem tem conteúdos em vídeo que possam agregar informações aos clientes;

– TikTok — Também tem um grande alcance, principalmente com um público jovem. Segundo Monise, apesar de famoso pelas dancinhas, o TikTok também é um ótimo lugar para dividir vídeos de trabalhos executados e informações sobre como os processos são feitos.

Por que tão sério?
Além de escolher as redes em que sua vidraçaria estará presente, também é importante definir como se posicionar nelas. Segundo Monise, a forma de comunicação nesses espaços vai sempre de acordo com o que a empresa quer passar, com o posicionamento que quer ter no mercado. A seriedade ajuda a reforçar a credibilidade da vidraçaria – o que não significa que o conteúdo publicado deve ser sempre formal. “As redes sociais também abrem espaço para algo mais descontraído, pois as pessoas querem consumir coisas interessantes. O perfil do público-alvo vai definir a maneira pela qual você se comunica com ele, mas é sempre bom mesclar boas informações com um toque de descontração ou humor”, ela aconselha.

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Matheus Primo, diretor-criativo da Glass11, marca de design de móveis com vidro cuja página no Instagram tem mais de 10 mil seguidores, conta que as redes da empresa são usadas das mais diversas formas. “O conteúdo pode ser informativo, um posicionamento, vendas, divulgação. No meu padrão, sempre penso nele como se fosse um portfólio para o cliente conhecer a empresa por meio de imagens. Também acho muito válido que possamos contar histórias ali: algum tempo atrás, por exemplo, mostrei o processo de execução da mesa de vidro Rocky – feita com peças únicas derretidas com 50 mm de espessura.” Segundo Primo, a iniciativa deu resultado: esse é um dos posts mais comentados do perfil da empresa no Instagram. “As pessoas gostam de se sentir parte, viver as emoções escondidas por trás de um produto. Essa postagem trouxe alma para o material e para a empresa.”

Por sua vez, a Vidraçaria Lux Gold, de Manaus, conta com um objetivo específico: “Buscamos usar as redes sociais para levar informações ao máximo de pessoas e, com isso, torná-las não só seguidoras, mas clientes fidelizadas, que estão por dentro do que oferecemos e de como trabalhamos”, conta o proprietário Jefferson Souza Santos.

Qual a frequência ideal?
A resposta varia de acordo com cada mídia – mas, em boa parte delas, é importante apresentar conteúdo novo todos os dias, já que os algoritmos das redes priorizam quem tem mais interações. “As plataformas Instagram e Facebook, principalmente, são mais acessadas e, por isso, precisam ter constância. Imagine você chegando em uma loja para comprar algo e ela está fechada. O mesmo ocorre no mundo digital, só que um pouquinho diferente: os clientes vão até o endereço digital, entram na página da sua vidraçaria e não veem o movimento: com isso você pode perder uma venda”, alerta Gi Matos.

A influenciadora, contudo, ressalta que há um desses espaços em que o oposto é recomendado: “No WhatsApp, cuja imagem de perfil precisa ser a logomarca da vidraçaria ou a foto do vendedor com o uniforme, é essencial tomar cuidado para não virar ‘a loja chata das mensagens’”. A orientação dela para esse aplicativo é espaçar as interações – você pode enviar uma mensagem às 9 horas em um dia e só enviar outra no dia seguinte, por exemplo, mantendo sua audiência atualizada sem sobrecarregá-la.

Uma vidraçaria atenta a essas diferenças é a BV Vidros, de Natal. “Usamos o Instagram e o Facebook para compartilhar nossos trabalhos e o dia a dia da empresa, a fim de deixar os nossos clientes mais informados sobre os nossos serviços e interagindo conosco. Já o WhatsApp é uma ferramenta que preferimos deixar à disposição para que o cliente entre em contato diretamente com nossa equipe para solicitar orçamentos e serviços e tirar dúvidas”, relata Bruno César da Silva, diretor majoritário e idealizador da empresa.

Processo trabalhoso, mas muito recompensador
O sucesso de uma empresa nas redes sociais, é claro, não vem da noite para o dia. No caso da Vidraçaria Lux Gold, por exemplo, o trabalho com elas teve início há cinco anos, quando a vidraçaria notou que ninguém focava nelas em Manaus e mesmo em boa parte do País. “No início foi bem difícil, pois os primeiros 200 seguidores na época no Instagram eram só amigos e conhecidos; não tínhamos condições de montar um showroom físico para facilitar a apresentação dos nossos produtos”, conta Jefferson. Mesmo assim, sua equipe correu atrás de um bom curso de marketing, fez uma pesquisa de campo para traçar o perfil do seu público-alvo e começou a usar essas mídias para divulgar seu dia a dia na íntegra: “Foi aí que vimos a grande aceitação e logo nos tornamos bem-visíveis em Manaus e no Brasil”.

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A Glass11 também traçou um plano meticuloso. “Inicialmente, tivemos assessoria de imprensa e de mídias digitais, criamos um planejamento estratégico, mapeando o público, o conteúdo, os horários de postagem, os conteúdos de mais ‘curtidas’ etc. Também já contratamos influenciadores e fotógrafos exclusivos para as imagens, fazemos permutas em troca de posts, permutas parciais, posts patrocinados e outros”, lista Matheus Primo.

Essa descrição pode fazer parecer que um bom trabalho com redes sociais envolveria recursos acima daqueles que uma vidraçaria pequena tem, mas Primo aponta: “Quantas redes sociais nós vemos que surgiram sem nenhum dinheiro investido, só na vontade de fazer? Bastam ideias originais, bom gosto e uma pitada de sorte caindo na boca do povo”. Para o diretor-criativo da Glass11, mídias sociais não precisam ser financeiramente caras; porém, há dois recursos que elas exigem em grande quantidade: tempo e dedicação.

Esses foram os principais recursos usados pela Vidraçaria BV Vidros. “A princípio tivemos algumas dificuldades para entrar e crescer nas redes sociais por conta da pouca prática com aplicativos de divulgações. Mas procuramos nos aprimorar, já que essa é hoje uma das principais formas de divulgação dos nossos serviços — e a cada dia buscamos novas formas nas redes sociais para interagir com nossos seguidores e clientes”, explica Bruno César – a empresa conta hoje com mais de 8 mil seguidores no Instagram.

Mas afinal, todo esse trabalho vale a pena? Vale sim – e como! “Hoje, 90% dos nossos clientes vêm das redes sociais, principalmente Instagram e Google – por isso, estamos sempre nos atualizando para estar de acordo com as normas desses espaços e continuar tendo um resultado satisfatório”, destaca Jefferson Souza Santos, da Lux Gold – o perfil da empresa no Instagram já tem quase 16 mil seguidores.

Como se destacar da concorrência?
Já ficou claro que estar nas redes sociais é fundamental para sua vidraçaria – o problema é que seus concorrentes certamente também estão nelas. O que, então, pode ser feito para que os seus perfis sejam os mais atrativos para o público?

“Só postar fotos bonitas não é mais suficiente; conte o que há por trás daquilo, conte da dificuldade em obras específicas e como aquilo foi superado, mostre suas melhores qualidades: serviço, segurança e resultados”, orienta Monise Carvalho, do All About That Glass.

Parcerias também podem fazer toda a diferença. “Trabalhe com fornecedores que sejam parceiros da sua vidraçaria, que façam ações dentro da sua loja. Outra boa ideia é fazer parceria com arquitetos e influenciadores digitais que tenham autoridade no segmento vidreiro para divulgações – quem aparece, cresce”, recomenda a influencer digital Gi Matos.

A 3ª dica, mencionada por Monise: tenha uma boa relação com seus seguidores, responda e interaja com eles.

E o que não fazer?
Não apague comentários que possam parecer ruins para você: responda de forma educada e se desculpe caso tenha errado;

Não fique repetindo várias vezes a mesma postagem – as pessoas gostam de ver coisas novas;

Não deixe o cliente sem reposta no direct (opção de comunicação direta e individual);

Não use as contas profissionais da vidraçaria para veicular suas opiniões pessoais ou falar de assuntos não relacionados à empresa;

– Por fim, não desanime se não receber tantas curtidas ou visualizações. Monise frisa: “Os algoritmos das redes sociais estão em constante mudança. Lembre-se: isso acontece para todos”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Dicevi conquista certificação do Inmetro para temperados

Atestar a segurança dos vidros temperados por meio da chancela do Inmetro para esse produto é uma forma de as processadoras se posicionarem como referência no segmento vidreiro. Apostando nessa premissa, a Dicevi, empresa que atua no mercado cearense há 20 anos, buscou a certificação para seus temperados de 6, 8 e 10 mm de espessura com o intuito de que o selo seja um diferencial competitivo frente aos concorrentes, além de demonstrar a confiabilidade de seu sistema produtivo para os clientes.

Agilidade
Todo o processo durou apenas quatro meses, de janeiro a abril deste ano, sendo que os testes dos vidros levaram cerca de um mês. A certificação chegou para a empresa no início de junho – ou seja, mesmo em meio aos problemas causados pela pandemia, foi possível concluir as etapas ao longo de um semestre. Segundo o gestor empresarial da Dicevi, Marcos Janúsio, não foram encontradas grandes dificuldades para a adequação do sistema produtivo, pois a companhia já seguia as boas práticas do setor. “Aprimoramos questões relacionadas às especificações e aos métodos rotineiros que precisam acompanhar toda a produção”, analisa.

A Abravidro também esteve envolvida nesse processo, já que a processadora, por ser associada à entidade, aprovou a consultoria oferecida por Edweiss Silva, o Ed, consultor para certificação do vidro temperado pelo Inmetro. “Ed foi fundamental nesse processo, orientando os colaboradores sobre os ensaios e rotinas administrativas e também a respeito da documentação necessária para atender as normas”, testemunha Vanessa Ribeiro, diretora-financeira, que também destaca o total engajamento dos funcionários para se alcançar o objetivo final.

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Futuro certificado
Para divulgar a conquista, a Dicevi investe em ações de marketing pelos meios de comunicação e redes sociais. E, se depender da empresa, novas certificações serão buscadas no futuro. “Tradição e profissionalismo são sinônimos de nosso trabalho. Temos planos de continuar produzindo com responsabilidade, além de investir continuamente na segurança, pensando sempre no cliente”, declara a gerente Camila Lima.

Por isso mesmo, Janúsio deixa uma mensagem a todo o mercado sobre como uma chancela desse porte reflete positivamente nos negócios: “A certificação tem uma grande importância relacionada à gestão da qualidade, tornando a organização que a adota mais eficiente e fazendo com que os seus procedimentos operacionais sejam otimizados. Assim, aumenta-se a produtividade e diminui-se o desperdício”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Entenda como é feito o ensaio de impacto em guarda-corpos

A realização dos ensaios e aprovação dos guarda-corpos conforme previsto na norma NBR 14718 — Guarda-corpos para edificação são fundamentais para assegurar que esses sistemas sejam capazes de cumprir sua principal função: garantir a proteção das pessoas contra o risco de queda acidental. A seguir, especialistas explicam as etapas de um desses ensaios, o de resistência a impacto, quais os requisitos para aprovação do guarda-corpos e onde os testes podem ser realizados.

Aparelhos necessários
Impactor (saco de material resistente em forma de gota, com diâmetro aproximado de 300 mm), contendo em seu interior esferas de vidro (bolinhas de gude) com massa total de 40 kg;

Sistema de fixação composto por cabos de aço e roldanas, de forma que permita que o saco, ao cair, descreva um movimento pendular;

Gabarito prismático para verificar se eventuais deformações nos guarda-corpos ou rupturas dos elementos de fechamento, fixações etc., permitem ou não a passagem desse equipamento.

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Passo a passo
A engenheira Michele Gleice da Silva, diretora técnica do Instituto Tecnológico da Construção Civil (Itec), lista as etapas do ensaio:

1) Posicionar o impactor no lado de dentro do guarda-corpos (sentido de dentro para fora), no centro geométrico do elemento de fechamento, distante de 5 a 15 mm desse fechamento;

2) Levantar o impactor, como um pêndulo, até que a distância entre seu centro geométrico e o centro geométrico do fechamento chegue a 1,5 m;

3) Soltar o impactor, ocasionando a colisão dele no guarda-corpos, com força de 600 J.

 

Requisitos para aprovação
por-dentro-das-normas3De acordo com o Laboratório de Componentes do Falcão Bauer, após o ensaio de resistência a impacto, é feita uma avaliação visual a fim de verificar se houve possíveis destacamentos de fixações ou ruptura de componentes – em caso de quebra do vidro, o sistema só será aprovado se não permitir a livre passagem de um gabarito prismático de 0,255 × 0,115 × 0,115 m no vão.

Michele, do Itec, acrescenta que não pode ocorrer a queda do elemento do fechamento ou de partes desse elemento – ou seja, o vidro não pode se desprender completamente. “Todas essas verificações visam a garantir que eventuais deformações não criem espaço suficiente para que uma criança, por exemplo, passe pelo vão.”

Onde o ensaio pode ser feito?
Segundo a NBR 14718, os testes podem ser realizados tanto em laboratório como em local estabelecido pelo contratante, incluindo a própria obra, desde que o local permita o acesso no piso para os lados interno e externo do protótipo e a instalação de todos os equipamentos necessários para a realização dos ensaios.

O Laboratório de Componentes do Falcão Bauer informa que os requisitos e métodos de ensaios da norma são os mesmos para os ensaios em laboratório e na obra. Contudo, ressalta que, em laboratório, há um ambiente controlado livre de possíveis interferências externas nos resultados, gerando maior confiança a estes.

Um ponto crucial apontado por Michele é que a NBR 14718 especifica que os ensaios devem ser feitos em protótipo – ou seja, num trecho do guarda-corpos instalado especificamente para o teste e não no sistema instalado no local de uso definitivo. “É comum vermos vídeos em que os ensaios são desenvolvidos em guarda-corpos que já estão no imóvel. Além de essa questão não atender requisito normativo, podem ocorrer danos não visíveis no momento, como na fixação, e que, após o uso, a ação da chuva, vento e sol possam ocasionar o desprendimento do sistema ou causar patologias na viga ou laje em que ele está instalado”, alerta a diretora técnica do Itec.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Edifício é construído com sistema modular com vidro

Já imaginou um prédio de oito andares levar apenas cerca de três meses para ser concluído, do momento em que é feita a fundação da obra até a entrega das chaves? O que poderia ser uma possibilidade remota, agora é realidade – e aqui em nosso país. Trata-se do Level, edifício erguido na catarinense Tubarão, a cerca de 150 km da capital, com um sistema modular que pode ser comparado a um brinquedo de montar. A tecnologia, desenvolvida pela empresa Brasil ao Cubo (BR3), que emprega o nosso material para trazer luz natural e conforto térmico para os interiores, promete revolucionar o modo como os canteiros de obras são encarados.

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Inovação
O conceito da construção modular existe há mais de duas décadas em países como Austrália, Japão, Estados Unidos e em nações da Europa, embora ainda não seja algo popular em terras brasileiras. Pensando nisso, o engenheiro, CEO e fundador da BR3, Ricardo Mateus, criou uma forma de industrializar a construção civil, trazendo-a para dentro da fábrica. A obra agora passa a ser “fatiada” em módulos que são fabricados off-site (ou seja, fora de onde o empreendimento será levantado). Quando finalizados, são transportados por meio de carretas até o local da instalação.

Apesar de recente, esse sistema já foi utilizado, no ano passado, em cinco hospitais de campanha construídos ao redor do País para o combate à Covid-19. Ao todo, eles disponibilizaram 333 novos leitos para pessoas infectadas com a doença.

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Como funciona
A montagem é feita com guindastes. Após serem içados, os módulos são acoplados à estrutura de fundação da obra. Nesse momento, também são “encaixadas” as infraestruturas de cada um dos andares (sistemas elétrico e hidráulico, de esgoto e de drenagem), que consistem em “pontos de espera” deixados estrategicamente em locais de fácil acesso, para serem conectados imediatamente após a instalação dos módulos. “Os únicos acabamentos feitos no canteiro são as emendas de cada um dos módulos. Todo o resto já vem pronto de fábrica, incluindo pisos, forros, banheiros e cozinhas completos etc.”, revela o engenheiro Jonathan Degani, sócio e gerente de Pós-obra da empresa.

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Recorde sul-americano
O Level, cujo design foi desenvolvido pelo escritório catarinense ATO9, tem, aproximadamente, 3.300 m² de área e é o primeiro prédio modular a atingir a marca de oito andares na América Latina. “Temos estudos e negociações para mais construções assim em algumas capitais do Brasil. Assim, é possível, inclusive, quebrar esse recorde de altura mais uma vez”, explica Degani. A obra abriga a parte corporativa da BR3, um espaço para trabalho compartilhado e uma área de conveniência da rede de postos Premier.

A escolha pelo uso de vidros nas fachadas se deu pela opção de trazer iluminação natural para os interiores, além de garantir a integração com o ambiente externo e oferecer amplitude aos ambientes. “Outro aspecto importante do material é a sua praticidade na manutenção e durabilidade. Todas as fachadas também saíram prontas de fábrica, devidamente instaladas em seus respectivos módulos”, ressalta Degani. Ali foram aplicados laminados de controle solar, fabricados pela Guardian e processados pela Vipel, para ajudar no conforto térmico dos usuários.

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Esse tipo de projeto, portanto, pode ser uma aposta interessante para o mercado vidreiro. Mas vale atentar-se para o alerta feito pelo gerente de pós-obra da BR3: “Para as soluções construtivas ágeis como essas, é essencial uma cadeia de fornecedores que atenda os prazos curtos com os quais trabalhamos. Acredito que ainda há o que evoluir para acelerar os setores de beneficiamento de vidro e alumínio nesse sentido”.

Ficha técnica
Autor do projeto: ATO9
Local: Tubarão (SC)
Conclusão: 2021
Vidros das fachadas dos módulos: laminados SunGuard Silver 32 + PVB incolor + vidro incolor
Fabricante: Guardian
Processador: Vipel

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Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ABNT/CB-37 avança nos trabalhos de revisão da NBR 14698

A revisão, pelo Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), da NBR 14698 — Vidro temperado, segue em andamento mesmo em meio à pandemia: as reuniões estão sendo feitas de modo online. A nova versão do documento técnico terá uma série de atualizações e mudanças em seu conteúdo. Veja a seguir os principais pontos discutidos pelo comitê e entenda como contribuir para tornar a norma ainda mais clara e completa.

Nova organização e alinhamento com normas internacionais
De acordo com Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, todo o conteúdo da NBR 14698 está sendo revisado – o que inclui a própria ordem em que ele será apresentado. “Estamos alterando a estrutura da norma, com o objetivo de organizar melhor as informações”, explica. Outra novidade é a atualização dos requisitos de tolerâncias dimensional, de esquadro e de empenamento. Sobre este último, Clélia comenta: “A versão vigente abrange apenas dois aspectos do empenamento, o total e o localizado. Na revisão, estão sendo ampliados os tipos considerados de empenamento, como a elevação de borda e as chamadas ondas de rolete, por exemplo, cujos parâmetros são discutidos pela comissão”.

Assuntos como anisotropia, distorção óptica e resistências térmica e mecânica também vêm sendo aprofundados nos trabalhos do ABNT/CB-37. Esses quesitos serão considerados características do processo de têmpera e do temperado, buscando-se um alinhamento do conteúdo da nova versão da NBR 14698 com as normas internacionais desse produto.

Com relação à resistência térmica, a comissão considerou ser necessário realizar alguns ensaios nos vidros a fim de auxiliar na avaliação do comportamento do temperado. O Grupo Falcão Bauer é o responsável por esses testes.

Sua participação é importante!
Desde que a revisão da NBR 14698 teve início, o processo evoluiu bem, mas os trabalhos ainda não estão perto do final. “Existem ainda alguns pontos a serem revistos e discutidos, como o aspecto visual – isto é, a avaliação de defeitos pontuais e lineares –, a questão da fragmentação e os ensaios de avaliação do produto, como medição do empenamento e classificação de segurança”, aponta Clélia. O comitê conta com as referências normativas internacionais como parâmetros para esses quesitos.

São esperadas mais reuniões virtuais para discutir as mudanças a serem implementadas no texto. Por isso, a analista de Normalização da Abravidro faz um convite: “Temos notado um aumento no número de participantes nas reuniões remotas, e isso é muito positivo. Reforçamos que todos os interessados são sempre bem-vindos para participar desses encontros e, assim, nos ajudar a elaborar uma norma ainda mais completa e abrangente”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Morre fundador da DVM Vidros

João Arão de Oliveira, fundador da processadora maranhense DVM Vidros, faleceu no dia 3 de julho, aos 74 anos de idade. A DVM Vidros começou a operar em 1984, em Imperatriz (MA). A equipe da empresa refere-se ao seu fundador como um homem obstinado que marcou a todos e que deixará saudades no coração de familiares e colaboradores.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Sampa Sky é finalizado em SP

A capital paulista vai ganhar em breve o Sampa Sky. O espaço, cuja inauguração está programada para 8 de agosto, é composto por dois decks de vidro retráteis construídos no 42º andar do Mirante do Vale, prédio mais alto de São Paulo, com 170 m de altura. O projeto, que permitirá aos visitantes andar literalmente sobre a cidade em uma plataforma envidraçada, tem em sua base multilaminados com quatro camadas de vidros 10 mm da Guardian, intercaladas por três de PVB estrutural da Eastman. Essa especificação garante resistência de mais de 30 t.

Idealizado pelo chef André Berti, cuja inspiração veio após visitar o Sky Deck em Chicago (EUA), a estrutura tem o objetivo de se tornar um dos principais pontos turísticos da cidade, atraindo inclusive os próprios moradores do município. Podendo receber até 400 pessoas simultaneamente (esse número será reduzido para a inauguração a fim de atender as normas de saúde atuais), contará com um café logo na entrada do andar em que está instalado, além de servir também para eventos corporativos e sociais. O funcionamento será das 10 às 20 horas, diariamente. Os ingressos já estão à venda desde o último dia 16 na plataforma Sympla; a visitação durará 30 minutos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Skyglass Canela é capa de revista norte-americana

A obra brasileira Skyglass Canela, maior plataforma envidraçada sobre um cânion do mundo, apareceu na capa e nas páginas da edição de junho de 2021 da USGlass Magazine, revista norte-americana voltada para a indústria de envidraçamento arquitetônico. Inaugurada em dezembro do ano passado na cidade de Canela, a cerca de 100 km de Porto Alegre, a estrutura é destacada na publicação em uma reportagem a respeito das soluções impressionantes para pisos de vidro. Vale lembrar que a plataforma também teve destaque em O Vidroplano: esteve presente na capa e em uma longa matéria na edição de fevereiro deste ano.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Ascevi-SC firma nova parceria

A Ascevi-SC formalizou apoio institucional ao Programa Brasil Mais, iniciativa que busca aumentar a produtividade e competitividade de pequenas e microempresas catarinenses. Com capacitação oferecida pelo Sebrae/SC, os participantes recebem acompanhamento técnico dos agentes locais de inovação. Entre os objetivos do programa, destaca-se o aprimoramento das capacidades gerenciais, produtivas e digitais das companhias brasileiras, promovendo melhorias rápidas, de baixo custo e de alto impacto para os empresários. A meta do Sebrae em Santa Catarina é atender cerca de 13.200 empresas até 2022.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Feicon é adiada para 2022

A próxima edição da feira, considerada uma das mais importantes da construção civil na América Latina, será realizada de 29 de março a 1º de abril do ano que vem, no centro de eventos São Paulo Expo, capital paulista. Segundo a organização da Feicon, a decisão de adiar o evento, alinhada com as expectativas e recomendações de entidades e empresas do setor, tem como base a reavaliação do cenário atual da pandemia da Covid-19 no Brasil, bem como o fato de as medidas restritivas do governo do Estado de São Paulo para o setor de eventos ainda não terem previsão de término. Também foi informado que, ao longo de 2021, oportunidades de interação com o setor pela plataforma digital do evento continuarão disponíveis, com conteúdo exclusivo e discussões relevantes sobre os desafios e tendências do mercado da construção.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vigência dos IVAs-ST é prorrogada em São Paulo

A Portaria CAT-41, publicada pela Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) no dia 26 de junho, prorrogou, até o dia 31 de julho, a vigência dos Índices de Valor Adicionado Setorial (IVA-ST) para materiais de construção, incluindo o vidro plano. A Sefaz-SP aguarda a apresentação dos estudos setoriais para os novos índices até o final deste mês. Na falta deles, o governo poderá editar novos IVAs-ST para o Estado a partir de 1º de agosto.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Novos vidros estão disponíveis no mercado

Dois lançamentos entraram para o catálogo da AGC. Um deles é o Sunlux Shadow Azul, vidro de controle solar com aparência refletiva azulada, indicado para projetos corporativos. Segundo a empresa, ele protege, em média, 70% contra o calor e permite entrada da luz natural em diferentes variações de acordo com as espessuras e composições.

A outra novidade é o relançamento do Planibel Easy com o nome Planibel Easy Covid. Sua superfície tem um revestimento metálico que, de acordo com estudo publicado no Coatings Journal (publicação científica voltada para a área de revestimentos), acelera em 37,5% a destruição de 90% de partículas Sars-CoV-2 (o vírus responsável pela Covid-19) quando a luz solar ativa suas propriedades, na comparação com vidros comuns ou acrílico.

Por falar em saúde, o Grupo NSG anunciou o NSG Purity, vidro com revestimento antibacteriano e antiviral certificado em junho no Japão pela Society of International Sustaining Growth for Antimicrobial Articles (SIAA – Sociedade de Crescimento Sustentável Internacional para Artigos Antimicrobianos). O grupo planeja começar a operação de uma linha de produção comercial para o Purity em agosto, além de fornecer seu revestimento para empresas vidreiras terceirizadas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro traz vantagens para a área de decoração

Falar dos benefícios do vidro é rotina nas páginas de O Vidroplano: boa parte de nossas reportagens explora as oportunidades que o material oferece para a construção. E com os novos hábitos gerados por conta da pandemia, principalmente o fato de passarmos mais tempo em casa, demandando mais conforto e higiene desses espaços, o uso de nosso produto na decoração de interiores promete ser ainda mais forte. Assim, para ajudar processadores e vidraceiros a convencer clientes a investir ainda mais em soluções envidraçadas, conversamos com especialistas para saber: na comparação com outros materiais, como o vidro se sai?

A seguir, apresentamos as vantagens da utilização do material em relação à madeira, acrílico, porcelanato e pedras – e também como ele pode ser combinado com esses itens.

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Novos espaços para novas rotinas
Exatamente um ano atrás, na edição de julho de O Vidroplano, uma matéria especial comentou sobre as tendências da arquitetura para o momento pós-pandemia. A relação com a moradia será mais próxima: casas e apartamentos se transformarão em espaço multiuso, incluindo áreas verdes e locais voltados para o home office e até exercícios físicos. Ao mesmo tempo, escritórios deixarão de lado o confinamento em favor de espaços abertos.

“O trabalho em casa provavelmente veio para ficar, mesmo que não de forma integral, pois muitas empresas já falam em rotinas híbridas com dias da semana sendo cumpridos em casa e outros no escritório”, analisa a arquiteta Fernanda Quintas, supervisora de Marketing e Especificação Técnica da processadora PKO do Brasil. “Com isso, pedem-se ambientes mais iluminados, integrados e aconchegantes”.

Ana De Lion, gerente de Desenvolvimento de Mercado da divisão de Vidros para Construção Civil e Indústria da AGC, aponta como o vidro se diferencia de outros materiais para essas funções: “Suas propriedades de transparência e de fácil manutenção são fundamentais para esse cenário. Além disso, produtos com tecnologias que visam à saúde e à segurança das pessoas podem ser um diferencial”. A própria usina lançou recentemente um vidro tecnológico que permite a eliminação do vírus da Covid-19 (veja clicando aqui). E o papel do vidro para a saúde humana vai além do combate ao coronavírus. É importante para o conforto acústico, diminuindo a entrada de barulho que, em grande proporção, provoca estresse e doenças vasculares.

Para aproveitar essa oportunidade, que pode levar ao aumento do consumo de nosso material no País, é preciso que todo o mercado esteja preparado, como sugere Viviane Moscoso, gerente de Produto da Vivix. “Um dos fatores que ajudarão a fortalecer esse movimento é o amadurecimento do setor e dos profissionais que trabalham nele, com a utilização cada vez maior das normas técnicas vigentes e o investimento em treinamentos oferecidos pelas fábricas, buscando aprimoramento técnico e melhoria nos serviços oferecidos.”

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Escolha certeira
O vidro oferece dois benefícios que o destacam das demais matérias-primas – vantagens que dialogam com os tempos atuais de busca pela sustentabilidade e menor desperdício de recursos.

– Material reciclável — Não existe perda no seu processo de reciclagem. “O vidro é um material 100% reciclável. Na Vivix, nós reutilizamos cacos de vidros descartados durante o processo produtivo para a confecção de novas chapas, reduzindo assim o consumo de energia e também de matéria-prima”, explica Viviane. Além de ser um processo limpo, evita a poluição do meio ambiente;

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– Aproveitamento de espaço — O vidro consegue integrar ambientes ao mesmo tempo que os separa com segurança. Também garante maior amplitude a locais pequenos, principalmente na forma de espelho.

A designer de interiores Patrícia Kolanian Pasquini comenta a importância de os especificadores apresentarem essas e outras qualidades do produto aos potenciais consumidores. “Sempre que inicio um novo projeto, costumo me reunir com o cliente para saber de todas as suas necessidades e tentar passar para o papel o máximo do que ele deseja”, relata a profissional. “A maioria deles sempre me pede materiais que sejam práticos no dia a dia para manutenção e limpeza. E o vidro é uma escolha óbvia.”

Vale lembrar ainda que, por meio da impressão digital, o vidro pode imitar a textura de qualquer outro material – incluindo madeira, pedras, folhas etc. Mais um benefício único não encontrado em seus concorrentes. Portanto, vejamos quais as vantagens desse produto em relação aos demais.

Para que o maior uso de nosso material se confirme, é sempre importante reforçar: as informações sobre todas essas vantagens oferecidas por ele precisam chegar aos potenciais clientes. Assim, a escolha pelo vidro será um movimento natural.

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VIDRO X MADEIRA

VANTAGENS DE NOSSO MATERIAL
– Pouca manutenção — A limpeza do vidro é feita de forma simples, geralmente com água e sabão neutro. Já a madeira necessita de manutenção periódica para evitar a absorção de sujeiras e o aparecimento de manchas. Ela pode ainda ser atacada por cupins, o que obrigaria a troca de todo o material danificado, além de gastos com serviço de dedetização;

– Vida útil — Enquanto a madeira pode se deteriorar com o tempo, justamente por precisar dessa manutenção, o vidro não altera suas propriedades ao longo dos anos, sendo um produto de ótimo custo-benefício aos clientes;

– Estéticas diferenciadas — O aspecto estético do vidro pode mudar de acordo com o ambiente no qual é instalado, como afirma Viviane Sequetin, gerente de Marketing da Guardian para a América Latina: “Ele oferece transparência com ou sem reflexão, o que traz um toque especial a um móvel, por exemplo, pois a iluminação pode ser refletiva ou transmitida através dele”;

– Maior disponibilidade no mercado — Não existe madeira ilimitada à venda. “Ela sofre com a escassez, por conta das limitações de sua extração”, comenta César Cini, diretor-presidente da Cinex, empresa pioneira no uso de vidro em mobiliários no Brasil. Embora o vidro não seja fabricado infinitamente, sua produção não está submissa a legislações que restrinjam ou limitem sua produção e ao controle de organizações governamentais;

USO EM CONJUNTO
Além de substituí-la, o vidro também pode ser combinado à madeira para trazer diferentes texturas a um espaço. “Recomendo o uso de vidro incolor ou pintado sobre o tampo de madeira de uma mesa de jantar, ou de centro, para protegê-la. Isso traz brilho para o objeto, mudando totalmente o visual final da peça e deixando-a mais sofisticada”, sugere Patrícia Pasquini.

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EXEMPLOS DE APLICAÇÕES EM QUE O VIDRO PODE SUBSTITUIR A MADEIRA
– Revestimentos de superfície;

– Tampos de mesa e bancadas;

– Prateleiras;

– Portas externas e internas de armários e guarda-roupas (foto 3);

– Painéis de TV

especial-vidro-acrilicoVIDRO X ACRÍLICO

VANTAGENS DE NOSSO MATERIAL
– Custo-benefício — Algumas das fontes consultadas para esta reportagem consideram o acrílico um dos principais concorrentes do vidro na decoração de interiores. Isso porque sua transparência parece indicar que ele possui os mesmos atributos de uma peça envidraçada, mas custando mais barato. Na verdade, não é bem assim. O baixo custo do acrílico se dá apenas em chapas de espessuras finas – o que já o inviabiliza para o uso em divisórias, por exemplo. “Além disso, ele não é mais uma matéria-prima tão barata, pois é oriundo do petróleo e sofre pela alta do dólar. Em tempo de respeito ao planeta e sustentabilidade, usar um derivado de recursos fósseis é um contrassenso”, afirma César Cini, da Cinex;

– Segurança — O vidro é imbatível nesse quesito, já que aplicações de acrílico podem romper facilmente. “Os destaques, claro, são os laminados — que, quando quebram, ficam com os fragmentos presos a uma película — e os temperados, que se fragmentam em pedaços pequenos”, reforça Viviane Sequetin, da Guardian;

– Aspecto visual — “O acrílico é mais maleável e muito sensível a arranhões, os quais, se por ventura acontecerem, vão deixá-lo com aspecto fosco e sujo”, explica Viviane Sestari, diretora-comercial da processadora Marcetex. Somente o vidro consegue manter suas características ao longo do uso, como indica Ana De Lion, da AGC: “É um material que não amarela com o tempo, não envelhece e nem perde seu aspecto transparente. Também não retém sujeiras por não ser um material poroso”;

– Tecnologias — Os diferentes tipos de vidro (como os de controle solar, os com revestimento antibacteriano e antiviral etc.), assim como as diferentes especificações, garantem de isolamento térmico e acústico a maior transmissão de luz, empregando características de conforto e sustentabilidade que não são encontradas em materiais plásticos. “É possível ainda aliar o uso do vidro à privacidade, com a opção dos insulados com persianas e do vidro privativo, que conta com uma tecnologia que transforma a chapa de cor branca translúcida em incolor em segundos”, indica Fernanda Quintas, da PKO do Brasil, fabricante de uma solução como essa, o Privacy Glass.

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EXEMPLOS DE APLICAÇÕES EM QUE O VIDRO PODE SUBSTITUIR O ACRÍLICO
– Divisórias e fechamentos;

– Mostruários e vitrines;

– Prateleiras;

– Tampos de mesas de centro;

– Objetos e utensílios em menor escala.

 

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VIDRO X PORCELANATO e PEDRAS

VANTAGENS DE NOSSO MATERIAL
– Facilidade na instalação — Pedras como mármore, granito ou quartzo são mais pesadas do que o vidro, além de racharem com maior facilidade. Por isso, o processo de instalação de nosso produto é muito mais prático e rápido. “O acabamento de borda dos vidros também é superior ao do porcelanato. E, ainda por cima, para ter bordas homogêneas, atinge preços maiores”, esclarece César Cini;

– Variedade de cores — O vidro tem aspecto uniforme, o que é um grande benefício ao considerar possíveis reposições de peças. E um de seus grandes benefícios está justamente em sua variedade de cores, o que pode levar designers e arquitetos a explorar diversas estéticas de acordo com a finalidade do espaço. As peças estão disponíveis em diferentes tons, de acordo com a fabricante;

– Menor chance de manchas — “Pedras e porcelanatos mancham facilmente com solventes e em contato com líquidos”, alerta Viviane Sestari, da Marcetex, relembrando que com o vidro a chance de ocorrer esse problema é menor. Em cozinhas, onde o manuseio de alimentos e produtos de limpeza é uma constante, nosso material pode ser uma boa solução.

USO EM CONJUNTO
As características complementares do vidro podem casar muito bem com pedras em banheiros, por exemplo: espelhos e acidatos dariam um toque de elegância e sutileza em locais em que estão instaladas.

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EXEMPLOS DE APLICAÇÕES EM QUE O VIDRO PODE SUBSTITUIR O PORCELANATO E AS PEDRAS
– Revestimentos de superfície;

– Tampos de mesa e pias;

Backsplashes de pia (aquela área localizada entre a parede e os armários suspensos) e de bancadas de cozinha;

– Acabamento em banheiros e lavabos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Lisec Campus ganha segunda edição

A multinacional austríaca Lisec realizou, de 15 a 17 de junho, a 2ª edição da Lisec Campus. A programação contou com três dias temáticos, conversas com especialistas e oportunidades para interação em um espaço virtual, elaborado seguindo o conceito de showroom futurista. Nesse local, os visitantes podiam se mover para conferir os lançamentos da empresa de máquinas, softwares e de outras soluções para processamento e acabamento de vidros planos, por meio de modelos 3D, hologramas, demonstrações de produtos e apresentações em tempo real.

Entre as inovações, a nova mesa de corte DSC-A foi o destaque no primeiro dia: ela traz uma nova ponte de corte e oferece maior estabilidade e precisão no processo, além de um sistema que facilita o trabalho com peças low-e. A novidade do segundo dia foi o sistema robótico RHF A25/25 para montagem automática de insulados, com aplicação de butil em ambos os lados do perfil. No último dia, foi apresentado o programa de software LiS.dispatch, que fornece suporte direto ao planejar rotas de entrega e emite uma visão geral do status dos pedidos em tempo real.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Glaston tem novos representantes no Brasil

A multinacional finlandesa anunciou novas parcerias para o nosso continente, incluindo o Brasil. A Machine Market for Glass (MM4Glass) será responsável pela venda das máquinas e equipamentos da fabricante nas áreas de tratamento térmico e vidro insulado. Já a LatamGlass atuará no fornecimento de assistência técnica e peças de equipamentos, retomando a fabricação dos fornos de têmpera Power Control no território latino-americano. Moreno Magon, que foi vice-presidente de Vendas e Serviços da unidade da Glaston para a América do Sul por 13 anos, é o CEO da MM4Glass e sócio-responsável pelas áreas de vendas e marketing da LatamGlass – esta segunda empresa também tem à sua frente os sócios Cássia Bastos (administração e finanças), e Eloi Bottura (serviços e projetos).

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fabricantes de float anunciam novidades na América do Norte

A AGC anunciou, em junho, a venda de suas instalações na América do Norte voltadas para a área de vidro na arquitetura para a Cardinal Glass Industries. As unidades da multinacional japonesa contempladas no acordo incluem a fábrica de float em Greenland, Tennessee, com dois fornos e um coater; outra, em Spring Hill, Kansas, com um forno; e a planta de revestimento em Abingdon, Virginia. Segundo representantes da AGC, a empresa concluiu que o negócio de US$ 450 milhões (sujeito à aprovação das autoridades relacionadas) criará mais oportunidades de crescimento, uma vez que a Cardinal Glass tem experiência comercial no setor e deverá aproveitar as equipes que trabalham nesses locais da forma mais efetiva.

Outro anúncio também no final do mês passado veio da Vitro: o conselho administrativo da fabricante aprovou a implementação do 3º forno de float em sua planta em García, próximo a Monterrey, México. A construção terá início ainda este ano — investimento de US$ 120 milhões. A empresa acredita que o empreendimento permitirá atender a crescente demanda do mercado vidreiro na América Latina, proporcionando maior disponibilidade de produtos e logística aprimorada.

Este texto foi originalmente publicado na edição 583 (julho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Caleidoscópio – junho 2021

DADOS & FATOS

Indústria, comércio e serviços na pandemia
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) comparou o desempenho da indústria com os setores de comércio e serviço durante a pandemia. Com crescimento de 3,8% em abril deste ano, o comércio varejista está 0,3% acima do nível registrado em fevereiro de 2020, antes da chegada da Covid-19 no País. Já a indústria, a despeito da recuperação no segundo semestre do ano passado, teve um início de 2021 difícil e se encontra 1% abaixo do pré-pandemia.

Descentralização da indústria nacional
Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, em uma década, houve significativa desconcentração da indústria brasileira, com redução da participação da Região Sudeste no PIB industrial e aumento na contribuição das demais regiões. São Paulo, apesar de se manter na liderança, perdeu 5,5% de participação, a maior queda entre os Estados e Distrito Federal. Pará, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e Mato Grosso do Sul formam o grupo dos cinco Estados de maior crescimento.

Falta de semicondutores impacta mercado automotivo
Segundo maior consumidor de vidros planos, o setor automotivo sofre com a falta global de semicondutores: um único veículo pode ter até 600 deles em sistemas eletrônicos de motorização, câmbio, segurança, conforto, entretenimento etc. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), desde janeiro o nível de produção nacional de veículos está entre 190 mil e 200 mil unidades (2019 fechou com média mensal de 241 mil automóveis). Enquanto a produção patina, o licenciamento de 188.700 unidades em maio representou alta de 7,7% sobre o mês anterior, com destaque para os 11.500 caminhões, melhor resultado do segmento desde dezembro de 2014.

Pronampe torna-se permanente
O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), instrumento de crédito para empresas com faturamento de até R$ 4,8 milhões, tornou-se permanente após sanção de lei no dia 2 de junho. As empresas poderão financiar até 30% da receita bruta de 2019 ou de 2020, com prazo de 48 meses para pagamento e 11 meses de carência. A taxa de juros máxima será a Selic + 6% ao ano.

 

FIQUE POR DENTRO

A era dos celulares com telas dobráveis
As empresas de tecnologia têm investido na produção de aparelhos premium com telas de vidro dobráveis — tecnologia exposta já algumas vezes na principal feira vidreira do mundo, a alemã Glasstec. Um dos aparelhos mais difundidos é o Galaxy Z Flip, da Samsung, que usa um vidro ultrafino da Schott — a Corning é outra fabricante com soluções do tipo para empresas de eletrônicos. De olho no mercado, o Google deve lançar dois aparelhos com vidros dobráveis: o Google Pixel 6 e seu irmão maior, o Pixel 6 Pro. É o nosso material como aliado da integração (mesmo que tecnológica) e progresso.

 

RETROVISOR

Há 12 anos, Abravidro disponibilizava cursos online
Sempre atenta às necessidades do mercado, a Abravidro lançou, na edição de junho de 2009, uma seleção de cursos online disponíveis para funcionários de suas empresas associadas. O serviço está disponível até hoje, em formato diferente: são 350 cursos nas áreas de administração, contabilidade, direito, finanças, gestão, liderança, idiomas, informática, logística, publicidade, marketing, recursos humanos e vendas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.