Há quem diga que o ano no Brasil só começa depois do carnaval. Faltou combinar com o coronavírus, responsável por uma pandemia global com impactos tão diversos como o inédito cancelamento de uma das mais tradicionais festas do Brasil. Mas a verdade é que, para o nosso setor, o ano já havia começado com o mês de janeiro no ritmo acelerado que o segundo semestre de 2020 trouxe, especialmente para o segmento da construção civil.
E se o cancelamento das festas de Momo foi positivo porque nos permitiu seguir trabalhando, o ponto negativo é que com a atividade contínua nas processadoras de vidro, as usinas prosseguem sem conseguir recompor seus estoques para atender o mercado na totalidade de seus portfólios.
Em tempos de pandemia, a indisponibilidade de matéria-prima não é uma exclusividade do setor vidreiro, mas tem incomodado e preocupado, em especial com a expectativa de parada de fornos para manutenção. Os dados de exportação de float têm sido acompanhados no detalhe, já que muitos atribuem aos embarques para o exterior a dificuldade em se conseguir vidro para trabalhar. Os números caíram em janeiro, após meses em alto patamar.
A produção para consumo das próprias usinas, seja para atender seus contratos com a indústria automotiva ou para a fabricação de produtos de valor agregado como espelhos, laminados e vidros de controle solar, também tem contribuído para diminuir o volume de float disponível para processadores.
Enquanto essa matemática não se acerta, o mercado segue ansioso pela publicação da decisão do governo brasileiro sobre o processo de revisão do antidumping da nossa principal matéria-prima, que também impacta a oferta de vidros ao mercado doméstico. A demanda, outro fator essencial, tem se mantido alta, e a construção civil permanece como a principal responsável pelos resultados positivos.
Passado o carnaval, com ou sem folia, esperamos que o ciclo positivo permaneça e que o mercado não perca o ritmo.
A foto que você vê estampada na capa desta O Vidroplano chegou para nossa redação nos últimos dias de produção da revista. Quando a recebemos, ninguém teve dúvida: é ela! Realmente, uma imagem assim, que captura toda a grandiosidade da passarela do complexo Skyglass Canela era a melhor maneira de mostrar essa obra histórica para o setor vidreiro nacional. Essa é a maior plataforma de vidro sobre um cânion do mundo – e um recorde dessa magnitude ser atingido com a ajuda do vidro brasileiro deve ser motivo de orgulho para o segmento.
Por falar em segmento, outra reportagem de destaque tem como foco um produto de extrema relevância atualmente: o vidro de valor agregado. Conheça, na reportagem especial deste mês, os diferenciais do trabalho com esses itens. A propósito, você sabia que nosso material pode contribuir com a segurança e estética de piscinas de borda infinita, estruturas cada vez mais na moda? Saiba como na seção “Arquitetura & Design”.
A seção “Para sua vidraçaria” também fala da aplicação diferenciada de vidros e espelhos – no caso, seu uso como tela para projeção de imagens. Unindo estética à modernidade, essa solução pode abrir novos mercados para o vidraceiro.
Espero que essas matérias, e todas as demais desta edição, possam trazer ideias inovadoras para seu negócio.
Fim de ano positivo
De acordo com a pesquisa Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em dezembro de 2020 o faturamento da indústria de transformação subiu 1,6%, na comparação com o mês anterior.
Os motivos da recuperação
Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), uma conjunção de fatores possibilitaram a rápida recuperação da indústria registrada em 2020, após a chegada da Covid-19: políticas compensatórias de renda, nível adequado de juros e taxa de câmbio competitiva formaram uma espécie de combo que proporcionou a alta. Já em setembro, o setor havia retornado a patamares pré-pandemia.
Produção em alta
Outro dado positivo: a Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (UCI), índice que aponta o percentual de máquinas comprometidas na produção, alcançou 80,6% no último mês de 2020, valor acima da média registrada no ano (76,4%).
Fôlego
O bom resultado da indústria em dezembro contrastou com as áreas de varejo e serviços, as quais cederam. Mas o ritmo de crescimento foi o mais baixo desde que o setor voltou a crescer, em maio. No acumulado do ano, a produção industrial teve queda de 4,5% no Brasil. Analistas consideram natural que o segmento não repetisse a subida registrada em maio, junho e julho, mas reputam a desidratação vista a partir de outubro — três meses consecutivos de alta próxima a 1% — como preocupante.
FIQUE POR DENTRO
Cientistas descobrem novo tipo de “vidro líquido”
Em janeiro, uma equipe interdisciplinar de pesquisadores da Universidade de Constança, na Alemanha, publicou um artigo no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences comprovando a descoberta de um tipo de vidro líquido, com elementos estruturais antes desconhecidos. O achado possibilitou novas percepções sobre a natureza do nosso material e as suas transições. O assunto é bastante técnico, mas, em resumo, ao invés de se alinhar para formar um padrão ao passar do estado líquido para o sólido, as partículas de vidro se congelam antes que ocorra a cristalização.
Antônio Martins Figueiredo Neto, professor da Universidade de São Paulo (USP), afirma que a descoberta pode ampliar a forma como entendemos o funcionamento do vidro, pois uma única peça não precisa ter características uniformes. “Podem surgir janelas mais resistentes a certos tipos de esforço, já que é possível programar diferentes respostas para cada área do vidro”, prevê o docente.
RETROVISOR
Mudança na Guardian
2013 começou agitado em O Vidroplano. Na edição de fevereiro daquele ano, noticiávamos a compra de 44% da Guardian pela Koch Industries, um dos maiores conglomerados empresariais americanos. A revista ainda trazia uma entrevista exclusiva em que os executivos americanos da empresa explicavam a estratégia de negócio e os planos para o Brasil. A Koch adquiriu integralmente a Guardian em 2016.
No fim de 2020, foi publicada pela ABNT a norma NBR 16918 — Vidro termoendurecido, elaborada para apresentar os requisitos para o processo de fabricação do produto em questão. Mas você sabe o que é um vidro termoendurecido? Conheça a seguir como ele é feito, quais são suas características e seus atrativos para o mercado vidreiro nacional.
Entre o float e o temperado
O termoendurecido é um vidro tratado termicamente para adquirir resistência mecânica superior à do float, podendo ser até duas vezes e meia mais forte. Com isso, ele fica abaixo do temperado, cuja resistência mecânica pode ser até cinco vezes maior que a do vidro comum.
Os termoendurecidos são produzidos em fornos de têmpera, assim como os temperados. A única diferença no processo é a curva de resfriamento no forno de tratamento térmico. Sandro Eduardo Henriques, diretor da Sglass, explica: “A preparação do equipamento para fabricar um termoendurecido se dá na regulagem dos parâmetros do resfriador do forno de têmpera. Isso é imprescindível para alcançar a qualidade desse produto, atingida basicamente pelo resultado de um processo físico”.
Renato Santana, coordenador de Qualidade e lean manufacturing da GlassecViracon, aponta as seguintes etapas para a produção do termoendurecido:
1. Corte; 2. Acabamento de bordas; 3. Lavagem do vidro; 4. Serigrafia/pintura (se requerido); 5. Tratamento térmico para o termoendurecimento; 6. Insulamento ou laminação (ou ambos).
Onde pode ser usado?
Embora o processo produtivo desse tipo de vidro seja semelhante ao do temperado, o termoendurecido não é considerado um vidro de segurança. “Isso acontece porque, embora o termoendurecido tenha maior resistência térmica e mecânica do que o float, se houver impacto humano contra a peça e ela vier a quebrar, seus fragmentos são maiores e mais cortantes, similares aos do vidro comum”, explica Santana.
Por isso, de acordo com as normas, em áreas sujeitas a impacto humano, o termoendurecido só pode ser utilizado quando for parte componente de um laminado.
Alguns exemplos das diferentes situações em que o termoendurecido pode ser utilizado:
– Em fachadas:
* Pode ser aplicado, desde que seja acima de 1,10 m em relação ao piso;
* Quando for parte de um laminado de segurança, pode ser empregado em qualquer situação;
* Quando aplicado como spandrel (painel que encobre componentes estruturais da obra, como colunas), pode ser usado normalmente, desde que as bordas estejam encaixilhadas ou coladas para, em caso de quebra, os fragmentos ficarem retidos na estrutura.
– Em janelas: pode ser utilizado acima de 1,10 m em relação ao piso – as bordas do vidro devem estar encaixilhadas ou coladas para, em caso de quebra, os fragmentos ficarem retidos na estrutura.
– Em divisórias, boxes ou qualquer outra aplicação sujeita a impacto humano: o termoendurecido só pode ser aplicado se estiver compondo um laminado – nunca na forma monolítica.
Potencial na geração de energia
Outro mercado interessante para o uso de vidros termoendurecidos é o de energia solar: o produto pode ser empregado na fabricação de painéis fotovoltaicos. “O painel fotovoltaico compõem-se de diversas ‘camadas’, sendo que a que primeiro tem contato com os raios solares consiste em uma peça de vidro”, descreve Jefferson Martins, engenheiro de Produtos da PKO do Brasil. “Vejo o termoendurecido como um produto interessante para esse mercado devido à sua resistência mecânica, que é superior à de um vidro comum.” Segundo o engenheiro, o vidro termoendurecido também tende a ter um empeno muito menor do que o temperado, o que é uma vantagem, pois esse efeito pode ser prejudicial na montagem dos painéis.
Ainda no segmento de aproveitamento da luz do Sol, o vidro termoendurecido também pode ser utilizado na face externa de coletores solares, usados para o aquecimento de água. A peça, além de permitir a passagem da radiação solar para dentro do sistema, o protege contra choques térmicos, chuvas de granizo e outros impactos que possam danificá-lo.
De acordo com Martins, como a norma para vidros termoendurecidos é muito recente, ainda há certa desconfiança por parte de empresas do mercado para seu uso. “Creio que, havendo o devido esclarecimento, a utilização desse produto tende a ser muito maior”, ressalta.
Normalizando o termoendurecido
A norma NBR 16918 — Vidro termoendurecido foi publicada no dia 12 de novembro de 2020 pela ABNT. O documento foi elaborado pela comissão de estudos do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), sediado na Abravidro.
A norma apresenta as características dos termoendurecidos, entre elas a tensão máxima admissível, tolerâncias permitidas para os aspectos dimensionais, defeitos visuais, empenamento total e local e comportamento de quebra. Os ensaios do produto também estão estabelecidos, incluindo os de fragmentação, avaliação de defeitos e medição de empenamento.
As empresas associadas à Abravidro receberam um exemplar da norma no próprio mês de novembro para completar sua biblioteca.
Desde janeiro, as empresas em território nacional que eliminam resíduos perigosos e não perigosos precisam emitir o Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR), instituído pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). No documento, gerado pela plataforma do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos Sólidos (Sinir), devem constar todos os tipos de resíduo que a empresa produz, além da quantidade e informações sobre o transporte deles.
Conheça mais sobre o MTR e saiba como fazer sua emissão.
O que é?
Luiz Gonzaga Alves Pereira, diretor-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre), explica: “Trata-se de uma ferramenta online desenvolvida pela Abetre em 2016, cujo principal ponto é a rastreabilidade dos resíduos. Infelizmente, no Brasil, o resíduo é tratado como lixo e jogado em qualquer lugar, causando danos ao meio ambiente e à saúde pública. Com o MTR, será possível acompanhar o caminho dele e saber qual seu destino final”.
De acordo com Pereira, a ferramenta vinha sendo utilizada de forma regional desde 2016, em Estados como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Em 2019, a partir do MTR, implementou-se o Sinir, por meio da assinatura de um acordo de cooperação entre a Abetre e o MMA. É por meio do Sinir, portanto, que a emissão do manifesto é feita.
Como emitir?
A emissão do MTR é online, autodeclaratória, sem custos e válida em todo o território nacional. A tarefa é muito simples de ser completada: basta preencher o sistema com o CPF do responsável e a razão social do gerador/destinador. Tanto a Abetre como o MMA mantêm páginas dedicadas ao assunto, onde estão disponíveis materiais de apoio como o Manual de Preenchimento, uma seção de perguntas e respostas e vídeos explicativos.
Como funciona?
Segundo a página oficial do Sinir, o MTR é capaz de rastrear a massa de resíduos sólidos em todo o Brasil, controlando sua geração, armazenamento temporário, transporte e destinação final.
“Ele permite uma concorrência mais justa e competitiva, pois evita que soluções pouco ortodoxas sejam adotadas por empresas que não destinarem adequadamente seus resíduos. Isso é válido para todos os setores, incluindo o de vidro, e irá beneficiar as companhias que fazem o certo”, opina Stefan David, consultor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Abividro.
Para David, o MTR naturalmente levará ao aprimoramento da gestão do tema dentro das empresas – lembrando que esses estabelecimentos devem implementar o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). O consultor ressalta que isso também pode gerar uma imagem positiva e de preocupação com o meio ambiente, bem como maior segurança jurídica.
Sistemas regionais
Como mencionado, o MTR inicialmente era utilizado apenas em alguns Estados. Isso levou à criação de sistemas regionais para lidar com a ferramenta. Em São Paulo, por exemplo, a Companhia Ambiental do Estado implementou o Módulo MTR dentro do Sistema Nacional de Gerenciamento Online de Resíduos Sólidos (Sigor), que segue a mesma estrutura do Sinir, com informações adicionais válidas para a região.
“Quando instalamos o sistema estadual, respeitamos características e legislações locais”, observa Luiz Pereira, da Abetre, destacando que os sistemas regionais estão ligados ao nacional. Assim os órgãos ambientais competentes deverão proceder para a integração com o Sinir, de forma a manter a ferramenta nacional atualizada em relação às informações coletadas e geradas por esses sistemas regionais.
No caso de São Paulo, Pereira observa que a Cetesb e a Abetre estão trabalhando para a entrega de todas as ferramentas no menor prazo possível.
Pensando no coletivo
Para o diretor-presidente da Abetre, o Brasil ainda carece de dados confiáveis no setor de resíduos para que um planejamento adequado possa ser feito. “Sem planejar, não temos como fazer bons projetos. E, sem esses, vamos continuar a ser o líder mundial do descaso, de lixões, da falta de saneamento básico.” Nesse sentido, o MTR é uma ferramenta com o potencial de contribuir, de maneira eficaz, para uma nova realidade.
Mas Pereira faz um apelo: “Nós brasileiros precisamos cumprir essa obrigação, não porque tememos alguma penalização, mas por termos consciência e sermos cidadãos. O MTR sempre vai depender da responsabilidade de quem o faz”.
A ABNT publicou, em outubro de 2020, a revisão das duas primeiras partes da NBR 15000 — Sistemas de blindagem – Proteção balística. A elaboração dos novos textos para a Parte 1: Terminologia e Parte 2: Classificação, requisitos e métodos de ensaio foi coordenada pela Comissão de Estudo Especial de Sistemas de Blindagem (ABNT/CEE-161).
A NBR 15000 fala sobre os diferentes sistemas de blindagem, incluindo vidros blindados. Por isso, o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) não poderia ficar de fora: ele foi escolhido pelo general Paulo Benedito Pacheco, coordenador da ABNT/CEE-161, para secretariar os trabalhos de revisão, além de participar ativamente do desenvolvimento dos novos textos.
Mais completa e atualizada
Segundo o general Pacheco, o trabalho de revisão se deu ao longo de três anos. “A participação dos segmentos interessados, como fabricantes, blindadores e usuários finais, foi bastante intensa, principalmente no início do processo, período no qual foram determinadas as principais adequações da norma de ensaios de materiais”, conta.
O coordenador da comissão observa que as principais mudanças nas partes 1 e 2 ocorreram nas exigências e parâmetros de ensaios, como o de temperatura, a fim de torná-los mais adequados aos mercados nacional e internacional. “No entanto, no meu entender, a principal mudança se refere à decisão de se estabelecer uma família de textos técnicos referentes à blindagem balística”, acrescenta o general. Além das partes 1 e 2, o texto também terá os seguintes itens:
– Parte 3: Determinação de limite balístico V50;
– Parte 4: Classificação, requisitos e métodos de ensaio para coletes;
– Parte 5: Classificação, requisitos e métodos de ensaio para capacetes;
– Parte 6: Classificação, requisitos e métodos de ensaio para componentes veiculares
O Vidroplano frequentemente destaca a importância da participação de nosso setor nas reuniões para elaboração ou revisão de normas técnicas. O desenvolvimento das próximas partes da NBR 15000 não é exceção: “Nessa próxima etapa, durante a elaboração de normas ainda não existentes, tais como as partes para coletes, capacetes e componentes dos veículos, é essencial que haja maior envolvimento dos interessados nesse segmento”, enfatiza o coordenador da ABNT/CEE-161.
Manter a equipe motivada foi o grande desafio dos líderes ano passado. A pesquisa Tendências Globais de Capital Humano 2020, da consultoria Deloitte, observou que, embora as empresas sejam responsáveis apenas pela segurança física dos trabalhadores, 96% dos entrevistados dizem que o bem-estar é uma responsabilidade organizacional.
Em um cenário como o da pandemia, os gestores precisaram lidar com mudanças imprevisíveis, demonstrando sabedoria, resiliência e empatia, características fundamentais para engajar equipes diante das instabilidades no âmbito profissional e pessoal. E, em 2021, os desafios continuam. Confira cinco ações necessárias na estratégia de liderança para este ano:
– Se colocar à disposição
Foi-se o tempo em que os colaboradores não tinham acesso direto aos gerentes. Para construir uma base troca colaborativa, o gestor precisa se colocar à disposição de todos. Um líder próximo e acessível pode acelerar o andamento dos projetos com efetividade, além de contribuir para um clima que favoreça o diálogo.
– Ter um plano de ação com metas semanais
Para que todo o time esteja a par das necessidades da empresa, devem ser traçadas metas semanais tangíveis. Um planejamento estratégico mensal é fundamental, mas alterá-lo de acordo com as necessidades da semana gera melhor rendimento.
– Se especializar e se atualizar
Em 2020, o profissional que se especializou teve grande destaque. E um gestor sempre precisa se atualizar de acordo com as principais mudanças do mercado. Quem acredita saber demais não está apto para gerir uma equipe de sucesso.
– Se atentar às necessidades individuais
Um time só conclui projetos se estiver bem individualmente. O líder precisa ter escuta ativa com todos a sua volta. Não se trata de colocar o individual acima do coletivo, mas ouvir as necessidades dos colaboradores pode ser o caminho para gerar confiança.
– Transmitir segurança
A liderança precisa transmitir a sensação de estabilidade, criar um ambiente o menos estressante possível. Assim, demonstrará que, mesmo que o contexto mundial ainda não seja bom, o colaborador terá a tranquilidade para desenvolver seu trabalho.
Renata Motoneé consultora de seleção da Luandre Soluções em Recursos Humanos, consultoria com cinquenta anos de atuação na área de RH
O Vidroplano já mostrou na seção “Vidro em Obra” diversas construções internacionais cujo diferencial é utilizar a segurança do vidro para oferecer novas experiências aos visitantes. Entram na lista plataformas de observação – como a Grand Canyon Skywalk, nos Estados Unidos, e a Yuanduan, no Parque Geológico Nacional Longgang, na China –, pontes suspensas e passarelas com piso envidraçado. Pois chegou a hora de o Brasil ser a casa de um projeto assim – e que projeto! O Skyglass Canela, localizado na cidade de Canela (RS), abriga a maior plataforma de vidro sobre um cânion do mundo. Agora, flutuar acima de uma das mais belas regiões naturais brasileiras passou a ser realidade. Conheça a seguir detalhes dessa estrutura histórica que recebeu vidros fabricados pela Cebrace e processados pela Unividros.
Ficha técnica Autor do projeto: WRarq Local: Canela, RS Conclusão: dezembro de 2020
Vistas da serra gaúcha
O complexo está localizado no Vale da Ferradura, a 360 m de altura sobre o rio Caí, em meio a florestas de araucárias, pássaros e animais silvestres. Um dos líderes do empreendimento é o empresário catarinense Moacir Luiz Bogo, envolvido em obras turísticas em cidades como Balneário Camboriú (SC) e Aparecida (SP). “A inspiração vem da própria natureza, abundante no local, e o objetivo é promover a contemplação segura e sustentável de um dos locais mais belos da serra gaúcha”, explica Bogo.
Ao todo existem três atrações ali:
– Skyglass: a plataforma de observação tem 68 m de extensão, sendo 35 m sobre o Vale da Ferradura, recorde mundial para construções em cima de cânions. Na comparação com outras concorrentes pelo título, citadas na abertura desta matéria, a Skyglass sobra: a Grand Canyon Skywalk tem “apenas” 21 m, enquanto a Yuanduan soma 26 m;
– Abusado: monotrilho instalado abaixo da plataforma. É formado por dez cadeiras suspensas, nas quais os passageiros se sentam como se estivessem em uma montanha-russa – a diferença é que ele anda a uma velocidade baixa, para permitir que as pessoas apreciem a vista;
– Memorial do Ferro de Passar: museu com cerca de 300 peças referentes a esse utensílio milenar. Apresenta sua evolução ao longo dos tempos e suas curiosidades.
Ao todo, mais de R$ 30 milhões foram investidos no projeto, cujo foco também está na preservação do meio ambiente: construiu-se, por exemplo, uma estação de tratamento de resíduos líquidos e sólidos, alcançando 98% de pureza da água ao fim do processo.
Resistência máxima
O complexo pode receber 500 mil visitantes por ano. Por isso mesmo, ganhou 11 t de vidros robustos de forma a garantir a segurança necessária a todos – a capacidade de carga máxima é de até 260 pessoas ao mesmo tempo.
Especificação técnica Piso: multilaminados de peças temperadas extra clear, com interlayer estrutural SentryGlas (da Kuraray) e 43 mm de espessura Guarda-corpos: laminados de temperado extra clear com 20 mm de espessura Fabricante: Cebrace Processadora: Unividros Projeto do envidraçamento: Inovention Execução estrutura metálica: Proaço
Os 90 m² do piso envidraçado foram montados com 34 peças de multilaminados temperados extra clear, com interlayer estrutural SentryGlas (da Kuraray). Cada uma tem espessura total de 43 mm. Além da resistência, o produto escolhido também possui máxima transparência, sem interferir na interação entre o visitante com o ambiente ao redor. Cada m² pode suportar até 500 kg/m² de carga vertical e uma pressão de vento de até 220 km/h.
Os guarda-corpos também são envidraçados: 42 peças de extra clear temperado e laminado (10 + 10 mm), com SentryGlas. Portanto, quando visitar o Skyglass Canela, lembre-se: é nosso o material responsável por garantir momentos de lazer e de contato com a natureza.
Quer visitar o Skyglass Canela?
ENDEREÇO
Estrada Municipal CNL 350, 9.800
Zona Rural, Canela, RS
“Valor agregado” é uma expressão usada há um bom tempo nos negócios. Significa aquele item que vai além de sua função básica. O vidro, por exemplo, serve primeiro para fechar vãos. Porém, pode fazer muito mais que isso: oferecer segurança, conforto térmico e acústico e beleza estética, entre outros benefícios.
Para o setor sonhar com um crescimento igual ao do começo da década passada, vale voltar a atenção para esse tipo de produto. Por isso mesmo, O Vidroplanoconversou com as usinas brasileiras, e também com uma arquiteta, para entender os diferenciais desses materiais e como o trabalho com eles deve ser realizado.
O significado
Um “vidro de valor agregado” deixa de ter a característica simples de commodity para se tornar algo diferenciado. Maria Luiza Ciorlia, a Malu, gerente de Marketing da divisão de Vidros para Construção Civil da AGC, explica esse conceito: “A maior parte desses vidros passa por algum processamento complementar após a produção”. Nesse sentido, o de controle solar recebe revestimento (coating); o espelho passa pelo processo químico de aplicação de prata, tinta protetora e outros componentes; o vidro pintado recebe a tinta em uma das superfícies etc. “Mas eles também podem ser provenientes da fabricação do float, como os extra clear, com baixo teor de ferro, os espessos e os com tonalidades diferentes”, complementa Malu. Portanto, o que vai caracterizar um produto desse tipo é o potencial que ele tem de gerar mais valor para quem o consome – e também para quem o comercializa.
Levando em conta que temperados e laminados também se encaixam nessa categoria, o foco desta reportagem está nos materiais “especiais”, aqueles com qualidades únicas que servem como interessante apelo de venda junto ao cliente. Afinal, como reforça Mônica Caparroz, gerente de Marketing da Cebrace, “para cada demanda, existe um vidro de valor agregado mais indicado, seja para ser aplicado em interiores ou em fachadas”.
O impacto nos negócios
Na indústria nacional como um todo, o produto básico (a commodity) tem grande participação no faturamento das empresas. Porém, os itens de valor agregado vão ganhando mais relevância à medida que os consumidores percebem os ganhos. Essa é a razão de as usinas apostarem neles. “Temos investido de forma permanente na ampliação e fortalecimento do portfólio, a exemplo dos recentes lançamentos nas linhas Vivix Performa e Vivix Decora, além de outros projetos já em andamento”, comenta Viviane Moscoso, gerente de Produto da Vivix.
Mônica, da Cebrace, reforça que essas soluções têm um custo mais alto, mas, ao mesmo tempo, contam com maior valor percebido pelo consumidor. “Como é um mercado em expansão, cada vez mais exigente com os produtos escolhidos, a tendência é que esse impacto no faturamento se transforme gradualmente em um dos carros-chefes de todas as empresas da cadeia vidreira.”
Esse valor percebido faz com que vários tipos de vidro passem a concorrer diretamente com outros materiais. “Os utilizados em revestimentos, por exemplo, podem substituir as cerâmicas em muitas aplicações”, indica Malu, da AGC. “Os vidros de controle solar, por sua vez, podem contribuir com a sustentabilidade das obras, com características como a redução de uso de energia elétrica e o conforto térmico gerado a uma residência.”
A necessidade de conscientizar
Apesar do uso mais disseminado hoje em dia, ainda existe muito espaço para o crescimento na aplicação desses produtos. E isso passa pela conscientização não só do público, mas também de quem especifica, como arquitetos, engenheiros e designers de interiores. “Oferecendo informação de qualidade por meio de treinamentos e palestras, podemos contribuir para ampliar a demanda”, opina Renato Sivieri, diretor de Marketing da Guardian.
O Circuito de Palestras Guardian reuniu profissionais em diversas cidades do País para palestras sobre tendências modernas no uso do material, incluindo dicas para vidraceiros sobre as melhores formas de agregar valor a seus negócios. Ano passado, em meio à pandemia, a empresa promoveu lives pela Internet a respeito de temas técnicos envolvendo a aplicação desses itens. “Também temos um canal de comunicação, via WhatsApp, no qual profissionais do setor podem se cadastrar para receber informações sobre vidros e espelhos”, afirma Sivieri. Somado a isso, existe ainda um serviço de consultoria técnica, prestado presencialmente e de forma remota.
A AGC fez parcerias com centros de formação profissionais para a realização de cursos, buscando maior proximidade com os especificadores. “A nossa estratégia é a comunicação com toda a cadeia de valor da indústria. Para isso, utilizamos todos os nossos canais de contato direto com o consumidor, mostrando que a utilização do vidro pode ir muito além de um boxe de banheiro ou de uma janela”, explica Malu.
Participar de ações de apoio junto a entidades vidreiras para a organização de treinamentos em diferentes Estados é uma boa solução para a questão, segundo a Cebrace. Esses eventos são organizados com regularidade, sendo noticiados no site da Abravidro e na seção “Agenda”, onde aparece a data de cada um deles (abravidro.org.br/fique-por-dentro/agenda). “Quanto mais falarmos sobre os benefícios e ensinarmos a especificação correta, melhor. Por isso, disponibilizamos uma consultoria técnica em todo o Brasil a fim de auxiliar nessa tomada de decisão”, revela Mônica Caparroz. “É importante manter projetos e parcerias com os setores de arquitetura e construção para gerarmos resultados a médio e longo prazos.”
Com a informação e oportunidades de formação cada vez mais disponíveis, esses arquitetos, engenheiros e designers se tornam a ponte entre o mercado vidreiro e os clientes finais, levando o conhecimento até eles. Mas, para que isso gere frutos reais, relembra Malu, da AGC, é muito importante que as usinas tenham esses produtos em estoque. “As fábricas precisam manter o abastecimento dos materiais, oferecendo cada vez mais produtos diferenciados e com uma qualidade que justifique e estimule a decisão de compra.”
Pelo olhar de quem especifica
“Eu adoro sugerir novidades para meus clientes e divulgá-las em mostras de decoração”, admite a designer de interiores Patrícia Kolanian Pasquini. Seu trabalho é a prova de que esse canal de comunicação com quem efetivamente consome vidro faz a diferença. “Normalmente, eu primeiro apresento o produto, mas sei que ele sempre vai gerar dúvidas caso seja algo diferenciado. Em seguida, mostro projetos que já fiz utilizando tal produto ou referências. Com isso, o cliente entende e o resultado final sempre o agrada.”
Segundo Patrícia, várias pessoas que a contratam chegam com ideias fixas de soluções e materiais, o que pode ser atribuído à falta de conhecimento do que está disponível no mercado. “Vejo que o novo agrada, pois realmente não sabiam sequer da existência. Mas sempre perguntam do custo. Talvez esse seja o principal motivo de termos um consumo menor de itens de valor agregado no Brasil”, comenta a designer de interiores.
O “fantasma” do preço só será vencido quando os benefícios trazidos ficarem claros na mente do público. Patrícia cita um exemplo disso: “Adoro espelho bronze, sempre uso em áreas sociais. Tem um custo mais alto que o espelho cristal? Sim. Porém, vale o investimento, pois irá agregar uma estética única à obra. Hoje, alguns clientes me procuram já pedindo ‘quero aquele espelho’”. (Veja mais aplicações de valor agregado feitas por Patrícia na seção “Para sua vidraçaria”, clicando aqui)
Cuidados especiais
De nada vai valer o consumidor saber de todos esses benefícios se as empresas não levarem em conta as particularidades do manuseio de vidros de valor agregado. Os de controle solar ou outros com revestimento, por exemplo, demandam cuidados especiais, principalmente em relação à superfície que recebeu o coating – da mesma forma que espelhos e acidatos. Mesmo assim, vale comentar que as características de processamento e manutenção são mínimas quando comparadas aos diferenciais comerciais entregues por esses materiais.
Sivieri, da Guardian, também tem recomendações: “Indicamos as melhores práticas independentemente do tipo de vidro, como o uso de luvas limpas, separadores entre chapas e materiais para limpeza compatíveis”.
Catálogo de qualidade
É hora de conhecer alguns dos principais vidros de valor agregado disponíveis no Brasil. Veja a seguir, divididos por tipo e fornecedor.
DE CONTROLE SOLAR — Filtram a entrada de calor e de raios ultravioleta (UV) no ambiente. Aplicados em fachadas, fechamentos de saguões e entradas de prédios, envidraçamento de sacadas etc.
AGC Sunlux Shadow — Linha produzida especialmente para climas tropicais, como o do Brasil. Com variadas opções de cores e disponível em quatro níveis de transmissão de luz; Stopsol — Com aparência âmbar, pode ser utilizado em instalações externas e internas; Sunergy —Low-e (com baixa emissividade) de aparência neutra.
Cebrace Cool Lite — Família de produtos que engloba quatro linhas: – BR: linha produzida especialmente para o clima brasileiro; – K:low-e de aspecto neutro; – S: garante redução de até 80% da entrada de calor e 99% dos raios UV; – SK:low-e com baixa reflexão; Habitat — Linha para uso residencial, bloqueia quase 100% dos raios UV, ajudando a proteger móveis, cortinas e tapetes do desbotamento precoce; Emerald — Na cor verde, oferece grande passagem de luz e baixa reflexão.
Guardian SunGuard — Família de produtos que engloba três linhas: – Solar: vidros de aspecto espelhado, voltados para aplicação comercial; – High Performance: permite maior entrada de luz no ambiente; – SuperNeutral: peças de aparência neutra que garantem altos níveis de transmissão de luz e menor ganho de calor solar; ClimaGuard — Linha para uso residencial, bloqueia duas vezes mais calor do que um vidro comum e protege contra os raios UV, além de ter baixos índices de reflexão.
Vivix Vivix Performa — Bloqueia o calor até quatro vezes mais do que um incolor e evita a entrada de raios UV. Disponível em duas versões: monolítica (cores bronze, verde e cinza) e laminada (a Vivix Performa Duo, em seis cores). Podem ser utilizados ainda em móveis e interiores.
Existem também vidros de controle solar com uma aparência mais espelhada, que refletem os seus arredores com maior intensidade. São os preferidos para a aplicação na decoração e em móveis, embora alguns dos citados ao lado também sirvam para essas soluções.
Cebrace Reflex — Peças de tonalidade dourada; Reflecta — Com aspecto brilhante, está disponível na tonalidade incolor.
Guardian Vidro Refletivo Guardian — Disponível nas cores prata e champanhe.
PINTADOS — Como o nome indica, a parte de trás das peças é pintada em diferentes cores. Usado principalmente para a decoração de ambientes, revestimento de paredes e em móveis.
Vidro de controle solar na cor âmbar Divulgação AGC
AGC Lacobel — Nove opções de tonalidade, sendo que as versões branca, extrabranca e preta são produzidas no Brasil; Lacobel T — Vidro pintado que passa pelo processo de têmpera, graças ao uso de uma tinta patenteada, desenvolvida por um fornecedor parceiro. Cinco cores disponíveis.
Cebrace Laqueado — De aspecto envernizado e com alto brilho. Disponível nas cores branca, extrabranca e preta.
Guardian DecoCristal — De aspecto envernizado e com alto brilho. Produzido nacionalmente nas cores preta, branca e off white.
Vivix Vivix Decora — Disponível nas cores preta, branca e nude, garante facilidade de limpeza e durabilidade.
EXTRA CLEAR — Peças com baixo teor de ferro, mais claras que os vidros incolores. Podem ser usadas em fachadas, fechamentos de vãos, divisórias e móveis.
AGC Clearvision — Segundo a empresa, é o extra clear com a tonalidade mais clara encontrada no País.
Cebrace Extra Clear — Permite reprodução natural e verdadeira das cores branca e pastel quando esmaltado, envernizado ou serigrafado. Pode ser usado monolítico ou laminado.
Guardian UltraClear — Com excelente clareza e alta transparência, pode ser laminado, temperado e curvo.
EXTRAGROSSO — Como o nome indica, suas espessuras são maiores que as de vidros comuns. Usados principalmente em móveis.
AGC Linea Azzurra — Vidro italiano com tonalidade ligeiramente azulada, está disponível com até 25 mm de espessura.
Cebrace Extra Grosso — Com cor uniforme, é encontrado nas espessuras de 12, 15 e 19 mm.
Guardian Vidro Grosso — Encontrado nas espessuras de 12, 15 e 19 mm.
ESPELHOS PARA DECORAÇÃO — Espelhos especiais, voltados para o uso estético em aplicações decorativas, revestimento de paredes e móveis.
AGC Mirox Premium — Com dupla camada de proteção, altos níveis de reflexão e resistência, é encontrado nas cores tradicional (prata), bronze e fumê.
Cebrace Espelho Cebrace — Oferece reflexo sem distorção, além de maior resistência à umidade, oxidação, formação de manchas e corrosão nas bordas.
Guardian Espelho Guardian Evolution — Conta com uma camada protetora especial aplicada no verso que eleva a durabilidade em relação a manchas e oxidação, protegendo ainda contra riscos nesse lado da peça. Encontrado nas cores prata, bronze e fumê.
Vivix Vivix Spelia — Disponível nas opções incolor, cinza e bronze, oferece maior brilho e durabilidade. A linha possui um processo de produção sustentável, com reciclagem da água e da prata aplicadas no processo.
ACIDATOS — Peças que ganham acabamento com ácido, tornando-as levemente opacas, mas permitindo a passagem de luz. Aplicadas na decoração de ambientes, divisórias e móveis.
AGC Matelux — Com toque acetinado e resistente a manchas, tem aspecto fosco e translúcido; Matelac — Linha que conta com o Matelac Silver (versão do espelho Mirox Premium, nas cores tradicional, bronze e fumê) e Matelac Branco e Preto (versões do vidro pintado Lacobel).
Guardian SatinDeco — Proporciona privacidade com alta transmissão de luz dispersa.
Após alguns adiamentos devido à pandemia, entrou na fase final o processo de revisão do direito antidumping aplicado às importações brasileiras de vidros planos float incolores, com espessuras de 2 a 19 mm, da Arábia Saudita, China, Egito, Emirados Árabes, Estados Unidos e México. O parecer final da Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público (SDCOM), pela prorrogação ou extinção do direito, foi expedido no começo de fevereiro e enviado para avaliação ao Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior do Ministério da Economia. A decisão final será publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias.
Neste começo de 2021, a Abravidro firmou parceria com uma nova ferramenta de cursos a distância, para ser utilizada gratuitamente, pela Internet, por funcionários das empresas associadas à entidade. Com isso, o número de treinamentos online disponíveis saltou de 40 para quase 350 nas áreas de administração, contabilidade, direito, finanças, gestão, liderança, idiomas, informática, logística, publicidade e marketing, e também recursos humanos e vendas. Para assistir aos conteúdos, em formato de videoaulas, pode-se utilizar computador ou o aplicativo próprio da plataforma para uso em celulares e tablets. A duração dos cursos varia de 2 a 10 horas (introdutórios) e 60 a 80 horas (longa duração). Mais informações podem ser obtidas pelo e-mailcursos@abravidro.org.br.
Publicado pelo Governo do Estado de São Paulo, em 15 de janeiro, o Decreto 65.471 estabelece que os vendedores de mercadorias adquiridas com substituição tributária (ST) devem recolher, em transações realizadas a partir dessa data, a diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) apurado, caso o valor de venda tenha sido maior que sua Margem de Valor Agregado (MVA).
Se não houver nova regulamentação, a forma da apuração considerada é a que consta na Portaria CAT 42/18 – e essas mudanças já estão indicadas na versão atual da cartilha A substituição tributária aplicada ao vidro plano, disponibilizada gratuitamente no site da Abravidro.
Também em janeiro, a Portaria CAT-04 alterou os prazos da Portaria CAT 32/19, de 25 de junho de 2019, para a pesquisa de substituição tributária de materiais de construção e congêneres: a data para a entrega do levantamento de preços passa a ser 31 de março, enquanto os atuais Índices de Valor Adicional Setorial (IVA-ST) passam a vigorar até 30 de junho, atendendo aos pleitos do Departamento da Indústria da Construção e Mineração (Deconcic). Vale destacar que esse levantamento já está em andamento, sendo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
ICMS-ST complementar em SP
O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu, por ocasião do julgamento do RE 593.849, tema 201, o direito à restituição do ICMS-ST quando a base de cálculo da ST utilizada for superior ao preço de venda final, observando os termos do Art. 150 § 7 da Constituição Federal. Com base nesse entendimento, no dia 14 de janeiro, o Governo do Estado de São Paulo regulamentou, por meio do Decreto Nº 65.471, a possibilidade da cobrança do ICMS-ST complementar nos casos inversos, ou seja, quando a base de cálculo do fato gerador (venda) for maior que a base de cálculo do ICMS-ST.
Alex Martins assumiu, no início deste mês, a função de gerente-comercial da usina para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Carioca e graduado em administração de empresas, Martins já passou por empresas como Ambev e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e está na Vivix desde o início das operações da fabricante. Danilo Gatto, que ocupava o cargo de gerente-comercial da Vivix, deixou a empresa este mês.
O maior congresso vidreiro do mundo, realizado na cidade finlandesa de Tampere, receberá resumos de palestras (abstracts) para avaliação até o dia 18 de abril. A organização do evento também informou que, este ano, ele terá um formato híbrido: a parte presencial terá, no máximo, 350 participantes, dos quais 45 serão aceitos para apresentações orais. Os detalhes da edição virtual (dedicada àqueles que não puderem comparecer fisicamente) serão anunciados em breve. Workshops ocuparão os dias 19 e 20 de outubro; a conferência propriamente dita será nos dias 20 a 22, com três sessões técnicas paralelas por dia.
O Grupo Saint-Gobain anunciou que, a partir de 1º de março, a Cebrace será a distribuidora exclusiva dos vidros impressos fabricados pela Saint-Gobain Glass (SGG) para todo o território nacional. Os produtos continuarão com a marca Saint-Gobain Glass, já que a usina seguirá responsável pela fabricação. Durante o período de transição, as equipes comerciais das duas usinas organizarão conjuntamente visitas e reuniões virtuais a fim de estabelecer contato e, de forma individual, esclarecer eventuais dúvidas. Após o anúncio da nova política comercial da empresa, o gerente Comercial e de Marketing da Saint-Gobain Glass, Pedro da Matta, deixará a companhia em 28 de fevereiro.
O novo site do Grupo Satinal (www.satinal.it) já está no ar. O espaço foi elaborado para ser uma plataforma completa para a indústria de vidros de segurança, apresentando as três áreas de atuação do grupo nesse segmento: as máquinas fabricadas pela TK para laminação e têmpera química; a linha de filmes de EVA da Strato; e os produtos químicos da Satinal. A página inclui seções para e-commerce, atendimento ao consumidor e apresentação de novidades, como os equipamentos voltados para os conceitos da Indústria 4.0 e as películas próprias para a produção de painéis fotovoltaicos.
A Diamut, divisão de ferramentas do Grupo Biesse, ativou, no dia 18 de dezembro, um canal digital de vendas online na plataforma Amastone, tradicional portal do mercado de pedra. Agora, toda a gama de ferramentas e acessórios fabricados pela empresa para processamento de vidro pode ser comprada por lá. Até o fechamento desta edição de O Vidroplano, a Diamut era encontrada apenas na versão da Amastone para a Itália, mas em breve também estará na versão para o mercado mundial.
Como se vê na reportagem especial da presente edição de O Vidroplano (para lê-la, clique aqui), vidros e espelhos podem trazer uma série de benefícios a uma obra. E uma possibilidade não tão conhecida, mas também muito interessante, é o uso desses produtos como uma tela para projeção de imagens, unindo estética à modernidade.
Há diferentes formas para conseguir esse resultado. Sua vidraçaria já está familiarizada com alguma delas? A seguir, apresentamos as principais soluções disponíveis no mercado, como elas funcionam e como sua empresa pode incorporá-la ao catálogo de produtos.
Imagens em meio à transparência Uma forma de se chegar a esse tipo de aplicação é empregando películas especiais sobre o vidro usado como divisória e lousa, por exemplo. A peça de vidro pode tanto estar em um canto do ambiente como no meio dele – nesse segundo caso, dependendo do tipo da película, é possível assistir à projeção nos dois lados.
Rayssa Navarro, CEO da Multpainel Lousas de Vidro, explica que essa solução pode ser utilizada em salas de aula e de reunião, bares, restaurantes e em qualquer outro espaço em que um telão seja bem-vindo. “A instalação de uma lousa desse tipo é comum: o único cuidado especial é com a superfície que leva a película, pois ela fica mais suscetível a arranhões, marcas etc., influenciando diretamente na qualidade da imagem”, acrescenta.
Lousa de vidro com película de projeção: solução pode ser utilizada em qualquer espaço em que um telão seja bem-vindo
Segundo Rayssa, há três tipos de película para projeção, sendo todos importados:
– Cinza/branca: a opção mais comum nesse tipo de aplicação;
– Translúcida: permite a projeção nos dois lados do vidro (em vez de apenas na face voltada para o projetor), sendo muito utilizada em vitrines;
– De projeção e escrita: essa é a película de maior valor agregado entre as demais, pois, além de garantir boa projeção, também possui a característica de lousa, admitindo escrever e apagar nela sem deixar manchas ou resíduos.
A arquiteta Cristiane Schiavoni já utilizou essa solução em alguns de seus trabalhos. Um deles – uma divisória aplicada na varanda do apartamento de um cliente – foi apresentado na edição de junho de 2020 de O Vidroplano. “Nesse caso, a solução foi primordial para o sucesso do uso desse ambiente — a ideia era justamente fazer uma integração dessa varanda”, conta a arquiteta. “Assim, não faria sentido se a projeção de imagens ficasse em um dos cantos, pois o espaço é tão grande que, se eu colocasse a divisória em uma das paredes, quem estivesse do lado oposto não conseguiria visualizar a transmissão.”
Um ponto que o vidraceiro deve considerar é se vale mais a pena trabalhar diretamente com a colocação desse produto sobre o vidro ou comprar e revender a peça com a solução já agregada a ela. Rayssa, da Multpainel Lousas de Vidro, ressalta que a aplicação da película é bastante criteriosa, pois gera vincos e ondulações permanentes dependendo de seu manuseio. “Com a técnica necessária, é um grande valor agregado para as vidraçarias.”
Espelho, espelho meu… À primeira vista, os magic mirrors (espelhos mágicos) podem parecer comuns. Mas levam um sistema tecnológico acoplado para a emissão de imagens em suas superfícies refletivas. Dessa forma, podem passar de um espelho para um televisor com o toque de um botão. “Esses produtos são preparados individualmente em nossa empresa para cada projeto. Além da chapa de espelho propriamente dita, levam uma TV especial instalada na peça”, explica Alex Cereza, proprietário da It-Magic, comerciante dos itens desde 2010 no Brasil. Segundo ele, o sistema completo é fornecido diretamente ao cliente.
Magic mirror: quando ligado, produto passa de espelho para televisão
Ainda na área de projeção de imagens em superfície espelhada, outra possibilidade é a combinação de um televisor embutido com vidros refletivos. “Desenvolvi recentemente um projeto para um quarto em que haveria um armário na parede em frente à cama mas não teria espaço para a TV. Por isso, projetei a televisão para ser colocada na porta do armário, revestida com vidro refletivo, conta a designer de interiores Patrícia Kolanian Pasquini. “Dessa maneira, encontrei a solução perfeita de ter o armário, de que o cliente tanto precisava, sem abrir mão da televisão.” Patrícia destaca ainda que, hoje, as pessoas estão bem mais antenadas à tecnologia e gostam de ter algo diferente em casa.
Telas que fornecem privacidade
Uma tecnologia que sempre chama atenção nas mostras voltadas para o setor vidreiro é a dos vidros privativos, formados por laminados com interlayer de cristal líquido (LCD): quando ativados por meio de corrente elétrica, eles mudam o estado da peça de translúcida para transparente, permitindo ao usuário conferir privacidade ou integração visual ao ambiente de acordo com a necessidade.
O que muita gente não sabe é que, quando “apagados” (ou seja, em estado translúcido), esses produtos também podem ser usados para projeção. É o caso, por exemplo, do Privacy Glass, da PKO do Brasil. Andreia Santana, especificadora técnica da empresa, detalha: “Ele pode servir como uma tela em branco, usada em conjunto com um projetor para levar a imagem até o vidro – a diferença é que a resolução da transmissão é melhor, por ser uma película de LCD”.
Privacy Glass, da PKO do Brasil: película de LCD do produto permite usá-lo também como uma tela em branco para a projeção de imagens
Os cuidados na instalação do Privacy Glass, de acordo com Andreia, são os mesmos de qualquer outro laminado. O produto não pode ser aplicado com borda exposta em ambientes úmidos e deve ter calço e folgas adequados. Além disso, por ser ativado por corrente elétrica, precisa de um ponto de eletricidade para ser ligado, o qual não deve ser compartilhado com outro equipamento eletrônico.
Avaliando custos
Seja qual for a escolha, é importante que o vidraceiro tenha em mente que ela não será barata na hora de apresentá-la ao cliente. Isso está ligado diretamente aos componentes de cada uma: “Os espelhos utilizados nos nossos produtos têm um custo maior do que o normal, pois são peças desenvolvidas especialmente para esse tipo de aplicação”, explica Alex Cereza, da It-Magic.
O vidraceiro precisa avaliar os custos das diferentes soluções e qual o mercado potencial dos produtos. Ele pode também conversar com os fabricantes para estudar a viabilidade de incluí-lo em seu portfólio. E, acima de tudo, precisa saber como vender os benefícios desses materiais. “No caso do Privacy Glass, por ser um vidro diferenciado que proporciona sofisticação ao ambiente, ele é uma solução interessante para empresas que vendem produtos de valor agregado e sabem o valor que ele tem”, destaca Andreia, da PKO.
Ambiente Atelier, de Patrícia Pasquini na Casa Cor SP 2014: entre seus destaques, um espelho inteligente com televisão embutida — só é possível perceber o aparelho quando está ligado
A 11ª edição da competição anual de fotografia Art of Building teve os vencedores anunciados no final de janeiro. Duas fotos foram premiadas: uma por um júri especializado e outra pelo voto popular de milhares de pessoas de todas as partes do mundo. Essa última, intitulada Arg of Karim Khan, foi registrada pelo fotógrafo australiano Borna Mirahmadian ao capturar a luz do Sol penetrando no interior da cidadela de Karim Khan, no Irã, após atravessar um vitral, enchendo o espaço de cor (1). Além dos vencedores, 13 trabalhos acabaram selecionados como finalistas. Um deles, clicado por Kirill Kolosova em São Petersburgo, na Rússia, mostra a torre envidraçada Lakhta Center com um temporal prestes a desabar (2). O Art of Building é organizado pelo Chartered Institute of Building (CIOB), considerado o maior e mais influente organismo profissional de gestão de construção do mundo.
A Multifilmes, empresa especializada em películas para vidros automotivos e outras superfícies, trouxe para o Brasil a tecnologia AIS Films (Automotive Immune System – Sistema Imune Automotivo), que fornece proteção contra a contaminação por bactérias e vírus (incluindo a Covid-19): os filmes são feitos com agentes antimicrobianos em sua superfície, usando partículas metálicas carregadas positivamente para atrair vírus e bactérias. Ao entrar em contato com eles, as partículas geram oxigênio ativo, que destrói as camadas protetoras desses organismos, tornando-os vulneráveis e inativos – segundo a empresa, isso neutraliza 99,99% do risco de contaminação, tornando a superfície do filme segura ao toque. O produto foi testado e regulamentado pela SGS (Société Générale de Surveillance – Sociedade Geral de Fiscalização) nos Estados Unidos.
A Bavelloni, fabricante e fornecedora de equipamentos para o processamento de vidros planos, anunciou a abertura de uma nova filial no País. A unidade será responsável por consolidar e expandir a atividade de vendas de novas máquinas e ferramentas no mercado brasileiro, além de prestar suporte e fazer o atendimento in loco. Teodoro Baldassarre, profissional com vasta experiência no setor vidreiro e ex-gerente regional na América do Sul da Glaston, ocupará o cargo de diretor da filial brasileira – antes, a Bavelloni tinha a Glaston como sua distribuidora no Brasil, mas a multinacional finlandesa anunciou, no início deste ano, o encerramento de sua unidade brasileira.
Sinônimo de sofisticação, piscinas com borda infinita ganham cada vez mais atenção por parte de arquitetos, engenheiros e designers de interiores. Se essa estrutura geralmente era encontrada em hotéis de alto padrão, spas e resorts de luxo, hoje em dia pode ser vista também em empreendimentos de menor porte e residências, muito por sua estética única que conquista as pessoas. Imagine, então, uma instalação dessas com vidro! Para entender o trabalho de especificação nesses casos, O Vidroplano explica o que precisa ser levado em conta na hora de fazer os cálculos, assim como a importância dos interlayers e da vedação bem feita.
Como funcionam
Essas piscinas aplicam uma ilusão de ótica: uma de suas bordas é mais baixa que as demais. Com isso, a água transborda por ali, dando a impressão de que a superfície não tem fim. Essa água transbordada cai em uma calha, vai para um reservatório, passa por filtragem e é bombeada de volta à piscina, num ciclo contínuo.
Apelo visual: piscinas com borda infinita também permitem estéticas diferenciadas, como o jogo com a luz de LEDs instalados na estrutura
Em depoimento ao site Tua Casa, a arquiteta Sandra Pompermayer explica que, mesmo podendo ficar de 10% a 20% mais caro do que o de uma piscina comum, um projeto como esse valoriza o imóvel, agregando valor a ele – tanto que muitos condomínios modernos são pensados com estrutura semelhante. Segundo Sandra, terrenos em declive são os mais indicados para a construção: “Assim, cria-se uma ligação visual entre a paisagem e a piscina. Outra vantagem é na hora da construção, já que não há a necessidade de retirar muita terra”. Um terreno plano até pode receber a estrutura, mas os gastos com mão de obra serão maiores.
Como funcionam as piscinas de borda infinita: uma de suas bordas é mais baixa que as demais, permitindo que a água transborde por ali
Como escolher o vidro
O cálculo para a especificação não é nada simples. Variantes diversas influenciam na espessura do vidro, incluindo:
– Dimensões da peça (largura e altura);
– Quantidade de apoios;
– Duração da carga exercida no vidro (no caso de visores de piscina, será permanente);
– Temperatura da carga (na maioria dos casos, são considerados 40 °C);
– Pressão hidrostática, representado pelo indicador “metros de coluna d’água” (mca).
Vale reforçar que todo esse cuidado se dá devido à enorme pressão causada pela água. “Não parece, mas ela é muito pesada. E essa pressão é maior conforme a profundidade aumenta”, explica Vaughn Schauss, gerente e consultor técnico para as Américas da Kuraray.
Por isso, como a resistência das chapas deverá ser a máxima possível, o indicado é usar vidros de segurança – no caso, multilaminados de temperados, com interlayers estruturais, pois, “além de permitir a redução da espessura final do conjunto, garantem alta resistência aos choques mecânicos e, em caso de quebra, impedem o rompimento do vão, dando tempo de esvaziar a piscina”, reforça Vagner Martins Júnior, especificador técnico da PKO do Brasil. Nesse sentido, é importante considerar sempre o uso de uma lâmina mina extra, para oferecer ainda mais segurança no caso de troca das peças.
“Dada toda essa complexidade, recomendamos que especialistas que trabalham com sistemas construtivos sejam contatados para garantir a segurança do cálculo”, indica Douglas Alves, representante técnico para a América Latina da Eastman. Dessa forma, será possível minimizar possíveis erros e gastos extras com reposição de materiais em caso de especificação errada. Vale lembrar que a Cebrace possui uma ferramenta gratuita em seu site (www.cebrace.com.br/CalculoEspessura) para o cálculo da espessura de vidros a serem aplicados em visores de piscina e aquários, entre outras instalações.
Como funcionam as piscinas de borda infinita: uma de suas bordas é mais baixa que as demais, permitindo que a água transborde por ali
Interlayers e vedação
Como mencionado, os interlayers devem ser estruturais. “Eles contribuem com a resistência mecânica necessária para a aplicação”, esclarece Douglas Alves, da Eastman, fabricante do Saflex Structural DG41.
Vaughn Schauss, da Kuraray, fabricante do SentryGlas, reforça que esses materiais precisam de rigidez o bastante para resistirem à deflexão das placas e ainda oferecer o desempenho pós-quebra adequado – segurar os cacos dos vidros no lugar. “Os interlayers também nunca podem entrar em contato com a água por longos períodos, embora precisem resistir a esse contato por uma curta duração de tempo”, comenta.
Daí vem a importância da vedação. “O tipo de selante escolhido influencia na estabilidade do conjunto. Um produto mal-especificado ou mal-aplicado pode causar interação química com o interlayer, gerando delaminação”, afirma Vagner Martins Júnior, da PKO. O selante, portanto, tem função dupla numa obra assim: previne o contato das bordas dos vidros com a umidade, aumentando a durabilidade da estrutura, e evita o vazamento de água, o que gera problemas de ordens diversas no local ao redor da piscina.
Cuidados na hora de instalar
A fixação correta é outro ponto essencial do trabalho com piscinas envidraçadas. Dois tópicos ganham atenção:
– “Engastamento”: os apoios estruturais que impedem os movimentos das peças;
– Diagrama de forças: também chamado “diagrama de corpo livre”, mostra as diversas forças exercidas sobre um objeto.
Para que a solução seja efetiva do ponto de vista estrutural, recomenda-se a contratação de um profissional técnico, responsável por gerar um memorial de cálculo, que apontará a forma correta para esse “engastamento”. Não há receitas prontas a serem seguidas: para cada projeto, é preciso estudar qual será o tipo de fixação adequado.
Não se deve esquecer também da logística para o transporte e o descarregamento dos vidros: dada a sua especificação robusta, as peças podem chegar a centenas de quilos. Por isso mesmo, o manuseio deve ser feito com equipamentos próprios, incluindo ventosas, evitando qualquer possibilidade de acidentes nos canteiros de obra.