O que esperar de 2019

Ano novo, governo novo, preocupação antiga: a economia brasileira voltará a crescer? Após uma recessão sem precedentes, o Brasil dá sinais de querer recuperar o desenvolvimento. Apesar de a expectativa por crescimento ser enorme — já que o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil, maior consumidor de vidros, caiu 28% de 2014 até 2018 —, é necessário estudar o momento com serenidade.

Por isso, O Vidroplano conversou com players de diversos elos de nosso mercado (incluindo usinas, fabricantes de maquinários e de insumos) e entidades setoriais para entender as perspectivas econômicas para 2019.

A indústria e a construção em 2018
Antes de tudo, é necessário olhar para os números do ano passado e decifrá-los. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice acumulado da produção industrial (considerando janeiro a novembro) é positivo: + 1,5%

No mesmo período, a indústria de transformação foi ligeiramente melhor: + 1,6%

No entanto, comparados com 2017, os números de 2018 são menores. No ano retrasado, a indústria em geral cresceu 2,6% e a dos transformados, 2,3%.

Segundo Carlos Eduardo Pedrosa Auricchio, diretor-titular do Departamento da Indústria da Construção (Deconcic) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), houve crescimento de 4% no investimento em obras de janeiro a setembro de 2018 — é o terceiro resultado positivo consecutivo. Por outro lado, o número de trabalhadores na cadeia da construção caiu 2,6% em comparação a esse mesmo período de 2017. Isso equivale a cerca de 170 mil postos de trabalho a menos. Ou seja, há motivos para alegria e também cautela. Com isso em mente, fica mais fácil analisar o que pode acontecer em 2019.

Qual o crescimento da construção?

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Em relação ao PIB específico da construção civil, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) revelou em entrevista coletiva, no começo de fevereiro, que espera um crescimento de 2%. Apesar de pequeno, esse avanço seria uma aposta otimista, já que o mercado não cresce desde 2013. Se confirmado, o número será fruto do aumento de obras e reformas realizadas por pequenos empreiteiros ou famílias — espera-se que esse nicho possa crescer até 3,5% este ano.

A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) também fez prognósticos, criando cenários distintos para a construção nos próximos quatro anos. No melhor deles:

– O PIB nacional cresce 3% ao ano;
– A construção, 2%;
– O varejo de materiais, 3%;
– E a indústria de materiais, 2,5%.

Para Rodrigo Navarro, presidente da associação, “a retomada de obras de infraestrutura e a agenda de reformas terão parte importante no desempenho da indústria de materiais. A expectativa se mantém para o fechamento do ano com crescimento de 2% no faturamento em relação a 2018”.

A Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro) olha para o setor vidreiro com otimismo. “2018 foi um período de muitas incertezas, com ambiente difícil para os negócios e problemas como a greve dos caminhoneiros, que teve grande impacto em nossa indústria, e aumento de custos com barrilha, energia e gás natural”, comenta o superintendente da entidade, Lucien Belmonte. “A expectativa é de um 2019 com balanço positivo e retomada do crescimento.”

Para ele, o maior desafio será garantir aos clientes a competitividade e qualidade dos produtos: “Devemos investir em melhora no relacionamento com o mercado e na defesa de nossa cadeia industrial.”

O perigo chamado dólar
A cotação do dólar influencia diretamente nosso setor, afinal a moeda americana é usada para definir preços de matérias-primas, insumos e maquinários estrangeiros. Segundo o banco de investimentos BTG Pactual, o valor dela pode variar de R$ 3,40 a até R$ 5 em 2019, dependendo do andamento da economia e das decisões tomadas pelo governo federal. Diversos elementos podem contribuir para isso, sejam eles internos ou externos, incluindo:

– Risco-país (o grau de “perigo” para investidores internacionais);
– Aprovação de medidas que irão impactar o desenvolvimento econômico nacional, como a reforma da Previdência;
– Taxas de juros dos Estados Unidos, definida pelo Federal Reserve, o banco central americano;
– Valorização do preço das commodities no mercado internacional.

Burocracia impede o crescimento
Segundo a versão 2019 do relatório Doing Business, publicado pelo Banco Mundial, o Brasil ocupa a 109ª posição (em um total de 190) no ranking geral de “facilidade de se fazer negócios em um país”. Estamos atrás de nações minúsculas em população e território, como Vanuatu ou Fiji, ambos na Oceania. O estudo leva em consideração indicadores como “começando um negócio” (as dificuldades para se iniciar um empreendimento), “pagamento de impostos” (o impacto da carga tributária) e “negócios transfronteiriços” (as dificuldades em relação ao comércio exterior). Ou seja: estamos em um país cheio de burocracia e que segura o desenvolvimento das empresas.

Ações do governo
É consenso entre especialistas a necessidade de reformas estruturais no País, incluindo a reforma da Previdência. O presidente do Sinduscon-SP, Odair Serra, e o vice-presidente de Economia da entidade, Eduardo Zaidan, alertam para a necessidade de o governo atuar também em outros aspectos que oferecerão mais confiança ao mercado:

– Continuidade do programa Minha Casa, Minha Vida, permitindo maior atividade da construção;
– Acesso facilitado aos financiamentos bancários;
– Queda dos juros do crédito imobiliário.

Em resumo, 2019 será um bom ano?
Como pudemos ver, são muitas as variáveis que irão determinar o desempenho econômico do País — e também de nosso setor. Não dá para cravar respostas, mas o momento é de otimismo. No entanto, dá para traçar alguns caminhos:

– As escolhas a serem feitas pelo governo federal serão decisivas para determinar o tamanho do crescimento;
– Com o aquecimento da construção, nosso mercado também irá se aquecer;
– Outros mercados consumidores do produto preveem boas taxas de crescimento;
– Agregar valor ao nosso material continua sendo uma aposta fundamental.

 

Como está a confiança do mercado?
O Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mede o Índice de Confiança Empresarial (ICE), que mostra a segurança da indústria, setor de serviços, comércio e construção nacionais em relação ao momento econômico vivido. Em janeiro, o ICE mostrou bem o atual sentimento desses mercados:

98 pontos (numa escala de zero a 200)
4º mês de alta consecutiva
– Maior nível desde janeiro de 2014

O Índice de Expectativas, que mede a confiança dos empresários nos próximos três a seis meses, também segue crescendo:

104,5 pontos (numa escala de zero a 200)
7º mês de alta consecutiva
3º mês acima dos 100 pontos
– Maior nível desde dezembro de 2012

 

Como ficará o PIB?
O último Boletim Focus publicado antes do fechamento desta edição de O Vidroplano, divulgado pelo Banco Central no dia 18 de fevereiro, prevê que o PIB nacional em 2019 aumentará 2,48%. O número segue maior que o projetado para o de 2018 (a ser divulgado pelo IBGE no final deste mês). A expectativa é de que o crescimento do ano passado não passe de 1,25%.

 

Cenários para outros setores
Três mercados consumidores de vidro também revelaram suas expectativas:

Automotivo: A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) espera crescimento de 11,4% na venda de veículos em relação a 2018. Caso a projeção se confirme, será o terceiro ano seguido de alta.

Energia solar: O Brasil deve ter um aumento de 44% na capacidade instalada de energia solar, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Isso faria o País chegar à marca de 3,3 GW em operação.

Linha branca: Segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), acredita-se que seja possível fechar o ano com crescimento de 10% a 15% comparado a 2018.

 

Mapa para o futuro
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) produziu, em setembro do ano passado, o documento Indústria e o Brasil do Futuro, com o objetivo de discutir os rumos a serem tomados pelo País em relação à industrialização e desenvolvimento de infraestrutura. Cinco linhas de ação são sugeridas:

INVESTIR NA INDÚSTRIA 4.0, criando condições para absorver as tecnologias emergentes e também assegurar certo protagonismo no desenvolvimento dessas inovações;

POTENCIALIZAÇÃO DA INOVAÇÃO, para fortalecer a educação básica e tecnológica, promover sua articulação com o setor produtivo e desenhar políticas orientadas a missões;

MODERNIZAÇÃO DO PARQUE INDUSTRIAL, para alavancar a produtividade e competitividade da indústria;

AUMENTO DA EXPORTAÇÃO DE MANUFATURADOS, em especial de produtos mais complexos em tecnologia;

AGREGAR VALOR A ATIVIDADES EM QUE O BRASIL APRESENTA VANTAGEM COMPARATIVA, como a agropecuária.

 

O que os vidreiros esperam de 2019?

construction site close to pavement under sunshine

Forno novo e estabilidade no fornecimento de vidros
“2019 desponta como um ano de grandes possibilidades, uma vez que acenderemos nosso novo forno. Inicialmente, o principal desafio é o restabelecimento da estabilidade no setor após um período em que houve desbalanceamento entre oferta e procura de vidro plano. Em questões do cenário macroeconômico, o importante é acompanhar de perto os principais índices e as reações do mercado a uma possível série de novas medidas. Medidas para diminuição do desemprego e estímulo ao consumo, tais como o crédito imobiliário, são fundamentais para gerar impactos positivos.”
Franco Faldini, diretor de Vendas e Marketing da AGC

Novos mercados e vidros de valor agregado
“Há uma evolução perceptível da aplicação do vidro em mercados não tradicionais, como o de energia. Se explorarmos a versatilidade do material e pensarmos em soluções completas, como os vidros de controle solar, autolimpantes e antirreflexo, haverá mais benefícios para consumidores e rentabilidade para empresas. Em caso de crescimento, é necessário balancear o aumento de demanda e de capacidade de processamento e de base para assim equilibrar o abastecimento. Outro grande desafio é em relação aos incrementos nos insumos básicos para a indústria, como gás e eletricidade.”
Flavio Alves Vanderlei, gerente-comercial da Cebrace

Aumento do consumo e escritório central
“Um grande desafio é aumentar o consumo per capita de vidro no Brasil, que gira em torno de apenas 8 kg por ano. Isso acontecerá com o maior uso de vidros de valor agregado, como os de controle solar, que correspondem a 3% de nosso consumo e tem potencial de expansão. Para dar mais corpo a esse movimento, inauguraremos um escritório central, em Campinas (SP). O local abrigará colaboradores antes distribuídos por São Paulo, Tatuí (SP) e Porto Real (RJ), em um esforço para aumentar a eficiência da operação e compartilhar conhecimento.”
Renato Sivieri, diretor de Marketing da Guardian

Crescimento e organização da indústria
“A expectativa é a de que o mercado volte a aquecer e a se expandir, retomando projetos que ficaram em stand by e gerando novas oportunidades para a cadeia vidreira. No entanto, para que o setor de fato acelere, é necessário que as indústrias estejam preparadas para atender a demanda, seja em termos de produtos, como também em soluções logísticas e técnicas. A indústria precisa se organizar para acompanhar o crescimento da demanda, tendo a estrutura necessária para o pleno fornecimento aos clientes.”
Gabriel Zanatta, coordenador de Marketing da Saint-Gobain Glass

Mais fortes e com desafios
“A cadeia vidreira sairá desta crise bem mais fortalecida, visto que todos certamente implementaram melhorias significativas na gestão de processos. Os principais desafios serão promover iniciativas que visem de forma ampla e permanente à qualificação da cadeia, enfrentar com serenidade a volatilidade do mercado, criar mecanismos eficientes de demonstração dos benefícios e versatilidade de aplicações do produto e, por fim, contribuir para a elaboração de uma legislação responsável e eficiente para o uso do vidro plano.”
Henrique Lisboa, diretor-comercial e de Marketing da Vivix

Consumo de vidros de grandes dimensões
“No mercado arquitetônico, a demanda para vidros em tamanho maior está aumentando, seguindo a tendência que é realidade em mercados mais maduros, como a Europa. Acompanhando o fato de que estamos com expectativas positivas para o mercado, é fundamental que os fabricantes e fornecedores de matérias-primas, aqueles no começo da cadeia, tenham flexibilidade local e tempo de resposta adequado para a demanda.”
Daniel Pazzini Domingos, gerente de Contas de Arquitetura para a América Latina da Eastman

Estruturação, treinamento e educação
“Penso que 2019 é um ano de preparação para o crescimento. Estruturação, treinamento e educação serão os temas centrais para a retomada que virá forte em 2020. Esperamos a retomada do mercado arquitetônico e um impulso no vidro em aplicações solares. A competitividade será relevante para uma indústria sustentável. Quando falamos de competitividade, podemos chamá-la de reindustrialização, algo que o País precisa muito. O segundo desafio está em ajudar os clientes a retomar o caminho do conceito de valor agregado, que foi perdido um pouco com a crise.”
Moreno Magon, vice-presidente de Vendas e Serviços da Glaston para a América do Sul

Reformas, automação e produtividade
“A realização das tão esperadas reformas, aliada a um coeso e sustentável programa de combate à corrupção, fará com que o Brasil seja visto com outros olhos pela comunidade internacional, e isso inexoravelmente trará novos e importantes investimentos ao nosso país. Com a liberação de crédito para novos investimentos, em um cenário mais expansivo que o atual, nossos desafios como fabricantes de máquinas serão grandes. O mercado tem necessidade de soluções do mais alto grau de automação e de alta produtividade, com menos dependência da interação humana.”
Luiz Garcia, diretor da Lisec Sudamerica

Aumento dos negócios
“2018 foi um período de recuperação, no qual pudemos perceber que o País estava saindo da recessão econômica. Nossa expectativa, em 2019, é um crescimento dos negócios por volta de 25% em comparação com o que fizemos no ano passado. Entre os desafios estão melhorar a produtividade, diminuir custos, aumentar a qualidade e oferecer melhores serviços aos clientes.”
Sandro Eduardo Henriques, diretor da Sglass

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Qual o segredo para a produtividade?

A produtividade é uma dificuldade crônica na indústria brasileira como um todo. Basta comparar os números nacionais com países desenvolvidos. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor industrial cresceu 8,8% de 2000 a 2016. No mesmo período, a Coreia do Sul, nação conhecida pelo investimento em tecnologia, alcançou incríveis 118,4% — mais de 13 vezes o nosso crescimento.

Vale lembrar que ser mais produtivo não necessariamente significa novos custos para a empresa. Mas, antes de entender isso, é preciso cultivar a “cultura da produtividade” em nossa indústria. Nas próximas páginas, saiba como a eficiência da produção afeta a empresa, confira números da indústria nacional e veja dicas para as companhias vidreiras.

O que é produtividade?
Ser produtivo significa estabelecer uma ligação sustentável entre o resultado da produção e os recursos usados. Ou seja, para produzir mais, nem sempre é necessário gastar mais insumos. O gerente-executivo de Pesquisas e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, aponta os três elementos que, combinados, influenciam diretamente a forma como as empresas atuam:

– Gestão de processos
Fator essencial em momentos de desenvolvimento e crise, é algo para o qual o empresário precisa estar sempre atento, pois permite otimizar processos e acabar com gargalos produtivos e administrativos sem grandes investimentos. É barata, eficaz e gera resultados em curto prazo. Algo muito visto no Brasil é a empresa não se adequar ao novo formato de produção a partir do momento em que cresce e muda de porte.

– Investimento em inovação
Equipamentos modernos fazem a diferença, assim como a busca por novas técnicas. Oferecer produtos diferenciados ou de valor agregado mostra ao mercado a vontade de a empresa estar entre as líderes em tecnologia.

– Qualificação da mão de obra
Sem isso, não é possível nem mesmo inserir formas de produção inovadoras, já que os funcionários não estarão aptos a operar maquinários ou contribuir para o desenvolvimento dos negócios.

Na lanterna mundial

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Um levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com o jornal O Globo, revela que um empregado brasileiro gera US$ 16,80 (cerca de R$ 62) por hora trabalhada, em média. Isso nos coloca na 50ª posição entre os 68 países estudados.

A Alemanha, 5ª do ranking, é quase quatro vezes mais produtiva — sua mão de obra produz US$ 64,40 por hora. “Trabalhadores de países com maior produtividade geralmente têm um padrão de vida melhor, são mais qualificados, têm maiores salários e, por isso, não veem necessidade de ter mais de um emprego ou uma jornada tão extensa”, comenta Tiago Barreira, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), em reportagem de O Globo.

A explicação para esses índices tão baixos está nestes elementos que teimam em continuar presentes em nossa indústria:

– Baixa qualificação da mão de obra;
– Baixo investimento em tecnologia;
– Concentração da maior parte da mão de obra em setores mais informais, como comércio e serviços, ao invés de no setor produtivo;
– Economia nacional pouco aberta à concorrência estrangeira.

Investimento durante a crise
Para Renato da Fonseca, da CNI, a produtividade cresce em períodos de baixa, como o que vivemos nos últimos anos, pois as empresas se veem obrigadas a investir em gestão e a mudar filosofias, principalmente pela queda na produção. “O desafio, no entanto, é manter esse espírito a todo momento, principalmente durante épocas de desenvolvimento”, analisa.

Para Samantha Cunha, economista da entidade, apesar da evolução em anos recentes, a competitividade segue sendo um importante desafio para nossa indústria. “Isso ainda depende da superação de dificuldades, como aumentar a qualidade da educação no País e o investimento em ciência e tecnologia.”

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No Panorama Abravidro 2018, pela primeira vez foram informados os números da produtividade em nossa indústria. De 2010 a 2012, ocorreu um salto grande na proporção de m² produzidos por funcionário mensalmente nas processadoras brasileiras. Com o agravamento da crise na construção civil em 2015, o nível começa a cair, mas ainda mantendo o patamar atingido nos últimos anos.

 

Mas, então, como ser produtivo sem gastar dinheiro?
O instrutor técnico da Abravidro, Cláudio Lúcio da Silva, é direto: “Depende do nível de degradação do sistema produtivo”. Quando a empresa aumenta a produtividade, tem como consequência direta a redução dos custos industriais. “Portanto, esse tema, que nem sempre requer recursos financeiros, deve ser tratado como investimento.” Ou seja, o segredo está em reduzir as perdas.

É importante ter em mente que “ser produtivo” pode incluir duas definições:

– A empresa pode produzir mais com os atuais recursos;
– Ou produzir o mesmo volume com menor ativação de recursos.

Em artigo escrito para a Endeavor Brasil, organização mundial voltada para políticas de empreendedorismo, a produtora de conteúdo Laís Grilletti comenta o caso da Alphenz, empresa de tratamento de afluentes, que aplicou conceitos a serem seguidos por qualquer indústria — incluindo a vidreira.

– Até 2014, a Alphenz tinha um nível de retrabalho de cerca de 40% por turno;
– A fábrica não era organizada por processos, mas sim pelo conhecimento pontual dos funcionários. Quando esse profissional saía, mudava todo o método de produção;
– Existiam ruídos na comunicação entre as áreas de Vendas e Engenharia, que geravam discussões a respeito de prazos e custos.

Para resolver isso tudo, foram implementados processos internos com indicadores de desempenho, cada um deles monitorado por responsáveis.

Quando a qualidade dos processos já era algo assegurado, criou-se uma pesquisa para medir a percepção dos operadores com relação aos avanços e ao ambiente de trabalho.

Esse exemplo demonstra que, a partir de mudanças simples na filosofia de trabalho, é possível obter maior resultado produtivo.

“Lição de casa” para o empresário

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“A empresa vidreira deve abraçar uma gestão totalmente profissional”, alerta Cláudio Lúcio. Para isso, ele indica alguns pontos principais a serem realizados:

– Definição do plano de negócio, planejamento estratégico e diferenciais competitivos
Estabelecer estratégias para as operações de atuação em vendas, logística, manutenções prediais e industriais, tecnologias a serem utilizadas e capacidades de atendimento, além de nas relações com fornecedores e mercado consumidor;

– Planejamento fiscal, tributário e financeiro
Identificar fontes de recursos, calcular características do seu ciclo financeiro, estabelecer políticas para aportes e desencaixes, capital de giro necessário e investimentos;

– Planejamento da infraestrutura adequada
Implantar tecnologias adequadas a cada necessidade técnica da operação, de sistemas de tratamento de água industrial a sistemas pneumáticos eficazes, por exemplo;

Layout adequado ao planejamento estratégico
Implantar uma disposição ajustada e adequada que atenda as necessidades da empresa;

– Modelagem de todos os processos administrativos e produtivos
Estabelecer os objetivos por processos, criando fluxogramas das tarefas;

– Adoção de sistemas de gestão de processos
Implantar sistemas ERP efetivos, aplicando conceitos como inteligência de negócios e indicadores chave de performance;

– Adoção de sistema de gestão de custos
Estabelecendo controle de despesas e perdas, promovendo ações eficazes de direcionamento, correções, redução e otimização dos custos operacionais.

 

PCP: aposta garantida para maior produtividade
O Planejamento e Controle da Produção (PCP) é um conceito moderno em gestão: representa um sistema de gerenciamento dos recursos operacionais da empresa. Com ele, é possível obter o máximo aproveitamento de todo o fluxo produtivo. Por isso, uma boa dica para os interessados em aumentar a produtividade é o módulo de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE), parte da Especialização Técnica Abravidro. O próximo curso, ministrado por Cláudio Lúcio, será realizado em 21 e 22 de março, na sede da Abravidro, em São Paulo. Para informações sobre inscrições, entre em contato pelo e-mail abravidro@abravidro.org.br ou telefone (11) 3873-9908.

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Novos tempos para os negócios

É inegável que a era digital transformou a forma como as relações comerciais são realizadas. Com a Internet e redes sociais, o mercado exige cada vez mais que as empresas saibam ouvir e conversar com seus clientes.

Sua vidraçaria está atenta ao perfil de consumidor atual? Você está preparado para atendê-lo com canais de comunicação bem-estruturados? Nas próximas páginas, conheça um pouco mais sobre como as pessoas procuram produtos e serviços hoje em dia e as melhores formas de satisfazer às suas demandas.

Mudança intensa e veloz
Segundo Tania Zahar Mine, professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Práticas de Consumo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), o relacionamento entre empresas e consumidores é relativamente recente no Brasil. “O SAC [Serviço de Atendimento ao Consumidor] nasceu na década de 1990, e, até então, qualquer reclamação ficava restrita ao próprio cliente”, aponta. “Hoje, ele passou a conhecer os seus direitos e exigi-los.”

Com as informações em mãos, o comprador tornou-se exigente. “Quanto mais bem-informado, maior é o nível de expectativa em relação a um produto, serviço ou marca. Afinal, o mercado oferece alternativas e o acesso à informação dá ao consumidor a possibilidade de fazer checagens rápidas antes de tomar uma decisão”, observa Adriano Augusto Campos, consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP).

Além disso, suas opiniões têm um impacto muito maior sobre o responsável pelos produtos e serviços. Vitor Peixoto, diretor da Multipliko, empresa especializada na criação de conteúdo para revendedores de automação comercial e pequenos varejistas, explica: “A Internet deu voz a todos. Uma opinião ruim sobre um negócio pode levar milhares de pessoas a não o procurarem. Por outro lado, quanto mais consumidores falarem bem sobre algo, maior a tendência de mais gente querer consumir isso.”

Conhecendo seu público
O primeiro passo para se posicionar no mercado é definir seu público-alvo: quem é o potencial comprador? Qual a renda e o tipo de demanda dele? Uma forma de chegar a essas respostas é fazer pesquisas de opinião: “Há ferramentas baratas e até gratuitas para isso, então basta pensar qual delas é a mais indicada para receber respostas precisas, como um contato pelo WhatsApp ou um link encaminhado por e-mail no atendimento pós-venda, e ouvir o cliente com atenção para verificar o que espera do seu serviço ou em que pontos sua vidraçaria pode melhorar”, sugere Tania Mine, da ESPM.

Uma vez estabelecido o público, é possível definir a área em que se quer atuar. A região atendida pela vidraçaria entra nessa avaliação. “Os empresários pensam em abrangência na hora do marketing, mas de que adianta, por exemplo, uma vidraçaria na Lapa atingir um consumidor no Sul de Minas Gerais se ela só atende a Grande São Paulo?”, comenta Vitor Peixoto, da Multipliko.

Young girl using smart phone,Social media concept.
Em todos os canais
Acesso fácil e imediato à vidraçaria são pontos importantes ao planejar o atendimento. Nesse sentido, vale a pena marcar presença em diferentes canais de comunicação. Adriano Campos, do Sebrae-SP, explica: “O consumidor de hoje é bastante impaciente e preza por inovação em termos de qualidade e agilidade. Por isso, é importante oferecer alternativas tradicionais, como telefone, e-mail e o contato pessoal no balcão, e novas opções, incluindo WhatsApp, redes sociais e SMS”.

Mas ele alerta que não basta ter vários canais de comunicação: a empresa precisa ter condições de atender com eficiência os consumidores rapidamente. Assim, se sua equipe não consegue responder às consultas via WhatsApp com agilidade, por exemplo, talvez não seja vantajoso disponibilizar essa ferramenta.

Para chamar atenção
O marketing é a chave para conquistar o público. Para planejá-lo, é necessário pensar no apelo visual e na clareza das informações. Tania Mine, da ESPM, aconselha: “Se você não tem experiência em marketing digital, vale a pena procurar algum especialista; há várias startups no mercado oferecendo serviços bons, rápidos e conectados”.

Em todo caso, aqui estão algumas dicas para colocar em prática:

– Ter um site bem-estruturado, organizado e atualizado regularmente, com boas fotos dos produtos e de obras já realizadas;

– Manter o ponto de venda sempre organizado, limpo e com algum profissional que domine o conhecimento sobre os produtos;

– Usar as redes sociais a seu favor, divulgando nelas fotos e vídeos de produtos e serviços (especialmente dos lançamentos), bem como orientações sobre temas ligados ao vidro;

– Descrição dos produtos com detalhes técnicos e explicações compreensíveis para leigos no assunto.

Uma ferramenta interessante para alcançar o consumidor é a gravação de vídeos. “Engajam mais do que qualquer outra mídia: mesmo se sua empresa não tiver muito dinheiro para fazê-los, você pode pegar o celular e filmar alguém educando o consumidor a comprar, falando de benefícios, passando informação. Depois, você publica esse vídeo em todas as mídias”, sugere Vitor Peixoto, da Multipliko. A divulgação mais simples desse material pode ser feita de forma orgânica (isto é, sem pagar anúncio) no YouTube e no Instagram. Se houver orçamento disponível, é recomendável colocá-los no Facebook como publicações impulsionadas.

Um por todos, todos por um
Uma equipe competente e alinhada no atendimento ao cliente faz toda a diferença nos negócios. “O treinamento não acontece só quando os funcionários fazem um curso, mas sim diariamente, com orientações frequentes para que proporcionem um bom serviço, com uma comunicação interna participativa, fazendo todos se sentirem motivados e parte da empresa”, avalia Tania Mine, da ESPM.

Adriano Campos, do Sebrae-SP, acrescenta: “A responsabilidade pela condução do trabalho em equipe é sempre do dono do negócio. É necessário delegar, nunca ‘largar’ as funções nas mãos dos colaboradores sem acompanhá-los, dando assim condições para que desenvolvam seu comportamento empreendedor na empresa”.

Críticas
Como citado no começo da reportagem, o cliente moderno pode expressar publicamente suas opiniões sobre um produto ou serviço. Por melhor que tenha sido o trabalho da vidraçaria, sempre há a possibilidade de que receba alguma avaliação negativa nem sempre justa. Como lidar com isso?

“Duas coisas que o vidraceiro não pode fazer: responder criticando o comprador e deixar de se manifestar. Raiva e omissão só fazem o público afastar-se da empresa”, alerta Vitor Peixoto, da Multipliko. É recomendável que, primeiro, o vidraceiro consulte o consumidor para entender o ocorrido. Caso observe que o problema é realmente de sua responsabilidade, deve desculpar-se e resolvê-lo. Se a crítica não proceder, o profissional deve explicar isso com gentileza. Qualquer que seja o caso, o resultado final certamente será a melhoria da percepção de qualidade por parte dos clientes.

 

Perfil do cliente moderno
Adriano Campos, do Sebrae-SP, lista algumas características do consumidor atual:

– Bastante conectado e proativo, tendo informações a seu alcance a qualquer instante;
– Muito exigente e bem-informado, pois pesquisa detalhes antecipadamente;
– Leva mais em consideração a opinião dos demais usuários do que a comunicação das empresas, consultando as avaliações, votações etc.;
– Dá preferência para o contato eletrônico, desde que seja mais veloz que o pessoal;
– É pouco paciente em relação ao tempo de espera de retorno pela empresa, principalmente via WhatsApp;
– Avalia alguns atributos de segurança sobre a empresa de forma diferente, como presença na Internet, qualidade e frequência da atualização de postagens em redes sociais, e informações sobre o negócio;
– Compara os preços de forma rápida e fácil em tempo real com aplicativos para essa tarefa;
– Rejeita propagandas tradicionais que interrompem sua rotina, porém é mais aberto a ser acionado desde que o assunto tenha conexão com seu interesse imediato e traga benefícios;
– Gosta de sentir-se parte de grupos;
– Tem consciência em relação à sustentabilidade e riscos ao meio ambiente.

 

Business people negotiating a contract.
Atenção com o contrato
A formalização do contrato de venda ou de prestação de serviço é importante tanto para o vidraceiro como para o cliente, conferindo maior segurança jurídica a ambas as partes e fortalecendo a confiança. O advogado Fabrício Luquetti, consultor-jurídico da Abravidro, dá alguns conselhos:

– Em todas as etapas do negócio jurídico (tratativas, venda, pós-venda), recomenda-se que o vidraceiro atue com transparência e clareza;

– Sugere-se que o contrato seja submetido à prévia análise e aprovação por parte do consumidor — isso confere maior força jurídica;

– É ideal que o vidraceiro faça uma vistoria prévia no local a ser instalado o produto e/ou prestado o serviço para se certificar de sua viabilidade (por exemplo, verificar se o local é apto para a instalação);

– É importante deixar claros o prazo máximo para instalação (data, hora e local), prazo máximo de assistência técnica (pós-instalação), e eventual pena para o caso de desistência;

– Também devem constar no contrato as condições do material (tolerâncias para defeitos e dimensões, por exemplo), tanto no momento da entrega como após a finalização dos serviços;

– Outro ponto fundamental é a conformidade em relação às normas técnicas, segundo o Código de Defesa do Consumidor;

– Os prazos e informações relativos à garantia devem ser mencionados durante a negociação e no ato da concretização do serviço. Vale lembrar que, além da garantia contratual (que varia de acordo com o produto ou serviço), há também a garantia legal para bens duráveis, de noventa dias contados a partir do recebimento ou a partir do momento em que o defeito é identificado (para vícios não aparentes). Os prazos de ambas devem ser somados.

Outro documento importante para o negócio é o manual de uso e de manutenção ao cliente, cuja entrega é fundamental. “Isso confere mais segurança à relação jurídica, mesmo porque, na hipótese de ocorrer algum sinistro, como mancha no vidro do boxe, o vidraceiro terá como saber se as recomendações de uso e manutenção foram seguidas”, informa Luquetti.

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Porto de Galinhas, aguarde-nos!

Um evento único! Essa é uma das definições mais repetidas por quem já teve a oportunidade de participar do Simpovidro, organizado pela Abravidro a cada dois anos e que reúne em um ambiente descontraído centenas de profissionais vidreiros (e suas famílias) para palestras inspiradoras, networking e lazer.

E a 14ª edição do principal encontro do setor em toda a América Latina já tem data para acontecer: será de 7 a 10 de novembro deste ano. O local? O Enotel Porto de Galinhas, em Ipojuca (PE).

Depois de sua última edição no Sul do Brasil, o congresso retorna ao Nordeste, região que mais o recebeu ao longo da história: das treze edições realizadas até hoje, sete foram em terras nordestinas.

O retorno se dá em grande estilo. Afinal, o maravilhoso resort cinco estrelas que sediará o evento está em Porto de Galinhas, região que atrai turistas do mundo todo devido à sua areia branca repleta de coqueirais e piscinas naturais de águas claras e mornas que se formam em sua costa marítima.

Além de toda beleza natural da praia, o Enotel oferece estrutura de primeira qualidade aos seus hóspedes. Dentre elas, restaurantes e bares temáticos, um amplo complexo de piscinas para crianças e adultos e spa — veja mais logo abaixo.

O empreendimento tem certificado de excelência do site de avaliação de hotéis Trip Advisor — os hóspedes, dentre vários elogios, o classificam como luxuoso e de excelente localização. Além da posição privilegiada, de frente para o mar, está a somente a 60 km do Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife, e a 2,5 km da Vila de Porto de Galinhas.

É em meio a esse paraíso que você desfrutará de uma programação que já está sendo pensada pela Abravidro. Porto de Galinhas nos aguarda! Até lá!

Enotel Porto de Galinhas

simpovidro-resort

O resort “pé na areia” que receberá o 14º Simpovidro faz parte de uma rede hoteleira com unidades em Portugal e no Brasil. Em Porto de Galinhas, são oferecidas opções de lazer para toda a família, além de muito conforto:

– Sistema all inclusive, com refeição e bebidas (incluindo as alcoólicas) à vontade durante todo o dia
– 8 restaurantes — cinco são temáticos (cozinhas portuguesa, regional, oriental, italiana e rodízio de pizzas) e um é infantil
– 6 bares
– 3 mil m² de piscinas para crianças e adultos, incluindo rio lento
– Spa
– Quadras de tênis, futebol e vôlei
– Minigolfe
– Centro fitness
– Espaço para recreação infantil com monitores

Acomodações

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Os participantes se hospedarão nos apartamentos Luxo do resort, configurados com duas camas queen size que permitem a acomodação de até quatro pessoas, entre adultos e crianças. Duas crianças de até doze anos se hospedam gratuitamente quando ocupam o quarto dos pais ou responsáveis — e contam com recreação infantil dos monitores do hotel. Os pais devem apresentar a certidão de nascimento e documento com foto da criança. Mais características do quarto:

– Aproximadamente, 41 m²
– Varanda com vista para áreas como piscinas e jardins
– Ar condicionado
– Internet wi-fi
– TV digital
– Cofre eletrônico
– Secador de cabelo.

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Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Boas e más notícias

Se 2019 teve início trazendo boas expectativas e perspectivas, o mesmo não podemos dizer do mês de fevereiro para o mercado vidreiro. A primeira má notícia foram os anúncios de aumentos de preço, por parte das usinas de base, com vigência já neste mês.

Ainda nos recuperávamos do susto quando veio o segundo baque: atraso na conclusão de pesquisa de novos valores levou ao aumento do MVA do nosso material (e de produtos do setor da construção civil como um todo) no Estado de São Paulo para 75%. O Sinbevidros-SP, entidade afiliada à Abravidro, responsável pelo tema junto à Fiesp e Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), vem atuando de maneira firme, com o nosso apoio, sempre atendendo as demandas da Sefaz-SP, mas a pesquisa reúne dezenove setores e não depende apenas dos esforços do setor vidreiro. O assunto se arrasta há meses, mas espera-se ainda para este mês de fevereiro (escrevo este texto no dia 18) um desfecho mais favorável. Acompanhe nossos canais para saber mais.

Mas o segundo mês do ano também trouxe uma boa novidade, como destaca a capa desta edição: o 14º Simpovidro. O mais esperado evento do setor vidreiro já tem data e local para acontecer: será de 7 a 10 de novembro, em Porto de Galinhas. Mais uma vez estaremos juntos para discutir os rumos do nosso setor e também para confraternizar com nossos colegas de todo o País, além da possibilidade de fazer negócios no encontro que reúne temperadores, representantes das usinas de base e fornecedores de produtos, serviços e equipamentos. Em 2017 fomos 516 participantes e tenho certeza que este ano estaremos em ainda mais pessoas! Espero você lá!

E para fechar a lista de destaques deste mês, a AGC anunciou oficialmente que seu novo forno começará a operar no próximo mês de abril, com sua produção já disponível ao mercado a partir do mês de maio. Estive na sede da empresa e tive a oportunidade de ver que obra se encontra na reta final. Anunciado em 2016, quando nosso setor já se encontrava em crise, o Guará 2 vai adicionar 850 t diárias à produção nacional de float. Depois de um início de ano morno, esperamos que até lá o mercado esteja pronto para absorver essa oferta.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Uma gestão tributária confiável

Escrito por Vinícius Moura

A gestão tributária no Brasil é um grande desafio: as empresas gastam, em média, 2.038 horas por ano gerindo tributos em nosso país, número seis vezes maior comparado aos países da América Latina. Além de complexo, esse tipo trabalho é caro. Por isso, para não se confundir ainda mais em meio a esse processo complicado, siga as dicas a seguir:

1- Confira o período de apuração e envio dos impostos
Os calendários de pagamentos têm suas particularidades, em especial nos Estados e municípios. Assim, o tempo de gestão desses prazos concorre com os da União. Esteja atento para apurar e enviar os impostos dentro do período requerido.

2- Revise os tributos e evite qualquer distorção
Quando a empresa efetua o lançamento tributário corretamente, evita problemas com o fisco e desembolsos inadequados de caixa, com execuções, parcelamentos e multas. Lembre-se de que é o próprio contribuinte quem lança o imposto devido — e sobre ele recaem as responsabilidades desses lançamentos.

3- Escute mais de uma opinião
Seja você proprietário, executivo, gestor intermediário ou contador da empresa, escute ao menos uma segunda opinião. A legislação é complexa e é possível que haja alternativas vantajosas e legais. Além disso, qualquer deslize pode gerar uma inconsistência tributária que compromete os resultados da organização.

4- Desenvolva processos que previnam falhas humanas
As atividades precisam sempre ser desenvolvidas, instituídas e revisadas. Como resultado dessa ação, combate-se a falha no gerenciamento dos erros e dos desperdícios generalizados ocorridos nas empresas. Quanto mais “afinada a gestão, mais segurança a organização terá de que não está produzindo inconsistências nas apurações.

5- Utilize mecanismos à prova de erros
Automatizar trabalhos com ferramentas de gestão de alta confiabilidade resulta em mais eficiência e melhoria nos resultados das empresas. Um sistema desse tipo padroniza e simplifica as tarefas muitas vezes repetitivas, reduzindo os custos da empresa. O investimento corresponde a muito menos do que o desperdício de tempo, esforço e retrabalho.

paraseunegócio-vinicius2Vinícius Moura
é MBA em gestão de projetos e CEO da UpGestão (www.upgestao.com.br), startup voltada para a criação de plataformas de gestão empresarial.

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Novidades no marketing da Cebrace e Saint-Gobain Glass

A Cebrace acaba de anunciar a chegada de Monica Caparroz como sua nova gerente de Marketing. A profissional, que tem experiência de mais de vinte anos na área e MBA e mestrado em marketing, assume o posto deixado por Pedro Matta, que atuava nessa função desde 2016. Após um período de transição durante este mês, a nova organização será adotada a partir de 1º de março.

Matta, por sua vez, que assume a gerência Comercial e de Marketing da Saint-Gobain Glass, manifestou sua satisfação pelo trabalho realizado nesses quase três anos na Cebrace e agradeceu o apoio recebido de todos os parceiros.

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Solução promete facilitar a montagem das encomendas

A alemã Eurotech desenvolveu um novo sistema para a coleta ordenada de chapas dentro das indústrias para aumentar a eficiência no armazenamento e preparo das encomendas. De acordo com a empresa, funciona assim: um conjunto de ventosas acoplado a um trilho superior com uma estrutura de elevação a vácuo retira as mercadorias das diferentes estações preparadas e as deposita na pilha do cliente. Os pontos de origem e de destino das peças transportadas e a ordem de retirada de cada painel são definidos pelo operador por meio de controle eletrônico. Outro diferencial da tecnologia é que ela conta com vários sensores para evitar falhas: por exemplo, se o peso da chapa a ser levantada não for compatível com os dados previamente registrados, o ciclo será interrompido e a máquina produzirá uma notificação de erro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Casa Cor SP escala seu time

A organização da Casa Cor São Paulo, considerada uma das principais mostras de decoração da América Latina, anunciou os primeiros nomes dos profissionais que projetarão os ambientes da edição 2019. A lista inclui figuras que marcaram presença no evento em 2018, como Leo Shehtman, Marton Estúdio, Naomi Abe e Patricia Hagobian; arquitetos e designers que retornam de anos anteriores, como Fernando Piva, Leo Romano e Olegário de Sá; e alguns que participarão pela primeira vez da exposição. O Vidroplano fará a cobertura completa da mostra, que será de 21 de maio a 28 de julho, e torce para que esse time use bastante vidro!

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Glaston assina acordo para a compra da Bystronic

A Glaston anunciou em janeiro que assinou um acordo para adquirir a Bystronic Glass, fabricante de máquinas para o beneficiamento de vidros. A conclusão da transação é esperada para o final do primeiro trimestre de 2019, sujeita à aprovação regulatória. Até lá, a Bystronic Glass e a Glaston continuarão operando como duas empresas independentes, sem mudanças em suas respectivas estruturas legais. “Temos acompanhado a Bystronic Glass por anos e estamos muito impressionados com a qualidade de seus produtos. Juntos, seremos um player líder no mercado de tecnologia para processamento de vidros”, comenta Arto Metsänen, presidente e CEO da Glaston.

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Da Ásia para o mundo

Uma das maiores e mais importantes feiras vidreiras do mundo, a China Glass chega em 2019 à sua 30ª edição. Embora a maioria dos expositores no evento seja do próprio país, ele recebe empresas de diversas partes do mundo, seja apresentando novas soluções e tecnologias para o setor ou visitando os estandes para acompanhar as tendências para a indústria do vidro, além de fechar negócios.

Os números da China Glass costumam ser tão grandes como o tamanho da nação em que é realizada: em 2018, ocupou uma área de 80.500 m² e recebeu mais de 33 mil visitantes de 72 países.

Os brasileiros frequentemente fazem parte desse público, comparecendo ao evento não só para se atualizar sobre as novidades, mas também para estabelecer novas relações internacionais e fortificar as já existentes.

Uma curiosidade sobre a mostra chinesa: suas edições são alternadas entre as cidades de Pequim e Xangai. Este ano, é a capital Pequim a responsável por receber a feira, no New China International Exhibition Center (NCIEC), de 22 a 25 de maio. A organização está sob a responsabilidade da Sociedade Chinesa de Cerâmica (CCS).

Energia solar em foco
Além de apresentar máquinas, tecnologias e produtos de vidro para os segmentos arquitetônico e industrial, a China Glass também exibirá soluções com o nosso material voltadas para sistemas fotovoltaicos. Isso vai ao encontro do papel do país como um dos maiores produtores de energia solar no mundo: segundo dados da Associação da Indústria Fotovoltaica da China, a capacidade instalada total de energia solar superou 170 GW no final de 2018.

Para fins de comparação, em janeiro, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) noticiou que o Brasil terminou o ano passado alcançando pouco mais de 2 GW de potência operacional dessa fonte energética. Profissionais vidreiros interessados em conhecer mais sobre esse mercado têm na mostra um espaço com oportunidades de conhecimento e contatos.

Para os grandes e pequenos
Algumas das principais multinacionais vidreiras do mundo participam anualmente da China Glass, mas o evento não é restrito a grandes empresas: a organização da feira tem notado que, nos últimos anos, houve crescimento considerável na presença de startups, pequenas empresas emergentes focadas no desenvolvimento de modelos de negócios repetíveis e escaláveis. Com isso, é possível conhecer negócios com propostas inovadoras ainda em fase de desenvolvimento e em busca de investimentos. Vale ressaltar que vários avanços recentes na sociedade, como o compartilhamento de sistemas de mobilidade — bicicletas em grandes centros urbanos, por exemplo — partiram de startups. Portanto, o futuro de nosso setor pode estar por aqui.

China Glass 2019
QUANDO: 22 a 25 de maio
ONDE: New China International Exhibition Center (NCIEC) — Pequim, China
MAIS INFORMAÇÕES: pelo site www.chinaglass-expo.com ou e-mail ceramsoc@chinaglass-expo.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

De casa nova

Vitor Hugo Farias é o novo gerente de Vendas para a América Latina da AGC Vidros do Brasil. Apesar do cargo novo, Farias já é um nome conhecido para o nosso setor: ele foi coordenador de Vendas, Comércio Exterior e Marketing da União Brasileira de Vidros (UBV), empresa na qual trabalhou de 2004 até 2018, quando a usina de base anunciou o encerramento de suas atividades.

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Sustentabilidade envidraçada

Desenvolvido em terreno localizado na Avenida das Nações Unidas, popularmente chamada de Marginal do Pinheiros, em São Paulo, o projeto Parque da Cidade busca a revitalização de uma área degradada com a construção de um grande complexo de uso misto.

O espaço, projetado em 2010 e ainda em construção, já conta com cinco edificações concluídas: duas torres corporativas; um prédio com pequenas salas comerciais; um shopping center (também chamado Parque da Cidade); e um hotel cinco estrelas da rede Four Seasons. Além deles, receberá mais três prédios corporativos (cujas obras terão início este ano), três restaurantes e dois edifícios residenciais.

O conjunto chama atenção pela preocupação com a sustentabilidade e pela unidade estética das obras. Nesse sentido, nosso material desempenha um papel chave, com amplo uso de vidros processados pela GlassecViracon e aplicados pela Itefal, empresa especializada na instalação de esquadrias, fachadas e revestimentos com alumínio: até o momento, a área envidraçada já colocada nas obras é de cerca de 50 mil m², e estima-se que quando todo o complexo estiver finalizado — os arquitetos acreditam que será em dois anos —, esse número aumentará para aproximadamente 96 mil m².

 

Ficha técnica
Autor do projeto: Aflalo/Gasperini Arquitetos
Local: São Paulo
Início: 2010 (em andamento)
Construção: Odebrecht (primeira etapa) e Matec Engenharia (segunda etapa)
Edifícios entregues: Torres Tarumã (salas comerciais), Jequitibá e Sucupira (corporativas), shopping Parque da Cidade e hotel Four Seasons São Paulo
Edifícios em planejamento: Torres Aroeira, Jatobá e Paineira (corporativas), dois edifícios residenciais e três restaurantes

 

Visibilidade e conforto

© 2016 Ana Mello
O projeto do Parque da Cidade é assinado pelo escritório Aflalo/Gasperini Arquitetos. Luiz Felipe Aflalo Herman, sócio-diretor da empresa, explica que a aplicação de peles de vidro nas torres corporativas do complexo se deu em função da finalidade desses espaços. “Trata-se de edifícios que têm um núcleo central e salas comerciais em torno dele. Dessa forma, eles oferecem vista em 360 graus de seus arredores. Portanto, quanto mais transparentes forem as fachadas, melhores tanto a visibilidade como a iluminação natural, e o vidro é o material ideal para desempenhar esse papel.”

Além da transparência, a sustentabilidade foi um quesito bastante enfatizado no Parque da Cidade. A especificação dos painéis levou em conta os fatores solar e de sombreamento, a transmissão luminosa e a reflexão externa e interna. Assim, o projeto é candidato a receber os certificados mais importantes da categoria, inclusive ao LEED ND (Neighborhood Development — Desenvolvimento de Vizinhança), ainda inédito no Brasil. Ele é concedido aos empreendimentos que impactam positivamente seus arredores. “O Parque da Cidade traz benefícios econômicos, sociais e ambientais às cercanias: por ser um complexo multiuso, facilita a proximidade dos moradores da região em relação a seus serviços e vias de acesso para outras partes da cidade, contribuindo para a mobilidade urbana, além de revitalizar o espaço em que se encontra e preservar a área verde em seu interior”, comenta Claudia Mitne, diretora de Marketing e Produtos da GlassecViracon.

 

Uniformidade

© 2016 Ana Mello
Entre 2014 e 2017, a GlassecViracon forneceu as peças aplicadas nas torres Jequitibá, Sucupira e Tarumã e no shopping Parque da Cidade, todos já finalizados. Com exceção deste último, as edificações receberam o mesmo tipo de vidro, laminado de controle solar com cor cinza-azulada, de modo a conferir um aspecto visual unificado ao complexo. A parte do shopping que se encontra em interação visual com as torres também recebeu esses painéis. “O desafio de um projeto nesse volume é sempre manter a qualidade do produto ao longo do fornecimento, garantindo a homogeneidade estética dos vidros de controle solar, além do cumprimento do cronograma, suas prioridades de logística, em conjunto com as necessidades da obra e com todas as disciplinas envolvidas no mesmo período”, avalia Claudia.

Este ano, a processadora vem trabalhando na segunda fase do projeto, em que mais 47 mil m² do mesmo tipo de vidro serão instalados nas torres corporativas Aroeira, Jatobá e Paineira e três restaurantes. A construção dos edifícios residenciais será realizada em uma etapa posterior. Segundo a empresa vidreira, o início das obras está previsto para meados de maio.

 

Especificação técnica
Vidros (fachadas das torres): laminados de controle solar cinza-azulado, com espessuras de 10, 12 e 14 mm
Vidros (embasamento das torres): extra clear
Processadora: GlassecViracon
Instalação: Itefal

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Móveis moldados pela gravidade

O estúdio de design Nendo, no Japão, elaborou para 2019 a linha Melt (“Derreter”, em inglês) de móveis de vidro para a marca italiana WonderGlass. A técnica para a produção das peças é interessante: elas são feitas a partir da aplicação do vidro derretido em uma moldura quadrada na qual artesãos ajustam sua superfície com espátulas de ferro. Assim que o vidro esfria e alcança uma certa flexibilidade, ele é colocado em um molde em forma de “U”, no qual o material levemente afunda com a gravidade e forma um belo arco, moldado pelos profissionais para evitar dobras ou rachaduras. A técnica vem sendo usada para o projeto de poltronas, mesas, vasos de flores e outras obras da linha.

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Para aproveitar a vista

Envidraçamento de sacadas é um tema que gera muitas dúvidas em seus usuários. A prova está na enorme quantidade de consultas feitas à Abravidro em relação ao assunto. Por isso, vale a pena apontar as principais questões sobre esses sistemas.

Qual a norma?
Produzida pelo Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), órgão sediado na Abravidro e responsável pela elaboração e atualização das normas do setor, a NBR 16.259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas – Requisitos e métodos de ensaio oferece ferramentas para avaliar a segurança desses produtos, um dos mais populares com vidro na construção civil. Esse documento tornou-se “livro de cabeceira” de síndicos, construtoras e engenheiros.

Qual o tipo de vidro?
São permitidos dois tipos:
– Temperado;
– Laminado.

O envidraçamento de sacadas não tem a função de um guarda-corpos, pois é instalado pelo lado de dentro ou por cima dele. Isso explica a norma permitir os dois vidros citados.

O que é ART e o que a norma diz sobre isso?
ART significa Anotação de Responsabilidade Técnica. Esse documento é fornecido pelo engenheiro responsável pelo projeto e/ou instalação do sistema de envidraçamento de sacadas.

A NBR 16.259 recomenda a exigência da ART pelo usuário desses tipos de instalação.

A estrutura precisa vedar a passagem de água?
O objetivo principal dessa estrutura não é isolar ou vedar os espaços, mas sim garantir a interação com o ambiente externo, aumentando a área de visibilidade e convivência dos apartamentos ou escritórios, por exemplo. Portanto, as tipologias de envidraçamento de sacadas abordadas na norma não são estanques, nem necessitam atender esse requisito.

A região do País influencia no sistema?
A pressão de vento muda conforme a altura do prédio e a região do Brasil — e esse é um fator decisivo para o produto. É necessário que o projeto tenha a resistência necessária à força do vento e às exigências de sua utilização, conforme o local em que será instalado.

Quais os requisitos citados na norma?
– Tipo de vidro;
– Fixação no perfil;
– Instalação do sistema;
– Instalação sobre guarda-corpos;
– Carga estrutural ou vertical;
– Resistência a cargas uniformemente distribuídas;
– Resistência a operações de manuseio;
– Resistência à corrosão

Além desses, existe um requisito específico, voltado para sistemas feitos com perfis de alumínio.

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Agenda positiva em 2019

O Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), órgão sediado na Abravidro e responsável pela elaboração das normas do setor, prevê um ano muito importante e movimentado em 2019 — seja na redação de novos textos, revisão de antigos ou participação em comissões de estudo de outros comitês.

Por isso, para oferecer a você uma perspectiva das atuais tarefas do órgão, O Vidroplano lista a seguir os projetos em andamento.

 

Projetos do ABNT/CB-37
– Projeto 099:004.004-001 — Qualificação profissional do vidraceiro
A chamada “norma do vidraceiro” começou a ser discutida em 2016 e tem como objetivo estabelecer o perfil desejado de competências do vidraceiro, a fim de qualificar as pessoas para atuarem no setor.

A comissão está finalizando os requisitos necessários para treinamentos e cursos, visando à formação do vidraceiro/instalador e suas especialidades.

– Projeto de norma sobre vidros termoendurecidos
Os termoendurecidos são conhecidos como “semitemperados”, pois passam por tratamento térmico semelhante ao dos temperados, sendo duas vezes mais resistente que o float. Na primeira reunião de 2019, a comissão irá discutir as regras para a furação desses vidros, além de requisitos para o ensaio de fragmentação.

– Revisão da NBR 14.697 — Vidro laminado
A comissão está discutindo os critérios de avaliação de tolerâncias dimensionais e estruturando a introdução de novos requisitos relativos ao processo produtivo, como, por exemplo, a questão do empenamento das peças.

 

Projetos de outras comissões (com participação do ABNT/CB-37)

Comissão de Estudos Especial de Esquadrias (CEE-191)
– Revisão da NBR 14.718 — Guarda-corpos para edificação
Uma reunião marcada para 21 de fevereiro, após o fechamento desta edição de O Vidroplano, tem por objetivo analisar os comentários realizados por profissionais do setor ao longo do período em que o texto esteve em consulta nacional no site da ABNT.

– Grupo de trabalho para elaboração da Parte 7 da NBR 10.821 — Esquadrias para edificações: Esquadrias externas — Métodos de ensaio para fachadas (in loco)
O objetivo dessa parte da norma de esquadrias é estabelecer a metodologia de ensaios para fachadas in loco, incluindo esquadrias externas fixas e móveis.

– Grupo de trabalho para revisão de dois documentos sobre colagem estrutural: NBR 15.737 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial — Colagem de vidros com selante estrutural e NBR 15.919 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial — Colagem de vidros com fita dupla face estrutural de espuma acrílica para construção civil
Os dois textos são trabalhados simultaneamente. Além de atualizar conteúdos, eles devem trazer mais segurança para ambas as formas de colagem.

Comissão de Estudo Especial de Sistema de Blindagem (CEE-161)
– Criação das partes 1 e 2 da NBR 15.000 — Blindagens para impactos balísticos — Classificação e critérios de avaliação
Os textos estão sendo preparados para o envio ao processo de consulta nacional

– Revisão da NBR 9050 — Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos
Documento fala sobre saídas de emergência, incluindo as com nosso material.

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Com data para funcionar

A AGC Vidros do Brasil adiantou seus planos em relação ao segundo forno da companhia em nosso país. Em construção ao lado da planta do grupo em Guaratinguetá (SP), o Guará 2 teve sua conclusão antecipada em quatro meses e será aceso em abril. A usina disse ainda que o vidro produzido na nova fábrica deve estar disponível ao mercado a partir de maio.

Em primeira mão
Para revelar as novidades sobre seus negócios, a empresa organizou um encontro em sua sede no dia 5 de fevereiro, reunindo parceiros, representantes de associações vidreiras e imprensa especializada. Os porta-vozes foram o presidente da AGC Brasil, Fábio Oliveira; o diretor-geral da divisão de Vidros para Construção Civil e Indústria para América do Sul, Francesco Landi; e o diretor de Vendas e Marketing, Franco Faldini. “Este evento é para mostrar com fatos que a AGC faz o que promete”, afirmou Landi.

O novo forno poderá fabricar 850 t por dia, incluindo vidros extra clear, aumentando em 140% a produção da empresa. Com isso, a AGC vai se tornar a segunda maior usina do Brasil em capacidade produtiva, com 1.450 t diárias.

Visita às instalações
Os participantes foram guiados em uma visita que passou pelo Guará 1 e pelas obras do Guará 2, incluindo até mesmo a entrada dos visitantes no futuro forno. Lá dentro, puderam escrever mensagens em uma das paredes do equipamento.

Foram anunciadas mudanças na logística da empresa. Os armazéns serão adaptados para ganhar duas novas seções: haverá em breve uma entrada exclusiva para recebimento de matéria-prima e outra área destinada somente à expedição dos produtos. Dessa forma, o processo de entrega dos pedidos para os clientes promete ser mais ágil.

Coater a todo vapor
Também foi apresentado oficialmente ao mercado o coater, linha para a produção de vidros de controle solar desenvolvidos com exclusividade para o mercado brasileiro. O investimento havia sido prometido durante o discurso da usina na cerimônia de abertura do Simpovidro 2017.

Em operação desde agosto do ano passado, a instalação destaca-se por seu processo verticalizado, o que impede a ocorrência de um defeito de fabricação chamado pinhole — acúmulo excessivo do metal depositado na superfície dos vidros em determinadas áreas, gerando falhas no revestimento.

 

Números do Guará 2
– Capacidade de produção: 850 t de vidro por dia
– Espessuras a serem fabricadas: 1,6 a 19 mm
– Investimento: R$ 750 milhões
1.000 empregos gerados durante a obra e 300 para a sua operação

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Atividades retomadas a todo vapor

A agenda para o setor vidreiro já está cheia de oportunidades para este ano, dentro e fora do Brasil. No caso das entidades regionais, a primeira palestra organizada por uma delas foi realizada em São Paulo ainda em janeiro, enquanto as associações mineira, paranaense e gaúcha já têm eventos programados para os meses de março e abril.

E ainda há muito mais para este ano, incluindo a 14ª edição do maior encontro do setor vidreiro nacional, o Simpovidro, e o fórum Glass Performance Days (GPD), a ser realizado em junho na Finlândia. Anote as datas!

 

Sincomavi-SP, em São Paulo
Preparando-se para as oportunidades de 2019
No dia 29 de janeiro, o Sincomavi organizou a palestra Economia e oportunidades para 2019. Jaime Vasconcelos, assessor-econômico da Federação do Comércio, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), foi o palestrante. O evento contou com 26 participantes e teve como objetivo apresentar o momento econômico e os possíveis desafios que o varejo e a economia poderão enfrentar em 2019.

Na apresentação, uma boa notícia: Vasconcelos mostrou que as previsões para este ano são um pouco mais positivas em relação à economia e ao mercado de consumo do que o cenário de 2018 — nesta edição de O Vidroplano, publicamos uma reportagem especial sobre as perspectivas para o mercado vidreiro (clique aqui para ler). Ele também deu dicas para preparar o estabelecimento para esse novo cenário, principalmente de forma a manter certa prudência em futuros investimentos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Para refletir e agir

Esta edição de O Vidroplano explora um tema que precisa ganhar espaço nas discussões do mercado vidreiro: a produtividade, indicador que nos permite avaliar a eficiência das empresas. No ano passado, esse dado passou a compor o Panorama Abravidro, com um histórico que mostra sua evolução de 2010 a 2017. Houve um crescimento expressivo no período, mas a melhor performance de nossa indústria nesse quesito foi em 2015. E você, o que está fazendo para melhorar a produtividade da sua empresa? Saiba mais clicando aqui.

Você vai poder conferir também as perspectivas de 2019 para o Brasil e para o nosso mercado. Ouvimos diversos atores de nosso setor para saber o que esperar do ano novo, que inclui um novo forno de float entrando em atividade ainda no primeiro semestre, assunto que também virou matéria, veja clicando aqui.

Ainda em relação às expectativas, não perca o perfil do cliente moderno e como oferecer um atendimento que garanta sucesso e bons negócios!

E para a turma que está sempre atenta às normas, temos um guia com os principais assuntos que estão em pauta este ano no CB-37 e em outros comitês que têm relação com o nosso material, além de alguns destaques da norma de envidraçamento de sacadas, uma das campeãs de consultas à equipe técnica da Abravidro.

Mas a melhor notícia está mesmo em nossa capa: a 14º edição do Simpovidro em detalhes! Não fique de fora!

Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 554 (fevereiro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.