Arquivo da categoria: Vidro em obra

Edifício em Portugal investe em vidros de alto desempenho

A revitalização urbana de grandes cidades é um desafio para o Brasil: não são raros os chamados centros históricos de importantes metrópoles nacionais com prédios desgastados, gerando sérios problemas urbanísticos.

Fora do País, há exemplos positivos. Nova York e Barcelona, por exemplo, reformaram bairros para deixá-los mais Studiovivos. No entanto, não basta criar parques, incentivar pequenos comércios ou facilitar a locomoção: é preciso colocar pessoas para morar nesses lugares.

Em Aveiro, Portugal, uma nova zona da cidade ganhou o Puro Tower, prédio residencial com formas que se assemelham a um programa de habitação coletiva, apostando no conforto dos moradores com o uso de vidros insulados de alto desempenho.

 

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Diálogo com a cidade
Desenvolvido pelo arquiteto português Mário Alves, o projeto (com 6.250 m² de área) tem como base dar continuidade às linhas predominantes de um edifício vizinho, também feito por ele anos atrás. O conceito principal foi o de tirar proveito das características do lugar, tais como as vistas e a exposição solar.

“Por se tratar de um edifício de esquina, que assume uma volumetria vertical, o desenho horizontal das lâminas projeta-se para além das arestas dessa volumetria”, explica Alves. “Isso cria dinâmica, ritmo e movimento ao mesmo tempo que projeta o espaço interior para o exterior, permitindo assim ao utilizador a possibilidade de se debruçar sobre a cidade”. De fato, o projeto ganha tridimensionalidade com as formas assimétricas das sacadas: seu design é muito mais próximo do de uma obra de arte (uma escultura, por exemplo) do que de um prédio residencial tradicional.

 

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Total controle
Se os traços do prédio são modernos, os vidros instalados nos apartamentos não poderiam ficar atrás no quesito tecnologia. Os caixilhos de alumínio da empresa Grupo Sosoares receberam uma especificação robusta de insulados de laminados, pensada para oferecer um alto grau de conforto termoacústico: temperado de SunGuard HS 70/35 8 mm (da Guardian) + espaçador preenchido com gás argônio + laminado (com interlayer acústico) com espessura de incríveis 44,2 mm. Em certas áreas, há ainda uma placa mais “simples”, trocando o laminado grosso que faz parte do insulado por uma chapa de float temperado 8 mm.

 

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Ficha técnica
Projeto: Puro Tower
Local: Aveiro (Portugal)
Arquitetura: Mário Alves Arquiteto
Conclusão da obra: 2021
Fabricante dos vidros: Guardian
Instalação dos vidros: Alumivale
Caixilhos: Grupo Sosoares

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Ivo Tavares Studio

Novo prédio do Masp também aposta no vidro

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, mais conhecido como Masp, é um marco da capital paulistana: o prédio em que está instalado, em plena Avenida Paulista, tem um icônico design da arquiteta Lina Bo Bardi, marcado pelo uso de vidros na fachada – e até mesmo os cavaletes para os quadros expostos usam nosso material. Agora, o museu ganhou um novo edifício, localizado ao lado do original. Mais uma vez, o vidro foi escolhido, dessa vez junto de uma estrutura de brises.

 

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Harmonia entre as obras
Com projeto arquitetônico da Metro Arquitetos Associados, dos sócios Martin Corullon e Gustavo Cedroni, o prédio recém-finalizado conta com catorze andares e 7.821 m² de área – somado à recente concessão do vão livre do museu, a instituição dobrou sua área de atuação, chegando a 21.863 m².

Agora, o Masp aumenta em mais de 60% seus espaços expositivos: são cinco novas galerias para exposições, duas áreas multiuso, salas de aula, laboratório de conservação, área de acolhimento, restaurante e café, incluindo ainda depósitos e docas para carga e descarga de obras de arte. Outro destaque será um túnel de 40 m de comprimento, com conclusão prevista para o segundo semestre, responsável por interligar as áreas de acolhimento dos dois edifícios, facilitando a circulação dos visitantes.

De acordo com os arquitetos, o novo projeto (nomeado Pietro Maria Bardi, em homenagem ao primeiro diretor artístico do museu) deveria evitar grandes composições na fachada, de forma a estabelecer uma relação harmoniosa com o edifício histórico (agora chamado Lina Bo Bardi para honrar sua arquiteta). “Apostamos em um visual limpo, uma fachada homogênea, para não criar ruídos nessa relação. Ao mesmo tempo, o design monolítico, inspirado nas tipologias dos museus verticais, como os de Nova York, se destaca no entorno, conferindo-lhe um caráter próprio”, comenta Corullon.

 

Vidro e brise: estrutura metálica aplicada sobre a fachada envidraçada atua para evitar a ação dos raios solares nas obras de arte que serão expostas dentro do prédio
Vidro e brise: estrutura metálica aplicada sobre a fachada envidraçada atua para evitar a ação dos raios solares nas obras de arte que serão expostas dentro do prédio

 

Sobriedade
Isso explica a estética marcada por uma estrutura de brises, feita de chapas metálicas perfuradas e plissadas. Essa foi a solução encontrada para controlar a incidência de luz natural, evitando possíveis danos causados pela radiação às obras e materiais expostos internamente.

Mesmo assim, a transparência está lá, logo atrás dos brises, até para reforçar a conexão entre as duas construções que formam o museu. Segundo a Metro, enquanto a fachada envidraçada do edifício original cria uma continuidade visual entre o interior do museu e a Avenida Paulista, o novo projeto propõe um jogo de luz e sombra, permitindo que o visitante observe a cidade por meio de aberturas que se revelam apenas a quem está dentro do prédio durante o dia. À noite, a equação se inverte: as mesmas janelas revelam fragmentos da parte interna dos andares para o lado externo da construção.

Os vidros aplicados na fachada são laminados incolores 14 mm (6 + 8), enquanto os do térreo são multilaminados 24 mm (8 + 8 + 8), processados pela Cyberglass. A estrutura teve consultoria da QMD Consultoria, com a Prismatech produzindo as esquadrias.

 

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Novo prédio é financiado por meio de doações
A construção do novo edifício começou em 2019 – e a obra foi totalmente financiada por doações de pessoas físicas, sem uso de leis de incentivo. “Foram doados R$ 250 milhões para a construção. O sucesso da captação também é resultado de um modelo de gestão criado no Masp há dez anos, que trouxe para a instituição sustentabilidade financeira, transparência e profissionalismo”, explica Alfredo Egydio Setubal, presidente do conselho deliberativo do museu.

 

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Este texto foi originalmente publicado na edição 625 (janeiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Leonardo Finotti

Skyglass é exemplo perfeito do trabalho com fachadas inclinadas

Como visto na reportagem especial da edição de outubro de O Vidroplano, as fachadas inclinadas feitas de vidro oferecem desafios extras aos arquitetos e especificadores envolvidos em projetos que contenham essa estrutura. O tipo de inclinação, os cálculos para o dimensionamento da espessura das chapas e a instalação são detalhes que precisam ser encarados com atenção para se chegar a uma obra perfeita – como é o caso do edifício Skyglass, inaugurado em Seattle, nos Estados Unidos, no início do ano.

Para o alto e avante
Com design da arquiteta Julia Nagele, do escritório Hewitt, o Skyglass foi erguido na região de South Lake Union, um dos bairros centrais que mais crescem na cidade norte-americana. A obra de uso misto conta com 33 andares, e suas formas operam em duas escalas, segundo o pessoal da Hewitt: a parte de baixo do edifício, que se assemelha a um prédio de concreto residencial com janelas de tamanho tradicional, está ligado a um contexto de paisagem urbana em escala humana; acima disso está a enorme torre de vidro, cheia de movimento, que se estende em direção ao Sol e às nuvens.

 

Foto: Tim Rice Architectural Photography
Foto: Tim Rice Architectural Photography

 

Alto desempenho
Os vidros aplicados na fachada da torre oferecem alto desempenho energético à construção. São insulados com uma especificação complexa, de modo a atingir o conforto térmico necessário: termoendurecido low-e 6 mm + câmara espaçadora de 12 mm, preenchida com gás argônio + temperado incolor 10 mm.

A parte de baixo do edifício também ganhou vidros robustos: float low-e 6 mm + câmara espaçadora de 16 mm, preenchida com gás argônio + float incolor 6 mm.

A importância de testar as soluções
Modelos virtuais de projetos arquitetônicos são ótimas formas de garantir que o resultado final da obra seja o planejado por arquitetos e engenheiros durante as fases iniciais do projeto. No entanto, em alguns casos, apenas testar em softwares não basta.

 

Testes e mais testes: para garantir a fidelidade visual e de desempenho, foi construído um mockup da fachada em escala real, que passou por uma série de testes, como resistência ao vento, estanqueidade, pressão interna/externa e até sustentação em caso de abalos sísmicos (Foto: Divulgação Hewitt)
Testes e mais testes: para garantir a fidelidade visual e de desempenho, foi construído um mockup da fachada em escala real, que passou por uma série de testes, como resistência ao vento, estanqueidade, pressão interna/externa e até sustentação em caso de abalos sísmicos (Foto: Divulgação Hewitt)

 

Para garantir a fidelidade visual e de desempenho do Skyglass, foi construído um mockup da fachada em escala real, antes de a construção ser iniciada. Essa estrutura, do tamanho de dois andares e meio, passou por uma série de testes a respeito de requisitos essenciais ao projeto, como resistência ao vento, estanqueidade, pressão interna/externa e até sustentação em caso de abalos sísmicos. Os testes nessa amostra gigante foram realizados numa instalação em Fresno, na Califórnia.

Ficha técnica
Projeto: Skyglass
Local: Seattle (EUA)
Arquitetura: Hewitt
Conclusão da obra: março de 2024
Processadoras dos vidros: Beijing Wuhua Tianbao Glass e Cardinal Glass

 

Foto: Lara Swimmer
Foto: Lara Swimmer

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Lara Swimmer

Balneário Camboriú ganha o Summit BC

O Brasil tem uma nova tradição no quesito atrações turísticas: os mirantes envidraçados. Desde o fim de 2020, com a inauguração do Skyglass Canela (no Rio Grande do Sul), esse nicho da construção ganha cada vez mais espaço, encantando milhares de visitantes – vale incluir na lista o Sampa Sky, em São Paulo, e o Mirante das Galhetas, no Guarujá (SP), todos mostrados nas páginas de O Vidroplano. E agora, mais um exemplo incrível desse tipo de obra, que atua para reforçar o quão seguro é o vidro, está aberto ao público: o Summit BC, localizado no Balneário Camboriú (SC).

 

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Cheia de encantos
Famosa pelas praias e vida noturna vibrante, Camboriú não ganhou o apelido de “Dubai brasileira” à toa: recebe inúmeros empreendimentos residenciais de alto luxo. E é no alto do Edifício Imperatriz, um dos icônicos espigões da cidade, que está instalado o Summit BC.

A atração conta com dois cubos suspensos a 128 m do chão, no 29º andar, oferecendo vista panorâmica deslumbrante da bela orla da cidade. Como não poderia ser diferente nesse tipo de estrutura, todas as suas paredes e piso são de vidro: a sensação é de flutuar sobre a paisagem urbana e a imensidão do oceano. Um dos cubos está voltado para o Norte, enquanto o outro tem visão para o Sul – assim, é possível apreciar diversos pontos turísticos da região, como o Molhe da Barra Sul e a Ilha das Cabras.

 

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Experiências
Administrado pela empresa First e com projeto do engenheiro Ary Manuel Onofre, da ConstruÁgil, o espaço foi pensado para oferecer uma experiência completa ao visitante. O acesso ao mirante já é diferenciado, feito por um elevador panorâmico que oferece uma prévia da incrível vista a ser encontrada. Lá no alto, um grande lounge com o Prawer Café e um restaurante coordenado pelo chef paranaense Fabiano Gulanoski, que detém o título de embaixador do sushi no Brasil, permitem relaxar e aproveitar uma bebida ou refeição.

E, então, chega-se à atração principal. Os cubos envidraçados estão entre os mais incríveis do mundo, já que contam com 2,5 m para fora do edifício. Há, inclusive, um pedido para o Guinness World Records reconhecer a obra como a maior nesse quesito – para efeito de comparação, o Sky Deck, em Chicago, tem 1,31 m para fora, enquanto o Sampa Sky tem quase 2 m. As estruturas são feitas de temperados multilaminados (três chapas de vidro extra clear, cada uma de 10 mm de espessura, com interlayers estruturais SentryGlas, da Kuraray), fornecidos pela AGC e processados pela Linde Vidros e suportam um peso de 500 kg por m².

“O Summit BC foi projetado com os mais altos padrões de segurança e utiliza tecnologia de ponta para garantir a tranquilidade dos visitantes”, explica Daniel Vanderlinde, diretor da processadora. “Os cubos são capazes de suportar grandes cargas e impactos, proporcionando uma experiência segura e emocionante”. A escolha por chapas extra clear, muito mais transparentes que outros tipos de vidro, possibilitou uma visão perfeita da cidade.

Você é um fã do vidro? Então, coloque o Balneário Camboriú na lista de suas próximas viagens.

 

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Ficha técnica
Projeto: Summit BC
Local: Balneário Camboriú (SC)
Conclusão da obra: maio de 2024
Fabricante dos vidros: AGC
Processadora dos vidros: Linde Vidros

Como visitar o Summit BC
Localização: Avenida Atlântica, 2.554 (cobertura do Edifício Imperatriz), Centro, Balneário Camboriú (SC)
Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 11 às 20 horas; sábados e domingos, das 9 às 20 horas
Ingressos: podem ser adquiridos na bilheteria local ou pelo site summitbc.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 621 (setembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Divulgação Linde Vidros

The West Residence Club tem apartamentos no formato de caixas

Nova York é um berço para ideias inovadoras no uso de vidro na construção. Loja da Apple na Quinta Avenida, mirante Summit One Vanderbilt, monumento The Vessel: são várias as obras que exploram o uso de nosso material de maneira ousada, quase futurista – não à toa, todas as citadas já apareceram nas páginas de O Vidroplano. Dando sequência à tradição da cidade em empreendimentos envidraçados marcantes, há menos de dois anos foi erguido o The West Residence Club, prédio residencial com design inspirado em blocos e fachadas com vidro.

Revitalização
O projeto, desenvolvido pelo escritório de arquitetura Concrete, é mais um passo na renovação do bairro de Hell’s Kitchen (“Cozinha do Inferno”), em Manhattan. Conhecida por seu caráter industrial, a região sofreu com a violência e o abandono ao longo dos anos 1980 e 1990. Porém, a partir da metade da primeira década de 2000, teve início um movimento para revitalizar o local – que hoje conta com vizinhança vibrante e dinâmica, cheia de pequenos prédios residenciais, restaurantes e lojas.

 

Foto: Raimund Koch for The West and Concrete
Foto: Raimund Koch for The West and Concrete

 

Vida compartilhada
Com 222 apartamentos, o The West reforça ainda mais esse novo caráter hospitaleiro de Hell’s Kitchen. O prédio se divide em duas partes, ambas marcadas por espaços comuns que criam um aspecto de comunidade para quem vive ali. A primeira delas é a base do edifício, que oferece uma experiência tipo loft, com grandes janelas e uma robusta fachada de tijolos, fazendo referência ao clássico estilo dos edifícios da cidade.

Acima, encontram-se apartamentos que mais parecem caixas empilhadas. Com fechamentos de vidro do chão ao teto, foram projetados para aproveitar ao máximo a vista do rio Hudson e do skyline de Manhattan. A disposição desses apartamentos cria orientações únicas para cada um deles, reforçando a ideia principal do projeto: estar conectado com seu arredor.

 

Foto: Ewout Huibers for Concrete
Foto: Ewout Huibers for Concrete

 

Comodidades
A nova realidade de trabalhar em casa é outro ponto levado em conta pelos arquitetos. Nos jardins, a obra tem uma estufa envidraçada repleta de estantes de livros, lareira e uma grande mesa de trabalho, além de salas para reunião repletas de material e equipamentos de escritório.

Existe ainda academia de pé-direito duplo, brinquedoteca para crianças e até quartos internos, em estilo hotel, que podem ser reservados para visitantes. O deck da cobertura acomoda um pequeno parque, com piscina, churrasqueira, pista de corrida para cães e uma cozinha comunitária com espaço para refeições. Um belo jeito de se viver na metrópole mais globalizada do mundo.

 

Foto: Ewout Huibers for Concrete
Foto: Ewout Huibers for Concrete

 

Ficha técnica
Projeto: The West Residence Club
Local: Nova York (EUA)
Conclusão da obra: 2022
Arquitetura: Concrete

Este texto foi originalmente publicado na edição 615 (março de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Ewout Huibers for Concrete

Sede da Apple ganha escultura de vidro

A ligação da gigante de tecnologia Apple com nosso material vem de longa data. As icônicas lojas da marca, em formato de cubo, revolucionaram o uso do vidro estrutural ao redor do planeta. Em 2018, a empresa inaugurou sua sede, chamada de Apple Park, na cidade de Cupertino, Califórnia (EUA), usando panos gigantescos de vidro curvo – fizemos uma reportagem sobre a obra na edição de janeiro de 2018 de O Vidroplano. Ano passado, mais um passo foi dado para estreitar ainda mais essa parceria vencedora: inaugurou-se a escultura Mirage, produzida com vidro moldado de diferentes cores e texturas.

 

Uma obra global
Produzida pela artista plástica escocesa Katie Paterson em parceria com o escritório de arquitetura Zeller & Moye (fundado pelo alemão Christoph Zeller e pela mexicana Ingrid Moye), a Mirage está localizada em uma colina no espaço público do Apple Park, em meio a oliveiras, próximo ao centro de visitantes. Com 209 m² de área, tem quatrocentas colunas de vidro moldado, cada uma com 2 m de altura.

O diferencial está no conceito do projeto: os vidros foram feitos com areia coletada em diferentes desertos do mundo. “A areia, tão onipresente em toda a Terra, é um marcador do tempo”, comenta Katie Paterson. “Nossa esperança é que a Mirage crie uma experiência sensorial que desperte a imaginação, conecte os visitantes à vastidão do planeta e à sua preciosa natureza selvagem.”

 

Foto: Iwan Baan
Foto: Iwan Baan

 

Produção
A areia utilizada foi recolhida de forma sustentável, com a ajuda de geólogos, das comunidades de regiões desérticas e até mesmo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Especialistas do setor vidreiro e cientistas de materiais prepararam receitas únicas para cada tipo de areia, combinando métodos atuais e modernos de produção em larga escala a técnicas surgidas lá atrás, na origem da fabricação do vidro.

O resultado de toda essa preparação pode ser visto nas variações nas cores e texturas das peças finalizadas, o que altera a percepção do observador da escultura: de dia, sua superfície reflete diferentes tons da luz; à noite, ela brilha suavemente. “A escultura se desdobra peça por peça, por meio dessa mudança gradual de cor e consistência do material”, explica Christoph Zeller.

 

Foto: Iwan Baan
Foto: Iwan Baan

 

Em sintonia
De acordo com os criadores da obra, a experiência de observar a luz passar pelas peças envidraçadas se torna uma espécie de meditação, criando um momento de pausa, de desaceleração, para entrar em sintonia com a imensidão de nosso planeta. “A composição espacial da Mirage cria um inesperado local de encontro social e contemplativo para visitantes e funcionários relaxarem, deitarem na grama, fazerem um piquenique ou brincarem”, destaca Ingrid Moye.

 

Visão geral do gigante Apple Park, com a Mirage aparecendo no canto inferior direito (Foto: Hunter Kerhart)
Visão geral do gigante Apple Park, com a Mirage aparecendo no canto inferior direito (Foto: Hunter Kerhart)

 

Ficha técnica
Projeto: Mirage
Local: Cupertino, Califórnia (EUA)
Conclusão da obra: maio de 2023
Arquitetura: Zeller & Moye
Artista: Katie Paterson
Fabricante do vidro: John Lewis Glass, Inc.

Este texto foi originalmente publicado na edição 614 (fevereiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Iwan Baan

Fachada do Passeio Paulista ganha vidros de controle solar

São Paulo ganhou mais um espigão que tem tudo para se tornar ícone local das fachadas envidraçadas. Localizado na tradicional Rua da Consolação, o Passeio Paulista ganhou vidros de controle solar. A tecnologia vidreira já se provou fundamental para a melhora do bem-estar dos usuários de edificações como essa – e, obviamente, um projeto do escritório Aflalo/Gasperini Arquitetos não deixaria de aplicar peças de nosso material cheias de tecnologia e valor agregado.

Vida e negócios
De uso misto, o prédio tem como autores a equipe de arquitetos composta por Roberto Aflalo Filho, Luiz Felipe Aflalo Herman, José Luiz Lemos e Grazzieli Gomes Rocha. Inclusive, a obra recém-inaugurada (ficou pronta em novembro) já foi reconhecida no segmento da construção: o GRI Awards a premiou na categoria Projeto Corporativo. A honraria é concedida pelo GRI Club, organização que conecta executivos sêniores dos mercados imobiliário e de infraestrutura.

Segundo Aflalo/Gasperini, o projeto, com mais de 70 mil m² construídos, foca nas chamadas diretrizes “Triple A” para edificações, as quais promovem qualidade de vida, sustentabilidade e bem-estar. As soluções adotadas têm o objetivo de potencializar a vida urbana. Por isso, o Passeio Paulista é separado em seções. A parte corporativa se divide em uma torre de 21 andares, com 3 pavimentos em cada um deles. Um átrio central permitiu a criação de uma praça verde no piso térreo, pelo qual circulam moradores e usuários do comércio local – essa ideia, bem próxima do conceito de fachada ativa, proporciona maior segurança a quem anda por ali, pois sempre terá gente indo e vindo, além de maior incidência de luz. O topo desse volume também foi aproveitado como espaço de convivência, contendo um jardim com vistas para a cidade.

 

Foto: Daniel Ducci

 

Temperatura na medida
Um dos elementos-chave para o visual imponente do prédio, e que contribui de maneira essencial para sua eficiência energética, é a fachada de 26 mil m², composta de peças de SunGuard AG43, da Guardian, processadas pela GlassecViracon. As pérgolas e caixilhos metálicos nos quais as peças estão instaladas marcam a identidade do projeto, trazendo linhas horizontais fluidas à estrutura.

A Crescêncio Engenharia atuou como consultora para a caixilharia de alumínio do projeto. “O maior desafio dessa obra foram os vidros de grande dimensão e toda a logística envolvida na instalação dos módulos de fachada unitizada”, conta o engenheiro Crescêncio Petrucci, sócio-fundador da empresa. “Foram utilizados laminados e insulados nas faces mais expostas à insolação, com a dificuldade extra de garantir a homogeneidade de cor das peças.”

 

Foto: Daniel Ducci

 

Ficha técnica
Projeto: Passeio Paulista
Local: São Paulo
Conclusão da obra: novembro de 2023
Arquitetura: Aflalo/Gasperini Arquitetos

Este texto foi originalmente publicado na edição 613 (janeiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Daniel Ducci

Grão de café feito de vidro é destaque do armazém da Carmo Coffees

Um prédio que utiliza nosso material de forma ousada e ainda homenageia um traço relevante da cultura brasileira – esse é o armazém da Carmo Coffees, localizado em Três Corações (MG). No alto da fachada do edifício, uma estrutura curva no formato de grão de café chama a atenção imediata de quem passa pela rodovia BR-381. Esse feito arquitetônico teve reconhecimento internacional: vitórias em dois dos maiores prêmios do setor no mundo, o ArchDaily Building of the Year (categoria Arquitetura Industrial) e o Architizer A+Awards (categoria Fábricas & Armazéns).

 

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Cuidado com a matéria-prima
Segundo a fabricante da bebida, o armazém é uma etapa essencialmente importante na cadeia de cafés especiais. Por isso, a necessidade de construir um espaço amplo e moderno: ao todo, o local tem capacidade de processamento de 40 mil sacas por mês, com espaço para guardar até 170 mil sacas de 60 kg cada. Além disso, conta ainda com usina fotovoltaica própria, gerando cerca de 38 mil kw/h mensais.

E já que internamente a tecnologia deveria ser de primeira qualidade, por que não fazer algo diferenciado também na parte exterior? O tradicional escritório Gustavo Penna Arquiteto e Associados foi o encarregado de criar um design que se ligasse ao negócio. “Vamos elogiar o café. Eu não iria imaginar um prédio pra elogiar o prédio. Então, fazer do grão o grande protagonista é a ideia que norteia esse trabalho”, comentou Gustavo Penna em reportagem do Jornal da Band.

 

Cuidado radical: limpeza da parte externa do
Cuidado radical: limpeza da parte externa do “grão” é feita por profissionais em rapel

 

Elegia ao grão
Em cima do edifício horizontalizado fica a referência principal do projeto: uma esfera côncava e translúcida, quase uma claraboia, da cor do café torrado. Durante o dia entra por ali a luz do Sol – à noite, a construção é iluminada de dentro para fora. Segundo o escritório, o formato do prédio, com essa estrutura encaixada no topo, representa algo em movimento, sendo transportado para todos os cantos.

A responsabilidade de montar esse “grão de café” ficou com a Vidraçaria Bom Pastor, de Varginha (MG). De acordo com João André de Brito, fundador da empresa, cada peça de vidro teve de ser modelada em um tamanho próprio para que se encaixasse num formato de domo geodésico. “Foi um desafio enorme. A maior dificuldade foi achar o ângulo ideal para estruturar as ferragens”, explica. A vidraçaria teve de, literalmente, montar uma serralheria no local para diminuir possíveis problemas logísticos.

A especificação utilizada foi de laminados feitos com o vidro de controle solar Habitat, da Cebrace, na configuração bronze 4 mm + PVB incolor + incolor 4 mm. As peças acabaram instaladas em um sistema de pele de vidro em ângulo da Blindex.

Conheça a Carmo Coffees
Fundada em 2007, a empresa produz cafés especiais, tendo se tornado exportadora do produto para clientes ao redor do mundo. Atualmente, a fabricante conta com escritórios em quatro cidades mineiras: Carmo de Minas, Pedralva, Lambari e em Três Corações, com o recém-inaugurado armazém.

 

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Ficha técnica
Projeto: armazém da Carmo Coffees
Local: Três Corações (MG)
Arquitetura: Gustavo Penna Arquiteto e Associados
Especificação dos vidros: laminados de controle solar Habitat, da Cebrace, na configuração bronze 4 mm + PVB incolor + incolor 4 mm
Processadora: Pestana Vidros
Especificação e instalação: Vidraçaria Bom Pastor

Este texto foi originalmente publicado na edição 612 (dezembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Créditos das fotos: Divulgação Carmo Coffees

Maraya Concert Hall destaca-se por fachadas espelhadas

O deserto é reconhecido por ser um local envolto em mistério. Seu calor ardente é capaz de desorientar aqueles mal preparados para enfrentá-lo – e até mesmo criar ilusões visuais, confundindo ainda mais a mente das pessoas. Pois no Vale Ashar, região desértica em meio a montanhas de arenito na Arábia Saudita, uma construção ergue-se como miragem: o Maraya Concert Hall. A sala de concertos, um verdadeiro desafio arquitetônico e industrial com nosso material, brinca com os arredores, graças às fachadas espelhadas que a camuflam em meio à areia.

 

Andrea Bocelli performs at Maraya

Reflexos
Com design do escritório italiano Gioforma Architects Designers and Artists, o Maraya Concert Hall foi inaugurado em 2019, entrando para o Guiness World Records, o livro dos recordes, como “maior edifício espelhado já construído”. A obra ganhou ainda o prêmio Architizer A+ Awards, em 2020, na categoria Arquitetura e Vidro – tendo sido responsável também por aumentar o interesse de turistas pelo Sítio Arqueológico Al-Hijr, localizado perto dali e certificado como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Além de sala de concertos, o espaço abriga um centro de eventos artísticos e culturais, com estrutura moderna para quinhentos espectadores. Desde sua concepção inicial pela agência do governo saudita Royal Commission for Al Ula, tinha-se em mente o uso de espelhos (inclusive, a palavra árabe maraya significa, justamente, espelho): uma tentativa preliminar de solução espelhada fracassou, pois o exterior contava com folhas gigantes de metal, refletindo uma versão distorcida da região.

Abriu-se, assim, um concurso público para escolher o melhor conceito estético. Segundo o então gerente de Mega Projetos e Parcerias Estratégicas da Guardian, Nabil El Ahmar, as propostas eram variações de vidro prateado altamente refletivo. “O designer queria um espelho de verdade em meio a areia e montanhas, e um edifício mais visível seria uma intrusão ao meio ambiente”. A partir daí, a Guardian assumiu o projeto com a tarefa de desenvolver um material capaz de resistir a condições climáticas extremas.
Mystical Maraya

Prontos para o calor
A luz solar intensa poderia causar oxidação, distorção e descoloração das placas de espelhos convencionais. Por isso, foi criado um novo produto, o UltraMirror, que oferece maior durabilidade devido à presença de um revestimento protetor especial. Ao todo, 9.740 m² desse item foram instalados em todas as fachadas da construção.

A logística para o processamento do material também se tornou um desafio. Espelhos são normalmente produzidos em folhas padrão de float, enviadas a beneficiadores para o corte. Por conta das temperaturas extremas às quais as fachadas estariam expostas, o vidro precisava ser temperado antes de receber o revestimento especial – ou seja, não poderia ser cortado após essa etapa. A solução para o impasse: a Guardian mandava o float bruto para o processador, que cortava no tamanho necessário e despachava de volta para a usina aplicar a camada protetora.

Apesar de todo o trabalho extra, é impossível afirmar que não valeu a pena. Desaparecendo na paisagem para reaparecer depois, conforme o olhar do observador, o Maraya Concert Hall já está entre as clássicas obras feitas com nosso material.

 

Maraya mesmorises all who walk by

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Maraya changes with the weather

Ficha técnica

Projeto: Maraya Concert Hall
Local: Vale Ashar, na Arábia Saudita
Data da conclusão da obra: 2019
Arquitetura: Gioforma Architects Designers and Artists

Este texto foi originalmente publicado na edição 610 (outubro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Créditos das fotos: Divulgação RCU/Maraya Concert Hall

Panos de vidro abrem Casa Verde para o mundo

No segmento de residências de alto luxo, o vidro se firmou há tempos como um elemento fundamental para o conforto dos usuários e a beleza estética das edificações. Não é de se espantar, portanto, que nosso material tenha sido a aposta da Espírito Santo Arquitetos Associados para a Casa Verde, erguida no ano passado em Jurerê Internacional, Florianópolis. A obra, situada à beira-mar em uma das mais badaladas praias da capital catarinense, traz a natureza dos arredores para seus interiores graças aos panos de vidros instalados nas fachadas.

Visão privilegiada

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O principal desafio do projeto, localizado em um terreno de 1.040 m², era maximizar a apreciação da vista para a praia. Para isso, o escritório – que desenvolve um trabalho focado em sustentabilidade, tendo vencido premiações nacionais e internacionais como Prêmio Saint-Gobain e Rethinking The Future – empregou uma técnica construtiva mais eficiente, fazendo uso de uma base de concreto e uma estrutura metálica, transformando assim o terreno em um ambiente unificado.

Segundo Diego Espírito Santo, sócio-fundador e arquiteto-chefe da Espírito Santo, a obra como um todo foi pensada para oferecer liberdade visual. “A partir do portão, passando pelo acesso de serviço até a garagem, todos os pontos de entrada possibilitam uma visão panorâmica do terreno e priorizam a vista para o mar”, explica.

Os clientes buscavam uma estética linear, mas ao mesmo tempo audaciosa em relação ao contexto dos arredores. Por isso mesmo, a forma da casa foi concebida como se fosse uma embarcação à beira-mar, com o desenho do telhado refletindo essa inspiração, reforçando assim a sensação de que a construção “caminha” na direção da praia.

Sem obstruções

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Para proporcionar a experiência visual prevista no projeto, a residência foi erguida em um único pavimento, totalmente conectado ao pátio. Dessa forma, todas as aberturas estão dispostas como se fossem grandes varandas, do chão ao teto, o que cria continuidade visual e ainda permite ventilação natural abundante, ajudando na economia de eletricidade.

Aplicaram-se nas fachadas laminados incolores 4 + 6 mm – as maiores chapas chegando a 2,6 x 2,8 m. Tanto os vidros como as esquadrias, próprias para suportar o peso das chapas, foram fornecidos pela Alumitriz.

Portanto, já sabe: caso esteja pensando em construir uma nova casa para você – ou mesmo reformar a que possui –, vidro é o que não pode faltar!

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Ficha técnica
Projeto: Casa Verde
Local: Jurerê Internacional, Florianópolis
Data da conclusão da obra: 2022
Arquitetura: Espírito Santo Arquitetos Associados

Este texto foi originalmente publicado na edição 610 (outubro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Créditos das fotos: Everson Martins – Arq. em Foto

Cobertura de laminados coloridos se destaca em vinícola

Ao norte de São Francisco, na Califórnia (EUA), estão as regiões de Napa Valley e Sonoma, renomadas mundialmente pela produção de vinho. Os vinhedos dali se localizam em meio a uma belíssima natureza, formada por vales e campos floridos – não à toa, o local recebe turistas de todo o planeta. E uma das principais vinícolas locais, a Donum Estate, especializada nas bebidas do tipo pinot noir, tornou-se ainda mais atrativa a visitantes: ano passado, ganhou o Vertical Panorama Pavilion, espaço para degustação com uma incrível cobertura de laminados coloridos.

Sentidos à flor da pele
Criado pelo escritório alemão de arquitetura Studio Other Spaces (fundado pelo artista Olafur Eliasson e pelo arquiteto Sebastian Behmann), o pavilhão está localizado num ponto da Donum Estate que oferece visão panorâmica dos arredores, incluindo a Baía de San Pablo e a The Donum Collection, coleção de arte formada por cerca de cinquenta esculturas.

A obra foi inspirada nos calendários circulares da antiguidade. Utilizados em diversas culturas ao redor do mundo ao longo dos tempos, esses calendários eram geralmente feitos de pedra, marcando a mudança das estações e representando até mesmo a conexão humana com a natureza. Os maias, por exemplo, utilizavam esse tipo de tabela para fazer previsões do futuro.

“O pavilhão combina perfeitamente nossas paixões por vinho, natureza e arte, design e arquitetura”, explicam Mei e Allan Warburg, proprietários da vinícola. “Caminhamos com Olafur por esse espaço pela primeira vez em 2019. O Sol reluziu em um espectro de cores, tomamos um gole do nosso pinot noir e, naquele momento, nasceu o Vertical Panorama Pavilion.” Essa questão do efêmero – tempo, luzes, clima – faz parte do conceito usado pelos arquitetos na estrutura. “Os elementos específicos do projeto são abstrações de componentes que circundam a obra: solo, vegetação, vento, atmosfera, chuva”, explicam Eliasson e Behmann.

Caleidoscópio
A cobertura do pavilhão – em formato de cone e com uma abertura na parte central mais alta – conta com 832 painéis de laminados, feitos com a película Vanceva, da Eastman. São 24 cores usadas, com variações de tons translúcidos e transparentes, fazendo referência à paleta encontrada na natureza do Vale de Sonoma.

Conforme os raios de Sol incidem na estrutura, essas tonalidades são refletidas pelo chão, móveis e pessoas presentes no local: um toque artístico nessa obra que já nasce marcante aos amantes do vidro.

Visitando o Donum Estate
Existem diversos tipos de tours na vinícola, custando a partir de US$ 100 por pessoa e com duração de uma a três horas. Incluem degustação de vinhos e comidas, passeios pela coleção de esculturas do local e pelas parreiras.
Endereço: 24500 Ramal Road, Sonoma, Califórnia, EUA
Site: www.thedonumestate.com

Ficha técnica
Obra: Vertical Panorama Pavilion
Local: Sonoma, Califórnia (EUA)
Escritório de Arquitetura: Studio Other Spaces
Inauguração: agosto de 2022

Este texto foi originalmente publicado na edição 609 (setembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Créditos das fotos: Adam Potts

Fachada de edifício em Curitiba leva vidros tecnológicos

Já foi o tempo quando edifícios, comerciais ou residenciais, eram pensados para serem somente mais um colosso de concreto e aço em meio a outros tantos espalhados pela cidade. Felizmente, existem projetos disruptivos, que primam pela eficiência, capazes de provar que no Brasil também despontam ideias que contribuem para o bem-estar dos usuários e para a sustentabilidade – aqui mesmo em O Vidroplano você sempre confere obras desse tipo. Prédios com fachadas de vidro cujo propósito vai além do apelo estético (embora a beleza deles realmente salte aos olhos) já se transformaram em padrão de uma construção ligada às necessidades modernas das pessoas e da sociedade. A seguir, conheça os detalhes de um edifício exatamente assim: o Mai Terraces, projeto que dialoga com a natureza e otimiza recursos para tentar um feito inédito entre as construções do tipo no País.

Em busca da certificação pioneira
Localizado em Campina do Siqueira, uma das regiões mais nobres de Curitiba, o recém-inaugurado edifício foi concebido com o que há de mais contemporâneo em arquitetura. Planejado para ser um componente sustentável em meio ao ecossistema já abrangente da região – já que está ao lado do Parque Barigui, uma das maiores áreas verdes da capital paranaense –, o empreendimento erguido pela Construtora Laguna passou por um estudo abrangente de eficiência, por meio do qual buscou-se otimizar os recursos naturais dispostos para o projeto.

Com o sucesso desse conceito, está entre os objetivos do Mai Terraces a conquista da certificação GBC Condomínio Platinum, do Green Building Council, algo inédito para esse modelo de construção no Brasil. E é claro que o vidro é tido como um elemento-chave para se alcançar esse feito.

 

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Atento às oportunidades
O prédio está situado em uma região com fortes variações de temperatura. Por isso, os construtores viram uma excelente oportunidade para garantir ao empreendimento eficiência energética ao longo de todo o ano. Para o sucesso da empreitada, porém, seria necessário atingir um equilíbrio entre o bloqueio do calor no verão e o aumento da temperatura no inverno para o aquecimento interno.

Dessa forma, um dos grandes destaques do edifício é sua fachada com cerca de 8 mil m² de vidros de controle solar de alto desempenho, fornecidos pela Guardian, contribuindo ativamente para o conforto térmico e luminoso da edificação. “Estudos mostram que o consumo energético pode ser ainda maior no inverno do que no verão, em locais mais frios”, afirma Heloísa Meister, analista técnica comercial da Guardian. Para compor a fachada das duas torres de 24 pavimentos cada, optou-se por aplicar em ambas as estruturas o SunGuard Silver 32, cuja composição oferece performance de 33% de transmissão luminosa, 16% de reflexão interna, 23% de reflexão externa e 60% de bloqueio de calor.

Graças à tecnologia do setor vidreiro nacional, cada vez mais será possível ver prédios como o Mai Terraces não como uma aspiração da arquitetura brasileira, mas como uma realidade.

Ficha técnica
Obra: Mai Terraces
Local: Curitiba
Escritório de arquitetura: Baggio Schiavon Arquitetura
Fornecedora dos vidros: Guardian
Processadora: GlassecViracom
Fabricante de esquadria: Alubauen
Consultor de fachadas: QMD Consultoria

Este texto foi originalmente publicado na edição 608 (agosto de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito das fotos: Haus Drone

Edifício em SP tem fachada envidraçada colorida

Pensar em prédio comercial hoje em dia é imaginar um espigão em meio à cidade, metros e metros de altura chamando a atenção de qualquer pessoa que passe ao redor. Mas há exceções que trazem frescor a esse tipo de construção – e uma delas é o Rebouças 3535, localizado na capital paulista. Sua fachada envidraçada moderna e colorida é evidenciada pelo formato horizontal do edifício.

Ficha técnica
Obra: Rebouças 3535
Local: São Paulo
Arquitetura: Aflalo/Gasperini Arquitetos
Conclusão da obra: novembro de 2021
Fornecedores dos vidros: Cebrace e Guardian
Processador: Brazilglass
Esquadrias da fachada: Arqmate Consultoria
Esquadrias de alumínio: J. Marques

Amplitude
Segundo o renomado escritório de arquitetura Aflalo/Gasperini, responsável pelo Rebouças 3535, a horizontalidade do projeto surgiu de uma necessidade imposta pelo Plano Diretor da cidade de São Paulo, vigente à época da construção, que estipulava um limite de até 10 m de altura para novas obras. Por isso, o foco escolhido foi a amplitude e os grandes vãos livres gerados pela marquise central.

Localizado no bairro de Pinheiros, o edifício tem 3.447 m² de área construída, dividida em três pavimentos. A ausência de muros e gradis na parte frontal, permitindo o alargamento da calçada e a instalação de canteiros com jardins permeáveis, amplia a sensação de se estar em um local aberto e em constante contato com o exterior.

 

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Envolto por tecnologia
Além do conceito diferenciado para seu uso, o Rebouças 3535 se destaca principalmente pela fachada de vidros de controle solar, com laminados 6 + 8 mm, processados pela Brazilglass em duas especificações: uma com Cool Lite KNT 155, da Cebrace, e outra com SunGuard AG 43, da Guardian. A estrutura foi pensada para garantir o conforto térmico e a vasta entrada de iluminação natural nos ambientes internos. Painéis serigrafados na cor branca também ajudam nessa tarefa, reduzindo a incidência solar e a carga térmica.

Por falar em bem-estar dos ocupantes, todos os pavimentos possuem terraços para pausas ao longo do expediente corporativo. A ampla laje de cobertura é cercada pelas copas das árvores (podendo ser utilizada para eventos ao ar livre) e o fundo do terreno também conta com área verde.

Essa obra é mais um exemplo da versatilidade do vidro: se quiser modernidade e tecnologia, pode confiar em nosso material.

Este texto foi originalmente publicado na edição 606 (junho de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Créditos das fotos: Daniel Ducci

Vidro é material de destaque no Eco Medical Center

Certamente, caro leitor, você deve ter na memória algum momento em que, despretensiosamente, viu-se diante de arquiteturas cujo contraste entre imponência e delicadeza é um vislumbre ao olhar. Aqueles que circulam pelo tradicional bairro da Água Verde, em Curitiba, mais especificamente pela Rua Goiás, sabem muito bem quão fascinante é ter tal sensação, já que esse é o endereço do Eco Medical Center, edifício que representa a evolução no conceito de arquitetura hospitalar no Brasil.

Ficha técnica
Obra: Eco Medical Center
Local: Curitiba-PR
Construtora: Grupo BF
Arquitetura: Bioenge Projetos
Vidros: GlassecViracon

Um olhar para o futuro
Vivemos tempos nos quais a sustentabilidade é premissa entre as mais importantes discussões, e com total razão. O bem-estar de todos os seres vivos depende do pleno equilíbrio entre homem e natureza. Assim sendo, nada mais coerente do que um local que representa a saúde, vida e renovação esteja em absoluto alinhamento com tal preceito.

Finalizado em maio de 2022, o edifício desenvolvido pelo Grupo BF possui 20 mil m² de área construída. São treze pavimentos divididos em clínicas e consultórios, contando ainda com 350 vagas de estacionamento. O Eco Medical Center tem ainda um mall com quinze operações diferentes, como restaurante, cafeteria e conveniências. O projeto segue as normas da Anvisa para atender, segundo projeção, até 7 mil pacientes por dia.

Com estrutura inovadora e diferenciada, o Eco Medical Center é inspirado no modelo norte-americano de grande sucesso Medical Office Building (MOB) – cujo conceito reside na ideia de erguer estruturas que abarcam consultórios, clínicas e laboratórios, mas que se assemelham fisicamente a um edifício comercial, humanizando ambientes e otimizando as jornadas de médicos e pacientes. “Inauguramos há seis meses o nosso primeiro projeto com esse conceito, 100% voltado para a saúde e o bem-estar, que oferece áreas de descompressão, praças e integração”, explica o CEO do Eco Medical Center, Patrick Gil.

O complexo, localizado no bairro Água Verde, recebeu investimentos de R$ 120 milhões e conta com 35 diferentes especialidades. Atualmente, cerca de duzentos médicos, além de profissionais de apoio da área de saúde, atendem no local.

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Conforto, segurança e inovação
Mais do que um mero adereço estético, o vidro representa para o projeto do Eco Medical Center a harmonia de um ambiente térmico confortável, bem protegido e eficientemente iluminado a pacientes e profissionais. A ideia para a construção é fruto de uma iniciativa que conta com a chancela de dois conglomerados, o Hospital IPO e o Grupo D. Borcath.

A responsável pelo fornecimento de todo o nosso material é a GlassecViracon: foram empregados vidros laminados, de forma a reduzir o risco de lesões corporais em caso de quebra acidental. Ao todo, utilizaram-se cerca de 4.700 m² de laminados de controle solar prata, escolhidos com cautela, a fim de atender os requisitos necessários para um projeto hospitalar desse porte. “O vidro usado tem um baixo índice de reflexão interna, de 9%, fator solar de 0,33% e reflexão externa de apenas 31%, o que agradou à arquitetura e aos proprietários da obra”, explica Luciane Arceno, representante-comercial da GlassecViracon, em depoimento no site da empresa vidreira.

Diferença nos detalhes
À primeira vista, existe um detalhe tão belo como curioso na estrutura do Eco Medical Center e que condiz muito com a essência da construção, que é ter raízes fortes e crescimento sustentável a fim de gerar bons frutos à sociedade. A arquitetura do projeto foi inspirada em uma árvore, remetendo à solidez e combinando com a mentalidade do grupo.

Para representá-la no layout da fachada (é a parte branca da estrutura), foram utilizados painéis de ACM, material feito da junção de chapas de alumínio com uma chapa de polietileno. Foi a partir dessa ideia que, inclusive, também surgiu o conceito do que hoje é o símbolo do Eco Medical Center.

Este texto foi originalmente publicado na edição 603 (março de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Créditos das fotos: Divulgação Eco Medical Center

Parque catarinense ganha mirantes envidraçados

O Brasil gostou mesmo da ideia de mirantes feitos de vidro. Após o Sampa Sky (em São Paulo) e o Skyglass Canela (RS), chegou a vez de mais passarelas envidraçadas construídas em meio a belos entornos: o Parque Altos da Serra do Corvo Branco, na cidade de Urubici (SC), ganhou no ano passado um espaço para se observar os incríveis cânions catarinenses.

Ficha técnica
Obra: mirantes do Parque Altos da Serra do Corvo Branco
Local: Urubici, SC
Arquiteta: Dinah Nazari
Processadora dos vidros: Unividros

Respeito pelo verde
Localizado em propriedade privada do Grupo Juarez Filho, o parque começou a ser construído em 2018, ganhando infraestrutura para conforto dos visitantes com intervenção mínima no ecossistema. Foram realizados estudos ambientais, incluindo os de inventário geológico e de fauna e flora, com o objetivo de diminuir o impacto do espaço na natureza.

A estrutura do parque, que está a 1.380 m acima do nível do mar, conta com cafeteria, loja, lofts para hospedagem e área para circulação que permite a presença de animais de estimação. Além disso tudo, existem cinco mirantes, considerados os principais destaques do local, cada um voltado para uma área da redondeza. O acesso a eles se dá por uma rede de ônibus própria para o passeio.

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Flutuando no céu
Dois dos mirantes foram inaugurados no ano passado. Com projeto do escritório Dinah Nazari Arquitetura, a obra consiste em duas passarelas envidraçadas com um único apoio central, feito de concreto armado e cravado em rocha basáltica. Sobre esse apoio, ergue-se a estrutura metálica que dá suporte ao piso de vidro. Esses mirantes estão 100 m distantes entre si, tendo um fosso natural com mais de 200 m de profundidade. Futuramente, outra passarela com nosso material ligará ambas as estruturas – os projetos estão na fase de cálculo estrutural.

“A aceitação do público superou as expectativas. O equipamento é único principalmente por conta das características naturais do terreno onde foi construído”, explica a arquiteta Dinah Nazari. O sucesso não é à toa: a obra permite uma visão 360 graus das curvas mais acentuadas dos cânions da Serra do Corvo Branco e do vale do rio Canoas.

Para suportar as pessoas andando por cima da estrutura, apostou-se em uma especificação robusta. O piso ganhou multilaminado temperado extra clear (três camadas de vidro, cada uma com 12 mm, e mais uma peça de “sacrifício”), unidas pelo interlayer estrutural SentryGlas, da Kuraray. Os guarda-corpos também levaram laminados temperados extra clear , na composição 12 + 12 mm, com SentryGlas: tudo para garantir a segurança dos visitantes. Os vidros foram processados pela Unividros e montados pela Movimat.

Informações sobre o parque
Funcionamento: de segunda-feira a domingo (exceto dias chuvosos e de neblina intensa)
Horários: 8h30 às 17 h
Valor do ingresso: R$ 60
Contato: (48) 99186-5517

Este texto foi originalmente publicado na edição 603 (março de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Créditos das fotos: Roger Fraga

Zurich Blue Building tem fachada envidraçada dupla

Foi-se o tempo em que prédio de escritórios tinha uma estética parecida no mundo todo – as tradicionais janelinhas que se repetiam em andar por andar. Hoje, o bem-estar dos trabalhadores e a sustentabilidade da obra são conceitos básicos de qualquer projeto arquitetônico desse tipo. Basta ver o Zurich Blue Building, construído em Madri, capital da Espanha: com fachada envidraçada dupla, o edifício incorpora curvas e transparência ao seu design.

Ficha técnica
Obra: Zurich Blue Building
Autor do projeto: Rafael de La-Hoz
Local: Madri, Espanha

Na busca pelo verde
Localizado na movimentada avenida Paseo de la Castellana, no coração do centro financeiro da cidade, o Zurich Blue Building foi desenvolvido pelo renomado arquiteto espanhol Rafael de La-Hoz. O prédio passou por reforma total para chegar às formas atuais com o objetivo de otimizar a eficiência energética do local. O sucesso nesse quesito foi geral: recebeu a certificação Leed Gold, criada para construções sustentáveis, e foi agraciado com o 3 Diamantes em 2017, prêmio que homenageia a arquitetura eficiente da Espanha.

Curvas de tecnologia
O maior destaque em relação ao desempenho é a fachada, feita juntamente com a empresa Bellapart, especializada em instalações desse tipo. A estrutura é dupla – ou seja, é formada por duas peles de vidro separadas por um espaço entre elas. A parte interna conta com insulados (de vidro ultraclear, que possui baixo teor de ferro para maior transparência, de controle solar), montados em perfis de alumínio; a parte externa também conta com peças ultraclear, porém curvadas, intercaladas por módulos de aço inoxidável com microperfuração.

Ambas as peles são fixadas sem necessidade de furação, pois usam um sistema semelhante a grampos de aço. O espaço entre as duas fachadas é algo parecido com uma passarela, feita de metal e com revestimento antiderrapante no chão, para facilitar a manutenção por parte dos administradores do prédio.

Essa complexa construção garante total controle da temperatura interna, diminuindo o nível de ofuscamento e permitindo um alto nível de atenuação acústica. O sistema de ar-condicionado também traz maior conforto: ao utilizar água e gás como fluidos de transmissão, oferece uma sensação térmica mais próxima da natural – além de otimizar o desempenho, a eficiência e a sustentabilidade. Tudo de olho no bem-estar dos trabalhadores e com a ajuda fundamental de nosso material.

Este texto foi originalmente publicado na edição 602 (fevereiro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Créditos das fotos: Alfonso Quiroga

1000 Trees combina natureza, urbanização e arte

Em tempos de discussão sobre os desafios para conciliar urbanismo e sustentabilidade ambiental, o 1000 Trees é uma obra que definitivamente chama a atenção. O empreendimento de uso misto foi projetado pelo Heatherwick Studio para emergir como um par de montanhas cobertas de árvores na orla em Xangai, na China. Sua primeira etapa foi inaugurada em dezembro de 2021 (a segunda fase já está em construção, com inauguração prevista para 2024), abrigando lojas, cafés, restaurantes, novos espaços públicos e passeios, integrando um parque já existente e uma estrutura patrimonial de uma antiga fábrica local abandonada.

Ficha técnica
Obra: 1000 Trees
Autor do projeto: Heatherwick Studio
Local: Xangai, China

Colunas cobertas de verde
“O 1000 Trees é inspirado na ideia de transformar as cidades em espaços sociais”, afirma Thomas Heatherwick, fundador e diretor de Design do Heatherwick Studio. Ele considera que essa densa vizinhança residencial será transformadora para as pessoas que ali vivem e trabalham.

Todo o megacomplexo é sustentado por um exoesqueleto de colunas estruturais, sobre as quais se espalharão mais de 1.000 árvores — daí o nome do projeto — e 250 mil plantas. Essa vegetação traz um ganho significativo de biodiversidade ao local e ajuda a criar seu próprio microclima, deixando o ambiente mais fresco.

As próprias jardineiras no topo de cada coluna do empreendimento contêm uma mistura de árvores decíduas (que ficam sem folhas em alguma época do ano), perenes (sempre folhadas), frutíferas e floridas, combinadas com arbustos e plantas suspensas. Já as espécies em flor são incorporadas nos terraços inferiores e nas passagens ribeirinhas, criando aparência de uma encosta de montanha que muda com as estações.

Aliado da luz e da arte

Em um projeto com foco em sustentabilidade e integração, é claro que o nosso material não poderia faltar. O edifício voltado para a área comercial do empreendimento tem um grande átrio de vidro, que atrai a luz natural para o coração dos níveis de varejo. Vãos envidraçados nos terraços também contribuem para a vista panorâmica do rio Suzhou, do bairro residencial de Putuo (onde o empreendimento está localizado) e do distrito artístico M50, ao sul.

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Além de integrar interior e exterior, o vidro no 1000 Trees também integra as pessoas à arte: murais de 40 m de altura foram pintados nos poços dos elevadores, cada um feito por um artista diferente, de forma a dar a cada zona uma identidade visual distinta. Essas obras podem ser apreciadas de dentro das cabines envidraçadas — conforme elas sobem ou descem, os passageiros conseguem apreciar as pinturas na íntegra.

“Queríamos criar um lugar que reunisse natureza, comércio e bem-estar. Esse projeto transformou uma antiga área industrial em um novo destino explorando as poderosas relações entre arte, paisagem e arquitetura”, define Lisa Finlay, parceira e Líder de Equipe do Heatherwick Studio para o 1000 Trees.

Este texto foi originalmente publicado na edição 601 (janeiro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Créditos das fotos: Qingyan Zhu

Cúpula de vidro destaca-se em centro de pesquisa

Não é preciso viajar para fora da cidade de São Paulo, nem mesmo visitar algum parque nos arredores da capital, para encontrar um pedaço da Mata Atlântica. No meio da maior metrópole brasileira, está um grande feito da engenharia vidreira: o Centro de Ensino e Pesquisa da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. O espaço, construído para abrigar uma das instituições mais avançadas da América Latina para o estudo médico, abriga uma gigantesca cúpula de vidro. A estrutura permite a entrada de luz natural em todo o interior e também garante as condições para a existência de um enorme jardim, com espécies nativas de um dos biomas mais importantes do País.

Ficha técnica
Obra: Centro de Ensino e Pesquisa da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein
Autor do projeto: Safdie Architects
Local: São Paulo
Fornecedor dos vidros: Seele

Pioneirismo de excelência
Inaugurado em agosto deste ano no bairro do Morumbi, o centro é a primeira escola de medicina estabelecida por um hospital privado no Brasil. “É a realização de um sonho, o cumprimento da missão histórica do Albert Einstein de ser um catalisador de transformações na sociedade, tornando-a cada vez mais saudável, humana e justa, baseada na educação e na ciência”, declara Sidney Klajner, presidente da sociedade.

O espaço ocupa mais de 44 mil m² e tem capacidade para cerca de 6 mil pessoas, incluindo professores, pesquisadores e alunos dos cursos de graduação (medicina e enfermagem) e de pós-graduação. Desenvolvido pelo escritório internacional de arquitetura Safdie Architects, o projeto foi pensado como um “oásis urbano”, de forma a trazer um senso de calma para seu interior, quase um contraponto à vida intensa da cidade ao redor. “O centro nos ofereceu a oportunidade de projetar um local iluminado para aprendizado, no qual a troca interativa e a forte conexão com a natureza pudessem desenvolver as próximas gerações de líderes médicos”, explica o arquiteto Moshe Safdie.

Céu envidraçado
O átrio central liga as diversas áreas do prédio. Ali fica o jardim citado no início desta reportagem, juntamente de uma área de descanso, com bancos e mesas, voltada para a interação entre os estudantes e profissionais. Acima disso tudo está o teto envidraçado em formato de abóbada que permite ao centro ser inundado por luz natural. Feita de insulados fornecidos pela alemã Seele, a estrutura envolveu diversos cálculos, estudos e testes antes de ser construída.

Seu formato arredondado (semelhante a três domos integrados) representou um desafio estrutural. Para suportar o peso do vidro, utilizou-se uma estrutura de aço entrelaçado. Ao todo, são 1.854 painéis de nosso material, com revestimento triplo para controle solar.

As peças, por meio de impressão com tinta cerâmica, ganharam um padrão de pontos translúcidos com a função de oferecer sombreamento. Vale citar que esse padrão não é uniforme: a parte mais alta do teto quase não tem impressão, fazendo com que a luz solar entre por ali para chegar às plantas do jardim sem obstrução; já os cantos do teto receberam uma grande densidade de pontos, de forma a fazer mais sombra onde as pessoas permanecem. A parte interna dessa estrutura tem ainda uma membrana acústica microperfurada, com o objetivo de absorver o barulho vindo de fora.

Para todos esses vários elementos se encaixarem do modo pretendido pelos arquitetos, foram realizados diversos testes com protótipos em tamanho real. Com isso, pôde-se perceber na prática se o nível de conforto (térmico e acústico, entre outros) estava dentro dos parâmetros necessários – evitando até mesmo retrabalhos na etapa da construção.

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Fachada com brises
As fachadas do centro também receberam vidro em larga escala, garantindo a entrada de iluminação natural nas salas de aula e laboratórios. Para evitar o ofuscamento dessas áreas, usaram-se brises para sombreamento. E essa foi mais uma tarefa a passar por extenso estudo: para saber a orientação dessas estruturas, softwares visando a simular a incidência do Sol foram utilizados, além de testes com protótipos em escala real. Assim, alguns brises foram instalados na horizontal e outros na diagonal, dependendo da área da fachada em que se encontram.

Se o ousado projeto desse centro de ensino e pesquisa reflete sua excelência para o estudo, isso se deve, em grande parte, ao vidro. Mais uma vez, nosso material está presente em obras-primas da engenharia moderna.

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Estrutura de ponta
O centro de ensino e pesquisa conta com estrutura de primeiro nível, incluindo:

  • Jardim com mais de 150 árvores (criado em parceria com a paisagista Isabel Duprat);
  • Auditório para 400 pessoas;
  • Laboratório de terapia celular;
  • Laboratório de biologia experimental;
  • Laboratório multidisciplinar;
  • Laboratório de enfermagem;
  • Espaço de videoconferência;
  • Biblioteca;
  • Praça de alimentação com 220 assentos;
  • Passarela com ligação direta ao Hospital Albert Einstein.

Este texto foi originalmente publicado na edição 599 (novembro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Timothy Hursley

Vidro é destaque na nova sede da Cebrace

Ao conceber sua nova sede, a Cebrace mirou naquilo que mais conhece: vidro. A obra, concluída no ano passado, recebeu recentemente a certificação Leed Silver para construções sustentáveis muito por conta do uso de nosso material. O espaço serve como enorme showroom dos produtos da empresa, revelando as diversas possibilidades de uso dos mais variados tipos de vidro.

Aposta no verde
Com área total de 1.300 m², o novo prédio erguido em Jacareí (SP) tem design assinado pela Atrium Construtora (que também executou a obra) e BCMF Arquitetura e Engenharia. Seu formato em “U” permite a entrada abundante de luz pelas fachadas totalmente envidraçadas: 75% da iluminação interna vem da luz natural. “Acreditamos ser uma obra de arte: aspectos e ferramentas aplicados durante a elaboração e construção são referências na construção civil hoje”, explica o diretor-comercial da Atrium, Frederico Pimenta.

A especificação correta dos vidros foi chave para se alcançar o desempenho térmico necessário, permitindo maior conforto por parte dos ocupantes – ainda mais por se tratar de uma região quente (a do Vale do Paraíba) do Estado de São Paulo. A fachada ganhou 357 chapas insuladas do vidro baixo-emissivo (low-e) Cool Lite SKN 154, boa parte delas curvas.

O material tem como função reduzir consideravelmente o aquecimento interno, diminuindo o uso de ar-condicionado, além de barrar os raios UV em quase 100%. Por ser insulado, ainda oferece maior performance acústica. Como consequência de todas essas características, têm-se menos gastos com energia elétrica (a estimativa para a redução do consumo anual é de mais de 20%) e menos emissão de dióxido de carbono.

Transparência sem fim
Uma grande claraboia está localizada bem no centro do edifício, fazendo com que a iluminação natural chegue a todo o espaço interno, não apenas às salas junto às fachadas. A integração com a natureza eleva o bem-estar das pessoas, principalmente em um ambiente de trabalho como esse. Na parte interna há ainda guarda-corpos e uma escada feitos de Extra Clear laminado, com outros vidros utilizados em revestimentos e móveis.

“O objetivo era que o prédio representasse fisicamente aquilo em que acreditamos: trabalhar diariamente para levar inovação, conforto, design e sustentabilidade à arquitetura brasileira”, afirma Lucas Malfetano, diretor-executivo da usina. “O resultado do projeto cumpriu todas as nossas expectativas, e a certificação Leed veio para consolidar nossos valores na prática”, comenta Manuel Corrêa, também diretor-executivo da Cebrace.

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A busca pela certificação
A sede da Cebrace conquistou o selo Leed Silver na categoria BD+C (Building Design + Construction), voltada para novas construções e grandes reformas. E não é só o vidro o único material a atuar como elemento sustentável: diversos sistemas e soluções “verdes” fazem parte do projeto.

– Eficiência hídrica: o consumo de água potável local foi reduzido em 30%, graças a um sistema de aproveitamento da água da chuva para irrigação e uso em vasos sanitários e limitadores de vazão em equipamentos hidráulicos;

– Energia e atmosfera: além de precisar de pouca iluminação artificial, todas as lâmpadas instaladas são de LED, muito mais econômicas que as incandescentes ou fluorescentes. Há também geração de energia fotovoltaica, persianas que bloqueiam a radiação solar e até incentivo ao uso de carros elétricos, incluindo ponto de abastecimento para esse tipo de veículo;

– Outras soluções: destinação de resíduos da obra para a reciclagem, disponibilização de bicicletário e plano de educação ambiental.

Ficha técnica
– Obra: sede da Cebrace
– Autor do projeto: Atrium Construtora e BCMF Arquitetura e Engenharia
– Execução da obra: Atrium Construtora
– Local: Jacareí (SP)
– Processadoras dos vidros: Brazilglass (peças planas) e Unividros (peças curvas)

Este texto foi originalmente publicado na edição 596 (agosto de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Créditos das fotos: Fran Parente/Cebrace

Fachada de mansão paulista tem vidros de controle solar

A Residência Gênesis parece uma daquelas casas estrangeiras que já mostramos algumas vezes nesta seção “Vidro em obra”. A estética moderna, o uso de vidros tecnológicos, a intensa interação entre interior e exterior permitida por nosso material… Tudo faz parecer crer que seja um projeto internacional de alto padrão. Mas a realidade é que ela está aqui, em nosso país – o que só reforça como nossa arquitetura e design de interiores não devem em nada aos feitos em outros lugares do mundo.

Localizada em Alphaville, bairro nobre de Barueri (SP), a 40 minutos da capital, a casa recebeu cerca de 500 m² de vidro de controle solar, responsáveis não apenas por regular o clima dentro da construção, mas também por proteger móveis da ação dos raios ultravioleta.

Na tendência verde
Projetada pela Alca Engenharia, a obra tem 1.880 m² construídos. Como a sustentabilidade é um de seus principais conceitos, a casa ganhou tecnologias que diminuem o impacto do empreendimento ao meio ambiente – ao mesmo tempo que trazem bem-estar aos ocupantes.

Um dos destaques são os fechamentos em steel frame, um sistema construtivo formado por perfis de aço galvanizado que gera uma quantidade mínima de resíduos. Além deles, a obra conta com painéis fotovoltaicos para a geração de eletricidade limpa e ainda com um sistema de reaproveitamento da água da chuva.

Janelas para a natureza
Aproveitar ao máximo a vista da paisagem é outra prioridade. E, para garantir isso, foram criados vãos enormes, de 5 m de altura por 15 de largura, os quais receberam peças do ClimaGuard SunLight, da Guardian. “O material possibilitou toda a integração necessária, sem nenhuma interferência”, conta a arquiteta Christiana Arantes, autora do projeto.

A iluminação natural no interior dos cômodos é total – o que contribuiu bastante para a redução no consumo de eletricidade com ar-condicionado e luzes artificiais, por exemplo. “Em quase todos os ambientes projetamos uma claraboia de vidro para possibilitar ainda mais entrada de luz natural, já que há grande incidência de sol na casa”, relata Christiana.

Nosso material não marca presença somente nas fachadas. Todas as paredes da suíte master são de vidro, incluindo as do banheiro no espaço. Por isso, não se esqueça: se estiver com dúvidas sobre qual material pode proporcionar ar moderno a uma construção, escolha o vidro.

A grandiosidade da Residência Gênesis
– 6 suítes
– Piscina aquecida
– Academia
– Quadra de squash
– Elevador panorâmico
– Garagem com vaga para 20 automóveis
– Adega climatizada

Ficha técnica
– Obra: Residência Gênesis
– Autor do projeto: Alca Arquitetura
– Local: Alphaville (Barueri, SP)
– Fabricante dos vidros: Guardian
– Fabricante das esquadrias: TecLine
– Instalação dos guardas-corpos, adega, boxe e espelhos: Vidros Quitaúna

Este texto foi originalmente publicado na edição 594 (junho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Edson Ferreira

Passarela envidraçada é destaque em hotel em Madri

O Edificio España é um marco de Madri. Com 27 andares, é considerado o primeiro arranha-céu da capital espanhola, tendo sido construído há quase setenta anos. Ali está o luxuoso hotel Riu Plaza España, inaugurado em 2019 com uma atração imperdível aos amantes de turismo e vidro: uma passarela toda feita com nosso material, instalada a 117 m de altura.

Alta classe
O Riu Plaza España impressiona pela suntuosidade: são mais de 550 quartos para hóspedes e 17 salas de conferência – elas têm capacidade para até 1500 pessoas, num total de 3 mil m² de área voltada para reuniões e encontros profissionais.

Mas a curtição e o relaxamento também são o foco do hotel. Na época do verão, uma piscina externa, no 21º andar, é aberta aos clientes. Um pouco mais acima, no 26º andar, está o Gastrobar El Edén, restaurante com menu de comidas leves. Ao lado, fica o Sky Bar, com ambiente mais moderno.

Encontros
Desde a inauguração do estabelecimento, seu terraço virou ponto de passagem para quem visita a cidade e quer enxergá-la sob um ponto de vista diferente. No local, existe o Rooftop Bar 360º, que permite aos visitantes curtirem drinks exóticos enquanto apreciam a vista imbatível de Madri que se tem de lá. O destaque, no entanto, fica para a passarela totalmente envidraçada, responsável por ligar as duas partes do terraço. É curioso notar como instalações que fazem os visitantes “flutuarem” pelos céus de grandes metrópoles se tornaram comuns ao redor do mundo nos últimos anos – basta se lembrar do Sampa Sky, em São Paulo, capa de O Vidroplano de agosto do ano passado.

Imagem:  RIU Hotels/Luxglass Technology
Imagem: RIU Hotels/Luxglass Technology

 

Resistência
A estrutura espanhola tem 7 m de comprimento por 1,8 m de largura. Para resistir ao peso de pessoas andando por ela, recebeu multilaminados reforçados com o interlayer estrutural AB-AR, feito de EVA, da espanhola Evalam.

Tem laminado também nos guarda-corpos que circundam o local. Além de serem feitos com o interlayer Evalam Visual, indicado para aplicações de borda aberta nas quais a questão óptica e a durabilidade são requisitos especiais, contam com um sistema de iluminação de LED. À noite, oferecem um espetáculo de cores variadas.

Imagem: RIU Hotels/Luxglass Technology
Imagem: RIU Hotels/Luxglass Technology

 

Aos interessados em visitar o terraço e na passarela, a entrada custa 5 euros de segunda à sexta-feira; aos sábados, domingos e feriados, 10 euros.

Ficha técnica
Obra: Hotel Riu Plaza España
Autor do projeto: Paco Hernanz
Local: Madri, Espanha
Conclusão da obra: 2019
Processadora dos vidros da passarela: Luxglass Technology
Fornecedora dos interlayers: Evalam Visual

Imagem: RIU Hotels/Luxglass Technology
Imagem: RIU Hotels/Luxglass Technology

 

Crédito da imagem de abertura:  RIU Hotels/Luxglass Technology

Este texto foi originalmente publicado na edição 591 (março de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Paredes envidraçadas integram hotel à natureza

Em janeiro, a seção “Vidro em obra” apresentou o Altar Prainha, uma residência localizada na represa do Jaguari, interior de São Paulo, cujas paredes envidraçadas integram a casa à natureza ao redor. Este mês, mostramos um projeto internacional que vai mais fundo nesse conceito. O Hotel Patina Maldives, nas Maldivas, coloca seus hóspedes praticamente dentro do Oceano Índico, em meio a um paraíso natural único. E apesar de estar do outro lado do planeta, a obra foi projetada por um escritório de arquitetura brasileiro.

Cercado por belezas
Desenvolvido pelo Studio MK27, liderado pelo arquiteto Márcio Kogan, o hotel se inspira no conceito de isolamento proporcionado pelas Ilhas Fari, onde está instalado. O espaço é um local acolhedor, o que permite aos hóspedes liberar a criatividade em ambiente natural, “um lar temporário no exuberante azul infinito, vida selvagem e céu aberto” – nas palavras do próprio escritório.

As linhas arquitetônicas reforçam a imersão na natureza: elas nunca rompem o horizonte, são visualmente permeáveis, colocando o ser humano no centro da experiência desse contato com o mundo ao redor. Até por isso, a obra aplica soluções ecológicas para diminuir seu impacto em relação à criação de resíduos, poluição e desequilíbrio ambiental. Além de ter recuperado florestas em ilhas vizinhas, plantando milhares de árvores e arbustos, os proprietários instalaram sistemas de reúso de água para irrigação e painéis fotovoltaicos para a geração de energia solar. Segundo dados do hotel, graças a esses recursos, 795 t de gás carbônico deixarão de ser emitidas a cada ano. Outro projeto bastante relevante nesse sentido é o de preservação dos recifes locais.

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Transparência total
O Patina Maldives tem diversos tipos de habitação:

Villas: são os quartos à beira da praia e “dentro” do mar. Todas as 90 villas contêm piscina privativa;

Studios: 20 quartos na parte interna da ilha, próximos às galerias de arte e lojas do hotel;

Collection: sobrados à beira da praia com três quartos. São indicados para famílias e grupos grandes de hóspedes.

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Todos esses espaços contam com o principal trunfo para a integração com o exterior: grandes portas de correr envidraçadas permitindo vistas incríveis do Oceano Índico e do nascer e pôr do Sol. As esquadrias minimalistas aplicadas ali (modelo Ah!38, da Panoramah!) têm grande importância para isso: aproveitam ao máximo a área transparente, fazendo com que o visitante tenha total contato com os arredores mesmo com as portas fechadas.

Ficha técnica
Obra: Hotel Patina Maldives
Autor do projeto: Studio MK27
Local: Ilhas Fari, Maldivas
Conclusão da obra: 2021

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Crédito da imagem: Patina Maldives, Fari Islands Asset Library

Este texto foi originalmente publicado na edição 590 (fevereiro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Casa de hóspedes em São Paulo tem paredes envidraçadas

Já pensou acordar numa manhã ensolarada, em plenas férias, e nem precisar sair do quarto para enxergar a natureza? Pois é isso que os hóspedes do Altar Prainha — erguido em Joanópolis, cidade localizada a pouco mais de 100 km da capital paulista — encontram no espaço inaugurado no fim de 2020. A aposta em vidros de controle solar garante uma experiência única aos visitantes, oferecendo conforto térmico e belas vistas dos arredores.

 

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Celebração do belo
Idealizado pelo empresário Facundo Guerra, o projeto foi criado como uma tentativa de reconectar as pessoas à natureza. “Ele é uma membrana entre o dentro e o fora, entre nós mortais e o imortal, ou aquilo que chamam de ‘divino’”, explica Guerra em entrevista para a revista Habitare. “Um lugar que permita às pessoas o contato com algo maior.” Segundo o empresário, o Altar funciona como um retiro de toda a vida intensa encontrada na cidade grande, de forma a fazer com que os hóspedes possam ter contato com si mesmos.

Com 92 m² de área total, incluindo espaços externos, a casa está localizada na represa do Jaguari, a menos de duas horas de São Paulo. O acesso se dá pela Fazenda Pedra Alta, responsável por vigiar e monitorar o ambiente, evitando assim a presença de estranhos – afinal, privacidade é algo importante quando se têm paredes transparentes.

 

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Comodidades
Quem se hospedar no Altar Prainha (a casa acomoda até três pessoas) terá à disposição diversas atividades de lazer (todas pagas à parte), como trekking, aluguel de cavalos, barcos e bicicletas. O espaço oferece:

– Quarto com cama queen size

– Cama de solteiro embutida na parede

– Churrasqueira

– Vídeo projetor 4K com tela de 150 polegadas

– Estacionamento privado

Minimalismo
A decoração com conceito minimalista, incluindo cores sóbrias em todo o interior, combina com os panos de vidro – já que trazem elegância e aspecto clean, de limpeza, à construção. Foram aplicadas em todas as fachadas peças laminadas (4 + 4 mm) do vidro de controle solar ClimaGuard SunLight, da Guardian, garantindo assim o conforto térmico interno mesmo em dias de Sol. Além disso, nosso material ajuda na economia de energia ao diminuir o uso de ar-condicionado.

“Projetos como esse, desenvolvidos com foco na autossuficiência e que trazem o menor impacto possível ao meio ambiente, não poderiam ter suas vedações externas com outra solução”, analisa Betânia Danelon, gerente-comercial do segmento de Arquitetura da Guardian. “Esse tipo de vidro atende a demanda crescente do mercado residencial por ambientes claros, iluminados, amplos ou que deem essa sensação de amplitude aliada ao conforto térmico.” Por falar em sustentabilidade, a obra foi construída com madeira de reflorestamento e tem sistema fotovoltaico para produzir energia solar e tratamento próprio de resíduos.

Ficha técnica
Obra: Altar Prainha

Autor do projeto: Cubicset Construções Modulares

Local: Joanópolis (SP)

Conclusão da obra: segundo semestre de 2020

Vidros usados nas paredes da casa: peças laminadas 4 + 4 mm de vidro de controle solar ClimaGuard SunLight

Fabricante: Guardian

Processador: Cubicset

Fabricante das esquadrias: Dialc

Instalação dos vidros: Dialc e Cubicset

Créditos das imagens: Studio Connecta

Este texto foi originalmente publicado na edição 589 (janeiro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Construtora Laguna aposta nos vidros de valor agregado

Em uma reportagem sobre insulados na edição de maio deste ano de O Vidroplano, comentamos a respeito de os motivos de vidros de valor agregado não serem usados de forma maciça na construção. Entre as possíveis justificativas, as fontes consultadas para a matéria apontaram o funcionamento do mercado imobiliário, o qual consideraria que desempenhos térmicos e acústicos acima da média não seriam necessários em residências.

Pois existem empresas que vão contra esse senso comum, como é o caso da Construtora Laguna. Atuando há 25 anos na cidade de Curitiba, ela tem como foco o desenvolvimento de edifícios residenciais de alto padrão – e, para isso, utiliza vidros com alta tecnologia. Nas próximas páginas, conheça por que esse tipo de material foi escolhido e veja também exemplos de obras, finalizadas ou ainda em construção, da companhia.

 

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Edifício: Almáa Cabral
Projeto: Baggio Schiavon Arquitetura
Ainda em construção, o prédio é inspirado na beleza do Umm-al-Maa, oásis localizado na Líbia, e na arquitetura das residências do condomínio Ashjar at Al Barari, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Seu conceito é criar um oásis urbano, unindo conforto ao contato com a natureza. As fachadas do Almáa Cabral vão receber insulados (incluindo uma especificação com câmara interna de 20 mm de espessura) e laminados com vidro de controle solar ClimaGuard Sunlight On Clear (Guardian). A finalização da obra é esperada para o primeiro semestre de 2022

Atenção à especificação
Fabio Siqueira comenta o processo de especificação dos vidros usado pela Laguna: sempre se levam em conta o local em que o edifício será erguido e como isso pode influenciar o bem-estar do usuário.

Simulação energética: a primeira coisa a se fazer é uma simulação energética do projeto, para se chegar ao tipo de envoltória necessário. Com o resultado, são especificados todos os elementos da fachada de acordo com seu objetivo;

Condições climáticas: como Curitiba é uma cidade fria, o insulado surge como barreira contra baixas temperaturas. Mas esse tipo de vidro não precisa ser instalado em todos os locais: segundo Siqueira, geralmente a parte Sul dos empreendimentos leva insulados, enquanto a Norte, que recebe mais luz natural durante o dia, ganha laminados de controle solar;

Tipologias diversas: diferentes partes de uma obra podem estar suscetíveis a diferentes fatores (clima, como citado no tópico anterior; vento; barulho; etc.). Por isso, vale refletir se diferentes especificações não seriam importantes para um mesmo projeto. “Tem concorrente nosso que usa monolítico comum, ou no máximo um laminado incolor 3+3 mm, no prédio inteiro. A gente chega a ter mais de 15, 20 especificações de vidro em um projeto. Sai do laminado, vai pro insulado, muda o tamanho da câmara de ar… É um trabalho complexo de engenharia”, revela Siqueira.

Diferenciais
O vidro é um material de destaque para os projetos da empresa justamente pela forma com que ela pensa a construção civil. “Nosso perfil envolve empreendimentos marcados por uma arquitetura autoral, por conceitos como minimalismo e alto desempenho”, explica o diretor de Engenharia, Fabio Siqueira Giamundo. “Você nunca verá a Laguna com um projeto de fachada colonial. Por isso mesmo, a gente usa muito vidro.” Essa aposta se confirma visualmente: algumas de suas obras chegam a ter fachadas compostas por 85% de nosso material.

O segredo da Laguna está em diminuir ao máximo o desconforto dos usuários. É isso mesmo que você leu: em qualquer construção, existe um nível de desconforto inevitável – é praticamente impossível uma edificação oferecer bem-estar o tempo todo. Materiais de valor agregado fazem com que esse incômodo (relacionado a calor, barulho etc.) seja consideravelmente menor, podendo ficar até mesmo imperceptível.

Segundo a Laguna, seus projetos alcançam um percentual de desconforto mais baixo do que o da concorrência, cerca de 10% a 15% do total de horas em um ano – e isso sem precisar acionar ar-condicionado em dias quentes ou aquecimento de piso no frio, por exemplo. Dessa forma, vidros de alta performance se transformam no diferencial para que os edifícios entreguem aos moradores aquilo prometido na hora da compra. “Quando projetamos, pensamos no bem-estar do usuário, colocando o cliente no centro do negócio”, relata Siqueira.

 

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Edifício: ROC Batel – Residence Open Concept
Projeto: Baggio Schiavon Arquitetura
No coração do renomado bairro curitibano do Batel, o ROC Batel – Residence Open Concept propõe um estilo de vida urbano, localizado em meio a parques, restaurantes, galerias de arte e shopping centers. Sua fachada mistura vidros com painéis metálicos, oferecendo estilo contemporâneo ao projeto. Nessa estrutura, estão instalados insulados com o vidro de controle solar SunGuard Light Blue 52 (Guardian) usando três especificações diferentes – cada uma delas com um objetivo próprio para o conforto térmico interno. Os guarda-corpos das sacadas receberam temperados de laminados 10+10 mm, com o interlayer SentryGlas, da Kuraray

Levar conhecimento
Uma “batalha” que ainda precisa ser vencida pelo setor vidreiro é a falta de conhecimento, por parte dos consumidores, sobre as possibilidades de nosso material. “Quem busca edifícios corporativos ou comerciais sabe que os custos operacionais podem ser menores e já conhece as certificações para prédios sustentáveis e os benefícios dos materiais”, afirma Siqueira. “Mas os clientes do ramo residencial são praticamente leigos nesse assunto. Quando chegam num estande de vendas, eles já viram outros empreendimentos e têm na cabeça somente a comparação do preço por m2”.

Por isso, o trabalho de divulgar para os consumidores os diferenciais da construção, incluindo os dos vidros aplicados, não deve parar. “Sempre faço uma brincadeira com nossos clientes e corretores: se você for a uma concessionária da Volkswagen e entrar em um modelo Jetta, vai achar que é um baita carro bacana. Mas se sair dali e for para a Mercedes, encontrará veículos com o mesmo tamanho e preços maiores, porque tem muito mais tecnologia envolvida”, exemplifica.

Para auxiliar nesse processo de convencimento, podem ser usados os relatórios de simulação energética ou cálculos que demonstrem a economia gerada pelo menor uso de eletricidade. “Para o cliente residencial, é preciso apresentar o benefício de forma palpável, pois só falar que ele vai se sentir melhor fica muito vago. Se você conseguir mostrar que tal vidro vai diminuir pela metade a utilização do ar-condicionado, aí o cliente passa a buscar essas vantagens.”

 

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Edifício: Soul Batel Soho
Projeto: Baggio Schiavon Arquitetura
Localizado entre o centro de Curitiba e o bairro Batel, o Soul Batel Soho é marcado por um design arrojado que inclui uma fachada envidraçada curva. Insulados ajudam no conforto térmico da edificação, enquanto laminados aplicados em salas e quartos contribuem para o isolamento acústico do espaço

 

 

Nova mentalidade
Como O Vidroplano tem alertado desde o ano passado, a pandemia trouxe novas tendências para a arquitetura. Uma delas é justamente a maior busca por qualidade de vida – o que nosso material oferece de várias formas. Segundo Siqueira, houve o desenvolvimento de alguns aspectos do mercado imobiliário. “Aconteceu uma mudança no tipo de edificação, pois as pessoas não queriam mais estar dentro de elevadores fechados. Passaram a apreciar quintais e espaços diferenciados.” Nesse sentido, certificações de sustentabilidade, como a Leed, GBC Brasil e Well, se tornam bons argumentos de venda, desde que se explique para o comprador quais as vantagens em se adquirir um apartamento num prédio certificado.

 

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Edifício: Pinah
Projeto: Baggio Schiavon Arquitetura
Em plena Alameda Presidente Taunay, uma das ruas mais charmosas da capital paranaense, o Pinah é o primeiro prédio residencial brasileiro a buscar a certificação Well, focada exclusivamente na saúde e bem-estar humano. Sua fachada também receberá insulados e laminados com os vidros de controle solar ClimaGuard Sunlight e SunGuard Neutral 70 (Guardian). A conclusão da obra está prevista para o segundo semestre de 2023

Este texto foi originalmente publicado na edição 588 (dezembro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Mirante em Nova York faz uso abundante de vidros e espelhos

O arranha-céu One Vanderbilt, localizado no coração de Manhattan, Nova York, ganhou em seu topo, no fim de outubro, uma atração que já se tornou uma das mais exuberantes da cidade. O Summit One Vanderbilt é um mirante dos mais elaborados do mundo: além de oferecer espaço para a observação da metrópole e seus arredores, conta ainda com diversas instalações funcionais, incluindo elevador panorâmico, terraço e um espaço criado por um artista multimídia que mexe com os sentidos dos visitantes.

 

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Levitação e ascensão
Você se lembra do Sampa Sky, mirante paulistano que foi capa da edição de agosto de O Vidroplano? O Summit de Nova York conta com uma construção semelhante. Chamada Levitation, ela possui dois decks envidraçados que “saltam” da fachada do prédio. Estão a mais de 300 m de altura, bem em cima da Avenida Madison.

Outro ambiente de tirar o fôlego é o Ascent, o maior elevador externo do mundo totalmente feito com nosso material. O acesso a ele se dá por um terraço que se abre para os lados Sul e Oeste do edifício – de onde é possível enxergar até 128 km de distância. Ali também está o café Après servindo quitutes e drinks para combinar com a bela vista.

Tanto o Levitation como o Ascent são feitos de multilaminados com o vidro antirreflexo Clearsight, da AGC.

 

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No ar
Isso tudo já transformaria a obra em um novo marco americano. Porém, o melhor ainda nem foi mencionado: a instalação Air, criada pelo renomado artista Kenzo Digital, especialista em desenvolver espaços físicos que misturam tecnologia e arte para oferecer experiências sensoriais.

O conceito da Air está presente já no solo. A entrada para o Summit pelo Grand Central Terminal, um dos principais terminais de ônibus e metrô da cidade, conta com um longo corredor no qual luzes e sons iniciam a imersão do visitante. Após entrar em um elevador todo espelhado, que sobe 91 andares em menos de um minuto, chega-se ao local chamado Transcendence.

 

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São dois andares revestidos de laminados espelhados, instalados no chão, teto e colunas. Andar por ali é como flutuar em uma sala infinita: parece que existem múltiplos andares acima e abaixo de você, mas na verdade são apenas os reflexos confundindo nossa sensação espacial. “A Air é como se fosse outra dimensão, onde você descobre que o tempo se rearranja de forma fluida como o que se vê na instalação”, filosofa Kenzo. “Por meio da sobreposição de formas, esse espaço força você a estar focado no momento presente, com calma, consciência e liberdade.”

 

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Ao todo, quase 1.000 m² de vidros foram usados nessa parte do Summit. As peças são formadas por uma chapa incolor + interlayer estrutural SentryGlas (da Kuraray) + uma chapa de espelho. “As bases de alumínio que suportam esses conjuntos foram desenvolvidas e produzidas especialmente para o projeto”, explica Wayne Conklin, fundador da Glass Flooring Systems, processadora que forneceu o material para a obra. A instalação foi feita pela Mistral Architectural Metal + Glass.

 

Ficha técnica
Obra: Summit One Vanderbilt
Autor do projeto: escritório de arquitetura Snøhetta
Local: Nova York
Conclusão da obra: outubro de 2021

Vidros usados nos decks de observação e no elevador: insulado de multilaminados com o antirreflexo Clearsight
Fabricante: AGC

Vidros usados na instalação Air: laminados de chapa incolor + interlayer estrutural SentryGlas + chapa de espelho
Processadora: Glass Flooring Systems
Instaladora: Mistral Architectural Metal + Glass
Fabricante do PVB: Kuraray

Este texto foi originalmente publicado na edição 587 (novembro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.