A edição 2025 do Glass Performance Days (GPD) foi realizada de 10 a 12 de junho na Nokia Arena, na cidade de Tampere, Finlândia. Este ano, o tema do congresso vidreiro mais importante do mundo foi Glass – The In/Visible Impact (Vidro – O Impacto In/Visível), reunindo cerca de quinhentos participantes e trazendo uma programação com mais de 130 apresentações – incluindo uma palestra do engenheiro Luiz Barbosa (foto), gerente técnico de Vendas da Vivix, sobre Os desafios da implementação de vidros termicamente eficientes em edifícios sustentáveis em países em desenvolvimento.
“Participar do GPD é fundamental para posicionar o setor vidreiro brasileiro no cenário global. É uma oportunidade estratégica de mostrar nossa capacidade técnica e discutir soluções sustentáveis que respondem aos desafios dos países em desenvolvimento”, comenta Barbosa.
Na cerimônia de abertura, Miika Äppelqvist, recém-nomeado presidente e CEO da Glaston, comentou sobre como o evento acompanhou o crescimento do mercado: “Meu primeiro GPD foi em 2009. Se eu olhar para os últimos quinze anos da perspectiva da indústria vidreira, o desenvolvimento foi tremendo – e muitos de vocês fizeram parte dessa jornada de sucesso, ajudando-nos a chegar onde estamos agora”.
Assim como nas suas últimas edições, a programação do GPD 2025 contou novamente com o Step Change, programa que busca reunir startups vidreiras do mundo todo e grandes empresários para facilitar a conversa sobre o desenvolvimento do setor e contribuir para inovações no segmento.
Marco Aurélio De Bastiani, diretor-executivo da processadora gaúcha Tecnovidro, esteve no GPD 2025 para acompanhar as tendências abordadas no congresso. “O evento é um excelente momento para destacar o papel transformador do vidro na sociedade, promovendo discussões sobre tecnologias e envidraçamento inteligente”, testemunha.
Os associados da Abravidro terão a chance de conhecer gratuitamente o Sampa Sky, uma das atrações turísticas mais instagramáveis de São Paulo: a visita, feita em parceria com a Guardian, será realizada no dia 4 de setembro, das 9 às 11 horas, antes do segundo dia da Glass South America 2025. Os vidros da fabricante foram utilizados nos decks do Sampa Sky, instalados a 150 m de altura e que, graças ao piso, paredes e teto de vidro, permitem uma vista única da capital paulista. Mas, atenção: as vagas são limitadas! Então, clique aqui para preencher e enviar o formulário de reserva o quanto antes.
Reforçando o caráter internacional do Panorama Abravidro, a edição 2025 do documento recebeu versões traduzidas para o inglês (clique aqui) e para o espanhol (clique aqui), como ocorre desde 2019. Dessa forma, o principal estudo econômico e produtivo do setor vidreiro nacional, produzido anualmente pela entidade e cuja versão original em português foi lançada no mês passado, também pode ser conferido pelos players mundiais com atuação dentro do Brasil ou com interesse em nosso mercado. A publicação pode ser acessada e baixada, gratuitamente, no site da Abravidro em qualquer um dos três idiomas.
A Atenua Som lançou a primeira janela com vidro a vácuo do Brasil – a comercialização do produto já teve início, após a chegada do primeiro protótipo no começo deste ano. Segundo Edison Claro de Moraes, diretor da fabricante, trata-se de um sistema insulado com um espaço completamente sem ar entre as lâminas de vidro: o vácuo, ao ser utilizado no interior do vidro, impede a propagação das ondas sonoras, o que resulta em uma redução expressiva da interferência do ruído. Isso proporciona um ambiente mais silencioso e confortável, além de ser excelente isolante térmico, tanto para o frio como para o calor (para saber mais sobre o produto, clique aqui).
A 34ª China Glass, uma das maiores feiras do mundo para o nosso setor, ocorreu de 26 a 29 de maio em Beijing. O evento recebeu 106 mil visitantes de 136 diferentes países – incluindo vários empresários brasileiros –, os quais conferiram os destaques de 910 empresas oriundas de 31 países, cujos estandes foram distribuídos em uma área de mais de 106 mil m².
“Nossa percepção é que este ano pudemos ver uma evolução nas tecnologias já operantes. Percebemos evoluções sistêmicas e operacionais em diversos equipamentos e, principalmente, o avanço das tecnologias a laser e de automação”, conta Marcus Gonzaga, diretor de Operações da NEX – a empresa aproveitou a viagem para levar clientes e parceiros em fábricas de beneficiamento com automação e integração de fluxo de dados, operando 24 horas por dia e produzindo em tempo real.
Para Regis Bing Reis, diretor da General Glasses, visitar a feira é uma excelente oportunidade para encontrar antigos e potenciais novos clientes, além de trocar ideias com parceiros internacionais do segmento de vidros a respeito de tendências, novidades e perspectivas de mercado para o futuro próximo. “A China é muito evoluída no segmento do vidro plano, evolução que segue crescendo a passos largos: percorrendo não somente a feira, mas também as ruas de Beijing ou Xangai, é possível verificar as impressionantes aplicações no cotidiano que esse país faz do nosso produto”, avalia Reis.
José Mauricio Toledo (foto, à dir.), CEO da Vidroforte, observou um avanço substancial chinês no processamento do vidro. “A China está investindo fortemente em sistemas ERP e softwares inteligentes, que conectam gestão de pedidos a sistemas produtivos incorporados diretamente nas máquinas, equipamentos e em soluções especializadas de armazenagem para o setor vidreiro. Este foi o grande tema da feira: qualidade e produtividade não bastam mais – é essencial garantir uma produção integrada e eficiente”.
A Keraglass, fabricante italiana de maquinários para processamento, anunciou a aquisição de 100% das ações da AVG Automazioni S.r.l., empresa especializada no projeto e fabricação de painéis de controle industriais, automação e softwares. “A aquisição, que se baseia no sucesso de uma parceria de muitos anos, representa um passo crucial em nosso crescimento. Isso reforça nosso compromisso com a integração de know-how e tecnologias estratégicas, além de fornecer soluções inovadoras e de alta qualidade aos nossos clientes”, comenta Stefano Spezzani, fundador e presidente da Keraglass.
MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA Desempenho – Maio 2025
A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento pequeno nas vendas faturadas em m² em maio de 2025 em relação a abril.
O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 0,9% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com abril, considerando ajustes sazonais.
Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (75 participaram desta edição).
Estabilidade
Dados da Pesquisa Industrial Mensal, do IBGE, revelam que a produção industrial do País se manteve estável, com alta de 0,1%, na passagem de março para abril. No índice acumulado para o primeiro quadrimestre de 2025, o setor avançou 1,4%. Em relação a abril de 2024, houve queda de 0,3%, interrompendo dez meses consecutivos de crescimento.
Acima, porém abaixo
“Com esses resultados, a produção industrial se encontra 3% acima do patamar pré-pandemia, ou seja, fevereiro de 2020, mas ainda 14,3% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011”, contextualiza o gerente do estudo, André Macedo.
Busca de empregos
Segundo o Banco Nacional de Empregos (BNE), plataforma privada com um dos maiores bancos de currículos do País, o setor industrial registrou 179.876 candidatos às vagas de emprego no primeiro trimestre de 2025. Os Estados com maior volume de procura por vagas nesse segmento foram São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais. Juntos, esses Estados somam 122.433 candidaturas, o que representa 68,07% do total.
Em expansão
Na comparação ano a ano, o número de vagas registradas na plataforma passou de 91.910, em 2023, para 159.939, em 2024, o que representa uma alta de 74,02%. “O crescimento das vagas na indústria é um sinal claro de que o setor está em expansão. Temos uma grande oportunidade de preparar os profissionais para esse novo ciclo, por meio da qualificação e do desenvolvimento técnico”, explica o Chief Operating Officer (COO) do BNE, José Tortato.
No evento: Felipe Faria, CEO do GBC (à esquerda); João Casari, gerente de Especificação Técnica da Saint Gobain (segunda da esq. para dir.); e Yorki Estefan, presidente do SindusCon-SP (terceiro da dir. para esq.) Foto: Flavio R Guarnieri
FIQUE POR DENTRO
Analisando o futuro
O seminário “Estratégias para o Futuro da Construção Sustentável”, promovido pelo SindusCon-SP em parceria com a Saint-Gobain Brasil e Green Building Council (GBC), reuniu no dia 29 de maio, em São Paulo, profissionais da construção para discutir os avanços em sustentabilidade na construção civil, propondo diretrizes estratégicas para as discussões a serem realizadas na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), marcada para novembro, em Belém. A iniciativa integrou as comemorações dos 25 anos do comitê de meio ambiente do sindicato. “A indústria da construção brasileira já tem indicadores de emissões de carbono muito menores que os dos países desenvolvidos, conforme ratificado por nossa calculadora CECarbon. É como se já tivéssemos atingido metas previstas para 2035. Precisamos divulgar esse nosso diferencial”, comentou o vice-presidente do Sinduscon, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto.
Imagens: reprodução
RETROVISOR
Pioneira em nível nacional
Em junho de 1990, O Vidroplano trazia reportagem de capa sobre a fundação da Abravidro (então chamada Andiv), ocorrida no mês anterior. A matéria contava com depoimentos do primeiro presidente da entidade, José Carlos Bulgari, a respeito dos grandiosos planos da associação para o futuro. “A Andiv pretende promover eventos tais como simpósios, palestras, criação de grupos de trabalho etc.” Não é bom saber que tudo isso se tornou realidade?
No começo de maio, a Abravidro recebeu a visita da alta liderança da AGC, incluindo Davide Cappellino, presidente da divisão de arquitetura da usina na Europa e Américas, o qual, de 2011 a 2016, foi CEO da operação nacional. Parte da visita envolveu a participação de Cappellino e do presidente da AGC Brasil, Isidoro Lopes, no VidroCast, onde falaram sobre tópicos como sustentabilidade, comércio internacional e inovação de produtos. A seguir, confira alguns destaques da conversa – a entrevista completa pode ser conferida no canal da Abravidro no YouTube.
Davide, você tem uma longa trajetória no setor vidreiro. Aqui no Brasil, você se relaciona com o nosso segmento há praticamente quinze anos, até porque a divisão brasileira responde para você. Que diferenças você enxerga no mercado nacional hoje em comparação com 2011, quando você chegou aqui? Davide Cappellino – Acompanhei a evolução incrível desse mercado, que começou a focar no volume para acompanhar a demanda crescente de vidro dos clientes brasileiros. Agora, ele está se tornando cada vez mais um mercado de valor, com novos produtos e soluções chegando. Então, é muito evidente essa transformação do papel do vidro aqui no Brasil, e nós da AGC queremos continuar acompanhando e contribuindo para essa evolução.
A sustentabilidade é um tema que tem impactado fortemente os negócios no mundo para todas as cadeias, incluindo o segmento de vidros planos, e percebemos que isso tem dominado as agendas do primeiro elo da nossa cadeia, as usinas de base. Como a AGC tem trabalhado globalmente nesse sentido e quais resultados já foram conquistados até agora? DC – A sustentabilidade é uma tendência global que não vai mudar. Há dois impactos muito importantes falando do vidro: por um lado, a contribuição dele para a sustentabilidade é fantástica. Estamos vendo uma atenção muito grande dada ao desempenho do vidro na Europa, na América do Norte, no Japão, com incentivos muito fortes para o uso de itens de valor agregado, como os insulados e os de controle solar, trazendo uma contribuição enorme para a eficiência energética dos prédios. Essa tendência também vai chegar ao Brasil; o desperdício energético nas edificações não é mais aceitável.
Por outro lado, o vidro é fabricado e processado com o uso de energia. Então, o desafio é trabalhar para produzi-lo de um jeito mais eficiente em termos de consumo energético. A AGC tem investido mais de 50% do seu orçamento de pesquisa no desenvolvimento de processos e produtos mais sustentáveis: há poucos meses, por exemplo, inauguramos na Europa a primeira linha híbrida para a produção de vidro, em parceria com a Saint-Gobain.
“A sustentabilidade é uma tendência global que não vai mudar; o desperdício energético nas edificações não é mais aceitável.” Davide Cappellino
E no Brasil, como estamos nessa corrida para atingir as metas de sustentabilidade? Isidoro Lopes – A tecnologia da AGC no nosso país já veio pensada para acompanhar essa corrida para a redução do CO2. Temos projetos nesse sentido. Obviamente, como a regulamentação ainda não está amadurecida por aqui, é feita uma análise de viabilidade financeira para avaliar o que já é viável fazer e o que devemos aguardar, mas esse processo é totalmente alinhado às metas globais da AGC.
O comércio internacional está diante de muitas incertezas, principalmente depois do aumento de tarifas anunciado pelo atual presidente dos Estados Unidos, o que gerou uma guerra tributária global. Como a AGC observa esse fenômeno e os impactos que ele pode ter nos mercados globais? DC – Estamos acompanhando de perto, as coisas ainda estão constantemente mudando. Nós não podemos imaginar o mundo sem comércio internacional. Mas um comércio internacional que cria valor para os consumidores tem de ser focado em produtos e soluções que criam e adicionam valor para os vários mercados – não pode gerar falta de controle sobre a cadeia ou falta de visão sobre os investimentos necessários. Então, acredito que esse fluxo precisa ser controlado. Agora, tem o fluxo do vidro global, que vai se adaptar. Estamos olhando com atenção as medidas dos Estados Unidos para saber se o fluxo de produtos da China para lá será desviado para outros mercados.
Quais são os principais desafios para que a gente, do ponto de vista do mercado de vidro, se torne mais competitivo e não seja tão ameaçado pelos produtos da China e de outras origens? IL – Tem algumas condições: por exemplo, o gás natural continua sendo um grande desafio em comparação a outras regiões do mundo. Temos alguma vantagem em termos de geração de eletricidade; por outro lado, nossa logística ainda é muito cara: o vidro caminha muito, tem muita ineficiência; hoje o Sudeste brasileiro produz cerca de 90% do vidro, e esse produto tem que percorrer milhares de quilômetros. Então, temos que buscar mais eficiência nessas operações logísticas e tentar tornar cada elo nacional o mais competitivo possível; precisamos manter o nosso foco na redução de custos não só nas usinas, mas em toda a cadeia.
“Temos uma operação extremamente flexível para a produção de vidros de valor agregado, um time trabalhando constantemente em inovação e, assim, buscamos sempre nos diferenciar.” Isidoro Lopes
Isidoro, em seu discurso na edição do ano passado do Simpovidro, você falou sobre o foco da AGC em oferecer vidros de maior valor agregado ao mercado. Em setembro do ano passado foi lançado o vidro de controle solar Sunlux Champagne. Há previsão para novos lançamentos este ano? IL – Sim, temos dois produtos para ser lançados, o Sunlux 65 e o Sunlux 55. São vidros de controle solar específicos para grandes obras, um deles com o índice de reflexão necessário para evitar a colisão de pássaros. A inovação é contínua: estamos sempre analisando as necessidades do mercado. Temos uma operação extremamente flexível para a produção de vidros de valor agregado com o nosso coater e um time trabalhando constantemente em inovação.
Que recado vocês deixam para o nosso mercado? DC – Contem sempre com a AGC: temos uma prioridade muito grande para o mercado brasileiro. É necessário trabalhar muito agora para acompanhar a evolução da demanda no Brasil, trazendo novos produtos e soluções para a construção civil.
IL – Estamos trabalhando junto com toda a cadeia e apoiando as iniciativas para a melhor aplicação do produto, dentro das normas, e mostrar para o mercado que o investimento em vidros de valor agregado vale a pena.
A Guardian revelou, em cerimônia no dia 28 de maio no Palácio Tangará, na cidade de São Paulo, os vencedores da 3ª edição do Guardian Top Projects. Entre os contemplados há processadores de vidros e espelhos, construtoras, consultores, fabricantes de esquadrias, arquitetos, designers e vidraceiros – foram premiados os sete projetos mais votados em diferentes categorias, entre os duzentos inscritos nas áreas de arquitetura e decoração.
“O Guardian Top Projects já se consolidou como um marco no calendário do setor por valorizar projetos que aliam design arrojado, inovação e excelência técnica. Para nós, é motivo de grande orgulho reconhecer e homenagear profissionais que vêm transformando o mercado da arquitetura e da construção com propostas que integram estética, funcionalidade, eficiência energética e conforto”, afirma Betânia Danelon, gerente de Desenvolvimento de Mercado de Arquitetura da Guardian Glass, acrescentando que a iniciativa reforça o posicionamento da empresa no mercado. “Mais do que fornecedores de vidro, queremos ser parceiros preferenciais no desenvolvimento de soluções de alto desempenho.”
Confira quais foram os projetos eleitos em cada categoria e os detalhes envolvendo os vidros usados neles.
CASAS
Projeto vencedor: Quarto em Meio a Mata Produto: SunGuard Solar ReflectGuardian Processador: Divimax Vidraçaria: São Benedito Arquitetos: Aref Farkouh Cidade: Campos do Jordão (SP)
DESIGN DE INTERIORES
Projeto vencedor: Morada Fortaleza Produto: Guardian SuperClear e Espelho Guardian Processadores: Divimax Arquitetos: Pedro Camargo Engenharia & Projetos Fabricante de esquadrias: D&A Vidros e Esquadrias Cidade: Nova Odessa (SP)
EDIFÍCIO COMERCIAL (HORIZONTAL)
Projeto vencedor: Terminal Vip BTG Pactual Aeroporto de Guarulhos Produto: SunGuard High Performance Neutral 70 Processador: Tempermax Arquitetos: Perkins&Will Fabricante de esquadrias: Cialum Cidade: Guarulhos (SP)
EDIFÍCIO COMERCIAL (VERTICAL)
Projeto vencedor: Sicredi Dexis Produto: SunGuard High Performance Neutral Plus 50 Processador: Glassec Arquitetos: Edson Yabiku Construtora: Plaenge Industrial e Design Construtora Consultoria: Harmonia Global Consultoria de fachada: Petinelli Fabricante de esquadrias: Rissi Fachadas e Esquadrias Cidade: Maringá (PR)
EDIFÍCIO MULTIUSO
Projeto vencedor: Valente Produto: ClimaGuard SunLight Processador: PKO Vidros Arquitetura: FGMF Construtora: Construcompany Incorporadora: Idea!Zarvos Fabricante de esquadrias: Aba Esquadrias Cidade: São Paulo (SP)
EDIFÍCIO RESIDENCIAL
Projeto vencedor: Hyde Produto: SunGuard High Performance Neutral Plus 50 Processador: Glassec Arquitetos: ARK.7 Arquitetos Construtora: Vectra Participações e Construções Consultores de fachada: Favegrup e Petinelli Fabricante de esquadrias: Alubauen Cidade: Joinville (SC)
SUPERCLEAR
Projeto vencedor: Hard Rock Cafe Itapema Produto: Guardian SuperClear Processador: Vidrofort Arquitetos: Nando Machado Arquitetura Construtora: MayBelly Fabricante de esquadrias: Aluminato Cidade: Itapema (SC)
No Paraná
De 6 a 8 de junho, a Adivipar realizou o 2º Encontro de Mulheres Vidreiras. Este ano, o evento reuniu 180 participantes no Hotel Carimã, em Foz do Iguaçu (PR). Samuel Baer Yamashita, presidente da entidade, destacou seu contentamento pela realização do evento, organizado em conjunto com os apoiadores e patrocinadores: “Além de elevar os níveis de educação em todos os elos da cadeia, o encontro traz um foco necessário e merecido nas mulheres do nosso setor, as quais muitas vezes têm uma dupla jornada, sendo mães e empresárias. Fizemos esse evento para prestigiar as profissionais que tanto contribuem para o nosso mercado”.
A programação incluiu palestras a respeito de temas do dia a dia do mercado, como segurança no trabalho e normas técnicas. Um dos principais destaques foi o bate-papo mediado pela diretora de Eventos e Promoções da Adivipar, Rosemari Bremm Oliveira, com a diretora-financeira da Vidrolar, Camila Arcenio Staben; diretora da Blue Glass, Denise Favero Ramos; e a sócia da Temperforte Vidros, Patricia de Oliveira. As gestoras falaram sobre suas experiências em posições de liderança, bem como sobre a importância do associativismo. Em seguida, outras mulheres líderes de empresas subiram ao palco e se juntaram às três, com todas sendo aplaudidas pelo público.
A Abravidro foi representada no encontro por sua superintendente, Iara Bentes, que falou na abertura do evento, na noite do dia 6. “Este é evento muito importante, pois reúne mulheres que estão no protagonismo de suas empresas para refletir sobre temas importantes como liderança, saúde mental e tantos outros”, frisou Iara em depoimento para a Adivipar, ressaltando que este é o papel do associativismo: promover o desenvolvimento do setor por meio de ações diversas para a cadeia, pautando assuntos sobre os quais todos precisam refletir.
Foto: @fabiobarrosfotografia
Em Minas Gerais
O Simvidro realizou em Belo Horizonte, de 19 a 23 de maio, a edição 2025 da Semana do Vidraceiro. A iniciativa contou com 215 participantes ao longo das atividades, as quais incluíram oficinas, encontros e sorteios. A semana teve início com o Encontro de Líderes, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que teve a participação de representantes das usinas AGC, Cebrace, Guardian e Vivix para apresentar aos participantes as perspectivas do mercado para o restante do ano. O encontro também trouxe um debate sobre defesa comercial com Leonardo Braz e Alexandre Pestana, diretores do Simvidro, e Flávio Roscoe, presidente da Fiemg.
Os dias seguintes foram seguidos por oficinas sobre temas como economia circular, vendas estratégicas e formação de preço de venda. Por fim, a Semana do Vidraceiro trouxe, pela primeira vez, o Encontro Anual de Líderes de Pessoas e RHs: a atividade ocorreu durante um dia inteiro e contou com palestras a respeito de ESG, identificação e desenvolvimento de novas lideranças nas empresas vidreiras e contratação e manutenção da geração Z, além de outros assuntos. De acordo com o Simvidro, os participantes deixaram claro que, a partir de agora, o encontro anual é essencial na programação.
A processadora gaúcha Tecnovidro participou este ano do Gramado Summit, um dos maiores eventos de inovação da América Latina, onde apresentou um projeto desenvolvido em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para a produção de vidros temperados de dupla curvatura para máquinas agrícolas e de construção. “O produto desenvolvido supera os vidros temperados curvos tradicionais, por oferecer maior resistência estrutural a impactos e vibrações, além de perfeita adaptação a designs aerodinâmicos”, explica Marco Aurélio De Bastiani, diretor-executivo da empresa.
A Cebrace expandiu sua linha de vidros de controle solar para residências com o lançamento do Habitat Neutro Cinza Claro. O produto foi desenvolvido especialmente para fachadas residenciais, unindo neutralidade, transparência e alto desempenho térmico. A solução tem cor cinza claro e espessura de 8 mm, proporcionando redução de 42% da passagem de calor (na versão laminada, também consegue barrar os raios UV em até 99%), o que garante mais entrada de luz natural e menos aquecimento dos espaços internos.
A principal reportagem de O Vidroplano este mês é do tipo de que mais gostamos de fazer: uma análise aprofundada de nosso mercado, recheada de fontes (são mais de dez empresas participantes) com opiniões relevantes. Dá trabalho preparar um conteúdo detalhado como esse, mas o resultado mais do que compensa.
Como você viu na capa desta edição, o tema é o bom resultado dos vidros laminados e insulados no Panorama Abravidro 2025. Ao olhar o desempenho desses dois produtos no estudo, veio a questão: será a hora de o uso dos vidros de valor agregado enfim decolar no Brasil? A matéria tenta responder a essa pergunta, comentando a melhor maneira de vender os benefícios desses materiais aos especificadores e consumidores – e também o que pode ser feito para aumentar a demanda.
Outro destaque é mais uma reportagem da seção “Negócios”, contendo uma entrevista com a Casa dos Espelhos, processadora de Manaus que atua em diversas frentes para levar conhecimento técnico vidreiro ao público. Confira também uma entrevista com os executivos da AGC, a cobertura da mostra Casa Cor (incluindo as mais chamativas aplicações de vidros e espelhos em seus ambientes), os vencedores do prêmio Guardian Top Projects e mais.
Em março, o Comitê Brasileiro de Vidros Planos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/CB-37) deu início ao processo de revisão da norma ABNT NBR 13.866 — Vidro temperado para aparelhos domésticos da linha branca. A nova versão do texto acompanhará as atualizações da ABNT NBR 14.698 — Vidro temperado, além de ampliar seu escopo e modernizar a apresentação de seu conteúdo.
Atualização do conteúdo e até do nome
Segundo João Beleli, coordenador da Comissão de Estudos do ABNT/CB-37 responsável pelos trabalhos de revisão da ABNT NBR 13.866, a norma não era atualizada há mais de vinte anos, desde sua publicação em 2004. “Nesse período, novas tecnologias foram incorporadas, tanto aos produtos da linha branca como aos processos de produção”, aponta o sócio-proprietário da J. G. Beleli Projetos & Cia., empresa de consultoria que atua no segmento de linha branca e refrigeração comercial. Como exemplo, ele cita a popularização no uso de vidros para cooktops e para mesas de fogões.
A nova versão do documento abrangerá tais mudanças e ampliará seu escopo, passando a envolver também os vidros temperados para aplicação em portas e prateleiras de refrigeradores comerciais. Com isso, o próprio nome da norma deve ser mudado, com a retirada do termo “domésticos”, passando a se chamar ABNT NBR 13.866 — Vidro temperado para aparelhos da linha branca.
Foto: lado2016/stock.adobe.com
Outra novidade é que os ensaios de choque térmico e choque mecânico, originalmente presentes na ABNT NBR 14.698, serão retirados dela e inseridos na ABNT NBR 13.866: o comitê observou que esses testes não são apropriados para o uso do temperado na construção civil, mas sim para a aplicação na linha branca. Haverá ainda a modernização da apresentação do conteúdo, por meio da inclusão de mais figuras para facilitar a compreensão das orientações.
Participe das reuniões!
A atualização da ABNT NBR 13.866 é muito importante para os processadores que fornecem temperados para a indústria de linha branca. “É necessário ter a regulagem dos procedimentos ou atos, de forma a buscar e garantir a satisfação do cliente, principalmente nos quesitos, produto, qualidade e segurança. E só conseguiremos isso a partir do momento em que tivermos procedimentos bem-claros e definidos e que, principalmente, sejam seguidos”, afirma João Beleli.
Por isso, ele considera fundamental que os processadores participem das reuniões para a revisão: “Temos uma grande variedade de informações que são primordiais para a elaboração de uma norma técnica, e são os beneficiadores que dispõem dessas informações”, explica o coordenador da comissão de estudos.
Qualquer pessoa que tenha conhecimento sobre o tema e interesse em contribuir com as discussões pode participar das reuniões: para isso, basta enviar um e-mail para cb37@abnt.org.br solicitando a inclusão do nome na lista de convites para os encontros do ABNT/CB-37. Assim, com a contribuição dos processadores com sua experiência sobre o tema, todos os elos desse segmento podem evoluir.
Revisão de norma para temperados entra em consulta nacional
A ABNT NBR 14.698 — Vidro temperado passou por uma revisão bastante profunda e teve o seu contéudo atualizado de forma ampla. O novo texto foi colocado em consulta nacional no site da ABNT no dia 18 de junho. É possível acessá-lo e enviar sugestões em relação ao seu conteúdo até 17 de julho; para participar da consulta nacional, clique aqui (é necessário ter cadastro no site da ABNT e fazer login na página).
Com quase cinquenta anos de história no segmento, a amazonense Casa dos Espelhos (CDE) é uma das mais tradicionais processadoras de vidro da Região Norte do Brasil. Fabricante exclusiva da Blindex no Amazonas, nasceu como negócio familiar e hoje tem à sua frente a diretora-executiva Kilze Krauss Araújo, uma das muitas mulheres líderes do nosso setor. Nos últimos anos, a atuação da empresa tem focado na educação de clientes e potenciais consumidores de vidro em relação aos benefícios de nosso material. Afinal, se mais gente usa vidro, melhor para a CDE – e para o mercado como um todo.
Junto dos arquitetos…
Recentemente, a empresa firmou uma parceria com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) de Manaus para a criação de uma série de cursos direcionados a arquitetos da região. “Vamos falar tudo sobre vidro. Porque vemos vários projetos com especificação errada – guarda-corpos, por exemplo, com vidro temperado. Então, é necessário mostrar para esses profissionais, de forma didática, como podem trabalhar”, explica Kilze.
Existe ainda uma parceria com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM) para o mesmo objetivo: espalhar conhecimento técnico. “Estamos pensando em outras formas de passar esse material para os clientes – e até mesmo para o vidraceiro, um profissional importante, mas que muitas vezes não sabe especificar a obra.” Para os vidraceiros autorizados Blindex que representam a CDE são oferecidos cursos de atualização, produtos, vendas, marketing e normas.
…e do consumidor
Por meio desses vidraceiros autorizados, a CDE busca falar a língua de quem utiliza vidro no dia a dia. “Como eu não atendo o consumidor final, temos toda uma mídia direcionada para os nossos autorizados. Então, a gente procura mostrar para esse cliente os diferenciais, sejam sobre kits, boxes ou como usar o vidro”, revela Kilze.
Casa de Vidro: estrutura planejada e montada pela CDE no Manauara Shopping, em Manaus, em parceria com a gexperience, exposição imersiva da TV Globo com cenários que remetem aos programas da emissora (foto: Divulgação Casa dos Espelhos)
A processadora investe em ações de marketing disruptivas para atingir o público comum. Em janeiro, os visitantes do Manauara Shopping, em Manaus, puderam conferir a Casa de Vidro, estrutura construída pela CDE em parceria com a gexperience, exposição imersiva da TV Globo com cenários que remetem aos programas da emissora – no caso, fazendo referência ao reality show Big Brother. O espaço instagramável ganhou peças do vidro de controle solar da linha Habitat (Cebrace). Todo o planejamento e a execução da obra foram realizados pela empresa.
“O espaço foi bastante visitado pelo público, com divulgação em televisão, rádio e revista. O principal ali era mostrar o vidro de controle solar. Sempre tínhamos uma pessoa que ficava no local para falar a respeito dos atributos do produto. Isso foi bem-importante para aumentar a visibilidade da solução na região”, comenta Kilze, relembrando a força do calor manauara, que, no verão, ultrapassa os 40 ºC com frequência.
Em fevereiro, foi a vez de a CDE colocar no ar um publieditorial, no portal de notícias G1, do Grupo Globo, sobre o compromisso ambiental da empresa para reciclar 100% dos resíduos vítreos gerados em sua produção. Há quase dois anos, a processadora firmou uma parceria com a Sustentabilidade da Amazônia (Suam) para a destinação, de forma ecologicamente correta, dos resíduos vítreos gerados nas atividades de beneficiamento.
Conheça a CDE
Instalada em Manaus
Quase 50 anos de história no setor
Mais de 60 funcionários
Capacidade de produção diária acima dos 500 m²
Seu portfólio de produtos inclui temperados (com o selo Blindex), vidros de controle solar, laminados e espelhos
Em breve, laminados temperados e insulados também entrarão no mix de produtos
Foto: Ivan Pagliarani
“Nosso mercado tem de parar de vender só pelo preço”
Kilze Krauss Araújo, diretora da Casa dos Espelhos (CDE), comenta a importância de entender o material com o qual se trabalha e a questão da sustentabilidade nas empresas
Por que a CDE enxergou no marketing uma ferramenta com potencial para ser um diferencial na comunicação com o especificador e o cliente? Kilze Krauss Araújo – Acho que o nosso mercado precisa se atualizar, tem de parar de vender só pelo preço. Todos os materiais de construção aumentaram seu valor, menos o vidro, que caiu. Se estivesse pelo menos estabilizado estava bom, só que não acontece isso. Todo mundo precisa parar e olhar os atributos dos seus produtos para ver o que está errado. Não adianta você apresentar um orçamento e nem saber o que está vendendo. Uma das coisas que a gente fala muito para o nosso autorizado é que, na hora de fechar a venda, o diferencial é conhecer o produto para resolver o problema do cliente.
No Panorama Abravidro 2025, vimos laminados e insulados com um bom desempenho no faturamento e na quantidade vendida. O que fazer para aumentar ainda mais o consumo de vidro de valor agregado? KKA – Nós ainda não produzimos insulado, mas esse é um projeto para ainda este ano. E vamos começar a trabalhar com o produto justamente por isso, para mostrar que ele tem um diferencial – não só térmico, como acústico também. Hoje você procura o que na sua casa? Tranquilidade. Você quer estar em um ambiente em que fique relaxado, se sinta bem, sem calor. Aqui em Manaus, eu já vi muita casa com um paredão de vidro comum. Se você for medir a temperatura, às vezes está mais quente lá dentro do que fora. Então, a gente começa a falar muito sobre isso, as diferentes soluções. A CDE não vende só preço, vende diferencial.
Foto: Divulgação Casa dos Espelhos
Vocês são fabricantes exclusivos da Blindex no Estado. Por que decidiram fazer uma parceria tão próxima com a marca? KKA – Essa parceria já tem dez anos. Eu busquei a Blindex pela força da marca, pelo tempo em que ela está no mercado. A gente sempre primou pelo controle de qualidade, em produzir o melhor para o nosso cliente. Por isso, fomos atrás da Blindex. Estou muito satisfeita. Tudo que a gente faz relacionado a marketing, a Blindex tem de estar presente.
Como a CDE enxerga a relevância da sustentabilidade na indústria, considerando que o mundo sofre cada vez mais por conta de questões ambientais e climáticas? KKA – Na Amazônia, é óbvio que temos de levar em conta. É um dever. A gente está no pulmão do mundo e precisa, sim, preservá-lo. E isso era uma dor de cabeça nossa. A primeira coisa que fizemos para melhorar essa questão internamente, para reaproveitar o vidro, foi criar uma linha de produtos chamada Erika Glass, em homenagem à minha mãe, com prateleiras e pequenos espelhos. Hoje, com a parceria com a Suam, todo o resíduo que produzimos é reciclado e transformado em outros produtos para a construção civil. Um dos principais é um tipo de argamassa, que eu até usei em uma casa que estava construindo.
A verdade é que o mundo está caminhando para a sustentabilidade. A gente vê várias indústrias do mundo inteiro buscando o conceito, tentando melhorar. E, se você está em Manaus, precisa fazer o trabalho de casa. Em breve, vamos ter um encontro em Belém, a COP 30, sobre mudança climática, que vai ser visualizado pelo mundo inteiro. Estive na Europa, no ano passado, e prestei atenção em uma coisa: eles têm poucas garrafas de plástico. Em restaurantes, por exemplo, é tudo de vidro. Então, lá, voltou a se usar garrafas de vidro, como antigamente, pois o vidro é reciclado e a gente consegue reutilizá-lo de várias formas.
No final de abril, duas medidas de defesa comercial foram protocoladas junto ao governo federal com o objetivo de reduzir a crescente importação de vidros laminados (NCM 7007.29.00), cujos números bateram recordes no ano passado, como mostrado pelo Panorama Abravidro 2025. Essas iniciativas se juntam a outras em vigência ou em estudo, como uma forma de defesa do setor vidreiro nacional contra o dano causado pela entrada indiscriminada de vidros estrangeiros no País. Para ajudar o leitor a entender a situação atual de cada uma dessas medidas, O Vidroplano analisa todas elas nesta reportagem.
Cerco aos laminados
Em relação aos laminados, os dois pleitos foram apresentados pela Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro). Um deles pede a abertura de investigação de dumping nas importações do produto oriundas da China, enquanto o outro solicita aumento da alíquota do Imposto de importação, para esse tipo de vidro, de 10,8% para 30%.
Em 2024, o Brasil importou 27.158 t de laminados, 34% a mais do que em 2023. Nos anos de 2023 e 2024, a importação de vidros processados, em especial do laminado, alcançou um percentual relevante em relação às quantidades vendidas do produto – são os maiores volumes importados desse vidro desde o início da série histórica disponível nos dados públicos do governo (a partir de 1997). “Nossa preocupação é garantir a competitividade da indústria nacional em todos os elos da cadeia, não apenas das usinas de base”, afirma Lucien Belmonte, presidente-executivo da Abividro.
A Abravidro tem interesse especial no caso, já que tais importações atingem diretamente a cadeia de beneficiamento, justamente a representada pela entidade. “Observamos com preocupação a forma como as processadoras vêm sofrendo com a assimetria entre os preços dos importados e os custos de produção no Brasil”, afirma Rafael Ribeiro, presidente da associação. “Defendemos um mercado justo, com concorrência leal e que gere riqueza para o nosso país.”
Importância desses instrumentos
Medidas de defesa comercial são pensadas para trazer equilíbrio a uma situação desbalanceada envolvendo comércio exterior. “Essas medidas permitiram aos países que firmassem acordos de comércio mais abrangentes a partir da Rodada Uruguai, reunião que estabeleceu a criação da Organização Mundial de Comércio (OMC) nos anos 1990. O objetivo era evitar que desequilíbrios setoriais considerados importantes pelos países comprometessem os negócios”, explica Sergio Goldbaum, economista da GPM Consultoria. “Em termos gerais, a importância delas está na preservação do equilíbrio comercial entre os países. Em termos setoriais, os objetivos são diversos, especialmente resguardar a competitividade da produção doméstica frente às exportações.”
No momento, um novo elemento entrou no “jogo” do comércio internacional: a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. “A escalada do conflito parece indicar que esses instrumentos não estavam sendo suficientes para garantir o equilíbrio pretendido, apesar do uso crescente deles por parte dos Estados Unidos. Para o Brasil, a situação toda apresenta, como sempre, riscos e oportunidades. Por exemplo: as exportações chinesas para o território americano podem ser desviadas para nosso país, prejudicando algumas indústrias domésticas; por outro lado, a China pode começar a importar mais do Brasil, beneficiando setores da economia brasileira”, analisa Goldbaum. A ver se medidas como o antidumping continuarão sendo eficazes com o novo panorama global.
Principais medidas de defesa comercial
Antidumping
O dumping é uma prática comercial que consiste em uma ou mais empresas de um país venderem seus produtos, mercadorias ou serviços por preços abaixo dos valores que essas empresas vendem no seu mercado de origem. “Muitas vezes isso é feito com o objetivo de ganhar mercado em outro país, tirando participação daquela indústria doméstica”, comentou o advogado e consultor jurídico da Abravidro, Rabih Nasser, em episódio do VidroCast sobre antidumping, no ano passado. Caso sejam comprovados a prática de dumping, o dano à indústria local e o nexo causal (ou seja, a relação entre o dumping e o dano observado), o governo pode aplicar medidas antidumping. Essa decisão tem validade de cinco anos, havendo a possibilidade de pedido de revisão visando à sua prorrogação – importante: ao longo do processo de revisão, as medidas antidumping permanecem em vigor.
Aumento de tributos sobre importação
O aumento de tributos sobre importações está amparado pelo dispositivo chamado Desequilíbrios Comerciais Conjunturais (DCC). Criado pelo Mercosul, tem como objetivo barrar os impactos às indústrias dos países membros do bloco por conta de flutuações transitórias no comércio de produtos causadas, por exemplo, pelo aumento repentino nas importações ou queda anormal de preços dos importados. O DCC permite que os países membros do Mercosul elevem as alíquotas de importação acima da Tarifa Externa Comum (TEC) de forma temporária, a fim de proteger seus mercados e economias.
A seguir, confira a situação atual de todas as medidas relacionadas à importação de vidros.
EM VIGOR
Antidumping do float incolor
O que é: direito antidumping definitivo aplicado às importações brasileiras de vidros float incolores (NCM 7005.29.00), com espessuras de 2 a 19 mm, originárias da China, Egito e Emirados Árabes Unidos. Vidros do México também entraram na medida, mas a aplicação para o país foi suspensa.
Vigência: até fevereiro de 2026
Histórico: em 19 de dezembro de 2014, a Resolução Camex nº 121/2014 aplicava pela primeira vez no Brasil direitos antidumping sobre as importações de vidros float incolores. A decisão incluía importações originárias da China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos da América, Arábia Saudita e México. A medida foi fruto de petição apresentada pela Abividro, em nome da Cebrace e da Guardian. Após vigência de cinco anos, iniciou-se, em dezembro de 2019, o processo de revisão do direito. Em fevereiro de 2021, o Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão do Ministério da Economia, após análise do parecer de determinação final da Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público (SDCOM), aprovou a renovação do direito por mais cinco anos. O ato excluiu do processo as importações dos Estados Unidos e Arábia Saudita – em relação ao México, houve a renovação do direito antidumping, porém com imediata suspensão da aplicação, em razão da existência de dúvidas quanto à provável evolução futura das importações originárias desse país.
Antidumping do vidro automotivo
O que é: direito antidumping definitivo aplicado às importações brasileiras de vidros automotivos (NCMs 7007.11.00, 7007.19.00, 7007.21.00, 7007.29.00 e 8708.29.99) originárias da China.
Vigência: até fevereiro de 2028
Histórico: em 2017, o direito antidumping era aplicado às importações brasileiras de vidros automotivos chineses após petição da Abividro. Em fevereiro de 2023, a prorrogação da medida por mais cinco anos foi aprovada pelo Gecex. Apesar de o volume de vidros automotivos da China não ter sido considerado representativo, constatou-se que haveria probabilidade de retomada do dumping e do dano à indústria doméstica, principalmente pelo elevado potencial exportador desse país e dos preços baixos praticados nas exportações.
Extensão do antidumping do vidro automotivo
O direito antidumping do automotivo ganhou extensão às importações brasileiras de vidros recurvados, biselados, gravados, brocados, esmaltados ou trabalhados de outro modo (NCM 7006.0000), originários ou procedentes da China, que venham a ser utilizados na fabricação de vidros de segurança laminados empregados no setor automotivo.
Vigência: até fevereiro de 2028
Histórico: em maio de 2023, foi iniciada uma investigação com o objetivo de apurar se houve circunvenção, prática para frustrar a eficácia do antidumping do vidro automotivo. Ao final do processo, em fevereiro de 2024, o Departamento de Defesa Comercial (Decom) confirmou a prática de circunvenção nas importações de vidros e PVB de origem chinesa durante o período investigado. Por isso, os laminados importados voltados para esse segmento foram incluídos na aplicação da medida. A Abravidro credenciou-se como parte interessada no processo para retirar o PVB da lista, já que não existe produção doméstica desse insumo e, se a medida fosse ampliada para ele, poderia haver grande prejuízo para nosso setor. O órgão acolheu os argumentos da associação e o PVB foi excluído da decisão final sobre a extensão do antidumping.
Antidumping do espelho
O que é: direito antidumping definitivo aplicado às importações brasileiras de espelhos não emoldurados (NCM 7009.91.00) originárias da China. Espelhos do México também entraram na medida, mas a aplicação para o país foi suspensa.
Vigência: até fevereiro de 2027
Histórico: em fevereiro de 2016, aplicou-se o direito antidumping sobre importações de espelhos não emoldurados originárias da China e do México. A investigação se deu a partir de pedido da Abividro. O processo de revisão do direito começou em fevereiro de 2021, sendo aprovado no início de 2022 para as importações chinesas. Com relação às importações oriundas do México, houve a prorrogação do direito antidumping, porém com imediata suspensão, em razão da existência de dúvidas quanto à provável evolução das importações vindas desse país.
Aumento da alíquota de importação para o float incolor
O que é: a alíquota de importação do vidro float incolor (NCM 7005.29.00) teve aumento de 9% para 25%. A medida vale somente no Brasil, para produtos de qualquer origem, inclusive de países membros do Mercosul.
Vigência: dezembro de 2025
Histórico: em novembro de 2024, a Camex atendeu um pleito da Abividro amparado no mecanismo de DCC.
EM REVISÃO
Antidumping do vidro para eletrodomésticos da linha fria
O que é: direito antidumping definitivo aplicado às importações brasileiras de vidros para uso em eletrodomésticos da linha fria (NCM 7007.19.00) originárias da China.
Histórico: a primeira vez que importações chinesas desse vidro receberam medidas antidumping foi em julho de 2014, a partir de petição da Abividro. Após o término dos cinco anos de vigência, pediu-se a sua prorrogação, o que foi aprovado pela Camex em junho de 2020. À época, concluiu-se que a extinção do antidumping levaria à retomada do dano a empresas nacionais. Isso se justificou, principalmente, devido ao elevado potencial exportador chinês e aos baixos preços praticados por fabricantes do país asiático durante o período investigado. Agora, estuda-se mais uma vez a prorrogação desse direito.
EM ANDAMENTO
Antidumping do float incolor para novas origens
O que é: direito antidumping definitivo aplicado às importações brasileiras de vidros float incolores (NCM 7005.29.00), com espessuras de 1,8 a 20 mm, oriundas da Malásia, Paquistão e Turquia.
Histórico: em julho de 2024, o Decom aprovou o início de investigação para averiguar a existência de dumping nas exportações de vidros float incolores, com espessuras de 1,8 a 20 mm, oriundas da Malásia, Paquistão e Turquia. Em fevereiro deste ano, chegou-se a uma definição preliminar: a de que houve dano à indústria vidreira nacional. No entanto, optou-se por não aplicar o direito antidumping provisório. Naquele mês, foi realizada audiência com representantes das usinas de base brasileiras e representantes das empresas dos três países para dar continuidade à investigação. A decisão final é esperada para o fim de 2025 ou começo de 2026.
PROTOCOLADAS
Antidumping do vidro laminado
O que é: direito antidumping definitivo aplicado às importações brasileiras de vidros laminados (NCM 7007.29.00) originárias da China.
Histórico: pedido protocolado junto ao governo federal, ainda sem prazo para definição.
Aumento da alíquota de importação para o laminado
O que é: aumento da alíquota do Imposto de importação para esse tipo de vidro, de qualquer origem, de 10,8% para 30%.
Histórico: pedido protocolado junto ao governo federal, ainda sem prazo para definição.
A tradicional edição paulistana da maior mostra de arquitetura e design de interiores das Américas tem casa nova este ano: o Parque da Água Branca, na Zona Oeste da capital. Com setenta ambientes construídos por renomados profissionais da área a partir do tema Semear Sonhos, o evento busca a criação de futuros desejáveis para nossas cidades, promovendo a integração com a natureza por meio de soluções inovadoras e sustentáveis.
Nos últimos anos, desde que saiu do Jockey Club de São Paulo e passou para locais mais confinados (como o Allianz Parque, o Conjunto Nacional e agora o próprio Parque da Água Branca), a Casa Cor deixou de apresentar aplicações de vidro em grande escala – algo bastante comum em outros tempos. No entanto, nosso material segue presente, principalmente em detalhes de decoração ou usos inventivos surpreendentes. Veja a seguir o que de mais interessante a edição 2025 apresenta ao público – e aproveite para visitá-la até o dia 3 de agosto.
Foto: Thiago Borges
Novo uso para os autoportantes
A arquiteta Daniela Andrade, em seu Café com Tempo, dá uma cara nova aos vidros autoportantes, material que dispensa a necessidade de caixilho, sendo utilizado em aplicações estruturais como divisórias e fachadas. O espaço – um café funcional de 203 m² – tem um balcão feito de autoportantes fornecidos pela Brasil Vidros (empresa de Vitória). A iluminação interna do mobiliário, permitida graças ao uso dos vidros, oferece um toque etéreo: parece que o tampo de pedra flutua pelo ambiente.
Foto: Leonardo Araújo e Rayssa Lima
Cores reforçadas
Vidro também pode ser um elemento importante para a paleta de cores de um espaço: esse é o principal ensinamento de Caio e Carlos Carvalho, do Studio Ro+Ca, com a Casa Brastemp. Uma grande divisória de vidro fusing marrom 8 mm (da Alpha Vidros) divide o ambiente em duas áreas. Dessa forma, a cor de nosso material reforça os tons vibrantes de bege, laranja e vermelho encontrados nos móveis, paredes e quadros. Segundo a Casa Cor, depois da mostra, as divisórias envidraçadas vão se converter em mobiliário pelas mãos dos arquitetos.
Foto: Bia Nauiack
Clássico com nosso material
O Déjà Vu, montado por Eloy e Felipe Fichberg, do escritório Fichberg Arquitetura e Interiores, inspira-se na Art Nouveau e em sua harmonia com a natureza, criando uma leitura contemporânea e brasileira desse movimento artístico surgido no fim do século 19. O local homenageia a diversidade nacional – e uma das aplicações mais impressionantes nesse sentido são os vitrais na área dos banheiros. Produzidos pelo Studio Ceiba com vidros reutilizados, contam com imagens da fauna, flora e dos povos originários do Brasil.
Foto: Gabi Drewes
Mostruário envidraçado
O Lá Na Teka, escritório das arquitetas e designers Anike Tomanik e Kalyn Diegues, foi o responsável pelo ambiente Feira na Rosenbaum – que reúne criações de artesãos brasileiros presentes na feira homônima, localizada em São Paulo. Com 41 m², o espaço serve não apenas para expor objetos artísticos, mas também como uma espécie de mostruário de vidros. Isso porque a fachada, montada pela vidraçaria Europa Vision, utiliza diversos tipos de nosso material, incluindo peças texturizadas e espelhos.
Foto: Vitor Guilherme
Multiplicidade de olhares
O uso de chapas texturizadas como decoração não é novidade na Casa Cor – e o ambiente Solos do Tempo, assinado por Giovanni Vespe, traz essa ideia em uma grande peça, semelhante a um vitral, na sala. A estrutura, com perfis da Decamp, tem aplicações de canelado, martelado, mini-boreal e translúcido, todos de 2 mm de espessura (fornecidos pela Ladeira Martins). No banheiro, atrás das pias, a mesma solução permite a entrada de luz natural. Ao lado, um espelho prata 2 mm enfeita o local.
Foto: Roberta Gewehr
Minimalismo transparente
O conceito da Casa Viva, de Henrique Freneda, envolve sofisticação por meio do minimalismo: o designer de interiores imaginou um espaço voltado para um homem moderno e bem-sucedido, que precisa de poucos elementos para revelar sua personalidade. Para deixar isso claro, ele optou por fazer uma caixa envidraçada, aplicando vidros de valor agregado: laminados Habitat Neutro 10 mm, da Cebrace, fornecidos pela RTT Vidros e Esquadrias em parceria com a Conlumi.
A 2ª turma de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE) de 2025 foi formada nos dias 15 e 16 de maio, em São Paulo. E, acompanhando a demanda do setor pelo conteúdo do módulo da Especialização Técnica Abravidro, o mês de julho terá PPCPE em dose dupla, com uma turma em Caxias do Sul (RS), nos dias 7 e 8, e outra, em São Paulo, nos dias 24 e 25.
União de conhecimentos
Mesmo quem já cursou o módulo de PPCPE tem muito a ganhar participando das aulas de tempos em tempos; afinal, o conteúdo das aulas é constantemente atualizado, acompanhando a situação do mercado.
“O PPCPE não se trata apenas de planejamento, programação, controle de produção e estoques; na verdade, toda a técnica ensinada aqui se chama supply chain management [gestão de cadeia de suprimento]”, explica Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro e responsável pelos módulos da Especialização Técnica Abravidro. Ele aponta que o treinamento não se restringe a uma única ferramenta de gestão: ele se baseia na World Class Manufacturing (WCM) – metodologia de referência mundial para técnicas de gestão –, no Kaizen (filosofia que busca a melhoria contínua dos processos por meio de mudanças pequenas, positivas e perpétuas) e em várias outras tecnologias de gestão assertiva de cadeia de entrega de valor.
Relatos dos alunos
“Além de conhecimento técnico sobre supply chain, que é atrativo para mim, o curso também proporciona uma mudança de comportamento: sair da sua zona de conforto não é algo simples, mas é importante buscar melhorias continuamente.” Rodrigo Freire, Casa dos Espelhos – CDE (AM)
“Esse curso foi um divisor de águas na minha maneira de pensar e realizar meu trabalho dentro da empresa; o professor Cláudio transmitiu para nós muitos conceitos e técnicas que vão agregar valor à nossa equipe e ao nosso trabalho.” Tatiane Barbosa, Colpany Temper (SP)
“O curso está agregando orientações a particularidades da nossa empresa que não eram atendidas; já está me ajudando a entender a questão do vidro em específico, como o posicionamento dele na parte do corte e na entrada no forno de têmpera.” Victor Leite Vieira, TTR Vidros (RJ)
PPCPE em terras gaúchas…
A Abravidro, em parceria com o Sindividros-RS, levará o curso de PPCPE para a cidade de Caxias do Sul. As aulas serão realizadas nos dias 7 e 8 de julho, das 8 às 18 horas, no Instituto Senai de Tecnologia – vale destacar que associados da Abravidro e do Sindividros-RS têm acesso a descontos no valor das inscrições. Para se inscrever, clique aqui.
…e na terra da garoa também!
Outra turma de PPCPE também está programada para os dias 24 e 25 de julho, na capital paulista. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo telefone (11) 3873-9908 ou rsilva@abravidro.org.br.
Após o período de inscrições, ocorrido de 18 de março a 16 maio, a 2ª edição do Prêmio Abravidro Glass South America tem empresas e projetos participantes definidos: são 105 concorrentes nas catorze categorias, além de 21 projetos comerciais e residenciais com uso do vidro. A votação popular teve início no dia 16 de junho, e poderá ser feita até 18 de julho pelo site oficial da premiação: www.premioabravidroglass.com.br.
Sobre a votação popular:
• Será permitido apenas um voto por dispositivo (IP) e por categoria
• O voto não é obrigatório em todas as categorias, mas nossa sugestão é que cada votante participe indicando seu preferido em cada uma delas
• O concorrente mais votado de cada categoria integrará a seleção de finalistas, avaliada pelo júri técnico, e computará um ponto adicional na votação da comissão julgadora.
Os concorrentes ao Prêmio Abravidro Glass 2025
FABRICANTE DE VIDRO PLANO
• AGC
• Cebrace
• Guardian
• Vivix
PROCESSADOR DE VIDRO Categoria com premiação regional
NORTE
• CDE Indústria de Vidros
• Guaporé Vidros
• Portal Vidros
• União Center
FABRICANTE DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS DE PRÉ-PROCESSAMENTO E LAMINAÇÃO DE VIDROS
• Agmaq
• Biesse
• Bottero
• Lisec
• SGlass
FABRICANTE DE FORNOS DE TÊMPERA
• Latamglass
• SGlass
FABRICANTE DE REBOLOS E BROCAS
• Arbax
• Cia do Rebolo
• Diamanfer
• Latamglass
FABRICANTE DE INSUMOS PARA O PROCESSAMENTO DE VIDROS (EXCETO REBOLOS E BROCAS)
• Decent New Material
• Eastman
• Profilglass
• Sogelub
• Tag47 Solution
FABRICANTE DE FERRAGENS E ACESSÓRIOS PARA VIDRO
• AL Indústria
• FVT Ferragens
• GDS
• Multi Metais
FABRICANTE DE SISTEMAS DE GUARDA-CORPOS DE VIDRO
• Ideia Glass
• Q-Railing
• Reiki – Envidraçamentos Projetados
FABRICANTE DE SISTEMAS DE ENVIDRAÇAMENTO DE SACADAS
• AL Indústria
• Casa Mansur
• Claroflex
• Reiki – Envidraçamentos Projetados
• Solid
• Solução Fechamento Inteligente
FABRICANTE DE KITS DE BOXES DE VIDRO PARA BANHEIRO
• AL Indústria
• Casa Mansur
• Ideia Glass
FABRICANTE DE SISTEMAS DE PORTAS DE VIDRO
• AL Indústria
• Ideia Glass
• Roll Door
• Schott Flat Glass
DESENVOLVEDOR DE SOFTWARES PARA O MERCADO VIDREIRO
• GlassControl
• Meu Vidraceiro
• Reitech
• Softsystem
• SYM – Softwares Your Mode
• Sync Softwares
• SystemGlass
VIDRAÇARIA Categoria com premiação regional
NORTE
• Resplendor Vidraçaria e Serralheria
• União Center
• Vidrex
NORDESTE
• SS Vidros
• Sujvidros
• Vidraçaria Mineiro
CENTRO-OESTE Esta região recebeu apenas uma inscrição de vidraçaria. Seguindo o regulamento disponível no site oficial, no item 6, em casos de um único inscrito para dada categoria, ela será desconsiderada, não havendo, por conseguinte, premiação
PROJETO QUE EMPREGA VIDROS
• Alma – Brasília-DF
• Almagah 227 – São Paulo-SP
• Arquipeo – São Paulo-SP
• Atmosfera Air – Porto Alegre-RS
• Cúpula Central do Flamboyant Shopping – Goiânia-GO
• Domo Geodésico – São Paulo-SP
• Edifício Beaumont – Campinas-SP
• Edifício Salma Tower – São Paulo-SP
• Four Seasons Residence – Maringá-PR
• Hy Pinheiros – São Paulo-SP
• JK Square – São Paulo-SP
• Lago Center Business – Recife-PE
• Luna Nova – São Paulo-SP
• O Parque (Torre Orvalho) – São Paulo-SP
• Sede CFM – Brasília-DF
• Sede Soluti – Goiânia-GO
• Sede Stella – Sapiranga-RS
• Varanda – Porto Alegre-RS
• Viva! Campo Belo – São Paulo-SP
• W Residences – São Paulo-SP
• Yachthouse – Balneário Camboriú-SC
Próximas etapas
• Votação popular: até 18 de julho
• Votação da comissão julgadora: 28 de julho a 12 de agosto
• Cerimônia de premiação: 3 de setembro, na Glass South America 2025
Desde 2023 esta seção da revista O Vidroplano vem apresentando a saga de nosso material no setor de semicondutores para chips – como o nome indica, os semicondutores conduzem correntes elétricas, sendo fundamentais para o funcionamento dos chips, elementos presentes em qualquer aparelho eletrônico. O vidro atua como matéria-prima perfeita para essas peças, pois ainda diminui a carga térmica dos circuitos, oferecendo maior confiabilidade na transmissão de informações.
No começo deste mês, a matriz japonesa da AGC anunciou um grande avanço nos estudos para tornar o processamento do vidro utilizado em semicondutores mais eficiente. Desenvolvido em parceria com a Universidade de Tóquio, o trabalho consistiu em usar, simultaneamente, dois lasers, com diferentes larguras de pulso entre si, para beneficiar a superfície de substratos vítreos. O resultado é impressionante: a velocidade da tarefa foi 1 milhão de vezes mais rápida que a do processo tradicional – calma, você não leu errado: é 1 milhão de vezes mesmo! Além da velocidade maior, a descoberta também tem baixo impacto ambiental, pois não gera resíduos.
A AGC espera que a solução seja colocada em prática por empresas do ramo num futuro não tão distante – e estaremos aqui para noticiar, claro!
Há dois meses, neste mesmo espaço, fiz uma reflexão sobre a globalização e seus impactos. O principal assunto, na ocasião, eram as barreiras comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que geraram uma avalanche de medidas semelhantes impostas por outros países em retaliação, e como isso impactaria o mundo, o Brasil e o setor vidreiro em especial.
Passados sessenta dias daquele texto, a economia mundial segue sendo impactada pelo mundo globalizado. O frete marítimo, em baixa nos primeiros meses deste ano, viu um aumento expressivo nos últimos vinte dias, muito em virtude da movimentação de cargas chinesas enquanto a aplicação das altas tarifas pelos EUA não entra em vigor.
Além da guerra entre Rússia e Ucrânia, que já trouxe sua dose de impactos no tabuleiro internacional, o conflito entre Israel e Palestina agora se estendeu ao Irã, trazendo mais incerteza e tensão para a região, com potencial para causar danos à economia, para além das vidas perdidas.
Não bastasse o cenário global conturbado, enquanto eu redigia este texto, recebi carta anunciando reajuste de nossa matéria-prima. Sabemos que as paredes dos estoques das usinas não são de borracha, mas o momento não podia ser mais inoportuno, com fraca demanda pelo nosso material, em um ano que tem sido difícil. Vamos ver como o mercado se comporta com mais essa novidade.
Em meio às adversidades, uma boa notícia: está aberta a temporada de votação popular do Prêmio Abravidro Glass South America. Nesta segunda edição, mais de cem empresas se inscreveram para concorrer, além de cerca de vinte obras em que o vidro é protagonista. Criada no ano passado, a premiação é um reconhecimento às empresas dos diferentes elos da cadeia vidreira, avaliadas por meio da votação do mercado e também por um júri técnico. Não deixe de participar e prestigiar suas marcas preferidas!
Vidro de valor agregado é uma pauta antiga nas páginas de O Vidroplano. Há anos a revista apresenta reportagens sobre eventos do setor, iniciativas de empresas e tecnologias vidreiras com o foco de diversificar o uso de nosso material, aumentando o consumo de vidro para além do float comum. O tema está quente no mercado: laminados e insulados se destacaram pelos bons resultados no Panorama Abravidro, cuja edição 2025 foi publicada no mês passado pela entidade.
Mas, afinal, qual o contexto para o aumento da participação desses dois produtos entre os vidros processados? Conversamos com diversos elos da cadeia para entender esse movimento e também saber o que pode ser feito para aumentar ainda mais a demanda.
As boas notícias
2024 foi um ano de estabilidade para o setor em relação a 2023 (que tinha sido um ano fraco), como mostrou o Panorama. As boas notícias ficaram para o desempenho desses dois vidros – os únicos produtos com faturamento positivo em relação ao ano anterior, embora o percentual não tenha acompanhado o crescimento em volume:
O laminado teve a mais alta participação no mercado de processados da série histórica (15%);
Sua quantidade vendida aumentou quase 10%: é o 2º maior volume desse produto na série histórica, atrás apenas de 2014;
Pela primeira vez, o insulado chegou à marca de 1% de participação no mercado de processados;
Sua fabricação subiu quase 50%. Dessa forma, 2024 se tornou o ano em que mais se produziram insulados (556.382 m²) desde o início da série histórica (2009).
Edifício Passeio Paulista, em São Paulo: exemplo do uso de vidros de valor agregado em soluções modernas e sustentáveis. A fachada do prédio conta com laminados e insulados, compostos de peças de SunGuard AG43, da Guardian, processados pela GlassecViracon (foto: Daniel Ducci)
O momento é bom mesmo?
A maioria das empresas consultadas para a reportagem concorda que existem motivos para comemorar o crescimento. “Podemos afirmar que houve, sim, um aumento significativo nas especificações – e foi algo bem-consolidado, não pontual”, comenta o gerente de Desenvolvimento de Mercado da Cebrace, Jonas Sales. “Isso tem muito a ver com a experiência do usuário: quando alguém vive ou trabalha em um ambiente com conforto acústico, conforto térmico, segurança, isso se torna referência.”
Defensor da utilização do insulado, o diretor da Atenua Som, Edison Claro de Moraes, também acredita que a maior presença da solução é algo concreto. “Eu observo várias obras com esse material. É pouco, mas já é sentido. Quando as construtoras perceberem que isso funciona como um diferencial positivo, o cenário tenderá a acelerar.”
Para a Viminas, é possível ver mais especificações e projetos em que laminados e insulados são usados de forma assertiva. “Trabalhando nos segmentos da construção civil, movelaria e linha branca, observamos um avanço muito grande de ambos os vidros voltados, principalmente, para a construção civil”, revela o consultor técnico Luiz Cláudio Rezende (mais conhecido como Juca). A gerente de Projetos e Automação da NEX, Priscila Kimmel, concorda. “O mercado está mais exigente e alinhado com as melhores práticas globais.”
O gerente de Marketing e Produto para América do Sul da AGC, Thiago Malvezzi, aponta três motivos principais para esse movimento:
Maior conscientização dos profissionais vidreiros, gerada a partir de um número crescente de eventos e encontros para divulgar e incentivar o correto uso de cada vidro;
Atuação cada vez mais presente das associações junto ao mercado e ao governo para a fiscalização das normas;
Percepção do próprio segmento de que existem oportunidades de levar mais qualidade ao cliente final e agregar valor ao processamento.
É possível indicar algumas tendências sobre cada vidro para entender o que levou ao aumento no consumo visto no ano passado:
Laminado
Crescimento fortemente relacionado ao volume de obras residenciais verticais e à aplicação em guarda-corpos, estruturas que se consolidaram como importantes frentes de demanda;
Maior entendimento de que o laminado é o vidro correto para certas aplicações. “Se todos os projetos respeitassem sem as normas técnicas vigentes, o volume poderia ser ainda maior, o que reforça a importância da conscientização e da especificação correta”, opina Jonas Sales, da Cebrace.
Insulado
Maior uso se dá especialmente na Região Sul, com o objetivo de estabilizar a temperatura dos ambientes, revela Sales;
Início de uma expansão para outras áreas do País nas quais ainda é pouco utilizado;
Maior entendimento das capacidades técnicas da solução. “O insulado tem se consolidado em projetos de maior exigência técnica e sustentabilidade, sobretudo em regiões com variações térmicas mais intensas”, afirma o gerente de Desenvolvimento de Mercado da Vivix, Luiz Barbosa.
Soluções robustas, como janelas com conforto acústico e térmico, precisam estar presentes também em edificações residenciais e de médio porte para o consumo dos vidros de valor agregado aumentar ainda mais (foto: brizmaker/stock.adobe.com)
O papel dos insulados nesse cenário
Os insulados são um grande enigma a ser desvendado pelo mercado vidreiro: é a solução que mais oferece benefícios às edificações e aos usuários, porém, mesmo com o crescimento de 2024, ainda representa uma quantidade minúscula de vidro comercializado – quase quinze vezes a menos que o total dos laminados. “O insulado vem ampliando sua presença, mas ainda enfrenta barreiras decorrentes de uma percepção de alto custo – muitas vezes sem que o cliente avalie os reais ganhos energéticos, térmicos e de conforto proporcionados pelo produto”, alerta a consultora de Especificação e Produtos da PKO, Claudia Mitne.
Segundo Moraes, da Atenua Som, o investimento em insulado se paga em pouco tempo (dois ou três anos, dependendo do porte da obra). “É um absurdo a gente não usá-lo mais. Você olha para os países árabes, lugares extremamente quentes, e é tudo com insulado. Talvez pelo fato de a palavra ‘conforto’ remeter a coisas caras, supérfluas, isso ajude a não vendê-lo mais. Mas a gente precisa focar na economia, na saúde do cliente”, alerta.
Nem todas as fontes consultadas por O Vidroplano demonstraram otimismo com a atual situação do produto – ao menos, em relação à construção civil, o segmento que mais consome vidro no Brasil. “É provável que o crescimento esteja relacionado ao setor de refrigeração, que tem se expandido significativamente. Trata-se de um mercado com características técnicas distintas”, analisa Marcelo Martins, diretor-comercial da GlassecViracon.
Processadoras voltadas ao ramo de refrigeração nos confirmaram a existência de uma demanda aquecida. O diretor-comercial da VHM, Vitor Griesang, relembra que o insulado tem lugar cativo nessa cadeia, pois o balizador dos produtos é o desempenho térmico: “São usados em praticamente todas as portas de refrigerador, assim como em vitrines expositoras para açougue e padaria”.
A gerente de Desenvolvimento de Produtos da Rohden, Edilene Marchi Kniess, explica que evoluções técnicas dessa indústria contribuíram para a alta: “Nota-se que, em diversos projetos, houve a substituição de vidros simples por duplos, ampliando o isolamento térmico mesmo em equipamentos de menor porte. Soma-se a isso a redução na oferta de equipamentos de refrigeração abertos (sem portas), em favor de soluções fechadas e mais eficientes, que incorporam insulados como padrão”. Isso pode explicar o salto no faturamento de quem fornece para esse ramo. “De 2022 para 2023, tivemos crescimento de 66% em insulados para refrigeração; de 2023 para 2024, o aumento foi de 30,12% nas vendas”, relata a diretora-financeira da Vidrolar, Camila Arcenio.
Modernidade é com vidro
Não existe material mais em contato com as necessidades da construção moderna que um bom vidro de valor agregado. “O aumento da população, do consumo e do desmatamento no mundo provocou uma revolução climática, com o aquecimento global. As cidades estão mais populosas e com problemas de mobilidade, o que provoca engarrafamentos e muito barulho”, analisa Juca, da Viminas. “Existe ainda um outro ponto muito importante: a grande preocupação com a segurança. E os vidros evoluíram para contribuir de forma decisiva para estas três preocupações da vida moderna: segurança, conforto térmico e conforto acústico.”
Para Malvezzi, da AGC, é justamente a sustentabilidade o principal motor da crescente participação dos laminados e insulados. “Essa mudança acontecerá aqui no Brasil, como já ocorreu no Japão e na Europa, incluindo a aplicação de uma taxa de emissão de carbono que existe lá fora e chegará ao País cedo ou tarde. Isso impulsionará o uso desses vidros”. Com o passar do tempo, o mercado se adapta a novos padrões – basta ver a evolução de estruturas como fachadas graças ao uso do nosso material.
“Eu moro perto da Represa de Guarapiranga [reservatório para abastecimento de água a municípios da Região Metropolitana de São Paulo] e tenho insulados em casa”, conta Moraes, da Atenua Som. “É uma região com variação de temperatura enorme, coisa de 20 °C. Quando saio da cozinha, um ambiente com vidro comum, e entro no quarto, sinto na pele a diferença de temperatura.”
O laminado e o insulado, portanto, são produtos que resolvem mais de uma demanda ao mesmo tempo – desde que corretamente especificados por especialistas técnicos, obviamente. E, ao se utilizar especificações que misturam diferentes soluções (laminado estrutural, insulado com laminado etc.), os benefícios se multiplicam. “O que se vê no Brasil é a tentativa de combinar controle solar com segurança apenas por meio do laminado, o que limita o desempenho geral das fachadas”, exemplifica Marcelo Martins, da GlassecViracon. “Os vidros de controle solar mais avançados são projetados para uso em insulados, permitindo ganhos efetivos em estética, desempenho térmico, acústico e segurança, especialmente quando um dos lados do conjunto é laminado.”
Tendências para o hoje e o amanhã
Claudia Mitne, da PKO, indica algumas tendências para a aplicação de vidros de valor agregado que estão em andamento – e devem se firmar como o padrão básico da construção em breve:
Fachadas com áreas envidraçadas maiores e estética mais leve;
Crescente busca por certificações ambientais e desempenho energético;
Uso de vidros com proteção às aves e aplicações que contribuem para a humanização dos espaços urbanos;
Esse movimento todo sendo reforçado por mais normas técnicas, para que a evolução seja acompanhada por qualidade e segurança.
Vidros com propriedades adicionais, como controle solar avançado e integração com tecnologias inteligentes, devem ser outras constantes para o futuro, de acordo com Fábio Reis, da Guardian. “Exemplos incluem a utilização de grandes panos de vidro substituindo paredes e a geração de energia por meio da captação de radiação solar – seja diretamente, com filmes fotovoltaicos semitransparentes aplicados nos vãos de luz, ou com sistemas BIPV (sistema fotovoltaico para envoltórias de edifícios), instalados nas frentes de lajes, em versões opacas e com cores harmonizadas ao projeto arquitetônico”, comenta.
Foto: Benjamin Salazar/stock.adobe.com
O que esperar para os laminados:
Conscientização sobre a normalização do produto: O material precisa ser encarado como a única opção possível quando falamos de guarda-corpos, coberturas e outras aplicações estruturais, sendo recomendados para fachadas (mesmo acima da cota de 1,10 m em relação ao piso) e também aplicações internas (como boxes de banheiro, uma tendência já vista em feiras do setor);
Interlayers diferenciados: “Entre as principais tendências para laminados que enxergamos estão a aplicação de interlayers especiais, como os acústicos, coloridos, estruturais e amigável às aves”, indica Luiz Barbosa, da Vivix;
Integração com outras tecnologias: Especificações devem incluir mais peças de controle solar dinâmico (que ajusta automaticamente o nível da transparência) ou de vidros polarizados, eletrocrômicos etc.
Foto: srki66/stock.adobe.com
O que esperar para os insulados:
Expansão de conjuntos multicamadas: “Vidros triplos com tratamentos específicos visam a ganhos máximos em isolamento térmico, principalmente em ambientes com forte exigência de conservação energética”, explica Edilene Kniess, da Rohden;
Fachadas duplas: Também chamadas de double skin, são estruturas altamente eficientes, ideais para edifícios inteligentes, aponta Edilene: “Nelas, o insulado integra sistemas de ventilação natural e proteção térmica”;
Foco na estética: Personalização dos conjuntos com impressão digital ou serigrafia entre vidros, unindo design e identidade visual à performance funcional;
Tecnologia mais robusta para refrigeração: Segundo Vitor Griesang, da VHM, a fabricação de insulados com espaçadores transparentes ganha espaço. “Isso elimina a necessidade de serigrafia nas bordas da peça para dar acabamento, permitindo um equipamento mais clean e com maior visibilidade dos produtos expostos”, confirma. “Outra grande tendência são os vidros com aquecimento, ligado diretamente na rede 110 V/220 V. Esse trabalho se dá a partir de uma incisão a laser que permite que o vidro suporte a tensão, sem necessidade de usar transformadores.”
Nossa lição de casa
Após ver as questões técnicas desses vidros e seu papel para a construção atual (e também do futuro), surge a pergunta: o que fazer para aproveitar a onda e aumentar ainda mais o consumo de vidro de valor agregado no Brasil? “A situação passa por uma combinação de fatores: conscientização sobre os benefícios técnicos e estéticos dos produtos, incentivo à inovação por parte dos fabricantes e especificadores, e oferta de soluções que combinem qualidade com eficiência”, responde Priscila Kimmel, da NEX.
De acordo com Jonas Sales, da Cebrace, um dos pilares para isso se tornar realidade é a capacitação da cadeia. “Devemos ter noção da importância de treinamentos técnicos voltados a processadores, consultores, arquitetos e construtoras, para ampliar o conhecimento técnico e promover a especificação correta de cada tipologia conforme sua aplicação”, analisa. Thiago Malvezzi, da AGC, concorda que compartilhar informação deva ser a base da atuação de nosso setor: “Associações e influenciadores em nosso mercado têm levado essa informação correta aos atores de toda a cadeia da construção, e nós temos nos envolvido nessas atividades, no sentido de fazer com que todo o mercado ganhe valor”.
Por falar em iniciativas do setor para a divulgação de conteúdo técnico vidreiro, uma das mais abrangentes é o Educavidro, plataforma de educação a distância criada pela Abravidro, em parceria com a Abividro. “O Educavidro foi desenvolvido não apenas para profissionais vidreiros, mas também para todo o ecossistema da construção civil e de outros segmentos que trabalham com vidro, incluindo estudantes. Por ser gratuito e online, pode ser utilizado em qualquer lugar do País, democratizando o acesso ao conhecimento, que é fundamental para o desenvolvimento de nosso mercado”, explica o presidente da Abravidro, Rafael Ribeiro.
A criação de novos vidros, que visem a uma aplicação mais tecnológica de nosso produto, ajuda na conscientização. “O objetivo é facilitar a divulgação e a escolha das soluções para todos os setores – residencial, multifamiliar e comercial – com um portfólio nacional criado para atender as demandas específicas de cada projeto”, aponta Fábio Reis, da Guardian. “Nesse sentido, atuamos em diversas frentes, como na capacitação de especificadores, no desenvolvimento de soluções alinhadas às necessidades reais dos usuários e na participação ativa nos processos de atualização das normas técnicas do setor”, revela Luiz Barbosa, da Vivix.
Claudia Mitne, da PKO, acredita que o conhecimento técnico é valioso tanto quanto o produto entregue. “Sabemos que a percepção de valor é construída em conjunto por toda a cadeia: incorporadores, arquitetos, construtores, empresas de esquadrias e processadores. Nesse cenário, devemos atuar como parceiros técnicos, promovendo uma abordagem que prioriza desempenho, longevidade e retorno ao usuário final, não apenas preço”.
Por isso, demonstrar os benefícios do vidro é a chave para aproximar esse enorme conhecimento que a cadeia vidreira possui dos especificadores. A Viminas, por exemplo, conta em sua fábrica com expositores com os quais os clientes interagem na prática. “Temos uma caixa acústica, para demonstrarmos a diferença na atenuação do som, com ela aberta e fechada. Em relação ao conforto térmico, acendemos uma lâmpada incandescente cuja luz passa por um vidro comum à direita e por um laminado com proteção solar à esquerda. As pessoas colocam a mão por baixo e experimentam a grande diferença da retenção do calor de cada peça”, conta Juca.
Fomentando a demanda
Edilene Marchi Kniess, da Rohden, aponta questões relevantes para o fomento da demanda dos vidros de valor agregado:
Contribuição do material para certificações de construção sustentável como Leed, Aqua e Procel Edifica;
Atualização das normas e regulamentações de desempenho energético em edificações, incentivando soluções construtivas que privilegiem o isolamento térmico e o uso de materiais de alta performance;
Fomento a políticas públicas e linhas de financiamento que priorizem construções sustentáveis com foco na eficiência energética, nas quais o vidro insulado pode ser um diferencial competitivo.
Outras questões importantes a serem debatidas
“Quando se fala em desempenho térmico e acústico, não há produto que se equivalha ao insulado”, afirma Vitor Griesang, da VHM. Como visto anteriormente, ele pode ser feito com diversos tipos de vidro, somando benefícios diferentes numa única solução – é como se fosse um portfólio de tudo que o vidro pode oferecer de bom ao usuário. “Entendo que seja necessário elevar a qualidade técnica das especificações, e nisso o vidro insulado tem um papel central. É fundamental que o setor exerça um papel educacional ativo, promovendo a conscientização sobre o uso de vidros eficientes, que geram retorno financeiro ao longo da vida útil das edificações”, opina Marcelo Martins, da GlassecViracon.
O primeiro passo é desmitificar a ideia errada de que o insulado funciona apenas para regiões com clima frio. Além disso, deve-se viabilizar sua aplicação não apenas em fachadas comerciais de alto padrão, mas também em residências e empreendimentos de médio porte. O acesso das processadoras às soluções, principalmente a insumos para sua fabricação, também não pode ser esquecido – afinal, não adianta a tecnologia existir, mas ser difícil consegui-la. “Embora haja uma boa oferta de produtos locais, a crescente demanda tem levado muitos players a recorrer a insumos importados, reconhecidos pela qualidade e confiabilidade. Assim, é preciso facilitar o acesso a insumos de qualidade superior, com suporte técnico e logístico que incentivem a adoção dessas soluções”, reforça Priscila Kimmel, da NEX. “A presença local permite que as empresas brasileiras elevem o nível de seu trabalho e atendam um mercado cada vez mais exigente.”
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