O atendimento faz toda a diferença

Escrito por Laércio Pimentel

O bom atendimento é essencial para dar sustentação aos negócios, independentemente do porte da empresa. Hoje é imprescindível ter a equipe inteira azeitada para entender a importância de cada ação quando se representa uma empresa. Já vi um mau atendimento na portaria ser responsável pelo cancelamento de um contrato de exportação. Também são corriqueiros pedidos de cancelamento de comida por atraso ou mesmo por indelicadezas cometidas pelo atendente ao não saber responder a uma indagação ou lidar com a emoção de quem está do outro lado da linha.

Mas, ao invés dos problemas, é melhor se concentrar na solução. A fonte para isso está justamente no ser humano: é muito comum encontrar pessoas despreparadas para entender os problemas de quem lhes procura. Algumas empresas utilizam a sombra do “nós damos treinamentos” para justificar o que é injustificado para um cliente. Se um profissional não entender por que está fazendo algo, nada terá sentido.

Costumo dizer que há uma linha clara que separa o bom do mau atendimento, e ela passa pela reação do atendente ao receber uma indagação, como aquilo gera uma emoção que resulta numa ação positiva ou negativa. É primordial entender que as pessoas, quando ligam para reclamar ou indagar, já estão num padrão de decepção com o produto ou serviço. O desafio é interpretar tais sentimentos e oferecer novos caminhos comunicacionais para a resolução dos problemas e a satisfação dos consumidores.

Uma dica: se você acha que sua empresa é perfeita do ponto de vista do atendimento, procure telefonar para seu SAC ou responsável pelo primeiro contato telefônico ou por redes sociais, faça algumas perguntas, procure resolver um suposto problema. Talvez você possa ter uma surpresa – só não posso garantir que será prazerosa.

Laércio Pimentel é jornalista, profissional de propaganda e marketing, consultor de comunicação corporativa e autor do livro Melhore sua Comunicação

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Entenda como precificar os serviços da sua vidraçaria

Um desafio comum para qualquer vidraçaria é definir os valores cobrados pelos seus serviços. A precificação baixa pode comprometer a margem de lucros da empresa, enquanto a precificação alta pode acabar afastando clientes. Assim, fica a dúvida: o que é preciso levar em conta para que os preços sejam competitivos e viáveis?

Para ajudar sua vidraçaria nessa tarefa, O Vidroplano apresenta dicas de especialistas e profissionais do nosso setor.

Dando valor ao intangível
Para Enio Queijada de Souza, analista da Unidade de Competitividade e coordenador-setorial de Casa & Construção no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), dar preço a um serviço é diferente de vender um produto. “O produto, por ser tangível, tem sua precificação mais objetiva e relativamente mais fácil do que a do serviço. Este tem uma duração para ser realizado, bem como uma complexidade e dificuldade de execução, fatores que influenciam diretamente o preço”, explica. O analista cita como exemplo a instalação de uma janela simples numa casa térrea: essa operação não pode ser comparada à colocação de um vidro temperado laminado no 23º andar de um arranha-céu no centro de uma cidade.

Felipe Aceto, diretor-operacional da Avec Design, entende que uma das variáveis mais complicadas para essa definição é o tempo. “Os custos são geralmente ligados ao valor da hora, mas esse tempo é sempre uma estimativa, e ela é a mais difícil de acertar, por conta da produtividade do serviço feito por pessoas, as quais estão sujeitas a imprevistos.”

“O erro mais crucial é quando o vidraceiro faz a composição de preço considerando apenas quanto custam os materiais e por quanto o produto será vendido, sem precificar o valor da mão de obra dele”, observa Claudio Mansur, CEO da Casa Mansur. “Mesmo se o prestador de serviço for autônomo, ou seja o próprio instalador, ele precisa ter um salário fixo dentro da sua vidraçaria. Isso é definido pelo custo da hora-homem multiplicado pelo número de horas trabalhadas para a execução do serviço.”

A realização de serviços externos traz variáveis adicionais, como o risco de chuva, vento e impedimentos de terceiros. “Por isso, antes de se passar o preço a um cliente, é indispensável levantar junto a ele o máximo possível de informações, por meio de perguntas que podem ser feitas em um roteiro básico do atendimento”, sugere Enio, do Sebrae.

Olhando para dentro…
A principal base para a definição de preços, de acordo com Aceto, é o ambiente em que a empresa está inserida. “Isso dá margem para você usar diferentes métodos, seja com um enfoque maior no olhar para fora, seja no olhar para dentro”, observa o executivo da Avec Design.

Olhar para dentro significa considerar os custos que a vidraçaria tem para a realização do serviço. Enio explica: “O preço de venda proposto não pode considerar apenas o valor da matéria-prima. Também entram no cálculo despesas como água, luz, telefone, aluguel, limpeza, salários etc. O valor deve ser suficiente para quitar todos esses custos e despesas. O que sobrar será o lucro”.

A esses elementos, Angelo Arruda, diretor da Vidrosistemas, acrescenta fatores como custo do tempo ocioso, risco de quebras, desperdícios, perdas e responsabilidade técnica. Por sua vez, Paulo da Mota, consultor externo da Mecatron Tecnologia, lista a logística da prestação de serviços, a embalagem e o transporte adequados das peças.

Deve-se levar em conta ainda o conceito de benefícios e despesas indiretas (BDI): impostos, taxas e despesas administrativas, contingências, comissões de vendas e, claro, a margem de lucro.

…e para fora
Mas Enio ressalta que a definição do preço também precisa olhar para fora da empresa: “Ele deve ser atrativo na comparação com a concorrência e se conectar à percepção de valor do cliente”.

“Num cenário de concorrência mais acirrada, existe uma tendência de vender mais barato, pois será necessário obedecer ao preço de mercado e trabalhar com uma meta de custo. Isso pode levar à perda de qualidade e a resultados bem justos”, comenta Aceto, da Avec Design.

 

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Contudo, isso não significa que sua vidraçaria deva travar uma “guerra de preços” com as demais. “O vidraceiro deve valorizar a qualidade e o diferencial dos seus serviços, evitando colocar o foco em levar o preço para baixo e buscando atrair principalmente os clientes que valorizam seu trabalho, não os que querem apenas desconto sem qualidade”, ensina Arruda, da Vidrosistemas. Claudio Mansur concorda e faz um alerta: “Há casos em que o vidraceiro ganha mais perdendo o pedido do que fazendo o serviço, pois se cobrar abaixo da margem para cobrir suas despesas, seu ganho será inferior aos seus gastos e ele ficará no prejuízo”.

Para ilustrar as diferenças de cenários em que uma vidraçaria pode se encontrar, Aceto propõe a seguinte tabela:

 

“Um aspecto interessante nessa tabela é a gradação: você sai da primeira linha, de preços baixos, e eles vão subindo nas linhas seguintes até chegarmos ao valor mais elevado. A mesma coisa acontece com a tendência de vendas e com o resultado. É claro que todo mundo quer estar na linha de baixo; mas, para isso, é preciso estar no segundo quadrante, que é a parte da menor concorrência”, ele explica.

 

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O desafio para poder alcançar o que todo mundo quer é conseguir encaixar-se em um ambiente de menor concorrência – o que é muito difícil. “Particularmente, não gosto daquela abordagem de autoajuda de que é possível alcançar os melhores resultados e prosperar olhando só para si, sendo positivo, otimista, usando a criatividade e com base no puro empreendedorismo”, opina Aceto. “Acredito que isso precisa ser feito, sim, pois a criatividade é fundamental para poder se diferenciar, por exemplo, e hoje a escolha de estratégias e produtos inovadores é uma necessidade. Mas é preciso ter também a consciência de que o mercado é um fator determinante e nós não temos controle dele, ainda mais quando sofre diretamente as consequências da macroeconomia, como vemos hoje com a pandemia tendo um impacto que reflete diretamente nas vendas e nos preços.”

 

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Os equipamentos para o serviço também podem ser considerados?
Todo gasto necessário para a realização do serviço precisa estar coberto pelo preço de venda – e isso inclui os equipamentos utilizados. Paulo da Mota exemplifica: “Os EPIs [equipamentos de proteção individual] podem ser considerados na finalização de um orçamento, pois eles estão sujeitos a desgaste durante a realização das atividades, principalmente no caso das luvas”. Angelo Arruda destaca que cada tipo de ferramenta ou até meio de transporte geram produtividade na equipe da vidraçaria. “Não considerar esses elementos é um erro.”

Profissional qualificado = valor agregado
As reportagens de O Vidroplano frequentemente chamam atenção para a importância da capacitação das equipes nas vidraçarias. Mas isso pode entrar na precificação de um serviço?

Arruda, da Vidrosistemas, acredita que sim, “pois a responsabilidade de aproveitamentos e desperdícios de materiais vem principalmente da qualificação da mão de obra”. Paulo da Mota, da Mecatron Engenharia, concorda: “O trabalho de uma vidraçaria tem necessidade de profissionais qualificados. Afinal, a demanda atendida por essas empresas exige funcionários com alto nível de conhecimento para realizar corretamente cada tipo de instalação, de forma a evitar retrabalhos, e que estejam preparados para lidar com os riscos de acidentes presentes nessa área”.

Profissionais capacitados representam um valor agregado que pode, e deve, ser considerado na composição dos preços. “Se o benefício percebido for maior do que os custos, então é porque ‘valeu a pena’ na visão do cliente, ou seja, o preço foi justo, adequado”, avalia Enio, do Sebrae. Arruda reforça a mensagem: “A qualificação do vidraceiro é que vai regular a qualidade do serviço e suas possibilidades de ganho. Foque nisso!”.

Calculando o preço de venda
Qualquer negócio depende da existência da margem de lucro. Mesmo nas empresas em que o lucro não é o objetivo principal, ele ainda é necessário para que ela possa prosperar e se perpetuar, permitindo a remuneração dos sócios e o investimento em equipamentos, infraestrutura e pessoal. Mas como calcular o preço de venda de forma a obter a margem desejada?

“Como há diversos métodos para formar o preço de venda do produto ou serviço, cabe à própria vidraçaria verificar qual é o mais adequado às suas necessidades”, orienta Enio. Uma dessas formas indicadas pelo Sebrae consiste nas seguintes etapas:

1- Some todos os custos fixos: aluguel, conta de luz e água, salários, materiais para escritório e todos aqueles que não são afetados pela produção;

2- Divida o custo fixo total pela quantidade de produtos;

3- Separe os custos variáveis (exemplo: matéria-prima e embalagens);

4- Obtenha o preço pago pelos produtos (considerando que a produção é terceirizada) e acresça-o aos custos fixos;

5- Precifique a margem de lucro desejada, calcule os impostos e as comissões (os três itens devem aparecer em forma de porcentagem) – estes são definidos como custo total de vendas (CTV);

6- Após calcular todos esses itens, você poderá encontrar o mark up divisor (MKD), que mostra a quantia cobrada por um produto para saber o seu lucro real. A fórmula é representada da seguinte maneira: MKD = (100 – CTV) / 100;

7- Com o resultado do MKD em mãos, utilize-o como nesta fórmula: Preço de vendas = Custo do produto / MKD.

Seja esse o método utilizado por sua vidraçaria ou outro, Enio recomenda cuidado com os extremos em relação à lucratividade dela. “Quando o valor está muito acima ou abaixo do que foi precificado, uma desconfiança é gerada no cliente. Se o valor for muito alto, pode não vender o suficiente para bancar os custos e despesas. Se o valor for muito baixo, mesmo que as vendas sejam boas, também não será suficiente para cobrir todos os produtos e serviços.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Surpresas mensais

Fazer revista envolve o inesperado. Por mais que nossa redação tenha um cronograma de pautas e saiba, mês a mês, os assuntos que serão abordados, sempre surgem fatos que mudam a ordem das coisas. A capa desta O Vidroplano, por exemplo, nem era para existir. Em maio, fizemos uma reportagem especial sobre o uso de insulados no Brasil. Porém, recebemos tanto conteúdo relevante enviado pelas fontes consultadas que não dava para condensar tudo em apenas uma matéria: a solução foi dividi-la em duas – e a segunda parte, sobre a especificação do material, você encontra clicando aqui.

O adiamento para 2022 da Glass South America, a principal feira vidreira da América Latina, também não estava pautado quando começamos a trabalhar na edição de junho. Na nota (clique aqui), explicamos os motivos da organizadora do evento, a NürnbergMesse Brasil, para a decisão. Da mesma forma, não esperávamos homenagear Paulo Mendes da Rocha, uns dos maiores arquitetos brasileiros de todos os tempos, morto no fim de maio. Relembramos, na reportagem (que pode ser lida clicando aqui), algumas de suas obras envidraçadas icônicas.

Outra leitura relevante deste mês está na seção “Para sua vidraçaria”, a qual traz orientações para ajudar o vidraceiro a precificar seus serviços – tema, esse sim, devidamente pensado com antecedência (para conferi-la, clique aqui).

Apesar de todas as surpresas, espero que a revista o encontre com muita saúde.

Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro pode ser aliado contra ruídos externos

Um dos principais atrativos do vidro insulado, como mostrado na reportagem especial deste mês de O Vidroplano (confira clicando aqui), é o isolamento acústico. Nosso material, quando devidamente especificado e instalado, é um elemento fundamental para bloquear a passagem de ruídos para dentro dos ambientes – algo cada vez mais imprescindível em grandes centros urbanos.

Você sabe a importância do controle da poluição sonora para a saúde humana? E como está a procura por soluções nessa área? As respostas para essas e outras questões são apresentadas a seguir por profissionais diretamente envolvidos na área de acústica.

Por que o isolamento acústico é importante?
“Hoje, a poluição sonora só perde para a poluição do ar e da água. Acredita-se que, no futuro, o silêncio será um dos itens mais desejados”, afirma Edison Claro de Moraes, diretor-proprietário da Atenua Som e vice-presidente de Relações com o Mercado da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica (ProAcústica).

Marcos Holtz, sócio-diretor da Harmonia e vice-presidente de Atividades Técnicas da ProAcústica, alerta: “Diversos estudos científicos e da Organização Mundial da Saúde (OMS) já comprovaram a correlação entre a exposição excessiva à poluição sonora e o surgimento de problemas de saúde crônicos, como doenças vasculares e derrames. Por isso, a questão acústica precisa ser encarada com seriedade, como um problema de saúde pública que deve ser contemplado no planejamento urbano das cidades”.

Um artigo publicado no site da Atenua Som apresenta outros efeitos negativos causados pela poluição sonora:

– Perda de boa parte da capacidade de concentração dos funcionários no ambiente de trabalho;

– Aumento de peso, pois quanto mais o corpo é exposto a barulhos, maior a liberação de hormônios do estresse, como o cortisol, que aumenta os níveis de açúcar no sangue e é associado à obesidade e ao acúmulo de gordura corporal;

– Alto nível de irritação e problemas psicológicos causados pela interrupção frequente do sono.

 

Fotos: Claudiomar Gonçalves
Fotos: Claudiomar Gonçalves

 

Segundo Holtz, normas como a NBR 15575 — Edificações habitacionais – Desempenho têm contribuído para tornar o bom desempenho acústico das fachadas de habitações algo fundamental. Moraes concorda, mas ressalta: “Podemos considerar essa norma como um divisor de águas, embora muitas construtoras ainda não tenham atentado para a seriedade do não cumprimento dela”. Apesar disso, o diretor da Atenua Som considera que esse documento trouxe avanços para a questão, como o aumento de ensaios e maior preocupação em usar produtos que atendam as suas determinações.

Vidros indicados
Moraes cita dois grandes grupos de produtos capazes de proporcionar conforto acústico: os insulados e os laminados. Cada um deles é mais indicado para uma situação específica. “Laminados proporcionam um bom desempenho contra ruídos de baixas frequências, além de serem mais baratos do que os insulados. Já estes têm melhor desempenho para bloquear ruídos de altas frequências, como buzinas ou sons estridentes como os de apitos, e também contam com desempenho térmico superior.”

 

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Na hora de especificar o vidro, é importante avaliar qual o tipo de som a ser isolado para definir a melhor solução;. “Para ruídos de tráfego, que têm componentes de baixa frequência, o laminado teria um desempenho mais adequado do que os duplos, por exemplo”, opina Holtz, frisando: “O desempenho acústico sempre será do conjunto perfis + vidro. É um erro muito comum aumentar a espessura do vidro na expectativa de um aumento do isolamento acústico”.

Para o sócio-diretor da Harmonia, o maior problema no desempenho acústico de um sistema costuma estar nos caixilhos, os quais muitas vezes não oferecem a estanqueidade necessária. “Então, a atenção na seleção de perfis com desempenho acústico semelhante ao dos vidros é essencial, bem como a instalação e vedação correta deles.”

 

SEM RUÍDOS PARA ATRAPALHAR A MÚSICA
A sede do programa governamental Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba), criado para alcançar a excelência e a integração social por meio da prática coletiva da música, recebeu um tratamento acústico inédito na América Latina. De acordo com a Atenua Som, responsável pelo trabalho em parceria com a empresa Nagata Acoustics, ela é um dos poucos lugares do mundo em que é possível encontrar o silêncio absoluto – ruídos e barulhos externos não afetam as instalações. Os vidros usados nas áreas internas do local estão entre os elementos essenciais para esse resultado (foto): foram instalados insulados compostos de laminado de 16 mm, câmara de ar de 100 mm, com material absorvedor, e laminado de 12 mm.

 

Oportunidades de negócios
A demanda por produtos com melhor desempenho na atenuação da passagem de ruídos externos parece estar crescendo no Brasil. Mas qual seria o motivo?

“É difícil dizer somente uma causa. Além da necessidade de atendimento à NBR 15575, há também o fato de que a pandemia fez muita gente trabalhar em casa. Essa nova realidade fez com que o isolamento acústico fosse percebido como indispensável para permitir qualidade nas reuniões online e mesmo para oferecer maior conforto, concentração e produtividade”, avalia Marcos Holtz.

 

Fotos: divulgação Atenua Som
Fotos: divulgação Atenua Som

 

Em termos de oferta, o mercado também conta com novidades para os interessados. Um desses casos é o da linha minimalista SLIDLux Multi, da Atenua Som, montado com vidros laminados para proporcionar atenuação de ruídos de baixa frequência. “Além de permitir grande área de vidro, ela une desempenho acústico, controle térmico e luminoso”, explica Moraes. Por sua vez, Holtz aponta o grande crescimento na procura de caixilhos com duas folhas de vidro e caixa de persiana – esse sistema é hoje utilizado até mesmo em habitações populares.

 

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BELEZA E ACÚSTICA EM UMA SÓ ESTRUTURA
O Vitra (foto), edifício residencial na capital paulista projetado pelo renomado arquiteto Daniel Libeskind e construído pela JHSF, chama atenção visualmente por sua fachada envidraçada. Mas nosso material não está lá só por sua beleza. “A pele de vidro especificada é uma excelente solução acústica, permitindo uma estanqueidade muito boa, além de ter os perfis protegidos pelo próprio vidro”, conta Marcos Holtz, da Harmonia, responsável pelo projeto acústico da obra. A fachada é toda de laminados de 10 mm com peças SunGuard High Performance Royal Blue 40, da Guardian, com isolamento acústico de 35 dB.

 

Caixa Acústica
De março a maio de 2014, a Abravidro publicou o Caixa Acústica, uma série de três suplementos com o objetivo de apresentar ao nosso setor os conteúdos divulgados no 6º VidroSom, seminário técnico sobre acústica em vidro. A publicação foi resultado de uma parceria com a Atenua Som (organizadora do VidroSom) e Cebrace (patrocinadora desse evento).

Cada fascículo encartado em uma edição de O Vidroplano abordou um tema relacionado ao uso do vidro na área acústica:

– Março: Conceitos básicos e a evolução do uso do vidro

– Abril: Exemplos práticos do uso do vidro acústico

– Maio: Ensaios laboratoriais e normas técnicas

Para ler a série Caixa Acústica, basta clicar aqui.

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

O Vidroplano analisa números do Panorama Abravidro 2021

A edição 2021 do Panorama Abravidro, o único estudo econômico e produtivo sobre a produção vidreira nacional, foi publicada no mês passado – e, embora O Vidroplano de maio tenha analisado diversos indicadores, vale voltar ao documento para nos debruçarmos sobre outros dados relevantes ali presentes.

Na seção “Termômetro”, por exemplo, os processadores respondentes revelam suas expectativas para o ano corrente. Além disso, para entender a importância da produtividade para nossas empresas, retomamos os números desse setor, os quais cresceram e alcançaram o segundo melhor nível da série histórica.

Confiança em alta
O crescimento no faturamento (12%) e na produção (14,4%) em 2020 deixou as processadoras brasileiras mais esperançosas para o restante deste ano. A principal prova disso: 62% dos respondentes acreditam que o aumento do faturamento também ocorrerá em 2021. Esse é o melhor número da série histórica. E quem projeta queda nesse indicador agora representa uma fatia significativamente menor – apenas 15%, contra 26% em 2020.

Isso se reflete na perspectiva de estabilidade do emprego no setor vidreiro. Após um aumento de 5% nas contratações, 55% das empresas consideram que fecharão este ano com o mesmo número de funcionários. Ao mesmo tempo, diminuíram pela metade os que acham que terão de reduzir suas equipes: de 24%, em 2020, para 12%, em 2021.

Esse movimento de alta no otimismo começa a ser visto na construção civil nacional como um todo. O Índice de Confiança da Construção (ICST), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), subiu 2,2 pontos em maio, a primeira alta do ano, chegando a 87,2 pontos. O Índice de Situação Atual (ISA-CST), que mede como estão os negócios feitos no momento, subiu 1,2 ponto, interrompendo quatro meses de quedas.

Porém, ainda é cedo para comemorar um início de retomada, conforme analisa a coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre, Ana Maria Castelo, em entrevista ao site do órgão: “O índice de confiança continua em nível inferior ao patamar alcançado no final do ano passado e ainda sinaliza a predominância de um pessimismo entre as empresas. E a alta de preços dos insumos permanece como uma limitação cada vez maior, dificultando a continuidade e realização de novos negócios”. O custo de matérias-primas, de fato, segue como grande entrave. Ainda em pesquisa do FGV Ibre, 40% das empresas consultadas citam esse fator como uma limitação à melhoria dos negócios, atrás somente da demanda insuficiente, com 50%. “Vale notar que a consequência imediata disso é o encarecimento do investimento, o que torna mais lenta e difícil a recuperação da economia”, observa Ana.

Demanda, dívidas e investimentos
O financiamento imobiliário cresceu quase 60% no ano passado na comparação com 2019. No total, cerca de R$ 120 bilhões disponíveis para esse segmento. Para 2021, a previsão é de crescimento ainda maior: estima-se crédito de R$ 160 bilhões. Isso é um bom sinal para a construção civil, já que a baixa demanda é uma reclamação atual do mercado – o que irá refletir positivamente também em nosso setor.

Voltando ao Panorama Abravidro, outra boa notícia vem de lá: o endividamento das empresas vidreiras está sob controle. Mais de 60% dos respondentes classificam seu grau de endividamento como “baixo ou inexistente”, sendo apenas 9% a considerá-lo “alto e preocupante”. O estudo mostra que, mesmo com as dificuldades geradas pela pandemia, foi possível trabalhar em um ambiente financeiro saudável.

Com dívidas menores, é possível investir. Das empresas consultadas, 20% pretendem fazer investimentos considerados de grande porte – aumento de 7% em relação a 2020. O número das que não planejam qualquer investimento caiu mais de 2/3 em dois anos: de 30%, em 2019, para 9%, em 2021. Outra consequência do otimismo citado anteriormente.

Produtividade
Além de ter contratado mais gente, o setor trabalhou de forma mais eficiente: o nível de produtividade cresceu 8,7% em 2020, o segundo melhor nível da série histórica. Esse indicador é medido de forma simples, calculando a produção em m² de vidros feita por funcionário ao longo de um mês. Ano passado viu o número chegar a 174,6 m², contra 160,6 m² em 2019, aumento considerável de quase 15 m².

Qual a explicação para isso? Segundo Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro, reconhecido como um dos maiores especialistas no Brasil na área de transformação de nosso material, o aumento na produtividade vidreira se deu por conta do aquecimento da construção – ainda falta uma ação consciente para a melhoria da gestão do sistema produtivo para que esse crescimento possa atingir o mercado inteiro.

Curiosamente, a produtividade da indústria de transformação brasileira como um todo teve um movimento inverso, com queda durante a pandemia. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), esse índice recuou 0,6% na comparação de 2020 com 2019. A pesquisa mostra ainda que o volume de bens produzidos caiu 4,6%, assim como as horas trabalhadas (4,1%).

Então, o que o setor vidreiro deve fazer para manter esse indicador em alta? “O caminho é a profissionalização, com as empresas se capacitando para desenvolver uma gestão profissional adequada e mais assertiva do sistema de entrega de valor ao cliente”, opina Cláudio Lúcio. “O paradigma atual utilizado ainda não é o adequado, principalmente para tempos de crise. O futuro não dá para ser previsto, mas, sim, preparado. Com empresas preparadas, é possível crescer exponencialmente em momentos como os em que vivemos.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro marca presença em obras de Paulo Mendes da Rocha

Um dos nomes fundamentais da arquitetura brasileira em todos os tempos, Paulo Mendes da Rocha faleceu em 23 de maio, aos 92 anos, em decorrência de um câncer de pulmão. Em atividade por mais de seis décadas a partir dos anos 1950, ele era renomado internacionalmente: recebeu o Pritzker, maior prêmio da atividade no mundo, em 2006, além de ter desenvolvido obras em diversos países.

 

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Mendes da Rocha foi um membro-chave da chamada Escola Paulista, movimento da arquitetura moderna nacional marcado pelo uso do concreto armado aparente, em estruturas horizontalizadas, com grandes vãos. Apesar de a aplicação do vidro não ser uma das principais características de suas obras, o arquiteto utilizou nosso material em diversos projetos marcantes. Para celebrar a memória desse gênio brasileiro, O Vidroplano relembra nas próximas páginas algumas dessas construções icônicas.

 

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Pinacoteca do Estado de São Paulo
Em 1994, Mendes da Rocha foi o responsável pela reforma do museu, ampliando e restaurando diversas salas de exposições. Um dos mais marcantes feitos foi a criação de uma cobertura para o pátio interno: vidros fecham o vão, permitindo a entrada de luz natural nos interiores. Finalizada quatro anos depois, em 1998, a reforma da Pinacoteca esteve inserida em um amplo programa de revitalização do Centro de São Paulo.

 

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Sesc 24 de Maio
Inaugurado em 2017 na Zona Central da cidade de São Paulo, o prédio do Sesc 24 de Maio reúne diversos espaços para uso recreativo, incluindo teatro, biblioteca, áreas de leitura, oficinas e exposições, salas para ginástica e piscinas. Tudo isso é envolto por uma surpreendente fachada feita de laminados de vidros de controle solar Cool Lite SKN 154, da Cebrace, com 12 mm de espessura, processados pela Pilkington. Temperados laminados incolores 20 mm, fornecidos pela Space Glass e Interbox, também fazem parte do edifício, sendo peças-chave para dividir as diferentes salas de atividades em cada piso. O projeto da fachada é da Rissi Esquadrias: uma estrutura tubular oferece a sustentação necessária para as chapas de nosso material.

 

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Museu da Língua Portuguesa
Previsto para ser reaberto em julho, após passar por longa reforma devido a um incêndio que destruiu boa parte do espaço em 2015, o Museu da Língua Portuguesa foi desenvolvido por Mendes da Rocha em parceria com seu filho, Pedro Mendes da Rocha. O projeto original foi respeitado durante a renovação – inclusive, parte das novidades estava entre os conceitos iniciais, apenas não tinha sido aplicada. Estão mantidos, por exemplo, os tradicionais telhados de vidro, formados por uma estrutura metálica que cobre os pátios, de forma a continuar o diálogo com a estética da Pinacoteca, localizada exatamente em frente, do outro lado da rua.

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Saiba mais sobre como especificar insulados

A reportagem especial de O Vidroplano de maio comentou os motivos para os vidros insulados, produtos que oferecem diversos benefícios aos usuários, serem tão pouco usados no Brasil – representam apenas 0,5% de todo o material consumido por aqui, segundo o Panorama Abravidro 2021. Conforme prometido no mês passado, o material volta à pauta da revista para trazer um olhar mais técnico sobre suas propriedades. Como a especificação deve ser feita, considerando o clima do lugar em que serão instalados? Que tipos de perfil podem recebê-los? Quais os maquinários usados em sua fabricação? O manuseio e instalação dessas peças necessitam de cuidados especiais? Confira tudo isso e mais a seguir.

A relevância térmica
Como visto na edição de maio, o mito de que os insulados seriam indicados apenas para locais em que faz muito frio não se sustenta, já que eles conseguem tanto reter o calor no interior de uma edificação como impedir a entrada do calor nela – o que define sua função é exatamente a especificação.

 

O tipo de vidro usado em um edifício ajuda a determinar a intensidade do fluxo de calor que entrará no espaço Divulgação Crescêncio Consultoria
O tipo de vidro usado em um edifício ajuda a determinar a intensidade do fluxo de calor que entrará no espaço
Divulgação Crescêncio Consultoria

Um termo-chave para essa tarefa é “transmitância térmica”, um índice físico representado pela letra U. “Ele representa o quanto de calor um material conduz quando submetido a uma diferença de temperatura”, explica o engenheiro Fernando Westphal, consultor técnico da Abividro e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). E o tipo de vidro usado em um edifício ajuda a determinar a intensidade do fluxo de calor que entrará no espaço. Como demonstra Giorgio Martorell, gerente de Vendas para a América do Sul da fabricante de maquinários para processamento Lisec, nosso material reage de diferentes formas:

– Um monolítico comum de 5 ou 6 mm de espessura tem U de 5,6 W/m².K. Para simplificar: ele transfere 5,6 W de calor para cada m² de área e para cada grau de diferença entre o ambiente externo e interno;

– Já em um insulado composto por duas peças separadas por câmara de ar de 12 mm, esse índice cai pela metade: 2,80 W/m².K, o que significa que o interior esquentará muito menos.

O cálculo para escolher o vidro não é simples e envolve diversas variáveis, afinal todos os elementos de um insulado (incluindo espaçadores, silicones para vedação etc.) devem oferecer desempenhos semelhantes. “É importante que o perfil da esquadria tenha transmitância térmica próxima ao do vidro utilizado”, alerta Westphal. Dessa forma, os materiais irão trabalhar em conjunto para se chegar ao objetivo definido no início do trabalho – barrar a entrada de calor ou impedi-lo de sair.

 

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A relevância acústica
Quanto maior a massa de um material, melhor seu desempenho acústico. É por isso que, por ser mais pesado, o vidro deixa passar menos som do que o plástico ou a madeira, por exemplo. Isso significa que quanto maior a espessura da chapa, maior o isolamento. Então, basta instalar peças grossas em qualquer projeto, certo? Errado.

Todo vidro vibra ao receber uma frequência específica de som, diminuindo sua capacidade como isolante. Vidros grossos são excelentes para barulhos pesados e graves (como o de um caminhão), mas, para barrar sons agudos (como uma buzina), seu desempenho cai. Os vidros finos, por outro lado, funcionam de forma inversa: bons contra agudos, ruins contra graves. A solução mais eficaz é combinar materiais para compensar essas perdas inevitáveis.

Nesse sentido, o insulado surge como excelente opção, pois a câmara entre as lâminas de vidro faz com que boa parte das ondas sonoras fique “presa” ali, perdendo poder de transmissão para dentro da edificação. “Quanto maior o distanciamento dos vidros, maior o desempenho térmico e acústico, sem precisar aumentar o peso e o custo final”, define Edison Claro de Moraes, diretor-proprietário da Atenua Som, empresa especializada em soluções envidraçadas para isolamento.

Assim como na questão térmica, os demais elementos do conjunto também são fundamentais para os resultados obtidos, principalmente a vedação das esquadrias. “Para melhorar o desempenho acústico, é recomendável incorporar um ou dois vidros laminados ao sistema insulado, a fim de atenuar as tais vibrações produzidas na superfície dos vidros ao receber ondas sonoras”, indica Martorell, da Lisec.

De olho nas esquadrias
A matéria-prima dos perfis tem influência direta no desempenho térmico do insulado. “Nesse caso, o PVC leva vantagem. O alumínio, para ter o mesmo desempenho, precisa utilizar o thermal-break — ‘ponte térmica’ —, um isolamento térmico interno”, explica Moraes. De fato, o alumínio tem transmitância térmica em torno de 6 W/m².K – somente com o thermal-break chega ao redor de 3 W/m².K, mesmo valor do PVC.

Outra solução são os perfis chamados warm edge. “São de uma tecnologia cada vez mais utilizada na América Latina e podem ser de aço inoxidável e/ou plástico e, ao contrário dos de alumínio, ajudam a reduzir o coeficiente de transferência de calor, tornando as janelas mais eficientes”, comenta Sebastian Iachini, agente de Vendas e Suporte Técnico da fabricante de insumos para insulados Fenzi. Esses perfis mantêm a borda do vidro mais quente em até 65%, reduzindo o risco de condensação do ar dentro do conjunto.

 

A matéria-prima dos perfis tem influência direta no desempenho térmico do insulado
A matéria-prima dos perfis tem influência direta no desempenho térmico do insulado

 

O diretor-comercial da processadora GlassecViracon, Marcelo Martins, relembra outra questão importante a ser levada em conta: “Como no Brasil a aplicação do insulado é mais comum em fachada unitizada, alertamos para o correto cálculo do ‘bite’ de silicone, o espaço para sua aplicação, de forma a garantir estabilidade e segurança dos conjuntos após instalados”.

Persianas: aliadas para o desempenho
Um dos grandes diferenciais do insulado é a possibilidade de se instalar persianas de lâminas ou de tecido (em rolo ou plissada, com dobras) dentro da câmara, de forma a se ter controle de entrada de luminosidade e também aumentar a eficiência térmica.

“A diferença na qualidade desse produto está na particularidade dos componentes utilizados e dos sistemas de movimentação, o que vai garantir sua durabilidade”, afirma Roberto Papaiz, diretor da fabricante de persianas Screenline. Matérias-primas com característica no fogging (que não permitem embaçamento) e movimentação magnética estão entre o que de mais moderno existe para essa solução.

 

especial-persiana

 

As persianas podem oferecer:

– Proteção solar de até 90% quando usadas com vidros de controle solar neutros;

– Assepsia total, pois dispensam a limpeza;

– Manutenção zero, pelo fato de serem automatizadas;

O controle da luminosidade é outro ponto favorável. “As lâminas se comportam como ‘prateleira de luz’, refletindo a luz para o teto dos ambientes e ajudando a distribuí-la de forma difusa, sem gerar ofuscamento”, explica Papaiz.

 

Linhas automáticas integradas ajudam a diminuir o tempo de fabricação dos conjuntos insulados
Linhas automáticas integradas ajudam a diminuir o tempo de fabricação dos conjuntos insulados

 

Tecnologias em maquinários
A evolução do setor vidreiro mundial se reflete especialmente na fabricação dos insulados. “As máquinas estão mais automatizadas e mais rápidas, disponíveis para tamanhos de chapas maiores, e incluem equipamentos como scanners para a verificação da qualidade final”, aponta Yveraldo Gusmão, diretor da GR Gusmão. Os espaçadores flexíveis são exemplos desse desenvolvimento. O trabalho com eles garante ciclos de produção mais rápidos, devido à eliminação dos processos de serragem e dobra do perfil.

Outro fator que diminuiu o tempo da montagem dos conjuntos insulados é a criação de linhas automáticas integradas. Alguns modelos, como a Fastlane, da Lisec, permitem o trabalho em dois conjuntos ao mesmo tempo. “Com conceitos de sistemas de controle centralizado, esses equipamentos só precisam de um operador para supervisionar o processo”, explica Giorgio Martorell. A velocidade é tamanha que as máquinas podem concluir um insulado em até 16 segundos (como se vê na linha Velocity Plus).

Manuseio e instalação
Cuidados especiais são necessários na hora de manusear e instalar insulados. Conforme reforça Petrucci, durante o transporte, as peças devem sempre estar na posição vertical ou levemente inclinada. “Nunca se deve mantê-las na horizontal por longo período, pois isso pode acarretar flexão no vidro de forma permanente, impedindo-o de voltar para o estado plano.” Uma chapa assim, quando instalada nessas condições, poderá ocasionar distorção óptica, comprometendo a qualidade do empreendimento.

Luiz Jaison Lessa, gerente-geral da processadora Rohden Vidros, também chama atenção para o manuseio: “É preciso evitar posicionar as chapas em superfícies rígidas ou com faces pontiagudas, já que podem causar riscos ou mesmo quebras”. O armazenamento também conta com segredos: deve-se manter o produto em local abrigado, seco e bem ventilado. “É fundamental protegê-lo da umidade e da poeira, sempre usando intercalários entre as peças”, indica Lessa.

Mais um cuidado a se tomar: a equalização de pressão da câmara interna, procedimento necessário quando nosso material for produzido em uma região de determinada altitude e, depois, instalado em local de outra altitude. A diferença entre as pressões atmosféricas e a pressão interna do vidro também pode levar a distorções.

Gusmão aponta mais boas práticas:

– No momento do transporte, o selante secundário (que “fecha” o conjunto insulado como um todo) precisa ter alcançado dureza suficiente para não sofrer com a movimentação do veículo. Em geral, essa dureza chega após 24 e 48 horas, dependendo do selante utilizado;

– Deve-se verificar a compatibilidade entre os selantes utilizados;

– Sempre utilizar calços de apoio para a montagem correta.

Com os ensinamentos técnicos deste mês, e mais as percepções de mercado vistas no mês passado, ficamos com a esperança de, num futuro próximo, celebrar o aumento da utilização dos insulados em nosso país.

Câmaras: preenchê-las com o quê?
As câmaras dos insulados podem ser preenchidas com gases, cuja função está associada à melhoria no valor de isolamento térmico, contribuindo para reduzir ainda mais a taxa de transferência de calor. “Em países com clima mais quente ou moderado, a maior parcela da carga térmica nas edificações ocorre por radiação e não por condução; portanto, o uso desse tipo de recurso não é muito efetivo”, explica o engenheiro Crescêncio Petrucci, sócio-fundador da Crescêncio Consultoria. Assim, para a maioria dos empreendimentos nacionais, basta preencher o conjunto com ar.

Edificações em regiões mais frias podem usar três gases, conforme indica Crescêncio:

– Argônio: mais comum e acessível economicamente, pode melhorar a condução térmica do vidro em torno de 15%;

– Criptônio: oferece um nível acima de desempenho do vidro, entretanto seu custo é muito superior ao do argônio;

– Xenônio: é o mais eficiente de todos e também o mais caro. Sua utilização é recomendada para climas severos, preferencialmente em vidros triplos.

Para trabalhar com o produto com gás, o processador precisa ter os equipamentos corretos para o preenchimento da câmara, alerta Renato Santana, coordenador de Qualidade da GlassecViracon. “É importante exigir isso das beneficiadoras, pois, como os gases são invisíveis, não há como comprovar a concentração dele sem a medição correta. Mundialmente, é exigida uma concentração acima de 85%.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ONU define 2022 como Ano Internacional do Vidro

A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu 2022 como o Ano Internacional do Vidro. A decisão é resultado de uma solicitação feita pela Community of Glass Associations (CGA – Comunidade de Associações Vidreiras), da qual a Abravidro é membro, em conjunto com a International Commission on Glass (ICG – Comissão Internacional do Vidro) e com o International Committee for Museums and Collections of Glass (ICOM-Glass – Comitê Internacional de Museus e Coleções de Vidro). O ano representará a celebração do papel essencial do nosso material, destacando sua importância tecnológica, científica e econômica para o desenvolvimento das sociedades pelo mundo ao longo da história até os dias atuais. A previsão é de que diversos eventos e projetos sejam realizados por todo o mundo – a programação será informada e atualizada no site oficial da efeméride (para acessá-lo, clique aqui).

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Glass South America é adiada para 2022

A NürnbergMesse Brasil, organizadora do evento, anunciou que a 14ª edição da principal feira vidreira da América Latina não será mais realizada este ano: o evento está reagendado para 29 de junho a 2 de julho de 2022, no centro de exposições São Paulo Expo, na capital paulista. A decisão foi tomada de maneira conjunta pela NürnbergMesse Brasil e Abravidro (parceira exclusiva) e pelos próprios expositores, devido ao cenário ainda incerto em relação ao ritmo de vacinação e ao contexto das empresas de outros países que participam como expositoras. Já este ano, a Glass South America ganhará uma versão digital, a ser realizada no segundo semestre, servindo como preparativo para movimentar o mercado – mais informações serão reveladas em breve.

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Sinbevidros-SP lança campanha beneficente

“O Vidro Contra a Fome” é o nome da campanha lançada pelo Sinbevidros-SP como parte de suas ações em comemoração aos seus 80 anos. Organizada em parceria com a Obra Social Dom Bosco de Itaquera, a ação visa a arrecadar alimentos não perecíveis e distribuí-los entre os que mais necessitam, levando em conta as dificuldades que surgiram com a pandemia, com muitas pessoas desempregadas e inúmeras famílias em situação de vulnerabilidade. O sindicato paulista pretende envolver todo o setor vidreiro nesse movimento social. Para isso irá disponibilizar a inclusão do logotipo das empresas participantes no material online da campanha. As doações podem ser feitas pelo site da ação (para acessá-lo, clique aqui).

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Prática Recomendada entra em nova consulta nacional

O texto do projeto para a Prática Recomendada ABNT PR 1010 — Aplicação e manutenção de vidros na construção civil foi colocado pela ABNT para 2ª consulta nacional: os interessados devem conferir o documento e enviar sugestões de alterações até o dia 5 de julho. As práticas recomendadas contam com processo de elaboração simplificado em relação ao das normas técnicas, bem como uso de linguagem mais simples e didática. Essas características vão ao encontro do objetivo da PR 1010: consolidar as regras de aplicação do vidro na construção civil.

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Biesse realiza evento e anuncia novidades

O Grupo Biesse, que abraça as fábricas Diamut (ferramentas) e Intermac (máquinas), realizou, de 10 a 21 de maio, o Inside Spring 2021. Simultaneamente presencial, nos showrooms do campus da multinacional em Pesaro, Itália, e por meio de transmissão online, a programação incluiu demonstrações físicas de lançamentos e visitas guiadas, respeitando os protocolos sanitários e de segurança, bem como webinars tecnológicos e análises em linha direta com especialistas. Uma das apresentações de destaque voltadas para o nosso material — The batch-one production for glass processing (A produção lote-um no processamento do vidro) — mostrou a integração de soluções da Intermac para o beneficiamento do vidro, como as mesas de corte Genius (com opções especificamente para corte de float ou de laminados).

Outra novidade do grupo foi o anúncio do plano de expansão de sua rede internacional com a abertura de novas filiais no Brasil, Israel e Japão visando a fortalecer sua presença em mercados identificados como estratégicos. A unidade a ser instalada em nosso país atenderá os segmentos de madeira, vidro, pedra e plástico, além de permitir ao grupo avaliar de perto oportunidades comerciais em outros países da América do Sul.

A Diamut lançou recentemente a linha Hyper Speed de rebolos. Segundo a empresa, o produto conta com uma nova tecnologia de produção que adiciona uma resina como enchimento no rebolo segmentado, reduzindo falhas e aumentando a produtividade. Outro diferencial dessa linha é o novo ligante de alto desempenho, derivado da indústria automotiva, contendo metais em seu interior que favorecem a diminuição da temperatura na peça durante a lapidação.

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Turomas lança nova mesa de corte

A Turomas lançou a mesa de corte autônoma Rubi 406VA. O equipamento, segundo a empresa, traz uma série de benefícios, como a presença de um carregador automático integrado na própria estrutura da mesa, o que otimiza os processos de carga, posicionamento, corte e separação em apenas 35 m² , conciliando essas quatro atividades em um único espaço. Outro destaque é a cabeça de corte 4tool, que incorpora quatro ferramentas individuais automaticamente selecionáveis, cada uma com a sua própria carretilha, sistema de lubrificação independente e cilindro de pressão especificamente dimensionado para o trabalho, garantindo um corte perfeito para espessuras de até 25 mm.

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Sindividros-ES elege nova diretoria

O Sindividros-ES empossou sua diretoria para o período de 2021 a 2024 em cerimônia totalmente digital. Realizado por videoconferência, no dia 31 de maio, o evento contou com a presença de diversas entidades, como a Abravidro (representada por Iara Bentes, superintendente da associação e editora de O Vidroplano), a Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro) e a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes). Gilney Calzavara Júnior (foto, no canto inferior esquerdo) foi eleito o novo presidente do sindicato capixaba. Em seu discurso, o dirigente informou que as atividades planejadas para 2021 envolverão a capacitação dos profissionais especificadores – arquitetos, engenheiros e designers –, bem como das vidraçarias, construtoras e empresas especializadas em varandas e coberturas.

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Sindividros-RS realiza curso online sobre liderança

No dia 27 de maio, o Sindividros-RS realizou, pela plataforma Zoom, o curso online “Liderança Positiva, Autoliderança e Espelho”. O treinamento, ministrado pela palestrante e consultora Marlene Cândido, chamou atenção para a importância de os líderes terem um olhar observador o tempo todo. Segundo Marlene, é preciso enxergar as ameaças ocultas, inclusive aquelas que estão dentro de nós – afinal, o primeiro cliente de uma empresa é sua própria equipe. Entre outras sugestões, que contemplam desde a gestão de conflitos até a importância do apoio e do companheirismo com os times, a consultora destacou que o líder tem de assumir os problemas e sempre solucioná-los.

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Empresa apresenta novo tira-manchas para vidros

A mineira Vidrolimpo, que completou 20 anos de atuação no ramo do vidro, colocou à disposição do mercado o Super-Activ, produto para remoção de manchas causadas por irisação, ventosas, chuva ácida e outros fatores. O material, de acordo com a fabricante, pode ser utilizado em todos os tipos de vidro e em diferentes sistemas envidraçados, de boxes de banheiro a fachadas. Para confirmar o desempenho do Super-Activ, a empresa vem divulgando vídeos no YouTube que mostram a retirada das manchas de fachadas com depoimentos de clientes satisfeitos.

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Casa Cor SP terá casa nova em 2021

A principal exposição de arquitetura e design de interiores das Américas deixa o Jockey Club de São Paulo após 14 anos para estrear o novo espaço de eventos multiuso da capital paulista, o Parque Mirante (foto), anexo ao estádio Allianz Parque. Assim, o evento volta a ter modelo itinerante, sendo realizado em local diferente a cada ano. De acordo com representantes do Conselho Curador da Casa Cor, a mudança levou em consideração aspectos como segurança, estrutura, acesso facilitado pelas diversas vias que atendem a região e o fato de que o local tem atraído novos negócios e projetos residenciais. A edição 2021 da mostra está prevista para o segundo semestre deste ano.

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Novo boxe da Blindex é instalado em iniciativa arquitetônica

O campus do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), apresentou recentemente uma residência projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer que foi reformada e modernizada utilizando apenas práticas sustentáveis. A iniciativa reuniu pesquisadores, academia e parceiros do setor privado, entre eles a Blindex, que cedeu e instalou o Box Flex (foto): o novo modelo do produto, fabricado pela empresa em parceria com a Roaplas, permite melhor aproveitamento do espaço por ter abertura articulada, sendo indicado para vãos com até 1,20 m de largura – ideal para o espaço pequeno da casa. As dobradiças do Box Flex são mais reforçadas, evitando que a porta ceda. A linha também pode ser usada na residência de pessoas com mobilidade reduzida, pois sua abertura, por ser lateral, garante a acessibilidade.

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Em busca de estabilidade

domingos-jun2021O mercado vidreiro segue experimentando as incertezas do momento que atravessamos. Enquanto a vacinação dá indícios de que vai avançar com maior rapidez no segundo semestre, a economia segue instável. A demanda aquecida do final de 2020 e começo de 2021, com mercado comprador forte, já não é a realidade da maioria dos processadores, os quais têm experimentado queda no volume de pedidos e cotações e a sensação de que a ponta final já deixou de consumir nos mesmos níveis.

O resultado disso é que vemos os preços do nosso material despencando, bem como a atuação forte de distribuidoras, inclusive com a entrada de novas empresas nesse segmento. Em paralelo, as construtoras, responsáveis por grande parte do consumo dos produtos, tentam fechar contratos que garantam preço do vidro por longos períodos, em meio a tanta volatilidade, deixando para nós os riscos da alta de preços da matéria-prima. Os desafios não têm sido poucos, mas para quem trabalha com seriedade e compromisso com o setor, a expectativa é de que a situação se estabilize em breve.

E por falar em compromisso com o setor, a Abravidro realiza este mês mais uma edição do PPCPE, único curso de PCP do mercado criado exclusivamente para o setor vidreiro. Com vagas esgotadas, é mais um sinal da busca constante por melhoria nos processos de nossas empresas que, como mostra a última edição do Panorama Abravidro, viram uma melhora nos índices de produtividade do setor em 2020.

Melhoria nos produtos e processos e trabalho sério: esse, sim, é o caminho que pode trazer melhores resultados para todos nós.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Navio tem domo gigante de vidro em cima de piscina

O Vidroplano já mostrou nestas páginas diferentes obras, dos mais diversos portes, com vidro: de arranha-céus a monumentos históricos, passando por peças de valor artístico e mobiliários urbanos modernos. Mas o SkyDome, gigante domo envidraçado presente no navio inglês Iona, da empresa P&O Cruises, destaca-se pela originalidade: quem pensaria em cobrir uma área de piscina com toneladas de vidro laminado insulado? O projeto resume a capacidade arquitetônica, estrutural e de design de nosso material – e você confere todos seus detalhes a seguir.

Ficha técnica
Autor do projeto: Eckersley O’Callaghan
Local: Alemanha/Inglaterra
Conclusão: 2020

Colosso das águas
Com 344 m de comprimento, o Iona tem capacidade para 5.200 passageiros e 1.800 tripulantes. Construído no estaleiro Meyer Werft, em Papenburg, Alemanha, foi finalizado no ano passado e levado para a cidade inglesa de Southampton, de onde suas rotas de cruzeiro partem. De lá, a embarcação vai para locais como Espanha, Portugal, Ilhas Canárias, cidades do Norte Europeu (como Hamburgo, na Alemanha, e Amsterdã, na Holanda) e a região dos fiordes (vales rochosos inundados pelo mar) na Noruega.

 

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A cereja no bolo de um projeto tão grandioso não poderia ser menos surpreendente. Localizado nos deques 16 e 17 do navio, o SkyDome cria um clima temperado ao redor da piscina em que está instalado – e o espaço ainda se transforma num palco à noite. A estrutura foi projetada pelo escritório inglês Eckersley O’Callaghan, o mesmo responsável pelas icônicas lojas envidraçadas da Apple ao redor do mundo. “Como é a primeira construção desse tipo, tivemos de abordá-la com a mentalidade de que estávamos tentando realizar algo que nunca tinha sido feito antes”, conta o diretor-associado Ian langham. “Edificações são objetos relativamente estáticos, mas um navio cruzeiro se move — e cada componente precisa permitir essa mobilidade”. Por isso mesmo, ao invés de ser completamente fixo, o domo permite que algumas áreas de suporte façam pequenos movimentos.

 

Divulgação P&O Cruises
Divulgação P&O Cruises

 

Força bruta
Os 970 m² do SkyDome pesam 115 t – são 41 m de comprimento, 29 m de largura e 4 m de altura. A empresa de engenharia Frener & Reifer ocupou-se com a instalação disso tudo. A tarefa se deu de modo único. A estrutura também foi montada no estaleiro de Papenburg. Quando finalizada, um guindaste a ergueu, levando-a suspensa até o local do navio em que ela seria “encaixada” (assista ao vídeo desse trabalho clicando aqui).

Ao todo, o domo é formado por 340 painéis de vidros laminados insulados, utilizando o interlayer estrutural SentryGlas, da Trosifol. Desses painéis, 170 exibem formas e modelos únicos, o que dificultou ainda mais a fabricação e a montagem das peças, tanto que elas são instaladas em uma trama de perfis retangulares ocos.

 

Divulgação P&O Cruises
Divulgação P&O Cruises

 

A robusta especificação considera as variadas condições climáticas e meteorológicas que poderão ser encontradas durante as viagens. “Tivemos de levar em conta as temperaturas elevadas e também o granizo, embora a neve não tenha sido considerada um problema em termos de climas extremos”, revela Graham Coult, diretor técnico da Eckersley O’Callaghan. “Precisamos, então, testar a composição laminada, e fizemos isso atirando bolas de golfe com um canhão de ar.”

Fica a dica, portanto, para quem tiver condições de viajar ela Europa no Iona após a pandemia: o SkyDome vai lhe proteger de todas as intempéries possíveis.

 

Divulgação P&O Cruises
Divulgação P&O Cruises

 

Especificação técnica
– Laminados insulados com a composição: temperado 8 mm + câmara com argônio + termoendurecido 6 mm + interlayer SentryGlas de 1,52 mm + termoendurecido 6 mm;

– As peças ganharam ainda um revestimento térmico de alto desempenho aplicado na segunda superfície.

Viagens de alto padrão
O Iona conta com mais de 2.600 cabines para passageiros, sendo cerca de 1.300 delas com sacada. Para alimentação, há várias possibilidades de escolha: são 14 restaurantes e 19 bares e cafés. Entretenimento e espaços para lazer também não faltam: o navio comporta 5 piscinas (uma do tipo com borda infinita), academia, spa, sauna, suíte termal, teatro, cinema, cassino, galeria de arte, biblioteca, arena de esportes e até um shopping center.

 

Gigante em construção: erguido no estaleiro Meyer Werft, na Alemanha, Iona foi depois levado para a cidade inglesa de Southampton, de onde suas rotas de cruzeiro partem
Gigante em construção: erguido no estaleiro Meyer Werft, na Alemanha, Iona foi depois levado para a cidade inglesa de Southampton, de onde suas rotas de cruzeiro partem

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

 

 

 

 

 

São Paulo tem mudanças para fechamentos envidraçados

A Instrução Técnica nº 09 – Compartimentação horizontal e compartimentação vertical, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, foi revisada com a publicação da Portaria n° CCB 021/800/20 no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 4 de julho do ano passado. A IT nº 09 é responsável por estabelecer os parâmetros de emprego e dimensionamento da compartimentação horizontal e vertical nas edificações e áreas de risco, de modo a impedir a propagação de incêndios para outros ambientes situados no mesmo pavimento ou entre pavimentos. Entenda o que muda com a nova versão desse documento, especialmente no que diz respeito ao uso de nosso material.

 

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Alinhado às tendências modernas
Paulo Penna de Moraes, gerente técnico comercial da Vetrotech Saint-Gobain para a América Latina, aponta que a alteração está relacionada ao aproveitamento das sacadas como parte do ambiente dos apartamentos. “Uma projeção da edificação para fora da linha de fachada era considerada equivalente a uma aba de compartimentação vertical, pois eram ambientes frios, isto é, sem carga de incêndio”, explica Moraes. “Hoje, com o crescimento da tendência de fechamento de sacada e a criação da varanda gourmet, o uso desses espaços se modificou: passaram a ser uma extensão da sala de estar, com mobílias que vão até a borda da laje. Dessa forma, agora temos áreas ‘internas’ sem a compartimentação vertical de 1,2 m exigida normalmente”.

Atenção aos anteparos
Segundo Moraes, a mudança na IT nº 09 define que a linha, em planta, onde o fechamento envidraçado de sacada for instalado será a limitadora do que é considerado interno e externo e não mais a porta balcão (ou porta de varanda).

Tendo isso em vista, o texto determina que, como forma de dificultar a propagação vertical do incêndio pelo exterior dos edifícios, é necessário que as aberturas de pavimentos consecutivos sejam separadas por elementos construtivos, os quais podem ser constituídos de anteparos verticais (vigas ou parapeitos) ou anteparos horizontais (prolongamento dos entrepisos além do alinhamento da fachada). Essas estruturas precisam ter tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF) determinado pela Instrução Técnica nº 08 – Segurança estrutural contra incêndio.

Dessa forma, toda sacada, varanda ou terraço com fechamento envidraçado terá de garantir uma compartimentação vertical exposta na parte externa com tempo de resistência ao fogo igual ao TRRF da edificação, o que pode ser feito das seguintes formas:

– Separação por meio de anteparos verticais, com altura mínima de 1,2 m;

– Separação por meio de anteparos horizontais, projetada a no mínimo 0,9 m além do alinhamento da fachada;

– Separação por meio de anteparos verticais e horizontais, com a soma da altura dos verticais e da projeção dos horizontais devendo ser igual ou maior que 1,2 m.

Os tipos de vidro utilizados nos guarda-corpos continuam os mesmos, desde que os anteparos presentes para a compartimentação atendam as especificações estabelecidas na IT nº 09. Porém, quando os guarda-corpos tiverem a função de anteparo vertical para a compartimentação, deverão ser compostos com vidros resistentes ao fogo, que atendam a exigência em relação ao TRRF determinado pela IT nº 08.

Este texto foi originalmente publicado na edição 582 (junho de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Sindividros-RS promove curso a distância

No dia 28 de abril, o Sindividros-RS realizou o treinamento online “Produtividade – Descomplique e Aplique”. A iniciativa, parte do programa Qualividros, trouxe Angellica Noguez, consultora estratégica com mais de 20 anos de experiência na área de gestão comercial e treinamentos, para falar aos cerca de 40 participantes sobre os diferentes perfis produtivos e como cada profissional pode aderir ao que melhor se encaixa. A palestrante também abordou temas como procrastinação, utilizando o conceito de Tríade do Tempo (que divide esse recurso nas categorias urgente, importante e circunstancial) e ferramentas de produtividade.

Este texto foi originalmente publicado na edição 581 (maio de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

China Glass 2021 reúne empresas do mundo vidreiro

A China Glass, considerada uma das maiores e mais importantes feiras vidreiras do mundo, foi realizada de 6 a 9 de maio no centro de eventos Shanghai New International Expo Centre (SNIEC), em Xangai. Embora o número de expositores de outros países tenha diminuído este ano devido à pandemia mundial de Covid-19, a China Glass 2021 (31ª edição) ainda assim foi grande: o evento ocupou sete pavilhões inteiros, num total de mais de 90 mil m², e contou com a presença de mais de 900 empresas e entidades da China e de mais de 20 países, como a austríaca Lisec (foto) e a finlandesa Glaston.

A Associação Italiana de Fornecedores de Máquinas, Acessórios e Produtos Especiais para o Processamento de Vidro (Gimav) – responsável por outra grande feira vidreira mundial, a Vitrum –, contou com um espaço institucional para promover suas iniciativas, como o Vitrum Life, portal de notícias relacionadas aos setores de aplicação do vidro. Além disso, dez empresas italianas que fazem parte da entidade também foram expositoras na China Glass este ano, entre elas a Bovone, a CMS e a Intermac.

Já a chinesa LandGlass montou um grande estande no evento com uma série de novidades. Além das máquinas tradicionais para o processamento do vidro, a empresa apresentou também o sistema insulado LandVac, com excepcional desempenho térmico e acústico e baixíssimo ponto de condensação de água sobre a superfície do vidro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 581 (maio de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fesqua é adiada para 2022

A Feira Internacional da Indústria de Esquadrias (Fesqua) – agendada inicialmente para setembro de 2020 e remanejada para junho deste ano – será realizada de 14 a 17 de setembro de 2022, voltando assim ao seu calendário de origem, sempre no segundo semestre dos anos pares. A mostra concentra-se na exposição de inovações e tendências em esquadrias, fachadas, vidros, acessórios, componentes, além de máquinas e equipamentos para a indústria.

Este texto foi originalmente publicado na edição 581 (maio de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

GlassBuild America está confirmada para este ano

A National Glass Association (NGA), organizadora da maior feira vidreira norte-americana, anunciou que a edição 2021 do evento será realizada de 13 a 15 de setembro no Georgia World Congress Center, na cidade de Atlanta, Estados Unidos. A previsão é de que as inscrições sejam abertas no dia 1º de junho. Em 2020, a GlassBuild America foi cancelada devido à pandemia da Covid-19 – em seu lugar realizou-se online o GlassBuild Connect, de setembro a dezembro, iniciativa que disponibilizou mais de 70 webinars, trouxe cerca de 300 empresas expondo virtualmente produtos e contou com acessos de milhares de visitantes de vários países.

Este texto foi originalmente publicado na edição 581 (maio de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.