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Entenda a importância dos ensaios em temperados

Os detalhes sobre os ensaios de empenamento e fragmentação do vidro temperado, previstos na norma NBR 14698 — Vidro temperado, foram apresentados nas páginas de O Vidroplano em janeiro e março deste ano. Mas você sabe por que é importante que as processadoras os realizem e registrem seus resultados? E com qual frequência devem ser feitos? Veja a seguir as respostas para essas e outras perguntas.

Avaliação de qualidade
O bom desempenho do temperado nesses testes é um indicativo da sua qualidade. “O ensaio de fragmentação garante que o processo de fabricação esteja bem ajustado, de forma a obtermos um produto que se fragmente em pedaços pequenos, menos cortantes, em caso de quebra”, explica Edweiss Silva, consultor da Abravidro para certificação do vidro temperado pelo Inmetro.

No ensaio de empenamento (ou planicidade), a verificação deve ser feita para garantir dois pontos muito importantes.

Primeiro para que a deformação causada por alguma variação do processo não venha a interferir na montagem; segundo para que o vidro não apresente distorções ópticas em excesso.

Em ambos os casos, os testes devem ser realizados na própria empresa, por pessoal treinado para a correta execução. Normalmente, o responsável pela têmpera (forneiro) é quem cuida dessa tarefa, afinal é ele quem deve saber se há necessidade de algum ajuste no processo de têmpera para garantir a qualidade exigida.

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Anotação dos resultados
Não basta realizar os ensaios: é preciso que seus resultados sejam devidamente anotados. “A grande importância desses registros é comprovar o controle satisfatório da fabricação e auxiliar os responsáveis na verificação dos diversos tipos de vidro produzidos no decorrer do dia”, observa Edweiss.

Isso pode ser feito de diferentes formas: anotações em formulário simples, registro via sistema informatizado ou até com a utilização de imagens digitais. Vale destacar que, embora nenhuma regulamentação determine esse controle, ter os resultados dos testes é uma segurança a mais. “Mesmo se a empresa não tiver a certificação dos temperados, entendemos que os registros são essenciais para possíveis casos de reclamações de clientes”, alerta o consultor.

Frequência das avaliações
A Portaria Inmetro nº 327/2007 determina que sejam realizados pelo menos uma vez por dia os ensaios de fragmentação e empenamento dos temperados, para comprovação de qualidade. Ela também exige que todos os testes de desempenho do produto (classificação de segurança, choque térmico, choque mecânico, fragmentação, dimensional, planicidade e visual) sejam realizados anualmente em laboratório acreditado pelo Inmetro.

Edweiss, porém, recomenda que as empresas realizem os ensaios no início de produção diária, e sempre considerando cada mudança de produto. “Dessa forma, a quantidade de testes será variável, pois depende da quantidade de diferentes produtos que a processadora venha a fabricar no mesmo dia. Por exemplo, se produzir temperados de 6, 8 e 10 mm, no mínimo três ensaios devem ser realizados e registrados, um para cada espessura.”

Dicas para a avaliação dos temperados
É recomendável que o resultado da contagem dos fragmentos esteja entre o mínimo e o máximo permitido. A norma exige um resultado de 40 a 100 fragmentos, sendo ideal 70. Dessa forma, mesmo que haja variações, pois nenhum processo é 100% estável, tem-se uma boa margem de segurança tanto para mais como para menos.

Sobre o ensaio de empenamento, Edweiss ressalta que a tolerância estabelecida pela NBR 14698 é o desvio máximo que o vidro temperado pode apresentar. O processador deve sempre levar em consideração a capacidade do seu processo e o projeto de cada cliente para entregar os vidros com o mínimo de empenamento possível.

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ABNT publica norma para termoendurecidos

A ABNT publicou, em 12 de novembro, a norma NBR 16918 — Vidro termoendurecido. Como enuncia o título, o texto apresenta os requisitos para o processo de fabricação desse tipo de vidro. O novo documento, elaborado pela comissão de estudos do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), sediado na Abravidro, esteve em consulta nacional de 28 de setembro a 27 de outubro deste ano.

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Conteúdo
A NBR 16918 apresenta as características dos termoendurecidos, entre elas a tensão máxima admissível, tolerâncias permitidas para os aspectos dimensionais, defeitos visuais, empenamento total e local e comportamento de quebra. Os ensaios do produto também estão estabelecidos, incluindo os de fragmentação, avaliação de defeitos e medição de empenamento.

O documento destaca ainda que, assim como o temperado, esse tipo de vidro também precisa passar pelo pré-processamento (corte, lapidação, furação, lavagem etc.) antes de ir ao forno.

Sobre o produto
O termoendurecido é um vidro tratado termicamente para adquirir resistência mecânica superior à do float – dependendo da espessura, pode ser até duas vezes e meia mais forte. Renato Santana, coordenador de Qualidade e Lean Manufacturing da GlassecViracon, aponta que, em geral, a produção dele e do temperado é bastante parecida. “A única diferença relevante é a curva de resfriamento — ela tem menos pressão. Com isso, é possível atender um nível menor de tensão superficial, atingindo os padrões de fragmentação estabelecidos na nova norma.”

Ao contrário do temperado, o termoendurecido não pode ser considerado um vidro de segurança, pois se fragmenta em pedaços um pouco maiores e mais cortantes quando quebrado. Por isso, normalmente é usado na composição de laminados ou insulados.

Satisfação
Luiz Barbosa, coordenador da comissão de estudos do ABNT/CB-37, reconhece que o resultado do trabalho valeu a pena. “Sinto-me realizado com a notícia da publicação após mais de três anos de dedicação dos membros da comissão”, afirma. Para Barbosa, esses conhecimentos somados resultaram em uma norma objetiva, prática e moderna. Santana participou das reuniões e concorda: “O texto final não poderia ter ficado melhor. Abordamos muitas situações técnicas que permitirão aos processadores ter todos os recursos necessários para fazer um produto de alta qualidade”.

Vale destacar que todo o trabalho foi feito com base em normas internacionais sobre o produto, buscando adequar as tolerâncias e os principais requisitos à realidade do mercado brasileiro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ABNT ganha novo comitê

O Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248), aprovado pela associação em agosto, começou a funcionar oficialmente em 1º de outubro. O Sindicato das Indústrias de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo (Siamfesp) foi escolhido como sede, em concordância com a atuação multissetorial do órgão. Roney Margutti, engenheiro e gerente técnico do sindicato, é o gestor do novo comitê.

Formado a partir da fusão das comissões de Estudo Especial de Ferragens (ABNT/CEE-188) e Esquadrias (ABNT/CEE191), o CB-248 atuará na normalização do segmento de esquadrias, componentes e ferragens em geral em relação à terminologia, procedimentos, requisitos e métodos de ensaio desses produtos. Alguns dos itens compreendidos em seu escopo são esquadrias para janelas, portas, fachadas-cortinas, guarda-corpos, fechaduras de embutir e de sobrepor, ferragens para vidros etc.

De olho no futuro
Um dos principais pontos do novo comitê é elevar a normalização brasileira ao nível internacional. “Já está nascendo para ter atuação mundial, visando à sua participação em negociações da Associação Mercosul de Normalização, a AMN, e sua inclusão como membro participante com voz ativa no comitê técnico internacional ISO/TC 162”, explica Margutti.

O gestor também destaca o papel do grupo como um “comitê piloto” para ações de modernização na ABNT. “A ideia é que possamos preparar pessoas cada vez mais habilitadas para a normalização, com a disseminação de conceitos e procedimentos normativos. Conforme essas iniciativas forem sendo desenvolvidas, as ações com resultados positivos devem passar a ser implementadas em outros comitês existentes.”

Proximidade no trabalho
O CB-248 terá interface com vários grupos da ABNT – entre eles, o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), com sede na Abravidro. Sobre isso, Margutti diz: “O vidro é um componente essencial em qualquer esquadria, independentemente do material que componha sua moldura. Dessa forma, consideramos que essa comunicação será muito importante”.

Tal proximidade já deverá se fazer presente na primeira reunião do órgão, marcada para o dia 22 deste mês. Nela serão instaladas as duas primeiras comissões de estudos, a CE-248:001.001 – Esquadrias para Portas, Janelas e Fachadas-cortinas e a CE-248:001.002 – Guarda-corpos. Essa última é bastante importante para o setor vidreiro nacional, considerando o uso cada vez maior de nosso material em sistemas de guarda-corpos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Texto para termoendurecidos está sendo encaminhado para consulta nacional

A comissão de estudos do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) já finalizou o texto do projeto de norma sobre a fabricação de vidros termoendurecidos: nos próximos dias, o documento deve entrar em consulta nacional no site da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Para participar, assim que ela for colocada no ar, basta cadastrar-se no site da ABNT, fazer login na página e enviar suas considerações.

Atendendo o mercado
A demanda por uma norma específica para termoendurecidos — produto que, embora não seja considerado um vidro de segurança, apresenta resistência mecânica superior à do float — partiu do próprio mercado nacional. “Observamos que seu uso é bastante comum em países da Europa e nos Estados Unidos”, conta Luiz Barbosa, coordenador da comissão de estudos. “No Brasil, também já há algumas obras utilizando o material, mas não existia nenhuma normalização para fabricação.”

Segundo Barbosa, o trabalho foi feito com base em textos internacionais, mas buscando adequar as tolerâncias e requisitos à realidade brasileira. “Esse projeto é fruto de um trabalho envolvendo grandes profissionais que participam da comissão de estudos do ABNT/CB37, o que permitiu chegar a uma norma bastante moderna e completa em relação ao tratamento térmico do termoendurecido”, explica. Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, acrescenta que sua elaboração contou com a participação de processadores de diversos Estados e regiões do Brasil.

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Conteúdo da norma
Entre os requisitos abordados pelo projeto, estão as tolerâncias para os aspectos visuais e físicos da peça, avaliando pontos como empenamento total e a presença de ondas de rolete em sua superfície, além da elevação de borda e eventual deformação causada por marca de pinça durante o processamento. A resistência térmica e a tensão máxima admissível também são apresentadas.

O documento trará ainda o padrão de fragmentação para esse tipo de vidro, bem como o método de avaliação para todos os requisitos. Na avaliação de Barbosa, essa é uma forma de proteger o consumidor final e também os processadores, os quais passarão a usar padrões definidos para ofertar esse produto com segurança e qualidade”.

É importante reforçar que a consulta nacional permitirá à comissão de estudos saber se o texto precisa de adequações antes de sua publicação, de maneira a garantir que a norma seja a mais clara e completa possível. Por isso, o ABNT/CB-37 conta com a participação de todos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 571 (julho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Confira as novidades da revisão da norma para vidros laminados

A revisão da NBR 14697 — Vidro laminado, preparada pelo Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), já se encontra na reta final.

O novo texto, cujas últimas partes estão em processo de conclusão, trará uma série de novidades. O objetivo é ampliar os conhecimentos do setor referentes ao produto e levar mais clareza e acessibilidade para a realização dos ensaios desse tipo de vidro.

 

Conteúdo adicional
Uma das mudanças na versão revisada da NBR 14697 é que ela conterá um novo item, dedicado aos cuidados em relação às bordas expostas dos laminados. Nele serão considerados tópicos como a forma correta para a vedação das bordas, os motivos relacionados à delaminação de laminados compostos de vidros temperados e a compatibilidade ou não do interlayer com selantes e/ ou produtos utilizados em colagem estrutural, evitando, com isso, que ocorra a delaminação da peça.

Outra novidade é a inclusão dos requisitos de tolerância para o empenamento (alteração da planicidade do vidro) dos laminados. Antes, essas distorções só eram tratadas em relação ao temperado, na norma destinada a esse produto (NBR 14698 — Vidro temperado).

 

Novas possibilidades para ensaios
O texto do documento também trará alterações nos procedimentos de ensaios para laminados. Um deles é o de resistência a altas temperaturas, o qual passará a considerar a possibilidade de dois métodos alternativos (ensaio em forno ou com água fervente), deixando mais claros os critérios de realização e os requisitos para aprovação dos corpos de prova.

Da mesma forma, o ensaio de radiação considerará a escolha entre duas metodologias diferentes e as fontes alternativas de radiação às quais o laminado pode ser submetido.

 

Como participar da revisão da norma:
• Envie um e-mail para cb37@abnt.org.br dizendo que tem interesse em participar de forma remota das reuniões;
• Você receberá um convite com um link para acesso à ferramenta;
• Faça o download da ferramenta;
• Certifique-se de que seu computador tenha câmara, microfone, caixas de som e Internet de qualidade.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 571 (julho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Entenda como funciona o ensaio de ciclos

Um dos principais atrativos do envidraçamento de sacadas é a sua possibilidade de abertura ou fechamento, por meio do deslizamento e recolhimento de suas folhas móveis. Assim, o bom funcionamento desse ciclo de movimentos é essencial para assegurar a qualidade do produto a ser instalado.

Um dos testes estabelecidos na norma ABNT NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas – Requisitos e métodos de ensaio, publicada em 2014, é o ensaio de ciclos.  A seguir, explicamos como ele é feito e qual o desempenho esperado para a aprovação do produto.

 

Preparando o corpo de prova
O objetivo do ensaio de ciclos é verificar o comportamento do envidraçamento de sacadas em relação a ações repetidas
de abertura e fechamento. O teste é feito com um protótipo chamado no laboratório de corpo de prova. Ele deve ser instalado com os mesmos detalhes de projeto (ou do manual de instalação do fabricante), componentes, selantes e outros dispositivos de vedação do produto que é entregue ao consumidor.

O corpo de prova é providenciado e montado no laboratório em que o ensaio será realizado e deve medir 1.150 mm de
largura e 2.300 mm de altura, com apenas uma folha móvel de, aproximadamente, 575 mm de largura.

 

Como o ensaio é executado?
A primeira etapa, logo após a instalação do corpo de prova em um suporte rígido e na posição vertical, consiste na realização de cinco ciclos completos de abertura e fechamento de todos os painéis do envidraçamento.

Em seguida, um dispositivo é instalado na folha móvel do sistema para abri-la e fechá-la, com regulagem que gera
uma frequência constante de abertura e fechamento. Isso é feito tanto para os movimentos deslizantes como para os movimentos pivotantes da folha. Também é usado um aparelho na contagem  dos ciclos.

O protótipo é então submetido a 10 mil ciclos de abertura e fechamento nos dois tipos de movimento em uma frequência de 140 a 150 ciclos por hora. Cada ciclo consiste em um movimento de pivotamento, seguido por outro de deslizamento de saída e retorno ao ponto de estacionamento do sistema.

 

Requisito para aprovação
Para ser aprovado no ensaio de verificação do comportamento sob ações repetidas de abertura e fechamento, o corpo de prova deve suportar os 10 mil ciclos sem que haja:
• Ruptura dos vidros;
• Deterioração ou ruptura de qualquer componente;
• Comprometimento das suas funções de abertura e fechamento.

Vale destacar que o modelo ou tipo de envidraçamento só é aprovado se também atender os demais ensaios e requisitos da norma ABNT NBR 16259.

 

Outros ensaios previstos na NBR 16259:
• Resistência à corrosão;
• Resistência às cargas uniformemente distribuídas;
• Resistência ao impacto de corpo mole;
• Avaliação dos perfis de alumínio anodizados ou pintados.

 

Foto: Divulgação Tec-Vidro

Este texto foi originalmente publicado na edição 571 (julho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro usa lives para levar normas ao mercado

Conforme apresentado na seção “Mercado” deste mês (veja mais clicando aqui), a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto, participou de dois eventos online nas últimas semanas: no dia 29 de maio, ela foi a convidada em uma live promovida pela Cebrace, com o tema Normas: o vidro correto para cada aplicação; já no dia 3 de junho, ela falou sobre normas técnicas na palestra também online Utilização correta dos vidros de segurança em esquadrias, organizada pela Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal).

Em ambas as ocasiões, o objetivo foi manter o compromisso da Abravidro com a divulgação das normas técnicas da ABNT voltadas para o vidro, mesmo em tempos de quarentena. Para isso, Clélia explicou a importância de seguir as orientações desses documentos visando a assegurar a aplicação correta do nosso material e evitar riscos de acidentes, além de apresentar as determinações de alguns tipos de instalação explicadas a seguir.

O que as normas dizem sobre…
…fachadas: peças aplicadas a até 1,10 m de altura devem ser laminadas, aramadas ou insuladas (compostas por pelo menos um dos tipos citados). No pavimento térreo, se não houver desnível maior que 1,5 m entre os espaços separados pela fachada, o temperado também é permitido — acima dessa altura, além do laminado, aramado, temperado e insulado, podem-se usar também vidros float ou impressos, desde que estejam encaixilhados ou colados em todo o seu perímetro.

…guarda-corpos: são permitidos apenas laminados (aprovados no ensaio de resistência para classe 1), aramados ou insulados compostos por um dos outros tipos. Além disso, sua altura mínima deve ser de 1,10 m e, caso a instalação dos painéis seja por meio de ferragens que exijam sua furação, o laminado deve ser composto de peças temperadas.

…boxes de banheiro: podem-se usar nesses sistemas vidros laminados ou temperados, com classe 1 ou 2 de segurança — sendo que o temperado pode ser aplicado com ou sem película de segurança. A NBR 14207 estabelece ainda que a manutenção preventiva do boxe deve ser feita a cada doze meses.

…coberturas, marquises e fachadas inclinadas: apenas laminados de segurança, aramados ou insulados (que levem uma peça laminada ou aramada na sua face voltada para o interior do ambiente) são permitidos. Assim, caso um objeto caia sobre o sistema, quem estiver embaixo do vidro estará protegido tanto do agente que causou a quebra como dos cacos.

…envidraçamento de sacada: deve ser feito com laminados ou temperados. Antes da instalação, é preciso verificar se o cálculo estrutural do prédio suporta o peso adicional do envidraçamento e também das cargas adicionais que podem ser acrescentadas ao ambiente (como móveis). Além disso, caso seja aplicado em cima de guarda-corpos, o sistema deve atender tanto a NBR 16259 como a norma para guarda-corpos, a NBR 14718.

…aplicações projetantes móveis (como janelas maxim-ar): laminados, aramados e insulados (que levem um dos dois outros tipos citados na sua face voltada para o interior do ambiente) podem ser empregados em qualquer andar. Porém:
– o temperado pode ser autoportante no térreo e no 1º pavimento, mas, acima disso, deve ser totalmente encaixilhado e com projeção máxima de 250 mm;
– vidros float ou impressos, em qualquer pavimento de uma aplicação como essa, devem ser totalmente encaixilhados ou colados em todo o seu perímetro, e sua área não pode exceder 0,64 m² e, acima, do 1º pavimento a projeção máxima é de 250 mm.

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Eventos online contam com participação da Abravidro

Com a pandemia do novo coronavírus ainda vivida em boa parte do mundo, a disseminação de conhecimento tem sido possível por meio de lives, webinars (seminários em vídeo) e palestras online. Nas últimas semanas, a Abravidro promoveu e participou de iniciativas desse tipo, voltadas para o mercado dos vidraceiros e para a divulgação das normas técnicas relacionadas ao nosso material.

Além dos três eventos online apresentados a seguir, vale destacar que a Abravidro realizou mais uma edição da série Abravidro Entrevista durante o fechamento desta O Vidroplano, conversando com representantes da Vivix em uma transmissão no perfil da entidade no Instagram.

De vidraceiro para vidraceiro
O Dia do Vidraceiro foi comemorado no dia 18 de maio. Na data, a coordenadora técnica da Abravidro, Vera Andrade, conversou com Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro e um dos maiores influenciadores do segmento no País. Ao vivo, a transmissão foi totalmente dedicada aos negócios desses profissionais.

Segundo Gabriel, não basta o vidraceiro saber o serviço que seu cliente quer: é preciso entender como alcançar esse público e identificar os problemas que o consumidor pode ter para, assim, solucionar com o produto correto. “Para que a gente possa aumentar nossa margem de captação de compradores, temos de começar a oferecer benefícios em vez de vidros. Nosso material é um meio para que o cliente consiga alcançar o ganho que procura”, declarou.

Nesse sentido, a venda de produtos de valor agregado também foi abordada na conversa. “No fundo, todos nós como consumidores estamos procurando preço, mas quase sempre pesquisamos antes o produto que vai atender melhor nossas necessidades”, avaliou Gabriel. Para ele, dificilmente alguém vai escolher um produto com menos benefícios do que outro se ambos custarem o mesmo valor — ou se a diferença entre os dois for pequena. Dessa forma, cabe aos vidraceiros “educar” o cliente quando ele ainda está formando opinião, divulgando os benefícios que a solução trará.

Ao longo da transmissão, o diretor do Grupo Setor Vidreiro deu uma série de dicas para quem busca crescer nesse mercado:

Parceiro do cliente – Estar em contato com os clientes é muito lucrativo. “O vidraceiro precisa ligar para perguntar como está o funcionamento do produto instalado e, se necessário, retornar às obras e verificar, porque, senão, o sistema instalado se degrada e o cliente pode decidir que não vai mais colocar vidro na casa”, alertou. Além disso, Gabriel aponta que a manutenção desses sistemas é hoje um dos melhores mercados para os profissionais.

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Explorando novos nichos – Uma das perguntas feitas pela audiência durante a transmissão foi se a exploração de outros nichos de mercado, como a decoração de ambientes, ajuda a ampliar as vendas de uma vidraçaria. Para Gabriel, a resposta é positiva. Um exemplo dado é a possibilidade de aplicação de um vidro como revestimento de parede, de maneira que um filho pequeno do cliente possa desenhar. “A gente já vendeu muitas peças com foco em crianças, como se fossem uma lousa”, recordou.

Sempre dentro das normas – Outro ponto abordado foi o caso dos vidraceiros que consideram que, se não venderem um produto fora de norma, seguindo uma indicação do cliente como forma de gastar menos, o concorrente vai vender. “Sempre terá alguém que faz mais barato, especialmente para quem trabalha com vidros mais popularizados, menos diferenciados”, comentou. Porém, fez um alerta: “Se perder o serviço por não aceitar fazer errado, você sabe quanto perdeu. Mas se fizer o produto fora de norma e acontecer qualquer problema, você não sabe o quanto pode perder, colocando sua credibilidade e até sua empresa em risco”.

Peças-chave para o setor – A importância dos vidraceiros na cadeia vidreira foi ressaltada durante a live. Vera Andrade destacou o papel fundamental desses profissionais. E Gabriel ressaltou: “É o vidraceiro quem mais tem contato com o consumidor final do vidro, é ele que puxa o mercado e que o mantém ativo mesmo na crise”.

Em constante aprimoramento – Não importa se o vidraceiro acabou de entrar no mercado ou se já trabalha nele há décadas: sempre é importante estudar para se aperfeiçoar. Além disso, as vidraçarias precisam se adequar à realidade do momento, ter seu próprio site e adaptar-se às tecnologias. Nesse sentido, Gabriel contou que o próprio Grupo Setor Vidreiro precisou lidar com isso durante a pandemia, aprendendo a fazer transmissões ao vivo e usando-as para se comunicar com seu público.

Por dentro das normas
No dia 29, foi a vez de a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto, participar de uma transmissão promovida pela Cebrace, com o tema Normas: o vidro correto para cada aplicação. No bate-papo, mediado por Jonas Sales, coordenador de Engenharia de Aplicação da Cebrace, discutiu-se a importância das normas técnicas da ABNT para os diferentes usos do vidro na construção civil.

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Antes de abordar as principais normas para o nosso setor, Clélia apresentou os trabalhos desenvolvidos pelo Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) — sediado na Abravidro —, incluindo os encontros para elaboração e revisão de normas, esclarecimento de dúvidas sobre os documentos, palestras em instituições de ensino, eventos organizados pelas entidades regionais e o trabalho junto aos Corpos de Bombeiros pelo País.

O destaque da conversa foi a NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. Clélia frisou que essa é a norma mais importante para o nosso setor porque estabelece o vidro correto para aplicação em cada tipo de vão. Além disso, o texto traz fórmulas para cálculos da espessura das peças, exemplos de instalações e detalhes consultivos como a definição de calços e folgas. A live também abordou outros textos, como a NBR 14718 — Esquadrias — Guarda-corpos para edificação — Requisitos, procedimentos e métodos de ensaio; a NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidros de segurança; e a NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas — Requisitos e métodos de ensaio.

Clélia apresentou algumas determinações presentes nessas normas para diferentes tipos de aplicação do vidro (veja mais clicando aqui) e enfatizou a importância do cumprimento delas para garantir a segurança das pessoas e o bom funcionamento dos sistemas. Ao final, perguntas da audiência foram respondidas — entre elas questões sobre vidros resistentes ao fogo, além de terem sido mostradas ao vivo as diferenças entre o laminado e o insulado. Houve ainda tempo para recomendar a ferramenta online disponível no site da Cebrace para o cálculo de espessuras, bem como a tabela Que vidro usar?, da campanha #TamoJuntoVidraceiro, da Abravidro.

Segurança com conforto térmico
Clélia Bassetto voltou a falar sobre normas na palestra digital Utilização correta dos vidros de segurança em esquadrias, organizada no dia 3 de junho pela Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal).

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Ao discorrer sobre guarda-corpos, a analista da Abravidro apresentou um vídeo de ensaio do sistema, mostrando que é preciso que todos os componentes sejam especificados e fixados de forma adequada.

Outro tema comentado foi o envidraçamento de sacadas. Além de apontar as orientações da NBR 16259, Clélia comentou que a NBR 7199 recomenda o uso de vidros de controle solar, de forma a manter o conforto térmico dentro do ambiente. A norma também faz essa recomendação para o uso de vidros em fachadas e coberturas.

Em seguida, Luciana Teixeira, coordenadora de Trade Marketing da Cebrace, apresentou o catálogo de peças de controle solar da empresa, destacando quais delas podem ser temperadas, laminadas ou insuladas.

Mediador da palestra, Antônio Edson Limeira Júnior, responsável pelo Departamento da Qualidade da Afeal, destacou que o conhecimento e cumprimento das normas são fatores muito importantes tanto para a segurança do usuário final como para a tranquilidade dos fornecedores de esquadrias.

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Avanços na revisão de norma para colagem com fita dupla-face estrutural

O Grupo de Trabalho 2 (GT2), da Comissão de Estudos Especiais de Esquadrias (CEE-191) da ABNT, está trabalhando na revisão da NBR 15919 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial – Colagem de vidros com fita dupla-face estrutural de espuma acrílica para construção civil. Esse processo conta com a participação do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) e está em estágio avançado de desenvolvimento. O objetivo dos profissionais envolvidos na tarefa é concluir a revisão o mais rápido possível.

Nova abordagem
Segundo Victor Hugo Busato, engenheiro especialista de aplicação da 3M do Brasil e sub-relator do GT2, criar uma nova versão para a norma possibilitou uma abordagem diferente, facilitando o entendimento de itens relevantes que deveriam constar no texto original. “A mudança passa por algumas correções de dados, mas, primordialmente, traz uma descrição mais detalhada e clara do processo e de todos os aspectos envolvidos”, avalia Busato. “Esse aprimoramento de informações, no detalhamento do documento, trará uma compreensão melhor e mais fácil de tudo que envolve esse tipo de aplicação e, principalmente, mais segurança a ela.”

Completa e organizada
O conteúdo da norma será organizado em duas partes. A primeira terá orientações sobre manutenção e troca de vidros em diferentes sistemas, definições de termos e responsabilidades e, passo a passo, como colar a fita dupla-face estrutural. A segunda conterá informações e detalhamento dos métodos de dimensionamento, além de vários exemplos de como fazê-lo. Uma mudança em relação à versão antiga está na inclusão de outros elementos de fechamento além do vidro.

Busato reforça a importância de a NBR 15919 guiar os usuários desse sistema de colagem estrutural, observando os procedimentos e requerimentos mínimos para um serviço final com desempenho esperado. “O texto possibilita que o usuário — ou mesmo um especificador — consiga executar, avaliar e selecionar os produtos corretos de forma que entregue desempenho e segurança necessários para seu uso em fachadas nas edificações.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 569 (maio de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Saiba como são feitos os ensaios de classificação de segurança

Desde sua edição de 2016, a Glass South America, maior feira do setor vidreiro na América Latina, conta com o espaço Vidro em Ação, organizado pela Abravidro. Ali os visitantes têm oportunidade de ver ao vivo alguns dos ensaios realizados em laboratório para a certificação do nosso material. Um dos testes que mais chamam atenção do público é o de classificação de segurança para os temperados e laminados. Por isso, mostramos como eles são feitos e quais os resultados esperados para a aprovação das peças.

Definindo o nível de segurança
A norma NBR NM 293 — Terminologia vidros planos e dos componentes acessórios à sua aplicação define os vidros de segurança como aqueles “cujo processo de fabricação reduz o risco de ferimentos em caso de quebra”.

Para laminados e temperados se enquadrarem nisso, devem atender um ensaio extra de resistência ao impacto, previsto em suas respectivas normas técnicas (NBR 14697 — Vidro laminado e NBR 14698 — Vidro temperado). Após essa avaliação, os vidros recebem a classificação de segurança 1, 2 ou 3, sendo a primeira a mais resistente.

O que é necessário para os testes
– Corpo de prova, isto é, uma peça do vidro a ser ensaiado (com 876 mm de comprimento e 1.938 mm de altura);

– Sistema de fixação (estrutura que manterá a peça fixa e com sua face voltada para o impacto) com tiras de borracha nos pontos de contato com o vidro;

– Pêndulo de 50 kg, formado por pneus e chumbo, sustentado por cabo de aço;

– Sistema de sustentação, formado por um cabo de aço de 5 mm de diâmetro.

Como é feito
O pêndulo é lançado contra o centro do corpo de prova. Podem ser realizados até três impactos em uma placa, na seguinte ordem:

1. Com o pêndulo sendo solto a uma altura de 200 mm acima do centro do vidro (para classe 3 de segurança);

2. Com o pêndulo sendo solto a uma altura de 450 mm acima do centro do vidro (para classe 2 de segurança);

3. Com o pêndulo sendo solto a uma altura de 1.200 mm acima do centro do vidro (para classe 1 de segurança).

Critérios para aprovação
Após o impacto na classe de segurança ensaiada, cada corpo de prova precisa atender uma das seguintes condições:

Para temperados
1. Não quebrar;
2. Se quebrar, os dez maiores fragmentos devem ser recolhidos e pesados num período de três a cinco minutos após o impacto. O peso deles não pode ser maior do que a massa equivalente a uma área de 6.500 mm² do corpo de prova.

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Para laminados
1. Não quebrar;
2. Se quebrar:
– Os cortes e orifícios do vidro laminado não podem permitir passagem livre de uma esfera de aço de 76 mm de diâmetro, ou quando uma força de 25 N for aplicada por meio dessa esfera;

– Os fragmentos que se desprenderem devem ser pesados em até três minutos após o impacto e não podem exceder a massa equivalente de uma área de 10 mil mm² do corpo de prova;

– O maior fragmento desprendido do corpo de prova deve ter massa inferior à equivalente de uma área de 4.400 mm² do corpo de prova.

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Aplicações de vidro que exigem classificação de segurança
A norma técnica ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações define que em algumas aplicações sejam utilizados vidros de segurança. E normas específicas de produtos, como boxes de banheiro e guarda-corpos, exigem que os vidros apresentem uma classificação de segurança:

– Em boxes de banheiro, a norma NBR 14207 determina que os temperados e laminados atendam a classe 2 de segurança;

– Em guarda-corpos, o laminado deve ser de classe 1.

Quer saber mais?
Para outras informações relacionadas a esse ensaio, como especificação do equipamento para a realização do impacto, preparação dos corpos de prova e procedimento de ensaio, consulte as normas NBR 14697 e NBR 14698.

Este texto foi originalmente publicado na edição 569 (maio de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Confira o andamento da norma de esquadrias

Na edição de janeiro de 2019, O Vidroplano apresentou nesta seção o desenvolvimento da parte 7 da norma NBR 10821 — Esquadrias para edificações. Desde então, os trabalhos da Comissão de Estudos Especiais de Esquadrias (CEE-191) avançaram bastante na elaboração dessa divisão, chamada Esquadrias externas — Métodos de ensaio para
fachadas em obra (in loco). A seguir, saiba quais são as mudanças mais recentes e a previsão para a publicação do documento.

 

A importância dos ensaios de campo
De acordo com Fabíola Rago, coordenadora da comissão, as discussões realizadas nas últimas reuniões – que contaram com a participação do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) – estão baseadas na metodologia dos ensaios de campo: o procedimento fornece um meio para determinar o desempenho de um produto uma vez aplicado no edifício.

Esse modo de avaliação dos sistemas deve ser feito a partir do momento em que a janela, claraboia, fachada ou portas forem instaladas e antes que o interior do edifício seja finalizado. Assim, é geralmente mais fácil verificar as superfícies interiores das esquadrias em relação à penetração da água e aos pontos dessa penetração.

A principal vantagem do ensaio está no fato de os erros de fabricação (ou de instalação) poderem ser facilmente identificados, além de permitir correções antes que as esquadrias sejam finalizadas – a essa altura, o custo de retrabalho pode ser muitas vezes maior.

A avaliação das esquadrias em campo também pode ser realizada quando o edifício já estiver em uso, para determinar se os problemas de vazamento relatados são resultado de falha dos conjuntos. Engenheira e diretora do Instituto Beltrame da Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq), Fabíola explica que os ensaios de estanquidade à água descritos no texto base “têm a função de avaliar se a instalação da esquadria na obra foi realizada corretamente, conforme indicado pelo projeto”.

 

Ensaiando os sistemas móveis
Outro ponto abordado nas discussões é a metodologia para avaliação dos sistemas móveis, como os maxim-ar. Atualmente, ela cobre apenas as esquadrias externas fixas.

Estão previstos também ensaios a serem realizados em folhas móveis e fixas. No entanto, Fabíola ressalta: “Nessa parte da NBR 10821, os ensaios são apenas in loco, com as esquadrias já instaladas na obra. Portanto a metodologia nunca poderá ser comparada com a realizada em laboratório e descrita na Parte 3”. Para essas avaliações, o novo texto determina que uma câmara de ensaio provisória seja montada na obra, acoplada à esquadria a ser avaliada.

 

União pela normalização
A coordenadora da CEE-191 destaca ainda que o desenvolvimento dessa parte da norma tem contado com a participação de entidades como a Abravidro, Associação Brasileira das Indústrias de Portas e Janelas Padronizadas (Abraesp) e Sindicato da Indústria de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo (Siamfesp), bem como dos laboratórios que já realizam os ensaios para fachadas (incluindo alguns em obra) e de fabricantes de esquadrias. Um nome destacado por Fabíola é o de Yuri Alvim, da QMD Consultoria. “Como ele já utiliza a metodologia das normas americanas nos ensaios de obra, tem nos ajudado com a elaboração da versão brasileira”, aponta a coordenadora da comissão.

A finalização das discussões do texto base dessa parte da norma está prevista para este semestre. A consulta nacional, por sua vez, ficará provavelmente para o final do ano.
Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Norma para vidraceiros é publicada pela ABNT

No dia 11 de fevereiro, a ABNT publicou a tão esperada norma NBR 16823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional. O texto, que esteve em consulta nacional desde o final de 2019, define os parâmetros e requisitos para a qualificação dos vidraceiros, para que esses profissionais exerçam seus trabalhos com qualidade e segurança. O Vidroplano apresenta o conteúdo da norma e explica como ela pode ajudar no desenvolvimento do setor vidreiro nacional.

 

Profissão colocada em palavras
Logo no início, a NBR 16823 traz a definição de vidraceiro: “Profissional responsável pela instalação e manutenção de vidros, incluindo sua venda, especificação, medição, orçamento, transporte, armazenamento, inspeção e análise do material, a fim de planejar e organizar o próprio trabalho, conforme projetos ou ordens de serviço, de acordo com os procedimentos de execução de serviços, normas técnicas, de segurança, de meio ambiente e saúde específicas, respeitando os critérios de qualidade”.

Cirilo Paes, coordenador da comissão de estudo que elaborou esse documento, aponta que a norma abrange desde o profissional de vendas, passando pelo especificador, transportador e instalador. “Nós fizemos o possível para valorizar todos os profissionais que trabalham com vidro e participam do processo desde o início até a entrega final ao consumidor”, explica Paes, que é técnico em aplicação de produtos da empresa Glasspeças e consultor para vidros e esquadrias de alumínio.

O texto determina que o campo de atuação do vidraceiro envolve o trabalho com os seguintes sistemas:

• Boxes padrão;
• Instalações autoportantes (basculantes e porta de giro, entre outros);
• Revestimentos verticais decorativos (espelhos ou vidros, entre outros);
• Vidros em esquadrias;
• Vidros em móveis.

Contudo, o novo documento não restringe o profissional a esses produtos, indicando que ele também pode especializar-se em sistemas diferenciados, que requeiram conhecimentos específicos, como, por exemplo, instalação de guarda-corpos, envidraçamento de sacadas ou coberturas.

 

Classificação de competências
Um dos destaques da norma é a definição e divisão das chamadas unidades de competência. “Elas mostram as diferentes atividades dentro de uma vidraçaria, as quais podem ser realizadas pelo mesmo profissional ou por pessoas diferentes, de acordo com as competências de cada um”, explica Vânia Caneschi Oliveira,  coordenadora de Atividades Técnicas da Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo.

São quatro as unidades de competência:

1) Vender e avaliar o serviço a ser realizado, levantar os dados necessários para a precificação e elaborar a proposta comercial;
2) Especificar vidros e componentes necessários à instalação conforme normas técnicas;
3) Transportar vidros e componentes até o local da instalação;
4) Instalar e manter vidros seguindo normas de saúde e segurança no trabalho, qualidade e meio ambiente.

Cada uma dessas unidades conta com uma tabela própria no documento, listando os elementos de competência e padrões de desempenho necessários para elas.

Vânia destaca que, na descrição detalhada dessas unidades, fica bem claro que todos os profissionais dentro de uma vidraçaria devem ter conhecimento técnico na área.

Conhecimento e escolaridade necessários ao desempenho das competências
A norma também estabelece os conhecimentos necessários para o melhor desempenho de cada uma das unidades de competência, por meio de uma tabela. Tais conhecimentos podem ser adquiridos em cursos ou experiência profissional. A norma faz apenas uma exigência com relação ao vidraceiro especificador: ele deve comprovar escolaridade mínima correspondente ao Ensino Médio completo.

 

Outros pontos abordados pela NBR 16823:
• Meios ou ferramentas e materiais necessários ao desempenho profissional do vidraceiro;
• Técnicas, métodos e procedimentos inerentes ao desempenho da função de vidraceiro;
• Algumas das condições de trabalho às quais esse profissional é submetido durante a execução das suas atividades.

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Por dentro dos bastidores do documento
O trabalho para a elaboração da norma teve início em 2016, organizado pela Abravidro por meio do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), sediado na entidade, juntamente com o Comitê Brasileiro de Qualificação e Certificação de Pessoas (ABNT/CB-99). Reuniões para discutir e desenvolver o texto foram realizadas mensalmente, contando com a participação de vidraceiros, processadores e instrutores de cursos, além de outros profissionais.

Antes da NBR 16823, o ABNT/CB-37 nunca tinha elaborado um texto técnico voltado para a qualificação de um tipo de profissional. “No início, esse processo foi bastante complicado, pois não possuíamos parâmetros para elaboração da norma; mas, com a ajuda do Senai, conseguimos tomar um rumo, ficando mais fácil determinar os parâmetros e requisitos”, conta Paes.

“A Abravidro não mediu esforços para envolver os elos da cadeia vidreira e buscar parceiros, como o Senai, que pudessem nos ajudar na elaboração do texto”, explica Clelia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro. “Foi um grande desafio organizar a contribuição de todos os envolvidos dentro da estrutura formal de uma norma.”

Outro pioneirismo no desenvolvimento dessa norma é que ela foi o primeiro trabalho, dentro do ABNT/CB-37, a contar com transmissão e participação remota em todas as discussões. Isso permitiu que pessoas de várias partes do País participassem efetivamente do desenvolvimento do texto técnico.

 

Importância para o setor
Para Cirilo Paes, a maior importância da norma é a valorização que ela traz para a profissão do vidraceiro. Antes, o vidraceiro não tinha um reconhecimento como um profissional com tanta relevância no setor de serviços. “Hoje, é possível ver que esse ofício é um dos mais importantes em uma edificação, pois trabalha diretamente com um produto que deve ser aplicado com segurança. Para isso, é necessário que o profissional seja alguém qualificado.”

O coordenador da comissão de estudo acrescenta ainda que, ao longo dos trabalhos para desenvolvimento do texto, diferentes pontos de vista foram debatidos,principalmente por tratar-se de uma norma que abrange um país tão grande e diverso como o Brasil. “Acredito que não conseguimos atender a necessidade de todas as regiões, mas o primeiro passo já foi dado”, diz ele. “Para mim, o maior aprendizado foi que não podemos olhar somente para a nossa realidade.Conversando com muitos colegas de todo o País, aprendemos que o mais importante nesse processo é que só podemos melhorar nosso setor ouvindo todos e trabalhando juntos.”

 

Próximos passos
Com a publicação da NBR 16823, conclui-se uma etapa importante para a valorização e qualificação do vidraceiro. O próximo passo é a criação do procedimento para certificação desse profissional. Ao ser certificado pelo organismo certificador de pessoas, ele poderá comprovar que atende a norma relativa à sua profissão. A Abravidro já está trabalhando no processo junto ao Senai, entidade que também atua na certificação de profissionais. “A norma do vidraceiro e sua futura certificação são etapas importantes no sentido de valorizar e diferenciar o profissional que trabalha com qualidade e segurança”, afirma o presidente da Abravidro, José Domingos Seixas. “O vidraceiro desempenha um papel fundamental na nossa cadeia, sendo responsável pelo vidro ser considerado não só um material bonito e versátil, mas seguro e com uma longa vida útil.”

 

Vozes do setor
Veja a seguir o que alguns participantes da elaboração da NBR 16823 consideram sobre ela: “Ter uma norma com o perfil profissional para o setor é importante para padronizar as competências requeridas para os vidraceiros. Um profissional que tenha as qualificações descritas na norma ajudará no crescimento do setor e da empresa da qual faz parte, realizando trabalhos com mais técnica, segurança, qualidade e produtividade.”
Vânia Caneschi Oliveira, coordenadora de Atividades Técnicas da Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo (São Paulo)

 

“Essa norma, antes de tudo, é a comprovação de que o trabalho de vidraceiro precisa ser entendido como um ofício complexo e, por isso, exercido por pessoas e empresas capacitadas conforme os tipos de envidraçamento que esses se propõem a fazer. O fato é que o vidraceiro tem de conhecer — e muito — o campo da arquitetura e engenharia civil, pois integramos esses mercados, além de sermos os consultores e fonte de informação para esses profissionais, assim como também temos de entender de pessoas, suas necessidades e sonhos.”
Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro (São José dos Campos, SP)

 

“Essa norma é uma conquista, resultado de um pouco mais de dois anos com várias reuniões, discussões, estudada e discutida para sair da melhor forma possível. Vale destacar os elementos de competência e padrões de desempenho que são requisitos mínimos de conhecimento para cada qualificação. Participei de 80% das reuniões e fico feliz com o resultado.”
Daniel Estrela de Oliveira, sócio-diretor da Sev Exclusivv (São Paulo)

 

“A norma do vidraceiro é algo fundamental para o segmento. Hoje, apesar de o conhecimento para nosso ofício de ser de fácil alcance, temos diversos profissionais que não se atualizaram e outros que entraram nele há pouco tempo e desconhecem fatores de segurança, direitos e deveres que temos com a aplicação do produto vidro. Por meio dessa norma, todos competiremos pelas mesmas regras, de forma que os bons profissionais se destaquem e os que não cumprem requisitos básicos sejam expostos, fazendo assim com que o mercado se nivele para cima.”
Gabriel Rosa, gerente-comercial da LuxSol Glass (São João de Meriti, RJ)

 

“Essa norma vai mostrar quem é o profissional certificado e quem é o amador. Ela vem para levar as empresas a fazer melhorias internas e diferenciar as vidraçarias no longo prazo. Ao qualificar melhor seus vidraceiros, elas também terão vantagens ao apontar aos seus clientes a sua certificação, obtendo assim mais credibilidade no mercado. Com isso, os vidraceiros terão condições de formatar melhor as informações na gestão de suas empresas e expandir seu conhecimento das normas ABNT, normas regulamentadoras (NR) e Código de defesa do consumidor.
Rosita Brummer, consultora (Joinville, SC)

 

“A publicação dessa norma foi o primeiro grande passo para a real profissionalização dos vidraceiros, com destaque para a exigência da qualificação com certificação para cada estágio. A definição desse processo será feita agora, na segunda etapa.”
José Romão da Silva Neto, proprietário da R4 Vidros (Salvador, BA).

 

Mais novidades nas normas para o vidro
A Emenda 1 para a NBR 16023 — Vidros revestidos para controle solar — Requisitos, classificação e métodos de ensaio foi publicada pela ABNT no dia 23 de janeiro. Ela esclarece pontos a respeito da homogeneidade de cor dos vidros, explicando como eles devem ser avaliados e quais são os equipamentos utilizados para analisar as variações entre as diferentes peças, além de deixar claro que o fabricante do vidro, sempre que solicitado, deve informar quais são as tolerâncias que ele considera na variação de cor daquele produto específico.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 566 (fevereiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Projeto de norma para vidraceiros está em consulta nacional

Faltam poucos dias para o fim da consulta nacional do texto da norma voltada aos vidraceiros, a NBR 16823Qualificação e certificação do vidraceiroPerfil profissional.

 

Você já fez suas sugestões para o documento?
Sua contribuição é importante para que o texto possa servir como guia para as boas práticas na qualificação e no trabalho desses profissionais. Tanto a consulta como o envio de observações sobre o projeto podem ser feitos até o dia 3 de fevereiro.

 

Por dentro do conteúdo
O objetivo da futura norma é definir os parâmetros e requisitos para qualificar os vidraceiros, fazendo com que eles exerçam seu trabalho com qualidade e segurança. Para estabelecer as competências necessárias, a profissão foi dividida em quatro categorias, cada uma com a relação de atividades específicas a serem realizadas:

• Vidraceiro vendedor;
• Vidraceiro especificador;
• Vidraceiro transportador;
• Vidraceiro instalador.

O projeto também determina quais são os tipos de instalação mínimos que esse profissional deve saber fazer. As
atividades são categorizadas por níveis de habilidade, das mais simples às mais complexas “Um dos objetivos da norma
é valorizar o bom profissional, dando parâmetros para avaliação dessa atividade tão importante para o nosso setor”, explica Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro. “Esse será um grande passo para elevar o nível do mercado vidreiro como um todo.”

A união faz a força
Para garantir que essa norma seja a mais completa possível e não deixe de contemplar qualquer tópico relacionado aos assuntos por ela abordados, é essencial que o maior número possível de pessoas acesse a consulta nacional e envie suas considerações. Toda sugestão é bem-vinda!

Mas, se você estiver satisfeito com o conteúdo da forma como ele está, também pode enviar esse feedback: assim, a comissão de estudos tem como saber que o projeto está no caminho certo.

Vale destacar que todos podem participar da consulta nacional: vidraceiros, processadores e especialistas técnicos, entre outros. É exigido apenas que a pessoa esteja cadastrada no site da ABNT – o cadastro é bem simples e leva poucos minutos para ser feito.

Sobre o projeto
O Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), sediado na Abravidro, começou a elaboração desse projeto em 2016, junto com o Comitê Brasileiro de Qualificação e Certificação de Pessoas (ABNT/CB-99). Desde então, foram promovidas mensalmente reuniões para discutir e desenvolver o texto, com a participação de vidraceiros, processadores e instrutores de cursos, além de outros profissionais.

Um ponto interessante sobre o projeto é que essa foi a primeira norma desenvolvida pelo ABNT/CB-37 a contar com transmissão e participação remota, via Internet. Isso contribuiu para que pessoas de todo o Brasil pudessem acompanhar a elaboração do texto e fazer sugestões para ele, sem precisar se deslocar até São Paulo.

 
Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Normas vidreiras: o que foi feito em 2019

2019 foi um ano marcado pela conclusão de vários projetos relevantes para a literatura técnica do setor vidreiro. Como é de praxe, o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) liderou boa parte deles — ou esteve junto de outros comitês participando ativamente de debates e reuniões. Confira a seguir os principais trabalhos iniciados, concluídos e em andamento ao longo do ano passado.

 

Novas referências
Entre os mais relevantes, está a NBR 16823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional, conhecida como “norma do vidraceiro”. Atualmente, seu texto se encontra em consulta nacional (saiba mais na página 39) e é de suma importância para nosso mercado. A nova versão da NBR 14718 — Guarda-corpos para edificações, publicada em agosto de 2019, era outro documento aguardado, afinal aborda um dos produtos mais populares com vidro. Entre as principais mudanças na norma, está a inclusão de aplicações dos sistemas em locais com grande fluxo de pessoas.

O projeto de emenda para a NBR 16023Vidros revestidos para controle solarRequisitos, classificação e métodos de ensaio foi aprovado na consulta nacional e será publicado em breve. A mudança no conteúdo diz respeito à variação da cor nas peças.

Outro projeto concluído, que também entrou em consulta nacional foi o texto Ferragens para vidro – Requisitos, classificação e métodos de ensaio, que poderá ser consultado até o dia 16 de março no site da ABNT. A conclusão da revisão da NBR 14925Elementos construtivos envidraçados resistentes ao fogo para compartimentação, publicada em fevereiro de 2019, também é um dos destaques de 2019. “Aproveitamos a oportunidade para agradecer a todos que colaboraram conosco em todos esses projetos. Sua participação é fundamental!”, comenta a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto. “Deixamos também o convite para a participação de toda a cadeia nas reuniões a serem realizadas ao longo de 2020”.

 

Em processo
Por fim, mas não menos importante, vale citar outros trabalhos que foram desenvolvidos em 2019 e seguem em andamento, como:

  • Revisão da NBR 14697Vidro laminado;
  • A nova NBR 15000Blindagens para impactos balísticos — Partes 1 e 2, que entrará novamente em consulta nacional, está em processo;
  • Revisão da NBR 15737 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficialColagem de vidros com selante estrutural, conduzido pelo Grupo de Trabalho de Colagem Estrutural de Vidros (GT2) iniciará sua avaliação pela Comissão de Estudo Especial de Esquadrias (ABNT/CEE-191), em plenária;
  • Avaliação final do texto sobre vidros termoendurecidos;
  • Continuidade dos trabalhos na NBR 10821Esquadrias para edificaçõesParte 7, referentes a ensaios de fachada na obra.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

 

Abravidro palestra em curso do Senai-SP

No dia 23 de novembro, a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto, ministrou uma palestra no curso Envidraçamento de Sacadas, organizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP). A primeira parte da apresentação focou a importância e o papel da normalização, além de fazer um apanhado geral sobre as determinações da NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. Em seguida, Clélia abordou a norma NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas – Requisitos e métodos de ensaio.

Este texto foi originalmente publicado na edição 564 (dezembro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Norma para vidraceiros entra em consulta nacional

O texto da aguardada norma para vidraceiros, a NBR 16823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional, já está em consulta nacional. O documento vai definir as boas práticas para a capacitação desses profissionais.

A data limite para enviar contribuições sobre o projeto é 3 de fevereiro de 2020. Para consultar, basta cadastrar-se no site da ABNT.

Valorização do bom profissional
A Abravidro iniciou o trabalho para a elaboração da norma de qualificação dos vidraceiros em 2016, pelo Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) junto com o Comitê Brasileiro de Qualificação e Certificação de Pessoas (ABNT/CB-99). Reuniões para discutir e desenvolver o texto ocorreram mensalmente, com a participação de vidraceiros, processadores, Senai, usinas de base e instrutores de cursos, além de outros profissionais — essa foi a primeira norma em nosso comitê a contar com transmissão e participação remota nas reuniões, possibilitando a participação de pessoas de todo o Brasil.

“Acredito que a questão mais importante com relação a esse texto é que ele permite mostrar para o mercado que precisamos elevar o nível de conhecimento do profissional vidraceiro, valorizar quem trabalha com vidro e, principalmente, entregar ao consumidor final um serviço de qualidade e segurança”, avalia o coordenador do projeto, Cirilo Paes, técnico em aplicação de produtos da empresa Glasspeças e consultor para vidros e esquadrias de alumínio.

Paes explica que o documento trará os parâmetros necessários para que todo profissional possa melhorar e saber quanto precisa se desenvolver.

Este foi o primeiro trabalho desenvolvido pelo CB-37 referente à qualificação de pessoas e para alcançar esse objetivo, contamos com a colaboração fundamental do Senai, que orientou a metodologia para estabelecer o perfil do vidraceiro, forma de qualificação e avaliação. O trabalho de elaboração da norma resultou em aprendizado para todas as partes.

Uniformidade de cor nos vidros de controle solar
Outro projeto em consulta nacional é o da Emenda 1 da NBR 16023 — Vidros revestidos para controle solar – Requisitos, classificação e métodos de ensaio, elaborado pelo ABNT/CB-37. O documento pode ser consultado e receber contribuições até 6 de janeiro de 2020.

 

Office tower to the sky

A emenda veio para esclarecer alguns pontos que geravam dúvida na NBR 16023 sobre a questão de homogeneidade de cor. “Quando se escolhe um vidro para uma fachada em que as peças estarão uma ao lado da outra, é preciso que a variação de cor entre elas seja a menor possível, para que não haja aquele efeito ‘tabuleiro de xadrez’ na pele de vidro”, recomenda Luiz Barbosa, gerente técnico de Vendas da Vivix e coordenador da comissão de estudos.

O texto detalha como os vidros devem ser avaliados e quais são os equipamentos utilizados para analisar as variações entre as peças, além de deixar claro que o fabricante do vidro, sempre que solicitado, deve informar as tolerâncias que a própria empresa considera na variação de cor daquele produto.

Este texto foi originalmente publicado na edição 564 (dezembro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Saiba qual vidro usar em janelas projetantes

Você conhece os envidraçamentos projetantes móveis? São aquelas janelas que se projetam para o exterior, sendo a maxim-ar uma das mais conhecidas. Para garantir a segurança dessas instalações, é necessário prestar atenção às indicações da NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações.

Quais os vidros permitidos?
Laminado;
Aramado;
Insulado
A peça interior do insulado (voltada para o lado de dentro) deve ser laminada ou aramada.

Temperado
Fique atento ao piso em que o temperado será instalado:

– No térreo e 1º pavimento, pode ser autoportante ou totalmente encaixilhado;

– Acima do 1º pavimento, deve ser totalmente encaixilhado e com projeção máxima limitada a 25 cm da face da fachada ou aba de proteção;

Float ou impresso (comum)
Para ambos os vidros comuns (float ou impresso), a área do vidro não pode exceder 0,64 m². Preste atenção também ao local da instalação:

– No térreo e 1º pavimento, deve ser encaixilhado ou colado em todo o perímetro;

– Acima do 1º pavimento, além de encaixilhado ou colado em todo o perímetro, sua projeção máxima deve ser limitada a 25 cm da face da fachada ou aba de proteção.

 

Atenção!

Em janelas projetantes móveis instaladas abaixo da cota de 1,10 m em relação ao piso em cada pavimento, apenas os vidros de segurança laminado e aramado podem ser aplicados.

 

Conheça melhor as normas para vidros
A Abravidro sedia o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB37) e está à disposição para esclarecer dúvidas e fornecer informações sobre as normas técnicas para o uso do nosso material:

Telefone: (11) 3873-9908
E-mail: cb37@abnt.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 563 (novembro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

PN para ferragens para temperados deve entrar em consulta nacional

O texto do projeto da norma de ferragens para vidro, o PN 188:000.000-002 — Ferragens para vidro – Requisitos, classificação e métodos de ensaio, foi finalizado e está agora em fase de editoração. Os trabalhos foram coordenados pela Comissão de Estudo Especial de Ferragens (ABNT/CEE-188), com parceria e cooperação direta da Abravidro no desenvolvimento do documento. Espera-se que o texto entre em consulta nacional na virada do ano. O objetivo do PN é fornecer referências para a especificação e avaliação de ferragens voltadas exclusivamente para aplicações com vidro temperado.

Roney Margutti, gerente de Tecnologia do Sindicato da Indústria de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo (Siamfesp) e coordenador da ABNT/CEE-188, conta que a elaboração do texto surgiu a partir da demanda do setor de ferragens junto à Abravidro. “Como até agora não havia nenhuma regulamentação para esses produtos, não tinha como verificar a qualidade deles e identificar o possível problema e o responsável por ele.”

 

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Principais conteúdos da norma
Descrição e aplicação: as ferragens estarão descritas na norma com a sua aplicação, para facilitar o entendimento do vidraceiro;

Capacidade de utilização da ferragem: o documento especifica o tamanho, peso e espessura máximos que podem ser utilizados para cada ferragem contemplada pela norma;

Especificação dos recortes para os vidros: o texto também define um recorte padrão de vidro que deve ser executado para cada tipo de ferragem;

Ensaios de desempenho: foram elaborados para avaliar os elementos de fixação (parafusos), quanto à sua resistência mecânica, e a durabilidade deles em relação à ciclagem (abertura e fechamento repetidos) do sistema, verificando desgaste e deslizamento do vidro. A norma contempla ainda um ensaio de resistência à corrosão, importante principalmente para ferragens sujeitas a intempéries.

Marcação: o texto estabelece também a exigência da identificação do fabricante nas ferragens.

Para entrar no mercado, só dentro da norma
Margutti destaca que, este ano, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) está introduzindo o Novo Modelo Regulatório (NMR), documento que prevê a regulamentação compulsória de todos os produtos sob sua atuação — e isso inclui as ferragens para vidro. “Assim, para o fabricante sério, o atendimento à norma e a comprovação de seu desempenho, que pode ser por meio de uma certificação de terceira parte, serão uma forma de se resguardar de futuras fiscalizações e denúncias infundadas, o que lhe dará maior segurança de atuação no mercado”, aconselha Margutti.

A regulamentação também ajudará a identificar a causa de eventuais problemas. “Hoje, a culpa costuma ser colocada no vidro que quebrou, mas isso, na maioria das vezes, não é a verdade”, acrescenta Margutti.

A publicação da norma, após o período de consulta nacional, está prevista até o momento para acontecer em junho ou julho de 2020.

Este texto foi originalmente publicado na edição 563 (novembro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Norma para colagem estrutural entra em revisão

O texto da NBR 15737 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial – Colagem de vidros com selante estrutural encontra-se em processo de revisão, conduzido pelo Grupo de Trabalho de Colagem Estrutural de Vidros (GT2) da Comissão de Estudo Especial de Esquadrias (ABNT/CEE-191). Entre as mudanças previstas, a norma passará a ter duas partes (cujos nomes ainda serão definidos), sendo a segunda delas dedicada aos cálculos para a realização dessa atividade e seus exemplos de aplicação.

“A revisão traz mais clareza à importância da colagem estrutural e às responsabilidades na cadeia produtiva, além de seguir uma sequência mais lógica se comparada à versão anterior”, explica Fernando Martins, responsável pela área de Serviço Técnico e Desenvolvimento do Grupo Dow no Brasil e relator do GT2 nesse trabalho. O grupo também agregou uma seção específica no texto voltada para o cálculo e considerações para a largura da junta do selo secundário em silicone estrutural para o vidro duplo.

Bite e manutenção
De acordo com Martins, os requerimentos para a largura da junta estrutural (bite) mantêm-se os mesmos. “Todavia, foram acrescentados cálculos para outras situações que não eram contempladas anteriormente, enriquecidas com exemplos para melhor entendimento”, informa.

Outra novidade é a criação de uma seção específica para a manutenção da fachada: ela leva em consideração as possíveis interações da lavagem dos vidros e a troca in loco dos elementos de fechamento.

Haverá ainda mudanças em relação aos requerimentos, considerações para painéis metálicos além do vidro, confecção de claraboias, coberturas e guarda-corpos, e área de colagem estrutural.

Consulta nacional e próximos passos
Os pontos da nova versão da NBR 15737 já foram amplamente discutidos pelo GT2, ressalta Martins. Atualmente, o grupo está na etapa de formatação e revisão dos textos. A estimativa é que a norma entre em consulta nacional no primeiro semestre de 2020.

Vale destacar que os trabalhos feitos na NBR 15737 são a base para a revisão de outra norma, a NBR 15919 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial – Colagem de vidros com fita dupla-face estrutural de espuma acrílica para construção civil. Trabalhada simultaneamente no grupo de estudo, ela usará os pontos comuns a ambas as tecnologias de colagem estrutural dos vidros.

Este texto foi originalmente publicado na edição 562 (outubro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Revisão deixa norma para guarda-corpos com maior abrangência

A ABNT publicou no final de agosto a revisão da NBR 14718 — Esquadrias – Guarda-corpos para edificação – Requisitos, procedimentos e métodos de ensaio, trabalho realizado pela Comissão de Estudos Especial de Esquadrias (CEE-191) com intensa participação da Abravidro, que sediou várias reuniões. Ao todo, foram mais de quatro anos de discussão com o objetivo de adequar o texto às atuais tipologias e aplicações desse sistema cada vez mais popular na construção civil.

Escopo ampliado

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A partir de agora, a norma especifica requisitos e métodos de ensaio para guarda-corpos de edificações, externos ou internos, para uso privativo ou coletivo de médio ou alto tráfego, instalados em edifícios habitacionais, comerciais, industriais, esportivos, culturais, de saúde e de terminais de passageiros. Com isso, essas estruturas presentes em shopping centers, aeroportos e estádios, por exemplo, passam a ser contempladas pelo documento.

“O principal motivo para a revisão foi o escopo, que não era abrangente o bastante”, explica Fabíola Rago Beltrame, coordenadora da comissão de estudos e diretora do Instituto Beltrame da Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq). “O texto deixa claro que a norma se aplica a todos os guarda-corpos em edificações, em locais com um desnível maior ou igual a 1 m”.

Segundo Fabiola, o setor vidreiro teve participação decisiva no processo, já que fornecedores de vidro, fabricantes de sistemas, instaladores e consultores estiveram presentes nas reuniões. “Esperamos que a revisão contribua para o meio técnico, ajudando a minimizar os acidentes com guarda-corpos maldimensionados e mal-instalados”, analisa.

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O que muda?
ALTURA DE PROTEÇÃO
A versão antiga definia como maior ou igual a 1 m; a nova versão diz que deve ser maior ou igual a 1,1 m. Também foram alteradas as condições de projeto na questão da altura dos sistemas em relação à das muretas, com a inclusão de figuras ilustrativas;

GUARDA-CORPOS EXTERNOS
No item Requisitos, o texto passa a estabelecer que se deve prever a pressão de vento do local. As cargas de uso e de segurança a serem aplicadas em cada tipo do sistema foram alteradas e divididas em classes, conforme o local onde o sistema for aplicado;

METODOLOGIA DE ENSAIO
Ensaios de esforço estático horizontal, esforço estático vertical e resistência a impactos receberam ajustes na metodologia, mas sem alterar seu princípio inicial. Portanto, os sistemas devem ser ensaiados e aprovados dentro dos novos parâmetros. Os guarda-corpos só de vidro devem atender aos mesmos requisitos de um feito com perfis de aço, alumínio ou qualquer outro material;

FORMAS DE ENSAIAR
Os produtos devem ser ensaiados em laboratório ou em local estabelecido pelo contratante, representando a situação mais crítica em relação à dimensão dos vãos e fixação;

LIMPEZA E MANUTENÇÃO
Foi inserida uma seção sobre esses dois assuntos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 561 (setembro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça as orientações da norma para a instalação de espelhos

A NBR 15198 — Espelhos de prata – Beneficiamento e instalação especifica os requisitos mínimos para o trabalho com o produto, de forma a garantir sua qualidade, durabilidade e segurança. Por isso mesmo, orientações sobre a instalação das peças estão presentes no texto. Essa atividade é uma das mais comuns praticadas pelos vidraceiros — mesmo assim, sempre vale a pena repassar os cuidados necessários para garantir que a aplicação fique perfeita. A seguir, veja alguns deles.

Fixação química (com adesivos)

– É necessário que tanto o verso do espelho como a superfície em que ele será instalado estejam limpos, secos e livres de umidade;
– A aplicação precisa ser feita sempre em filetes na vertical, para permitir a circulação de ar de baixo para cima e evitar o acúmulo de umidade no verso do espelho;
– O adesivo (silicone e/ou fita dupla face) deve ser neutro, ou seja, sem solventes em sua composição;
– Para definir a quantidade, largura e distância dos filetes e a necessidade de calços e espaçadores, consulte o fabricante do adesivo.

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Fixação mecânica (com parafusos, botões franceses etc.)

– Sempre utilize apoio, arruelas de borracha ou plástico (em ambos os lados da peça), fita veda rosca ou silicone neutro. O contato direto do espelho com os componentes metálicos da fixação provoca a oxidação de sua camada de prata, além de aumentar os riscos de quebra;
– O aperto deve ser feito apenas no final da instalação, e, de preferência, pelas diagonais da peça.

Para todo tipo de fixação

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– É fundamental que haja um espaço de 3 mm entre o costado do espelho e a superfície atrás dele, para permitir a circulação de ar e o escoamento da umidade.
– Quando mais de um espelho forem fixados em uma mesma superfície, deve-se garantir folga mínima de 1 mm entre as bordas de um e do outro (no encontro das peças).

Como saber mais sobre as normas para vidros?

A Abravidro sedia o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB37) e está à disposição para esclarecer dúvidas e fornecer as informações corretas sobre as determinações das normas técnicas para o uso do nosso material:
Telefone: (11) 3873-9908
E-mail: cb37@abnt.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 561 (setembro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro leva palestra sobre normas para bombeiros

A analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto, palestrou em 16 de agosto no 1° Seminário de Prevenção promovido pelo 4° Comando Operacional de Bombeiros de Minas Gerais, com sede em Montes Claros. A apresentação abordou os vidros resistentes ao fogo e os de segurança, além das principais normas técnicas sobre o nosso material. Na oportunidade, os oficiais da corporação receberam a norma NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações e um exemplar da tabela Que vidro usar?, da campanha #TamoJuntoVidraceiro. Além dos bombeiros, o evento contou com a presença de especificadores, arquitetos e vidraceiros da região.

Este texto foi originalmente publicado na edição 561 (setembro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Norma para vidros de controle solar ganha novo conteúdo

A comissão de estudos de vidros e suas aplicações na construção civil do ABNT/CB-37, sediado na Abravidro, desenvolveu uma emenda para a NBR 16023 — Vidros revestidos para controle solar – Requisitos, classificação e métodos de ensaio a respeito de um aspecto da fabricação do produto: a variação da cor nas peças.

Atualização necessária
Segundo Luiz Barbosa, gerente técnico de Vendas da Vivix e coordenador da comissão de estudos, da publicação da norma até o momento houve um amadurecimento do segmento no que diz respeito à especificação e aplicação desse tipo de vidro. Isso explica a necessidade de atualizar o índice de homogeneidade — agora chamado de índice de variação espacial de cor. “Como a norma tratava do tema de maneira muito genérica, dava margem para dúvidas e variadas interpretações”, explica.

O que foi alterado?

NBR 16023-1
O texto deixa mais claro que variações de cor existem e são inerentes ao processo de fabricação — algo que não é exclusivo dos vidros, mas de qualquer material. “O documento cria regras de como as tolerâncias podem ser definidas e aferidas a partir da necessidade de cada projeto. Expõe, de maneira didática, a metodologia de avaliação de cor entre chapas”, revela Barbosa. “A partir disso, é possível entender como funcionam as coordenadas que determinam os tons dos vidros de controle solar e a forma como as medições devem ocorrer”. A variação possível deverá ser informada pelo fabricante quando solicitada pelo processador.

“Como resultado, a emenda permitirá tratar cada projeto de maneira única, dentro das suas especificidades e características técnicas, as quais demandam diferentes condições de tolerâncias dos índices de variação espacial de cor”, afirma Barbosa.

Este texto foi originalmente publicado na edição 560 (agosto de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça as regras da norma para envidraçamento de sacadas

A norma NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas – Requisitos e métodos de ensaio define esse produto como um sistema “composto por painéis deslizantes, pivotantes e/ou fixos de vidro de segurança, que tem como objetivo possibilitar a proteção parcial contra intempéries de uma sacada ou varanda”. Como visto na seção “Para sua vidraçaria”, ele é um dos tipos de aplicação mais populares com nosso material e requer cuidados especiais em sua especificação e instalação (veja mais clicando aqui). Para isso, é preciso seguir atentamente as orientações presentes nessa norma, publicada pela ABNT em 2014.

Tipos de vidro permitidos
– Laminado
– Temperado

O vidro utilizado deve atender os valores de pressão de vento da região do País em que será instalado, além das características da edificação, de forma que seja aprovado nos ensaios estabelecidos pela norma.

Atenção ao peso do sistema
Todo projeto de envidraçamento de sacadas deve sempre considerar:

– O cálculo estrutural do prédio;
– A carga extra na área de recolhimento dos painéis quando o sistema está aberto (ela é um ponto crítico);
– As cargas adicionais que a sacada suportará depois de fechada (como a colocação de móveis nela).

Para edifícios em que o sistema será instalado em múltiplos apartamentos, após fazer as avaliações com relação ao acréscimo do peso do sistema sobre a edificação, é necessário ainda multiplicar o resultado pelo número de unidades a serem construídas em todo o prédio, para saber a carga extra total que a estrutura terá de suportar.

Pressão de vento
A NBR 16259 contém um requisito sobre a resistência do sistema às cargas de vento. Para isso, o projeto e a instalação devem sempre considerar:

– A região do Brasil em que está localizada a obra;
– A quantidade de pavimentos ou altura do prédio.

Com esses dados, é possível calcular a força realizada pelo vento para a especificação do sistema na obra. A variação nessa pressão determina, por exemplo, a espessura do vidro, o tipo do perfil e a forma de ancoragem do sistema à edificação.

Ensaios
Antes de ser instalado, o sistema completo para o envidraçamento de sacada, incluindo os vidros, precisa ser ensaiado em laboratório e aprovado nos seguintes requisitos:

– Comportamento sob ações repetidas de abertura e fechamento;
– Impacto de corpo mole;
– Resistência às cargas uniformemente distribuídas para simular a ação do vento;
– Resistência à corrosão.

 

Se já houver guarda-corpos na sacada, posso fazer o envidraçamento sobre ele?
Pode! Nesse caso, há duas diferenças em relação ao envidraçamento convencional (do piso ao teto), para as quais o instalador precisa estar atento:

– Quando um sistema de envidraçamento de sacadas for instalado sobre guarda-corpos, o fabricante desse sistema assume a responsabilidade da conformidade dos guarda-corpos existentes em relação à norma NBR 14718 — Guarda-corpos para edificações;
O conjunto deve atender todos os requisitos da NBR 16259 e o ensaio de resistência a cargas uniformemente distribuídas deve ser realizado no sistema completo formado pelo envidraçamento e guarda-corpos.

Vale observar que, conforme indicado na norma (página 3, item 3.11), o envidraçamento de sacada não exerce as funções de guarda-corpos ou de estanquidade (isto é, bloqueio da passagem de ar ou água), sendo unicamente um sistema auxiliar do fechamento do vão.

 

Como saber mais sobre as normas para vidros?
A Abravidro sedia o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB37) e está à disposição para esclarecer dúvidas e fornecer as informações corretas sobre as determinações das normas técnicas para o uso do nosso material:

Telefone: (11) 3873-9908
E-mail: cb37@abnt.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 560 (agosto de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro marca presença em eventos para engenheiros e bombeiros

A Abravidro esteve também em dois eventos técnicos no Brasil. Em 25 de junho, a coordenadora técnica Vera Andrade ministrou palestra no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro (foto). A apresentação, apoiada pelo Sincavidro, mostrou o uso do vidro de acordo com as normas e os trabalhos da entidade para o desenvolvimento do mercado, como as campanhas #TamoJuntoVidraceiro e De Olho no Boxe. Já em 2 de julho, a analista de Normalização Clélia Bassetto assistiu ao seminário Novas Tecnologias na Segurança Contra Incêndio, da Fundação de Apoio ao Corpo de Bombeiros (Fundabom), em São Paulo (foto 2). Uma das apresentações abordou os vidros resistentes ao fogo, com destaque para os de classe EW (redutores de radiação), incluídos na Instrução Técnica nº 09 — Compartimentação horizontal e compartimentação vertical, dos Bombeiros de São Paulo.

Este texto foi originalmente publicado na edição 559 (julho de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.