Category Archives: Capa

Conheça os principais momentos da história da Abravidro

1990

Maio
Nasce a Andiv (que passaria a se chamar Abravidro em 2008), a primeira entidade do segmento vidreiro com alcance nacional. A sede ficava em São Paulo, na Rua Cardoso de Almeida, no bairro de Perdizes. José Carlos Bulgari é o presidente escolhido para liderar a associação em seus primeiros passos.

 

1991

 

linhadotempo00-mai2025

 

Setembro
A entidade passa a editar sua principal porta-voz: a revista O Vidroplano, publicação cedida pelo Sincavidro-RJ.

 

1992

Maio
José Carlos Bulgari é reeleito presidente.

 

1994

Maio
Bulgari eleito mais uma vez para seguir na presidência – é o único com três mandatos à frente da associação.

Agosto
A entidade promove o Salão da Indústria do Vidro (SIV), realizado dentro da Feira Internacional da Indústria da Construção.

 

1995

 

linhadotempo01-mai2025

 

Novembro
Estreia aquele que se tornaria o maior encontro do setor vidreiro na América Latina. O 1º Simpovidro ocorreu no Hotel Intercontinental, no Rio de Janeiro, com a participação de 128 empresas. O espaço foi totalmente tomado pelos profissionais vidreiros participantes – chegou, inclusive, a faltar quartos.

 

1996

Maio
Léo Carlos Moran é eleito presidente.

 

linhadotempo02-mai2025

 

Novembro
Nasce a Glass South America, maior do setor na América Latina. Em três dias de evento, quase 4 mil profissionais percorreram os corredores do Expo Center Norte, em São Paulo. O evento passaria a contar com apoio exclusivo da Abravidro a partir da 2ª edição, em 1997.

Dezembro
2º Simpovidro é organizado em Gramado (RS).

 

1997

Junho
A associação se muda para uma nova sede – na mesma rua em que ficava a antiga, em Perdizes, capital paulista.

 

linhadotempo03-mai2025

 

Julho
Pela primeira vez, a entidade reúne uma comissão de estudos para elaboração de normas técnicas vidreiras.

Novembro
Fortaleza é a sede do 3º Simpovidro – seria a última vez da periodicidade anual do encontro.

 

1998

Abril
Fundação da Associação de Câmaras de Vidro do Mercosul (Acavime), em Buenos Aires, Argentina, com Léo Moran como primeiro presidente.

Maio
Entra no ar o site da entidade. A seção “Ache Fácil”, também existente na revista O Vidroplano, surge como importante ferramenta para ajudar profissionais a encontrar fornecedores de produtos e serviços relacionados ao segmento.

Junho
Parceria internacional: a associação recebe material de treinamento da entidade americana National Glass Association (NGA).

 

linhadotempo04-mai2025

 

Outubro
Fundação do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), sediado na Abravidro. O órgão se torna o responsável pelo desenvolvimento e atualização das normas técnicas vidreiras.

 

1999

Março
Léo Carlos Moran sofre um grave acidente e fica impossibilitado de seguir na presidência. José Ricardo D’Araújo Martins assume o cargo interinamente.

Maio
Gilberto Ribeiro é eleito o novo presidente.

Dezembro
4ª edição do Simpovidro, agora um evento bienal, ocorre em Salvador.

 

2000

Março
Registro da entidade na Confederação Nacional da Indústria (CNI) e integração na Comissão da Indústria da Construção (CIC) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Abril
Morre Léo Carlos Moran, um dos idealizadores e fundadores da Abravidro.
Criação do Comitê Setorial Mercosul de Vidros Planos (CSM 21). A associação é escolhida como secretaria técnica do órgão.

Junho
Inauguração da Biblioteca Fausto Monteiro Simões, na sede da entidade.

Julho
Início da parceria com Instituto Falcão Bauer da Qualidade (IFBQ) para o processo de certificação dos vidros temperados.

Outubro
Presença global: Abravidro monta estande na Glasstec, a principal feira vidreira do mundo, na Alemanha. Durante o evento, é disponibilizada ao público uma edição especial de O Vidroplano totalmente em inglês.

 

2001

Fevereiro
Entidade passa a fazer parte do Conselho Deliberativo da ABNT.

Abril
Mais uma feira internacional com estande da associação. Dessa vez, em Miami, nos Estados Unidos, na mostra NGA Show.

Junho

  • Inauguração da galeria de retratos de ex-presidentes montada na sede.

 

linhadotempo06-mai2025

 

  • Gilberto Ribeiro ministra palestra, representando a Abravidro, no Glass Performance Days (GPD), o principal congresso de nosso mercado no mundo, realizado na Finlândia.

Dezembro
Costão do Santinho (SC) é a sede do 5º Simpovidro.

 

2002

Maio
José Ricardo D’Araújo Martins assume a presidência da associação.

Agosto
Além de entidades de classe, empresas também passam a fazer parte do quadro associativo.

 

2003

Março
Assinatura de convênio com o Senai para formação de mão de obra qualificada.

Outubro
Mudança de sede para a Rua Monte Alegre, ainda no bairro de Perdizes.

Dezembro
6º Simpovidro é organizado em Angra dos Reis (RJ).

 

2004

Fevereiro
Anunciada a consultoria gratuita para o processo de certificação dos temperados pelo Inmetro.

Abril
Oficina do Vidraceiro Cícero Leite, na Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo (Tatuapé), começa a funcionar com participação da entidade.

 

2005

Maio
Wilson Farhat Júnior é eleito presidente.

Dezembro
Costa do Sauípe (BA) se torna a casa do 7º Simpovidro.

 

2007

Maio
Em parceria com a Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD), é organizado um ciclo de palestras sobre o vidro em cinco capitais brasileiras.

Setembro
Início do trabalho com o Corpo de Bombeiros de vários Estados visando à inclusão das normas vidreiras nas instruções técnicas da corporação.

 

linhadotempo07-mai2025

 

Outubro
Jubileu de ouro: cinquenta anos de O Vidroplano conta com festa em São Paulo e homenageia idealizadores da publicação.

Dezembro
8ª edição do Simpovidro ocorre em Foz do Iguaçu (PR).

 

2008

Maio

  • Novo nome: Andiv passa a se chamar Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (Abravidro). O objetivo da mudança era demonstrar claramente a abrangência nacional do trabalho da associação.
  • Wilson Farhat Júnior é reeleito presidente.
  • Com pleito da Abravidro junto ao governo federal, é aprovada a redução do Imposto sobre produtos industrializados (IPI) para vidros processados.

 

2009

Junho
Lançamento do programa de qualificação online para associados, contendo quase quarenta cursos na área de gestão.

Novembro
Club Med Trancoso, na Bahia, recebe 9º Simpovidro.

 

2010

Janeiro
É criado curso de extensão universitária abordando a utilização de vidro, em parceria com Centro Universitário Belas Artes, de São Paulo.

Maio

  • Abravidro comemora vinte anos.

 

linhadotempo08-mai2025

 

  • 1ª edição do Glass Performance Days South America (versão sul-americana do GPD), organizado pela Abravidro em parceria com a NürnbergMesse Brasil durante a Glass South America desse ano.
  • Lançado o programa Vidro em Movimento! Manual do Empregador, sobre prevenção de acidentes de trabalho.

Agosto
É criada a cartilha A substituição tributária aplicada ao vidro plano, documento que informa o setor a respeito das alíquotas de IVA-ST ajustadas de cada Estado.

 

2011

Novembro
10ª edição do Simpovidro é realizada no Hotel Transamerica Ilha de Comandatuba, em Una (BA).

 

2012

Maio

  • Lançamento do Panorama Abravidro. Único estudo econômico e produtivo sobre a produção vidreira nacional, é produzido anualmente pela entidade com base em informações fornecidas por processadores de todo o País.
  • O Vidroplano agora pode ser lida em tablets e smartphones por meio de aplicativo.

Setembro
Após pleito da associação, governo federal anuncia aumento do Imposto de importação dos temperados e laminados.

Outubro
Em outro pleito liderado pela Abravidro, governo concede desoneração da folha de pagamentos às indústrias de processamento.

 

2013

 

linhadotempo09-mai2025

 

Outubro
Recorde histórico: 908 pessoas, incluindo profissionais do setor e familiares, participam do 11º Simpovidro, realizado no Hotel Iberostar Praia do Forte, em Mata de São João (BA).

 

2014

Janeiro
Parceria com a Universidade São Judas é assinada para a criação de curso de extensão universitária.

Fevereiro
Entidade participa do processo para publicação pela ABNT da norma de sistemas de envidraçamentos de sacadas (ABNT NBR 16.259).

Abril
Mais uma parceria para criação de curso de extensão universitária, dessa vez com a Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Maio
Alexandre Pestana é reeleito presidente.

 

linhadotempo10-mai2025

 

Agosto
É publicada a Edição nº 500 da revista O Vidroplano.

Setembro
Governo aprova redução temporária do Imposto de importação para PVB, após pleito da Abravidro.

 

2015

Março

  • Lançamento do programa De Olho no Boxe, que orienta vidraceiros e consumidores sobre a importância da manutenção preventiva em boxes de banheiro, com dicas de instalação e cuidados no dia a dia.
  • Suplemento Caixa Acústica, publicado ao longo de três meses em O Vidroplano, traz soluções acústicas com nosso material.

Maio
Festa de comemoração dos 25 anos da Abravidro na Fiesp.

 

linhadotempo11-mai2025

 

Outubro
É inaugurada a atual sede da entidade, no edifício Comercial Casa das Caldeiras, no bairro da Água Branca.

Novembro
Hotel Vila Galé Marés, em Camaçari (BA), é a sede do 12º Simpovidro.

 

2016

 

linhadotempo12-mai2025

 

Junho
Estreia o espaço Vidro em Ação dentro da Glass South America. Iniciativa apresenta ao vivo testes de segurança para o vidro temperado e laminado.

Julho
Publicação da revisão da principal norma vidreira, a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações.

Agosto
Especialização Técnica Abravidro ganha mais um módulo, o de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE) – único treinamento de PCP voltado às necessidades do mercado vidreiro.

Setembro
Morre José Carlos Bulgari, primeiro presidente e um dos idealizadores e fundadores da entidade.

Dezembro
Abravidro participa do É de Casa, da TV Globo, mostrando como se faz a manutenção preventiva dos boxes de banheiro.

 

2017

Maio
Novo presidente: José Domingos Seixas é eleito para o comando da entidade

Julho
Reuniões para a elaboração de normas do ABNT/CB-37 passam a ter participação remota, via Internet.

Outubro
O Vidroplano completa sessenta anos de vida.

Novembro
Costão do Santinho (SC) recebe mais uma vez o Simpovidro – dessa vez sua 13ª edição.

 

2018

Março
Lançamento da campanha #TamoJuntoVidraceiro, com orientações sobre as boas práticas a serem adotadas pelos processadores na relação com os vidraceiros em relação a temas como o cumprimento de normas técnicas, atendimento e política comercial.

 

2019

Maio
Panorama passa a ser publicado também em inglês e espanhol.

Julho
Parceria com a Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec) para criação de curso de extensão universitária.

Agosto
Entidade participa da confecção da revisão da ABNT NBR 14.718 — Esquadrias – Guarda-corpos para edificação – Requisitos, procedimentos e métodos de ensaio.

Novembro
Enotel Porto de Galinhas, em Ipojuca (PE), se torna a casa do 14º Simpovidro.
Representando o setor: Abravidro participa de discussões sobre o novo modelo regulatório em desenvolvimento pelo Inmetro.

 

2020

 

linhadotempo13-mai2025

 

Janeiro
Abravidro retorna ao É de Casa, da TV Globo, para falar sobre a instalação, uso e manutenção do vidro em boxes de banheiro.

Fevereiro
Juntamente com o Comitê Brasileiro de Qualificação e Certificação de Pessoas (ABNT/CB-99), Abravidro promove trabalho para a produção da ABNT NBR 16.823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional, conhecida como “norma do vidraceiro”.

Março
1º episódio do VidroCast, o podcast da Abravidro, vai ao ar.

Maio
Trinta anos da fundação da entidade.

Junho
José Domingos Seixas inicia segundo mandato como presidente.

 

2021

Agosto
Por meio do ABNT/CB-37, Abravidro participa da publicação da ABNT PR 1010, prática recomendada sobre vidros voltada para a construção.

 

2022

Fevereiro
Lançamento do Termômetro Abravidro, novo indicador da entidade que passa a medir mensalmente o desempenho das vendas de vidros processados.

Agosto
Ocorre a primeira reunião do grupo Construção É +, formado por entidades setoriais do Brasil, incluindo a Abravidro. O objetivo é debater o desenvolvimento da construção civil nacional.

Dezembro

  • O Vidroplano alcança a marca de 600 edições.

 

linhadotempo14-mai2025

 

  • Após hiato de três anos causado pela pandemia, Simpovidro volta a ser realizado. 15ª edição é organizada no Club Med Rio das Pedras, em Mangaratiba (RJ).

 

2023

Fevereiro
Associados da Abravidro ganham acesso ao ABNT Coleção, biblioteca digital contendo normas técnicas vidreiras e outras relacionadas ao trabalho com vidro.

Junho
Início do mandato de Rafael Ribeiro como presidente.

Agosto
Em parceria com a Abividro, é lançado o Educavidro, plataforma online gratuita de ensino a distância com conteúdo técnico especial sobre o trabalho com vidro.

 

2024

Janeiro
Consultoria oferecida pela Abravidro para a certificação Inmetro dos vidros temperados ganha versão online.

 

linhadotempo15-mai2025

 

Junho
Para celebrar o setor: Abravidro e NürnbergMesse Brasil criam o Prêmio Abravidro Glass South America, voltado para laurear os diversos elos da cadeia vidreira. A cerimônia de entrega da 1ª edição ocorre durante a feira vidreira.

Novembro
16º Simpovidro é realizado no Vila Galé Alagoas, em Barra de Santo Antônio.

 

2025

 

linhadotempo16-mai2025

 

Abril
Curso inédito: Abravidro e Sinbevidros-SP lançam treinamento sobre gestão financeira estratégica para empresas vidreiras.

Maio
Associação completa 35 anos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça as ações da Abravidro para o setor vidreiro nacional

Uma constante da Abravidro em sua história é a busca incessante pelo desenvolvimento do setor vidreiro brasileiro e pela defesa de seus interesses. Isso se reflete nas inúmeras ações, iniciativas e programas criados em prol dos diferentes elos da cadeia ao longo dos anos. Trabalha com vidro? Pois saiba que a Abravidro tem algo para ajudar em seu dia a dia!

 

Foto: Pugun & Photo Studio/stock.adobe.com
Foto: Pugun & Photo Studio/stock.adobe.com

 

RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E GOVERNAMENTAIS
A Abravidro é a representante da indústria de processamento junto ao poder público nas diferentes esferas governamentais, relacionando-se ainda com outras entidades do Brasil e do exterior a respeito de temas relevantes para o segmento.

Esse é um trabalho silencioso, mas que traz importantes vitórias à cadeia, incluindo a redução do Imposto sobre produtos industrializados (IPI) sobre vidros processados, desoneração da folha de pagamentos às indústrias de processamento, aumento da alíquota do Imposto de importação para temperados e laminados e redução dos índices da Substituição Tributária em São Paulo, entre outros.

 

COMUNICAÇÃO
Além de informar toda a cadeia em primeira mão sobre as notícias mais relevantes para os negócios das empresas, os meios de comunicação da Abravidro são a maior referência em conteúdo vidreiro qualificado. Seja no formato impresso ou online, seja nas redes sociais, em vídeos ou boletins, nosso compromisso é com a informação.

  • Revista O Vidroplano
  • Site, newsletter e redes sociais
  • VidroCast, o podcast da Abravidro
  • Boletins de notícias no WhatsApp

 

MONITORAMENTO DO MERCADO
A Abravidro criou as duas mais importantes pesquisas sobre o desempenho do segmento. A primeira, lançada em 2012, é o Panorama Abravidro, o único estudo que analisa os dados anuais do setor de vidros planos no Brasil (disponível também em inglês e espanhol), a partir de pesquisa anual realizada com indústrias de transformação de todas as regiões do País. Serve como uma fotografia do mercado vidreiro nacional e como documento estratégico para o planejamento das empresas.

A segunda, surgida em 2022, é o Termômetro Abravidro, indicador mensal que acompanha mês a mês o desempenho de vendas faturadas (em m²) da cadeia de processamento.

 

acoes-normas

 

NORMAS TÉCNICAS
Está na Abravidro a sede do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), órgão que coordena as comissões de estudo responsáveis por elaborar e revisar as normas técnicas vidreiras. Esse trabalho é fundamental para o desenvolvimento do mercado, já que regulamenta produtos, ensaios, aplicações e até mesmo atividades profissionais envolvendo nosso material (veja mais sobre a trajetória do órgão na seção “Falando em normas”, clicando aqui). Atualmente, existem 38 normas vigentes voltadas para o segmento.

 

CONSULTORIAS

Certificação
Consultoria para a preparação da empresa interessada na certificação dos vidros temperados outorgada pelo Inmetro – disponível na versão in loco e online – e também para os laminados.

Assessoria jurídica e também sobre substituição tributária e suporte técnico em relação às normas técnicas

 

QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA
Uma das principais bandeiras da entidade é levar conhecimento técnico de referência sobre o trabalho com vidro para dentro e fora do nosso setor. Para isso, conta com diversas ações:

Educavidro
Plataforma de educação a distância (EAD) gratuita criada para levar conteúdo técnico atualizado e relevante a qualquer pessoa interessada em ampliar conhecimentos sobre vidros planos. Desenvolvida em parceria com a Abividro, é composta por aulas em vídeo, elaboradas pelos maiores especialistas em vidros planos do Brasil, com emissão de certificado. São mais de cinquenta horas de conteúdo agrupado de duas maneiras: cursos temáticos e trilhas profissionais.

Especialização Técnica Abravidro
Lançado em 2012, o programa tem como objetivo a formação e o aperfeiçoamento da mão de obra nas indústrias processadoras, com foco no aumento da eficiência e produtividade da empresa, reduzindo perdas. Ministrado in company, conta com cinco módulos principais:

  • Corte;
  • Lapidação;
  • Serigrafia;
  • Têmpera;
  • Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE).

Há ainda quatro módulos posteriores:

  • Acompanhamento de Processos (exclusivo para as processadoras que tiverem recebido um dos módulos principais);
  • Modelagem de Processos Administrativos e Industriais;
  • Manutenção Total Produtiva;
  • Acompanhamento de Layout.

Curso de Gestão Financeira Estratégica para Empresários Vidreiros
Organizado em parceria com o Sinbevidros-SP, a primeira turma do treinamento foi formada este ano. As aulas buscam qualificar os gestores do nosso setor na administração das finanças das empresas, abordando desde a formação de preço e definição da margem de lucro até o planejamento de investimentos e projetos de longo prazo.

Cursos de extensão universitária
Programas de qualificação realizados em parceria com renomadas instituições de ensino, como a Universidade Presbiteriana Mackenzie, para estudantes e profissionais das áreas de Arquitetura e Engenharia.

Palestras
Em parceria com as entidades regionais afiliadas, a Abravidro promove palestras de capacitação e atualização para vidraceiros, arquitetos e engenheiros.

 

CAMPANHAS E PROGRAMAS

De Olho no Boxe
Programa com o objetivo de estimular a aplicação da norma técnica dos boxes de banheiro, a ABNT NBR 14.207, além de incentivar a manutenção preventiva anual desse produto (prevista na norma técnica); contém o Manual de utilização, limpeza e manutenção dos boxes de banheiro, disponível, gratuitamente, para consumidores e vidraceiros.

#TamoJuntoVidraceiro
Campanha pensada para as boas práticas na relação entre processadores e vidraceiros, com material exclusivo que contribui para a geração de negócios às vidraçarias, além de ser fonte de consulta para consumidores e especificadores, como arquitetos, engenheiros e designers de interiores. Esses materiais, disponíveis gratuitamente, incluem:

  • Cartilha Aplicação do vidro na construção civil: apresenta informações sobre os principais tipos de vidro e suas aplicações, conforme determinações da norma ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações;
  • Que vidro usar?: tabela para consulta rápida e didática, indica os vidros com uso permitido por norma nos diferentes tipos de instalação;
  • Boas práticas para processadores de vidros: indica como deve ser o relacionamento saudável das empresas com vidraceiros.

 

acoes-eventos

 

EVENTOS

Simpovidro
Criado em 1995, é o maior encontro vidreiro da América Latina. A edição mais recente (a 16ª) ocorreu no ano passado, no resort Vila Galé Alagoas, em Barra de Santo Antônio. O evento reúne toda a cadeia vidreira em um ambiente descontraído cheio de oportunidades de negócio, conteúdo para o dia a dia do empresariado, lazer e networking.

Glass South America
A Abravidro é parceira exclusiva na realização da maior feira do setor em nosso continente, a Glass South America, organizada pela NürnbergMesse Brasil. A edição 2025 está agendada para 3 a 6 de setembro, no Distrito Anhembi, em São Paulo.

Prêmio Abravidro Glass South America
Criado em 2024, em parceria com a NürnbergMesse Brasil, tem por objetivo celebrar os diversos elos da cadeia vidreira nacional.

 

Estande da Abravidro na Glass South America 2024: em feiras como essa, assim como em outros eventos do setor, entidade apresenta os diversos benefícios para associados
Estande da Abravidro na Glass South America 2024: em feiras como essa, assim como em outros eventos do setor, entidade apresenta os diversos benefícios para associados

 

ATUAÇÃO COM OS ASSOCIADOS

Como se não bastasse isso tudo, a Abravidro conta ainda com uma enorme rede de serviços exclusivos para seus associados:

Cursos online
Acesso gratuito a mais de 350 treinamentos online com certificado de diversas áreas do conhecimento. Os conteúdos estão disponíveis no formato de videoaulas que podem ser acessadas por computador ou celulares e tablets. A duração dos cursos varia de duas a dez horas (introdutórios) e sessenta a oitenta horas (longa duração).

Biblioteca de normas
Acesso online ao acervo de normas técnicas do ABNT/CB-37, assim como a outras normas relacionadas a nosso material. São mais de cinquenta documentos técnicos disponíveis para consulta das empresas vidreiras por meio do sistema digital ABNT Coleção.

Comunicação de maior alcance
Página exclusiva no portal da entidade, os visitantes podem ver todas as informações a respeito da empresa, fazendo parte ainda da lista de associados publicada mensalmente na revista O Vidroplano.

Condições especiais
Preços diferenciados para:

  • Consultoria para certificação do temperado e laminado;
  • Módulos da Especialização Técnica Abravidro;
  • Inscrição no Simpovidro

Assessorias
Apoio sobre aspectos relevantes de atividades empresariais nas áreas cível, trabalhista e tributária e substituição tributária, além de suporte técnico em relação às normas técnicas.

Segurança no trabalho
Envio dos materiais da Campanha de Conscientização para Prevenção de Acidentes de Trabalho nas Empresas Vidreiras, incluindo vídeo de treinamento, manual, cartilha (no formato de história em quadrinhos) e cartaz.

 

Quer aproveitar todos esses benefícios? Associe-se já!
Entre em contato com a entidade pelo e-mail rsilva@abravidro.org.br ou telefone (11) 3873-9908.

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

A Abravidro por quem acompanha sua trajetória

alexandrebrown-mai2025“Nesses 35 anos, a Abravidro tem desempenhado um papel fundamental no fortalecimento e na profissionalização do mercado de vidros planos no Brasil. Atuando como porta-voz do setor e conectando empresas, a associação promove a padronização, a segurança e a qualidade dos produtos, além de incentivar a inovação e a sustentabilidade. Nós, da Glass South America, entendemos que a Abravidro contribui para o desenvolvimento e a valorização do vidro no País.”
Alexandre Brown, NürnbergMesse Brasil

 

 

danielleicand-mai2025“A Abrasipa tem muito orgulho de fazer parte da história do vidro no Brasil. Somos uma empresa 100% nacional. No mercado desde 1960 e com 45 anos dedicados à produção de rebolos de polimento, nós acompanhamos de perto a evolução do setor. E uma coisa é certa, a Abravidro foi, e ainda é, essencial nessa jornada. Nesses 35 anos da Abravidro, ela foi muito mais do que uma entidade representativa: uniu o setor, fortaleceu a indústria, compartilhou conhecimento e abriu as portas para a tecnologia e a profissionalização do setor vidreiro no Brasil. Graças ao trabalho incansável da Abravidro, o vidro ganhou espaço, credibilidade e importância em diversos mercados. Ter uma entidade que realmente impulsiona o setor é um diferencial e tanto.”
Daniel Leicand, Abrasipa

 

 

joaopedroruiz-mai2025“Gostaria de parabenizar a Abravidro pelos 35 anos de existência. Durante esse período, eu tive a honra de participar de muitas ações promovidas pela entidade – ações essas responsáveis por melhorar o relacionamento entre associados e aproximar os beneficiadores de vidro, em função dos interesses e da união do setor. Eu diria que hoje a Abravidro é a associação que se coloca como maior guardiã do vidro brasileiro.”
José Pedro Ruiz, Diamanfer

 

 

rosemaribremm-mai2025“Durante muitos anos eu fiz parte da diretoria da Abravidro. Sou uma mulher que acredita plenamente na força do associativismo e, durante esses 35 anos de história da entidade, muito foi feito baseado nessa força, nessa crença, nessa união. Sabemos da importância da entidade para o nosso mercado, pois ela colabora para o desenvolvimento das empresas e o crescimento do segmento, com informação, treinamentos, eventos – tudo aquilo de que o setor precisa para fazer a diferença. Parabéns, Abravidro, pelos 35 anos de história. Parabéns a todos os ex-presidentes, diretores e associados que deixaram ali, na entidade, a sua marca. Parabéns a todos nós que somos associados e acreditamos nesse trabalho.”
Rosemari Bremm, MaryArt

 

 

yveraldogusmao-mai2025“Parabéns, Abravidro, por desenvolver normas, procedimentos, segurança do trabalho e tantas coisas mais para unir o ramo vidreiro – como o Simpovidro, um evento de enorme importância para nosso segmento. É muito relevante comemorar esses 35 anos.”
Yveraldo Gusmão, GR Gusmão

 

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Saiba como ocorreu a fundação da Abravidro

A criação da entidade se deu no dia 29 de maio de 1990 (foto), sob o nome Associação Nacional de Distribuidores de Vidros e Cristais Planos (Andiv). O contexto do associativismo vidreiro nacional era bastante específico naquele momento, não existia uma instituição de nível nacional para representar os interesses da cadeia de processamento.

Precursora
Apesar de já existir à época, a Associação Brasileira de Vidros de Segurança (Abravis) representava basicamente empresas de São Paulo. Por isso, na prática, a Abravidro foi a primeira entidade de nosso setor com atuação nacional, voltada desde o início às empresas de transformação de vidro.

A situação do mercado
Na virada dos anos 1980 para os de 1990, o setor era regido por um monopólio de fabricantes e uma cadeia de processamento e distribuição de pequeno alcance. Em outras palavras, o mercado era conservador, evitando grandes ousadias para a busca de crescimento e, ainda por cima, inacessível a novos players.

Associativismo combativo
As entidades mais relevantes do período eram Sincavesp-SP, Sincavidro-RJ (antigo Sincaverj) e Sindividros-RS. Cariocas e paulistas mantinham bom relacionamento social, mas pouco discutiam temas de relevância comercial. Tudo muda quando jovens agregadores assumem o comando dessas entidades, especialmente José Carlos Bulgari, que se torna presidente do Sincavesp, e José Ricardo D’Araújo Martins, o novo comandante do Sincavidro. Com a participação de outros nomes fundamentais para o setor (Léo Carlos Moran e Soriedem Rodrigues), passam a interagir para criar propostas que visavam a um novo relacionamento com as indústrias.

Entra em cena a Abravidro
Para isso se tornar realidade, era preciso um mediador político de peso, uma força nacional para defender os direitos desse elo da cadeia frente às multinacionais. Isso se materializa na forma da Abravidro. “Todos de forma unânime concordaram com a constituição da entidade e adoção de sua respectiva denominação, sendo a mesma [sic], em consequência, mediante aplausos de todos os participantes, considerada oficialmente fundada”, diz a ata de fundação.

Primeiros passos
A tarefa primordial da recém-fundada entidade era fomentar a expansão do vidro transformado pelo País. Para colocar o plano em prática, o escolhido como primeiro presidente foi Bulgari, por conta de seu caráter conciliador. As reuniões iniciais eram realizadas em São Paulo, na sede da Abravis, local que se tornou o quartel-general da Abravidro. A partir desse estopim, o mercado começou a se organizar, com aumento exponencial de empresas processadoras pelo Brasil ao longo dos anos e décadas seguintes.

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Acervo Abravidro

Abravidro completa 35 anos impulsionando o setor

Maio é um mês de celebração para o setor vidreiro brasileiro: a Abravidro completa 35 anos. Uma jornada marcada por muito trabalho em prol da cadeia vidreira e do maior uso do vidro, esse material incrível que tanto amamos. A data exige um conteúdo especial de O Vidroplano – e é justamente isso que você encontrará nas próximas páginas. Preparamos reportagens que cobrem a rica trajetória da associação para que não nos esqueçamos: a história moderna do vidro nacional se confunde com a da Abravidro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 629 (maio de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Lajeadense ergue nova sede e reconstrói sua história

Há cerca de um ano, o setor vidreiro nacional foi impactado pelas imagens da unidade fabril da processadora Lajeadense, na cidade de Lajeado, totalmente destruída, tomada pelas águas das enchentes históricas que ocorreram no Rio Grande do Sul em abril e maio do ano passado. Apesar das dificuldades, a empresa apostou na resiliência e conseguiu se reerguer – hoje, a obra para sua nova sede, em outra região da cidade, está a todo vapor, com previsão para as primeiras máquinas operarem até o meio do ano.

Rotina de perdas
Na tragédia do ano passado, o Rio Taquari, que passa pela cidade de Lajeado, subiu dos seus habituais 13 m para impressionantes 32 m – em dois dias, choveu a quantidade prevista para seis meses na região. Em imagens aéreas, era possível ver apenas o telhado da Lajeadense cercado pela água revolta e enlameada que descia desgovernada o Vale do Taquari.

Mas essa enchente não foi a primeira enfrentada pela empresa de mais de 65 anos de história. “Eu me lembro desde a minha infância de ter enchente. Era algo comum na nossa cidade, na nossa região”, conta Roberta Lopes Arenhart, sócia-administrativa e filha de Renato Arenhart, dirigente do negócio. No entanto, tais fenômenos se tornaram mais violentos nos últimos anos. Em 2020, após chuvas torrenciais, cerca de 20 cm de água entraram na empresa, estragando móveis e cabos de máquinas – mas isso não foi nada perto do que viria a acontecer a partir de 2023.

 

Da destruição ao recomeço: sede da empresa praticamente submersa no ano passado e nova fábrica que em breve começará a operar
Da destruição ao recomeço: sede da empresa praticamente submersa no ano passado e nova fábrica que em breve começará a operar

 

Em setembro daquele ano, o Taquari subiu 29 m. Com isso, o 1º andar inteiro da empresa foi destruído. “Como a gente tinha uma noção de onde a água podia chegar, na noite anterior nós fomos com o pessoal para a empresa para levantar algumas coisas, botar equipamentos em cima das mesas – o que sempre fazíamos quando chovia bastante. Lembro que até mandei mensagem no grupo dos colaboradores dizendo para todos irem com uma roupa mais simples no dia seguinte para ajudar na limpeza, caso sujasse algo”, recorda Roberta. “Só que aí, quando voltamos de manhã, não tinha mais nada.” Naqueles dias, seu pai, Renato, estava na Itália visitando a Vitrum, tradicional feira de nosso setor. O irmão de Roberta, Regis, e um primo, Tomás, tentaram salvar mais coisas, mas a enchente subiu tão rapidamente que tiveram de abortar a missão e se refugiar no 2º andar da empresa – lugar no qual ficaram por dois dias, até a água baixar.

Dois meses depois, em novembro, ainda se recuperando do baque, a Lajeadense teve de encarar outra cheia. “Essa não foi tão ruim na questão do volume de água, mas a gente estava há pouco tempo trabalhando na recuperação de maquinário, com equipamentos operando de novo, as coisas fluindo. E estragou tudo de novo. Tudo que a gente tinha investido financeiramente para recuperar foi pro lixo”, comenta a sócia-administrativa.

 

Família Arenhart: Regis, Renato e Roberta, responsáveis por comandar o negócio da processadora
Família Arenhart: Regis, Renato e Roberta, responsáveis por comandar o negócio da processadora

 

Negócio destruído
Estima-se que o prejuízo da enchente de 2024 gire em torno dos R$ 70 milhões. “É até difícil de precisar um número, porque foram tantas enchentes, e ainda tem a questão de não só o que a gente perdeu, mas o que deixou de faturar nesses meses”, explica Roberta. Só de matéria-prima, foram mais de 200 t de vidro inutilizadas. E o impacto poderia ser ainda maior: após a enchente de novembro, a empresa alugou um espaço na cidade vizinha Estrela, instalando ali parte da produção e o PCP – em Lajeado, ficaram três máquinas e todo o administrativo-comercial.

“A gente fez a manutenção dos maquinários estragados nas enchentes anteriores e eles voltaram a operar. O que foi bem-danificado foi o vidro temperado, pois ficamos sem o forno. Mas fomos até outras empresas ali da região da Serra para temperar. Esses parceiros nos ajudaram muito, abriram as portas para nós”, recorda Roberta.

 

Em outubro do ano passado, primeira viga da nova fábrica foi erguida, representando o renascimento da empresa após as enchentes
Em outubro do ano passado, primeira viga da nova fábrica foi erguida, representando o renascimento da empresa após as enchentes

 

Reconstrução
Em outubro, começou a reconstrução da empresa, agora não mais junto ao Taquari. “Hoje nós estamos com mais da metade do piso colocada na nova sede. Nos próximos dois meses, a gente vai estar com máquina ali. Depois, ainda tem a finalização do refeitório, a parte administrativa, comercial, escritórios. Mas a partir de junho ou julho já estaremos com a operação funcionando”, afirma Roberta. Para levantar os investimentos necessários, a Lajeadense recorreu a bancos parceiros de longa data. “Tivemos de fazer vários financiamentos para comprar o terreno, investir no prédio. Não temos uma conta fechada de tudo, e ainda vamos precisar de mais recursos para finalizar, mas está dando certo.”

A fábrica em construção será uma evolução da antiga: de 7 mil, passará a ter 12 mil m² em linha – o que significa maior otimização e eficiência, tanto no layout como nos processos, sem cantos mortos. Segundo a diretoria da processadora, o projeto foi pensado para o bem-estar do colaborador, com telhas térmicas para suportar o verão quente do Rio Grande do Sul, espaço para crianças e até quadra de esportes. “É um sentimento curioso, pois, se a gente não tivesse passado pelo que passou, não teria a oportunidade de recomeçar a empresa. Provavelmente, teríamos continuado ali sempre no mesmo lugar, fazendo puxadinhos para ampliar. E, agora, temos a chance de fazer uma empresa do zero, planejada para mais sessenta anos.

Conheça a Lajeadense

  • Fundada em 1958, como vidraçaria
  • Em 2002, passa a atuar como processadora
  • Conta com 100 funcionários atualmente
  • Nova sede terá 12 mil m² de área
  • Produção tem foco em vidros para projetos especiais – um dos carros-chefes são os insulados, comercializados com a marca Duoglass

 

Foto: Pedro Amorim
Foto: Pedro Amorim

 

“Foi a equipe que fez a gente não desistir da Lajeadense”

Roberta Lopes Arenhart comenta a importância de criar uma rede de apoio aos colaboradores afetados na vida pessoal pela tragédia de 2024

Em que momento vocês tiveram a dimensão da gravidade do que estava acontecendo no ano passado?
Roberta Lopes Arenhart – Foi um dia muito louco, parecia fim de mundo. Era o centro da cidade trancado, cada um correndo para um lado. A gente ficou em um lugar mais alto, em que conseguia acompanhar como estava a empresa. No meio da tarde, um amigo nosso de Lajeado, que tem jet ski, nos deu ajuda e levou meu irmão para pegar alguns documentos que ele achava importantes, do comercial, do administrativo. Fizeram duas viagens de jet ski e foi o que deu, por conta da correnteza. A gente salvou o que deu até certo momento; chega uma hora que não tem como botar nossa vida em risco.

O que chamou a atenção do setor foi a resiliência de vocês. Passado o momento mais crítico, a gente viu o engajamento de vocês para a recuperação do espaço físico, a ajuda aos colaboradores afetados. Como isso se deu?
RLA – Tudo na vida é experiência, né? Como a gente tinha sofrido com enchentes antes, isso fez com que tivesse mais força para lidar com a situação, mesmo com uma proporção muito maior. Quando baixou a água, vimos que a situação era catastrófica. E o que mais estava nos assustando era em relação aos colaboradores. A gente não tinha mais contato com todo mundo, pois ficamos sem sinal de celular em Lajeado.

Como a tragédia tomou essa proporção de nível nacional, empresas vidreiras de todo o Brasil começaram a nos chamar pelo Instagram e WhatsApp para ajudar de alguma forma. A gente falava para mandar mantimentos, roupas, cobertores, mas todo mundo queria enviar dinheiro. Então, pensamos em focar nos colaboradores que perderam a casa, perderam tudo. Por isso, abri um PIX, fizemos vídeo divulgando nas redes sociais e conseguimos arrecadar um valor muito legal, que foi dividido entre os funcionários. E como foi inacreditável a quantidade de valor doado, dividimos também entre os pais, sogros e irmãos de cada funcionário. No total, a gente conseguiu ajudar 35 famílias afetadas.

Você comentou sobre rede social, e a Lajeadense realmente tem um trabalho muito forte de comunicação pela Internet. Qual é a importância de ter esse contato mais próximo com o mercado?
RLA – Nós iniciamos esse trabalho mais forte a partir de 2021. Depois das enchentes, ganhamos bastantes seguidores e visibilidade nas redes sociais. E é muito legal ver o respaldo dos clientes e dos fornecedores acompanhando o que fazemos. A gente sabe que o nosso cliente final não está ali todo dia no Instagram, mas eu entendo muito essa questão de plantar para colher no futuro. Lá na frente, nosso cliente vai ser quem está hoje acompanhando as redes sociais. Por isso eu incentivo muito a questão da mão de obra, divulgar os projetos, o produto final.

Vocês estão otimistas com o ano de 2025 para o mercado vidreiro?
RLA – Eu tenho um pouco de dúvidas. Até agora não foi um ano tão positivo assim, mas acho que tem bastante coisa para acontecer, e talvez a gente consiga sair com algo positivo.

E como você imagina o futuro da Lajeadense, após a reconstrução pela qual estão passando?
RLA – Desde que eu entrei na empresa, sempre me imaginava indo para o mesmo local de trabalho, com as mesmas pessoas, tendo uma rotina padrão. E depois de tudo que aconteceu, a gente vê que a vida nos dá vários sustos, mas no final as coisas dão certo. Tenho certeza que a Lajeadense ainda tem muito a prosperar, principalmente com a equipe que a gente tem – pois é isso que faz a diferença no nosso dia a dia. Foi a equipe que não fez a gente desistir da Lajeadense. Olhar todo mundo ali engajado, querendo fazer acontecer, é isso que faz a diferença na nossa vida. Tenho certeza que vai dar certo.

Qual seria o seu conselho para empresas que estão passando por dificuldades?
RLA – Acho que o segredo foi ser uma empresa familiar com todo mundo um ao lado do outro. Às vezes era bem difícil, porque todo mundo ficava mal junto. Mas eu acho que isso faz a diferença, especialmente com uma equipe muito diferenciada como a nossa. A gente tem uma cultura muito forte, pois, além da nossa família lá dentro, nós temos uma relação de família com todo mundo. Então, talvez o segredo para conseguir passar por qualquer dificuldade seja ter uma equipe engajada que acredita no teu negócio e em quem tu confias.

Este texto foi originalmente publicado na edição 628 (abril de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Divulgação Lajeadense

Elas transformam o vidro

As mulheres vêm ocupando cada vez mais espaço no mercado de vidros. Essa é uma tarefa necessária para a própria oxigenação das visões e experiências das empresas: elas podem trazer ideias disruptivas que farão diferença positiva para o segmento.

Pensando nisso, e também para celebrar o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, O Vidroplano preparou uma reportagem especial, na qual conversou com diversas mulheres líderes em suas empresas para entender como construíram suas trajetórias dentro do segmento vidreiro, além de revelar as dificuldades ainda encaradas no dia a dia. O VidroCast, o podcast da Abravidro, também aborda o tema em programação especial com mulheres líderes em suas empresas.

Na indústria
De acordo com pesquisa do Observatório Nacional da Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as mulheres representam um quarto da força de trabalho desse segmento no Brasil. Em cargos de gestão no setor, a participação é melhor: de 2008 a 2021, houve aumento na quantidade de mulheres líderes, passando de 24% para 31,8%, o que corresponde a quase um terço do total.

 

Quem é ela “Sou gerente-financeira do grupo, exerço essa função há 28 anos. O financeiro envolve toda a empresa, pois, por ele, passam todas as ações e planejamento que executamos nesses anos.” Denise Favero Ramos (Blue Glass)
Quem é ela
“Sou gerente-financeira do grupo, exerço essa função há 28 anos. O financeiro envolve toda a empresa, pois, por ele, passam todas as ações e planejamento que executamos nesses anos.”
Denise Favero Ramos (Blue Glass)

 

A indústria brasileira ainda está abaixo da média dos demais setores da economia – nos quais as mulheres ocupam quase metade das posições de liderança (46,7%). No entanto, o crescimento da presença feminina na cadeia foi três vezes maior no mesmo período (32,5%, contra 9,8% nos demais segmentos).

Ainda não existem dados para mostrar como anda esse indicador no mercado vidreiro. Medindo no olho, parece, sim, que mais mulheres fazem parte da rotina estratégica das empresas vidreiras comparando-se com anos anteriores. “As mulheres, a todo tempo, precisam se provar. Quando você abre a boca para falar, começa a se posicionar e mostrar seu conhecimento técnico, o povo olha de uma forma diferente. Em muitos casos ainda sinto que preciso argumentar para que me respeitem. Então, essa situação continua a acontecer, mas o cenário melhorou”, analisa Audrey Dias, diretora da Aluparts.

 

As mulheres representam um quarto da força de trabalho na indústria brasileira (Foto: reewungjunerr/stock.adobe.com)
As mulheres representam um quarto da força de trabalho na indústria brasileira (Foto: reewungjunerr/stock.adobe.com)

 

Obstáculos
“Embora o cenário esteja mudando e haja um avanço significativo na inclusão feminina, ainda existem barreiras culturais e, em alguns casos, preconceitos velados, o que gera desafios para as que assumem posições de liderança ou funções técnicas na produção”, explica Denizy Alves, gerente-comercial da Govidros, de Goiânia.

Na percepção de 92% dos participantes de uma pesquisa realizada em 2020 pelo Instituto Patrícia Galvão, mulheres sofrem mais situações de assédio no ambiente de trabalho que os homens. Além disso, as opiniões ou pontos de vista não eram levados em consideração por 37% das entrevistadas.

“Já tive cliente que quis ser atendido por homem, pois acha que não sabemos do assunto, me culpando porque demorou para entregar os vidros. Enfim, comércio é um desafio diário, e aprendemos a lidar com tudo e todos”, comenta Simone Carvalho, irmã de Denizy e também gerente-comercial da Govidros.

 

Quem é ela “Como diretora-administrativa da processadora Vipel e da extrusora de alumínio Alump, acabo participando de várias áreas: comercial, faturamento, controladoria e atendimento ao cliente também. Eu faço a compra de matéria-prima das duas empresas, sendo responsável por negociações diretas com os grandes fornecedores do nosso mercado.” Bruna da Motta (Vipel)
Quem é ela
“Como diretora-administrativa da processadora Vipel e da extrusora de alumínio Alump, acabo participando de várias áreas: comercial, faturamento, controladoria e atendimento ao cliente também. Eu faço a compra de matéria-prima das duas empresas, sendo responsável por negociações diretas com os grandes fornecedores do nosso mercado.”
Bruna da Motta (Vipel)

 

“Nunca sofri preconceito explícito, mas ele é, normalmente, velado, de forma sutil, em não querer tratar de certos assuntos com uma mulher”, exemplifica Bruna da Motta, diretora da Vipel, de Tubarão (SC). “Os homens mais novos vêm aceitando muito mais, mas os que estão há mais tempo no setor ainda podem ter certa resistência, e isso aparece subestimando a eficiência da mulher no dia a dia. Mas acredito que, mostrando que somos capazes, conseguimos nosso lugar.”

“Embora tenha ocorrido progresso, é fundamental continuar a luta por um ambiente de trabalho justo e igualitário para todos. Estamos comprometidos em promover a inclusão e garantir que atitudes discriminatórias não sejam toleradas. Nosso objetivo é que todos se sintam valorizados e respeitados, tanto no ambiente de trabalho como em nossas relações comerciais”, aponta Neiva Nicaretta, diretora e cofundadora da Modelo Vidros, de Garibaldi (RS).

Para Elaine Mossin, gerente-administrativa da LM Vidros, de Campo Grande, é importante a profissional mulher estar preparada para esse tipo de desafio: “Sempre busquei me qualificar para que eu fosse respeitada não por ser mulher, mas profissional. Acho que isso é importante para que tenhamos segurança de nossa própria capacidade”. No entanto, vale reforçar: a principal responsabilidade para criar condições que possam deixar o machismo de lado é dos homens.

 

Aos poucos, as mulheres vão assumindo posições de liderança nas empresas vidreiras, seja na gestão do empreendimento ou mesmo em atividades de chão de fábrica (Foto: JackF/stock.adobe.com)
Aos poucos, as mulheres vão assumindo posições de liderança nas empresas vidreiras, seja na gestão do empreendimento ou mesmo em atividades de chão de fábrica (Foto: JackF/stock.adobe.com)

 

A importância de oferecer oportunidades
Segundo a pesquisa da CNI citada anteriormente, a cada dez indústrias brasileiras, seis contam com programas ou políticas de promoção de igualdade de gênero – dessas, 61% afirmam tê-las há mais de cinco anos. Entre as iniciativas mais usadas estão política de paridade salarial (77%), proibição de discriminação em função de gênero (70%), cursos específicos para qualificação de mulheres (56%) e estímulo à ocupação de cargos de chefia (42%). O estudo revela ainda que que 57% dos entrevistados (mais de mil executivos industriais, sendo 40% do sexo feminino) dão importância alta ou muito alta a políticas de gênero.

Não só as profissionais se beneficiam com maiores chances, pois conseguirão se inserir no mercado de trabalho, mas, principalmente, as empresas. “A diversidade traz novas perspectivas, amplia a criatividade e fortalece a inovação dentro das companhias”, comenta Denizy Alves, da Govidros. “Acreditamos que o talento e a capacidade de liderança não tenham gênero – o que importa são a competência, a visão estratégica e o comprometimento.”

 

Quem é ela “Atuo de forma estratégica e comercial, garantindo que a empresa esteja sempre alinhada às demandas do mercado. Além de cuidar da precificação dos produtos, também acompanho de perto a fabricação para garantir a qualidade e eficiência dos processos.” Denizy Alves (Govidros)
Quem é ela
“Atuo de forma estratégica e comercial, garantindo que a empresa esteja sempre alinhada às demandas do mercado. Além de cuidar da precificação dos produtos, também acompanho de perto a fabricação para garantir a qualidade e eficiência dos processos.”
Denizy Alves (Govidros)

 

Para Simone Carvalho, da Govidros, sempre é possível deixar comportamentos culturais antiquados para trás: “Entendo que pode não ser fácil para alguns homens serem liderados por mulheres, mas mesmo meu pai teve de se remodelar na questão do machismo, pois somos minha mãe e três filhas mulheres, todas dentro da empresa”.

Como pondera Elaine Mossin, da LM Vidros, as mulheres são tão competentes quanto os homens nas mais diversas atividades. “Sem contar que somos multitarefas, detalhistas e conseguimos equilibrar melhor razão e emoção para lidar com pessoas”, frisa. Tais características são imprescindíveis para o mercado vidreiro, que depende de visão criativa para trabalhar com produtos de valor agregado. “Mulheres impulsionam inovação e criatividade, favorecendo o desenvolvimento de novos produtos e soluções para um público mais amplo. Além disso, contribuem para uma cultura organizacional mais colaborativa e inclusiva, promovendo a retenção de talentos. A diversidade torna as decisões mais equilibradas, assertivas e éticas”, define Neiva Nicaretta, da Modelo Vidros.

A opinião é compartilhada por Bruna da Motta, da Vipel. “A inclusão feminina no setor vidreiro ajuda a oferecer novas soluções criativas aos desafios do setor. E ainda inspira meninas a seguir carreira, para se tornar também líderes.”

 

Não só as profissionais se beneficiam com maiores chances, pois conseguirão se inserir no mercado de trabalho, mas, principalmente, as empresas: diversidade traz novas perspectivas e maior inovação às companhias (Foto: romul014/stock.adobe.com)
Não só as profissionais se beneficiam com maiores chances, pois conseguirão se inserir no mercado de trabalho, mas, principalmente, as empresas: diversidade traz novas perspectivas e maior inovação às companhias (Foto: romul014/stock.adobe.com)

 

Avançamos em equidade
O 2° Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, do Ministério do Trabalho e Emprego, divulgado no ano passado, indica que as mulheres recebem 20,7% menos do que os homens nas mais de 50 mil empresas consultadas (com cem ou mais empregados).

Mas existem boas notícias: levantamento da CNI mostra que, nos últimos dez anos, houve aumento da igualdade salarial entre mulheres e homens. O indicador subiu 6,7 pontos, saindo de 72 pontos (em 2013) para 78,7 (em 2023) – quanto mais próximo de 100, maior a equidade.

 

Quem é ela “Meu dia a dia é dividido entre os setores comercial e administrativo/financeiro, incluindo a assistência na tomada de decisões estratégicas junto à diretoria da empresa.” Elaine Mossin (LM)
Quem é ela
“Meu dia a dia é dividido entre os setores comercial e administrativo/financeiro, incluindo a assistência na tomada de decisões estratégicas junto à diretoria da empresa.”
Elaine Mossin (LM)

 

Além disso, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a participação das mulheres no mercado de trabalho aumentou nos países que compõem o G20. No Brasil, o indicador também cresceu: de 34,8%, em 1990, para 52,2%, em 2023.

Quais os caminhos para continuar transformando esse panorama, então? “Acredito que a cultura de muitas empresas precisa mudar para que as mulheres tenham mais acesso ao setor vidreiro. A automatização das linhas de produção pode ser um caminho para que comecemos a ter mulheres também no chão de fábrica”, analisa Denise Favero Ramos, gerente-financeira da Blue Glass, de São José dos Pinhais (PR).

Bruna da Motta, da Vipel, também aposta na criação de políticas internas de apoio à carreira das mulheres, mudando a cultura organizacional enraizada apenas no masculino: “É preciso educar cada vez mais a sociedade para o tratamento igualitário dos gêneros”.

 

Quem é ela “Como diretora e cofundadora da empresa ao lado do meu esposo, Leonir, minha rotina é multifacetada, unindo a gestão financeira à estratégia geral do negócio. Meu foco diário está na sustentabilidade financeira, supervisionando contas a pagar e a receber, fluxo de caixa, análise de crédito e gestão de investimentos.” Neiva Nicaretta (Modelo Vidros)
Quem é ela
“Como diretora e cofundadora da empresa ao lado do meu esposo, Leonir, minha rotina é multifacetada, unindo a gestão financeira à estratégia geral do negócio. Meu foco diário está na sustentabilidade financeira, supervisionando contas a pagar e a receber, fluxo de caixa, análise de crédito e gestão de investimentos.”
Neiva Nicaretta (Modelo Vidros)

 

“O primeiro passo é desconstruir a ideia de que certas funções têm gênero”, afirma Denizy Alves, da Govidros. “Empresas e lideranças precisam promover um ambiente inclusivo, em que as mulheres se sintam bem-vindas e tenham condições de crescer profissionalmente”. Elaine Mossin, da LM Vidros, olha para outros setores da construção civil como bons exemplos a serem seguidos: “Temos mulheres trabalhando como pintoras, assentadoras de piso – que se destacam por serem mais detalhistas –, entre outras funções. As mulheres desempenham muito bem seus papéis, com profissionalismo e muita competência”.

Neiva, da Modelo Vidros, cita ações que sua processadora aplica no dia a dia, incluindo a colocação de mulheres em cargos de liderança de setores internos como comercial, RH e compras. “Como estamos comprometidos em valorizar o trabalho voluntário feminino na sociedade, criamos o programa Mulher Modelo, que reconhece e destaca mulheres que realizam esse tipo de atividade”, revela.

 

Foto: Divulgação Blindex
Foto: Thiago Borges

 

Eventos e ações para debater o tema
Indo além das atividades internas nas empresas, nosso setor também precisa debater o tema publicamente. Nesse sentido, estamos bem-servidos, com alguns eventos próprios para discutir a posição das profissionais no empreendedorismo vidreiro.

A Blindex realizou quatro edições do Fórum Transparência com Elas, que reúne franqueados, parceiros e clientes para trocar ideias sobre o espaço da mulher no mercado de trabalho – saiba mais a respeito da iniciativa na entrevista com Glória Cardoso, gerente-geral da Pilkington e Blindex, clicando aqui.

 

Quem é ela “Estou na Govidros desde meus onze anos. Já limpei a empresa, implementei o cafezinho coado na hora, fiquei no caixa – mas eu queria mesmo era vender. Depois de voltar de uma licença maternidade, fui direto para o setor de vendas. Minha clientela era boa e fiel, e para mim representavam mais do que clientes, viraram meus amigos. Finalmente fui convidada para a gerência dessa área, meu cargo atual.” Simone Carvalho (Govidros)
Quem é ela
“Estou na Govidros desde meus onze anos. Já limpei a empresa, implementei o cafezinho coado na hora, fiquei no caixa – mas eu queria mesmo era vender. Depois de voltar de uma licença maternidade, fui direto para o setor de vendas. Minha clientela era boa e fiel, e para mim representavam mais do que clientes, viraram meus amigos. Finalmente fui convidada para a gerência dessa área, meu cargo atual.”
Simone Carvalho (Govidros)

 

A companhia, inclusive, oficializou, no dia 8 de março, uma parceria com o Instituto Mulher em Construção (Imec) para patrocinar a formação da primeira turma de vidraceiras do instituto. Com os conhecimentos adquiridos, as participantes do curso poderão atuar profissionalmente na instalação de sistemas de envidraçamento, promovendo sua independência financeira e ampliando suas perspectivas de carreira. “Essa é uma ação prática que demonstra como as mulheres podem explorar novos mercados, especialmente o do vidro”, destaca Glória Cardoso.

O Imec atua há quase duas décadas capacitando mulheres para a construção civil, já tendo formado mais de 7 mil profissionais em elétrica, hidráulica, pintura e assentamento de pisos. Os cursos para formação de vidraceiras serão gratuitos e contarão com uma estrutura que combina teoria e prática – datas, local e mais informações sobre as inscrições ainda serão divulgados.

 

Eventos para discutir a posição das profissionais no empreendedorismo vidreiro também são relevantes, como é o caso do Encontro Paranaense de Mulheres Vidreiras, organizado pela Adivipar-PR (Foto: Duda Dalzoto)
Eventos para discutir a posição das profissionais no empreendedorismo vidreiro também são relevantes, como é o caso do Encontro Paranaense de Mulheres Vidreiras, organizado pela Adivipar-PR (Foto: Duda Dalzoto)

 

As entidades vidreiras regionais também estão de olho no assunto. O Sindividros-RS organiza o Vidro Delas, evento exclusivo para arquitetas, designers de interiores, engenheiras, gestoras, colaboradoras e funcionárias das indústrias e vidraçarias representadas pela entidade. A Adivipar-PR, por sua vez, idealizou, em 2023, o Encontro Paranaense de Mulheres Vidreiras. Realizado no Viale Cataratas Hotel, em Foz do Iguaçu, contou com 170 participantes que conferiram uma programação de palestras voltadas tanto para o universo feminino como para o segmento vidreiro nacional. Este ano, em junho, ocorre a 2ª edição.

Este texto foi originalmente publicado na edição 627 (março de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Halfpoint/stock.adobe.com

Cyberglass celebra cem anos de atividades no setor vidreiro

Empreender é uma tarefa complicada: no Brasil, uma a cada quatro empresas que geram emprego não sobrevive até completar seu primeiro aniversário. Quando esse espaço de tempo é aumentado de um para cinco anos, a taxa de sobrevivência segue baixa – apenas 37% das companhias criadas em 2017 no país seguiam em operação em 2022. Esses dados alarmantes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam o quanto a perenidade dos negócios se torna um desafio a ser superado todos os dias em nosso país.

Por isso mesmo, não é sempre que uma empresa, especialmente do setor vidreiro, chega a cem anos. A Cyberglass, processadora localizada em São Paulo, alcançou esse feito neste fevereiro de 2025, completando um século de trabalho com vidro. Essa história tão rara merece ser contada, e agora você confere um pouco sobre ela.

Crescimento através dos tempos
Natural de Santos, Domingos Seixas (avô de José Domingos Seixas, o atual CEO da empresa) fundou, em 1925, um pequeno negócio familiar chamado Seixas & Cia, no bairro do Brás, na cidade de São Paulo. O empreendimento no tradicional bairro paulistano, reduto de italianos, tinha por objetivo comercializar vidro em uma época em que a produção era limitada. Utilizado principalmente em janelas e na decoração, o vidro era considerado um luxo – mas a demanda por ele aumentava conforme a construção civil se desenvolvia, impulsionada pelo crescimento urbano.

Com um setor vidreiro mais consolidado nas décadas seguintes, a empresa sempre buscou novos posicionamentos dentro da cadeia: se tornou Fábrica de Espelhos Seixas & Cia (na época não existiam usinas, como hoje, para fabricar o produto); depois, virou Indústria e Comércio de Vidros e Espelhos São José; e, mais tarde, mudou de nome mais uma vez, para Verdi. Finalmente, em 2002, ocorre um rebranding total. A companhia se transforma na Cyberglass, passando a atuar como processadora, agora no vizinho bairro da Mooca, também muito italiano e que já foi importante polo industrial da cidade.

 

Algumas das logomarcas da Cyberglass ao longo de seus 100 anos (a atual é esta de baixo)
Algumas das logomarcas da Cyberglass ao longo de seus 100 anos (a atual é esta de baixo)

 

Longevidade
Para o CEO (e neto do fundador) José Domingos Seixas, é uma honra estar à frente da beneficiadora neste momento histórico. “Eu, como terceira geração da família a gerir o negócio, me orgulho de dizer que somos uma empresa saudável. Passamos por grandes desafios, mas sobrevivemos a todos. E fico mais feliz ainda sabendo que a quarta geração está pronta para assumir a Cyberglass a qualquer momento”, revela, fazendo referência aos sobrinhos Gláucia Guerrero, que é diretora de Suprimentos, e Rodrigo Guerrero, diretor de Operações.

“Estou na empresa há 27 anos e, quando olhamos para trás, vemos uma grande mudança. A Cyberglass, de uma pequena vidraçaria, se tornou uma grande indústria, sendo uma das referências hoje no mercado nacional”, comenta Rodrigo. “Eu não estou há tanto tempo, cerca de treze, quatorze anos aqui, mas também acompanhei essa evolução: a chegada dos computadores, das grandes máquinas, e nós conseguindo investir nessa tecnologia e manter a perenidade dos negócios”, analisa Gláucia.

A comemoração do aniversário foi dividida em dois momentos: uma festa para os colaboradores, e outra, para fornecedores, parceiros e clientes.

 

Conheça a Cyberglass

  • Fundada em 1925
  • 140 colaboradores
  • Foco na produção de vidros para a construção civil, especialmente os segmentos de fachadas e atendimento a prédios residenciais, comerciais e empresas de envidraçamento de sacadas
  • Capacidade para produzir 110 mil metros de laminados e 60 mil metros de temperados mensais

 

cyberglass3-fev2025

 

“O segredo é não fazer do negócio uma herança”

José Domingos Seixas e seus sobrinhos Gláucia e Rodrigo foram entrevistados pelo VidroCast, o podcast da Abravidro, e comentam a importância do legado da família nos negócios da Cyberglass

Como alcançar essa meta tão expressiva de cem anos em um mercado com concorrência tão acirrada como é o segmento vidreiro?
José Domingos Seixas: O segredo é não fazer do negócio uma herança. Porque com a herança existem interesses não muito claros entre as pessoas. Uma empresa familiar tem de ser gerida por capacitação, tem de ser direcionada. Eu acho que isso é o que levou a Cyberglass a sobreviver até hoje.

Gláucia Guerrero: Nós respeitamos muito a hierarquia. Cada um sabe exatamente onde é o seu lugar. O Domingos é o chefe, o dono da Cyberglass, e nós somos funcionários dele. Quando a gente fala de empresa familiar, várias pessoas perguntam como é viver, trabalhar no dia a dia sem brigar. Eu falo que cada um respeita o seu espaço. Ninguém passa por cima, ninguém quer ter mais poder. Existe a diferença de opinião, a divergência, mas a gente respeita o outro.

JDS: A família é a mantenedora desse pilar, desse equilíbrio. Isso, muitas vezes, é discutido em família, os problemas são colocados em família. Ninguém sofre sozinho, vamos dizer assim. A gente sofre em família e a gente se diverte em família.

Quais são os principais desafios do mercado?
Rodrigo Guerrero: A importação de vidros é uma coisa que afeta diretamente a gente, principalmente quando tem reajuste da usina, pois alguns importadores continuam com preços antigos, então quem importa tem uma competitividade maior. A informalidade, todo mundo sabe, é desleal. E também o que vem do governo, atrapalha não ter uma previsão mais clara, com os empresários tendo dificuldade em realizar investimentos, alta taxa de juros, incerteza do mercado, a construção civil prevendo uma redução para os próximos anos… Acho que esse é o momento que estamos vivendo hoje, e que não é muito diferente do que vivemos no passado.

Em 2019, vocês passaram por um momento terrível: uma enchente que atingiu as instalações da Cyberglass. Como foi aquele período?
RG: Esse é um dos pontos que mais marcou a empresa.

GG: E que mais machuca até hoje.

RG: É difícil pensar nisso sem se emocionar, porque, por mais que outras empresas tenham passado por isso, quando acontece com você, é dolorido. Mas a gente teve muita ajuda, vinda até de pessoas e empresas das quais a gente não esperava ou mesmo de quem a gente nem conhecia. Foi um prejuízo gigantesco, produção paralisada por meses. Todos os equipamentos eram eletrônicos, automatizados, com painéis na parte de baixo das máquinas, então tudo ficou submerso. E ainda teve a dificuldade para repor os componentes de maquinários com vários anos de uso.

JDS: Além de você não ter dinheiro, você tem de gastar. Naquele momento você não tinha de onde tirar. Todo meu estoque estava submerso. Todas as máquinas ficaram submersas. A gente perdeu todos os documentos trabalhistas, para você ter uma ideia… Mas a gente tinha certeza de que a empresa ia continuar. Então, a gente fez de tudo pra manter, pelo menos, os nossos clientes atendidos.

Qual a importância da resiliência de vocês pra construir essa história, inclusive nesses momentos de dificuldade?
GG: Tem que haver resiliência. Senão, você afunda e não volta. Você vai afundar em algum momento, mas você vai voltar, levantar, respirar.

Quais outros momentos da história da Cyberglass ajudaram a definir a empresa?
JDS: Qualquer episódio para a gente é relevante. A simples compra de um carro novo era super importante. A gente trabalhou com muito sacrifício e conquistamos as coisas assim. Então, festejava cada momento, cada pequena coisa. Eu acho que a gente é movido à satisfação. Todos os momentos dão muito prazer para a gente. É a conquista de um cliente, de um espaço novo, de um amigo no setor.

Para chegar aos cem anos de mercado, ter as pessoas certas na empresa deve ter sido fundamental. Qual a importância dos funcionários nessa trajetória?
RG: Total. Temos vários cases de vários funcionários crescendo e ajudando a empresa chegar onde chegou. Já tivemos ajudante geral da expedição, o carregador de vidro, que se tornou um dos melhores vendedores; tivemos ajudante que virou gerente e hoje tem vidraçaria própria. É disso que a gente precisa. Eu participei do setor de RH por alguns anos e, quando contratava alguém, falava “não trabalhe pra mim, trabalhe para você, porque você é uma empresa”. Tem muita gente que escuta e acaba crescendo junto.

Vocês chegaram a tentar outras áreas profissionais ou sempre quiseram seguir carreira no vidro?
RG: Comecei bem cedo e não porque eu quis [risos]. Foi bem no período de férias da escola, meus amigos na piscina e eu indo almoçar rápido em casa pra voltar pra empresa. Mas a gente pega amor, né? Desde pequeno eu frequentava a empresa, e sempre a vi como um futuro.

GG: Eu me formei em Direito, não tinha pretensão alguma de ir pra empresa. Mas após o término do meu casamento, precisei seguir minha vida, pensei “e agora, pra onde eu vou?”. E aí eles me abriram as portas e cá estou até hoje.

JDS: Eu comecei muito cedo. A gente morava em cima da fábrica, era um sobrado. E eu, aos 10 anos, trabalhava na produção de espelhos. Depois eu fiz cursinho pra vestibular, ia prestar pra Medicina, mas meu pai ficou muito doente. E aí mudei para ciências contábeis. Trabalhei um ano fora, em escritório de contabilidade, e depois retornei.

Domingos, depois de ser presidente da Abravidro por seis anos, e agora como vice-presidente do Sinbevidros-SP, qual é a sua visão sobre a importância do associativismo?
JDS: É algo que não tem parâmetro, sabe? É importante e ponto. É ali onde você discute, vê as dificuldades de todo mundo, procura entender o mercado, traz opiniões. Hoje eu percebo o quanto a gente perdeu no período em que a empresa não participava desse movimento do associativismo. Mas você só tem a ganhar. Não é uma despesa, é um investimento.

Nos últimos anos, a Cyberglass tem investido mais em marketing. Essa estratégia é parte da construção dos próximos cem anos da empresa?
RG: Eu acredito que sim. Quem não é visto não é lembrado. Quando a gente olha o histórico da empresa, por muitos e muitos anos ela foi uma vidraçaria muito pequena, então agora que a gente passou a ter um nome mais forte, a ser reconhecido no mercado, é preciso aparecer, participar de feiras etc. Hoje a gente tem o maior forno de têmpera do mercado, nós produzimos um dos maiores multilaminados de temperados do Brasil, atendemos a construção civil de ponta a ponta, desde a decoração até peças estruturais – e a gente tem de ser visto, tem de investir em marketing, para que as pessoas tenham conhecimento daquilo que a gente faz.

Antes de terminar nosso bate-papo, teriam um recado para deixar para o setor?
JDS: Para quem está junto com a gente no mercado vidreiro, concorrente ou não, quero falar que tudo é possível. A Cyberglass é a prova disso. A gente tem mais um caminho enorme a percorrer, sempre estendendo a mão, né? Porque se estamos aqui hoje é porque também estenderam a mão para nós.

RG: Gostaria de deixar um agradecimento aos funcionários. Eu acho que a gente é muito abençoado por tudo que conquistou. Eu lembro que quando era mais novo peguei um caderno e eu fiz uma lista de equipamentos que eu queria pra empresa. Uma lista de desejos. Há algum tempo atrás eu achei esse caderninho e me emocionei, porque, tudo o que estava naquela lista, nós conquistamos.

GG: Ninguém consegue nada sozinho. A gente precisa dos nossos colaboradores, dos clientes, dos fornecedores, e eles precisam da gente também. E tem de ter o apoio da família, sem sombra de dúvida, porque sem a família a gente não vai pra frente.

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Douglas Mann – Mkt Cyberglass

Como será 2025 para o setor vidreiro?

Após um 2024 complexo, de altos e baixos no setor vidreiro, 2025 começa com boas esperanças – se elas se concretizarão, só saberemos daqui a um tempo. Como já virou tradição em todo mês de janeiro, O Vidroplano analisou indicadores econômicos, incluindo os dos mercados consumidores de vidro, e conversou com players de diversos elos da cadeia vidreira para saber o que esperar de 2025. A seguir, confira uma longa análise a respeito das perspectivas para os nossos negócios.

Panorama geral da indústria
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria de transformação em 2024 é de crescimento de 3,5%, valor que representaria a maior alta do indicador em três anos. O PIB nacional como um todo, para a entidade, também deve marcar alta de 3,5%.

O estudo Indicadores Industriais, produzido pela CNI, referente a novembro, que é a edição mais recente da pesquisa, mostra que o faturamento real da indústria nacional subiu 0,1% no mês, apresentando estabilidade sobre outubro, que tinha marcado alta de 3,1%, revertendo a queda de 2,1% registrada no mês anterior (setembro). Na comparação com novembro de 2023, esse indicador cresceu 9,1%. As horas trabalhadas na produção tiveram estabilidade, com variação de -0,1% frente a outubro, assim como a utilização da capacidade instalada, que está em 79,6% (0,7 ponto superior à de novembro de 2023).

Por outro lado, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) revela pessimismo: em queda pelo quarto mês seguido (com 4,2 pontos de recuo desde setembro), o indicador caiu de 50,1 pontos para 49,1 este mês. Com isso, ficou abaixo da linha divisória que delimita um estado de confiança pela primeira vez desde maio de 2023. “O pessimismo faz com que os empresários tendam a adiar decisões com relação a investimentos, aumento de produção e contratações, na expectativa de um cenário mais favorável”, comenta o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

Os dois componentes do Icei caíram em janeiro. O Índice de Condições Atuais obteve baixa de 2,3 pontos, o que significa que a avaliação dos empresários sobre as condições atuais da economia e das próprias empresas se tornaram mais negativas em relação aos seis meses anteriores. O Índice de Expectativas, por sua vez, teve diminuição de 0,4 ponto.

Construção civil
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) estima que o setor da construção civil deve consolidar 2024 com crescimento de 4,1% em suas atividades. Para 2025, a expectativa é de crescimento, mas menor em relação ao ano passado: a projeção inicial é de expansão de 2,3%.

De acordo com os dados apresentados pela CBIC em dezembro, a construção de edifícios registrou crescimento de 8% em 2024, enquanto as obras de infraestrutura apresentaram queda de quase 39%. A construção civil também gerou 920 mil empregos de janeiro de 2020 a outubro de 2024, desempenhando um papel fundamental na recuperação da economia pós-pandemia – de 2021 a 2024, foram mais de 200 mil postos de trabalho anuais.

Quem também cresceu foi o mercado imobiliário: de janeiro a setembro, as vendas de apartamentos novos aumentaram 20%, com 292.557 unidades comercializadas; já os lançamentos de projetos subiram 17,3%.

Setor automotivo
O segmento de automóveis teve um ótimo 2024. Segundo levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção total no ano foi de 2,550 milhões de autoveículos – alta de 9,7% na comparação com 2023, fazendo com que o Brasil assumisse o posto de 8º maior produtor de veículos no mundo.

 

Foto: Sodel Vladyslav/stock.adobe.com
Foto: Sodel Vladyslav/stock.adobe.com

 

O volume de emplacamentos também cresceu (14,1%), em quantidade bem superior à média global de 2%. É o maior aumento no ritmo de vendas internas desde 2007. A soma de vendas de novos e usados chegou ao maior resultado na história do País, com 14,2 milhões de veículos leves vendidos. “Claramente, há uma demanda reprimida por transporte individual que vem sendo atendida de forma crescente, graças às melhores condições de crédito”, explica o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite. “Se essas condições melhorarem e se houver uma política de renovação de frota, mais pessoas poderão optar por veículos 0 km.” E, de acordo com reportagem da Folha de S.Paulo de 6 de janeiro, a capacidade de produção da indústria automotiva nacional deverá aumentar a partir deste ano, graças ao início das operações fabris das montadoras chinesas BYD e GWM. As empresas terão, somadas, potencial para fabricar 500 mil unidades por ano.

Linha branca
Dados da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) indicam que, de janeiro a setembro, as vendas dessa indústria como um todo para o varejo apresentaram salto de 29% em comparação com o mesmo período de 2023. Por isso mesmo, a entidade prevê o melhor resultado para o setor eletroeletrônico dos últimos dez anos: o crescimento em 2024 deve ficar entre 15% e 20%.

Olhando apenas para os produtos do segmento de linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar, entre outros), houve avanço de 19% de janeiro a setembro, com a comercialização de 11,3 milhões de unidades. “O setor vem registrando uma retomada importante em relação às perdas verificadas nos últimos anos, em especial em 2022, um dos piores da história para a indústria nacional eletroeletrônica. Chegar a mais de 80 milhões de unidades antes mesmo da nossa principal sazonalidade, que acontece no quarto trimestre, com as datas de Black Friday e Natal, mostra que o consumo está mais aquecido”, destaca o presidente-executivo da Eletros, Jorge Nascimento.

 

 

De olho na construção civil
Para saber mais detalhes a respeito das expectativas do segmento que mais consome vidro no Brasil, a construção, O Vidroplano conversou com Ieda Vasconcelos, economista da CBIC.

O desempenho da construção em 2024 foi abaixo ou acima do esperado?
Ieda Vasconcelos: O setor fechou com resultado positivo e acima do projetado inicialmente. A estimativa de crescimento de 4,1% foi melhor que o observado em 2023, quando apresentou relativa estabilidade (-0,3%). O incremento de atividades do setor está refletido diretamente nos resultados do seu mercado de trabalho. Conforme os dados do Ministério do Trabalho, a construção, em todo o País, gerou de janeiro a novembro (últimos dados divulgados) 200.613 novos empregos com carteira assinada. Assim, o seu número de trabalhadores formais passou a ser de 2,948 milhões, o que correspondeu a um incremento de 7,3% em relação ao registrado no final de 2023.
Além disso, outros fatores ajudam a explicar o desempenho positivo: o melhor dinamismo da economia nacional, que cresceu acima do que era aguardado no início do ano; a volta das atividades do mercado de padrão econômico, com a retomada do Minha Casa, Minha Vida e o ano eleitoral são alguns deles. Também é preciso considerar o desempenho do mercado de trabalho no País, com taxa de desemprego alcançando o menor patamar histórico.

Quais foram as principais dificuldades enfrentadas por esse segmento em 2024? Essas condições podem melhorar em 2025?
IV: O aumento da taxa de juros foi um dos desafios e merece destaque. Os juros elevados prejudicam o segmento produtivo da economia, pois direcionam um maior volume de investimento para o mercado financeiro. Além disso, com juros maiores, a Caderneta de Poupança, uma das principais fontes de financiamento imobiliário no País, perde recursos para outras aplicações financeiras que proporcionam rendimentos mais atrativos. Conforme dados divulgados pelo Banco Central, a sua captação líquida (depósitos menos as retiradas) foi negativa em R$ 21,718 bilhões. Há quatro anos consecutivos a Poupança vem perdendo recursos. Outra fonte de preocupação é o aumento de custos do setor. Em 2024, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), calculado e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, aumentou 6,54%; o custo com a mão de obra cresceu 8,56%; e o custo com materiais e equipamentos, 5,34%. Já o IPCA/IBGE registrou elevação de 4,83%. Portanto, altas superiores à inflação oficial. Os custos da construção, que já estão em patamar elevado em função dos fortes aumentos registrados no período da pandemia, voltaram a preocupar o setor. Também é necessário destacar a falta ou o alto custo do trabalhador qualificado. Inclusive esse é um desafio para vários segmentos da economia.
Para 2025, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) já sinalizou mais aumentos na taxa de juros Selic. Portanto, os juros altos continuarão preocupando. A alta do dólar deve pressionar o preço de commodities, influenciando os preços de alguns insumos. Nesse sentido, o aumento de custos também preocupa o setor este ano. Em relação à mão de obra, a construção tem trabalhado para amenizar o problema, inclusive fazendo parcerias com o Sesi/Senai para aumentar a capacitação da mão de obra.

O que esperar da construção ao longo de 2025?
IV: Deverá continuar crescendo em 2025. O processo produtivo do setor é longo. Assim, obras iniciadas nos últimos dois anos continuarão gerando emprego e renda para a economia nacional.Ainda é preciso ressaltar que os lançamentos imobiliários registraram alta expressiva em 2024, o que também sinaliza mais atividade em 2025. O mercado imobiliário deverá continuar registrando resultados positivos, mas é importante destacar a preocupação com o crédito para a média renda. A taxa de juros em patamar elevado pode inibir pequenas obras, reformas, infraestrutura e o mercado imobiliário de média e alta renda. Já o segmento de infraestrutura poderá ser impulsionado por investimentos privados contratados. Isso tudo significa que o setor continuará registrando expansão. A expectativa da CBIC é de crescimento de 2,3%. Mas esse número poderia ser maior caso a taxa de juros estivesse em patamar razoável.

De modo geral as empresas vidreiras estão otimistas em relação ao aumento do uso do material nos próximos anos. Elas devem manter o otimismo ou seria melhor ter cautela nas previsões?
IV: Falando do segmento imobiliário: o Brasil possui um déficit habitacional de mais de 6 milhões de moradias, e esse número sozinho indica a importância das atividades da construção e também de todas as indústrias e fornecedores de sua cadeia produtiva. Além do déficit existente, também é preciso considerar as novas famílias que se formam anualmente e o crescimento da população. Por isso, é necessário, é urgente, que o setor solidifique o seu processo de crescimento e continue apresentando expansão. A demanda existe e, por isso, as expectativas são de incremento de atividades.

 

Foto: Rmcarvalhobsb/stock.adobe.com
Foto: Rmcarvalhobsb/stock.adobe.com

 

À espera da reforma tributária
Um assunto que o setor aguarda ansiosamente este ano é a regulamentação da reforma tributária. A mais importante mudança é a reorganização dos impostos sobre o consumo:

  • PIS, Cofins e IPI se transformarão na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), representando a parcela arrecadada pela União;
  • ICMS, de competência estadual, e ISS, de competência municipal, se tornarão o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

“A parte positiva do assunto é a simplificação e o fato de termos uma legislação única para todos os tributos, além de trazer segurança jurídica”, explica Halim José Abud Neto, advogado e assessor-jurídico da Abravidro. “O novo sistema é mais racional. Porém, tem muito questionamento sobre as alíquotas relativas aos Estados e municípios. Por isso, a simplificação prometida ainda será testada.”

Uma das discussões mais relevantes para nossas empresas diz respeito às alíquotas que incidirão sobre a indústria. “Existe uma trava no projeto aprovado, da qual está pendente a sanção presidencial, de que a alíquota não pode passar de 26,5%”, alerta Halim. “Todos devem ter consciência de que a aplicação disso se inicia em 2026, mas a transição será um processo de longo prazo. Nosso setor tem a tarefa de acompanhar isso – e a Abravidro estará atenta às movimentações sobre o assunto.”

 

 

Balança comercial: o impacto dos importados
De acordo com o Comex Stat, portal do governo federal para acesso gratuito às estatísticas de comércio exterior do Brasil, em 2024 tivemos a maior marca de importação de vidro desde 2014. Foram 268 mil toneladas que entraram em nosso país – número ainda maior que o de 2023, quando já tinha sido visto um aumento de mais de três vezes na importação do material em relação a 2022.

Principais volumes:

  • Float: 140.764 t
  • Temperado: 19.394 t
  • Laminado: 27.158 t

Além do aumento da importação do float, o maior consumo de vidro processado estrangeiro é algo cada vez mais recorrente – atingindo diretamente a cadeia de processamento nacional. A importação de laminados, por exemplo, teve alta de 34% no ano passado na comparação com 2023 (é o número mais alto da última década).

 

 

A opinião das empresas vidreiras
Confira o que as companhias de nosso setor pensam sobre o desempenho de 2024 e o que esperar para 2025. O Vidroplano conversou com fabricantes de maquinários, ferragens e insumos – também falamos com as usinas de base, cuja opinião você lê a partir das próximas páginas.

  • BLINDEX/PILKINGTON
    “2024 foi marcado por grandes conquistas e expansões significativas, tanto no portfólio de produtos como em novas parcerias e estratégias. Apresentamos lançamentos de soluções em envidraçamento, como os boxes Blindex Slim, o relançamento do Box Blindex Classic e o sistema de fechamento de fachadas Blindex Vista, além de destacar a versatilidade do vidro no segmento pet durante a feira Pet SA. Reforçando a importância de parcerias estratégicas para nossa marca, fortalecemos nossa rede de franquias e licenciados, promovendo maior engajamento entre os parceiros e ampliando nossa presença no mercado nacional. Para 2025, nossas expectativas são bastante positivas. Continuaremos investindo no fortalecimento da marca no mercado arquitetônico. Também estamos comprometidos em fortalecer ainda mais as parcerias estratégicas que são a base do nosso negócio. Além disso, reafirmamos nosso esforço constante para manter a Blindex como sinônimo de qualidade e inovação, enquanto expandimos nosso impacto em diferentes mercados e exploramos novas possibilidades para atender as demandas de um público cada vez mais exigente e diversificado.”
    Glória Cardoso

 

  • EASTMAN
    “O ano de 2024 foi bastante intenso e dinâmico, com projetos interessantes não só aqui no Brasil, mas também em outros países da América Latina. Para 2025, seguimos otimistas, mas com cautela, visto que a situação macroeconômica do País inspira atenção. De nossa parte, seguiremos investindo no tema da sustentabilidade, buscando cada vez mais ampliar a circularidade dos nossos produtos e, em paralelo, apoiar nossos clientes para poder seguir fazendo o mercado do vidro laminado crescer este ano.”
    Daniel Domingos

 

  • LISEC
    “2024 foi outro ano muito bom, assim como o de 2023. Na região da América Latina, na qual estamos inseridos, podemos comentar que, além dos projetos fechados, tivemos um aumento significativo de solicitações de novas ofertas de máquinas, softwares e mesmo plantas completas para o processamento de vidro plano. Um fato a ser considerado no ano passado foi o número de visitantes realmente significativo da América Latina, e em especial do Brasil, que recebemos em nosso estande na feira Glasstec. Sem dúvida, a expectativa para 2025 é positiva por conta do número grande de clientes nos procurando, solicitando novas ofertas, e também pelo fator automação das plantas de processamento – o qual julgamos como um caminho sem volta, que irá crescer ano a ano, com empresas procurando aumentar a produtividade e capacidade produtiva e ter garantia assegurada na produção, sem variação de lotes fabricados em diferentes momentos.”
    Luiz Garcia

 

  • MANUSA
    “Em 2024, a Manusa apresentou um bom resultado, dando continuidade ao processo de desenvolvimento da marca no Brasil. A empresa expandiu seu portfólio, incluindo lançamentos como a porta de segurança com certificado RC2 e os novos módulos com tecnologia IoT (Internet of Things), produtos que aumentam a segurança e facilitam a gestão dos acessos, por meio de celular e de forma virtual. Também conquistamos o Certificado de Declaração Ambiental de Produto (DAP) para as nossas linhas de portas automáticas Visio+, uma certificação internacional que reconhece e avalia a transparência dos processos e produtos em relação ao impacto ambiental. O ano foi promissor tanto para a empresa quanto para o segmento de portas, que continua a se expandir. A previsão para os negócios em 2025 é de crescimento sustentado. O mercado de portas automáticas continuará em alta, impulsionado pela crescente demanda por soluções mais eficientes e sustentáveis, especialmente nas áreas de comércio e infraestrutura. E, embora as perspectivas sejam positivas, devemos estar atentos aos desafios impostos pela inflação e pela volatilidade cambial, que exigirão flexibilidade e adaptação constante para garantir o sucesso a longo prazo.”
    Flávio Margaritelli

 

 

AGC
Isidoro Lopes Junior, presidente e diretor geral de Vidros Arquitetônicos para a América do Sul

  • Saldo dos negócios em 2024
    “O saldo dos negócios feitos em 2024 foi um pouco acima de 2023, com um crescimento esperado em torno de 3%. Esse saldo foi superior à expectativa inicial da empresa para o ano: esperávamos um cenário mais nebuloso e cinzento, mas o desempenho acabou sendo melhor que o planejado.”

 

  • Dificuldades encontradas em 2024
    “As principais dificuldades em 2024 incluíram um começo de ano difícil, com os três primeiros meses piores que 2023. Além disso, houve desafios macroeconômicos, como inflação e questões políticas, que impactaram o mercado. Algumas dessas dificuldades poderão ser solucionadas em 2025, especialmente se houver um alinhamento político e fiscal que motive investidores e melhore a macroeconomia. No entanto, desafios estruturais do País, como custos de energia e logística, ainda precisam ser abordados.”

 

  • Expectativas para 2025
    “A expectativa para o mercado de vidro em 2025 é de crescimento. A empresa está otimista e espera um pequeno crescimento, com um cenário mais alinhado politicamente e fiscalmente, o que pode motivar investidores estrangeiros.”

 

  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “Para o setor automotivo, a expectativa é positiva, com recuperação e crescimento. O setor moveleiro também mostra sinais de recuperação, com alguns clientes já com capacidade totalmente tomada. A construção civil tem projeções de crescimento revisadas para cima, enquanto a linha branca ainda enfrenta desafios maiores.”

 

  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “Os pontos de atenção incluem a necessidade de investir em tecnologia e treinamento, manter um compromisso com a qualidade e atendimento, e estar atento às mudanças no mercado e às oportunidades de parcerias. Além disso, é importante acompanhar as questões de sustentabilidade e eficiência operacional.”

 

  • Recado para o setor
    “O recado para o setor é de otimismo e compromisso. A AGC está comprometida em crescer e desenvolver o mercado junto de seus clientes, investindo em tecnologia, inovação e parcerias duradouras. É importante persistir na busca pela aplicação correta do vidro e manter a união e o respeito entre todos os elos da cadeia vidreira.”

 

 

CEBRACE
Lucas Malfetano e Wiltson Varnier, diretores-executivos

  • Saldo dos negócios em 2024
    “2024 apresentou dois períodos bem distintos: o primeiro semestre mais desafiador, seguido por uma retomada no segundo semestre. Por outro lado, registramos um volume de importações ainda maior que em 2023, o que nos traz grande preocupação. Esse movimento de importações impactou negativamente o desempenho dos nossos negócios, e esperamos reverter a situação em 2025. O que ficou confirmado em nossas expectativas foi o crescimento dos mercados no Brasil. Por outro lado, o crescimento não se refletiu em nossas vendas na mesma magnitude, devido ao expressivo aumento das importações, que impactaram não somente o float, mas praticamente todos os produtos processados.”

 

  • Dificuldades encontradas em 2024
    “No primeiro semestre, houve uma demanda de mercado reprimida, acompanhada por um forte crescimento das importações. Além disso, os descaminhos fiscais na cadeia do vidro continuaram a desafiar nosso setor. Em 2024, o principal problema foi o patamar das importações, o que gerou grande preocupação. As tensões geopolíticas, as relações entre as grandes potências e um nível de atividade mais fraco, especialmente na China, desencadearam uma guerra comercial que afeta as cadeias produtivas globais e incentiva a concorrência desleal. Nesse sentido, compreendemos que é essencial ao Brasil garantir que todos os atores do mercado participem em condições de igualdade. Ao final de 2024, houve a publicação da Resolução Gecex nº 675, que alterou a alíquota do imposto de importação do vidro incolor para 25%, e que deverá trazer algum alívio em relação às importações desse produto, ajudando a reestabelecer o equilíbrio comercial em nosso mercado, fortemente impactado nos últimos dois anos. No entanto, é importante ressaltar que é uma medida temporária. Portanto, precisamos continuar trabalhando em medidas que assegurem condições equânimes de competitividade e que garantam maior previsibilidade e sustentabilidade ao setor. Por isso, destacamos o processo de investigação antidumping para importações de float incolor, das origens Malásia, Turquia e Paquistão, iniciado em julho de 2024 e ainda em andamento. Estamos atentos também à situação dos produtos processados, como laminados e temperados, que apresentaram crescimentos importantes nos volumes de importação em 2024. O Brasil recebeu investimentos significativos nos últimos 12 anos, que praticamente dobraram a capacidade de produção. Assegurar um ambiente de negócios justo, sem distorções competitivas, é fator chave para assegurar novos investimentos nos próximos anos.”

 

  • Expectativas para 2025
    “Mantemos nosso otimismo em relação ao crescimento para 2025, embora estejamos atentos aos impactos do aumento das taxas de juros na demanda, que deverão se intensificar a partir do segundo semestre deste ano. As recentes elevações indicam a necessidade de cautela, apesar de todos os segmentos em que o vidro atua apresentarem indicadores que sinalizam um cenário mais positivo. Essa perspectiva otimista é sustentada por uma recuperação mais consistente da construção civil, impulsionada por novos projetos habitacionais. Continuamos a acreditar no mercado brasileiro e no desenvolvimento do mercado de construção sustentável, o que nos leva a manter os investimentos nas operações, na produção de vidros de valor agregado e na descarbonização.”

 

  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “Todos os setores de consumo do vidro apresentam perspectivas de crescimento em 2025. Na construção civil, os fundamentos permanecem sólidos: altos índices de novos lançamentos, baixos níveis de estoque, aumento na renda da população e redução do desemprego são fatores que devem sustentar o segmento, mesmo diante das altas taxas de juros.”

 

  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “Acreditamos que o mercado de vidros no Brasil tem oportunidades para um aumento significativo na penetração de soluções inovadoras que ofereçam diferenciação, como mais eficiência energética, segurança, maior conforto térmico e acústico. Portanto, a capacitação do setor continuará sendo crucial, aproveitando iniciativas como o Educavidro para disseminar conhecimento e aumentar a competitividade e sofisticação do segmento. Além disso, é indispensável a união do setor para que possamos avançar nos desafios e garantir uma concorrência justa, enfrentando em conjunto as práticas desleais de mercado.”

 

  • Recado para o setor
    “Reiteramos nosso compromisso com o setor. A Cebrace possui plena capacidade para atender o mercado com seus cinco fornos – e isso se aplica tanto ao float como às linhas de produtos processados, como espelhos, laminados, vidros de controle solar e texturizados. Ainda sobre o aumento das taxas de importação do float incolor no final de 2024, entendemos que essa é uma medida provisória e pontual. Nosso esforço está direcionado a atuar em conjunto com todo o setor na busca por uma concorrência mais justa. Aproveitamos para agradecer a todos pela parceria e reforçar, como mencionado no 16º Simpovidro, que contamos com cada um de vocês para nos desafiar constantemente a sermos a melhor Cebrace possível.”

 

 

GUARDIAN
Rafael Rodrigues, diretor-comercial e de Marketing da Guardian na América do Sul

  • Saldo dos negócios em 2024
    “O ano foi marcado por momentos de altos e baixos, mas deixou no final um saldo positivo, com recuperação, em relação a 2023. Tivemos um primeiro semestre com mais desafios, por conta do desequilíbrio da relação de oferta e demanda, causado principalmente pelo excesso de produto importado, e um segundo semestre mais positivo, apoiado também pelo aumento da demanda típica dessa época. Foi muito importante avançarmos com ações estratégicas para apoiar nossos clientes com novos produtos, como o FumêMax, o SunGuard Solar Plus G31 e o SuperClear. Também avançamos com nossas plataformas digitais, em especial o portal de e-commerce, que permitiu dar maior agilidade, segurança e consistência na entrada de pedidos. Também publicamos importantes documentos para o mercado: as Declarações Ambientais de Produto (EPDs) e as Declarações de Saúde de Produto (HPDs) para o portfólio de produtos feitos no Brasil. Esses documentos reforçam o compromisso da empresa em medir e reduzir o impacto ambiental dos produtos e serviços. Por isso tudo, o saldo dos negócios em 2024 ficou dentro das expectativas da empresa.”

 

  • Dificuldades encontradas em 2024
    “A principal dificuldade foi balancear a oferta a essa demanda menor, bem aquém dos últimos anos. O cenário de retração foi um fenômeno global, impactando o mercado brasileiro com uma maior entrada de vidro importado. Nesse contexto, itens importantes que compõem o custo de produção tiveram inflação significativa, exigindo uma gestão interna mais eficiente para nos mantermos competitivos considerando a oferta disponível e custo de produção. Vamos continuar trabalhando em produtos inovadores e de maior valor agregado para levar soluções mais adequadas e diferenciadas. Dessa forma, respondemos aos desafios criados pela entrada mais expressiva dos importados. Também seguiremos enfatizando a qualidade, transparência e segurança de nossa operação. O plano para 2024 inclui ainda melhorar o atendimento, ganhar ainda mais agilidade e flexibilidade para atender nossos clientes.”

 

  • Expectativas para 2025
    “Esperamos um crescimento moderado para o mercado de vidros. O aumento da demanda no final de 2024 nos trouxe um pouco mais de otimismo. Porém, mantemos a cautela devido a fatores macroeconômicos que podem limitar esse avanço. A crescente pressão inflacionária e a previsão de manutenção de taxas de juros em níveis elevados representam desafios significativos. A construção civil, por exemplo, depende fortemente do crédito para sustentar o consumo e o ciclo econômico do setor. Em certa medida, espera-se um reequilíbrio da relação entre oferta e demanda em nossa indústria, o que deverá trazer mais estabilidade e previsibilidade. Os ajustes na alíquota de importação, aliados à possibilidade de aplicação de sanções às práticas não concorrenciais de alguns países, devem reduzir os riscos nesse sentido, especialmente quando comparamos ao cenário de 2024.”

 

  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “A construção deve apresentar um cenário positivo em 2025. Os lançamentos imobiliários devem se manter em expansão, impulsionados por programas de crédito habitacional, como o Minha Casa, Minha Vida, e pelo crescimento das vendas de imóveis em volumes acima dos lançamentos. Esse movimento pode estimular o consumo de vidro no setor, especialmente devido à relevância de projetos residenciais e comerciais que demandam soluções inovadoras e de alta qualidade, nos quais os vidros são elementos fundamentais. No entanto, fatores econômicos com perspectivas desfavoráveis continuam sendo desafios para todos esses setores (construção, automotivo, moveleiro e linha branca). A manutenção de altas taxas de juros, que dificultam o acesso ao crédito, especialmente para a classe média, podem limitar o avanço esperado, considerando a alta dependência de financiamentos para viabilizar o consumo e novos investimentos.”

 

  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “Nosso mercado tem muito potencial para continuar crescendo. Continuamos com um nível de consumo do vidro per capita muito abaixo de regiões mais desenvolvidas e isso deve ser visto como oportunidade. O ponto chave, no entanto, é que esse crescimento siga de forma sustentável e que permita trazer cada vez mais inovação, tecnologia e benefícios para os usuários finais do vidro. A tendência é que haja cada vez mais competidores e a diferenciação, seja por produtos ou pela qualidade do nível de serviços, será determinante para o sucesso das empresas a longo prazo. Paralelamente, o aprimoramento da eficiência operacional e da qualidade dos produtos será essencial para garantir competitividade e fortalecer a confiança dos clientes.”

 

  • Recado para o setor
    “Nosso recado é de otimismo e confiança no potencial do Brasil e da América do Sul. Essa é uma região resiliente, cheia de oportunidades e que continuará crescendo à medida que avançar nas transformações necessárias para fortalecer a indústria.
    A Guardian segue firme em seu compromisso com foco em parcerias de longo prazo que tragam benefícios mútuos e que contribuam para o desenvolvimento do mercado.”

 

 

VIVIX
Henrique Lisboa, presidente

  • Saldo dos negócios em 2024
    “Tivemos um ano marcado pelo elevado volume de vidros importados no mercado interno, prejudicando toda a cadeia vidreira. Apesar disso, foi um ano de moderado crescimento do volume de vendas – porém, com preços abaixo do esperado. Tivemos ainda uma evolução nas vendas de um mix de produto com maior valor agregado – e temos percebido isso como tendência positiva para o perfil desse produto em nosso país.”

 

  • Dificuldades encontradas em 2024
    “As principais dificuldades foram causadas pelo impacto das importações, algo negativo para a cadeia como um todo.”

 

  • Expectativas para 2025
    “Nossa visão é otimista. Contratamos em 2024 três diferentes consultorias, as maiores de projeção setorial de mercado no Brasil, e todas apresentaram resultados muito similares, indicando um crescimento médio do mercado na ordem de 4% ao ano para os próximos cinco anos. Acreditamos em uma aceleração do consumo de produtos de maior valor agregado – e já percebemos esse movimento, com a valorização no mercado interno de vidros que oferecem benefícios para o consumidor, a exemplo dos vidros de proteção solar.”

 

  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “Temos acompanhado os indicadores dos setores da construção civil e automotivo, e o cenário se mostra positivo. No caso da construção, há uma expectativa de crescimento da ordem de 4%, e o setor automotivo, que apresentou uma importante evolução no seu desempenho em 2024, tem boas perspectivas para 2025, com projeções que superam os 5% de alta. Já o setor moveleiro seguirá crescendo um pouco acima da construção. Acreditamos em um ano em que haverá uma menor entrada de produtos importados, o que corrigirá as distorções ocorridas no ano passado. Além disso, como destacado anteriormente, acreditamos na evolução das vendas em 2025 e que este será um bom ano para toda a cadeia.”

 

  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “Em especial, a cadeia vidreira está bem consciente e atenta às projeções de produtos de valor agregado e cada vez mais compreendendo a importância de uma melhor gestão dos seus custos e processos, buscando assim uma melhor eficiência interna. Como consequência, certamente isso trará o retorno esperado para o empresário vidreiro.”

 

  • Recado para o setor
    “O mercado de vidro plano é feito de ciclos e temos de adaptar as nossas empresas para esses períodos. Acreditamos que 2025 será um ótimo ano para todos.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: David Johnson/stock.adobe.com

Glass South America é antecipada para 2025

Atualize sua agenda: a próxima Glass South America, a principal feira vidreira da América Latina, será realizada de 3 a 6 de setembro de 2025, juntamente com a E-squadria Show, mostra voltada para o setor de esquadrias. Será ainda a primeira Glass, que é organizada em parceria com a Abravidro, em nova casa – o Distrito Anhembi, na Zona Norte de São Paulo. Mas, afinal, por que a mudança, já que ambos os eventos estavam agendados para 2026?

Respiro entre os encontros do setor
“Antecipar a Glass South America e a E-squadria Show para 2025, adotando um calendário bienal em anos ímpares, atende um pedido do mercado e traz grandes benefícios para o setor”, explica Alexandre Brown, diretor do Núcleo de Construção da NürnbergMesse Brasil. “Essa mudança evita coincidências com outros importantes eventos, como Glasstec, Simpovidro e Fensterbau Frontale, proporcionando mais flexibilidade para os expositores e maior equilíbrio no planejamento anual. Além disso, garante aos visitantes um intervalo menor sem eventos, fortalecendo ainda mais a conexão do mercado com as inovações e oportunidades que esses encontros oferecem.”

A mudança para anos ímpares vai garantir maior visibilidade para os parceiros e promover uma experiência de networking ainda mais rica e produtiva. Por outro lado, a alteração no calendário dará uma dinâmica mais fluida para as empresas que atuam no setor vidreiro e de esquadrias, ampliando as oportunidades de negócios com grandes eventos todos os anos. “Havia uma tradição no setor vidreiro nacional de ter os dois principais eventos do mercado, a Glass South America e o Simpovidro, realizados em anos alternados. Em 2022, como primeiro passo na retomada do pós-pandemia, foi necessário ter essas agendas no mesmo ano. Agora, chegou o momento de retornarmos aos anos alternados, melhorando o fluxo das empresas e enriquecendo a experiência dos participantes”, destaca Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro.

Otimismo e mais possibilidades de negócios
A previsão para o mercado vidreiro é de crescimento para os próximos anos, assim como espera-se um maior aquecimento da construção civil – essa foi a tônica dos discursos das quatro usinas fabricantes de vidro que atuam no Brasil, durante a abertura do 16º Simpovidro. A realização no segundo semestre, período historicamente aquecido para o mercado, também tende a impulsionar os negócios. Ou seja, boas oportunidades não faltarão para expositores e visitantes da feira. Não fique de fora da Glass 2025!

 

Foto: Pedro Amorim
Foto: Pedro Amorim

 

A nova casa da Glass
O Distrito Anhembi foi reinaugurado em junho, após grande reforma realizada pela GL Events, multinacional francesa que administra o local. O tradicional espaço de exposições paulistano ganhou um gigantesco pavilhão: são mais de 67 mil m², pé-direito com 10 m de altura e entradas exclusivas para até cinco eventos simultâneos. Para a Glass 2025, a NMB espera um aumento de 20% no espaço da feira na comparação com a edição deste ano.

Um dos grandes destaques é a facilidade para chegar lá: conta com acesso privilegiado por quatro vias diferentes; está a pouca distância dos dois principais aeroportos da cidade (Guarulhos, a 25 km, e Congonhas, a 15 km); e ainda tem o Terminal Rodoviário do Tietê nas redondezas, que inclui uma estação de metrô.

Como se não bastasse, o Distrito Anhembi está literalmente ao lado do maior hotel do Brasil, o Holiday Inn Parque Anhembi, com cerca de oitocentos apartamentos. Quem se hospedar ali pode ir a pé até o pavilhão de exposições.

Vale citar também a nova praça central, área de convivência com 3.800 m², mesclando espaços cobertos e a céu aberto, com food trucks e área para descanso, e o estacionamento com quase 6 mil vagas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Marcos Santos e Meryellen Duarte

16º Simpovidro une elos e gerações do setor vidreiro

De 31 de outubro a 3 de novembro, o Vila Galé Alagoas, no município de Barra de Santo Antônio, recebeu a 16ª edição do Simpovidro, evento bienal organizado pela Abravidro. E quem participou desse que é o principal encontro vidreiro da América Latina pôde conferir ao vivo a relevância do simpósio: é ali, em meio às palestras, em meio aos momentos de lazer com as famílias e de networking com outros profissionais, onde nosso setor consegue olhar ao redor, refletir sobre seus movimentos e analisar o caminho a seguir.

 

rafaelribeirosimpovidro-nov2024

 

Panorama do ano
A tradicional cerimônia de abertura contou com discurso do presidente da associação, Rafael Ribeiro, e também dos executivos das quatro usinas que atuam em solo brasileiro (e patrocinadoras do evento): AGC, Cebrace, Guardian e Vivix. O simpósio teve ainda como apoiadoras as empresas Biesse, Bottero, Diamanfer, Glass South America, Glass Control, GlassParts, Gusmão Representações, Italotec, Keraglass, Kuraray, Latamglass, Lisec, Screenline, Sglass e Vetro Máquinas.

Ribeiro fez uma breve análise do mercado vidreiro ao longo de 2024, um período cheio de dificuldades para os negócios das empresas. “Iniciamos o ano com números fracos no Termômetro Abravidro, sem reação de consumo nos dois primeiros trimestres. Como se não bastasse, no final de abril, o Rio Grande do Sul sofreu com o desastre das enchentes, trazendo redução drástica no consumo do vidro na região, e resultando em danos estruturais sérios em três processadoras de vidro”, comentou. Em nome dos gaúchos, ele agradeceu aos diversos profissionais que ajudaram as empresas a se reconstruírem.

Os altos volumes de importação de float e também de vidros processados, além da abertura de um novo processo antidumping do float incolor, para três novas origens, foram outras preocupações mencionadas. “A Abravidro, como sempre, tem acompanhado de perto os movimentos de mercado, e promovido iniciativas de proteção da cadeia vidreira inclusive junto ao Governo Federal. Prezaremos sempre pela proteção da indústria nacional, mas, acima de tudo, o interesse dos processadores de vidro, que são os nossos associados”, assegurou.

Por fim, apesar de todas as dificuldades vividas, Ribeiro deixou uma mensagem de esperança — afinal, é também disso que o Simpovidro se trata: “Nossos familiares estão aqui para diversão, mas é nossa obrigação, como empresários, aproveitar esse momento para interagir com fornecedores, trocar informações com colegas e refletir sobre os temas apresentados pelos nossos palestrantes. Eu serei otimista!”.

 

A palavra das usinas
Um dos momentos mais aguardados pelos participantes do Simpovidro são os discursos das usinas de vidro com atuação no Brasil na abertura do evento. Este ano, AGC, Cebrace, Guardian e Vivix revelaram ao mercado suas visões a respeito do presente e futuro do segmento.

 

agcsimpovidro-nov2024

 

AGC: foco em agregar valor
O presidente da AGC e diretor-geral de Vidros Arquitetônicos da fabricante para a América do Sul, Isidoro Lopes, comentou que, ao longo de sua história de mais de 117 anos, a multinacional japonesa ajudou a impulsionar a indústria mundial por meio do nosso material. “O vidro é um dos principais negócios da AGC mundialmente. Estamos focados na agregação de valor e nos vidros refletivos para a nossa região”, afirmou. Para Lopes, o futuro do segmento é de otimismo — e isso vem do fato de que o vidro é cada vez mais protagonista em um mundo que procura soluções inovadoras e sustentáveis: “O material tem papel no combate às mudanças climáticas, trazendo economia e eficiência energética aos edifícios. É nossa responsabilidade como indústria buscar a redução de emissões em toda a produção”. A prova disso está no Projeto Volta, uma parceria tecnológica com a francesa Saint-Gobain para a construção de uma fábrica de fusão híbrida nas instalações da AGC em Barevka, na República Tcheca. A iniciativa prevê a redução de até 75% na emissão de CO2 durante os processos fabris. Lopes comentou ainda alguns dados de segmentos consumidores de vidro, como a construção civil (que tem expectativa de crescimento na ordem de 3,5% este ano), automotivo (projeção de 10% de crescimento) e o moveleiro (que deve aumentar em 8% o uso de vidro nos móveis), citando ações para expandir a produção de vidros para automóveis. “O mix de produtos em nosso mercado ainda é simples, mas está evoluindo. Se tivermos um pouco de estabilidade, a demanda subirá”, comentou.

 

cebracesimpovidro-nov2024

 

Cebrace: perspectivas de mercado
Os dois diretores-executivos da Cebrace, joint-venture entre NSG e Saint-Gobain, falaram durante a cerimônia. Lucas Malfetano, representante da NSG, disse que o Simpovidro sempre é um encontro especial para a empresa, ainda mais este ano, quando a usina completou cinco décadas de existência: “É um privilégio estar aqui com parte do nosso time, representando toda nossa equipe que trabalha para oferecer o melhor produto e serviço possíveis. O reconhecimento é para todos os colaboradores”. A Cebrace também vê com esperança uma melhora no desempenho do mercado. “Acreditamos em crescimento neste ano e também no próximo. Estou para fazer trinta anos no mercado do vidro e nunca estive tão otimista sobre o potencial do vidro como estou agora. Há muito espaço para aumentar o consumo do material no País, tanto de insulados e vidros de valor agregado para eficiência termoacústica”, apontou. A sustentabilidade teve destaque: segundo Malfetano, a Cebrace reduziu 20% da emissão de CO2 nas operações. E uma novidade foi revelada: o vidro texturizado 8 mm será relançado para atender a demanda do mercado.
Wiltson Varnier, que representa a Saint-Gobain, estreou no Simpovidro este ano com uma fala cheia de confiança: “Chego em um momento de otimismo. Posso assegurar que na Europa e China o cenário não é esse. Teremos crescimento no mercado brasileiro em 2024 e 2025”. Para ele, a descarbonização dos processos industriais será uma constante cada vez mais intensa. “Temos a possibilidade de provocar impactos positivos nas indústrias consumidoras: podemos impactar no sentido da descarbonização. O setor automotivo e de construção emitem mais da metade do CO2 do planeta. Estamos engajados em nossas ações e na mobilização de nossos parceiros para o assunto”, comentou.

 

guardiansimpovidro-nov2024

 

Guardian: busca por processos automatizados
“O Simpovidro destaca o impacto que geramos para a indústria e para a construção civil”, apontou o diretor-executivo para a América do Sul da Guardian, Renato Poty. Ele fez uma breve análise dos sinais positivos vistos na economia nacional atualmente, como a baixa histórica da taxa de desemprego e a inflação controlada, o que fortalece o poder aquisitivo. Por outro lado, a taxa de juros segue elevada, o que pode comprometer investimentos no Brasil. “Setores de médio e alto padrão sofrem mais com juros elevados”, revelou. Segundo ele, a oferta e a demanda por nossos produtos estão desbalanceadas, com a entrada de importados afetando o valor do vidro no mercado brasileiro. “Nossa aposta é no aumento de 3% na demanda por vidros este ano. Esse número deve se manter entre 2% e 3% em 2025”, indicou. Segundo Poty, o segmento vidreiro tem um desafio crescente com a falta de mão de obra qualificada — o que pode gerar desequilíbrio nas empresas caso não se invista em tecnologia e na automatização dos processos: “Precisamos avançar na digitalização de nossos negócios. O futuro depende da capacidade de inovar. Espero que este evento inspire nossas ideias e caminhos nesse sentido”. Poty também comentou a importância do vidro na arquitetura moderna, por valorizar a integração entre ambientes e a entrada de luz natural, conceitos essenciais para tornar as construções mais sustentáveis. Em relação ao tema da sustentabilidade, a Guardian lançou as declarações ambientais de produto, um compromisso em medir e reduzir o impacto de seus vidros no meio ambiente.

 

vivixsimpovidro-nov2024

 

Vivix: investimentos no setor
A Vivix completou dez anos de atividades em 2024, como bem lembrou o presidente da usina, Henrique Lisboa: “Nascemos com o propósito de contribuir com a evolução do mercado e acreditamos que faremos isso em conjunto com a evolução dos clientes”. Entre as iniciativas recentes da empresa para atingir esse objetivo, está o Vivix Facilita, plataforma para trabalho integrado com clientes com diversas funcionalidades. Segundo Lisboa, as duas áreas prioritárias da Vivix são transformação digital e a agenda ESG. “Recebemos um prêmio da Siemens em inovação. Além disso, nossa agenda é guiada pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Investimos 200 milhões de reais em uma usina de geração solar e toda nossa energia consumida será gerada a partir de fontes sustentáveis”, informou. Em relação ao mercado, confiança é a palavra-chave daqui pra frente. “Nos próximos sete anos devemos crescer 4% ao ano. No mundo o consumo de vidro deve crescer 5%, muito por conta dos vidros para painéis solares”, revelou Lisboa. O projeto do segundo forno da usina, anunciado em junho de 2022, seguirá assim que as projeções positivas de aumento de consumo de vidro no  Brasil começarem a se concretizar. “Seremos responsáveis, não queremos causar nenhum dano com a implementação de uma planta no momento errado. Mas a construção é uma decisão já tomada.”

 

simpovidrolazer-nov2024

 

Lazer e interação
Outro importante pilar do Simpovidro são os momentos de lazer e de interação. Para isso, a Abravidro preparou uma programação diversa, incluindo esportes, como vôlei de praia, tênis e beach tênis. Na noite de sexta-feira, os participantes aproveitaram o luau para trocar ideias e ouvir música. E não podemos deixar de mencionar a festa de encerramento, no sábado à noite, realizada logo após o jantar, animada pelo show do grupo Soraya e Banda Platinum.

 

encerramentosimpovidro-nov2024

 

Reflexões finais
Como é tradição no evento, após as palestras do sábado, o presidente da Abravidro e executivos das usinas voltaram ao palco para analisar o evento. Rafael Ribeiro demonstrou satisfação com o que viu ao longo dos dias: “O Simpovidro é um espaço de reflexão e de debate da cadeia. Este ano, mais uma vez, atendemos esse anseio. Agradeço a cada um de vocês pela participação.”

O gerente-executivo Comercial e de Marketing da Divisão de Vidros Arquitetônicos para a América Latina da AGC, Marcelo Botrel, lembrou que está de volta ao setor depois de bastante tempo e agradeceu pelo acolhimento recebido. “Temos muitos desafios enquanto mercado, mas os desafios vêm acompanhados de oportunidades. Nós, da AGC, estamos prontos para enfrentar esses desafios juntos”, afirmou.

Flavio Vanderlei, gerente Comercial da Cebrace, é mais um profissional com experiência no setor, presente no Simpovidro desde 2003. “Este vai ser o 4º ano consecutivo de crescimento da economia brasileira. A reforma tributária ainda trará benefícios e a construção civil está aquecida”, lembrou, otimista.

O gerente-comercial Sênior da Guardian, Rafael Rodrigues, também abordou o abastecimento do mercado, reforçando o compromisso da empresa com as demandas. Ele ainda incentivou a participação no Guardian Top Projects 2025, premiação que reconhece trabalhos com vidro nas áreas de construção civil, arquitetura e design.

O último a falar foi o gerente Comercial da Vivix, Daniel Gifford. “Contratamos três consultorias e todas estimam crescimento de 4% do nosso mercado em 2025”, revelou. O executivo lembrou que há muito potencial de crescimento para o vidro no Brasil, e que esse incremento deve estar ancorado em vidros de maior valor agregado: “Para isso, precisamos que a cadeia trabalhe em conjunto”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Marcos Santos e Andreia Naomi

Vidro é elemento de destaque em atrações turísticas

Foi-se a época em que grandes pontos turísticos tinham o vidro como mero coadjuvante: de uns anos para cá, em vários locais do mundo, diversas obras voltadas para o turismo têm nosso material como principal elemento arquitetônico e construtivo. No Brasil, a tendência se consolidou com a construção de mirantes em lugares como São Paulo, Canela (RS) e Balneário Camboriú (SC), que levam milhares de visitantes a suas instalações para terem novas, e belas, visões dessas cidades e da natureza que as cerca.

Para celebrar o apelo estético e visual que o vidro passou a despertar para essas construções, O Vidroplano lista alguns dos projetos mais incríveis do tipo – afinal, eles têm um papel muito importante: reforçar a imagem do vidro como um material seguro, confiável e resistente para o consumidor final. Boa viagem!

 

Foto: Rafael Cavalli/Divulgação
Foto: Rafael Cavalli/Divulgação

 

SKYGLASS CANELA
Local: Canela (RS)
Fabricante dos vidros: Cebrace
Processadora: Unividros

Um complexo de mais de R$ 30 milhões, localizado em uma bela região natural do Vale da Ferradura, a 360 m de altura sobre o rio Caí, em meio a florestas de araucárias, pássaros e animais silvestres: esse é o Skyglass Canela, inaugurado no final de 2020. O espaço é composto por três atrações:

  • Skyglass: uma plataforma de observação com 68 m de extensão, sendo 35 m sobre o Vale da Ferradura, recorde mundial para construções em cima de cânions;
  • Abusado: monotrilho instalado abaixo da plataforma, formado por dez cadeiras suspensas. Ele funciona como uma montanha-russa, mas a uma velocidade baixa, para permitir que as pessoas apreciem a vista;
  • Memorial do Ferro de Passar: museu com cerca de trezentas peças referentes a esse utensílio milenar.

Os pisos da plataforma contam com multilaminados 43 mm, compostos por peças temperadas extra clear, com interlayer estrutural SentryGlas (da Kuraray). Os guarda-corpos também são envidraçados: 42 peças de extra clear temperado e laminado (10 + 10 mm), com SentryGlas.

(Saiba mais sobre a obra em O Vidroplano nº 578, de fevereiro de 2021)

 

Foto: Fernando/stock.adobe.com
Foto: Fernando/stock.adobe.com

 

THE LEDGE
Local: Chicago, EUA
Processadora: Prelco

Um dos precursores entre os mirantes totalmente envidraçados, o The Ledge, instalado no alto do edifício Willis Tower, em Chicago, foi erguido no já longínquo 2009. Parte da atração Skydeck, espaço que conta a história da cidade americana, a estrutura conta com dois cubos de vidro a quase 400 m de altura, oferecendo visão perfeita de toda a região do lago Michigan graças ao uso de peças extra clear laminadas com SentryGlas. Os visitantes podem ficar tranquilos em relação à segurança do espaço: os cubos foram projetados para suportar 5 t de peso.

 

Foto: Cris Martins
Foto: Cris Martins

 

SAMPA SKY
Local: São Paulo
Fabricante dos vidros: Guardian
Processadora: GlassecViracon

Aberto ao público em 2021, o Sampa Sky já se tornou um símbolo paulistano: ganhou até novos decks no fim do ano passado, tamanha a demanda para visitar o espaço. A atração está no 42º andar do Mirante do Vale, prédio que foi o mais alto do País durante décadas. Com 1.400 m² de área, o Sampa Sky tem um café em suas dependências – e pode receber eventos corporativos e sociais.

Multilaminados temperados foram instalados ali – e a especificação é robusta: quatro peças com 10 mm cada (sendo a externa de ClimaGuard SunLight e as internas de float incolor), unidas por PVBs estruturais DG41, da Eastman. O uso de vidros de controle solar ajuda a reduzir a necessidade de iluminação artificial, assim como o uso de ar-condicionado.

(Saiba mais sobre a obra em O Vidroplano nº 584, de agosto de 2021)

 

Foto: Summit One Vanderbilt
Foto: Summit One Vanderbilt

 

SUMMIT ONE VANDERBILT
Local: Nova York, EUA
Fabricante dos vidros: AGC
Processadora: Glass Flooring Systems

Outro espaço com múltiplas atrações, o Summit One Vanderbilt, pode-se dizer, é uma celebração do vidro. A obra, localizada no edifício One Vanderbilt, em Manhattan, tem várias instalações:

  • Levitation: mirante com dois decks envidraçados que “saltam” da fachada. Estão a mais de 300 m de altura, bem em cima da Avenida Madison, e são de multilaminados com o vidro antirreflexo Clearsight;
  • Ascent: o maior elevador externo do mundo totalmente feito com nosso material. O acesso a ele se dá por um terraço, de onde é possível enxergar até 128 km de distância. Também feito com multilaminados com o vidro antirreflexo Clearsight;
  • Air: criada pelo renomado artista Kenzo Digital, a área oferece diversas experiências sensoriais com o vidro. São dois andares revestidos de laminados espelhados (chapa incolor + interlayer SentryGlas + chapa de espelho), instalados no chão, teto e colunas. Andar por ali é como flutuar em uma sala infinita: tem-se a impressão de que existem vários andares acima e abaixo de onde está, mas, na verdade, são os reflexos confundindo a sua sensação espacial. Quase 1.000 m² de vidros foram usados somente nessa parte do Summit.

(Saiba mais sobre a obra em O Vidroplano nº 587, de novembro de 2021)

 

Foto: Divulgação Linde Vidros
Foto: Divulgação Linde Vidros

 

SUMMIT BC
Local: Balneário Camboriú (SC)
Fabricante dos vidros: AGC
Processadora: Linde Vidros

Conhecido como “Dubai brasileira”, por conta de suas praias, vida noturna e empreendimentos residenciais de alto luxo, o Balneário Camboriú também entrou na onda dos mirantes. O Summit BC, concluído em maio deste ano no alto do Edifício Imperatriz, conta com dois cubos suspensos a 128 m do chão. Para permitir vista panorâmica deslumbrante da bela orla da cidade, foram utilizados vidros extra clear, usados em temperados multilaminados com SentryGlas.

E se esse tipo de estrutura já é um grande feito de engenharia, o Summit BC se destaca ainda mais, pois estão 2,5 m para fora do edifício. Os administradores do espaço entraram com um pedido para o Guinness World Records reconhecer a obra como a maior nesse quesito – para efeito de comparação, o The Ledge, em Chicago, tem 1,31 m para fora, enquanto o Sampa Sky, quase 2 m.

(Saiba mais sobre a obra em O Vidroplano nº 621, de setembro de 2024)

 

Foto: Related-Oxford
Foto: Related-Oxford

 

EDGE
Local: Nova York, EUA

No 100º andar de um dos arranha-céus que fazem parte do complexo Hudson Yards, o Edge oferece uma inacreditável visão de 360 graus da ilha de Manhattan. Pesando quase 350 t, a obra representou um desafio arquitetônico, já que se estende 24 m para fora do prédio. Ela é formada por quinze seções diferentes, ancoradas aos lados Leste e Sul do edifício. Com formato triangular, um dos destaques do espaço é uma parte de seu chão, feita de multilaminados, com 20 m² de área. Ali, o visitante sente que está “flutuando” no alto da Big Apple. Os guarda-corpos da área também são totalmente envidraçados: são 79 painéis de laminados, com 2,74 m de altura cada. Os vidros foram fabricados na Alemanha e processados na Itália.

(Saiba mais sobre a obra em O Vidroplano nº 567, de março de 2020)

 

Foto: Divulgação Secretaria Municipal de Turismo do Guarujá
Foto: Divulgação Secretaria Municipal de Turismo do Guarujá

 

MIRANTE DAS GALHETAS
Local: Guarujá (SP)

Se estiver passeando pela região da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, não deixe de visitar o Mirante das Galhetas. Localizado no Morro da Caixa D’Água, a atração conta com uma estrutura totalmente composta de multilaminados, suspensa a 45 m do nível do mar. Dali, é possível ter um belo panorama da praia do Tombo – e o local também é adequado para a prática de voo de parapente. O acesso ao Mirante das Galhetas é gratuito.

 

Foto: Konce Agência-Associação Amigos de Cristo de Encantado
Foto: Konce Agência-Associação Amigos de Cristo de Encantado

 

CRISTO PROTETOR
Local: Encantado (RS)
Fabricante dos vidros: Cebrace
Processadora: Lajeadense Vidros

Acredite: o monumento mais alto do Brasil representando Jesus Cristo não é o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, mas sim o Cristo Protetor, na cidade de Encantado. Enquanto o famoso ponto turístico carioca mede 38 m de altura, a atração gaúcha tem 43,5 m. Construída com recursos oriundos de doações, a obra foi iniciada em julho de 2019, no morro das Antenas. Seu grande diferencial para outros monumentos do tipo espalhados pelo Brasil é o coração envidraçado instalado no peito da estátua: um elevador leva os visitantes até o espaço, possibilitando uma vista privilegiada da cidade e do vale do Taquari. Para que isso fosse possível, foram aplicados temperados laminados incolores (10 +10 mm) na fachada da instalação.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Rafael Cavalli/Divulgação

Conheça os palestrantes do 16º Simpovidro

A programação de palestras do 16º Simpovidro está fechada – e repleta de conteúdo útil para sua empresa! Este ano, importantes nomes vão trazer ideias para ajudar as companhias vidreiras em temas relevantes do dia a dia: de gestão estratégica e de riscos a empreendedorismo e governança, passando por política, economia, ambiente digital e muito mais. Já se inscreveu no evento? O Simpovidro será realizado de 31 de outubro a 3 de novembro, no resort Vila Galé Alagoas. A seguir, conheça os palestrantes e os temas a serem abordados por eles.

 

Foto: Miriam Marostica
Foto: Miriam Marostica

 

 

Dra. Érica Belon
Doutora em administração, mestre em educação e pós-graduada em neurociência e comportamento, com MBA internacional em gestão empresarial, conta com mais de trinta anos de experiência atuando diretamente na gestão de times, elaboração e execução de projetos e tomada de decisões. Durante todo esse tempo treinou mais de 80 mil profissionais, implementando o método de gestão estratégica de pessoas em diversas empresas, de variados segmentos, por meio de consultorias. No 16º Simpovidro, falará sobre Lucro e liberdade: como sair do operacional e saltar para o estratégico.

 

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

 

 

Flávio Málaga
PhD e mestre em finanças, com MBA pela Boston University em microeconomics, é sócio-fundador da assessoria Malaga|AAS, especializada em finanças corporativas, contabilidade, projetos de fusões e aquisições e governança financeira. Atua também como professor de Finanças Corporativas e de Contabilidade do MBA Finanças do Insper. É também escritor, tendo publicado os livros Retorno de ações e Análise de demonstrativos financeiros e da performance empresarial, e já foi entrevistado no VidroCast, o podcast da Abravidro. No 16º Simpovidro, falará sobre Governança financeira nas empresas vidreiras.

 

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

 

 

Isabelle Randon
Membro da terceira geração do Grupo Randon, empresa de soluções em transportes, e sócia-fundadora da IR Family & Business, se envolveu com governança familiar desde cedo, participando ativamente da implementação de diversas iniciativas, como a academia de acionistas. Atua ainda na Family Business Network (FBN), uma instituição internacional que promove e fortalece o papel da família empresária em mais de 56 países. No 16º Simpovidro, falará sobre Como garantir a longevidade da sua empresa.

 

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

 

 

Creomar de Souza
Historiador, mestre em relações internacionais e doutorando em política comparada pela Universidade de Brasília, é fundador da Dharma Political Risk and Strategy, hub de inteligência e estratégia em assuntos públicos e prevenção de risco. Com atuação no setor de análise de cenário político para entidades privadas e organizações internacionais, atuou em 2019 como coordenador da Frente Parlamentar Mista de Economia e Cidadania Digital, via construção do Instituto Cidadania Digital. No 16º Simpovidro, falará sobre Panorama político: desafios e possibilidades.

 

Foto: Marcelo Freire
Foto: Marcelo Freire

 

 

Ana Maria Castelo
Mestre em economia, é coordenadora de Projetos da Construção na Fundação Getulio Vargas/IBRE desde 2010. Na instituição, comanda e desenvolve estudos e análises setoriais. Responsável pela divulgação de dois estudos muito importantes para o setor da construção – o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) e a Sondagem da Construção. No 16º Simpovidro, falará sobre Perspectivas econômicas para 2025.

 

Foto: Leo Martins
Foto: Leo Martins

 

Pedro Doria
Jornalista, escritor e palestrante, é colunista da rádio CBN e do jornal O Globo. Responsável pela direção de algumas das principais redações do País ao longo dos anos, é o fundador da startup de jornalismo Meio. Tendo estudado em Stanford, na universidade instalada no Vale do Silício, polo tecnológico dos Estados Unidos, acompanha as transformações impostas pelo digital há três décadas. Já escreveu bestsellers sobre a história do Brasil. No 16º Simpovidro, falará sobre o tema A Inteligência Artificial muda tudo.

 

simpovidro-parceiros-set2024

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 621 (setembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Marcos Santos e Andreia Naomi/Divulgação

Esquadrias são as melhores amigas do vidro

Se você lê O Vidroplano, sabe do altíssimo nível tecnológico do setor vidreiro. Existem vidros dos mais diferentes tipos, oferecendo os mais diferentes benefícios – conforto térmico, acústico, segurança, estética etc. Mas não podemos nos esquecer de algo fundamental: só o vidro não faz milagre. Todos os elementos que compõem uma obra envidraçada precisam ter qualidade; do contrário, nosso material não alcançará o desempenho desejado. E dentre esses elementos, o melhor amigo do vidro são as esquadrias – afinal, qualquer fachada, janela ou porta precisa da união perfeita entre ambos.

A matéria especial deste mês traz um panorama sobre o mercado de esquadrias, as diferenças entre as principais matérias-primas desses produtos, quais seus componentes e a importância da normalização para aumentar o desempenho das edificações.

Qual o papel da esquadria?
É fundamental saber otimizar o desempenho do vidro junto à esquadria. Ambos precisam ser pensados em conjunto, para otimizar a performance individual de cada um. “Vou dar um exemplo, envolvendo isolamento acústico. A principal regra para o vidro é a chamada ‘lei das massas’: quanto mais peso, quanto mais espessura da chapa, melhor isolamento. Mas quando você aplica isso na esquadria, muda totalmente”, explica o diretor da Atenua Som, Edison Claro de Moraes. “Uma janela convencional de correr, de 1,6 m x 1,2 m, que é o padrão encontrado em apartamentos, não suporta mais de 15 ou 20 quilos por m². Então, como fica a ‘lei das massas’ nessa hora?”

De acordo com Moraes, para se chegar à solução ideal para determinado projeto, é preciso lembrar que o sistema como um todo sempre deve ser levado em conta. “Para as esquadrias, existe o que eu chamo de ‘lei das frestas’. Qualquer vão deixado entre o vidro e a esquadria, assim como entre a esquadria e o local onde será instalada, pode invalidar todo o isolamento proporcionado.”

Como são formadas
O trabalho com esquadrias, então, se torna essencial para a qualidade da instalação. Por isso, é importante conhecer em detalhes os componentes desses produtos:

  • Perfis: são as estruturas que formam os caixilhos (a parte fixada na parede) e as folhas (parte móvel) das esquadrias. “Eles conferem rigidez e sustentação, garantindo a estabilidade e durabilidade do produto”, aponta Michael Lochner, gestor de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Weiku do Brasil. Segundo ele, existem perfis com sistemas de multicâmaras internas, o que aumenta significativamente o isolamento termoacústico e a eficiência energética da solução;
  • Ferragens: incluem dobradiças, trincos, maçanetas, fechos. São os elementos responsáveis pela movimentação, travamento e fechamento das esquadrias;
  • Vedações: feitas de borracha ou materiais similares, garantem a estanqueidade contra água e vento. “Eu costumo dizer que as escovas são os elementos mais importantes porque elas criam memória. Se você deixar uma porta ou janela fechada por muito tempo, as escovas, se não forem de boa qualidade, não retornam, ficam amassadas. E isso, com o tempo, faz com que o desempenho vá embora”, revela Edison Moraes, da Atenua Som;
  • Alma de aço: reforços de aço que oferecem maior estabilidade e resistência estrutural. “São cruciais para suportar cargas estruturais e garantir que a esquadria mantenha sua forma e função ao longo do tempo, mesmo sob pressão ou uso intensivo”, esclarece Priscila Proença, coordenadora de Marketing da Bazze PVC. “Essa proteção é especialmente importante em ambientes úmidos ou salinos, onde a corrosão pode ser um problema significativo.”

Como lembra o engenheiro Antonio Duarte Ramos, CEO da Viametal Esquadrias e InfinitePerfis, existem inúmeros outros componentes, dependendo da tipologia da esquadria e do valor agregado a ela: “Entre esses, estão os sistemas multipontos de travamento das portas de correr, acionados com maçanetas com sistemas de segurança acoplados; roldanas para cargas elevadas; sistemas de fechamento dos cantos de perfis com conexões especiais etc.”

 

Vedações, borrachas, maçanetas: cada componente de uma esquadria tem papel importante para o desempenho da solução (Foto: Олександр Пшевлоцьки/stock.adobe.com)
Vedações, borrachas, maçanetas: cada componente de uma esquadria tem papel importante para o desempenho da solução (Foto: Олександр Пшевлоцьки/stock.adobe.com)

 

Matérias-primas: diferenças e benefícios
O alumínio, o PVC e o aço são as matérias-primas que dominam o mercado de esquadrias nacional – a madeira também pode ser usada na fabricação, mas a vemos em uma escala bem menor nos produtos feitos no Brasil. Mais do que colocar os materiais um contra o outro, vale enaltecer as características próprias deles, como aponta Edison Moraes: “Cada um tem as suas vantagens. Se olharmos para a lei das massas, o peso do alumínio é superior; já o fator térmico do PVC é melhor. Porém, os dois tipos de perfis estão sujeitos aos aspectos construtivos. Quem vai fabricá-lo? Quem vai instalá-lo? Isso passa a ser mais importante que o material em si”.

  • Alumínio
    De acordo com o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), Filipe Gattera, esse material é conhecido pela durabilidade e resistência à corrosão, garantindo longa vida útil aos produtos, mesmo em condições climáticas adversas. “Além disso, é um material leve, o que facilita a instalação e manuseio, sem comprometer a resistência estrutural”, comenta. Sua versatilidade é outro ponto relevante: “Ele permite a criação de esquadrias com designs modernos e sofisticados, atendendo às demandas estéticas dos arquitetos e consumidores mais exigentes”. O tratamento da superfície do alumínio pode ser feito por pintura eletrostática a pó ou anodização – com isso, diversas tonalidades de cores podem ser aplicadas. “O alumínio também é altamente reciclável, contribuindo para a sustentabilidade e a redução do impacto ambiental na construção civil”, revela Gattera.
  • PVC
    Como elucida Michael Lochner, da Weiku do Brasil, o PVC é altamente resistente à corrosão, ao desbotamento e às condições climáticas adversas. Dessa forma, uma de suas principais características é a longa durabilidade, além da pouca necessidade de manutenção. “Isso sem falar nas excelentes propriedades de isolamento térmico e acústico, contribuindo para a eficiência energética dos edifícios e proporcionando maior conforto aos ambientes internos”, afirma. Esse material também é reciclável, sendo uma opção sustentável em uma época na qual a construção busca soluções amigáveis ao meio ambiente. E não se pode deixar de comentar a versatilidade do PVC quando se fala em estética: “Permite uma ampla gama de designs e acabamentos, atendendo às mais variadas necessidades estéticas e funcionais”, indica Lochner.
  • Aço
    De acordo com a fabricante de perfis Sasazaki, o aço é um elemento com grande resistência mecânica se comparado a outros materiais nas mesmas condições, oferecendo rigidez e robustez aos produtos – além disso, conta com proteção anticorrosão. No quesito acabamento, pode ter pintura personalizada, para maior versatilidade estética, combinando com diferentes tipos de ambientes.

 

Foto: Favaro JR/Viametal-Infinite
Foto: Favaro JR/Viametal-Infinite

 

Quais as tipologias mais consumidas?
A resposta a essa pergunta muda conforme a evolução da arquitetura e da própria indústria de esquadrias. “Durante muitos anos, o mercado deu preferência para as esquadrias de correr de dois ou três planos, especialmente para dormitórios. Hoje, já se observa o crescimento das integradas, em edifícios residenciais de médio e alto padrão, pois oferecem iluminação quase total ao ambiente, o que não ocorre com as de três planos com veneziana, por exemplo”, analisa Filipe Gattera, da Afeal.

Atualmente, as preferidas pelos especificadores são:

  • Janelas de correr: indicadas para espaços reduzidos, pois não ocupam área interna ou externa ao serem abertas;
  • Portas de correr: usadas em áreas de passagem e integração de ambientes, proporcionando um visual clean. Cresce a tendência de utilizar folhas sequenciais, com até seis trilhos ou mais, para abrir os espaços completamente;
  • Janelas e portas oscilobatentes: permitem abertura lateral (de giro) e superior (basculante), combinando ventilação e segurança;
  • Janelas maxim-ar: indicadas para ventilação contínua e controle de fluxo de ar são utilizadas geralmente em banheiros e áreas de serviço;
  • Portas pivotantes: escolha popular para entradas principais.

Importante considerar que as tipologias de esquadrias devem ser escolhidas não apenas por suas funcionalidades, mas também pelo impacto estético proporcionado ao ambiente.

 

Foto: Victor Peiker/Weiku
Foto: Victor Peiker/Weiku

 

Valor agregado
Assim como o setor vidreiro, o mercado das esquadrias tem como objetivo popularizar produtos de maior valor agregado. Segundo as empresas consultadas para esta reportagem, há uma demanda crescente por itens premium. “De maneira geral, vemos que há uma maior conscientização sobre a importância da qualidade e durabilidade dos materiais, especialmente em projetos de alto padrão e em construções sustentáveis”, revela Filipe Gattera, da Afeal. “Sem dúvida essas são medidas necessárias para a evolução do nosso mercado, mas ainda temos um longo caminho para a evolução com qualidade”, reflete Antonio Ramos, da Viametal Esquadrias e InfinitePerfis.

É possível apontar alguns tópicos relevantes nos quais as esquadrias de valor agregado precisam se encaixar, conforme aponta Priscila Proença, da Bazze PVC:

  • Práticas sustentáveis e éticas de fabricação: isso ressoa com consumidores que estão cada vez mais preocupados com questões ambientais e sociais;
  • Personalização: fazer com que os consumidores possam adaptar o produto às suas preferências e necessidades individuais, aumentando a percepção de valor;
  • Uso de materiais de alta qualidade: aliado a processos de produção avançados, resulta em maior desempenho e satisfação do cliente.

Fazer com que esses consumidores, incluindo especificadores, conheçam todos esses benefícios é um dos grandes desafios para a cadeia vidreira e de esquadrias – e uma iniciativa que pode ajudar nesse sentido é o Educavidro. A plataforma de ensino a distância, criada por Abravidro e Abividro ano passado, conta com conteúdo técnico preparado pelos maiores especialistas no trabalho com nosso material. Levar conhecimento de qualidade a todos os públicos é uma ótima aposta para o aumento no uso de produtos de valor agregado.

A importância das normas
E foi justamente a normalização das esquadrias que permitiu a especificadores e consumidores conhecer mais de perto a eficiência desses produtos, por meio da ABNT NBR 10.821 – Esquadrias externas para edificações. “As Partes 2 e 4 dessa norma trazem modelos de etiquetas para demonstrar ao consumidor a classificação e o desempenho da esquadria que ele está adquirindo. Afinal, esquadria é um produto técnico e que precisa ser bem especificado, projetado e fabricado”, comenta Fabiola Rago, diretora do Instituto Beltrame da Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq). “A identificação força o consumidor final ou o projetista da edificação a escolher o produto adequado para cada projeto: as condições de desempenho necessárias são bem diferentes para uma janela numa casa térrea, uma porta para uma varanda ou uma janela para edifícios de trinta pavimentos, por exemplo.”

Para que a esquadria tenha um bom desempenho na edificação, alguns requisitos precisam ser seguidos, incluindo:

  • Ser projetada de acordo com a altura da edificação, região do País, tipo de cômodo e desempenho acústico e térmico apropriados;
  • O protótipo do produto deve ser ensaiado para avaliação de seu desempenho, de acordo com a Parte 3 da ABNT NBR 10.821;
  • A esquadria deve ser recebida em conjunto com seu projeto para conferência de que está em conformidade com o projeto ensaiado e aprovado.

Outro exemplo de documento técnico fundamental para o assunto é a ABNT NBR 15.575 — Edificações habitacionais – Desempenho, publicada em 2013. “Essa norma, considerando principalmente a Parte 4, sobre os requisitos para sistemas de vedação, contribuiu muito para a evolução do mercado de esquadrias”, explica Fabiola Rago. “Ela juntou em um só documento mais de trezentas normas aplicáveis na construção civil, que infelizmente não eram conhecidas por boa parte dos engenheiros e arquitetos. Hoje, os fabricantes de esquadrias recebem solicitações dos construtores solicitando o atendimento a essa norma.”

Filipe Gattera, da Afeal, concorda com o impacto positivo causado pelo documento: “A ABNT NBR 15.575 estabeleceu requisitos claros de desempenho térmico, acústico, resistência e durabilidade, incentivando os fabricantes a inovarem e aprimorarem seus produtos para atender a essas exigências”. Para Edison Claro, da Atenua Som, a norma é um pouco branda nas exigências quando comparada à regulação de outros países. “É uma norma relativamente nova, com apenas uma década, sendo que outras iguais pelo mundo existem há trinta anos. Ainda estamos aprendendo com ela. Mas, sim, considero um divisor de águas, com uma importância vital”, analisa.

Não se pode deixar de citar também a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil — Projeto, execução e aplicações, responsável por indicar o vidro correto para cada tipo de instalação, ajudando a proporcionar segurança às edificações.

Vendo toda a variedade desse produto e a complexidade de seu mercado, é ótimo perceber que o vidro está muito bem acompanhado.

Este texto foi originalmente publicado na edição 620 (agosto de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Divulgação Bazze PVC

Conheça em detalhes o projeto Rua da Saúde

A categoria mais concorrida no 1º Prêmio Abravidro Glass South America foi “Projetos e Obras que Empregam Vidros”: eram 94 projetos arquitetônicos de primeira linha indicados por empresas vidreiras, todos brigando por apenas um troféu. E o vencedor não poderia ser uma construção mais inspiradora no uso de nosso material: conhecida como Rua da Saúde, a cobertura envidraçada que protege a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre une design arrojado a uma moderna tecnologia estrutural para criar uma obra-prima do vidro.

Inspirações de renome mundial
A obra cobre uma área de 4.400 m² da Santa Casa, oferecendo proteção para pacientes, médicos e visitantes do local. Criada a partir dos conceitos da arquitetura orgânica (que busca reproduzir formas e movimentos encontrados na natureza), a construção foi pensada pelos arquitetos Gustavo e Marcelo Seferin, da Seferin Arquitetura. A inspiração veio de duas renomadas obras internacionais: a pirâmide localizada na entrada do Museu do Louvre e a cobertura ondulada da Fiera Milano, espaço de exposições em Milão, na Itália, onde ocorre a tradicional feira vidreira Vitrum.

A cobertura ganhou uma estrutura do tipo gridshell, que utiliza nós estruturais para interligar os painéis. Essa foi a solução encontrada para suportar 1.750 peças triangulares de vidro laminado (6+6 mm), feitos de Cool Lite ST 136 (da Cebrace), encaixadas em um formato ondulado. “Nosso grande desafio foi viabilizar essa estrutura considerando o mínimo de apoios para a redução de interferências com a infraestrutura hospitalar”, explica Miriam Sayeg, diretora da sbp Latam, braço local da consultoria alemã de engenharia schlaich bergermann partner. A empresa, responsável pela concepção estrutural da Rua da Saúde, elaborou ainda o projeto da entrada principal do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, que também conta com formas orgânicas.

 

vidroemobra2-jul2024

 

Desafios
As estruturas gridshell permitem maior liberdade de curvatura, assim como cobrir grandes áreas sem a necessidade de apoios intermediários. “Estudou-se a melhor modulação estrutural, de forma a garantir a curvatura volumétrica desejada”, revela Miriam. “Quando corretamente definidas, as gridshells otimizam a performance estrutural de seus elementos e, na Rua da Saúde, garantiram seções muito esbeltas, cheias de leveza.”

Responsável pela instalação e fixação dos vidros, a Avec Design utilizou um sistema próprio para o encapsulamento das peças. “Trabalhamos totalmente em 3D, digitalizando as medidas dos quase 2 mil triângulos de vidro. Nosso sistema Ecoglazing, que utiliza o VES (vidro encapsulado em silicone) é capaz de cumprir geometrias complexas, com qualidade e durabilidade”, comenta José Guilherme Aceto, diretor da empresa.

 

vidroemobra3-jul2024

 

Para a Cyberglass, processadora de São Paulo que forneceu os vidros para a obra, esse projeto foi um dos mais desafiadores já enfrentados pela empresa. “Passamos por uma extensa fase preparatória antes de podermos iniciar a produção”, explica Rodrigo Seixas Guerrero, seu diretor de Operações. “Recebemos os desenhos de cada um dos triângulos, com suas respectivas medidas, e podemos afirmar com segurança que não há uma única peça de tamanho repetido”. Segundo Guerrero, foram semanas posicionando cada ângulo, realizando cortes e marcações necessárias para destacar os vidros. “As entregas também foram desafiadoras, pois acomodar triângulos com ângulos diferentes é uma tarefa bastante arriscada.”

Conferindo as fotos desta reportagem, chega-se a uma conclusão bastante óbvia: todo o trabalho para a cobertura envidraçada ficar pronta foi complexo, detalhista, único – mas valeu cada gota de suor.

 

vidroemobra4-jul2024

 

220 anos de história na saúde
Mais antigo hospital do Rio Grande do Sul, a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre é formada por nove hospitais: duas unidades consideradas “gerais” (uma para atendimento de adultos e outra pediátrica) e cinco voltadas para especialidades (cardiologia, neurocirurgia, pneumologia, oncologia e transplantes). O Hospital Dom João Becker, da cidade de Gravataí, também faz parte do complexo.

Além de disponibilizar à população serviços de consultas ambulatoriais e de diagnóstico e tratamento, procedimentos cirúrgicos e internações, entre outros atendimentos, o espaço desenvolve intensa atividade de ensino e pesquisa, sendo, desde 1961, o hospital-escola da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

 

vidroemobra5-jul2024

 

Ficha técnica
Projeto: Rua da Saúde
Local: Porto Alegre
Conclusão da obra: outubro de 2023
Arquitetura e engenharia: Seferin Arquitetura e sbp schlaich bergermann partner
Fabricante dos vidros: Cebrace
Processadora dos vidros: Cyberglass
Instalação dos vidros: Avec Design

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Roberta Gewehr

15ª Glass South America traz ótimo ambiente para negócios

A expectativa das empresas para uma Glass South America sempre é alta: afinal, é a maior feira vidreira da América Latina, para onde profissionais brasileiros – e de diversos outros países da região – vão a fim de ampliar o leque de contatos e fechar negócios. Mesmo assim, a 15ª edição da mostra, organizada pela NürnbergMesse Brasil (NMB), com parceria exclusiva da Abravidro, e realizada no São Paulo Expo de 12 a 15 de junho, superou as melhores perspectivas.

“Só tenho a agradecer aos nossos visitantes, expositores e também à Abravidro, pois é muito prazeroso trabalhar com a entidade”, comenta João Paulo Picolo, CEO da NMB. “E não paramos por aqui: vamos continuar a colocar todos os esforços, possíveis e imagináveis, para que a Glass continue se destacando e ajudando o mercado vidreiro a se desenvolver no País.”

Números da Glass 2024

  • 16.500 visitantes
  • Área de 16 mil m²
  • Mais de 130 empresas expositoras
  • 12 palestras na Arena de Conteúdo
  • Aumento de 70% na participação de profissionais da arquitetura e construção
  • Crescimento de 77% na presença de processadores
  • Incremento de 25% na participação de players do segmento de esquadrias
  • Aumento de 16% na presença de profissionais estrangeiros

Ano de novidades
Esta edição da Glass marcou a estreia de diversas iniciativas. A principal delas é a 1ª edição do Prêmio Abravidro Glass South America, iniciativa da Abravidro e NMB para valorizar a atuação de empresas de todos os elos da cadeia de vidros planos. A cerimônia de entrega dos troféus aos vencedores foi realizada no fim do primeiro dia na feira – e você confere tudo a respeito clicando aqui.

Outra novidade importante, a feira E-squadria Show, reuniu empresas do segmento de esquadrias, portas e janelas, de olho no público especificador, como arquitetos e engenheiros.

A Arena de Conteúdo recebeu uma programação de palestras dedicadas à arquitetura e ao uso do vidro, com curadoria pela plataforma Architecture Hunter, um dos maiores hubs digitais de arquitetura do mundo (veja mais no final desta reportagem).

Próximo ao estande da Abravidro, foi montado um estúdio para a gravação do VidroCast, o podcast da entidade. O fechamento do espaço era de vidro – com isso, quem passava por ali conseguia ver uma série de convidados em bate-papos a respeito do mercado e de nosso material.

 

Estande da Abravidro contou com a presença de toda a equipe da entidade para apresentar aos visitantes da feira as iniciativas em prol do setor vidreiro
Estande da Abravidro contou com a presença de toda a equipe da entidade para apresentar aos visitantes da feira as iniciativas em prol do setor vidreiro

 

Espaço da Abravidro
O estande da entidade levou ao São Paulo Expo todas as ações desenvolvidas em prol do desenvolvimento do setor. Era possível encontrar lá material sobre a consultoria para certificação do vidro temperado e Especialização Técnica Abravidro, informações sobre o 16º Simpovidro (a ser realizado no fim do ano) e diversas outras iniciativas.

A associação aproveitou a feira para lançar o aplicativo do Educavidro, a plataforma de ensino a distância desenvolvida com a Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro). Com o app do Educavidro, acessar o conteúdo técnico dos cursos e trilhas profissionais ficou ainda mais fácil: dá para estudar a partir de qualquer celular ou tablet com acesso à Internet. Além disso, um totem com quiz interativo testava o conhecimento dos visitantes sobre nosso material, incentivando-os a buscar ainda mais informações a respeito do trabalho com vidro por meio do Educavidro.

Casa nova a partir de 2026
Ao final da feira, a NMB divulgou a data da próxima edição da Glass – 13 a 16 de maio de 2026 –, reforçando a mudança de casa da feira. Agora, ela será realizada no Distrito Anhembi. Um dos mais tradicionais espaços de exposição do Brasil, ele vem passando por uma renovação realizada pelo grupo GL Events, o mesmo que administra o São Paulo Expo. O novo complexo do Anhembi terá 400 mil m² e será inaugurado este ano.

 

Cerimônia de entrega do Prêmio Abravidro Glass South America aconteceu na Arena de Conteúdo
Cerimônia de entrega do Prêmio Abravidro Glass South America aconteceu na Arena de Conteúdo

 

O sucesso de acordo com os expositores

“Valeu cada centavo investido para participar da Glass. Realmente, os negócios foram muito bons. Tivemos uma visitação acima do esperado.”
Nilton Batista, Support Glass

“A feira teve um resultado excelente, com enorme visitação dos clientes e negócios fechados. Gostaria de agradecer à organização e a todo mundo presente no evento.”
Ricardo Costa, GlassParts

“Foi um excelente investimento, pois a feira nos proporcionou fazer negócios com clientes não só do Brasil, mas de alguns países da América Latina.”
Alexandre Gomes, Softsystem

“Valeu a pena. É uma feira que trouxe um público qualificado e que nos permitiu rever clientes, prospectar novos parceiros e fechar negócios.”
Denise Fonseca, Glasspeças

“Ficamos bastante satisfeitos com a visitação em relação à edição anterior. Conquistamos vários clientes novos.”
Ricardo Mello, Biesse

 

glass2024foto4-jun2024

 

Conhecimento de qualidade
Veja os destaques da programação de palestras na Arena de Conteúdo:

  • Inovação nas obras
    Fernando Vidal, arquiteto e sócio-diretor da Perkins & Will, compartilhou um pouco dos projetos da empresa nos mais de 32 estúdios em que trabalha, além de fazer uma linha do tempo do vidro na arquitetura brasileira desde os anos 1940. “O vidro potencializa a arquitetura em combinações diversas, seja em edificações ou em espaços de trabalho, residências etc. E não é só visual ou técnico, mas uma combinação que valoriza vistas, traz transparência e estética, inovação e singularidade”, explicou. O arquiteto destacou também o material como elemento importante especialmente em projetos de saúde e educação.
  • Design sem limites
    Juan Ignacio Aranguren, diretor associado e head para América Latina do escritório Zaha Hadid Architects, destacou o pioneirismo da equipe, em especial da falecida arquiteta iraniana Zaha Hadid, na área de design: segundo ele, hoje a padronização não se encaixa mais na arquitetura, pois é preciso observar as necessidades individuais de cada projeto para então buscar as melhores soluções para ele. Nesse sentido, apresentou obras emblemáticas do escritório, como a Hungerburgbahn, em Innsbruck (Áustria), cuja cobertura é toda feita com painéis de vidro de dupla curvatura, e a Port House, em Antuérpia (Bélgica), que contém uma extensão envidraçada moderna e com múltiplos ângulos e texturas.
  • Integração visual
    A arquiteta e designer sul-africana Roxanne Kaye, diretora do escritório Saota, apontou o uso de projetos brasileiros como referência para sua empresa. Ela mostrou um vídeo curto mostrando conceitos aplicados na Cidade do Cabo, África do Sul, referentes à utilização de vidros com uma perspectiva diferente da da vida cotidiana, mesclando seu uso em residências com vista para montanhas e oceano. “Esses projetos têm uma profunda conexão com o Brasil. Somos muito influenciados pela arquitetura brasileira com todo seu modernismo e paisagem, e nossa busca é sempre por uma inovação atemporal na Cidade do Cabo”, afirmou.
  • Natureza em destaque
    O arquiteto Isaac Safdie, associado-sênior do escritório Safdie Architects, abordou o trabalho realizado no Centro de Ensino e Pesquisa da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, localizado em São Paulo. A obra, marco da conexão da arquitetura moderna com a natureza, teve como inspiração para sua grande abóbada envidraçada, que cobre todo o complexo, a sensação de estar abaixo da copa de uma árvore cujas folhas filtram a luz do Sol. Para alcançar isso, os painéis de insulados compondo as três grandes esferas têm em sua superfície uma serigrafia para o sombreamento.

Este texto foi originalmente publicado na edição 618 (junho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Marcos Santos e Meryellen Duarte

O Vidroplano traz guia completo sobre temperados

Boxes de banheiro, portas, fechamento de sacadas, vitrines: alguns dos itens com vidro mais populares em nosso país contam com um elemento em comum – o temperado. Popular em todas as regiões brasileiras, esse tipo de vidro oferece diversas possibilidades para quem trabalha no setor, do processador ao vidraceiro. Pensando nisso, O Vidroplano preparou um guia completo sobre o produto. Aproveite!

O que é
O temperado é um vidro que recebe tratamento térmico, passando por um processo de aquecimento e rápido resfriamento. Essa mudança brusca de temperatura aumenta a tensão interna do material, fazendo-o ganhar mais resistência mecânica e a choques térmicos. Na comparação com o vidro float comum, o temperado pode ser até cinco vezes mais resistente. Por isso, assim como o laminado, é considerado um vidro de segurança. Em caso de quebra, fragmenta-se em pequenos pedaços sem lascas cortantes (ao contrário do que se vê em um vidro comum), diminuindo o risco de ferimentos.

Histórico
A primeira tentativa de patente de um processo para deixar o vidro mais resistente data de 1874, pelo francês Francois Royer de la Bastie: envolvia banhar vidro semiderretido com óleo ou graxa aquecida. Em 1877, o alemão Friedrich Siemens desenvolveu uma ideia diferente, pressionando o vidro em moldes frios. Mas é com o processo do químico austríaco Rudolph A. Seiden que o temperado como o conhecemos começa a nascer. A partir dos anos 1930, inicia-se a produção em massa desse material nos Estados Unidos, França e Japão, sendo popularizado pelo mundo na década de 1970.

Produção
A fabricação desse tipo de vidro ocorre no forno de têmpera (horizontal ou vertical). Depois de temperado, ele não pode ser beneficiado, ou seja, cortado, lapidado ou furado, porque irá provocar a sua quebra. Por isso, qualquer processo de transformação tem de ser feito antes da têmpera.

Aplicações

  • Boxes de banheiro;
  • Envidraçamento de sacadas;
  • Portas, divisórias, vitrines e muros;
  • Fachadas verticais e janelas deslizantes (permitido no pavimento térreo; nos demais pavimentos, pode ser aplicado desde que esteja acima da cota de 1,10 m em relação ao piso);
  • Janelas projetantes (quando estiverem acima do 1º pavimento, precisam ser totalmente encaixilhadas e com a projeção máxima de 250 mm da face da fachada ou da aba de proteção).

 

Foto: noprati/stock.adobe.com
Foto: noprati/stock.adobe.com

 

Mercado
De longe, o temperado é o vidro processado mais consumido no Brasil. Como bem mostra o Panorama Abravidro 2024 – cujos dados completos você encontra na matéria da página 34 –, no ano passado, o temperado representou 59,3% da produção de vidros transformados em nosso país. Existe alguma resposta para isso?

Para Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro, as características históricas e vicissitudes do mercado vidreiro nacional levam a esse cenário. Para ele, o nível de acesso e o entendimento da tecnologia de têmpera são maiores que nos de outros tipos de vidro, fazendo com que esse produto esteja no topo da lista para atender as necessidades do mercado de construção civil/arquitetura. No entanto, segundo Cláudio, outros vidros de valor agregado, principalmente o laminado, deveriam ser mais usados, já que podem oferecer vários benefícios.

Na visão de Raphael Gallegos, diretor de Produção da Reflex Tempervidros, as processadoras enfrentam atualmente desafios significativos para equilibrar qualidade, prazo e variedade de vidros a serem temperados. “A qualidade das chapas fornecidas pelas usinas tem diminuído ao longo dos anos, exigindo inspeções mais rigorosas em várias etapas do processo para evitar que cheguem ao cliente problemas como manchas, fissuras internas e outras imperfeições que possam comprometer a qualidade final do produto”, afirma.

Apostar no maior uso de vidros de valor agregado pode ajudar a processadora a se diferenciar da concorrência, elevando o nível de qualidade de sua produção, explica o gerente-geral da Sulglass, Gillie Follador: “Esses materiais auxiliam na diversificação da gama de produtos oferecida e servem como vantagem competitiva, permitindo-nos alcançar um nicho específico de clientes”.

Por isso mesmo, é fundamental orientar arquitetos e consumidores finais sobre as possibilidades em termos de execução, proporcionando uma compreensão clara dos produtos mais adequados para cada ambiente, alerta Gallegos. “Dessa forma, será evitado o uso inadequado de produtos que, embora tecnicamente corretos, não oferecem benefícios reais.”

A importância dos fornos
O forno de têmpera é o equipamento mais robusto e tecnológico encontrado no processamento desse tipo de vidro. A vida útil de uma máquina como essa pode passar de duas décadas caso seja bem-cuidada. No entanto, a questão está diretamente relacionada à eficácia da instalação e também da aplicação de um plano de manutenção. Vale frisar ainda que a gestão de boas práticas operacionais, incluindo a atualização de componentes digitais e físicos, tem impacto direto nos custos, na capacidade de obtenção de receita e no lucro líquido da empresa.

Nos últimos tempos, o sistema de convecção foi uma das principais inovações para aumentar a qualidade do processo, sendo usado por processadoras pelo mundo todo. Com ele, o vidro é aquecido por meio de rajadas de ar, o que deixa a temperatura em toda sua massa mais uniforme – essa tecnologia, inclusive, é indicada para o processamento de chapas com revestimento, como o low-e.

Os fornos mais modernos atualmente contam ainda com outras tecnologias, como:

  • Sistema de colchão de ar, fazendo com que a superfície do vidro não tenha contato com os rolos;
  • Conjunto de duplo aquecimento e resfriamento;
  • Sistema de correção automatizada dos parâmetros técnicos de processo;
  • Alta eficiência energética, o que garante maior economia de eletricidade.

Instalações autoportantes
Uma das principais características técnicas do temperado é a possibilidade de se suportar de forma independente, dispensando o auxílio de outras estruturas. Isso permite que o material seja instalado de forma autoportante – em divisórias, por exemplo –, devido à sua resistência mecânica superior.

Mas, atenção: a especificação deve ter cuidados redobrados em relação ao dimensionamento das peças, posicionamento de furos e recortes e à própria instalação da estrutura. Além disso, deve-se levar em conta o ambiente, o tipo característico do público que vai acessar o espaço e ainda a frequência de trânsito das pessoas.

 

Foto: noprati/stock.adobe.com
Foto: noprati/stock.adobe.com

 

Mão de obra especializada
Para administrar toda essa potência tecnológica, a qualificação da mão de obra é essencial para uma processadora. “Sem treinamento e conhecimento técnico adequados, o resultado são lacunas no processo, gerando diversas dificuldades, como maiores custos e riscos para a reputação da empresa”, explica Cláudio Lúcio. “Tem-se ainda um comprometimento da imagem da indústria vidreira como um todo frente a administradoras, investidores, construtoras e cliente final. A cada erro provocado pela falta de qualificação, haverá mais ocorrências de problemas relacionados à especificação, beneficiamento e aplicação, gerando impeditivos para o aumento de consumo per capita de nosso produto.”

Pensando na questão, a Abravidro criou, em 2011, a Especialização Técnica Abravidro. O programa conta com um módulo sobre têmpera e aborda temas como a física envolvida nesse processo, a condução do forno, a qualidade e a relação entre o número de fragmentos x tensão. O módulo inclui ainda ensinamentos sobre como avaliar a condição do equipamento, a rotina para resolução de problemas e muito mais.

Certificação
Outra forma de garantir a segurança da fabricação é obter a certificação voluntária para vidros temperados, concedida por Organismos de Certificação de Produto (OCP) que são acreditados pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro.

Para ser aprovada, a empresa precisa passar por três avaliações:

  • Processo de fabricação: deve estar adequado para produzir itens de qualidade, seguindo os requisitos da portaria do Inmetro que regulamenta a certificação;
  • Sistema de gestão da qualidade: é obrigado a atender determinados requisitos da norma mundial ISO 9001;
  • Ensaios: os vidros precisam ser aprovados nos ensaios estabelecidos pela norma técnica ABNT NBR 14698 — Vidro temperado.

Todo o processo é mais simples do que parece – e a Abravidro oferece uma consultoria para auxiliar as processadoras interessadas na chancela. “Os empresários ficam surpreendidos logo na visita inicial, pois conseguimos verificar o quanto a empresa já está adequada para atender boa parte dos requisitos necessários”, explica Edweiss Silva, consultor da entidade para Certificação Inmetro. Após a elaboração de um cronograma de atividades, é possível determinar quando a empresa estará pronta para receber a visita do auditor (um representante do OCP) – o prazo costuma ser de dois a quatro meses.

Entre as vantagens para a empresa certificada estão:

  • Implementação de melhorias no processo produtivo, resultando em maior controle dos procedimentos e menor desperdício e retrabalho;
  • Permissão para colocar o selo com as logomarcas do Inmetro e do OCP nos produtos certificados;
  • Proteção jurídica contra reclamações, já que a certificação é um atestado de que a empresa atende os requisitos normativos e regulamentações legais;
  • Possibilidade de atender mercados que exigem padrão de segurança atestado, como o de grandes construtoras.

Para saber mais detalhes sobre a consultoria, entre em contato com Edweiss Silva pelo e-mail esilva@abravidro.org.br ou telefone (11) 3873-9908. É associado Abravidro? Então, aproveite valores e condições exclusivas para a contratação.

Normas
A ABNT NBR 14698 — Vidro temperado, norma técnica focada no produto, está passando por um processo de revisão e atualização. O trabalho, coordenado pelo Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), com sede na Abravidro, inclui mudanças na estrutura da norma, com o objetivo de organizar melhor as informações, além da atualização de pontos como os requisitos de tolerâncias dimensional, de esquadro e de empenamento, e o aprofundamento de temas como distorção óptica, furos e recortes. Está sendo discutida também a inclusão de um texto adicional sobre a esmaltação do vidro (aplicação de esmalte sobre sua superfície) durante a têmpera, uma vez que o consumo de temperados esmaltados vem aumentando ano após ano no Brasil. É possível participar das reuniões remotas online: basta confirmar presença enviando e-mail para cb37@abnt.org.br.

Temperado é a mesma coisa que termoendurecido?
Não, são produtos diferentes. Ambos são produzidos no forno de têmpera, mas a diferença está na curva de resfriamento durante o tratamento térmico. E, vale reforçar, temperado é um vidro de segurança; já o termoendurecido, não. Mesmo tendo resistência mecânica superior à do float (dependendo da espessura, pode ser até duas vezes e meia mais forte), ele se fragmenta em pedaços um pouco maiores quando partido. É normalmente utilizado na composição de laminados ou insulados.

Este texto foi originalmente publicado na edição 617 (maio de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Amorim Leite

16º Simpovidro já tem data e local definidos

A notícia mais aguardada pelo setor vidreiro neste começo de ano enfim pode ser revelada: o 16º Simpovidro já tem data e local para acontecer! Organizado pela Abravidro, o principal encontro vidreiro da América do Sul será realizado de 31 de outubro a 3 de novembro no resort Vila Galé Alagoas, no município de Barra de Santo Antônio. Após passear pelo Rio de Janeiro na última edição, em 2022, o simpósio volta ao Nordeste – e será a primeira vez de Alagoas como sede do simpósio.

“A principal marca do Simpovidro é a integração entre os diferentes elos da cadeia. Todo o evento é pensado para o fortalecimento dessas relações e para a discussão de temas relevantes para o setor como um todo”, explica Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro.

Conhecendo o hotel
Inaugurado em 2022, o Vila Galé Alagoas é o maior resort all inclusive do Estado. Localizado a cerca de 75 km do Aeroporto Internacional de Maceió – Zumbi dos Palmares (o trajeto até lá pode ser percorrido de uma a uma hora e meia de carro), está à beira da belíssima Praia do Carro Quebrado, conhecida por suas falésias e piscinas naturais de água cristalina. O espaço homenageia os escritores de língua portuguesa do Brasil e de Portugal e cada acomodação tem a referência de um artista. A recepção conta com uma exposição voltada para escritoras e uma galeria dos 54 prêmios nobéis de Literatura.

Estrutura de primeira
Em meio a toda beleza natural do litoral alagoano, o Vila Galé oferece estrutura de primeira qualidade e experiências incríveis aos seus hóspedes, incluindo:

  • Sistema all inclusive, com refeição e bebidas (incluindo as alcoólicas) à vontade
  • 492 quartos
  • 7 restaurantes – incluindo o Museu do Sertão, com pratos típicos locais
  • 5 bares
  • 4 piscinas – uma delas com 100 m de comprimento e parque aquático
  • Esportes: quadras de beach tennis, futebol, handebol e vôlei
  • Kids Club: recreação infantil com monitores

 

Foto: Divulgação Vila Galé Alagoas
Foto: Divulgação Vila Galé Alagoas

 

Acomodações
Os participantes poderão escolher entre duas modalidades de acomodações, cada uma com categorias distintas, para atender diferentes necessidades:

APARTAMENTOS

  • Apartamento standard: apartamentos de 31 m², localizados nas laterais do resort; incluem quarto e banheiro. Possuem duas camas de solteiro ou uma cama Queen Size. Têm vista para o resort. Acomodam, no máximo 3, adultos com uma cama extra por unidade, mediante disponibilidade.
  • Apartamento Família: apartamentos de 32 m², no térreo, localizados nas laterais do resort; incluem quarto e banheiro. Possuem duas camas de casal Queen Size. Têm vista para o resort. Acomodam dois adultos e duas crianças de até doze anos.
  • Apartamento Família Nep: apartamentos de 32 m²; incluem quarto e banheiro. Possuem uma cama de casal por unidade e um beliche ou cama superior. Têm vista para o resort. Acomodam dois adultos e duas crianças de até doze anos.
  • Apartamento Superior: apartamentos de 33 m²; incluem quarto, varanda e banheiro. Possuem uma cama de casal Queen Size. Têm vista para o mar. Acomodam dois adultos.

SUÍTES

  • Suíte Família: apartamentos de 62 m²; incluem quarto, sala, varanda e banheiro. Possuem uma cama de casal Queen Size e duas camas de solteiro em quartos separados por uma porta comunicante. Têm vista para o resort ou lateral para o mar. Acomodam dois adultos e duas crianças de até doze anos.

As acomodações acima especificadas incluem:

  • Telefone;
  • Acesso gratuito à internet via wi-fi;
  • Ar-condicionado;
  • Televisão LCD;
  • Canais por cabo;
  • Frigobar;
  • Cofre;
  • Banheiro privativo;
  • Secador de cabelo;
  • Amenities gratuitos;
  • Fechadura eletrônica de segurança;
  • Tomadas com 220V.

 

Sua marca no Simpovidro!
Não perca a chance de atrelar sua marca a um evento de visibilidade internacional. Fale com Rosana Silva pelo e-mail rsilva@abravidro.org.br ou telefone (11) 3873-9908 (ramal 1026).

Inscreva-se já!
Acesse agora mesmo o site www.simpovidro.com.br e garanta sua presença. As vagas são limitadas!

 

Foto: Marcos Santos e Andreia Naomi
Foto: Marcos Santos e Andreia Naomi

 

Simpovidro: o ponto de encontro do setor
Em novembro de 1995, nascia uma das principais iniciativas da Abravidro, tornando-se instantaneamente o ponto de encontro do setor vidreiro brasileiro: o Simpovidro. A estreia do evento foi no Hotel Intercontinental, no Rio de Janeiro. De lá pra cá, foram mais catorze edições organizadas em quase trinta anos de uma história riquíssima, cheia de conteúdo para as empresas, networking e celebração dos negócios.

A edição passada ocorreu em 2022, após hiato de três anos por conta da pandemia. Mais de 650 participantes se reuniram no Club Med Rio das Pedras, em Mangaratiba (RJ).

O time de palestrantes do 15º Simpovidro contou com o filósofo Mario Sergio Cortella; o doutor em Ciência Política, Leonardo Barreto; o jornalista Manoel Fernandes; a especialista em gestão Maria Augusta Orofino; o consultor jurídico Fabrício Soler; e o idealizador do Congresso Internacional de Felicidade, Gustavo Arns.

Este texto foi originalmente publicado na edição 616 (abril de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Divulgação Vila Galé Alagoas

Conheça o Prêmio Abravidro Glass South America

A Abravidro e a NürnbergMesse Brasil (NMB) se juntaram para criar o Prêmio Abravidro Glass South America, uma iniciativa com o objetivo de reconhecer as marcas que atuam no setor. É a única premiação a homenagear todos os elos de nossa cadeia! Confira tudo sobre a iniciativa a seguir – incluindo o regulamento completo, a partir da próxima página.

Importância
O prêmio terá periodicidade bienal, sendo sempre apresentado durante a Glass South America, a maior feira do mercado de vidro na América Latina. A 1ª edição ocorre já este ano – com cerimônia de entrega marcada para o dia 12 de junho, na noite do primeiro dia da mostra.

“O setor vidreiro é formado por empresas guerreiras, que não poupam esforços no dia a dia de trabalho, visando a entregar o melhor produto possível aos consumidores de vidro. Por isso mesmo, é preciso celebrar essa atuação”, explica o presidente da Abravidro, Rafael Ribeiro. “Com o Prêmio Abravidro Glass South America, a entidade mais uma vez se posiciona como elemento de ligação entre todos os segmentos da cadeia.” João Paulo Picolo, CEO da NMB, complementa: “A Glass é o espaço ideal para os negócios vidreiros. Trazer uma iniciativa desse porte para dentro da feira só fortalece a conexão dela com as expositoras”.

Como participar
Qualquer empresa do setor pode concorrer – basta atender alguns requisitos básicos definidos no regulamento. Para isso, é preciso se inscrever, gratuitamente, no hotsite oficial da premiação. Para acessá-lo, clique aqui!

Categorias
Ao todo, são dez categorias diferentes:

  • Fabricante de Vidros Planos
  • Processador de Vidros
    O prêmio será concedido por região: Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul.
  • Fabricante de Maquinários e Equipamentos para Processamento de Vidros
  • Fabricante de Insumos para Processamento de Vidros
  • Fabricante de Ferragens e Acessórios para Vidros
  • Fabricante de Sistemas para Envidraçamento
  • Fabricante de Selantes, Gaxetas e Adesivos (Materiais para Fixação e Vedação)
  • Vidraçaria
    O prêmio será concedido por região: Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul.
  • Projetos e Obras que Empregam Vidros
  • Arquiteto Especificador de Obras com Vidro

Etapas da premiação
1. Cadastro das empresas;
2. Validação dos inscritos;
3. Seleção dos participantes habilitados pela comissão organizadora da premiação;
4. Divulgação dos selecionados;
5. Início de votação online pelo público para escolher os vencedores;
6. Votação da comissão julgadora;
7. Os vencedores das dez categorias serão premiados em cerimônia durante a Glass South America.

A seguir, confira o regulamento completo do prêmio. Participe!

 

 

REGULAMENTO DO 1º PRÊMIO ABRAVIDRO GLASS SOUTH AMERICA
Organização: Abravidro e NürnbergMesse Brasil
Curadoria: Regina Galvão, jornalista e curadora

1. OBJETIVO
O Prêmio, uma iniciativa da Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (Abravidro) e da Nürnberg Messe Brasil (NMB), tem como objetivo contribuir para o reconhecimento, a divulgação e a modernização do setor de vidros planos em diferentes áreas da construção civil brasileira.

2. CRITÉRIOS DE PARTICIPAÇÃO
2.1 Poderão participar da presente premiação empresas e profissionais autônomos (conforme o caso) que atuem no segmento vidreiro no Brasil.

2.2 Não será permitida a participação dos colaboradores (e respectivos familiares) das promotoras.

2.3 A inscrição do interessado dar-se-á exclusivamente no website www.premioabravidroglass.com.br.

2.4 A inscrição (e participação) do interessado será integralmente gratuita.

2.5 Com a inscrição, o(a) participante autoriza, em caráter irrevogável e irretratável, de forma gratuita, a utilização de seus dados, imagem e/ou voz pela promotora por meio de seus canais de divulgação (website, redes sociais, impressos etc.) – mas não se limitando a isto –, podendo, ainda, a promotora, deles livremente dispor, bem como de seus extratos, trechos e/ou partes e, ainda, editá-los em trechos e/ou em partes, fazer uso de tais atributos (dados, imagem e/ou voz) sem limitação de tempo e/ou número de vezes (de exibição), podendo ocorrer no Brasil e/ou no exterior, de forma análoga ou digital, por meio de qualquer mídia e/ou plataforma (atualmente existente ou a ser futuramente criada), não cabendo qualquer quantia ou compensação ao(a) participante, tampouco, ser devida qualquer importância pela promotora.

3. CATEGORIAS E REQUISITOS
O Prêmio Abravidro Glass South America, nesta primeira edição, conta com dez categorias. São elas:

Categoria 1: Fabricantes de vidro plano
Requisito: Indústria com planta produtiva instalada em território nacional, produtora de float, espelhos e/ou vidros de controle solar.

Categoria 2: Processadores de vidro
A premiação para essa categoria será regional, contemplando um vencedor de cada região do Brasil: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Requisitos: Indústria com planta produtiva instalada em território nacional; processamento em planta própria de pelo menos um destes produtos: vidro temperado, vidro laminado e/ou vidro insulado.

Categoria 3: Fabricantes de máquinas e equipamentos para processamento de vidro
Requisitos: Possuir fábrica, escritório ou representante atuante no Brasil, assim como equipamentos instalados e em funcionamento no País. Podem participar, dentre outros, os fabricantes de lavadoras, lapidadoras, máquinas de corte e fornos de têmpera.

Categoria 4: Fabricantes de insumos para o processamento de vidros
Requisitos: Possuir fábrica, escritório local ou representante atuante no Brasil, assim como produtos em uso no País. Podem participar, dentre outros, fabricantes de rebolos, brocas e interlayers.

Categoria 5: Fabricantes de ferragens e acessórios para vidro
Requisitos: Possuir fábrica, escritório local ou representante atuante no Brasil, assim como produtos em uso no País.

Categoria 6: Fabricantes de sistemas para envidraçamentos
Requisitos: Possuir fábrica, escritório local ou representante atuante no Brasil, assim como produtos em uso no País. Podem participar dessa categoria, dentre outros, fabricantes de kits de boxe de banheiro, envidraçamento de sacada, guarda-corpos e perfis.

Categoria 7: Fabricantes de selantes, gaxetas e adesivos (materiais para fixação e vedação)
Requisitos: Possuir fábrica, escritório local ou representante atuante no Brasil, assim como produtos em uso no País.

Categoria 8: Vidraçarias
A premiação para essa categoria será regional, contemplando um vencedor de cada região do Brasil: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Requisitos: Possuir endereço em ponto comercial e inscrição estadual ativa e atuar na venda e na instalação de produtos no País.

Categoria 9: Projetos e obras que empregam vidros
Requisitos: Obra comercial ou residencial construída no Brasil e inaugurada a partir de 2020, com vidros de fabricação nacional. Obra em que o vidro seja protagonista do projeto e esteja aplicado em conformidade com as normas técnicas vigentes no País (apresentação de declaração de conformidade técnica do responsável pela obra).

Categoria 10: Arquiteto especificador de obras com vidro
Requisitos: Profissional em atividade no mercado, reconhecido por utilizar o vidro como protagonista em seus projetos residenciais ou comerciais; no portfólio deve constar um mínimo de cinco obras com vidro como protagonista, aplicado em conformidade com as normas técnicas vigentes no Brasil (apresentação de declaração de conformidade técnica do responsável pela obra).

Observação: Vale ressaltar que as categorias 9 e 10 terão os concorrentes indicados pela organização do prêmio, sendo que estes não precisam se inscrever como nas demais categorias. Haverá necessidade de aceite na indicação pelo representante da obra ou profissional escolhido, sendo necessário o envio de fotos e documentos que suportem a indicação.

4. CADASTRO
4.1 Empresas e profissionais autônomos deverão preencher o cadastro disponível no site www.premioabravidroglass.com.br e incluir imagens, dados e textos relevantes sobre a atuação da empresa, sua história, número de funcionários e inovações implementadas, contextualizando o impacto positivo da empresa gerado no mercado vidreiro.

4.2 A identificação dos autores (pessoas e empresas) deverá ser inserida exclusivamente na ficha de cadastro e não nas imagens enviadas.

4.3 As inscrições com arquivos que estiverem fora das especificações relacionadas acima serão desclassificadas.

5. ETAPAS DO CONCURSO
A premiação será realizada em sete etapas:

5.1 ETAPA 1 – CADASTRO
Cadastro de inscrição do interessado (pessoa natural, jurídica) em formulário eletrônico, sendo necessário declinar o responsável para contatos e recebimento do prêmio.

5.2 ETAPA 2 – VALIDAÇÃO
A validação do inscrito mediante análise do correto preenchimento do formulário eletrônico.

A validação do inscrito mediante análise do correto envio de documentação pertinente.

5.3 ETAPA 3 – SELEÇÃO
Seleção de participantes habilitados de cada categoria pela comissão organizadora da premiação.

5.4 ETAPA 4 – DIVULGAÇÃO DOS INSCRITOS
Divulgação dos participantes (pessoa natural, jurídica) regularmente inscritos (e aptos) a serem votados.

5.5 ETAPA 5 – PERÍODO DA VOTAÇÃO
O prazo da votação pelo público será das 00h00 de 15 de maio de 2024 até as 23h59 do dia 22 de maio de 2024.

Os cinco participantes mais votados de cada categoria pelo júri popular integrarão a seleção de finalistas e computarão um ponto adicional na votação da comissão julgadora.

5.6 ETAPA 6 – VOTAÇÃO DA COMISSÃO JULGADORA
Votação da comissão julgadora nas quais os finalistas serão avaliados individualmente pelos membros do júri recebendo notas de 1 a 10.

5.7 ETAPA 7 – VENCEDORES
O finalista de cada uma das dez categorias com maior pontuação será considerado vencedor.

O finalista de cada uma das dez categorias com maior pontuação será premiado em cerimônia.

A cerimônia será realizada pela Abravidro e NürnbergMesse Brasil durante a Glass South America, em 12 de junho de 2024.

6. SELEÇÃO
6.1 A curadora, com o apoio da Abravidro, fará a seleção prévia das empresas inscritas que atenderem os requisitos estabelecidos neste regulamento, conforme consta no item 8, levando também em consideração a relevância dos inscritos para o mercado, abrangência de atuação, diversidade de portfólio etc.
6.2 Cada categoria terá um único vencedor, exceto para as categorias 2 e 8 que terão um vencedor por região. Em caso de empate, caberá à Abravidro junto à curadora definir o premiado.
6.3 A decisão das comissões (organizadora, julgadora) da presente premiação será soberana e irrevogável.
6.4 Ao participar (e aderir) à presente premiação, o interessado/participante anui (e concorda) com todos os seus respectivos itens e/ou termos, renunciando a qualquer eventual futuro questionamento.

7. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Para efeito de classificação, os trabalhos inscritos serão avaliados e pontuados conforme os critérios detalhados a seguir:

Fabricante de vidro plano

  • Certificações: a empresa deverá informar quais certificações possui, como ISO (9001, 14001) etc.
  • Associativismo: a empresa deverá informar de quais entidades é associada
  • Promoção de qualificação dos funcionários (treinamentos internos, workshops, Educavidro etc.)
  • Prazo médio de entrega
  • Percentual de entrega de pedidos dentro do prazo
  • Participação em comissões de estudo do ABNT/CB-37
  • Prestação de consultoria técnica para especificação correta do vidro
  • Portfólio de produtos
  • Práticas instaladas de sustentabilidade: logística reversa, tratamento de resíduos industriais, tratamento de água etc.
  • Presença digital (site, e-commerce, redes sociais, anúncios, canal de WhatsApp etc.)
  • Diferenciais da empresa

Processador
(Prêmio por região: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul)

  • Certificações: a empresa deverá informar quais certificações possui, como a do vidro temperado (Inmetro) ou ISO (9001, 14001) etc.
  • Realiza testagem regular dos produtos para atendimento às normas? (Se sim, quais delas e se é interna ou externa)
  • Associativismo: a empresa deverá informar de quais entidades é associada
  • Promoção de qualificação dos funcionários (PPCPE, Especialização Técnica Abravidro, Educavidro, cursos online etc.)
  • Contribuição para pesquisas de mercado: a empresa deverá informar se participa das pesquisas de mercado (Panorama e Termômetro Abravidro)
  • Data de fundação
  • Prazo médio de entrega
  • Percentual de entrega de pedidos dentro do prazo
  • Participação em comissões de estudo do ABNT/CB-37
  • Prestação de consultoria técnica para especificação correta do vidro
  • Prestação de suporte técnico ao cliente para a realização de pedido
  • Portfólio de produtos
  • Práticas instaladas de sustentabilidade: tratamento de resíduos industriais, tratamento de água etc.
  • Presença digital (site, e-commerce, redes sociais, anúncios, canal de WhatsApp etc.)
  • Canais de atendimento ao cliente e ao consumidor
  • Diferenciais da empresa

Fabricante de máquinas e equipamentos para processamento de vidro

  • Certificações: a empresa deverá informar quais certificações possui, como ISO (9001, 14001) etc.
  • Associativismo: a empresa deverá informar de quais entidades é associada
  • Promoção de qualificação dos funcionários (treinamentos internos, workshops etc.)
  • Data de fundação
  • Prestação de suporte técnico online e/ou presencial
  • Portfólio de produtos
  • Prazo médio de entrega de peças de reposição no Brasil
  • Treinamento operacional dos equipamentos após a instalação
  • Manual de operação do equipamento em português
  • Práticas instaladas de sustentabilidade: tratamento de resíduos industriais, tratamento de água etc.
  • Inovação: se nos últimos dois anos a empresa lançou algum produto inovador, informar o nome do produto e qual solução inovadora ele oferece.
  • Presença digital (site, e-commerce, redes sociais, anúncios, canal de WhatsApp etc.)
  • Canais de atendimento ao cliente e ao consumidor
  • Informar os diferenciais da empresa
  • Eficiência energética dos equipamentos
  • Estoque de peças de reposição no Brasil
  • Número de equipes/profissionais disponíveis para serviços de manutenção no Brasil

Fabricante de insumos para o processamento de vidros

  • Certificações: a empresa deverá informar quais certificações possui, como ISO (9001, 14001) etc.
  • Testagem regular dos produtos para atendimento às normas (Realiza a testagem? Se sim, quais são elas e se é interna ou externa)
  • Associativismo: a empresa deverá informar de quais entidades é associada
  • Promoção de qualificação dos funcionários (treinamentos internos, workshops etc.)
  • Data de fundação
  • Prestação de suporte técnico online e/ou presencial
  • Pronta entrega de produtos para o mercado brasileiro
  • Prazo médio de entrega
  • Percentual de entrega de pedidos dentro do prazo
  • Práticas instaladas de sustentabilidade: logística reversa, tratamento de resíduos industriais, tratamento de água etc.
  • Processo interno padronizado para desenvolvimento de produtos
  • Inovação: se nos últimos dois anos a empresa lançou algum produto inovador, informar o nome do produto e qual solução inovadora ele oferece
  • Presença digital (site, e-commerce, redes sociais, anúncios, canal de WhatsApp etc.)
  • Canais de atendimento ao cliente e ao consumidor
  • Portfólio de produtos
  • Informar os diferenciais da empresa

Fabricante de ferragens e acessórios para vidro

  • Certificações: a empresa deverá informar quais certificações possui, como ISO (9001, 14001) etc.
  • Associativismo: a empresa deverá informar de quais entidades é associada
  • Promoção de qualificação dos funcionários (treinamentos internos, workshops etc.)
  • Tempo de fundação
  • Portfólio de produtos
  • Prestação de consultoria técnica para especificação correta do produto
  • Prestação de suporte técnico online e/ou presencial no pós-venda
  • Pronta entrega de produtos para o mercado brasileiro
  • Prazo médio de entrega
  • Percentual de entrega de pedidos dentro do prazo
  • Práticas instaladas de sustentabilidade: logística reversa, tratamento de resíduos industriais, tratamento de água etc.
  • Processo interno padronizado para desenvolvimento de produtos
  • Inovação: se nos últimos dois anos a empresa lançou algum produto inovador, informar o nome do produto e qual solução inovadora ele oferece
  • Presença digital (site, e-commerce, redes sociais, anúncios, canal de WhatsApp etc.)
  • Canais de atendimento ao cliente e ao consumidor
  • Diferenciais da empresa
  • Distribuidores regionais dos produtos (Quantas unidades? Por região?)

Fabricante de sistemas para envidraçamentos

  • Certificações: a empresa deverá informar quais certificações possui, como ISO (9001, 14001) etc.
  • Testagem regular dos produtos/sistemas para atendimento às normas (Realiza a testagem? Se sim, quais delas e se é interna ou externa)
  • Associativismo: a empresa deverá informar de quais entidades é associada
  • Promoção de qualificação dos funcionários (treinamentos internos, workshops etc.)
  • Tempo de fundação
  • Portfólio de produtos
  • Prestação de consultoria técnica para especificação do produto/sistema
  • Treinamento para a instalação correta do produto/sistema
  • Prestação de suporte técnico online e/ou presencial no pós-venda
  • Pronta entrega de produtos para o mercado brasileiro
  • Prazo médio de entrega
  • Percentual de entrega de pedidos dentro do prazo
  • Práticas instaladas de sustentabilidade: logística reversa, tratamento de resíduos industriais, tratamento de água etc.
  • Processo interno padronizado para desenvolvimento de produtos
  • Inovação: se nos últimos dois anos a empresa lançou algum produto inovador, informar o nome do produto e qual solução inovadora ele oferece
  • Presença digital (site, e-commerce, redes sociais, anúncios, canal de WhatsApp etc.)
  • Canais de atendimento ao cliente e ao consumidor
  • Diferenciais da empresa
  • Distribuidores regionais dos produtos (Quantas unidades? Por região?)

Selantes, gaxetas e adesivos (materiais para fixação e vedação)

  • Certificações: a empresa deverá informar quais certificações possui, como ISO (9001, 14001) etc.
  • Testagem regular dos produtos/sistemas para atendimento às normas (Realiza a testagem? Se sim, quais delas e se é interna ou externa)
  • Associativismo: a empresa deverá informar de quais entidades é associada
  • Promoção de qualificação dos funcionários (treinamentos internos, workshops etc.)
  • Tempo de fundação
  • Prestação de consultoria técnica para especificação do produto
  • Treinamento para a aplicação correta do produto
  • Prestação de suporte técnico online e/ou presencial no pós-venda
  • Pronta entrega de produtos para o mercado brasileiro
  • Prazo médio de entrega
  • Percentual de entrega de pedidos dentro do prazo
  • Práticas instaladas de sustentabilidade: logística reversa, tratamento de resíduos industriais, tratamento de água etc.
  • Processo interno padronizado para desenvolvimento de produtos
  • Inovação: se nos últimos dois anos a empresa lançou algum produto inovador, informar o nome do produto e qual solução inovadora ele oferece
  • Presença digital (site, e-commerce, redes sociais, anúncios, canal de WhatsApp etc.)
  • Canais de atendimento ao cliente e ao consumidor
  • Diferenciais da empresa
  • Distribuidores regionais dos produtos (Quantas unidades? Por região?)

Vidraçaria
(Prêmio por região: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul)

  • Associativismo: a empresa deverá informar de quais entidades é associada
  • Promoção de qualificação dos funcionários (Senai, Educavidro, trabalho em altura/NR35 etc.)
  • Data de fundação
  • Prazo médio de entrega
  • Percentual de entrega de pedidos dentro do prazo
  • Participação em comissões de estudo do ABNT/CB-37
  • Prestação de consultoria técnica para especificação correta do vidro
  • Portfólio de produtos
  • Participação em eventos do setor (feiras, palestras de entidades etc.)
  • Participação em cursos de gestão como os oferecidos pelo Sebrae
  • Processos internos padronizados: orçamento, vendas, medição, instalação e entrega de manuais de utilização dos sistemas (boxes e envidraçamentos de sacada, por exemplo) após a instalação
  • Segurança do trabalho: fornecimento e utilização de EPIs, rotina instalada de treinamentos etc.
  • Presença digital (site, e-commerce, redes sociais, anúncios, canal de WhatsApp etc.)
  • Canais de atendimento ao cliente e ao consumidor
  • Informar os diferenciais da empresa
  • A comissão julgadora também irá avaliar o histórico da empresa no mercado (Reclame Aqui etc.)
  • Formulário padronizado de pedidos ao processador ou uso de ferramenta e-commerce

Projeto/Obra (Residencial ou Comercial)

  • Certificações: o incorporador deverá informar as certificações conquistadas pelo empreendimento
  • Sustentabilidade: o incorporador deverá informar de que forma o vidro especificado contribuiu para a sustentabilidade do empreendimento
  • Conforto dos usuários: o incorporador deverá informar de que forma o vidro especificado contribuiu para o conforto térmico e acústico do empreendimento
  • Segurança: o incorporador deverá informar se as aplicações de vidro no empreendimento atenderam as determinações da ABNT NBR 7199
  • Percentual de área envidraçada: o incorporador deverá informar o percentual da área envidraçada do empreendimento
  • Informar outros diferenciais do projeto
  • Enviar fotos e arquivos do projeto arquitetônico (em PDF)
  • Utilização de vidros de fabricação nacional

A comissão julgadora também irá avaliar:

  • Quanto os benefícios oferecidos pelo vidro (segurança, eficiência energética, conforto acústico e térmico) foi explorado na edificação e a criatividade do uso no projeto.

Arquiteto especificador de obras com vidro (Residencial ou Comercial)

  • Busca de conhecimento sobre o vidro (benefícios, aplicações e normas)
  • Porcentagem média de vidro especificado em cada projeto em relação aos outros materiais
  • Porcentagem média de projetos em que o vidro é protagonista entre os demais materiais nos últimos cinco anos
  • Especificações do vidro de acordo com as determinações da ABNT NBR 7199
  • Enviar fotos das obras
  • Uso de vidros de fabricação nacional

A comissão julgadora também irá avaliar:

  • Quanto o profissional explora os benefícios oferecidos pelo vidro (segurança, eficiência energética, conforto acústico e térmico) em seus projetos.

8. COMISSÃO JULGADORA
8.1 Os nomes dos profissionais que integrarão as comissões julgadoras serão divulgados ainda em abril nos canais de comunicação da Abravidro e no site da premiação (www.premioabravidroglass.com.br).

9. PREMIAÇÃO
9.1 Os vencedores da 1ª edição do Prêmio Abravidro Glass South America receberão seus respectivos troféus em cerimônia promovida pelas promotoras no dia 12 de junho de 2024, durante a feira Glass South America 2024, a ser realizada no Centro de Convenções São Paulo Expo, na Rodovia dos Imigrantes 5, s/nº, KM 1, São Paulo-SP, CEP 04329-900.

9.2 Os responsáveis serão comunicados com antecedência.

9.3 Os responsáveis se obrigam a manter seus dados atualizados.

9.4 Os responsáveis se obrigam a manter confidencialidade/sigilo até o recebimento da premiação.

9.5 Os responsáveis serão entrevistados (foto, vídeo) para divulgação nos canais das promotoras.

9.6 A premiação (troféu) é pessoal e intransferível.

9.7 A premiação (troféu), em hipótese alguma, será convertida em dinheiro.

10. SELO DE PREMIAÇÃO
10.1 Os vencedores da 1ª edição do Prêmio Abravidro Glass South America poderão, ainda, fazer uso do selo criado pelas promotoras em forma impressa ou virtual (produtos, website etc.).

11. DISPOSIÇÕES GERAIS
11.1 A inscrição e a participação na premiação importarão na concordância e aceitação, pelos participantes, de todos os termos e/ou condições previstos no presente regulamento.

11.2 Caberá exclusivamente à comissão organizadora decidir sobre eventuais casos omissos relativos ao presente regulamento, sendo suas decisões soberanas e irrecorríveis.

11.3 A comissão organizadora reserva-se ao direito de modificar as datas informadas no presente regulamento sem prévia comunicação aos eventuais interessados e/ou participantes cabendo-lhe divulgar novas datas no website das promotoras, em suas redes sociais e no website www.premioabravidroglass.com.br.

11.4 A comissão organizadora reserva-se ao direito de modificar os termos e/ou condições previstos no presente regulamento sem prévia comunicação aos eventuais interessados e/ou participantes cabendo-lhe divulgar regulamento (atualizado) no website das promotoras, em suas redes sociais e no website www.premioabravidroglass.com.br.

11.5. Os vencedores poderão fazer uso do material de divulgação dos resultados desde que citando/divulgando, em conjunto, o nome e a logomarca do prêmio, da Abravidro e da Glass South America.

11.6. Os interessados assumem total e exclusiva responsabilidade a respeito de todo e qualquer dado e/ou documento e/ou informação e/ou imagem fornecidos por ocasião de sua inscrição e/ou necessários à sua participação, isentando, integralmente, as promotoras, a comissão organizadora e/ou julgadora, de qualquer reivindicação/reclamo de terceiros, respondendo judicialmente (conforme o caso).

11.7. Conforme dispõe os artigos , II, da Lei 5.768/71 e 30 do Decreto 70.951/72, a participação no presente prêmio é voluntária e gratuita, não estando condicionada, em hipótese alguma, à sorte, ao pagamento de preço e/ou à compra de produtos ou uso de qualquer bem, direito ou serviço pelo participante.

11.8. Os signatários do termo/ficha de inscrição asseguram e afirmam serem os representantes legais competentes para assumir obrigações em nome da parte e representar de forma efetiva seus interesses.

11.9. Os participantes têm ciência de que não poderão exigir resultados concretos em razão ou em decorrência da presente premiação (e/ou de sua respectiva divulgação).

11.10. O presente regulamento entrará em vigor na data de sua divulgação.

Este texto foi originalmente publicado na edição 615 (março de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Aprenda a diminuir as perdas de matéria-prima

Na maioria das vezes, processar nosso material é uma batalha para diminuir a perda de matéria-prima ao longo das etapas do beneficiamento. Quanto mais padronizados os processos, seguindo parâmetros de qualidade, menos desperdício – o que representa maior lucro no fim do mês.

Para mostrar possíveis soluções para a questão, O Vidroplano falou com players do setor e com um dos maiores especialistas em transformação de vidros do País. Confira nas páginas a seguir dicas preciosas para garantir maior eficácia para sua empresa.

 

Lição 1 — Conhecimento
O elemento mais importante na produção é o conhecimento: saber os parâmetros corretos de cada etapa permite maior controle da produção, resultando na redução dos custos operacionais e das quebras. “Tudo em vidraria é calculado, você não chuta. Como regular as máquinas? Por meio de cálculo”, explica Cláudio Lucio da Silva, instrutor técnico da Abravidro. “E você calcula em função do custo operacional de sua empresa. Então, não é receita de bolo, nem tentativa e erro: é técnica.”

Saber cada aspecto das tecnologias aplicadas na empresa dá mais poder à gerência da processadora para conduzir o negócio. “Conheço empresa que não precisa lixar o rolo do forno de têmpera há quatro anos. Ou seja, já aprendeu tudo isso e coloca o conhecimento em prática, com a chefia atuando todo dia para esse padrão de excelência se manter”, comenta Cláudio.

Para o instrutor da Abravidro, é importante que as processadoras consolidem seus parâmetros em um documento que descreva, passo a passo, os processos – assim, qualquer funcionário, mesmo um recém-contratado, poderá replicá-los. “Fazer um documento desse tipo, cujo nome oficial é Procedimento Operacional Padrão, garante a reprodutibilidade. E que seja algo com imagens, de consulta fácil e de aplicação simples. Aí você consegue monitorar isso dentro do sistema de gestão profissional, fazendo correções ao longo do tempo.”

 

Processo de corte e destaque, geralmente, gera pouca perda de matérias-primas. Por isso mesmo, é preciso ter atenção ao processo (Foto: kyrychukvitaliy/stock.adobe.com)
Processo de corte e destaque, geralmente, gera pouca perda de matérias-primas. Por isso mesmo, é preciso ter atenção ao processo (Foto: kyrychukvitaliy/stock.adobe.com)

 

Lição 2 — Impacto na saúde financeira
“Hoje, sem dúvida alguma, o maior impacto no resultado da empresa está relacionado aos desperdícios dentro da área fabril”, opina Jones Hahn, fundador e CEO da Nex, empresa que atua no mercado de tecnologias inteligentes para processos fabris de nosso setor. Fica fácil visualizar isso: uma única peça de vidro que sofre quebra no forno de têmpera já gerou um custo operacional que dificilmente será recuperado, pois passou por todas as etapas, consumindo eletricidade, desperdiçando tempo de mão de obra etc. Imagine, então, isso multiplicado por várias ocorrências no dia a dia da produção.

Diminuir perdas significa não apenas parar de jogar dinheiro fora, mas, também, faturar mais. “No momento atual, muitas empresas brigam por participação no mercado. Porém, sem buscar desenvolver novos produtos, novas soluções. Consequentemente, o mercado se baliza por preço”, analisa Pedro Lucas Fornel, diretor da beneficiadora Casa Fornel. Com uma margem de lucro menor por conta dos desperdícios na fabricação, o processador acaba baixando seus preços – o que não resolve sua falta de eficiência como também prejudica o mercado como um todo.

 

Lição 3 — Os processos mais complexos
Todos os estágios do beneficiamento podem gerar perdas. Porém, existem alguns que normalmente mais carecem de conhecimento para evitar essa situação. São eles:

  • Lapidação
  • Furação/recorte
  • Têmpera

 

“No corte até se desperdiça vidro, mas não tanto. As etapas mais técnicas são as que geram mais quebras”, afirma Cláudio Lucio. Pedro Fornel aponta a têmpera como o momento mais delicado – e que, portanto, pode gerar reais prejuízos, “pois o maior percentual de energia elétrica da empresa é consumido pelo forno, onde se dá o encerramento da produção”.

No entanto, na maioria das vezes, a quebra na têmpera é ocasionada por um processo anterior malfeito. “A falta de acabamento nas bordas ou na furação são vilões, descobertos somente após entrarem no forno, ocasionando quebras”, explica Jones Hahn, da Nex. Ele aponta ainda que, em relação aos laminados, grande parte dos desperdícios pode ser ocasionada pela calandra ou prensagem antes da autoclave. “Já nos insulados, isso ocorre na dobra de perfis, aplicação de selante butyl e montagem do quadro.”

 

A “vilã” do desperdício: a têmpera é o momento mais delicado do beneficiamento. Porém, na maioria das vezes, a quebra no forno ocorre por um processo anterior malfeito (Foto: Aleksei/stock.adobe.com)
A “vilã” do desperdício: a têmpera é o momento mais delicado do beneficiamento. Porém, na maioria das vezes, a quebra no forno ocorre por um processo anterior malfeito (Foto: Aleksei/stock.adobe.com)

 

Lição 4 — Índice aceitável
Para o instrutor da Abravidro, o índice ideal de perda seria zero. Como somente um nível de excelência altíssimo poderia alcançar esse resultado, vale a máxima: quanto menos perdas, melhor. “Se você está atuando para reduzi-las, e está conseguindo, ótimo. Um dia você chegará ao nível de não mais medi-las em partes por cem (ppc), mas sim em partes por milhão (ppm)”, analisa. “O importante é identificar o que está errado e buscar soluções de forma contínua – e sempre reduzindo esse nível a cada período, mesmo que seja um pouquinho. Dessa forma, daqui a um tempo, você vai ver que entrou em um regime extremamente salutar para a empresa.”

Processadoras treinadas pelo instrutor nos módulos da Especialização Técnica Abravidro alcançam perdas de 0,11% a 0,17% na têmpera, enquanto a média está entre 1% e 3%, chegando a 5%, dependendo da empresa (veja mais sobre o treinamento no final desta reportagem).

 

Lição 5 — Como medir
A Casa Fornel gera relatórios por setor, para identificar os custos de cada tarefa. “Usamos como indicadores a produtividade/custo do m², o aproveitamento de fornada e o índice gerador de estorno e quebra”, afirma Pedro Fornel.

De acordo com a Nex, cada vez mais a automação ajudará no controle e na medição das perdas em processos industriais. “Com isso, os processadores poderão fugir da ação da mão humana, tendo uma resposta maior, com a possibilidade de monitorar a fábrica em tempo real, e isso de dentro da gestão. Hoje, sem dúvida alguma, esse é o melhor caminho para os processadores diminuírem o custo fabril, aumentando a rentabilidade e a fatia de mercado no segmento em que atua”, esclarece Jones Hahn.

 

Foto: Marcos Santos
Foto: Marcos Santos

 

O que fazer com as sucatas?
Qualquer peça de vidro imprópria para o processamento é considerada sucata. Elas podem ser:

  • Retalhos do processo de corte que não têm tamanho adequado para aproveitamento;
  • Quebras durante a lapidação, furação/recorte ou têmpera, sejam por defeitos de fabricação e manuseio errado ou beneficiamento malfeito;
  • Baixa qualidade da matéria-prima, que pode ser comprovada pela presença de bolhas na chapa, por exemplo.

 

Peças enviadas aos clientes, como vidraceiros, em desacordo com o pedido realizado, também podem gerar perda e sucata. Todos os cacos podem ser reciclados por empresas especializadas, fazendo, muitas vezes, com que esse material retorne à cadeia para algum processo de fusão.

Existe também outro elemento gerado durante a produção: pó de vidro, oriundo da lapidação e da furação/recorte. Por estar misturado à água, a empresa precisa ter uma central de tratamento. “Esse é um dos gargalos de logística reversa, pois ainda não existe um descarte regulamentado de pó”, afirma Pedro Fornel. “Por isso, mandamos para beneficiadoras desse material que fazem os descartes da melhor forma.”

 

Quer saber mais como evitar perdas? A Especialização Técnica lhe ajuda!
Criado em 2011, o programa Especialização Técnica Abravidro forma e aperfeiçoa a mão de obra nas indústrias processadoras de vidro, ensinando não só a forma correta do processamento, mas também aumentando a eficiência e produtividade da empresa, com redução de perdas.

Ministrada por Cláudio Lúcio, conta com cinco módulos independentes:

  • Corte
  • Lapidação
  • Serigrafia
  • Têmpera
  • Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE) – este já tem nova turma agendada para os dias 16 e 17 de maio, em São Paulo.

 

Para mais informações, entre em contato com a área de Atendimento da Abravidro pelo e-mail abravidro@abravidro.org.br ou telefone (11) 3873-9908.

Este texto foi originalmente publicado na edição 614 (fevereiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Alpar/stock.adobe.com

Setor vidreiro aponta perspectivas para 2024

Como já virou tradição em O Vidroplano, janeiro é tempo de analisar o ano que passou e medir as expectativas para o que começa. Para definir 2023, talvez o termo correto seja “morno”. A esperança de vários setores consumidores de vidro é de que 2024 possa colher algum aquecimento, resultado no corte de juros e investimentos em programas de habitação anunciados pelo governo federal – o que significa maior demanda para nossos produtos.

Nas próximas páginas, confira alguns indicadores econômicos relevantes para a cadeia vidreira e a opinião de nossas empresas sobre as expectativas para os próximos doze meses.

Economia e indústria
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), assim que os indicadores relativos a 2023 fecharem, a economia nacional mostrará um ano melhor do que o esperado. A entidade revisou para cima o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), projetando aumento de 3,3%. Essa foi a segunda reavaliação positiva do ano.

Apesar disso, a alta não atingirá todos os segmentos produtivos. A indústria de transformação, por exemplo, deve marcar queda de 0,5%. Essa retração ocorre pela diminuição da demanda e da produção, sendo mais forte em setores mais sensíveis ao crédito.

Para 2024, a CNI prevê expansão do PIB em 1,7%. “O crescimento sustentado da economia está diretamente ligado ao aumento do investimento. E a agenda da economia verde, da sustentabilidade, da pesquisa e inovação e da transformação digital indicam o caminho para que o Brasil atraia indústrias e desenvolva infraestrutura para fazer a transição para uma economia de baixo carbono”, afirma Ricardo Alban, presidente da confederação. “O País está muito bem posicionado para ser protagonista dessa neoindustrialização, o que pode ser alcançado pela definição de uma política industrial bem estruturada e com foco em superar os desafios de nossa sociedade.”

O otimismo do setor industrial é revelado pelo Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) deste mês: avanço de 2,2 pontos, alcançando 53,2 pontos. É o segundo mês consecutivo de avanço da confiança do segmento.

Construção
Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a indústria da construção deve marcar queda de 0,5% em 2023 – esse desempenho ficaria abaixo das expectativas projetadas em janeiro passado, que apontavam crescimento de 2,5%. “Quando a economia de um país apresenta taxas de juros elevadas, é inevitável que isso tenha um custo, manifestando-se na desaceleração de diversos setores produtivos. A conta dos juros altos na economia chegou para a construção civil”, analisou Ieda Vasconcelos, economista da entidade, na encontro com a imprensa para a apresentação dos dados, realizado no dia 8.

Para 2024, a CBIC prevê crescimento de 1,3% para o setor. Os fatores que podem contribuir para isso incluem a continuidade do processo da queda de juros e o avanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), além do novo ciclo do programa Minha Casa, Minha Vida. Uma prova de que as coisas devem melhorar é o nível de atividade da construção no terceiro trimestre, que atingiu 14,04%, número acima do período pré-pandemia – mas ainda 20% inferior ao pico do segmento, em 2014.

Automotivo
Para a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 2023 teve aumento relevante no mercado interno, estabilidade na produção e queda nas exportações. O ano deverá fechar com 2,29 milhões de emplacamentos, o que representa alta de 8,8% sobre 2022. A produção mostrou recuo de 0,5%, muito em função da queda nas exportações e do aumento relevante das importações.

Para 2024, a estimativa é que essa cadeia siga crescendo. A Anfavea projeta vendas de 2,450 milhões de autoveículos (aumento de 7%) e produção de 2,470 milhões de unidades (aumento de 4,7%). “Precisamos de todo o esforço conjunto das empresas e da sociedade para aumentar nossa produtividade, mas acredito que só em 2026 recuperaremos os níveis registrados antes da pandemia”, comenta Márcio de Lima Leite, presidente da entidade.

 

Foto: Sodel Vladyslav/stock.adobe.com
Foto: Sodel Vladyslav/stock.adobe.com

 

Como isso influencia o setor vidreiro?
Não basta só saber o desempenho das principais cadeias consumidoras de vidro: é preciso analisar o que esses números podem representar para nosso segmento.

De acordo com a economista Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), a divulgação do PIB do terceiro trimestre trouxe uma boa surpresa – afinal, várias projeções apontavam queda, mas o resultado foi de ligeiro crescimento, suficiente para um respiro das atividades econômicas. No entanto, houve uma surpresa negativa: queda de 3,8% no PIB da construção, praticamente enterrando as possibilidades de um ano positivo nesse setor em 2023.

“A gente precisa olhar esse número com atenção. Quando se fala em PIB da construção, são duas partes com dinâmicas diferentes: a produção formalizada (construtoras, incorporadas) e a autoconstrução, somada com os pequenos empreiteiros, o chamado mercado ‘formiguinha’”, explica Ana Maria Castelo. “Para a parte ‘formal’, não foi um ano de crescimento robusto, mas houve crescimento, apesar dos desafios. Para um setor que depende de financiamentos, as taxas de juros elevadas ajudaram na redução das vendas do mercado imobiliário. É possível dizer que foi um ano de resiliência.” Investimentos públicos em infraestrutura, principalmente no âmbito municipal em um ano pré-eleitoral, contribuíram para isso.

Qual foi, então, o problema refletido pelo PIB da construção? “O problema veio do lado ‘formiguinha’, pois o consumo das famílias foi direcionado prioritariamente para serviços”, conta Ana. “O setor de materiais de construção sofreu em 2023. O preço até registrou deflação, mas, na comparação com antes da pandemia, segue alto. Houve uma antecipação da demanda por pequenas reformas em 2020 e 2021 – e agora estamos vivendo uma espécie de ressaca passada essa onda.”

Com a queda da taxa de juros, forma-se uma perspectiva para a diminuição dos preços dos materiais e uma melhora no quadro de endividamento das famílias, o que pode contribuir para uma pequena melhora da construção em 2024. “Pelo quadro desafiador encontrado, não dá pra esperar nenhum resultado excepcional, mas estamos com projeção de crescimento de 2,9% para o PIB da construção, novamente puxado pelo setor formal, mas com o consumo ‘formiga’ também crescendo; 1,5% para o varejo de materiais; e 2% para a indústria de materiais”, revela Ana.

A economista deixa ainda mais uma mensagem ao setor vidreiro: “Vale olhar para um segmento imobiliário que tem tido mais dificuldade para avançar, o comercial. O home office gerou um impacto grande nesse mercado. Não vejo uma perspectiva de recuperação para este ano: talvez para 2025 tenhamos um crescimento nos investimentos”.

 

Expectativas em banho-maria
Conversamos com Sérgio Goldbaum, economista da GPM Consultoria Econômica, empresa responsável pelo Panorama Abravidro e pelo Termômetro, para entender o que nos espera em 2024.

  • Estudando os dados do Termômetro Abravidro em 2023, o que podemos entender sobre o setor vidreiro ao longo do ano passado?

O estudo indica que 2023 foi um ano morno para o setor. A atividade econômica vinha caindo após dois ou três anos de relativo aquecimento e parece ter se estabilizado a partir de abril.

Essa relativa estabilidade está em consonância com os indicadores de atividade econômica disponíveis. Por exemplo, o índice da produção industrial mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a fabricação de vidros e produtos de vidro também mostrou relativa estabilidade. Mas observa-se esse mesmo movimento nos indicadores de produção física de automóveis, móveis, eletrodomésticos e, especialmente, no de vendas de material de construção – setores consumidores de vidros processados.

Além disso, observamos ao longo do ano variações mensais compatíveis com os efeitos sazonais: quedas relevantes em fevereiro, abril e dezembro devido a feriados e aumentos em março, maio e novembro. A partir de 2024, começaremos a aplicar a metodologia de dessazonalização nos dados mensais do Termômetro, o que gradualmente permitirá ter uma ideia da atividade econômica já descontados tais efeitos sazonais.

  • O que as empresas vidreiras podem aguardar para o novo ano?

A princípio, o panorama geral para 2024 sugere desaquecimento ou manutenção da relativa estabilidade. O Índice de Confiança da Construção da Sondagem da Construção do FGV Ibre em dezembro se manteve estável, variando apenas -0,2 ponto percentual em relação a novembro, cujo resultado também havia sido de estabilidade. Entre os fatores limitativos à melhoria dos negócios foram citados a competição no próprio setor, demanda insuficiente, acesso ao crédito bancário e o custo da mão de obra e de matérias-primas.

A Sondagem da Indústria da Construção, outro indicador da CNI, relativo a novembro, aponta trajetória de queda gradual do setor desde março. O número de empregados cai de maneira gradual desde julho. E esse mesmo estudo cravou em neutralidade as expectativas referentes ao nível de atividade, aos novos empreendimentos e serviços, às compras de matéria-prima e ao número de empregados.

Destacamos que a queda da taxa de juros no Brasil tem sido gradual, e que seus efeitos são defasados no tempo. Sendo assim, a expectativa é de manutenção de um ano pouco aquecido, com viés de baixa.

 

A visão vidreira
Agora é hora de saber a opinião das companhias de nosso setor. Nesta página, confira o que disseram empresas de diversos elos da cadeia (incluindo fabricantes de ferramentas, fabricantes de maquinários e distribuidoras de equipamentos); nas próximas, veja os comentários das usinas de base.

  • Diamanfer
    “2023 foi um ano de muito trabalho, muita atenção à gestão, à procura de soluções para os custos. O setor perdeu velocidade, os negócios diminuíram, mas o resultado acabou sendo satisfatório, pois cobriu todas as contas e investimentos. Continuamos com a empresa muito saudável e esperamos para 2024, no mínimo, a mesma situação. É difícil ter perspectivas, já que muita coisa depende de decisões de governo, do rumo da economia. Mas nós sempre fomos otimistas, estamos nos preparando para uma retomada. Vamos com responsabilidade, tomando decisões corretas, para não nos precipitarmos. Eu percebo algum movimento, alguns setores um pouco melhores. É torcer para que isso aumente.”
    José Pedro Ruiz, diretor-comercial
  • Glassparts
    “No setor de equipamentos, 2023 foi relativamente bom, apesar das incertezas geradas pela política. Tivemos vendas moderadas no início do ano e mais acentuadas a partir do segundo semestre, as quais ficaram aquecidas até o final de dezembro. No balanço geral, esse foi um período muito favorável, que equilibrou o ano, superando até 2022. Para 2024, estamos otimistas, pois notamos que o mercado já se acomodou e digeriu as mudanças políticas. Outra razão para isso é que 2024 contará com as principais feiras de nosso segmento, o que gerará muitas oportunidades de negócios.”
    Ricardo Costa, diretor
  • GR Gusmão
    “De forma geral, 2023 foi um ano difícil para o nosso país. Realmente não foram tomadas as devidas providências pelos governantes, e o mercado ficou muito restrito. Aqueles que atingiram suas metas conseguiram isso no limite – como nós. Então, esperamos que atitudes possam tirar o freio de mão do comércio e da indústria. Para 2024, as expectativas são grandes, principalmente as relativas à queda nos juros, facilitando financiamentos, para que a construção aqueça e a indústria vidreira possa retomar seus trabalhos. Desejo um ano de muito otimismo para todos os colegas do ramo vidreiro.”
    Yveraldo Gusmão, diretor
  • Sglass
    “Surpreendentemente, tivemos bons resultados em 2023, apesar do cenário político e econômico. Em relação a 2022, ocorreu uma queda de faturamento na casa dos 10%, mas mesmo assim consideramos esse resultado satisfatório. Para 2024, esperamos que haja uma retomada, visto que teremos a feira Glass South America, para alavancar os negócios, inclusive no exterior, em locais como Américas do Sul e Central e até mesmo do Norte e Europa.”
    Sandro Eduardo Henriques, diretor

 

AGC
Isidoro Lopes, Elton Lemos e Mauro Gallo, executivos

  • Saldo dos negócios em 2023
    “Foi um período de demanda conservadora, com muita dificuldade para alavancar volumes e bastante disputa de preços. Diante desse cenário, fechamos 2023 com volume de vendas menor que em 2022. O primeiro semestre foi marcado por empresários e sociedade observando as medidas do novo governo e a economia passando por um processo de ‘esfriamento’ para combater a inflação.”
  • Dificuldades encontradas em 2023
    “O maior desafio foi a gestão comercial na busca pelo melhor equilíbrio entre volume, mix e preço – sempre com o objetivo de manter níveis salutares de negociação junto aos clientes. Ano passado tivemos a elevação dos custos do gás natural e combustível: o diesel aumentou em torno de 23% na média nacional, o que dificultou bastante manter esse equilíbrio. O Brasil vem passando por um processo de ajuste fiscal pelas receitas, com aumento de impostos em setores da economia, o que faz reduzir a demanda, especialmente de bens duráveis.”
  • Como encarar o aumento no volume de vidros importados
    “Isso é algo histórico e até natural no mercado, principalmente quando temos uma combinação de performance econômica asiática com baixo consumo, aumentando a oferta para fora da região + custo de frete baixo e câmbio estável.”
  • Expectativas para 2024
    “Entendemos que o mercado estará conservador, com pequeno crescimento, principalmente no início do ano. Vislumbramos um segundo semestre mais aquecido e estamos nos preparando para isso. A expectativa é de um crescimento moderado em 2024 em relação a 2023.”
  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “A construção deverá continuar crescendo, mesmo que em uma velocidade menor que a de 2021, sendo um dos motores propulsores da economia. Devemos ter aumento na confiança da indústria e dos consumidores, pelo melhor entendimento da política fiscal e macroeconômica, vendo uma retomada de lançamentos de projetos na construção e infraestrutura. No automotivo, assim como foi em 2023, temos excelentes expectativas de crescimento, tanto da produção como do mercado de reposição. Os segmentos moveleiro e de linha branca possuem fatores para também acreditarmos no crescimento, porém ainda a depender bastante das políticas sociais.”
  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “Foco na competitividade com comportamento ético, parcerias sólidas e reforço das boas práticas de governança ESG.”
  • Recado para o setor
    “Como sempre, devemos buscar eliminar desperdícios nos processos, focando na qualidade e valorização do nosso produto e na correta aplicação das normas. A maioria dos setores passa por ciclos e ajustes, e com o setor vidreiro não é diferente.”

 

CEBRACE
Lucas Malfetano e Manuel Corrêa, executivos

  • Saldo dos negócios em 2023
    “Reconhecemos que foi um ano difícil, comercialmente falando. Mas podemos ver com otimismo o saldo de 2023. Consideramos bem-sucedidos o reparo da linha de produção de Barra Velha (SC) e o projeto inovador de integrar a produção de texturizados à linha float, agora fabricando produtos em maior dimensão e de forma mais sustentável.
    2023 marca a história da Cebrace em relação à inovação e à aceleração dos projetos de sustentabilidade. Foram muitas ações que se iniciaram e avançaram no ano passado rumo ao cumprimento das nossas metas: obtivemos a Declaração Ambiental de Produto (EDP), sendo a primeira indústria do Brasil a conquistar essa documentação que apresenta a análise de ciclo de vida de nosso produto; fomos, ainda, a primeira indústria de vidro plano das Américas a usar biometano como fonte de energia para os fornos de produção. Também iniciamos a renovação gradual da nossa frota, a partir da utilização de veículos inloader a gás, acelerando a nossa redução de CO₂.
    Além disso, a Rede Habitat completou onze anos, consolidando-se como uma rede de soluções com vidros de proteção solar para residências cada vez mais avançada em todo o território nacional. E não podemos nos esquecer de que o GlassTruck circulou por todo o Brasil, levando um showroom móvel ao local de obras. Em relação a produtos, vimos a evolução do Cebrace ThermoVision na participação de projetos na indústria de refrigeração e linha branca. Portanto, a Cebrace manteve seus investimentos e projetos independentemente das oscilações
    de mercado.”
  • Dificuldades encontradas em 2023
    “O mercado esteve estagnado, ainda sentindo os juros altos e as incertezas do cenário macroeconômico dos anos anteriores. Houve um aumento significativo de vidros importados e também de uma concorrência desleal. Mantivemos o nosso esforço no combate aos descaminhos fiscais e na busca pela simplificação tributária. Mesmo com essas dificuldades, apoiamos a atuação da Abravidro com o Grupo de Trabalho Tributário (GTT) e Grupo de Trabalho Concorrencial (GTC) para encontrar soluções para essas questões.”
  • Como encarar o aumento no volume de vidros importados
    “Vários setores da economia – como aço, alumínio – estão sofrendo o impacto das importações, assim como da concorrência desleal. O governo precisa revisitar a questão tributária das importações em relação à da produção e do emprego nacional.”
  • Expectativas para 2024
    “Esperamos crescimento. Após dois anos difíceis para o setor, acreditamos que a queda da taxa de juros vai impulsionar um pouco mais o mercado.”
  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “Esperamos um crescimento de forma geral, com pouca diferença entre os setores.”
  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “As empresas vidreiras que mantiverem os esforços em capacitação dos profissionais e na qualidade dos serviços prestados, enxergando o espaço que os vidros de valor agregado têm para crescer, estarão alinhadas com o crescimento do mercado.”
  • Como está a produção de texturizados em Barra Velha e qual a expectativa para esse mercado
    “A produção começou em outubro, então ainda estamos em progresso. No momento, elaboramos novidades para acompanhar as tendências em design nesse segmento e em breve vamos compartilhar com o mercado.”
  • Recado para o setor
    “É sabida a importância de sermos cooperativos, de nos unirmos em prol do crescimento do mercado. Por isso, reforçamos nosso compromisso com a plataforma Educavidro e convidamos todos do setor a colaborar com as associações, seja participando de forma ativa dos programas de capacitação ou dos Grupos de Trabalho que buscam combater a sonegação fiscal, por exemplo. O trabalho das associações se mostra extremamente relevante também junto ao consumidor final, para inspirar novos usos dos vidros e espelhos, como é o caso da incrível experiência imersiva Mar de Espelhos, realizada pelo Instituto do Vidro com vidros Cebrace no AquaRio, no Rio de Janeiro. Em 2024, quando a Cebrace celebra cinquenta anos, esse recado é ainda mais especial. É hora de acelerar os projetos que vão tirar do papel o nosso futuro, e isso só é possível quando caminhamos lado a lado.”

 

GUARDIAN
Renato Poty, diretor-executivo na América do Sul

  • Saldo dos negócios em 2023
    “Observamos que o ano foi desafiador para todo o mercado da construção, com os indicadores econômicos apontando uma retração em relação a 2022. Dentro desse contexto, o desempenho da Guardian não foi diferente. Buscamos equalizar as fábricas para atender essa demanda menor. Também foi importante aumentar os esforços na estratégia de oferecer ao mercado produtos de maior valor agregado, como vidros de controle solar, pintados, laminados e espelhos, e apoiar nossos clientes a buscar diferenciação e resultados superiores.”
  • Dificuldades encontradas em 2023
    “A principal dificuldade foi balancear a oferta a essa demanda menor, bem aquém dos últimos anos. O cenário de retração foi um fenômeno global, impactando o mercado brasileiro com uma maior entrada de vidro importado. Nesse contexto, itens importantes que compõem o custo de produção tiveram inflação significativa, exigindo uma gestão interna mais eficiente para nos mantermos competitivos considerando a oferta disponível e custo de produção. Vamos continuar trabalhando em produtos inovadores e de maior valor agregado para levar soluções mais adequadas e diferenciadas. Dessa forma, respondemos aos desafios criados pela entrada mais expressiva dos importados. Também seguiremos enfatizando a qualidade, transparência e segurança de nossa operação. O plano para 2024 inclui ainda melhorar o atendimento, ganhar ainda mais agilidade e flexibilidade para atender
    nossos clientes.”
  • Como encarar o aumento no volume de vidros importados
    “A entrada de volumes elevados de vidro importado ocorre devido à retração da demanda global, que levou outros países produtores a buscar escoar mais fortemente seu produto para outros mercados, como o Brasil, especialmente. Desde 2020, nosso país vinha com uma balança comercial mais favorável ao nosso setor, com as exportações superando as importações. Em 2023, o cenário se inverteu. Mas é importante que o setor vidreiro busque outros mercados. Somos um país com um nível de produto diferenciado, de alto valor agregado e com tecnologia, e que se beneficia de uma matriz energética mais limpa. Para a Guardian, a ampliação das exportações é uma oportunidade em 2024.”
  • Expectativas para 2024
    “O ano começa com uma perspectiva positiva, seguindo a tendência que observamos no final de 2023. Ainda que de forma moderada, temos visto um aquecimento do mercado e prevemos um 2024 melhor, tanto por conta dos indicadores macroeconômicos como pela sinalização das reformas propostas pelo governo. São fatores que trazem mais confiança e contribuem para a retomada dos investimentos. Já sob o aspecto interno da empresa, a Guardian inicia 2024 com um fortalecimento dos negócios com os clientes, estoques equilibrados e investimentos em soluções inovadoras. No cenário externo, temos um contraponto, que é o risco de alta nas taxas de juros das economias desenvolvidas e uma escalada em conflitos, o que pode afetar a oferta e o preço das commodities.”
  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “Todos os mercados deverão ter uma dinâmica parecida, de acompanhar o crescimento da economia, impactados positivamente pela maior oferta de crédito e queda dos juros. Todos esses setores são de bens duráveis ou de capital, e que, na economia brasileira, dependem muito do acesso ao crédito para crescerem significativamente.”
  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “A importação deve continuar firme em 2024. Outra questão é a estrutura de custos de produção do vidro, diante da tendência de aumento no valor de insumos importantes no processo produtivo. É importante lembrar que, em 2024, ainda teremos esses insumos com valores muito superiores ao de anos anteriores, como barrilha, energia e serviços ainda impactados pelo desbalanço gerado desde a pandemia. Também estarão no centro da nossa atenção buscar melhorias em inovações para a produção. Caminhamos para a digitalização, a fim de melhorar processos, inclusive instalando uma plataforma online para pedidos.”
  • Recado para o setor
    “O vidro ainda tem muito espaço de crescimento e amadurecimento na indústria, quando comparamos com outros mercados globais. O consumo per capita no Brasil gira em torno de 8 kg por ano, enquanto na Europa é de 18 kg. A Guardian continuará focando em iniciativas para o desenvolvimento do setor, assim como na busca por competitividade de custos, eficiência energética, inovação e soluções de conforto aos consumidores de vidro plano.”

 

VIVIX
Henrique Lisboa, presidente

  • Saldo dos negócios em 2023
    “Tivemos um primeiro semestre de forte retração, com clientes relatando muitas dificuldades para girar estoques. Já no segundo semestre, o mercado começou a apresentar um melhor desempenho. Entretanto, os aspectos de aumento de custos e redução dos preços de vendas fizeram de 2023 um ano desafiador para o nosso setor.”
  • Dificuldades encontradas em 2023
    “A retração sem dúvida foi a maior dificuldade ao longo de 2023. A evolução do mercado trará soluções para parte das dificuldades, mas as empresas como um todo precisarão continuar evoluindo na gestão. Também deverá estar em foco o desenvolvimento dos colaboradores e da cadeia, assim como a promoção de novas iniciativas que contribuam para o aumento do consumo de vidros planos no País.”
  • Como encarar o aumento no volume de vidros importados
    “As importações fazem parte do ciclo e da vida dos nossos negócios. Porém, deveriam ser observados e seguidos os preços praticados no país produtor exportador. Caso contrário, são prejudiciais para todo o mercado.”
  • Expectativas para 2024
    “Esperamos um crescimento moderado do segmento de vidros planos e um cenário econômico um pouco mais favorável do que em 2023. Acreditamos que será o início de uma retomada de evolução do setor e trabalharemos juntos com nossos clientes para potencializarmos as oportunidades que estão por vir.”
  • O que esperar dos mercados consumidores de vidro
    “Temos acompanhado os indicadores da construção civil para este ano, indicando uma leve melhora decorrente, principalmente, de um cenário econômico mais favorável aos financiamentos. Entendemos que os setores moveleiro e de linha branca também serão beneficiados pelo mesmo motivo. Para o setor automotivo, que apresentou crescimento nas vendas em 2023, porém com estabilidade na produção devido aos altos estoques e redução das exportações, esperam-se números positivos, apontando para uma importante retomada na produção.”
  • Pontos de atenção para as empresas vidreiras
    “Entendemos que as empresas vidreiras deverão ficar atentas para a evolução na sua gestão e capacidade de adaptação aos novos cenários.”
  • Início da construção da 2ª planta
    “A decisão pela expansão da Vivix já foi tomada e divulgada. Em função da evolução da demanda do mercado vidreiro, a empresa adiou o início da construção da nossa 2ª planta. Investimos fortemente em todos os projetos para a construção dessa linha, os quais estão concluídos, assim como estão liberadas todas as licenças exigidas por lei para o início das obras. Estamos aguardando, com muita responsabilidade, o momento certo para as iniciarmos.”
  • Recado para o setor
    “A Vivix continuará procurando estar próxima dos clientes, evoluindo no mercado conjuntamente e nos mais diversos cenários. Este é um ano importante para a Vivix, quando a empresa completa dez anos de atividades. Acreditamos que a colaboração amplia oportunidades e é esse caminho que continuaremos seguindo neste e nos próximos anos.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 613 (janeiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: reevannovostro/stock.adobe.com

Segurança é fundamental no manuseio dos vidros

De que adianta uma fabricação bem feita ou um processamento em maquinários modernos se o manuseio das chapas de vidro for realizado sem a devida atenção e segurança? Seja para movimentar as peças pela fábrica, colocá-las no estoque ou despachar para clientes, esse é um momento crucial, responsável por garantir a qualidade do vidro – ou então fazer com que a empresa perca dinheiro com retrabalho.

A seguir, confira o que especialistas têm a dizer sobre o assunto, incluindo de que forma o manuseio manual pode atrapalhar o serviço e como a automatização pode resolver gargalos na produção.

Plenitude
Por mais óbvio que possa parecer, o manuseio feito da forma correta tem dois objetivos, conforme reforça o instrutor técnico da Abravidro, Cláudio Lúcio da Silva: “Ele é fundamental para a preservação da integridade física tanto do profissional que beneficia ou instala o vidro como do produto confeccionado”.

“Os cantos dos vidros são o ponto mais sensível”, indicam Antéo Olivatto Júnior e Roberto Luis Dolo, respectivamente proprietário e gerente financeiro da C&A Embalagens, fabricante de soluções para proteger o vidro durante seu transporte, como intercalários e cantoneiras. Bater esses locais, por exemplo, pode levar à quebra das chapas. E não nos esqueçamos ainda da questão estética: vidros riscados por conta de mau armazenamento provavelmente serão recusados pelos clientes.

Mas não importa o tipo ou o porte da indústria vidreira, é preciso evitar, acima de tudo, improvisos nessa tarefa – utilizar maquinários de outra função para a atividade, juntar pessoas para carregar peças grandes e pesadas etc. Isso poderá custar a saúde dos funcionários e também a matéria-prima. “A regra geral é: quanto menos se manusear as peças de vidro, menor o risco de avarias nelas”, adverte Cláudio Lúcio.

 

Empilhadeiras e outros veículos devem ser utilizados para movimentar grandes volumes de vidro nas usinas ou mesmo nas processadoras Foto:  Kashper/stock.adobe.com
Empilhadeiras e outros veículos devem ser utilizados para movimentar grandes volumes de vidro nas usinas ou mesmo nas processadoras
Foto: Kashper/stock.adobe.com

 

Nas usinas
Nenhum vidro é tocado por colaboradores das usinas – todo o manuseio se dá de forma automática, por meio de equipamentos próprios para isso. “Robôs retiram as chapas da linha e formam os pacotes de vidro, compostos por várias chapas de vidros juntas e pesando em torno de 2 t cada uma”, explica Fábio Reis, gerente de Desenvolvimento de Novos Produtos da Guardian. “Esses pacotes, já embalados, são transportados para o estoque por meio de empilhadeiras de grande porte. Parte deles também pode abastecer as linhas de fabricação, como a de espelhos.”

Como confirma Marcelo Santos, supervisor de Logística da AGC, os cuidados tomados não devem ser colocados de lado em nenhum momento. “Este é o principal conceito da AGC: segurança. Não sofrer incidentes e acidentes sempre será nossa meta”, declara. “O vidro é um material que, ao quebrar, se torna perfurocortante”, comenta Francisco Conte, diretor de Operação da Vivix. “Por isso mesmo, o processo produtivo e a movimentação estão condicionados ao cumprimento das normas e procedimentos internos.”

Em relação ao despacho dos pedidos, utilizam-se pontes rolantes. “Com elas, montam-se os chamados “blocos” de pacotes de vidro, que são então colocados nas carretas para serem levados até seu destino”, descreve Fábio Reis.

Imprescindíveis para as usinas
Quais são os equipamentos que não podem faltar nas fabricantes de float para o manuseio de vidros?

  • Maquinários
    – Robôs de movimentação;
    – Empilhadeiras de grande porte;
    – Ponte rolante (ou carro de transporte específico para vidro jumbo).
  • EPIs
    Os equipamentos de proteção individual são tão relevantes quanto as máquinas. Apesar de não ter contato manual direto, jamais devem ser deixados de lado – vão variar apenas de acordo com a atividade a ser executada e com o setor.
    – Capacete;
    – Óculos;
    – Protetor auricular;
    – Luva;
    – Jaqueta de anilha;
    – Bota.

Nas processadoras
“A maioria das beneficiadoras não possui parques industriais 100% automatizados, mas sim, semiautomáticos ou semimanuais”, aponta Cláudio Lúcio. Por isso mesmo, o manuseio manual é visto em momentos pontuais, como na alimentação do vidro em determinados maquinários para o processamento. Isso varia dependendo do porte da empresa. “Em alguns processos, após o vidro ter sido cortado em tamanhos menores, eles ainda podem ser manuseados por pessoas, como é o caso do carregamento e descarregamento de equipamentos de lapidação e furação, bem como na expedição”, explica Marco Antônio Oliveira Florentino, técnico de Segurança do Trabalho da Divinal Vidros.

Pontes rolantes também são encontradas em processadoras, como indica Taissa Figueiredo, gerente-geral da Smart Glass: “Nosso armazenamento conta com paliteiros para a estocagem de vidros, além de possuirmos um cavalete de queda livre, para o setor de corte, o que auxilia no manuseio”. A empresa utiliza cavaletes para separar as peças de vidro por espessura de acordo com o setor – lapidação, furação, lavagem. “Na têmpera, usamos esses cavaletes como forma de separação para definir as prioridades de entrega. Assim, conseguimos finalizar o processo de maneira adequada, mantendo tudo em um circuito totalmente interligado e com classificação de urgências”, conta. Segundo a Divinal Vidros, existe ainda o acessório chamado graber, utilizado para manusear colares de chapas jumbo (cuja dimensão é de 6 m de largura por 3,21 m de altura).

 

Proteção acima de tudo: nos diferentes momentos em que há manuseio manual nas processadoras, nunca podem faltar os EPIs Foto: Divulgação Star Glass
Proteção acima de tudo: nos diferentes momentos em que há manuseio manual nas processadoras, nunca podem faltar os EPIs
Foto: Divulgação Smart Glass

 

Se as usinas se preocupam com a segurança dos colaboradores mesmo quase sem contato com as peças, a atenção a essa questão nas processadoras deve ser triplicada. “É responsabilidade da empresa a compra de EPIs de qualidade, com Certificado de Aprovação pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que proporcionem, de fato, proteção aos funcionários”, opina Taissa. “Além disso, tem de haver treinamento para a conscientização da importância do uso desses materiais. Existe, da nossa parte, uma fiscalização constante nesse sentido.” Segundo a gerente da Smart Glass, seus colaboradores de áreas administrativas não podem entrar na produção sem, ao menos, capacete. “Em relação à própria produção, cada funcionário tem a obrigação de usar seus EPIs específicos, conforme as particularidades de sua tarefa”, comenta. Para Marco Antônio, da Divinal, o bem-estar dos colaboradores sempre será a prioridade da empresa: “Acessamos os riscos dos processos frequentemente e buscamos por métodos que possam trazer mais segurança para as pessoas envolvidas no processamento dos vidros”.

É importante não se esquecer ainda da manutenção dos maquinários e equipamentos utilizados: caso estejam em mau estado, podem aumentar significativamente o risco de dano ao produto final – e ainda de acidentes. Durante o armazenamento, espaçadores de EVA e cantoneiras de papelão são essenciais para todas as peças, evitando manchas, arranhões e lascas.

 

Foto: veli/stock.adobe.com
Foto: veli/stock.adobe.com

 

Imprescindíveis para as processadoras
Quais são os equipamentos que não podem faltar nas transformadoras para o manuseio de vidros?

  • Maquinários
    – Ponte rolante;
    – Paliteiros e cavaletes.
  • EPIs
    – Capacete;
    – Óculos;
    – Protetor auricular;
    – Luvas;
    – Mangotes;
    – Cinta lombar;
    – Avental de raspa de couro e impermeável;
    – Bota com biqueira.

Este texto foi originalmente publicado na edição 612 (dezembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: jackreznor/stock.adobe.com

Saiba como especificar vidros para pisos

Foi-se o tempo em que as pessoas tinham medo de andar sobre pisos envidraçados. A solução está cada vez mais presente em obras de grande escala, sejam elas mirantes, centros comerciais ou instalações artísticas, comprovando a segurança e a resistência do material.

E já que essa estrutura se tornou mais popular, O Vidroplano traz informações preciosas para sua especificação. Como calcular a espessura das chapas? Qual a importância dos apoios das peças? Quais os cuidados na hora da instalação? Confira tudo isso nesta reportagem especial.

Qual vidro usar?
A ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações classifica os pisos de vidro como instalações especiais e define que o único vidro que pode ser utilizado nesse tipo de aplicação é o laminado de segurança.

Somente laminados de segurança podem ser instalados em pisos, sendo compostos por peças de vidros comuns ou temperados. Dessa forma, em caso de quebra, os fragmentos ficarão presos nos interlayers, evitando possíveis acidentes.

Cálculo, o momento da verdade
O cálculo estrutural desempenha um papel fundamental na especificação de um piso de vidro: é a etapa responsável por determinar com precisão os esforços e cargas que a estrutura deve suportar. “Portanto, é o alicerce sobre o qual se constrói a confiança na integridade e no desempenho do piso ao longo do tempo”, define Leandro Gonçalves, gerente de Projetos da processadora Divinal Vidros.

Como lembra o consultor técnico da Viminas, Luiz Cláudio Rezende (conhecido no setor como Juca), essa tarefa não assegura apenas a durabilidade da instalação. “Nos projetos arquitetônicos, seja de residência, local de trabalho ou espaços comuns, como edifícios, shoppings e aeroportos, o mais importante é garantir a segurança dos usuários”, reforça.

Quem faz o cálculo
Os profissionais que transmitem maior confiança para a realização da tarefa são os engenheiros. Porém, profissionais de nosso setor também podem contar com o suporte das usinas de vidro. A Cebrace, por exemplo, conta com uma ferramenta online para cálculos estruturais de pisos e outros tipos de instalação, como visor de piscina, boxe de banheiro, tampo de mesa, prateleiras, espelhos e revestimentos.

O que levar em conta
Para realizar o cálculo estrutural de um piso de vidro, é necessário considerar diferentes informações. Escolher como será o projeto é o momento mais importante, pois dele dependem a composição das camadas do laminado e a forma de sustentação. Por isso, atenção aos seguintes tópicos:

  • Dimensões das chapas;
  • Cargas estáticas e distribuídas que atuarão sobre o piso;
  • Tipo de ambiente em que a estrutura será instalada.

 

Atenção às cargas: a possibilidade de aglomeração de pessoas e a colocação de móveis em cima de pisos devem ser levadas em consideração na hora do cálculo estrutural. Crédito: Wizdata/stock.adobe.com
Atenção às cargas: a possibilidade de aglomeração de pessoas e a colocação de móveis em cima de pisos devem ser levadas em consideração na hora do cálculo estrutural. Crédito: Wizdata/stock.adobe.com

 

De olho nas cargas
Para determinar a espessura das chapas, é preciso levar em consideração não apenas o vidro, mas todo o sistema, incluindo apoios e calços, e também o tipo de interlayer.

  • Devem ser previstas todas as cargas que incidirão sobre o piso, como a possibilidade de aglomeração de pessoas e a colocação de móveis pesados, o que vai gerar um peso muito além do imaginado por um longo período;
  • Além de aplicativos e softwares especializados para os cálculos, existem programas de engenharia que utilizam um sistema de cálculo chamado Método dos Elementos Finitos, ideal para projetos mais complexos ou que exijam precisão nos resultados;
  • Outro parâmetro relevante é a deflexão: o balanço e a curvatura causados por um projeto incompleto podem gerar problemas à estrutura e desconforto aos usuários.

Tipos de instalação
Dividem-se pela forma com que o vidro é “encaixado” nos vãos:

  • Apoiado pelas bordas, com a ajuda de bases metálicas e calços de borracha. Dessa maneira, o material não encosta em superfícies duras propensas a provocar quebra. Os apoios não podem ser de materiais higroscópicos (que absorvem umidade) ou que apodreçam;
  • Engastado (preso por apenas um lado por encaixe ou furos);
  • Parafusado ou com fixações pontuais, em dois ou mais lados da peça.

 

O Mirante das Galhetas, no Guarujá (SP), tem piso de laminado temperado 30 mm, especificado pela Avec Design. Crédito: Divulgação Avec Design
O Mirante das Galhetas, no Guarujá (SP), tem piso de laminado temperado 30 mm, especificado pela Avec Design. Crédito: Divulgação Avec Design

 

A importância dos apoios
“O suporte do piso desempenha um papel fundamental na integridade da solução”, explica Leandro Gonçalves, da Divinal. “Além de sustentar o peso do vidro, ele precisa ser projetado para resistir às cargas aplicadas e incorporar folgas de dilatação, de forma a evitar quaisquer danos ao vidro.” Por isso, torna-se um elemento que assegura o funcionamento seguro e duradouro da construção.

Os tipos de apoio mais comuns são de materiais como aço inoxidável, alumínio, ferro pintado e até mesmo madeira, dependendo da aplicação. “É fundamental garantir que os materiais de diferentes densidades que entram em contato com o vidro sejam intercalados com borrachas – ou outros materiais que minimizem o atrito”, alerta Gonçalves.

Jose Guilherme Aceto, diretor da Avec Design, empresa projetista de obras envidraçadas de grande porte, indica suportes de borracha: “Utilizamos exclusivamente silicone HTV, devido à sua durabilidade inigualável. É importante lembrar que o apoio deve ter a largura mínima de uma vez e meia a espessura dos vidros”.

 

Nas alturas: mirante Sampa Sky, em São Paulo, tem multilaminados para suportar o peso dos visitantes com segurança. Crédito: Cris Martins
Nas alturas: mirante Sampa Sky, em São Paulo, tem multilaminados para suportar o peso dos visitantes com segurança. Crédito: Cris Martins

 

Instalando com perfeição
Não basta especificar corretamente: o processo de instalação dos pisos precisa de muita atenção. Como de praxe, seguir as normas é obrigação. “Deve-se garantir que os calços de apoio atendam a ABNT NBR 7199 e possuam a dureza correta para não causar a quebra das peças”, comenta Renato Santana, coordenador de Qualidade e lean da processadora GlassecViracon. “Outro ponto é nunca instalar peças que tenham algum tipo de dano nas bordas, pois, mesmo que isso pareça superficial, pode levar à quebra futura.”

A compatibilidade dos selantes com os interlayers dos laminados é mais um tópico que não pode ser deixado de lado, com o intuito de evitar reações químicas que possam danificar as camadas intermediárias – o que levará à delaminação da peça. E durante o manuseio das chapas, é preciso extremo cuidado com impactos nas bordas: isso pode causar microtrincas.

Manutenção e cuidados pós-instalação
Como afirma Aceto, da Avec, deve-se sempre analisar o fluxo de pessoas que andará sobre um piso envidraçado também pelo lado estético. Isso rapidamente gera maior abrasão e riscos na superfície das chapas. “Assim, para proteger esses sofisticados e caros multilaminados, pode-se usar uma peça de temperado de “sacrifício”, com 6 mm de espessura, que pode ser substituída com baixo custo”, recomenda.

Outra avaliação importante: no caso de pisos sujeitos a serem molhados, a recomendação é aplicar serigrafia ou fitas antiderrapantes para evitar que se tornem escorregadios.

Este texto foi originalmente publicado na edição 611 (novembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Rafael Cavalli/Divulgação

Conheça mais sobre a furação e o recorte no vidro

Boxes de banheiro, portas, fachadas com fixação do tipo spider, peças para eletrodomésticos de linha branca. São várias as soluções com vidros que necessitam passar pelo processo de furação e recorte durante o beneficiamento de nosso material. Pensando nisso, O Vidroplano deste mês traz detalhes dessas etapas tão importantes – afinal, é certeza de retrabalho caso sejam malfeitas. Contatamos fabricantes de maquinários para entender as tarefas, a importância da automatização e os tipos de equipamento para isso disponíveis no mercado.

Manual x automático
A furação e recorte manuais são atividades cada vez menos vistas em grandes processadoras, de acordo com as empresas consultadas para esta reportagem. “O mercado exige processos de fabricação automatizados, sobretudo por questões de segurança, tipo e quantidade de produções, gestão de custos e disponibilidade de recursos humanos”, comenta Angelo Busetti, gerente de Vendas da marca Intermac, pertencente ao grupo italiano Biesse.

O procedimento manual é utilizado, principalmente, para recortes, conforme indica Renato Santana, coordenador de Qualidade e lean da processadora GlassecViracon: “Consiste em fazer furos nos cantos do recorte e cortar com uma serra utilizando disco diamantado refrigerado a água. É possível fazer um bom trabalho assim, entretanto os cuidados precisam ser redobrados para evitar as quebras demasiadas no processo de têmpera”. Como explica o gerente técnico da Sglass, Braz Andrioli Júnior, o serviço manual exige baixo investimento, mas traz de negativo muita dependência do operador. “Ele precisa ter habilidade manual e ainda cuidar dos parâmetros de corte, qualidade do furo, refrigeração, afiação e dar ritmo para que a meta de produção seja atingida.”

O processo automático, por sua vez, traz maior autonomia ao setor de corte, minimizando erros humanos, aumentando a produtividade e o acesso a informações gerenciais, além da possibilidade de integrar máquinas e evitar a fadiga dos funcionários. “O acabamento é perfeito, livre de microtrincas e tensões adicionais causadas manualmente. Em outras palavras, o uso de maquinários diminui drasticamente as quebras no forno de têmpera, reduzindo o custo do produto”, reforça Renato Santana, da GlassecViracon.

Segundo Luiz Garcia, diretor da Lisec, o trabalho manual é indicado apenas para peças com perfis muito complexos e com bastantes detalhes e particularidades – algo dificilmente encontrado em escala industrial. Para grandes volumes de vidro processado, a modernidade é o que conta.

Crédito: vpilkauskas/stock.adobe.com
vpilkauskas/stock.adobe.com

 

Molhados
A água é um elemento essencial em ambas as tarefas, conforme veremos a seguir. Atualmente, existem somente dois tipos de processo automático para furação e recorte de vidro. “Há algumas tentativas de desenvolver essas atividades a laser, mas no momento é uma tecnologia muito cara para aplicação”, confirma Marco Roccasalvo, gerente de Vendas da marca Forvet, do Grupo Biesse. Vamos a eles:

  • Com ferramentas
    Ferramentas diamantadas fazem o serviço: brocas para furar, fresas para recortar e escareadores para dar acabamento/polimento. Enquanto a máquina funciona, um fluxo de água ajuda a diminuir o atrito durante a furação/recorte e também a resfriar as ferramentas. Indicado para portas, guarda-corpos e peças arquitetônicas de tamanhos únicos e diferenciados. Máquinas desse tipo podem ser acopladas a linhas integradas.
  • Com jato d’água
    O trabalho fica a cargo de um fino jato de água com altíssima pressão e velocidade, combinado com abrasivo mineral. Por gerar pouca ou nenhuma rebarba, não precisa de acabamento, garantindo maior produtividade para peças de tamanhos semelhantes. Por isso mesmo, é indicado para o processamento de vidros encaixilhados para construção civil. Além disso, por não ter contato do vidro com uma ferramenta, é realizado sem gerar estresse de ordem mecânica nas chapas.

 

Thiago Borges
Thiago Borges

 

Não se esqueça da qualidade da água!
Na furação e recorte a jato d’água, deve-se ter atenção máxima ao principal elemento do processo. “Guardadas as diferenças, podemos fazer uma comparação com o combustível para o automóvel: se abastecermos nossos carros com combustível de má qualidade, problemas no motor aparecerão precocemente”, explica Braz Júnior, da Sglass. Dessa forma, é necessário ter total controle em relação à qualidade da água, mantendo baixos os níveis de sais presentes nela, de forma a eliminar sua dureza e evitar desgastes prematuros em tubulações e vedações dos maquinários. “Esse controle é simples e pode ser feito por meio de filtros abrandadores ou desmineralizadores, dependendo dos sais a serem controlados.”

 

JackF/stock.adobe.com
JackF/stock.adobe.com

 

Tipos de maquinários para as atividades

  • Furadeiras: horizontais ou verticais, contêm mesa de entrada e saída para a instalação em linhas integradas. Usam ferramentas e também fazem recorte;
  • Furadeiras a jato d’água: são furadeiras (com igual construção e funcionamento) que utilizam jato d’água;
  • Centros de usinagem: também conhecidos como CNCs, são alimentados manualmente pelo operador, mas o trabalho é totalmente automático. Também usam ferramentas;
  • Waterjet: são CNCs (com igual construção e funcionamento) que utilizam jato d’água.

Qualidade do começo ao fim
Existe ainda um tópico que não pode ser subestimado: não adianta ter os equipamentos para furação e recorte mais tecnológicos do mercado se o beneficiamento não for bem feito ao longo de todos os processos. “Quando uma peça é cortada fora de esquadro ou das dimensões preestabelecidas em projeto, ela poderá causar problemas na lapidação e também no posicionamento dos furos e recortes”, alerta Braz Júnior, da Sglass. Como reforçam Angelo Busetti e Marco Roccasalvo, da Biesse, erros acumulados levarão a quebras na têmpera – isso se não ocorrerem nas etapas anteriores ao forno. E quem paga a conta do retrabalho é a própria processadora.

Em relação aos maquinários, cuidados também devem ser tomados. “Para máquinas com alto grau de automação, são necessárias uma operação correta e, obviamente, manutenções, tanto as preventivas periódicas como as de qualidade”, comenta Luiz Garcia, da Lisec.

Soluções no mercado

Confira alguns dos maquinários disponíveis para o setor vidreiro nacional.

Alpha Jet

Alpha Jet
Fabricante: Sglass
Especificações:

  • Equipamento nacional patenteado, pode ser aplicado em linhas de produção automáticas ou de forma individual;
  • Medidas especiais conforme a necessidade do cliente, com opção de entrada pelo lado direito ou esquerdo, por exemplo;
  • Conta com assistência técnica remota.

combiFIN

combiFIN
Fabricante: Schraml, marca da Lisec
Especificações:

  • Linha automática vertical composta pela furadeira GLX P1 com o centro de usinagem MRX G7;
  • Possibilidade de trocar o CNC pela furadeira topDRILL, que funciona a jato d’água;
  • As máquinas podem ser usadas individualmente ao invés de em linha.

Master Series Multi Pro

Master Series Multi ProFabricante: Intermac, marca da Biesse
Especificações:

  • CNC vertical;
  • Fura (com dois cabeçotes), fresa e lapida com qualidade polida;
  • Disponível em vários tamanhos, incluindo 3,3 x 6 m (para vidros jumbo) na versão furação e fresagem.

Francesca WJ

Francesca WJ
Fabricante: Forvet, marca da Biesse
Especificações:

  • Trabalha com jato d’água em furação de alta velocidade, escareamento de furos profundos e fresagem de pequenos raios;
  • Disponível em diversas configurações – o modelo FC 3300 MILL WJ pode ter até quatro cabeçotes múltiplos, sendo dois na parte superior e dois na parte inferior.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 610 (outubro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Conheça em primeira mão a E-squadria Show

O setor vidreiro nacional ganhou uma nova feira para seu calendário de eventos: a E-squadria Show, organizada por NürnbergMesse Brasil (NMB), Fiera Milano Brasil e Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer), promotora da feira Expo Revestir. Como o nome indica, a mostra será voltada à indústria de esquadrias e acontecerá simultaneamente à Glass South America 2024, de 12 a 15 de junho do ano que vem, no centro de eventos São Paulo Expo.

A editora de O Vidroplano, Iara Bentes, visitou a sede da NMB em São Paulo para entender melhor o projeto. Participaram da conversa João Paulo Picolo, CEO da NMB; Maurício Macedo, CEO da Fiera Milano Brasil; e Maurício Borges, presidente-executivo da Anfacer. A seguir, confira os conceitos por trás da E-squadria Show e como ela poderá aproximar o segmento do vidro dos especificadores.

Estamos a menos de um ano da Glass South America 2024, uma Glass que será comemorativa, já que a feira chegará à 15ª edição. Qual o papel do evento no mercado vidreiro nacional e sul-americano?
João Paulo Picolo — A feira existe desde 1996… Tem tempo, não é? Acho que a Glass se propõe a exercer um papel fundamental para o desenvolvimento da indústria vidreira na América Latina. Estamos muito felizes com o resultado do que a gente tem construído até então. É uma mostra reconhecida mundialmente – hoje, está listada entre as três maiores do mundo; só não é maior que a China Glass e a Glasstec, na Alemanha. E para 2024, teremos um evento ainda maior. O processo comercial está andando com muita força, mostrando pra gente que vai ser mais uma edição com recorde de empresas participantes. Existe também um esforço de trazer um público muito forte de todo o Brasil, como sempre aconteceu nas versões anteriores, e também da América do Sul, até pelo programa de compradores que vamos implementar, no qual trazemos os maiores players de alguns países para dentro da feira.

E o que de novidade já pode ser antecipada para o público vidreiro?
JP — Além de mais expositores, um ator importante dentro de um projeto como a Glass é o conteúdo. E você tem várias formas de trazê-lo para dentro de uma feira. Além das palestras que são colocadas à disposição do público visitante, existem as experiências. Então, você tem o Vidro em Ação, ação longeva sobre normas técnicas feita pela Abravidro com a NMB; o programa Vidro Certo, desenvolvido em parceria pela Abravidro e Abividro; e também uma novidade, o Mais Negócios, que ajudará vidraceiros a ampliar seus negócios.

 

abertura (1)

 

E, João, existe outra novidade ainda maior, esperada há muito tempo pelo setor. Explique-a para nós.
JP — Sim, a E-squadria Show. Para quem não sabe, a NürnbergMesse é proprietária de uma feira muito reconhecida, a maior do mundo no setor de esquadrias, chamada Fensterbau Frontale, e há muitos anos estudamos essa indústria, que tem uma sinergia muito grande com a do vidro, para trazer um projeto paralelo à Glass. E depois de muito estudo, muitos anos se preparando de uma forma muito correta para achar o momento exato para fazer esse lançamento, tomamos a decisão de anunciar a E-squadria Show. A ideia foi se cercar de gente muito competente para fazer esse projeto em conjunto. Por isso, fomos atrás da Fiera Milano e da Expo Revestir. Então, essa é a grande novidade.

A E-squadria Show vai acontecer nos mesmos dias da Glass South America, de 12 a 15 de junho do ano que vem?
JP — Isso mesmo. Será no pavilhão vizinho ao da Glass, no São Paulo Expo. Serão eventos independentes, entradas independentes, porque tem um público que, de fato, é diferente, mas a porcentagem disso é pequena.

De onde veio a ideia para a criação da E-squadria Show?
JP — A resposta é relativamente simples: o mercado pediu para a gente inserir esquadrias dentro da Glass. Quando começamos a estudar e ir atrás de parceiros e expositores em potencial, concluímos que o mercado desejava algo voltado para a arquitetura – tal como a Expo Revestir. O que a gente fez? Olhamos para o nosso ciclo de relacionamento buscando aquele que mais conhecia esse universo, a Anfacer, apresentamos nossas ideias e toparam na hora. Depois foi a vez de buscar quem já tinha feito uma feira de esquadrias, com bastante conhecimento no setor, e foi fácil chegar ao nome da Fiera Milano, que faz o maior evento do mundo para arquitetos. O mercado não quer mais do mesmo: quer um evento focado para o especificador.

Maurício, você poderia falar para gente um pouco sobre a composição de marcas e de parceiros que a Fiera Milano traz para a E-squadria Show?
Maurício Macedo — A Fiera Milano já organizou no Brasil, por dez anos consecutivos, um evento para esse mercado em São Paulo. A gente já transita nesse setor há algum tempo. A atuação em Milão dispensa apresentações, pois é a capital do design, temos o I Salone – Salone del Mobile Milano como o principal evento mundial em design de móveis, reunindo profissionais do mundo todo. O que estamos idealizando é um evento muito diferenciado do ponto de vista de captação de público, do perfil dos visitantes e expositores. Foi como o JP falou, cada vez mais é possível ver essa sinergia entre esquadrias e vidros.

Você comentou um ponto-chave, um diferencial na proposta da E-squadria Show. Qual será o público da feira?
MM — Queremos atrair arquitetos para prestigiar o evento. Temos organizado eventos de esquadrias há muito tempo e contamos com uma base de dados bem rica, mas a ideia não é focar em quantidade, mas, sim, em qualidade na segmentação desse público. Até por ser um evento contíguo à Glass, nós tivemos uma limitação de espaço nesta primeira edição, então focamos em empresas bem estratégicas e diferenciadas na área de esquadrias. Nossa intenção é criar um produto diferente, e não concorrente, do que já existe no Brasil.

JP — É importante ressaltar que uma demanda muito clara para a gente durante os estudos que comentei é a presença de arquitetos, para não sermos mais do mesmo. Foi um trabalho minucioso no sentido de entender, de fato, as demandas daquela indústria.

A gente vê que a Expo Revestir é um evento de sucesso sob todos os prismas, com números avassaladores de visitantes. De que maneira o público da Revestir se conecta com o público da E-squadria Show?
Maurício Borges — Vale a pena reforçar que temos uma parceria bem longa com a NMB, de mais de vinte anos, que foi crescendo ano após ano. No momento, a ideia é fazer somar nesse processo e, junto com a Fiera Milano e Abravidro, trazer esse público de arquitetos como uma curadoria, pela qual a Revestir passa a somar por meio do conhecimento e do conteúdo. Esse é o mote, trazer mais conhecimento, mais conteúdo, e trabalhar isso de forma que os arquitetos e todo o nosso público se beneficiem dessa sinergia.

 

joaopicolo

 

Além da questão da sinergia, o que mais a gente pode esperar do ponto de vista do conteúdo, uma vez que a Glass é também uma plataforma técnica?
JP — A gente tenta olhar para o produto “feira de negócios” de uma maneira muito ampliada. Você constrói um projeto não só trazendo soluções no sentido de número de expositores dos mais variados tipos, mas também trazendo informação. É isso o que procuramos fazer com a Glass e agora com a E-squadria Show. Quando trouxemos a Anfacer para o projeto, não foi por acaso. A ideia é realmente ter o que há de mais inovador e moderno no mundo em termos de conteúdo para o público nos quatro dias de evento.

E como foi a receptividade do mercado a esse novo produto?
JP — Incrível. Eu não esperava algo tão bom. É um projeto construído com muita calma, cuidado. Eu olho para o lado e vejo o Maurício, da Fiera Milano; olho para o outro, e está a Abravidro; à minha frente, vejo o Maurício, da Anfacer. Ou seja, a gente está cercado de muita gente competente para construir um negócio bem-forte. E isso é reparado pela indústria e pelo mercado de uma forma geral. Estou muito animado e a indústria também tem demonstrado ânimo.

MB — Vale destacar a expertise muito grande do Maurício Macedo no universo do design. Para nós, como representantes dos setores da construção, isso faz toda a diferença. Contar com um player com tamanho know-how, que só tende a agregar, é bom para o setor como um todo.

E o que podemos esperar da interação entre os diferentes públicos?
JP — Acho que o universo vidreiro está cada vez mais olhando para o universo da serralheria e vice-versa. É uma grata tendência sem volta.

Os dois projetos serão realizados conjuntamente a cada dois anos?
JP — Exatamente. Será o início de uma história de imenso sucesso.

Para finalizar nossa conversa, qual mensagem gostariam de deixar para o mercado vidreiro?
JP — Venha nos visitar. Estamos trabalhando bastante e não é de hoje. Procuramos estabelecer desde o início bastante diálogo com a indústria, pois acreditamos que um projeto deve ser construído a várias mãos. Uma coisa posso garantir: do nosso lado o que não faltou foi empenho. Há muito investimento, não só financeiro, mas emocional também. A turma toda está bastante animada, e acho que posso falar por todas as equipes de parceiros. Aguardo a participação de todas as empresas, pois será um evento mágico.

E-squadria Show 2024
O que é: feira voltada para o mercado de esquadrias, realizada simultaneamente à Glass South America
Quando: 12 a 15 de junho de 2024
Onde: pavilhão de exposições São Paulo Expo
Site: home.esquadriashow.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 609 (setembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Créditos das fotos: Marcos Santos