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Usinas desenvolvem vidros para o Brasil

“Valor agregado” é um termo bastante usado em algumas reportagens de O Vidroplano. Faz referência a um produto com características especiais, que leva mais benefícios aos clientes que itens considerados “padrões”, ao mesmo tempo em que garante maior lucro para quem o vende – afinal, é comercializado a um valor maior justamente por ser diferenciado.

Nos últimos tempos, as usinas nacionais apostam na criação de linhas assim, com a vantagem de serem pensadas para o mercado brasileiro. Mas por que nosso país precisa de produtos desse tipo? Como é a produção desses materiais? Para entender como tudo funciona, a equipe da revista conversou com as fabricantes que atuam no Brasil e já desenvolveram esses vidros – procurada, a Guardian não conseguiu atender o prazo para envio das respostas.

 

Por que fazer?
Incentivar a maior aplicação de nosso material é prioridade da indústria – afinal nossos números em relação ao consumo de vidro são bem inferiores aos de outras regiões do mundo, como América do Norte ou Europa. Lá fora, é normal a criação de produtos específicos para atender exigências de mercados, como permitir maior conforto térmico em regiões muito frias, por exemplo. E por aqui? Qual a necessidade de oferecer novas soluções aos clientes?

“A construção civil brasileira vem passando por algumas mudanças nos últimos anos, principalmente com o advento de normas técnicas que demandam maior desempenho e eficiência dos materiais e dos sistemas construtivos”, analisa Luiz Barbosa, gerente técnico de Vendas da Vivix. Por isso mesmo, a criação de vidros mais tecnológicos tende a se tornar mais frequente.

Além dos quesitos técnicos mais refinados, os novos vidros também precisam atender as preferências estéticas dos arquitetos e engenheiros, segundo Mônica Caparroz, gerente de Marketing da Cebrace. “Isso garante maior versatilidade aos projetos, já que são oferecidos designs exclusivos aliados a tecnologias de ponta”, analisa. Todas as usinas contatadas afirmaram que a demanda por esses produtos cresceu nos últimos tempos, o que explica a opção por investir em seu desenvolvimento.

“Os vidros ‘especiais’ têm a responsabilidade de oferecer algo a mais, contribuindo para o conforto interno nas edificações”, reforça Ana De Lion, gerente de Desenvolvimento de Mercado e Construção Civil da AGC. “São produtos que contam com um espaço no mercado, e têm potencial de crescimento gigante quando comparado com o uso do vidro comum incolor.”

 

Temperatura na medida certa
No Hemisfério Norte, é muito comum a aplicação de vidros de controle solar para oferecer conforto térmico durante invernos rigorosos – eles mantêm o calor captado ao longo do dia dentro das construções. No entanto, dadas as características do clima brasileiro, o objetivo por aqui é impedir a entrada do calor. Isso explica por que as empresas nacionais focaram na criação de linhas pensadas para essa questão: a principal particularidade do Brasil está justamente em seu clima.

“Entregar produtos dedicados à região só é possível se entendermos hábitos e respeitarmos nossa cultura e nosso clima”, afirma Ana De Lion, da AGC. “Pelo fato de o Brasil ser privilegiado em termos de posição geográfica, apresentando 92% do território em uma zona tropical, faz-se necessária a adaptação de produtos que otimizem a incidência solar que permeia a vida da população”, explica Luiz Barbosa, da Vivix.

Mônica Caparroz, da Cebrace, aponta que diversos fatores são analisados: “O resultado final é uma somatória das peculiaridades levadas em conta, tais como fatores estéticos (tonalidade, brilho, neutralidade) e técnicos (absorção de calor, reflexão). As questões de aplicação também são discutidas e levadas em consideração”.

 

A aceitação do mercado
Não basta produzir esses produtos: tão importante quanto é saber divulgar seus diferenciais aos possíveis consumidores. “Entregar valor é muito mais desejado que entregar o convencional, em que o diferencial de maior peso acaba sendo somente o preço”, reflete Ana De Lion, da AGC. “É lógico que há limitações de recursos e do alcance de algumas ações, mas a comunicação dos benefícios e vantagens de itens especiais são melhor percebidas e, assim, diferenciadas daquilo considerado comum”.

Nesse sentido, os departamentos de Marketing das usinas trabalham para abordar clientes e mercado com o objetivo de ajudá-los a compreender os benefícios de cada material. No caso dos atributos do vidro de controle solar, por serem mensuráveis (já que dá pra medir quanto de calor e radiação são “barrados” pelas chapas), a aceitação do público acaba sendo maior. Segundo as fabricantes, toda a cadeia precisa saber dessas qualidades:

– a construtora, para entender o valor do material no seu produto final;

– o instalador, para perceber os benefícios em sua atividade;

– o arquiteto, para ter noção de que o vidro vai além da função de fechar vãos;

– e o consumidor final, que é quem efetivamente viverá sob a influência dos vidros.

Obras de grande porte com essas linhas já podem ser encontradas pelo País, como os aeroportos de Porto Alegre e Fortaleza, e o Edifício One Sixty, em São Paulo, que usam a Linha BR, da Cebrace. Essa é uma prova de que os clientes já começam a preferir esses produtos, que trazem benefícios palpáveis aos ocupantes das edificações.

 

As linhas de controle solar brasileiras
Esses são os vidros feitos especialmente para nosso clima. Vale lembrar que cada um oferece redução de calor específica:

– Linha BR
Fabricante: Cebrace
Data de lançamento: fevereiro de 2018
Produtos: BRN 148 (neutro); BRS 131 (prata); BRN 130 (neutro); BRB 127 (azul); e BRZ 130 (semirrefletivo, bronze)

– Sunlux Shadow
Fabricante: AGC
Data de lançamento: maio de 2018
Produtos: Sunlux Shadow 14, Sunlux Shadow 20 e Sunlux Shadow 32

– Vivix Performa
Fabricante: Vivix
Data de lançamento: maio de 2018
Produtos: a linha se divide em duas famílias – a de monolíticos (nas cores bronze, cinza e verde) e a Duo, de laminados (bronze, cinza, verde e verde intenso)

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Como esses vidros são desenvolvidos?
Segundo as usinas contatadas, o processo se dá da seguinte forma (ele é bem semelhante em todas as empresas):

– É identificada uma necessidade do mercado vidreiro;

– Realizam-se pesquisas para saber o potencial de consumo de um possível novo produto. Os estudos devem apontar as oportunidades oferecidas por esse item para o atendimento das demandas da construção nacional;

– Na sequência, após o entendimento de que é válida a criação do produto, se define a tecnologia mais adequada para sua fabricação. É levada em consideração também sua “processabilidade”, ou seja, se poderá ser beneficiado por qualquer processadora, mesmo aquelas com parques fabris mais simples;

– Com o vidro pronto, são feitos testes para compreender se tecnicamente ele está adequado às condições locais;

– Após tudo estar aprovado, é hora de finalmente lançá-lo no mercado.

 

Quem participa?
“O desenvolvimento sempre irá priorizar a compreensão de todos os envolvidos na especificação, venda e uso do vidro”, comenta Mônica Caparroz, da Cebrace. “Foram realizadas pesquisas com arquitetos e consultores de fachadas, mas estamos sempre atentos às demandas dos processadores e distribuidores”.

A Vivix, segundo Luiz Barbosa, contratou consultorias especializadas para o mapeamento das informações necessárias para a estruturação do projeto – foram essas informações que apoiaram a empresa na tomada de decisão da tecnologia adotada. “Além disso, contamos com o apoio de clientes e profissionais da construção para a avaliação”, explica.

 

Novos lançamentos em primeira mão
Enquanto fechávamos esta edição de O Vidroplano, Cebrace e Vivix anunciaram novos produtos dentro de suas linhas exclusivas para o clima brasileiro. A Cebrace lançou na feira Expo revestir, realizada de 10 a 13 de março em São Paulo, o BRZ 130, feito para atender as demandas de arquitetos brasileiros por um vidro de controle solar com tonalidade bronze. Já a Vivix divulgou suas duas novas cores para laminados: Duo Azul (que bloqueia em 62% a entrada de calor no ambiente) e Duo Bronze Intenso (63%). Ambos possuem baixa reflexão luminosa interna e externa, o que se traduz em um vidro menos espelhado.

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Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Entrevista exclusiva com Isidoro Lopes, novo diretor da AGC

Neste mês de janeiro, o comando da AGC no Brasil mudou de mãos. Isidoro Lopes passa a ser o novo diretor-geral da Divisão de Vidros para Construção Civil e Indústria para a América do Sul no grupo, cargo até então de Francesco Landi – que está a caminho da Europa para um novo posto na empresa. No dia 15, Isidoro recebeu a editora de O Vidroplano, Iara Bentes, no escritório da usina, em Guaratinguetá, para uma conversa sobre os desafios que ele irá encontrar no Brasil. Paulista, Isidoro tem 25 anos de experiência no setor vidreiro, tendo trabalhado os últimos três pela AGC na Bélgica.

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Isidoro, queria começar falando um pouquinho sobre como foi receber esse convite para se tornar o responsável pela operação dos fornos da AGC no Brasil.
Isidoro Lopes: Foi uma grande honra ser considerado para essa posição, na divisão de construção e indústria na América do Sul. Venho buscando uma gerência no Brasil desde que eu entrei na AGC há três anos, já com o objetivo de voltar ao meu país. Porém, foi necessário um período na Europa, pra conhecer a organização, ter todo o networking da empresa, desenvolver trabalhos de parcerias, conhecer os produtos e a parte de desenvolvimento e inovação. Foi um prazer imenso. Minha família está supercontente de retornar também. É uma satisfação profissional muito grande ver a operação brasileira crescendo e, agora, participar disso.

 

É uma tradição da AGC movimentar seus executivos por diferentes braços locais pelo mundo. No Brasil, por exemplo, diretores como Davide Cappellino, Denix Ramboux e o próprio Francesco Landi passaram por nosso país e voltaram para atuar na Europa. Por outro lado, você fez o caminho contrário. O que essa troca de experiências traz de positivo para a companhia?
IL: Traz principalmente agilidade nas decisões e nas discussões. O Davide estava aqui anteriormente, foi pra Europa, agora já está nos EUA, responsável por uma operação no Brasil, inclusive. Para o profissional, isso é excelente, principalmente pra nós brasileiros, pois gostamos desse tipo de desafio. É uma tradição da AGC. Eu, como estive na sede corporativa na Bélgica, vi a diversidade de pessoas, de todos os continentes. É uma riqueza para todos ter essa experiência de diferentes culturas. Isso é algo muito rico, você tem ali uma universidade de conhecimento disponível.

 

Você tem em sua trajetória profissional passagem por processadoras de vidro. Já tendo estado do outro lado, o que você pode dizer ao processador brasileiro?
IL: Tenho muita coisa a dizer. Fui sempre cliente de float, toda minha vida, e, agora, principalmente nos últimos três anos na Europa, eu tinha uma responsabilidade de excelência operacional na AGC em relação ao processamento do grupo na Europa. Só pra ter uma ideia da dimensão: são mais de quarenta plantas por lá, em dez países, com diferentes tecnologias, metodologias de trabalho, fluxos de processos, níveis de automação. Tem planta com portfólio de mais de 180 tipos de vidro. Então, eu vou trazer toda essa bagagem pra dividi-la com nossos clientes, promover discussões técnicas, workshops, parcerias. Realmente fazer uma evolução no processamento de vidro no Brasil. E vejo muitas boas oportunidades por aqui. Por isso, vamos ter uma massiva presença nos clientes, discutindo projetos de melhorias operacionais, pra promover ainda mais a boa utilização do float pelos processadores.

 

Quais são seus maiores desafios no novo cargo? Nesse tempo que você chegou, já pôde ver como está o mercado?
IL: Os principais desafios são consolidar a posição com clientes e parceiros, ainda mais com a abertura do segundo forno, trazendo uma capacidade produtiva 140% maior. Agora é realmente encontrar os canais de venda para colocar nossos produtos no mercado. A operação tem uma performance técnica muito boa, acima do esperado, então é hora de melhorar ainda mais os serviços, o relacionamento e desenvolver novos mercados para suportar a operação.

O Guará 2 está em operação desde abril, mas ainda não tivemos aquecimento na demanda. Como está a operação do forno?
IL: Há uma pequena parcela de exportação e estamos fazendo trabalhos de desenvolvimento de mercado externo. Mas a prioridade é o mercado interno, ninguém constrói um forno para exportar a produção.
O que o Guará 2 em funcionamento agregou para a operação da AGC?
IL: Agregou flexibilidade, maior facilidade de planejamento. Com dois fornos, você consegue otimizar a produção de cores, espessuras, melhorar o rendimento da planta. Em termos de portfólio, estamos trazendo em 2020 alguns produtos que antes eram somente importados e, com isso, reduzir custos.
E como está o desempenho de vendas do novo forno?
IL: Está dentro do esperado, mas poderia estar melhor. A gente espera um pouco mais sempre. Porém, tem um crescimento natural, pois não é de uma hora pra outra que consegue fazer 140% a mais de capacidade achar mercado. Até antes do forno já viemos incrementando o crescimento das vendas para o impacto ser menor.

 

No evento de inauguração oficial do segundo forno, realizado em novembro, Francesco Landi afirmou que seu objetivo seria tornar a empresa no Brasil o que ela é no mundo – nas palavras dele, “uma líder em produção e tecnologia”. O que vem por aí para posicionar a AGC dessa maneira no País?
IL: É exatamente isso. A AGC vai continuar investindo no mercado brasileiro e sul-americano, trazendo valor agregado assim como produtos de segurança também. Tem uma evolução natural do mercado de vidros no Brasil para isso, que é apostar em laminado, temperado-laminado, vidro corta-fogo, antiterrorismo, antivandalismo, tudo que na Europa hoje já é padrão. Lá, por exemplo, o primeiro andar de um prédio já vem com vidros desses tipos. É uma combinação de produtos em um projeto.

 

Também nesse evento da apresentação do forno, foram anunciados diversos produtos de valor agregado que já estão ou estarão disponíveis no Brasil em breve. Vocês têm um plano específico para eles?
IL: Sim, existe um plano para a introdução desses produtos. Obviamente, precisa ser feito um trabalho de divulgação, alguns produtos têm uma legislação a ser trabalhada… Agora é colocar isso em ação.

 

Por falar em mercados externos, um dos assuntos mais relevantes deste ano para o setor é a questão de renovação do direito antidumping para o float. Qual a opinião da AGC sobre isso?
IL: Temos uma expectativa boa de que será renovado. Ainda não estou 100% familiarizado com todos os detalhes desse processo. Mas existem todas as condições e indicações pra que seja renovado, não tem motivos para o contrário.

 

Tem alguma possibilidade de a AGC desenvolver linhas de produtos específicos para o mercado brasileiro?
IL: Tem, sim. Nós mantemos um plano estratégico de portfólio de produtos. Veio inicialmente o float com espelho, depois o coater. Existem planos e estaremos divulgando no momento oportuno.

 

Começo de ano é sempre o momento de avaliar perspectivas e o que nos espera. Como a AGC vê 2020 para o Brasil?
IL: Com otimismo. Esta semana já tivemos a primeira reunião do ano, mostrando os indicadores de confiança do consumidor, da construção, a boa notícia do mercado automotivo, que foi muito melhor que em 2018. No Brasil, a gente precisa ter um pouco de cautela. Mas temos de passar e promover esse otimismo no mercado, porque confiança gera confiança. Temos um plano bem desafiador para 2020, que é consolidar a posição, incrementar vendas e volume para manter o Guará 2 em total capacidade.

Quais são os principais desafios para os fabricantes de float hoje no Brasil?
IL: O primeiro é o preço do gás, um grande inimigo. A parte de logística também. Comparada com o que acontece na Europa, ainda é uma operação muito manual, de risco. Uma operação de carregamento leva horas pra ser feita. Às vezes, você tem o produto, está disponível, mas não tem agilidade. Esse é um desafio, desenvolver a logística. E, claro, aumentar o valor agregado.
E quais as principais diferenças entre o mercado vidreiro na Europa e no Brasil?
IL: A aplicação de produtos de valor agregado. O maior uso de coating, vidros especiais, como eu falei antes. Vidro duplo, triplo: a AGC na Europa tem inúmeras plantas produzindo e aqui no Brasil a aplicação é muito pequena. E a performance desses produtos é extremamente elevada, comparada com o vidro normal. Existe a commodity, vai sempre existir, mas com esse diferencial do valor agregado você consegue entregar obras que elevam o produto vidro.

O Brasil está indo por esse caminho, na velocidade brasileira, normal, mas essa minha experiência na Europa foi fantástica pra observar isso, aprender e entender como promover o cenário aqui.
Gostaria de deixar alguma mensagem ao setor?
IL: Primeiro, como estou chegando agora, quero afirmar, assim como na minha função anterior na AGC, gosto de colocar para os clientes as melhores tendências de processamento. Minha paixão é discutir melhoria operacional. Aposto bastante nas parcerias, em trazer esse conhecimento e oportunidades aos processadores. Além, claro, da coerência nos negócios, sempre dentro da ética, do compliance, do cumprimento das palavras. Os processadores podem me esperar, irei visitá-los para trabalhar o float da melhor maneira possível com todo o time de assistência técnica, de vendas, marketing. E, pra finalizar, quero deixar a mensagem de continuidade. Pra mim, é uma honra ver a operação do Brasil, com uma atmosfera fantástica, um time muito motivado e comprometido. Estou muito feliz de ver o trabalho que os outros diretores fizeram. É uma mudança sem ruptura.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidrotec lança novas mesas de vidro

A Vidrotec lançou no último trimestre do ano a coleção de móveis de vidro Leve, que conta com a parceria da AGC, e contempla mesas, aparadores e espelhos. Uma das peças é a mesa de jantar Calafati, assinada pelo designer Walter Cuco, com pés de incolor 15 mm e tampo de ultra clear laqueado, disponível nas opções retangular (foto) e redonda.

Este texto foi originalmente publicado na edição 564 (dezembro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

14º Simpovidro reúne setor vidreiro brasileiro em meio a otimismo

O Simpovidro, organizado a cada dois anos pela Abravidro, sempre representa um momento para os profissionais do nosso setor analisarem o que ocorreu nos últimos tempos e se prepararem para o futuro. E expectativa para esse futuro foi o que pôde ser visto na 14ª edição do maior encontro vidreiro da América Latina: afinal, após anos sofrendo com a crise econômica e a baixa atividade da construção civil, 2019 marcou a volta do crescimento, ainda que pequeno, de nosso mercado. Com palestras que ajudaram a entender o que precisa ser feito e networking para aproximar clientes e parceiros, os 684 participantes presentes de 7 a 10 de novembro no Enotel Porto de Galinhas, em Ipojuca (PE), saíram energizados para os desafios a serem encontrados em 2020.

Palavra do presidente
A cerimônia de abertura ocorreu na noite de quinta-feira, 7, e teve início com o discurso do presidente da Abravidro, José Domingos Seixas, seguido pelas falas dos executivos das usinas de base, patrocinadoras do simpósio: AGC, Cebrace, Guardian, Saint-Gobain Glass e Vivix (veja mais no quadro “Otimismo moderado: os discursos das usinas”, mais abaixo).

Domingos relembrou os diversos fatos que marcaram o setor desde a última edição do evento, em 2017, incluindo o desabastecimento do mercado, o fechamento da maior fabricante de vidro impresso nacional — a União Brasileira de Vidros (UBV) —, a greve dos caminhoneiros e a instabilidade das eleições. “Este ano, tivemos a inauguração de um novo forno. Neste momento, com a maior capacidade instalada da história de nossa cadeia no País, o mercado segue desaquecido”, lamentou.

presidente-abravidro-no-simpovidroO dirigente observou que o otimismo de todos com o início do novo governo não se tornou realidade. No entanto, medidas e números divulgados recentemente recuperam, aos poucos, a confiança do empresariado. Prova disso foi o anúncio do retorno do Glass Performance Days South America (GPD Same) em 2020. A edição sul-americana do mais relevante congresso vidreiro do mundo volta a ser organizada após seis anos de hiato. Será, mais uma vez, parte da programação da Glass South America, principal feira vidreira da América Latina (a Abravidro é parceira exclusiva da mostra).

Por fim, reforçou a ampla ação da Abravidro na defesa e fortalecimento do setor, com trabalhos para a criação de normas técnicas, formação de mão de obra e aperfeiçoamento de processos nas empresas, entre outros.

Números do 14º Simpovidro
684 participantes
– Público 33% maior que na edição 2017
160 profissionais envolvidos na organização, montagem e realização
– Cerca de 30 t de material usadas na estrutura do evento

Satisfação
No sábado, 9, após as palestras pela manhã (veja o conteúdo delas clicando aqui), José Domingos Seixas voltou ao palco para suas palavras de encerramento do evento. “Quando assumi a presidência da Abravidro, em 2017, ciente da importância do associativismo, estabeleci como meta unir a cadeia”, afirmou. “Apesar de sempre defender os interesses de processadores e distribuidores, a Abravidro sempre trabalha em parceria com as usinas e vidraceiros em busca do desenvolvimento de todos os elos da cadeia.”

Executivos das usinas de base também falaram: Franco Faldini (AGC); Flávio Vanderlei (Cebrace); Renato Sivieri (Guardian); Pedro Matta (Saint-Gobain Glass); e Henrique Lisboa (Vivix).

A mensagem que ficou de mais uma edição do simpósio é: um setor unido consegue crescer junto. O Simpovidro acabou, mas seus ensinamentos seguirão com todos que participaram dele.

 

Otimismo moderado: os discursos das usinas

A abertura do Simpovidro também é a aguardada ocasião em que as usinas vidreiras brasileiras expõem suas ideias e propostas para o setor. Confira abaixo os destaques de cada discurso.

AGC: coerência no trabalho
Francesco Landi afirmou que as expectativas econômicas eram altas para 2019, mas reforçou que “milagres” não ocorrem de uma hora para a outra. Segundo ele, a AGC tem foco na criação de parcerias comerciais, levando em conta o compromisso com o Brasil e a coerência nos negócios. Este ano, a empresa antecipou em quatro meses a entrega de seu segundo forno nacional. “Cumprimos nossa palavra”, afirmou. Após um vídeo com o histórico do grupo, Landi anunciou que, em breve, o vidro anticorrosão Luxclear e um novo refletivo serão comercializados. “Queremos crescer com vocês, respeitando todas as regras do mercado e de compliance. Não queremos o lucro fácil, pois apostamos em resultado de longo prazo.”

Cebrace: transformação da cadeia
A Cebrace mostrou um vídeo com sua trajetória de 45 anos, completados agora em 2019. Reinaldo Valu lembrou a retração de mercado ocorrida este ano, cravando: “Temos otimismo cauteloso para 2020”. Foram citadas as soluções de vidros criadas para o mercado brasileiro, como a linha Habitat de vidros de controle solar, e também o Domo, evento para arquitetos sobre inovação em fachadas. Leopoldo Castiella afirmou que “pensar no amanhã exige estruturar o hoje”, apontando ações para a transformação da cadeia, como a renovação do direito antidumping para vidros float. A importância da tecnologia 4.0 foi tema relevante: em 2020, espera-se que 100% das cargas da empresa sejam rastreáveis. A reforma e ampliação do forno de Caçapava (SP) e a construção do C6, em momento oportuno, estiveram na pauta. Outro vídeo mostrou o estágio das obras da nova planta da Vasa, na Argentina, empresa subsidiária da NSG/Pilkington.

Guardian: desafios constantes
Para Ricardo Knecht, “transformação faz parte de nossa cultura”. Para explicar o conceito, traçou uma analogia da indústria vidreira com a do cinema. A Sétima Arte passou por mudanças: salas VIP, pipocas especiais e cadeiras mais confortáveis levaram à geração de grandes receitas em comparação às salas comuns. Assim, segundo Knecht, nosso setor deve apostar no valor agregado de produtos e serviços. “Nosso compromisso é continuar buscando inovação.” O representante da Guardian anunciou ainda seu novo produto para uma das aplicações mais populares com vidro, o boxe de banheiro. O Showerguard é resistente à corrosão — mais informações foram mostradas no Cine Guardian, atividade que a empresa realizou ao longo do simpósio.

Saint-Gobain Glass: novas estratégias
Marcelo Machado explicou as estratégias da fabricante de vidro impresso (ou texturizado, como prefere a empresa) em 2019, entre as quais aproximar-se ainda mais dos clientes e fazer parcerias com empresas internacionais do Grupo Saint-Gobain: “Ampliamos nossa equipe, assim como nosso escopo de atuação, passando a atender o setor moveleiro de alto padrão”. A ideia é entender melhor as necessidades do mercado e desenvolver novas soluções. Machado citou também o uso desse produto em grandes obras recentes, como na unidade do Instituto Moreira Salles, na Avenida Paulista, em São Paulo, edifício que conta com fachadas de vidro impresso.

Vivix: futuro de tecnologia
Paulo Drummond foi enfático: o Brasil vive um novo momento econômico e político, graças à aprovação de reformas que sinalizam oportunidade para países desenvolvidos investirem aqui. “Estamos também próximos de uma reforma tributária; a simplificação de tributos será um grande passo”, analisou. Com a Europa estagnada economicamente, outros centros se mostram em alta para investimentos. O Brasil é um dos principais, já que a China segue sendo uma nação fechada e outros emergentes não contam com nosso potencial. Drummond lembrou que a Vivix ainda é uma empresa jovem, com cinco anos, mas que aposta no desenvolvimento, aplicando tecnologias 4.0 em seu processo produtivo.

 

Mais que apenas negócios
Além de conteúdo e networking, incluindo a organização da Feira de Oportunidades (saiba mais clicando aqui), o Simpovidro ofereceu lazer para os profissionais vidreiros e suas famílias. Ocorreram os tradicionais torneios de tênis, futebol e vôlei de praia, nos quais os participantes puderam se divertir e ganhar medalhas e brindes.

Este texto foi originalmente publicado na edição 564 (dezembro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

AGC realiza evento para inauguração do Guará 2

Após sete meses do acendimento do Guará 2, segundo forno da AGC no Brasil, na cidade de Guaratinguetá (SP), a empresa realizou um evento no dia 19 de novembro para marcar, de maneira oficial, o início das atividades da nova planta.

A cerimônia, que teve como tema Compromisso com o Brasil, otimismo com o futuro, foi bastante prestigiada pelo segmento, reunindo quatrocentos convidados, entre clientes de todo o País e da América Latina, executivos da multinacional no Brasil e América do Sul e autoridades. A Abravidro foi representada no evento pelo seu presidente, José Domingos Seixas, e por Iara Bentes, superintendente da associação e editora de O Vidroplano.

Números da nova fábrica foram apresentados, com destaque para o aumento de 140% que ela trouxe para a capacidade produtiva da AGC no País. Com isso, a empresa passa a ser a segunda maior fabricante de vidros planos no Brasil.

Despedida e boas-vindas
A inauguração do Guará 2 não foi o único destaque do evento: nele foi anunciado que Francesco Landi, diretor-geral da Divisão de Vidros para Construção Civil e Indústria para a América do Sul, voltará para a Europa, para assumir um cargo na matriz da AGC na Bélgica.

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Em seu lugar, a partir de janeiro, entrará o brasileiro Isidoro Lopes, profissional com 25 anos de experiência no setor vidreiro e que há quase três atua na AGC europeia.

Jean-François Heris, diretor-executivo sênior da AGC e presidente da divisão de Vidros para Construção & Indústrias, explicou que a multinacional trabalha com a premissa de que sua unidade em cada país deve ser gerida por um profissional desse mesmo país. Assim, após o período de adaptação no Brasil, a empresa considerou que era o momento de passar o comando para a equipe brasileira, a qual buscará tornar a AGC no Brasil o que ela é no mundo: líder em produção e tecnologia.

Novos produtos no mercado
A AGC também aproveitou o evento para apresentar produtos de alto valor agregado à disposição do mercado brasileiro:

Clearsight: vidro com revestimento antirreflexo que reduz a refletividade de sua superfície para menos de 1%;

Luxclear: possui uma camada anticorrosiva, com garantia de dez anos, sendo ideal para aplicações em que o vidro ficará em contato direto com a água, como boxes de banheiro;

Sunlux Shadow 60: novo vidro refletivo de controle solar da linha Sunlux Shadow, apresentada na Glass South America 2018.

O Sunlux Shadow 60 será produzido no Brasil e já está em fase final de validação para ser disponibilizado ao mercado em janeiro de 2020. O Clearsight e o Luxclear chegam ao mercado brasileiro pela AGC via importação; por enquanto, não há planos para produção no País.

Outras inovações da AGC disponíveis no exterior foram mostradas por Martin Jacqz, vice-presidente de Negócios de Diferenciação, da divisão de Vidros para Construção & Indústrias, como o Halio (capaz de mudar seu estado de transparente para translúcido, garantindo controle de luminosidade e privacidade); o Attoch (que proporciona controle solar, isolamento térmico e impede a condensação de vapor d’água em sua superfície); o WaveThru (que permite conexão 4G e 5G em todos os seus dispositivos por meio do envidraçamento); e o Fineo (insulado extrafino com grande poder de isolamento térmico).

Ao final do evento, a empresa disponibilizou transfers para que todos os convidados pudessem participar de uma visita guiada às suas novas instalações.

Dados do Guará 2
Início das obras: final de 2016
Tempo de construção: dois anos
Investimento: R$ 700 milhões
Capacidade de produção: 260 mil t de vidro plano por ano
Geração de empregos: cerca de 200 diretos e 500 indiretos
Faturamento estimado: R$ 400 milhões/ano

Este texto foi originalmente publicado na edição 564 (dezembro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro é destaque em ambientes da Casa Cor PE e BA

A edição 2019 da Casa Cor Espírito Santo esteve montada de 18 de setembro a 17 de novembro no Clube Ítalo Brasileiro, em Vitória. Vidros e espelhos roubaram a cena em diversos ambientes.

Inteiramente voltada para o mar, a Casa da Ilha, de Sérgio Palmeira, apresentou uma fachada toda composta de peças de controle solar ClimaGuard SunLight, da Guardian, laminadas com vidro incolor pela Viminas (1). A processadora capixaba também forneceu o Matelac Acidato fumê, da AGC, aplicado no painel atrás da cama do ambiente (2).

A transparência foi a palavra de ordem no Estúdio da Árvore Placas do Brasil, projetado pelo arquiteto Max Mello: teve grandes aberturas de temperado incolor, voltadas para o jardim e para a vista do mar, enquanto a copa da árvore podia ser vista pelo teto de vidros de controle solar SunGuard Neutral 14 laminados com temperados incolores (3). Os vidros desse espaço foram fabricados pela Guardian e processados pela Viminas.

 

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Casa de vidro na Bahia
A Casa Cor também tem uma mostra sendo realizada em Salvador — iniciou-se no dia 22 de outubro e segue aberta até 8 de dezembro. A AGC Brasil é uma das patrocinadoras do evento, em parceria com a processadora Norvidro e vidraçaria Artenele.

 

casa cor bahia

Nosso material foi utilizado em diversas áreas para adaptar a estrutura do local: as duas mansões nas quais a exposição está sendo realizada, por exemplo, foram conectadas por uma passarela de laminado, ajudando a compor um só espaço. A Casa baiana conta ainda com uma estrutura no Salvador Shopping, a Casa de Vidro (4): com 40 m² e fachada de peças refletivas pratas da AGC, foi criada pelo arquiteto Wesley Lemos com inspiração na obra de mesmo nome da renomada arquiteta Lina Bo Bardi, em São Paulo. Além de chamar atenção dos visitantes, a casa também funciona como um estande para divulgação do evento e venda de convites.

Este texto foi originalmente publicado na edição 563 (novembro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Novidades da AGC dentro e fora do Brasil

A AGC lançou, em agosto, sua campanha de comunicação: batizada como Reflexos do Amanhã, foi desenvolvida pela agência Pros e é apresentada no formato de webserie, composta por seis vídeos que irão ao ar mensalmente nas plataformas digitais da usina. O objetivo é apresentar ao consumidor as inovações e soluções da empresa que podem ser utilizadas no dia a dia das pessoas. Em cada episódio, o arquiteto Rodrigo Ohtake, embaixador da campanha, trará histórias que mostram os produtos, discutindo temas como sustentabilidade e responsabilidade social.

A multinacional japonesa também anunciou que forneceu o vidro Dragontail para a nova série de carros RX da Lexus, divisão de veículos de luxo da Toyota. Esse material tem tratamento de reforço químico, revestimento óptico fino e impressão decorativa, sendo usado como superfície de proteção do display de navegação do automóvel.

Este texto foi originalmente publicado na edição 561 (setembro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Cavaletes como principal modelo para entregas no Brasil

A Cebrace, líder de mercado em nosso setor, anunciou que passará a utilizar cavaletes, ao invés de colares, para entregar pedidos aos seus clientes. Assim, junta-se a outras usinas que já utilizam esse formato, que começou a ser usado em nosso país na década de 1990, quando do início do fornecimento de vidros jumbo a granel (em grandes quantidades, sem embalagens fracionadas). Mas, afinal, quais as vantagens disso para os clientes e para as próprias fábricas de vidro?

O que são?
Os cavaletes são estruturas metálicas, revestidas de borracha, que acomodam os vidros durante o transporte. Essas embalagens não interferem na produção: no momento da expedição, as pilhas de vidros são retiradas dos locais em que ficam armazenadas e colocadas nelas. Depois, são içadas para serem fixadas na carroceria dos caminhões.

Já os colares são molduras de aço, nas quais as chapas são encaixadas juntas e paralelas. Normalmente, a carga é enviada em vários colares unidos por uma brida de metal.

Mudanças
A substituição feita pela Cebrace se dará gradativamente e deve ser concluída até o final deste ano. “Isso ocorre por duas demandas: a primeira é a necessidade de maior controle de entrada e saída com uma gestão moderna e mais fluida”, explica o gerente de Logística, Valdimir Silva. “A segunda ocorre devido à nossa estratégia de consolidar internamente os pilares da Indústria 4.0.“

A ligação com a Indústria 4.0, cujo principal conceito é a interação de processos, vem do principal benefício dessa modalidade: a possibilidade de rastreabilidade dos cavaletes, graças a sistemas de código de barras. Isso é feito mediante uso de tecnologia IoT (Internet das Coisas). Por meio da instalação de um dispositivo no cavalete, torna-se possível gerar dados e acompanhar sua movimentação. Assim, o serviço de entrega é totalmente monitorado e rastreado, com controle e acompanhamento da origem até o destino.

Diferentes percepções
A AGC aposta nesse formato desde a inauguração de sua primeira planta no Brasil, em 2014. Na época, o fato foi até divulgado como um diferencial de sua operação. “Acreditamos que o sistema é mais seguro e torna a atividade de expedição mais ágil. Com ele, é possível transportar maior tonelagem de vidro em um mesmo bloco”, comenta Monica Gomes, gerente de Produção da companhia. Ainda segundo ela, o volume de expedição em cavaletes atualmente gira em torno de 83% do total de suas operações.

A Saint-Gobain Glass utiliza ambos os modelos, dependendo do produto a ser entregue. “O aproveitamento da carga e o tempo de carregamento são mais vantajosos com colares”, afirma o coordenador de Logística, Vlademir Alberto. “O uso do cavalete se dá exclusivamente quando utilizamos caixas de madeira, cuja manipulação requer maior cuidado pelo risco de quebras e acomodação no veículo”. A usina chegou a desenvolver um método de carregamento em que se torna possível o envio de caixas e colares em um único bloco, otimizando o frete.

Por sua vez, a Vivix usa apenas cavaletes. “São mais resistentes, evitando assim quebras durante a entrega. É um tipo de embalagem que contribui para a redução dos índices de avarias”, analisa o gerente-sênior de Operações, Francisco Conte. “Nossos clientes demonstram preferência por esse formato, visto que proporciona maior segurança.”

Contatada pela reportagem de O Vidroplano, a Guardian preferiu não participar da matéria.

O que dizem as processadoras?
Talvez as mais interessadas nessa questão sejam as beneficiadoras de nosso material — afinal, a forma como os pedidos são entregues influencia diretamente o seu trabalho. Para Ricardo de Oliveira, diretor da Vitral (DF), os cavaletes são, sim, melhores. “Eles tornam-se mais vantajosos para nós, pois facilitam bastante a retirada e chegada dos vidros”, explica.

A mesma opinião tem a Viprado (RS). “O transporte do vidro é uma arte que requer muita técnica e cuidados, sejam eles nas fábricas ou nos transformadores”, analisa o diretor-industrial, Rudimar Pedroni. Segundo ele, é necessário o uso de escada para o destravamento dos colares e maior esforço físico em relação à retirada da ferragem. “Quando recebemos vidros em cavaletes, temos segurança e um risco ergonômico próximo de zero”, comenta Pedroni, que complementa: “Na nossa visão, o uso de cavaletes deveria ser prática única para os descarregamentos convencionais.”

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Fim dos colares?
Dadas as vantagens do formato, fica a dúvida: os cavaletes se tornarão o padrão da indústria brasileira daqui para frente? “Cada vez mais, é importante ter o controle e a rastreabilidade das embalagens, algo diferente do que os colares oferecem, pois funcionam como se fossem ‘vasilhames’ no mercado vidreiro”, analisa Monica Gomes, da AGC.

Para a Saint-Gobain Glass, mais que uma mudança de padrão, o que está acontecendo é uma adequação. “Existe um movimento de maior uso dos cavaletes pelo fato de que boa parte da oferta se faz agora em caixas de madeira, como nos produtos importados”, comenta Vlademir Alberto, revelando que a usina seguirá com oferta mista dos dois sistemas.

“Assim como em outros setores, a logística reversa dos equipamentos passou a ser um dos grandes desafios”, comenta Valdimir Silva, da Cebrace. “Com o crescimento das vendas a granel, houve a necessidade de maior investimento em cavaletes.” Se a pergunta do título desta matéria será respondida, só o futuro dirá. No entanto, o setor caminha para confirmá-la.

 

Quais os benefícios dos cavaletes?
Além da importante questão da rastreabilidade, existem outras vantagens em relação aos colares:

– Com o uso de códigos de barras, é possível organizar as entregas por meio da localização dessas embalagens, utilizando as que estão mais próximas aos clientes e poupando fretes desnecessários;
– Melhor gestão do dimensionamento do parque fabril;
– Possibilidade de serem remontados na armazenagem, ocupando menos espaço;
– Segurança nas atividades de preparação, carregamento e descarregamento;
– Redução de movimentações das chapas e ganho de produtividade, já que o manuseio demandará menos mão de obra e tempo.

Este texto foi originalmente publicado na edição 560 (agosto de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

AGC apresenta nova gerente de Marketing no Brasil

A executiva Maria Luiza Ciorlia foi anunciada este mês como a nova gerente de Marketing da AGC no Brasil. Com dezoito anos de experiência nessa área e nas de inteligência de mercado, produto e planejamento estratégico, em indústrias de materiais de construção como Votorantim Cimentos e Bostik, ela agora ingressa na multinacional vidreira. Maria Luiza vai apoiar Franco Faldini, diretor de Marketing e Vendas na América do Sul, no desenvolvimento do plano estratégico de médio e longo prazos e na divisão de comunicação. Espera-se aumentar a visibilidade da marca AGC no nosso setor e junto aos consumidores e especificadores.

Este texto foi originalmente publicado na edição 560 (agosto de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Produção mais que dobrada

Conforma prometido, a AGC acendeu seu segundo forno no Brasil no dia 1º de abril, localizado em seu complexo fabril em Guaratinguetá (SP). Segundo a multinacional, ele tem capacidade para produzir 850 t de vidro por dia (incluindo peças extra clear), com espessuras de 1,6 a 19 mm, e aumenta sua capacidade produtiva em 140%: atualmente, a empresa entrega ao mercado 600 t de vidro por dia, número que deve passar para 1.450 t diárias.

Este texto foi originalmente publicado na edição 556 (abril de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

De casa nova

Vitor Hugo Farias é o novo gerente de Vendas para a América Latina da AGC Vidros do Brasil. Apesar do cargo novo, Farias já é um nome conhecido para o nosso setor: ele foi coordenador de Vendas, Comércio Exterior e Marketing da União Brasileira de Vidros (UBV), empresa na qual trabalhou de 2004 até 2018, quando a usina de base anunciou o encerramento de suas atividades.

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Com data para funcionar

A AGC Vidros do Brasil adiantou seus planos em relação ao segundo forno da companhia em nosso país. Em construção ao lado da planta do grupo em Guaratinguetá (SP), o Guará 2 teve sua conclusão antecipada em quatro meses e será aceso em abril. A usina disse ainda que o vidro produzido na nova fábrica deve estar disponível ao mercado a partir de maio.

Em primeira mão
Para revelar as novidades sobre seus negócios, a empresa organizou um encontro em sua sede no dia 5 de fevereiro, reunindo parceiros, representantes de associações vidreiras e imprensa especializada. Os porta-vozes foram o presidente da AGC Brasil, Fábio Oliveira; o diretor-geral da divisão de Vidros para Construção Civil e Indústria para América do Sul, Francesco Landi; e o diretor de Vendas e Marketing, Franco Faldini. “Este evento é para mostrar com fatos que a AGC faz o que promete”, afirmou Landi.

O novo forno poderá fabricar 850 t por dia, incluindo vidros extra clear, aumentando em 140% a produção da empresa. Com isso, a AGC vai se tornar a segunda maior usina do Brasil em capacidade produtiva, com 1.450 t diárias.

Visita às instalações
Os participantes foram guiados em uma visita que passou pelo Guará 1 e pelas obras do Guará 2, incluindo até mesmo a entrada dos visitantes no futuro forno. Lá dentro, puderam escrever mensagens em uma das paredes do equipamento.

Foram anunciadas mudanças na logística da empresa. Os armazéns serão adaptados para ganhar duas novas seções: haverá em breve uma entrada exclusiva para recebimento de matéria-prima e outra área destinada somente à expedição dos produtos. Dessa forma, o processo de entrega dos pedidos para os clientes promete ser mais ágil.

Coater a todo vapor
Também foi apresentado oficialmente ao mercado o coater, linha para a produção de vidros de controle solar desenvolvidos com exclusividade para o mercado brasileiro. O investimento havia sido prometido durante o discurso da usina na cerimônia de abertura do Simpovidro 2017.

Em operação desde agosto do ano passado, a instalação destaca-se por seu processo verticalizado, o que impede a ocorrência de um defeito de fabricação chamado pinhole — acúmulo excessivo do metal depositado na superfície dos vidros em determinadas áreas, gerando falhas no revestimento.

 

Números do Guará 2
– Capacidade de produção: 850 t de vidro por dia
– Espessuras a serem fabricadas: 1,6 a 19 mm
– Investimento: R$ 750 milhões
1.000 empregos gerados durante a obra e 300 para a sua operação

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Ganhe mais vendendo o melhor

Um conselho frequentemente apresentado nesta seção de O Vidroplano é que os vidraceiros busquem sempre diferenciar-se de seus concorrentes. Entre os momentos mais importantes para seguir essa dica está justamente a hora da venda: em vez de se contentar em oferecer uma peça comum ou a opção mais simples para a aplicação pretendida pelo comprador, por que não mostrar a ele todos os benefícios que um produto de valor agregado pode proporcionar?

Muitas vezes, o desconhecimento de todas as características desses vidros e o receio de não fechar negócio impedem que o profissional aproveite a oportunidade de vendê-los e assim lucrar mais. Consultamos especialistas e representantes do setor para ajudar sua empresa a ficar por dentro das melhores opções no mercado e, consequentemente, apresentar e indicar soluções nessa área a seus clientes. Anote as dicas — e boa leitura!

O que são vidros de valor agregado?
Gabriel Zanatta, coordenador de Marketing da Saint-Gobain Glass, explica: “São aqueles que saem do uso comum do consumidor, acumulando qualidades ou desempenhos diferenciados”. Estefânia Oliveira, coordenadora de Marketing da AGC Vidros do Brasil, complementa: “Esses produtos oferecem uma solução diferente da dos vidros comuns, possibilitando maior exclusividade, performance e beleza aos ambientes e projetos”.

Alguns benefícios que essas peças podem trazer incluem:

– Conforto térmico;
– Isolamento acústico;
– Maior resistência e segurança;
– Estética diferenciada;
– Controle de luminosidade;
– Economia no consumo de energia

E não faltam opções nesse sentido. As usinas de base já fornecem ao mercado diversos vidros e espelhos diferenciados — conheça alguns deles ao longo desta reportagem. As processadoras também tendem a aprimorar as peças por meio não só da têmpera, mas também de técnicas como a serigrafia (que hoje pode ser feita por impressão digital e em alta definição) e laminação (seja com películas tradicionais, coloridas, com altíssima resistência e até com cristal líquido, permitindo mudar o estado do vidro entre transparente e opaco via corrente elétrica).

 

Vidros de controle solar

vp_agc-sunluxSunlux Shadow
Fabricante: AGC
Diferencial: vidro refletivo desenvolvido especialmente para países de clima tropical, disponível em três opções de transmissão de luz

 

Linha SunGuard
Fabricante: Guardian
Diferencial: alto desempenho no bloqueio do calor e dos raios ultravioleta, além de melhor aproveitamento da luz natural, reduzindo o consumo de energia elétrica em até 60%

 

vp_vivix-performaVivix Performa
Fabricante: Vivix
Diferencial: bloqueia quatro vezes mais a entrada de calor do que um vidro comum e os raios ultravioleta em até 99,6%

 

 

Comparando custos e benefícios
Por que, então, a procura por esses produtos não é maior? Um dos motivos é que os compradores, claro, tendem a buscar os menores preços. “Os clientes sempre vão escolher as opções mais baratas, até que alguém mostre que a conta não deve ser feita somente na economia do preço dos vidros e que outros fatores devem ser levados em consideração, como segurança para a família, economia de energia elétrica e conforto térmico e acústico”, avalia Marco Souza, gerente-comercial da Personal Glass, de Florianópolis. “Nem sempre os clientes conhecem esses pontos e depois se frustram pela escolha errada causada por falta de informação na hora da compra”, completa.

É aqui que um profissional informado e capacitado faz toda a diferença. “O vidraceiro tem um poder enorme em suas mãos. Sempre que fazemos pesquisas com consumidores finais e arquitetos, eles indicam que o vidraceiro é a pessoa certa para levar essas informações a eles. Então, mais do que vender e instalar, é importante que ele seja ativo, oferecendo e explicando as novidades”, considera Patricia Spinosa, gerente de Decoração e Inovação da Cebrace.

A propósito, sabe aquele vidraceiro que se contenta em vender a opção mais básica e barata só para garantir a venda? Ele não só está perdendo a oportunidade de ganhar mais, como também está indo contra as próprias tendências de mercado. “Por incrível que possa parecer, os produtos com mais valor agregado tiveram menos queda de vendas do que os de menor valor agregado. Em alguns casos, eles tiveram até crescimento, uma vez que as pessoas na crise procuram gastar ‘melhor’ seus recursos”, comenta José Eduardo Amato Balian, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

 

Vidros pintados

vp_agc-matelacMatelac
Fabricante: AGC
Diferencial: espelhos e vidros pintados acidados, para decoração de ambientes

 

 

Lacobel T
Fabricante: AGC
Diferencial: único vidro pintado temperável do mundo, com cinco opções de cores

 

Cebrace Laqueado
Fabricante: Cebrace
Diferencial: vidro pintado com acabamento laqueado, conferindo uniformidade de cor em toda sua extensão (mesmo de uma peça para outra); tinta não descasca

 

vp_guardian-decocristalDecoCristal
Fabricante: Guardian
Diferencial: vidro laqueado, pintado em um dos lados com acabamento brilhante e fácil de limpar

 

 

Por dentro do catálogo
Um dos primeiros pontos a se levar em conta durante a venda de vidros de valor agregado é que o vidraceiro precisa conhecer a fundo as características e os benefícios de cada produto que fornece. “Isso é fundamental para ter argumentos que estejam alinhados às necessidades do cliente e, assim, convencê-lo de que o valor agregado do vidro lhe proporcionará melhores resultados”, comenta Renato Sivieri, diretor de Marketing da Guardian. Ele também sugere que o vendedor sempre apresente mais de uma opção de orçamento para o cliente, demonstrando que está buscando a melhor opção para a obra.

Todas as usinas de base consultadas informam que já contam com equipes técnicas para o atendimento presencial e online aos vidraceiros (veja mais no quadro “Fale com eles!”). Os serviços oferecidos por elas podem ir desde um esclarecimento de dúvidas até o agendamento de palestras e treinamentos.

E, claro, o vidraceiro deve ficar atento ao mercado. “Nossa empresa está sempre antenada às tendências e lançamentos e acompanhando as novidades em grupos sociais do vidro, nas revistas, nas notícias relacionadas ao vidro e nas feiras nacionais e internacionais do setor, entre outros meios”, conta José Romão da Silva Neto, proprietário da R4 Vidros, de Salvador.

 

Espelhos

vp_cebrace-bronzeEspelho Bronze
Fabricante: Cebrace
Diferencial: aspecto moderno e chamativo, bastante procurado por arquitetos para a decoração de residências

 

 

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Espelho Guardian Evolution
Fabricante: Guardian
Diferencial: uma camada protetora especial aplicada em seu verso protege a prata (responsável pelo reflexo das imagens) e garante maior resistência química e física

 

Vidros grossos

Linea Azzurra
Fabricante: AGC
Diferencial: único vidro no mercado nacional com espessura de 25 mm

Cebrace Extragrosso
Fabricante: Cebrace
Diferencial: espessura de até 19 mm, podendo ser usado como prateleira, tampo de mesa ou até na composição de vigas e colunas estruturais

 

Com eles, todos saem ganhando
Mas o que fazer quando o cliente não está disposto a gastar mais com um vidro de valor agregado? “Faça um exercício de quanto o comprador economizará com ar condicionado, a médio e longo prazos, se os vidros da residência ou do escritório tiverem controle solar, por exemplo”, sugere Claudio Luis Acedo, sócio-diretor da Mansur Vidros, de São Paulo. “Não basta ter produtos de valor agregado, é fundamental que a equipe saiba transformar esses argumentos em algo que faça a diferença na vida do cliente.”

Vale observar que empresas focadas na necessidade de atender o consumidor naquilo que ele realmente precisa, e não apenas na venda de seus produtos, acabam conquistando a confiança dos compradores e se destacando em relação aos seus concorrentes. Assim, toda forma de diferenciação em produtos e serviços faz com que o vidraceiro consiga sair da guerra de preço e atrair clientes pelo serviço final oferecido.

 

Outros tipos

vp_cebrace-antirreflexoCebrace Antirreflexo
Fabricante: Cebrace
Diferencial: permite visão perfeita através de sua superfície, ideal para aplicações em vitrine e showroom

 

 

DiamondGuard
Fabricante: Guardian
Diferencial: dez vezes mais resistente a riscos do que os vidros comuns, mantendo as superfícies bonitas por muito mais tempo

 

vp_sgg-milanoMilano
Fabricante: Saint-Gobain Glass
Diferencial: vidro impresso de aspecto “minicanelado”, com forte apelo estético entre projetistas e designers de interiores

 

Fale com eles!
AGC
Telefones: 0800-272-2242 e 0800-272-2243
E-mails: vendas@br.agc.com e amostras@br.agc.com

Cebrace (linha Vivânce)
Telefone: 0800-741-8080
E-mail: contato@vidrosvivance.com.br

Guardian
Telefone: 0800-709-2700
E-mail: atendimento@guardian.com

Saint-Gobain Glass (linha Atrium)
Telefone: 0800-125-125
E-mail: glass@saint-gobain.com

Vivix
Telefone: 0800-200-1222

Este texto foi originalmente publicado na edição 553 (janeiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Como anda o setor vidreiro nacional?

A crise econômica no País já dura vários anos e o setor vidreiro foi duramente atingido, tendo como principal causa o encolhimento das atividades da construção civil, a maior mola propulsora de nossos negócios. Fatores internos do mercado de vidro também agravam a situação. Claro, não é apenas nosso mercado que sofre. Mas, afinal, o que está acontecendo?

Para entender o atual cenário, O Vidroplano faz um balanço dos indicadores econômicos da indústria brasileira, além de analisar os temas vidreiros que estão em pauta nas ruas e conversas de WhatsApp, incluindo questões como o abastecimento do mercado doméstico, as ações tomadas pelas usinas para resolver esse problema, as perspectivas para o segundo semestre e os possíveis investimentos futuros. O objetivo das páginas a seguir é jogar luz sobre o que gera dúvida e boatos para, quem sabe, encontrar saídas para nossas empresas.

Como está a indústria brasileira?
A situação pela qual o vidro passa é a mesma de todo esse setor, com escassez e aumento no valor da matéria-prima. Quem diz isso é a Sondagem industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para o mês de junho. Os três principais problemas enfrentados pelas indústrias no segundo trimestre são os mesmos do primeiro (veja o gráfico Principais problemas enfrentados pela indústria no 2º trimestre de 2018, mais abaixo). Atenção matéria-prima: com 26,9% de assinalações, o item teve aumento de percentual pelo quarto trimestre consecutivo, firmando-se na 3ª posição.

Outro dado relevante: houve aumento da atividade em relação a maio, o que reverteu a queda causada pela greve dos caminhoneiros, que interrompeu o transporte rodoviário de cargas durante vários dias.

O IBGE também revelou que a produção industrial recuperou-se em junho, com a maior alta da série histórica, iniciada em 2002. O acumulado do ano marca crescimento de 2,3% em relação a 2017.

A Sondagem industrial da CNI mostra ainda que há otimismo para os próximos meses com relação à demanda, compra de matérias-primas e exportações. Porém, a intenção de investimento segue caindo.

capacidade-instalada

Construção: em marcha lenta, mas com perspectivas futuras
Um dos motivos que impedem nosso setor de voltar a crescer é a estagnação da construção civil, responsável por cerca de 80% do consumo de vidros planos no Brasil. Enquanto grandes projetos estão paralisados ou nem saíram do papel, são as pequenas reformas e retrofits, tanto de empreendimentos residenciais como comerciais, que têm movimentado o mercado.

O índice de julho da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) mostra um movimento, ainda tímido, de retomada nesse setor, com aumento de 5,7% no faturamento de julho em relação ao mesmo mês em 2017. O crescimento acumulado no ano, em relação ao mesmo período em 2017, é positivo: 1,7%, número pouco maior que a projeção de crescimento anual de 1,5% feita pela associação.

Portanto, as coisas não estão tão ruins, mas ainda longe de se comemorar, como reforça o Monitor da construção civil, um dos índices mais relevantes desse mercado, produzido pelas consultorias Tendências e Neoway Creative.

principais_problemasDa expectativa à preocupação
Como relembra o presidente da Abravidro, José Domingos Seixas, existia um clima geral de otimismo para 2018. “Os números dos primeiros meses indicavam uma retomada a ser consolidada ao longo do ano, ainda que de forma tímida. Mas os problemas enfrentados pelo País, principalmente a greve dos caminhoneiros, fizeram a produção diminuir, atingindo em cheio os planos das empresas”, analisa.

No entanto, o segundo semestre pode trazer coisas boas — tanto econômica como politicamente. “Temos esperança de que o mercado volte a se aquecer e a oferta de vidro se estabilize por completo”, afirma Seixas. “Em relação às eleições, nossa expectativa é de que o presidente escolhido atue na promoção de um novo ciclo de desenvolvimento, investindo em infraestrutura e projetos para o fomento da construção civil e que tenha um olhar atento aos temas tributários.”

O dirigente reforça ainda a postura da Abravidro para que o setor resolva os problemas pontuais enfrentados nos últimos tempos. “Continuamos trabalhando e pressionando para que as questões estruturais de nosso mercado sejam resolvidas, além de buscar o que de melhor pode ser feito no âmbito de nossas empresas.”

IACI

Falta vidro no mercado?
Uma questão que ronda o segmento há cerca de um ano é a dificuldade de alguns processadores no acesso à matéria-prima. No mês passado, a Abravidro realizou uma assembleia-geral extraordinária para discutir o tema. Na ocasião, a diretoria da entidade avaliou os dados do setor vidreiro e outros correlatos. Foi unanimidade entre os participantes que a situação está em via de ser normalizada e que qualquer questionamento ao direito antidumping vigente não seria oportuno neste momento. As usinas que atuam no Brasil são capazes de produzir 6.680 t/dia de vidros planos. Considerando esse número e os dados de consumo de vidros planos no País, é possível concluir que há uma sobreoferta de vidros no mercado. Em 2016 e começo de 2017, as usinas passaram a exportar parte da produção excedente. Desde setembro de 2017, quando surgiram os primeiros relatos de falta de vidro, essas companhias alegam ter tomado ações para reverter o problema. Segundo Franco Faldini, diretor de Vendas e Marketing da AGC, fatores pontuais que levaram a essa situação já estão sendo contornados pelas usinas. “Temos colocado esforços na busca por melhorias em logística e aumento da produtividade, além de drástica redução em exportações”, explica. Até a inauguração da nova planta (veja mais no boxe Novos investimentos no setor, mais abaixo), a empresa busca suporte para aumentar as importações.

A Cebrace não concorda com a expressão “desabastecimento generalizado”, já ouvida por aí. “Podemos reconhecer deficiência no serviço, e não na disponibilidade, em algum momento do segundo semestre de 2017 e início de 2018, mas entendemos que o mercado está abastecido de forma adequada”, analisa o gerente-comercial Flávio Alves Vanderlei. Para ele, os clientes têm sido atendidos conforme suas necessidades.

As plantas da Guardian estão produzindo com capacidade total, relata Ricardo Knecht, gerente-geral para a América do Sul: “Contamos com investimentos como a manutenção do forno de Porto Real (RJ), concluída em janeiro deste ano, o aumento da frota de caminhões e a ampliação do parque de embalagens”. A empresa também se esforça para trazer vidro de fora, ampliando a gama de produtos oferecidos por aqui.

A Saint-Gobain Glass aposta na proximidade com o cliente para entender necessidades e, com isso, conseguir oferecer os produtos. “Há uma demanda crescente por vidro no mundo. Observamos mercados, que antes dependiam exclusivamente da China, se abrirem para novas soluções e fornecedores, e o Brasil não está fora disso”, comenta Gabriel Zanatta, coordenador de Marketing da usina.

Segundo Henrique Lisboa, diretor-comercial e de Marketing da Vivix, a companhia tornou a investir na expansão da capacidade produtiva. E o fará por meio da instalação de equipamentos que aumentarão a produção em até 10%. “Além disso, diminuímos de forma significativa nosso programa de exportações, a fim de atender o abastecimento nacional, que é, indiscutivelmente, nossa prioridade.”

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Os efeitos da greve dos caminhoneiros
Como visto no gráfico Utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual, nesta reportagem, a paralisação do transporte rodoviário diminuiu fortemente a atividade industrial e a confiança dos empresários, gerando corrida por estoques por parte das processadoras.

De forma geral, as usinas foram afetadas tanto na produção como na logística por falta de matéria-prima e insumos. Somente com a aplicação de planos de contingência foi possível reverter a situação e passar a operar normalmente, com os níveis de antes da paralisação

A Vivix não precisou interromper sua produção, graças à proximidade da empresa para beneficiamento de matéria-prima, localizada a poucos quilômetros de sua planta. A companhia, no entanto, posicionou-se contra a tabela de fretes mínimos fixada pelo governo federal e informou que ainda existem dificuldades para a contratação de frete, o que segue impactando o abastecimento do mercado.

2018: o ano até aqui
Como visto no gráfico Índice de Atividade da Construção Imobiliária (IACI) nesta reportagem, existem dados concretos que indicam a melhora da construção civil. E, melhor ainda, as próprias construtoras acreditam nisso: a Cyrela, por exemplo, anunciou que crê na possibilidade de atingir metas internas e melhorar margens, permitindo uma nova distribuição de dividendos aos acionistas ainda este ano. A MRV, maior construtora de imóveis econômicos do País, lucrou 18% mais no segundo trimestre e estima um desempenho ainda mais robusto nos próximos meses.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) também projeta crescimento para o setor automotivo (automóveis e máquinas agrícolas) em 2018. A associação prevê que sejam produzidos 11,9% a mais que em 2017, alcançando 3,02 milhões de unidades.

Mas como as usinas vidreiras enxergam 2018 e o que deve ser feito para a retomada dos negócios se tornar realidade? “Estamos enfrentando um ano de transição com alta volatilidade, incertezas políticas e pressões nos custos dos insumos básicos, além da sensível redução nas estimativas de crescimento econômico”, analisa Faldini, da AGC. A fabricante acredita que o segundo semestre não será muito diferente.

A Cebrace está otimista, porém com certa cautela, em relação aos próximos meses. “Começamos o ano com um cenário positivo a partir das previsões, principalmente com o PIB chegando a 2,5%. Infelizmente, o cenário foi alterado de forma substancial, devido às incertezas do Custo Brasil e do cenário político”, explica Vanderlei.

Para a Saint-Gobain Glass, existe a perspectiva de crescimento nas vendas, conforme comenta Zanatta: “Com uma oferta maior de mix de produtos para o mercado, podemos aumentar as possibilidades para nossos parceiros”.

Lisboa, da Vivix, concorda que pouco pode mudar este ano. “O mercado da construção civil apresentou resultado similar ao de 2017. Acreditamos que esse cenário se manterá no segundo semestre.”

O futuro do mercado e as eleições
As usinas foram contundentes em indicar o que precisa ser mudado para o setor voltar a crescer — e as eleições serão essenciais para isso. Os candidatos à presidência da República (leia mais no bloco Presidenciáveis debatem construção civil, mais abaixo) precisam mostrar propostas voltadas para trazer eficiência e competitividade para a indústria, incluindo:

– Estímulo à livre concorrência;
– Investimento em infraestrutura;
– Qualificação da força de trabalho;
– Reforma tributária, passando pela redução da carga de tributos por meio da simplificação do sistema atual;
– Redução da burocracia, que torna as operações corporativas pesadas e lentas;
– Redução da chamada “máquina pública”, com melhor gestão dos recursos arrecadados.

O vidro está caro?
Somente este ano, o mercado foi pego de surpresa por dois anúncios de aumentos da matéria-prima. Alguns produtos passaram a custar algo em torno de 25% a mais. Por que isso ocorreu?

“O setor ainda é impactado por alterações de custos que interferem na estrutura de preços e, como é de conhecimento notório, a fixação de preço é, por princípio e por decisão constitucional, livre”, reforça Faldini, da AGC.

Para se chegar a uma explicação, é preciso analisar as variáveis macroeconômicas, reflete Zanatta, da Saint-Gobain Glass. Diz ele: “Se levarmos em conta que somente para o item gás natural, responsável pela manutenção dos fornos, nós tivemos um aumento instantâneo, não gradual, é possível imaginar o desafio que seja fabricar a preços competitivos”.

A opinião é compartilhada pela Vivix, que relembra ainda a alta no preço da barrilha, material fundamental para a produção do vidro. “No entanto, é importante frisar que os preços realizados no mercado neste momento estão retornando aos praticados há quatro anos, antes da crise”, afirma Lisboa.

Por questões estratégicas, Cebrace e Guardian preferiram não comentar o assunto.

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Novos investimentos no setor

AGC
Em 2019, no segundo semestre, a AGC vai inaugurar sua segunda planta, também em Guaratinguetá (SP). “Tivemos ainda recentemente a instalação de um coater, que produzirá nossa linha de vidros de controle solar, a Sunlux Shadow, desenvolvida para climas tropicais. Em adição, temos promovido também inúmeras melhorias em nossa infraestrutura para o acendimento do novo forno”, destaca Faldini.

Cebrace
No editorial da edição de abril da revista publicada pelo Sincavidro-RJ, revelou-se que a Cebrace trabalha para obter licenças ambientais para a construção de nova planta. Segundo Vanderlei, a empresa realiza com frequência estudos de viabilidade para projetos, de forma alinhada às projeções econômicas e à necessidade do mercado. “Sempre procuramos antecipar demandas, investir em linhas de produção, ofertar produtos e aprimorar a capacidade produtiva”, comenta o gerente-comercial.

Guardian
Knecht, da Guardian, afirma que a companhia “segue atenta às oportunidades que nos permitam trazer para o mercado local inovação em produtos e serviços, ampliar nossa capacidade e fortalecer o relacionamento com nossos clientes”.

Saint-Gobain Glass
Zanatta, da Saint-Gobain Glass, também confirma o compromisso da fabricante: “Estamos constantemente investindo em tecnologias, processos e produtos para melhor atender o mercado”.

Vivix
Há pouco tempo, a Vivix ampliou sua produção e construiu uma linha para a fabricação de vidros de proteção solar. Para Lisboa, “os futuros investimentos estão sendo avaliados à luz dos desdobramentos políticos e econômicos”.

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Presidenciáveis debatem construção civil
A Coalizão pela Construção, grupo formado por 26 entidades da indústria da construção civil, incluindo a Abravidro, apresentou a agenda estratégica do setor para os candidatos à presidência da República em encontro da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), no começo de agosto, em Brasília. Confira as propostas dos presidenciáveis presentes. Jair Bolsonaro (PSL) alegou problemas de agenda e não participou.

Marina Silva (Rede Sustentabilidade)
Ampliará a proporção de investimento no setor de infraestrutura, passando dos atuais 2% do PIB para, pelo menos, 4%. Sobre licenciamentos ambientais, reforçará os mecanismos vigentes para dar agilidade aos processos.

Geraldo Alckmin (PSDB)
A solução para maior competitividade é diminuir a interferência do governo na atuação empresarial. Sua ideia é estimular a atividade empreendedora para destravar a economia. A vice-presidente da CBIC, Maria Elizabeth Cacho do Nascimento, sugeriu a criação de um conselho consultivo do setor, o que foi acatado pelo candidato.

Álvaro Dias (Podemos)
Terá um conselho consultivo para o setor. Para ele, o ajuste fiscal deve ser acompanhado por crescimento econômico. Isso reforça a necessidade de segurança jurídica, simplificando o modelo de tributação.

Ciro Gomes (PDT)
Defendeu a importância do setor para a reviravolta econômica do País, afirmando que a construção sempre responde aos estímulos do governo, criando empregos e gerando renda de forma rápida e a custos baixos. Para Ciro, o setor permitirá o trabalho necessário de diminuir despesa e aumentar a receita.

Henrique Meirelles (MDB)
Garantiu que o setor privado será incorporado aos planejamentos para investimentos. Citou ainda o Programa Brasil Integrado, projeto de infraestrutura urbana que retomará mais de 7 mil obras paralisadas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Glass 2018 – Expositores A – D

Veja o que foi apresentado na Glass 2018 de A a Z!

abrasipaA Abrasipa desenvolveu um novo item para a Glass 2018: o Resipa (foto), rebolo de resina para ser utilizado na terceira posição (após os rebolos diamantados). O objetivo do produto é garantir limpeza pós-lapidação para as peças de vidro. Segundo a fabricante, a liga com a qual é feito o Resipa garante maior produtividade durante o beneficiamento.

 

adelioCompletando quarenta anos em 2018, a Adelio Lattuada montou um espaço com foco em divulgar maquinários para pré-processamento, como furadeiras, lapidadoras retilíneas e bilaterais e lavadoras. Outros destaques: robôs para movimentação de vidros e software para integração 4.0 de seus equipamentos, feito em parceria com a Holonix.

 

adereA Adere apresentou as fitas dupla face Adermax XB200B e XC200B (foto). De alta resistência, são desenvolvidas para aplicação em envidraçamentos estruturais. Fitas e acessórios da empresa para a instalação de vidros e espelhos também foram expostas no estande.

 

adespecA Adespec teve dois lançamentos no evento: o Colavix (foto), adesivo à base de Pesilox desenvolvido especialmente para uso com os vidros e espelhos da Vivix, é capaz de colar em áreas úmidas e com resistência mecânica quatro vezes maior que a do silicone. O primeiro silicone acético da empresa também foi mostrado.

 

agcA AGC levou vários lançamentos para a Glass 2018. Um dos destaques foi o Sunlux Shadow (foto). Vidro refletivo com controle solar, foi desenvolvido especialmente para o mercado e climas brasileiros e está disponível em três diferentes fatores de transmissão luminosa. Outra novidade da usina de base foi a linha Matelac de vidros e espelhos acidados, com aspecto fosco e superfície resistente a manchas, pensada para o mercado de decoração.

 

agmaqA Agmaq expôs uma furadeira semiautomática (foto), preparada especialmente para a feira. Com operação simples, pode ser manuseada sem dificuldades. Um de seus diferenciais é ter regulagem de velocidade, além de garantir economia de água. Outro produto exposto: mesa de corte automática com etiquetadora.

 

ALO estande da AL Indústria exibiu diversos produtos. Um deles foi a fechadura bate-fecha da linha Chrome (foto). Lançada este ano, oferece maior facilidade de instalação, pinos de trava de metal e acabamento ocultando os parafusos. Ela pode ser usada tanto em instalações vidro-vidro como vidro-alvenaria.

 

alcleanA Alclean anunciou a parceria com a empresa Tek Energy para o lançamento da Fachada Fotovoltaica Alclean (foto). Esse sistema incorpora painéis fotovoltaicos à fachada de edificações, contribuindo para a autossuficiência energética da obra sem comprometer sua estética, e pode ser instalado diretamente pelos vidraceiros que passarem pela capacitação presencial aplicada pela empresa.

 

alpatechnoA Alpatechno exibiu toda a sua gama de produtos para colagem e vedação. Dois deles foram os adesivos estruturais SMS-65 (produto à dir.), para coberturas de vidro, e SGS-90 (produto à esq.), para fachadas e cortinas de vidro. Outra solução à vista foi o AP 138, para sistemas de fechamento de sacadas.

 

arbaxNo espaço da Arbax, os visitantes conferiram a mola hidráulica para piso Action (foto). Com acabamento de inox, o produto é de fácil instalação e conta com o certificado de conformidade europeia e ISO 9001 (para 500 mil ciclos, no mínimo). Está disponível em modelo tradicional e integrado, dispensando recorte no piso. Vale citar também a linha de óxido de cério Super Brilho.

 

aroucaA fechadura com trinco rolete (foto) foi o lançamento do espaço da Arouca Fechaduras: ela dispensa a necessidade de molas de piso para amortecer o fechamento da folha de vidro. Além disso, pode ser usada com o mesmo recorte da fechadura 1520, bastando trocar as placas da ferragem para sua instalação.

 

awgA AWG Glassware mostrou suas ferragens e acessórios para vidro — dobradiças, puxadores e spiders. Na área de molas de piso, a MP003 (foto) chamou atenção: o produto dispensa recortes no chão. Isso é possível porque ela é acoplada diretamente na dobradiça inferior da porta.

 

bavelloniA italiana Bavelloni, cujos maquinários são comercializados no Brasil pela Glaston, apresentou na feira a lapidadora retilínea modelo 350 8 (foto), da linha VE Series. Versão mais atual do equipamento mais vendido da empresa, tem capacidade para oito rebolos e pode lapidar peças de até 35 mm de espessura.

 

belferrPela primeira vez no evento, a Belferr comercializa ferragens de vários fabricantes do Brasil. Todos eles tiveram seus produtos representados no estande da distribuidora (foto), de fechaduras e dobradiças a puxadores e suportes.

 

belgaEste ano, a novidade da Belga Ferragens é sua linha de ferragens de polímero (foto), de fabricação própria. Segundo sua equipe, os produtos acompanham a tendência do mercado, oferecendo grande resistência e preços mais acessíveis para os clientes. Já a linha de inox ganhou novas opções, como trincos, puxadores e dobradiças.

 

bestmakinaEspecialista em insulados, a empresa turca Best Makina divulgou ao mercado brasileiro suas linhas automáticas para esse tipo de vidro. Entre as máquinas, estão lavadoras especiais, extrusoras, robôs selantes e robôs dissecantes, além de equipamentos para a fabricação manual de insulados.

 

blglassA BL Glass é distribuidora exclusiva da mola de piso Action (foto), fabricada pela Arbax, e não deixou de levá-la à Glass. O produto suporta portas de vidro de até 100 kg e tem tamanho mais compacto. A empresa também divulgou a parceria com a Gaviota, fabricante de persianas integradas em vidros insulados, para sua distribuição no País.

 

blindexA Blindex precisou de um estande grande para mostrar todos os seus produtos para o mercado vidreiro. Duas novidades foram a linha Blindex Homework para colagem e vedação (produtos acima), e a linha Uau Blindex para a limpeza de vidros (produtos abaixo): ambas podem ser encontradas por qualquer consumidor, incluindo o final, em revendedores de grande e pequeno porte. Molas aéreas e de piso e o sistema Blindex Sacadas também marcaram presença.

 

bonnadioA participação da BonnaDio nesta edição da Glass South America foi para reforçar seus produtos homologados pela Blindex. Entre eles, o principal foi o sistema para portas automáticas (foto). Visto já na entrada do estande, ele é bastante usado para estreitar relacionamento com seus clientes.

 

botteroA durabilidade dos maquinários da Bottero foi representada por uma mesa de corte (foto) com 26 anos de idade ainda em funcionamento (o equipamento é de uma processadora brasileira). Com totens contando a história do grupo, o estande teve o intuito de relembrar o aniversário de sessenta anos da empresa, comemorado em 2017. Havia espaço ainda para a mesa para monolíticos com etiquetadora 340 BCS EVO.

 

bovoneA biseladora 252 (foto), da Bovone, é indicada para espelhos de 3 a 19 mm de espessura. Com capacidade para nove rebolos, faz bisotê de 5 a até 60 mm de largura — e ainda pode trabalhar em peças bem pequenas, de 3,5 x 3,5 cm. Possui também lavadora acoplada, controle via PLC e lubrificação automatizada.

 

bsolution_immmes2Duas companhias italianas estiveram juntas num mesmo estande. A BSolution produz linhas de lapidação, furadeiras (tanto verticais como horizontais) e carregadores. Já a Immmes fabrica sistemas de filtragem e desmineralização de água usada durante os processos de beneficiamento.

 

bystronicglassO foco do espaço institucional da Bystronic Glass estava em divulgar máquinas de entrada para a fabricação de insulado (da linha B’Comfort) e soluções para a produção de vidro automotivo. A empresa parceira Hegla, também alemã, apresentou suas mesas de corte, como a Rapidline, com guias magnéticas para a movimentação das chapas, e a Ecolam, própria para laminados.

 

casacastroMuitos produtos, tradicionais e novos, foram mostrados no estande da Casa Castro. Um dos mais procurados foi o cortador manual de vidro da Tomo (foto), capaz de cortar vidros de até 12 mm de espessura. Além disso, tem cabeça giratória em até 360 graus, facilitando a realização de cortes curvos.

 

cebraceA Cebrace teve nada menos que três espaços na feira, todos fazendo uso dos produtos da usina vidreira em suas próprias estruturas. No estande principal, os protagonistas foram os vidros de controle solar da linha BR, lançada este ano, em toda a sua fachada (foto). Houve ainda um espaço para a linha Habitat (de vidros de controle solar para uso residencial) e um café cujo balcão e revestimento levavam soluções decorativas da linha Vivânce.

 

claroflexA espanhola Claroflex demonstrou em seu estande o sistema de fechamento lateral tipo cremona (foto), para vãos de 0,90 x 3 m. Seu diferencial é que ele não tem uma chapa guia para seu funcionamento. Assim, é possível colocar cortinas na frente das folhas de vidro sem que elas corram risco de serem rasgadas pela chapa.

 

cmsEspecializada em equipamentos com controle numérico, a companhia italiana CMS mostrou em seu espaço, por meio de catálogos e cartazes, diferentes modelos de CNC para vidro float e curvo, incluindo a Brembana Maxima (que possui cinco eixos), a Brembana Profile (vertical e modular) e a Brembana Vertec (com furadeira vertical).

 

componentsUm mural feito de peças de vidro pintadas (foto) foi instalado no estande da Components para demonstrar sua gama de tintas. Elas são fabricadas na Itália e misturadas em Santa Catarina, podendo ser usadas em qualquer tipo de vidro. Outras vantagens são seu baixo impacto ambiental e as opções quase ilimitadas de cores.

 

conlumiO piso do estande da Conlumi trazia sua principal novidade, o Infinity Mirror (foto). Trata-se de um “espelho insulado” com uma fita LED entre as peças, gerando um efeito impressionante de espaço infinito — quem passava por cima dele podia pensar que havia um grande espaço vazio logo abaixo. Outra solução estética da processadora foi a série de laminados feitos com vidro aramado e película colorida.

 

cooltemperA inglesa Cooltemper montou um estande institucional para apresentar ao mercado nacional seus maquinários para processamento, os quais incluem o forno de têmpera com convecção Jetstream RT, linhas de laminação, lavadoras e fornos para curvatura e secagem de pintura cerâmica.

 

diveroA Di Vero Inox lançou o boxe Bello (foto), com estrutura de alumínio e revestimento de aço inox. Trata-se de uma opção mais acessível para o trabalho dos vidraceiros, com maior facilidade em seu dimensionamento e instalação. Outros modelos do catálogo da empresa também foram apresentados.

 

diamanferEm fase final de desenvolvimento, a linha High Performance Tools — HPT (foto) de rebolos diamantados para lapidação foi o destaque da Diamanfer. Segundo a fabricante, os produtos podem aumentar a velocidade de produção em até 20%, além de evitar a formação de microlascas. Por gerar menor vibração, desgastam menos os componentes das máquinas e causam menos ruídos.

 

dip-techNo espaço da empresa israelense Dip-Tech, companhia do grupo americano Ferro, uma impressora da linha GPi (foto) demonstrou sua capacidade de impressão em alta resolução. Equipada com a tecnologia New Era para maior rendimento, tem sistema de tamanho de gota variável, adaptando-se a cada tipo de serviço (pontos e linhas, padrões multicores ou imagens fotorrealistas).

 

divinalvidrosOs projetos de ambientes vencedores do Divinal Educa, idealizado pela Divinal Vidros, foram todos montados em seu estande: a iniciativa atendeu estudantes de design de interiores e arquitetura e urbanismo das universidades Anhembi Morumbi e Cidade de São Paulo (Unicid). A sala de jantar (foto), por exemplo, teve uma parede revestida com vidro esmaltado verde e uma mesa inteiramente feita de peças extra clear, entre outros elementos com nosso material.

 

dormakabaO sistema HSW Easy Safe (foto) para fechamento de varandas, da dormakaba, chamou atenção por dispensar trilhos inferiores e ser capaz de dobrar todas as folhas de vidro — com isso, há um amplo aproveitamento do vão, bastante interessante para sua aplicação em lojas e shopping centers. Outra solução interessante foi a catraca de portas de vidro com ativação por cartão ou impressão digital.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 546 (junho de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Caixa-espelho para revista

A marca de móveis de vidro Glass 11, em parceria com o arquiteto Rodrigo Othake, criou uma caixa-espelho exclusiva para o evento de lançamento, em dezembro, da Casa Cláudia Luxo, edição especial da revista de decoração Casa Cláudia. O objeto usa a transparência e o efeito espelhado dos vidros fornecidos pela AGC.

Este texto foi originalmente publicado na edição 541 (janeiro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fortes e capazes de dialogar!

Não poderia haver melhor momento para a realização do 13º Simpovidro. De 9 a 12 de novembro, o Costão do Santinho Resort foi o palco de discussão de pautas como a retomada do segmento após um longo período de baixa atividade e a questão do desabastecimento de float. Ao todo, 516 participantes, de dentro e fora do País, marcaram presença — número superior ao previsto pela Abravidro. E, apesar da conjuntura de crise econômica e política, o nível de excelência do Simpovidro seguiu o mesmo: o mais alto possível!

Confira a seguir a cobertura completa do simpósio em reportagens sobre as palestras, Feira de Oportunidades com os apoiadores do evento, atividades de lazer e uma galeria de fotos.

No tapete vermelho
IMG_1140Para homenagear o profissional vidreiro, que enfrentou as dificuldades do País, o tema escolhido para essa edição do Simpovidro foi o Oscar, a premiação do cinema americano. Historicamente, a solenidade de abertura é marcada por posicionamentos da Abravidro e das usinas de base (veja mais no quadro “O que disseram as usinas de base?”), que também são patrocinadoras do evento. José Domingos Seixas, presidente da Abravidro, reforçou a importância de uma solução rápida para o desabastecimento e aumentos sucessivos no valor do float. “Esperamos que nos próximos meses, não venhamos a enfrentar o problema oposto: excesso de matéria-prima e os leilões que já testemunhamos em outros tempos”, disse o dirigente.

O que disseram as usinas de base?
Durante a cerimônia de abertura, representantes das seis fabricantes nacionais de vidro — todas patrocinadoras do Simpovidro — discursaram.

AGC: ‘coater’ a caminho
IMG_1218Francesco Landi, diretor-geral da divisão de Vidros para Construção Civil e Indústria para América do Sul, anunciou a construção de um coater para a produção de vidros de controle solar em solo no Brasil — hoje, a AGC importa esses produtos. O empreendimento deve ficar pronto no segundo semestre de 2018. Além disso, a obra para o novo forno em Guaratinguetá (SP) está a pleno vapor.

Cebrace: desabastecimento foi algo pontual
IMG_1254O diretor-executivo da companhia, Reinaldo Valu, comentou que a empresa manteve seus fornos atuando com capacidade máxima, além de procurar oportunidades para exportação do material. Valu, para quem a questão do desabastecimento do mercado foi pontual, reforçou que os objetivos da Cebrace não se limitam a metas comerciais: a preocupação é com o desenvolvimento do mercado.

Guardian: os benefícios do vidro
IMG_1283Ricardo Knecht, gerente-geral para a América do Sul da Guardian, fez uma apresentação sobre as tendências no uso do vidro. Para ele, o mercado deve sempre se antecipar às necessidades dos clientes, fazendo com que o material seja elemento relevante para a sociedade. Um exemplo disso citado pelo executivo é o foco no maior aproveitamento da luz natural.

Saint-Gobain Glass: retomando produção de aramados
IMG_4756O coordenador de Marketing, Gabriel Zanatta, iniciou seu discurso com uma breve análise econômica, apontando que os últimos meses indicam uma tímida recuperação do setor. E, para o mercado sair fortalecido da crise, é necessário colocar o cliente como centro das atenções. Zanatta relembrou ainda que a empresa retomou a produção de vidros aramados, atendendo demanda dos consumidores.

União Brasileira de Vidros (UBV): novo sistema de logística
IMG_4777Presidente da empresa, Sérgio Minerbo revelou uma mudança importante em seu sistema de entrega de pedidos: vidros serão carregados para atender os clientes todos os dias da semana, de domingo a domingo. Este ano, a UBV comemora seu 60º aniversário tendo maior atuação no mundo digital. Aposta em aplicativos e conteúdos exclusivos online para propiciar maior interação com os clientes.

Vivix: lançamento de linha de controle solar
IMG_1354Paulo Drummond, presidente da usina, falou sobre a linha Performa de vidros para controle solar, que será lançada em 2018, e refletiu sobre a economia nacional, comentando a importância da estabilidade política para o País. Relembrou o alto déficit habitacional, reforçando que o crédito imobiliário ainda é baixo — e que isso precisa mudar, para gerar mais obras e esquentar o mercado da construção civil.

Encerramento: um evento marcado pela integração do setor
20171111_SIMPOVIDRO_FOTO CAIO GRAÇA_PEDRO SAAD - 1655 cópiaLogo após as palestras do sábado, é tradição representantes da Abravidro e das usinas de base voltarem ao palco para as considerações finais sobre o evento. José Domingos Seixas destacou o esforço feito para realizar o simpósio e considerou que o Simpovidro representa tudo que o setor pode fazer de grande. Também reforçou que a Abravidro é parceira dos processadores e distribuidores e está à disposição de todos nas suas demandas e necessidades.

Os três vice-presidentes da entidade — Emerson Arcenio, Rafael Ribeiro e Alexandre Pestana — concordaram que o objetivo do evento, a integração do setor, foi alcançado, e que toda a cadeia deve lutar, unida, pelo desenvolvimento dos negócios.

Falaram também:
Franco Faldini, gerente-executivo nacional de Vendas e Marketing da AGC;
Leandro Pozzer, gerente nacional de Vendas da Cebrace;
Renato Sivieri Barboza, diretor de Marketing da Guardian;
Gabriel Zanatta, coordenador de Marketing da Saint-Gobain Glass;
Vitor Hugo Farias, coordenador de Vendas, Comércio Exterior e Marketing da UBV;
Danilo Gatto, gerente-comercial da Vivix.

Além de a identidade visual do encontro remeter ao cinema, o grupo Felchak foi responsável por shows cheios de dança, cores, emoção e referências a clássicos da Sétima Arte nas cerimônias de abertura e encerramento. Durante as manhãs na plenária, os artistas conduziam os palestrantes até o palco. E, no tapete vermelho antes do jantar de encerramento, interagiram com os participantes, brincando de ser tietes dos profissionais vidreiros, como se esses fossem atores e atrizes de Hollywood.

Este texto foi originalmente publicado na edição 540 (dezembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Exposição conta detalhes de residências históricas com vidros

A Casa de Vidro de Lina Bo Bardi, em São Paulo, hospeda, até 4 de março de 2018, a mostra Casas de vidro — História e conservação. Vê-se ali a aplicação do material em quatro projetos, incluindo a clássica obra de Lina (com todas as fachadas envidraçadas, foto) e três internacionais, criadas pelos arquitetos Philip Johnson, casal Charles e Ray Eames e Mies Van Der Rohe. O evento, apoiado pela AGC, conta com imagens, estudos de referência e maquetes que explicam as soluções estéticas dos projetos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 539 (novembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Qualidade em primeiro lugar

O Vidroplano já destacou em diversas reportagens a importância de os vidraceiros investirem em vidros de valor agregado. Pensando dessa forma, por que não seguir o raciocínio com as esquadrias?

Um produto de alto desempenho pode até ser mais caro, mas proporciona uma série de benefícios em relação ao item padrão — e isso faz toda a diferença para quem não quer ser deixado para trás pela concorrência. Você sabe como identificá-la e escolhê-la? Especialistas do setor e fabricantes desses produtos dão as dicas a seguir!

Qualidade mínima
Toda esquadria comercializada precisa atender os requisitos mínimos da NBR 10821 — Esquadrias para edificações. Para isso, deve ser, obrigatoriamente, ensaiada e aprovada nos seguintes itens:

– Resistência às cargas de vento da região em que será instalada;
– Vedação ao ar;
– Vedação à água;
– Esforços de uso;
– Acústica.

“Embora o conforto térmico, padrões de manutenção e visual para o ambiente externo ainda não sejam exigidos na norma, também é importante considerar esses critérios”, recomenda Antônio Cardoso, consultor e sócio-fundador da AC&D Consultoria.

Se todos os produtos precisam ter desempenho satisfatório, o que diferencia os considerados acima da média? A engenheira Priscila Andrade, gestora de Desenvolvimento do portal Minha janela de PVC, explica: “São os níveis além do satisfatório em ensaios de desempenho que eles possuem, principalmente nos quesitos acústico, térmico e estanquidade à água e ar.”

A escolha certa de Norte a Sul
Outro ponto fundamental é onde o produto será usado. “A Região Nordeste, por exemplo, está em uma área classificada como II e, por essa razão, tem um nível diferente de uma esquadria do Sul, onde é uma área nível IV e V”, explica Leonardo Arantes, gerente de Produtos da Guardian. Isso ocorre porque existem diferenças entre as condições de ventos no Brasil.

A união faz a força!
É a combinação de produtos de alto desempenho com vidros de valor agregado que potencializa o desempenho do sistema. Por isso, não faz sentido usá-las com vidros comuns.

A AGC do Brasil, por exemplo, recomenda o uso de seu vidro de controle solar, o Sunergy. “Além de ter propriedade low-e, tem aparência neutra, com baixa reflexão”, aconselha Matheus Oliveira, analista-sênior de Marketing da multinacional.

A Guardian também destaca o uso de sua gama de produtos de forma laminada ou insulada. Já a Cebrace foi além e lançou este ano seu próprio sistema, a Janela Habitat, com seus vidros de controle solar (veja mais abaixo, no item No mercado).

Pouca perspectiva para quem ficar na média
As construtoras já estão atentas a esse tipo de produto. “Temos acompanhado uma demanda alta por itens de bom desempenho pelas empresas da área imobiliária e da construção civil”, alerta o consultor Antônio Cardoso. Segundo ele, isso se deve em boa parte à NBR 15575 — Esquadrias para edificações – Desempenho, cuja revisão em 2013 deu bastante importância ao conforto acústico.

A etiquetagem do desempenho acústico, determinada pela NBR 10821, também tem importância na escolha dos produtos. Aos poucos, a busca por informações sobre ela vem crescendo: prova disso, observa Fabíola Rago, foi a decisão da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) de publicar o manual Esquadrias para edificações – Desempenho e aplicações (a obra pode ser baixada pelo link www.cbic.org.br/comat).

Classificação em norma
acustica-termico-estanqueDe acordo com a Parte 2 da NBR 10821, as esquadrias podem ter desempenho mínimo, intermediário ou superior — estas últimas são as de alto desempenho. “Para um produto ter essa classificação, deve possuir baixíssima penetração de ar, o que ajuda a edificação a ficar mais eficiente termicamente”, explica Fabíola Rago Beltrame, diretora do Instituto Beltrame de Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq). Veja a seguir todas as características que permitem classificar uma esquadria como de alto desempenho:

Em termos acústicos
Índice de redução sonora ponderado igual ou maior que 30 dB — indicado como nível A nas etiquetas acústicas.

Em termos térmicos
Perfis de materiais isolantes ou com termo-break (colocado entre as faces metálicas do perfil) em conjunto com vidros duplos, permitindo transferência de calor menor que 250 W por m² (sugestão de consumo europeu).

Em termos de estanquidade
Mesmo com chuvas de vento muito forte, a esquadria não pode permitir que a água entre — de modo geral, uma esquadria de alto desempenho nesse quesito é aquela que atinge, no mínimo, 200 Pa no ensaio de pressão de água em câmara.

Matérias-primas
Colorized profile systems for windows and doors manufacturingO alumínio é apontado pelo consultor Antônio Cardoso como um material muito indicado: “A vantagem que mais se destaca nesse material é a liberdade de formas que ele concede ao projetista, permitindo designs diferenciados”.

Por sua vez, o PVC é defendido por Eduardo Rosa, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Sistemas, Perfis e Componentes para Esquadrias de PVC (Aspec-PVC). “Possui alta resistência mecânica, é capaz de resistir por até cinquenta anos e ainda parecer novo por um período superior às outras opções”, justifica.

Aparecido Bonifácio, gerente-industrial da Atenua Som, comenta: “Ainda que alguns materiais estejam associados a processos produtivos que favoreçam o melhor desempenho, não há uma dependência direta. Isso é consequência também das soluções de projeto, precisão do sistema produtivo, qualidade da instalação e ajuste das esquadrias”.

Alumínio
– Variedade ampla de resistência e usinagem, dependendo das ligas e têmperas especificadas;
– Leveza;
– Permite vários tipos de acabamento de superfície, seja por anodização ou pintura;
– Boa relação custo-benefício.

PVC
– Pode ser produzido em diversas cores e com acabamentos metalizados ou padrões amadeirados;
– Resistência a raios ultravioleta;
– Alta estanquidade à água, ar e insetos (os cantos das folhas e do marco são soldados com o próprio PVC no processo de construção da janela);
– Não oxida e não enferruja.

 

No mercado

vp_atenuasomDiscreta e silenciosa
Produto: linha Fit;
Fabricante: Atenua Som;
Diferenciais: redução acústica de 30 dB, conforto térmico e design minimalista com fabricação sob medida, sem alterar a fachada do prédio ou precisar quebrar a alvenaria;
Vidros indicados: insulados com peças de 4 e 6 mm, ou laminados 12 mm.

 

 

vp_cebraceLuz, temperatura e ruído sob controle
Produto: Janela Habitat;
Fabricante: Cebrace;
Diferenciais: já vem com vidros de controle solar da linha Habitat, permitindo barrar até 70% do calor e quase 100% dos raios UV, além de ter nível A em desempenho acústico, deixar a luz entrar na medida certa (sem desconforto visual) e oferecer vedação superior às janelas comuns;
Vidros indicados: de controle solar (laminados ou temperados), da linha Habitat, já fornecidos no produto.

 

vp_vekaEficiente e bonita por mais tempo
Produto: perfis de PVC Veka para portas e janelas;
Fabricante: Veka;
Diferenciais: redução acústica de cerca de 45 dB, fabricação especialmente para climas tropicais, proporcionando maior conforto térmico e baixa necessidade de manutenção e limpeza;
Vidros indicados: variáveis de acordo com as necessidades do projeto.

 


vp_weikuO melhor de dois mundos
Produto: linha Titantec;
Fabricante: Weiku do Brasil;
Diferenciais: embora produzidas em PVC, as esquadrias recebem revestimento de alumínio, reforçando seu desempenho térmico e acústico além de garantir design inovador e maior flexibilidade para o sistema;
Vidros indicados: variáveis de acordo com as necessidades do projeto.

 

Conheça mais sobre o assunto!

Este texto foi originalmente publicado na edição 539 (novembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Reflexos da sua criatividade

É difícil — talvez impossível — encontrar qualquer residência ou espaço comercial que não tenha um espelho: esse produto tem uma versatilidade muito grande, que permite sua aplicação em qualquer lugar, nos mais diversos tamanhos, formatos e composições.

Por isso, na hora de fornecer espelhos para um cliente, a criatividade de um vidraceiro faz toda a diferença. Vários desses profissionais já estão apresentando soluções criativas. Com isso, conseguem cativar o comprador e convencê-lo a ampliar a área espelhada de sua obra. Algumas das inúmeras possibilidades de soluções podem ser vistas a seguir.

 

espelhos-guardian

Reflexo bicolor
Se seu cliente estiver em dúvida entre um espelho prata ou bronze, por que não combinar os dois? O Bistrô do Jardim, na Casa Cor Rio de Janeiro 2016, tinha espelhos com duas cores diferentes combinando com o papel de parede. As peças ressaltaram e se integraram à estética do banheiro.

Projeto: Ricardo Melo e Rodrigo Passos
Espelhos: bronze e prata, da Guardian
Instalação: Vidraçaria Maracanã

 

Material com mais de mil e uma utilidades!
Segundo a arquiteta Bea Carneiro, da Se7e Arquitetura, o mercado implora por projetos inusitados. “O cliente necessita de um espaço com identidade própria. O pensamento ‘fora da caixa’ é imprescindível”.

É aí que o espelho entra: “Arquitetos e engenheiros têm descoberto, cada vez mais, um material com versatilidade, beleza e elegância, e o resultado da criatividade desses profissionais no seu uso já é visível”, observa Viviane Moscoso, gerente de Produtos da Vivix. Viviane Sequetin, gerente de Produtos Interiores da Guardian, concorda: “O visual clean também está de acordo com a arquitetura minimalista valorizada atualmente, além de contar com uma vasta diversidade de aplicações”.

espelhos-agcAssentos flutuantes
Espelhos revestem o ‘hall’ de entrada e toda a recepção do edifício Bella Torre, em Maringá (PR). Com as peças em toda a área ao redor do sofá embutido no local, tem-se a impressão que ele está suspenso no ar.

Projeto: Etni Arquitetura
Espelhos: Mirox Premium prata, da AGC
Instalação: Serginho Vidros (espelhos fornecidos pela Ouro Vidros Maringá)

O primeiro passo para a valorização do espelho é conhecer suas características e benefícios. “Para entender seu potencial, o vidraceiro deve se qualificar e fazer pesquisas de referências”, aconselha Estefânia Oliveira, analista de Marketing da AGC.

Exemplos diferenciados também convencem o cliente. Ana Carolina Granado, coordenadora de Mercado da Cebrace, sugere: “O profissional pode mostrar fotos do produto em obras e mostras de decoração.”

 

espelhos-vivix

Sem teto para a imaginação
Como valorizar um grande lustre italiano da década de 1960 em um ambiente com pé-direito (ou seja, a distância do piso ao teto) baixo? A solução foi espelhar completamente o teto — assim, o espaço ganhou amplitude visual, como se o pé-direito tivesse dobrado.
Projeto: Santos & Santos Arquitetura
Espelhos: Spelia prata, da Vivix
Instalação: MEC Vidros

 

Aliado da arquitetura
Os arquitetos consultados por O Vidroplano consideram o espelho um recurso estratégico para ambientes. Veja suas vantagens:
Profundidade visual: a designer Patricia Pasquini os utiliza bastante, em ambientes pequenos, por considerá-los um recurso que ajuda a ampliar o espaço e a deixá-lo aconchegante;
Camuflagem: para o arquiteto Zezinho Santos, da Santos & Santos Arquitetura, também são valiosos para revestir e ocultar elementos indesejados, como pilares ou vigas;
Iluminação e integração: o arquiteto Ricardo Melo destaca o papel do material de aumentar a claridade dentro do ambiente.

 

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Tornando perfeitas as imperfeições
Com a derrubada de paredes para a integração da cozinha ao ‘living’ no apartamento desta foto, muitas de suas vigas ficaram aparentes. O que poderia ser um defeito virou uma qualidade após elas serem revestidas com espelhos bronze, disfarçando-as e integrando-as à decoração.

Projeto: Patricia Pasquini
Espelhos: bronze, da linha Vivânce, da Cebrace
Instalação: Silvestre Vidros
Veja mais projetos com aplicações criativas de espelhos

Este texto foi originalmente publicado na edição 538 (outubro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Reflexos da sua criatividade – conteúdo extra

Gostou dos exemplos apresentados na reportagem da versão impressa de O Vidroplano sobre as inúmeras possibilidades que o espelho oferece para encantar seus clientes? Acredite, eles dão só um “gostinho” do que pode ser feito com esse produto: há muitos outros modos de inovar, seja em formatos, composições, tamanhos e até na finalidade de sua aplicação.

Despertamos sua curiosidade? Então veja mais exemplos interessantes do uso de espelhos logo abaixo.

 

Mosaico espelhado

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É possível inovar em um espelho no banheiro? Claro que é! Que o diga esse projeto, em um apartamento de São Paulo: várias peças foram usadas para compor um grande mosaico. Todas elas foram produzidas a partir de uma única chapa, para garantir que não haveria qualquer diferença — por mínima que fosse — entre as cores de cada uma.

Projeto: Marcelo Borges
Espelhos: prata, da Cebrace
Instalação: CBS Vidros

 

Tamanho e requinte que impressionam

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Para ampliar o espaço desta sala em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, uma parede inteira foi revestida com espelhos — cada peça, com 0,75 m de comprimento e 0,9 m de altura. Mas o diferencial não está só no tamanho; todos os espelhos foram bisotados, agregando elegância (além de amplitude) ao ambiente.

Espelhos: prata, da Cebrace
Instalação: Vidraçaria Possidonio

 

Reflexões nos reflexos

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Para a Casa Sebrae, elaborada na edição 2016 da Casa Cor Ceará, o uso de espelhos infinitos (dispostos de frente um para o outro) mostrou-se uma solução inteligente, barata e de forte impacto. Fora do local, também foram instalados espelhos sobre trilhos, cuja função não era só refletir os visitantes, mas também fazer estes refletirem: as peças eram usadas como um mural em que cada pessoa podia deixar sua mensagem para as arquitetas Bea Carneiro e Ticiana Sanford, criadoras do projeto.

Projeto: Se7e Arquitetura
Instalação: Color Glass

 

No formato da sua escolha

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Quem disse que espelhos só podem ser retangulares ou circulares? Se alguém que pensava assim passou em frente ao prédio da (Fiesp), em São Paulo, em abril de 2015, logo descobriu seu engano. Lá, e também em duas estações do metrô, foram expostas as peças da obra Puzzle, com espelhos recortados em forma de quebra-cabeça para revestir estruturas representando grandes peças desse jogo. A obra fez parte da iniciativa SelfAzul, apresentando o autismo de forma lúdica para a sociedade.

Projeto: Eduardo Srur
Espelhos: prata, da Guardian
Beneficiamento: Speed Temper

 

Sala de espelhos

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Os espelhos roubaram a cena na edição 2016 do Elle Fashion Preview, considerado um dos eventos de moda mais importantes do Brasil, realizado no Rio de Janeiro. Uma cabine de espelhos com fitas de LED cercava quem entrava nela com reflexos e efeitos infinitos. Nesse espaço futurista, era possível ainda gravar vídeos de trinta segundos para compartilhamento instantâneo nas redes sociais.

Projeto: Vivix
Espelhos: Spelia prata, da Vivix
Instalação: Dream Factory

 

Atenção na instalação!
– A norma NBR 15198 — Espelhos de prata – Beneficiamento e instalação deve sempre ser seguida para trabalhos com espelhos;
– A base onde o espelho será instalado precisa estar limpa, seca e livre de substâncias que possam agredir sua superfície;
– Deixe uma folga de pelo menos 3 mm entre o espelho e a base, para permitir a circulação de ar;
– Ao instalar mais de um espelho numa mesma superfície, deve haver uma folga de 1 mm entre eles;
– A fixação química de espelhos só pode ser feita com adesivos neutros, aplicados na vertical.

 

Este texto é um conteúdo digital exclusivo da edição 538 (outubro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

 

 

Usinas vidreiras apostam em redes sociais para se aproximar dos clientes

mundodovidro-internet_agcA AGC acaba de lançar no YouTube o canal Clube do Vidro AGC (foto ao lado). O objetivo é compartilhar informações variadas sobre seus produtos por meio de vídeos publicados quinzenalmente, incluindo dicas técnicas e de instalação do material, sugestões de aplicação e entrevistas com especialistas. De acordo com a empresa, também serão realizados sorteios e promoções para os inscritos.

 

 

 

mundodovidro-internet_guardianEm tempo real no Facebook
A Guardian preferiu investir em outra rede social, dando início a uma série de lives (transmissões de vídeos ao vivo) em sua fanpage no Facebook para a divulgação de informações técnicas. A iniciativa é desenvolvida com a Ci&Lab, Grupo Setor Vidreiro e outros parceiros. Já foram realizadas duas ações desse tipo. Uma delas contou com a participação do arquiteto Olegário de Sá (foto ao lado), enquanto a outra apresentou os detalhes da norma NBR 15575 — Edificações habitacionais – Desempenho. O conteúdo das apresentações está disponível nos canais da Guardian no Instagram (bit.ly/2x86hBA) e YouTube (bit.ly/2fbbGBT). De acordo com a fabricante, novidades como essa serão realizadas toda semana.

Mais informações: bit.ly/2xZfEkq (Canal do Vidro AGC) e bit.ly/2x10PQQ (fanpage da Guardian)

Este texto foi originalmente publicado na edição 537 (setembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.