16º Simpovidro une elos e gerações do setor vidreiro

De 31 de outubro a 3 de novembro, o Vila Galé Alagoas, no município de Barra de Santo Antônio, recebeu a 16ª edição do Simpovidro, evento bienal organizado pela Abravidro. E quem participou desse que é o principal encontro vidreiro da América Latina pôde conferir ao vivo a relevância do simpósio: é ali, em meio às palestras, em meio aos momentos de lazer com as famílias e de networking com outros profissionais, onde nosso setor consegue olhar ao redor, refletir sobre seus movimentos e analisar o caminho a seguir.

 

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Panorama do ano
A tradicional cerimônia de abertura contou com discurso do presidente da associação, Rafael Ribeiro, e também dos executivos das quatro usinas que atuam em solo brasileiro (e patrocinadoras do evento): AGC, Cebrace, Guardian e Vivix. O simpósio teve ainda como apoiadoras as empresas Biesse, Bottero, Diamanfer, Glass South America, Glass Control, GlassParts, Gusmão Representações, Italotec, Keraglass, Kuraray, Latamglass, Lisec, Screenline, Sglass e Vetro Máquinas.

Ribeiro fez uma breve análise do mercado vidreiro ao longo de 2024, um período cheio de dificuldades para os negócios das empresas. “Iniciamos o ano com números fracos no Termômetro Abravidro, sem reação de consumo nos dois primeiros trimestres. Como se não bastasse, no final de abril, o Rio Grande do Sul sofreu com o desastre das enchentes, trazendo redução drástica no consumo do vidro na região, e resultando em danos estruturais sérios em três processadoras de vidro”, comentou. Em nome dos gaúchos, ele agradeceu aos diversos profissionais que ajudaram as empresas a se reconstruírem.

Os altos volumes de importação de float e também de vidros processados, além da abertura de um novo processo antidumping do float incolor, para três novas origens, foram outras preocupações mencionadas. “A Abravidro, como sempre, tem acompanhado de perto os movimentos de mercado, e promovido iniciativas de proteção da cadeia vidreira inclusive junto ao Governo Federal. Prezaremos sempre pela proteção da indústria nacional, mas, acima de tudo, o interesse dos processadores de vidro, que são os nossos associados”, assegurou.

Por fim, apesar de todas as dificuldades vividas, Ribeiro deixou uma mensagem de esperança — afinal, é também disso que o Simpovidro se trata: “Nossos familiares estão aqui para diversão, mas é nossa obrigação, como empresários, aproveitar esse momento para interagir com fornecedores, trocar informações com colegas e refletir sobre os temas apresentados pelos nossos palestrantes. Eu serei otimista!”.

 

A palavra das usinas
Um dos momentos mais aguardados pelos participantes do Simpovidro são os discursos das usinas de vidro com atuação no Brasil na abertura do evento. Este ano, AGC, Cebrace, Guardian e Vivix revelaram ao mercado suas visões a respeito do presente e futuro do segmento.

 

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AGC: foco em agregar valor
O presidente da AGC e diretor-geral de Vidros Arquitetônicos da fabricante para a América do Sul, Isidoro Lopes, comentou que, ao longo de sua história de mais de 117 anos, a multinacional japonesa ajudou a impulsionar a indústria mundial por meio do nosso material. “O vidro é um dos principais negócios da AGC mundialmente. Estamos focados na agregação de valor e nos vidros refletivos para a nossa região”, afirmou. Para Lopes, o futuro do segmento é de otimismo — e isso vem do fato de que o vidro é cada vez mais protagonista em um mundo que procura soluções inovadoras e sustentáveis: “O material tem papel no combate às mudanças climáticas, trazendo economia e eficiência energética aos edifícios. É nossa responsabilidade como indústria buscar a redução de emissões em toda a produção”. A prova disso está no Projeto Volta, uma parceria tecnológica com a francesa Saint-Gobain para a construção de uma fábrica de fusão híbrida nas instalações da AGC em Barevka, na República Tcheca. A iniciativa prevê a redução de até 75% na emissão de CO2 durante os processos fabris. Lopes comentou ainda alguns dados de segmentos consumidores de vidro, como a construção civil (que tem expectativa de crescimento na ordem de 3,5% este ano), automotivo (projeção de 10% de crescimento) e o moveleiro (que deve aumentar em 8% o uso de vidro nos móveis), citando ações para expandir a produção de vidros para automóveis. “O mix de produtos em nosso mercado ainda é simples, mas está evoluindo. Se tivermos um pouco de estabilidade, a demanda subirá”, comentou.

 

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Cebrace: perspectivas de mercado
Os dois diretores-executivos da Cebrace, joint-venture entre NSG e Saint-Gobain, falaram durante a cerimônia. Lucas Malfetano, representante da NSG, disse que o Simpovidro sempre é um encontro especial para a empresa, ainda mais este ano, quando a usina completou cinco décadas de existência: “É um privilégio estar aqui com parte do nosso time, representando toda nossa equipe que trabalha para oferecer o melhor produto e serviço possíveis. O reconhecimento é para todos os colaboradores”. A Cebrace também vê com esperança uma melhora no desempenho do mercado. “Acreditamos em crescimento neste ano e também no próximo. Estou para fazer trinta anos no mercado do vidro e nunca estive tão otimista sobre o potencial do vidro como estou agora. Há muito espaço para aumentar o consumo do material no País, tanto de insulados e vidros de valor agregado para eficiência termoacústica”, apontou. A sustentabilidade teve destaque: segundo Malfetano, a Cebrace reduziu 20% da emissão de CO2 nas operações. E uma novidade foi revelada: o vidro texturizado 8 mm será relançado para atender a demanda do mercado.
Wiltson Varnier, que representa a Saint-Gobain, estreou no Simpovidro este ano com uma fala cheia de confiança: “Chego em um momento de otimismo. Posso assegurar que na Europa e China o cenário não é esse. Teremos crescimento no mercado brasileiro em 2024 e 2025”. Para ele, a descarbonização dos processos industriais será uma constante cada vez mais intensa. “Temos a possibilidade de provocar impactos positivos nas indústrias consumidoras: podemos impactar no sentido da descarbonização. O setor automotivo e de construção emitem mais da metade do CO2 do planeta. Estamos engajados em nossas ações e na mobilização de nossos parceiros para o assunto”, comentou.

 

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Guardian: busca por processos automatizados
“O Simpovidro destaca o impacto que geramos para a indústria e para a construção civil”, apontou o diretor-executivo para a América do Sul da Guardian, Renato Poty. Ele fez uma breve análise dos sinais positivos vistos na economia nacional atualmente, como a baixa histórica da taxa de desemprego e a inflação controlada, o que fortalece o poder aquisitivo. Por outro lado, a taxa de juros segue elevada, o que pode comprometer investimentos no Brasil. “Setores de médio e alto padrão sofrem mais com juros elevados”, revelou. Segundo ele, a oferta e a demanda por nossos produtos estão desbalanceadas, com a entrada de importados afetando o valor do vidro no mercado brasileiro. “Nossa aposta é no aumento de 3% na demanda por vidros este ano. Esse número deve se manter entre 2% e 3% em 2025”, indicou. Segundo Poty, o segmento vidreiro tem um desafio crescente com a falta de mão de obra qualificada — o que pode gerar desequilíbrio nas empresas caso não se invista em tecnologia e na automatização dos processos: “Precisamos avançar na digitalização de nossos negócios. O futuro depende da capacidade de inovar. Espero que este evento inspire nossas ideias e caminhos nesse sentido”. Poty também comentou a importância do vidro na arquitetura moderna, por valorizar a integração entre ambientes e a entrada de luz natural, conceitos essenciais para tornar as construções mais sustentáveis. Em relação ao tema da sustentabilidade, a Guardian lançou as declarações ambientais de produto, um compromisso em medir e reduzir o impacto de seus vidros no meio ambiente.

 

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Vivix: investimentos no setor
A Vivix completou dez anos de atividades em 2024, como bem lembrou o presidente da usina, Henrique Lisboa: “Nascemos com o propósito de contribuir com a evolução do mercado e acreditamos que faremos isso em conjunto com a evolução dos clientes”. Entre as iniciativas recentes da empresa para atingir esse objetivo, está o Vivix Facilita, plataforma para trabalho integrado com clientes com diversas funcionalidades. Segundo Lisboa, as duas áreas prioritárias da Vivix são transformação digital e a agenda ESG. “Recebemos um prêmio da Siemens em inovação. Além disso, nossa agenda é guiada pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Investimos 200 milhões de reais em uma usina de geração solar e toda nossa energia consumida será gerada a partir de fontes sustentáveis”, informou. Em relação ao mercado, confiança é a palavra-chave daqui pra frente. “Nos próximos sete anos devemos crescer 4% ao ano. No mundo o consumo de vidro deve crescer 5%, muito por conta dos vidros para painéis solares”, revelou Lisboa. O projeto do segundo forno da usina, anunciado em junho de 2022, seguirá assim que as projeções positivas de aumento de consumo de vidro no  Brasil começarem a se concretizar. “Seremos responsáveis, não queremos causar nenhum dano com a implementação de uma planta no momento errado. Mas a construção é uma decisão já tomada.”

 

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Lazer e interação
Outro importante pilar do Simpovidro são os momentos de lazer e de interação. Para isso, a Abravidro preparou uma programação diversa, incluindo esportes, como vôlei de praia, tênis e beach tênis. Na noite de sexta-feira, os participantes aproveitaram o luau para trocar ideias e ouvir música. E não podemos deixar de mencionar a festa de encerramento, no sábado à noite, realizada logo após o jantar, animada pelo show do grupo Soraya e Banda Platinum.

 

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Reflexões finais
Como é tradição no evento, após as palestras do sábado, o presidente da Abravidro e executivos das usinas voltaram ao palco para analisar o evento. Rafael Ribeiro demonstrou satisfação com o que viu ao longo dos dias: “O Simpovidro é um espaço de reflexão e de debate da cadeia. Este ano, mais uma vez, atendemos esse anseio. Agradeço a cada um de vocês pela participação.”

O gerente-executivo Comercial e de Marketing da Divisão de Vidros Arquitetônicos para a América Latina da AGC, Marcelo Botrel, lembrou que está de volta ao setor depois de bastante tempo e agradeceu pelo acolhimento recebido. “Temos muitos desafios enquanto mercado, mas os desafios vêm acompanhados de oportunidades. Nós, da AGC, estamos prontos para enfrentar esses desafios juntos”, afirmou.

Flavio Vanderlei, gerente Comercial da Cebrace, é mais um profissional com experiência no setor, presente no Simpovidro desde 2003. “Este vai ser o 4º ano consecutivo de crescimento da economia brasileira. A reforma tributária ainda trará benefícios e a construção civil está aquecida”, lembrou, otimista.

O gerente-comercial Sênior da Guardian, Rafael Rodrigues, também abordou o abastecimento do mercado, reforçando o compromisso da empresa com as demandas. Ele ainda incentivou a participação no Guardian Top Projects 2025, premiação que reconhece trabalhos com vidro nas áreas de construção civil, arquitetura e design.

O último a falar foi o gerente Comercial da Vivix, Daniel Gifford. “Contratamos três consultorias e todas estimam crescimento de 4% do nosso mercado em 2025”, revelou. O executivo lembrou que há muito potencial de crescimento para o vidro no Brasil, e que esse incremento deve estar ancorado em vidros de maior valor agregado: “Para isso, precisamos que a cadeia trabalhe em conjunto”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Marcos Santos e Andreia Naomi

Inteligência artificial: palestra de Pedro Doria no 16º Simpovidro

Quem é?
Jornalista, escritor e palestrante, é colunista da rádio CBN e do jornal O Globo. Responsável pela direção de algumas das principais redações do País ao longo dos anos, fundador da startup de jornalismo Meio e autor de bestsellers sobre a história do Brasil.

Tópicos abordados
– Homogeneização da cultura: esse é um dos impactos dos algoritmos da inteligência artificial (IA) no mundo, e isso se reflete em todos os aspectos da cultura – pela primeira vez temos as mesmas referências visuais sobre política, esportes, moda, arquitetura etc. Plataformas como o Instagram e o Pinterest passam a ditar a moda, e o que é tendência em um canto do mundo passa a ser também em outro;

– Gerações da IA: atualmente, o mundo vivencia a 3ª geração, que consiste na inteligência artificial generativa – alguns exemplos são ferramentas como o Midjourney e o ChatGPT; a versão 2.0 deste último, inclusive, passou no Teste de Turing, criado para definir quando uma tecnologia se torna “independente”;

– Aliada ou ameaça?: embora diversas obras de ficção científica indiquem que a IA pode acabar com as pessoas, ela não tem a capacidade de perceber a própria existência por meio do pensamento. Contudo, é preciso ter cuidado com sua capacidade de persuasão;

– O futuro desse cenário: ainda não se sabe se, entre cinco e vinte anos, a humanidade permanecerá no controle sobre os modelos de IA. Mas já é possível afirmar que essa tecnologia vai pegar nosso mundo e virar de cabeça para baixo.

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos e Andreia Naomi

Perspectivas econômicas: palestra de Ana Maria Castelo no 16º Simpovidro

Quem é?
Coordenadora de Projetos da Construção na Fundação Getulio Vargas/Ibre desde 2010, onde comanda e desenvolve estudos e análises setoriais. É responsável pela divulgação de dois importantes estudos para o setor da construção – o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) e a Sondagem da Construção.

Tópicos abordados
– Análise do Brasil em 2024: este ano, o País teve um crescimento acima do esperado, com mercado de trabalho forte e segunda menor taxa de desemprego da série histórica; por outro lado, há a dúvida se esse crescimento é sustentável – isto é, se há o potencial de crescer sem gerar inflação;

– Crescimento da construção: a alta vem num ritmo muito forte em 2024, superando o nível pré-pandemia. Olhar para esse segmento é importante para avaliar a sustentabilidade do crescimento, porque se trata de um elemento fundamental dos investimentos;

– As “dores do crescimento”: a escassez de mão de obra em relação à demanda e o aumento dos custos dessa mão de obra são fatores que levam à discussão da sustentabilidade do atual momento da construção civil nacional;

– Desafios e tendências para 2025: entre eles estão a ampliação dos investimentos em infraestrutura, a diminuição do déficit habitacional e o aumento na participação das profissionais mulheres na construção. É preciso também melhorar a taxa de investimento, pois isso permite que tenhamos condições de crescer sem pressionar a inflação.

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos e Andreia Naomi

Panorama político: palestra de Creomar de Souza no 16º Simpovidro

Quem é?
Historiador, mestre em relações internacionais e doutorando em política comparada pela Universidade de Brasília, é fundador da Dharma Political Risk and Strategy, hub de inteligência e estratégia em assuntos públicos e prevenção de risco. Atuou em 2019 como coordenador da Frente Parlamentar Mista de Economia e Cidadania Digital, via construção do Instituto Cidadania Digital.

Tópicos abordados
– A política “faz preço”: isso ocorre porque as empresas e seus resultados são altamente vulneráveis a riscos políticos. Nesse cenário, os empreendedores que melhor manejam os riscos políticos adquirem vantagem competitiva mais robusta;

– Riscos atuais: as tensões geopolíticas e militares na Europa, Oriente Médio e no entorno geoestratégico da China, o crescimento do extremismo político em democracias, os impactos das mudanças climáticas e o risco de ressurgência de crises sanitárias são alguns dos acontecimentos recentes que podem ter impacto nas empresas;

– “Lula é o mesmo, mas o Brasil mudou”: houve um foco no estímulo ao consumo no primeiro ano do mandato, um pensamento parecido com o realizado vinte anos atrás, e uma tentativa de estabelecer diálogos com o Legislativo com estímulos do passado – mas, hoje, o congresso tem mais apetite e interesses do que antes;

– Perspectivas para 2025: é necessário que o Poder Executivo consolide uma aproximação e ajuste melhor sua relação com o Legislativo – o desafio no próximo ano será equilibrar a pressão por corte de gastos com a parte do governo que exige maiores investimentos em um ambiente pré-eleitoral.

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos e Andreia Naomi

Como entender as pessoas: palestras de Érica Belon no 16º Simpovidro

Quem é?
Doutora em administração, mestre em educação e pós-graduada em neurociência e comportamento, com MBA internacional em gestão empresarial. Conta com mais de trinta anos de experiência atuando diretamente na gestão de times, elaboração e execução de projetos e tomada de decisões, tendo treinado mais de 80 mil profissionais.

Tópicos abordados
– Diferença entre pensar como dono e como empresário: a empresa é reflexo do dono, que precisa saber como implementar processos e estruturar seu negócio – o segredo do sucesso está em três pilares: pessoas, processos e performance;

– Valorizando a equipe: o cliente interno, que é o colaborador, importa; é preciso mostrar para ele e para o mercado que trabalhar na sua empresa é uma boa experiência, pois são as pessoas que definem o sucesso do negócio – quem está fazendo isso ganha o jogo;

– Inteligência x performance: inteligência significa competência, ou seja, tudo que se aprende na teoria. Ter inteligência não significa ter performance: o que vai mudar a realidade do negócio é ter pessoas com mentes habilidosas para saber
realizar o que é necessário;

– Entendendo de pessoas: apenas quando os empresários têm essa capacidade é que conseguem sair do âmbito estratégico; aplicar conceitos da neurociência na contratação pode ser extremamente valioso para a gestão dos colaboradores da empresa.

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos e Andreia Naomi

Negócio familiar: palestra de Isabelle Randon no 16º Simpovidro

Quem é?
Membro da 3a geração do Grupo Randon, empresa de soluções em transportes, e sócia-fundadora da IR Family & Business. Atua também na Family Business Network (FBN), uma instituição internacional que promove e fortalece o papel da família empresária em mais de 56 países.

Tópicos abordados
– Potencial da gestão familiar nas empresas: a família tem um poder enorme de levar seus valores para dentro dos negócios; a cultura de uma família impacta na cultura de identidade e na força do legado da empresa;

– Família, propriedade e empresa: esses são os três eixos da governança definidos pelo professor John Davis, renomado especialista em governança familiar. Ao organizar esses eixos, é essencial não misturar o lado pessoal com o profissional;

– Sucessão familiar de sucesso: para que isso seja possível, é importante observar o que deve ser preservado da fórmula usada pela família até ali, e o que precisa ser inovado;

– Mitos e verdades sobre o processo de sucessão: esse trabalho envolve o diálogo com sócios e herdeiros, a fim de alinhar os objetivos familiares, implementar estruturas adequadas e preparar a nova geração para a continuidade do legado – mas não significa simplesmente trocar os mais velhos pelos mais novos sem critério ou afastar a família dos negócios.

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos e Andreia Naomi

De olho nas finanças: palestra de Flávio Málaga no 16º Simpovidro

Quem é?
Sócio-fundador da assessoria Malaga|AAS, professor de Finanças Corporativas e de Contabilidade do MBA Finanças do Insper, e autor dos livros Retorno de ações e Análise de demonstrativos financeiros e da performance empresarial. É PhD e mestre em finanças, com MBA pela Boston University em microeconomics.

Tópicos abordados
– Juros elevados e economia “caminhando de lado” em 2025: os empresários não devem esperar por milagres e empurrões macroeconômicos, pois a dinâmica deverá ser a mesma dos últimos anos – uma reforma tributária que pode não mudar muito o cenário, confusão política e instabilidade fiscal;

– Cuidando das finanças do seu negócio: a empresa mais próspera, capaz de gerar mais valor, vale mais; por isso, é recomendável buscar gerar valor por meio de decisões operacionais que permitam melhorar seu modelo competitivo, entregar uma rentabilidade sobre o capital acima do custo de capital e destravar o crescimento;

– Quanto mais competitivo o segmento, mais relevantes é a gestão financeira: a inteligência ou a cultura financeira não garantem o sucesso da empresa, mas são condições necessárias observadas naquelas que conseguem prosperar, obter êxito financeiro e gerar valor.

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos e Andreia Naomi

Perto do fim

rafaelribeiro-nov2024O ano de 2024 vai se aproximando do seu final e, como de hábito nesta época, os dias têm sido intensos e cheios de afazeres. A sensação é de que a demanda pelo nosso material tem se mostrado mais aquecida, embora as margens ainda estejam longe do ideal. O mês de novembro concentrou dois feriados que devem impactar o faturamento das empresas, já que diminuiu o número de dias úteis.

Não posso deixar de falar aqui da 16ª edição do Simpovidro, realizada do fim de outubro ao começo de novembro, uma ótima oportunidade de encontrar amigos, parceiros e fornecedores e trocar ideias e impressões sobre o mercado e os desafios que temos vivido. As palestras trouxeram provocações e reflexões interessantes, as quais proporcionaram ótimas conversas à beira da piscina e do belo mar da região! As perspectivas trazidas pelos executivos das usinas de base também injetaram uma boa dose de entusiasmo, com previsão de crescimento do nosso mercado não apenas este ano como nos que estão por vir.

E uma notícia importante deste mês que merece registro porque deve impactar o mercado a partir de dezembro foi a aprovação, pelo governo federal, do pleito da Abividro de aumento da tarifa de importação do float incolor, que sai de 9% para 25%. Diferentemente do direito antidumping, que impacta apenas algumas origens, essa medida é válida para todo o vidro float incolor que entrar no País a partir do início da vigência, por um período de doze meses. O volume de vidro float incolor importado disparou em 2023, chegando a 123 mil toneladas, maior nível desde o início do direito antidumping, em 2014. Este ano, o acumulado até outubro já beira as 122 mil toneladas – ou seja, vai superar 2023. Porém, nos últimos meses temos percebido redução nos números, resultado do aumento do frete e da moeda (dólar), além do andamento do processo de antidumping. É uma oportunidade para a indústria nacional recuperar o terreno perdido.

Espero que essa oportunidade seja aproveitada com inteligência.

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

O uso de vidro na proteção contra furacões

Recentemente, furacões, tornados e tempestades intensas atingiram a região Sudeste dos Estados Unidos e o Caribe – o mais recente foi o furacão Milton, que, apesar de ter perdido força, surgiu no Atlântico Norte como uma das tempestades mais poderosas já registradas. Nesse cenário, a proteção das janelas é estratégica, e eventuais fragilidades delas podem resultar em danos estruturais e pessoais.

Como consequência do Furacão Andrew, que varreu o Estado em 1992, a Flórida desenvolveu uma legislação para construção civil bastante rigorosa e que tem ajudado a manter edificações erguidas diante do caos climático. Segundo um artigo publicado pela organização Building a Safer Florida e pelo Programa de Comunidades com Eficiência de Recursos da Universidade da Flórida, as leis locais exigem que as janelas de imóveis sejam resistentes a impactos, sobretudo as que estão em construções localizadas a menos de 1 milha (cerca de 1,6 km) da costa, onde os ventos podem alcançar cerca de 200 km/h. Existem exigências específicas para cada região, e os sistemas são testados e recebem certificações de que estão aptos a serem usados em determinado local.

Para serem resistentes aos impactos, os vidros utilizados devem ser laminados de temperados, que podem ser insulados ou não, e as espessuras dos temperados que compõem os laminados podem ser mais espessas (dependendo da região em que serão instalados). Quando utilizado, o laminado de temperados garante que, mesmo em caso de quebra, os fragmentos do vidro permaneçam aderidos ao interlayer, evitando a dispersão de estilhaços, mantendo o vão fechado e protegendo a integridade da construção.

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: elroce/stock.adobe.com

Norma de guarda-roupas traz requisitos para uso de vidros

No final de setembro, foi publicada a norma ABNT NBR 17192 — Móveis para dormitório – Guarda-roupas – Requisitos e métodos de ensaio. A elaboração do novo documento técnico foi coordenada pela Comissão de Estudos de Móveis para Cozinha e Móveis para Dormitório (ABNT/CE-015:002.003) e contou com a participação do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37).

Avanços na normalização
Atendendo as diretrizes da ABNT, a norma de guarda-roupas teve como escopo a avaliação de desempenho por meio da especificação de requisitos como resistência, durabilidade, estabilidade e também de segurança, independentemente dos materiais, projetos ou processo de fabricação usados. “A motivação maior foi a inexistência de uma norma que tratasse exclusivamente de guarda-roupas, considerando o grande volume de fabricação e diversidade de modelos desse produto”, relata Jorge Massato Kawasaki, coordenador do Projeto de Normalização da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimovel) e da Comissão de Estudos de Móveis para Dormitório (ABNT/CE-015:002.003).

Segundo Kawasaki, o documento teve como referência a ABNT NBR 14033 — Móveis para cozinha (atualmente em processo de revisão), por sua similaridade em relação às matérias-primas utilizadas, assim como de projeto e processo de fabricação. Outra inspiração é a ISO 7170, uma referência internacional em relação aos mobiliários de armazenamento.

Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, acredita que a publicação da norma de guarda-roupas é um avanço no estabelecimento de regras para a utilização de vidros no setor moveleiro e para a aplicação correta do nosso material.

Orientações sobre o vidro
A participação do ABNT/CB-37 na elaboração da ABNT NBR 17192 diz respeito à aplicação de vidros e espelhos em guarda-roupas: as observações referentes ao uso dos materiais foram reunidas em um anexo da norma. “Conseguimos que o anexo em questão fosse normativo em vez de apenas informativo — ou seja, os requisitos presentes nele devem ser cumpridos”, frisa Clélia.

Jorge Kawasaki explica que foi definida uma série de requisitos quanto à segurança relacionada a vidros e espelhos, considerando-se que esses materiais, aplicados no sentido vertical, estão sempre suscetíveis ao impacto humano ou de outros objetos. Dessa forma, os produtos devem atender a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. Foram incluídos também importantes requisitos quanto à altura da aplicação do vidro ou espelho em relação ao piso, bem como a orientação de quando vidros de segurança devem ser utilizados.

De acordo com o texto, se o vidro for utilizado como porta, ele deve ser de segurança, seja laminado ou temperado, atendendo os requisitos presentes nas normas desses produtos (ABNT NBR 14697 — Vidro laminado e ABNT NBR 14698 — Vidro temperado, respectivamente). Caso a peça seja aplicada como revestimento em uma porta, totalmente colada em seu perímetro, poderá então ser um espelho ou vidro comum. O anexo também inclui cuidados para a colagem de vidros e espelhos no substrato do guarda-roupas (a fim de preservar a vida útil e a segurança do produto) e traz recomendações para a limpeza e manutenção das peças.

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Vadim Andrushchenko/stock.adobe.com

Missões cumpridas

Da Alemanha para Maceió, de Maceió para São Paulo: as últimas semanas trouxeram diversas missões complexas, todas devidamente cumpridas.

A primeira começou em Düsseldorf, onde estive para visitar a Glasstec, a mais importante feira de nosso segmento no mundo. Conversei com players mundiais sobre novidades da indústria e ainda pude ver a forte presença de profissionais brasileiros por lá.

Na semana seguinte, foi a vez daquilo que esperávamos ansiosamente: o 16º Simpovidro. O volume de trabalho para organizar o simpósio é proporcional à minha felicidade ao ver o evento dar certo – exatamente o que aconteceu em mais esta edição. Esse foi o meu quarto Simpovidro e a sensação é de muita satisfação. Ver pessoas com atuações tão distintas no mercado reunidas, demonstrando sinergia, capacidade de diálogo e interesse em enfrentar em conjunto os grandes desafios que temos em nosso setor, renova as energias.

O Simpovidro é uma iniciativa que dá certo porque envolve muitas pessoas comprometidas com a sua realização. Agradeço ao presidente Rafael Ribeiro e aos demais membros da diretoria da Abravidro pela confiança e apoio – e, claro, ao nosso time aguerrido e competente de colaboradores, cuja atuação de excelência há anos é reconhecida pelo mercado. Não posso deixar de citar os parceiros Bahia Eventos e Verbus Comunicação, que atuaram, respectivamente, na produção e comunicação do principal encontro vidreiro nacional. Deixo ainda meu muito obrigado aos patrocinadores, apoiadores e a todos os participantes.

Como se não bastasse isso tudo, ainda deu tempo de produzir esta O Vidroplano especial, com a cobertura desses dois eventos que colocam o setor para andar pra frente.

Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

GlassBuild America 2024 supera expectativas

A edição 2024 da GlassBuild America (GBA), realizada de 30 de setembro a 2 de outubro no centro de convenções Kay Bailey Hutchinson, na cidade de Dallas (Estados Unidos), foi a maior em dezesseis anos: de acordo com a National Glass Association (NGA), a principal associação vidreira estadunidense e organizadora da feira, o evento recebeu este ano mais de 9.400 visitantes, incluindo pessoas vindas do Canadá, México e 57 outros países, contando com 535 empresas expositoras – 115 das quais participaram pela primeira vez.

A expectativa para a GBA em Dallas era colocar ênfase renovada na inovação e nos avanços das indústrias de vidro, envidraçamento e esquadrias, além de fornecer novas soluções para os desafios atuais. Para Nicole Harris, presidente e CEO da NGA, a principal feira do nosso segmento nos Estados Unidos atingiu e superou a meta: “Tanto os expositores quanto os participantes vieram prontos para as oportunidades de negócios e conhecimentos que esperavam na GlassBuild, e isso foi demonstrado durante todo o evento”, avalia a dirigente.

Veja a seguir alguns destaques da feira.

 

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O novo VDM 1636-CN, da Bavelloni, é um centro de trabalho CNC vertical compacto e versátil projetado para perfuração, escareamento, fresamento e retificação de entalhe precisos e rápidos em um único ciclo automático; a lapidação é executada com o vidro parado, preso por ventosas, garantindo maior qualidade e velocidade. Outro destaque da empresa foi a lapidadora vertical VE500-V10 SCS, equipada com um sistema próprio para ajuste totalmente automático dos rebolos.

 

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A Biesse levou ao evento a Master 38, sua máquina CNC de cinco eixos, desenvolvida para todas as operações de usinagem que precisam de um acabamento de primeira classe. Para os clientes que necessitam de uma mesa de corte que se destaque das demais, a empresa exibiu a Genius RS-A, que oferece precisão, velocidade e alta qualidade a um preço acessível; foi apresentado ainda o centro de furação Forvet Francesca FC, para chapas de vidro planas com espessuras de 3 a 19 mm e sem limite de comprimento.

 

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De acordo com a Bottero, sua plataforma de corte EVO destaca-se pela sua modularidade e versatilidade, permitindo configurar totalmente mesas de corte flutuante segundo as necessidades específicas do cliente. A EVO também pode integrar as mesas a dispositivos de retificação e marcação em vidros low-e e a módulos de carregamento e separação, proporcionando um fluxo de produção automatizado e controlado conforme esperado na Indústria 4.0.

 

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O sistema Bovone Robotic System, da Bovone, é uma solução robótica que integra armazéns dedicados para armazenamento de chapas, duas lapidadoras verticais, uma lavadora vertical e dois ou três robôs antropomórficos multieixos que operam de forma totalmente automática. Os vidros são manuseados por braços robóticos, cuja integração permite o manuseio seguro e preciso de grandes chapas, contribuindo para o aumento da produtividade geral. Vale citar também a lapidadora ELB 11/45, que conta com alertas de substituição de ferramentas para garantir desempenho ideal.

 

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A Aura foi especialmente desenvolvida pela CMS para lapidar bordas a seco, sem o uso de água. Segundo a empresa, a máquina pode ser usada de forma autônoma ou dentro de uma linha com uma lavadora vertical, podendo ainda fazer parte de uma linha de produção de insulados. A Aura lapida peças monolíticas, laminadas ou com tratamento de baixa emissividade.

 

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O carro-chefe da Fenzi na Glass Build America 2024 foi o Butylver TPS 2020, modelo aprimorado do espaçador Butylver TPS padrão para sistemas insulados, ostentando a capacidade única de formar ligações químicas com superfícies de vidro. O TPS 2020 destaca-se por assegurar isolamento térmico superior e durabilidade duradoura, permitindo também a fabricação de formatos complexos, como designs redondos, para insulados.

 

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O espaçador termoplástico Vario TPS, da Glaston, atende os mais altos requisitos para espaçadores de borda quente, além de aumentar a longevidade dos vidros insulados. Um diferencial do produto é sua flexibilidade de produção, simplificando significativamente os processos nas linhas de insulados; além disso, a largura do espaçador entre as folhas de vidro pode ser variada de forma totalmente automática para cada unidade durante a etapa de produção.

 

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Entre os produtos apresentados pela Guardian, dois se destacaram. O SunGuard SNX 70+ é revestido por um coating low-e especial com aspecto neutro, proporcionando alta transmissão de luz sem comprometer o desempenho térmico da solução. Por sua vez, o Bird1st™ UV foi desenvolvido para ajudar a evitar colisões de pássaros com edifícios, usando um coating UV com um padrão listrado quase invisível para os humanos, mas perceptível pelas aves.

 

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O forno de têmpera oscilante Vision 800, da Keraglass, conta com um sistema de sopro de alta pressão no interior da câmara de aquecimento, com sistema de pré-aquecimento de ar a 700 °C, sendo capaz de atingir a melhor qualidade dos vidros low-e de última geração e trazendo ainda um novo sistema completo de supervisão de interface gráfica, disponível com monitor de TV touch-screen. Outra novidade da empresa foi a Vivida, impressora digital de alta definição com tinta cerâmica.

 

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A Macotec apresentou a Master Shape 3.7 FR, mesa automática para corte de vidro float em formatos com plano de suporte fixo, braços de carregamento e barras de ruptura. A máquina tem dimensões compactas e pode ser equipada com rebolo para remoção de revestimento low-e, impressora e etiquetadora automática, e com o trocador rotativo Click&Cut para agilizar a seleção do cortador correto.

 

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O Grupo Pujol destacou o forno de têmpera Temperflex, com tecnologia avançada e recursos fáceis de usar, a fim de aprimorar a capacidade de produção das processadoras; além dele, também foi exibido o Evalam Visual EVA, interlayer de alto desempenho para vidros laminados, com adesão aprimorada, proteção UV e transparência excepcional, sem amarelar com o tempo.

 

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A FPS15RS, da Schiatti Angelo, é uma lapidadora reta particularmente adequada para o processamento de espelhos, prateleiras de banheiros, vidros laminados, mesas e degraus. Ela pode ser combinada em linha com outras máquinas da empresa, agilizando todo o processo produtivo do processamento de chapas; é capaz de realizar, de forma independente, o polimento com óxido de cério, a lapidação vertical dos quatro lados dos vidros e espelhos e a rotação deles.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Divulgação NGA

Confira o guia para o 16º Simpovidro

De 31 de outubro a 3 de novembro, o setor vidreiro nacional tem um ponto de encontro oficial: o resort Vila Galé Alagoas, no município de Barra de Santo Antônio. Após ter sido realizado no Rio de Janeiro em sua mais recente edição, em 2022, o simpósio volta para o Nordeste – e, desta vez, para um Estado que nunca sediou o evento. Está pronto para conhecer as belezas de Alagoas, enquanto amplia seu networking e adquire conhecimento para enfrentar os desafios da cadeia? Pois o 16º Simpovidro chegou!

Vila Galé Alagoas
O Vila Galé Alagoas é o maior resort all inclusive de seu Estado. Inaugurado em 2022, está localizado a cerca de 75 km do Aeroporto Internacional de Maceió – Zumbi dos Palmares, à beira da tradicional praia do Carro Quebrado, um símbolo nordestino conhecido pelas falésias e piscinas naturais de água cristalina. O espaço se propõe a homenagear escritores de língua portuguesa do Brasil e de Portugal, com cada acomodação tendo a referência de um artista. A recepção conta com uma exposição focada em escritoras e também uma galeria dos vencedores do Prêmio Nobel da Literatura.

 

simpovidro2-out2024

 

Estrutura 5 estrelas
O resort oferece experiências incríveis aos seus hóspedes, graças a uma estrutura de primeira qualidade que inclui:

  • Sistema all inclusive, com refeição e bebidas (incluindo as alcoólicas) à vontade 492 quartos
  • 7 restaurantes – incluindo o Museu do Sertão, com pratos típicos locais
  • 5 bares
  • 4 piscinas – incluindo uma com 100 m de comprimento e parque aquático
  • Esportes: quadras de beach tennis, futebol, handebol e vôlei
  • Kids Club: recreação infantil com monitores

Programação pensada para sua empresa
Além dos momentos de lazer e interação, uma das marcas do Simpovidro é a programação de palestras. Este ano, serão abordados assuntos fundamentais para o dia a dia das empresas vidreiras: de gestão estratégica e de riscos a empreendedorismo e governança, passando por política, economia, ambiente digital e muito mais.

  • Dra. Érica Belon
    Gestora especialista em administração, educação e comportamento
    Lucro e liberdade: como sair do operacional e saltar para o estratégico
  • Flávio Málaga
    PhD e mestre em finanças
    Governança financeira nas empresas vidreiras
  • Isabelle Randon
    Especialista em governança familiar
    Como garantir a longevidade da sua empresa
  • Creomar de Souza
    Historiador, especialista em relações internacionais e política
    Panorama político: desafios e possibilidades
  • Ana Maria Castelo
    Mestre em economia
    Perspectivas econômicas para 2025
  • Pedro Doria
    Jornalista, escritor e especialista em tecnologia
    A Inteligência Artificial muda tudo

O que vestir
O Simpovidro pede roupas menos formais – afinal, estamos falando de um evento realizado num lugar paradisíaco. Para certas atividades da programação, no entanto, a Abravidro recomenda o uso de certos trajes. E lembre-se: as informações abaixo são somente sugestões. O participante está livre para ir como desejar!

  • Cerimônia de abertura
    Quando: quinta-feira, 31 de outubro, às 20h
    Local: Plenária Simpovidro, no Centro de Convenções do hotel
    Traje: passeio (homens com blazer com calça social sem gravata; mulheres com pantalonas, vestidos ou tailleurs e sapatos de salto médio ou baixo)
  • Palestras
    Quando: manhãs de sexta-feira e sábado, 1º e 2 de novembro
    Local: Plenária Simpovidro
    Traje: livre. Só é proibida a entrada na plenária com roupas de banho
  • Luau no caribe brasileiro
    Quando: sexta-feira, 1º de novembro, a partir das 21h, após o jantar
    Local: no gramado ao lado do restaurante da piscina
    Traje: livre
  • Jantar de encerramento (com o tema Cores de Maceió)
    Quando: sábado, 2 de novembro, às 20h
    Local: na plenária do Centro de Convenções do hotel
    Traje: homens com calça jeans ou de sarja, bermudas e camisas de manga curta e sapatos tipo mocassim ou até tênis; mulheres com vestidos leves, saias, pantalonas e sandálias com ou sem salto

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Divulgação Vila Galé Alagoas

Fachadas inclinadas têm desafios especiais

Projetar e instalar fachadas de vidro envolve diversos processos complexos – da especificação à instalação e manutenção, passando ainda pelo processamento correto das peças, manuseio etc. Se a fachada for inclinada, então, dá-lhe mais cuidados para serem levados em conta. Afinal, esse tipo de estrutura precisa de cuidados extras durante as diferentes etapas do trabalho.

Sabendo disso, O Vidroplano conversou com projetistas e instaladores para entender quais são os desafios que essas fachadas oferecem.

Positiva ou negativa?
O mais importante conceito para se analisar as fachadas inclinadas é o tipo de inclinação delas.

  • Inclinação positiva: quando a projeção da fachada ocorre para dentro da edificação – nesse caso, a estrutura se assemelha a um escorregador;
  • Inclinação negativa: quando a projeção ocorre para o lado externo da edificação – ou seja, a estrutura se assemelha a uma marquise.

É a partir dessa diferenciação que todo o projeto da esquadria e do vidro serão pensados. Por isso, você verá bastante os dois termos ao longo da reportagem.

 

O Birmann 32 é um marco da arquitetura corporativa na região da Faria Lima, um dos principais centro financeiros de São Paulo. O prédio ganhou fachadas de insulados com peças de controle solar Neutral Plus 50, da linha SunGuard High Performance, da Guardian, processadas pela GlassecViracon. A estrutura foi desenvolvida pela Itefal, com consultoria da Crescêncio Engenharia (foto: Levi Gregorio)
O Birmann 32 é um marco da arquitetura corporativa na região da Faria Lima, um dos principais centro financeiros de São Paulo. O prédio ganhou fachadas de insulados com peças de controle solar Neutral Plus 50, da linha SunGuard High Performance, da Guardian, processadas pela GlassecViracon. A estrutura foi desenvolvida pela Itefal, com consultoria da Crescêncio Engenharia (foto: Levi Gregorio)

 

Como fica a especificação
Os cálculos necessários para o dimensionamento da espessura dos vidros em fachadas inclinadas são mais complexos e exigem mais etapas do que para a vertical. É preciso considerar, por exemplo, tanto o peso próprio do vidro como as pressões de vento. “Com inclinação positiva, o vidro cria uma carga adicional sobre os suportes inferiores, o que aumenta a necessidade de reforços nesses pontos”, comenta o engenheiro-consultor da TG Technical Group, Maurício Margaritelli. “Com inclinação negativa, além da pressão negativa causada pelo vento, a tração nos sistemas de fixação é maior, exigindo maior resistência dos pontos de ancoragem e das vedações.”

Em relação às fachadas coladas com silicone estrutural, é essencial prestar maior atenção à estrutura de suporte. O silicone resiste aos esforços de vento, mas não pode ser responsável por suportar o peso do vidro. “Para isso, é necessário prever reforços mecânicos, como ganchos ou suportes secundários, que possam aguentar as cargas verticais. A omissão desse cuidado pode comprometer a segurança da fachada”, alerta Margaritelli. “Além disso, as larguras das juntas estruturais devem ser maiores, para suportar a força constante de arrancamento”, informa o diretor da Avec Design, José Guilherme Aceto.

O clima também deve ser levado em conta. Se a fachada estiver em uma região sujeita a neve, por exemplo, o peso dela precisa ser considerado em fachadas inclinadas positivamente. Esse não é o caso do Brasil, embora o Sul do País seja uma região marcada por frequentes geadas durante as épocas frias do ano – o que traz maior carga ao vidro instalado nesse tipo de estrutura.

 

Parte das placas laminados da fachada do Faria Lima Plaza, em São Paulo, foi montada com diferentes inclinações positivas e negativas, o que representou grande desafio na hora da especificação – a Crescêncio Engenharia prestou consultaria para a montagem da estrutura (foto: Divulgação Crescêncio Engenharia)
Parte das placas laminados da fachada do Faria Lima Plaza, em São Paulo, foi montada com diferentes inclinações positivas e negativas, o que representou grande desafio na hora da especificação – a Crescêncio Engenharia prestou consultaria para a montagem da estrutura (foto: Divulgação Crescêncio Engenharia)

 

Em busca da instalação perfeita
Parece óbvio, mas vale ser ressaltado: devido à inclinação, o acesso dos operários para a instalação desse tipo de fachada é muito mais complexo – e, por isso, equipamentos devem ser usados para superar esses obstáculos e oferecer a segurança necessária à equipe que está realizando essa atividade (como balancins). “Toda a operação logística de transporte vertical até a instalação é sempre um grande desafio. Outro aspecto importante é o cuidado que se deve ter com a precisão da montagem da fachada. Nesse caso é importante considerar equipamentos de controle de dimensão a laser, e até estações topográficas, para evitar desvios que venham a comprometer a qualidade final da esquadria”, afirma Petrucci.

Para o engenheiro Henrique de Lima, diretor-presidente da Itefal, o tipo de sistema da fachada influencia as dificuldades no momento da instalação. “O sistema unitizado requer maior cuidado na hora de encaixe e acomodação dos painéis. Os painéis precisam ser posicionados na angulação da inclinação e, como estão içados, esse processo requer mais atenção e habilidade”, comenta. “Já no caso do sistema stick, o principal cuidado está no equipamento auxiliar de instalação, uma vez que as inclinações interferem no distanciamento habitual de balancins, por exemplo, obrigando em algumas situações o trabalho com cabos guia ou avanços pantográficos, a fim de conseguir o acesso necessário.”

 

Com inclinação negativa de 10 graus, o Terminal Marítimo de Passageiros de Salvador possui 4.800 m² de laminados verdes (12 mm), da Guardian, processados pela Iguatemi Vidros (foto: Xico Diniz)
Com inclinação negativa de 10 graus, o Terminal Marítimo de Passageiros de Salvador possui 4.800 m² de laminados verdes (12 mm), da Guardian, processados pela Iguatemi Vidros (foto: Xico Diniz)

 

Outros tópicos relevantes para a hora de projetar

  • Mais sobre os ventos: a pressão de vento em uma fachada inclinada é afetada pela geometria da estrutura. O vento pode gerar pressão positiva, quando empurra o vidro para dentro, e pressão negativa, chamada de sucção, quando puxa o vidro para fora. Essas variações afetam não apenas a resistência do vidro, mas também os perfis de ancoragem e os sistemas de fixação, os quais devem ser dimensionados para resistir a esses esforços combinados. Segundo Aceto, da Avec, o peso dos vidros laminados deve ser considerado como carga permanente nas fachadas de inclinação positiva quando submetidos à tensão máxima admissível de 5,7 MPa (megapascal, unidade para medir pressão), conforme indicam a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil — Projeto, execução e aplicações e normas internacionais. Em uma instalação que sofrerá com rajadas de vento, esse valor aumenta para 23,3 MPa. “No entanto, muitas vezes, somente o peso das peças excede essa tensão, sendo um impeditivo para uso de chapas somente laminadas. Já para vidros com tratamento térmico, sejam temperados ou termoendurecidos, a tensão admissível passa a ser de 52 a até 93 MPa”;
  • Vedação: numa fachada positiva, o sistema de vedação precisa ser determinado considerando a área de contribuição de água decorrente dessa projeção. “Nesse caso a geometria das gaxetas de vedação e dos perfis de alumínio deve ser desenvolvida para proporcionar o escoamento para o lado externo”, explica Crescêncio Petrucci, sócio-fundador da Crescêncio Engenharia. “Já na fachada negativa, as exigências em relação à estanqueidade da esquadria são diferentes, pois a gravidade atua sempre a favor”;
  • Deflexão do vidro: dependendo da inclinação e da espessura do vidro adotado, o peso da chapa pode ocasionar flexão no centro dela, provocando um efeito de distorção óptica indesejado.

Como manter as estruturas em ordem
É possível afirmar que o processo de manutenção das fachadas inclinadas pode ser mais desafiador que a própria instalação da estrutura. “Diversas fachadas contemplam pinos receptáculos para ancoragem de equipamentos que propiciam acesso às fachadas. Há de se destacar também que, em função de seu posicionamento, fachadas positivas sofrem maior acúmulo de chuva bem como sujidades e, dessa forma, requerem limpeza em intervalos de tempos menores”, alerta Henrique de Lima, da Itefal.

Pinos de retenção (comumente mados de washing bolts) e pinos de desvio de direção são fundamentais para garantir aos operários as condições de segurança, equilíbrio e mobilidade necessárias durante o processo de limpeza e manutenção. Em alguns empreendimentos, o uso de equipamentos mecânicos como gôndolas ajuda de forma efetiva esse tipo de trabalho.

Por isso, é crucial monitorar regularmente o estado dessas fixações e reforços mecânicos, especialmente em fachadas coladas com silicone estrutural, para garantir que os sistemas estejam funcionando conforme o projeto.

 

Em formato de pirâmide, o Hospital de Amor, em Barretos (SP), ganhou vidros laminados Sunlux (10 mm), da AGC, nas versões azul e com serigrafia. Responsável pela instalação, a Avec Design utilizou o sistema Ecoglazing, desenvolvido pela própria empresa (foto: Divulgação Avec Design)
Em formato de pirâmide, o Hospital de Amor, em Barretos (SP), ganhou vidros laminados Sunlux (10 mm), da AGC, nas versões azul e com serigrafia. Responsável pela instalação, a Avec Design utilizou o sistema Ecoglazing, desenvolvido pela própria empresa (foto: Divulgação Avec Design)

 

Eficiência energética
“A escolha correta da inclinação, combinada com vidros de controle solar, pode reduzir o consumo de energia no edifício”, explica Maurício Margaritelli. “No entanto, inclinações malprojetadas podem resultar em problemas de superaquecimento, especialmente em fachadas com inclinação positiva e grande exposição solar.”

Nas fachadas com inclinação positiva, a exposição aos raios solares é mais prolongada, já que o ângulo amplifica a exposição direta ao Sol, aumentando o ganho térmico e fazendo com que a temperatura do vidro atinja valores mais elevados.

Por isso, o dimensionamento da espessura e a escolha da peça devem considerar o acréscimo de temperatura. Para os casos de fachadas com inclinação negativa, esse tipo de preocupação é relativamente menor.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Levi Gregorio

Conheça mais sobre vidros extragrossos

Uma orientação recorrente na seção “Para sua vidraçaria” é a busca de temas que levem sua empresa a se diversificar em relação à concorrência, deixando de se limitar aos produtos e serviços básicos e oferecendo soluções diferenciadas com valor agregado. Há vários vidros que fogem do padrão convencional em algum aspecto – por exemplo, na espessura.

Nas páginas a seguir, O Vidroplano apresenta um pouco sobre os vidros chamados extragrossos, com especialistas do nosso setor indicando o que torna esses produtos atrativos, as aplicações mais indicadas e as dicas para atender as particularidades no trabalho com eles.

Quando um vidro é considerado extragrosso?
Segundo Leandro Gonçalves, gerente de Projetos da Divinal Vidros, normalmente essa classificação é dada para peças com espessura a partir de 12 mm de espessura, seguidas por opções de 15, 19 e 25 mm: “Esta última é utilizada para aplicações muito específicas e não é um produto facilmente encontrado no mercado, sendo, geralmente, importada; poucas empresas mantêm estoques dessa espessura”, explica.

Fábio Reis, gerente de Desenvolvimento de Produtos da Guardian, observa que essa classificação pode variar dependendo da fabricante do vidro e das normas regionais. Sua orientação: “Se tiver necessidade de especificações detalhadas para um projeto específico, é sempre recomendável consultar o fornecedor ou as normas técnicas”.

 

Mesa de jantar Pi: peça, elaborada pela designer Jacqueline Terpins, é inteiramente feita de vidros float 15 mm, tanto no tampo como nas pernas (foto: Cris Martins)
Mesa de jantar Pi: peça, elaborada pela designer Jacqueline Terpins, é
inteiramente feita de vidros float 15 mm, tanto no tampo como nas pernas (foto: Cris Martins)

 

Da estética à resistência
Vidros extragrossos costumam ser amplamente usados na área de decoração, aplicados como tampos de mesas, prateleiras ou em mobiliários. A marca de design de móveis de vidro Glass11, por exemplo, conta com peças feitas com vidros extragrossos, feitos por eles mesmos. “Começamos a produzir vidros de grande espessura com o pedido do nosso parceiro Arthur Casas: ele queria o impacto de um vidro de 80 mm. Tentei e tentei por anos, até que decidi desenvolver um forno exclusivo para isso. Hoje, produzimos vidros de até 80 mm de espessura e chamamos essa nossa linha de ‘vidros rocky’”, conta Matheus Primo, proprietário da Glass11. “O apelo estético é o mais desejado, os vidros são especialmente únicos – cada um tem a sua quantidade de bolhas e conformação, as quais variam de acordo com a matéria-prima, temperatura e dimensão. Os moldes também são preparados manualmente, o que traz mais personalidade para a peça.”

Mariana Ribeiro, consultora técnica da Cebrace, aponta que vidros extragrossos também podem ser aplicados em funções estruturais: “Isso é possível porque uma maior quantidade de massa no vidro garante uma melhor distribuição de cargas na peça de vidro, reduzindo a possibilidade de falhas no sistema; além disso, o vidro espesso é menos suscetível a deformações, que podem acontecer em vidros mais finos expostos a cargas permanentes”, ela informa.

E em que casos deve-se evitar peças com espessuras acima do padrão? Gonçalves responde: “Não há necessariamente uma aplicação em que os extragrossos sejam totalmente desaconselhados, mas é importante considerar as limitações técnicas de cada projeto”. Vê-se, então, que o importante é adaptar a solução ao projeto específico e às necessidades do cliente.

 

Mesa de pebolim com laterais de vidros curvos extra clear com 15 mm de espessura, fabricada pela Teckell e apresentada no Estúdio Bossa, de Marlon Gama, na Casa Cor SP 2017 (foto: Cris Martins)
Mesa de pebolim com laterais de vidros curvos extra clear com 15 mm de espessura, fabricada pela Teckell e apresentada no Estúdio Bossa, de Marlon Gama, na Casa Cor SP 2017 (foto: Cris Martins)

 

Apresentando a solução para o cliente
Um desafio recorrente na venda de vidros de valor agregado é convencer o comprador de que vale a pena adquirir um produto que trará benefícios para sua obra, em vez de levar as peças mais básicas do portfólio da vidraçaria. Quando falamos de vidros extragrossos, quais argumentos poderiam ser usados para apresentá-los e torná-los atrativos aos olhos do cliente?

Fábio Reis, da Guardian, sugere que, para incentivar o uso de vidros mais espessos, é importante ressaltar suas vantagens, como a segurança, já que são mais resistentes a impactos e arrombamentos, sendo ideais para locais que exigem proteção reforçada. Ele acrescenta que essas peças também proporcionam mais elegância e segurança em aplicações como tampos de mesas de alto padrão.

Por sua vez, Gonçalves, da Divinal Vidros, recomenda que o vidraceiro busque primeiro entender as necessidades do cliente, para então propor soluções que tragam segurança e satisfação. Por exemplo, como já apontado, vidros mais espessos agregam charme, conforto e sofisticação aplicados como tampos de mesa – mas essa especificação precisa ser feita com cuidado. “É importante avaliar fatores como a capacidade da base da mesa de suportar o peso do vidro, a fim de garantir que o produto será usado de maneira segura e adequada.”

 

Mesa Flow G11, elaborada pela Glass11 e usada no projeto de interiores do Studio Arthur Casas; produto tem bases de vidro ‘rocky’ 20 mm e tampo de vidro ‘rocky’ 50 mm, ambos na cor âmbar (foto: Divulgação Glass11)
Mesa Flow G11, elaborada pela Glass11 e usada no projeto de interiores do Studio Arthur Casas; produto tem bases de vidro ‘rocky’ 20 mm e tampo de vidro ‘rocky’ 50 mm, ambos na cor âmbar (foto: Divulgação Glass11)

 

Trabalhando com vidros extragrossos
Em geral, o trabalho com peças mais espessas que o padrão não traz muitas diferenças em relação aos cuidados com os quais os vidraceiros já estão acostumados – a maior dificuldade em seu manuseio diz respeito ao peso das peças: “Chapas de vidro extragrosso são muito mais pesadas que de vidros finos, fazendo com que muitas vezes seja necessária a utilização de máquinas para auxiliar movimentações”, indica Mariana Ribeiro, da Cebrace.

“A principal recomendação é sempre buscar fornecedores que atendam os requisitos normativos e de qualidade: quando se trata de vidros extragrossos, especialmente temperados e laminados, é essencial verificar as garantias oferecidas pelo fornecedor, certificando-se de que ele cumpre as normas técnicas vigentes”, orienta Leandro Gonçalves. Além disso, ele indica ser importante solicitar certificados de qualidade para cada tipo de produto, garantindo que o vidro utilizado esteja dentro dos padrões exigidos.

Primo, da Glass11, observa que vidros mais espessos têm particularidades para sua colagem ou encaixe com outras peças, mas comenta que sua equipe já encontrou diferentes soluções para essa atividade. Um exemplo dessa experiência é a Mesa Flow, com base de vidro rocky 20 mm e tampo de rocky 50 mm, na cor âmbar, peça desenvolvida e usada no projeto de interiores do Studio Arthur Casas. “Conseguimos expandir a ideia dos vidros especiais no mercado brasileiro com a criação desse produto, e continuaremos criando novas formas de usar o vidro; estamos disponíveis para as novas surpresas que o vidro nos trará”, comenta.

 

Escada de vidro no estande da Divinal Vidros na Fesqua 2024: degraus, feitos de vidros laminados, têm espessura total de 21 mm (foto: Divulgação Divinal Vidros)
Escada de vidro no estande da Divinal Vidros na Fesqua 2024: degraus, feitos de vidros laminados, têm espessura total de 21 mm (foto: Divulgação Divinal Vidros)

 

A Divinal Vidros já participou de diversos projetos com peças extragrossas, tanto monolíticas – caso do uso de uma de 19 mm com furações para adega, onde as garrafas de vinho eram encaixadas diretamente no vidro – como laminadas. “Nesse contexto, podemos entender o conceito de vidro extragrosso não apenas pelas espessuras individuais dos vidros, mas também pela combinação de diferentes peças laminadas, onde a espessura final do produto é o somatório das chapas de vidro e do interlayer estrutural: por exemplo, um vidro laminado temperado de 16 mm, formado por dois vidros de 8 mm com interlayer”, detalha Gonçalves.

Durante a Fesqua 2024, a processadora paulista montou em seu estande guarda-corpos com vidro laminado de 16 mm, bem como uma escada com degraus laminados, atingindo uma espessura final de 21 mm. No topo da escada, havia ainda uma passarela de vidro produzida com duas lâminas de 10 mm, totalizando 20 mm de espessura, garantindo resistência estrutural. Para Gonçalves, esses exemplos ilustram que o conceito de vidro extragrosso também se aplica à combinação de espessuras laminadas, em que o resultado final proporciona segurança, resistência e uma estética refinada em diversas aplicações arquitetônicas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: PaulShlykov/stock.adobe.com

Vidro é elemento de destaque em atrações turísticas

Foi-se a época em que grandes pontos turísticos tinham o vidro como mero coadjuvante: de uns anos para cá, em vários locais do mundo, diversas obras voltadas para o turismo têm nosso material como principal elemento arquitetônico e construtivo. No Brasil, a tendência se consolidou com a construção de mirantes em lugares como São Paulo, Canela (RS) e Balneário Camboriú (SC), que levam milhares de visitantes a suas instalações para terem novas, e belas, visões dessas cidades e da natureza que as cerca.

Para celebrar o apelo estético e visual que o vidro passou a despertar para essas construções, O Vidroplano lista alguns dos projetos mais incríveis do tipo – afinal, eles têm um papel muito importante: reforçar a imagem do vidro como um material seguro, confiável e resistente para o consumidor final. Boa viagem!

 

Foto: Rafael Cavalli/Divulgação
Foto: Rafael Cavalli/Divulgação

 

SKYGLASS CANELA
Local: Canela (RS)
Fabricante dos vidros: Cebrace
Processadora: Unividros

Um complexo de mais de R$ 30 milhões, localizado em uma bela região natural do Vale da Ferradura, a 360 m de altura sobre o rio Caí, em meio a florestas de araucárias, pássaros e animais silvestres: esse é o Skyglass Canela, inaugurado no final de 2020. O espaço é composto por três atrações:

  • Skyglass: uma plataforma de observação com 68 m de extensão, sendo 35 m sobre o Vale da Ferradura, recorde mundial para construções em cima de cânions;
  • Abusado: monotrilho instalado abaixo da plataforma, formado por dez cadeiras suspensas. Ele funciona como uma montanha-russa, mas a uma velocidade baixa, para permitir que as pessoas apreciem a vista;
  • Memorial do Ferro de Passar: museu com cerca de trezentas peças referentes a esse utensílio milenar.

Os pisos da plataforma contam com multilaminados 43 mm, compostos por peças temperadas extra clear, com interlayer estrutural SentryGlas (da Kuraray). Os guarda-corpos também são envidraçados: 42 peças de extra clear temperado e laminado (10 + 10 mm), com SentryGlas.

(Saiba mais sobre a obra em O Vidroplano nº 578, de fevereiro de 2021)

 

Foto: Fernando/stock.adobe.com
Foto: Fernando/stock.adobe.com

 

THE LEDGE
Local: Chicago, EUA
Processadora: Prelco

Um dos precursores entre os mirantes totalmente envidraçados, o The Ledge, instalado no alto do edifício Willis Tower, em Chicago, foi erguido no já longínquo 2009. Parte da atração Skydeck, espaço que conta a história da cidade americana, a estrutura conta com dois cubos de vidro a quase 400 m de altura, oferecendo visão perfeita de toda a região do lago Michigan graças ao uso de peças extra clear laminadas com SentryGlas. Os visitantes podem ficar tranquilos em relação à segurança do espaço: os cubos foram projetados para suportar 5 t de peso.

 

Foto: Cris Martins
Foto: Cris Martins

 

SAMPA SKY
Local: São Paulo
Fabricante dos vidros: Guardian
Processadora: GlassecViracon

Aberto ao público em 2021, o Sampa Sky já se tornou um símbolo paulistano: ganhou até novos decks no fim do ano passado, tamanha a demanda para visitar o espaço. A atração está no 42º andar do Mirante do Vale, prédio que foi o mais alto do País durante décadas. Com 1.400 m² de área, o Sampa Sky tem um café em suas dependências – e pode receber eventos corporativos e sociais.

Multilaminados temperados foram instalados ali – e a especificação é robusta: quatro peças com 10 mm cada (sendo a externa de ClimaGuard SunLight e as internas de float incolor), unidas por PVBs estruturais DG41, da Eastman. O uso de vidros de controle solar ajuda a reduzir a necessidade de iluminação artificial, assim como o uso de ar-condicionado.

(Saiba mais sobre a obra em O Vidroplano nº 584, de agosto de 2021)

 

Foto: Summit One Vanderbilt
Foto: Summit One Vanderbilt

 

SUMMIT ONE VANDERBILT
Local: Nova York, EUA
Fabricante dos vidros: AGC
Processadora: Glass Flooring Systems

Outro espaço com múltiplas atrações, o Summit One Vanderbilt, pode-se dizer, é uma celebração do vidro. A obra, localizada no edifício One Vanderbilt, em Manhattan, tem várias instalações:

  • Levitation: mirante com dois decks envidraçados que “saltam” da fachada. Estão a mais de 300 m de altura, bem em cima da Avenida Madison, e são de multilaminados com o vidro antirreflexo Clearsight;
  • Ascent: o maior elevador externo do mundo totalmente feito com nosso material. O acesso a ele se dá por um terraço, de onde é possível enxergar até 128 km de distância. Também feito com multilaminados com o vidro antirreflexo Clearsight;
  • Air: criada pelo renomado artista Kenzo Digital, a área oferece diversas experiências sensoriais com o vidro. São dois andares revestidos de laminados espelhados (chapa incolor + interlayer SentryGlas + chapa de espelho), instalados no chão, teto e colunas. Andar por ali é como flutuar em uma sala infinita: tem-se a impressão de que existem vários andares acima e abaixo de onde está, mas, na verdade, são os reflexos confundindo a sua sensação espacial. Quase 1.000 m² de vidros foram usados somente nessa parte do Summit.

(Saiba mais sobre a obra em O Vidroplano nº 587, de novembro de 2021)

 

Foto: Divulgação Linde Vidros
Foto: Divulgação Linde Vidros

 

SUMMIT BC
Local: Balneário Camboriú (SC)
Fabricante dos vidros: AGC
Processadora: Linde Vidros

Conhecido como “Dubai brasileira”, por conta de suas praias, vida noturna e empreendimentos residenciais de alto luxo, o Balneário Camboriú também entrou na onda dos mirantes. O Summit BC, concluído em maio deste ano no alto do Edifício Imperatriz, conta com dois cubos suspensos a 128 m do chão. Para permitir vista panorâmica deslumbrante da bela orla da cidade, foram utilizados vidros extra clear, usados em temperados multilaminados com SentryGlas.

E se esse tipo de estrutura já é um grande feito de engenharia, o Summit BC se destaca ainda mais, pois estão 2,5 m para fora do edifício. Os administradores do espaço entraram com um pedido para o Guinness World Records reconhecer a obra como a maior nesse quesito – para efeito de comparação, o The Ledge, em Chicago, tem 1,31 m para fora, enquanto o Sampa Sky, quase 2 m.

(Saiba mais sobre a obra em O Vidroplano nº 621, de setembro de 2024)

 

Foto: Related-Oxford
Foto: Related-Oxford

 

EDGE
Local: Nova York, EUA

No 100º andar de um dos arranha-céus que fazem parte do complexo Hudson Yards, o Edge oferece uma inacreditável visão de 360 graus da ilha de Manhattan. Pesando quase 350 t, a obra representou um desafio arquitetônico, já que se estende 24 m para fora do prédio. Ela é formada por quinze seções diferentes, ancoradas aos lados Leste e Sul do edifício. Com formato triangular, um dos destaques do espaço é uma parte de seu chão, feita de multilaminados, com 20 m² de área. Ali, o visitante sente que está “flutuando” no alto da Big Apple. Os guarda-corpos da área também são totalmente envidraçados: são 79 painéis de laminados, com 2,74 m de altura cada. Os vidros foram fabricados na Alemanha e processados na Itália.

(Saiba mais sobre a obra em O Vidroplano nº 567, de março de 2020)

 

Foto: Divulgação Secretaria Municipal de Turismo do Guarujá
Foto: Divulgação Secretaria Municipal de Turismo do Guarujá

 

MIRANTE DAS GALHETAS
Local: Guarujá (SP)

Se estiver passeando pela região da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, não deixe de visitar o Mirante das Galhetas. Localizado no Morro da Caixa D’Água, a atração conta com uma estrutura totalmente composta de multilaminados, suspensa a 45 m do nível do mar. Dali, é possível ter um belo panorama da praia do Tombo – e o local também é adequado para a prática de voo de parapente. O acesso ao Mirante das Galhetas é gratuito.

 

Foto: Konce Agência-Associação Amigos de Cristo de Encantado
Foto: Konce Agência-Associação Amigos de Cristo de Encantado

 

CRISTO PROTETOR
Local: Encantado (RS)
Fabricante dos vidros: Cebrace
Processadora: Lajeadense Vidros

Acredite: o monumento mais alto do Brasil representando Jesus Cristo não é o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, mas sim o Cristo Protetor, na cidade de Encantado. Enquanto o famoso ponto turístico carioca mede 38 m de altura, a atração gaúcha tem 43,5 m. Construída com recursos oriundos de doações, a obra foi iniciada em julho de 2019, no morro das Antenas. Seu grande diferencial para outros monumentos do tipo espalhados pelo Brasil é o coração envidraçado instalado no peito da estátua: um elevador leva os visitantes até o espaço, possibilitando uma vista privilegiada da cidade e do vale do Taquari. Para que isso fosse possível, foram aplicados temperados laminados incolores (10 +10 mm) na fachada da instalação.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Rafael Cavalli/Divulgação

Celebrando o setor

Chegou, enfim, o 16º Simpovidro, um dos momentos mais aguardados do ano para o setor vidreiro brasileiro. A Abravidro trabalhou muito para criar mais um evento memorável para os profissionais de nossa cadeia – e, clicando aqui, você confere um guia para curtir o simpósio ao máximo.

E se o Simpovidro é uma celebração do segmento, esta edição de O Vidroplano também atua nesse sentido. A reportagem de capa mostra os detalhes de um processo comum nos últimos tempos: a construção de atrações turísticas pelo mundo tendo o vidro como principal elemento. Clicando aqui, elencamos algumas das mais incríveis obras envidraçadas recentes que se tornaram pontos de visitação de milhares de pessoas. De São Paulo ao Rio Grande do Sul, no Brasil, passando pelos Estados Unidos, nosso material está cada vez mais pop.

Os desafios de trabalhar com fachadas inclinadas também ganharam espaço na revista. Esse tipo de projeto envolve diversas outras variáveis, além das já encontradas na especificação de fachadas comuns. Projetistas e instaladores explicam conceitos como inclinações positiva e negativa, o que muda na logística para a instalação das estruturas e os tópicos relevantes a serem levados em conta para a escolha dos vidros.

Veja ainda o que de melhor foi encontrado na edição 2024 da feira norte-americana GlassBuild America, como fazer a marcação de vidros que passam por tratamento térmico e os melhores momentos da entrevista com a diretoria da AGC para o VidroCast.

Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Aliado no combate ao crime

Uma peça de vidro quebrada por um tiro pode ajudar a resolver crimes? Se você perguntar para Shirly Montero, professora assistente da Arizona State University, nos EUA, a resposta será sim. Ela é especialista em química forense e estuda nosso material há mais de 25 anos.

Seus estudos revelam que o vidro pode oferecer informações significativas para investigações – como, por exemplo, determinar a direção e a sequência de eventos, ajudando policiais a conectar suspeitos a cenas de crime por meio de fragmentos de vidro e pólvora presos a roupas e calçados.

Recentemente, Shirly revelou uma nova técnica para estudar estilhaços de vidro presos a projéteis. Um instrumento a laser remove uma pequena quantidade de pó de vidro encontrada em uma bala; esse pó é então enviado para um laboratório para a análise de sua composição química. Assim, em um caso com diferentes cenários possíveis, como em um tiroteio, será possível reconstruir as ações, e também confrontar versões, de acordo com os resultados químicos obtidos a partir dessa análise laboratorial.

“Muitas vezes, os examinadores forenses não estão usando todo o material valioso em uma cena de crime”, comenta Shirly. “Espero conscientizar sobre a técnica de análise de vidro e apoiá-los em qualquer necessidade.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: kichigin19/stock.adobe.com

Momento de reflexão

rafaelribeiro-out2024Enfim chegou outubro, o tão aguardado mês do Simpovidro. Por aqui estamos ansiosos para rever associados, amigos, parceiros, fornecedores e clientes. Nosso simpósio chega à sua 16ª edição mantendo a essência de ser um evento de relacionamento, negócios e, claro, um momento para refletir a partir dos temas das palestras. Este ano não será diferente e nossa proposta é pensar em temas fundamentais para os negócios, como governança financeira, gestão de riscos e provocações para sairmos da operação e conseguirmos atuar de forma mais estratégica em nossas empresas. Vamos falar também sobre o que esperar da política e da economia e sobre como a Inteligência Artificial vai impactar a sociedade, nossas empresas e a vida de cada um de nós. Nossos familiares estarão conosco no simpósio para diversão, mas o empresário deve aproveitar essa oportunidade para refletir.

E a pausa para reflexão vale para muitos outros temas do nosso dia a dia como empresários do setor vidreiro, como venho propondo aqui mensalmente. O ano de 2024 tem sido repleto de desafios, com a demanda fraca, o aumento da informalidade, a dificuldade em repassar os aumentos nos custos e os grandes volumes de vidros importados chegando ao Brasil, agora incluindo os processados.

Pensar nesses desafios — e soluções — de forma conjunta, com cada um refletindo sobre suas responsabilidades como ator da cadeia é um dos melhores caminhos para melhorarmos o ambiente de negócios no setor vidreiro.

Aproveite o Simpovidro para rever os amigos e parceiros e para fazer negócios, mas também para fazer essa pausa e pensar de que maneira podemos atuar, juntos, para o desenvolvimento do mercado, proporcionando melhores resultados para nossas empresas e para toda a cadeia! Nos encontramos em Maceió!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

Vidro ganha normalização na indústria moveleira

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) deu início este ano à revisão da norma ABNT NBR 14033 — Móveis para cozinha. O trabalho, coordenado pela Comissão de Estudos de Móveis para Cozinha (ABNT/CE-015:002.003), conta com a participação do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) – afinal, como nosso material também é utilizado nesse segmento, em tampos ou portas de armários, por exemplo, a norma atualizada trará informações mais completas para sua especificação e aplicação.

Referências normativas para os vidros
A reunião de reativação da Comissão de Estudos de Móveis para Cozinha foi realizada em 16 de maio. “Durante os trabalhos de elaboração de outra norma, para guarda-roupas, recorremos ao texto referente a móveis para cozinha, levando em consideração as similaridades entre esses dois produtos, tais como as matérias-primas, acessórios e processo de fabricação, entre outras”, conta Jorge Massato Kawasaki, coordenador do Projeto de Normalização da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimovel) e da ABNT/CE-015:002.003. “Foi quando se percebeu que a ABNT NBR 14033 já não atendia mais as diretivas normativas atuais da ABNT e nem representava mais o estado da arte do mobiliário de cozinha fabricado no Brasil.”

Kawasaki explica que, no texto em revisão, os materiais como vidros e os componentes metálicos fazem parte dos requisitos, assim como acabamento superficial ou as especificações dimensionais do móvel. “Decidiu-se, devido à sua importância em relação à segurança, dar mais ênfase quanto à aplicação do vidro, agora na forma de Anexo, incluindo as demais normas ABNT referentes ao uso de vidros no contexto do mobiliário”, afirma. Entre os textos citados estão os das ABNT NBR 14488 — Tampos de vidro para móveis e ABNT NBR 14564 — Vidros para sistemas de prateleiras – Requisitos e método de ensaio, em referência aos tampos e prateleiras em vidros, respectivamente, ambas já citadas na versão disponível da ABNT NBR 14033, além da inclusão da ABNT NBR 14698 — Vidro temperado, ABNT NBR 14697 — Vidro laminado e ABNT NBR NM 293.

Ênfase na segurança
A versão atualmente disponível da ABNT NBR 14033 contém especificações quanto ao uso de diferentes tipos de vidro, incluindo o temperado, tendo como base a altura em relação ao piso (950 mm), assim como as condições para a aplicação de vidros encaixilhados ou temperados — porém, sem nenhuma referência normativa específica.

Isso será mudado no novo texto da norma. “Nele, foi introduzido o uso do termo ‘vidros de segurança temperados ou laminados’, em vez de somente ‘vidro temperado’, com as respectivas referências normativas”, avisa Kawasaki. Além disso, haverá ajustes em relação à especificação de segurança quanto à altura do vidro em relação ao piso (para 1.100 mm), com referência à ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações.

No momento, a revisão encontra-se na etapa de elaboração do texto final. Em paralelo, serão realizados os ensaios de validação dos procedimentos (com mobiliários cedidos pelas empresas Nicioli – Móveis para Cozinha e Luciane Indústria Moveleira, associadas à Abimovel). Segundo Kawasaki, acredita-se que o texto base deve ser colocado em consulta nacional até o final do ano.

 

Foto: Vadim Andrushchenko/stock.adobe.com
Foto: Vadim Andrushchenko/stock.adobe.com

 

Nova norma publicada
No dia 27 de setembro, foi publicada a norma ABNT NBR 17192 — Móveis para dormitório – Guarda-roupas – Requisitos e métodos de ensaio. O documento técnico, que inclui orientações a respeito do uso de vidros e espelhos em guarda-roupas, teve a participação do ABNT/CB-37 em sua elaboração. Mais informações estarão presentes na edição de novembro de O Vidroplano.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: bmak/stock.adobe.com

Entidades regionais realizam eventos pelo Brasil

Foto: Divulgação Simvidro-MG
Foto: Divulgação Simvidro-MG

 

Em Minas Gerais
O 15º Tecnovidro foi realizado pelo Simvidro nos dias 1º a 4 de outubro na unidade Cedetem do Sebrae, em Contagem. Este ano, o tradicional evento preparado para o setor vidreiro de Minas Gerais reuniu 254 pessoas. A programação teve, nos dois primeiros dias, a Oficina Prática de Sistema Glazing, em parceria com o aplicativo Meu Vidraceiro: além de aprender as particularidades para realizar orçamento, projeto, confecção de estruturas e instalação, os participantes também puderam conhecer mais sobre o app que pode ajudá-los a realizar de forma ainda mais fácil os orçamentos de sistemas glazing e de diversos outros relacionados ao vidro.

No dia 3, o Simvidro organizou o 5º Seminário de Vidros e Esquadrias. As palestras do evento abordaram temas como colagem estrutural de sistemas de esquadria de alumínio com silicone, os desafios das novas tendências de esquadrias de vidro pelo mundo e a plataforma de ensino a distância Educavidro, iniciativa da Abravidro com a Abividro.

O último dia de Tecnovidro teve a 1ª edição do Seminário de Vidros para Movelaria. O evento contou com palestras e debates sobre as vantagens e os desafios do vidro na movelaria, as possibilidades para qualificação gratuita oferecidas pelo Educavidro e as tendências na aplicação de vidros ao design dos móveis.

 

Foto: Divulgação Sincavidro-RJ
Foto: Divulgação Sincavidro-RJ

 

No Rio de Janeiro
O Sincavidro organizou uma reunião com a participação de inúmeros associados em um local bastante especial: um camarote no Estádio Jornalista Mário Filho, o famoso Maracanã. Os participantes discutiram vários temas do interesse do mercado vidreiro fluminense ao longo do encontro, o qual também contou com a presença dos diretores-executivos da Cebrace, Lucas Malfetano e Wilston Vernier, e do gerente-comercial da usina, Flávio Vanderlei. Como não poderia deixar de ser, todos também participaram de um registro fotográfico no gramado do lendário estádio.

 

Foto: Reprodução/Divulgação Sincomavi-SP
Foto: Reprodução/Divulgação Sincomavi-SP

 

Em São Paulo
No dia 12 de setembro, o Sincomavi realizou o webinário As novas habilidades para os gestores do varejo, ministrado por Olegário Araújo, cofundador da inteligência360 (empresa de inteligência de varejo). Entre os pontos abordados estavam os profissionais da geração Z: segundo o palestrante, essas pessoas têm sido um grande desafio administrativo para líderes e empresas, pois elas se mostram emocionalmente angustiadas. Araújo comentou ainda que equipes com maior diversidade são emocionalmente mais equilibradas, possuindo alto grau de desenvolvimento. Como recado final, foi apontado que o futuro do varejo está baseado na experiência do cliente: gerar conexões saudáveis e equilibradas entre colaboradores e clientes é o segredo do sucesso.

 

Foto: Divulgação Sindividros-RS
Foto: Divulgação Sindividros-RS

 

No Rio Grande do Sul
O Sindividros-RS realizou em setembro as duas primeiras macroetapas do Projeto Sindical, desenvolvido em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). No dia 19, o sindicato convidou o líder da expansão do grupo W1 Inc. no Rio Grande do Sul, Jean Guareschi, para apresentar o tema Consultoria financeira para gestão eficiente e planejamento financeiro para pessoas físicas e jurídicas e linhas de créditos (foto). Guareschi destacou a importância da separação de contas entre pessoas físicas e jurídicas e do planejamento em diversas áreas como questões ligadas à segurança pessoal, residencial, de saúde e aquelas ligadas ao âmbito empresarial dos participantes. A segunda macroetapa – Estratégias digitais e marketing de conteúdo –, trouxe o especialista Frederico Mombach, da Vangguard Consultoria, que apresentou ferramentas para impulsionar os processos digitais e as vendas das empresas, além das especificidades e características das redes sociais. Mombach destacou que o Brasil é o país que mais pesquisa antes da compra no digital, razão pela qual essa área deve ser estratégica em todos os tipos de negócio.

 

Foto: Divulgação Abravid-DF
Foto: Divulgação Abravid-DF

 

No Distrito Federal
Cerca de setenta participantes acompanharam o treinamento 7 Formas reais e práticas de aumentar a lucratividade do seu negócio, organizado no dia 3 de outubro pela Abravid e ministrado por Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro. A palestra, realizada na unidade do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no Guará, e patrocinada pelas usinas AGC, Cebrace, Guardian e Vivix, foi direcionada a vidraceiros e serralheiros, com o objetivo de ajudar os participantes a identificar e usufruir das oportunidades que o mercado proporciona ao seu modelo específico de negócio. A ideia era que, ao final da apresentação, cada espectador levasse de volta consigo uma receita específica para colocar em prática.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro traz sofisticação a ambientes da Casa Cor PE 2024

A 37ª Casa Cor Pernambuco abriu as portas para o público no dia 14 de setembro e pode ser visitada até o dia 3 de novembro; este ano, a mostra está sendo realizada no edifício Palazzo Itália, no Recife Antigo, e tem o tema “De presente, o agora”, um convite para a reflexão sobre presença, desacelerar e viver o instante.

 

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A exposição tem 34 ambientes, e alguns deles trazem aplicações de vidros e espelhos de valor agregado. Um destaque nesse campo é o espaço Vestígio Vivix – Uma Herança Afetiva (foto acima), parceria da usina vidreira com as arquitetas Ana Moura e Ana Higino, responsáveis pelo projeto. Trata-se de um living com estúdio de podcast/videocast, onde o artista José Patrício usou peças de espelhos Vivix para criar uma obra especial; já o recém-lançado Vivix Lamina Acústico foi usado na porta de entrada e na do estúdio, tornando tanto o living como a área de gravação de podcasts (esta última tem uma parede revestida com vidros pintados Decora Preto) ambientes à prova de ruídos externos.

 

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A Loja Gustavo Eyewear (foto acima), assinada pela arquiteta Cynthia Costa, faz uso tanto de espelhos Spelia Incolor como de vidros coloridos Colora Verde, ambos da Vivix: enquanto os primeiros trazem sensação de amplitude e ajudam os compradores a escolher os óculos, os demais delimitam o jardim interno e contribuem para a estética do ambiente, deixando-o funcional e estiloso.

 

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A usina também forneceu vidros para o espaço Tesori di Lucia (foto acima), projetado pelo escritório Etla Arquitetura e Interiores para homenagear a designer de joias Lúcia Lima: peças dos produtos Vivix Decora Nude, Colora Verde e Spelia Bronze são usadas para destacar a sofisticação das joias.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Walter Dias

Termômetro Abravidro – Setembro 2024

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Setembro 2024

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento moderado nas vendas faturadas em m² em setembro de 2024 em relação a agosto.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 7,6% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com agosto, sem ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (92 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça mais sobre a marcação dos vidros temperados e termoendurecidos

Além do corte, lapidação, furação, lavagem e até mesmo a têmpera, existe uma etapa muito importante no beneficiamento de vidros que não pode ser esquecida: a marcação das peças que passam por processos térmicos (dando origem aos temperados e termoendurecidos). Colocar informações sobre o fabricante nas peças produzidas garante maior segurança do processo como um todo, permite a rastreabilidade do produto e oferece confiança ao consumidor final – pois ele conhece a procedência do material.

Nas próximas páginas, conheça tudo o que as normas técnicas vidreiras dizem a respeito desse tema, quais as técnicas disponíveis para a marcação e as questões estéticas inerentes à tarefa.

Requisitos
Os vidros que precisam de marcação, segundo as normas técnicas, são os temperados e os termoendurecidos. Mas, afinal, quais são os requisitos para realizar essa tarefa da forma correta?

  • Temperados: a ABNT NBR 14698 — Vidro temperado diz que a marcação consiste na identificação de forma indestrutível (indelével) do fabricante e do tipo de vidro. Além disso, pode trazer informações adicionais, em comum acordo entre fabricante e consumidor. O documento não indica um local específico para a marcação ser feita – por isso, pode ser colocada na borda da peça (junto à espessura), caso o cliente ache necessário.
  • Termoendurecidos: a ABNT NBR 16918 — Vidro termoendurecido determina que a marcação deve conter a identificação do fabricante (logomarca, nome ou ambos) e a identificação do tipo de vidro com o texto “Vidro Termoendurecido” ou a sua abreviação “VTE”. Também é permitido utilizar “HS”, abreviação do nome do produto em inglês (heat strengthened glass). Outras informações também podem ser acrescentadas, caso seja necessário. E, ao contrário da norma dos temperados, o documento orienta que a marcação deve ser aplicada próximo a um dos cantos da peça, de forma que fique visível quando instalada. No entanto, a depender de acordo entre cliente e processador, a ABNT NBR 16918 permite que seja em outro local do vidro, sendo visível ou não.

Qual a hora de marcar?
Segundo Edweiss Silva, consultor da Abravidro para certificação do vidro temperado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), é convencional que a marcação aconteça na fase de pré-forno – ou seja, no momento em que as peças são inspecionadas para serem temperadas ou termoendurecidas. “Isso se dá porque a aplicação da marcação, na maioria dos casos, é feita utilizando esmalte vitrificado, que adere à superfície das peças após passar pelo forno, evitando assim possíveis retrabalhos se feita em etapas anteriores”, explica.

 

Um exemplo de como a marcação manual por serigrafia é feita: processo é um dos mais utilizados para a tarefa (foto: Divulgação Agabê)
Um exemplo de como a marcação manual por serigrafia é feita: processo é um dos mais utilizados para a tarefa (foto: Divulgação Agabê)

 

As técnicas existentes
A forma de marcação mais usual entre as processadoras é a serigrafia, também chamada de silkscreen ou impressão com tela, que consiste em imprimir, por meio de uma tela vazada, a informação desejada no vidro. “A aplicação serigráfica deve ser realizada com a tela ‘fora de contato’ – ou seja, sem estar colada ao vidro –, de modo a impedir que haja borrão na aplicação no momento de levantá-la”, revela Silvio Luiz Arruda, gerente geral da fornecedora de esmaltes cerâmicos Triarte.

Outra técnica à qual diversos fabricantes estão aderindo nos últimos tempos é a marcação com adesivos feitos de esmalte vitrificado, os quais são aplicados no local desejado da peça antes da entrada no forno. “Esse tipo de esmalte, também usado na serigrafia, se funde ao vidro durante a passagem pelo forno, aumentando a resistência da marcação contra intempéries”, esclarece Silvio Arruda.

De acordo com Edweiss Silva, a escolha pelo método ideal é da empresa. “E vai variar dependendo da habilidade de cada colaborador. Alguns têm mais facilidade com a tela, outros com o adesivo”, comenta.

Considerações estéticas
O que fazer quando um arquiteto especifica um belo projeto com nosso material, mas, considerando que a marcação possa interferir esteticamente na construção, pede para que ela não seja feita? “Essa situação caracteriza uma ilegalidade perante a Lei nº 8.078 do Código de Defesa do Consumidor, que determina que todo fabricante deve comercializar somente produtos que atendam as normas técnicas vigentes”, afirma Edweiss Silva. “O bom é que as próprias normas se antecipam a esses casos, permitindo a marcação nas bordas da peça, de forma que, se necessário, a identificação do fabricante pode ser confirmada ao desmontar o produto.”

Outra estratégia adotada é a realização da marcação com tintas de cor clara e tonalidades suaves, para que fique bem discreta. “Recomendamos utilizar nossos esmaltes com a coloração jato de areia, para formar uma logomarca nuvem, quase imperceptível”, indica Silvio Arruda, da Triarte.

 

Foto: AvokadoStudio/stock.adobe.com
Foto: AvokadoStudio/stock.adobe.com

 

E os vidros automotivos?
Nos vidros instalados em automóveis, existem outras informações a serem colocadas na marcação. “A ABNT NBR 9491 – Vidros de segurança para veículos rodoviários — Requisitos estabelece que devem entrar o nome do fabricante e as informações para rastreabilidade”, explica Edweiss Silva. “Complementando o assunto, a Portaria Nº 034 do Inmetro estabelece requisitos de avaliação da conformidade para vidros de segurança automotivos. Nesse documento, é indicado que a marcação acrescente a logomarca do Inmetro e o método de rastreabilidade junto ao ano de fabricação.”

As técnicas de marcação para os vidros automotivos podem ser as mesmas dos destinados à construção civil, com a adição de outras, como as pastas fosqueantes. “Elas agem pelo processo subtrativo, ou seja, ‘atacam’ a superfície do vidro. Por isso, não possuem cores: a tonalidade do fosqueamento está associado à cor do vidro”, revela Tarsis Bianchini, CEO da Agabê, especializada em soluções para a decoração serigráfica. A empresa fornece uma solução desse tipo, a Glass Marker, para montadoras e também para o mercado de reposição. Como não precisa ir ao forno, pode ser aplicada em peças já montadas. “Fazemos a aplicação utilizando uma máscara de proteção. O tempo de atuação é de um a três minutos, dependendo do grau de fosqueamento desejado. Em seguida, o produto pode ser removido com um pano umedecido, esponja molhada ou até um banho de água – após isso, a máscara pode ser retirada. E pronto: o vidro está marcado”, comenta Bianchini.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Rochu_2008/stock.adobe.com

Caleidoscópio – outubro 2024

DADOS & FATOS

De olho na IA
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) publicou a pesquisa Utilização de IA na Indústria. O objetivo da iniciativa foi levantar e descobrir como as empresas estão integrando o uso de Inteligência Artificial (IA) às suas operações, bem como os principais benefícios e desafios nesse segmento.

O que é IA?
De acordo com os dados levantados, 65% das empresas ainda têm um conhecimento limitado sobre IA, mas 78,8% delas demonstram grande interesse em aprender mais sobre o tema – o que demonstra que as companhias estão cientes da importância do tema para um futuro breve.

Boas expectativas
O estudo também aponta que 67,7% dos entrevistados acreditam que a IA terá um impacto significativo em seus negócios; atualmente, pouco mais de 20% já testaram ou utilizaram IA, enquanto 60,1% planejam adotá-la nos próximos meses, principalmente nas áreas de vendas, tecnologia da informação (TI) e compras.

O estudo
A pesquisa foi conduzida entre 17 de junho e 5 de julho de 2024 com 304 empresas paulistas de diferentes setores.

 

Foto: VRVIRUS/stock.adobe.com
Foto: VRVIRUS/stock.adobe.com

 

FIQUE POR DENTRO

Como funcionará programa do governo para digitalização das empresas
A modalidade Transformação Digital do programa Brasil Mais Produtivo tem como plano digitalizar 25% das empresas brasileiras até 2026 e 50% até 2033, utilizando tecnologias como Big Data e IA. A ideia do governo federal é impactar 93 mil empresas que serão atendidas presencialmente por consultores do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), além de outras duzentas mil que terão acesso aos serviços oferecidos pelos parceiros na Plataforma de Produtividade. A iniciativa inclui o diagnóstico de problemas, projetos personalizados para aumentar a eficiência e acesso a crédito facilitado por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de outras instituições parceiras.

 

Foto: reprodução
Foto: reprodução

 

RETROVISOR

Cinco décadas de credibilidade
Em outubro de 2007, a revista O Vidroplano completava cinquenta anos de existência. A principal publicação do setor vidreiro brasileiro nasceu de um informativo editado pelo Sincavidro-RJ, tendo passado às mãos da Abravidro pouco tempo depois da fundação da associação.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos