All posts by Fernando Saker

Cebrace tem movimentações na área de Marketing

O departamento de Marketing da Cebrace passou por uma série de reformulações em 2025. Em janeiro, a empresa comunicou que Jonas Barbosa de Souza Sales (anteriormente coordenador de Mercado-Industrial) passou a ocupar o cargo de gerente de Desenvolvimento de Mercado-Obras; Thiago de Assis de Vilela migrou da posição de gerente de Desenvolvimento de Mercado-Obras para a de gerente de Desenvolvimento de Mercado-Industrial; e a engenheira Camila da Rocha Batista, antiga coordenadora de Desenvolvimento de Produtos e Sustentabilidade, assumiu o posto de gerente de Desenvolvimento de Mercado Residencial – o posto que era dela ficou com Vinicius Antonio Belani, antigo gerente de Produção em Jacareí (SP).

Este mês, mais uma mudança foi anunciada: Mônica Caparroz (foto, à esq.), atual diretora de Marketing, Inovação e Sustentabilidade, deixará a empresa. Quem assume o cargo, a partir de março, será Luiz Carlos Gonçalves Junior (foto, à dir.), atual diretor Comercial da Saint-Gobain Produtos para Construção, na Argentina. Com mais de vinte anos de experiência no Grupo Saint-Gobain, Gonçalves Junior tem passagens por vários negócios da companhia no mercado da construção, nas áreas de Marketing e Comercial. Durante sua gestão à frente do departamento, Mônica liderou projetos voltados para o fortalecimento da marca, liderando a implementação de estratégias usando os pilares da inovação e sustentabilidade.

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos de abertura: Divulgação Cebrace

 

Caleidoscópio – fevereiro 2025

DADOS & FATOS

Indústria em 2024
A Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o setor industrial no Brasil teve avanço de 3,1% em 2024 – terceiro melhor resultado do segmento nos últimos quinze anos. O saldo foi positivo em todas as grandes categorias econômicas, assinalando crescimento em vinte dos 25 ramos, sessenta dos oitenta grupos e 63,1% dos 789 produtos pesquisados.

Analisando os números
“De modo geral, o crescimento do setor industrial em 2024 pode ser entendido a partir de alguns fatores, como o maior número de pessoas incorporadas pelo mercado de trabalho, a queda na taxa de desocupação, aumento na massa de salários e o incremento no consumo das famílias, beneficiado pelos estímulos fiscais, maior renda e a evolução na concessão do crédito”, apontou o gerente da PIM, André Macedo.

Transformação também em alta
A indústria de transformação nacional marcou alta de 4,6% no terceiro trimestre do ano passado, segundo dados da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO). O resultado é duas vezes maior que o crescimento mundial do segmento (2,3%). A agência da ONU indica que as travas do setor ficaram concentradas nas economias desenvolvidas do Hemisfério Norte.

Preços altos
Segundo o Índice de Preços ao Produtor, do IBGE, em dezembro os preços do setor industrial aumentaram 1,48% frente a novembro – o que marca o décimo primeiro crescimento em sequência. Isso se refletiu na inflação dessa cadeia, que fechou o ano em alta de 9,42%. A alta de 2024 superou em mais de 14 pontos o índice registrado de 2023 (-4,99%).

 

Foto: Ayrton Vignola/Fiesp
Foto: Ayrton Vignola/Fiesp

 

FIQUE POR DENTRO

Discutindo os juros
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participou no dia 14 de um encontro com líderes do mercado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Iara Bentes, superintendente da Abravidro, representou a entidade no evento. A pauta do dia foi a alta dos juros – e Galípolo a justificou comentando a situação econômica dos últimos anos: “Se somamos a economia resiliente, com mínimo de desemprego, o crescimento da renda, anos excepcionais para indústria, construção civil e serviços, com o cenário de desvalorização cambial e de impactos climáticos que afetaram a produção de alimentos, vemos uma pressão inflacionária mais alta. Isso tudo gabarita as razões para a alta dos juros”, disse. No entanto, empresários presentes na reunião questionaram a situação. Luiza Trajano, da Magazine Luiza, pediu ao presidente do BC que não comunique novos aumentos: “A pequena e média empresa não aguenta mais isso, e é ela que gera emprego”. Eugênio Staub, da Gradiente, desabafou: “Não há perspectiva de uma reação do mercado a curto prazo por diversas razões, e uma delas é o custo financeiro. Não é possível investir em indústria a uma taxa real de 8, 10 ou mais por cento”. Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), avaliou que o BC está solitário na condução da política monetária e citou problemas, como a indexação e vinculação dos gastos públicos, que torna insustentável a situação fiscal.

 

Foto: reprodução
Foto: reprodução

 

RETROVISOR

Vidro novo na área
Há quarenta anos, na edição de fevereiro de 1985 de O Vidroplano (produzida em versão boletim na época), a União Brasileira de Vidros (UBV) anunciava, por meio de uma carta enviada ao Sincavidro-RJ, o início de produção de vidro impresso colorido, de olho não apenas no mercado nacional, mas também em oportunidades para exportação.

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Edifício em Portugal investe em vidros de alto desempenho

A revitalização urbana de grandes cidades é um desafio para o Brasil: não são raros os chamados centros históricos de importantes metrópoles nacionais com prédios desgastados, gerando sérios problemas urbanísticos.

Fora do País, há exemplos positivos. Nova York e Barcelona, por exemplo, reformaram bairros para deixá-los mais Studiovivos. No entanto, não basta criar parques, incentivar pequenos comércios ou facilitar a locomoção: é preciso colocar pessoas para morar nesses lugares.

Em Aveiro, Portugal, uma nova zona da cidade ganhou o Puro Tower, prédio residencial com formas que se assemelham a um programa de habitação coletiva, apostando no conforto dos moradores com o uso de vidros insulados de alto desempenho.

 

vidroemobra2-fev2025

 

Diálogo com a cidade
Desenvolvido pelo arquiteto português Mário Alves, o projeto (com 6.250 m² de área) tem como base dar continuidade às linhas predominantes de um edifício vizinho, também feito por ele anos atrás. O conceito principal foi o de tirar proveito das características do lugar, tais como as vistas e a exposição solar.

“Por se tratar de um edifício de esquina, que assume uma volumetria vertical, o desenho horizontal das lâminas projeta-se para além das arestas dessa volumetria”, explica Alves. “Isso cria dinâmica, ritmo e movimento ao mesmo tempo que projeta o espaço interior para o exterior, permitindo assim ao utilizador a possibilidade de se debruçar sobre a cidade”. De fato, o projeto ganha tridimensionalidade com as formas assimétricas das sacadas: seu design é muito mais próximo do de uma obra de arte (uma escultura, por exemplo) do que de um prédio residencial tradicional.

 

vidroemobra1-fev2025

 

Total controle
Se os traços do prédio são modernos, os vidros instalados nos apartamentos não poderiam ficar atrás no quesito tecnologia. Os caixilhos de alumínio da empresa Grupo Sosoares receberam uma especificação robusta de insulados de laminados, pensada para oferecer um alto grau de conforto termoacústico: temperado de SunGuard HS 70/35 8 mm (da Guardian) + espaçador preenchido com gás argônio + laminado (com interlayer acústico) com espessura de incríveis 44,2 mm. Em certas áreas, há ainda uma placa mais “simples”, trocando o laminado grosso que faz parte do insulado por uma chapa de float temperado 8 mm.

 

vidroemobra3-fev2025

 

Ficha técnica
Projeto: Puro Tower
Local: Aveiro (Portugal)
Arquitetura: Mário Alves Arquiteto
Conclusão da obra: 2021
Fabricante dos vidros: Guardian
Instalação dos vidros: Alumivale
Caixilhos: Grupo Sosoares

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Ivo Tavares Studio

Vidros coloridos não terão aumento do Imposto de Importação

No dia 20 de fevereiro, ocorreu reunião do Comitê de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) para discussão da sobretaxação dos floats coloridos – em dezembro, o float incolor teve sua alíquota de importação aumentada para 25%. No entanto, o órgão decidiu que não haverá aumento do imposto de importação para esse tipo de vidro. A decisão, divulgada no dia 21, indeferiu a inclusão da NCM 7005.21.00 à Lista de Elevações Tarifárias Temporárias por Desequilíbrios Comerciais Conjunturais.

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Freepik.com/thannaree

Governo federal decide não aplicar direito antidumping provisório

Iniciada em julho do ano passado, a investigação sobre dumping nas importações de vidros float incolores (NCM 7005.29.00), com espessuras de 1,8 mm a 20 mm, oriundas de Malásia, Paquistão e Turquia, chegou a uma determinação preliminar: a de que houve dano à indústria vidreira nacional. No entanto, optou-se por não aplicar o direito antidumping provisório. Isso foi o que informou o Departamento de Defesa Comercial (Decom), da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), parte do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (MDIC), na Circular Nº 12, publicada em 19 de fevereiro no Diário Oficial da União.

Passo a passo
O processo atende um pleito da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), protocolado em março do ano passado. A entidade reuniu dados para provar a existência de dumping, de dano à indústria e também de nexo causal (a relação entre o dumping e o dano observado) nos vidros importados dessas origens. O governo federal, então, abriu investigação sobre o assunto, enviando questionários para as fabricantes dos países investigados e para os importadores brasileiros dessas empresas.

Cumpridas tais etapas, foi feita a análise das informações disponíveis, e os órgãos responsáveis entenderam que, sim, há sinais de dumping. Porém, não há necessidade de aplicar o direito antidumping provisório – a decisão de aumento para 25% na taxa de importação do float incolor, anunciada em dezembro, pesou para essa determinação, já que, naturalmente, o imposto mais alto deve frear as importações.

Em alta
A investigação ocorre em meio a uma alta importante das importações de vidro. De acordo com as estatísticas oficiais de comércio exterior no Brasil, em 2024 tivemos a maior marca de importação de nosso material desde 2014: importamos 140 mil toneladas apenas de vidros float. Além disso, o volume de importação de processados também cresceu, especialmente a de laminados, com alta de 34% no ano passado na comparação com 2023 (é o número mais alto da última década).

O que vem a seguir
No dia 20 de fevereiro, realizou-se audiência com representantes das usinas de base brasileiras e representantes das empresas dos três países para dar continuidade à investigação. A decisão final é esperada para o fim de 2025 ou começo de 2026.

O que é dumping
É uma prática comercial que consiste em uma ou mais empresas de um país vender seus produtos, mercadorias ou serviços por preços extraordinariamente abaixo de seu valor justo para outro país, com o intuito de prejudicar e eliminar os fabricantes de itens similares concorrentes no local. Quando tal prática é comprovada, medidas antidumping são adotadas para neutralizar os efeitos danosos à indústria nacional.

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Wirestock/stock.adobe.com

Abravidro realiza primeira assembleia de 2025

A diretoria da Abravidro se reuniu no dia 20 para a sua primeira assembleia de 2025. Sob a liderança do presidente Rafael Ribeiro, líderes de empresas distribuidoras e processadoras de todo Brasil debateram a agenda deste ano especial, que marca o aniversário de 35 anos da entidade, além de temas relevantes para a indústria de transformação e perspectivas para o mercado. Destaque para a participação dos executivos das usinas de base – AGC, Cebrace, Guardian Glass e Vivix –, que fizeram breves apresentações e responderam às questões dos participantes. “Na Abravidro, entendemos que o trabalho em conjunto é o caminho para o pleno desenvolvimento do setor vidreiro. As assembleias são sempre uma oportunidade para trocas valiosas, inclusive com membros de outros elos da cadeia, como tivemos hoje. O ano promete ser desafiador, mas também trará oportunidades”, afirmou Ribeiro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Divulgação Abravidro/Gleysson Soares

Conheça técnicas de gestão para otimizar sua processadora

Na edição de janeiro de O Vidroplano, apresentamos os conceitos da World Class Manufacturing (WCM), uma metodologia de referência mundial que envolve técnicas de gestão com o objetivo de alcançar altos padrões de desempenho e eficiência na produção industrial. Este mês, voltamos ao tema para mergulhar nos detalhes das ferramentas mais populares dentro do escopo da WCM – algumas já conhecidas pelas beneficiadoras e demais empresas da cadeia vidreira. Além disso, o instrutor técnico Cláudio Lúcio da Silva, responsável pelas aulas da Especialização Técnica Abravidro, revela o que as empresas precisam fazer para estarem preparadas para aplicar esses conceitos.

As principais ferramentas
Como visto na matéria do mês passado, a WCM engloba várias ferramentas de gestão. Por isso, focamos naquelas mais tradicionais, que podem trazer resultados mais rapidamente à sua produção. O conteúdo a seguir foi baseado em materiais do Sebrae, Senai e da empresa de tecnologia Totvs.

 

 

ANÁLISE SWOT
Um clássico da administração, tem o papel de incentivar o empreendedor a analisar sua empresa sob diversas perspectivas. A sigla representa os termos em inglês strengths (pontos fortes), weaknesses (pontos fracos), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças). Ao analisar cada um desses tópicos, a empresa terá um diagnóstico da situação em que se encontra, sendo possível criar um plano de ação para validar tomadas de decisão. Dessa forma, conseguirá aproveitar as possibilidades existentes no mercado e, ao mesmo tempo, correr menos riscos.

O que representa cada tópico da SWOT:

  • Pontos fortes: empreendedores tendem a ser otimistas por natureza. Por isso, valide as coisas boas da empresa com pessoas que conhecem bem você e o seu negócio. Exemplos de pontos fortes: ter a patente de um produto ou acesso a um bom canal de distribuição;
  • Pontos fracos: é importante reconhecer que sua empresa não faz bem tudo aquilo que poderia fazer ou que poderia fazer muito melhor. O foco deve estar em “oportunidades de melhoria”, incluindo o que faz o negócio perder vendas ou aumentar custos;
  • Oportunidades: oportunidades podem existir em vários lugares, mas tenha uma estratégica clara, com objetivos bem definidos. Do contrário, a empresa pode estar focando em metas irreais para seu porte ou atuação;
  • Ameaças: aponte problemas que o seu negócio pode enfrentar com a concorrência, incluindo quais atitudes os concorrentes poderiam tomar para reduzir suas vendas ou aumentar seus custos.

 

 

LEAN MANUFACTURING
Filosofia de gestão focada na entrega de máximo valor com a menor quantidade de recursos. Conceitos como minimização do desperdício e melhoria contínua estão no centro dessa ferramenta, juntamente com esforços para uma maior organização no local de trabalho, adequação dos recursos à demanda e redução do tempo do processo produtivo.

O Lean Manufacturing atua para a diminuição de diversos tipos de desperdícios, incluindo:

  • Transporte e logística: deslocamentos desnecessários, de materiais ou mesmo de colaboradores, interna ou externamente, geram gastos de tempo e recursos, afetando a eficiência dos processos. Reflita se vale a pena uma alteração no layout do estoque, chão de fábrica ou centro de distribuição. A organização desse layout, assim como a localização dos maquinários e do inventário, deve ser pensada de forma lógica, para atender as necessidades da produção;
  • Superprodução: a produção deve ser a ideal para suprir a demanda dos clientes. Inflar o estoque pode ser arriscado, especialmente em mercados nos quais os produtos possuem baixa rotatividade ou dependem da sazonalidade;
  • Tempo de espera: um processo deve se iniciar somente após o anterior ter sido concluído. Materiais, equipamentos, informações e pessoas limitadas às etapas anteriores geram atraso;
  • Estoque/inventário: matéria-prima acumulada em exagero pode levar à perda não só do insumo em si como também de dinheiro.

 

 

TOTAL PRODUCTIVE MAINTENANCE (TPM)
Também chamada de Manutenção Produtiva Total, tem como foco o crescimento da produtividade por meio da otimização da eficiência dos processos – ou seja, por meio da padronização das operações, o que evitará imprevistos no dia a dia.

Alguns pilares da TPM:

  • Manutenção autônoma: os próprios operadores monitoram as condições de seus equipamentos e dos processos à sua volta;
  • Manutenção preventiva: cada setor coloca em prática as ações necessárias para o cuidado com equipamentos, ferramentas e máquinas. Com isso, evita-se a interrupção das atividades;
  • Manutenção planejada: os responsáveis por cada processo fazem um acompanhamento do desempenho da equipe e dos equipamentos, indicando pausas no cronograma para implementar melhorias;
  • Coleta de informações: gestores de área devem levantar dados para serem analisados. A partir disso, é possível priorizar as melhorias mais urgentes. Isso permite também um melhor fluxo de dados entre as diversas seções da empresa;
  • Capacitação e treinamento: para implementar a melhora dos processos, é necessário que os colaboradores dominem as tecnologias envolvidas – daí a importância de sempre atualizar os colaboradores;
  • Segurança e saúde do trabalho: é a sustentação dos demais pilares, pois garante as melhores práticas em cada atividade.

 

 

METODOLOGIA 5S
Conjunto de práticas que auxilia na manutenção de um ambiente organizado, é baseado em cinco princípios. Os termos que definem esses princípios estão em japonês e começam com som de S – por isso o nome 5S.

  • Seiri: organização
    Tem como objetivo identificar e remover itens desnecessários do ambiente de trabalho;
  • Seiton: ordem
    Cada item necessário para a produção deve ter seu lugar designado, de fácil acesso, minimizando o tempo perdido ao procurá-lo, aumentando assim a eficiência operacional;
  • Seiso: limpeza
    Vai além da higiene do local de trabalho: faz referência a manter um ambiente que promova o bem-estar e a eficiência;
  • Seiketsu: padronização
    Refere-se à padronização dos processos e procedimentos para manter a organização, ordem e limpeza. É sobre criar padrões que toda a empresa possa entender e seguir;
  • Shitsuke: disciplina
    Chave para sustentar as práticas estabelecidas pelos outros S. Representa o compromisso com a melhoria contínua.

 

 

OCAP
A sigla vem do inglês Out of Control Action Plan (plano de ação fora de controle). Essa ferramenta serve para facilitar a identificação das anomalias crônicas de um processo, mostrando onde atuar para melhorá-lo. Pode ser aplicada por meio de um fluxograma ou descrição textual da sequência de atividades a serem realizadas após um evento crítico – ou seja, deve mostrar os passos para a solução de um problema e também para a manutenção desses resultados depois disso. Vale reforçar que esse documento é algo vivo: precisa ser atualizado ao longo do tempo na medida em que se adquire mais conhecimento e compreensão dos processos.

Com isso, as causas de interrupções desses processos poderão ser removidas o mais rápido possível, tornando as linhas de produção mais confiáveis e otimizadas. Além disso, a ferramenta estabelece também as responsabilidades pelo gerenciamento dos processos.

 

 

CICLO PDCA
É um método de gerenciamento com foco no direcionamento das ações. A sigla também vem de termos em inglês:

  • Plan (planejar): o planejamento começa pela análise dos processos. Para isso, é preciso levantar dados, entender o fluxo do processo, identificar os itens de controle e estabelecer os objetivos a serem atingidos;
  • Do (fazer): nessa fase, coloca-se em prática o resultado da análise feita anteriormente – ou seja, os novos procedimentos padrões para cada uma das atividades. Ao mesmo tempo, deve-se habilitar as pessoas envolvidas a executar tais procedimentos com eficácia;
  • Check (checar): verificar se os procedimentos foram claramente entendidos, se estão sendo corretamente executados. Esse tipo de verificação deve ser contínua, seja por simples observação ou mesmo pelo monitoramento dos índices de qualidade e produtividade via auditoria interna;
  • Act (agir): caso seja encontrada alguma anormalidade durante a checagem dos processos, chegou a hora de agir corretivamente, atacando as causas que impediram que os novos procedimentos fossem executados conforme planejado. Essas contramedidas deverão ser adotadas pela empresa como novos padrões, caso seja necessário.

 

 

KAIZEN
Essa filosofia busca a melhoria contínua dos processos por meio da ideia de que mudanças pequenas, positivas e perpétuas podem trazer benefícios significativos para as empresas – na prática, pode ser utilizado com sucesso também na esfera pessoal.

Os princípios do Kaizen envolvem:

  • Conhecer o cliente;
  • Deixar os processos fluírem, mirando sempre o desperdício zero;
  • Entender o local de produção da sua empresa, andar por ela, compreender seu layout, dificuldades e desafios;
  • Ser transparente e utilizar dados para que as ações de melhoria implantadas se transformem efetivamente em resultados tangíveis;
  • Organizar e treinar seu time.

 

 

Os benefícios vistos na prática
Melhor do que a teoria, só a prática: algumas empresas de variados elos da cadeia vidreira opinam sobre a importância da gestão com o apoio de ferramentas como as mencionadas nesta reportagem.

“Vemos a aplicação dessas ferramentas como essenciais para garantir eficiência operacional, qualidade dos produtos, cumprimento de prazos e melhoria contínua, fortalecendo sua competitividade e confiabilidade no mercado. E, ao adotar práticas de gestão, a GlassecViracon demonstra um compromisso com a excelência operacional e a melhoria contínua. Entre as principais para nossa produção, estão a TPM, para maximizar a eficiência dos equipamentos, reduzindo paradas não planejadas e garantindo que as máquinas operem com o máximo de produtividade e confiabilidade; o Kaizen, para envolver todos os colaboradores na busca por pequenas e grandes melhorias incrementais que, ao longo do tempo, resultam em ganhos significativos de eficiência e qualidade; e até o MDI (Manufacturing Daily Improvements), para monitorar diariamente os indicadores de desempenho, identificar problemas rapidamente através de análise de Pareto e implementar ações corretivas imediatas sempre com foco em PDCA.”
Renato Santana (GlassecViracon)

“Por meio de um sistema de gestão integrada adquirido por volta de 2010, conseguimos separar os setores, com a possibilidade de gerir cada um deles de forma organizada e com precisão de informações. Foi possível organizar nossos estoques (almoxarifado de entrada e produtos acabados), ganhando agilidade, agilizando inventário e até reduzindo efetivo de mão de obra. Além disso, passamos a administrar melhor nosso sistema de qualidade e gestão ISO 9001, com a melhora na gestão de custos por meio do controle de perdas em processos e retrabalhos. Enfim, conseguimos gerir melhor nosso negócio, enxergar problemas, buscar soluções com mais rapidez, resultando em melhor eficiência no geral.”
José Pedro Ruiz (Diamanfer)

“A implementação dessas ferramentas pode ser desafiadora, mas não impossível. A facilidade de implementação varia dependendo de vários fatores, incluindo a cultura, os valores da empresa, o comprometimento da liderança, o nível de treinamento dos funcionários e a complexidade dos processos existentes. As empresas com uma cultura que valoriza a melhoria contínua e a colaboração tendem a ter mais sucesso nessa tarefa: se a organização já possui uma mentalidade voltada para a inovação, a utilização será mais fluida. Um planejamento gradual com feedback contínuo, junto à formação das equipes e definição de metas claras, permite celebrar muitos resultados. A mudança cultural de uma empresa é sempre o mais complicado – porém, sempre digo que o desafio maior é se conscientizar que é preciso mudar, antes que seja tarde. Os esforços nessa direção serão sempre recompensadores.”
Moreno Magon (Latamglass e MM4Glass)

 

Foto: Виталий Сова/stock.adobe.com
Foto: Виталий Сова/stock.adobe.com

 

Como estruturar a empresa
Em conjunto com as ferramentas citadas, os gestores de uma processadora precisam estruturá-la para que as mudanças a serem implementadas se tornem algo concreto. Claudio Lúcio comenta que existem três passos a serem seguidos:

1. O que fazer
É o planejamento estratégico da empresa, no qual serão definidos:

  • Missão
  • Visão
  • Valores
  • KPIs (Key Performance Indicator, ou indicador chave de performance, são valores quantitativos que medem os processos internos, como receita, lucro líquido, valor médio do produto etc.)
  • Plano de ações

2. Quanto fazer
É a análise de portfólio, que definirá tópicos da atuação comercial, como:

  • Mix de vendas
  • Budget (orçamento)
  • Forecast (revisão e ajuste do orçamento)

Nesse momento, também são estabelecidos os cinco pilares do empreendimento:

  • Inteligência assertiva na gestão da entrega de valor ao cliente (PPCPE)
  • Inteligência assertiva na gestão de RH
  • Inteligência assertiva na gestão das finanças
  • Inteligência assertiva na modelagem e gestão de todos os processos da empresa
  • Inteligência assertiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D+I)

3. Como fazer
É o cálculo para o planejamento agregado de produção, que mede pontos específicos dos processos industriais:

  • Layout
  • Lead time
  • Máquinas e equipamentos
  • Infraestrutura
  • Logísticas
  • ERP
  • Mão de obra

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Nirusmee/stock.adobe.com

Produtos modernos e eficientes proporcionam economia

Quem trabalha na gestão de uma processadora sabe que não são poucos os gastos envolvidos nas suas atividades: eletricidade, água, insumos, mão de obra são alguns deles. Por isso, é importante ter maquinários, equipamentos e sistemas modernos e eficientes que atuem para aumentar a economia e reduzir desperdícios ao longo dos processos.

A seguir, conheça algumas soluções disponíveis no mercado e o retorno que elas podem proporcionar para sua empresa.

Caminho sem volta
Várias das soluções apresentadas trazem a automação – isto é, a substituição do trabalho humano – entre seus diferenciais. Isso não é coincidência, mas sim uma tendência: “A automatização de plantas de processamento de vidro plano é um caminho sem volta; na maioria dos países de primeiro mundo, a grande maioria já trabalha assim, e mesmo na nossa região já há fábricas que estão trabalhando dessa forma e outras caminhando nessa direção”, afirma Luiz Garcia, diretor da Lisec Sudamerica.

Jones Hahn, CEO da NEX Soluçoes Inteligentes para Sistemas Vítreos, aponta que a entrada de outros países no mercado brasileiro faz com que nossas empresas precisem estar preparadas para competir em igualdade. “Outro fator a ser levado em conta é a dificuldade de mão de obra, com altos níveis de absenteísmo [ausência ou afastamento não programado de funcionários de seus locais de trabalho] e rotatividade – nesse caso, equipamentos automatizados e sistemas integrados proporcionam uma redução significativa da atividade por mão humana”, acrescenta.

 

AUTOMAÇÃO

 

Foto: Divulgação Lisec
Foto: Divulgação Lisec

 

Produtos: sistemas de automatização de classificação e manuseio
Finalidade: movimentação automatizada de vidros
Fornecedora: Lisec
Como reduzem custos:

  • Por meio de software da Lisec, os sistemas conseguem selecionar e transferir cada chapa de vidro, uma a uma, de uma etapa do processamento para um estoque e desse estoque para outra etapa
  • A planta de processamento de vidro equipada com esses sistemas trabalha de forma totalmente automatizada, reduzindo gastos com mão de obra, evitando possíveis retrabalhos gerados pela operação manual e garantindo a qualidade e reprodutibilidade das operações

 

 

 

Produtos: sistemas de automação de ERP (planejamento dos recursos
da empresa) e de MES (execução da produção)
Finalidade: controle dos processos da fábrica
Fornecedora: NEX
Como reduzem custos:

  • Integram automação e inteligência artificial com os equipamentos de todo o processo fabril, aumentando a eficiência e produtividade e reduzindo custos com mão de obra
  • Permitem ter o controle total da fábrica em tempo real, com monitoramento por telas pela gestão ou setor estratégico da empresa, com a possibilidade de tomar ações em tempo real para identificar e corrigir possíveis falhas no processo
  • A entrega do equipamento ou linha automatizados é antecedida por um estudo específico feito pela NEX junto ao cliente para dimensioná-los dentro da necessidade da planta

 

 

MÁQUINAS

 

Foto: Divulgação Sglass
Foto: Divulgação Sglass

 

Produto: Alphajet S-Cut
Finalidade: furação e recorte de vidros
Fornecedora: Sglass
Como reduz custos:

  • Máquina robusta e feita de alumínio e aço inox, apresentando longa vida útil
  • Processo automatizado, proporcionando redução de erros, produção em menos tempo, melhoria da qualidade do trabalho, aumento da eficiência, integração com outras máquinas e redução da fadiga pelo esforço humano
  • O corte a jato de água realizado pelo produto não exige operações secundárias de acabamento, possibilitando trabalhar com velocidade de corte superior e menor consumo de água na comparação com o processo com ferramenta diamantada

 

Foto: Divulgação Sglass
Foto: Divulgação Sglass

 

Produto: fornos EVA
Finalidade: laminação de vidros com interlayer de EVA
Fornecedora: Sglass
Como reduz custos:

  • Baixos índices de reposição ou substituição de peças e componentes, em sua maioria de fácil acesso nas lojas comerciais do Brasil com preços justos
  • Vidros laminados com ótima qualidade ótica, trazendo índices mínimos de perda de material acabado por inconformidades
  • Interface de operação da máquina fácil e intuitiva, contando com todos os recursos necessários para operação e testes da máquina, além de permitir o monitoramento das grandezas elétricas tais como tensão, correntes e potência

 

 

 

Produto: furadeira a laser
Finalidade: furação de vidros
Fornecedora: GR Gusmão
Como reduz custos:

  • Tecnologia de processamento sem contato, oferecendo vantagens como velocidade rápida, alta precisão, boa estabilidade e alto rendimento em comparação com a perfuração mecânica tradicional
  • A perfuração a laser pode produzir vários tipos de furos, como furos redondos, quadrados e cônicos, demonstrando alta flexibilidade
  • Trabalha de uma forma mais limpa, sustentável e econômica, pois não utiliza água ou ferramentas para a perfuração

 

Foto: Divulgação Sglass
Foto: Divulgação Sglass

 

Produto: forno de têmpera Sglass
Finalidade: têmpera de vidros
Fornecedora: Sglass
Como reduz custos:

  • Projetado e fabricado com recursos técnicos e produtos de primeira qualidade, com baixos índices de reposição ou substituição de peças para sua manutenção, e índices mínimos de perda de material acabado por deformidade ou quebras
  • Caixa quente do forno equipada com isolantes térmicos de fibra cerâmica de alta qualidade, que proporciona troca térmica mínima entre a parte interna e externa a máquina, resultando em economia de energia e maior segurança e conforto aos operadores pela troca térmica mínima entre as partes interna e externa da máquina
  • Conta com inversores de frequência individual para cada motor elétrico de movimentação, e com sistema de ventilação e resfriamento; o que otimiza a utilização e o consumo elétrico desses motores

 

Foto: Divulgação GR Gusmão
Foto: Divulgação GR Gusmão

 

Produto: impressora digital Tecglass
Finalidade: impressão digital com tintas cerâmicas
Fornecedora: GR Gusmão
Como reduz custos:

  • Traz agilidade e eficiência na aplicação de desenhos gráficos, imagens fotográficas e diversos motivos decorativos diretamente no vidro
  • Alta tecnologia que visa redução de custo e descarte de materiais tóxicos

 

Lado a lado
Implementar soluções mais modernas não contribui apenas para reduzir os gastos da sua empresa, mas também com os recursos do ambiente ao nosso redor: “Acreditamos que máquinas eficientes não são mais um diferencial no mundo corporativo, mas sim uma questão de sobrevivência para nós e nossos clientes. Fabricar máquinas e equipamentos eficientes é tornar nossos clientes mais produtivos, com economia de recursos naturais e humanos, equipamentos robustos e de longa vida útil – e tudo isso também é ser sustentável”, afirma Braz do Carmo Andrioli Junior, engenheiro mecânico da Sglass.

Essa visão é compartilhada por Yveraldo Gusmão, diretor da GR Gusmão: “Além de aumentar a produtividade e otimizar o tempo, produtos de boa qualidade também ajudam a reduzir o consumo de insumos aplicados nas operações, contribuindo para economia de energia e sustentabilidade”, observa.

José Pedro Ruiz, diretor comercial da Diamanfer, conta que a preocupação com eficiência não está apenas nos produtos desenvolvidos, mas também no funcionamento da própria empresa: “Já reduzimos em 40% nosso consumo de energia elétrica com os investimentos em novas tecnologias feitos nos últimos cinco anos”. Em relação ao portfólio oferecido aos clientes, ele acrescenta: “Temos um departamento técnico que trabalha na evolução de materiais e processos de produção para este objetivo. Além disso, constantemente contratamos consultorias técnicas externas que nos auxiliam com ideias e apresentações de inovações”.

 

EQUIPAMENTOS

 

Foto: Divulgação Diamanfer
Foto: Divulgação Diamanfer

 

Produtos: rebolos (metálicos ou de resina), brocas diamantadas e outras soluções
Finalidade: uso na lapidação, furação e recorte de vidros
Fornecedora: Diamanfer
Como reduzem custos:

  • Em função da tecnologia empregada, essas ferramentas contribuem para diminuir a quebra de vidros nos processos em que são empregadas, bem como nos fornos (vidros sem acabamento adequado correm maior risco de quebra no momento da têmpera)
  • Apresentam boa relação custo benefício, com formulações desenvolvidas com processos de fabricação de alta tecnologia que proporcionam maior durabilidade com maior eficiência
  • Os produtos em desenvolvimento são primeiramente apresentados aos clientes de acordo com sua necessidade, usando o feedback recebido para aprimorá-los

 

Foto: Divulgação GR Gusmão
Foto: Divulgação GR Gusmão

 

Produtos: ferramentas manuais diversas (cortadores, alicates, discos de corte, ventosas manuais duplas e triplas etc)
Finalidade: uso em diferentes processos do beneficiamento
Fornecedora: GR Gusmão
Como reduzem custos:

As ferramentas têm durabilidade comprovada e qualidade na performance
-Contribuem para o aumento da produtividade, a otimização do tempo e a redução no consumo de insumos usados nas operações

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Sodel Vladyslav/stock.adobe.com

Abravidro e Sinbevidros-SP lançam curso de gestão

A gestão eficiente é fundamental para a rentabilidade dos negócios em um mercado desafiador. E ter à disposição um curso que ajude os gestores nesse propósito, totalmente focado nas especificidades do setor vidreiro, pode ser fundamental. Pensando nisso, a Abravidro e o Sinbevidros realizarão em São Paulo, de 9 a 11 de abril, o curso Gestão Financeira Estratégica para Empresas do Setor Vidreiro. Conheça mais sobre ele a seguir.

Pronto para os desafios do mercado
O objetivo do treinamento é qualificar os gestores do nosso setor na administração das finanças de suas empresas, abordando desde a formação de preço e definição da margem de lucro até o planejamento de investimentos e projetos de longo prazo.

“Nosso segmento conta com inúmeras oportunidades, e o empresário que conseguir atingir o equilíbrio entre volume e rentabilidade alcançará o sucesso”, avalia Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro. Nesse sentido, Victor Villas Casaca, presidente do Sinbevidros e 3º vice-presidente da Abravidro, aponta: “A profissionalização da gestão financeira é fundamental para que o setor evolua de forma sustentável. Com isso, sem dúvida, este curso é uma oportunidade valiosa para executivos do setor aprimorarem sua gestão e tomarem decisões mais assertivas, compreendendo o impacto real de suas decisões diárias na lucratividade, no caixa e na rentabilidade das empresas”.

O curso tem um site próprio, onde é possível conferir o investimento para participar e como se inscrever, entre outras informações.

 

 

Gestão Financeira Estratégica para Empresas do Setor Vidreiro

Quando: 9 a 11 de abril

Onde: sala Uplab-Senai na Fiesp – Avenida Paulista, 1313, 4º andar – São Paulo

Valores:

  • Associados Abravidro: R$ 4.315
  • Associados Sinbevidros: R$ 4.315
  • Associados a entidade regional afiliada da Abravidro: R$ 4.963
  • Não associados: R$ 5.610

 

Fotos: divulgação
Fotos: divulgação

 

Os professores

Flávio Málaga
PhD. e Mestre em Finanças pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), com MBA pela Boston University (microeconomics), graduado em Ciências Contábeis (CRC-SP). Sócio do escritório de assessoria financeira Málaga & Associados, Flávio atua na avaliação econômico-financeira de empresas e projetos de investimentos, em projetos de otimização de performance, de reestruturação financeira e em processos de fusões e aquisições. Também participa como expert contábil e financeiro em procedimentos arbitrais envolvendo danos patrimoniais. Em 2024, foi um dos palestrantes do 16º Simpovidro, onde abordou o tema Governança financeira nas empresas vidreiras. Ele também foi entrevistado pelo VidroCast, o podcast da Abravidro. Além das atividades de assessoria, é professor de Finanças Corporativas e de Contabilidade do MBA Finanças do Insper desde 2006. Em 2005, publicou o livro Retorno de Ações, e em 2024, a quarta edição do livro Análise de Demonstrativos Financeiros e da Performance Empresarial, ambos pela editora Saint Paul.

Cristiane Kussaba
Mestre em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP) e Bacharel em Ciências Contábeis. Tem quinze anos de experiência profissional, tendo atuado na área de Políticas Contábeis em instituições financeiras como Banco BV, HSBC, Safra e Inter, além de ter trabalhado como consultora em Financial Risk Management na KPMG. Atualmente, Cristiane atua como consultora especializada em temas contábeis e financeiros no escritório de assessoria financeira Málaga & Associados e leciona em instituições de destaque como Insper, Fundação Instituto de Administração (FIA), Saint Paul Escola de Negócios e Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. Também possui experiência na coordenação acadêmica de escolas de negócios na Saint Paul Escola de Negócios e na FBM Educação. É coautora das obras IFRS no Brasil: temas avançados abordados a partir de casos reais e Manual de Contabilidade Bancária: aplicável a todas as entidades autorizadas pelo Banco Central do Brasil, semifinalista do Prêmio Jabuti Acadêmico.

 

Foto: DilokaStudio/Freepik.com
Foto: DilokaStudio/Freepik.com

 

Conteúdo do curso

Módulo 1 – Fundamentos Financeiros Aplicados ao Setor Vidreiro

  • Como interpretar o Balanço Patrimonial (BP) e as decisões de investimento e financiamento de uma empresa
  • Como interpretar a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) e suas margens
  • Rentabilidade no setor vidreiro: Indicadores essenciais para avaliação do desempenho financeiro
  • Exercícios práticos para aplicação do conteúdo

Módulo 2 – Precificação Estratégica e Formação de Preço

  • Formação de preço e impacto nas margens de lucro
  • Tipos de custos: Fixos, variáveis e semivariáveis e sua influência na precificação
  • Margem de contribuição: Como calcular, interpretar e utilizar na tomada de decisão
  • Margem de contribuição unitária e total: Impacto nas estratégias de precificação e volume de vendas
  • Ponto de equilíbrio: Econômico, financeiro e contábil – como calcular e utilizar na tomada de decisão
  • Exercícios práticos para aplicação do conteúdo

Módulo 3 – Gestão de Capital de Giro e Prazos Médios

  • O que é o capital de giro e como ele afeta sua empresa?
  • Ciclo Operacional vs. Ciclo Financeiro: Entenda as diferenças e a importância para a liquidez da empresa
  • Prazo Médio de Pagamento (PMP): Como negociar com fornecedores sem comprometer o caixa
  • Prazo Médio de Estocagem (PME): O equilíbrio ideal entre estoque, demanda e fluxo de caixa
  • Prazo Médio de Recebimento (PMR): Como acelerar recebimentos e evitar inadimplência
  • Estratégias para otimizar os três prazos e reduzir a necessidade de capital de giro
  • Exercícios práticos para aplicação do conteúdo

Módulo 4 – Investimentos de Longo Prazo e Novos Projetos

  • Planejamento Estratégico de Investimentos: Como alinhar novos projetos à visão da empresa
  • Análise de Viabilidade Econômico-Financeira: Como avaliar o retorno de investimentos em novas máquinas, tecnologia e expansão
  • Payback, Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR): Principais métricas para decisão de investimento
  • Exercícios práticos para aplicação do conteúdo

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Conceptcafe/stock.adobe.com

Veja como é o trabalho com vidro na linha branca

Tente lembrar como eram sua geladeira, seu fogão ou sua lava-roupas antigas, de anos atrás. Agora, compare com as versões que possui atualmente desses mesmos equipamentos. Uma coisa é certa: a presença do vidro é muito mais visível e marcante hoje do que antes. Nosso material ganha um espaço cada vez maior dentro do segmento de linha branca graças às suas características físicas e técnicas.

Pensando nisso, O Vidroplano preparou esta reportagem especial sobre o trabalho nesse setor. Quais as tendências atuais no uso de nossos produtos em eletrodomésticos? Que tipos de vidro são mais utilizados? Há diferença no processamento das chapas quando se compara a outros ramos consumidores? Saiba essas e outras respostas a seguir.

Por que olhar para esse mercado
Como visto na matéria de capa de O Vidroplano de janeiro, 2024 foi um ótimo período de vendas setor eletroeletrônico, marcando um aumento de 29% de janeiro a setembro do ano passado na comparação com o mesmo período de 2023 – o crescimento geral de 2024 ainda não foi divulgado, mas deve ficar entre 15% e 20%, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). Se focar apenas nos produtos de linha branca, o avanço também é significativo: alta de 19% de janeiro a setembro, com a comercialização de 11,3 milhões de unidades.

A era do vidro
Processadoras que atendem esse segmento podem falar melhor que ninguém sobre as atuais tendências na aplicação de nosso material. E a verdade é uma só: o vidro vem ganhando espaço e substituindo outros materiais, o que aumenta sua demanda. O fogão, por exemplo, é um dos itens que mais tem sido “envidraçado” – as três processadoras consultadas para esta reportagem o mencionaram como case desse movimento.

 

Foto: Sergey/stock.adobe.com
Foto: Sergey/stock.adobe.com

 

“O fogão com mesa de vidro ganhou visibilidade no mercado e tem conquistado os donos de casa pela facilidade de limpeza e aspecto moderno, além de não perder a qualidade ao passar do tempo”, comenta Hildegard Tres, proprietária da Casa do Vidro, de Bento Gonçalves (RS). A “mesa” de um fogão é a parte onde as bocas estão instaladas. Tradicionalmente essa estrutura sempre foi feita de aço inox, mas modelos com vidro estão se tornando mais populares.

“Existem ainda diversos fogões cuja parte frontal é toda em vidro”, revela Fabrício Flach, gerente-comercial do Grupo Tecnovidro, de Farroupilha (RS), empresa que teve grande experiência da atuação na linha branca alguns anos atrás. “Outro bom exemplo são as prateleiras internas de geladeiras, que antes eram fabricadas em aço aramado e, hoje, a maioria delas é de vidro temperado”. “O vidro muda o aspecto visual do produto, deixando-o mais sofisticado. Também tivemos o avanço da tecnologia, com inovações como inclusão de display touch screen ou fogões por indução, entre outras”, explica Sandaro Jr, que ocupa o cargo de comprador na Diamante Vidros, de São Caetano do Sul (SP).

Diferenças no processo
Existe, sim, diferença entre os vidros da linha branca para os de outros segmentos. É possível afirmar que são mais “complexos”: muitas vezes possuem serigrafia, geometrias não retangulares, formas arredondadas, com raios e recortes diversos que exigem um beneficiamento mais refinado. Os da construção, para efeito de comparação, são, geralmente, retos, com poucos furos ou recortes.

“Outro ponto que vale ressaltar é a grande escala de produção dos vidros de linha branca. Uma vez desenvolvido um item, ele roda em grandes lotes, e isso se repete ao longo do fornecimento. Já na construção civil, como cada projeto é exclusivo e com muita personalização, os lotes são pequenos e com grande variedade de itens”, afirma Fabrício Flach, do Grupo Tecnovidro.

Existe ainda mais um fator importante para diferenciar o mercado de vidros da linha branca dos demais: a exigência quanto à qualidade visual. Uma peça não tolera praticamente nenhum defeito – até pelo fato de ser facilmente perceptível, já que ficarão próximas ao usuário durante o uso dos eletrodomésticos. “O acabamento da lapidação deve ser perfeito; a serigrafia não pode conter falhas como serrilha; as medidas exigem cotas mínimas críticas. É necessário esse cuidado durante todo o processamento, caso contrário, a peça terá de ser descartada ao chegar ao final do processo, não sendo possível recuperá-la”, comenta Hildegard Tres, da Casa do Vidro. Por isso mesmo, é comum inspecionar cada peça individualmente antes de embalá-la, de forma a garantir que algo com defeito não chegue ao cliente.

 

 

Os vidros mais usados
Existe uma certa padronização no tipo de vidro aplicado na linha branca, a não ser quando se trata de usos específicos. “O que pode ocorrer de diferença é a escolha da matéria-prima pelo cliente no projeto, como a opção pelo vidro low-e, que tem baixa emissividade e aumenta a eficácia do produto dependendo de sua aplicação, pois impede a troca de calor entre ambientes internos e externos, auxiliando a funcionalidade de temperatura dentro do aparelho e diminuindo o gasto de energia”, explica Thamires Barbara, gerente da Qualidade da Diamante Vidros.

O temperado é o padrão da maior parte dos eletrodomésticos, variando da espessura conforme seu papel:

De 3,15 mm a 4 mm de espessura:

  • Geladeiras (prateleiras internas)
  • Forno elétrico (porta)
  • Fogão (porta)
  • Lava-roupas e lava-louças (tampa ou porta)

6 mm de espessura:

  • Cooktops
  • Fogão (mesa)

A serigrafia usada, assim como as cores, padrões de desenho etc., variam de acordo com a estética buscada pela fabricante.

 

Cooktops de indução usam vidros especiais, como o vitrocerâmico (Foto: Carl/stock.adobe.com)
Cooktops de indução usam vidros especiais, como o vitrocerâmico (Foto: Carl/stock.adobe.com)

 

A visão das fabricantes da linha branca
É importante ouvir também quem está do outro lado, consumindo nosso material. De acordo com Jacques Ivo Krause, diretor de Produtos e Comércio Exterior da Mondial, a aplicação do vidro, acima de tudo, precisa levar em conta a qualidade técnica: “A resistência mecânica aos choques de temperatura, por exemplo, é um item muito importante na definição dos vidros. Em seguida, consideramos a qualidade visual e por fim, a competitividade de custo”. As espessuras são determinadas por ensaios técnicos, seguindo indicações de normas técnicas, a fim de garantir segurança dos usuários diante de possíveis variações na forma de uso.

Os benefícios que o vidro traz aos produtos da empresa são vários: “A transparência e resistência térmica para os fornos e air fryer oven são muito importantes, uma vez que entregam benefícios aos usuários. Já nos cooktops, seja a gás ou por indução, a resistência mecânica aos choques térmicos e o acabamento trazem beleza ao produto, trazendo modernidade às cozinhas”, comenta Krause.

A Mondial, segundo seu diretor, tem como política priorizar o suprimento nacional de matérias-primas. “Nossa política de relacionamento com parceiros e fornecedores é muito boa, já que acreditamos que o bom relacionamento garante crescimento mútuo e traz a certeza de entregas e melhor qualidade técnica dos insumos. Não é diferente com os nossos fornecedores de vidros”, reflete.

 

 

Qual é a norma do vidro para linha branca?
É a ABNT NBR 13.866 – Vidro temperado para aparelhos domésticos de linha branca, que estabelece requisitos e ensaios de avaliação do material destinado a esse segmento.

Ensaios
Semelhantes aos do vidro temperado (norma ABNT NBR 14.698), mas com diferenças importantes: devem ser feitos com corpos de prova com serigrafia em tamanhos e quantidades diferentes.

Requisitos

  • Tolerâncias dimensionais (espessura, dimensões lineares e tolerâncias para furos)
  • Acabamento de bordas
  • Empenamento, afastamento e abaulamento
  • Aspecto visual
  • Resistência ao choque mecânico
  • Resistência ao choque térmico
  • Ensaio de fragmentação

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Wiji/Stock.adobe.com

Edison Claro de Moraes participa do VidroCast

A temporada 2025 do VidroCast começou: na retomada das atividades do podcast da Abravidro, Iara Bentes, superintendente da entidade e editora de O Vidroplano, conversou com Edison Claro de Moraes, diretor da Atenua Som e idealizador do VidroSom, evento que há anos discute o potencial de conforto acústico de janelas e portas.

Além de falar sobre o vidro e a esquadria como soluções para o conforto acústico, Moraes comentou a experiência da sucessão familiar na Atenua Som com sua filha Nicole Fischer, diretora operacional da empresa e vice-presidente de Economia e Estatística da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), e ainda a chegada ao Brasil do evento Inter-Noise, um dos principais desse segmento no mundo. Leia a seguir alguns destaques da conversa – a íntegra do podcast pode ser conferida no canal da Abravidro no YouTube e nas plataformas Spotify, Deezer e SoundCloud.

O insulado é um vidro que atende muito bem tanto o conforto acústico como o térmico, mas é pouquíssimo utilizado no Brasil. Qual a importância de os arquitetos e engenheiros conhecerem mais sobre essa solução e se preocuparem mais com ela ao tratar com o cliente?
Edison Claro de Moraes – O consumo nacional de insulado é uma vergonha para nosso segmento, e nós estamos perdendo um tempo enorme em relação a outros mercados. O Brasil vai ferver, a temperatura está aumentando em todo o País, o aumento do ar-condicionado já é uma realidade, e o uso do insulado na construção civil nesse sentido é fundamental. O Fernando Westphal tem um estudo maravilhoso que mostra que, se você colocar insulado nas obras do Minha Casa, Minha Vida numa região quente, por exemplo, a economia com ar-condicionado paga esse investimento em quatro a cinco anos.

Infelizmente, nosso setor foi por um caminho que coloca um tipo de vidro brigando com o outro, quando na realidade eles se complementam: se você usar um laminado dentro do conjunto do insulado, você tem ganhos ainda maiores de desempenho, e não faz nem cosquinha no custo total de uma obra.

Quando falamos de acústica, o vidro insulado é sempre a melhor solução?
EM – Olha, já quase arrumei cada briga… Eu digo que sim, e não tenho medo de errar; pode chamar o pessoal do vidro, os consultores, quem for. As vantagens do insulado são tantas: na comparação, o laminado tem ganho na baixa frequência, mas na alta frequência o insulado acaba tendo uma certa vantagem. Se você pensar que o sistema insulado preenche melhor o perfil do que uma chapa de vidro só, pela sua espessura maior, você tem um ganho na hora em que faz as vedações no próprio perfil – e depois tem ainda a questão térmica e de combinação de vidros, trazendo uma série de vantagens. Então, eu não pensaria duas vezes se tivesse que escolher.

 

“Infelizmente, nosso setor foi por um caminho que coloca um tipo de vidro brigando com o outro, quando na realidade eles se complementam.” Edison Claro de Moraes
“Infelizmente, nosso setor foi por um caminho que coloca um tipo de vidro brigando com o outro, quando na realidade eles se complementam.”
Edison Claro de Moraes

 

Em agosto do ano passado, você estava de malas prontas para participar de um evento no exterior sobre acústica e disse que voltaria com novidades. Que evento foi esse e quais as novidades que você trouxe?
EM – Entre os eventos que participei no ano passado, o mais importante foi em Nantes [na França], o InterNoise. Trata-se do maior evento de acústica arquitetônica do mundo: em 2024, participaram pessoas de 62 países (mais que uma Copa do Mundo), com um total de 1.800 participantes. Nos quatro dias de InterNoise, discutiu-se tudo sobre desempenho – para se ter uma ideia, um dos dias da programação foi só para o vidro –, e foi possível ver tecnologias, pesquisas.

Este ano, o InterNoise será realizado aqui no Brasil, em agosto: depois de 21 anos, conseguimos trazer o evento.

Por favor, fale um pouco sobre a programação desse evento.
EM – Ele vai reunir as maiores expertises sobre acústica. O Brasil forma muitos excelentes profissionais e PhDs nesse tema, mas infelizmente costumamos perdê-los. Em Nantes ano passado, devo ter visto no mínimo uns cinquenta brasileiros que estão trabalhando no exterior, alguns deles com soluções e tecnologias incríveis, e esse povo todo vai vir para cá. Será uma boa oportunidade para trocar informações, aprender e expor sua marca, tanto para o Brasil como para o exterior.

 

“Ter um negócio nesse segmento não é fácil, então a pessoa que tiver o privilégio de ter um sucessor não deve atrapalhá-lo.” Edison Claro de Moraes
“Ter um negócio nesse segmento não é fácil, então a pessoa que tiver o privilégio de ter um sucessor não deve atrapalhá-lo.”
Edison Claro de Moraes

 

Em relação à sucessão familiar, que é um assunto recorrente tanto no setor de vidro como no de esquadria, sua filha Nicole tem uma atuação muito forte no segmento. Foi você o responsável por colocá-la para atuar nesse mercado?
EM – Há alguns anos, ela tinha acabado de voltar de um intercâmbio na Suécia. Sentei com ela e perguntei: “Você está aqui na empresa por mim ou por você?”. Ela respondeu: “50% por mim e 50% por você”. Isso doeu em mim. Depois de uma semana, falei que ela podia ir embora, que estava tudo bem, eu contrataria outra pessoa, mas pedi para dar uma pensada antes, porque eu não queria atrapalhar sua vida. Passou um tempo, e ela ficou.

Acho que hoje estou no negócio por causa dela, e não o contrário – não é minha filha que trabalha para mim; sou eu que trabalho para ela [risos]. E digo mais: ter um negócio nesse segmento não é fácil, então a pessoa que tiver o privilégio de ter um sucessor não deve atrapalhá-lo. É complicado falar dos próprios filhos, mas eu tenho muito orgulho dela, ela trabalha pra caramba, então espero que toque esse negócio e faça a diferença na vida das pessoas.

Você quer deixar algum recado para quem acompanhou nosso papo?
EM – Eu tenho uma paixão grande pelo segmento, e gostaria que ele fosse melhor, que saísse da mesmice. Acho que está faltando um pouco mais de coragem e de amor, de não ficar pensando só em números e cifrões. O vidro é um dos materiais mais nobres da construção civil. Por que a gente vai pendurar qualquer coisa em volta dele?

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: reprodução

Cyberglass celebra cem anos de atividades no setor vidreiro

Empreender é uma tarefa complicada: no Brasil, uma a cada quatro empresas que geram emprego não sobrevive até completar seu primeiro aniversário. Quando esse espaço de tempo é aumentado de um para cinco anos, a taxa de sobrevivência segue baixa – apenas 37% das companhias criadas em 2017 no país seguiam em operação em 2022. Esses dados alarmantes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam o quanto a perenidade dos negócios se torna um desafio a ser superado todos os dias em nosso país.

Por isso mesmo, não é sempre que uma empresa, especialmente do setor vidreiro, chega a cem anos. A Cyberglass, processadora localizada em São Paulo, alcançou esse feito neste fevereiro de 2025, completando um século de trabalho com vidro. Essa história tão rara merece ser contada, e agora você confere um pouco sobre ela.

Crescimento através dos tempos
Natural de Santos, Domingos Seixas (avô de José Domingos Seixas, o atual CEO da empresa) fundou, em 1925, um pequeno negócio familiar chamado Seixas & Cia, no bairro do Brás, na cidade de São Paulo. O empreendimento no tradicional bairro paulistano, reduto de italianos, tinha por objetivo comercializar vidro em uma época em que a produção era limitada. Utilizado principalmente em janelas e na decoração, o vidro era considerado um luxo – mas a demanda por ele aumentava conforme a construção civil se desenvolvia, impulsionada pelo crescimento urbano.

Com um setor vidreiro mais consolidado nas décadas seguintes, a empresa sempre buscou novos posicionamentos dentro da cadeia: se tornou Fábrica de Espelhos Seixas & Cia (na época não existiam usinas, como hoje, para fabricar o produto); depois, virou Indústria e Comércio de Vidros e Espelhos São José; e, mais tarde, mudou de nome mais uma vez, para Verdi. Finalmente, em 2002, ocorre um rebranding total. A companhia se transforma na Cyberglass, passando a atuar como processadora, agora no vizinho bairro da Mooca, também muito italiano e que já foi importante polo industrial da cidade.

 

Algumas das logomarcas da Cyberglass ao longo de seus 100 anos (a atual é esta de baixo)
Algumas das logomarcas da Cyberglass ao longo de seus 100 anos (a atual é esta de baixo)

 

Longevidade
Para o CEO (e neto do fundador) José Domingos Seixas, é uma honra estar à frente da beneficiadora neste momento histórico. “Eu, como terceira geração da família a gerir o negócio, me orgulho de dizer que somos uma empresa saudável. Passamos por grandes desafios, mas sobrevivemos a todos. E fico mais feliz ainda sabendo que a quarta geração está pronta para assumir a Cyberglass a qualquer momento”, revela, fazendo referência aos sobrinhos Gláucia Guerrero, que é diretora de Suprimentos, e Rodrigo Guerrero, diretor de Operações.

“Estou na empresa há 27 anos e, quando olhamos para trás, vemos uma grande mudança. A Cyberglass, de uma pequena vidraçaria, se tornou uma grande indústria, sendo uma das referências hoje no mercado nacional”, comenta Rodrigo. “Eu não estou há tanto tempo, cerca de treze, quatorze anos aqui, mas também acompanhei essa evolução: a chegada dos computadores, das grandes máquinas, e nós conseguindo investir nessa tecnologia e manter a perenidade dos negócios”, analisa Gláucia.

A comemoração do aniversário foi dividida em dois momentos: uma festa para os colaboradores, e outra, para fornecedores, parceiros e clientes.

 

Conheça a Cyberglass

  • Fundada em 1925
  • 140 colaboradores
  • Foco na produção de vidros para a construção civil, especialmente os segmentos de fachadas e atendimento a prédios residenciais, comerciais e empresas de envidraçamento de sacadas
  • Capacidade para produzir 110 mil metros de laminados e 60 mil metros de temperados mensais

 

cyberglass3-fev2025

 

“O segredo é não fazer do negócio uma herança”

José Domingos Seixas e seus sobrinhos Gláucia e Rodrigo foram entrevistados pelo VidroCast, o podcast da Abravidro, e comentam a importância do legado da família nos negócios da Cyberglass

Como alcançar essa meta tão expressiva de cem anos em um mercado com concorrência tão acirrada como é o segmento vidreiro?
José Domingos Seixas: O segredo é não fazer do negócio uma herança. Porque com a herança existem interesses não muito claros entre as pessoas. Uma empresa familiar tem de ser gerida por capacitação, tem de ser direcionada. Eu acho que isso é o que levou a Cyberglass a sobreviver até hoje.

Gláucia Guerrero: Nós respeitamos muito a hierarquia. Cada um sabe exatamente onde é o seu lugar. O Domingos é o chefe, o dono da Cyberglass, e nós somos funcionários dele. Quando a gente fala de empresa familiar, várias pessoas perguntam como é viver, trabalhar no dia a dia sem brigar. Eu falo que cada um respeita o seu espaço. Ninguém passa por cima, ninguém quer ter mais poder. Existe a diferença de opinião, a divergência, mas a gente respeita o outro.

JDS: A família é a mantenedora desse pilar, desse equilíbrio. Isso, muitas vezes, é discutido em família, os problemas são colocados em família. Ninguém sofre sozinho, vamos dizer assim. A gente sofre em família e a gente se diverte em família.

Quais são os principais desafios do mercado?
Rodrigo Guerrero: A importação de vidros é uma coisa que afeta diretamente a gente, principalmente quando tem reajuste da usina, pois alguns importadores continuam com preços antigos, então quem importa tem uma competitividade maior. A informalidade, todo mundo sabe, é desleal. E também o que vem do governo, atrapalha não ter uma previsão mais clara, com os empresários tendo dificuldade em realizar investimentos, alta taxa de juros, incerteza do mercado, a construção civil prevendo uma redução para os próximos anos… Acho que esse é o momento que estamos vivendo hoje, e que não é muito diferente do que vivemos no passado.

Em 2019, vocês passaram por um momento terrível: uma enchente que atingiu as instalações da Cyberglass. Como foi aquele período?
RG: Esse é um dos pontos que mais marcou a empresa.

GG: E que mais machuca até hoje.

RG: É difícil pensar nisso sem se emocionar, porque, por mais que outras empresas tenham passado por isso, quando acontece com você, é dolorido. Mas a gente teve muita ajuda, vinda até de pessoas e empresas das quais a gente não esperava ou mesmo de quem a gente nem conhecia. Foi um prejuízo gigantesco, produção paralisada por meses. Todos os equipamentos eram eletrônicos, automatizados, com painéis na parte de baixo das máquinas, então tudo ficou submerso. E ainda teve a dificuldade para repor os componentes de maquinários com vários anos de uso.

JDS: Além de você não ter dinheiro, você tem de gastar. Naquele momento você não tinha de onde tirar. Todo meu estoque estava submerso. Todas as máquinas ficaram submersas. A gente perdeu todos os documentos trabalhistas, para você ter uma ideia… Mas a gente tinha certeza de que a empresa ia continuar. Então, a gente fez de tudo pra manter, pelo menos, os nossos clientes atendidos.

Qual a importância da resiliência de vocês pra construir essa história, inclusive nesses momentos de dificuldade?
GG: Tem que haver resiliência. Senão, você afunda e não volta. Você vai afundar em algum momento, mas você vai voltar, levantar, respirar.

Quais outros momentos da história da Cyberglass ajudaram a definir a empresa?
JDS: Qualquer episódio para a gente é relevante. A simples compra de um carro novo era super importante. A gente trabalhou com muito sacrifício e conquistamos as coisas assim. Então, festejava cada momento, cada pequena coisa. Eu acho que a gente é movido à satisfação. Todos os momentos dão muito prazer para a gente. É a conquista de um cliente, de um espaço novo, de um amigo no setor.

Para chegar aos cem anos de mercado, ter as pessoas certas na empresa deve ter sido fundamental. Qual a importância dos funcionários nessa trajetória?
RG: Total. Temos vários cases de vários funcionários crescendo e ajudando a empresa chegar onde chegou. Já tivemos ajudante geral da expedição, o carregador de vidro, que se tornou um dos melhores vendedores; tivemos ajudante que virou gerente e hoje tem vidraçaria própria. É disso que a gente precisa. Eu participei do setor de RH por alguns anos e, quando contratava alguém, falava “não trabalhe pra mim, trabalhe para você, porque você é uma empresa”. Tem muita gente que escuta e acaba crescendo junto.

Vocês chegaram a tentar outras áreas profissionais ou sempre quiseram seguir carreira no vidro?
RG: Comecei bem cedo e não porque eu quis [risos]. Foi bem no período de férias da escola, meus amigos na piscina e eu indo almoçar rápido em casa pra voltar pra empresa. Mas a gente pega amor, né? Desde pequeno eu frequentava a empresa, e sempre a vi como um futuro.

GG: Eu me formei em Direito, não tinha pretensão alguma de ir pra empresa. Mas após o término do meu casamento, precisei seguir minha vida, pensei “e agora, pra onde eu vou?”. E aí eles me abriram as portas e cá estou até hoje.

JDS: Eu comecei muito cedo. A gente morava em cima da fábrica, era um sobrado. E eu, aos 10 anos, trabalhava na produção de espelhos. Depois eu fiz cursinho pra vestibular, ia prestar pra Medicina, mas meu pai ficou muito doente. E aí mudei para ciências contábeis. Trabalhei um ano fora, em escritório de contabilidade, e depois retornei.

Domingos, depois de ser presidente da Abravidro por seis anos, e agora como vice-presidente do Sinbevidros-SP, qual é a sua visão sobre a importância do associativismo?
JDS: É algo que não tem parâmetro, sabe? É importante e ponto. É ali onde você discute, vê as dificuldades de todo mundo, procura entender o mercado, traz opiniões. Hoje eu percebo o quanto a gente perdeu no período em que a empresa não participava desse movimento do associativismo. Mas você só tem a ganhar. Não é uma despesa, é um investimento.

Nos últimos anos, a Cyberglass tem investido mais em marketing. Essa estratégia é parte da construção dos próximos cem anos da empresa?
RG: Eu acredito que sim. Quem não é visto não é lembrado. Quando a gente olha o histórico da empresa, por muitos e muitos anos ela foi uma vidraçaria muito pequena, então agora que a gente passou a ter um nome mais forte, a ser reconhecido no mercado, é preciso aparecer, participar de feiras etc. Hoje a gente tem o maior forno de têmpera do mercado, nós produzimos um dos maiores multilaminados de temperados do Brasil, atendemos a construção civil de ponta a ponta, desde a decoração até peças estruturais – e a gente tem de ser visto, tem de investir em marketing, para que as pessoas tenham conhecimento daquilo que a gente faz.

Antes de terminar nosso bate-papo, teriam um recado para deixar para o setor?
JDS: Para quem está junto com a gente no mercado vidreiro, concorrente ou não, quero falar que tudo é possível. A Cyberglass é a prova disso. A gente tem mais um caminho enorme a percorrer, sempre estendendo a mão, né? Porque se estamos aqui hoje é porque também estenderam a mão para nós.

RG: Gostaria de deixar um agradecimento aos funcionários. Eu acho que a gente é muito abençoado por tudo que conquistou. Eu lembro que quando era mais novo peguei um caderno e eu fiz uma lista de equipamentos que eu queria pra empresa. Uma lista de desejos. Há algum tempo atrás eu achei esse caderninho e me emocionei, porque, tudo o que estava naquela lista, nós conquistamos.

GG: Ninguém consegue nada sozinho. A gente precisa dos nossos colaboradores, dos clientes, dos fornecedores, e eles precisam da gente também. E tem de ter o apoio da família, sem sombra de dúvida, porque sem a família a gente não vai pra frente.

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Douglas Mann – Mkt Cyberglass

Revolução nos insulados

Será possível dar adeus aos gases que vão no interior das câmaras dos vidros insulados, substituindo-os por um material com melhor desempenho térmico? Se depender da empresa estadunidense AeroShield Materials, isso pode se tornar realidade em breve. A companhia anunciou, no começo do ano, que desenvolve sistemas insulados usando aerogel no lugar de gás.

O aerogel é um material sintético derivado de um gel, que tem seu componente líquido substituído por gás. Isso o deixa sólido e poroso – grosso modo, algo semelhante a uma esponja, mas com característica isolante e dessecante muito forte, sendo capaz de absorver grande quantidade de líquidos.

Segundo Aaron Baskerville-Bridges, cofundador e vice-presidente de Operações da AeroShield, o aerogel é duas a três vezes mais isolante do que os gases inertes padrão usados para melhorar o desempenho do insulado. “Com a tecnologia, janelas de vidro duplo podem ser 40% mais finas e leves do que as feitas com insulados triplos. A solução pode se traduzir em economias de milhares de dólares nas contas anuais de aquecimento e resfriamento de uma residência”, comenta.

Fiquemos atentos para ver se tal revolução realmente acontecerá.

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: romaset/stock.adobe.com

O Panorama Abravidro é essencial!

rafaelribeiro-fev2025Os dados de comércio exterior do mês de janeiro mantiveram ligados os alertas da cadeia de processamento. Os vidros temperados e laminados, nossos principais produtos, seguem registrando aumentos no volume de importação. Em um mercado com alto nível de ociosidade como o nosso, isso é um fator de grande preocupação para quem tem capital investido em equipamentos para a produção desses materiais.

E, por falar em números, está em andamento a temporada de coleta de dados sobre a performance das empresas vidreiras no ano de 2024 para a elaboração do Panorama Abravidro, único estudo econômico e produtivo do mercado de vidros planos e peça fundamental, junto do Termômetro Abravidro, dos nossos esforços enquanto entidade para estimular uma cultura de dados no setor.

O Panorama é publicado pela Abravidro desde 2012 e é reconhecido por todo o mercado como um documento essencial para quem quer entender os movimentos do segmento.

Para nós, processadores, é uma importante ferramenta para avaliar o desempenho de nossas empresas em relação à média do mercado, para entender o comportamento e evolução dos diferentes produtos ao longo do tempo e também para planejar investimentos ou correções de rota, por exemplo.

Aos demais elos da cadeia, o Panorama traz informações que são fundamentais para a compreensão do mercado, em especial para empresas globais, que precisam ter a sensibilidade para as especificidades brasileiras.

Para a Abravidro, os números do documento também são relevantes para o planejamento de benefícios aos associados e de nossa atuação institucional, principalmente no que diz respeito às ações de defesa de interesse.

Mesmo assim, o número de empresas que não participam da pesquisa ainda é expressivo, apesar de o estudo ser produzido com sucesso e reconhecimento há treze anos.

É válido reforçar que os dados nunca são divulgados de maneira individual, expondo as empresas. Além disso, ninguém da Abravidro tem acesso às informações. Elas ficam disponíveis apenas para os economistas – e eles assinaram um termo de confidencialidade, registrado em cartório, garantindo que não compartilharão, de forma alguma, as informações individuais.

Na Abravidro, nós construímos, junto de vocês, um mercado melhor e mais próspero. Por isso, fica o meu pedido: processador, responda à pesquisa para o Panorama!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

Pesquisa para o Panorama Abravidro 2025 já está aberta

Embora seja difícil prever exatamente os movimentos do mercado neste ano que começa (tentamos fazer isso na reportagem de capa, que você pode ler clicando aqui), uma boa forma de se preparar para 2025 é analisar o que aconteceu em 2024 em relação ao desempenho do segmento vidreiro. Publicado anualmente, o Panorama Abravidro tem esse papel: é um estudo essencial para todos os elos da nossa cadeia – e sua participação, processador, é de extrema importância! A seguir, entenda como a publicação beneficia todo o setor vidreiro nacional e saiba como – e por que – participar.

Mais de dez anos de credibilidade
A 1ª edição do Panorama Abravidro foi publicada em 2012, e até hoje o documento se mantém como o principal estudo econômico do mercado de vidros no Brasil. O levantamento traz dados atualizados sobre diversos aspectos do setor, incluindo faturamento da cadeia de processamento, volume produzido, itens processados mais fabricados e produtividade média das empresas, entre outros.

Para as empresas processadoras, o Panorama permite comparar os resultados individuais com os da média do setor, avaliando assim oportunidades e eventuais pontos de melhoria – e ainda correções de rota necessárias. Já no caso de fornecedores de equipamentos, insumos e acessórios, o documento ajuda a entender o cenário dos negócios, indicando as expectativas das empresas para o ano vigente na parte qualitativa da pesquisa.

Panorama também tem grande importância para as atividades da Abravidro: por meio dele, a associação consegue dimensionar o mercado e, assim, planejar ações para a defesa dos interesses do setor vidreiro, por meio da identificação dos principais pontos de atenção para a cadeia em âmbito nacional e da fundamentação de pleitos junto às diferentes esferas governamentais. Além disso, permite que a entidade elabore outras iniciativas, como aquelas voltadas para treinamento e qualificação de profissionais no País.

E por que as processadoras devem participar desse levantamento? “Quanto maior o número de respondentes, mais representativo é o resultado da pesquisa. Dessa forma, o mercado ganha como um todo”, explica Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro.

Segurança e confiabilidade garantidas
Acredite se quiser, ainda há processadoras que não participam da elaboração do Panorama Abravidro por medo de que as informações que enviarem possam “vazar” – mesmo que isso nunca tenha acontecido ao longo desses treze anos. Por isso, vale a pena repetir: apenas os economistas da GPM Consultoria têm acesso às informações fornecidas pelas empresas – nem mesmo a equipe da Abravidro tem contato com esses dados.

É importante ressaltar também que os economistas responsáveis assinaram um termo de confidencialidade, registrado em cartório, assumindo que apenas os números consolidados e agregados são tornados públicos, sem distinguir uma processadora da outra.

Como participar?
É bem fácil e rápido! Para responder à pesquisa, basta clicar aqui.

A Abravidro disponibiliza todas as questões abordadas no estudo em um rascunho que pode ser baixado pelas empresas – assim, é possível saber de antemão quais informações serão necessárias.

Dúvidas sobre o Panorama Abravidro?
Se tiver quaisquer dúvidas, envie-as por e-mail para panoramaabravidro@gmail.com

 

Quem conhece, recomenda!
A seguir, confira a opinião de algumas empresas que participam da pesquisa para a elaboração do Panorama Abravidro e também de players do setor que utilizam o estudo para definir ações ao longo do ano:

“Este documento é um importante indicativo de como vai o nosso mercado do ponto de vista de quem processa e fabrica vidro, o que o torna único e extremamente valioso para uma empresa fornecedora do mercado vidreiro como a Eastman. O documento se tornou uma boa referência para nossas análises, complementando nossos estudos internos de mercados. A maneira como os dados são compartilhados pelo Panorama não tem similar no exterior, o que ressalta sua singularidade.”
Daniel Domingos, gerente-comercial da Eastman para a América Latina

“O Panorama Abravidro é um marco essencial para o setor, pois fornece dados cruciais que permitem uma visão clara e detalhada das tendências e demandas futuras. Esses dados são fundamentais para que as empresas de maquinários possam alinhar suas expectativas e estratégias. Ao entender as projeções de crescimento e os desafios enfrentados pelas processadoras, as empresas conseguem planejar melhor seus investimentos, minimizar riscos e maximizar oportunidades. Além disso, o estudo serve como um guia para inovações tecnológicas e adequações de produtos, contribuindo para um desenvolvimento mais sustentável e eficiente da indústria.”
Moreno Magon, cofundador da Latamglass

“A Viminas faz questão de participar do Panorama Abravidro porque entende que é uma importante contribuição para o segmento vidreiro. Se as empresas fornecerem as informações corretas, todos seremos beneficiados, porque conseguiremos, com esses dados, ter consciência de como está se desenvolvendo o setor.”
Rafael Ribeiro, diretor-presidente da Viminas

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: ImageFlow/stock.adobe.com

Norma indica quais vidros podem ser usados em guarda-roupas

Publicada no ano passado, a norma ABNT NBR 17.192 — Móveis para dormitório – Guarda-roupas – Requisitos e métodos de ensaio inclui em seu conteúdo orientações a respeito da aplicação de vidros e espelhos na fabricação desse tipo de móvel. Os requisitos são apresentados no Anexo C do documento como normativos – ou seja, não são apenas recomendações, mas sim itens a serem cumpridos.

O texto do Anexo C já inicia com informações importantes sobre o uso e a segurança do nosso material, indicando, por exemplo, o fato de que vidros ou espelhos aplicados no sentido vertical e com dimensões típicas de guarda-roupas estão suscetíveis ao impacto humano ou de objetos.

Nas portas
Apenas vidros de segurança – temperados ou laminados – podem ser usados como portas. Essa regra se aplica a toda a altura da porta, independentemente da localização do vidro em relação ao piso ou se a forma de instalação for autoportante ou encaixilhada.

No caso dos espelhos, podem ser usados em portas na forma de revestimento – ou seja, totalmente colados em um substrato. Nesse caso, devem ser fixados em superfícies planas, com várias linhas de filetes adesivos na vertical, para evitar que os fragmentos maiores do espelho se desprendam em caso de quebra. Com isso, assegura-se que o peso da peça não seja suportado somente pelas bordas, evitando assim o empenamento e, consequentemente, a distorção óptica dela. Além disso, as arestas dos espelhos não necessitam ser totalmente encaixilhadas em molduras, desde que as peças sejam coladas conforme a orientação dos fabricantes dos adesivos usados, estabelecendo-se a quantidade, a largura e a distância dos filetes.

Caso não seja usado como revestimento, o espelho só é permitido como porta do guarda-roupas se for laminado de segurança.

Nas divisórias fixas
Nas partes do guarda-roupa que não se caracterizam como portas, o tipo de vidro permitido varia conforme a altura em que estiver em relação ao piso e quanto à forma de instalação:

  • Abaixo de 1.100 mm em relação ao piso: é permitido apenas o uso de vidros de segurança temperados ou laminados;
  • Acima de 1.100 mm em relação ao piso: são permitidos vidros do tipo comum (que não são de segurança), desde que sejam totalmente encaixilhados ou colados em todo o seu perímetro. Porém, a norma também sugere o uso de vidros de segurança temperados ou laminados como preferenciais nesse caso.

Cuidados adicionais
O Anexo C da ABNT NBR 17.192 traz outras orientações. Entre elas, recomenda que os fabricantes que utilizam espelhos em guarda-roupas informem ao consumidor os cuidados básicos para prolongar a vida útil do material: de acordo com o texto, o procedimento mais indicado para a limpeza é com pano macio, limpo e umedecido em água morna, nunca usando produtos de limpeza ácidos ou alcalinos ou materiais abrasivos.

Outra informação importante é que os vidros de segurança devem atender os requisitos presentes em suas respectivas normas técnicas (ABNT NBR 14.697 — Vidro laminado e ABNT NBR 14.698 — Vidro temperado); além disso, as prateleiras de vidro nos guarda-roupas precisam atender a ABNT NBR 14.564 — Vidros para sistemas de prateleiras – Requisitos e métodos de ensaio.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Fernando Saker

Prontos para mais um ano de conteúdo

A primeira edição de O Vidroplano em 2025 chega com aquilo que você espera todo mês de nossa revista: informação que agrega conhecimento ao seu dia a dia de trabalho.

E nada melhor que começar o ano refletindo sobre as expectativas para os próximos meses. Como já virou tradição em janeiro, trazemos uma reportagem completa a respeito do que as empresas de diversos elos do segmento esperam para 2025. Além de depoimentos das companhias vidreiras, analisamos os números dos diferentes mercados consumidores de vidro em relação a 2024. Confira clicando aqui.

Estreamos também uma nova seção, chamada “Negócios”. Nela, teremos histórias relevantes do empreendedorismo em nosso segmento. Para começar, falamos com a processadora gaúcha Modelo Vidros, que investiu R$ 80 milhões para a construção de uma nova sede na cidade de Garibaldi.

Tem ainda a agenda de eventos vidreiros para este ano; uma análise sobre os números do Termômetro Abravidro em 2024; uma matéria sobre o novo prédio do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o Masp, que ganhou fachada envidraçada com brises; e muito mais.

Espero que você esteja com O Vidroplano ao longo de 2025. Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Empresas vidreiras são premiadas no Top of Mind Casa e Mercado

Duas empresas vidreiras foram laureadas com o prêmio Top of Mind Casa e Mercado 2024: a Blindex (foto, à dir.) venceu na categoria “Boxe”, enquanto a Guardian (foto, à esq.) foi a campeã em “Espelhos” – além disso, ambas as companhias empataram em primeiro lugar na categoria “Vidro em geral”. A cerimônia de entrega foi realizada no final do ano passado, em São Paulo. Idealizado pela plataforma de conteúdo sobre arquitetura Casa e Mercado, a premiação tem como objetivo identificar as marcas do setor mais lembradas por arquitetos e designers de interiores.

Em comunicado à imprensa, Rafael Rodrigues, da Guardian, afirmou: “É um orgulho manter a marca como referência de mercado. Esse reconhecimento contínuo reforça nosso compromisso com a excelência e nos encoraja ainda mais a seguir investindo em inovação e novas tecnologias”. Já a Blindex, em postagem nas redes sociais, destacou que o reconhecimento recebido é reflexo da confiança de seus clientes, parceiros e colaboradores que caminham com a empresa na jornada de inovação, segurança e qualidade.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Divulgação Casa e Mercado

Caleidoscópio – janeiro 2025

DADOS & FATOS

Setor de materiais
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), dezembro apresentou alta de 0,4% no desempenho desse segmento frente a novembro – é o que aponta o Índice Abramat, elaborado pela Fundação Getulio Vargas com dados do IBGE.

2024 fecha em alta…
O crescimento do último trimestre aumenta a projeção da entidade em relação ao desempenho do ano: 2024 deve fechar com crescimento de 5,8%, número a ser consolidado na próxima pesquisa do indicador.

… e 2025, provavelmente, também
Para este ano, também são esperados números positivos, apesar de certa desaceleração: o faturamento das indústrias de materiais deve ter alta entre 2% e 3,5%, segundo as projeções de cenários da FGV.

Crescimento contínuo
“O cenário para 2025 indica a continuidade de crescimento, ainda que em patamares percentuais menores. Seguimos confiantes de que, com a continuidade dos trabalhos conjuntos de todos os participantes de nosso ecossistema, conseguiremos mais um ano positivo, fazendo frente a inúmeros desafios e ajustes”, analisa Rodrigo Navarro, presidente da Abramat.

 

Foto: Divulgação Samsung Newsroom’s Media Library
Foto: Divulgação Samsung Newsroom’s Media Library

 

 

FIQUE POR DENTRO

Resistência total
A fabricante Corning Incorporated, conhecida por fazer vidros resistentes voltados ao mercado de eletrônicos, anunciou uma parceria com a Samsung. O celular Galaxy S25 Ultra contará com o Gorilla Armor 2, o primeiro vidro antirreflexo e resistente a arranhões para o setor de dispositivos móveis. O material é a segunda geração do Gorilla Armor e oferece durabilidade aprimorada: em testes, chegou a sobreviver a uma queda de 2,2 m de altura – produtos concorrentes, de acordo com a Corning, quebram caindo de apenas 1 m.

 

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

 

 

RETROVISOR

Homenagem a um mestre
Há 12 anos, falecia o maior nome da arquitetura brasileira, verdadeiro ícone da arquitetura moderna, Oscar Niemeyer. Para homenagear esse mestre no uso de nosso material, a reportagem de capa de O Vidroplano de janeiro de 2013 trouxe vários projetos com vidro feitos pelo carioca, incluindo o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional (em Brasília), a sede da Organização das Nações Unidas (Nova York) e o Museu Oscar Niemeyer (Curitiba).

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Setor vidreiro andou de lado em 2024

Único indicador vidreiro a medir as vendas faturadas mensais de vidros processados (em m²), o Termômetro Abravidro teve um 2024 importante: além de ganhar novas formas de medição e de apresentação do conteúdo, o estudo firmou-se como elemento presente no dia a dia das processadoras, com média de mais de noventa empresas respondentes por mês. E, apesar de todas essas novidades, os números medidos pelo indicador foram apenas medianos – o desempenho do setor no ano “andou de lado” na comparação com 2023.

Com a queda de 14% vista em dezembro (veja mais sobre os dados do mês clicando aqui), a variação acumulada do ano fechou no negativo, em -4,6%. “O resultado de dezembro foi ruim, como já era esperado, por conta do recesso de fim de ano e o consequente número menor de dias trabalhados. Mas, infelizmente, essa queda ‘zerou’ o ganho que tivemos ao longo de 2024. Olhando a evolução dos dois últimos anos, o resultado ficou praticamente estável”, analisa Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro. Apesar disso, a variação acumulada dos últimos doze meses vem tendo resultados melhores, ainda que negativos – o que significa que o setor “parou de piorar”.

Presença do setor
“A resposta ao Termômetro tem sido muito boa, o que mostra que nosso setor se preocupa com seus números”, comenta Ribeiro. É importante, porém, uma maior participação das empresas também no Panorama Abravidro, o estudo anual da associação que tem um escopo mais abrangente (confira detalhes sobre a pesquisa para a edição 2025 clicando aqui). “Com mais processadoras participando do Panorama, a radiografia do mercado será ainda mais precisa. Dessa forma, teremos um mapa bem definido para ajudar no planejamento estratégico de nossos negócios”, afirma o dirigente da Abravidro.

O que mudou
O Termômetro ganhou uma metodologia de dessazonalização, a qual consiste na utilização de um modelo sobre a série de produção mensal de produtos minerais não metálicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – que abrange as atividades industriais do setor de vidros processados. Assim, foi feito o ajuste de dias úteis, considerando o calendário utilizado pelo mercado financeiro, somado à inclusão de meia-jornadas aos sábados e em feriados extraordinários (como dias de jogos de Copa do Mundo, por exemplo). Além disso, a base de dados do estudo (chamada de base 100) foi ajustada de dezembro de 2021 para abril de 2022, momento no qual o Termômetro passou a considerar a participação de uma base expandida de respondentes – antes, no período piloto, apenas empresas ligadas à diretoria da Abravidro podiam participar.

“O indicador está amadurecido. Em 2022, as variações eram muito elásticas; porém, agora não mais. Para ajustar isso, tivemos a ajuda das próprias empresas do setor, as quais sugeriram incluir a análise dos dias úteis”, comenta Sergio Goldbaum, economista da GPM Consultoria, empresa responsável pelo estudo (e também pelo Panorama Abravidro). “Este é um tópico relevante: se um mês tem cerca de 22 dias úteis, um feriado prolongado representa quase 10% do total de dias trabalhados, o que altera significativamente o resultado do indicador.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Aleksei/stock.adobe.com

Guardian anuncia nova liderança

A Guardian anunciou que Rafael Rodrigues assumirá o posto de diretor-executivo da empresa na América do Sul a partir de 1º de fevereiro. Renato Poty, que ocupou o cargo durante cinco anos, assumirá a posição de líder global do portfólio de produtos especiais da usina. Com mais de quinze anos de experiência na área comercial e na Guardian desde 2018, Rodrigues, informa a usina em comunicado, desempenhou papel relevante nas transformações da empresa, liderando a formação de equipes de alta performance. “É uma honra assumir essa nova função e dar continuidade ao trabalho que fortaleceu a presença da Guardian na América do Sul. Estou entusiasmado com as oportunidades de colaborar ainda mais com os nossos clientes e parceiros, sempre focado em inovação e excelência”, comenta. Ele, agora, se reportará a Guus Boekhoudt, vice-presidente-executivo e responsável pela área comercial global da fabricante.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Fabiano Ventura Fotografia

Novo prédio do Masp também aposta no vidro

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, mais conhecido como Masp, é um marco da capital paulistana: o prédio em que está instalado, em plena Avenida Paulista, tem um icônico design da arquiteta Lina Bo Bardi, marcado pelo uso de vidros na fachada – e até mesmo os cavaletes para os quadros expostos usam nosso material. Agora, o museu ganhou um novo edifício, localizado ao lado do original. Mais uma vez, o vidro foi escolhido, dessa vez junto de uma estrutura de brises.

 

vidroemobra5-jan2025

 

Harmonia entre as obras
Com projeto arquitetônico da Metro Arquitetos Associados, dos sócios Martin Corullon e Gustavo Cedroni, o prédio recém-finalizado conta com catorze andares e 7.821 m² de área – somado à recente concessão do vão livre do museu, a instituição dobrou sua área de atuação, chegando a 21.863 m².

Agora, o Masp aumenta em mais de 60% seus espaços expositivos: são cinco novas galerias para exposições, duas áreas multiuso, salas de aula, laboratório de conservação, área de acolhimento, restaurante e café, incluindo ainda depósitos e docas para carga e descarga de obras de arte. Outro destaque será um túnel de 40 m de comprimento, com conclusão prevista para o segundo semestre, responsável por interligar as áreas de acolhimento dos dois edifícios, facilitando a circulação dos visitantes.

De acordo com os arquitetos, o novo projeto (nomeado Pietro Maria Bardi, em homenagem ao primeiro diretor artístico do museu) deveria evitar grandes composições na fachada, de forma a estabelecer uma relação harmoniosa com o edifício histórico (agora chamado Lina Bo Bardi para honrar sua arquiteta). “Apostamos em um visual limpo, uma fachada homogênea, para não criar ruídos nessa relação. Ao mesmo tempo, o design monolítico, inspirado nas tipologias dos museus verticais, como os de Nova York, se destaca no entorno, conferindo-lhe um caráter próprio”, comenta Corullon.

 

Vidro e brise: estrutura metálica aplicada sobre a fachada envidraçada atua para evitar a ação dos raios solares nas obras de arte que serão expostas dentro do prédio
Vidro e brise: estrutura metálica aplicada sobre a fachada envidraçada atua para evitar a ação dos raios solares nas obras de arte que serão expostas dentro do prédio

 

Sobriedade
Isso explica a estética marcada por uma estrutura de brises, feita de chapas metálicas perfuradas e plissadas. Essa foi a solução encontrada para controlar a incidência de luz natural, evitando possíveis danos causados pela radiação às obras e materiais expostos internamente.

Mesmo assim, a transparência está lá, logo atrás dos brises, até para reforçar a conexão entre as duas construções que formam o museu. Segundo a Metro, enquanto a fachada envidraçada do edifício original cria uma continuidade visual entre o interior do museu e a Avenida Paulista, o novo projeto propõe um jogo de luz e sombra, permitindo que o visitante observe a cidade por meio de aberturas que se revelam apenas a quem está dentro do prédio durante o dia. À noite, a equação se inverte: as mesmas janelas revelam fragmentos da parte interna dos andares para o lado externo da construção.

Os vidros aplicados na fachada são laminados incolores 14 mm (6 + 8), enquanto os do térreo são multilaminados 24 mm (8 + 8 + 8), processados pela Cyberglass. A estrutura teve consultoria da QMD Consultoria, com a Prismatech produzindo as esquadrias.

 

vidroemobra4-jan2025

 

Novo prédio é financiado por meio de doações
A construção do novo edifício começou em 2019 – e a obra foi totalmente financiada por doações de pessoas físicas, sem uso de leis de incentivo. “Foram doados R$ 250 milhões para a construção. O sucesso da captação também é resultado de um modelo de gestão criado no Masp há dez anos, que trouxe para a instituição sustentabilidade financeira, transparência e profissionalismo”, explica Alfredo Egydio Setubal, presidente do conselho deliberativo do museu.

 

vidroemobra3-jan2025

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Leonardo Finotti

Claudio Mansur comenta o atendimento das vidraçarias a arquitetos

A Casa Mansur, antiga Mansur Vidros, destaca-se no mercado por ter se especializado em atender o mercado de alto padrão. Essa mudança, é claro, não veio de uma hora para outra – exigiu planejamento e qualificação: Claudio Mansur, diretor da empresa e membro da segunda geração da família que administra o negócio, explicou no VidroCast, o podcast da Abravidro, as nuances desse segmento e comentou a experiência adquirida trabalhando com seu pai, falecido em 2021. Leia alguns destaques da entrevista.

Conte um pouco da trajetória da Mansur no segmento do vidro.
Claudio Mansur – A Mansur está no mercado há mais de 65 anos. Sempre tivemos foco na construção civil. Participamos das obras de prédios icônicos em São Paulo, como o Banco Safra, na Avenida Paulista, e, há cerca de 22 anos, entramos também no setor do consumidor final.

Esse mercado de B2C [venda direta para o consumidor final] é praticamente outro mundo em comparação ao mercado B2B [empresa para empresa]: mexe muito com a emoção, com você ter um posicionamento, um produto, mas principalmente ter uma forma de lidar completamente diferente que a do B2B. Estamos entrando no lar do consumidor final. Houve uma remodelação muito grande da empresa para isso.

Muita gente, inclusive, pergunta sobre a diferença entre a Casa Mansur e a Mansur Vidros. Na verdade elas são a mesma coisa, com uma roupagem diferente – como nós nos comunicamos com os arquitetos e com os consumidores finais, identificamos que o nome “Casa Mansur” seria mais aceitável, já que estamos falando justamente da casa da pessoa. Sempre levamos um diferencial para o mercado, um algo a mais de que o cliente precisa.

Como funciona o trabalho com esse público?
CM – Nós criamos uma referência em atendimento que nos destacou no mercado de arquitetura, com um showroom bem posicionado na principal avenida de arquitetura em São Paulo, nos Jardins, onde estão as marcas mais importantes voltadas para esse segmento, e com uma forma diferente de atender. Estamos há bastante tempo desenvolvendo uma expertise ligada a esse atendimento tanto do arquiteto como do consumidor final – são duas linhas diferentes.

Eu sou arquiteto de formação, e nossa equipe é formada basicamente por arquitetos e engenheiros. A Casa Mansur se especializou muito em colocar profissionais para atender, de igual para igual, os especificadores que a gente recebe. É difícil falar a mesma linguagem se você não tem uma expertise daquele mercado. Nossa equipe é formada por profissionais altamente competentes, voltados para esse que é um público exigente.

Isso começa na especialização dos gestores. Eu me formei muito depois, quando já estava no mercado, justamente para atender essa necessidade que é iminente. Na área comercial, tive o melhor mestre possível, que foi meu pai. Então, não tinha como eu não ser um bom vendedor, e essa veia me trouxe para outras áreas.

 

“A Casa Mansur se especializou muito em colocar profissionais altamente competentes para atender, de igual para igual, os especificadores.” Claudio Mansur
“A Casa Mansur se especializou muito em colocar profissionais altamente competentes para atender, de igual para igual, os especificadores.”
Claudio Mansur

 

Como arquiteto, o que pode dizer sobre os ganhos do vidro em um projeto?
CM – Temos sempre de mensurar um detalhe: quão importante é aquele projeto, não só para o cliente, mas para a vida dele. Quando especificamos uma obra ou ajudamos o arquiteto nesse trabalho – afinal, teoricamente, a especificação é do arquiteto –, cabe uma responsabilidade de oferecer aquilo que serve para ele; pelo menos essa é minha conduta.

Por exemplo, tem gente que pede um vidro extra clear numa situação em que essa solução não é necessária. Assim, buscamos direcionar a venda para o lado certo, não para vender mais caro ou o que não precisa. Quando você vende o que não precisa, não é uma venda saudável. A gente pode até ganhar mais, mas será que isso é saudável para o cliente e para a sua empresa? Considerando a relação que você pode gerar com esse consumidor ao fornecer o produto adequado a ele, isso não seria mais valioso a longo prazo?

Levamos muito isso em consideração. Vemos muitos pedidos por guarda-corpos com vidros temperados, por exemplo, e explicamos que, por mais que o sistema esteja especificado daquela forma, não podemos fornecer essa solução fora das normas. São esses auxílios que ganham a confiança do mercado e fazem a empresa ir adiante.

Fale um pouco mais sobre o legado que seu pai deixou.
CM – Meu pai é muito conhecido no ramo do vidro, e já comecei herdando o próprio nome dele, Claudio – por isso, muita gente ainda me conhece como “Claudinho” na Mansur. E ele sempre foi uma pessoa muito querida: deixou muitos amigos, muitos aprendizados e um legado do qual meus irmãos e eu nos orgulhamos de levar adiante. Tive a honra de trabalhar lado a lado com meu pai por 23 anos, e me orgulho em dizer que foi a melhor relação que eu poderia ter com qualquer parceiro de trabalho; nunca tive uma discussão com ele.

 

“A liderança saudável não é a imposta, mas, sim, aquela pela qual você convence os seus colaboradores a olhar para o mesmo lugar.” Claudio Mansur
“A liderança saudável não é a imposta, mas, sim, aquela pela qual você convence os seus colaboradores a olhar para o mesmo lugar.”
Claudio Mansur

 

Ele é uma pessoa que sempre escutou muito antes de falar; ele nunca teve de impor uma opinião, e isso é um grande aprendizado para nós: quando você precisa impor a sua condição de chefe, isso significa que sua liderança está falha. A liderança saudável não é a imposta, mas, sim, aquela pela qual você convence os seus colaboradores a olhar para o mesmo lugar.

Esse foi um aprendizado muito importante que tive com ele, entre vários outros. Meu pai foi o melhor amigo, o melhor sócio e o melhor chefe que eu tive em toda a vida.

Há doze anos a Mansur tem a maior empresa de envidraçamento de sacada no Chile, a Vista Libre. Quais diferenças você observa no mercado chileno em relação ao mercado brasileiro?
CM – Eu sempre meço a arquitetura do Chile e a do Brasil: o Chile é um país sísmico, que sofre constantemente com terremotos e que tem uma preocupação muito grande com a parte estrutural, porque os edifícios precisam ter pilares, sustentações, amortecedores para aguentar os tremores – e vejo que eles não abrem mão da estética. Sinto falta disso um pouco no Brasil: nós nos preocupamos muito com a parte da segurança, mas abrimos mão da parte estética; nós não vamos tão além, não somos tão arrojados como poderíamos ser, porque aqui temos condições climáticas muito boas, não temos abalos sísmicos, então poderíamos ousar mais.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Termômetro Abravidro – Dezembro 2024

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Dezembro 2024

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de queda importante nas vendas faturadas em m² em dezembro de 2024 em relação a novembro.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou queda de 14% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com novembro, considerando ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (84 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abividro reelege presidente

Lucas Malfetano, diretor-executivo da Cebrace, foi reeleito presidente da Abividro. A eleição, realizada no começo de dezembro, também definiu os demais membros da diretoria da entidade, formada por fabricantes de vidro plano e oco: Denis Peres (representando a Nadir), Isidoro Lopes (AGC), Rildo Lima (Owen-Illinois) e Quintin Testa (Verallia). O mandato começou no início de janeiro e vai até o fim de 2026.

Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Divulgação Cebrace