A presença das mulheres no setor vidreiro

Em março de 2011, O Vidroplano fez uma reportagem de capa sobre o aumento da presença de mulheres no chão de fábrica das empresas vidreiras. Na época, coletamos informações e falamos com profissionais de diversas processadoras. Quase uma década depois, em mais um mês do Dia Internacional da Mulher, voltamos ao assunto de forma mais ampla: como é a posição delas em nosso setor, historicamente dominado pelos homens? Antes, vale olhar a situação do mercado de trabalho nacional como um todo.

 

Carteira pouco assinada
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, a população brasileira é composta por 48,3% de homens e 51,7% de mulheres. Porém, mesmo sendo maioria no País, são minoria no mercado de trabalho formal: representam 44% das pessoas com carteira assinada.

Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), dos 2,6 milhões de empregos em cargos de chefia em 2017, elas somavam 43,8% do total, número maior que o de anos anteriores. Porém,
sua remuneração equivalia a somente 69,8% da dos homens. Ou seja: mesma função, salário menor. E tem mais notícias
negativas: pesquisa do instituto de ensino Insper mostra que apenas 13% dos CEOs em empresas nacionais são mulheres.

 

Na indústria
A indústria de São Paulo contava em 2018 (último dado disponível), segundo a Rais, com 12,1% dos empregos ocupados
pela força de trabalho feminina. Outras regiões, no entanto, apostam mais nelas: de acordo com a Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), o Estado tem 24,5% de mulheres nesse setor, enquanto o Paraná conta com 32%, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

As trabalhadoras paranaenses são mais graduadas no Ensino Superior que os homens, além de procurarem mais cursos de pós-graduação. “Os números apontam que as mulheres buscam mais qualificação e estão dispostas a estudar para se aperfeiçoar e ter estabilidade na profissão”, comenta o economista da Fiep, Evânio Felippe, em reportagem no site da entidade.

 

E em nosso setor?
A Rais 2018 indica que:
O mercado vidreiro conta com 41.256 pessoas com vínculos ativos na atividade “fabricação de vidro e de
produtos de vidro”, sendo:
• 33.068 homens;
• 8.188 mulheres, o equivalente a
menos de 20% do total;

A maior quantidade de mulheres (5.636) está em cargos com menor remuneração (de um a três salários
mínimos), possivelmente no chão de fábrica ou em tarefas que não têm ligação direta com a produção;

A disparidade em cargos de liderança também é perceptível: das 3.320 pessoas com remuneração acima de sete salários mínimos, apenas 441 são mulheres (13,2%). Isso mostra que a maioria delas não tem autoridade nas empresas em que trabalham.

 

No comando
Mesmo com poucas profissionais em cargos gerenciais no setor, existem exemplos que derrubam ideias preconcebidas.
As usinas nacionais, geralmente, têm equipes de marketing e vendas quase inteiras formadas por mulheres – apesar de nenhuma jamais ter ocupado o posto mais alto dessas companhias ao longo das décadas.

A processadora Italajes, de Itajaí (SC), conta com uma gerente-geral há quatro anos. Dayse Corrêa Werlich começou sua jornada por lá há quase uma década como auxiliar-fiscal, tendo exercido algumas funções antes de fazer parte do setor de controladoria. Depois, com o crescimento das operações, surgiu a necessidade de a empresa
criar a posição de gerente-geral. A escolha de quem a ocuparia era óbvia: “Dayse sempre esteve antenada em tudo que se passava na empresa, em todos os setores, demonstrando o quanto era capaz”, explica o diretor Sandro Osmar da Veiga.

Formada em administração, ela se especializou com uma pós-graduação em custos e engenharia de produção, além
de em diversos outros cursos – o que valida o estudo da Fiep citado anteriormente: mulheres se aperfeiçoam profissionalmente em busca de melhores oportunidades na carreira.

Sobre preconceito, Dayse afirma nunca ter sofrido. “Justamente por eu ter crescido com a produção, ter mantido esse
vínculo, fui bem acolhida. Sou sortuda por também terem me dado uma chance, pois, em muitos outros lugares poderia não ter acontecido. Infelizmente, às vezes, não se olha para o profissional, mas apenas para a pessoa”, analisa a gerente-geral.

 

A importância de falar sobre o tema
Criar eventos para discutir essa presença feminina em nosso setor é algo já feito por empresas e entidades. O Sindividros-RS organiza, desde 2018, o Vidro Delas, encontro que integra o programa de qualificação profissional do sindicato gaúcho, o Qualividros.

No começo de março, em Guarulhos (SP), a Blindex preparou o 1º Fórum Transparência com Elas, cujo objetivo era promover a inclusão e a diversidade a partir de debates sobre temas como liderança, empreendedorismo e empoderamento feminino no mercado profissional. Participaram empresárias e líderes de departamentos
de processadoras, fabricantes de acessórios, comerciantes do varejo e franqueadas da marca.

A diretora e executive coach da Plenamente Consultoria, Ana Lícia Reis, uma das palestrantes, desmitificou conceitos em relação à diferença entre a liderança de homens e mulheres. “O homem tem aspectos femininos, assim como a mulher
tem aspectos masculinos. Só que subjugamos esses aspectos femininos ao longo dos tempos. No entanto, existe
uma demanda do mundo para o resgate dessas características”, afirmou. “É importante trabalharmos não a oposição entre os dois lados, mas, sim, a busca pelo desenvolvimento usando as qualidades de ambos”. E Ana ainda deixou esse recado: “Os setores que demorarem muito para tomar consciência e trazer para dentro de si empatia, colaboração, visão sistêmica e sustentabilidade – que são características tipicamente femininas – vão sofrer mais”.

Para Glória Cardoso, gerente de Marketing e Vendas da Blindex, a tendência mundial de incluir mulheres nas cadeias
de comando é um caminho sem volta. “É importante analisar como as empresas estão preparadas, ou não, para lidar com as lideranças femininas que já são realidade”, comenta. “Hoje, há uma convergência para que essa liderança seja reconhecida como tal e também para que esses cargos sejam oferecidos às profissionais.”

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1º Fórum Transparência com Elas, da Blindex: evento promoveu debates sobre liderança, empreendedorismo e empoderamento feminino no mercado profissional.

 

 

Olhares
Rosenilda de Souza, natural de Angra dos Reis (RJ), é proprietária da Roseglass Vidraçaria (que conta com três funcionários) e trabalha há cinco anos no setor – segundo ela, começou por necessidade de um emprego e virou paixão
pela profissão. “Ser mulher nesse tipo de ocupação exige muita coragem e determinação. Mas também acho que não tem mais delas por medo de serem masculinizadas.”

Rose já passou por situações inacreditáveis para um profissional do setor – como um cliente que, ao perceber que seria ela, uma mulher, a instalar uma porta envidraçada em sua casa, inventou desculpa qualquer para o serviço não ser realizado, contratando um homem para a tarefa logo na sequência. “Alguns clientes ainda perguntam ‘é você quem vai fazer?’, e ficam por perto olhando. Não sei se por admiração ou se para ver se o serviço vai dar certo”, comenta.

Segundo ela, é difícil estar preparada para algo assim. A melhor estratégia contra isso é o próprio trabalho bem feito,
com limpeza e organização – coisas que, para Rose, são características mais fortes na mulher que nos homens.

“Foi o tempo que mudou as coisas. Peguei uma, duas obras, as pessoas começaram a ganhar confiança – e assim até chegar onde estou no momento”, relembra. Atualmente, 90% de seus clientes a procuram por indicação, sendo a maioria interessada em instalações de grande porte. “Não tem como limpar de dentro do ser humano um preconceito, seja ele qual for. É só o tempo mesmo.”

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Um momento sem precedentes

domingos2020-2O mundo atravessa um momento sem precedentes na história. A pandemia do coronavírus domina a rotina, as rodas de conversas, o noticiário e nossos pensamentos. Seus impactos na vida de todos nós já são sentidos em nosso dia a dia: álcool gel a todo instante, recomendações de isolamento e cuidado especial com os grupos de risco.

A modalidade do home office vem sendo adotada para profissionais que atuam em áreas administrativas das empresas, bem como a antecipação das férias daqueles que se encontram nos grupos de risco. Porém, para a turma do chão de fábrica é preciso tomar medidas que aumentem a segurança sanitária dos colaboradores: escala com horários que fujam do pico do movimento no transporte público, distanciamento nos refeitórios, distribuição de álcool gel em diversos pontos, recomendações redobradas sobre higiene pessoal e limpeza e tantas outras.

Todas essas medidas atendem às questões essenciais de saúde e buscam minimizar o ritmo de contágio e disseminação do coronavírus. Mas nenhuma delas trata de outro resultado trágico do Covid-19: o impacto econômico. A cotação do dólar bateu seu recorde na era do real, a bolsa despenca dia após dia, e muitas atividades estão parando, conforme o ritmo imposto pelas autoridades. A indústria da construção civil, que começava a esboçar uma recuperação, mais uma vez se vê refém de uma conjuntura desfavorável.

Em meio a tantas notícias e diante do agravamento do cenário, a Glass South America, principal evento do nosso setor no País e cuja realização estava prevista para o mês de junho, foi adiada para os dias 5 a 8 de novembro no mesmo local, o São Paulo Expo. A Abravidro, co-organizadora da feira, acredita que a decisão foi correta e que a manutenção da mostra no calendário deste ano demonstra a confiança de que o segundo semestre deve ser mais positivo para o nosso segmento.

E, nesse momento de tanta incerteza, minha mensagem aos colegas do setor vidreiro é no sentido de nos mantermos atentos, cuidarmos de nossas famílias e colaboradores, respeitando as determinações das autoridades, para que possamos colaborar com o esforço nacional para diminuir o impacto destruidor dessa pandemia. É fundamental avaliarmos cenários e traçarmos planos de contingência para garantir a continuidade dos nossos negócios apesar das adversidades.

 

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Arranha-céu em Nova York inaugura grande deque envidraçado

Na região do West Side, em Nova York, o Hudson Yards toma conta da paisagem: o gigantesco empreendimento comercial reúne hotel, escritórios, restaurantes e shopping centers. Aliás, em O Vidroplano de julho de 2019 mostramos uma estrutura do espaço, o The Vessel, monumento formado por 154 lances de escadas interconectadas ao longo de 16 pavimentos. Este mês, foi inaugurada outra atração imperdível do local: o Edge, considerado o mais alto deque de observação ao ar livre do Ocidente, com mais de 335 m de altura.

Vista privilegiada
Localizado no 100º andar de um dos arranha-céus que fazem parte do complexo, o Edge oferece visão de 360 graus da ilha de Manhattan. Os visitantes podem apreciar os drinks servidos pelo bar, instalado na parte interna do observatório, ou então comer no restaurante Peak, um andar acima.

A estrutura foi desenvolvida pelo escritório de arquitetura nova-iorquino Kohn Pedersen Fox Associates (KPF). “O deque é o mais dramático numa série de gestos que ligam nossas construções no Hudson Yards às principais obras ao redor da cidade”, comenta o fundador da KPF, William Pedersen. “Pelo fato de apontar na direção do Empire State Building e estar até mais alto que o observatório encontrado lá, o Edge homenageia esse que é um dos mais emblemáticos ícones de Nova York.”

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Maravilha da engenharia
Pesando quase 350 t, a obra representou um desafio arquitetônico, já que se estende 24 m para fora do prédio. É formada por quinze seções diferentes, “juntadas” e ancoradas aos lados leste e sul do edifício. Seu formato triangular tem cerca de 700 m² para serem ocupados pelo público, cuja segurança é garantida por guarda-corpos envidraçados: ao todo, são 79 painéis de laminados, com 2,74 m de altura cada. Os vidros foram fabricados na Alemanha e processados na Itália.

E não se pode deixar de falar de um dos destaques do espaço: o chão de multilaminados, com 20 m² de área. Assim como em outros observatórios pelo mundo, o Edge permite que o visitante “flutue” a centenas de metros do chão, oferecendo visões únicas de uma das principais cidades do planeta.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Profine Brasil comemora dezoito anos no mercado

No dia 27 de fevereiro, a Profine Brasil comemorou seus dezoito anos no mercado, e também inaugurou suas novas instalações no município de Osório (RS). A partir da nova sede, a empresa continuará o atendimento aos seus clientes no País, dando início ao processo de expansão pela América do Sul. Segundo a Profine, a expansão também é acompanhada do compromisso de atender requisitos individuais e oferecer as melhores soluções para esquadrias, em parceria com a Kömmerling, fabricante dos produtos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Hidrogênio será testado como alternativa para fornos de float

O Grupo NSG pretende testar o uso do hidrogênio como uma alternativa para os fornos de float em sua unidade na cidade de St. Helens, no Reino Unido. A iniciativa da multinacional japonesa busca investigar se o hidrogênio pode substituir parcial ou completamente o uso de gás natural e petróleo – segundo o grupo, se a substituição total for possível, isso permitiria uma redução de 80% nas emissões de gás carbônico. O trabalho conta com o financiamento de £5,2 milhões do governo local, e os primeiros testes estão planejados para novembro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

AGC inaugura sua planta de agregação de valor em Piracicaba (SP)

A AGC inaugurou oficialmente sua planta de agregação de valor em Piracicaba (SP), no dia 6 de março. A unidade é
dedicada ao atendimento dos clientes regionais do segmento voltado para aplicação em veículos. De acordo com Sérgio
Massera, diretor-comercial da Divisão Automotiva da AGC Brasil, ali são feitas a montagem final de componentes dos
vidros para esse segmento (fornecidos pela matriz em Guaratinguetá) e sua distribuição, trazendo mais flexibilidade no atendimento dos clientes da região. O evento contou com a presença de executivos da empresa, como o presidente regional da AGC Automotive Americas, Davide Cappellino; o diretor-presidente e diretor-geral de Finanças e de Suporte ao Negócio da América do Sul, Fábio Oliveira; e o diretor-geral da Divisão de Vidros Automotivos para América do Sul, João Siqueira, além de autoridades e representantes de entidades do município e do Estado de São Paulo.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ProAcústica empossa diretoria-executiva

A Associação Brasileira para a Qualidade Acústica (ProAcústica) empossou em fevereiro sua diretoria-executiva e conselho administrativo para o biênio 2020-2022. Luciano Nakad Marcolino é o novo presidente- -executivo. A entidade definiu como seus objetivos nessa nova fase a ampliação do quadro associativo e capacidade técnica, e o fortalecimento do mercado da acústica no Brasil, já anunciando sua participação em eventos como o 25º Dia Internacional da Conscientização do Ruído e a Feicon Batimat. Além disso, em comemoração ao Ano Internacional do Som, a associação realizará ações como debates e discussões durante o 27° Congresso Mundial dos Arquitetos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro lança o podcast VidroCast

A Abravidro lançou este mês o VidroCast, podcast voltado para o setor vidreiro nacional – podcast se assemelha a um programa de rádio, com a vantagem de você poder ouvir quando e onde quiser. A ideia é apresentar e discutir os assuntos abordados em cada edição de O Vidroplano de maneira ao mesmo tempo informativa e descontraída, para que os espectadores possam escutar onde e quando quiserem, no computador ou no celular. O episódio de estreia, já disponível, comenta as linhas de vidro exclusivas para o mercado brasileiro e a entrevista com os executivos da
Vivix, entre outros assuntos. Esperamos que curta!

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Coronavírus: Glass South America é adiada para novembro

Devido ao agravamento da pandemia de Covid-19, doença provocada pelo coronavírus, a NürnbergMesse Brasil, organizadora da Glass South America, optou pelo adiamento da feira. Antes marcada para junho, ela será realizada,
agora, nos dias 5 a 8 de novembro de 2020. O local permanece o mesmo: o São Paulo Expo, hoje principal centro
de eventos da capital paulista.

A mudança visa a preservação da saúde do público e obedece à determinação do Governo do Estado de São
Paulo de suspender a realização de eventos por tempo indeterminado.

“Apesar de difícil, acreditamos que essa foi a melhor e mais prudente decisão, visando à integridade, segurança e saúde dos participantes e funcionários. Em um cenário de incertezas e pessoas evitando sair de casa, manter a data de junho seria irresponsável de nossa parte. Ainda vale mencionar que junho é inverno, período de maior propagação de
vírus e doenças, como o Covid-19”, explica João Paulo Picolo, CEO da promotora alemã.

A feira R+T South America, que acontece junto com a Glass, o fórum Glass Performance Days South America (GPD Same) e o Vidro em Ação, atrações do evento, também serão realizados na nova data.

“A Glass South America tem um importante papel na dinâmica do mercado vidreiro, sendo uma oportunidade de relacionamento da cadeia, bem como uma vitrine para lançamentos do nosso setor. Manter a feira no calendário deste ano demonstra nossa confiança num segundo semestre mais positivo para o segmento”, afirma José Domingos
Seixas, presidente da Abravidro, entidade co-organizadora da mostra.

De acordo com nota emitida pelos organizadores, o adiamento da Glass South America para um período de maior serenidade mostra o compromisso da promotora como plataforma de negócios. “A nova data será uma ótima oportunidade de promover negócios ainda este ano e para já pensar em um crescimento para 2021”, conclui Picolo.

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Sindividros-RS realiza a 3ª edição do Vidro Delas

Cerca de 130 mulheres participaram, no dia 6 de março, da 3ª edição do Vidro Delas, encontro promovido pelo Sindividros-RS para gestoras, colaboradoras e funcionárias de vidraçarias e de indústrias representadas pelo sindicato
gaúcho, além de arquitetas, designers de interiores e engenheiras. O evento, realizado em Porto Alegre, foi patrocinado pelas usinas vidreiras AGC, Cebrace, Guardian, Saint-Gobain Glass e Vivix.

Para o Sindividros-RS, o Vidro Delas já está consolidado e a cada ano a entidade busca melhorar o formato e trazer novidades para as participantes. Desta vez, a programação do evento levou três palestras, incluindo a apresentação O vidro na arquitetura holística: espaços voltados ao bem-estar do ser, ministrada pela arquiteta holística Naveena Karênia e pela artista plástica Florence Chechi.

Além do grande público interessado foi preciso mudar o local do evento para aumentar a disponibilidade de vagas –, o
encontro teve um retorno positivo das participantes. O 3º Vidro Delas ainda arrecadou mais de 160 kg de alimentos não perecíveis, os quais foram destinados à Rede de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul.

 

MAIO
De 4 a 22
Sinvidro-MG e Amvid-MG
Especialização em Instalação de Vidros Temperados – Nível 1
Belo Horizonte, MG
www.sinvidromg.org.br

De 4 a 24
Sinvidro-MG e Amvid-MG
Especialização em Instalação de Guarda-corpo e Envidraçamento de Sacada – Nível 2
Belo Horizonte, MG
www.sinvidromg.org.br

De 6 a 14
Senai-SP
Técnicas Fusing Glass para Modelagem de Vidros
São Paulo, SP
www.sp.senai.br

De 7/5 a 17/6
Casa Cor Goiás
Goiânia, GO
casacor.abril.com.br/mostras/goias

De 12/5 a 10/6
Senai-SP
Projetos Aplicados ao Uso do Vidro em Edificações
São Paulo, SP
www.sp.senai.br

Dia 16
Ascevi-SC
Qualifique, Pratique e Sirva-se – Chapecó
Chapecó, SC
www.ascevi.com.br
De 24/5 a 19/6
Casa Cor Paraná
Curitiba, PR
casacor.abril.com.br/mostras/parana

 

JUNHO
De 2/6 a 2/8
Casa Cor São Paulo
São Paulo, SP
casacor.abril.com.br/mostras/sao-paulo

Dia 20
Ascevi-SC
Qualifique, Pratique e Sirva-se – Tubarão
Tubarão, SC
www.ascevi.com.br

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fique por dentro da documentação de responsabilidade técnica

Os trabalhos realizados por uma vidraçaria envolvem a instalação de sistemas que devem ser feitos de forma adequada para garantir a segurança dos usuários. Por isso, é importante para o cliente ter certeza de que todas as etapas da obra foram acompanhadas e validadas por um profissional experiente no assunto. Essa comprovação é feita por meio da documentação de responsabilidade técnica.

Mas quais serviços precisam que ela seja feita e entregue? E quem pode emiti-la? O Vidroplano conversou com especialistas e profissionais do setor para tentar responder essas e outras perguntas.

 

O que é a documentação de responsabilidade técnica?
De acordo com a engenheira Maria Edith Santos, superintendente de Fiscalização do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP), trata-se do documento que assegura à sociedade que uma atividade técnica é realizada por um profissional ou empresa habilitados.

No que diz respeito aos trabalhos envolvendo vidraceiros, existem dois tipos de documentos:

Anotação de Responsabilidade Técnica (ART): fornecida por um engenheiro vinculado ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea);

Registro de Responsabilidade Técnica (RRT): assinado por um arquiteto vinculado ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU).

facade glass window installation

 

Quem pode elaborar e emitir essa documentação?
O engenheiro Ricardo Pina, coordenador da Comissão de Estudos de Reformas em Edificações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), responde: “A responsabilidade técnica é exercida por profissional habilitado, que dimensiona, projeta e supervisiona a execução do processo, garantindo assim o cumprimento das determinações normativas vigentes”.

Desta forma, a vidraçaria deve contratar um engenheiro ou arquiteto associado ao devido órgão competente para o acompanhamento dos trabalhos e a assinatura da documentação.

 

Quais serviços da minha vidraçaria precisam de ART ou RRT?
Segundo as fontes consultadas para esta reportagem, algumas das atividades em que a documentação técnica é necessária são:

– Cobertura com vidro;
– Guarda-corpos;
Glazing (fachadas envidraçadas);
– Quaisquer outros projetos nos quais a documentação for solicitada pelo cliente, condomínio ou exigido por norma ou órgãos competentes.

No caso do envidraçamento de sacada, a norma técnica ABNT NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas – Requisitos e métodos de ensaio recomenda que o fornecedor emita para o contratante a documentação de responsabilidade técnica. Embora a norma não coloque como obrigatória a emissão desses documentos, é bastante comum o cliente exigi-los. Então, vale a pena estar preparado.

Vale destacar ainda as determinações da norma NBR 16280 — Reforma em edificações – Sistema de gestão de reformas – Requisitos: “Ela estabelece que, estando o edifício em reforma, para os elementos de importância para segurança do próprio edifício e seus ocupantes, deverão ser observadas as mesmas normas aplicadas para quando se constrói a obra”, comenta Pina, da Comissão de Estudos de Reformas em Edificações da ABNT. Também nesse caso, a emissão de ART ou RRT é obrigatória.

 

Fornecer essa documentação não vai pesar para a minha empresa?
Não se preocupe com o bolso se a ART ou o RRT forem exigidos para seu serviço: o custo não é seu! “O valor é sempre mensurado de acordo com o projeto e embutido no preço do produto ou serviço; consequentemente, quem paga é o cliente”, explica Gisele Muniz, proprietária da vidraçaria paulistana Everart.

Então, você não tem essa desculpa para não correr atrás disso. Mesmo porque, se o cliente exige de você, ele exige também do seu concorrente!

 

Que informações devem constar na documentação técnica?
Segundo Maria Edith, do Crea-SP, devem ser informados todos os dados:

– Do contratante e do contratado
– Do tipo de atividade a que se refere
– Valores de contratação
– Os tipos de atividades técnicas que serão desenvolvidas
– Data de início da atividade e previsão do término
– Quantificação da atividade a ser desenvolvida
– Entre outras informações solicitadas pelo sistema

 

Quais as responsabilidades do profissional que assina essa documentação?
Segundo Pina, esse engenheiro ou arquiteto precisa ter conhecimento das exigências a serem cumpridas pelo vidraceiro em relação à aplicação de seus produtos e serviços e as garantias deles, as quais deverão ser informadas ao cliente. “Havendo limitações com relação ao uso e manutenção do produto, deverá ser fornecido também um manual sobre seu uso e manutenção”, ele acrescenta.

Quais são os riscos para as partes envolvidas se a regra em relação à documentação não for respeitada?
“Em casos de acidentes, com danos materiais, a falta de documentos exigíveis caberá indenizações e até punições administrativas”, alerta Ricardo Pina. “Para caso de danos pessoais com vítimas, isso sem dúvidas será tratado na esfera criminal”, o engenheiro complementa.

Maria Edith Santos, do Crea-SP, observa que a Lei n.º 6.496/77, que instituiu a ART, traz todas as determinações para garantir à sociedade a existência de um profissional devidamente habilitado na execução dos serviços e imputa a ele total responsabilidade por eles. E ressalta: “Conforme o artigo 3º da referida Lei, ‘a falta de ART sujeitará o profissional ou a empresa à multa prevista na alínea ‘a’ do art. 73 da Lei n.º 5.194, de 24 de dezembro de 1966, e demais cominações legais”.

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Como se orientar em relação às documentações?
“No caso da Everart, isso foi possível por meio de estudo, pesquisa e, principalmente, a leitura das normas do nosso setor e dos órgãos reguladores para conhecermos o assunto a fundo”, conta Gisele Muniz.

Ela opina que todas as empresas que compõem a cadeia vidreira — tanto as vidraçarias como as processadoras ou qualquer outro profissional ligado à instalação de produtos para o consumidor final – deveriam consultar ou mesmo filiar-se aos órgãos competentes de gerenciamento de obras: “Entendo que estamos ligados a eles, afinal, são eles os fiscalizadores dos nossos trabalhos aplicados”, considera.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Por dentro da Especialização Técnica Abravidro

Nos dias 12 e 13 de março, a Abravidro formou mais uma turma de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE). O curso, cujo conteúdo é pensado exclusivamente para o dia a dia de uma companhia vidreira, é o módulo mais recente na lista da Especialização Técnica Abravidro.

Lançado em 2011 com os módulos de Corte, Lapidação, Serigrafia e Têmpera – o de PPCPE veio depois, em 2016 –, o programa de capacitação para profissionais do setor já recebeu quase 8 mil alunos e conta com treinamentos variados, constantemente atualizados, para atender as necessidades observadas no mercado no momento em que são aplicados.

Você conhece todos os módulos existentes? Sua empresa já passou por algum deles? Nas próximas páginas, O Vidroplano detalha um pouco da história e dos cursos do programa e mostra os resultados que ele já proporcionou – e ainda proporciona – em processadoras por todo o Brasil e também fora dele. Confira!

 

Do setor para o setor
A Especialização Técnica Abravidro foi desenvolvida com o objetivo de formar e aperfeiçoar a mão de obra nas indústrias beneficiadoras. Seus treinamentos ensinam não só a maneira correta de se trabalhar no processamento do nosso material, mas também como aumentar a eficiência e produtividade da empresa, além de ajudá-la a reduzir perdas e expandir sua área de atuação.

Ao contrário de outros cursos, o programa não foi pensado para qualificar somente os funcionários de chão de fábrica. Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro e responsável pela aplicação dos módulos nas empresas, explica: “Os treinamentos não são voltados somente para funcionários com pouca experiência de atuação no mercado. Eles podem e devem ser acompanhados por todos na empresa – proprietários, diretores, gerentes, supervisores, encarregados e operadores, independentemente do tempo de experiência que esses profissionais já têm –, para que todos os elos estejam em sintonia em relação ao que precisa ser feito.”

Segundo Cláudio, o conteúdo ensinado é totalmente adequado às necessidades dos participantes, levando em conta aspectos como maquinários que a empresa utiliza, produtos e serviços com os quais trabalha e perfil de seus clientes, entre outros. O professor também destaca que, ao término de cada dia de treinamento, uma pesquisa de satisfação é aplicada para todos os alunos.

 

Sempre algo novo para aprender
Talvez você pense que, se sua processadora já passou por algum módulo da Especialização Técnica, não vale a pena aplicá-lo novamente, certo? Errado. “É possível voltar inúmeras vezes na mesma empresa e sempre ter temas inéditos e fundamentais para o resultado das operações e para cada fase que a empresa vivencia”, conta Cláudio Lúcio.
Isso acontece porque os responsáveis pelo programa estão sempre atentos às tendências e mudanças do cenário vidreiro. Dessa forma, eles conseguem identificar os maiores desafios enfrentados pelas processadoras naquele momento e o conteúdo a ser incorporado aos treinamentos para ajudar as empresas a superá-los. Então, mesmo que você participe de um módulo que já cursou antes, sempre vai encontrar conteúdos novos para aprender e aplicar nos seus negócios.

 

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Os “carros-chefes” da Especialização Técnica Abravidro

  • CORTE — Traz todos os detalhes para o corte correto do vidro, incluindo os critérios de qualidade, os erros mais comuns e o óleo usado para esse trabalho;
  • LAPIDAÇÃO — Mostra os efeitos do corte do vidro nessa operação, os tipos de rebolo que podem ser usados, a limpeza da peça e os fatores que influenciam na sua lapidação. Também é ensinada a forma correta de calcular e aplicar todos os parâmetros técnicos de processo para resultados eficazes e eficientes, para lapidação de bordo, furação, recorte e acabamento, manual e/ou automatizado;
  • SERIGRAFIA — Apresenta os tipos de pintura para vidro, os elementos e parâmetros para essa atividade e a montagem apropriada da mesa, a correta preparação, medição e controle da qualidade e de todos os insumos, entre outros assuntos;
  • TÊMPERA — Ensina como conduzir o trabalho nesse forno, identificar defeitos no processo e como o vidro saído da têmpera deve ser manuseado e embalado, e todos os parâmetros técnicos de processo de medição, controle e ajustes;
  • PPCPE — Trata-se do único curso de Planejamento e Controle de Produção (PCP) com conteúdo pensado exclusivamente para o dia a dia de uma companhia vidreira. Inclui temas como maior controle da produção, análise da capacidade efetiva do parque industrial e como usá-lo de forma eficaz e eficiente, além de escolha e adoção de softwares de gestão.

 

 

modulos-apostilas
Após cursar alguns desses módulos, as empresas também podem contratar o treinamento de Acompanhamento de Processos. Nele, o instrutor técnico observa as atividades da processadora e orienta sobre como atingir a excelência das operações e a melhora de seus resultados, com emissão de relatório final.

 

Tem mais!
Engana-se quem pensa que os módulos acima são os únicos oferecidos. Conheça a seguir outros treinamentos que
podem ser contratados pela sua processadora a qualquer momento:

 

Acompanhamento de Layout
Após avaliar as necessidades da empresa, é realizado o planejamento agregado, calculado e formatado do novo layout de adequação do parque fabril atual ou da construção de um novo, sempre levando em conta que cada processadora tem um histórico, mercados, necessidades e contextos diferentes;

 

Redesenho e Modelagem de Processos Administrativos e Industriais —
Nesse módulo, aprende-se a desenvolver o planejamento estratégico, financeiro e econômico e o modelo de negócio da empresa, considerando todos os seus trabalhos, técnicas e ferramentas. O foco são as necessidades de resultado e atendimento dos seus proprietários e/ou diretores para o direcionamento de todos os processos para atingir, a curto prazo, a adequação de seus processos comerciais e/ou operacionais;

 

• Manutenção Produtiva Total (TPM– Total Productive Maintenance) —
Direcionado à conservação das máquinas e equipamentos: manutenção, ajuste, limpeza, lubrificação etc.
Sobre este último módulo, Cláudio Lúcio considera sua aplicação extremamente vantajosa para as empresas. “A TPM, entre outros benefícios, aumenta a confiabilidade nos processos, permitindo menos paradas de máquinas, melhora a qualidade dos produtos, por reduzir o risco de erros ou baixo desempenho, diminui custos e amplia a vida útil dos maquinários, além de melhorar a segurança dos funcionários ao operá-los”, lista o instrutor. “Esse módulo não é caro, tem um relativo baixo investimento que se paga rapidamente. Sua aplicação é mais barata do que consertos e manutenções corretivos não programados e evita paradas imprevistas da produção.”

 

Especialização Técnica Abravidro em números

198 empresas já receberam o treinamento desde 2011;
1.107 módulos foram ministrados até o momento;
O programa já passou por 22 Estados do Brasil, além da Bolívia e do Paraguai;
Por meio de seus módulos, já capacitou 7.946 alunos.

 

Vozes do setor
Veja a seguir comentários de alguns processadores que já passaram pela Especialização Técnica Abravidro sobre como ela contribuiu para suas empresas:

“Com a especialização ministrada por Cláudio Lúcio da Silva, percebemos que tínhamos muito a aprender sobre o vidro e seus processos fabris, incluindo nos qualificar e levar conhecimento para nossos colaboradores. Os módulos cursados trouxeram muito ganho para a Primo. Hoje, temos procedimentos bem definidos em todos os setores da empresa — e isso passa mais segurança para o empresário, pois o conhecimento está na mão de todos e não de poucos dentro da companhia. Nossa produtividade dobrou e nossas perdas com retrabalho e quebras de vidro diminuíram muito. Tendo padrão, tudo fica mais simples.”
Vinicius Silveira,
sócio-diretor da Primo Vidros (Itapetininga, SP)

 

“O que nos motivou a participar do PPCPE foi a dificuldade que tínhamos para gerir nossa produção. Esse curso quem o ‘trouxe’ para nós foi a dor. Depois vieram também os cursos de corte, lapidação, têmpera e Acompanhamento de Layout. É difícil mensurar os ganhos, pois o que ficou foi um legado que, se repetido e reproduzido continuamente, não terá fim. Hoje, por exemplo, geramos poucos retalhos no corte, melhoramos infinitamente a qualidade do destaque, diminuímos o consumo de rebolos nas lapidadoras, gastamos menos pó de vidro no sistema de tratamento de água, melhoramos a qualidade da furação, temos menos quebras de peças no forno e cumprimos os prazos de entrega sem dificuldade e com menor esforço físico dos colaboradores – a lista é grande…”
Alessandro Alencar Cunha,
diretor da Zenit Glass (Barbacena, MG)

 

“Buscamos o auxílio da Abravidro, inicialmente, para o PPCPE e, posteriormente, para a consultoria de Acompanhamento de Layout. A mudança na empresa está ocorrendo de forma gradativa. Inicialmente, está sendo reestruturada a área de PCP da Divine, de acordo com os conhecimentos adquiridos no curso, para que ela não seja apenas um setor de otimização, mas uma das mais importantes áreas estratégicas da empresa. Paralelo a isso, estamos finalizando o projeto da planta do novo layout industrial da empresa. Após finalizadas todas mudanças, a expectativa é um aumento de 40% em nossa produção!”
Ernane José dos Santos,
diretor da Divine Vidros (Divinópolis, MG)

 

“Após um funcionário nosso participar do curso de PPCPE, do qual gostou muito, vimos que poderíamos ter um grande ganho em todo o processo de produção e, com isso, a Crisbal resolveu investir nos ensinos do Cláudio [Lúcio da Silva]. Desde a primeira vez que prestou consultoria, tivemos certeza de que ele teria de vir várias vezes, para poder colocar em prática ao menos um pouco de todo seu conhecimento e fazer toda modelagem da empresa. Isso, sem dúvidas, trouxe muitos benefícios para nós de forma geral. Falando somente da produção, tivemos um ganho de 20% e reduzimos significativamente os prazos de entrega.”
Sérgio Magalhães de Almeida, diretor da Crisbal
Comércio de Vidros Temperados (Barra Mansa, RJ)

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Usinas desenvolvem vidros para o Brasil

“Valor agregado” é um termo bastante usado em algumas reportagens de O Vidroplano. Faz referência a um produto com características especiais, que leva mais benefícios aos clientes que itens considerados “padrões”, ao mesmo tempo em que garante maior lucro para quem o vende – afinal, é comercializado a um valor maior justamente por ser diferenciado.

Nos últimos tempos, as usinas nacionais apostam na criação de linhas assim, com a vantagem de serem pensadas para o mercado brasileiro. Mas por que nosso país precisa de produtos desse tipo? Como é a produção desses materiais? Para entender como tudo funciona, a equipe da revista conversou com as fabricantes que atuam no Brasil e já desenvolveram esses vidros – procurada, a Guardian não conseguiu atender o prazo para envio das respostas.

 

Por que fazer?
Incentivar a maior aplicação de nosso material é prioridade da indústria – afinal nossos números em relação ao consumo de vidro são bem inferiores aos de outras regiões do mundo, como América do Norte ou Europa. Lá fora, é normal a criação de produtos específicos para atender exigências de mercados, como permitir maior conforto térmico em regiões muito frias, por exemplo. E por aqui? Qual a necessidade de oferecer novas soluções aos clientes?

“A construção civil brasileira vem passando por algumas mudanças nos últimos anos, principalmente com o advento de normas técnicas que demandam maior desempenho e eficiência dos materiais e dos sistemas construtivos”, analisa Luiz Barbosa, gerente técnico de Vendas da Vivix. Por isso mesmo, a criação de vidros mais tecnológicos tende a se tornar mais frequente.

Além dos quesitos técnicos mais refinados, os novos vidros também precisam atender as preferências estéticas dos arquitetos e engenheiros, segundo Mônica Caparroz, gerente de Marketing da Cebrace. “Isso garante maior versatilidade aos projetos, já que são oferecidos designs exclusivos aliados a tecnologias de ponta”, analisa. Todas as usinas contatadas afirmaram que a demanda por esses produtos cresceu nos últimos tempos, o que explica a opção por investir em seu desenvolvimento.

“Os vidros ‘especiais’ têm a responsabilidade de oferecer algo a mais, contribuindo para o conforto interno nas edificações”, reforça Ana De Lion, gerente de Desenvolvimento de Mercado e Construção Civil da AGC. “São produtos que contam com um espaço no mercado, e têm potencial de crescimento gigante quando comparado com o uso do vidro comum incolor.”

 

Temperatura na medida certa
No Hemisfério Norte, é muito comum a aplicação de vidros de controle solar para oferecer conforto térmico durante invernos rigorosos – eles mantêm o calor captado ao longo do dia dentro das construções. No entanto, dadas as características do clima brasileiro, o objetivo por aqui é impedir a entrada do calor. Isso explica por que as empresas nacionais focaram na criação de linhas pensadas para essa questão: a principal particularidade do Brasil está justamente em seu clima.

“Entregar produtos dedicados à região só é possível se entendermos hábitos e respeitarmos nossa cultura e nosso clima”, afirma Ana De Lion, da AGC. “Pelo fato de o Brasil ser privilegiado em termos de posição geográfica, apresentando 92% do território em uma zona tropical, faz-se necessária a adaptação de produtos que otimizem a incidência solar que permeia a vida da população”, explica Luiz Barbosa, da Vivix.

Mônica Caparroz, da Cebrace, aponta que diversos fatores são analisados: “O resultado final é uma somatória das peculiaridades levadas em conta, tais como fatores estéticos (tonalidade, brilho, neutralidade) e técnicos (absorção de calor, reflexão). As questões de aplicação também são discutidas e levadas em consideração”.

 

A aceitação do mercado
Não basta produzir esses produtos: tão importante quanto é saber divulgar seus diferenciais aos possíveis consumidores. “Entregar valor é muito mais desejado que entregar o convencional, em que o diferencial de maior peso acaba sendo somente o preço”, reflete Ana De Lion, da AGC. “É lógico que há limitações de recursos e do alcance de algumas ações, mas a comunicação dos benefícios e vantagens de itens especiais são melhor percebidas e, assim, diferenciadas daquilo considerado comum”.

Nesse sentido, os departamentos de Marketing das usinas trabalham para abordar clientes e mercado com o objetivo de ajudá-los a compreender os benefícios de cada material. No caso dos atributos do vidro de controle solar, por serem mensuráveis (já que dá pra medir quanto de calor e radiação são “barrados” pelas chapas), a aceitação do público acaba sendo maior. Segundo as fabricantes, toda a cadeia precisa saber dessas qualidades:

– a construtora, para entender o valor do material no seu produto final;

– o instalador, para perceber os benefícios em sua atividade;

– o arquiteto, para ter noção de que o vidro vai além da função de fechar vãos;

– e o consumidor final, que é quem efetivamente viverá sob a influência dos vidros.

Obras de grande porte com essas linhas já podem ser encontradas pelo País, como os aeroportos de Porto Alegre e Fortaleza, e o Edifício One Sixty, em São Paulo, que usam a Linha BR, da Cebrace. Essa é uma prova de que os clientes já começam a preferir esses produtos, que trazem benefícios palpáveis aos ocupantes das edificações.

 

As linhas de controle solar brasileiras
Esses são os vidros feitos especialmente para nosso clima. Vale lembrar que cada um oferece redução de calor específica:

– Linha BR
Fabricante: Cebrace
Data de lançamento: fevereiro de 2018
Produtos: BRN 148 (neutro); BRS 131 (prata); BRN 130 (neutro); BRB 127 (azul); e BRZ 130 (semirrefletivo, bronze)

– Sunlux Shadow
Fabricante: AGC
Data de lançamento: maio de 2018
Produtos: Sunlux Shadow 14, Sunlux Shadow 20 e Sunlux Shadow 32

– Vivix Performa
Fabricante: Vivix
Data de lançamento: maio de 2018
Produtos: a linha se divide em duas famílias – a de monolíticos (nas cores bronze, cinza e verde) e a Duo, de laminados (bronze, cinza, verde e verde intenso)

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Como esses vidros são desenvolvidos?
Segundo as usinas contatadas, o processo se dá da seguinte forma (ele é bem semelhante em todas as empresas):

– É identificada uma necessidade do mercado vidreiro;

– Realizam-se pesquisas para saber o potencial de consumo de um possível novo produto. Os estudos devem apontar as oportunidades oferecidas por esse item para o atendimento das demandas da construção nacional;

– Na sequência, após o entendimento de que é válida a criação do produto, se define a tecnologia mais adequada para sua fabricação. É levada em consideração também sua “processabilidade”, ou seja, se poderá ser beneficiado por qualquer processadora, mesmo aquelas com parques fabris mais simples;

– Com o vidro pronto, são feitos testes para compreender se tecnicamente ele está adequado às condições locais;

– Após tudo estar aprovado, é hora de finalmente lançá-lo no mercado.

 

Quem participa?
“O desenvolvimento sempre irá priorizar a compreensão de todos os envolvidos na especificação, venda e uso do vidro”, comenta Mônica Caparroz, da Cebrace. “Foram realizadas pesquisas com arquitetos e consultores de fachadas, mas estamos sempre atentos às demandas dos processadores e distribuidores”.

A Vivix, segundo Luiz Barbosa, contratou consultorias especializadas para o mapeamento das informações necessárias para a estruturação do projeto – foram essas informações que apoiaram a empresa na tomada de decisão da tecnologia adotada. “Além disso, contamos com o apoio de clientes e profissionais da construção para a avaliação”, explica.

 

Novos lançamentos em primeira mão
Enquanto fechávamos esta edição de O Vidroplano, Cebrace e Vivix anunciaram novos produtos dentro de suas linhas exclusivas para o clima brasileiro. A Cebrace lançou na feira Expo revestir, realizada de 10 a 13 de março em São Paulo, o BRZ 130, feito para atender as demandas de arquitetos brasileiros por um vidro de controle solar com tonalidade bronze. Já a Vivix divulgou suas duas novas cores para laminados: Duo Azul (que bloqueia em 62% a entrada de calor no ambiente) e Duo Bronze Intenso (63%). Ambos possuem baixa reflexão luminosa interna e externa, o que se traduz em um vidro menos espelhado.

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Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

5 erros na gestão de vendas

Escrito por Flávio Paim

Há uma realidade óbvia e inegável: para que tenha sucesso, um negócio necessita de vendas. Porém, enquanto algumas empresas alcançam os clientes desejados, outras tantas seguem esperando que o consumidor bata à sua porta. Em uma realidade de competição cada vez mais intensa, uma boa gestão de vendas é fundamental. Veja cinco erros bastante comuns nessa atividade.

 

1. Esquecer de prospectar clientes
Em algum momento, você já deve ter ouvido a expressão “funil de vendas”: o termo explica esse processo, que se afunila até a concretização do negócio. A prospecção é a primeira etapa disso — e a mais importante, pois dificilmente você conseguirá converter todos os contatos em clientes. Essa busca deve ser contínua, para que as oportunidades se renovem periodicamente.

 

2. Prospectar fora do perfil
É comum as empresas desejarem atender a tudo e a todos, atirando para todos os lados e não acertando em ninguém. Para uma boa gestão, é fundamental que se tenha plena consciência do perfil de cliente que se deseja atingir, já que isso interfere em como conduzir sua produção.

 

3. Deixar de estabelecer um processo
Um processo bem construído permite que nenhuma fase seja negligenciada, desde o primeiro contato até o pós-atendimento. Assim, a empresa precisa traçar um início, meio e fim para a atividade e segui-lo à risca.

 

4. Improvisar
De nada serve estabelecer um processo desse tipo para deixá-lo parado em uma gaveta, usando métodos improvisados ou sem eficiência comprovada. Isso é desperdício de tempo, energia, dinheiro e de oportunidades.

 

5. Criar uma estratégia e não usá-la
A estratégia é o pilar de sustentação da empresa. Por meio dela, o negócio pode alcançar com efetividade os objetivos traçados. É por isso que não se deve agir de maneira intuitiva. Se você não fizer sua parte com competência, seu concorrente não precisará de muito esforço para ser melhor.

 

Flávio Paim é administrador e consultor empresarial, possui MBA em Marketing e sólida experiência nas áreas de gestão e comercial.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Confira o andamento da norma de esquadrias

Na edição de janeiro de 2019, O Vidroplano apresentou nesta seção o desenvolvimento da parte 7 da norma NBR 10821 — Esquadrias para edificações. Desde então, os trabalhos da Comissão de Estudos Especiais de Esquadrias (CEE-191) avançaram bastante na elaboração dessa divisão, chamada Esquadrias externas — Métodos de ensaio para
fachadas em obra (in loco). A seguir, saiba quais são as mudanças mais recentes e a previsão para a publicação do documento.

 

A importância dos ensaios de campo
De acordo com Fabíola Rago, coordenadora da comissão, as discussões realizadas nas últimas reuniões – que contaram com a participação do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) – estão baseadas na metodologia dos ensaios de campo: o procedimento fornece um meio para determinar o desempenho de um produto uma vez aplicado no edifício.

Esse modo de avaliação dos sistemas deve ser feito a partir do momento em que a janela, claraboia, fachada ou portas forem instaladas e antes que o interior do edifício seja finalizado. Assim, é geralmente mais fácil verificar as superfícies interiores das esquadrias em relação à penetração da água e aos pontos dessa penetração.

A principal vantagem do ensaio está no fato de os erros de fabricação (ou de instalação) poderem ser facilmente identificados, além de permitir correções antes que as esquadrias sejam finalizadas – a essa altura, o custo de retrabalho pode ser muitas vezes maior.

A avaliação das esquadrias em campo também pode ser realizada quando o edifício já estiver em uso, para determinar se os problemas de vazamento relatados são resultado de falha dos conjuntos. Engenheira e diretora do Instituto Beltrame da Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq), Fabíola explica que os ensaios de estanquidade à água descritos no texto base “têm a função de avaliar se a instalação da esquadria na obra foi realizada corretamente, conforme indicado pelo projeto”.

 

Ensaiando os sistemas móveis
Outro ponto abordado nas discussões é a metodologia para avaliação dos sistemas móveis, como os maxim-ar. Atualmente, ela cobre apenas as esquadrias externas fixas.

Estão previstos também ensaios a serem realizados em folhas móveis e fixas. No entanto, Fabíola ressalta: “Nessa parte da NBR 10821, os ensaios são apenas in loco, com as esquadrias já instaladas na obra. Portanto a metodologia nunca poderá ser comparada com a realizada em laboratório e descrita na Parte 3”. Para essas avaliações, o novo texto determina que uma câmara de ensaio provisória seja montada na obra, acoplada à esquadria a ser avaliada.

 

União pela normalização
A coordenadora da CEE-191 destaca ainda que o desenvolvimento dessa parte da norma tem contado com a participação de entidades como a Abravidro, Associação Brasileira das Indústrias de Portas e Janelas Padronizadas (Abraesp) e Sindicato da Indústria de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo (Siamfesp), bem como dos laboratórios que já realizam os ensaios para fachadas (incluindo alguns em obra) e de fabricantes de esquadrias. Um nome destacado por Fabíola é o de Yuri Alvim, da QMD Consultoria. “Como ele já utiliza a metodologia das normas americanas nos ensaios de obra, tem nos ajudado com a elaboração da versão brasileira”, aponta a coordenadora da comissão.

A finalização das discussões do texto base dessa parte da norma está prevista para este semestre. A consulta nacional, por sua vez, ficará provavelmente para o final do ano.
Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Saiba mais sobre o vidro temperado

Esta informação não é nova, mas sempre vale a pena reforçá-la: os temperados são considerados vidros de segurança não só por sua resistência mecânica até cinco vezes maior que a do vidro comum, mas também porque, em caso de quebra, a peça se estilhaça em pedaços muito pequenos e não pontiagudos, o que diminui o risco de ferimentos.

Exatamente por isso, um dos ensaios da norma ABNT NBR 14698 – Vidro temperado diz respeito à fragmentação do
material, estabelecendo os requisitos para a aprovação do produto. Dessa forma, é possível determinar se as peças atendem ao desempenho esperado.

 

O que você precisa para realizar o ensaio de fragmentação

  •  Peça de vidro temperado na medida de 1100 mm x 360 mm
  • Mesa ou superfície plana capaz de comportar a peça de vidro
  • Máscara quadrada com abertura de (50 ±1) mm x (50 ±1)
  • Punção de centro acionado por mola (punção automático)
  • Cronômetro
  • Caneta de retroprojetor (com ponta fina)

Como o ensaio é feito
A primeira etapa consiste na colocação da peça de vidro temperado que servirá como corpo de prova sobre uma mesa ou superfície plana. As bordas da peça podem ser contidas por uma fita adesiva.

Em seguida, é usado um pequeno instrumento chamado punção: ele é acionado a aproximadamente 13 mm da borda na parte central de um dos lados maiores da peça de vidro (figura abaixo), causando sua quebra.

formula-certa

 

Entre quatro e oito minutos após a quebra, procura-se o maior fragmento do vidro, posicionando-o de forma que fique no centro da máscara quadrada com abertura de (50 ±1) mm x (50 ±1) (figura abaixo).

quebra-temperado1

Atenção à área de exclusão: a área delimitada por um raio de 100 mm em torno do ponto de impacto e a área demarcada por uma cota de 25 mm a partir da borda do vidro deve ser excluída da contagem dos fragmentos, bem como da seleção da maior partícula (figura abaixo).

formula2

 

Contagem: devem ser contados, separadamente, os fragmentos perimetrais (parcialmente contidos na máscara – figura cima) e depois os fragmentos centrais (totalmente contidos na máscara – figura abaixo).

fragmentos2

 

 

 

fragmentos3

 

 

 

Exemplo de possíveis fragmentos encontrados e como conta-los

exemplos-de-fragmentosO número de fragmentos perimetrais deve ser dividido por 2 e depois somado ao número de fragmentos centrais para obtenção do total de fragmentos do corpo-de-prova.

Total de fragmentos = (perimetrais ÷ 2) + centrais

 

Resultados
Após o ensaio, o vidro temperado será considerado aprovado se estiver de acordo com os critérios abaixo:

a) O resultado da contagem dos fragmentos para vidros temperados utilizados na construção civil deve atender ao disposto na tabela abaixo:

 

tabela

b)
O maior fragmento não pode exceder o comprimento de 100 mm;
c) O número máximo de fragmentos é 100, exceto em situações especiais requeridas pelo cliente;
d) O número mínimo de fragmentos para os vidros temperados utilizados na indústria moveleira (móveis e linha branca) é 60, independente da espessura.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

 

Entrevista com Paulo Drummond e Henrique Lisboa

No final de janeiro, o mercado vidreiro recebeu a notícia de que o então presidente da Vivix, Paulo Drummond, deixaria a empresa. À frente da companhia desde o início do processo de sua fundação, em 2010, Paulo Drummond optou pelo desligamento para se dedicar a projetos pessoais. Em seu lugar, assumiu, no dia 2 de março, Henrique Lisboa, ex-diretor Comercial e de Marketing da empresa. Para entender o que representam essas mudanças na única usina vidreira de capital 100% nacional, conversamos com ambos, por e-mail. A conversa você encontra a seguir.

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Paulo, você liderou o projeto do grupo Cornélio Brennand no setor de vidros planos desde o início. Dez anos depois, qual o saldo da empreitada?

Paulo Drummond: Estar à frente da Vivix desde a sua concepção foi um privilégio e sem dúvida uma etapa de extrema relevância em minha trajetória profissional. Foram muitos os aprendizados e conquistas que ficarão em minha memória para sempre. Construímos uma das mais modernas fábricas de vidros planos do mundo, expandimos o nosso portfólio de produtos e melhoramos processos e serviços. Conquistamos o respeito do mercado cumprindo os acordos assumidos e buscamos estar próximos dos nossos clientes, conhecendo as suas particularidades e apoiando-os no desenvolvimento dos seus negócios. Acreditamos que este é um dos principais caminhos para a ampliação da base de consumo do vidro plano no País, além de outras realizações e desafios superados. Enfim, acredito que demos a nossa contribuição para a evolução do mercado e sem dúvida o saldo foi muito positivo e gratificante.

 

Na primeira entrevista que concedeu a O Vidroplano, em abril de 2010, você comentou que o setor vidreiro no Nordeste precisava de desenvolvimento e investimentos, e que a então CBVP vinha para ajudar nisso. Esse desenvolvimento do mercado ocorreu como o esperado ao longo dos anos?
PD: Apesar da maior e mais longa crise econômica que abalou o País, e sobretudo o setor da construção civil no qual estamos inseridos, o mercado como um todo evoluiu. Pudemos contribuir para um maior e melhor abastecimento do setor. Investimos na qualificação da cadeia a fim de compreendermos suas necessidades e assim realizarmos ações personalizadas, visando ao crescimento individual de cada empresa.

 

Todas as demais usinas de base nacionais passaram por mudanças no time de executivos nos últimos anos. Agora, acontece na Vivix também. O que você pode comentar sobre o processo de passagem de bastão para uma nova geração de executivos?
PD: A mudança faz parte de um processo natural de sucessão, seguindo as diretrizes gerais da empresa e os objetivos estratégicos para os próximos anos. Esta foi uma decisão planejada, sempre visando uma transição adequada. A partir de agora, assume a liderança do negócio Henrique Lisboa, executivo experiente que esteve ao meu lado desde a concepção da empresa e dará continuidade à trajetória de crescimento da Vivix.

 

Apesar da maior crise econômica que abalou o País, o mercado como um todo evoluiu”
Paulo Drummond

 

Henrique, você faz parte do grupo Cornélio Brennand há vinte anos. Como é ser indicado para se tornar presidente do braço do setor vidreiro?
Henrique Lisboa: O convite para assumir o comando da Vivix me deixa honrado e também desafiado a dar continuidade ao processo evolutivo da empresa. Faço parte da Vivix desde a sua concepção e visualizo claramente as oportunidades existentes para o setor e para a empresa. Tenho orgulho de pertencer a um grupo empresarial com mais de cem anos de existência, sinônimo de confiança e respeito aos acordos.

 

O processo de sucessão será marcado pela continuidade dos projetos já em andamento?
HL: Sim. Como já demonstramos ao longo desses últimos anos, seguiremos honrando os nossos compromissos assumidos com o mercado e clientes, criando permanentemente possibilidades que visam à evolução do nosso segmento e o fortalecimento da nossa cadeia.

 

Quais serão os desafios que você espera encontrar como presidente da usina?
HL: Precisaremos estar atentos às oportunidades que certamente virão com a retomada do crescimento econômico do País e buscar permanentemente soluções inovadoras, de olho na diferenciação e no desenvolvimento do mercado e dos clientes.

 

A Vivix apostou em modernizar seu parque fabril com tecnologia 4.0 nos últimos tempos. Como isso pode impactar positivamente nos negócios da empresa a partir de agora?
HL: A empresa investe constantemente em automação, tecnologia da informação e digitalização dos seus processos. A partir disso, criamos plataformas inteligentes que fazem com que a Vivix ganhe mais eficiência, velocidade, produtividade e segurança em todas as etapas. Tudo isso visando a uma evolução constante da empresa, a fim de oferecer sempre os melhores produtos e serviços ao mercado.

 

Sempre houve uma expectativa sobre o segundo forno da usina, muito por causa de declarações da própria empresa. Há algum planejamento quanto ao assunto?
HL: Sim. Desde o início do nosso projeto está previsto um segundo forno. Estamos acompanhando a evolução da economia para seguirmos com esse plano.

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Como se deu a escolha de José Henrique Ribeiro para o cargo de diretor Comercial e de Marketing?
HL: O José Henrique é formado em engenharia mecânica, com MBA em Administração de Negócios no Insper (SP). Ele é um profissional experiente, com forte histórico de atuação profissional dentro da área comercial/marketing, construído em empresas de ponta que atuam com foco no mercado. Será alguém que certamente trará grandes contribuições para o setor.

 

Quais desafios o setor vidreiro deve encontrar nos próximos anos? Vocês acham que nossas empresas estarão preparadas?
PD: Continuamos visualizando uma avenida de oportunidades para o mercado de vidros planos no País. Basta verificarmos o baixíssimo consumo per capita do material em comparação com alguns países da Europa e Estados Unidos. Acredito que a recuperação será moderada a cada ano e que iniciativas voltadas para a qualificação da cadeia e para a divulgação das diversas possibilidades de aplicação do vidro plano, inclusive com produtos de maior valor agregado, serão fundamentais para a evolução do mercado. Tudo isso, associado à recuperação da economia por meio de um novo modelo econômico, com taxas de juros mais baixas e maior incentivo ao crédito, impulsionará os financiamentos de imóveis e consequentemente o setor da construção civil.

 

“Precisamos focar esforços para elevar o nível de serviço dos profissionais em contato com o consumidor”
Henrique Lisboa

 

HL: O maior desafio é estar preparado para as novas oportunidades que virão, e um dos maiores gargalos que identificamos é a baixa qualificação da cadeia. O setor precisa focar esforços no sentido de elevar o nível de serviço dos profissionais que estão em contato direto com o consumidor final. Com uma maior qualificação e conhecimento do produto, surgirão novas possibilidades de aplicação, uma maior confiança na especificação e instalação do material, e consequentemente uma opinião maior valorização e consumo de vidros de maior valor agregado.
Paulo, do que mais sentirá falta em relação ao nosso setor?
PD: Sem dúvida, sentirei muita falta do convívio com as pessoas da empresa e do mercado. Fiz bons amigos.

 

Gostariam de deixar uma mensagem final ao setor e aos clientes?
PD
: Agradeço ao mercado pela confiança na Vivix e pelas relações construídas. Compartilho o meu mantra que é: “Seja simples, sonhe alto, seja grato e sorria muito!”.

 

HL: Reafirmamos o nosso compromisso com o desenvolvimento do nosso setor. Nosso objetivo é estar cada vez mais próximos dos consumidores, ofertando produtos e serviços que tragam valor para nossa cadeia. A evolução da Vivix somente será possível como consequência natural do crescimento e desenvolvimento dos nossos clientes.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Caleidoscópio – março 2020

DADOS & FATOS

Janeiro foi promissor
O setor industrial cresceu 0,9% no primeiro mês do ano, superando as expectativas. O faturamento apresentou elevação de 1,5%. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o resultado reverteu a queda acumulada no último bimestre de 2019. O número mais robusto foi no Nordeste: cresceu 3,2%. Bahia e Pernambuco foram os Estados que mais se destacaram.

 

Mas aí, o coronavírus…
Ainda não há como mensurar os impactos do novo coronavírus, agente causador da Covid-19, na economia mundial e na indústria, incluindo a brasileira. Mas as informações que vêm da China, local em que a pandemia surgiu, não são animadoras: a indústria local despencou 13,5% em janeiro e fevereiro na comparação com o mesmo período do ano anterior. Foi o resultado mais fraco desde janeiro de 1990.

 

…e suas consequências
A Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE) diminuiu sua estimativa de crescimento para a economia mundial em 2020 para 2,4%: antes, apostava-se em 2,9%. No caso do Brasil, a OCDE manteve a projeção de 1,7% em 2020, enquanto o prognóstico do semanal Boletim Focus, do Banco Central, vem despencando. Na semana em que fechávamos esta edição, a projeção era de 1,68% — contra 2,23% no mês passado.

 

Injeção de reformas
A CNI avalia que a crise mundial em função do novo coronavírus reforça ainda mais a necessidade de serem implementadas as reformas. Assim, acredita a entidade, o Brasil terá condições de voltar a crescer e retomar o caminho do desenvolvimento econômico e social. A reforma tributária, em especial, é bastante cobrada: a confederação reclama o fato de o setor industrial ser quem tem a maior carga, fator que interfere diretamente na competitividade do segmento.

 

FIQUE POR DENTRO

Vidro e saúde
O vidro float é considerado um material importante dentro de ambientes hospitalares. Confira:

 

Elimina as bactérias
Patenteado pela AGC, o vidro antibacteriano tem íons de prata em suas camadas superiores. Esses átomos interagem com as bactérias, desativando o metabolismo dos organismos e interrompendo sua divisão mecânica.

 

Barra a radiação
O vidro plumbífero é utilizado na proteção contra raios X e gama, presentes em salas de radiografia e mamografia ou de aplicações médicas, como a quimioterapia. Isso é possível graças à introdução de altos níveis de metais pesados durante a fabricação desse tipo de vidro.

caleidoscopio

 

Oferece conforto e privacidade
Muitos hospitais já contam em suas fachadas com vidros insulados ou laminados, os quais possuem maior capacidade de barrar o som e a temperatura externa. Além disso, os chamados vidros privativos oferecem integração e privacidade conforme o momento: eles podem ficar opacos ou translúcidos por meio de estímulos elétricos. Com isso, é possível (ou não) que se assista a partos, bebês sejam vistos nos berçários e até pacientes isolados possam interagir com seus
familiares e amigos.

 

RETROVISOR

Análise do mercado vidreiro e visita à nova fábrica
Em março de 1998, época em que ainda não existia o Panorama Abravidro, O Vidroplano trazia uma reportagem analisando o mercado brasileiro de vidros. Essa é uma lembrança bem-vinda, haja vista que o prazo

para responder à pesquisa do Panorama Abravidro 2020 se encerra no dia 31 de março. Participe!

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Em meio à pandemia

O fechamento desta edição de O Vidroplano foi algo único na história da revista: todos da redação trabalhando de casa, na tentativa de evitar uma maior proliferação do novo coronavírus que assola o mundo e chegou forte ao nosso País.
Como você deve ter visto em destaque na nossa capa, graves consequências dessa pandemia já são sentidas no setor: a Glass South America, maior feira vidreira da América Latina, que seria realizada em São Paulo no começo de junho, foi adiada para novembro.

Mas, este mês em nossas páginas nem tudo é apreensão. Na seção “Para sua vidraçaria”, uma explicação detalhada sobre os deveres dos vidraceiros em relação à documentação de responsabilidade técnica. Quais serviços precisam que ela seja feita e entregue ao cliente? E quem pode emiti-la?

Vale conferir também a reportagem especial sobre as linhas de vidros, desenvolvidas pelas usinas nacionais, voltadas especialmente para o mercado brasileiro. E, em pleno mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, vale perguntar: qual o papel delas em nosso setor?

Mesmo com essa crise de escala global, nosso compromisso em informar não pode parar. Esperamos que goste do conteúdo que preparamos desta vez.

 

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Encontro Sul-Brasileiro de Vidreiros tem data e local definidos

A 10ª edição do Encontro Sul-Brasileiro de Vidreiros já tem data e local para acontecer: este ano, o evento será realizado de 19 a 22 de novembro no Mabu Resort, em Foz do Iguaçu (PR). A organização ficará por conta da
Adivipar-PR, em parceria com a Ascevi-SC e Sindividros-RS.

Promovido a cada dois anos, o encontro tem como objetivo reunir os associados das três entidades vidreiras do Sul do País, assim como suas famílias, para uma série de palestras de especialistas e representantes do setor, além de oferecer momentos de lazer e confraternização. Nesta edição, o conteúdo das apresentações trará assuntos mais técnicos, com os quais o setor vem tendo problemas no mercado:
entre os temas abordados, estarão a reforma tributária (e como ela vai impactar o segmento vidreiro) e a necessidade de inovação, com foco nas empresas com décadas de existência e os vícios que ainda carregam. A Indústria 4.0 é um dos tópicos que devem gerar mais curiosidade: na palestra, será explicado o que esse nome realmente significa e como ele interfere na gestão das fábricas, uma vez que muitos empresários ainda não sabem ao certo o que representa.

Outra novidade: pensando na gestão familiar que ocorre em muitas processadoras, haverá um treinamento sobre o assunto voltado para os filhos dos empresários,  buscando, principalmente, despertar a paixão deles por essas empresas e animando-os a dar continuidade aos negócios. Até o momento, o 10º Encontro Sul-Brasileiro de Vidreiros já tem doze apoiadores confirmados:

 

• Arbax
• Diamanfer
• ECG Sistemas
• GR Gusmão
• Indoor Glass
• Irmac Ferragens
• Lopes Máquinas
• Mountain
• Muniz Representações
• Sglass
• SYM
• Vetro Máquinas

 

Mais informações sobre o evento e inscrições serão anunciadas pela Adivipar em breve.

QUANDO: 19 a 22 de novembro
ONDE: Mabu Resort, em Foz do Iguaçu (PR)
ORGANIZAÇÃO: Adivipar-PR, em parceria com Ascevi-SC e Sindividros-RS

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.