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Gimav anuncia seu novo diretor

Fabrizio Cattaneo (foto) substituiu Laura Biason, que deixou a Associação Italiana de Fornecedores de Máquinas, Acessórios e Produtos Especiais para o Processamento de Vidro (Gimav) no final de 2019. Cattaneo ajudará o presidente da entidade, Michele Gusti, a guiar os fabricantes italianos de maquinário para processamento de vidro em direção ao alcance internacional. Para isso, ele já vem agendando uma série de visitas para se aproximar das empresas associadas e colocar seu conhecimento e experiência à disposição do setor de beneficiamento.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 566 (fevereiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto envidraçada é premiada na 10ª Art of Building

Os vencedores da 10ª edição da competição anual de fotografia Art of Building foram anunciados em janeiro. A ação, idealizada pelo Chartered Institute of Building (CIOB), recebeu inscrições de fotógrafos de mais de cem países. O prêmio dos juízes foi concedido a Pedro Luis Ajuriaguerra Saiz, que registrou o museu de ciência Hemisfèric, em Valência, Espanha: a foto, intitulada Fish (foto), faz os painéis laminados temperados da fachada da obra parecerem as escamas reluzentes de um gigantesco peixe, que ganha forma pelo ângulo da imagem integrando o edifício a outras estruturas em seu entorno e ao reflexo de todos eles na água, formando suas barbatanas e nadadeira.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 566 (fevereiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro prepara ações para celebrar seus trinta anos

Em maio de 2020, a Abravidro completa trinta anos de fundação! Para celebrar essa data tão importante, a associação preparou uma nova logomarca comemorativa, fazendo referência às três décadas de vida, além de diversas ações em nossas redes sociais. Fique atento para mais novidades em breve!

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 566 (fevereiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

AGC visita laboratório da Ufscar

ufscar

Representantes japoneses da AGC estiveram no Brasil no início de janeiro para uma reunião no Laboratório de Materiais Vítreos (Lamav, foto ao lado) da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). A comitiva participou de um workshop no qual pôde conhecer os trabalhos realizados no laboratório. Dentre os temas abordados, estiveram pesquisas básicas sobre cristalização de vidros; uso de inteligência artificial no desenvolvimento de material; suas propriedades com separação de fases; vitrocerâmicas bioativas; e materiais para baterias de estado sólido. A parceria entre as duas entidades vem desde 2018, e Edgar Dutra Zanotto, coordenador do Lamav, já foi ao Japão conhecer os laboratórios da multinacional.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 566 (fevereiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Participe do PPCPE da Abravidro

Lançado em 2016, o módulo Planejamento,Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE), da Especialização Técnica Abravidro é o curso de planejamento e controle da produção (PCP) pensado especificamente para as necessidades das empresas vidreiras, com metodologia exclusiva para o nosso setor.

O primeiro treinamento de 2020 do PPCPE será realizado nos dias 12 e 13 de março, na sede da associação vidreira, em São Paulo. Você já se inscreveu para essa turma?

É importante ressaltar que o conteúdo das aulas é atualizado periodicamente. Assim, mesmo que já tenha cursado o módulo antes, vale a pena refazê-lo de tempos em tempos para conferir tópicos mais recentes relacionados com o que ocorre no mercado vidreiro. Participe!

 

PPCPE em números
Desde sua criação, o treinamento já formou cerca de 250 participantes de 144 empresas de 19 Estados do Brasil e também da Bolívia e do Paraguai.

 

Público-alvo
• Operadores do setor de planejamento e controle de produção (plano de corte);
• Gestores do sistema de atendimento a pedidos de clientes;
• Profissionais ligados às áreas de vendas, logística e produção;
• Programadores, analistas e técnicos especializados.

 

O professor
Cláudio Lúcio da Silva, instrutor da área de Especialização Técnica Abravidro, é considerado um dos principais especialistas do Brasil na transformação do vidro. Possui vasta experiência em modelagem, instalação e gestão de processos industriais, além de ampla formação acadêmica.

 

Anote na sua agenda!
Data: 12 e 13 de março
Duração: 16 horas (divididas entre os dois dias)
Local: sede da Abravidro – Avenida Francisco Matarazzo, 1.752, Água Branca, São Paulo
Inscrições e mais informações: entre em contato com a área de Atendimento da Abravidro pelo telefone (11) 3873-9908 ou e-mail abravidro@abravidro.org.br

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 566 (fevereiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Veja as expectativas para o setor vidreiro em 2020

Começo de ano sempre é assim: as discussões em torno do desempenho da economia prendem a atenção de especialistas, empreendedores e até do cidadão comum. Na edição de janeiro de O Vidroplano, trouxemos uma reportagem com diversos indicadores econômicos, cujo objetivo era tentar entender se já superamos a recessão dos últimos tempos.

Este mês, voltamos ao assunto para perguntar ao setor vidreiro: finalmente voltaremos aos anos de grande crescimento, tanto na produção como no faturamento? A equipe da revista conversou com empresas fornecedoras dos processadores (usinas, fabricantes de maquinários, insumos, acessórios e ferramentas) para saber a opinião de cada uma delas a respeito das expectativas para 2020. Mas, antes, vale analisar mais alguns dados relevantes para a indústria e construção civil nacionais.

 

Aquecimento da construção civil?
Números indicam que o setor da construção civil estará mais movimentado do que nos últimos tempos — o que faz total diferença para o nosso mercado, já que, com mais obras sendo feitas, maior o consumo de vidro. Segundo a Associação Brasileira de Indústrias de Materiais de Construção (Abramat), o setor de materiais de construção fechou 2019 com alta de 2% no faturamento. A projeção para 2020 é de crescimento de 4%. Para efeito de comparação, esse mercado teve queda de 23,8% de 2015 a 2017. “Ainda que sujeito a muitas externalidades, o sentimento neste momento é de otimismo moderado, com um cenário de manutenção de um varejo forte, conjuntura econômica positiva e novas medidas de financiamento para o setor imobiliário”, afirmou o presidente da associação, Rodrigo Navarro, em matéria para o site do jornal Estado de Minas.

A entidade produz também o Termômetro da Indústria de Materiais de Construção, pesquisa que envolve empresas associadas. Na última edição, 65% das companhias ouvidas disseram que janeiro foi “regular” em relação ao faturamento. Fevereiro, no entanto, deverá ser bem melhor: 48% consideram que o mês será “bom”. Isso reflete o viés de otimismo dessa cadeia.

 

Alta ou baixa no setor automotivo?
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou dados a respeito dos resultados do setor automotivo nacional em janeiro. Apesar de a produção ter subido 12,2% em relação a dezembro, as vendas caíram incríveis 26,3%. No entanto, segundo a entidade, esses números são sazonais: historicamente, janeiro tem mais carros sendo produzidos e menos sendo vendidos.

As exportações também tiveram queda considerável (20%) na comparação com janeiro de 2019 — aliás, janeiro do ano passado foi melhor que o deste ano tanto na produção como nas vendas. Ao mesmo tempo, a fabricação de caminhões aumentou 20% em relação a dezembro e 5,3% em relação a janeiro de 2019. Reflexos de como a indústria nacional ainda tenta se ajeitar após a recessão.

 

Indústria otimista?
A última edição da Sondagem Indústria da Construção, estudo desenvolvido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), referente a dezembro de 2019, revela enfraquecimento das atividades do segmento, algo comum nessa época do ano.

Índice de intenção de investimento
Índice de difusão (0 a 100 pontos)*

indice-de-intenção-de-investimento• Os índices de nível de atividade e de número de empregados (abaixo) recuaram em dezembro na comparação com novembro. Porém, seguem em patamar superior na comparação anual com 2018;

• A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) também caiu: marcou 59% em dezembro, três pontos percentuais a menos que em novembro. No entanto, o indicador está 2% acima do número medido em dezembro de 2018.
Apesar dos números negativos, a propensão a investir (acima) do empresário desse setor aumentou significativamente. O índice de intenção de investimento registrou 44,4 pontos em janeiro, o maior valor desde setembro de 2014, e mais de dez pontos acima da média histórica (34,1).

Apesar dos números negativos, a propensão a investir (acima) do empresário desse setor aumentou significativamente. O índice de intenção de investimento registrou 44,4 pontos em janeiro, o maior valor desde setembro de 2014, e mais de dez pontos acima da média histórica (34,1).
Índice de evolução do nível de atividade e do número de empregados
Índice de difusão (0 a 100 pontos)*

gráfico-indice-de-evolução-da-atividade

 

Indústria 4.0:
segredo para crescimento?
Como visto na opinião das empresas do setor vidreiro, a produtividade é uma questão de grande importância para nosso setor — e para a indústria brasileira em geral. Uma solução seria o emprego de tecnologias da Indústria 4.0, como forma de automatizar processos e diminuir gastos.

O Brasil ainda engatinha nesse quesito, mas a situação tem melhorado. Em 2016, uma pesquisa realizada com mais de 2 mil empresas industriais de portes variados indicou que apenas 48% das companhias participantes utilizavam pelo menos uma das dez tecnologias digitais consideradas no levantamento. Em 2018, o percentual de grandes empresas que utilizam pelo menos uma das tecnologias digitais consideradas nessas pesquisas era de 73%.

A implementação dessas tecnologias, por exemplo, pode aumentar a produtividade de nossas empresas, tornando-as mais competitivas num cenário nacional e também estrangeiro. Por isso, é importar ficar de olho no 4.0 desde já.

 

Com a palavra, as usinas
As fábricas de vidro nacionais* comentam como foram os negócios em 2019 e o que esperam do setor vidreiro para 2020.

“Em aspectos comerciais, 2019 foi de uma dinâmica surpreendente, com um primeiro semestre insatisfatório e, a partir de agosto, evidências efetivas de retomada do crescimento, com o mercado vidreiro sendo impactado positivamente. No âmbito interno, foi um período muito bom para a AGC, com o acendimento do novo forno. Se nos últimos anos as palavras-chave eram desafio e otimismo, este ano estão acompanhadas de convicção e confiança muito maiores.

Acreditamos que a crise está sendo superada, dando lugar a um panorama econômico promissor. Em um momento em que temos possibilidades reais de crescimento, é importante que todos os elos da cadeia se preparem para esse novo cenário, com as usinas atentas ao balanceamento de oferta e procura, acompanhando as tendências do mercado.
Para a indústria de transformação, acreditamos na retomada dos investimentos de nossos clientes, para análise e entendimento de novas tecnologias e demandas do consumidor, assim como para a aposta na oferta de produtos de valor agregado. O foco principal da indústria deve ser a busca do crescimento sustentável. Para isso, temos grandes desafios, como o preço do gás, dificuldades logísticas e de transporte em um País de dimensões continentais e infraestrutura deficitária. Além disso, a preocupação com a sonegação é algo que as associações têm trabalhado de forma intensa para solucionar.”
Franco Faldini, diretor de  Vendas e Marketing da AGC

 

“Houve um encerramento positivo em 2019, com boas previsões para a construção civil, o que vem se confirmando no início de 2020. A maior produção de vidro no País é positiva, sendo reflexo do crescimento do mercado e da demanda pelo material. Nossa estratégia permanece a de abastecer o setor vidreiro com produtos pensados para o clima e antecipar as necessidades dos profissionais brasileiros. Se 2019 foi o ano dos “estandes de vendas”, este será o dos “canteiros de obras” e, nesse sentido, maior ocupação da mão-de-obra faz a “roda girar”, trazendo crescimento econômico. Os lançamentos da construção civil estão aquecendo a demanda por vidro, com novas obras e projetos que estão em andamento — de olho nessa consolidação do mercado de forma positiva, temos novidades a caminho.

A Cebrace também trabalha junto às associações do setor no desenvolvimento de ações e capacitação de vidraceiros e de profissionais do ramo de arquitetura. Isso faz com que as informações sobre os produtos, recomendações de especificação e a respeito do entendimento dos vidros de valor agregado sejam cada vez mais difundidas em todo o País.

Os juros baixos e a inflação controlada ajudaram a construção civil a buscar a retomada. A expectativa é de que o governo enxergue o segmento com cautela na reforma tributária, a fim de evitar o aumento da carga de tributos, o que seria um forte impacto negativo para todo o setor.”
Leopoldo Castiella e Reinaldo Valu, diretores-executivos da Cebrace

 

“A realidade macroeconômica ficou abaixo das expectativas que tínhamos para o ano passado, o que impactou o mercado e nos obrigou a sermos criativos para finalizar o período próximos de nossas previsões. Acreditamos que 2020 será um ano de retomada do crescimento do setor, em especial no segundo semestre. Essa expansão já pode ser observada em outros materiais da construção civil.

Com base em nossos estudos, estimamos um crescimento do consumo de vidros planos na ordem de 5% para este ano. Para que haja uma retomada mais contundente, são necessários esforços contínuos no conhecimento e na qualificação da cadeia produtiva, melhorando o nível de serviço dos profissionais em contato direto com o consumidor final, tornando consequentes a valorização e a utilização dos produtos de maior valor agregado. Continuaremos a evoluir de portfólio, ampliando o mix ofertado com lançamentos de produtos desse tipo, e ampliaremos nossos esforços para comunicar seus benefícios à cadeia produtiva e ao público. O vidro é um material nobre e precisa retomar essa posição. Para isso, o desafio é estimular ainda mais formas de aplicação diferenciadas. Entre as ações a que o governo federal pode se dedicar para a retomada da construção civil estão desburocratizar as regras de concessões de financiamento e criar um ambiente para a redução das taxas de juros dos empréstimos para aquisição de casas próprias.”
Henrique Lisboa, presidente da Vivix Vidros Planos

 

O que esperar de 2020
A opinião de empresas de maquinários, insumos, acessórios e ferramentas sobre a economia nacional e o nosso segmento.

“Em 2019, tivemos um grande avanço no mercado externo, o qual busca rebolos de qualidade e confiabilidade. O mercado interno ainda está em processo de maturidade na plena capacitação técnica. A esperança para 2020 é de crescimento, ainda mais no ano em que a Abrasipa completa sessenta anos. O consumo é o primeiro termômetro que indica essa melhora e, como um sinal positivo, o que deve aumentar inicialmente é o faturamento das empresas mais estruturadas. Aparentemente, a construção civil está retomando o crescimento e há boa perspectiva para o setor vidreiro. Para isso, temos de construir um ambiente mais ético, técnico e profissional. Todos nós, que fazemos parte dessa cadeia, temos a obrigação de investir em vendas mais técnicas e criar um crescimento sustentável, sem abalar os seus valores.”
Gabriel Leicand, diretor da Abrasipa

 

“Ano passado foi um período de superação e de resultados que foram além das expectativas. Esperamos um crescimento importante em 2020, mas gradativo em relação ao consumo de ferramentas. O setor caminha para uma melhora progressiva dos negócios. Porém, cada setor tem o seu momento — e acreditamos que o crescimento substancial para o setor vidreiro esteja mais adiante. Vemos a informalidade como grande problema para a retomada do setor e temos também a situação das importações de vidro, do antidumping, como ponto importante a ser definido. No geral, entendemos que nosso mercado precisa progredir no que diz respeito à gestão das empresas, levando em conta o planejamento estratégico, custos, definição de margens e consideração de resultados com perspectivas de investimentos.”
José Pedro Ruiz, diretor-comercial da Diamanfer

 

“O resultado do ano passado fechou dentro de nossa expectativa. Os primeiros indícios da recuperação do mercado da construção civil ajudaram a melhorar a curva no segundo semestre, e isso indica um bom potencial para 2020. Para o setor de interlayers, o esperado é que esse bom momento se mantenha e possa confirmar, de maneira efetiva, a recuperação da construção civil. O principal desafio será acompanhar a confirmação dessa retomada, que não depende apenas de um único segmento. Nesses últimos anos, o setor vidreiro, como um todo, adaptou-se a essa nova realidade e aguarda ansioso que os projetos (novos ou de retrofit) passem a sair do papel. Claro, ainda leva tempo para ser confirmado se esse crescimento será mantido. Entretanto, posso afirmar que a Eastman está preparada para responder a essas demandas à medida que forem acontecendo.”
Daniel Domingos, gerente de Contas para América Latina da Eastman

 

“Os negócios ao longo de 2019 foram dentro de nossa expectativa. Na realidade, houve diferenças entre as regiões em que atuamos, mas no final tudo se compensou. Nós esperamos um crescimento do setor vidreiro no Brasil em 2020 maior que o resultado tímido de 2019. Acreditamos que, sim, nosso mercado está trilhando uma retomada. Contudo vários fatores externos (política econômica, cenário internacional, reformas internas etc.) necessitam ocorrer para que o crescimento sustentável se torne realidade. Os principais desafios a serem enfrentados são o aumento da produtividade e a consequente diminuição dos custos de produção. Para isso, a nossa contribuição ao mercado são equipamentos de alto grau de automação e também de alto grau de confiabilidade, associado a alta produtividade.”
Luiz Garcia, diretor da Lisec Sudamerica

 

“2019 foi bom, superou nossas expectativas. Para 2020, esperamos um acréscimo nas vendas em torno de 20%, reflexo da retomada do crescimento e também da Glass South America. Já tivemos várias experiências que mostram que as vendas crescem no ano da feira. Podemos observar os movimentos de clientes preocupados em melhorar sua qualidade e também em reduzir custos. Sabemos que o consumo de vidro depende do ritmo da economia. Porém, devemos buscar incentivar a substituição do uso de outros materiais por vidro. O setor vidreiro terá como desafio para este ano aumentar sua produtividade. E, mesmo com o aquecimento da economia, ainda enfrentaremos um problema de falta de mão-de-obra. Por isso, teremos de investir em automatizar as produções, desde o setor de vendas até a expedição.”
Sandro Eduardo Henriques, diretor da Sglass

 

A economia brasileira, segundo um especialista
O Vidroplano conversou com o consultor da GPM Consultoria Econômica, Sergio Goldbaum. Professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Goldbaum é o responsável por consolidar os dados do Panorama Abravidro. A seguir, ele explica se o otimismo para este ano pode se concretizar.

 

A indústria e a construção civil ainda estão computando os últimos resultados de 2019. Com os números já divulgados, é possível considerar que o ano passado representou um passo na direção da retomada do crescimento econômico desses dois setores?
No tocante à indústria, o indicador de produção mensal do IBGE praticamente andou de lado ou até caiu, na média, em relação a 2018. Conforme os dados publicados, a fabricação de vidro caiu 2%, enquanto a de vidro plano e de segurança diminuiu 11%. Automóveis e a indústria moveleira ficaram, na média do ano, estagnados em relação a 2018. A fabricação de eletrodomésticos, em compensação, aumentou 10,6%. Já em relação à construção civil, a taxa de crescimento desse setor no índice de formação bruta de capital fixo (isto é, de investimento) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aumentou 2,1% em 2019. Também segundo a CNI, o índice de evolução do nível de atividade da construção civil aumentou 2% na média, em comparação com a média de 2018.

 

Levando isso tudo em consideração, é possível que o Brasil consiga bons resultados em 2020, deixando finalmente para trás a recessão dos últimos anos? Quais seriam os fatores para isso ocorrer?
Assim como de 2017 para 2018 e de 2018 para 2019, a passagem do ano passado para este foi marcada por otimismo crescente. O boletim de dezembro da Sondagem da Indústria da Construção, da CNI, destacou que o aumento do investimento mantém tendência favorável para a construção. O índice de intenção de investimento registrou em janeiro de 2020 o maior valor desde setembro de 2014.
Há motivos para otimismo: a reforma da previdência — tida como grande responsável pela crise fiscal do Estado brasileiro — foi aprovada, a taxa básica de juros (Selic) está na sua mínima histórica e a inflação está sob controle.
Mas, claro, é necessário cautela. Analistas advertem que a situação fiscal não está consolidada. A baixa histórica da taxa de juros não parece conseguir estimular a atividade econômica, colocando em dúvida a eficácia da política monetária. O desemprego ainda é enorme. O principal canal de financiamento público de investimentos, o BNDES, está sob revisão. Sem contar, é claro, as instabilidades no cenário externo: a disputa entre Estados Unidos e China, as eleições americanas, a saída do Reino Unido da União Europeia, e mesmo os impactos da epidemia de coronavírus, ainda que sejam temporários.
As previsões de mercado para o crescimento do PIB este ano expressam essa cautela: o Relatório Focus do Banco Central prevê crescimento moderado, de 2,3%.

 

Em relação ao setor vidreiro, como o senhor enxerga as possibilidades de crescimento para as empresas?
O setor vidreiro deve acompanhar a tendência geral de crescimento moderado, seguindo também as expectativas diferenciadas reveladas na Sondagem da Indústria da Construção.

Este texto foi originalmente publicado na edição 566 (fevereiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

O Vidroplano entrevista economista da CNI

Analisar o futuro da economia de um país não é fácil: diversos indicadores entram no jogo para saber o que pode ou não pode acontecer. Por isso mesmo, O Vidroplano conversou com o economista Marcelo Azevedo, especialista em políticas e indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), para tentar traçar um panorama mais claro sobre a situação do Brasil ao longo deste ano. Confira a seguir a conversa.

 

O senhor está otimista ou pessimista em relação à economia brasileira em 2020?
Marcelo Azevedo: A gente está na ponta otimista. Por mais que tenha uma frustração com o final do ano passado, a dinâmica que acreditávamos acontecer vai de fato ocorrer. Ou seja, o aumento da demanda, não percebido desde meados de 2019, será acompanhado mais de perto pelo aumento da atividade industrial, chegando ao ponto de começar, inclusive, a ter reflexos no mercado de trabalho. A concretização dessa confiança em mais produção, emprego e investimento está mais próxima agora que em outras épocas.

 

A indústria brasileira tem notícias boas e ruins quase simultaneamente: a Sondagem Industrial da CNI, relativa a novembro de 2019, mostra a ociosidade do parque produtivo caindo. No entanto, o IBGE divulgou que, nesse mesmo mês, a produção industrial caiu mais que a metade da alta nos três meses anteriores. O que esperar, então, da indústria nacional para 2020?
MA: Essa oscilação vem já de algum tempo… Olhando esses números, vemos 2019 pior que 2018 quando se pega a média dos dois anos. Mas parte do nosso otimismo tem a ver com outros indicadores que mostram que as empresas foram melhorando sua condição financeira ao longo do ano — algo essencial, sobretudo para conseguir o financiamento dos investimentos. Por mais que os números capitais, como produção e faturamento, ficaram aquém, variáveis importantes evoluíram positivamente: estoques, utilização de capacidade instalada e situação financeira.

 

O que precisa ser feito para a indústria trilhar o caminho da retomada do crescimento?
MA: A atividade industrial não está acompanhando o mesmo ritmo da demanda, e isso é um problema de competitividade. É notório que as condições com que as empresas brasileiras lidam são completamente diferentes das que parte de nossos concorrentes enfrenta — começando por questões tributárias, passando por infraestrutura, burocracia, que tiram bastante a competitividade, seja lá fora ou aqui dentro. Então, por mais que a gente tenha avanços é importantíssimo que essa melhora continue.

 

Em relação à competitividade, algo muito relevante pra indústria, como o senhor mesmo comentou, qual a forma de construir uma nova mentalidade para fazer com que nossas empresas consigam produzir mais e melhor?
MA: Eu acho que as empresas já estão, de alguma forma, cada vez mais ligadas a isso, até pela própria crise e pela possibilidade de uma abertura comercial. Elas entendem melhor a questão atualmente, é um processo natural que vem ocorrendo. Com relação ao governo, até pela natureza de algumas medidas do ano passado, acho que existe a preocupação com a competitividade. Essa agenda de reformas tem isso em mente, de dar mais continuidade para a economia como um todo. A gente fala em “melhorar” o ambiente de negócios, não somente a situação deste ou daquele setor, mas o espaço de negócios de forma geral. Isso parece ser o norte, e nós acreditamos, e esperamos, que continue assim este ano, porque tem muito trabalho pra ser feito.

 

 “A gente fala em ‘melhorar’ o ambiente de negócios, não somente a situação deste ou daquele setor, mas o espaço de negócios de forma geral”

 

O resultado do Produto do Interno (PIB) é sempre muito aguardado e debatido pela população brasileira. Porém, outros indicadores também revelam situação de um país. O PIB é realmente a mais importante forma de se medir uma economia?
MA: Vale perguntar-se: o que é o PIB? É a riqueza produzida pelo País. Você pega o PIB per capita e é a riqueza das pessoas — uma forma de, talvez, medir o bem-estar. Mas temos as limitações da própria estatística, pois, em uma nação desigual como a nossa, não necessariamente você está tendo uma melhora da população inteira. Mas o PIB é um resumo do quanto se conseguiu avançar na produção do País. Agora, até pelo que conversamos antes, é pouco olhar só para o PIB, por mais que ele resuma muito do que aconteceu. É importante estar atento aos determinantes, entre eles, por exemplo, a utilização da capacidade instalada, a produção industrial, pra saber de que forma estamos crescendo. Uma coisa é você se desenvolver com consumo, aumento de gasto público. Outra é estar baseado em investimento, algo sustentado, quando você está comprando uma nova máquina, abrindo uma nova fábrica, criando emprego.

 

O setor vidreiro depende diretamente de bons resultados da construção civil, segmento esse que teve quedas assombrosas em sua atividade a partir de 2014. O que esperar da construção em 2020?
MA: Foi realmente um tombo muito grande, e esse setor começa a esboçar alguma reação. Já no ano passado, teve um momento em que ele até nos surpreendeu, estávamos um pouco mais céticos com relação a isso. Mas mostrou um início de retomada interessante, e acreditamos que vai continuar este ano. Existe ainda uma série de limitações, como questões de infraestrutura, por exemplo, mas a construção de edifícios parece estar em uma situação melhor, estimulando parte dessa pequena alta. Do ponto de vista macroeconômico, esse mercado é muito sensível a incertezas, a instabilidades. A “arrumação da casa” feita pelo governo no ano passado foi no âmbito macroeconômico. Tivemos queda dos juros, a inflação se manteve razoavelmente estável e incertezas políticas foram reduzidas. Tudo isso é benefício para a construção. Tanto quem vai comprar como quem constrói precisa dessa certeza, pois o setor envolve negócios com um comprometimento de longo prazo, de valores altos. Então, ter essa segurança é muito importante.

 

Segundo a Sondagem Indústria da Construção, da CNI, o índice de intenção de investimento desse setor atingiu o maior valor desde setembro de 2014. É possível que essa vontade de investir por parte das empresas contagie o setor como um todo, mesmo com o cenário econômico ainda se encaixando?
MA: Acho que é por aí mesmo, o cenário se encaixando. A questão de investimento alto, se concretizada, pode garantir uma grande geração de emprego. Uma diferença que se nota entre o final de 2019 e o final de 2018 é justamente que, agora, a percepção de otimismo parece mais baseada em uma melhora real nas condições de negócios. Ano retrasado, a confiança era muito mais baseada em pura expectativa. Temos algo mais fundamentado no momento: há muito mais chance de essa intenção de investimento, de fato, concretizar-se em mais produção e, com isso, ter os efeitos benéficos que estamos esperando.

 

O governo federal promete, desde o ano passado, uma reforma dos programas sociais de habitação, como o Minha Casa, Minha Vida. Isso pode esquentar ou esfriar essa retomada da construção civil?
MA: Os sinais são de que vai existir uma revitalização desses programas. As próprias mudanças no ministério mostram uma vontade nesse sentido, e isso tende a ter efeitos positivos. Temos de ver primeiro quais mudanças serão feitas, mas só o fato de a lupa estar em cima desse assunto já traz uma expectativa. É cedo pra adiantar um julgamento, embora seja animador essa discussão ser realizada.

 

Em 2016, segundo o Panorama Abravidro de 2017, a participação de vidros não transformados (ou seja, sem valor agregado) chegava a 43,5% do consumo total de vidros no País. O dado mostrou enormes possibilidades a serem exploradas pelo mercado — mas também revelou a pouca comercialização desses produtos. Qual a importância desse tipo de item para a indústria nacional?
MA: É uma combinação da necessidade de ter ganhos de competitividade, algo que pode tornar esses produtos mais acessíveis, com o desenvolvimento da própria demanda. E aí incluem-se tanto uma saúde financeira (que no momento está um tanto debilitada) dos consumidores como uma possibilidade de crédito mais fácil para se adquirir esses bens. No final das contas, por mais que sejam um gasto maior no início, serão mais benéficos aos consumidores no médio e longo prazos. É aquela história: quando a situação aperta nas famílias, deixa-se de comprar carne para adquirir outros alimentos. O raciocínio é parecido. Fica mais difícil pensar nisso neste momento, mas à medida que a economia andar e fornecer ao consumidor formas mais baratas de financiamento, certamente vai dar um impulso nesse consumo. Com relação à demanda, estamos em uma etapa anterior, o que não impede de quem oferta continuar trabalhando pra tornar esses produtos mais disponíveis.

 

“Já se percebe esse movimento de aumento da demanda, e o ‘pulo do gato’ é você estar pronto pra atender o mercado”

 

O que seria possível sugerir para o planejamento de uma empresa vidreira a curto e médio prazos, levando em conta todas as projeções econômicas?
MA: Acho que é muito importante continuar esse arranjo interno na questão do financiamento, aproveitar as taxas de juros atuais para, em caso de endividamento, saldar esses débitos. Melhorar também a saúde financeira, aproveitar esse momento macroeconômico mais estável. Ao mesmo tempo, na falta de avanços na agenda por parte do governo, tentar trabalhar a melhoria da competitividade e da produtividade internas. Tudo isso para, quando a demanda de fato deslanchar, a empresa estar preparada para atender de forma imediata e com preços competitivos. Já se percebe esse movimento de aumento da demanda, e o “pulo do gato” é você estar pronto pra atender o mercado.”

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 566 (fevereiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Como evitar problemas no pós-venda

Na edição passada, esta seção trouxe dicas para chamar atenção do cliente na hora da venda. No entanto, os negócios de uma vidraçaria não acabam nessa etapa: o comprador ainda pode procurar o fornecedor para esclarecer dúvidas ou queixar-se de algum problema. É aí que entra a área de pós-venda.

Sua vidraçaria está preparada para esse tipo de atendimento? Um bom pós-venda é essencial para fidelizar o cliente e até para que seu negócio seja sugerido a outras pessoas. O Vidroplano consultou especialistas e profissionais do setor para indicar como atender o consumidor, quando e como tomar a iniciativa e quais os esclarecimentos que devem ser dados nesse contato.

 

Atendendo como gostaria de ser atendido
Para Glória Cardoso, coordenadora de Marketing e Vendas da Blindex, o primeiro e mais importante ponto estratégico é o foco no cliente, ou seja, colocar-se no lugar dele. “Conhecendo o comprador, é possível identificar ações e trabalhar em ferramentas que façam a diferença, sejam elas pesquisas de satisfação, lembretes de manutenção ou mesmo um serviço de atendimento ao consumidor”, aponta.

Essa visão é compartilhada por Renato Avanzi. Professor e especialista em negociação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), ele considera como início do pós-venda o exato momento em que a vidraçaria conclui a instalação para o cliente. “Ainda dentro da obra, o instalador deve convidá-lo para vistoriar o serviço e fazer uma simples pergunta: você está satisfeito com o resultado?”, sugere Avanzi. “Passados alguns dias, mais um simples telefonema pode continuar impactando o consumidor, para perguntar sua satisfação com o funcionamento do sistema e relembrar a forma recomendada para a limpeza e manutenção dele.” O especialista ressalta que essa recomendação, além de mostrar real preocupação do vidraceiro, também evita alguns danos provocados pelo próprio cliente, pois este pode, depois, reclamar com a empresa atribuindo o problema ao produto.

A pesquisa de satisfação é uma boa forma de demonstrar atenção e obter respostas para aprimorar os serviços. Ricardo Câmara, diretor e instrutor da Central do Vidraceiro, sugere que, 24 horas após a instalação, o vidraceiro ligue para o cliente e peça para que ele faça uma avaliação de 0 a 10 em relação aos seguintes tópicos:

  • Atendimento por telefone;
  • Nível de conhecimento do vendedor;
  • Tempo de entrega do produto;
  • Organização e limpeza no local da instalação;
  • Qualidade do serviço prestado;
  • Qualidade e funcionamento do produto;
  • Recomendação da vidraçaria para um amigo.

 

equipe

 

Unidos para um bom atendimento
Para que o pós-venda funcione adequadamente, não basta o comprometimento apenas da equipe destinada a essa função. André Alves, sócio-diretor da vidraçaria Alto da Lapa Vidros, de São Paulo, conta que sua maior preocupação é que todos os colaboradores envolvidos na instalação e também a equipe comercial saibam a situação de qualquer obra no menor tempo possível para que o cliente não fique desatendido, principalmente em caso de problema. “Nosso foco é investir em processo, treinamento e sistemas, os três pilares de uma boa prestação de serviço”, acrescenta o dirigente.

 

O vidro quebrou…E agora?
Por melhor que seja o trabalho de uma vidraçaria, problemas sempre podem acontecer.E a forma como ela lida com eles é um ponto crucial para se diferenciar da concorrência – seja de forma boa ou ruim. “Eu sempre digo que a melhor forma de atuar sobre uma crise é evitar que ela ocorra”, ensina Avanzi, da ESPM. “Portanto, o controle de qualidade da vidraçaria tem de ser melhorado ao máximo, de tal forma que os problemas sejam identificados antes do próprio cliente, evitando as reclamações.” Porém, saliente-se: como nada é perfeito, algo pode ocorrer mesmo com um bom controle de qualidade. “Nesse caso, é importante a rapidez no atendimento e um levantamento criterioso do que ocasionou o problema, para evitar que ele volte a ocorrer.”

Outras atitudes essenciais para a solução de um problema são:

 

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DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES: é recomendável entregar ao cliente, no ato da instalação, uma espécie de manual em que constem as responsabilidades dos dois lados, de quem instala e de quem compra. Essas informações também devem estar presentes no contrato de prestação de serviços, para evitar discussões sobre quem tem razão;

 

CONTATO DIRETO: para Ricardo Câmara, da Central do Vidraceiro, essa situação deve ser resolvida pessoalmente, permitindo que o cliente exponha todos os detalhes do acontecimento para que o vidraceiro possa avaliar o caso. “Nesse contato, sugiro que a vidraçaria tenha uma atitude parceira e compreensiva com o fato ocorrido, pois, mesmo que isso possa levar a uma substituição do vidro por conta da empresa, é sempre bom lembrar que ter esse cliente satisfeito é muito mais valioso do que perdê-lo.”

 

AGILIDADE NO REPARO: se o vidro quebrado for de uma janela, por exemplo, a demora na reposição pode levar a problemas como a inundação do cômodo durante chuvas, aumentando a insatisfação do comprador. Quanto mais rápida for feita a substituição, melhor;

 

APURAÇÃO E RESOLUÇÃO COMPROVADAS: “É muito importante que o vidraceiro registre as tratativas e soluções entregues e possíveis reparações dos problemas para que esteja munido de material de defesa em caso de processos judiciais que eventualmente possam acontecer”, orienta Glória Cardoso. André Alves, da Alto da Lapa Vidros, conta que sua vidraçaria já se antecipa fotografando todos os itens instalados. “Toda essa documentação nos permite ter mais segurança em argumentar sobre quais casos são, de fato, de nossa responsabilidade”;

 

PREÇOS CAMARADAS: caso seja constatado que a avaria foi causada pelo cliente, cabe a ele arcar com o custo da reposição do vidro – nesse caso, vale a pena oferecer um desconto, ainda que simbólico. “Faça com que o valor seja o mais justo e acessível para ele. Mesmo tendo uma redução no seu ganho, consumidores gratos tendem a fazer muitas indicações”, aponta Ricardo Câmara.

 

Garantias
A garantia de produtos e serviços é um tópico que frequentemente gera dúvidas – não só nos consumidores, mas também nos próprios vidraceiros. Por isso, antes mesmo de efetuar a venda, é importante estar bem informado a respeito do assunto.

Além da garantia contratual (que varia de acordo com o produto ou serviço), há também a garantia legal para bens duráveis, de noventa dias contados a partir do recebimento ou a partir do momento em que o defeito é identificado (para vícios não aparentes). Os prazos de ambas devem ser somados.

As datas e informações relativas à garantia devem ser mencionadas ainda durante a negociação e no ato da concretização do serviço. Avanzi sugere a elaboração e entrega de uma espécie de manual, impresso ou eletrônico, que traga a marca da vidraçaria como diferencial. “Essa é mais uma demonstração de preocupação com o cliente.” Como, em geral, os clientes não chegam a ler esse material, uma explicação sobre as principais orientações contidas nele também deve ser dada no contato pessoal ou, caso isso não seja possível, por telefone. “Além disso, todos os dados devem estar disponíveis no site da empresa ou em outras mídias sociais, como o YouTube, para que sejam indicadas caso surjam novas dúvidas”, acrescenta o professor da ESPM.
Com relação à garantia contratual, Câmara recomenda que ela seja de doze meses, pelo fato de instalações de vidro serem bens duráveis. “Acredito que nosso serviço pode ser muito mais valorizado quando apresentamos um diferencial de mercado, oferecendo um tempo maior de garantia sem custo para o comprador”, salienta. “E, quando esse item é acionado, precisamos ter o mesmo padrão de atendimento e serviço de uma venda: uma solicitação de garantia pode ser uma grande oportunidade de fazer novos negócios.”

 

Porta de entrada para novas vendas
Além da resolução de problemas, o pós-venda permite estreitar os laços entre a vidraçaria e o consumidor. “O relacionamento com o cliente é reforçado à medida que ele se sente tranquilo com a compra e com a empresa”, destaca Glória Cardoso, da Blindex.

Para Avanzi, um pós-venda adequado não se limita a resolver os problemas que surgem: deve antecipar-se, realizando contatos para manter o cliente sempre informado sobre a existência da vidraçaria. Ele alerta ainda que, se sua empresa desaparecer do cenário, o comprador vai procurar quem estiver mais vivo na memória dele no momento que precisar. “Por isso, mantenha contato com os consumidores por telefone, e-mail, WhatsApp ou qualquer outro meio de comunicação. A venda nunca termina na entrega ou na instalação dos produtos. Um cliente deve ser considerado cliente pelo resto da vida”, ensina.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 566 (fevereiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Pacto Ecológico Europeu tem ações para o setor vidreiro

A Comissão Europeia publicou, no dia 11 de dezembro de 2019, o European Green Deal, ou Pacto Ecológico Europeu, documento que consiste em um pacote de medidas com o objetivo de tornar a Europa o primeiro continente no mundo com impacto neutro no clima até 2050 – isso inclui desde a redução ambiciosa de emissões de poluentes até o investimento na pesquisa e na inovação de ponta.

Para que essas políticas ambientais tenham êxito, o pacto ressalta que será necessária a participação de todos, desde os cidadãos até os diversos setores de produção no continente, incluindo o de vidros planos. E engana-se quem pensa que as mudanças são vistas de forma negativa por nosso setor: segundo a Glass for Europe, associação europeia de fabricantes de float, o segmento não só ficou animado com o anúncio, como já está pronto para apoiar essa causa.

Para estreitar a conversa com as autoridades europeias na implementação das medidas, a associação lançou, no dia 29 de janeiro, a publicação 2050 Flat glass in climate-neutral Europe: triggering a virtuous cycle of decarbonization (Vidros planos na Europa com impacto neutro no clima até 2050: desencadeando um ciclo virtuoso de descarbonização).

Eficiência envidraçada

Um dos pontos centrais abordados pela Glass for Europe é que, para atingir os objetivos estabelecidos pelo pacto, o continente precisará usar muito mais vidros de alto desempenho, como os insulados. Com eles, será possível reduzir a demanda por energia – a maior fonte atual das emissões de gases de efeito estufa da União Europeia (UE).

Da parte de nosso setor, a publicação reconhece a necessidade de que o float seja fabricado com a menor emissão possível de gás carbônico (CO2). Nesse sentido, a associação ressalta que as indústrias vidreiras já vêm desenvolvendo iniciativas para promover a redução, seja na aplicação de novas tecnologias no processo produtivo, no aprimoramento logístico ou mesmo no maior aproveitamento da reciclagem do material em suas fábricas. Hoje, a produção de vidros planos representa apenas 0,13% das emissões totais da EU.

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Incentivo para a sustentabilidade

A Glass for Europe sugere no documento que as ações a serem tomadas pela UE rumo à descarbonização começam com a promoção de produtos que evitem a emissão de carbono. Nesse sentido, a entidade considera que a renovação de edificações pretendida no Pacto Ecológico Europeu será essencial.

Outras sugestões são: a remoção de barreiras que dificultem a reciclagem dos resíduos de vidro; o apoio e reconhecimento de pesquisa para tecnologias e produtos limpos; a criação de condições econômicas e de infraestrutura adequadas para atrair investimentos de baixo carbono; e a diversificação das fontes de energia, como a queima de biogás.

“O vidro plano é um material não substituível que é estratégico para a descarbonização da Europa”, avalia Bertrand Cazes, secretário-geral da Glass for Europe. “É crucial que a operacionalização do Pacto Ecológico Europeu crie as condições certas para que o nosso setor maximize suas contribuições para a neutralidade climática.”

Ações previstas para os setores econômicos da UE

Para a implementação do pacto, a Comissão Europeia vai propor um quadro legislativo em termos de clima, conferindo força de lei a esse compromisso e tornando-o um motor de investimento. Algumas das principais áreas consideradas são:

ENERGIA

Números: a produção e a utilização de energia são responsáveis por mais de 75% das emissões de gases de efeito de estufa da UE. Objetivo: descarbonizar o setor da energia.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Números: 40% do consumo de energia na UE tem origem nas edificações

Objetivo: renovar os edifícios para ajudar as pessoas a baixar as contas de eletricidade e reduzir a utilização de energia.

INDÚSTRIA

Números: a indústria europeia utiliza apenas 12% de materiais reciclados

Objetivo: ajudar as empresas a inovar e a tornar-se protagonistas de primeiro plano da economia verde.

MOBILIDADE

Números: os transportes representam 25% das emissões nesses países

Objetivo: introduzir formas de transporte público e privado mais limpas, baratas e saudáveis.

Este texto foi originalmente publicado na edição 566 (fevereiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Entidades regionais promovem eventos em SC e SP

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Por dentro do Contrato de Trabalho Verde e Amarelo
No dia 21 de janeiro, o Sinbevidros organizou um encontro em parceria com outros sindicatos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para discutir a Medida Provisória Nº 905. Publicada no ano passado, ela criou o Contrato de Trabalho Verde e Amarelo, modalidade de contratação destinada à criação de novos postos de trabalho para as pessoas na faixa de 18 a 29 anos de idade.

Os advogados Cintia Ribera e Glaucio Braga, do Departamento Sindical e de Serviços da Fiesp (Desin), explicaram as principais características e diferenças em relação à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e as vantagens da contratação. Fernando Pelai e Denilson Lopes, do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp (Depecon), abordaram os aspectos econômicos da nova MP.

 

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Expectativas para 2020
Também em São Paulo, o Sincomavi convidou o economista Jaime Vasconcellos para ministrar a palestra 2020 e a economia brasileira – Foco no varejo. Realizada em 4 de fevereiro, a apresentação fez um balanço da economia nacional em 2019, com destaque para os números alcançados pelo varejo. Em seguida, mostrou uma projeção para este ano, relacionando os principais desafios que serão enfrentados e as estimativas com relação ao Produto Interno Bruto (PIB), vendas e câmbio.

 

 

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Diretoria e agenda atualizadas
Em Santa Catarina, a Ascevi e o Sindicavidros-SC elegeram suas respectivas novas diretorias no dia 30 de janeiro – elas estarão à frente das entidades de 2020 a 2023. Lino Rohden (foto) permanece como o presidente da Ascevi.

Na mesma ocasião, as duas agremiações anunciaram também suas atividades para 2020, incluindo as datas para as edições do agora renomeado Qualifique, Pratique e Sirva-se, voltado para a capacitação dos profissionais vidreiros do Estado, e também do Archiglass, para arquitetos, designers, técnicos em edificações, construtoras e incorporadoras.

Diretoria da Ascevi – 2020-2023

Presidente
Lino Rohden
Vice-presidente
Alexandre Athayde de Oliveira Souza
Primeiro-secretário
Carlos Alberto de Souza Jr.
Segunda-secretária
Ângela Rohden
Primeiro-tesoureiro
Samir Cardoso
Segunda-tesoureira
Geizi Izaias Cardoso
Diretor-social
Orlando Pedro Nascimento
Diretor de Marketing
Lucas Java da Rosa

Conselho fiscal
Primeiro-conselheiro: Rafael Nandi da Motta
Segundo-conselheiro: Guilherme Gorayeb
Terceiro-conselheiro: João de Campos
Primeiro suplente: Pedrinho Alcebíades Patrício
Segundo suplente: Luiz Jaison Lessa
Terceiro suplente: Odair Vilson Lehmkuhl

Diretores regionais
Região da Grande Florianópolis: Sandro Henrique Rensi
Região Sul: Tiago Mendes de Oliveira
Região do Planalto Serrano: Jairo de Oliveira Souza
Região do Vale do Itajaí: Marcelo Luiz Mangolt
Região Oeste: João Henrique Paludo Bolsi
Região Norte: Mauro Wagner

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 566 (fevereiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Confira os principais eventos do setor vidreiro em 2020

Este será um ano agitado para nosso mercado: serão realizadas feiras de alcance mundial (incluindo a principal da América Latina, aqui no Brasil), conferências, mostras e exposições. É até fácil perder-se com tanta coisa relevante. Por isso, O Vidroplano preparou um guia com os mais importantes eventos nacionais e internacionais do vidro em 2020. Confira a seguir – e não se esqueça de anotar na agenda!

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China Glass
Onde: Shanghai New International Expo Centre(SNIEC) — Xangai, China
Mais informações: www.chinaglass-expo.com

É a maior mostra do mercado em tamanho. Este ano, a organização espera contar com mais de 90 mil m² de área de exibição e mais de 40 mil visitantes de todo o planeta. Por enquanto, não há nenhuma notícia de que o surto de coronavírus na China possa comprometer a realização do evento.
AVISO!

Após o fechamento da edição impressa desta O Vidroplano, nossa redação recebeu um comunicado da organização da China Glass, uma das maiores feiras vidreiras do mundo. A nota anunciava o adiamento do evento, que seria realizado de 14 a 17 de abril, por conta de medidas de segurança e saúde pública para evitar a proliferação do novo coronavírus. Uma nova data para a mostra ainda não foi revelada – quando for decidida, tanto a revista como as redes sociais da Abravidro irão noticiar.

 

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Glass South America
Quando: 3 a 6 de junho
Onde: São Paulo Expo, São Paulo
Mais informações: www.glassexpo.com.br

Principal feira vidreira da América Latina, a Glass South America é realizada a cada dois anos na capital paulista. Com foco em tecnologia e design, apresenta soluções para aplicações de vidro e máquinas, equipamentos e acessórios, voltados para os setores de construção civil, arquitetura, moveleira e automotiva.

 

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Quando: 15 a 17 de setembro
Onde: Centro de Convenções de Las Vegas — Nevada, EUA
Mais informações: www.glassbuildamerica.com

Essa é a maior feira de nosso setor nos Estados Unidos. Players de diversas partes do mundo se reúnem para expor seus mais novos produtos e soluções para o mercado local. Anualmente, diversas empresas com atuação no Brasil marcam presença no evento.

 

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Glass Performance Days South America (GPD Same)
Quando: 4 de junho
Onde: São Paulo Expo, São Paulo
Mais informações: gpd.fi/events/gpd-south-america-2020

A versão sul-americana do mais importante congresso sobre tecnologia vidreira do mundo chega à sua 4ª edição, após um hiato de seis anos. O GPD Same, mais uma vez, será realizado dentro da Glass South America, em São Paulo, e receberá especialistas brasileiros e estrangeiros em nosso material para debater as possibilidades de seu uso.

 

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Glasstec
Quando: 20 a 23 de outubro
Onde: Messe Düsseldorf — Düsseldorf, Alemanha
Mais informações: www.glasstec-online.com

A Glasstec é o principal evento do mundo para o setor vidreiro. As mais tradicionais marcas em maquinários, acessórios e ferramentas revelam suas novidades em primeira mão ali. Entre seus vários eventos simultâneos, estão a Glass Tecnology Live, mostra que reúne soluções, estudos e protótipos focados em tecnologias que podem se tornar padrão da indústria num futuro próximo, e a Glass Art, exposição com obras de arte envidraçadas feitas por artistas internacionais renomados.

 

Vale a pena conferir também:
Expo Revestir
Quando: 10 a 13 de março
Onde: Transamerica Expo Center, São Paulo
Mais informações: www.exporevestir.com.br
Feicon Batimat
Quando: 31 de março a 3 de abril
Onde: São Paulo Expo, São Paulo
Mais informações: www.feicon.com.br

Fesqua
Quando: 16 a 19 de setembro
Onde: São Paulo Expo, São Paulo
Mais informações: www.fesqua.com.br

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 566 (fevereiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Amazon Temper Cariri conquista chancela do Inmetro

A filial da Amazon Temper na região do Cariri, Sul do Ceará, conquistou a certificação para vidros temperados em dezembro do ano passado. O objetivo da empresa, instalada no município de Crato desde 2015, era comprovar aos clientes a segurança de seus produtos fato que passou a ser realidade após a processadora exibir o selo do Inmetro nas peças de 6, 8,10 e 12 mm.

Veja na página a seguir três motivos essenciais para certificar seus vidros temperados, segundo a diretoria da empresa.

 

1. Melhora dos processos
“A certificação comprova as boas práticas, a qualidade na armazenagem, manuseio e processos produtivos e a segurança dos produtos para o consumidor que vai adquirir vidros para as suas casas e obras”, detalha o proprietário Jackson Luiz Florintino. Para ele, o processo garante maior conhecimento sobre o mercado, permitindo atender as demandas dos clientes ao mesmo tempo que se seguem os requisitos da NBR 14698 — Vidro temperado. “Além disso, eleva o nível de trabalho e nos faz querer ser cada dia melhores. Quando nos dispusemos a dar esse passo, sabíamos que teríamos um caminho a trilhar, mas que logo os benefícios seriam sentidos em toda a cadeia de valor da empresa”, relata Florintino.

 

2. Conscientização da equipe
Segundo Jéssica Thayana Florintino, sócia-proprietária da empresa, o processo trouxe aprendizados para todos os colaboradores na busca de encaixar a produção nos requisitos das normas vidreiras. “Aprendemos a valorizar a importância das técnicas para a têmpera.”, diz ela. O acompanhamento diário dos testes de fragmentação e empenamento, por exemplo, agora está mais aprimorado. Em geral, foi um período em que o trabalho em equipe acabou sendo fundamental para obter o resultado alcançado. “Era bonito ver o brilho nos olhos e a alegria de todos; eles sabiam da importância dessa conquista para a empresa e para seu ambiente de trabalho”, afirma Jéssica.

 

3. Nova imagem da empresa no mercado
“A certificação nos proporcionou um posicionamento diferenciado no mercado. Agora, estamos capacitados para atender obras que exigem vidros com certificado”, declara Jackson. A divulgação sobre o selo foi feita em diversas frentes: outdoor na cidade, pôster digital nas redes sociais, panfletagem e rádio. Tudo para levar essa informação aos consumidores e possíveis clientes. “Estamos empolgados para entrar em uma nova fase da empresa, o que inclui manter o selo de conformidade do Inmetro e dar continuidade à melhoria contínua, investindo em tecnologia para a produção do vidro e capacitação da equipe, além de obter outras certificações, como a ISO 9000”, revela Jessica.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 566 (fevereiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Portal Vidros recebe certificação de temperados

Com quase vinte anos de experiência no setor vidreiro, a amazonense Portal Vidros começou a processar nosso material há pouco tempo, em julho de 2017. Mesmo assim, a empresa, de origem familiar, percebeu que algo era muito importante para seus negócios: a certificação dos vidros temperados concedida pelo Inmetro. No mês passado, a processadora foi aprovada para ostentar a chancela em suas peças de 6, 8 e 10 mm de espessura.

 

Nova posição no mercado
Para o diretor Tulhio Moreira Israel, o selo coloca a empresa em outro patamar no quesito produtivo, pois permite o ajuste das atividades, seguindo um modelo bem definido que agrega avanços em diferentes sentidos. “O setor diariamente nos motiva a buscar melhorias constantes. Com um setor cada vez mais exigente, sem dúvida um selo de conformidade é bem recebido pelo público consumidor”, analisa.

 

Desafios
“O processo pelo qual passamos nos desafiou, pois os ajustes nos trâmites administrativos, os detalhes a serem seguidos na fabricação, assim como outros fatores, tores, eram todos com controles definidos em detalhes”, explica Israel, demonstrando que sempre existe algo novo, que poderá ajudar em suas atividades internas para uma processadora aprender. “Todos entenderam e ficaram felizes com a melhora percebida.”

Segundo Israel, algumas dificuldades foram encontradas na execução e atendimento da burocracia necessária. No entanto, a assessoria oferecida pela Abravidro ajudou a atingir os resultados. “O consultor Edweiss Silva trouxe-nos tranquilidade para desmitificar todo o processo, os benefícios a serem alcançados e preparar o futuro em relação a novas vistorias para a renovação do certificado.”

 

Retorno
Mesmo com a chancela tendo sido recebida no mês passado, já foi possível notar mudança em como os clientes passaram a enxergar a empresa. Israel relata com satisfação: “Ainda estamos preparando as estratégias de marketing para que todo o mercado tome conhecimento. Mas algumas pessoas sabem, e aos olhos delas isso trouxe ares de sofisticação à produção, além de maior confiança por termos um produto certificado”.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 566 (fevereiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Como organizar as finanças de uma empresa

Escrito por Robinson Idalgo

Uma boa administração das finanças é essencial para a sobrevivência e para a longevidade de qualquer negócio. Um dos principais erros de pequenos e médios negócios é focar somente em questões operacionais relacionadas aos produtos ou serviços oferecidos e esquecer-se do planejamento financeiro.

A gestão de finanças compreende a análise, o planejamento e o controle de todas as ações financeiras realizadas por uma instituição. Seu objetivo é organizar gastos para que as decisões possam ser tomadas com responsabilidade, segurança e eficiência.

Confira dicas para fazer a tarefa:

 

Tenha um plano de negócios
O plano de negócios é o primeiro passo para qualquer gestão financeira. O planejamento de todo o desenvolvimento e
crescimento do empreendimento servirá de base e sustentação para as ações da empresa. Estabeleça os valores, a missão, os objetivos, a proposta de valor, a concorrência e o cenário do produto ou serviço no mercado para conseguir começar a organizar as projeções de faturamento, custos e os fluxos de caixa.

 

Separe as despesas da empresa de contas pessoais
Além das questões fiscais e tributárias, esse profissional pode auxiliar com outras questões. Ter uma contabilidade bem estruturada é fundamental para a gestão financeira. O contador pode oferecer ideias importantes sobre balanços, custos, faturamento e oportunidades de melhoria operacional.

 

Faça o fluxo de caixa
O controle dos valores que entram e saem da conta deve ser minucioso. Isso porque esses números compilados revelam muito sobre a situação da empresa. Sem isso, o gestor não sabe em que ponto o negócio se encontra e não tem informações suficientes para tomar decisões.

 

Use a tecnologia a seu favor
A tecnologia trouxe uma infinidade de ferramentas para poupar tempo, minimizar erros e facilitar o trabalho. Investir em automação e integração é um ótimo negócio para eliminar tarefas manuais e repetitivas. Planilhas e softwares de gestão, por exemplo, permitem armazenar, compartilhar e atualizar facilmente dados mensais e diários, projeção de receitas, contas a pagar e receber, cotações e custos, entre outros.

 

Robinson Idalgo é diretor-comercial da SoftUp, empresa brasileira criadora do Sistema Grátis de Gestão.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 566 (fevereiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

De olho no futuro!

_MG_97572020 começou e as expectativas são muitas. A aguardada reforma tributária, o aquecimento da economia, a retomada da construção civil e outros sinais de que o País está voltando a crescer fazem até mesmo com que esqueçamos a longa crise vivenciada.

Os mais recentes dados anuais sobre o nosso mercado, disponíveis no Panorama Abravidro de 2019 (referentes a 2018), registraram uma mudança na dinâmica do setor, num movimento que, esperamos, pode indicar o início da retomada, com aumento no volume produzido e no faturamento de vidros processados. Agora é chegada a hora de saber se 2019 de fato representou essa virada.

A partir da última semana de janeiro, a Abravidro começará a receber as informações das processadoras sobre o ano que se encerrou. A pesquisa traz também um questionário qualitativo, com o objetivo de entender as expectativas dos processadores para os seus negócios em 2020. Conto com a participação de todos os nossos colegas para que possamos ter um retrato assertivo dos últimos doze meses para o mercado vidreiro.

Outro assunto em destaque para o nosso setor este ano é a renovação do antidumping do float. A Abravidro está habilitada junto ao governo para acompanhar o processo como parte interessada. Iniciado em dezembro, o processo irá definir se o direito antidumping aplicado às importações brasileiras de vidro incolor da Arábia Saudita, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos da América e México será aplicado ou não por mais cinco anos. Até a conclusão da revisão, que se dará em aproximadamente dez meses, as medidas atuais seguem valendo.

E já que começo de ano é tempo de planejamento, nunca é demais lembrar que em junho teremos mais uma edição da Glass South America, feira da qual somos parceiros exclusivos. O evento reúne os principais atores da cadeia vidreira nacional e da América Latina em São Paulo, e em 2020 volta a ter conteúdo técnico na programação, com o retorno do fórum Glass Processing Days South America (GPD Same).

As perspectivas são positivas. Agora é fazer nossa parte para torná-las realidade.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro participa do programa É de Casa, da TV Globo

No dia 11 de janeiro, a Abravidro participou do quadro “Sem Armadilha” do programa É de Casa, da TV Globo. Vera Andrade, coordenadora técnica da associação, explicou ao apresentador Zeca Camargo detalhes sobre a instalação, o uso e a manutenção do vidro em boxes de banheiro, conforme determina a norma NBR 14207Boxes de banheiro fabricados com vidro de segurança.

Logo na abertura do quadro, Vera deixou claro que o vidro é um material extremamente seguro: o índice de quebra em boxes é de 0,07% e o índice de ferimentos causados por isso é de 0,05%. Ela também ressaltou que a principal causa de acidentes é a falta de manutenção preventiva – daí a importância de ter seu boxe examinado por um vidraceiro a cada doze meses.

 

Vidro certo
Durante o programa, foi exibido o depoimento do jornalista e apresentador esportivo Alex Escobar, que se feriu na hora do banho com a quebra de uma prateleira de vidro comum. Vera aproveitou o relato para explicar que a NBR 14207 determina que somente vidros temperados (com ou sem película de segurança) e laminados podem ser aplicados em boxes.

A coordenadora técnica da Abravidro também respondeu a algumas dúvidas enviadas por telespectadores. Ela esclareceu que, mesmo em dias frios, não há risco de a água quente do chuveiro causar a quebra do vidro do boxe – afinal, ele é submetido ao choque térmico na fabricação justamente para ser até cinco vezes mais resistente que o vidro comum. Além disso, apontou que é normal ouvir estalos no vidro após o banho: o ruído é resultado da movimentação molecular do vidro e não representa qualquer risco.

 

Atenção aos detalhes
Vale destacar algumas dicas importantes para o consumidor identificar falhas na estrutura – elas podem levar à quebra dos vidros, então todo cuidado é pouco!

  • As bordas do vidro não devem apresentar lascas – em caso positivo, o vidro deverá ser trocado;
  • A abertura e o fechamento da porta não devem exigir esforço;
  • O vidro não deve se encostar-se ao chão durante sua abertura e fechamento;
  • O puxador não pode encostar-se na borda do vidro fixo quando a porta está aberta;
  • O vidro também não deve entrar em contato com materiais rígidos, como parede, parafusos e perfis, entre outros (segundo Vera, isso pode ocorrer quando o sistema está sem os batedores);
  • A guia da porta não deve estar ressecada ou muito flexível;
  • A estrutura toda do boxe deve estar firme.

 

Por fim, mesmo se seu boxe não apresentar nenhum dos problemas acima, faça a manutenção preventiva a cada doze meses com profissional qualificado.

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

 

Panorama Abravidro: participe!

O setor vidreiro já está acostumado: todo começo de ano, a Abravidro começa a preparar uma nova edição do Panorama Abravidro. O documento,publicado anualmente desde 2012, é o único estudo econômico sobre a produção vidreira nacional, feito com base nas informações fornecidas pelos processadores de todo o País.

Quem já participou da pesquisa sabe que é um processo rápido, fácil e seguro. O que muita gente talvez não saiba é o quanto é importante para o nosso mercado que todos os processadores contribuam para a sua elaboração.

A seguir, explicaremos um pouco sobre como o estudo contribui para o desenvolvimento da cadeia de vidro brasileira.

 

Fonte de consulta e demandas do setor
Os dados do Panorama são fundamentais para dar dimensão ao mercado vidreiro nacional: os processadores e demais empresas da cadeia podem encontrar todos os números essenciais do setor, usá-los para definir suas ações ao longo do ano e até mesmo para comparar os resultados de sua empresa com o desempenho do mercado: produção em m2, faturamento do setor, produtividade dos trabalhadores e evolução do preço médio dos vidros temperado e laminado são alguns dos dados disponíveis. O documento traz ainda a capacidade nominal produtiva das plantas de float instaladas no País, resultados da balança comercial de vidros e outros dados relevantes.

Além disso, o levantamento permite que a associação entenda quais são os principais problemas do mercado no Brasil e quais as medidas necessárias para resolvê-los. Assim, é possível solicitar medidas que atendam de forma específica nossas empresas junto ao governo federal.

 

Por que participar?
Porque, quanto mais empresas participarem, mais precisos serão os dados presentes no estudo. Em outras palavras, com uma amostragem maior, é possível ter uma visão mais clara da situação do mercado, identificar se ele está em crescimento ou queda, saber quais são as principais dificuldades enfrentadas pelos empresários e, assim, preparar ações que precisam ser tomadas para superá-las.

 

Confidencialidade
O acesso às informações individuais enviadas pelas empresas para elaboração do Panorama Abravidro é restrito aos pesquisadores e nem mesmo a equipe da Abravidro tem contato com os dados enviados.

Quando sua empresa responde ao questionário, o conteúdo é enviado diretamente aos economistas Sérgio Goldbaum e Euclides Pedrozo, da GPM Consultoria.

Os dois, além de serem profissionais renomados e responsáveis pelas edições anteriores do estudo, já assinaram um termo de confidencialidade, registrado em cartório, assumindo que apenas os números consolidados e agregados são tornados públicos, sem distinguir uma empresa da outra.

Aliás, eles estão à disposição para esclarecer dúvidas dos participantes: basta enviar um e-mail para panoramaabravidro@gmail.com.

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Perspectivas da indústria e construção civil para 2020

Nos últimos dois anos, em 2018 e 2019, o País começou otimista em relação à recuperação econômica.

A ideia era deixar para trás de vez a recessão que atingiu diversos setores, incluindo a construção civil, à qual nosso mercado é intimamente ligado. Porém, o que era expectativa logo se transformava em decepção. Vejamos:

  • Em 2018, o Relatório Focus, documento publicado toda segunda-feira pelo Banco Central, que mostra as projeções econômicas brasileiras, apontava crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) de 2,7%. No entanto, o ano fechou em alta de apenas 1,3% (em parte graças à greve dos caminhoneiros no primeiro semestre e às incertezas das eleições);
  • Ano passado, a aposta era de crescimento de 2,55%, mas até o terceiro trimestre a média esteve em somente 1%. Quando o IBGE divulgar o número final em fevereiro, a expectativa é que não passa de 1,2%.

Por isso mesmo, a grande pergunta para 2020 é: chegou a hora da retomada?

 

Novo cenário

Para 2020, os números também são positivos:

  • O Relatório Focus de 20 de janeiro indica crescimento de 2,31% no PIB;
  • O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acredita que o PIB aumente 2,3%.

 

Para esse órgão, o crescimento se dará por meio da ocupação da capacidade ociosa dos diferentes setores. No entanto, será preciso melhorar a produtividade das empresas para o bom momento se estender.

Mas por que devemos acreditar que desta vez será diferente? De acordo com o Boletim Marco de dezembro, feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), um dos fatores que contribuíram para essa maior confiança foi a melhora nas condições financeiras. Afinal, hoje, há menor incerteza política: reformas estão sendo tratadas com maior rapidez pelo Congresso, e a principal delas, a da Previdência, considerada fundamental para diminuir os gastos públicos, já foi aprovada. Outros fatores importantes: a Selic, taxa básica de juros do BC, está em 4,5% ao ano, seu menor nível da história, e o consumo das famílias vem aumentando. Isso tudo dá maior fôlego ao comércio e, consequentemente, à indústria. “Na seção sobre atividade econômica, avalia-se que os dados divulgados ao longo do segundo semestre revelaram importante aceleração e surpreenderam positivamente a maioria dos analistas”, diz o FGV/Ibre.

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A situação da indústria
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o início de 2020 será importante para a economia atingir bons números. “É fundamental iniciar o primeiro trimestre no terreno positivo, em especial após tanto tempo andando para trás ou marcando passo”, escreve o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, em artigo para o jornal O Globo, publicado em 2 de janeiro. Segundo estimativa da CNI, os investimentos da indústria brasileira devem ter alta de 6,5%, fazendo com que o crescimento desse setor chegue a 2,8% e o da economia a 2,5%.

Como indica Andrade, vários fatores serão necessários para a indústria alcançar um desenvolvimento pleno:

  • novos aperfeiçoamentos nas relações trabalhistas;
  • ampliação do financiamento à produção;
  • redução do custo do capital nos empréstimos às empresas;fortalecimento do BNDES;
  • e qualificação da mão de obra, além de incentivos à inovação.

 

Quais as boas notícias?
A mais recente edição da pesquisa Sondagem Industrial da CNI, relativa ao mês de novembro de 2019, mostra que esse segmento vinha se recuperando nos últimos meses do ano passado. Alguns destaques:

  • PRODUÇÃO
    A produção industrial cresceu na comparação com o mês anterior (outubro). O índice de evolução da produção ficou em 50,9 pontos – vale lembrar que esse índice não costuma estar acima dos cinquenta pontos em novembro; desde o início da série, em 2010, é apenas a terceira vez que isso ocorre.
  • UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA
    A ociosidade do parque produtivo nacional está caindo: a utilização da capacidade instalada (UCI) se manteve em 70%. Desde setembro, a UCI supera o registrado nos mesmos meses dos quatro anos anteriores (2015 a 2018). Já o índice de UCI efetiva atingiu 46,7 pontos, o maior patamar desde outubro de 2013.

 

Quais as más notícias?
No dia 9 de janeiro, o IBGE divulgou um dado que serviu como um “balde de água fria” nos otimistas: em novembro de 2019, a produção industrial caiu 1,2% em relação ao mês anterior. Isso representa mais da metade da alta de 2,2% acumulada de agosto a outubro. A indústria de transformação seguiu a tendência para baixo desse mês: queda de 1,3%.

Isso mostra que, apesar de a recuperação ser viável, ela pode ser mais complexa do que o esperado. “O resultado da produção industrial funciona como um sério lembrete de que o crescimento econômico deve acelerar, mas o processo não é linear nem homogêneo”, comentou Adriana Lupita, economista para a América Latina da Bloomberg Economics, em matéria do portal InfoMoney.

Além disso, segundo o Sinduscon-SP, o nível de emprego na construção civil brasileira diminuiu 0,23% em novembro, na comparação com outubro. Ao todo, foram fechados mais de 5 mil postos de trabalho. Vale lembrar, porém, que segundo a entidade, essa queda é típica dos meses de novembro e dezembro no País.

 

A situação da construção civil
Um estudo conduzido pelo Sinduscon-SP, com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), indica que o PIB da construção civil deve encerrar 2019 com crescimento de 2%, interrompendo um período de cinco anos consecutivos de queda no índice. Para este ano, a projeção é de alta de 3%.

O setor espera que as edificações residenciais tenham um ritmo melhor de crescimento, assim como as obras de infraestrutura, ajudando a atingir esse número. O que também pode influenciar no cenário é a reformulação do programa Minha Casa, Minha Vida, prometida pelo governo federal. Para o Sinduscon, a expectativa é de que possíveis mudanças sejam benéficas para novas edificações.

 

A situação do setor automotivo
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou os números referentes de 2019: foi a melhor média diária de vendas em seis anos (13173 unidades por dia). Além disso, dezembro contou com 262,6 mil automóveis licenciados, melhor resultado mensal desde dezembro de 2014. Ao todo, o ano passado fechou com 2,57 milhões veículos licenciados – dado que faz o Brasil saltar da oitava para a sexta posição no ranking mundial do segmento, à frente de França e Reino Unido, por exemplo.

Para 2020, a entidade estima crescimento de 9,4% no licenciamento de automóveis. Além disso, é esperada uma alta de 7,3% na produção de veículos em relação ao ano passado.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

 

Trabalho com vitrais: como são feitos

Surgido muitos séculos atrás, o vitral cresceu como um elemento ligado à simbologia religiosa: ao longo dos tempos, sempre foi instalado em igrejas e catedrais, mostrando imagens de santos ou narrando passagens bíblicas. No entanto, sua aplicação moderna inclui não apenas esses lugares, como veremos a seguir.

Nas próximas páginas, conheça mais sobre essa estrutura que, apesar de ser antiga, pode trazer modernidade aos ambientes. Aprenda como é feito, quais tipos de vidro são utilizados, os segredos de sua instalação e como anda o mercado nacional para esse produto.

O vidro correto
O tipo de nosso material a ser usado em um vitral faz toda a diferença: eles devem ser coloridos de fábrica. “Esse é um ponto muito importante. A pintura é feita somente em sombras, detalhes de rostos, pés, mãos ou outros desenhos”, explica Sunniva Geuer Simmelink, gestora-comercial da Vitrais Ton Geuer, empresa cuja família que a dirige faz vitrais há mais de 160 anos.

Esses detalhes em outras cores devem ser feitos com tinta cerâmica, que se funde ao vidro após passar por um forno. “Vidro pintado pode desbotar com a ação do Sol ou do tempo”, alerta Emerson Assis, diretor e proprietário da D’Falco Vitrais, outra especialista brasileira no assunto, com sede em Itatiba (SP) com mais de 25 mil m².

E qual a procedência dessas chapas? Ambas as empresas utilizam tanto vidros nacionais como importados. Porém, a proporção das peças estrangeiras é maior. “Trabalhamos com vidros de diferentes cores e texturas. O que predomina é o importado devido à variedade de tonalidades”, explica Assis, da D’Falco.

Como é feito?
Confira o passo a passo para a produção de um vitral, segundo a Ton Geuer:

1. Projeto: para a elaboração do projeto, são necessárias as medidas do vão onde ele será fixado. Se esse espaço já tiver caixilho (leia mais sobre eles na sequência), o produto é adaptado às suas dimensões. Caso contrário, o caixilho e o vitral são elaborados em conjunto;
2. Formas: preferências em estilos e cores são solicitadas após as medidas. Se o cliente estiver em dúvida, pode consultar um portfólio com várias opções. Em cada projeto, é realizada uma pesquisa para levantar dados como: cores predominantes no local, peças de decoração no ambiente e em qual posição nasce o Sol em relação ao edifício (para assim saber a quantidade de luz incidente);
3. Fabricação: a montagem do vitral segue a seguinte ordem:
• é feita uma reprodução no tamanho original (chamada cartoon), já com as medidas exatas do local a ser instalado;
• baseado nessa reprodução, vem o corte dos moldes de papel (chablon);
• na sequência, finalmente o vidro é cortado, seguindo à risca os moldes;
• as peças, então, são colocadas manualmente nos perfis (baguetes) de chumbo e estanho, que dão flexibilidade e rigidez;
• por fim, é passada a massa para vedação e resistência do vitral.

 

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Como é instalado?

Apesar de parecer óbvio, Emerson Assis, da D’Falco, reforça algo importante: “A instalação de vitrais deve ser executada por equipe especializada e com certificação, utilizando os devidos equipamentos de segurança”. Ou seja: a tarefa precisa da mesma atenção e qualificação que qualquer outra envolvendo vidro.
O produto pode ser aplicado sobre diversos materiais, conforme indica a Ton Geuer. Em todas as situações, é necessária a existência de uma espécie de “apoio”,um rebaixamento no perfil, com no mínimo 6 mm de profundidade, onde o vitral será encaixado.

• Madeira: as peças são fixadas nos próprios baguetes de madeira;
• PVC ou alumínio: devem ser usadas borrachas e baguetes apropriadas para cada tipo de estrutura, normalmente sob pressão;
• Ferro: na maioria dos casos, são usados silicone e massa de vidro. No entanto, alguns necessitam de baguetes também feitas de ferro;
• Estrutura em concreto: fixação com silicone ou massa de calafetar.

Portas e janelas que já possuem vão envidraçado podem receber vitrais, respeitando-se o rebaixamento no perfil citado anteriormente e a forma de fixação. Para vãos maiores, recomenda-se dividir o espaço em peças de aproximadamente 60 x 60 cm (dependendo sempre do formato e do desenho escolhidos).

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Como é o mercado?

“Muitas pessoas associam o vitral somente a igrejas, mas o mercado residencial é consideravelmente positivo também”, revela Sunniva Simmelink, da Ton Geuer. Janelas, portas de mobiliários, divisórias, claraboias: a integração do produto no dia a dia de uma casa, por exemplo, pode ser feita de várias maneiras. “É um mercado com demanda constante, seja por estruturas novas ou restauração de antigas.”

Emerson Assis, da D’Falco, analisa por outro viés: “A situação é a mesma de todo o setor vidreiro. Sofremos com a escassez de recursos e alto valor da matéria-prima”. Segundo ele, a necessidade de ter um alto capital de giro para arcar com custos de estoque, estrutura e mão de obra, em uma economia difícil como a brasileira, é um verdadeiro desafio.

Por isso mesmo, conhecer as possibilidades dos vitrais ajudará a disseminar seu uso para além de seu significado religioso.

 

História multicolorida
O professor universitário e mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP), Ed Marcos Sarro, compartilhou com O Vidroplano um texto acadêmico de sua autoria sobre a trajetória dos vitrais ao longo dos tempos. Reproduzimos abaixo trechos do trabalho para explicar essa história milenar.

 

Origens
O vitral parece ter surgido no Oriente Médio (onde começa a produção de vidro propriamente dita), por volta dos séculos 6 e 8 d.C. Presente nas mesquitas e nas residências de nobres muçulmanos, a técnica teria sido provavelmente trazida para o Ocidente após as Cruzadas. Nos primeiros anos na Europa, os vitrais eram apenas uma composição de vidros coloridos nas janelas das igrejas, sendo que as primeiras pinturas com representação de figuras são encontradas a partir do século 11.

 

Símbolo da Idade Média
O vitral não era uma atividade-fim, mas marginal, como consequência da evolução arquitetônica na construção das catedrais. É creditada a Suger (1081-1151), abade da Catedral de Saint Denis, na França, sua introdução na arquitetura gótica. O vitral passaria a ter um impacto profundo sobre o imaginário e sobre a qualidade da devoção do homem medieval quando se torna decorado e passa a fazer parte dos recursos visuais e da iluminação do espaço sagrado.

 

Mudanças
O Renascimento, nos séculos 14 a 16, passa a dar menor ênfase ao papel do divino na arte, apesar de ainda reservar grande espaço às temáticas religiosas. O movimento também lançará as sementes da Reforma Protestante de Martinho Lutero, em 1517. Lutero não tinha grandes restrições para com a arte religiosa que se praticava em seu tempo. No entanto, alguns de seus seguidores enxergaram na arte no espaço de culto um problema por conta da proibição bíblica de cultuar imagens. Os episódios de iconoclastia, as guerras de religião que se seguiram e a própria passagem do tempo acabaram por eliminar parte da produção existente e danificar o pouco que restou.

 

Na modernidade
No final do século 19, o movimento Art Nouveau foi responsável pela difusão do vitral na arquitetura não religiosa. Surgido com diferentes nomes e em vários lugares da Europa, esteve em voga de 1890 a meados de 1920. Essa escola se propunha a utilizar materiais como o ferro, o aço, o vidro e o concreto armado como matéria-prima da chamada “arte industrial”, precursora do design. Especificamente na arquitetura, a Art Nouveau vai resgatar a tradição do vitral decorado e o inserir em espaços como teatros, cafés, estações de trem e metrô, mercados, edifícios comerciais e até em residências.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

 

Antidumping em revisão

A Circular Nº 69, publicada no dia 19 de dezembro no Diário Oficial da União, determinou o início da revisão do direito antidumping aplicado às importações brasileiras de vidros float incolores, com espessuras de 2 a 19 mm (classificados no item 7005.29.00 da Nomenclatura Comum do MercosulNCM), vindos da Arábia Saudita, China, Egito, Emirados Árabes, Estados Unidos e México. Ao final desse processo, haverá a definição se esse direito — em vigor no País desde 19 de dezembro de 2014 — será aplicado por mais cinco anos ou não. A revisão deverá ser concluída em outubro deste ano e, durante a análise, as medidas antidumping permanecerão em vigor. A Abravidro já se manifestou perante o governo como parte interessada no assunto e será atualizada sobre as discussões.

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Glaston anuncia mudanças

A multinacional finlandesa Glaston anunciou mudanças na sua organização de grupo neste começo de ano para refletir melhor sua dinâmica de negócios. Desde o primeiro dia de 2020, a corporação conta com três áreas comerciais: uma para tecnologias de tratamento térmico, outra para tecnologias de vidros insulados, e uma terceira para tecnologias emergentes e voltadas para o setor automotivo. Outra novidade é que as linhas da Bystronic, adquirida pela Glaston em 2019, serão completamente absorvidas até o final do ano, cessando assim o uso do seu nome. A multinacional anunciou ainda a composição de sua diretoria executiva – Arto Metsänen segue como presidente e CEO.

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro participa de curso de extensão do Mackenzie

Vera Andrade, coordenadora técnica da Abravidro, representou a associação vidreira na cerimônia de encerramento e entrega dos certificados da 6ª edição do curso de extensão “Arquitetura e Construção: Materiais, Produtos e Aplicações”, no dia 5 de dezembro, em São Paulo. O treinamento é fruto da parceria da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie com a Abravidro, Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Associação Brasileira da Construção Metálica (Abcem), Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e Instituto do PVC. Cada entidade é responsável pelo conteúdo dos módulos do treinamento sobre seu respectivo material. No evento, as cinco associações receberam um exemplar do livro comemorativo dos cem anos da FAU Mackenzie, que faz menção a esse curso.

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro na Casa Cor Miami

A terceira edição da mostra de arquitetura Casa Cor Miami foi realizada de 2 a 21 de dezembro no edifício Brickell City Centre, na cidade americana. Embora a presença de nossos materiais tenha sido mais tímida, eles se destacaram em alguns ambientes.

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Um deles foi o espaço Objets (foto 1), assinado pelo estúdio de arquitetura e design Light On White e cujo nome é o mesmo de sua coleção de mobiliário: imaginado como uma caixa de joias, suas paredes trazem faixas de espelhos antigos (fornecidos pela All Comp Glass) que refletem os móveis e convidam os visitantes a apreciar o ambiente de diferentes ângulos.

 

 

Já o estúdio ucraniano de design YoDezeen foi responsável pelo YDZN Bar (foto 2), combinando cores escuras com casa-cormateriais naturais, como madeira e pedra. Portas de correr de vidro canelado compõem um jogo visual com as plantas atrás delas, ao mesmo tempo escondendo-as e revelando-as.

Por falar em Casa Cor, a edição 2020 do evento em São Paulo já teve seu tema anunciado: com o conceito “A Casa Original”, a mostra propõe uma reflexão sobre o equilíbrio entre passado e futuro. Quem visitar a exposição verá ambientes que buscam representar a casa como refúgio e lugar de valorização das raízes. O evento será realizado de 2 de junho a 2 de agosto, no Jockey Club de São Paulo.

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Novo presidente na Vivix

Paulo Drummond (na foto, à esq.) está deixando a presidência da Vivix. Em seu lugar, assume Henrique Lisboa (à dir.), atual diretor Comercial e de Marketing da empresa. A mudança será efetivada no dia 2 de março. À frente da companhia desde o início do processo de sua fundação, em 2010, Paulo Drummond optou pelo desligamento para se dedicar a projetos pessoais. Em comunicado enviado à redação de O Vidroplano, a Vivix afirma que Paulo “contribuiu com sua notável capacidade empreendedora e visão de negócios de forma relevante para a constituição e consolidação da única indústria de vidros planos do país com capital 100% nacional”. O novo diretor Comercial e de Marketing já foi escolhido: será o engenheiro mecânico com MBA em Administração e Negócios, José Henrique Ribeiro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Caleidoscópio – janeiro 2020

DADOS & FATOS

 

Satisfação com os investimentos
74% das grandes empresas fizeram investimentos em 2019. E o percentual de companhias satisfeitas por terem feito o aporte foi o maior desde 2010: 64% (contra 49% em 2017 e 47% em 2017). A informação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio da pesquisa Investimentos na Indústria 2019-2020.

 

Cofre aberto
O mesmo estudo da CNI indica que o número de grandes empresas que pretendem investir em 2020 é o maior dos últimos seis anos: 84%. O principal objetivo dos planos de investimento é a melhoria do processo produtivo (36%), seguido por aumento da capacidade da linha produtiva (23%).

 

Indústria 4.0
Relatório da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) diz que, desde 2017, houve queda de 30% para 23% no número de fábricas que promovem ações rumo ao desenvolvimento tecnológico. Além disso, apenas 3% dos empresários se sentem preparados para a quarta revolução industrial. Falta de recursos, não capacitação dos funcionários e ausência de conhecimento em relação ao custo-benefício são os obstáculos.

 

Boas perspectivas
Apesar da queda, de acordo com o relatório, para 2020 a expectativa é que haja crescimento de 1,7% nesse tipo de investimento. E mais: a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) aponta que a quarta revolução industrial deve movimentar 15 trilhões de dólares nos próximos 15 anos.

 

FIQUE POR DENTRO

Vidro em situações extremas
O começo do ano marcou a reinauguração da Estação Comandante Ferraz, base militar e científica do Brasil na Antártica — há oito anos, a instalação brasileira no local havia sido consumida por um incêndio. A construção da unidade chama atenção para um fato: a capacidade que o vidro tem de proporcionar conforto térmico em situações climáticas intensas.

 

No gelo
A temperatura da Ilha do Rei George, onde está a base, chega a -20 ºC no inverno. No verão, a máxima não costuma passar de 1 ºC. Para proteger os pesquisadores, a unidade foi projetada com vidros insulados triplos.

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No deserto

O caso remete a outro extremo:a Casa do Deserto, desenvolvida pela Guardian no deserto de Gorafe, na Espanha — local com variação térmica diária de 30 ºC. Com paredes totalmente formadas com vidros de controle solar, a edificação tem conforto térmico e acústico garantidos pelo material.

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RETROVISOR

Capa da edição de janeiro de 1989
A edição de janeiro de 1989 foi um marco para a história da revista O Vidroplano: após mais de um ano sem ser publicada, ela voltava a circular,ainda sob responsabilidade do Sincavidro-RJ — em setembro de 1991,o título seria cedido à Abravidro.

Em formato novo, do tipo “magazine”,a edição trazia informações técnicas sobre o vidro temperado e imprimia na capa o icônico título do editorial daquela edição: “Renasce O Vidroplano”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.