Portas de grandes dimensões: dicas para instalação

Profissionais das áreas de vidro e ferragem apontam os cuidados especiais a serem tomados

O vidro sempre proporciona transparência e leveza aos ambientes em que é instalado. E como melhor destacar esses atributos do que já na entrada, com uma porta de vidro de tamanho imponente, promovendo integração plena entre interior e exterior?

Hoje, vidraçarias pelo Brasil afora já instalam portas de vidro de grandes dimensões. Mas os profissionais devem ficar atentos: embora não haja muita diferença nas etapas desse trabalho em relação à instalação de portas de vidro de tamanho convencional, a medida e o peso da peça exigem cuidados e ferragens especiais.

O Vidroplano conversou com profissionais das áreas de vidro e ferragem para saber as peculiaridades na instalação dessas peças, os materiais disponíveis para esse tipo de trabalho e os erros cometidos com maior frequência. Confira!

 

Quando o barato sai caro
Muitos dos erros na instalação de portas de grandes dimensões vêm de decisões tomadas antes da atividade propriamente dita. Leandro Gonçalves, gerente de Projetos da Divinal Vidros, enfatiza: “O consumidor precisa exigir do revendedor um projeto elaborado com todas as especificações, tipo de ferragem, espessura do vidro, responsável-técnico etc.”

Confira alguns erros comuns:

  • Falta de atenção às características da alvenaria que receberá a peça — deve-se verificar se ela é capaz de suportar os pontos de fixação das ferragens para a instalação;
  • Especificação errada das ferragens — muitas vezes, usam-se produtos voltados para portas de dimensões convencionais;
  • Instaladores sem os equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados, como óculos de segurança, luvas (que também garantem a aderência ao vidro), mangotes, botas com biqueira e, dependendo do caso, capacetes;
  • Falta de preparo dos instaladores, levando à realização de improvisos para corrigir os erros cometidos ao longo do processo.

 

A partir de que tamanho uma porta de vidro pode ser considerada de grandes dimensões?
Não há consenso que defina a partir de que medida a peça a ser usada deixa de ser considerada de tamanho convencional. Contudo, Alexandre Baccari, responsável pelas áreas de Arquitetura e Engenharia da Glass Vetro, alerta que a instalação de qualquer vidro de dimensões acima de 1,3 x 2,25 m já precisa de cuidado maior.

Com relação à espessura, Laurenil de Castro, diretora da Belcom e Belga Metal, aconselha: “Para vidros muito grandes, não recomendamos o uso do vidro de 8, mas sim de 10 ou 12 mm. Isso proporciona maior estabilidade à porta, ainda que ela seja mais alta.”

 

Como saber o peso da porta de vidro?
O cálculo é feito a partir da equação abaixo:

Peso (em kg) = 2,5 x espessura (em mm) x área (altura x largura, em m²)

Nelson Libonatti, diretor da Glass Vetro, explica que toda ferragem deve conter em seus catálogos ou embalagens as informações para qual peso, tamanho ou espessura pode ser utilizada.

Veja tabela com alguns exemplos de peso de vidros na edição mobile de O Vidroplano (maio/2015).

 

Atenção aos detalhes!

  • Atenção com as ferragens: Baccari, da Glass Vetro, aponta que, para grandes dimensões, é fundamental trabalhar com sistemas pivotantes, molas e produtos desenvolvidos especialmente para esse tipo de instalação. Nas portas de correr, Alex Cardoso, técnico da Glasspeças, aconselha o uso de um número maior de roldanas — consulte-se o departamento técnico da fabricante das peças para saber o ideal.
  • A união faz a força: caso a obra não permita o uso de talhas ou carrinhos, o vidro deve ser carregado por três ou quatro pessoas, na vertical (em pé), apoiado pelas bordas.
  • Instalando a dobradiça: ferragens para portas de grandes dimensões devem apresentar diferenciais como composição reforçada, dimensões maiores para ampliar o contato com o vidro e mais parafusos para assegurar a fixação da porta.
  • Medição de nível a laser: tecnologia garante mais precisão para instalação de peças de maiores dimensões.

 

Conheça algumas soluções

Produto e empresa Características
Dobradiças Biloba, Triloba e Única, da Belcom Dispensam o uso de mola hidráulica. A Biloba e a Única suportam vidros de até 100 kg, enquanto a Triloba é ideal para portas de vidro de até 150 kg.
Dobradiças 9101 Jumbo e 9103 Jumbo, da Belga Metal Suportam vidros de até 130 kg. “Elas são de aço inox, maiores que as convencionais e mais resistentes”, explica Laurenil de Castro, da Belga Metal.
Max Dobradiça Superior Pivotante, Max Dobradiça Inferior Pivotante e Max Dobradiça Inferior com miolo de inox para uso de molas de piso, da Elber Ferragens “A instalação é feita normalmente, observando-se as características da alvenaria que receberá o vidro”, afirma Simone Camilo, gerente-comercial da Elber. A carga máxima que suportam fica em torno de 120 kg por peça de vidro.
Dobradiça PG, da Glasspeças A ferragem, para vidros de até 1,4 m, é de latão. É reforçada e de tamanho maior, com cinco parafusos de fixação em recorte padrão mais dois furos, o que garante área maior de contato com o vidro.
Sistemas para portas pivotantes, da Glass Vetro Os sistemas da Glass Vetro atendem um tamanho médio de portas. Os pivotantes de linha suportam em torno de 110 a 130 kg.


Nota da redação: O Vidroplano agradece à Tecnoglass por permitir o acompanhamento do processo de instalação de uma porta de vidro de grandes dimensões para a produção das fotos que ilustram esta reportagem

 

Fale com eles!

Belcom — www.belcomsolutions.com.br
Belga Metal — www.belgametal.com.br
Divinal Vidros — www.divinalvidros.com.br
Elber Ferragens — www.elber.com.br
Glasspeças — www.glasspecas.com.br
Glass Vetro — www.glassvetro.com.br
Tecnoglass — tecnoglass@globo.com

Oportunidade! Brasil terá nova fábrica de painéis fotovoltaicos

Empresa chinesa anuncia construção de planta em Campinas (SP) e pretende adquirir vidros de fabricantes nacionais

Para combater a crise energética enfrentada pelo Brasil desde o ano passado, é necessário que a matriz elétrica nacional se torne mais diversificada. Dentre as fontes disponíveis, a energia solar tem grande potencial de crescimento no País. E um importante passo nessa direção foi dado no dia 22 de maio, quando a multinacional chinesa BYD, atuante nos segmentos de energia e veículos elétricos, anunciou que instalará uma unidade para fabricação de painéis fotovoltaicos na cidade de Campinas, a 84 km de São Paulo.

Para tal empreitada, a BYD conta com o apoio da Investe São Paulo, agência de promoção de investimentos ligada ao governo paulista. Todos os investimentos relacionados a energias renováveis são extremamente estratégicos para o Estado e o Brasil”, afirma Juan Quirós, presidente da Investe São Paulo. A meta da agência, declara, é ampliar a participação das energias renováveis dos atuais 53,5% para 69% da matriz paulista até 2020.

Até onde foi apurado pela equipe de O Vidroplano, a BYD será a terceira fabricante de painéis fotovoltaicos a se instalar na Região Metropolitana de Campinas, onde as empresas Tecnometal e Globo Brasil Indústria de Painéis Solares já têm suas respectivas unidades instaladas.

Tecnologia avançada 
Além dos painéis fotovoltaicos convencionais, a BYD também pretende fabricar, em território nacional, o Módulo 2.0. “Trata-se de módulos em que o vidro é aplicado nas duas faces da célula fotovoltaica”, explica Adalberto Maluf, diretor de Relações Governamentais e Marketing da BYD Brasil. “É uma tecnologia inovadora, mais resistente a degradações, com custo competitivo e alta capacidade de geração de energia.”

Oportunidades 
Está claro que o nosso material será um elemento importante nos painéis fabricados pela BYD. Mas de onde ele virá? Maluf avisa: “Nosso objetivo é escolher uma companhia nacional que possa fabricar os materiais que utilizaremos em nossa linha de produção, uma vez que a logística de vidros é muito difícil e precisamos de fornecedores locais”.

A multinacional iniciará contato com as fabricantes nacionais para verificar a possibilidade de encontrar vidros que atendam as especificações tecnológicas necessárias (veja mais no boxe sobre o módulo) e que ofereçam custos competitivos. “O mercado de painéis solares crescerá muito nos próximos meses, devido aos leilões de energia do governo e à busca por geração descentralizada de energia”, aponta. “Quem entrar desde cedo nesse mercado terá vantagens competitivas no futuro e um enorme campo para ser explorado.”