Panorama Vidreiro 2019

A Abravidro criou, em 2012, o Panorama Abravidro. O documento é publicado anualmente e traz dados atualizados do mercado brasileiro, incluindo informações sobre as indústrias de base e de transformação, assim como os números da produção de vidro no País, faturamento, balança comercial internacional, entre outras. Para se chegar aos dados divulgados no documento, a Abravidro convida empresas a participarem de uma pesquisa. Os resultados são consolidados pela GPM Consultoria Econômica, contratada para apurar as informações do setor e relacioná-las com a Pesquisa Industrial Anual do IBGE, números oficiais de importação e exportação do governo, além de declarações da indústria de base à revista O Vidroplano.

Novo ciclo

domingosNeste mês de junho assumo meu segundo mandato à frente da Abravidro. Os três primeiros anos foram de muito aprendizado e desafios e os seguintes certamente não serão diferentes, como já sinaliza a pandemia global que vem impactando o mundo desde o último mês de janeiro. Agradeço aos meus colegas da diretoria por mais esse voto de confiança e pela parceria na condução desta que é certamente a mais relevante entidade vidreira nacional.

E o novo ciclo começa com um assunto recorrente: reajuste de preços. Junho começou com as tabelas das usinas atualizadas, e dessa vez sem tempo para fazer estoque com os preços antigos. O aumento foi atribuído à alta do câmbio — que em seguida caiu. É mais uma variável ruim num cenário de retração e crise de confiança.

Enquanto o mundo, a economia e nosso mercado não voltam ao ritmo pré-Covid e vamos readequando as expectativas para 2020, o Panorama Abravidro nos convida à reflexão para analisar os resultados de 2019. O documento completo acompanha esta edição, mas já adianto: não foi um bom ano. O resultado que tivemos em 2018 — com crescimento em consumo e faturamento —, e que parecia sinalizar um início de retomada, não se manteve e mais uma vez nosso mercado encolheu nesses dois indicadores. O consumo de vidro voltou ao patamar de 2011. Indicadores que dizem muito respeito às nossas empresas, como produtividade e ociosidade, também foram destaques negativos.

Recomendo a leitura atenta do Panorama 2020 e aquele dever de casa básico de avaliar os dados do mercado e os da sua empresa. Comparabilidade é um importante instrumento para a construção de cenários e estratégias. Como a sua empresa se sai nesse exercício?

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Caleidoscópio – junho 2020

DADOS & FATOS

Sintomas do vírus
A pandemia do novo coronavírus atingiu em cheio a produção industrial, levando-a a despencar 18,8% em abril, na comparação com março. É a maior queda registrada desde 2002, quando o índice começou a ser monitorado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se somados os números de março e abril, a indústria brasileira cortou mais de 1/4 de sua produção: -26,1%.

Efeito dominó
Não poderia ser diferente, diante de tantos estragos: em abril, se comparado a março, a indústria atingiu ociosidade recorde, com queda de 19,4% nas horas trabalhadas; redução de 2,3 % no número de empregados (atingindo o menor patamar desde 2004) e recuo de 23,3% no faturamento real.

Poderia ser pior
A queda foi menor do que a estimada por economistas ouvidos pela agência de notícias internacional Bloomberg, especializada no setor financeiro. Os profissionais apontavam uma queda de cerca de 28%.

Perdendo espaço
A fatia do setor industrial no Produto Interno Brasileiro (PIB) diminui desde 2004, quando chegou a 17,8%. No primeiro trimestre deste ano, o setor correspondeu a apenas 10,1%. São quase duas décadas de perda gradativa de espaço.

Cartilhas para o crédito
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criou cartilhas que orientam empresários a aderirem ao Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), com R$ 15,9 bilhões disponíveis, além de outros fundos de empréstimo para o período de pandemia. Para acessar o material, use o QR code ao lado.

Problema global
Dados da Unido, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para o segmento industrial, apontam para uma queda de 6,9% da produção apenas no primeiro trimestre de 2020, quando a pandemia estava concentrada na China e em alguns países europeus.

Na Europa, freio na queda
O respeitado índice PMI da IHS Markit, que mede novos pedidos, produção, emprego, prazos de entrega dos fornecedores e estoques de compras na zona do Euro, foi de 39,4 pontos em maio, mês em que vários países do velho continente começaram a relaxar o confinamento. A produção e os pedidos continuaram caindo, mas em níveis menos intensos que em abril (PMI de 33,4), o que dá alguma esperança de que o setor industrial da Europa ao menos se estabilize no terceiro trimestre deste ano.

 

FIQUE POR DENTRO

Gestão durante e depois da Covid-19
Não há precedentes para a crise que a Covid-19 causa, ainda mais depois que o mundo se tornou tão global, com economias interdependentes. Mas consultorias multinacionais estão desenvolvendo estudos para auxiliar as empresas e aconselham resiliência no presente para aproveitar melhor as oportunidades no futuro. Como? Veja os “5 Rs” sugeridos pela McKinsey e compilados pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi):

Resolva — Enfrente os desafios imediatos que a Covid-19 representa para a força de trabalho, clientes, tecnologias e parceiros de negócios da sua instituição;

Resiliência — Encare os problemas de curtíssimo prazo, como o fluxo de caixa;

Retorno — Elabore um plano detalhado para os negócios voltarem à sua escala o mais rápido possível;

Reimaginação — “Reimagine” o novo normal após a ruptura à qual todos fomos submetidos e quais são as implicações para que a sua instituição se reinvente;

Reforma — Tenha clareza de como será o ambiente competitivo e regulatório do mercado em que atua.

 

RETROVISOR

Época de expansão
A edição de O Vidroplano publicada em junho de 2010 mostrava um setor pujante: a Guardian acabava de inaugurar sua planta em Tatuí (SP) e o coater de Porto Real (RJ), com cobertura da revista, enquanto a Cebrace confirmava Jacareí (SP) como a sede do C5, forno aceso em março de 2012.

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Pilkington é premiada por projeto de vidro antiviral

A Pilkington Technology Management Limited recebeu um prêmio da Innovate UK, agência de inovação do Reino Unido, pelo projeto de desenvolvimento de um vidro antiviral. A iniciativa avalia a funcionalidade de imunização antiviral de dois produtos revestidos, de forma a reduzir a carga de vírus em superfícies de vidro, especificamente o Sars-CoV-2. Segundo a Pilkington, o desenvolvimento do produto já está em etapa avançada e foi acelerado pelo financiamento de resposta rápida à Covid-19 no centro técnico europeu da empresa, em Lathom, Reino Unido. O projeto é gerenciado dentro do portfólio da Incubadora de Pesquisa & Desenvolvimento (R&D), que dá andamento a tecnologias futuras por meio da colaboração com parceiros comerciais e acadêmicos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Presidente da Glaston anuncia saída em 2021

Arto Metsänen (foto), presidente da multinacional finlandesa, deixou o posto de CEO no começo de junho e se afastará definitivamente da empresa (como aposentado) no dia 1º de janeiro de 2021. Sasu Koivumäki foi apontado como CEO em exercício da corporação. Metsänen, que desempenhou um papel importante no desenvolvimento da empresa por mais de dez anos, assegurou que ajudará a garantir uma transição suave para a nova liderança até sua saída efetiva.

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Presidente da Abravidro conta os desafios para novo mandato

Quando José Domingos Seixas assumiu a presidência da Abravidro, em 2017, o Brasil e o mundo eram bastante diferentes. De lá para cá, nosso setor foi influenciado por diversos momentos de tensão, incluindo uma das piores crises econômicas e políticas da história nacional, desabastecimento de vidro, greve de caminhoneiros, eleições, fechamento de usina vidreira (a União Brasileira de Vidros – UBV) e até uma pandemia global.

Em conversa com O Vidroplano, o presidente reeleito para mais três anos comenta que não é incomum o mercado vidreiro enfrentar complicações vindas de fora. “Nosso segmento é maduro e resiliente, já atravessamos muitas situações conturbadas, muitos planos econômicos e vários períodos de recessão”, explica. Uma receita para superar esses momentos, segundo ele, está justamente no associativismo. Na entrevista conduzida por Iara Bentes, editora da revista e superintendente da Abravidro, Domingos analisa, entre outros assuntos, a importância da união dos elos da cadeia e os desafios para o mandato que se inicia.

Qual é o balanço de seu primeiro mandato, marcado por situações bem singulares?
Jose Domingos Seixas — Realmente, esses últimos três anos foram bastante intensos, um período de muito aprendizado e desafios. A Abravidro manteve seu papel de liderança forte e atuante no mercado, sempre focada em seu principal objetivo, o desenvolvimento do setor vidreiro nacional.

O desabastecimento foi uma questão pontual, de desorganização do mercado. A Abravidro atuou de forma firme junto às usinas para que o problema fosse resolvido e, principalmente, para que não venha a se repetir. A greve dos caminhoneiros também causou dificuldades ao mercado e as eleições deixaram o ambiente político instável, mas ainda assim 2018 foi um ano de bons resultados para a indústria de processamento de vidros. Porém, o fechamento da UBV mostrou que as usinas de base também têm suas fragilidades.

Mas o nosso segmento é maduro e resiliente, já atravessamos muitas situações conturbadas, muitos planos econômicos e vários períodos de recessão. As empresas reagem de diferentes maneiras, cada uma dentro de suas possibilidades, mas há, inclusive, quem se torne mais forte. É um clichê, mas toda crise é também uma oportunidade.

Com frequência o ouvimos reforçar a importância do associativismo e união de todos os elos da cadeia. Em momentos de turbulência, manter a unidade é sempre um desafio. Durante esses três anos, o segmento conseguiu evoluir nesse aspecto?
JDS — O associativismo é a arma mais forte para o desenvolvimento setorial. É quando as empresas deixam de olhar apenas para suas necessidades e realidades e passam a olhar para o coletivo, para o que é comum. Precisamos de todos, de empresários dinâmicos, ativos e que participem e colaborem com suas ideias e objetivos. E não há dúvidas: um setor organizado, forte, produtivo e profissionalizado é melhor para todos.

A união dos elos da cadeia também é muito importante, em especial no que diz respeito aos interesses comuns. Mas também é fundamental para que haja respeito nos momentos de interesses conflitantes, como quando cobramos das usinas de base.

Uma das mudanças anunciadas no começo de sua gestão era que ela seria colaborativa e compartilhada, com ainda mais participação dos membros da diretoria. Como tem sido essa experiência?
JDS — Tenho o privilégio de contar com uma diretoria e conselho deliberativo, composto pelos presidentes das entidades regionais afiliadas, de grande representatividade e com muita disposição para os assuntos da associação. Temos bons debates em nossas assembleias, sempre na busca dos melhores caminhos para contribuir com o nosso setor.

Além disso, os vice-presidentes acompanham e participam ativamente de nosso dia a dia, trazendo olhares e experiências complementares que agregam muito à nossa gestão.

A hora é propícia para falar não apenas do seu primeiro mandato, mas de toda a história da Abravidro. Sua família tem mais de noventa anos no segmento e, por isso, conhece muito bem o setor. Qual é a sua avaliação da trajetória da entidade até aqui?
JDS — A Abravidro completou 30 anos de uma bela trajetória de representação e defesa da indústria de processamento no Brasil. Tem uma história importante de contribuições para o setor, com desenvolvimento de normas que regulamentam nossa atuação e nossos produtos, qualificação de mão de obra, popularização da certificação do vidro temperado, defesa dos nossos interesses e realização de eventos que são referências para o mercado vidreiro.

Curiosamente, a Cyberglass foi uma das primeiras associadas da Abravidro, pois acreditávamos na importância de uma associação atuando pelo setor. Na empresa, nós fizemos uso de muitos dos benefícios e serviços oferecidos aos associados, como a especialização técnica para qualificar a nossa equipe. Mas a proximidade com o dia a dia da entidade é mais recente, ocorreu na última década, depois da minha atuação no Sincavesp-SP, entidade regional afiliada à Abravidro.

Quais os principais desafios para a Abravidro e o setor vidreiro nos próximos anos?
JDS — Nós vamos continuar atuando em diversas frentes para fortalecer ainda mais o nosso segmento. Temos o desafio de retomar o crescimento de nossa indústria, que teve retração em 2019, como mostra o novo Panorama Abravidro [encartado nesta edição de O Vidroplano]. Teremos ainda um 2020 desafiador por conta dos impactos da pandemia na economia global.

Além disso, temos uma pauta permanente que é qualificar o consumo do vidro no Brasil, aumentando a participação dos produtos de valor agregado no volume total do produto consumido no mercado brasileiro.

Qual é a sua mensagem ao setor e também aos diretores que dividirão o trabalho em sua gestão até 2023?
JDS — Minha mensagem é um convite a todos os colegas processadores e associados para que se aproximem da entidade. A Abravidro está aqui para atuar incansavelmente em prol do mercado vidreiro nacional. Participem ativamente, tragam suas necessidades, sugestões, ideias e nos ajudem a ser cada vez mais atuantes. Estamos abertos a ouvir e a atender a todos os nossos afiliados e associados em qualquer esfera.

Aos meus colegas de diretoria, agradeço pela confiança e pela disposição de estarem conosco para mais um período de trabalho árduo e intenso. Espero que tenhamos a clareza e sabedoria necessárias para seguirmos sempre com o melhor para o setor.

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Números essenciais

O trabalho de editar o Panorama Abravidro é complexo e demorado, mas o resultado sempre é recompensador. Pelo 8º ano seguido, O Vidroplano encarta esse estudo de importância enorme para o setor, o qual nos ajuda a entender os movimentos do mercado.

Por isso mesmo, desta vez decidimos fazer diferente: além do Panorama, você encontra nesta edição da revista uma reportagem analisando os dados divulgados no documento. Muitas vezes, números podem esconder verdades reveladoras — então, vale a pena decifrá-los mais de perto. A matéria traz, inclusive, comentários do economista Sérgio Goldbaum, da GPM Consultoria Econômica, empresa responsável por analisar e consolidar as informações.

Outro grande destaque é a matéria de capa, cujo objetivo é explorar as características dos laminados com PVBs. Já que essa interlayer é o mais usado no material, resolvemos entender seu processo de fabricação e os benefícios que traz ao vidro. E a reportagem vem em hora oportuna, já que o Panorama aponta que o uso de laminados está crescendo.

A seção “Para sua vidraçaria” também apresenta um tema relevante para os dias atuais: o uso de instalações envidraçadas (como portas e divisórias) para separar e, ao mesmo tempo, integrar ambientes. Em um período em que a proteção contra doenças se faz necessária, o vidro surge como principal elemento estrutural para isso.

Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro usa lives para levar normas ao mercado

Conforme apresentado na seção “Mercado” deste mês (veja mais clicando aqui), a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto, participou de dois eventos online nas últimas semanas: no dia 29 de maio, ela foi a convidada em uma live promovida pela Cebrace, com o tema Normas: o vidro correto para cada aplicação; já no dia 3 de junho, ela falou sobre normas técnicas na palestra também online Utilização correta dos vidros de segurança em esquadrias, organizada pela Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal).

Em ambas as ocasiões, o objetivo foi manter o compromisso da Abravidro com a divulgação das normas técnicas da ABNT voltadas para o vidro, mesmo em tempos de quarentena. Para isso, Clélia explicou a importância de seguir as orientações desses documentos visando a assegurar a aplicação correta do nosso material e evitar riscos de acidentes, além de apresentar as determinações de alguns tipos de instalação explicadas a seguir.

O que as normas dizem sobre…
…fachadas: peças aplicadas a até 1,10 m de altura devem ser laminadas, aramadas ou insuladas (compostas por pelo menos um dos tipos citados). No pavimento térreo, se não houver desnível maior que 1,5 m entre os espaços separados pela fachada, o temperado também é permitido — acima dessa altura, além do laminado, aramado, temperado e insulado, podem-se usar também vidros float ou impressos, desde que estejam encaixilhados ou colados em todo o seu perímetro.

…guarda-corpos: são permitidos apenas laminados (aprovados no ensaio de resistência para classe 1), aramados ou insulados compostos por um dos outros tipos. Além disso, sua altura mínima deve ser de 1,10 m e, caso a instalação dos painéis seja por meio de ferragens que exijam sua furação, o laminado deve ser composto de peças temperadas.

…boxes de banheiro: podem-se usar nesses sistemas vidros laminados ou temperados, com classe 1 ou 2 de segurança — sendo que o temperado pode ser aplicado com ou sem película de segurança. A NBR 14207 estabelece ainda que a manutenção preventiva do boxe deve ser feita a cada doze meses.

…coberturas, marquises e fachadas inclinadas: apenas laminados de segurança, aramados ou insulados (que levem uma peça laminada ou aramada na sua face voltada para o interior do ambiente) são permitidos. Assim, caso um objeto caia sobre o sistema, quem estiver embaixo do vidro estará protegido tanto do agente que causou a quebra como dos cacos.

…envidraçamento de sacada: deve ser feito com laminados ou temperados. Antes da instalação, é preciso verificar se o cálculo estrutural do prédio suporta o peso adicional do envidraçamento e também das cargas adicionais que podem ser acrescentadas ao ambiente (como móveis). Além disso, caso seja aplicado em cima de guarda-corpos, o sistema deve atender tanto a NBR 16259 como a norma para guarda-corpos, a NBR 14718.

…aplicações projetantes móveis (como janelas maxim-ar): laminados, aramados e insulados (que levem um dos dois outros tipos citados na sua face voltada para o interior do ambiente) podem ser empregados em qualquer andar. Porém:
– o temperado pode ser autoportante no térreo e no 1º pavimento, mas, acima disso, deve ser totalmente encaixilhado e com projeção máxima de 250 mm;
– vidros float ou impressos, em qualquer pavimento de uma aplicação como essa, devem ser totalmente encaixilhados ou colados em todo o seu perímetro, e sua área não pode exceder 0,64 m² e, acima, do 1º pavimento a projeção máxima é de 250 mm.

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Italianos não participarão de eventos em 2020

A Associação Italiana de Fornecedores de Máquinas, Acessórios e Produtos Especiais para o Processamento de Vidro (Gimav) informou que as empresas italianas não participarão como expositoras em nenhum evento este ano. A declaração foi apoiada por 98% das empresas envolvidas, por considerarem que a situação de pandemia vivida pelo mundo inteiro não deve ser resolvida até o final de 2020, colocando assim a segurança das pessoas em primeiro lugar.

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Glasstec é adiada para 2021

A Glasstec, feira mais importante do setor vidreiro mundial, foi adiada para o ano que vem. Organizado pela Messe Düsseldorf e previsto para os dias 20 a 23 de outubro de 2020, o evento agora será realizado de 15 a 18 de junho de 2021. A decisão foi tomada devido às incertezas em relação a restrições para viagens e determinações de quarentena nos principais mercados-alvo para o nosso segmento ao redor do mundo. Segundo a Messe Düsseldorf, indústrias e associações vidreiras apoiaram a decisão, já que a crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus também atingiu duramente nossa indústria. O adiamento se aplica apenas à próxima edição da Glasstec: o calendário da feira seguirá inalterado nos próximos anos, com a edição seguinte agendada para 2022, como já estava definido antes da pandemia.

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro empossa nova diretoria

A nova diretoria da Abravidro assumiu seu mandato no dia 1º de junho. José Domingos Seixas foi reeleito seu presidente, tendo Rafael Gustavo Araújo Ribeiro, Alexandre Pestana da Silva e Emerson Arcênio como vice-presidentes.

O grupo de dirigentes foi definido por meio de uma assembleia online realizada em abril — afinal, já se sabia que não seria possível um evento presencial, como geralmente ocorre na posse da diretoria, por conta da pandemia do novo coronavírus.

Esse grupo de profissionais (veja a lista abaixo) vai liderar a Abravidro até 2023, juntamente com o conselho deliberativo, composto pelos presidentes das 13 entidades regionais afiliadas à Abravidro.

Nesta edição, O Vidroplano traz uma entrevista exclusiva com José Domingos Seixas. O presidente faz um balanço de sua primeira gestão, além de comentar sobre os desafios do mercado vidreiro para os próximos anos. Para lê-la, clique aqui.

presidente

Diretoria da Abravidro para o triênio 2020-2023

Presidente
José Domingos Seixas

Primeiro-vice-presidente
Rafael Gustavo Araújo Ribeiro

Segundo-vice-presidente
Alexandre Pestana da Silva

Terceiro-vice-presidente
Emerson Arcênio

Diretores
Adiney Jaime de Oliveira
Alfredo dos Anjos Martins
Antônio Skardanas
Edgar Nunes Pereira Junior
Luiz Carlos Mossin
Marcus Aurelius de Andrade Pezotti
Maurício Silva Ribeiro
Rafael Nandi da Motta
Ricardo de Oliveira
Rogério Eduardo Ferreira de Oliveira
Vinicius Moreira Silveira
Walter Luiz Araújo Guarino

Conselho Fiscal – Titulares
Leonardo Bráz Vieira Santos
Rosemari Bremm Oliveira
Sandro Henrique Rensi

Conselho Fiscal – Suplentes
João Roberto Musumeci
Victor Villas Casaca
Arisson Rodrigues Ferreira

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Observatório com chão envidraçado é destaque em Bangkok

Com 78 andares e 314 m de altura, o King Power MahaNakhon já seria um dos edifícios mais impressionantes do mundo por conta do design único: parece que seus construtores empilharam blocos de montar gigantes em algumas partes de sua estrutura. No entanto, os arquitetos do escritório alemão Büro Ole Scheeren decidiram deixar a obra ainda mais diferenciada e instalaram no topo dela um observatório com chão envidraçado — vistas da capital tailandesa são de tirar o fôlego do observador.

Ficha técnica
Autor do projeto: Büro Ole Scheeren
Local: Bangkok, Tailândia
Tamanho: 314 m de altura (78 andares)

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Fachada com pixels
Localizado no centro financeiro da cidade, o King Power MahaNakhon é um espaço multiuso — inclui apartamentos de luxo, lojas, bares e restaurantes. A estética de blocos empilhados, mais parecendo uma imagem digital “pixelada” (nas palavras dos próprios arquitetos), foi pensada como um reflexo de todo o dinamismo cultural de Bangkok, além de fazer referência à irregularidade da topografia local, formada por montanhas. Serve também como um marco do design contemporâneo no país.

A fachada, desenvolvida em parceria com as consultorias Front Inc. e Buro Happold, oferece grande desempenho energético ao prédio: é formada por insulados e laminados que ajudam no conforto térmico do interior, diminuindo o uso de itens que consomem eletricidade, como ar-condicionado.

 

Com o mundo sob os pés
O chão envidraçado do observatório tem 14 x 4 m de área. E não é exagero afirmar que as peças de nosso material instaladas ali, beneficiadas pela processadora alemã Sedak, são verdadeiras pilhas de vidro: seis painéis de multilaminados (cada um medindo 4,14 x 2,69 m) com incríveis sete chapas de temperados de baixo teor de ferro. A escolha por esse tipo de vidro é sábia, pois garante maior transparência à estrutura. No total, esses painéis têm mais de 93 mm de espessura.

Para dar conta da força exercida pelos ventos, que acaba sendo maior do que o peso dos vidros em si, usaram-se fixações mecânicas igualmente robustas, com 80 mm de espessura. Ao todo, são quatro em cada um dos multilaminados. Segurança é o que não faltará a quem visitar o topo do King Power MahaNakhon.

 

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Especificação dos vidros no piso do observatório
Multilaminados com sete peças de temperados de baixo teor de ferro (cada um com 12 mm) e seis interlayers SentryGlas (1,52 mm cada)

Processador: Sedak
Fornecedor dos interlayers: Trosifol

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro permite a divisão de ambientes com integração visual

A transparência é o primeiro atributo que vem à mente quando pensamos no vidro. Com nosso material, é possível separar ambientes e ainda assim mantê-los conectados, com a sensação de que eles formam um único espaço aberto.

Seja por meio de portas — comuns ou automáticas —, divisórias, visores ou outras aplicações, o vidro se apresenta como uma opção extremamente interessante para a separação de ambientes. Assim, o vidraceiro que consegue explorar os benefícios oferecidos pelo produto pode encontrar muitas oportunidades de negócios, especialmente em tempos como o atual, em que a proteção contra contaminações se faz necessária. Confira as vantagens desse tipo de instalação nas próximas páginas.

Sem confinamento
Para os arquitetos recifenses João Vasconcelos e Luiz Dubeux, sócios-proprietários do escritório Dubeux Vasconcelos Arquitetura, os espaços residenciais estão cada vez menores. “Como os apartamentos são mais compactos, a gente precisa de um aproveitamento maior do espaço”, reforça Dubeux.

Na área comercial, por sua vez, a tendência atual é o conceito de open space (espaço aberto). Vasconcelos explica: “Ele consiste na formação de ‘ilhas’ de espaços mais privativos, sem que isso traga bloqueio visual. Desse modo, você não só tem a sensação de um único espaço amplo, mas também aproveita melhor a luminosidade em todos os ambientes”.

Em ambos os casos, os arquitetos apontam que o vidro tira a sensação de confinamento, tanto entre o ambiente interno e seu exterior como entre as divisões de dentro da obra.

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Além da transparência
Engana-se quem pensa que a integração visual é tudo que o vidro tem a oferecer na separação de ambientes. “Um dos principais benefícios é a agilidade na instalação: as divisórias chegam praticamente prontas, faltando apenas a montagem em obra, o que é feito rapidamente”, avalia a arquiteta Regina Padilha, do escritório Pura Arquitetura, de Belo Horizonte. Sistemas como cortinas de vidro ou divisórias com portas de correr, segundo ela, também garantem que os vãos sejam mais bem aproveitados.

 

Aline Dametto, arquiteta e gestora da StartGlass, de Porto Alegre, lista uma série de outras vantagens: “Pode ajudar ainda no aproveitamento da iluminação e na economia com eletricidade, além de contribuir para a atenuação acústica e não ocupar tanto espaço como uma parede ou divisão feita com outros materiais”.

Nosso material também proporciona privacidade: “No meu escritório, por exemplo, aplicamos adesivos como faixas horizontais nos vidros para esse objetivo”, conta a arquiteta Cristiane Schiavoni, de São Paulo. Cristiane aponta que essa solução também permite a decoração do ambiente, como no caso de uma divisória elaborada por ela para um apartamento, na qual foi utilizada uma película com a reprodução de uma foto.

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Contra a contaminação
Em tempos de pandemias como a vivida este ano, nosso material é um aliado não só da arquitetura, mas também da saúde. Robson Batista e Ana Apelt — respectivamente, sócio e gestora da Imbex Vidros, de Porto Alegre — ressaltam que, ao mesmo tempo em que o vidro permite contato visual com nitidez, ele traz segurança às pessoas, evitando a passagem de vírus e outros contaminantes.

Dessa forma, sua aplicação em espaços como hospitais e clínicas médicas torna-se bastante vantajoso — especialmente, segundo Batista e Ana, pela sua assepsia: vidro é mais fácil de higienizar e sofre menos desgaste do que plásticos, acrílicos e outros materiais mais porosos, mantendo sua transparência por muito mais tempo.

Mesmo em ambientes não ligados à área da saúde, o vidro é uma opção bastante atrativa, seja em novas obras ou na reforma de restaurantes, escritórios e outros espaços. “Até que se encontre a vacina para o vírus, muitos espaços precisarão de adaptação. Nesse sentido, sem dúvida o vidro incolor é o maior aliado, pois isola as pessoas fisicamente, mas não visualmente”, aponta Regina Padilha, do Pura Arquitetura. “Aliás, eu acredito que a pandemia ajudou a reforçar ainda mais esse conceito, com o novo jeito de se relacionar que foi criado”, emenda. “Surgiu agora certa informalidade nas relações, principalmente no trabalho. Isso significa que essa integração, que já vinha crescendo, se reforça mesmo nos ambientes mais tradicionais.”

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Mais vidros, mais negócios
Essa tendência pode ser uma oportunidade para o vidraceiro atento ao mercado aumentar suas vendas. A Brasil Vidros, de Vila Velha (ES) confirma esse conceito: “Conforme as pessoas foram ficando em casa, começaram a ver necessidades que não percebiam em dias normais”, afirma Régis Fabiano Teixeira de Godoy, sócio-proprietário da empresa. Ele destaca como exemplo o uso do material para a integração da parte coberta de uma residência à área de descanso ou jardim, trazendo a tranquilidade de fora para o lado de dentro.

A Imbex Vidros conta que teve um aumento significativo na procura por instalações em moradias para adequar espaços de home office, como a adaptação de um sótão em escritório, além da colocação de visores de vidro em um hospital da capital gaúcha e de divisórias individuais em espaços de trabalho.

Embora locais como supermercados tenham adotado o acrílico em pequenas soluções, os arquitetos do Dubeux Vasconcelos Arquitetura consideram que o vidro se mostra mais vantajoso para aplicações de maior porte. “Trata-se de um material mais seguro, mais barato para uso em grandes dimensões e mais resistente mesmo com menor espessura. Uma peça de acrílico de grandes dimensões precisa ser muito espessa”, explica Luiz Dubeux.

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Criatividade e conhecimento
De acordo com Sandro Henrique Rensi, diretor-executivo da Steinglass Vidros e Esquadrias, de São José (SC), saber interpretar a solicitação e o desejo do cliente é fundamental. Mas ele alerta: “Também é importante não criar expectativas quando o próprio ambiente não permite algumas soluções”.

Rensi aponta que os principais cuidados devem ser tomados ainda na hora do projeto, sempre seguindo as determinações das normas técnicas e verificando se a estrutura em que o sistema será instalado é capaz de comportá-lo, bem como as regras do local em relação a horários de trabalho e ruídos. O tamanho dos vidros também deve ser levado em conta. “Não basta fazer a medição do ambiente em que as peças serão aplicadas, também se deve verificar o tamanho do elevador ou da escadaria, para ter certeza de que se poderá levá-las até a obra e entrar nela com os produtos”, aconselha.

Régis Godoy, da Brasil Vidros, sugere que os vidraceiros busquem informações sobre novos sistemas e produtos no mercado. Cristiane Schavoni vai além: “Quando faço o projeto, ele ainda é uma ideia, então preciso que o vidraceiro tenha o conhecimento técnico para saber as condições que viabilizam o projeto, e que também saiba vários acabamentos de vidro em termos visuais que existem no mercado para indicar soluções.

Vale destacar que essa troca é vantajosa para ambas as partes. “Como a obra é uma construção junto com o cliente e o arquiteto, é um ótimo caminho procurar entender melhor os projetos e ter uma boa relação com arquitetos, designers e engenheiros e, assim, estar sempre atualizando os conhecimentos”, avalia Aline Dametto, da StartGlass.

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Panorama Abravidro 2020 é publicado

Saber interpretar dados é tão importante quanto os dados em si. Os números podem esconder informações importantes que nem sempre ficam claras à primeira vista. Por isso, O Vidroplano traz uma reportagem especial analisando o conteúdo do Panorama Abravidro 2020 — encartado nesta edição da revista. Essa iniciativa da entidade, publicada anualmente desde 2012, é o único estudo econômico e produtivo sobre a produção vidreira nacional, feito com base nas informações fornecidas pelos processadores de todo o País. Este ano, participaram 38 empresas, representando 22% do mercado brasileiro de vidro processado não automotivo.

O que os números dizem
Os dados são analisados, consolidados e agregados pela GPM Consultoria Econômica. Sérgio Goldbaum, economista da empresa, acredita que nosso setor ficou entre “andar de lado” e “pequena queda” em 2019. “Isso pode ser visto em especial no que concerne aos segmentos de temperados e laminados. Nos demais, a queda, tanto na produção como no faturamento é mais substantiva”, explica. Para ele, o setor vidreiro acompanhou os resultados da indústria nacional como um todo: “O indicador de produção física do IBGE apurou ‘pequena queda’ de 1,1% na indústria geral, incluindo a extrativa e transformadora. Considerando apenas a transformadora, teve aumento de 0,1%. Isto é, também ‘andou de lado’”.

Goldbaum acredita que o estudo confirma a impressão geral do setor. “Mas me chamou atenção o que parece ter sido alguma recuperação da produção de laminados, interrompendo queda de alguns anos. E a queda no segmento de espelhos também é relevante”, analisa. O otimismo nas respostas às questões qualitativas, que medem a expectativa das empresas em relação ao mercado em 2020, foi outro destaque. Mas isso ainda persiste após uma pandemia global? “Obviamente, a situação está afetando enormemente algumas áreas. Diria até que alguns setores de serviços estão condenados. Mesmo que a construção civil, que demanda vidros processados, tenha sido relativamente poupada, receio que os números do Panorama do ano que vem serão ruins, especialmente para as pequenas empresas.”

A seguir, confira a análise sobre os indicadores. Os dados se referem aos vidros processados não automotivos em 2019.

Faturamento
– As processadoras faturaram 2,7% a menos que em 2018. Ao todo, o faturamento em 2019 foi de R$ 4,5 bilhões;
– O produto que mais perdeu faturamento foram os espelhos, com queda de 14,5%;
– Temperados e laminados cresceram, cada um, 1%.

faturamento

 

Produção em m²
– O volume de vidros processados produzido em 2019 teve o menor nível desde 2011;
– Na comparação com 2018, 2019 teve queda de 2,8% – isso representa mais que o crescimento visto de 2017 para 2018. Ou seja, perdemos a recuperação conseguida no ano retrasado.

produção

 

Qual é o processado mais consumido?
igualCom mais de 30 milhões de m², os temperados permanecem no topo da lista, mantendo praticamente o mesmo volume de 2018 (teve queda irrelevante de 0,1%).

 

sobeO vidro laminado foi o único a registrar aumento da produção em 2019: alta de 5,1% em comparação com 2018. Esse foi o melhor resultado dos últimos três anos, mostrando que há mais demanda por esse vidro.

 

desceOs espelhos registraram queda considerável: 10,8%, o que equivale a quase 2 milhões de m² a menos.

 

igualOutro vidro de valor agregado que vale ser mencionado é o insulado: vinha de um aumento expressivo de 2017 para 2018 (35,26%), mas manteve esse patamar alcançado, caindo apenas 1,9%.

 

Participação por produto
sobeTemperados seguem como líderes disparados, aumentando em 1,5% sua participação. Agora, somam 55,4% do total de vidro processado.

 

desceGraças à queda em sua produção, espelhos perderam 2,3%. É o menor nível do produto desde 2015.

 

desceTampos de vidro alcançaram o menor nível da série histórica do Panorama Abravidro: apenas 6,3%.

 

Preço médio dos vidros
O preço médio do temperado variou positivamente pelo segundo ano seguido, após sete anos em queda;

– Já os laminados atingiram seu índice mais baixo desde o início da série.

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Mão de obra empregada
Nem tudo é queda. O número de funcionários aumentou 2,7% na comparação com 2018: agora, são 28.127 empregados em beneficiadoras.

É o maior nível de funcionários desde 2015, provavelmente resultado do otimismo que as empresas tinham para este ano.

O padrão dos últimos anos era de queda: desde 2014, o setor perdeu quase 6 mil empregos.

 

Nossas empresas são produtivas?
A conta para saber a produtividade é bem simples: basta dividir o total da produção pelo número de funcionários. Em 2019, o resultado mostra 160 m² de vidros processados por funcionário por mês. Esse é o menor nível desde 2013. Ou seja, nossas empresas ficaram menos produtivas (gastando mais para produzir menos) em comparação aos seis anos anteriores.

A queda em relação a 2018 é de 5,4% — mesmo com mais funcionários nas empresas do que no ano retrasado.

 

Capacidade instalada ociosa
60% das empresas atuaram com mais de 20% de ociosidade em 2019. Este é um novo indicador disponível na pesquisa.

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A importância do estudo
Com o Panorama Abravidro, as empresas da cadeia setorial podem encontrar os números essenciais e usá-los para definir ações ao longo do ano — e até mesmo para comparar seus resultados com o desempenho do mercado. O levantamento também permite que a Abravidro entenda quais são os principais problemas comerciais no Brasil e quais as medidas necessárias para resolvê-los. Com isso, é possível fazer pleitos junto ao governo federal que atendam de forma específica nossas empresas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Eventos online contam com participação da Abravidro

Com a pandemia do novo coronavírus ainda vivida em boa parte do mundo, a disseminação de conhecimento tem sido possível por meio de lives, webinars (seminários em vídeo) e palestras online. Nas últimas semanas, a Abravidro promoveu e participou de iniciativas desse tipo, voltadas para o mercado dos vidraceiros e para a divulgação das normas técnicas relacionadas ao nosso material.

Além dos três eventos online apresentados a seguir, vale destacar que a Abravidro realizou mais uma edição da série Abravidro Entrevista durante o fechamento desta O Vidroplano, conversando com representantes da Vivix em uma transmissão no perfil da entidade no Instagram.

De vidraceiro para vidraceiro
O Dia do Vidraceiro foi comemorado no dia 18 de maio. Na data, a coordenadora técnica da Abravidro, Vera Andrade, conversou com Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro e um dos maiores influenciadores do segmento no País. Ao vivo, a transmissão foi totalmente dedicada aos negócios desses profissionais.

Segundo Gabriel, não basta o vidraceiro saber o serviço que seu cliente quer: é preciso entender como alcançar esse público e identificar os problemas que o consumidor pode ter para, assim, solucionar com o produto correto. “Para que a gente possa aumentar nossa margem de captação de compradores, temos de começar a oferecer benefícios em vez de vidros. Nosso material é um meio para que o cliente consiga alcançar o ganho que procura”, declarou.

Nesse sentido, a venda de produtos de valor agregado também foi abordada na conversa. “No fundo, todos nós como consumidores estamos procurando preço, mas quase sempre pesquisamos antes o produto que vai atender melhor nossas necessidades”, avaliou Gabriel. Para ele, dificilmente alguém vai escolher um produto com menos benefícios do que outro se ambos custarem o mesmo valor — ou se a diferença entre os dois for pequena. Dessa forma, cabe aos vidraceiros “educar” o cliente quando ele ainda está formando opinião, divulgando os benefícios que a solução trará.

Ao longo da transmissão, o diretor do Grupo Setor Vidreiro deu uma série de dicas para quem busca crescer nesse mercado:

Parceiro do cliente – Estar em contato com os clientes é muito lucrativo. “O vidraceiro precisa ligar para perguntar como está o funcionamento do produto instalado e, se necessário, retornar às obras e verificar, porque, senão, o sistema instalado se degrada e o cliente pode decidir que não vai mais colocar vidro na casa”, alertou. Além disso, Gabriel aponta que a manutenção desses sistemas é hoje um dos melhores mercados para os profissionais.

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Explorando novos nichos – Uma das perguntas feitas pela audiência durante a transmissão foi se a exploração de outros nichos de mercado, como a decoração de ambientes, ajuda a ampliar as vendas de uma vidraçaria. Para Gabriel, a resposta é positiva. Um exemplo dado é a possibilidade de aplicação de um vidro como revestimento de parede, de maneira que um filho pequeno do cliente possa desenhar. “A gente já vendeu muitas peças com foco em crianças, como se fossem uma lousa”, recordou.

Sempre dentro das normas – Outro ponto abordado foi o caso dos vidraceiros que consideram que, se não venderem um produto fora de norma, seguindo uma indicação do cliente como forma de gastar menos, o concorrente vai vender. “Sempre terá alguém que faz mais barato, especialmente para quem trabalha com vidros mais popularizados, menos diferenciados”, comentou. Porém, fez um alerta: “Se perder o serviço por não aceitar fazer errado, você sabe quanto perdeu. Mas se fizer o produto fora de norma e acontecer qualquer problema, você não sabe o quanto pode perder, colocando sua credibilidade e até sua empresa em risco”.

Peças-chave para o setor – A importância dos vidraceiros na cadeia vidreira foi ressaltada durante a live. Vera Andrade destacou o papel fundamental desses profissionais. E Gabriel ressaltou: “É o vidraceiro quem mais tem contato com o consumidor final do vidro, é ele que puxa o mercado e que o mantém ativo mesmo na crise”.

Em constante aprimoramento – Não importa se o vidraceiro acabou de entrar no mercado ou se já trabalha nele há décadas: sempre é importante estudar para se aperfeiçoar. Além disso, as vidraçarias precisam se adequar à realidade do momento, ter seu próprio site e adaptar-se às tecnologias. Nesse sentido, Gabriel contou que o próprio Grupo Setor Vidreiro precisou lidar com isso durante a pandemia, aprendendo a fazer transmissões ao vivo e usando-as para se comunicar com seu público.

Por dentro das normas
No dia 29, foi a vez de a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto, participar de uma transmissão promovida pela Cebrace, com o tema Normas: o vidro correto para cada aplicação. No bate-papo, mediado por Jonas Sales, coordenador de Engenharia de Aplicação da Cebrace, discutiu-se a importância das normas técnicas da ABNT para os diferentes usos do vidro na construção civil.

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Antes de abordar as principais normas para o nosso setor, Clélia apresentou os trabalhos desenvolvidos pelo Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) — sediado na Abravidro —, incluindo os encontros para elaboração e revisão de normas, esclarecimento de dúvidas sobre os documentos, palestras em instituições de ensino, eventos organizados pelas entidades regionais e o trabalho junto aos Corpos de Bombeiros pelo País.

O destaque da conversa foi a NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. Clélia frisou que essa é a norma mais importante para o nosso setor porque estabelece o vidro correto para aplicação em cada tipo de vão. Além disso, o texto traz fórmulas para cálculos da espessura das peças, exemplos de instalações e detalhes consultivos como a definição de calços e folgas. A live também abordou outros textos, como a NBR 14718 — Esquadrias — Guarda-corpos para edificação — Requisitos, procedimentos e métodos de ensaio; a NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidros de segurança; e a NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas — Requisitos e métodos de ensaio.

Clélia apresentou algumas determinações presentes nessas normas para diferentes tipos de aplicação do vidro (veja mais clicando aqui) e enfatizou a importância do cumprimento delas para garantir a segurança das pessoas e o bom funcionamento dos sistemas. Ao final, perguntas da audiência foram respondidas — entre elas questões sobre vidros resistentes ao fogo, além de terem sido mostradas ao vivo as diferenças entre o laminado e o insulado. Houve ainda tempo para recomendar a ferramenta online disponível no site da Cebrace para o cálculo de espessuras, bem como a tabela Que vidro usar?, da campanha #TamoJuntoVidraceiro, da Abravidro.

Segurança com conforto térmico
Clélia Bassetto voltou a falar sobre normas na palestra digital Utilização correta dos vidros de segurança em esquadrias, organizada no dia 3 de junho pela Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal).

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Ao discorrer sobre guarda-corpos, a analista da Abravidro apresentou um vídeo de ensaio do sistema, mostrando que é preciso que todos os componentes sejam especificados e fixados de forma adequada.

Outro tema comentado foi o envidraçamento de sacadas. Além de apontar as orientações da NBR 16259, Clélia comentou que a NBR 7199 recomenda o uso de vidros de controle solar, de forma a manter o conforto térmico dentro do ambiente. A norma também faz essa recomendação para o uso de vidros em fachadas e coberturas.

Em seguida, Luciana Teixeira, coordenadora de Trade Marketing da Cebrace, apresentou o catálogo de peças de controle solar da empresa, destacando quais delas podem ser temperadas, laminadas ou insuladas.

Mediador da palestra, Antônio Edson Limeira Júnior, responsável pelo Departamento da Qualidade da Afeal, destacou que o conhecimento e cumprimento das normas são fatores muito importantes tanto para a segurança do usuário final como para a tranquilidade dos fornecedores de esquadrias.

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Liderar em tempos de crise

Escrito por Fernando Massi

A rotina no ambiente corporativo é repleta de desafios. Em momento de crise, a responsabilidade pesa duas vezes mais que em tempos normais. Além de manter um comportamento positivo e a capacidade de planejar sem se deixar abater pelas dificuldades, o líder precisa calcular e recalcular cada passo a ser dado por ele e pela empresa. Afinal, os resultados dependem de pessoas, que, por sua vez, precisam se sentir confiantes e engajadas, mesmo em meio à tensão. A seguir, cinco dicas para te ajudar a liderar nesses tempos atuais.

Seja transparente
A incerteza é um campo fértil para pensamentos negativos — quando não há clareza sobre a situação, abre-se margem para que a equipe passe a pensar que o pior pode estar acontecendo nos bastidores. Para evitar alarmismos, atualize a equipe diariamente, explique para onde a empresa está caminhando e quais medidas vem tomando para vencer a crise.

Tenha coerência
Faça o que digo, mas não faça o que eu faço” jamais se aplicará em um ambiente profissional saudável. Um discurso bem alinhado entre líder e equipe é poderoso e pode ir além do escritório, afetando a imagem institucional e a visão do público externo sobre a empresa. Quando a organização mantém os seus compromissos, a relação com os clientes também será influenciada positivamente. O resultado será a sua fidelidade, essencial para uma retomada.

Enxergue a longo prazo
Muitos gestores perdem o equilíbrio no calor do momento e, com isso, se esquecem do principal: a empresa estará pronta para lidar com o pós-crise? Você deve estar preparado para o agora, com um planejamento de gestão considerando medidas emergenciais, de curto prazo, mas sem esquecer a visão macro.

Tenha inteligência emocional
Essa capacidade permite lidar da melhor forma com os próprios sentimentos, reconhecer suas forças e fragilidades e olhar de maneira empática para outras pessoas.

Busque autoconhecimento
Isso possibilitará ao líder manter a serenidade, controlar a ansiedade e não transmiti-la à equipe, proporcionando um clima tranquilo — ainda que cheio de dúvidas sobre o futuro — e potencializando a tomada de decisões assertivas em todos os níveis.

 

Fernando Massi é sócio-fundador da OrthoDontic, a maior rede de clínicas ortodônticas do Brasil

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça as características do PVB

Como se vê na edição 2020 do Panorama Abravidro, os vidros laminados estão sendo mais usados no Brasil: sua produção aumentou 5,1% em 2019 (em relação a 2018), assim como sua participação no mercado cresceu para 11,8% (contra 10,9% no ano retrasado). Porém, os níveis ainda estão bem abaixo daqueles vistos de 2012 a 2016.

Para tornar esse produto mais popular, vale entender melhor suas propriedades, principalmente um elemento de extrema importância para a segurança das peças: os interlayers, as camadas que unem as chapas de vidro. Este mês, saiba como os de PVB são produzidos, quais os cuidados que se devem ter em seu armazenamento e como é a linha de produção para esse tipo de laminado — e não se esqueça: em julho, a revista vai explicar os segredos do EVA, outro tipo de interlayer usado pelo mercado.

 

Como é produzido
Três empresas fabricantes de PVB que atuam no Brasil foram consultadas pela nossa reportagem. Eastman, Everlam e Kuraray detalham a produção:
• O PVB é obtido por meio da extrusão da resina de polivinil butiral — processo mecânico em que a matéria-prima é forçada através de um orifício, adquirindo uma forma predeterminada. Isso se dá com a combinação de álcool polivinílico com butiradeído em um meio ácido;
• Essa resina é um pó branco que fica rígido na forma de filme, não possuindo suficiente elasticidade para ser usada em vidros;
• Por isso, são adicionados a ela outros elementos, como plastificantes (tornando-a mais flexível) e aditivos, para dar forma e garantir o desempenho desejado, dependendo da aplicação para a qual se destina. Todos os elementos precisam ser misturados corretamente,para não ocorrerem alterações na mecânica e na óptica do produto. A mistura também é filtrada, com o objetivo de eliminar possíveis contaminantes;
• Após a extrusão, o filme é cortado na largura desejada, refilando-se as duas bordas. Mais abaixo, na linha de produção, é permitido ao filme “relaxar”, ou seja, aliviar tensões internas que poderiam resultar em encolhimento durante o processo de montagem dos vidros;
• Na sequência, o teor de umidade do filme é ajustado, sendo, depois, resfriado a 8 °C e intercalado com uma película de polietileno, caso necessário, para melhor conservação;
• Por fim, o PVB é “embobinado” numa sala climatizada — de forma a garantir que o ambiente seja igual ao da empresa que irá processar o laminado.
Os rolos são embalados com bolsas de alumínio à prova de gás e umidade, e, finalmente, encaminhados para a expedição.

PVBs coloridos oferecem diversas estéticas diferentes para projetos arquitetônicos. Essas películas podem ser combinadas para a formação de novas cores

 

Características uniformes
Os PVBs podem ter espessuras que variam de 0,38 a 2,28 mm — dependendo do fabricante. Com tamanhos tão precisos, centésimos de milímetro fazem uma enorme diferença. “Um sistema rigoroso de controle de qualidade assegura que os filmes sejam fornecidos dentro das especificações do produto para atender os requisitos exigidos pelo mercado”, explica Sérgio Paes de Andrade, vice-presidente para América do Sul da Everlam. Daniel Domingos, gerente de Contas do setor de Interlayers–Arquitetura da Eastman, dona da marca Saflex, afirma que, entre os parâmetros levados em conta, estão a espessura, a rugosidade e o nível de umidade,entre muitos outros.

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O PVB é obtido por meio da extrusão da resina de polivinil butiral: ao ser misturada com outros elementos, cria-se os diferentes tipos do interlayer

Por isso mesmo, uniformidade é absolutamente necessária, como confirma Pepe Alcon, consultor técnico e gerente de Desenvolvimento de Mercado da Kuraray, cuja marca de películas é a Trosifol. “Um exemplo disso é que, se os filmes fossem totalmente lisos, seria muito difícil reposicioná-los sobre o vidro durante a montagem. Assim, é preciso criar uma rugosidade muito bem controlada nos dois lados deles.”

 

Tipos de PVB e seus benefícios
A partir da resina base e dos aditivos utilizados, são criados diversos tipos de filme, cada um com uma característica diferente.

Como armazenar os PVBs
De nada adianta um processo de fabricação correto se o armazenamento das películas não for adequado. “Como o PVB é um material hidroscópico, que absorve água, ele precisa ser guardado em local seco e arejado, senão pode resultar em baixa adesão entre o vidro e o interlayer”, explica César Pereira, gerente de Produção da beneficiadora Divinal Vidros. “A absorção de umidade também provoca delaminação das peças e alteração de cor, gerando uma aparência embaçada, com tom esbranquiçado. Isso tudo afeta diretamente a segurança e durabilidade do produto”, complementa Rodrigo Seixas Guerrero, diretor-comercial da Cyberglass.

“Existe uma tendência natural de as camadas do filme aderirem entre si, um fenômeno conhecido como blocking”, comenta Domingos, da Eastman. Para evitar que isso ocorra, existem duas alternativas: armazenamento refrigerado ou utilização de um intercalante (filme plástico) entre as películas — nesse caso, pode ser armazenado em temperatura ambiente. “Para os refrigerados, um parâmetro fundamental é o controle da temperatura: os PVBs não devem ficar expostos a mais de 10 ºC”, afirma Pepe Alcon, da Kuraray. Rafael Nandi da Motta, diretor da processadora Vipel, lista mais um detalhe relevante: “Todo o pessoal envolvido no manuseio deve estar com vestimentas adequadas, as quais funcionam como EPIs e incluem máscaras e toucas, para que não haja nenhuma contaminação do produto”.

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Durante o processamento, não existem temperaturas e pressões únicas para serem aplicadas ao vidro: variam de acordo com o PVB, espessura do vidro e tipo de maquinários

 

Maquinários usados
Como explica Wender Cotrim, gerente-industrial e engenheiro da mineira Vitral Uberlândia, os laminados com PVB podem ser fabricados por meio de dois tipos de processos distintos: a vácuo ou por calandragem. “O mais utilizado é o por calandragem, que emprega fornos especiais equipados com sistemas de radiação infravermelha para aquecer o interlayer”, esclarece.

Alexandre Luiz Bonato, gerente de Obras da PKO, enumera a sequência dos maquinários usados na laminação por calandragem com esse tipo de interlayer:

• Lavadora/secadora;
• Sala limpa refrigerada com pressão positiva, local em que é depositado o interlayer no vidro;
• Calandra, onde é feito o sanduíche dos vidros com o interlayer por meio da aplicação de temperatura e pressão;
• Autoclave, uma espécie de “panela de pressão gigante”, em que, por meio de temperatura elevada e pressão
controlada, todo o ar é retirado desse sanduíche, promovendo a adesão final entre os elementos que compõem
o laminado.

Importante: não existem temperaturas e pressões únicas para serem aplicadas ao vidro durante a laminação. “Tenho observado que a maior parte das patologias relacionadas a laminados se relaciona diretamente com a adesão do interlayer às peças”, revela Luiz Barbosa, gerente técnico de Vendas da Vivix. “A temperatura na saída da calandra pode variar em função do tipo de revestimento da chapa e da espessura do vidro e do PVB, sendo necessário seguir as orientações dos fabricantes para obter o resultado adequado, sem a existência de bolhas e manchas causadas
pela queima do interlayer”, explica. Da mesma forma, a regulagem da temperatura e pressão na autoclave varia em função da carga a ser processada. Por isso, deve-se sempre buscar essas informações com os fabricantes dos maquinários.

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Objetivo do PVB é garantir a integridade do vidro, segurando seus fragmentos em caso de quebra. Existem ainda os PVBs estruturais, com maior desempenho e resistência

 

Cuidados no processamento
O trabalho com laminados que utilizam PVB deve ter algum cuidado especial? “A procedência da película já é importante, para que não chegue com problemas de acondicionamento e sujidades”, destaca Luiz Cláudio Rezende, consultor técnico da processadora Viminas. “Depois disso, procuramos preservar a integridade do produto, evitando manuseá-lo durante os processos.

Daniel Thiago Scarpato, diretor-industrial da Glassec Viracon, aponta detalhes que devem ser levados em conta pelas empresas:

• Limpeza dos vidros: a lavadora precisa remover todas as impurezas nas superfícies das peças a serem laminadas. Além disso, a água de enxágue deve ser desmineralizada;
• Controle da temperatura, umidade e pressão: fatores essenciais para o funcionamento da sala de laminação, impedem a contaminação do vidro com água, poeira e outros materiais;
• Retirada do ar: a remoção do ar do sanduíche de vidro e interlayer é fundamental para a adesão das películas. Se não
for feita corretamente, a finalização na autoclave terá problemas.

 

Existem testes de qualidade para o laminado com PVB?
Três ensaios se aplicam ao vidro laminado, independentemente do tipo de interlayer usado, conforme determina a norma NBR 14697 — Vidro laminado:

• Resistência a alta temperatura;
• Umidade;
• Radiação.

A norma também estabelece tolerâncias para as dimensões, esquadro, espessura, deslocamento de borda, defeitos visuais e o teste de impacto para a classificação de segurança (veja mais informações a respeito na seção “Por dentro
das normas” da edição de maio deste ano). O laboratório independente Falcão Bauer é acreditado pelo Inmetro para a realização desses ensaios.

O chamado “teste de Pummel” é indicado pelos fabricantes de interlayers. “Uma adesão muito alta do PVB terá um efeito negativo na resistência ao impacto, enquanto uma adesão muito baixa irá prejudicar sua durabilidade”,
esclarece Sérgio de Andrade, da Everlam. “O teste de Pummel é uma maneira simples e eficaz de controlar esse parâmetro.” O procedimento consiste em martelar uma amostra de laminado, previamente resfriada a 18° C negativos, para ser comparada e classificada com níveis de aderência que variam de 1 a 9. “Essa classificação é feita com base na quantidade de fragmentos de vidro que permanecem na superfície do PVB após as marteladas. Os valores recomendados de aderência estão entre 4 e 7”, revela Andrade.

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.