Em qualquer relação comercial, a comunicação eficiente é um fator-chave para assegurar que todas as partes envolvidas saiam satisfeitas. No caso das vidraçarias, essa comunicação é importante não só junto aos clientes, mas, principalmente, com as processadoras que fornecem as peças de vidro a serem comercializadas.
Dessa forma, é essencial dedicar atenção aos pedidos que são enviados ao seu fornecedor: se feitos de forma confusa ou mal-elaborada, podem levar a falhas, atrasos e perdas para ambos os lados. A seguir, O Vidroplano aponta os principais erros cometidos nessa tarefa e apresenta dicas para emissão de pedidos mais eficazes.
A pressa é inimiga da perfeição
Três erros bastante comuns nos pedidos enviados às processadoras são a falta de informações, a presença de medições incorretas e a ilegibilidade das anotações – a dificuldade para conseguir entender o que está escrito.
“Os maiores problemas são muitas vezes relacionados à pressa de enviar o pedido. Com isso, acaba-se esquecendo de informar todas as necessidades”, alerta Lucas Bremm, diretor-comercial da Mary Art Vidros. Essa pressa frequentemente resulta em desenhos improvisados e até no uso de material inadequado para passar o pedido. Tudo isso acaba transferindo o problema para quem irá produzir o vidro solicitado. Muitas processadoras contam com modelos ou sistemas próprios para a anotação dos pedidos. Porém, é preciso que eles sejam preenchidos corretamente. “Se recebemos alguma solicitação fora do nosso formulário, demoramos muito mais a leitura”, aponta Alessandra Reis, coordenadora-comercial da Viminas.
Vale destacar também a falta de padronização. Angelo Gracioli, gerente-comercial da Cristal Sete, explica: “Grande parte dos vidraceiros que ainda não usam as ferramentas de e-commerce costuma cometer erros simples, confundindo-se bastante com as medidas das peças – alguns as passam em centímetros e outros em milímetros, o que gera ruído na comunicação e leva a perdas, retrabalhos e prejuízos”.
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Quem perde com esses problemas?
A resposta é simples: todos. “Sempre que ocorre algum erro por qualquer uma das partes, ou por ambas, gera-se um transtorno muito grande que vai além do prejuízo financeiro”, comenta Gracioli, ressaltando que o desconforto resultante faz com que cada lado fique empurrando a falha para o outro, gerando descontentamento por ambas as partes – e não só por elas. “O mais prejudicado é sempre o consumidor final, que fica com a obra inacabada e pode acabar denegrindo o setor como um todo — e isso não é bom para nossa cadeia.”
Alessandra Reis, da Viminas, exemplifica como um pedido malfeito pode resultar em problemas para todos. “Por vezes, recebemos projetos complexos com informações apenas das medidas de vãos. Com isso, nós acabamos precisando calcular todas as folgas – sem conhecer a obra –, o que pode resultar em falhas nos cálculos, gerando atrasos e transtornos financeiros.”
“Eu costumo mencionar que todo e qualquer tipo de erro enfraquece o segmento como um todo: a processadora perde forças e a vidraçaria também, prejudicando a saúde das empresas tanto no aspecto financeiro como no tempo perdido, além do estresse causado”, observa Lucas Bremm, da Mary Art. Dessa forma, há muito a ser perdido com a falta de cuidado na elaboração dos pedidos antes de enviá-los – felizmente, evitar esses problemas é mais simples do que pode parecer.
Como melhorar os pedidos?
Sem dúvida nenhuma, o momento de passar a limpo o pedido é crucial para a administração do seu negócio e deveria ser encarado como prioridade. Bremm recomenda o uso de uma checklist durante a elaboração do pedido para facilitar o acompanhamento, item a item, de tudo que deve ser informado.
Todas as informações cruciais para a peça desejada devem estar presentes no pedido, organizadas e legíveis, para que as processadoras percam o menor tempo possível em retornos para dúvidas. No entanto, o diretor da Mary Art também sugere que se evite incluir detalhes que não sejam relevantes para a produção do vidro. “Se é preciso explicar todo o seu projeto no pedido, é sinal de que ele não foi bem realizado.”
Entre as informações indispensáveis, Alessandra, da Viminas, cita as medidas para folgas, furações e recortes: “Cada ferragem tem um tipo de folga. Se essa informação não chegar corretamente, gera prejuízo para o cliente, pois, uma vez temperada, não é possível modificar a peça de vidro”.
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Padronizando (e modernizando) os pedidos
Alessandra orienta os clientes da Viminas a utilizar os formulários da processadora, pois indicam as informações necessárias a serem preenchidas. Mas quem não gosta de mexer com papel tem outra opção na empresa: o e-commerce. “Essa modalidade pode ser utilizada em qualquer lugar, pois o cliente pode acompanhar todo o pedido, desde a liberação do setor financeiro até o carregamento para entrega”, ela explica.
O sistema de e-commerce é bastante usado pela Cristal Sete. “O processo de envio de pedidos melhorou muito nos últimos anos, pois muitas empresas também já trabalham com ele”, comenta Gracioli. Uma das principais vantagens oferecidas por essa solução diz respeito ao acompanhamento do prazo de entrega da encomenda. “Como ali aparece a previsão de carregamento dos pedidos, o vidraceiro consegue se programar com sua equipe de instalação”, salienta.
Muitos pedidos: como fazer?
Frequentemente, sua vidraçaria terá váriaspeças diferentes para encomendar no mesmo período. Nesse caso, fica a dúvida: é mais eficiente enviar todos os pedidos de uma vez ou separadamente?
A resposta vai depender da processadora. A Mary Art, por exemplo, recomenda que o envio seja feito separadamente. “Isso acelera o processo de encaminhamento para a fábrica e melhora o processo de leitura de todos os itens necessários, diminuindo absurdamente a chance de erros em algum dos pedidos”, explica Lucas Bremm.
Já a Cristal Sete considera que o vidraceiro pode passar todos os pedidos de uma vez dentro do prazo normal. “Quando o volume solicitado é muito maior que o de rotina, o nosso PCP [Planejamento de Controle da Produção] faz uma orientação; o vendedor, então, entra em contato com a vidraçaria para negociar e dividir a carga em duas ou mais entregas”, informa Gracioli.
Na dúvida, consulte a processadora para a qual sua empresa costuma pedir os vidros. Ela poderá informar qual dessas possibilidades considera melhor para assegurar a entrega sem erros e dentro do prazo esperado.
Dentro das normas
Por fim – mas definitivamente não menos importante –, um ponto crucial antes do envio do pedido é averiguar se a especificação do vidro encomendado atende as normas técnicas para a aplicação pretendida. Como todo profissional de qualquer elo da cadeia vidreira deve saber, o descumprimento das normas pode resultar em consequências gravíssimas e irreparáveis.
Embora as processadoras também tenham conhecimento das normas, nem sempre elas têm como observar um pedido que não as siga. Nos casos em que esse problema é detectado, o procedimento padrão das processadoras é recusar o pedido e procurar o vidraceiro – isso impedirá a aplicação do vidro fora das normas, é claro, mas também causará um atraso considerável e a necessidade de refazer o pedido. Por isso, recomenda-se que os vidraceiros sempre tenham em mãos as normas e as informações técnicas que dizem respeito à finalidade pretendida para as peças desejadas.
Tabela Que vidro usar?, da campanha #TamoJuntoVidraceiro: material é excelente fonte de consulta para saber quais tipos de vidro estão dentro das normas para cada aplicação
Lucas Bremm deixa uma dica valiosa para agilizar essa consulta: “A tabela Que vidro usar?, elaborada pela Abravidro para a campanha #TamoJuntoVidraceiro, é uma excelente ferramenta de rápida absorção com relação aos tipos de vidro que podem ou não podem ser usados em determinados projetos”. Além disso, no Educavidro, plataforma vidreira gratuita de ensino a distância, um dos cursos temáticos oferecidos é o de “Aplicações do vidro”, que aborda os principais usos do material na construção civil, como guarda-corpos, coberturas, fachadas, portas, janelas e boxes de banheiro, sempre orientando essas aplicações conforme as normas da ABNT.
2024 mal começou e nós aqui na Abravidro já estamos trabalhando muito para colocar em marcha todos os projetos para o ano. Afinal, teremos Glass South America, cobertura de feiras internacionais, Panorama (cuja pesquisa para a próxima edição já está no ar; veja mais clicando aqui) e várias outras ações que ainda não podem ser reveladas – mas que, com certeza, prometem sacudir o setor.
A revista O Vidroplano será, como de praxe, elemento fundamental para a divulgação de todas essas iniciativas. A começar por esta edição de janeiro, que traz a tradicional reportagem a respeito das expectativas do mercado vidreiro. Perguntamos para empresas de diversos elos da cadeia, e também para as usinas, o que elas esperam para 2024 – clique aqui para ler a matéria completa, pois está imperdível.
Conheça também, clicando aqui, uma importante novidade envolvendo a Consultoria Certificação Abravidro: nossa assessoria para processadoras interessadas na certificação do vidro temperado agora conta com uma versão online, oferecendo maior dinamismo e rapidez ao processo.
Veja ainda a opinião dos alunos do Educavidro sobre como a plataforma contribui para a rotina de trabalho (clique aqui), a agenda de eventos de nosso segmento para o novo ano (clique aqui) e muito mais.
Como já virou tradição em O Vidroplano, janeiro é tempo de analisar o ano que passou e medir as expectativas para o que começa. Para definir 2023, talvez o termo correto seja “morno”. A esperança de vários setores consumidores de vidro é de que 2024 possa colher algum aquecimento, resultado no corte de juros e investimentos em programas de habitação anunciados pelo governo federal – o que significa maior demanda para nossos produtos.
Nas próximas páginas, confira alguns indicadores econômicos relevantes para a cadeia vidreira e a opinião de nossas empresas sobre as expectativas para os próximos doze meses.
Economia e indústria
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), assim que os indicadores relativos a 2023 fecharem, a economia nacional mostrará um ano melhor do que o esperado. A entidade revisou para cima o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), projetando aumento de 3,3%. Essa foi a segunda reavaliação positiva do ano.
Apesar disso, a alta não atingirá todos os segmentos produtivos. A indústria de transformação, por exemplo, deve marcar queda de 0,5%. Essa retração ocorre pela diminuição da demanda e da produção, sendo mais forte em setores mais sensíveis ao crédito.
Para 2024, a CNI prevê expansão do PIB em 1,7%. “O crescimento sustentado da economia está diretamente ligado ao aumento do investimento. E a agenda da economia verde, da sustentabilidade, da pesquisa e inovação e da transformação digital indicam o caminho para que o Brasil atraia indústrias e desenvolva infraestrutura para fazer a transição para uma economia de baixo carbono”, afirma Ricardo Alban, presidente da confederação. “O País está muito bem posicionado para ser protagonista dessa neoindustrialização, o que pode ser alcançado pela definição de uma política industrial bem estruturada e com foco em superar os desafios de nossa sociedade.”
O otimismo do setor industrial é revelado pelo Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) deste mês: avanço de 2,2 pontos, alcançando 53,2 pontos. É o segundo mês consecutivo de avanço da confiança do segmento.
Construção
Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a indústria da construção deve marcar queda de 0,5% em 2023 – esse desempenho ficaria abaixo das expectativas projetadas em janeiro passado, que apontavam crescimento de 2,5%. “Quando a economia de um país apresenta taxas de juros elevadas, é inevitável que isso tenha um custo, manifestando-se na desaceleração de diversos setores produtivos. A conta dos juros altos na economia chegou para a construção civil”, analisou Ieda Vasconcelos, economista da entidade, na encontro com a imprensa para a apresentação dos dados, realizado no dia 8.
Para 2024, a CBIC prevê crescimento de 1,3% para o setor. Os fatores que podem contribuir para isso incluem a continuidade do processo da queda de juros e o avanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), além do novo ciclo do programa Minha Casa, Minha Vida. Uma prova de que as coisas devem melhorar é o nível de atividade da construção no terceiro trimestre, que atingiu 14,04%, número acima do período pré-pandemia – mas ainda 20% inferior ao pico do segmento, em 2014.
Automotivo
Para a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 2023 teve aumento relevante no mercado interno, estabilidade na produção e queda nas exportações. O ano deverá fechar com 2,29 milhões de emplacamentos, o que representa alta de 8,8% sobre 2022. A produção mostrou recuo de 0,5%, muito em função da queda nas exportações e do aumento relevante das importações.
Para 2024, a estimativa é que essa cadeia siga crescendo. A Anfavea projeta vendas de 2,450 milhões de autoveículos (aumento de 7%) e produção de 2,470 milhões de unidades (aumento de 4,7%). “Precisamos de todo o esforço conjunto das empresas e da sociedade para aumentar nossa produtividade, mas acredito que só em 2026 recuperaremos os níveis registrados antes da pandemia”, comenta Márcio de Lima Leite, presidente da entidade.
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Como isso influencia o setor vidreiro?
Não basta só saber o desempenho das principais cadeias consumidoras de vidro: é preciso analisar o que esses números podem representar para nosso segmento.
De acordo com a economista Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), a divulgação do PIB do terceiro trimestre trouxe uma boa surpresa – afinal, várias projeções apontavam queda, mas o resultado foi de ligeiro crescimento, suficiente para um respiro das atividades econômicas. No entanto, houve uma surpresa negativa: queda de 3,8% no PIB da construção, praticamente enterrando as possibilidades de um ano positivo nesse setor em 2023.
“A gente precisa olhar esse número com atenção. Quando se fala em PIB da construção, são duas partes com dinâmicas diferentes: a produção formalizada (construtoras, incorporadas) e a autoconstrução, somada com os pequenos empreiteiros, o chamado mercado ‘formiguinha’”, explica Ana Maria Castelo. “Para a parte ‘formal’, não foi um ano de crescimento robusto, mas houve crescimento, apesar dos desafios. Para um setor que depende de financiamentos, as taxas de juros elevadas ajudaram na redução das vendas do mercado imobiliário. É possível dizer que foi um ano de resiliência.” Investimentos públicos em infraestrutura, principalmente no âmbito municipal em um ano pré-eleitoral, contribuíram para isso.
Qual foi, então, o problema refletido pelo PIB da construção? “O problema veio do lado ‘formiguinha’, pois o consumo das famílias foi direcionado prioritariamente para serviços”, conta Ana. “O setor de materiais de construção sofreu em 2023. O preço até registrou deflação, mas, na comparação com antes da pandemia, segue alto. Houve uma antecipação da demanda por pequenas reformas em 2020 e 2021 – e agora estamos vivendo uma espécie de ressaca passada essa onda.”
Com a queda da taxa de juros, forma-se uma perspectiva para a diminuição dos preços dos materiais e uma melhora no quadro de endividamento das famílias, o que pode contribuir para uma pequena melhora da construção em 2024. “Pelo quadro desafiador encontrado, não dá pra esperar nenhum resultado excepcional, mas estamos com projeção de crescimento de 2,9% para o PIB da construção, novamente puxado pelo setor formal, mas com o consumo ‘formiga’ também crescendo; 1,5% para o varejo de materiais; e 2% para a indústria de materiais”, revela Ana.
A economista deixa ainda mais uma mensagem ao setor vidreiro: “Vale olhar para um segmento imobiliário que tem tido mais dificuldade para avançar, o comercial. O home office gerou um impacto grande nesse mercado. Não vejo uma perspectiva de recuperação para este ano: talvez para 2025 tenhamos um crescimento nos investimentos”.
Expectativas em banho-maria
Conversamos com Sérgio Goldbaum, economista da GPM Consultoria Econômica, empresa responsável pelo Panorama Abravidro e pelo Termômetro, para entender o que nos espera em 2024.
Estudando os dados do Termômetro Abravidro em 2023, o que podemos entender sobre o setor vidreiro ao longo do ano passado?
O estudo indica que 2023 foi um ano morno para o setor. A atividade econômica vinha caindo após dois ou três anos de relativo aquecimento e parece ter se estabilizado a partir de abril.
Essa relativa estabilidade está em consonância com os indicadores de atividade econômica disponíveis. Por exemplo, o índice da produção industrial mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a fabricação de vidros e produtos de vidro também mostrou relativa estabilidade. Mas observa-se esse mesmo movimento nos indicadores de produção física de automóveis, móveis, eletrodomésticos e, especialmente, no de vendas de material de construção – setores consumidores de vidros processados.
Além disso, observamos ao longo do ano variações mensais compatíveis com os efeitos sazonais: quedas relevantes em fevereiro, abril e dezembro devido a feriados e aumentos em março, maio e novembro. A partir de 2024, começaremos a aplicar a metodologia de dessazonalização nos dados mensais do Termômetro, o que gradualmente permitirá ter uma ideia da atividade econômica já descontados tais efeitos sazonais.
O que as empresas vidreiras podem aguardar para o novo ano?
A princípio, o panorama geral para 2024 sugere desaquecimento ou manutenção da relativa estabilidade. O Índice de Confiança da Construção da Sondagem da Construção do FGV Ibre em dezembro se manteve estável, variando apenas -0,2 ponto percentual em relação a novembro, cujo resultado também havia sido de estabilidade. Entre os fatores limitativos à melhoria dos negócios foram citados a competição no próprio setor, demanda insuficiente, acesso ao crédito bancário e o custo da mão de obra e de matérias-primas.
A Sondagem da Indústria da Construção, outro indicador da CNI, relativo a novembro, aponta trajetória de queda gradual do setor desde março. O número de empregados cai de maneira gradual desde julho. E esse mesmo estudo cravou em neutralidade as expectativas referentes ao nível de atividade, aos novos empreendimentos e serviços, às compras de matéria-prima e ao número de empregados.
Destacamos que a queda da taxa de juros no Brasil tem sido gradual, e que seus efeitos são defasados no tempo. Sendo assim, a expectativa é de manutenção de um ano pouco aquecido, com viés de baixa.
A visão vidreira
Agora é hora de saber a opinião das companhias de nosso setor. Nesta página, confira o que disseram empresas de diversos elos da cadeia (incluindo fabricantes de ferramentas, fabricantes de maquinários e distribuidoras de equipamentos); nas próximas, veja os comentários das usinas de base.
Diamanfer
“2023 foi um ano de muito trabalho, muita atenção à gestão, à procura de soluções para os custos. O setor perdeu velocidade, os negócios diminuíram, mas o resultado acabou sendo satisfatório, pois cobriu todas as contas e investimentos. Continuamos com a empresa muito saudável e esperamos para 2024, no mínimo, a mesma situação. É difícil ter perspectivas, já que muita coisa depende de decisões de governo, do rumo da economia. Mas nós sempre fomos otimistas, estamos nos preparando para uma retomada. Vamos com responsabilidade, tomando decisões corretas, para não nos precipitarmos. Eu percebo algum movimento, alguns setores um pouco melhores. É torcer para que isso aumente.” José Pedro Ruiz, diretor-comercial
Glassparts
“No setor de equipamentos, 2023 foi relativamente bom, apesar das incertezas geradas pela política. Tivemos vendas moderadas no início do ano e mais acentuadas a partir do segundo semestre, as quais ficaram aquecidas até o final de dezembro. No balanço geral, esse foi um período muito favorável, que equilibrou o ano, superando até 2022. Para 2024, estamos otimistas, pois notamos que o mercado já se acomodou e digeriu as mudanças políticas. Outra razão para isso é que 2024 contará com as principais feiras de nosso segmento, o que gerará muitas oportunidades de negócios.” Ricardo Costa, diretor
GR Gusmão
“De forma geral, 2023 foi um ano difícil para o nosso país. Realmente não foram tomadas as devidas providências pelos governantes, e o mercado ficou muito restrito. Aqueles que atingiram suas metas conseguiram isso no limite – como nós. Então, esperamos que atitudes possam tirar o freio de mão do comércio e da indústria. Para 2024, as expectativas são grandes, principalmente as relativas à queda nos juros, facilitando financiamentos, para que a construção aqueça e a indústria vidreira possa retomar seus trabalhos. Desejo um ano de muito otimismo para todos os colegas do ramo vidreiro.” Yveraldo Gusmão, diretor
Sglass
“Surpreendentemente, tivemos bons resultados em 2023, apesar do cenário político e econômico. Em relação a 2022, ocorreu uma queda de faturamento na casa dos 10%, mas mesmo assim consideramos esse resultado satisfatório. Para 2024, esperamos que haja uma retomada, visto que teremos a feira Glass South America, para alavancar os negócios, inclusive no exterior, em locais como Américas do Sul e Central e até mesmo do Norte e Europa.” Sandro Eduardo Henriques, diretor
AGC Isidoro Lopes, Elton Lemos e Mauro Gallo, executivos
Saldo dos negócios em 2023 “Foi um período de demanda conservadora, com muita dificuldade para alavancar volumes e bastante disputa de preços. Diante desse cenário, fechamos 2023 com volume de vendas menor que em 2022. O primeiro semestre foi marcado por empresários e sociedade observando as medidas do novo governo e a economia passando por um processo de ‘esfriamento’ para combater a inflação.”
Dificuldades encontradas em 2023 “O maior desafio foi a gestão comercial na busca pelo melhor equilíbrio entre volume, mix e preço – sempre com o objetivo de manter níveis salutares de negociação junto aos clientes. Ano passado tivemos a elevação dos custos do gás natural e combustível: o diesel aumentou em torno de 23% na média nacional, o que dificultou bastante manter esse equilíbrio. O Brasil vem passando por um processo de ajuste fiscal pelas receitas, com aumento de impostos em setores da economia, o que faz reduzir a demanda, especialmente de bens duráveis.”
Como encarar o aumento no volume de vidros importados
“Isso é algo histórico e até natural no mercado, principalmente quando temos uma combinação de performance econômica asiática com baixo consumo, aumentando a oferta para fora da região + custo de frete baixo e câmbio estável.”
Expectativas para 2024
“Entendemos que o mercado estará conservador, com pequeno crescimento, principalmente no início do ano. Vislumbramos um segundo semestre mais aquecido e estamos nos preparando para isso. A expectativa é de um crescimento moderado em 2024 em relação a 2023.”
O que esperar dos mercados consumidores de vidro
“A construção deverá continuar crescendo, mesmo que em uma velocidade menor que a de 2021, sendo um dos motores propulsores da economia. Devemos ter aumento na confiança da indústria e dos consumidores, pelo melhor entendimento da política fiscal e macroeconômica, vendo uma retomada de lançamentos de projetos na construção e infraestrutura. No automotivo, assim como foi em 2023, temos excelentes expectativas de crescimento, tanto da produção como do mercado de reposição. Os segmentos moveleiro e de linha branca possuem fatores para também acreditarmos no crescimento, porém ainda a depender bastante das políticas sociais.”
Pontos de atenção para as empresas vidreiras
“Foco na competitividade com comportamento ético, parcerias sólidas e reforço das boas práticas de governança ESG.”
Recado para o setor
“Como sempre, devemos buscar eliminar desperdícios nos processos, focando na qualidade e valorização do nosso produto e na correta aplicação das normas. A maioria dos setores passa por ciclos e ajustes, e com o setor vidreiro não é diferente.”
CEBRACE Lucas Malfetano e Manuel Corrêa, executivos
Saldo dos negócios em 2023
“Reconhecemos que foi um ano difícil, comercialmente falando. Mas podemos ver com otimismo o saldo de 2023. Consideramos bem-sucedidos o reparo da linha de produção de Barra Velha (SC) e o projeto inovador de integrar a produção de texturizados à linha float, agora fabricando produtos em maior dimensão e de forma mais sustentável.
2023 marca a história da Cebrace em relação à inovação e à aceleração dos projetos de sustentabilidade. Foram muitas ações que se iniciaram e avançaram no ano passado rumo ao cumprimento das nossas metas: obtivemos a Declaração Ambiental de Produto (EDP), sendo a primeira indústria do Brasil a conquistar essa documentação que apresenta a análise de ciclo de vida de nosso produto; fomos, ainda, a primeira indústria de vidro plano das Américas a usar biometano como fonte de energia para os fornos de produção. Também iniciamos a renovação gradual da nossa frota, a partir da utilização de veículos inloader a gás, acelerando a nossa redução de CO₂.
Além disso, a Rede Habitat completou onze anos, consolidando-se como uma rede de soluções com vidros de proteção solar para residências cada vez mais avançada em todo o território nacional. E não podemos nos esquecer de que o GlassTruck circulou por todo o Brasil, levando um showroom móvel ao local de obras. Em relação a produtos, vimos a evolução do Cebrace ThermoVision na participação de projetos na indústria de refrigeração e linha branca. Portanto, a Cebrace manteve seus investimentos e projetos independentemente das oscilações
de mercado.”
Dificuldades encontradas em 2023
“O mercado esteve estagnado, ainda sentindo os juros altos e as incertezas do cenário macroeconômico dos anos anteriores. Houve um aumento significativo de vidros importados e também de uma concorrência desleal. Mantivemos o nosso esforço no combate aos descaminhos fiscais e na busca pela simplificação tributária. Mesmo com essas dificuldades, apoiamos a atuação da Abravidro com o Grupo de Trabalho Tributário (GTT) e Grupo de Trabalho Concorrencial (GTC) para encontrar soluções para essas questões.”
Como encarar o aumento no volume de vidros importados
“Vários setores da economia – como aço, alumínio – estão sofrendo o impacto das importações, assim como da concorrência desleal. O governo precisa revisitar a questão tributária das importações em relação à da produção e do emprego nacional.”
Expectativas para 2024
“Esperamos crescimento. Após dois anos difíceis para o setor, acreditamos que a queda da taxa de juros vai impulsionar um pouco mais o mercado.”
O que esperar dos mercados consumidores de vidro
“Esperamos um crescimento de forma geral, com pouca diferença entre os setores.”
Pontos de atenção para as empresas vidreiras
“As empresas vidreiras que mantiverem os esforços em capacitação dos profissionais e na qualidade dos serviços prestados, enxergando o espaço que os vidros de valor agregado têm para crescer, estarão alinhadas com o crescimento do mercado.”
Como está a produção de texturizados em Barra Velha e qual a expectativa para esse mercado
“A produção começou em outubro, então ainda estamos em progresso. No momento, elaboramos novidades para acompanhar as tendências em design nesse segmento e em breve vamos compartilhar com o mercado.”
Recado para o setor
“É sabida a importância de sermos cooperativos, de nos unirmos em prol do crescimento do mercado. Por isso, reforçamos nosso compromisso com a plataforma Educavidro e convidamos todos do setor a colaborar com as associações, seja participando de forma ativa dos programas de capacitação ou dos Grupos de Trabalho que buscam combater a sonegação fiscal, por exemplo. O trabalho das associações se mostra extremamente relevante também junto ao consumidor final, para inspirar novos usos dos vidros e espelhos, como é o caso da incrível experiência imersiva Mar de Espelhos, realizada pelo Instituto do Vidro com vidros Cebrace no AquaRio, no Rio de Janeiro. Em 2024, quando a Cebrace celebra cinquenta anos, esse recado é ainda mais especial. É hora de acelerar os projetos que vão tirar do papel o nosso futuro, e isso só é possível quando caminhamos lado a lado.”
GUARDIAN Renato Poty, diretor-executivo na América do Sul
Saldo dos negócios em 2023
“Observamos que o ano foi desafiador para todo o mercado da construção, com os indicadores econômicos apontando uma retração em relação a 2022. Dentro desse contexto, o desempenho da Guardian não foi diferente. Buscamos equalizar as fábricas para atender essa demanda menor. Também foi importante aumentar os esforços na estratégia de oferecer ao mercado produtos de maior valor agregado, como vidros de controle solar, pintados, laminados e espelhos, e apoiar nossos clientes a buscar diferenciação e resultados superiores.”
Dificuldades encontradas em 2023
“A principal dificuldade foi balancear a oferta a essa demanda menor, bem aquém dos últimos anos. O cenário de retração foi um fenômeno global, impactando o mercado brasileiro com uma maior entrada de vidro importado. Nesse contexto, itens importantes que compõem o custo de produção tiveram inflação significativa, exigindo uma gestão interna mais eficiente para nos mantermos competitivos considerando a oferta disponível e custo de produção. Vamos continuar trabalhando em produtos inovadores e de maior valor agregado para levar soluções mais adequadas e diferenciadas. Dessa forma, respondemos aos desafios criados pela entrada mais expressiva dos importados. Também seguiremos enfatizando a qualidade, transparência e segurança de nossa operação. O plano para 2024 inclui ainda melhorar o atendimento, ganhar ainda mais agilidade e flexibilidade para atender
nossos clientes.”
Como encarar o aumento no volume de vidros importados
“A entrada de volumes elevados de vidro importado ocorre devido à retração da demanda global, que levou outros países produtores a buscar escoar mais fortemente seu produto para outros mercados, como o Brasil, especialmente. Desde 2020, nosso país vinha com uma balança comercial mais favorável ao nosso setor, com as exportações superando as importações. Em 2023, o cenário se inverteu. Mas é importante que o setor vidreiro busque outros mercados. Somos um país com um nível de produto diferenciado, de alto valor agregado e com tecnologia, e que se beneficia de uma matriz energética mais limpa. Para a Guardian, a ampliação das exportações é uma oportunidade em 2024.”
Expectativas para 2024
“O ano começa com uma perspectiva positiva, seguindo a tendência que observamos no final de 2023. Ainda que de forma moderada, temos visto um aquecimento do mercado e prevemos um 2024 melhor, tanto por conta dos indicadores macroeconômicos como pela sinalização das reformas propostas pelo governo. São fatores que trazem mais confiança e contribuem para a retomada dos investimentos. Já sob o aspecto interno da empresa, a Guardian inicia 2024 com um fortalecimento dos negócios com os clientes, estoques equilibrados e investimentos em soluções inovadoras. No cenário externo, temos um contraponto, que é o risco de alta nas taxas de juros das economias desenvolvidas e uma escalada em conflitos, o que pode afetar a oferta e o preço das commodities.”
O que esperar dos mercados consumidores de vidro
“Todos os mercados deverão ter uma dinâmica parecida, de acompanhar o crescimento da economia, impactados positivamente pela maior oferta de crédito e queda dos juros. Todos esses setores são de bens duráveis ou de capital, e que, na economia brasileira, dependem muito do acesso ao crédito para crescerem significativamente.”
Pontos de atenção para as empresas vidreiras
“A importação deve continuar firme em 2024. Outra questão é a estrutura de custos de produção do vidro, diante da tendência de aumento no valor de insumos importantes no processo produtivo. É importante lembrar que, em 2024, ainda teremos esses insumos com valores muito superiores ao de anos anteriores, como barrilha, energia e serviços ainda impactados pelo desbalanço gerado desde a pandemia. Também estarão no centro da nossa atenção buscar melhorias em inovações para a produção. Caminhamos para a digitalização, a fim de melhorar processos, inclusive instalando uma plataforma online para pedidos.”
Recado para o setor
“O vidro ainda tem muito espaço de crescimento e amadurecimento na indústria, quando comparamos com outros mercados globais. O consumo per capita no Brasil gira em torno de 8 kg por ano, enquanto na Europa é de 18 kg. A Guardian continuará focando em iniciativas para o desenvolvimento do setor, assim como na busca por competitividade de custos, eficiência energética, inovação e soluções de conforto aos consumidores de vidro plano.”
VIVIX Henrique Lisboa, presidente
Saldo dos negócios em 2023
“Tivemos um primeiro semestre de forte retração, com clientes relatando muitas dificuldades para girar estoques. Já no segundo semestre, o mercado começou a apresentar um melhor desempenho. Entretanto, os aspectos de aumento de custos e redução dos preços de vendas fizeram de 2023 um ano desafiador para o nosso setor.”
Dificuldades encontradas em 2023
“A retração sem dúvida foi a maior dificuldade ao longo de 2023. A evolução do mercado trará soluções para parte das dificuldades, mas as empresas como um todo precisarão continuar evoluindo na gestão. Também deverá estar em foco o desenvolvimento dos colaboradores e da cadeia, assim como a promoção de novas iniciativas que contribuam para o aumento do consumo de vidros planos no País.”
Como encarar o aumento no volume de vidros importados
“As importações fazem parte do ciclo e da vida dos nossos negócios. Porém, deveriam ser observados e seguidos os preços praticados no país produtor exportador. Caso contrário, são prejudiciais para todo o mercado.”
Expectativas para 2024
“Esperamos um crescimento moderado do segmento de vidros planos e um cenário econômico um pouco mais favorável do que em 2023. Acreditamos que será o início de uma retomada de evolução do setor e trabalharemos juntos com nossos clientes para potencializarmos as oportunidades que estão por vir.”
O que esperar dos mercados consumidores de vidro
“Temos acompanhado os indicadores da construção civil para este ano, indicando uma leve melhora decorrente, principalmente, de um cenário econômico mais favorável aos financiamentos. Entendemos que os setores moveleiro e de linha branca também serão beneficiados pelo mesmo motivo. Para o setor automotivo, que apresentou crescimento nas vendas em 2023, porém com estabilidade na produção devido aos altos estoques e redução das exportações, esperam-se números positivos, apontando para uma importante retomada na produção.”
Pontos de atenção para as empresas vidreiras
“Entendemos que as empresas vidreiras deverão ficar atentas para a evolução na sua gestão e capacidade de adaptação aos novos cenários.”
Início da construção da 2ª planta
“A decisão pela expansão da Vivix já foi tomada e divulgada. Em função da evolução da demanda do mercado vidreiro, a empresa adiou o início da construção da nossa 2ª planta. Investimos fortemente em todos os projetos para a construção dessa linha, os quais estão concluídos, assim como estão liberadas todas as licenças exigidas por lei para o início das obras. Estamos aguardando, com muita responsabilidade, o momento certo para as iniciarmos.”
Recado para o setor
“A Vivix continuará procurando estar próxima dos clientes, evoluindo no mercado conjuntamente e nos mais diversos cenários. Este é um ano importante para a Vivix, quando a empresa completa dez anos de atividades. Acreditamos que a colaboração amplia oportunidades e é esse caminho que continuaremos seguindo neste e nos próximos anos.”
São Paulo ganhou mais um espigão que tem tudo para se tornar ícone local das fachadas envidraçadas. Localizado na tradicional Rua da Consolação, o Passeio Paulista ganhou vidros de controle solar. A tecnologia vidreira já se provou fundamental para a melhora do bem-estar dos usuários de edificações como essa – e, obviamente, um projeto do escritório Aflalo/Gasperini Arquitetos não deixaria de aplicar peças de nosso material cheias de tecnologia e valor agregado.
Vida e negócios
De uso misto, o prédio tem como autores a equipe de arquitetos composta por Roberto Aflalo Filho, Luiz Felipe Aflalo Herman, José Luiz Lemos e Grazzieli Gomes Rocha. Inclusive, a obra recém-inaugurada (ficou pronta em novembro) já foi reconhecida no segmento da construção: o GRI Awards a premiou na categoria Projeto Corporativo. A honraria é concedida pelo GRI Club, organização que conecta executivos sêniores dos mercados imobiliário e de infraestrutura.
Segundo Aflalo/Gasperini, o projeto, com mais de 70 mil m² construídos, foca nas chamadas diretrizes “Triple A” para edificações, as quais promovem qualidade de vida, sustentabilidade e bem-estar. As soluções adotadas têm o objetivo de potencializar a vida urbana. Por isso, o Passeio Paulista é separado em seções. A parte corporativa se divide em uma torre de 21 andares, com 3 pavimentos em cada um deles. Um átrio central permitiu a criação de uma praça verde no piso térreo, pelo qual circulam moradores e usuários do comércio local – essa ideia, bem próxima do conceito de fachada ativa, proporciona maior segurança a quem anda por ali, pois sempre terá gente indo e vindo, além de maior incidência de luz. O topo desse volume também foi aproveitado como espaço de convivência, contendo um jardim com vistas para a cidade.
Temperatura na medida
Um dos elementos-chave para o visual imponente do prédio, e que contribui de maneira essencial para sua eficiência energética, é a fachada de 26 mil m², composta de peças de SunGuard AG43, da Guardian, processadas pela GlassecViracon. As pérgolas e caixilhos metálicos nos quais as peças estão instaladas marcam a identidade do projeto, trazendo linhas horizontais fluidas à estrutura.
A Crescêncio Engenharia atuou como consultora para a caixilharia de alumínio do projeto. “O maior desafio dessa obra foram os vidros de grande dimensão e toda a logística envolvida na instalação dos módulos de fachada unitizada”, conta o engenheiro Crescêncio Petrucci, sócio-fundador da empresa. “Foram utilizados laminados e insulados nas faces mais expostas à insolação, com a dificuldade extra de garantir a homogeneidade de cor das peças.”
Ficha técnica Projeto: Passeio Paulista Local: São Paulo Conclusão da obra: novembro de 2023 Arquitetura: Aflalo/Gasperini Arquitetos
O ano mal começou e com ele vieram novas alíquotas gerais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em onze Estados do Brasil. Algumas delas já estão em vigor desde o primeiro dia de 2024, enquanto outras terão início entre fevereiro e abril. Confira a seguir onde se darão as mudanças e quais são elas.
Novos cálculos
Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Tocantins foram os primeiros Estados nos quais os novos valores passaram a vigorar: seus efeitos tiveram início já em 1º de janeiro. Roberto de Campos, diretor da Keysystems e consultor da Abravidro, destaca que, entre eles, o Rio Grande do Norte foi o único que diminuiu sua porcentagem, conforme a Lei 11.314, de 2022. “Essa lei comunica que a alíquota de 20% seria válida somente para o ano de 2023 e que, a partir de 2024, ela seria reduzida para 18%”, explica.
Abaixo, confira as Unidades Federativas que já confirmaram suas novas alíquotas do ICMS, bem como seus valores e a data de início de validade para cada uma:
De acordo com Roberto de Campos, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo têm estudos em andamento para alteração de suas porcentagens do ICMS – contudo, os novos números precisariam ter sido publicados em seus respectivos diários oficiais até 31 de dezembro de 2023 para que pudessem valer para este ano. Como isso não aconteceu, suas alíquotas gerais para 2024 permanecem as que já estavam em vigor no ano anterior.
Efeito da Reforma Tributária
Em dezembro, o Congresso Nacional promulgou a Emenda Constitucional (EC) 132, que institui a Reforma Tributária. Com isso, surgiram dúvidas sobre o impacto que essa medida teria sobre a cobrança do ICMS, especialmente no que diz respeito ao Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), criado pela reforma com o objetivo de simplificar o sistema tributário brasileiro.
Halim José Abud Neto, advogado e assessor-jurídico da Abravidro, avalia que o aumento das alíquotas modais do ICMS anunciado por alguns Estados, em regra geral, foi justificado diante do texto aprovado da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019, agora transformada na EC 132.
Em contraponto, no que diz respeito ao novo imposto, Halim ressalta: “A Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda publicou uma nota esclarecendo que a criação do IBS não contribui para a elevação das atuais alíquotas do ICMS”.
Impacto no setor vidreiro
É importante destacar que as alterações nas alíquotas do ICMS afetam diretamente a substituição tributária aplicada ao segmento de vidros planos. Dessa forma, Roberto de Campos recomenda que os contribuintes fiquem atentos em relação aos produtos que têm alguma redução de alíquota para saber de que forma ficarão a partir do próximo exercício.
Para ajudar nessa tarefa, a cartilha A substituição tributária aplicada ao vidro plano, disponível gratuitamente no portal da Abravidro, já está atualizada com as alterações referentes a janeiro de 2024. A nova versão da publicação encontra-se no ar desde dezembro, para que os associados pudessem se antecipar às mudanças. “No caso do Distrito Federal, por exemplo, as alíquotas reduzidas de 12% foram mantidas na cartilha para os itens do vidro plano com as NCMs 7003 [vidro impresso], 7005 [float], 7007.19 [vidro temperado] e 7007.29 [vidro laminado], até surgir uma nova definição”, avisa o consultor.
Desde agosto do ano passado, o setor vidreiro brasileiro conta com o Educavidro, plataforma gratuita de educação a distância (EAD) desenvolvida especialmente para o nosso mercado. Na edição passada, O Vidroplano mostrou como as empresas estão aproveitando esse conteúdo; este mês, é a vez dos alunos: leia a seguir as impressões de profissionais de diferentes partes do Brasil sobre o conteúdo das aulas – e saiba por que o começo do ano é um excelente momento para se dedicar à qualificação profissional!
Aprendizado no trabalho
Os cursos temáticos e as trilhas profissionais disponíveis no Educavidro foram pensados com o objetivo de levar informação de qualidade sobre o uso do vidro plano para os diversos atores da cadeia da construção civil e também de nosso setor. Todo o conteúdo contribui para o desenvolvimento profissional dos alunos – e muitos deles já notam esses benefícios! Confira a seguir.
“Concluí dois cursos: ‘Vidros Revestidos’ e ‘Vidros de Uso Específico’. O conteúdo aprendido está contribuindo para que eu entenda melhor sobre composição, aplicação e tipos de vidro. Nós trabalhamos com o material, mas não temos ideia de todos os processos que ocorrem antes de ele chegar à linha de produção.” Marilúcia Cardoso, assistente de Produção da Vidrolar (Curitiba)
“Assim que iniciei o meu contrato de trabalho no segmento vidreiro, foi-me apresentado o Educavidro. Identifiquei nessa plataforma uma ferramenta de extrema importância e relevância, principalmente para permitir a minha inserção no mercado de trabalho de forma mais proveitosa e eficiente. Na plataforma há uma enorme quantidade de aulas que explicam sobre o processo de composição e utilização correta dos diferentes tipos de vidro, vidros de segurança e muito mais, permitindo a capacitação necessária dos profissionais para a sua área de atuação específica. O Educavidro me ajudou na construção de uma ótima base de conhecimento sobre uma área que era totalmente desconhecida por mim.” Natália Damasceno, assistente de Vendas da Central Vidros (Brasília)
“Fiz o curso ‘Vendendo Vidro’. Como sou vendedora, conhecer o produto é essencial! Sempre é bom atualizar nosso conhecimento e, nesse ponto, o Educavidro foi nota 10.” Vanessa Lesniovies, vendedora da Vidrolar (Curitiba)
Capacitação como meta
Todo início de ano, as pessoas costumam planejar e definir suas metas para os doze meses que se seguirão. Com as empresas, não é diferente: os gestores traçam os planos para manter ou aumentar a produtividade, expandir seus negócios e conquistar novos clientes.
A qualificação profissional é um fator-chave para o crescimento, seja do colaborador que busca crescer dentro do estabelecimento em que trabalha, seja do próprio estabelecimento que pretende alcançar bons resultados – o que depende, entre outros fatores, de uma equipe capacitada e motivada para se abrir a novos conhecimentos.
O começo do ano também tende a ser um período um pouco mais tranquilo, facilitando a oportunidade para realizar algum treinamento no tempo livre. Mas, como sabemos bem, esse período de tranquilidade dura muito pouco: por isso, não deixe para amanhã o curso que você pode começar hoje!
A revista Casa e Mercado realizou, no dia 5 dezembro, no Centro Universitário Belas Artes, em São Paulo, um evento para revelar os vencedores do prêmio Top of Mind Casa e Mercado 2023. No vidro, o destaque foi para a Blindex (vencedora nas categorias Boxe e Vidros em Geral, foto à esq.) e Guardian (categoria Espelho, foto à dir.). “A Blindex tem atualizado e aprimorado o seu modelo de negócio ao longo dos anos sempre com foco na segurança dos consumidores e na inovação, que é o principal pilar estratégico que sustenta a manutenção da força da marca”, comenta Glória Cardoso, gerente-geral da empresa. “Manter a Guardian por 21 anos consecutivos vencendo esse prêmio nos enche de orgulho. Esse reconhecimento contínuo reflete a alta qualidade dos nossos produtos”, comemora Rafael Rodrigues, gerente-comercial-sênior da usina. A premiação tem como objetivo identificar as marcas mais lembradas pelos especificadores da arquitetura e do design de interiores de todo o País.
Após passar por uma redução da disponibilidade do interlayer SentryGlas no ano passado, a Kuraray informa que a produção do material – utilizado na composição do vidro laminado estrutural – voltou à normalidade em 2024. A empresa também recomenda que os interessados pelo produto realizem uma consulta prévia para verificar a disponibilidade do item, uma vez que nem todos os modelos estão presentes em estoque local. Em caso de indisponibilidade imediata, o prazo estimado pela companhia para novas encomendas será de, em média, 45 dias.
No dia 18 de dezembro, a Divinal Vidros completou setenta anos de fundação. Para celebrar a data, a processadora lançou um documentário sobre sua trajetória no canal oficial da empresa, no YouTube, com relatos de José Antonio Passi, presidente da companhia desde 1986. “A história inicial contada por ele mostra o perfil de empreendedorismo que culminou com o que a Divinal é hoje”, declara Juliano Passi, diretor da processadora. Além da jornada profissional de José Antônio, o filme acompanha a evolução da beneficiadora até se tornar uma referência nacional no segmento, atualmente com instalações em São Paulo e Belo Horizonte.
A expressão em inglês joint-venture faz referência a uma associação econômica entre duas ou mais empresas. O maior exemplo desse modelo no setor vidreiro nacional é a mais antiga usina do País, a Cebrace, resultado de uma joint-venture entre dois gigantes globais: NSG/Pilkington e Saint-Gobain. Agora, esse termo será ainda mais comum para nosso mercado, pois surge mais uma empresa nesse padrão: a Visatta, criada a partir da parceria entre a paranaense Cristal Sete e a mineira Pestana Vidros. A seguir, descubra mais sobre a nova player do segmento.
Novos caminhos a seguir
Em 2023, a estrutura do sistema de franquias da Blindex passou por alterações – confira mais no quadro abaixo. A partir disso, movimentações de mercado fizeram a Cristal Sete e a Pestana Vidros se aproximarem, de olho na possibilidade de atender a Região Metropolitana de São Paulo, composta por quase 50 municípios e mais de 20 milhões de habitantes. A solução para isso foi a criação da Visatta.
“Essa parceria traz robustez operacional, eficiência logística e atendimento personalizado, características marcantes das duas empresas”, explicam Marcus e Felipe Pezotti, diretores da Cristal Sete. “A união formou uma sólida operação composta por unidades em São Paulo, Paraná e Minas Gerais que produziram no ano passado mais de 1 milhão de m² de vidros de segurança”, informam Albert e Alexandre Pestana, diretores da Pestana Vidros.
Objetivos
A sede da Visatta está localizada em Santo André, no ABC Paulista. De acordo com os quatro sócios-operadores da nova processadora, o espaço conta com estrutura operacional e logística capaz de atender, independentemente do volume, todo o mercado da capital e arredores. “Nossa meta é construir uma substancial rede de revendedores dos produtos Blindex, baseada na experiência de oferecer os melhores produtos e serviços”, afirmam os dirigentes. “A empresa não irá produzir localmente. Os vidros serão processados nas unidades fabris do Paraná e Minas Gerais. Foco no serviço e logística é a essência da Visatta.”
A Cristal Sete mantém seu atendimento ao Paraná e interior do Estado de São Paulo; já a Pestana Vidros segue atuando em Minas Gerais e no Vale do Paraíba e em Campinas (SP).
Futuro do modelo
Ano passado, algumas empresas saíram do sistema de franquias da Blindex, enquanto outras entraram – como é o caso da própria Visatta e da Planalto Vidros, focada em vidros especiais e de segurança que agora atende a região de Brasília e Goiás. Para Glória Cardoso, gerente-geral da Blindex, o modelo precisava de renovação. “Há vinte anos, o formato de franquia industrial era uma hipótese arrojada, mas, ao mesmo tempo, eficiente para manter o fornecimento do vidro Blindex por todo o País”, explica. “Após duas décadas de construção desse sistema, a marca se renova com uma estratégia mais ampla para fortalecer nossa presença em diferentes regiões do País, alinhando-se às demandas específicas de cada localidade.”
Segundo Glória, existem planos ambiciosos para a expansão contínua do modelo. “Esse sistema está em constante movimento. A criação da Visatta como joint-venture reflete o compromisso em ir além ao explorar oportunidades de crescimento, novos mercados e formatos de trabalho.”
Sem dinamismo
Segundo a edição mais recente do estudo Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), referente a outubro, a atividade industrial segue com perda de dinamismo. O faturamento real se manteve estável na comparação com setembro. No entanto, desde o final de 2022, esse indicador intercala avanços e recuos, mostrando leve trajetória de queda.
Trabalho empacado
As horas trabalhadas na produção industrial tiveram queda de 0,4% em relação a setembro. Outubro foi o quarto mês seguido em que o indicador não apresentou qualquer crescimento. Na comparação com outubro de 2022, houve também um pequeno recuo (-0,5%).
Um pouco mais de mão de obra
O emprego subiu 0,1% no período. Embora na comparação com outubro de 2022 o índice tenha caído 0,5%, o acumulado do ano revela crescimento (0,3%) em relação a 2022. Esse é outro indicador que tem mostrado avanços e recuos ao longo de 2023.
Foto: Divulgação AGC
FIQUE POR DENTRO
Fotovoltaicos sustentáveis
Durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023 (COP28), realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o Pavilhão Japonês contou com uma fachada BIPV (com módulos fotovoltaicos integrados), feita do vidro SunEwat, da AGC. Essa foi a primeira vez que a multinacional nipônica apresentou seus produtos no encontro, responsável por reunir líderes políticos mundiais para debater energias renováveis e emissões de poluentes. O SunEwat auxilia na produção de energia fotovoltaica, além de oferecer possibilidades diferenciadas de design aos edifícios.
RETROVISOR
Em construção
Em janeiro de 1995, O Vidroplano falava sobre as obras para a terceira linha de float da Cebrace, localizada em Jacareí (SP). A ser inaugurada no ano seguinte, a fábrica aumentaria a capacidade produtiva da usina em cerca de 170 mil toneladas anuais.
MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA Desempenho – Dezembro 2023
A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de queda grande nas vendas faturadas em m² em dezembro de 2023 em relação a novembro.
O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou queda de 24,5% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com novembro, sem ajustes sazonais. A baixa se deve ao menor número de dias trabalhados por conta das férias coletivas e do recesso de fim de ano.
Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (83 participaram desta edição).
No Espírito Santo
O evento da entidade capixaba aconteceu no dia 20 de dezembro, no Teatro Sesi, em Vitória. Gratuito, o projeto leva conhecimento técnico atualizado, focado no desenvolvimento do setor vidreiro, a profissionais como vidraceiros, arquitetos e empresários. Em um ambiente favorável à realização de novos negócios e parcerias, o Comvidro contou com 140 participantes, os quais puderam assistir à palestra do designer Marcelo Rosenbaum – seguida por uma mesa redonda para debate e a apresentação da orquestra do Sesi. Entre os assuntos abordados durante o encontro, destacaram-se temas como a utilização consciente do vidro e estratégias para ampliar as vendas. O 9º Comvidro teve o apoio do Sebrae e patrocínio da Abividro, Vidro Certo, Findes, Sesi, Senai e das usinas vidreiras AGC, Cebrace, Guardian e Vivix.
O ano de 2024 chegou e, por mais que nossos desejos sejam de que a virada do calendário traga junto boas mudanças, é fato que a realidade nem sempre vai ao encontro desses anseios. Já 2023 foi um ano difícil, de grandes desafios. Por isso mesmo, é muito importante entender qual o desempenho do segmento vidreiro no período para nos prepararmos para o novo ano. Como ter elementos capazes de ajudar a manter sua empresa no caminho correto? A resposta está no Panorama Abravidro 2024!
Importância
Criado em 2012, o principal estudo econômico do mercado de vidros no Brasil é uma publicação anual. Nele há dados atualizados sobre diversos aspectos do setor, incluindo faturamento da cadeia de processamento, volume produzido, itens processados mais fabricados e produtividade média das empresas, entre outros.
O Panorama tem diferentes usos para o segmento: para as empresas processadoras, o estudo oferece a possibilidade de comparar seus resultados individuais com a média do setor, avaliando assim oportunidades e eventuais pontos de melhoria e correções de rota necessárias. Para fornecedores de equipamentos, insumos e acessórios, ajuda a entender qual o cenário de negócios, além de trazer um pouco do humor para o ano vigente na parte qualitativa da pesquisa.
O estudo também é essencial para a Abravidro, pois serve para dimensionar o mercado, permitindo que a entidade planeje ações para a defesa de nossos interesses, assim como outras iniciativas diversas, voltadas para treinamento e qualificação, por exemplo. Com o Panorama, a Abravidro consegue ainda identificar os principais pontos de atenção para a cadeia em âmbito nacional e também fundamentar pleitos junto às diferentes esferas governamentais.
Cultura de dados
“A Abravidro criou seus dois principais estudos – o Panorama e o Termômetro – para que estejamos envolvidos por uma ‘cultura de dados’, algo fundamental para nosso desenvolvimento”, explica Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro. O Termômetro, por exemplo, conta com mais de cem respondentes na maioria dos meses: isso reflete a confiança das processadoras em relação à metodologia da Abravidro e também a vontade de ter acesso a dados com credibilidade.
Por isso, que tal nos engajarmos também com o Panorama? Estudo mais completo e aprofundado do que o Termômetro, ele permite uma radiografia macro da situação da cadeia. “Quanto maior o número de respondentes, mais representativo e realista é o resultado da pesquisa. O mercado como um todo só tem a ganhar”, ressalta Ribeiro.
100% confidencial
A cada edição do Panorama vale reforçar uma informação essencial: apenas os economistas da GPM Consultoria têm acesso às informações fornecidas pelas empresas – nem mesmo a equipe da Abravidro tem contato com esses dados. Os economistas responsáveis assinaram um termo de confidencialidade, registrado em cartório, assumindo que apenas os números consolidados e agregados são tornados públicos, sem distinguir uma empresa da outra.
Importante: a Abravidro disponibiliza todas as questões abordadas no estudo em um rascunho que pode ser baixado pelas empresas. Assim, é possível saber de antemão quais informações serão necessárias.
Dúvidas sobre o estudo?
Para esclarecer quaisquer dúvidas sobre o Panorama Abravidro 2024, envie e-mail para panoramaabravidro@gmail.com
Uma das grandes bandeiras da Abravidro é a certificação do vidro temperado – há mais de duas décadas a entidade mantém convênios com Organismos de Certificação de Produto (OCP) para fomentar esse processo. Agora, uma novidade pode ajudar ainda mais as processadoras de todo o Brasil a obter a chancela do Inmetro: a consultoria oferecida pela Abravidro sobre o tema passa a contar com uma versão online.
O que é
A Consultoria Certificação Abravidro é uma assessoria na preparação da empresa para a auditoria do Inmetro. O consultor Edweiss Silva visita a processadora para avaliar os processos produtivos e indicar quais melhorias e adequações devem ser implementadas, incluindo etapas como: análise do negócio; diagnóstico e orientações; gestão estratégica; mapeamento dos processos; plano de ações; gestão da informação; controle de produtos; identificação e rastreabilidade; e atividades pós-entrega, entre outros tópicos.
“A consultoria é uma etapa opcional. No entanto, a agilidade que ela gera na conquista da certificação faz toda a diferença”, afirma Ed. Assim, a partir deste mês, as beneficiadoras interessadas nesse serviço têm à disposição uma versão online.
Como funciona
A consultoria remota se dá pela plataforma da Tecno Quali, empresa de tecnologia especializada em sistemas para certificação. Por meio do site, é possível acessar as informações necessárias para a implantação de todo o sistema de gestão para certificação, com suporte via abertura de chamados.
Após a contratação, a processadora receberá um link para cadastro de usuário e senha;
A plataforma produzirá um cronograma com o passo a passo de como a certificação será conduzida;
Para cada etapa, o usuário terá as informações detalhadas e um painel de tarefas a serem realizadas;
Todas as informações disponíveis na consultoria presencial estarão presentes nessa plataforma, com a vantagem de serem acessadas a qualquer momento do dia.
“Uma grande vantagem da versão remota é que a empresa obterá todo o conhecimento e ainda terá redução nos custos, uma vez que não terá despesas de transporte e hospedagem”, avalia o consultor. “Além disso, tem a maior agilidade para o início e conclusão do projeto, pois não depende de agenda disponível dos envolvidos.”
Importante: as empresas associadas à Abravidro têm desconto exclusivo na consultoria, seja presencial ou remota.
Quais as vantagens da certificação?
Implementação de melhorias no processo, resultando em maior controle dos procedimentos e menos desperdícios e retrabalhos;
Permissão para colocar o selo com as logomarcas do Inmetro e do OCP nos produtos certificados;
Proteção jurídica contra reclamações;
Possibilidade de atender mercados que exigem padrão de segurança atestado.
Atenção às mudanças na certificação
Como visto na edição passada de O Vidroplano, a Portaria nº 491, do Inmetro, publicada em 1º de dezembro de 2023, substituiu a Portaria nº 327, de 2007, estabelecendo novos critérios e procedimentos para a certificação do temperado. Na edição de dezembro de 2023 de O Vidroplano, nossa equipe preparou uma matéria mostrando boa parte das alterações e como isso impactará as processadoras. Agora, voltamos ao assunto para apresentar mais algumas mudanças relevantes.
Como a portaria faz referência aos Requisitos Gerais de Certificação de Produtos (RGCP), do Inmetro, o modo de as empresas tratarem reclamações de clientes passa a incluir:
A disponibilização de um meio de contato para que o cliente possa comunicar uma reclamação;
Deve ser informado ao cliente o código ou número de protocolo da reclamação, para posterior acompanhamento;
Deve haver indicação formal de pessoa ou equipe capacitada e com liberdade para fazer o atendimento;
A empresa tem prazo de quinze dias para responder ao Inmetro, no caso de reclamações por intermédio da instituição.
“Todas as empresas certificadas devem atualizar seus procedimentos, de acordo com as mudanças na portaria, para sua próxima auditoria de manutenção. Isso pode ser feito usando a consultoria online“, conta Ed.
O ano de 2024 será movimentado para o setor vidreiro em todo o mundo. Para lhe ajudar a organizar sua agenda, O Vidroplano lista a seguir os principais encontros e feiras do segmento a serem realizados nos próximos doze meses.
Foto: Divulgação GlassParts
CHINA GLASS Quando: 25 a 28 de abril Onde: Shanghai New International Expo Centre – Xangai, China Mais informações:www.chinaglass-expo.com
A maior mostra vidreira do planeta em tamanho chega à sua 33ª edição. Realizada anualmente, recebe visitantes de todo o mundo interessados nas últimas novidades em tecnologia.
Foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte
GLASS SOUTH AMERICA Quando: 12 a 15 de junho Onde: São Paulo Expo – São Paulo Mais informações: www.glassexpo.com.br
Principal feira vidreira da América Latina, é realizada a cada dois anos na capital paulista pela NürnbergMesse Brasil, com apoio exclusivo da Abravidro. A 15ª edição da Glass apresentará soluções para aplicações de vidro e máquinas, equipamentos e acessórios para os setores de construção civil, arquitetura, moveleiro e automotivo. Um dos principais destaques deste ano será a estreia da mostra simultânea E-squadria Show, direcionada ao setor de esquadrias e com foco no público especificador de nosso material. Além disso, a edição contará com o Vidro em Ação (espaço comandado pela Abravidro que apresenta ensaios e testes de segurança e resistência do temperado e laminado), Arena de Conteúdo (com palestras de profissionais renomados da arquitetura) e mais duas áreas de exposição: Expo Construção Offsite e Office 2024 by Office Connection.
Foto: Divulgação
GLASSBUILD AMERICA (GBA) Quando: 30 de setembro a 2 de outubro Onde: Kay Bailey Hutchison Convention Center – Dallas, EUA Mais informações:www.glassbuildamerica.com
A GBA é a feira mais importante do setor vidreiro na América do Norte. Organizada todo ano pela National Glass Association, reúne players internacionais para mostrar soluções ao mercado local, incluindo empresas com atuação no Brasil.
Foto: Messe Düsseldorf, Constanze Tillmann
GLASSTEC Quando: 22 a 25 de outubro Onde: Messe Düsseldorf – Düsseldorf, Alemanha Mais informações:www.glasstec-online.com
Realizado bienalmente, é o principal evento global da cadeia vidreira. Lá são mostradas em primeira mão todas as novidades das marcas de ponta do planeta em maquinários, acessórios e ferramentas para fabricação, processamento e instalação de vidros. A Glasstec é famosa também por seus eventos simultâneos, como a Glass Tecnology Live — mostra que reúne soluções, estudos e protótipos focados em tecnologias que podem se tornar padrão da indústria no futuro — e a Glass Art, exposição com obras de arte envidraçadas feitas por artistas internacionais.
Vale a pena conferir
Haverá ainda eventos que não são do segmento vidreiro, mas contam com empresas e produtos que dialogam com o nosso setor.
EXPO REVESTIR Quando: 19 a 22 de março Onde: São Paulo Expo – São Paulo Mais informações:www.exporevestir.com.br
Principal feira de revestimentos e acabamentos da América Latina.
FEICON Quando: 2 a 5 de abril
Onde: São Paulo Expo – São Paulo Mais informações:www.feicon.com.br
Maior mostra da construção civil e arquitetura da América Latina.
CASA COR SÃO PAULO Quando: 21 de maio a 28 de julho Onde: Conjunto Nacional – São Paulo Mais informações:casacor.abril.com.br/mostras/sao-paulo
Principal edição da mais completa mostra de arquitetura, design de interiores e
paisagismo das Américas. Vidros e espelhos sempre marcam presença nos ambientes.
FESQUA Quando: 11 a 14 de setembro Onde: São Paulo Expo – São Paulo Mais informações:www.fesqua.com.br
Feira voltada para o segmento de esquadrias.
Um ano com expectativas novas e problemas já conhecidos. 2024 começou num ritmo que parece um pouco melhor que aquele visto em outros janeiros, mas ainda longe de uma demanda aquecida como a que esperamos para nos levar a trilhar novamente o caminho do crescimento.
Os setores consumidores do nosso material preveem resultados positivos para este ano, com diferentes níveis de otimismo. As projeções das entidades setoriais para a indústria em 2024 são conservadoras, apesar de o ano passado ter surpreendido positivamente, com resultados melhores que os esperados para o PIB e outros indicadores econômicos.
As usinas domésticas estão trabalhando com produção reduzida, como no ano passado. Os dados de comércio exterior mostram que 2023 registrou um aumento relevante na importação de vidros planos para o nosso país, ao passo que a exportação da produção nacional caiu no mesmo período. Está sobrando vidro no mundo, devido ao desaquecimento global da economia, o que, em parte, justifica a entrada de mais vidros importados no Brasil. A redução das exportações deve-se em grande parte à inauguração, em outubro de 2022, da segunda planta de float da Vasa, na Argentina, país que era o destino de volume significativo da produção brasileira.
E se a equação entre oferta e demanda segue sendo ajustada, a informalidade continua liderando a lista de problemas do setor vidreiro nacional, sacrificando a competitividade das empresas e trazendo grandes preocupações a quem atua com seriedade em nosso mercado.
Como de hábito, neste mês de janeiro, a Abravidro inicia a coleta de respostas para o Panorama Abravidro, o mais completo estudo econômico do nosso setor. Publicado há treze anos, o documento é um importante instrumento de avaliação do mercado, reunindo os principais indicadores de performance do setor vidreiro nacional. Deixo aqui o meu convite aos colegas processadores que tomem parte da pesquisa respondendo ao questionário. Os dados individuais da empresa são confidenciais e o resultado publicado é de grande valia para toda a nossa cadeia. Participe!
De 9 a 12 de janeiro, Las Vegas, nos Estados Unidos, recebeu entusiastas da modernidade para a edição anual da Consumer Electronics Show (CES), a principal feira de tecnologia do mundo. A Inteligência Artificial foi o assunto mais discutido, mas ainda teve espaço para diversas outras soluções – incluindo vidros.
Em relação a nosso material, chamaram a atenção do público os smart glasses (óculos inteligentes), feitos de cristal e que funcionam como se fossem um celular, com acesso a vídeos, redes sociais, além de tirarem fotos – falamos sobre esse produto aqui nesta seção, na edição de novembro. Existem também os AR glasses (óculos de realidade aumentada), cuja imersão é maior: o modelo TCL RayNeo X2 Lite inclui navegação em mapas 3D e tradução de áudio em tempo real.
Energia fotovoltaica foi outra pauta relevante envolvendo vidro: a empresa japonesa inQs divulgou uma solução transparente, chamada SQPV Glass, que gera eletricidade, e pode ser aplicada em janelas, fachadas e até mesmo vitrais. O produto ganhou um dos prêmios de inovação da feira, na categoria Cidades Inteligentes e Sustentabilidade.
Não é novidade para os leitores de O Vidroplano que o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), com sede na Abravidro, trabalha continuamente para a normalização do nosso material. Em 2023 isso não foi exceção, com o início da elaboração de novos documentos técnicos, bem como a revisão e atualização de normas importantes para o setor – e também para outros segmentos. Confira a seguir as principais atividades realizadas ao longo do ano passado.
Documentos técnicos publicados…
Um dos principais destaques do ABNT/CB-37 em 2023 foi a publicação da revisão da norma ABNT NBR 14697 — Vidro laminado. O novo texto está mais atual e aderente ao mercado brasileiro, tanto no que diz respeito à fabricação do produto como em relação à sua aplicação.
Entre as mudanças no conteúdo, houve o aprimoramento dos testes que avaliam o desempenho do laminado como vidro de segurança, incluindo um novo ensaio para avaliação do comportamento de quebra. A norma também passou a abordar o uso do laminado composto com vidros termicamente tratados (temperados ou termoendurecidos), a fim de orientar sobre a fabricação e aplicação dessa solução de forma didática, esclarecendo as dúvidas existentes sobre as características desse tipo de solução.
Foto: Cris Martins e Vinicius Buarque
…e em andamento
Em 2023, o comitê iniciou a atualização parcial da principal norma do setor vidreiro nacional, a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. Entre as novidades, estão a inclusão de referências a outras normas técnicas, como à do termoendurecido (publicada em 2020); a mudança de alguns termos e definições (por exemplo, o vidro impresso passará a ser chamado de texturizado); e o fato de que o aramado não será mais considerado vidro de segurança, pois não atende os requisitos de avaliação para tal classificação.
Outra alteração será a retirada das informações sobre furação, recorte e laboração de peças temperadas. Esses dados passarão para o texto da nova versão da ABNT NBR 14698 — Vidro temperado, que também está sendo elaborado pelo ABNT/CB-37.
Outro projeto iniciado em 2023 é a elaboração de um documento técnico com diretrizes para envidraçamentos amigáveis aos pássaros. O texto terá como objetivo encontrar um ponto de equilíbrio entre o bem-estar que nosso material oferece aos seres humanos e a proteção da avifauna, além de ser compatível com a realidade brasileira. A primeira reunião, realizada em 5 de dezembro, contou com um quórum qualificado, bastante heterogêneo e participativo.
É importante destacar ainda a conclusão do Projeto de Convergência Regulatória Brasil X Argentina sobre vidros automotivos.
Colaboração na normalização
2023 foi o ano também em que o ABNT/CB-37 participou de vários projetos desenvolvidos por outros comitês da ABNT. Uma dessas atividades foi a revisão da ABNT NBR 14718 — Guarda-corpos para edificação – Requisitos, procedimentos e métodos de ensaio, coordenada pelo Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248). O novo texto apresentará seu conteúdo de forma mais precisa, evitando ambiguidades na interpretação, e trará atualizações como a diferenciação na aplicação das cargas entre guarda-corpos expostos ou não expostos ao vento, dependendo do local em que serão instalados.
Foto: Cris Martins e Vinicius Buarque
Outros trabalhos de comissões de estudos do ABNT/CB-248 que contaram com a colaboração do Comitê Brasileiro de Vidros Planos foram a retomada da elaboração do texto da futura norma ABNT NBR 16835 — Ferragens para vidro – Requisitos, classificação e métodos de ensaio, voltada à especificação dos requisitos de fabricação, dimensionamento, segurança, funcionamento e acabamento superficial das ferragens para aplicação em vidros; e a elaboração da Parte 8 da ABNT NBR 10821 — Esquadrias para edificações, que tratará de fachadas-cortina.
O ABNT/CB-37 também participou de diversas atividades coordenadas pelo Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002), entre elas a Comissão de Estudos de Eficiência Energética e Iluminação Natural. Ainda no ABNT/CB-002, outro projeto importante é a revisão da ABNT NBR 6123 — Forças devidas ao vento em edificações, publicada no dia 20 de dezembro – esse documento é diretamente referenciado na ABNT NBR 7199, sendo fundamental para os cálculos da espessura dos vidros e para a especificação e dimensionamento de sistemas para as obras.
Pode-se destacar, ainda, as reuniões do Grupo de Trabalho em Esquadrias e Vidros, do qual a Abravidro participa assiduamente desde a sua formação, para revisar e atualizar a normalização nacional na área de eficiência energética.
Facilidade no acesso às normas
As empresas associadas à Abravidro têm acesso online a todas as normas técnicas do Comitê Brasileiro de Vidros Plano (ABNT/CB-37), além de outros documentos relacionados ao nosso material. São mais de 50 documentos técnicos disponíveis para consulta das empresas vidreiras por meio do sistema digital ABNT Coleção. Associe-se agora mesmo e aproveite esse e outros benefícios oferecidos pela Abravidro!