Nem só de pandemia vive a indústria

domingos-nov2020As eleições municipais deste mês de novembro são um bom lembrete de que nem só de pandemia e seus impactos na saúde, na indústria e na economia vivemos. Neste ano atípico, a agenda política também foi bastante impactada e muitas das demandas da sociedade – mas especialmente do empresariado – ao governo, como a reforma tributária, não conseguiram avançar e vão ficar para o terceiro ano da gestão Bolsonaro.

E se há agendas paradas por conta da pandemia, aqui na Abravidro, ao contrário, os projetos continuam firmes e em andamento. Prova disso foi a publicação, no último dia 12, da norma NBR 16918 — Vidro termoendurecido, após três anos de muito trabalho com a contribuição de representantes de diversos elos da cadeia vidreira. E também neste mês teve início a revisão da NBR 14698 – Vidro temperado.

O temperado é o processado mais utilizado no Brasil, como mostra o Panorama Abravidro, e a norma que trata desse produto é de 2001. Fica aqui o convite aos nossos leitores para que participem desse processo de forma ativa, contribuindo para o desenvolvimento de uma norma mais abrangente e completa. As reuniões, que neste momento estão sendo realizadas exclusivamente de forma remota, são abertas à participação de todos e o calendário está disponível em nosso site.

A agenda de treinamentos oferecidos pela Abravidro também tem estado agitada, com muitos acionamentos nos quatro cantos do País, o que demonstra que os processadores estão aproveitando o período de demanda aquecida para qualificar suas equipes e melhorar seus resultados. Como empresários, é nosso papel buscar melhorias constantes em nossas empresas, sempre tentando alcançar a excelência operacional. O que você tem feito para melhorar a produtividade da sua empresa?

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Caleidoscópio – novembro 2020

DADOS & FATOS

Produção retoma o nível pré-pandemia
Se na edição passada comemorávamos o avanço da produção industrial brasileira com a ressalva de que o rombo causado pela pandemia ainda não tinha sido totalmente recuperado, agora sim a comemoração é completa: de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial brasileira avançou 2,6% em setembro, na comparação com agosto, eliminando as perdas de 27,1% acumuladas em abril e março.

Mais dados positivos
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também identificou os recentes bons resultados. De acordo com a entidade, a atividade industrial de setembro foi excepcionalmente forte para a época e as horas trabalhadas na produção praticamente voltaram ao patamar pré-pandemia (crescimento de 2,8 %), enquanto a utilização da capacidade instalada alcançou 79,4%. O faturamento continuou na ascendente (+5,2% em setembro).

Confiança no azul
Com isso, o empresário industrial mostra otimismo. O Índice de Confiança da Indústria (ICI), pesquisa elaborada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentou crescimento de 4,5 pontos na passagem de setembro para outubro deste ano, alcançando a marca de 111,2 — em uma escala que vai de 0 a 200. Esse é o maior nível registrado desde abril de 2011, quando a confiança do empresário da indústria brasileira atingiu 111,6 pontos. Os dados divulgados pela FGV apontam crescimento da confiança em 16 dos 19 segmentos industriais pesquisados.

 

FIQUE POR DENTRO

Falta de matéria-prima atinge todos os setores
Segundo pesquisa realizada pela CNI, 68% das empresas consultadas estão com dificuldade para comprar matéria-prima no mercado nacional. O levantamento aponta também que, dentre as empresas que utilizam insumos importados regularmente, 56% informaram encontrar barreiras.

Pequenos são os mais afetados
A falta de insumos para a linha de produção das empresas atinge 70% das de pequeno porte e 66% das grandes. A sondagem aponta também que 44% relataram problemas para atender seus clientes. Entre os principais entraves estão falta de estoques (47%), procura maior que a capacidade de produção (41%) e incapacidade de aumentar a produção (38%).

Quando melhora?
De acordo com a opinião de 55% das indústrias ouvidas, a normalização da oferta ocorrerá a partir de 2021. Já 16% esperam que a retomada ocorra nos próximos seis meses.

 

RETROVISOR

Novos fornos
Em novembro de 2013, O Vidroplano registrou duas ações relacionadas a, na época, novos fornos erguidos no Brasil. Uma delas foi o evento de apresentação da primeira planta da AGC no Brasil, em Guaratinguetá (SP); a outra foi a visita promovida pela Vivix para que vidreiros conhecessem a unidade de Goiana (PE) — com direito a foto dentro do forno —, que seria inaugurada em 2014.

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Analisar para crescer

Parece repetitivo falar em pandemia, mas não tem jeito, vivemos um momento único que afeta de forma intensa nosso setor – e, por isso, precisa ser analisado com atenção na busca pelo retorno ao desenvolvimento. Este mês em O Vidroplano preparamos mais uma reportagem a respeito da atual situação de um importante mercado consumidor de vidro – no caso, o moveleiro, que parece se recuperar em bom ritmo. Aí está uma notícia interessante para as empresas fornecedoras de nosso material.

Outra consequência do coronavírus é a adaptação de feiras vidreiras, sendo transformadas em eventos virtuais, pela Internet. A Glasstec, principal mostra de vidro do mundo, teve uma versão online no final de outubro, inclusive com participação de empresas brasileiras. E a Glass South America, a maior da América Latina, organizou o primeiro webinar Conexão Glass, série de lives cujo objetivo é trazer conteúdo técnico aos profissionais.

Na seção “Para sua vidraçaria” desta edição, mostramos uma solução inusitada, mas que vem sendo bastante usada nos últimos anos: lousas de vidro. Indicadas para diferentes finalidades, elas podem ser aplicadas em vários espaços, incluindo residências e escritórios. Outro destaque da revista é a matéria a respeito do maior prédio residencial do Centro-Oeste brasileiro, cuja fachada ganhou vidros de controle solar para garantir o conforto térmico dos ocupantes.

Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Prédio mais alto do Centro-Oeste tem fachada de controle solar

Um colosso foi erguido no coração do País. Em Goiânia, o há pouco inaugurado Kingdom Park Residence transformou-se no edifício mais alto do Centro-Oeste brasileiro. Com 175 m de altura e 52 andares, o prédio une sustentabilidade com tecnologia vidreira: 5.500 m² de vidro de controle solar ajudam os moradores a suportar o forte calor local.

Ficha técnica
Autor do projeto: Unyt
Local: Goiânia, Goiás
Conclusão: fevereiro de 2020

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Design global
Projetada pelo arquiteto Andrey Machado, do escritório goiano Unyt, a obra buscou referências em centros urbanos conhecidos pela presença de uma arquitetura vertical desenvolvida, com inúmeros arranha-céus, como regiões dos Estados Unidos, Austrália, África do Sul e Cingapura. Segundo os responsáveis pelo design, a inspiração das formas do Kingdom veio das metrópoles mais cosmopolitas do planeta para integrar a paisagem da capital de Goiás a uma estética reconhecível globalmente.

Os apartamentos, de altíssimo padrão (cada unidade tem 482 m²), oferecem vista de 360 graus da cidade aos usuários. Sistemas de automação residencial ajudam na economia de energia, além de garantir o monitoramento do consumo – persianas, luzes e outros aparelhos eletrônicos são ativados por controles remotos ou até mesmo por gestos dos moradores.

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Pele de vidro
Mas o fator mais determinante para o edifício ser sustentável, no que diz respeito ao menor uso de eletricidade, é a fachada envidraçada. Composta de peças de controle solar SunGuard Silver 32, fornecidas pela Guardian e processadas pela Tem Vidros, bloqueia cerca de 60% do calor ao mesmo tempo que permite a entrada de 33% de luz. Com isso, o sistema de ar condicionado é menos usado – e ainda se tem certa quantidade de iluminação natural durante o dia. “As constantes inovações tecnológicas no segmento vidreiro contribuem para os conceitos de sustentabilidade, sem abrir mão de grandiosas concepções arquitetônicas, e isso é algo almejado pela construção civil e pelo cliente final”, comenta Paulo Silas, diretor-comercial da Sim Engenharia, empresa envolvida no projeto.

 

Especificação
Vidro da fachada: 5.500 m² de vidro de controle solar SunGuard Silver 32
Fornecedora: Guardian
Processadora: Tem Vidros

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Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Como definir metas de vendas

Escrito por Wan Ming Chung

As metas de vendas podem ser estimulantes para que os vendedores se empenhem, mas também podem ser desmotivadoras, caso sejam definidas sem qualquer critério. Com as frequentes mudanças no comportamento do consumidor, elas precisam seguir essas tendências. Veja alguns passos fundamentais para quem precisa defini-las de maneira assertiva.

– Revise a meta macro
Todas as ações devem estar alinhadas com o que foi definido pelo planejamento. Se a intenção é aumentar o market share, por exemplo, as ações precisam ser mais agressivas e consultivas.

– Reveja o histórico de vendas recentes
Comparar as vendas do ano passado com as deste ano pode dar uma ideia de como está o comportamento de compra do cliente – podem-se identificar itens que perderam importância e outros que se tornaram de primeira necessidade. Por isso, estudar o histórico ajuda a entregar o que realmente será vendido.

– Sazonalidade
Leve em conta as variações sazonais de vendas de seu negócio. Novamente, muita atenção na maneira de considerar a sazonalidade nas metas, projete diferentes hipóteses, pois até mesmo cenários previsíveis podem mudar.

– Tipos de cálculo
Também é preciso levar em consideração seus objetivos estratégicos. Se a empresa quer que um determinado produto ocupe 30% do faturamento total, o cálculo de representatividade é o mais indicado, pois usar apenas como meta o valor monetário não fará com que o objetivo seja atingido.

– Medir para motivar
Outra maneira de gerar resultados é medir o desempenho dos vendedores e, a partir daí, estipular metas atingíveis – e ao mesmo tempo desafiadoras. A análise de desempenho também ajuda a dar premiações mais justas para quem realmente gerou bons resultados.

Wan Ming Chung é diretor da WCA Inteligência Comercial, startup com experiência em tecnologia e planejamento integrado de demanda

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Organizadores da Glass South America realizam webinar

A NürnbergMesse Brasil, organizadora da maior feira vidreira da América Latina, a Glass South America, realizou, no dia 29 de outubro, o primeiro webinar da Conexão Glass, série de lives mensais que ocorrerá até a realização presencial da mostra, de 24 a 27 de março de 2021, em São Paulo. Vários conteúdos a serem explorados na montagem do ano que vem serão abordados nos webinars. Além disso, anúncios e novidades também serão apresentados a cada edição online. O tema de estreia foi Casas inteligentes e conectadas: oportunidade de negócios para o setor.

Alexandre Brown, head de Portfólio da NürnbergMesse Brasil, mediou o evento, com apoio de Paula Bosqueiro, coordenadora de Marketing da empresa.

Casas automatizadas
Os convidados da primeira transmissão foram José Roberto Muratori, presidente da Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial (Aureside), e Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro.

A automação residencial, explicou Muratori, consiste em um processo que, usando diferentes tecnologias e soluções eletrônicas, possibilita ao usuário usufruir o máximo de qualidade de vida na sua habitação – essas soluções incluem o acesso à Internet, controles de iluminação, eficiência energética, acesso, alarmes, sistemas de câmaras, sensores etc. Trata-se de um segmento muito amplo, abrangendo também escolas, escritórios, redes de lojas e clínicas, entre outros. Além disso, apesar de ainda ser novo, o mercado voltado para residências apresenta grande tendência de expansão, com projeções de crescimento de 22,7% ao ano.

De acordo com Muratori, é da competência do profissional de automação saber interligar os equipamentos de uma casa inteligente atendendo o perfil de cada usuário. E o que isso tem a ver com o vidro? Muita coisa: nosso material pode ser integrado a esse setor, como no uso de vidros inteligentes que permitam um melhor aproveitamento da iluminação natural. “Todo projeto é, por natureza, multidisciplinar. Muitas vezes, a resposta para um problema de automação vem da área do vidraceiro, ou do arquiteto. Dessa forma, é muito importante nesses projetos que haja integração entre os profissionais envolvidos”, afirmou o presidente da Aureside.

 

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Oportunidades
Gabriel Batista observou que, embora a automação residencial possa não parecer diretamente ligada ao trabalho do vidraceiro, a edição 2017 do congresso Glass Performance Days (GPD), na Finlândia, apontou a automação dos componentes mecânicos dos envidraçamentos, com acionamento por sensores e tecnologia mobile, como um dos principais objetivos para a atuação do setor vidreiro mundial. Segundo ele, essa demanda já vem sendo pensada e trabalhada pelo segmento há muito tempo.

“O vidraceiro, como um profissional muito inteligente, vem adaptando soluções e tecnologias destinadas a outros mercados nas suas próprias instalações”, destacou Batista. Para ele, esse segmento é um oásis de oportunidades – mas, para que sejam aproveitadas por todas as partes, é essencial que os projetistas não procurem os vidraceiros apenas no final da obra, “como acontece frequentemente hoje”.

O diretor do Grupo Setor Vidreiro falou ainda sobre como a pandemia tornou as janelas uma das principais formas de contato com o exterior, fazendo o consumidor enxergar de forma atrativa, por exemplo, divisórias transparentes que reduzem a sensação de espaço apertado.

Novidades para a Glass 2021
Os convidados do webinar também falaram sobre o que estão preparando para a edição presencial da feira. Batista estará novamente no Vidro em Ação, espaço organizado pela Abravidro. Já a Aureside, além de celebrar no evento seus 20 anos de existência, completados em 2020, realizará o Congresso Habitar, evento que trará palestras com especialistas sobre edificações eficientes e sustentáveis (com inscrições gratuitas para os visitantes da Glass South America). Além disso, montará o Lar Inteligente Experience, uma casa com diversos sistemas de automação interativos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Entenda a importância dos ensaios em temperados

Os detalhes sobre os ensaios de empenamento e fragmentação do vidro temperado, previstos na norma NBR 14698 — Vidro temperado, foram apresentados nas páginas de O Vidroplano em janeiro e março deste ano. Mas você sabe por que é importante que as processadoras os realizem e registrem seus resultados? E com qual frequência devem ser feitos? Veja a seguir as respostas para essas e outras perguntas.

Avaliação de qualidade
O bom desempenho do temperado nesses testes é um indicativo da sua qualidade. “O ensaio de fragmentação garante que o processo de fabricação esteja bem ajustado, de forma a obtermos um produto que se fragmente em pedaços pequenos, menos cortantes, em caso de quebra”, explica Edweiss Silva, consultor da Abravidro para certificação do vidro temperado pelo Inmetro.

No ensaio de empenamento (ou planicidade), a verificação deve ser feita para garantir dois pontos muito importantes.

Primeiro para que a deformação causada por alguma variação do processo não venha a interferir na montagem; segundo para que o vidro não apresente distorções ópticas em excesso.

Em ambos os casos, os testes devem ser realizados na própria empresa, por pessoal treinado para a correta execução. Normalmente, o responsável pela têmpera (forneiro) é quem cuida dessa tarefa, afinal é ele quem deve saber se há necessidade de algum ajuste no processo de têmpera para garantir a qualidade exigida.

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Anotação dos resultados
Não basta realizar os ensaios: é preciso que seus resultados sejam devidamente anotados. “A grande importância desses registros é comprovar o controle satisfatório da fabricação e auxiliar os responsáveis na verificação dos diversos tipos de vidro produzidos no decorrer do dia”, observa Edweiss.

Isso pode ser feito de diferentes formas: anotações em formulário simples, registro via sistema informatizado ou até com a utilização de imagens digitais. Vale destacar que, embora nenhuma regulamentação determine esse controle, ter os resultados dos testes é uma segurança a mais. “Mesmo se a empresa não tiver a certificação dos temperados, entendemos que os registros são essenciais para possíveis casos de reclamações de clientes”, alerta o consultor.

Frequência das avaliações
A Portaria Inmetro nº 327/2007 determina que sejam realizados pelo menos uma vez por dia os ensaios de fragmentação e empenamento dos temperados, para comprovação de qualidade. Ela também exige que todos os testes de desempenho do produto (classificação de segurança, choque térmico, choque mecânico, fragmentação, dimensional, planicidade e visual) sejam realizados anualmente em laboratório acreditado pelo Inmetro.

Edweiss, porém, recomenda que as empresas realizem os ensaios no início de produção diária, e sempre considerando cada mudança de produto. “Dessa forma, a quantidade de testes será variável, pois depende da quantidade de diferentes produtos que a processadora venha a fabricar no mesmo dia. Por exemplo, se produzir temperados de 6, 8 e 10 mm, no mínimo três ensaios devem ser realizados e registrados, um para cada espessura.”

Dicas para a avaliação dos temperados
É recomendável que o resultado da contagem dos fragmentos esteja entre o mínimo e o máximo permitido. A norma exige um resultado de 40 a 100 fragmentos, sendo ideal 70. Dessa forma, mesmo que haja variações, pois nenhum processo é 100% estável, tem-se uma boa margem de segurança tanto para mais como para menos.

Sobre o ensaio de empenamento, Edweiss ressalta que a tolerância estabelecida pela NBR 14698 é o desvio máximo que o vidro temperado pode apresentar. O processador deve sempre levar em consideração a capacidade do seu processo e o projeto de cada cliente para entregar os vidros com o mínimo de empenamento possível.

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro realiza aulas online

Em meio à pandemia, a Abravidro continua contribuindo para a capacitação do segmento vidreiro. No dia 30 de setembro, a analista de Normalização da entidade, Clélia Bassetto, realizou uma palestra online sobre as normas técnicas da ABNT relacionadas ao vidro para os alunos e professores do “Curso Técnico em Produção de Vidro”, conduzido pelo Centro Paula Souza na Escola Técnica Estadual Presidente Vargas, de Mogi das Cruzes (SP). Os estudantes, bastante interessados, formularam várias perguntas, especialmente em relação às determinações para a instalação de boxes de banheiro.

Outra atividade da associação foi a participação no módulo sobre vidros do curso de extensão “Arquitetura e Construção: Materiais, Produtos e Aplicações”, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Vera Andrade, coordenadora técnica da Abravidro, foi a responsável pelos dois primeiros dias de conteúdo para a 7ª turma do curso. Seu tema incluiu a história do nosso material, os tipos e processos de fabricação e a aplicação dele conforme as determinações das normas. Débora Constantino, consultora técnica da Cebrace (parceira da Abravidro na iniciativa), encarregou-se da terceira aula: espelhos e vidros de controle solar, seus tipos e os cuidados na especificação. Vera e Débora ministraram juntas a última aula, sobre acústica.

O curso de extensão é fruto de parceria entre a Mackenzie, Abravidro, Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Associação Brasileira da Construção Metálica (Abcem) e Instituto do PVC.

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Empresas organizam feiras virtuais

De 5 a 30 de outubro, o Grupo Biesse organizou o Inside In Action. O evento virtual reuniu pela primeira vez as divisões da Biesse, Intermac e Diamut para listar seus avanços mais recentes em tecnologia, software e treinamentos, mostrando os frutos dos investimentos do grupo sediado na Itália em inovação, pesquisa e desenvolvimento. Um dos destaques, o espaço Inside Next, consistiu na apresentação de inovações tecnológicas em produtos e processos para o trabalho com diferentes tipos de material – incluindo, é claro, o vidro –, enquanto o Inside Play trouxe uma série de webinars transmitidos ao vivo, nos quais os espectadores puderam interagir virtualmente com os palestrantes.

Quem também desenvolveu seu próprio evento digital foi a Lisec: de 27 a 30 de outubro, a empresa realizou a feira interativa Lisec Campus. Pela plataforma, mais de mil visitantes de todas as partes do mundo puderam conferir máquinas, softwares e serviços na área de processamento de vidro plano, incluindo equipamentos para corte de vidro monolítico e laminado, linhas para insulado, fornos de têmpera com carregamento automático por robôs e linhas de laminação, além de soluções e serviços de automação. A feira contou também com salas de exposição equipadas com hologramas e modelos 3D, onde os participantes puderam assistir a apresentações ao vivo, demonstrações e entrevistas, entre outras atividades. Para clientes de outros países, como os brasileiros, houve a possibilidade de contato direto com seu representante para se comunicar em seu próprio idioma.

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Viminas recebe certificação internacional

A processadora capixaba Viminas conquistou a certificação internacional europeia ECE R43, norma que libera o fornecimento de vidros planos temperados para instalação em veículos. Com a nova certificação, os produtos da empresa agora podem ser exportados para cerca de 60 países europeus. Segundo a empresa, a auditoria foi conduzida por uma filial da Vehicle Certification Agency, do Reino Unido. O processo de certificação durou cerca de um ano, devido aos obstáculos impostos pela pandemia. Para o diretor-presidente da companhia, Rafael Ribeiro, esse é um passo importante para que a Viminas conquiste mais clientes no mercado automotivo, no qual passou a atuar recentemente.

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Novo vidro da NSG combate bactérias e vírus

O Grupo NSG lançou em outubro o Pilkington SaniTise. Trata-se de um vidro com revestimento pirolítico transparente que, ativado naturalmente por meio de exposição à emissão ultravioleta da luz solar, fornece propriedades antimicrobianas e atividade contra vírus envelopados na superfície da peça. Segundo o grupo, o revestimento dura toda a vida útil do produto. O SaniTise pode ser temperado, laminado e curvado e é também compatível com produtos de limpeza, além de altamente resistente à corrosão, danos mecânicos e químicos. Até o momento, não há previsão para a chegada desse produto no Brasil.

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Linha Vivix Decora ganha nova opção de cor

A Vivix ampliou seu portfólio da linha de vidros pintados Vivix Decora. Segundo a empresa, a cor Nude é a nova opção que chega para conferir equilíbrio, suavidade e harmonia a diversas possibilidades de composição de ambientes. O motivo: traz um tom mais neutro, que pode ser usado ao lado de cores mais fortes ou mais discretas. Os vidros pintados da Vivix são produzidos a partir do incolor monolítico da usina, em chapas de até 3,3 x 2,4 m e espessura de 4 mm. A linha também conta com produtos nas cores branca e preta.

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ABNT publica norma para termoendurecidos

A ABNT publicou, em 12 de novembro, a norma NBR 16918 — Vidro termoendurecido. Como enuncia o título, o texto apresenta os requisitos para o processo de fabricação desse tipo de vidro. O novo documento, elaborado pela comissão de estudos do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), sediado na Abravidro, esteve em consulta nacional de 28 de setembro a 27 de outubro deste ano.

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Conteúdo
A NBR 16918 apresenta as características dos termoendurecidos, entre elas a tensão máxima admissível, tolerâncias permitidas para os aspectos dimensionais, defeitos visuais, empenamento total e local e comportamento de quebra. Os ensaios do produto também estão estabelecidos, incluindo os de fragmentação, avaliação de defeitos e medição de empenamento.

O documento destaca ainda que, assim como o temperado, esse tipo de vidro também precisa passar pelo pré-processamento (corte, lapidação, furação, lavagem etc.) antes de ir ao forno.

Sobre o produto
O termoendurecido é um vidro tratado termicamente para adquirir resistência mecânica superior à do float – dependendo da espessura, pode ser até duas vezes e meia mais forte. Renato Santana, coordenador de Qualidade e Lean Manufacturing da GlassecViracon, aponta que, em geral, a produção dele e do temperado é bastante parecida. “A única diferença relevante é a curva de resfriamento — ela tem menos pressão. Com isso, é possível atender um nível menor de tensão superficial, atingindo os padrões de fragmentação estabelecidos na nova norma.”

Ao contrário do temperado, o termoendurecido não pode ser considerado um vidro de segurança, pois se fragmenta em pedaços um pouco maiores e mais cortantes quando quebrado. Por isso, normalmente é usado na composição de laminados ou insulados.

Satisfação
Luiz Barbosa, coordenador da comissão de estudos do ABNT/CB-37, reconhece que o resultado do trabalho valeu a pena. “Sinto-me realizado com a notícia da publicação após mais de três anos de dedicação dos membros da comissão”, afirma. Para Barbosa, esses conhecimentos somados resultaram em uma norma objetiva, prática e moderna. Santana participou das reuniões e concorda: “O texto final não poderia ter ficado melhor. Abordamos muitas situações técnicas que permitirão aos processadores ter todos os recursos necessários para fazer um produto de alta qualidade”.

Vale destacar que todo o trabalho foi feito com base em normas internacionais sobre o produto, buscando adequar as tolerâncias e os principais requisitos à realidade do mercado brasileiro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Empresas vidreiras participam de evento online de arquitetura

No mês de outubro, a Revista Projeto e o portal Galeria da Arquitetura realizaram o evento Apaixonados por Arquitetura. A primeira parte do encontro, nos dias 7 e 8, reuniu, com transmissão online, grandes nomes nacionais do segmento para apresentar seus principais projetos, referências e influências, além de responder a perguntas enviadas pelos espectadores. Já nos dias 15, 16, 19, 20 e 21, o evento contou com uma série de “lives-satélites”, feitas por patrocinadores, arquitetos e projetistas para mostrar produtos: no dia 15, a processadora Divinal Vidros foi representada por seu técnico Leandro Gonçalves e pela arquiteta Marina Carvalho para desenvolver o tema Película de segurança em boxe de vidro é um item opcional?. No dia 21, a gerente técnica da Guardian, Betânia Danelon, falou sobre Tendências em vidros para o segmento residencial.

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Lousas de vidro trazem oportunidades de mercado

Esta seção de O Vidroplano frequentemente aponta a necessidade de que o vidraceiro não se restrinja aos trabalhos básicos e busque sempre diversificar seu portfólio. Nesse sentido, uma opção bastante inovadora é a venda e instalação de lousas de vidro. Produto bastante útil para diferentes finalidades, ele pode ser aplicado em vários espaços. Conheça mais a seguir sobre e prepare-se para suas anotações.

Solução multiuso
Na live realizada pela Abravidro no dia 18 de maio, em comemoração ao Dia do Vidraceiro, Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro, foi enfático ao apontar que a exploração de outros nichos de mercado pode ajudar a ampliar as vendas de uma vidraçaria. O exemplo dado foi justamente a aplicação de um vidro como revestimento de parede, no qual os filhos dos clientes poderiam desenhar: “A gente já vendeu muito revestimento desse tipo só focado em criança, como se fosse uma lousa”, contou para Vera Andrade, coordenadora técnica da entidade, durante a transmissão. As mesmas canetas e apagadores usados para quadros brancos podem ser usados nos vidros.

A mesma sugestão foi repetida por Gabriel durante o primeiro webinar da série Conexão Glass, programação da feira Glass South America, em outubro (saiba mais sobre o evento clicando aqui). Na ocasião, ele comentou que esse uso poderia manter as crianças distraídas nesse período em que os pais não podem levá-las para brincar fora de casa.

Mas engana-se quem pensa que os pequenos são o principal público-alvo desse produto. “Antes, vendíamos apenas para o mundo corporativo”, conta Rayssa Navarro, CEO da Multpainel Lousas de Vidro. “Apenas de 2013 para cá abrimos as vendas para pessoas físicas e esse mercado foi sendo construído.” A lousa, por si só, é um produto que pode ser instalado em todos os ambientes e lugares, não apenas para substituir os antigos quadros-negros ainda escritos a giz ou os brancos de madeira.

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Comunicação com praticidade
O que torna a lousa interessante para empresas? Rayssa explica: “O produto estimula a criatividade e favorece a boa comunicação, além de ser um ponto focal de atenção para a construção de raciocínios, debate de ideias e exposição de pensamentos. Nos espaços corporativos, tudo isso é essencial para bons resultados”.

As características do vidro facilitam essa troca de informações. “Por ser um material de fácil limpeza e manutenção, devido à sua superfície plana e lisa — sem porosidade —, ele permite escrever e apagar com praticidade, além de ser mais higiênico em relação a outras opções”, avalia Viviane Moscoso, gerente de Produto da Vivix.

O aspecto estético também conta em uma aplicação como essa. “As lousas envidraçadas permitem trazer modernidade a uma aplicação considerada tão antiquada, dando leveza ao ambiente e possibilitando a diversificação nas cores, layout e forma em que o produto pode ser usado”, destaca Camila Batista, engenheira de Desenvolvimento de Produto da Cebrace. Essa opinião é compartilhada por Matheus Oliveira, gerente de Vidros Decorativos da AGC, que acrescenta: “Muito além de uma aparência diferenciada no revestimento da parede, há uma funcionalidade importante e a possibilidade de manter a aparência original da parede, diferentemente de lousas tradicionais ou paredes com tintas comuns”.

Vale salientar que empresas e residências não são os únicos espaços em que as lousas de vidro têm potencial – por isso mesmo, é uma opção de venda que pode agregar aos negócios dos vidraceiros. “Além de ser uma alternativa criativa de uso do vidro, o material possui amplo campo de aplicação, como em academias e instituições de ensino, entre outros”, sugere Renato Sivieri, diretor de Marketing da Guardian.

O vidro ideal
Entre as usinas de base no Brasil, o vidro pintado parece ser um consenso como a melhor escolha para essa finalidade. “Sempre sugerimos os pintados como os mais indicados para lousas, pois, além de oferecer estética diferenciada, também agregam muito estilo e modernidade aos ambientes”, informa Renato Sivieri, da Guardian.

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Porém, a pintura da peça não é o único tratamento pelo qual ela deve passar. “No que se refere ao processamento do vidro, não existem referências técnicas específicas para isso, mas recomenda-se utilizá-lo na versão temperada e/ou laminada, pois são classificados como vidros de segurança pela forma como os fragmentos se quebram em uma situação de acidente, diminuindo o risco para o usuário”, alerta Camila Batista, da Cebrace.

Rayssa, da Multpainel, concorda: “Damos preferência a vidros temperados e defendemos muito a utilização desse tipo de beneficiamento. Apesar de muitas lousas de vidro comum ou de laminado simples serem vendidas no mercado, não abrimos mão do temperado em nossos modelos. Mesmo se a aplicação, por norma, demandar uma peça laminada, preferimos recorrer ao laminado temperado”.

Da mais comum à mais sofisticada
Uma lousa de vidro básica é bem simples de ser instalada. A forma mais comum é a fixação mecânica, parafusando-a com prolongadores. Porém, também é possível colá-la com fitas dupla face, em processo semelhante ao usado na aplicação de espelhos.

Essa é a solução mais simples de oferecer ao cliente, mas o vidraceiro pode, e deve, explorar também outras possibilidades. A seguir, alguns exemplos:

– Uma delas é a magnética. Nela, além de escrever, também é possível fixar objetos com a ajuda de ímãs. “Nada mais é que uma lousa de vidro básica com uma manta de alto magnetismo aplicada na parte de trás. Dessa forma, o magnetismo ultrapassa a massa do vidro”, explica Rayssa;

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– Menos comuns no mercado, porém bastante promissoras para os próximos anos, são as digitais interativas. Como o nome diz, permitem a projeção de imagens, como se fossem uma tela de toque. A única diferença na instalação é que uma película de projeção deve ser aplicada na face do painel, para evitar que os reflexos atrapalhem a nitidez da tela. Viviane, da Vivix, ressalta que nesse tipo específico de aplicação é necessário avaliar a escolha correta do vidro e o uso de sistema operacional que permita a interatividade digital;

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– E, quando falamos em lousas, pode vir à mente uma placa envidraçada colocada no meio de uma parede – mas, em vez disso, por que não sugerir ao consumidor que toda a parede seja revestida? “Costumamos indicar a aplicação do produto para revestimentos de paredes de escritórios, salas de aulas e espaços residenciais em que possa haver quadro de anotações”, conta Oliveira, da AGC. “Até mesmo para o quarto da criança há lugar — estimula a criatividade sem impactar diretamente no acabamento.”

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Potencial para todos os elos da cadeia
Embora esta seção seja dedicada aos vidraceiros, os demais profissionais do nosso setor também têm muito a ganhar com as oportunidades desse produto. “O vidro pintado no Brasil ainda não tem tanta representatividade como em outros países, a exemplo dos Estados Unidos, que já atuam nesse mercado de lousas há anos, e seu consumo aumenta significativamente a cada ano”, considera Viviane, da Vivix. “Essa grande oportunidade para o mercado vidreiro do Brasil precisa ser explorada pela cadeia como um todo.” Para Rayssa, a maré dessa solução foi surfada praticamente sozinha pela Multpainel de 2006 a 2015. “Hoje, há diversas empresas focadas em lousas de vidro. E isso é ótimo para todos, pois em termos macroeconômicos a concorrência gera melhoria bruta para o consumidor e para todo o ecossistema de consumo.”

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Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça mais sobre o uso do vidro no setor moveleiro

Importante consumidor de vidro, o setor moveleiro também sofreu com as consequências da pandemia. No entanto, parece recuperar-se em bom ritmo, o que representa uma boa notícia para as empresas fornecedoras do material usado em mesas, armários, divisórias etc.

Em mais uma reportagem que analisa a situação dos principais clientes de nosso mercado em meio a um ano completamente atípico, O Vidroplano conversou com usinas, processadoras e fabricantes de móveis. Confira nas páginas a seguir como a produção foi afetada nos últimos meses, as diferenças entre o vidro destinado a esses equipamentos e à construção civil e as tendências em decoração observadas pelos especialistas.

Números
Segundo o Panorama Abravidro 2020, estudo produtivo do setor referente ao ano de 2019, feito pela Abravidro, os vidros usados em tampos e em alguns outros tipos de móveis representam 6,3% da indústria de transformação (excluindo os automotivos). Curioso notar que esse segmento teve queda tanto no faturamento (13% em comparação a 2018) e produção (4,5%).

De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), a fabricação de móveis em agosto de 2020 foi de 42,6 milhões de peças, aumento de 5% sobre julho. O acumulado no ano, porém, continua negativo: queda de 11,1% sobre 2019. O consumo aparente (o resultado da conta: produção + importações – exportações) desses produtos em agosto também aumentou 4,1% em relação a julho.

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Percepções do mercado
O mercado moveleiro se aqueceu rápido. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o crescimento das vendas em agosto é o maior da série histórica iniciada em 2012 (aumento de 39,9% em comparação com o verificado no mesmo mês do ano passado). As vendas somadas de junho, julho e agosto de 2020 representam um aumento de incríveis 119,2% na comparação com esses meses de 2019.

E o que dizem as empresas? Para a processadora Cinex, houve uma considerável retração econômica, pois todos estavam lidando com um cenário desconhecido de pandemia. “Quando os olhares das pessoas se voltaram para a casa e o home office se intensificou, isso despertou novos comportamentos de consumo e os negócios voltaram a crescer”, aponta Elaine Montipó, coordenadora-comercial da empresa. “Percebemos uma retomada rápida, graças ao consumo reprimido.”

Fabricio Flach, gerente-comercial da também processadora Tecnovidro, concorda. “O momento antes da quarentena era bom, e 2020 iniciou seguindo a tendência otimista e de retomada. Mas, depois disso, a produção e as vendas caíram cerca de 40%.” No entanto, Flach revela que, desde o final de julho, a demanda está maior que a do período pré-pandemia. “Mesmo com a parada, alguns de nossos clientes que atuam com móveis deverão superar os números de 2019.”

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O caso da Laca108, fabricante de divisórias, portas e painéis para decoração, é semelhante. “Começamos o ano bastante confiantes, com obras sendo realizadas. E aconteceu de, bem no início dessa crise, estarmos com projetos em andamento, o que nos fez sentir a queda um pouco mais para frente”, explica o proprietário Evandro Castro. A marca Glass11, de mobiliários feitos com vidro, já enxerga a situação por outro viés: “Esse setor aqueceu, mas menos do que a construção civil. Ainda não considero um bom momento, porque tem muito trabalho a ser feito”, analisa Matheus Moreira Silveira, seu diretor criativo e proprietário. Mesmo assim, com a realidade vivida atualmente, a empresa viu um aumento expressivo de 50% nas vendas.

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Tendências
Em reportagem da edição de julho, O Vidroplano mostrou possíveis tendências da arquitetura e decoração por conta da pandemia – e o papel relevante do vidro nesse contexto. Segundo o que já pode ser visto, as previsões estavam corretas. “Levando em consideração os nossos produtos, vimos uma crescente em todos os itens e complementos voltados para a área gourmet, uma vez que o convívio com a família foi estimulado. Além disso, portas deslizantes, que ao mesmo tempo conectam e dividem espaços, ganharam destaque”, alerta Fernanda Fialho, coordenadora de Relacionamento e Marketing da Cinex.

“Com mais tempo em casa, foi necessário repensar a funcionalidade de cada ambiente. Por exemplo, muitas pessoas precisaram transformar aquele quarto de visitas em um ambiente adequado de trabalho”, comenta Viviane Moscoso, gerente de Produto da Vivix. “Como resultado dessas adaptações, tivemos não só o aumento nas vendas do setor moveleiro, como também o crescimento da prestação de serviços de marcenaria e o consumo de matéria-prima, como é o caso do vidro.”

Conforme aponta Pedro Matta, gerente-comercial e Marketing da Saint-Gobain Glass, existem duas tendências em voga nos formatos dos móveis: “Dentro do mercado da arquitetura e design de forma geral, os principais estilos são o industrial e as formas geométricas”. O primeiro é marcado pelo minimalismo, remetendo a construções industriais, como grandes galpões. Já o segundo, como o nome indica, está ligado a formatos como hexágonos, triângulos, círculos etc.

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E as características de nosso material combinam com essas vertentes, sendo a principal delas sua baixa necessidade de manutenção, já que é fácil de limpar. Além disso, espelhos ou peças refletivas ajudam a amplificar os ambientes, tornando-os mais aconchegantes. “Temos observado maior utilização de vidros coloridos, aplicados como tampo de mesa sobre madeira, agregando o ar moderno em contraste ao rústico”, afirma Renato Sivieri, diretor de Marketing da Guardian. “Pode ser utilizado ainda em portas de armários e aplicado naquele espaço vazio entre a parede da pia e armários suspensos, ajudando a revigorar espaços.”

Espelhos também são bastante usados. “Podemos destacar um crescimento na aplicação de espelhos acidatos”, comenta Matheus Oliveira, gerente de Produtos|Vidros Decorativos da AGC. “Uma grande tendência é a de incorporar funcionalidade ao espelho, como iluminação em LED, aquecimento para evitar embaçamento e até som.”

Outros destaques das aplicações atuais do material em móveis:

– Espelhos em roupeiros;

– Vidros pintados em portas de armários;

– Vidros em apartamentos planejados, substituindo a madeira.

Acabamento impecável
Estética é a palavra-chave para o nosso material empregado em móveis. “É um conceito diferente do da construção, na qual o desempenho do vidro é um dos atributos mais importantes”, explica Sivieri, da Guardian. Como exemplifica Flach, da Tecnovidro, as peças devem ser quase perfeitas, sem qualquer tipo de defeito visual aparente. “Para isso, o processo de produção deve ser mais controlado e refinado, de forma a garantir perfeição nos detalhes, principalmente durante a lapidação e pintura.”

Vale lembrar que existem normas técnicas próprias para esse tipo de aplicação. “Deve-se respeitar as exigências da NBR 14488 — Tampo de vidro para móveis – Requisitos e métodos de ensaio, por exemplo”, aponta Rafael Matoshima, coordenador de Mercado da Cebrace, usina que disponibiliza em seu site um simulador para especificações que também auxilia no trabalho com o setor moveleiro.

Outra característica está nas espessuras, que tendem a ser padrão para aplicações mais usuais: “Nesse mercado, as estruturas comuns pedem vidro de 4 mm”, reforça Evandro Castro, da Laca108.

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Futuro das aplicações
Os móveis não são mais objetos com funções específicas. Faz tempo que se integram a conceitos de decoração e design, sendo parte fundamental da arquitetura de obras recentes. Por isso mesmo, as características do vidro fazem com que o material seja uma solução para qualquer tipo de mobiliário. “Muitos dizem que o vidro é um material frio, mas acreditamos que tenha propriedades e versatilidade para trazer o aconchego necessário para um ambiente”, destaca o analista de Marketing da Cinex, Mateus da Cruz. “Tendências que chegarão com força estão no uso de vidro colorido com estética retrô, assim como formas orgânicas que imitam a natureza. Também incluo os vidros mais grossos, com espessura de até 50 mm”, completa Silveira, da Glass11.

Mais futuras tendências:

– Aplicação de tecidos nos vidros, fazendo um jogo entre luz e sombra proporcionado pelos dois elementos;

– Maior uso de chapas com serigrafia;

– Personalização da impressão digital para padrões e imagens que o cliente escolher.

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Glasstec Virtual traz palestras e exposição de produtos

Não é porque a Glasstec 2020 foi adiada para 15 a 18 de junho de 2021, devido à pandemia, que a principal feira de nosso setor não aconteceria, de alguma forma, este ano. A Messe Düsseldorf, montadora do evento, organizou, nos dias 20 a 22 de outubro, a versão online da mostra, a Glasstec Virtual. Os três dias de palestras, exposição de produtos e rodadas de negócios, tudo pela Internet, serviram como aperitivo do que os participantes encontrarão em Düsseldorf, na Alemanha, ano que vem.

Audiência
O evento, gratuito, foi dividido em três partes: showroom online, com cerca de 800 empresas divulgando produtos por meio de textos, fotos e vídeos; área de conferência, com mais de 20 palestras ministradas por profissionais de variadas áreas do segmento, além de mesas-redondas discutindo tendências globais; e praça de networking, em que clientes e fornecedores podiam marcar reuniões por áudio ou vídeo.

Mais de 10 mil participantes, de 110 países diferentes, acessaram o conteúdo oferecido. Desse total, 73% eram de fora da Alemanha – o número reforça o aspecto internacional da feira, assim como ressalta a facilidade de se participar pela Internet. O diretor de Operações do evento, Erhard Wienkamp, admitiu que o coronavírus pode ter mudado o desenho das mostras daqui pra frente: “O futuro das feiras será híbrido”. Para a diretora da Glasstec, Birgit Horn, a solução encontrada ofereceu à indústria uma plataforma adicional para intensificar e expandir os contatos. “Agora, o foco está inteiramente na preparação da edição física”, comenta.

Presença brasileira
Duas companhias nacionais participarão da versão física em 2021 – por isso mesmo, informações sobre seus produtos puderam ser consultadas durante a Glasstec Virtual. “Valeu o esforço por parte dos organizadores, mas para nós o impacto foi baixo”, explica Cesar Zanchet, gerente internacional da Adezan, desenvolvedora de soluções de logística e de embalagens que já expôs na Glasstec em 2018. “Naquele ano, a experiência foi muito positiva e abriu diversas frentes nas quais trabalhamos até hoje.”

Sobre a edição do ano que vem, Zanchet acredita que seja cedo para algum prognóstico. “Sentimos uma onda de transformação de consciência e responsabilidade com a pandemia. Por isso, fica difícil prever se haverá muito ou pouco movimento e como será a receptividade dos frequentadores para receber materiais e conversas comerciais”, revela.

Para a fabricante de rebolos e ferramentas Arbax, participar do evento pela primeira vez foi estratégico para os negócios. “Deu-nos retorno muito acima do esperado, gerando também um fluxo de pedidos e procura por nossos produtos”, analisa o diretor Flávio Sirotto. “Conseguimos aumentar nossa demanda em relação às exportações, o que ajuda na expansão de nosso mercado internacional.” Isso deixou a empresa animada para a versão presencial da feira. “Com os resultados e parcerias gerados, já temos clientes na expectativa em relação à nossa presença em 2021”, revela Sirotto. “E, devido ao resultado dessa solução digital, acreditamos ser possível um sucesso ainda maior em Düsseldorf.”

A seguir, veja um resumo das melhores palestras.

 

PALESTRAS

Europa na pandemia
Em uma mesa-redonda com participantes de entidades vidreiras globais, Luca Oggianu, conselheiro de Advocacia e Comunicação da Glass for Europe, comentou a situação atual e as expectativas para o mercado na União Europeia. A queda na produção e demanda foi alta: as plantas que abastecem o setor automotivo pararam por cerca de dois meses e muitas obras da construção civil também ficaram paralisadas. No entanto, cada país teve uma experiência específica. A Alemanha sofreu um impacto relativamente leve, enquanto Itália, França, Espanha e Reino Unido foram duramente afetados. Várias associações locais estão trabalhando para implementar um pacote de recuperação econômica, envolvendo uma injeção massiva de dinheiro no mercado pelos próximos três anos. Esse plano incluirá investimentos na renovação de edificações – e daí pode vir a recuperação do setor vidreiro, já que vidros de alto desempenho oferecem diversos benefícios, como eficiência energética e conforto térmico.

Sanjeev Oberoi, da Asahi Indian Glass, falou sobre o mercado de float da Índia: crescendo em média 8% nos últimos anos, espera uma queda de 20% em 2020 e 2021 na comparação a 2019. Pela China, o país mais populoso do planeta, o professor da Universidade de Zhejiang, Gaorong Han, traçou um panorama do desenvolvimento do vidro plano local, desde os anos 1960 até os tempos atuais, com destaque para a importância dos vidros ultrafinos modernos, dos revestidos (low-e) e dos usados em painéis fotovoltaicos (extra clear). Citou também o grande aumento nos preços do produto (60% este ano) e ainda revelou que a produção durante a pandemia, na comparação com a do ano passado, teve queda nula (de apenas 0,3% em relação ao primeiro semestre de 2019).

Finalizando as apresentações, Nicole Harris, presidente e CEO da National Glass Association (NGA), a principal entidade vidreira da América do Norte, comentou sobre o impacto do coronavírus no setor de construção civil: o segmento deve cair de 8% a 10% no ano que vem. Além disso, os níveis atingidos em 2019 só serão igualados novamente em 2022 ou 2023.

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Envidraçamento para todos os climas
A próxima geração dos vidros de controle solar será adaptável ao clima – é o que explicou Daniel Mann, da Brightlands Materials Center, empresa que desenvolveu uma solução termocrômica ideal para todo tipo de temperatura, principalmente locais de clima moderado. Segundo Mann, a busca pela economia de energia será mais fácil se crescer o uso das novas tecnologias vidreiras, seja em retrofits ou novas edificações. Nesse sentido, um envidraçamento adaptável, que “regula” a transmissão de calor, será fundamental – e esse é o objetivo da pesquisa da Brightlands. De acordo com simulações, esse vidro termocrômico garante redução de até 29% de calor em uma cidade quente (os testes usaram Abu Dhabi como exemplo) e até 18% em uma região fria (Reykjavik, capital da Islândia). Em outras palavras, quanto mais quente, mais o calor é rejeitado; quanto menos quente, maior a entrada de calor para aquecer os interiores.

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Soluções verdes
Bernhard Fleischmann, da alemã HVG, apontou caminhos para tornar menor a emissão de gás carbônico durante a produção de float. De acordo com os dados apresentados, a quantidade de gases poluentes lançada pela indústria vidreira da Alemanha diminuiu no ano passado, alcançando o menor nível desde 2012 – em parte, pela maior tecnologia dos maquinários utilizados. No entanto, o segmento de float é o mais poluente em relação aos demais (oco, fibra de vidro etc.). Com a busca por um setor mais verde, isso se tornará prioridade para as empresas no futuro próximo. De acordo com Fleischmann, o gás carbônico liberado vem das fontes de energia que alimentam os fornos e também de algumas matérias-primas, como a dolomita. Para resolver a questão, sugeriu possíveis saídas, como trocar o gás natural por combustíveis sintéticos (metano ou etanol, por exemplo); substituir os combustíveis comuns por hidrogênio; e apostar em energia renovável para fornos híbridos. E isso já está se tornando realidade: como citamos em O Vidroplano de março deste ano, o Grupo NSG pretende testar o hidrogênio como alternativa para sua planta em St. Helens, no Reino Unido. O trabalho terá financiamento de £ 5,2 milhões do governo local, e os primeiros testes começam este mês.

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Dupla tecnologia
Edward W. Ferreira, da Toledo Engineering Company (Teco), abordou a possibilidade de uso de fornos híbridos que também funcionem com eletricidade. Essas instalações são uma possível solução para as metas envolvendo pegadas de carbono, uma vez que suas emissões são oriundas somente da carga produzida. Foram mostradas diversas vantagens desses maquinários, incluindo a uniformidade do vidro produzido, manutenção e operação mais fáceis e custo capital mais baixo. No entanto, Ferreira ressaltou pontos negativos, como os custos variáveis da eletricidade e a possibilidade de risco de queda de energia.

Como analisar informações
A digitalização das empresas, conceito representado pela integração dos processos produtivos, foi o tema de Peter Seidl e Maximilian Ocker, da Grenzebach. A palestra abordou a importância da análise dos dados obtidos na produção (como o desempenho dos maquinários e a produtividade) pelas tecnologias 4.0: não é preciso levantar todas as informações possíveis para melhorar determinado processo, apenas as relevantes para a situação da empresa. Somente ter os dados não melhora a produção, é preciso analisá-los. Para resumir suas ideias, mostraram uma sequência de processos a ser seguida:

geração de dados pelos maquinários => aquisição de dados => preparação dos dados, separando o que realmente é importante => análise dos dados => e, finalmente, a adaptação das máquinas aos dados relevantes

Vidros revestidos
Jens Ellrich, também da Grenzebach, comentou sobre vidros revestidos, fabricados com o processo de coating. Citou a grande variedade de aplicações existentes atualmente, incluindo revestimentos temperáveis, baixo emissivos (low-e) e até os fotovoltaicos integrados à construção (BIPV) para geração de energia. Em termos de desafios de mercado, Ellrich destacou os custos de produção (os dois principais são as matérias-primas, com 69%, e a mão de obra, com 17%) e como definir os preços para itens de valor agregado como esses. Para o profissional, os próximos passos na evolução do segmento de revestimentos envolvem a otimização da manutenção e a excelência operacional.

 

EMPRESAS EXPOSITORAS

O espaço virtual da Adezan mostrou aos participantes da feira as soluções de embalagens da empresa, incluindo pallets, ring boxes (caixas de madeira usadas para maquinários e componentes) e as chamadas export packings, maiores que as demais e próprias para serem manuseadas por empilhadeiras e outros veículos em estoques.

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A Arbax divulgou seus insumos pra processamento do vidro: rebolos copo e periféricos para lapidação (com ótimo custo benefício, segundo a empresa); óxido de cério (disponíveis nas versões Super Brilho, Super Brilho 35 e Premium Super Brilho); e a linha GPT para remoção de riscos das chapas.

Além do portfólio de fechaduras para portas, a Assa Abloy apresentou ao público virtual um item adequado aos tempos de pandemia, o Planet NoHander, uma espécie de alavanca que abre portas com os pés. Isso mesmo: ao invés de girar uma maçaneta, você empurra esse produto com o pé. Instalado na parte de baixo das portas, é indicado para pivotantes com uma folha e foi desenvolvido pensando em aumentar a higiene dos ambientes.

A mesa de corte Brembana Runner Line, apresentada pela CMS, conta com transportador automático e três eixos interpolados para o trabalho em chapas de 3 a 19 mm de espessura. Dois CNCs se destacam: o vertical Brembana Vertec, que fura vidros monolíticos, laminados e low-e; e o Maxima, de cinco eixos, controle numérico e mudança automática de ferramentas, próprio para polimento, lapidação, corte, furação e até gravação de chapas.

A linha de impressoras digitais da israelense Dip-Tech, empresa do grupo americano Ferro, também marcou presença. Além dos equipamentos da GPi e da NEraD Series, ambas reconhecidas por trabalharem em alta resolução, há ainda a VEra Series: ideal para impressão em vidros usados no setor de linha branca, utiliza as tintas cerâmicas Ultra-Fix, as quais se fundem às chapas após o processo de têmpera.

A finlandesa Glaston promete revolucionar as linhas de laminação com a Glaston ProL. Totalmente automatizada, ela tem lavadora (pode, inclusive, lavar vidros revestidos como o low-e) e um sistema de montagem do “sanduíche” de vidro e interlayer. O forno é de convecção: o ar quente circula por cima e por baixo das chapas. Segundo a empresa, a solução garante alta economia de energia.

O espaço virtual da italiana Intermac teve foco institucional. De forma geral, a empresa divulgou, sem destaque para um equipamento específico, suas linhas de maquinários para processamento de vidro, incluindo mesas de corte (tanto para float como para laminado) e centros de lapidação.

A gama de interlayers da Trosifol, marca da Kuraray, inclui diversas opções para vidros laminados. Além dos estruturais, indicados para instalações em que nosso material é parte da sustentação da obra, foi divulgado o Trosifol Acoustic, para vidros automotivos. Desenvolvido com propriedades de absorção de som, evitam a entrada do barulho externo no veículo.

A Schott apresentou o Schott Amiran, vidro antirreflexivo para fachadas. O produto oferece alta transparência mesmo com grande diferença de luminosidade na frente ou atrás do painel. Por isso, é indicado para showrooms, vitrines, camarotes em estádios, cabines de gravação e lobbies de entrada de edifícios. Solução semelhante é o Schott Mirogard, antirreflexivo próprio para quadros – reduz a reflexão para menos de 1%, o que permite total visão de uma pintura colocada atrás dele.

Mostrada pela Lisec, a linha automática para laminados PlusLam conta com medidor de espessura (podem ser usadas chapas de 3 a 19 mm) e detector do lado revestido do vidro (para os casos de laminação com esse tipo de material). Para peças de tamanho maior que o usual, o corte do excesso de interlayer é feito por um robô, aumentando a produtividade. O ciclo de trabalho é de até 50 laminados por hora, dependendo da especificação das chapas.

A espanhola Turomas expôs em seu espaço online a linha de mesas de corte Rubi Series, para float e também low-e. Outro destaque: a Lam Series, própria para laminados de até 12+12 mm de espessura. Ambas as linhas se destacam por não manipularem o vidro do lado revestido, garantindo a integridade do material.

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.