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Entenda como avaliar seu forno de têmpera

Após passar pelas principais etapas do beneficiamento nos meses anteriores, a série especial de O Vidroplano sobre maquinários, iniciada em fevereiro, chega à parte final. É hora de falarmos sobre o forno de têmpera, o equipamento mais robusto e tecnológico de todo o processo.

Uma máquina desse tipo pode durar décadas se bem cuidada – mas, para isso, é preciso seguir as boas práticas de manutenção e operação, incluindo a atualização de seus componentes digitais e também físicos ao longo dos anos. Por isso, nossa reportagem conversou com fabricantes para entender em qual momento se faz necessário trocar peças ou mesmo comprar um forno novo.

Os temas da SÉRIE ESPECIAL
– Fevereiro: Mesas de corte
– Março: Lapidadoras
– Abril: Lavadoras
– MAIO: FORNOS DE TÊMPERA

Vida útil longa
Mais uma vez, vale recordar o ensinamento de Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro, presente na 1ª parte deste especial: as processadoras devem sempre adquirir maquinários compatíveis com seu tipo de produção – ou seja, de acordo com os mercados que atende e com os vidros que produz. Com base nisso, será possível saber que tipo de máquina pode fazer parte do parque industrial, de forma a atender as necessidades de seus clientes.

Em relação aos fornos, são equipamentos que duram muito tempo: de acordo com as fontes consultadas, passam facilmente dos 20 anos de uso. “Nossos fornos da linha Aeroflat foram lançados em 1996 e a maioria ainda está em funcionamento na Europa”, revela Giorgio Martorell, gerente de Vendas da Lisec para a América Latina. Sandro Henriques, diretor da Sglass, lembra ainda que o fato de os fornos não terem contato com água, como no caso das lapidadoras ou lavadoras, faz com que seus componentes estejam livres de oxidação. “Também não têm problemas com pó de vidro, garantindo fácil operação”, afirma.

Mas isso só se torna realidade se a empresa mantiver os devidos cuidados. “A vida útil de um forno de têmpera está diretamente relacionada à eficácia da instalação e aplicação de um plano de manutenções, bem como da gestão de boas práticas operacionais, o que tem impacto direto nos custos, na capacidade de obtenção de receita e no lucro líquido da empresa”, explica Cláudio Lúcio.

Quando trocar?
Sandro Henriques, da Sglass, aponta os perigos de se ter equipamentos com hardwares defasados e sem capacidade de rodar softwares atualizados: “Eles podem ocasionar desperdício de matéria–prima, necessitar mais atenção da mão de obra e consumir muito mais energia”.

A análise de seu maquinário e de sua produção atuais, portanto, é fundamental para se decidir por uma aquisição. A multinacional finlandesa Glaston preparou um documento chamado Guia do Comprador de Linha de Têmpera. Ali, existe um checklist para ser seguido pelas processadoras interessadas no assunto. Entre as orientações estão:

– Procurar entender o processo da têmpera. Assim, você poderá fazer as perguntas certas na hora de investir;

– Definir os requisitos de produção para compreender quais métodos de aquecimento (condução, radiação e convecção) funcionam melhor para sua atuação;

– Não se esquecer da qualidade de todo o processo de pré-processamento (corte, lapidação, lavagem etc.), pois ele tem impacto direto no processo de têmpera e precisa combinar com a capacidade e layout do forno.

 

Crédito: Aleksei/stock.adobe.com
Crédito: Aleksei/stock.adobe.com

 

Mas um forno novinho em folha resolverá todos os problemas que o velho está causando? Nem sempre. Um forno com os melhores recursos disponíveis produzirá um vidro de baixa qualidade caso seja mal-operado ou usado para um tipo de produção diferente do da empresa que o comprou. Giorgio Martorell, da Lisec, aponta alguns motivos para a compra de um maquinário desse porte:

– Necessidade de adoção de tecnologias disruptivas que revolucionam as tecnologias convencionais, como um sistema de convecção (aquecimento por rajadas de ar quente);

– Capacidade de integração com os processos anteriores, caso a empresa queira montar uma linha integrada;

– Maior flexibilidade para a mudança de receitas entre cada lote de vidros, diminuindo o tempo de preparação para atender novas demandas;

– Necessidade de temperar peças mais finas, de 2 mm de espessura ou até menos;

– Economia de mão de obra, utilizando fornos com robôs para carregamento automático, o que dispensa operadores.

Fernando Ferreira, diretor da Mainz Máquinas, tem outra dica: “Um equipamento menor às vezes produz mais que um equipamento maior. Ao comprar um forno, atente-se ao tempo de ciclo real, não ao tempo indicado na tela do computador”. Mais uma vez, a importância de se conhecer a própria produção.

A importância dos rolos
Responsáveis por transportar as peças de vidro durante o processo de têmpera, os rolos cerâmicos são um componente fundamental do forno – e não podem ser esquecidos quando se fala em manutenção e boas práticas. “Eles devem ser perfeitos em dimensão e idênticos entre si, possuindo superfície impecável para que não introduzam ondulações ou marcas no vidro”, explica Eric Saler, diretor da Glastronic, empresa que representa no Brasil a fabricante de rolos chinesa Freedom Ceramics. “Afinal, em certas regiões quentes do forno, a chapa encontra-se em estado quase pastoso.”

Enquanto o temperado fabricado corresponder às normas de segurança em relação a padrões de quebra e planicidade, os rolos não precisam ser trocados, analisa Saler. “Sua vida útil depende do uso e da operação do forno. Eles deverão ser substituídos ao empenar, possuir riscos na superfície ou quebrar.” Os dois primeiros fenômenos se manifestarão no vidro processado, anunciando a necessidade de troca.

A manutenção desses itens é simples: inclui a retirada de eventuais lascas de vidro e lavagem com esponja umedecida. “Ações invasivas, como lixamento e retificação, não são recomendadas, pois poderão alterar sua superfície e seu dimensional”, indica Saler. Essa tarefa poderá ser realizada por profissionais da própria beneficiadora acostumados ao forno. Já no caso de troca, técnicos especializados são imprescindíveis – vale, inclusive, consultar a fabricante do maquinário quando surgir essa necessidade.

De olho na reforma
Por conta de sua longa vida útil, fornos são propícios a reformas e atualizações, sejam de partes físicas ou dos programas que os comandam. “Se precisa produzir mais, existem upgrades para aumentar a produtividade, como instalar a segunda célula de aquecimento”, comenta Fernando Ferreira, da Mainz Máquinas. Em termos de qualidade do vidro temperado, também dá para melhorar um forno antigo – convertendo-o para o sistema de convecção de ar, por exemplo —, o que diminuirá a irisação, empenamento e ondulação, explica Ferreira.

Como recorda Denis Salvo, diretor-comercial da Glassmaq, outros itens que ficam obsoletos são o sistema elétrico e o PLC. “A boa notícia é que ambos podem ser reformados, fazendo o forno voltar à vida.” Alguns fabricantes de fornos possuem planos de revisão periódica, ajudando as processadoras a identificar possíveis problemas nas peças com facilidade.

Portanto, antes de comprar um forno – até pelo fato de requerer um grande investimento –, confira as possibilidades de reforma com a fabricante.

Tecnologia de ponta
O sistema de convecção é uma das principais inovações na têmpera surgida nas últimas décadas e vem sendo cada vez mais usado por processadoras pelo mundo: o vidro é aquecido por meio de rajadas de ar, o que deixa a temperatura em toda sua massa mais uniforme. A tecnologia é indicada para o processamento de chapas com revestimento, como o low-e. “Outra solução importante hoje em dia são os escâneres térmicos que verificam a qualidade da produção final, incluindo fenômenos como anisotropia e manchas do tipo haze”, analisa Joe Butler, vice-presidente de Vendas e Serviço da Glaston para as Américas.

Mas essas não são as únicas novidades que as empresas podem encontrar num forno. Confira outras tecnologias modernas:

– Sistema de colchão de ar — faz com que a superfície do vidro não tenha contato com os rolos, evitando possíveis marcas;

– Conjunto de duplo aquecimento e resfriamento;

– Sistema de correção automatizada dos parâmetros técnicos de processo;

– Alta eficiência energética, ajudando na economia de eletricidade.

O que encontrar no mercado
Conheça modelos oferecidos por alguns fabricantes de fornos com atuação no Brasil. As empresas citadas contam com soluções para diferentes tipos de produtividade. Abaixo estão apenas alguns dos equipamentos comercializados por elas.

 

Crédito: Divulgação Glassmaq
Crédito: Divulgação Glassmaq

AW-FTF (Glassmaq)
– Equipamento com sistema de convecção para o trabalho com low-e;

– Indicado para processadoras com produção de médio porte;

– Sistema de tração independente entre os módulos, permitindo a oscilação do vidro por todo o comprimento da célula de aquecimento, o que garante menor distorção óptica.

 

 

Crédito: Divulgação Glaston
Crédito: Divulgação Glaston

FC Series (Glaston)
– Sistema de convecção patenteado que reduz a anisotropia nas peças;

– Modelo básico inclui escâner infravermelho, com o opcional de instalação do iLook, sistema de medição da qualidade do vidro;

– Sistema de estabilização da temperatura dos rolos.

 

 

Crédito: Divulgação Lisec
Crédito: Divulgação Lisec

Aeroflat (Lisec)
– Sistema de colchão de ar patenteado, fazendo as peças de vidro flutuar nas zonas de aquecimento e resfriamento;

– Pode trabalhar em espessuras de 1,6 a 6 mm;

– Tempo de ciclo de trabalho igual para vidros com ou sem revestimento.

 

 

Crédito: Divulgação Mainz
Crédito: Divulgação Mainz

Fornos sob medida (Mainz)
– A empresa produz os equipamentos sob medida para processadoras de qualquer porte;

– Podem incluir sistemas diversos, como convecção de ar e controle individual de zonas;

– Fornos contemplam diversos tipos de produção, de 4.000 a 19.800 m² ao mês (para peças de 8 mm).

 

Crédito: Divulgação Sglass
Crédito: Divulgação Sglass

Standard (Sglass)
– Construído em módulos, pode ser adquirido em diversos tamanhos, encaixando-se nas necessidades exigidas da processadora;

– Sistema de convecção;

– Sistema exclusivo de nobreak evita a perda do lote em caso de queda de energia.

Crédito da imagem de abertura: Amorim Leite

Este texto foi originalmente publicado na edição 593 (maio de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Saiba a hora certa para trocar sua lavadora

O Vidroplano iniciou em fevereiro uma série de reportagens que ajudará as processadoras a saber quais os sinais de que seus maquinários precisam ser trocados. Este mês nossa redação contatou fabricantes para entender melhor o funcionamento das lavadoras, além de conversar com especialista no assunto.

Na reta final do processamento, a lavagem dos vidros tem a função de retirar qualquer impureza que esteja na superfície do material, principalmente as surgidas durante a lapidação ou furação — por isso, é uma etapa fundamental. A sujeira pode comprometer o resultado da têmpera, assim como o armazenamento e a instalação das peças. Se a lavadora não estiver em boas condições de uso, todo o beneficiamento pode ir literalmente por água abaixo.

Os temas da SÉRIE ESPECIAL
– Fevereiro: Mesas de corte
– Março: Lapidadoras
– ABRIL: LAVADORAS
– Maio: Fornos de têmpera

Cuidados que valem dinheiro
Antes de tudo, é importante relembrar um ensinamento (de Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro) presente na 1ª parte deste especial: as processadoras devem sempre adquirir maquinários compatíveis com seu tipo de produção – ou seja, de acordo com os mercados que atende e com os vidros que produz.

Com isso em mente, vamos às lavadoras. Segundo as fontes consultadas, esse equipamento tem durabilidade enorme. Passam dos 10 anos de vida útil, chegando até mesmo a 20 ou mais – desde que bem manuseados, claro. Para isso, manutenção é fundamental.

Yveraldo Gusmão, diretor da GR Gusmão, representante das fabricantes Lovetro (nacional) e Triulzi (italiana), reforça que certas peças precisam ser conferidas regularmente.

– Jogo de escovas — suas cerdas não podem ficar rígidas de forma a apresentar falhas no trabalho;

– Espumas de enxague — precisam estar secas quando a máquina é desligada, para evitar que apodreçam;

– Mancais — devem ser verificados e engraxados a cada seis meses, em média, para não travar as roldanas-guias, arranhando o vidro na passagem das peças.

Crédito: Thiago Borges
Crédito: Thiago Borges

 

Motivos para a troca
Máquinas com operação, ajustes e conservação inadequados resultam em degradação precoce. Uma solução é reformar os equipamentos, colocando peças novas. “Caso o custo da reforma seja desvantajoso, ou o volume da produção seja superior ao da capacidade atual, pode-se optar pela aquisição de um maquinário novo”, aponta Cláudio Lúcio. A troca também se torna uma opção válida quando a empresa decide por maior automatização do processo ou quando o mix de vendas sofre alteração. Um exemplo desse último tópico, segundo Giorgio Martorell, gerente de Vendas da Lisec para a América Latina: “Se uma empresa passa a processar vidros low-e, ela precisará de uma lavadora com escovas mais finas, de 0,12 a 0,15 mm”.

Para Joel Martins Dias, diretor da Agmaq, o momento para a substituição é quando a lavadora não consegue mais entregar o vidro dentro das condições técnicas ideais para a sequência do beneficiamento. “Ela não pode ficar mais parada do que trabalhando”, alerta. Wagner Hubmann, diretor da Vetro Máquinas, representante da italiana SCV System no Brasil, indica outro sinal para ficar de olho: “Quando um equipamento manifesta a necessidade de manutenções frequentes e a qualidade do serviço começa a cair, é um claro indício de que sua vida útil está comprometida”.

Enrico Lancioni, gerente de Produto da Área de Lavadoras da Intermac, revela algumas situações que dão sinais de que a lavadora chegou ao limite de sua vida útil:

– Presença de corrosão nos componentes estruturais;

– Desgaste excessivo da parte mecânica;

– Motores superaquecendo devido à mecânica desgastada;

– Diminuição do desempenho da máquina;

– Diminuição da qualidade de lavagem e secagem;

– Nível de ruído excessivo durante a operação.

Crédito: Thiago Borges
Crédito: Thiago Borges

 

A escolha ideal
Além de a produtividade ser um parâmetro essencial para a aquisição de uma nova lavadora, pois influenciará diretamente no consumo de energia e água, o layout da empresa deve ser levado em conta – é ele que define se a máquina será horizontal ou vertical. Essa definição tem relação direta com o espaço ocupado pela lavadora dentro da fábrica e a capacidade de se montar linhas de processo (ou optar somente por uma operação individual).

Denis Salvo, diretor-comercial da Glassmaq, explica a diferença: “Nos casos de processo automatizado na vertical, a lavadora desse tipo pode ser colocada no final da linha de lapidação sequencial com giro automático, para peças que não necessitam de furos ou recortes. Já na linha horizontal, pode-se otimizar a lavagem do vidro com uma mesa que sai direto da linha de furação e recorte”.

Encaixar a lavadora é quase o processo de montagem de um quebra-cabeça. Giorgio Martorell, da Lisec, exemplifica: “Linhas de laminação jumbo deverão ter lavadoras horizontais com 3.300 mm de largura; já as máquinas na saída das linhas de lapidação turnover precisam de 2.500 mm de altura”.

Veja mais características a serem levadas em conta na hora da escolha:

– Capacidade de integração com os demais processos: considerar o ajuste da altura de trabalho com as outras máquinas em linha, assim como a interface de sinais elétricos para todas elas trabalharem em segurança;

– Zona de pré-lavagem: vidros procedentes das linhas de lapidação e de furação e recorte normalmente estão em contato com alta concentração de pó. Uma lavadora com zona de pré-lavagem faz o trabalho a partir de duas câmaras: uma zona própria, para a retirada de todo esse pó; e a outra, para a limpeza geral, com água mais limpa;

– Tamanho mínimo dos vidros: voltamos à questão de usar maquinários que atendem o tipo de demanda da processadora. Lavadoras convencionais, geralmente, trabalham com vidros de tamanho mínimo de 400 x 400 mm. Alguns modelos terão problemas no transporte de peças menores, interferindo até na qualidade da lavagem;

– Serviços técnicos e remotos: diz respeito às fabricantes de lavadoras. Elas precisam oferecer suporte técnico local, além da possibilidade de atendimento remoto para realizar diagnósticos em caso de problema nos equipamentos.

Água por todos os lados
Um fator preponderante em uma lavadora, e não poderia ser diferente, é a presença constante de água em diversas partes de sua estrutura. “Os componentes sujeitos a desgaste são protegidos para não serem danificados pela água”, explica Alessandro Carriero, gerente de Produto da Área de Lavadoras da Intermac. As peças em contato direto com o líquido são de aço inox 304, material que não oxida quando exposto à umidade – até mesmo os sistemas de transporte possuem revestimentos adequados.

Mas não podemos nos esquecer de que a qualidade da água também interfere no processo e na conservação do maquinário. Para começar, não pode ser qualquer tipo, mas sim a desmineralizada. “A água precisa ser trocada a cada processo, pois os resíduos da lavagem anterior podem prejudicar não só as peças a serem trabalhadas, mas o equipamento como um todo”, alerta Gusmão. O ideal é monitorar indicadores como a temperatura, pH (para saber se está muito abrasiva) e condutividade.

As tecnologias indispensáveis
“Atualmente, as lavadoras possuem sistemas que reduzem o consumo de energia e água e emitem menos ruído no meio ambiente, além de exigir menos manutenção durante sua vida útil”, explica Joel Martins Dias, da Agmaq. Wagner Hubmann, da Vetro Máquinas, aponta os sistemas de eliminação de energia estática e dispositivos que suspendem algumas funções da máquina quando ela está ociosa como exemplos dessa preocupação sustentável das fabricantes de maquinários.

Mas há ainda vários outros requisitos fundamentais no trabalho hoje em dia. Confira alguns deles:

– Ajuste automático de velocidade das escovas;

– Sistema de aquecimento da caixa de água para a etapa de lavagem, eficaz para desengordurar as chapas;

– Pelo menos duas etapas (estágios) de caixas de água, sendo separadas em lavagem e enxague. A 3ª etapa, de pré-lavagem, é outra solução disponível;

– Sistema de secagem por ventilação forçada com filtro de entrada. “Esses ventiladores têm estrutura de sustentação separada da estrutura da lavagem”, comenta Denis Salvo, da Glassmaq;

– Zonas de lavagem e secagem em uma mesma estrutura, garantindo que não haja possibilidade de drenagem e permitindo instalação mais rápida.

O que encontrar no mercado
Conheça modelos oferecidos por alguns fabricantes de lavadoras com atuação no Brasil. Todas as empresas citadas contam com soluções para diferentes tipos de produtividade (pequeno e grande portes). Abaixo estão apenas alguns dos equipamentos comercializados por elas.

 

Crédito: Divulgação Agmaq
Crédito: Divulgação Agmaq

Max (Agmaq)
– Modelo vertical. Estrutura das áreas de lavagem e secagem são de aço inox;

– Caixa de água com resistência termoelétrica de 6 mil W para água quente;

– Área de secagem com duas facas de sopro em diagonal, também de aço inox.

 

Crédito: Divulgação Glassmaq
Crédito: Divulgação Glassmaq

AWWD-H1600 (Luoyang Allwin Machinery, representada pela Glassmaq no Brasil)
– Modelo horizontal. Ideal para empresas com produção de pequeno porte;

– Sistema de transporte com roletes de borracha, próprio para ser acoplado em linha com outras máquinas;

– Tanque de aço inox para reúso da água.

 

Crédito: Divulgação GR Gusmão
Crédito: Divulgação GR Gusmão

Open Top (Lovetro, representada pela GR Gusmão)
– Modelo vertical. Indicado para empresas de pequeno e médio portes;

– Sistema de lavagem com quatro escovas (2+2), fabricadas com nylon 6.6;

– Ajuste automático da espessura dos vidros a serem lavados (de 3 a 10 mm).

 

Crédito: Divulgação GlassParts Divulgação Intermac/Enkong
Crédito: Divulgação GlassParts Divulgação Intermac/Enkong

Aqua Series (Intermac)
– Linha de lavadoras verticais. Disponíveis em três dimensões diferentes, podem ser combinadas para o trabalho em grandes peças;

– Sistema de pré-lavagem extrai cerca de 80% dos resíduos acumulados no vidro;

– Sistema de rolos e escovas posicionado na parte superior facilita a manutenção.

 

Crédito: Divulgação Lisec
Crédito: Divulgação Lisec

VHW-F33/V6 (Lisec)
– Modelo vertical. Voltado para vidros jumbos, pode ser usado em linha ou individualmente;

– Sistema de pré-lavagem, ideal para insulados;

– Ventilador de alta pressão e bocal especialmente desenvolvido secam as chapas independentemente da velocidade de transporte.

 

Crédito: Divulgação Vetro Máquinas/SCV
Crédito: Divulgação Vetro Máquinas/SCV

WMH (SCV System, representada pela Vetro Máquinas)
– Modelo horizontal, equipado com sistema de quatro ou seis escovas;

– Trabalha em vidros com espessura de 3 a 20 mm;

– Sistema de pré-lavagem opcional, com tanque extra de água.

Crédito da imagem de abertura: Thiago Borges

Este texto foi originalmente publicado na edição 592 (abril de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Saiba qual o momento ideal para trocar sua lapidadora

A importância da lapidação para uma peça de vidro só é percebida quando ela está instalada. Seja em tampos de mesa, portas de boxes ou guarda-corpos, o acabamento das bordas ajuda na percepção de valor agregado ao nosso material. Mas isso só será possível se as lapidadoras estiverem em boas condições de uso.

O Vidroplano iniciou no mês passado uma série especial que ajudará as beneficiadoras em um dilema: quais são os sinais de que seus maquinários precisam ser trocados? Nossa redação contatou fabricantes para entender melhor o funcionamento desses equipamentos, além de conversar com um especialista no assunto. Este mês o tema é lapidadora – na sequência, passaremos pelos demais processos até chegar à têmpera, em maio.

Imagem: Amorim Leite
Imagem: Amorim Leite

Os temas da SÉRIE ESPECIAL
– Fevereiro: Mesas de corte
MARÇO: LAPIDADORAS
– Abril: Lavadoras
– Maio: Fornos de têmpera

Boas práticas garantem bom desempenho
Assim como apontado no mês passado, na 1ª parte do especial, vale sempre reforçar a principal orientação de Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro, para as processadoras interessadas em adquirir maquinários: características como tipo, tamanho, capacidade e acessórios dos equipamentos não devem estar de acordo com o porte da empresa, mas sim com o tipo de produção dela – ou seja, quais mercados ela atende, quais vidros produz.

Imagem: Amorim Leite
Imagem: Amorim Leite

Voltando às lapidadoras, a correta definição dos parâmetros técnicos do processo de lapidação está entre as principais questões em relação à conservação dessas máquinas. “A falta de calibragem e regulagens pode levar a desgastes, assim como a falta de um sistema de manutenção prescritiva (que analisa as condições de funcionamento da máquina) e preventiva (que busca estar próximo das condições de fábrica), sendo realizada apenas a chamada manutenção corretiva (consertar algo já quebrado), geralmente feita de forma emergencial e onerosa para a empresa”, explica Cláudio, reconhecido como uma das maiores autoridades em transformação de vidro em nosso país.

Uma ação muito danosa é acelerar o trabalho das lapidadoras sem atender os pressupostos acima, como se isso pudesse resolver problemas no desempenho causados por mau uso. Cláudio alerta: “Aumentar a velocidade, sem atuar primeiro nos demais problemas, apenas faz aumentar as perdas, o retrabalho e as quebras, além, claro, da degradação dos componentes”.

Para evitar tudo isso, a processadora precisa investir tempo para a criação de procedimentos operacionais padrão – a serem seguidos durante todas as etapas do beneficiamento – e também de um sistema profissional de gestão industrial. Somente assim será possível atingir boa performance e preservar os bens ao mesmo tempo.

Comprar nova ou reformar a antiga?
A obsolescência dos componentes é um dos primeiros fatores a serem levados em conta – apesar de lapidadoras serem equipamentos robustos, como afirma Ricardo Costa, diretor-comercial da GlassParts: “Geralmente essas máquinas têm vida útil muito boa, mesmo sendo muito exigidas na produção. Mas, para isso se tornar realidade, é necessário realizar as devidas manutenções e ter os devidos cuidados”.

E mesmo se alguma peça estiver avariada, a reforma surge como opção válida. “Quando a máquina tem poucos anos de existência, o upgrade deve ser suficiente. Porém, equipamentos mais antigos podem não ser compatíveis com tecnologias recentes”, aponta Mauro Faccio, gerente-regional de Vendas da Bottero. Os componentes mecânicos de uma lapidadora duram mais tempo do que os eletrônicos. Sistemas operacionais e softwares, por exemplo, têm ciclo de vida menor e precisam ser atualizados mais vezes.

Na prática, as máquinas duram bastante tempo. “Em se tratando da obsolescência tecnológica no mercado vidreiro, ela ocorre em um período relativamente maior do que em outros setores”, explica Cláudio Lúcio. O problema, como já mostrado, está nas boas práticas de uso. “A conservação tem papel importante: como mencionado, a ausência de preservação obriga o empresário a trocar seus equipamentos em curto prazo, de três a cinco anos”. Caso sejam cuidados corretamente, podem passar bastante desse tempo.

Imagem: Thiago Borges
Imagem: Thiago Borges

Avaliando a lapidadora
Reformar a lapidadora é muito melhor do que perder pedidos e dinheiro. Ricardo Costa, da GlassParts, reforça: “Observamos por diversas vezes clientes com equipamento parado justamente por falta de peças ou devido ao custo alto de manutenção”.

Alguns tópicos devem ser analisados para se saber a real necessidade de reforma ou troca da lapidadora, incluindo a disponibilidade de peças sobressalentes e de atualizações para softwares por parte das fabricantes dos equipamentos, além de outros aspectos, como a otimização das interfaces de controle. “Caso não se possa garantir isso, as processadoras deveriam considerar a aquisição de um equipamento novo”, indica Giorgio Martorell, gerente de Vendas da Lisec para a América Latina.

Imagem: Amorim Leite
Imagem: Amorim Leite

São vários os cenários nos quais trocar peças não basta, sendo preciso adquirir um maquinário novo em folha. “A maior necessidade de compra está ligada ao aumento de produção”, comenta Mauro Faccio, da Bottero. Para Silvia Villa, do Departamento de Marketing da Schiatti Angelo, empresa representada no Brasil pela GR Gusmão, a processadora deve se questionar a respeito do modelo ideal. “Uma pergunta a ser feita é: ‘quero uma máquina com a mesma performance da atual ou uma que entregue mais produtividade?’” Tudo vai depender do tipo de produção, como já comentado anteriormente. No fim, é importante ouvir uma dica preciosa de Silvia: “É tempo de pensar em uma nova máquina quando a sua não é mais uma fonte de renda, mas sim um custo”.

Critérios para escolher um modelo
De acordo com as fontes consultadas para esta reportagem, aqui estão alguns pontos de relevância no momento de pesquisar as opções oferecidas no mercado:

– Capacidade de integração com os demais processos;

– Flexibilidade do setup entre as peças. “As novas lapidadoras podem trabalhar com vidros de espessuras e formatos diferentes, realizando setups individuais automáticos entre cada peça, sem precisar de trocas de ferramentas nem ajustes manuais”, aponta Giorgio Martorell, da Lisec;

– Necessidade de trabalhar com vidros modelados – nesse caso, uma lapidadora vertical seria uma boa escolha;

– O tamanho dos vidros a serem produzidos;

– A economia de mão de obra gerada com a máquina nova;

– Tipo de acabamento de borda – isso irá variar de acordo com o cliente, pois vidros aparentes precisam de polimento, já os encaixilhados necessitam da chamada “lapidação industrial”;

– Como é o serviço técnico e o suporte remoto oferecido pela fabricante.

Tecnologias imprescindíveis
Atualmente, encontram-se linhas enormes de lapidação, equipadas com robôs para a movimentação do vidro – o que praticamente dispensa o contato humano com nosso material durante o beneficiamento. Embora nem todas as processadoras precisem de soluções de grande porte como essa, existem tecnologias imprescindíveis para uma lapidadora moderna. Confira as principais:

– Carregamento e descarregamento automático;

– Identificação, separação e transferência para linhas dedicadas com ou sem furação/recorte (como linhas para peças de boxes de banheiros, por exemplo);

– Integração com sistemas de gestão (ERP);

– Sistema de compensação para administrar o desgaste dos rebolos;

– Ajuste automático da velocidade de trabalho de acordo com a espessura dos vidros, entre outras.

Retilínea ou bilateral?
As lapidadoras retilíneas verticais (que trabalham em um lado da peça por vez) e as bilaterais (dois lados simultaneamente) são os modelos mais comuns encontrados em processadoras brasileiras. Como escolher?

“Para a produção de vidros com formatos diferentes, e em pequenas quantidades, as linhas retilíneas verticais são as recomendadas”, opina Silvia Villa, da Schiatti Angelo. Já para a produção em série de peças com as mesmas dimensões, as bilaterais são a melhor escolha, sendo indicadas para vidros destinados ao setor moveleiro ou a grandes obras da construção civil. A produtividade é um fator essencial para os maquinários desse tipo.

Soluções do mercado
A seguir, conheça modelos oferecidos por alguns fabricantes de lapidadoras com atuação no Brasil. Todas as empresas citadas contam com soluções para diferentes tipos de produtividade (pequeno e grande porte). Abaixo estão apenas alguns dos equipamentos comercializados por elas.

 

Victralux (Bottero)
– Linha de retilíneas verticais composta por cinco modelos.

Display digital e monitor touch screen permitem regular com precisão a abertura das pinças e controlar constantemente a velocidade de lapidação;

– Guias e rolamentos das pinças protegidos por sistema de guarnições, que evita a infiltração da água de lapidação.

 

GP09/ZM9 (Enkong, distribuída pela GlassParts no Brasil)
– Retilínea vertical para nove rebolos do tipo copo;

– Trabalha vidros de 3 a 25 mm;

Design especial da seção de alimentação controla a quantidade desejada de remoção do vidro sem necessidade de ajustar cada rebolo individualmente.

 

KSD-A (Lisec)
– Linha vertical para trabalho em vidros jumbo (filete e lapidação industrial);

– Configuração flexível permite processar vidros de diferente espessura sem troca nem ajuste das ferramentas;

– Tecnologia LiTEC Slider reconhece e corrige quaisquer imperfeições na borda do vidro.

 

BFP 35 (Schiatti Angelo)
– Bilateral indicada para empresas de produção de tamanho médio a grande;

– Conta com sistema de ajuste independente dos rebolos diamantados e ajuste automático dos de polimento;

– Sistema de refrigeração a água em circuito fechado.

Este texto foi originalmente publicado na edição 591 (março de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Quando trocar sua mesa de corte?

Mesmo com as dificuldades geradas pela pandemia, o investimento em equipamentos não pode ser deixado de lado pelas processadoras brasileiras. No Panorama Abravidro 2021, 20% das empresas pretendiam fazer grandes investimentos nessa área ao longo do ano passado, o maior nível desse indicador dos últimos quatro anos. Afinal, mais cedo ou mais tarde chegará um momento em que as máquinas não funcionarão mais como antes – talvez por serem antigas e não terem as principais tecnologias disponíveis atualmente ou por não suportarem mais a demanda de produção da empresa. Então, o que fazer?

De fevereiro até maio, O Vidroplano trará uma série especial que ajudará as beneficiadoras neste dilema: como ficar atento aos sinais de que seus maquinários precisam ser trocados? Conversamos com fabricantes para entender melhor o funcionamento desses aparelhos, além de pegar dicas de um especialista no assunto. Este mês o tema é mesa de corte – na sequência passaremos pelos demais processos até chegar à têmpera.

Os temas da SÉRIE ESPECIAL
FEVEREIRO: MESAS DE CORTE
– Março: Lapidadoras
– Abril: Lavadoras
– Maio: Fornos de têmpera

Foco na eficiência
A busca por ganhos de produtividade e diminuição dos custos do processo fabril é ainda mais necessária num momento econômico de incertezas como o atual. Por isso, empresas que utilizam maquinários pesados — e as processadoras vidreiras estão entre elas — precisam estar atentas: seus equipamentos atendem as necessidades de seu planejamento? “O tipo, tamanho, capacidade e acessórios das máquinas devem ser compatibilizados não pelo tamanho da beneficiadora, mas, sim, pelo tipo de produção dela”, explica Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da Abravidro reconhecido nacionalmente como uma das maiores autoridades do Brasil em transformação de vidro.

Para Cláudio, as empresas precisam levar em conta na montagem de suas plantas:

– Velocidade do sistema produtivo;

– Custos inerentes à operação;

– Nível de automação adotado;

– Resultados financeiros planejados.

E as mesas de corte?
Entrando de forma mais específica no tema deste mês de nosso especial, o diretor de Projetos da Agmaq, Joel Martins Dias, reforça a importância do corte na cadeia produtiva: “Devido à sequência do processo, esse equipamento se torna a máquina com maior prioridade dentro de qualquer empresa, independentemente do segmento em que atue”. Afinal, esse é o processo que vai ditar como será o fluxo de produção – se algo de errado acontece nesse momento, o impacto será sentido ao longo de todo o sistema. “Um corte eficiente evita gargalos que podem desacelerar o ritmo, principalmente em períodos de pico de demanda”, alerta Giovanni Quarti, gerente de Área da Forel para a América Latina. “Quando os profissionais vidreiros percebem que não podem mais alimentar adequadamente suas linhas de processamento e deveriam renovar sua tecnologia de corte, já é tarde: tinham de ter pensado nisso antes.”

Segundo o gerente de Área de Produto da Intermac, Luca Ronch, máquinas de corte que funcionam sem água, como é o caso das mesas, têm o nível de manutenção relativamente baixo. “Elas podem durar muito tempo mantendo o desempenho quase inalterado”, afirma. Como indica Giorgio Martorell, gerente de Vendas da Lisec para a América Latina, os componentes de uma mesa podem ser divididos em três grupos: mecânicos, elétricos e eletrônicos (softwares). “Em termos gerais, os componentes mecânicos podem ser usados por mais tempo do que os eletrônicos. Os sistemas operacionais e demais softwares contam com um ciclo de vida mais curto”, alerta.

Ricardo Costa, diretor comercial da GlassParts, aponta uma das consequências do uso prolongado: “Por ser um equipamento muito exigido, acaba sofrendo um desgaste natural que muitas vezes se reflete na perda de precisão, deixando as peças trabalhadas fora das tolerâncias mínimas”. Sua empresa disponibiliza carregadores automáticos para as mesas, com duas, quatro ou seis estações de carga, integrando-se a diferentes modelos de mesas.

Existem duas opções quando a empresa percebe que a mesa está obsoleta: promover uma reforma nela ou adquirir uma nova. “Se a máquina foi usada por até três anos, um upgrade deve ser suficiente. Máquinas mais antigas podem não ser compatíveis com tecnologias mais recentes e, nesse caso, a compra de uma nova tende a ser a melhor escolha”, revela Mauro Faccio, gerente-regional de Vendas da Bottero.

Atenção à reforma!
Pode parecer óbvio, porém a reforma de uma mesa de corte não é algo a ser feito por qualquer um. “Se o cliente decidir recondicionar a máquina, o importante é confiar o serviço a técnicos especializados, que assegurem que as peças utilizadas sejam originais”, recomenda Mauro Faccio, da Bottero. A maioria (se não todas) as fabricantes desses maquinários oferece serviços de manutenção nesse sentido. Portanto, consulte o fornecedor antes de deixar alguém sem a qualificação necessária mexer nos aparelhos.

Como avaliar a mesa
De acordo com as fontes consultadas por nossa reportagem, existem alguns pontos a serem levados em conta na hora de avaliar se uma mesa ainda pode ser usada:

– É possível substituir partes mecânicas?

– A fabricante oferece peças sobressalentes?

– É possível atualizar os softwares?

– É possível atualizar as interfaces de controle?

Caso seja impossível garantir isso tudo, a processadora deve considerar a aquisição de um novo equipamento. Yveraldo Gusmão, diretor da GR Gusmão, representante da Macotec em nosso país, tem uma dica valiosa: “Verifique periodicamente se houve mudanças e atualização nos softwares das mesas”. E como indica Joel Martins Dias, da Agmaq, é preciso atenção também caso o fabricante não atue no Brasil ou, em casos extremos, não exista mais – o que vai tornar o cumprimento dos tópicos acima muito mais difícil.

“Quando uma mesa de corte é operada de maneira adequada, sendo realizadas as devidas manutenções preventivas, são preservadas as condições necessárias para seu funcionamento”, aconselha Cláudio Lúcio. Vale reforçar: equipamentos desse porte devem ser utilizados de acordo com as condições indicadas por seus fabricantes. “Dessa forma, os níveis de degradação compulsória e natural são fortemente minimizados.”

Imagem: Thiago Borges
Imagem: Thiago Borges

 

Mas, afinal, quando trocar?
Esgotadas as opções de reforma, Cláudio Lúcio indica duas situações nas quais uma nova máquina é necessária:

– Caso esteja obsoleta em relação a alguma tecnologia oferecida por equipamentos mais modernos, de forma a atender alguma demanda;

– Quando o nível de produção aumenta além do limite da capacidade da mesa atual.

Rodrigo Duarte, representante comercial da espanhola Turomas no Brasil, comenta a importância de se analisar o desempenho dos maquinários nesse momento: “Pode-se fazer um relatório que contenha vários dados, como, por exemplo, a quantidade de vezes de parada para manutenção corretiva e preventiva, os custos de manutenção ao longo de pelo menos os últimos cinco anos e o impacto de perdas e atrasos em cada parada do equipamento. Com base nos números, é possível avaliar se existe ou não a necessidade de uma nova aquisição”.

Como escolher uma mesa nova
Observar os movimentos da demanda por vidros é bastante importante nesse momento. “Verificamos que a arquitetura vem aumentando os tamanhos de chapas de vidro usados em edificações. Sendo assim, é necessário ter atenção a essas tendências, incluindo a questão dos modelos de dimensão de corte, para não acontecer de comprar um equipamento e logo ficar desatualizado”, analisa Gusmão.

Na questão técnica dos maquinários, fique de olho nos seguintes tópicos, segundo Giorgio Martorell, da Lisec:

– Velocidade máxima de corte;

– Produtividade de corte por hora. Em média, uma mesa de corte de última geração corta um vidro a cada 12 segundos. Com etiquetadora automática, pode-se considerar de 14 a 16 segundos por peça;

– Tolerâncias do corte (o nível aceito pelo mercado é de 0,1 a 0,2 mm por metro linear);

– Nível de automação (desde a alimentação até o destaque) e possibilidade de integrar a mesa a outros processos do beneficiamento;

– Disponibilidade de suporte técnico e remoto.

Existem ainda algumas especificações preferíveis caso a linha seja para monolíticos ou laminados, conforme explica Luca Ronch, da Intermac. “As principais opções em relação às chapas monolíticas são certamente a remoção da camada de baixa emissividade em vidros low-e e a impressão de etiquetas. Outro dispositivo muito útil é o trocador automático de ferramentas, evitando a parada para troca de rodízio”, afirma. Quanto às linhas de laminados, a capacidade dos operadores deve ser considerada para saber se é necessária uma configuração mais ou menos automática, tendo em conta o tipo de produção da processadora. “A rotação automática de peças grandes é importante, pois as de dimensões menores podem ser gerenciadas manualmente pelo operador.”

Ainda sobre laminados, existe uma solução diferenciada para eles hoje em dia: linhas verticais. “Essa tecnologia permite aumentar drasticamente a produtividade por meio de duas pontes de corte independentes que operam simultaneamente. E também ocupa pouco espaço, pois é maior na altura do que na largura”, afirma Giovanni Quarti, da Forel. “Além disso, é uma maneira inteligente de manusear as chapas tamanho jumbo.”

Rodrigo Duarte, da Turomas, comenta mais um fator que não pode ser deixado de lado: a otimização de espaço. “A automação em sistemas de carga, posicionamento e evacuação do vidro economiza espaços que podem ser mais bem utilizados para outros fins, evitando perdas no processo”, analisa.

As principais tecnologias disponíveis
Confira o que as mesas de corte modernas podem oferecer a seus usuários:

– Carregamento automático, muitas vezes ligado a sistemas de armazém inteligente;

– Etiquetagem automática, seja na mesma ponte de corte ou numa ponte separada, para maior produtividade;

– Marcação a laser, sistema mais atual adotado no lugar das etiquetas. Minimiza o risco de elas desgrudarem das chapas ao passar pelas lavadoras;

– Sistema de lixamento de bordo para vidro com camada metalizada (low-e);

– Destaque automático;

– Sistemas de acionamento linear. Funcionam com ímãs, sem fricção mecânica, necessitando de menos manutenção do que os sistemas com cremalheiras;

– Escovas de limpeza, acionadas para tirar o excesso de pó das chapas antes do corte, facilitando a colagem das etiquetas.

Soluções do mercado
Conheça a seguir modelos oferecidos por alguns fabricantes de mesas de corte com atuação no Brasil. Todas as empresas citadas contam com soluções para diferentes tipos de produtividade (pequeno e grande porte). Abaixo estão apenas alguns dos equipamentos comercializados por elas.

 

especial-agmaq
Imagem: Divulgação

 

Standart (Agmaq)
– Equipada com sistema de pressão do cabeçote de corte e sistema de esquadrejamento mecânico e eletrônico;

– System Quick Change, sistema de troca de peças automática sem necessidade de ajustes por instrumentos;

– Pode trabalhar em vidros jumbo (6,20 x 3,20 m).

 

especia-bottero
Imagem: Divulgação

 

548LAM (Bottero)
– Voltada para laminados, possui sistema de aquecimento do PVB, para facilitar o corte e destaque das chapas, que consome menos energia elétrica;

– Rotação e posicionamento automático das peças;

– Sistema de movimentação pneumático, com distribuição de pressão ajustável para diminuir a tensão na superfície do vidro.

 

especial-forel
Imagem: Divulgação

 

Vertical Cutting Line (Forel)
– Linha de laminados voltada para empresas de grande produtividade, composta por duas pontes de corte independentes;

– Pode ser combinada com um seletor de estoque automático;

– Para a descarga das peças, pode incluir mesa basculante com elementos de aquecimento para operação manual.

 

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Imagem: Divulgação

 

Genius RS-A (Intermac)
– Também indicada para espaços compactos, trabalha com vidro monolítico;

– Conta com interface universal integrada OTD (Optimiser Transfering Data) que define automaticamente os parâmetros de corte;

– Pode ser combinada com uma Genius 37 LM (para laminados), formando uma pequena linha chamada Genius DUO RS-37.

 

especial-lisec
Imagem: Divulgação

 

SprintCut (Lisec)
– Oferece grande produtividade, com velocidade máxima de, aproximadamente, 310 m/min;

– Tem número reduzido de partes móveis, o que ajuda na baixa manutenção;

– O novo controle de pressão de desbaste faz a operação ser mais fácil para empresas que trabalham com vidros de diversos tipos de revestimento.

 

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Imagem: Divulgação

 

Master Shape 3.7 FR (Macotec)
– Possui tamanho compacto, sendo indicada para empresas com produção de tamanho menor;

– Trabalha em monolíticos com espessuras de 3 a 19 mm;

– Pode ser equipada com removedor de camada metálica para vidros low-e, etiquetadora automática e seletor automático de ferramentas.

 

especial-turomas
Imagem: Divulgação

 

LAM 304 (Turomas)
– Própria para laminados de até 10 + 10 mm de espessura;

– Com design estrutural robusto, conta com colchão de ar otimizado e regulação automática da pressão de corte;

– Tem também sistema mecânico de posicionamento e menu sequencial de operações.

 

Crédito da imagem: Flávio Jalapeño /Jalapeño Comunicação /Divinal Vidros

Este texto foi originalmente publicado na edição 590 (fevereiro de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.