Conheça os ensaios de esforço estático em guarda-corpos

Para assegurar a proteção que os guarda-corpos oferecem às pessoas contra o risco de queda acidental, esses sistemas precisam passar por uma série de ensaios previstos na norma ABNT NBR 14718 — Guarda-corpos para edificação. Dois desses testes são os de esforço estático horizontal e de esforço estático vertical. A seguir, saiba como são realizados e quais aspectos do desempenho são avaliados em cada um deles.

Para que servem?
Os dois ensaios referem-se à aplicação de cargas sobre o sistema e à medição de deslocamentos ou deformações decorrentes. Segundo a engenheira Michele Gleice da Silva, diretora-técnica do Instituto Tecnológico da Construção Civil (Itec), o esforço horizontal tem o intuito de simular pessoas se encostando nos guarda-corpos ou puxando-os “para dentro” – inclusive considerando que possa ocorrer aglomeração de pessoas, levando em conta cada aplicação específica (como guarda-corpos de unidades privativas, área institucionais de médio e alto tráfego, entre outras). Já o teste de esforço vertical simula as pessoas apoiando os braços sobre a estrutura.

Equipamentos
Para a realização dos ensaios, além do protótipo do guarda-corpos a ser testado, são utilizados relógios comparadores para verificar os deslocamentos e massas (anilhas) para a aplicação das cargas – podendo também usar células de carga para os esforços. O Laboratório de Componentes do Falcão Bauer utiliza massas que simulam a aplicação de pressão de vento, um conjunto de roldanas para uma melhor aplicação dos esforços, deflectômetros para realização das leituras de deformações e trena graduada para o dimensionamento da aplicação das forças e distribuição dos deflectômetros.

Michele ressalta que a ABNT NBR 14718 estipula que ambos os ensaios – bem como um terceiro, o de resistência a impacto – devem ser realizados em um mesmo protótipo. “É importante destacar ainda que a norma especifica que os ensaios são destrutivos e, por isso mesmo, devem ser sempre realizados em protótipos, nunca nos guarda-corpos instalados para uso definitivo na obra”, alerta.

Esforço estático horizontal
1. Os relógios comparadores são instalados nos pontos indicados na norma para a medição das deformações;

2. Uma pré-carga de 20 kgf/m é aplicada de fora para dentro em pontos também pré-estabelecidos pela norma. Decorrido o tempo previsto, as deformações indicadas nos relógios são registradas;

3. Aplica-se então a carga de uso, conforme o tipo de utilização dos guarda-corpos (descrito na Tabela 1 da ABNT NBR 14718). Após o tempo determinado, registra-se novamente a deformação, retira-se a carga e, três minutos depois, mede-se a deformação residual;

4. Os mesmos processos são repetidos, desta vez com os esforços sendo direcionados de dentro para fora;

5. Ainda de dentro para fora, após a aplicação da pré-carga e da carga de uso, é aplicada a carga de segurança, determinada na norma.

De acordo com o Laboratório de Componentes do Falcão Bauer, os valores da carga de uso e da carga de segurança são estabelecidos na ABNT NBR 14718 em função do tipo de aplicação, pressão de vento para quantidades de pavimentos, altura máxima da edificação e região do País onde o guarda-corpos será instalado.

Esforço estático vertical
Para esse ensaio, é utilizado somente o trecho de um elemento de fechamento para a aplicação dos esforços – geralmente definido entre os montantes estruturais ou, no caso de guarda-corpos autoportantes, a folha de vidro. Quando esse ensaio é realizado em sistema composto somente de vidro, e com altura superior a 1,10 m, Michele Gleice orienta que os perfis metálicos sejam revestidos com borracha, de forma a fazer um “sanduíche” no elemento de fechamento e não causar esforços pontuais no vidro.

Há somente duas etapas:

  • A carga de segurança apresentada na Tabela 1 da norma é aplicada no centro do elemento superior do guarda-corpos, utilizando dispositivo apropriado que garantirá a distribuição da carga. Quando a estrutura tiver corrimão ou perfil superior, deve-se medir a deformação deles também;
  • Decorrido o tempo de aplicação da carga, aguardam-se três minutos e é feita então a verificação da deformação residual.

Requisitos para aprovação
Para o ensaio de esforço estático horizontal, o guarda-corpos não pode apresentar deformação superior a:

  • 25 mm na aplicação da carga de uso (tanto de fora para dentro como de dentro para fora);
  • 3 mm na leitura de deformação residual (tanto de fora para dentro como de dentro para fora);
  • 150 mm na aplicação da carga de segurança (de dentro para fora);

– além disso, a carga de uso não pode provocar ruptura de qualquer componente do guarda-corpos (incluindo os vidros), e não pode ocorrer afrouxamento ou destacamento de componentes ou dos elementos de fixação.

Para o ensaio de esforço estático vertical:

  • A deformação sob carga não pode ser superior a 20 mm;
  • A deformação residual deve ser de, no máximo, 8 mm;
  • O protótipo não pode apresentar ruptura e não pode ocorrer afrouxamento ou destacamento de componentes e dos elementos de fixação.

No caso de guarda-corpos estruturais de vidro, o Laboratório de Componentes do Falcão Bauer ressalta que não é feita leitura de deformação, apenas uma avaliação visual do sistema, já que neste caso o corpo de prova é basicamente composto pela folha de vidro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Olesia Bilkei/stock.adobe.com

Na correria!

Aprovar texto, conferir diagramação das reportagens de O Vidroplano, revisar arte para as redes sociais, correr para fechar a revista no prazo e fechar os últimos detalhes do principal encontro vidreiro do Brasil… Novembro está em alta velocidade por aqui, mas não posso reclamar: é mês de Simpovidro!

E enquanto você se prepara para a 15ª edição do simpósio (ou então se recorda dos melhores momentos do evento, dependendo de quando estiver lendo esta carta), nada melhor do que ler as matérias desta edição da revista. Como se viu na capa, o maior destaque são as escadas de vidro. Conversamos com especialistas para entender como essas estruturas devem ser especificadas e instaladas de forma a conferir segurança e beleza aos ambientes.

Por falar em beleza, clique aqui e se maravilhe com o Centro de Ensino e Pesquisa da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. O prédio, que abriga laboratórios e uma faculdade, conta com uma gigantesca cúpula de vidro, responsável por permitir a entrada de luz natural em todo o interior do empreendimento. É uma das obras mais impressionantes com nosso material dos últimos tempos.

Outro conteúdo especial é o sobre logística. Perguntamos para as usinas vidreiras nacionais como é feito o transporte das chapas de vidro até os processadores. Essa tarefa não é tão simples como se pode imaginar: o processo demanda muita tecnologia e cuidado para evitar avarias aos produtos.

Este mês, me despeço já pensando na próxima O Vidroplano – em dezembro, teremos a cobertura completa do 15º Simpovidro.

Até lá!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Caleidoscópio – novembro 2022

DADOS & FATOS

Indústria desacelera em setembro
Os Indicadores Industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelam um quadro de desaceleração da indústria brasileira em setembro. O faturamento caiu 0,2% na comparação com agosto, assim como o emprego (-0,4%) e a utilização da capacidade instalada (-1,9%). Em compensação, a massa salarial e o rendimento cresceram pelo quarto mês consecutivo, mostrando avanço em sete dos nove meses do ano.

Inflação prejudica programa Casa Verde e Amarela
Cerca de 20% das construtoras que atuam no programa de habitação popular do Governo Federal suspenderam lançamentos de obras, ou mesmo deixaram de fazer parte da iniciativa, por conta da alta da inflação. Das 791 empresas participantes ano passado, restaram 635 em 2022, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional. A inflação setorial cresceu 11,2% no acumulado dos últimos 12 meses até agosto de 2022

Construção deve crescer 6% em 2022
Mas nem tudo é notícia ruim: a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) elevou de 3,5% para 6% a projeção de crescimento desse setor para este ano. Desde o terceiro trimestre de 2020, a construção apresenta números positivos, graças ao aquecimento das atividades do mercado imobiliário nesse período. “Com a pandemia no Brasil as famílias ressignificaram o valor da casa própria. Assim, os lançamentos e as vendas cresceram, trazendo maior dinamismo para a atividade setorial”, explica a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos.

PIB de 2020 revisado
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a queda do PIB brasileiro em 2020, primeiro ano da pandemia, é menor do que o estimado. Ao invés de 3,9%, a baixa da economia nacional passou para 3,3%. Com isso, 2020 deixa de representar o maior tombo da série histórica (2015 fica com essa marca, com queda de 3,5%).

 

FIQUE POR DENTRO

Vendas em alta (custo dos insumos também…)
O grupo francês Saint-Gobain reportou um crescimento de 19,6% nas vendas durante o terceiro trimestre deste ano – o acumulado do ano mostra aumento de 16,6% na comparação com 2021. Ao mesmo tempo, a Sisecam, maior fabricante de vidro da Turquia e importante player do setor na Europa, divulgou que atingiu a marca de 3,5 bilhões de dólares em vendas nos primeiros nove meses de 2022 – do total, 63% representam negócios feitos internacionalmente. No entanto, apesar dos bons números, um assunto tira o sono de ambas as empresas: os custos com energia elétrica e matéria-prima. A Saint-Gobain, por exemplo, espera que os gastos com esses insumos aumentem mais de 2,9 bilhões de dólares em 2022. Por isso, o trabalho com fontes alternativas de eletricidade (indo além do gás atualmente usado) é prioridade para nossa cadeia – como O Vidroplano mostrou em reportagens de agosto e setembro.

 

RETROVISOR

Como uma onda
Há dez anos, na edição de novembro de 2012, O Vidroplano mostrava em primeira mão uma incrível obra com nosso material: a cobertura de vidro na entrada do CasaShopping, no Rio de Janeiro. O projeto, desenvolvido pelo arquiteto israelense Nir Sivan, usa os conceitos da “arquitetura orgânica” para imitar as formas da natureza – no caso, o movimento domar que banha a Cidade Maravilhosa.

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Miha Creative/stock.adobe.com

Fernando Westphal participa de webinar da Oficina de Textos

No dia 27 de outubro, a Oficina de Textos, em parceria com a Abividro e o programa Vidro Certo, trouxe como convidado para um webinar o especialista em eficiência energética e professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Fernando Westphal. No encontro, Westphal falou sobre o seu novo livro, Vidro plano para edificações, obra patrocinada pela Abividro e voltada para profissionais e estudantes dos campos da engenharia e arquitetura. A publicação está em pré-venda no site da Oficina de Textos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da imagem de abertura: Divulgação Oficina de Textos

5º Simbrie discute uso inteligente do vidro em esquadrias

No mês de outubro, ocorreu a 5ª edição do Simpósio Brasileiro da Indústria de Esquadrias (Simbrie). Organizado pelo Canal do Serralheiro, o evento online contou com o apoio da Abravidro e de outras entidades, como Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Associação nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes (Anfaje) e Associação Brasileira dos Fabricantes de Sistemas, Perfis e Componentes para Esquadrias de PVC (Aspec PVC).

Com início no dia 17, a edição 2022 trouxe como tema central a “Produtividade, competitividade e Inovação na Indústria de Esquadrias para o Desenvolvimento do Setor”. Para palestrar, os organizadores, entre os quais o professor Alexandre Araújo, idealizador e sócio-proprietário do Canal do Serralheiro, trouxeram especialistas de diversas áreas para falar sobre temas como inovações tecnológicas e normas técnicas. Confira a seguir o resumo de algumas palestras realizadas ao longo dos quatro dias de evento que abordaram de forma mais direta o uso do vidro.

Abertura – Inovações e normas para evolução do setor
No primeiro dia de simpósio, o evento teve a participação dos engenheiros Igor Alvim, diretor técnico da QMD Consultoria, e Helio Donizetti, gerente técnico da Perfil Alumínio.

Na primeira palestra, Alvim discorreu sobre como o mercado brasileiro precisa lidar com as tendências e evolução das esquadrias no século 21. Outro ponto levantado pelo engenheiro foi a preocupação cada vez maior dos fabricantes com a qualidade oferecida e com o cumprimento das normas técnicas – sendo fundamental manter a busca pelo conhecimento para inovar nas soluções oferecidas e se destacar da concorrência. Na visão dele, a evolução no segmento fez com que as empresas focassem além, valorizando não só a resistência como também a estanquidade e a estética dos produtos.

Na sequência, foi a vez de Donizetti falar sobre como especificar esquadrias de alto desempenho utilizando as normas brasileiras. O engenheiro listou as diretrizes consideradas mais relevantes relacionadas às esquadrias, entre as quais a ABNT NBR 15575 — Desempenho de edificações habitacionais e a ABNT NBR 10821 – Esquadrias para edificações.

Ele destacou também os benefícios do uso de materiais de alta eficiência em obras, alertando sobre as consequências dos improvisos e a importância de informar os clientes acerca das revisões e das manutenções. Outro ponto citado pelo engenheiro foi a atenção que precisa ser dada para o local em que a esquadria será instalada, havendo a necessidade de estudos prévios para compreensão de pontos essenciais, entre eles o desempenho.

2º dia – Tecnologias a favor do mercado
Sua empresa está preparada para a indústria 4.0? Aqueles que acompanharam os trabalhos do 2º dia do Simbrie souberam o quanto empresas do ramo de esquadrias precisam voltar a atenção para esse e outros temas. Para falar dos assuntos do dia, João Gomes, diretor-comercial e de Marketing da Caixiave (indústria europeia de esquadrias) e presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes (Anfaje), em Portugal, e Marcos Lemes, sócio-diretor da EsquadGroup, assumiram a palavra.

A mensagem clara de ambos foi que a busca pela renovação de conhecimentos e investimento em tecnologias são indispensáveis – quem não estiver atento a tais pontos ficará, sim, para trás. Enquanto Gomes observou uma série de tendências tecnológicas na industrialização da construção, como o uso de realidade virtual e aumentada para proporcionar experiências imersivas com a obra a ser construída, Lemes tratou sobre a importância do uso de softwares nos resultados das empresas. Ele destacou, inclusive, os seus diferentes tipos e as soluções mais recentes do mercado – e reforçou as desvantagens por parte das empresas de esquadrias que insistem em negligenciar a importância dessas ferramentas para o andamento efetivo das atividades.

3º dia – Aprimoramento e resultados
Assuntos como medidas para contenção de problemas com manutenções em obra e soluções para valorizar o destaque nas vendas foram a bola da vez. Para discorrer sobre tais pontos, foram os convidados do penúltimo dia de simpósio a arquiteta Audrey Dias, sócia-diretora do Grupo Aluparts e professora de pós-graduação, e Lamartiny Gomes, engenheiro e gerente de Segmento e Portfólio da Guardian.

Em sua palestra, Dias deu exemplos dos principais causadores de problemas em esquadrias, enfatizou a importância de mapear as causas e listou também as principais normas técnicas que regem o ciclo de vida de uma edificação, em especial a ABNT NBR 14037 — Diretrizes para a elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações – Requisitos para elaboração e apresentação dos conteúdos. A arquiteta também alertou sobre a importância das ações preventivas e o quanto adiá-las tende a aumentar significantemente os custos diretos no projeto.

Por sua vez, Gomes destacou a importância do conhecimento técnico do vendedor, citando diferentes tipos de vidro de alta performance, para que se garanta a melhor solução ao cliente. Outros temas como vendas consultivas também foram abordados – e, na esteira do assunto, o engenheiro aproveitou para apresentar de forma didática um passo a passo detalhado do processo de vendas no setor de esquadrias.

4º dia – Especificar para aplicar
No 4º e último dia do Simbrie, Carlos Facchinetti, representante da 1Niq Soluções, palestrou sobre Como especificar o vidro na construção civil?. Com dicas valiosas sobre o assunto, além de uma breve aula sobre o conceito de norma técnica e a sua importância para os setores vidreiro e serralheiro, Facchinetti revelou os processos de fabricação do vidro de segurança e tratou sobre os principais pontos da ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações.

Finalizando o evento, Alexandre Araújo mediou ainda o painel de debates sobre a liderança feminina na indústria de esquadrias, no qual empresárias do setor puderam expor os desafios da mulher nos papéis de líderes de empresas, esposas e mães.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da imagem de abertura: Divulgação

Entidades vidreiras organizam eventos pelo Brasil

No Distrito Federal

Foto: Divulgação Abravid-DF
Foto: Divulgação Abravid-DF

 

Em 18 de outubro, a Abravid-DF organizou a apresentação de duas palestras no auditório do campus Brasília da Universidade Paulista (Unip).

O evento contou com a participação de 130 pessoas, entre convidados e alunos do curso de Engenharia. Adiney Jayme de Oliveira, diretor da Planalto Vidros Especiais e vice-presidente da Abravid-DF, ministrou a palestra Aplicações corretas para os vidros de alta segurança, na qual abordou os tipos de vidro de segurança e o comportamento de quebra de cada um deles, bem como os cuidados envolvendo sua especificação e instalação. Fernando Simon Westphal, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e consultor técnico da Abividro, fez a palestra Vidros de controle solar: conforto e eficiência. Ao longo da apresentação, Westphal explicou que tipo de beneficiamento pode ser aplicado ao vidro depois de fabricado para controlar a sua transmissão luminosa (serigrafia), qual a faixa de transmissão luminosa normalmente adotada para os vidros de fachadas no Brasil (25% a 45%) e quais tipos de composições podem ser utilizadas para corrigir o problema da frequência crítica no isolamento acústico (laminado com PVB acústico ou insulado com espessuras diferentes). Segundo a associação, é a primeira vez que o evento (com apoio da Abividro e do Programa Vidro Certo e patrocínio das usinas vidreiras AGC, Cebrace, Guardian e Vivix) foi realizado para estudantes.

 

No Rio Grande do Sul

Foto: Divulgação Sindividros-RS
Foto: Divulgação Sindividros-RS

 

O Sindividros-RS realizou, no dia 29 de setembro, a 5a edição do Simpósio Vidro Certo Sul (foto 1). O evento ocorreu no Dall’Onder Grande Hotel, na cidade de Bento Gonçalves, e contou com palestra ministrada por Edison Claro de Moraes, vice-presidente de relações com O mercado da Proacústica. Ele abordou o papel e o potencial dos vidros para o isolamento acústico, tema que tem recebido cada vez mais atenção no mercado, e alertou os presentes para que possam entregar qualidade aos seus clientes levando em consideração o aumento de barulhos e ruídos em grandes centros urbanos.

Estiveram presentes no evento também o presidente do sindicato, Rafael Ribeiro; Ana Paula Schuckel, diretora da entidade e representante da empresa Tecnovidro, de Farroupilha (RS); e Ricardo Giacomello Cobalchini, conselheiro da Câmara Especializada de Engenharia Civil do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Rio Grande do Sul (Crea-RS).

 

Foto: Maiara Franco Fotografia
Foto: Maiara Franco Fotografia

 

Com o apoio do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama), a entidade organizou em 28 de outubro, no salão de convenções da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), a 5ª edição do encontro Vidro Delas (foto 2), evento exclusivo para o público feminino que contou com a participação de gestoras e colaboradoras das indústrias representa das pelo sindicato. A programação teve palestras da auditora de Qualidade, Francine Marques, e da psicóloga docente e master coach, Gisleine Guimarães. Ao final, as mulheres receberam dicas de skincare e maquiagem para o dia a dia com a ajuda da maquiadora Dani Marques e da consultora Kelly Maiara, ambas da Mary Kay. O Vidro Delas lembrou também da importância do Outubro Rosa, mês de conscientização da prevenção e do diagnóstico precoce dos cânceres de mama e do colo do útero. Todos os alimentos arrecadados para ingressar no evento foram doados para o Banco de Alimentos de Porto Alegre.

 

Foto: Divulgação Sindividros-RS
Foto: Divulgação Sindividros-RS

 

Por fim, no dia 5 de novembro, o Sindividros-RS convidou Vera Andrade, coordenadora-técnica da Abravidro, para ministrar a palestra Aplicação de vidros na construção civil conforme as normas técnicas para uma plateia composta por engenheiros, arquitetos e integrantes do setor do vidro (foto 3). O evento gratuito, que contou com o apoio da Abravidro, Abividro, Fiergs, do Programa Vidro Certo e Senai, ocorreu na sala de reuniões da área sindical da Fiergs, em Porto Alegre. Entre os temas tratados, estiveram os principais pontos das normas vidreiras, como a ABNT NBR 7199 – Projeto, execução e aplicações de vidros na construção civil. A iniciativa, parte do programa Qualividros, tem por objetivo oferecer qualificação e capacitação profissional à cadeia vidreira e demais setores representados pela entidade por meio de cursos, workshops e seminários.

 

No Paraná

Palestra Cebrace
Foto: Divulgação Adivipar-PR

 

 

A Adivipar-PR promoveu em 19 de outubro o Work Glass, no Edifício Twin Towers, em Londrina. O convidado para o evento foi o professor Fernando Simon Westphal, que ministrou a palestra Soluções inteligentes para construção civil: o impacto que uma escolha pode trazer ao seu projeto. Os organizadores também incluíram na programação um bate-papo entre representantes das fabricantes brasileiras de vidros planos, profissionais da área e o público. O evento, que recebeu mais de 100 participantes, foi o último da entidade para 2022.

 

Em Minas Gerais

Foto: Reprodução/Divulgação Amvid-MG
Foto: Reprodução/Divulgação Amvid-MG

 

De 4 de outubro a 8 de novembro, foi realizado pela Amvid-MG o Curso de Especialização em projetos e Orçamentos para Vidros Temperados.

Certificado pelo Senai Paulo de Tarso, o treinamento é fruto da parceria entre o Sinvidro-MG com a Projecção Treinamentos e Consultoria, tendo como objetivo preparar os alunos para atuarem em empresas do setor vidreiro. As aulas online abordaram diversos tópicos relevantes da ABNT NBR 16823 – Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Setor encontra-se em luto

A Abravidro informa com pesar o falecimento de Maria de Oliveira Arcenio, ocorrido no dia 24 de outubro. Esposa de Edu Arcenio (fundador da Vidrolar, no Paraná), e mãe de Emerson Arcenio (sócio-proprietário da empresa e terceiro-vice-presidente da Abravidro) e Edison Arcenio, Maria tinha 95 anos. O velório e sepultamento ocorreram no Cemitério Jardim da Saudade, em Curitiba.

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da imagem de abertura: Divulgação

GlassParts firma parceria de sucesso

A GlassParts e a empresa chinesa Yinrui Group fecharam, com exclusividade, uma parceria para o mercado nacional. Com a nova aliança, a companhia brasileira fortalece sua marca com a oferta dos maquinários da fabricante asiática. Considerada especialista em mesas de corte, o Yinrui Group é reconhecido por sua precisão e pelo desenvolvimento de soluções criativas e flexíveis para a indústria do vidro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da imagem de abertura: Divulgação

Construção É + publica artigo no Estadão

O grupo Construção É +, formado por diversas entidades da construção civil brasileira, e do qual a Abravidro faz parte, publicou na edição de 29 de outubro do jornal O Estado de S. Paulo o artigo Construção – Essencial para o Brasil avançar. O artigo, assinado pelo nosso presidente José Domingos Seixas, em conjunto com os líderes das demais entidades parceiras, aponta os desafios a serem enfrentados pela construção civil nos próximos anos, colocando o grupo à disposição dos governantes para a elaboração de ações conjuntas em prol do crescimento desse setor.

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

9º Prêmio Saint-Gobain Asbea de Arquitetura anuncia vencedores

Na noite de 25 de outubro, foi realizada a cerimônia de premiação do 9º Prêmio Saint-Gobain Asbea de Arquitetura. A honraria, iniciativa do Grupo Saint-Gobain e da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), conta com o apoio institucional da Abravidro. O objetivo é homenagear projetos cujo foco está concentrado em três importantes pontos: conforto, inovação e sustentabilidade. Foram entregues 17 prêmios distribuídos em duas categorias — Acadêmica e Profissional.

Confira abaixo alguns dos vencedores que se destacaram pelo uso de vidro:

 

Categoria Profissional – Arquitetura corporativa e de interiores

Projeto: Casa Docol

Autora: Mila Amazonas Strauss

Local: São Paulo

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Categoria Profissional – Edifícios e conjuntos residenciais

Projeto: Casa Pixel

Autor: Felipe Braibante Kaspary

Local: Balneário Camboriú (SC)

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Categoria Profissional – Institucional

Projeto: Senac Belo Horizonte

Autor: Ricardo Felipe Gonçalves

Local: São Paulo

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Categoria Profissional – Edificação industrial

Projeto: laboratório

Autor: Pedro Collet Bruna

Local: São Paulo

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Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Divulgação Saint-Gobain

Museu do Ipiranga ganha novos vidros da Guardian

Após nove anos fechado, o Museu do Ipiranga, em São Paulo, foi reaberto ao público para a comemoração do bicentenário da Independência do Brasil no dia 7 de setembro. A edificação, que passou por amplo processo de restauração e modernização, teve as fachadas reformadas – e para a revitalização das janelas foram aplicadas peças do SunGuard Neutral 70, vidro de controle solar da Guardian. Segundo a empresa, o produto oferece alto desempenho, incluindo entrada de luz de 72%, bloqueio de calor de 41% e reflexão de 8%, idêntica à de um vidro incolor. Com estética neutra, as peças garantirão maior conforto aos visitantes do museu, mais eficiência energética para o edifício e, graças à capacidade de bloquear os raios UVA e UVB, também contribuirão ativamente para a proteção de pisos, mobiliários e, claro, das obras.

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da imagem de abertura: Divulgação Guardian

Termômetro Abravidro – Outubro 2022

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Outubro 2022

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de queda pequena em outubro de 2022.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou queda de 1,5% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com setembro, sem ajustes sazonais. No acumulado do ano, o estudo mostra queda de 35,6% na comparação com dezembro de 2021, mês base para o indicador.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada na primeira semana de outubro, por meio de formulário online. Ainda em fase piloto, o estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (98 delas participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Saiba como as escadas de vidro são especificadas e instaladas

Guarda-corpos de vidro em escadas já se tornaram aplicações bastante comuns nos dias atuais. Escadas feitas inteiramente de vidro, por outro lado, ainda não são vistas com a mesma frequência no dia a dia. Essas estruturas trazem sofisticação às obras e impressionam quem as vê de perto – mas há quem possa se sentir inseguro ao usá-las por desconhecer a segurança e a resistência que elas oferecem.

Pensando nisso, O Vidroplano conversou com empresas experientes nesse segmento para mostrar como são feitos o projeto, especificação e instalação de escadas envidraçadas, além de apresentar algumas obras bastante interessantes do ponto de vista estrutural e estético. Confira!

Visual único
Não é novidade que o aspecto visual trazido pelo nosso material chama a atenção, e isso não é exceção no caso das escadas. “O vidro é um material nobre, que torna o projeto arquitetônico mais fluido, trazendo um tom de leveza, integração, inovação e conforto. É um elemento atemporal, que confere uma assinatura única às obras”, considera o engenheiro Dener Barros, consultor-técnico da PKO do Brasil.

A opinião é compartilhada por Sérgio Moreira de Souza, gerente de Vendas da Unividros: “No caso das escadas de vidro, a estética é o fator que as torna mais atrativas, se considerarmos as escadas de outros materiais como metal, concreto ou madeira. Sua resistência, transparência e beleza são diferenciais que encantam arquitetos e decoradores já há algum tempo”, explica. “Atualmente, pela tecnologia aplicada ao processo de transformação do vidro, essa matéria-prima também ganha ainda mais espaço na produção dessas estruturas, que se encaixam e fazem sucesso nos mais variados ambientes.”

Modern glass stair outline walking man in Shanghai, China
Foto: qiujusong/stock.adobe.com

 

 

Transparência com resistência
Segundo os especialistas na área, não é preciso se preocupar com possíveis perigos de algum degrau quebrar enquanto alguém estiver em cima dele. “A segurança de uma escada de vidro é a mesma de uma escada feita de qualquer outro material, desde que seja projetada e executada com os corretos conceitos de engenharia e boas práticas de aplicação”, afirma o engenheiro Angelo Arruda, diretor da Vidrosistemas.

 

Elcio Santos, gerente técnico-comercial da Brazilglass, concorda: “O receio inicial de algumas pessoas com essas escadas ocorre devido à transparência do vidro. Mas quem as usa se acostuma rapidamente”, avalia.

Escada de vidro na nova sede da Cebrace, em Jacareí (SP): a estrutura foi projetada pelo Escritório BCMF Arquitetos, RCM Engenharia e Itamaracá Design, com ferragens e acessórios da Ita Glass – a Brazilglass foi responsável tanto pelo fornecimento dos vidros como pela instalação. Os degraus são multilaminados com espessura de 36 mm, feitos com peças extra clear temperadas, interlayer de alta performance, impressão digital antiderrapante nos degraus e acabamento de borda com lapidação polida totalmente paralela Foto: Fran Parente/Cebrace
Escada de vidro na nova sede da Cebrace, em Jacareí (SP): a estrutura foi projetada pelo Escritório BCMF Arquitetos, RCM Engenharia e Itamaracá Design, com ferragens e acessórios da Ita Glass – a Brazilglass foi responsável tanto pelo fornecimento dos vidros como pela instalação. Os degraus são multilaminados com espessura de 36 mm, feitos com peças extra clear temperadas, interlayer de alta performance, impressão digital antiderrapante nos degraus e acabamento de borda com lapidação polida totalmente paralela
Foto: Fran Parente/Cebrace

 

O novo sistema de fixação para vidros estruturais modelo SFPVE-50V10VV, da Itamaracá Design, foi utilizado no acoplamento dos degraus às longarinas da estrutura lateral, feita com laminados de temperados 10+10+10 mm Foto: Divulgação Itamaracá Design
O novo sistema de fixação para vidros estruturais modelo SFPVE-50V10VV, da Itamaracá Design, foi utilizado no acoplamento dos degraus às longarinas da estrutura lateral, feita com laminados de temperados 10+10+10 mm
Foto: Divulgação Itamaracá Design

 

Que vidro usar?
A norma ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações estabelece que se deve sempre usar vidros laminados de segurança em degraus e pisos. Isso porque, caso uma das lâminas que compõem o laminado se quebre, os fragmentos ficam presos ao interlayer, o desprendimento do degrau e garantindo a integridade do vão até a manutenção corretiva.

Essa é a determinação mínima para esse tipo de aplicação, mas isso não significa que qualquer composição de laminado é suficiente para proporcionar a segurança esperada. Angelo Arruda, da Vidrosistemas, aponta que a espessura e a quantidade de peças usadas para compor o laminado ou multilaminado deverão ser dimensionadas caso a caso.

Com isso, o tipo de vidro e dos interlayers usados para a laminação podem mudar de acordo com o projeto. “Essa definição varia de acordo com o dimensional das peças, sistema de fixação, quantidade e distância entre os apoios e intensidade de circulação de pessoas. E vale observar a característica estrutural das opções: por exemplo, quando temperamos o float, garantimos uma resistência a esforços de flexão até cinco vezes maior”, indica Dener Barros, da PKO do Brasil. Ele acrescenta que a estabilidade e a rigidez dos degraus também podem ser aumentadas de acordo com o interlayer, com opções no mercado voltadas para aplicações estruturais muito mais resistentes quando comparadas ao PVB comum, além de poder apresentar rigidez até cem vezes maior.

Para garantir o melhor desempenho possível em termos de segurança, Carlos Pereira, diretor-técnico da Itamaracá Design, recomenda o uso de multilaminados de temperados e/ou termoendurecidos com interlayer de alta resistência. Outra orientação é a aplicação de faixa antiderrapante ou de uma pintura vitrocerâmica nos degraus, a fim de evitar o risco de que alguém escorregue e caia.

Estrutura instalada pela Penha Vidros em uma residência em São Paulo, com degraus multilaminados e guarda-corpos de laminados de três peças. A escada foi projetada pela arquiteta Fernanda Marques, é feita com vidros extra clear e passa por vários níveis do apartamento, com diferentes características de fixação em cada um deles. Um elevador panorâmico encontra-se no eixo da escada, com a transparência do nosso material proporcionando integração visual ao ambiente Foto: Divulgação Penha Vidros
Estrutura instalada pela Penha Vidros em uma residência em São Paulo, com degraus multilaminados e guarda-corpos de laminados de três peças. A escada foi projetada pela arquiteta Fernanda Marques, é feita com vidros extra clear e passa por vários níveis do apartamento, com diferentes características de fixação em cada um deles. Um elevador panorâmico encontra-se no eixo da escada, com a transparência do nosso material proporcionando integração visual ao ambiente
Foto: Divulgação Penha Vidros

 

Como especificar?
Conforme já apontado, não há uma solução única: a definição da composição dos laminados a serem utilizados como degraus depende de uma série de fatores.

“Os cálculos para projetar uma escada de vidro são feitos a partir das informações sobre as cargas que se pretende atribuir à escada e a cada degrau em particular. O comprimento dos degraus e a distância entre apoios também são variáveis a serem inseridas nesse cálculo”, comenta Jorge Chakur Abduch, diretor da Penha Vidros.

Carlos Pereira, da Itamaracá Design, acrescenta que também é necessário observar a qual uso se destina a escada – isto é, se ela será instalada em um espaço residencial, comercial ou um local com alto tráfego de pessoas, entre outros casos. “Após a execução de um projeto executivo e diversos cálculos, utilizamos softwares apropriados para o segmento de vidros estruturais e outros programas para os elementos metálicos de fixação, envolvendo todo nosso corpo técnico de engenharia”, destaca.

Sérgio Moreira de Souza, da Unividros, reforça a atenção aos detalhes: “O trabalho com os cálculos para projetar uma escada de vidro deve ser desenvolvido por um profissional de engenharia qualificado, que geralmente utiliza softwares específicos para elementos finitos, sempre levando em conta as caraterísticas específicas do vidro”, explica.

Como instalar?

Segundo Angelo Arruda, a fixação dos degraus deve ser feita por meio de apoios ou engastamentos, os quais precisam ser considerados no dimensionamento. “Algumas escadas podem ter insertos de inox dentro da composição de vidros, assim como a encontrada na loja da Apple, em Nova York. Outras podem ser apoiadas, mas sempre tomando-se o cuidado na avaliação da aplicação a fim de que, em caso de quebra, o conjunto permaneça estável, sem risco de queda”, analisa.

Segundo Jorge Abduch, da Penha Vidros, os degraus podem ser fixados de várias formas, seja por meio de apoios contínuos com perfis de aço, ou pontuais, aparafusados ou colados. Ele alerta que o cálculo estrutural do vidro também precisa considerar as formas escolhidas, com diferentes tensões: “Por isso, além de levar em conta todas as variáveis e fazer a especificação de vidros com o coeficiente de segurança adequado durante a fase de projeto, é necessário tomar cuidados especiais na produção dos degraus para que não apresentem vícios, o que pode causar ruptura ou enfraquecimento do sistema”, afirma.

“É de suma importância que o vidro seja muito bem processado, e sua instalação com acessórios bem dimensionada”, afirma Elcio Santos, da Brazilglass. Ele destaca que a equipe responsável pela instalação precisa ser bem treinada e deve testar o desempenho da fixação dos degraus para evitar problemas futuros.

Por isso, da próxima vez em que vir uma escada envidraçada, pode subir sem medo – a chance de você querer uma na sua casa ou ambiente de trabalho é enorme!

Multilaminados de temperados 8+8+8 mm, processados pela PKO do Brasil, foram utilizados pela Vidraçaria Casa Bella para instalar uma escada em uma residência em São José dos Campos (SP). Os degraus foram projetados para serem esbeltos e compridos, e a distância entre os apoios é grande. Assim, o uso de três lâminas de vidro evita qualquer desconforto quando um usuário estiver sobre o degrau, tornando o sistema mais rígido e garantindo a segurança com uma “lâmina de sacrifício” – isto é, caso ela quebre, o restante do conjunto irá suportar as cargas de utilização até a manutenção Foto: Divulgação Vidraçaria Casa Bella
Multilaminados de temperados 8+8+8 mm, processados pela PKO do Brasil, foram utilizados pela Vidraçaria Casa Bella para instalar uma escada em uma residência em São José dos Campos (SP). Os degraus foram projetados para serem esbeltos e compridos, e a distância entre os apoios é grande. Assim, o uso de três lâminas de vidro evita qualquer desconforto quando um usuário estiver sobre o degrau, tornando o sistema mais rígido e garantindo a segurança com uma “lâmina de sacrifício” – isto é, caso ela quebre, o restante do conjunto irá suportar as cargas de utilização até a manutenção
Foto: Divulgação Vidraçaria Casa Bella

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: hxdyl/stock.adobe.com

Conheça a logística das usinas de base

Quem trabalha com o processamento de vidros sabe como é importante para os seus negócios que a matéria-prima encomendada chegue com a qualidade intacta e dentro do prazo. Para garantir que essas necessidades sejam atendidas, as fabricantes de nosso material no Brasil contam com setores de logística responsáveis pela organização e planejamento da entrega dos produtos – e também pelo transporte propriamente dito deles, é claro.

Quer saber mais sobre como funciona esse processo nas fabricantes de vidro e os avanços que essas empresas vêm implementando em sua logística? O Vidroplano apresenta essas e outras informações a seguir.

Como é feita?
Cada fabricante conta com particularidades no seu processo de logística, mas a atividade como um todo traz semelhanças.

Francisco Conte, diretor de Operações da Vivix, afirma que a empresa olha com muita atenção a jornada de cada encomenda. Segundo ele, o pedido é acompanhado por meio de um sistema interno e várias áreas têm visibilidade dessa jornada. “Assim que o pedido é emitido, nós começamos os preparativos para atender, para que, quando o produto efetivamente chegar à nossa expedição, já estejamos prontos para faturá-lo da forma mais rápida e providenciar seu transporte até o nosso cliente no menor tempo possível”, comenta.

Na Guardian, tudo começa quando o cliente entra em contato com o setor de atendimento. Ali a necessidade e o prazo de entrega são verificados. “Após a inclusão do pedido em nosso sistema, a Guardian organiza as datas de carregamento. Na data agendada, o caminhão é apresentado e a carga é carregada para o início do transporte”, detalha o analista-sênior de Logística, Adriano Santos.

No caso da AGC, Fernando Pereira (engenheiro de Assistência Técnica) e Antônio Carlos (gerente de Logística) explicam que, após a confirmação do pedido junto ao time de Customer Service (serviço ao consumidor), é feito o agendamento na grade de carregamento com até 10 horas de antecedência, de forma que a fabricante tenha tempo hábil para montar o pedido e atender o cliente no horário programado. Após a montagem dos pedidos e a finalização do carregamento, o veículo segue para pesagem e conferência na balança e é então liberado para viagem.

Evolução constante
Santos, da Guardian, destaca que, com as transformações frequentes pelas quais o trabalho de logística passa, as empresas precisam ter cada vez mais flexibilidade e agilidade para buscar as melhores soluções. “Os tipos de embalagem, veículos e até mesmo o processo de gerenciamento da informação avançaram nos últimos anos, e nós trabalhamos continuamente para trazer isso para nosso atendimento”, aponta.

Pereira e Antônio Carlos, da AGC, observam que a modernização dos processos de logística tem tido grande efeito na redução de acidentes durante o transporte do vidro, além de permitir o monitoramento das cargas. Novas medidas de segurança foram sendo implementadas na empresa com a evolução das tecnologias, como a utilização de grampos para o travamento do cavalete no barrote do caminhão e freios para evitar o movimento da carga. Melhorias realizadas nas embalagens e nos veículos também contribuíram para manter a integridade dos produtos até o seu destino final.

A Vivix tem avaliado constantemente seu serviço de entrega, expedição e monitoramento de encomendas por meio de pesquisas realizadas mensalmente com os consumidores, com o objetivo de fazer evoluir seus processos ao longo do tempo. “As cargas são agendadas para retirada de acordo com a conveniência dos clientes e dos nossos parceiros transportadores”, ressalta Francisco Conte.

Empilhando a carga
Parte do processo de logística envolve o acondicionamento e a embalagem das chapas em uma estrutura para protegê-las de riscos e avarias durante o transporte. Mas qual seria a melhor opção nesse sentido?

A resposta varia de empresa para empresa. Por muito tempo, o colar era a embalagem mais usada. Contudo, em 2013 a AGC trouxe para o Brasil os cavaletes: a usina considera esse um importante recurso que revolucionou o modo como os blocos de vidros são preparados e carregados, diminuindo o tempo de preparação de carga em quase 50% do tempo em relação aos colares – para Fernando Pereira e Antônio Carlos, essas estruturas também oferecem menor risco de incidentes durante a preparação.

Os cavaletes de fato se popularizaram no Brasil, mas isso não significa que outros equipamentos foram abandonados. De acordo com Santos, a Guardian trabalha hoje com uma série de opções, as quais incluem tanto cavaletes padrão (formato “A”) ou para vidros jumbo (formato “L”) como colares (formato “LI”), todos no modelo retornável. “Temos ainda a opção de utilização de caixas tipo moldura, para envios sem a necessidade do retorno da embalagem”, acrescenta o analista-sênior de Logística da empresa.

No caso da Vivix, os cavaletes são a estrutura utilizada quando o transporte dos vidros é feito pelo modal rodoviário. “O objetivo, além do olhar para o cliente e sua satisfação, é permitir que a carga chegue sem avarias e com a segurança necessária para a operação”, afirma Francisco Conte. Ele destaca haver cuidado e atenção da fabricante com a logística reversa desses materiais, a fim de que possam ser reaproveitados.

Valdimir Silva, gerente-corporativo de Logística da Cebrace, relata que a empresa utiliza dois tipos de cavaletes metálicos, sendo um desmontável para o transporte convencional e outro para o transporte em inloaders. “O cavalete desmontável permite maior aproveitamento na logística reversa, quando retorna vazio dos clientes”, ele explica.

Acompanhamento em tempo real
Entre as evoluções na logística das usinas, uma das mais importantes é a possibilidade de monitoramento da situação da carga, seja pela empresa, seja pelo próprio cliente.

A AGC, por exemplo, conta com um sistema rastreador online para controlar os pedidos. A empresa também faz uso de ferramentas tecnológicas para eleger a melhor definição de rota e realizar o monitoramento da carga dentro da fábrica ou já na estrada, permitindo a entrega dentro do prazo e com total segurança.

O monitoramento das cargas também é um ponto em que a Vivix busca sempre inovar. “Hoje temos o nosso portal Vivix Facilita. Cerca de 70% dos pedidos já são feitos dentro da plataforma, permitindo aos clientes esse acompanhamento de perto da situação da encomenda”, detalha Conte. O diretor de Operações da Vivix acrescenta que essa evolução no controle, com acompanhamentos mais digitais e automatizados, permite cada vez mais visibilidade sobre a jornada do pedido, não só para o cliente, mas também para todos os colaboradores da empresa envolvidos no processo.

A Cebrace também permite acompanhar os processos digitalmente, em tempo real. “Os clientes hoje conseguem visualizar as informações sobre seu pedido por intermédio de aplicativos de e-commerce. Isso se dá, por exemplo, no rastreamento dos veículos para entrega das cargas”, afirma Valdimir.

Na Guardian, a organização da logística é compartilhada com o cliente por meio de e-mails comunicando os status de cada fase da encomenda, desde o pedido até a entrega. Esse controle também está presente durante o transporte propriamente dito. “O monitoramento é realizado por meio do controle de rastreamento nos veículos. Com ele, podemos acompanhar por georreferenciamento a localização do transporte em execução”, explica Adriano Santos.

Pela terra…
Falamos até aqui da organização das encomendas e da embalagem delas – mas como as usinas fazem para levá-las aos clientes?

No Brasil, a malha rodoviária ainda é a principal opção para o transporte de cargas. Com isso, caminhões são os veículos mais utilizados para esse trabalho. Mas há vários tipos de veículo, cada um com capacidade para transportar um determinado limite de peso ou volume – e alguns deles também têm características diferenciadas no acondicionamento das chapas. As usinas costumam contar com vários modelos de veículos, afinal, um caminhão que transporte uma carga acima da sua capacidade irá quebrar, enquanto usar um veículo grande para transportar uma encomenda pequena representa desperdício de recursos.

Os tipos mais utilizados para o transporte das chapas são:

  • Truck — caminhão pesado, com eixo duplo na carroceria, e capacidade média de carga de 12 t;
  • Carreta — composta por cavalo mecânico (com dois eixos) e semirreboque (com três eixos), com capacidade média de 24 t;
  • Carreta “vanderleia” — semelhante à carreta, mas com três eixos no cavalo mecânico e maior espaçamento entre os três eixos do semirreboque, com capacidade média de 36 t;
  • Bitrem — combinação de dois semirreboques, com sete eixos e capacidade média de 38 t;
  • Rodotrem — combinação de dois ou mais semirreboques, com nove eixos e capacidade média de 50 t (para dois semirreboques);
  • Inloader — caminhão com baixo centro de gravidade e ausência de eixos entre as rodas do semirreboque. Sua capacidade média é de 24 t, mas pode ter variações menores (mini-inloader) ou maiores (bi-inloader).

“Trabalhamos com vários tipos de caminhão, mas buscamos sempre atuar com parceiros transportadores que nos ofereçam tecnologia e controle, com veículos pneumáticos e com rastreamento”, informa Santos, da Guardian.

…ou pelo mar
No caso da Vivix, além do transporte rodoviário, a usina também oferece a opção do modal marítimo. Francisco Conte explica que as cargas transportadas pelo mar passam pelo mesmo sistema de monitoramento: após o faturamento, a transportadora contratada envia atualizações diárias de localização, as quais são consolidadas e repassadas aos clientes. “Está sendo implementado o monitoramento de cargas automático, tanto no modal marítimo como no rodoviário, e em breve essa informação estará disponível na webservice para consulta dos nossos clientes.”

A Cebrace também trabalha com essa opção, ressaltando que há destinos em que o transporte rodoviário fica inviável, como em algumas cidades e Estados da Região Norte do País, onde a cabotagem predomina. “Também utilizamos o transporte marítimo para abastecimento de nossos centros de distribuição, que estão estrategicamente localizados em pontos que permitem o melhor atendimento a nossos clientes”, explica Valdimir Silva.

Qual o limite de percurso?
Todas as usinas deram a mesma resposta para essa questão: não há distância máxima para as entregas. A AGC, por exemplo, informa que atende todo o Brasil e alguns países da América do Sul, avaliando o percurso, o tipo de veículo e a tarifa de frete para realizar o transporte de vidro da fábrica até o cliente.

Portanto, quando for fazer seu pedido de vidros, lembre-se da verdadeira viagem que ele faz para chegar com qualidade e segurança à sua processadora.

Investimento na área pelo mundo
Segundo um relatório publicado este ano no portal Research and Markets, o mercado de logística na China é hoje o maior em termos de tamanho no mundo, e provavelmente crescerá ainda mais. Para incentivar essa tendência de crescimento, o governo da China estabeleceu metas claras para o futuro, com investimentos maciços na implementação da Belt and Road Initiative (BRI), plano de governo que consiste em aprimorar a infraestrutura de rotas terrestres e marítimas ligando o país a outros continentes. O relatório cita que, em 2018, as exportações chinesas aumentaram 25%.

No caso da Europa, de acordo com a Mordor Intelligence (empresa especializada em inteligência de mercado), os investimentos em logística no continente subiram para 38,64 bilhões de euros em 2020. Isso é impulsionado pelo enorme crescimento do comércio eletrônico na Europa. No entanto, a consultoria aponta que a falta de compromisso dos governos com o desenvolvimento de portos marítimos ou redes rodoviárias, somada à reconfiguração das cadeias de abastecimento, vêm dificultando o crescimento desse mercado.

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: DZMITRY PALUBIATKA/stock.adobe.com

Empresas mostram novidades na GlassBuildAmerica

A edição 2022 da GlassBuild America, principal feira vidreira do mercado norte-americano, foi realizada de 18 a 20 de outubro na cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos. Este ano, o evento recebeu mais de 8.200 visitantes, oriundos tanto dos EUA como de outros Divulgação54 países, que conferiram os estandes de 386 empresas distribuídos por uma área de mais de 13 mil m2.

Algumas das expositoras presentes na GlassBuild America 2022 têm atuação no Brasil. A seguir, saiba o que elas apresentaram na mostra.

 

Um dos destaques da Adelio Lattuada foi a TL 11 PC H60, lapidadora retilínea recomendada para a produção em larga escala de temperado e/ou peças de alta qualidade para o setor moveleiro.

 

A Bavelloni apresentou a VDM 1636 CN, fresadora e furadeira vertical projetada para a produção de portas de boxe de banheiro e aplicações arquitetônicas. Já a lapidadora retilínea VE500 V10 (foto) pode ser configurada para atender a diferentes requisitos de produção.

 

De acordo com a Biesse, a Master 33.3 CNC é a melhor solução em centro de usinagem para produção em alta velocidade. Outros destaques foram a mesa de corte Genius RS-A e o centro de furação Forvet Francesca FC, para vidros com espessuras de 3 a 19 mm.

 

Assim como na feira alemã Glasstec, a Bottero divulgou a linha de lapidadoras bilaterais Twin Edge, para vidros de 3 a 30 mm, disponível em três modelos diferentes (10, 11 e 12 rebolos). A mesa de corte 343 BCS para float também foi apresentada.

A novidade da Bovone é a linha Bovone Robotic Systems (BRS). Segundo a empresa, os robôs podem ser fornecidos como autônomos, integrados a lapidadoras ou vendidos como ilhas customizadas para atender e satisfazer qualquer necessidade do cliente.

 

Além da Ypsos (mostrada na Glasstec), a CMS exibiu o centro de usinagem vertical CMS Vertec Mill, capaz de trabalhar com espessuras de até 30 mm. A solução foi projetada para alta produtividade, fazendo furos com brocas opostas e fresas em vidros com lados retos.

 

A Fenzi apresentou sua linha de insumos para insulados, como o Hotver A+, um selante de fusão a quente monocomponente de última geração, e o espaçador termoplástico Butylver TPS. Tintas para vidros e soluções químicas para aplicação de camada de prata em espelhos também foram mostradas.

 

A Forel divulgou sua nova linha de alta velocidade para produção de insulados. Utilizando espaçador flexível e vedação com hotmelt, a linha pode processar unidades duplas, triplas e moldadas para o mercado residencial.

 

As séries FC (foto) e RC de fornos de têmpera foram os destaques da Glaston. A FC oferece uma gama de recursos tecnológicos de ponta para um processamento de vidro plano ainda mais eficiente, enquanto a RC proporciona flexibilidade, facilidade de uso e qualidade do vidro consistentemente alta.

 

O SunGuard SNR 50, da Guardian, é um vidro de controle solar que proporciona ganho de calor, com transmissão luminosa de 48% e refletividade neutra, oferecendo opções para os arquitetos alcançarem uma estética específica e darem vida aos seus projetos.

 

A Keraglass destacou a RCK, máquina automática para limpeza dos rolos do forno de têmpera, sem precisar desmontar o equipamento. Segundo a empresa, a solução permite uma limpeza completa graças a um sistema de sucção eficaz, sem risco de quebra do rolo.

 

Soluções para corte a laser, gravação, jateamento de areia e impressão a laser em vidros (foto) foram algumas das novidades apresentadas no estande da Lisec. A empresa conta ainda com mesas de corte e classificação de vidro, componentes individuais e linhas de produção completas para insulados e laminados.

 

A Q-Railing apresentou o Easy Glass Smart, guarda-corpos de vidro sem moldura: isso é possível devido ao sistema de calço Q-disc, inserido no perfil de base. Já o Easy Alu (foto) é um sistema de trilho feito e alumínio.

 

O destaque da Schiatti Angelo foi a SME10, lapidadora retilínea com polimento de óxido de cério na borda, capaz de garantir desempenho e segurança, além de ser personalizável para diferentes necessidades do processador.

 

Uma série de produtos foi mostrada pela Triulzi. Entre eles, uma linha recém-patenteada de lavagem e secagem de peças curvas, sistemas de manuseio de vidros e lavadoras horizontais para tamanhos mini ou jumbo.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Divulgação

Cúpula de vidro destaca-se em centro de pesquisa

Não é preciso viajar para fora da cidade de São Paulo, nem mesmo visitar algum parque nos arredores da capital, para encontrar um pedaço da Mata Atlântica. No meio da maior metrópole brasileira, está um grande feito da engenharia vidreira: o Centro de Ensino e Pesquisa da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. O espaço, construído para abrigar uma das instituições mais avançadas da América Latina para o estudo médico, abriga uma gigantesca cúpula de vidro. A estrutura permite a entrada de luz natural em todo o interior e também garante as condições para a existência de um enorme jardim, com espécies nativas de um dos biomas mais importantes do País.

Ficha técnica
Obra: Centro de Ensino e Pesquisa da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein
Autor do projeto: Safdie Architects
Local: São Paulo
Fornecedor dos vidros: Seele

Pioneirismo de excelência
Inaugurado em agosto deste ano no bairro do Morumbi, o centro é a primeira escola de medicina estabelecida por um hospital privado no Brasil. “É a realização de um sonho, o cumprimento da missão histórica do Albert Einstein de ser um catalisador de transformações na sociedade, tornando-a cada vez mais saudável, humana e justa, baseada na educação e na ciência”, declara Sidney Klajner, presidente da sociedade.

O espaço ocupa mais de 44 mil m² e tem capacidade para cerca de 6 mil pessoas, incluindo professores, pesquisadores e alunos dos cursos de graduação (medicina e enfermagem) e de pós-graduação. Desenvolvido pelo escritório internacional de arquitetura Safdie Architects, o projeto foi pensado como um “oásis urbano”, de forma a trazer um senso de calma para seu interior, quase um contraponto à vida intensa da cidade ao redor. “O centro nos ofereceu a oportunidade de projetar um local iluminado para aprendizado, no qual a troca interativa e a forte conexão com a natureza pudessem desenvolver as próximas gerações de líderes médicos”, explica o arquiteto Moshe Safdie.

Céu envidraçado
O átrio central liga as diversas áreas do prédio. Ali fica o jardim citado no início desta reportagem, juntamente de uma área de descanso, com bancos e mesas, voltada para a interação entre os estudantes e profissionais. Acima disso tudo está o teto envidraçado em formato de abóbada que permite ao centro ser inundado por luz natural. Feita de insulados fornecidos pela alemã Seele, a estrutura envolveu diversos cálculos, estudos e testes antes de ser construída.

Seu formato arredondado (semelhante a três domos integrados) representou um desafio estrutural. Para suportar o peso do vidro, utilizou-se uma estrutura de aço entrelaçado. Ao todo, são 1.854 painéis de nosso material, com revestimento triplo para controle solar.

As peças, por meio de impressão com tinta cerâmica, ganharam um padrão de pontos translúcidos com a função de oferecer sombreamento. Vale citar que esse padrão não é uniforme: a parte mais alta do teto quase não tem impressão, fazendo com que a luz solar entre por ali para chegar às plantas do jardim sem obstrução; já os cantos do teto receberam uma grande densidade de pontos, de forma a fazer mais sombra onde as pessoas permanecem. A parte interna dessa estrutura tem ainda uma membrana acústica microperfurada, com o objetivo de absorver o barulho vindo de fora.

Para todos esses vários elementos se encaixarem do modo pretendido pelos arquitetos, foram realizados diversos testes com protótipos em tamanho real. Com isso, pôde-se perceber na prática se o nível de conforto (térmico e acústico, entre outros) estava dentro dos parâmetros necessários – evitando até mesmo retrabalhos na etapa da construção.

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Fachada com brises
As fachadas do centro também receberam vidro em larga escala, garantindo a entrada de iluminação natural nas salas de aula e laboratórios. Para evitar o ofuscamento dessas áreas, usaram-se brises para sombreamento. E essa foi mais uma tarefa a passar por extenso estudo: para saber a orientação dessas estruturas, softwares visando a simular a incidência do Sol foram utilizados, além de testes com protótipos em escala real. Assim, alguns brises foram instalados na horizontal e outros na diagonal, dependendo da área da fachada em que se encontram.

Se o ousado projeto desse centro de ensino e pesquisa reflete sua excelência para o estudo, isso se deve, em grande parte, ao vidro. Mais uma vez, nosso material está presente em obras-primas da engenharia moderna.

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Estrutura de ponta
O centro de ensino e pesquisa conta com estrutura de primeiro nível, incluindo:

  • Jardim com mais de 150 árvores (criado em parceria com a paisagista Isabel Duprat);
  • Auditório para 400 pessoas;
  • Laboratório de terapia celular;
  • Laboratório de biologia experimental;
  • Laboratório multidisciplinar;
  • Laboratório de enfermagem;
  • Espaço de videoconferência;
  • Biblioteca;
  • Praça de alimentação com 220 assentos;
  • Passarela com ligação direta ao Hospital Albert Einstein.

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Timothy Hursley

Futuro em três dimensões

A impressão 3D é uma tecnologia que mais parece vinda de um futuro longínquo. Ela permite reproduzir objetos em três dimensões: o item a ser fabricado é desenhado em um software e convertido para um formato compatível com um tipo específico de impressora, que vai usar matérias-primas diversas (plástico, metal, concreto e até mesmo tecido vivo, entre outras) para transformar aquele desenho em realidade. É possível imprimir diversas coisas: de peças de máquinas a objetos de decoração, passando ainda por joias, órgãos e alimentos.

Esse conceito está em constante desenvolvimento nos últimos anos – e nosso material também entrou na brincadeira. Na mostra Glass Technology Live, durante a feira alemã Glasstec, em setembro, duas soluções envolvendo vidro puderam ser vistas. Uma delas foi no sistema modular de perfis Jansen Viss³, desenvolvido pela empresa Jansen, com participação da Universidade de Tecnologia de Delft, dos Países Baixos: a parte interna dos perfis, dedicada à vedação e drenagem do sistema, é feita a partir de impressão 3D.

Mas é possível também usar o vidro como matéria-prima? A AMglass +, da Alemanha, diz que sim. A ideia da empresa é usar fibra de vidro derretida para imprimir pontos de suporte para ferragens, a serem laminados em aplicações estruturais.

Outra empresa alemã, a Glassomer, também investe na pesquisa para imprimir objetos envidraçados diversos, como potes e utensílios, usando pó de vidro e polímeros. O objetivo do processo é garantir novos designs e formatos para itens envidraçados, indo além do que tecnologias como fusão, lapidação e jateamento permitem atualmente.

 

A presente seção, “Ano Internacional do Vidro”, celebrando a trajetória de nosso material e sua importância para a história humana, é uma contribuição de O Vidroplano ao Ano Internacional do Vidro, instituído pela ONU para 2022.

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Responsabilidade e senso de oportunidade

domingos-nov2022O mercado vidreiro brasileiro vive um ano desfavorável. Como tem registrado o Termômetro Abravidro, a performance de vendas faturadas em metros quadrados em 2022 acumula uma queda de mais de 30% em relação a dezembro de 2021, mês base para o estudo. O último trimestre do ano, que costuma ser aquecido para o setor, já começou e, aparentemente, não impactou de forma positiva a demanda por nosso material. Resultado disso é que os vidros processados têm registrado baixos preços de venda, o que preocupa a cadeia de processamento.

Mas se há algo que segue em alta – inexplicavelmente, do nosso ponto de vista – é o preço do float. Desde o início da pandemia, em março de 2020, nossa principal matéria-prima acumula reajustes da ordem de 170%.

A alta de preços de insumos da indústria nesse período não foi exclusividade do segmento vidreiro, tendo sido pauta de discussão em diversas entidades setoriais. No entanto, esses mesmos materiais têm, em sua maioria, registrado queda significativa nos custos: aço, plástico, cobre, chapas de aço inox. Nenhum deles acumula variação de preços tão alta como o vidro e, ainda assim, já tiveram os preços reduzidos. O mesmo, infelizmente, não tem ocorrido em nossa cadeia.

Só este ano foram quatro anúncios de subida nos preços do float, a mais recente no final de outubro. O argumento varia, e cada vez temos um vilão diferente: a barrilha, o gás, o diesel, o câmbio, a conjuntura internacional. Fato é que, independentemente do vilão da ocasião, não há espaço para mais reajuste num mercado que, como vimos, registra forte queda nos preços e na demanda.

Num ambiente de desmonte inflacionário, chama a atenção o apetite por recomposição de margens da indústria de float. Com o mercado pouco comprador, não é a canetada que vai resolver o problema. Muito pelo contrário: afugenta os clientes e gera insatisfação em todo o setor. Especialmente em momentos de fraca demanda, como o que estamos atravessando, é fundamental que ajamos com responsabilidade, para evitar medidas desesperadas de todos os lados.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Cris Martins