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Panorama Abravidro 2019

En un esfuerzo inédito para mapear las acciones del sector vidriero nacional, Abravidro creó en 2012 el Panorama Abravidro. El documento, editado por la entidad, se publica anualmente. El Panorama Abravidro incluye datos actualizados del mercado brasileño, incluyendo informaciones sobre las industrias de base y transformación, así como los números del consumo aparente de vidrio en el país, la capacidad nominal de producción de vidrios planos de las fábricas, balanza comercial internacional, entre otras.

Para llegar a los datos divulgados en el documento, Abravidro invita a las empresas a participar en una investigación. Los resultados son consolidados por la GPM Consultoria Econômica, contratada para averiguar las informaciones del sector y relacionarlas con la Pesquisa Industrial Anual (Encuesta Industrial Anual) del IBGE, cifras oficiales de importación y exportación del gobierno, además de declaraciones de la industria de base a la revista O Vidroplano.

Panorama Abravidro 2019

In an unprecedented effort to map the actions of the national flat glass sector, Abravidro created Panorama Abravidro in 2012. The document, edited by the entity, is published every year. It brings updated data of the Brazilian market, including information on the base and transformation industries, as well as the numbers of the apparent consumption of glass in Brazil, nominal capacity of production of flat glass in the factories, international trade balance, among others.

In order to reach the data disclosed in the document, Abravidro invites companies to participate in a survey. The results are consolidated by GPM Consultoria Econômica, hired to calculate the information of the sector and relate it to the IBGE’s Pesquisa Industrial Anual (Annual Industrial Survey), to official import and export figures from the government, as well as to statements from the base industry to the O Vidroplano magazine.

Panorama Abravidro 2020

Em um inédito esforço para mapear as ações do setor vidreiro nacional, a Abravidro criou em 2012 o Panorama vidreiro. O documento, editado pela entidade, é publicado anualmente no mês de maio e está em sua terceira edição. O Panorama vidreiro traz dados atualizados do mercado brasileiro, incluindo informações sobre as indústrias de base e de transformação, assim como os números do consumo aparente de vidro no País, capacidade nominal de produção de vidros planos das fábricas, balança comercial internacional, entre outras.

Para se chegar aos dados divulgados no documento, a Abravidro convida empresas a participarem de uma pesquisa. Os resultados são consolidados pela GPM Consultoria Econômica, contratada para apurar as informações do setor e relacioná-las com a Pesquisa Industrial Anual (PIA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), números oficiais de importação e exportação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), além de declarações da indústria de base à revista O Vidroplano.

O que esperar de 2019

Ano novo, governo novo, preocupação antiga: a economia brasileira voltará a crescer? Após uma recessão sem precedentes, o Brasil dá sinais de querer recuperar o desenvolvimento. Apesar de a expectativa por crescimento ser enorme — já que o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil, maior consumidor de vidros, caiu 28% de 2014 até 2018 —, é necessário estudar o momento com serenidade.

Por isso, O Vidroplano conversou com players de diversos elos de nosso mercado (incluindo usinas, fabricantes de maquinários e de insumos) e entidades setoriais para entender as perspectivas econômicas para 2019.

A indústria e a construção em 2018
Antes de tudo, é necessário olhar para os números do ano passado e decifrá-los. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice acumulado da produção industrial (considerando janeiro a novembro) é positivo: + 1,5%

No mesmo período, a indústria de transformação foi ligeiramente melhor: + 1,6%

No entanto, comparados com 2017, os números de 2018 são menores. No ano retrasado, a indústria em geral cresceu 2,6% e a dos transformados, 2,3%.

Segundo Carlos Eduardo Pedrosa Auricchio, diretor-titular do Departamento da Indústria da Construção (Deconcic) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), houve crescimento de 4% no investimento em obras de janeiro a setembro de 2018 — é o terceiro resultado positivo consecutivo. Por outro lado, o número de trabalhadores na cadeia da construção caiu 2,6% em comparação a esse mesmo período de 2017. Isso equivale a cerca de 170 mil postos de trabalho a menos. Ou seja, há motivos para alegria e também cautela. Com isso em mente, fica mais fácil analisar o que pode acontecer em 2019.

Qual o crescimento da construção?

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Em relação ao PIB específico da construção civil, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) revelou em entrevista coletiva, no começo de fevereiro, que espera um crescimento de 2%. Apesar de pequeno, esse avanço seria uma aposta otimista, já que o mercado não cresce desde 2013. Se confirmado, o número será fruto do aumento de obras e reformas realizadas por pequenos empreiteiros ou famílias — espera-se que esse nicho possa crescer até 3,5% este ano.

A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) também fez prognósticos, criando cenários distintos para a construção nos próximos quatro anos. No melhor deles:

– O PIB nacional cresce 3% ao ano;
– A construção, 2%;
– O varejo de materiais, 3%;
– E a indústria de materiais, 2,5%.

Para Rodrigo Navarro, presidente da associação, “a retomada de obras de infraestrutura e a agenda de reformas terão parte importante no desempenho da indústria de materiais. A expectativa se mantém para o fechamento do ano com crescimento de 2% no faturamento em relação a 2018”.

A Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro) olha para o setor vidreiro com otimismo. “2018 foi um período de muitas incertezas, com ambiente difícil para os negócios e problemas como a greve dos caminhoneiros, que teve grande impacto em nossa indústria, e aumento de custos com barrilha, energia e gás natural”, comenta o superintendente da entidade, Lucien Belmonte. “A expectativa é de um 2019 com balanço positivo e retomada do crescimento.”

Para ele, o maior desafio será garantir aos clientes a competitividade e qualidade dos produtos: “Devemos investir em melhora no relacionamento com o mercado e na defesa de nossa cadeia industrial.”

O perigo chamado dólar
A cotação do dólar influencia diretamente nosso setor, afinal a moeda americana é usada para definir preços de matérias-primas, insumos e maquinários estrangeiros. Segundo o banco de investimentos BTG Pactual, o valor dela pode variar de R$ 3,40 a até R$ 5 em 2019, dependendo do andamento da economia e das decisões tomadas pelo governo federal. Diversos elementos podem contribuir para isso, sejam eles internos ou externos, incluindo:

– Risco-país (o grau de “perigo” para investidores internacionais);
– Aprovação de medidas que irão impactar o desenvolvimento econômico nacional, como a reforma da Previdência;
– Taxas de juros dos Estados Unidos, definida pelo Federal Reserve, o banco central americano;
– Valorização do preço das commodities no mercado internacional.

Burocracia impede o crescimento
Segundo a versão 2019 do relatório Doing Business, publicado pelo Banco Mundial, o Brasil ocupa a 109ª posição (em um total de 190) no ranking geral de “facilidade de se fazer negócios em um país”. Estamos atrás de nações minúsculas em população e território, como Vanuatu ou Fiji, ambos na Oceania. O estudo leva em consideração indicadores como “começando um negócio” (as dificuldades para se iniciar um empreendimento), “pagamento de impostos” (o impacto da carga tributária) e “negócios transfronteiriços” (as dificuldades em relação ao comércio exterior). Ou seja: estamos em um país cheio de burocracia e que segura o desenvolvimento das empresas.

Ações do governo
É consenso entre especialistas a necessidade de reformas estruturais no País, incluindo a reforma da Previdência. O presidente do Sinduscon-SP, Odair Serra, e o vice-presidente de Economia da entidade, Eduardo Zaidan, alertam para a necessidade de o governo atuar também em outros aspectos que oferecerão mais confiança ao mercado:

– Continuidade do programa Minha Casa, Minha Vida, permitindo maior atividade da construção;
– Acesso facilitado aos financiamentos bancários;
– Queda dos juros do crédito imobiliário.

Em resumo, 2019 será um bom ano?
Como pudemos ver, são muitas as variáveis que irão determinar o desempenho econômico do País — e também de nosso setor. Não dá para cravar respostas, mas o momento é de otimismo. No entanto, dá para traçar alguns caminhos:

– As escolhas a serem feitas pelo governo federal serão decisivas para determinar o tamanho do crescimento;
– Com o aquecimento da construção, nosso mercado também irá se aquecer;
– Outros mercados consumidores do produto preveem boas taxas de crescimento;
– Agregar valor ao nosso material continua sendo uma aposta fundamental.

 

Como está a confiança do mercado?
O Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mede o Índice de Confiança Empresarial (ICE), que mostra a segurança da indústria, setor de serviços, comércio e construção nacionais em relação ao momento econômico vivido. Em janeiro, o ICE mostrou bem o atual sentimento desses mercados:

98 pontos (numa escala de zero a 200)
4º mês de alta consecutiva
– Maior nível desde janeiro de 2014

O Índice de Expectativas, que mede a confiança dos empresários nos próximos três a seis meses, também segue crescendo:

104,5 pontos (numa escala de zero a 200)
7º mês de alta consecutiva
3º mês acima dos 100 pontos
– Maior nível desde dezembro de 2012

 

Como ficará o PIB?
O último Boletim Focus publicado antes do fechamento desta edição de O Vidroplano, divulgado pelo Banco Central no dia 18 de fevereiro, prevê que o PIB nacional em 2019 aumentará 2,48%. O número segue maior que o projetado para o de 2018 (a ser divulgado pelo IBGE no final deste mês). A expectativa é de que o crescimento do ano passado não passe de 1,25%.

 

Cenários para outros setores
Três mercados consumidores de vidro também revelaram suas expectativas:

Automotivo: A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) espera crescimento de 11,4% na venda de veículos em relação a 2018. Caso a projeção se confirme, será o terceiro ano seguido de alta.

Energia solar: O Brasil deve ter um aumento de 44% na capacidade instalada de energia solar, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Isso faria o País chegar à marca de 3,3 GW em operação.

Linha branca: Segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), acredita-se que seja possível fechar o ano com crescimento de 10% a 15% comparado a 2018.

 

Mapa para o futuro
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) produziu, em setembro do ano passado, o documento Indústria e o Brasil do Futuro, com o objetivo de discutir os rumos a serem tomados pelo País em relação à industrialização e desenvolvimento de infraestrutura. Cinco linhas de ação são sugeridas:

INVESTIR NA INDÚSTRIA 4.0, criando condições para absorver as tecnologias emergentes e também assegurar certo protagonismo no desenvolvimento dessas inovações;

POTENCIALIZAÇÃO DA INOVAÇÃO, para fortalecer a educação básica e tecnológica, promover sua articulação com o setor produtivo e desenhar políticas orientadas a missões;

MODERNIZAÇÃO DO PARQUE INDUSTRIAL, para alavancar a produtividade e competitividade da indústria;

AUMENTO DA EXPORTAÇÃO DE MANUFATURADOS, em especial de produtos mais complexos em tecnologia;

AGREGAR VALOR A ATIVIDADES EM QUE O BRASIL APRESENTA VANTAGEM COMPARATIVA, como a agropecuária.

 

O que os vidreiros esperam de 2019?

construction site close to pavement under sunshine

Forno novo e estabilidade no fornecimento de vidros
“2019 desponta como um ano de grandes possibilidades, uma vez que acenderemos nosso novo forno. Inicialmente, o principal desafio é o restabelecimento da estabilidade no setor após um período em que houve desbalanceamento entre oferta e procura de vidro plano. Em questões do cenário macroeconômico, o importante é acompanhar de perto os principais índices e as reações do mercado a uma possível série de novas medidas. Medidas para diminuição do desemprego e estímulo ao consumo, tais como o crédito imobiliário, são fundamentais para gerar impactos positivos.”
Franco Faldini, diretor de Vendas e Marketing da AGC

Novos mercados e vidros de valor agregado
“Há uma evolução perceptível da aplicação do vidro em mercados não tradicionais, como o de energia. Se explorarmos a versatilidade do material e pensarmos em soluções completas, como os vidros de controle solar, autolimpantes e antirreflexo, haverá mais benefícios para consumidores e rentabilidade para empresas. Em caso de crescimento, é necessário balancear o aumento de demanda e de capacidade de processamento e de base para assim equilibrar o abastecimento. Outro grande desafio é em relação aos incrementos nos insumos básicos para a indústria, como gás e eletricidade.”
Flavio Alves Vanderlei, gerente-comercial da Cebrace

Aumento do consumo e escritório central
“Um grande desafio é aumentar o consumo per capita de vidro no Brasil, que gira em torno de apenas 8 kg por ano. Isso acontecerá com o maior uso de vidros de valor agregado, como os de controle solar, que correspondem a 3% de nosso consumo e tem potencial de expansão. Para dar mais corpo a esse movimento, inauguraremos um escritório central, em Campinas (SP). O local abrigará colaboradores antes distribuídos por São Paulo, Tatuí (SP) e Porto Real (RJ), em um esforço para aumentar a eficiência da operação e compartilhar conhecimento.”
Renato Sivieri, diretor de Marketing da Guardian

Crescimento e organização da indústria
“A expectativa é a de que o mercado volte a aquecer e a se expandir, retomando projetos que ficaram em stand by e gerando novas oportunidades para a cadeia vidreira. No entanto, para que o setor de fato acelere, é necessário que as indústrias estejam preparadas para atender a demanda, seja em termos de produtos, como também em soluções logísticas e técnicas. A indústria precisa se organizar para acompanhar o crescimento da demanda, tendo a estrutura necessária para o pleno fornecimento aos clientes.”
Gabriel Zanatta, coordenador de Marketing da Saint-Gobain Glass

Mais fortes e com desafios
“A cadeia vidreira sairá desta crise bem mais fortalecida, visto que todos certamente implementaram melhorias significativas na gestão de processos. Os principais desafios serão promover iniciativas que visem de forma ampla e permanente à qualificação da cadeia, enfrentar com serenidade a volatilidade do mercado, criar mecanismos eficientes de demonstração dos benefícios e versatilidade de aplicações do produto e, por fim, contribuir para a elaboração de uma legislação responsável e eficiente para o uso do vidro plano.”
Henrique Lisboa, diretor-comercial e de Marketing da Vivix

Consumo de vidros de grandes dimensões
“No mercado arquitetônico, a demanda para vidros em tamanho maior está aumentando, seguindo a tendência que é realidade em mercados mais maduros, como a Europa. Acompanhando o fato de que estamos com expectativas positivas para o mercado, é fundamental que os fabricantes e fornecedores de matérias-primas, aqueles no começo da cadeia, tenham flexibilidade local e tempo de resposta adequado para a demanda.”
Daniel Pazzini Domingos, gerente de Contas de Arquitetura para a América Latina da Eastman

Estruturação, treinamento e educação
“Penso que 2019 é um ano de preparação para o crescimento. Estruturação, treinamento e educação serão os temas centrais para a retomada que virá forte em 2020. Esperamos a retomada do mercado arquitetônico e um impulso no vidro em aplicações solares. A competitividade será relevante para uma indústria sustentável. Quando falamos de competitividade, podemos chamá-la de reindustrialização, algo que o País precisa muito. O segundo desafio está em ajudar os clientes a retomar o caminho do conceito de valor agregado, que foi perdido um pouco com a crise.”
Moreno Magon, vice-presidente de Vendas e Serviços da Glaston para a América do Sul

Reformas, automação e produtividade
“A realização das tão esperadas reformas, aliada a um coeso e sustentável programa de combate à corrupção, fará com que o Brasil seja visto com outros olhos pela comunidade internacional, e isso inexoravelmente trará novos e importantes investimentos ao nosso país. Com a liberação de crédito para novos investimentos, em um cenário mais expansivo que o atual, nossos desafios como fabricantes de máquinas serão grandes. O mercado tem necessidade de soluções do mais alto grau de automação e de alta produtividade, com menos dependência da interação humana.”
Luiz Garcia, diretor da Lisec Sudamerica

Aumento dos negócios
“2018 foi um período de recuperação, no qual pudemos perceber que o País estava saindo da recessão econômica. Nossa expectativa, em 2019, é um crescimento dos negócios por volta de 25% em comparação com o que fizemos no ano passado. Entre os desafios estão melhorar a produtividade, diminuir custos, aumentar a qualidade e oferecer melhores serviços aos clientes.”
Sandro Eduardo Henriques, diretor da Sglass

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Glaston assina acordo para a compra da Bystronic

A Glaston anunciou em janeiro que assinou um acordo para adquirir a Bystronic Glass, fabricante de máquinas para o beneficiamento de vidros. A conclusão da transação é esperada para o final do primeiro trimestre de 2019, sujeita à aprovação regulatória. Até lá, a Bystronic Glass e a Glaston continuarão operando como duas empresas independentes, sem mudanças em suas respectivas estruturas legais. “Temos acompanhado a Bystronic Glass por anos e estamos muito impressionados com a qualidade de seus produtos. Juntos, seremos um player líder no mercado de tecnologia para processamento de vidros”, comenta Arto Metsänen, presidente e CEO da Glaston.

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Energia hidrelétrica e solar unidas

Este mês, teve início a fase de testes da usina fotovoltaica flutuante no reservatório da Usina Hidrelétrica de Sobradinho (BA). A estrutura — instalada pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e projetada pela parceria entre a WEG Equipamentos Elétricos e a Sunlution Soluções em Geração Solar — conta com 10 mil m² de área com painéis policristalinos com face externa de vidro. Nessa etapa, a usina deve gerar uma potência energética de cerca de 1 MWp para consumo interno. Após sua conclusão, a Chesf pretende lançar a energia gerada no sistema interligado nacional.

Este texto foi originalmente publicado na edição 552 (dezembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Cores com tecnologia de ponta

A Tecglass, braço do Grupo Fenzi, lançou a linha Jetver Ultra de tintas cerâmicas. Seu aspecto brilhante e alta durabilidade fazem dela um produto versátil para impressões com alta definição, permitindo desde designs gráficos simples até as mais variadas imagens fotorrealistas. Segundo a empresa, as tintas Jetver Ultra são ideais para projetos arquitetônicos, oferecendo resistência contra desgastes, abrasões, radiação ultravioleta e estresse climático, além de uma paleta de cores praticamente infinita.

Este texto foi originalmente publicado na edição 552 (dezembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Tendências de mercado para 2019

Escrito por Rafael de Souza

Fique atento às circunstâncias favoráveis e ameaças existentes no mercado. O melhor é preparar-se desde já para o ano que chega. Por isso, confira nove tendências e oportunidades de mercado que impactarão a maioria dos negócios em 2019.

Marketing digital: utilize as mídias sociais, blog, vídeos e o site de sua empresa para gerar conteúdo, engajamento e relacionamento, atraindo e conquistando clientes;

Consumidor mutante: as necessidades, desejos, problemas e comportamento dos consumidores sofrem mudanças cada vez mais rápidas, principalmente em relação à tecnologia. Portanto, fique atento;

Customização: permita que a clientela personalize produtos e serviços. As pessoas reconhecem quando são atendidas com exclusividade;

Atendimento humanizado: apesar dos inúmeros recursos tecnológicos, consumidores dão valor à questão humana. Então é importante passar essa sensação até mesmo no suporte automatizado ao cliente;

Mercados de nicho: especializar-se em um nicho de mercado pode ser um diferencial para atuar em um setor com menor concorrência;

Negócio e trabalho com propósito: a maioria da população busca consumir produtos e serviços ou trabalhar em empresas que tenham propósito e agreguem valor à vida ou à sociedade;

Tempo é o maior ativo: quem sabe utilizá-lo a seu favor, seja na gestão da empresa ou como valor agregado ao produto/serviço que vende, terá um grande diferencial frente à concorrência;

Clientes menos fiéis às marcas: esse comportamento pode ser visto como oportunidade e ameaça ao mesmo tempo. Cabe ao empresário usar estratégias para tirar proveito disso;

Economia colaborativa e startups: modelos de negócios que permitam escalabilidade, sustentabilidade, economia de recursos (físicos, financeiros e naturais), praticidade e colaboração são a base dos futuros negócios.

rafaelsouzaRafael de Souza é analista de Negócios do Sebrae-SP na regional de São José dos Campos. Graduado na área de tecnologia da informação, é especialista em gestão estratégica de negócios e em gestão de pessoas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 552 (dezembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Da Alemanha para o Brasil

A Glaston anunciou, em novembro, que é a distribuidora oficial dos filmes de EVA da linha Evguard no País. Os produtos, fabricados pela alemã Folienwerk Wolfen, são usados para a produção de laminados. Entre seus diferenciais estão resistência superior à umidade, aprovação técnica concedida pelo Instituto Alemão para Tecnologia para Edificação (DIBt), longa vida útil e fácil armazenamento e manuseio. Segundo a multinacional finlandesa, as películas Evguard podem ser processadas tanto em fornos de laminação como em autoclaves e aplicadas com o processo nipper roll, com rolos de pinça.

Este texto foi originalmente publicado na edição 552 (dezembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro em instituições de ensino

vp_abravidro1No dia 18 de outubro, a coordenadora técnica da Abravidro, Vera Andrade, participou de uma mesa-redonda com o tema Tecnologia para um mundo sustentável (foto 1), no 20º Congresso de Tecnologia da Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec). Além da Abravidro, o evento contou com representantes da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Associação Brasileira da Construção Metálica (Abcem) e Instituto Brasileiro do PVC: juntas, as cinco entidades integrarão o curso “Introdução aos Sistemas Construtivos: Materiais, Produtos e Aplicações”, com início previsto na faculdade para julho de 2019.

Em sua apresentação, Vera destacou os principais benefícios do vidro e sua aplicação na construção civil, bem como a importância de seu emprego conforme as normas técnicas, além de apresentar as campanhas que a Abravidro promove para disseminar o uso seguro do material.

vp_abravidro2Também em outubro, no dia 31, a analista de Normalização da entidade, Clélia Bassetto, palestrou em dois cursos da Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo: no “Curso do Vidraceiro” (foto 2), apresentou as principais normas de aplicação do vidro. Para a turma de “Envidraçamento de Sacadas”, do Programa Super MEI, parceria entre o Sebrae e o Senai-SP, ela falou sobre a norma NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas – Requisitos e métodos de ensaio. Em ambas as palestras, Clélia enfatizou a importância da normalização e entregou aos alunos cópias da tabela Que vidro usar?, da campanha #TamoJuntoVidraceiro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Medição inteligente

A Alliare Consultoria e Tecnologia anunciou estar na fase final de desenvolvimento da Trena Inteligente, em parceria com a Bosch. Trata-se de um aparelho digital que, além de medir as dimensões em obra, conecta-se com o software Builtek (foto), da consultoria, que analisa as informações recebidas e as envia diretamente para o celular do projetista da obra ou ao fabricante do produto que está sendo aplicado. Isso, além de permitir a redução de problemas desde a fabricação das peças que serão aplicadas no vão até a instalação delas, coloca os instrumentos de medição para a integração digital da Indústria 4.0.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Como se preparar para crescer?

Escrito por Denis Luna

O desenvolvimento de uma empresa é sempre positivo aos olhos dos proprietários — embora seja comum aparecerem as chamadas “dores do crescimento”. Afinal, deve-se mudar muito para que se acompanhe a nova demanda. O que era para ser um momento feliz acaba se tornando mais um problema nas costas do empreendedor.

Mas isso não precisa ser sempre assim: é imprescindível que as empresas se planejem e se preparem para atuar em outro patamar. Será que o crescimento da demanda é apenas uma questão sazonal do mercado ou a empresa está efetivamente vislumbrando um aumento nos negócios em médio e longo prazos? Ter essa resposta é crucial para não tomar decisões equivocadas. Se o crescimento for resultado de algo que não tende a ser permanente, não cabe fazer investimentos a fim de ampliar a capacidade produtiva. Caso contrário, o que seria um lucro extra pode se tornar prejuízo.

Descartada essa hipótese, é hora de repensar a empresa a partir de um novo panorama:

– Analisar sua saúde financeira e planejar os investimentos estruturais necessários — compra de maquinários, ampliação do espaço físico, contratações;

– Fazer com que a equipe esteja ciente do momento enfrentado. Se em uma empresa com dez funcionários as informações são rapidamente disseminadas, o mesmo não acontece em uma com cinquenta, por exemplo. É preciso estruturar novos processos e capacitar as pessoas. Com isso, o setor de recursos humanos assume um papel fundamental e estratégico;

– Investir na inteligência do negócio. Não se pode deixar de lado a parte mais “mental” da companhia, ou seja, os softwares. Muitas soluções tecnológicas são capazes de automatizar processos burocráticos, de baixo valor agregado, que tomam tempo dos colaboradores e ainda ampliam os riscos de erros banais;

– Buscar ajuda. Esse desafio vai demandar mais preparo do líder. Cabe destacar a necessidade de se manter atualizado, fazendo cursos e até participando de eventos do setor a fim de descobrir novas oportunidades e possibilidades de mercado.

Planejamento será sempre a melhor opção para quem deseja se livrar, ou pelo menos reduzir, as tão temidas “dores do crescimento”.

Denis Luna
é empresário, treinador de empresários e sócio da ActionCOACH São Paulo

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Reconhecimento para o nosso setor

Em setembro, foi realizada a cerimônia do 19º Prêmio Marca Brasil, idealizado para destacar as marcas de empresas e entidades mais bem-avaliadas em suas áreas de atuação. Diversas categorias foram dedicadas ao segmento vidreiro, cujos vencedores foram escolhidos pelos leitores da revista Contramarco & Companhia. Pelo 7º ano consecutivo, a Abravidro foi eleita a Melhor Marca de Entidade do Setor de Vidros. Confira abaixo os demais premiados de nosso setor.

Abrasivos e rebolos para vidro: Arbax
Acessórios para vidro: Pacre
Distribuidor de vidro: Divinal Vidros
Empresa de treinamento para vidraceiro: Setor Vidreiro
Empresa sustentável: ECG Sistemas
Entidade do setor: Abravidro
Envidraçamento de sacada: Tec-Vidro
Espelhos: Guardian
Fábrica de ferragens para o vidro: AL Indústria
Kit para boxe de vidro: Tec-Vidro
Máquinas e equipamentos para vidro: Glass Parts
Molas para portas: dormakaba
Molduras: Moldurarte
Películas para vidros: 3M
Perfis de alumínio e kits de instalação para vidro: Tec-Vidro
Portas automáticas: dormakaba
Selantes, silicones e adesivos: Adespec
Softwares direcionados ao setor: ECG Sistemas
Têmpera de vidro: Personal Glass
Vidraçaria: Casa Com Vidro
Vidro laminado: Real Vidros
Vidros especiais: Unividros

Este texto foi originalmente publicado na edição 550 (outubro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Acústica em debate

O 11º Seminário de Soluções Acústicas em Vidro (VidroSom) foi realizado no dia 14 de setembro, durante a Fesqua 2018 (veja mais sobre a feira clicando aqui), em São Paulo. Organizado pela Universidade do Som, ele contou com 190 participantes e destacou o papel do vidro, da esquadria e os cuidados que devem ser tomados no desenvolvimento de um sistema acústico. Remy Dufrayer, gerente de Desenvolvimento de Mercado da Cebrace (patrocinadora do seminário), explicou como o vidro isola o ruído e enfatizou as vantagens dos laminados para o conforto termoacústico nos ambientes. Outro assunto foi a acústica veicular, comentada por Edison Claro de Moraes, idealizador do VidroSom.

Este texto foi originalmente publicado na edição 550 (outubro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Equipe reforçada

A Associação Italiana de Fornecedores de Máquinas, Acessórios e Produtos Especiais para o Processamento de Vidro (Gimav) elegeu em setembro os dois vice-presidentes que acompanharão o presidente Michele Gusti ao longo de sua gestão, que vai até 2020. Os escolhidos foram Nicola Lattuada, da Adelio Lattuada, e Nancy Mammaro, da Mappi.

Este texto foi originalmente publicado na edição 550 (outubro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Qualidade comprovada

A Everlam, fabricante de películas de PVB para laminados, recebeu recentemente a certificação ISO 9001, norma que avalia a qualidade dos princípios de gestão aplicados em toda a empresa. Harald Hammer, CEO da companhia, reconhece que o certificado é a comprovação de que ela oferece aos seus clientes uma parceria séria visando ao fornecimento de soluções confiáveis para seus negócios de vidros laminados de segurança.

Este texto foi originalmente publicado na edição 550 (outubro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Como anda o setor vidreiro nacional?

A crise econômica no País já dura vários anos e o setor vidreiro foi duramente atingido, tendo como principal causa o encolhimento das atividades da construção civil, a maior mola propulsora de nossos negócios. Fatores internos do mercado de vidro também agravam a situação. Claro, não é apenas nosso mercado que sofre. Mas, afinal, o que está acontecendo?

Para entender o atual cenário, O Vidroplano faz um balanço dos indicadores econômicos da indústria brasileira, além de analisar os temas vidreiros que estão em pauta nas ruas e conversas de WhatsApp, incluindo questões como o abastecimento do mercado doméstico, as ações tomadas pelas usinas para resolver esse problema, as perspectivas para o segundo semestre e os possíveis investimentos futuros. O objetivo das páginas a seguir é jogar luz sobre o que gera dúvida e boatos para, quem sabe, encontrar saídas para nossas empresas.

Como está a indústria brasileira?
A situação pela qual o vidro passa é a mesma de todo esse setor, com escassez e aumento no valor da matéria-prima. Quem diz isso é a Sondagem industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para o mês de junho. Os três principais problemas enfrentados pelas indústrias no segundo trimestre são os mesmos do primeiro (veja o gráfico Principais problemas enfrentados pela indústria no 2º trimestre de 2018, mais abaixo). Atenção matéria-prima: com 26,9% de assinalações, o item teve aumento de percentual pelo quarto trimestre consecutivo, firmando-se na 3ª posição.

Outro dado relevante: houve aumento da atividade em relação a maio, o que reverteu a queda causada pela greve dos caminhoneiros, que interrompeu o transporte rodoviário de cargas durante vários dias.

O IBGE também revelou que a produção industrial recuperou-se em junho, com a maior alta da série histórica, iniciada em 2002. O acumulado do ano marca crescimento de 2,3% em relação a 2017.

A Sondagem industrial da CNI mostra ainda que há otimismo para os próximos meses com relação à demanda, compra de matérias-primas e exportações. Porém, a intenção de investimento segue caindo.

capacidade-instalada

Construção: em marcha lenta, mas com perspectivas futuras
Um dos motivos que impedem nosso setor de voltar a crescer é a estagnação da construção civil, responsável por cerca de 80% do consumo de vidros planos no Brasil. Enquanto grandes projetos estão paralisados ou nem saíram do papel, são as pequenas reformas e retrofits, tanto de empreendimentos residenciais como comerciais, que têm movimentado o mercado.

O índice de julho da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) mostra um movimento, ainda tímido, de retomada nesse setor, com aumento de 5,7% no faturamento de julho em relação ao mesmo mês em 2017. O crescimento acumulado no ano, em relação ao mesmo período em 2017, é positivo: 1,7%, número pouco maior que a projeção de crescimento anual de 1,5% feita pela associação.

Portanto, as coisas não estão tão ruins, mas ainda longe de se comemorar, como reforça o Monitor da construção civil, um dos índices mais relevantes desse mercado, produzido pelas consultorias Tendências e Neoway Creative.

principais_problemasDa expectativa à preocupação
Como relembra o presidente da Abravidro, José Domingos Seixas, existia um clima geral de otimismo para 2018. “Os números dos primeiros meses indicavam uma retomada a ser consolidada ao longo do ano, ainda que de forma tímida. Mas os problemas enfrentados pelo País, principalmente a greve dos caminhoneiros, fizeram a produção diminuir, atingindo em cheio os planos das empresas”, analisa.

No entanto, o segundo semestre pode trazer coisas boas — tanto econômica como politicamente. “Temos esperança de que o mercado volte a se aquecer e a oferta de vidro se estabilize por completo”, afirma Seixas. “Em relação às eleições, nossa expectativa é de que o presidente escolhido atue na promoção de um novo ciclo de desenvolvimento, investindo em infraestrutura e projetos para o fomento da construção civil e que tenha um olhar atento aos temas tributários.”

O dirigente reforça ainda a postura da Abravidro para que o setor resolva os problemas pontuais enfrentados nos últimos tempos. “Continuamos trabalhando e pressionando para que as questões estruturais de nosso mercado sejam resolvidas, além de buscar o que de melhor pode ser feito no âmbito de nossas empresas.”

IACI

Falta vidro no mercado?
Uma questão que ronda o segmento há cerca de um ano é a dificuldade de alguns processadores no acesso à matéria-prima. No mês passado, a Abravidro realizou uma assembleia-geral extraordinária para discutir o tema. Na ocasião, a diretoria da entidade avaliou os dados do setor vidreiro e outros correlatos. Foi unanimidade entre os participantes que a situação está em via de ser normalizada e que qualquer questionamento ao direito antidumping vigente não seria oportuno neste momento. As usinas que atuam no Brasil são capazes de produzir 6.680 t/dia de vidros planos. Considerando esse número e os dados de consumo de vidros planos no País, é possível concluir que há uma sobreoferta de vidros no mercado. Em 2016 e começo de 2017, as usinas passaram a exportar parte da produção excedente. Desde setembro de 2017, quando surgiram os primeiros relatos de falta de vidro, essas companhias alegam ter tomado ações para reverter o problema. Segundo Franco Faldini, diretor de Vendas e Marketing da AGC, fatores pontuais que levaram a essa situação já estão sendo contornados pelas usinas. “Temos colocado esforços na busca por melhorias em logística e aumento da produtividade, além de drástica redução em exportações”, explica. Até a inauguração da nova planta (veja mais no boxe Novos investimentos no setor, mais abaixo), a empresa busca suporte para aumentar as importações.

A Cebrace não concorda com a expressão “desabastecimento generalizado”, já ouvida por aí. “Podemos reconhecer deficiência no serviço, e não na disponibilidade, em algum momento do segundo semestre de 2017 e início de 2018, mas entendemos que o mercado está abastecido de forma adequada”, analisa o gerente-comercial Flávio Alves Vanderlei. Para ele, os clientes têm sido atendidos conforme suas necessidades.

As plantas da Guardian estão produzindo com capacidade total, relata Ricardo Knecht, gerente-geral para a América do Sul: “Contamos com investimentos como a manutenção do forno de Porto Real (RJ), concluída em janeiro deste ano, o aumento da frota de caminhões e a ampliação do parque de embalagens”. A empresa também se esforça para trazer vidro de fora, ampliando a gama de produtos oferecidos por aqui.

A Saint-Gobain Glass aposta na proximidade com o cliente para entender necessidades e, com isso, conseguir oferecer os produtos. “Há uma demanda crescente por vidro no mundo. Observamos mercados, que antes dependiam exclusivamente da China, se abrirem para novas soluções e fornecedores, e o Brasil não está fora disso”, comenta Gabriel Zanatta, coordenador de Marketing da usina.

Segundo Henrique Lisboa, diretor-comercial e de Marketing da Vivix, a companhia tornou a investir na expansão da capacidade produtiva. E o fará por meio da instalação de equipamentos que aumentarão a produção em até 10%. “Além disso, diminuímos de forma significativa nosso programa de exportações, a fim de atender o abastecimento nacional, que é, indiscutivelmente, nossa prioridade.”

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Os efeitos da greve dos caminhoneiros
Como visto no gráfico Utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual, nesta reportagem, a paralisação do transporte rodoviário diminuiu fortemente a atividade industrial e a confiança dos empresários, gerando corrida por estoques por parte das processadoras.

De forma geral, as usinas foram afetadas tanto na produção como na logística por falta de matéria-prima e insumos. Somente com a aplicação de planos de contingência foi possível reverter a situação e passar a operar normalmente, com os níveis de antes da paralisação

A Vivix não precisou interromper sua produção, graças à proximidade da empresa para beneficiamento de matéria-prima, localizada a poucos quilômetros de sua planta. A companhia, no entanto, posicionou-se contra a tabela de fretes mínimos fixada pelo governo federal e informou que ainda existem dificuldades para a contratação de frete, o que segue impactando o abastecimento do mercado.

2018: o ano até aqui
Como visto no gráfico Índice de Atividade da Construção Imobiliária (IACI) nesta reportagem, existem dados concretos que indicam a melhora da construção civil. E, melhor ainda, as próprias construtoras acreditam nisso: a Cyrela, por exemplo, anunciou que crê na possibilidade de atingir metas internas e melhorar margens, permitindo uma nova distribuição de dividendos aos acionistas ainda este ano. A MRV, maior construtora de imóveis econômicos do País, lucrou 18% mais no segundo trimestre e estima um desempenho ainda mais robusto nos próximos meses.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) também projeta crescimento para o setor automotivo (automóveis e máquinas agrícolas) em 2018. A associação prevê que sejam produzidos 11,9% a mais que em 2017, alcançando 3,02 milhões de unidades.

Mas como as usinas vidreiras enxergam 2018 e o que deve ser feito para a retomada dos negócios se tornar realidade? “Estamos enfrentando um ano de transição com alta volatilidade, incertezas políticas e pressões nos custos dos insumos básicos, além da sensível redução nas estimativas de crescimento econômico”, analisa Faldini, da AGC. A fabricante acredita que o segundo semestre não será muito diferente.

A Cebrace está otimista, porém com certa cautela, em relação aos próximos meses. “Começamos o ano com um cenário positivo a partir das previsões, principalmente com o PIB chegando a 2,5%. Infelizmente, o cenário foi alterado de forma substancial, devido às incertezas do Custo Brasil e do cenário político”, explica Vanderlei.

Para a Saint-Gobain Glass, existe a perspectiva de crescimento nas vendas, conforme comenta Zanatta: “Com uma oferta maior de mix de produtos para o mercado, podemos aumentar as possibilidades para nossos parceiros”.

Lisboa, da Vivix, concorda que pouco pode mudar este ano. “O mercado da construção civil apresentou resultado similar ao de 2017. Acreditamos que esse cenário se manterá no segundo semestre.”

O futuro do mercado e as eleições
As usinas foram contundentes em indicar o que precisa ser mudado para o setor voltar a crescer — e as eleições serão essenciais para isso. Os candidatos à presidência da República (leia mais no bloco Presidenciáveis debatem construção civil, mais abaixo) precisam mostrar propostas voltadas para trazer eficiência e competitividade para a indústria, incluindo:

– Estímulo à livre concorrência;
– Investimento em infraestrutura;
– Qualificação da força de trabalho;
– Reforma tributária, passando pela redução da carga de tributos por meio da simplificação do sistema atual;
– Redução da burocracia, que torna as operações corporativas pesadas e lentas;
– Redução da chamada “máquina pública”, com melhor gestão dos recursos arrecadados.

O vidro está caro?
Somente este ano, o mercado foi pego de surpresa por dois anúncios de aumentos da matéria-prima. Alguns produtos passaram a custar algo em torno de 25% a mais. Por que isso ocorreu?

“O setor ainda é impactado por alterações de custos que interferem na estrutura de preços e, como é de conhecimento notório, a fixação de preço é, por princípio e por decisão constitucional, livre”, reforça Faldini, da AGC.

Para se chegar a uma explicação, é preciso analisar as variáveis macroeconômicas, reflete Zanatta, da Saint-Gobain Glass. Diz ele: “Se levarmos em conta que somente para o item gás natural, responsável pela manutenção dos fornos, nós tivemos um aumento instantâneo, não gradual, é possível imaginar o desafio que seja fabricar a preços competitivos”.

A opinião é compartilhada pela Vivix, que relembra ainda a alta no preço da barrilha, material fundamental para a produção do vidro. “No entanto, é importante frisar que os preços realizados no mercado neste momento estão retornando aos praticados há quatro anos, antes da crise”, afirma Lisboa.

Por questões estratégicas, Cebrace e Guardian preferiram não comentar o assunto.

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Novos investimentos no setor

AGC
Em 2019, no segundo semestre, a AGC vai inaugurar sua segunda planta, também em Guaratinguetá (SP). “Tivemos ainda recentemente a instalação de um coater, que produzirá nossa linha de vidros de controle solar, a Sunlux Shadow, desenvolvida para climas tropicais. Em adição, temos promovido também inúmeras melhorias em nossa infraestrutura para o acendimento do novo forno”, destaca Faldini.

Cebrace
No editorial da edição de abril da revista publicada pelo Sincavidro-RJ, revelou-se que a Cebrace trabalha para obter licenças ambientais para a construção de nova planta. Segundo Vanderlei, a empresa realiza com frequência estudos de viabilidade para projetos, de forma alinhada às projeções econômicas e à necessidade do mercado. “Sempre procuramos antecipar demandas, investir em linhas de produção, ofertar produtos e aprimorar a capacidade produtiva”, comenta o gerente-comercial.

Guardian
Knecht, da Guardian, afirma que a companhia “segue atenta às oportunidades que nos permitam trazer para o mercado local inovação em produtos e serviços, ampliar nossa capacidade e fortalecer o relacionamento com nossos clientes”.

Saint-Gobain Glass
Zanatta, da Saint-Gobain Glass, também confirma o compromisso da fabricante: “Estamos constantemente investindo em tecnologias, processos e produtos para melhor atender o mercado”.

Vivix
Há pouco tempo, a Vivix ampliou sua produção e construiu uma linha para a fabricação de vidros de proteção solar. Para Lisboa, “os futuros investimentos estão sendo avaliados à luz dos desdobramentos políticos e econômicos”.

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Presidenciáveis debatem construção civil
A Coalizão pela Construção, grupo formado por 26 entidades da indústria da construção civil, incluindo a Abravidro, apresentou a agenda estratégica do setor para os candidatos à presidência da República em encontro da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), no começo de agosto, em Brasília. Confira as propostas dos presidenciáveis presentes. Jair Bolsonaro (PSL) alegou problemas de agenda e não participou.

Marina Silva (Rede Sustentabilidade)
Ampliará a proporção de investimento no setor de infraestrutura, passando dos atuais 2% do PIB para, pelo menos, 4%. Sobre licenciamentos ambientais, reforçará os mecanismos vigentes para dar agilidade aos processos.

Geraldo Alckmin (PSDB)
A solução para maior competitividade é diminuir a interferência do governo na atuação empresarial. Sua ideia é estimular a atividade empreendedora para destravar a economia. A vice-presidente da CBIC, Maria Elizabeth Cacho do Nascimento, sugeriu a criação de um conselho consultivo do setor, o que foi acatado pelo candidato.

Álvaro Dias (Podemos)
Terá um conselho consultivo para o setor. Para ele, o ajuste fiscal deve ser acompanhado por crescimento econômico. Isso reforça a necessidade de segurança jurídica, simplificando o modelo de tributação.

Ciro Gomes (PDT)
Defendeu a importância do setor para a reviravolta econômica do País, afirmando que a construção sempre responde aos estímulos do governo, criando empregos e gerando renda de forma rápida e a custos baixos. Para Ciro, o setor permitirá o trabalho necessário de diminuir despesa e aumentar a receita.

Henrique Meirelles (MDB)
Garantiu que o setor privado será incorporado aos planejamentos para investimentos. Citou ainda o Programa Brasil Integrado, projeto de infraestrutura urbana que retomará mais de 7 mil obras paralisadas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Para novas cores e espaçamentos

O Grupo Fenzi teve dois grandes lançamentos entre maio e junho: o primeiro foi a linha de tintas monocomponentes Aquaglass NG. X para vidros, desenvolvida especificamente para a decoração de painéis de grandes dimensões, oferecendo inúmeras cores e efeitos para customização. Segundo a multinacional, elas garantem adesão superior à superfície do vidro, resistência química aprimorada, alta estabilidade e durabilidade, além de sua fabricação à base d’água ser sustentável.

A outra novidade foi o espaçador Multitech G (foto), para fabricação de vidros insulados, apresentado como a melhor opção no mercado em termos de desempenho térmico. Outras vantagens são seu design elegante e a transparência de sua barreira de múltiplas camadas, permitindo manter a cor original do perfil em todos os lados.

Este texto foi originalmente publicado na edição 547 (julho de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Grande linha para grandes insulados

A B’Jumbo XXL, linha para a produção automática de vidros insulados colocada no mercado este ano pela Bystronic, impressiona pelo tamanho: tem 165 m de comprimento e permite trabalhar com peças de até 18 m de largura e 3,3 de altura. A solução vem ao encontro da tendência arquitetônica do uso de painéis cada vez maiores em fachadas. Já instalada na beneficiadora alemã Thiele Glas (foto), a linha vem equipada com um robô para remoção de cantos, uma lavadora, seis estações para inspeção e posicionamento das molduras, um mecanismo para selagem e várias correias transportadoras, entre outros itens. De acordo com a fabricante, apesar das dimensões, a B’Jumbo XXL pode ser instalada em empresas com área convencional em seu chão de fábrica.

Este texto foi originalmente publicado na edição 547 (julho de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Estreitando laços com a energia solar

José Domingos Seixas, presidente da Abravidro, esteve presente na cerimônia de posse do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), principal entidade nacional desse setor. O evento, realizado no dia 4 de julho na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista, empossou a diretoria eleita para os próximos dois anos (2018 a 2020). Ronaldo Koloszuk (foto) é o presidente da nova formação do conselho.

Este texto foi originalmente publicado na edição 547 (julho de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Pauta positiva

O mercado vidreiro vem enfrentando algumas turbulências nos últimos tempos (veja o editorial do presidente da Abravidro sobre o tema clicando aqui). E, em momentos difíceis, é especialmente importante não nos deixarmos contaminar pelo negativismo que as dificuldades trazem à tona. Por isso, nesta edição de O Vidroplano trazemos algumas matérias inspiradoras para quem quer se destacar e garantir seu espaço no mercado.

A equipe de reportagem esteve na Casa Cor São Paulo para ver o nosso material em uso na maior exposição de decoração do País. Acessando ela aqui, você verá que o vidro voltou a ter destaque na mostra, marcando forte presença em diversos ambientes — sala de estar, cozinha, banheiro etc. — e demonstrando sua versatilidade e o valor que confere aos espaços.

Outra matéria cheia de boas ideias para replicar mostra as diferentes aplicações para os vidros curvos e seus processos de produção. Esse material especial chama atenção e pode ser o principal diferencial de um projeto.

A pauta de julho fica mais completa com dicas sobre como fazer um orçamento corretamente e proporcionar ganhos tanto ao vidraceiro como ao cliente. O orçamento, fundamental para garantir a competitividade de uma empresa, deve considerar uma série de componentes que nem sempre são levados em conta na hora de passar o preço de um produto ou serviço ao consumidor. Será que é o caso da sua empresa?

Iara_okBoa leitura!

Um abraço,

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 547 (julho de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Em busca do equilíbrio

Neste mês de julho, a Abravidro realizou uma assembleia-geral extraordinária para discutir o momento pelo qual o setor vidreiro vem passando. A reunião teve quórum altíssimo, com presença de representantes de diversos Estados, e foi intensa, pois incluiu a avaliação de dados do segmento – ou de outros que o impactam diretamente, no Brasil e no mundo.

A restrição de oferta que ainda afeta alguns processadores esteve na pauta, assim como o direito antidumping vigente, que sobretaxa importações de vidro originário da Arábia Saudita, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos da América e México. Foi consenso entre os presentes que questionar o antidumping neste momento não é a solução para os problemas do nosso setor. Vivemos em um ambiente absolutamente competitivo, com quatro usinas atuando no País, nove fornos ativos e mais um que deve entrar em operação nos próximos doze meses, acrescentando novecentas toneladas/dia à capacidade instalada da indústria nacional.

É nosso papel exigir das usinas o pleno atendimento ao mercado doméstico, já que elas têm plenas condições para isso. Mas vale uma provocação: na busca pelo equilíbrio entre oferta e demanda, o que é pior, abundância ou restrição de vidro? Há pouco mais de um ano, sentimos na pele o impacto do excesso de matéria-prima: política predatória de preços, com os menores valores históricos do vidro.

E em meio a tudo isso, temos de buscar garantir a rentabilidade de nossas empresas, num cenário em que a informalidade cresce a cada dia, assim como outras formas de concorrência desleal. Em outros tempos, a alta rentabilidade de nossos negócios encobria erros e problemas. Agora vivemos um outro momento, em que é necessário termos uma gestão de excelência, atenta e profissional, sem espaço para erros de estratégia.

Não são poucos os desafios colocados para os profissionais vidreiros. Cabe a nós trabalhar e pressionar para que as questões estruturais sejam resolvidas e tenhamos matéria-prima para trabalhar, mas também buscar o que de melhor pode ser feito no âmbito de nossas empresas, como nosso compromisso e contribuição para um mercado justo e próspero.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 547 (julho de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Como aprender com a concorrência?

Escrito por Flávio Ítavo

Deixar de aprender com o que está ao redor é um erro primordial. Uma das competências básicas de gestão está em aprender com a concorrência.

O nome disso é benchmarking, processo pelo qual se estabelecem parâmetros, com base nos concorrentes, que permitem traçar metas e planejar ações. Entre as pequenas e médias empresas, há uma defasagem nesse quesito. Mesmo assim, dá para todas estarem atentas ao assunto, basta focar em quatro frentes:

Benchmarking estratégico
Buscar conhecimento das posições competitivas de sua empresa em relação ao mercado/concorrência;

Benchmarking de práticas aplicadas
Analisar competências relacionadas à eficiência da produção e lead time (ciclo produtivo). Se sua empresa não consegue estabelecer uma cultura de produtividade, custos e prazos que se encontre dentro daquilo que o mercado exige, você logo estará fora do negócio;

Benchmarking financeiro
Comparar o desempenho financeiro de sua companhia com o dos outros. A maior dificuldade aqui está no fato de que boa parte das empresas pequenas e médias, ao contrário das grandes de capital aberto, não divulga dados como esses. Entretanto, com profissionais e recursos adequados, é possível apurar informações para o estudo;

Benchmarking de índices de satisfação do consumidor
Saber quem é a empresa líder do mercado em satisfação do cliente e posicionar os objetivos de sua empresa acima desses patamares. Você nunca errará atingindo os melhores índices de satisfação dos consumidores. Uma dica para empresas pequenas, que não possuem verbas destinadas para pesquisas desse tipo: acompanhe o índice inverso, ou seja, os números e índices de reclamações dos concorrentes. Essas são informações fáceis de serem conseguidas na Internet, por exemplo. A partir daí, tenha certeza de que os seus números sejam muito menores que os deles.

flavioitalo cópiaFlávio Ítavo
Executivo com experiência em empresas multinacionais e nacionais de grande porte. É um dos maiores especialistas em turnaround no Brasil, focando seus esforços na recuperação de grandes empresas e readequação aos novos tempos do mercado.

Este texto foi originalmente publicado na edição 547 (julho de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Bom para todo mundo

Responda rápido: sua vidraçaria tem dificuldades para fechar negócios? Ou você consegue trabalho e, entretanto, no fim do mês as contas não fecham? Se sua empresa sofre com esses problemas, há boas chances de que a causa venha de uma das primeiras (e mais importantes) etapas do trabalho: o orçamento. Na prática, essa atividade não envolve apenas avaliar o custo do serviço, mas também ter cuidado com imprevistos e ofertar valores condizentes para o cliente.

Como alinhar tudo isso para todos saírem ganhando? Para responder a essa pergunta, O Vidroplano conversou com especialistas e profissionais do setor. Veja, nas próximas páginas, as dicas que eles têm a oferecer e alguns sistemas disponíveis para facilitar a tarefa.

Atenção antes, sem prejuízos depois
Para Sérgio Reino Júnior, professor do curso de vidraceiro do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), ainda há quem não perceba a importância de um orçamento benfeito. “Muitos vidraceiros o fazem de qualquer maneira ou nem o entregam para os clientes”, explica. “E isso é um problema, pois a falta de um documento expresso, claro e objetivo em relação aos serviços prestados pode gerar dúvidas quanto ao que será executado, fazendo com que o cliente não entenda quais tarefas foram realmente contratadas.”

Para fazer corretamente esse trabalho, uma visita técnica ao local da obra é fundamental. “Somente assim o profissional pode analisar pontos como o espaço físico para a movimentação do vidro, o estado da alvenaria e as ferragens específicas necessárias para as condições do local”, aponta Vitor Maione Samos, diretor do Sincomavi. Sem a visita, o vidraceiro não tem como levar em conta os ajustes necessários ao preço, e os custos adicionais podem acabar sobrando para ele.

Lidando com o imprevisível
Young couple calculating budget

Devem ser incluídos ainda os custos impossíveis de serem avaliados antes do trabalho. “Há casos em que você precisa retornar devido algum contratempo, como a quebra inesperada de um item, ou até a ausência de algum material não identificado com antecedência”, avisa Gisele Muniz, proprietária da vidraçaria Everart, de São Paulo.

Como se prevenir para não sair no prejuízo? Gisele aconselha que o vidraceiro já contabilize eventuais custos extras ao fazer o cálculo. Para isso, Vitor Samos, do Sincomavi, sugere a contagem de uma margem de erro de 10% antes do envio da proposta.

Definindo o lucro
“Depois de tudo isso, já posso fechar o orçamento, certo?” Não, ainda falta definir a margem de lucro, ou seja, quanto sua empresa ganhará com o serviço. Esse é um elemento muito importante. Afinal, é ele que permitirá que a vidraçaria possa continuar na ativa.

Segundo Gisele, não há uma fórmula única para definir a margem. “Cada projeto tem suas particularidades; um simples puxador ou fechadura a mais podem comprometer consideravelmente o lucro, dependendo do projeto e produto aplicado”, avalia a empresária.

Vector illustration of check listO que considerar para o orçamento?
– Todos os materiais a serem usados entram no cálculo: isso inclui ferragens, adesivos, selantes, acessórios e o próprio vidro. Mas há outros elementos que precisam ser levados em conta para ter o preço final:
– Distância entre a vidraçaria e o local da obra (e o combustível gasto para o deslocamento);
– Espaço físico da obra (pé-direito, presença ou não de elevadores e escadas etc.);
– Situação da alvenaria, pintura, gesso e revestimentos sobre os quais o vidro será instalado;
– Período para liberação da medição final;
– Necessidade de fazer modelos para peças fora de esquadro, com furos ou recortes especiais;
– Encargos com nota fiscal;
– Tarifas de cartão de crédito (quando houver esse meio de recebimento);
– Pagamento da equipe que fará a instalação.

Pela sustentabilidade de todos
Por mais incrível que pareça, há vidraçarias que fazem trabalhos sem qualquer lucro ou até com prejuízo, somente para oferecer o preço mais baixo possível no mercado e evitar que o cliente feche negócio com outra empresa.

Esse tipo de prática prejudica não apenas o fornecedor, mas também o mercado inteiro, incluindo o próprio consumidor final. “Preço baixo demais não é bom para ninguém, pois força o vidraceiro a diminuir o tempo de execução da obra para poder trabalhar mais e ganhar a mesma coisa se tivesse uma margem de lucro justa”, alerta Reino Júnior, do Senai. “Isso compromete a qualidade do serviço, do acabamento, do pós-venda e da atenção necessária com o cliente.”

Para o professor, a melhor forma de conquistar o cliente é apresentar a proposta de preço com clareza e objetividade quanto à qualidade do serviço e do material a ser utilizado, mostrando que o valor calculado é justo. Gisele acrescenta que mais vale ser reconhecido como um profissional que oferece valor agregado do que alguém com preço mais barato a qualquer custo, sacrificando a qualidade e a segurança da instalação.

Vidraceiro também é cliente!
O preço dos vidros e demais insumos usados no serviço do instalador faz diferença no valor final. Assim, é importante conhecer os fornecedores de quem sua empresa compra os materiais. “Problemas com o produto comprometem a credibilidade e a margem de lucro das vidraçarias, pois geram despesas com logística e mão de obra que não estavam no orçamento”, ressalta Samos, do Sincomavi.

Reino Junior, do Senai, aconselha o vidraceiro a verificar quais são os documentos necessários para se cadastrar com o fornecedor e ter acesso a preços mais vantajosos. E, assim como você precisa ser um parceiro do seu cliente, tenha certeza de que as empresas com quem trabalha estão do seu lado, oferecendo produtos e atendimento de qualidade, preços justos e prazos cumpridos.

Tecnologia a seu favor
Hoje, há diversos softwares disponíveis para ajudar as vidraçarias a elaborar seus orçamentos. E, em um mercado em que tempo é dinheiro, dispensar essas ferramentas já não é mais uma opção: elas ajudam a economizar tempo nessa atividade, dão uma noção mais precisa dos custos diretos e indiretos e podem oferecer vários outros benefícios.

Vale a pena dedicar tempo para pesquisar esses sistemas e identificar qual atende melhor as suas necessidades. Conheça alguns deles a seguir.

vp_software-glasscontrolGlasscontrol versão Vidraçaria e Distribuição
Fabricante: SF Informática
Desenvolvido para: gerar orçamento para o cliente e pedido para a têmpera automaticamente, com base nas informações sobre as medidas do vão, tipo de vidro, ferragens e alumínios do projeto
Vantagens:
– Sistema online em constante evolução;
– 100% desenvolvido com foco no segmento vidreiro e suas necessidades;
– Fácil de utilizar;
– Treinamento oferecido pela fabricante do sistema;
– Facilita o e-commerce com a têmpera pela comunicação com o software da mesma empresa desenvolvido para processadores.

vp_software-systemglassToolGlass
Fabricante: System Glass
Desenvolvido para: cuidar de toda a gestão da vidraçaria, incluindo a elaboração de orçamentos
Vantagens:
– Flexibilidade para a definição dos projetos;
– Possibilidade de elaborar diversos orçamentos a partir de um único modelo de projeto (com a inclusão de alterações na própria tela de venda);
– Requer apenas conhecimentos básicos de informática;
– Treinamento online ou por videoaulas;
– Além do orçamento, também atua em todas as outras etapas da gestão da vidraçaria.

vp_software-webg3WebG3
Fabricante: Fortmax Sistemas
Desenvolvido para: padronizar preços e propostas para seus clientes, além de controlar o desperdício de material, evitando a compra de peças desnecessárias ou com medidas erradas, uma vez que o programa calcula o material a ser utilizado para cada obra, assim como as medidas do vidro e suas respectivas furações para ferragens
Vantagens:
– Controle total da empresa, desde o primeiro atendimento de uma solicitação de orçamento, até o faturamento e entrega completa da obra;
– Conta com projetos prontos para orçamentos, corte e furação das peças de vidro;
– Sistema online que pode ser acessado na obra do cliente;
– Treinamento remoto, além dos manuais e vídeos tutoriais disponíveis no próprio sistema;
– Suporte técnico por telefone, e-mail e WhatsApp.

vp_software-wvetroWVetro Evolution
Fabricante: WVetro
Desenvolvido para: calcular e levantar materiais para entrega de um orçamento rápido e bem-apresentável ao cliente, além de ajudar na gestão da empresa (com controle das movimentações financeiras, notas fiscais eletrônicas, estoque, produção e compras)
Vantagens:
– Plataforma intuitiva (fácil de utilizar);
– Agilidade nos processos;
– Suporte técnico;
– Treinamentos personalizados para a vidraçaria.

Negociações às claras
People shaking handsUma vez que o orçamento tenha sido definido, é hora de mostrá-lo ao comprador. Este pode concordar ou não com ele. Algumas dicas para essa conversa:

Por dentro do produto: conhecer o que está vendendo e as formas de aplicá-lo é fundamental para transmitir confiança e justificar o preço;

Sem espaço para dúvidas: faça o cliente saber exatamente pelo que estará pagando caso concorde com a proposta;

“Do que você precisa?”: tenha sempre em mente que o consumidor também deve ficar satisfeito com o que é oferecido. Identifique qual é a necessidade dele e qual produto o atenderá da melhor forma — vale a pena também oferecer mais de uma opção e deixar que ele avalie e tome a decisão;

O tempo não para: a negociação não gira apenas em torno do preço, mas também do prazo. Ninguém gosta de esperar, mas é pior quando a promessa recebida não é cumprida. Por isso, não defina o fim do serviço para um limite que você sabe ser inviável.

Este texto foi originalmente publicado na edição 547 (julho de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Panorama Vidreiro 2018

Em um inédito esforço para mapear as ações do setor vidreiro nacional, a Abravidro criou em 2012 o Panorama vidreiro. O documento, editado pela entidade, é publicado anualmente no mês de maio e está em sua terceira edição. O Panorama vidreiro traz dados atualizados do mercado brasileiro, incluindo informações sobre as indústrias de base e de transformação, assim como os números do consumo aparente de vidro no País, capacidade nominal de produção de vidros planos das fábricas, balança comercial internacional, entre outras.

Para se chegar aos dados divulgados no documento, a Abravidro convida empresas a participarem de uma pesquisa. Os resultados são consolidados pela GPM Consultoria Econômica, contratada para apurar as informações do setor e relacioná-las com a Pesquisa Industrial Anual (PIA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), números oficiais de importação e exportação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), além de declarações da indústria de base à revista O Vidroplano.