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Vidros de grandes dimensões: o tamanho certo para o projeto

O fornecimento e instalação de portas de vidro, mesmo aquelas de grandes dimensões, são trabalhos bastante comuns para vidraceiros. Hoje, eles contam com uma grande variedade de opções com nosso material, além de inúmeras ferragens e acessórios para diferentes tamanhos. Mas, por mais que possa parecer uma atividade corriqueira, todo cuidado é pouco, pois qualquer erro na hora de especificar o vidro trará consequências, seja impedindo que a porta se encaixe no vão, ou tornando-a pesada demais para as ferragens de fixação. E, quando o projeto do cliente envolve uma porta que foge do padrão de mercado, com tamanhos maiores, os riscos aumentam.

A seguir, saiba os cuidados que devem ser tomados na hora de dimensionar uma porta de vidro, conheça as normas para esse trabalho e confira soluções para projetos que fogem do tamanho convencional.

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Altura nem um pouco desprezível
Onde: residência em São Paulo, projetada pelo arquiteto João Armentano
Portas: de correr, com quase 5 m de altura, sustentadas por esquadrias de alumínio da Linha Infinite
Fornecedores: Conlumi (processamento dos vidros) e Viametal (esquadrias)

Sem limites, mas com conhecimento
Embora grande parte das portas de vidro não costume ter altura acima de 2,4 m ou largura maior que 1,2 m, Simone Campolongo, gerente-comercial da processadora Brazilglass, aponta que não há limitações para seu tamanho “desde que sua instalação seja apropriada para suas dimensões e peso”.

 

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Levando grandes recepções ao público
Quando: 2016
Onde: ambiente Loja Casa Cor (do arquiteto Gustavo Calazans), na Casa Cor São Paulo
Portas: de correr, temperada, cada uma com 3 m de largura e 2,3 m de altura, com caixilhos da linha Gold IV
Fornecedores: Cebrace (fabricante), Pacaembu Vidros (processadora) e Alcoa (esquadrias)

 

Para isso, ela explica que o especificador deve seguir as determinações e cálculos contidos na norma NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, cujo texto revisado foi publicado do no ano passado (leia a reportagem de capa da edição de agosto de 2016), como sua resistência à pressão de ventos, principalmente no caso de portas encaixilhadas em dois a quatro lados.

Para portas com fixação pontual (em dobradiças ou roldanas) Angelo Arruda, diretor da Vidrosistemas, avisa que os cálculos para especificação do vidro devem ser feitos por meio de softwares específicos para esse trabalho, como os desenvolvidos pela norte-americana ANSYS. Quanto às estruturas de fixação, ele aconselha consultar as fabricantes de ferragens: “Essas empresas já têm as dimensões e peso máximos que seus produtos são capazes de suportar padronizados e definidos.”

Além disso, preste atenção no tipo de vidro a ser usado. Alexandre Olivieri, diretor-comercial da Vipdoor, lembra que portas de vidro laminado precisam ser encaixilhadas ou ter suas bordas protegidas.

Porta à frente do seu tempo Quando: 2002 Onde: residência em Sorocaba (SP) Porta: pivotante, de temperado incolor 10 mm, com duas folhas móveis (cada uma com 1,5 m de largura e 2,5 m de altura) e fixação com pivotantes de aço inox (inexistentes no mercado nacional na época) Fornecedores: Angelo Arruda (projeto e execução)
Porta à frente do seu tempo
Quando: 2002
Onde: residência em Sorocaba (SP)
Porta: pivotante, de temperado incolor 10 mm, com duas folhas móveis (cada uma com 1,5 m de largura e 2,5 m de altura) e fixação com pivotantes de aço inox (inexistentes no mercado nacional na época)
Fornecedores: Angelo Arruda (projeto e execução)

 

Portas pivotantes
– Sem esquecer as folgas: William Castro, gerente de Produto na linha de Door Control da dormakaba, explica: “As dimensões das portas são definidas conforme o vão disponível que se queira fechar com uma porta, seja de vidro ou outro material”. A largura e altura de uma porta pivotante são calculadas pela medição horizontal e vertical do vão, subtraindo de cada uma as folgas preestabelecidas.

– Atenção às limitações das ferragens: As fabricantes de dobradiças e demais ferragens apresentam aos clientes os limites de tamanho e peso que elas conseguem suportar. Além disso, Castro aconselha: “Toda porta de vidro com largura maior que 1,2 m deve ter um perfil de proteção encaixado em sua parte inferior em toda a sua extensão, por questões de segurança, enquanto para vidros com largura maior que 1,4 m e altura acima de 3 m, é recomendável encaixar esse perfil também na parte superior da porta”.

– Não é só uma questão de seguir as regras: Claudio Passi, diretor-geral da Conlumi, lembra a importância de obedecer as indicações presentes na NBR 7199, bem como as orientações das fabricantes das ferragens aplicadas, não é simplesmente um cumprimento de regra, mas uma questão de funcionalidade. “Não seria interessante ter uma porta gigantesca e seu sistema de funcionamento emperrar para abri-la ou fechá-la”, comenta.

Portas de correr
– Anote a fórmula — José Guilherme Aceto, diretor da Avec Design, aponta que, para portas de correr apoiadas em dois lados (no piso e no trilho superior), a espessura dos vidros é calculada da seguinte forma:

e = (L x √P)/6,3

e = espessura (em mm)
L = altura –> borda livre maior (em m)
P = pressão de ventos (em Pa)

Obs.: segundo a NBR 7199, após o cálculo da espessura, deve-se fazer a validação da “flecha” do vidro e conferir se os valores encontrados atendem aos critérios admissíveis.

– Os desafios: Nas portas de correr, Aceto aponta que os problemas de estanquidade (capacidade de impedir a entrada) de água, resistência a ventos, estética e segurança são comuns. Por isso, mesmo para aplicações de vidro temperado, ele aconselha: “Usamos o sistema de vidro encapsulado em silicone, ou VES, para garantir a proteção das bordas, acoplamento perfeito entre os vidros e sua vedação inclusive acústica, além de agregar beleza ao conjunto”.

Vedação garantida Onde: apartamento duplex, em São Paulo Porta: de correr, com temperados 10 mm, cada um com 2,4 m de altura encaixilhados com sistema VES Fornecedores: Avec Design (sistema VES e instalação)
Vedação garantida
Onde: apartamento duplex, em São Paulo
Porta: de correr, com temperados 10 mm, cada um com 2,4 m de altura encaixilhados com sistema VES
Fornecedores: Avec Design (sistema VES e instalação)

 

 

Portas automáticas
– Alcance do sensor: A altura é uma das principais preocupações ao especificar vidros para portas automáticas: “Se a porta for mais alta do que o alcance do sensor para sua abertura e fechamento, ele não vai detectar crianças, carrinhos ou as pernas das pessoas em movimento”, explica o engenheiro Pedro Paulo Skrobot, da Prime Portas.

– Conhecendo seus limites: O alcance do sensor varia de acordo com a fabricante do sistema das portas automáticas — dessa forma, a arquiteta Ravena Mello, responsável pela área comercial da Manuminas, alerta que o acompanhamento da empresa de automação contratada é fundamental durante sua instalação.

– Fique atento à norma: Vale lembrar que portas automáticas contam com uma norma própria da ABNT, a NBR 16025 — Sistemas de portas automáticas – Requisitos e métodos de ensaio. Ela aponta que apenas vidros temperados ou laminados podem ser usados nessas portas, mas não determina o tamanho ou espessura das folhas. “O que predomina na especificação, além da altura, é o peso das folhas móveis que o sistema consegue suportar”, comenta Alexandre Souza, diretor-executivo da Edlei.

 

‘Parede móvel’ de vidro Onde: residência em São Paulo Porta: automática, com três folhas de temperado, cada qual com 1,9 m de largura Fornecedores: Vipdoor (especificação e desenvolvimento do sistema de porta automática)
‘Parede móvel’ de vidro
Onde: residência em São Paulo
Porta: automática, com três folhas de temperado, cada qual com 1,9 m de largura
Fornecedores: Vipdoor (especificação e desenvolvimento do sistema de porta automática)

Ferragens para grandes dimensões: sim, elas existem!
Um dos desafios para quem pretende instalar portas de grandes dimensões é encontrar ferragens que atendam o seu projeto. “Caso a porta seja de temperado 10 mm, por exemplo, o mercado geralmente trabalha com vidros com altura entre 2,2 e 2,4 m, e largura de, no máximo, 1,2 m”, comenta Angelo Arruda, diretor da Vidrosistemas. “Por isso, as ferragens padronizadas são fabricadas para uso com essas dimensões, podendo não suportar vidros maiores.”

Essa dificuldade também é apontada por João Rett, técnico da Glass Vetro, cujas ferragens são voltadas para portas de tamanho padrão. Felizmente para quem quer uma porta fora do convencional, ele ressalta: “No Brasil, há vários fabricantes de ferragens de tamanhos e capacidades diferentes.”

Esse é o caso da Glasspeças, por exemplo. Segundo Cirilo Paes, responsável técnico da empresa, embora suas ferragens para portas grandes atendam dimensões máximas de 1,4 x 3 m, ela pode desenvolver produtos especiais para vidros com outras dimensões e espessuras, a pedido do cliente.

Seja como for, o mercado já dispõe de ferragens capazes de suportar portas de peso e tamanho acima dos convencionais. Confira algumas delas a seguir.

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Empresa: dormakaba
Para portas: pivotantes, de até 200 kg

 

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Sistema para portas pivotantes
Empresa: Glass Vetro
Para portas: pivotantes, de até 130 kg

 

 

vp_vidraçaria-glasspecas1

 

Dobradiças 1101PG e 1103PG
Empresa: Glasspeças
Para portas: pivotantes, de até 1,4 x 3 m e espessura de 10 mm

 

 

Saiba o peso do seu vidro
Você se lembra do cálculo usado para descobrir quanto pesa cada peça de vidro plano? Siga sempre a fórmula abaixo:

Peso (em kg) = 2,5 x área (em m²) x espessura (em mm)

Como exemplo, uma peça de vidro com área de 3 m² e espessura de 10 mm pesará 2,5 x 3 x 10 = 75 kg.

 

Fale com eles!
Alcoa — www.alcoa.com/brasil
ANSYS — www.ansys.com
Avec Design — www.avec.com.br
Brazilglass — www.brazilglass.com.br
Cebrace — www.cebrace.com.br
Conlumi — www.conlumi.com.br
dormakaba — www.dormakaba.com
Edlei — www.edlei.com.br
Glasspeças — www.glasspecas.com.br
Glass Vetro — www.glassvetro.com.br
Gustavo Calazans Arquitetura — www.gustavocalazans.com.br
João Armentano — www.joaoarmentano.com
Manuminas — www.manuminas.com.br
Pacaembu Vidros — www.pacaembuvidros.com.br
Prime Portas — www.primeportas.com.br
Viametal — www.viametal.com.br
Vidrosistemas — www.vidrosistemas.com.br
Vipdoor — www.vipdoor.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 530 (fevereiro de 2017) da revista O VidroplanoLeia a versão digital da revista.

De transparente a translúcido, graças ao Sol

Vidros privativos, que são transparentes e passam a ser translúcidos ou vice-versa, já são usados no Brasil há bastante tempo. Estão presentes em ambientes modernos, sejam lojas de grife ou residências de alto padrão, e também em mostras de arquitetura e design. Agora, mais uma opção semelhante está disponível no mercado nacional: o vidro termocrômico, que usa apenas o calor da luz solar para mudar sua estética, sem intervenção humana.

O que é?
O vidro termocrômico deve ser laminado ou insulado de laminado. Em ambas as especificações, nosso material recebe uma película de PVB com tecnologia especial termocrômica, que altera sua cor devido à mudança de temperatura.

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Como funciona?

– Quando a luz solar entra em contato com o vidro, a película absorve o calor, ficando mais escura. Quanto mais intensa e direta a incidência da luz (ou seja, quanto mais ensolarado o dia), mais escura ela se torna. A transmissão de luz visível para dentro das edificações irá variar de 4 a quase 60% com a tecnologia, dependendo da cor dos vidros usados e da composição do laminado;

– Conforme o Sol se move no céu ao longo do dia, o vidro irá se esfriar, fazendo com que a película volte a ficar clara. À noite e em dias nublados, a película se mantém transparente.

Benefícios variados para os empreendimentos
cobertura

– Sem gastos extras com eletricidade: ao contrário de outras tecnologias que permitem ao vidro se tornar privativo (veja mais no boxe no final da matéria), o vidro termocrômico não envolve nenhuma intervenção manual, mecânica ou elétrica, pois funciona exclusivamente pela luz solar;

– Iluminação natural: a transparência se adapta às diferentes condições climáticas durante todo o ano. Isso garante a presença de luz natural nos ambientes em que está instalado. O resultado é o menor uso de lâmpadas e outro importante benefício, abordado no próximo tópico;

– Bem-estar dos ocupantes: a presença de luz natural em edifícios também melhora a saúde dos usuários: afeta de forma positiva o humor e o metabolismo, assim como a qualidade do sono.

 

Já disponível no Brasil

peledevidro
A tecnologia chegou faz pouco tempo em nosso País. A empresa responsável por comercializar o produto é a GeoDesign Internacional, que representa a americana Pleotint, fabricante e patenteadora do vidro termocrômico nos Estados Unidos, Europa e Japão. A linha de vidros da Pleotint se chama Suntuitive e possui cinco cores diferentes: clear, Azuria (tom esverdeado), Optiblue (azulado), Solarbronze (bronze) e Solargray (cinza).

Para Reinaldo Escada Chohfi, sócio-gerente e managing partner da GeoDesign, a versatilidade desse item é um diferencial que pode conquistar o mercado brasileiro. “O Suntuitive se adapta naturalmente e passivamente ao longo do dia, todos os dias do ano, equilibrando o calor e o brilho que entra no edifício”, revela. “Além disso, é um produto que não requer manutenção, nem conexões elétricas ou fiação”.

Segundo dados da empresa, baseados em estudo do Lawrence Berkeley National Laboratory, laboratório da Universidade de Berkeley, na Califórnia (EUA), o uso do vidro termocrômico pode gerar uma economia anual de energia de 20 a 43% nas edificações.

Na pesquisa realizada pela reportagem de O Vidroplano, foram encontradas outras desenvolvedoras da tecnologia, incluindo a israelense Smart Films International (SFI) e a canadense Prelco. “O vidro termocrômico possui diferentes alternativas de especificação, principalmente na questão da localização geográfica dos projetos”, explica Erez Baron, diretor da SFI, recomendando o uso principalmente em locais com grande incidência solar. “Além do termocrômico, oferecemos outras soluções para vidros privativos. Nossas tecnologias são licenciadas a empresas parceiras”, comenta.

Ainda não há previsão da atuação de ambas companhias no Brasil.

Tipos de aplicação
janelasDesde que seja laminado ou insulado de laminado, o vidro termocrômico não possui restrição de uso. Pode ser usado encaixilhado e com qualquer tipo de esquadria, seja ela deslizante, fixa, entre outras. Vale lembrar que, para aumentar seu desempenho térmico, pode ser especificado junto de placas low-e (com baixa emissividade).

 

 

Tecnologias semelhantes
PDLC
O nome vem da expressão em inglês polymer dispersed liquid crystals (cristal líquido disperso em polímeros). Consiste em um laminado com película formada por partículas suspensas de cristal líquido. Por meio de uma corrente elétrica, acionada por interruptores ou controles remotos, essas partículas se organizam em direções específicas, tornando o vidro transparente. Sem eletricidade, elas “repousam” e a peça volta à sua condição original, totalmente translúcida.

Algumas empresas oferecem essa solução no Brasil, incluindo:
– Divinal Vidros, com o produto Smart Glass, disponível nas cores branco, cinza e superclear;
– Intelligglass, com soluções em três cores: transparente, cinza e bronze;
– PKO, com o produto Privacy Glass;
– A israelense Gauzy.

saint-gobain
Centro de Pesquisa & Desenvolvimento do Grupo Saint-Gobain no Brasil

Eletrocrômico
Também ativo com estímulo elétrico, esse tipo de vidro se altera de transparente para uma cor escura, porém não completamente translúcida. A mudança acontece ao longo de alguns segundos ou minutos — ao contrário do PDLC, que é instantânea. O Centro de Pesquisa & Desenvolvimento do Grupo Saint-Gobain no Brasil, localizado em Capivari (SP), possui fachadas com o vidro eletrocrômico SageGlass. A comercialização do produto em nosso País está sendo avaliada. Um dos seus diferenciais é o fato de possuir sensores que captam a iluminação e fazem com que o vidro se adeque às alterações de luminosidade ao longo do dia. “Isso também pode ser feito manualmente. Portanto, é um vidro com funcionalidade customizada”, explica Pedro Matta, gerente de Marketing da Cebrace, que é joint-venture entre a Saint-Gobain e o grupo NSG/Pilkington.

 

Fale com eles!
Divinal Vidros — www.divinalvidros.com.br
Gauzy — gauzy.com
GeoDesign Internacional — www.geodesign.com.br
Intelligglass — www.intelligglass.com.br
PKO — www.pkodobrasil.com.br
Prelco — www.prelco.ca
SageGlass — www.sageglass.com
Saint-Gobain — www.saint-gobain.com.br
Smart Films International — smartfilmsinternational.com
Suntuitive — www.suntuitive.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 530 (fevereiro de 2017) da revista O VidroplanoLeia a versão digital da revista.

Benefícios em dose dupla

Confortos térmico e acústico, iluminação natural, economia de energia nas construções. Tudo isso é fornecido pelos vidros insulados — e, ainda assim, pouco são usados no Brasil. Por quê? Em parte, pela existência de “mitos” sobre eles. Os insulados, conhecidos também como vidros duplos, são muito eficientes em qualquer lugar do País, do frio Sul ao quente Norte, seja em prédios ou residências. É hora de agirmos para mudar esse cenário e emplacar mais obras com esse material que possui alto valor agregado. Confira a seguir o que o setor precisa fazer para popularizar o produto, incluindo dicas sobre esquadrias e novas tendências em tecnologia.

Perfeito para os climas do Brasil

O maior mito referente aos insulados é que eles são apenas para locais com clima frio. Na Europa e América do Norte, duas regiões com invernos rigorosos, as janelas das residências, incluindo apartamentos, possuem o material como padrão. Mas a solução serve para várias situações.

O São Paulo Corporate Towers recebeu vidros da GlassecViracon nas fachadas. Ao todo são 41 mil m² de insulados de temperados laminados com tecnologia de controle solar
O São Paulo Corporate Towers recebeu vidros da GlassecViracon nas fachadas. Ao todo são 41 mil m² de insulados de temperados laminados com tecnologia de controle solar

 

“O insulado deve ser usado quando há grande diferença de temperatura entre o ambiente interno e externo”, explica o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Fernando Westphal. “Também é indicado para projetos com grande área envidraçada sujeita à radiação solar intensa”, acrescenta Westphal, que também é engenheiro e sócio-fundador da ENE Consultores.

Como lembra o gerente de Desenvolvimento de Mercado da Cebrace, Remy Dufrayer, o insulado reduz o efeito de parede fria (quando se sente frio ao se aproximar de um vidro durante dias gelados) e também de parede quente (a sensação de calor sentida perto de vidros num dia quente). Em outras palavras, a troca de temperatura entre os ambientes é reduzida. Assim, cria-se conforto térmico, tema que será abordado com detalhes mais adiante.

“Estamos em um país tropical”, lembra Claudia Mitne, diretora de Marketing e Produtos da processadora GlassecViracon. “Nossa arquitetura gosta de grandes panos envidraçados. Por isso, são desafios para se trabalhar ao mesmo tempo: barrar a entrada de calor, filtrar a luz natural, baixar o reflexo indesejável no ambiente interno e ainda contar com cores ou aspectos originais dos vidros. Ao especificar um insulado, você opta pela solução mais ‘verde’ disponível no mercado brasileiro.”

Por dentro de um insulado

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O material é formado por duas ou mais placas de vidro paralelas (daí ser chamado de vidro duplo, triplo etc.). Essas placas são separadas por um espaçador, com as bordas hermeticamente seladas. Com isso, forma-se uma câmara estanque no interior

– Vedação primária: feita com butil, tem função impermeabilizante, impedindo a transmissão de gases e vapores de umidade;

– Perfil: elemento estrutural que dá a espessura da câmara e garante a estabilidade mecânica do sistema;

– Peneira molecular: dessecante concentrado, absorve a umidade dentro da câmara. Garante que o ar ali fique sempre seco e não embace com a diferença de temperatura entre o exterior e o ambiente interno dos edifícios;

– Vedação secundária: feita com polissulfeto ou silicone estrutural, tem função impermeabilizante, impedindo a transmissão de gases e reforçando a estabilidade mecânica do sistema, além de melhorar o desempenho térmico.

Conforto térmico com economia
Por si só, um vidro duplo já oferece conforto térmico. Afinal, todo o calor que passa do exterior para o interior perde energia ao encontrar a camada de ar do conjunto. Mas existem segredos para aumentar o desempenho e poupar dinheiro. “O uso de vidro de

O campus da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), em Porto Alegre, é projeto da AT Arquitetura. As fachadas do edifício possuem insulados laminados NP50 da Guardian.
O campus da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), em Porto Alegre, é projeto da AT Arquitetura. As fachadas do edifício possuem insulados laminados NP50 da Guardian.

controle solar em unidades insuladas pode ter um impacto significativo também no consumo de energia”, explica Gustavo Calegari, coordenador de Marketing da Guardian. “O investimento em envidraçamento trará economia ano a ano, pela redução do uso de sistemas de refrigeração.” Essa é uma ótima solução, já que o preço da energia elétrica não para de aumentar — e no verão sempre se usa mais eletricidade, devido ao ar-condicionado e outros tipos de climatizador.

Para a fabricante de esquadrias Weiku, o investimento feito na aplicação de insulados, com perfis apropriados, paga-se em três a cinco anos (o cálculo exato depende de vários fatores, como a quantidade usada de vidro, a temperatura média do local etc.).

É preciso vender o peixe

Outro motivo da pouca aplicação dos insulados é a falta de conhecimento. O que fazer para mais pessoas conhecerem os benefícios do produto?

– Levar conhecimento técnico: “Precisamos fazer um trabalho de conscientização em toda a cadeia do vidro plano”, opina o professor Fernando Westphal. Matheus Oliveira, do Departamento de Marketing da AGC, concorda: “É necessário um trabalho técnico junto dos especificadores, trazendo informações sobre as possibilidades de aplicação, vantagens e potencial do produto”;

– Possibilidades financeiras: “O segredo é ganhar o cliente por meio de exemplos que demonstrem, em números, a economia na conta de energia elétrica quando utilizados insulados nas fachadas comerciais ou residenciais. Algumas empresas já fizeram isso e o payback, o pagamento do investimento, é surpreendente”, indica Viviane Moscoso, gerente de Produtos da Vivix;

– Normas técnicas: Elas também são relevantes para esse processo de popularização. A NBR 16.015 — Vidro insulado – Características, requisitos e métodos de ensaio trata da qualidade dos insumos e do produto final. Outra norma, a NBR 15.575 — Desempenho de edificações habitacionais, também ajudou a divulgar a importância de requisitos de desempenho. Mas o trabalho não pode parar. “Precisamos aumentar o nível do desempenho brasileiro, assim como já aconteceu na maioria dos países desenvolvidos e em alguns mais próximos como Argentina, Chile e México”, comenta Giorgio Martorell, do setor de vendas da Lisec. A consultora de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto, lembra que “a evolução das normas é algo comum e esperado no mercado. Com isso, os produtos se tornam cada vez mais bem-desenvolvidos”;

– Produtos de qualidade: Para Martorell, da Lisec, “quando o consumidor final entender que existem opções de diferentes níveis térmicos para janelas, por exemplo, eles começarão a exigir maior valor agregado, os custos de fabricação serão mais competitivos e todos os membros da cadeia produtiva se beneficiarão”.

Em Blumenau (SC), o Hotel Plaza ganhou insulados com esquadrias especiais da Weiku. O empreendimento está à beira de uma das principais e mais movimentadas ruas da cidade. Assim, a escolha pelo material conferiu conforto acústico aos hóspedes.
Em Blumenau (SC), o Hotel Plaza ganhou insulados com esquadrias especiais da Weiku. O empreendimento está à beira de uma das principais e mais movimentadas ruas da cidade. Assim, a escolha pelo material conferiu conforto acústico aos hóspedes.

 

Conforto acústico e a importância das esquadrias
Outro dos principais benefícios dos insulados é o conforto acústico. Porém, atenção: “Isso ocorre somente se o vidro for utilizado numa esquadria que seja feita para esse fim. Sozinho, o vidro não vai salvar o desempenho de uma peça com problemas”, reforça Nicole Fischer, da Atenua Som.

Não se compra o vidro sozinho, mas um conjunto completo. Nosso material sempre estará associado a um elemento de fixação. O diretor da Atenua Som, Edison Claro de Moraes, especialista na questão, apresenta alguns dados:

– Considerando uma porta de insulado com desempenho acústico de 35 dB: se a vedação do conjunto for malfeita e deixar uma fresta de 1 mm, o desempenho cai para 25 dB;

– Se no mesmo local for instalada uma porta de 25 dB de desempenho, também com a fresta de 1 mm, o desempenho passa a ser de 23 dB.

abertura

Ou seja, soluções mais caras (como a do primeiro exemplo) podem não oferecer o retorno esperado se um detalhe muitas vezes subestimado, como a vedação das esquadrias, não for benfeito. Lembre-se, insulados não são apenas o vidro, são o conjunto inteiro.

Por isso, a importância do selante também deve ser levada em conta. Afinal, como reforça Nilton Batista, diretor da Süpport Glass, empresa que representa os produtos químicos da Kömmerling em nosso país, ele é muito mais que aquele “material pegajoso e preto”. Explica Batista: “Ao usar um produto inferior ou silicone que não sejam compatíveis com o primeiro selante, a unidade muito provavelmente terá problemas, pois o silicone irá atacar esse selante. Uma falha como essa pode custar tempo e dinheiro, e o pior: vai danificar a sua marca e a reputação da indústria em geral.”

Por falar em esquadrias, fabricantes do produto desenvolvem projetos sob medida para atender as características necessárias de cada projeto, como é o caso da Weiku. “O cliente que, por exemplo, optou em um primeiro momento por um vidro simples, posteriormente pode realizar a troca por insulados, tendo apenas de realizar uma mudança nas baguetes das esquadrias”, comenta o membro do departamento de marketing da empresa, Tarso Marco Cardoso, fazendo referência aos elementos que fixam os vidros na esquadria.

“O conforto acústico fornecido pelos insulados cabe principalmente em obras residenciais, que sofrem de forma constante com o barulho indesejado do ambiente externo, incluindo trânsito, aviões, helicópteros, bares, restaurantes, construções, movimentação de caçambas etc.”, reforça Giorgio Martorell, da Lisec.

Com o maior uso de panos de vidros em casas (em janelas e sacadas), o produto vai não só garantir a maior integração visual com o ambiente ao redor, mas também a tranquilidade da atenuação sonora.

Residência no Guarujá, litoral de São Paulo, ganhou portas deslizantes na sacada com insulados. A instalação foi realizada pela Atenua Som.
Residência no Guarujá, litoral de São Paulo, ganhou portas deslizantes na sacada com insulados. A instalação foi realizada pela Atenua Som.

Tendências nos insulados
Com a maior opção da arquitetura pelo minimalismo, incluindo janelas e portas com pouco perfil aparente, os insulados se firmam como importante opção. Por isso, vamos entender melhor sobre o estado da atual tecnologia do produto.

– Perfis:“Nos perfis espaçadores, a tecnologia avançou dos de alumínio anodizado aos do tipo warm edge, de aço inoxidável e polímero plástico”, explica a assistente comercial da Fenzi, Ayelen Hampel. Por conta da matéria-prima, reduzem a transferência de calor por meio da esquadria, aumentando a eficácia energética;

– Especificações diferentes: Outra opção para a especificação do produto é usar vidros resistentes ao fogo. “É uma tendência que tem sido bastante requisitada pelos bombeiros ultimamente”, revela Fernanda Roveri, do Escritório de Vendas Internacionais da Schott. São classificados em dois tipos: para-chama, que isola fumaças, gases tóxicos e chamas, e corta-fogo, que também inibe a irradiação do calor;

– Entre os vidros: Micropersianas entre os vidros, instaladas nas câmaras de ar, são outra tendência cada vez mais usada, ajudando no controle de luminosidade e privacidade. Giovanni Quarti, da Forel, aponta o uso de gases nobres, como argônio e criptônio, no interior das câmaras, aumentando o desempenho dos conjuntos. “Vale citar ainda o desenvolvimento da qualidade dos selantes, principalmente na questão da resistência às mudanças climáticas”, afirma;

– Para a produção: Novidades também são encontradas nos maquinários para produção dos vidros. A Lisec, por exemplo, investe em uma linha compacta de baixo custo, desenvolvida para mercados emergentes, chamada base. Um diferencial da linha TPA é o fato de trabalhar com espaçadores termoplásticos e dispensar a necessidade de compra de perfis de várias larguras, pois a própria máquina define essa medida (até 20 mm). A Forel, outra fabricante de maquinários, possui uma linha completa instalada na fábrica da Divinal Vidros, em Jaguaré (SP).

insulados valem a pena: 4 motivos para investir no produto

Fale com eles!

AGC — www.agcbrasil.com

AT Arquitetura — www.at.arq.br

Atenua Som — www.atenuasom.com.br

Cebrace — www.cebrace.com.br

ENE Consultores — www.eneconsultores.com.br

Fenzi — www.fenzigroup.com

Forel — www.forelspa.com

GlassecViracon — www.glassecviracon.com.br

Guardian — www.guardianbrasil.com.br

Lisec — www.lisec.com

Schott — www.schott.com

Süpport Glass — www.supportglass.com.br

Vivix — www.vivixvidrosplanos.com.br

Weiku — www.weiku.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 530 (fevereiro de 2017) da revista O VidroplanoLeia a versão digital da revista.

dormakaba anuncia aquisição de negócios da Stanley

Neste mês de fevereiro, a dormakaba anunciou que assinou um contrato para adquirir os negócios de segurança mecânica da Stanley Black & Decker. A transação, no valor total de US$ 725 milhões, engloba a GMT, divisão sediada na China e conhecida por suas dobradiças de piso para portas de vidro, e a Stanley Commercial Hardware, cujos produtos incluem fechaduras eletrônicas e dobradiças.

“Com essa aquisição, nossa empresa se torna um dos três principais fornecedores no mercado norte-americano, com portfólio completo de sistemas de fechamento de portas e soluções de controle de acesso a nossos clientes”, afirma Riet Cadonau, diretor-executivo da dormakaba. Segundo ele, a transação se baseia na própria fusão vivida pela empresa, o que permitiu seu crescimento no mercado mundial.

A multinacional espera concluir a operação ainda no primeiro trimestre de 2017, enquanto espera que a integração operacional completa aconteça em até três anos. Não está incluída no acordo a empresa de fechaduras de segurança Sargent and Greenleaf, que também faz parte dos itens de segurança mecânica da Stanley Black & Decker.

Mais informações: www.dormakaba.com e www.stanleyblackanddecker.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 530 (fevereiro de 2017) da revista O VidroplanoLeia a versão digital da revista.

De setor para setor

Todos do setor vidreiro sabemos dos tempos difíceis pelos quais passa a construção civil nacional. Em um cenário como esse, o desafio não é apenas atrair novos clientes, mas também formar relacionamentos duradouros e cada vez mais próximos daqueles que a empresa já tem.

Produtos de qualidade, profissionais de atendimento bem-preparados e um serviço de e-commerce bem-organizado ajudam a atingir esse objetivo. Mas é possível ir muito além. Seja por meio de inovações tecnológicas ou da criatividade, empresas da construção civil já adotam iniciativas para mostrar atividades ao cliente e mantê-lo envolvido com sua equipe e suas obras.

Conheça algumas delas a seguir.

Drones: dos campos de batalha para a construção civil Os drones são aparelhos voadores controlados a distância. Embora tenham surgido como equipamentos militares, hoje já são usados por algumas construtoras para captar imagens das regiões em que suas obras serão construídas. A curitibana Swell Construções e Incorporações usou um equipamento do tipo pela primeira vez em 2013, para fotografar e filmar uma edificação. “Essa tecnologia dá muito mais vida ao projeto”, afirma Leonardo Pissetti, diretor de Incorporações da empresa. “Os drones permitem que os clientes possam ter uma noção da altura e da vista que terão em seus apartamentos, conhecer os arredores e acompanhar a evolução física da construção em 360 graus”. Pissetti, no entanto, alerta: para usá-los, é necessário seguir as regulamentações estabelecidas pela Aeronáutica.
Drones: dos campos de batalha para a construção civil
Os drones são aparelhos voadores controlados a distância. Embora tenham surgido como equipamentos militares, hoje já são usados por algumas construtoras para captar imagens das regiões em que suas obras serão construídas.
A curitibana Swell Construções e Incorporações usou um equipamento do tipo pela primeira vez em 2013, para fotografar e filmar uma edificação. “Essa tecnologia dá muito mais vida ao projeto”, afirma Leonardo Pissetti, diretor de Incorporações da empresa. “Os drones permitem que os clientes possam ter uma noção da altura e da vista que terão em seus apartamentos, conhecer os arredores e acompanhar a evolução física da construção em 360 graus”.
Pissetti, no entanto, alerta: para usá-los, é necessário seguir as regulamentações estabelecidas pela Aeronáutica.

 

‘Time-lapse’: meses resumidos num piscar de olhos
Nem todas as ferramentas mostram o andamento de uma obra em tempo real. A técnica de filmagem time-lapse é uma delas. Quando o vídeo é reproduzido, parece que o movimento mostrado é acelerado. Com isso, usando o vp_relacionamento-timelapseexemplo das construtoras, meses de atividades em uma obra são comprimidos em poucos minutos, mostrando ao espectador de forma rápida, e ainda assim detalhada, todo o período filmado.

O time-lapse é uma ferramenta de grande ajuda para mostrar as etapas do trabalho, os materiais utilizados e os impactos sobre a obra. “Alguns de nossos clientes usam esse recurso e divulgam o vídeo para o mercado e parceiros do negócio”, observa Claudia Mitne, diretora de Marketing e Produtos da GlassecViracon.

Esse foi o caso do Grupo JCPM, responsável pela construção do RioMar Shopping Fortaleza, na capital cearense: a obra, que tem vidros fornecidos pela GlassecViracon, é mostrada em todas as suas etapas — terraplenagem do terreno, montagem do “esqueleto” da estrutura e o projeto pronto e em funcionamento. Tudo isso dura pouco mais de um minuto!

Transmissão ‘online’: visão perfeita onde estiver Há também construtoras que instalam câmaras em pontos diferentes da obra para transmitir seu avanço pela Internet em tempo real. Uma experiência notável foi realizada na construção do Allianz Parque, arena multiuso do Palmeiras, em São Paulo: a WTorre chegou a criar um site para mostrar o andamento dos trabalhos. A iniciativa, voltada para os torcedores do time de futebol, permitiu que milhares de pessoas acompanhassem a execução das atividades, com toda a transparência e sem precisar sair de casa.
Transmissão ‘online’: visão perfeita onde estiver
Há também construtoras que instalam câmaras em pontos diferentes da obra para transmitir seu avanço pela Internet em tempo real. Uma experiência notável foi realizada na construção do Allianz Parque, arena multiuso do Palmeiras, em São Paulo: a WTorre chegou a criar um site para mostrar o andamento dos trabalhos.
A iniciativa, voltada para os torcedores do time de futebol, permitiu que milhares de pessoas acompanhassem a execução das atividades, com toda a transparência e sem precisar sair de casa.

 

Também vale para o vidro!
Todas essas ferramentas têm ajudado construtoras a se aproximar de clientes — mas será que funcionariam para uma empresa vidreira? A Guardian usou drones para as fotos da galeria de obras mostrada em seu estande na feira vidreira Glass South America 2016. As imagens oferecem visão panorâmica dos edifícios. O objetivo era mostrar aos visitantes do evento como construções com vidros de controle solar se destacam no meio em que se encontram.

Além de proporcionar essa visão aos seus clientes, a Guardian vp_relacionamento-guardiantambém destacou na galeria o processador dos vidros em cada obra — assim, essas empresas ganham visibilidade e a fabricante estreita seu relacionamento com elas.

“Diferenciais tecnológicos sempre agregam valor aos projetos, serviços e produtos”, aponta Osvaldo Wertheim, integrante da Vice-presidência de Tecnologia e Qualidade do Sindicato da Habitação (Secovi-SP). “Nós entregamos edifícios e as processadoras fornecem vidros, mas somos todos prestadores de serviço e, para nos mantermos ‘vivos’, é preciso sempre atender as demandas dos clientes e inovar.”

Com ou sem tecnologia, uma coisa é certa: credibilidade, inovação e transparência são as chaves para estreitar relacionamentos. “Colocando-se no lugar do cliente, você sempre quer saber com quem está lidando”, lembra Leonardo Pissetti, da Swell. “Por isso, cada vez que uma empresa consegue melhorar sua comunicação e dar transparência ao trabalho, sempre estará saindo na frente”.

Fale com eles!
Allianz Parque — www.allianzparque.com.br
GlassecViracon — www.glassecviracon.com.br
Grupo JCPM — www.jcpm.com.br
Guardian — www.guardianbrasil.com.br
Secovi-SP — www.secovi.com.br
Swell — www.swellconstrucoes.com.br
WTorre — www.wtorre.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 530 (fevereiro de 2017) da revista O VidroplanoLeia a versão digital da revista.

Nem tudo é o que parece

Depois de anos seguidos com capas maravilhosas trazendo exemplos de vidro bem-especificados para as mais variadas aplicações, este mês O Vidroplano faz uma provocação ao mostrar o problema logo de cara. Quer conhecer uma possível solução? Então vá direto à nossa reportagem de capa e conheça os detalhes do vidro termocrômico, uma novidade tecnológica que acaba de chegar ao Brasil.

E o insulado, você conhece? Provavelmente sim, mas são poucos os que conseguem emplacar obras com esse material. Muito comum em refrigeradores industriais e janelas acústicas no Brasil, sabemos que esse vidro exige diferenciais para ser instalado, mas é no diferente que a gente precisa se concentrar nesse momento de mercado mais retraído, certo?

Por outro lado, garanto que você já vendeu portas de grandes dimensões. A tendência dos projetos arquitetônicos mudou, a indústria vidreira se modernizou e elas passaram a ser mais comuns em nosso cotidiano. Mas será que também fizemos uma revisão em nossos parâmetros para que a segurança permaneça a mesma de antes? Vale a pena dar uma olhada nisso e reciclar seus conhecimentos.

Para finalizar, recomendo revisitar conosco a carreira do arquiteto Carlos Bratke, que faleceu em janeiro. O Brasil perdeu um profissional muito comprometido em romper padrões e criar novas referências que muito influenciaram o nosso mercado do vidro. Uma pena!

Grande abraço,

Celina Araujo, editora de 'O Vidroplano' e superintendente da Abravidro


Celina Araujo

Editora

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 530 (fevereiro de 2017) da revista O VidroplanoLeia a versão digital da revista.

Como estará o vidro em 2017?

Para dizer o mínimo, 2016 foi um período bastante difícil para o setor vidreiro nacional. Ao mesmo tempo que digeríamos a redução de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) e de 9,9% do consumo de vidros planos em relação ao ano anterior, seguimos com baixo desempenho econômico — as estimativas são de queda de 3,5%. Se não bastasse, vivemos em meio a um caos político que permanece mesmo após a queda da ex-presidente Dilma Rousseff.

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Sérgio Goldbaum, da GPM: “A evolução da economia brasileira depende do acerto político”

Diante disso, é natural o temor de que 2017 repita o mesmo cenário. “Não estamos exagerando ao afirmar que a evolução da economia brasileira, mais do que nunca, depende do acerto político entre os vários setores da sociedade”, ressalta o economista Sérgio Goldbaum, professor da Escola de Administração e Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP) e sócio da GPM Consultoria Econômica. “O momento é de cautela e de muita observação ao debate sobre as reformas (em especial a da Previdência), mas existe, sim, a possibilidade, não desprezível, de alguma retomada da economia a partir do segundo semestre de 2017”, complementa.

Setor vidreiro
“É preocupante a sobreoferta na usina de base. Ela possui capacidade produtiva superior ao consumo atual e dificuldade de promover ajustes, tanto para reduzir sua produção como para exportar excedente”, afirma Alexandre Pestana, presidente da Abravidro. Ele avalia também os demais elos da cadeia produtiva: “A indústria de transformação fez muitos investimentos, está com alto nível de endividamento e capacidade ociosa, ocasionando uma competição destrutiva com a perigosa deterioração das margens. O varejo se desorganizou e muitos sucumbem às dificuldades do momento”.

Apesar disso, o dirigente da Abravidro acredita que ações individuais de cada empresa podem fazer a diferença. “Precisamos tornar nossas empresas mais eficientes e produtivas, ter custos menores e entregar um produto e serviço de qualidade cada vez maior”, afirma.

Para termos ideia do que aguarda nosso mercado este ano, O Vidroplano entrevistou todas as usinas vidreiras do Brasil sobre seus planos e perspectivas para 2017. Responderam às mesmas perguntas Franco Faldini, gerente-executivo de Vendas e Marketing da AGC do Brasil; Flávio Alves Vanderlei, gerente-comercial da Cebrace; Juan Carlos de Abreu, diretor de Marketing da Guardian; Marcelo Machado, gerente-geral da Saint-Gobain Glass; Sérgio Minerbo, presidente da União Brasileira de Vidros (UBV); e Henrique Lisboa, diretor-comercial e de Marketing da Vivix. Pestana analisou cada um dos temas a partir das respostas dos executivos. Confira o resultado a seguir.

 

Expectativas para 2017
Quais são as expectativas da empresa para o mercado vidreiro nacional em 2017? Estima-se que haverá crescimento, estagnação ou queda no consumo de vidros planos?

Alexandre_pestana_EditorialPalavra de presidente
Nota-se um consenso entre os executivos das usinas vidreiras de que este ano será similar ao anterior e, se houver crescimento, ele será tímido e restrito ao segundo semestre. Os economistas Sérgio Goldbaum e Euclides Pedrozo Jr., sócios da GPM, destacam o ambiente de incertezas e a dependência de reformas e mudanças regulatórias para o Brasil — e para o vidro — reencontrar o crescimento sustentável. Os termos “desafio” e “atenção” resumem o ano que começa.

 

Faldinii (AGC)
Franco Faldinii (AGC)

Faldini (AGC): “A AGC acredita que o ano de 2017 continuará trazendo desafios relativos à demanda, mas estamos confiantes que haverá crescimento no setor, considerando as estimativas de crescimento do PIB do País, em torno de 1%”.

Vanderlei (Cebrace)
Flávio Alves Vanderlei (Cebrace)

Vanderlei (Cebrace): “Em 2016, a situação econômica de nosso país teve grande influência das incertezas políticas, as quais continuam influenciando o ambiente econômico deste ano. Nesse sentido, ainda estimamos ter um primeiro semestre de crescimento quase nulo e uma sinalização de retomada a partir do segundo semestre. Esperamos que o crescimento da economia, mesmo que pequeno, acompanhe as expectativas informadas pelos órgãos competentes e seja refletido para todos os segmentos”.

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Juan Carlos Abreu (Guardian)

Abreu (Guardian): “Assim como foi em 2016, acreditamos que este ano será de desafios para o mercado. Como o setor depende da economia do País para se recuperar, o que deve acontecer a médio e longo prazos, vejo de forma conservadora uma melhora significativa no curto prazo. Para 2017, continuaremos aprimorando os processos, aumentando a eficiência e desenvolvendo produtos e serviços para as necessidades do mercado, criando valor para a sociedade e clientes e dando suporte aos parceiros para que prosperem.”

Marcelo Machado (Saint-Gobain Glass)
Marcelo Machado (Saint-Gobain Glass)

Machado (Saint-Gobain Glass): “O ano de 2016 foi difícil em comparação com 2015. A instabilidade política e a crise econômica se refletiram nos negócios e reduziram significativamente os investimentos de uma forma geral. No entanto, sempre acreditamos no desenvolvimento do setor, já que o mercado vidreiro é muito maduro e já passou por outras dificuldades, sempre se reerguendo. Para 2017, mesmo com tantas incertezas, não é possível desanimar. Precisamos continuar a acreditar no País e saber que a recuperação também depende das empresas, as quais devem aproveitar o momento para desenvolver novos canais”.

Sérgio Minerbo (UBV)
Sérgio Minerbo (UBV)


Minerbo (UBV):
“Iniciamos o ano com duas boas notícias: a inflação abaixo do teto da meta e a redução da taxa Selic [Sistema Especial de Liquidação e Custódia]. São indicadores importantes que, mais do que representar um ponto de vista econômico, sinalizam otimismo, e isso é sentido pelo consumidor. Inicialmente, acreditamos em um 2017 similar a 2016, ou seja, sem grandes mudanças nem para pior, nem melhor. Mas sempre gosto de lembrar que existe demanda reprimida no segmento da construção, e isso pode ser um fator surpresa positivo”.

Henrique Lisboa (Vivix)
Henrique Lisboa (Vivix)

Lisboa (Vivix): “Em nossas projeções, acreditamos que o mercado de vidros planos apresentará, em 2017, um resultado semelhante ao de 2016. E entendemos que o seu crescimento será gradativo a partir de 2018. Deveremos ter em mente que será um ano desafiador e que exigirá de toda a cadeia vidreira melhor planejamento, gestão responsável e criatividade. Continuaremos fazendo a nossa parte e buscando alternativas que minimizem o efeito do atual cenário”.

 

Expectativas para 2017

  • Produto Interno Bruto (PIB): crescimento de 0,5%
  • Produção industrial: crescimento de 1%
  • Inflação oficial (IPCA): 4,8%

Fonte: Focus – Relatório de Mercado, publicado pelo Banco Central do Brasil em 13 de janeiro de 2017

 

Valor agregado
O Panorama Abravidro 2016 mostrou que a participação dos vidros processados dentro do total consumido cresceu em 2015. Qual a avaliação sobre isso e a expectativa para 2017?

Alexandre_pestana_EditorialPalavra de presidente
Essa questão é estratégica nas cadeias mundiais de vidro plano. A participação de vidros de alto desempenho no Brasil é baixa, com potencial de crescimento mesmo em momentos adversos. Sempre se pode substituir um vidro comum por um temperado ou laminado e provar ao consumidor que um vidro de controle solar trará muito mais conforto e economia para sua casa.

Franco Faldinii (AGC)
Franco Faldinii (AGC)

Faldini (AGC): “Fica evidente que o vidro de maior valor agregado está ganhando mais espaço no mercado. Isso mantém o setor aquecido mesmo com a retração do consumo de vidros e possibilita também um equilíbrio na rentabilidade das empresas que atuam com esse segmento”.

Flávio Alves Vanderlei (Cebrace)
Flávio Alves Vanderlei (Cebrace)

Vanderlei (Cebrace): “Temos visto em alguns segmentos uma capacidade instalada muito superior à demanda, gerando assim uma competição que deteriora as margens dos vários elos da cadeia — isto é, processadores, distribuidores, vidraceiros”.

 

Juan Carlos Abreu (Guardian)
Juan Carlos Abreu (Guardian)

Abreu (Guardian): “O mercado em recessão ajuda o Brasil a se profissionalizar, desenvolvendo-se rápido. Com isso, a demanda por produtos processados deve continuar sua tendência mesmo que pressionado pelas condições de mercado. Isso demonstra a necessidade de investir em produtos e em treinamento da cadeia”.

Marcelo Machado (Saint-Gobain Glass)
Marcelo Machado (Saint-Gobain Glass)

Machado (Saint-Gobain Glass): “No mercado de vidros impressos, o consumo de vidros processados é muito utilizado para decoração. Acreditamos que o brasileiro está percebendo as vantagens estéticas e funcionais da aplicação dos vidros nos ambientes internos”.

Sérgio Minerbo (UBV)
Sérgio Minerbo (UBV)

Minerbo (UBV): “Temos visão similar. Nossos vidros de 7, 8 e 10 mm são processados e a venda dessas famílias se manteve mais estável, embora em volumes inferiores aos anos anteriores. Para 2017, acreditamos na manutenção do crescimento dos processados em relação ao montante de vidro plano consumido no País”.

Henrique Lisboa (Vivix)
Henrique Lisboa (Vivix)

Lisboa (Vivix): “As aplicações dos processados no Brasil ainda são bastante primárias. Há um baixo conhecimento sobre os benefícios desses produtos. Para o crescimento significativo do consumo, serão necessários investimentos em divulgação e em capacitação para a cadeia”.

 

Consumo de vidros laminados entre 2009 e 2015: aumento de 120%
Fonte: Panorama Abravidro 2016

O setor vidreiro no Brasil em 2015
Em relação ao ano anterior:

  • Capacidade nominal de produção: 6.950 t
  • Consumo total de vidros planos: queda de 9,9%
  • Consumo per capita de vidros planos: queda de 10,7%
  • Faturamento de vidros processados não automotivos: queda de 17%
  • Empregos na indústria de transformação: redução de 12,8% (mais de 4 mil vagas)

Fonte: Panorama Abravidro 2016

 

Intenção de investimentos
Há previsão de novos investimentos por parte de sua empresa neste ano?

Alexandre_pestana_EditorialPalavra de presidente
Como era previsto, a maioria dos investimentos em 2017 estará direcionada para serviços, ampliação de mix e aprimoramento dos processos internos das usinas de base. Diferente dos últimos anos, o foco é qualitativo e não mais em aumento quantitativo de capacidade produtiva. Como o Brasil tem como principal fragilidade sua capacidade competitiva e baixa produtividade, atacar esses pontos será a melhor forma de reverter o atual momento.

Franco Faldinii (AGC)
Franco Faldinii (AGC)

Faldini (AGC): “Em 2016, a AGC anunciou a construção de um forno, proporcionando mais que dobrar a capacidade diária de produção de vidro. A obra, já em andamento, é uma das grandes prioridades da AGC em 2017 e 2018”.

 

Flávio Alves Vanderlei (Cebrace)
Flávio Alves Vanderlei (Cebrace)

Vanderlei (Cebrace): “A Cebrace realizou investimentos em capacidade e em modernização de seu parque industrial, no sentido de bem-atender o mercado e ajudá-lo a evoluir. Em 2017, o foco estará em novos produtos e em projetos especiais, buscando oferecer alternativas para que nossos clientes sejam ainda mais competitivos”.

Juan Carlos Abreu (Guardian)
Juan Carlos Abreu (Guardian)

Abreu (Guardian): “Sim, temos previsão de continuar com os investimos em 2017. Eles serão divulgados no momento oportuno.”

 

Marcelo Machado (Saint-Gobain Glass)
Marcelo Machado (Saint-Gobain Glass)

Machado (Saint-Gobain Glass): “Sim, a Saint-Gobain Glass continuará com nosso plano de investir fortemente em nossos recursos humanos. Também investiremos para melhorar a produtividade e inovar com novos produtos, de modo a apresentar sempre as melhores alternativas aos nossos clientes”.

Sérgio Minerbo (UBV)
Sérgio Minerbo (UBV)

Minerbo (UBV): “Planejamos investir em melhorias operacionais que se traduzirão em qualidade e aspectos visuais, homogeneidade das texturas etc.”

 

Henrique Lisboa (Vivix)
Henrique Lisboa (Vivix)

Lisboa (Vivix): “Dando continuidade ao nosso planejamento de ampliação do portfólio de produtos, lançaremos, no segundo semestre, a nossa linha de vidros de controle solar”.

 

 

Como preparar a empresa vidreira para 2017?
Para Pedrozo Jr. e Goldbaum, da GPM Consultoria Econômica, a retomada do crescimento do mercado de vidros planos depende da evolução dos setores que fazem uso do material, como o de construção civil, automotivo e de eletrodomésticos. Portanto, para que se faça um bom planejamento, recomendam:

  • Acompanhar a conjuntura econômica e política do País;
  • Procurar novos mercados em potencial;
  • Defender o mercado doméstico contra a concorrência desleal;
  • Articular-se com outros segmentos da indústria na defesa dos interesses do setor, de maneira republicana e sem prejudicar a concorrência no setor.

 

Segmentação de mercado
Dentre os segmentos que mais utilizam vidro, há algum deles que a empresa considera estratégico para 2017? Em caso positivo, qual deles e por quê?

Palavra de presidente
Alexandre_pestana_EditorialConforme colocado pelos economistas da GPM, a construção civil tem as expectativas mais pessimistas se comparadas com as dos outros setores, enquanto a produção automotiva caiu mais de 34% nos últimos dois anos — o que sugere uma recuperação lenta e gradual. Precisamos voltar nossa atenção aos consumidores de vidro que possuem capacidade de recuperação mais rápida, como os de pequenas obras e reformas, decoração e uso interno nas habitações.

Franco Faldinii (AGC)
Franco Faldinii (AGC)

Faldini (AGC): “A AGC continuará com a sua estratégia voltada para o desenvolvimento dos vidros de valor agregado, como os vidros para decoração, movelaria e linha branca, além de novidades em vidros refletivos. O automotivo também é uma das forças estratégicas da empresa e estamos esperando grandes oportunidades com a retomada de crescimento da indústria”.

Flávio Alves Vanderlei (Cebrace)
Flávio Alves Vanderlei (Cebrace)

Vanderlei (Cebrace): “Devido à participação na utilização de vidro em nosso mercado, a construção civil sempre terá um foco especial para os nossos projetos. Porém, estamos frequentemente procurando desenvolver os demais mercados com soluções inovadoras, para que a participação destes evolua”.

Juan Carlos Abreu (Guardian)
Juan Carlos Abreu (Guardian)

Abreu (Guardian): “Neste momento de crise, precisamos estar atentos a todas as oportunidades. Apesar do momento ruim da construção civil, esta continuará sendo uma das nossas prioridades. Além disso, estamos trabalhando para ampliar a presença da Guardian nos segmentos moveleiro e de decoração. Para atender esse importante nicho, em 2016, nacionalizamos a produção do vidro DecoCristal — e a expectativa é dobrar sua produção nos próximos cinco anos.”

Marcelo Machado (Saint-Gobain Glass)
Marcelo Machado (Saint-Gobain Glass)

Machado (Saint-Gobain Glass): “Acreditamos no potencial de crescimento do segmento de decoração para 2017. Isso porque é um mercado grandioso, com infinitas possibilidades e que tem no vidro impresso uma opção versátil, que pode ser utilizada das mais diferentes formas, agregando beleza e sofisticação aos ambientes”.

Sérgio Minerbo (UBV)
Sérgio Minerbo (UBV)

Minerbo (UBV): “Praticamente, toda a nossa venda é para o segmento da construção civil e movelaria. Portanto, é para eles que olhamos com mais foco. Mas a economia está toda interligada, com diferentes velocidades de reação. Sem construção civil, não tem demanda para móveis, não tem decoração, não tem linha branca. No limite, não tem garagem para guardar o automóvel!”.

Henrique Lisboa (Vivix)
Henrique Lisboa (Vivix)

Lisboa (Vivix): “Todo o nosso mix de produtos tem a sua importância e, com exceção do automotivo, estamos desenvolvendo ações voltadas para esses segmentos”.

 

 

Construção civil
Em 2016

  • Índice de Atividade da Construção Imobiliária: -13,4% em relação a 2015 [1]
  • Vendas do comércio varejista de material de construção: -11,5% no acumulado de doze meses até novembro [2]
  • Custo Unitário Básico (Cub) médio Brasil (dezembro/2015 a novembro/2016): alta de 5,74% [3]

Cenário para 2017
Segundo Pedrozo Jr. e Goldbaum, da GPM Consultoria Econômica:

  • O setor deve retomar o crescimento, mas a médio prazo;
  • O envolvimento de parte das grandes empreiteiras nas investigações da Lava Jato e as altas taxas de juros no País impedem uma reação mais rápida.

Fontes:
[1] Tendências e Neoway Criactive
[2] Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
[3] Câmara Brasileira da Indústria de Construção (CBIC)

 

Lançamentos de produtos
Há planos para o desenvolvimento ou lançamento de novos produtos no Brasil este ano? Se sim, quais são?

Alexandre_pestana_EditorialPalavra de presidente
Mesmo com a atual redução da área consumida de vidro, o potencial latente para produtos mais sofisticados é gigante e aproveitá-lo é a melhor forma de atenuar os efeitos da crise.

Franco Faldinii (AGC)
Franco Faldinii (AGC)

Faldini (AGC): “Temos grandes novidades para os nossos clientes em 2017. Novos produtos, novas tecnologias para a linha de vidros refletivos e grandes lançamentos em vidros decorativos. Teremos mais detalhes assim que finalizarmos as campanhas para divulgação”.

Flávio Alves Vanderlei (Cebrace)
Flávio Alves Vanderlei (Cebrace)

Vanderlei (Cebrace): “Sim, temos várias previsões de lançamentos para este ano, como produtos de proteção solar, vidros diferenciados para aplicação na construção civil e também novos produtos para o mercado de decoração e para linha branca”.

Juan Carlos Abreu (Guardian)
Juan Carlos Abreu (Guardian)

Abreu (Guardian): “Estamos trabalhando para sempre oferecer respostas às necessidades do nosso mercado, evoluindo em produto e serviço. Em breve, anunciaremos nossas novidades.”

Marcelo Machado (Saint-Gobain Glass)
Marcelo Machado (Saint-Gobain Glass)

Machado (Saint-Gobain Glass): “A Saint-Gobain Glass trabalha com um portfólio diversificado, mas continuamos sempre atentos acompanhando as tendências da arquitetura e procurando novos nichos de mercado para esse produto tão nobre e valorizado que é o vidro. No momento, ainda não temos a previsão de lançamento de produtos para este ano, mas nossas pesquisas e estudos sobre o assunto continuam em constante andamento”.

Sérgio Minerbo (UBV)
Sérgio Minerbo (UBV)

Minerbo (UBV): “Queremos fortalecer a presença dos produtos consagrados e consolidar o Mini-Boreal 7/8 mm, lançado no ano passado e que tem sido um impulsionador de vendas”.

Henrique Lisboa (Vivix)
Henrique Lisboa (Vivix)

Lisboa (Vivix): “Como citado anteriormente, ampliaremos o nosso portfólio de produtos com o lançamento dos vidros de controle solar”.

 

 

Setor automotivo

Em 2016

  • Produção automotiva (janeiro a novembro): queda de 11,2% [1]
  • Vendas de automóveis: queda de 20,47% [2]

Cenário para 2017
Para Pedrozo Jr. e Goldbaum, da GPM Consultoria Econômica:

  • A redução dos juros pode influenciar o aumento na demanda de automóveis, mas ele também depende da diminuição do desemprego;
  • A produção e as vendas no setor automotivo podem se estabilizar nos próximos meses, mas de forma lenta e gradual.

Fontes:
[1] Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea)
[2] Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave)

 

Fale com eles!
AGC
Anfavea
Banco Central do Brasil
CBIC
Cebrace
Fenabrave
FGV
Guardian
GPM Consultoria Econômica — sgoldbaum@gmail.com / epedrozo@gmail.com
IBGE
Neoway Criactive
Saint-Gobain Glass
Tendências
UBV
Vivix

Este texto foi originalmente publicado na edição 529 (janeiro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

Tá na hora de mostrar o vidro

Todo vidraceiro tem um objetivo principal: fazer boas vendas. E o local em que trabalha é uma das principais ferramentas para essa tarefa, embora muitos profissionais se esqueçam disso. O cliente é conquistado por uma loja bem-arrumada, limpa, com produtos visíveis e em ordem. Um espaço de exposição, conhecidos pelo termo em inglês showroom, é um belo diferencial.

Conversamos com especialistas em marketing e do setor vidreiro para entender como usar essa ferramenta em benefício dos negócios. Além disso, levantamos exemplos do Sudeste, Sul e Centro-Oeste do País para você ver, na prática, como funciona um showroom.

Dividros, Divinópolis (MG)Tradição em ‘showroom’ Esse é um termo bem conhecido pela Dividros: a empresa inaugurou o seu primeiro showroom em 1988. “Nós nos preocupamos em atender de forma diferenciada, fora do formato tradicional de balcão, muito comum àquela época”, relembra o responsável pelo setor de marketing e negócios, Adriano Morato. “Foi um grande diferencial para os clientes, os quais passaram a ver o produto ao seu alcance”;  Resultado positivo nas vendas “O consumidor busca segurança em seu fornecedor. Nosso showroom atrai clientes com obras maiores e, consequentemente, essa segurança que oferecemos faz com que o valor investido por eles seja maior”;  Manutenção periódica Pelo menos a cada três meses, a Dividros altera a disposição do showroom. “As ferragens e acessórios, sem dúvida, são os itens que mais se renovam”, conta Morato.
Dividros, Divinópolis (MG)
Tradição em ‘showroom’
Esse é um termo bem conhecido pela Dividros: a empresa inaugurou o seu primeiro showroom em 1988. “Nós nos preocupamos em atender de forma diferenciada, fora do formato tradicional de balcão, muito comum àquela época”, relembra o responsável pelo setor de marketing e negócios, Adriano Morato. “Foi um grande diferencial para os clientes, os quais passaram a ver o produto ao seu alcance”. O projeto do novo espaço da empresa, que ainda não está finalizado, é das arquitetas Miriane Araújo de Oliveira e Luciane Araújo;
Resultado positivo nas vendas
“O consumidor busca segurança em seu fornecedor. Nosso showroom atrai clientes com obras maiores e, consequentemente, essa segurança que oferecemos faz com que o valor investido por eles seja maior”;
Manutenção periódica
Pelo menos a cada três meses, a Dividros altera a disposição do showroom. “As ferragens e acessórios, sem dúvida, são os itens que mais se renovam”, conta Morato.

Cuide bem do ponto de venda

“A correria do dia a dia e o acúmulo de trabalho acabam atrapalhando, e o empreendedor fica sem tempo para pensar a gestão da loja”, comenta José Carlos de Araújo, diretor da Escola de Varejo Anamaco, iniciativa da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). Porém, o fato é que, ao deixar de lado a aparência e a organização de seu espaço, o vidraceiro perde oportunidades de negócio.

Segundo o professor Alan Jezovsek Kuhar, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), uma loja tem pelo menos três dimensões independentes que se complementam:

Espaço multiuso: além de ser o local em que o profissional se relaciona com clientes e potenciais consumidores, é um ambiente de trabalho;

Fluxo de venda: a loja deve ser organizada para o consumidor entender o processo de compra e venda. Não há segredo nisso:

• Na entrada, normalmente, se tem uma vitrina mostrando produtos;

• Na sequência, estão balcões para a apresentação das mercadorias;

• Por fim, ficam os caixas.

Essa disposição faz o consumidor visualizar o que o vidraceiro oferta, compreender e conversar com ele a fim de fechar negócio e pagar pelo serviço, seguindo uma ordem lógica;

Comunicação não verbal: todo ambiente passa uma série de impressões aos consumidores, fazendo-os se sentir mais confortáveis ou incomodados. Prateleiras desarrumadas mostram desorganização, assim como lâmpadas queimadas denotam desleixo.

Vidraçaria Global, Águas Claras (DF) Falando com clareza ao consumidor “Pela dificuldade de conseguirmos mostrar uma obra feita, já que é inviável um cliente abrir sua casa para outra pessoa visualizar um sistema, acabamos disponibilizando o produto montado para melhor entendimento de sua funcionalidade”, relata Daniel Estrela de Oliveira, sócio-proprietário da Vidraçaria Global;   Solução para espaços pequenos A empresa teve de se esmerar para apresentar seus carros-chefes — em geral, produtos de grandes dimensões voltados para o envidraçamento de ambientes, como kit sacada e fachada glazing, entre outros. A solução foi inteligente: instalá-los ao redor do escritório, para que não sejam apenas mostruários, mas também itens funcionais.   :Crescimento em meio à crise “Sinceramente, não posso dizer que as vendas eram ruins antes dos mostruários”, comenta Oliveira. Porém, a evolução foi grande para a empresa, mesmo em época de crise — o showroom deles foi montado em maio de 2015. “Com o aumento das vendas, a equipe teve de aumentar. Éramos sete colaboradores e hoje estamos com onze”.
Vidraçaria Global, Águas Claras (DF)
Falando com clareza ao consumidor
“Pela dificuldade de conseguirmos mostrar uma obra feita, já que é inviável um cliente abrir sua casa para outra pessoa visualizar um sistema, acabamos disponibilizando o produto montado para melhor entendimento de sua funcionalidade”, relata Daniel Estrela de Oliveira, sócio-proprietário da Vidraçaria Global;
Solução para espaços pequenos
A empresa teve de se esmerar para apresentar seus carros-chefes — em geral, produtos de grandes dimensões voltados para o envidraçamento de ambientes, como kit sacada e fachada glazing, entre outros. A solução foi inteligente: instalá-los ao redor do escritório, para que não sejam apenas mostruários, mas também itens funcionais.
Crescimento em meio à crise
“Sinceramente, não posso dizer que as vendas eram ruins antes dos mostruários”, comenta Oliveira. Porém, a evolução foi grande para a empresa, mesmo em época de crise — o showroom deles foi montado em maio de 2015. “Com o aumento das vendas, a equipe teve de aumentar. Éramos sete colaboradores e hoje estamos com onze”.

Primeiros passos para montar um ‘showroom’

  • Investimento: um showroom demanda dinheiro e espaço — mas o retorno compensará, mesmo que em longo prazo. O local se tornará um ponto de contato com muitos consumidores. Nem sempre a venda será imediata, mas quando alguém precisar de um vidraceiro, com certeza vai se lembrar de seu ambiente;
  • Entenda seu público: quais os itens que você mais vende? Talvez seja o boxe de banheiro ou guarda-corpos. Deixe expostas soluções diferenciadas ou novidades em relação a esses produtos — uma ferragem nova, mais luxuosa, pode chamar a atenção do consumidor;
  • Pesquise os concorrentes: você sabe quantas vidraçarias existem em seu bairro? Quantas possuem showroom? O que elas fazem no espaço para cativar o cliente? Ao juntar informações sobre os concorrentes, você saberá traçar o melhor plano para a instalação de seu showroom;
  • Capacitação: treine seus funcionários caso tenha uma equipe. “Educação, conhecimento sobre aquilo que vende e bom humor são a base de tudo”, revela Araújo, da Anamaco. “Bom atendimento na hora da troca de produto ou manutenção também é importante. O cliente agradece a atenção e isso contribui para sua fidelização”;
  • Mudanças periódicas: Para o professor Alan, o comerciante precisa encontrar uma boa disposição dos móveis. Após isso, deve evitar mudar a estrutura constantemente. “Entretanto, é importante mudar os produtos expostos, com o intuito de permitir aos clientes perceberem que existem outros itens à venda”, afirma.
colorvidros
Color Vidros, São Paulo
O produto na prática
“Quando percebemos que o cliente não conseguia entender a qualidade e a variedade das tintas que oferecemos, resolvemos mostrar isso com detalhes em nosso espaço interno”, conta o diretor-comercial Vitor Maione. No showroom, o cliente visualiza a aplicação das tintas, além de sentir pelo tato a textura delas;
Maiores vendas de valor agregado
Segundo Maione, a falta de informação sobre o produto pode fazer o cliente deixar de comprar um item de valor agregado. “Após demonstrarmos o material recomendado para o seu projeto, na maioria das vezes, ele acaba preferindo fechar negócio em cima desse produto, o qual tem o preço mais elevado”;
Planejando o espaço
A Color Vidros não contratou arquiteto ou decorador para projetar o espaço. “Tínhamos pouco recurso para esse investimento e fizemos de acordo com o nosso conhecimento”. Para Maione, é importante se colocar na posição do cliente. “Como você gosta de ser tratado? O que faz você se sentir seguro em uma compra?”.

A estrela da loja: dicas de manutenção

“O showroom bem-montado é aquele que dá a sensação de conforto e bem-estar”, explica o professor da ESPM, Alan Kuhar. Não se esqueça: o objetivo do espaço é comunicar ao consumidor o que o vidraceiro está vendendo.

Existe uma relação direta entre o tempo que o consumidor fica na loja e a venda: quanto mais ele permanecer na loja, maior a chance de fazer negócio. Para deixar seu showroom agradável à clientela, confira as dicas de Kuhar:

  • Iluminação é fundamental: muitos varejistas economizam na iluminação — afinal, a redução de custos é sentida de forma clara na conta de energia elétrica. Porém, não percebem o quanto deixam de faturar, já que ambientes bem-iluminados transmitem conforto e permitem ao consumidor ver com detalhes os produtos oferecidos. Iluminação também é importante para ajudar os clientes a ter contato com a coloração correta dos vidros e espelhos;
  • Não se esqueça da limpeza: lojas de varejo normalmente têm portas abertas, permitindo a entrada de pó e sujeira, assim como circulação de pessoas. Dessa forma, a limpeza deve acontecer quase que continuamente. Afinal, como o vidro passa a sensação de estética clean, rebuscada, a última coisa que o cliente quer ver é um mostruário sujo;
  • Disposição do espaço: a maioria das pessoas se sente confortável em ambientes simétricos e proporcionais. Dedique atenção à organização dos móveis e demais estruturas da vidraçaria. Produtos bem-organizados e apresentados por categorias, tamanhos e cores facilitam a escolha do cliente.

Dicas de outras áreas do setor

Não são apenas os vidraceiros que podem investir em showrooms em nosso mercado. Processadoras, fabricantes de ferragens e de tintas, instaladores etc. também se beneficiam com essa estrutura. A Vipel, processadora de Tubarão (SC), por exemplo, possui um.

vipel1“Em 2014, tivemos uma experiência interessante na feira do setor vidreiro Glass South America, onde criamos um espaço integrado para a mostra. Após o evento, trouxemos esse mesmo espaço, que havia sido montado em São Paulo, e o remontamos aqui”, comenta o responsável pelo setor de marketing, Antônio Moreno. A Vipel não tinha uma área pronta para receber o showroom e, por isso, precisou ser criativa — e ao mesmo tempo cautelosa, pois já havia feito um alto investimento para a referida feira.

“Mais do que vender, estimulamos nossos consultores e vendedores a fazer parcerias com os clientes para oferecer soluções”, afirma Moreno.

Retok’s, Porto Alegre  Pedido dos clientes  “Percebemos a necessidade de criar um espaço desse após conversas com clientes e arquitetos”, revela o proprietário de Retok’s, Cláudio Corrêa Irmão. “Eles sentiam necessidade de visualizar o produto”;  Resultados imediatos  A partir da inauguração do showroom, novos clientes apareceram, segundo a empresa. “A pessoa grava melhor aquilo que vê. Assim tivemos um aumento nas vendas”, afirma Cláudio;  Parcerias com fornecedores  Criar parcerias com fabricantes e fornecedores é uma ótima saída para o investimento diminuir, basta analisar a própria Retok’s. Os vidros expostos, por exemplo, são da processadora Personal Glass. Em relação aos boxes, apenas agregaram-se os novos modelos que surgem no mercado.

Retok’s, Porto Alegre
Pedido dos clientes
“Percebemos a necessidade de criar um espaço desse após conversas com clientes e arquitetos”, revela o proprietário de Retok’s, Cláudio Corrêa Irmão. “Eles sentiam necessidade de visualizar o produto”;
Resultados imediatos
A partir da inauguração do showroom, novos clientes apareceram, segundo a empresa. “A pessoa grava melhor aquilo que vê. Assim tivemos um aumento nas vendas”, afirma Cláudio;
Parcerias com fornecedores
Criar parcerias com fabricantes e fornecedores é uma ótima saída para o investimento diminuir, basta analisar a própria Retok’s. Os vidros expostos, por exemplo, são da processadora Personal Glass. Em relação aos boxes, apenas agregaram-se os novos modelos que surgem no mercado.

AnamacoEscola de Varejo Anamaco: qualificação para o ramo de varejo

O vidraceiro interessado em aprender mais sobre seu ponto de venda e como realizar bons negócios aproveitando esse espaço tem a Escola do Varejo Anamaco (EVA) como ferramenta. Com o intuito de qualificar lojistas de material de construção, a Anamaco criou a iniciativa. Além de oferecer cursos (a distância, nas empresas ou presenciais) e certificação aos participantes, a iniciativa se destaca por possuir uma loja modelo completa. Lá é possível aprender merchandising, arrumação de loja, gestão e estrutura comercial e precificação, entre outros temas. José Carlos de Araújo, diretor da EVA, esclarece: “Como queremos promover uma ampla prestação de serviços aos lojistas por meio da educação, trazemos os melhores profissionais do setor para compartilhar as mais modernas técnicas, proporcionando a melhoria dos processos de vendas e operação”.

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Anamaco

Color Vidros

Dividros

ESPM

Retok’s

Vidraçaria Global

Vipel

Este texto foi originalmente publicado na edição 529 (janeiro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

Obra-prima renovada pelo vidro

São Conrado é um dos bairros nobres da Zona Sul carioca, localizado entre sua bela orla e a icônica Pedra da Gávea, ponto turístico da cidade. Como se a beleza natural não bastasse, a região abriga o antigo Hotel Nacional, um dos marcos da arquitetura brasileira. Projetado por Oscar Niemeyer em forma cilíndrica, o prédio é todo revestido por vidro desde sua fundação, em 1972.

Hotel NacionalNo entanto, nenhum hóspede usufruía a estonteante vista proporcionada por sua fachada envidraçada desde 1995, quando o hotel fechou as portas. Foram necessários 21 anos para que, em 15 de dezembro, essa joia brasileira voltasse a hospedar — agora sob o comando do grupo hoteleiro espanhol Meliá, com o nome Hotel Gran Meliá Nacional Rio de Janeiro.

Antes disso, foi necessário que o prédio passasse por um amplo retrofit, nome que os arquitetos dão ao processo de modernização de uma obra a fim de atualizá-la. Seus vidros antigos da fachada foram trocados por vidros de controle solar da Cebrace, processados pela Disvidro. O grande desafio das empresas envolvidas era manter as características originais do projeto de Oscar Niemeyer tombado desde 1998 como patrimônio do município do Rio de Janeiro.

 

Reforma
Hotel NacionalO novo projeto do hotel tem o arquiteto Marcos Leite Bastos como autor. A construtora Orca também participou como responsável pela execução. Manter a estética visual criada por Niemeyer, incluindo a integração com o bairro, estava entre as metas do projeto.

“Esse prédio, como foi projetado, não se encaixaria em nenhum outro local do mundo. Ele é cilíndrico para que os olhos o atravessem e o vejam diante dos morros como parte da paisagem”, explicou Bastos ao jornal O Globo no fim de 2016. “Os cálculos arquitetônicos foram feitos pensando na linha do horizonte, de modo que, de qualquer parte da recepção, fosse possível ver o mar à meia-distância entre o piso e o teto. Tudo isso que o Niemeyer pensou está sendo mantido, mas estamos colocando materiais novos e modernos”, concluiu.

 

2MG_7558Escolha dos vidros
A QMD Consultoria preparou o projeto da fachada baseado em três pilares:

– Estética diferenciada;
– Proteção contra os raios solares;
– Luminosidade natural sem ofuscamento.

Para encontrar a melhor especificação que atendesse todos esses quesitos ao mesmo tempo, foram realizadas diversas simulações de desempenho energético, analisando também a economia que os vidros poderiam trazer ao empreendimento em relação ao uso de ar condicionado e conforto térmico e acústico. “Ainda fizemos inúmeros protótipos, de forma a aprovar os vidros pelo lado externo, visto que o empreendimento é um retrofit e as características visuais da fachada deveriam ser mantidas”, explica Igor Alvim, da QMD.

 

Interior envidraçadoApartamento Supreme II
Por dentro, o hotel também está recheado com o material, fornecido pela Cebrace, processado pela Disvidro e instalado pela CHB Alumínio:

– A academia e o spa possuem fechamento de laminado incolor 12 mm (300 m² no total). A mesma especificação está nos guarda-corpos da esplanada e do mirante, localizados no topo do prédio;
– Os guarda-corpos das escadas de acesso de vestiários e banheiros na área da piscina ganharam laminados incolores 10 mm;
– Na escada em caracol da piscina, foram instalados guarda-corpos com 100 m² de temperado laminado incolor 10 mm;
– Um dos bares do hotel, o Roof Top Bar, está no 33º andar. Voltado para a badalação, com música e iluminação especial, ele é cercado por vidros que desempenham a função de isolamento acústico.

 

Hotel NacionalEspecificação do vidro
Laminados de Cool Lite ST (6 mm + 5 mm de float bronze)
Fornecedor: Cebrace
Processador: Disvidro
Quantidade: 12 mil m²
Principais benefícios: redução do calor em 63% e transmissão luminosa de 25%. Isso garante menor uso de sistemas de ar condicionado e iluminação artificial.

 

Por dentro da instalação
A técnica escolhida para a instalação da fachada foi o sistema unitizado. Composto por frames (módulos) de alumínio nos quais o vidro é encaixado e colado com silicone estrutural, esse sistema é bastante versátil e possibilita a construção de fachadas planas, com ângulos e curvas, como é o caso do hotel. Outra vantagem é a rapidez com que ele pode ser instalado. Segundo Igor Alvim, diretor técnico da QMD, o sistema permite que as obras cumpram os cronogramas previstos pelas equipes de planejamento.

 

2MG_7619okCuriosidades desse clássico carioca
Único hotel de Niemeyer — Não há nenhum outro hotel no mundo com a assinatura de Oscar Niemeyer, o mais famoso arquiteto brasileiro, essencial para a consolidação da arquitetura moderna. Até por isso, quando o prédio foi leiloado pela prefeitura carioca, uma das condições impostas era a de que ele permanecesse como um hotel. A obra ainda contou com o paisagismo de Roberto Burle Marx.

Era pra ser maior — O projeto inicial previa a construção de um edifício de 55 andares. No entanto, mais tarde, optou-se por parar a obra no 34º pavimento.

Reduto da alta sociedade — De 1972 até 1995, a elite carioca frequentava assiduamente o empreendimento. O local deu lugar a festas antológicas e recebeu celebridades como a atriz e cantora norte-americana Liza Minneli e B.B. King, mais famoso guitarrista de blues da história. Também foi sede do conceituado Free Jazz Festival.

Prepare o bolso — O hotel tem 413 quartos com vista para a Praia de São Conrado, Rocinha e Pedra da Gávea. Existem diversas classificações: o preço médio de uma diária é de R$ 800.

 

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CHB Alumínio
Cebrace
Disvidro
Gran Meliá Nacional
QMD Consultoria

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Colhendo os frutos da certificação

Produção aperfeiçoada e clientes satisfeitos! Esse é o resultado da certificação do vidro temperado do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e Instituto Falcão Bauer da Qualidade (IFBQ) para a Arque Glass. A processadora de Maringá (PR) ostenta o selo, que aprova a segurança do produto, nas espessuras de 6, 8 e 10 mm.

Busca pela padronização
Há 22 anos atuando no mercado vidreiro, a Arque Glass possui clientes em toda a Região do Noroeste do Paraná, oferecendo diversos tipos de vidro — incluindo curvos, pintados e serigrafados. Segundo Hugo Koshimae Jo, engenheiro de produção e responsável pelo setor de qualidade, a opção por se certificar nasceu da vontade de melhorar a fabricação. “Com isso, podemos fazer nosso trabalho mais próximo da excelência, estando em constante aperfeiçoamento para levar novidades ao mercado”, relata.

O processo para adequar a empresa durou cerca de seis meses e envolveu todos os colaboradores. “Foi bem trabalhoso, rigoroso e sistêmico. Mas todas as dificuldades foram sanadas graças ao excelente apoio da Abravidro e sua consultoria”, explica o engenheiro de produção.

Para além do Brasil
Segundo a processadora, depois de alguns meses da conquista do selo, os frutos gerados pela certificação já são colhidos. Além da produção padronizada, com menor desperdício de insumos, o que resulta em economia, a satisfação do consumidor garante mais negócios a serem feitos. “Alguns clientes até conseguiram um nicho de exportação graças à nossa certificação”, revela Hugo.

Fale com eles!
Arque Glass — www.arqueglass.com.br
Abravidro — www.abravidro.org.br
IFBQ — www.ifbauer.org.br
Inmetro — www.inmetro.gov.br

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Você está planejando corretamente a produção da sua empresa?

Para uma processadora crescer e ser rentável, o único meio conhecido é aumentar a produtividade. No entanto, com a concorrência acirrada, a relação entre custo, lucro e preço mudou: hoje, o cliente dita os preços, cuja tendência é sempre baixar. Assim, para que os investidores tenham lucro, é preciso baixar os custos operacionais (soma dos gastos fixos e variáveis envolvidos na produção). Para reduzi-los, quebras, retrabalhos e reparos precisam ser minimizados ou eliminados. É importante fazer certo da primeira vez e sempre!

Máquinas e equipamentos: pense bem antes de escolher os seus
Um dos problemas das empresas vidreiras é que, na ansiedade de resolver a baixa produtividade, competitividade e lucratividade, querem reverter anos de falta de planejamento do sistema produtivo num passe de mágica. Frequentemente, apostam em tecnologias novas e grandiosas, mas a falta de preparo resulta na compra de máquinas e equipamentos inadequados e na complicação do processo. Seria muito melhor escolher algo mais simples e efetivo.

Se vai investir em nova tecnologia, sistema, máquina ou equipamento:

  • Entenda quais as reais necessidades da empresa e dos clientes;
  • Estabeleça os requisitos primordiais e desejáveis para atender essas necessidades;
  • Defina o desempenho técnico mínimo necessário para ter o retorno do investimento;
  • Planeje todas as etapas: aquisição, logística, instalação, start-up, validações, treinamentos e capacitações não só dos operadores, mas também dos responsáveis pela manutenção;
  • Estude como fazer a gestão desse novo sistema, máquina, processo ou equipamento;
  • Lembre-se de que todo investimento deve se pagar, sempre.

Comece a aumentar sua produtividade reduzindo as perdas
A sequência correta de ações para aumentar a produtividade da empresa é a seguinte:

  1. Redução das perdas;
  2. Aumento do tempo de operação;
  3. Aumento da velocidade de processamento.

Alguns invertem essa sequência — e, pior, esperam ter bons resultados. Aumentar a velocidade das máquinas, sem atuar primeiro nos demais problemas, aumenta a velocidade em que as perdas ocorrem, as paradas não programadas e a degradação das máquinas.

Programa de TPM: vale a pena conhecer
Uma das formas mais eficazes de recuperação e preservação das condições originais de um sistema, máquina ou equipamento é o programa de Manutenção Produtiva Total (TPM – Total Productive Maintenance). Ele ajuda a garantir que seus maquinários e equipamentos continuem com o desempenho original. Apesar de não ser uma novidade em outras indústrias, esse programa ainda é pouco conhecido e aplicado nas empresas vidreiras.

Claudio (tratada) cópiaFale com eles!
Cláudio Lúcio da Silva ministra os módulos da Especialização Técnica Abravidro. É expert em transformação de vidros, com experiência em modelagem, implantação e gestão de processos industriais. claudiolucio.s@hotmail.com

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Acontece

Parabéns para a GlassecViracon! A processadora recebeu o 1º Prêmio Agruparh de Boas Práticas em Gestão de Pessoas realizado no mês passado (foto acima). A empresa venceu na categoria Treinamento e Desenvolvimento por conta de seu projeto Escola do Vidro, programa de capacitação técnica dos colaboradores.

Outra empresa que merece ser cumprimentada é a Glaston. O grupo finlandês fechou a venda de um forno de têmpera da série FC para a processadora chilena Comercial Dialum, localizada em Santiago. Esse é o maior forno da fabricante de maquinários na América do Sul. Que 2017 siga tendo bons negócios para todos nós!

vp_vidrotilPara finalizar, alguns lançamentos interessantes envolvendo o nosso material: a Vidrotil, fabricante de revestimentos de vidro, lançou em parceria com a Concresteel a linha Celestia (foto ao lado) para pisos, paredes e bordas de piscina. Ela combina concreto e grânulos de vidro colorido, transparente ou opaco. A Franke colocou no mercado quatro modelos de cooktops. Os produtos fazem parte da linha Glass, feita de vidro temperado.

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Empresas vidreiras são premiadas no Top of Mind

A cerimônia da 19ª edição do prêmio Top of Mind, voltado para o mercado nacional de arquitetura e decoração, foi realizada no dia 15 de dezembro no Espaço Apas, em São Paulo. Diversas empresas do setor vidreiro estiveram entre as vencedoras: pelo 14º ano consecutivo, a Guardian foi premiada como a melhor marca de espelhos. O prêmio é concedido pela revista Casa & Mercado a partir de pesquisa feita pelo Datafolha. Mais informações: www.casaemercado.com.br

Vencedores do Top of Mind 2016:
Marca de boxe: Blindex
Marca de fechaduras, maçanetas e ferragens: La Fonte
Marca de porta automática: dormakaba
Marca de pastilha de vidro: Vidrotil
Marca de espelho: Guardian
Marca de vidro em geral: Blindex e Guardian

Este texto foi originalmente publicado na edição 529 (janeiro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

Palavra do leitor

Cadastre-se no ‘De Olho no Boxe’!
Tenho uma vidraçaria e gostaria de saber como divulgá-la no site De Olho no Boxe para ela aparecer na área do consumidor, na seção “Encontre um vidraceiro” (http://www.deolhonoboxe.com.br/consumidor/encontre-um-vidraceiro/). Há algum custo?
Regiane Porto
ManuVi D’Coração de Vidros e Espelhos
Itaquacetuba, SP

Para divulgar, preencha o formulário disponível em “Cadastre-se e ganhe clientes”, na área para vidraceiros (www.deolhonoboxe.com.br/vidraceiro/cadastre-se-e-ganhe-clientes/). Esse cadastro é gratuito.
Rosana Silva
Gerente de Atendimento da Abravidro
(11) 3873-9908
www.abravidro.org.br

Desempenho acústico do vidro
Sou estudante de Arquitetura e Urbanismo. Estou fazendo uma escola de dança para meu trabalho e meu orientador sugeriu que as salas fossem de vidro. Há algum material com informações sobre vidros acústicos?
Angeline Mendes
São Paulo, SP

Temos um material que contribuirá para o seu trabalho: trata-se da série de suplementos Caixa Acústica, cujas três partes podem ser acessadas gratuitamente em abravidro.org.br/o-vidroplano/edicoes-anteriores/. Na página, procure pelas edições de março, abril e maio de 2015.
Vera Andrade
Coordenadora técnica da Abravidro
(11) 3873-9908
www.abravidro.org.br

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Estrategicamente ligados a você!

Espero que tenha tido férias neste verão e, na volta ao trabalho, esteja com as energias renovadas para os desafios que teremos pela frente. Foi pensando neles que produzimos a atual edição de O Vidroplano.

Em duas reportagens de peso, registramos as expectativas de nosso mercado para 2017 e também lhe damos dicas importantes para mudar a sua loja e turbinar as vendas. Afinal, alguns detalhes simples podem trazer grandes resultados.

Este ano também traz uma marca muito especial para O Vidroplano, basta observar um detalhe desta capa: “Ano 60”. Em 2017 chegamos ao nosso sexagenário cheios de história, experiência e, principalmente, muita motivação para estarmos sempre alinhados a você, nosso leitor.

É hora de renovarmos o compromisso de nos mantermos como a publicação líder do setor vidreiro no Brasil. A responsabilidade é grande: precisamos permanecer na vanguarda da comunicação com nosso mercado, trazer notícias em primeira mão de maneira fácil de entender, estar em canais diversificados e também cada vez mais acessíveis. Em resumo, ficarmos estrategicamente ligados a você!

Com tudo isso e muito mais em mente, fechamos esta edição cheios de energia para dar ao vidro tudo que ele merece!

Celina Araujo, editora de 'O Vidroplano' e superintendente da Abravidro Grande abraço,
Celina Araujo
Editora

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 529 (janeiro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

Exposição nos EUA apresenta inovações tecnológicas do vidro

A edição de 2017 da Consumer Electronics Show (CES), mostra global de eletrônica e tecnologia realizada anualmente em Las Vegas, Estados Unidos, aconteceu nos dias 9 a 12 de janeiro. O vidro foi um componente fundamental em vários produtos mostrados no evento, da área automotiva ao revestimento de superfícies.

vp_ces-tellusUma das maiores novidades foi o Asola Automobile Solar Glass Roof (1), teto solar de laminado temperado desenvolvido por uma divisão da multinacional Tellus Power: voltado para veículos elétricos, ele conta com células fotovoltaicas entre suas camadas, ajudando a carregar a bateria para funcionamento do carro e de dispositivos como smartphones, além de aumentar o conforto térmico em seu interior e reduzir as emissões de carbono.

vp_ces-hudwayTambém para automóveis, o Hudway Glass (2), acessório produzido pela norte-americana Hudway, projeta as instruções de navegadores para smartphones em uma pequena tela de vidro colocada na frente do para-brisa — com isso, o motorista pode ter acesso às informações sem desviar a atenção do trânsito.

MOnA- RHP-SunbeamA Corning, conhecida fabricante estadunidense de vidros de valor agregado, levou alguns de seus produtos consagrados. Entre eles, o Willow Glass (3), vidro ultrafino e extremamente leve para laminação de superfícies de materiais como aço, madeira e plástico: sua composição especial as protege de riscos e danos químicos, além de apresentar ótima clareza óptica e poder ser decorado com técnicas como a impressão digital.

Mais informações: www.ces.tech

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Bosch lança família de niveladores a ‘laser’

Aprimorando sua linha de medição, a Bosch acaba de lançar modelos de niveladores a laser, usados por vidraceiros para alinhamento das peças e da superfície para a instalação correta do vidro. Um dos destaques — informa a empresa — é o GCL 2-15 G, primeiro no Brasil com laser verde, quatro vezes mais visível, além de dois pontos de prumo para alinhamentos do chão para o teto. Todos os novos produtos têm trava de pêndulo (para garantir vida útil longa do produto), entrada para tripé e proteção contra pó e respingo de água, entre outros diferenciais. Mais informações: www.boschferramentas.com.br

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Garantia de segurança

Fundada em 2001, a Vidrage iniciou seu caminho no setor como uma vidraçaria. Aos poucos, foi ampliando sua área de trabalho até chegar ao processamento de nosso material, atendendo clientes do Norte catarinense. Em dezembro de 2016, deu outro passo importante em sua trajetória: conquistou a certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e Instituto Falcão Bauer da Qualidade (IFBQ) para seus vidros temperados, após cerca de dois meses de adequação da produção.

Preparando a empresa
A certificação começa com a visita dos auditores de Inmetro e IFBQ à empresa que solicita o selo. Com a Vidrage não foi diferente. “Eles conhecem nosso funcionamento e produção para poder avaliar o que precisa ser melhorado ou mantido”, afirma Daniel Bello, membro do setor de compras da empresa.

A partir daí, foram apontadas as adequações necessárias ao chão de fábrica — as mudanças se mostram necessárias para que o vidro seja processado seguindo todos os parâmetros das normas técnicas. Após as modificações, foram realizados ensaios (como os de fragmentação e empenamento, entre outros) usando os vidros produzidos sob esses novos parâmetros. Se os materiais forem aprovados, a empresa conquista a chancela. “A Abravidro foi de extrema importância desde o início, estando presente em todos os processos”, recorda Bello. O selo está presente nos temperados com espessura de 6, 8 e 10 mm.

Benefícios para todos
O feedback positivo dos clientes já pôde ser visto, mesmo após tão pouco tempo de conquista. Comenta Bello: “A certificação faz a diferença também para os negócios deles, funcionando como uma garantia de segurança”. E vem mais coisa boa por aí, pois a empresa quer continuar a seguir as boas práticas de produção. “Vamos procurar sempre produzir com qualidade e excelência, aproveitando ao máximo a tecnologia existente para que o resultado seja o melhor possível.”

Fale com eles!
Abravidro — www.abravidro.org.br
IFBQ — www.ifbauer.org.br
Inmetro — www.inmetro.gov.br
Vidrage — www.vidrage.com.br

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Padronização que garante o sucesso

Imagine se o número de retrabalho de sua processadora caísse quase 80% e o prazo de produção fosse reduzido em 40%. Mágica? Muito pelo contrário. A resposta é mais simples do que parece: certificação de vidros temperados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e Instituto Falcão Bauer da Qualidade (IFBQ). Esses números são reais: pertencem à MS Vidros, de Palhoça (SC), e foram alcançados após a empresa concluir o processo de certificação dos vidros de espessuras de 6, 8, 10 e 12 mm.

Aposta na segurança
A processadora atua no setor vidreiro desde 1998, oferecendo produtos para vidraçarias, fábricas de esquadrias, setor de móveis e decorações e construção civil. Sua sede é própria e tem área total de 7 mil m². Há ainda a filial de Porto Alegre, inaugurada em 2010. Aproximadamente, sessenta funcionários se distribuem entre as duas unidades.

Desde sua fundação, o volume de negócios aumentou gradativamente. “Em 2010, o crescimento das vendas foi acelerado e nosso planejamento não acompanhou o mesmo ritmo, o que entendemos ser natural, pois o que acontece rápido demais tem grandes chances de não ter sido projetado antes”, relata a gerente-comercial e da Qualidade, Franciny Marques Bronaut. “Nunca tivemos dúvidas quanto à qualidade e segurança dos nossos produtos. Porém, para atendermos a demanda, sofríamos com retrabalhos e reposições e, como consequência, tínhamos uma gradativa queda na margem de lucro para comportar a elevação dos custos.”

Selo contra a crise
Em 2015, a recessão econômica deixou a empresa em alerta: era necessário parar e analisar os resultados! Relata a gerente: “Precisávamos de uma reengenharia e de uma mudança radical que requeria controles, medições, organização, padronização, responsabilidades, resultados satisfatórios, ações corretivas, preventivas e, o mais difícil: envolvimento de todos os funcionários”.

Foi então que surgiu a ideia de certificar o vidro temperado. O processo teve início em abril de 2015 e, em agosto do mesmo ano, a processadora passou pela auditoria obrigatória sem qualquer inconformidade. “A Abravidro, nossa parceira, nos deu todo o suporte para a interpretação da Portaria 327 do Inmetro, documento imprescindível para se alcançar a chancela”, afirma Franciny.

Controle da produção
Desde então, a MS Vidros criou o hábito de controlar todos os seus processos e medir o desempenho de máquinas, funcionários e fornecedores, com parâmetros de desvios aceitáveis. Todas as normas vidreiras da ABNT são seguidas na íntegra e, para o que não é regulamentado, a empresa criou suas próprias regras internas — 11 manuais da qualidade descrevem a ordem e como tudo deve acontecer e há 21 formulários de controle.

Foram preparados também documentos especiais para os clientes contendo informações sobre condições de venda, normas e os certificados conquistados pela MS Vidros até o momento. “O trabalho padronizado, com regras claras, facilitou nosso dia a dia: sabemos para onde estamos indo e como devemos ir”, comenta Jaqueline Sotero, vendedora interna.

Resultados que impressionam
“Os resultados que obtivemos são fantásticos! Sem dúvidas, fizemos bom uso da oportunidade da certificação voluntaria”, define Franciny. “É gratificante ver tamanha evolução”, orgulha-se a presidente da empresa, Marlene Alves de Farias. “Os resultados positivos foram além do aguardado. Ver a geração jovem liderando, os funcionários envolvidos e a empresa organizada é prazeroso e me faz entender nossa missão.” O quadro de colaboradores também sofreu mudanças, caindo 42%, graças à padronização das etapas, o que permite uma equipe mais enxuta para realizar os processos.

Para este ano, o projeto da MS Vidros é o credenciamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para assim oferecer aos seus clientes mais uma modalidade de pagamento, e iniciar o processo de certificação ISO 9001.

Fale com eles!
Abravidro — www.abravidro.org.br
IFBQ — www.ifbauer.org.br
Inmetro — www.inmetro.gov.br
MS Vidros — www.msvidros.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 529 (janeiro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

As expectativas e a realidade

Alexandre_pestana_EditorialO mês de janeiro denota sempre o início de um novo ciclo, quando naturalmente avaliamos cenários e definimos tendências. Como mostra nossa reportagem de capa, as expectativas não são de recuperação do nível de atividade em nosso setor. Com os indicadores macroeconômicos instáveis e intimamente ligados às definições do Congresso Nacional, acredito que tenhamos um 2017 com desempenho muito próximo ao do ano passado. Portanto, o desafio é atravessarmos mais um período de estagnação e ainda assim mantermos nossas empresas saudáveis.

Atingir esse objetivo requer muito trabalho e decisões assertivas, a partir de tudo que já aprendemos com essa crise prolongada e, obviamente, sem repetirmos os erros já cometidos. Infelizmente, não é tão óbvio assim. Boas estratégias e as tais decisões assertivas requerem o mínimo de estabilidade e previsibilidade para trabalhar — algo muito raro no setor vidreiro ultimamente.

Afinal, enquanto tivermos promoções que vão e voltam, comunicados ao mercado que não são honrados por seus autores e completa distorção do papel de cada operador dessa cadeia produtiva, o que está difícil certamente será piorado.

Janeiro mal começou e já nos deparamos com propostas de venda de matéria-prima envolvendo uma simples troca de nota fiscal na porta da usina de base — uma operação ilegal e inadmissível. Num momento de crise e de baixo consumo, concentrar grandes volumes em poucos clientes é solução imediatista, com sérios danos ao nosso segmento. A irresponsabilidade e a ansiedade por resultados de curto prazo fizeram do vidro uma moeda especulativa, cuja consequência é a total destruição de valor da cadeia.

O momento não é favorável para a maior parte do empresariado brasileiro. Dinamismo, boa gestão, reposicionamento de produtos e boas negociações são essenciais para a sobrevivência de nossas empresas, mas nossa competência precisa estar aliada à responsabilidade de agentes estratégicos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 529 (janeiro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

Processador, sua colaboração é mais do que necessária!

Indicadores e tendências de mercado nunca foram tão estratégicos para os gestores das empresas como nos últimos tempos. Em meio às incertezas político-econômicas pelas quais passamos (leia a reportagem clicando aqui), decisões bem-embasadas fazem toda a diferença.

Desde 2012, a Abravidro publica anualmente o Panorama Abravidro, o único estudo econômico e produtivo do setor vidreiro nacional — considerado a maior referência de mercado do nosso material e consultado durante todo o ano por quem tem o poder de decisão nas empresas e especialistas da cadeia do vidro plano no Brasil.

Neste sexto ano consecutivo da pesquisa, serão mantidos os pilares já consagrados desse trabalho: confidencialidade dos dados, economistas renomados na avaliação das informações e ampla participação dos processadores de vidro.

Montagem_Panoramas cópia“É extremamente importante que as indústrias de transformação de vidro participem da pesquisa, pois, a partir dela, a associação leva novas demandas ao governo, como ocorreu nos últimos anos”, ressalta Alexandre Pestana, presidente da Abravidro. Conheça mais detalhes:

 

Qual a importância do ‘Panorama Abravidro’?
Para as empresas

  • Compreensão das perspectivas futuras;
  • Referência para a análise de viabilidade de investimentos;
  • Identificação de mercados a serem explorados;
  • Mais qualidade na definição de estratégias e ações a serem tomadas.

 

Para o mercado em geral

  • Base de referência para identificação dos problemas do setor e encaminhamentos de pleitos ao governo nas mais diversas áreas: tributária, trabalhista e defesa comercial, entre outras.

 

Como os dados são coletados e quem os avalia?
O questionário para a pesquisa encontra-se na Survey Monkey, plataforma online para coleta de dados de forma segura e prática. As perguntas podem ser acessadas pelo link pt.surveymonkey.com/s/panoramaabravidro. A análise é feita pelos economistas Sérgio Goldbaum e Euclides Pedrozo, da GPM Consultoria — os mesmos das edições anteriores. Eles contam com um e-mail exclusivo para responder dúvidas dos participantes: panoramaabravidro@gmail.com.


A Abravidro tem como acessar as informações enviadas pelas empresas?
Não. Apenas a GPM Consultoria tem acesso aos dados enviados pela plataforma Survey Monkey e ao e-mail de contato com as empresas participantes. Portanto, as informações individuais não passam por qualquer funcionário ou diretor da Abravidro. Inclusive, os profissionais da GPM Consultoria envolvidos na elaboração do Panorama Abravidro 2017 assinaram um termo de confidencialidade registrado em cartório assumindo que apenas os números consolidados e agregados são tornados públicos, sem distinguir uma empresa da outra.


Até quando posso preencher e enviar o questionário?
O prazo final para participação é o dia 24 de fevereiro.


Quando o ‘Panorama Abravidro 2017’ será lançado?

O estudo será parte da edição nº 433 de O Vidroplano, a ser publicada em maio;
Além da versão impressa, a publicação também fica disponível no aplicativo da revista O Vidroplano para celulares e também no site da Abravidro, em www.abravidro.org.br/mercado/panorama-abravidro.


Sua marca ao lado do ‘Panorama Abravidro 2017’!
As empresas que quiserem atrelar sua marca a essa publicação especial contam com oportunidades limitadas. Por se tratar de um projeto exclusivo, material de consulta acessado o ano todo por um público diferenciado, a Abravidro oferece apenas quatro cotas de participação publicitária.

Para mais informações, fale com Rosana Silva, gerente de Atendimento da Abravidro, pelo telefone (11) 3873-9908 ou rsilva@abravidro.org.br.

Fale com eles!
Abravidro — www.abravidro.org.br
GPM Consultoria — panoramaabravidro@gmail.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 529 (janeiro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

Cebrace começa a distribuir vidro impresso

Desde o dia 1º de janeiro, a Cebrace é a distribuidora exclusiva dos vidros impressos da Saint-Gobain Glass para os Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O acordo foi anunciado no fim de dezembro. Vale lembrar que a Cebrace é uma joint-venture entre os grupos japonês NSG/Pilkington e o francês Saint-Gobain.

Atendendo à demanda
Segundo a fabricante, o objetivo da novidade é criar novas soluções para os consumidores. “Esse formato é uma maneira de atender de forma mais ampla as demandas dos clientes e aumentar o leque de produtos oferecido pela Cebrace”, analisa o gerente-comercial Flavio Alves Vanderlei. “Isso também nos diferencia no mercado por meio do fortalecimento das duas marcas envolvidas.”

A parceria se dá nesses quatro Estados (SP, PR, SC e RS) por uma questão estratégica: a proximidade com as unidades fabris da Cebrace localizadas em Barra Velha (SC) e Caçapava e Jacareí (SP).

Cebrace_SGGTrabalhando em conjunto
Durante o período de mudança para o novo modelo de vendas, as equipes comerciais das duas fabricantes irão organizar, em conjunto, visitas aos clientes com o intuito de esclarecer dúvidas. “A transição será concluída da forma mais rápida possível”, avisa Vanderlei. “As equipes de ambas as empresas estão empenhadas e têm tido grande aceitação dos consumidores, tornando o processo tranquilo e eficaz.”

Compras: como serão feitas?
Até o momento, a Cebrace é a única fabricante de vidros do Brasil a comercializar seus produtos via e-commerce (www.cebrace.com.br/Ecommerce). Com isso, os clientes de SP, PR, SC e RS interessados em vidro impresso poderão realizar pedidos, a qualquer momento, por meio desse canal. Além disso, estará disponível ainda o suporte de vendas pelo telefone 0800-72-84376. “Os canais são os mesmos que a Cebrace já disponibilizava”, afirma Vanderlei.

Fale com eles!
Cebrace — www.cebrace.com.br
Saint-Gobain Glass — www.saint-gobain.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 529 (janeiro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

Texto sobre vidros para sistemas de prateleiras em consulta nacional

Após um minucioso trabalho realizado pela comissão de estudos, o projeto de revisão da ABNT NBR 14564 — Vidros para sistemas de prateleiras – Requisitos e métodos de ensaio está em consulta nacional. Esse processo vai até o dia 13 de fevereiro. Portanto, se tiver interesse em checar os detalhes das mudanças feitas no texto da norma, a hora é agora!

Renovação de conteúdo
As normas são instrumentos dinâmicos e devem retratar as necessidades crescentes do mercado. Por isso, precisam sempre ser atualizadas de acordo com a demanda do setor vidreiro. A revisão da NBR 14564 vai ao encontro desse pensamento, fazendo parte da revisão sistemática da ABNT para a atualização do acervo das normas brasileiras.

Vários tópicos relevantes foram abordados ao longo das reuniões. Vale destacar as condições de apoio para o vidro, a estabilidade vertical e horizontal da peça, o acabamento das bordas e cantos e o contato com outros materiais.

As tolerâncias dimensionais diferenciadas para encaixe e peças sobrepostas também ganharam espaço. A determinação da espessura do vidro leva em conta a superfície da peça (se está totalmente apoiada ou não), assim como os diferentes formatos e tipos de fixação.

Ressaltam-se ainda no documento os requisitos para os ensaios de desempenho, assim como o manuseio, armazenamento e transporte dos produtos.

Trabalhos finais
Após a consulta nacional, a comissão tem a tarefa de avaliar as observações de todos os participantes do processo para poder liberar o texto final para publicação na ABNT.

Como faço para consultar a norma?
É simples! Basta acessar o site da ABNT pelo link www.abntonline.com.br/consultanacional.

 

Wagner Domingues, coordenador da comissão de estudos

Fale com eles!
Abravidro — Tel. (11) 3873-9908 e cb37@abnt.org.br
ABNT — www.abnt.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 529 (janeiro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

Canal do Serralheiro lança ‘software’ gratuito para cálculo de esquadrias

No final de 2016, o portal Canal do Serralheiro lançou a Web Serralheiro, ferramenta gratuita e online para cálculo de esquadrias de alumínio. O objetivo do software é ajudar os profissionais iniciantes nessa área com o orçamento e levantamento de materiais, otimizando o tempo de trabalho e aumentando a produtividade. O Web Serralheiro permite calcular medidas, quantidades e aproveitamentos de perfis e componentes de diversos modelos de esquadrias cadastrados, além de gerar relatórios dos croquis, cortes, compras e aproveitamentos de barras por obra. “Como o sistema é 100% móvel, o usuário pode acessar os dados de suas obras em qualquer dispositivo e continuar o seu trabalho normalmente, igual se faz com os e-mails”, explica Alexandre Araujo, sócio-fundador do Canal do Serralheiro. Mais informações: www.canaldoserralheiro.com.br e www.webserralheiro.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 529 (janeiro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

Fenzi e Gusmão Representações anunciam parceria para venda de impressoras no Brasil

Em dezembro, a Fenzi anunciou uma nova parceria com a Gusmão Representações: desde setembro, a distribuidora passou a comercializar as máquinas de impressão digital da Tecglass no mercado brasileiro. Vale ressaltar que a Tecglass foi adquirida pela Fenzi em 2016. “A Gusmão já tem uma parceria com a Fenzi há dezoito anos na distribuição de insumos para vidro insulado e essas máquinas para impressão e serigrafia são itens importantes agregados ao nosso portfólio”, avalia Yveraldo Gusmão, diretor da Gusmão Representações.

Fenzi em festa!
Antes, em outubro, a Fenzi South America reuniu mais de 120 clientes, colaboradores e amigos da Argentina, Brasil, Chile e Uruguai para comemorar seus 20 anos. A celebração aconteceu em Buenos Aires. Mais informações: www.fenzigroup.com, www.gusmao.com.br e www.tecglassdigital.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 529 (janeiro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui