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Soluções no mercado contribuem para produtividade

Como é possível ver na reportagem sobre os desafios para a produtividade (clique aqui), tornar sua processadora mais produtiva traz uma série de benefícios para ela, desde a redução de gastos até o aumento na sua competitividade frente a outras empresas no nosso setor. Para isso, além de mudanças culturais no dia a dia da fábrica, também é importante que ela esteja equipada com ferramentas que contribuam para o aumento desse indicador nas suas atividades – felizmente, o mercado conta com várias soluções para ajudar nessa tarefa.

Por isso, para complementar a matéria anterior, mostramos algumas dessas ferramentas nas páginas a seguir. São softwares para máquinas e sistemas de gestão que lhe ajudarão em diversas etapas de suas atividades.

 

Foto: Elmira/stock.adobe.com
Foto: Elmira/stock.adobe.com

 

Ajuda para fazer as melhores escolhas
Antes de adquirir as soluções para sua empresa, é essencial conversar com o fornecedor: ele tem como avaliar as necessidades de sua fábrica e indicar ou customizar o produto que atenderá melhor a elas.

“Aumentar a produtividade não depende somente do equipamento, mas sim de um conjunto de fatores. Por isso, sempre fazemos primeiro um estudo técnico com o cliente a fim de garantir a melhor configuração da máquina ou sistema de automação para ele”, explica Jones Hahn, CEO da NEX Soluções Inteligentes. A equipe do GlassControl tem a mesma prática: “Visitamos frequentemente nossos clientes e procuramos entender suas necessidades. A partir disso, então, personalizamos o software para atender exatamente o que precisam, entregando soluções que não só atendam, mas superem as expectativas”, informa José Donizete, gerente de Desenvolvimento.

Priscila Kimmel, gerente Comercial da SystemGlass, aponta que a empresa não apenas fornece soluções tecnológicas, mas também busca criar parcerias estratégicas de longo prazo com seus clientes. “Oferecemos suporte completo, desde a implementação até o treinamento e o acompanhamento constantes, garantindo que nossos clientes maximizem o valor das soluções adotadas. Nosso objetivo vai além de otimizar a produtividade: queremos proporcionar uma gestão inteligente e eficiente, na qual os resultados sejam refletidos diretamente no crescimento e na sustentabilidade do negócio”, destaca.

 

Imagem: Divulgação SystemGlass
Imagem: Divulgação SystemGlass

 

 

Produtos: GRICS e ToolGlass, softwares para gerenciamento
Fornecedora: SystemGlass
Como contribuem para a produtividade:

  • Por meio de um sistema robusto de rastreabilidade, os programas permitem monitorar com precisão a produtividade das processadoras, capturando dados detalhados como a quantidade de metros quadrados produzidos por tipo de vidro, o desempenho de cada máquina, o tempo de processamento e os custos envolvidos em cada operação;
  • É possível acompanhar de forma minuciosa indicadores como o custo por hora de mão de obra e de operação das máquinas, o custo real da matéria-prima utilizada, entre outros gastos diretos e indiretos, fixos ou variáveis, associados ao processo;
  • Ao automatizar a coleta e análise de dados, essas soluções permitem decisões mais rápidas e precisas, além de possibilitar investimentos estratégicos em automações que ampliam a capacidade produtiva;
  • Facilitam a otimização contínua de processos, resultando em uma significativa redução de custos, especialmente aqueles provenientes de perdas desnecessárias, e proporcionando melhorias substanciais na qualidade.

 

Imagem: Divulgação GlassControl
Imagem: Divulgação GlassControl

 

 

Produtos: GlassControl Industrial e GlassControl e-commerce, sistemas para gestão
Fornecedor: GlassControl
Como contribuem para a produtividade:

  • O GlassControl Industrial (imagem) abrange todas as etapas do trabalho, da origem do pedido da vidraçaria ao processamento na indústria, passando pelo planejamento da produção, otimização do corte de chapas, rastreabilidade da matéria-prima, integração com linhas de produção automáticas, mesas de corte, lapidadoras, furadeiras etc;
  • Conta com uma vasta biblioteca de projetos, que pode ser personalizada e expandida pelos usuários, agilizando a emissão de orçamentos e pedidos;
  • É integrado facilmente aos softwares do GlassControl voltados para distribuidoras e vidraçarias – com isso, os pedidos são facilmente integrados, contendo toda definição necessária para produção;
  • Realiza o processo produtivo de acordo com as definições do projeto, gerando planos de corte otimizados para as chapas, garantindo o melhor aproveitamento da matéria-prima e eliminando o tempo de setup;
  • Por sua vez, o GlassControl e-commerce permite realizar pedidos online, utilizar a biblioteca de projetos, acompanhar os pedidos, posição financeira, e efetuar pagamentos com cartões de crédito e PIX.

 

Imagem: Divulgação Reitech
Imagem: Divulgação Reitech

 

 

Produtos: Reiglass ERP, ReiOtim Otimizador, GlassCAD e ReiShapes, sistemas para finalidades diversas
Fornecedora: Reitech
Como contribuem para a produtividade:

  • O Reiglass ERP (imagem) é um sistema de gestão integrado especializado no setor vidreiro, conectando toda a cadeia produtiva, desde a gestão comercial até a logística, garantindo fluidez operacional além de permitir acompanhar métricas como metros quadrados processados, relação entre horas trabalhadas e volume produzido, custos por etapa de produção, e eficiência da cadeia produtiva;
  • O ReiOtim Otimizador é um software de otimização de chapas e barras que reprocessa continuamente os planos de corte até o momento da produção, garantindo maior eficiência, e maximiza o aproveitamento de matéria-prima, reduzindo desperdícios, gerando economia direta nos custos de produção e proporcionando um dos melhores índices de aproveitamento disponíveis, resultando em economia real e competitividade para a indústria vidreira;
  • O GlassCAD é voltado para desenvolvimento de projetos de vidros temperados, laminados e duplos, garantindo precisão e integração com máquinas CNC e registrando tempo de desenvolvimento de projetos, taxa de aprovação e envio direto para produção, evitando retrabalho;
  • Por fim, o software ReiShapes faz a leitura e digitalização de moldes físicos, transformando-os automaticamente em arquivos para corte CNC, eliminando erros manuais, agilizando processos e reduzindo drasticamente o tempo de setup.

 

Imagem: Divulgação Sync Softwares
Imagem: Divulgação Sync Softwares

 

 

Produtos: WGglass, e-Cutter e WGCommerce, sistemas para finalidades diversas
Fornecedora: Sync Softwares
Como contribuem para a produtividade:

  • A WGglass é uma plataforma completa para gestão do setor vidreiro, proporcionando controle total dos processos industriais, desde orçamentos até a produção e logística, além de apresentar diversas informações em painéis para gerenciamento estratégico e soluções que facilitam o acompanhamento e a gestão de cada área;
  • O e-Cutter é um software integrado de otimização de chapas de vidro, ajustando automaticamente os planos de corte conforme a capacidade da fábrica, o que garante menor custo, melhor aproveitamento da matéria-prima, redução de desperdícios e menor tempo de produção;
  • O aplicativo WGCommerce é uma solução integrada para gestão de orçamentos e pedidos, com personalização completa da plataforma, permitindo faturamentos automáticos e pagamentos online.

 

Imagem: Divulgação NEX Soluções Inteligentes
Imagem: Divulgação NEX Soluções Inteligentes

 

 

Produtos: ERP Industrial e MES MAC, sistemas para gestão e planos de ação
Fornecedora: NEX Soluções Inteligentes
Como contribuem para a produtividade:

  • O ERP Industrial permite fazer a programação de todos os equipamentos que contemplam a linha de produção através de um toque, sem precisar programar cada equipamento separadamente. Além da programação, o ERP faz a gestão do estoque, fornece informações referente a produção, permite uma programação inteligente e integra abertamente com o sistema de gestão atual da empresa;
  • O MES MAC permite extrair informações da disponibilidade fabril, gerindo todos os motivos das paradas de linha, comparando o programado para a linha X o que ela está produzindo, com a possibilidade de emitir sinais ou mensagens para a liderança de produção tomar ações de imediato e entender o que de fato está acontecendo na linha de produção. Também permite medir a qualidade, mostrando o desperdício em tempo real.

Este texto foi originalmente publicado na edição 627 (março de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Parradee/stock.adobe.com

Produtos modernos e eficientes proporcionam economia

Quem trabalha na gestão de uma processadora sabe que não são poucos os gastos envolvidos nas suas atividades: eletricidade, água, insumos, mão de obra são alguns deles. Por isso, é importante ter maquinários, equipamentos e sistemas modernos e eficientes que atuem para aumentar a economia e reduzir desperdícios ao longo dos processos.

A seguir, conheça algumas soluções disponíveis no mercado e o retorno que elas podem proporcionar para sua empresa.

Caminho sem volta
Várias das soluções apresentadas trazem a automação – isto é, a substituição do trabalho humano – entre seus diferenciais. Isso não é coincidência, mas sim uma tendência: “A automatização de plantas de processamento de vidro plano é um caminho sem volta; na maioria dos países de primeiro mundo, a grande maioria já trabalha assim, e mesmo na nossa região já há fábricas que estão trabalhando dessa forma e outras caminhando nessa direção”, afirma Luiz Garcia, diretor da Lisec Sudamerica.

Jones Hahn, CEO da NEX Soluçoes Inteligentes para Sistemas Vítreos, aponta que a entrada de outros países no mercado brasileiro faz com que nossas empresas precisem estar preparadas para competir em igualdade. “Outro fator a ser levado em conta é a dificuldade de mão de obra, com altos níveis de absenteísmo [ausência ou afastamento não programado de funcionários de seus locais de trabalho] e rotatividade – nesse caso, equipamentos automatizados e sistemas integrados proporcionam uma redução significativa da atividade por mão humana”, acrescenta.

 

AUTOMAÇÃO

 

Foto: Divulgação Lisec
Foto: Divulgação Lisec

 

Produtos: sistemas de automatização de classificação e manuseio
Finalidade: movimentação automatizada de vidros
Fornecedora: Lisec
Como reduzem custos:

  • Por meio de software da Lisec, os sistemas conseguem selecionar e transferir cada chapa de vidro, uma a uma, de uma etapa do processamento para um estoque e desse estoque para outra etapa
  • A planta de processamento de vidro equipada com esses sistemas trabalha de forma totalmente automatizada, reduzindo gastos com mão de obra, evitando possíveis retrabalhos gerados pela operação manual e garantindo a qualidade e reprodutibilidade das operações

 

 

 

Produtos: sistemas de automação de ERP (planejamento dos recursos
da empresa) e de MES (execução da produção)
Finalidade: controle dos processos da fábrica
Fornecedora: NEX
Como reduzem custos:

  • Integram automação e inteligência artificial com os equipamentos de todo o processo fabril, aumentando a eficiência e produtividade e reduzindo custos com mão de obra
  • Permitem ter o controle total da fábrica em tempo real, com monitoramento por telas pela gestão ou setor estratégico da empresa, com a possibilidade de tomar ações em tempo real para identificar e corrigir possíveis falhas no processo
  • A entrega do equipamento ou linha automatizados é antecedida por um estudo específico feito pela NEX junto ao cliente para dimensioná-los dentro da necessidade da planta

 

 

MÁQUINAS

 

Foto: Divulgação Sglass
Foto: Divulgação Sglass

 

Produto: Alphajet S-Cut
Finalidade: furação e recorte de vidros
Fornecedora: Sglass
Como reduz custos:

  • Máquina robusta e feita de alumínio e aço inox, apresentando longa vida útil
  • Processo automatizado, proporcionando redução de erros, produção em menos tempo, melhoria da qualidade do trabalho, aumento da eficiência, integração com outras máquinas e redução da fadiga pelo esforço humano
  • O corte a jato de água realizado pelo produto não exige operações secundárias de acabamento, possibilitando trabalhar com velocidade de corte superior e menor consumo de água na comparação com o processo com ferramenta diamantada

 

Foto: Divulgação Sglass
Foto: Divulgação Sglass

 

Produto: fornos EVA
Finalidade: laminação de vidros com interlayer de EVA
Fornecedora: Sglass
Como reduz custos:

  • Baixos índices de reposição ou substituição de peças e componentes, em sua maioria de fácil acesso nas lojas comerciais do Brasil com preços justos
  • Vidros laminados com ótima qualidade ótica, trazendo índices mínimos de perda de material acabado por inconformidades
  • Interface de operação da máquina fácil e intuitiva, contando com todos os recursos necessários para operação e testes da máquina, além de permitir o monitoramento das grandezas elétricas tais como tensão, correntes e potência

 

 

 

Produto: furadeira a laser
Finalidade: furação de vidros
Fornecedora: GR Gusmão
Como reduz custos:

  • Tecnologia de processamento sem contato, oferecendo vantagens como velocidade rápida, alta precisão, boa estabilidade e alto rendimento em comparação com a perfuração mecânica tradicional
  • A perfuração a laser pode produzir vários tipos de furos, como furos redondos, quadrados e cônicos, demonstrando alta flexibilidade
  • Trabalha de uma forma mais limpa, sustentável e econômica, pois não utiliza água ou ferramentas para a perfuração

 

Foto: Divulgação Sglass
Foto: Divulgação Sglass

 

Produto: forno de têmpera Sglass
Finalidade: têmpera de vidros
Fornecedora: Sglass
Como reduz custos:

  • Projetado e fabricado com recursos técnicos e produtos de primeira qualidade, com baixos índices de reposição ou substituição de peças para sua manutenção, e índices mínimos de perda de material acabado por deformidade ou quebras
  • Caixa quente do forno equipada com isolantes térmicos de fibra cerâmica de alta qualidade, que proporciona troca térmica mínima entre a parte interna e externa a máquina, resultando em economia de energia e maior segurança e conforto aos operadores pela troca térmica mínima entre as partes interna e externa da máquina
  • Conta com inversores de frequência individual para cada motor elétrico de movimentação, e com sistema de ventilação e resfriamento; o que otimiza a utilização e o consumo elétrico desses motores

 

Foto: Divulgação GR Gusmão
Foto: Divulgação GR Gusmão

 

Produto: impressora digital Tecglass
Finalidade: impressão digital com tintas cerâmicas
Fornecedora: GR Gusmão
Como reduz custos:

  • Traz agilidade e eficiência na aplicação de desenhos gráficos, imagens fotográficas e diversos motivos decorativos diretamente no vidro
  • Alta tecnologia que visa redução de custo e descarte de materiais tóxicos

 

Lado a lado
Implementar soluções mais modernas não contribui apenas para reduzir os gastos da sua empresa, mas também com os recursos do ambiente ao nosso redor: “Acreditamos que máquinas eficientes não são mais um diferencial no mundo corporativo, mas sim uma questão de sobrevivência para nós e nossos clientes. Fabricar máquinas e equipamentos eficientes é tornar nossos clientes mais produtivos, com economia de recursos naturais e humanos, equipamentos robustos e de longa vida útil – e tudo isso também é ser sustentável”, afirma Braz do Carmo Andrioli Junior, engenheiro mecânico da Sglass.

Essa visão é compartilhada por Yveraldo Gusmão, diretor da GR Gusmão: “Além de aumentar a produtividade e otimizar o tempo, produtos de boa qualidade também ajudam a reduzir o consumo de insumos aplicados nas operações, contribuindo para economia de energia e sustentabilidade”, observa.

José Pedro Ruiz, diretor comercial da Diamanfer, conta que a preocupação com eficiência não está apenas nos produtos desenvolvidos, mas também no funcionamento da própria empresa: “Já reduzimos em 40% nosso consumo de energia elétrica com os investimentos em novas tecnologias feitos nos últimos cinco anos”. Em relação ao portfólio oferecido aos clientes, ele acrescenta: “Temos um departamento técnico que trabalha na evolução de materiais e processos de produção para este objetivo. Além disso, constantemente contratamos consultorias técnicas externas que nos auxiliam com ideias e apresentações de inovações”.

 

EQUIPAMENTOS

 

Foto: Divulgação Diamanfer
Foto: Divulgação Diamanfer

 

Produtos: rebolos (metálicos ou de resina), brocas diamantadas e outras soluções
Finalidade: uso na lapidação, furação e recorte de vidros
Fornecedora: Diamanfer
Como reduzem custos:

  • Em função da tecnologia empregada, essas ferramentas contribuem para diminuir a quebra de vidros nos processos em que são empregadas, bem como nos fornos (vidros sem acabamento adequado correm maior risco de quebra no momento da têmpera)
  • Apresentam boa relação custo benefício, com formulações desenvolvidas com processos de fabricação de alta tecnologia que proporcionam maior durabilidade com maior eficiência
  • Os produtos em desenvolvimento são primeiramente apresentados aos clientes de acordo com sua necessidade, usando o feedback recebido para aprimorá-los

 

Foto: Divulgação GR Gusmão
Foto: Divulgação GR Gusmão

 

Produtos: ferramentas manuais diversas (cortadores, alicates, discos de corte, ventosas manuais duplas e triplas etc)
Finalidade: uso em diferentes processos do beneficiamento
Fornecedora: GR Gusmão
Como reduzem custos:

As ferramentas têm durabilidade comprovada e qualidade na performance
-Contribuem para o aumento da produtividade, a otimização do tempo e a redução no consumo de insumos usados nas operações

Este texto foi originalmente publicado na edição 626 (fevereiro de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Sodel Vladyslav/stock.adobe.com

Confira soluções inovadoras da Glass Technology Live 2024

Uma das maiores atrações da Glasstec, a principal feira vidreira do mundo, é a mostra Glass Technology Live. O espaço revela, em primeira mão, inovações e tecnologias que, em breve, poderão se tornar padrão na indústria, mostrando o resultado de parcerias entre empresas do segmento e universidades técnicas especializadas na indústria e na ciência de materiais – isso torna a visita ao espaço obrigatória aos profissionais vidreiros presentes em Düsseldorf, Alemanha. Veja a seguir alguns dos destaques do que foi mostrado durante a edição 2024 da feira.

 

FACHADA INTERATIVA

Imagine uma fachada que se adapta às condições climáticas para otimizar o consumo de eletricidade do edifício onde está instalada e também o nível de conforto dos ocupantes – e ainda funciona como uma tela para a reprodução de imagens em altíssima resolução? É exatamente isso o que criou o consórcio entre as empresas Arnold Glas, LamiPress e VideowindoW: por meio de sensores que coletam dados em tempo real, a solução é capaz de alterar a imagem reproduzida, regulando assim o nível de transmitância da luz solar. Dessa forma, a fachada aumenta ou reduz a necessidade de luz artificial ou de controle térmico interno, a depender de como está o clima. Essa tecnologia reproduz imagens de padrões encontrados na natureza (como plantas e animais) em resolução de 12 K.
Imagine uma fachada que se adapta às condições climáticas para otimizar o consumo de eletricidade do edifício onde está instalada e também o nível de conforto dos ocupantes – e ainda funciona como uma tela para a reprodução de imagens em altíssima resolução? É exatamente isso o que criou o consórcio entre as empresas Arnold Glas, LamiPress e VideowindoW: por meio de sensores que coletam dados em tempo real, a solução é capaz de alterar a imagem reproduzida, regulando assim o nível de transmitância da luz solar. Dessa forma, a fachada aumenta ou reduz a necessidade de luz artificial ou de controle térmico interno, a depender de como está o clima. Essa tecnologia reproduz imagens de padrões encontrados na natureza (como plantas e animais) em resolução de 12 K.

 

ICEBERG DE VIDRO

O Pavilhão da Geleira de Vidro, uma estrutura com 5 m de altura, consistia em dez módulos de vidro laminados triangulares em formato de “V”. Inspirada nos biomas gelados da Islândia, a obra foi desenvolvida pela Universidade de Tecnologia de Delft (Países Baixos), pela empresa de engenharia Eckersley O’Callaghan (responsável pelas lojas envidraçadas da Apple no formato de cubo) e pela fabricante chinesa de máquinas para processamento North Glass. Usando máxima transparência, a instalação pretendia reduzir ao máximo possível as conexões e fixações visíveis (feitas de aço inoxidável) entre as imensas peças de vidro, com o intuito de evocar as montanhas, geleiras e icebergs do país europeu. As bordas dessas peças ganharam chanfro arredondado, para eliminar a concentração de tensões nas bordas.
O Pavilhão da Geleira de Vidro, uma estrutura com 5 m de altura, consistia em dez módulos de vidro laminados triangulares em formato de “V”. Inspirada nos biomas gelados da Islândia, a obra foi desenvolvida pela Universidade de Tecnologia de Delft (Países Baixos), pela empresa de engenharia Eckersley O’Callaghan (responsável pelas lojas envidraçadas da Apple no formato de cubo) e pela fabricante chinesa de máquinas para processamento North Glass. Usando máxima transparência, a instalação pretendia reduzir ao máximo possível as conexões e fixações visíveis (feitas de aço inoxidável) entre as imensas peças de vidro, com o intuito de evocar as montanhas, geleiras e icebergs do país europeu. As bordas dessas peças ganharam chanfro arredondado, para eliminar a concentração de tensões nas bordas.

 

ADEUS ÀS ESTRUTURAS DE AÇO

O lema do projeto da Universidade Técnica de Darmstadt, na Alemanha, em parceria com as empresas knippershelbig, Yachtglass e Eastman, é: “Explorando todo o potencial do vidro” – o que faz todo o sentido quando se vê a solução criada por eles, a qual promete revolucionar a construção civil. A ideia se baseia em estruturas autoportantes de vidro que dispensam perfis de aço para se sustentar. Para isso, a laminação de nosso material é feita com ferragens e encaixes lineares já dentro do vidro – assim, reduz-se a quantidade de aço necessária, tornando os projetos que utilizarem essa tecnologia muito mais eficientes em relação ao consumo de materiais. O próximo passo da pesquisa realizada pelos envolvidos é tornar possíveis envoltórios de edifícios completos, integrando as ferragens também em vidros insulados.
O lema do projeto da Universidade Técnica de Darmstadt, na Alemanha, em parceria com as empresas knippershelbig, Yachtglass e Eastman, é: “Explorando todo o potencial do vidro” – o que faz todo o sentido quando se vê a solução criada por eles, a qual promete revolucionar a construção civil. A ideia se baseia em estruturas autoportantes de vidro que dispensam perfis de aço para se sustentar. Para isso, a laminação de nosso material é feita com ferragens e encaixes lineares já dentro do vidro – assim, reduz-se a quantidade de aço necessária, tornando os projetos que utilizarem essa tecnologia muito mais eficientes em relação ao consumo de materiais. O próximo passo da pesquisa realizada pelos envolvidos é tornar possíveis envoltórios de edifícios completos, integrando as ferragens também em vidros insulados.

 

LAMINADOS DE VIDRO E… CONCRETO?

A Universidade de Ghent, da Bélgica, construiu um protótipo de passarela para demonstrar o potencial do uso simultâneo de vidro e concreto. O projeto tem como objetivo oferecer novas alternativas às conexões mecânicas convencionais encontradas na construção civil. O conceito, chamado Glass to Concrete (G2C), une os dois materiais por meio de selantes adesivos. A passarela, de 3 m de comprimento, consiste em uma laje de concreto com aberturas estrategicamente posicionadas para reduzir o peso, onde são coladas placas de vidro nas partes superior e inferior, aumentando a rigidez geral e oferecendo transparência ao conjunto. Guarda-corpos envidraçados completam a instalação.
A Universidade de Ghent, da Bélgica, construiu um protótipo de passarela para demonstrar o potencial do uso simultâneo de vidro e concreto. O projeto tem como objetivo oferecer novas alternativas às conexões mecânicas convencionais encontradas na construção civil. O conceito, chamado Glass to Concrete (G2C), une os dois materiais por meio de selantes adesivos. A passarela, de 3 m de comprimento, consiste em uma laje de concreto com aberturas estrategicamente posicionadas para reduzir o peso, onde são coladas placas de vidro nas partes superior e inferior, aumentando a rigidez geral e oferecendo transparência ao conjunto. Guarda-corpos envidraçados completam a instalação.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Messe Düsseldorf/ctillmann

Vidros inteligentes trazem oportunidades

Quem já visitou feiras vidreiras do porte de uma Glass South America, ou mostras de arquitetura como a Casa Cor, provavelmente já se deparou com aplicações de vidros que ora estão transparentes, ora estão opacos. Trata-se dos vidros polarizados, também conhecidos como vidros inteligentes. Essa capacidade de passar de um estado a outro torna o produto uma solução extremamente interessante para diferentes segmentos. Nas próximas páginas, conheça mais sobre a tecnologia por trás do material e as oportunidades que ele oferece.

Crédito: Divulgação MDV
Crédito: Divulgação MDV

 

Como é feito?
Esse produto, que representa o equilíbrio entre a privacidade e a entrada de luz nos ambientes, “consiste num polímero de cristal líquido microencapsulado em vidro”, explica Georgios Fotopoulos, fundador da MDV Glass Vidros Inteligentes. “É importante destacar que a mágica da transformação acontece em função do processo produtivo: a laminação de dois vidros com um filme de LCD [cristal líquido] com polímeros dispersos”, aponta a arquiteta Fernanda Quintas, supervisora de Marketing e Especificação Técnica da PKO do Brasil.

Quando uma voltagem é aplicada, as moléculas se organizam em uma direção específica, tornando o vidro incolor – isso permite a passagem de luz através da peça. Ao se desligar o dispositivo, as moléculas voltam à sua condição original, deixando-o translúcido novamente.

Fotopoulos destaca que a produção não envolve uma laminação convencional. “Cada peça é montada individualmente, com uma determinada carga elétrica e requer um tempo muito maior para fabricar cada m².” Primeiro é dado um tratamento no filme de cristal líquido e montam-se os terminais elétricos. Somente após testes de acionamento, esse filme é inserido entre as duas lâminas de vidro e submetido à laminação.

Crédito: Divulgação MDV
Crédito: Divulgação MDV

 

Todos os insumos utilizados na produção do vidro polarizado – como aglutinantes, condutores e a própria película de LCD – são importados, com exceção das lâminas de vidro. “Muito cuidado com as películas inteligentes oferecidas no mercado para aplicação sobre peças de vidro. Elas prometem a mesma funcionalidade, mas têm problemas de acabamento e delaminação com muita frequência”, alerta Fábio Saliba, diretor-comercial da Intelliglass.

Atrativos
O produto pode proporcionar tanto privacidade como integração visual. Mas ele também oferece outros atrativos, destaca a arquiteta Fernanda Quintas:

– Uso racional dos espaços;

– Ambientes versáteis e tecnológicos;

– Facilidade de limpeza e manutenção;

– Alta durabilidade;

– Possibilidade de projeção de imagens quando o vidro está desligado;

– Bloqueio de até 99,6% da radiação ultravioleta, reduzindo danos à pele, móveis e tecidos, incluindo estofados, tapetes e cortinas.

Crédito: Divulgação Intelliglass
Crédito: Divulgação Intelliglass

 

O produto também traz proteção térmica e acústica, segurança (por se tratar de um laminado, os fragmentos se mantêm presos ao interlayer em caso de quebra) e pode, quando em estado opaco, ser usado como quadro branco.

Mercado e oportunidades
Qual é a situação do produto no Brasil? Segundo Michael Lochner, gestor-comercial e de Marketing da Weiku do Brasil, a procura tem aumentado bastante. “Essa solução oferece uma ótima opção para privacidade e, por ter o vidro como principal matéria-prima, torna-se um produto de fácil aplicação e limpeza, além de ser altamente durável e sem necessidade de manutenção”, avalia. “Todas essas vantagens chamam a atenção do público em geral, que busca cada vez mais praticidade e modernidade para seus projetos.”

“Observamos uma curva ascendente acentuada. Hoje, há divisórias, portas, janelas e até barcos que já saem de fábrica com o nosso produto”, conta Saliba, da Intelliglass. Fotopoulos, da MDV, também vê aumento na procura por esses vidros, mas ressalta: “Alguns fatores limitam o crescimento mais acelerado. Por ainda serem caros para a realidade de nossa economia, são mais populares entre clientes corporativos”.

Para Fernanda Quintas, da PKO, há uma série de espaços em que a solução pode ser aplicada, como em salas de reunião e de banho, restaurantes etc. No caso de instalações em hospitais e ambientes da saúde, por exemplo, esse vidro é a solução ideal, pois sua superfície é perfeitamente lisa e não permite o acúmulo de poeira ou resíduos, resultando em melhor higienização dos locais. “Além disso, a possibilidade de manter a estética translúcida ou transparente dispensa o uso de cortinas e persianas, reduzindo o risco de infecções”, explica.

Lochner, da Weiku, concorda: “As aplicações desse produto ficam por conta da criatividade dos clientes — desde que devidamente isolado e com suas bordas protegidas, não há limitações para seu uso”.

Soluções disponíveis

Crédito: Divulgação Intelliglass
Crédito: Divulgação Intelliglass

Uma das soluções no mercado brasileiro é o Intelliglass (Intelligent Glass), da empresa de mesmo nome: esse vidro é produzido no País desde 2007, com garantia de cinco anos. “Hoje estamos na 4ª geração do produto. O Intelliglass tem transparência superior e permite aos clientes escolher as espessuras e formatos, além dos tipos de acionamento: controle remoto, interruptor, smartphone, presença ou automação”, explica Saliba.

 

Crédito: Divulgação
Crédito: Divulgação

O produto da MDV Glass Vidros Inteligentes nessa área é o MDV switch: “Ele oferece o menor haze [efeito leitoso] do mercado e sua laminação é feita em autoclave, o que permite maior durabilidade e melhor acabamento final”, afirma Georgios Fotopoulos. As espessuras variam de 7 a 42 mm (vidros inteligentes blindados), e as peças ainda podem ser compostas por vidros coloridos e de controle solar.

 

 

Crédito: Divulgação PKO do Brasil
Crédito: Divulgação PKO do Brasil

A PKO conta em seu catálogo com o PKO Privacy Glass, fabricado no Brasil há mais de 10 anos. O produto está disponível nas espessuras padrões de 10 e 14 mm e nas cores incolor ou extra clear (ideal para projeção de imagens) – mas não há apenas essas opções. “É possível ainda customizar o Privacy Glass com acabamentos refletivos ou vidros coloridos, e até mesmo produzir outras composições a depender da necessidade do projeto. A exemplo do insulado, também é uma excelente solução para ambientes que necessitam de controle térmico, como saunas”, acrescenta Fernanda Quintas.

 

Crédito: Marketing Weiku do Brasil
Crédito: Marketing Weiku do Brasil

A solução da Weiku do Brasil é o Switchglass. Segundo a empresa, o consumo em kW do produto é bastante reduzido. Sua programação prevê que se mantenha a privacidade em caso de falta de energia ou qualquer tipo de pane do sistema elétrico/eletrônico. “Oferecemos uma equipe de suporte remoto preparada para esclarecer todas as dúvidas, desde o orçamento até a utilização final do material”, destaca Michael Lochner.

 

Cuidados no manuseio
Por se tratar de uma solução tecnológica, o material requer atenção especial desde sua especificação até a instalação. “As medidas fornecidas pelo projeto devem ser precisas, pois esse vidro não é passível de retrabalho”, alerta Fotopoulos, da MDV. Ainda para essa etapa, Fernanda Quintas, da PKO, ressalta a importância de que o dimensionamento do caixilho considere folgas e calços.

O barramento de cobre presente na estrutura deve ficar escondido, para que no perfil não comprometa o visual do conjunto. Para isso, Fotopoulos explica que os perfis devem ter uma alma (parte correspondente à sua altura) suficiente para acomodar a fiação elétrica e conectores.

Fábio Saliba, da Intelliglass, alerta que, como se trata de vidros de valor mais alto, eles devem ser instalados sempre no final das obras, seguindo as orientações do fabricante. Também recomenda que as peças não tenham dimensões acima de 3 x 1,8 m.

Com relação à instalação, Fernanda lista algumas dicas:

– Em caso de possível maldimensionamento do caixilho, deve-se evitar pressão em excesso para encaixe da peça;

– Para a vedação do sistema, utilizar apenas silicone neutro, jamais silicone acético, pois este provoca delaminação.

– Já na instalação em ambientes úmidos como salas de banho, em que a peça estará exposta ao contato direto com a água, todas as bordas do produto devem estar protegidas, garantindo sua total estanquidade e ausência de danos.

Crédito da imagem de abertura: Divulgação PKO do Brasil

Este texto foi originalmente publicado na edição 592 (abril de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Pesquisadores descobrem vidro mais duro que diamante

Na edição de agosto de O Vidroplano, noticiamos, na seção “Mundo do Vidro”, a descoberta, por pesquisadores chineses da Universidade de Yanshan, de um material vítreo com propriedades capazes de rivalizar com a resistência dos diamantes – considerado o elemento mais duro da natureza. Este mês, explicamos com detalhes como os cientistas chegaram a essa substância.

Ordem e desordem
A pesquisa chinesa foi publicada no começo de agosto na revista científica National Science Review. Para entender o que foi feito, vale conhecer um pouco mais as características microscópicas do vidro.

As propriedades mecânicas de um material (incluindo sua resistência) estão ligadas à forma com que seus átomos se juntam uns aos outros. A dureza do diamante, por exemplo, vem das quatro ligações que cada um de seus átomos de carbono fazem com os vizinhos. Substâncias vítreas não têm esse tipo de padrão, pelo contrário: a estrutura atômica de nosso material é desordenada, com átomos espalhados. Essa “bagunça” garante ao vidro uma grande variedade de propriedades ópticas, mas, ao mesmo tempo, é o que faz com que ele possa ser quebrado.

A grande questão para os cientistas era saber se, em laboratório, dá para ordenar a estrutura atômica de um vidro, tornando-o mais duro. A resposta é: depende dos ingredientes que o formam. Para conferir isso de perto, a solução foi experimentar.

Cozinhando partículas
A equipe “esmagou” esferas de carbono sob intensa pressão (25 GPas — gigapascals —, o equivalente a quase 250 mil atmosferas) e, depois, “cozinhou” esse mingau a mais de 1.000 ºC. Os três materiais resultantes passaram por testes e observações, e um deles se diferenciou nessa etapa, pois se mostrou mais duro que diamantes.

Uma medida comum de dureza, o chamado “teste de Vickers”, usa uma ponta de diamante para riscar o elemento a ser avaliado. Quanto mais resistente ele for, maior a força (medida em GPas) necessária para deixar uma marca considerável. Riscar outro diamante requer de 60 a 100 GPas; porém, um dos materiais da experiência da Universidade de Yanshan alcançou mais de 110 GPas, fazendo dele o sólido amorfo mais duro encontrado até hoje.

O que espera o futuro
De acordo com reportagem do site Science Alert, ainda não há previsão para o uso comercial em larga escala do produto – como foi criado em caráter experimental, por enquanto, reproduzi-lo seria uma tarefa muito cara. No entanto, especula-se que poderá ser aplicado, em um primeiro momento, em ambientes de alta pressão, substituindo transistores de silício.

Conhece os ultrarresistentes?
Diversos eletrônicos são feitos com os chamados vidros ultrarresistentes. São materiais com espessura mínima, até mesmo menores que 1 mm, e, ainda assim, suportam impactos e não riscam – podem até ser utilizados em certas aplicações em automóveis e na decoração de interiores. Alguns produtos desse tipo:

– Dragontrain, da AGC;
– Gorilla Glass, da Corning;
– Linha Xensation, da Schott.

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Este texto foi originalmente publicado na edição 585 (setembro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Indústria eletrônica: a situação e as perspectivas do setor vidreiro

Com a pandemia do coronavírus, muitas pessoas em quarentena têm nos aparelhos eletrônicos a principal janela de contato com outras pessoas e com o mundo. O Vidroplano conversou com empresas que fabricam vidros especiais para dispositivos como celulares e tablets a fim de conhecer mais sobre a situação do material nessas aplicações no Brasil.

Produção externa
Embora diversas empresas que fabricam vidros para a indústria eletrônica tenham não são gerados em território nacional. “A produção do Grupo AGC está baseada na Ásia, com fábricas no Japão, China, Coreia e Tailândia, além de uma unidade de produção nos Estados Unidos”, conta Maria Luiza Ciorlia, gerente de Marketing da AGC Brasil. Da mesma forma, os vidros da Schott para esse segmento são feitos na Alemanha, enquanto os do grupo Nippon Sheet Glass Co (NSG), do qual a Pilkington faz parte, vêm de plantas do Japão e de outros países asiáticos.

Ao que parece, esse cenário não deve mudar tão cedo: segundo Higaki Tetsuya, gerente de Comunicações Corporativas da NSG, não há planos de fabricar os produtos no Brasil. “Investimentos futuros ficariam dependentes da demanda de nossos clientes”, explica. Fernanda Roveri, engenheira de Vendas da Schott, faz análise semelhante: “Como a maioria das empresas fabricantes de eletrônicos está localizada no exterior e os produtos delas já vêm montados ao País, ainda não há perspectiva de produção local”.

Apesar disso, algumas empresas não descartam iniciativas para o mercado nacional. “Acompanhamos os diversos segmentos com nossa equipe regional e nos mantemos sempre atentos, caso alguma oportunidade apareça”, aponta Glória Cardoso, gerente de Marketing e Vendas da Pilkington Brasil.

Queda e subida
Assim como a maior parte dos negócios no mundo, esse mercado também sentiu o impacto do coronavírus. “O volume de vidros para tablets apresentou queda significativa no primeiro trimestre de 2020, devido ao lockdown”, comenta Tetsuya, da NSG. No entanto, ele observa que o setor apresentou recuperação no segundo trimestre.

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A AGC não identificou até o momento crescimento significativo nesse segmento em função da pandemia, mas Maria Luiza ressalta: “Acreditamos que esse período terá um forte impacto na percepção dos consumidores sobre a funcionalidade e sustentabilidade de suas casas, gerando condições para que, no futuro, possamos ver mudanças importantes no padrão de consumo de vidros em geral”.

Novas tecnologias
Assim como a indústria de dispositivos eletrônicos como um todo, os vidros para essa aplicação estão em constante evolução. A Schott, por exemplo, vem focando no desenvolvimento de peças ao mesmo tempo resistentes, ultrafinas e flexíveis. A NSG, por sua vez, tem como principal novidade o Glanova, vidro reforçado quimicamente
para telas touch.

Um aspecto interessante desses vidros é que seu uso não precisa ser restrito a eletrônicos. “O segmento tem várias subdivisões e, no Brasil, estamos atentos especificamente ao uso da tecnologia desenvolvida para aplicação na construção civil, os chamados smart glasses, vidros inteligentes”, explica Maria Luiza. O Halio, da AGC, é um exemplo: uma solução eletrocrômica que permite controlar a passagem de luz e calor por meio de um controle remoto ou aplicativo no celular. Essas inovações demandam certo tempo de maturação para que possam ser assimiladas e então especificadas pelos arquitetos, mas podem tornar o futuro do nosso material na construção civil mais inteligente, integrado e sustentável.

Aplicação em construção civil do Halio, vidro eletrocrômico da AGC que permite bloqueio de até 99,9% da luz em até 3 minutos
Aplicação em construção civil do Halio, vidro eletrocrômico da AGC que permite bloqueio de até 99,9% da luz em até 3 minutos

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 573 (setembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

De transparente a translúcido, graças ao Sol

Vidros privativos, que são transparentes e passam a ser translúcidos ou vice-versa, já são usados no Brasil há bastante tempo. Estão presentes em ambientes modernos, sejam lojas de grife ou residências de alto padrão, e também em mostras de arquitetura e design. Agora, mais uma opção semelhante está disponível no mercado nacional: o vidro termocrômico, que usa apenas o calor da luz solar para mudar sua estética, sem intervenção humana.

O que é?
O vidro termocrômico deve ser laminado ou insulado de laminado. Em ambas as especificações, nosso material recebe uma película de PVB com tecnologia especial termocrômica, que altera sua cor devido à mudança de temperatura.

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Como funciona?

– Quando a luz solar entra em contato com o vidro, a película absorve o calor, ficando mais escura. Quanto mais intensa e direta a incidência da luz (ou seja, quanto mais ensolarado o dia), mais escura ela se torna. A transmissão de luz visível para dentro das edificações irá variar de 4 a quase 60% com a tecnologia, dependendo da cor dos vidros usados e da composição do laminado;

– Conforme o Sol se move no céu ao longo do dia, o vidro irá se esfriar, fazendo com que a película volte a ficar clara. À noite e em dias nublados, a película se mantém transparente.

Benefícios variados para os empreendimentos
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– Sem gastos extras com eletricidade: ao contrário de outras tecnologias que permitem ao vidro se tornar privativo (veja mais no boxe no final da matéria), o vidro termocrômico não envolve nenhuma intervenção manual, mecânica ou elétrica, pois funciona exclusivamente pela luz solar;

– Iluminação natural: a transparência se adapta às diferentes condições climáticas durante todo o ano. Isso garante a presença de luz natural nos ambientes em que está instalado. O resultado é o menor uso de lâmpadas e outro importante benefício, abordado no próximo tópico;

– Bem-estar dos ocupantes: a presença de luz natural em edifícios também melhora a saúde dos usuários: afeta de forma positiva o humor e o metabolismo, assim como a qualidade do sono.

 

Já disponível no Brasil

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A tecnologia chegou faz pouco tempo em nosso País. A empresa responsável por comercializar o produto é a GeoDesign Internacional, que representa a americana Pleotint, fabricante e patenteadora do vidro termocrômico nos Estados Unidos, Europa e Japão. A linha de vidros da Pleotint se chama Suntuitive e possui cinco cores diferentes: clear, Azuria (tom esverdeado), Optiblue (azulado), Solarbronze (bronze) e Solargray (cinza).

Para Reinaldo Escada Chohfi, sócio-gerente e managing partner da GeoDesign, a versatilidade desse item é um diferencial que pode conquistar o mercado brasileiro. “O Suntuitive se adapta naturalmente e passivamente ao longo do dia, todos os dias do ano, equilibrando o calor e o brilho que entra no edifício”, revela. “Além disso, é um produto que não requer manutenção, nem conexões elétricas ou fiação”.

Segundo dados da empresa, baseados em estudo do Lawrence Berkeley National Laboratory, laboratório da Universidade de Berkeley, na Califórnia (EUA), o uso do vidro termocrômico pode gerar uma economia anual de energia de 20 a 43% nas edificações.

Na pesquisa realizada pela reportagem de O Vidroplano, foram encontradas outras desenvolvedoras da tecnologia, incluindo a israelense Smart Films International (SFI) e a canadense Prelco. “O vidro termocrômico possui diferentes alternativas de especificação, principalmente na questão da localização geográfica dos projetos”, explica Erez Baron, diretor da SFI, recomendando o uso principalmente em locais com grande incidência solar. “Além do termocrômico, oferecemos outras soluções para vidros privativos. Nossas tecnologias são licenciadas a empresas parceiras”, comenta.

Ainda não há previsão da atuação de ambas companhias no Brasil.

Tipos de aplicação
janelasDesde que seja laminado ou insulado de laminado, o vidro termocrômico não possui restrição de uso. Pode ser usado encaixilhado e com qualquer tipo de esquadria, seja ela deslizante, fixa, entre outras. Vale lembrar que, para aumentar seu desempenho térmico, pode ser especificado junto de placas low-e (com baixa emissividade).

 

 

Tecnologias semelhantes
PDLC
O nome vem da expressão em inglês polymer dispersed liquid crystals (cristal líquido disperso em polímeros). Consiste em um laminado com película formada por partículas suspensas de cristal líquido. Por meio de uma corrente elétrica, acionada por interruptores ou controles remotos, essas partículas se organizam em direções específicas, tornando o vidro transparente. Sem eletricidade, elas “repousam” e a peça volta à sua condição original, totalmente translúcida.

Algumas empresas oferecem essa solução no Brasil, incluindo:
– Divinal Vidros, com o produto Smart Glass, disponível nas cores branco, cinza e superclear;
– Intelligglass, com soluções em três cores: transparente, cinza e bronze;
– PKO, com o produto Privacy Glass;
– A israelense Gauzy.

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Centro de Pesquisa & Desenvolvimento do Grupo Saint-Gobain no Brasil

Eletrocrômico
Também ativo com estímulo elétrico, esse tipo de vidro se altera de transparente para uma cor escura, porém não completamente translúcida. A mudança acontece ao longo de alguns segundos ou minutos — ao contrário do PDLC, que é instantânea. O Centro de Pesquisa & Desenvolvimento do Grupo Saint-Gobain no Brasil, localizado em Capivari (SP), possui fachadas com o vidro eletrocrômico SageGlass. A comercialização do produto em nosso País está sendo avaliada. Um dos seus diferenciais é o fato de possuir sensores que captam a iluminação e fazem com que o vidro se adeque às alterações de luminosidade ao longo do dia. “Isso também pode ser feito manualmente. Portanto, é um vidro com funcionalidade customizada”, explica Pedro Matta, gerente de Marketing da Cebrace, que é joint-venture entre a Saint-Gobain e o grupo NSG/Pilkington.

 

Fale com eles!
Divinal Vidros — www.divinalvidros.com.br
Gauzy — gauzy.com
GeoDesign Internacional — www.geodesign.com.br
Intelligglass — www.intelligglass.com.br
PKO — www.pkodobrasil.com.br
Prelco — www.prelco.ca
SageGlass — www.sageglass.com
Saint-Gobain — www.saint-gobain.com.br
Smart Films International — smartfilmsinternational.com
Suntuitive — www.suntuitive.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 530 (fevereiro de 2017) da revista O VidroplanoLeia a versão digital da revista.

Não é ficção, é real!

Ele já se tornou um ícone: o Glass Technology Live, mostra voltada às novas tecnologias com vidro, sempre se transforma em um dos principais destaques do evento. Nesse espaço, os visitantes encontram aplicações de sonho — muitas soluções ainda são protótipos ou estão em pesquisa. Por isso, pode-se dizer que ali está o futuro do vidro. Não à toa, o tema de 2016, em comemoração aos vinte anos do evento, era: Futuro — Vidro — Performance. Ao todo, a Glass Technology Live contou com cerca de 2.500 m² de área.

Veja a seguir algumas das aplicações e produtos de destaque da mostra.

 

gtl1‘Playground’ transparente
Gostou da capa desta edição? Quem poderia imaginar que um brinquedo de criança poderia ser demonstração da avançada tecnologia de nosso material, não é mesmo? Chamado de Vidre-Slide, o enorme escorregador de vidro foi um dos pontos que mais atrairam a atenção no Glass Technology Live. Criado pela espanhola Cricursa, em conjunto com o escritório de arquitetura inglês Eckersley O’Callaghan (responsável pelas icônicas lojas da Apple pelo mundo), era formado por uma única peça de vidro curvo com 9 m de extensão fixada a uma escada de 4 m de altura. A estrutura não possuía fixações mecânicas: somente o selante adesivo TSSA, da Dow Corning fazia o escorregador ficar em pé com segurança.

Ainda sobre vidros curvos — Uma peça de insulado de 7 m foi curvada a frio para demonstrar a vantagem dessa técnica em custo-benefício em relação ao vidro curvado por calor.

 

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Fotovoltaicos nas fachadas de alta ‘performance’
O Instituto de Construção de Edificações da Universidade Técnica de Dresden levou à feira amostras de vidros insulados com módulos fotovoltaicos para fachadas. Como as altas temperaturas prejudicam a eficiência dos painéis fotovoltaicos, a face interna desses vidros conta com material de mudança de estado (PCM), que derrete a 30 ºC e absorve a energia térmica do vidro. Com isso, a temperatura do sistema é reduzida. Vale destacar que, em épocas mais frias como o inverno, a incidência da luz do Sol é maior sobre a fachada do que no teto.

 

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PVB impresso
A Kuraray impressionou o público ao mostrar o Trosifol ES, primeiro PVB estrutural no mundo que é próprio para impressão. A solução vai ampliar as possibilidades criativas do uso do vidro, principalmente em pisos, escadas e fechamentos, sem deixar de lado as propriedades ópticas do material.

 

 

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Tijolo de cristal
A empresa ABI Consulting Engineers é especialista em pesquisa e desenvolvimento de protótipos e novas estruturas de vidro. No Glass Technology Live deste ano, ela expôs tijolos maciços feitos com o material, os quais servem para sustentar edificações, incluindo fachadas. Eles são polidos após a fabricação e ligados entre si por um adesivo transparente.

 

 

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Joga com vidro!
Já pensou em praticar esportes em uma quadra com piso de vidro, que muda conforme a modalidade escolhida? Essa é a ideia por trás do ASB GlassFloor. O produto é um piso de vidro laminado com lâmpadas de LED. Por meio de uma tela de toque, é possível escolher quais linhas vão aparecer no chão, demarcando um campo de futebol ou quadra de basquete, por exemplo. A superfície do vidro é jateada para evitar reflexão da luz, além de possuir uma textura cerâmica para oferecer o atrito necessário com os pés dos atletas.

 

 

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Vidro de mil e uma utilidade
A Saint-Gobain tem em seu catálogo de produtos vidros tecnológicos que executam diversas funções. O Priva-Lite Color é um vidro colorido com filme de cristal líquido que permite ao vidro mudar de estado translúcido para transparente com transmissão de luz praticamente idêntica — até então, somente vidros incolores possuíam a tecnologia. Outro exemplo é o SageGlass, capaz de regular a entrada de luz solar, calor e reflexão de acordo com a necessidade por meio de revestimento especial com tecnologia eletrocrômica. Com isso, dispensa-se o uso de cortinas ou persianas, por exemplo.

 

Tem mais inovações!
Em nossa cobertura da Glasstec 2016, apresentamos também novidades dos expositores da maior feira vidreira do mundo. Há vidros ultrafinos e flexíveis, materiais cada vez mais transparentes e maquinários com tecnologia de ponta que logo dominarão as mais avançadas linhas produtivas do mundo; para conferir essas novidades, clique aqui!

 

Fale com eles!
Glasstec — www.glasstec-online.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 526 (outubro de 2016) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

Sem contraindicação

Vidro antibacteriano chega ao Brasil como nova solução para arquitetura hospitalar

Os atributos do vidro enchem facilmente uma lista das grandes: oferece segurança em suas mais diferentes formas (temperado, laminado), pode ser transparente ou opaco, incolor ou colorido, reproduz os mais diversos tipos de imagens, atua como filtro de raios solares etc.

Agora, o material também tem função “medicinal”, por conta dos vidros antibacterianos fabricados pela AGC, produtos indicados para uso na arquitetura hospitalar. A reportagem de O Vidroplano conversou com representantes da empresa para entender as propriedades desse item que acaba de ser disponibilizado ao setor vidreiro nacional.

Fórmula mágica
Segundo a AGC, o produto, chamado simplesmente de Vidro Antibactéria, é capaz de eliminar 99,9% das bactérias, ao longo de 24 horas, e prevenir a proliferação de fungos. Isso se torna possível graças à técnica desenvolvida e patenteada pela própria empresa. Íons de prata são difundidos nas camadas superiores do vidro float. Quando as bactérias interagem com essas partículas, têm seu metabolismo desativado. Assim, sua divisão mecânica é interrompida, o que acaba por destruí-las.

O produto foi lançado na Europa em 2007, tendo passado por testes certificados pela Universidade Livre de Bruxelas, na Bélgica, e University of Salford, na Grã-Bretanha. À época, ganhou o prêmio Batimat D’Or, concedido pela feira Batimat — organizada em Paris, França — a materiais inovadores voltados para a construção civil.

Em prol da saúde
O vidro da AGC pode ser encontrado em diversas cores e ainda sob a forma de espelho. “Isso os torna adaptáveis a uma infinidade de ambientes”, explica Kátia Sugimura, consultora externa da empresa. “O material serve para locais em que há necessidade de maior rigor de higiene”, completa.

Recomenda-se sua instalação em unidades de tratamento intensivo, de tratamento de câncer e salas de cirurgia e procedimentos. Espaços de grande circulação de pessoas, como recepções de hospitais e centros médicos e elevadores, também podem receber o produto.

Vale lembrar que o uso de vidros em ambientes hospitalares ajuda a humanizar o tratamento médico, já que permite a entrada de luz natural, oferecendo aos pacientes maior contato com o mundo exterior. “Nas salas de espera, locais cercados de tensão e expectativa”, explica Denis Ramboux, diretor de Vendas e Marketing da AGC Vidros do Brasil, “o
vidro pintado e o espelho como elementos decorativos contribuem na criação de espaços harmônicos e agradáveis”.

Atenção, vidraceiros!
O produto da AGC oferece novas possibilidades de aplicação do vidro a serem exploradas pelos vidraceiros.

Como fazer pedidos do Vidro Antibactéria?
Segundo a AGC, o site www.vidroantibacteria.com.br apresenta a relação de parceiros que processam e distribuem o produto — basta clicar na aba “Onde Encontrar”. Também é possível conseguir outras informações técnicas e comerciais em contato@vidroantibacteria.com.br.

Quais os processos de beneficiamento?
O vidro pode ser pintado e laminado. Porém, não deve ser temperado, pois perde a ação bactericida.

Onde instalar?
Como já citado, preferencialmente em locais destinados a atendimentos médicos, como hospitais. No entanto, também pode ser instalado em residências. Suas aplicações mais comuns são em portas, divisórias e janelas encaixilhadas ou com persianas internas. Também pode ser usado como revestimento de paredes e móveis, em espelhos de banheiros e elevadores e em boxes de banheiro.

Como instalar?
Da mesma forma que outros tipos de vidro, sempre seguindo as solicitações técnicas de acordo com a aplicação escolhida (revestimento, boxe, divisórias etc.).

Quanto custa?
A AGC informa que o preço pode variar de acordo com o processador, a região e o produto escolhido. Por isso, a melhor opção é solicitar orçamento à fabricante e seus parceiros.