Cobertura de laminados coloridos se destaca em vinícola

Ao norte de São Francisco, na Califórnia (EUA), estão as regiões de Napa Valley e Sonoma, renomadas mundialmente pela produção de vinho. Os vinhedos dali se localizam em meio a uma belíssima natureza, formada por vales e campos floridos – não à toa, o local recebe turistas de todo o planeta. E uma das principais vinícolas locais, a Donum Estate, especializada nas bebidas do tipo pinot noir, tornou-se ainda mais atrativa a visitantes: ano passado, ganhou o Vertical Panorama Pavilion, espaço para degustação com uma incrível cobertura de laminados coloridos.

Sentidos à flor da pele
Criado pelo escritório alemão de arquitetura Studio Other Spaces (fundado pelo artista Olafur Eliasson e pelo arquiteto Sebastian Behmann), o pavilhão está localizado num ponto da Donum Estate que oferece visão panorâmica dos arredores, incluindo a Baía de San Pablo e a The Donum Collection, coleção de arte formada por cerca de cinquenta esculturas.

A obra foi inspirada nos calendários circulares da antiguidade. Utilizados em diversas culturas ao redor do mundo ao longo dos tempos, esses calendários eram geralmente feitos de pedra, marcando a mudança das estações e representando até mesmo a conexão humana com a natureza. Os maias, por exemplo, utilizavam esse tipo de tabela para fazer previsões do futuro.

“O pavilhão combina perfeitamente nossas paixões por vinho, natureza e arte, design e arquitetura”, explicam Mei e Allan Warburg, proprietários da vinícola. “Caminhamos com Olafur por esse espaço pela primeira vez em 2019. O Sol reluziu em um espectro de cores, tomamos um gole do nosso pinot noir e, naquele momento, nasceu o Vertical Panorama Pavilion.” Essa questão do efêmero – tempo, luzes, clima – faz parte do conceito usado pelos arquitetos na estrutura. “Os elementos específicos do projeto são abstrações de componentes que circundam a obra: solo, vegetação, vento, atmosfera, chuva”, explicam Eliasson e Behmann.

Caleidoscópio
A cobertura do pavilhão – em formato de cone e com uma abertura na parte central mais alta – conta com 832 painéis de laminados, feitos com a película Vanceva, da Eastman. São 24 cores usadas, com variações de tons translúcidos e transparentes, fazendo referência à paleta encontrada na natureza do Vale de Sonoma.

Conforme os raios de Sol incidem na estrutura, essas tonalidades são refletidas pelo chão, móveis e pessoas presentes no local: um toque artístico nessa obra que já nasce marcante aos amantes do vidro.

Visitando o Donum Estate
Existem diversos tipos de tours na vinícola, custando a partir de US$ 100 por pessoa e com duração de uma a três horas. Incluem degustação de vinhos e comidas, passeios pela coleção de esculturas do local e pelas parreiras.
Endereço: 24500 Ramal Road, Sonoma, Califórnia, EUA
Site: www.thedonumestate.com

Ficha técnica
Obra: Vertical Panorama Pavilion
Local: Sonoma, Califórnia (EUA)
Escritório de Arquitetura: Studio Other Spaces
Inauguração: agosto de 2022

Este texto foi originalmente publicado na edição 609 (setembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Créditos das fotos: Adam Potts

Simvidro-MG organiza cursos profissionalizantes

O Simvidro-MG preparou recentemente duas opções de cursos profissionalizantes. Durante o mês de agosto, os instrutores Heverton Rezende e Paula Pozzolini estiveram na Escola Senai Paulo de Tarso, em Belo Horizonte, para aplicar o treinamento Especialização em orçamentos e projetos para vidros temperados e especiais, que ensinou medição, orçamentos e projetos de vidros planos conforme as normas. No mesmo endereço, de 31 de julho a 15 de setembro, Jerry Fernandes ministrou o curso Especialização em instalação de vidros temperados e especiais, com foco em instalação de sistemas diversos, como boxes de banheiro, janelas e fechamentos de vão.

Este texto foi originalmente publicado na edição 609 (setembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Associadas à Abravidro participam da Febrava 2023

A 22ª edição da Feira Internacional de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação, Aquecimento, Tratamento do Ar e Águas (Febrava 2023) contou com a participação de três empresas associadas à Abravidro: Unividros, Rohden e Vidrolar. O evento, realizado de 12 a 15 de setembro, reuniu nos pavilhões do São Paulo Expo mais de trezentas marcas. Entre as novidades dessa edição destacaram-se as ilhas temáticas, espaços dedicados à apresentação de soluções e cases de sucesso.

Este texto foi originalmente publicado na edição 609 (setembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Créditos das fotos de abertura: Divulgação

Abravidro forma última turma de PPCPE de 2023

Nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, a Abravidro realizou, no hotel Plaza Inn Loft, em São Paulo, próximo à sede da entidade, a última turma do módulo de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE) em 2023. Este ano, o módulo foi aplicado três vezes – incluindo as turmas dos meses de março e junho –, levando conhecimento essencial para o dia a dia das processadoras. A seguir, confira detalhes do curso, os depoimentos dos alunos e os pontos que fazem do treinamento uma peça-chave para o desenvolvimento e a produtividade das empresas participantes.

Última chamada
Com conteúdo sempre atualizado, as aulas foram estruturadas conforme as exigências atuais do mercado. O treinamento contou com a presença de vinte alunos vindos de empresas de todo o País e, como nas demais edições, o responsável pela condução dos estudos foi Cláudio Lúcio da Silva – um dos maiores especialistas do Brasil na área de transformação de vidros. “Nesta edição, foi gratificante notar a presença massiva das mulheres, o que significa que estão ocupando cada vez mais cargos de gestão e chefia”, destaca Cláudio. “É ótimo ver a presença delas no setor se intensificando, uma vez que contribuem com a expertise em gestão e acompanhamento de processos, características que considero valiosas para qualquer negócio.”

Um dos pontos abordados pelo instrutor propôs reflexões sobre a responsabilidade e o papel do profissional como líder. “Optamos por dar ênfase à teoria das lacunas, que remete à ideia de se ocupar o espaço para que outros não o ocupem”, resume Cláudio. “O líder precisa assumir o seu compromisso com a empresa, ser presente e capacitado para determinar táticas e procedimentos.” Caso você não tenha conseguido participar de nenhum PPCPE este ano, fique tranquilo: não vai demorar para a temporada 2024 começar.

Relatos dos alunos
Veja os depoimentos de alguns participantes do último PPCPE do ano:

“Em 2021, comprei um forno para têmpera. Depois de ter dificuldades com o equipamento, recebi recomendações de dois amigos, que já haviam feito o treinamento, para também fazê-lo. E, realmente, o curso é maravilhoso. Vale muito a pena.”
Arthur Martins Filho, Real Vidros (Duque de Caxias-RJ)

“Vim fazer o curso por achar importante todos os setores se envolverem com os trabalhos da produção. Pra mim foi excelente porque o professor Cláudio mostrou o valor de se atentar a cada detalhe sem ignorar o todo. Recomendo esse curso para todos os setores.”
Camila Arcênio Stabin, Vidrolar (Curitiba)

“Como sou nova na área, é muito gratificante estar no PPCPE adquirindo conhecimentos para introduzi-los na empresa em que atuo. Recomendo o curso para todos, pois certamente é muito importante para o desenvolvimento de qualquer carreira dentro do setor.”
Ketleen Nicole Popovicz, Italajes (Itajaí-SC)

“O PPCPE é muito interessante. Um ponto importante pra mim foi quando o professor Cláudio tratou sobre a mensuração de produção. Espero, junto com meus companheiros de empresa, voltar em outras oportunidades para seguir evoluindo em meu trabalho.”
Thiago Augusto Ferreira, São Cristóvão Temper (Betim-MG)

Este texto foi originalmente publicado na edição 609 (setembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Gleysson Soares

Como anda o mercado de insulados no Brasil?

Dos mais de 55 milhões de m² de vidros processados no ano passado em nosso país, apenas 0,6% (cerca de 313 mil) foi de insulado, também conhecido como vidro duplo. Mas, afinal, por que esse item se mantém na lanterna da lista de nossos produtos mais consumidos no Brasil, sendo que é uma solução extremamente versátil para a construção civil, com benefícios que aumentam o conforto das edificações?

Se você é leitor assíduo de O Vidroplano, se lembrará de que já abordamos esse tema algum tempo atrás. Como o assunto continua atual, voltamos a ele para tentar encontrar novas respostas a essa pergunta que não quer calar. A seguir, confira a percepção de processadoras em relação ao mercado de insulados, o que são mito e verdade sobre a aplicação desse material e qual a importância dos insumos para a eficiência da solução.

Andando, mas quase parado
O mercado brasileiro de insulados, segundo as fontes consultadas para esta reportagem, é atualmente mais conhecido pelo público e profissionais do vidro e da construção que no passado. “Porém, sua principal aplicação ainda é o mercado de refrigeração, que inclui refrigeradores comerciais e balcões para comércios, padarias, supermercados, açougues etc.”, comenta Ricardo Aragon, diretor técnico e comercial para a América Latina da Sagertec, fornecedora de insumos e equipamentos para a produção desse tipo de vidro.

Duas processadoras relataram para a revista o tamanho de sua produção de insulados. No caso da Rohden Vidros, em virtude da forte atuação no segmento de refrigeração comercial, insulados representam em torno de 20% de seu portfólio. A empresa, inclusive, conta com duas linhas para a fabricação do material. Já a PV Beneficiadora, que não atende esse setor, produzindo apenas para a construção civil, vê os insulados representarem apenas 1% das vendas – isso num mês “bom” de negócios.

“O Brasil, aparentemente sem uma razão plausível, é o país da América Latina com o menor nível de produção de insulado, muito abaixo da média da região”, afirma Luiz Garcia, diretor da Lisec Sudamerica, braço regional da fabricante de maquinários austríaca Lisec. “Acreditamos que, por meio da disseminação dos benefícios do material, essa situação deva se alterar, pois não pode ser possível que todo o resto do mundo utilize esse vidro caso não fosse adequado.”

Com a crescente busca por eficiência energética, aliada ao conforto térmico e acústico de moradias e ambientes de trabalho, o material pode, enfim, tornar-se uma escolha mais popular. “Vemos grande potencial de expansão nesse mercado para os próximos anos”, aposta o gerente de Produção da processadora Divinal, César Augusto Pereira. Para isso acontecer, no entanto, o setor vidreiro como um todo precisa desvendar alguns mitos relacionados ao produto.

Só para climas frios?
Formados por duas peças de vidro separadas por uma câmara interna com ar ou gás, os insulados têm uma importante função termoacústica. “Na Europa, esse tipo de vidro é obrigatório em algumas aplicações, além de ser recomendado em edificações comerciais como hospitais, laboratórios, restaurantes, bares e hotéis”, explica a gerente de Desenvolvimento de Produtos da Rohden, Edilene Marchi Kniess.

Os insulados funcionam como isolante térmico. “Vejamos o exemplo da refrigeração: o vidro é aplicado para isolar os produtos perecíveis da temperatura exterior mais elevada”, analisa Ricardo Aragon, da Sagertec. O conceito é o mesmo quando aplicado em prédios ou residências, mantendo a temperatura interna.

Por estarem ligados a climas frios, criou-se no Brasil a ideia de que seriam indicados somente para essas regiões. Isso é totalmente errado. “Por incrível que pareça, os países que mais o utilizam são os quentes, como as nações árabes. Dubai, por exemplo, é inteiramente feita de insulado”, revela Edison Claro de Moraes, diretor da Atenua Som, fabricante de soluções acústicas para edificações. Outra prova de que a teoria não se sustenta, conforme alerta Luiz Garcia, da Lisec, é o fato de que existe alto consumo desses vidros em locais com clima similar ao brasileiro, incluindo Austrália, México, Colômbia e países da África.

“Vizinhos como Chile, Argentina e Uruguai estão na nossa frente. Utilizam há mais tempo e em escala maior. Mas chegou a hora de crescermos também. A questão térmica é a bola da vez, pois a energia elétrica segue caríssima no Brasil, e o insulado permite um retorno de investimento maravilhoso ao longo dos anos, graças à economia de eletricidade”, analisa Moraes, da Atenua Som.

Alguns motivos para o pouco uso

  • Custo: por contar com várias matérias-primas envolvidas na fabricação (mais de uma peça de vidro, perfis, dessecantes, silicones de vedação), o insulado é mais caro que outros tipos de vidro. E até mesmo as esquadrias necessárias para recebê-los devem ser mais robustas;
  • Informação: insulados ainda são deixados de lado por especificadores (arquitetos, engenheiros, construtoras) como opção válida para seus empreendimentos muito pelo fato de os benefícios do produto não terem sido comunicados adequadamente;
  • Mercado imobiliário: a maior parte dos lançamentos da construção civil é composta por edifícios residenciais, que não se enquadram nos tipos de edificação que necessitam de desempenhos térmicos ou acústicos acima da média – a não ser em empreendimentos de luxo. Isso reforça a ideia, por parte das construtoras e incorporadoras, de que não é necessário investir muito nessas questões;
  • Forte presença do laminado: o vidro laminado já virou sinônimo de controle solar e conforto acústico. Por isso, é o preferido em especificações para edificações que precisem de um nível superior de conforto nesses quesitos.

Como reverter a situação?
Primeiro, é preciso olhar para as soluções disponíveis no setor vidreiro como partes de um todo, não como concorrentes entre si, como aponta Edison Moraes. “Existe algo muito ruim no mercado que é colocar um vidro contra o outro. É comum perguntar ‘qual o melhor, laminado ou insulado?’. Não tem nada a ver isso: um complementa o outro. Paremos de pensar assim.”

Essa mudança de pensamento ajudará a encontrar respostas que solucionam os motivos listados para o pouco uso desses vidros. Cada especificação tem uma história própria – uma instalação que funcionou em determinado prédio pode não ser a ideal para outro. Colocar isso na cabeça dos profissionais do ecossistema da construção é tarefa de nossa cadeia. “Devemos levar informação e conhecimento para o especificador e principalmente o consumidor final”, indica o diretor-executivo da PV Beneficiadora, Vinicius Moreira Silveira.

Para isso, deve-se investir em estudos que utilizem ferramentas de simulação computacional. Assim, será possível observar os ganhos reais de cada aplicação, incluindo a viabilidade de um investimento desse porte a longo prazo, o que poderá ajudar o empreendedor a escolher os insulados.

Um estudo recente do engenheiro, consultor e professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Fernando Westphal, mostra como a composição insulada ajuda no controle térmico. “Em climas brasileiros, esse tipo de conjunto pode diminuir a temperatura do vidro em até 8 °C em comparação com um monolítico ou laminado durante o verão. No inverno, o material pode garantir 14 °C a mais na superfície do envidraçamento. Isso proporciona maior sensação de conforto das pessoas próximas ao vidro”, explica Westphal.

Vale ressaltar ainda outros tópicos interessantes revelados pelo estudo:

  • A transmitância térmica do insulado (quanto de calor é conduzido de um lado a outro) é equivalente à de uma parede de alvenaria;
  • No Brasil, há economia de energia em regiões predominantemente quentes;
  • A melhoria no conforto ocorre em todos os tipos de clima;
  • Insulados assimétricos (com chapas de espessuras diferentes) com laminado em uma das faces trazem excelente desempenho acústico, equivalente a uma parede de alvenaria.

Insumos: a qualidade é essencial para o bom desempenho
A importância dos insumos usados na produção dos insulados para o desempenho térmico e acústico não pode ser subestimada. O vidro é apenas um elemento do conjunto: todos precisam estar alinhados para entregar a eficiência esperada.

“Se os selantes não forem eficazes, pode haver vazamentos de ar ou infiltrações”, explica César Pereira, da Divinal. “Em um clima com baixa temperatura, o ar gelado de fora pode infiltrar-se no interior. Isso também ocorre com o calor em climas quentes.” E a aplicação malfeita dos selantes pode acarretar outros problemas, como aponta Edilene Kniess, da Rohden. “O uso não uniforme ou o uso de uma quantidade abaixo do especificado por norma podem causar condensação interna, sendo necessária a substituição da peça.”

Os perfis espaçadores, responsáveis por manter as peças de nosso material separadas, evitam a formação do efeito chamado “ponte térmica”, no qual o calor ou frio são transferidos diretamente entre os vidros. “Isso ajuda a manter a temperatura interna estável e confortável, independentemente das condições climáticas externas”, revela Pereira, da Divinal.

O material desses perfis influencia no desempenho da solução. Os feitos de PVC têm menor transmitância térmica que os de alumínio, por exemplo. Existem também os chamados warm edge, fabricados com aço inoxidável ou plástico e capazes de manter a borda do vidro mais quente em até 65%, reduzindo o risco de condensação do ar dentro do conjunto.

De olho nos maquinários
As máquinas para a fabricação de insulado são outro elemento indispensável para se obter um produto de qualidade. “Não é só o insumo, o equipamento também faz a diferença. Eu vejo muito maquinário manual que não traz a menor garantia, depõe contra o mercado. Afinal, insulado não é só juntar dois vidros com um separador”, comenta Edison Moraes.

O coordenador de Qualidade e Lean da processadora GlassecViracon, Renato Santana, concorda: “Eu não diria que não seria possível fabricar manualmente, mas, sim, que não seria recomendado, pois o insulado precisa de um cuidado especial na hora da montagem”. Nesse sentido, uma linha automática se torna imprescindível para garantir a qualidade e vida útil do produto. “Essas máquinas têm a precisão correta nas etapas de limpeza, primeira selagem e prensagem. Uma falha em uma dessas etapas pode resultar no colapso do produto pouco tempo após a instalação.”

Exatamente por isso, as linhas automáticas estão entre as soluções atuais mais modernas. Com carregamento e descarregamento feito por robôs, ajudam a otimizar a produção. A Lisec, por exemplo, já comercializou várias desse tipo no Brasil, tanto para o mercado da construção (fachadas) como para o de refrigeração e linha branca.

Enchendo as câmaras
As câmaras dos insulados podem ser preenchidas com gases (argônio, criptônio ou xenônio), de forma a oferecer ainda mais isolamento térmico. Em casos nos quais um desempenho superior não seja necessário, preencher o conjunto com ar basta.

“O gás argônio é responsável por aumentar significativamente a propriedade térmica, pois inibe o movimento molecular, de modo que a transferência de calor é reduzida”, esclarece Edilene Kniess, da Rohden. “Também age intensificando a vida útil do vidro, pois atua na retirada de quase toda a umidade presente no ar contido na câmara. Além disso, não é tóxico e seu uso não afeta o meio ambiente.”

E as normas técnicas?
O insulado conta com uma norma técnica, a ABNT NBR 16015, que estabelece as características, requisitos e métodos de ensaio para esse tipo de vidro, utilizado na construção civil e em unidades de condicionamento térmico e/ou acústico.

Não se esqueça! As empresas associadas à Abravidro têm acesso online a todas as normas técnicas vidreiras, e a outros documentos relacionados ao nosso setor, por meio do sistema ABNT Coleção. Ainda não é associado? Então, não perca tempo: junte-se à Abravidro e aproveite esse e outros inúmeros benefícios oferecidos pela entidade.

Caso tenha alguma dúvida sobre o conteúdo das normas vidreiras, fale com a associação.

Este texto foi originalmente publicado na edição 609 (setembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: srki66/stock.adobe.com

Saiba como vender e instalar vidros insulados

Como você já deve ter visto, o vidro insulado, também conhecido como vidro duplo, é o tema da reportagem especial desta edição de O Vidroplano (leia mais clicando aqui). Embora essa solução ainda tenha um espaço pequeno no mercado nacional, ela oferece oportunidades interessantes a serem exploradas por diversos elos da cadeia vidreira – incluindo as vidraçarias.

Mas como apresentar esse produto aos clientes e convencê-los a comprá-lo em vez de opções menos eficientes por serem mais baratas? Que partes desse sistema precisam de cuidado especial durante o manuseio? Como a instalação é feita? A seguir, confira as respostas para essas e outras perguntas sobre o trabalho com insulados.

Apresentando os atrativos
A compra espontânea de insulados pelo consumidor final ainda é pequena. Em sua maioria, o produto é buscado por especificadores, como engenheiros ou arquitetos – e, infelizmente, em muitos casos nos quais essa solução seria a mais indicada, muitas vezes outros vidros menos eficientes acabam sendo escolhidos devido ao custo mais baixo.

Para ampliar a introdução do item no mercado, é preciso conscientizar cada vez mais os compradores sobre os benefícios que ele oferece. Nesse sentido, César Augusto Pereira, gerente de Produção da Divinal Vidros, afirma: “As vidraçarias desempenham um papel fundamental na divulgação e na adoção dos insulados pelo mercado brasileiro”.

Mas como apresentá-lo aos clientes? Pereira lista algumas possibilidades:

  • Oferecer informações detalhadas sobre os benefícios em termos de eficiência energética e conforto térmico e acústico;
  • Mostrar exemplos de projetos bem-sucedidos em climas diversos, destacando a versatilidade desse produto;
  • Colaborar com arquitetos e engenheiros na especificação em projetos;
  • Investir em treinamento para sua equipe de vendas, para que possam fornecer orientações precisas e detalhadas aos consumidores em potencial.

Daniel Estrela, sócio-diretor técnico da SEV Exclusivv, conta que a empresa costuma demonstrar o desempenho do vidro insulado em demandas para as quais eficiência térmica e acústica são necessárias: “Fazemos apresentação de amostras, materiais, dados técnicos comparativos entre insulados e vidros comuns e, em casos mais valiosos, realizamos até protótipos específicos para demonstração”, explica.

Agregando (ainda mais) valor
Um ponto interessante do insulado é que, como ele combina duas (ou mais) lâminas de vidro em sua composição, pode-se fazer combinações que tragam mais atrativos. “O vidro duplo pode reunir uma peça de controle solar na parte externa, e outra de segurança no lado interno”, sugere Edilene Marchi Kniess, gerente de Desenvolvimento de Produtos da Rohden Vidros.

De acordo com Edilene, outra forma de agregar mais valor ao insulado é a inserção de uma persiana interna. “A diferença em relação à persiana externa convencional é que o acondicionamento dela entre os vidros evita o acúmulo de poeira, além de oferecer mais privacidade e controle da luminosidade ao ambiente.”

Segundo Roberto Papaiz, proprietário da ScreenLine, a combinação desse tipo de vidro com persianas é ideal para o mercado brasileiro. “Ela permite utilizar chapas mais transparentes, aproveitar integralmente a luz natural e ajustar o conforto lumínico adequado a cada atividade. Além disso, esse conjunto oferece uma proteção solar incrível, de 80% a 90%, reduzindo o custo com ar-condicionado e tornando o ambiente mais confortável, econômico e sustentável.”

Papaiz ressalta que é fundamental que a vidraçaria verifique junto à empresa fornecedora do insulado se o produto foi fabricado, ensaiado e aprovado de acordo com as orientações da norma ABNT NBR 16015 — Vidro insulado – Características, requisitos e métodos de ensaio. “O material precisa atender a ABNT NBR 16015 na sua integridade, especialmente se tiver insertos na câmara, como persianas, para garantir a confiabilidade e durabilidade do sistema”, afirma, enfatizando que já há diversos insuladores no Brasil que oferecem garantia de até dez anos.

Mostrando, e adquirindo, experiência
Por se tratar de um produto de valor agregado, a preparação do vidraceiro e da sua equipe é essencial: tanto a apresentação do insulado como a realização do serviço precisam acompanhar esse posicionamento. Por isso, se sua empresa pretende entrar no segmento, busque conhecer a fundo a solução, onde sua aplicação é mais recomendada e como evitar falhas no trabalho com ela.

“Não dá para vender valor agregado sem ter uma boa proposta comercial ou sem um bom atendimento. O profissionalismo é o item indispensável que determina ou não a venda desse tipo de produto”, afirma Daniel Estrela, da SEV Exclusivv, ressaltando que esse é o momento em que a vidraçaria pode se destacar da concorrência – ou perder o cliente. “Quem estiver disposto a pagar, justamente por estar com o dinheiro na mão, inevitavelmente vai preferir o estabelecimento que demonstrar mais preparo com preço condizente, e não somente decidir por quem oferece o valor mais baixo em uma ignorante guerra de preços”, alerta.

Preservando os painéis
“O insulado, como qualquer vidro especial, requer cuidados especiais. Qualquer avaria pode causar um alto prejuízo para o vidraceiro”, alerta Estrela. Por isso, ele orienta para que a atenção seja redobrada no manuseio desses sistemas, com embalagens apropriadas. No transporte, os vidros precisam ser bem calçados e devidamente cobertos para não haver risco de serem molhados.

Papaiz, da ScreenLine, salienta também a importância de equalizar a pressão da câmara do insulado no local da instalação. “Ao contrário do que muitos pensam, não há vácuo nessa câmara. Por isso, a pressão precisa ser a mesma do ambiente exterior do local em que será instalado”, explica. “Por exemplo, se o insulado foi produzido a 600 m de altitude e vai para a praia, a pressão no nível do mar é maior – portanto, comprime os vidros e, na instalação, a câmara precisará recuperar um pouco de ar para equalizar, ou pode haver deformação de reflexo. Caso haja persianas internas, essa operação é ainda mais necessária.” Assim que isso for feito na obra, o capilar de equalização deve ser lacrado.

Como instalar?
Conforme já comentado, a solução traz inúmeras vantagens para uma edificação, incluindo conforto térmico e acústico, além de economia em gastos com ar-condicionado. Porém, para garantir que ela de fato traga todos esses benefícios, é fundamental que a instalação seja feita corretamente. Uma aplicação malfeita comprometerá seu desempenho e resultará em desperdício de dinheiro por parte da vidraçaria e também do cliente.

A primeira orientação nesse sentido é que a instalação do insulado deve ser realizada por um profissional capacitado, capaz de identificar e corrigir problemas como frestas entre a esquadria e o vão a ser preenchido, por exemplo.

Isso posto, alguns cuidados essenciais nesse trabalho são:

  • Os vidros precisam ser aplicados em esquadrias projetadas para receber esse tipo de sistema – por isso, nada de improvisos na hora de escolhê-las, pois isso pode comprometer o desempenho térmico e/ou acústico do conjunto;
  • As esquadrias precisam ter um sistema de dreno muito eficaz, pois o interior do insulado não pode ter contato com umidade ou vapor d’água, que causam embaçamento;
  • Os painéis insulados devem conter um dispositivo ou válvula de equalização, que equilibra as pressões internas e externas do vidro – no momento da instalação do vidro em seu local definitivo, depois de equalizadas as pressões, é importante assegurar que o dispositivo seja adequadamente vedado;
  • Ao instalar o produto no vão, ele deve ser apoiado em calços para que suas bordas não entrem em contato com água da chuva, de lavagem do sistema ou de outras origens;
  • Para vedação, nunca utilize massa de vidraceiro, silicones ácidos ou com fungicidas que não sejam compatíveis com o composto do selante.

Assim como em outros tipos de vidro, deve-se evitar seu contato direto com metais, sempre calçando o conjunto com materiais apropriados e evitando o estresse da peça. O instalador precisa também fazer a proteção das bordas, da selagem e realizar uma vedação de qualidade para eliminação de frestas.

Para o vidraceiro que está disposto a trabalhar com a solução, o começo pode ser difícil – mas, quando o consumidor está ciente de tudo que ela oferece, fica fácil perceber que seu valor não é um custo, mas sim um investimento. “Prático, inovador, elegante, confortável e seguro, o insulado agrega em apenas um item todas as vantagens disponíveis no segmento vidreiro”, resume Edilene Kniess, da Rohden Vidros.

 

 

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Fruto da parceria entre Abravidro e Abividro, o Educavidro tem o objetivo de ampliar a divulgação de conteúdo técnico atualizado e relevante sobre vidros.

Este texto foi originalmente publicado na edição 609 (setembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Anoo/stock.adobe.com

Vitrum 2023 é realizada em setembro

Uma das mais tradicionais feiras vidreiras europeias foi realizada nos dias 5 a 8 deste mês, no complexo Fiera Milano, na comuna de Rho, arredores de Milão, Itália. A edição 2023 da Vitrum, mostra organizada pela Associação Italiana de Fornecedores de Máquinas, Acessórios e Produtos Especiais para o Processamento de Vidro (Gimav), recebeu mais de 7.200 visitantes de cerca de 90 países para conferir 204 marcas expositoras.

Números animadores
A quantidade de pessoas que passaram pelo pavilhão de exposições foi 46% maior que a da edição 2021 – época em que os eventos vidreiros voltavam a ser realizados após a pandemia. “Vivemos dias de compromissos, reuniões e conversas com as empresas e visitantes que recebemos. Foi uma possibilidade de verem o que a indústria de processamento de vidro tem a oferecer em termos de inovação, pesquisa e design”, comenta o presidente da Gimav e da Vitrum, Dino Zandonella Necca.

O presidente da Abravidro, Rafael Ribeiro, e a superintendente da entidade, Iara Bentes, estiveram na mostra, a convite dos organizadores, para conferir em primeira mão as novidades apresentadas por lá.

 

Como é tradição, brasileiros viajaram para a Itália para participarem da feira
Como é tradição, brasileiros viajaram para a Itália para participarem da feira

 

Divisão temática
Este ano, a Vitrum dividiu os cerca de duzentos estandes em doze caminhos temáticos. Cada um levava a empresas especializadas em determinado segmento, incluindo vidro float, esquadrias, vidro automotivo, impressão e revestimentos, softwares e associações vidreiras, entre outros.

E não foi apenas a feira que fez Milão respirar vidro no começo de setembro. A Gimav organizou a exposição Vision Milan Glass Week nos dias 4 a 10. Espalhado pelo centro da cidade, o evento incluiu visitas guiadas a museus locais, instalações de arte, workshops e atividades para crianças.

 

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Reunião
No segundo dia da mostra, ocorreu uma reunião da Community of Glass Associations (CoGA) — Comunidade de Associações Vidreiras. A CoGA reúne associações de nosso segmento de diversas partes do mundo, incluindo a Abravidro, como representante brasileira. O encontro dos membros dessa entidade debateu os passos da indústria em direção ao crescimento sustentável.

A idealizadora da comemoração do Ano Internacional do Vidro pela Organização das Nações Unidas em 2022, a pesquisadora espanhola Alicia Durán, fez um balanço sobre as atividades realizadas para celebrar o uso de nosso material no ano passado. Ardiç Yilmaz e Burcu Apak, membros da International Commission on Glass (ICG) — Comissão Internacional do Vidro —, falaram a respeito do projeto ICG 2030, focado na realização de pesquisas científicas para aproximar a indústria vidreira do campo acadêmico. Houve tempo ainda para o ex-chairman do congresso Glass Performance Days (GPD), Jorma Vitkala, explicar as ações do Glass Innovation Institute (GII) — Instituto de Inovação do Vidro —, do qual ele é fundador.

A seguir, acompanhe os destaques apresentados ao público por algumas empresas internacionais com atuação no Brasil.

 

Comemorando o aniversário de 45 anos, a Adelio Lattuada levou à Vitrum 2023 um modelo da linha TL de lapidadoras, indicada para empresas com produção de grande escala. As máquinas podem ter de nove a onze rebolos, são versáteis (trabalham em peças pequenas e grandes, incluindo espessuras grossas) e ainda funcionam de forma modular, com a possibilidade de integrá-las à lavadora modelo OT 300.

A Bottero montou um estande institucional na feira, mostrando em vídeos e catálogos seus maquinários para processamento. Além disso, nos dias de Vitrum, a fabricante italiana abriu sua fábrica em Cuneo para receber visitantes em um showroom, onde exibiu diversos equipamentos: mesas de corte para laminado 548 LAM e 520 LAM; mesa de corte para monolítico 363 BCS (com cabeçote para vidros low-e); CNC Pratica Plus; e lapidadora copo 111 FX.

Um dos destaques da Bovone na Vitrum foi sua linha de lapidadoras ELB completamente automáticas. Ela também chamou a atenção para suas sinergias com a empresa irmã BDT, que atua na área de rebolos e ferramentas para o processamento de vidro e também fornece soluções para máquinas de outras fabricantes e para centros de usinagem.

O espaço da CMS focou na comunicação institucional para divulgar os equipamentos para processamento da marca. Entre os destaques estavam as soluções em centros de usinagem (como o Ypsos, um CNC vertical capaz de furar e lapidar, entre outras funções, chapas monolíticas e laminadas), linhas integradas e mesas de corte.

O Digit 4200, centro de usinagem CNC horizontal da Denver, pode recortar, lapidar, polir e escrever na superfície do vidro, entre outras funções. A máquina conta com troca automática de ferramentas (28 posições no total) e cabeçote que rotaciona até 540 graus, de forma a deixar o trabalho mais ágil. A empresa mostrou também o CNC vertical Advance Elite.

O estande do Grupo Fenzi deixou à vista diversas soluções. Para a fabricação de insulados, apresentou a gama de selantes (Butylver, Hotver, Poliver e Thiover), além do espaçador termoplástico Butylver TPS e de perfis warm edge (que ajudam a reduzir o coeficiente de transferência de calor) como o Chromatech Ultra e o Thermix Tx Pro. Na área de pintura, a Tecglass (braço do grupo) apresentou produtos para impressão digital sobre vidros em ultra-alta definição e a linha de tintas Duralux Water Based, para pintura da face traseira de espelhos.

O lançamento da italiana Forel é a linha para produção de insulados com perfil termoplástico. Capaz de processar também vidros com perfis rígidos convencionais, conta com a chamada “estação de buffer”, que ajudará o espaçador termoplástico a se estabilizar, oferecendo maior velocidade para o restante da operação. Outra novidade: o classificador de estoque Sorting System, especialmente desenvolvido para insulados.

A finlandesa Glaston apresentou a linha de têmpera FC Series Evo, a mais nova adição à família FC Series: segundo a empresa, trata-se de uma solução inteligente e eficiente em termos de energia. Assim como outros produtos da família, a FC Series Evo conta com o sistema Autopilot, um “piloto automático” que reduz a necessidade de intervenção do operador e oferece controle de processo definindo automaticamente todos os parâmetros necessários com base na colocação da chapa de vidro na linha. Outro destaque foi o White Haze Scanner, primeira solução baseada em inteligência artificial a fornecer uma indicação visual do efeito white haze (névoa branca) em vidros processados.

O enorme espaço da austríaca Lisec teve demonstrações ao vivo do funcionamento de diversos maquinários. Um dos destaques, a TPA — linha para produção de insulados com espaçadores termoplásticos — trabalha com uma gama enorme de espessuras sem intervenção manual. Ela tem a tecnologia CleanSeal, voltada para aumentar a qualidade da vedação dos cantos dos insuladas. Vale mencionar também o FPS-A, sistema automatizado para preenchimento de gás nas câmaras dessas peças.

A Macotec aproveitou a Vitrum para levar os visitantes da feira até sua sede, onde preparou uma divulgação extensa sobre seus produtos. A empresa italiana revelou seus estudos relacionados à inteligência artificial – com direito à apresentação mostrando como a tecnologia tende a impactar a indústria do vidro. Demonstrou ainda sua linha de corte para laminados com a mesa Strato Active WR. Por fim, mostrou também uma linha combinada para corte de monolítico e laminado.

O estande do Grupo Pujol contemplou suas duas divisões. A Hornos Pujol apresentou o Temper Flex. Forno de têmpera fabricado com tecnologia e materiais de última geração, ele permite a produção de temperado com excelente planimetria e sem o efeito de anisotropia. Já a Evalam, fabricante de interlayers de EVA para laminados, teve como carro-chefe na feira o Evalam Visual, com alto desempenho em termos de transparência, força de adesão e atenuação acústica – o interlayer estrutural AB-AR também foi mostrado.

O carregador automático CVB35, da Schiatti Angelo, funcionou a todo vapor no estande da fabricante italiana de maquinários, demonstrando como a automação de equipamentos com os conceitos da Indústria 4.0 pode otimizar o processamento do vidro. Fazendo cinco ciclos de trabalho por minuto, o CVB35 trabalha com peças pequenas (130 x 80) e de até 1.200 x 1.200 mm.

O Strato EVA, interlayer de EVA para laminados, produzido pela italiana TK Satinal, ganhou destaque na participação da empresa na Vitrum. O material obteve a certificação ISCC Plus, que mede a pegada neutra de carbono dos produtos industrializados na Europa. Assim como outras companhias, a TK Satinal também abriu as portas de sua fábrica, na região de Erba, durante a realização da Vitrum.

Fabricante italiana de lavadoras, a Triulzi mostrou dois modelos do equipamento que impressionavam pelo tamanho. O Vertical Closed Top é uma lavadora vertical, de alta produtividade e indicada para peças de esquadrias e de aplicações em interiores. O outro era uma máquina horizontal, para chapas de grandes dimensões.

No estande da espanhola Turomas, via-se sua nova linha de softwares responsável por estabelecer a conexão entre máquinas e programas ERP. A tecnologia é fruto dos projetos desenvolvidos pela fabricante que visam a automatizar as atividades logísticas, como carregamento, corte e armazenamento de vidro, para uma produção mais eficiente. Outra novidade foi o sistema de remoção de revestimento de vidros, chamado ACR (Advanced Coating Removal).

Este texto foi originalmente publicado na edição 609 (setembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Vitrum Life

Conheça em primeira mão a E-squadria Show

O setor vidreiro nacional ganhou uma nova feira para seu calendário de eventos: a E-squadria Show, organizada por NürnbergMesse Brasil (NMB), Fiera Milano Brasil e Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer), promotora da feira Expo Revestir. Como o nome indica, a mostra será voltada à indústria de esquadrias e acontecerá simultaneamente à Glass South America 2024, de 12 a 15 de junho do ano que vem, no centro de eventos São Paulo Expo.

A editora de O Vidroplano, Iara Bentes, visitou a sede da NMB em São Paulo para entender melhor o projeto. Participaram da conversa João Paulo Picolo, CEO da NMB; Maurício Macedo, CEO da Fiera Milano Brasil; e Maurício Borges, presidente-executivo da Anfacer. A seguir, confira os conceitos por trás da E-squadria Show e como ela poderá aproximar o segmento do vidro dos especificadores.

Estamos a menos de um ano da Glass South America 2024, uma Glass que será comemorativa, já que a feira chegará à 15ª edição. Qual o papel do evento no mercado vidreiro nacional e sul-americano?
João Paulo Picolo — A feira existe desde 1996… Tem tempo, não é? Acho que a Glass se propõe a exercer um papel fundamental para o desenvolvimento da indústria vidreira na América Latina. Estamos muito felizes com o resultado do que a gente tem construído até então. É uma mostra reconhecida mundialmente – hoje, está listada entre as três maiores do mundo; só não é maior que a China Glass e a Glasstec, na Alemanha. E para 2024, teremos um evento ainda maior. O processo comercial está andando com muita força, mostrando pra gente que vai ser mais uma edição com recorde de empresas participantes. Existe também um esforço de trazer um público muito forte de todo o Brasil, como sempre aconteceu nas versões anteriores, e também da América do Sul, até pelo programa de compradores que vamos implementar, no qual trazemos os maiores players de alguns países para dentro da feira.

E o que de novidade já pode ser antecipada para o público vidreiro?
JP — Além de mais expositores, um ator importante dentro de um projeto como a Glass é o conteúdo. E você tem várias formas de trazê-lo para dentro de uma feira. Além das palestras que são colocadas à disposição do público visitante, existem as experiências. Então, você tem o Vidro em Ação, ação longeva sobre normas técnicas feita pela Abravidro com a NMB; o programa Vidro Certo, desenvolvido em parceria pela Abravidro e Abividro; e também uma novidade, o Mais Negócios, que ajudará vidraceiros a ampliar seus negócios.

 

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E, João, existe outra novidade ainda maior, esperada há muito tempo pelo setor. Explique-a para nós.
JP — Sim, a E-squadria Show. Para quem não sabe, a NürnbergMesse é proprietária de uma feira muito reconhecida, a maior do mundo no setor de esquadrias, chamada Fensterbau Frontale, e há muitos anos estudamos essa indústria, que tem uma sinergia muito grande com a do vidro, para trazer um projeto paralelo à Glass. E depois de muito estudo, muitos anos se preparando de uma forma muito correta para achar o momento exato para fazer esse lançamento, tomamos a decisão de anunciar a E-squadria Show. A ideia foi se cercar de gente muito competente para fazer esse projeto em conjunto. Por isso, fomos atrás da Fiera Milano e da Expo Revestir. Então, essa é a grande novidade.

A E-squadria Show vai acontecer nos mesmos dias da Glass South America, de 12 a 15 de junho do ano que vem?
JP — Isso mesmo. Será no pavilhão vizinho ao da Glass, no São Paulo Expo. Serão eventos independentes, entradas independentes, porque tem um público que, de fato, é diferente, mas a porcentagem disso é pequena.

De onde veio a ideia para a criação da E-squadria Show?
JP — A resposta é relativamente simples: o mercado pediu para a gente inserir esquadrias dentro da Glass. Quando começamos a estudar e ir atrás de parceiros e expositores em potencial, concluímos que o mercado desejava algo voltado para a arquitetura – tal como a Expo Revestir. O que a gente fez? Olhamos para o nosso ciclo de relacionamento buscando aquele que mais conhecia esse universo, a Anfacer, apresentamos nossas ideias e toparam na hora. Depois foi a vez de buscar quem já tinha feito uma feira de esquadrias, com bastante conhecimento no setor, e foi fácil chegar ao nome da Fiera Milano, que faz o maior evento do mundo para arquitetos. O mercado não quer mais do mesmo: quer um evento focado para o especificador.

Maurício, você poderia falar para gente um pouco sobre a composição de marcas e de parceiros que a Fiera Milano traz para a E-squadria Show?
Maurício Macedo — A Fiera Milano já organizou no Brasil, por dez anos consecutivos, um evento para esse mercado em São Paulo. A gente já transita nesse setor há algum tempo. A atuação em Milão dispensa apresentações, pois é a capital do design, temos o I Salone – Salone del Mobile Milano como o principal evento mundial em design de móveis, reunindo profissionais do mundo todo. O que estamos idealizando é um evento muito diferenciado do ponto de vista de captação de público, do perfil dos visitantes e expositores. Foi como o JP falou, cada vez mais é possível ver essa sinergia entre esquadrias e vidros.

Você comentou um ponto-chave, um diferencial na proposta da E-squadria Show. Qual será o público da feira?
MM — Queremos atrair arquitetos para prestigiar o evento. Temos organizado eventos de esquadrias há muito tempo e contamos com uma base de dados bem rica, mas a ideia não é focar em quantidade, mas, sim, em qualidade na segmentação desse público. Até por ser um evento contíguo à Glass, nós tivemos uma limitação de espaço nesta primeira edição, então focamos em empresas bem estratégicas e diferenciadas na área de esquadrias. Nossa intenção é criar um produto diferente, e não concorrente, do que já existe no Brasil.

JP — É importante ressaltar que uma demanda muito clara para a gente durante os estudos que comentei é a presença de arquitetos, para não sermos mais do mesmo. Foi um trabalho minucioso no sentido de entender, de fato, as demandas daquela indústria.

A gente vê que a Expo Revestir é um evento de sucesso sob todos os prismas, com números avassaladores de visitantes. De que maneira o público da Revestir se conecta com o público da E-squadria Show?
Maurício Borges — Vale a pena reforçar que temos uma parceria bem longa com a NMB, de mais de vinte anos, que foi crescendo ano após ano. No momento, a ideia é fazer somar nesse processo e, junto com a Fiera Milano e Abravidro, trazer esse público de arquitetos como uma curadoria, pela qual a Revestir passa a somar por meio do conhecimento e do conteúdo. Esse é o mote, trazer mais conhecimento, mais conteúdo, e trabalhar isso de forma que os arquitetos e todo o nosso público se beneficiem dessa sinergia.

 

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Além da questão da sinergia, o que mais a gente pode esperar do ponto de vista do conteúdo, uma vez que a Glass é também uma plataforma técnica?
JP — A gente tenta olhar para o produto “feira de negócios” de uma maneira muito ampliada. Você constrói um projeto não só trazendo soluções no sentido de número de expositores dos mais variados tipos, mas também trazendo informação. É isso o que procuramos fazer com a Glass e agora com a E-squadria Show. Quando trouxemos a Anfacer para o projeto, não foi por acaso. A ideia é realmente ter o que há de mais inovador e moderno no mundo em termos de conteúdo para o público nos quatro dias de evento.

E como foi a receptividade do mercado a esse novo produto?
JP — Incrível. Eu não esperava algo tão bom. É um projeto construído com muita calma, cuidado. Eu olho para o lado e vejo o Maurício, da Fiera Milano; olho para o outro, e está a Abravidro; à minha frente, vejo o Maurício, da Anfacer. Ou seja, a gente está cercado de muita gente competente para construir um negócio bem-forte. E isso é reparado pela indústria e pelo mercado de uma forma geral. Estou muito animado e a indústria também tem demonstrado ânimo.

MB — Vale destacar a expertise muito grande do Maurício Macedo no universo do design. Para nós, como representantes dos setores da construção, isso faz toda a diferença. Contar com um player com tamanho know-how, que só tende a agregar, é bom para o setor como um todo.

E o que podemos esperar da interação entre os diferentes públicos?
JP — Acho que o universo vidreiro está cada vez mais olhando para o universo da serralheria e vice-versa. É uma grata tendência sem volta.

Os dois projetos serão realizados conjuntamente a cada dois anos?
JP — Exatamente. Será o início de uma história de imenso sucesso.

Para finalizar nossa conversa, qual mensagem gostariam de deixar para o mercado vidreiro?
JP — Venha nos visitar. Estamos trabalhando bastante e não é de hoje. Procuramos estabelecer desde o início bastante diálogo com a indústria, pois acreditamos que um projeto deve ser construído a várias mãos. Uma coisa posso garantir: do nosso lado o que não faltou foi empenho. Há muito investimento, não só financeiro, mas emocional também. A turma toda está bastante animada, e acho que posso falar por todas as equipes de parceiros. Aguardo a participação de todas as empresas, pois será um evento mágico.

E-squadria Show 2024
O que é: feira voltada para o mercado de esquadrias, realizada simultaneamente à Glass South America
Quando: 12 a 15 de junho de 2024
Onde: pavilhão de exposições São Paulo Expo
Site: home.esquadriashow.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 609 (setembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Créditos das fotos: Marcos Santos

Termômetro Abravidro – Agosto 2023

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Agosto 2023

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento importante nas vendas faturadas em m² em agosto de 2023 em relação a julho.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 11,6% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com julho, sem ajustes sazonais. No entanto, o acumulado de 2023 segue negativo, com queda de 12,7% na comparação com 2022.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos dez primeiros dias deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (122 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 609 (setembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Caleidoscópio – setembro 2023

DADOS & FATOS

Alta na construção
De acordo com os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o setor da construção civil alcançou em julho o maior número de empregos formais desde setembro de 2015. Ao todo, são 2,615 milhões de trabalhadores registrados.

Bom momento nas contratações
O setor gerou 25.423 vagas com carteira assinada em julho – é o sétimo mês seguido com saldo positivo na abertura de postos de trabalho nesse segmento. “Mesmo diante das dificuldades de um cenário caracterizado por juros elevados, o mercado de trabalho da construção segue resistente”, comenta a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.

Esperança…
A construção é responsável por 6% do total de trabalhadores formais no Brasil. Somente em julho, respondeu por 17,82% dos novos empregos. Isso significa um aumento nas atividades em canteiros de obras – uma boa notícia para o futuro a médio e longo prazo para o setor vidreiro, já que nosso material entra na fase final das edificações.

…com cautela
Mesmo com o bom resultado, vale conter a animação: o número de novos empregos na construção de janeiro a julho em 2023 segue menor que odo mesmo período em 2022 (194.471 contra 217.580, respectivamente). “Ajudam a justificar esse resultado a demora das novas condições do programa Minha Casa, Minha Vida 2023, as altas taxas de juros e as incertezas do início do ano”, explica a economista Ieda Vasconcelos.

 

 

FIQUE POR DENTRO

Celebração
Em julho, a fabricante finlandesa de maquinários para processamento Glaston comemorou os quarenta anos de sua divisão especializada em vidros insulados. O setor foi criado em 1983 com o objetivo de oferecer suporte para a produção do produto, cada vez mais popular na Europa de então por conta da capacidade de garantir conforto térmico durante os gelados invernos locais. Como você pode ver na matéria especial deste mês aqui em O Vidroplano, o insulado não é indicado apenas para climas frios – países quentes como o nosso são ainda mais beneficiados pela solução.

 

Crédito: Viktor/stock.adobe.com
Crédito: Viktor/stock.adobe.com

 

RETROVISOR

Nova fábrica
Em setembro de 2004, O Vidroplano anunciava a inauguração oficial do novo forno de float da Cebrace, em Barra Velha, litoral de Santa Catarina. O C4 foi erguido estrategicamente perto dos portos de Itajaí, São Francisco do Sul e Paranaguá, para ajudar no escoamento de sua produção para os países do Mercosul – a exportação era uma das prioridades da planta à época. O forno passou por uma recente parada para manutenção a frio.

Este texto foi originalmente publicado na edição 609 (setembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Correria que dá gosto

Neste mês de setembro, viajei para a Itália para conferir in loco a tradicional feira Vitrum, realizada perto de Milão – e também para participar da reunião da Community of Glass Associations — CoGA (Comunidade de Associações Vidreiras), entidade que reúne associações de nosso segmento de diversas partes do mundo. A cobertura do evento você encontra clicando aqui.

Poucos dias após o retorno ao Brasil, entrevistei as três pessoas que estão na capa desta edição: o CEO da NürnbergMesse Brasil, João Paulo Picolo; o CEO da Fiera Milano Brasil, Maurício Macedo; e o presidente da Anfacer, promotora da feira Expo Revestir, Maurício Borges. Eles são os responsáveis pelo anúncio de uma novidade que sacodiu o setor: ano que vem, a Glass South America ganhará uma mostra simultânea sobre esquadrias, a E-squadria Show. Na conversa, os organizadores da nova feira explicam como ela poderá aproximar os especificadores da cadeia vidreira.

Tem espaço ainda para duas reportagens sobre vidros insulados (uma abordando o mercado do produto e outra a respeito de como os vidraceiros podem trabalhar com a solução), além da matéria sobre uma incrível vinícola nos Estados Unidos que usa laminados coloridos para aflorar os sentidos dos visitantes e muito mais.

Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 609 (setembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Elaboração da ABNT NBR 16835 é retomada

Os trabalhos da Comissão de Estudo de Ferragens para Vidro (ABNT/CE-248:004.001) foram iniciados no dia 29 de agosto, com a realização da primeira reunião do ano. Uma das principais atividades desenvolvidas por ela diz respeito à retomada da elaboração do texto da futura norma ABNT NBR 16835 — Ferragens para vidro – Requisitos, classificação e métodos de ensaio, que tem como objetivo especificar requisitos de fabricação, dimensionamento, segurança, funcionamento e acabamento superficial das ferragens para aplicação em nosso material. O conteúdo do projeto da norma está sendo modernizado e recebendo a incorporação de sugestões feitas durante sua primeira consulta nacional.

Impacto da pandemia
O primeiro projeto da ABNT NBR 16835 foi colocado em consulta nacional de janeiro a março de 2020. “Durante esse período, foram recebidas contribuições de aprovação sem objeção técnica, de aprovação com ajustes de forma e de não aprovação por objeções técnicas ao texto”, explica o engenheiro Robson Campos de Souza, coordenador da comissão e chefe de Secretaria do Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248).

Infelizmente, após o fim do período da consulta nacional, teve início a pandemia da Covid-19. Logo em seguida, foi necessário um tempo para a estruturação, aprovação e criação do ABNT/CB-248. A continuidade dos trabalhos dentro do novo comitê foi então planejada a partir das definições estratégicas entre o Sindicato da Indústria de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo (Siamfesp) e a Abravidro, em comum acordo sobre o tema.

Avanços na revisão
Apesar de todos os imprevistos, o projeto da norma segue vivo. Nesse sentido, Robson Souza aponta a importância das sugestões recebidas durante a primeira consulta nacional, que vão de alterações a inclusões de novos itens. “A Comissão de Estudos de Ferragens para Vidro tem, a partir de agora, a missão de avaliar essas contribuições e deliberar em consenso se elas serão incorporadas total ou parcialmente ao texto do primeiro projeto.”

Entre as principais contribuições recebidas, Souza destaca a solicitação de ajustes nas tabelas do Anexo C, sobre códigos, classificações e aplicações para as ferragens para vidro, bem como nas tabelas do Anexo D, sobre os recortes a serem executados nos vidros, de acordo com as ferragens utilizadas.

Vale ressaltar que somente vidros temperados, de acordo com a ABNT NBR 14698 — Vidro temperado, e vidros laminados compostos por vidros temperados, de acordo com a ABNT NBR 14697 — Vidro laminado, podem receber furações e ferragens, conforme suas aplicações, e devem atender os requisitos da ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. “Acreditamos que as contribuições recebidas durante a consulta nacional do primeiro projeto, somadas à evolução das indústrias de vidro e às revisões em andamento das normas ABNT NBR 7199 e ABNT NBR 14698, serão de grande importância durante a retomada dos trabalhos, contando com a participação das partes interessadas envolvidas”, avalia Souza.

A retomada do projeto de norma de ferragens para vidros é um trabalho de parceria entre o ABNT/CB-248, sediado no Siamfesp, e o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-037), sediado na Abravidro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 609 (setembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Cris Martins

Beleza com segurança

Antes considerados elementos exclusivos para carros de luxo, tetos solares são uma realidade cada vez mais tangível para os amantes de automóveis. A função prática desse item no que diz respeito à estética e ao conforto dos ocupantes é mais do que conhecida. O que a maioria talvez não conheça são as diferenças entre os vidros instalados no para-brisa e aqueles aplicados no teto solar. Afinal, será mesmo que existe alguma distinção entre ambos?

Imagine a seguinte cena: você está na direção de um veículo quando, de repente, uma pedra ou outro objeto atinge de forma abrupta o seu para-brisa. Qual seria o resultado? Além do grande susto, o que você teria diante dos olhos (literalmente) seriam trincas no formato de teias de aranha, uma vez que a presença do vidro laminado, cuja aplicação é obrigatória por lei desde 1991, evitará ferimentos por fragmentos soltos. Em relação aos tetos solares, eles podem ser compostos tanto por laminado (mais seguro, aplicado em áreas que medem acima de 1 m²) como por temperado (mais barato, utilizado em áreas inferiores a 1 m²).

Independentemente da escolha, seu passeio será muito mais luxuoso com essa solução.

Este texto foi originalmente publicado na edição 609 (setembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: metamorworks/stock.adobe.com

Na hora certa ou na hora errada?

rafaelribeiro-set2023Setembro começou com o anúncio de reajustes nos preços do float pelas usinas domésticas. Após meses de redução no consumo de vidro e consequente queda de rentabilidade para os diferentes elos da cadeia, talvez o aumento nos preços seja um alento para recompor margens e rentabilidade. Se o momento foi adequado, só o tempo dirá.

Paralelamente, o volume de importações de nossa matéria-prima continua alto, equivalente à produção de um forno de float, o que levanta a preocupação se os novos preços vão se sustentar nessas condições, em especial com a retomada das atividades do forno que estava parado para manutenção a frio desde abril.

Temos observado com grande preocupação a deterioração do ambiente de negócios em nosso setor. A informalidade vem atingindo níveis altíssimos, prejudicando o desenvolvimento da cadeia e a sustentabilidade dos negócios. A Abravidro defende um mercado ético, com atuação justa e correta por todos os elos. A entidade vem trabalhando para identificar e mapear o modus operandi dos principais descaminhos que acometem nosso segmento, com o objetivo de buscar ações efetivas que possam combatê-los. Para isso, no entanto, precisamos contar também com a atuação combativa por parte das usinas de base. Temos tido um alinhamento em temas como Educavidro, tributários e outros, mas falta compromisso por parte delas nesse tema que é tão sensível para todo o mercado vidreiro. Se as usinas não se consideram responsáveis pela causa, com certeza devem fazer parte da solução!

Nesse cenário de tanta preocupação, é uma alegria ver a notícia que está na capa desta edição da revista. A principal feira do setor vidreiro nacional, a Glass South America, ganha uma nova aliada a partir de 2024: a E-squadria Show, mostra voltada para o setor de esquadrias, portas, janelas e fachadas, que será realizada simultaneamente com o padrão de qualidade dos parceiros da NürnbergMesse Brasil, em conjunto com a Fiera Milano e a Anfacer, realizadora da prestigiada Expo Revestir. A 15ª edição da Glass vem cheia de novidades, não fique de fora!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 609 (setembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Marcos Santos