Produzindo mais… e gastando menos

Este texto foi originalmente publicado na edição 518 (fevereiro de 2016) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

Seja pela crise econômica no País ou pela redução expressiva do nível de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas, o Brasil enfrentou um grande encarecimento na área de energia em 2015. O setor industrial foi um dos mais impactados pelos preços da energia elétrica. O Departamento de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Deinfra-Fiesp) observa que a queda no consumo de eletricidade pela indústria acompanha diretamente o aumento da conta de luz — ou seja, a produção foi reduzida ao longo do ano. O segmento vidreiro não escapou desse impacto: fabricantes, processadores e até empresas de maquinários foram afetados.

Embora o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estime que o aumento das chuvas nos últimos meses possa estabilizar o fornecimento de energia do Brasil, esse ainda é um cenário incerto. Assim, cabe ao nosso setor buscar soluções para reduzir seus custos nessa área. Algumas iniciativas são apresentadas por O Vidroplano nas próximas páginas, bem como curiosidades sobre o fornecimento e consumo de energia no Brasil.

Quanto representam os gastos com energia nas empresas?
O Deinfra-Fiesp aponta que é difícil precisar a porcentagem dos custos com energia na indústria. Dependendo do tamanho e área de atuação da planta, eles podem representar menos de 10% ou mais de 50% no orçamento geral.

Impactos das altas das tarifas energéticas…

…nas fábricas
Além da eletricidade, as plantas de fabricação de vidro plano utilizam o gás natural para o aquecimento de seus fornos. Ele também ficou mais caro em 2015, após ser destinado às usinas termelétricas, acionadas para compensar a redução do nível de água nos reservatórios das hidrelétricas.

Vale destacar que a fabricação de vidro envolve um consumo expressivo de energia, afetado pelo encarecimento tanto da eletricidade como do gás natural.

…nas processadoras
A alta nas tarifas de energia teve um impacto profundo nas processadoras de vidro. “Quando houve a redução do custo da energia elétrica, o setor de vidros processados no Brasil baixou seus preços de venda e, quando fomos surpreendidos com essa alta, o mercado não conseguiu recuperar a redução nem repassar para o produto final o custo real enfrentado”, explica José Antonio Passi, diretor da processadora Divinal Vidros.

…nas empresas de maquinários
O impacto sofrido por subsidiárias de multinacionais não foi tão grande. Luiz Garcia da Silva Júnior, diretor-executivo da Lisec Sudamerica, afirma que como a empresa não fabrica suas máquinas no Brasil, ela tem poucos gastos com energia. Não é o caso de empresas que produzem os seus maquinários em território nacional: “As altas na tarifa de eletricidade aumentaram nosso custo de produção, sem possibilidade de repasse ao cliente final”, afirma Jailson Brol, engenheiro elétrico da SGlass.

 

Eficiência energética: soluções para sua empresa
A eficiência energética é o maior aproveitamento possível da energia com o menor consumo possível desta. Veja, com base em ações de companhias de nosso setor, algumas maneiras de alcançá-la em sua empresa, independente de sua área de atuação:

Ajuda especializada: serviços de consultoria para eficiência energética estão disponíveis no mercado — caso do Glaston Economy, da Glaston, que ajuda a eliminar desperdícios. As consultorias também podem ajudar o cliente na migração para o Mercado Livre de Energia (saiba mais no quadro “Mercado Livre: entenda como funciona”);

Controle das perdas no motor: dispositivos podem ajudar a reduzir desperdícios nos motores. Um deles é o soft-starter — instalado pela processadora GlassecViracon nos motores de suas autoclaves, compressores de ar e ventiladores do forno de têmpera —, que controla a tensão e corrente de partida de um motor, permitindo minimizar as perdas de potência. A processadora também instalou inversores, os quais controlam a frequência da rede que alimenta o motor e ajustam sua rotação conforme a necessidade;

Educação: conscientize seus funcionários sobre a importância da economia de energia e oriente-os para que adotem ações práticas que reduzam o consumo. Segundo Sérgio Lemos, gerente-industrial da Saint-Gobain Glass, a fabricante desenvolveu um programa de conscientização para os seus colaboradores e a estratégia tem dado certo.

Horários de funcionamento: o horário de pico (das 17 às 20 horas) é aquele em que o custo (e consumo) da energia é mais alto. Assim, utilize equipamentos como o forno de têmpera em outros horários, mais cedo ou durante a noite, como vem sendo feito pela processadora paulistana Vitron;

Iluminação: embora essa não costume ser a principal fonte de gastos numa empresa vidreira, é possível reduzir ainda mais seus custos — seja adotando o uso de lâmpadas de LED (mais eficientes que as fluorescentes), como na unidade de Caçapava (SP) da Cebrace, seja ampliando o aproveitamento da luz natural, como vem sendo feito pela União Brasileira de Vidros (UBV);

Manutenção periódica: verificar o estado de circuitos, componentes elétricos, cabos e conexões é fundamental para evitar perdas de energia. A SGlass já realiza essas manutenções em suas instalações, enquanto o plano de ações da Guardian inclui a revisão regular de compressores (equipamentos para geração de ar comprimido, para transmissão de energia às máquinas);

Renovação de equipamentos: muitas vezes, vale a pena substituir mecanismos antigos pelos mais novos, desenvolvidos para trabalhar com menos eletricidade. Empresas como a Guardian já trocaram seus motores elétricos por modelos mais eficientes, enquanto a Cebrace vem substituindo seus equipamentos de ar condicionado por opções de menor consumo de energia;

Trabalho eficiente: como destaca a Divinal Vidros, reduzir o tempo entre a retirada de uma carga e a colocação de outra na plataforma do forno de têmpera, na linha de laminação e em demais equipamentos é uma boa forma de diminuir o desperdício que ocorre quando os maquinários estão ligados mas o vidro ainda não foi colocado neles. Osvaldo Fukunaga, gerente-industrial da processadora PKO do Brasil, acrescenta que isso também aumenta a produtividade da empresa.

 

Energia solar: possibilidade de geração autossuficiente
Hoje também é possível a empresa gerar sua própria energia, por meio da instalação de sistemas solares fotovoltaicos.

Número de conexões para geração fotovoltaica distribuída no Brasil: 1.675, segundo dados da Aneel;

Critérios a serem observados para a instalação:

  • Consumo de energia pretendido;
  • Área sem sombreamento disponível para instalação do sistema;
  • Capacidade de geração de energia nessa área.

Investimento inicial: considerável — a instalação de um sistema com potência de 50 kWp, por exemplo, pode custar R$ 400 mil;

‘Payback’ (tempo de retorno do investimento): cinco a oito anos;

Vida útil dos sistemas fotovoltaicos: 25 anos;

Vantagens:

  • Segundo Nelson Colaferro, sócio-diretor da Blue Sol (desenvolvedora de projetos de engenharia nessa área), o sistema permite que a empresa gere sua própria energia durante o dia;
  • Caso o consumo nesse período seja inferior à energia gerada, aquilo que não for utilizado se torna um crédito válido por até cinco anos junto à distribuidora — ou seja, é possível consumir energia mesmo durante a noite sem precisar pagar por ela.

 

Mercado Livre: entenda como funciona
Normalmente, a eletricidade é recebida por meio do Mercado Cativo de Energia ou Ambiente de Contratação Regulada (ACR). Nele, uma distribuidora fornece a energia ao consumidor, o qual está sujeito a reajustes e bandeiras tarifárias.

Hoje, porém, é possível migrar para o Ambiente de Contratação Livre (ACL), ou Mercado Livre de Energia. Nele, o consumidor pode pesquisar geradores e comerciantes, escolher aquele que oferece o preço e as condições mais atrativas e negociar os detalhes do fornecimento.

Algumas empresas do setor, como a UBV, já fizeram essa migração.

Vantagens
Leonardo Granada Midea, sócio-diretor da Prime Energy (consultora e comercializadora de energia para o ACL), aponta como principais atrativos do Mercado Livre:

  • Preços até quatro vezes menores que os repassados pelas distribuidoras no Mercado Cativo;
  • Ausência de bandeiras tarifárias (nunca há cobrança extra sobre o preço);
  • O consumidor pode escolher de quem comprar a energia e negociar o volume a ser consumido e seu preço diretamente com o fornecedor;
  • O custo de compra de energia é o mesmo nas 24 horas do dia, sem horário de pico — é possível manter os fornos de têmpera operando sem interrupções, por exemplo.

Como passar para o Mercado Livre?
Segundo o engenheiro Douglas Ludwig, diretor-executivo da consultoria Ludfor Energia, a empresa interessada em migrar para o ACL precisa:

  • Ter demanda contratada de, no mínimo, 500 kW;
  • Encaminhar os documentos necessários para a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE);
  • Adequar seu sistema de medição e faturamento (SMF), cujo custo pode variar de R$ 20.000 a R$ 41.000;
  • Permanecer no Mercado Livre, após a migração, por pelo menos cinco anos.

Leonardo Midea, da Prime Energy, lembra que os gastos da passagem para o Mercado Livre são compensados pela economia nos custos de energia já no primeiro mês. Também aconselha que esse processo seja acompanhado por uma empresa de consultoria especializada, para orientar os consumidores a respeito da forma mais recomendável e segura de se trabalhar no ACL.

 

Maquinários eficientes no mercado
O uso de equipamentos eficientes é fundamental para garantir maior produtividade com menor custo de energia. Saiba o que algumas empresas que atenderam a nossa reportagem oferecem para esse objetivo:

Pré-processamento: as lapidadoras da série VE, da Glaston, podem vir com a função opcional Grind & Stop (lapida e para). Ela coloca automaticamente a esteira, o mecanismo pneumático, os mandris e as bombas de água em modo de espera por um intervalo de tempo predeterminado a partir da última peça lapidada, reduzindo assim o consumo de energia.

Laminação: nesse segmento, a Lisec destaca sua autoclave de baixa pressão. Segundo a empresa, a máquina trabalha com pressão de apenas 1 bar, garantindo economia de cerca de 40% de energia em comparação com as autoclaves tradicionais que operam com 12 ou 13 bar.

Têmpera: os fornos de têmpera da SGlass, disponíveis nos modelos Standard e Evolution, consomem pouca energia por m² de vidro temperado, por meio de seu sistema de resistências com alta eficiência. Eles possuem ainda controle automático de aquecimento e consumo via controlador lógico programável (CLP) e sistema de isolamento de fibra cerâmica, o qual evita desperdício de calor.

Por sua vez, os fornos FC500 e FC1000, da Glaston, usam um sistema para circulação de ar forçada dentro do forno, proporcionando aquecimento uniforme e veloz, além de minimizar o consumo de energia em até 30%.

Outros: a Projepack comercializa a linha Modular Glass de máquinas para embalagem do vidro. Um de seus diferenciais é a versatilidade na alimentação: ela pode funcionar tanto na eletricidade como a gás liquefeito de petróleo (GLP). Com isso, é possível alternar a fonte de energia de acordo com as necessidades da empresa e evitar o uso de eletricidade nos horários de pico.

 

Você sabe como funciona o sistema de bandeiras tarifárias?
Ele entrou em vigor em 2015 e consiste na aplicação de uma cobrança extra nas contas de eletricidade quando os custos para geração de energia estão mais altos. Desde fevereiro de 2016, os seguintes preços são considerados:

  • Bandeira verde: sem valor extra
  • Bandeira amarela: cobrança extra de R$ 1,50 para cada 100 kWh
  • Bandeira vermelha (patamar 1): cobrança extra de R$ 3,00 para cada 100 kWh
  • Bandeira vermelha (patamar 2): aplicável se o custo de geração for igual ou superior a R$ 610 para cada MWh, tem cobrança extra de R$ 4,50 para cada 100 kWh

Portanto, fique atento!
Em tempos de bandeira vermelha, economize ainda mais!

 

A alta da energia no Brasil

  • As contas de luz chegaram a um aumento médio de 50% ao longo do ano passado;
  • Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), até novembro de 2015 o consumo de energia elétrica pela indústria apresentou queda de 5,1% em relação aos doze meses anteriores;
  • No mesmo período, a tarifa energética para o setor aumentou 48,6% (sem considerar o custo adicional da aplicação da bandeira vermelha).

 

Os que mais consomem na indústria vidreira
Segundo as processadoras consultadas para essa reportagem, os fornos de têmpera e linhas de laminação estão entre os equipamentos que mais consomem energia, podendo representar mais de 50% de seus gastos nessa área.

Fale com eles!
Aneel — www.aneel.gov.br
Blue Sol — www.blue-sol.com
Cebrace — www.cebrace.com.br
Deinfra-Fiesp — www.fiesp.com.br/sobre-a-fiesp/departamentos/departamento-deinfraestrutura-deinfra
Divinal Vidros — www.divinalvidros.com.br
EPE — www.epe.gov.br
GlassecViracon — www.glassecviracon.com.br
Glaston — br.glaston.net
Guardian — www.guardianbrasil.com.br
Lisec — www.lisec.com
Ludfor Energia — www.ludfor.com.br
MME — www.mme.gov.br
PKO do Brasil — www.pkodobrasil.com.br
Prime Energy — www.primeenergy.com.br
Projepack — www.projepack.com.br
Saint-Gobain Glass — br.saint-gobain-glass.com
SGlass — www.sglass.com.br
UBV — www.vidrosubv.com.br
Vitron — www.vitronglass.com.br

O futuro é feito de vidro

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Um arquiteto renomado mundialmente. Uma das cidades mais reconhecidas no planeta por sua beleza natural. Uma obra que se destaca por suas formas únicas. Uma aplicação de vidro que revela toda a tecnologia do material. A soma de todos esses fatores não poderia ser menos impressionante: o Museu do Amanhã, localizado na zona portuária do Rio de Janeiro, foi inaugurado em dezembro passado e já se tornou um marco da construção nacional. Com projeto do espanhol Santiago Calatrava, que pela primeira vez assina uma obra no Brasil, o edifício também se destaca pelo uso de vidros de controle solar. Aplicados nas fachadas, eles permitem a entrada de luz natural e ainda diminuem a incidência do forte calor carioca em suas dependências.

Números do projeto

  • 338 m de comprimento
  • 20 m de altura
  • 34,6 mil m² de área
  • 15 mil m² de área construída
  • 3.800 m² de vidros
  • 55 mil t de concreto

Vidros: atenção à transparência
Ao todo, foram aplicados cerca de 3.800 m² de vidros no local. Confira alguns detalhes:

  • O material está presente nas fachadas (principal e posterior) e em esquadrias triangulares localizadas nas faces laterais do prédio;
  • São vidros temperados laminados formados por Sunguard Neutral 67 extraclear com 20 mm de espessura, da Guardian, produzidos na Europa. Tais vidros têm menos ferro, o que favorece a passagem de luz e transparência;
  • Os laminados foram instalados em perfis de alumínio criados especialmente para a obra;
  • As esquadrias são projeto da consultoria carioca QMD, tendo sido fabricadas e montadas pelo grupo português Martifer.

Calatrava: mestre de obras grandiosas
Nascido em Valência, Espanha, em 1951, Santiago Calatrava é reconhecido como um dos mais importantes arquitetos europeus das últimas décadas. Suas obras são famosas por possuírem formas únicas e ousadas, mais próximas da arte plástica do que da arquitetura comum.

Algumas de suas obras icônicas:

  • Ponte da Mulher (Buenos Aires, Argentina);
  • Gare do Oriente (Lisboa, Portugal);
  • Turning Torso (Malmö, Suécia);
  • World Trade Center PATH Station (Nova York, EUA);
  • Complexo Esportivo Olímpico (Atenas, Grécia).

Natureza artificial
A principal influência para o design criado por Calatrava veio das bromélias existentes no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, encontradas pelo arquiteto quando fazia sua pesquisa de campo na cidade. Porém, como o conceito de futuro é fundamental para o espaço (veja mais abaixo), as formas também buscam inspirações na tecnologia e na ficção científica: o prédio se assemelha a uma gigantesca nave espacial. Ao todo, possui 15 mil m² de áreaconstruída, 338 m de comprimento e 20 m de altura.

O que é o Museu do Amanhã?
Um time composto por mais de trinta consultores nacionais e estrangeiros de diversas áreas foi responsável pela criação do acervo do espaço. A exibição principal tem o objetivo de fazer o público pensar as possibilidades do amanhã por meio de vídeos, objetos e atividades interativas (que falam sobre temas como ciência, filosofia e antropologia). O local possui ainda parcerias com renomadas instituições científicas, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Massachusetts Institute of Technology (MIT).

  • Endereço: Praça Mauá, 1, Centro, Rio de Janeiro
  • Funcionamento: terça a domingo, das 12 às 19 horas
  • Ingressos: R$10 (às terças-feiras, a entrada é gratuita).

Por um amanhã sustentável
A arquitetura sustentável é parte fundamental do projeto do museu. A seguir, algumas das técnicas aplicadas.

  • Energia solar
    Mais de 5 mil painéis fotovoltaicos se movimentam de acordo com a posição do Sol e podem produzir 250 kWh/ano.
  • Redução do uso de água potável
    A água da Baía de Guanabara é captada para abastecer os espelhos d’água. Além disso, a água das chuvas serve para irrigar os jardins.
  • Espaço verde
    Assinado pelo escritório Burle Marx, o paisagismo do local conta com cerca de 6 mil m² de jardins.

Fale com eles!
Guardian — www.guardianbrasil.com.br
Martifer — www.martifer.com.br
QMD — www.qmdconsultoria.com.br
Santiago Calatrava — www.calatrava.com

Elegância na entrada e na saída

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Presentes em vários projetos de arquitetura, principalmente em edifícios corporativos e hospitalares, as portas automáticas de vidro se destacam pela estética clean, por ajudar na integração entre o ambiente interno e externo e até mesmo pela sustentabilidade.

A equipe de O Vidroplano conversou com empresas especializadas nesse produto. Para elas, o segmento possui enorme potencial de crescimento, mesmo em época de crise econômica. Portanto, está na hora de explorar melhor essa solução.

Para ajudá-lo, a seção “Para sua vidraçaria” deste mês mostra os benefícios do produto, apresenta os modelos disponíveis no mercado, explica as tecnologias aplicadas às portas e dá dicas espertas para a especificação, instalação e manutenção. Aproveite e use no seu negócio o que você ler a seguir!

 

Benefícios aos montes
O investimento em uma porta automática é alto, mas seus benefícios são únicos: nenhuma outra solução semelhante no mercado possui tanta tecnologia e oferece tamanha praticidade. Não faltam argumentos para convencer um cliente a comprar esse produto, como se pode ver a seguir.

Praticidade e facilidade de acesso
A característica mais óbvia das portas automáticas é dispensar a abertura e fechamento manuais. Além disso, facilitam o acesso de pessoas com necessidades especiais, algo importante para projetos em locais com grande circulação de pessoas.

Economia de energia
Em ambientes com ar condicionado, ajudam a reduzir de forma considerável os custos de energia elétrica. Como não ficam abertas a todo o momento, fazem com que a temperatura do ambiente fique estável. Isso reduz a necessidade de manutenção dos equipamentos de climatização.

Segurança e isolamento de ambientes
Possibilitam o controle de acesso por meio de sistemas como biometria, controle remoto, teclado de senha ou cartões.

Limpeza
Garantem a assepsia dos próprios vidros instalados (afinal, não são manuseados), assim como do ambiente interno. Instaladas em restaurantes, supermercados e farmácias, por exemplo, minimizam a necessidade de limpeza de gôndolas e prateleiras.
Uma solução para cada obra: como projetar
Convenceu o cliente sobre as vantagens de instalar o produto? Ótimo, então chegou a hora de especificar a porta. Anote estas dicas:

  • Dedique a máxima atenção ao momento de medir a largura e a altura dos vãos nos quais a porta será instalada. Esses dados podem ajudar na definição do modelo a ser produzido (conheça os disponíveis no quadro “Tipos de portas automáticas”);
  • A especificação do vidro também é importante. “Qualquer que seja o modelo de porta escolhido, o vidro é elemento necessário para o sistema, sejam temperados ou laminados para folhas encaixilhadas”, afirma Dante Boccuto, diretor-comercial e de Serviços da dorma+kaba no Brasil;
  • Avalie os componentes do local em que a porta será instalada. Veja se a parede é de alvenaria ou drywall, por exemplo. São essas estruturas que suportarão o peso das portas. “Devemos respeitar os limites físicos e mecânicos do equipamento”, instrui Marcelo Silveira, gerente de Negócios da divisão Security (Portas Automáticas) da Stanley.

 

Tipos de portas automáticas
Existem tipos diferentes de portas disponíveis no mercado. Conheça-os e, assim, ofereça a melhor solução para a necessidade de seu cliente.

Deslizantes
Segundo as empresas consultadas, esse é o modelo mais instalado no mercado: tem uma boa relação custo-benefício, pois ocupa menos espaço. Possui uma ou duas folhas deslizantes que correm por trás de painéis fixos ou paredes. Modelos com caixilhos podem ser equipados com dispositivo antipânico: em caso de emergência, esse sistema permite a abertura manual total das folhas móveis e fixas — recomendado para locais de grande fluxo de pessoas;

Telescópicas
Também são deslizantes, porém possuem ao menos duas folhas que se movimentam para o mesmo lado;

Pivotantes (ou com batente)
Muito utilizadas em ambientes hospitalares e laboratórios. Podem ser instaladas após a entrega da obra: basta disponibilizar uma fonte de alimentação elétrica. Mesmo com ausência de energia, a porta pode ser operada manualmente, por meio do sistema interno de molas;

‘Folding’
Não possui partes fixas: as folhas se empilham umas às outras. É indicada para locais em que não exista espaço suficiente para que as folhas se recolham.

 

Como as portas se movimentam?
Dois tipos de sensores trabalham para realizar a abertura e fechamento.

Sensores de aproximação
Funcionam em frequência de micro-ondas, semelhante ao sonar dos morcegos: emitem um sinal que reflete no usuário da porta e retorna para o sensor, acionando o movimento. “Quanto maior a frequência desse tipo de sensor, maior sua estabilidade e sensibilidade”, revela o diretor-comercial da Vipdoor Solution, Alexandre Olivieri;

Sensores de segurança
São formados por sensores fotoelétricos infravermelhos. Resumindo, eles impedem que a porta se feche caso seja detectada a presença de pessoas ou objetos em sua área de atuação.

Observação: o acionamento pode ser feito também por outros tipos de sistemas de acesso, como botoeiras, teclados e leitores de biometria, conforme explicado no item “Benefícios aos montes”.

 

Com ou sem caixilhos?
Todos os modelos citados anteriormente podem ser instalados com caixilhos (de alumínio, inox, PVC etc.) ou sem — no caso, o vidro sustenta o próprio peso. Como escolher entre um e outro? Tudo dependerá do tipo de projeto a ser executado. Uma porta de laminados, por exemplo, será tão pesada que o melhor talvez seja usar caixilhos. Mas, assim como qualquer especificação do nosso material, não há uma regra geral. Deve-se avaliar cada caso, sempre levando em conta as indicações de normas técnicas (veja mais informações no quadro “O que dizem as normas”).

 

Tecnologia de ponta
Portas automáticas incluem soluções diversas para os mais variados tipos de projeto:

  • Freios de abertura e fechamento — proporcionam mais estabilidade nos movimentos;
  • Ajuste de velocidade para abertura e fechamento;
  • Temporizador para regulagem do tempo de abertura e fechamento;
  • Baterias e nobreaks — se faltar energia elétrica, eles mantêm a porta funcionando.

 

Manutenção é tudo!
Para uma porta automática ter qualidade, a especificação e instalação devem ser muito benfeitas. “Uma porta fabricada com excelente qualidade, mas mal-instalada, vai apresentar problemas”, explica Luiz Martinez, diretor da Motiva Soluções e representante da Vipdoor Solution.

Porém, a manutenção se mostra fundamental para aumentar a vida útil do produto. “Em alguns países, é obrigatória a existência de um plano de manutenção preventiva periódica”, afirma José Mendonça de Souza, diretor-proprietário da Tecnoport, empresa catarinense que comercializa portas com tecnologia europeia. Como em nosso país não existe tal opção, recomenda-se fazer manutenção preventiva ao menos uma vez por ano.

Quem faz a manutenção?
Algumas empresas somente fabricam ou distribuem as portas, sem se responsabilizar pelos serviços de instalação e assistência técnica.

Outras verticalizam o processo: fornecem o produto e também contratos de pós-venda. Segundo Luiz Martinez, “deve-se acionar a empresa contratada, mesmo que não seja a fabricante do produto”.

Ou seja, se você, vidraceiro, vendeu a porta ao cliente, é você quem deve ser acionado para executar a manutenção. Aí está uma ótima oportunidade para diversificar seus trabalhos, gerando novas fontes de renda com a instalação e manutenção desses equipamentos ou até mesmo criando parcerias com fabricantes e distribuidoras.

 

Fique de olho!
Dicas para uma manutenção benfeita:

  • Verifique periodicamente as folhas de vidro. Veja se estão desalinhadas ou fora de prumo por conta de impactos;
  • Se não estiverem alinhadas, diga ao cliente para interromper o uso enquanto o reparo não for realizado. Um funcionamento “forçado” pode causar desgaste em roldanas e até mesmo no motor;
  • Confira o funcionamento dos sensores para garantir a segurança dos usuários;
  • Mantenha as partes mecânicas sempre limpas e lubrificadas. Isso impede o desgaste precoce dessas peças;
  • Em caso de quebra de algum item, agende visita da empresa fornecedora para avaliação. “É possível contratar outros fornecedores no caso de a fabricante não prestar serviço de manutenção”, reforça Ravena Mello Machado, arquiteta e responsável pelo setor operacional da Manuminas, empresa mineira que comercializa portas da espanhola Manusa. Com o laudo técnico em mãos, o cliente deve ser orientado a realizar os ajustes necessários ou substituir as peças por outras originais, trabalhos que podem ser feitos por sua vidraçaria.

 

O que dizem as normas
Existem duas normas nacionais específicas sobre portas automáticas:

  • ABNT 15202 — Sistemas de portas automáticas;
  • ABNT 16025 — Sistemas de portas automáticas – Requisitos e métodos de ensaios.

A última diz que só podem ser utilizados no sistema vidros de segurança, ou seja, temperados ou laminados. Se a porta contar com esquadrias, deve-se atentar para as recomendações da ABNT 10821 — Esquadrias externas para edificações.

No momento, não é exigida nenhuma certificação compulsória no Brasil para portas automáticas. Porém, é possível requerer uma com base nas normas existentes, de forma voluntária, a partir de testes realizados em laboratórios acreditados em território nacional e no exterior. Certificações estrangeiras, aliás, estão presentes por aqui principalmente nos modelos importados.

Como ter acesso às normas
Você pode adquiri-las diretamente na ABNT:
(11) 3017-3600
www.abnt.org.br
Faça esse investimento, vale a pena qualificar a sua vidraçaria!

Importante: se você possui uma micro ou pequena empresa, poderá adquirir normas técnicas por 1/3 do valor praticado, graças ao convênio entre a ABNT e o Sebrae. Saiba mais em abntcatalogo.com.br/sebrae.

Fale com eles!
dorma+kaba — www.dormakaba.com
Manuminas — www.manuminas.com.br
Stanley — www.stanleysecurity.com.br
Tecnoport — www.tecnoport.com.br
Vipdoor Solution — www.vipdoor.com.br

Agregando valor e segurança

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A processadora catarinense SVA Vidros surgiu em 2013, após atuar como vidraçaria sob o nome Têmpera Oeste. No momento da fundação da nova empresa, foram feitos grandes investimentos, incluindo a instalação de um forno horizontal com o intuito de fornecer vidros à Região Oeste do Estado de Santa Catarina. E, agora, com a conquista da chancela para temperados, do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e Instituto Falcão Bauer da Qualidade (IFBQ), a empresa dá um grande passo para a consolidação de seus negócios.

Conquistando espaço no setor
Para o seu diretor, João Henrique Paludo Bolsi, a certificação é ferramenta importante para o planejamento estratégico.

“Conquistamos mais espaço no mercado, fidelizando cada vez mais nossa carteira de clientes”, comenta, lembrando ainda que o selo permite atingir novos mercados potenciais, já que a segurança do produto é garantida.

Ao todo, quatro espessuras foram certificadas: 6, 8, 10 e 12 mm. “A chancela agrega valor aos vidros e valoriza a marca, principalmente por ser um diferencial competitivo”, afirma Bolsi. Em momento econômico difícil para o País, um diferencial desse porte se mostra fundamental para os negócios.

Adequação da produção
O processo de adequação da produção levou cerca de quatro meses, tendo sido iniciado em agosto e finalizado em dezembro de 2015. Segundo a SVA, tudo ocorreu tranquilamente, sem encontrar problemas para se alinhar às exigências. “Os ensaios de fragmentação agora são feitos diariamente”, revela Bolsi.

O diretor faz referência ainda à consultoria oferecida pela Abravidro, um dos principais fatores a permitir a conquista do selo. “O contato com a associação foi essencial. O consultor Edweiss Silva nos orientou preparando e acompanhando os processos”.

Fale com eles!
Abravidro — www.abravidro.org.br
IFBQ — www.ifbauer.org.br
Inmetro — www.inmetro.gov.br
SVA Vidros — www.svavidros.com.br

Acontece

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Já que premiações de arquitetura estão bastante presentes na pauta deste mês, como vimos nas notas do “Mundo do Vidro”, nas páginas 38 e 39, vamos falar de outra obra em terras nacionais homenageada por júris ao redor do mundo. Lembra-se do Vitra, aquele famoso edifício revestido de vidro em São Paulo criado por Daniel Libeskind, arquiteto especialista no uso de nosso material? Ele foi escolhido como um dos 35 melhores prédios assinados por arquitetos norte-americanos em todo o mundo, segundo a entidade American-Architects. Congragulations, Mr. Libeskind!

Ainda nessa área: a Casa Cor, considerada uma das maiores mostras de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas, divulgou a data de sua histórica 30ª edição. Anote aí: de 17 de maio a 10 de julho, no Jockey Club de São Paulo. As edições de Campinas, Goiás, Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais também já estão confirmadas. Confira os dias de cada uma em casa.abril.com.br/casa-cor.

Mas antes disso, há outros eventos para o setor vidreiro ficar de olho. No mês que vem, de 1º a 4 de março, também em São Paulo, a Expo Revestir vai mostrar as principais novidades em acabamentos e revestimentos. Nossa reportagem marcará presença cobrindo todas as novidades com o nosso material. E você, já se inscreveu? Não perca tempo, visite www.exporevestir.com.br.

Nova sede envidraçada da Brazilglass ganha prêmio de arquitetura

Este texto foi originalmente publicado na edição 518 (fevereiro de 2016) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

 

Criado pelos arquitetos Sidonio, Lucia e Marcio Porto, o edifício da processadora Brazilglass venceu a 17ª Premiação de Arquitetura do Instituto dos Arquitetos do Brasil — Departamento Minas Gerais (IAB-MG) no ano passado. Ainda em construção no município de Guararema (SP), a obra terá revestimento de vidro em todos os lados da fachada do bloco principal (que reunirá escritórios, restaurante e showroom). Isso irá permitir a interação com a área externa de jardins e a entrada de luz solar, diminuindo a necessidade de iluminação artificial e aliviando a sensação de confinamento. Mais informações: www.brazilglass.com.br

Eastman abre inscrições para prêmio Vanceva World of Color Awards

Este texto foi originalmente publicado na edição 518 (fevereiro de 2016) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

 

Criado pela Eastman para homenagear obras arquitetônicas que utilizam as películas coloridas para laminados Vanceva Color System, o prêmio bienal Vanceva World of Color Awards já aceita inscrições para a edição 2016. Arquitetos, designers de interiores, engenheiros e outros profissionais da construção civil que quiserem participar da competição podem enviar informações sobre suas obras. Mais informações: www.eastman.com
Como participar?
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até 31 de março. A adesão, bem como as informações do seu projeto, devem ser enviadas pelo site: www.vanceva.com/woca

Obras nacionais envidraçadas ganham prêmio internacional de ‘design’

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Nove projetos brasileiros foram anunciados vencedores da categoria “arquitetura e design de interiores” no IF Design Award 2016. A premiação é uma das mais conceituadas do design mundial, englobando setores como produtos, comunicação e embalagens. Algumas das obras nacionais citadas possuem inspiradas aplicações de vidros e espelhos. Um dos destaques é a Glass House, de Cristina Menezes, localizada em Belo Horizonte, que ganhou paredes feitas de laminados de controle solar. A Galeria Melissa Londres (foto), loja de calçados femininos da fabricante Grendene na capital inglesa, ganhou revestimento de vidros refletivos e espelhos que ajudam a propagar as cores e luzes do ambiente. Vale citar também a Mororó House, em Campos do Jordão, SP, e sua área de piscina totalmente envidraçada, incluindo teto. A cerimônia oficial de entrega dos prêmios ocorrerá no dia 26 de fevereiro, em Munique, Alemanha. Mais informações: ifworlddesignguide.com
Projetos arquitetônicos brasileiros vencedores do iF Design Award 2016
Categoria Residencial
Arca (Atelier Marko Brajovic, RJ);
Cyrela by Pininfarina (Cyrela, SP);
Mororó House (studio mk27, SP);
Txai House (studio mk27, BA);
Vertical Itaim Building (studio mk27, SP);
Glass House (Cristina Menezes Arquitetura e Decoração, MG);
Studio Arthur Casas (Studio Arthur Casas, SP).

Categoria Exposições/Feiras
Brazil Expo Milano 2015 (Atelier Marko Brajovic & Studio Arthur Casas);

Categoria Lojas/Showrooms
Galeria Melissa Londres (Inglaterra)

Cebrace marca presença no carnaval de São Paulo pela sexta vez

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O desfile das escolas de samba do carnaval paulistano teve, mais uma vez, um toque da transparência do vidro. A Cebrace foi a principal patrocinadora da Mocidade Alegre, terceira colocada no campeonato deste ano. A parceria entre fabricante e agremiação chegou ao sexto ano. “Incentivar a escola de samba é uma forma de estimular a cultura nacional por meio da maior festa popular do Brasil”, comenta o gerente de Marketing Carlos Henrique Mattar. Por conta da parceria entre a agremiação e a companhia, profissionais de nosso setor marcaram presença no Sambódromo, curtindo a festa popular. Vale ressaltar que Solange Bichara, presidente da Mocidade Alegre, palestrou pela Cebrace no 12º Simpovidro, realizado em novembro passado. Mais informações: www.cebrace.com.br

Sincomavi-SP discute perspectivas para 2016

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No dia 2 de fevereiro, a palestra Panorama geral da economia e perspectivas para 2016 foi promovida pelo Sincomavi-SP em seu auditório, na capital paulista. A apresentação ficou a cargo de Jaime Vasconcellos, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), e reuniu cerca de trinta participantes.

O palestrante falou sobre assuntos como o desempenho econômico brasileiro em 2015 e as perspectivas econômicas e análise de renda, emprego e crédito para 2016. Também alertou para a importância dos indicadores empresariais do varejo, os quais considera como pontos de atenção em momentos de crise.

Vasconcellos apresentou ainda dicas de estoque e promoções e comentou que, com a crise, ocorre uma seleção natural das empresas. Assim, somente as mais competentes conseguem permanecer no mercado e conquistar mais espaço nele.

Mais informações: www.sincomavi.org.br

Valor estratégico ainda maior

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O setor vidreiro já entrou em ritmo de contagem regressiva: daqui a menos de quatro meses, o Transamerica Expo Center, em São Paulo, vai receber a 12ª Glass South America. Os preparativos para a edição de 2016 da maior feira do vidro na América Latina estão a todo vapor. Afinal, são esperados 12 mil profissionais e duzentas marcas expositoras nacionais e internacionais.

O assunto é maçante e, mais do que isso, aflitivo, mas necessário: não há como não falar da crise, ainda mais em um evento em que a cadeia vidreira se reúne. No entanto, a notícia é boa. São em momentos como os da Glass, quando novidades são apresentadas e ideias são debatidas, que saídas oportunas podem surgir.

É isso o que Ligia Amorim, diretora-geral da NürnbergMesse Brasil, organizadora da mostra, fala nesta entrevista exclusiva à revista O Vidroplano. Confira nas páginas a seguir novidades sobre a Glass South America 2016.

Como está o trabalho de organização da feira?
Ligia Amorim — Com a proximidade do início do evento, intensificamos a divulgação junto aos principais players do mercado e também por meio de nossos escritórios em vários países. Nossa equipe está envolvida, dando todo o suporte para que os expositores se preparem bem para a feira, além de esclarecer todas as dúvidas dos visitantes.

Qual é a estimativa de público e quantidade de expositores?
Ligia — A expectativa é receber 12 mil profissionais qualificados do setor. Eles conhecerão, em primeira mão, os lançamentos de duzentas marcas nacionais e internacionais.

Neste ano, a Glass South America se dará em meio a um conturbado momento econômico do País. Qual será o papel da feira para fazer com que o setor vidreiro contorne esses problemas?
Ligia — A NürnbergMesse Brasil entende que feiras de negócios têm um valor estratégico ainda maior em períodos de turbulência econômica, principalmente por trazerem uma oportunidade de desenvolvimento de negócios e troca de melhores práticas entre profissionais e empresas. Por isso, reforçamos, juntamente com a Abravidro, nossa parceira exclusiva na organização da feira, o convite para que todos participem do encontro mais importante do setor vidreiro na América Latina e conheçam o que há na vanguarda da indústria.

Qual o perfil do público e expositores da mostra?
Ligia — Receberemos profissionais como arquitetos, designers, vidraceiros, membros das indústrias moveleira, automotiva e construção civil e distribuidores, entre outros. Percebemos um crescimento significativo de visitantes internacionais interessados no produto nacional, o qual é muito atrativo no exterior.

Como a inscrição ‘online’ deve ser feita?
Ligia — O credenciamento está disponível em glassexpo.com.br. Poucos dias após a abertura das inscrições, o número de participantes já é superior se comparado ao da edição anterior. Por meio do credenciamento online, foi detectado um crescimento significativo quanto ao número de visitantes com perfil de decisão, como presidentes, vice-presidentes, diretores e gerentes de empresas.

Ainda há espaço para empresas participarem como expositoras?
Ligia — Sim, ainda há como expor, mas é importante lembrar que mais de 90% da feira já foi comercializada e restam poucos espaços. Para expor na Glass South America, deve-se entrar em contato com a NürnbergMesse Brasil [veja como no quadro ao lado].

Quais dicas podem ser preciosas para os visitantes aproveitarem ao máximo a experiência da feira?
Ligia — É muito importante antecipar o credenciamento e se inscrever online. Como a feira apresentará mais de duzentas marcas, é fundamental planejar com antecedência sua visita. Diversos eventos paralelos com conteúdo de qualidade também estarão disponíveis: verifique se há interesse no assunto e faça a inscrição para garantir seu lugar.

A Glass South America é conhecida por oferecer uma sólida programação de eventos paralelos. O que está sendo preparado para este ano?
Ligia — A grade completa estará disponível, em breve, na aba Congressos no site da Glass South America (www.glassexpo.com.br). Neste ano, lançaremos a Arena de Gestão e Tecnologia, um espaço para apresentações curtas de temas inovadores por meio de palestras e interação. Além disso, por meio de uma parceria com a Landesmesse Stuttgart, ocorrerá a estreia da feira R+T South America, evento internacional voltado ao mercado de persianas, portas, portões e proteção solar.

Como será a presença de empresas expositoras estrangeiras na edição 2016 no evento?
Ligia — A mostra vai contar com expositores internacionais confirmados vindos dos Estados Unidos, Itália, Espanha, Taiwan, Turquia, Índia e Holanda, entre outros. Isso demonstra claramente que as empresas ainda enxergam o Brasil como um país de oportunidades.

Qual recado você quer deixar para o setor?
Ligia — A NürnbergMesse Brasil tem a missão de proporcionar as melhores e principais plataformas de negócios para os setores em que atua. Agradecemos aos expositores, visitantes, congressistas, parceiros e imprensa que, assim como nós, acreditam em um Brasil melhor repleto de resultados positivos e excelentes oportunidades para todos. Esperamos por vocês na 12ª edição da Glass South America.

 

Como fazer o credenciamento ‘online‘
Acesse o site oficial da feira (www.glassexpo.com.br). Na home, você verá um banner chamado Credenciamento no lado direito. Clique ali e siga as instruções.

 

Como expor na Glass
Corra, porque restam poucos espaços!
Fale com Elaine Cesário:
Tel. (11) 3205-5027
e-mailglass@nm-brasil.com.br

 

Informações importantes

  • Por se tratar de um evento de negócios, é proibida a entrada de menores de dezesseis anos de idade, mesmo que acompanhados;
  • Não será permitida a entrada de pessoas usando trajes como bermuda e/ou chinelo;
  • A credencial do visitante é pessoal e intransferível. Para retirá-la, será necessário apresentar cartão de visita e documento de identidade.

 

Fale com eles!
Glass South America — www.glassexpo.com.br
NürnbergMesse Brasil — www.nuernbergmesse-brasil.com.br

Tire o ‘S’ da ‘Crise’

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Escrito por Luiz Barbosa

“O Brasil está em crise!” Assim começamos 2016. Não vou usar o clichê que diz que a crise econômica é apenas uma crise de desconfiança, porque não é — pode ter começado dessa forma, mas os números revelam a sua verdadeira face assombrosa, ceifando o emprego de muitos e vitimando todas as classes sociais, já ascendendo ao topo da pirâmide.

Mas o que fazer? Como reagir? Sinceramente, não tenho respostas para tais perguntas e, se as tivesse, provavelmente me tornaria um bilionário oferecendo a minha receita. O que posso fazer é escrever, compartilhar o meu ponto de vista e, quem sabe, lhe inspirar.

Esteja aberto a novas ideias — As diferentes fontes de ideias e sugestões às vezes podem ter como interlocutor o mais humilde de nossos colaboradores. Podem vir também de colegas, amigos, parentes, filhos e cônjuge. Porém, para absorver todas essas preciosas fontes, é preciso estar aberto ao novo e, só então, enxergaremos oportunidades de melhorar as nossas empresas. Arregace as mangas, tenha disposição para analisar todas as áreas de seu negócio em busca de oportunidades de melhorias e você as encontrará.

Verifique quais são as suas perdas de processo — Se encontrar altos percentuais, identifique as causas e tome atitudes corretivas. Os problemas nessa área podem ter origem no leiaute da fábrica, em configurações incorretas das máquinas, no uso de insumos fora das especificações dos fabricantes, em profissionais despreparados ou destreinados etc.

Siga as especificações dos manuais dos fabricantes e realize, periodicamente, treinamentos e reciclagens — Os fabricantes de maquinários quase sempre dispõem de técnicos treinados que realizam esses treinamentos gratuitamente. Lembre-se também da importância de manter a sua equipe de vendas sempre atualizada. Ela é a linha de frente da sua empresa.

Não entre na guerra dos preços — Ela não leva a nada, é uma ilusão! Você tem um estoque cheio de produtos e quer vender tudo porque produto em estoque é dinheiro parado? Mas onde está o seu lucro? Aprenda a calcular o giro do seu estoque e não pense em volume. Você pode vender menos e lucrar muito mais.

Converse com seus clientes e fornecedores constantemente — Esteja sempre atento ao mercado. Dessa forma, será capaz de avaliar a sua empresa e tomar as decisões estratégicas para mantê-la competitiva e lucrativa.

Ainda que 2016 seja o ano da “crise”, seja criativo, tire o “S” da criSe e “crie”!

Fale com eles!
Luiz Barbosa é engenheiro civil com MBA em marketing, palestrante, e sócio-fundador da consultoria em vidro para a construção civil Ci & Lab.
www.cielab.com.br

Por dentro dos bastidores

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Normalização é um assunto sério! São as normas técnicas que definem os requisitos que garantem a qualidade e a segurança dos produtos do nosso setor. Por isso, o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) recebe sempre várias questões dos profissionais vidreiros sobre a elaboração e o andamento das normas, seja em palestras, em ligações recebidas na Abravidro ou mesmo por e-mail.

Assim, para a coluna deste mês, separamos as dúvidas mais frequentes e apresentamos as respostas para elas de forma clara e direta. Confira-as a seguir.

Como a elaboração de uma norma tem início?
Ela começa com uma demanda da sociedade, que é levada à ABNT. A partir de sua aprovação, o processo tem início com a formação da comissão de estudos responsável por atender à demanda: ela é composta por todas as partes interessadas, como produtores, fabricantes, consumidores e entidades neutras.

A secretaria do comitê faz, então, os convites a possíveis interessados para as reuniões que discutirão o tema e estabelecerão o conteúdo técnico da norma.

Quem pode participar da elaboração da norma?
Não há qualquer restrição: todos os interessados podem participar. Basta lembrar que a discussão deve ser baseada em argumentação técnica que estabeleça requisitos mínimos de qualidade, segurança e durabilidade do produto ou serviço.

Como participar desse processo?
Basta comparecer às reuniões: as datas, horários e locais são informados no site da Abravidro. Caso não seja possível comparecer, você pode enviar suas contribuições para o conteúdo do projeto em discussão para o e-mail cb37@abnt.org.br, e elas serão lidas e avaliadas pela comissão de estudos.

Como eu posso acompanhar o conteúdo da norma e o que está sendo discutido?
Isso é possível por meio do Livelink, ferramenta da Organização Internacional de Normalização (ISO) na qual são armazenados todos os documentos de uma comissão de estudos. Após se cadastrar na ABNT e na comissão de estudos do seu interesse, você recebe uma senha e o login para entrar no Livelink e acessar os documentos.

O que é a consulta nacional?
É um processo de avaliação do texto por parte da sociedade, após ele ser concluído por parte da comissão de estudos. A consulta é feita no site da ABNT por qualquer pessoa interessada (desde que ela esteja cadastrada no site), que pode avaliar o conteúdo da norma e aprová-lo ou sugerir alterações. Normalmente, o período de consulta é de sessenta dias.

Quem deve cumprir a norma?
Todos que estiverem comercializando, produzindo e/ou instalando os produtos considerados por ela. De acordo com o Código de defesa do consumidor, “é proibido colocar no mercado qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas vigentes”. A norma tem poder de lei: quando um acidente acontece, ela é consultada para identificar as responsabilidades pelo ocorrido. Com isso, é possível apurar quem não cumpriu as normas e possa, assim, ter causado o acidente.

Qual a diferença entre norma e manual?
Ao contrário do manual de um produto, o objetivo da norma não é apresentar as instruções de como instalar o produto, nem especificar os materiais que devem compô-lo. Seu objetivo é estabelecer requisitos mínimos de qualidade e segurança de um produto, além dos métodos de avaliação destes requisitos — em outras palavras, seu foco está no desempenho esperado pelo produto e por seus componentes.

Sabemos que os profissionais do setor têm outras questões além dessas, e que novas dúvidas estão sempre surgindo. Para esclarecê-las, entre em contato conosco: ficaremos felizes em ajudar!

 

Clélia Bassetto, consultora de Normalização da Abravidro

Fale com eles!
Abravidro — Tel. (11) 3873-9908 e cb37@abnt.org.br
ABNT — www.abnt.org.br

Eternos aprendizes!

Este texto foi originalmente publicado na edição 518 (fevereiro de 2016) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

 

É um relato comum por aqui: a processadora contrata a Especialização Técnica Abravidro nas áreas de corte, lapidação, serigrafia e têmpera e os funcionários mais experientes, assim como os donos da empresa, relutam em participar do treinamento. A expectativa é que serão transmitidos conhecimentos primários, de total domínio de quem trabalha há décadas naquelas atividades. Mas logo chegam os depoimentos deles: ficaram surpresos por terem conhecido muita coisa nova e útil, o que, aliás, costuma mudar a forma como trabalham.

Isso só é possível quando, apesar da resistência inicial, nos colocamos como aprendizes, aquelas pessoas observadoras e atentas, ávidas por reconhecer algo que possa fazer alguma diferença em suas vidas.

Nesta edição, nosso convite é para que você se posicione como aprendiz em duas oportunidades: nas reportagens sobre portas automáticas e em outra, que aborda dicas para a redução de gastos com energia elétrica. Dois temas que, em tese, conhecemos bem, mas será que sabemos tudo? Será que estamos explorando todos os conceitos em nossas empresas? Posso apostar que poucos leitores responderão sim em 100% desses pontos. Por isso, recomendo que leia com atenção as matérias das páginas 23 e 42.

E com essa provocação de começo de ano, encerro esse bate-papo propondo que você olhe o seu cotidiano como um aprendiz, bastante atento aos detalhes. Tenho certeza de que uma boa revisão e muita disposição para mudança podem trazer resultados surpreendentes!

Boa leitura!

Celina Araujo
Editora

Os aprendizados da crise — Parte 2

Este texto foi originalmente publicado na edição 518 (fevereiro de 2016) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

 

vp_editorial_maio-122x184Em junho do ano passado, compartilhei por aqui algumas experiências que tiveram bons resultados em diminuição de custos e ganhos de eficiência, num processo iniciado com a pressão da crise. Oito meses depois, vemos que a atividade econômica não dá sinais de retomada e nosso grande desafio é nos adequarmos à nova realidade.

Confesso que, tanto como gestor do meu negócio ou como presidente da Abravidro, nunca fiz tantas reflexões sobre o mercado, principalmente com a profundidade exigida atualmente. Antes da crise, eu operava — e grande parte dos transformadores de vidro também — com um foco absoluto: o mercado. Um modelo adotado pela própria origem de muitas das nossas empresas — uma vidraçaria que cresceu, investiu e se tornou processadora de vidros.

Em nosso horizonte de crescimento, a prioridade sempre foi ampliação. O principal objetivo era aumentar as vendas continuamente e adquirir novos equipamentos para obter maior capacidade de produção — ou essas ações em ordem inversa. Dessa forma, nosso principal indicador de performance era o volume de matéria-prima consumida em toneladas ou a quantidade de m² vendidos, numa conta simples de, quanto maior, melhor.

Velhos e bons tempos de bonança, que, pelo menos em curto e médio prazos, acabaram. Nos novos tempos, o volume deixou de ser preponderante — o indicador mais monitorado é… rentabilidade! Algo que, às vezes, surpreendentemente pode ser melhorado com redução de volume, numa mudança de cultura e paradigmas. Planejar não é mais apenas definir metas, negociar com fornecedores e acompanhar os resultados. De certa forma, precisamos reaprender a trabalhar, debruçando-nos com muito mais atenção em cada ponto, do portfólio de produtos aos pequenos detalhes do processo fabril.

Agora é o momento de repensar o nosso negócio, resgatando o que ficou para trás naquela sede expansionista do passado. E então descobriremos várias pequenas oportunidades, as quais, juntas, devem fazer a diferença. Ah, mas se isso tivesse sido feito cinco anos atrás? Certamente os resultados teriam sido maiores na época das vacas gordas, mas nunca é tarde para aprimorar a nossa gestão e nos tornar ainda mais eficientes e rentáveis.